espaço solidario€¦ · como diz o cartaz promocional do ano europeu do envelhecimento acti-vo e...

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espaço solidario Obra Diocesana de Promoção Social Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012 pessoas a sentirem pessoas CUSTO: 0,01€

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espaçosolidarioObra Diocesana de Promoção SocialAno VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

pessoas a sentirem pessoas

CU

STO

: 0,0

1€

Obra em 3D

dignidade,determinaçãoe dinamismo

Obra Diocesana de Promoção Social2

3Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

Ficha Técnica

Administração: Américo Ribeiro, Helena Costa Almeida, Rui Cunha, Manuel Amial e Pedro PimentaDirecção/Redacção: Manuel Pereira AmialPropriedade/Editor: Obra Diocesana de Promoção SocialColaboradores: A. Pronzato, Américo Ribeiro, Ângelo Santos, António Coutinho, Aurora Rouxinol, Bernardino Chamusca, Chefe Hélio Loureiro, Confhic, Cónego Rui Osório, D. João Lavrador, D. João Miranda, D. Manuel Clemente, D. Manuel Martins, Diana Cancela, Elvira Almeida, Filipa Martins, Filomena Semana, Frei Bernardo Domingues, João Alves Dias, João Pratas, Manuel Amial, Manuel Tavares, Manuela Botelho, Margarida Aguiar, Maria Amélia Rhotes, Maria Anjos Pacheco, Maria Barroso Soares, Dra., Maria Isabel Cristina Vieira, Maria Lurdes Regedor, Maria Teresa Carvalho Lobão, Maria Teresa Souza-Cardoso, Monsenhor Victor Feytor Pinto, Mónica Taipa Carvalho, Padre Dr. Américo Aguiar, Padre Jardim Moreira, Padre José Maia, Padre Lino Maia, Padre Mário Salgueirinho, Paulo Lapa, Pedro Rhotes, Professor Daniel Serrão, Professor Eugénio da Fonseca, Professor Francisco Carvalho Guerra, Ricardo Azevedo, Rosa Maria Seabra, Sara Cardoso e Susana Carvalho. Gráfica - Lusoimpress, Artes Graficas, Lda.; www.lusoimpress.comPeriodicidade (2008): Trimestral; Tiragem 4.000 ex.; NIPC: 500849404; Depósito legal: 237275/06; Marca nacional: 398706; Registo ICS: 124901; Sócio AIC: 262; Sócio APDSI: 1000005; Postos de Difusão Porto: Casa Diocesana de Vilar; Edições Salesianas, Fundação Voz Portucalense, Livraria Fátima, Paulinas Multimédia, Ermesinde-Casa da JuventudeSede: Serviços Centrais da ODPS, R. D. Manuel II, 14, 4050-372 PORTO

Contactos: URL Geral: www.odps.org.pt; Mail: [email protected]; Telef. 223 393 040/ Fax. 222 086 555

04 - Editorial Manuel Amial

05 - Mensagem do Bispo do Porto Sua Revª. D. Manuel Clemente

06 - Mestria e Sustentabilidade Américo Ribeiro

08 - O pó que Deus ama! Confhic

09 - Solidariedade e Envelhecimento Activo Padre Lino Maia

10 - Morrer na solidão Professor Daniel Serrão

12 - tarefa de todos e de cada um Professor Eugénio da Fonseca

14 - Obra Diocesana – na raiz da sua identidade Professor João Alves Dias

16 - Visita Sua Excelência O Presidente da República João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

21 - Pobrezas envergonhadas Padre Rui Osório

22 - A minha perspectiva Diana Cancela, Psicóloga

24 - Aspectos sofrimento humano Frei Bernardo, O.P.

26 - Maria Teresa Souza-Cardoso

29 - A Minha Visão Maria dos Anjos Pacheco, Enfermeira

30 - Padre Lino Maia reeleito

João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

31 - de Acção Directa na vida dos

António Coutinho, Enfermeiro

32 - Generosidade e Partilha João Pratas/Mónica Taipa de Carvalho

33 - Mensagens do Espaço Solidário

34 - Conselho de Administração

35 - Amigos em crescendo!

Sumário

4 Obra Diocesana de Promoção Social

EditorialNo passado dia 10 de Março tive o privilégio de assistir ao Simpósio da

Família e da Mulher que se realizou em Ílhavo, pela mão do Lions Clube daquela

cidade.

Com duas excelentes comunicações a cargo do Excelentíssimo Senhor

especialistas na matéria.

Entre vários assuntos debatidos, ressaltou a temática das famílias mais

envelhecidas e da necessidade de se adoptarem políticas activas no sentido do

seu apoio efectivo, nomeadamente na criação de condições para a vivência em

nos cuidados de saúde.

O incentivo da solidariedade entre gerações também foi abordado, no

que toca à aprendizagem e à integração de todas as idades nas acções de vo-

luntariado.

Como diz o cartaz promocional do Ano Europeu do Envelhecimento Acti-

vo e da Solidariedade entre Gerações 2012, nunca é tarde demais para … parti-

lhar experiências, unir forças, viver a vida intensamente, …”.

Será certamente o Ano de 2012 uma oportunidade de ouro para

defender e apoiar as famílias, especialmente as mais carenciadas e mais

envelhecidas!

Manuel Amial

SOLIDARIEDADE ENTRE GERAÇÕES!

- Que havemos de fazer mais, entre Quaresma e

-

des acrescidas?

Creio que não se trata de fazer mais, se já

temos tanta coisa que nos ocupa e preocupa, mas

de fazer melhor, mais profunda e religiosamente.

O Papa Bento XVI, na sua Mensagem Qua-

resmal, insiste neste ponto, tirado de um versículo

bíblico:

“Prestai atenção uns aos outros!”.

Creio que é isto mesmo que se trata,

de prestar mais atenção aos que nos rodeiam

ou procuram.

O trabalho pode ser realmente muito – nos Cen-

tros da Obra Diocesana, como na vida em geral -, mas cada

pessoa é uma pessoa e, nós cristãos, sabemos que em cada

um é o próprio Cristo que encontramos:

“Tive fome e deste-me de comer, tive sede e des-

te-me de beber, estava só e visitaste-me…” (cf. Mt 25)

Que o Espírito Santo nos abra os olhos e o coração

para esta presença de Cristo em toda a gente.

É esta a religião verdadeira, que nos liga a Deus

e aos outros, na realidade da vida, dia a dia e no mais

concreto possível.

Tão simples e tão total como isto, para

que seja Páscoa verdadeira!

Convosco,

+ Manuel Clemente

Mensagem D. Manuel ClementeBispo do Porto

5Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

Mestria e sustentabilidade

Américo RibeiroPresidente do Conselho de Administração da ODPS

Cada organização, cada ins-

tituição conta, incondicionalmente,

com os seus funcionários, com os

seus colaboradores, os quais consti-

tuem peça fundamental na sustenta-

bilidade e progresso daquela.

Estes, ao fazerem a assunção

dos cargos ou funções, que lhes com-

pete e ao que responderam com um

início do seu exercício, propuseram-se

a dar um bom contributo pessoal e co-

lectivo. Vale não só por si próprio, mas

também pelo grupo.

A instituição precisa dos

colaboradores e os colaboradores

precisam da instituição. Nesta sim-

biose, ambas as partes comprome-

tem-se a dar o seu melhor, focali-

zando o alcance dos objectivos.

Uma boa gestão da organiza-

ção, da instituição obedece e envol-

ve múltiplos factores, sendo prepon-

derantes a governação, a regulação

e a supervisão dos recursos globais

existentes, perspectivando sempre

outros, que venham, eventualmente,

engrossar as possibilidades da sus-

tentação e progresso. Nestes re-

cursos, os humanos têm de mar-

car espaço ou lugar destacável e,

como tal, o seu dever, nas diferen-

tes variantes, torna-se ainda mais

acrescentado.

A demonstração de pro-

se exerce deve acontecer, siste-

maticamente, pois inscreve-se na

responsabilidade, ética e consciência

-

foi assim, porém, dadas as mutações

aceleradas e exigências dos tempos

que correm, o serviço prestado tem

de possuir competência, autenticida-

de, verdade, lealdade… a excelência

Obra Diocesana de Promoção Social6

do fazer, do servir, da marca, que se

deixa pelo bem comum, pelo bom

senso, pelo desempenho sem reser-

vas, nem imperfeições colabora para

a segurança do futuro.

Como humanos, que somos, a

vulnerabilidade, fragilidades, ímpetos

perfeitamente normais e aceitáveis,

mas requerem e impõem um aperfei-

çoamento gradual e, aqui, entram a

autoavaliação e heteroavaliação, que

servem para estimular e corrigir os

pontos menos bons, ultrapassá-los e

-

mes e inovadoras.

, avalia-o,

melhora-o, sucessivamente, e impor-

ta-se com os impactes, que o mesmo

tem, visando o posicionamento e me-

lhoria do todo para o engrandecimen-

to da instituição na qual trabalha.

Momento do Presidente

A competência abre a pessoais e colectivas, sustentabilidade e

7Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

É um processo de constru-

ção, que se realiza com as dolo-

rosas e boas experiências, com os

erros e fracassos, percepcionan-

do e interiorizando que, no cômputo

valoriza, pela vivência quotidiana, a

integridade e a focalização nos princí-

pios e valores, que concorrem para a

dignidade humana.

A competência abre a por-

ta a oportunidades pessoais e

colectivas, promove a qualidade,

instituição.

A nossa instituição, Obra Dio-

cesana de Promoção Social (ODPS),

alista-se neste quadro e solicita,

com urgência, a mestria de cada

colaborador, em particular, e de to-

dos, no global, para encarar as vicissi-

circunstâncias inopinadas da conjun-

que estamos a passar e possa manter

os seus postos de trabalho e oferecer

um serviço de qualidade a quem tanto

necessita.

Apelo ao respeito da hie-

rarquia de exercícios da com-

posição da instituição, à ética

profissional, que é um compro-

misso social, e ao cumprimen-

to integral de cada função para

que a coordenação e articulação

funcionem no equilíbrio, harmo-

nia e rigor, imprescindíveis, na

boa gestão.

Compreendam e encarem

as lideranças fortes e incisivas,

que procuram estabelecer pontes

entre os possíveis e os impossíveis e

abrir horizontes num tempo difícil, mas

onde a esperança acredita no bem,

que é promovido e realizado.

É uma política e uma peda-

gogia que fazem nascer motiva-

que as rotinas toldem um trabalho

com a intencionalidade e tenaci-

dade desejáveis.

Acreditem que o BEM ultra-

passa barreiras, transpõe os maiores

problemas, suplanta os embustes de

toda a ordem, porque tem o poder de

vencer.

A ODPS pratica o bem e o

ser humano abriga, no seu íntimo,

o desígnio de o praticar, porque a

sua missão é o crescimento neste

âmbito.

O BEM é o imperativo da vida,

que lhe dá sentido e consagra a feli-

cidade ambicionada num espírito de

que esta resida em todos e para to-

dos!

porta a oportunidades promove a qualidade, eficiência da instituição.

Obra Diocesana de Promoção Social8

CONFHICCongregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras Imaculada Conceição

O pó que Deus ama!

É este brado que dá início à Quaresma com o rito da imposição das cinzas.

A Sagrada Escritura está cheia de referências à cinza, ao pó.

São de Abraão as palavras: atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu que sou

poeira e cinza [Gen.17,28].

Biblicamente cinza, pó… representam a fragilidade do ser humano, a sua

limitação e pequenez.

Reconhecer que sou como cinza, que não tem peso ou como palha es-

palhada ao vento, é assumir a minha pequenez diante da imensidão do Criador!

Ao encontro desta radical pequenez Deus vem e nos surpreende com o

desvelo e o carinho de uma mãe: Quando Israel era menino, Eu o amei e do Egipto

[Os 11,1-4].

Vivemos um tempo complexo mas favorável de procura. Da procura de

Deus e da procura cuidada dos irmãos.

Um tempo de nos pormos a caminho dispostos a desencadear uma luta

sem tréguas para a vitória de uma vida autêntica, coerente, completamente dada

pelo bem do outro, na descoberta do que ele tem de melhor!

Um tempo, como nos alerta Bento XVI na sua mensagem para esta Qua-

resma, de “prestarmos atenção aos outros” especialmente os mais carencia-

observar com atenção, com reci-

procidade e cuidado.

Inclinou-se, fez-Se um de nós e tornou-nos capazes de comunicar vida e

nos solidarizarmos ao ponto de, esquecidos de nós, darmos o que somos e não o

que nos sobra.

Não podemos esquecer que o Deus de Jesus Cristo é um Deus “distinto”.

Um Deus que foge aos nossos esquemas e raciocínios. Um Deus que não é possí-

vel catalogar ou fazer à nossa medida. É um Deus ajoelhado. Ajoelhado sim. Para

repetir o gesto daquele dia em que ajoelha, toma uma taça com água, cinge uma

toalha à cintura e lava os pés de todos os discípulos.

distraídos e esquecidos dos grandes gestos que acordarão este tempo

de ver!

Nós sabemos, Senhor, que este é o

tempo de Ver!

Que nos vejam

A caminho de uma conversão visível

A Ti e àqueles que Tu amas!

De uma conversão visível

Em relações de atenção e cuidado

Aos mais próximos de nós!

A caminho

De uma conversão profunda

De gestos novos de reconciliação

conTigo e connosco mesmos.

De uma conversão concreta

Que nos re-oriente

Para a generosa dádiva de nós !

Que nos vejam

A caminho apressado

De quem Te acolhe como Tu és,

Um Deus distinto e mendigo

Que respeitosamente

Bate e espera…

Sem jamais forçar a porta!

Neste tempo nublado, mas de Esperança

Todos possam ver-Te

Ao cruzar connosco

Ao perceber as metas

Que nos fazem andar

E a Alegria Pascal

Deste “pó” que, conTigo,

vai ressuscitar!

Lembra-te, ó homem, que és pó! [Cf Gn 3,19]

Solidariedade e envelhecimento activo

Enquanto tem baixado muito

substancialmente a natalidade, a faixa

da população constituída por indivídu-

os com cinquenta anos ou mais está a

aumentar e aumentará ainda mais a um

até hoje. Se o aumento da esperança

diminuição da natalidade, porém, está a

provocar um desequilíbrio intergeracio-

da vida humana.

Uma resposta para esta mu-

dança na pirâmide etária consiste em

promover a criação de uma cultura

de envelhecimento activo ao longo da

vida, garantindo que a população mais

idosa, que em geral é mais saudável e

instruída do que a de qualquer outro

grupo etário precedente do mesmo

tipo, seja convenientemente apreciada,

tenha boas oportunidades de emprego

e participe activamente na vida social e

familiar.

O envelhecimento constitui um

todas as gerações. O Parlamento Euro-

peu anunciou que 2012 será o Ano Eu-

ropeu dedicado ao Envelhecimento Ac-

tivo e à Solidariedade Intergeracional.

O objectivo global do Ano Eu-

ropeu é incentivar e apoiar os esforços

dos Estados-Membros, das suas au-

toridades regionais e locais, dos par-

ceiros sociais e da sociedade civil no

sentido de promover o envelhecimento

activo e de melhor explorar o potencial

da população, em rápido crescimento,

com 50 ou mais anos de idade, preser-

vando desta forma a solidariedade en-

tre gerações. Para possibilitar o enve-

lhecimento activo há que criar melhores

oportunidades e condições de trabalho

para permitir que os trabalhadores mais

velhos desempenhem o seu papel no

mercado de trabalho, combater a ex-

clusão social fomentando a participa-

ção activa na sociedade e incentivar o

envelhecimento saudável.

A actividade é uma expressão

construtora da vida dos seres huma-

nos. Foi através dela que as civilizações

se incorporaram e conseguiram desen-

volver-se e alcançar o nível actual. A ac-

tividade gera e partilha conhecimentos,

riquezas materiais, satisfação pessoal e

desenvolvimento económico. Por isso é

e sempre foi muito valorizada em todas

as sociedades. Prescindir da actividade

dos mais velhos é prescindir da sereni-

dade, do conhecimento e da transmis-

são e partilha de valores.

A actividade é um bem do ho-

mem. E se este bem traz em si a marca

de um “bem árduo” (para usar a termi-

nologia de S. Tomás de Aquino), isso

não impede que, como tal, ele seja um

bem do homem. E mais, é não só um

bem “útil” ou de que se pode usufruir,

como também é um bem “digno”, ou

seja, que corresponde à dignidade do

homem, um bem que é expressão da

sua dignidade e que faz com que atinja

maior visibilidade.

Padre Lino Maia

Querendo determinar melhor

o sentido ético da actividade, é indis-

pensável ter diante dos olhos, antes de

mais nada, esta verdade. A actividade

é um bem do homem – é um bem da

sua humanidade – porque, mediante

a actividade, o homem não somente

transforma a natureza, adaptando-a às

suas próprias necessidades, mas tam-

bém se realiza a si mesmo como ho-

mem e até, num certo sentido, “se torna

mais homem”. Com a sua actividade, o

homem sente-se construtor, contribuin-

te numa comunidade humana de que

também é receptor. Vê na sua activi-

dade um processo na sua autonomia e

desenvolvimento, que faz dele cidadão

de pleno direito e responsável pelo seu

devir.

Para promover um envelheci-

mento activo recomendam-se: valoriza-

ção permanente, alimentação cuidada

e escolhas saudáveis, favorecimento

da manutenção das energias físicas e

de perspectivas no devir, convivência

intergeracional, exercitação do corpo e

revitalização da mente.

9Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

E que o ser prevaleça sempre sobre o ter.

Obra Diocesana de Promoção Social10

Morrer na solidão

Professor Daniel Serrão

1. As notícias sobre seres

humanos achados mor-

tos, no abandono e na

solidão, passados dias, semanas

ou meses, estão a arrepiar a nossa

consciência de cidadãos e a fustigar

a nossa vivência de cristãos. Como

é possível que homens e mulheres

apareçam mortos, em sua casa, sem

que ninguém se tenha apercebido?

A resposta só pode ser esta: esta-

vam excluídos de qualquer contac-

to humano, estavam sós, estavam

abandonados. A sua morte pode ser

tão inaceitável como a eutanásia mé-

que na eutanásia médica é o doente

que pede para ser morto e nesta eu-

tanásia social as pessoas não pedi-

ram à sociedade que as matassem

por abandono e solidão.

2. Estas situações, que são

do domínio público por-

que os órgãos de comuni-

cação as dão a conhecer, são uma

clara demonstração de que a nossa

sociedade está muito doente. Viver

em sociedade implicou, desde o iní-

cio da invenção da sociedade, uma

qualquer forma de solidariedade

-

Se houver membros de uma socie-

dade que estão excluídos, abando-

nados e morrem como animais na

total solidão, a sociedade está a fa-

lhar no seu objectivo essencial que

é o de incluir e não o de isolar e ex-

cluir. Na perspectiva da sociedade

pós-moderna, porém, estas formas

de morrer são as que se devem es-

perar porque cada um trata de si e

não tem que se preocupar com os

outros. O indivíduo pós-moderno é,

de facto, um ser apenas individual

e da sociedade só deseja o mínimo;

e um mínimo que não o obrigue a

qualquer reciprocidade. Sem que o

reconheçamos, a sociedade portu-

guesa começa a ter sinais de pós-

-modernidade que, se progredir, irá,

em poucos anos, minar e destruir o

Estado Social.

3.Mas nós, os Cristãos, não

estamos nesta linha. A vi-

são da sociedade no Cris-

tianismo é radicalmente diferente. O

Homem que o Cristianismo criou e

que seduz multidões um pouco por

todo o Mundo, é um ser que esta-

belece com os outros, seus irmãos,

relações baseadas no afecto porque

a mensagem de Cristo foi muito sim-

ples e clara:”Amai-vos uns aos outros

como Eu vos amei”. Amar os outros é

desde logo ser solidário com eles, é

procurar que eles sejam felizes, é es-

tar preocupado com o seu bem-estar

pessoal em todas as circunstâncias;

é ser capaz de sair de uma postura

egocêntrica avançar para uma atitude

de abertura ao outro, às suas neces-

sidades e fragilidades. Ao longo de

séculos a cristandade foi alfobre de

iniciativas pessoais e institucionais

em que esta atitude se manifestou.

Basta recordar como João de Deus

carregava os loucos ao colo para os

assistir e proteger em hospitais apro-

priados. Ou como Madre Teresa, em

Calcutá, acolhia no seu colo os mori-

bundos que os hospitais rejeitavam.

Dirão que estes foram cristãos excep-

pela Igreja institucional. É verdade;

mas a todos os cristãos é pedido que

sejam excepcionais, sempre que se

trate de amar o nosso irmão, o nosso

semelhante, o nosso igual.

11Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

4. Daqui resulta que os Cris-

tãos e a sua Igreja, que

ou apenas preocupados com estas

mortes na solidão e no abandono,

mas nada resultando dessa preocu-

sacudidos e sair da sua indiferen-

ça para a acção. O novo Bispo de

Lamego, D. António Couto, deu o

sinal apropriado logo no dia da sua

iria mobilizar todos os recursos da

doentes que estiverem isolados em

suas casas e para promover visitas

diárias dos cristãos. Oxalá esta de-

cisão renove o espírito vicentino e

nenhum ser humano no território do

novo Bispo, morra, daqui em diante,

abandonado solitário e, de certo, em

grande sofrimento. E muito bom que

os nossos Bispos mostrem como o

seu coração de pastores e Mestres

na Fé está amargurado com estas

mortes solitárias. Muitos desses

mortos seriam cristãos e não tiverem

a presença de um irmão na Fé quan-

do estavam a terminar os seus dias

de vida. E isto é insuportável e terá

de ser prioritário para todas as paró-

quias mobilizando todos os cristãos

que nelas vivem a sua Fé. É a hora

de agir, não é mais o tempo de ape-

nas falar. É a hora de organizar sem

delongas um serviço pastoral que

descubra os seres humanos aban-

donados que correm o risco de mor-

rer sem que ninguém dê conta de

que morreram. Que não se diga que

este serviço deve ser da PSP ou da

GNR, porque é uma hipocrisia. É um

a salvação está no amor aos outros,

aos que vivem connosco a aventu-

ra da vida e que um dia, como nós,

morrerão.

5.A OBRA DIOCESANA

DE PROMOÇÃO SOCIAL, NA

ÁREA DA SUA COMPETÊNCIA

E NO SEU ESPAÇO DE

INTERVENÇÃO CUMPRE ESTA

MISSÃO, HONRA LHE SEJA.

Obra Diocesana de Promoção Social12

Edificar o bem comum, uma tarefa de todos e de cada um

Os tempos conturbados que o

mundo está a atravessar, são resultan-

tes do individualismo e utilitarismo que

tem reduzido o bem comum à simples

soma dos interesses particulares dos

membros da sociedade, sobretudo, aos

de ordem material.

Este tipo de cultura predomi-

nante tem sido terreno fértil para o libe-

ralismo económico mais ou menos do-

minado pela doutrina da “mão invisível”

que permite a acumulação da riqueza

por um pequeno grupo e, consequen-

temente, dando origem a escandalosas

opulências e à acumulação de riqueza

não solidariamente distribuída. Temos,

assim, uma sociedade dual ou uma so-

ciedade dos três terços: a dos “muito

ricos”, recetores plenos da prosperida-

de económica, a da classe média e a

dos “marginalizados”. Estas profundas e

injustas desigualdades geram descon-

instauração da civilização do “condomí-

nio fechado” e a um universo de interes-

ses muito díspares.

Por isso, foi de grande oportu-

nidade a proposta feita pelo Conselho

Geral da Cáritas Portuguesa à, então,

Comissão Episcopal da Pastoral Social,

do lema para a Semana da Cáritas de

-

refa de todos e de cada um” é, de facto,

um assunto cada vez mais incontorná-

vel para quem deseje mesmo uma so-

ciedade onde reine maior equidade a

todos os níveis.

Para que seja viável o empenho

de todos e de cada um é necessário

conseguir-se uma noção consensual

sobre o que se entende por bem co-

mum. A Igreja, através do seu pensa-

mento social, dá-nos um bom contri-

condições da vida social que permitem,

tanto aos grupos como a cada membro,

alcançar mais plena e facilmente a sua

própria perfeição» (Gaudim et Spes 26)

e, complementarmente, acrescentam

os nossos bispos na Instrução Pastoral

sobre a Ação Social da Igreja, ao referi-

homem procura na sociedade e que

esta deve compartilhar com ele» (cfr. n.º

8 da IPSASI, 1997).

Para se alcançar o bem comum

deve-se ter em conta, por isso, todos os

aspetos da existência humanam, tendo

este assim uma dimensão totalizante,

na medida em que terá de envolver a

sociedade toda, mas nunca numa pers-

petiva totalitária, porque tem como seu

Professor Eugénio da Fonseca

fundamento principal a pessoa, princí-

instituições sociais da ordem social (Cfr.

Enc MM, 219). Por outro lado e por sua

natureza, o bem comum deve redundar

em proveito de todos os cidadãos, sem

preferências por pessoas especialmen-

te privilegiadas ou por grupos sociais

determinados. O bem comum exclui

as discriminações. A fazer alguma

exceção, ter-se-á que ter em conta que

exigir, às vezes, que os homens de go-

verno tenham especial cuidados pelos

cidadãos mais débeis, que podem en-

contrar-se em condições de inferiorida-

de, para defender seus próprios direitos

e assegurar seus legítimos interesses»

(Pacem in Terris, 56).

Outro aspeto que não se pode

ignorar é o facto de o bem comum impli-

car direitos e deveres e o empenhamen-

to de todos. A começar pela responsa-

bilidade pessoal sendo a participação

um sinal concreto da responsabilidade

levada à prática. A família é um espaço

privilegiado para se aprender a estimar

medida em que nela se faz a experiência

vivida de comunhão e participação, ins-

pirada e guiada pela lei da gratuidade; é

13Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

a guardiã, defensora e transmissora das

virtudes e dos valores; é o lugar nativo

-

ção e de personalização da sociedade.

Mas o Estado, quer na sua di-

mensão central ou local, tem também

responsabilidades, que não pode alie-

nar, designadamente na sua dimensão

de regulação, de reconhecimento dos

direitos e deveres dos cidadãos, res-

peitá-los, harmonizá-los, promovê-los,

em cooperação com as instituições da

sociedade civil. Não cabe ao Estado

substituir-se aos cidadãos, mas harmo-

nizar com justiça os interesses setoriais

e promover as suas iniciativas. O povo

é, deve ser e permanecer o sujeito, o

vez que a soberania radica na socieda-

de civil.

É a construção do bem co-

Estado.

Os cristãos, enquanto tal, têm

responsabilidades acrescidas, até por-

que dispõem de um manancial de prin-

cípios e orientações que os ajudarão a

desempenhar as suas tarefas cívicas.

Impõe-se, desde já, o conhecimento

maior e mais generalizado da Doutrina

comum, os cristãos devem estar na li-

nha da frente na Luta pela justiça, que

o mesmo é dizer na defesa dos direitos

humanos.

O compromisso pela justiça não

pode ser uma opção, mas sim um estilo

de vida. Isso mesmo lembrou Paulo VI

aos Padres sinodais: «A Igreja dese-

ja converter-se plenamente ao Se-

nhor, e realizar o seu ministério ma-

nifestando respeito e atenção aos

direitos humanos em sua própria

vida. Há na Igreja uma consciência

renovada do papel da justiça em

seu ministério.»; na vivência da cari-

dade, enquanto total doação ao outro e

não sentimentalismo, nem emotivismo

-

mais se trabalha em prol de um bem co-

mum que dê resposta também às suas

necessidades reais.

Todo o cristão é chamado a

esta caridade, conforme a sua vocação

e segundo as possibilidades que tem de

incidência na pólis. (…) Quando o em-

penho pelo bem comum é animado pela

caridade, tem uma valência superior à

do empenho simplesmente secular e

político.» (Caritas in Veritati 7); no desen-

volvimento de espaços de comunhão,

porque a vida do cristão deve guardar

uma profunda unidade na diversidade.

Tanto o espiritualismo alienante como o

secularismo são caricaturas e desvios

da vida cristã que deformam a imagem

da Igreja perante o olhar do mundo;

numa conversão permanente (meta-

noia), prosseguindo com coragem e

persistência as intervenções sociais da

Igreja, em colaboração com todas as

pessoas de boa vontade, procurando

a promoção da dignidade de cada ser

esperança que é a essência do cristia-

nismo, afastando fatalismos e tentações

dominadoras.

Oxalá que a proposta apre-

sentada pela Cáritas tivesse ecoa-

do em muita gente.

É que urge incentivar o surgi-

mento de grupos de líderes-servidores,

quais agentes dinâmicos e criativos de

transformação da mentalidade individu-

alista.

Assim se motivará para um for-

talecimento da consciência participativa

e responsável dos singulares cidadãos

e se pautará a vivência coletiva na sen-

da da construção do bem comum.

Obra Diocesana – na raiz da sua identidade

Professor João Alves Dias

Celebrar a memória não é

passadismo. A memória é o chão

onde se enraíza a árvore do presen-

te. São essas raízes que seguram a

árvore e, simultaneamente, lhe forne-

cem alimento para viver e frutificar.

O húmus onde a Obra se

nutre mistura a ternura dos afec-

tos com a lucidez da razão.

Nasceu no coração com-

padecido de um Bispo que sofria

com os pobres, especialmente com

aqueles que estavam a ser retirados

das “ilhas do Porto” e eram deposita-

dos, sem qualquer respeito pela sua

comunidade de origem, nos bairros

periféricos da cidade. Ele queria que

a Igreja, à maneira do samaritano do

Evangelho, se fizesse “próxima” da-

queles que se sentiam espoliados

do único bem que ainda possuíam,

a riqueza da vizinhança. Como sinal

desta Igreja próxima e pobre, quis

que o primeiro sacerdote da Obra

fosse viver no Bairro do Cerco do

Porto onde se fez vizinho entre vi-

zinhos, a ponto de, ainda hoje, pas-

sados mais de 40 anos, as pessoas

lhe dizerem quando o encontram: eu

moro no seu bloco; eu resido na sua

entrada. Há dias, uma senhora, com

um sorriso de satisfação, confiden-

ciou-lhe: eu agora vivo na sua casa.

O passado faz-se presente. Quão

enigmático é o tempo…

D. Florentino, motivado por

esta paixão que era compaixão e

simpatia (compaixão vem do latim

cum patior que significa sofrer com

– enquanto simpatia deriva do grego

sun patein que quer dizer pratica-

mente o mesmo), foi, por diversas

vezes, celebrar a esse Bairro.

Aparecia à hora habitual da

Missa dominical, sem aviso prévio

nem convite, sem pompa nem cir-

cunstância. Os moradores habitua-

ram-se a vê-lo como seu Pastor. As

crianças tratavam-no com o mesmo

carinho que dedicavam ao seu padre

e, como não sabiam o nome, sauda-

vam-no simplesmente como “Senhor

Padre Bispo”, o que sempre fazia

aparecer um sorriso na palidez as-

cética do seu rosto. Para elas, Bispo

não era título de alguém importante

mas nome próprio duma pessoa que

as acarinhava.

Este entusiasmo transmitiu-

-se a muitos cristãos, especialmen-

te dos Cursos de Cristandade, que

colaboraram na formação da Obra.

Eram tempos do Vaticano II em que o

vento da renovação e da esperança

soprava por toda a Igreja.

Assim, a Obra nasceu sob

a matriz da paixão, do entusias-

mo, da proximidade, da partilha,

do acolhimento, da simpatia e da

fraternidade cristã.

Mas D. Florentino quis que o

impulso do coração fosse iluminado

e orientado pela luz da razão.

Obra Diocesana de Promoção Social14

O húmus onde com a

mistura a ternura

Não foi por acaso que a Obra

teve a sua primeira sede no Instituto

de Serviço Social, na Avenida Rodri-

gues de Freitas. Este Instituto tinha

sido criado em 1956, por D. António

Ferreira Gomes que, na clareza da

sua inteligência, viu quão importante

era para a Sociedade e para a Igreja

ter um Instituto Superior que prepa-

rasse com competência e rigor cien-

tífico os agentes do serviço social.

Em 1964, exatamente o ano

em que nasceu a Obra dos Bairros,

o Instituto viu reconhecido pelo Es-

tado o seu estatuto de escola supe-

rior não oficial. E também não foi por

mera coincidência que D. Florentino

confiou a D. Julieta Cardoso, Direto-

ra desse Instituto, a missão de supe-

rintender no trabalho social da Obra.

Havia uma simbiose entre a Obra

e o Instituto. E foi assim que a Obra

dos Bairros não se limitou a ser de

pura assistência, como era normal à

época, mas enveredou por caminhos

novos, os caminhos da promoção

social, tornando-se caso único a

nível nacional e exemplo de tra-

balho comunitário. Os pobres já

não eram recetores passivos e agra-

decidos, mas, como sujeitos de di-

reitos e deveres, agentes responsá-

veis pela construção da sua própria

história e da sua comunidade.

Esta segunda vertente

matricial da Obra traz consigo

o profissionalismo, a exigência,

a competência, o rigor por parte

de quem nela trabalha e, simul-

taneamente, a abertura à comu-

nidade e o sentido de solidarie-

dade dos que dela beneficiam.

Ninguém se deve sentir um sim-

ples beneficiário sem partilhar

desta dimensão original da Obra;

ninguém deve limitar-se a rece-

ber sem nada fazer por si e pelos

outros.

Como disse Bento XVI, “gra-

-

-se como um organismo rico e vital,

não uniforme, fruto do único Espírito

que conduz a todos à unidade pro-

funda, assumindo a diversidade sem

Podemos, pois, concluir que,

fruto do único Espírito, a Obra Dio-

cesana tem, na sua génese, a inteli-

gência de D. António Ferreira Gomes

que o levou a fundar o Instituto de

Serviço Social e o coração de D. Flo-

rentino de Andrade e Silva que criou

a Obra e aproveitou, inteligentemen-

te, o saber e a disponibilidade desse

Instituto. Não foi sem razão que D.

António tanto acarinhou a Obra

Diocesana quando regressou à

sua Diocese...

A Igreja é católica exac-

tamente porque congrega na

unidade a pluralidade das suas

obras e carismas.

15Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

a Obra se nutrelucidez da razão.dos afectos

No dia 20 de Janeiro, Sua Ex-

celência O Presidente da República,

Professor Doutor Aníbal Cavaco Sil-

va, visitou, uma vez mais, a Obra Dio-

cesana de Promoção Social (ODPS).

Na mente de todos estava ain-

da claramente vincada a visita de 9

de Março de 2009.

Nesse dia, o Senhor Presiden-

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

Visita de Sua ExcelênciaO Presidente da República

te da República conheceu o Centro

Social da Pasteleira. Passados me-

nos de três anos, a Instituição foi no-

vamente honrada com a presença da

mais alta individualidade do Estado,

desta vez, no seu Centro Social de

Fonte da Moura.

No âmbito de uma deslocação

à cidade do Porto, o Professor Doutor

Aníbal Cavaco Silva visitou o bairro

camarário de Fonte da Moura, a sua

reabilitação urbana operada pela Câ-

mara Municipal do Porto e, por fim, o

Centro Social da Obra Diocesana aí

localizado.

Naquele que é um dos doze

Centros Sociais da ODPS, reuniram-

-se mais de 600 clientes e colabo-

radores da Instituição. Todos rece-

beram o Presidente da República, a

Obra Diocesana de Promoção Social16

sua esposa, Dr.ª Maria Cavaco Silva,

e outros convidados que muito nos

dignificaram com a sua comparência.

Por parte da Câmara Muni-

cipal do Porto compareceu o seu

Presidente, Senhor Dr. Rui Rio, e a

Vereadora do Pelouro da Habitação,

Senhora Dr.ª Matilde Augusta Alves.

Ilustres personalidades mar-

caram presença em tão honrosa vi-

sita, designadamente Sua Excelência

Reverendíssima D. Pio Alves, Bispo

Auxiliar do Porto; o Senhor Padre

Lino Maia, Presidente da Confede-

ração Nacional das Instituições de

Solidariedade (CNIS) e Assistente

Eclesiástico da Obra Diocesana; o

Senhor Chefe Hélio Loureiro, Presi-

dente da Liga dos Amigos da ODPS;

o Professor Doutor Daniel Serrão; o

Senhor Padre Dr. Manuel Correia

Fernandes, Diretor da Voz Portuca-

lense; o Senhor Dr. António Barros

Marques, Presidente da Cáritas Dio-

cesana do Porto; o Senhor Eng.º Rui

Leite de Castro, Presidente do Banco

Alimentar Contra a Fome – Porto; e

a Senhora D. Maria da Glória Santos,

Amiga da Instituição.

O Presidente da República foi

17Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

recebido com uma onda de entusias-

mo, patente na felicidade de todos e

no acenar das coloridas bandeirolas

que saudaram a comitiva. À chegada

ao Centro Social, O Professor Doutor

Aníbal Cavaco Silva e sua Esposa fo-

ram aclamados com uma canção in-

terpretada pelas crianças.

Todos os membros dos ór-

gãos de gestão da Obra Diocesana

– Conselho de Administração (CA) e

Conselho Fiscal – acolheram e cum-

primentaram o casal presidencial.

Na sua intervenção de boas-

-vindas, o Senhor Américo Ribeiro,

Presidente do CA, sublinhou a espe-

cial atenção dada pelo Presidente da

República às “causas sociais, às

políticas sociais e à materializa-

ção dos direitos humanos”. Afir-

mou que toda a Instituição se encon-

trava em “festa e plena de alegria”,

vivenciando autênticos sentimentos e

afetos. Enalteceu e agradeceu igual-

mente o relevante trabalho que tem

vindo a ser desenvolvido pela autar-

quia, no contexto do protocolo cele-

brado com a ODPS, e exemplarmente

concretizado na requalificação do

edifício do Centro Social de Fonte da

Obra Diocesana de Promoção Social18

Moura.

Seguiu-se um momento de

grande simbolismo – o descerrar

da placa comemorativa desta visita,

onde ficou gravada a gratidão e o re-

conhecimento da ODPS.

O Chefe de Estado percorreu

todos os espaços do Centro Social,

tendo contactado com os idosos, as

crianças e os colaboradores. Ao lon-

Sua Excelência, O Presidente da República, Senhor Professor Doutor

Aníbal Cavaco Silva

Senhora de Sua Excelência O Presidente da República, Excelentíssi-

ma Senhora Doutora Maria Cavaco Silva

Sua Excelência Reverendíssima, D. Pio Alves, Bispo da Diocese do

Porto

Entidades Civis, Militares e Religiosas

Minhas Senhoras, Meus Senhores, Crianças

Excelência,

Bem-vindo, mais uma vez, à Obra Diocesana de Promoção Social.

A Obra Diocesana de Promoção Social regista neste dia lindo, marca-

do pelos afectos, mais um facto memorável, consubstanciado na presença,

sempre amável e infundida de sentimento, de Sua Excelência.

Falei em sentimento e afectos, pois são autênticos e bilaterais, não

só de todos quantos estão ligados a esta IPSS, como da parte de Sua Exce-

lência, tantas vezes testemunhados no seu percurso como pessoa e como

Sabemos bem que as causas sociais, as políticas sociais e a materia-

lização dos direitos humanos são objecto de atenção especial e prioridade na

dinâmica, que prescreve e concretiza.

Toda a Instituição se encontra em festa e plena de alegria. Desta vez

o acolhimento presidencial consumou-se, mais de perto, no Centro da Fonte

da Moura.

Escolhemos este Centro dentre os doze, pois a sua imagem trans-

protocolo existente com a Câmara Municipal, parceira no projecto da Obra

Diocesana.

Aproveito para enaltecer e agradecer o trabalho que tem vindo a ser

desenvolvido pela Autarquia, que o considero de elevada relevância.

Em meu nome, em nome do Conselho de Administração e Conselho

Fiscal queremos saudar Sua Excelência, dar-lhe as boas vindas, enfatizando

a importância desta visita no quadro da vida e obra da Instituição.

Um sentido reconhecimento revestido de singularidade no meio da

multidão.

A verdadeira abundância encontra-se na dimensão do ser, olhando os

outros com igualdade pela solidariedade.

Obrigado.

Américo Ribeiro

19Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

go do percurso foi visível a alegria de

todos e a profunda honra por este

acontecimento.

O Senhor Presidente da Re-

pública visitou ainda uma exposição

alusiva à requalificação dos bairros

camarários da cidade do Porto. Essa

mostra, patente no salão polivalente

do nosso Centro, mostrou o investi-

mento realizado pela Domus Social

na melhoria do parque habitacional

do município.

Já próximo do final da visita,

a comitiva foi agraciada com várias

lembranças manualmente realizadas

pelos nossos clientes. Também nes-

sa circunstância, o Professor Doutor

Aníbal Cavaco Silva assinou o Li-

vro de Honra da Obra Diocesana, aí

deixando gentis palavras de apreço

pela ação solidária da Instituição.

Manifestou o seu “reconhecimen-

to pelo trabalho notável da Obra

Diocesana, que surpreendeu pela

dimensão e qualidade, em prol

dos mais fracos, dos mais frágeis

e dos mais necessitados da nos-

sa sociedade e em particular da

região do Porto”.

Obra Diocesana de Promoção Social20

21Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

Na dupla face da globalização, o lado sombrio esconde mal as novas

situações de vulnerabilidade das pessoas, demasiadas, infelizmente.

A profundidade e a natureza das desigualdades sociais medem-se, nos

dias de hoje, pelos recursos que cada um dispõe ou para construir a sua vida,

mais a consciência de pertença coletiva dá lugar à multiplicidade de “eus isola-

dos”, aqueles que vivem individualmente a experiência da sua exclusão, como

se lê em recentes estudos portugueses sobre a pobreza.

-

ceira, as suas consequências sobre os mais pobres ainda estão longe de ser

debatidas em profundidade na sociedade portuguesa. O que é verdade é que

algumas das medidas de combate à crise são sobretudo gravosas para os que

se encontram em situações de mais vulnerabilidade.

Vá lá que as instituições de solidariedade social aparecem na arena

pública na defesa e promoção do bem comum. Nalguns casos, a expressão

dessa solidariedade poderá ceder ao primarismo, não ultrapassando o assis-

tencialismo, que, se for teimoso, poderá tornar-se humilhante.

A crise por que passamos não atinge apenas os mais pobres, os tra-

dicionais ou pobres de sempre, mas muitos outros que já estão no limiar da

pobreza, nas chamadas pobrezas envergonhadas.

Os discursos sobre a pobreza e a coesão social difundem-se nos pa-

íses da União Europa a que pertencemos. As políticas comunitárias há muito

-

equaciona-se assim: para reduzir a

pobreza, é necessário começar por

-

seguir com tentativas de compreen-

são da sua génese, de forma a estru-

turar políticas sociais que combatam

as causas e não apenas os efeitos.

Infelizmente, entre nós, pouco se

tem feito nesse sentido.

A nossa amargura traduz-se

deste modo: a crise socioeconómi-

ca nivela-nos por baixo, pelos níveis

de pobreza. Gente como nós, que já

teve pão farto na mesa, por disfun-

cionamento do mercado de trabalho,

seguido pela sucessiva diminuição

dos apoios sociais ligados ao Estado

de bem estar, está a experimentar e

a sofrer a pobreza.

Pobrezas envergonhadas

Cónego Rui OsórioJornalista e pároco da Foz do Douro

Não haverá por aí

saídas para a crise?quem invente

Obra Diocesana de Promoção Social22

A minha perspectiva

Um dia alguém me disse: “Tu

tens um emprego fantástico! Tens

sempre histórias para contar!”. É

um facto. Mas esta é apenas uma das

vantagens e mais-valias de ser psicólo-

go e, principalmente, de ser psicólogo

na ODPS.

ser psicólogo não é só ser capaz de

ouvir o outro e dar bons conselhos.

Essa é aquela “costela de psicólogo”

que qualquer um de nós tem e que a

vida e a experiência nos vão dando.

Ser psicólogo exige uma

certa vocação interior, uma espécie

de curiosidade interna sobre tudo o que

é o ser humano, nas suas variadas face-

tas, as agradáveis de mostrar e as que

ninguém quer conhecer. É quase uma

predisposição para dissecar o ser hu-

mano por dentro e sarar as feridas da

alma.

Ser psicólogo não é conhecer o

comprimido mágico para a cura, muito

menos curar pela palavra. É orientar,

guiar, ajudar a chegar lá; é ser capaz

de trazer ao de cima o melhor e pior de

nós; é ensinar a lidar com o que dói e

tudo isto com o rigor e o compromisso

assumido com essa grande ciência que é a Psicologia.

É uma pergunta legítima que muitos colocarão. Se pensarmos nas princi-

no presente, a pensar no futuro e a reviver o passado.

Somos mais um dos membros fundamentais deste esqueleto interventivo

que se preocupa com a realidade social e ainda acredita que a pode mudar, agindo.

Ser psicólogo ou colaborador na ODPS nos dias que correm é ver

da qual a maioria tem conheci-

mento apenas através dos meios de comunicação social.

Aqui aprendemos que as crianças são como esponjas que absorvem

-

ção social e de valores que nos rodeia. Percebemos ainda que elas podem sofrer

como gente crescida e que não é errado os pais pedirem ajuda ou necessitarem

-

portamento.

Aqui vemos como para alguns é difícil ser idoso em Portugal. Convivemos

lado a lado com o sofrimento humano, com a dor da perda, com a incerteza do

amanhã, com a solidão, o vazio e o abandono.

Aqui lutamos com os nossos idosos contra doenças mais ou menos ga-

lopantes, com as perdas de capacidades e com as demências que lhes roubam a

identidade e as recordações.

Num dia uma perda, no outro uma vitória. E a esperança, sempre a es-

perança. Às vezes sentimo-nos impotentes, incapazes e desmotivados, tantas são

-

des em responder a muitas delas.

-

queles em que as nossas crianças acreditam e gostam de se transformar, e sermos

capazes, não de mudar o mundo, mas de mudar o mundinho daqueles que nos

estendem a mão e acreditam no nosso empenhamento em cada causa.

Diana CancelaPsicóloga

23Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

A cada dia, sempre que regressamos ao calor dos nossos lares e da

nossa família, trazemos cada uma daquelas histórias connosco.

-

São os nossos valores a falarem e são eles que fazem de nós aquilo que

somos – somos, antes de tudo o resto, “pessoas a sentirem pessoas”.

valeu a pena deixar

o conforto da nossa cama numa manhã fria de Inverno ou perder uma tarde de sol

em frente ao rio para podermos entrar em cada uma daquelas vidas com história(s)

e (re)escrevermos um capítulo mais feliz, ou pelo menos, menos doloroso.

Valeu a pena ouvir o idoso que se sente só e estar ali com e para ele.

Valeu a pena ouvir a mãe que não se sente capaz ou a criança que sonha

com o impossível e que ninguém parece compreender. E sempre que recebemos

um sorriso, percebemos que valeu realmente a pena cada segundo investi-

do naquele caso.

Na ODPS também há sorrisos, dos 0 aos 101 anos. Vemo-los nos bebés

que palram e nas crianças que brincam, nos jovens que descobrem algo novo da

vida a cada passo, nos idosos que todos os dias nos ensinam algo mais e nos

familiares de todos eles, que nos agradecem a ajuda e o estarmos presentes nos

momentos bons e nas crises, honrando o compromisso que assumimos com cada

um dos nossos utentes. E se são sorrisos que recebemos, devemos retribui-los de

forma transparente, sincera e humana.

Na minha perspectiva, eu tenho de facto um emprego fantástico.

Não só pelas muitas histórias que tenho para contar, mas por poder conhe-

cê-las e aos seus actores e por, de certa forma, poder fazer parte delas enquanto

mediadora entre um momento de sofrimento ou dúvida e a vida, no seu completo

Ser psicólogo também é isto: viver e dar vida ao outro.

Ser

psi

cólo

go

tam

bém

é is

to: v

iver

e d

ar v

ida

ao o

utro

.

Obra Diocesana de Promoção Social24

Frei Bernardo Domingues

Aspectos do Sofrimento Humano

A palavra “sofrimento” vem do

xo” e carregar penosamente a desar-

monia pessoal ou social. É uma expe-

riência negativa universal que marca

negativamente, de modos e em graus

diferentes, os limites inadequados da

aventura humana. Consoante as pes-

soas e a respectiva estrutura, história

tes ao longo do arco da vida pessoal,

são inevitáveis as experiências doloro-

sas mais ou menos agressivas, pro-

longadas e opressivas.

Efectivamente a história da hu-

manidade está marcada por comple-

xas experiências de sofrimento devido

a casualidade múltipla, mas todas com

as características da ausência do bem

ideal requerido para a plenitude do ser

pessoal e respectivo contexto de vida

dem ser químicas, físicas, psicológi-

cas ou psicossomáticas, com origem hereditária ou adquiridas por ocorrências

de fome, peste, guerra, acidentes, ou circunstâncias sociais interferentes ne-

gativamente na vida das pessoas perturbando o funcionamento integral e inte-

grado dos elementos e subsistemas constituintes da pessoa enquanto animal,

racional, social, livre e responsável, pela ética, a estética e o relacionamento

correcto, nos modos de ser, viver, planear, executar e avaliar projectos de felici-

dade pessoal e social.

O Papa João Paulo II escreveu uma pertinente Encíclica sobre “A dor sal-

como foi e é culturalmente interpretado, nomeadamente nos textos bíblicos, que

alternam entre o pessimismo de ser um castigo permanente ou também como um

enças crónicas, com dependências permanentes, dos cuidados de saúde e da

medicação com efeitos secundários negativos, todavia a vida humana é sempre

leal e competente serviço aos outros.

As fraquezas, as fragilidades, os sofrimentos de todas as formas de cadu-

cidade, e até a morte, não são necessariamente o fruto de pecados ou maldades

pessoais, visto que na vida social ora somos, eventualmente, culpados ou então

vítimas inocentes das agressões dos outros.

É de bom senso e na linha da perspectiva da cultura cristã que devemos

promover aturadamente as possíveis condições de vida saudável para todos os

membros da comunidade humana.

diminuição de algumas

25Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

Na perspectiva cristã, é vocação comum viver o nosso ciclo de vida “fa-

zendo o bem” (cf. Act. 10, 38) a si mesmo e aos outros, com competência, hones-

tidade, lealdade e solidariedade ajustada às necessidades dos outros e às próprias

capacidades.

É essencial proporcionar às pessoas o ensino adequado para que se tor-

nem livres e responsáveis na gestão da própria qualidade de vida e com as respec-

tivas capacidades e fragilidades a ter sempre em conta.

Na partilha social complementar, todos somos vocacionados para sermos

solidários, nomeadamente com os mais frágeis, abandonados e necessitados, sem

nunca farisaicamente fazer de conta e iludir as situações a necessitarem de apoio

pertinente e possível, atendendo a cada situação (cf. Lc. 20, 29-37). Os sofrimentos

físicos, psicológicos e morais podem e devem ser tidos em conta a maturidade

temporal da vida (cf. I Cor, 12, 10).

É frequente o questionamento sobre o “porquê” e o “para quê” do sofrimento

e concretamente no que se refere ao próprio ou a terceiros que são ou parecem ino-

centes. Poderemos dizer que a dor é uma resposta mecânica a um estímulo negativo

e desagradável ou que resulta dum mecanismo químico ou neurológico descontro-

lado; mas a dor humana é muita mais complexa e envolve a história, os medos, os

factores psicológicos, etc. As nossas limitações, o desgaste orgânico, os desajustes

Perdendo capacidades e temendo o futuro, poderemos provocar bloquea-

mentos e distúrbios. Mas a diminui-

ção de algumas capacidades não

ocasião de descobrir e actualizar

outras virtualidades latentes e conti-

nuar a viver com sentido, utilidade e

presença positiva aos outros.

O nosso cérebro, em situação

de correcta funcionalidade, está cons-

tantemente a receber informações, a

seleccioná-las e a elaborar projectos a

partir do que recebe. Por isso é impor-

tante educá-lo para buscar o sentido

cativa tendo em conta o eventual so-

frimento afectivo, o físico, o intelectual

e o social como fenómenos inerentes

à nossa situação de formas limitadas,

dependentes de factores múltiplos

mas que pela razão e a fé podermos

orientar para uma situação da vida

com sentido, vencendo o fatalismo,

Deus que a todos conhece e ama ob-

jectivamente.

capacidades

Obra Diocesana de Promoção Social26

Maria Teresa de Souza-CardosoEducadora de Infância

CaminhandoA Porta da Fé

O Santo Padre publicou uma carta apostólica sobre a fé. “A porta da Fé”

convida os cristãos a redescobrir o valor das suas convicções e anuncia a realização

de um Ano da Fé, um tempo de graça, com início a 11 de Outubro de 2012, data

do 50º aniversário do início do Concilio Vaticano II, e que terminará na solenidade de

Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, a 24 de Novembro de 2013, pretenden-

face à crescente secularização e descristianização da sociedade contemporânea.

Bento XVI salienta que atravessar a porta da fé é embrenhar-se num caminho

que dura a vida inteira. “ Este caminho tem início com o Baptismo, pelo qual podemos

dirigir-nos a Deus com o nome de Pai, e está concluído com a passagem através da

morte para a vida eterna (…) Devemos readquirir o gosto de nos alimentar da Palavra

-

to de quantos são seus discípulos.”

O Ano da Fé

da caridade. “ A fé sem a caridade não dá fruto, e a caridade sem a fé seria um senti-

mento constantemente à mercê da dúvida. Fé e caridade reclamam-se mutuamente,

de tal modo que uma consente à outra de realizar o seu caminho”.

A Obra Diocesana de Promoção Social é também já, a seu modo, uma

Porta da Fé.

Todos os 12 Centros da Obra trabalham, no seu dia-a-dia, os valores Cris-

tãos, nomeadamente os da partilha, da tolerância, do respeito e da solida-

riedade. As festas religiosas, principalmente o Natal e a Páscoa são devidamente

festejadas com especial cuidado e carinho, mas mais do que isso, em muitos Centros

refere a Responsável de um dos nossos Centros, “Quinzenalmente reunimos as

crianças de ATL e Pré-escolar para, ao som da guitarra, entoarem canções

de cariz religioso. Procuramos que as canções sejam alegres e propiciem

momentos de alegria e vivacidade para que haja adesão e participação”.

Nestas alturas criam-se momentos únicos de alegria, partilha e companhei-

rismo, que nos motivam a continuar a dar passos mais largos como a criação de um

livro de canções onde estas estão incluídas, porque fazem parte do nosso dia-a-dia”

ou como também nos diz a Educadora Social de outro Centro “A Oração do Terço

é um momento repleto de emoções e sentimentos, em volta da imagem de

-

dos os presentes. De realçar, que as situações de demência, difíceis de controlar,

Fátima permanece à entrada do Centro e são vários os idosos que durante o dia vão

manifestar a sua fé junto de Nossa Senhora”.

Também deliciosos os comentários das crianças, que cantam os bons dias

a Jesus ou lhe rezam as suas pequeninas mas tão sentidas orações, no início da

manhã, e que sentem que Ele participa nas suas actividades, ajudando-os a brincar,

a ser amigos, a partilhar, a respeitar o outro, ajudados pelas suas equipas educativas

que têm particular preocupação em fazê-los vivenciar princípios como os do amor,

da cooperação, da entreajuda, da amizade, do respeito pelo outro e pela família, “Sou

contente comigo”.

Os clientes mais velhos testemunham também no mesmo sentido de plenitu-

de na fé e no amor “Faz-me muito bem rezar o terço, sinto-me em paz, quan-

do rezamos, todos juntos, no Centro”, “Rezar o terço é o meu maior gosto,

quando rezamos todos juntos no salão com a Nossa Senhora de Fátima e o

Sagrado Coração de Jesus”, “Sou Católica desde sempre, rezar o terço aqui no

Centro, para mim, é uma alegria”.

Claro que, na Obra Diocesana, todos os clientes e colaboradores contam

com o exemplo do Conselho de Administração, que sempre que realiza encontros

Sede, o “nosso” 14 da Rua D. Manuel II, conta com Jesus representado e com umas

imagens de Maria particularmente bonitas e sempre tão acarinhadas.

Citando o nosso Presidente, Senhor Américo Ribeiro, “Temos que ser

transparentes; a nossa Instituição é antes de mais uma Instituição da Igreja

Católica, sendo da máxima importância que as nossas crianças partilhem

uma verdadeira alegria, um verdadeiro amor e uma verdadeira Fé Cristã.”

Como tão bem refere o meu querido amigo, director do Secretariado do

Apostolado de Oração, P. Dário Pedroso, s.j., (e de quem ouvi falar, com tanto entu-

siasmo, pela primeira vez, da Porta Fidei, num dos nossos tão agradáveis encontros

na Casa do Enxido, no início do ano) “Ter Fé, viver da Fé, crescer na Fé não é só acre-

ditar numas verdades, aceitar uns dogmas. A Fé é adesão pessoal ao Amor. Ter

Fé é acreditar que Deus é Pai, origem de todo o dom e de toda a graça. A Fé é uma

relação viva com Alguém. E o Pai nos enviou seu Filho, o Verbo, que, pelo Espírito, fez

nascer a Igreja e nos faz viver nela. Fé alimentada pela Palavra e pelos Sacramentos,

vivenciada pela oração, traduzida na vida em caridade cada vez mais perfeita em

amor cada vez mais universal. (…). A Fé vive-se em comunhão com outros. Em Famí-

lia, que é Igreja doméstica, selada pelo sacramento do matrimónio. Em comunidade

paroquial ou religiosa, na certeza de que Jesus está presente no meio dos que rezam

e vivem unidos em seu nome. Em Igreja diocesana ou universal para descobrir mais

o rosto de Jesus, seu Esposo, que deu a vida por ela na Cruz e que na Eucaristia

renova sem cessar o seu dom e a sua oferta. Fé comunitária que ajuda outros a viver,

a animar-se, a alegrar-se em Deus, a ser mais apóstolos, a descobrir os encantos do

amor divino, a beleza encantadora da presença do amor no meio de nós”.

E em tempos tão difíceis como os que atravessamos é cada vez mais neces-

sário que a Escola e a Família dêem as mãos e juntas ajudem as nossas crianças a

crescer e a viver numa Fé responsável, passando a fazer parte do seu dia-a-dia, Je-

sus, a Nossa Senhora, a oração, a tolerância, o perdão, a partilha, o amor ao próximo.

Como nos transmite mais um dos nossos Centros, “ A presença divina ma-

nifesta-se quando conseguimos o sorriso de uma criança, enxugamos uma lágrima,

27Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

alegria, alimentamos quem está faminto, oferecemos solidariedade, transformamos

tristeza em alegria, quando ouvimos o silêncio ou quando apenas com um sorriso

dizemos: Bom dia!

-

que, quando rezamos o terço com os nossos idosos, vamos beber da sua coragem,

da sua generosidade e grandiosidade! É ela que generosamente acede aos nossos

pedidos, cobrindo-nos com o seu manto protector, cheio de amor!”

Neste tempo de Quaresma, tempo de nos voltarmos para Deus, devemos

continuar a criar as condições para que a Fé cresça e se desenvolva, se possa tornar

de oração, com as crianças, com os mais idosos, com as famílias, com a comuni-

brilhozinho especial nos olhos, quando, juntos, ensaiamos cânticos a Jesus e Maria,

outra forma tão bonita de com Eles falar.

Neste tempo de Quaresma é importante que as crianças vivam o porquê de

verem uma Cruz que, depois de ser coberta com um pano roxo, passa a sê-lo por

o triunfo da vida sobre a morte, de celebrarmos o amor que perdura.

Desejo a todos uma Santa e Feliz Páscoa.

Aleluia! Aleluia!

Obra Diocesana de Promoção Social28

29Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

A minha Visão

Maria dos Anjos PachecoEnfermeira

Um dia, ainda durante o meu

percurso académico, um colega per-

guntou quando iríamos aprender a criar

estratégias de resistências perante a dor

dos outros. A Enfermeira, especializada

em saúde materna e infantil respondeu:

“Ser Enfermeira é exactamente o

contrario! Ser enfermeiro é precisa-

mente chorar quando vemos a dor

do outro, é rir quando vemos a feli-

cidade do outro, é saber ouvir quan-

do o outro precisa de falar, é saber

ensinar quando o outro precisa de

aprender. Ser enfermeiro é ser-se

humano para os outros, sabendo

que para o enfermeiro o outro é a

base do seu trabalho.”

E, de facto, é assim mesmo. O

ser enfermeiro não se resume a admi-

nistrar medicação ou avaliar parâmetros

vitais, mas sim em conhecer o nosso

paciente em toda a sua totalidade e di-

mensão. É saber ser, saber fazer e saber

estar…

Um idoso, não é só “válido”

ou “inválido” como por vezes ouvi-

mos algumas pessoas categoriza-

rem. Um idoso é uma pessoa com expe-

riencias e vivencias, com um histórico de

saúde, com sentimentos e expectativas

e principalmente com muitos conheci-

mentos para transmitir.

O enfermeiro na Obra Diocesana

de Promoção Social, escuta com aten-

ção todas as histórias que cada ruga

de cada idoso conta, limpa cada lá-

grima que caem dos seus olhos e

partilha com ele cada alegria que ele

manifesta.

A avaliação dos parâmetros

vitais não é um momento meramente

técnico mas sim um grande momento de

partilha.

Ser enfermeiro na Obra é conhe-

cer a história de cada idoso, intervindo no

que este como ser individual que é, ne-

cessita. É instruir as ajudantes de acção

directa para que elas assim trabalhem.

Para um cliente é mais im-

portante o modo como elas falam,

o sorriso que elas levam até suas

casas, do que propriamente, por

exemplo, o modo como fazem a sua

higiene. Isto, tendo sempre a noção que

em muitas situações somos nós os úni-

cos a levar estes sorrisos e abraços para

casa destes idosos.

Ser enfermeiro na Obra é sim-

plesmente amar o próximo assim como

Deus nos amou e trabalhar para que ou-

de acção directa – sigam estas directri-

zes.

É sermos “pessoas a cuidar de

pessoas”, é trabalharmos todos os dias

em cooperação -

sionais envolvidos na nossa instituição, é

sermos empenhados em todos os pro-

jectos que nos são solicitados, é sermos

transparentes para com a instituição,

admitindo os nossos erros para melhorar

a qualidade, é darmos sugestões para

que se inovem os serviços, é sermos

responsáveis, pois por mais que o can-

saço se apodere do nosso corpo, iremos

ter sempre a capacidade para “cuidar

do outro”, sempre pensando que cada

ser é único e como tal merece que os

cuidados sejam personalizados a esta

sua individualidade.

-

meiro por Cuidar?

Já Watson (2002) dizia: “Cuidar

Esta actuação implica, por parte da en-

fermeira, valores e empenhamento nas

acções e suas consequências, para

além do sentido do dever e da obrigação

moral, numa perspectiva ética”.

Sendo a Florence Nightin-

gale (enfermeira britânica pioneira no

cuidar aos feridos de guerra), pioneira

enfermagem demonstrou que distribuir

medicamentos e fazer pensos não seria

-

vência dos doentes, era necessário

“desencadear tudo o que mobiliza a

sua energia, o seu potencial de vida”.

Nightingale salientou o cuidar

como algo de humano e de profundo.

O cuidado para ela consiste no

serviço à humanidade que se baseia na

experiência eobservação, ajudando a

pessoa saudável ou doente a obter as

melhores condições possíveis, de forma

a que a natureza possa agir sobre este.

E, também é esta a minha

visão…

Obra Diocesana de Promoção Social30

O Senhor Padre Lino Maia, atu-

al presidente da CNIS – Confederação

Nacional das Instituições de Solida-

riedade – e Assistente Eclesiástico da

Obra Diocesana de Promoção Social,

foi reeleito, por uma larga maioria, para

mais um mandato de três anos à frente

da principal organização de instituições

de solidariedade social.

A lista A obteve 597 votos con-

tra os 350 da lista B, encabeçada pelo

Senhor Padre Arsénio Isidoro. Dos 954

votos, que representam outras tantas

IPSS, dois foram considerados nulos e

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e ManutençãoNutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e JurídicosAdvogada

Padre Lino Maia reeleito presidente da CNIS

cinco brancos. Esta votação, que resul-

tou da maior participação eleitoral de

-

nhor Padre Lino Maia até 2014.

foram conhecidos, o presidente reeleito

“uma vi-

tória das instituições”. Por seu turno,

o Senhor Padre Arsénio Isidoro garantiu

que “ganha a solidariedade e que o

caminho tem de ser bem feito e so-

lidariamente por esta lista que ven-

ceu as eleições”.

A defesa da sustentabilidade

das instituições, que são a “almofada

social deste país”, será a prioridade

para o próximo mandato.

“O momento é difícil, é im-

portante que haja paz, para que as

instituições possam continuar, com

-

dades das pessoas”, disse o Senhor

Padre Lino Maia, que prometeu “ajudar

a moderar as exigências, para que

com os mesmos meios se possa

ajudar mais pessoas”.

Perante o Senhor Ministro da

Solidariedade e Segurança Social, Dou-

tor Pedro Mota Soares, que assistiu ao

seu discurso, o presidente reeleito da

CNIS anunciou “diálogo, lealdade e

cooperação” com o Governo.

Os novos corpos sociais da

CNIS foram empossados logo após o

conhecimento dos resultados eleitorais,

na Casa do Verbo Divino, em Fátima.

A Obra Diocesana esteve pre-

sente nestas eleições, tendo-se feito

representar pelo Presidente e pelo Te-

soureiro do Conselho de Administração,

Senhores Américo Ribeiro e Rui Manuel

Cunha, respectivamente, os quais, em

primeira mão, felicitaram e saudaram o

Senhor Padre Lino Maia pela sua vitória.

31Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

A importância das Ajudantes de Acão Direta na vida dos nossos Idosos

Desde a existência da espé-

cie humana, que falamos em cui-

dar… cuidar da criança, do idoso e

do doente. É certo, que este papel

de cuidar, antigamente era atribui-

do somente à mulher, que ficava no

domicílio a cuidar dos enfermos, en-

quanto ao marido cabia o papel de

exercer uma função remunerada que

permite-se sustentar as despesas.

Actualmente, esta realidade

dissipou-se… as mulheres, tal como

os homens, exercem uma profissão

não restrita ao ambiente familiar o

que reduz a sua disponibilidade tem-

poral para cuidar daqueles que um

dia já cuidaram de si e que agora

pelo efeito do envelhecimento, de-

pendência ou patologia necessitam

de apoio. Associado a este aspecto,

a alteração do contexto socioeconó-

mico, da dinâmica familiar e o cres-

cente envelhecimento demográfico

tornaram essencial repensar respos-

tas de carácter social que permitam

responder às necessidades dos ido-

sos, mantendo-os no seu ambiente

familiar. Surgindo neste enquadra-

mento, os serviços de apoio domici-

liário que asseguram a manutenção

do quotidiano do beneficiário.

Destaca-se, o papel desem-

penhado pelos cuidadores formais

(Ajudantes de Acão Direta) que na

casa do cliente, substituem-no na-

quilo que outra hora a própria fazia

sem necessidade de apoio, levando

consigo um sorriso, uma palavra de

apoio e compreensão, e acima de

tudo, um período de tempo que re-

duz a solidão e o isolamento social

do cliente, bem como o isolamento

a que por vezes são sujeitos os fa-

miliares.

Também a relação de confian-

ça, estabelecida entre os cuidadores

formais e os clientes do serviço de

apoio domiciliário acaba por acarre-

tar um certo sentimento de pertença

da parte do cliente, que perceciona

a ajudante como um elemento da

sua família que o visita diariamente

e lhe presta apoio, realçando-se que

o facto deste apoio ser pago, é em

alguns casos uma variável esquecida

pela solidão que os idosos de hoje

experienciam. Contudo, em certos

momentos, a remuneração mensal

desvanece-se quando comparada

com uma expressão de “Obrigado”

por parte do cliente e dos seus fa-

miliares, com as suas lágrimas que

afirmam “Ainda bem que esteve co-

migo” ou com um abraço apertado

que se traduz “Espero que regresse

Também é de realçar, a im-

portância de tocar o cliente, o que

se assume como uma prática dos

cuidadores formais, que permite que

este se sinta apoiado, acompanhado

e acima de tudo compreendido.

Por outro lado, estes cuida-

dores são o elo de ligação entre o

cliente/família e outros serviços de

apoio, já que ao transmitirem no seio

da equipa multidisciplinar as neces-

sidades do cliente é executada uma

estruturação dos cuidados a pres-

tar de acordo com as necessidades

detetadas e consequentemente sa-

tisfeitas as referidas necessidades

atendendo aos recursos disponíveis,

sendo no final deste processo é efe-

tuada uma avaliação da satisfação

do cliente.

Façamos uma experiência,

imagine-se idoso a viver sozinho,

sem apoio da família nem que seja

apenas durante o dia, sem conse-

guir alimentar-se, sem conseguir

deslocar-se à casa de banho, sem

ninguém com quem partilhar os seus

medos e angústias, sem ninguém

que se preocupe com o seu bem-es-

tar, com as suas dores, com os seus

medos característicos do fim de vida

… e repense para si… se o serviço

prestado pelos ajudantes de acção

directa não é essencial, promotor

da dignidade e do respeito pelo ser

humano idoso e acima de tudo, uma

expressão nítida de uma obra de

promoção de solidariedade social.

António CoutinhoEnfermeiro

Obra Diocesana de Promoção Social32

33Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

Num gesto de generosidade e

partilha, o Senhor Engenheiro Alberto

Carlos Castro Silva Lopes e esposa, Ex-

celentíssima Senhora D. Maria da Glória

Santos, ofereceram à Obra Diocesana

uma viatura e um extenso conjunto de

material didático.

A viatura, um furgão de merca-

dorias, constitui uma importante ajuda

João Miguel PratasDirector do Economato, Logística e Manutenção

Nutricionista

Mónica Taipa de CarvalhoDirectora dos Recursos Humanos e Jurídicos

Advogada

Generosidade e Partilha

na logística diária da Instituição. Por sua

vez, o material didático será uma mais-

-valia para todos os clientes, os mais

jovens, mas também os seniores.

O Conselho de Administração

enaltece e reconhece penhoradamente

-

cia por parte destes Amigos da Obra

Diocesana de Promoção Social.

Congratulo-me, muito sinceramente,

com o vosso envio da Revista “Espa-

ço Solidário”, o que muito agradeço

e gostaria de colaborar com esta pe-

quena importância como Amigo des-

ta meritória Instituição.

Com os melhores desejos de um

2012 com PAZ e felicidade com os

melhores

António Paes Cardoso, Dr.

Américo Ribeiro

Estimado Amigo Américo Ribeiro,

Gostaria de informar V.Exª. que, nes-

te momento, cesso funções na Vice-

-Presidência da Comissão Coorde-

nação e Desenvolvimento Regional

do Norte (CCDR-N).

Nestes três anos tive a oportunidade

de servir uma instituição de referên-

cia na Região Norte e no País, onde

contei com uma equipa de excelên-

cia, dotada de uma capacidade de

que honra o que de melhor a Admi-

nistração Pública pode aspirar.

também o privilégio de interagir com

um vasto grupo de atores e institui-

ções que, de forma tangível e siste-

mática, muito têm contribuído para a

Venho, assim, assinalar o reconhe-

cimento da disponibilidade e coope-

ração que V.Exª. demonstrou como

fator determinante neste trabalho de

promoção de desenvolvimento re-

gional.

Agradecendo desde já todos os con-

tributos prestados, aproveito a opor-

tunidade para dirigir os meus since-

ros votos de sucesso quer do ponto

Com os meus cordiais cumprimen-

tos pessoais,

Ana Teresa Lehmann, Dra.

Obra Diocesana de Promoção Social34

Américo Joaquim Costa Ribeiro

Por indicação de Sua Excelência O

Presidente da República, tenho a

honra de transmitir o seu agrade-

cimento pela amabilidade que teve

V.Exa. em lhe fazer chegar o registo

te efectuou ao Centro Social de Fonte

da Moura.

Com os melhores cumprimentos

Ana Maria de Castro Palha, Dra.

Assessora Pessoal de Sua excelência

o Presidente da República

Américo Ribeiro,

Agradecemos o exemplar do livro

“Obra Diocesana de Promoção So-

cial – 40 Anos”, que nos enviou.

Junto enviamos o cheque nº.

3732921659, sobre a CGD, no valor

de 50,00 €, como forma de nos as-

sociarmos às causas solidárias, que

pretendem apoiar na vossa comuni-

dade.

Saudações lionísticas

CL José Luis Adriano

Secretário do Lions Clube

de Cova da Beira

Bom amigo Américo,

Desculpe em ser pouco, mas infeliz-

mente, a época é má para ser soli-

dário, mas acredito, que este pouco,

somará alguma coisa.

Abraços amigos

António Marcelino e Estefânia Valente

espaçosolidariomensagens recebidas sobre o novo

Amigos em crescendo!

A.A.M.J. Padaria e Pastelaria, Lda. 498,43 €

Albino de Almeida Fernandes, Pe. 125,00 €

Alfredo Quintans Hermida 25,00 €

Amílcar Gil Alves 150,00 €

Animécio Abranches Ferreira Maia 100,00 €

Anónimo 20,00 €

Anónimo 75,00 €

Anónimo 35,00 €

Anónimo 24,00 €

Anónimo 25,00 €

Anónimo 25,00 €

António José Fernandes Coutinho, Enf. 40,00 €

António Manuel Bessa Paes Cardoso, Dr. 100,00 €

António Marcelino dos Santos Valente 100,00 €

Delfim Adérito Martins Castro 120,00 €

JFF 25,00 €

Joana Catarina Ribeiro Paiva 25,00 €

Lions Clube Cova da Beira 50,00 €

Manuel Pedro Penafort Ribeiro 300,00 €

Maria Alberta da Conceição Canizes, Dra. 50,00 €

Maria Azália Pires da Silva Cardoso 10,00 €

MAS 1.000,00 €

MMSC 150,00 €

MTDTM 100,00 €

Olímpia Maria Almeida Teixeira 25,00 €

Pedro Alberto Alves Pimenta 150,00 €

Raquel Maria Azevedo Castro 15,00 €

Descrição Contribuição Descrição Contribuição

Liga dos Amigos da Obra Diocesana

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Pode ser Mensal, Anual ou ÚnicoEnvie por cheque à ordem de

OBRA DIOCESANA DE PROMOÇÃO SOCIAL ou através do NIB - 007900002541938010118

Sabia que o seu donativo é dedutível no IRS (Decreto-Lei 442-A/88, art. 56º., nº.2, alínea B e nº. 1 RC (artº. 40º., nº. 3)

Obrigado!35Ano VII . n.º26 . Trimestral . Março 2012

Donativos de 27/12/2011 a 20/03/2012

Obra Diocesana de Promoção Social36