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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA FUNDAMENTOS E DIRETRIZES DOS CURSOS DE PSICOPEDAGOGIA: IDENTIDADE E ATUAÇÃO PROFISSIONAL Por: Cláudio de Brito Orientadora Prof.ª Solange Monteiro Rio de Janeiro, 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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Page 1: DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · da Psicopedagogia como: Jorge Visca, Alícia Fernández, Marina Muller e outros que auxiliaram com seus aportes teóricos como:

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FUNDAMENTOS E DIRETRIZES DOS CURSOS DE

PSICOPEDAGOGIA: IDENTIDADE E ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Por: Cláudio de Brito

Orientadora

Prof.ª Solange Monteiro

Rio de Janeiro,

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

FUNDAMENTOS E DIRETRIZES DOS CURSOS DE

PSICOPEDAGOGIA: IDENTIDADE E ATUAÇÃO PROFISSIONAL

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Cláudio de Brito.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, o Mestre dos Metres de todos os

tempos, que está sempre em primeiro

lugar em minha vida, pelo seu grande e

incondicional amor, livramentos e

sustento diário.

À minha família em especial a minha filha

que é primordial para mim, e incentivo

para o meu caminhar, também a meus

pais que são meus exemplos de vida

pessoal e profissional.

Aos meus mestres que me estimularam

e me deram bons exemplos de conduta

profissional e apoio, além de me

maravilhar com suas aulas harmonizando

dedicação e conhecimentos,

proporcionando boas oportunidades para

me tornar ainda melhor em minha

profissão.

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DEDICATÓRIA

...Dedico a minha filha, com o firme

propósito de incentivá-la a jamais desistir

de seus sonhos, e a almejar cada vez

mais vitórias. Pois, abaixo de Deus, ela é

a razão do meu sucesso e a busca

continua por grandes vitórias ...

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"A amorosidade de que falo, o sonho pelo qual brigo e para cuja realização me preparo permanentemente, exigem em mim, na minha experiência social, outra qualidade: a coragem de lutar ao lado da coragem de AMAR!!!"

Paulo Freire

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RESUMO

A psicopedagogia há tempos vem tendo como finalidade estudar a aprendizagem humana, e seu campo de atuação na área da Saúde e Educação. A questão problema do trabalho está abarcada em como a psicopedagogia pode se transformar em uma profissão e obter uma individualidade disciplinar, abrangendo uma nova formação através da graduação? O trabalho se justifica em implementar a discussão a respeito da profissionalização da psicopedagogia e sua formação acadêmica. O objetivo geral do trabalho está condicionado a demonstrar que o psicopedagogo tem base, sustentação e fundamentação para exercer a Psicopedagogia como profissão, construindo sua identidade através dos tempos e necessitando apenas do apoio legislativo para sua oficialização. A metodologia de estudo utilizada é classificada como teórica, tendo sido utilizados livros e sites de pesquisas que contribuem para o esclarecimento dos profissionais da Psicologia e Pedagogia. E nessa abordagem os afazeres do psicopedagogo compreendem o cuidar da mente do sujeito, modificando o comprometimento do sistema neurológico no cérebro, que pode ser alterado através do desenvolvimento de novos canais e novas rotas, facilitando assim as emoções, os relacionamentos e a aprendizagem em atendimento aos indivíduos com dificuldades de aprendizagem, sendo sua presença muito importante no vigente a inclusão e ao trabalho com portadores de necessidades educacionais especiais. O trabalho mostra a necessidade de transformar a Psicopedagogia em profissão, dando a este profissional sua individualidade.

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METODOLOGIA

A ampliação de técnicas e instrumentos próprios para o

desempenho profissional na área pressupõe um conhecimento das bases

teóricas e metodológicas que dão sustentação ao objeto de estudo da

Psicopedagogia, assim como a identificação sobre sua trajetória e seu contexto

atual.

Este Trabalho trata-se de uma pesquisa exploratória, baseada na

coleta de dados bibliográficos de alguns autores que fundamentaram a história

da Psicopedagogia como: Jorge Visca, Alícia Fernández, Marina Muller e

outros que auxiliaram com seus aportes teóricos como: Olívia Porto, Fabiani

Portella, Lou Oliver, Fermino Sisto entre outros.

A metodologia de estudo utilizada é classificada como teórica, tendo

sido utilizados livros, sites de pesquisas e revistas que contribuem para

entender como a psicopedagogia é abrangida como atividade que abarca a

educação, e é compreendida como prática social, tanto em seu contexto

sistemático como informal e se pretende entender com o estudo as

expectativas sobre o psicopedagogo e a Psicopedagogia, a fim de explicar e

compreender a formação e performance do psicopedagogo, a partir de dados

bibliográficos e da síntese da trajetória teórica percorrida pelos

psicopedagogos da Argentina até o Brasil.

Assim, a pesquisa pretende contribuir para a ciência da

Psicopedagogia enquanto área de estudo e atuação com a aprendizagem,

intensificando a sua delimitação como área de estudos, e a necessidade de um

aporte legislativo que a consagre como profissão e estruture sua aprendizagem

ao patamar de graduação.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 09

CAPÍTULO I

1 – O TERMO PSICOPEDAGOGIA E SEUS FUNDAMENTOS ..................... 15

CAPÍTULO II

2 - A RELEVÂNCIA DA AQUISIÇÃO LEGISLATIVA PARA

FIRMAR A IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO .......................................... 24

CAPÍTULO III

3 - AS AÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA MELHORA DAS

FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS E PEDAGÓGICAS .. 31

CONCLUSÃO ................................................................................................. 38

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41

ÍNDICE ............................................................................................................ 44

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INTRODUÇÃO

A psicopedagogia tem como finalidade estudar a aprendizagem

humana, que surgiu de uma demanda relacionada as dificuldades de

aprendizagem, colocada em um espaço pouco explorado, situado além das

fronteiras da pedagogia e da psicologia.

É uma área de estudos promissora que tem seu campo de atuação

na área da Saúde e Educação, lida com os processos de ensino aprendizagem

e tem se preocupado com a complexidade que envolve essa questão. Trata-se,

assim, de percebê-la com um olhar abrangente que envolve conhecimentos de

várias ciências, em uma tentativa de integrar os múltiplos aspectos

intervenientes nos processos de aprender e de ensinar.

A psicopedagogia há tempos vem trabalhando numa concepção de

aprendizagem, participando do processo biológico, com entornos afetivos,

psicomotores e intelectuais que interferem na relação do sujeito com o meio. A

psicopedagogia vem da junção das graduações de psicologia e pedagogia e

pelos movimentos e a necessidade da inclusão de alunos e profissionais

portadores de necessidades especiais tornou-se uma profissão. A questão

problema do trabalho levantada é: Como a psicopedagogia pode se

transformar em uma profissão e obter uma individualidade disciplinar,

abrangendo uma nova formação através da graduação?

A psicopedagogia, como área interdisciplinar de conhecimento e de

atuação prática, pode e deve posicionar-se frente a uma forma de

enfrentamento da realidade, de integração e de articulação de diferentes

conjuntos de conhecimentos disponíveis sobre o ensinar e o aprender e neste

contexto surge o tema “Fundamentos e diretrizes dos cursos de

Psicopedagogia: identidade e atuação profissional”.

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O trabalho se justifica em implementar a discussão a respeito da

profissionalização da psicopedagogia e sua formação acadêmica.

Transformando a profissão no âmbito educacional, clínico e institucional, onde

esse profissional trabalha com problemas ligados a dificuldades de

aprendizagem, mediador de transtornos e selecionador e qualificador de

pessoal dentro das instituições privadas ou públicas.

O psicopedagogo tem relacionado às suas funções o atuar

preventivo e clínico, ele pode atuar nos processos educativos com o desígnio

de diminuir a frequência dos problemas relacionados à aprendizagem, criando

planos de intervenções baseados na realidade diagnosticada, inserindo em

seu trabalho questões didático-metodológicas, e também pode atuar na

constituição e orientação dos profissionais da educação, e no aconselhamento

aos pais.

No contexto clínico, o psicopedagogo deve distinguir a sua própria

subjetividade na relação, pois se trata de um sujeito que estuda outros sujeitos,

sendo assim a psicopedagogia é uma correlação da área de confluência do

psicológico, com sua subjetividade do ser humano enquanto tal e do

educacional com atividades especificamente humana, social e cultural.

Segundo Porto (2011, p. 90), “os afazeres psicopedagógicos podem

ter um caráter assistencial, preventivo ou conclusivo. A psicopedagogia

ocupa-se de todo o contexto da aprendizagem, seja na área clínica, preventiva,

assistencial”.

Nessa abordagem os afazeres do psicopedagogo compreendem o

cuidar da mente do sujeito, modificando o comprometimento do sistema

neurológico no cérebro, que pode ser alterado através do desenvolvimento

de novos canais e novas rotas, facilitando assim as emoções, os

relacionamentos e a aprendizagem.

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Considera-se que a psicopedagogia foi se materializando com o

passar do tempo, auxiliado com a atual visão da sociedade e do imperativo

da inclusão, “como uma ciência independente que vem a complementar, por

assimilação recíproca das contribuições das escolas psicanalítica, piagetiana e

da psicologia social de Enrique Pichon-Rivière” (Porto, 2011, p. 92).

A psicopedagogia deve ser vista como uma nova identidade, que

deve situar-se frente a problemas cotidianos de diferentes articulações de

conjuntos de informações disponíveis sobre os aspectos preventivos e clínicos,

como uma profissão.

Na história da psicopedagogia consta que os primeiros

psicopedagogos eram profissionais da educação, que queriam ajudar na

reintegração daqueles que estavam à margem, e buscavam entender melhor

as questões referentes às dificuldades, estudando psicologia, neurologia,

fonoaudiologia e psicomotricidade.

E para formar e capacitar esses profissionais, surgiram cursos de

extensão de professores brasileiros e professores estrangeiros, principalmente

da França e Argentina, com experiência em atendimento às crianças com

dificuldades escolares, Hoje o psicopedagogo não é mais um professor

especializado, ele tornou-se um profissional com dimensões e características

próprias.

Por isso a proposta do trabalho é desenvolver um estudo que

mostre qual a identidade própria do psicopedagogo e como ocorre a sua

formação profissional, assim como as mobilizações realizadas para que o

psicopedagogo venha a ser um profissional reconhecido e independente, com

tendência progressista libertária, delimitando sua área, onde o psicopedagogo

apesar de ter conhecimento de várias áreas afins, deve ser respeitado como

um profissional, não como uma ferramenta de apoio.

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Segundo Bossa (2007, p. 63), a questão da formação do

psicopedagogo assume um papel de grande importância na medida em que é

a partir dela que se inicia o percurso para a formação da identidade desse

profissional.

A constituição da identificação deste profissional está correlacionada

com a própria identidade da Psicopedagogia, não confluída com outras

carreiras como a Psicologia e a Pedagogia. Porém é notória nos aportes de

Masini (2006) que:

A identidade da psicopedagogia não está ainda bem delimitada como área de estudos, apesar de décadas de existência, no Brasil e na Europa, comprovadas em livros e revistas especializadas. Permanecem discussões e embates com pares, em meio a mal atendidos sobre fins, locais, modalidades e recursos de atuação (MASINI, 2006, p. 249).

O objetivo geral do trabalho está condicionado a demonstrar que o

psicopedagogo tem base e sustentação e fundamentação para exercer a

Psicopedagogia como profissão, construindo sua identidade através dos

tempos e necessitando apenas do apoio legislativo para oficialização.

Os objetivos específicos se relacionam com a necessidade de

resgatar o processo histórico do surgimento da psicopedagogia; Analisar as

contribuições da Psicopedagogia Argentina; Compreender o contexto atual dá

Psicopedagogia no Brasil; Destacar a relevância da aquisição legislativa para

firmar a identidade do psicopedagogo como profissional instituído por lei; Fazer

um sintético apanhado teórico sobre a Psicopedagogia, focando o tema no

estudo de três funções do sujeito: neuropsicológicas, psicológicas e

pedagógicas.

É notório que a formação psicopedagógica num contexto histórico e

as leis que tornam a psicopedagogia em profissão, criando uma nova

identidade e dimensionado a atuação do profissional.

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A psicopedagogia aponta diversas abordagens e neste contexto o

trabalho aponta para o aprimoramento de uma identidade para o

psicopedagogo, assim como as reais atuações profissionais que sua área

possibilita. Dentro de uma análise voltada a sua formação e as legislações

aplicadas para regulamentar a Psicopedagogia como profissão em âmbitos

institucionais e clínicos.

O estudo abarca sobre a acuidade de averiguar os fundamentos e

diretrizes dos cursos de psicopedagogia, que visam formar a identidade e

atuação deste profissional, além de reforçar a necessidade de uma legislação

voltada exercício da Psicopedagogia como profissão.

Este aporte de delimitação e fundamentação da Psicopedagogia

como profissão foi propiciada através dos conhecimentos obtidos de outras

áreas que, embasam e fortificam o corpo Psicopedagógico, e que já exerce a

sua especificidade, constituindo uma nova área com corpo teórico próprio.

A metodologia de estudo utilizada é classificada como teórica, tendo

sido utilizados livros e sites de pesquisas que contribuem para o

esclarecimento dos profissionais da Psicologia e Pedagogia.

No capítulo um, será realizado um sintético apanhado teórico sobre

o termo Psicopedagogia e seus fundamentos, focando numa abordagem sobre

uma profissão que se encontra em movimento.

No capítulo dois, será visto a relevância da aquisição legislativa para

firmar a identidade do psicopedagogo como profissional instituído por lei, e

como esse processo beneficiará o profissional dando a ele mais liberdade para

o exercício de sua profissão em áreas diversificadas.

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No Capítulo três, será realizado um sintético apanhado teórico sobre

a psicopedagogia nas funções neuropsicológicas, psicológicas e pedagógicas.

A investigação de alguns dos instrumentos de avaliação psicopedagógica e as

suas possíveis melhoras na integração do cérebro da criança e como o

psicopedagogo age em seu trabalho diário, tornando o indivíduo mais receptivo

e funcional na aprendizagem.

A educação é um fato social, e por ser social, envolve uma

multiplicidade de princípios, a exemplo dos que se formula e se esclarecem

nos quadros teóricos, ela se amplia em seus fenômenos e suas aplicações.

Trata-se, assim, de perceber a psicopedagogia com um olhar abrangente que

envolve conhecimentos de várias ciências, em uma tentativa de integrar os

múltiplos aspectos intervenientes nos processos de ensinar e de aprender, de

forma preventiva e curativa como instrumento da melhoria do ensino.

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CAPÍTULO I

O TERMO PSICOPEDAGOGIA E SEUS FUNDAMENTOS

A Psicopedagogia tem parentesco direto com a pedagogia e a

psicologia, segundo Bossa (2000):

No que tange a pedagogia traz as indefinições e as contradições de uma ciência cujos limites são os da própria vida humana, e engloba o contexto de aprendizagem e no parentesco com psicologia, que abrange a área da saúde, onde foi herdando o paralelismo psicofísico, um dualismo que privilegia o físico (o absorvível) ora o psíquico (a consciência) (BOSSA, 2000, p. 23).

Numa diversidade de conceitos atribuídos à Psicopedagogia existem

fatos característicos como a concepção de sociedade, cultura, filosofia

educativa, políticas educativas, transtornos e dificuldades de aprendizagem,

trabalho pedagógico, escola, diagnóstico e tratamento.

Porém as duas áreas as quais a psicopedagogia se reporta que são

a pedagogia e a psicologia não são suficientes para formar o corpo teórico e

outras áreas como a linguística, a psicanálise, a sociologia, a filosofia, a

neurologia, embasam e dão forma teórica e prática psicopedagógica, tendo

assim várias faces múltiplos olhares da aprendizagem humana.

No século XIX, na Europa surgiu a psicopedagogia, que foi como

uma ação ou ferramenta voltada para a medicina e a psicologia, que perfilou-

se como conhecimento independente, porém com aspectos de

complementação com outras áreas, para exercer um bom trabalho dentro do

processo do ensino aprendizagem com recursos e análises, corretoras e

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preventivas. Na década de 80, a psicopedagogia chegou ao Brasil e vem

sendo desenvolvida com um olhar voltado para área médica e institucional.

Para Bossa (2000), o verdadeiro significado do termo da

psicopedagogia, vai além de um caráter interdisciplinar, que implica na

dependência da contribuição teórica e prática de outras áreas de estudo indo

além da área psíquica e da aprendizagem, ela abarca um campo de atuação

que integra saúde e educação, lida com conhecimentos, suas distorções, suas

diferenças e seu desenvolvimento por meio de múltiplos processos.

Porém a psicopedagogia é uma área que pode caminhar em

paralelo com outras áreas e isso a faz independente, sendo uma profissão

individual, não acoplada a outras áreas profissionais, o profissional é capaz de

diagnosticar e entrar com técnicas e terapêuticas, assim como intervenções e

associar seu trabalho a outras áreas, trabalhando de forma interdisciplinar e

multidisciplinar.

Porto (2011) aborda que a complexidade da dimensão psíquica

requer do profissional que lida com os problemas relacionados a aprendizagem

muito mais do que um bom manejo de técnicas pedagógicas, pois, se apenas

estas bastassem, muitos dos problemas trazidos ao consultório teriam sido

resolvidos com um professor particular, o primeiro socorro procurado pela

família na iminência da reprovação ou da presença de algum distúrbio é o

atendimento psicopedagógico.

Esse profissional vem sendo solicitado cada vez mais em meio aos

profissionais da educação, em maioria eles tem uma especialização nesta área

para ajudar a compreender os transtornos e distúrbios encontrados no meio do

ciclo da aprendizagem, além de se ter um maior conhecimento sobre o assunto

para ministrar atividades compatíveis com o problema apresentado.

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Mas, é notório que com o passar do tempo esse complemento tem

de se tornar uma profissão, afinal este profissional adquiriu características

próprias, estilo e conhecimento de diversas áreas que o capacita a ter sua

individualidade como profissional.

Segundo Bossa (2007) na literatura francesa percebe-se que vários

autores apontam para profundas pesquisas que contém diversas concepções

sobre o termo psicopedagogia, dentre eles George Mauco, que foi o criador do

primeiro centro médico psicopedagógico reconhecido na França, onde são

percebidas as primeiras experiências de articulação entre as áreas da

Medicina, Psicologia, Psicanálise e Pedagogia, visando solucionar os

problemas de desempenho e de aprendizagens em indivíduos com idades

variadas.

O termo psicopedagogia curativa, foi adotado por Janine Mery, e é

usado para caracterizar uma ação terapêutica que considera aspectos

pedagógicos e psicológicos no tratamento de crianças que apresentam

características de fracasso escolar dentre outros problemas de aprendizagem,

dificuldades e deficiências sensoriais e psicomotoras. Mais à frente outros

autores começaram a se interessar sobre o tema que foi se expandindo e

educadores como Itard, Pestalozzi, Montessori entre outros foram se

especializando no assunto e transformando a psicopedagogia numa

ferramenta de apoio.

1.1 Psicopedagogia uma profissão em movimento

Nos anos 60 e 70 havia uma forte demanda pela formação de

administradores, inspetores, supervisores e orientadores para atuação em

ambiente escolar, e com isso o perfil do pedagogo e desses profissionais de

educação começaram a ser questionados, no sentido de haver mais recursos

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para se trabalhar com as dificuldades apresentadas pelos estudantes no

período de sua aprendizagem.

A partir dos anos 90, foi registrado uma forte preocupação com a

formação dos professores da educação infantil e dos primeiros anos do

fundamental. Pois, acredita-se que ao trabalhar nesta fase os indícios das

dificuldades apresentadas pelas crianças, fica mais fácil conter o índice de

evasão e do fracasso escolar. Para isso entraram em cena discussões sobre a

identidade profissional dos docentes e houve apoio do Governo na educação

continuada e novas dimensões de atuação e formação, como o ensino a

distância.

Houveram mudanças nas concepções de educação, no processo de

ensino, na aplicação do currículo e alterações no próprio currículo, legislações

e novas políticas educacionais, abrindo novos horizontes e perspectivas para

os profissionais da educação e de áreas afins como fonoaudiólogos e

psicopedagogos.

Para Olivier (2011) desde a antiguidade, grandes filósofos gregos e

medievais buscavam respostas aos problemas fundamentais envolvendo a

natureza da alma, sua relação com o corpo, a mente, na tangente a origem

das ideias, entre outras questões. Somente o advento da pesquisa científica,

constatando-se a possibilidade de encontrar fórmulas suficientemente precisas

entre variação do estímulo físico, mudança fisiológica e reação psíquica, é que

começou o trabalho pioneiro do psicofísico Gustav Fechner (1801-1887),

Hermann Von Helmholtz (1821-1894), psicofisiologista sensorial, Wilhelm

Wundt e Alexandre Bain (1818-1903), psicólogo e filósofo livre pensador,

sendo que estes outros nomes da época também são considerados como

percursores da moderna Psicologia.

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As relações entre a mente e corpo representam um constante e

intrigante desafio desde a antiguidade, hoje em tempos modernos a

neuropsicologia busca desvendar suas implicações.

Para Valle et al. (2007), as dificuldades em delimitar as fronteiras

entre organismo e o psiquismo impulsionam diversas pesquisas determinadas

a melhorar a compreensão do comportamento humano para estimular as

manifestações saudáveis e prevenir o surgimento de doenças comuns na

atualidade.

Num conceito moderno de Psicopedagogia, Portella (2008) destaca

que ela é um processo de estimulação do desenvolvimento cerebral e uma

maneira de ajudar os professores a conciliarem a inclusão no contexto do

ensino regular. Onde a esse procedimento se constitui no assessoramento ao

aluno com necessidades especiais e assessoramento ao professor, o

psicopedagogo é facilitador e mediador, com propósito de diagnosticar, avaliar,

tratar e aperfeiçoar as condições para melhorar a forma entendimento para

obter uma melhora na aprendizagem destes alunos.

1.2 Descrições históricas da Psicopedagogia

Alicia Fernández coordenou, no Brasil, dois grupos formados por

psicopedagogos na cidade do Rio de Janeiro e de São Paulo, visando a

formação didática em Psicopedagogia, numa formação em graduação, que

surgiu a mais de trinta anos na Argentina, sendo tão antiga quanto a carreira

da Psicologia, criada pela Universidade de Buenos Aires.

Segundo Porto (2011) o traço histórico da psicopedagogia passou

por três momentos distintos devido a alterações em seu plano de estudos,

onde primeiro era requerido formação filosófica, psicológica e com

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fundamentos na biológica. Abrangeu a área pedagógica devido a várias

questões como métodos de ensino inadequado, evasão escolar, repetências e

problemas de aprendizagem, e desta forma passou a ser parte do âmbito do

processo educativo.

O segundo momento da Psicopedagogia na Argentina se deu pela

influência da Psicologia Experimental na formação do psicopedagogo,

capacitando-o para o entendimento das funções cognitivas e afetivas, onde

foram incluídas matérias básicas em mais um ano de formação para obtenção

do título de Psicopedagogo, passando para quatro anos. Em 1971, na

Argentina os alunos com título secundário de variadas procedências poderiam

ingressar na Faculdade de Psicopedagogia. Já em 1978, no terceiro período

do curso de Psicopedagogia, foram incluídas as disciplinas de Clínicas

Pedagógicas I e II, com o objetivo de valorizar o papel do profissional e

transformá-lo em um terapeuta, abrangendo a área clínica e pedagógica

(Porto, 2011).

Para Masini (2006) mesmo sem uma clara delimitação do objeto e

especialidade da área, a psicopedagogia é a área que pesquisa e analisa todo

o processo do ensino aprendizagem e seus bloqueios, apesar de décadas de

existência, no Brasil e na Europa, comprovadas em livros e revistas

especializadas.

A Psicopedagogia, ao chegar ao Brasil, teve seu primeiro momento

com a formação de graduação e logo depois estava inserida no contexto de

especialização ou pós-graduação, como complementação de áreas como a

Pedagogia, Psicologia e outras afins. Porém, hoje com a globalização e a

abundância de conhecimentos que circulam, ficou mais nítida a necessidade

do profissional psicopedagogo dentro de várias instituições e o objeto de

estudo da psicopedagogia está cada vez mais compreendido a partir dos

enfoques preventivos e terapêuticos da aprendizagem humana e esse

profissional tem a função de exercer sua atividade de forma a auxiliar o

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indivíduo em adquirir conhecimentos de uma forma mais singular, adaptando-o

suas inaptidões, diagnosticando e encaminhando para uma reeducação e

adaptação de seu aprendizado de maneira diferenciada.

Porém, ao se delimitar um campo para a ação do psicopedagogo,

deve-se, no entanto, diferenciar essas modalidades de atuação e

especificando as suas tarefas. Na área preventiva o psicopedagogo se atém a

orientação no processo de aprendizagem, visando favorecer a apropriação do

conhecimento, de forma individual ou grupal, na área da saúde física, mental

ou da área educacional, evitando os problemas de aprendizagem, analisando a

dinâmica institucional.

Para Porto (2011) no âmbito da psicopedagogia clínica, o

profissional atua intervindo como mediador entre o sujeito e sua história

traumática, tomando ciência do problema de aprendizagem e interpretando-o

reconstruindo os fatos, através de seus fragmentos para levar o indivíduo a

retomar o percurso normal para sua aprendizagem superando os obstáculos

que antes o impediam.

Segundo Vygotsky (1998) a aprendizagem não é em si mesma,

desenvolvimento, mas uma correta organização da aprendizagem da criança,

que conduz ao desenvolvimento mental e tende a ativar todo o grupo de

processos de desenvolvimento. E esta ativação não poderia produzir-se sem

aprendizagem. Por isso a aprendizagem é um momento intrinsecamente

necessário e universal.

Pode-se afirmar atualmente que mesmo a Psicopedagogia tendo

partido da associação de outras áreas, hoje ela ocupa um lugar mais

autônomo e requer desta expectativa um título de profissão, que independa de

outras áreas, uma formação específica voltada para que o profissional seja

capacitado com conhecimentos específicos para o exercício de suas

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atividades, que hoje estão mais necessárias, inclusive para o tratamento de

criança com necessidades educacionais especiais.

Segundo Porto (2011), de acordo com especialista

Alicia Fernández, é necessário incorporar conhecimentos sobre o organismo, o

corpo, a inteligência e o desejo, estando estes quatro níveis basicamente

implicados no ato da aprendizagem e nas formas de suas dificuldades.

A psicopedagogia necessita de conhecimentos na área

neuropsicológica trabalhando o corpo e a mente e seus efeitos intelectuais, já

na área psicológica sua função é estudar as mudanças comportamentais,

sociais e suas influencias e numa ação direta na prática pedagógica que, por

sua vez, atua sobre o processo de ensino e aprendizagem promovendo assim

o desenvolvimento do aluno, do professor, da família e da escola na formação.

Tanto em caráter clínico quanto na instituição, o psicopedagogo atua

intervindo e prevenindo como mediador de problemas ligados as dificuldades

de aprendizagem e atualmente está inserido meio ao contexto de inclusão de

crianças portadoras de necessidades especiais e com alguns transtornos

neurológicos já diagnosticados precocemente, o que em certas unidades que

não possuem a presença de um psicopedagogo, e a falta de conhecimento a

respeito dessas dificuldades fez e, ainda faz, com que esses alunos sejam

encaminhados para variados profissionais das mais diversas áreas de atuação,

sem êxito em seu tratamento.

Esse problema gerou uma determinada consciência da necessidade

de uma formação mais globalizante onde uma única pessoa pudesse de forma

abrangente estar apta para atuar de forma mais objetiva, criteriosa e eficaz na

realização desses atendimentos, fazendo com que se centralizassem num só

profissional, que ficou ainda mais necessário é ele que dentro da instituição faz

o diagnóstico e facilita o vínculo do aluno com o processo de aprendizagem e

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assim resgata o prazer de aprender, solucionando os problemas advindos de

bloqueios e distúrbios de aprendizagem.

Para Bossa (2007) o termo psicopedagogia parece deixar claro que

se trata de uma aplicação da psicologia externada na pedagogia, embora essa

definição não reflita o verdadeiro significado do termo, pois a psicopedagogia

vai além da aplicação da psicologia dentro do contexto pedagógico, e não deve

ser vista sem um caráter interdisciplinar, que implica a dependência da

contribuição teórica e prática de outras áreas de estudo para se constituir

como tal.

Weiss reconhece a necessidade de este profisional ter uma boa

relação com todos os outros profissionais da escola, pois o mesmo

desempenha uma grande missão:

“Um trabalho de assistência ao aluno no trato de suas necessidades educacionais, e trabalha para isso na forma de planejamento, acompanhamento, coordenação, controle, avaliação, diagnóstico e tratamento e na atualização do desenvolvimento aprimorando o processo ensino-aprendizagem” (WEISS, 2009, p. 12).

Para Cunha (2012, p. 35), na visão de Platão e posteriormente

Descartes, “corpo e mente, são categorias independentes que englobam tipos

diferentes de realidade, ao passo que para Spinoza, tanto pensamento como

matéria são atributos de uma única substância real”.

Cada vez se exige do psicopedagogo uma especialização maior e

melhores conhecimentos no trato de transtornos e doenças psicomotoras, seu

trabalho assistencial junto aos profissionais da área pedagógica,

fonoaudiologia, neurológica e psicológica, isso requer mais leis que reportem a

este o exercício de suas atividades de forma profissional o desvinculando de

suas origens e o tornando um profissional de ciência própria.

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CAPÍTULO II

A RELEVÂNCIA DA AQUISIÇÃO LEGISLATIVA PARA

FIRMAR A IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO

Desde o surgimento da psicopedagogia no Brasil, a função do

psicopedagogo passou de auxiliar para ser mediadora e foi amparado pela

Associação Brasileira de psicopedagogia (ABEPp), que luta pela sua

regularização como profissão.

No decorrer da história, pôde-se observar que muitos profissionais

da área da pedagogia e da área da psicologia para desenvolverem um trabalho

melhor com essa clientela que apresenta dificuldades no aprendizado,

adquiriram uma pós graduação na área da psicopedagogia, isso ajuda a

conhecer mais os problemas que surgem em seus cotidianos e a tomarem

medidas interventivas de acordo com a situação apresentada.

Porém, também se percebe que a sobrecarga de funções para estes

profissionais tornam-se intensar, havendo a necessidade de ter um profissional

dentro da instituição ou clínica capaz de desenvolver competências e

habilidades profissionais no exercício de uma práxis mais consciente,

dinâmica, qualificada para desenvolver um melhor diagnóstico e um

intervenção mais acertada ao caso.

O psicopedagogo não trabalha somente com crianças em fase de

alfabetização, ele trabalha com crianças em fase de aprendizagem, com

adolescentes e adultos, pois é notório o fato de que as dificuldades, distúrbios

ou patologias podem aparecer em qualquer momento da vida e, portanto, a

Psicopedagogia não faz distinção de idade ou sexo para o atendimento.

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Com a ajuda da ABEPp o psicopedagogo conseguiu galgar novos

pilares em sua profissão e está conquistando sua autonomia, e na reflexão dos

princípios que refletem a identidade do psicopedagogo, Barone (1987) aponta

alguns fatores que caracterizam a necessidade da existência deste profissional

no âmbito institucional ou clínico como, uma maior quantidade de pessoas com

defasagens e sérios comprometimentos na aprendizagem, também a

necessidade do desenvolvimento de estratégias e a criação de novos recursos

alicerçada na prática educativa.

Para auxiliar as tarefas realizadas pelos psicopedagogos, foi criado

o manual de ética com o apoio da ABEPp, para que a profissão fosse

respeitada e esses profissionais pudessem acatar e terem seus direitos

preservados. Este código foi criado por três psicopedagogos de renome,

Flores, Colli de Souza e Mendes (1993) que foi escrito em dez capítulos e

dentre eles pode-se destacar a descrição dos princípios, como o

comprometimento do profissional, suas habilitações para a área clínica,

preventiva ou institucional, bem como sua certificação e responsabilidades,

seus direitos e deveres, fala também em relação ao sigilo decorrente do

exercício de suas atividades, entre outras coisas.

O Projeto de Lei 3.124/971, foi criado em 1997 pelo Deputado

Barbosa Neto, que também instituiu o Conselho Federal e os Conselhos

Regionais de Psicopedagogia, que foi aprovado na Comissão do Trabalho e na

Comissão de Educação, Cultura e Desporto, o projeto também mensura que

somente poderão exercer a profissão de Psicopedagogo no Brasil, os

portadores de certificado de conclusão em curso de especialização em

Psicopedagogia em nível de pós-graduação, expedido por escolas ou

instituições devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da

legislação pertinente. E que dentre suas funções o Psicopedagogo:

1 Trecho extraído do site: http://abpp.com.br/projeto-de-lei-n-3124-97

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1. Possibilita intervenção visando a solução dos problemas de aprendizagem tendo como enfoque o aprendiz ou a instituição de ensino público ou privado; 2. Realiza diagnóstico e intervenção psicopedagógica, utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias da Psicopedagogia; 3. Atua na prevenção dos problemas de aprendizagem. 4. Desenvolve pesquisas e estudos científicos relacionados ao processo de aprendizagem e seus problemas. 5. Oferece assessoria psicopedagógica aos trabalhos realizados em espaços institucionais. 6. Orienta, coordena e supervisiona cursos de especialização de Psicopedagogia, em nível de pós-graduação, expedidos por instituições ou escolas devidamente autorizadas ou credenciadas nos termos da legislação vigente. Tendo em vista que a formação do Psicopedagogo vem ocorrendo em caráter oficial nas Universidades com muita procura, e há um grande número de profissionais formados nas Universidades Brasileiras desde a década de sessenta, a regulamentação da profissão torna-se não só legítima, mas urgente.Conselho Nacional da Associação Brasileira de Psicopedagogia 06/1997.

Em 2000, foi criado o Projeto de Lei 128/2000, que estabelece a

implementação da assistência psicopedagógica e psicológica dentro dos

estabelecimentos públicos de ensino do Estado de São Paulo, e este foi

transformado na Lei 10.891 no ano de 2001, em sessão extraordinária da

Assembleia Legislativa.

Em 2008 a Lei 3512 regulamenta a profissão de psicopedagogo no

Brasil, e foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara

Federal em 30/03/2010, e em 12/04/2010 a Mesa Diretora da Câmara dos

Deputados despachou o referido projeto ao Senado, ainda segue sendo

analisado.

Encontra-se em meio as Resoluções, Projetos de Leis, Decretos e

Leis o pedido da regulamentação da profissão de Psicopedagogo, mais até

agora só se tem a regulamentação das atividades deste profissional. Para os

Conselhos de Psicologia, a Psicopedagogia não é profissão, é uma

especialização interdisciplinar que necessita dos conhecimentos teóricos, dos

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métodos e das técnicas da Psicologia e da Pedagogia que veio a ser

reconhecida oficialmente como profissão no ano de 2014.

De acordo com Bossa (2000, p. 60) “a questão da formação do

psicopedagogo assume um papel de grande importância na medida que é a

partir dela que se inicia o percurso para a formação da identidade desse

profissional”. Do ponto de vista legal, diferente da Europa, no Brasil, a

Psicopedagogia ainda não representa uma profissão. A maioria dos

psicopedagogos formou-se em cursos de Pedagogia ou Psicologia, e depois

de terminar a graduação, completa seus estudos em nível de especialização

em Psicopedagogia, mediante programas lato sensu regulamentados pela

Resolução nº 12/83, e assim modifica a suas práxis.

Segundo a ABEPp a formação do psicopedagogo pode ocorrer em

níveis de graduação e de pós-graduação, portanto, deve-se observar alguns

aspectos e diretrizes como os encontrados em sua página2:

* Formação na Pós-graduação lato sensu – Especialização, esta formação pauta-se pelas exigências da Resolução CNE/CES nº 1, de 8 de junho de 2007 acrescidas das recomendações que emanam da especificidade da formação do psicopedagogo.ぉ As disciplinas que fundamentam a formação do psicopedagogo (introdutória, específicas, eletivas e de orientação) devem estar articuladas por meio da pesquisa e da atuação supervisionada, culminando com a apresentação da monografia, trabalho de conclusão de curso ou artigo científico. * Formação na Graduação:ぉ A formação na graduação baseia-se na Resolução CNE/CP 28/2001 acrescidas das recomendações que emanam da especificidade da formação do psicopedagogo.ぉ As disciplinas que fundamentam a formação do psicopedagogo (introdutória, específicas, eletivas e de orientação) devem estar articuladas por meio da pesquisa e da atuação supervisionada, culminando com a apresentação da monografia ou artigo científico. * Formação na Pós-graduação Stricto Sensu - Mestrado Profissional:ぉ A formação em nível de mestrado profissional deve respeitar a portaria normativa n° 7 de 22 de junho de 2009 - CAPES*. O curso deverá ter no máximo 4 semestres ou 2 anos e tem como objetivo a “capacitação para a prática

2 http://www.abpp.com.br/diretrizes-da-formacao-de-psicopedagogos-no-brasil

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profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho”.ぉ O Mestrado Profissional deverá preencher 5 quesitos: 1) proposta; 2) corpo docente; 3) corpo discente e trabalhos de conclusão; 4) produção intelectual e profissional destacada; 5) inserção social, além da infraestrutura para o ensino, pesquisa. ぉ A formação culmina com a apresentação da dissertação. *dispõe sobre o mestrado profissional no âmbito da fundação e coordenação de aperfeiçoamento de nível superior – Capes. * Formação em EAD:ぉ A formação do psicopedagogo na modalidade EAD, não contempla as exigências específicas dessa modalidade de ensino. Segundo o Decreto nº 5.622/2005 que regulamenta o artigo 80 da LDB 9.394/96 em suas disposições gerais:ぉ Art. 1º. Caracteriza-se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. §1º. A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares para as quais deve estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais.

Atualmente para o profissional em Psicopedagogia seja graduado ou

pós graduado exercer suas atividades clinicas em um consultório, requer a

parceria de um profissional formado em Psicologia. Porto (2011) mostra que

pela Lei 4119/1962, e no olhar dos Conselhos de Psicologia, a Psicopedagogia

não é profissão, é uma especialização interdisciplinar que necessita dos

conhecimentos teóricos, dos métodos e das técnicas da Psicologia e da

Pedagogia.

Em pesquisa ao site do Senado3 e ao blog do Senador Ranfolfe4 foi

extraído o texto que confirma que através do PLC 31/2010 fica regulamentada

a profissão do psicopedagogo, porém no blog é confirmada a afirmação com a

ressalva de que o projeto ainda deverá ser apreciado pela Comissão de

Assuntos Sociais (CAS), conforme abaixo:

3 http://www.senado.gov.br/senadores/senador/cyromiranda/detalha_noticias.asp?codigo=117174 4 http://blogdorandolfe.com.br/todos-os-posts/page/28/

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O Senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), foi o relator do PLC 31/2010, que regulamenta que só poderão exercer a profissão de Psicopedagogo, pessoas formadas em Psicologia, Pedagogia ou licenciatura que tenham especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600 horas e carga horária de 80% na especialidade; e portadoras de diploma de curso superior que já venham exercendo ou tenham exercido atividades profissionais de Psicopedagogia em entidade pública ou privada. O profissional poderá atuar em escolas e empresas (Psicopedagogia institucional) e em clínicas (Psicopedagogia clínica). Em seu relatório, Randolfe destacou que “a abordagem interdisciplinar da Psicopedagogia não invade as competências de outras profissões regulamentadas. Na verdade, ela se apoia nos conhecimentos de outras áreas para desenvolver seu próprio arcabouço conceitual, teórico e metodológico, assim como ocorre em diversos campos da ciência, que se utilizam de outros saberes de modo instrumental”. Além de deixar claro que a atuação dos psicopedagogos ocorrerá sem qualquer prejuízo do exercício de atividades e atribuições próprias de outros profissionais tanto da educação quanto da saúde. Hoje, a formação dos psicopedagogos se dá, majoritariamente, em cursos de especialização em nível de pós-graduação, mas já começam a surgir cursos de graduação dedicados a esse campo do conhecimento, bem como cursos de mestrado e até de doutorado na área. O projeto agora vai para a apreciação da Comissão de Assuntos Sociais (CAS).

Percebe-se que essa história ainda não teve uma finalização, porém

pode-se dizer que essa regulamentação da Psicopedagogia como profissão

seria beneficiária a classes sociais menos favorecidas, pois o profissional

psicopedagogo poderia ser inserido em planos de saúde, em hospitais e

clínicas tanto no âmbito particular ou público através de concursos públicos,

integralizando de forma oficial os quadros de funcionários também em escolas

e em empresas públicas e privadas como uma profissão.

Existem porém, alguns estados o psicopedagogo como profissional,

já foi implantado dentro das escolas públicas e privadas com o intuito de

acolhimento à diversidade, criando condições de acesso, e de permanência de

alunos com necessidades educacionais especiais dentro da instituição escolar,

criando situações mobilizadoras de se aproximar das famílias respeitando as

diferenças, trabalhando na integração de pessoas, metas e conceitos, enfim,

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sendo um profissional que assessora a equipe e comunidade no sentido de

apoio psicopedagógico buscando identificar e enfrentar as dificuldades

detectadas.

Este passo deu liberdade a esse profissional de exercer sua

profissão em áreas diversificadas, e com isso reafirmar a outros estados a

necessidade de fazer desta área uma profissão, sem invadir outras áreas,

apenas utilizá-las como apoio cientifico.

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CAPÍTULO III

AS AÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA MELHORA DAS

FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS E

PEDAGÓGICAS.

Os psicopedagogos estão aptos a exercer suas atividades em

diversas áreas, porém sempre com a função primordial de detectar problemas

de aprendizagem. Uma das ferramentas para esse exercício é o diagnóstico.

As crianças com idade escolar que costumam apresentar algumas

dificuldades de interação social, que têm dificuldades de ter empatia com os

colegas e professores, além de ausência de contato visual, expressão facial e

utilização de gestos que favoreçam a interação social, costumam apresentar

certa ingenuidade e ausência de percepção sobre a privacidade alheia,

mostram-se emocionalmente fragilizados e vulneráveis, em geral são ansiosos

e imprevisíveis diante de situações que fogem ao seu normal, não possuem

interesses em ter amigos, ou não sabem como estabelecer relacionamentos

amigáveis. São crianças que devem ser encaminhadas ao acompanhamento

psicopedagógico.

Para Silva (2012), os portadores de Síndromes ou Transtornos

costumam apresentar um quociente intelectual normal ou acima do normal. No

entanto, possuem dificuldades relacionadas à flexibilidade de seus

pensamentos e problemas no lado psicomotor que proporciona certa

desvantagem e até mesmo prejuízo qualitativo em seu processo de

aprendizagem diante dos próprios erros cometidos. Esta dificuldade gera um

ciclo de difícil correção no que dizem respeito ao seu comportamento, e eles

também são capazes de aprender a tocar instrumentos musicais de maneira

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sublime, assim como pintar quadros que fielmente retratam avenidas e outros

locais, de realizar cálculos matemáticos rapidamente sem o uso de

calculadoras.

O primeiro passo do psicopedagogo é o diagnóstico, esse

profissional assemelha-se a um detetive à procura de pistas, levando em conta

toda a totalidade do indivíduo, seu ambiente, seus questionamentos, e os

fatores envolvidos, fatos que permitam a clareza a respeito do atendimento

psicopedagógico, e para isso são necessários conhecimentos em diversas

áreas afins.

Valle, et al. (2007) ressalta que a neuropsicologia surgiu com o

objetivo de estudar alterações de comportamentos em consequência de lesões

cerebrais. Os estudos e pesquisas realizados ao longo do tempo foram

formando corpo teórico e construindo sua identidade científica. São abordadas

três grandes teorias neuropsicológicas para explicação do autismo, e a sua

relação com os componentes comunicativos e linguística da síndrome: a teoria

da mente, a teoria da coerência central e a teoria das funções executivas.

As pesquisas realizadas pela autora Relvas (2009) mostra que

Vygotsky concebe o cérebro como um sistema flexível, plástico apto a servir a

novas e diferentes funções, é também o substrato material da atividade

psíquica que cada criança carrega consigo desde o nascimento. A análise

psicológica deve ser capaz de conservar as características básicas nos

processos psicológicos. Enfim a transformação é algo contínuo e capaz de

levar a um desenvolvimento surpreendente ao longo da história.

Uma avaliação neuropsicológica das funções executivas se vale de

diferentes procedimentos, que podem ser agrupados em baterias de testes de

acordo com os objetivos específicos de cada avaliação. O resultado servirá de

subsídios para o delineamento de estratégias de intervenção na reabilitação de

aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais, onde cabe ao

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psicopedagogo intervir com ações psicopedagógicas visando a melhora das

funções neuropsicológicas, psicológicas e pedagógicas do indivíduo.

Psicopedagogos utilizam de algumas atividades que permitem uma

participação mais ativa e reflexiva, que podem ser empregadas para aprimorar

o equilíbrio motor e psíquico, são elas: engatinhar, dar cambalhotas, se

equilibrar nas pontas dos pés ou sobre uma linha no chão, pular em pneus,

brincar de pique pega que inclusive ajuda também na socialização da criança,

subir e descer. Nestas atividades são trabalhados o equilíbrio, a concentração

e a afetividade, beneficiando a interação entre o corpo e o cognitivo, a energia

e a afetividade, o individualismo e o coletivo, promovendo a socialização e a

formação de caráter e motora da criança.

O jogo pode colaborar para a compreensão de regras que serão

transpostas para a realidade da criança, ao brincar, jogar, correr, imitar, criar

ritmos e movimentos, inventar, usar a criatividade, as crianças experimentam o

repertório da cultura corporal na qual estão inseridas.

3.1 - Instrumento de Avaliação Psicopedagógica

Para Fernández (1991) a avaliação psicopedagógica envolve a

identificação dos principais fatores responsáveis pelas dificuldades da criança,

é necessário determinar se trata de distúrbio de aprendizagem ou de uma

dificuldade provocada por outros fatores emocionais, cognitivos, sociais ou

ambientais.

Para isso é necessário que sejam coletados dados referentes à natureza da dificuldade apresentada pela criança, bem como que se investigue a existência de quadros neuropsiquiátricos, condições familiares, ambiente escolar e oportunidades de estimulação oferecidas pelo meio a que a criança pertence; fazer o levantamento do repertório infantil relativo às

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habilidades acadêmicas e cognitivas relevantes para a dificuldade de aprendizagem apresentada, o que inclui: conhecimento, pelo profissional, do conteúdo acadêmico e da proposta pedagógica, à qual a criança está submetida; investigação de repertórios relevantes para a aprendizagem, como a atenção, hábitos de estudos, solução de problemas, desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.; avaliação de pré-requisitos e/ou condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos; identificação de padrões de raciocínio utilizados pela criança ao abordar situações e tarefas acadêmicas, bem como déficits e preferências nas modalidades percentuais etc.; a identificação de características emocionais da criança, estímulos e esquemas de reforçamento aos quais responde e sua interação com as exigências escolares propriamente ditas (FERNÁNDEZ, 1991, p. 144).

Segundo Coll (2006), a avaliação psicopedagógica irá fornecer

informações importantes em relação às necessidades dos seus alunos, bem

como de seu contexto escolar, familiar e social, e ainda irá justificar se há ou

não necessidade de introduzir mudanças na oferta educacional.

Bossa destaca alguns recursos destinados à avaliação

psicopedagógica:

Referindo-se as Provas de Inteligência (WISC); Testes Projetivos; Avaliação perceptomotora (Teste de Bender); Teste de Apercepção Infantil (CAT.); Teste de Apercepção Temática (TAT.); Provas de nível de pensamento (Piaget); Avaliação do nível pedagógico (nível de escolaridade); Desenho da família; Desenho da figura humana; Teste HTP (casa, árvore e pessoa); Testes psicomotores; Lateralidade; Estruturas rítmicas... A autora não apresenta restrição quanto ao uso dos testes, no entanto, alguns destes testes (Wisc, Teste de Bênder, CAT, TAT, Testes Projetivos), aqui no Brasil, são considerados de uso exclusivo de psicólogos. Para evitar atritos, o psicopedagogo pode ser criativo e desenvolver atividades que possibilitem fazer as mesmas observações que tais testes, ou utilizar atividades lúdicas para obter os mesmos resultados (BOSSA, 2000, p. 59).

O diagnóstico é uma das principais ferramentas para psicopedagogo

identificar a raiz do problema, perceber e tratar as eventuais perturbações no

processo aprendizagem, e compreender que numa visão neurobiológica da

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aprendizagem, pode-se dizer que, ocorre a ativação de uma área cortical,

determinada por certo estimulo, provoca alterações também em outras áreas,

pois o cérebro não funciona como regiões isoladas.

Para Metring (2011), Piaget defendia a ideia de que, para a criança

aprender algo é necessário desafiá-la. O desafio é sempre um estímulo ao uso

da área do córtex pré-frontal que é órgão regulador, onde os neurônios são

especializados em atividades nobres, onde as funções mentais superiores são

realizadas, como julgamento, planejamento, criação de estratégias,

organização da linguagem e do pensamento, censura moral e social, controle

de atenção e concentração, armazenamento de informação para elaboração

de processos crítico e transformador.

Sisto et al. (2002) em suas pesquisas apontam um jogo chamado

Quips que é constituído por 4 cartelas, 84 fichas coloridas e dois dados: um de

pontos, outro de cor. Cada cartela tem desenhos coloridos diferentes,

contendo 21 orifícios onde as fichas deverão ser colocadas. A regra, tal como

a proposta do jogo, consiste em lançar simultaneamente os dois dados,

obtendo-se determinada cor e quantidade; as fichas correspondentes deverão

ser pegas e colocadas nas respectivas casas da cartela. Os objetivos

propostos pelo Quips orientam-se no sentido do trabalho de cor e quantidade.

Numa análise psicológica e pedagógica do jogo Quips, observa-se

que o jogo de regras é importante em favorecer o desenvolvimento de noções

nas crianças e nesse jogo a criança diante de observações do jogo como

fichas, dados, cartelas, constata trabalhar com coordenações de cores entre

dados e fichas, neste jogo a criança também tem autonomia de realizar

escolhas, organizar seus pensamentos, cria noções lógicas, de conjunção, de

equivalência e de inclusão, aprende a perceber as diferenças, seriação,

fazendo com que a criança coloque as fichas utilizadas no jogo em

quantitativa, ou por cores; comparação de muito e de pouco; classificação de

cores, por quantidade adentrando nas propriedades da adição; favorecer o

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processo de equilibração, direção; além de trabalhar obedecendo às regras,

entre outras propostas.

Para Sánchez (2010) os exercícios com regras a serem cumpridas,

são destinados a trabalhar a organização espacial podem ser brincadeiras de

pique pega, pular dentro de bambolês organizados em um determinado

espaço, a percepção de domínio do espaço referente ao próprio corpo e

referente aos objetos. Trabalhar a percepção com relação a ritmo, como a

intensidade, duração, distância e velocidade e a modulação e a regulação dos

tônus, adquirir flexibilidade ao pensar.

Bossa apresenta uma forma de diagnóstico psicopedagógico:

Focando a área emocional, uma Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA), que é um instrumento inspirado na psicologia social de Pichon Rivière, nos postulados da psicanálise e no método clínico da escola de Genebra e foi idealizado por Jorge Visca e é um instrumento de uso simples que avalia em uma entrevista a aprendizagem, e neste contexto a intenção é permitir ao sujeito construir a entrevista de maneira espontânea, porém dirigida de forma experimental, onde o psicopedagogo possa observar seus conhecimentos, atitudes, destrezas, mecanismos de defesas, ansiedades (BOSSA, 2000, p. 46).

É um diagnóstico que pode ser utilizado em qualquer das áreas de

atuação do psicopedagogo, em paralelo com a anamnese, segundo Porto

(2011, p. 113) durante o EOCA é necessário que se observe três aspectos:

primeiro a observação do conteúdo latente do sujeito com a aprendizagem; o

segundo é a dinâmica da aplicação, onde é observado tudo que o sujeito faz

como gestos, postura corporal, expressões faciais, entre outros e o terceiro é o

produto, como são seus processos assimilativos/acomodativos, o que ele

escreve e sua compatibilidade com a idade.

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Por meio do conhecimento de como o cérebro funciona e de como

suas atividades cerebrais biológicas, psicológicas, sociais e ambientais, se

adaptam. Relvas (2009) relata que o ser humano utilizou de suas inteligências

múltiplas, construindo possibilidades de sobrevivência, em uma adaptação

competitiva e solidária para o desenvolvimento da espécie, garantindo, a

evolução do cognitivo, emocional, afetivo e social, tanto nos homens quanto

nas mulheres.

Outro tipo de diagnóstico utilizado pelo psicopedagogo é a avaliação

assistida, onde o diagnóstico conta com uma dinâmica muito particular,

fazendo com que o profissional participe ativamente do processo. Segundo

Porto (2011, p. 94) a avaliação assistida ou dinâmica está fundamentada na

teoria socioconstrutivista proposta por Vygotsky, que abarca a aprendizagem a

partir da zona de desenvolvimento proximal.

Trabalhar as dificuldades apresentadas durante a aprendizagem

requer conhecimento de exercícios que produzam relações entre o cognitivo,

social e o psíquico numa associação ao mundo exterior, vivenciando estímulos

sensoriais que possibilitem de entender como funciona e como consiste a

função de cada parte de seu corpo e associá-las as atividades de caráter

curricular, por isso a importância do profissional da Psicopedagogia, não só no

ambiente escolar, como em clínicas, hospitais e em empresas, pois esse

profissional apenas utiliza os conhecimentos de outras áreas para elaborar

seus diagnósticos, tendo no exercício de sua profissão todos os recursos

necessários e ferramentas para desenvolver seus diagnósticos sem a

necessidade de utilizar testes e materiais da psicologia ou mesmo da

pedagogia.

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CONCLUSÃO

A psicopedagogia visa diagnosticar o problema e tratá-lo com

atividades formuladas para cada questão apresentada pelo indivíduo, estando

relacionada à área de aprendizagem, podendo o profissional avaliar desde o

processo biológico, com entornos afetivos e intelectuais que interferem na

relação sujeito com o meio, e são influenciadas pelas condições socioculturais,

políticas e econômicas.

As áreas que o psicopedagogo pode exercer suas atividades diverge

entre a clínica, cognitivista, sistêmica, reeducativa, epistemología convergente,

analítica, isso abrangendo um âmbito institucional ou clínico.

O trabalho visou responder ao questionamento inicial de como a

psicopedagogia pode se transformar em uma profissão e obter uma

individualidade disciplinar, abrangendo uma nova formação através da

graduação.

E através dessa discussão percebe-se que a Psicopedagogia tem

sua ascendência advinda da Argentina que por sua vez descende do

estudo de universidades europeias, e sua raiz veio da psicologia, no

tratamento de pessoas com problemas na área da aprendizagem,

assim perpassando pela pedagogia, o que levou a profissão ao âmbito

educacional, clínico e institucional, onde esse profissional trabalha com

problemas ligados a dificuldades de aprendizagem, mediando os transtornos e

selecionando e qualificando pessoal dentro das instituições privadas ou

públicas.

A respeito da profissionalização da psicopedagogia e sua formação

acadêmica, constatamos que a princípio sua formação era de graduação, após

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alguns projetos de lei ela passou a pós graduação, sendo priorizado as

graduações de pedagogia, psicopedagogia e afins, porém, depois do PLC

31/2010, ficou regulamentado que só poderão exercer a profissão de

Psicopedagogo, pessoas formadas em Psicologia, Pedagogia ou licenciatura

que tenham especialização em Psicopedagogia, com duração mínima de 600

horas e carga horária de 80% na especialidade, com isso restringiu-se o

número de faculdades credenciadas à especialização deste profissional,

existem em outros estados faculdades que possuem graduação de

psicopedagogia, porém a profissão ainda não se encontra registrada

oficialmente, somente as atividades prestadas pelo profissional tem amparo na

lei.

Foi visto no decorrer desta pesquisa que a psicopedagogia pode

utilizar em sua forma avaliativa e terapêutica algumas ferramentas e

diagnósticos, para observar e criar propostas para amenizar as dificuldades de

aprendizagem no desenvolvimento da criança dentro de sua vida acadêmica

que podem vir a atrapalhar outras áreas.

Alguns distúrbios quando mal diagnosticados, podem trazer

inúmeros prejuízos a pacientes e seus familiares. A utilização de instrumentos

de avaliação psicopedagógica traz referência que as entrevistas, os jogos e as

brincadeiras são utilizados para associação de informações sobre a criança

indicando seu nível pedagógico de leitura, escrita, cálculo entre outros pontos,

através desse processo avaliativo pode ser observado os medos, defesas,

dissociações, autonomia e decisões ligadas à situação de aprendizagem.

Ações propostas pelos psicopedagogos como mediadores da

aprendizagem devem utilizar o auxílio de metodologias psicomotoras e lúdicas

dentro do cotidiano escolar num coletivo ou em consultórios no individual,

assim como em clínicas e hospitais e ainda dentro de empresas públicas ou

particulares, buscando sempre uma forma de prevenção relacionada às

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dificuldades de aprendizagem que possam aparecer nas etapas de formação

da criança.

Cada vez a presença deste profissional torna-se necessária nas

mais diversificadas áreas, sendo também levantada a questão de porque não

esse psicopedagogo, não pode ser um profissional com direito reconhecido por

lei para oferecer seus serviços, sem a necessidade de amparo de outras

profissões, deixo esse questionamento para novos trabalhos e a

conscientização de nossos políticos ao fato de imaginarem como seria o

cuidado com as dificuldades de aprendizagem se não houvesse esse

profissional.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ....................................................................................... 02

AGRADECIMENTOS ...................................................................................... 03

DEDICATÓRIA ................................................................................................. 04

EPÍGRAFE ....................................................................................................... 05

RESUMO.......................................................................................................... 06

METODOLOGIA .............................................................................................. 07

SUMÁRIO ........................................................................................................ 08

INTRODUÇÃO ................................................................................................ 09

CAPÍTULO I

1 - O TERMO PSICOPEDAGOGIA E SEUS FUNDAMENTOS ...................... 15

1.1 - Psicopedagogia uma profissão em movimento ........................... 17

1.2 - Descrições históricas da Psicopedagogia .................................... 19

CAPÍTULO II

2 - A RELEVÂNCIA DA AQUISIÇÃO LEGISLATIVA PARA

FIRMAR A IDENTIDADE DO PSICOPEDAGOGO ......................................... 24

CAPÍTULO III

3 - AS AÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS NA MELHORA DAS

FUNÇÕES NEUROPSICOLÓGICAS, PSICOLÓGICAS E PEDAGÓGICAS .. 31

3.1 - Instrumentos de Avaliação Psicopedagógica ............................ 33

CONCLUSÃO ................................................................................................. 38

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 41

ÍNDICE ............................................................................................................ 44