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SOBRE O AUTOR

“A Sétima Arte em Manaus” é uma versão revisada, atualizada e ampliadado capítulo sobre cinemas que,originalmente, faz parte do livro“Manaus, entre o passado e opresente”, também de autoria doempresário, publicitário e pesquisadorDurango Martins Duarte lançadoem 2009. Ele traz a história do cinemana capital amazonense, desde as primeirassalas criadas no final do século XIX,passando pelas chegadas das empresase das grandes redes, até os festivaisrealizados na cidade.Esta é a 10ª obra lançadapor Durango Duarte ea primeira a ser produzidaexclusivamente emformato digital.

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Copyright Durango Duarte, 2017.1ª Edição, 2017 – Ed. DDC Comunicações LTDA

EDITORADDC Comunicações LTDA

CAPA E PROJETO GRÁFICOAnderson Merces

PESQUISA Liliane MaiaMarlucia BentesMartha Macbeth RochaViviane Tavares

REVISÃOKleber PaivaLúcio Bezerra

NORMATIZAÇÃOLeiriane Leal

2017DDC Comunicações LTDARua Professor Castelo Branco, Conj. Jardim Yolanda, Qd.2 nº6Parque 10 de Novembro - Cep: 69.055-090Tel: (92) 98428-9186Manaus – Am.

D 812s. Duarte, Durango Martins.

A Sétima Arte em Manaus. Durango Martins Duarte. 1. ed. Manaus: DDC Comunicações Ltda, 2017.

87p.; il.

ISBN: 978-85-69224-02-0

1. Brasil - História - Cinema - Manaus (Cidade). 2. Título.

CDD: 791.409 (81)

CDU: 791.409 (811).

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Durango Duarte

A Sétima Arte em Manaus

1ª edição

Manaus 2017

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ………………................………………... 15

CINEMAS ……………………..........................……………... 16

Julieta, Alcazar e Guarany ……………………….........……... 18Avenida ...............................……………..................................... 21Polytheama ....……......………………………………………. 22Odeon …………….........…………………………………….. 25Éden e Veneza ………………………......………………….... 26Recreio Amazonense ….....………………………………….. 29Alhambra ….....……………………………………………… 30Equitativa ….....……………………………………………… 31Rio Branco ….....…………………………………………….. 32Olympia …......……………………………………………….. 33Rio Negro …….........………………………………………… 33Popular e Cine Pop ...................................................................... 33Cinema Natureza ......................................................................... 34Ideal Cine e Cine Ideal ................................................................ 34Cine Glória ................................................................................... 35Cinema Íris ................................................................................... 36Cine Amazonas ............................................................................ 36Cine Paroquial .............................................................................. 37Cine Operário .............................................................................. 37Cine-Teatro Rio Negro ................................................................ 37Cine Constantinópolis/Rex ........................................................ 37Cine Vitória .................................................................................. 38Salão Nazaré ................................................................................. 39Ipiranga ......................................................................................... 39Cine Palace ................................................................................... 40Auto-cine Marrocos .................................................................... 40Studio Center ............................................................................... 41Cinema 2 ....................................................................................... 41Cine Chaplin ................................................................................ 42Cinema Novo ............................................................................... 43Cine Oscarito ............................................................................... 43

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Cine Grande Otelo ...................................................................... 43Cine Carmem Miranda ............................................................... 43Cine Qva Non .............................................................................. 44Cine Cantinflas ............................................................................ 45Cine Renato Aragão .................................................................... 45Cinemas Amazonas ..................................................................... 46Cine & Vídeo Tarumã ................................................................. 47Cinemas do Shopping Grande Circular ................................... 47Cinemark ...................................................................................... 48Cine Première .............................................................................. 48Cinemais ....................................................................................... 48Playarte Cinemas ......................................................................... 49UCI Cinemas ................................................................................ 49Cine Araújo .................................................................................. 49Cine Casarão ................................................................................ 50

FESTIVAIS ................................................................................... 52

Festival de Cinema Amador do Amazonas .............................. 53Festival de Cinema da Labre ...................................................... 54Festival Norte de Cinema Brasileiro ......................................... 54Festival de Cinema de Horror .................................................... 55Festival de Cinema Columbia Pictures ..................................... 55 Amazonas Film Festival .............................................................. 55Festival Um Amazonas ............................................................... 58Festival Amazonas Filmes Curta Brasil .................................... 60Festival de Cinema do Amazonas Curta 4 ............................... 60

MOSTRAS ................................................................................... 62

Mostra Amazônica de Filme Etnográfico ................................. 63Mostra Cinema Além da Imagem ............................................. 64Mostra de Cinema Amazonense ................................................ 64

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CINECLUBES ............................................................................. 66

Cine Manáos ................................................................................. 67Cineclube do Sesc Senac ............................................................. 67Grupo de Estudos Cinematográficos – GEC ........................... 68Cineclube da Fundação Cultural do Amazonas – FCA ......... 69Cineclube Humberto Mauro ...................................................... 69Cineclube Silvino Santos ............................................................ 72Cineclube Tarumã ....................................................................... 73Cineclube do CAUA .................................................................... 74Cineclube Tudo Muda após o Play ............................................ 75Cineclube Canoa .......................................................................... 76Cineclube da Aliança Francesa .................................................. 76Cineclube Casarão ....................................................................... 76Cineclube Baré ............................................................................. 77Box Humberto Mauro ................................................................. 79Box José Pereira Gaspar .............................................................. 81Box Silvino Santos ....................................................................... 83

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................... 87

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AGRADECIMENTOS

Escrever as memórias sobre qualquer aspecto da nossa cidade e do nosso estado sempre foi uma paixão para mim. E logicamente que trabalhar com história não é fácil, muito menos tarefa para um único herói. Há sempre a colaboração de várias pessoas para a concretização de um projeto literário como este, seja nos enriquecendo com dados, com informações e/ou com imagens.

No caso deste livro sobre o cinema no Amazonas - mais especificamente, sobre as salas de exibição que existiram no passado e as que funcionam nos dias de hoje -, agradeço a todos que me ajudaram, sem distinção, e estendo esse reconhecimento aos personagens que atuaram direta e indiretamente na introdução e longevidade da sétima arte na vida dos amazonenses, especialmente na dos manauaras.

Dos proprietários de salas aos funcionários que trabalhavam nos bastidores dos cinemas, passando pelos profissionais que atuaram e que atuam na produção cinematográfica local, fica minha homenagem e reconhecimento nesta obra que comemora o que podemos chamar de 120 anos do cinema no Amazonas, desde a primeira exibição do cinematógrafo em nosso templo das artes, em 1897.

Minhas congratulações a todos os cinéfilos da nossa terra.

Durango Duarte

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APRESENTAÇÃO

O Cinema é classificado como a “sétima arte” porque é uma arte síntese, que aproveita elementos das outras seis, assim ordenadas: Arquitetura, Escultura, Pintura, Música, Dança e Poesia, conforme a teoria das artes, do italiano Ricciotto Canudo.

É inquestionável a escassez bibliográfica sobre a “sétima arte” em Manaus. Que o digam estudantes, professores, pesquisadores, curiosos e, em especial, os cinéfilos confessos daqui.

Só por isso esta obra já se trajaria de relevância. Mas o autor foi além, não só viajou aos primórdios, desde o seu marco inicial com a invenção do cinematógrafo, as primeiras exibições ocorridas em Paris, no Rio de Janeiro e em Manaus, todas no último decênio do século XIX, como também cuidou de resgatar informações preciosas sobre os festivais de cinema, as mostras e os cineclubes.

Temas palpitantes me desafiam, eu precisava saber como era antes do cinematógrafo. Ao pesquisar encontrei, publicado no site do CPCB (Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro), o artigo “O Cinema na Amazônia & a Amazônia no Cinema”, dos professores Selda Vale da Costa e Antônio José da Costa. O texto cita os ancestrais do cinematógrafo - cosmorama, polyorama e vitascope - aparelhos que projetavam imagens sem movimento, “vistas” apresentadas ao público tanto em estabelecimentos comerciais como residenciais de Manaus. Não, não era cinema.

Nesta obra o leitor conhecerá o pioneirismo do Casino-Theatro Julieta; as fases do Cine Avenida; os cines Polytheama; o primeiro drive-in do Amazonas; todos os cinemas que tiveram duradouras ou efêmeras existências e os que ainda estão em atividade. Dados e datas abundam, nomes e fatos novos transbordam. Informações conferidas com desvelo e obtidas em fontes diversas, mormente o que noticiaram os periódicos de Manaus, um indiscutível trabalho aprofundado de pesquisa.

O autor teve o cuidado, ainda, de homenagear, legítima e louvavelmente, o pioneiro do cinema documentário na Amazônia, Silvino Simões dos Santos e Silva.

Por fim, “A Sétima Arte em Manaus” é mais um livro necessário, a décima arte de seu autor, Durango Martins Duarte.

Lúcio Bezerra

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Apesar de ter surgido no final do século XIX, o cinema tem se caracterizado como uma arte típica do século XX. Também conhecido como a sétima arte, seu marco inicial foi com a invenção do cinematógrafo, aparelho que projetava fotografias, criado pelos irmãos franceses Auguste e Louis Lumière.

A primeira exibição nesse equipamento ocorreu no dia 28 de dezembro de 1895, no Salão Indiano, situado no subsolo do Grand Café, em Paris. Por um franco, pouco mais de trinta pessoas pagaram ingresso para assistir à sessão inaugural, em que foram mostrados dez filmes de dois minutos de duração.

Nos grandes centros urbanos e países industrializados, como Inglaterra, França e Estados Unidos da América, as sessões ocorriam em casas de espetáculos de variedades, chamadas de music-halls pelos ingleses, de café-concerts pelos franceses e de vaudevilles ou smoking concerts pelos norte-americanos.

Já nas zonas suburbanas ou rurais, nas pequenas cidades do interior e nos países economicamente atrasados, os filmes eram apresentados nos intervalos de apresentações ao vivo em circos, feiras ou em carroças, condição que se manteria ao menos até a década de 1960.

Aqui no Brasil, a primeira projeção de cinema ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, em 8 de julho de 1896. No ano seguinte, a então capital federal recebeu a primeira sala de projeção cinematográfica do País, no Salão de Novidades Paris, situado na rua do Ouvidor, de propriedade do italiano Paschoal Segreto e do pernambucano José Roberto Cunha Sales.

Em Manaus, o primeiro contato da Cidade Sorriso com a sétima arte aconteceu em 11 de abril de 1897, com o funcionamento do cinematógrafo no Teatro Amazonas. Nessa apresentação, o equipamento apresentou problemas técnicos, um fato que se repetiria em outras exibições na cidade.

Mesmo com essas falhas de funcionamento, a novidade provocou o surgimento de exibições em vários espaços, como hotéis, confeitarias, botequins, praças, cafés e, até mesmo, em navios. Em alguns desses lugares, as apresentações aconteciam apenas em um dia, em geral, em datas comemorativas.

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julieta, alcazar e guarany

Em 1904, um jornal local publicou os croquis da fachada principal e da planta interna do que viria ser o Casino Theatro Julieta, porém, somente três anos depois este seria efetivamente inaugurado. Em 25 de maio de 1907, ocorreu a primeira exibição cinematográfica. O filme foi projetado pelo opulento cinematógrafo falante, sob a responsabilidade do Sr. E. Hervet. O espaço, entretanto, somente viria a se tornar uma sala de cinema propriamente a partir de agosto daquele ano. Até então, os filmes dividiam espaço na programação com os divertissements – números teatrais, musicais ou de humor. A projeção de filmes ganhou mais espaço na programação em razão do descontentamento do público com os cancionistas.

Fachada principal do Cassino Julieta.In: Jornal do Commercio, de 27.12.1904.

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A casa de espetáculos era, ao mesmo tempo, casino, teatro e cinema, possuía 223 cadeiras, 24 frisas de 4 e 6 lugares, 27 camarotes de 4, 5 e 6 lugares. O camarote destinado ao governador teve a sua ornamentação executada em Paris nos grandes armazéns da Place de Clichy. O Casino-Theatro funcionava na rua Municipal, hoje, avenida Sete de Setembro. Sua entrada principal ficava de frente para a Praça da Constituição, atual Heliodoro Balbi. A denominação Julieta foi uma homenagem à filha do engenheiro Lauro Baptista Bittencourt, dono do estabelecimento e o arquiteto responsável pela construção do prédio.

Em 11 de fevereiro de 1909, é anunciada a chegada do novo cinematógrafo Gaumont, um dos mais modernos para a época, trazido de Paris pelo Sr. Carlos Alberto Toscano. O aparelho foi utilizado pelo Theatro Julieta até 1910.

Em 04 de março de 1909, a Empresa Cinematographica Lusa Amazonense, de propriedade de A. Rodrigues & C., aparece nos jornais locais como a responsável pela exibição de filmes naquela casa.

Esse cinema deixou de aparecer nos periódicos locais a partir de fevereiro de 1912, quando mudou de nomenclatura.

Vista da fachada do então Cine-Theatro Alcazar.In: Jornal A Crítica, de 29.11.1999.

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Em 17 de fevereiro de 1912, ainda sob a gerência da Empresa Luso Amazonense, essa sala reabre - após alguns reparos em sua estrutura - com o nome de Cinema-Theatro Alcazar.

O Alcazar teve ainda mais dois locatários nos anos seguintes: a Empresa J. Fontenelle & Cia., de Raymundo Fontenelle, que por alguns anos exibiu suas películas naquele espaço, e a Empresa de Diversões Amazônia Ltda. Com essa denominação, o Alcazar deixa de ser mencionado nos jornais em 1938.

Em 6 de agosto de 1938, o prédio é inaugurado como Cine- Theatro Guarany e arrendado para a Empresa Cinema Avenida Ltda., de propriedade dos Srs. Aurélio Antunes, Adriano Bernardino Filho e Antônio Relvas, sendo seu gerente, o Sr. Vasco José de Faria. Em 1942, a firma passou a se intitular Empresa A. Bernardino, sendo o filme de estreia A Carga da Brigada Ligeira.

Sua venda foi anunciada em maio de 1983; e sua última projeção de filmes aconteceu no dia 31 de agosto de 1984. Nesse dia foram exibidos, em sessão dupla, os filmes: Táxi para Senhoras chame 6969 e Pioneira do Sexo no Campo de Concentração Nazista.

Vista da fachada do Cinema Guarany.In: Jornal A Noticia, de 28.05.1983.

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A notícia da demolição do prédio onde funcionou foi seguida de protestos de artistas da área teatral, cineclubistas, cineastas, críticos de arte, jornalistas e antigos frequentadores. Esse grupo solicitou ao governo estadual – por meio de abaixo-assinado, cartas e matérias em jornais – que intercedesse pelo tombamento do imóvel e o transformasse em um espaço cultural. No entanto, essa iniciativa não vingou e a demolição do prédio deu-se entre os dias 24 de setembro e 8 de outubro de 1984.

avenida

Em toda sua história o Cinema Avenida passou por três fases, mas sempre na avenida Eduardo Ribeiro. Na primeira, foi inaugurado em 28 de novembro de 1909, tendo desaparecido dos jornais em dezembro do mesmo ano. Funcionava em um prédio ao lado do Canto das Novidades.

Depois, em 20 de outubro de 1912, a Empresa J. Moraes & Cia. abriu um outro cinema com a mesma denominação, ao lado do Restaurant Français. No dia de sua estreia foram apresentadas seis comédias, entre elas A Lavandeira Elétrica e Totó no Carnaval da Moca. Esse Cinema Avenida desaparece dos anúncios no início do ano seguinte.

Em sua última fase é inaugurado em 27 de março de 1936, pela firma Cinema Avenida Ltda., de Antônio Lamarão e sob a gerência de Aurélio Antunes. Funcionava no prédio da Manaus Arte – loja de equipamentos cinematográficos e fotográficos da firma J. G. Araújo. Sua capacidade era de 642 lugares e seu filme de estreia foi Voando para o Rio.

Com a saída de Antônio Lamarão da sociedade, em seu lugar entra Adriano Bernardino e a empresa passa a se intitular A. Bernardino e Cia. Ltda. Em 04 de dezembro de 1947, a empresa assina a renovação de contrato de arrendamento do prédio onde funcionava o Cinema Avenida.

Em 1953, substituindo o até então absoluto formato 1.37:1., a empresa de Adriano Bernardino inaugura, no Cine Avenida, o CinemaScope, tecnologia de filmagem e projeção que fazia uso de lentes anamórficas, criada naquele mesmo ano pelo presidente

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da Twentieth Century. Era o início do formato moderno tanto para a filmagem quanto para a exibição de filmes. Essa tecnologia permitiu que o processo criasse uma imagem quase duas vezes mais larga.

O Cinema Avenida permaneceu ativo até 2 de julho de 1973, depois, o imóvel foi vendido para o Grupo Benchimol.

Fachada principal do Cinema Avenida, na década de 1930.Acervo: Joaquim Marinho.

polytheama

Existiram dois estabelecimentos com a denominação Polytheama. Um deles foi uma casa de diversões com corridas no carrossel e botequim, inaugurada em 19 de agosto de 1899, na esquina da avenida Eduardo Ribeiro com a rua Henrique Martins. Seus proprietários eram Bello & Dias. As projeções de filmes nesse local iniciaram somente em outubro de 1900.

Em janeiro de 1906, foi transferido para outro ponto da avenida Eduardo Ribeiro, esquina com a rua 24 de Maio, sendo agora seu proprietário o Sr. Morris Blondin. Nesse novo endereço, recebeu a denominação de Theatro Polytheama e ali funcionou até janeiro de 1907.

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Cinco anos mais tarde, em 14 de julho de 1912, o amazonense Raymundo Fontenelle da Silva, dono da Empresa J. Fontenelle & Cia, inaugurou como sala propriamente para exibição, o Cine-Theatro Polytheama - que não tinha relação alguma com o anterior, a não ser o nome. Funcionava na esquina da rua Municipal com a avenida 13 de Maio, respectivamente, as atuais avenidas Sete de Setembro e Getúlio Vargas. Sua capacidade de lotação era de 1.500 lugares.

Esquinas das atuais avenidas Sete de Setembro e Getúlio Vargas, com vista da fachada do Cine Polytheama, à direita. Cartão-postal Livraria Acadêmica.

Foto: G. Huebner & Amaral. Acervo: Joaquim Marinho.

Em 1959, agora com a grafia alterada para Politeama e de propriedade da empresa J. Fontenelle & Cia, tendo à frente o Dr. Alberto Carreira e gerente o Sr. Antônio Barata Alves, esse cinema, por seis meses, passou por uma reforma completa e sua capacidade foi reduzida para 1.200 lugares. A sala reabriu em 1º de agosto desse mesmo ano, com maquinário de projeção moderno e automático, novo sistema sonoro e iluminação indireta. O filme exibido na reestreia foi Guerra e Paz, que contou com a presença dos representantes, no Brasil, da Paramount e da Metro Goldwyn-Mayer.

Em 1973, o contrato de arrendamento que se encerraria em 1978, entre o Dr. Alberto Carreira da Silva e a empresa

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São Luiz, foi rescindido e o Politeama cedeu lugar a uma rede de eletrodomésticos. Em seguida, foi uma agência bancária, depois, uma empresa de câmbio e turismo e, atualmente, a loja de departamentos Americanas. De sua arquitetura original, hoje resta-lhe apenas o frontão, ornado com uma lira e duas sereias.

Fachada do Cine Polytheama.Acervo A Crítica.

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odeon

No dia 21 de fevereiro de 1913, a empresa Moreira Lages & Cia. inaugurou o Cinema Odeon, na avenida Eduardo Ribeiro, esquina com a rua Saldanha Marinho. A firma Teixeira Martins e Cia. foi a responsável pela exibição dos primeiros filmes. O primeiro a ser exibido foi Os Filhos do General. Sua capacidade de lotação era de 380 lugares, com possibilidade de comportar até 500 espectadores. O Cine Odeon foi o único espaço, à época, que oferecia somente filmes e, por isso, foi construído sem palco.

Esse cinema funcionava ao lado da Casa de Schopps – de propriedade do industrial Maximino de Miranda Corrêa –, onde era produzida a cerveja XPTO. Em 1914, Corrêa comprou o cinema, reformou-o e reinaugurou-o em 3 de maio. No fim desse ano, arrendou a sala para a empresa J. Fontenelle & Cia. No dia 22 de maio de 1937, depois de algumas reformas, a empresa Fontenelle reabre o Cinema Odeon. O filme de estreia foi “Dr. Gogol (o médico louco) ”. Seis anos depois, em 1943, a empresa comprou o Odeon e a Casa de Schopps.

Em 30 de janeiro de 1952, essa sala foi fechada. Depois de passar por uma grande reforma, com significativas alterações em suas características arquitetônicas, tornou-se a primeira sala exibidora da cidade a possuir sistema de ar-condicionado. A reinauguração aconteceu no dia 14 de agosto de 1953, com a exibição do filme Ivanhoé, o Vingador do Rei.

O Grupo Severiano Ribeiro – Empresa de Cinemas São Luiz – em 1963, arrendou esse cinema por dez anos. Em 1969, o Odeon foi sede do 1º Festival Norte de Cinema Brasileiro, realizado em comemoração ao aniversário de 300 anos de Manaus.

Em 1972, houve um princípio de incêndio no cinema, quando uma das cortinas pegou fogo. Uma ponta de cigarro teria sido a causadora do acidente, mas os bombeiros chegaram a tempo e evitaram uma tragédia.

No ano seguinte, em 18 de janeiro de 1973, o cine Odeon, prédio de propriedade de Alberto Carreira da Silva, foi vendido por Cr$ 6 milhões. Em 22 de junho do mesmo ano, a sala encerrou suas atividades, sendo A Mancha do

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Passado seu último filme em cartaz. A Construtora Adolpho Lindenberg o demoliu para a construção do edifício Manaus Shopping Center.

Fachada do Cine Odeon.In: Jornal do Commercio, de 16.05.1973.

eden e veneza

Inaugurado em 23 de novembro de 1946, na rua Jonathas Pedrosa, n. 166/170, Centro, ao lado da casa do cineasta Silvino Santos, o Cine Éden possuía capacidade para mil lugares. O primeiro filme exibido nessa sala foi o musical Brazil, produção norte-americana dirigida por Robert North e musicada por Ary Barroso. Inicialmente, era de propriedade da Empresa Cine Éden Ltda., de Aníbal Augusto Batista e Oscar Antunes Ramos. Em 07 de julho de 1948, foi comprado pela Empresa J. Fontenelle & Cia. Em 1957, a Empresa Fontenelle Ltda fecha o cinema por uns dias para diversos reparos, entre eles, a instalação de um gerador elétrico, tela de 14 metros e adaptação de lentes para CinemaScope, Vista Vision e Panorâmica. Funcionou como Éden até 30 de junho de 1973.

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Três meses depois, a Empresa A. Bernardino & Cia. Ltda./ Grupo Daou comprou o prédio e o reformou em seguida. Em 22 de março de 1974, a imprensa divulgou o resultado do concurso cultural promovido para escolha do novo nome para o cinema. Em 10 de abril de 1974, a sala reabre como Cine Veneza, exibindo o filme O Destino do Poseidon. Possuía seiscentos lugares e permaneceu com esse nome até 3 de março de 1984.

Vista do Cine Éden com sua fachada original. À esquerda, a residência do cineasta Silvino Santos. Década de 50. Foto: Coleção Silvino Santos.

Sob a administração da Empresa Cinemas de Arte Ltda. – de Joaquim Marinho e Antônio Gavinho –, que o adquiriu em 21 de fevereiro de 1984, o cine foi reinaugurado em 10 de março de 1984, com a denominação Cine Novo Veneza. Em sua estreia, foi exibido o filme Águia na Cabeça. Encerrou suas atividades em 30 de março de 1985. Em agosto do mesmo ano, o empresário Cassiano Anunciação, fechou a compra do prédio do Cine Veneza.

Dois anos mais tarde, em outubro de 1987, o empresário Dahilton Cabral adquiriu o prédio e deu início a reformas no edifício. A reinauguração do cinema ocorreu quase dois anos depois, em 21 de junho de 1989, com o nome Cine Teatro Guarany, uma homenagem ao antigo Cine Guarany, demolido em 1984. O filme exibido em sua abertura foi Princesa Xuxa e Os Trapalhões.

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A ideia de Dahilton Cabral era levar ao público sessões de cinema com lançamentos de filmes inéditos, além de apresentações teatrais. O Cine Teatro Guarany apareceu em anúncios de jornais até novembro de 1990.

Cine Veneza, com a fachada principal modificada. Década de 70.Acervo: Jornal do Commercio.

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ATÉ A DÉCADA DE 1920

A inauguração do Casino Julieta, em 21 de maio de 1907, incentivou o surgimento de mais espaços específicos para cinema, como a casa de diversões Salão Amazonas, que começou suas atividades em 23 de junho de 1908. Funcionou por sete meses no antigo prédio do Hotel América, localizado na rua Governador Vitório, Centro, próximo à estação dos bondes.

recreio amazonense

O Recreio Amazonense, da empresa Botelho & Mendes, foi inaugurado em 6 de março de 1909, na rua Municipal, n. 155, atual avenida Sete de Setembro, Centro. Eram seus proprietários os Srs. Mendes, Crespo, José, Botelho e Ivo. Suas sessões aconteciam ao ar livre. Em 16 de junho, passou a funcionar em um arraial realizado próximo à Capela de Santo Antônio do Pobre Diabo, na hoje extinta Praça Floriano Peixoto, no bairro Cachoeirinha. Deixou de ser citado nos jornais em setembro de 1909.

Em 1918, outro espaço de mesmo nome funcionava no antigo Jardim da Adega Portuguesa, também na rua Municipal. Era um botequim de propriedade da firma Rodrigues Dias & Cia. O Recreio Amazonense não exibia filmes, porém, oferecia aos seus frequentadores, variado espetáculo, festa dançante, festivais, músicas, bebidas finas e manjares.

Nota publicada no dia seguinte à inauguração.In: Jornal Amazonas, de 07.03.1909.

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alhambra

O Teatro Cinema Alhambra, localizado na avenida Eduardo Ribeiro, Centro, próximo ao Palácio da Justiça, abriu suas portas em 17 de dezembro de 1909. Pertenceu às empresas Paul Bonneterre & Frères e Roussel & Cia. Em janeiro de 1913, o teatro Alhambra apresentou um espetáculo inusitado, incomum para casas exibidoras de películas, lutas de boxes entre profissionais: o campeão francês peso médio, D’Agine, o campeão belga, Paquiline, e dois campeões balcânicos. Foi mencionado pela última vez nos jornais em março de 1913. No dia 09 de junho de 1914, ocorreu o leilão do mobiliário e máquinas que pertenceram a esta casa.

Anúncio do Cinema Alhambra.In: Jornal Folha do Amazonas, de 02.11.1912.

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equitativa

O Cinema Equitativa pertencia à Empresa de Seguros Equitativa do Brasil e foi inaugurado no dia 23 de julho de 1910. Seu gerente era o Sr. M. Latache. Situava-se na rua Municipal n.48, hoje avenida Sete de Setembro. Foi mencionado pela última vez no jornal em agosto de 1911.

Fachada principal do Cinema Equitativa.In: Indicador Illustrado do Estado do Amazonas - 1910, [s. n.].

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rio branco

O Cinema Rio Branco localizava-se na rua Barroso, no bairro Centro, no prédio onde funcionou a Repartição dos Correios. Foi inaugurado em 12 de março de 1912 e exibiu em sua estreia cinco filmes, Nick Winter e o Roubo de Joconda, Superduto, Viagem a Bardo do dirigível Astra, Os cinco vagabundos e Little Moritz. O sr. Eduardo Simas era o proprietário e o único concessionário em Manaus, autorizado a exibir em seu cinema os filmes Pathé. Permaneceu aberto entre março e outubro de 1912, quando foi a leilão.

Na década seguinte, em março de 1928, a firma Weytingh & Cia., de Antônio Hermano Weytingh, abriu um cinema naquela mesma rua, nº11-A, também denominado Rio Branco. Seus filmes de estreia foram: O joguete do destino, Sacrifícios de feiticeira e A quinta avenida. Desapareceu em menos de seis meses.

Vista lateral da fachada do Cine Rio Branco.In: Álbum do Amazonas 1901-1902.

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olympia

O Cinema Olympia, de propriedade da empresa Newton & Cia, foi inaugurado em 20 de julho de 1912, na esquina da avenida Eduardo Ribeiro com a rua Quintino Bocaiúva, no Centro. Funcionou apenas algumas semanas, o último registro de sessões cinematográficas ocorreu nos jornais de 15 de agosto.

rio negro

O Cinema Rio Negro, de J. Couto, inaugurou em 1º de agosto de 1912, tendo encerrado suas atividades no fim desse mesmo mês. Funcionava na rua Joaquim Sarmento, n. 16, Centro. Os filmes apresentados em sua estreia foram: Amor de Marujo e Guarda Caça. O filme O Contrabandista do Ópio chegou a ser anunciado algumas vezes nos jornais, mas não chegou a ser exibido.

popular e cine pop

O primeiro Cinema Popular iniciou suas atividades em 1º de janeiro de 1920, na avenida Joaquim Nabuco, n. 157, Centro. Pertencente a Álvaro do Rego Barros, deixou de ser mencionado pelos jornais no mesmo ano da sua inauguração.

Fachada do Cinema Popular. Acervo: Jornal do Commercio.

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Em 14 de novembro de 1926, a empresa J. Fontenelle & Cia. inaugurou uma sala com a mesma denominação Cinema Popular, na rua Silva Ramos, n. 190, no bairro Alto de Nazaré, área que, hoje, faz parte do Centro. O filme de estreia foi O Prêmio da Victoria. Permaneceu em atividade até 28 de junho de 1972.

Sob a administração de Luiz de Moraes, essa mesma sala é reaberta em 6 de janeiro de 1977 com o nome Cine Pop e seu primeiro filme exibido foi Simbad, O Marujo Trapalhão. Possuía capacidade para trezentas pessoas, sendo mencionado nos jornais, pela última vez, em outubro de 1979.

cinema natureza

O Cinema Natureza funcionava ao ar livre. Inaugurado em 3 de outubro de 1927, na praça da Vila, hoje Praça Nossa Senhora de Nazaré, na então Vila Municipal, atual bairro Adrianópolis, Zona Centro-Sul. Suas sessões eram acompanhadas de execução de música pela Jazz Band Sucupira. Exibia os filmes da programação da empresa J. Fontenelle & Cia.

ideal cine e cine ideal

De propriedade de Aprígio de Menezes, o Ideal Cine-Theatro foi inaugurado em 24 de março de 1928, o filme exibido foi Só Por Uma Noite, com o artista Tom Moore. A banda de música da Força Policial tocou durante a inauguração. A estrutura do cinema tinha capacidade para 500 espectadores. Localizava-se na rua Xavier de Mendonça, no antigo bairro dos Tócos, atual Nossa Senhora Aparecida, Zona Sul. Em junho de 1928, a empresa Fontenelle & Cia o arrendou para exibir filmes durante todo o mês de junho.

O Ideal fechou por um curto período e foi reinaugurado em 06 de julho de 1929, agora pertencendo à Empresa de Diversões Amazônia Limitada. O filme de estreia foi Ufa, o Preço de uma Paixão. Deixou de ser mencionado nos jornais em 1930.

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Dez anos mais tarde, em 24 de dezembro de 1940, no bairro São Raimundo foi inaugurado com nomenclatura semelhante, o Cine Ideal. Este, durante sua existência, pertenceu primeiramente a Empresa de Cinema Avenida Limitada e posteriormente à empresa A. Bernardino & Cia. Ltda. Situava-se nas esquinas das ruas Cinco de Setembro e Boa Vista. Com 405 lugares, apresentou em sua estreia duas películas, E as Chuvas Chegaram, estrelado pelos atores Myrna Loy, Tyrone Power e George Brent, e Transpacífico. Funcionou até 31 de janeiro de 1972.

Fachada principal do Cine Ideal. Década de 70.Acervo: Jornal do Commercio.

cine gloria

Existiram dois cinemas denominados Cine Glória, no bairro de mesmo nome. O primeiro, da empresa J. Fontenelle & Cia., apareceu em anúncios de jornais em março de 1928 e desapareceu no final dos anos 40. Já o segundo, surgiu em 11 de julho de 1959, na rua São Bento, n. 30, bairro da Glória, com o filme Vítimas do Destino. Durante o mês de fevereiro de 1960, funcionou, provisoriamente, na rua Major Gabriel, n. 763, no bairro Praça 14 de Janeiro, e retornou ao seu bairro de origem no mês seguinte. Foi mencionado pela última vez em anúncios de jornais em maio de 1965.

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cinema iris

O Cinema Íris aparece em periódicos a partir de junho de 1929 e funcionou somente por alguns meses, quando deixou de ser mencionado no noticiário. Localizava-se na rua Cinco de Setembro, no bairro São Raimundo.

cine amazonas

O Cine Amazonas apareceu em jornais a partir de junho de 1929. Em sua estreia, foi exibido o filme Carinhos de Pai, dividido em seis partes. Funcionou no antigo Boulevard Amazonas, atual avenida Álvaro Botelho Maia, no bairro Praça 14 de Janeiro, onde hoje existe a sede do Fast Clube.

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ATÉ A DÉCADA DE 1970

cine paroquial

O Cine Paroquial foi fundado em maio de 1936, ao lado da igreja de São Raimundo Nonato, no bairro homônimo. O local era um galpão de madeira coberto com telhado de zinco e servia como uma escola de catecismo, antes de ser arrendado pelos padres holandeses para a empresa Cinema Avenida Ltda. Deixou de ser anunciado no início da década de 50.

cine operario

O Cine Operário data de 5 de outubro de 1946 e funcionou na sede do Círculo Operário de Manaus, no bairro Cachoeirinha. Era patrocinado e organizado pela União de Moços Católicos de Manaus, sob a administração da Diocese do Amazonas, e oferecia entretenimento a preços mais baixos para os operários. Estreou com a exibição do filme A Vida de Dom Bosco.

cine-teatro rio negro

O Cine-Teatro Rio Negro, inaugurado em 1949, na rua Amâncio de Miranda, esquina com o Beco dos Passos, bairro Educandos, comportava duzentas pessoas e funcionou até 1951. Em seus dois anos de existência, teve dois proprietários: o ex-prefeito Walter Rayol e o senhor Gonçalo dos Santos, popularmente conhecido como Marreteiro.

cine constantinopolis/rex

O Cine Constantinópolis situava-se na avenida Leopoldo Péres, n. 499, também em Educandos. De propriedade da empresa Cine Suburbana Ltda., foi inaugurado em 27 de agosto de 1952. Com apenas oitenta lugares, seu filme de estreia foi O Fim da Noite.

Após poucos dias de funcionamento paralisou suas atividades devido a um problema de fornecimento de energia elétrica,

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voltando em setembro do mesmo ano. Deixou de funcionar em 12 de março do ano seguinte.

No dia 11 de fevereiro de 1954, essa sala voltou a aparecer nos jornais, porém, com o nome Cine Rex, de Pedro Telles de Castilho Cruz. Na sua estreia, foi exibido O Exilado do Planalto e as 1ª e 2ª séries de O Disco Voador. O Cine Rex deixou de ser anunciado nos periódicos em novembro daquele ano.

Fachada principal do Cine Constantinópolis, depois Cine Rex.In: O Jornal, [s. n.].

cine vitoria

O Cine Vitória estava localizado na avenida Leopoldo Péres, ao lado da Usina Americana, em Educandos, pertencia à empresa A. Bernardino & Cia. Ltda. e estreou com o filme A Floresta Maldita. Tinha capacidade para 1.116 lugares e foi inaugurado em 11 de dezembro de 1954. No ano seguinte, em 04 de setembro de 1955, o cinema inaugurou sua tela panorâmica, exibindo o filme O Tesouro de Califa. Funcionou no mesmo endereço até 1º de maio de 1973. Posteriormente o imóvel se transformou em uma filial da Loja Credilar, um supermercado, uma loja de artigos importados, uma igreja evangélica e, por último, uma casa de leilões. Atualmente, o lugar se encontra fechado.

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salao nazare

No antigo bairro Vila Municipal, área hoje pertencente ao Adrianópolis, surgiu o Salão Nazaré, ao lado da igreja Nossa Senhora de Nazaré. Apareceu em anúncios de jornais locais em fevereiro de 1954.

ipiranga

O Cine Ipiranga foi inaugurado em 8 de outubro de 1959, na antiga Praça General Carneiro, no bairro Cachoeirinha. O local possuía, aproximadamente, 1.500 lugares e estreou com o filme Adeus às Armas. A sala pertencia à empresa A. Bernardino & Cia. Ltda. e era gerenciado pelo sr. Aurélio Antunes.

Em 1962, no aniversário do governador do estado, Gilberto Mestrinho, o Ipiranga ofereceu sessões gratuitas à população. Para atrair mais frequentadores, em 1967, o cine fez promoções e sorteio de passagem e hospedagem gratuita aos frequentadores. No mesmo ano inovou e lançou o Cinema em Casa, que era o aluguel de filmes de 16mm, máquinas e lentes cinemascope. Funcionava no mesmo endereço do cinema, a rua Carvalho Leal, s/nº. A programação do mês relacionava a lista de filmes disponíveis.

Fachada principal do Cine Ipiranga. Década de 70.Acervo: Jornal do Commercio.

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Entre janeiro e outubro de 1980, o Ipiranga passou por algumas reformas e teve sua capacidade reduzida para quinhentos lugares. Na ocasião, promoveu um concurso cultural para aquele que acertasse a data de reabertura do cinema. Foi reaberto em 26 de setembro de 1980, com o filme O Império Contra-ataca, que ficou em cartaz por 13 dias. Deixa de ser mencionado nos jornais em novembro de 1983.

cine palace

Outro cinema de propriedade da empresa A. Bernardino & Cia. Ltda., foi o Cine Palace, que funcionava no antigo Boulevard Amazonas, atual avenida Álvaro Botelho Maia, esquina com a rua Ferreira Pena, no Centro. Sua inauguração aconteceu no dia 18 de novembro de 1965, o evento contou com a presença do governador do Estado do Amazonas Arthur César Ferreira Reis. O filme de estreia foi A Queda do Império Romano, com os atores Sophia Loren, Stephen Boyd, James Mason e Christopher Plumer.

Em 20 de dezembro de 1966, o desabamento de parte do seu teto, causado por um forte temporal, ocasionou a paralisação temporária das sessões. O Palace foi reaberto somente em 17 de junho de 1967, exibindo o filme Topkapi. Suas atividades foram encerradas no primeiro semestre de 1973.

auto-cine marrocos

O Auto-Cine Marrocos, da empresa Mazaltob Ltda., de Abraham Benmuyal e Syme Pazzuello, foi inaugurado no dia 1º de setembro de 1975, com o filme Contrato em Marselha. Localizava-se na estrada Torquato Tapajós, no bairro Flores, Zona Centro-Sul, ao lado do Clube Municipal.

Foi o primeiro cinema do gênero drive-in no Amazonas e no Norte do Brasil, com capacidade para trezentos carros. Possuía tela panorâmica, medindo 18x10m, considerada uma das maiores do País, à época. Seu último anúncio em jornal data de 1º de setembro de 1976.

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studio center

Em 22 de abril de 1977, a empresa A. Bernardino & Cia. Ltda. inaugurou a sua última sala de cinema – o Studio Center – no segundo andar do edifício Manaus Shopping Center, na esquina da avenida Eduardo Ribeiro com a rua Saldanha Marinho, mesmo local onde antes funcionou o Cine Odeon. O filme de estreia foi Shampoo, que ficou por duas semanas em cartaz, até o próximo filme da casa ser lançado, em 06 de maio. O Studio Center tinha capacidade para 185 espectadores. Deixa de ser mencionado nos jornais no final de 1989.

cinema 2

O Cinema 2 foi inaugurado em 23 de julho de 1977, com o filme Tubarão. Localizava-se na rua José Clemente, nº 500, Centro, no subsolo do prédio da rádio Rio Mar, local antes ocupado por um auditório. Pertencia à empresa Cinema do Amazonas Ltda., de Jesus W. Leong e Orsine Oliveira. Em 1981, a razão social dessa empresa mudou para J. W. Leong Ltda. Com 314 lugares, esse cinema encerrou as suas atividades em 05 de outubro de 1987, na ocasião exibiu o filme erótico Marisa, a menina gulosa.

Fachada do Cinema 2.Jornal do Commercio, 04.01.1987.

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DÉCADAS DE 1980 e 1990

Além do Cine Novo Veneza (ver página 26), a empresa Cinemas de Arte Ltda., de Joaquim Marinho e Antônio Gavinho, abriu mais cinco salas de exibição na década de 80 – Chaplin, Oscarito, Grande Otelo, Carmem Miranda e Cantinflas – e mais quatro na década de 90 – Renato Aragão, uma sala no extinto Nova Shopping e mais duas em um centro comercial da Zona Leste da Cidade.

cine chaplin

O Cine Chaplin foi inaugurado em 21 de abril de 1980, com o filme Bye, Bye Brasil, de Cacá Diegues. Em sua avant-première, realizada no dia anterior, foi exibido o documentário Chaplin, seus Filmes, sua Comédia, sua Arte. Localizado na avenida Joaquim Nabuco nº 1.094, Centro, tinha capacidade para 340 lugares.

Em 03 de fevereiro de 1987, o proprietário do cinema, o Sr. Joaquim Marinho, inaugurou outro empreendimento de mesmo nome, a locadora Chaplin Vídeo, destinada ao aluguel de fitas de filmes em VHS. O acervo tinha quatro mil fitas.

O Cine Chaplin, deixou de ser anunciado nos jornais a partir de novembro de 2002.

Fachada principal do Cine Chaplin. Década de 80.Acervo: A Crítica

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cinema novo

O Cinema Novo, localizado também na avenida Joaquim Nabuco, nº 1.447. Foi a segunda sala de Jesus Leong e Orsine Oliveira e foi inaugurado em 15 de abril de 1981 com o filme O Nimitz Volta ao Inferno. Funcionou até 26 de dezembro de 1991, depois ocupou uma igreja evangélica e hoje abriga um teatro de uma universidade particular. Sua capacidade era de 404 lugares.

cine oscarito

Localizado na rua Ramos Ferreira nº 1195-A, Centro, o Cine Oscarito exibiu, em sua pré-inaugurarão, no dia 20 de setembro de 1981, o documentário Carnaval Atlântida, com Grande Otelo, Eliana e Cyl Farney. Na plateia, estava presente a viúva de Oscarito, Margot Louro. No dia seguinte, foi exibido ao público o filme A Dama das Camélias. A partir de novembro de 2001, não houve mais registro de anúncio desse cinema em jornal. Nesse mesmo ano, foi transferido para a rua Dez de Julho e substituiu o Cine Renato Aragão (ver página 45). Funciona até os dias atuais com sua denominação original.

cine grande otelo

O Cine Grande Otelo, na avenida Getúlio Vargas nº 114, Centro, exibiu em sua avant-première, em 25 de fevereiro de 1983, o filme Macunaíma. O ator Grande Otelo, homenageado com o nome da sala, fez questão de comparecer à sessão inaugural. No dia seguinte, foi aberto ao público com o filme inapropriado para menores Amor, Estranho Amor com a participação de Xuxa Meneghel. Possuía 170 lugares e deixa de ser citado nos jornais a partir de dezembro de 2002.

cine carmem miranda

O Cine Carmen Miranda, também de propriedade de Joaquim Marinho, foi inaugurado no dia 20 de novembro de 1986, localizava-se na rua 24 de Maio, esquina com a rua

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Joaquim Sarmento, Centro, local onde antes funcionou a Livraria Maira. Com apenas uma semana de atividades, já havia recebido sete mil telespectadores. O filme exibido em sua estreia foi A Hora do Lobisomem de Stephen King. Deixou de aparecer em anúncios de jornais locais em maio de 1992.

Fachada principal do Cine Carmem Miranda. Década de 80.Acervo: Jornal do Commercio

cine qva non

A única sala criada especificamente para a exibição de filmes de arte em Manaus foi o Cine Qva Non, na avenida Joaquim Nabuco, nº 1.074, próximo ao Cine Chaplin. O cinema, que dispunha de oitenta lugares, foi inaugurado em 8 de maio de 1987 com o filme A História Oficial. A proposta dos seus proprietários, o casal Jesus e Leyla Leong, era integrar, em um mesmo espaço, cinema, locadora de vídeo, galeria de arte e café. Deixou de ser anunciado nos periódicos a partir de janeiro de 1989.

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cine cantinflas

O Cantinflas, mais um empreendimento da Cinemas de Arte Ltda., foi inaugurado em 8 de outubro de 1987. Funcionava no mesmo local onde existiu o Cinema 2 (ver página 41). Seu filme de estreia foi Uma Noite Alucinante – A Morte do Demônio.

O nome do cinema é uma homenagem ao ator mexicano, um dos maiores comediantes latino-americano, Mário Moreno. Desaparece dos anúncios em maio de 1992, junto com o Cine Carmem Miranda, ambos pertencentes à mesma empresa.

Em 02 de dezembro 1993, reaparece funcionando em uma sala no extinto centro comercial Nova Shopping, localizado na avenida Max Teixeira, no bairro Cidade Nova, com o filme Sombras de um Disfarce, com Charlie Sheen. Sua capacidade era de, aproximadamente, 250 espectadores. Deixou de aparecer nos jornais em abril de 1994.

cine renato aragao

O Cine Renato Aragão iniciou suas atividades no dia 12 de abril de 1990, na rua Dez de Julho, nº 695, próximo à avenida Getúlio Vargas, Centro. Seu filme de estreia foi Kickboxer, o Desafio do Dragão. Sua capacidade era de 301 lugares e funcionou nesse local até novembro de 2001. Atualmente, em seu lugar, funciona o Cine Oscarito.

Vista da fachada principal do Cine Renato Aragão, em 2000.Acervo: Jornal do Commercio.

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A PARTIR DA DÉCADA DE 1990

cinemas amazonas

Os Cinemas Amazonas, de propriedade do Grupo Severiano Ribeiro, ocuparam seis salas do Amazonas Shopping Center, situado na avenida Djalma Batista, nº 482, bairro Parque Dez de Novembro, Zona Centro-Sul. No dia 18 de dezembro de 1991, aconteceu a avant-première com o filme A Família Adams, no cinema Amazonas 1. O evento ocorreu em benefício da Campanha S.O.S. Criança organizado pela primeira dama e secretária de Ação Social, Maria Emília Mestrinho. Presentes ao evento estiveram: Luiz Severiano Ribeiro Neto, Beatriz Severiano Ribeiro e Marcos Portela Abud, diretores do grupo.

No dia seguinte, as três salas foram efetivamente inauguradas. No Cine 1 foi reexibido o filme A família Adams, no Cine 2, Massacre no Bairro Japonês e, no Cine 3, Top Gang, Ases Muito Loucos.

Cinco meses depois, em 8 de maio de 1992, o grupo inaugurou as salas 4, 5 e 6. No Cine 4 foi exibido o filme Freejack, Os Caçadores de Vida, no Cine 5, O pai da Noiva e, no Cine 6, Kickboxer II - Vingança do Dragão. Em 2006, o grupo Severiano Ribeiro adquiriu a conectividade da Linx que, através do backbone Conectef interligou a matriz do Rio de Janeiro com todos os cinemas do grupo espalhados pelo Brasil. Em 15 de maio de 2014, após algumas reformas e mudanças estruturais, o Grupo Severiano Ribeiro reinaugurou o cinema, agora com cinco salas modernas e readequadas para o formato Kinoplex, projetadas com a tecnologia de som Dolby Atmos e imagens em terceira dimensão. O cinema Kinoplex, como passou a ser chamado, exibiu o filme Godzilla em sua estreia, um remake do sucesso da década de 1950.

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cine video taruma

O Cine & Vídeo Tarumã foi fundado em 1990, no Campus da Universidade Federal do Amazonas, no antigo ICHL. Suas primeiras exibições cinematográficas ocorriam de maneira singela, através de um aparelho de vídeo cassete e um televisor de 20 polegadas, no auditório Rio Solimões. O Cine Vídeo Tarumã emplacou após um mês de exibições regulares, tendo como seus frequentadores alunos e professores. A partir de 1992, vinculou-se ao Departamento de Comunicação Social, tornando-se uma atividade de extensão junto à pró-reitoria. É coordenado por seu fundador, o jornalista e professor do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Amazonas, Antônio José Vale da Costa, o Tom Zé.

Em entrevista concedida ao Eu na UFAM, Tom Zé assim o definiu: “O Cine & Vídeo Tarumã meio que resgata as possibilidades de estar vivendo esse mundo da fantasia, da imaginação, da ficção, das possibilidades que é possível a criação oferecer”.

Atualmente as exibições de filmes acontecem no auditório Rio Negro, do Instituto de Filosofia, Ciências Humanas e Sociais – IFCHS, localizado no setor Norte do Campus Universitário, com sessões gratuitas às 12h30. O espaço vem sendo destinado à exibição de ciclos de cinema e filmes alternativos e de arte nacionais e internacionais; além de sessões temáticas e debates, atraindo cinéfilos que buscam os grandes clássicos ou as mais recentes produções cinematográficas europeias e asiáticas.

cinemas do shopping grande circular

Os extintos cinemas do Shopping Grande Circular, que funcionavam nesse centro comercial, na avenida Autaz Mirim n. 6.250, no bairro São José Operário, Zona Leste, eram duas salas exibidoras, de propriedade de Joaquim Marinho, denominadas Cinemas 1 e 2.

Ambas foram inauguradas no mesmo dia, em 17 de julho de 1998 e com o mesmo filme: Godzilla. Desapareceram dos

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anúncios de jornais locais a partir de maio de 2001. Em seus lugares funciona, atualmente, o Teatro Luiz Cabral. O Cinema 1 possuía 180 lugares e o Cinema 2 comportava oitenta poltronas.

cinemark

A Rede Cinemark de Cinema, empresa com sede em Dallas (E.U.A.), passou a operar em Manaus em 21 de dezembro de 2001, sua avant-première ocorreu no dia 20, com o filme Monstros S. A., exibido na sala 7. Suas oito salas funcionam no Studio 5 Festival Mall Manaus, na avenida General Rodrigo Otávio, n. 555, bairro Distrito Industrial I, Zona Sul, e sua capacidade é de, aproximadamente, 2.400 espectadores.

cine premiere

O Cine Première, da empresa Estação de Cinema e Vídeo Ltda., foi inaugurado em 10 de julho de 2002 e ocupa o prédio do antigo Cine Oscarito. Esse cinema funciona até os dias atuais e exibe filmes eróticos.

cinemais

A rede de cinemas Cinemais iniciou suas atividades em Manaus em 11 de novembro de 2005, nas instalações do TVLândia Mall, na avenida Djalma Batista, n. 2.100, no bairro Chapada, Zona Centro-Sul. O estabelecimento possuía oito salas, que disponibilizavam cerca de 1.600 lugares.

No dia 12 de outubro de 2007, foram inauguradas, no Millennium Center, na avenida Djalma Batista, n. 1.661, também no bairro Chapada, Zona Centro-Sul, mais oito salas da rede Cinemais, sendo que, uma delas era destinada a sessões Vip, com assentos marcados, além de bar-café exclusivo. Ao todo, a capacidade dessas salas eram de 1.800 lugares.

Em 15 de abril de 2014, os dois Cinemais, do Millennium e do agora Manaus Plaza Shopping, transformaram-se em Cinépolis, a maior operadora de cinemas da América Latina. Um ano antes, a empresa já possuía seu primeiro empreendimento na

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cidade, lançado em 09 de agosto de 2013, no recém inaugurado shopping Ponta Negra, na avenida Coronel Teixeira n. 5.705, no bairro de Ponta Negra. Atualmente o Cinépolis Ponta Negra disponibiliza ao público dez salas de cinema, sendo três Vips e sete salas tradicionais.

playarte cinemas

O Playarte Cinemas foi inaugurado em dezembro de 2009. Atualmente conta com dez salas de projeção com capacidade para 1.947 espectadores e com o sistema de som Dolby Digital EX. Localiza-se no Shopping Manauara, na avenida Mário Ypiranga, n. 1.300 – Adrianópolis. A empresa Playarte é a distribuidora oficial da New Line Cinema no Brasil.

uci cinemas

UCI Cinemas foi inaugurado em junho de 2015, está localizado na avenida Noel Nutels n. 1.762, na Cidade Nova, no piso Gavião Real do Sumaúma Park Shopping. Possui oito salas, nos formatos normal, Xplus e 3D, com capacidade para 1.620 espectadores. A UCI disponibilizou ao público a primeira sala XPLUS da capital com aparelhamento em alta definição de som Dolby Atmos, o que permite a distribuição em canais e caixas acústicas, tornando a experiência mais realista. O filme de estreia foi Minions da Universal Pictures dirigido por Pierre Coffin e Kyle Balda. O cinema é de propriedade da empresa United Cinemas International Ltda.

cine araujo

Foi inaugurado com seis salas, em formato stadium em full hd, max screen, e uma sala Vip em 11 de dezembro de 2014. O Cine Araújo de propriedade da empresa Cinematográfica Araújo, com sede em Botucatu/SP, está localizado no Shopping Manaus Via Norte, na avenida Arquiteto José Henrique Bento Rodrigues n. 3.760, Monte das Oliveiras. Seu filme de estreia foi Hobbit, a batalha dos cinco exércitos.

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cine Casarao

O Casarão de Ideias é uma associação cultural sem fins lucrativos que tem por finalidade a promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico. Concebido inicialmente para ser a sede da Cia. de Ideias, hoje a entidade desenvolve as mais diversas atividades culturais. Para comemorar dez anos de atividades, no dia 23 de outubro de 2017, inaugurou sua sala de cinema, o “Cine Casarão”. Decorada com fotos de cinemas antigos de Manaus, a sala tem projeção digital e espaço com 30 cadeiras, todas originárias de cinemas antigos, além de iluminação adequada, sonorização e tela própria para cinema vinda de São Paulo. A avant premier, restrita para convidados e imprensa, teve como atração a atriz Leandra Leal e exibiu o ganhador do prêmio de Melhor Documentário pelo voto popular no Festival do Rio 2016, "Divinas Divas", filme que fala dos desafios e dos preconceitos enfrentados pelas artistas performáticas que revitalizaram o teatro de variedades no Brasil na década de 1970.

O “Cine Casarão” está localizado na Rua Barroso, 279, antigo Botequim, e abriu suas portas para o público a partir do dia 25 de outubro de 2017. Quatro produções foram exibidas naquele mês: ‘Fala Comigo’ (2016), ‘Pendular’ (2017) e ‘Divinas Divas’ (2017), todas inéditas em Manaus, e ‘Corpo Elétrico’ (2017), esta última já exibida na capital amazonense.

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Cartaz oficial do filme “Divinas Divas” que inaugurou o Cine Casarão, em 2017.

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festival de cinema amador do amazonas

Promovido pelo Clube da Madrugada, jornal A Crítica, J. Borges Filmes e a Rádio Rio Mar, o I Festival de Cinema Amador do Amazonas, realizado em Manaus, ocorreu entre os dias 17 e 23 de novembro de 1966. A comissão julgadora era composta pela jornalista Madalena Almeida, do Jornal do Brasil; Décio Luiz, representante da empresa J. Borges Filmes e da TV Continental, da Guanabara e ainda pelos críticos cinematográficos, os amazonenses José Gaspar Pereira e padre Luiz Ruas.

As sessões de exibição aconteceram nos dias 17 e 18, no auditório Alberto Rangel, localizado na Biblioteca Pública do Estado. O primeiro filme a ser exibido foi “Igual a Mim, Igual a Ti”. No dia 20, no Cinema Avenida, houve sessão especial para convidados, com projeção de todas as películas que concorreram no festival, ocasião em que houve a entrega de prêmios aos vencedores. Em decorrência do mau tempo, a sessão pública que exibiria todos os filmes às 20 horas do dia 22, na Praça Heliodoro Balbi, foi adiada. A mostra ocorreu no dia 23, no mesmo horário e local.

Dos seis filmes concorrentes, todos de curta-metragem, três foram premiados: o primeiro colocado foi “Carniça”, de Normandy Litaiff; “Um Pintor Amazonense”, de Roberto Kahane e Felipe Lindoso, arrebatou o 2º lugar; e, “Harmonia dos Contrastes”, de Ivens Lima, Cezidio Barbosa e Luiz Saraiva, a 3ª colocação.

Os demais foram: “A Grande Enchente”, de Guilherme Shermuly Santos e Joaquim Bernardo Dias dos Santos; “Igual a Mim, Igual a Ti”, de Roberto Kahane; e, “Plástica e Movimento”, de Felipe Lindoso e Roberto Kahane. Os filmes participantes foram produzidos em 16 milímetros (mudo), e oito milímetros (sonoro). O Festival teve apenas essa edição.

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festival de cinema da labre

Naquele mesmo ano a Liga de Amadores Brasileira de Rádio e Emissão (Labre) promoveu, em 13 de abril, seu 1º Festival de Cinema, realizado no Cineteatro Ipiranga, tendo apresentado em sua avant-première o filme bíblico “Sodoma e Gomorra (as cidades do pecado)”, da Rank Film Distributors, que tinha em seu cast Giwart Granger, Pier Angeli, Stanley Baker e Rossana Podega. Foi a única edição do festival promovido pela Liga de Amadores e se diferenciou dos festivais convencionais por ter feito exibições de filmes exclusivamente para o público, sem concorrência ou premiação.

festival norte de cinema brasileiro

Em 1969, entre os dias 19 e 26 de outubro, no Cinema Odeon, foi realizada a primeira e única edição do Festival Norte de Cinema Brasileiro, em comemoração ao Tricentenário de Manaus. O evento foi organizado pelo Departamento de Turismo e Promoção do Estado do Amazonas – Depro. Compunham a comissão organizadora do festival os Srs. José Gaspar Pereira, cronista cinematográfico; Joca Cosme Ferreira Neto, diretor da Cinemateca do Rio de Janeiro; e, Márcio Souza, cineasta amazonense.

A obra vencedora foi o longa-metragem “Macunaíma”, dirigido e roteirizado por Joaquim Pedro de Andrade. Ressalte-se que esse filme foi apresentado na abertura do festival, integralmente (sem cortes), em plena ditadura militar.

Na categoria curta-metragem, o filme “A Coisa mais Linda que Existe” ou “A Trajetória do Seringueiro”, do cineasta Roberto Kahane, recebeu o Prêmio Especial do Instituto Nacional de Cinema – INC e o Prêmio Manaus 300 Anos, instituído pelo governo do estado.

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festival de cinema de horror

Em 30 de outubro de 1976, ocorreu o primeiro e único Festival de Cinema de Horror promovido pelo Cineclube Humberto Mauro. Os dois primeiros filmes exibidos foram: “A queda da Casa de Huseher” de Jean Epstein e “Vampiros de Almas”, de Don Siegel. As exibições foram no próprio Cineclube Humberto Mauro, dentro das programações festivas da II Olimpíada Cultural do Amazonas. Não houve distribuição de prêmios para os filmes exibidos.

festival de cinema columbia pictures

Outro festival que ocorreu na cidade de Manaus nessa mesma década foi o Festival de Cinema Columbia Pictures. O evento se deu entre os dias 18 e 24 de setembro de 1979, no cinema Studio Center, de propriedade da Empresa de Cinema Bernardino Ltda. O primeiro filme a ser exibido foi “Jogando Com a Sorte”, estrelado pelos atores George Segat e Elliot Gould. Os filmes mostrados ao público nos quatro dias seguintes foram respectivamente: “O Negócio é Dar no Pé”, “Drive-in”, “Confissões de Um Limpador de Janelas” e “Funny Lady”.

amazonas film festival

A primeira edição do Amazonas Film Festival (AFF) foi em 2004, fruto de uma parceria do governo do estado e do grupo francês de comunicação e produção audiovisual Le Public Système Cinéma, empreitada que teve um custo de quatro milhões de reais.

Realizado entre os dias 26 de novembro e 02 de dezembro daquele ano, o filme de abertura foi “Tainá 2: A Aventura Continua”, de Mauro Lima, exibido no Teatro Amazonas. As sessões do festival ocorreram no Hotel Tropical, Teatro Amazonas, Largo de São Sebastião, Anfiteatro da Ponta Negra e no Cinemark. Além dos filmes, foram oferecidos ao público oficinas de atores, de roteiros, formação de projetos e debates sobre cinema na grade de atividades do festival.

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Houve, ainda, a exibição de setenta filmes de um minuto em terminais de integração de ônibus coletivos e em alguns mercados e feiras públicas da capital amazonense, películas cinematográficas selecionadas do Festival UM Amazonas, edições de 2000 a 2004.

Nessa primeira edição do AFF, foram premiadas as categorias Filmes de Ficção e Filmes Documentários Etnológicos e Etológicos. Entre os nove longas de ficção que concorreram, o vencedor de melhor filme, na opinião do grande júri, foi a produção brasileira “Quase Dois Irmãos”, de Lúcia Murat.

A produção franco-canadense “Other Worlds”, de Jan Kounen, foi a vencedora de melhor documentário etnológico. O melhor documentário de temática etológica coube a “Born Among Wild Animals – Little Buddhas and The Tigers”, dirigido por Etienne Verhaegen. O prêmio especial foi entregue a “Lions: Spy in the Den”, do inglês John Downer.

Menos de um ano após a primeira edição, o evento festivo foi até Cannes, na França, representar o Amazonas no festival de cinema daquele país, onde foram exibidos 43 filmes entre os dias 11 e 22 de maio de 2005. Em agosto do mesmo ano, foi a vez de se fazer presente na 33ª edição do Festival de Cinema de Gramado, no Rio Grande do Sul, divulgando o Amazonas Film Festival no principal festival de cinema nacional.

Na segunda edição, ocorrida entre os dias 7 e 10 de novembro de 2005, o Amazonas Film Festival teve a participação especial de convidados do cinema internacional, como o diretor Roman Polanski, as atrizes Cláudia Cardinale e Alícia Silverstone. Naquela edição, com um forte apelo popular, foram projetados gratuitamente 70 filmes de um minuto, em 490 sessões e em áreas populares na cidade de Manaus.

Em 2008, a quinta edição do Amazonas Film Festival apresentou cinco mostras competitivas. Os vencedores de melhor longa de ficção e de melhor documentário foram, respectivamente, “For a Moment, Freedom”, de Arash T. Riahi, e “End of the Rainbow”, de Robert Nugent.

Entre os dias 1º e 6 de novembro de 2013, realizou-se a última edição do festival que, por um período de 10 anos consecutivos

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(2004-2013), foi realizado pelo governo do estado, através da Secretaria de Estado da Cultura do Amazonas. Durante esse tempo, o evento fez parte do calendário nacional de produtores e realizadores da sétima arte. Foi o festival audiovisual de maior visibilidade da história do cinema em Manaus. Enquanto perdurou, o festival conquistou significativa importância cultural para o estado do Amazonas.

Cartaz da 5ª edição do Amazonas Film Festival.Acervo: SEC-AM.

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festival um amazonas

No segmento de curtas em vídeo – formatos Beta, HI-8, Dvcam, MiniDV, VHS ou Super-V –, foram realizados em Manaus os festivais UM Amazonas e o Curta 4, competitivos e com premiação.

O Festival UM Amazonas foi criado em 2002, patrocinado pela Secretaria de Cultura do Estado do Amazonas (SEC), nele participaram filmes amadores com duração de um minuto, produzidos no Amazonas e em outros estados da federação. O objetivo do festival era estimular a produção de filmes de um minuto, oferendo espaços culturais de exibição que dessem visibilidade às produções, além de oferecer oficinas com espaços na capital e no interior, para debates sobre as temáticas de produção, como se fazer roteiro, animação e produção executiva para iniciantes.

Na primeira edição, 68 filmes participaram na capital, sendo coordenada por Sérgio Andrade. No primeiro ano, apenas a cidade de Maués, no interior do estado, recebeu orientações (oficinas) sobre como se produzir filmes de um minuto, sob a responsabilidade do cineasta Júnior Rodrigues. A partir daí, em outras edições, outros municípios também tiveram essa mesma oportunidade. A responsável pela realização das oficinas no interior do estado era a produtora Amacine Futuros Cineastas.

A avant première da segunda edição do projeto ocorreu em 17 de outubro de 2003, nos jardins do Palácio Rio Negro, com a presença do secretário de Cultura do estado do Amazonas, Robério Braga. Em menos de um ano de existência, os filmes do festival foram exibidos no Brasil e no exterior - Estados Unidos e Canadá -, totalizando mais de 12 exibições.

Popularizado por “UM Amazonas”, o festival ganhou dimensão e passou a exibir, também, filmes produzidos em outros países.

Ainda em 2003, o festival exibiu uma versão para crianças, o UMzinho. Este trabalhava paralelamente ao festival, com temáticas infantis sob o auxílio de profissionais pedagogos e psicólogos, para a escolha dos curtas-metragens mais adequados

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para exibição nas escolas públicas e particulares da cidade de Manaus.

Em 2004, o curta-metragem “Rua da Escadinha, 162” do brasileiro Márcio Câmara, exibido no festival do ano anterior, ganhou menção honrosa na 32ª edição do Festival de Cinema de Huesca, província da Espanha, pelo resgate cinematográfico da memória histórica da música popular brasileira.

Em 2005, o Festival UM Amazonas exibiu seus filmes de curta duração no Festival de Cinema de Cannes, na França, e no Festival Expresión en Corto, no México.

Em 2008, realizou-se a sétima edição do Festival UM Amazonas, entre 15 e 22 de novembro, com premiações nas categorias Melhor Filme Nacional, Melhor Filme Nacional de Júri Popular, Melhor Filme Nacional de Campanha Social, Melhor Filme Nacional de Animação, Melhor Filme do Interior e Melhor Filme UMzinho.

O vencedor como melhor filme foi a produção manauense “O Engano”, de Mariza Rodrigues, enquanto que “Não Era Seu”, de Wander Luís, ganhou o prêmio do júri popular.

A última edição do festival ocorreu entre os dias 4 e 15 de outubro de 2016.

Cartaz da 15ª edição do Festival UM Amazonas de 2016.

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festival amazonas filmes curta brasil

Também em 2002, deu-se a 1ª edição do Festival Amazonas Filmes Curta Brasil (FAF) uma realização da Amazonas Filmes Digitais (Amfild), primeira organização não governamental de cinema amazonense. A ONG Amfild foi fundada em 29 de outubro de 2002, voltada a desenvolver produções e eventos audiovisuais, associada ao Fórum dos Festivais de Organizadores de Eventos Audiovisuais Brasileiros. O objetivo do FAF Curta Brasil era incentivar a produção de curtas na região e no Brasil e simultaneamente divulgá-los.

Em 2004, o festival inovou criando o troféu “Curupira Curta Rápido” para filmes com duração de um a quatro minutos, exclusivo para os realizadores do Amazonas, nas categorias de melhores produções de ficção, documentário, animação, fotografia, roteiro e direção. No ano seguinte, a diretora da Amfild, Isis Negreiros, informou que o festival mudaria de nomenclatura, passaria a denominar-se Festival Cine Curupira. Com este nome, o Festival Cine Curupira teve mais duas edições.

festival de cinema do amazonas curta 4

Em 2005, aconteceu a 1ª edição do Festival de Cinema do Amazonas Curta 4, promovido pela Amacine Futuros Cineastas e Siemens, sendo o responsável pelo evento o cineasta Júnior Rodrigues. O objetivo do Curta 4 era premiar curtas-metragens com duração entre três e quatro minutos, que mostrassem a identidade cultural da Amazônia, além de valorizar o meio ambiente e outras riquezas da região. O festival foi realizado com três dinâmicas: formação de profissionais no audiovisual (oficinas de cinema), concursos de roteiros e festivais para suas exibições.

No ano seguinte, o festival foi o primeiro evento de cinema do País a dar atenção especial aos deficientes auditivos. O Curta 4 Social, como ficou conhecido, ofereceu ao público espectador curtas com legendas em português, bem como oficinas adaptadas, possibilitando a oferta do material às escolas

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especiais do Brasil e Portugal. Ainda nesta segunda edição, teve a estreia do projeto Quatrinho 2, este destinado às produções de curtas ao público infantil.

Na edição do Curta 4, sucedida em 2008, foram exibidos vinte filmes em sua mostra competitiva. Além das categorias Melhor Filme do Grande Júri e Melhor Filme do Júri Popular, vencidas respectivamente pelos curtas “Inteligência é Fundamental”, de Michelle Andrews e “O Último Sem Terra”, de Admilson Santarém, também foram premiadas as categorias Roteiro, Direção, Ator e Atriz, entre outras.

Não há informações sobre o último ano de realização do Curta 4.

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mostra amazonica de filme etnografico

Entre os dias 1 e 7 de dezembro de 2006, o Núcleo de Antropologia Visual (Navi) do Programa de Pós-Graduação Sociedade e Cultura na Amazônia, do Instituto de Ciências Humanas e Letras da Universidade Federal do Amazonas, realizou a 1ª Mostra Amazônica de Filme Etnográfico. O objetivo do evento era oferecer um espaço de difusão e de discussão de filmes documentários etnográficos, realizados sobre a Amazônia. Nesta primeira edição foram divulgados filmes clássicos e contemporâneos realizados na Amazônia, que promoveram diálogos entre produtores e pesquisadores.

Entre os curtas-metragens exibidos que concorreram naquela edição, estavam: “Aconteceu na Baixa da União”, de Joesér Alvarez; “Repositório”, de Simone Norberto; “Mapimaí, a festa da criação do mundo segundo o povo Paiter”, de Alexia Bastos, entre outros. Entre os longas-metragens: “Amazônia, Heranças de uma Utopia”, de Ricardo Favilla e Alexandre Valenti; “Baniwa, uma História de Plantas e Curas”, de Stella Oswaldo Cruz Penido e “Mensagens de Luz: Parteiras da Amazônia”, de Evaldo Mocarzel.

A 5ª e última edição da Mostra Amazônica de Filme Etnográfico ocorreu entre os dias 21 e 27 de outubro de 2011(2006-2011).

Cartaz oficial da Mostra Amazônica 2011.

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mostra cinema alem da imagem

Não se tem informações exatas sobre quando essa mostra começou, mas, em 2011, a Associação de Mídias Audiovisuais e Cinema do Amazonas (Amacine) realizou a 3ª Mostra Cinema Além da Imagem, exibindo filmes entre 1 e 4 minutos de duração e curtas produzidos para um público especial, os portadores de deficiência visual e auditiva. Nessa mostra, não houve premiações e todo material audiovisual produzido foi distribuído para escolas estaduais do Amazonas e algumas entidades nacionais, possibilitando a inclusão de alunos na sétima arte. O projeto também possibilitou que o público não deficiente visual, passasse pela experiência de assistir os filmes da mostra com vendas nos olhos, para que pudessem experimentar a mesma sensação porque passa um deficiente visual.

A Mostra Cinema Além da Imagem só teve quatro edições, a última foi no Cinemark, em 2012, onde foram exibidos 8 filmes de um minuto, 4 filmes de quatro minutos e 3 curtas-metragens. O material da mostra chegou a ser transmitido pela TV Ufam, TV Cidade e Amazon Sat, além de percorrer cidades dos estados de Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e Santa Catarina.

mostra de cinema amazonense

Mostra idealizada pelo Fórum do Audiovisual do Amazonas com intuito de discutir e divulgar a produção audiovisual local. O evento teve o apoio do governo do estado do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado de Cultura, Museu da Amazônia (Musa), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Amazonas Film Comission (AFC), Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade Federal do Amazonas (Ufam). A primeira mostra ocorreu no período de 8 a 16 de dezembro de 2015, com exibições de filmes gratuitos. Além da mostra de filmes, o projeto ofereceu palestras, seminários, mesas-redondas e oficinas. Os filmes foram exibidos na Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e no Teatro Gebes Medeiros, no Ideal Clube.

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A segunda mostra ocorreu de 29 de novembro a 2 de dezembro de 2016. O filme de abertura foi o longa-metragem “Antes o Tempo não Acabava”, do diretor amazonense Sérgio Andrade, exibido no cinema Cinépolis do Shopping Ponta Negra. Nos demais dias, os 25 filmes selecionados da mostra foram exibidos no Cine Teatro Gebes Medeiros.

A terceira mostra está prevista para acontecer no período de 29 de novembro a 1º de dezembro de 2017. Além de produções amazonenses, serão exibidos filmes dos estados da Região Norte.

Cartaz oficial da I Mostra do Cinema Amazonense 2015.

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cine manaos

O Cine Manáos, primeiro cineclube da cidade, foi criado em 1921 e funcionava em uma das dependências do Colégio Dom Bosco. Inicialmente, suas exibições eram exclusivas para os alunos e aconteciam ao final do Oratório Festivo, realizado aos domingos pelos padres salesianos. Seu primeiro filme foi Sinfonia Inacabada. A partir de 22 de junho de 1924, passou a ser frequentado pelo público em geral.

Em março de 1926, recebeu o nome definitivo de Cine-Theatro Manáos e manteve suas atividades até 1943.

Vista da Avenida Epaminondas. À direita, edifício do Cine Manáos.Acervo: Moacir Andrade.

cineclube do sesc senac

Em outubro de 1959, sempre às sextas feiras, no auditório do Sesc Senac, localizado na rua Saldanha Marinho, Centro, funcionou o cineclube do Sesc Senac. Este cineclube destinava-se à promoção de debates e estudos dos filmes e estéticas e históricos do cinema. Era dirigido pelo Padre Luiz Ruas, que havia sido membro do cineclube de Fortaleza. O cineclube era aberto a todas as classes sociais que tivessem interesse pelo tema.

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grupo de estudos cinematograficos

Em 2 de julho de 1962, realizou-se a primeira sessão pública do Grupo de Estudos Cinematográficos. A película apresentada no dia 2 de julho foi “Aspectos do Carnaval Amazonense de 1962”, todo em cores. Por não ter um local próprio para apresentação de suas sessões cinematográficas, o GEC utilizava as salas de cinemas da cidade (Odeon, Eden), do Ideal Clube e dos auditórios (Sesc Senac, Palácio Rodoviário, Alberto Rangel).

O GEC destacava a produção de cineastas de Manaus. Seus primeiros diretores foram: Cosme Alves Neto, José Pereira Gaspar e Helena Albernaz. As sessões das segundas-feiras eram realizadas às 20 horas, no auditório do Palácio Rodoviário, com entrada franca e tinham duas horas de duração.

No ano de 1965, o GEC mudou o local de apresentação para o auditório do Sesc Senac. No ano de 1966, mudou suas apresentações para o auditório Alberto Rangel, na Biblioteca Pública, naquele ano era presidido pelo Sr. Joaquim Marinho. Para comemorar os 4 anos de criação do GEC, a programação foi rica e diversificada: em janeiro de 1966, foi realizado o 1º Festival Internacional de Filmes de Curta Metragem; em abril, o Festival do Cinema Francês; em julho, o Festival Tchecoslovaco.

No ano de 1967, o GEC, ainda sob a presidência de Joaquim Marinho, promoveu a I Mostra de Cinema Amazonense, o II Festival Internacional de Filmes de Curta Metragem e o Festival de Cinema Japonês, todos realizados no auditório Alberto Rangel. Em novembro ocorreu o Festival de Animação do Cinema Polonês, com entrada franca, desta vez apresentado no Cine Avenida.

O GEC só voltou a ser notícia no dia 11 de abril de 1976, nove anos depois, na coluna News, do Jornal do Commercio. A nota dizia que a Fundação Cultural do Amazonas, aproveitando ideias de um grupo de pessoas com ideias quentes, com o propósito de movimentar a cidade em termos culturais, “vai fazer voltar as atividades do GEC - Grupo de Estudos Cinematográficos”.

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fundacao cultural do amazonas

A FCA foi criada em 1967, por decreto do governador do estado do Amazonas, Danilo de Matos Areosa. Apesar de a sua inauguração oficial ter ocorrido somente em 8 de maio de 1968, desde o ano da sua criação a instituição já desenvolvia intensa atividade no setor cultural.

A FCA era vinculada a Secretaria da Educação e Cultura e sua sede se localizava na Rua Huascar de Figueiredo, nº 116. O primeiro presidente da FCA foi o Dr. Vinicius Câmara, titular da SEC e seu o diretor superintendente, o poeta Elson Farias.

Em 20 de novembro de 1969, a FCA inaugurou o seu cineclube, no auditório Alberto Rangel. A direção do Cineclube da Fundação Cultural do Amazonas ficou aos cuidados do crítico José Pereira Gaspar. O filme de estreia foi “As Virgens de Salem”, de Raymond Rouleau, interpretado por Ives Montand e Simone Signoret. Em dezembro de 1969, o Cineclube da FCA assumiu o Cineclube Humberto Mauro.

cineclube humberto mauro

O fundador e diretor do Cineclube Humberto Mauro, assumido pela Fundação Cultural do Amazonas, foi José Pereira Gaspar, um luso-brasileiro nascido em Manaus, cineclubista ativo em Portugal, onde também morou.

Na década de 1970, o auditório Alberto Rangel, utilizado pelo Cineclube Humberto Mauro, sofreu modificações para melhor atender ao público. Uma curiosidade sobre o Cineclube Humberto Mauro da FCA era a forma como apresentava os filmes. O HM, naquela década, fazia exibições itinerantes nos bairros de Manaus. No dia 26 de fevereiro de 1971, por exemplo, apresentou os filmes “O Conde de Monte Cristo” e “Crime e Castigo”, em um conjunto habitacional do bairro da Raiz.

Em janeiro de 1977, o Cineclube HM reiniciou suas atividades no auditório Alberto Rangel, com o Festival de filmes super-8. Dos cinco filmes apresentados, destaque para as duas películas cinematográficas de Flávio Bittencourt, “Desfoque” e

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“Agnello Bittencourt”, que mostram os feitos daquele intelectual e acadêmico. Para comemorar o aniversário de 8 anos do Cineclube HM (1969) e os 80 anos do cinema brasileiro, comemorado em 1977, a Fundação Cultural do Amazonas fez um concurso de cartazes, onde o ganhador teria a divulgação nacional de seu trabalho e receberia um valor em dinheiro.

Nos anos de 1978 e 1979 o Cineclube Humberto Mauro continuou com suas exibições regulares de filmes. No ano de 1980, poucas informações foram divulgadas. Após três anos sem qualquer notícia veiculada na imprensa, o Jornal do Commercio do dia 12 de maio de 1984, notificou que a Superintendência Cultural do Amazonas iria reativar o Cineclube. Assim, naquele ano foram exibidos diversos filmes internacionais, nacionais e grandes clássicos do cinema europeu das décadas de 1930, 1940, 1950 e 1960.

O novo local de exibição dos filmes do Cineclube HM passou a ser o auditório Kilde Veras, localizado na Villa Ninita, anexo do Palácio Rio Negro, na Avenida Sete de Setembro. A mudança do Cineclube se deu por conta da reforma do prédio da Biblioteca Pública.

Em 1985 o Cineclube HM realizou mostras de filmes brasileiros, estrangeiros e documentários. Entre os dias 2 e 10 de agosto, ocorreu a mostra de filmes do diretor Humberto Mauro, com apoio da Embrafilme. Foram apresentados 15 filmes, entre curtas e longas metragens. A partir daquele ano, André Gatti assume sua coordenação.

Em conjunto com o Cinema 2, o Cineclube HM realizou a Mostra Glauber Rocha que reuniu toda a filmografia daquele diretor, falecido em 1981.

Em 1986, o Cineclube Humberto Mauro foi à Brasília representar o Amazonas na XX Jornada Nacional de Cineclubes. Em setembro do mesmo ano, sob a direção de André Gatti, apresentou a mostra de filmes dedicados à obra do diretor Nélson Pereira dos Santos. Durante o mês de novembro foram exibidos filmes no Teatro de Bonecos, ao lado do Colégio Benjamin Constant, depois retornou para o seu endereço, na Villa Ninita.

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O ano de 1987 começou com uma mostra totalmente dedicada a questão indígena, com documentários e filmes de ficção. Em maio o Cineclube Humberto Mauro, em conjunto com o Projeto Filmoteca/Sesc, apresentou no Kilde Veras um ciclo dedicado aos novos filmes brasileiros produzidos a partir de 1980.

O Jornal do Commercio do dia 5 de abril de 1988 informava que o Cineclube HM reativaria a sua programação de atividades em abril daquele ano. O planejamento previa a comemoração de duas datas importantes, os 90 anos do cinema brasileiro e os 60 anos de cine clubismo no Brasil.

O Cineclube HM continuou com suas exibições no auditório Kilde Veras, anexo do Palácio Rio Negro, até 1997, depois passou a ocupar uma Sala de Vídeo denominada Humberto Mauro, no Centro Cultural Palácio Rio Negro (CCPRN).

Em 1998 o nome Cineclube HM passou a ser denominado Cinevídeo Cultura HM. No ano seguinte, a sala de vídeo da TV Cultura CCPRN passou a abrigar o Cinevídeo Cultura Humberto Mauro.

A última informação do matutino Jornal do Commercio sobre o Cineclube HM, data de junho de 2004.

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cineclube silvino santos

O cineclube Silvino Santos foi fundado em 25 de novembro de 1970, e surgiu das reminiscências do grupo sócio recreativo Varig Clube, congregado ao SESC. O Cineclube dependia financeiramente de um subsidio da Varig, dos seus associados e do SESC. As apresentações eram restritas aos seus 35 convidados e associados. Seu fundador foi José Pereira Gaspar, que também foi responsável pelo Cineclube Humberto Mauro, este patrocinado pelo governo. Após desavenças, ele resolveu fundar seu próprio Cineclube, denominado Silvino Santos.

O Cineclube era subsidiado pelo SESC e em sua sede, localizada na Rua Henrique Martins, nº 427, eram apresentadas as sessões cinematográficas. No primeiro ano de existência o Cineclube apresentou 40 filmes.

Em 1972, o Cineclube Silvino Santos firmou um convênio com o Departamento Cinematográfico do Serviço Cultural da Embaixada da França, o qual previa as exibições, em Manaus, dos clássicos do cinema francês.

Em 1973 realizou a Mostra de Filmes Experimentais Norte Americanos, no auditório do Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, ICBEU, localizado na Avenida Joaquim Nabuco, nº 1.286.

O Cineclube Silvino Santos, em conjunto com o Curso de Comunicação Social da Universidade do Amazonas, apresentou no Instituto Cultural Brasil Estados Unidos, ICBEU, Clássicos do Cinema Universal. Ainda em setembro daquele ano, firmou convênio com a Televisão Educativa para apresentações cinematográficas, especialmente aos sábados, de obras primas do cinema das três últimas décadas.

Coube, ainda, ao Cineclube Silvino Santos, a inauguração da exposição Cultura Cinematográfica.

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cineclube taruma

Na década de 1980, o Cineclube Tarumã em parceria com a Livraria Maíra, promoveu o ciclo de Movimentos Revolucionários Mundiais e o Cinema, no Diretório Universitário na Avenida Epaminondas. Durante o ciclo, diversos filmes importantes foram mostrados, dentre os quais: “Revolução Francesa” e “Outubro”; os curta metragens “Cicatrizes”, “Recado do Chile”, “Amerika”, “Madame Boe” e “ Plantar Nas estrelas”; além de filmes sobre os movimentos libertadores de Guiné e Angola, na África. Em 1981, exibiu filmes como “Tempos Modernos” e “O Enigma de Kaspar Hauser”, do diretor alemão Werner Herzog.

O Cineclube Tarumã encabeçou o movimento em defesa do Cine Guarany e, em janeiro de 1984, fez o lançamento do livro “Hoje tem Gaurany”, de autoria de Selda Vale da Costa e Narciso Júlio Freire Lobo.

Enfrentando uma crise financeira acentuada, em 1985, ficou impossibilitado de apresentar a Mostra Humberto Mauro, oferecido pela Embrafilme. Assim, para solucionar o impasse, foram convocados os cineclubes Humberto Mauro e Lima Barreto.

A Mostra Humberto Mauro era composta por 15 filmes, sendo seis longas metragens e três curtas metragens. Em 20 de dezembro daquele ano, o Jornal do Commercio noticiou que o Cineclube Tarumã seria reativado com a apresentação do documentário “Perseghine”, de Vladimir Carvalho e Sérgio Moriconi, documentário que conta a história do comunista Luís Perseghini, um homem do povo, filho de imigrantes italianos, que viveu a maior parte de sua vida na clandestinidade e que chegou a ser agricultor na Ilha da Marchanteria, no Amazonas. Depois dessa data nada mais sobre o Cineclube Tarumã foi noticiado.

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centro de artes da universidade do amazonas (caua)

O Centro de Artes da Universidade do Amazonas, mais conhecido como CAUA, teve início em 1968, quando o governo do estado transferiu o Conservatório Joaquim Franco para a Universidade do Amazonas. O CAUA localizava-se na Rua Simão Bolívar, Praça da Saudade, mas havia, ainda, como referência, o prédio do Centro de Artes Hahnemann Bacelar, na Rua Monsenhor Coutinho, 724, Centro.

Em 20 de agosto de 1993, a coluna Faíscas do Jornal do Commercio, noticiou que o Centro de Artes estava com uma programação de clips de bandas de rock e sugeria a criação de um cineclube para mostras de filmes. Atendendo ao pedido de criação de um cineclube pela UA, o JC de 30 de outubro de 1993, noticiou que o Centro de Artes Hahnemann Bacelar apresentou o filme “Bonitinha, Mas Ordinária”, adaptação da peça homônima de Nelson Rodrigues.

A coluna JClassitudo, do JC de 16 de agosto de 1995, apresentou como dica cultural a apresentação gratuita de filmes aos sábados, às 19h:30, no Vídeo Cine Clube do CAUA.

Em 1996, o Vídeo Cine Clube exibiu diversos filmes. Em março de 1997, o Centro de Artes realizou a Mostra das “Chanchadas” produzidas pela Atlântida nas décadas de 1940, 1950 e 1960.

Em novembro de 1998, o CAUA comunicou o encerramento temporário das apresentações, em decorrência da utilização do espaço que utilizava, ter sido cedido para apresentações do Grupo Vitória Régia.

Em junho de 2001 o CAUA, em conjunto com o Grupo Severiano Ribeiro, realizou no cinema Amazonas 3, a I Mostra de Curtas e Documentários do Ministério da Cultura, “O Cinema dos brasileiros”.

Em 2004, experimentando uma nova fase, o Vídeo Cine Clube do Centro de Artes da Universidade do Amazonas, CAUA, agora Clube do DVD, comemorou um ano de atividades, funcionando na Rua Monsenhor Coutinho nº 724, esquina com

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a Rua Tapajós. O dia de sua apresentação passou para as quintas-feiras, às 19h:00 e com entrada franca. Antes da apresentação dos filmes no Clube do DVD, era praxe a exibição de um musical.

Sob a direção do professor Renan Freitas Pinto, o Clube do DVD trouxe de volta o ideário filmítico que Manaus sempre tivera, mas que caíra na obscuridade.

O encerramento das atividades do Clube do DVD do CAUA ocorreu na década de 2010, sem que se tenha informações sobre a data exata.

cineclube tudo muda apos o play

O Cineclube Tudo Muda Após o Play é uma iniciativa que data de 4 de novembro de 2009, e que manteve sessões regulares até meados de 2012. Após um hiato de quatro anos, voltou a ter sessões regulares no âmbito do Centro Popular do Audiovisual – CPA, no final de 2016. Tem como foco de sua programação, a difusão de plataformas de distribuição virtual de filmes e temáticas sociais.

Em 2017, o cineclube iniciou a proposta de ‘programadores convidados’, com um tema definido mensalmente e o convite feito a uma pessoa ligada à proposta, que indica os filmes a serem exibidos e debatidos no mês. Durante essa retomada foram discutidas as seguintes temáticas: indústria alimentícia, feminismo, mobilidade urbana e políticas de Internet.

O Cineclube Tudo Muda Após o Play também se faz presente no Coletivo Difusão, organização que visa a produção de arte para fomentar cultura, atualmente funcionando na Rua Boa Sorte, 555, Bairro da Matinha, Zona Sul de Manaus. As sessões que lá ocorrem podem ser gratuitas ou com a cobrança de valores simbólicos que variam de R$ 1,00 a R$ 2,00. Ao final, os participantes debatem a temática do filme exibido.

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cineclube canoa

O Cineclube Canoa foi criado em 2010, a partir de um projeto do Ministério da Cultura (MinC) em parceria com as Associações Brasileiras de Documentaristas (ABDs). Inicialmente se instalou no Espaço Cultural Arte & Fato, depois se mudou para a sede da Associação de Cinema e Vídeo do Amazonas (ACVA), localizada no Edifício Rio Mar, 500, Sala 314, no Largo São Sebastião, bairro Centro. As sessões ocorriam às quartas-feiras, a partir das 17 horas, em uma sala daquele prédio, com apresentação de documentários e filmes experimentais. Seu acervo era mantido pelo Programa Cine Mais Cultura do MinC, até o programa ser paralisado. Hoje depende de doações dos associados e do público em geral.

cineclube da alianca francesa

O Cineclube da Aliança Francesa, em Manaus, existe desde 2014. É uma atividade extraclasse aberta ao público, que acontece uma vez ao mês, na sede da escola Aliança Francesa, na Rua Lauro Cavalcante nº 250, Centro. Os filmes são selecionados no portal do instituto francês do cinema, exibidos em francês com legenda em português e com entrada franca. Depois da sessão é realizado um debate organizado sobre as obras exibidas. O filme apresentado no dia 27 de outubro de 2017, foi “Victoria”, uma comédia dramática de 2016, que no Brasil recebeu a tradução “Na cama com Victoria”.

Anualmente, no mês de junho, a rede das Alianças Francesas no Brasil promove o Festival Varilux de Cinema Francês. Este ano, o festival foi exibido no Cinépolis do Shopping Ponta Negra.

cineclube casarao

O Casarão de Ideias é uma associação cultural sem fins lucrativos, cuja finalidade é a promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico. O espaço do Casarão é amplamente utilizado para ensaios de grupos, exibições de fotografias, concertos, debates e reuniões. Em 21

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de outubro de 2016, o Cineclube Casarão passou a exibir filmes mensalmente, na Rua Monsenhor Coutinho, 275, bairro Centro, em Manaus. Em 2016, Walter Fernandes era o responsável pela gestão do Cineclube.

cineclube bare

O nome é uma homenagem à cidade de Manaus, escolhido por Heraldo Morais, durante uma conversa informal. O Cineclube Baré nasceu dia 11 de setembro de 2009, mas sua primeira exibição pública foi em 15 de setembro de 2010. O local escolhido para essa exibição foi o auditório do Parque dos Bilhares.

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Humberto Mauro

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Humberto Duarte Mauro era filho de um italiano com uma mineira, nasceu em 30 de abril de 1897, em Volta Grande, Minas Gerais. Após cursar um ano de engenharia em Belo Horizonte, foi para Cataguases, também em Minas Gerais, e passou a estudar por conta própria. Intuitivo por excelência, formado pela “academia do quarto”, começou a fazer um curso de Eletricidade – foi o introdutor da eletricidade em muitas fazendas e sítios do interior de Minas -, cujos folhetos vinham dos Estados Unidos. Foi um dos pioneiros no radioamadorismo no Brasil e construiu o primeiro aparelho de receptor rádio em Cataguases. Apaixonado por música, também era “tocador” de violino bandolim.

A fotografia entrou na sua vida, no dia em que trocou uma coleção de selos que valia uma fortuna, por uma Kodak, cujos filmes ele mesmo revelava, no laboratório do fotógrafo italiano Pedro Comello, de quem se tonou sócio, juntamente um amigo, o comerciante Homero Domingues. Seu contato com o cinema é fruto dessa sociedade.

Seu primeiro filme foi “Valadião e o Cratera” (1925), filmado com uma câmara Pathé-Baby, em Cataguases. Participou da criação da produtora Phebo Sul América Film, onde dirigiu, em 1926, o longa metragem “Na primavera da vida”, ainda em Cataguases.

Em 1930, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde iniciou sua atividade cinematográfica na Cinédia. Sua primeira fita nessa empresa foi “Lábios sem beijos” (1930) e, em seguida, “Ganga Bruta”, peças das mais importantes do cinema brasileiro em sua fase muda.

O ano de 1933 marca o início da colaboração entre Humberto e Carmem Santos, ao organizar a Brasil Vita Filmes S/A, que construiu na Tijuca um grande estúdio, possivelmente o melhor do Rio de Janeiro. Na Vita Filmes realizou três documentários de metragem média (700 a 800 metros): “As Sete Maravilhas do Rio”, “Pedro II” e “General Osório”. Posteriormente dirigiu “Favela dos Meus Amores”.

Ainda para a Vita Filmes fez “Cidade Mulher”. Em 1934, numa produção do Instituto do Cacau da Bahia, realizou “O

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Descobrimento do Brasil”, uma dos orçamentos s mais elevados da época.

Em 1936, ingressou nos quadros do Instituto Nacional de Cinema Educativo - INCE, a convite de Roquete Pinto, seu fundador, como diretor do setor técnico e artístico. Em 18 anos naquele instituto, realizou cerca de 300 pequenas películas sobre os mais variados temas. Em 1942, para a Brasil Vita Filmes dirigiu “Argila”. Em 1950, finalmente, em sua cidade natal, Volta Grande, produziu, escreveu o argumento, fotografou e interpretou uma comédia romântica, “O Canto da Saudade”, inspirada numa lenda da região. Seu último filme foi “A noiva da cidade” (1978).

Humberto Mauro era o homem dos sete instrumentos, fez de tudo mais ou menos ao mesmo tempo: dirigiu, fotografou e gravou o som. Também era tradutor de tupi-guarani. São dele as legendas e diálogos em tupi, de “Como era gostoso o meu francês” e “Antônio Anchieta José do Brasil”. Ele foi uma das figuras mais curiosas e mais produtivas que já teve o cinema brasileiro, seus filmes possuíam uma marca pessoal, é dele o mérito de haver tentado, pela primeira vez no cinema comercial brasileiro, num ambiente adverso, a realização de um cinema em que as imagens fossem como uma explicação psicológica das personagens, como que um desdobramento de suas paixões mais íntimas.

Dizia não ser literato e sim poeta do cinema: “O cinema não é nada mais que cachoeira. Deve ter dinamismo, beleza, continuidade eterna”.

O depoimento de um dos mais famosos críticos franceses, Georges Sadoul, em seu “Dicionário de Cineastas”, assim o definiu: “ Um grande cineasta, com uma profunda visão estética, cuja obra, porém, ninguém a conhecerá se não for ao Brasil”.

Humberto Mauro sempre teve interesse pelo desenvolvimento, preservação e divulgação do cinema brasileiro. Morreu no dia 5 de novembro de 1983, aos 86 anos.

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jose Pereira gaspar

cineclubista

José Pereira Gaspar nasceu em Manaus, em março de 1938. Passou sua infância em Portugal permanecendo por lá até dezembro de 1961. Retornou para Manaus aos 23 anos e aqui fixou residência.

Na década de 1960, Manaus era uma cidade pequena, porém possuía um grande público espectador com grande interesse pela sétima arte. Era no cinema que o povo manauara encontrava o seu divertimento preferido. Em terras lusas José Gaspar era cineclubista e aqui conseguiu fazer com o que os cineclubes ganhassem espaço cultural na vida da sociedade manauara.

José Gaspar foi cofundador do Grupo de Estudos Cinematográficos - GEC e dos cineclubes “Humberto Mauro” e “Silvino Santos. É autor do texto “Os Amantes – Ensaio Cinematográfico do amor frustrado”, publicado no Suplemento Literário Madrugada, sendo esta a primeira crítica cinematográfica apresentada na imprensa amazonense. Foi mantenedor da coluna semanal de orientação cinematográfica denominada “Cinéfilo”, publicada no jornal “A Crítica” na década de 1960. Também foi redator e editor do Suplemento “Travelling” do jornal “A Notícia”. José Gaspar foi o idealizador, redator e editor da Revista Amazonense de Cultura Cinematográfica, denominada Cinéfilo.

Em reconhecimento ao seu legado, em 2016, foi instituído o Prêmio José Gaspar de Crítica Cinematográfica pela Maya Filmes, em justa consideração ao seu significativo trabalho.

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Silvino Santos

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Ninguém registrou com tanta verdade, através de suas lentes de fotógrafo e cinegrafista, a cultura de uma região e as peculiaridades de seu povo, nos primeiros vinte anos do século XX, quanto Silvino Simões dos Santos e Silva, o português que nunca se naturalizou brasileiro.

O acervo de Silvino Santos no Museu Amazônico, na Universidade do Amazonas e na Associação Comercial do Amazonas, tem mais de mil fotos e é a mais importante documentação iconográfica do período relativo ao ciclo da borracha, conjunto que pode ser visto e consultado.

Em 1969, durante a sessão de encerramento do I Festival Norte do Cinema Brasileiro, no cinema Odeon, ocasião em que o filme “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, foi considerado o melhor filme, Silvino Santos, um senhor completamente desconhecido pelos artistas que estavam em Manaus participando do festival e presentes na sessão, subiu ao palco daquele cinema para receber um troféu, uma justíssima homenagem a ele, que foi o pioneiro do cine-documentário no Amazonas.

Silvino Santos veio para o Brasil atraído pelo mito da Amazônia e, embora não fosse brasileiro, “foi em Manaus que Silvino se instalou e viveu boa parte de sua vida, adotando o Norte brasileiro como pátria-mãe. Foi assim que ele se consolidou como a primeira grande expressão do cinema amazonense, exercitando muito mais um olhar de dentro da região do que a visão exótica do estrangeiro comum, como se ele mesmo fizesse parte do povo dessa região”.

Pelo conjunto de sua rica obra e o que esta representa, entendemos justo e legítimo render homenagem a esse notável fotógrafo e cinegrafista português “caboclo”, incorporando sua biografia neste trabalho.

Nascido na freguesia de Cernache do Bonjardim, Concelho da Sertã, Distrito de Castelo Branco, região central de Portugal, Silvino Simões dos Santos e Silva – o pioneiro do cine documentário na Amazônia – chegou ao Brasil por volta de 1899, no navio alemão Amazonas. No Pará, trabalhou por três anos em uma livraria e aprendeu a fotografar com o pintor e

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fotógrafo Leonel Rocha. Aos 17 anos de idade, retornou ao seu país de origem.

Seu regresso ao Brasil deu-se em 1903, novamente para o estado do Pará. Em 1910, Silvino veio para Manaus trabalhar na loja do seu irmão Carlos, situada na Rua da Instalação, Centro. Após deixar esse estabelecimento comercial, instalou-se em uma sala na Rua Henrique Martins e passou a exercer a profissão de fotógrafo e pintor.

Em 1912, seu estúdio recebeu a visita do cônsul peruano em Manaus, D. Carlos Rey de Castro, que o convidou para viajar a Putumayo, na fronteira entre o Peru e a Colômbia, para fotografar o cotidiano da “realidade” dos índios ali existentes. O convite decorreu do fato de Júlio Cesar Araña, acionista majoritário da Peruvian Amazon Rubber Company, ter sido acusado pela justiça de Londres, de ter massacrado a população indígena da região, o que resultou no documentário “Rio Putumayo”. Araña enviou Silvino a Paris, em 1913, para os estúdios da Pathé-Frères e ao laboratório dos irmãos Lumière, os inventores do cinematógrafo. Lá, o cineasta aprendeu a filmar e, de volta a Putumayo, onde passou um mês, tendo percorrido 10 mil quilômetros na selva em canoa, a pé, de avião e cavalo, realizou o seu primeiro filme: “Índios Witotos do rio Putumayo”, exibido em Manaus somente em 1916, no salão nobre do Ideal Club. Essa obra transformou a Amazônia em um grande cenário cinematográfico.

No mesmo ano Silvino casou-se com Anna Maria Schermuly, descendente de alemães que estava sendo tutelada por Araña.

O marco inicial da produção cinematográfica amazonense data de 1917, quando Silvino Santos, a pedido então governador Pedro Bacellar, realizou um filme sobre o Horto Florestal, cuja exibição se deu no Cinema Polytheama. No ano seguinte nasceu a primeira produtora de filmes do Amazonas, a Amazônia Cine-Film, dos comerciantes Mendes & Cia., Manoel Gonçalves, M. Corbacho e Avelino Cardoso, tendo Silvino Santos como cinegrafista. Instalada em uma casa alugada na Rua Dez de Julho, também no Centro, a Amazônia Cine-Film tinha por objetivo documentar as riquezas da região através do cinema. A empresa

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chegou a produzir mais de doze filmes, todos encomendados por milionários da borracha para promover a Amazônia.

Entretanto, em 1920, foi à falência, sendo arrematada pelo empresário Joaquim Gonçalves de Araújo, que passou a patrocinar as produções do cineasta. Ressalte-se que o comendador J. G. Araújo e o seu filho Agesilau Araújo, também o auxiliavam na roteirização e nas gravações.

Em 1921, Silvino Santos começou a filmar “No Paiz das Amazonas”, primeiro longa-metragem rodado inteiramente no Amazonas e que foi produzido para exibição em 1922, pelas comemorações do Centenário da Independência do Brasil, no Cine Odeon, no Rio de Janeiro, então capital do País. O filme foi exibido exclusivamente para autoridades e gente da sociedade. Antes, fora apresentado ao presidente da República e a todos os ministros de Estado, no Palácio do Catete. Posteriormente o filme teve versões em francês, inglês e alemão, sendo exibido na Europa e nos Estados Unidos da América.

O filme “No rastro do Eldorado” é resultado de sua participação como cinegrafista na expedição do sábio Alexandre Hamilton Rice, que durante nove meses avançou pela selva amazônica rumo às cabeceiras do maior rio brasileiro.

Silvino filmou índios, caboclos, flora, fauna da selva amazônica e cidades emergentes do Eldorado verde, foi um dos primeiros a fazer um tipo de fusão de imagens e um pioneiro em filmes com tomadas aéreas. Continuou em atividade até 1957, quando realizou seu primeiro e único filme colorido, Santa Maria da Villa Amazônica. Seu último trabalho foi um documentário inacabado sobre o Rio de Janeiro, descoberto durante o I Festival Norte do cinema brasileiro, em novembro de 1970.

O “Cineasta da Selva” deixou milhares de imagens fotográficas em negativos de vidro - um dos mais importantes legados imagéticos da região -, cerca de oitenta curtas-metragens - a maior parte retalhada em módulos temáticos: a pesca do peixe-boi, a extração da borracha, a vida dos índios, etc. -, cinco documentários de média metragem e oito longas-metragens, como: “Terra Encantada”, “No Rastro do Eldorado”,

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“Miss Portugal” e “Terra Portuguesa”, além de um diário inédito intitulado o Romance da minha vida.

A maioria dos filmes de Silvino, porém, está conservada na Cinemateca Brasileira. Outra parte está nas cinematecas do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e há ainda um acervo considerável em Lisboa e no Smithsonian Institute, em Washington.

Silvino Santos faleceu em Manaus a 14 de maio de 1970 e Anna Maria em 1979.

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Referências Bibliográficas

Para acessar a bibliografia utilizada nesta obra, basta fazer o download de um leitor de QR Code no celular ou tablet e posicionar a câmera como se fosse fotografar.

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