jornal atenção - 7ª ediÇÃo

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www.jornalatencao.org.br R$ 0,50 solidário: R$ 1,00 1ª quinzena de Fevereiro de 2011 Edição Nº 7 GOG - O poeta da periferia {pág 13} Condições precárias de trabalho nos cana- viais de SP {pág 17} Agricultura Familiar alimentos saudáveis e mais baratos {pág 06} Habitação: As aparências enganam em Hortolândia {pág 20} Chuvas deixam Sumaré submersa Trabalhadores colocam o presidente pra correr{pág 09} Tunísia População de Sumaré não aguenta mais o descaso da prefeitura {pág 04}

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Jornal Atenção - 7ª EDIÇÃO

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Page 1: Jornal Atenção - 7ª EDIÇÃO

www.jornalatencao.org.br

R$ 0,50solidário: R$ 1,00

1ª quinzena de Fevereiro de 2011Edição Nº 7

GOG - O poeta da periferia {pág 13}

Condições precáriasde trabalho nos cana-viais de SP {pág 17}

Agricultura Familiar alimentos saudáveis e mais baratos {pág 06}

Habitação: As aparências enganam em Hortolândia {pág 20}

Chuvas deixam Sumaré submersa

Trabalhadores colocam o

presidente pra correr{pág 09}

Tunísia

População de Sumaré não aguenta mais o descaso da prefeitura {pág 04}

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02 /opinião

Jornal Atenção – Publicação da Associação Centro de Memória Operária e Popular - Tiragem: 5.000 exemplares Edição ColetivaRedação: Carolina Chmielewski, Josiane Lombardi, Alexandre Mandl, Fernando Martins, Bruno Rampone, Luciano Claudino, Ana Elisa, João da Silva, Luana Raposo, Batata, Pedro Santinho, Letícia Teixeira Mendonça, Cristina Alvares, Rafaela Camargo, Daniela Morais e Fátima da Silva.. Colaboração: Coletivo Comunicadores Populares, Carlos Latuff, Coletivo Miséria, MTST Acampamento Zumbi dos Palma-res, MST Regional Campinas, Grupo de Teatro Cassandras, Trabalhadores Fábrica Ocupada Flaskô, Universidade Popular e Comitê pelo direito de Lutar. Fotografias: Neander Heringer, Fernando Martins, João da Silva, Luciano Claudino, Mauricio Azevedo, Nelson (Inveval) e Filipi Jordão Jesus - Telefone: (19) 3854 7798 / 3832 8831 / 3864 2624 - [email protected] - fabricasocupadas.org.br

Até quando vamos conviver com a situa-ção de impunidade so-cial. Somos cidadãos sumareenses e preci-samos de respeito. A nossa Vila estava es-quecida pelos nossos

TV FlaskôO comitê de mobilização da Flaskô está

constituindo uma TV na Internet. Com notícias diárias sobre o movimento das

fábricas e outras. Acompanhem no site: www.fabricasocupadas.org.br

Nesta edição abrimos o espaço para você leitor opiniar e co-mentar os assuntos da nossa região. Para isso basta enviar sua carta ou email para os endereços abaixo:

Carta do leitorrepresentantes e sofre-mos muito com a chu-varada no final do ano de 2010 e começo do ano de 2011. Fizemos reclamações para nos-sos senhores vereadores e nada. Mostramos de

onde estava vindo tan-ta água que entreva na nossa Vila e fomos mui-to prejudicado, ficamos dias ilhados com a água por toda a parte.

O problema vinha do Bandeirantes I e II. Por isso nós resolvemos divulgar nos jornais e com entrevista, e nós não tínhamos nada o

que fazer. E por fim cha-mamos a defesa civil, onde eles mostraram um interesse imenso de resolver a nossa situa-ção. Que seria melhoria da erosão, assim graças a Deus e a luta dos mo-radores da Vila operária a situação está sendo re-solvida. Mas não pode-mos aceitar que conti-

nue este empurra com a barriga, precisamos de nossos hidrômetros em cada casa, por isso precisamos de nosso documento, de nossa casa regularizada.

Alessandro Rodri-gues, Vice Presidente da Associação de Mo-radores da Vila Ope-rária.

Queremos que o nosso jornal seja também seu, que ele seja NOSSO. Por isso convidamos você leitor a participar. Pretendemos que esse jornal seja quinzenal, por isso sua ajuda é muito importante. Assine o jornal Atenção. Procure um de nossos colaboradores ou entre em contato pelo e-mail

[email protected]

Assine

O reajustes das passagens dos ônibus municipais em cerca de 17 cidades brasileiras têm gerado protestos em todo o país. Estudantes e militantes de organizações estão mobilizados e protestando!

Preço do busão

O Jornal Atenção fi-cou um mês parado, em função do final de ano e de reorganização. Somos um jornal independente, construído pelos movi-mentos da classe traba-lhadora da cidade e do campo e independente financeiramente, por isso

contamos com o apoio de cada um dos nossos leitores.

Este será um ano de muita luta. O mundo está se sacudindo. O Brasil também é bomba relógio. Em cada fábrica, em cada bairro, em cada escola a cada dia fica mais claro que a situação dos traba-lhadores ainda é muito precária. Os ricos cada vez mais ricos e a classe

trabalhadora com a corda no pescoço.

Por isso queremos ampliar nosso jornal. Queremos garantir sua periodicidade quinzenal. Contri-buía assinando o jor-nal, contribuía parti-cipando do jornal.

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A situação da saú-de em Sumaré e Hor-tolândia está muito precária! Em Sumaré temos um Hospital Estadual com ótimas condições para aten-der a população, no entanto não deixam os pacientes irem lá se tratar.

É preciso primeiro

Setor de saúde está doente

ir ao Hospital Muni-cipal, que está sem estrutura nenhuma de atender as pessoas, e só os casos muito gra-ves são encaminhados para o estadual.

Na semana do dia 22 uma comissão de saúde irá para São Paulo pressionar o governador para que

essa situação mude. Precisamos romper com essa barreira: o hospital estadual tem que abrir suas portas à população!

A mesma comissão também vai começar um processo de fisca-lização nas farmácias dos postos de saú-de. Muitas estão com

uma grande quan-tidade de remédios vencidos.

Além disso, temos que combater a ter-ceirização do setor de saúde de Hortolân-dia, assunto que já vem sido discutido há algum tempo e cor-re bastante risco de acontecer.

03/cidades

Campinas confir-mou em janeiro a pri-meira morte por lep-tospirose esse ano. A vítima é um homem de 37 anos que residia na região norte da cidade.

De acordo com a secretaria, o homem havia se exposto à situ-ação de risco a doença, transmitida pela urina do rato, pois frequen-tou locais atingidos pelas enchentes dos rios. Desde o início de janeiro, Campinas so-fre com o aumento de chuvas, que provoca-ram alagamentos em diversas localidades.

Pelo menos 30 fa-mílias continuavam desabrigadas e sem a ajuda necessária da prefeitura de Campi-nas, já foram interdi-

Campinas confirma caso de leptospirose

tadas 161 casas, porém o problema da moradia não é sanado de forma eficiente.

Neste ano Cam-pinas já notificou 38 casos suspeitos de lep-tospirose, sendo que oito foram descartados e 29 aguardam resul-tados dos laborató-rios. A Vigilância em Saúde (Visa) divulgou documento aos profis-sionais de saúde para que fiquem atentos aos diagnósticos precoces da doença.

Em 2010 foram no-tificados 324 casos sus-peitos de leptspirose, sendo 19 confirmados e quatro mortos. Em 2009 foram 322 noti-ficações, com 46 con-firmados e 5 vítimas fatais pela doença.

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/brasil

As fortes chuvas que castiga-ram Sumaré no inicio do ano e a negligência da prefeitura da cida-de foram os fatores para mais um caos nos bairros.

Quem sofreu foi a população que mora nas margens do Cór-rego Pinheirinho no Jardim Al-vorada e Jardim Franceschini. Já na Chácara Três Pontes, algumas residências foram invadidas pela cheia do Ribeirão Quilombo.

Foram duas enchentes em me-nos de 15 dias, desolados os mo-radores protestaram e pediam as casas prometidas pelo prefei-to José Antonio Bacchim (PT) durante a campanha eleitoral. Muitos ficaram ilhados dentro das residências e alguns subiam nos telhados, buscando proteção diante do nível da água e forte correnteza. Eles alegavam que a água subiu muito porque a pre-

Chuvas fortes e descaso da prefeitura deixam Sumaré embaixo d’agua

feitura teria aberto a comporta da Represa do Marcelo.

No total foram mais de 4.000 pessoas afetadas pelas chuvas e quem pediu tentou pedir ajuda nos 13 postos de atendimento de assistência social da prefeitura deu com a cara na porta.

As chuvas levaram a cidade a de-cretar, no dia 7 de janeiro, estado de emergência. De acordo com o rela-tório de avaliação de danos e riscos elaborado pela Defesa Civil e secre-tarias municipais, as chuvas provo-caram prejuízos de R$ 7,5 milhões para a cidade, onde 750 casas foram danificadas e cinco foram destruí-das, três pontes sofreram danos, 6 km de via públicas ficaram avariados e foram verificados focos de erosão e problemas na rede de esgoto.

As pessoas que estavam nos abrigos foram obrigados a aban-donar e voltar para suas casas

sem ter o problema sanado. A prefeitura e a Câmara dos Vere-adores ficaram de portas tranca-

das. A população dos 37 bairros afetados, se viu sem a quem pe-dir ajuda.

Família ocupa estacionamento da Câmara de Vereadores para se proteger das chuvas

NO BRASIL NO MUNDO

Julia Chequer

A temporada de chu-vas começou em 2011 e no Brasil muitas vítimas de 2010 ainda continu-am sem auxilio.

Em São Paulo as en-chentes são diárias e o

governo estadual iniciou o teste de alerta de en-chentes somente durante os temporais, o que não serviu para nada.

O Estado do Rio de Janeiro voltou a sofrer

com as chuvas no mês de janeiro. A região serrana foi castigada. Os municí-pios de Petrópolis, Nova Friburgo e Teresópolis já contabilizam mais de 800 mortos.

Na Austrália volume de água foi quase o do-bro do registrado no Rio de Janeiro. Mas apenas 20 pessoas morreram. O que as autoridades e a população fazem de di-

ferente por lá?Mais de 50 radares ao

redor da Austrália criam uma espécie de anel de proteção para detectar mudanças climáticas.

O Serviço de Emer-

gência do Estado recebe o alerta da meteorolo-gia quatro dias antes das enchentes. Além de anúncio em rádio e TV, eles usam até torpedo de celular para alertar a po-pulação a sair das áreas de risco.

Um senhor diz que foi avisado por mensa-gem de texto. E deixou a casa 40 minutos an-tes de ela ser inundada. Agora, aguarda que as águas baixem para re-tornar.

04

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05/brasil

Muitas manifestações acontecem em todo o Brasil contra o aumento das passagens de ônibus. Na cidade de São Paulo o aumento é vigente desde o dia 5 de janeiro.

A ação é organizada pelo Movimen-to Passe Livre de São Paulp (MPL-SP), com apoio de entidades, sindicatos e organizações políticas.

A MPL defende uma concepção de transporte público baseada na partici-pação popular na tomada de decisões e na universalidade do acesso, através da

Protestos contra o aumento da passagen de ônibus

gratuidade.Neste início de 2011, o MPL já reali-

zou duas manifestações: O protesto do dia 13 foi violentamente reprimido pela Polícia e resultou em 10 feridos e 30 mi-litantes presos.

Em Campinas o aumento foi de 9,62% saltando de R$ 2,60 para R$ 2,85. O passe escolar passa de R$ 1,06 para R$ 1,14.

A cidade de Sumaré não ficou de fora, também reajustou a passagem este ano. O valor subiu de R$ 2,20 a R$ 2,50.

O brasileiro está comprando me-nos arroz e feijão. A aquisição média anual per capita dos produtos, tradi-cionais na alimentação nacional, teve queda entre os anos de 2003 e 2009.

O arroz caiu 40,5%, tendo passa-do da média de 24,5 para 14,6 qui-los por pessoa ao longo de um ano. Já o feijão, teve redução de 26,4%, passando de 12,4 para 9,1 quilos. A aquisição de açúcar refinado tam-bém diminuiu 48,3% (de 6,1 para 3,2 quilos) no período.

Por outro lado, houve aumento na compra de refrigerante de cola (39,3%, de 9,1 para 12,7 quilos), água mineral (27,5%, de 10,9 para 13,9 quilos) e cerveja (23,2%, de 4,6 para 5,6 quilos).

O levantamento revela que o arroz e o feijão também perderam partici-pação relativa entre os itens tradicio-

Brasileiros consomem mais bebidas e menos arroz e feijão

nais na composição do total médio diário de calorias consumido pelo brasileiro. No caso do arroz, a contri-buição passou de 17,4% para 16,2%; já o feijão reduziu sua participação no prato do brasileiro de 6,6% para 5,4%.

De acordo com a nutricionista clínica Vânia Barberan, o problema do consumo excessivo de produtos industrializados está diretamente re-lacionado à maior ingestão de açúca-res e gorduras.

“Há todo um mito de que o arroz engorda, então muita gente deixa o prato de lado e acaba substituindo por outros alimentos que engordam muito mais. Com isso, a associação arroz e feijão é desfeita e o brasileiro acaba comendo menos feijão tam-bém, já que não tem o hábito de in-gerir o alimento puro ou com pão, por exemplo”, explicou.

Está chegando a copa do mundo no Brasil! Muita euforia, já que o país do futebol pode conseguir o hexacampeo-nato mundial. Haja coração pra aturar o chato do Galvão Bueno!! Mas, falando sério: quem é que ganha num evento como a Copa ou as Olimpíadas? Será que o Brasil ganha como um todo ou só alguns privilegiados é que faturam com essas coisas?

Em qualquer lugar (seja rico ou po-bre) uma Copa do Mundo gera uma grande movimentação da economia, pois são necessárias muitas e grandes obras como estádios, hotéis, aveni-das, aeroportos, ferrovias, metrôs, etc. Aparentemente todos ganham: muitas obras = muitos empregos. Mas não é bem assim.

Estudos mostram que praticamen-te todas as cidades que sediaram jogos nos últimos anos saíram com dívidas imensas, pagas sempre pelo povão logo depois dos eventos. E os problemas co-meçam antes mesmo da bola rolar!

O que o povo ganha com a Copa 2014?

Abrindo passagem para as gran-des obras estão previstos milhares de despejos nas cidades-sede e também em regiões que abrigarão as delega-ções e treinamentos, como é o caso de Campinas. É claro que não vão des-pejar ninguém em Barão Geraldo ou no Cambuí. É o povo mais pobre que paga essa conta. Quer um exemplo? Em 1988, nas Olimpíadas de Seul (Co-réia do Sul), 48 mil prédios foram des-truídos e 15% da população da cidade ficou desabrigada. Imagina só o que vem por aí...

Outra conta que os pobres vão pagar é a da reforma de estádios. Ao todo o governo, através do BNDES, irá dar de mão beijada 4 bilhões e 800 milhões de reais para os clubes. E nós ganhando R$ 510. Vergonha!

Iremos acompanhar os (d)efeitos da Copa e das Olimpíadas no Brasil. Mas uma coisa já da pra adiantar: ne-nhuma vantagem pros trabalhadores. Haja coração!!

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A falta de alimentos na mesa dos brasileiros é um problema deixado de lado pelos governan-tes. No país, a fome é ainda um grande proble-ma social: cerca de 30 % dos domicílios sofre com a falta de alimentos.O problema aumenta na medida que o governo financia o agronegócio para a exportação de matéria-prima a países do mundo inteiro, ao

Agricultura Familiar garante alimentos saudáveis e baratos para a população

invés de investir na pro-dução de interna de ali-mentos.

A agricultura familiar se apresenta como uma solução pra a questão alimentar, com a pro-dução de alimentos de qualidade e mais baratos para o padrão de vida dos brasileiros, além de gerar empregos e renda no campo.

Segundo censo agro-pecuário realizado em

2006 pelo IBGE (Institu-to Brasileiro

de Geografia e Esta-tística), a agricultura fa-miliar representa 84,4% da agricultura brasileira, ocupando 24,3% das ter-ras cultivadas no Brasil. Atualmente 75% da pro-dução dessa área cultivá-vel vão para as mesas dos brasileiros, garantindo alimentos mais baratos, com qualidade e sem agrotóxicos.

Assentamentos do MST produzem alimentos para as cidades da região

Os assentamentos do MST pro-duzem grande quantidade de ali-mentos para o abastecimento da cidade. Existe um Programa de Aquisição de Alimentos chamado Doação Simultânea. Esse progra-ma do governo compra alimentos produzidos em assentamentos de Reforma Agrária e os distribui para entidades assistenciais.

Os assentamentos Elizabeth Tei-

xeira em Limeira e Milton Santos em Americana entregam alimentos para esse programa que garante a ali-mentação da população local.

São hoje beneficiados pelo pro-jeto 99 produtores e 11080 consu-midores, organizados por 17 en-tidades assistenciais. Logo, mais assentamentos na região significam mais alimentos na mesa do traba-lhador da cidade.

/campo06

Durante a primeira quinzena de janeiro de 2011, cerca de 1000 pesso-as se mobilizaram em ocupações de terras no estado de São Paulo. Estas ocupações ocorreram nos municípios de Castilho, Cafelândia e Serrana e exigiam agilidade na desapropriação de terras improdutivas e cujos donos devem impostos ao Estado. O MST afirma que essas ações são necessárias, pois a Reforma Agrária está paralisada.

Enquanto isso, a terra permanece concentrada nas mãos do agronegócio e dos latifundiários. Isso é parte de um modelo agrícola que mata pessoas de

Reforma Agrária paralisada

Na madrugada de 05 de janeiro de 2011 cerca de 250 integrantes do MST ocuparam a

Fazenda Martinópolis, que pertence à Usina Nova União situada no municí-pio de Serrana – SP, na região de Ribei-rão Preto.

Participaram da ocupação famílias sem terra das regiões de Campinas, Grande São Paulo, Vale do Paraíba e ribeirão Preto. A ocupação reivindica o

tanto trabalhar nos canaviais, envenena os alimentos tornando o Brasil o prin-cipal consumidor de agrotóxicos do mundo, destrói as áreas de reservas le-gais e áreas de preservação permanente.

Segundo o Movimento dos Traba-lhadores Sem Terra, fazer a Reforma Agrária no Brasil não significa somen-te resolver o problema social das famí-lias sem terra, mas também a mudança do atual modelo de desenvolvimento do campo - insustentável ambiental-mente, com intensa exploração dos trabalhadores e dependente economi-camente do capital internacional.

Família Sem-Terra ocupam fazenda de usina caloteira

assentamento das famílias do Acampa-mento Alexandra Kollontai, que existe desde 22 de maio de 2008.

A Usina Nova União tem uma dí-vida de cerca de 300 milhões de reais por sonegação de impostos. Além de sofrer processos trabalhistas e mul-tas ambientais. Até hoje, a Usina ain-da não pagou os salários e os direitos trabalhistas do ano de 2010 de mais de 600 funcionários.

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Na última semana foi lançado pela “Rede Social de Justiça e Direitos Hu-manos” a 11ª edição do relatório Direi-tos Humanos no Brasil, em São Paulo. O livro, publicado anualmente, apre-senta um amplo panorama dos direitos humanos no país e conta com a contri-buição de cerca de 30 organizações so-ciais.

Juiz diz que fator previdenciário é inconstitucional

A 1ª Vara Federal Previdenciária em São Paulo considerou o fator pre-videnciário inconstitucional. A deci-são, tomada pelo Juiz federal Marcus Orione Gonçalves Correia, se deu por conta de uma ação movida por um se-gurado contra o INSS.

Na opinião do juiz que analisou o assunto, o fator previdenciário utilizado na obtenção de benefícios, como a apo-sentadoria por tempo de contribuição, exige requisitos que dificultam o acesso ao próprio direito do benefício.

O Juiz entende que se a Constitui-ção Federal não limitou a idade para

os trabalhadores se aposentarem por tempo de contribuição, não pode uma lei inferior à ela prejudicar o traba-lhador. Entendeu também o Juiz que o fator previdenciário é um retroces-so social, o que não é admitido pela Constituição.

Parabéns ao Juiz pela importante decisão! A decisão serve apenas para a parte que entrou com a ação. Mas é um importante precedente para os tra-balhadores. Se a ação chegar ao STF e esse também entender inconstitucio-nal o fator previdenciário pode se es-tender a todos os trabalhadores.

O que é o fator previdenciário O Fator Previdenciário é uma equação utilizada pelo governo para calcular o valor

da aposentadoria dos segurados do INSS. Ele leva em consideração o tempo de contribuição, a idade e a expectativa de vida do aposentado ao definir o valor da aposentadoria. Aprovado pelo governo FHC, o Fator Previdenciário reintroduziu a aposentadoria por idade, mas de acordo com a idade estipulada pelo governo. Na letra da lei, para evitar a redução no valor da aposentadoria, o trabalhador precisa trabalhar mais tempo. Continuaremos lutando pelo fim do Fator Previdenciário, para que o trabalhador receba integralmente sua aposentadoria.

Lançado o “Relatório Direitos Humanos no Brasil - 2010”

Os 26 artigos que compõem a obra dão um panorama abrangente dos di-reitos humanos no país ao longo dos úl-timos anos, e, principalmente em rela-ção à situação de 2010. Política agrária, direito ao trabalho, à infância, questão GLBT, indígena, quilombola e trabalho escravo estão entre os temas tratados pelos autores. A obra também aborda

as ações afirmativas para afrodescen-dentes no sistema de ensino brasileiro, as violações cometidas pela ex-estatal e hoje transnacional Vale, a atuação do Banco Mundial e o tema da migração. Há, ainda, um balanço sobre a situação dos direitos reprodutivos em 2010 e uma avaliação dos quatro anos da im-plementação da Lei Maria da Penha. Questões relacionadas à segurança pú-blica também são tratadas na publica-ção, como em artigo que defende uma política de segurança fluminense pen-sada para além das Olimpíadas de 2016

e texto que analisa a bomba-relógio que é o sistema prisional brasileiro.

Além da radiografia e balanço das violações, a obra traz um artigo de Aton Fon Filho, advogado e diretor da Rede Social, sobre a vitória da mobilização e da advocacia popular em dois casos emblemáticos de violações de direitos humanos - o assassinato da irmã Doro-thy Stang, no Pará, e a explosão em uma fábrica de fogos de artifício em Santo Antônio de Jesus, na Bahia.

Para acessar e baixar o relatório veja em: www.social.org.br

07/direitos

Page 8: Jornal Atenção - 7ª EDIÇÃO

Trabalhadores voltam a parar as ruas na Grécia. O governo anunciou que vai cortar a verba que ga-rantem muitos direitos públicos por lá. O gover-no começou quer apro-var um corte nos salários dos trabalhadores das

Grécia volta a pegar fogo!

Depois de mas-sacrar os pobres na faixa de Gaza, o Es-

O Estado de Israel começa a destruir casas de pobres na Palestina

tado de Israel come-ça a destruir as casas de palestinos pobres.

Primeiro começaram a arrancar as terras de palestinos pobres na faixa de Gaza. Depois começaram a avançar para tirar palestinos de todo o território. Por causa disso co-meçaram a destruir as casas.

Um fazendeiro pa-lestino observa um prédio demolido pelo Exército israelense na aldeia de Jiftlik, norte de Jericó

empresas estatais. Tam-bém querem aumentar a força dos patrões nas negociações com os tra-balhadores. Quem vai se ferrar? Os trabalhadores.

Contra essas medi-das os trabalhadores param os ônibus públi-

cos em todo o país. O metrô ficou parado por seis horas. Os funcioná-rios da emissora estatal ERT participaram da greve. Os trabalhadores do banco estatal ATE-bank fizeram 24 horas de paralisações.

Dia 28 de novembro o site WikiLeaks começou a publicar documentos confidenciais de embai-xadas americanas de todo o mundo. Como ele era hospedado em um pro-vedor americano, dia 03 de dezembro o site foi ti-rado do ar. 6 horas depois conseguiram voltar ao ar hospedando o site em um provedor suíço.

Quatro dias depois (7 de dezembro) o criador do site, Julian Assange, foi preso em Londres acusa-do por crimes sexuais. Ele nega as acusações de ter feito sexo sem o consen-timento da parceira, mas assume a acusação de ter feito sexo sem camisinha - o que é crime na Suécia. No entanto, ativistas que defendem o WikiLeaks afirmam que a prisão está diretamente ligada ao va-zamento dos documen-tos.

Uma das evidências é o recente boicote das empresas Mastercard e

Ataques contra o WikiLeaks

O que é o WikiLeaks?

WIKI = palavra ha-vaiana que significa “muito rápido”

LEAKS = palavra em inglês que signifi-ca “vazamentos”

WikiLeaks é um site sem fins lucrati-vos criado por Julian Assange em 2007. Sua meta é trazer notícias e informa-ções importantes à público. Seu princípio mais amplo é a de-fesa da liberdade de expressão e de publi-cação, a melhoria do nosso registro históri-co comum e o apoio aos direitos de todas as pessoas criarem uma nova história.

O site recebe in-formações anônimas, investiga sua veraci-dade e publica. Ficou famosa por revelar documentos confi-dências de diversos países.

O que diz o fundador?“Há a questão sobre que tipo de informação

é importante para o mundo, que tipo de informa-ção pode gerar uma reforma. E há muita infor-mação. Então as informações que organizações estão fazendo um esforço econômico para es-conder, isso é um bom sinal de que quando essa informação estiver disponível, há uma esperan-ça dela fazer algo bom.” – Julian Assange

Visa. Depois que o site começou a pedir doações on-line para continuar suas atividades, as opera-doras de cartão de crédito anunciaram a suspensão dos pagamentos feitos ao WikiLeaks. Além disso, o banco suíço Postfinance fechou a conta de Assan-ge.

Como resposta a esse boicote um grupo de ha-ckers conseguiu deixar os sites da Mastercard, do banco Postfinance e do escritório de advogados que acusam Assange fora do ar por alguns períodos. O grupo alega estar lutan-do pela "liberdade na in-ternet" e contra a censura.

Dia 16 de dezembro o tribunal de Londres to-mou a decisão de permi-tir que Assange aguarde o processo em liberdade. Para isso teve que pagar uma fiança de R$ 200 mil libras (aproximadamente 532 mil reais).

ASSINE A PETIÇÃO PELO FIM DOS ATAQUES AO WIKILEAKS:http://www.avaaz.org/po/wikileaks_petition/?vl

08 /mundo

Page 9: Jornal Atenção - 7ª EDIÇÃO

O presidente-ditador da Tunísia, Ben Ali, es-tava a 23 anos no poder. Apesar da maioria das pessoas acharem que as coisas estavam erradas e que os políticos eram corruptos, elas não viam como podiam mudara situação.

No ano de 2009 a cri-se econômica pegou feio no país e muita gente foi demitida . Os patrões avançaram pra tirar di-reitos dos trabalhadores e os salários ficaram ainda mais baixos .

O povo começou a sair na rua e a polícia desceu a borrachada. A situação ficou ainda pior

Trabalhadores da Tunísia botam o presidente pra correr

depois que um jovem de 26 anos, que trabalhava de ambulante, tacou fogo em si mesmo porque a polícia tinha tomado a sua barraquinha.

As pessoas começa-ram a ter mais medo da miséria do que da morte. Foram pra cima da polí-cia. O presidente-ditador mandou o exército matar a população, mas o exér-cito disse “não” e ficaram do lado do povo. Nesse dia, 14 de janeiro de 2011, Ben Ali foi obrigado a sair fugido do país. A po-pulação está tentando se libertar desses parasitas e construir na prática um mundo melhor. O povo se levanta contra a fome e o desemprego

Congresso dos EUA querem ti-rar a proposta da reforma da Saú-de. A proposta era universalizar a saúde para os americanos. A Saú-de nos EUA é ainda pior que no Brasil, quem não tem dinheiro pra pagar, morre e quem tem algum dinheiro é enganado pelos convê-nios médicos que fazem de tudo

O sistema de saúde nos EUA consegue ser pior que o do Brasil

para não gastar um tostão.Os congressistas tiveram a cara

de pau de dizer que o problema das dívidas do Estado Americano é este projeto de reforma da Saú-de. Mas em dois mil e nove o con-gresso aprovou dar de mão beijada 1,45 trilhões de dólares pra salvar os banqueiros.

/mundo 09

Page 10: Jornal Atenção - 7ª EDIÇÃO

Malhação é a nove-la de fim de tarde da Rede Globo. Seus pro-dutores têm como pú-blico principal os ado-lescentes e jovens, e a novela aborda geral-mente temas relacio-nados a esse público. Porém o que a Rede Globo não expõe de fato é o caráter elitista dessa novela, já que o seu principal objetivo é criar na juventude

Novela Malhação: Quais seus verdadeiros objetivos

que assiste ao progra-ma uma mentalidade que favorece medidas conservadoras, além de vender estilos que estão na moda. Malha-ção serve para conven-cer o jovem brasileiro de como ele deve se vestir, se comportar, se relacionar, em resumo, a lógica que impera é a da ditadura da beleza.

A periferia nunca é mostrada na novela,

Geralmente temas polêmicos são abor-dados. Nas últimas semanas pôde-se ver alcoolismo, eleições e homossexualismo, po-rém esses temas são explorados de maneira superficial e se colocam como coisas passageiras de fácil solução. O pro-blema com o consumo de bebidas alcoólicas é resolvido simplesmen-te com a total negação do consumo, não com a estratégia de um con-sumo consciente, e a

não existem pobres tra-balhadores que sofrem diariamente com a ex-ploração dos patrões, não existem estudantes que pegam ônibus lota-dos todos os dias para irem à escola, ou seja, as verdadeiras relações de opressão não aparecem na tela da televisão, e a imagem de juventude que é mostrada todos os dias não confere com a realidade das ruas.

grande propaganda que incentiva esse consumo é deixada de lado. No caso dos relacionamen-tos homossexuais, o que se mostra é o pro-blema do preconceito no cotidiano, que para o programa pode ser combativo com a par-ticipação das pessoas em passeatas contra a homofobia, mas as grandes lutas dos ho-mossexuais pelos seus direitos e as pequenas ações do dia a dia que podem ser encaradas

como homofóbicas, como piadinhas e apeli-dos não são levados em consideração. No caso da corrupção em elei-ções, o problema é mais fundo, pois o corrupto ganha as eleições e resta à personagem pobre da novela apenas lamen-tar, ao invés de mostrar atitudes de revolta que seriam importantes nesse tipo de caso.

A novela global Malhação serve então como um instrumento de reafirmação da clas-se rica, passando todos os dias na televisão e vendendo a imagem de novela jovem que serve para conscientizar a ju-ventude.

COMO TRATA SEUS TEMAS?

10 /juventude

Page 11: Jornal Atenção - 7ª EDIÇÃO

suplemento Infantil

Jornal

Que nome deve ter a parte infantil do jornal atenção?Mande sua sugestão de nome para [email protected] com o título sugestão de nome.

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fazendoarte

Quadrinho coletivo feito por todos os participantes do curso de História em Quadrinho que acontece todas as quintas-feiras, as 15h, na Fábrica de

Esporte e Cultura da Flaskô

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o que e, o que e?

``

1-Que tem rabo de porco, mas não é porco. Pé de porco mas não é porco. Costela de porco, mas não é porco?

2-Quando dizemos o seu nome, ele deixa de existir?

3-Que é pequeno como rato mas cuida da casa como um leão?

4-Que quando anda vai deixando uma trilha para trás?

RESPOSTAS: 1. Feijoada - 2.O silêncio 3. Cadeado 4. Agulha

LIGUE OS PONTOS

Endereço: Av. Engº Jaime de

Ulhoa Cintra, nº 2355 - Pq.

Bandeirantes

Contato: joaomsm@hotmail.

com - 3832-8831 - 3864-3491

(Carolina)

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Resposta: 1- óculos do segurança; 2 - placa na vitrine; 3 - pé da menina; 4 - orelha do Papai Noel; 5 - botão da camisa do segurança; 6 - costas do menino; 7 - gravata do homem.fazendo arte

sete erros

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0911/fábrica de esporte e cultura

Nos dias 11 e 12 de dezembro acon-teceu o “Encontro em defesa da clas-se trabalhadora” na fábrica ocupada Flaskô. Sábado houve a apresentação da peça “A Exceção e a Regra” (veja a matéria) e da banda “Somo Black”. Diversão e sucesso total!

E no domingo foi discutida a im-portância dos grupos que pensam comunicação, educação e cultura e dos movimentos sociais caminharem juntos para que possamos crescer em termos de discussão e atividades de

Encontro em defesa da classe trabalhadora

melhor qualidade. A partir do ano que vem serão marcadas reuniões mensais de um comitê de mobiliza-ção permanente para que possamos estar juntos de uma forma mais con-tínua.

Além disso foi discutida a desa-propriação do espaço da Fábrica de Esportes e Cultura, para que ele te-nha autonomia e receba mais ajuda da Secretaria de Esportes e Cultu-ra. Os presentes no encontro mani-festaram apoio a esta posição.

Há mais de sete anos, depois de abandonada pelos antigos proprietários, a fábrica de embalagens plásticas Flaskô, em Sumaré, no interior de São Paulo, foi ocupada pelos trabalhadores, como forma de garantir seus postos de trabalho. O livro-reportagem relata as histórias de vida desses que, lutando para pagar as dívidas da antiga administração - que somam mais de 110 milhões de reais – reivindicam a estatização da fábrica pelo Governo Federal. Para concretizar esse sonho, organizam protestos e estabelecem alianças com outros movimentos sociais. Na tentativa de equilibrar pendências financeiras e o pagamento dos próprios salários, enfrentam o Estado, a Justiça e a opinião pública.

Entre em contato e saiba como adquiri seu exemplar Telefone: (19) 3854 7798 / 3832 8831 / 3864 2624 - [email protected] ou compre pelo site: www.livrariamarxista.com.br

ADQUIRA O LIVROflaskô: fábrica ocupada

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12 /artes

Coletivo M

iséria: Para ler m

ais charges entre em m

iseriahq.blogspot.comP

ara ler mais tirinhas entre em

tirasdamiseria.blogspot.com

Peão

Eu sou peãoPeão de fábricaDe mão calejadaE de sapatão

Eu sou peãoPeão da máquinaQue suja de graxaA produção

Eu sou peãoPeão que ralaPor horas diáriasBatendo cartão

Mas antes de nada

Eu sou peãoPeão da fábricaQue a peãozadaFez ocupação

Eu sou peãoPeão que falaE que acha graçaDo fim do patrão

Eu sou peãoPeão que marcaO fim da desgraçaDa exploração

Eu sou peãoE antes de nadaSou filho das massasDa revolução

Autor: um trabalhador da Flaskô

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Agenda Cultural

”Comeceu a fazer pinturas depois que conheci o graffit. E aí tava difícil arranjar trampo, queria ar-ranjar um jeito de ganhar um di-nheiro e comecei fazer. Fui fazen-do um trampo pra um mano aqui outro ali e fui me aperfeiçoando do graffit a aerografia, e fui fa-zendo os trampos por aí, crescer e fazer uma imagem melhor, quanto melhor a arte for mostrada, me-lhor será o futuro”.

Vacon art

Genival Oliveira Gon-çalves, ou apenas GOG é raper e escritor do Dis-trito Federal. Com uma carreira de mais de 20 anos, participou do início do movimento Hip Hop brasileiro, quando junto com a dupla paulistana, Thaíde e DJ Hum, estabe-leceu uma conexão com vários estados, com o ob-jetivo de integrar o RAP nacional. Morador da cidade satélite de Guará, GOG sempre se preocu-pou nas suas letras em fa-lar do cotidiano de jovens que têm que enfrentar até 60 km em ônibus lotados para irem trabalhar, da influencia dos “gringos” no Brasil, da corrupção no planalto e da periferia, que para o raper tem que estar sempre unida. A

07 de FevereiroExposição “Exclusões sociais: massas humanas em êxodo”

“Reproduções de 60 fotos do fotógrafo Sebastião Salgado, retratando pessoas de todos os continentes em êxodo”.

Na biblioteca setorial do Campus I da Puccampsegunda à sexta, das 8h às 22h grátis!

GRÁTIS

Fotografia Digital Para Esportes De AçãoPOSTADO POR TICO QUINTA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2011Este é um evento bimestral no SESC, que junta artes visuais, tecnologia e literatura:

Exposição do Espaço Arte-Mídia de 8/jan a 28/fev - terça a sexta, das 14h às 21h30min; sábado e domingo, das 10h às 18hNeste edição apresentaremos os trabalhos de RENATO GONÇALVES e PAULA PEDROSA, fotógrafos de esportes radicais que utilizam equipamentos digitais para criarem seus trabalhos.

Inscrições para os grupos artísticos da PUCCAMPPOSTADO POR TICO QUARTA-FEIRA, 5 DE JANEIRO DE 2011

Já estão abertas as inscrições para os grupos da PUCCAMP, que “oferece(m) atividades de dança, coral, teatro, música de câmara e big band. As inscrições são abertas para pessoas da PUC-Campinas ou da comunidade externa”.

Pegue mais informações no site do Centro de Cultura e Arte (CCA). O período de inscrição vai até dia 18 de março e a participação é gratuita.

GOG – o poeta da periferia

aproximação com a lite-ratura marginal e os mo-vimentos culturais são essenciais para a sobrevi-vência do texto e do teor evolutivo do Hip Hop, segundo Gog, que estrei-ta alianças com vários ativistas: Sérgio Vaz, Co-operifa, Férrez, 1daSul, Nelson Maka, Coletivo Blackitude, Alessandro Buzo, Suburbano Con-victo e Sacolinha Gradu-ado, entre vários outros. Os movimentos sociais também se aproximam, como MST, MSTL, Ação Educativa passam a ser parceiros de seu trabalho. Em setembro de 2010 lançou o seu primeiro livro, intitulado A Rima Denuncia, que traz 48 letras de rap de diversas fases de sua carreira

Trabalho feito em uma moto

/mundo 13

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14 /fábricas ocupadas

Os trabalhadores da Flaskô realiza-ram em dezembro um importante en-contro discutindo as perspectivas para a classe trabalhadora e os caminhos para a vitória.

Com a presença de companheiros do MST, do MTST, do Sindicato dos Químicos, do Sintusp, de estudantes, trabalhadores de diversas fábricas.

Foi discutida a luta contra a crimi-nalização dos movimentos Sociais. O companheiro Gegê explicou a necessi-

O inicio do ano foi marcado por um série de informações judiciais que colocam os trabalhadores da Flaskô em alerta. Há rumores de que os antigos patrões passam a pensar como retomar sua fábrica, inclusi-ve aqueles ligados ao Grupo Tigre, além de medidas de criminaliação contra os dirigentes da Flaskô.

Assim foi discutida a organiza-ção de uma Caravana a Brasília para debater com a Presidente Dilma

Por iniciativa da Flaskô foi realizado um seminário em 15/01 para discutir a formação dos militantes e a cons-

2011: Preparar a Luta para levar a Flaskô a vitória

dade de ampliar a unidade na constru-ção dos comitês pelo direito de lutar. Membro da Comissão de Fábrica da Cipla, Serge Goulart explicou a neces-sidade de retomarmos a luta contra a intervenção na Cipla e Interfibra.

No domingo uma comissão de es-tudantes, artistas e trabalhadores dis-cutiram a ampliação da luta na Fábrica de Cultura e Esporte além de organiza-rem para planejamento para o ano de 2011.

Estatização da Flaskô através da desapropriação municipal

Foi também informado e discutido a necessidade de se amplicar a luta pela declaração de interesse social da Flaskô, da Vila Operária e da Fá-brica de Esporte e Cultura. Principal-mente porque o próprio prefeito de Sumaré Bachim afirmou que é via-vél, mesmo que não tenha tido ”co-ragem” de adotar a medida. Por isso foi decidido amplificar a pressão.

A declaração de interesse social é a forma da prefeitura da o primeiro passo para salvar a Flasko e os em-pregos dos trabalhadores. E também iniciar o processso de regularização da Vila Operária e Popular, além é claro de transformar a Fábrica de Cultura num verdadeiro centro cultu-ral municipal controlado pelos traba-lhadores.

As ameaças continuam contra a Flaskô

Rousset a luta do movimento das fábricas ocupadas. Este ano é neces-sário avançar em conquistas, Pedro Santinho, do conselho da Flaskô, afirmou: “Precisamos unificados os movimentos com uma pauta mais ativa. Neste ano precisamos impor a estatização da Flaskô. Precisamos impor uma lei de anistia a todos os trabalhadores e militantes dos mo-vimentos que retirem todos os pro-cessos de criminalização.”

Fábricas Ocupadas realiza seminário na Flaskô

uma séria de encami-nhamentos. O primeiro deles foi a ampliação do comitê de mobilização da Flaskô com reuniões mensais.

O jornal atenção pu-blicará no próximo jor-nal um encarte especial com as decisões.

trução da unidade das lutas dos movimentos sociais, do sindical ao es-tudantil, passando pelo MST e MTST, e outros movimento de moradia, além do Movimento dos Trabalhadores Desem-pregados.

A atividade decidiu

Gegê explicou a necessidade de ampliar a unidade na construção dos comitês pelo direito de lutar

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Água uma necessidade básica

Há cinco anos a Vila Operá-ria se ergue com o suor dos seus moradores. Mas pouco, ou qua-se nada é feito pela prefeitura de Sumaré. Em junho do ano pas-sado foi aprovado a implemen-tação da rede de água e esgoto, mas até o momento o DAE se

Prefeitura precisa canalizar córrego na Vila Operária

Durante este perío-do de chuvas diversas casas foram ameaçadas por conta da chuva e da falta de redes pluviais na região. A secretaria de obras iniciou um trabalho com aterro e diminuição do assorea-mento do córrego. Mas os moradores enten-dem que é necessário mais. Por isso esta luta está em pauta.

Regularização pode ser feita por desapropriação

Muito se tem por fazer, de acordo com Neusa, moradora da Vila Operária. O Pre-feito Bacchim pro-meteu uma solução. Nós sabemos que a regularização pode se feita imediatamente com o prefeito apro-vando um decreto de interesse social para

esconde e nada faz.Por isso, na semana do dia 12

de fevereiro os moradores estão se organizando para cobrar pro-videncias.

Já se ouve por ai. “O prefeito que se cuide. Por não podemos mais esperar.”

a posterior desapro-priação. Queremos que o prefeito escute, nós não vamos desis-

tir e ele não pode se esconder, porque nos conhecemos as leis e nossos direitos

/vila operária 15

Moradores da Vila Operária devem lutar e reivindicar a regularização do bairro

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Existe uma fábrica chamada ACR que pro-duz componentes para eletrodomésticos, com cerca de 150 trabalhado-res na sua grande maio-ria mulheres. O Jornal Atenção tem acompa-nhado bem de perto o dia a dia ali. Há pouco tempo atrás as operárias tiveram a iniciativa de realizar uma greve por melhores condições de trabalho, os colaborado-res do Jornal estavam lá e ficaram indignados com o que está acontecendo.

Aqueles que ainda es-tão em experiência não recebem vale transporte nos três primeiros me-ses, os vestiários e ba-

Operários estão sendo maltratados em Sumaré

nheiros não suportam a quantidade de trabalha-dores, não há um espaço para que eles possam se alimentar na hora do al-moço, quem não faz ho-ras extras convivem com a ameaça de demissão, constrangimentos, al-gumas mulheres já des-maiaram algumas vezes por falta de ventilação nos dias de calor e várias outras coisas.

Nessa greve as exigên-cias foram: o pagamen-to mais justo de PLR, a construção de vestiários e banheiros, ventilação no galpão e estabilidade de emprego por 3 me-ses, ninguém poderia ser demitido nesse período,

um acordo foi assinado com tudo isso e a greve foi vitoriosa.

Mas os patrões da ACR já descumpriram o acordo que assinaram com sindicato dos meta-lúrgicos, já demitiram 2 trabalhadores. O Jornal entrou em contato com o sindicato, e a única coi-sa que fez foi dizer para os operários demitidos irem ao setor jurídico para ver quanto tem pra receber de direitos traba-lhistas, enquanto os tra-balhadores e trabalha-doras pedem uma nova greve, afinal, há muita demissão lá e amanhã ou depois mais cabeças vão rolar.

Os trabalhadores da Flaskô estão pro-pondo uma reunião ampliada com to-dos os trabalhadores para discutirem as necessidades de nos-sa categoria. Carlos Donizeti disse “Na Flaskô trabalhamos 30 horas. Acho que todo o patrão tem que aceitar pelo me-nos 40 horas. É o mí-nimo do direito com o sábado livre”. Tam-

Trabalhadores Químicos de Campinas e região querem luta

Diversos traba-lhadores do ramo químico da região de campinas têm discu-tido a importância de se iniciar agora mesmo uma campa-nha na base pelas 40 horas semanais. Esta pauta foi discutida na última assembléia da campanha salarial em novembro.

No ano passado a categoria teve avan-ços. Mas o crescimen-to para os patrões foi muito maior. Por isso a categoria que iniciar no mês de março a luta pelas 40 horas, sem re-dução da jornada.

Eleição da diretoria neste ano

bém foi dito que é necessária muita luta, não aceitar conversinha de pa-trão e nem dinhei-ro deles, pois as-sim nossa luta fica amarrada. A cate-goria precisa se uni-ficada por 40 horas, por aumento real. Por estabilidade no emprego. Afirmou Pedro Santinho, da comissão de fábrica da Flaskô.

16 /trabalho

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Assim como uma fazenda improdutiva, abandonada, tem que ser tomada do dono e passada a trabalhado-res através da reforma

Empresas fechadas e são a cemitérios de postos de trabalho

Um estudo feito pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mos-tra que as condições de trabalho nas lavouras paulistas de cana-de-açúcar são precárias.

A pesquisa tomou como base as inspeções coordenadas pela Vigi-lância Sanitária Estadual. De acor-do com o levantamento, o trabalho de corte na maioria das lavouras de cana-de-açúcar ainda é feito manu-almente, repetitivo e exaustivo. O trabalhador é submetido, a cada um minuto trabalhado, a 17 flexões de tronco, e tem de aplicar 54 golpes de facão.

O estudo mostra também que não há sombra nos canaviais e o traba-lhador não se hidrata adequadamen-te. Por dia, são cortadas e carregadas, por empregado, em média, 12 tone-ladas de cana, e percorrido um per-curso de quase 9 quilômetros.

O levantamento constatou que, no fim de um dia de trabalho, o cor-tador perde 8 litros de água. Quanto à alimentação, os empregados não

Estudo mostra condições precárias de trabalho nos canaviais paulistas

dispõem de local adequado para as refeições, que são acondicionadas e servidas em recipientes inadequa-dos. Segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), que re-presenta os usineiros, já houve me-

lhorias no setor, o índice de corte sem fogo cresce a cada ano, como determina um protocolo agroam-biental, assinado em 2007 pelo setor sucroenergético e o governo do esta-do de São Paulo.

“O Protocolo prevê o fim da quei-ma, e consequentemente do corte manual de cana em São Paulo, até 2014”, completou representante da instituição. (Fonte: Agência Brasil)

agrária, as empresas abandonadas também devem ser tomadas e algo de útil deve ser feito. Deve ser feito por quem? Pelo po-

der público, prefei-tos, governadores ou presidente! Fazendo reformas urbanas, de-sapropriando, tirando dos donos e passando para quem vai traba-lhar, e até mesmo criar moradias populares.

Imagine se cada empresa que ficar abandonada for trans-

formada em associa-ções, cooperativas, espaços culturais, es-paços esportivos, áre-as de lazer, escolas, creches, hospitais, etc. Algo que seja realmen-te útil para população e não ruínas e aban-dono que causa inse-gurança e ocasionam assassinatos, depósitos

de produtos roubados, estupros, consumo de drogas.

O pior que as leis estão aí e governos podem fazer essas re-formas urbanas. O problema é que elas continuam fechando suas portas e os gover-nos não fazem nada, só aqui na nossa re-

gião podemos apontar várias empresas que estão abandonadas há muito tempo como: Adere, Minasa, Granja Ito, Soma, Tema Terra e outras milhares es-palhadas pelo Brasil.

Quando andar por aí repare quantas em-presas você vê aban-donada.

/trabalho 17

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A juventude se revoltou contra a situação lutando por uma vida digna

A população passou a temer mais a miséria do que a morte O presidente-ditador Ben Ali. Ele não lembra os políticos brasileiros??

14 /galeria LUTA - TUNÍSIA 2011

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O jovem trabalhador que tacou fogo em si mesmo. O presidente ditador teve a cara de pau de visitá-lo

O presidente-ditador Ben Ali. Ele não lembra os políticos brasileiros??

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20 /Moradia

Hortolândia aparece como uma das quatro cidades do Brasil que me-lhor implantaram o Plano Municipal de Habitação de Interesse Social. Mas calma lá: quer dizer que as casas de cerca de 30m² que estão sendo cons-truídas para os moradores do Jardim Estrela são exemplo? Algo deve estar errado...

E mais: o prefeito Ângelo Perugi-ni, conhecido como um cara do povo, promete milhares de casas populares através do programa “Minha Casa, Mi-nha Vida”, mas até agora só um projeto está em andamento, no Jardim Minda.

Hortolândia é uma das cidades que mais crescem no estado de São Pau-lo, o que não quer dizer que o povão viva bem. A falta de moradia é um dos

Hortolândia: as aparências enganam

maiores problemas. Segundo a prefei-tura cerca de 17 mil famílias não tem casa ou vivem em área de risco, o que significa mais de 30% da população hortolandense!! Um verdadeiro absur-do!

Promessas demais: A prefeitura de Hortolândia se comprometeu com uma parte das famílias da comunidade Zumbi dos Palmares organizada pelo MTST (Movimento dos Trabalhado-res Sem-Teto) mas até agora o acordo não passou de palavras. O MTST fez uma manifestação na prefeitura de Hortolândia cobrando o acordo. É o que toda a população pobre de Hor-tolândia terá que fazer, quando se der conta de que quem muito fala (e pro-mete) pouco faz.

Durante o ano de 2010 a Uni-camp instalou centenas de câme-ras filmadoras pelo seu campus, o objetivo segundo a reitoria é me-lhorar a segurança. Porém alguns pontos da universidade continuam pouco iluminados e sem seguran-ças, como a região próxima à Casa do Lago, um dos principais acessos a Cidade Universitária II. Neste

Big Brother da Unicamp

ano a política de vigilância conti-nua, a reitoria começou a reformar a Praça Henfil, praça que dá acesso ao restaurante universitário (bandejão) pela Avenida Dois. A reforma con-siste no desvio da ciclovia que antes passava pelo meio da praça, para que agora passe ao seu redor. Para quem não sabe, a ciclovia da Unicamp data do início de 2007, ou seja a Unicamp

esta refazendo uma obra que mal completou quatro anos, e a reforma nem é para consertar, é para desfazer e fazer de novo, uma mostra clara do descaso da universidade com o di-nheiro público.

Os comerciantes da área relatam que a nova ciclovia já está causando alguns transtornos, por ser muito larga, muitos carros confundem com uma via para automóveis e “entram com tudo”, o que poderá trazer al-gum acidente. Além do mais, esse tipo de obra fora do campus de-monstra também vários acordos re-alizados entre a subprefeitura de Ba-rão Geraldo e outras entidades, onde o distrito passa o controle e manu-tenção dessas áreas para terceiros, se

livrando de preocupações futuras. Quem sofre com isso são os morado-res, pois se algum acidente acontecer, a burocracia fica ainda mais compli-cada, já que fica difícil de saber quem é o “dono” daquele lugar.

Além disso a Unicamp instalou uma câmera na Praça Henfil, mais um gasto público sem necessidade aparente, enquanto isso, o campus da universidade em Limeira cai aos pedaços devido as chuvas de janeiro. Resta saber se com a volta às aulas e a possibilidade de mani-festações por parte dos estudantes, o reitor manterá seu posiciona-mento de repressão e punição, ou começará a, no mínimo, explicar algumas coisas.