@copyright proviant labs, all rights reserved the...

28
@COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED This information is property of Proviant Labs. No reproduction, transmitted or use of this information is permitted without the express written consent of Proviant Labs. NEPTUNUS – Porque pode ser importante suplementar com óleo de peixe? Introdução Os suplementos de óleo de peixe são tipicamente compostos por lípidos presentes no peixe (principalmente espécies de águas frias) e fitoplâncton (1,2). São óleos ricos em ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa (LCPUFA) da família ómega 3 (n-3) (1). Quando falamos em ómega 3, referimo-nos a ácidos gordos cuja primeira dupla ligação se encontra no terceiro carbono a contar da terminação metilo (CH3) (3,4). Os dois LCPUFA’s mais estudados no óleo de peixe são o EPA (ácido eicosapentaenóico) de 20 carbonos e o DHA (ácido docosahexaenóico) de 22 carbonos (5). Por mais estranha e complexa que possa parecer esta designação ela na realidade dá muita informação a quem possua noções básicas de Química Orgânica: Eicosa=20 (20 carbonos), penta=5, en=dupla ligação, óico=função do ácido carboxílico (COOH ou tipicamente sob a forma desprotonada carboxilato COO - ) (6). Assim o ácido eicosapentaenóico é um ácido composto por 20 carbonos, com 5 duplas ligações, sendo ácido pela presença do grupo carboxilo (típico dos ácidos carboxílicos) (6). A mesma linha de raciocínio poderia ser usada para obter informações em relação ao ácido docosahexaenóico, docosa=22 (22 carbonos), hexa=6, etc. No caso das duplas ligações presentes nestes ácidos eles estão todas na conformação cis, ou seja com os dois hidrogénios no mesmo lado da dupla ligação (6,7). Os ácidos gordos com EPA e DHA são sujeitos a hidrólise por lipases para formarem monoacilgliceróis e ácidos gordos livres (79). Nos enterócitos são sujeitos a

Upload: ledat

Post on 23-Dec-2018

214 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

@COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED

This information is property of Proviant Labs. No reproduction, transmitted or use of this information is permitted without

the express written consent of Proviant Labs.

NEPTUNUS – Porque pode ser importante suplementar com óleo de peixe?

Introdução

Os suplementos de óleo de peixe são tipicamente compostos por lípidos

presentes no peixe (principalmente espécies de águas frias) e fitoplâncton (1,2). São

óleos ricos em ácidos gordos polinsaturados de cadeia longa (LCPUFA) da família

ómega 3 (n-3) (1). Quando falamos em ómega 3, referimo-nos a ácidos gordos cuja

primeira dupla ligação se encontra no terceiro carbono a contar da terminação metilo

(CH3) (3,4). Os dois LCPUFA’s mais estudados no óleo de peixe são o EPA (ácido

eicosapentaenóico) de 20 carbonos e o DHA (ácido docosahexaenóico) de 22 carbonos

(5).

Por mais estranha e complexa que possa parecer esta designação ela na

realidade dá muita informação a quem possua noções básicas de Química Orgânica:

Eicosa=20 (20 carbonos), penta=5, en=dupla ligação, óico=função do ácido carboxílico

(COOH ou tipicamente sob a forma desprotonada carboxilato COO-) (6). Assim o ácido

eicosapentaenóico é um ácido composto por 20 carbonos, com 5 duplas ligações, sendo

ácido pela presença do grupo carboxilo (típico dos ácidos carboxílicos) (6). A mesma

linha de raciocínio poderia ser usada para obter informações em relação ao ácido

docosahexaenóico, docosa=22 (22 carbonos), hexa=6, etc. No caso das duplas ligações

presentes nestes ácidos eles estão todas na conformação cis, ou seja com os dois

hidrogénios no mesmo lado da dupla ligação (6,7).

Os ácidos gordos com EPA e DHA são sujeitos a hidrólise por lipases para

formarem monoacilgliceróis e ácidos gordos livres (7–9). Nos enterócitos são sujeitos a

Page 2: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

um processo de reacilação em triacilgliceróis sendo estes incorporados em conjunto

com os fosfolípidos, colesterol e apoproteínas em quilomicrons. Por sua vez os

quilomicrons são transportados pelo sistema linfático até a circulação (7–9). O EPA e o

DHA estão presentes sobretudo nos fosfolípidos da membrana de várias células,

hemácias, plaquetas e células do Sistema Nervoso Central (SNC), entre outras (5). O

DHA é absorvido preferencialmente pelo encéfalo em relação aos outros ácidos dos

gordos (5). O DHA pode ser parcialmente retroconvertido em EPA e este também

parcialmente convertido em DHA (5).

De forma a introduzir os próximos temas note-se na imagem abaixo os vários

efeitos dos ácidos gordos ómega-3 nos tecidos (ilustração 1).

Doença cardiovascular (DCV)

Os efeitos cardio-protectores referentes ao n-3 não são propriamente recentes

(10). Na realidade alguma evidência de natureza epidemiológica, tem correlacionado a

ingestão destes ácidos gordos com menor incidência de doença coronária e mesmo com

Ilustração 1. Os efeitos dos ácidos gordos n-3 nos tecidos

Page 3: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

eventuais complicações da mesma. Em 1970 estudos efectuados junto das populações

da Gronelândia deram as primeiras pistas para os efeitos protectores destes compostos

naturalmente presentes no peixe, sob a forma de triacilgliceróis (11,12). Estes estudos

viriam a chamar a atenção para o facto de os esquimós ingerirem uma dieta rica em

gordura com baixa incidência de DCV. Esta discrepância entre a ingestão de gordura e

DCV viria a ser explicada em parte pela alta ingestão de n-3, nomeadamente alta

ingestão de óleo de baleia e peixes gordos.

Um estudo publicado no New England Journal of Medicine em 1997, viria a

mostrar que a ingestão de peixe uma vez por semana reduzia significativamente o risco

de enfarte do miocárdio (EM) (13). Este foi um estudo longitudinal que seguiu mais de

1800 indivíduos durante 30 anos, sendo assim extremamente interessante e valioso do

ponto de vista epidemiológico. Outro aspecto interessante prende-se não só com a

prevenção primária de EM mas também com a redução do risco de morte num segundo

EM, estes tipicamente apresentam maior grau de letalidade (14,15). O estudo efectuado

pelo GISSI mostrou que a ingestão de 850 mg de EPA/DHA diários reduziu o risco de

morte em 20% (14). Resultados semelhantes foram reportados pelo DART, com o

consumo de 300 g de peixe associado a uma redução de risco de morte de 30% (15). O

consumo de uma ou mais refeições de peixe por semana também se correlacionou com

menor risco (52 %) de morte súbita (16).

Outra questão muito debatida prende-se com a redução do rácio relativo ao

omega-3/omega-6. A redução do rácio, de acordo com um trabalho publicado no The

Lancet, poderá ser uma das razões a explicar o menor risco de enfarte verificado em

dietas ricas em ácido α-linolénico (ómega-3) (17). De acordo com o Lyon Heart Study,

indivíduos que ingeriram dietas ricas em ácidos gordos monoinsaturados e baixas em

ácido linoleico (ómega-6) apresentaram uma redução de 73% de EM fatal (17). Este

efeito parece ser atribuído ao n-3 e ao ómega-9 (n-9) mesmo após tratamento das

variáveis de confundimento. Este estudo seria dos primeiros a sugerir o efeito

cardioprotector de dietas ricas em peixe e azeite.

Os efeitos do n-3 nas dislipidémias, pressão arterial, disfunção endotelial, efeito

anti-inflamatório e antitrombótico, parecem justificar em certa medida o efeito

cardioprotector destes ácidos gordos. Se adicionarmos a estes os efeitos positivos, a

prevenção de arritmias incluindo taquicardia ventricular e fibrilação, ficamos com uma

perspectiva um pouco mais completa do seu efeito na DCV (18). No entanto nem toda a

evidência é de natureza epidemiológica, existem alguns trabalhos experimentais que

mostram o efeito positivo do óleo de peixe em dislipidémias associadas à diabetes. Um

estudo experimental com grupo placebo efectuado pela Oregon Health Sciences

University avaliou o efeito de suplementar EPA e DHA na redução dos triacilgliceróis

(TG) séricos em jejum (19). Valores tão elevados como 6 g de EPA/DHA levaram à

redução dos TG sem efeitos adversos nos níveis de glucose (19).

Page 4: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

Memória

Alguns estudos parecem mostrar um papel importante do DHA na memória (20).

Em cobaias a administração de 300 mg/kg mostra melhorias cognitivas sobretudo ao

nível da memória em animais saudáveis (21). Um estudo efectuado em adultos

saudáveis reportou após 6 meses de suplementação (750 mg DHA, 930 mg EPA)

melhorias nos níveis de memória. Estes efeitos foram independentes do metabolismo da

dopamina mas correlacionadas com os níveis de EPA e DHA eritrocitário (22). Alguns

estudos também mostraram melhorias no tempo de reacção com a suplementação de

DHA (23).

Trabalhos em populações mais idosas também mostram benefícios tanto na

ausência como na presença de declínio cognitivo (24,25). Porém em adultos saudáveis

alguns estudos (26) têm falhado em mostrar benefícios com a suplementação com óleo

de peixe, no entanto alguns possuem critérios de exclusão discutíveis (27). Alguma

evidência parece sustentar a possibilidade do DHA poder melhorar a memória, contudo

não é claro se esses efeitos se resumem apenas a indivíduos deficientes neste ácido

gordo ou não.

Saúde ocular

Alguma evidência aponta para um efeito positivo dos n-3 em particular do DHA

como modulador da integridade capilar da retina, neovascularização e controlo da

inflamação (28). Este efeito parece atribuído em parte a moléculas presentes no óleo de

peixe, nomeadamente protectinas e resolvinas (29). Em roedores diabéticos e no plasma

de humanos, os níveis de DHA parecem diminuídos (30–32). A suplementação de óleo

de peixe mostrou a capacidade de atenuar a inflamação em ratos diabéticos tipo 1 e tipo

2 (33,34).

A protecção do óleo de peixe parece existir muito para além da diabetes (em

retinopatias) e parece relacionada com o aumento de eicosanóides e pela normalização

do rácio n-3/n-6 (avaliado em cobaias em que o rácio foi normalizado) que parece levar

a um menor risco de angiopatia (35,36). O aumento do ácido esfingomielinase (ASM) é

normalizado em relação ao n-6 com uma dieta rica em DHA, pensando-se que o ASM

está na etiologia da retinopatia e disfunção das células progenitoras endoteliais (33,34).

A normalização do rácio n-3/n-6 parece ter um efeito protector contra a

angiogénese da retina. O DHA parece ter um papel relevante neste facto. Em animais a

protecção mostra-se evidente com a ingestão de óleo de peixe. Foi a partir destes

trabalhos que se extrapolou o possível efeito protector do DHA na saúde ocular em

humanos.

Page 5: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

Inflamação

É importante que se perceba que a inflamação é necessária sobretudo no que diz

respeito à resposta imunitária e à destruição de certos tecidos para posterior

regeneração. A inflamação pode ser vista como “uma fogueira” que se pretende sob

controlo, ao mesmo tempo que temos de ter plena consciência dos riscos inerentes ao

“fogo descontrolado”. Este “fogo descontrolado” está por vezes na etiologia de várias

doenças sejam elas inflamatórias ou não (37). Doentes com artrite reumatóide ou

síndrome do cólon irritável apresentam, de forma geral, produção elevada de

eicosanóides de série 2 nomeadamente prostaglandinas E2 e leucotrienos B4 assim

como citocinas inflamatórias, interleucinas-1 (IL-1) e o factor de necrose tumoral α

(TNF-α) (37). As Ciências Farmacêuticas têm apostado nos últimos anos na supressão

de alguns destes mediadores, diga-se com algum sucesso.

Uma revisão de literatura efectuada por cientistas italianos estudou o efeito da

suplementação de óleo de peixe na colite ulcerosa e doença de Crohn. Os autores

concluíram que a suplementação com 4,5 g de EPA/DHA levou a melhorias

significativas na colite ulcerosa após 8 semanas (38). Resultados semelhantes já tinham

sido obtidos em 1992 por Stenson et al. num estudo experimental, cruzado, duplamente-

mascarado com grupo placebo usando suplementação de 5,4 g de EPA/DHA durante 12

semanas (39). Foi ainda reportado neste trabalho ganho de peso por parte dos

participantes, redução dos leucotrienos B4 e melhoria do score endoscópico. No que

concerne à doença de Crohn a suplementação com 2,7 g de EPA/DHA Vs placebo

também parece ter efeito positivo, reflectindo-se sobretudo na percentagem de remissão

após 1 ano (40).

Ilustração 2. Vias bioquímicas do metabolismo dos n-3 e n-6 (41)

Page 6: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de peixe também apresenta

resultados interessantes (42,43). Foram notadas melhorias ao nível das artralgias,

rigidez e força muscular e função articular com a suplementação de 3-6 g de EPA/DHA

por dia. A melhoria do quadro sintomatológico ocorreu entre 3 a 6 semanas após a

suplementação com óleo de peixe. Também tem sido reportada a redução de anti-

inflamatórios não esteróides (AINE’s) com a suplementação de óleo de peixe. Num

trabalho efectuado por um grupo da Mayo Clinic estudou-se os efeitos da

suplementação com óleo de peixe na nefropatia por IgA (doença de Berger) (44).

Cinquenta e cinco indivíduos receberam suplementação enquanto 51 receberam um

placebo. A percentagem de doentes que morreram ou chegaram a estágio terminal por

doença renal foi de 40% no grupo placebo vs 10% no grupo de intervenção. Nenhum

dos doentes interrompeu a suplementação devido a efeitos secundários. A

suplementação com 12 g de óleo de peixe/dia em doentes com nefropatia por IgA

durante dois anos, muito provavelmente atrasa a perda da função renal (44).

Doenças psiquiátricas

A investigação no âmbito das doenças psiquiátricas e do omega-3 apresenta-se

bastante promissora, sobretudo no âmbito da depressão, doença bipolar e esquizofrenia

(45,46). Doenças como a depressão têm sido associadas a défices de EPA e DHA tanto

eritrocitários como plasmáticos, tendo sido a sua suplementação teorizada no tratamento

desta patologia (47,48). A depressão parece correlacionar-se com o rácio ácido

araquidónico/EPA nos fosfolípidos plasmáticos, segundo este trabalho feito por

cientistas australianos (48). Baixas concentrações de DHA e um rácio n-6/n-3 mais alto

parecem também prever um maior risco de suicídio (49). Outros autores também

sugerem que a produção excessiva de citocinas e eicosanóides pro-inflamatórios quer

por factores externos ou internos, possa levar a um quadro depressivo (50).

Na realidade há quem atribua o aumento da depressão no último século à

inflamação, nomeadamente ao aumento do rácio n-6/n-3 a partir da dieta. Contudo

alguns autores têm questionado se a inflamação será a causa ou a consequência da

depressão (51). Um dos estudos mais interessantes foi efectuado pela Universidade de

Harvard no âmbito da doença bipolar (45). Os investigadores concluíram que 9,6 g/dia

(6,2 g de EPA e 3,4 g de DHA) de ácidos gordos n-3 levaram à remissão

sintomatológica quando comparando com o grupo placebo (azeite) (45). Este foi um

estudo de natureza experimental, controlado, duplo-mascarado com duração de 4 meses

que envolveu 30 doentes.

No caso da esquizofrenia são encontrados desequilíbrios ao nível dos ácidos

gordos, tanto no perfil lipídico circulante como na membrana celular. Alguns autores

avançaram com teorias sobre o facto de a esquizofrenia poder estar relacionada com

alterações no rácio de ácidos gordos ao nível dos fosfolípidos membranares (41).Um

estudo efectuado por Fenton et al. reportou anomalias significativas tanto na

Page 7: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

composição de ácidos gordos na membrana celular das hemácias como no seu

metabolismo (46). Os autores sugerem maior atenção a factores que podem influenciar

os níveis de ácidos gordos essenciais tecidulares como a dieta, tabaco e ingestão de

álcool (46). No entanto revisões de literatura mais recentes concluem que os resultados

dos vários estudos experimentais são contraditórios e limitados por diversos factores

(espécie, tamanho da amostra etc.) (52). Apesar do estudo dos ácidos gordos ómega-3

na esquizofrenia ser ainda recente o mesmo apresenta, indubitavelmente, enorme

potencial pelo que nos resta aguardar por mais trabalhos neste âmbito.

No que diz respeito ao Transtorno do Deficit de Atenção e Hiperactividade

(TDAH) mais uma vez se têm encontrado perturbações no perfil lipídico. Estudos com

amostras relativamente significativas (n=53) encontraram deficits ao nível dos ácidos

gordos essenciais, nomeadamente EPA e DHA tanto ao nível plasmático como

eritrocitário (53). Neste trabalho o subgrupo com menor concentração de omega-3

apresentou pior quadro sintomatológico que os grupos com maior concentração destes

ácidos gordos essenciais. Presentemente decorrem vários trabalhos experimentais com

n-3 em relação à TDAH, resta-nos aguardar com alguma curiosidade os resultados

desses trabalhos.

Como referido ao longo desta breve abordagem, os desequilíbrios no perfil

lipídico dos ácidos gordos essenciais parecem coabitar com várias doenças do foro

psiquiátrico. Se esses desequilíbrios são o resultado ou a consequência dessas doenças,

a evidência científica não parece responder de forma clara. O que parece mais evidente

é que suplementar com óleo de peixe parece, no cômputo geral, melhorar o quadro

sintomatológico com quase total ausência de efeitos secundários. Talvez este seja no

imediato o principal potencial deste suplemento. É necessário ter bem presente que

quando nos referimos a doenças psiquiátricas estamos perante patologias extremamente

complexas marcadamente de etiologia multifactorial.

Exercício

Para um atleta é comum conviver com a dor muscular ou articular seja ela

causada simplesmente pelo exercício ou pela lesão. A demanda pelo aumento da

performance reflecte-se não só nas questões músculo-esqueléticas mas também do

ponto de vista psicológico. Também não nos podemos esquecer que os atletas, sejam

eles recreativos ou profissionais, também padecem dos mesmos problemas de saúde que

afectam a população em geral, doença cardiovascular, artrite, diabetes, excesso de peso,

distúrbios do sistema imunitário, doenças oculares, depressão, ansiedade etc. (54).

Page 8: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

De forma a garantir as funções celulares a membrana celular necessita controlar

diversos factores que vão desde canais iónicos, receptores endócrinos, respostas que

envolvem segundos mensageiros, controlo metabólico e eliminação. As diversas

vantagens da utilização do óleo de peixe em atletas e indivíduos activos podem ser

observadas na ilustração 3.

A resposta inflamatória aguda está envolvida em diversos processos como o

endurance, força/potência, recuperação pós-exercício (55,56). Os n-3 são conhecidos

por influenciarem a resposta inflamatória ao fornecer EPA/DHA, competindo estes

enzimaticamente (elongases, desaturases) pela formação de eicosanóides pró-

inflamatórios a partir do n-6. A importância dos n-3 também se encontra em moléculas

lipídicas de pequena dimensão que ajudam a diminuir a inflamação (maresinas,

resolvinas, protectinas) (57–60). A resposta inflamatória depende da formação de

eicosanóides de série 2 e 4, sendo estes produzidos a partir do ácido linoleico (n-6) e do

ácido araquidónico (AA).

A ingestão de EPA e DHA a partir da dieta aumenta o seu conteúdo nos

fosfolípidos da membrana celular competindo estes com o metabolismo do AA pelo

metabolismo em eicosanóides de série 2 e 4 (57–60). A inibição dos eicosanóides de

série 2 e 4 a partir do aumento dos n-3 na membrana celular leva a um aumento de

eicosanóides de série 1, 3 e 5, levando estes a uma menor inflamação generalizada (57–

60). No entanto este papel negativo do AA na inflamação representa uma visão

demasiado simplista dos seus complexos mecanismos. O AA não é apenas importante

Ilustração 3. Principais mecanismos de aplicação do óleo de peixe em atletas (adaptado de Antonio, J et al) (54)

Page 9: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

pelo seu papel como elemento iniciador da cascata inflamatória, já que o mesmo é

também fundamental na resolução da própria inflamação (61).

Em termos musculares alguns trabalhos mostram efeitos muito interessantes.

Um grupo de cientistas iranianos mostrou que a suplementação com 1,8 g de óleo de

peixe melhorava a amplitude de movimento e dor muscular após treino intenso (62).

Alguns trabalhos também mostram que uma resposta inflamatória excessiva aumenta o

catabolismo muscular reduzindo também a força (63,64). Vários trabalhos apresentaram

evidência no sentido do óleo e peixe poder amplificar a síntese proteica muscular, tanto

em adultos jovens como em idosos ou mesmo em contexto clínico (caquexia) (64–66).

Rodacki et al. também demonstraram que a suplementação com óleo de peixe pode

aumentar a força e capacidade funcional do músculo, quando combinada com exercício

físico (67).

Em termos articulares o óleo de peixe também se apresenta promissor conforme

imagem abaixo:

Ilustração 4. Inflamação e ácidos gordos polinsaturados (AGPS) (153–155)

Page 10: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

Ilustração 5. Efeitos do óleo de peixe a nível articular (43,68–72)

A suplementação com óleo de peixe parece provocar um aumento da síntese

proteica muscular (MPS) tanto em jovens como idosos (66,73). Um dos mecanismos

plausíveis parece estar relacionado com a supressão da SMAD2 e indução da SMAD7

(presente nas células renais e cardíacas) que parece suprimir a sinalização da miostatina

uma vez que esta depende da translocação do complexo SMAD2/3, sendo por sua vez

inibida pelo óleo de peixe (73,74).

Doses elevadas de EPA e DHA em cobaias parecem acelerar a reposição dos

níveis de glicogénio e aumentar a oxidação da glucose independente da insulina (75). O

aumento da oxidação da glucose e absorção parece ser atribuído ao aumento da

transcrição do AMPK (5’ AMP-activated protein kinase) (76). Pensa-se que a activação

do AMPK pode ocorrer pelo DHA nos intestinos (77), sendo também possível o facto

do EPA/DHA estimularem a libertação de adiponectina e seus possíveis benefícios (78).

A ingestão de n-3 leva a uma maior taxa de oxidação da glucose (provavelmente pela

acção do AMPK) não dependente do estímulo da insulina (79).

O óleo de peixe parece estimular a expressão do RNAm das proteínas

desacopladoras (UCP’s), nas diferentes UCP’s de tecidos de cobaias (80–82). Uma das

questões levantadas prende-se com a diminuição da energia associada ao aumento da

expressão das UCP’s, contudo a evidência experimental não parece confirmar essa

hipótese já que a suplementação de 7,2 g de óleo de peixe não reduz a energia em

homens saudáveis (83). O EPA quando administrado in vitro em células musculares,

parece estar associado a uma maior facilidade na permuta de utilização de substratos

Page 11: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

(aumento da utilização de gordura em relação à glucose) ou seja a uma maior

flexibilidade metabólica (metabolic switching) (84).

Características e segurança do Suplemento de óleo de peixe

A pureza de um suplemento de óleo de peixe é sempre um assunto que levanta

preocupação. Uma das questões mais levantadas é a contaminação por metais pesados,

nomeadamente mercúrio (Hg) pela sua presença no peixe (85,86). A toxicidade do Hg

(dependendo da dose) não se limita aos danos no sistema nervoso, imunitário,

circulatório etc. de quem o ingere, já que o mesmo possui a capacidade de passar a

barreira placentária e afectar o feto (87,88). Outros compostos tóxicos como os bifenilos

policlorados (PCB’s) e as dioxinas apesar de também serem alvo de preocupação não

apresentam o mesmo grau de toxicidade que o Hg em crianças (89).

Após a cocção do peixe o metilmercúrio (MeHg) liga-se às suas proteínas (90)

sendo absorvido quase na totalidade em 2 dias (91) e permanecendo no organismo até

90 dias (92). Um dos principiais mecanismos de contaminação do peixe e do marisco

com Hg é de natureza industrial (resíduos de fábricas, incineradoras, indústria do carvão

etc) (93). Apesar destas emissões serem efectuadas pelo ar, elas eventualmente acabam

por contaminar a água e o peixe. Alguns microorganismos (em particular bactérias e

fungos) convertem metabolicamente o Hg em metilmercúrio (MeHg), provavelmente a

forma mais tóxica de mercúrio (94).

É assim natural que o MeHg entre na cadeia alimentar, por biomagnificação,

uma vez que os peixes ingerem estas fontes. Peixes de águas profundas com maior

aporte e que vivem mais tempo, apresentam geralmente maior quantidade de MeHg no

organismo (95). Peixes de natureza predatória também bioacumulam mais Hg. As

autoridades recomendam, numa perspectiva da segurança em relação ao Hg, a ingestão

de camarão, atum enlatado, salmão, bacalhau e peixe-gato e a evicção de tubarão, peixe-

espada etc. Estas recomendações podem ser consultadas na página da EPA.

Apesar de fazer sentido pensar que o óleo de peixe possa apresentar níveis

significativos de Hg, deverá ser notado que as recomendações anteriores destinam-se ao

consumo de peixe e não de óleo de peixe. Desconhece-se até ao momento qual a

posição das agências reguladores em relação ao óleo de peixe. Não deixa de ser curioso

o facto de alguns estudos não encontrarem níveis significativos de Hg nestes

suplementos, sugerindo mesmo que estes possam ser mais seguros que o consumo de

peixe (96). É plausível que a baixa solubilidade do Hg em óleo e o processo de

extracção a partir do peixe eliminem uma parte do Hg. Vários trabalhos parecem

corroborar esta teoria tendo em conta os níveis irrelevantes de Hg nestes suplementos.

Numa análise feita com o interior da cápsula de suplementos de óleo de peixe,

utilizando o método de análise de espectrometria de fluorescência atómica, designado

na gíria como “vapor frio”, em 13 produtos analisados nenhum apresentou valores

Page 12: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

detectáveis de Hg total (97). Deverá ser notado que o limite de detecção deste método é

de 0,1 μg/g (97). Noutro trabalho efectuado por Smutna et al. foram analisados

suplementos de óleo de peixe em relação à presença de Hg, MeHg e poluentes

orgânicos persistentes (98). O método de análise usado para a detecção do Hg total foi o

CVAAS (cold-vapor atomic absorption spectroscopy) e para a detecção de MeHg e

PCB’s, um método cromatográfico GC-MS (cromatografia gasosa-espectrometria de

massa). No total de 19 amostras (n=19) todas estavam abaixo dos limites de detecção de

MeHg. Em 10 amostras foi detectada a presença de congéneres de PCB’s (DDT e

DDE). Não deixa de ser curioso o facto da maior concentração de congéneres de PCB’s

se encontrar no fígado de bacalhau enlatado e não em suplementos de óleo de peixe

(98).

Num estudo efectuado por Koller et al. a 22 suplementos de óleo de peixe

disponíveis no mercado foram analisados os níveis de colesterol por CGL

(cromatografia gás-líquido), metais pesados por absorção atómica e vitamina A por

HPLC (cromatografia líquida de alta eficiência) (99). Os autores concluíram que o teor

de metais pesados e colesterol são negligenciáveis, contudo, devido à presença de

vitamina A nestes suplementos, a dose diária recomendada pelo fabricante não deverá

ser excedida (99). As investigações à presença de Hg no óleo de peixe já tinham

começado em 1978 por van de Ven, tendo já na altura o autor concluído que a presença

de Hg e selénio (Se) nestes produtos era baixa (100).

Levine et al. também estudaram a presença de Hg total em suplementos

alimentares utilizando um nova técnica de espectrometria de absorção atómica (101).

Foram avaliados 40 suplementos tendo um dos suplementos de óleo de salmão

apresentado uma concentração de 123 ng/g de Hg total (101). No entanto mesmo esta

concentração relativamente mais elevada, seguindo as instruções do fabricante (2

cápsulas por dia) dificilmente ultrapassaria os 7 μg/semana. A FAO e a OMS em 2003

estipularam limites de 1,6 μg/kg.peso corporal-1 por semana de MeHg de acordo com o

PTWI (Provisional Tolerable Weekly Intake) (102). Mesmo que todo o Hg presente

neste suplemento estivesse metilado, dificilmente se atingiriam esses valores com a sua

ingestão, isto caso fosse obviamente ingerido de acordo com as instruções da rotulagem.

Note-se que neste trabalho alguns suplementos apresentaram níveis de Hg total

incaracterísticos, por exemplo um suplemento de Ginkgo biloba apresentou uma

concentração de 79 ng/g de Hg total (101).

Foran et al. também avaliaram 5 suplementos alimentares com óleo de peixe por

CVAAS com os valores a variarem entre o não detectável (<6 μg/L) e o negligenciável

(10-12 μg/L) (96). Os autores concluem que suplementos de óleo de peixe parecem ser

mais seguros no que diz respeito à presença de Hg de que o próprio peixe (96). Algumas

marcas sublinham a utilização do processo de destilação molecular para garantir baixa

concentração de contaminantes nomeadamente Hg. No entanto, como foi demonstrado,

a presença de Hg no óleo de peixe é baixa (dependendo obviamente da espécie que é

usada) pelo que este processo não parece ser importante neste âmbito. Muito

Page 13: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

provavelmente a baixa solubilidade em óleo de alguns metais pesados explica toda a

evidência experimental já discutida.

No que toca à purificação do óleo de peixe, particularmente no que diz respeito

a PCB’s, PCDD/Fs (poluentes orgânicos persistentes), dioxinas, dibenzofuranos e

metais pesados, a utilização de CO2 supercrítico parece ser superior ao método de

destilação molecular (103). Este método também dispensa a utilização de solventes

tóxicos e apresenta um método de extracção mais eficiente. Deverá ser notado que

existem diversos métodos de destilação molecular sendo recomendável este processo a

baixas temperaturas em conjugação com desodorização a vapor, novos métodos de

destilação molecular (short path) mostram-se promissores na remoção de poluentes

orgânicos persistentes (104).

Olhando para a presença de poluentes orgânicos persistentes Rawn et al.

analisaram cerca de 30 amostras tendo chegado à conclusão que os óleos de tubarão,

salmão e foca apresentam níveis mais elevados de PCB’s e insecticidas organoclorados

(105). Com excepção do salmão os outros óleos não são tipicamente encontrados nos

suplementos de óleo de peixe comerciais (105). Melanson et al. também estudaram a

presença de PCB’s e compostos organoclorados em 5 suplementos de óleo de peixe

comerciais (106). Os níveis de PCB’s e compostos organoclorados encontravam-se

abaixo dos limites de detecção do método usado (106).

De forma genérica um bom suplemento de óleo de peixe deverá ser fresco e

mantido a baixas temperaturas (preferencialmente no frigorífico) de forma a evitar a

peroxidação lipídica, obtido por destilação molecular ou CO2 supercrítico e o mais puro

possível (baixos níveis de metais pesados e contaminantes orgânicos). A marca deverá

apresentar o respectivo certificado de análise e suporte científico para o referido

produto. Uma das queixas inerentes ao consumo de óleo de peixe prende-se muitas

vezes com eructações a peixe. Esta situação pode em investigação por em causa o efeito

placebo, já que os participantes e os investigadores imediatamente se apercebem quais

as capsulas de óleo de peixe e quais as cápsulas placebo.

Uma alternativa às cápsulas de desintegração prolongada para a resolução desta

situação, poderá passar por congelar as cápsulas antes da ingestão (alguns relatos

informais confirmam a redução de eructações a peixe). Algumas marcas utilizam EPA e

DHA a partir de ésteres etílicos como forma de aumentar a sua concentração no óleo.

Estas formas não existem na natureza sendo de origem sintética. O EPA e o DHA

natural no óleo de peixe encontra-se incorporado numa molécula de glicerol (sob a

forma de triacilglicerol), alguns estudos confirmam menor biodisponibilidade sob a

forma de éster etílico em relação à forma de triacilglicerol (em um dos trabalhos menos

73 %) (107,108).

No entanto esta questão das formas utilizadas de omega-3 poderá ser mais

complexa do que parece. Assim em baixo responderemos de forma sucinta às questões

mais pertinentes nesta temática:

Page 14: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

Qual das formas é mais estável, éster etílico ou triglicérido?

Aparentemente ambas têm a mesma estabilidade. Após a extracção do óleo

qualquer produtor de qualidade sela de imediato o mesmo em recipientes, sendo estes

submetidos a uma “lavagem” em azoto, evitando a sua exposição à radiação solar e

oxigénio. Após o enchimento das cápsulas gelatinosas com este óleo, ambas as formas

são estáveis desde que devidamente armazenadas e embaladas.

A forma em éster etílico funciona?

Sim. A grande maioria dos estudos usa a forma esterificada em etanol, as

recomendações neste âmbito não distinguem a forma em TG da forma em EE (109).

Qual das formas é melhor absorvida?

Os vários estudos mostram resultados contraditórios em relação às diferentes

apresentações. Alguns não mostram diferenças na absorção (110–112) enquanto outros

sugerem que a absorção é mais baixa (107,108,113,114). É plausível que a diferença

entre as marcas dos suplementos, indivíduos testados e tipo de estudo, leve às diferenças

reportadas. De uma forma geral os estudos que mostram menor absorção da forma EE

foram de curta duração (em torno de 10 h) e administraram os suplementos em uma

única dose. Alguns estudos mostram que a absorção em forma de EE é mais lenta o que

pode explicar este resultados. Estudos efectuados em períodos superiores a 2 semanas

tendem a não encontrar diferenças significativas entre a forma EE e TG (com alguma

excepções).

Em relação ao trabalho de Dyerberg et al. que parece mostrar melhor absorção

sob a forma de TG deverá ser notado que apenas teve a duração de 2 semanas usando

uma dose de 3,5 g/dia (108). Os trabalhos com óleo de peixe em EE só mostram efeitos

por exemplo na redução da hipertrigliceridémia após 1 mês de suplementação, com

máximos benefícios ao fim de 3 meses (115). Qualquer estudo feito a curto prazo com

EE está destinado a o insucesso pelas diferenças inerentes à absorção, metabolismo e

biodisponibilidade. O óleo de peixe é suplementado geralmente a longo prazo. Se o

objectivo for suplementar a curto prazo provavelmente a forma em TG será mais

interessante.

Uma das muitas explicações avançadas para a elevação mais lenta a nível

plasmático e tecidular da forma EE, parece ligada à hidrólise mais lenta destes ésteres

quando comparados com a hidrólise pela lipase pancreática na forma de TG (116).

Enquanto a forma em TG é hidrolisada pela lipase pancreática, a forma em EE é

hidrolisada pelas células endoteliais junto ao epitélio intestinal. Ao contrário do que

estão a pensar provavelmente esta absorção mais lenta sob a forma em EE até poderá

ser interessante. No que toca às arritmias fatais, tem sido sugerido efeito benéfico destes

ácidos gordos no bloqueio dos canais de sódio, cálcio e possivelmente de potássio nos

miócitos (117,118). A libertação mais lenta destes ácidos gordos poderá em teoria

Page 15: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

garantir uma melhor concentração sérica, levando a eventuais benefícios no controlo

electrofisiológico cardíaco (119).

A forma em EE oxida com maior facilidade?

Esta questão prende-se com o facto do óleo de peixe em EE poder não ser

convertido em TG nas células endoteliais. A pouca evidência neste âmbito parece

suportar a total conversão da forma EE em TG no endotélio (111). Alguns estudos

também mostram incorporação destes ácidos gordos tanto a nível dos triglicéridos como

fosfolípidos plasmáticos ao fim de uma semana (120). Altas doses de EPA e DHA (4

g/dia) na forma EE também não parecem levar a alterações significativas a nível

oxidativo no plasma, mesmo em doses desta natureza (121). Estudos de longa duração

também parecem confirmar a segurança da forma EE (115,122–124).

Alternativas aos suplementos de óleo de peixe

Em relação aos suplementos de omega-3 de origem vegetal (por exemplo óleo

de linhaça) os mesmos não contêm EPA e DHA. Assim o ácido α-linolénico (ALA) terá

de ser convertido por elongação e desaturação em EPA e DHA. A evidência científica

mostra que esta conversão é inferior a 8% no caso do EPA e a 4% no caso do DHA

mesmo sob condições óptimas (125–127). Vários factores dietéticos e ambientais

interferem com as vias bioquímicas de conversão do ALA em EPA e DHA. Alguns

exemplos são dietas ricas em n-6 e ácidos gordos trans, ingestão de álcool, síndrome

metabólica, resistência à insulina, alguns fármacos assim como deficiências vitamínicas

e minerais (Vit B3, B6, zinco, magnésio) (125). O rácio n-3/n-6 pode ser reduzido tanto

pela diminuição da ingestão de n-6 como pela suplementação com n-3, a redução deste

rácio parece ter efeitos favoráveis em alguns parâmetros de inflamação. O peixe é uma

fonte de EPA e DHA pré formada perfilando-se como vantajoso pela sua acção anti-

inflamatória (128,129)

Os suplementos de omega-3 derivados de algas são uma excepção às fontes

vegetais que não contém EPA e DHA. A maior parte das algas são cultivadas para

preferencialmente produzirem óleos ricos em DHA (130). Uma recente meta-análise

estudou o efeito destes suplementos entre 1996 e 2011. A investigação debruçou-se

sobre os efeitos entre a suplementação com n-3 proveniente de algas com DHA e vários

factores de risco cardiovascular como os níveis de triacilgliceróis, LDLc e HDLc. Os

investigadores encontraram efeitos benéficos a nível da redução dos triacilgliceróis e

aumento do HDLc, porém os níveis de LDLc também aumentaram (130). Note-se que o

aumento de LDLc ocorreu pelo aumento da fracção menos aterogénica, ainda assim os

investigadores recomendaram mais estudos sobre este tipo de suplementos

argumentando que a grande maioria da evidência científica disponível tinha sido

patrocinada pela indústria (130). Outro argumento usado para a não aquisição destes

Page 16: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

suplementos pelos consumidores prende-se com a baixa concentração de EPA/DHA e

elevado custo.

A suplementação com óleo de krill antárctico (Euphausia superba), um pequeno

crustáceo oceânico que se encontra na base da cadeia alimentar poderá ser uma fonte de

fosfolípidos menos poluída de n-3, nomeadamente EPA e DHA (131). Alguma

evidência também suporta a maior biodisponibilidade de EPA/DHA presente nestes

suplementos por se encontrarem incorporados em fosfolípidos. Este efeito parece estar

relacionado com uma maior absorção intestinal destes ácidos gordos nesta forma e

também por maior afinidade plasmática e eritrocitária (132–134).

Outra vantagem inerente a este suplemento é a presença de astaxantina, um

antioxidante que pode reduzir exercer efeitos positivos ao inibir a formação de espécies

reactivas de oxigénio e inflamação em humanos (135,136). Estudos recentes confirmam

os efeitos positivos deste suplemento no que diz respeito a factores de risco

cardiovascular em indivíduos com diabetes tipo 2 (137). Apesar das vantagens inerentes

a este suplemento, alguns clientes optam por não o adquirir pelo seu preço relativamente

mais elevado e forte odor. Também têm sido levantadas questões pela escassez deste

crustáceo fruto de uma maior procura pela indústria.

Contra-indicações, precauções e reacções adversas

Contra-indicações: Hipersensibilidade conhecida a alguns dos compostos

presentes no suplemento (5).

Precauções: A suplementação com óleo de peixe só deverá ser usada em

crianças ou lactantes sob supervisão médica (5). Os seus efeitos antitrombóticos levam a

que hemofílicos e indivíduos a tomar varfarina (derivado sintético da cumarina) o

ingiram naturalmente com precaução (138). A suplementação com estes suplementos

deverá ser interrompida antes de qualquer intervenção cirúrgica (5).

Existe evidência conflituante em relação aos efeitos deste suplemento no

controlo da glicémia em indivíduos com intolerância à glucose incluindo diabéticos tipo

2 (5). Estudos mais recentes não parecem confirmar estes efeitos no entanto alguma

vigilância e precaução deverá existir neste tipo de populações (19,139–142). Convém

com tudo sublinhar a falta de evidência em relação a estes suplementos poderem exercer

efeitos deletérios na tolerância à glucose, secreção de insulina ou insulinoresistência em

populações não diabéticas. Diabéticos deverão informar sempre o seu médico da sua

intenção em ingerir suplementos de óleo de peixe e efectuar um controlo mais regular

da glicémia, pelo menos na fase inicial da introdução destes suplementos.

Interacções: Podem ocorrer entre estes suplementos e aspirina e outros AINE’s.

Também podem ocorrer com outros suplementos como o Gingko biloba e alho (Allium

sativum) (5). Geralmente manifestam-se por uma maior susceptibilidade a hematomas,

Page 17: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

epistáxis, hemoptise, hematémese, hematúria e sangue nas fezes (5). Apesar destas

interacções poderem ocorrer, a maioria dos indivíduos que ingerem tanto estes

suplementos como os fármacos mencionados raramente reportam este tipo de alterações

(143). Caso ocorram, a suplementação com óleo de peixe deverá ser reduzida ou

eventualmente interrompida. In vitro estes suplementos inibem vários enzimas da

família do citocromo P450 nomeadamente o CYP2C19, 2D6, e 3A4 podendo

teoricamente aumentar a biodisponibilidade de substratos metabolizados pelo CYP3A4

in vivo (144).

Sobredosagem: Desconhecida

Dose: A dose usual nos casos de hipertrigliceridémia é de cerca de 2-4 g de

EPA/DHA diárias, em doses fraccionadas e às refeições (145,146). As recomendações

são feitas para EPA/DHA já que a concentração destes ácidos gordos varia dependendo

do suplemento de óleo de peixe. Actualmente no mercado já existem suplementos com

50% de concentração de EPA/DHA na forma de triacilglicerol (natural).

Nos casos de doentes com hipertensão que não tenham efectuado tratamento

prévio à suplementação, a dose é de cerca de 3 g de EPA/DHA diárias (147). Cerca de 3

g de n-3 é também a quantidade estimada para casos de artrite reumatóide (42,148),

doença de Crohn (40) e colite ulcerosa (5,149). Em casos de angioplastia, com

objectivos de prevenção de reestenose a dose poderá chegar a 4-5 g de n-3 diárias (150).

Um estudo recente avaliou a segurança e acção destes suplementos em 50

doentes com artrite do joelho tendo concluindo que doses de 2 g/dia de n-3 até 12

semanas não apresentaram qualquer efeito secundário (151). Deverá ser notado que

todos os participantes reportaram maiores níveis de satisfação com a suplementação (1 g

de n-3, ≈600 mg de EPA/DHA) quando comparando com o grupo de controlo (151).

De acordo com a GISSI-Prevenzione trial, uma dose de ≈1 g de EPA/DHA

diária parece oferecer efeito protector na prevenção de re-enfarte (14). A agência de

segurança alimentar e do medicamento norte americana (Food and Drug Administration

– FDA) considera segura uma ingestão até 3 g/diárias a partir de suplementos

alimentares (152).

Page 18: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

Referências: 1. Stipanuk M. Biochemical physiological & molecular aspects of human nutrition.

2nd ed. St. Louis: Saunders Elsevier; 2006.

2. Shills M.E. et al. Modern Nutrition in Health and Disease. 10th ed. Philadelphia:

Lippincott Williams & Wilkins; 2006.

3. Rivers JP, Frankel TL. Essential fatty acid deficiency. Br Med Bull. 1981

Jan;37(1):59–64.

4. Holman RT. George O. Burr and the discovery of essential fatty acids. J Nutr.

1988 May;118(5):535–40.

5. Hendler S. PDR for nutritional supplements. 2nd ed. New Jersey: Thomson

Reuters; 2008.

6. Vollhardt P, Schore N. Organic Chemistry - Structure and Function. 6th ed. New

York: W. H. Freeman and Company; 2007.

7. Voet D, Voet JG, Pratt CW. Fundamentals of Biochemistry. 4th ed. New Jersey:

John Wiley & Sons; 2013.

8. Hall JE. Guyton and Hall - Textbook of Medical Physiology. 12th ed.

Philadelphia: Saunders Elsevier; 2011.

9. Gropper S, Smith J, Groff J. Advanced Nutrition and Human Metabolism. 5th ed.

Belmont: Wadsworth, Cengage Learning; 2009.

10. von Schacky C. n-3 fatty acids and the prevention of coronary atherosclerosis.

Am J Clin Nutr. 2000 Jan;71(1 Suppl):224S – 7S.

11. Bang HO, Dyerberg J. Plasma lipids and lipoproteins in Greenlandic west coast

Eskimos. Acta Med Scand. Jan;192(1-2):85–94.

12. Dyerberg J, Bang HO, Hjorne N. Fatty acid composition of the plasma lipids in

Greenland Eskimos. Am J Clin Nutr. 1975 Sep;28(9):958–66.

13. Daviglus ML, Stamler J, Orencia AJ, Dyer AR, Liu K, Greenland P, et al. Fish

consumption and the 30-year risk of fatal myocardial infarction. N Engl J Med.

1997 Apr 10;336(15):1046–53.

14. Dietary supplementation with n-3 polyunsaturated fatty acids and vitamin E after

myocardial infarction: results of the GISSI-Prevenzione trial. Gruppo Italiano per

lo Studio della Sopravvivenza nell’Infarto miocardico. Lancet (London,

England). 1999 Aug 7;354(9177):447–55.

15. Burr ML, Fehily AM, Gilbert JF, Rogers S, Holliday RM, Sweetnam PM, et al.

Effects of changes in fat, fish, and fibre intakes on death and myocardial

reinfarction: diet and reinfarction trial (DART). Lancet (London, England). 1989

Sep 30;2(8666):757–61.

16. Albert CM, Hennekens CH, O’Donnell CJ, Ajani UA, Carey VJ, Willett WC, et

al. Fish consumption and risk of sudden cardiac death. JAMA. 1998 Jan

7;279(1):23–8.

17. de Lorgeril M, Renaud S, Mamelle N, Salen P, Martin JL, Monjaud I, et al.

Mediterranean alpha-linolenic acid-rich diet in secondary prevention of coronary

heart disease. Lancet (London, England). 1994 Jun 11;343(8911):1454–9.

Page 19: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

18. Connor WE. Importance of n-3 fatty acids in health and disease. Am J Clin Nutr.

2000 Jan;71(1 Suppl):171S – 5S.

19. Connor WE, Prince MJ, Ullmann D, Riddle M, Hatcher L, Smith FE, et al. The

hypotriglyceridemic effect of fish oil in adult-onset diabetes without adverse

glucose control. Ann N Y Acad Sci. 1993 Jun 14;683:337–40.

20. Muldoon MF, Ryan CM, Sheu L, Yao JK, Conklin SM, Manuck SB. Serum

phospholipid docosahexaenonic acid is associated with cognitive functioning

during middle adulthood. J Nutr. 2010 Apr 24;140(4):848–53.

21. Gamoh S, Hashimoto M, Sugioka K, Shahdat Hossain M, Hata N, Misawa Y, et

al. Chronic administration of docosahexaenoic acid improves reference memory-

related learning ability in young rats. Neuroscience. 1999 Jan;93(1):237–41.

22. Narendran R, Frankle WG, Mason NS, Muldoon MF, Moghaddam B. Improved

working memory but no effect on striatal vesicular monoamine transporter type 2

after omega-3 polyunsaturated fatty acid supplementation. PLoS One. Public

Library of Science; 2012 Jan;7(10):e46832.

23. Stonehouse W, Conlon CA, Podd J, Hill SR, Minihane AM, Haskell C, et al.

DHA supplementation improved both memory and reaction time in healthy

young adults: a randomized controlled trial. Am J Clin Nutr. 2013

May;97(5):1134–43.

24. Fontani G, Corradeschi F, Felici A, Alfatti F, Migliorini S, Lodi L. Cognitive and

physiological effects of Omega-3 polyunsaturated fatty acid supplementation in

healthy subjects. Eur J Clin Invest. 2005 Nov;35(11):691–9.

25. Chiu C-C, Su K-P, Cheng T-C, Liu H-C, Chang C-J, Dewey ME, et al. The

effects of omega-3 fatty acids monotherapy in Alzheimer’s disease and mild

cognitive impairment: a preliminary randomized double-blind placebo-controlled

study. Prog Neuropsychopharmacol Biol Psychiatry. 2008 Aug 1;32(6):1538–44.

26. Stough C, Downey L, Silber B, Lloyd J, Kure C, Wesnes K, et al. The effects of

90-day supplementation with the omega-3 essential fatty acid docosahexaenoic

acid (DHA) on cognitive function and visual acuity in a healthy aging population.

Neurobiol Aging. 2012 Apr;33(4):824.e1–3.

27. van de Rest O, Geleijnse JM, Kok FJ, van Staveren WA, Dullemeijer C,

Olderikkert MGM, et al. Effect of fish oil on cognitive performance in older

subjects: a randomized, controlled trial. Neurology. 2008 Aug 5;71(6):430–8.

28. SanGiovanni JP, Chew EY. The role of omega-3 long-chain polyunsaturated

fatty acids in health and disease of the retina. Prog Retin Eye Res. 2005

Jan;24(1):87–138.

29. Cash JL, Hart R, Russ A, Dixon JPC, Colledge WH, Doran J, et al. Synthetic

chemerin-derived peptides suppress inflammation through ChemR23. J Exp Med.

2008 Apr 14;205(4):767–75.

30. Futterman S, Kupfer C. The fatty acid composition of the retinal vasculature of

normal and diabetic human eyes. Invest Ophthalmol. 1968 Feb;7(1):105–8.

31. Tikhonenko M, Lydic TA, Wang Y, Chen W, Opreanu M, Sochacki A, et al.

Remodeling of retinal Fatty acids in an animal model of diabetes: a decrease in

long-chain polyunsaturated fatty acids is associated with a decrease in fatty acid

Page 20: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

elongases Elovl2 and Elovl4. Diabetes. 2010 Jan;59(1):219–27.

32. Decsi T, Minda H, Hermann R, Kozári A, Erhardt E, Burus I, et al.

Polyunsaturated fatty acids in plasma and erythrocyte membrane lipids of

diabetic children. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2002

Oct;67(4):203–10.

33. Tikhonenko M, Lydic TA, Opreanu M, Li Calzi S, Bozack S, McSorley KM, et

al. N-3 polyunsaturated Fatty acids prevent diabetic retinopathy by inhibition of

retinal vascular damage and enhanced endothelial progenitor cell reparative

function. PLoS One. 2013 Jan;8(1):e55177.

34. Opreanu M, Tikhonenko M, Bozack S, Lydic TA, Reid GE, McSorley KM, et al.

The unconventional role of acid sphingomyelinase in regulation of retinal

microangiopathy in diabetic human and animal models. Diabetes. 2011

Sep;60(9):2370–8.

35. Kang JX, Wang J, Wu L, Kang ZB. Transgenic mice: fat-1 mice convert n-6 to n-

3 fatty acids. Nature. 2004 Feb 5;427(6974):504.

36. Connor KM, SanGiovanni JP, Lofqvist C, Aderman CM, Chen J, Higuchi A, et

al. Increased dietary intake of omega-3-polyunsaturated fatty acids reduces

pathological retinal angiogenesis. Nat Med. 2007 Jul;13(7):868–73.

37. Fletcher JR. Eicosanoids. Critical agents in the physiological process and cellular

injury. Arch Surg. 1993 Nov;128(11):1192–6.

38. Belluzzi A, Boschi S, Brignola C, Munarini A, Cariani G, Miglio F.

Polyunsaturated fatty acids and inflammatory bowel disease. Am J Clin Nutr.

2000 Jan;71(1 Suppl):339S – 42S.

39. Stenson WF, Cort D, Rodgers J, Burakoff R, DeSchryver-Kecskemeti K,

Gramlich TL, et al. Dietary supplementation with fish oil in ulcerative colitis.

Ann Intern Med. 1992 Apr 15;116(8):609–14.

40. Belluzzi A, Brignola C, Campieri M, Pera A, Boschi S, Miglioli M. Effect of an

enteric-coated fish-oil preparation on relapses in Crohn’s disease. N Engl J Med.

1996 Jun 13;334(24):1557–60.

41. Horrobin DF. Nutritional and medical importance of gamma-linolenic acid. Prog

Lipid Res. 1992 Jan;31(2):163–94.

42. Kremer JM. n-3 fatty acid supplements in rheumatoid arthritis. Am J Clin Nutr.

2000 Jan;71(1 Suppl):349S – 51S.

43. Kremer JM. Effects of modulation of inflammatory and immune parameters in

patients with rheumatic and inflammatory disease receiving dietary

supplementation of n-3 and n-6 fatty acids. Lipids. 1996 Mar;31 Suppl:S243–7.

44. Donadio J V, Bergstralh EJ, Offord KP, Spencer DC, Holley KE. A controlled

trial of fish oil in IgA nephropathy. Mayo Nephrology Collaborative Group. N

Engl J Med. 1994 Nov 3;331(18):1194–9.

45. Stoll AL, Severus WE, Freeman MP, Rueter S, Zboyan HA, Diamond E, et al.

Omega 3 fatty acids in bipolar disorder: a preliminary double-blind, placebo-

controlled trial. Arch Gen Psychiatry. 1999 May;56(5):407–12.

46. Fenton WS, Hibbeln J, Knable M. Essential fatty acids, lipid membrane

Page 21: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

abnormalities, and the diagnosis and treatment of schizophrenia. Biol Psychiatry.

2000 Jan 1;47(1):8–21.

47. Peet M, Murphy B, Shay J, Horrobin D. Depletion of omega-3 fatty acid levels in

red blood cell membranes of depressive patients. Biol Psychiatry. 1998 Mar

1;43(5):315–9.

48. Adams PB, Lawson S, Sanigorski A, Sinclair AJ. Arachidonic acid to

eicosapentaenoic acid ratio in blood correlates positively with clinical symptoms

of depression. Lipids. 1996 Mar;31 Suppl:S157–61.

49. Sublette ME, Hibbeln JR, Galfalvy H, Oquendo M a, Mann JJ. Omega-3

polyunsaturated essential fatty acid status as a predictor of future suicide risk.

Am J Psychiatry. 2006 Jun;163(6):1100–2.

50. Maes M, Smith RS. Fatty acids, cytokines, and major depression. Biol

Psychiatry. 1998 Mar 1;43(5):313–4.

51. Glassman AH, Miller GE. Where there is depression, there is inflammation...

sometimes! Biol Psychiatry. 2007 Aug 15;62(4):280–1.

52. Knochel C, Voss M, Gruter F, Alves GS, Matura S, Sepanski B, et al. Omega 3

Fatty Acids: Novel Neurotherapeutic Targets for Cognitive Dysfunction in Mood

Disorders and Schizophrenia? Curr Neuropharmacol. 2015 Jan;13(5):663–80.

53. Burgess JR, Stevens L, Zhang W, Peck L. Long-chain polyunsaturated fatty acids

in children with attention-deficit hyperactivity disorder. Am J Clin Nutr. 2000

Jan;71(1 Suppl):327S – 30S.

54. Smith-Ryan A, António J. Sports Nutriton & Performing enhancing supplements.

New York, NY: Linus Learning; 2013.

55. Walsh NP, Gleeson M, Shephard RJ, Gleeson M, Woods JA, Bishop NC, et al.

Position statement. Part one: Immune function and exercise. Exerc Immunol Rev.

2011 Jan;17:6–63.

56. Ostapiuk-Karolczuk J, Zembron-Lacny A, Naczk M, Gajewski M, Kasperska A,

Dziewiecka H, et al. Cytokines and cellular inflammatory sequence in non-

athletes after prolonged exercise. J Sports Med Phys Fitness. 2012

Oct;52(5):563–8.

57. Billiar TR, Bankey PE, Svingen BA, Curran RD, West MA, Holman RT, et al.

Fatty acid intake and Kupffer cell function: fish oil alters eicosanoid and

monokine production to endotoxin stimulation. Surgery. 1988 Aug;104(2):343–9.

58. Bankey PE, Billiar TR, Wang WY, Carlson A, Holman RT, Cerra FB.

Modulation of Kupffer cell membrane phospholipid function by n-3

polyunsaturated fatty acids. J Surg Res. 1989 May;46(5):439–44.

59. Lands WE. n-3 fatty acids as precursors for active metabolic substances:

dissonance between expected and observed events. J Intern Med Suppl. 1989

Jan;731:11–20.

60. Culp BR, Titus BG, Lands WE. Inhibition of prostaglandin biosynthesis by

eicosapentaenoic acid. Prostaglandins Med. 1979 Nov;3(5):269–78.

61. Calder PC. Polyunsaturated fatty acids and inflammatory processes : New twists

in an old tale. Biochimie. Elsevier Masson SAS; 2009;91(6):791–5.

Page 22: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

62. Tartibian B, Maleki BH, Abbasi A. The effects of ingestion of omega-3 fatty

acids on perceived pain and external symptoms of delayed onset muscle soreness

in untrained men. Clin J Sport Med. 2009 Mar;19(2):115–9.

63. Dogra C, Changotra H, Wedhas N, Qin X, Wergedal JE, Kumar A. TNF-related

weak inducer of apoptosis (TWEAK) is a potent skeletal muscle-wasting

cytokine. FASEB J. 2007 Jun;21(8):1857–69.

64. Ross JA, Moses AG, Fearon KC. The anti-catabolic effects of n-3 fatty acids.

Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 1999 May;2(3):219–26.

65. Noreen EE, Sass MJ, Crowe ML, Pabon VA, Brandauer J, Averill LK. Effects of

supplemental fish oil on resting metabolic rate, body composition, and salivary

cortisol in healthy adults. J Int Soc Sports Nutr. 2010 Jan;7:31.

66. Smith GI, Atherton P, Reeds DN, Mohammed BS, Rankin D, Rennie MJ, et al.

Dietary omega-3 fatty acid supplementation increases the rate of muscle protein

synthesis in older adults: a randomized controlled trial. Am J Clin Nutr. 2011

Feb;93(2):402–12.

67. Rodacki CLN, Rodacki ALF, Pereira G, Naliwaiko K, Coelho I, Pequito D, et al.

Fish-oil supplementation enhances the effects of strength training in elderly

women. Am J Clin Nutr. 2012 Feb;95(2):428–36.

68. Lopez HL. Nutritional interventions to prevent and treat osteoarthritis. Part I:

focus on fatty acids and macronutrients. PM R. 2012 May;4(5 Suppl):S145–54.

69. McDaniel JC, Belury M, Ahijevych K, Blakely W. Omega-3 fatty acids effect on

wound healing. Wound Repair Regen. Jan;16(3):337–45.

70. Cleland LG, James MJ. Osteoarthritis. Omega-3 fatty acids and synovitis in

osteoarthritic knees. Nat Rev Rheumatol. 2012 Jun;8(6):314–5.

71. Baker KR, Matthan NR, Lichtenstein AH, Niu J, Guermazi A, Roemer F, et al.

Association of plasma n-6 and n-3 polyunsaturated fatty acids with synovitis in

the knee: the MOST study. Osteoarthritis Cartilage. 2012 May;20(5):382–7.

72. Miles EA, Calder PC. Influence of marine n-3 polyunsaturated fatty acids on

immune function and a systematic review of their effects on clinical outcomes in

rheumatoid arthritis. Br J Nutr. 2012 Jun;107 Suppl:S171–84.

73. An WS, Kim HJ, Cho K-H, Vaziri ND. Omega-3 fatty acid supplementation

attenuates oxidative stress, inflammation, and tubulointerstitial fibrosis in the

remnant kidney. Am J Physiol Renal Physiol. 2009 Oct;297(4):F895–903.

74. Chen J, Shearer GC, Chen Q, Healy CL, Beyer AJ, Nareddy VB, et al. Omega-3

fatty acids prevent pressure overload-induced cardiac fibrosis through activation

of cyclic GMP/protein kinase G signaling in cardiac fibroblasts. Circulation.

2011 Feb 15;123(6):584–93.

75. Yamazaki RK, Brito GAP, Coelho I, Pequitto DCT, Yamaguchi AA, Borghetti

G, et al. Low fish oil intake improves insulin sensitivity, lipid profile and muscle

metabolism on insulin resistant MSG-obese rats. Lipids Health Dis. 2011

Jan;10:66.

76. Lam YY, Hatzinikolas G, Weir JM, Janovská A, McAinch AJ, Game P, et al.

Insulin-stimulated glucose uptake and pathways regulating energy metabolism in

Page 23: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

skeletal muscle cells: the effects of subcutaneous and visceral fat, and long-chain

saturated, n-3 and n-6 polyunsaturated fatty acids. Biochim Biophys Acta.

Jan;1811(7-8):468–75.

77. Jing K, Song K-S, Shin S, Kim N, Jeong S, Oh H-R, et al. Docosahexaenoic acid

induces autophagy through p53/AMPK/mTOR signaling and promotes apoptosis

in human cancer cells harboring wild-type p53. Autophagy. 2011

Nov;7(11):1348–58.

78. Flachs P, Mohamed-Ali V, Horakova O, Rossmeisl M, Hosseinzadeh-Attar MJ,

Hensler M, et al. Polyunsaturated fatty acids of marine origin induce adiponectin

in mice fed a high-fat diet. Diabetologia. 2006 Feb;49(2):394–7.

79. Delarue J, Li C-H, Cohen R, Corporeau C, Simon B. Interaction of fish oil and a

glucocorticoid on metabolic responses to an oral glucose load in healthy human

subjects. Br J Nutr. 2006 Feb;95(2):267–72.

80. Cha SH, Fukushima A, Sakuma K, Kagawa Y. Chronic docosahexaenoic acid

intake enhances expression of the gene for uncoupling protein 3 and affects

pleiotropic mRNA levels in skeletal muscle of aged C57BL/6NJcl mice. J Nutr.

2001 Oct;131(10):2636–42.

81. Tsuboyama-Kasaoka N, Takahashi M, Kim H, Ezaki O. Up-regulation of liver

uncoupling protein-2 mRNA by either fish oil feeding or fibrate administration in

mice. Biochem Biophys Res Commun. 1999 Apr 21;257(3):879–85.

82. Perez R, Cañón J, Dunner S. Genes associated with long-chain omega-3 fatty

acids in bovine skeletal muscle. J Appl Genet. 2010 Jan;51(4):479–87.

83. Bortolotti M, Tappy L, Schneiter P. Fish oil supplementation does not alter

energy efficiency in healthy males. Clin Nutr. 2007 Apr;26(2):225–30.

84. Hessvik NP, Bakke SS, Fredriksson K, Boekschoten M V, Fjørkenstad A, Koster

G, et al. Metabolic switching of human myotubes is improved by n-3 fatty acids.

J Lipid Res. 2010 Aug;51(8):2090–104.

85. Tsuji M, Ando T, Kitano T, Wakamiya J, Koriyama C, Akiba S. Relationship

between RBC mercury levels and serum n3 polyunsaturated fatty acid

concentrations among Japanese men and women. J Environ Public Health. 2012

Jan;2012:849305.

86. Mozaffarian D, Rimm EB. Fish intake, contaminants, and human health:

evaluating the risks and the benefits. JAMA. 2006 Oct 18;296(15):1885–99.

87. Boadi WY, Urbach J, Brandes JM, Yannai S. In vitro effect of mercury on

enzyme activities and its accumulation in the first-trimester human placenta.

Environ Res. 1992 Mar;57(1):96–106.

88. Grandjean P, Weihe P, Jørgensen PJ, Clarkson T, Cernichiari E, Viderø T.

Impact of maternal seafood diet on fetal exposure to mercury, selenium, and lead.

Arch Environ Health. Jan;47(3):185–95.

89. Huang M-C, Brenna JT, Sun P-Y, Chang W-T, Hung H-C, Chao H-R, et al.

Placental docosahexaenoic and arachidonic acids correlate weakly with placental

polychlorinated dibenzofurans (PCDF) and are uncorrelated with polychlorinated

dibenzo-p-dioxins (PCDD) or polychlorinated biphenyls (PCB) at delivery: a

pilot study. Food Chem Toxicol. 2011 Aug;49(8):1711–7.

Page 24: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

90. Domingo JL, Bocio A, Falcó G, Llobet JM. Benefits and risks of fish

consumption Part I. A quantitative analysis of the intake of omega-3 fatty acids

and chemical contaminants. Toxicology. 2007 Mar 12;230(2-3):219–26.

91. Hightower JM, Moore D. Mercury levels in high-end consumers of fish. Environ

Health Perspect. 2003 Apr;111(4):604–8.

92. Sidhu KS. Health benefits and potential risks related to consumption of fish or

fish oil. Regul Toxicol Pharmacol. 2003 Dec;38(3):336–44.

93. Agency E-USEP agency. Mercury and Air Toxics Standards (MATS) [Internet].

Cleaner Power Plants. 2015 [cited 2015 Oct 29]. Available from:

http://www3.epa.gov/mats/powerplants.html

94. (ATSDR) A for TS& DR. Public Health Statement for Mercury [Internet]. Toxic

Substances Portal - Mercury. 1999 [cited 2015 Oct 29]. Available from:

http://www.atsdr.cdc.gov/phs/phs.asp?id=112&tid=24

95. Sakamoto M, Kubota M, Liu XJ, Murata K, Nakai K, Satoh H. Maternal and

fetal mercury and n-3 polyunsaturated fatty acids as a risk and benefit of fish

consumption to fetus. Environ Sci Technol. 2004 Jul 15;38(14):3860–3.

96. Foran SE, Flood JG, Lewandrowski KB. Measurement of mercury levels in

concentrated over-the-counter fish oil preparations: is fish oil healthier than fish?

Arch Pathol Lab Med. 2003 Dec;127(12):1603–5.

97. Schaller JL. Mercury and fish oil supplements. MedGenMed. 2001 Apr

13;3(2):20.

98. Smutna M, Kruzikova K, Marsalek P, Kopriva V, Svobodova Z. Fish oil and cod

liver as safe and healthy food supplements. Neuro Endocrinol Lett. 2009 Jan;30

Suppl 1:156–62.

99. Koller H, Luley C, Klein B, Baum H, Biesalski HK. [Contaminating substances

in 22 over-the-counter fish oil and cod liver oil preparations: cholesterol, heavy

metals and vitamin A]. Z Ernahrungswiss. 1989 Mar;28(1):76–83.

100. van de Ven WS. Mercury and selenium in cod-liver oil. Clin Toxicol. 1978

Jan;12(5):579–81.

101. Levine KE, Levine MA, Weber FX, Hu Y, Perlmutter J, Grohse PM.

Determination of mercury in an assortment of dietary supplements using an

inexpensive combustion atomic absorption spectrometry technique. J Autom

Methods Manag Chem. 2005 Jan;2005:211–6.

102. WHO/FAO. World Health Organization, Food and Agriculture Organization

Joint Expert Committee on Food Additives, JECFA/61/SC:1-22, 2003 [Internet].

2003. Available from: ftp://ftp.fao.org/es/esn/jecfa/jecfa61sc.pdf

103. Hajeb P, Jinap S, Shakibazadeh S, Afsah-Hejri L, Mohebbi GH, Zaidul ISM.

Optimisation of the supercritical extraction of toxic elements in fish oil. Food

Addit Contam Part A Chem Anal Control Expo Risk Assess. 2014

Jan;31(10):1712–22.

104. Oterhals A, Kvamme B, Berntssen MHG. Modeling of a short-path distillation

process to remove persistent organic pollutants in fish oil based on process

parameters and quantitative structure properties relationships. Chemosphere.

Page 25: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

2010 Jun;80(2):83–92.

105. Rawn DFK, Breakell K, Verigin V, Nicolidakis H, Sit D, Feeley M. Persistent

organic pollutants in fish oil supplements on the Canadian market:

polychlorinated biphenyls and organochlorine insecticides. J Food Sci. 2009

Jan;74(1):T14–9.

106. Melanson SF, Lewandrowski EL, Flood JG, Lewandrowski KB. Measurement of

organochlorines in commercial over-the-counter fish oil preparations:

implications for dietary and therapeutic recommendations for omega-3 fatty acids

and a review of the literature. Arch Pathol Lab Med. 2005 Jan;129(1):74–7.

107. Neubronner J, Schuchardt JP, Kressel G, Merkel M, von Schacky C, Hahn A.

Enhanced increase of omega-3 index in response to long-term n-3 fatty acid

supplementation from triacylglycerides versus ethyl esters. Eur J Clin Nutr. 2011

Mar;65(2):247–54.

108. Dyerberg J, Madsen P, Møller JM, Aardestrup I, Schmidt EB. Bioavailability of

marine n-3 fatty acid formulations. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids.

Elsevier; 2010 Sep;83(3):137–41.

109. Lee JH, O’Keefe JH, Lavie CJ, Marchioli R, Harris WS. Omega-3 fatty acids for

cardioprotection. Mayo Clin Proc. 2008 Mar;83(3):324–32.

110. Nordøy A, Barstad L, Connor WE, Hatcher L. Absorption of the n-3

eicosapentaenoic and docosahexaenoic acids as ethyl esters and triglycerides by

humans. Am J Clin Nutr. 1991 May;53(5):1185–90.

111. Krokan HE, Bjerve KS, Mørk E. The enteral bioavailability of eicosapentaenoic

acid and docosahexaenoic acid is as good from ethyl esters as from glyceryl

esters in spite of lower hydrolytic rates by pancreatic lipase in vitro. Biochim

Biophys Acta. 1993 May 20;1168(1):59–67.

112. Hansen JB, Olsen JO, Wilsgård L, Lyngmo V, Svensson B. Comparative effects

of prolonged intake of highly purified fish oils as ethyl ester or triglyceride on

lipids, haemostasis and platelet function in normolipaemic men. Eur J Clin Nutr.

1993 Jul;47(7):497–507.

113. el Boustani S, Colette C, Monnier L, Descomps B, Crastes de Paulet A, Mendy

F. Enteral absorption in man of eicosapentaenoic acid in different chemical

forms. Lipids. 1987 Oct;22(10):711–4.

114. Lawson LD, Hughes BG. Human absorption of fish oil fatty acids as

triacylglycerols, free acids, or ethyl esters. Biochem Biophys Res Commun. 1988

Apr 15;152(1):328–35.

115. Sadovsky R, Kris-Etherton P. Prescription omega-3-acid ethyl esters for the

treatment of very high triglycerides. Postgrad Med. 2009 Jul;121(4):145–53.

116. Ackman RG. The absorption of fish oils and concentrates. Lipids. 1992

Nov;27(11):858–62.

117. Leaf A, Kang JX, Xiao Y-F, Billman GE. Clinical prevention of sudden cardiac

death by n-3 polyunsaturated fatty acids and mechanism of prevention of

arrhythmias by n-3 fish oils. Circulation. 2003 Jun 3;107(21):2646–52.

118. Lavie CJ, Milani R V, Mehra MR, Ventura HO. Omega-3 polyunsaturated fatty

Page 26: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

acids and cardiovascular diseases. J Am Coll Cardiol. 2009 Aug 11;54(7):585–

94.

119. Rupp H. Omacor (prescription omega-3-acid ethyl esters 90): From severe

rhythm disorders to hypertriglyceridemia. Adv Ther. 2009 Jul;26(7):675–90.

120. Zuijdgeest-van Leeuwen SD, Dagnelie PC, Rietveld T, van den Berg JW, Wilson

JH. Incorporation and washout of orally administered n-3 fatty acid ethyl esters

in different plasma lipid fractions. Br J Nutr. 1999 Dec;82(6):481–8.

121. Hansen JB, Berge RK, Nordøy A, Bønaa KH. Lipid peroxidation of isolated

chylomicrons and oxidative status in plasma after intake of highly purified

eicosapentaenoic or docosahexaenoic acids. Lipids. 1998 Nov;33(11):1123–9.

122. Harris WS, Ginsberg HN, Arunakul N, Shachter NS, Windsor SL, Adams M, et

al. Safety and efficacy of Omacor in severe hypertriglyceridemia. J Cardiovasc

Risk. Jan;4(5-6):385–91.

123. Bays HE, Tighe AP, Sadovsky R, Davidson MH. Prescription omega-3 fatty

acids and their lipid effects: physiologic mechanisms of action and clinical

implications. Expert Rev Cardiovasc Ther. 2008 Mar;6(3):391–409.

124. Bays H. Rationale for prescription omega-3-acid ethyl ester therapy for

hypertriglyceridemia: a primer for clinicians. Drugs Today (Barc). 2008

Mar;44(3):205–46.

125. Brenna JT, Salem N, Sinclair AJ, Cunnane SC. alpha-Linolenic acid

supplementation and conversion to n-3 long-chain polyunsaturated fatty acids in

humans. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2009;80(2-3):85–91.

126. Gregory MK, Gibson RA, Cook-Johnson RJ, Cleland LG, James MJ. Elongase

reactions as control points in long-chain polyunsaturated fatty acid synthesis.

PLoS One. 2011 Jan;6(12):e29662.

127. Gerster H. Can adults adequately convert alpha-linolenic acid (18:3n-3) to

eicosapentaenoic acid (20:5n-3) and docosahexaenoic acid (22:6n-3)? Int J Vitam

Nutr Res. 1998 Jan;68(3):159–73.

128. Arterburn LM, Hall EB, Oken H. Distribution, interconversion, and dose

response of n-3 fatty acids in humans. Am J Clin Nutr. 2006 Jun;83(6

Suppl):1467S – 1476S.

129. Duda MK, O’Shea KM, Tintinu A, Xu W, Khairallah RJ, Barrows BR, et al. Fish

oil, but not flaxseed oil, decreases inflammation and prevents pressure overload-

induced cardiac dysfunction. Cardiovasc Res. 2009 Mar 1;81(2):319–27.

130. Bernstein AM, Ding EL, Willett WC, Rimm EB. A meta-analysis shows that

docosahexaenoic acid from algal oil reduces serum triglycerides and increases

HDL-cholesterol and LDL-cholesterol in persons without coronary heart disease.

J Nutr. 2012 Jan;142(1):99–104.

131. Deutsch L. Evaluation of the effect of Neptune Krill Oil on chronic inflammation

and arthritic symptoms. J Am Coll Nutr. 2007 Mar;26(1):39–48.

132. Schuchardt JP, Schneider I, Meyer H, Neubronner J, von Schacky C, Hahn A.

Incorporation of EPA and DHA into plasma phospholipids in response to

different omega-3 fatty acid formulations--a comparative bioavailability study of

Page 27: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

fish oil vs. krill oil. Lipids Health Dis. 2011 Jan;10:145.

133. Laidlaw M, Cockerline CA, Rowe WJ. A randomized clinical trial to determine

the efficacy of manufacturers’ recommended doses of omega-3 fatty acids from

different sources in facilitating cardiovascular disease risk reduction. Lipids

Health Dis. 2014 Jan;13:99.

134. Ramprasath VR, Eyal I, Zchut S, Jones PJ. Enhanced increase of omega-3 index

in healthy individuals with response to 4-week n-3 fatty acid supplementation

from krill oil versus fish oil. Lipids Health Dis. 2013 Jan;12(1):178.

135. Backes JM, Howard PA. Krill oil for cardiovascular risk prevention: is it for real?

Hosp Pharm. 2014 Dec;49(10):907–12.

136. Fassett RG, Coombes JS. Astaxanthin in cardiovascular health and disease.

Molecules. 2012 Jan;17(2):2030–48.

137. Lobraico JM, DiLello LC, Butler AD, Cordisco ME, Petrini JR, Ahmadi R.

Effects of krill oil on endothelial function and other cardiovascular risk factors in

participants with type 2 diabetes, a randomized controlled trial. BMJ open

diabetes Res care. 2015 Jan;3(1):e000107.

138. MacDonald L, Foster BC, Akhtar H. Food and therapeutic product interactions -

a therapeutic perspective. J Pharm Pharm Sci. 2009 Jan;12(3):367–77.

139. McManus RM, Jumpson J, Finegood DT, Clandinin MT, Ryan EA. A

comparison of the effects of n-3 fatty acids from linseed oil and fish oil in well-

controlled type II diabetes. Diabetes Care. 1996 May;19(5):463–7.

140. Toft I, Bønaa KH, Ingebretsen OC, Nordøy A, Jenssen T. Effects of n-3

polyunsaturated fatty acids on glucose homeostasis and blood pressure in

essential hypertension. A randomized, controlled trial. Ann Intern Med. 1995

Dec 15;123(12):911–8.

141. Farmer A, Montori V, Dinneen S, Clar C. Fish oil in people with type 2 diabetes

mellitus. Cochrane database Syst Rev. 2001 Jan;(3):CD003205.

142. Friedberg CE, Janssen MJ, Heine RJ, Grobbee DE. Fish oil and glycemic control

in diabetes. A meta-analysis. Diabetes Care. 1998 Apr;21(4):494–500.

143. Adler AJ, Holub BJ. Effect of garlic and fish-oil supplementation on serum lipid

and lipoprotein concentrations in hypercholesterolemic men. Am J Clin Nutr.

1997 Feb;65(2):445–50.

144. Nowack R. Review article: cytochrome P450 enzyme, and transport protein

mediated herb-drug interactions in renal transplant patients: grapefruit juice, St

John’s Wort - and beyond! Nephrology (Carlton). 2008 Jun;13(4):337–47.

145. Jacobson TA. Role of n-3 fatty acids in the treatment of hypertriglyceridemia and

cardiovascular disease. Am J Clin Nutr. 2008 Jun;87(6):1981S – 90S.

146. McKenney JM, Sica D. Role of prescription omega-3 fatty acids in the treatment

of hypertriglyceridemia. Pharmacotherapy. 2007 May;27(5):715–28.

147. Appel LJ, Miller ER, Seidler AJ, Whelton PK. Does supplementation of diet with

“fish oil” reduce blood pressure? A meta-analysis of controlled clinical trials.

Arch Intern Med. 1993 Jun 28;153(12):1429–38.

Page 28: @COPYRIGHT PROVIANT LABS, ALL RIGHTS RESERVED the …proviant-labs.com/1/upload/neptunus_ficha_ta_cnica1_watermark_2_.pdf · No que diz respeito à artrite reumatóide o óleo de

148. Ariza-Ariza R, Mestanza-Peralta M, Cardiel MH. Omega-3 fatty acids in

rheumatoid arthritis: an overview. Semin Arthritis Rheum. 1998 Jun;27(6):366–

70.

149. Hudert CA, Weylandt KH, Lu Y, Wang J, Hong S, Dignass A, et al. Transgenic

mice rich in endogenous omega-3 fatty acids are protected from colitis. Proc Natl

Acad Sci U S A. 2006 Jul 25;103(30):11276–81.

150. Gapinski JP, VanRuiswyk J V, Heudebert GR, Schectman GS. Preventing

restenosis with fish oils following coronary angioplasty. A meta-analysis. Arch

Intern Med. 1993 Jul 12;153(13):1595–601.

151. Peanpadungrat P. Efficacy and Safety of Fish Oil in Treatment of Knee

Osteoarthritis. J Med Assoc Thai. 2015 Apr;98 Suppl 3:S110–4.

152. Lorente-Cebrián S, Costa AG V, Navas-Carretero S, Zabala M, Martínez JA,

Moreno-Aliaga MJ. Role of omega-3 fatty acids in obesity, metabolic syndrome,

and cardiovascular diseases: a review of the evidence. J Physiol Biochem. 2013

Sep;69(3):633–51.

153. Lands WE. Differences in n-3 and n-6 eicosanoid precursors. Adv Prostaglandin

Thromboxane Leukot Res. 1989 Jan;19:602–5.

154. Hwang D. Essential fatty acids and immune response. FASEB J. 1989

Jul;3(9):2052–61.

155. Kinsella JE, Lokesh B. Dietary lipids, eicosanoids, and the immune system. Crit

Care Med. 1990 Feb;18(2 Suppl):S94–113.