dengue: atenÇÃo ao paciente dr. andré ricardo ribas freitas médico sanitarista – mestre em...
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DENGUE: ATENÇÃO AO PACIENTE
Dr. André Ricardo Ribas FreitasMédico Sanitarista – Mestre em Clínica Médica
Coordenador do Programa Municipal de Controle da Dengue de Campinas
Histórico: uma doença “nova”
MUNDO: 1000 d.C. China primeiras descrições de doença
semelhante à dengue 1ª descrição “oficial” da dengue 1870 (Filadélfia, USA) Até década de 1950: grandes epidemias de em várias
regiões do mundo, inclusive Brasil (doença debilitante “benigna”)
Década de 1950: 1ª descrição de FHD (Filipinas)BRASIL Década de 1950: erradicado A. aegypti (febre amarela
urbana) Década de 1970: início da expansão da dengue nas
Américas Hoje: Brasil país com maior número de casos de dengue
nas Américas
Há 10.000 anos início da dispersão genética dos flavivirus para chegar ao ancestral do DENV
Há 2.000 anos início da diferenciação do DENV a partir de vírus ancestral na Malásia (ciclo silvestre: primatas não humanos e Aedes sp.)
Há 1.000 anos primeiras linhagens de DENV capazes de infectar A. albopictus (início do ciclo humano)
Há cerca de 300 anos ciclos humanos sustentáveis sem outros primatas
Últimos 200 anos grande dispersão genética dos DENV e adaptação de várias linhagens ao A. aegypti.
Vírus, vetor e hospedeiro vertebrado uma relação sofisticada
Árvore filogenética dos flavivirus
ZANOTTO, PAM et al. Proc. Natl. Acad. Sci. USA . 93, pp. 548-553, 1996. Population dynamics of flaviviruses revealed by molecular phylogenies
Dispersão intensa e concentrada nos últimos 200 anos (mosquito emergente)
Dispersão progressiva ao longo de milênios (carrapatos)
Dispersão sentido Ásia- Europa
Origem do DENV há ~ 2000 ou 3000 anos
Dispersão genética dos vários sorotiposTwiddy SS, et al. Inferring the Rate and Time-Scale of Dengue Virus Evolution. Mol. Biol. Evol. 20(1):122–129. 2003
Relação entre número de linhagens de DENV e população mundial
PAOLO M. DE A. ZANOTTO, et al.Proc. Natl. Acad. Sci. USA . 93, pp. 548-553, 1996. Population dynamics of flaviviruses revealed bymolecular phylogenies
RNAssv
ME
C
Estrutura do Vírus da Dengue
10 genes: 3 estruturais C, E, M 7 não estruturais: NS-1NS-1, NS2A, NS2B, NS3, NS4A, NS4B, NS5
Virus da Dengue
Vírus RNA, gênero flavivírus; família Vírus RNA, gênero flavivírus; família flaviviradaeflaviviradae
4 Sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-4 Sorotipos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-43 e DENV-4
Todos sorotipos podem causar Todos sorotipos podem causar doença grave doença grave
Imunidade permanente ao sorotipo Imunidade permanente ao sorotipo que causador da doença (temporária que causador da doença (temporária e parcial a outros sorotipos) e parcial a outros sorotipos)
Ciclo do vírus
Homem incubação: 3-15 dias (média 6 dias) transmissibilidade: 1 dia antes até
5 dias depois da febre Mosquito
incubação: 8-10 dias transmissibilidade: vida do
mosquito (40 dias)
Dengue no mundo -1999
Áreas infestadas por Aedes aegyptiÁreas com transmissão de dengue
Dengue no mundo -2008
WHO, 2009. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control- New edition, November 2009.
Países que relatam casos de dengue para OMS e total de casos
WHO, 2009. Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control -- New edition, November 2009.
Aumento da dengue nas Américas
Estabilidade da dengue no Sudeste Asiático e Pacífico
Emergência do Dengue: causasEmergência do Dengue: causas
Urbanização Descontrolada Em 1954, 42% da população da
América Latina vivia em zonas urbanas; em 1999, já alcançava 75%.
Ocupações irregulares sem infra-estrutura
Carência de serviços básicos: água canalizada, esgoto, remoção de lixo.
Pobreza.
Alta densidade populacional.
Uso intensivo de descartáveis
Fontes: Gubler, 1998; OPS, 1997.
Tendências atuais no Brasil: mudança do padrão etário
Tendências atuais no Brasil: mudança do padrão etário
Idad
e (a
no
s)
Fonte: Sinan/SVS/MS *Dados até a s.e 26, sujeitos à alteração
Casos de Febre Hemorrágica da Dengue, de acordo com a idade, Brasil, 2000 a 2008*
Ano Casos notificados
Casos Graves*
n %
2001 516.604 1.551 0,302002 893.989 7.303 0,822003 436.585 3.596 0,822004 140.245 736 0,522005 271.173 1.972 0,732006 426.756 3.073 0,722007 710.075 5.055 0,71
2008** 560.836 10.327 1,84•Dengue com Complicação e FHD; **Dados até s.e. 26Fonte: Sinan/SVS/MS
Tendências atuais no Brasil: aumento formas graves Casos de dengue grave, Brasil, 2001 a 2008**
Tendências atuais no Brasil: aumento formas graves Casos de dengue grave, Brasil, 2001 a 2008**
AnoIsolament
os realizados
Positividade%
% sorotipos
DENV1 DENV2 DENV3
2002 19765 18,2 45,6 10,2 31,32003 10530 11,8 25,5 4,5 75,02004 4690 11,2 2,3 5,7 91,62005 7280 11,7 3,0 3,6 93,22006 12757 9,2 2,9 6,3 90,62007 17255 13,3 4,1 15,5 80,42008 9248 9,7 5,6 45,5 48,9
* Dados até s.e. 26Fonte: SVS/SES
Alternância dos sorotiposMonitoramento viral, Brasil, 2002 a 2008*
Alternância dos sorotiposMonitoramento viral, Brasil, 2002 a 2008*
Situação regional e local
Invernos pouco rigorosos Verões quentes e chuvosos Epidemias na baixada santista, noroeste
paulista e região metropolitana de Campinas
Circulação dos 3 sorotipos no Estado de São Paulo com re-circulação do sorotipo 1
Conseqüências: Aumento do número de casos Risco maior de casos graves
Fisiopatologia I
Fisiopatologia II
MacrófagoMacrófagoCélula Célula endotelialendotelialAnti-NS1
(reação cruzada)
Vírus (infecção direta)
TNF-α, NO
Ativação da cascata do complemento
Complexo AgAc-NS1
IL-6 e IL-8
Apoptose
Aumento na permeabilidade
capilar
Anti-corpos anti-plaquetas
Fragilidade capilar
Plaquetopenia
Hemorragias*
*em casos graves pode haver consumo de fatores de coagulação
FvW, PA
F, TXA
(?), PG(?)
(hemoconcentração,, hipoproteinemia, efusões serosas, hipovolemia e
choque)
Depressão medular
Infecção pelo vírus DEN
10.000
Assintomática9.000
Sintomática1.000
Indiferenciada
500
Febre do Dengue
400
Febre Hemorrágica do
Dengue100
sem choque com choque
1 - 2
sem hemorragia
com hemorragia
Espectro Clínico da Dengue* Espectro Clínico da Dengue*
*Classificação modificada por: Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. WHO, 2009. New edition, nov/2009
Espectro Clínico da DengueEspectro Clínico da Dengue
Den
gue
clás
sica
Den
gue
com
com
plicaç
õe
sFH
D/S
CDSub-
clín
ica
Febre indiferenciada
É a apresentação mais comum Estudos prospectivos mostram que
cerca de 87% dos casos são oligossintomáticos
DS Burke, et al. A prospective study of dengue infectionsin Bangkok. Am J Trop Med Hyg 1988; 38:172-80.
Dengue clássica
Febre Cefaléia Mialgia e artralgia ProstraçãoProstração Alteração no paladarAlteração no paladar Dor retrorbitária AnorexiaAnorexia Náuseas e vômitos Rash (20 a 30%, tardio) Manifestações hemorrágicas
Apresentações atípicas (Dengue com Complicações)
Encefalite Meningoencefalite Mielite Miocardite Hepatite Outras
Febre Hemorrágica da Dengue* Manifestações hemorrágicas e Contagem de plaquetas (<100,000/mm3)
e Aumento na permeabilidade capilar e
aumento de hematócrito (20% ou mais) ou hipoalbuminemia ou hipoproteinemia ou derrame pleural ou ascite
*Classificação antiga: Dengue haemorrhagic fever: diagnosis, treatment, prevention and control, 2nd ed. WHO, 1997, Geneva.
Modificada por: Dengue: guidelines for diagnosis, treatment, prevention and control. WHO, 2009. New edition, November 2009
Risco para casos graves
Re-infecções subseqüentes Cepa do vírus Doença crônicas prévias Características individuais ainda
desconhecidas
MENINGOCOCCEMIAMENINGOCOCCEMIA
FEBRE MACULOSAFEBRE MACULOSA
SEPTICEMIA
FEBRE AMARELA
MALÁRIA GRAVE
LEPTOSPIROSE
DENGUEDENGUE(diag diferencial)(diag diferencial)
SÍNDROME
FEBRIL
SÍNDROME
FEBRIL
FEBRE
EXANTEMÁTICA
FEBRE
EXANTEMÁTICA
SÍNDROME
HEMORRÁGICA
SÍNDROME
HEMORRÁGICA
MALÁRIA
ROTAVIROSE
G.E.C.A.
INFLUENZA
LEPTOSPIROSE
MENINGITE
RUBÉOLARUBÉOLA
SARAMPOSARAMPO
ESCARLATINA
MONONUCLEOSE
EXANTEMA SÚBITO
ENTEROVIROSES
SÍNDROME
DO CHOQUE:TODAS OUTRAS CAUSAS DE CHOQUE
SÍNDROME
DO CHOQUE:TODAS OUTRAS CAUSAS DE CHOQUE
Dengue
ExantemaPetéquias
Sarampo
Definição de caso: exantema maculo-papular febril agudo acompanhado de: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite (independente de idade ou estado vacinal)
Rubéola Definição de caso: exantema maculopapular febril com
linfoadenopatia. (independente de idade ou estado vacinal)
Rubéola congênita
Rubéola Congênita RN: crescimento intra-uterino retardado (CIR),
hepatoesplenomegalia e púrpura (trombopenia) Catarata
Doença meningocócica
Febre Maculosa
Exame clínico objetivo: (diagnóstico diferencial e sinais de gravidade)
Anamnese buscando ativamente Local de sangramento (gengivorragia, epistaxe,
metrorragia, melena) Sinais de alerta
Dados vitais: P. A.* (deitado ou sentado e em pé) Pulso Temperatura
Estado geral Hidratação Perfusão Prova do laço
*hipotensão, hipotensão postural ou estreitamento da pressão de pulso são sinais de gravidade
*hipotensão, hipotensão postural ou estreitamento da pressão de pulso são sinais de gravidade
Prova do laço
2,5cm
Insuflar o manguito entre a PA sistólica e a diastólica, deixando: 5 minutos adultos 3 minutos em crianças
Contar o número de petéquias em um quadrado de 2,5 cm de lado: positivo se: > 20 em adultos >10 em crianças
Exames complementares I:hemograma
Exames complementares I:hemograma
Recomendado para todo paciente com suspeita (obrigatório em todos pacientes com fator de risco ou com prova do laço positivo)
Reforça suspeita de dengue (podendo ter uso como instrumento de vigilância)
Classifica risco do paciente e monitora evolução
Aumenta a segurança do profissional Campinas: chegando até às 14h00 no
Laboratorio Municipal: resultado no mesmo dia por fax
Platelets x 10³/ mm³
Leuco
cyte
s x
10³/
mm
³
4003002001000
12000
10000
8000
6000
4000
2000
0
S 1472,35R-Sq 18,5%R-Sq(adj) 18,2%
Regression95% CI95% PI
Leucocytes count versus Platelets count (Fitted Line Plot)LEUCmin_1 = 1934 + 10,93 PQTmin_1
Pearsoncorrelation=0,43P-Value<0,001
Alteração no hemograma de pacientes com dengue não
complicada
Days of symptoms
Pla
tele
ts x
10**9/L
10987654321
260
240
220
200
180
160
140
120
100
150
95% CI for the MeanPlatelets counts versus Days of symptoms (Interval Plot)
Days of symptoms
Leuco
cyte
s x
10**6/L
10987654321
6000
5500
5000
4500
4000
3500
3000
2500
3500
95% CI for the MeanLeucocytes counts versus Days of symptoms (Interval Plot)
Hematological and clinical evaluation of a cohort of 345 acute Dengue-3 infection patients during 2002 outbreak in Campinas - SP - BrazilFreitas ARR, et al. First Pan-American Dengue Research Network Meeting, 22-25 July 2008.
Days of symptoms
Hem
ato
crit (
%)
10987654321
46
44
42
40
38
36
95% CI for the MeanHematocrit versus Days of symptoms (Interval Plot)
Exames complementares II: a critério clínico
Exames complementares II: a critério clínico
Dosagem de albumina e proteínas totais: Coagulograma US abdominal (ascite e derrame pleural) Perfil hepático (pode haver discreta
alteração e AST/ALT com bilirrubinas normais)
Perfil renal
Marcadores de gravidade
Hemograma: Hemoconcentração Leucocitose com desvio à esquerda Leucopenia menor que 2.000 Plaquetopenia menor que 50.000
Alterações no coagulograma (RNI e R) Hipoalbuminemia ou hipoproteinemia Derrame pleural ou ascite Alterações na função renal
Lembrar de outras doenças!
Hemograma: Leucocitose com desvio à esquerda Desvio à esquerda sem leucocitose Pancitopenia Fenômenos hemorrágicos sem plaquetopenia
AST/ALT > 500 Alterações significativas de bilirrubinas
História natural da dengue
WHO, 2009. Adaptado de: Yip WCL. Dengue haemorrhagic fever: current approaches to management. Medical Progress, October 1980.
Viremia
IgM infec secund
IgG infec secund
0 4 6 14-21 >50 Dias
MARCADORES ESPECÍFICOS DA INFECÇÃO POR DENGUEMARCADORES ESPECÍFICOS DA INFECÇÃO POR DENGUE
IgG infec prim
NS-1, PCR e isolamento
IgM infec prim
Exames específicos e rotina da vigilância
Notificar todo suspeito de dengueExames específicos: Até 3º dia
Isolamento viral Teste rápido para NS-1
Após 6º dia: Sorologia ELISA: IgM (se NS-1 negativo ou não
colhido) Teste rápido IgG/IgM (resultado em 15 minutos)
Estes exames não devem nortear a conduta clínica
Exames específicos: situações especiais
Imunohistoquímica: material de necropsia
Isolamento viral: identificação de sorotipo
Macrófago alveolar com antígenos de DENV
Antígenos de DENV em cultura de células C6/36
Princípios do Tratamento
HidrataçãoHidratação (iniciar sempre o mais rápido possível, independentemente do local)
OrientaçãoOrientação para pacientes e familiares MonitoramentoMonitoramento dos sinais de
agravamento (em casa ou internado) Sintomáticos
Analgésicos e anti-térmicos (paracetamol) Somente se necessário: anti-eméticos e anti-
histamínicos
Perguntas Básicas para Classificação Inicial
DENGUEDENGUEAVALIAÇÃO DA GRAVIDADEAVALIAÇÃO DA GRAVIDADE
SINAIS/SINTOMAS SINAIS/SINTOMAS CLÁSSICOSCLÁSSICOS
MANIFESTAÇÕES MANIFESTAÇÕES HEMORRÁGICASHEMORRÁGICAS
SINAIS DE ALERTASINAIS DE ALERTA
SINAIS DE CHOQUESINAIS DE CHOQUE
GRUPO AGRUPO AAzulAzul
GRUPO BGRUPO BVerdeVerde
GRUPO CGRUPO CAmareloAmarelo
GRUPO DGRUPO DVermelhoVermelho
Classificação: Grupo A (azul)
Identificação: Febre há menos de 7 dias sem foco definido
Ausência de FENÔMENOS HEMORRÁGICOS (prova do laço negativa)
Ausência de SINAIS DE ALERTA Ausência de SINAIS DE CHOQUE
SINTOMAS ASSOCIADOS À DENGUEmialgia, protraçãocefaléia e dor retroorbitária, alteração do paladar, diminuição do apetite, exantema escassez de sintomas respiratórios
Colher hemograma* com retorno em 24 horas em pacientes do GRUPO A
Recomendado para todos suspeitos de dengue
Obrigatório para pacientes com fatores de risco
*Hemograma pode ser simplificado: Hb, Ht, leucocitos totais e plaquetas.
FATORES DE RISCO
Classificação: Grupo A - azul Suspeita de dengue, sem sangramento, sem sinais de alerta e sem
alterações hemodinâmicas, prova do laço negativa.
Idosos > 65 anosIdosos > 65 anos Crianças < 2 anosCrianças < 2 anos GestantesGestantes
Classificação: Grupo A - azul Suspeita de dengue, sem sangramento, sem sinais de alerta e sem
alterações hemodinâmicas. FATORES DE RISCO
DiabetesDiabetesHipertensão arterialHipertensão arterial
Outras doenças Outras doenças crônicascrônicas
Resultado do hemograma
Hemograma normal: plaquetas >100.000 sem sinais de hemoconcentração:
Criança Ht > 42% Mulher Ht > 44% Homem Ht > 50%
Hemograma alterado GRUPO BGRUPO B
Conduta terapêutica (GRUPO A) Hidratação oral (60-80ml/kg/dia, pelo
menos 1/3 com soro de reidratação oral) Sintomáticos (paracetamol) Orientação sobre Sinais de Alerta
para paciente e seus familiares Casa + reavaliação Casa + reavaliação no primeiro dia
sem febre
Alteração do hemograma outendência hemorrágica: Grupo B
Classificação: Grupo B (verde)
Idem GRUPO A (febre sem foco) Presença de qualquer FENÔMENO
HEMORRÁGICO (inclusive prova do laço positiva)
Ausência de SINAIS DE ALERTA Ausência de SINAIS DE CHOQUE
FENÔMENOS HEMORRÁGICOS MAIS COMUNSProva do laço positiva petéquiasepistaxegengivorragiametrorragia
Grupo B (verde): conduta
Hemograma simplificado de urgência (resultado no mesmo dia)
Obs: se inviável ter resultado na UBS no mesmo dia, encaminhar para Pronto Atendimento.
Tratamento: Hidratação oral ou venosa enquanto
aguarda hemograma (3-5ml/kg/h)
Grupo B (verde): conduta com resultado do hemograma
Com hemoconcentração ou plaquetas <100.000: encaminhar a uma Unidade de Saúde com possibilidade para observação e repetir hemograma após hidratação
Sem hemoconcentração e plaquetas >100.000: retorno em 24 horas para reavaliação clínica-laboratorial e orientação quanto à hidratação e SINAIS DE ALERTA
SINAIS DE ALERTASINAIS DE ALERTAdor abdominal intensa e contínua,dor abdominal intensa e contínua,vômitos persistentes, vômitos persistentes, hipotensão postural ou lipotímia,hipotensão postural ou lipotímia,sonolência ou irritabilidade, sonolência ou irritabilidade, melena ou hematêmese ou enterorragia, diminuição da diurese, diminuição repentina da temperatura,aumento do hematócrito,queda abrupta de plaquetas,desconforto respiratório.
Grupo C (amarelo) Paciente sem alteração hemodinâmica com qualquer SINAL DE ALERTA
Grupo C - amarelo Grupo C - amarelo
SINAIS DE ALERTA EM DESTAQUE
Lipotímia / Hipotensão postural Lipotímia / Hipotensão postural (variação da PA sentado/deitado - (variação da PA sentado/deitado -
em pé ≥ 20mmHg)em pé ≥ 20mmHg)
Dor abdominal Dor abdominal intensa e contínuaintensa e contínua Vômitos persistentesVômitos persistentes
Grupo C - amarelo Grupo C - amarelo
SINAIS DE ALERTA EM DESTAQUE
Conduta: Grupo C (amarelo)
Leito de observação ou hospitalar Hidratação EV imediata inicial* (SF ou
Ringer): Adulto 25ml/kg em 4 horas, repetir até 3x Criança 20ml/kg/h repetir até 3x
Reavaliação Clínica c/ 2h criança, c/ 4h adulto HMG cada 4h
* Iniciar antes da transferência
Conduta: Grupo C (amarelo)
Melhora: hidratação EV manutenção Adulto: 80ml/kg/dia (no primeiro dia) diminuindo
na seqüência, monitorar sobrecarga. Criança: TRH + perda capilar estimada 20-
40ml/Kg/dia Sem melhora clínica/laboratorial
Sem melhora GRUPO DGRUPO D (VERMELHO) (VERMELHO)
Classificação: Grupo D (vermelho)
Paciente com SINAIS DE CHOQUE:
Hipotensão arterial Pressão arterial convergente
(PA sist - PA diast < 20mmHg) Extremidades frias e cianóticas Pulso rápido e fino Enchimento capilar lento (> 2
segundos)
Conduta: Grupo D (vermelho)
Hidratação EV imediata inicial*: SF 0,9% 20 mL/Kg em até 20 min repetir até 3
vezes se necessário
* Iniciar antes da transferência
Conduta: Grupo D (vermelho)
Com melhora hemodinâmica (PA em 2 posições, débito urinário, pulso e freqüência respiratória): adequar volume infundido para reposição de perdas (cuidado
com hiperhidratação). Internação hospitalar: reavaliação clínica a cada 15 a 30
minutos, hematócrito cada 2h até estabilização Sem melhora hemodinâmica:
Hematócrito aumentando: infundir colóide sintético (10ml/kg/h) ou plasma Drogas vasoativas
Hematócrito diminuindo: investigar sangramento Pensar em transfundir concentrado de plasma
Tratamento do Choque
Hidratação 1. Soro fisiológico2. Colóide sintético ou plasma
Sem melhora hemodinâmica: Hematócrito aumentando: infundir colóide sintético
(10ml/kg/h) ou plasma Hematócrito diminuindo: investigar sangramento,
sangramento, coagulopatia, hiperhidratação (sinais de ICC).
100%100%0.5 % (48-72 h)0.5 % (48-72 h)
12.0 % (24-47 h)12.0 % (24-47 h)
87.5 % (0-23 h)87.5 % (0-23 h)
Torres EM, 2005
Considerações importantes Deve-se cuidar para não hiperhidratar
após a recuperação Com a resolução do choque, há reabsorção
do plasma extravasado, com queda adicional do hematócrito, mesmo com suspensão da hidratação parenteral.
Essa reabsorção poderá causar hipervolemia, edema pulmonar ou insuficiência cardíaca, requerendo vigilância clínica redobrada.
Necessidade de hidratação para paciente GRUPO B e C (adulto médio)
Horas de infusão
Adaptado de: Kalayanarooj e Nimmannitya, 2007
Necessidade de hidratação para paciente em choque, GRUPO D (adulto médio)
Horas de infusão
Adaptado de: Kalayanarooj e Nimmannitya, 2007
Pacientes que necessitam cuidados especiais na hidratação
GestantesInsuficiência CardíacaInsuficiência Renal Crônica
Hemoderivados Não há indicação de transfusão profilática
de plaquetas, nem baseado na contagem isolada
Indicação de transfusão de plaquetas: Suspeita sangramento SNC + plaquetas < 50 000 Sangramento importante + plaquetas < 20 000
Dose = 1 U / 7 a 10 Kg cada 8 a 12h até parar sangramento (e não normalizar a contagem de plaquetas)
Pode induzir ou piorar CIVD se choque associado Plasma fresco congelado:
Sangramento importante + RNI > 1,25 Dose: 10 mL/Kg cada 8 ou 12h + vitamina K
Indicações de internação independentes da classificação
Recusa na ingesta de alimentos e líquidos
Impossibilidade de retorno à unidade Alterações laboratoriais sugerindo
gravidade Co-morbidades descompensadas (DM,
HAS, DPOC...) Comprometimento respiratório Outras situações a critério médico
Critérios de alta
Ausência de febre por 24h sem anti-térmico
Melhora visível do quadro clínico Ht normal e estável por 24h Plaquetas em elevação e > 50.000 / mm³ Estabilidade hemodinâmica por 24h Derrames cavitários
Em regressão Sem repercussão clínica
Erros comuns sobre dengue (informar paciente) Dengue não tem tratamento
O tratamento da dengue é a hidratação e monitoramento.
O que mata na Dengue é hemorragia Em geral o paciente morre de choque
hipovolêmico por perda de plasma ou outras complicações
Dengue grave acontece sempre na segunda infecção por dengue a chance de dengue hemorrágica na
primeira infecção é cerca de 0,3% já nas reinfecções chegam a 3%
Pontos-chave no tratamento Toda consulta incluir:
monitoramento da pressão arterial (2 posições), estado geral, consciência, sangramentos, sinais de alerta, hidratação e perfusão
orientação ao pacientes e familiares Todo paciente deve ser reavaliado no
primeiro dia após o final da febre Reavaliar os pacientes até diariamente
se necessário
CARTÃO DENGUECARTÃO DENGUE
MANUAIS DE DENGUE: Manejo Clínico e Organização da
Assistência
MANUAIS DE DENGUE: Manejo Clínico e Organização da
Assistênciahttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/diretrizes_epidemias_dengue_11_02_10.pdf
http://whqlibdoc.who.int/publications/2009/9789241547871_eng.pdf
CLASSIFICAÇÃO DE PACIENTES SEGUNDO LOCAL DE ATENDIMENTO (CSSD/CAMPINAS-SP,
2002)
*Nenhum óbito**Houve muitos casos falsos negativos, pois o Instituto Adolfo Lutz não incluía naquela ocasião o DENV3 (causador daquela epidemia) no pool de antígenos.
Classificação final do casoClassificação final do casoUnidade de atendimento
Dengue Clássico
Febre Hemorrágica da Dengue*
Dengue com complicações* Descartado** Total geral Total geral
(%)
Centro de Saúde 462 9 5 981 1457 92%Hospitais 25 2 3 29 59 4%Pronto Atendimento 16 0 3 30 49 3%Total geralTotal geral 503503 1111 1111 10441044 15761576 100%100%