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Edição Dezembro / 2012

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Inaugurada pelo ex-prefeito Hélio de Souza na dé-cada de 90, o Terminal Rodoviário de Capão Bonito p� XP� GRV� ~QLFRV� SDWULP{QLRV� PXQLFLSDLV� FODVVLÀFDGR�como “mal administrado”. Para melhorar os serviços e implantar uma nova cultura administrativa, a Municipa-lidade pretende terceirizá-lo.

Para efetivar a ideia, é preciso abrir um processo lici-tatório para a devida escolha da proposta mais vantajosa para o município. A vencedora poderá explorar econo-micamente as repartições, utilizar espaços para publici-dade, e em contrapartida, terá a obrigação de manter ba-nheiros limpos, o que hoje é uma raridade, e reorganizar todo o sistema de atendimento de passageiros no local.

A construção de um novo terminal às margens da Rodovia Francisco Alves Negrão seria a alternativa mais viável para a economia da cidade, porém, enquanto isso não ocorre, a terceirização é bem vinda, desde que ofe-reça o conforto merecido aos usuários que recolhem seus devidos impostos.

Bastidores da política e dos negócios

PEDE PARA SAIR

RODOVIÁRIA TERCEIRIZADA

ASFALTOPAÇOQUINHAO secretário de Saúde Fabrício Olivati deve deixar a pasta que comandou nos últimos

quatros anos no próximo dia 31 de dezembro. Formado em odontologia, Olivati implantou um novo modelo de gestão na Secretaria. Conseguiu alguns avanços como a construção do Centro da Mulher, o novo centro de Fisioterapia e botou para funcionar vários postinhos na Zona Rural, porém, não resistiu à força oculta dos agentes políticos que atuam e inter-ferem no setor. Considerada uma máquina de votos, a Saúde tem uma grande demanda: calcula-se que 98% da população utilizam-se dos serviços públicos de Saúde no município. Dois nomes circulam pelos bastidores como potenciais substitutos de Olivati: Diogo Mas-trorroco e Nilton Silveira.

Os asfaltos implantados pelo ex-prefeito Junior Tallarico são exemplos práticos do desperdício e do mal uso do dinheiro pú-blico. Habilidoso no contato com políticos graúdos, Tallarico conquistou – mérito pró-prio – bons convênios para obras de infra-estrutura urbana, porém, as verbas foram usadas de forma incorreta, e não gerou o benefício desejado pela população. Nossa equipe de reportagem percorreu várias ruas pavimentadas pelo governo JT e em boa par-te delas, o asfalto, prematuramente, se esfare-lou, como uma paçoquinha.

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ÁGUA DE POÇO

PREFEITURA VAI ABRIR CONCORRÊNCIA PARA FUNERÁRIA

O REI DO LEGISLATIVOO veterano Abner Batista da Silveira bate

um recorde atrás do outro no Legislativo. Está no sexto mandato como vereador e, em 2013, inicia o sétimo. Jamais perdeu uma eleição, e desde a primeira em 1988, sua votação aumen-ta a cada pleito. É, praticamente, o único par-lamentar que bate cartão. É sempre o primeiro a chegar e o último a sair. Sua marca é “servir o cidadão”. Com auxílio do jovem Jeferson – seu assessor – e do telefone, agenda entrevis-tas de emprego, solicita encaminhamento para consultas e exames, ouve reivindicações que geralmente se transformam em requerimentos e projetos de lei. Com 24 anos de Casa, é um dos potenciais nomes para assumir a presidên-cia da Câmara Municipal, com legitimidade para a função.

Apesar do aparente bom relacionamento com a Sabesp, Junior Tallarico não fez um bom negócio ao renovar com a estatal o contrato de exploração dos serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto.

A novela ainda continua. Ministério Público, Prefeitura e Sabesp ainda não chegaram a um acordo comum. A falta desses serviços essenciais virou caso de Saúde Pública. Laboratórios con-ceituados apontaram que as águas de poço do bairro estão contaminadas e podem causar vários tipos de doenças, principalmente em crianças.

Enquanto uns consomem água da boa, até hoje, centenas de moradores do Jardim Santa Isabel tem uma única opção: ou bebem água de poço ou não bebem.

Comenta-se no Paço Municipal, que a prefeitura está elaboran-do vários projetos para aumentar a receita própria do município. Segundo fontes, o Executivo deverá realizar concorrência pública para os serviços funerários. O edital ainda não foi elaborado, mas em cidades em que realizou o processo, venceu a empresa que ofe-receu a menor tarifa do serviço a ser prestado, combinada com a PHOKRU�FRPSHQVDomR�ÀQDQFHLUD�SDUD�D�0XQLFLSDOLGDGH��$VVHVVRUHV�diretos do prefeito calculam um valor mínimo de R$ 300 mil (cha-mado de outorga de concessão). Com a abertura da concorrência pública, apenas uma empresa poderá operar em Capão Bonito, atu-almente, são duas: Camargo e Santa Luzia.

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O desenvolvimento econômico será um GRV�SULQFLSDLV�GHVDÀRV�GR�SUy[LPR�JRYHUQR�municipal, que será novamente comandado pela dupla Julio Fernando e Marco Citadi-ni. Mas o caminho é longo e necessita de muito cuidado e atenção. Não se resolve um problema que há décadas assombra a nossa cidade, com um simples estralar de dedos, como se o governante fosse um mágico.

A localização e infraestrutura logística da cidade a 222 km de São Paulo e 260 km de Curitiba (Paraná) são características que, numa disputa para atrair negócios, podem fazer a diferença.

O Produto Interno Bruto da cidade também não para de crescer, depois que o atual prefeito Julio Fernando assumiu o comando do Poder Executivo, em 2009, a soma total da riqueza produzida no período de um ano, não parou de crescer, com des-taques para os setores de comércio, serviços e agricultura.

A estrada está aberta, mas é preciso acabar com os obstáculos que trancam e GLÀFXOWDP�R� DFHVVR� DR�QRYR�KRUL]RQWH��$�reportagem da revista Matéria-Prima con-versou com especialistas em arquitetura, planejamento urbano e empresários, que apontaram alguns pontos estratégicos para que Capão Bonito dê o salto que precisa para se tornar uma cidade sustentável eco-nomicamente.

LOTEAMENTO TERRAS DO EMBIRUÇU

Localizado num dos pontos mais privilegiados do município de Capão Bonito e que faz divisa com as grandes ÁX[RV�URGRYLiULRV�²�URGRYLDV�)UDQFLVFR�Alves Negrão (Itapeva) e Antônio Ro-mano Schincariol (Itapetininga), o lo-teamento Terras dos Embiruçu é uma das grandes promessas de desenvolvi-mento imobiliário da cidade.

O projeto para dividir uma fazenda de 64 alqueires em mais de 600 lotes começou no início da década de 80, e hoje, depois de mais de 30 anos, er-guem-se os primeiros empreendimen-tos no loteamento Terras do Embiruçu – que foi batizado com o mesmo nome do córrego que faz margens às suas ter-ras promissoras.

O diretor comercial do loteamento, Aldo Sacco, explicou que Capão Bonito vive um “boom” no mercado imobiliá-rio, e segundo ele, a oferta está abaixo da demanda. “Capão Bonito está en-frentando um dos seus melhores mo-mentos no mercado imobiliário, e por isso, estamos investindo no negócio”, disse.

Não precisa ser um especialista para observar que as áreas do Terras do Em-biruçu estão se transformando em um

Caminhos do Desenvolvimento

Por Francisco Lino

'HSRLV�GH�VXSHUDU�,WDSHYD�QD�UHQGD�SHU�FDSLWD��&DSmR�%RQLWR�WHP�DJRUD�QRYRV�GHVDÀRV��estruturar um novo distrito industrial e estimular a criação de novas áreas residenciais e empresarias

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novo núcleo de progresso e desenvolvi-mento. Além das novas empresas que já se instalaram nas áreas paralelas à prin-cipal avenida de acesso à região urbana – avenida Capitão Calixto -, está nascen-do um condomínio residencial com 16 moradias.

Alguns engenheiros consultados pela nossa reportagem, sugerem que a Pre-feitura deveria estudar um projeto para transferir o Paço Municipal para a en-trada da cidade, a exemplo do que So-rocaba, que levou a Prefeitura para uma

região coberta por matos, e hoje é a lo-comotiva da cidade.

NOVO DISTRITO INDUSTRIAL

Outra esperança para que a cidade ganhe musculatura econômica está de-positada no novo distrito industrial. A )LEULD�Mi�RÀFLDOL]RX�D�GRDomR�j�3UHIHLWX-ra, que a partir de agora, terá pela frente R�GHVDÀR�GH�OHYDU�D�GHYLGD�LQIUDHVWUXWX-ra e desta forma, atrair novos negócios para a cidade. O novo parque industrial,

localizada no bairro Paineiras, tem 18 hectares e segundo o Executivo local, será dividido em 21 lotes de 5 mil m². 2� SUHIHLWR� -XOLR� )HUQDQGR� DÀUPRX�

que a Prefeitura já está trabalhando na elaboração do projeto técnico de infra-estrutura do novo polo industrial, como abertura de ruas, implantação de sanea-mento básico (água e esgoto), e a criação de uma lei que regulamente a atividade. “Vamos pensar, estudar e planejar um distrito que realmente atenda as caracte-rísticas econômicas da cidade”, disse.

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Escola que mantém a mesma equipe de professores há anos e que não vive gran-de rotatividade. Essa é a receita principal da escola Oscar Kurtz Camargo, que teve a melhor nota no Ideb (Índice de Desen-volvimento da Educação Básica) dos anos ÀQDLV�GR� IXQGDPHQWDO�� UHODWD� D�GLUHWRUD�GD�unidade, Isabel Cristina.$SHVDU�GH�WHU�VLGR�HGLÀFDGD�QXPD�iUHD�

imprópria e que acabou descaracterizando um centro esportivo construído na década de 60, a escola se equilibra ao aplicar um ensino de qualidade. “São professores com-prometidos e unidos”, aponta a diretora Isabel Cristina.

Atualmente, a Oscar Kurtz Camargo atende cerca de 900 alunos. Considerada XPD�GDV�PDLRUHV�GD�UHGH�PXQLFLSDO��ÀFDQGR�atrás apenas da escola Mieldazis (Vila São Paulo), tem uma equipe docente formada por 32 professores que se dividem em salas de aulas compostas com turmas de 35 alu-nos cada, em média.

Quem visita as repartições da escola, não nota nada de especial, a não ser um am-SOR�H�DFRQFKHJDQWH�DQÀWHDWUR��RQGH�RV�HVWX-dantes aproveitam o ambiente para colocar em prática os ensinamentos adquiridos na disciplina de artes. A Biblioteca e a Sala de Informática funcionam em espaços impro-visados.

A única e grande diferença está no comprometimento dos professores com a qualidade de ensino. São docentes pre-parados e que se dedicam de corpo e alma ao ofício de ensinar e de formar cidadãos.

Antes de transmitir o conhecimento em sala de aula, os professores da Oscar Kurtz de dedicam ao planejamento: pre-param as apresentações e organizam uma espécie de roteiro de ensino. Depois desta prévia, tudo é transmitido de uma forma didática e de fácil compreensão, e as notas obtidas no Ideb, comprovam que a forma de ensinar está no caminho certo.

A diretora ainda explica que não é uma tarefa fácil administrar alunos com SHUÀV�VRFLDLV�GLIHUHQWHV��´3RU�D�HVFROD�HV-tar localizada numa região central, atraí-mos estudantes de diversas classes sociais e de diferentes bairros, por isso, aqui é obrigatório o uso do uniforme e o trata-mento é igualitário”, disse.

Escola modelo, no EnsinoPor Francisco Lino

Escola Oscar Kurtz atinge melhor Ideb entre as municipais de Capão Bonito

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O nobre da advocacia gameleiraPor Francisco Lino

Antônio Amaral Queiroz Filho, o Dr. Gentileza, relata um pouco das experiências vividas na advocacia e na política

Sempre bem alinhado com blazers e ternos que não saem da moda, Antônio Amaral Queiroz Filho, recebeu a reporta-gem da revista Matéria-Prima em seu ga-binete na Câmara Municipal, onde presta serviços de assessoria jurídica. Educado e gentil – daí o apelido de Dr.Gentileza, foi logo oferecendo um cafezinho fresco, e entre uma xícara e outra, relatou, pausa-damente, a sua história na advocacia e na política gameleira.

Nascido em Capão Bonito em 1937, $QW{QLR� $PDUDO� p� ÀOKR� GH� $QW{QLR� H�Malvina Oliva, e não esconde o orgulho dos pais. “Meu pai foi um lutador e um homem muito honesto, e minha mãe, uma verdadeira santa. Acolhia e ajudava muita gente com sua imensa espirituali-dade”, conta.

Amaral passou uma infância comum, assim como os demais meninos da época. Antes mesmo de entrar na fase adulta, se apaixonou pelas ondas do rádio. Ouvia música e se informava por aquele apa-relhinho mágico. Gostava tanto daquele tipo de comunicação, que se transformou num dos melhores radialistas que passou por essa terra. Com uma voz acentuada e agradável, conquistou milhares de ou-vintes capão-bonitenses, tanto da zona urbana como na rural.

Seu nome ganhou notoriedade e em 1959, decidiu concorrer a uma vaga no Legislativo, mesmo sabendo que naquele tempo, o vereador não tinha salário, era um legislador voluntário. Conquistou uma vaga na Câmara Municipal e foi um dos líderes da campanha vitoriosa do médico Raul Venturelli à prefeitura, mesmo con-trariando sua família, que apoiavam Oscar Kurtz Camargo.

Amaral venceu quatro eleições para vereador. Foram 16 anos trabalhando pelo município sem receber um centavo sequer de subsídio ou salário. Mas, a atuação legis-lativa lhe rendeu outras riquezas: conheci-mento e experiência, que segundo ele, “não se compra em qualquer mercearia”.

Paralelamente à função legislativa, An-tônio Amaral trabalhava como auxiliar no escritório do advogado Ismael Estival, e foi ali que aprendeu os primeiros macetes jurídicos. Foi também colaborador do an-tigo jornal O Bandeirante e virou amigo pessoal do saudoso jornalista e tipógrafo Queirozinho (Antônio Benedito Queiroz).

A amizade entre os dois era tão intensa que o jornalista, mesmo sendo evangélico, atendeu um pedido do amigo para escre-YHU�XPD�SHTXHQD�ELRJUDÀD� HP�KRPHQD-gem ao Papa João XXIII, que virou nome de praça em Capão Bonito, com indicação

GH�$QW{QLR�$PDUDO�H�MXVWLÀFDWLYD�GH�$Q-tônio Queiroz.

A ADVOCACIADepois de concluir o ensino normal

(Ensino Médio) com apoio do professor Laudelino de Lima Rolim e do também amigo Antônio Roque Citadini – hoje

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conselheiro do Tribunal de Contas do Es-tado de São Paulo -, Antônio Amaral in-gressou no curso de Direito nas Faculda-des Integradas de Itapetininga (FII-FKB) e no ano de 1975, já com o diploma de bacharel em Direito, foi aprovado no exa-me da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP). ,QLFLRX�VHX�H[HUFtFLR�SURÀVVLRQDO�GHV-

bravando a Comarca e enfrentando a concorrência de advogados tradicionais e experientes como Celso Tristão de Lima. Não titubeou e aos poucos, foi ganhan-do seu espaço de forma ética e honesta. Nunca precisou “puxar o tapete” dos co-OHJDV� GH� SURÀVVmR� SDUD� REWHU� YDQWDJHQV�QD�SURÀVVmR�

Relata o caso de um réu surdo-mudo como uma de suas causas favoritas. Se-gundo ele, o surdo-mudo foi acusado de duplo homicídio (mãe e irmão). Sem FRQGLo}HV�ÀQDQFHLUDV� SDUD� FRQWUDWDU� XP�defensor, o juiz da época nomeou Antô-nio Amaral para a causa. Percebendo a GLÀFXOGDGH�GH�FRPXQLFDomR�GR�UpX��R�MR-vem advogado foi atrás de um intérprete, e achou um padre com as habilidades que necessitava.

O caso virou assunto nacional, depois de uma reportagem transmitida pela Rede Globo. Amaral mergulhou de cabeça na defesa. Investigou a vida do acusado e percebeu que o réu era, na verdade, víti-ma. Com auxílio do intérprete, conseguiu a absolvição do surdo-mudo. &RP�PDLV� GH� ��� DQRV� GH� SURÀVVmR��

Antônio Amaral não quer parar tão cedo.

Diz que enquanto tiver saúde, continuará m atividade. Ele também elogia a nova ge-ração de advogados que está se formando na cidade e cita como exemplo o capão--bonitense, atual Delegado da Polícia Fe-deral, Flori Cordeiro de Miranda Júnior. “É um expoente da atual geração. A Jus-WLoD�)HGHUDO�JDQKRX�XP�JUDQGH�SURÀVVLR-QDO��PDV�D�DGYRFDFLD�ÀFRX�GHVIDOFDGDµ�

POLÍTICAAlém dos anos de prestação de ser-

viço no Legislativo, Antônio Amaral ar-riscou passos maiores na política local. Disputou duas eleições para o Poder Exe-

cutivo, mas, infelizmente, a cidade não teve o privilégio de ser comandada por um cidadão de conduta exemplar.

Na primeira eleição majoritária, teve o apoio moral do então prefeito da épo-ca, Cônego Pedro José Vieira. Fez uma campanha limpa, pedindo voto de casa em casa e de sítio em sítio. Mesmo assim, não obteve os votos necessários para su-bir a rampa. Aponta a falta de dinheiro QD�UHWD�ÀQDO�FRPR�XP�GRV�SRQWRV�TXH�R�levaram a derrota.

Ficou 12 anos sem disputar eleições, mas em 1988, novamente embalado pelo grupo político que o acompanhava, dis-putou a Prefeitura novamente contra um jovem aventureiro, José Carlos Tallarico Junior (Junior Tallarico). Sofreu nova derrota e reconheceu um erro crucial cometido nas vésperas da eleição: Subiu QR�SDODQTXH�GR�FRPtFLR�ÀQDO�FRP�XPDV�doses a mais de bebida alcoólica e aca-bou se atrapalhando com as palavras e os verbos que tanto dominava. “Bebida e emoção não combina. Acabei me atra-SDOKDQGRµ��MXVWLÀFRX�

FUTUROEm sua sala de trabalho, de camisa

branca, jaqueta preta e calça social, Ama-ral previu, antes de se despedir: “Julio Fernando e Marco Citadini restabelece-ram o orgulho do capão-bonitense. Julio Fernando tem tudo para se tornar, no futuro, o verdadeiro deputado de Capão Bonito, e Citadini, o seu sucessor na Pre-feitura”.

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Igreja da Capela do Alto será transformada em Santuário

Por Francisco Lino

A tradicional Igreja Nossa Senhora d’Ajuda de Guapiara será transformada no

mais novo Santuário Católico do Estado de São Paulo

Um dos locais mais tradicionais de ro-meiros católicos da região, a igreja Nossa Senhora D’Ajuda de Guapiara, localizada no bairro Capela do Alto, será transfor-mada em um novo Santuário, anuncia o pároco da cidade Pedro Martins Vieira, o “Padre Empreendedor”.

Conhecido na região pelas obras que realiza nas paróquias por onde passa, Vieira teve o apoio do bispo diocesano de Itapeva, Dom José Moreira de Melo para construir uma casa mais ampla e moderna para abrigar as benções e os possíveis milagres da santa Nossa Senho-ra D’Ajuda da Capela do Alto e receber RV�PLOKDUHV�GH�ÀpLV�TXH�YrP�GH� WRGR�R�Estado de São Paulo.

O padre responsável pelo projeto cal-cula que passam, por mês, pela Igreja da &DSHOD� GR�$OWR�� FHUFD� GH� ���� ÀpLV�� TXH�acreditam no poder da santa milagrosa. Todos os anos, várias comunidades e paróquias católicas realizam romarias a Guapiara. São homens, mulheres, jovens, idosos e até crianças que caminham deze-nas de quilômetros a pé ou montados (a cavalo) para tocar a imagem da santa, ou simplesmente para agradecer um pedido atendido pela força da oração.

Para concretizar o sonho, líderes da paróquia São José de Guapiara lançaram uma campanha para arrecadar recursos em prol do novo santuário. Foram distri-

buídos mais de mil carnês, pelo qual os ÀpLV� SRGHUmR� FRODERUDU� FRP� R� PtQLPR�de R$ 20,00 mensais. “Graças a Deus, já distribuímos mais de 800 carnês. Estamos dando um passo importante para a cons-WUXomR�GHVVH�VRQKRµ��DÀUPRX�R�SDGUH�

HistóricoA imagem de Nossa Senhora D’Ajuda

chegou à nossa região pelas mãos de um simples pescador, Matias Franco, que, du-rante uma de suas pescarias no Ribeirão do Cristal, localizado nas proximidades GR� VtWLR�/DYDSpV�� ODQoRX� D� UHGH� H�ÀVJRX�uma pequena bolsa de couro (patrona), que enrolava e protegia uma pequena

“Santina”, porém muito poderosa. Nos-VD�6HQKRUD�'·$MXGD�YHLR�ÀFDU�H�DEHQoR-ar a nossa gente. Gente que acorda cedo para a lida na roça, para o compromisso no trabalho. Gente humilde, simples e de muita fé e religiosidade.

Emocionado pelas benções que aca-bara de receber, Matias convocou amigos e parentes para anunciar a divindade, e que se reuniram numa pequena capela construída de pau a pique e barro no ano de 1800. Fora a igrejinha, não havia mais QHQKXPD�HGLÀFDomR�QD�UHJLmR��D�QmR�VHU�uma mata despovoada.

A imagem, instalada num altar im-provisado daquela capelinha de taipa, foi

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DWUDLQGR�ÀpLV�H�YLURX�D�VDQWD�GRV�SURGX-tores rurais de Guapiara e região. Alguns ÀpLV� GHYRWRV� j�1RVVD� 6HQKRUD�'·$MXGD�relatam o poder da santa: “Era mês de dezembro, e a nossa lavoura estava preci-sando de chuva, caso contrário, teríamos prejuízos e perderíamos um trabalho de mais de seis meses. Arriei o cavalo, mon-

tei e fui sozinho até à Capela do Alto. En-trei na Igreja, ajoelhei aos pés da santa e ÀTXHL�SRU�PDLV�GH����PLQXWRV�RUDQGR�H�pedindo sua ajuda. Fui embora. Duran-te a madrugada, acordei, abri a janela e a chuva regou a nossa lavoura. É uma santa poderoso e merece um Santuário digno de sua bondade”, relatou Joaquim Silva.

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Em época de eleição,Os candidatos, na praça,Dão cursos, com perfeição,Sobre a mentira... e de braça!

Mentem com tal propriedade,Que ao mentir jamais exitam...E quando dizem a verdade,Nem eles mesmo acreditam!

Na maré das eleições,Toda mentira é promessa...Não tenhamos ilusões:Depois daí tudo às avesas!

No “troféu dos mentirosos”Houve mais que um vencedor:Saíram vitoriososUm edil e um pescador...

Se quem mentira dissesse,Tivesse a língua cortada,Os políticos, ao que merece,Não falariam mais nada!

Uma pitada de cultura

Juraci B. Chagas

O blá-blá-blá políticoSe algum dia no paísO voto sério existir,Talvez eu ainda voteEm alguém que me servir

Todos querem é mamarNas tetas deste Brasil,Desfrutar desta cascata,Sem limites, sem funil

O vício e a corrupção...Infestando nossa gente,É esse “O Brasil para frente”...Essa é nossa tradição!

Já inventaram mil pacotesPara embrulhar a nação,Mas continuamos no aperto,Sempre de chapéu na mão!

Só existe uma verdade,Com a qual ninguém discorda:“Quanto mais aperta a fome,Mas o político engorda”.

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Baile do Hawaii - Os Três Mosqueteiros

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Casamento - Fábio e Rafaela Lima

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Natural de Capão Bonito, Michelle Freitas, 18 anos, é apaixona-da por Esporte: pratica voleibol e tem uma rotina quase que diária na academia. Simpática e altro astral, também não dispensa exer-cícios para o cérebro. A leitura de um bom livro é o alongamento predileto, e o autor favorito é Machado de Assis. Michele tem um rosto angelical e transmite alegria por onde passa. Não é muito de badalações. Prefere a tranquilidade e a serenidade do ambiente fa-miliar. Para o futuro, já traçou uma meta: cursar Direito. No início de 2013, presta o vestibular, e não consegue esconder a ansiedade para, quem sabe, ser uma grande Jurista!

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Ismael

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Formada pela Unicamp, a professora e coordenadora do núcleo de Artes da Dire-WRULD�GH�(QVLQR�GH�,WDSHYD��&DPLOD�-RVHÀQD�de Jesus, 34, teve a mesma sensibilidade de artistas consagrados como Mario de Andra-de, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti, que inovaram e quebraram paradigmas sociais com a criação da Semana da Arte Moder-na na década de 20, e adotou a Arte para renovar a linguagem de ensino nas escolas estaduais dos municípios de Capão Boni-to, Buri, Itapeva, Nova Campina, Ribeirão Grande e Taquarivaí.

Com o lema “O Poder da Arte - A Arte que expressa, constrói, transforma!”, a edu-cadora, com apoio incondicional de direto-res, coordenadores e professores de outras disciplinas curriculares, criou um calendário especial em todas as unidades de ensino es-tadual com atividades artísticas. O projeto foi batizado de Transformar-te, e que repre-senta através das letras que o compõe que a Arte é uma das principais ferramentas para transformar o ensino em conhecimento.

Foram quase 30 dias de atividades artís-ticas, que começaram no dia 18 de outubro com o “Dia da Arte” na escola Otávio Fer-rari de Itapeva e se encerraram no último

dia 14 de novembro, com o 1º Fórum de Arte realizado na sala de auditório do Hotel Baguassu em Capão Bonito. A di-retoria de ensino calcula que mais de 10 mil alunos de 21 escolas participaram ati-vamente do projeto.6HJXQGR� &DPLOD� -RVHÀQD�� R� SURMH-

to nasceu da vontade de abrir caminhos mais prazerosos para ensinar e despertar a vontade no aluno em adquirir conhe-cimento. “A escola precisa criar novos caminhos no ofício de ensinar. Nesse projeto, o aluno foi o protagonista e foi valorizado, e por isso, o evento foi um su-cesso”, comentou.

O projeto Tranformar-te representou uma renovação nas metodologias utiliza-das no ensino comandado pelo Governo Estadual. Foi uma ruptura de paradigmas H�XPD�UHÁH[mR�SDUD�RV�GRFHQWHV�TXH�DLQ-da insistem nos procedimentos conven-cionais como lousa e ditado.

Com as atividades artísticas, o aluno conseguiu colocar pra fora seu conheci-mento e sua visão de mundo, pois, inde-pendente da formação cultural de cada um, todos têm conhecimento e experiên-cias para transmitir e multiplicar. A arte foi apenas a mediadora.

Educadora renova linguagem do ensino através da Arte

Por Francisco Lino

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A consolidação de um líderPor Francisco Lino

Por onde passou na campanha eleitoral, Julio Fernando foi adorado por homens, mulheres, moços, velhos e crianças

3UHWR�� R�PRWRULVWD� GH� FRQÀDQoD�� SD-rou um Gol bolinha vermelho, quase roxo, um pouco antes do local progra-mado para mais uma reunião política. Pela porta do passageiro, sai um homem, ou melhor, um moço para os tempos de hoje, com as mangas de uma camisa azul clara arregaçadas, com ar agitado, que an-dou ligeiro para chegar até a multidão que o aguardava.

Bastou ele se aproximar para que as palmas se encarregassem de recebê-lo. Tem sido assim, desde que a sua primeira vitória para a Prefeitura de Capão Boni-to em 2008. O povo aclama e bate palma quando vê em algum lugar o prefeito Ju-lio Fernando, 46 anos, casado com Regi-QD�)DLD��H�SDL�GH�GRLV�ÀOKRV�²�/HDQGUR�H�Maria Clara. Ele é adorado por homens, mulheres, moços, velhos e crianças, prin-cipalmente elas, as crianças, o abraçam com o carinho sincero.

Com um sorriso de satisfação, Julio Fernando cumprimentou e abraçou um por um naquela noite e foi assim durante todas as noites da campanha. Diferen-temente de outros políticos que estão em pleno exercício do mandato, ele não recebia cobranças, pelo contrário, ouvia pequenas reclamações, mas o povo vinha lhe abraçar para agradecer por uma sim-ples rua asfaltada ou pela nova creche do ÀOKR�

- Olha o Júlio! – gritam os meninos do Jardim Boa Esperança, quando passa o prefeito. Mas, para que melhor se es-clareça como ele chegou a isso, deve-se voltar ao ano de 1992, quando se elegeu vereador pela primeira vez. Era apenas um recém-formado em Direito buscando um espaço no meio de cobras, lagartos, raposas e leões. Não quis seguir o estilo de ninguém, criou o seu próprio jeito de se fazer política.

Às vezes meio desajeitado e perdido, nunca deixou de seguir os conselhos do SDL�� ´1D� SROtWLFD� PHX� ÀOKR�� QD� G~YLGD��opte pelo bem”. A simpatia pessoal, a cara de menino, as roupas comuns e a simpli-cidade natural de um gameleiro completa-vam o jovem político e ajudaram a trazer muitos votos.

Naquela legislatura, os vereadores mais espertalhões não chegavam a um acordo sobre quem seria o presidente da Câmara. Até que uma dessas raposas lembrou de Julio Fernando e quase to-dos acharam bom: “Será fácil de dominar aquele menino”.

Bom proveito tirou o presidente mais novo da história da Câmara Municipal. Começou sendo dedicadíssimo no cargo que lhe entregaram e fazendo sentir que não seria dominado por ninguém. Foi ri-goroso, cortou despesas desnecessárias e divulgou muito bem os atos do Legisla-

tivo. Soube usar o cargo para se aproxi-PDU�GRV�SROtWLFRV�PDLV� LQÁXHQWHV�� H�QmR�deixava nunca de visitar amigos, famílias e eleitores, e não escondia de ninguém a sua vontade de subir degraus na política: quer der prefeito.

Concorreu mais uma vez a vereador. Nas duas oportunidades no Legislativo, nunca perdeu a oportunidade de aparecer em público e nunca deixou d e atender as pessoas que o procuravam. Com a mesma ousadia que o levou a ingressar na política ainda menino, decidiu disputar a Prefeitu-ra da cidade. Muitos diziam que seria qua-VH� LPSRVVtYHO� GHUURWDU� GRLV� ÀJXU}HV� GD�política local: Junior Tallarico e Roberto

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Tamura, ambos já tinham sido prefeitos.Julio Fernando foi às ruas e não de-

sistiu de seu propósito. Realmente, foi derrotado pela tradição dos antigos, mas saiu da eleição vitorioso com mais de 5 mil votos. Quatro anos de passaram, e ele novamente enfrentou a tradição da famí-lia Tallarico. Aumentou a votação, mas a vitória veio somente nas eleições de 2008. Soube aproveitar a rejeição do então pre-feito em exercício e candidato a reeleição Junior Tallarico. Venceu a popularidade do ex-prefeito, a força da máquina públi-ca estadual – que tinha como candidato o também ex-prefeito Roberto Tamura, federal e municipal. Foi uma vitória es-magadora, de deixar o adversário falando sozinho.

Agora que já está dito de quem se fala, podemos voltar aquele dia em que Julio Fernando discursou para os moradores do Jardim Boa Esperança. Com plateia cheia ele aguarda os pronunciamentos dos candidatos a vereador e assim que pega no microfone, demonstrou a velha tranquilidade e solta a frase: “Como vocês estão de casa nova? De rua asfaltada?”.

- Deus que conserve o senhor tão bom assim, prefeito.

- Eu tenho rezado muito pela sua feli-cidade, seu Prefeito.

- Toda vez que o senhor se candidatar, é no senhor que eu vou votar.

Julio Fernando termina o discurso e logo é cercado pela multidão. Na saída continua distribuindo apertos de mão e seguro de que fez um bom trabalho pelo

bairro. Cansado do dia agitadíssimo, o prefeito candidato à reeleição encontra o motorista e entra novamente no Gol boli-nha. Dá uma olhada pelos lados, embarca e vai para o descanso merecido.

Os moradores também começam a ir HPERUD��2�EDLUUR�FRPHoD�D�ÀFDU�YD]LR�H�aproveito a calmaria para abordar um tra-balhador que vai caminhando:

- Por que o senhor deixou sua casa para ouvir o prefeito?

- Vim porque acredito nele e também para ajudá-lo.

- Ajudar?- Sim, ajudar! Olhe o que ele fez por

´QyLVµ�� 0LQKD� HVSRVD� H� PHXV� ÀOKRV� Mi�estão me esperando pra janta. Demorei

mais de 15 anos para poder jantar com minha família numa casinha de tijolo. Esse prefeito é um homem muito bom de coração.

- O senhor bateu palmas pra ele?- É claro.- Ele falou alguma coisa que chamou

sua atenção?- Na verdade, não sei o que ele falou.

Mas na hora que a gente vê aquele ho-mem falando, dá até arrepio, porque a gente lembra daquele tempo sofrido das casinhas de pau (madeira) e da força que ele fez para construir as novas casinhas de tijolo e cimento. Como não podemos pegar o microfone para falar tudo isso, batemos palmas.

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Analfabetismo e baixa renda marcam ÀP�GH�PDQGDWR�GR�SUHIHLWR�)OiYLR�GH�/LPD�

Por Francisco Lino

Guapiara atinge índice de 17% de analfabetismo e o PIB per capita do município é o mais baixo da região

O Atual prefeito de Guapiara, Flávio de Lima (sem partido) jamais imaginaria XP�ÀP�GH�PDQGDWR�WmR�WUiJLFR��)RL�XP�prefeito correto na distribuição e aplica-ção de recursos. Formado em contabili-dade, está seguindo direitinho as lições que adquiriu nos bancos acadêmicos. Vai deixar a Prefeitura com as contas em ordem e até com uma certa gordurinha para queimar.

Porém, a gestão pública moderna vai além dessa prática. Para se enquadrar nes-se novo modelo, o prefeito precisa enxer-gar lá na frente, ter faro para o desenvol-vimento e utilizar a máquina pública para incentivar setores produtivos. Infeliz-mente, o atual prefeito de Guapiara não foi feliz, e encerra seu mandato de oito anos com alto índice de analfabetismo e baixo índice econômico.

Segundo levantamento realizado pelo ,%*(��,QVWLWXWR�%UDVLOHLUR�GH�*HRJUDÀD�e Estatísitica), Guapiara é a cidade com menor renda per capita da região. En-quanto a média dos municípios do Su-doeste Paulista é de R$ 971,00, Guapiara apresenta uma renda de R$ 699,00 por pessoa.

Com índice populacional similar ao de Guapiara, Ribeirão Branco obteve um resultado econômico mais positivo e so-

mou um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 203 milhões, enquanto o do município vizinho foi de R$ 175 milhões. A renda per capita (PIB per capita) de Ribeirão Branco também foi superior ao de Gua-piara: R$ 909,00 a R$ 699,00, respectiva-mente.

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De acordo ainda com os dados di-vulgados pelo IBGE, em um ano, o PIB de Guapiara apresentou um crescimento real de R$ 29 milhões, enquanto Ribeirão Branco cresceu quase o dobro, passando de um PIB de R$ 157 milhões para R$ 203 milhões.

O principal setor econômico de Gua-piara, a Agricultura, também não foi bem, e teve um resultado inferior (R$ 28 mi-lhões a menos) ao de Ribeirão Branco, somando uma produção anual de R$ 46 milhões. O melhor desempenho da eco-nomia guapiarense foi no setor de servi-ços, que incluiu também o comércio, com um resultado de R$ 93 milhões.

BAIXO DESEMPENHOINDUSTRIAL

A falta de políticas públicas para o desenvolvimento econômico também afetou o setor industrial, que conforme o ,%*(��QmR�REWHYH�DYDQoRV�VLJQLÀFDWLYRV�nos últimos anos. Em 2009, a soma da ri-queza produzida no ano chegou a R$ 27 milhões, praticamente o mesmo número de 2008, que foi de R$ 26,8 milhões.

QUEDA POPULACIONALOs resultados negativos da economia

guapiarense também é um dos principais fatores da queda populacional. Confor-me os dados da Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), Guapiara teve uma taxa de crescimento popula-cional negativa (-0.90) em 2010, ou seja, perdeu quase 1% de sua população num período de um ano.

ANALFABETISMOO município de Guapiara também

possui um dos maiores índices de analfa-betismo da região. Segundo o Seade, 17% da população guapiarense é analfabeta, enquanto a taxa do Estado de São Paulo é de apenas 6,64%.

Outro número educacional preocu-pante está relacionado ao número de jo-vens entre 18 a 24 anos que possuem En-sino Médio completo. De acordo com a Fundação Seade, apenas 17% dos jovens dessa faixa etária concluem o Ensino Mé-dio.

PREFEITURAO prefeito municipal Flávio de Lima

(sem partido), que governou a cidade nos últimos 8 anos, criticou e discordou da metodologia adotada pelo IBGE. Segun-GR� HOH�� RV� Q~PHURV� RÀFLDLV� GR� LQVWLWXWR�

QmR� UHÁHWH� D� UHDOLGDGH� GH� *XDSLDUD�� 2�chefe do Executivo guapiarense explicou ainda que a produção para consumo pró-prio não é computada nesse tipo de le-vantamento. “Temos muitas famílias que plantam para o sustento próprio e isso não é computado”, falou.

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Almoço especial na Fazenda Pedro Braz

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Os anos quarenta e cinqüenta foram sem dúvida alguma os anos dourados de Capão Bonito.Quem visitar o museu da cidade, pode XGTKſECT� CVTCXÃU� FG� WOC� HQVQ� VKTCFC� FQ� RQP-to mais alto da cidade, a igreja matriz, que a praça Rui Barbosa era rodeada de prédios co-merciais como hotéis, posto de gasolina com construção moderna onde hoje é Banespa, e grandes residências. Na mesma foto pode se ver a praça com todos os seus contornos, ainda sem nenhuma vegetação mas com suas linhas FGſPKFCU�GO�CTVÈUVKEQ�GUVKNQ�EN¶UUKEQ�HTCPEÄU�G��num plano geral, transparecendo uma visão de muito progresso.

Naqueles tempos, apesar da paupérrima iluminação da Paranapanema, as noites muitas vezes recebiam uma avalanche de luz e brilho nas vozes dos seresteiros.

Quando a cidade já envolvida no silencio da noite, e tinha só alguns pontos esparsos de luzes das tímidas lâmpadas dos postes da rua General Carneiro, O Izaltino dava dois toques FG�UGW�VTQODQPG�PC�LCPGNC�SWG�ſECXC�LWPVQ�´�

A deusa de minha rua

Tem os olhos onde a lua

Costuma se embriagar

Nos seus olhos eu suponho

O sol num dourado sonho

Vai claridade buscar

Minha rua é sem graça

Mas quando por ela passa

Seu vulto que me seduz

A ruazinha modesta

É uma paisagem em festa

É uma cascata de luz

O Último Romântico

calçada do quarto do Lili Ventureli, e era o si-nal. Então O lili entrava no armazém do pai, o velho Alfredo, tomava emprestado uma garra-fa de cinzano, pulava a janela para a rua e saia para as serenatas.

No Aurélio serenata é :” Música de con-junto instrumental, geralmente cantada, melo-diosa e simples, algo semelhante às trovas dos cantores ambulantes, executada ao ar livre, não raro sob a janela de alguém: seresta.”

As serestas de Capão Bonito contavam com um elenco de músicos que as diferencia-va enormemente das demais, a tal ponto de ter mais acompanhantes do que músicos, dado a qualidade dos integrantes. Salvador Galdino de Almeida, Salvadorzinho, ao violão e voz, Moacir de Souza, também violão e voz, Izalti-no Gonçalves de Almeida, trombone, Alcindo Lopes de Almeida, Doca, Voz e cavaquinho e Lili Ventureli, poeta, que declamava bonitas poesias, muitas de sua lavra, que permanecem até hoje em inexplicável resguardo de publi-cação.

Mas dentre todos, quem dava mais inveja , como se dizia antigamente, era o Doca. Dono de uma belíssima voz, uma elegância impar, e um intérprete maravilhoso. Só para comparar, o artista famoso na época foi o Silvio Caldas, que era chamado de Caboclinho Querido, mas ao Doca era impossível tal referencial de cabo-clo, dado ao seu charme e estilo que lembrava muito mais aos clássicos cantores norte ameri-canos da época.

Quem passava pela DOCA, uma elegante loja na rua Direita, não imaginava que aquele jovem senhor sempre simpático, o proprietá-rio, foi responsável pelos momentos mais bo-nitos vividos pelos românticos da velha Capão Bonito.

A serenata era o santo remédio naquela época de difícil comunicação. Sem telefone, as pessoas usavam escrever, mas quando que-riam uma mensagem para atingir mesmo o co-ração, recorriam à serenata.

Quantas mocinhas, altas horas da noite, não tiveram de se revolver nos travesseiros ainda envoltos pelo aroma de um lifebuoy, para ou-vir mensagens pela voz maravilhosa desse se-resteiro.

Quem pode bem avaliar o Doca é quem foi

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jovem nos anos cinqüenta e sessenta, onde o se vestir da época não era o descomplicado de hoje. Para se ter uma idéia, o uniforme do Gi-násio Estadual já era terno de brim , camisa branca, gravata preta,meias brancas e sapatos pretos. Portanto, dado a condição social da grande maioria, era bem difícil de andar bem vestido informalmente, razão pela qual se tem uma admiração muito grande pelo Doca, que nunca baixou seu nível de se trajar, sendo em qualquer ocasião, um elegante cavalheiro.

Contam que em uma partida de futebol em Itapeva, o time do Ypiranga enfrentou naquela cidade o seu grande rival em uma tarde de mui-ta chuva,e o Doca que era o ponta direita,fez dois gols, um deles o da vitória e apesar do campo todo encharcado, saiu de campo com o calção branquinho e impecavelmente limpo.

Apesar de sua importância, o Doca manti-nha um ritual bem simples: costumeiramente CRÎU�Q�CNOQÁQ�RCUUCXC�PC� NQLC�FQ�ſNJQ��G�PC�volta pelo Bar do Dito, onde entrava não mais que trinta segundos para gozar do palmeiren-se, já que é um bom corinthiano.

Às vezes , quando se encontravam no Bar pessoas que já o conheciam, e sabiam que seu tempo era como comercial da globo, curto e caro, quando o viam se aproximar já prepara-

vam a música que queriam vê-lo cantar. Certa vez tivemos um dueto inesquecível dele com o Contieri,numa música que costumava cantar com o Salvadorzinho.

Tinha uma que já deixavam preparado, é C�ő0WOGTQ�7OŒ��SWG�C� VWTOC�ſPIKC�SWG�PºQ�aprendeu a letra, só para vê-lo repetir e sentir o velho charme da sua bela voz. A música ter-minava assim:

“Satisfaz sua vontadeMuda de dono a vontadeIsso em mulher é comumNão guardo frios rancoresPois entre os seus mil amoresEu sou o numero um”.

Depois dessa pequenina canja, ele deixava TCRKFCOGPVG�Q�NQECN��0Q�DCT�Q�CODKGPVG�ſECXC�embriagado de nostalgia e romantismo, pai-rando no ar uma indelével sensação de que ainda estamos em débito com o Doca.

De muito e há muito.

Antonio Isidoro de Oliveira- Poli,

Dito, Contieri e Juraci acham que o que

atenua esta releitura é somente o privilegio

de termos ouvido no mês de setembro, o canto

dos sabiás

Lauro Bonilha, Esmeraldo Franco, Poli Oliveira e Zé Rossi

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A Fibria Celulose e Papel – controladora de milhares de hectares de terras férteis em Capão Bonito e considerada uma das maiores exporta-GRUDV�PXQGLDLV�GH�ÀEUD�GH�FHOXORVH����IRL��WDOYH]��D�principal patrocinadora das campanhas majoritá-rias no município “onde tudo que se planta dá”. Doou sozinha, R$ 40 mil à coligação vitoriosa e R$ 20 mil ao candidato da oposição, o atual verea-dor Gerson Hussar (PMDB), conforme relatório de prestação de contas divulgadas pelos tribunais eleitorais.$�JLJDQWH� UHÁRUHVWDGRUD� IRL� WUDQVSDUHQWH� DR�

seguir as determinações referentes ao patrocínio eleitoral, porém, infelizmente, a nossa Justiça não H[LJH� D� GHYLGD� MXVWLÀFDWLYD� GDTXHOHV� TXH� FRQFH-GHP�WDPDQKDV�JHQWLOH]DV�ÀQDQFHLUDV��

Em 2008, a Fibria seguiu o mesmo rito. Patro-cinou a campanha do ex-prefeito Junior Tallarico (prefeito na época) e de seu oposicionista Julio Fernando. Independentemente de quem ven-cesse o pleito, a empresa encontrou nesta astúcia XPD�IRUPD�GH�ÀFDU�QXPD�VLWXDomR�FRQIRUWiYHO�

Outra vertente analítica aponta para os inte-resses econômicos do grupo que já produziu car-vão e outros derivados de madeira nas terras que ocupam em Capão Bonito. Patrocinar políticos de várias vertentes é uma forma poética de rimar com o verbo amarrar. Patrocina ali para evitar FRQÁLWR�Oi��

As gentilezas concedidas pela Fibria não se li-mitam apenas ao campo eleitoral. Estende-se aos JUDPDGRV�ÀODQWUySLFRV��FRP�FRQWULEXLo}HV�JHQH-rosas à diversas entidades sociais e assistenciais ��TXH�D�HPSUHVD�LQVLVWH�HP�FODVVLÀFDU�FRPR�5HV-SRQVDELOLGDGH�6RFLDO��$�ÀODQWURSLD�SUDWLFDGD�SHOD�

UHÁRUHVWDGRUD�QmR�GHL[D�GH�VHU�LPSRUWDQWH�SDUD�D�FLGDGH��FRQVLGHUDQGR�DV�GLÀFXOGDGHV�HQIUHQWDGDV�pela maioria da população.

Se a cidade continua patinando na economia, sofrendo com a falta de emprego e renda, a Fibria tem uma grande parcela de culpa. Toda matéria--prima (eucalipto) produzida em solo gameleiro é encaminhada à fábrica instalada na cidade de Jacareí, e junto com os treminhões abarrotados de madeira da boa, vão também os impostos, empregos e o desenvolvimento.

Além disso, há um disfarce, considerado legal, no processo do corte das árvores de Eucalipto. A Fibria criou um verdadeiro processo industrial para talhar as toras: cortam, picam, descascam e aproveitam o cavaco (retalhos do corte) como energia limpa para as caldeiras industriais de Jaca-reí, porém, não recolhem os devidos impostos co-brados pela prática semi-industrial em Capão Bo-nito.Esse mesmo serviço para o processamento da tora de madeira é feito pelas serrarias, com apenas uma diferença: o recolhimento de impostos.

OUTRO LADOQuestionada pela reportagem d’A Matéria-

-Prima sobre a prática do patrocínio eleitoral, a DVVHVVRULD�GD�HPSUHVD� LQIRUPRX�� $́�)LEULD�DÀU-PD�TXH�FRQWULEXL�ÀQDQFHLUDPHQWH�SDUD�DV�FDPSD-nhas eleitorais de candidatos que considera com-prometidos com o desenvolvimento sustentável e com a melhoria da governança pública. A Fi-EULD�UHDÀUPD�VHX�FRPSURPLVVR�HP�SDUWLFLSDU�GR�processo eleitoral de forma transparente e cidadã, independente de partidos ou grupos políticos”.

Quais os reais interesses da Fibria?*LJDQWH�UHÁRUHVWDGRUD�GRRX�5�����PLO�QDV�~OWLPDV�HOHLo}HV�PXQLFLSDLV�GH�&DSmR�%RQLWR��

5�����PLO�DR�FDQGLGDWR�YLWRULRVR�H�5�����PLO�DR�GHUURWDGR

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De um lado um prefeito simpático, moderado e gestor. Do outro, um dos vices mais atuantes da história de Capão Bonito. Um casa-mento político que bateu recordes de obras e de votos. A dupla Julio Fernando e Marco Citadini venceram em todas as seções eleitorais de Capão Bonito, tanto na zona urbana como na zona rural, e fecha-ram as urnas com uma votação histórica: 76% dos votos válidos. Boa sorte aos governantes reeleito.

CAMPEÕES DE VOTO!

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