manual hemovigilancia

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MINISTRIO DA SADE AGNCIA NACIONAL DE VIGILNCIA SANITRIA

Manual Tcnico de

HemovigilnciaSrie A. Normas e Manuais Tcnicos

Braslia DF 2004

2004 Ministrio da Sade. permitida a reproduo parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. Srie A. Normas e Manuais Tcnicos Tiragem: 1. edio 2004 150 exemplares Edio, distribuio e informaes: MINISTRIO DA SADE Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria Coordenao Nacional de Hemovigilncia Gerncia-Geral de Sangue, Outros Tecidos, Clulas e rgos SEPN W3 Norte, quadra 515, bloco B, 1. andar, sala 8 CEP: 70770-502, Braslia DF Tels.: (61) 448 1236 / 448 1000 Fax: (61) 448 1355 E-mail: [email protected] Home page: www.anvisa.gov.br Impresso no Brasil / Printed in Brazil Ficha Catalogrca Brasil. Ministrio da Sade. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Manual tcnico de hemovigilncia / Ministrio da Sade, Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. Braslia: Ministrio da Sade, 2004. 40p.: il. (Srie A. Normas e Manuais Tcnicos) 1. Transfuso de sangue. 2. Hematologia. I. Brasil. Ministrio da Sade. II. Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria. III. Ttulo. IV. Srie. NLM WB 356Catalogao na fonte Editora MS Ttulos para indexao: Em ingls: Technical Manual of Hemosurveillance Em espanhol: Manual Tcnico de Hemovigilancia EDITORA MS Documentao e Informao SIA, trecho 4, lotes 540/610 CEP: 71200-040, Braslia DF Tels.: (61) 233 1774 / 233 2020 Fax: (61) 233 9558 Home page: http://www.saude.gov.br/editora E-mail: [email protected] Equipe editorial: Normalizao: Leninha Silvrio Reviso: Denise Carnib; Eliane Borges; Viviane Medeiros Capa, projeto grco e diagramao: Marcus Monici

Sumrio1 Apresentao _____________________________________________________________________________ 2 Hemovigilncia __________________________________________________________________________2.1 O que hemovigilncia?_________________________________________________________ 2.2 Quem participa da hemovigilncia? _________________________________________ 2.3 Fluxo de informaes, nveis de atuao e responsabilidades_______

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3 Incidentes Transfusionais __________________________________________________________ 113.1 Denio ______________________________________________________________________________ 3.2 Tipos de incidentes _________________________________________________________________ 11 11

4 Incidentes Transfusionais Imediatos __________________________________________ 134.1 Denio ______________________________________________________________________________ 4.2 Algoritmo de noticao e investigao dos incidentes transfusionais imediatos __________________________________________________________ 4.3 Roteiro de investigao dos incidentes transfusionais imediatos ______ 4.3.1 Objetivo ___________________________________________ 4.3.2 Roteiro de investigao ______________________________ 4.4 Conduta frente ocorrncia de um incidente transfusional___________ 4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4 Objetivo ____________________________________________________________________ Conceitos __________________________________________________________________ Procedimentos gerais adotados frente a uma reao transfusional_______________________________________________________________ Procedimentos especcos __________________________________________ 13 13 14 14 14 16 16 16 17 19

5 Incidentes Transfusionais Tardios ______________________________________________ 255.1 Denio ______________________________________________________________________________ 5.2 Algoritmo de investigao dos casos suspeitos de contaminao por transfuso sangnea ________________________________________________________ 5.3 Roteiro de investigao de doenas veiculadas pelo sangue _________ 25 26 27

6 Ficha de Noticao e Investigao de Incidentes Transfusionais (FIT) 316.1 Modelo _________________________________________________________________________________ 32

7 Referncias Bibliogrcas__________________________________________________________ 35 8 Glossrio ____________________________________________________________________________________ 37 9 Equipe Tcnica Responsvel pela Elaborao do Documento______ 39

ApresentaoEste manual contm as normas tcnicas pertinentes s atividades de hemovigilncia, em todo o territrio nacional. O Sistema de Hemovigilncia, aqui denominado HEMOVIGILNCIA, tem por objetivo aumentar a segurana nas transfuses sangneas, com particular nfase nos incidentes transfusionais. A transfuso sangnea um processo que, mesmo realizado dentro das normas preconizadas, bem indicado e corretamente administrado, envolve risco sanitrio. Por isso, h necessidade de se conhecer os incidentes a ela relacionados e a sua prevalncia, a m de que possam ser introduzidas medidas corretivas e preventivas que contribuam para aumentar a segurana transfusional, objetivo maior de um sistema de hemovigilncia. Para realizao dessa importante atividade, torna-se fundamental o monitoramento de todo o processo, da captao do doador transfuso. O sistema deve ser integrado, articulado e realimentado, em todo o seu processo, com as informaes necessrias para tomada de decises e desencadeamento de aes. Portanto, deve estar preparado para: julgar o signicado dos eventos em todos os nveis: local, regional e nacional; coletar dados sistematicamente e analis-los em todos os nveis; detectar eventos novos; informar de modo gil e ecaz para que providncias possam ser tomadas oportunamente formando uma rede de alerta; contribuir para a segurana transfusional e para a qualidade dos hemocomponentes; propor aes corretivas, elaborao de protocolos e normas tcnicas; oferecer treinamento para os prossionais envolvidos em transfuso.

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A hemovigilncia um importante aspecto da medicina transfusional. A anlise das noticaes dos incidentes transfusionais, em alguns pases, j est contribuindo para a melhoria da qualidade do processo.

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No Brasil, no se conhece a prevalncia/incidncia real dos incidentes transfusionais, sejam eles inerentes teraputica, decorrentes de m indicao e uso dos produtos sangneos ou de falhas no processo durante o ciclo do sangue. S ser possvel atuar na preveno dos incidentes transfusionais quando estes forem identicados, diagnosticados, investigados, noticados e analisados de forma sistemtica. A implantao das normas tcnicas de hemovigilncia, alm de atender ao disposto no art. 5. da Lei Federal n. 10.205, de 21/3/2001, promover a operacionalizao de um sistema gil e ecaz capaz de coordenar, processar e analisar toda a informao noticada, permitindo a implantao de aes de correo e preveno dos incidentes transfusionais de forma oportuna.

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Hemovigilncia2.1 O que hemovigilncia? Hemovigilncia um sistema de avaliao e alerta, organizado com o objetivo de recolher e avaliar informaes sobre os efeitos indesejveis e/ou inesperados da utilizao de hemocomponentes a m de prevenir o aparecimento ou recorrncia desses efeitos. O sistema de hemovigilncia ocupa-se do processo da cadeia transfusional e foi justamente proposto para monitorar e gerar aes para correo de eventuais no-conformidades. Para implantao de um sistema de hemovigilncia, deve-se estar atento monitorizao dos incidentes transfusionais imediatos e tardios. Para efeito deste manual tcnico, est sob a denominao de incidentes transfusionais todas as reaes e efeitos adversos, sejam agudos, imediatos ou tardios. Em relao aos incidentes transfusionais tardios, tem especial importncia a transmisso de doenas por meio da transfuso de sangue. importante ressaltar que a noticao compulsria de doenas transmitidas pelo sangue, ou a soroconverso de um doador, para a coordenao de vigilncia epidemiolgica, permanecer com o uxo atual. Para que o sistema tenha sucesso e alcance seu objetivo, fundamental que os mdicos responsveis pela transfuso participem ativamente do processo de noticao. Para encorajar essa participao, deve-se assegurar que, fora do hospital, o sistema seja annimo, ou seja, sem possibilidade de identicar o paciente nos arquivos nais. Outro aspecto fundamental para um sistema de hemovigilncia a garantia da rastreabilidade de um hemocomponente, ou seja, saber com preciso em quem foram transfundidos os hemocomponentes e quais hemocomponentes os pacientes transfundidos receberam. A partir de cada receptor de transfuso de sangue, conseguir identicar o(s) doadores(s) e, de cada doador, conseguir identicar os receptor(es) e os respectivos hemocomponentes que foram administrados. A rastreabilidade permite que se realize tanto a investi-

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gao ascendente do receptor ao doador quanto a investigao descendente do doador ao receptor. 2.2 Quem participa da hemovigilncia? Todos os servios de hemoterapia, que realizam procedimentos integrantes do processo do ciclo de sangue, devero se organizar para que tenham controle informatizado do processo do ciclo do sangue, da distribuio e da utilizao da bolsa de sangue. 2.3 Fluxo de informaes, nveis de atuao e responsabilidades Espera-se, num futuro prximo, que todo o sistema acontea sem papel, que as noticaes sejam feitas via internet e estejam disponveis nos nveis municipal, estadual e federal. Enquanto esse estgio no for atingido, e considerando que as instituies ou estados chegaro a ele em momentos distintos, a cha estar disponvel em papel. O modelo de cha de noticao e investigao de incidentes transfusionais um instrumento resumido de uma investigao e concluso de um caso. Os servios bem como a vigilncia sanitria tambm devero e sentiro necessidade de desenvolver instrumentos e mecanismos baseados nos roteiros e algoritmos de investigao aqui propostos para registro, acompanhamento e conduo de suas investigaes. O uxo dessas informaes, bem denido e conhecido, fator crtico de sucesso para a implantao de qualquer sistema de vigilncia. Prope-se que cada servio que realiza transfuso dever ter um comit ou um responsvel pelas atividades de hemovigilncia, assim como se faz necessrio um coordenador estadual dessas atividades. Proposta para estruturao do Sistema de Hemovigilncia 1. Hospitais pblicos e privados/ambulatrios com hemotransfuso: responsvel Hospitalar pela Hemovigilncia, ou membro da Comisso Hospitalar de Hemoterapia, caso exista. 2. Vigilncia Sanitria Municipal rea de sangue, quando o municpio estiver em gesto plena: gerencia o sistema no mbito municipal, representante da rea de sangue ou da Comisso Municipal de Hemoterapia, caso exista.

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Vigilncia Sanitria Estadual rea de sangue: gerencia o sistema no mbito estadual, representante da rea de sangue ou da Comisso Estadual de Hemoterapia, caso exista.

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Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria/Gerncia Geral de Sangue, outros Tecidos, clulas e rgos (CGSTO) e Gerncia-Geral de Tecnologia de Produtos para Sade (GGTPS); gerencia o sistema no mbito federal, Comisso Nacional de Hemovigilncia.

Nveis de atuao e responsabilidades 1. 2. Enfermeira (ou auxiliar) comunica o incidente transfusional imediato ao mdico do paciente (ou plantonista) Mdico responsvel: pede exames complementares; informa o responsvel hospitalar pela hemovigilncia, em at 24 horas; preenche a parte da Ficha de Noticao e Investigao de Incidentes Transfusionais (FIT) correspondente noticao. 3. Responsvel pela hemovigilncia no hospital: completa a FIT, juntamente com o mdico do paciente; d cincia Comisso Hospitalar de Hemoterapia, caso exista; envia a FIT Secretaria de Sade (municipal ou estadual) responsvel pela hemovigilncia; completa a pesquisa. 4. Comisso Hospitalar de Hemoterapia, caso exista: faz o censo e analisa os problemas transfusionais recentes; prope as medidas corretivas a mdio e longo prazo; avalia a eccia das medidas propostas. Se no existir uma comisso hospitalar, o representante da hemovigilncia realizar as atividades acima. A. Esfera municipal de hemovigilncia (em municpios de gesto plena): verica e completa as FITs; faz o censo e analisa as FITs;

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envia as FITs ao coordenador estadual de hemovigilncia; prope medidas corretivas e preventivas no seu mbito de atuao; avalia a eccia das medidas propostas. B. Esfera estadual de hemovigilncia: verica e completa as FITs; faz o censo e analisa as FITs; envia as FITs Comisso Nacional de Hemovigilncia; prope medidas corretivas e preventivas no seu mbito de atuao; avalia a eccia das medidas propostas. C. Comisso Nacional de Hemovigilncia: faz o censo nacional e analisa os dados; prope medidas corretivas e preventivas, em mbito nacional; avalia a eccia das medidas propostas; organiza encontros anuais dos responsveis pela hemovigilncia.

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Incidentes Transfusionais3.1 Denio Incidentes transfusionais so agravos ocorridos durante ou aps a transfuso sangnea e a ela relacionados. Podem ser complicaes relacionadas com a contaminao bacteriana, reaes hemolticas agudas especialmente as ocasionadas por incompatibilidade do sistema ABO , edema pulmonar por excesso de volume, etc. 3.2 Tipos de incidentes Os incidentes transfusionais podem ser classicados em imediatos ou tardios, de acordo com o tempo decorrido entre a transfuso e a ocorrncia do incidente. Na literatura, esto disponveis vrios pontos de corte: (I) o Sistema de Hemovigilncia do Reino Unido (SHOT) considera um incidente como imediato aquele ocorrido at 24h aps a transfuso;

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(II) o modelo de hemovigilncia francs considera incidente imediato aquele ocorrido at oito dias aps a transfuso; (III) o modelo de hemovigilncia portugus considera incidente imediato aquele ocorrido at 24 horas e, agudo, at oito dias aps a transfuso; (IV) livros especializados consideram incidentes imediatos aqueles que ocorrem durante a transfuso ou em at duas horas aps. Para efeito deste manual tcnico, considera-se incidente transfusional imediato aquele que ocorre durante a transfuso ou em at 24 horas aps. E incidente transfusional tardio aquele que ocorre aps 24 horas da transfuso realizada.

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Os incidentes transfusionais noticveis so: Imediatos (at 24 horas) Reao hemoltica aguda Reao febril no hemoltica Reao alrgica leve Reao alrgica moderada Reao alrgica grave Sobrecarga volmica Contaminao bacteriana Edema pulmonar no cardiognico/ Transfusion Related Lung Injury (Trali) Reao hipotensiva Hemlise no imune Outros. Especicar: Tardios (aps 24horas) Reao hemoltica tardia Hepatite B (HBV) Hepatite C (HCV) HIV/aids Doena de Chagas Slis Malria HTLV I / II

Doena do enxerto contra o hospedeiro/GVHD Aparecimento de anticorpos irregulares/isoimunizao Outros. Especicar:

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Incidentes Transfusionais Imediatos4.1 Denio Incidente transfusional imediato aquele que ocorre durante a transfuso ou em at 24 horas aps. Os incidentes transfusionais imediatos destacados para serem noticados so: reao hemoltica aguda, reao febril no hemoltica, reaes alrgicas (leve, moderada, grave), sobrecarga volmica, contaminao bacteriana, edema pulmonar no cardiognico/Trali, reao hipotensiva, hemlise no imune. Por tratar-se da fase de implantao do sistema, existe o campo outros para especicao de um incidente no previsto nos campos acima. 4.2 Algoritmo de noticao e investigao dos incidentes transfusionais imediatosOcorrncia de um incidente durante a transfuso ou at 24 horas aps Adoo de conduta preestabelecida e preenchimento inicial da FIT Checagem e registro da indicao e solicitao da transfuso, do hemocomponente enviado e das condies da administrao Recolhimento de bolsa e anexos do hemocomponente envolvido com o incidente transfusional, amostras de sangue do receptor, quando necessrio, e encaminhamento para realizao das anlises/exames pertinentes Encaminhamento da notificao FITManual Tcnico de Hemovigilncia(continua...)

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Conduo e acompanhamento da investigao

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envolvido com o incidente transfusional, amostras de sangue do receptor, quando necessrio, e encaminhamento para realizao das anlises/exames pertinentes(continuao)

Encaminhamento da notificao FIT

Conduo e acompanhamento da investigao

Registro na FIT dos resultados dos exames realizados e da concluso do caso Encaminhamento da concluso FIT

Tomada das aes corretivas e preventivas pertinentes

4.3 Roteiro de investigao dos incidentes transfusionais imediatos 4.3.1 Objetivo Descrever a rotina de investigao de um incidente transfusional imediato. 4.3.2 Roteiro de investigao Ao suspeitar de um incidente transfusional, o mdico ou enfermeira dever adotar conduta preestabelecida em Manual Operacional Padro, constante nos servios, e preencher a primeira parte da Ficha de Noticao e Investigao de Incidente Transfusional (FIT). O responsvel pela hemovigilncia da instituio dever, a partir desse momento, em conjunto com a equipe, conduzir a investigao do caso. A investigao inclui a checagem dos registros: (1) da indicao da transfuso nos registros ou pronturio do paciente; (2) conferncia entre os hemocomponentes solicitados, enviados e administrados e (3) condies da administrao. A investigao a ser conduzida poder demandar a realizao de exames no paciente e na bolsa de sangue. Nesses casos, proceder o recolhimento da bolsa e dos anexos do hemocomponente envolvido com o incidente transfusional; das amostras de sangue do re-

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ceptor, quando necessrio; e encaminhamento para realizao das anlises e exames pertinentes. As informaes referentes ao incidente transfusional e aos resultados dos exames devem ser registradas na FIT, cha do paciente ou no pronturio e, tambm, nos formulrios especcos de cada instituio. Encaminhar a cha de noticao (no caso dos hospitais da rede sentinela, esse envio ser somente pela web e essa cha car armazenada num banco de noticaes aguardando a concluso da investigao). Logo que possvel, recolher os resultados de todos os exames efetuados, completar a FIT, e preencher o campo Concluso, no qual dever estar descrito o tipo de incidente e a conduta estabelecida para o caso. Encaminhar a FIT completa (no caso dos hospitais da rede sentinela, esse envio ser somente pela web e essa cha car armazenada num banco de noticaes concludas e disponvel para estatsticas). As FITs preenchidas mas ainda no concludas devem ser colocadas em pastas denominadas Ficha de Incidente Transfusional investigaes em andamento. As chas cuja investigao esteja concluda devem ser arquivadas em pasta denominada Fichas de Incidente Transfusional investigao concluda. importante que o responsvel pela hemovigilncia na instituio mantenha todas as etapas da investigao devidamente documentadas e, a documentao referente investigao do caso, devidamente arquivada. A FIT ao ser enviada, ou seja, ao sair do mbito de investigao da instituio, no dever conter a identicao do paciente, apenas as iniciais do nome e a identicao dos hemocomponentes envolvidos no episdio. A partir do momento em que o hemocomponente envolvido no episdio foi identicado, toda a investigao baseada nele e na cadeia que gerou esse hemocomponente, por isso a importncia de se garantir que esteja devidamente identicado e que a rastreabilidade seja possvel. A investigao de um incidente transfusional, muitas vezes, extrapolar a instituio onde ocorreu a transfuso sangnea. O responsvel pela hemovigilncia conduz e acompanha a investigao

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dentro da instituio. Torna-se fundamental, portanto, uma coordenao estadual para gerenciar e articular toda a investigao. 4.4 Conduta frente ocorrncia de um incidente transfusional 4.4.1 Objetivo Descrever e padronizar a conduta a ser adotada, tanto beira do leito como no laboratrio, diante de uma reao transfusional. 4.4.2 Conceitos Reao febril Reao mais comum na prtica hemoterpica, est geralmente associada presena de anticorpos contra os antgenos HLA dos leuccitos do doador. Porm, a elevao de temperatura durante uma transfuso de sangue pode ser um sinal de reao mais grave, como hemlise ou contaminao bacteriana. Reao hemoltica Ocorre quando as hemcias transfundidas so destrudas e podem se dividir em dois grupos: hemlise intravascular e hemlise extravascular. Reao hemoltica intravascular A principal causa a incompatibilidade ABO, que resulta quase sempre de erros humanos, tais como troca da amostra e/ou bolsa, provocados por identicaes incorretas da amostra, da bolsa ou do paciente ou, ainda, por falta de conferncia e superviso dos procedimentos executados. Reao hemoltica extravascular Geralmente, a hemlise extravascular se manifesta por febre e dor lombar ou abdominal, de intensidade leve a moderada, que surgem geralmente de 30 a 120 minutos depois de iniciada a transfuso. Reao alrgica Pode ser dividida em trs estgios conforme a gravidade das manifestaes clnicas: reao leve: prurido, urticria, placas eritematosas; reao moderada: edema de glote, edema de Quincke, broncoespasmo; reao grave: choque analtico. Reao por contaminao bacteriana do sangue

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Manifestaes: clica abdominal, febre, diarria, nuseas, vmitos e choque. Edema pulmonar no cardiognico (Trali Transfusion Related Lung Injury)

Resulta da presena de anticorpos leucocitrios do doador contra antgenos do paciente. grave, com intensa sintomatologia pulmonar e sinais discretos na ausculta. Diagnstico diferencial com edema agudo de pulmo. 4.4.3 Procedimentos gerais adotados frente a uma reao transfusional Pela Equipe de Enfermagem Interromper a transfuso. Se o equipo no estiver ligado a um polix, desconect-lo da veia do paciente e tampar a sua extremidade para no haver contaminao. Manter a veia permevel com a soluo de hidratao da prescrio. Comunicar ao mdico hemoterapeuta ou ao mdico assistente de planto. Vericar e registrar, na prescrio mdica, os sinais vitais do paciente (presso arterial, freqncia cardaca, freqncia respiratria, temperatura axilar). Providenciar todos os medicamentos, materiais e equipamentos necessrios para o atendimento emergencial, no caso de reao moderada ou grave. Registrar a reao no mapa transfusional e no livro de ocorrncias da enfermagem. Encaminhar todas as amostras, bolsas e pedidos de exames solicitados pelo mdico. Traar as medidas teraputicas a serem adotadas. Identicar o tipo de reao transfusional. Decidir sobre a reinstalao, desistncia ou solicitao de outra transfuso. Solicitar os exames discriminados neste procedimento. Quando solicitar exames da bolsa de sangue, especicar o tipo de componente (CH, CP, PFC, etc.), nmero e se foi submetido a algum tipo de procedimento especial.

Pelo Mdico

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Registrar na cha de transfuso e no pronturio do paciente a reao transfusional e o tipo de componente envolvido. Preencher e encaminhar a FIT.

Pelo Tcnico de Imunoematologia Receber e registrar a bolsa, as amostras e os pedidos em livro prprio. Encaminhar o segmento da bolsa de sangue para o Laboratrio de Microbiologia para a cultura de germes aerbios, anaerbios e fungos. A coleta desse segmento dever ser realizada aps o procedimento de reuxo do sangue por trs vezes e selando o segmento a 5 cm do tubo coletor. Realizar os seguintes exames para a investigao imunoematolgica da reao transfusional. Na amostra pr-transfusional: Grupo sangneo ABO e Rh; Coombs direto; Pesquisa de anticorpos irregulares. Na amostra ps-transfusional: Grupo sangneo ABO e Rh; Coombs direto; Pesquisa de anticorpos irregulares; Teste de hemlise. Na bolsa de sangue: Vericar e anotar a colorao, comparando a cor do sangue do tubo coletor com a do interior da bolsa; Reclassicao ABO e Rh; Provas cruzadas com as amostras pr e ps-transfusional; Teste de hemlise; Testes adicionais (eluio, fenotipagem, etc.) podero ser feitos em funo dos resultados obtidos.

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Comunicar imediatamente ao mdico os resultados obtidos nos exames realizados.

4.4.4 Procedimentos especcos 4.4.4.1 Febre e/ou calafrios Febre e/ou calafrios (temperatura acima de 37,8C em paciente afebril ou elevao maior que 1C, em paciente com febre). Beira do Leito O mdico deve: suspender a transfuso e solicitar os exames para a investigao da reao transfusional.

A enfermagem deve: recolher a bolsa de sangue, tendo o cuidado de isolar a extremidade do equipo (tampa, clampe ou n) que estava conectado veia do paciente; providenciar a coleta de amostra de sangue do paciente, em um tubo com anticoagulante (tampa roxa), para exames; encaminhar os pedidos, as amostras de sangue e a bolsa ao Laboratrio de Imunoematologia.

No Servio de Hemoterapia O tcnico da imunoematologia deve: proceder como descrito no item 4.4.3 Procedimentos gerais adotados frente a uma reao transfusional, pelo tcnico de imunoematologia.

O hemoterapeuta deve: registrar no pronturio mdico as concluses dos estudos; solicitar os exames complementares que julgar necessrios, bem como determinar qual a conduta a ser tomada nas transfuses subseqentes; registrar no pronturio do paciente as concluses dos exames.

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4.4.4.2 Reao alrgica Beira do Leito Em reaes leves, o mdico deve: suspender a transfuso, se o paciente tiver histria de alergia ou apresentar um dos seguintes sinais: prurido intenso; prurido generalizado; mais de 5 placas de urticria; placa urticariforme extensa. Em reaes moderadas e graves, o mdico deve: suspender a transfuso; solicitar cultura de bolsa para germes aerbios, anaerbios e fungos.

A enfermagem deve: encaminhar a bolsa e o pedido de cultura ao Laboratrio de Imunoematologia.

Conduta Teraputica Em reaes leves, ca a critrio do mdico: prescrever anti-histamnico (ou similares) ou corticosterides, dependendo da extenso e desconforto do paciente com a reao.

Em reaes moderadas, o mdico deve adotar a teraputica conforme evoluo do paciente: corticide IV: hidrocortisona (Flebocortid): 500 mg IV (intravenoso); broncoespasmo: nebulizao com broncodilatadores, aminolina 480 mg diludo, correr IV em 30 minutos;

adrenalina: vide reao grave

Em reaes graves (choque analtico), o mdico deve adotar a seguinte teraputica: adrenalina (1:1.000); 0,4 ml subcutnea. Se no reverter, 0,5 ml de adrenalina diluda em 10 ml de salina, EV dripping 5 min; repetir em intervalos de 5 a 15 min at ocorrer resposta satisfatria;

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aminolina: vide reao moderada; monitorizao cardaca obrigatria; soro siolgico em infuso rpida; manter vias areas livres (entubao, traqueostomia, ventilao mecnica).

No Servio de Hemoterapia O hemoterapeuta deve adotar a seguinte conduta: solicitar dosagem de IgA; em reaes leves, no fazer nenhum procedimento preventivo, somente observar as prximas transfuses. Caso ocorra outra reao, registrar no pronturio do paciente o uso de pr-medicao com anti-histamnico; em reaes moderadas e graves, somente transfundir concentrados de hemcias lavadas e concentrados de plaquetas deplasmatizados; em reaes ao plasma e aos seus derivados, fazer pr-medicao com corticides e registrar o protocolo transfusional no pronturio mdico.

4.4.4.3 Reaes hemolticas Beira do Leito O mdico deve: prescrever conforme a evoluo clnica e laboratorial do paciente, levando em considerao as orientaes, a seguir: soro siolgico rpido: 1.000 ml em uma a duas horas; monitorizao cardaca; furosemida 20 a 80 mg IV; balano hdrico para prevenir hiper-hidratao; diurese horria para avaliao do uxo renal; choque: dopamina de 1 a 10 g/kg/min (5 ampolas em 500 ml de soro glicosado a 5% tm aproximadamente 8 g/gota); exangneo transfuso volumosa.

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A enfermagem deve: recolher a bolsa de sangue, tendo o cuidado de isolar a extremidade do equipo que est conectada veia do paciente; encaminhar a bolsa e o pedido da cultura ao Laboratrio de Imunoematologia; providenciar a coleta das seguintes amostras do paciente: urina e sangue: 2 tubos com EDTA (tampa lils), 1 tubo seco (tampa tijolo),1 tubo com citrato (tampa azul). solicitar ao Laboratrio de Imunoematologia: investigao de reao transfusional; solicitar ao Laboratrio de Microbiologia: cultura da bolsa n.___ para germes aerbios, anaerbios e fungos; solicitar ao Laboratrio Geral do Hospital: hemograma com contagem plaquetria; TAP, PTT, brinognio e PDF; uria e creatinina; hemoglobina livre; haptoglobina; E.A.S. (para avaliao de hemoglobinria). A enfermagem deve: providenciar a entrega dos tubos nos laboratrios correspondentes. A bolsa deve ser entregue no Laboratrio da Imunoematologia.

O mdico deve:

No Servio de Hemoterapia e Laboratrio O tcnico da imunoematologia deve: comunicar imediatamente ao mdico hemoterapeuta a conrmao da incompatibilidade ABO. registrar no pronturio mdico as concluses dos estudos; solicitar exames complementares que julgar necessrio; registrar a conduta a ser tomada nas transfuses subseqentes; preencher a Ficha de Incidente Transfusional.

O hemoterapeuta deve:

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4.4.4.4 Choque por sangue contaminado Beira do Leito O mdico deve: iniciar antibitico de amplo espectro, principalmente para bactrias Gram negativas; instituir conduta para garantir a estabilidade hemodinmica, conforme a evoluo do paciente (hidratao venosa, dopamina, diurese horria); solicitar os seguintes exames laboratoriais: bacterioscopia direta pelo Gram e cultura do sangue do paciente; bacterioscopia direta pelo Gram, cultura e teste de hemlise da bolsa. A enfermagem deve: providenciar a coleta de amostra para bacterioscopia e hemocultura do paciente; entregar a bolsa e os pedidos de bacterioscopia, cultura e teste de hemlise nos laboratrios correspondentes.

No Servio de Hemoterapia e Laboratrios O tcnico responsvel pelo exame deve: comunicar imediatamente ao mdico a conrmao da presena de contaminao bacteriana pelo Gram; encaminhar os resultados de todos os testes realizados para serem anexados ao pronturio do paciente. registrar os resultados de todos os testes realizados na cha transfusional do paciente; completar a FIT.

O hemoterapeuta deve:

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Incidentes Transfusionais Tardios5.1 Denio Incidente transfusional tardio aquele que ocorre aps 24 horas da transfuso realizada. Os incidentes transfusionais tardios destacados para serem noticados so: reao hemoltica tardia, hepatite B (HBV), hepatite C (HCV), HIV/aids, doena de Chagas, slis, malria, HTLV I/II, doena do enxerto contra o hospedeiro/GVHD, aparecimento de anticorpos irregulares/isoimunizao. Por tratar-se da fase de implantao do sistema, existe o campo outros para quando acontecer um incidente no previsto nos campos mencionados. Os incidentes tardios, para ns de investigao, podem ser separados em dois grupos que seguiro uxos distintos. A reao hemoltica tardia, a doena do enxerto contra o hospedeiro/GVHD e o aparecimento de anticorpos irregulares iro seguir uxo de investigao similar aos incidentes imediatos. A doena do enxerto contra o hospedeiro, por suas peculiaridades, normalmente acompanhada pela equipe que faz o tratamento imunossupressor do paciente. A contaminao sangnea por hepatite B (HBV), hepatite C (HCV), HIV/ aids, doena de Chagas e slis seguir o uxo de investigao descrito no item 5.2. O item 5.2, algoritmo de investigao dos casos suspeitos de contaminao por transfuso sangnea, e o item 5.3, roteiro de investigao de doenas veiculadas pelo sangue, so trechos adaptados aos objetivos deste manual, compem a dissertao de mestrado de Maria de Ftima Alves Fernandes, intitulada Hemovigilncia: anlise das informaes disponveis para sua implantao, de acordo com a (re)investigao de casos de aids associados transfuso, do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo.

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5.2 Algoritmo de investigao dos casos suspeitos de contaminao por transfuso sangnea 1VE estadual/municipal informa caso suspeito Visa responsvel hemovigilncia

Visa informa servio onde ocorreu a transfuso

Transfuso realizada

No

Descarta transmisso transfusional

Sim

Investigao do(s) servio(s) hemoterpico(s) responsvel(is) pelo sangue

Rastreamento da(s) bolsa(s) transfundida(s) possvel

No

Investigao inconclusiva

SimNoSorologia realizadaDoao posterior/convocao do doador do doadorDoador encontrado

No

Sim

Sim

Sorologia positivaDoador aceita repetir sorologia

No

NoNo

Sim

Tem soroteca

Sim Sim

NoSorologia positiva

Repete sorologia

Sorologia positiva

No

Sim

Sim

Provvel contaminao por transfuso

Informao Visa

1

Esse algoritmo de investigao compe a dissertao de mestrado intitulada Hemovigilncia: anlise das informaes disponveis para sua implantao, de acordo com a (re)investigao de casos de aids associados transfuso.

Informao VE

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5.3 Roteiro de investigao de doenas veiculadas pelo sangue 2 sabido que o sangue, a despeito dos benefcios que traz a partir de uma transfuso bem indicada, pode eventual ou indevidamente funcionar como um veculo de transmisso de doenas. Doenas infecciosas como aids, hepatites B e C, Doena de Chagas, dentre outras, podem ser transmitidas pelo sangue transfundido quando este estiver infectado por microorganismos causadores dessas patologias. O diagnstico de uma doena infecciosa e/ou a viragem sorolgica de um receptor de transfuso de sangue, cuja suspeita de transmisso recaia sobre essa transfuso, ser observada usualmente meses ou anos aps a realizao desta. Esse diagnstico da infeco/doena, que pode ser feito ambulatorialmente (mais comum) ou com o paciente internado, usualmente informado vigilncia epidemiolgica responsvel pela rea geogrca de localizao do respectivo servio de sade (hospital, ambulatrio, consultrio, etc.). Assim, diferentemente dos demais incidentes transfusionais, a investigao desses casos seguir uxo tambm diferente. A proposta ora desenvolvida que, se aps a anlise do caso pela vigilncia epidemiolgica, a suspeita de transmisso sangnea for considerada, o caso informado seja vigilncia sanitria municipal e/ou estadual da regio correspondente, que far o gerenciamento e/ou monitoramento da investigao a ser desenvolvida. Dados Informados Para que seja possvel o incio da investigao do caso, a vigilncia epidemiolgica dever informar os seguintes dados vigilncia sanitria: nome do paciente; data de nascimento; nome da me; nome do servio onde ocorreu a transfuso; municpio de localizao do servio; data provvel da transfuso.

Investigao Seguindo o algoritmo apresentado no item 5.2, podemos identicar trs momentos bsicos, que permitiro concluir o caso:2

O roteiro de investigao de doenas veiculadas pelo sangue, compe a dissertao de mestrado intitulada Hemovigilncia: anlise das informaes disponveis para sua implantao, de acordo com a (re)investigao de casos de aids associados transfuso.

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ocorrncia da(s) transfuso(es); rastreamento da(s) transfuso(es); retestagem do sangue.

Ocorrncia da(s) Transfuso(es) O servio de sade onde ocorreu a transfuso, informado pela vigilncia sanitria, proceder essa investigao pelo seu setor de hemovigilncia. A ocorrncia da transfuso dever ser pesquisada mediante anlise do pronturio do paciente, observando os seguintes itens: diagnstico e tratamento; perodo de internao/atendimento do paciente; registro de transfuso de sangue; tipo e procedncia do hemocomponente transfundido e seu respectivo nmero de identicao. Essa etapa ser concluda com o afastamento ou a conrmao da transfuso, considerando-se que houve transfuso, na existncia de prescrio mdica e registro da enfermagem ou de prescrio mdica e aposio da etiqueta da bolsa transfundida no pronturio. Caso a transfuso no seja conrmada, o fato dever ser comunicado vigilncia sanitria. O caso, no que se refere a essa transfuso, estar encerrado descartando-se a suspeita desse tipo de transmisso. No caso de conrmao da transfuso, a investigao prosseguir no(s) servio(s) hemoterpico(s) envolvido(s) no processo de origem da(s) unidade(s) transfundida(s).

Rastreamento da Transfuso O processo hemoterpico, desde a triagem do doador e a coleta do sangue at o preparo da transfuso e ato transfusional, poder ser desenvolvido totalmente num nico servio hemoterpico (hemocentros, por exemplo), como pode somente ser completado com a participao de vrios servios (posto de coleta, unidade sorolgica, agncia transfusional, por exemplo). Assim, o rastreamento de uma unidade transfundida poder envolver um ou mais servios hemoterpicos. Esse rastreamento poder ser possvel ou no, devendo ser feito percorrendo-se o uxo inverso da obteno do hemocomponente.

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Se o rastreamento no for possvel, o caso do qual se suspeita de transmisso transfusional ser considerado inconclusivo. Quando o rastreamento for possvel, a realizao do teste de triagem no doador (sorologia ou outro) da infeco/doena pesquisada dever ser observada.

Retestagem do Sangue Devero ser consideradas trs possibilidades de retestagem do sangue: utilizando amostra correspondente doao objeto da investigao existente na soroteca; vericando a existncia de doaes posteriores do mesmo doador e os respectivos resultados sorolgicos; utilizando uma amostra coletada do doador, convocado-o pelo prprio servio hemoterpico que coletou a bolsa de sangue objeto da investigao. A convocao do doador para novo teste dever ser feita por meio de correspondncia postal, acompanhada de aviso de recebimento. Ser considerado doador no localizado quando houver retorno da correspondncia enviada ou no houver qualquer resposta do doador no prazo de dois meses aps a postagem. Concluso da Investigao A concluso de cada caso investigado dever sempre ser informada vigilncia sanitria, que repassar essa informao vigilncia epidemiolgica de origem. Consideramos trs tipos de concluso para esses casos: descarta a transmisso transfusional quando no houve transfuso ou quando, na retestagem de nova amostra do doador (em doao posterior ou aps convocao do doador), essa possibilidade foi afastada; investigao inconclusiva nos casos de impossibilidade de rastreamento da(s) unidade(s) transfundida(s) e quando no for possvel realizar retestagem de nova amostra do doador (em doao posterior ou aps convocao do doador);

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conrmao do caso quando o teste de triagem e/ou conrmatrio da infeco/doena pesquisada (sorologia ou outro) se apresentar reagente em qualquer fase do uxo de investigao.

Observao: nos casos de investigaes que envolvam mais de um servio de sade, o responsvel pela hemovigilncia do servio inicial (informado pela vigilncia sanitria) dever informar o servio seguinte, que prosseguir a investigao, encaminhando sempre cpia dessa comunicao para a vigilncia sanitria de origem. Caso isso se repita, o mesmo procedimento dever sempre ser adotado. Quando pertinente, proceder investigao dos demais hemocomponentes originrios da bolsa relacionada com o incidente transfusional, no caso de ter gerado mais hemocomponentes.

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Ficha de Noticao e Investigao de Incidentes Transfusionais (FIT)A Ficha de Noticao e Investigao de Incidentes Transfusionais dever estar disponvel em todos os servios que realizam transfuso. O volume de transfuses realizadas numa instituio dever ser informado, uma vez que a informao de um procedimento sem intercorrncias tambm fundamental para a hemovigilncia, pois essa ser a fonte de dados para conhecer a quantidade de transfuses realizadas e necessria, dentre outros, para o clculo de indicadores. importante ressaltar que: (1) o responsvel pela hemovigilncia na instituio mantenha todas as etapas da investigao devidamente documentadas e a documentao referente investigao do caso devidamente arquivada, inclusive a FIT; (2) a FIT, ao ser enviada, ou seja, ao sair do mbito de investigao da instituio, no dever conter a identicao do paciente, apenas as iniciais do nome e a identicao dos hemocomponentes envolvidos no episdio; (3) o preenchimento da FIT dever ser o mais completo e correto possvel, pois todas as informaes constantes nela so importantes para a anlise do padro de ocorrncia dos incidentes transfusionais e, conseqentemente, para a elaborao de medidas preventivas e corretivas; (4) o modelo de Ficha de Noticao e Investigao de Incidentes Transfusionais um instrumento resumido da investigao e concluso de um caso. Os servios devero desenvolver instrumentos e mecanismos baseados nos roteiros e algoritmos de investigao aqui propostos para registro, acompanhamento e conduo de suas investigaes. Da mesma forma, a vigilncia sanitria dever elaborar instrumentos e mecanismos baseados nos roteiros e algoritmos de investigao aqui propostos para registro, acompanhamento e gerenciamento das investigaes em andamento.

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6.1 Modelo

6.1 ModeloAgncia Nacional de Vigilncia SanitriaSistema Nacional de Hemovigilncia

Gerncia-Geral de Sangue, Outros Tecidos e rgos

Ficha de Notificao e Investigao de Incidentes TransfusionaisNOTIFICAO01 03 05*

N. DA FICHA: gerado automaticamente TIPO DE INCIDENTE:

02

*

DATA DA NOTIFICAO: TIPO DE TRANSFUSO: 06* *

imediato

tardioIDENTIFICAO

04

homloga

autloga

* *

PACIENTE (NOME COMPLETO) N. PRONTURIO DIAGNSTICO CLNICO (CID de internao): N. DO CARTO SUS

DATA DE NASCIMENTO: SEXO: M- masculino F- feminino

07

08

09

10* * *

HISTRIA TRANSFUSIONAL 11 12 INDICAO DA TRANSFUSO: TRANSFUSES PRVIAS: IGNORADO AT 5 ENTRE 5 E 10 ENTRE 10 E 20 MAIS DE 20 QTE. IGNORADA NO HOUVE

13

HISTRIA DE INCIDENTES TRANSFUSIONAIS PRVIOS:

1-Sim 2-No 9-Ignorado

HEMOCOMPONENTES RELACIONVEIS COM A NOTIFICAO 14*

TIPO DE HEMOCOMPONENTE

15

*

N. DO HEMOCOMPONENTE

16

*

DATA DE EXPIRAO

17

*

DATA DA ADMINISTRAO

LOCAL ONDE FOI REALIZADA A TRANSFUSO 18 19*

UNIDADE DE SADE: gerado automaticamente ESPECIFICAR O SETOR: CENTRO CIRRGICO RECUPERAO PS-OPERATRIA CENTRO OBSTTRICO EMERGNCIA TRANSFUSO DOMICILIAR TRANSPLANTE MEDULA SSEA MEDICINA INTERNA CLNICA CIRRGICA CTI OUTROS, ESPECIFICAR: 21 HORA: PEDIATRIA NEONATOLOGIA HEMATOLOGIA AMBULATRIO DE TRANSFUSO

20 22

* *

DATA DA OCORRNCIA DO INCIDENTE TRANSFUSIONAL: MANIFESTAES CLNICAS/LABORATORIAIS DO INCIDENTE TRANSFUSIONAL CALAFRIOS NUSEAS DOR LOMBAR CHOQUE FEBRE CIANOSE OUTROS, ESPECIFICAR: CIVD DISPNIA EDEMA AGUDO DE PULMO SOROCONVERSO HIPERTENSO

HEMOGLOBINRIA ICTERCIA URTICRIA VMITOS TAQUICARDIA

23 24

*

TIPO DE INCIDENTE SUSPEITO: opes / listagem campo 59 OBSERVAES

(continua...)

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(continuao)INVESTIGAO25

Tipo do hemocomponente:

26

N. do hemocomponente:Ps-transfusional

EXAMES IMUNOEMATOLGICOS AMOSTRA PACIENTE Pr-transfusional 27 28 29 30 31 32 33 34 ABO/RH PESQUISA DE ANTICORPOS IRREGULARES1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

ANTICORPO(S) IDENTIFICADO(S) PROVA DE COMPATIBILIDADE1 - compatvel 2 - no compatvel 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 ignorado

AUTO-CONTROLE1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

ANTIGLOBULINA DIRETA/COOMBS DIRETO1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

ELUATO1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

ANTICORPO(S) IDENTIFICADO(S) NO ELUATO EXAMES IMUNO EMATOLGICOS AMOSTRA BOLSA Pr-transfusional Ps-transfusional

35 36

ABO/RH TESTE DE HEMLISE:1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

HEMOCULTURA AMOSTRA PACIENTE 37 38 CRESCIMENTO BACTERIANO:1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

MICROORGANISMO(S) ISOLADO(S): HEMOCULTURA AMOSTRA BOLSA

39 40 41 42

CRESCIMENTO BACTERIANO:1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

MICROORGANISMO(S) ISOLADO(S): INSPEO VISUAL DA BOLSA: TIPO DE ANORMALIDADE: EXAMES SOROLGICOS AMOSTRA PACIENTE1 - positivo 2 - negativo 3 - inconclusivo 4 - no realizou 9 - ignorado

NORMAL

ANORMAL

NO REALIZADA/DISPONVEL

Pr-transfusional 43 44 45 46 47 48 49 50 51 HIV 1 + 2I Anti-HCV HbsAg Anti-HBc VDRL Chagas Malria HTLV I/II Outros

Ps-transfusional

INSTITUIO FORNECEDORA DO HEMOCOMPONENTE 52 53 54 55* * * *

DISTRIBUDO POR: HEMOCAD/CODVISA: TIPO DE INSTITUIO: PROVAS PR-TRANSFUSIONAIS REALIZADAS NA INSTITUIO DE ORIGEM DOS HEMOCOMPONENTES:

1-Sim 2-No

(continua...)

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(continuao)CONCLUSO56 58 59 TIPO DO HEMOCOMPONENTE: 57 N. DO HEMOCOMPONENTE: CONFIRMADA DESCARTADA INCONCLUSIVA PROVVEL GRAU DE CORRELAO COM A TRANSFUSO: TIPO DE INCIDENTE

Imediato (at 24 horas)Reao hemoltica aguda Reao febril no hemoltica Reao alrgica leve Reao alrgica moderada Reao alrgica grave Sobrecarga volmica Contaminao bacteriana Edema pulmonar no cardiognico /Trali Reao hipotensiva Hemlise no imune Outros. Especificar:

Tardio (aps 24horas)Reao hemoltica tardia Hepatite B (HBV) Hepatite C (HCV) HIV/aids Doena de Chagas Sfilis Malria HTLV I/II Doena do enxerto contra o hospedeiro/GVHD Aparecimento de anticorpos irregulares/isoimunizao Outros. Especificar: MARCADOR(ES): HIV 1+2 Aanti-HCV HbsAg Anti-HBc VDRL Chagas Malria HTLV I/II Outros

60 62 64 65

SOROCONVERSO DE PACIENTE: TOTAL DE DOADORES IMPLICADOS:

1 - Sim 2 - No

61 63

TOTAL DE DOADORES TESTADOS:

TOTAL DE DOADORES COM EXAME SOROLGICO POSITIVO NA AMOSTRA DA SOROTECA: GRAVIDADE GRAU: I AUSNCIA DE RISCO DE VIDA IMEDIATO OU A LONGO PRAZO II MORBIDADE A LONGO PRAZO III RISCO DE VIDA IMEDIATO IV MORTE

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PROVVEL LOCAL (INSTITUIO OU SETOR) DA NO CONFORMIDADE H SUSPEITA DE REAO ADVERSA OU QUEIXA TCNICA REFERENTES AOS PRODUTOS DE SADE EMPREGADOS NO PROCEDIMENTO. Ex.: bolsa, equipo, kit imuno-hematolgico, kit sorolgico e outros EM CASO AFIRMATIVO, HOUVE NOTIFICAO? 1 - SIM 2 - NO

67 68 69 70*

1 - SIM 2 - NO

EM CASO AFIRMATIVO, QUAL O N. DA NOTIFICAO DA TECNOVIGILNCIA? OBSERVAES E CONCLUSO DO RESPONSVEL PELA HEMOVIGILNCIA

Por que aconteceu?

*

CASOS SUSPEITOS DE REAO ADVERSA OU QUEIXA TCNICA REFERENTES A HEMODERIVADOS NOTIFICAR A FARMACOVIGILNCIA

_____________________________________________________ Assinatura do responsvel pela hemovigilncia no local

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Referncias BibliogrcasA SHOT in the arm for safer blood transfusion. BMJ, v. 313, n. 7.067, p. 1.221-2, 16 nov. 1996. AMERICAN ASSOCIATION OF BLOOD BANKS. Technical manual. 13th edition. [S.l.: s.n.], [20- -? ]. FERNANDES, Maria de Ftima Alves. Hemovigilncia: anlise das informaes disponveis para sua implantao, de acordo com a (re)investigao de casos de aids associados transfuso. Dissertao (Mestrado) Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo, So Paulo, [20- -?]. HAEMOVIGILANCE and experience of the serious hazards of transfusion (SHOT). Scheme in the United Kingdom (UK). [20-- ?]. Comunicao pessoal do steering group. HAEMOVIGILANCE and transfusion safety in France. Vox Sang, v. 78, n. 2, p. 287-9, 2000. Suppl. HEMOVIGILANCE in France. Rev. Bras. Hematol. Hemoter., v. 22, n. 3, p. 368-373, 2000. INTERNATIONAL FRUM. Haemovigilance systems. Vox Sang, v. 77, n. 2, p. 11020, 1999. PETZ, Lawrence D. Clinical practice of transfusion medicine. In: Diagnstico e manuseio de reaes transfusionais. [S.l.: s.n.], [20- - ]. Captulo 14. THE FRENCH Haemovigilance system. Vox Sang, v. 77, p. 77-81, 1999. TRANSFUSION safety and hemosurveillance. Acta Med Port., v. 13, n. 4, p. 199202, Jul-Aug. 2000. TRANSFUSION therapy, clinical principles and practice. [S.l.: s.n.], 1999.

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GlossrioFIT Ficha de Noticao e Investigao de Incidentes Transfusionais Hemovigilncia: um sistema de avaliao e alerta, organizado com o objetivo de recolher e avaliar informaes sobre os efeitos indesejveis e/ou inesperados da utilizao de hemocomponentes a m de prevenir seu aparecimento ou recorrncia. Para efeito deste manual tcnico, todas as reaes adversas sejam: agudas, imediatas ou tardias esto sob a denominao de incidentes transfusionais. Incidentes transfusionais: so agravos ocorridos durante ou aps a transfuso sangnea e a ela relacionados. Os incidentes transfusionais podem ser classicados em imediatos ou tardios, de acordo com o tempo decorrido entre a transfuso e a ocorrncia do incidente. Para efeito deste manual tcnico, considera-se incidente transfusional imediato aquele que ocorre durante a transfuso ou em at 24 horas aps. E, incidente transfusional tardio, aquele que ocorre aps 24 horas da transfuso realizada. Conrmao de transfuso: considera-se que houve transfuso, na existncia de prescrio mdica e registro da enfermagem no pronturio ou de prescrio mdica e etiqueta de cdigo de barras da bolsa de sangue no pronturio do receptor. Conrmao de um caso de infeco/doena associado(a) transfuso: um caso de infeco/doena associado(a) transfuso tem conrmao quando a sorologia for positiva na amostra da soroteca ou no doador. Concluso da investigao ou grau de correlao com a transfuso: Conrmada: quando for possvel cumprir os passos descritos no algoritmo de investigao e a sorologia do doador ou amostra (soroteca) for positiva. No momento, assumiremos essa denio. No entanto, reconhece-se que somente com a realizao de testes especcos nos receptores, antes da transfu-

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so sangnea, seria possvel assumir a correlao entre uma transfuso sangnea e a contaminao. Descartada: quando for possvel, cumprir os passos descritos no uxo de investigao e (1) a sorologia do(s) doador(es) ou amostra (soroteca) for negativa ou (2) comprovadamente no tiver ocorrido transfuso sangnea. Inconclusiva: quando no for possvel cumprir os passos descritos no uxo de investigao. Neste caso, importante que se especique o motivo pelo qual a investigao no pde ser concluda. Rastreabilidade: a garantia de que, a partir de cada receptor de transfuso de sangue, seja possvel identicar o(s) doador(es); e, a partir de cada doador, seja igualmente possvel identicar o(s) receptor(es) e os respectivos hemocomponentes que foram administrados. Ou seja, conseguir fazer todo o percurso do hemocomponente. Fluxo de investigao ascendente: investigao que parte do receptor (1) e vai rastrear as bolsas transfundidas (2) para chegar at o(s) doador(es) (3). receptor (1) > bolsa(s) transfundida(s) (2) > doador(es) (3)

Fluxo de investigao descendente: investigao que parte do doador (1) e vai rastrear as bolsas de sangue originadas (2) da(s) doao(es) sob investigao e o(s) receptor(es) dessas bolsas (3). doador (1) > bolsa(s) originada(s) (2) > receptor(es) (3)

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Equipe Tcnica Responsvel pela Elaborao do DocumentoAndria Ribeiro Abib Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria E-mail: [email protected] Aludima de Ftima Oliveira Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria E-mail: [email protected] Anna Barbara de Freitas Carneiro Proietti Hemominas E-mail: [email protected] Clarice Alegre Petramale Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria E-mail: [email protected] Marcelo Felga MS/SPS/CN DST/Aids/Unidade de Epidemiologia E-mail: [email protected] ou [email protected] Maria Ada M. Rezende Secretaria de Sade do Paran E-mail: [email protected] Maria de Ftima Alves Fernandes Secretaria de Sade de So Paulo/Centro de Vigilncia Sanitria/SERSA E-mail: [email protected] Maria Esther Duarte Lopes Hemorio E-mail: [email protected] Rejane Alves Funasa/Cenepi Coordenao de Vigilncia das Doenas de Transmisso Hdrica, Alimentar, Sangnea, Sexual e Outras E-mail: [email protected] Rozidaili dos Santos Santana MS/SPS/CN DST/Aids/Unidade de Epidemiologia

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E-mail: [email protected] Arajo Funasa/Cenepi Coordenao de Vigilncia das Doenas de Transmisso Hdrica, Alimentar, Sangnea, Sexual e Outras E-mail: [email protected]

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A coleo institucional do Ministrio da Sade pode ser acessada gratuitamente na Biblioteca Virtual do Ministrio da Sade: http://www.saude.gov.br/bvs O contedo desta e de outras obras da Editora do Ministrio da Sade pode ser acessado gratuitamente na pgina: http://www.saude.gov.br/editora

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