jornal atenção - edição 6

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WWW.JORNALATENCAO.ORG.BR R$ 0,50 solidário: R$ 1,00 1ª quinzena de dezembro de 2010 Edição Nº 6 Manifestação pede política cultural em Campinas {Pág 03} Ato contra a violência sexual na Unicamp {Pág 04} Comunidades sofrem no duelo entre traficantes e policiais {Pág 05} Flaskô realiza encontro em defesa dos trabalhadores {Pág 12} Direito: Câmeras em vestiários são proibidas {Pág 17} Campo : MST organiza 1ºEncontro de Assentados {Pág 16} Fábrica fecha e demite 400 trabalhadores em Pernambuco {Pág 09} edicao6indd.indd 1 06/12/2010 11:38:45

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Jornal desenvolvido pelos trabalhadores da Flaskô. A Caluh Assessoria e Comunicação desenvolveu a parte gráfica e do jornal juntamente com os trabalhadores da Flaskô, o resultado foi extremamente positivo. Atualmente somos responsáveis pela diagramação do impresso.

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Page 1: Jornal Atenção - Edição 6

WWW.JORNALATENCAO.ORG.BR

R$ 0,50solidário: R$ 1,00

1ª quinzena de dezembro de 2010Edição Nº 6

Manifestação pede política cultural em Campinas {Pág 03}

Ato contra a violência sexual na Unicamp {Pág 04}

Comunidades sofrem no duelo entre traficantes e policiais {Pág 05}

Flaskô realiza encontro em defesa dos trabalhadores {Pág 12}

Direito: Câmeras em vestiários são proibidas {Pág 17}

Campo: MST organiza 1ºEncontro de Assentados {Pág 16}

Fábrica fecha e demite 400 trabalhadores em Pernambuco {Pág 09}

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02 /opinião

Jornal Atenção – Publicação da Associação Centro de Memória Operária e Popular - Tiragem: 5.000 exemplares Edição Coletiva - Redação: Carolina Chmielewski, Josiane Lombardi, Alexandre Mandl, Fernando Martins, Bruno Rampone, Luciano Claudino, Ana Elisa, João da Silva, Luana Raposo, Batata, Pedro Santinho, Letícia Teixeira Mendonça, Cristina Alvares, Rafaela Camargo, Daniela Morais e Fátima da Silva.. Colaboração: Coletivo Comunicadores Populares, Carlos Latuff, Coletivo Miséria, MTST Acampamento Zumbi dos Palmares, MST Regional Campinas, Grupo de Teatro Cassandras, Trabalhadores Fábrica Ocupada Flaskô, Paulo Magalhães, Paty Ferreira, Ricardo Flóqui, Universidade Popular e Comitê pelo direito de Lutar. Fotografias: Neander Heringer, Fernando Martins, João da Silva, Luciano Claudino, Leticia T. de Mendonça, Mauricio Azevedo, Carlos Latuff e Filipi Jordão Jesus - Telefone: (19) 3854 7798 / 3832 8831 / 3864 2624 - [email protected] - fabricasocupadas.org.br

Queremos que o nosso jornal seja também seu, que ele seja NOSSO. Por isso convidamos você leitor a participar. Pretendemos que esse jornal seja quinzenal, por isso sua ajuda é muito importante. Assine o jornal Atenção. Procure um de nossos colaboradores ou entre em contato pelo e-mail

[email protected]

Assine

Erramos 5ª edição:Ao contrário do que publicamos na maté-ria Lutadores do MTST acamparam na frente da casa de Lula a demanda fechada de casas para serem construídas em Hortolândia e Sumaré é de 735, não de 835 como publicamos.

A matéria Diretora de escola é deposta na Zona Sul de São Paulo foi feita pela Rede Extre-mo Sul e retirada do site passapalavra.info

Conjunto de favelas do Alemão, Rio de Janeiro - 27 de novembro de 2010 | Foto: Latuff

Atenção!!! Atenção onlineNeste mês de novembro o Jornal Atenção lan-çou a versão online e agora você poderá aces-sar os vídeos e comentar as matérias no site. É só acessar:

www.jornalatencao.org.br

O jornal Atenção chega a sua sexta edi-ção. Nesse número ressaltamos a impor-tância da união dos movimentos sociais para derrotar a nova ofensiva que os pa-trões e os governos começam a fazer con-tra o povo. Destaca-mos a luta da Fábrica Ocupada Flaskô, que fará um importante

encontro nos dias 11 e 12 de novembro, discutin-do toda sua luta, da Vila Operária e do acesso à cultura. Também mostra-mos lutas do MST e de vários setores da classe trabalhadora no Brasil e no mundo.

Na parte cultural temos

rap, quadrinhos e teatro. Boa leitura!

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03/cidades

Se você tem um

a reclamação envie para nosso jornal. Em

ail: [email protected] ou telefone (19) 3854-7798

A Saúde Sanitária e a Secreta-ria de Saúde constataram que es-sas duas regiões são as que mais acumulam lixo na casa das pesso-as.

Senhores moradores: limpem seus quintais.

Vamos ajudar o nosso municí-pio a combater a dengue e outras doenças. Proteja a sua família.

Aviso especial para Área Cura e Matão

No dia 01 de dezembro, movi-mentos artísticos e culturais de Campinas ocuparam a Câmara Municipal para reivindicar uma real política de cultura. O ato foi organizado pelo Movimento Le-vante Cultura, Movimento MIS no Palácio e Ajuntaê.

Foram entregues dossiês aos vereadores, denunciando irregu-laridades na política cultural da cidade, bem como o desrespeito com a classe artística campineira. Este mesmo dossiê foi enviado ao Ministério Público.

A proposta do ato era dar visi-bilidade às reivindicações e exigir providências do Poder Legislati-vo, que também tem a função de fiscalizar o Poder Executivo (Pre-feito e Secretarias Municipais).

O movimento também entre-

Ato reivindica política cultural para Campinas

gou um manifesto aos vereado-res, reivindicando sua leitura no Plenário. Após muita insistência, a conclusão do manifesto foi lida por um dos vereadores, que apro-

veitou sua fala para explicitar de-sigualdades na distribuição orça-mentária.

Na semana anterior, por exem-plo, foi aprovada a construção do

sambódromo para Campinas, que ficará em R$ 9,7 milhões. Por ou-tro lado, o orçamento para a área de cultura será inferior a 4% do orçamento municipal.

Entre as reivindicações do mo-vimento, destacam-se: revisão do Edital do FICC 2010; inves-timento, manutenção e restauro de espaços públicos como o Pa-lácio dos Azulejos, sede do MIS; dotação orçamentária anual para os Museus; política de incentivo aos grupos artísticos culturais in-dependentes e/ou populares da cidade; desoneração do uso dos espaços públicos, como praças e ruas da cidade, para atividades artísticas; descriminalização da expressão artística nas ruas e pra-ças; construção de escolas públi-cas e gratuitas de Arte.

Participantes de movimentos entregaram dossiê com reivindicações aos vereadores na câmara

Foto: Celso Palermo

Servente desaparece do PS de Sumaré

O servente de pe-dreiro Cláudio Alves Santana, 41 anos, de-sapareceu do Pronto Socorro Central de Sumaré na sexta-feira (26). No dia anterior Santana havia sido in-ternado após sofrer uma convulsão.

Segundo os aten-

dentes , o servente fu-giu do PS. Os familiares reclamam do descaso da prefeitura para en-contrar o paciente. “Até agora vieram uma vez em casa, pediram para mostrar fotos para os conhecidos e só”, dis-se o cunhado do de-saparecido.

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/cidades04

Um empréstimo de 2,5 bilhões salvou o Banco Panamericano, do Grupo Silvio San-tos, de ir à falência. As “portas da esperança” se abriram ao empre-sário e apresentador de TV por meio de recursos emprestados pelo Fundo Garanti-dor de Crédito (FGC), uma espécie de caixa do sistema financei-ro nacional para en-frentar estas quebras. Como garantia do empréstimo, foram incluídos o SBT (Sis-tema Brasileiro de Te-levisão), a empresa de cosméticos Jequiti, a Liderança Capitaliza-ção, as lojas do Baú da Felicidade e o próprio Banco Panamericano. As garantias somam R$ 2,7 bilhões.

Não é a primeira vez que o SBT recorre a empréstimos ou re-dução de impostos para salvar seu império da

Banco de Silvio Santos é salvo pelo gongo

comunicação. Em 2007, o BNDES (banco esta-tal de apoio às políticas públicas e governamen-tais) reduziu a taxa de juros para ajudar o SBT.

Para este empréstimo de agora, o Grupo Sil-vio Santos terá 10 anos para pagar, sem juros, apenas com reajustes da inflação.

No dia 1 de dezembro, estu-dantes, funcionários e comuni-dade se juntaram para exigir o fim da violência sexual na Uni-camp. O ato foi motivado por mais uma tentativa de estupro dentro da Unicamp.

Os manifestantes exigiam mais segurança no campus. “A terceirização dos seguranças é muito ruim pra nós, porque a rotatividade é grande e eles não nos conhecem”, contou uma manifestante. “Não queremos a entrada da polícia no Campus pra reprimir os alunos. Que-remos seguranças concursados para cuidar de nossa seguran-ça”, disse outra manifestante.

“Não se trata de permitir a

Ato contra violência sexual reúne mais de cem pessoas na Unicamp

entrada da polícia no campus ou de restringir ainda mais o acesso e uso desse espaço públi-co, o que condenamos veemen-temente, mas de tomar medi-das concretas que coíbam essas e outras formas de violência e opressão machista e homofóbi-ca, para as quais a universida-de infelizmente fecha os olhos. Exigimos medidas imediatas da universidade. A omissão é uma forma de consentimento com a violência. Uma violência que tolhe cotidianamente nossa li-berdade e que mutila nossos corpos”, disse o manifesto assi-nado pelos coletivos Feminista e Pão e Rosas, organizadores do ato.

Foto: Mário Bigode - jornaldoporao.wordpress.com

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05/brasil

Ao invés de aju-dar na situação de saneamento, empre-go e saúde nas fa-velas, o governador do Rio de Janeiro, preferiu dar milhões de reais pra criar as Unidades de Po-lícia Pacificadoras (UPPs). O governo do Rio de Janeiro quer resolver os pro-blemas das comuni-dades preparando os

Desde dezembro de 2008 o estado do Rio de Janeiro criou as Unida-des da Polícia Pacifica-dora. A idéia da polícia é resolver os problemas das comunidades, prin-cipalmente do tráfico, com mais violência. Na guerra da polícia con-tra os traficantes quem sofre é a comunidade. Primeiro a comunidade sofreu com as guerras entre as facções do trá-fico. Agora sofre com a guerra dos policiais contra os traficantes. Centenas de pessoas já morreram nesta nova

Na guerra da polícia contra os traficantes quem sofre é a comunidade

onda de ataques da polí-cia. 200 já foram presas. A maioria jovens que os policiais tratam como bandidos.

No final de 2010 a polícia pacificadora avançou contra as co-munidades. Isto faz par-te do projeto de deixar o Rio de Janeiro prepa-rado para as olimpíadas e a copa do mundo. Os problemas de pobreza, da falta de emprego, falta de saneamento, tudo isto vai ter que esperar passar as Olimpíadas e a Copa. Se a população se revol-tar leva bala da polícia.

Unidade de Polícia Pacificadora (UPPs)

policiais para matar quem for preciso. Isso pra ajudar as grandes empresá-rios que vão ganhar dinheiro com os ne-gócios da Olimpíada e da Copa. Pra isso é necessário calar a boca daqueles que se revoltam com a situ-ação. A comunidade da Dona Marta foi a primeira a sofrer com isso.

Algumas das armas que a polícia usa para matar pobres no Rio de Janeiro

1

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1. Camburão blindado. Serve de escudo para os policiais e de terror pra comunidade

2. Homem com Fuzil e Helicoptero. Este é um dos princi-pais armamentos de todas as forças armadas brasileiras

3. Arma de pulso Glock

4. Trator desenvolvido junto com a polícia de Israel. Serve para entrar em pequenas ruas e destruir qualquer barreira

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06 /mundo

Trabalhadores ocupam casas vazias na Espanha

Trabalhadores pobres, imigrantes e mesmo es-tudantes ocupam casas vazias em Barcelona. As casas estão em bom es-tado e não são utilizadas para nada. Os donos es-peram ganhar dinhei-ro com especulação, ou seja, deixando parada pra quando o aluguel tiver bem caro eles alugarem.

Na outra face da mo-eda muitos trabalhadores estão com dificuldades de pagar aluguel e até mesmo de comprar uma casa. Juntou a fome com a vontade de comer. Sur-

O Brasil vive atual-mente um “boom” de hidrelétricas. Na Amazô-nia temos as duas do rio Madeira, Belo Monte no Xingu e o complexo do Tapajós com cinco hidre-létricas que irão a leilão ainda esse ano.

E essa onda não se restringe aos limites de nosso país - o Brasil está exportando suas mega hidrelétricas aos países vizinhos, como o Peru. Mas estas obras afetam diretamente vários povos indígenas.

Peru e Brasil assinarão

Novamente o Haiti vive uma desgraça. No início do ano o país so-freu um grande terremo-to e quem pagou o preço foram os mais pobres. Mais de 200.000 pesso-as morreram. Os países ricos, que tem empresas por lá, mandaram “aju-

Nova tragédia no Haiti

da” para proteger as suas empresas. Mesmo o Bra-sil mandou o exército e, segundo um dos coman-dantes do exército, pra “conter os pobres”.

Agora, em novem-bro, o país sofre com o aumento da cólera. No-vamente os empresários

só estão preocupados em manter seus negó-cios funcionando e não ajudam o país a sair des-te buraco. Os haitianos foram às ruas no dia 15 para protestar contra isso, pedindo uma ajuda séria e foram recebidos com violência pelo governo.

Polícia recebe com violência os haitianos

O que é?Cólera é uma doen-ça causada por uma bactéria que se chama vibrião colérico. Essa doença causa forte diarréia e intoxica as pessoas.

Saiba o que é Cólera:

Como se pega?A Cólera é transmiti-da por água e alimento contaminado. A me-lhor prevenção são po-líticas de saneamento básico. Os bairros que não possuem sanea-

mento básico correm o risco de contaminar a sua população.

Como se trata?O tratamento mais simples é o soro fi-siológico: uma pitada de sal, meia xícara de açúcar e meio litro de água tratada

giu um movimento que ocupa essas casas reivin-dicando moradia digna para todos. “Acho que todos que precisam de casas devem fazer isso”

disse um dos moradores. Segundo ele “é um absur-do ter pessoas sem casa e casas vazias no mesmo lugar. Tem mais é que ocupar mesmo”.

Inambari, polêmica hidrelétrica brasileira, provoca violento protesto no Peru

o Acordo para o Forneci-mento de Eletricidade ao Peru e Exportação de Excedentes ao Brasil, que durará 30 anos.

As seis hidrelétricas que serão construídas na Amazônia peruana gerarão mais de 7 mil mw a partir do início de seus funcionamentos em 2015. A demanda ener-gética atual do Peru é de 4 mil mw, mas o Brasil pro-move e financiará essas obras com a pretensão de comprar 80% da produ-ção total.

O número de hidre-

létricas não ficará em apenas seis: ambos os governos falam de um total de 15 hidrelétricas a serem construídas com tecnologia brasileira para atender o mercado local, gerando cerca de 20 mil mw.

Com o início de suas obras previsto para o fi-nal deste ano, Inambari, a primeira hidrelétrica a ser construída, inundará 27 centros povoados pe-ruanos, deslocará 3.500 pessoas e afetará 4.600 moradores indiretamen-te.

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07/cultura

Agenda Cultural

O grupo de Rap Facção Central conta com integrantes nascidos e criados em cortiços da região central de São Paulo. Eduardo e Dum Dum conviveram desde a infância com a violência social, o tráfico de drogas, a violência policial e a vivência em delegacias e presídios. Um passado violento transformado em fonte de inspiração e traduzido em compo-sições fortes que relatam a realidade das camadas mais baixas da socieda-de, além de criticar duramente aque-les que seriam os causadores desses

O Rap do Facção Central

problemas sociais.Em 1999, o disco e clipe Versos

Sangrentos foram censurados acusa-dos de apologia ao crime. Eduardo comentou que o clipe “não fala da Disneylândia, mas do Brasil, o país onde mais se mata com arma de fogo. Se tivesse sido feito na Suécia, pode-ria até causar espanto. O espantoso é alguém daqui se chocar com o seu conteúdo.”

Um dos projetos de Eduardo para o fim do ano de 2010 é finalizar e lan-çar seu primeiro livro.

O vídeo censurado do Facção Central pode ser acessado em: www.youtube.com/watch?v=nCb1ys9ud2w

Qual é a função do Rap? Eduardo: Além de informar,

doutrinar para um outro caminho, mostrar outras opções, é mostrar a verdade sem distorção e um cotidia-no que é camuflado e que não está na televisão, não está em nenhum grande veículo de comunicação. O papel do rap é trazer essa verdade à tona, dar voz às pessoas que não são ouvidas, que estão esquecidas e excluídas.

ENTREVISTAEduardo fala sobre a conscientização através do Rap

O Rap é o caminho mais efi-ciente para conscientizar as pes-soas?

Eduardo: Eu diria que é um de-les. Eu diria que o livro e a internet são também portais de informação importantes. O rap tem uma par-ticularidade importante, porque o cara que está cantando é parecido com o receptor, por isso ele tem mais credibilidade e atinge de uma maneira mais forte e fácil.

Fonte: http://www.rapnacional.com.br/2010/index.php/noticias/faccao-central-em-londrina/

O ator de Tropa de Elite decla-rou no 1º Encontro Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo,, que apoia o MST. Em entrevista dis-se “Eu acho que o grande problema brasileiro vem da forma como a ter-ra foi divida quando os portugueses chegaram no Brasil.É inadmissível que um cidadão, com aval do Esta-do, com aval de Dom João e com aval da Coroa Portuguesa ter um pedaço de terra do tamanho de São Paulo, as capitanias hereditárias, começou daí.

Wagner Moura declara apoio ao MST

A partir daí, o nosso país passou a ser desigual... Então a nossa questão é histórica.”

E continuou: “Mas acho que está na hora de pensarmos numa forma diferente de desenvolvimento, dife-rente dessa que está ai. E essa forma de desenvolvimento é impensável sem falar em Reforma Agrária

Os movimentos sociais, como o Movimento Sem Terra, são legítimos porque representam uma dimensão do anseio popular de fato, de fato.”.

Programação do MISRua Regente Feijó, 859 - Centro Campinas - F: 3733-8800

13/12 (seg) - 19h - Filme “Darty Mo-ney”O filme retrata uma geração que revo-lucionou a cultura de rua no Brasil atra-vés do Skate. No começo dos anos 90 a cena do Skate estava falida após o Plano Collor. Motivados pelo amor ao skate e uma atitude “faça você mes-mo”, alguns amigos se juntaram e lan-

çaram um skate vídeo caseiro que iria mudar as suas vidas para sempre. A fita se chamava Dirty Money.

15/12 (qua) - 19h - Ciclo Conclusão de Curso – IPEP Rádio, TV e Multimídia4 documentários curtos: “Conversa de Lavadeira” são cinco mulheres que con-versam sobre a profissão de lavar roupas no rio São Francisco. “Eperança do Brasil” narra a história de moradores da comuni-dade ribeirinha Esperança I no Amazonas. “Bexiga Afro” mostra a influência negra na construção e criação do bairro do Bexiga. “O teatro tranformando a realidade” mos-tra o trabalho desenvolvido no Ceprom.

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0908 /fábrica de esporte e cultura

Peça “Homens de Papel” na Fábrica de Cultura

Após a ida dos trabalhadores da Flaskô a São Paulo para assistir à peça “Homens de Papel”, o grupo te-atral veio se apresentar dia 28/11 em Sumaré na Fábrica de Cultura. Escri-ta em 1968 por Plínio Marcos, a peça mostra a rotina de um grupo de ca-tadores de papel que, revoltados com a exploração do comprador de papel, querem paralisar a coleta. Mas chega à comunidade um jovem casal com uma filha doente. Os novatos, ainda alheios à realidade do grupo, querem trabalhar duro para juntar dinheiro e levar a filha ao médico.

Foram mais de 80 pessoas assistir à peça. “Ouvi lá fora algumas pessoas

“Não faço teatro para o povo, mas faço teatro em favor do povo. Faço teatro para incomodar os que estão sossegados. Só para isso faço teatro.” Plínio Marcos

dizendo que nunca tinham visto tea-tro. É muito importante a iniciativa da Flaskô de trazer atividades cultu-rais a esta região. Ainda mais uma peça que tem tudo a ver com uma fá-brica ocupada.” – disse uma mulher do público durante o debate depois da peça. Um levantamento impor-tante que surgiu no debate é que só coletivamente e por razões coletivas é que será possível alguma mudança real na sociedade.

Dia 26/11 inaugurou na Flaskô a expo-sição “Arte na Fábrica” de fo-tos do Festival Flaskô Fábri-ca de Cultura, que aconteceu em agosto. Na abertura teve apre s e nt a ç ã o

Inauguração Exposição “Arte na Fábrica”

A exposição conta com 32 fotos de 4 fotógrafos diferentes: Augusto Câmara Neiva, Leonardo Ré Jorge, Neander Heringer e Fernando Go-mes Martins. O último é um traba-lhador da fábrica ocupada.

das meninas que fazem ballet na Fábrica de Cultura com a profes-sora Fernanda – dançando desde músicas clássicas até Justin Bieber. Em seguida a festa continuou com muito samba!

Trecho retirado da peça, disponível em: www.youtube.com.br/mobilizacaoflasko

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09/trabalho

Philips fecha e demite 400 em Recife-PE

A fábrica de lâmpadas da Phi-lips para automóveis fechará em dezembro. Todos os 400 trabalha-dores serão colocados na rua às vésperas do natal.

A maior fabricante de eletrô-nicos da Europa decidiu importar as lâmpadas de suas unidades da China, onde os custos de mão-de-obra e produção são menores.

Os gerentes disseram que o fe-chamento se deve à crise econômi-

ca mundial. Ou seja, mais uma vez os trabalhadores é que pagam pela crise. Faustão, diretor da CUT de Pernambuco, explicou que o Sin-dicato dos Metalúrgicos de Recife nada está fazendo para reverter a decisão e somente pede que a em-presa ofereça cursos de capacita-ção aos trabalhadores.

Atenção companheiros! Ainda é tempo de ocupar e salvar esta empresa.

Fábrica fecha portas sem aviso prévio aos trabalhadores

Funcionários da T&W Confecções, fábrica de roupas em Sinimbu-RS, fo-ram dispensados do trabalho em 4/11.

Sem contar com fornecedores por pelo menos duas semanas, a proprietá-ria, Irene Batista Weigel, liberou os tra-balhadores sem pagar os salários. Aler-tado por moradores das proximidades da fábrica, o grupo de sete trabalhado-res voltou ao local e encontrou apenas

meses. Segundo ela, a fábrica chegou a ter 17 trabalhadores, mas a maioria pediu demissão por insatisfação no pagamento salarial. “Duas ex-funcio-nárias inclusive já entraram na Justiça”, afirma.

Para evitar o fechamento da em-presa, o grupo fez vigília no local de quinta até a noite de segunda, quando a fábrica foi lacrada por um oficial de Justiça.

Conforme a advogada Irena Ga-ribaldi, foi solicitada à Justiça do Tra-balho uma decisão para garantir a permanência das máquinas na fábrica. “Entraremos com uma ação para uma reclamação trabalhista, com o objeti-vo de assegurar os direitos que foram sonegados, como o pagamento dos sa-lários atrasados com dissídio, se for o caso, do FGTS, 13º e férias”.

nove das 16 máquinas de costura. Ou-tras sete foram levadas pela dona, que retornou para buscar o restante.

Questionada pelos funcionários, ela admitiu a intenção de fechar a fá-brica por problemas financeiros. “Isso não é novidade, pois até hoje estamos sem receber os salários de maio e ou-tubro, além das horas extras”, conta Marciane Pranke, funcionária há nove

A Milenia, fabricante estran-geira de agrotóxicos, demitiu 250 funcionários em Londrina, Paraná.

Os empresários dizem que a culpa é da entrada de produtos mais baratos vindos da China.

Mas, em 2010 faturaram 800 milhões de reais. E ainda recla-mam!

Fabricante de agrotóxicos demite 250 em Londrina

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10 /artes

Discurso ou revólver (Facção Central)

A igualdade social é só em conto de fadas,

Felicidade é só em sonho, só em mágica.

Acredito na palavra ou na metralhadora,

Revolução verbal ou aterrorizadora.

Vamos queimar constituição com coquetel molotov,

carro bomba no congresso, tic tac explode,

Suplicar pro gambé derrubando sua porta

não bater na sua mulher, não atirar nas suas costas.

Até quando comer resto, lavar banheiro

abrir o boy no meio na Ilusão de dinheiro,

ser exterminado como judeu em Auschwitz,

Mostrar pra globo o que é viver no limite.

A cruz da Klan queimando na sua frente

A SS agora veste o cinza da PM.

De braço cruzado é só miolo espalhado no chão

Discurso ou revólver, tá na hora da revolução.

Tá na hora de parar de mofar no presídio,

de estar no necrotério com uma par de tiros,

de ser o analfabeto comendo resto

viciado que o denarc manda pro inferno.

Coletivo M

iséria: Para ler m

ais charges entre em m

iseriahq.blogspot.comP

ara ler mais tirinhas entre em

tirasdamiseria.blogspot.com

GUERRA CONTRA O TRÁFICO

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suplemento Infantil

Jornal

Que nome deve ter a parte infantil do jornal atenção?Mande sua sugestão de nome para [email protected] com o título sugestão de nome.

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Page 12: Jornal Atenção - Edição 6

fazendoarte

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BLOGAgora o curso de quadrinhos da Fábrica de Espor-tes e Cultura tem um blog.quadrinhosdequinta.blogspot.comConfira a arte da criançada você também!!!

Para COLORIR

Imagens do Curso de História em Quadrinhos que acontece toda quinta-feira, as 15h, na Fábrica de cultura e Esportes da Flaskô que fica na Rua Engenheiro Jaime Pinheiro Ulhoa Cintra, 2355, no Parque Bandeirante, em Sumaré. Para participar é só aparecer nesse horário. É gratuito!

MOSCAMORTA

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JOGO DOS SETE ERROS

Resposta: 1-Flasko, 2-Pula corda, 3-Listra no tênis, 4-Número na amarelinha, 5-Vestido da menina, 6-Dedos do menino, 7-Telhado da fábrica

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Page 15: Jornal Atenção - Edição 6

09 11/saúde

Encontro nacional pede igualdade entre trabalhadores da saúde

Foi realizado em Brasília, do dia 16 ao dia 18 de novembro desse ano, o Encontro Nacional da Saúde. Fo-ram discutidas no encontro políticas para a saúde, como fim da terceiriza-

ção e igualdade entre os trabalhado-res da saúde.

O Jornal Atenção entrevistou Manu, trabalhador da Fábrica Ocu-pada Flaskô, que faz parte do Conse-

lho Municipal de Saúde de Sumaré.J. Atenção – O que foi discutido

no Encontro Nacional de Saúde? Manu – Discutimos muitas coi-

sas. Falamos dos privilégios que os médicos têm em relação a agentes de saúde, enfermeiros, técnicos e assis-tentes de enfermagem. Nós queremos mais igualdade entre os trabalhado-res. Queremos plano de carreira e curso de formação pedagógico para os profissionais da saúde. E queremos o fim da terceirização.

J. Atenção – Qual luta está sen-do feita para fortalecimento do S.U.S(Sistema Único de Saúde)?

Manu - Uma das lutas que estamos fazendo é para que todos os médicos, depois de formados, trabalhem obri-gatoriamente dois anos no S.U.S.. As pessoas se formam nas universidades (privadas e públicas), são financiadas por dinheiro público e vão trabalhar em hospitais privados, atendendo só os ricos. Isso é um absurdo. Somos

contra isso. Queremos fortalecer o S.U.S. Queremos saúde pra toda a po-pulação.

J. Atenção – E como está o acesso hoje dos trabalhadores a Saúde?

Manu – Está ruim. Por exemplo, uma cirurgia de ponte de safena, que antes custava mais ou menos 800 reais pra ser feita, hoje tá custando 3 mil re-ais. O sujeito trabalha, paga impostos, e não tem acesso a saúde gratuita.

J. Atenção – E em Sumaré, como está a saúde?

Manu – Deveríamos ter mais ver-ba. Os vereadores, por exemplo, ao invés de ter 15 cabos eleitorais, deve-riam ter só 5. A verba que é gasta com esses cabos eleitorais deveria ir pra saúde pública. Mesmo assim a saúde em Sumaré melhorou devido ao tra-balho dos conselheiros de saúde e do secretário de Saúde, que recebeu au-tonomia do prefeito pra realizar seu trabalho. Mas muito ainda tem que ser feito.

Cuidado com o mosquito da dengue. Segundo a Secretaria de Saúde esse ano podemos ter a maior epidemia de dengue em Su-maré.

Em 2010, embora quase 40 bairros sumareenses registraram casos da doença, os levantamentos demonstram que 14 bairros (da

Atenção moradores cuidado com a dengue

Área Cura) tiveram 90 dos 134 ca-sos e outros nove bairros (de Nova Veneza) tiveram 14 casos. Portanto, as duas regiões detém 77,6% dos ca-sos registrados, até o momento.

Não deixe água acumulada no seu quintal! Esvazie vasos, pneus e latas! São nesses lugares em que o mosquito se desenvolve!

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09 0912 /fábrica ocupada

Com a crise do capitalismo, os ataques contra os trabalhadores se intensificam. Redução de direitos, de-missões em massa, enxugamento do Estado, cortes fiscais, entre outros. A burguesia contra os trabalhadores.

Isto é o que temos visto em todos os países da Europa, como França, In-glaterra, Espanha, Grécia, etc. É o que temos visto também nos países orien-tais, como China e Japão. E é o que te-mos visto, inclusive nos EUA, centro do capitalismo imperialista. Na Amé-rica Latina, os enfrentamentos dos trabalhadores com os capitalistas con-tinuam. É o que vemos na Venezuela, onde revolução e contra-revolução se enfrentam diariamente. O mesmo na Bolívia, Equador, Paraguai, Argentina.

Por isso, a luta dos trabalhadores deverá se fortalecer no próximo pe-ríodo, seja para resistir contra estes ataques, seja para impor a derrota ao

Flaskô realiza encontro em defesa da classe trabalhadoraEncontro será Fábrica Ocupada Flaskô, em Sumaré/SP, em 11 e 12 de dezembro de 2010

capital e construir o socialismo.Mas, e no Brasil, como andam as

lutas dos trabalhadores? A crise do ca-pitalismo chegou no Brasil. O governo está cortando os créditos dos trabalha-dores. Estamos preparados para resis-tir contra esses novos ataques e organi-zar uma nova ofensiva?

Para qualificar nossa organização nos desafios que nos cercam, convo-camos todas as entidades sindicais, movimentos sociais, partidos políti-cos, organizações de bairros, todos os companheiros e companheiras, com-prometidos com a defesa da classe trabalhadora e popular para participar do “Encontro em defesa da classe tra-balhadora”, a ser realizado na fábrica ocupada Flaskô, nos dias 11 e 12 de dezembro de 2010, sábado e domin-go, a partir das 9h00, para discutir-mos o que fazer.

Em dezembro de 2009, nos reu-

No último encontro, em 2009, estiveram presente mais de 300 pessoas participando das discussões

nimos e realizamos um grande en-contro, com mais de 300 pessoas presentes. Este encontro é para dar

continuidade aos encaminhamentos do ano passado e ir além, diante das tarefas que nos impõem.

O combate do MST é fundamental para denunciar o agrone-gócio. A luta do MTST e demais movimentos de moradia é essen-cial para combater a especulação imobiliá-ria e os interesses das empreiteiras. As cam-panhas pela Petrobrás 100% estatal e pelo controle democrático popular do Pré-Sal são fundamentais neste

A luta faz a lei! próximo período. Da mesma forma, a luta pela reestatização da Embraer, da Vale e das Ferrovias serão im-portantíssimas para a discussão do papel do Estado e da planifica-ção econômica.

Na luta sindical, deve ser feito um grande combate con-tra os interditos e a criminalização da greve, forma encon-

trada pelo capital para tentar barrar o movi-mento operário. Junto a isso, somemos a luta pela democratização dos meios de comu-nicação, fortalecendo instrumentos pró-prios de propaganda, formação e ação.

Por tudo isso, te-mos que nos organizar contra os ataques que virão neste enfrenta-mento entre capital-

trabalho e, da mesma forma, impor novas conquistas em direção à construção de um governo socialista dos trabalhadores!

Para isso, é neces-sário o fortalecimen-to de nossos laços de unidade, de organiza-ção e solidariedade. É o que propomos com este encontro em de-fesa da classe traba-lhadora.

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No Movimento das Fábricas Ocupadas, em especial na Flaskô, os ataques continuam cada vez mais fortes. Para se ter uma idéia, quando completamos em junho sete anos da gestão de-mocrática dos trabalha-dores, sofremos diversas tentativas de fechamen-to da fábrica, com pedi-do de falência, penhoras de faturamento, sem contar toda a crimina-lização. Estamos diante de um novo ataque con-tra a gestão operária. A burguesia não aceita que uma fábrica esteja sob o controle operário, organizando e unifi-cando os trabalhadores.

A Flaskô conseguiu conquistas sociais his-tóricas da classe traba-lhadora, como a jorna-da de trabalho de 30 horas semanais sem re-dução de salários. Seus trabalhadores ensinam para outros trabalha-dores que é possível ad-ministrar uma empresa sem a figura do patrão.

Com isso os pa-trões capitalistas se desesperam e exigem repressão. Como dis-se o Juiz ao decretar a intervenção na Cipla e Interfibra, (fábricas sob controle operário que

Sete anos de luta e ataques

sofreram intervenção) em Joinville/SC, “imagi-ne se a moda pega?”. Da mesma forma o gover-no tem dado respostas negativas contra a de-claração de interesse so-cial da Fábrica ocupada Flaskô.

Portanto, o Estado, em todas as suas esfe-ras, se não bastasse não acatar as reivindicações dos trabalhadores da Flaskô, criminaliza o Conselho de Fábrica e as lideranças, diz que a reivindicação da es-tatização sob controle operário “não está no cardápio, pois abriria precedentes”. Ora, é isso justamente que quere-mos. Queremos que se abram precedentes e venha uma grande onda de ocupações de fábri-cas, que, somadas as ocupações de terra, de moradia, de estradas, de universidades, de prédios públicos, etc., mostrem que, somos nós, classe trabalhado-ra, que “fazemos movi-mentar a engrenagem” desta sociedade, e que não aceitaremos mais as condições que estão postas, e contra-ataca-remos. Esta deve ser a perspectiva de todos os movimentos sociais.

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14 /galeria LUTA

Greve Geral cidade de Itabira-MG - VALE DO RIO DOCE 08/01/2009

12/04/2007Ocupação da reitoria da Unicamp

24/07/2006Bloqueios reivindicando reformas na praça de esportes do Parque Bandeirantes

30/10/2006População toma cidade de Oaxaca no México

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12/04/2007Ocupação da reitoria da Unicamp

30/10/2006População toma cidade de Oaxaca no México

02/09/2008Ocupação do Ministério do Trabalho, em São Paulo, pela ligação de energia elétrica na Flaskô

04/2008Acorrentados do MSTS na prefeitura de Campinas na luta por moradia

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16 /campo

O MST (Movimen-tos dos Trabalhadores Sem-Terra) organizou o 1º Encontro dos As-sentados do estado de São Paulo entre 14 e 17 de novembro. O even-to reuniu cerca de 700 trabalhadores e traba-lhadoras rurais que fi-zeram um balanço da situação das áreas de Reforma Agrária, dis-cutiram as perspectivas da pequena agricultu-ra e construíram uma

1º Encontro de Assentados em São PauloOrganizando a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do campo!

pauta de reivindicações para o próximo gover-no.

Algumas reivindica-ções dos trabalhadores e trabalhadoras assen-tados são:

- maior investimen-to para formação de as-sentamentos

- regularização das áreas

- o desenvolvimen-to de políticas públicas para comercialização dos alimentos

- exigência de as-sistência técnica qua-lificada e adequada à realidade dos assenta-mentos

- implantação de políticas públicas de educação, saúde e in-fra-estrutura nos assen-tamentos

Terra, trabalho, mo-radia, saúde, educação são direitos de todos e todas!

Vamos à luta!

AGRICULTURA FAMILIAR: COM POUCA TERRA PRODUZIMOS MUITO! A agricultura familiar – cultivo da terra só com a força de trabalho de uma família – produz a maior parte da alimentação do brasileiro. As 4.139.369 pro-priedades agrícolas de agricultura familiar (85% dos agricultores brasileiros) são responsáveis por: - 37,9% do PIB nacional- 77% dos empregos rurais - a maioria da produção de alimentos: 67% do feijão, 84% da mandioca, 49% do milho, 54% do leite, 58% dos suínos e 40% das aves e ovos.

Os números da injustiça no campo brasileiro

CONCENTRAÇÃO DE TERRAS, LATIFÚNDIOS E IMPRODUTIVIDADE Dos 600 milhões de hectares do território brasileiro registrados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), - 80 milhões de hectares estão ociosos - 250 milhões de hectares são terras devolutas- 285 milhões são latifúndios 62,2% dos agricultores cultivam apenas 7,9% de suas terras27.556 latifundiários se beneficiam desta situação, fazendo da propriedade da terra uma reserva de valor da sua riqueza (especulação rural)4.236 latifundiários possuem uma área de 85 milhões de hectares, enquanto 4,8 milhões de famílias são agricultores sem terra Uma única empresa – a construtora CR Almeida de Curitiba – possui, sozinha, 4,5 milhões de hectares – um recorde mundial da desigualdade!30 milhões de hectares de terra são propriedade de empresas estrangeiras omo, por exemplo, a Volkswagen.

CONDIÇOES DE VIDA DA POPULAÇÃO NO CAMPO15 milhões de agricultores (37% das famílias rurais) vivem abaixo da linha de pobreza11% dos agricultores vivem somente de aposentadoria (R$ 510 por mês) 4,8 milhões de famílias são agricultores sem-terra30 milhões de agricultores foram expulsos de suas terras entre 1970 e 1990 Entre 1994 e 2002, 450 mil famílias de agricultores foram em busca de uma nova perspectiva de vida nas cidades, o que, na maioria dos casos, contribui para o aumento das favelas, do desemprego e da miséria

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17/direitos

Os trabalhadores têm direito à privaci-dade nos vestiários das

Justiça proíbe câmeras em vestiários de empresas

lhadores queriam ainda impedir instalação dos mecanismo de vigilân-cia em refeitórios, locais de trabalho e de descan-so alegando "constran-gimento, intimidação e humilhação". Mas, o Juiz do TST, defenden-do os empresários, disse que “desde que não cau-se constrangimento ou intimidação, é legítimo o empregador utilizar-se de câmeras e outros meios de vigilância, não só para a proteção do pa-

trimônio, mas, de forma auxiliar, visando à segu-rança dos empregados”.

É uma importante decisão, e todos de-vemos cobrar isso em nossos locais de tra-balho e de nossos sin-dicatos. Mas sabemos que as câmeras nas empresas são muitas vezes usadas não por questões de seguranças, e sim para controlar os trabalhadores. Por isso, a luta continua...

empresas! Por isso, não pode ter câmeras de se-gurança nesses locais. É

o que diz decisão inédi-ta divulgada no último dia 16/11 pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST).

A medida tem apli-cação imediata apenas em relação ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (RS) que entraram com a ação, mas deverá servir como base para outros casos semelhan-tes que chegarem ao tri-

bunal.A reivindicação che-

gou ao TST como um grande protesto. Os trabalhadores explica-ram que a prática causa “constrangimento, in-timidação, humilhação e discriminação a eles”. O recurso foi acatado e proibiu a instalação de câmeras nos vestiários, afirmando que isso “cer-tamente exporá a inti-midade do empregado”.

Além das câmeras nos vestiários, os traba-

O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) divulgou uma pesquisa sobre a avaliação da população com rela-ção à justiça no Brasil: de 0 a 10 a justiça teve apenas nota 4,55. Isso mostra que órgãos como o Ministério Público, a Polícia Judici-ária, os Juízes, etc. real-mente têm uma imagem ruim perante a popula-ção. Corrupção, demora e parcialidade foram os principais defeitos encon-trados.

Estudo revela que justiça é mal vista pela população

Fábio de Sá, técnico do IPEA, diz que “rapi-dez é o que as pessoas esperam”. É verdade, mas lembremos que muitos juízes são muito rápidos somente quando é para atender os ricos! Vimos a diferença de tratamen-to quando o banqueiro Daniel Dantas foi preso e quando um pobre, jo-vem, negro é preso.

É esta a preocupação. A pergunta que tem que ser feita à população é: “Você acha que existe

uma lei para pobre e ou-tra para rico? Por quê?”. Aí as coisas ficariam mais óbvias...

Sabemos que a luta é de classes, e isso se refle-te no judiciário. O con-fronto é trabalhador X patrão, pobre X rico. Por isso, a pesquisa mostra que a nota é baixa. A po-pulação percebe isso. A Justiça sempre atende aos ricos! Sabemos que a Jus-tiça é dos poderosos! Por isso, seguimos lutando: “A luta faz a lei!”

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18 /juventude

Após o lançamento da 1º edição em julho, foi lançado no dia 21, o jornal comunitário ‘A Voz do Gueto #2 no Encontro das Culturas, realizado em Campinas pela Escola de Capoei-ra Angola Resistência, na Semana da Consciên-cia Negra 2010. O jornal tem poesia, quadrinhos, crônicas e artigos tratan-

A Voz do Gueto

do de várias temáticas: consciência negra, lu-tas da periferia, aborto, histórico do quilombo Brotas, capoeira entre outros assuntos.

A articuladora do jornal traz no projeto, "o objetivo de unir forças do dia-a-dia da Cultura Popular, daqueles que lutam para mantê-la viva e entregam a alma em

troca da expressão ver-dadeira de ser do povo e ser o povo".

Para adquirir o jornal entrar em contato pelo e-mail [email protected]

Telefone 3272.2983 ou na Escola de Capo-eira Angola Resistência, no Terminal Central de Campinas no Viaduto Miguel Vicente Cury.

A Escola Semente da Conquista, do MST de Santa Catarina, as-sentamento 25 de Maio, conquistou a maior nota do ENEM de seu muni-cípio.

Nesta escola estudam

Escola do MST recebe melhor nota do Enem

112 filhos de assentados, de 14 a 21 anos. Ela é dirigida por militantes do MST e os professores foram indicados pelos próprios assentados do município de Abelardo Luz, cidade com o maior

número de famílias as-sentadas no estado.

São 1.418 famílias, morando em 23 assen-tamentos. A primeira colocação no Enem foi comemorada pelas famí-lias de sem-terra.

O desemprego é um problema que atinge milhares de pessoas no Brasil, principalmente os jovens, as mulheres e os negros. Segundo dados do IPEA, o desemprego entre os jovens triplicou nos últimos 20 anos. Isso demonstra que faltam políticas públicas e inves-timento para que a juventude brasilei-ra possa se inserir com qualidade no mercado de trabalho.

Os dados do IPEA mostram que 20% dos jovens entre 16 e 20 anos estão de-sempregados. Mesmo para aqueles que já são um pouco mais velhos (entre os 21 e 29 anos de idade) o desemprego chega a 11%. Isso representa cerca de 4,8 mi-

Jovens são os que mais sofrem com o desemprego no Brasil

lhões de jovens desempregados. Além disso, a qualidade dos empregos

para os jovens é muito ruim. Os jovens, para conseguirem se inserir no mercado de trabalho, acabam aceitando péssimas condições de trabalho, muitas vezes, sem registro em carteira e sem direitos. Cerca de 50% dos jovens entre 18 e 24 anos tra-balham sem carteira assinada.

Segundo o Presidente do IPEA, Márcio Pochmann, “O Brasil chegou um pouco tarde com políticas pú-blicas para a juventude”. Isso resulta nessa situação de calamidade para a juventude brasileira.

Fontes: www.ipea.gov.br e Blog do Noblat: http://oglobo.globo.com/pais/noblat)

Foto: casadajuventude.org.br

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19/esporte

De um lado, um dos maiores campeões de Sumaré, o União Bom Retiro, buscando o tetra campeo-nato na categoria. Do outro o E.C. Bom Retiro, seu maior rival, cor-rendo atrás de título inédito.

A final disputada na tarde de sá-bado (27/11), no Centro Esportivo Vereador José Pereira, foi emocio-nante e ultrapassou a simples dis-puta pelo troféu.

O União jogava para manter sua supremacia, mas quem conta-va com a vantagem do empate era o Esporte Clube, pois teve melhor campanha ao longo do campeona-to.

...e foi assim que aconteceu:Mesmo podendo empatar, o

E.C. Bom Retiro começou buscan-do o gol e perdeu grandes oportu-nidades. O União conseguiu equi-librar a partida somente ao final da primeira etapa, criando algumas chances de gol.

Na segunda etapa o equilibro vi-

E.C. Bom Retiro conquista título inédito

É CAMPEÃO!

rou superioridade e o União chega-va mais ao gol do adversário.

No último quarto do jogo vie-ram as grandes oportunidades, mas o União perdeu as duas - uma delas o goleiro do E.C. Bom Retiro de-fendeu um chute cruzado do meia atacante Paraná, que havia acabado de entrar.

Faltando poucos minutos para o final, após forte pressão, o E.C. Bom Retiro aproveitou um contra-golpe e chegou ao gol que trouxe a festa e o título inédito. Final do placar: E.C. Bom Retiro 1 a 0 União Bom Retiro.

Parabéns ao campeão E.C. Bom Retiro pela conquista do título iné-dito. Parabéns aos times de Sumaré, que cultivam o futebol amador!!!

Ciente da influência que tem nos clubes e do enquadramento que sofre-ram ao longo dos anos, torcidas organi-zadas da capital se organizam também fora dos campos. Membros têm parti-cipação direta como dirigentes em pelo menos três dos grandes paulistas.

E, para assegurar o espaço fora de-les, as torcidas de Corinthians, Pal-meiras e São Paulo e outros 11 clubes reuniram-se em outubro para fundar a Confederação Nacional das Torcidas Organizadas, reconhecida pela CUT (Central Única dos Trabalhadores) como um “movimento social”, assim como o MST. Entre os objetivos da ini-

ciativa está o de lutar contra dois itens do Estatuto do Torcedor: o que proíbe a organizada que promover tumulto ou invasão de comparecer a eventos por até três anos e outro que a faz respon-der criminalmente por danos dentro ou fora do estádio.

A reunião foi acompanhada por um observador do Ministério do Esporte e pelo diretor de finanças da CUT-SP, Vágner Freitas. “A torcida organizada, assim como o MST e a CUT, sofre um processo constante de criminalização, pois, entre outras coisas, consegue orga-nizar a massa de torcedores”, diz Freitas em nota divulgada pela entidade.

CORINTHIANSGAVIÕES DA FIEL: Indicou represen-tantes para a direção da comissão do centenário, o evento mais importante do ano no clube. Grupo em que membros da organizada têm participação direta, o Corinthianos Obsessivos tem entre seus integrantes o hoje diretor de fute-bol amador corintiano, Fernando Alba Braghiroli. A torcida tem trânsito com o presidente do clube, Andrés Sanchez — que também é sócio da Gaviões e fun-dador da Pavilhão 9.

Organizadas fundam sindicato

PALMEIRASMANCHA ALVIVERDE: Vai ocupan-do aos poucos posições entre os conselheiros do clube. O presidente da escola de samba, Paulo Serdan, integra a ala Famiglia Palestra, que reúne conselheiros mais antigos e membros da organizada. Atuou na eleição de Luiz Gonzaga Belluzzo para a presidência em 2009, mas deve apoiar a oposição nas eleições marcadas para janeiro do ano que vem no clube.

SANTOSSANGUE SANTISTA: Fundador da or-ganizada, Alberto Francisco de Oliveira Jr. foi por anos um dos braços direitos do ex-presidente Marcelo Teixeira, que dei-xou o posto máximo santista no ano pas-sado. Era vendedor de cachorro quente na Vila e depois ocupou por quase dez anos vários cargos — desde a direção cultural do clube até o de assessor es-pecial da presidência. Deixou a posição com a entrada de Luís Álvaro de Oliveira na presidência do clube.

SÃO PAULOORGANIZADAS FORA: As torcidas até têm certa influência no clube — no ano passado, o Jornal PLACAR revelou um encontro de parte delas com Ricardo Gomes, na apresentação do ex-coman-dante tricolor. Para participar diretamente da vida do clube, os torcedores teriam que virar sócios, mas as organizadas mantêm-se longe por causa do preço elevado. Na estimativa da Independente, a maior torcida, apenas 15 sócios partici-pam também da organizada.

As torcidas e os clubes

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20 /cooperativas

Catador agora é profissão com reco-nhecimento e respal-do legal.

Em agosto foi apro-vada a Política Na-cional de Resíduos Sólidos (PNRS) que

Coleta seletiva sem catador é lixo Homens e mulhe-

res que perderam seus empregos ou nunca tiveram oportunida-de de ter uma carteira assinada sobrevivem da catação de material reciclável. Este é um trabalho importante para a sociedade e o meio ambiente, mas a remuneração é pouca.

fortalece a partici-pação dos catadores na coleta seletiva dos municípios. Segundo esta lei federal as pre-feituras terão que for-necer estrutura como barracão e maquiná-

rio às associações e cooperativas de cata-dores. Além disso, a coleta seletiva reali-zada por essas insti-tuições poderá ser re-munerada pelo poder público.

O lixo e o lucroO lucro da venda

do material reciclável vai parar na mão de sucateiros e empre-sários. Para o catador fica o trabalho pesado e o dinheiro contado.

É para reverter esta situação que catadores e catadoras estão se or-ganizando em coope-rativas e associações.

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