guia dslr de cinematografia digital

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2013 - Cinematografico.com.br

Este documento está licenciado como Creative Commons, então voce tem as liberdades descritas a seguir. No entanto, nós pedimos que você não compartilhe este PDF com um amigo, mas que sim, encaminhe-o para o site http://www.cinematografico.com.br onde ele pode baixar a última versão do nosso livro de graça e ainda acessar muito mais informação do que está disponível no livro. Obrigado.

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Para saber mais sobre esta licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/3.0/br/

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Este livro é fornecido gratuitamente porque simplesmente queremos difundir conhecimento, e o fato dele ter chegado até você já nos dá satisfação suficiente. No entanto existe uma maneira de juntos compartilharmos ainda mais esse conhecimento.

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ÍndiceIntrodução .................................................................................................................................... 8

Conceitos Básicos da Cinematografia .................................................................................12

Escolha sua Câmera DSLR ....................................................................................................26

Economizando na Compra ....................................................................................................34

Pixels Travados .........................................................................................................................38

Aliasing e Moiré ...................................................................................................................... 40

Rolling Shutter ..........................................................................................................................42

Superaquecimento ................................................................................................................. 44

Lentes, usando Primes, escolhendo marcas ....................................................................46

Lentes: Comprando e Adaptando ....................................................................................... 53

Lentes: Distâncias Focais e Profundidade de Campo ....................................................58

Quais cartões de memória devo usar? ..............................................................................62

Suportes .....................................................................................................................................64

Baterias e Alimentação ..........................................................................................................68

Áudio ...........................................................................................................................................70

Firmware ................................................................................................................................... 75

Magic Lantern ........................................................................................................................... 75

GH1 Firmware ........................................................................................................................... 77

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Para-sol (Matte Box) .............................................................................................................79

Filtros de Densidade Neutra .................................................................................................81

Visor LCD ...................................................................................................................................85

Monitores ..................................................................................................................................89

Externos ......................................................................................................................................89

Picture Style Editor ..................................................................................................................92

Pós Produção ...........................................................................................................................95

Armazenagem (para Edição) ................................................................................................96

Transcodificar ...........................................................................................................................98

Sincronia de Áudio ................................................................................................................ 100

Redução de Ruído ..................................................................................................................102

Correção de Cor .....................................................................................................................105

Botando a Mão na massa ....................................................................................................107

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Recentemente vimos nada menos do que uma revolução na área de cinematografia e vídeo. Durante muitos anos vimos os preços de câmeras com qualidade profissional baixarem mais e mais, desde as primeiras MiniDV que começaram a democratização da produção audiovisual e o começo do uso de vídeo na produção de cinema, à introdução das câmeras de alta definição, que mudaram o que conhecemos por vídeo de qualidade para sempre.

No meio tempo, alguns de nós tentamos até criar ou comprar adaptadores para usarmos lentes de câmeras SLR em nossas camcorders de alta definição!

IntroduçãoO que eu preciso saber sobre

cinematografia (digital)?

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Mas nenhuma destas revoluções trouxe o vídeo para perto do cinema como a introdução das primeiras DSLRs. De repente podíamos gravar vídeo de altíssima qualidade, com boa latitude, enorme profundidade de campo e finalmente trocar de lentes com câmeras que custavam menos de 3 mil dólares. Atualmente, algumas destas câmeras custam apenas 600 dólares ou menos e produzem imagens de qualidade inimaginável.

É mais do que conhecido que as câmeras DSLR tem vários pontos negativos que podem se tornar irritantes mas os pontos positivos são tão fortes e tão importantes que vale muito a pena usá-las.

Quanto a nós, que revisamos e traduzimos este guia da versão em inglês. Rafael Perez é finalizador de efeitos visuais, e atualmente trabalha em Vancouver, Canadá. Tem no currículo grandes filmes, como Transformers 3, Twilight e séries de TV como Breaking Bad, Steven Spielberg’s Falling Skies e Arrow. No Brasil, trabalhou em São Paulo numa das maiores finalizadoras de TV e cinema, a Teleimage/Casablanca, como finalizador e motion designer. Rafael também é um dos poucos profissionais que têm o título Adobe Video Master, e Adobe Certified Instructor nos softwares Adobe After FX, Premiere, Photoshop e Illustrator.

Ivan comanda a Enzimage, uma produtora de vídeo na Holanda dedicada a Marketing Digital. Em sua carreira produziu, editou e dirigiu incontáveis comerciais para televisão no Brasil, dirigiu diversos curtas metragens. Viaja o mundo filmando, editando e ensinando, sendo que sua empresa hoje produz vídeo para 5 continentes.

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Lógico que ambos somos grandes adeptos da tecnologia DSLR desde os primeiros modelos e tivemos a oportunidade de experimentar com várias marcas de câmeras e lentes, gravando, editando, finalizando!

A razão para traduzirmos e adaptarmos um livro? A princípio queríamos tornar o excelente material escrito Ryan Koo acessível a todos os brasileiros.

Mas a razão por trás de tudo é que ambos sempre tivemos um compromisso com desmistificar a tecnologia e de habilitar mais e mais pessoas a se expressarem por meio do cinema e do vídeo.

Acreditamos que da mesma maneira que a imagem em movimento já é há muito tempo o maior veículo de consumo de arte e entretenimento, se tornou também um método importantíssimo de comunicação e principalmente de transferência de informação. Assim, nosso desejo é que o máximo de pessoas tenham a capacidade de entreter, comunicar e informar por meio do cinema e do vídeo sem medo de errar e com a maior qualidade possível.

Enquanto a estrutura e parte das idéias são derivada do livro de Ryan Koo, o conteúdo foi profundamente modificado e atualizado e também procuramos adaptar ao máximo o tema ao ambiente e mercados brasileiros.

O guia foi amplamente readaptado para o mercado brasileiro.

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Toda a informação neste livro é baseada em muito tempo de leitura e estudo, muitos seminários, feiras e eventos que visitamos e especialmente muito uso destas impressionantes e adoráveis câmeras, tanto em projetos pessoais quanto em projetos profissionais.

Se ao terminar de ler este livro você estiver empolgado em fazer um filme com uma DSLR nossa missão está cumprida!

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Neste capítulo vamos passar por alguns conceitos básicos de cinematografia que podem ser úteis para referência mais pra frente no nosso guia. Talvez você já esteja familiarizado com estes termos, se for o caso fique à vontade para pular este capítulo. Mas se por outro lado sua formação é em fotografia ou se é novo para imagem digital em geral, este capítulo de bônus vai te ajudar a esclarecer alguns conceitos básicos de cinematografia que vamos usar no guia.

Ele não vai ser um glossário extenso, mas vai ser um bom ponto inicial. Vamos explicar estes conceitos de um ponto de vista prático e não de um ponto de vista científico por que acreditamos que neste caso é mais importante saber como

Conceitos Básicos da Cinematografia

O que eu preciso saber sobre cinematografia (digital)?

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as coisas funcionam do que por que elas funcionam. Se você está procurando conhecimento mais específico, fique de olho no nos artigos do www.cinematografico.com.br para se aprofundar mais.

Então aqui vão 10 conceitos básicos com os quais você deve se familiarizar:

1. Proporção do quadro e lentes anamórficas

A proporção do quadro já foi um problema maior do que é hoje. Antes das câmeras de alta-definição aparecerem, a proporção padrão de 4:3 das televisões era geralmente inconveniente para quem estava procurando um “look” mais cinematográfico, por que conteúdo na proporção de 4:3 (ou 1,33:1) sempre esteve associado com televisão, enquanto composições em widescreen (tela larga) era o que as pessoas estavam esperando ver no cinema. Quando dizemos que uma imagem é 4:3 (dizemos “quatro por três”), queremos dizer que a imagem tem 4

1,33:11,85:12,35:1

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unidades de largura por 3 de altura. Quando dizemos “1,33:1” queremos dizer... bom, você entendeu né? é a mesma coisa. Normalmente nós descartamos o “:1” por que já está implícito. Podemos dizer apenas que vamos gravar em 1,85 ao

invés de “1,85:1”

O padrão das TVs de alta definição ou HDTV hoje já é na proporção de 16:9, que no caso é 1,78:1. Bem próximo da proporção de 1,85:1 tradicional em muitos filmes. Além destes dois formatos praticamente idênticos, outra proporção mais comum é o CinemaScope de 2,35:1, que é comum em filmes de produção mais cara.

O formato 2,35:1 é filmado normalmente usando lentes anamórficas. Lentes anamórficas não são esféricas, ou seja, elas espremem a imagem horizontalmente para preencher o filme ou o sensor, sendo necessário o uso de uma lente anamórfica novamente na projeção para se “desespremer” a imagem de volta. Enquanto é possível colocar uma lente anamórfica em uma câmera DSLR, a maioria de nós vai simplesmente gravar na proporção padrão de 16:9.

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2. Bokeh

Bokeh (que muita gente no Brasil pronuncia como se fosse um arranjo de flores, mas na verdade se pronuncia “bou-que”) é uma das maiores razões por que todos querem gravar com DSLRs. Bokeh é um termo derivado do termo japonês “boke”, que significa “qualidade do desfocado”.

Bokeh se refere à parte da imagem que está fora de foco ou “borrada”. Dentre as ferramentas do cinematografista, bokeh não é só uma qualidade estética agradável mas também ajuda a direcionar o olho do espectador para a área de interesse no quadro.

Para conseguir esse efeito, é preciso que o sensor da câmera seja consideravelmente grande. Além disso, é necessário haver um certo controle da lente usada. Nas câmeras de vídeo, o sensor é pequeno e, a não ser em modelos extremamente caros, não há a possibilidade de trocar a lente da câmera. Por isso as DSLRs são perfeitas pra obter esse efeito: o conjunto sensor grande + lentes intercambiáveis tornam pela primeira vez a possiblidade de conseguir imagens como a acima possívels em câmeras custando menos de 1000 dólares.

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3 . Compressão e Bitrate (taxa de bits)

Compressão se refere ao método usado para se reduzir a quantidade de dados que uma DSLR produz; no caso de DSLRs que gravam vídeo, todas as câmera aplicam algum tipo de compressão. Se você está acostumado a tirar fotos no formato JPEG, já está acostumado com imagens comprimidas; enquanto RAW também pode ser comprimido, normalmente pensamos nele como “descomprimido”.

Isto acontece, se falando de vídeo, por que normalmente quando falamos em compressão, falamos de “compressão com perda”, o que significa que o codec (ou algorítimo de compressão) degrada a imagem para reduzir o tamanho do arquivo.

Como você pode imaginar, degradar partes de uma imagem tem resultados negativos, e mesmo que muitos codecs se utilizem de técnicas de percepção visual para minimizar o quanto uma pessoa percebe depois da compressão ser aplicada, a diferença ainda está lá. Por exemplo, se você der upload de um vídeo para o Youtube, ele vai recomprimir seu vídeo para otimizar para distribuição na internet

Quando você grava com sua DSLR ela está aplicando técnicas semelhantes de compressão, e embora visualmente a qualidade seja muito boa, matematicamente a imagem é muito afetada, e isso tem um impacto enorme no quanto você pode

Bitrate muito baixo pode causar esses “blocos de cor” durante o vídeo.

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corrigir as cores do seu vídeo.

4. Profundidade de Campo

A quantidade de objetos a diferentes distâncias da lente que estão em foco é uma função da profundidade de campo. Pouca profundidade de campo significa que apenas um plano está em foco. Muita profundidade de campo significa que muitos planos estão em foco.

A profundidade de campo é determinada pela distância focal, abertura de íris e tamanho do sensor. DSLRs explodiram em popularidade quase que unicamente pela capacidade de criar imagens com menor profundidade de campo. Isso se dá principalmente pelo enorme tamanho dos seus sensores (Veja o capítulo “Escolhendo uma DSLR” para um exame do tamanho dos sensores), que são extremamente maiores que outras câmeras de vídeo. Num nível bem básico, menor profundidade de campo permite aos cineastas tirar de foco partes da imagem que eles julguem desnecessárias.

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5. Exposição e Abertura de Íris

A exposição é a relação entre abertura da íris (ou abertura para ficar mais curto), tempo de exposição e sensibilidade do sensor (além de eventuais filtros), ou em termos simples, é o quão clara ou escura vai ficar sua imagem. Variando estes três fatores podemos controlar a quantidade de luz na nossa imagem. Vamos falar de tempo de exposição no ítem “Velocidade do Obturador” e de sensibilidade no ítem “ISO”. De abertura falaremos agora mesmo!

A íris é o círculo ajustável do lado de trás de uma lente que deixa passar mais ou menos luz. A quantidade de luz que ela transmite é geralmente chamada de F-Stop (T-stop é semelhante mas é medido e não calculado). Nós vamos nos aprofundar mais em abertura na seção de lentes do guia, mas lembre-se que a abertura não afeta apenas a quantidade de luz, mas também o ângulo dos raios atingindo o sensor, uma iris fechada cria uma imagem com mais profundidade de campo, uma íris aberta cria uma imagem com menos profundidade de campo como você pode ver na imagem acima.

O ajuste de íris afeta não apenas a exposição, mas também a profunidade de campo da imagem.

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6 - Distância Focal Técnicamente, distância focal é a distância em que raios de luz colimados são colocados em foco. Um modo mais prático de definir, é dizer que a distância focal é a o quanto a lente aproxima a imagem.Uma distância focal maior, por exemplo 100mm, faz com que os objetos distantes pareçam estar mais perto; enquanto estes mesmos objetos pareceriam mais longe com uma distância focal menor, como 35mm.

Repare a diferença física de duas lentes, a primeira com distância focal de 28mm e a segunda, de 200mm.

Distância focal também se refere ao ângulo de visão; distâncias focais maiores tem menor ângulo de visão e distâncias focais menores tem maiores ângulos de visão. Veja a diferença das fotos tiradas com a câmera no mesmo local mas com lentes de distância focal diferente:

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Vale lembrar que maiores distâncias focais também significam menos profundidade de campo, ou seja, uma lente grande angular de 18mm tem mais planos em foco do que uma lente de 200mm

Variar a lente permite criar imagens totalmente diferentes uma das outras.

50mm28mm

70mm 200mm

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7. Taxa de quadros por segundo (frame rate)

Taxa de quadros por segundo é a frequência com que sua DSLR captura imagens consecutivas. Normalmente é o número do lado da letra “P” no caso de imagens progressivas, então 24p é 24 quadros por segundo, 30p é 30 quadros por segundo, etc.

Taxas de quadro diferentes renderizam o movimento de modo diferente, o que combinado com o tempo de exposição produz imagens que se comportam muito diferente umas das outras.

O cinema mantém um padrão de 24 quadros por segundo desde 1920 e os espectadores associam esta cadência com conteúdo cinemático, então gravar em 24 quadros por segundo é essencial se você vai gravar material dramático.

No entanto você não tem que gravar sempre na mesma taxa de quadros que vai projetar seu filme. Por exemplo, se sua câmera pode gravar 60p, é uma ótima maneira de gravar material em câmera lenta. Se você gravar a 60p pode diminuir a velocidade para 40% na timeline para um efeito prefeito de slow-motion.

Gravar a 24 quadros por segundo ajuda a dar um visual de cinema ao seu vídeo.

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8. ISO e ruído

ISO na verdade é a sigla da “Organização Internacional de Padronização” (International Organization for Standardization, em inglês), e por isso você vê essa sigla em vários outros lugares além da fotografia - muitas empresas tem certificação ISO:9001, por exemplo.

Mas como cinematografistas, nossa preocupação é com uma padronização só, a que pertence à medida de sensibilidade à luz em fotografia. ISO, como usamos em fotografia digital, veio da sensibilidade de filmes usados nas antigas SLRs (sem o D de digital na frente).

Mesmo que nós não venhamos a usar negativos, nossas cameras são calibradas para que a sensibilidade do sensor a ISO 400 seja a mesma sensibilidade de um filme ISO 400. ISO é uma medida logarítimica, ou seja, ISO 400 é duas vezes mais sensível à luz do que ISO 200, que é duas vezes mais sensível que ISO 100, e assim por diante.

Aumentar o ISO num sensor digital significa aumentar a carga elétrica dos pixels e adicionar mais ruído na imagem, ou seja, quanto maior o ISO, mais clara a imagem, mas também mais ruído vai estar presente.

Mantenha o ISO o menor valor possível para imagens com pouco ruído e cores vibrantes.

Antigo filme fotográfico ISO 100

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9. Progressivo versus Entrelaçado

Vídeo entrelaçado foi uma solução alternativa inventada para resolver vários problemas na transmissão de sinal de vídeo para televisores antigos de CRT nos anos 30 que acabou vivendo muito mais do que deveria.

O entrelaçamento resolvia vários problemas da tecnologia do momento dividindo um quadro em duas imagens diferentes, o televisor podia projetar o dobro de quadros usando a mesma largura de banda, a definição percebida aumentava, o televisor projetava mais quadros por segundo. Como você pode ver na imagem ao lado, vídeo entrelaçado pode causar problemas com movimento entre tantos outros problemas. Hoje temos sorte de viver na era do Youtube e das TVs de plasma e LCD, ou seja, numa sociedade que é quase totalmente progressiva (falando em imagem, não em política).

O vídeo progressivo captura uma imagem de cada vez em sequência, o que se assemelha ao cinema no que se trata de percepção do movimento. Comparado com imagens entrelaçadas, imagens progressivas tem maior resolução vertical , menos artefatos, é melhor para se escalonar (aumentar ou diminuir de tamanho). Lembre-se que amigos não deixam outros amigos gravarem vídeo entrelaçado! Felizmente, enquanto ainda existem diversos modelos de câmeras de vídeo entrelaçado, todas as DSLR gravam vídeo progressivo.

Felizmente o sistema entrelaçado é cada vez mais raro no vídeo digital. Já era tempo...

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10. Velocidade do obturador (Shutter)

Velocidade do obturador é o tempo de exposição do sensor à luz. Para câmeras de filme, é o tempo que o obturador (mecânico) fica aberto e o filme fica exposto à luz. Mas para gravar vídeos em uma DSLR, essa abertura é simulada eletronicamente.

A velocidade do obturador afeta a quantidade de luz que atinge o sensor e também afeta como o movimento é capturado. Obturador mais lento deixa entrar mais luz e os movimentos ficam menos nítidos (mais borrados), enquanto obturador mais rápido resulta em menos luz entrando na camera e quadros mais bem definidos e dependendo da velocidade, a sensação de luz estroboscópica.

Em câmeras de cinema, normalmente se grava com o obturador a 180 graus, o que significa que o obturador está aberto 50% do tempo (180 graus de 360). Isso significa que a quantidade de tempo que a seu obturador fica aberto é metade da sua taxa de quadros por segundo; então a 24 quadros por segundo, um obturador de 180 graus seria melhor emulado com um obturador de 1/48. Provavelmente isso não vai ser possível na sua DSLR, então usamos o valor mais próximo, que seria 1/50 ou 1/60 por exemplo. Essa configuração dá o movimento mais cinemático na imagem, mas pode variar muito dependendo das suas intenções. Obturador muito rápido cria movimentos mais bruscos como em filmes como

Pra conseguir um visual de cinema, o obturador deve ser configurado para 1/48s.

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“O Resgate do Soldado Ryan” ou “Gladiador”. Por outro lado, o obturador mais lento cria movimento mais suave por que vai haver mais borrado nos movimentos (motion blur). Não tem uma regra fixa para uso do obturador, mas se você não sabe o que escolher, vá com a metade da taxa de quadros.

É isso aí! Esse capítulo ficou muito maior do que queríamos, mesmo passando por estes conceitos o mais rápido possível. Se você não entendeu alguma coisa, não se preocupe, você vai entender ao longo do guia. Agora vamos checar algumas câmeras.

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Este guia se concentra mais nas câmeras DSLRs da Canon série EOS, mas também vale para câmeras da Nikon, Panasonic, Sony e outros. Este capítulo pode ficar rapidamente desatualizado, de modo que é sempre interessante checar a lista das cameras DSLRs mais vendidas para descobrir as novidades. Acreditamos que as câmeras DSLR preferidas para vídeo ainda são as Canon, mas hoje existem muitas outras opções para todos os bolsos. Não vamos tentar detalhar todas as câmeras que existem, mas sim dar uma visão geral das opções, divididas em tamanho de sensor ou preço.

Escolha sua Câmera DSLR

Qual é a câmera certa para mim?

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O principal ponto para entender o resto do capítulo é saber como o tamanho do sensor da câmera afeta a imagem que ela produz. Sensores maiores nem sempre são melhores, mas para nossos objetivos, um sensor maior produz imagens com mais profundidade de campo, maior profundidade de cores e menos ruido.

Aqui um gráfico dos tamanhos dos sensores1:

Como você pode ver no gráfico, o tamanho APS-C da Canon e da Nikon são levemente diferentes, mas não o suficiente para fazer diferença na prática.

Para efeitos de comparação, incluí a câmera de video profissional Sony EX-3 (9.000 dólares) - você pode ver o quão impressionante é o tamanho desses sensores comparados com a EX-3, e por isso essa é uma tecnologia tão espetacular.

Com isso em mente, vamos ver quais são as melhores SLRs para cinema.

35 mm Full Frame (Canon 5DmkII, Nikon D3s)

APS-H (Canon 1D Mark IV)

APS-C Nikon D90 e D300s

APS-CCanon 7D e T2i)Micro 4/3 (Panasonic GH1)

1/2” (Sony EX-3)

1 Ilustração do tamanho dos sensores baseado na imagem da Wikipedia e alterado especialmente pela Cinematografico.com

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Câmeras Full Frame

Câmeras como a Canon 5D Mark II, 5D Mark III, 1Dx ou as Nikon D600 e D800 ou ainda a Sony a99 têm o chamado sensor Full Frame. Elas produzem imagens mais suaves e com muito menos profundidade de campo do que outras câmeras. Usando lentes muito abertas pode ser até difícil trabalhar com o foco. Devido ao sensor muito maior estas câmeras são mais sensíveis à luz, permitindo obter cenas noturnas com menos ruído e

mais definidas. A Canon 5D Mark II foi a câmera responsável pela revolução do uso de DSLRs para vídeo e cinema.

Um fator importante em relação a sua escolha, que você não vai encontrar em nenhum manual é o quanto ela é hackeável.

Câmeras APS-C São câmeras como a 7D, 60D, t2i, t3i e t4i da Canon ou D7200 e D5100 da Nikon, as SONY a77V, a65V, a57, a37, NEX-3, NEX-5, NEX-7 etc.

Câmeras com este sensor tendem a ser mais baratas e menores do que as Full Frame. O sensor APS-C é praticamente do tamanho

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de um filme Super35, o que faz com que a ótica se comporte de maneira parecida com que se comportaria numa câmera de cinema (O sensor Full frame tem um tamanho equivalente a um filme VistaVision, muito maior que o 35mm que é padrão de produção cinematográfica).

Há uma variedade muito maior de câmeras APS-C em relação às Full Frame e fica mais fácil escolher sua preferida (pagando menos) entre elas.

Câmeras MicroFourThirds ou Mirrorless (Micro Quatro Terços ou “sem espelho”)

As principais câmeras com sensores MicroFourThirds são as Panasonic GH1, GH2 e GH3 e alguns modelos da Olympus. Este sensor é o que produz menor profundidade de campo dos modelos que vamos falar, ou seja, tem menos desfoque nas imagens. Além disso estas câmeras são menos sensíveis à luz devido ao tamanho do sensor.

Essas câmeras têm 3 vantagens que simplesmente desbancam qualquer desvantagem que se possa pensar.

A primeira é que como estas câmeras não tem espelho refletindo a imagem para um viewfinder ótico, o bocal da lente é muito próximo do sensor. Por causa disso

Câmeras Mirrorless aceitam qualquer tipo de lente desde que se tenha um adaptador.

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é possível praticamente adaptar qualquer tipo de lente a essas câmeras, desde lentes de câmeras de segurança até às lentes mais caras de câmeras de cinema.

O segunda é que as câmeras da panasonic não produzem o (horrível) efeito de aliasing das Full Frame e das APS-C.

E a terceira é que (no momento da escrita deste livro) as câmeras GH1 e GH2 são altamente hackeáveis (mais sobre este assunto a seguir).

Câmeras APS-H

O exemplo de câmera APS-H é a Canon 1D Mark IV. É uma ótima câmera com uma sensibilidade imensa à luz com pouquíssimo ruído e é voltada a fotógrafos de alto nível.

O imenso ganho de qualidade de imagem vem acompanhada de aumento igualmente imenso no preço.

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Câmeras de Cinema

A revolução das DSLR impulsionou a criação de novas câmeras que pretendem preencher um vazio deixado por elas. O principal é a gravação das imagens em formato RAW. A câmera mais barata que grava RAW no momento é a BlackMagic Cinema Camera (abreviada em fóruns para

BMCC). Esta câmera tem um sensor ligeiramente menor que MicroFourThirds, mas tem a enorme vantagem de gravar imagens sem compressão e com mais resolução e latitude, garantindo uma qualidade maior de imagem.

Camcorders de sensores grandes

Como já dissemos anteriormente as duas grandes vantagens de uma DSLR sobre uma câmera de vídeo é o tamanho do sensor e as lentes intercambiáveis.

Seguindo a onda de câmeras DSLR, algumas marcas lançaram câmeras que ficam entre as DSLR e Câmeras de vídeo convencionais.

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Na maioria dos casos elas mantém as conexões padrão de câmeras de vídeo profissionais como SDI e áudio balanceado e tem mais controles à mão que em DSLRs estão enterrados nos menus. Bons exemplos são a Panasonic AG-AF100 e as Sony FS100 e FS700 ou NEX-VG10 e NEX-VG20 e o modelo NEX-VG900 que é uma camcorder Full Frame da Sony.

Hacking

Outro fator para se prestar atenção é se a câmera é hackeável ou não. Hacks podem adicionar diversas funcionalidades às câmeras ou melhorar funcionalidades já existentes. Novos hacks são anunciados constantemente, então vale a pena visitar o site dos hackers da sua câmera para uma descrição atualizada. Ainda assim, podemos explicar um pouco como funcionam.

Magic Lantern

O Magic Lantern (ou Lanterna Magica) foi a primeira investida dos hackers na direção das DSLR. Nas primeiras edições o foco era principalmente controlar a gravação de áudio (que só tinha controle automático de volume) e adicionar mais taxas de quadro por segundo (a 5D Mark II, quando lançada, só gravava 30 quadros por segundo).

Hoje o Magic Lantern adiciona diversas outras funções à maioria das câmeras da linha Canon como algum controle do bitrate (taxa de dados), marcas na tela para

Hackear sua câmera pode adicionar muitas funções que os fabricantes deixaram de lado.

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Panasonic GH1/GH2/GH3

Quando a Panasonic GH1 foi lançada, ela gravava vídeo FullHD com míseros 17mbps, o que resultava numa imagem muito comprimida, que não poderia de maneira alguma ser usada em produções profissionais. Um hacker chamado Vitaly Kiselev conseguiu decodificar o firmware da GH1 e aumentar o bitrate para 50mbps (ou até mais) transformando a GH1 numa câmera que podia ser levada à sério. Em seguida a GH2 foi lançada com um bitrate máximo de 24mbps e novamente Vitaly se empenhou e mais uma câmera era capaz de bitrates altíssimos.

O hack hoje se aplica a várias câmeras da linha Lumix da Panasonic, mas ainda não à GH3.

Para mais informação (em inglês): www.personal-view.com

enquadramento 1,85, 2,33 ou qualquer outro, monitoramento constante do áudio, configurações de diversas funções da câmera, zebra, etc. Basicamente fazendo ela agir mais com uma câmera de cinema.

A instalação do Magic Lantern é relativamente simples e dificilmente vai causar algum dano à sua câmera (mas não nos responsabilizamos caso dano aconteça, portanto se fizer, está fazendo por sua própria conta e risco).

Para mais informação (em inglês): http://magiclantern.wikia.com

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Uma vez que você tenha decidido qual câmera vai comprar, é hora de encontrar um revendedor confiável de quem você vai fazer essa compra. Se você viaja ao exterior com frequência ou tem amigos viajando que possam trazer equipamento para você, esta é a maneira mais barata de se fazer a compra. Estando em Nova Iorque ou tendo um endereço residencial para entrega nos Estados Unidos, a primeira sugestão é a B&H Photo, esta é a maior e mais famosa loja de equipamento de fotografia e vídeo do mundo e é uma das mais confiáveis, eles sempre tem mercadoria em estoque. A B&H não envia equipamento para hotéis, portanto, estando em outras cidades, não é possível fazer a compra e pedir que

Economizando na Compra

Como fazer um bom negócio na compra da minha câmera?

Comprar uma câmera no exterior é normalmente a melhor opção.

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entreguem no seu hotel, mas se estiver hospedado na casa de amigos não tem problema. Lembre-se de fazer o pedido antes de viajar caso vá ficar poucos dias para não acontecer de o equipamento chegar depois de você ter ido embora.

A B&H também envia equipamento para o Brasil, onde você pode escolher o envio comum onde com certeza vai pagar os enormes impostos que se aplicam às importações, ou escolher um modo diferente de entrega onde eles fazem a entrega por um custo mais alto, mas sem o pagamento dos impostos (normalmente vale muito a pena). Eles também têm site e atendimento por telefone em português e mesmo na loja existem atendentes que falam nossa língua. Uma dica: estando em Nova Iorque, mesmo sem planos de comprar equipamento, vale a pena uma visita à loja deles, é como um parque de diversões para fotografia e vídeo.

Na Europa é um pouco mais difícil sugerir uma loja por que não há uma loja única que esteja tanto à frente das outras. O ideal é pesquisar para o país que você está visitando perguntando para quem já mora lá. Lembre-se que o sistema de TV da Europa é diferente do do Brasil (que é semelhante ao dos Estados Unidos) e dependendo da câmera que você comprar, ela vai gravar 25 frames por segundo ao invés de 24 e 30. Isso não influencia nas câmeras da Canon que podem

Algumas câmeras na Europa não tem 24 e 30 quadros por segundo.

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alternar entre os sistemas mas influencia nas Panasonic (embora o hack da GH1 e da GH2 resolva o problema).

Tanto na Europa quanto nos Estados Unidos a Amazon é uma ótima opção para se comprar online e mandar entregar (diferente da BH Photo eles entregam em hotéis!) e se pagar mais barato.

No Japão, procure por uma loja chamada Yodobashi, que tem filiais nas maiores cidades do país, só tome cuidado para ver se sua câmera vai ter menu em português ou inglês.

Diferentes marcas têm diferentes políticas em relação a garantia de equipamento comprado no exterior. Sempre olhe se existe garantia no Brasil e se esta garantia vai cobrir seu produto comprado lá fora.

No Brasil os equipamentos saem mais caro, se puder pagar um pouco a mais vale a pena comprar de uma revendedora grande e conhecida como FNAC, Submarino ou outra loja de grande porte. Pesquise bem os valores, se demora para entrega, se pode devolver caso o produto apresente problema, etc. O investimento não é pequeno, então todo cuidado é pouco!

Ao comprar uma câmera no Japão, confira se ela tem menus em Portugûes ou Inglês.

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Uma alternativa é comprar no Mercado Livre ou outros sites de leilões, mas aí sim o cuidado deve ser redobrado. Além de nem sempre os vendedores serem bem intencionados, existe o problema de garantia. Normalmente esses vendedores vendem produto sem nota fiscal ou importados ilegalmente, que raramente são cobertos pela garantia do fabricante.

Uma das áreas onde você pode se beneficiar em sites como Mercado Livre é na compra de equipamento usado, onde você pode encontrar lentes e câmeras mais baratas do que o normal. Novamente, todo cuidado é pouco. Faça contato telefônico e procure vendedores de boa reputação. Equipamento usado de boa qualidade é melhor que equipamento novo barato.

Mais uma alternativa é usar o eBay para comprar acessórios para sua câmera. Hoje é fácil encontrar equipamento chinês de qualidade para sua câmera desde baterias e grips até suportes, follow-focus, etc. Neste caso você precisa ler e entender inglês e ter uma conta no PayPal para fazer o pagamento. O envio de equipamento da china também corre o risco de ser parado na alfândega brasileira e de ser taxado em até 90%, ou até mais se os agentes acharem válido.

Em sites de leilão ou venda entre pessoas físicas, todo cuidado é pouco

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Uma boa razão para comprar seu equipamento de uma fonte confiável, é o problema comum de pixels travados (que também é conhecido em inglês por “stuck pixel” ou “hot pixel” ou “dead pixel”).

Com a enorme quantidade de pixels que existem num sensor CMOS de uma DSLR, você com certeza vai receber uma câmera com pixels travados; usuários de câmeras de vídeo baseadas em tecnologia CCD podem não estar prontos para isso. Para DSLRs profissionais com mais de 20 milhões de pixels, alguns pixels travados estão dentro do padrão de tolerância a erros dos fabricantes, e aplicativos

Pixels TravadosO que são essas pontinhos

parados no meu vídeo inteiro?

Toda câmera sempre tem alguns hot-pixels

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profissionais como LightRoom ou Aperture normalmente detectam e consertam pixels travados automaticamente quando você importa uma foto. No entanto, não existe essa função para vídeo, e enquanto um pixel entre 20 milhões numa imagem estática não é problema, um pixel entre 2 milhões numa imagem em movimento é bem fácil de se detectar (As DSLR gravam vídeo numa resolução reduzida de 1920x1080 que é quase 2 milhões de pixels). Não é totalmente necessário buscar por pixels com problema na sua câmera para fotos - você vai acabar ficando louco procurando e achando que sua câmera tem problema.

No entando você com certeza deve entrar no modo de vídeo, colocar o ISO lá em cima e mexer a câmera de um lado para outro numa parede lisa para ver se existem pontos que permanecem parados. Existem muitos relatos de gente que comprou DSLRs como a 5D com mais de 20 pixels travados para foto e 1 ou 2 para vídeo e tiveram que trocar a câmera.

Os hot-pixels são por si só são uma boa razão pra comprar numa loja que aceite devolução ou troca.

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Outro problema para se pensar antes de pular de cabeça no mundo das DSLRs é o problema de aliasing (Moire é um problema de artefatos nas cores relacionado ao mesmo problema). Aliasing é um problema que ocorre com as DSLRs por que elas foras projetadas para tirar fotos a uma resolução muito maior do que gravam vídeo. Então para transformar uma imagem de 5616x3744 pixels em modo de foto para 1920x1080 em modo de vídeo, a câmera simplesmente descarta algumas linhas. Num cenário ideal a câmera consideraria todos os pixels e faria uma média entre eles para entregar uma imagem regular (como usando redimensionamento bilinear ou bi-cúbico no photoshop); ao invés disso, por que

Aliasing e MoiréPor que às vezes vejo linhas

horizontais serrilhadas?

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as câmeras não tem um processador rápido o suficiente para processar toda essa informação em tempo real, elas deixa algumas linhas de lado (pense em usar o redimensionamento “Nearest Neighboor” ou “Vizinho mais próximo” no Photoshop). O resultado são linhas serrilhadas.

Isso é mais aparente em linhas finas ou padrões com linhas e vão de exemplos onde não se dá para usar as imagens até imagens onde mal se vê o defeito.

Este vídeo foi gravado no parque de madurodam e a textura fina do prédio gera interferência de moiré e aliasing no sensor da câmera.

A primeira coisa que você deve fazer quando for começar a usar sua DSLR é colocar a configuração de sharpness no mínimo. Isso não vai eliminar este defeito em todas as condições mas pode deixar o defeito mais suave em algumas. Enquanto os chips dessas câmeras vão ficando mais e mais poderosos, talvez tenhamos DSLRs que possam redimensionar as imagens de alta resolução, mas para eliminar o o problema de vez, talvez a solução seja câmeras de resolução menor.

Novas câmeras da Canon, como a t3i e a t4i tem um modo de Zoom digital que utiliza apenas a parte central do sensor e elimina o efeito de aliasing até certo ponto. As câmeras GH1, GH2 e GH3 redimensionam a imagem na câmera e não sofrem desse efeito indesejado.

Sempre ajuste a configuração de sharpness no mínimo possível.

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Rolling Shutter, conhecido também como jellocam (câmera gelatina) é mais uma desvantagem dos grandes sensores CMOS. Sim, com tecnologia CMOS podemos colocar um chip enorme dentro de uma câmera relativamente barata (comparada com uma câmera de 3 CCDs), mas com as coisas boas (menor profundidade de campo, maior sensibilidade à luz) vem o mal (pixels-travados, filtro bayer) e o horrível Rolling Shutter.

Como as câmeras CMOS lêem a imagem varrendo o sensor de cima para baixo ao invés de fazer uma leitura completa instantânea como os CCDs, movimentos

Rolling ShutterPor que o poste

está torto?

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rápidos e movimentos laterais podem ficar parecendo com visão de um bêbado! É melhor mostrar um exemplo do que tentar explicar:

Clique aqui para ver um exemplo do efeito de Rolling Shutter

Para lidar com Rolling Shutter (assim como aliasing) temos que conhecer o inimigo e usar as táticas certas para evitá-lo. Não tente fazer movimentos laterais bruscos com sua DSLR e não tente filmar no estilo câmera na mão - Bruxas de Blair, Cloverfield. Use sua DSLR como uma câmera de cinema - melhor ainda, fixe algum acessório ou um terceiro ponto de contato (mais a respeito disso depois) para que você a trate como uma câmera grande de cinema. Esta dica sozinha, mais do que qualquer outra dica deste guia, vai melhorar suas produções tremendamente! Tome também cuidado com luzes estroboscópicas, flashes ou raios - Mudanças rápidas e intensas de luminosidade podem afetar apenas metade de um quadro, e você vai acabar com uma metade clara e outra escura.

Filmar no estilo câmera na mão é normalmente uma má idéia para DSLR

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DSLRs não foram criadas para gravar vídeo em um ambiente profissional de filmagem ou no calor brasileiro, então não importa qual DSLR você vai comprar, provavelmente vai ter problemas de superaquecimento. Isso acontece quando a temperatura dos sistemas da DSLR chegam a um nível onde ou a câmera se desliga sozinha ou a imagem fica com mais ruído, ou ainda causa danos irreparáveis.

Isso normalmente acontece depois de vários minutos de uso contínuo. Uma câmera como a Nikon D90 ou a Canon 7D se desligam e você não consegue entrar

SuperaquecimentoPor que a câmera desligou sozinha?

O super aquecimento é um infeliz problema de usar câmeras de foto para filmar.

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no modo Live View de novo até que elas se resfriem o suficiente. A 5D Mark II permite que você continue gravando mas as imagens ficam com mais e mais ruído.

Superaquecimento é um efeito colateral de ter uma super câmera por tão pouco dinheiro, e a melhor solução para esse problema é ter duas câmeras, para que você grave enquanto a outra esteja esfriando. Ou, se você estiver numa produção mais cara, mais câmeras! Além disso não existe outra solução para o problema de aquecimento a não ser usar o modo Live View somente quando necessário, mantenha o ambiente de gravação o mais frio possível e programe as pausas na gravação de acordo com a câmera.

Em produções onde se grava e para de pouco em pouco tempo não há problema mas para se gravar entrevistas ou shows, onde você tem que manter a câmera rodando por períodos mais longos de tempo pode ser um problema e tanto.

Bom, chega de falar dos problemas das DSLRs! Lembre-se que você está comprando uma câmera com muito menos profundidade de campo e muito mais sensível à luz que qualquer coisa abaixo de 40 mil reais! Você foi avisado dos pontos negativos, mas como eu já disse antes, vale a pena assim mesmo!

Fique bastante atento em entrevistas ou gravações mais longas.

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Uma das maravilhas de se usar uma DSLR é poder trocar lentes. Até esse ponto na história todas as câmeras de vídeo abaixo de R$15.000 tinha uma única lente com a qual você tinha que gravar tudo. Nunca mais!

Mas espere: qual a vantagem de se usar lentes intercambiáveis, você me pergunta. Normalmente as pessoas compram a sua primeira DSLR com uma lente que serve para tudo (meio que perdendo o propósito de ter uma DSLR). Bem, não existe uma lente que serve pra tudo. Seria a mesma coisa que usar uma só roupa pra todas as estações: você precisa de uma roupa de inverno quando está frio e uma roupa de verão pra quando está calor e roupa nenhuma roupa numa praia de nudismo.

Lentes, usando Primes,

escolhendo marcasQuais lentes eu devo usar?

Não existe uma única lente que serve para tudo.

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Se você quer fazer filmes com DSLR que vão parecer com o filme de qualquer outra pessoa, use a lente do kit. Não tem problema. Mas a lente do kit não é indicada pra material dramático. É legal para um documentário, mas para menor profundidade de campo e maior sensibilidade à luz, você vai querer uma lente prime. Deixa eu reforçar isso: Primes!

Primes

Sim, para material dramático as primes são suas melhores amigas. Documentaristas vão preferir lentes zoom para ter maior flexibilidade e agilidade, mas primes (significando lentes com distância focal fixa ou para os leigos, lente sem zoom) são mais rápidas (em termos de luz e não de quantas tomadas você pode fazer em 1 hora) e mais baratas. Elas também te forçam a reposicionar a sua câmera e pensar melhor o seu enquadramento ao invés de automaticamente mexer no zoom, que é por sinal, a marca maior de filmes caseiros.

As primes são menos caras que as lentes de zoom, que por sua vez são mais complexas. E porque elas existem há tanto tempo, comprar lentes usadas é muito

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comum quando se fala em lentes de DSLR. DSLRs novas vêm com lentes de foco automático, que são ótimas para fotografia, mas para vídeo você fica preso ao modo de detecção-de-contraste, que é muito lento pra ser confiável; e mesmo assim você sabia que não se usa foco automático no cinema? Tudo é feito manualmente, de modo pensado e calculado. Se você comprar uma câmera que veio com lente, você vai ter uma ótima lente multi-propósito pra fazer fotografias; mas se você está querendo economizar e seu interesse maior é gravar filmes, você pode deixar a lente do kit de lado e comprar apenas o corpo da câmera, e gastar o que economizou em lentes usadas. Aqui é onde a grande vantagem de tecnologia “obsoleta” aparece: existem milhares de lentes de foco manual com valor muito mais baixo por não terem foco ou controle de abertura automáticos por exemplo, mas para vídeo isso é ótimo!

Não dá pra bater uma boa lente de cinema, mas é ótimo que existam tantas lentes intercambiáveis por preços tão baixos. Muitas dessas lentes manuais mais velhas podem não conseguir resolver uma resolução de 21 mega pixels, mas elas nem precisam; no modo de vídeo, 1080p significa quase 2 mega pixels, e qualquer câmera SLR antiga trabalhava com resolução maior do que essa. Para internet qualquer lente antiga SLR tem resolução suficiente, mas se você está planejando projetar seu filme (cinema, festivais, etc), então é bom você se certificar que tem uma lente com definição suficiente.

Quando falamos de montar um kit de lentes, a maioria dos cineastas prefere escolher uma marca e usar só ela, pra que as características das lentes permaneçam as mesmas de tomada a tomada; com a mesma marca de lente no

Se está pensando em economizar, lentes são um ótimo equipamento para se comprar usado

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seu kit, o modo como você manuseia as lentes também é similar (algumas têm foco com “rosca sem fim”, outras têm um anel de controle de íris).

Combinar a marca da lente da sua câmera - que é uma prática comum no mundo da fotografia, é normalmente necessário devido à diferença no encaixe eletrônico das lentes - não é tão importante para o vídeo. E devido à abundância de adaptadores de lentes baratos e de qualidade, que permitem colocar a lente de um fabricante em uma câmera

de outro fabricante, você não precisa necessariamente usar lentes Canon na sua câmera Canon - você pode normalmente trocas as lentes que quiser se tiver o adaptador correto. Vamos falar mais dos adaptadores mais pra frente, mas primeiro vamos dar uma olhada nas características de diferentes marcas de lentes. Para isso vamos usar conhecimento do diretor de fotografia Shane Hulburt, que resumiu bem o seu blog.

* Lentes Canon “Produzem lindos tons de pele, tem um contraste médio e uma graduação maravilhosa nas sombras”. O problema é que qualquer lente da Canon depende da câmera pra controlar a íris, o que não é uma coisa

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boa. A maioria dos operadores preferem ter acesso táctil instantâneo aos controles de exposição. E lentes Canon antigas manuais são consideradas opticamente inferiores às suas equivalentes digitais.

* Lentes Zeiss “Produzem uma sensação mais fria e contrastada. Elas são incrivelmente definidas. Certifique-se de ter mais luz de preenchimento quando usar essas lentes para controlar as partes mais claras da imagem”. O Shane está completamente certo; uma das desvantagens da DSLR comparadas com, por exemplo, filme de 35mm, é que as DSLR têm menos latitude (distância da reprodução do tom mais claro e mais negro, chamado de Dinamic Range em inglês). Uma lente muito saturada e com muito contraste como a Zeiss seriam normalmente uma vantagem e eu adoro a estética delas, mas com uma Zeiss você tem que tomar muito mais cuidado pra não estourar o branco. As lentes Zeiss são famosas por ter anéis de metal bem grandes para controlar o foco, com o movimento bem fluído, o que muitos diretores de fotografia adoram, e elas

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compartilham de muitas das características das lentes de cinema da Zeiss, que todos sabem: são lindas.

* Lentes Nikon “São definidas com um pouco menos de contraste que as Zeiss”. As Nikon são mais fáceis de se encontrar e são mais baratas. Elas têm íris manual e um anel de foco bem suave, mas elas têm um grande problema: o anel de foco gira na direção contrária (anti-horário) de todas as outras lentes (o que pode confundir operadores ou foquistas).

* Panavision “São AS lentes”. Mas você não pode pagar por elas (na verdade, você não consegue nem comprá-las). Se você está gravando uma produção com um orçamento considerável e planeja alugar equipamento (e está gravando em uma DSLR por alguma razão), com certeza confira essas lentes, mas saiba que você vai precisar de adaptadores especiais.

* Lentes Leica “Entregam um ótimo contraste e cor. São as que estão mais próximas da lente Primo, da Panavision, mais até do que as lentes Zeiss ZE. Elas ficam lindas numa tela de cinema”. Eu nunca usei uma lente Leica, mas os cineastas as amam; falaremos mais um pouco sobre as lentes Leica na próxima seção.

Finalmente a Zeiss lançou um conjunto de lentes prime compactas chamadas CP.2 feitas para o uso em DSLRs. Essas lentes não são brincadeira, e como você pode imaginar o preço também não é. Mas comparados com, por exemplo, o conjunto completo de DigiPrimes, essas lentes compactas são uma barganha!

Lentes são um ótimo investimento, porque elas nunca ficam obsoletas.

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Especialmente considerando que é o primeiro conjunto de lentes com cobertura para full-frame da Zeiss (isso é pra você, dono de uma 5D Mark II). Então quais são as vantagens de verdade dessas primes compactas? Anel de foco em íris dentados. Abertura progressiva de íris, íris de 14 lâminas (o que significa um bokeh mais macio do que lentes com 9 lâminas), e um encaixe intercambiável EOS/PL.

E aqui está uma coisa pra você se lembrar sobre lentes em geral. De todo equipamento coberto por esse guia, lente é o melhor investimento que você pode fazer, porque lentes boas nunca se tornarão obsoletas. Então se você refinanciar a sua casa pra gastar US$20.000 nessas lentes; elas vão funcionar na sua DSLR, em uma Red, numa câmera de 35mm e qualquer outra câmera que você imaginar (e o valor delas não se deprecia muito no caso de você querer revendê-las). É algo para você ter em mente quando estiver fazendo o orçamento dos vários componentes aqui listados.

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Para adaptar uma marca diferente de lente para a sua DSLR, você precisa de um adaptador de lente. Muita gente consegue bons descontos usando sites como eBay e Mercado Livre. Muitos adaptadores custam menos de 10 dólares, o que permite às vezes comprar um adaptador pra cada lente diferente que você tenha, evitando ter que fazer as trocas quando estiver no meio de alguma gravação. Isso torna possível ter um kit completo de lentes de uma marca diferente de sua câmera, economizando bastante dinheiro. Por exemplo, Dan Chung recomenda a compra de lentes Zeiss de encaixe Contax / Yashica - mais baratas que outras lentes Zeiss devido a esse encaixe ser obsoleto - e adaptá-los para Canon

Lentes: Comprando e AdaptandoPosso usar uma marca

diferente de lente na minha DSLR?

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(conselho que segui, embora eu recomende a leitura deste capítulo para aprender sobre alguns problemas que podem aparecer). Dan foi um dos primeiros a adotar DSLRs de vídeo para uso profissional, e ele aponta algumas lentes Zeiss específicas que são consideradas um excelente negócio:

* Zeiss 28mm F2.8

* Zeiss 50mm F1.4

* Zeiss 85mm f1.4

* Zeiss 135mm F2.8

Eu não posso dizer com certeza se essas lentes são as melhores ofertas que existem, ainda preciso fazer mais teste com outras lentes para comparar a qualidade - mas eu gosto da estética das lentes Zeiss e elas são extremamente bem construídas. Além disso, há uma página de conversões Contax para Canon, bem interessante para descobrir quais as lentes Contax vão caber na sua DSLR Canon. Muitas pessoas relataram grandes resultados com lentes Leica

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da série R, e há uma página com as conversões dessa lente também. Se você estiver interessado em lentes Leica - muitas pessoas dizem que suas lentes de vídeo DSLR favoritas são a Leica série R - aqui estão algumas lentes que vale a pena procurar usadas no Mercado Livre ou Ebay.:

* Leica R 28 mm

* Leica R 35 mm

* Leica R 50 mm

* Leica R 60 mm

* Leica R 90 mm

* Leica R 135 mm

Se você está se perguntando o que o termo estranho anexado ao nome de cada lente Leica significa, significa a velocidade da lente: Noctilux são as mais rápidos lentes, com abertura máxima de f1.2 (ou às vezes até f0.95!), Seguido pela Summilux (f1.4), Summicron (f2), e Elmarit (f2.8). Como seria de esperar, as lentes mais rápidas são geralmente

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os mais caras. Se você montar um kit com base nas lentes Leica, dê uma olhada nos adaptadores Leitax, considerado o melhor adaptador Leica R pra Canon .

Ao adaptar qualquer marca (não apenas Zeiss ou Leica) para as lentes de sua DSLR, e você quiser usá-las tanto para fotografia still quanto vídeo, existem adaptadores mais caros que oferecem o recurso de trava de Autofoco.

Se você comprar uma lente usada por US$ 300 e colocar um adaptador de US$ 10, não espere que ela faça imagens como uma lente nova de US$ 1.200.

Esses adaptadores têm componentes eletrônicos que permitem à câmera confirmar (dependendo de suas configurações, um flash vermelho no visor e / ou um sinal sonoro) quando o foco é obtido, mesmo que a lente seja de uma marca diferente do que a câmera. Muitas vezes são necessários ajustes com as configurações, mas se você está pensando em tirar fotos com suas lentes manuais, os adaptadores com Trava de Autofoco no Ebay do vendedor happypagehk são excelentes.

Como eu disse anteriormente, as lentes não desvalorizam. Se você tem dinheiro, compre lentes novas que são feitas para a sua câmera - você vai evitar um monte de pequenas armadilhas. Por exemplo, Zeiss faz suas lentes manuais série ZE especificamente para DSLRs Canon , você pode querer comprar estas em vez de lentes usadas, se estiver no seu orçamento (para mais informações sobre por que você pode preferir lentes Nikon de montagem ZF Zeiss, ver “Lentes:. Alugando, convertendo)” Aqui o porquê: enquanto você pode obter grandes resultados

Não espere milagres: uma lente adaptada de $300 não fará imagens como uma lente de $1200

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adaptando lentes mais velhas para câmeras mais recentes, você provavelmente terá alguns problemas ao longo do caminho.

Então - quais são alguns dos perigos potenciais do uso de lentes adaptadas? Existem duas principais questões: foco infinito e obstrução do espelho. Eu tive problemas para conseguir o foco infinito usando lentes adaptadas - isto é, quando sua lente “passa” o foco infinito,, fazendo com que objetos distantes fiquem desfocados quando deveriam estar em foco perfeito - e minha lente Zeiss 28mm faz com que meu espelho da 5D às vezes fique preso tirando fotos.

Lente adaptada não é para qualquer um, estamos falando de dispositivos mecânicos, onde milímetros fazem a diferença, e em muitos casos, a mesma lente se comporta diferente com adaptadores diferentes. Não tem jeito: neste caso, você está ganhando economizando muito dinheiro e em troca de perder alguma confiabilidade e desempenho.

Para muitos cinematografistas, inclusive eu, não é uma escolha: é simplesmente uma questão fazer caber no orçamento.

Lentes adaptadas podem ser a solução para quem está com o orçamento apertado

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Enquanto lentes SLR antigas são bastante baratas, existem desvantagens em usá-las pra cinematografia, e esses problemas ficam bem evidentes quando estamos fazendo o foco. Primeiro, a maioria das lentes “respira”, ou seja, elas mudam levemente sua distância focal quando o foco é ajustado. Isso não ocorre com as lentes de cinema, e pode ser um incômodo quando acontece no vídeo. O segundo problema, as lentes normalmente extendem ou contraem quando se está focando, o que atrapalha a colocação de um Parasol (Matte Box). No entanto, as lentes SLR são consideravelmente mais baratas do que as lentes de cinema - fora que dificilmente você irá conseguir montar uma lente Arri PL de cinema na sua câmera

Lentes: Distâncias Focais

e Profundidade de Campo

Com que lentes devo montar meu kit?

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- então não se incomode com isso. Entenda que esse é o preço por ter vídeo usando lentes intercambiáveisl por um preço totalmente inimaginável a até uns anos atrás.

Quando se trata de escolher distâncias focais, a primeira lente que você deve comprar é uma lente fixa de 50mm, que é ampla o suficiente para obter boas coberturas gerais, mas não tão grande que acabe por causar distorções na imagem. Hitchcock usava lentes 50mm para a maioria de seus planos, elas são extremamente versáteis e geralmente baratas. Ao comprar lentes, geralmente você vai querer a mais rápida e assim ter o melhor desempenho em pouca luz e a maior flexibilidade possível (f/1.4 é o mais rápido que se consegue). Para o leigo, os números f / stop parecem pouca coisa, mas a queda na transmissão de luz entre Stops é significativa. Como a exposição é logarítmica, o stop f/1.4 transmite duas vezes mais luz do que f/2, f/2 é o dobro de f/2,8, f/2,8 é o dobro de f / 4, etc

Depois da lente de 50 mm, as compras devem expandir-se em ambos os sentidos,

A primeira lente que você deve comprar é uma lente fixa de 50mm

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recomendamos uma lente grande angular de 28mm ou 35mm, e também uma teleobjetiva de 85mm ou 135 milímetros.

Também é uma boa idéia ter uma lente zoom geral para uma maior versatilidade, algo como uma 70-200mm é uma boa idéia.

Se você está apenas começando e precisa economizar, pergunte a amigos e familiares se eles têm uma SLR antiga que não está usando, e assim pedir emprestado suas lentes antigas.

Se você está filmando em uma câmera full-frame como a 5D, a distância focal listada no canto de uma lente SLR vai ser precisa. No entanto, se você está filmando em uma DSLR com sensor APS-C ou outro tamanho diferente, você precisa calcular o fator de redução correspondente de sua câmera para obter o comprimento focal exato . Por exemplo, se você está usando uma 7D ou T2i, você terá que multiplicar por 1,6, pois o tamanho do sensor vai tornar uma lente de 28mm em uma 45mm, uma 50 milímetros vira 80mm, e assim por diante.

Fotografos de esporte e natureza por vezes preferem esse tipo de câmera com fatores de redução, pois assim automaticamente conseguem ter maior alcance com suas lentes. Por outro lado, fica mais difícil encontrar grande-angulares pra essas câmeras.

A 1D Mark IV tem um fator de redução de 1,3, um valor intermediário entre a entre um sensor full-frame e um APS-C.

O segundo passo é adquirir uma grande angular e uma teleobjetiva.

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Assim que tiver as suas lentes e começar a filmar, você vai perceber que lentes fixas rápidas têm uma profundidade de campo muito pequena, quando aberta.

Isto é mais uma bênção na verdade: por anos, cineastas com pouco

orçamento tinham que se contentar com profundidade de campo quase infinita em sua câmeras de vídeo. Além disso, a maioria das audiências associa uma pequena profunidade de campo com imagem de cinema. Permite que desfoque fundos que sejam visualmente pouco interessantes, e dirija a atenção do espectador para o primeiro plano. No entanto, quando se trabalha com sensores full-frame como a da 5D, o profundidade de campo podem tornar-se muito baixa, de modo que fica quase impossível de alcançar foco em um objeto em movimento (como o rosto de uma pessoa). “Com uma lente Canon 85mm, a stop 1.4, temos profundidade de campo de menos de 1mm. “Isso significa que quando focar no rosto de um ator, precisamos escolher se vai ser a ponta do nariz ou se serão os olhos que estarão em foco. Mesmo que o ator esteja parado (por exemplo, em uma entrevista), quando ele se inclinar para a frente, ele sairá da área de foco se estiver usando uma abertura muito grande. Assim é necessário escolher a abertura (f/stop) de modo a evitar isso.

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É uma boa idéia comprar cartões de marca confiáveis, ao invés de economizar alguns reais com um cartão genérico que pode arruinar todo um dia de trabalho. Sempre compre cartões de marca e com grande capacidade de memória. No caso da 5D, a taxa de dados do vídeo é cerca de 5 Megabytes por segundo (38Mbit/seg), e a Canon recomenda cartões com uma taxa mínima de transferência de 8MB/sec. A taxa de dados na 7D é um pouco maior, mas ainda assim você não vai precisar de cartões UDMA (que prometem 45 MB/s). Eu uso o SanDisk da série Extreme, baseada em alguns fóruns que eu acesso.

Quais cartões de memória devo

usar?Quais cartões de memória

devo usar?*

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Outros acham que uma melhor escolha é atualmente o Kingston Elite Pro 133x, que oferecem um excelente preço/performance. Pra cartão SD, os Kingston Classe 10 SDHC são muito bons.

Quanto à quantidade de espaço que você precisa, é uma questão de quanto irá filmar antes de descarregar os cartões e, no caso da 5D, meu cartão de 32GB armazena cerca de 1:30hrs de imagens. Hoje já existem cartões SDXC (compatível com as câmeras Lumix ou Canon T3i, t4i) que gravam até 256GB, isso pode significar mais de 24 horas de gravação!

Até agora não há opções de armazenamento externo para os usuários de DSLR, mas os cartões de memória são rápidos e baratos.

Procure por cartão SD velozes, de Classe 10 ou maiores.

1 Nota: MB/s significa Megabytes por segundo e Mb/s ou Mbps significa Megabit por segundo (note a diferença no B maiúsculo para Mega e minúsculo para bit). Um byte = 8 bits então para converter de um para outro é só dividir ou multiplicar por 8.

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DSLRs são tão leves que elas não se movem como uma câmera de filme. A não ser que ela esteja num tripé, ela irá tremer como uma câmera de vídeo, imediatamente deixando o vídeo com cara de amador. E em muitos casos DSLRs são ergonomicamente piores do que uma câmara de vídeo, já que elas originalmente são projetados para tirar fotos.

Há duas etapas principais na adaptação da sua DSLR para trabalho de vídeo:

* Adicionar peso a fim de aumentar a massa e minimizar o tremor, que

SuportesComo fazer uma DSLR se

comportar como uma câmera de cinema?

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muitos dos acessórios abaixos fazem.

* Adicionar um terceiro ponto de contato para estabilizar a câmara contra o seu corpo (e aliviar um pouco a carga de seus braços). Como o espelho de sua DSLR levanta-se durante a gravação de vídeo, não é possível usar o visor para pressionar a câmara fotográfica contro o rosto para usar como um terceiro ponto de contato, como acontece em fotografias. Isto traz a necessidade de algum tipo de acessório para melhorar a ergonomia dessas câmeras, principalmente durante longas gravações.

Peso extra vai contribuir ainda mais para a sua DSLR se comportar realmente como uma câmera cinematográfica.

Muitos dos fabricantes de acessórios estão acostumados a projetar equipamentos pra cinema/vídeo e não pra fotografia, então à primeira vista eles podem parecer grandes e exagerados. No entanto, geralmente isso não é ruim, já que um peso e tamanho extra irão contribuir ainda mais para a sua DSLR se comportar como uma câmera de cinema. Isso é algo que você não percebe como operador, mas o público percebe algo (talvez inconscientemente) nos movimentos de câmera. Os fabricantes que atualmente fazem bons sistemas de suporte são Redrock Micro, Zacuto, Cavision, Jag35,

Peso e tamanho grandes não são uma má idéia quando estiver filmando.

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Letus, CPM Film Tools, VariZoom, indiSYSTEM, Vocas, Shoot35, e Cinevate. Os kits da Zacuto vão de $ 550 a $ 5.500 e são geralmente os mais caros, mas são amplamente consideradas como soluções bem-construídos e confiáveis. Cinevate oferece uma série de equipamentos DSLR com preços geralmente mais baixos que variam de $ 720 a $ 2.600; Redrock Micro oferece a mais ampla gama de opções que variam de $ 460 a $ 2500. Produtos Cavision são baratas, mas na minha experiência, eles não têm a qualidade de construção das plataformas mais caras. Este não chega a ser um grande problema quando se trata de uma DSLR leve; Eu filmo vários projetos com o meu equipamento Cavision, mas eu não colocaria uma câmera muito pesada eles.

Se você está trabalhando com uma DSLR que custe menos de US $ 1.000 e tem um orçamento apertado, esses suportes podem custar mais do que você está disposto a gastar. Neste caso, o negócio é ir para o eBay. Por alguma razão, uma comunidade enorme de fabricantes desses acessórios apareceu na Índia, e enquanto eu não estou endossando qualquer de

seus produtos (eu tenho um para-sol comprado desses fabricantes que eu diria, voce recebeu pelo que pagou). Se você está apenas começando e o orçamento é mínimo, eles valem uma olhada. Uma das marcas no eBay que vale a pena dar

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uma olhada é a Fotga.

A padrão da indústria para o sitema de montagem de câmeras (rod system) é baseada em dois tubos de 15 milímetros de espessura a 60 milímetros de distância um do outro (há também um padrão um pouco maior, com base em barras de 19 milímetros, que é um exagero para DSLRs), de modo que você pode misturar e combinar partes de diferentes fabricantes para construir o seu próprio frankensystem . Em minha experiência, é um processo de tentativa e erro para juntar as peças e criar um kit ideal para suas necessidades, por isso esta é uma área para a qual você deve definitivamente passar algum tempo nos fóruns. Além disso, essas empresas são pequenas e, portanto, costumam ter tempo para responder às suas perguntas.

O site Cinema5D.com tem um comparativo de 60 páginas entre rigs DSLR que abrange vários acessórios, embora tenha havido rumores sobre a metodologia e objetividade de seus testes. O importante é procurar entre diversas opiniões em fóruns antes de comprar qualquer coisa, e depois experimentar para obter os melhores resultados.

Comprar no eBay é uma alternativa barata, mas não espere muita qualidade.

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Gravar filmes numa DSLR esvazia as baterias rapidamente, e assim você vai precisar de algumas baterias extras. Para a 5D e 7D, cada bateria original Canon LP-E6 custa 100 dólares, o que pode tornar a brincadeira cara rapidamente. Mesmo a T2i, que custa menos, usa baterias que são igualmente caras: a LP-E8. Nikons não são muito melhores, embora a D90 seja uma exceção e a situação para as panasonics é a mesma. No entanto, baterias genéricas podem ser encontradas no eBay por 10 dólares (sem o chip que mostra a carga da bateria) ou um pouco a mais (por baterias que mostram a carga). Como é possível comprar 6 delas pelo preço de uma única original, elas acabam sendo uma alternativa

Baterias e Alimentação

Quais as melhores opções para alimentar minha DSLR?

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atraente para cineastas com pouco orçamento. É importante notar que as baterias genéricas nem sempre funcionam no carregador da Canon.

Você também pode comprar um grip para colocar uma bateria extra (para a Canon 5D: BG-E6, para a 7D: BG-E7) para uma maior vida delas (além de ser possível usar pilhas AA), apesar de que muitos fotógrafos comprarem o acessório também por melhorar a ergonomia da câmera. Esses acessórios também tem sua versão genérica que custam até 1/3 do preço do Canon original.

Algumas pessoas citam a Zeikos como uma boa alternativa, tanto em preço quanto qualidade. A GH1 e GH2 têm um adaptador de tomada que pode tanto receber a energia de uma tomada mesmo quanto de outra bateria muito maior que a original. Existe gente que liga a câmera numa bateria de carrinho de controle remoto e pode usar a câmera por mais de 12 horas ininterruptas.

Baterias genéricas podem não funcionar no carregador original.

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DSLRs não são projetadas para gravar áudio de alta qualidade, pois além de não possuírem entradas para microfones profissionais. Algumas delas não tem controle de volume do microfone o que impede uma boa gravação de som. Mas é claro que voce pode ter qualidade de áudio na sua produção DSLR, só precisamos escolher o equipamento certo.

Basicamente, você tem duas opções para gravação de áudio: na câmera ou num sistema externo. Na câmera é o que qualquer usuário da câmera de vídeo vai estar familiarizado, você liga o seu microfone(s), e o áudio é gravado junto com

ÁudioComo posso gravar áudio de

alta qualidade com a minha DSLR?

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o vídeo. O sistema externo é o que os cineastas estarão mais familiarizados; a câmera se encarrega apenas da imagem e o áudio vai para um gravador externo, que depois são sincronizados durante a edição (daí a necessidade de usar uma claquete).

Ambas as abordagens têm os seus prós e contras: o gravador externo lhe proporciona maior qualidade de áudio em detrimento da conveniência na sala de edição, a câmera é o inverso. A abordagem que você vai usar depende das necessidades da produção e claro, pode ser que sua câmera DSLR simplesmente não tenha entrada de microfone ou mesmo não seja possível desativar o ganho automático.

Recomendamos dar uma olhada nos testes de áudio que Jon Fairhurst faz comparando diversos gravadores de áudio (ele também disponibiliza amostras de áudio sem compressão no site).

Em relação ao áudio, você tem duas opções: qualidade ou praticidade.

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Compare a diferença nos vários tipos de gravação do áudio:

1. Microfone boom

2. Câmera montada Mic

3. Microne de Lapela

4. Foley

5. Ruído

Para gravar áudio profissional na câmera, você vai precisar de um dispositivo para conectar seus microfones (geralmente um conector XLR) para sua câmera (no caso de DSLRs, a entrada de áudio é normalmente uma entrada estéreo 1/8).

No consenso geral, o “melhor pre-amplificador/adaptador XLR” é o Juicedlink CX231 ($ 300). Ele oferece excelente qualidade com baixíssimo ruído, boa construção e alimentação Phantom Power para seus mics (se você não precisar de alimentação Phantom, o CX211 é mais barato). Para usá-lo, anexa-se o juicedlink em baixo de sua DSLR e conecta os cabos de áudio XLR balanceadas no juicedlink,

Um bom adaptador XLR é importante para obter o maior volume possível sem adicionar ruído à gravação.

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e conecta as saídas dele na entrada estéreo da sua câmera. Contudo há alguns poréns: os fones de monitoramento são mono e o volume é bastante baixo. Para resolver isso, Jon Fairhurst recomenda um adaptador pra headphones Boostaroo para aumentar o volume.

Se a sua DSLR não oferece configurações manuais de áudio, a DN101 juicedlink oferece uma solução para contornar o problema de auto-ganho da câmera. Esse equipamento usa um dos canais estéreo para manter um ruído num volume constante e o outro canal grava o áudio do microfone. Isso normalmente é uma boa idéia caso esteja gravando apenas um microfone, mas se você realmente precisar dos 2 canais e a câmera não oferecer o controle manual, a opção é usar um gravador externo.

Vale notar que a Beachtech também oferece uma solução similar, mas sua tecnologia para manter o auto-ganho sob controle é na minha opninao (e de vários outras pessoas) inadequada para áudio profissional (apesar que em nossos teste, a ultima versao teve uma boa melhora)

Como acontece com qualquer adaptador XLR desse tamanho , o Juicedlink ou Beachtek também pode funcionar como um suporte para elevar a câmera. Além disso, o site juicedlink oferece vários tutoriais

Se a sua câmera não têm controle manual de volume, existem boas opções pra esse problema.

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muito úteis de gravação de áudio - indispensável se você estiver tentando transformar um amigo no especialista de som direto.

Se gravar o áudio na câmera não for opção - ou se você tem necessidade de uma maior qualidade de som na sua produção -, há uma série de gravadores externos que usam memória flash a preços muito baratos.

Um dos mais usados é o H4n Zoom, que grava em (até) 24-bit/96kHz em cartões SD ou SDHC. Dispõe de 2 entradas XLR, um microfone embutido estéreo e mais uma entrada 1/8” estéreo, e oferece quatro faixas de gravação simultânea, sendo capaz de de gravar simultaneamente o seu próprio microfone ou a entrada estéreo simultaneamente ao áudio das duas entradas XLR.

Ele ainda oferece a possibilidade de ajustar os canais de maneira independente, e assim ter o som ambiente gravado nele, simultaneamente com os microfones boom e de lapela, dando bastante possibilidade de mixagem na hora da edição. Custando cerca de 350 dólares, o H4N é com certeza uma boa compra. Uma alternativa é o Tascam DR100, que outros usuários comentam ser também muito bom.

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A Canon 5D tinha uma excelente qualidade de vídeo, mas às vezes era irritante a falta de algumas funções básicas no modo filme. A Canon tinha adicionado algumas funções importantes como abertura e obturador manuais, novos framerates, mais velocidades do obturador e framerates adicionais - mas um hacker chamado Tramm Hudson criou um sistema que rodava lado a lado ao firmware da câmera que adicionava vários recursos interessantes, gratuitamente, chamado Magic Lantern (Lanterna Mágica)

Firmware Magic Lantern

Como acrescentar novos recursos de vídeo à minha Canon 5D?

Nota: Após a Canon lançar o firmware 2.0.4 para a 5D, a utilidade do Firmware Magic Lantern foi um pouco reduzida.

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O Magic Lantern acrescenta os seguintes recursos:

* Medidores de áudio na tela.

* Controle manual de áudio, sem ganho automático

* Listras Zebra no modo vídeo

* Marcas de corte para os formatos 16:9, 2.35:1, 4:3 e qualquer outro formato

* Controle de foco e bracketing

Alguns destes recursos são praticamente essenciais para a gravação de um vídeo de alta qualidade.

O firmware Magic Lantern está disponível apenas para várias câmeras da Canon, como a 5D, a t2i, t3i e t4i e várias outras. Para desativar o Magic Lantern é só reiniciar a câmera. O Magic Lantern é gratuito, mas caso queira, Tramm aceita doações para apoiar o desenvolvimento contínuo do Magic Lantern e é um jeito de agradecer-lhe por suas contribuições consideráveis à cinematografia DSLR.

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Graças a um gênio chamado Vitaliy Keslev, a Panasonic GH1 e a GH2 (e vários outros modelos da panasonic) - câmeras razoavelmente simples, de plástico, sem espelho - são grande concorrente pela supremacia das DSLR.

Atualmente mais e mais pessoas estão clamando que a GH2 é uma câmera melhor do que a 5D para vídeo. Uma das principais características desse novo firmware é elevar consideravelmente a taxa de bits do modo vídeo, reduzindo a compressão e melhorando muito a nitidez da imagem. No entanto, sempre existirão algumas desvantagens para a GH1 e GH2. Como seus sensores são

GH1 FirmwareComo melhorar os recursos da minha Panasonic GH1 ou

GH2?

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menores, elas nunca terão a sensibilidade à pouca luz que tem a 5D. Além disso, o controle manual de áudio é precário, sendo necessário um gravador externo pra obter um áudio de boa qualidade.

Devido à sua falta de um visor óptico e um espelho, a GH1 e a GH2 não são tecnicamente DSLRs - são mirrorless - mas como todas as DSLRs travam o espelho quando estão no modo vídeo, na prática isso nao faz diferença para os cineastas DSLR. Eu vou chamá-la de uma DSLR só por razões de coerência.

Para mais informações como instalar o firmware na GH1 ou na GH2, você pode usar esse link da EOSHD que dá informações detalhadas de como proceder e assim, melhorar bastante a qualidade dos vídeos de sua câmera. Ou acessar o site de Vitaliy www.personal-view.com

O hack pra GH1/GH2 transforma radicalmente esse pequena câmera.

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Um para-sol serve para duas coisas: Primeiro para limitar a quantidade de luz que entra na lente e removendo flares. Segundo, para que se possa trocar filtros rapidamente. Você pode não precisar de um, depende de como você se sente em relação a flares (reflexos internos na lente), se pretende usar filtros, e quanto que pode se dar ao luxo de ter um sendo um produtor independente.

Um para-sol faz o seu set parecer “filme de verdade” mais que qualquer outro acessório, o que eu suspeito, é por que a maioria dos produtores usam um (apenas pra parecer mais profissional).

Para-sol (Matte Box)

Como eu posso fazer minha câmera parecer mais profissional e

de quebra evitar flares?

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Como os para-sol sempre foram usados em filmes de grande orçamento, então muitos fabricantes estão acostumados a cobrar caro por esta caixa de metal com abas móveis e uns buracos. Raramente faz sentido num mundo de DSLRs baratas, ter uma caixa que custa mais do que a camera.

Na categoria abaixo dos US$1000, produtores adoram os microMatteboxes da Redrock Micro se você está procurando algo grande para drama ou um Genus para documentários. Outras opções baratas são as da Cavision e GearDear. Existe uma marca que se encontra no e-bay chamada FOTGA que tem para-sol muito barato.

Uma das coisas que você deve saber é que a maioria dos para-sóis tem uma abertura para a lente de 105mm ou maior, enquanto a maioria das lentes para DSLRs estão entre 49 e 82mm. Alguns para-sol vêm com um anel para lentes diferentes e outros vem com apenas um anel. O ideal é um anel universal como da Zacuto ou Genus, para não perder tempo quando estiver trocando as lentes. Sem um anel universal, você precisaria de vários aneis diferentes para cada lente e teria que mudar toda vez que trocasse de lente. Também é vantagem um anel universal para lentes zoom, já que a lente muda de tamanho.

Parassóis fazem sua câmera parecer câmera de cinema. Bobagem? Não se você tiver seu cliente por perto.

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Se você tem bastante experiência com fotografia, uma das primeiras coisas que você vai notar quando gravar vídeo é esta: você têm muito menos controle da velocidade do obturador em relação à fotografia still, que permite tirar fotos em velocidades incríveis, como 1/1000s.

Se usar essa velocidade ao gravar o vídeo, o movimento ficará estroboscópico (ex: as cenas de ação em Resgate do Soldado Ryan ou Gladiador). Para vídeo, a velocidade do obturador padrão é o equivalente de um obturador de 180 graus: em câmeras 24p, 1/48 de segundo, e em câmaras 30p, 1/60. Durante o dia, se

Filtros de Densidade Neutra

Como posso controlar melhor a luz que entra na minha câmera?

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você quer manter uma abertura relativamente alta (para menor profundidade de campo) nessas velocidades do obturador (1/48 ou 1/60), você vai precisar de filtro de densidade neutra. Se você tem experiência com vídeo, sabe que muitas câmeras de vídeo tem filtros ND diferentes embutidos na própria câmera; bem-vindo ao mundo de câmeras DSLR, onde isso infelizmente não existe. Portanto filtros ND são a primeira coisa a acrescentar ao seu kit de filtros, pois eles vêm em várias diferentes intensidades, sendo as denominações mais comuns 0,3, 0,6 e 0,9 (respectivamente, 1, 2 e 3 stops de redução de luz). Você pode agrupá-los em um mattebox para bloquear mais luz, afim de manter a velocidade do obturador e a abertura nos valores devidos quando tiver em ambientes muito iluminados. .

O método acima é a maneira “cinema” de fazer as coisas - usando diferentes filtros numa mattebox - mas outra opção é usar um único filtro de densidade neutra variável. Nele, você pode ajustar continuamente o nível de densidade apenas girando o filtro até encontrar a atenuação desejada. Um filtro de densidade neutra (ND) variável oferece entre 2 a até 8 stops de atenuação.

No cinema a velocidade do obturador é equivalente a 1/48seg

gravando a 24p e 1/60seg a 30p.

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O Singh-Ray sao os filtros originais ND variável, mas a série ND Fader que é facilmente encontrada no eBay são bons e muito mais baratos.

A atenuação é obtida através de dois polarizadores. Como o filtro polarizador só permite a passagem de luz num sentido, quando agrupado com um segundo polarizador, os dois podem ser orientados de modo que cada um só permita que a luz seja transmitida na direção oposta da outra, ao qual nenhuma luz é transmitida.

Polarização alinhada com o filtro Toda a luz atravessa

Polarização angulada com o filtro Parte da luz atravessa

Polarização a 90o do filtro Nenhuma luz atravessa

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Na prática, o filtro ND deve ser do tamanho de sua maior lente, e simplesmente use filtros adaptadores (step-up/step-down) para quando for usar em uma lente com tamanho menor (ex: 72mm). Outra coisa importante é que a resposta à luz dos filtros nao é exatamente linear: quanto maior a atenuaçao, mais luz verde entra em relacao às outras cores. Isso nao chega a ser um problema a nao ser quando o material for destinado a cinema, que as cores devem ser extrememente fieis e bem definidas. Nesse caso, a melhor opção é usar o tradicional modo de agrupar filtros ND de excelente qualidade na sua mattebox.

Além dos filtros ND, há uma enorme quantidade de outros filtros criativos que vão muito além de simples correçao de exposição. O assunto é tão vasto que poderiamos fazer um guia apenas sobre isso. No entanto, essa pagina da uma visao geral de alguns tipos diferentes de filtros de lente. Observe que os filtros estão indo na frente de sua lente, por isso nao é uma boa ideia apenas escolher filtros pelo preco: um filtro de má qualidade pode facilmente estragar uma imagem, seja por causa da falta de nitidez ou outros problemas óticos.

Existem diversos outros tipos de filtros que podem trazer um visual criativo para seu filme.

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Uma câmera de vídeo tem um visor eletrônico que você pode ajustar verticalmente para acomodar diferentes posiçoes de gravacao.

Uma câmera de DSLR, por outro lado, possui um visor ótico fixo que você deve aproximar seu rosto da camera para poder enxergar. Quando gravando videos com uma DSLR, no entanto, o espelho da câmera estará travado na posição superior, e nessa posição o visor ótico é inútil, pois tudo que vc vai ver é preto. As DSLRs de hoje oferecem uma solução eletrônica semelhante as câmaras de vídeo: a tela de LCD, que é o que você vai usar para enquadrar e focar seus planos.

Visor LCDQuais visores posso anexar

à minha DSLR?

Pode ser difícil exergar o LCD quando gravando sob sol forte.

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No entanto, há uma infinidade de problemas com a gravação de filmes em uma pequena tela de LCD, sendo que um visor externo é uma forma de lidar com (algumas) estas questões. Um visor externo normalmente fornece ampliação e permite isolar a tela de LCD da luz solar, e além disso, ele fornece um crucial terceiro ponto de contato para a estabilização de câmera DSLR. Um visor externo é basicamente uma lupa que você anexar a tela da sua DSLR (via correias, adesivos, um suporte fixo, ou ímãs). Modelos variam em sua ampliação, qualidade ótica, e método de fixação, vou comentar sobre dois modelos populares e dar a minha própria opinião numa terceira opção.

O top de linha é a Zacuto Z-Finder, que custa 395 dólares. Por esse preço, é preciso questionar se não seria melhor um monitor externo, mas se você está pensando em filmar principalmente câmera na mão e rapidamente, um bom visor é um investimento que vale a pena, e o Z-Finder é um dos melhores. O Zacuto fornece ampliação de 3X, conecta-se através de um quadro adesivo, e oferece ajustes de dioptria para quem usa óculos. Há também um modelo mais barato, o Z-Finder JR, que custa $ 265 mas deixa de fora o ajuste de dioptria e tem uma

O visor externo ajuda também a estabilizar a câmera.

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montagem mais simples.

Pela metade do preço do Z-Finder, temos o popular LCDVF que está disponível por US $ 180, oferece uma ampliação de 2X, e se conecta através de uma montagem magnética. Infelizmente o LCDVF nao tem dioptria ajustável: se você usa óculos, pode ser dificil ajustar o foco atraves desse visor.

Eu tive a chance tambem de testar o CavisionVF, uma vez que me interessava a ideia de ter um visor articulado. Infelizmente me decepcionei com a qualidade ótica, uma vez que percebi que as bordas da tela eram menos nitidas do que a parte central. Com um aumento de 6X, o Cavision oferece a maior imagem de todos aqui analisados, mas isso logo se torna uma desvantagem por duas razoes: 1 - a resolucao dos LCDs das cameras nao é grande o suficiente para justificar um aumento de 6x, o que acaba acontecendo é que o grid de pixels do LCD fica perceptivel e acaba atrapalhando; 2 - a imagem é tao grande que fica dificil enxergá-la inteira, dificultando a composicao da cena. Eu percebi que meu olho fica frequentemente passeando pela imagem aumentada, e eu prefiro algo que eu nao precise ficar ajustando meu ponto focal tao frequentemente. Eh como tentar compor sua cena olhando pra um cinema IMAX na sua frente.

Se você usa óculos, certifique-se de encontrar um modelo com ajuste de dioptria.

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O principal inconveniente ao fotografar com um visor externo é: você não tem o ajuste vertical como em uma câmera de vídeo, onde a ocular gira para cima e para baixo. Isto permite-lhe obter diferentes ângulos, e com um visor DSLR, você está bloqueado para filmar apenas num único nível. É por isso que esses visores podem ser desmontados rapidamente, mas se sua câmera nao oferecer uma tela de LCD articulada, conseguir planos muito altos ou muito baixos também pode ser um problema.

Quando você está pensando em monitor X visor, a decisao se resume ao tipo de projeto que voce esta planejando usar. Sua prioridade é filmar rapidamente? Use um visor externo. Precisa de mais controle para seu filme? Use um monitor externo

Há desvantagens em usar o visor externo, principalmente em planos baixos

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Monitores externos não são para qualquer um. Infelizmente eles são caros, e algumas limitações da Canon também atrapalham o uso dele. Durante a gravação na 5D,a resolução de saída cai para 480p, o que faz com que um monitor externo seja menos útil para a focagem. Esta mudança de resoluções também introduz uma série de problemas com o monitor trocando de resolucao; cada monitor é diferente, mas muitos monitores demoram alguns segundos para alternar entre os modos de resolucao, e ver essa troca acontecendo centenas de vezes por dia pode ser um exercício de frustração.

Monitores Externos

Quais monitores LCD eu posso conectar à minha DSLR?

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A 7D tem seus próprios problemas, bem como, e, presumivelmente, a T2i apresenta uma série de novos (e diferentes!) problemas. Apesar desses problemas, atualmente estou pensando em comprar o SmallHD DP-SLR, que com apenas 5.6 polegadas, é menor do que muitos monitores, mas grande o suficiente para monitorar o foco mais precisamente e ainda ser capaz de montá-lo em um equipamento portátil (com um braço articulado, o que permitirá mais ângulos). Tem uma resolução muito alta, um firmware atualizável, e deve funcionar muito bem para a maioria das situacoes

Outra recomendacao dos foruns é o Lilliput 669, que custa 230 dólares, uma ótima opção barata. Um monitor nessa faixa de preço não vai ter muitas opções de ajuste e não irá oferecer a reprodução de cores muito precisa, mas, novamente, se você gastou $ 800 em uma DSLR, então você provavelmente não quer gastar $ 1.000 ou mais em um monitor externo (alguns profissionais discordam). O Lilliput tem uma tela de 7 polegadas e resolucao de 800 x 480px.

Um monitor externo é caro, e as limitações da 5D desmotivam ainda mais a compra de um acessório como esse.

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Por US $ 800, o SmallHD DP1 é uma opcao muito popular, tem uma maior resolução de 1024 x 768, que é mais proximo da resolucao 720p. O consenso geral nos fóruns é que o SmallHD é o melhor monitor que se pode comprar na sua faixa de preço.

Há varios monitores mais caros de fabricantes como Marshall, Ikan, Manhattan, e Panasonic, mas para uso DSLR, a maioria deles foge do orcamento e necessidade da maioria dos cineastas.

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Quando estiver filmando com uma DSLR da Canon, uma das primeiras coisas que você deve fazer é mudar o estilo de imagem na câmera de “Standard/Padrao” para “Neutral/Neutro” e baixar o constraste o máximo possível; isso vai lhe dar uma imagem mais neutra, que dá mais flexibilidade depois na pós-producao.

Filmar com a configuração de fábrica “Neutro “é apenas o começo de otimizar sua câmera para o cinema. O próximo passo é começar a usar o software Picture Style Editor, que é uma das características mais importantes para os cineastas que usam câmeras Canon DSLR (usuários de câmeras Nikon têm um software similar,

Picture Style EditorComo posso ter melhor controle

sobre a minha imagem?

Primeira coisa: mude o estilo da sua câmera para modo Neutro e abaixe o contraste.

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o Picture Control Utility). O software permite que você faça uma grande variedade de ajustes na câmera: resposta de cor, curva de gama, etc - algo parecido quando antigamente tínhamos que escolher diferentes tipos de filme fotográfico. O software nao é muito amigavel, mas lhe garante a capacidade de implementar um fluxo de trabalho parecido com usar um formato RAW, e que bem usado permite obter uma imagem bastante plana, sem grandes contrastes, perfeita para se corrigir a cor posteriormente com mais tempo na sala de pós-producao. O fato é que muitos cineastas de guerrilha começaram a ter as opções CineGamma e outras configurações personalizadas de cor na DVX-100 em 2002, mas ninguém imaginaria que chegaríamos ao ponto de poder personalizar as curvas de gama e matrizes de cor como em câmeras DSLR hoje.

Muitos usuários simplesmente baixam os Picture Styles disponiveis na internet como Marvels, Superflat ou Extraflat; de modo geral, eles te dão uma imagem mais Neutra do que usar as opções que vem com a câmera. No entanto, cada câmera é diferente, e um usuário criar uma configuração otimizada para sua própria câmera não significa que sera o ideal para a outro.

Usar os estilos de imagem está se tornando mais controverso ultimamente,

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com muitos cineastas (incluido eu) percebendo algumas desvantagens de usar estilos extremamente sem contraste. Embora muitas vezes você ganha latitude e detalhes de sombra usando estilos personalizados, você também pode perder detalhes e introduzir mais ruído devido ao algorítmo de compressão H.264. Eu notei esses artefatos em pós-produção, ao utilizar os estilos Marvel e Superflat, e atualmente estou criando o meu proprio estilo adaptado para as características únicas da minha 5D .

Usuários também criaram estilos de imagem emulando filmes específicos, mas a maioria deles são provavelmente muito extremas para fotografar em condições normais

Se você está pensando em apenas tirar a câmera da caixa e sair filmando o mais rápido possível, apenas troque para a opção “Neutro” , diminua o Contraste o máximo possivel e deixe pra se preocupar com Estilos de imagem personalizados mais tarde.

Dependendo da cena, existe o perigo de perder detalhes ao usar estilos com pouco constraste.

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O nosso foco nesse guia é a produção de imagens, então as questões de pós-produção serão assunto para o nosso website cinematográfico.com.br

A questão agora é a transcodificação dos arquivos de sua câmera para um formato editável (os arquivos nativos da camera não são ideais para a edição) e de sincronização do audio (se você gravou separadamente).

Felizmente a Canon lançou seu próprio plugin para o Final Cut para facilitar a transcodificação, mas vamos ver também as soluções de armazenamento, as recomendações para transcodificação e outras soluções.

Pós Produção Eu acabei de fazer imagens

maravilhosas com a minha DSLR. E agora?

Os arquivos nativos da câmera não são facilmente editáveis.

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Nunca edite vídeo no mesmo disco rígido que você está executando o sistema operacional .

Isso se aplica a edição de vídeo em geral, não apenas filmes DSLR. Alguns conselhos serão óbvios para aqueles com alguma experiência em edição, então fique à vontade para pular esse capítulo se você é um deles.

Enquanto você pode salvar seus arquivos de programa na unidade principal, para os arquivos de vídeo você vai querer uma unidade separada (geralmente uma unidade externa).

Armazenagem (para Edição)

Como posso evitara perda de dados?

Agora todo cuidado é pouco. Um deslize e dias de trabalho podem ir para a lixeira.

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Algumas dicas na compra de uma unidade externa:

* Se possível, compre um gabinete de HDs que tenha um ventilador. O calor é assassino.

* Compre a interface mais rápida que o seu computador tiver (óbvio). Em ordem crescente de velocidade de portas, você deve usar HDs, USB 2.0, Firewire, Firewire 800, USB 3.0, Sata. Alguns HDs externos têm múltiplas interfaces, o que é uma coisa boa para a portabilidade entre máquinas.

* Se você for usar um gabinete de HDs, não use RAID 0, a menos que você faça backups diários.

* Prefira unidades 7200rpm em vez de 5400. Eles são consideravelmente mais velozes. (No entanto, eu não recomendaria unidades 10000 rpm, elas são muito mais caras do que os discos 7200RPM - sem ser proporcionalmente mais rápidos)

* Se você está filmando em 1080p, você vai precisar de muito espaço; 1TB é o mínimo para comecar.

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A primeira coisa que recomendamos é ter um leitor de cartões conectado ao seu computador, ao invés de usar o cabo USB conectado diretamente à sua câmera. Isso porque os leitores de cartão são consideravelmente mais rápidos para transferir os arquivos, e vai lhe economizar muito tempo.

Depois de copiar os arquivos para seu disco rígido, você pode descobrir que o seu computador não consegue reproduzir os arquivos sem problemas. Estes arquivos tem alta resolução e são muito compactados - e, enquanto a compressão diminui consideravelmente o tamanho deles, isso também significa que você precisa de um bom computador para decodificá-los em tempo real.

TranscodificarComo preparar meu

material para edição?

Um leitor de cartões é um acessório barato que economiza horas.

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De modo geral, as câmeras criam arquivos com a compressao H.264, que não sao adequados para a edição. Isso porque o tipo de compressão usada (interframes) torna muito lento o trabalho de avançar ou retroceder para um frame específico.

O melhor a fazer é transcodificar o material para um formato mais fácil e rápido de editar. Se você for utilizar o Final Cut Pro, o plugin Canon’s EOS Movie Plugin, gratuito, adiciona funções que facilitam a conversão dos arquivos. Eu uso o formato ProRes, que permite a edição em tempo real mesmo no meu laptop comprado 4 anos atras.

Se voce for editar no PC, minhas recomendacoes vão para o Adobe Premiere CS6 ou Vegas, mas existem várias outras boas opções. O formato que acho mais adequado para editar no PC é o Cineform, que permite editar em tempo real, mesmo em maquinas mais antigas e você pode baixar a versão gratuita do Cineform no site da GoPro www.gopro.com.

Se você tem um computador mais bacana, como um com processador i5 ou i7, vai ser capaz de editar sem ter que transcodificar pelo menos duas trilhas de vídeo. Mas trabalhando com mais linhas de vídeo simultâneas vai ficar mais difícil e aí você vai saber que está na hora de transcodificar o vídeo.

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Se você estiver gravando com um gravador de som externo, você terá que sincronizar esse áudio com os arquivos de vídeo da câmera.

No passado, a famosa claquete do cinema, ou mesmo manualmente sincronizar baseando-se no desenho da onda (waveform) eram a regra, mas hoje um software chamado Pluraleyes faz isso automaticamente. Ele sincroniza o áudio do gravador externo com o áudio em baixa qualidade gravado pela câmera de vídeo, e assim automaticamente você terá um áudio de alta qualidade sincronizado perfeitamente com o vídeo.

Sincronia de Áudio

Como fazer o áudio sincronizar perfeitamente com o vídeo?

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O Pluraleyes está atualmente disponível para FCP, Vegas e Premiere Pro. Existe um outro concorrente chamado WooWave, que custa metade do preço e apesar de nao termos ainda testado ele, as recomendações são boas.

Se você não tiver uma grande quantidade de material, existe sempre a opção de fazer manualmente, mas lógico, toma bastante tempo e pode ser cansativo.

Sincronizar manualmente é uma opção apenas se você tiver pouco material.

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Graças ao aumento da sensibilidade dos enormes sensores CMOS nas DSLRs, muitos diretores de fotografia agora estão se acostumando a fotografar com a luz disponível, mesmo à noite, onde antigamente seria impossível de obter uma boa imagem. Cada vez mais vemos demonstrações das capacidades de filmar com pouca luz dessas camera, tanto que algumas pessoas acreditam que suas cameras podem ver no escuro. E enquanto com as DSLRs a qualidade e sensibilidade dos sensores melhora a cada geração, ainda assim dependendo da situação o ruído na imagem se torna inevitável.

Redução de Ruído

Qual é a melhor maneira de se livrar do ruído da imagem?

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Numa grande produção profissional, cada cena é iluminada individualmente, com uma quantidade enorme de luzes e refletores disponíveis. Mas a realidade da cinematografia DSLR é bem diferente, o orçamento raramente permite isso.

As vezes a necessidade impede que tenhamos uma boa quantidade de luz na cena, e pra isso temos de elevar a ISO pra conseguir uma imagem clara. Lembre-se que a ISO alta deve ser evitado sempre que possível, pois ele deixa as cores menos vibrantes, a imagem com menos nitidez e traz ruído ao vídeo. Mas se a única opção disponível pra filmar uma cena com pouca luz for elevar o ISO, um bom redutor de ruido na edição pode salvar o dia.

Meu aplicativo favorito de redução de ruído é o Neat Video. É um plug-in incrivelmente flexível, disponível para o Final Cut, After Effects, Premiere Pro, Vegas, e vários outros. A versão Pro (a versao Home é restrita a resoluções SD) custa $ 99. Independentemente disso, o bom uso do Neat Video pode ajudar em muitas cenas, não só removendo o ruído mas também é possível ganhar um pouco de nitidez perdido pelo alto ISO.

Uma outra boa opção é utilizar o redutor de ruído do próprio After Effects, que

Se o única opção pra filmar uma cena com pouca luz for elevar o ISO, o redutor de ruido pode salvar o dia.

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também dá bons resultados, apesar de ser um pouco lento.

A eficácia de Neat Video pode ser mais facilmente percebido em movimento, então aqui temos alguns exemplos do que é possivel.

Só tome cuidado para não exagerar, já que a redução de ruído em excesso pode resultar em uma imagem sem textura, como um desenho animado. É sempre preferível manter um pouco de ruído na imagem, e assim manter também mais texturas e detalhes do que remover 100% do ruído e deixar a imagem muito artificial.

Redução de ruído em excesso pode resultar em uma imagem que parece desenho animado.

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A correção de cores é comumente um termo que eu considero incompleto, pois mais do que corrigir as cores, o que estamos fazendo é criativamente criando um visual para o filme que acentua e ajuda a transmitir emoções de modo imperceptível para o espectador.

A correção de cor é outro assunto à parte, bastante extenso que eu nao entrarei em detalhes aqui. De todo modo, minha recomendacao é começar a entender como funciona o Three-Way color correction, que é um recurso disponível na maioria dos softwares de edicao (FCP, Vegas, Premiere, Avid, Edius). Outro plugin que eu particularmente gosto é o Magic Bullet Looks e Magic Bullet Colorista, pois

Correção de Cor

Como posso corrigir as cores do meu filme?

A linha entre o cineasta e o colorista é cada vez mais tenue

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tem uma boa interface e vários padrões pré-definidos de cor que podem ajudar o usuário iniciante.

Não tenha dúvidas, uma imagem com uma pequena profundidade de campo, um bom enquadramento e uma correção de cor bem executada será com certeza incrível e as pessoas irão duvidar de como foi possível criar algo tão bem feito com um orçamento tão baixo.

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Bem vindo ao último capítulo, e ao contrário da maioria dos livros que os autores se despedem dos leitores, nós faremos ao contrário. Ficou com dúvida de algo? Quer mais dicas de como escolher seu equipamento ou usar algum software específico? Entre agora na www.cinematografico.com.br, pois estamos trabalhando lá todos os dias para criar o melhor conteúdo brasileiro sobre produção e pós-produção de vídeo e cinema. Se quiser escrever se gostou ou odiou o livro, ou sugerir algo que gostaria de ver na próxima versão, ou apenas falar um Oi!, deixe seu comentário na página cinematográfico.com.br/guiadslr.

Botando a Mão na massa

E agora? Quais são os próximos passos?

Ficou alguma dúvida? Já aproveita e manda um email pra gente agora!

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Além disso, esse último capítulo significa que sua jornada criativa começa agora! Pegue sua câmera e saia filmando, mostre sua criatividade e visão. Com certeza muita gente está ansiosa para ver suas produções!

Se inspire nas coisas que você gosta e pessoas que admira: por exemplo, escolha um tema:

* esportes

* música

* viagens e passeios

* dança

* fotografia

* comidas

* quaisquer tipos de arte!

Aposto que você conhece alguém muito talentoso em qualquer uma dessas categorias: de repente um amigo que tem uma banda e gostaria de ter um videoclipe? ou alguém que pratica esportes radicais? Tudo sempre tem um bom motivo pra ser filmado e documentado.

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Além disso, a regra principal é se divertir: o que vale é a estrada, não o destino final. Apesar de ser muito gratificando concluir qualquer projeto, filmar sempre é muito divertido, onde descobertas são feitas a cada minuto. Encontrar o melhor enquadramento, cenários e luzes, tudo isso é muito gratificante nesse processo.

E como diz o enigma budista, “Qual o som de uma árvore quando ela cai na floresta e não tem ninguém para ouvir?”. A resposta óbvia, é que a árvore faz sim barulho. Mas isso não importa se ninguém ouvir. Do mesmo jeito para nós é interessante ver um livro finalizado, mas o que queremos é ouvir o barulho da árvore caindo, queremos que as pessoas que leram o livro tomem uma atitude, peguem suas câmeras e saiam filmando por aí, produzindo seu conteúdo, espalhando conhecimento, e idéias... Esse é um barulho que queremos ouvir!

Queremos que este livro e a informação que compartilhamos cheguem ao máximo possível de pessoas. Se este livro te inspirou e acha que seus amigos também podem gostar disso, simplesmente mande o nosso endereço www.cinematografico.com.br/guiadslr para que eles baixem a última versão.

Nos vemos no cinematografico.com.br!

Divirta-se! É a regra mais importante de todo esse guia!