mestre philippe de lyon volume iii sevananda
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Sri SEVANANDA Swami
O MESTRE PHILIPPE, DE LYON VOLUME III
Prefácio à edição digitalizada Este trabalho é resultado do esforço de vários estudantes do Instituto, os arquivos aqui apresentados de forma inédita, são as obras digitalizadas na íntegra dos quatro volumes da obra O Mestre Philippe de Lyon escritos e editados por Swami Sevananda. Este esforço inicial dos estudantes foi motivado pela necessidade de uma nova publicação e conseqüente divulgação dos trabalhos de Sri Sevananda de forma unificada dos quatro volumes em um Único Volume que será publicado em número limitado destinado aos amigos e simpatizantes da AMO PAX. Se você desejar colaborar da forma que achar útil e conveniente, entre em contato conosco em http://amopax.org, pois, o PPP (Precisamos de Pessoas Positivas) lançado por Sri Sevananda na década de 50 continua agora e você é muito bem vindo. Eu decidi colocar os livro da AMO PAX na internet afim de combater a exploração capitalista de nossos amigos e simpatizantes por vendedores amadores que cobram preços exorbitantes nas obras ou cópias das obras deixadas pelos nossos mestres e instrutores. Meus sinceros votos de Luz e Ananda.
Direção da AMO PAX 25 de dezembro de 2007.
Contatos AMO PAX Caixa Postal 3871 Brasília DF 70089-970 http://amopax.org
Fraternidade dos Sarva Swamis Brasília DF Brazil
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VOLUME 03
A NOSSA CAPA DO III VOLUME
Bem sabemos não ser norma gráfica colocarem-se ilustrações – e ainda em sentido inverso ao habitual! – nas capas, de livros, de modo tal que impeçam até de figurar os nomes dos autores!
Mas, nisso como em outros tantos aspectos, parece que romper a rotina tenha causado muito especial prazer ou tenha sido meta notadamente visada, nesta obra. Assim é que neste volume e no seguinte, ocupamos as capas e sua s orelhas, com as ilustrações, esclarecimentos e comentários das mesmas, relativas a dois dos aspectos menos fáceis de “acreditar sem ver”… esperando que: vendo se torne não somente mais fácil, senão que muito interessante e proveitoso. Essa, é a nossa intenção e, também explicação por termos fugido aos cânones gráficos.
“Alba Lucis”
O MEM no LABOR DE “SSS”
(Vivência de Sarah, 15-2-59)
Ó TU Guardião de LUZ!
Coroado, de Rosas,
espargindo esplendores,
esperam-TE amorosas,
as almas sofredoras!
Ó TU Guardião de AMOR,
Ó vem com Divino AMIGO!
lavar pranto, minorar a dor
Ó vem! Queremos estar CONTIGO!
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……………………………………..
No Arco-íris
de Rosas mil,
TU ligas a Terra
ao Céu.
E TUA Alma
de afagos infindos
é FOGO e LUZ!
AMÓS! AMÓS! AMÓS!
Infinitude! Infinitude!
Ó vem! Ó! vem!
* * *
(Segue na outra orelha)
Sobre as nuvens navega,
Esplendoroso! Formoso!
Barco de Ouro!
Condutor de Estrela de Luz!
Se as lágrimas de Mãezinha
São Bênçãos
As Rosas desfolhadas:
Carícias.
...........................................................................
Só TU tens o poder de reter em Teu
Seio a essência Cósmica do Divino Oceano!
(ref. À água que o barco comporta)
E de um extremo ao outro... ó! Fulguras
com TEU Arco-íris de Rosas Azuis!
Ó! TU que fulguras desde os Cavalos Alados
à coroa do REI dos REIS!
Ó Guardião atento quantas almas quererão
beber da Tua Água Sagrada!
............................................................................
(Nessa parte diz Sarah vi as mãos muito brilhantes do MEM verterem gotas de água cristalina. Logo, novamente respiração profunda e o indício do fim da vivência: a pressão nas têmporas e epigastro desaparece e sinto calor e moleza; são 13:50 de 16-2-1959.) ............................................................................ Detalhes dados pela Vidente: A Estrela está dentro de Água Azul, transparente e plácida. De uma extremidade a outra das 2 pontas
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que estão imergidas n’água vi o nome de SRI SEVÂNANDA SWAMI em semicírculo. Antes de surgir o Nome AMÓS ao centro da Estrela, veio por diversas vezes o Rosto sorridente de Mãezinha, depois o do MEM e finalmente ficou fixada a palavra “AMÓS”. A palavra “MAGNIFICAT” recebi-a ontem (16-2) às 14 horas, assim como o Anjo (Visão n. 57.)
Sarah. (Ver o comentário na última capa.)
TECEIRA PALESTA COM CAROLEI,
INICIANDO A TERCEIRA PARTE
Com. 131 – Carolei, veremos logo adiante, nos Ensinamentos do Muito
Excelso MESTRE, que ele determina serem “os bons escritos, os que ensinam a
paciência”. Creio, também, Carolei, que o são aqueles que nos dão alguma coisa
que não temos, ou da qual precisamos maior vivência, Carolei, desejo compartir
consigo, coisas vividas, na esperança que possam ajuda-lo, a compreender,
perceber e – também – sentir, o que na realidade são, como partes da Vida.
V. 15 – “Tenho passinho tão leve / Caminho sem tocar no chão/Vivo sempre tão alegre/Alegria dou a todo coração…”
Fig. 1
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Por isso, a contemplação deste delicado Ser, da Visão n. 15, ajudá-lo a
compreender melhor a que vem logo na outra página; pois, é evidente que somos
todos, geralmente, inconscientes da parte viva, que em nós passam a serem a viver,
a se tornar: criaturas e criadores, os elementos que em nós penetram…
A legenda dessa bela visão, Carolei, completa-se com a explicação “técnica”,
do mecanismo e finalidade do labor desse delicado Ente, pois diz assim: “Pequenino
Ser, de uns 30 cm, que passeava de um lado para o outro, na borda do círculo
dourado que vejo sempre ao redor de Swamiji, quando a Ele me ligo” – Assim,
Carolei, temos todos: dentro de nós, em torno de nós e acima de nós, uma série –
enorme – de Seres: uns benfazejos, outros daninhos; muitos, criados por nós
mesmos; outros – como a da Visão – enviados para nos ajudarN. 114.
V. 16 – Pequeno Ser, ajudando a Mantramização e a Oração…
Então, Carolei, como limitar-se, ao relativamente estéril modo de ver as
coisas, já não digo do materialista, apenas, senão – e até – de muitos estudantes de
filosófica, religião, ou mesmo espiritualismo, que só andam atrás das informações
N. 114 – Somente a experiência mística pode de fato, dar ao estudante a rela percepção e compreensão
correta deste fenômeno UNIVERSAL. No caso que citei e ilustrei acima, poderia ser interessante, para ampliar a compreensão sua, Carolei, aproximar tal fato destes outros: 1º) – No “assunto n. 11” – dos 14 apontados H. 16 - consta isto: “Há duas criancinhas: um menino e uma menininha que Sevânanda salvou, e dizem que estão sempre a seu lado, para alegrar seu espírito, que às vezes se abate, e que sai apenas fecha os olhos” (tanto no caso de dormir, de sono natural, Carolei, como: apenas entrando em concentração ou desejando sair, mentalmente…). 2º) – De fato, além desse pequeno Ser angelical feminino, existe outro, o da Visão n.16, de 11 de fevereiro de 1958, que até deixou a Vidente intrigada, como se nota do seu apontamento arquivado: “Anel fluídico à altura do peito de Swamiji, disposto em canais entremeados de bolhas de ar (ou prâna) ; pequenino Ser, de 25 cm; não era Gnomo, nem desses outros Seres da Natureza que estou acostumada a ver. Ele dava voltas, rapidamente, sobre o anel”. – Entendeu, Carolei? Não? Ora, se Você tivesse praticado a dar voltas em torno de altares, doente ou plantas, meditando, orando ou mantramizando, já teria entendido há muito tempo, “não acha?”. – Também há os que dão voltas dentro de casa, resmungado, e enchem o ambiente de mau humor, tristeza ou pouco sorte. Por isso dizem alguns: “Tudo igual a tudo”…
Fig. 2
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dos livros, ou das iniciações “raras” (simbólicas, verbais ou outras…), sem perceber
o laço vivo que, como já comentei em outras partes precedentes, o livro, isto é a
VIDA, de Mestre pode plantar em nós!?
Por isso, Carolei, quis compartilhar também, consigo, essa dádiva da Visão N.
17, que vamos comentar antes que Você contemple, e medite, a dupla realidade que
a Vidente brinda, com o desenho e com o texto!
A essência da Luz universa, manifestada pelo Cristo Cósmico, só se torna
Carne nesta Terra, e em cada um de nós, pela Cruz aceita: como doutrina, como
Caminho, como Verdade e como VIDA, isto é: vivendo-a, cada dia mais; e cada dia
mais espontânea e conscientemente.
Isso, quis o Muito Excelso Mestre intentar comigo; e isso estou procurando
que Você comigo comparta: que este Livro, que traz a essência da Cruz, e da Luz,
impregnando e vivificando cada palavra do MEM nos Seus Ensinamentos e nos
Seus Atos, que iremos ver nesta terceira parte, possa também penetrar e lançar
raízes na parte intelectual da nossas mentes; e no Ajna Chakra, ou seja, no Plexo
frontal, pelo qual se vê, e se dirige a Luz, e se procura agir; e que cada fibra, cada
célula, cerebral nossa, seja ligada a uma linha do texto, a um pensamento do MEM,
a uma das partículas que compõem A CRUZ DO CRISTO SOCIAL: do que é
preciso que se viva, para que o Seu Reino possa ser, em nós, em outros, em
muitos…, um dia em todos!
Que as espigas laterais, nascidas da que, no centro, se liga ao próprio eixo da
Cruz, nasçam das águas da oração e da meditação nas Verdades eternas, e que –
acima do Livro, isto é: além do texto, floresçam na nossa vida psíquica, formando
nessa altura, nesse nível, um coração; a parte alta do coração espiritual nosso, que
nos religa à Vida Angélica!
Que a nossa Alma (a Chispa Divina em nós) possa viver esse estado de
oração, de elevação ou de imploração que as mãos juntas são, no plano superior,
em que podem assim estar, e permanecer, enquanto as físicas: trabalham,
escrevem, curam ou abençoam…
E que, todos, posamos sempre andar, ser e agir com Um processo
germinação, florescimento e semeadura, constantes; sempre ajudados pelos Seres
– pequenos ou grandes – da Natureza e Angélicos que: segundo a espontaneidade
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do nosso modo de vibrar; e, de acordo com a harmonia entre: o que sabemos, o que
dizemos e o que fazemos, aproxima-se ou não, e podem – ou não – apoiar o que
pedimos, e aquilo a que aspiramos!
Estes são, Carolei, meus mais carinhosos desejos, ao iniciar esta terceira
parte, que há de lhe brindar – espero – todo o melhor que seja eu capaz de oferecer,
como comentários e exemplos, com relação ao que o Muito Excelso Mestre
PHILIPPE nos outorgou a todos! – Retiro Alba Lucis, 17 de outubro de 1958. N. 115 (N.
115 pág. 6)
Sevânanda
V.17 (– Visão apresentada à Monja Sarah, relativa ao Livro, insistindo-se nela, nos dias 26,
27 e 28 de agosto de 1958, ou seja: nos três dias em que me tocou preparar-me e começar a escrever a “Segunda Palestra com Carolei” e estes dois tomos…
N. 115 – Para quem preste atenção ao “Verbo”, isto: a Visão sobre o efeito que o Livro do Mestre dever produzir, tomou o n. 17. No Tarot, tal número corresponde a “PH” (inicial de PHILIPPE) e à Fecundidade de PALAVRA: DO VERBO!
Fig. 3
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O Muito Excelso MESTRE e AS SESSÕES (1870-1904)
Com. 132 – No palacete particular da Rua a Cabeça de Ouro, a Sala das
Sessões era relativamente grande, tendo cerca de uns sete metros por doze. Na
extremidade posta à porta, havia, além da mesa, uma janela e uma estufa. Sobre
esta última, achava-se a estátua “A Caridade”, que fora oferecida do M. PHILIPPE
por Discípulos seus. Bancos, dispostos como uma igreja, permitiam aos doente e
mais pessoas presentes, ficarem tranqüilos N. 116
Já vimos que o MEM, ao chegarem os doentes, mandava embora os que
pudessem perturbar a atmosfera fluídica (Vol. I, pág. 42); pois, isso devemos
meditar: para fazer o Bem, e para obter as graças superiores, os humanos deve pôr-
se, determinadas condições. E, os que não estão nelas – e não querer ou não
poder, são iguais no caso – perturbam o estado dos outros, e as possibilidades de
serem ajudados em determinada forma. Um pequeno exemplo disso: não se pode
ajudar, mediante orações ou passes, a um doente no leito, se estiver rodeado de
ruído e agitação; de pessoas falando ou mofando; de gene mal disposta, ou muito
indisposta física ou animicamente, etc. Em tais casos, a ação a distância e sigilosa,
é bem mais fácil, pois que não desperta resistência. Daí, o MEM mandar os doentes,
aceitos, sentarem-se e se concentrarem, calados. Logo, Ele se recolhia por alguns
N. 116 – Descrição que me foi feita, em l’Arbresle, em 1956, pessoalmente por Michel de Saint-Martin,
quando relatou o notável episódio, acontecido em 1928, com ele e Phaneg, e que será contado no tema “A Permanência”.
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momentos no quarto contíguo. O célebre quartinho que já conhecemos. Lá onde
ELE orava………… - E, só então, voltava, para “olhar” os doentes e “dar ordem de
curar”, aos que tinham reservas morais e fé, suficientes. Aos demais, mandava orar
determinadas condições; isto é: apoiando suas orações com atos de Balança Moral:
reconciliações, perdões, abandono de vícios, esforço de não maledicência, etc…
antes de orarem!
F.34 – O Muito Excelso Mestre PHILIPPE.
Fig. 4
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O Pai dos Pobres – O das Sessões em que curava os corpos, mediante o esforço moral que permite a cura da alma… O que, hoje como então, nunca deixa de ouvir todo pedido apoiado por um real e sincero esforço, proporcionando, feito com entrega incondicional ou com a fé singela!
(Fotografia dos Arquivos do Dr. Ph. Encausse. – Ampliação M. Pezzuol – S. Paulo)
Tais Sessões, pois, eram um labor duplo: os que lá vinham, chegavam
procurando alívio físico, principal e exclusivamente. Mas o MEM fazia as coisas em
forma tal, que recebiam ou, até, chegavam a buscar e obter, progresso interior.
Pois o Anjo dissera ao Eleito: “Tu ensinarás aos homens a certeza da
Bondade de Deus e o desprezo da Vontade, e serás ouvido pelos pobres e pelos
eleitos…” (Ver Vol. I, pág. 54).
Nessas sessões, sua doutrina básica surgia sob mil formas, todas elas
insistindo no mesmo ponto, que já Marc Haven ressaltou: “de um só ponto tudo
dependia; a automodificação, a forja, a modelagem, a têmpera pessoal, até que a
criatura fosse a ausência de egoísmo e o amor integral, a bondade total para com o
semelhante”.
E o MEM fazia sentir aos assistentes, a Verdade, tanto nos seus aspectos
psicológico-espirituais, como nos da presença permanente dos Seres de todos os
planos, simultânea e entrosada:
E. 146 – P: Por que as pessoas, que vos conhecem, não vêm todas para vós?
R: Certas plantas gostam do sol e, com vinda da luz, viram suas folhas para o
seu lado. Outras, porém preferem ficar na sombra.
Existe algo nesta sala, invisível para vós, que vos reconforta no físico e no
moral.
Com.133 – Os que são “inquietos”, que tem aspiração, que são capazes de
fazer um esforço desinteressado ou penoso, viram-se para a luz, embora
percebendo que irão sofrer pela dissolução de suas partes escuras. Outros,
preferem ficar na ignorância, no erro, etc. E, o MEM lhes aponta que, mesmo assim,
a luz e a verdade os penetram, parcialmente, quando afirma que existe algo,
invisível para os presentes, que os reconforta no físico e no moral. Isto, Carolei, é
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muito importante, pois é o que explica a real utilidade dos santos, dos mestres e de
todos os que se esforçam por viver a verdade e refletir a luz… N. 117
E o MEM insistia sempre, junto aos que vinham buscar ajuda, no papel
protetor, e até com certo caráter compulsório, dos Anjos, como vimos quando Ele
lembrava-lhes: “… às vezes dizeis a vós mesmos: “Não vamos lá hoje”, e contudo
sois levados a vir. São os vossos anjos da guarda que vos empurram, e não achais
que ao sair daqui estais mais aliviados, que vos sentis mais fortes?” N. 118
Aliás, muito embora o público que vinha às sessões fosse, com
predominância, composto de gente humilde, também vinham outros, inclusive os
que vinham para aprender, e já não mais para serem curados no corpo. Isso
obrigava – e permitia, também – o MEM usar de uma foram expositiva que
satisfizesse a aspiração de todos e, às vezes, com sua espontaneidade tão
deliciosa, revelava-se tal como era:
E. 471 (bis) – Ele falava então do Espírito e Dele Próprio, como Jesus falava
de Seu Pai que era um com Ele e do qual Ele tudo recebera. O Evangelho de João-
o-Bem-Amado contém capítulos vibrantes desse estado de alma, dessa união entre
a Vida Suprema e o Seu Enviado” (L.B., 15).
E, quando o M. PHILIPPE ausentava-se mesmo que por pouco tempo, o
próprio modo de avisar, e de viver, tal ausência, seguia sendo um ensinamento e um
oportunidade:
E. 760 – “Vou realizar uma viagem que irá durar quiçá um mês, quiçá mais.
Apesar da minha ausência aparente, estarei sempre entre vós. Prometei-me por em
prática aquilo que sempre vos disse. Se queres obter do Céu seja lá o que for, segui
sempre bem as suas leis. Amai ao vosso próximo como a vós mesmos e a Deus por
cima de todas as coisas. Vivei em paz uns com os outros: orai; pois, pela prece,
obtém-se tudo do Céu; é uma arma nas tentações; um apoio nos transes difíceis e o
único meio para obter a misericórdia de Deus” N. 119
Com. 134 – Já fiz o comentário, Carolei, ressaltando os elementos
fundamentais do Ensinamento; porém, surge também, isto: o MEM já pôs os ditos
elementos na devida ordem. De não os respeitar, nessa ordem, surgirá a nulidade
do desejo: seja lá o que for – pequeno favor ou milagrosa graça – só se obterá
N. 117 – O E. 146, provém de S. Ly. de 10-5-1893. acha-se na 4ª edição francesa e, também, na 5ª, embora lá truncado (faltam as duas últimas linhas, pág. 166).
N. 118 – Parte do E. 348, comentado a pág. 62, e que convém tornar a meditar. N. 119 – S. Ly., de 31-8-1903, citada na 5ª ed. francesa, pág. 186.
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seguindo, primeiramente, as leis divinas; amando a Deus, o que se prova vivendo
em paz com os outros seus filhos. Depois, a poderosa arma múltipla de efeitos, que
Ele cita.
E. 724 “Breve, sabereis porque não posso mais permanecer nas sessões,
porém o Céu não vos abandonará. Orai, e sereis atendido. Antes do fim do mês, já
não me vereis mais…” N. 120
Efetivamente, no sábado 19 de novembro de 1904, o M. PHILIPPE esteve
pela última vez nas Sessões, segundo informa o Dr. Ph. Encausse (5ª pág. 87). O
MEM exaltou, nessa oportunidade, entre outras qualidades, a perseverança na
prece, o que deve ser meditado nos múltiplos sentidos que pode ter: orar sempre;
sempre ora, apesar de tudo; orar muito tempo, por um mesmo doente ou problema;
orar, com fé perseverante; orar, com entrega mantida; etc.
Assim, durante 34 anos, O MEM esgotou-se, em todos os sentidos do termo:
dando tempo, atenção, magnetismo, conhecimento, perdão, luz; recebendo, em sua
aura, todas as emanações de doença, dúvida, descrença, ingratidão. Lendo, como
em um livro aberto, por não cumprirem o que Lhe prometiam, em tantos sentidos, e,
mais especialmente no que mais O feria: que não conseguissem viver em paz uns
com os outros, nem amar-se um pouco mais e um pouco melhor!
Iremos ver, agora como Ele conseguia fazer a transmissão…
* * *
O Muito Excelso Mestre e a SUA TRANSMISSÃO
Com. 135 – Já vimos, Carolei, aquelas palavras do Anjo, ao Eleito: “e serás
ouvido pelos pobres e pelos eleitos”. Creio que devo comentar a forma em que, após
estudar e meditar, tendo a vida do MEM como seus Ensinamentos, cheguei a definir,
para mim mesmo, aquilo que agora exponho a Você, Carolei, sem pretender impor-
lhe como uma coisa indiscutível, e sim como uma investigação, iniciada por mim
aqui e que, todos, deveríamos prosseguir se quisermos ir além da letra,
aparentemente simples do ensinamento. E da singeleza, também aparente, das
sessões e da transmissão, feita nelas também em grande parte.
N. 120 – S. Ly. , sem indicação data, na 5ª ed. Francesa, pág. 167, mas deve ter sido em outubro de 1904,
já que o MEM retirou-se em novembro, como acima dito.
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1º) O Muito Excelso Mestre conhecia as Duas Vias, mas, pelas razões que
Ele mesmo aponta, e que veremos no tema posterior a este, seguia e ensinava a Via
Cardíaca, a do Amor, a Crística.
2º) Ainda assim, há, nessa Via mesma, um certo Conhecimento, e um
conhecimento Certo, que o MEM nunca ocultava, nem negava; muito pelo contrário,
procurava aos Eleitos – aos quais chamava, como veremos, de “Filhos de Deus” –
para lhes transmitir o que eles mesmos pediam, e permitiam que lhes fosse
transmitido: pela conduta, pela fidelidade, pela atenção e pela sagacidade, de que
eram capazes.
3º) Aos Discípulos que, além de aceitos na sua intimidade, pelas qualidades
morais, que já tinham se esforçado por realizar e possuíam, podiam conviver com
Ele, além das Sessões, Ele outorgava instruções diretas. Porém, nas próprias
Sessões, também havia alguns desse Eleitos, para os quais não podia Ele deixar de
manifestar tudo que era possível.
4º) Por outra parte, os “Pobres” (e, nesta apelação, não vai, da minha parte,
nenhuma diminuição de consideração, senão, e somente, a constatação de não
possuírem: ou interesse, ou possibilidade, de receberem mais) também devia poder
entender sempre, o que lhes estava sendo dito; pelo menos; deviam poder levar,
consigo, ao saírem de cada sessão, alguma coisa que lhes significasse: consolo,
estímulo, norma de conduta para a vida diária, e, ainda, para soerguer-se quando
possível, no moral, devocional e espiritual.
5º) E, como se todas as essas dificuldades, de tão variada espécie fossem
poucas, apresentava-se, ainda, esta última que, com toda certeza representa, pela
foram em que o MEM a resolvia, a prova mais elevada do Talhe do M. PHILIPPE.
Efetivamente, aquela frase de Sédir “por todos os pontos pelos quais o Infinito
penetre no finito”, torna a ressoar, agora, se olharmos para o Ensinamento do MEM,
na própria Transmissão nas Sessões.
O Seu Ensinamento, realmente, oferece esta particularidade única (e,
modéstia à parte, creio conhecer bastante dos ensinamentos de todos os Mestres do
Oriente e do Ocidente…), de sempre abranger TODOS os aspectos: do mais singelo
e banal, para a conduta na vida diária, do lar u do negócio, até as infinitas
derivações; e., desde as raízes universais, de cada afirmativa. E, tudo isso é dado,
como “en passant”, como se fora, não: sem importância; mas, sim: singelo,
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categórico, fácil de assimilar e de aceitar, e, como se (e como, de fato, é!), a única
coisa importante e difícil, fosse o, por Ele sempre lembrado, “Amai-vos…”
Efetivamente, não há nenhum setor da vida universal, desde a vida celular ou
atômica, até a constituição e populações dos outros mundos longínquos; desde o
mecanismo da renovação das raças, até o mecanismo do perdão, neste e nos
outros planos, e mil outros pormenores e panoramas, entrosados e relacionados, da
Vida cósmica ou infinitesimal, que não tenha resposta. E que respostas: curtas,
clara, completas… e, naturalmente CERTAS, já que Quem as dava, provava-o,
pelos tremendos Poderes, únicos na história, desde Jesus!
O Seu Ensinamento é, por isso, único pela pureza e pela amplidão, ao
mesmo tempo. Mas, se bem seja certo que ainda poderão surgir mas partes do
Seus Ensinamento (especialmente do setor privado), creio ter procurado uma
divisão útil, para a meditação do dito Ensinamento, ao separar o 88 temas que
compõem esta terceira parte, em duas grandes séries; que são, este volume e o
quarto:
– Do tema “51” (na minha numeração de planejamento), que foi o das
“Sessões”, já tratado de modo geral, até o tema “93” (Condições para as Curas da
Graça, e a Balança Moral), considerei esses 42 temas como compondo a parte mais
externa, mais pública, do Ensinamento do MEM PHILIPPE (3º VOLUME).
Naturalmente, não se deve acreditar, por isso, que tais temas sema menos
elevados, ou menos universais, que os que seguem na outra Série. Nada disso
existe, já que, não somente a divisão que resulta um tanto arbitrária – pelas
características que já comentei do Ensinamento do MEM – como também e
logicamente, há muito que meditar, nessa mesma primeira Série, para os Discípulos,
para os “Eleitos” e para os “Filhos de Deus”. Até, para desvendar o meu pensamento
até o fundo, devo dizer que, com esta primeira Série, acontece um pouco aquilo que
a todos nós ocorre, com relação à fé singela do camponês. Esses temas contêm, o
que todo assistente das Sessões, todo doente, todo ser desejoso de receber ajuda e
de merecê-la, necessita e deve saber. É, ainda assim, apenas no que se refere ao
dito pelo próprio MEM, sem os comentários e informações que achei oportuno
acrescentar, pela razões que já expus nos Prefácios que o precedem.
Estou convencido de que, quando algum de nós chega a assimilar o que a
outra Série contém, e a procurar vive-lo, então, de repente, tudo quanto se contém
nesta primeira Série, ilumina-se com nova Luz.
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Assim também, aquele que, pela primeira vez, procura estudar e meditar a
segunda Série, certamente sentirá uma espécie de deslumbramento, de iluminação,
ao perceber: como certos pontos da primeira, que pareciam um tanto abstratos ou
dogmáticos, tornam-se lógicos, coesamente unidos como o todo, do Ensinamento.
A segunda Série, que se inicia com o tema “94”: “Responsabilidade dos que
Sabem”, reúne, pois, aquilo que me pareceu ser mais apropriado para um esforço
sistematizado, para os que, procurando viver o Ensinamento mais profundamente,
também buscam apoio nos dois planos do Ser. E, sem dúvida, o aspecto inicial da
segunda Série, é de esclarecer o intelecto, de tornar mais claro o amplo, aquilo que,
para a mente o não fôra totalmente. Mas, que panoramas infinitos para a
contemplação! Que laços com todos os Ensinamentos do Passado e do Distante!
Que progressão, levando-nos até à Sua Grandeza! a que procurei refletir no Tema
138: O IMPERADOR! (4º VOLUME)
Pelo menos, Carolei, isso foi o que eu vivi, ao meditar, e pôr na ordem
indicada, os temas todos. E, por isso, seja bem sucedida ou não, essa minha
tentativa, sua motivação a justifica, pois foi a de procurar proporcionar a Você, o que
Ele me dera a Graça de viver!
Vejamos, agora, a rede de Transmissão, que este Pescador de Almas
lançava, no emaranhado de tantas sutilezas, ocultas nas frases de tão simples
vestimenta, das Sessões… Vejamo-lo nos Seus Ensinamento: - E nos
apontamentos sobre Ele, dos Discípulos da época:
E. 574 – “Quando a gente aproximava-se do M. PHILIPPE, de Lyon, tinha a
impressão de encontrar duas personagens numa só: Um camponês de aspecto rude
enérgico, um suboficial aposentado, cheio de irradiação e de bondade.
“Ele parecia mais alto do que na realidade era. Conservava-se sempre muito
erecto, tinha um olhar às vezes longínquo e velado, outras, incisivo e penetrante.
“Quando se Lhe dirigia a palavra, Ele respondia de modo afável; se Lhe
faziam perguntas, parecia ausente. Conservava o silêncio; Ele parecia não querer
responder. Se a gente insistia, bruscamente a resposta surgia, precisa, viva, tocando
no ponto sensível; ficava-se sacudido como por um contacto elétrico, como sob a
influência de uma descarga. A palavra ouvida acompanhava a gente, e nunca mais
nos deixava… Poucos livros havia em casa Dele. As Santas Escrituras, a Imitação
de Cristo, não lembro mais o que…”
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E. 453 – O Mestre nunca impunha sua opinião. Dizia simplesmente: “É a
minha opinião; não estais obrigados a nela acreditar; é a minha opinião, só isso.”
E. 343 – Não estais obrigados a crer em muitas das coisas que vos digo, mas
aquilo que tendes obrigação de crer e de fazer, é amar ao vosso semelhante. Essas
palavras foram escritas antes do início do mundo, e a miúdo, quando dizeis: “Vamos
para lá, nos dirão coisas belas”, não sei se são belas, mas o que afirmo é que vós,
sob pena de estar nas trevas, estais obrigados a pó-las em prática, pois doutra
maneira é inútil vir ouvi-las.
Com. 136 – “é a minha opinião, só isso”. Mas, Carolei, que Discípulo é esse
que perde tempo em divergir ou em duvidar da opinião de um Mestre, ou daquele
Conhecimento que o MEM modestamente apresenta nesse modo, apenas para
respeitar a liberdade interior alheia? Não será melhor, sempre em lugar de duvidar,
procurar meditar e aplicar, para passar a opinião após a experiência vivida? – A
única obrigação: amar ao semelhante. Isso, portanto a única missão, real,
compulsória , fundamental e suprema, que aqui nos traz. Ele o disse, com a Sua
consciência de séculos: quem lucraria alguma coisa em divergir ou em duvidar? –
“escritas antes do início do mundo”: meditar na expressão que, nos lábios Dele,
significa que antes de iniciar-se cada mundo, decretadas ficam quais as lições a
serem vividas nele… - “nos dirão coisas belas”: não procurar o ensinamento, nem
como passatempo intelectual, nem recreação emotiva, apenas, como é tão comum!
– “sob pena de estar nas trevas, estais obrigados, etc.” o ensinamento é muito
profundo pois, que estar nas trevas, significa, a um tempo: permanecer na
ignorância, e, continuara ligado ao reino do mal, às forças demoníacas que nos
impelem a não por em prática aquilo de que “tenho vindo ouvir”, nos tornamos
consciente, isto é, voluntariamente responsáveis.
E. 289 – P: E por que é que as explicações que dais não são as mesmas para
todos?
R: É porque, há diversas moradas na Casa de Deus. Não vedes a prova disso
no fato de nenhuma pessoas se assemelhar a outra? No Evangelho há “alimento”
para todos.
E. 218 – P: Por que, embora ouvindo com atenção aquilo que tendes a
bondade de nos dizer, não podemos grava-lo em nós, nos lembrar disso?
R: Então é quando, como Cristo às vezes dizia aos seus discípulos, está acima do
vosso alcance. Algumas pessoas poderão se lembra, outras de jeito nenhum. Isso,
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porque é dado a cada um aquilo que seu estômago pode digerir. Assim, uma criança
que precisa de leite, não poderá suportar alimento pesado. Aquele que lembra
compreende aquilo que lembra. E aqui, para todos, pode ser achado aquilo que é
mais apropriado: há para as crianças, para os adultos e para os velhotes.
E. 329 – Tudo quanto estou vos dizendo deve aborrecer a muitos dente vós,
porém dirijo-me aos mais idosos, embora possam ser os mais jovens. Não
compreenderíeis se vos dissesse que um de vós pode ser o pai do seu avó, e no
entanto, se acreditais ser os filhos de Deus, é fácil entender.
E. 285 – Não se deve dar ao estômago aquilo que não pode digerir.
Não me importa que estejas ressentidos comigo. Podeis até não me amar
nem um pouco. Eu vos amo duplamente: o que vos peço apenas é que ameis ao
próximo tanto quanto a vós mesmos.
Com. 137 – “diversas moradas”: momentos evolutivos, etapas de progresso e
de consciência, das diversas pessoas, com as diferentes possibilidades de
compreensão, de posição, de responsabilidade, e de interesse ou apetência: moral,
devocional, espiritual, etc. – Mas, muito profundo o aspecto que o MEM aponta: a
prova, é o fato de nenhuma pessoa se assemelhar (totalmente). Isso deve ser
observado e meditado. Desde as impressões digitais, às emotivas, mentais,
psíquicas; e, tanto no que concerne às relativas semelhanças, que constituem as
séries – assunto sobre o qual tornaremos (o MEM, e eu, insistentemente), como
sobre as diferenças, que explicam a dificuldade de harmonia entre os seres, de dar
ensinamentos que a todos sirvam, etc. – “quem lembra, compreende aquilo que
lembra”. Eu tenho achado, Carolei, forte oposição, tanto no Monastério como fora
dele, em fazer aceitar (reconhecer) isto, por muitos…
Uns alegam “falta de memória” etc. mas, a verdade é a que o MEM ensinou.
A prova é fácil: ambicioso ou avaro, não esquece conta por cobrar; vendedor não
esquece freguês por visitar; devoto não esquece altar por florescer nem oração por
fazer; e, assim, na infinita escada dos estados de alma habituais, adestramos a
nossa mente a gravar, lembrar, evocar, etc.o que realmente constitui para a nossa
intimidade, para o âmago de nós mesmos, os motivos mais “vitais” da nossa
existência, isto é: o que a Vida tem de mais atraente para nós. Creio que a
meditação profunda disto, traria luz, sobre si mesmo, e sobre o Ensinamento, a
Você, Carolei!…
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– O MEM admite que alguns devem se aborrecer com o que expõe, e o
termo que Ele usou (em francês) abrange também o sentido de causar tédio,
desinteresse. Quantas vezes notei isso, interrogando, inesperadamente para eles,
aos que pareciam ouvir uma leitura ou algum ensinamento! A medida da real
atenção, da real compreensão nos deve dar, a cada um, a medida do nosso
interesse. E, a medida deste último, para cada espécie de tema, assunto, ou aspecto
da Vida, nos classifica, espiritualmente, de modo claro, exato e completo, se nos
estudarmos nessa forma. – Veja-se, entretanto, a sutil delicadeza do MEM,
empregando os termos: crianças, adultos e velhotes… Ele recorre, assim, mais uma
vez, ao estratagema de usar termos que cada aceita, embora compreendendo-os
diversamente: idade física dos presentes, para os “pobres”; idade moral e intelectual,
para os “cultos”; idade da alma, em número de experiências e vidas, para os “filhos
de Deus”, etc.: a meditar e a aplicar em todas as conseqüências e derivações. – Por
isso esclarece o MEM, adiante: pode ser o pai de seu avô, bastando que aquele que
foi o nosso avô, volte como filho nosso.
– Que grito de Amor, o do MEM ! não importa se ressentidos, nem se os
ensinamentos, provocando reação, calam transitoriamente a voz do amor nos
ouvintes, ou nos Discípulos: Eu vos amo duplamente; e o termo brasileiro é menos
amplo; o francês “para dois”, indica melhor a bilateralidade, a reciprocidade, que
deveria permanecer, e que, quando ausente, o MEM A CUMPRE POR AMBAS AS
PARTES! Há tanto para meditar nisso, seja em relação à posição e função instrutor-
discípulos, como na cósmica: CRISTO-humanidade! Mas, a voz compassiva remata:
– com um “subentendido” : já que sois ainda incapazes disso – e um explícito
peremptório: vos peço apenas que ameis ao próximo…
E. 385 – P: Dissestes que daries alguma explicações sobre a alma e a
matéria.
R: Sim, é verdade. Porém seria preciso fazer algumas experiências
correlatas, e não formais um número suficiente, pois sabeis que h´s diversas
moradas na mesma residência, e diversos tempos no mesmo tempo. Em cem
pessoas há uma que compreende, noventa e nove que não entedem, e a miúdo
entre estas dez que interpretam mal.
E. 32 – Falar cedo demais, ou ensinar a um ser verdades prematuras, é mais
grave do que deste lado, pois que é no outro lado que se adquire realmente a luz.
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E. 185 – Este senhor perguntou-me um dia o significado destas palavras:
“tinha sido vedado dar parvas de trigo a quem as tinha guardadas em seu paiol” .
Pois bem, isso significa que certas coisas não devem dizer-se a pessoas que não as
possam digerir. Muitas coisas há que não podemos compreender, por serem
imperceptíveis aos nossos sentidos. É como ver diversas moradas na casa do pai.
Sim, todas as pessoas que se acham aqui, pertinho umas das outras, estão
contudo a grade distância, e nem uma reside na mesma morada. Isso parece
incompreensível, mas assim é. Acusam-me de mentiroso, de toda espécie de cosas,
de chamar os demônios. Tende por certo que não seria bastante estúpido para levar
o sacrilégio até o ponto de vos dizer que pedísseis a Deus.
Tenho um grande “livro” onde as respostas às perguntas que poderíeis fazer
estão escritas de antemão.
E. 283 – (Parte final, Carolei, pois o início refere-se à morte): não tendes
notado que em todas as vossas articulações vos chega socorro, seja para as penas,
seja para a saúde? Acaso Aquele que nos pôs na terra não sabe o que precisamos?
Não esta dito, e isso com relação aos fardos que vos parecem pesados demais,
“Tudo quanto pedirdes em meu nome vos será concedido”? E quando se faz o mal,
ou antes, quando não se sabe discernir o mal do bem, é-se irresponsável. Assim,
eis uma pessoa perto de vós. Indicais-lhe o bom caminho, e me dais os mesmos
conselhos que a essa pessoa, que os segue, enquanto eu faço pouco caso, e ainda
procuro desviá-la. Tive pois ouvidos para não ouvir e olhos para não ver, e terei de
pagar as minhas dívidas até a sétima geração. E se consegui achar no meu caminho
alguém que me isente dessa dívida, nem por isso deixarei de me tornar então
devedor dessa pessoa que terá pago por mim.
E quando se acredita estar na luz embora fazendo o mal, desvia-se da luz
quando a divisa, e a prova de que tem consciência disso é que sempre procura pôr o
mal nas trevas. Será preciso que ela chegue a pôr as trevas na luz e a luz nas
trevas.
Com. 138 – observe-se como, no E. 385, o MEM foge de realizar
determinadas experiências - e de dar, após, as explicações – quando: não estão
presentes pessoas maduras para vivê-las, ou as entender, bem como número
suficiente para formar o ambiente protetor bastante e para merecer a presença de
certos Anjos. “Diversos tempos” no mesmo tempo, alude às diferentes velocidades
vibratórias: da vitalidade, ânimo e mente ou psique que permitiriam aos presentes
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viver devidamente: as experiências e as explicações. E, nem Você nem eu,
Carolei, escapamos a essa regra, diante do que a Vida nos coloca, instante após
instante, para ser vivido e meditado… E, veja-se, ainda, que uma em cem
compreende. Das outras noventa e nove, que ficariam protegidas pela ignorância de
não terem entendido, há dez que interpretam mal, isto é, que passam a viver errado
o que se lhes tivesse dado prematuramente.
Por isso, no E.32, fala em “debilita-lo”: dando oportunidade de errar mais do
que acertar; poupando esforços que deveriam ser feitos para merecer o que, após,
lhe será dado ouvir e viver; etc. – enfraquecer do outro lado; na consciência moral e
espiritual, que “mora” no plano em que os mortais comuns agem e estudam mais: no
sono, na supraconsciência e após a morte. Em outros termos: só se deve dar à
mente concreta, usada na consciência vigília, o que pode compreender e aplicar,
pela sua idade mental e moral. O resto, só faz mal. Por isso é muito interessante o
complemento deste E. 32, que aparece na 5ª Ed.: “Aqui, só nos toca esforçar-nos
para nos melhorar o coração. O resto nos será dado.”
“Coisas que não podemos compreender, por serem imperceptíveis”. – Isto
deve ser meditado, Carolei, pois é o maior problema: tanto do progresso, como da
busca do mesmo, como da dificuldade de tolerância e do entendimento, entre os
seres. Por isso, a extensão, a ampliação, da percepção e da apercepção, sempre
preocuparam aos reais místicos equilibrados. Mas, não deve ser: nem forçada, nem
unilateral. Daí a importância da Via escolhida e dos métodos que a mesma
comporta.
Em certa altura do E. 185, o MEM aproveita para mostrar que, por mais
milagres, curas, favores, ensinamentos puros, graças de toda a espécie ou talhe,
que Ele outorga ou obtenha para os humanos, assim mesmo é acusado de toda
espécie de torpezas, até de “chamar os demônios” (!)… mas, aproveita o ensejo
para dar, em forma muito velada, um ensinamento elevadíssimo sobre dois pontos:
“Não seria bastante estúpido, etc.” – Com linguagem enérgica, quase rude, o
MEM PHILIPPE mostra que: até quando os seres não atingem a levar a vida
correspondente a um filho de Deus, será melhor que não cometam o sacrilégio de
pedir a Deus: sacrilégio: isto é, Carolei. Muito claro: quem vive contra as Leis
Sagradas, de Deus, pode, deve, pedir a esse mesmo Deus? Não será melhor ter a
humildade de dirigir-se a Seus Enviados menores, antes de se atrever a pedir tão
alto, quando se vive ainda tão rasteiramente? E, observe, Carolei, como o MEM usa,
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precisamente, dessa linguagem forte, para gravar, em certas almas, por uma
emoção-choque, o que, possivelmente no momento não entendessem, e mais tarde
necessitarão assimilar!
Na parte final do E. 185, Ele revela, discretamente ante os “pobres”, e com
meridiana clareza para os “Eleitos”, Quem é: Tenho um grande livro, etc… é o Livro
de Vida: aquele onde estão escritas: - todas as perguntas, de todos seres que já
viveram: esses problemas todos, que o MEM ajudou já a superar, a milhares de
gerações e que, no entanto, cada pequeno humano pensa que “o seu caso é um
caso e sua dor a maior”!... O MEM confessa também, assim, a Sua Onisciência! E,
ainda: se as respostas estão escritas de antimão, Carolei, é porque a solução é uma
só. E, que não adianta fugir dela. A ela teremos que tornar ou chegar, nas asas da
Aspiração ou nas garras do Sofrimento!
“Em todas… vos chega socorro… Aquele que nos pôs na Terra”… e, Carolei:
de que duvidais sempre, que temeis sempre, por que agradeceis tão raramente? Fé
para pedir, com entrega para viver!
Quem, realmente, não discerne o mal do bem, é irresponsável: Carolei; creio
que devemos aplicar isso! Caso por caso, o progresso será veloz! Pois, em sã
consciência, quem não insiste naquilo que sabe ou sente, errado? Até quando, fingir
acreditar que não nos será apresentada a conta? E o MEM adverte: oportunidade
dada e voluntariamente malograda: dívida que será cobrada, seja a nós mesmos
antes que passem sete encarnações, ou em nossos descendentes, antes que
passem sete gerações. E, se a culpa for grave, poderá ser em todas as sete e
poderemos vir, como nosso próprio bisneto, colher o que, como “bisavô”,
preparáramos pela obstinação, pela teimosia no erro ou na indiferença…
E, seja dinheiro ou seja graça mística, tudo quanto nos eximem de pagar, ou
que outros pagam por nós, o seguimos devendo. Quando muito, muda a moeda,
tornando-se mais forte, mais valiosa: se alguém paga o que deve em dinheiro, fico
lhe devendo a soma; se resgato essa parte da divida (material) continuo a dever:
gratidão a ele, e obrigação a todos de os ajudar, como a mim ajudaram. Essa, é a
Lei. E que boa rima: Lei e Carolei! Carolei e Cara Lei: lei querida e lei pesada.
Pesada para quem não ama a Lei!
E, quem desvia-se da luz, é por lhe ferir os olhos da consciência! Por isso
oculta o mal nas trevas. Mas todos precisamos chegar a por os erros próprios, na
luz: - da própria consciência – para poder emendá-los e abandoná-los – e à luz
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pública, para que nos vejam como somos, e não mais como nos esforçávamos –
vaidosamente – por parecer !
Então só então, poderemos levar luz nas trevas: ajudar a esclarecer aos
outros, com a luz do exemplo. E, com o bem, feito em segredo, compensamos o mal
que outros (como nós mesmo antes) , fazem nas trevas. Pois: as trevas não são
senão o próprio mal acumulado em densas nuvens, que os raios da luz, que é o
próprio mal acumulado em densas nuvens, que os raios da luz, que é o próprio bem,
procuram dissolver. Isso, num’alma, como em torno: de um fato, de um planeta ou
mais…
E.148 – Deus dá a todos, gradativamente, a luz necessária para transpor os
pequenos obstáculos.
E.35 – Os bons escritos são os que nos ensinam a paciência.
E.12 – É preciso semear sempre. Não se deve falar aos surdos. É preciso
fazer o que mais custa. Rir na dificuldade é o começo da fé.
Com. 139 – O MEM, após as indicações, algumas delas um tanto severas,
reais advertências de Pai, dá o consolo em forma de ensinamento (148):
gradativamente: à medida que, pelo esforço, nos elevamos a cada degrau
imediatamente superior, recebemos nova luz, para galgar, transpor um pequeno
obstáculo. Outros, novos, ainda pequenos, vão nos sendo concedidos (cedidos com:
a força e a luz para os transpor com esforço), até que sejamos capazes de abordar a
série dos grandes obstáculos. . Essa, Carolei, é a Lei. – Daí, que bons escritos
sejam os que ensinam a paciência, pois que, sem ela não se pode seguir, bem, esse
Curso em infinito número de aulas, da Vida!
Semear sempre, mas não àqueles que não querem ouvir! A dor os sacudirá
da indiferença, um dia! Fazer o que mais custa, em todos os sentidos: físico, moral,
mental, psíquico; na vida pessoal, familiar, profissional, social, devocional, etc… É
aquele famoso “ponto único”: a têmpora voluntária; a modelagem esforçada; o
esforço procurado, etc... E, amar a dificuldade, rir quando ela nos busca, ou nos é
concedida; esse é o começo da fé, porque: todos têm fé em Deus quando tudo vai
bem! Então, Deus é “bonzinho”, é o Pai amoroso, etc. Mas, Amá-LO, Agradecer-
LHE, quando vem a dor, a provação, aquilo que, realmente irá nos fazer progredir e
purificar, isso, poucos agradecem espontaneamente. Entretanto, nisso, reside a real
medida da nossa fé: em que tudo o que nos chega é o melhor que nos poderia
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acontecer (como dizem “As Promessas”… no S.D.M.) e, o Discípulo que não vive
isso, ainda tem uma fé muito vacilante.
E, na Sua Transmissão, o MEM PHILLIPPE utilizava todos os modos, tanto
teóricos – por assim – como experimentais, selecionando porém, tanto as pessoas
capacitadas para ouvir ou presenciar, certos Ensinamentos ou Experiências, quando
indicada, categoricamente, que certas coisas não deviam ser divulgadas, a não ser
com muita cautela e discernimento. Vejamos alguns exemplos e provas, disso.
E.568 – No curso de 26 de dezembro de 1895, da Escola Secundária de
Magnetismo de Lyon, houve, perante 75 pessoas presente: magnetismo a distância
– dissertação sobre o magnetismo e uma operação mágica. Dissertação sobre o
magnetismo (e experiência): há um homem doente. “trata-se, nos diz o Mestre, de
uma operação difícil para vós, mas estais na escola, é para aprender o que não
sabeis. Peço aos discípulos desejosos de receberem uma lição séria, que se
separem” (uns dez discípulos se retiram, então, numa salinha à parte). Após a leitura
de um diagnostico, feito por um médico faz-se entrar na sala geral uma das pessoas
que estavam na salinha. “Deveis, agora, diz o Mestre, fazer um diagnóstico, isto é,
explicarmos de que doença sofre este homem e nos dizer onde sente a dor.”
Ante as respostas confusas do discípulo, o Mestre acrescenta: “não estais
lembrando de ter recebido o poder de vos dar conta da doença de uma pessoa,
quando ela se aproxima?” – Imediatamente, a lembrança torna ao discípulo e este
repete (assim como os outros discípulos, chamados logo, um por um, da salinha) o
diagnostico que tinha sido estabelecido pelo médico.
Em outros casos, como aquele no qual o MEM fez ver a PAPUS sobre a
parede do celebre Quartinho de Oração, a vida passada das mulheres e da parenta
morta de fome (vol. I, pág. 46, e comentando no II também), o MEM fazia a
transmissão nesse modo; animando clichês, que o Discípulo via, ou externamente,
ou no seu mental.
Porém, como vemos na Sessão de quinta-feira 5 de dezembro de 1895, após
elevados comentários sobre a alma e a matéria, o MEM fez esta advertência: “não
repitais isso lá fora, pois não seria compreendido o que, neste momento
compreendeis, e assim perderíeis o vosso tempo. Não é assim que se deve semear
a boa semente.”
Com. 140 – Pelo E. 568, vimos, Carolei, que o MEM separava os Discípulos
sérios: os que não tinham medo do ridículo, nem temor: de errar, nem de serem
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exigidos como esforço, e nem de receber mais responsabilidade, pois que sabiam
ser isso automático ao receberem nova experiência. – O “poder de se dar conta”...
da doença, da localização da dor, etc... (já aludi a isso quando falei das consultas
em Montevidéu) é citado pelo MEM com a prudência de termos oportuna, para não
falar na Cognição direta, limitada a certo setor, e que Ele transmitia, de modo
passageiro, ou definitivo, de acordo com o Discípulo... – Até hoje, Carolei, é como
Ele segue operando, nesse setor e em todos os outros.
Agradecemos, então, a Ele, e aos demais, pela Transmissão. N.121
* * *
O Muito Excelso Mestre e AS DUAS VIAS
Com. 141- Já vimos, em partes diferentes do segundo volume, mais
especialmente na que se referia, diretamente às experiências feitas por nós, antes
do Monastério e nele, os métodos e dificuldades das duas Vias: Mental e Cardíaca.
Vimos, também, que se unem a partir de elevada altura: a da Compaixão. E, se
todas as atividades humanas, e este mesmo livro, abundam – até com aparente
excesso – em considerações de ordem intelectual, a razão é a que já apontei em Yo
que...: o ser humano só pode gozar de duas posições principais: ou tem mais fé, que
desejo ou pretensão de compreender, em cujo caso tudo é fácil, dentro das
relatividades da existência humana. Ou, tendo ficado divorciado da fé singela, por
motivos que podem ser de muitas origens diferentes, acha-se lançado na senda da
“inquietude” mental, mais terá paz até: ou achar a Verdade, pela renúncia e o
discernimento (Via Mental levada até suas mais elevadas etapas); ou, sentindo
quando tal via é árida e separativa, regressar, apesar de todas as dores e
decepções, para o convívio geral, na Via Cardíaca. Mas, desta vez, é bem verdade
que sua Fé, esclarecida pelas experiências e meditações, torna-se tanto mais sólida
que já renunciou a analisar, ou saber, o que verificou estar acima da real
compreensão no estado mental comum, e, tendo verificado que, para elevar,
N.121 – Com relação à origem dos diferentes Ensinamentos do tema comentado: do Manuscrito de Papus: E. 32, 35 e 453. – De diferentes fontes: E. 12. – Das S.Lyon, citadas no I vol: E. 148, 218, 283, 285, 289, 329, 343, 385 e 453, sendo que o 385 não está incluído na 5ª ed. Francesa. – E. 565 (parte): vem do vol. 29 de L’INITIATION (1895), pág. 279 e seg. – 568: é parte da Sessão publicada no Vol.31 (1896) pág. 95 e seg. da dita Revista. – o E. 574 provem da primeira parte do relato “A propósito do Mestre PILIPPE”, que já citamos, da pág. 125 do n.3, do ano 29 (1955) de L’INITIATION (nota fase)
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realmente, tal percepção até às etapas supramentais, isso iria requerer um esforço,
uma tensão e um modo de vida, que muito raros indivíduos se dispõem a viver.
Não é que, como já mostrei ao falar do Monastério, as dificuldades de seguir
a Via Cardíaca sejam menores. Há o perigo de cair, nesta via também, na rotina e
na confusão. Na rotina de fazer atos mediocremente úteis, sem posição interior
esforçadamente espiritual. E, na confusão que resultaria de pensar, como a muitos
acontece, que o simples fato de falar muito em Jesus, ou na Caridade, fazendo
obras que – embora úteis à coletividade – não apresentem como base esse mesmo
esforço de superação, de modelagem, de tempera, já citado.
Creio, Carolei, que coloquei, assim, pequenos sinais de alerta, para que sua
atenção interior, sua sagacidade ou sua intuição, possam retirar maior proveito dos
Ensinamentos do MEM, sobre este tema. Antes, porém, de abordar tais
Ensinamentos, gostaria de reproduzir os que, assimilando e adaptando, o generoso
Mestre PAPUS tinha dado, com relação ao mesmo problema:
E. 808 – “O sofrimento terrestre é abençoado porque ele constitui o grande
meio de resgate e o único modo de pagamento das culpas para os espíritos
encarnados.”
“Por isso, bem imprudente é aquele que quer evitar o sofrimento: só lhe fica
uma saída, revelada pelo Buddha, é a liberação progressiva e consciente dos
atrativos da vida. Eis porque a via revelada pelo Cristo é a única divina. Longe de
fugir da vida, deve-se, pelo contrario, aceitar dela todas as responsabilidades e
todos os cargos, com calma e firmeza: e para isso, é preciso saber sofrer, sem
revolta e com gratidão para com Aquele que nunca abandona aos que a Ele se
abandonam…”
E. 578 – “A Via do desenvolvimento espiritual é simples e clara: “viver sempre
para os outros e nunca para si” – fazer a outrem só aquilo que gostaríes que vos
fosse feito, em todos os planos – nunca falar mal e nunca para pensar mal dos
ausentes. Fazer o que mais custa, antes que aquilo que agrada. – Tais são algumas
das formulas desta via, que desemboca na humildade e na prece.. – Quando um
homem acredita saber alguma coisa e se coloca em igualdade com os deuses,
trabalhando pela sua salvação pessoal e retirando-se numa torre de marfim para se
purificar, por que iriam lhe dar alguma coisa, já que tem o que precisa e que se
apresenta, a seus próprios olhos, como um ser puro e sábio?... – Mas, quando um
homem é singelo, convencido da sua fraqueza e sabendo que a sua Vontade nada é
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se ela não acompanha a ação do Pai celeste; quando tal homem não se preocupa
nunca com a sua pureza pessoal, nem com as suas necessidades, mas, sim, com a
sua pureza pessoal, nem com as suas necessidades, mas, sim, com os sofrimentos
alheios, então o Céu reconhece nele a “uma das suas criancinhas” e o Cristo pede
que o deixem vir até Ele…
“Uma mãe que passou as noites, e que passou toda uma vida, dedicando-se
para criar, não somente a seus filhos, mas aos de mais pobres que ela mesma, é
maior perante a Eternidade que o teólogo mais pedante e que o pretenso adepto
mais orgulhoso da sua pureza. Essa, é uma verdade instintiva que a multidão sente,
sem ser preciso nenhuma demonstração, porque ela é verdadeira para todos os
planos.
“Por isso, prefira o estudante ir sempre para a singeleza, antes que para a
pretensão, e que desconfie dos homens que se apresentam a ele como perfeitos,
pois que ninguém cai a não ser da própria altura!...
“A Via Mística necessita pois de uma assistência em todos os estados de evolução e
de percepção. No plano físico, assistência dos companheiros e dos mestres, que
ensinam pelo exemplo; no plano, astral, assistência dos pensamentos de
devotamento e de caridade, iluminando a rota e permitindo superar as provas,
graças à paz do coração; finalmente, no plano espiritual, assistência dos espíritos
guardiões, alimentada pela compaixão por todos os pecadores, a união por todos os
pecadores, a indulgência por todos os pecadores, a indulgência por todas as
fraquezas humanas, e a prece por todos os cegos e os inimigos. Então é, quando a
sombra terrestre se dissolve pouco a pouco, a cortina afasta-se por alguns segundos
e a sensação divina da prece ouvida enche o coração de coragem e de amor... - ...
Por isso, nada é fácil e nada é difícil que percorrer esta via. Ela está aberta a toda
"boa vontade" e nenhum ser humano é dela digno. A porta é tão baixa que só as
criancinhas podem entrar, mas são geralmente os homens grades e altivos que se
apresentam e que acham indigno tornar-se pequeninos; por isso a entrada
permanece-lhes, demoradamente, invisível..."
Passemos, agora, aos profundos ensinamentos do MEM PHILIPPE:
E. 72 – Há duas vias: a via mental e a via do Pai. Assim, o Conde de Saint-
Germain, que está morto agora, viveu certamente muito tempo. Não é pela magia. É
preciso comer muito pouco carne, não tomar álcool, abster-se de mulheres, jamais
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cair em ira. Então, poder-se-á tomar, por diversas vezes consultivas, o corpo de um
jovem.
Com. 142 – nos lábios do MEM tomam especial importância as duas
afirmações relativas ao Conde de Saint-Germain: uma, que está morto, pois esta
destrói as lendas, e pretensões de certas pessoas, relativas a encontros "recentes"
ou na época do próprio MEM com aquele Adepto. – A segunda confirma que
realmente, esse Enviado viveu muito tempo. Para que a sua inquietude mental
Carolei, o não atormente, resumo algumas informações sobre o citado Conde N. 122.
As restantes indicações do MEM são bem claras inclusive a afirmação final, sobre a
possibilidade, reiterada, de utilizar o corpo de discípulo jovens que, voluntariamente,
oferecem o veículo preparado a seu Mestre....
E. 781 – Dizei aos vossos amigos que evitam os treinamentos voluntários não
confundir o procedimento teosófico e o dom do Céu. Não comais as frutas, de
aparência tão bela, que vos apresentarão...
N. 122 - Durante pelo menos 112anos, o ministério Conde de Sait-German, apresentado-se as vezes sob
outro nomes, mas sendo invariavelmente reconhecido por elevadas personagens que assombravam-se por verem como ele permanecia jovem enquanto elas mesmas tinham envelhecido, esteve cumprindo uma Missão dos Iluminados, pelas cortes e pelos meios iniciáticos da Europa, e possivelmente fora dela.
A Enciclopédia britânica não só o qualifica de ministerioso, como menciona ter sido ele representante dos Franco-mações em 1785. Se juntamos a isso que em 1767 presidiu uma reunião da Grande Loja, juntamente com Saint-Martin e Mesmer, os laços entre os diferentes setores que vinham trabalhar pela iluminação da Sociedade Humana, apesar da iminente Revolução Francesa, e pela conservação da Tradição mística, tornam-se evidentes.
Com riquezas ilimitadas, provavelmente filho do Príncipe Racoczy Transilvania, até hoje reverenciado por muitos como o Chefe de todos os verdadeiros "Mações Místicos" e das atividades das Sociedades Secretas ou Sociais, de tendência evolucionista, há provas Históricas de sua influencia decisiva, desde 1743, na Corte Francesa, tendo lá feito predições sobre a próxima conclusão, o fim da Monarquia, as atrocidades vindouras. Muitas personagens, inclusive, Maria Antonieta, sabiam por ele da morte atroz que as esperavam, tendo porém confiança na sua Proteção, mesmo além da morte, como prometeu à Rainha quando, em corpo astral, lhe apareceu na prisão do templo.
Pessoas de fama e seriedade notórias, como Rameau, o grande compositor deixaram testemunho de terem conhecido ao Conde de Saint-Germain: em Veneza em 1710, e novamente, acha-lo mais jovem em Paris, em 1795. Paris Londres, Viena e muitas outras capitais ou cidades importantes – da Europa – possuem documentação oficial e privada, muito abundante sobre esse Adepto da Via Mental.
Gostaria de terminar esta nota, Carolei, apontando que, na Via Mental, as Águias do talhe de um Saint-Yves d'Alveydre, quando já fizeram a SINTESE de toda a Organicidade Universal e de todo o Andar da Civilização, só podem – como já iniciam com certas Missões diplomáticas e culturais – continuar subindo em UTILIDADE, em vidas ulteriores – ingressando: ou na Alta Magia com influencia coletiva, ou, caso mais geral e mais elevado, na dolorosa via da reencarnação ininterrupta, pelo processo que o MEM confirma. Imagine, Carolei, o que seja, para quem já não tem ilusão sobre a massa humana, continuar por mais de um século, procurando trabalhar, dentro e por meio: de todas as organizações eivadas de quanto caracteriza a imperfeição e as paixões humanas!?
A esse respeito, gostaria de ressaltar o quanto pode lucrar o Discípulo que compare os interessantes livros ZANONI – no qual pode Mejnour representa a Saint-Germain e a Via Mental; e zanoni representa a Cagliostro e a Via Cardíaca; e á ação de ambos-ambas: na sociedade humana e na vida individual. Bem como, ao Filho de Zamboni, obra na qual Sêvaka (Valdomiro Lorenz), procurou mostrar a superioridade da Via Cardíaca. Os estudantes sérios e Martinistas, lucrarão em estudar Cazotte (Biblioteca da Ordem Martinista).
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E. 676 – Se queres a fé, não fictícia, mas verdadeira, expulsa de teu coração
a ira surda que lá ronca, e quisera reduzir a nada o mundo das iniqüidades, para
nele plantar a árvore da esperança com o fim de lá colher os frutos da fé. Se fazes
nas trevas alguma ação devendo ser feita a plena luz, mister te será ir buscar essa
ação nas trevas para traze-la para a luz, pois que tudo que se faz na luz não pode
ser trevas.
E. 677 – Quando Nosso Senhor curava os doentes, as vezes, em alguns
deles, a doença reaparecia dois ou três dias após e O vinham procurar. Ele lhes
dizia: "os homens de pouca fé! não mudareis então nunca? Quando o Céu vos
concede uma cura, tendes ainda medo que a doença volte. Ficai sabendo que a
vossa fala de fé paralisa todas as bondades DO Céu".
Com. 143 – A fé verdadeira deve excluir, eliminar em nós, até a dolorosa
rebelião ou amargura, contra as iniqüidades e limitações alheias, dos indivíduos ou
da sociedade humana. Mas, quão difícil é isso, Carolei: “transformar todo o nojo em
compaixão”. E quão bem constituída a expressão usada pelo MEM, que tem a
extensão de plantar a árvore, tanto no coração como no mundo das iniqüidades,
como se fosse um processo mútuo e contínuo... – A parte referente a “ir buscar e
trazer para a luz”, já foi comentada. Não assim o último trecho: “tudo que se faz na
luz...” e deve ser meditado, pois que nos ensina a tolerar e admitir realmente tudo
quando outrem faça abertamente, francamente, já que isso, além de evitar a
hipocrisia, dar-nos-á oportunidade a que outros nos ajudem a emendar-nos. A luz
sempre dissolve a treva. O que é feito na luz, não acumula, pois, trevas.
No E. 677, além da lição de fé, de que todos precisamos, há uma revelação
histórica, que tem o aspecto bem claro de ter o MEM assistindo a cena... – No
E.781, está claramente indicado de não se usar os treinamentos de afirmação
voluntária, de práticas que, como as da ioga, aceleram um processo que, na Via
Cardíaca, em lugar de provir do forçar humano, para proveito próprio, surge do
conceder divino, em reconhecimento do esforçar-se, humano, por aprimoramento na
conduta coletiva, para maior utilidade e melhor exemplo. Devo deixar claro que: “ler”
obras ditas teosóficas (ressalvada a relativa perda de tempo e energias, nesta Via,
tem tal leitura) não configura transgressão à fiel observância do Ensinamento do
MEM. – Sim, as praticas de ordem mental, mágicas etc. Isso explica porque, ao
retornar, de cheio, esta Via, estamos modificando não somente a vida do grupo
intimo (Retiro), como também estamos operando a separação mais nítida, entre os
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Discípulos externos, dos que preferem uma ou outra das Vias, no que se refere ao
aspecto das práticas (Sarva Ioga, etc) e os milagres técnicos, decorrentes.
E.374 – Bem gostaríes de saber que vos dissesse o que é a criação, o que
sereis após a morte, quantos anos de vida tendes. Não falo dos que se lembram 30
a 40anos de existências; há os que acreditam em vidas sucessivas. Gostaríamos de
saber o que é esta vida, por que estamos sobre a Terra. E quando souberes tudo
isso, sereis melhores?
E.747 – Durante a prece, não prestar atenção às nossas sensações
interiores.
Com. 144 – Quantos anos? Isto é: idade séculos, madureza espiritual relativa.
E, assim mesmo, se soubessem quando lhes aguça a curiosidade, vem a lição
realista: sereis melhores? Daí que, mesmo na prece, o MEM recomenda não
analisar-se, não se deleitar com os estados, pois que o único que interessa é: o
estado de Graça, cujo prova, também única é: quando o Céu nos concede o que
pedimos para outrem e quando já não sentimos desejo de pedir NADA para nós .
E, a confirmação de não procurarmos: nem conhecimentos que não somos
ainda capazes de viver, nem as complicações distantes, vem do MEM, peremptória:
ocupar-nos em pulir o que segue à nossa atual situação.
E. 791 – Olhar, somente, o passo seguinte; não emaranhar-se com horizontes
mais longínquos.
E. 368 – Temeis ao vosso vizinho mais do que temeis a Deus; já que
procurais antes agradar ao vosso vizinho que a Deus, em detrimento das leis de
Deus. Procurais por amor-próprio ficar bem com o vizinho. Deus, quando criou o
mundo, criou seres inofensivos; ele também criou seres infernais. Ele os criou
conscientemente. Tudo quando Deus fez, fê-lo com conhecimento de causa. O bem
está em antagonismo com o mal e continuará assim até o fim dos séculos, ou antes,
é o mal que está sempre em antagonismo com bem. É preciso lutar sempre, lutar
sem cessar, sufocar o mal, extirpá-lo se tiver coragem para isso. Nosso Senhor veio
para mostrar o caminho e como era preciso conduzir-se quando se for perseguido:
submeter-se ás leis de Deus com calma e resignação. Vindo mostra-nos isso, Jesus
deu uma terrível lição ao homem. Ele veio sobre um terreno cheio de silvas e
espinhos plantar o bem. Essa formosa planta nasceu, não foi compreendida, foi
escanercida. Jesus veio trazer a luz ao homem e encheu a sua lâmpada de azeite.
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Com. 145 – Indicações de conduta, na vida diária e coletiva, como na
espiritual, ressaltando a luta consigo mesmo. E, como sempre, a parte de
consolação, e mística: “encheu sua lâmpada de azeite”, já que, pelo exemplo, pelo
resgate que alimentou espiritualmente, como azeite na lâmpada da Transição… E,
vem a lição maravilhosa da progressão do amor, que nos dá o MEM:
E. 790 – Ama-se, primeiramente, todas as mulheres; depois, todos os homens
e mulheres como irmãos; após, tem-se dor de toda a gente (humanidade sofredora).
Então se começa após 10 ou 15 reencarnações, a esta sobre a Via do Pai…
Com. 146 – Quanto conteúdo oculto em 4 linhas, Carolei: desde a indicação
de que a paixão amorosa, até a mais grosseira, já é o inicio da Via do Amor; e do
que sempre ensinei em segredo, pois que mal compreendido seria na rua: a grade
devoção nada mais é do que a transmutação da paixão amorosa – Nenhum grande
devoto da Divina Mãe, por exemplo, amará plenamente à MÂE DIVINA, senão após
as lições de amor, as carícias, as desesperanças de amor, e os cantos, e danças,
poemas e pinturas; sacrifícios e esbanjamentos, dedicações e até suicídios, que,
vidas, dedicou a inúmeras amadas e amantes, esposas e amigas, inspiradoras e
musas pois: poderia a paixão humana pelo divino, ser outra coisa senão a soma de
toda a parte divina da humana paixão, sublimada por séculos de superação?
E, quando o egoísmo, a possessividade ciumenta e instintiva da polarização
sexual se sublimam, começamos a poder ter para com outros seres, do mesmo
sexo, a ternura, da qual antes só fôramos capazes para com o pólo diferente. E, só
então, começa a lenta ascensão da escada da pureza no amor e na amizade, na
fidelidade e na dedicação cada vez com mais desinteresses. – E, como o MEM nos
aponta, ainda falta chegar “a dor de toda a gente”, pequenas amostras da Dor do
mundo (da H. 5…). – E, se vivermos isso, bem, temos umas 10 a 15 reencarnações
somente, para achar a real Via do Pai! Quão infantis resultam então, Carolei, tantas
coisas!...
E o MEM não dá esses ensinamentos, como muitos outros Dele; a estes, que
indicam A via, Ele apóia com a categórica declaração da sua Própria Experiência:
E. 367 – Eu tenho procurado muito se havia algum outro meio para se chegar
á meta. Só há absolutamente um, é o amor ao próximo como a si mesmo, e aquele
que não pode fazê-lo, é porque não trabalhou bastante. Utilizai as vossas forças e
não sejais preguiçosos, pois se não o fizerdes as forças que Deus vos tem dado vos
serão retiradas. Trabalhai sempre, pois se recuardes ser-vos-á duplamente difícil
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progredir; fareis esforços durante muito tempo sem poder achar. Se Deus vos
manda alguém para vos trazer a luz, não o refuteis, não o julgueis: vede se essa luz
é justa conforme suas obras. Por que refutais esse bem porque não vos foi feito, a
vós mesmo?
Com.147 – Como afirma, que Ele mesmo, em ciclos idos, muito procurou! E
que só há , categoria e exclusivamente UM caminho, que só se cria, em nós, pelo
esforço por amar mais! É como se Ele nos dissesse que devemos fazer, em nós
mesmo, de nós mesmo, o “Eu sou caminho...” – E como recomenda não perdermos
oportunidade de receber mais luz, por queremos julgar a quem a traz, ou porque o
bem é feito a terceiros! – Vejamos, então, Carolei, para terminar este Tema, o que
parece ser o modo inicial, e o sintoma mais claro, de começar a percorrer,
realmente, tal caminho:.
E. 591 – “… uma voz grave fez calar os cachorros…alguém, de tamancos,
vinha abrir-me a porta… um homem forte, de uns sessenta anos, virando com pá, a
terra de um canteiro de rosas…tamancos, calça gasta, com remendos no
joelhos…chapéu desbotado por muitos aguaceiros… me fez entra… adiantou uma
poltrona… tomou meu sobretudo e o levou ao cabide… sentou do outro lado da
mesinha, na qual me indicou cigarros, fumo para cachimbo, fósforos… pouco após:
aceitará um café conosco?...(temas graves)… eis a minha senhora que nos traz
café… acompanhou com carinhoso olhar a esposa e a filha que se retiraram…
(longa e notável palestra)… sim, irei vê-lo em sua casa… acompanho-o até a rua…
e (diz o visitante), ao virar a cabeça, quando já ia perto da esquina, vi-o, em pé na
porta, fazendo com a mão uma saudação… mas me pareceu que esse gesto era,
também, uma bênção…”
Com. 148 – São trechinhos das impressões da primeira visita de Michel de
Saint-Martin, a CHAPAS (M.Oliver, no livro). Deixei, propositalmente de lado, todos
os ensinamentos dados em modo verbal explicativo, expositivo. Ressaltei o que
chapas fazia, vivia para que você visse, sentisse, Carolei, como Michel de St-Martin
soube mostrar o que realmente vale: o ter cachorro e cuidá-los, e fazer com que
amem aos nossos amigos; e a singeleza, o trabalho manual, o saber receber a um
novo discípulo, com a calça remendada, e com chapéu desbotado por tantas visitas
a doentes, ou labores manuais, debaixo da chuva! – E a tenção afetuosa ao visitante
e suas vestes ou chapéu. E a tolerância, o uso de fumo e do conforto cordial; e a
cena de ternura íntima, sem teatralidade, mas sem ocultamentos do afetos humano
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ou familiares… e tudo, até a modéstia e a generosidade da Benção, oculta num
adeus cordial…
Mas, cuidado, Carolei, não é a vida social amena, nem a afabilidade: “arte de
fazer amigos”! É, muito diferentemente, a procura espontânea de dar a
oportunidade, a quem ainda vive duvidas e recalques, hesitações e convencialismos,
de sentir o que pode ser, o que realmente é, a vida humana geral, quando na vida
social ingressa “essa coisa” que brota do âmago do ser, e que, nas vivencias
coletivas ou iniciáticas, é uma espécie de equivalência do “l’amour avec tendresse”
(o amor com ternura), ou seja: quando a espontaneidade deixa que o fundo se
manifesta com adequada e cativante forma!
Isso, Carolei, buscando com finalidade espiritual, é o que permite que toda a
vida o seja! É, por isso, a lição inicial, na Via Cardíaca, da modalidade social
ocidental, e de acordo com a estrutura da sociedade em que convivemos, para ir,
gradativamente, para o
E.792 – AMAI-VOS UNS AOS OUTROS! N. 123
* * *
O Muito Excelso Mestre e O PAI…
E. 5 – A Providência é o Pai, bondade infinita que age por meio do Filho.
Quem não conhece o Pai, não conhece o Filho.
Com. 149 – Quem não segue as Leis do Pai, quem não tem real entrega e
confiança, fé e gratidão, para com a Providência do Pai, não pode por mais que fale
em Jesus, conhecer o Filho. Assim também, em miniatura, seremos considerados
pelos outros, não pelo Verbo de amor, nem pela ação em geral, se não pelo espírito
paternal-maternal com o qual nos esforcemos sempre para providenciar em favor de
outrem…
N. 123 – Com relação a origem dos diferentes ENSINAMENTOS do tema “AS DUAS VIAS” temos: do Manuscristo de Papus: E. 72 – De Papus, trecho de um artigo “O Sofrimento”, a pág. 79 de ILUMINATION, junho de 1954 e E. 808. – De La Science dês Mages (1905), de Papus, trechos de uma parte sobre “A Via Cardíaca ou Mística” (págs. 92 e segs.), e que foi junto com mais ensinamentos de Papus, na Revista ILUMINATION, de junho de 1956, temos o E. 578 – De diferentes fontes, e incluídos na 5ª edição francesa, temos o E. 676, 677, 747, 781, 790, 791 e 790 (este último é DO CRISTO, diretamente). O E.591; provém de Revelations, págs. 1 a 32. – E, finalmente os E. 367, 368 e 374, provém das Sessões de Lyon, dezembro de 1954, publicadas no 1º Volume.
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E. 258 – É inútil pedir a Deus. Entretanto está dito no Evangelho: “Tudo
quanto pedirdes a Deus em meu nome será concedido”. Sim, mas é preciso crer, ter
fé. Ninguém crer. Os próprios apóstolos não acreditavam, já que duvidavam do
milagre da multiplicação dos pães.
E. 73 – Fazemos todos Judas: cada vez que pecamos traímos o Pai.
Com. 150 – Inútil pedir a Deus, ao Pai, ser ter fé na sua Providência sem
seguir as Suas leis. É o MEM põe o dedo na chaga mais cotidiana: cada vez que
pecamos, traímos! Quão belo seria, Carolei, se cada um gravasse isto no coração,
ou pelo menos na mente! Como essa convicção de trair, ato que repugna a todo ser
bem formado, auxiliaria as evasivas à Lei divina! E que absoluta deve ser a fé, como
apontado no E. 258!…
E. 339 – Qual é aquele dentre vós que não disse num momento ou outro:
Deus não é justo; se estivesse no lugar dele não tinha feito isso assim – Como ousar
julgar as obra de Deus quando Ele nos julga e quando somos incapazes de
compreende-lo? Nem uma só pessoa aqui tem a inteligência bastante formada, o
espírito bastante sutil, para fazer-se um idéia do que Deus é.
E. 52 (parte) – As doenças não são castigo. Deus não castiga…
Com. 151 – Já, no E. 279 (que foi dado a pág. 94 do II Vol.), o MEM nos
dissera que Deus não julga, nós nos julgamos! Agora, reafirma e amplia, como
vimos nos ensinamentos precedentes. É, nos que seguem, descortinaremos: como e
porque assim acontece e qual a senda a tomar.
E. 170 – Alguns dizem que o homem, ou antes, a terra é muito atrasada.
Sim, é verdade, porém milhares e milhares de planetas são também
atrasados e um ser poderia passar uma eternidade contando os que estão no nível
do nosso, sem chegar a contá-los. Assim, é também, com os que estão mais
adiantados. Deus não quis que, por mais que buscássemos, achássemos aquilo que
gostaríamos de saber, posto que nem tudo está em nosso alcance. E se há pessoas
que se acreditam adiantadas, por terem certas comunicações com outros seres
enganam-se; o orgulho as impedem de progredir, como também a falta de caridade,
pois sem a caridade, embora com a fé, não há salvação. Há pessoas que dizem:
“Oh! meus Deus, quanto vos amo!” É inútil dizer isso. Deus não pede que o
amemos, senão amando aos nossos próprios semelhantes”.
E. 236 – Dirigindo-se a uma senhora: - Sofreis? E que fazeis quando estais
sofrendo muito? – Oro.
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– E sentis alívio quando orais!
– Sim, me parece melhorar.
– Pois bem, se tivésseis fé não só ficareis aliviada, mas curada.
– Sim, mas chegar a ter fé, é difícil.
– Não observai somente os mandamentos de Deus. Não falo dos
mandamentos estabelecidos no tempo de Móises, mas daquele que sempre existiu,
de amar ao próximo como a si mesmo. Quando oramos e dizemos: Perdoa-nos as
nossas ofensas, como perdoamos. Vêm essas palavras do fundo a alma? Não,
porque tudo se tornaria então possível. É aqueles que nos são caros, dos quais
desejaríamos a cura, seja lá o que padecessem, seriam curados. Mesmos que
estivessem mortos, com a caridade e a fé, poderíeis dizer-lhes: “Levanta-te” e se
levantariam.
– Mas é bem difícil amar ao próximo como a si mesmo.
– Não.
– A gente faz o que pode, gostaria, mas não pode.
Outra pessoa diz: - Eu creio que se pode mas não se quer.
– Sim. Esta senhora diz a verdade. O que falta são os esforços, e os que
paralisa, é o orgulho.
– A gente não devia sair de casa, então só faria o bem.
– Sim, se tendes bem a fazer em casa, mas, e se o bem que podeis e deveis
está lá fora?
Com. 152 – Seria bom perceber, Carolei, as afirmações que o MEM faz, na
sua Qualidade de quem visitou a todos esses mundos e se lembra, mesmo quando
encarnado” como homem terrestre”, sobre as condições de evolução em incontáveis
milhares de planetas. Pela época em que foi dito, e pela forma em que Ele provava
seu saber, e que verificamos, mas uma vez, o Talhe do MEM PHILIPPE. É isso,
Carolei, quero dizer: essa nossa tomada de consciência de tal fato, deve nos
permitir, não somente distinguir a Ele e a Seu Ensinamento, das vaguidades
psicografadas e outras, como também, nos obriga, pelo que já nos ensinou Ele
mesmo, que saber que tudo isso é de Tão Excelsa Fonte, é o mesmo que ter a
responsabilidade de observar, obedecer, seguir, cumprir, viver, realizar, ou que
contém e significa em todos os modos e momentos. Para nos estimular a isso, são
as afirmações e promessas do E. 236. Será possível ler tão coisa, saber de quem
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vem, e permanecer indiferente? e continuar tendo estima por si mesmo ainda? -
Acho que a melhor solução é do ensinamento transmitido por chapas:
E. 554 – Quando Deus pôs o homem sobre a terra, Ele não lhe fez discursos;
disse-lhe: “Vai, o progresso está no infinito…”
Apos meditar isso, Carolei, que tantos sentidos, práticas e transcendentais
tem, tornemos a agradecer a todos os que deram ou transmitiram os ensinamentos
deste tema! N. 124
* * *
O Muito Excelso Mestre e O CÉU
Com. 153 – Como é comum na linguagem corrente, também o MEM usava,
as vezes, a expressão “O Céu” para designar a Deus e a todas as potencias que
agem seguindo as linhas de Sua Vontade. Veremos estes exemplos:
E. 344 – Bem que tendes lido no Evangelho que Cristo virá como um ladrão
vos surpreender. Pois bem, que aquele que faz o bem continue, pois então será
tarde demais. Algumas hora ainda restam para vos decidirdes a fazer o bem, porém
são poucas. O céu não pede tanto quanto pensais. Ele é indugente. Deus bem sabe
vos criou simples, e como progredimos às cegas, muito será levado em conta no
caso de quem tiver acreditado sem nada saber.
E. 484 – “algumas horas… são poucas”: dentro do plano de dias cósmicos de
criação, que se marcam em ciclos definidos, aos quais o MEM não quer aludir, para
evitar a famosa “curiosidade intelectual, dos pormenores que fazem esquecer a
essência espiritual”, Ele afirma que as horas terrestres (anos) que faltam para “o fim
dos tempos” são bem poucas. Adiante veremos que dá todas as indicações
correlatas. Por isso lembra: continuar fazendo o bem, ou decidir-se a fazê-lo! E,
também, que trata-se de coisa singela, mais profunda: que cada um faça o que sabe
e sente como sendo O BEM, ou: certo, direito, exato, honesto, moral, espiritual, tal
como é capaz de perceber. Porque não experimenta, Carolei? Mas, seriamente,
N. 124 – As origens dos ensinamentos do tema “O Pai”, são as seguintes: E. 52 e 73: Manuscrito de
Papus. – E. 5, das “diversas fontes” às quais se referem a 5ª edição francesa. – Os E. 170, 258, 339, provém das sessões de Lyon, entre setembro de 1893 e novembro de 1894, citadas no I Volume. Finalmente, o E. 554, de Chapas, faz parte das anotações tomadas pelo Conde Maurice de MIOMANDRE e reproduzidas no artigo do seu Filho, em L’INITIANTION, de outubro de 1953, a pág. 236.
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sem fugas, sem subterfúgios: nem antes si, nem ante os outros; é tão instrutivo e
esclarecedor!
E, por isso, o duplo sentido do termo francês (às cegas, na versão nossa) que
significa: às apalpadelas; isto é, conforme podemos ir tocando, experimentando,
percebendo, dentro da nossa limitada consciência: física, moral e espiritual. E, “às
cegas”, realmente, com relação à Verdade Universal, da qual nada sabemos, por
experiência pessoal, em relação ao que vivemos com tão reduzida sabedoria. E, por
isso também, o mérito creditado, a quem tem plena fé, embora sendo tão vazio de
real saber!
Afinal afirmação de poupar a muitos e a todos, por “um só” que fosse bom,
pode ser tomada em diferentes acepções. – A mais ilimitada é: uma virtude só, uma
faceta só, construtiva, em nós, se cultivada constantemente (continuar a fazer o
Bem…) pode salvar a todo o nosso mundo interior, a todo nosso “planeta”
individual? – No outro extremo a acepção planetária mesma: não haverá um só
“bom-mesmo”? – Eu sei que não sou. E Você, Carolei? Aquele que dirigente de
Igreja de Governo, de Universidade, de Partido, de Indústria, de Comércio, de Clube,
de Família, - ou como simples Membro de uma dessas atividades, e como Membro
da Humanidade, tenha a certeza de sempre ter procedido, pelo menos de acordo
como o seu real conceito do Bem e com total acordo da pequena voz da sua
consciência, poderia ir se apresentar ante Ele e pedir por todos nós! Eu não vou. E
Você?
Será melhor, então abaixar as orelhas, curvar as cerviz, “criar vergonha”
(como recomenda aquele famoso projeto de Constituição) e procurar “decidir-se a
fazer o Bem, sem complicações, nem pretensões, nem separatividades, que já são
as primeira prova do Mal, que mora nos corações?
É, tornemos a agradecer a transmissão! N. 125
* * *
O Muito Excelso Mestre e O VERBO
N. 125 – Origens dos ensinamentos do tema “o Céu”: O E. 344, vem das S. Ly. da quarta-feira, 21 de
novembro de 1894, eu consta do I Vol. – O E. 484, provém de L. B., págs.37.
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Com. 155 – Sobre o mistério do Verbo, o ensinamento do MEM PHILIPPE, é,
como tudo que Dele nos vem, muito conciso e categórico. Muito rico, porém, se
meditado:
E. 345 (parte) – P: E de onde vem a palavra? – R: “A palavra sempre existiu
bem antes da criação.”
E. 64 – Aqueles que “vivem no Céu”, já nada sabem a seu pedido, porém, a
“vos”, que está ligada a cada coisa, diz-lhes a verdade.
E. 260 – Pois bem, em vo-lo digo, podeis trazer aqui a quantidade de espíritos
que quiserdes, capazes de evocar quaisquer espíritos, podeis trazer todos os
magnetizadores e médiuns, capazes de magnetizar a este candelabro e pedir que
não se mecha do lugar. – Eu só precisaria dizer – e isto não é para provocar –
“Apraz-me que este candelabro seja transportado a tal e qual lugar” e lá iria, pela
vontade de Deus. E poderíeis ter no colo uma boneca de papelão e se me
aprouvesse que tal boneca se transformasse em criança viva, tereis logo um bebê
no colo. A palavra de Deus basta para isto.
Com. 156 – E o mistério do Verbo, Carolei, também nos é chave do nosso
próprio mistério, origem e organicidade. Como um deus em repouso – entre duas
Criações – podemos estar com a mente imóvel, apenas conscientes de ser. Mas, se
de repente, por algum estimulo interior, inerente à nossa própria natureza, ou por
necessidade externa – própria ou alheia – nasce em nós um sentir, um desejo: ação
de aspirar à ação –, então já somos dois em um, e a imagem de nos mesmos,
concebemo-nos levando a efeito determinado ato. Está criado, assim, o pensamento
criador. Mas, se dele passarmos à sua manifestação, surge o Verbo. E, Você
mesmo, Carolei, deverá ter vivido isso: antes de falar, não sabe, em texto, o que irá
dizer. Apenas a intenção de falar, de, sobre, para, determinada coisa, (fim) o move.
De mil coisas, irão depender a escolha, a concatenação e a inflexão, dadas ao
Verbo.
E, se houver real harmonia vibratória, entre o impulso do dito e sentido;
motivo, meio e objeto; raiz, talho e flor; então, Carolei, surge o criado, pelo Verbo
que antecede ao ato, assim, no homem como nos Elohim e no Eterno Pai!…
Lembra-me do poema de Kabir, sobre o “divino Som Criador”: Todas as coisas foram
criadas pelo OM!… Ou as do Dante “antes de mim não houve coisas criadas”, ou a
João “Em Princípio era o Verbo”. Era: em abstrato, diríamos no pobre linguajar da
mente intelectual concreta. Era: como uma energia que é, - e por isso manifesta-se
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com – matéria… à medida que as circunstâncias vão permitindo que o Divino
Decreto se formalize, se concretize, se materialize, se cumpra, isto é: ande na
direção dada inicialmente! E já vi, Carolei, criar pelo som: flores, brinquedos para as
crianças pobres; e outras coisas. E, já vivi alguma coisa do que diz o ensinamento
65. mas, eu ainda estou muito longe de “viver no céu”. Os que lá vivem, são os que
nada devem. Sem desejos, sem vontade própria, sem projetos; postos na Mão do
Pai como a folha no hálito do vento, já nada sabem, porque não mais lhes inquieta
saber. Contenta-se com ser… Por isso, a voz ligada a cada coisa: átomo, pedra,
planta, animal, nuvem, homem, anjo, fato… lhes diz a sua verdade; ou seja, o que
tal coisa é. De onde vem, o que faz, aonde irá, o que será. Isso, foi o que, em
pequeno vivi, quando por exemplo – como já referi – podia dizer aos irmãos
Giovanelli, como morreriam, pouco após; ou ao Dr. Dircksen, em Paris.
E há, Carolei, uma certa etapa, na qual, chega-se a quase temer abrir a
boca. Pois, se nos casos graves, como as mortes que se citei, é claro que não nos
ocorreria pensar, que iria morrer assim “porque o disséramos”, em contraposição, ou
– pelo menos – diferentemente, acontece que em muitos fatos miúdos, torna-se
difícil distinguir quando as coisas acontece: tal como as soubemos,
antecipadamente, ou, como as dissemos.
Por isso Carolei, é que proíbo, aos que me seguem, usarem do sistema
(ilusório em parte, e “magia preta” na outra parte) das afirmações: tenho saúde, sou
bonito, hei de vencer, etc… e, ainda mais, dos que cultivam “do poder do verbo”
procurando dominar, sugestionar, comandar, aos outros. Isto, é, não somente magia
negra que ninguém vê, como até constitui um dos problemas morais, de mais difícil
solução, para o estudante um pouco adiantado. Pois que, sem uma humildade
interior especial, sem uma prece condicional, muito bem feita diariamente (quero
dizer: sincera, sentida), lhe será difícil evitar, que a força do seu verbo não lhe traga
vantagens (vendas, amizades, concessões de qualquer espécie) outorgadas por
terceiros, com privação parcial da liberdade de escolha dos interessados.
Nesse sentido, todo “bom vendedor” é um “mago negro” (na linguagem
exagerada dos espiritualistas). Na verdade, é uma pessoa que toma a
responsabilidade de forçar a outrem. A reiteração disso, se não houver muito critério,
e muita compensação de utilidade, trará sérias conseqüências.
A Gnose, o “conhecimento direto”, é, pois, esse segredar silente, com o qual,
sem fenômenos de audição, as “coisas criadas”falam e revelam seu desígnio…
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Essa, e não outras fantasias complicadas, é a real Voz do Silêncio, isto é: aquecer
se ergue no colóquio entre os âmagos, e não entre as superfícies!
Já pensou, Carolei, no que significa nos lábios do MEM esse desafio que o
MEM lança? Não às pessoas, mas sim aos tipos de força: não há humano
magnetismo, não há mediunidade de efeitos físicos, não há espíritos nem legiões do
astral, não há NADA capaz de deter aquela coisa que recebe no seu âmago, a
ordem da palavra de Deus. Por isso, o MEM vai até o máximo: animar a matéria!
Mandar ao papelão ao que se torne carne e a uma alma que entre e fica lá dentro!
Pois, sem isso, como fazer, uma boneca, um bebê! Mas, Ele o disse: A palavra de
Deus basta para isso.
Então, que outras coisas, conhecimentos, “truques”, perderíamos tempo em
procurar?
E, para provar que, até o mais ignorante, até o grosseiro, até o que debocha
das mais sagradas leis divinas, não pode anular esse pode, também divino, que
cada um leva em si, porque sem isso morreria – (quem fala, após o último alento?) –
o MEM nos dá isso:
E. 622 – o tempo da brincadeira passou. Não debocheis uns dos outros,
porque sereis julgados por palavras vãs. E, acima de tudo, não debocheis, nunca, de
uma mulher em estado interessante, porque iríeis escandalizar à criança que está
nela e, pelos vossos ditos, e colocaríeis no ambiente desta criança, o necessário
para que ela caísse no mesmo pecado que vós, quando fosse grande, e sem vos ter
pedido conta da nossa grave culpa.
Com. 157 – O tempo de brincar passou, Carolei, para quem: só para os que
ouviam? ou para todo estudante sério? ou para todos, porque as horas já são
poucas? – Dos pensamentos apenas nos pede conta, porque o Céu sabe que
somos incapazes de governar a mente; mas, sendo o Verbo ação voluntária, e,
ainda, com escolha livre: termos, tom e inflexão; e, mais, sendo ouvido por muitos,
ou repetido a inúmeros o que dizemos: aí! Dos que semeiam palavras vãs, ou
piores. Da simplesmente desnecessária ou inútil, até a caluniosa ou ofensiva. E as
que induzem em erro, ou em pecado: do saber, ou do agir.
E o feto em formação e seu ambiente, que recebe a semente verbal, que,
como toda semente, germinará logo que as circunstâncias do calor emocional e da
umidade da inconsciência, o facilitem! Ambiente: que hábil termo, o do MEM, para
não designar especificamente, nem a aura, nem os veículos diferentes que a
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irradiam e nos quais, em verdade, grava-se o verbo, envenenador no caso em
apreço. Que lição de múltiplos aspectos. Lembra-me, Carolei, quando eu conseguia
fazer com que a minha filhinha de meses, sorrisse no sono, ao dizer-lhe, verbal ou
mentalmente, coisas belas ou agradáveis. Que lição é um bebê!
Um último aspecto do E. 157: “sem vos ter podido conta”; isto é: sem ter
podido defender-se, nem repelir ou revidar. Tendes abusado duas vezes: falando no
mal ausente, já que não vedes a essa criança, e tendes agredido ao um indefeso. A
semente é veículo de múltipla falta: às leis divinas á suas mais excelsa expressão na
humildade: a maternidade; e aos aspectos diversos da inocência, que se vê poluída:
na usa origem e na sua constituição.
E, devo dize-lo, Carolei, ninguém vem me contar que estuda seriamente
“ocultismo, esoterismo, ou qualquer outra forma preparatória da mística”, se não
olha á vida por esse prisma; e se não; se detém a meditar sobre esse lado sutil e
profundo da criação!
E, tornemos, novamente, a agradecer a Transmissão! N. 126
* * *
N. 126 – Os ensinamentos do tema “O Verbo”, têm estas origens: O E. 64, figura duas vezes na 5ª edição
francesa (além da quarta), com tipos diferentes, não se sabendo, assim, se procede do manuscrito de Papus ou das “diferentes fontes”, ou se existe em ambas as partes, como pereceria. – Os ensinamentos 260 e 345. são das sessões de Lyon, de 1894, publicados no I Volume. O E. 622 vem da pág. 99 da 5ª edição francesa, “fontes diversas”.
Fig. 5
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F. 35 – JESUS-O-CRISTO
Quadro original a óleo do grande pintor inglês Reynolds, feito sobre os versículos em que O Senhor diz a Pedro: “Tu me traíras…” – E, nós tomamos esta efígie do Senhor, porque é bela, e porque o tema lembra…bem, o Ensinamento do MEM PHILIPPE: “muito mais O fazemos sofrer cada dia”.
(Fotografia do original: ampliação de M. Pezzuo. (Persistex) – S. Paulo)
O Muito Excelso Mestre e J E S U S – O – CRISTO. N. 127
“Credo in unum Dominum Jesum Christum, Filium Dei unigenitum. Et ex Pare natum ante omnia saecula … Genitum, non factom, Consubstancialem Patri: per quem omnia facta sunt”. N. 128
E. 487 – Quando tu queres criar ou aperfeiçoar alguma coisa que não existe
aqui, tu refletis na tua obra, antes de fazê-la. Esse pensamento ainda não realizado
é o tipo do que será a tua obra. Assim mesmo, Deus, antes de criar o todo, pensou
na sua obra: esse pensamento foi alguém, e foi o Cristo, a vida, a palavra de Deus,
o pensamento de todas as coisas. Pois Deus criou em imagem, e logo, pouco a
pouco, com o tempo, tudo se realiza. O Cristo, primogênito antes de todas as coisas,
foi o último criado.
E. 478 – Jesus foi criado após nós, porém não como nós.
E. 142 – No que respeita a ver Deus, ninguém viu, nem jamais verá Deus: um
só homem, Jesus Cristo, foi posto em sua presença.
N. 127 – Independentemente da nota final, sobre a origem dos ensinamentos relativos a este tema, devo
assinalar, desde já, que tenho o querido Mestre PAPUS, divulgado certos ensinamentos do MEM PHILIPPE, referentes a Jesus, muito esclarecedores, selecionei alguns deles, que contam palavras diretas do MEM. E, para os diferenciar daqueles que são, totalmente, texto proferido pelo próprio MEM PHILIPPE, assinalei os que devemos a Papus com o sinal, colocado no final de cada um deles: (PPS).
N. 128 – Texto do credo do I Concílio de Nicéia (ano 325), completado no de Constantinopla (381). Do Missal (Grande Edição) da Ordem dos Beneditinos. (Organizado por Dom Gaspar LEFEBVRE, Beneditino da Abadia de S. André, Bélgica.).
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E. 406 – Alguns tem com freqüência, e interiormente, chamado ao Cristo de
“irmão” e acreditaram ser ele um homem que, como todos, porém maior que todos,
deverá ter chegado a perfeição. Pois bem, não. Há apenas um que, Esse sim, não
precisou passar pelo caminho de todos e a quem foi dado saber tudo e tudo poder.
É o Filho Primogênito que resgatou pelos seus sofrimentos.
– E se diz que está só?
– Sim e não, pois Dele têm partido inúmeras centelhas que alimentam a
estrela. Ele é um, e Nele são todas essas estrelas que estão no Sol. Eis a diferença
entre a nossa crença e a dos espíritas, dos quais falaremos um dia, e que
pretendem que o Cristo é um homem, um espírito chegado a um auto grau de
perfeição.
E. 479 – Jesus veio sobre a nossa Terra, para nós, e também para todos os
outros mundos. Ele achava-se simultaneamente sobre o nosso mundo e nos outros,
em corpo e em espírito.
Com.158 – Eis-nos, Carolei, ante o Cristo Omniversal, isto é Cósmico no
sentido de: “para todos os Universos”. E, vemos que o antigo Credo de Nicéia, ainda
em uso na liturgia católica, dá a mesma noção essencial que o MEM PHILIPPE
esclarece, como dito adiante, ou seja: Cristo, Filho único e primogênito, e não feito
(criado); consubstancial (um com) com o Pai, nato antes dos Tempos (séculos). Isto,
o MEM expõe, no E. 487, naquela forma tão Dele! Fala, como se qualquer um
pudesse assimilar o mistério. E, a minha explicação sobre o mistério humano, que
pelo dom da palavra, evidencia sua origem divina, e sua similitude funcional “à
imagem de…”, recebe também uma confirmação, tanto de veracidade, como de
plena ortodoxia com o Ensinamento do MEM.
Assim, vemos no E. 487, a criação “em princípio” e não, no começo, pois era
antes do começar: das coisas e dos tempos. E, quando surge o CRISTO – O que
era como Deus e Deus era –, o MEM define-lhe triplicemente a Função e a
Presença, indivisas e inseparáveis: Vida (universal) – Verbo (criador) – Pensamento
de todas as coisas; em certo modo: a idéia, o ideal recôndito, em tudo!
Primogênito, antes que todas as coisas foi gerado com Pensamento-
Arquétipo, do Projeto-Criação total! E, enquanto a etapa criadora prosseguiu, o que,
em outros termos, alguns chamariam de Descida ou de Involução do Verbo, até Sua
Encarnação nos últimos átomos dessa Criação, o Cristo era, mas Jesus ainda não
existia, não fora criado, pois o que foi o último nesse sentido.
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Por isso também, ele foi o único que precisava, e podia, ser posto na
Presença de Deus, já que ia por sua vez, consubstanciar-se, temporariamente como
Homem, com o Filho. E, daquele momento em diante o MEM mostra a identidade
realizada, que indico sempre usando a expressão “Jesus-O-Cristo’.
Precisamos ressaltar que, desde esses ensinamentos relativos à missão
cósmica, o MEM assinala que foi, pelos seus sofrimentos, que o Filho Primogênito
resgatou: não só a nós, mas sim a Criação toda, como é fácil de entender, pelo que
comentei acima. E, para apontar com precisão, suma, tal fato, o MEM diz: Ele é um,
e Nele são: todas essas estrelas que estão no Sol (E. 406), ao que junta que Jesus
veio sobre a nossa Terra e para todos os outros mundos. Estando simultaneamente,
aqui e lá, em corpo e em espírito. Isto ergue uma pergunta: em corpo, com o mesmo
corpo? Em corpos múltiplos e simultâneos? Mediante corpos adaptados à
semelhança ou figura da cada humanidade, nos diferentes mundos?
Mas adiante (E. 489), o MEM nos dirá que O Cristo formava um corpo
instantaneamente e onde lhe aprouvesse. E, não esqueçamos Carolei, que Quem
isto nos ensina é quem falava durante uma hora inteira com Jesus, na mais recente
encarnação como M. Philippe!
Creio que, nos ensinamentos dados acima, está muito claro a solução real.
que o MEM, digna-se nos transmitir e que Ele acompanhou através dos séculos: O
Verbo criando e animando toda a fase da Criação, que se realiza por degraus e
etapas, e Vindo, como forma visível e sensível, sacrificando-Se “feito carne”, no
momento em que se inicia o Retorno, a Reintegração consciente, também por
etapas, mas cuja possibilidade inicial e dada por Ele.
E, antes de passar a ensinar o processo da Descida do Cristo e da
Encarnação em Jesus, o MEM já nos adverte que Jesus, é criado após nós, isto é: o
último homem criado, ou seja, quando a Humanidade Terrestre já tinha recebido o
total de almas que esta Criação comporta, para este Planeta, irá nascer Jesus,
porém: não criado como nós.
Fonomenologia universal da Sua Vinda
E. 809 – A Tradição cerebral foi difundida por Krishna, Fo-Hi, Zoroastro,
Orfeu, e Moisés. Mostrei-vos cada um desses homens, respondendo, aos surtos de
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selvageria, pela escolha de um povo ao qual dava um Livro de Revelação,
simultaneamente: escrito no Invisível e transcrito no Visível.
Após esses enviados, vieram os representantes da Tradição cardíaca, e os
fundadores dos cultos mágicos. Houve uma verdadeira florescência de iniciadores,
lá pelos anos 500 antes de Jesus. Em Roma, e Numa; na Grécia, é Pitágoras; entre
os Hebreus, é Esdras; no Egito, é Hermes; na Pérsia, é o último Zoroastro; na Índia,
é Gautama, ou, o quarto Buddha; na China, é o Lao-Tsê e Kong-Tsê; no Japão, é
Son-Mou.
Por toda parte, onde passam esses missionários, lá surgem colégios
iniciáticos que se multiplicam notavelmente. Ordens iniciáticas leigas, organizam-se
no mundo inteiro. O Kabbalistas, os Pitagóricos, os Neo-Platônicos e os Essênios se
constituem. Missões secretas permutam-se entre eles. O caráter da época que
procede ao Cristo, é muito interessante de se estudar, a tal respeito. Vê-se,
efetivamente, a todas as sociedades de iniciação, comunicarem entre si. E, a
permanência de embaixadores Buddistas e Alexandria é por demais conhecida, para
ser preciso insistir… - Mas, de repente, um rumor sagrado agita os restos dos
Templos Mágicos. Os astrônomos – e astrólogos – caldeus, fremem, prosternam-se
e adorem … Que aconteceu?… (PPS)
E. 810 – “…os sacerdotes caldeus percebem que uma luz imensa acaba de
atravessar os signos zodiacais que, conforme a Tradição hermética, são guardados
cada um por um gênio. Ele vêem os guardiões das portas zodiacais fugirem
espavoridos. Sob a influência dessa Luz, num estranho fenômeno se reproduz: a
cabeça e a cauda da Serpente (fluindo em forma de corrente e impedia a saída, fora
do Zodáico, das almas encarnadas em algum dos planetas do sistema), são
esmagadas no sentido de se dobrarem por debaixo da Terra.
O Caminho, que religa assim a esta, como Plano divino, acha-se então
aberto, e as almas humanas podem doravante por ele passar… (PPS)
E. 395 – Uma pessoa pergunta a opinião do Mestre sobre Nosso Senhor
Jesus Cristo. O Mestre responde:
Não sou bastante sábio para vós dar uma explicação nítida. Porém nas
minhas pesquisas psicológicas, tenho reconhecido que não era somente um erudito,
um sábio, mas que Ele era Deus. Quanto a mim, na verdade o declaro, que aquilo
que deseja o Pai, que é Deus, é desejado também pelo Filho, que é Deus, pois o
que o Filho que,r o Pai também quer.
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Se Nosso Senhor Jesus Cristo, quando veio sobre a Terra, neste mundo, não
tivesse tido o cuidado de por a sua deslumbrante luz por trás da cortina que separa
este mundo do outro, nenhum homem teria podido chegar junto Dele.
E. 4 - Os enviados de Deus, antes do Cristo, era homens nos quais a chispa
divina fora dinamizada e a faculdade de lembrar, parcialmente devolvida. Cristo era
o próprio espírito de Verdade; desde então, não mais voltou à terra, mas se
manifestou diversas vezes, de acordo com o grau dos seres aos quais se dirigia,
por intermédio de diversos.
Complementando ao E. 4 – O Cristo, como primeiro, veio do Céu e pagou a
mensagem.
E. 814 – Umas trinta almas, vindas dos Mundos Celestes, tinham-se
efetivamente encarnado, ao mesmo tempo que o Cristo. Assim, foi como a alma de
João Batista, que foi Elias reencarnado. Ao iniciar a sua vida pública, Jesus tornou a
achar essas almas uma após outra. Uma só O traiu. Tenhamos compaixão desse
pobre espírito, que bem castigado foi por ter realizado em atos humanos, aquelas
palavras que pronunciaram no outro lado: “Eu, sei que Jesus vai descer, e desafio
ao Céu que deixe ao Cristo se encarnar”. – Esperemos que o Pai o tenha perdoado,
já que lhe foi permitido vestir um corpo terrestre, para cumprir a traição que
projetará. (PPS)
Com. 159 – toda verdadeira Revelação vem, pois, através dos que podem ler,
ou intuir, o que está escrito no Céu. O resto, são apenas conjecturas ou opiniões,
humanas: a “vã filosofia”… - Quando a via Mental, que só ilumina a poucos, produz
excessiva tentativa de buscar a prova, ou saber, pelo fenômeno ou o domínio: a
magia, surge sempre um surto cardíaco compensador reparador. Ao chegar-se ao
ponto de retorno, o qual já falei, tinha que vir “O Reparador” – que é o Nome que
Jesus recebe nos Santuários – e, não “um Reparador parcial”, como o foram os
Enviados precedentes, senão o único capaz de produzir o fenômeno que os E. 209 e
810 expõem. - Note-se, de passagem, a verdade oculta para os devotos singelos e,
meridianamente clara para os iniciados, da Virgem que põe o pé sobre a cabeça da
Serpente. Ela o faz, como iremos comenta-lo ao falar da própria Virgem, por Graça
do Seu Filho…
A conjunção de Saturno-Júpiter no Céu físico; a Luz nos Céus Superiores; os
fenômenos terrestres que faziam calar Oráculos, e cair os “deuses” locais: tudo era
“anunciação” para os que sabem, observam, ou “vêem”.
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Curiosa e até emocionante, a forma em que o MEM ensina certas verdades
superiores, sem afastar-se do se modo singelo: “não sou bastante sábio”, ou seja:
não o bastante a sua intimidade com Jesus, os seus poderes “desconcertantes” o
seu mister funcional de Imperador deste Mundo, Ele afirma não ser bastante sábio
para dar uma explicação nítida sobre Jesus-Cristo! Que lição para os pretensiosos
terrestres, que tudo desmontam, analisam e criticam! E que verdade essencial: pois
que, de acordo com o Seu próprio Ensinamento, “ninguém viu jamais a Deus”. E,
sendo Cristo parte do próprio Deus, não cabia afirmar conhecer a Deus-mesmo.
Mas, o MEM junta isto: o que o Filho quer, o Pai também quer: assim se confirma a
“consubstanciação” e identificação, tantas vezes afirmada por Jesus (meu Pai e eu,
somos um). E, também, pelo E. 395, parte final, vemos confirmado o que Papus nos
expunha – no E. 810 – que provém de fonte Gnósticas (Pistis Sophia, de Valentino),
e que recebe assim assentimento do M. PHILIPPE.
No E. 4 o MEM revela, com sua descrição habitual, que, na proporção, em
que nos vai sendo permitido lembrar: a origem divina, do antes vivido, etc. assim se
manifesta o saber-poder, unificando em espontaneidade. Em Cristo, Verdade Total,
o Poder era Supremo. E também mostra como, esse Cristo, “como primeiro”, isto é:
primeiro Gerado; primeiro em Função, após o Pai; primeiro em ter aceito e realizado
o sacrifício-milagre da Encarnação Divina total (já que as próprias, as houvera, como
vimos); primeiro em focar, pelo Amor-Sofrimento, a limitação zodiacal; e, finalmente,
primeiro em vir do Céu propriamente dito (região do Pai); esse Cristo, então, podia
pagar a passagem: aberta aos que Ele vinham encarnar, e aos humanos que A
buscassem, pelo esforço e, tomando-O como modelo, ao aceitarem sofrer pelos
outros.
Logo adiante, iremos ver os dois modos: um, na conduta do indivíduo para
consigo mesmo e para com Deus; outro, na conduta do indivíduo, para com Deus.
Através da Sociedade humana, da aplicação do modelo divino de Jesus à nossa
modelagem
Cristo-O-Jesus, visível
E.401 – Que significam no Evangelho essas palavras do Cristo a sua Mãe:
“Nada tendes em comum Comigo”?
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R: Se isso esta no Evangelho muitos tem polido censurar ao Cristo e pensar que Ele
faltava com o respeito, porem ao dizer que Ele nada tinha de comum com sua Mãe
Ele dizia a verdade. Era de fato preciso que Ele tivesse um corpo numa família, sua
Mãe esta consentindo que fosse o dela, mas ela não estava de forma alguma na
mesma “morada” que seu filho.
E. 534 – O corpo de Cristo estava feito com a matéria mais pura.
E. 811 – O menino criara-se como todas as crianças. Mas, aos doze anos,
ocorreu um fenômeno que faço questão de vos descrever:
José tinha propriedades nas quais cultivava para terceiros. Tinha ido para os
vinhedos, com o rapaz. A mãe tinha ficado em casa. Em certo momento, ela fica
pasma por ver chegar o duplo luminoso, o fantasma astral do seu filho, que lhe diz:
“Onde esta Jesus, meu irmão, para que eu o encontre?”. Maria não sabe o que
responder: ela amarra o espírito ao do leito e foge. Chega ao campo em que se
achava o esposo, vendo então a Jesus que lhe pergunta: “Onde está ele, que eu o
veja?”. Jesus é reconduzido à casa paterna. Imediatamente, o Ser de luz desliga-se
do leito e vem abraçar ao menino. Então, ambos se fundem um no outro.(PPS)
Com. 160 – Assim, o MEM nos confirma que Myriam (Maria) embora
previamente consciente e “consentindo”, ou seja: de acordo, para a vinda de Jesus
em seu Lar e Claustro, era de outra “morada”: de outra família celeste, de outra
jerarquia espiritual. Isso nos ajudara, mais adiante, a compreender os papeis de
Maria humana e Maria-Cósmica. – Também ressalta o MEM, sem que isso surja
como importante, mas é, que Jesus cumpria com uma lei terrestre, ao aceitar “ter
uma família”, aqui. O acontecido, aos doze anos, com Jesus, é muito notável, pela
prova dupla: do espírito tangível, já que se deixa amarrar ao pé do leito, para dar
prova. E, a de Jesus que, no campo, já sabia que seu irmão – celeste -, vinha unir-
se a ele, como fora planejado no Céu: lembremos que Ele tinha a lembrança
completa. Por isso, também, desde essa idade poderá discutir com os Doutores e
deixá-los estarrecidos...
E. 812 – “Para conhecer a vida exata do Cristo sobre a Terra, tornava-se
muito útil conhecer pessoas que tivessem, realmente, visto... (O MEM PHILIPPE...) –
Pois bem: o Cristo veio à Europa. Segue-se a sua passagem por Roma, na qual
César reinava; na Gália, em que deixou rastos muito nítidos de sua estada na cidade
de Viena, na Sicília, e em muitos outros paises que não posso citar...” (PPS)
E. 408 – P: Que fez o Cristo dos doze aos trinta e três anos?
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R: Há raças inteiras nas entranhas da Terra. Há também tribos que não são
civilizadas e que o Cristo resgatou.
E. 813 – “Uma palavra do Cristo, é sempre a lembrança de um salmo de David, de
acordo com uma chave cifrada...” (PPS)
E. 691 – Existia um retrato Dele na biblioteca do rei Herodes; tornara a ser
achado.
E. 815 – Foi a família de Lázaro, que proveu a Jesus do que sua missão
necessitava. E, posteriormente, ainda é um parente de Lazaro, quem doa a
concessão do túmulo, que possuía: o sepulcro de José de Arimatéia. (PPS)
Com. 161 – Papus, sempre prudente positivo, nunca deixe de lembrar que
tudo quanto ele divulga, relativo ao Cristo e a Jesus, provém do MEM ou concorda
com que Ele ensina, por recordar eras remotas, ou por ver nos Céus, dando provas,
como sabemos, pelos mesmos milagres outrora feitos por Seu Amigo: Jesus.
Por isso, o revelados sobre as viagens do Cristo, na parte secreta da sua
Missão, é muito interessante, já que nesses lugares irão fundar-se mais tarde
centros: religiosos ou iniciáticos ou místicos. A Espanha e o Cáucaso estavam
também na lista, que Papus não cita.E creio lembrar até de certa viagem pela
Criméia... Aos trinta anos, esta de volta na Palestina, fielmente acompanhado pelos
Essênios que tinham sido agraciados para servi-lO.
Sobre as “as raças inteiras” das entranhas da terra, haveremos de voltar ao
tema, Carolei. Por agora, devemos anotar, no sentido da missão Crística, que isso
explica também a expressão “que desceu aos infernos”, já que inferno,
etimologicamente, significa apenas “inferior” (sob, debaixo”, o que daria uma idéia de
que, até a vinda do Cristo, os “primitivos”, os que, tendo vivido em raças anteriores,
e não obtidos o “progresso mínimo exigível”, teriam então permanecido encarnado
em condições “subhumanas”, relativamente falando ou seja: quando à forma e ao
ambiente. E que embora sem permissão para compartirem a “nossa” (?) modalidade
de ser e de viver, teriam sido, também, resgatados, isto é, teriam partilhado da
possibilidade de sair do limite zodiacal, ou das limitações que os caracterizavam. O
mesmo digo dos “não-civilizados”, que por ficarem segregados do convívio do
“progresso” social, mas não do moral e do natural individual, teriam merecido a
mesma graça do Divino Amigo, que viam em nome do Pai “que não quer que um só
de seus filhos se percam”.
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O E. 813 –, Não comentarei por ser uma indicação fecunda só para os
estudiosos. Se o são, não precisam do meu comentário. A afirmação do MEM sobre
o retrato de Jesus, soa outra vez a lembrança de quem conviveu e profetiza. Eu,
acho. – As interessantes investigações de Papus, que, guiado pelo MEM, “achava”
toda a documentação oportuna, provaram assim como foi “financiada” a missão
pessoal de Jesus e, ainda, deu as provas de sua existência histórica e o por
menores jurídico no seu processo Tribunal Judaico, assim como – cousa que muito
mais nos interessa – da fidelidade gratidão demonstrados por todos os parentes de
Lázaro ressuscitado por Jesus!
Nada comentarei da missão pública e ensinamento de Jesus: a primeira é
bem conhecida de todos; e, o segundo é o próprio objeto desta obra, já que o
Ensinamento do MEM é a demonstração e aplicação contemporânea, de tal doutrina
pregada por Jesus! O que mais precisamos, creio, é sentir bem o real conteúdo da
Missão:
E. 264 – Os espíritas consideram a Jesus como homem superior; como o
primeiro espírita, que curavam chamando os espíritos em torno dele. Pois bem: não.
Jesus é uma centelha de Deus. Somos todos chispas de Deus, porem Jesus é uma
parte de Deus – Mesmo.
E. 689 – O nosso sofrimento nada é, porque está dividido e descansa sobre o todo.
Jesus sofreu de todo o sofrimento que existia, porque esse achava-se todo,
concentrados sobre Ele. Não devemos julgar aos que O crucificaram, porque O
fazemos sofrer muito mais cada dia... – Jesus tem sofrido desde o início dos tempos
e sofrerá até o fim dos tempos.
E. 690 – Jesus Cristo não expressamente para sofrer, mas para nos mostrar o
caminho. Quando Ele veio, ninguém tinha sido até então julgado e ninguém tinha
visto o Pai.
E. 521 (parte) – “…O único que não tem Anjo da Guarda (isto é; espírito
superior a ele), é o que é Cristo. Acima Dele, não há nada. Ele é o Espírito vivo,
consciente, total da “humanidade...”
Com. 162 – Além da importante negação, pelo MEM PHILIPPE, da limitada
compreensão espírita, temos; no E. 264, a reafirmação dupla da divindade de Jesus.
É uma centelha, mais: uma parte de Deus-Mesmo. – este conceito, esta realidade
teogônica, é difícil de aceitar o de ser compreendido pelo homem ocidental, quando
não mais possui a fé singela. Para o oriental, que tem não somente o conceito do
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“avatara”: encarnação de uma virtude, de um princípio, de Quem é o ápice, cimo e
origem da mesma, não existe tal dificuldade. – Vemos, no Bhagavad-Gita, O Senhor
Deus afirmar que: às vezes vem Ele-Mesmo (totalidade), às vezes manifesta-se
(parcialmente) por elevados Enviados. Temos o caso de certos Avataras que, no
Oriente, são citados como “encarnando os 7% do poder”, de tal ou qual aspecto da
Divindade. Nós, ocidentais, que tanto gostamos de levar “até o período matemático”,
todo e qualquer conhecimento, possivelmente por reconhecer a nossa geral
incompetência em proceder igualmente para com os fenômenos ontológicos e
funcionais do Universo, e ainda mais, do plano Celeste, optamos por sorrir; ou por
descrever. Não creio, contudo, que seja a posição mais fecunda para progredir.
Por isso, a figura-se muito útil a declaração do MEM, o único que fala com
conhecimento, real até essa altura, e, logo após, nos outorga o como e o porquê:
Como: ao ensinar-nos que sofremos em forma centrífuga, mesmo sem o
saber e sem o querer: células de um corpo coletivo, que somos, o que ressentimos
comunica-se a todas as demais células-homens. De onde, também, dupla
resultância: uma, a de ninguém poder sofrer tanto quanto imagina, nem só, já que
“tudo se comunica, reparte e comparte” (como diz o Ritual da Comunhão
expectante), e que portanto o nosso fardo é suportado, parcialmente, por todos os
outros; a segunda conseqüência: uma solidariedade automática, mesmo nos que
dela são ainda inconscientes, e compulsória, em benefícios como em
responsabilidades e obrigações, para os que já percebem, ou a pressentem.
Jesus, pelo contrario, sofria centripetamente. Era, e segue sendo, o ponto de
convergência do sentir terrestre, embora só nesse Ponto haja plena Consciência e
pleno Amor: as duas cousas que nos falta e para cuja obtenção por nós, veio Ele
sacrificar-se. Este fato é o que explica que Ele tenha sofrido desde o início dos
tempos, isto é: desde que formas, seres, fatos decorrentes da atividade e da vida de
relação dessas existências transitórias. Povoaram “os tempos”: um ciclo de labor:
para uma turma de almas num grupo-miriade de universos. E, para nós terrestres,
esse mesmo fenômeno, na medida do nosso universo atual: onde e por determinado
lapso de tempo nos toca atuar.
Por isso, também, expressa que, até a Sua Vinda, ninguém tinha sido julgado,
nem tinha visto O Pai, já que ambas as cousas são uma só. Ser julgado, nos sentido
mais profundo, é comparecer perante O Pai ou Seu Mandatário pleno, ao que
voltaremos ainda.
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Encaminhando o ensinamento para o terreno dos “Pobres”, ou para os
deveres do primeiro dos dois modos, a que me referi no Com.159, o MEM outorga
três noções: que todo Ser, seja qual for a sua magnitude, tem um Anjo da Guarda, o
que precisaremos lembrar, quando chegarmos ao tema dos Anjos. – Mas, o
ESPÍRITO CRÍSTICO, que é parte do Pai, só teria por “Anjo”, ao próprio Pai, já que
emana de sua Luz Primeva, antes que fossem geradas, ou criadas, quaisquer outras
formas. Por isso a confirmação categórica: Acima Dele, não há nada. E a
explicação: Ele é a Vida, é a consciência espiritual do TOTAL e DO TOTAL da
humanidade (e das humanidades, além do nosso conceito ego-geocêntrico). Isso
termina de explicar porque o Cristo sofrerá até o fim dos tempos, já que Ele sente e
ressente, todos os esforços, todos os êxitos, todas as quedas, de cada Ser (de todos
os Reinos, ó homens que só em vós, humanos, pensais!).
Esta função cósmica e, ao mesmo tempo geo-egregórica, do Cristo, a
veremos no segundo dos modos precitados. Agora, toca-nos conhecer,
primeiramente, as diretivas que o MEN dava ao indivíduo, para a vida diária,
evidenciando de onde e como nasciam as obrigações e as possibilidades, para cada
ser humano, através da vida e doutrina de Jesus-O-Cristo.
Jesus, o Salvador dos Pobres
E. 267 – P: E como fazer para conseguir isso? (a Luz).
R: É preciso ter caridade. Há muito tempo que vo-lo digo, já vão mais de três
anos. Que aquele que faz o bem continue e que aquele que faz o mal continue e
faça ainda mais.
É preciso amar ao próximo como a si mesmo. Porém como? Não o sei, e o
atesto perante Deus não se deve tomar a Deus. Não se deve tomar a Deus nem a
ninguém como testemunha. Se o faço, é melhor vos afirmar que vos amo mais que a
mim mesmo.
Ah! com um pouco de confiança far-se-iam milagres vós todos os vistes aqui,
e todo tendes lido ou tendes ouvido ler o que esta escrito nas Escrituras, que com
pouco de fé se transportaria montanhas. Acreditais que fostes postos na Terra para
morrer? – Respostas da assistência: Para viver – Pois bem, por que duvidais?
Acreditais na existência da alma? – R: Sim. – Acreditais que seja imortal? – Sim –
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acreditai que de longe em longe vem um Salvador? – R: sim – acreditais que Deus
seja inteligência e força? – R: Sim – acreditais que Jesus tenha vindo á Terra? – R:
Sim. – Pois bem, por que duvidais então sempre do amanhã? Jesus veio
estabelecer o reino da caridade e eu vim para completar as suas leis.
Com.163 – A Fé sem a Caridade é morta, mas o MEM também ensina que a
Caridade leva á Fé, pois é o exercício dela. E diz que, quem faz o mal, faça ainda
mais, pois que a reação é que lhe trará a experiência, o remorso, a conversão. – Só
os mornos são mortos, só os indiferentes são suicidas e desertores da vida! – “… Se
o faço”: o MEM ensina, assim, que quando se trata de servir a outrem, e tendo-se
consciência de ser por amor ao semelhante, pode-se transgredir aparentemente a
Lei. Na realidade, obedece-se a outra lei, superior. E, como lhes aponta que viram
milagres, e por isso tem obrigações de fé! E, quem não viu milagres? Não o é
Carolei, que sigamos vivendo, com tudo quanto fazemos contra todas as leis:
Físicas, morais e espirituais? Esse milagre é o que, a mim, mais assombra!
Vim para completar suas leis. Chegou o momento de comentar estas palavras
do MEM, e as minhas próprias quando, na “primeira palestra com Carolei” (a pág 10
do volume precedente), disse que eu completaria os Ensinamentos do MEM. Esse
“mistério” é bastante singelo... como todos os mistérios. Completar, é dar um
complemento. Mas, tratando-se da vida espiritual dos seres, não seria possível que
tal complemento se revestisse, apenas, da forma de uma explicação intelectual,
teórica. Deve se, é, aliás, em ambos os casos complemento de oportunidades, de
facilidade; de possibilidade, também e consequentemente .
Jesus veio nos ensinar, nos exemplificar e nos exigir, e nos amássemos uns
aos outros. Deu o ensinamento por parábolas, e um exemplo transcendental; com a
realização também, de um fenômeno quase incompreensível: Como podia, uma
parte de Deus – Mesmo, vir conviver, e morrer por eles sacrificado, entre os homens.
O MEM PHILIPPE veio nos facilitar, em modo nunca antes outorgado, a
nossa melhor ou maior aproximação á qualidade de Cristãos, ou de Filhos de Deus.
“de paletó e por pouco tempo”, vestido como um bom burguês, vivendo, comendo,
bebendo, fumando, casando, tendo filhos, perdendo-os e chorando, aparentemente
como qualquer um de nós, e, ao mesmo tempo: realizando todos o milagres de
Cristo; outorgando dons, curas, e, também explicações claras, nítidas, singelas, de
toda a doutrina, de toda a constituição universal, de todos os problemas do passado
e do futuro, do longínquo e do imediato (vida diária, fatos ambientais). E, finalmente,
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nos outorgando duas demonstrações: a do preço (modo, condições, métodos) para
que cada um e todos pudessem saber por onde começar e seguir, desde a primeira
modificação própria a fazer, até os passos mais interiores e elevados. Completou,
pois, maravilhosamente, a dádiva de Jesus, a missão de Jesus e se o fez, também
disse o porque são poucas as horas!
Eu, dentro do que a minha limitadíssima possibilidade me permitem procuro
ainda “fazer negócio por menos”. Procuro tornar mais barata a compreensão, com
alguns comentários; menos onerosa a fé: mostrando que, mesmo depois de morto, o
corpo do MEM a Sua Transmissão e a Sua Proteção seguem, para quem a busque
como se deve. E: sem magias, sem espiritismos, sem cerimoniais sem inúteis
fenomenismos. Compreender mais ou menos bem. Esforçar-se honestamente. Só.
E, como estímulo, dou exemplos recentes; ilustro os mundos, os seres, o
mecanismo entre os planos e os fatos. Dou o que temos, e que a Ele devemos.
E, antes de encerrar este tema, não se esqueça por favor, Carolei, que é O
Imperador do Mundo, que veio dar essa nova e mais fácil oportunidade: aceitar a
reencarnação, se possível embora sem incomodar aos mortos; praticar singelas leis
que Ele nos ensina; e preparar-se para as mudanças necessárias, que Ele aponta.
Vejamos, então, a continuação do que outorgava aos “Pobres”:
E. 282 – P: Tem-se feito algum progresso desde a cinda de Cristo?
R: Por Deus, não ainda nenhum. É possível que se esteja mergulhando um
pouco mais nas trevas, e se o Cristo voltasse para nosso meio, estaríamos ainda
mais dispostos a sacrifica-lo.
Se Ele viesse dizendo-nos: Venho para que os vossos pecados vos sejam
perdoados, talvez a Igreja não lhe infligisse novamente o mesmo suplício, mas
sempre a pena de morte. E dizeis: Ah! os que vieram naquele tempo eram bem
felizes. Se Ele estivesse no meio de vós, a primeira pergunta que lhe faríeis seria:
Que se deve fazer para ser salvo? É bem fácil. Amai-vos uns aos outros disse a
Escritura, e o que vemos é que cada vez se pula mais sobre o próximo para fazer-
lhe o mal.
Assim, veio a mim recentemente um doente a quem eu dissera: Ficareis
curado, mas sob uma condição: a de abandonardes o processo que moveis, e
devolverdes às pessoas o que lhes cabe. Prestai atenção. O compromisso que
assumis è como se o assumísseis perante Deus, pois eu Lhe prometo em vosso
nome. Esse homem ficou curado. Poucos meses após, sua mulher me veio procurar;
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o marido estava doente. Pergunto-lhe se manteve a promessa. Ah!, disse ela, há
vem pouco reiniciou a questão. Então, eu já nada posso.
E. 234 – Acreditai de fato que não sou eu quem vos alivia.
– Sim, mas há o Amigo.
– Isto sim. E um Amigo que não vedes. Só faço é lhe pedir para vós, eis tudo.
Por isso, há poucos anos, vos fiz uma promessa, porque o próprio Amigo ma fizera,
de que dentro de mais algum tempo as coisas melhorariam, isto e aqueles que estão
sem trabalho tê-lo-iam, poderíeis viver do trabalho. Haverá usinas onde se
empregará de preferência pelos vossos, marido ou mulher ou filhos, ou irão ou irmã;
eu vos disse apenas que amásseis a um estranho como a vós mesmos.
E. 245 – Todos podeis vos aliviar, vos curar uns aos outros, pelo magnetismo
sobre as partes doentes, e pedindo a Deus. Mas para ser ouvido, é preciso não ter
rancor contra ninguém e amar ao próximo como a si mesmo.
Os profetas, que obtiveram curas, e Nosso Senhor Jesus Cristo, não
operavam, como dizem e pensam alguns, por meio dos espíritos. Não, Ele não
precisava de ninguém, porque Ele não era, como se acredita, um homem superior.
Ele era Deus.
Não fostes sempre aliviados, e há algumas pessoas que não o tenham sido?
Eu, nada faço, por mim mesmo para vos curar; dirijo-me ao Mestre, que é Deus.
Tendes visto aqui as coisas sobrenaturais, os milagres. Pelas experiências que se
realizarão a partir de hoje, nos farei parar caro. Oh bem sei, estais sempre
dispostos. Mas não é desse pagamento que preciso. Às pessoas que vêm pela
primeira vez, peço-lhes que façam esforços por ajudar ao próximo como a si
mesmas. Às que já estiveram, peço que amem ao próximo como a si mesmas e
aqueles que não possam me fazer esta promessa não poderão ficar nesta sala
(coisa que só é possível exigir em caso de experiência logo após). É preciso
também que toas as pessoas que movem processo me prometam sustar toda
demanda, pois que, eu vo-lo digo, se não estiverdes de acordo neste mundo, será
muito difícil harmonizar-vos no outro.
E. 219 – P: Dissestes um dia que viria alguém que nos explicaria o que não
compreendemos.
R: Sim, e tal tempo está próximo. Não disse Jesus mesmo a seus Apóstolos
que mais tarde voltaria? Pois bem, é Ele quem deve vir, porem quando se der a
conhecer, talvez seja tarde demais, pois a alma estará excessivamente nas trevas e
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a luz que passará ante ela só a iluminará por um instante. Eu prometi que nenhum
de vós ou dos vossos ancestrais ficaria perdido. Entretanto, feliz aquele que terá
acreditado antes de ver, e infeliz de quem, tendo visto, não acreditará, pois seus
olhos não poderão mais tarde receber a luz e seus ouvidos não ouvirão.
E. 405 – Em breve, vos falarão de uma ciência nova. Vereis que o nosso
mundo foi privilegiado, pois temos traços que, longe de serem repelentes, tem
aparência de serem feitos a imagem de Deus, quando somos tão maus e
deveríamos nos assemelhar apenas a velhos horrorosos macacos. Deus está em
nós: a nossa alma é centelha Dele. E na sua grandeza infinita, Ele quis, também
criar o mal para lutar contra Si mesmo e permitir que a Luz chegue até nós. A nossa
alma tem ficado em estado latente e teria podido ficar nele mais tempo ainda, se um
gênio oriundo de outro planeta não tivesse vindo para estimula-la e projeta-la no
meio de um terreno de lutas e provas para faze-la avançar. Ninguém chegara ao
Paraíso sem ter lutado e vencido. Desde muito tempo vo-lo tenho dito: a colheita
será feita; o momento é chegado.
E. 238 – P: não somos (como) condenados a trabalhos forçados perpétuos? E
quanto sofrimento é preciso agüentar para depurar a alma e o coração, pois o
coração também precisa de se purificar. Quem é esse Consolador de quem fala
Jesus e que deve vir um dia?
R: Sim, Jesus mandará um Consolador, e O vereis todos. Mas quantos
desgarramentos antes que chegue, pois Jesus voltará, porém será tarde demais
para aqueles que não seguem o caminho do bem. Não lestes no Evangelho que
haveria choro e ranger dos dentes? Esse tempo ainda não está totalmente cá, mas
não está muito afastado. E preciso andar para o bem, que todos os atos possam ser
feitos à luz do dia, pois o mal está na sombra, e como há bastante na sombra, é
preciso lá por um pouco de bem. Vale dizer que quando façais um pouco de bem,
ocultai-o quanto vos seja possível conseguir, em lugar de pô-lo em plena luz.
Com. 164 –O MEM PHILIPPE, após aquela lição de modéstia, de incrível
humildade, ao dizer (E. 267) que atestava perante Deus não saber como amar ao
próximo, como a si mesmo, porém sim, mais que a si mesmo, isto é: já com
consciente altruísmo, esforçado, muito embora sem a plenitude de consciência e de
amor, que o MEM concebe ser privilégio do Cristo!
Progresso, desde a vinda do Cristo: no aspecto de real esforço de muitos
indivíduos, por viver o amor fraternal, ou de ser este intentado pelas grandes
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instituições humanas: N Ã O! é a terrivelmente realista resposta do Imperador –
Tornaremos a examina-la, na parte final do tema do Cristo! – Logo, o MEM aponta a
parte de culpa que cabe as Igrejas, e, – também – a possibilidade que os indivíduos
tem, independentemente das Igrejas, de se salvarem, e como. Até indica as
condições para curar: corpo e alma. E, ainda, o que os humanos fazem para impedir
que a Graça se salve! (E. 282)
Tanto no E. 282 como no 234, ressaltam: a intimidade do Divino Amigo, que
faz promessa ao MEM – e Este, então, aos humanos – assim como o contraste, que
deve ser meditado, entre a terrível responsabilidade que o MEM assume por nós,
endossando promessas perante Deus, e a exigência de, apenas, estendermos um
pouco aos estranhos, a humana tolerável benevolência que temos para os “nossos”
(?). Observe-se, de passo, como o MEM pedira a Jesus pela expansão industrial,
para maior fonte de trabalho os operários, e a promessa de emprego aos que lhe
ouvem as diretivas.
Logo, aponta o modo de se aliviarem mutuamente. Já o comentei antes:
magnetismo é dar de si. Por isso tem mérito e apoio.
É o começo da comunhão vital. Da transfusão, do que o ser humano mais
preza: a vitalidade física, a saúde, o bem-estar corporal. E o MEM indica as
condições morais, para o fazer. Observe-se bem a progressão das exigências, das
responsabilidades que o MEM aponta aos que vem; aos que já são seguidores, e
aos que perderão, ou perderam, a oportunidade. E, Carolei, isto é assim, cada dia,
em cada instante, para cada um. Será preciso repeti-lo sempre?
Nos E. 219, 405 e 238, observe, Carolei, isto: quem esforça-se em vida, pelo
Bem, tem o privilegio de poder perceber a luz, progressiva, porem demoradamente.
Os outros, terão um clarão fugaz, que, se não aproveitado para uma entrega e
reconhecimento instantâneos, não os salvara de ficarem nas trevas, para o novo
ciclo. E, com que eloqüente discrição mostra o MEM a que etapas de “velhos e
horríveis macacos” é o recomeçar da etapa! – A alma ficando “em estado latente”
indica bem que é uma criação nossa, no que a seu desenvolvimento concerne. E
que, “um Gênio vindo de outro planeta” mostra que Jesus (não O Cristo) é oriundo
de outro mundo, de outro corpo celeste, tendo, voluntariamente, aceito vir a este,
mais terrível como condições de vida, para nos ajudar. Até à colheita que é para
breve e da qual falaremos mais adiante.
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Agora veremos o outro modo; esse que, embora obrigação para todos, é
sentido como tal, ainda e somente, pelos que são mais amplos de mente e
generosos de coração.
JESUS O RESSUCITADO E O CRISTO COSMICO E SOCIAL
E. 817 – Ele foi pregado sem ter sido ligado previamente. A operação foi feita
em terra. As duas mãos foram perfuradas primeiro e os pregos entraram entre os 4º
e 5º metacarpos, em cada mão; pregou-se, logo, cada um dos pés, separadamente,
mas como um dos pregos atravessava partes moles, sem poder ser suficientemente
sustentado, tirou-se aquele prego, colocaram-se os pés um acima do outro, e
utilizou-se um prego só para ambos os pés. Não houve cavalete para suster o meio
do corpo. O golpe de lança foi dado à esquerda, atravessando o braço, o diafragma,
e a parte inferior do coração. Este ferimento somente bastava, para dar a morte que
foi cumprida desde que as palavras: “Eli, Eli Sabachtani?” (Meu Deus, Meu Deus,
porque me abandonaste?) foram pronunciadas. Elas apagaram os clichês ulteriores
de desesperança e de não-confiança no Pai, gerados pelos homens.
Com. 165 – A descrição minuciosa do procedimento da Crucificação, exposta
graças à percepção que o MEM tinha de todo o passado, é muito instrutiva. Papus já
divulgava parte da mesma, em uma de suas obras na qual certos termos eram
ressaltados, e que eu sempre apontara como ensinamentos do MEM, aos que nos
seguiam, muito antes de ser divulgada Sua doutrina que, agora esclarece publica e
mundialmente, a tantos! – É emocionante o contraste, alias, entre a realidade, que o
MEM nos aponta, e os erros que os humanos – geralmente com boas intenções -,
cometem até em relação aquilo que dizem prezar mais. Veja-se, por exemplo, o
caso que já comentei, daquele setor espírita que nega o real sacrifício da
Crucificação, alegando que o Salvador, Aquele que era, e disse ser “A Verdade e a
Vida”, enganara os humanos, colocando na cruz um boneco, um corpo ilusório!
Ilusória, sim, a esperança de tais ingratos, de serem salvos com semelhantes
desprezo e desconfiança, para com o cristo.
Por outro lado, temos as investigações feitas por “homens de ciência”,
católicos, ou para autoridades dessa Igreja, que mediante exames radiográficos e
outros, do Sudário de Turim e mais relíquias, pensavam ter podido reconstruir a
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efígie do Senhor e o desenrolar do Seu suplicio. E, que triste resulta, Carolei, ver
que a dor física era o que mais ressaltava nesses estudos, como se essa dor tivesse
sido a que tinha importância.
Quanta razão assistia o MEM ao nos adverti: “não devemos julgar aos que O
crucificaram, porque O fazemos sofrer muito mais, cada dia!”. – E, por atrozes que
fossem as dores da carne, no Crucificado, bem leves e breve seriam e são, ante a
dor permanente que, de todos os recantos e células do mundo, converge NELE!
entretanto, como estímulo a mais um motivo de reverencia, pelo Sacrificado, tais
estudos são meritórios e úteisN. 129. Emocionante é o fato, que o MEM nos revela:
por ter Jesus sofrido em carne própria, a desesperança do abandono, redimiu assim,
da mesma fraqueza, aos homens. Há tanto para meditar, em tudo isso!
E. 816 – Após ter estado sepultado e ter ressuscitado, o corpo de Jesus
deixou subitamente a Terra, por determinado processo... Após o desaparecimento
do corpo do Messias, o Espírito do Reino Mineral, disse aos pregos que serviram à
crucificação: “Que fizestes do corpo de Jesus?”. Mas, não puderam indicar o lugar
em que tal corpo descansava. – E o Espírito do Reino Vegetal, fez a mesma
pergunta a madeira, que tinha suportado o corpo do Cristo, e tampouco obteve
resposta, certa. O Espírito do Reino Animal fez também essa pergunta aos seres
que tinham nutrido aquele corpo; procuraram por toda parte, e não O acharam. – Foi
então quando os três Chefes dos Reinos da Natureza terrestre, pediram conta ao
Espírito da Raça de Israel, desse corpo que se não mais achava; e ouviu-se uma
voz que dizia: “Enquanto esse corpo não for achado, não poderás reunir o teu corpo
social; serás dispersados sobre toda a Terra, e não poderás voltar à Judéia, senão
quando for achado”... (PPS)
E. 407 – P: Que significam essas palavras: Ele será o primeiro ressuscitado
de entre os mortos?
N. 129 – No Brasil, onde as fontes de cultura católica são as mais difundidas, ler-se-á com proveito o interesse o estudo A Paixão de Cristo, de R. W. Hynek, obra de um medico, traduzida e publicada pela Editora Vozes, útil como argumentação contra os detratores do Cristo, bem como pela documentação que brinda, recapitulando os estudos de muitos médicos. Entretanto, a pág. 66, lê-se que o golpe de lança foi dado a direita, muito embora, na mesma pagina, o autor assinale que Teresa Neuman tem a ferida à esquerda, assim como alguns outros estigmatizados; não todos. Estados pois, evidentemente errada a parte que se refere a localização do lado em que o golpe de lança foi dado, pois que: entre a opinião do MEM e a das complexas analises de médicos que duvidam de tantas relíquias – como o citado livro mostra ficaremos, evidentemente com a do M. PHILLIPPE, Vale a pena examinar, na obra citada, a importância que dão ao suplicio material. Visão míope.
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R: Foram os profetas que predisseram isso, mas o Cristo não pode ser o
primeiro ressuscitado, já que não pode ter morrido.
E. 177 – P: Aquilo que esta escrito sobre a ressurreição de Jesus é, de fato,
verdadeiro?
R: Eu vos tenho dito amiúde que a terra não toma senão aquilo que deu.
Jesus não nasceu da carne; não podia, portanto, ficar muito tempo na terra a
que não pertencia. Como ele, houve também profetas, pois Deus não fez a lei para
um só de seus filhos, embora Jesus não deve ser posto em paralelo com os
profetas.
E. 489 – Todas as fibras do nosso ser devem ser purificadas pelo fogo; a
nossa alma deve atrair a si, a todas as almas do nosso corpo material, até que essa
matéria se torne fluida e que a reunião dessas almas só forme um todo. É por isso
que o Cristo, cuja corpo tinha vindo para a Luz, podia - a vontade - formar-se um
corpo no instante e no lugar que Ele quisesse.
E. 490 – A Terra é o Templo do Cristo.
E. 688 – (parte final, que complementa o E. 368) – Ele veio trazer a Luz as
almas, por azeite na lâmpada.
E. 178 – P: Que significa: “É preciso que bebas meu sangue e comas a minha
carne, para teres a verdadeira vida”?
R: Isso não vos devo explicar. Estaria acima de vossa compreensão.
E. 488 – O espírito de Jesus estendia se de fato por toda parte, mais era
preciso que seu corpo estendesse também (crescesse).
Com. 166 – A Terra tomando apenas o que dera, não podia reter o corpo de
Jesus, que fora feito com átomo do Sol, cousa que o MEM deixa entrever nos
diferentes ensinamentos citados, e outros que virão na segunda parte deste livro.
Ao dizer que não nascera da carne, confirma o “et incarnatus est de Spiritu Sancto”,
do citado credo. Mas o ensinamento é dado em modo tão curioso, que admite
muitos sentidos: nem Cristo nem certos profetas nasceram da carne; nem Um, nem
certos desses outros, podiam ficar na Terra por muito tempo, e – ou – foram
retirados dela. Meditar o E. 177, em todos os modos em que o místico medita, será
muito útil...
Veja bem, Carolei: o MEM PHILIPPE afirma que Cristo não podia ser
ressuscitado (E. 407), mas afirma que Jesus o foi. E, no maravilhoso E. 816,
ficamos conhecendo a responsabilidade de cada Reino, por cata átomo a ele
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pertencente; e por cada corpo que uma Raça recebe para encarnar uma alma dessa
Raça, ou nessa Raça. E, a partir desse Ensinamento, junto que os que lhe seguem,
descortinamos a maravilhosa lei da unificação progressiva:
Do átomo de divina Luz quem nosso coração reside, e que nos toca fazer
crescer (E. 488), é como poderemos ir chamando, e quando chama (até proporia o
duplo sentido para tal verbo!) a todas as almas que nos compõem! Almas dos
átomos e células que nos animam. Até as levar para a Luz, até fazer delas um todo.
Seria, então, o Reino do Cristo em nós. Estaríamos Cristificados, integralmente;
partícula por partícula. E miríades de pontos de Luz, viajando na Luz, com a
velocidade da Luz, levando Luz! – o que podemos fazer com a mente – pense, se
quiser, com a imaginação, Carolei – poderia se tornar realidade mais sensível,
porque mais completa. Tender, pois, com todas as força s da nossa alma, para a
Luz, para a purificação de cada fibra, até iluminar a própria matéria material, é o
caminho...
E, se a Terra é o Templo, o Corpo do Cristo – como o nosso corpo é o templo
da nossa alma –, então o problema é o mesmo, na dimensão adequada.
Porém, Carolei, temos que abandonar, uma vez por todas, as doutrinas que,
sejam apresentadas como filosofia ou como misticismo, retornam as vaguidades do
passado, ou as teorias especulativas do presente intelectual. Apenas. O MEM disse
que as horas são poucas. É preciso olhar a realidade como verdadeiros místicos,
isto é os que penetram no mistério da vida. E tal mistério, Carolei, deve ser olhado,
estudado, vivido, sempre de acordo com o que o próprio MEM nos ensinavam: “olhar
só para o passo seguinte”.
Perguntemo-nos, então, qual a relação prática, verificável, entre a vinda do
Cristo e o andar da Humanidade? Antes que eu procure responder a tal pergunta,
parece-me útil o ensinamento de um sábio e filosofo contemporâneo, de um místico
prático, o Dr. Hugh Schonfield, de cuja obra Com que Autoridade? Extraímos este
ensinamento:
E. 818 – o Espírito da época: “sem aventurar-se a dogmatizar, torna-se
evidente que certas diretivas são dadas ao pensamento humano e seus esforços,
em época adequadas; e que certos conceitos emergem em tempos mais favoráveis
para sua compreensão e disseminação. Uma noção ou convicção esta difundida,
quando busca, exige, e recebe, encarnação. Tal espírito (do tempo) pode ser bom
ou mau, e deve ser julgado convenientemente, mas seu surgir não parece depender
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só da vontade do homem. Determinadas épocas são mais significativas que outras,
e podemos, para ser breves, dizer que caracterizam-se pele notável rapidez ou forte
ímpeto que as distinguem (em determinado sentido)...
“devemos acreditar que a nossa época é uma dessas: crítica. O Espírito do
nosso Tempo, é principalmente o espírito da UNIDADE. Ele grava-se em
muitíssimos dos nossos labores e pensamentos. Tecnicamente, esta fazendo do
nosso mundo um todo, devorando distancias, ligando os confins da Terra pela
imagem pelo som; apagando as distinções entre tradicionais áreas; as isoladoras
superstições dos povos primitivos; os setores e as regiões geladas; nivelando
classes, semeando conhecimentos, difundindo comércios e industrias. Socialmente,
a tendência e de comunismo ou coletivismo, com movimento de massas, de
controles unificados, e de consciência nacional mais acentuada. Na esfera política,
são as manifestações de absolutismo estatal, de geopolítica e domínio mundial, e,
por outro lado, a procura de um governo mundial por meio de progressiva
coordenação internacional. Na religião, também um sentir de unificação ou
integração, impera...
“Exatamente como, há dois mil anos antes, na Cruz, chegara o tempo de se
indicar o ponto de encontro dos homens, como indivíduos, assim hoje, chegou a
hora de especificar-se o ponto de encontro dos homens, nas suas relações grupais.
Então, um Cristo, uma nação-Cristo, é necessárias... Tendo a certeza que, enquanto
a visão de uma nação- mártir, se nos afigure absurda e impossível, nunca haverá
uma nação cristã. – Precisamos, pois, um povo pronto a sofrer pelos demais povos,
para que, através do seu surgir desde a morte, possa ser espalhada sobre a Terra
uma nova graça de Pentecostes, em vivas línguas de fogo purificador...”
Com. 167 – Agora temos, Carolei, todos os elementos para compreender: o
individuo não progride espiritualmente, não se ilumina realmente, se antes não se
unifica. E isso, conseguir-se-á, somente, pela harmonização, pelo esforço de todos e
pelo sacrifício voluntário de alguns, os mais compreensivos, pelos demais. A Lei é,
que o superior sempre desce, trazendo a luz ao que ela aspira, e abrindo-lhe o
caminho, como vimos que Cristo fizera, por meio de Jesus.
Temos então que tomar a fazer, a pergunta que tanto nos entristecera ao
MEM (E.282): Tem-se feito algum progresso desde a vinda de Cristo? – O MEM
respondeu: não! E comentei que, de fato, voluntária e conscientemente, aspirando
ao Bem, e por Amor, nem homens isolados, em numero ponderável ou em modo
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sublime; nem as instituições humanas responsáveis pelo progresso coletivo, como
sejam: os Governos e as Igrejas, respectivamente sedes do Poder social e da
Autoridade moral, ou espiritual se a conservassem, tinham procurado realizar o
Cristo Social.
Porém, Carolei, o que vem precisamente, demonstrar a grandeza do Cristo, é
o fenômeno que iremos ver agora. Cada Revelador traz, como vimos em
ensinamentos anteriores, um livro “escrito do outro lado”, que “um Povo” deverá
conduzir. Mas, socialmente falando, o fenômeno é observável em modo mais
concreto. Cada Revelação dá nascimento a uma teologia, uma filosofia, e uma
posição do povo, em geral, diante da vida. O conjunto das ações e reações que tais
fatores, operantes nas esferas da alma, da mente e dos interesses materiais,
respectivamente, conseguem realizar, é a civilização, típica e correspondente, criada
por aquela Revelação. E, como bem dizia o Dr. Schonfield, a “encarnação”, que a
idéia, o ideal, difundido nos diferentes níveis do povo que a recebe, realiza. E, ao
realizar tal encarnação, o citado Povo realiza a parte que pode e como pode, da
lição que lhe fora outorgada sob forma de Revelação, e transcrita por Ele, povo, dia
após dia, em fatos de vivencia, que são essa civilização.
E quem disse, então, que o Cristianismo fracassou? E que a vinda do Cristo
não nos trouxe progresso? Qual era a característica da Sua Revelação, da Sua
Missão? As verdades cósmicas, e as androgônicas, que deu, já eram, senão
divulgadas, conhecidas pelos povos antigos. – A tremenda e profunda lição do
Buddha, já tinha provado a existência e a razão da dor, bem como o único meio de
fugir, de se evadir, dela, por morte do desejo.
Mas, agora O revelador do poder do Amor, vem e nos diz: não adianta fugir!
Salvar-se sozinho, nem resolve, nem é transcendentalmente falando, possível.
Somos todos solidários. A Lei amar-se. “Ide, e realizar isso”. (Estas ultimas palavras
não ditas por Ele; eu as digo, porque são o que a Sua Missão, e Vida e Doutrina
significam e apontam. – provem e exigem.) – Nesses vinte séculos, é bem verdade
que, nem indivíduos nem agrupamentos procuraram realizar, por amor, o seu
ensinamento. – Mas, por bem ou por mal, ou seja – querendo ou não, a sabendas
ou às apalpadela, foram realizando o que Ele mandara. Em parte, pelo menos:
Já, o individuo nada mais é. Já, o individualismo fracassou e tornou-se
impotente. Adquirir o cigarro que mais nos agrada, não é questão de querer. É
preciso que haja “divisas de importação”. É preciso, para que eu – o mínimo
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individuo – possa adquirir um objeto quase insignificante, que a balança coletiva: o
equilíbrio comercial das exportações e importações entre meu país (milhões de
células humanas – terrestres) e outro país, esteja ativo, e harmônico. É preciso que
a circulação, de mercadoria e de vidas, tenha sido mantida. A lei da vida coletiva, a
lei da necessidade construindo o que o ausente Amor não fizera. E, por toda parte,
sob todos os modos, a união surge, em todos os níveis, formas, magnitudes e para
toda as finalidades: do sindicato de gangsters até as associações comerciais: dos
clubes desportivos aos recreativos: das ligas culturais às religiosas: para cassar e
pescar, para viajar ou comerciar: para estudar ou ensinar: para pregar ou governar:
tudo é tratado, tudo cooperativa, sindicado, liga, associação, federação! Bloco de
Nações: e Nações Unidas!
Os problemas já não são, nem tem soluções, nacionais: os internacionais o
são na escala mundial, e são invadidos, cada vez mais, pelos interplanetários. É a
cristificação pela força. Não pela força da violência imposta pelo Céu. Senão pela
força da Necessidade Humana, vil sucedâneo, mas sucedâneo enfim, do que devera
ter sido pelo Amor!
O povo judaico, vítima involuntária, mas participante sofredor, desse processo
unificante mundial, volta a Terra Hebréia. Mas, se o Povo Sofredor Involuntário esta
perto (faltam umas, terríveis) do fim das suas tribulações; se a Humanidade já sente
e proclama, pela boca de porta-vozes tão importantes, como são: Chefes de
Governo, Blocos numerosos de Parlamentares (britânicos, no caso) e dos
economistas e dos cientistas do talhe dos Einstein e dos Schweitzer, que o
mundialismo, o governo mundial e a única solução possível, então, Carolei, estamos
jamais perto da solução do problema.
É verdade que continua a um nível da Necessidade e do Temor, em lugar de
ascender ao da Aspiração e do Amor! Então esta realmente falando, como dizia
Schonfield, o Cristo; melhor dito: uma Nação-Jesus, que venha sacrificar-se
voluntariamente para fazer o Cristo social. O velho sonho, já apontei ao falar dos
misteriosos Rosa-Cruzes Místicos (RCM), que queriam fazer da Terra, da
Humanidade, um diamante, cujas facetas estivessem unidas, para refletir a sua Luz:
a do Cristo!
Então, essa Republica dos Cidadãos do Mundo, gerada como Nação
Servidora e criada como Nação de Sacrificados voluntários, como Nação-Mártir-
Consciente, se preciso for, pode ser um ideal digno, para os que compreenderam o
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expus acima: que o Cristo Social, não vira sem o nosso esforço, de todos! Que a
Cristificação da Terra, ou seja: de todos os Reinos que a povoam, só esta
dependendo da decisão humana! Os demais Reinos fazem o seu dever: o mineral
alimenta o vegetal, o vegetal ao animal e, este é criado e morto para nutrir aos
homens! E o homem: a quem nutre? por quem se sacrifica? a quem se une, para
cumprir a Lei?
Lembremo-nos do ensinamento do Mestre: O Cristo, pensamento de todas as
coisas!
Basta contemplar o desenho desse pequeno Ser, cuja missão é auxiliar as
funções vegetativas das arvores, para perceber que, de fato, o Cristo e a sua Cruz,
estão gravadas no âmago de tudo.
Mas, a revelação de tal imagem, e a emoção que isso permite, é tão dura de
produzir no homem, indiferente e separatista, ignorante e petulante!
Por isso, Carolei, deixaremos à sua meditação: o símbolo da Republica dos
Cidadãos do Mundo, como um exemplo, possivelmente o melhor, do que se pode
fazer para viver o exemplo de vida coletiva terrestre, sobre bases racionais e
místicas, o mesmo tempo!
E, o pequeno Ser, que nos dá, a todos, uma lição que deveria nos estimular,
ou nos envergonhar, tão profundamente, que a emoção que faz surgir a Cruz
gravada no âmago do nosso coração, nos lançasse, definitivamente, em meio os
que lutam pelo Cristo Social!
Possa, então, a meditação desses dois símbolos levar, a cada um, à escolha
do caminho que mais afinidade tem, com o seu momento interior: ou o mais místico,
no qual a superação própria ocupa maior esforço; ou o servir coletivo no qual este
último predomina. Porém, na Via Cardíaca, ambos devem permanecer unidos
sempre!
D. 6 – Escudo da Republica dos Cidadãos do Mundo. Ao centro, sobre o fundo vermelho, que, com o branco, reúne as cores do sangue humano, igual em todos nós, vê-se o esforço do Homem por fechar o Circulo da Unidade Mundial: o Cristo Social...
Fig. 6
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V. 18 – “Alguns há que reverenciam a Cruz... não sei se conhecem o drama do Calvário. Mas,m vi um deles chorar aos pés da pequena Cruz, feita do ramo do pinho, depois jogava sobre ela seus “cabelos” abraçado-a contrictamente... (visão de 12-7-57) Quando, Carolei, procuraremos viver, pelo menos um, dos modos!? N. 130 (N.130)
O Muito Excelso Mestre e O ESPÍRITO SANTO
Com. 168 – Não me será possível ser muito explicito, Carolei, sobre este
tema, já que o MEM, como veremos nos Ensinamentos do tema, limita as Suas
próprias explicações. Vejamos como:
E. 29 – Todo pecado será perdoado, ate para com Deus, mas não a blasfêmia
contra o Espírito Santo. Perdoar a quem nos prejudica, é semear nele o germe que
um dia produzira o arrependimento e o retorno ao bem.
E. 307 – Estão dito no Evangelho: “Quando ofendeis a Deus podeis ser
perdoado; mas ai daquele que ofende ao Espírito Santo!” Vós todos, aqui presentes,
N. 130 – Os Ensinamentos do tema “O CRISTO” tem a origem seguinte: de PAPUS: E.1 (Manuscrito); E. 809, 810, 812, 814, 815 e 816 (Traité Elementaire d’Occultisme et d’Astrologie, págs. 146 e segs.). – Da 5ª edição francesa de Lê Maître PHILIPPE (diversas fontes): E. 4, 688, 689, 690, 691 e 817. Este ultimo já parcialmente empregado por Papus, na obra supra citada. – Das Sessões de Lyon, citadas no I Vol., e ocorridas entre maio de 1893 e novembro de 1895: E. 1431, 145, 177, 178 (que falta na 5ª ed. Francesa), 219, 234, 238, 245, 264, 267, 282, 378, 395, (este, já publicado na 4ª ed.francesa, assim como na 5ª (a pág. 144 desta ultima), acha-se completado, na 5ª ed.francesa, pela publicação integral da Sessão de 28 de novembro de 1895, que se completa com a de 1 de dezembro, desse mesmo ano, que reproduziremos em outro tema; ainda das Sessões de Lyon: E. 401, 405, 407, 408 (similar ao 378 do I Vol.). – De Lumiere Blanche: E. 478, 479, 480 (contido no 521), 484, 487, 488, 490. – Da Biografia de Marc Haven: E. 521 (que inclui e completa o 480), 521, 534. – De By What Anthority: E. 818, a págs. 106 e 107 desse notável livro do Dr. Hugh J Schonfield, Fundador da Republica dos cidadãos do Mundo, Labor iniciado em 1938 como “Movimento da Nação-Servidora” e, hoje, plenamente difundido. Agora espero, Carolei, que lhe seja mais fácil perceber por que os reais místicos, que sempre são os que agem e realizam, porque eles possuem: fé, entrega e capacidade de sacrifício, preferem, a qualquer outra modalidade “mundialista” (das quais muitas são puramente teóricas, filosóficas ou emaranhadas nas rédeas de organismo governamentais eivados de interesses nacionalistas, essa modalidade da Republica dos Cidadãos do Mundo, por ser a única que não somente foge a toda tendência ou influencia nacionalista de algum governo existente, senão que oferece a dupla vantagem e característica seguintes:
a) Seu caráter prático, de Povo Mundial, ao nível de Nação soberana. b) Seu caráter místico, de Movo Mártir, ao nível de Nação servidora.
Toda informação e material, relacionados com a R. C. M., podem ser solicitados a caixa Posta 4028, Rio de Janeiro, D. F., ao seu Oficial de Informações e Relações Publicas, Dr. Carlos André Bonoiv Comissionado da Comunidade no Rio de Janeiro, Prof. Mario Teles de Oliveira.
Fig. 7
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gostaríeis de saber como se pode ofender ao Espírito Santo. Porém tendes lido que
os próprios anjos ignoram certas cousas. Não precisais pois saber e nem estais
perto de tal saber.
E. 601 (parte: o resto é relativo à Virgem) – O Espírito Santo é a irradiação da
Divindade, Irradiação que pode penetrar tudo que o Pai criou pelo Seu Verbo,
Irradiação que testemunha a Presença de Deus... Espírito Santo, Que nunca Se
encarna, mas Que pode manifestar-Se em muitas criaturas encarnadas, quando elas
respondem às condições exigidas.
E.604 – “o pecado contra o Espírito Santo, do qual falam os Evangelistas (“...
mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste
século nem no futuro”) (S. Mateus XII – 32; S. Marcus III – 29; S. Lucas XII – 10),
não pode ser cometido senão com conhecimento de causa. Que isto sirva de
consolo para os que ignoram o que seja, e, se são sábios, não procurarão saber em
que consiste, porque então tornar-se – iam suscetíveis de nele sucumbirem;
entrementes a ignorância os preserva. (É um pouco como a fruta da árvore do
Jardim do Éden.)
“Alguns pensaram ter achado uma explicação em S. Mateus, II – 30: “Jesus
falou assim porque diziam: ele esta possuído por um espírito impuro”. Mas, isso
está profundamente errado. Na Epístola aos Hebreus de S. Paulo VI – 4 a 6, esta
dito: “Pois é impossível que aqueles que foram uma vez iluminados (esclarecidos),
que provaram (gostaram) do dom celeste, que participaram do Espírito Santo, que
provaram (gostaram) da boa palavra de Deus e das potencias (virtudes, maravilhas
do poder) próprias do século vindouro (idade messiânica, era ou ciclo nascentes) – e
que (no entanto) recaíram – sejam ainda renovados e trazidos a arrependimento, já
que eles crucificam, na sua parte (e novamente) ao Filho de Deus e O expõem ai
vitupério (ou publica ignomínia)”. – E, mais adiante, na mesma epistola, X – 26 a 29:
“Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento
da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma pavorosa
expectação do juízo, e o ardor de um fogo que devorara aos rebeldes. – aquele que
violou (quebrantou) a lei de Moises, morre sem misericórdia, (só) pela palavra de
duas ou três testemunhas; de quanto pior castigo pensais serás julgado merecedor,
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aquele que pisoteou ao Filho de Deus, que considerou como profano o sangue da
Aliança, pelo que foi santificado, e ultrajou ao Espírito da graça?” N. 131
E. 772 – Para adquirir os sete dons do Espírito Santo, é preciso purificar-vos
dos sete pecados capitais;
Se tivermos Fé, oraremos com tanto ardor, que tudo obteremos do Céu. É
grande felicidade que a não t3enhamso, porque as culpas que cometeríamos nos
pareceriam excessivamente graves.
Entre os sete dons do Espírito Santo, estão: a sabedoria, a inteligência, a
ciência, a piedade, o temor de Deus.
E. 773 – O Espírito Santo veio com Jesus-Cristo sob forma de Luz Intelectual.
E. 774 – Todo homem encontrará, um dia, a quem o batizara em Espírito.
Terá então o direito de acesso ao Céu, purificado e tendo esquecido tudo.
Com. 169 – Sarva OM! Tudo é Divino! N. 132
O Muito Excelso Mestre e O REINO (Espiritual)
Com. 170 – Lembra-se, Carolei, de Chapas preferindo que morres a filhinha
dele, e não uma mãe de família? Lembre-se do E. 348 (pág. 66 do II Vol.), onde o
MEM nos dizia para agradecermos as adversidades, fazer exercício disso; não ser
moralmente preguiçoso; expulsar orgulho e maledicência; cumprir as promessas,
feitas a nós mesmos ou a Jesus, pelos esforços de superação, suportar as
adversidades, com coragem, para que o MEM nos considere Seus irmãos; e não
acredita na moral banal, convencional, aparente, nem nas confissões “de ultima
hora” para nos garantir um imerecido Paraíso? Agora veremos novos Ensinamentos,
sobre: como chegar ao Céu... ou pelo menos a um Paraíso:
E. 678 – (Uma pessoa de idade avançada pergunta) – Apesar da minha
idade, gostaria de viver pelo menos cinco anos ainda?
R: Ninguém foi mais jovem do que vós. Do outro lado, não se é mais velho do
que aqui, já que se renasce. – A religião nos diz. Que, se se fez o bem, passa-se um
N. 131 – Procurando “dar” o mais possível, entrosei as versões da Bíblia usada por Chapas, a
versão critica católica (Bover-Burgos), págs. 1580, 1977, etc., e a versão protestante da Soc. Bíblica do Brasil (1950), por meio de termos sinônimos entre parênteses, ou escolha de trechos melhores.
N. 132 – Origem dos ensinamentos do tema “O ESPIRITO SANTO”: E. 29: M. P. – E. 307: S. Ly., 21-6-1894. – E. 601:, 604: Revelations. – E. 772, 773, 774: diversas fontes, da 5ª ed. Francesa.
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momento no purgatório, e de lá para o Paraíso, notadamente fazendo uma boa
confissão e derramando algumas lagrimas. Não há nada disso… É totalmente
necessário calcar a si mesmo debaixo dos pés e amar ao semelhante como a si
mesmo. Está escrito: “Do teu coração farei um tempo; orna esse templo, para que
dele faça minha morada”. É preciso cultivar o terreno, lá plantar arvores de
esperança para colher os frutos da Fé. Acreditamos possuir Fé, mas, logo que
aparecem as adversidades, dela nada fica. Está escrito também: “Aplaina o
caminho, porque o Senhor ira passar por lá”.
E. 399 – P: E o que é o Céu?
R: O CÉU esta no teu coração. Assim esta escrito: “Edificarás o teu templo
para que o Senhor nele penetre”, pois há em nós uma chispa da alma que é a luz, e
essa Luz, é Deus: para que esta Luz nos ilumine completamente, é preciso
abandonar ao próprio eu.
E. 400 – P: Mas se tivéssemos essa caridade, se amassemos ao próximo como a
nós mesmo, não se poderia mais viver sobre a Terra
– Por quê?
– Porque, vendo sofrer tanto ao semelhante,m não se suportaria a visão de todos
esses sofrimentos que já tanto nos afligem com relação a nós.
R: Sim, mas o orgulho... Bem tereis de confessar que cada um tem um
pouco, mais ou menos. Não façamos juízo sobre ninguém, pois Deus no julgou e
não julga. Quereis que vos diga o que é o Paraíso, que não é o Céu? Quando
tiverdes dado ajuda ao próximo e tiverdes aliviado penas, chegou a vossa vez de
pedir e sereis ouvidos. Eis o Paraíso. Compreendeis?
E. 167 — Todos quantos vos achais aqui não ireis ainda para o Paraíso. Se
eu soubesse, aliás, que iríeis e se Deus me tivesse dado algum poder, eu vos
impediria de ir, até que viésseis buscar, entre os vossos irmãos, os que não estão
prontos para ir. Não devemos entrar no Céu, uns sem os outros. Deveis estar
lembrados que vos prometi uma surpresa. Pois bem, está próximo o tempo em que
a tereis. Aqueles a quem falta pão e trabalho, te-los-ão.
Com. 171 — Por que desejar viver mais tempo, se se viveu intensa juventude
e se teve espírito jovem por longos anos? Teve-se ótimo quinhão! - Nada disso: não
depositeis esperanças em promessas vãs! — Contai, antes, com o vosso esforço.
Se dissermos, Carolei, isto: aplaina porque (motivo moral e místico) e para que
(condição exigida) o Senhor. . . etc. acho que fica claro, tudo. E a seqüência dos E.
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678, 399, 400, torna-se iluminada por outra luz. Paraíso que não é o Céu: paraíso
prometido aos que cumprirem com determinados esforços, sem por isso terem
chegado às condições para não mais voltarem das “regiões do Pai”... por isso falei,
no Com. 170: ou pelo menos a um Paraíso. E, logo, com sua energia habitual, o
MEM adverte que não se deve ir, nem procurar ir, então, para o Céu, “uns sem os
outros”. É a Lei, justa para irmãos: filhos do mesmo Pai. E, a parte final do E. 167
(que não está neste tema, na 5ª edição francesa) é bem clara: para ir ao Paraíso,
será preciso, antes, que: aqui na Terra, os que têm o poder material outorguem pão
e trabalho aos que deles carecem. A que Paraíso poderiam pretender acesso,
aqueles que nunca se importaram com a miséria ou a necessidade alheia? Daí a
frase do Ritual da Igreja Expectante: “um devoto que não comparte, é um hipócrita,
etc…”. — Parece que o MEM entendia a Comunhão assim, também!
Vejamos agora, como Ele adverte aos que não cumprem com a ajuda e o
aliviar de penas, até nestas “horas poucas”…
E. 310 — Não, o ciúme não entra no Céu, nem muitas outras cousas ainda.
Se eu tivesse algum poder, como supondes, vos atesto que nenhum de vós entraria
no Céu se não amasse ao próximo como a si mesmo.
E. 311 — P: E como se deve fazer?
R: É preciso não ter personalismo. Quando ides a um bom confessor ele vos
diz: é preciso orar muito para elevar a vossa alma e pedir sempre a Deus. E que
fazeis quando orais? Pedis para que não tenhais atribuições e para que tenhais
sempre o que precisais. Pois bem, permiti que vos diga que chamo a isso maldade,
preguiça, e a preguiça não entra no Céu. Há dez anos não vos teria falado assim,
mas os tempos estão no fim, e já quase tarde demais. Que aquele que fez o bem
faça o bem, que aquele que fez o mal faça o mal, pois aqueles que não acreditarem
agora são os mornos. Para se chegar ao bem será preciso tudo conhecer, e mais
vale não ser que não ter feito aqui nem o bem nem o mal.
E. 144 — P: Por que diz o Evangelho que muitos, dentre nós, não morrerão?
R: A. morte só é aparente. É uma transformação apenas para o corpo.
Vamos, todos os que têm fé nas palavras do Evangelho, em rebanho para a luz; ai
do que não quiser, porém, ver nem ouvir, do que rejeitar as palavras do Cristo: esse
morrerá, isto é, ficará para trás, nas trevas, a milhares de séculos, sendo obrigado a
esperar novas gerações.
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E. 491 - Está escrito, efetivamente: “Há os que não morrerão, sem terem visto
o reino de Deus voltar com potência”. - Com potência, sim, mas não com esplendor.
Com. 172 — Fustiga fortemente, agora, o MEM: chama de maldade e de
preguiça a esse estado de pieguice egoísta tão comum e, além de confirmar que,
nem isso entra no Céu, nem nele se entra com isso, alerta para o pouco tempo que
fica, lembrando, como em temas anteriores, que são trevas por milhares de séculos,
isto é: todo um novo ciclo de vida, desde os estados mais rudimentares, o que
espera aos “rebeldes, mornos e indiferentes”, que verão o reino de Deus chegar,
não com o esplendor da Luz para os bem-aventurados, senão com a potência
destruidora, a da ‘limpeza” de fim de era, quando os tempos são fechados. —
Julgamento, conta nova; mas muitos, em lugar da vida eterna ascendente: em
rebanho para a Luz, lutarão por novos corpos em antigas condições, isto é,
recomeçarão toda uma época planetária, como um aluno que ficou reprovado. É
muito pior do que condenar-se, a si mesmo, a viver na miséria (material e espiritual),
após ter tido vislumbre de boa condição em todos os planos.
E. 98 — Entre o Homem e os anjos está Deus, porque Deus está em toda
parte. Em toda parte, porém, estão também os deuses e, entre eles, existem alguns
que pensam ser muito grandes e não são nada.
E. 515 — Deus nos tem dado um reino que é bem nosso. Nós trabalhamos
pois para nós, para nós mesmos, embora seja para ele.
E. 457 (parte) — “O Reino de Deus bem que está em vós, mas não estamos
no Reino de Deus.”
“O Paraíso está sobre a Terra, é o pleno conhecimento, está no Paraíso
aquele que atingiu a sua plena liberdade.”
E. 494 — Nos mundos superiores, o riso não existe, nem os prantos; só há o
sorriso.
E. 220 — Ninguém entrará no Céu sem antes ter pago as suas dívidas.
E. 95 — Somente os fracos entrarão no Céu.
E. 13 — Três coisas são necessárias para se ir ao Céu: amar ao próximo
como a si mesmo, ter pago sua dívida e perdoar a outrem.
E. 17 — Todos os preceitos se reduzem a um só: ninguém entrará no Céu
senão quando nada lhe custe. Enquanto algum ato a cumprir, possa causar-lhe
qualquer mágoa, não estará pronto.
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Com.173 — Dando, como sempre, a parte transcendental também, na forma
velada embora aparentemente clara, o MEM resume todo o problema, assim: entre o
Homem: singular, para mostrar que é a consciência individual, que joga, e os anjos,
que nos ajudam, está Deus, a quem esquecemos, logo que possuímos umas noções
técnicas, ou mais próximas, e, indo contra sua Lei. Sem a noção-primeiro, e a
percepção, mais tarde — da presença de Deus, em tudo, não podemos progredir
muito. E, em toda parte: da Terra e dos Espaços, estão os Deuses: os que forjamos
e que se interpõem entre nós e Deus, como o deus-dinheiro, o deus-eu-mesmo, a
deusa-técnica; etc.... que nos parecem deuses tão poderosos, e que são meras
superstições ou pretensões, que nos levam à perdição; também estão “os deuses”
menores: os que nós fabricamos, ou que, pelo menos, aceitamos como onipotentes,
já que neles confiamos totalmente, esquecendo assim ao Deus único, o único
Senhor dos nossos espíritos e destinos. Tais deuses, por grandes que pareçam
devido ao culto local ou temporário, na realidade nos afastam de Deus-mesmo, e,
portanto, do cultivar de Deus em nós, nesse reino que é bem nosso, já que somente
nós podemos governá-lo na direção que escolhermos. Todo esforço moral ou
espiritual é trabalho para nós mesmos, embora para Ele, já que realiza Seu Plano.
Já apontei (págs. 21/22, II Vol.), que deve-se chegar a não ter nada mais a
pagar, nem a seres, nem a cousas, nem a Anjos, nem a Deuses! – A isso, chama o
MEM de “ter pago a sua dívida”; estar quite, para com tudo, e com todas as formas
(dos átomos aos deuses) às quais devemos ter existido, recebido estímulos das
mais diferentes espécies e de todos os níveis. É um tema de meditação infinito, do
qual decorre um esforço infinitamente rico já que aplicável a tudo, em cada instante
e lugar!
Por isso, em certo ensinamento, diz o MEM que só os fortes, entrarão no Céu:
é a etapa da luta “até à morte”... da pessoa, do personalismo, do egoísmo, da
indiferença e da rebelião. E, só os fracos entrarão: aqueles que levaram a força, o
esforço moral, até à entrega, o reconhecer da própria inanidade: nada ser e nada
valer; e até o abandono nas Mãos do Pai.
Mas, não bastará um abandono-preguiça, nem um abandono-comodidade. É preciso
um abandono-confiança, durante o amar ao próximo como a si mesmo, durante o
esforço por reparar, por compensar, por aplainar, tudo quanto devia-se a seres e
cousas, e por não criar novas dívidas, pela reiteração dos mesmos erros.
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E, perdão de tudo, a todos. Então, aponta-nos o MESTRE, haverá um sinal
infalível, para sabermos, no âmago da consciência, se estamos prontos... ou se nos
achamos ainda longe de está-lo.
Basta fazer a lista de quantas cousas nos custam: esforço, magoa, dor,
relutância. Sendo a dor apenas o fenômeno alertador, produto da nossa resistência
para com algum fenômeno natural isto é: decorrente da Sua Lei, intensidade e
número das nossas resistências, ante qualquer ato a cumprir, podemos medir o
nosso nível de imperfeição, e, cousa mais útil, aplicativamente, descobrir, um por
um, todos os pontos a serem trabalhados.
Acho indispensável ressaltar, Carolei, que todos os Ensinamentos do MEM
devem ser olhados, meditados e aplicados, em função do E.17, que é a chave-
mestra, a pedra de toque, para a realização daquele “ponto único” da modelagem-
têmpera. N. 133
* * *
O Muito Excelso Mestre e A VIRGEM
Com. 174 – Sobre este tema, tão raramente bem compreendido, tanto pelos
devotos deste ou daquele culto ou dogma, como por muitos ocultistas, inclusive os
que chegaram a confundir o Espírito Santo e a Virgem, ao quererem fazer de ambos
uma mesma “terceira pessoa” da Trindade; ou os que nada entenderam da Função
Cósmica da Virgem, e por isso a suprimiram, descendo ao estado de “órfãos de
mãe”..., serão interessantes e úteis os ensinamentos que seguem:
E. 785 – Deve-se orar à Virgem. Ela predomina sobre todas as mulheres.
E. 786 – Ela não pertencia ao mesmo “apartamento” que N. S. Jesus Cristo.
E. 602 – “... A Virgem é, não a Terceira Pessoa da Trindade, mas sim a
Primeira das Criaturas fora da Trindade. Entretanto, Ela está no Mundo
divino...Deus-Pai, é o Poder Criador; Deus-Filho, é a Ação Criadora. O Pai cria pelo
seu Verbo, parte integrante Dele-mesmo. O Espírito Santo é a Irradiação... – Cada
uma dessas Três Pessoas da Divindade é Uma com as Outras Duas, e as Três
N. 133 - Os ensinamentos do tema “O REINO”, têm a origem seguinte: M. P.: E. 13, 17, 95 e 98, assim como o 457, que também provém de L. B., da qual temos ainda: E. 491 e 494. – Das Sessões de Lyon temos: E. 144, 167, 220, 310, 311, 348, 399 e 400. – Da B. M. H. é o E. 515. – Das Sessões de Lyon (5ª ed.) o E. 678. – Todos eles são (como sempre que não indico o contrário) palavras diretas do MEM recolhidas diretamente pelos autores das diferentes obras ou documentos, citados.
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formam Um. Mas essa aritmética é um tanto árdua de se assimilar, para os nossos
cérebros tridimensionais.
“A Virgem: Ela, é a Natureza, ou antes: a Criação inteira, e a Sabedoria é a
Chispa Divina que constitui a Alma superior dessa Entidade maravilhosa, que é a
Virgem Universal...“
“A Sabedoria, que era antes que a Criação fosse (Provérbios, cap. VIII), não
podia ser senão em Deus, porque essencialmente abstrata, e foi Ela que Deus deu
como alma, como Chispa Divina, à Santa Virgem (cósmica). Assim pois, é Ela, no
Mundo divino.“
“Essa Virgem Universal, por ordem do Seu Criador, tomou um corpo, um
corpo de mulher, pois que Só a Virgem Universal, Rainha de todas as criaturas, Pura
em Sua Essência, podia dar um corpo e servir de Mãe ao Verbo, encarnando-se
para Se revelar aos homens. – A Santa Virgem, Mãe do Nosso Senhor Jesus-Cristo,
é pois de fato uma encarnação da Virgem Universal, mas não do Espírito Santo,
Que nunca Se encarna...”
Com. 175 – Devo agora frear-me, Carolei, para não começar a entoar Loas à
Divina Mãe, na forma em que o vivo quando me ponho na tônica oriental, na desse
Oriente onde a Virgem Cósmica foi tão bem sentida, e tão reverenciada, sob os
Seus Múltiplos Aspectos, tão inumeráveis como a própria Vida...e, muito
especialmente, no Seu Aspecto que mais devemos reverenciar: a Divina Mãe
Providência, cuja diferença em relação ao Verbo Criador ressalta no Ritual
Expectante:
“... O Teu Universal Pensar, mantém vivo o mundo; e a Tua Faculdade
Criadora, Divina Mãe Providencial, é a Cósmica Energia que realiza sua existência,
assim como tudo se cumpre para quem segue as Suas sábias Leis!...”
Já vimos, Carolei, o emocionante (e que termo pobre, ainda!) papel da Virgem, ao
plasmar, com uma lágrima, o Anjo protetor do Eleito (pág. 53 do I Vol. E Com. 1, a
pág. 22, do II).
Veja, também, a pág. 47 do I Vol., o que essa mesma Virgem Compassiva,
tomando uma oração dos ancestrais, fez como milagre ao permitir que as duas
velhas tivessem que aprender: a gratidão e o amor! – E, ainda, a pág. 73, a
recomendação de Sédir: “rogai à Virgem e Ela apresentará a vossa súplica ao seu
Filho, que a aceitará”. – É a Missão intercessora da Virgem Providencial. – Assim,
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tornam-se muito claros os Ensinamentos como a recomendação do MEM (E. 785) e
como esta outra, de Chapas:
E. 539 – A Virgem é o estribo do Céu. Ela ora continuamente pelos homens.
Com. 176 – Carolei: Você poderia fazer o favor de lembrar que Chapas, Sucessor do
MEM, era aquele que, diariamente, estava na Presença do Espírito Santo? Ajudá-lo-
ia a meditar no valor excepcional do que nos Transmite: agradeçamos novamente! N.
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* * *
O Muito Excelso Mestre e OS ANJOS E GUIAS
Com. 177 – Seja qual for a posição que Você, Carolei, tenha tomado quando,
nos volumes precedentes e neste, achou figuras de Anjos, ou frases do MEM
PHILIPPE, ou de terceiros, relativas aos Seres sutis da Vida, crio que este Tema
ser-lhe-á de elevado interesse.
E, de acordo com as considerações que já fiz, quando falamos da famosa
“inquietude mental”, penso que para tornar mais úteis, mais fáceis de aceitar, ou
compreender, certos dos ensinamentos do tema presente – e de muitos outros que
virão – era interessante lhe dar, uma vez por todas, um resumo do que os humanos
já estabeleceram sobre “as duas facetas da Vida”: o lado visível... com os olhos de
carne... e o lado invisível, ou seja: o que é deslumbrantemente visível para os olhos
da alma!
Aliás, tenho a certeza de que: os dados que vou lhe proporcionar irão
esclarecer diferentes ensinamentos e que, reciprocamente, algumas afirmações
“tradicionais” da Angeologia, ou seja, dos conhecimentos relativos aos Anjos, que
poderiam lhe parecer duvidosos (ó homem de pouca fé! ó materialíssimo Carolei,
que se diz crente, mas só acredita no que toca, e, ainda mais no que lhe toca!) irão
ficar esteadas nos Ensinamento do MEM!
N. 134 - Os ensinamentos do tema “A VIRGEM” tem a seguinte origem: E. 539: transmitido por
Chapas a Maurice de Miomandre (L’ INITIATION, artigo já citado); E. 602: também de Chapas, em Revélations, pág. 116 e segs.; E. 785 e 786, de “diversas fontes”, reproduzido na 5ª ed. Francesa. – provérbios, Cap. VIII – convém ver, especialmente, os versículos 22 (número do próprio Reino) a 32 (pág. 929 da Versão Crítica, católica, já citada). O texto citado, no Com. 175, do Ritual Expectante (Benção Dominical, pág. 16, da edição de 21-11-1956) e particularmente interessante, não só pela sua perfeita ortodoxia com os Ensinamentos direto do MEM, como por ser uma adaptação do Mangala Gayatri, isto é, de uma oração sagrada do Oriente, que o Sacerdote Expectante recita, logo após o Pater, unificando assim as duas Tradições: a dos Vedas e a Crística.
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Para isso, coloquei já os ditos resumos (E. 819 a 824) em certa ordem. Se
Você tem um pouco de paciência, e os compara, verá que se completam muito bem,
nesta forma: o 819 é geral, mostrando que todas as Tradições concordam nos fatos,
diferindo só em termos e, muitas vezes, nem nisso, como fica evidente. Há muitos
mistérios práticos, ocultos nas linhas desse Ensinamento, e resolvi ressaltar alguns
termos, para orientar sua visão.
Com o 820, começa o pormenorizar, que o 821 esclarece muito,
especialmente da 3ª ordem para baixo. – O 822 está especialmente destinado, por
mim, aos amigos latino-americanos, entre os quais certo número só lida com mortos
e parece ignorar, ou não mais se lembrar, que elevados Seres, não entidades
mortais humanas, desempenham transcendental e permanente papel, na economia
e na fisiologia universais. Também grifei uns termos reveladores, nesse
ensinamento, que será especialmente interessante tornar a estudar, Carolei, tanto
após conhecer este tema todo, e o seguinte, como após ter lido, relido e meditado
todo este volume.
E. 819 – Influências do Plano Invisível, de acordo com as principais
Tradições.
PLANO DIVINO
Egípcios: os Deuses superiores.
Gnósticos: os Recebedores de Luz.
Pagãos: Querubins, Serafins, Tronos – Dominações, Virtudes e Potências.
Espiritismo: Espíritos superiores.
Ocultismo: Seres alados ou criaturas angélicas.
PLANO ASTRAL SUPERIOR (na mesma ordem tradicional)
Anjos alados; Recebedores pacíficos; Semideuses e Heróis; Principados, Arcanjos e
Anjos; Espíritos inferiores; Seres astrais, Imagens astrais (animadas) e Elementares.
Entre o Astral superior e o inferior: Todas as Tradições estão de acordo em colocar à
“Humanidade”, que fica, assim, solicitada em ambas as direções...
PLANO ASTRAL INFERIOR (igual ordem tradicional)
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Demônio negro; Litúrgicos; Genii loci: Espíritos elementares; Demônios ou Anjos
rebeldes. (O espiritismo não tem termo)
Ocultismo: Serpente astral – Elementais – Suicidas e Bruxos.
E. 820 – Mitologia Greco-romana:
Fatum: Potencia mal definida; a que os próprios Deuses estavam submetidos.
Deuses: Potencias supremas, divididas em 12 grandes deuses e uma multidão de dii
minores, todos submetidos a Zeus ou Júpiter.
Semideuses: Oriundos das relações de um deus com uma mortal, ou
reciprocamente.
Espíritos diversos: Demônios, bons e maus: e gênios, lares, etc..
Heróis: Homens e Mulheres, que foram elevados à dignidade de deuses, mediante
Apoteose.
Manes: Espíritos dos ancestrais, geralmente protetores.
E. 821 – Angelologia dos hebreus:
1. Hajoth Há-Kadosch...............Animais santos.
2. Ophanim................................Formas ou Rodas.
3. Aralim....................................Grandes Anjos.
4. Hasmalim...............................Os Lúcidos; proteção, imaginação.
5. Seraphim................................Espíritos ardentes de zelo.
6. Malachim................................Os Mensageiros, os reis.
7. Elohim....................................Os deuses.
8. Beni-Elohim............................Os filhos dos deuses.
9. Cherubim............................... Potencias fecundantes.
10. Ischim...................................Os homens fortes, os heróis.
E. 822 – Angelologia Cristã:
I.ª JERARQUIA – Assistente – Age no plano Celeste
São 7 assistentes: Miguel: Quis ut Deus? – Gabriel: Força de Deus (Geborim)
– Rafael: Força medicatriz de Deus – Uriel: luz fogo de Deus. – Seatiel, Jehudiel e
Barachiel: não está bem definida a função destes três últimos.
1.º Coro: dos Serafins – Amor divino; purificam-nos pelo fogo e nos inflamam
com o amor de Deus.
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2.º Coro: dos Querubins – Ministros de bondades; misericórdia, Providência.
Guardam a Árvore de vida, verdade, plenitude de ciência.
3.º Coro: Tronos – Vigiam sempre. Tribunal que julga os impérios, os reis, os
governantes; presidem ao futuro do universo.
II.ª JERARQUIA – Dirigente – Age nos planos: Mental e Emocional, sendo
este último a parte superior e média, acima do astral.
V. 19 – Os pequenos Seres da Natureza, embora sendo do mundo do Éter, ressentem no
etérico a parte etérica do vento...
4.º Coro: Dominações – Estabelecem a dominação de Deus nas almas e
sobre todo ser criado.
5.º Coro: Virtudes – Força invencível na ordem da natureza: Graças, milagres,
curas milagrosas.
6.º Coro: Potências – Combatem a influência dos demônios, sobre os quais
tem um poder despótico: impedem-nos de nos matar, limitam suas tentações e as
catástrofes.
III.ª JERARQUIA – Realizante – Age no plano Físico por meio do astral.
7.º Coro: Principados – Velam pelo governo temporal e espiritual, das
cidades, províncias e reinos.
8.º Coro: Arcanjos – Embaixadores de Deus; anunciam seus grandes
propósitos ou desígnios sobre o gênero humano; dirigem aos Anjos, tem missões
especiais.
9.º Coro: Anjos – Mensageiros; voam ao primeiro sinal da vontade do Senhor,
cuidam das nossas almas; anjos da Guarda.
E. 823 – Síntese feita pela Alta Magia:
Fig. 8
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Deus
Manifestação do Verbo no plano Celeste, de onde Ele irradia em todos os
planos.
Virgem celeste; com as suas diferentes personificações.
Anjos e deuses.
Santos.
Gênios – Grupo variado, incluindo numerosas classes de Espíritos, que não
provem do plano Celeste, nem ultrapassam o Mental superior.
Mensageiros e Obreiros – Espíritos subordinados, muito diferentes dos Anjos
(Anneloi: mensageiros)
Desencarnados: De muito diversos degraus de evolução.
Elementais: Espíritos muito numerosos e muito variados, desde os
infinitamente pequenos até monstros gigantescos. Eles elaboram as Forças.
Espíritos elementares – que não se deve confundir com os Elementais –
elaboram os elementos físicos.
Espíritos diversos: demônios, duendes, trasgos, diabretes, etc. As Fadas são
de diferentes origens: umas pertencem a esta categoria, outras relevam da classe
dos Gênios.
Larvas e Egrégoros: Entidades artificiais.
E. 824 – As duas facetas da evolução da Vida (ioga)
Espíritos Solares – Adeptos – Discípulos – Homens Superiores – Homens
Vulgares e Homens Primitivos: constituiriam um escalão descendente, acima do
nível da individualização. Abaixo de tal nível, isto é, já sem a liberdade individual de
ação e de responsabilidade, tal escala passaria pelos: Animais domésticos,
Mamíferos, mamíferos inferiores e Raptes antediluvianos – Árvores, Arbustos,
Plantas florais, fetos (samambaias-eriptógamas) e musgos: em direção à Terra, na
qual a vida mineral é elaborada pela vida elementar (elaborada pelas almas ou
espíritos elementares).
Na outra faceta, habitualmente – e mal – chamada “invisível”, teríamos, na
mesma ordem descendente: os Anjos do Mental Superior, e os do mental Inferior.
Logo, os Anjos do Astral, e o limite da individualização, que também existe para
estas formas da existência, mais sutil. Dentro do éter, e em direção ao elemento
físico da água, achamos aos Espíritos das Nuvens, aos Superiores e, logo, os
Inferiores, da dita água; depois, as formas etéreas entre as águas, e as semi-
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amorfas, abismais. Na mesma ordem, porém no lado físico das formas aquáticas:
Peixes, Cefalópodes, Corais, Esponjas e Algas, correspondem às sutis.
Do lado em que o Éter superior se dirige para o elemento físico do fogo,
achamos a série sutil descendente: Salamandras e Fadas – da superfície. – Gnomos
soltos. – Gnomos amorfos, ou presos a lugares, ou formas físicas, que apóiam. –
Entidades tênues do éter. E, no físico: Aves, Reptis, Insetos, Bactérias e Fungos na
descida direta. Na parte mais pura: Abelhas, Formigas, Cereais e Ervas, fecham o
laço com a Mãe Terra.
Considerando como descida a vinda sucessiva dos Espíritos mais elevados,
ao encontro das Formas que progridem, ao serem criadas pela conjunção dos
esforços, vê-se que o resumo pode ser estudado como Descendente ou
Ascendente, pois a compreensão resulta idêntica.
E. 96 – Os anjos, querubins, serafins, etc...., criados no início, antes do
homem, existem realmente.
E. 3 – Os anjos do túmulo eram espíritos divinos que, para se tornarem
visíveis, utilizaram a vida do Cristo, que ainda flutuava ao redor do corpo.
E. 251 – Algumas pessoas puderam estar presentes, algum tempo atrás,
quando se fizeram experiências que o próprio Céu permitiu, entre outras a de fazer
sair a alma de um corpo e mandar que as pálpebras de cada pessoa fossem
sensivelmente tocadas. Não houve tempo naquele dia para dar explicações. Penso
que o compreendeis. Tendes lido no Evangelho que há diversas moradas na casa
do Pai. Pois bem, erguemos os tabiques que separam os “apartamentos” a fim de
que ficásseis todos no mesmo. E também, quando duas pessoas estão juntas
falando, seu anjo da guarda se afasta para deixar lugar ao outro. Se uma terceira
pessoa chegar, esse anjo desaparece também para dar lugar a outro, e assim
sucessivamente para uma assembléia, que é presidida por um anjo especial.
Essa alma, a quem se teria mandado sair do seu corpo e tocar as pálpebras
de cada um, terá sido ouvida pelo anjo presente, que fará o que a ela fora mandado,
e eis porque todos que lá estavam sentiram uma pressão sobre o párpado. Assim
também, se se tivesse querido adormecer a todos, após tê-lo mandado, todos teriam
adormecido. Estas experiências não poderiam ser feitas por preço nenhum. Não se
as faria por todos os bens da Terra, perante alguém que apenas tivesse curiosidade,
mas seriam feitas para uma alma só, se crente, pois uma alma vale mais que todos
os bens da Terra.
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E. 164 – Quem nos mandou à terra, sabe de que precisamos e não devemos
crer, mesmo em face de grandes penas, que estejamos abandonados. Nunca
estamos sós. Temos sempre, perto de nós, o nosso anjo da guarda, que para nós
pede a força e a resignação necessárias e não exige de nós senão um pouco de boa
vontade. Em todos os tempos, e muito antes da História Sagrada, tem-se dito: “Pedi
e recebereis”. Para receber, é muito simples. Precisais somente mudar de
“departamento” e tomar outro que não vos custe muito caro. Eu vos tenho dito,
muitas vezes, que uma coisa só basta para que sejais ouvidos por Deus: a caridade.
E. 24 – Nunca deixar para amanhã qualquer ação porque mais tarde, os seres
presentes para nos ajudar podem ter partido para junto de outras pessoas.
Com. 178 – No E. 96, além da afirmativa categórica sobre a existência dos
seres angélicos, temos a de terem sido criados antes do homem, o que mostra
serem uma outra série, que segue outro caminho, pelo menos com relação a nós.
No E. 3, há um segredinho técnico, de como operam certos anjos. E, no E. 251,
achamos a confirmação do dito nos que dei ao iniciar o tema. Pois que, se para
duas, três ou vinte pessoas, as categorias de Anjos mudam conforme o volume de
almas a serem ouvidas, vistas e dirigida; incentivadas ou até perdoadas, é lógico
que esse escalão continue, até o talhe de um império, por exemplo. Agora, Carolei,
o Anjo Amo-Pax, há de lhe parecer “lógico” (ainda bem que essa palavra vem de
logos!...). Porém, há mais para extrair, no sentido prático: quando Você está
sozinho, normalmente só o Anjo encarregado de Você, o olha, ouve, etc...., porém, à
medida que a reunião humana cresce, mais Anjos nos olham, vêem e ouvem, etc...
Acho que dá para...pensar!
E. 125 – Nesta terra, progredimos todos para o bem e, em cada período em
que nossa alma se aperfeiçoa e dá um passo para o nosso progresso, trocamos de
guia e aquele que nos vem guiar é mais adiantado que o precedente.
E. 295 – P: Muda-se de anjo da guarda?
R: Sim, mas é preciso progredir, e às vezes, pelo contrário, se o nosso anjo
da guarda vê que não seguimos os seus conselhos, nos deixa.
E. 521 – “Pouco apouco, e à medida que progredimos, mudamos de Anjo da
Guarda, até o dia em que formos livres, e que não precisaremos mais de anjo
guardião.
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“O único que não tem Anjo da Guarda (isto é: de espírito superior a Ele) é O
que é o Cristo. Acima Dele, não há nada. – Ele é o Espírito vivo, consciente, total, da
humanidade.”
“Pode-se progredir no mal como no bem, isto é: tornar a descer, em lugar de
lutar por subir”.
E. 138 – P: Podemos ver nosso anjo da guarda?
R: Quase ninguém, ou bem pouca gente, pode vê-lo. Aquele que possuir tal
dom, terá grandes contas a prestar, pois está dito nas Escrituras: “Muito deve dar
aquele que muito receber”. Tal pessoa jamais deverá deixar de fazer o bem, nem de
cumprir o seu dever. Do mesmo modo, é dever do rico dar ao pobre; é dever de
quem nada possui não invejar o rico, para que um e outro não faltem à caridade,
pois ninguém entrará no reino do Céu se não tiver a CARIDADE.
E. 294 – P: Por que temos anjos da guarda?
R: Se compreendêsseis o que é a alma, não faríeis essa pergunta. Imaginai
que tendes uma criancinha bem novinha. Deixá-la-íeis andar sozinha, ou poríeis
junto dela pessoas mais idosas para conduzi-la?
E. 298 – A Igreja diz que pondo-se uma fruta ruim junto das boas, far-se-á
com que apodreçam as boas. Não, ponde sempre os bons com os maus, porque
mesmo se colocardes num terreno uma semente má, ela poderá ficar esmagada se
não a cultivardes.
E. 147 – P: E o nosso anjo da guarda?
R: Eu vos atesto que, para mim mesmo, nunca lhe pedi nada e que apenas o
ouvi duas vezes: uma, para me dizer “sim”, em resposta ao que lhe pedia; outra,
para me repreender, limitando-se essa repreensão a uma única palavra “o senhor!”,
em vez de “tu”, que me devia ser sempre dito.
Com. 179 – Pelos Ensinamentos que acabamos de ver, tornam-se mais
luminosos também os precedentes. Compreendemos melhor o 24, pois quando
deixamos para amanhã, ou pior ainda “para outra oportunidade”, ou como tantos
preguiçosos: “então farei na outra encarnação!...”, acontece que os Seres angélicos
– ou de alguma outra espécie, mas que nos ajudam – que tinham vindo colabora
conosco, vão embora para junto de outras pessoas, isto é: das que estejam melhor
dispostas, menos incrédulas, menos preguiçosas ou menos presunçosas!
Creio que a pequena indicação que, como comentário apenas, terminei de
dar, ajudará para estudar e meditar os E. 125 e seguintes, até o 138 inclusive, nos
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quais o MEM torna evidente a escala: de seres angélicos, de funções e de modos
humanos que, correspondendo-se, cumprem coordenadamente a evolução, que Ele
ressalta ao mostrar, no E. 294, que somos criancinhas, de quem os Anjos cuidam e
protegem, especialmente na missão permanente que o E. 164 ilumina: graças a
eles, recebemos a força e a resignação, em troca de só um pouco de boa vontade.
Aliás, no próprio mundo sutil, acontece analogicamente a mesma cousa, como
verificamos pelo visto em 3 de novembro de 1957, sobre o riacho. V. 20 – O texto de quem viu e desenhou (a cores no original), diz assim: “Espécie de duende” ou “saci”, descia sobre uma folha cachoeira abaixo...Com uma única perninha... Dava a impressão de ser mais travesso que mesmo mau... Os gnomos mais velhos exerciam sobre ele uma vigilância constante, me pareceu que porque só sabia fazer travessuras de toda espécie…
Fig. 9
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Caberia perguntar-se, para um da via mental, se o duendezinho perdeu uma
perna por culpa de alguma travessura; mas, para um discípulo da via cardíaca, que
procura não julgar e, sim, agradecer, melhor será contemplar emocionado, a infinita
cadeia de ação entrosada, como uma sarva-engrenagem: tudo é roda dentada,
engrenando um ser no outro, um ato no seguinte, uma vibração na vizinha em lugar
ou densidade, etc....e compreender, por fim, Carolei! Que não é possível que os que
sentem ou podem ver, estas cousas, tenham um conceito bruto (oposto de sutil) da
existência humana, e nem da Vida Universal.
Estou-lhe ouvindo, Carolei: “E os que não vêem, nem sentem?” Esses,
Carolei, podem procurar: estudar, observar, experimentar, meditar e, se são
sinceros, os seus Anjos os ajudarão a crer sem terem visto, estado que o MEM
descreve como as mesmas Escrituras: feliz do que acredita, sem ter visto!
Aliás, o E. 298, foi citado por mim neste tema, por isso: se os Anjos – e outros
seres mais puros ou sábios do que nós – não aceitassem pôr-se junto das frutas
ruins que somos, que seria de nós, Carolei?
E, no ensinamento 147, o MEM nos dá uma tremenda lição, com a suave
sutileza que lhe era tão habitual: Ele nunca pediu para si; só para outrem. Mas, a
nós que somos muito pouca cousa, que somos criancinhas, é-nos recomendado
pedir aos Anjos, culto que devemos ter, ensinando-o desde a primeiríssima infância
às nossas criancinhas (que às vezes são mais velhas que nós!). E, medite, Carolei,
na “repreensão” do Anjo, que consiste apenas em por uma pequena distancia
verbal, ou manifestada pela forma verbal. Quando pudermos tutear e aceitarmos ser
tutelados por tudo e todos (como são parentes todos esses termos!)...como já
observei na primeira palestra com Você... estaremos bem perto de não mais precisar
de Anjo da Guarda!...Até então, teremos que ir aceitando, solicitando, percebendo
aos poucos e procurando conservar, o contacto com todos os Seres, mediante a
forma pura: oração, esforço, moral e entrega.
Com. 180 – Carolei: em temas futuros, deste livro, veremos muitas outras
espécies de Seres. Compreenderá, então, porque os Alquimistas, os Teurgos, os
Santos – e os reais Yoguis, no Oriente - nada fazem sem a veneranda colaboração
de todos os Servidores da Sua Vontade, nos diferentes níveis da existência formal.
Mas, para merecer do Céu tais lições práticas, creio que será necessário, Carolei,
fazer como este Gnomos da Visão 21, na qual ressaltam – do texto da própria
Vidente – duas evidências: uma, que ela, de Lajes, podia perceber o que, a 1.300
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quilômetros de distancia, acontecia. Isso graças ao laço que procurava formar com
seu Instrutor. Outra, que os Gnomos ao perceberem o Símbolo traçado, que para
eles é tão real como para os materialistas, um letreiro de gás néon, não perdiam a
oportunidade, como veremos agora:
V. 21 – O Mundo Encantado dos Gnomos (25-6-1957)
Texto da Vidente: No laço de ontem, com Swamiji, estando em intenso estado devocional, me
vi no Monastério – no recanto dos nossos Gnomos. Junto à emoção de ver ali também o corpo etérico de Swamiji (três vezes o tamanho do normal), lançando uma Benção, enquanto projetava o luminoso símbolo composto de um pentagrama inscrito num círculo. – para minha surpresa, vi 5 Gnomos aparecerem no símbolo, assumindo as mais incríveis posições. Eles faziam questão de colocarem as cabecinhas nas pontas da Estrela.
Quando mais Swamiji projetava Benção e Força, começavam a descer belos globos transparentes. O que mais me encanta nesses pequenos Seres, além da espontaneidade, é a expressão infantil que conservam, apesar de alguma idade. Faz lembrar a pureza e a inocência da infância... (Lajes, 26-6-1957. Sarah.)
Com. 181 – E agora, Carolei, conviria estudar os Ensinamentos todos, deste
tema, e procurar entender e sentir... por exemplo: a razão de ser, um Serafim, o qual
vem proteger e estimular o labor da época da Hora Amarga, “do que vem aí...”. –
Voltaremos a isso! N. 135
* * *
N. 135 Os Ensinamentos do tema “ANJOS E GUIAS” têm a seguinte origem: os de números: E. 819: de
Papus, em L’INITIATION, 1896, pág. 240; os 820 até 823, inclusive, são a tradução, com ligeiros comentários meus, que fiz de parte do ensinado pelo eminente Dr. Rozier, que fora Professor da Universidade dos Altos Estudos, em Paris, no tempo de Papus, que o considerava um “especializado no conhecimento do Mundo Invisível”. Tais Ensinamentos constam da sua obra – inachável hoje -, Les Puissances Invisibles, págs. 7 a 11. – O E. 824, é uma tradução, em forma de texto corrido, com algumas palavras de comentário, que fiz do quadro “Evolução da Vida”, que consta da obra do Sr. Leadbeater Los Espíritus de la Naturaleza (Barcelona, 1924). Os Ensinamentos que provém do MEM, nos foram transmitidos pelas seguintes vias: E. 3, E. 24, E. 96, são do M. P. – Das Sessões de Lyon temos: E. 125, 138, 147, 164, 251 (este só figura na 4ª ed. Francesa), 294, 295, 298 e 683: este último, da 5ª ed. Francesa. – O E. 521 provém da B. M. H., pág. 168. – E, não sei se mister é lembrá-lo: todas as visões de Anjos, do II e III volumes, assim como as de Gnomos, Fadas e demais seres do mundo sutil, são autenticas.
Fig. 10
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O Muito Excelso Mestre, OS GÊNIOS E OS EGRÉGOROS
E. 61 – Os gêmeos são enamorados que juraram fidelidade mútua e foram
separados. Tornam a encontrar-se.
Com. 181 – Em tudo quanto existe, divulgado até agora, pelo menos, do MEM
sobre o mistério da união das almas pelo Amor, só achamos esse Ensinamento, que
parece tão singelo e, no entanto, é chave de meditação ou compreensão de
fenômenos tão complexos e tão estreitamente relacionados, que me pareceu muito
útil dar algumas indicações...
Que estranho poder, Carolei, este: do amor e da fidelidade, que, quando
reunidos, vencem a própria morte e tornam a unir, acima ou por meio dos
fenômenos das novas encarnações, e através das licenças ou decreto que permitem
descer ao mesmo tempo, no mesmo lugar e lar, e num comum claustro materno!
Não estará aí oculto e deslumbrantemente exposto, um dos segredos mais
importantes, decorrentes dessa Revelação do Amor que Jesus fez?...
Negam-se a procriar inúmeras mulheres. Umas, para desfrutar da vida, sexual
e social, sem conceber e sem cumprir o elevado dever da Maternidade. Outras, por
sincera convicção, eventualmente, do perigo que há, dizem os sábios materialistas,
no crescimento demográfico e na futura falta de alimentos! Umas e outras, na
verdade, fogem da lei natural, como da Fé em que a Providência sempre deu e dará
alimento, às formas que permitiu virem à existência. Não o emocionou nunca,
querido Carolei, o papel social e místico dessas mulheres que, em número também
crescente, surgem por toda parte com gestações múltiplas: três, quatro, até seis
filhos ao mesmo tempo! Por um lado, parece um recurso da Natureza e do Céu,
contra essa rebelião, essa “greve dos ventres”, que o materialismo pôs em voga!
Mas, não haverá outra razão mais elevada, menos visível?: O espírito de
labor em grupo, não já em grupo subconsciente, como aquele que dirige às famílias
animais; senão em colaboração de almas, de corações, de mentes?...
Com. 182 – As “almas gêmeas”, teoria que encanta aos poetas e parece
preocupar a certos espiritualistas, não serão de diferentes espécies, origens e
magnitudes? Nesse divórcio quase sempre existente, ou pelo menos, nessa
desarmonia quase sempre ainda existente, em cada ser, entre coração e mente;
entre as duas partes de sua alma: a mental e a sensitiva ou emocional, não haverá
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uma mística boda a ser celebrada um dia, e para sempre? E como base e prelúdio
de outra, mais elevada e profunda, em que a alma e o espírito tornar-se-iam um?...
Com. 183 – Certos Gênios, em todos os sentidos que Você, Carolei, queira
dar ao termo: desde os que preocupam aos estudiosos de engrimanços, até os que
nos assombram pela sua precocidade musical, científica ou psíquica, não serão, em
certos casos pelo menos, a apresentação de um trabalho de equipe? Se o labor
mais elevado que um ser humano pode realizar – seja qual for, aliás, a Via escolhida
para lograr tal finalidade – é o de se unificar, pela harmonização de suas
componentes, não será o processo extensível a mais de um indivíduo formal?
Eu creio – em certo modo poderia dizer: sei – que um grupo de humanos que
se entendem bem; em todos os sentidos concebíveis e “vivíveis” do termo, tende a
formar tal Gênio, um de cujos modos de criação ou de existência constitui, também,
um dos modos e dos talhes (porque há muitos), de ser dos Egrégoros...misteriosos
seres, dos quais devo dizer alguma cousa, pois isso poderá ser muito útil aos que
meditem bem o tema.
Com. 184 – Em páginas reservadas a seu discípulo predileto Barão de
Spedalieri, o kabbalista Eliphas Lévi tinha dado para “Egrégoros” uma origem, ou
pelo menos uma explicação que, procurando comentar os mistérios do Livro de
Enoch, ou do Zohar, abordava os aspectos cósmicos do problema dos Egrégoros –
Deixarei de lado esses problemas, já que o MEM nos recomendava de cuidar “só do
próximo passo e do horizonte mais visível”. O nome “egrégoro”, de origem grega,
significa: aquele que vigia, que cuida. A interpretação que alguns, como o próprio
Lévi, deram, querendo fazer derivar do latim Eggregius e Gregorius, dois termos
que, unidos, dariam o sentido de “excelência sobreeminente ou supereminente e
coletiva”, está etimologicamente inexata, já que egrégoro leva uma só letra “g”.
Porém, como sói acontecer com as cousas divinas, os diferentes termos do linguajar
humano que se assemelham, entre si e à cousa considerada, dão muitas vezes
sentidos diferentes, de vários aspectos, ou de parte, do fenômeno em apreço...
Cada vez que falamos – e possivelmente isto aconteça com todo ser dotado
de som – criamos uma pequena forma viva. Tal criação dura pouco tempo, se suas
partes componentes foram geradas com fraca intenção e criadas com pouco vigor
anímico ou vital. Mas, existe certo tempo. E, como toda forma existente, atuam e
influenciam, no ambiente, lugar e raio, que lhes cabem.
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Daí, torna-se fácil compreender, Carolei, que cada vez que um grupo de
pessoas acha-se reunido, geram-se milhares de pequenos seres: vital-animico-
verbalmente constituídos. Se diferirem muito entre si, esparsos ficam, agem e
morrem. Mas, e se forem afins? E se forem até o ponto de se unirem, aglutinarem ou
fusionarem? E, se o Anjo Coletivo, isto é aquele “tipo” de Anjo que tal reunião
merece, necessita e tem, acha oportuno, ou recebe ordem superior, para animar,
proteger e incorporar a essa entidade-coletiva; não haverá ali uma espécie de
misteriosa boda entre: uma entidade artificialmente (?) – se pode haver alguma
cousa artificial neste cosmos!? – gerada pelos humanos e o Anjo, resultando desse
conúbio, um novo Ser, maior em talhe e mais complexo em organicidade?
Com. 186 – E, se por exemplo, um Grande Ser, como poderíamos considerar
a um Santo, um Mestre, um Revelador, etc. consegue constituir-se como Verbo
(idéia, ideal, finalidade divina ou superior), e tomar como Alma Psíquica, a um Anjo
que lhe serve, ou a um gênio que lhe obedece, e se, ainda, escolhe, na Terra, a um
homem (ou mulher) que se dedique, entregue, sacrifique, totalmente, a esse Labor,
e que constitui, por sua vez, o centro de atração e de união de muitas mentes e
corações, que se congregam, teremos então um Grande Egrégoro, do tipo chamado
“Descendente”, pois há dois tipos gerais de egrégoros poderosos:
a) os ascendentes, provocados pelos homens, que se unem para uma
finalidade qualquer, criam – mesmo sem o saberem – a entidade coletiva
(emocional-mental) e, muitas vezes, pedem e obtêm o apoio de uma entidade do
mundo chamado invisível e passam então a trabalhar “sob a invocação de...”
b) os descendentes, provocados quando um Ser Espiritual escolhe, como já
vimos, aos que irão colaborar: entre si e com Ele, para que a Graça Descendente
(esta a verdadeira razão da designação desta espécie de egrégoros) possa dirigir,
proteger e utilizar, à Comunidade Egregórica. Será muito útil, Carolei, estudar, sob
este ângulo de visão, as orações que escrevi para o Monastério Amo-Pax, na época
em que pensava-se poder obter, lá, um tipo de “labor egregórico”.
Com. 187 – Os dois modos egregóricos, ascendente ou descendente, têm em
comum algumas características, tais como:
a) quanto aos humanos: alimentam ao Egrégoro, por meio de todos os atos
de união, amor, preces e outros modos de ação, que sejam feitos com tal intenção e
que fortifiquem a comunhão ou comunicação entre os componentes do grupo: Isso
inclui, naturalmente, desde a franqueza, transparência, gentileza, até a necessidade
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de conhecimentos e posições interiores comuns, isto é: afins, semelhantes em
origem e finalidade. Uma das razões dos rituais, é de essência egregórica evidente.
b) O Ser humano – em certos casos um casal ou um grupinho muito íntimo,
porém geralmente é um ser só – escolhido pelo Invisível, é quem outorga, no plano
visível, a maior parte do esforço e da alimentação etérica, da vida egregórica. Por
isso é, que tais seres-eixos devem ser “poderosos”, em alguma das principais
modalidades em que – relativamente falando – um humano medíocre pode sê-lo:
– ou pelo poder anímico do entusiasmo e da dedicação até o heroísmo e a
morte, se preciso for (perigo: fanatismo);
– ou pelo poder mental do conhecimento, do discernimento e da eficiência
intelectual, etc. (perigo: orgulho, personalismo);
– ou pelo poder psíquico, que pode provir, ou de treinamentos especiais, ou de
algum tipo de ascetismo (perigo: unilateralidade);
– ou pelo poder da entrega, apoiada: ou na prece e na fé; ou numa confiança
sem complicações (perigo: dúvida e depressão).
c) Quanto aos que rodeiam ao ser-eixo, e além das condições que expus no
item a) evidentemente quaisquer discórdias entre eles, oriundas de ciúmes, de
obstinações em hábitos ou opiniões, etc. serão outros tantos modos de enfraquecer
o Egrégoro, na sua vitalidade corporal, já que, em resumo, os egrégoros são
constituídos de modo geral, por um corpo egregórico humano, um espírito (parte
intermediária, na linguagem do MEM), composto das preces e ideais dos humanos e
do Ser angélico ou astral; e de uma Alma Imortal constituída pelo Ente Espiritual
Diretor e pelo Decreto Imortal constituída pelo Ente Espiritual Diretor e pelo Decreto
do Plano do Verbo, que permitiu a constituição de tal Egrégoro, no caso de
empreendimentos de certa importância.
Todo Egrégoro age, depois que começa a funcionar como tal, em modo
múltiplo: proporciona, ao chefe ou representante visível, por meios muito diferentes,
todos os avisos, informações, medidas preventivas ou defensivas, oportunas para a
conservação do labor. Também exige os sacrifícios indispensáveis, que incluem:
desde os sofrimentos que tal representante, ou grupinho íntimo, deve aceitar para
compensar os erros de outros componentes, ou para absorver obstáculos externos;
até a eliminação dos humanos que formassem oposição, consciente ou não, à
finalidade livremente aceita. Conforme o grau de consciência nos opositores, a
eliminação vai: desde a separação do ambiente coletivo, provocando egressos,
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mudanças, etc., até a doença, e a morte aparentemente prematura ou que colhe de
surpresa...
Aliás, este panorama, tão mal conhecido por muitos, é ainda mais complexo
no que se refere às luta entre Egrégoros, que se iniciam no plano sutil e se
concretizam no visível. Mas, sobre isto nos calaremos, por ser terreno perigoso. O
que ficou dito é o bastante para se compreender diferentes fenômenos, como por
exemplo:
a) Que Lourdes, Aparecida ou Luján, são centros Egregóricos, nos quais os
milagres, são cousa natural, para quem conhece o mecanismo da Graça
Descendente...
b) Que, por isso, uma das razões de se procurar formar coletividades de
caráter espiritual ou devocional, é a de ter que opor, pelo menos no sentido de
compensar, de equilibrar, forças egregóricas do bem, à inúmeras facções
egregóricas do mal, constituídas pelos círculos ou modos associativos de viciados,
de materialistas, de ambiciosos, de violentos, de conspiradores, etc, etc....
Nesse misterioso ensinamento, cuja raiz vimos no milagre de Amor que torna
a unir aos enamorados que a incompreensão separara, está também a chave do
poder de um grupinho de almas que, realmente, se entendem bem e se entregam,
juntas e conjuntas, a um ideal e a uma Direção Superior. E, quanto mais pura a
intenção, mais elevada a Entidade Diretora, mais amplos poderão ser os
resultados... Porém, atenção: mais duras e categóricas, isto é, mais realistas serão
as exigências da vida egregórica, cuja base é a vida diária, instante após instante...N.
136
* * *
O Muito Excelso Mestre e OS ENVIADOS
Com. 188 – Já vimos em temas precedentes, Carolei, que o MEM ensinava,
como cousa certa, a vinda periódica de Enviados do Pai, munidos de Poderes, como
quando nos dizia que “quando passa um que tem a Vida do Pai, se pisar uma árvore
N. 136 O único Ensinamento reproduzido no tema “GÊNIOS E EGRÉGOROS” é do Manuscrito
de Papus. As páginas de Eliphas Lévi, aludidas, foram publicadas em janeiro de 1893, em L’INITIATION, págs.193 a 209 – No que se refere aos nossos comentários sobre os Egrégoros, e aos aspectos menos divulgáveis do tema, os nossos estudantes sérios e martinistas, poderão achar informações de interesse, na obra já citada do Dr. Rozier: Les Puissances Invisibles.
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seca, esta reverdece” (E. 66, pág. 59, II Vol.); ou que “os que vivem no Céu, já nada
sabem, mas a voz ligada a cada cousa lhes diz...” (E. 64, pág. 31, deste Vol.); ou,
ainda, que “os Enviados anteriores a Cristo, eram homens nos quais a faculdade de
lembrar fora parcialmente devolvida, etc...” (E.4, pág. 38, deste Vol.).
Iremos ver agora, novos pormenores sobre tal tema:
E. 356 – P: Teve o homem um começo?
R: Ele teve um começo, porém não terá fim. Há seres que, tendo existido até
a consumação dos séculos, deixarão o lugar aos que parecerão não mais terem
existido, e que quando os séculos se consumarem, virão retomar uma vida normal.
Não recuseis a luz. De longe em longe, tem vindo sobre diversos pontos do
globo enviados do Céu vos trazer a luz, e se a recusardes, das trevas menos densas
em que vos achais sereis mergulhados em trevas mais escuras.
E. 415 – Cada dois mil anos, aproximadamente, em períodos mais ou menos
fixos, aparece sobre a terra um Salvador, que é sempre perseguido. Os profetas
vieram anunciar o Messias e esses mesmos profetas foram os apóstolos de Jesus-o-
Perseguido.
E. 653 – Moisés, Jacó e Abraão, e todos aqueles que tiveram colóquios com
O Senhor, ouviam a Sua voz, porém não O viam, ou, pelo menos, o viam somente
através das últimas trevas; mas a grande fé deles permitia-lhes se contentarem com
tais visões fugidias.
E. 654 – Os enviados da Corte celestial só vêm em famílias pobres.
E. 825 – “...Os Messias, enviados aos diferentes mundos...constituindo todos
em conjunto apenas um só e mesmo Filho único do Pai Celeste...”
E. 826 – “...E não me foi permitido escrever os mistérios desta encarnação,
quando onze eleitos passaram pelo Sol para acompanharem Aquele que,
voluntariamente, tornava à Terra; e os onze chegaram ao Sol cinco anos após a
metade do século.”
Com. 189 – No E. 356, inicialmente o MEM mostra como, ao findar “um ciclo
de tempos”, a Humanidade que completou o progresso “mínimo exigido”, parte para
outro campo de ação, deixando o que ocupara às que – como atualmente ocorre no
interior da Terra – tinham desaparecido aparentemente, quando não puderam
acompanhar o ritmo exigido pela sucessão das eras...Esse preâmbulo explica a
frase: “Não recuseis a luz...” para que não vos aconteça o mesmo!
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Depois, outro ponto importante: de longe em longe, têm vindo sobre diversos
pontos do globo, enviados do Céu. É uma notável confirmação, muito útil para todos,
inclusive para os seguidores do MEM que só vêem Nele a Luz, quando Ele Mesmo,
já veio outras vezes, com outros Rostos; e quando Ele Mesmo nos ressalta que em
diferentes pontos nascem Enviados! Muito útil, também, como Lição do Imperador
do Mundo aos diferentes tipos de unilaterais e fanáticos! – E, o aviso reiterado: não
recuseis a Luz, pois o preço de tal recusa será trevas mais escuras...das quais nos
falava em termos de “milhares de séculos”, lembra, Carolei?
Após citar o ciclo, mais ou menos fixo de 2... anos para a vinda de um
Salvador: isto é, para cada Raça, que domina por esse período aproximado, o MEM
nos mostra aos Apóstolos como os próprios Profetas reencarnados. E, Quem melhor
do que Ele, para sabê-lo e proclamá-lo?
Também nos confirma a realidade dos colóquios entre O Senhor e certos dos
Profetas, a alude às “últimas trevas”, termo de sentido duplo: “ultimas”, antes de
chegar-se ao estágio da total iluminação, na qual “não mais véus...” separam da Luz
do Pai...; - e, “últimas”, antes da Vinda do Verbo, que inundaria de Luz as regiões
mais difíceis de atravessar, pela alma dos “Mortos” ou pelo olhar dos Videntes...
E, agora, Carolei, consideremos algumas das características inconfundíveis
dos Enviados do Pai: nascer em um lar pobre; fazer parte do que o MEM chamava
“a Estrela”, o que Michel de Figanieres, no E. 825 nos mostra significar: “todos parte
de um mesmo Filho único”. E, na “Encarnação do Eleito” (E. 826) se nos diz que
onze eleitos chegaram ao Sol, em 1855, rumo à Terra na qual encarnariam, para
apoiar a Missão do MEM, evidentemente.
Ora, Carolei, como estou “um pouquinho cansado”... de ouvir tanta gente que
nada faz que signifique real sacrifício, e que nenhum poder manifesta, proclamarem-
se a si mesmos “reencarnação do apóstolo tal ou qual”, achei oportuno reproduzir a
vida de um dos onze, para Você ver, Carolei, que, quando alguém é, de fato, um
Eleito, deixa provas disso. Os demais, podem ser “homens secundários”, como diz
Michel de Figanieres, e até muito úteis, porém não há como enganar-se. Espero que
a historieta que segue, que é muito rara de se achar, esclarecerá o ponto:
H. 21 – Vida e Morte de “Um dos Onze” “Desde dois meses, a cidade de Dênver, a pérola do Colorado, estava em festa. Centenas de
milhares de peregrinos, lá chegavam, vindos de todos os recantos da América, acorrendo à casinha do honorável Mr. E. L. Fox, Conselheiro Municipal, que hospedava a Francisco SCHLATTER, “o
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maior taumaturgo do nosso século” – diziam os jornais americanos (que ignoravam a existência de M. PHILIPPE) nesse ano de 1895.
“De onde vinha Schlatter? – Francês, nascido na Alsácia em 1855, chegou um dia na América, onde trabalhou nos mais diferentes ofícios, especialmente de sapateiro. Certo dia, “acordou iluminado”. Sem chapéu, de pés no chão, percorria os vários Estados americanos, dizendo ser enviado do Céu. Pregava o amor a Deus e a paz às almas. Posto na cadeia, seguiu pregando. Os demais prisioneiros, debochando inicialmente, convertem-se logo. Apenas coloca a mão sobre alguém, cura-o!
“Liberado da prisão, vai para o texas. Vestido de modo raro, cabeça descoberta, com seus longos cabelos e seu rosto delicado de Iluminado, atraía as multidões. Os exaltados diziam ser Elias ressuscitado.”
“Mas Schlatter, sem fazer caso dos dizeres de seus contemporâneos, advertia-lhes:” “Prestai atenção e vinde a mim, que sou apenas um simples enviado do meu Pai Celeste”.
F. 36 – Francis SCHLATTER – um dos Onze Eleitos
“Curava a todos os incuráveis. Trancado num manicômio, em Throckmorton, soltam-no ante
as curas feitas. Segue para a Califórnia. Rodeado de veneração, atravessa também as aldeias
mexicanas. Faz chover milagres sobre os doentes, abençoa as crianças, chega por fim a São
Francisco, em dezembro de 1894. Sempre a pé, cabeça descoberta, atravessa os desertos de
Mohave, chegando em março de 1895 em Flagstaff, pregando e curando. Trabalha de pastor, quando
necessário (pastor de rebanhos). Prossegue a viagem penosa, agora já entre os índios também.
Torna-se amigo, em cinco dias de milagres, feitos junto ao chefe da tribo dos Navajos.
“Em 15 de agosto está em Albuquerque; em setembro chega a Dênver, cidade na qual ficará
mais tempo, recebendo real apoteose de todos: povo, autoridades, jornais, pobres e poderosos, pelos
incríveis milagres que operava. Sempre dizia:”
“Eu nada sou; mas meu Pai é Quem tudo é. Tende fé Nele e tudo irá bem”.
“E ainda lhes dizia, quando insistiam em saber de seus poderes:”
“Meu Pai substitui tão facilmente um par de pulmões doentes, como nos cura dos
reumatismos ou da rouquidão. Basta Ele querer, e o doente torna-se são, e o são fica doente. –
Perguntais-me em que consiste a minha força: Ela nada é, a Sua Vontade é tudo!”
“Certo dia, que alguns milhares de pessoas o seguiam, Sclatter vira-se para um homem e lhe
diz; com um tom de violência que chocou à multidão:”
“Sai! Sai e abandonai Dênver, porque sois um assassino”.
Fig. 11
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“E o homem sumiu. A multidão assombrada, ouviu Schlatter declarar que:” “não está em meu
poder curar aos que são maus”.
“A fé em Schlatter, e sua fama, foram tais que a Cia. da Estrada de Ferro Union Pacific
Railway, mandou certa vez afixar em todo o país, uma comunicação dizendo que: “aqueles de seus
funcionários que, com toda a família, desejassem consultar a Schlatter, receberiam imediatamente a
respectiva licença para fazê-lo”. E nessa mesma época, o Omaha World Herald relata o espetáculo
grandioso de milhares de homens, mulheres e crianças, de todos os níveis da administração dessa
ferrovia, indo pedir perdão de seus pecados e voltando curados.”
“Os jornais ingleses fizeram-se eco do acontecido, e muita gente ia da Europa até Schlatter.
Relatar as curas de generais, altos funcionários, de doentes tais como: surdos, cegos, paralíticos,
pulmonares, encheria páginas. Bastava mandar luvas a Schlatter. Ele abençoava-as e os que as
recebiam ficavam curados desde que se arrependessem. Nunca aceitou um único ceitil, mas em
compensação, montanhas de luvas chegavam pelo correio...”
“Há documentação provando que Schlatter curava de 3 a 5.000 pessoas por dia. Encostado
numa espécie de carteira escola, da qual pregava, Schlatter estendia ambas as mãos, abençoava a
multidão e curava. Todos partiam com a paz na alma. E, Certa vez que insistiam em lhe dar
“dólares”:”
“Dinheiro? Que quereis que faça com isso? Não me dá meu Pai tudo quanto necessito?...Não
há maior riqueza do que a fé; ora, eu creio no meu Pai, com toda a minha fé ardente!”
“E, num 13 de novembro, Schlatter desapareceu, deixando para Mr. Fox um recado (do qual
possuímos a fotografia) que diz assim: “Mr. Fox: My mission is finished. Father takes me away. Good-
bye. November 13th. Francis Schlatter”. – Ou seja : Mr. Fox: A minha missão terminou. O Pai me
chama. Saúdo-o. Francis Schlatter, em 13 de novembro”.
E, conforme notícias da época, no New York Journal: “Schlatter, o divino curador, está morto.
Seu cadáver foi achado nas montanhas do norte do México; junto a ele estava a sua Bíblia, a única
ajuda de que serviu-se para produzir os milagres, que milhares de pessoas podem testemunhar.
Sabe-se, com certeza, que morreu de fome; aliás, antes de desaparecer, tinha declarado sua
intenção de jejuar por quarenta dias, como Seu Mestre.
“Em 29 de maio de 1896, um jovem vaqueiro mórmon, passando a umas 25 milhas da Casa
Grande, viu, dependurado de um velho carvalho seco e solitário, um selim, umas rédeas e um
chapéu. Chegando lá, viu o esqueleto já branquinho de um homem, deitado sobre um cobertor, em
postura muito natural. Sobre os ossos: nem roupas, nem carne. O crânio brilhava ao Sol. O esqueleto
descansava de costas, com a mão direita sobre o peito, a esquerda ao longo do corpo. O joelho
direito encolhido; a perna esquerda alongada. Tudo indicava paz, como se tivesse morrido no sono
ou na prece. Perto dele, a sua varinha de cobre, de uns três pés e meio. Junto à árvore, debaixo de
um atado de roupas, uma Bíblia e duas agendas. Na capa interior da Bíblia: o nome de François
Schlatter e um endereço: Clarence S. Clark, Dênver, Colorado. Os restos foram, posteriormente,
fotografados. Os ossos enterrados ao pé da árvore. O cobertor queimado. A última vez em que
Schlatter foi visto vivo, em Loudsburg (New México) ia montado num cavalo cinzento. Perguntaram-
lhe aonde ia. Com a sua vara de cobre, assinalou para o México...”
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E, Carolei, as últimas palavras sobre Schlatter, são as que Papus, naturalmente com
assentimento do MEM PHILIPPE, escreveu:
“Curar a catarata, fazer os surdos ouvirem, reconstruir pulmões perfurados pela tuberculose,
são fatos que não se explicam por qualquer ação sobre a imaginação dos doentes!”
“François Schlatter era um iluminado, e diremos, apenas para OS QUE SABEM, que este
homem, obscuro pelo seu nascimento e sua posição social, era, não obstante, um dos onze que
passaram pelo Sol, em 1855...”N. 137
* * *
O Muito Excelso Mestre e “OS TRÊS ENVIADOS”
E. 427 – Bou Amama dizia dele que há três Mestres sobre a Terra e que ele é
o primeiro deles.
Com. 190 – Esse ensinamento, que provém do Manuscrito de Papus,
figurando na quarta e quinta edições francesas, sem o menor comentário, ficaria
assim pouco compreensível para Você, Carolei. Vamos procurar dar algumas
indicações...
Papus, verdadeiro iniciado amplo, pertencia ás mais variadas seitas, inclusive
a algumas muito elevadas e secretas. Entre estas últimas, estava a dos Sufis, da
qual ele era Membro muito estimado, não somente pelo seu valor como mago e
como místico, mas também pela ação que, tanto pelas suas revistas, como pelas
suas relações e atividade pessoal em inumeráveis ambiente, desenvolvia em favor
da liberdade de todos os povos. – Era o que hoje se chama um “anticolonialista”,
como somos todos nós, que compreendemos que cada ser e cada povo deve ter
direito a evoluir livremente. Apoiado, ajudado, quando oportuno, mas nunca ao preço
de ser, ostensiva ou subreptamente subjugado ou explorado. Mais cedo ou mais
tarde, aliás, os países “colonialistas” pagam caro seu erro de querer dominar, e
conservar dominados, os povos aos quais inicialmente tinham prestado alguns
serviços de ordem cultural e outras.
N. 137 – Os Ensinamentos do tema “OS ENVIADOS”, têm por origem: E. 145 e E. 356, são das
Sessões de Lyon, constam da 4ª e 5ª ed. – os E. 653 e 654, são de “Fontes Diversas”, constando da 5ª ed. Francesa. – E. 825: são palavras de Michel de Figanieres – tomo I, pág. 91. – E. 826: ver “A Encarnação do Eleito”, últimas linhas, pág. 54 do I Vol. – Tudo que se refere a François SCHLATTER, é resumido por nós, de: um artigo de oito páginas, com notáveis pormenores, que Papus publicou em L’INITIATION, Vol. 30, ano 1896, pág. 261 a 269; e de outro artigo, que Phaneg publicou sobre a morte de Schlatter, no volume 36, de 1897, da dita Revista, a págs. 85 a 87.
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Isto, que nada parece ter a ver com o tema que nos ocupa, é no entanto o
que explica as relações de profunda amizade pessoal, e iniciática, que Papus tinha
com Bou-Amana, chefe místico, que no mundo externo e diplomático era
considerado como um agitador. Mas, para quem conhece o sentir do Islão, é claro
que todo mokkadem (pregador), e mais ainda no setor senufista, luta pela
independência, já que a “guerra santa” nunca está totalmente detida, no ambiente
árabe onde o fervor religioso e a rebelião contra todo domínio alienígena, são
inseparáveis.
E a importância que Papus dava, á opinião, ou melhor: ás revelações da
Tradição Secreta, vinda dos Sufis, pela via de Bou Amama, podemos vê-la nesta
afirmação dele:
E. 827 – “Existem sempre sobre a Terra, segundo uma tradição secreta três
destes enviados do Pai; quer estejam encarnados juntos, quer estejam agindo cada
um em plano diferente, pouco importa. Cada um desses enviados tem um caráter
especial. Aquele de Quem o nosso coração permanece saudoso, pelas palavras
vivas que nos ensinou, chamava-se “o mais velho espírito da Terra”; Ele tinha poder
especial sobre o raio, que obedecia a seus pedidos e, igualmente agia sobre o ar e a
água, etc...”
Com. 191 – Assim, Carolei, esta afirmação de Papus, deixa em aberto uma
série de perguntas, que irão formar parte do que assinalei quando falei “nos muitos
mistérios que ainda rodeiam a Personalidade e missão do MEM PHILIPPE”.
Efetivamente, quem puder responder a estas perguntas, ou, simplesmente,
quem tenha estudado e meditado os problemas que configuram, que apareça. Será
interessante colaborar, por exemplo, sobre:
Quem eram os outros dez, que com Schlatter formavam os “onze”?
Cada um dos três Enviados, traz sua corte de onze; ou só o MEM tem onze e
os outros têm menos?
Os Três Grandes, que “apresentam um caráter especial”: em que diferem?
Cardíaca, Mental e Sintética; ou: Ação, Devoção, Conhecimento? Ou: para cada
Raça, das três que ocupam os lugares de avô, filho e neto?
Ou, em continentes e – ou – Planos diferentes. Que Planos?: no sentido de
planejamento, ou no sentido de setores diversos, da organização universal, como
por exemplo: físico, astral, mental ou celeste?
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Poderá haver algum dos três, como Sri YUKTESWAR (Giri), que, “por acaso”
nasceu, também, em 10 de maio de 1855?: e que tantos pontos de contacto, em
caráter, em métodos, em vida pessoal, em respeito pelas leis do mundo, em curas e
ressurreições (embora menos extensos seus Poderes, aparentemente) apresentava
com o MEM?
E, lembremos que Sri Yukteswar veio realizar a missão de divulgar a YOGA
CRÍSTICA, e que sua única obra escrita, pequena, aliás, é sobre a concordância
entre o Bhagavad Gitâ e o Evangelho de São João (o do Verbo)... – Lembremos que
a raiz espiritual de Yukteswar é Babaji, “um Avatara Crístico”. É Babaji “um dos três”,
e Yukteswar, um “dos seus onze”?...
Creio, Carolei, ter aguçado e estimulado suficientemente a sua curiosidade, e
– assim o espero – também a sua veneração, para que o tema dos Três Enviados
do Pai, que sempre há sobre a terra o preocupe, ma que também lhe dêem
confiança e esperança; e Fé, em que os seus esforços, por pequenos que sejam, e
os de todos os Servidores do Verbo, em todos os níveis, têm a Proteção de Um dos
Três, segundo o Modo e o Plano, em que cada um preferentemente atua.
E, pode tornar a ler e meditar, também, as palavras de Michel de Figanieres,
que confirmam tão notavelmente as de Papus e as da Tradição Secreta Sufi, de Bou
Amama...N. 138, e que podem ser achadas no primeiro volume, ás páginas 89 e segs.,
nas quais fala do Homem perfeito, das regiões do Grande Motor, e o aponta como o
Principal...
* * *
O Muito Excelso Mestre e OS APÓSTOLOS E PROFETAS
E. 40 – Os apóstolos eram antigos profetas, mas não o sabiam. Judas era o
mais adiantado dos apóstolos; ele caiu por orgulho. Seu crime ainda não está
perdoado. Os apóstolos partiram, em 1856, do lugar em que se encontravam e
vieram encarnar sobre a terra.
E. 767 – É por modéstia que João Batista dizia não ter sido Elias.
N. 138 - Os Ensinamentos do tema “OS TRÊS ENVIADOS” provêm: o E. 427, do Manuscrito de Papus.
Mas suas palavras, do E. 827, que podem ser lidas a pág. 47 do I Vol., foram já divulgadas antes, por Papus mesmo, em obras precedentes. – Notícias sobre o misterioso Bou Amama, que foi “mokkadem” antes de tornar-se importante personagem, mística e nas atividades das Sociedades Secretas Muçulmanas, podem achar-se na pista que começa com uma referência a pág. 445 do Vol. N. 6 (ano 1889), de L’INITIATION. Dados sobre Sri Yukteswar Giri, consultar Autobiography of a Yogi, pág. 106 e segs.
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Com. 192 – Com os dois ensinamentos acima, Carolei, começam a ficar
respondidas algumas das perguntas, que formulei no tema precedente. Por
exemplo: se os apóstolos partiram em 1856, do lugar em que se encontravam, para
reencarnarem-se sobre a Terra, então Schlatter e outros, nascidos em 1855 ou
antes, não fazem parte dos “Doze”, embora possam ter feito parte dos “onze” que
seguem aos Três...
Outro aspecto; o MEM afirma, com notável familiaridade, tudo quanto
concerne aos apóstolos e aos profetas. Mais tarde haveremos de ver que Ele foi um
dos Profetas. Teria sido, também um dos Apóstolos? É cousa que estudaremos ao
falar, adiante, das eventuais encarnações, passadas e futuras, do MEM... Mas,
desde já, conviria ir notando que Ele, embora sem muito pormenor, sempre fala em
determinados personagens.
Sobre o talhe espiritual dos Apóstolos – e daqueles dos profetas que
haveriam de ser Apóstolos, mais tarde; e não são todos os Profetas – veremos
alguns ensinamentos que Chapas dava a Michel de Saint-Martin, naturalmente
comentando o que recebera do próprio MEM:
E. 606 – “...Judas, deveríamos deixá-lo de lado, isto é, fora de toda
apreciação, pois que: seja qual for o seu crime, ele nos supera como talhe, não
sendo um homem comum... se o julgarmos, estaremos expostos a que nos peçam
conta disso, e até a trairmos um amigo...observe-se que nos Evangelhos não há
uma só palavra de ódio a seu respeito...
Os Apóstolos que rodeavam ao Cristo, não pertencem à nossa humanidade.
Que são Eles? Pouco nos importa isso por agora. São diferentes de nós e não Os
devemos julgar. Entretanto, o próprio Cristo disse “Não vos escolhi eu, a vós os
doze? e um de vós é um diabo!” (João VI, 70). E ainda disse O Senhor: “Eu, vos
escolhi...” “Manifestei Teu nome aos homens que do mundo me deste; eram Teus, e
Tu mos deste e guardaram Tua palavra...” “...e o mundo os aborreceu, porque não
são do mundo, como eu não sou do mundo”. (João, XVII, 16, 6, 14.)
Com. 193 – Isto nos mostra, Carolei, que os Apóstolos pertencem ao Mundo
Divino, não à nossa raça, nem ao nosso mundo. São Homens Livres, que voltam,
sempre em posição obscura, aceitando um destino que não é Deles, senão que o
carregam voluntariamente para nos ajudar, a exemplo do Senhor...E, relacionando
os Apóstolos com seu passado de Profetas, o MEM nos aponta isto:
E. 753 – Moisés, Elias, João Batista eram profetas verdadeiros.
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E. 627 – Proximamente, haverá fazedores de milagres por toda parte, na
França e no estrangeiro. Obterão fenômenos muito atraentes: Cuidado!
E. 628 – Dentro de pouco tempo virão homens que semearão uma pevide de
uva; logo germinará, crescerá uma parreira que dará frutos: tudo isso em poucas
horas. Não sigais a essa gente; serão dos falsos profetas que virão para vos seduzir.
Assim, Carolei, está Você avisado: onde há faquirismo, ioga corporal
somente, fenômenos de materializações e cousas desse estilo, o MEM já disse: c u i
d a d o! – Mas, onde houver profetas que lhe exigem esforço moral, humildade,
entrega à Divina Providência, e amor ao semelhante, sem mexer com os mortos
nem com os poderes físicos tecnicamente forçados, então há um Caminho... de
valor.N. 139 Tornaremos,, aliás, a falar dos Profetas e de sua diferença em relação a
outros pregadores e instrutores, quando chegarmos ao tema das Profecias.
* * *
O Muito Excelso Mestre e A ALMA
Com. 194 – Espero que este tema irá requerer poucos comentários, tal a
abundância dos Ensinamentos, que se completam e esclarecem, mutuamente.
Entretanto, acho conveniente ampliar, aqui, o que procurei ressaltar, no Com. 62 (a
pág. 95 do II Vol.): o MEM PHILIPPE usa sempre o termo ALMA no sentido de
partícula ou chispa divina, imortal; e, “espírito”, para designar a parte intermediária
entre o corpo e a alma, ou seja o conjunto que, em outros vocabulários, seria
“animus” .N. 140
N. 139 – Origem dos ensinamentos do tema “APÓSTOLOS E PROFETAS”: o E. 40, vem do
Manuscrito de Papus, com texto que figura no I Vol., a pág. 95, igual ao da 4ª ed. Francesa, pág. 104. – Para assombro nosso, na 5ª edição francesa é um dos truncados, em modo que lhe tira sua parte mais transcendental, razão pela qual não o citamos. – Os E. 627, 628, 753 e 767, são de “Diversas Fontes” e figuram na 5ª ed. Francesa. Os componentes do E. 606, provêm de trechos das páginas 148 e 176 do livro Revelations, já citado.
N. 140 – O MEM usa: Alma – Espírito e Duplo Etérico, mais o Corpo físico. Os ocultistas puseram-se de acordo, posteriormente, para usar: Corpo físico, Alma intermédia e Espírito imortal. Nisso, há choque com os teólogos, pois que os mais esclarecidos, partindo de S. Paulo (1ª.Epistola aos Tessalonicenses) usam: de baixo para cima: Anima: que preside à vida do corpo (isto é: vital, etérico e subconsciente vital). Animus (alma animal dos ocultistas), que dá a consciência comum, e inclui até os homens de Santo Agostinho, os de São Benedito que inclui a inteligência e a vontade. E, Spiritus propriamente dito (psíquico-espiritual e “supramental” no aspecto consciência) e cuja essência é um amor espontâneo: do belo, do real e de Deus.
Nisto, os católicos lucrarão muito em ler as explicações que o Superior de um Convento Carmelita dá, com o pseudônimo de “Yogin du Christ”, em sua obra LA VOIE DU SILENCE: Experiência de um Monge numa Yoga Cristã, livro que tornou adotada por conventos católicos a ioga, para obter a contemplação.
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É interessante lembrar, Carolei, que há certa correspondência entre estes
termos, na comparação do homem e do Universo: Deus-Natureza-homem; é: Alma-
Espírito-Corpo. Isto, tornando a usar Alma como parte divina, na linguagem adotada
pelo MEM e que prevalecerá em todos os Ensinamentos que seguem.Neles, ver-se-
á também a similitude inevitável – e maravilhosa a meu ver – de conceitos e de
imagens, que o MEM contemporaneamente, o místico Louis-Claude de Saint-Martin
(a quem o MEM, cita nominalmente, aliás – cousa raríssima Nele!), e os Mestres do
Zen, usam; a mesma comparação, ao falar, com a mesma poesia, do Vento, como
imagem da Vida, do Sopro de Deus animando tudo, e da própria alma...Vejamos:
E. 173 – O nosso ser compõe-se de três partes distintas: a alma, o
“perispírito” ou invólucro do corpo, e o corpo. Pode a alma, às vezes, embora não se
perceba, estar ausente, sem que o corpo sofra com isso.
E. 614 – A alma é um sopro de Deus. Mas não podemos saber o que ela é,
pois os próprios Anjos o ignoram...
E. 174 – P: Foi a alma criada?
R: Sim, ela foi criada, mas é eterna, já que emana de Deus, de quem é uma
centelha; quando apraz a Deus, ela pode tomar corpo.
E. 186 – P: Foi criada a alma?
R: Sim. Bem gostaríeis de saber de onde vem, onde está ela, para onde vai.
Como sopra o vento, e aonde vai? Sabeis que Jesus dizia aos seus discípulos: “Eu
não posso responder a vossas palavras, porque não estaria ao vosso alcance.” O
que dizia a seus apóstolos não estava ao alcance dos seus discípulos. Como
quereis que vos responda? Não podeis compreender estas cousas, já que as
elementais são indigestas ao vosso estômago. Seria preciso ter materiais. Esses
materiais são de amar ao próximo como a si mesmo. Até hoje, vos pedi todos os
vossos esforços para que não faleis mal de ninguém, para amardes ao semelhante
como a vós mesmos. Agora, vos peço, não somente que façais esforços, mas que
ameis ao vosso próximo como a vós mesmos e que não faleis mal dele. Então
muitas cousas vos serão desvendadas, e pelas experiências que o Céu tem
permitido se ver aqui, bem podeis fazer alguma cousa. Os que aqui estão – e isso
me alegra – têm inteligência, porém aqueles dentre vós que pudessem dela carecer
tê-la-ão a partir de hoje.
E. 518 – O conhecimento da alma nos é negado porque, para a maior parte
dos seres, seria uma tentação para a covardia, e a preguiça. Devemos lutar,
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trabalhar, sofrer, para aplainar o nosso caminho, para subir. E, esse caminho, que é
o nosso, é também aquele pelo qual deve passar o Senhor. Por tal razão está
escrito: “Aplainai o caminho do Senhor”. Ora, o saber prematuro, seria pesada
responsabilidade e um perigo para o homem.
E. 314 – P: Quem é o dono na Terra, o corpo ou a alma?
R: É o espírito que faz agir o corpo e fala à alma.
E. 20 – A alma é um sopro, uma parcela de Deus que não pode pecar. É o
espírito, portanto, que peca com ou sem o assentimento do corpo.
E. 315 – P: Sim, mas qual manda no outro?
R: Não nos estenderemos mais longe, pois não queremos entregar o nosso
segredo. Que vos baste aprender a amar ao vosso semelhante e tudo quanto
pedirdes vos será concedido. E quando estiverdes sofrendo, que o vosso
pensamento se dirija a mim, eu pedirei a Deus por vós.
E. 616 – O corpo gira em torno da alma como a Terra gira em torno do Sol.
Com. 195 – Quão belo é, Carolei, ver ao MEM ensinar que o material de
progresso da alma, é o amar ao semelhante, e Ele, no mesmo instante, faz as almas
presentes progredir, dando-lhes a inteligência das cousas espirituais, mediante: uma
dádiva do Seu amor, e uma Prece da Sua própria alma! – Creio que isso ilumina, em
certo modo, o que seja a alma, essa esteira de luz pela qual O Senhor há de passar;
e que tão certo é tal destino, com o correr do tempo, que tal certeza prejudicaria aos
que não podem (ou não querem), entender que o esforço é a lei! E, mais ainda: o
esforço por amor coletivo. Que lição disso dá o MEM ao prometer: que o vosso
pensamento se dirija a mim, eu pedirei a Deus por vós. Será que a nossa alma não
pode, esforçando-se, aprender a fazer o que o MEM? – Claro, que isso leva tanto
tempo que, o corpo não só vai girando ao impulso da alma, senão que gira em
revoluções, ciclos, que são existências – ás quais chamamos encarnações – para
elaborar A Vida na, da, com, a alma...
Nem todas descem nas mesmas condições:
E. 617 – Antes que a alma se encarne, “se” lhe mostra, durante três dias (se
ela for muito corajosa) todos os acontecimentos que deverá passar na vida. Mas, se
ela for medrosa, não “se” lhe mostra nada. Efetivamente, muitas vezes recusaria
viver. Muitos abortos são devidos a essa percepção consciente das dores futuras, e
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à negativa da alma em vir para este mundo. É, aliás, um mau cálculo, pois é preciso
que, mais cedo ou mais tarde, isso seja. – Pospor os aborrecimentos para mais
tarde é um método ilusório e, até, muitas vezes pouco hábil.
Os que já entreviram sua existência futura, são almas de elite e já perto de
ficarem marcadas no “Livro de Vida”. A viagem de três dias através da vida é um
signo dessa Iniciação. Cinco ou seis anos antes de sua encarnação, a alma já sabe
onde irá morar e quanto tempo haverá de passar na Terra.
E. 618 – Uma alma vale mais do que todos os bens da Terra.
E. 522 – O número das almas é limitado; um nascimento exige uma morte. Há
muitos seres considerados como vivos e que já estão mortos; velhotes recaídos na
infância, por exemplo. Sua alma já está utilizada em outra parte.
E. 523 – Muitas vezes, um mesmo espírito anima a dois corpos.
Com. 196 – Mas o esforço não é aceito senão pelos fortes; pelos que já foram
temperados. E tal têmpera começa sendo involuntária, como nos mostra o E. 617, e,
quando preciso, compulsiva, já que o que tem de ser feito, o será. Pospor é covardia
inútil.
Em cada universo, cada planeta, cada era, um certo número de alma labora.
Assim numa família: se queremos salvar o neto, morrerá o avô. Se ninguém na
família é bastante “grande” para salvar essa alma, será preciso “desencarnar”
alguma equivalente, fora, como no caso que Chapas recusou... – As almas que já
deixaram um corpo que parece vivo, é fenômeno fácil de observar pelos que sabem
diferenciar as manifestações vegetativas e de rotina, das outras; mas, quem nunca
obteve ou procurou fazê-lo em si mesmo, como poderia ter certeza de localizá-lo em
outrem? Assim, o distinguir quando dois corpos são movidos por alma gêmea ou
espírito-duplo. – Dá-se, até, o caso dos dois corpos não habitarem no mesmo lugar,
embora eles sejam uma morada só.
Condições para descer, atuar e progredir
E. 2 – As almas foram criadas todas, ao mesmo tempo; todas elas não
desceram, porém, ao mesmo tempo; a criação dura sempre. Fomos criados antes
que os animais o fossem, mas eles nasceram antes de nós. Quando todos os seres
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da criação forem reconduzidos a Deus, estando determinado o trabalho, haverá
outra criação.
E. 44 (parte) – Nas raças humanas, como no universo, os seres podem vir
desempenhar o papel de cometas e trazer uma esperança ou um exemplo.
E. 543 – O número das almas que nascem é contado.
E. 544 – Nas famílias numerosas, sempre vem um ser que soergue a família.
E. 550 – Não devemos julgar a ninguém. Em seu sono, sobre outro planeta, a
alma de um grande ser viu a nossa Terra.
Fora levada pelo seu anjo. Ela disse: “é um paraíso”. Pediu ao Céu para
poder ir para lá. Como ela provinha de um planeta muito inferior ao nosso, logo que
tal criancinha pode, cometeu assassinato. Ao condená-la, possivelmente estamos
carregando ao ser mais adiantado de sua raça.
E. 615 – O juízo da alma se faz perante um acusador (nosso anjo mau) e um
defensor (nosso “anjo da Guarda”) que é o Amigo do qual fala Saint-Martin.
E. 308 – Ignorais que Deus, na sua glória e total bondade, deixou almas no
mais profundo das trevas, e que após a morte pode-se sofrer os mesmos
sofrimentos que antes? Pois bem, a miúdo, essas almas, deixadas às trevas, e cujo
corpo tem acessos de raiva, vêm procurar outras almas durante o sono. Só um raio
de luz pode aliviar e penetrar até lá. Tendes compreendido?
– Todos os presentes dizem: Sim.
– Pois bem, eu vos digo: não, não tendes compreendido, e se tivésseis
compreendido, estaríeis obrigados a amar ao vosso próximo como a vós mesmos.
Seria a perfeição, e a perfeição não é deste mundo. Eu não sou mais perfeito que
vós; não sou eu quem faz estas coisas, é alguém invisível que manda. Não tendes
notado que às vezes, quando faço experiências, dizeis-me: “Ah! Faça tal cousa!”
Pois bem, é simplesmente porque essa experiência estava escrita e devia ser feita e
mandada de antemão.
E. 309 – Fazei o bem. Prometei-me amar ao próximo como a vós mesmos. Então
podereis pedir a Deus o que quiserdes. Ele vos ouvirá. Neste momento peço a Deus
que vos conceda força e luz. Alguns de vós ireis muito longe.
Com.197 – Como no tema dos Anjos e da Evolução da Vida, vemos aqui que as
almas mais simples – animais no caso – descem antes, para usar as formas que já é
possível fazer com a matéria da era. Assim também, salvo os Precursores, Profetas
e Missionados, as almas mais elevadas da turma anterior, que ainda têm alguma
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cousa a fazer numa era, descem posteriormente às menos evoluídas. – Por isso,
terminado o trabalho de uma, há outra criação. O modo e nível, formas e ambientes
diferem, só. O trabalho é sempre o mesmo: outorgar a consciência da bem-
aventurança, diria o Mangala Gayatri; em ocidental, diríamos: ampliar o número dos
Obreiros conscientes do Espírito Santo.
Numa raça ou família numerosa (que analogia poderia haver entre raça e filho
único e mimado?), as possibilidades de esperança, soerguimento ou exemplo,
cumprem-se pelos cometas. Por isso é contada cada alma: aonde vai; em que raça,
país, família, lar e corpo. Belo exemplo de relatividade e responsabilidade, nos dá o
E. 550! – Todos vivemos, morremos, somos julgados e continuamos, solicitados por
representantes dos momentos evolutivos que nos precedem e nos seguem.
Regeneramos a um deles em nós, e realizamos o nosso progresso em o outro. – O
raio de luz, de que fala o E. 308 forçado, consciente e desinteressado. Ficou mais
clara, Carolei, a resposta do MEM? Que mostra, também, que ninguém deve atribuir-
se mérito nem iniciativa, pois em ambos os casos há inspiração, proteção e direção
superiores: outra vez o que pedimos nas Orações que lhe recomendei estudar,
meditar e ... usar!N. 141
O Muito Excelso Mestre e O DIABO
E. 105 – O Diabo é muito poderoso e ouve os que se acham em seu caminho
e aos quais Deus não atenderia; sempre cobra, porém, o que concede.
E. 107 – Há demônios ligados à matéria, como há outros, ligados ao ar e que
são bastante maus (produzem as tormentas, etc.) e ainda outros, no mental, que
atacam, pela tentação, os homens já fortes e os santos.
E. 346 – P: É o mal mais forte que o bem?
N. 141 Origem e particularidades dos Ensinamentos do Tema “A ALMA”: do Manuscrito de
Papus, são os E. 2, 20, e 44, sendo que este último, tal como está reproduzido na pág. 95 do I Vol., oferece dois inconvenientes: um, de ter o erro (de correção no Brasil) que deixou isto: “sabe onde irá morrer”, quando devia ser: “irá morar” (embora ambas as cousas estejam certas, no fim!); o segundo inconveniente, é o de ser incompleto – na 4ª edição francesa – com relação ao E. 617 – que provém de “Diferentes Fontes”, na 5ª edição – e o de ser menos claro que outros pelos quais o substituímos, com exceção das três linhas da parte de tal E. 44, utilizado. – Das Sessões de Lyon: E. 174, 186, 308, 309, 314 (que no I Vol. tem o erro de dizer: “que faz aqui”; quando deve dizer, como agora colocamos: “que faz agir o corpo”) e 315. – Da B. M. H., são os E. 518, 622 e 523. – Dos Ensinamentos de Chapas, transmitidos por Maurice de Miomandre, em L’INITIATION de outubro de 1953, são os E. 543, 544 e 550. Da 5ª edição francesa (fontes diversas): E. 614 a 618, inclusive.
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104
R: Não. Dir-vos-ei uma cousa que nunca disse senão em uma palestra
particular. Eis um senhor que quisera saber se o espírito infernal sempre existiu e
existirá sempre. Deus, ao criar todas as cousas, quis que houvesse uma potencia
que o mal preside, potencia forte como a Sua. Assim, não é proibido aos que tal
potencia atrai, irem para ela, e Deus sempre os receberá quando voltarem a Ele.
A alma vem das trevas, já que as trevas estão na luz, e podeis ficar certos
que, quando nesta vida quiserdes ocultar alguma cousa aos vossos irmãos, após a
morte essa será a primeira que os vossos irmãos saberão. Não está dito: Será
preciso que o que tenhais posto nas trevas, o ponhais na luz?
E. 106 – Os demônios existem. Não se deve – nem se pode – negar a
existência dos espíritos infernais, porque isto seria negar a dos espíritos benfazejos.
Há demônios em todos nós; nós não somos nem homens nem demônios, porém
mistos. A redenção do demônio se faz em nós, e ele torna-se nós - mesmos ao
desenvolver-se, deixando assim o mundo dos demônios.
Com. 198 – Para nós, mortais comuns, Carolei, seria presunção grave, querer
estabelecer a ontologia do mal, e de sua personificação ou entidade reitora: O
Diabo, que não deve ser confundido com os “demônios”, graúdos ou miúdos, que na
água, no ar, no éter; ou, no vital e no mental dos seres, causam as pequenas
tormentas ou os furacões, que as circunstâncias facilitam. Por isso, Carolei, facilitar
nunca é bom!... nesse sentido!
Mas, suponha Você, Carolei, que organiza qualquer cousa: desde um estatuto
institucional, até um organismo coletivo vivo, como um colégio, exército, ou
“qualquer diabo de história ou cousa” que Você imaginar queira. Acha que será fácil
conceber, que haja formas, relativamente livres, de agir..., sem ter de se conceber
simultaneamente que: em virtude de sua relativa liberdade e imperfeição, irão às
vezes atuar mal, isto é: erradamente, agindo voluntária ou inconscientemente (em
parte) contra o plano do Bem? Tal fato implicaria, ao mesmo tempo, em reconhecer
a existência e necessidade da existência de : mal; fonte de direção e de provedoria
de meios de fazê-lo, para quem assim é, ou sente; e meios de sanção e de
recuperação; de soerguimento e de reorientação. Eu acho, que, meditando nesta
analogia, torna-se bastante mais fácil e claro, compreender o ensinamento 436, e os
demais que o acompanham.
A alma, vem das trevas, já que nelas está submersa ao agir, e em meio a
erros coletivos além dos próprios. E que, ela mesma aumenta o volume e densidade
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105
de trevas, cada vez que erra e que oculta o erro, ou nele insiste. E, geralmente,
reiteramos abundantemente tal duplo procedimento de fabricação de trevas, isto é,
aumentamos a percentagem demoníaca que nos compõe, realizando assim, isto é:
tornando realidade, a incorporação, a transubstanciação de parte do Diabo: do Mal
Universal, em nós.
Em contraposição, se pomos na luz os erros próprios; se lutamos contra as
tentações; se nos esforçamos pela prática do Bem e se ajudamos ao semelhante,
em todos os modos que pudermos, contribuímos para dissolver parte do mal; em
nós, opera-se assim a redenção parcial, isto é, de parte, do Diabo. Como se vê, em
ambos os casos, parte do Diabo torna-se nós mesmos, seja que o assimilemos na
luz que atraímos e – em certo modo – até produzimos ao fazer o bem; seja
enfeudando-nos ainda mais sob o império do mal. O ensinamento que Chapas dava
sobre estas revelações do MEM foi brilhantemente resumido por Michel de Saint-
Martin:
E. 598 – “Ora, se temos pecado contra Deus, se temos agido mal, é porque,
em lugar de seguir os mandamentos do Pai, cedemos ao Tentador, e, cada vez que
cedemos, emprestamos do seu reino alguma cousa; uma certa quantidade de mal, e
ao seguir tomando emprestado, como nada possuímos, propriamente nosso, a não
ser nossa alma, não tendo outro penhor para dar, foi ela que hipotecamos. Assim, o
Diabo lançou sua garra sobre nós.
“É a ele que se tornava preciso pagar, para nos resgatar; a ele, a quem nos
entregáramos, e de quem nos tornáramos escravos, mais ou menos completamente.
É para nos resgatar do Príncipe deste Mundo, que O Cristo, Filho de Deus, Ele-
Mesmo-Deus, ofereceu ao Demônio, Seus sofrimentos, para que Satã ficasse pago
do que os homens lhe deviam. Pois: é do Diabo, e não de Deus, que O Cristo nos
resgatou... – Quando, pelo Seu sacrifício, Nosso Senhor teve resgatadas do
Demônio, as almas de todos os homens, eles acharam-se, naquele dia, quite de
todas as dívidas atrasadas, que tinham contraído com o Príncipe deste Mundo.”
Com. 199 – Assim, Carolei, ficou claro que, se quando O Senhor andava
sobre a Terra, os homens tivessem podido sentir a oportunidade, a permanência
deles em “estado de inocência” teria sido mais fácil. Porém, vê-se que naquele
tempo não conseguimos (pois aquela gente, éramos todos nós!...) vivê-lo
plenamente. Por isso, a lei continua sendo: o esforço por não ceder! Mas é preciso
tomar o assunto com realismo. Pois, tão real é, quanto nos ensina o MEM: que após
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a morte nossa, ou deles, a primeira cousa que “os nossos” (esposa, filhos, amigos,
fregueses, colegas, discípulos, etc. ...) irão ver, é o que mais lhes ocultávamos! Não
seria melhor sermos francos, humildes e transparentes, sinceros, desde já? – E, real
ainda, o que veremos com mais pormenores no tema da Magia: que permanecer
ignorantes, ou desprezando o Verbo de Deus, o papel guardião e protetor dos Anjos,
e outras muitas cousas que já foram dadas, é magia negra, ou seja: pôr-se,
voluntariamente, debaixo da garra do Destino! Mas, para poder compreender melhor
tudo isso, deveremos, antes, lançar uma olhadela sobre outros órgãos do Grande
Homem Cósmico...
E, como tema complementar de meditação, Carolei, gostaria de lembrar o
termo usado por Chapas: nos enfeuda ao Diabo... Enfeudar: é tornar feudo, converte
em súdito e em tributário; e, cousa mais grave ainda: da mesma fé. Devemos ao
Diabo, porque nele cremos, mais do que em Deus, já que preferimos as forças do
mal, às do bem. E, não em pensamento somente, não em palavras apenas – o que
já seria grave – mas em atos reiterados. Quem poderia, depois disso, não entender
seriamente, em que consiste a redenção, tanto do Diabo como nossa, e por onde
começar um trabalho espiritual sério!? N. 142
* * *
O Muito Excelso Mestre e O DESTINO (Karma)
Com. 200 – A maneira em que O Destino é considerado pelos humanos,
Carolei, varia tanto, que só esse fato mostra quão pouco dele sabem realmente.
Uns, o consideram como uma palavra, um termo convencional, que nada de exato,
fixo, e muito menos definível ou cognoscível representa; para esses, “destino” é uma
espécie de mistura de boa e má sorte, produzindo uma existência indefinível e
indefinida, inevitável ou não, em proporções ou condições que ninguém sabe
delinear (eles pelo menos!).
N. 142 – Origem dos ensinamentos do Tema “O DIABO”: o E. 105 parece provir do M. Papus,
pois assim figura na 4ª edição; na 5ª, além de estar com o tipo de letra que não indica, geralmente, tal procedência, parece que alguém se permitiu mudar a pontuação, cousa que também ocorre no fim do E. 107. Por tais razões, segui usando o texto de origem da 4ª edição, fiel ao Mestre.
O E. 106, na 4ª edição (pág. 101 do nosso I Vol.), é muito incompleto, em comparação com o que, na 5ª edição francesa, figura na pág. 114, mas que não traz o tipo de letra do “Manuscrito de Papus”, devendo provir de “Fontes Diversas”. Empreguei-o, por ser muito mais rico em conteúdo, já que engloba e completa o 106 primitivo. – O E. 346, provêm das Sessões de Lyon. – O E. 598, é de Revelations, págs. 78 a 80.
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Outros, pelo contrário, entendem por tal termo, uma força misteriosa e terrível,
que, compulsória e inevitavelmente, obriga os humanos a viverem “cousas”,
geralmente desagradáveis, e neste sentido chamam-nas de “fatais”, com privação
de livre-arbítrio. É um determinismo total, fatalista e pessimista.
Outros ainda, por “Karma” entendem: ou apenas uma solução dialética “Lei de
causa e efeito”, com a qual, distraidamente explicam, ou comentam, quanto
acontece, sem por isso acharem ou conhecerem o mecanismo, nem geral, nem caso
por caso. Aceitam, teoricamente que assim é. Claro, que pior é nada! – Ou,
concebem o tal de “Karma” como um cidadão (provavelmente uniformizado de
polícia especial...) que, vingativo e implacável, nos persegue sadicamente,
esperando que furemos o olho do vizinho...para nos queimar os dois...
Por isso, um estudo meditado dos ensinamentos deste tema será muito
esclarecedor. Começaremos por um de Chapas, que ilumina o aspecto
transcendental, que o MEM “indica”, mais discretamente, nos demais ensinamentos:
E. 599 – “Compreendendo que o ser humano não vem à Terra uma só vez,
mas que deve reencarnar até quando tiver terminado de pagar suas dívidas, torna-
se muito fácil entender, também, o mecanismo, o funcionamento, do Destino... É um
Servidor do Pai, e se o Destino não é uma entidade revestida de um corpo terrestre,
nem por isso deixa de ser um servidor, um ente, no Invisível. Ele tem por missão
registrar escrupulosamente todos os atos do homem, e, ao mesmo tempo, a de
colocar na rota de cada um a reação normal, que seus atos podem atrair de acordo
com as leis que foram criadas por Deus.
“O Destino aplica a Lei. Como? É muito simples. – Se fizemos mal a alguém,
imediatamente o Destino coloca em nossa rota a mesma quantidade de mal, para
que topemos com ela; e deixa, em Nome do Pai, ao Demônio – a quem servimos
quando agimos mal – o direito de se cobrar, torturando-nos, já que então nos toca a
vez!
“Pois, não esqueçais que o mal que fazemos, o tomamos emprestado, ou o
compramos, do Demônio, e disso ficamos-lhe devedores.
“Assim, para o bem que fizermos: o Destino coloca sobre a nossa rota, a
mesma quantidade de Bem. E o Acaso, é outro Servidor: o que tem a faculdade de
colocar, em lugar totalmente inesperado, um acontecimento que nós, humanos, não
tínhamos meio nenhum de prever, se utilizando apenas os nossos conhecimentos e
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razão. Ele é um servidor que trabalha sob as ordens do Destino que, por sua vez,
está sob as ordens do Pai.”
E. 52 – As doenças não são castigos. Deus não castiga. Aquilo que
chamamos de “castigo” ou “punição” não é mais que uma dificuldade, logicamente
religada aos nossos atos precedentes.
Com. 201 – É tão clara a explicação de Chapas, que o E. 52, do MEM sobre
as doenças, fica evidente: cada doença é a quantidade de mal, produzida ou
acumulada por nós – muitas vezes pela simples teimosia em fazer, durante meses
ou anos, o mesmo pequeno erro, que dá um “montãozinho” bem regular de mal,
quando o Destino apresenta a continha. Parece: a caderneta a crédito, da bodega
da ignorância!...E, o “logicamente religado” deve ser aplicado a todo ato, de qualquer
espécie, já que tudo tem aquela voz que deve dizer, ao Destino, quanto debitar ou
creditar na nossa continha, segundo agimos com “essa cousa” (ser, objeto,
oportunidade, circunstância...).
E. 161 – Mais tarde, quando tivermos mais tempo, eu vos falarei do Destino,
que não considero da mesma forma que vós, pois o vejo como uma estrada que
muitos devem percorrer e sobre a qual podem encontrar obstáculos. Aquele que, em
face do obstáculo, não retrocede, “espanta” esse obstáculo, aplainando-o para a
passagem de outras pessoas. Eis porque o bem, que se pode fazer, torna-se útil aos
outros seres.
E. 362 – Prometei-me não recuar perante a luta, e da minha parte, neste
mesmo instante, peço a Deus que vos ajude. Mas a vós, ser-vos-á dado mais,
prestai atenção a isso. Se aquele a quem foi dado fica atrás, ser-lhe-á tomado o
pouco que puder ter, para ser entregue àquele que tem mais.
E. 189 – P: Quando da nossa criação, pôs Deus tanto ao nosso alcance do
lado do bem, quando do lado do mal?
R: Tanto dum lado quanto do outro.
190) – P: Por que estamos atrasados?
R: Quem vos disse que estais atrasados?
191) – P: Pelo fato de pedirmos coragem ao menor aborrecimento.
R: Mas não deveis pedi-lo, porque se vo-lo dão, sereis mais fortes, e nunca se
deve ser o mais forte.
192) – P: Então, devemos pedir penas, provas?
R: Sim, dever-se-ia chegar a isso. Quanto aos que não têm sofrimentos
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e não fazem o bem, que são, numa palavra, plantas parasitas, eu peço para eles
uma mudança, e que se lhes fustigue um pouco, para que não percam tempo, pois
prefiro uma pessoa que faça muito mal a outra que não faz o bem nem o mal.
Com. 202 – O importante, no E. 161, além do que nele compreende-se
facilmente pelo já dito no 599, é que não se deve retroceder (ceder, o que causaria
retrocesso...), pois quando sabemos resistir à dificuldade, que é um mal atraído por
nós mesmos, o nosso esforço, produz uma vitória que é útil a muitos outros seres,
isto é: a todos aqueles que estavam em casos análogos, ou que dependiam de nós,
por motivos ou laços que até desconhecemos, muitas vezes. É uma das belas
aplicações da solidariedade automática, resultante da unidade de vida, que impera
em tudo.
Por isso, também, a promessa do MEM aos que se esforçam, e o aviso do
sobre preço para os que recebem um suplemento de ajuda. É sempre A Velha
Balança. E não há oportunidades “perdidas”: são apenas transferidas a outro ser,
que as não despreze!
O E. 189, já foi comentado, quando explicou-se que somos, em todo
momento e lugar, solicitados, - psicologicamente poderíamos dizer: estimulados –
por ambas as tendências, por meio de seus representantes, que são os “entes”, que
sob mil e uma formas, variáveis com os níveis diferentes da existência, vêm a
contacto conosco, colaborando assim como os nossos dois anjos: o bom, e o outro.
A resposta do MEM (E. 190) é algo de maravilhoso, em todos os planos: -
Humanamente: consolador, deixando entender que não devemos nos julgar, nem
nos afligir; apenas: esforçarmos-nos por seguir adiante e para cima! –
Cosmicamente: há tantos outros mundos, mais e menos adiantados que este, que a
palavra: “atrasado” nada significa, na realidade! – Transcendentalmente: tudo é
como deve ser, porque tudo é como pode ser; logo, não estais atrasados, estais
como deveis e podeis estar, em direta razão do que tendes feito até este instante.
Coragem: só devemos pedi-la em última instância; lembre, Carolei, como já o
MEM nos dissera: “quando não podeis mais agüentar”; Pois, se pedirmos antes,
seremos então bem mais fortes do que supomos, e nos darão uma carga mais
pesada! A isso, só se deve chegar quando se aspira a carregar o fardo alheio, do
que, a aprendizagem inicia-se saindo da moleza ou da morneza! Parasitária! Aquele
que faz muito mal, irá encontrar na rota um volume de dor que o sacudirá, e pode
convertê-lo em poderoso agente do bem.
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E. 240 – Dirigindo-se a uma pessoa: Gostaríeis de remoçar. Com que idade
quiséreis estar? Com trinta anos?
– Sim.
– Mas não é possível, nem mais para mim do que para os outros. Estivesse
no meu poder fazê-lo e não o faria, porque seria transgredir as leis de Deus.
– E por que seria ir contra as leis de Deus?
– Porque se andássemos para trás com uma pessoa, não haveria razão para
não fazê-lo com todos, e até haveria os que pediriam que se fizesse para eles
destruindo aos outros. Assim vós, senhora, não seria uma vez que pediríeis para
voltar atrás, mas duas vezes, três vezes, até com prejuízo de todos os vossos. E
todos que estão aí fariam o mesmo. É preciso respeitar as leis de Deus e os
mandamentos.
E. 411 – Tendes o vosso livre-arbítrio e contudo não o tendes, Vós não fazeis
o que está decretado pelas leis de Deus. A vossa alma não é dependente do vosso
corpo; é preciso que o vosso cérebro esteja muito lúcido para perceber o que
acontece e se passa como uma imagem por trás desse cérebro, e que deve ser
levado a efeito. Seja qual for a vossa luta, eu pedirei força para vós e tê-la-eis. De
resto, ireis percebendo após cada curso que esse trabalho vos aproveitará não só
no moral, mas aumentará a vossa filosofia sob toda forma. O vosso alívio está em
vós mesmos. Para isso, apenas se exige de vós um pouco de confiança e podereis
aliviar aos vossos semelhantes.
Quanto a curar à distância com passes magnéticos, é inútil que procureis, não
podeis fazê-lo ainda. O que podeis fazer, eu o peço neste instante para vós, é
quando virdes um acidente, por exemplo alguém caindo de um andaime, pedir a
Deus, instantaneamente, e enquanto esperam a chegada de outros socorros, fazei
alguns passes que manterão lá a essa alma, pronta para ir embora, e permitirão ao
coração ficar ligado à vida.
(Após algumas experiências de hipnotismo, nas quais fica demonstrado ao
“sujet” o que acontece por trás da segunda cortina que está erguida para ele, tal
“sujet” cai inanimado.)
E. 693 – O homem é composto de três elementos principais: a alma, o espírito
e a matéria, e logo, de uma infinidade de seres que, todos, têm sua vida própria e
que, todos, têm uma liberdade relativa, como todos os seres, pois a liberdade não
existe. – Consequentemente, pode-se ter o seu livre-arbítrio, porém depende de
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uma força centrífuga que faz mover tudo segundo leis estabelecidas; o que produz
que, a miúdo, fazemos o que não quereríamos fazer e reciprocamente.
E. 182 – Precisais trabalhar e exercitar vossa pernas, se quiserdes transpor
obstáculos. Como quereis vencer os grandes, se não podeis passar os pequenos?
Eu vos afirmo que, aos que não andam, eu empurrarei e pegarei pela cabeça.
Devemos conquistar a nossa liberdade, para nos tornarmos independentes; não
conseguiremos isso senão quando amarmos ao nosso semelhante como a nós
mesmos.
Com. 203 – O MEM começa por mostrar – á senhora do E. 240, que serve de
cobaia no caso – que todos desejam fugir da Lei, até com prejuízo dos que lhes são
caros, ou seja: com um egoísmo bem maior que seu amor-mirim, do qual têm tão
elevada opinião, geralmente! E que, por isso, não podem ter senão muito reduzido
livre-arbítrio (E. 411) já que os seres – em geral - : não cumprem as leis divinas;
acham que o corpo é o senhor (instintos, gostos, paixões, manias, crendices & Cia.
Ilimitada...) e, ainda, ignoram totalmente o modo pelo qual, mediante clichês
(imagens sutis) que lhes são projetados na nuca (lá onde fica o olho astral dos não-
desenvolvidos), os incitam e... caem logo. Disso falaremos muito adiante.
Por isso recomenda o MEM: se vossa luta é involuntária, mas corajosa, vos
apoiarei; se for esforçada e consciente, muito mais! (o vosso alívio está em vós
mesmos!). E logo, para lembrar que só pela caridade e solidariedade progride-se, dá
o exemplo de fazer o bem que nos põem sob os olhos, até em modos
aparentemente acidentais, em lugar de querermos fazer, inicialmente, “cousas
difíceis, raras e importantes” (mania espiritualista muito difundida!). E o MEM dá um
segredo: de como a vida nossa, mais uma prece sentida, podem reter um’alma por
alguns momentos...A experiência feita nesse dia, refere-se, pelo contrário, à atração
que o mundo da luz exerce sobre a alma. Tornaremos ao caso.
E, voltando ao tema do livre-arbítrio, mostra que a total liberdade, só pode
existir para os que estão livres de toda dívida. Estando livres, são livres. Aliás,
Carolei, se Você medita um pouco, verá que na vida, ser e estar conjugam-se com
conjugados: sempre se está onde corresponde pelo que se é. Isso: em forma, modo,
lugar e condição. Daí, ser relativo a essa força, a essa lei que centrifuga, para cada
ser, cada átomo e cada consciência de cada partícula, o resultado – no sentido
algébrico do termo – dos níveis conjugados das componentes “morais-espirituais”,
se me permite o termo, que é bem pobre e limitado, para abranger a tudo.
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O mistério da composição do ser humano, sobre o qual haveremos de voltar
em temas do ensinamento “reservado”, explica que a necessidade (logo: direito), de
cada parte componente, viver a experiência que merece e necessita, promove que
façamos, ás vezes, aquilo que nossa consciência vígil de humanos não poderia
projetar, ou planificaria diferentemente. No E. 182, o MEM torna a chamar a nossa
atenção sobre a inútil pretensão: de querer vencer grandes obstáculos, recusando o
esforço nas cousas de cada dia, da vida quotidiana (pequenos obstáculos). E, com
Sua energia habitual, avisa-nos: acordem dessa indiferença ou resistência para com
o esforço, pois vos empurrarei e pegarei pela cabeça. Que maneira de mostrar onde
está a doença! – Depois: a receita da liberdade: Amai e O AMOR vos libertará.
Experimente, Carolei, verá que é bem mais difícil do que “fazer-se a ilusão” de
seguir a verdade...zinha humana!
E. 275 – É-se soldado quando se quer sê-lo, e também se é até quando não
se quer.
E. 409 (parte) – P: É preciso que passemos por onde fizemos passar a
outrem?
R: Sim e não. Se tivermos bastante abnegação, confiança e caridade,
podemos comprar as penas que fizemos outros sofrerem.
E. 828 – O destino atual é modificável por três elementos: 1º) – Pela coragem
física; 2º) – Pela submissão às provações morais; 3º) – Pela prece e pela assistência
divina.
O destino domina sobre o passado; a vontade humana sobre o presente, a
providência divina sobre o porvir.
Com. 204 – Por mais que fujamos do esforço, obrigar-nos-ão a fazê-lo, por
mais covardes que sejamos: ao ponto de procurarmos desertar, fugir para a terra
dos parasitas. E, não há exército sem batalhões disciplinares...- No E. 409, o MEM
mostra que: ”Sim”: do merecido ninguém foge; o mal feito tem que ser compensado.
Porém, não precisa ser em modo idêntico (circunstancialmente) senão equivalente:
que soframos quanto fizemos sofrer. E, se nos movermos a tempo, para reparar ou
para compensar, poderemos assim, equilibrando o débito, comprar, resgatar a
dívida. Por exemplo: um grande bem, feito a uma criança abandonada, que nada
nos é familiarmente, poderá pagar um nosso erro metido para com os nossos
próprios filhos, ou deles para conosco e que não perdoáramos. Mas o “perdão” é
tema à parte, que veremos a seu tempo. De todos os modos, o E. 828, que Papus
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formulara procurando resumir os ensinamentos do MEM, é muito eloqüente.
Procurarei esclarecer ainda mais o tema, com esta explicação, que já dei
verbalmente em tantas conferências:
Suponha, Carolei, um triângulo eqüilátero. Se quisermos saber como é todo
ele, isto é, cem por cento, nos veremos obrigados a dizer: cada lado vale 33 e o
centro de figura: 1. – Por isso, Carolei, tanto faz, por, como certos Ritos fazem, uma
cifra 33 no centro (que alude à proporção dos lados) ou um olho, que alude à
consciência central: se do Universo, Divina! Se humana: do que o rodeia!
Suponha, também, que desde o ápice, no lado direito da figura for escrito:
DESTINO. – No outro, PROVIDÊNCIA. E, no que serve de base na terra,
escreveremos VONTADE HUMANA. No centro, já o disse, está a nossa consciência,
relativamente livre...
Livre de que? Livre em que modo e proporção? Vejamos: posso aliar minha
vontade humana (33%) ao Destino, que é, não só o mal, resultante do passado
negativo, como também tudo que é fatal e automático: leis naturais, morais,
psíquicas e, de modo geral todas as que regem as formas de todos os entes
criados...Tal Destino também tem – na linguagem desta época – 33% das ações da
Vida S.A. – E lá estou eu comprometido em 66% no Grupo Destino, contra, ou pelo
menos em contacto e colaboração com o Grupo da Providência. Como haveria de
me queixar, depois, se não recebo a Proteção do Grupo que ignoro, desprezo ou
combato? – E como não haveria de sofrer todas as conseqüências de me haver
voluntariamente unido, ligado, associado, ao Destino. Esta, a posição do malvado,
do descrente, do rebelde, do fatalista, do ímpio, e, até certo ponto, do materialista,
salvo se muito “Humanista”, em cujo caso tem a proteção do Espírito Santo, embora
nem saiba o que É.
Mas, também posso procurar passar por sabido, por “oportunista”. Fazer-me
de “petit-Perón”, de “terceira força” e jogar por minha conta, procurando dividir para
reinar, recusando aliança ou compromisso, seja com o Destino, como com a
Providência. Em tal caso, seja eu ignorante de ambos, ou real pretenso equilibrista,
não é difícil, Carolei, perceber o que pode um 33% contra um 66%. E, mais ainda
quando os “donos” de cada metade são: a Natureza, a Criação toda, por um lado...e
o Criador pelo outro. No entanto, Carolei, há “gente bem” e até cheia de
pergaminhos, empenhada nessa luta inglória!...
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Mas, se tendo compreendido o valor real das Forças Fatais do Destino,
resolvo respeitar seu divino e natural Jogo, porém aliando-me à Providência,
melhoro logo de posição: fico com 66%, a meu favor, inicialmente. E, à medida que
a minha entrega à Providência for maior, isto é, à medida que: em lugar de juntar a
minha Vontade Humana aos desígnios Providenciais que possa perceber, renuncio,
a ela – Vontade Humana – então acontece este curioso fenômeno, que só um
Místico pode entender facilmente: “eu” quase desapareço. A Providência é quem
“compra” as minhas ações (ó termo rico!), e Ela é quem passa a Jogar: eu sou
apenas o peão. E vou ficando livre do Destino, que, percebendo estar em minoria
em todas as jogadas...perde por desistência! O um no centro, contudo, perdura até a
reintegração do eu, no Todo. E, até lá, certo setor ficará ainda sujeito às Leis do
Destino, que funcionam em todo o mundo das Formas, isto é: que lá cumprem, por
ordem e em Nome do Pai, as cósmicas funções.
Sendo tal processo de entrega, demorado; e mais ainda o de renúncia ao “si -
mesmo”, convém, Carolei, seguir as diretrizes que nos outorga o MEM, com
humildade, e conscientes, agora, do equilíbrio relativo, que uma Consciência
Humana, sábia das Leis do Destino, e veneradora das Providências, pode viver,
mediante o uso de sua relativamente livre Vontade, discernindo como pô-la a
Serviço dos semelhantes, do bem e da Lei do Amor, que é a direta expressão da
Providência, Nossa Divina Mãe, por Vontade do Pai.N. 143
O Muito Excelso Mestre e A MORTE
E. 569 – Sessão da Escola Secundária de Magnetismo, de Lyon, de domingo
7 de fevereiro de 1897 – Acham-se presentes: M. PHILIPPE, diretor; Doutor Marc
Haven e Chapas e mais umas 110 pessoas.
RELATÓRIO
N. 143 - Origem dos Ensinamentos do Tema “O DESTINO”: Papus: E. 52 (M. P.) e 828 (La
Reincarnation, pág. 123). – Das Sessões de Lyon: E. 161, 182, 189, 190 e este falta na 5ª ed. Francês, 191, 192, 240, 275, 362, 409, e 411. – Da 5ª ed. Francesa (Diversas Fontes), o E. 693. – E, de Revelations, págs. 85, 86 – o E. 599.
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Na 1ª. Experiência, nosso Diretor nos demonstra que o pensamento não é um
elemento principal da nossa vida.
Para tal fim, toma três sujets lúcidos, põe-nos em sono sonambúlico, e ordena
a seu pensamento que se afaste deles, e pode-se verificar quase imediatamente que
cada um deles tem o olho sem brilho e sem expressão, olhar fixo e a pupila dilatada;
a circulação é um tanto mais lenta porém regular, e que todos os três parecem muito
abatidos. Fica bem evidente que só a vida material existe neles.
2 ª Experiência: feita para demonstrar que o coração pode bater sem a
respiração.
Nesta experiência, M. PHILIPPE serve-se dos três mesmos sujets e detém a
respiração deles por meio da asfixia.
Para isso, manda que seus pulmões respirem ar que só contenha doze partes
de oxigênio; vê-se os imediatamente muito oprimidos; e, diminuindo-lhes
rapidamente a dose de oxigênio, dá-lhes a respirar somente azoto (nitrogênio) puro,
o que produz em poucos segundos a asfixia completa dos três sujets, que rolam ao
chão como fulminados.
Nesse momento, nosso Diretor manda ao coração dele agir só pelos meios
que lhe são providos pelo cérebro; os sujets ficam na mesma atitude e pode-se
verificar que o coração de cada um deles continua a bater com regularidade, porém
de forma mais fraca.
Estas experiências nos demonstram de forma total, que o coração,
contraindo-se sob a influência do cérebro e sob a influência da respiração, pode
contudo funcionar, ou antes: contrair-se, independentemente de um e de outra,
dessas duas forças. O Secretário: Grandjean.
E. 439 – Em sessão, para mostrar a Papus o que é a morte, tomou a um
homem presente e lhe deteve o coração. O homem caiu inanimado. Após alguns
minutos, devolveu os movimentos ao coração do paciente, que se levantou e,
interrogado, disse ter sonhado que tomava o trem.
E. 55 – A morte só é apavorante para os que rodeiam o moribundo.
E. 283 – Perguntando a um homem: Tendes medo de morrer?
– Não, Senhor.
– Efetivamente, nesta sala todos têm essa resignação. Aliás, por que temer a
morte? É apenas uma transformação, e às vezes esse corpo que na agonia parece
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sofrer, é simplesmente uma contração da matéria que pede para beber ou comer.
Por que temer sempre?
E. 149 – Não se sofre no momento da morte: o que faz sofrer é o medo que
dela se tem. Por que tal medo? A morte não existe. È uma falta de confiança em
Deus o ter medo dela. Muitas vezes, aqueles que, pela contração dos órgãos,
parecem sofrer, não sentem absolutamente nada e cantam quando se pensa que
sofrem. Eles não sabem para onde vão, nem onde estão, nem de onde vêm. Nós, do
mesmo modo, não sabemos de onde viemos, onde estamos e para onde vamos.
Aqueles que não acreditam na existência da alma, mas que guardam, dentro de si,
tal crença, serão retardatários, dentro de trevas menos densas, porém, do que
aqueles que a todos dizem: “não existe alma; com a morte, nada fica da nossa alma,
nem de nós: acaba tudo”.
Assim como a pessoa, a quem se amputa um braço ou uma perna, sente
esse membro como se ele existisse, assim certas pessoas não se acreditam mortas
e sentem seu corpo. Aqueles que, publicamente, acreditaram que tudo tinha
terminado, e nada mais ficava de nós após a morte, procuram os seus membros e
não podem achá-los.
E. 347 – Por que há pessoas que morrem tão subitamente e outras que têm
tão horrível agonia? Acreditais quiçá, e todas as pessoas aqui presentes o
acreditam, que aquele que morre de morte súbita não sofre. Desenganai-vos.
Aquele que parece ter uma agonia terrível sofre menos, já que no momento em que
o corpo faz contrações a alma nada vê. O nosso anjo da guarda teve o cuidado de
por um véu entre a alma e o corpo, e quando nos achamos do outro lado, não
vemos todo o Sol do mesmo lado. Uns o vêem aqui e outros lá, e aquele que não fez
bem nenhum tem ante si um véu que faz com que fique mergulhado nas trevas.
E. 57 – Não se deve ter medo da morte. Aqueles que seguiram o bom
caminho têm uma agonia curta, deixam rapidamente o corpo que, reduzido ao
estado caótico, espera o retorno da alma. Eles podem assistir e guiar os vivos e, em
alguns casos, orar por eles. Os outros têm uma longa agonia, ficam apegados ao
cadáver (fantasma, vampiros), devem pagar do outro lado, são obrigados a aceitar
um novo destino e reencarnarem.
E. 199 – P: Há diversas vidas imortais dentro do nosso ser?
R: Sim, a vida do corpo e a da alma. Nada perece, e, após a morte, as
moléculas que se deslocam do corpo tornam a formar outros corpos. Quem nos diz
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que não voltamos antes do nosso corpo estar totalmente desprendido? Não se se
acreditais na reencarnação, porém eu, vos juro ter sido antes de estar aqui e ter lido
uma noite a frase:”nesse momento o mar desbordará”. Sim, e tal momento não está
longe.
Sabeis como desbordará?
H. 22 – O M. PAPUS e o Discípulo “Jeholo”
Nos últimos meses de 1950, em um dos Grupos que a A. M. O. tinha em Buenos Aires, contava-se o Discípulo ao qual dera o nome de “Jeholo” (porque tinha percebido nele um passado chinês, e dei-lhe esse nome de um discípulo do Buddha, na China). Tal discípulo, tinha uma vidência boa, que lhe fora desenvolvida, quase repentinamente para poder “ver” o que acontecia em certo Centro espírita, que ele não freqüentava, mas no qual sua esposa fora mediu,, por algum tempo. Ao realizar as práticas que lhe demos, essa vidência mudou de “apartamento” – como diria o MEM – e começou Jeholo a perceber seres e cousas do mundo etérico. Após algumas ótimas experiências nesse sentido, chegou o verão. Nessa época, cada ano, Jeholo ia para Mar del Plata, como massagista de um grande Clube desportivo, ganhando assim mais, e com muitas horas e dias livres, naquele famoso lugar de veraneio.
Certo entardecer, estando lá só, encostado ao molhe, meditando ante o mar, sentiu, e logo “viu” um Chinês (um mestre Zen) que lhe disse: “Gostarias de ver a vida dos peixes?”. Ante a afirmativa, mental, de Jeholo, o Chinês fez certo gesto e o Discípulo, pasmo, começou a ver, no seio das águas, os peixes, rodeados cada um da pequena luz, diferente em cada espécie...
Estava nessa contemplação, quando percebeu que o Chinês sumira, e que, no lugar em que estivera, achava-se o venerável Mestre PAPUS, que perguntou: “E agora, gostarias de ver a vida do mar?”. – E, em resposta à muda súplica do Discípulo, o Mestre fez um gesto, e Jeholo viu o oceano de luz, de força, que se move dentre e por meio da massa das águas. Espetáculo único, comparável somente ao do oceano astral...
Mas PAPUS não lhe deixou muita folga... e perguntou logo: “Você, que nos últimos dias andava tão preocupado com a real condição de certos seres, após a morte física, gostaria de ver isso?”. – E, ao “sim” de Jeholo, respondeu: “Então, vamos andando para o Cemitério...”.
Jeholo não gostou muito da proposta, embora vinda do Mestre PAPUS. O cemitério era longe, após atravessar-se um bairro de péssima reputação e não muita segurança, além de haver por lá uma cachorrada pouco amável...
Mas, ficava feio dar marcha à ré... e lá foi o nosso amigo Jeholo, seguindo por certo tempo ao M. Papus, que o precedia de meio a um quarteirão e que acabou por desaparecer...provavelmente para deixar livre... o arbítrio e o mérito de Jeholo, na travessia que, aliás, correu bem, com a particularidade de nenhum cachorro latir ao desconhecido...Cousas!
Quando, um pouco reconfortado com o bom êxito, Jeholo chegou aos portões, naturalmente fechados naquela hora já noturna, do Cemitério, lá estava o Mestre, que foi entrando...através do Portão. E Jeholo começou a poder “ver” o que acontecia lá dentro:
Alguns túmulos tinham por cima, como colados sobre a lápide mortuária, vultos amarelados, levemente fosforescentes, que lutavam, ao parecer, desesperadamente, por erguer um braço, uma perna, o tronco. Cada parte assim erguida, ficava retida à lápide, ou ao corpo que debaixo dela jazia, por filamentos grossos, elásticos e resistentes, que só cediam um tanto e, logo, tornavam a vencer o esforço do pobre duplo, assim preso por uma existência de negatividade, de descrença ou de materialismo mental ou passional.
Outros, um pouco melhor situados, conseguiam desprender-se me parte e até se moviam sobre a tumba ou junto a ela. E, para surpresa de jeholo, alguns faziam tudo que podiam para bater nas flores ou quebrá-las, mostrando assim revolta, ou algum sentimento não muito elevado...
Foi tal o estado de depressão que Jeholo sentiu, que o Mestre “baixou” a cortina, como diria o MEM, e Jeholo nada mais percebeu nesse dia..., mas teve tema de meditação para muito tempo e também ficou incluído nos que podem dizer que viram, “em verdade”, um dos aspectos da existência além da faceta de vida terrestre.
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Com. 205 – Realmente, Carolei, são numerosos os ensinamentos do MEM,
sobre este tema – já que a “morte” preocupa tanto aos vivos que, por mais
“espiritualizados” que queiram parecer, vivem perguntando e temendo a respeito – e
por isso, certamente, muito indagaram do M. PHILIPPE. Ele, aliás, tinha elevado
interesse em outorgar certeza, aos que o seguiam, e por tal motivo, além de lhes
afirmar, tão reiteradamente como vimos acima, a inutilidade do temor à morte, fazia-
lhes essas experiências tremendas, indiscutíveis! Gostaria de ver quais dos
“conversadores” que por aí andam – e “não é para provocar”, como dizia o MEM... –
que, uns como materialistas, outros como espírita-espiritualistas ou fiéis (?) de
qualquer religião, podem nos trazer os argumentos práticos, as demonstrações que
o MEM outorgou: curar, ressuscitar, para o coração, fazer morrer provisoriamente...
e até fazer morrer definitivamente, como veremos adiante! Eu acho bom, Carolei,
levar a sério o que é, e muito! E, meditar bem sobre a magnitude espiritual de Quem
nos ensinou tudo isto. Quase seriam desnecessários comentários, em vista da
abundância dos ensinamentos deste tema. Porém, não gostaria que uma preguiça
minha, ou juízo prematuro sobre a capacidade de atenção ou de percepção alheia,
privasse alguém de qualquer cousa útil. Darei, pois, algumas indicações.
Observou, Carolei, o dito pelo MEM sobre as causas das diferentes espécies
de agonia, no que à dor (não confundir com duração) das mesmas, se refere? E
que, muitas vezes, nessa agonia, as crispações e mais reações do físico, são
manifestações do instinto, que seguem sua rotina? Nós, que temos assistido a
bastante agonia, presenciamos muitas vezes a brusca intervenção da alma, que, se
não cantava, musicalmente falando, pelo menos expressava com enlevo, seu amor
a Deus, sua satisfação por ir para a luz, sua mágoa por certas cousas vividas, sua
gratidão... E, ainda lembro, um caso especialmente típico, de um amigo em
Campinas, junto ao qual fôramos, por ordem superior, para ajudá-lo a deixar o
corpo, vítima de prolongada e dolorosíssima enfermidade, localizada na região que
mais pecara, aparentemente. – Era terrível, para quem percebe os “apartamentos”,
ver surgir sucessivamente, no palco da consciência verbalizada: á alma enlevada e
aspirante à luz e à paz, cheia de gratidão e de arrependimento; e, repentinamente,
quando o medo e o egoísmo dos familiares impediam a ação facilitadora: a rebelião,
a amargura, a vituperação, com as quais o agonizante, gastando as poucas energias
que tinha, deixava transparecer, não só a luta daquele instante, mas a luta de toda a
sua vida, em que sua alma estivera solicitada, com toda a veemência do seu caráter,
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pelas paixões e, pelos ideais altruístas e espirituais. Era um espetáculo simultâneo
dos dois mundos e uma pré-visão, uma antevisão e...um pré-aviso, do que a cada
um de nós espera, cada vez que nos torna a tocar morrer para este plano e
renascer, mais uma vez, no outro...
Por isso diz o Mestre que nem todos vêem o Sol do mesmo lado. Para alguns,
incapacitados de verem a Luz – e há um Sol dos Mortos, do qual falaremos em outro
tema... – espiritual, todo seu esforço permanece em perceber este Sol da vida física,
na qual tinham posto todo seu capital vital, sua única fé, ou, pelo menos tinham
perdido todo seu tempo de existência, na lamentável confusão de que essa agitação
material fosse A Vida!
E o MEM descreve as diferentes condições, em que ficam, às vezes por
tempo prolongado, as diversas espécies de “mortos”: a pior de todas: a dos que
semearam a descrença, já que são como aqueles que, portadores de doença
contagiosa, fazem questão de passá-la adiante, numa espécie de rebelião-vingança,
em lugar de reconhecerem que cada um carrega o micróbio que merece! Há outras
“condições”...
Por exemplo, os que ficam “apegados” ao corpo (E. 57), e sobre cujo caso,
Carolei, preciso insistir. – o mal de muita gente é a “ilusão verbal”, com a qual,
pensando ter definido alguma cousa – mesmo sem a ter meditado nem, muito
menos, vivido – acreditam ter resolvido o caso com “um termo”, como por exemplo:
“apegado ao corpo”. E dizem: “pois é, ficam pensando nas cousas da Terra,
gostariam de seguir tendo um corpo”. E, com isso, Carolei, acham, melhor dito,
mostram: ou que nada sabem, ou que acreditam que isso irá lhes sair “assim tão
barato”, etc. Por isso é que referi a H. 22, para que todos vejam que: “apegados”,
significa colado, preso, pegado mesmo, e em condições muitas vezes horrorosas de
serem vividas, pois assim é “em verdade”! E, não é com princesinhas dos lábios
para fora, nem com sessõeszinhas na casa da cunhada, que irão resolver essa
realidade: só com esforço de automodelação!
Nós nos lembramos bem, Carolei, dos muitos casos nos quais, tendo podido
merecer a graça de procurar e conseguir ajudar um pouco, em agonias ou logo após
elas, acontecia que durante semanas, logo que nos ligávamos ao “morto”, e às
vezes espontaneamente (isto é, quando era ele que nos buscava) o cheiro putrefato
acompanhava sempre a manifestação: fosse em nosso tempo privado, na casa
particular, no automóvel, ou em plena rua! Porque as moléculas físicas, certo
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número delas pelo menos, vão lá onde vai parte ou todo do duplo! Estou lhe falando
“em verdade”, Carolei!
E, por falar em moléculas, o estado caótico, de que fala o MEM, alude à
dissociação molecular, operada por meio do duplo, e que leva anos, para tornar
livres, tais moléculas, para novas combinações. Falaremos mais, nisso. O MEM
aborda novamente o tema, porém desde já afirma o processo da reencarnação,
fenômeno universal, que dará lugar a um tema, imediato ao presente. Quanto “ao
mar desbordar” é assunto que veremos nas Profecias...
Nos casos mais gerais, isto é, nos menos anormais, há uma ajuda, para os
mortos. É bom dar alguma cousa que seja, também, material “em verdade”. A
generosidade de Papus a outorgará, neste ensinamento:
E. 829 – “Um dia, fui admitido a ver em verdade, as ânsias horrendas de uma
alma que acabava de ser separada do corpo, e que ignorava ainda que a morte
neste mundo estava cumprida. Por ordem do meu Mestre, o véu que separa os dois
planos ergueu-se, e eu vi... vi os terrores indescritíveis do pobre ser para o qual a
Terra parecera tudo... e vi os Recebedores chamados pelo Mestre, rodearem aquela
alma com o seu manto de Luz e de esquecimento... e o véu recaiu. Isso, acontecia
ao meio-dia, num pobre quartinho, e os parentes choravam o ser querido, que
acabava de receber o consolamentum...
“É um poder ainda pouco conhecido, esse de consolar à alma que termina de
morrer, e meu coração não tem agradecimentos bastantes para o Mestre que, certa
noite, nos deu, a um amigo caro á minha alma, e a mim mesmo, as chaves deste
poder...”
Com. 206 – Leia novamente, Carolei, o E. 149, especialmente a parte final.
Lembrarei, ainda, que o “Consolamentum” é um dos Sacramentos Gnósticos, isto é,
um dos mistérios que um Sacerdote Iniciado, pode operar. A Igreja Expectante tem,
por tal motivo, dois rituais diferentes para os mortos. Um, de “Despedida”, para os
agonizantes, baseia-se nesse poder de consolar, do qual uma certa transmissão nos
foi confiada e que, em certas condições, é transmitida aos que chegam a reais
Sacerdotes Expectantes iniciados. Os outros, seguindo nisso a linha de todos os
sacerdotes de todas as igrejas, quando celebram o ritual com fé e exatidão, embora
não saibam, não sintam ou não percebam, plenamente, o que fazem, recebem a
prometida ajuda que toda ordenação confere, já que ela situa o portador na ordem:
no lugar e condição que permite tal funcionamento. Você dirá, Carolei: “Sevânanda,
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Você está mais perto do ensinamento católico do que de qualquer outro, me
parece!”. – Sim e não. Sim, porque é a Igreja mais sábia e mais mágica, ou
operativa, do ocidente. Não, porque a gnose é de livre acesso...
Reencarnação e Ressurreição da carne
E. 33 – Deve-se enterrar aos mortos, e não recorrer à cremação. Deve-se
enterrá-los num esquife de madeira, em contacto com a terra e não em sepulcros
subterrâneos (ou nichos).
E. 45 – Após a morte, o espírito permanece comumente só dois ou três dias.
Em alguns, permanece por séculos. Quando se morre, três cousas morrem: um
vegetal, um animal e um mineral. Não tenhais medo da morte. Há os que
descansam dez anos; outros, cinqüenta ou cem anos; mas o tempo é outro; um
século pode parecer um dia.
E. 709 – Após a morte, alguma cousa sobrevive em nós, que permanece com
o nosso corpo mais ou menos tempo, ás vezes dois ou três anos.
E. 51 – O duplo fica na terra até a reencarnação.
E. 166 – Pode a alma, após a morte, elevar-se e afastar-se do corpo; fica,
porém, o que se chama a vida do corpo, o “perispírito”, que acompanha o corpo até
que o tornemos a achar. Nosso corpo, eu vo-lo afirmo, é de toda a eternidade e
ressuscitaremos. Eu vos falarei, proximamente, do primeiro homem e de sua
formação. Hoje, é preciso que me façais a promessa de por todos os vossos
esforços em fazer o bem e não falar mal de ninguém. E agora, já que todos me
prometeram, por minha vez, vou pedir para todos e ireis ter: a paz do coração, a
calma e a força nas dificuldades.
Com. 207 – Nos ensinamentos acima, Carolei, além de muita sabedoria, útil
para todos nós, achamos diferentes mistérios, que apontarei para sua meditação. O
E. 33, é a lógica confirmação de que, pelo estado confuso da alma, necessita poder
achar seu corpo para “compreender” a morte; também o processo caótico deve ser
progressivo, e não apressado ou alterado pelo fogo. E aqui me penitencio pelas
violentas campanhas contra os cemitérios que fiz, nos meus tempos de estudante,
em nome da higiene e da estética. O que prova, mais uma vez, que visão curta e
míope das cousas, nos dá a perspectiva, quando só física!
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Um dos mistérios, é o das 3 cousas que morrem. Somos um corpo físico
mineral; somos também uma unidade do reino animal e possivelmente sejamos um
vegetal do plano espiritual. Em outro sentido, que ficará esclarecido nos
ensinamentos privados, há vegetais, minerais e animais em nossa “família” e que
morrem com a nossa morte, como viviam compartindo da nossa vida. – Logo, no
mesmo E. 45, o MEM nos previne que a “consciência do tempo” é outra, fora do
físico. Mas, que – além dessa diferente percepção na vida quadrimensional – o
“tempo de calendário terrestre” que decorre entre duas encarnações, pode variar
tanto, que: há os casos excepcionais dos extremos; alguns, por excessivamente
apegados ou diferentes razões, demoram em terem que voltar aqui; outros demoram
também, mas é por serem mais úteis “lá em cima”, como no caso dos que recebem
licença para ficarem dirigindo, do plano sutil, grandes massas de almas encarnadas.
Santos, Mestre, e outros Seres elevados, estão nesse caso, quando sua modalidade
ou determinadas circunstâncias não exigem o contrário, isto é: o sacrifício de
reencarnar com pouquíssimo intervalo! Isso, sim, (me) parece inferno voluntário!...
Diz-se, nos círculos iniciáticos (que correspondem ao que, no mundo
“profano”, denomina-se “os círculos geralmente bem informados”...) que até há umas
décadas, a média de intervalo era, para o comum dos humanos, de 600 anos, logo
de uns 300 e que, hoje, como em cada fim de era, acelerou-se o retorno para um
intervalo médio de 60 a 80 anos. Favor não considerar isso como taxativo nem geral.
O E. 45 é claro, sobre o ponto.
Com. 208 – Outro dos “mistérios”, aliás exclusivo do MEM, como
ensinamento, é o fato do nosso corpo nos pertencer, para que elaboremos, através
das centúrias: moléculas de todos os corpos, em todos os planos, que nos são
confiadas até que apresentemos a obra, a grande-obra, da Cristificação do mundo
individual que nos foi entregue. Meditando os E. acima e os que precederam, é o
que se fica compreendendo, sem lugar as dúvidas...
Assim é como, a reencarnação, real ressurreição, vê-la-emos adiante, é
perfeitamente conciliável com o “Et expecto ressurrectionem mortuorum”, do velho
Credo. (Já reparou, Carolei, quantas vezes o termo expecto volta, na liturgia
católica; e como, também, no tema do Espírito Santo, falou-se numa expectação
ardente, etc.? Gostaria que meditasse e sentisse, assim, de onde vem uma, quiçá a
maior, das raízes da Igreja Expectante.)
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Condições especiais de morte
E. 708 – Quando a morte fere a grande quantidade de pessoas
repentinamente, todas as pessoas que estão sobre o mesmo plano ressentem
naquele momento abalos – ou sacudidelas – nervosos.
Com. 209 – Ficará mais claro quando estudarmos as famílias, séries e
caminhos, na segunda parte do ensinamento do MEM. Por agora comentarei: no
mesmo plano: físico ou não; moral ou não; mental ou não; evolutivo ou não; racial ou
não; etc. é a lei de afinidade e, até certo ponto estende-se planetariamente e além,
como é lógico, se meditarmos um pouco. Por exemplo: todos os que são “regidos”
por um mesmo planeta, sentirão abalos nervosos quando uma catástrofe atinge a
grande número de “colegas” de influência, ou quando tal catástrofe é operada por
meio do “seu” elemento. Um exemplo, Carolei: já profetizei com exatidão a morte de
diversas pessoas, sempre no elemento água. Eu nasci em signo de água (nada que
ver com o mês do nascimento). Há nisso, uma das relações de “plano”, que são
múltiplas, a que alude o MEM, já que ele interessa-se, fortemente por desenvolver
em todos nós a compreensão e o sentir, dos inúmeros modos pelos quais estamos
ligados, atados, solitários, com todos os demais seres, de todos os reinos, planos,
etc. Aquele que não aceita, não sabe ou não sente isso, ainda é uma pedra bruta, no
sentindo da expressão simbólica, e na realidade cardíaca e mística também!
E. 777 – Determinadas crianças mortas com pouca idade são suicidas
reencarnados.
E.60 – Os suicidas sofrem pelo tempo que teria durado sua vida normal.
Muitos suicídios são apenas o castigo irrevogável de seres que cometeram um
assassínio e aos quais é dado pagar, deste modo, a divida.
E. 776 – Tudo quanto podemos fazer pra evitar uma desgraça é impotente,
nada pode impedi-la. Aquele que se suicida para pôr fim às suas desgraças engana-
se, pois terá de voltar expiar sua culpa, compensar o tempo abreviado. Mas não
devemos lançar-lhe pedra, seria uma covardia e aquele que o fizesse, bem poderia
ter que dar-se à morte, a si próprio, naquilo em que não sabe o que é sofrer e não
tem adversidade.
Com. 210 – A condição dos suicidas está claramente ensinada; comentarei
apenas que outras pessoas, como as que maltratam os animais, por exemplo,
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também sofrem muito após a morte e que o MEM a demonstrava por experiências, a
seus Discípulos como se vê no seguinte:
E. 382 – O que acabei de fazer ante vós é para vos mostrar a que tortura está
exposto um corpo após a morte, quando esse corpo pode fazer mal aos animais.
Nunca façais mal a um animal pois, quando o espírito se desliga da matéria, é a
hora em que por sua vez ele poderá ter por onde atingir a essa matéria. Aqueles que
se acreditam filhos de Deus nada têm a temer dos animais, pois as feras do deserto
passariam junto deles sem tocá-los, e até sem olhá-los.
Isto é lógico e guarda relação com os suicidas, já que matar ou torturar os
corpos que não nos pertencem, é sempre fonte de dor futura. Ainda mais se o corpo
é “alheio”, e de seres pelos quais deveríamos zelar: humanos ou animais! – No que
concerne ao E. 776, quando o MEM fala em que “nada pode impedir” uma desgraça,
revela uma lei oculta: quando essa desgraça está decretada, o foi pelo Destino, cujo
mecanismo já conhecemos, como também vimos o porquê da sua automaticidade
fatal: justa! como justo seria o que nos m ostra o MEM: criticar um suicida, pode nos
levar a termos que ferir-nos de morte afetiva, mental ou até física, se insistimos em
posições erradas e julgamos que “nunca procederíamos assim, em tais ou quais
condições”... então, nos dão a oportunidade de verificar!
A conduta para com os mortos
E. 59, 56, 168 – 59) – É melhor deixar os mortos sossegados; não se deve
fazer-lhes preces ou pedidos. Se formos muito bons, porém, os parentes virão por si
mesmos.
56) – Possuímos, após a morte, um corpo objetivo; nascemos, vivemos,
constituímos família e morremos. Os mortos que puderam orar sobre a terra
continuam a poder fazê-lo depois; eles podem manifestar-se tomando a forma de
mortos recentes.
168) – Por que temer a morte? Ela não é absolutamente nada. Os que estão
mortos nos vêem e ouvem; se Deus, porém, não quis que os víssemos, é porque
sabe de que precisamos. Se os pudéssemos ver e ouvir, teríamos talvez mais
confiança e menos temor do amanhã, pois sempre nos estamos inquietando com o
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porvir. Deus, entretanto, soube prover no passado; por que não quereis que assim
aconteça, também, mais tarde?
Com.211 – Bem, Carolei, acho que só não entende quem não quiser, que é
preciso deixar os mortos EM PAZ. E, se não precisam nem de preces (em favor
deles), nem de pedidos, em benefício nosso... muito menos precisam de... mesas,
bancos e terreiros! Mas isso, vê-lo-emos no capítulo reservado ao Espiritismo.
Pelo contrário, quem teve fé, resignação e devoção na vida, pode, do outro
lado, orar pelos que ficaram. Peço meditar bem o E. 56, e rever o caso do
magnetizador Robert, para lembrar que, quando estamos “desegoistizados”
(relativamente) ao perder os laços da carne, do dinheiro, etc. ... é quando podemos
um pouquinho mais, por aqueles aos quais sigamos amando... um pouco mais
desinteressadamente; medite, Carolei, verá como concorda! E, no E. 168, ainda está
lição mais ampla: devemos criar fé e confiança, se possível sem ver aos mortos!...
(nem conversar fiado, com eles).
Como nos ajudam e como nos ajudarmos a nós mesmos...
Com. 212 – Francamente, Carolei, está tudo tão claro, nos ensinamentos que
seguem sobre a nossa condição após a morte, sobre os que nos ajudam e a nossa
vida, no lado “de lá”; e sobre o que devemos e o que não devemos fazer, quando
vivos, com relação à morte e aos mortos, que só apontarei a promessa do MEM aos
que Lhe seguem o ensinamento, promessa que reitera. E, hoje ainda estão de pé as
Suas Promessas; basta crer nelas e cumprir, o melhor possível com o que Ele
ensina e pede, para ter a Proteção merecida...
E. 97 – Nenhum ser fica eternamente nas trevas, nisso que chamais de
“inferno”.
E. 58 – Alguns velhos, após a morte, podem ir direito para Céu, mas, para
isso, é preciso ficar semelhante ao ser que vem pela primeira vez (recém-nascido).
E. 149 (fim) – Pergunta: O Bem feito, durante a vida, com esperança de uma
recompensa, é nos contado após a morte?
A matéria é matéria, e o espírito é espírito. Está dito no Evangelho: “Ama teu
próximo como a ti mesmo”. É preciso amá-lo com total desinteresse.
Certamente, mais vale ainda fazer o bem com idéia que Deus no-lo devolverá,
do que não fazê-lo de jeito nenhum. Porém seria melhor fazer o mal do que não
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fazer nem bem nem mal: Esses são os mornos, os retardatários, e, para adiantar no
Céu, é preciso que nos seja devolvido aquilo que temos feito, nossos atos, nossas
palavras, nossos pensamentos. O pensamento deve ser puro.
E. 228 – Para chegar ao outro lado é preciso, se posso usar deste termo, um
tamis, como assim par avir a este lado. Porém ao deixar o outro lado, nem sempre
se pode trazer este aquilo que se quis. E vos juro que para ir deste para o outro, é
preciso deixar tudo e só o bem que se tiver feito será levado.
E. 710 – Quando morremos, não há fenômeno intermediário entre a nossa
partida daqui e a nossa chegada em outro lugar. Achamo-nos logo, imediatamente,
em casa dos nossos amigos espirituais.
E. 154 – A morte não existe. O corpo devolve à terra a matéria que, por sua
vez, a terra lhe tornará a dar, para a criação de outro corpo. Se quiserdes,
entretanto, passar bem, após essa mudança, essa transformação, deveis preparar o
vosso leito porque, após a morte, todos os atos da vida tornam a passar ante vós.
Tende por certo que estarei sempre convosco, e que, se vos protejo aqui, vos,
vos protegerei ainda do outro lado. E todos os que perdeste me viram e me vêem
desde a primeira vez que tendes vindo aqui.
E. 712 – Não virais com os mortos, não faleis sempre dos mortos, porque são
ausentes que não podem se defender. Trabalhais mais para o Céu, corrigindo-vos
dos vossos defeitos, do que orando pelos mortos.
Não se esquece nada. Quando estiverdes do outro lado, vereis o que tendes feito, o
que teríeis podido fazer, e o que deveríeis ter feito: tanto em bem como em mal.
E. 331 – Amai-vos uns aos outros, e vos prometo que na vossa morte um só
pensamento vosso me trará para vós. Lá estarei. Pareço estar falando como Mestre,
mas é porque tenho um Mestre que tudo pode; eu nada posso. Ele está diante de
mim e eu atrás de vós, e vos farei andar quando não avançardes. Tudo vive na
natureza e a matéria é viva. Há três vidas em vós. Eu não vos posso dizer como a
Igreja, que acredita não ter a matéria vida própria, porque não o creio. Há a vida do
corpo, o espírito que acompanha ao corpo e a alma ou centelha de Deus. Porém
não precisais saber todas estas cousas. Só precisais amar ao vosso próximo como a
vós mesmos, e tudo vos será dado.
E. 507 – Domingo, 29 de agosto de 1897: Sessão com a presença de
sumidades médicas, professores da escola de magnetismo de Paris, de Durville –
diretor –, de Encausse (Papus), Lalande, mais professores, e outros. O MESTRE
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diz: “Ao partirmos, um anjo está lá, que vem para nos conduzir como num carro,
pois, a morte não existindo, não devemos com ela nos atemorizar; o que não é para
todos”. – A seguir, o MEM realiza a prodigiosa experiência de fazer morrer já a um
doente que iria sofrer durante meses ainda, o que deixa aos médicos pasmos. (Esta
experiência será relatada no tema “O TEMPO”...)
Com. 213 – Assim, Carolei, com os conselhos do E. 17, dado em temas
anteriores, para nos aferirmos continuamente; com os do E.712, tão
categoricamente claro sobre a nossa orientação cá e lá, e com a maravilhosa dádiva
que Marie Lalande nos fez, ao transmitir-nos o E.507, que contém a prova do Poder
do MEM, sobre a própria Morte, fica completa a explicação do labor: do nosso Ando
da Guarda, dos Anjos Recebedores, e, de tudo quanto existe, na infinita e bondosa
previsão do Pai e da Divina Mãe, na organização da vida universal. Procuremos,
assim, não contribuir para desorganizá-la, e agradeçamos, mais uma vez, a
Transmissão! N. 144
O Muito Excelso Mestre e A REENCARNAÇÃO
E. 457 (parte) – A verdadeira ressurreição da carne, e a única, é a
reencarnação. Isso explica tudo; etc. ...
E. 766 – Se não se acredita na reencarnação, fica impossível explicar estas
duas parábolas do Cristo: “A sétima geração não passará sem que tu pagues as
tuas dívidas até o último iota”. – “Não arrancarás um só cabelo da cabeça do teu
irmão, sem que isso te seja devolvido”.
N. 144 – Origem dos Ensinamentos do Tema “A MORTE”: do Manuscrito de Papus são os E.33
(usando o da 5 ed. Francesa, mais completo), 45, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 97, 439. Ainda de Papus (L’ INITIATION, Vol. 35, ano1897, pág. 21) é o notável E. 829... – De Lumiére Blanche, o extraordinário E.507 – Das Sessões de Lyon: E.708, 709, 710, 711, 712, 776 e 777, são de “Diversas Fontes” e aparecem na 5 ed. Francesa. – A sessão de Lyon (E. 569), a reproduzi diretamente de L’ INFITIATION, Vol. 34, ano 1897, pág. 264 e segs. – O referente à Igreja Expectante, vem de “Bases e Rituais”, pág. 29 e segs. – a H. 22, vem dos arquivos da nossa vida mística com os discípulos... Aliás, felicito-me, Carolei, pela extensão dos nossos arquivos e pelo tempo e tranqüilidade, que o Muito Excelso MESTRE PHILIPPE nos concede neste Retiro, pois sem todas estas condições, não poderíamos ter reunido toda esta vasta documentação, nem eliminado as “correções” que, na Europa, alguns acharam necessário fazer, às vezes para deixar “mais bonito, mais gramatical...ou mais a seu gosto” (deles...) o que o MEM dissera. Creio que NÃO SE PODE NEM DEVE ALTERAR NADA do que o MEM dissera. Creio que NÃO SE PODE NEM DEVE ALTERAR NADA do que O MESTRE disse. É uma linha necessária de ser seguida, por cada Discípulo, em todos os níveis de Mestres e de Discípulos, e sem a qual a TRANSMISSÃO torna-se: desordem, deformação e deturpação. Por isso arquivamos os volume anotados; de tudo quanto citamos.
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E. 641 – O bem, feito na sombra, é hereditário.
E. 6 – Provém a timidez, às vezes, de uma demora no outro lado.
E. 68 – A lembrança das encarnações precedentes pode influir em nossas
antipatias.
E. 65 – Quando reencarnarmos, voltaremos com as paixões que não tivermos
combatido.
E. 43 – Tudo quanto a alma adquiriu de luz, em uma encarnação, ela o
conserva na encarnação subseqüente. Apenas o erro e as falsas opiniões
desaparecem, porque a verdade é o pão da alma.
Com. 214 – Convém lembrar, em primeiro lugar, Carolei, que nos temas
anteriores, o MEM já afirmou a realidade da reencarnação e mostrou que Ele
Mesmo lembrava ter estado antes, aqui. Também recordarei que nos foi dito que a
alma, cinco ou seis anos antes de sua encarnação, já sabe onde irá morar (e
morrer); morar: claustro materno, lar, família, país, lugar, etc., e quanto tempo terá
de passar na Terra (E. 44, pág. 95, I Vol.). Também nos foi dito, no E. 617, que as
almas corajosas, durante uma viagem de 3 dias “através da vida”, vão sendo
informadas; ; “Vêem”, o que haverão de viver. Isso, unido ao que já comentei da
ressurreição de nos mesmos - por reencarnação – como corpos e como entidade
humana tríplice, esclarece bem o que, no E. 457, o MEM afirma.
No E. 766, cujo texto é claríssimo, há uma particularidade: o “iota” era o “Iod”,
nos tempos de Jesus, letra hebraica que significa “germe, semente, princípio”. Vale
dizer: pagarás, em tua própria pessoa, até o último e mais mínimo dos teus atos
(cabelo arrancado, por ex.) e até a semente que hajas lançado, em terceiros ou
torno de ti, de bem e de mal; e até a semente (intenção) que gerou qualquer de teus
pensamentos, palavras ou atos. Este comentário, Carolei, está ortodoxamente de
acordo com o sentido que já vimos, diversas vezes, do que é “pagar a sua dívida”:
some e siga.
O E. 641 contêm um sentido duplo: hereditário em nossos descendentes
(físicos, morais e espirituais) como em nós mesmos, por reencarnação, cousa que
fica bem clara com os E. 43 e 65. Devemos, apenas distinguir das paixões, que são
um movimento vital da alma e do duplo, as “opiniões”, que são uma posição – nesse
caso errônea e transitória – da mente, que são retificadas do outro lado. É lógico
que, se não perdoamos e não nos reconciliamos com alguém, ou não aprendemos a
tolerá-lo, e ao reencarnar nos encontrarmos com tal pessoa, a “antipatia” surge em
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modo automático para o mental, porém consciente na alma. Por isso é, que o MEM
ensinava que devemos vencer a antipatia a qual quer preço; é evidente, já que isso
equivale: a um perdão, se for uma antipatia com raiz no passado de outra vida; e a
um progresso importante se for apenas o resultado atual de um orgulho desta
mesma existência.
Os netos que pagam pelos avós: solidariamente e unitariamente, podem
pagar pelos seus parentes terrestres, que além disso podem ser “parentes de família
espiritual” e, inevitavelmente irmãos em Cristo-Social... – Também podemos voltar,
como netos, para pagar um erro que, quando avós, cometemos com nossos filhos...,
o que já comentei antes. O E. 768 confirma tudo isso:
E. 768 – Somos todos irmãos; os netos pagam pelos avós.
E. 248 – Uma pessoa na sala diz: Desejo-vos a felicidade e longos dias.
A felicidade, oh! Não, não é deste mundo. E longos dias, sempre se deve
pedir a Deus viver o maior tempo possível. Os nossos corpos, eu vo-lo prometo, eu
vo-lo juro, ressuscitarão sem as suas enfermidades. A matéria é animada e os
corpos mais pesados podem ter movimento.
E. 471 – P: Como entender estas palavras, que nos haveis dito: Para mim, em
certas famílias, três gerações só fazem uma, enquanto em outras, duas gerações
fazem três?
R: Se um homem dá-se à bebida, satisfaz todas as suas paixões, e morre
com sessenta anos quando deveria ter vivido noventa anos, são pois trinta os anos
que ainda deveria ter vivido sobre esta Terra, e ele terá de vivê-los no outro mundo;
ele pagará assim a sua dívida, pois não importa que ela se pague neste mundo ou
no outro, desde que seja paga.
Há seres que ainda não deixaram inteiramente esta Terra; só as suas
faculdades estão apagadas e já estão reencarnados; quando seu corpo morre, uma
nova encarnação já está na adolescência. Chama-se a isto reencarnação por
antecipação. Não é para todos, mas apenas para algumas famílias privilegiadas.
Com. 215 – Deixemos de lado, Carolei, o “grito do coração”, o desabafo do
MEM, com relação à felicidade que este mundo possa proporcionar!...Vejamos,
antes, a lição que nos dá: pedir a graça de viver muitos anos, pela longa
oportunidade que isso representa; por isso é um dever... – Já vimos porque os
corpos ressuscitarão sem as enfermidades: à medida que purifiquemos as várias
partes componentes, já que a luz deverá nos impregnar totalmente: átomos físicos,
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duplo, espírito e alma...através de séculos de esforços, cujos resultados crescem a
partir do momento em que tais esforços se tornam conscientes e puros de intenção.
A “matéria animada”, é tema para a outra seção do ensinamento. O E. 418 não
necessita ser comentado, basta apontar que as “famílias privilegiadas” são,
evidentemente famílias espirituais. Este ensinamento completa outros dados no
tema A Alma.
E. 353 – P: Por que há tão pouca gente que acredita na reencarnação?
R: É por causa dos preguiçosos. Eles sempre têm tempo de sobra. Aliás, não
se é obrigado a acreditar na reencarnação. Tudo quanto sei, é que me lembro de
longo tempo, bem longo tempo mesmo.
E. 410 – Não sei se acreditais na reencarnação: tendes liberdade de não
acreditar nisso. O que sei, é que me lembro de ter existido, de ter partido novamente
e voltado, e que também sei quando partirei outra vez. Mas, haverá outra cousa que
mostre com mais evidência a justiça de Deus, do que esse tempo que Ele nos
concede para que resgatemos as nossas culpas? E por que, sem essa justiça, tal
pessoa seria mais feliz que tal outra, mais inteligente ou menos favorecida?
Acreditai-me, fazei o bem e não vos inquieteis com outra cousa, predicai com o
exemplo e não façais a outros o que não gostaríeis que vos fosse feito. Deus
devolve centuplicado o bem que tiverdes feito.
Com. 216 – Há dois tipos de preguiçosos, entre os que o MEM designa: os
que, não sendo “espiritualistas”, ganham em lutarem por superação, pelo fato em si,
como é o caso de muita gente boa, mas que se esforçaria muito menos, se não
tivesse a esperança de um paraíso ou de um descanso, após o esforço de uma
existência, aliás banalíssima em geral, de 60 anos em média! Quão ilusão é a lei
humana! – E os outros, que nessa “triste tropa” já tem pretensões a serem “mais
evoluídos”, são os que muitas vezes vejo, quando com certo sorriso de quem está
sendo muito “sabido”, dizem-me “isso deixo para a próxima vez”... e de fato deixam...
“tudo que mais lhes custa”, isto é: fazem exatamente o contrário, do que o MEM
aponta indispensável para progredir. A conclusão fica por sua conta, Carolei...
Vejamos, agora, dois ensinamentos transmitidos por Chapas, que situam o
problema atual, e a esperança futura; do tema:
E. 592 – Creio, prosseguiu Chapas, que efetivamente Roma sabe a que se
ater (sobre a Reencarnação), mas que por prudência conserva o silêncio. Essa
prudência é quiçá um pouco... imprudente, porque a Igreja não tardará em ficar
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obrigada a promulgar o dogma da reencarnação, se ela quiser conservar a confiança
dos seus fiéis; já é até tarde. A reencarnação, efetivamente, explica muitas cousas
que, até então, eram obscuras para os que não estudassem o que era conhecido
por um pequeníssimo número de iniciados...aliás os pastores protestantes tampouco
a ensinam e não é Roma que os segura! Nem os rabinos falam nela e nem os
Muçulmanos...Mas há muitas religiões que a ensinam, e muito sábias...
E. 538 – No mundo novo, haverá lembrança das existências anteriores, a dor
da morte dos entes próximos será atenuada, será como uma partida para uma
viagem.
Com. 217 – Lembraremos, Carolei, que a Reencarnação, nunca foi negada
pela Igreja Romana. O que houve, no IV Concílio de Constantinopla, foi a declaração
que: “anatematizado seja aquele que proclame ter voltado sobre a Terra, por
desgosto ou nojo do Céu”. Tal declaração, longe de negar ou condenar a
reencarnação, mostra pelo contrário que ela fazia parte do ensinamento, e que, se
havia os que voluntariamente se reencarnavam, não por nojo do Céu, mas pelo
amor ao semelhante, tal anátema não os podia concernir, como bem o comentou
Papus, aprovando os trabalhos do já citado Dr. Rozier. E, para terminar, vejamos,
em relação ao E. 410 do MEM, as sete conclusões que, em 1946, formulei e que
foram adotadas pelo “Primeiro Congresso Espiritualista para o Estudo da
Reencarnação”, pois em ambos os casos: as conclusões e o próprio Congresso e a
Grande Mãe do Muito Excelso MESTRE PHILIPPE fizera-se sentir claramente como
pormenorizei em Yo que...
Com. 218 – As Sete Conclusões Fundamentais
1º) O Espírito é Eterno (Alma, na linguagem do MEM).
2º) A Reencarnação é real, evidente e verificável, tanto em modo
experimental, como pela via introspectiva.
3º) Sem a Reencarnação, nenhum modo de evolução formal ou
energético, é explicável.
4º) A aceitação das premissas anteriores, implica uma total renovação da
base moral, na conduta individual e coletiva.
5º) A Reencarnação é o sentido da história, por ser o meio do progresso.
6º) A Reencarnação é a prova da Justiça de Deus.
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7º) A Reencarnação é o meio e o esteio do ser, no seu processo de
reintegração na Divina Origem. N. 145
* * *
O Muito Excelso Mestre e O DESTINO ESPIRITUAL DO SER
E. 629 – Se nos dessem o conhecimento do mistério da criação, seria, para
conosco, uma grande imprudência, pois, sabendo-o, não faríamos mais progressos.
E. 492 – Nenhum cérebro humano pode conceber a felicidade que nos está
reservada.
E. 373 — Bem gostaríeis de saber de onde vimos, e para sabê-lo, seria
preciso conhecer para onde ides, e o que sois. Mas então nada vos atingiria, e os
sofrimentos são necessários: sem eles não podeis progredir. Que faríeis para isso
sem o sofrimento?
E. 711 — Experiência — O Mestre explica que existem sete cortinas e que,
por trás da primeira cortina, acham-se os seres mais evoluídos que habitaram este
mundo. Ele chama, então, um jovem para perto Dele e participa-nos que irá erguer a
primeira cortina, que separa este do outro mundo.
No mesmo instante, todas as pessoas presentes sentem uma corrente de ar,
mais fria e mais leve, que produz em todos um inexplicável bem-estar. Tendo todos
expressado o desejo de que o Mestre concorde em erguer a segunda cortina, Ele
declara consentir. No mesmo instante, o jovem cai inanimado e todos os assistentes
são tomados de espanto e alguns se sentem até atraídos no vácuo.
N. 145 - Origem dos Ensinamentos do Tema “A REENCARNAÇÃO”: do M. P.: E. 6, 43, 65, e 68 –
Das S. Ly: E. 248, 353, 410, 417 e a parte usada, neste tema, do E. 457, que aliás já fora divulgada também em Lumiere Blanche, pág. 32. Da 5ª ed. Francesa (Diversas Fontes): E. 641, 766 e 768 – De Chapas: o E. 538 vem do artigo já citado, de Maurice de Miomandre em L’INITIATION, out. 1953, e o E. 592, vem de Revelations, pág. 29. – o comentário de Papus sobre o IV Concílio de Constantinopla, está em La Reincarnation, pág. 171 e as sete Conclusões Fundamentais e muitos outros pormenores do Congresso citado, estão no Yo que Caminé por el Mundo..., pág. 229 e seg. – Devo ressaltar que, além das “reencarnações” das quais, eu ou pessoas do nosso círculo íntimo, possamos ter lembrança parcial ou maior, conheço inúmeros casos, verificados, tanto em pessoas no Brasil, como por exemplo na própria família do Prof. Valdomiro Lorenz, ou contidos em literatura de valor. A notável revista Voz Informativa, quiçá o melhor que se divulga em matéria espírita, em idiomas latino-americanos, traz frequentemente estudos a respeito. No número de junho de 1958, a pág. 23, trazia notáveis casos. Porém, Carolei, acho que: se o que o MEM PHILIPPE nos dá, não nos esclarece, de que serviria “contar casos”?
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A impressão geral é que teríamos sofrido a influência do mesmo fenômeno,
se o Mestre não tivesse baixado logo a cortina.
E. 412 — Explicação: Sabeis porque caiu e não suportou essa visão? É
porque quando alguém está preso numa fortaleza, enquanto tem o que beber e
comer, não procura fugir, porém procura fugir quando já nada tem. Assim, o espírito
deste homem atraído pelo que viu, quis seguir adiante, e o corpo tombou.
Com. 219 — Se os humanos pudessem ter certeza experimental da
beatitude, da bem-aventurança, sem ainda terem deixado seus defeitos; e
indiferenças, sua preguiça e seu desamor; e, se por acréscimo, pudessem ter a
certeza, como uma fé inabalável, de que isso nos está reservado, ninguém — ou
quase — mexia mais uma palha! Por isso é bom que só tenhamos a fé, a
capacidade de crer, de acordo com o nosso aperfeiçoamento geral. O fato da bem-
aventurança ser conquistada só pelos santos, pelos ascetas e pelos muito entre-
gados, é uma confirmação do dito. A experiência extraordinária outorgada pelo
MEM, é uma graça concedida, como prova, para ser registrada e divulgada. Há
muito mais, em tal ensinamento, que lembraremos adiante... — E, Carolei, convém
tornar a meditar nesse Poder do MEM de erguer as cortinas dos Mundos! ... ou dos
modos que permitem percebê-Ios, em estado de graça, mesmo que esta seja só
emprestada por instantes; por exemplo!
E. 67 - Embora tenhamos partido, uns após outras, para o trabalho,
Chegaremos todos juntos à meta.
E. 670 - O segador colhe todas as espigas, até as que não estão maduras,
para estar seguro que o granizo não virá lhe destruir a colheita.
Com. 220 — Embora as “partidas” sejam todas diferentes: uns descem
primeiro, como já vimos; outros decidem-se antes que outros ao esforço; em muitas
maneiras nos diferenciamos nos “momento de partida”. Basta observar a vida para
vê-lo. No entanto, certas “chegadas” são comuns: aqui, por exemplo, os fins de
ciclos; os “tempos que chegam ou que se fecham”. E, mais transcendentalmente:
chegaremos todos juntos à meta: no sentido que uma leva de almas, de uma
criação, haverá de reintegrar-se “íntegra”, isto é, todos reunidos, no seio divino, de
origem. É tema para se meditar muito, Carolei N. 146
N. 146 — Origem dos Ensinamentos do Tema "DESTINO ESPIRITUAL DO SER": o E.
67 é do M. P. - Os E. 373, 412 e 711 são das Sessões de Lyon. - O 492 vem de Lumière Blanche, pág. 40; e 629, 670 são de "Diversas Fontes" da 5.ª edição francesa.
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* * *
O Muito Excelso Mestre e o ESPORTE
E. 118 — (M. P.) — Podemos praticar esporte; se nisso colocarmos orgulho,
porém, ele nos fará mal.
Com. 221 – O ensinamento acima é evidente. Todos julgarão ter
compreendido que o exercício físico é bom, e que o orgulho é mau. Seria útil,
entretanto, ir um pouco além: deveríamos poder praticar esporte, pela coisa em si,
sem nenhuma espécie de competição e, indo mais longe, diria que toda competição
é má como resultados. Pedagogicamente, longe de criar estímulos construtivos, os
que desenvolve são de luta, de rivalidade, de astúcia e até de ódio.
Basta ver, nesta época em que vivemos, tão degradada que o futebol chegou
a ocupar lugar principal em tudo: ocupações, publicações e orçamentos! O resultado
é uma mentalidade da mesma altura, para uma grande parte da massa humana de
muitos países.
Há repúblicas americanas nas quais o ódio é sistematicamente inculcado à
criança, para os que são do clube rival. Tenho visto espetáculos dos mais
degradantes nesse aspecto. A "guerra" nas alfândegas, contra os inocentes
passageiros, quando o "time" do país venha contra o da outra margem do rio, é
coisa comum no Prata. Houve derrotas que quase geraram conflitos diplomáticos e,
para vergonha definitiva desta era, houve certos países que decretaram feriado
nacional por terem ganho um campeonato de chutar bolas e canelas adversárias.
Coisa de selvagens, numa palavra. E isso, é mundial. A Terra toda está infestada
das competições e dos ódios que as mesmas semeiam, junto com orgulho, compras
de consciência, e baixezas de toda a espécie. — A historieta que vou reproduzir da
imprensa nacional ilustrará porque digo que um Sistema educacional decente,
começaria por suprimir todo esporte bruto ou competitivo; com maior razão os que
são ambas as coisas!
H. 23 — Reação diferente dos alemães à derrota
Estocolmo, 29-6-1958 - A derrota da Alemanha no campeonato mundial de futebol teve, segundo o
vespertino "Ksvaell Posten", de Malmoe, os mais inesperados resultados; um atacadista de Malmoe
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recebeu uma carta de uma firma alemã anunciando-lhe que lhe suprimia, com efeito imediato, o crédito
permanente de 40,000 coroas suecas de que a firma sueca dispunha há 13 anos na Alemanha.
Do mesmo modo, prossegue o jornal, um juriscolsulto de MaImoe recebeu, por seu lado, uma carta
do diretor de uma importante firma alemã declarando:
"O povo sueco parece mais interessado pelas nossas mercadorias e considero praticamente impossível
continuar a nossa colaboração. Interesso-me muito pouco pelo futebol, mas os jornais alemães me
mostraram as disposições da Suécia para com a Alemanha sob um tal aspecto, que julgo preferível pôr fim
às nossas relações". (F. P., no "Correio da Manhã" do Rio, de 1-7-1958.) (!…) (Carolei: não são crianças,
dizem ser homens!)
* * *
O Muito Excelso Mestre e a DIETA
E. 36 — Estamos obrigados a comer carne; devemos comer, entretanto, o
menos possível, carne de caça. Beber vinho cortado com água, ou água pura,
ou um pouco de vinho puro no fim da refeição.
E. 687 — Quando se está sedento, é preciso lutar contra a sede, beber
pouco. A embriaguez é uma forma de gula. As pessoas que se entregam à
bebida, aos álcoois, cometem um homicídio; essas pessoas serão punidas
proporcionalmente. Deus nos deu um corpo, devemos cuidar dele e não
deteriorá-Io pela nossa gulodice ou por outro defeito qualquer.
Com. 222 — Esta "famosa" questão das dietas alimentícias, Carolei, que
— como o futebol — divide o mundo dos "espiritualistas" em equipes, acho que
pode ser resumida como segue:
Para toda a gente em geral: o MEM aponta a norma: "estamos obrigados
a comer carne". Vê-se, pela forma em que o expressa, para a massa, que Ele
não está intimamente satisfeito com o fato, mas que constitui uma das
obrigações da era, do tipo de civilização criada por todos nós, pelos hábitos e
sentimentos que cultivamos. Entretanto, recomenda evitar o mais possível, a
carne de caça; isto é: da que foi morta por prazer, pois contém uma dose dupla
de veneno: o terror do animal perseguido e o pecado da sanha, da maldade -
pois outro termo não há! - de quem mata sem necessidade e sem compaixão!
Aqui vem a calhar, lembrar que o MEM ensinava que "depois de morta a carne,
é quando a alma tem meios de agir, que antes não tinha": os animais que
matamos e que comemos, reagem, em nós, comunicando-nos a dor e o temor
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que lhes fizemos sofrer! Mas, pouco adiantará dizer tudo isto a estas gerações
que premeditam liquidar civilizações inteiras a golpes de bombas atômicas.
Estão longe de poder sentir qualquer espécie de real compaixão desinteressada,
pelo reino animal. E, o mesmo homem que “brigaria” com quem tivesse
maltratado o cachorro dele, aplaudirá medidas de repressão violenta contra
homens que sejam de outra nação, religião ou ideologia. Coisa de loucos, ou,
tecnicamente falando, coisa normal já que somos semidemônios. Em resumo,
para “toda a gente” o problema está resolvido: cada um come como quer e pode,
o que já comentei amplamente em yo que…, pág. 120 e seguintes.
Para os “discípulos (?): Aqueles que se consideram “discípulos”,
naturalmente se alimentarão de acordo com a escola a que pertencem, aos
instrutores que seguem e ao fim que procuram. Já sabemos que Papus e outros
eram antivegetarianos, no sentido de não adotarem tal dieta como habitual.
Papus a tolerava como devendo ser usada um mês em cada três ou quatro. Já
dei, no Yo que…, e mais explicitamente nas lições da A.M.O., todas as
explicações a respeito. — As pessoas que desejem seguir a Via que o MEM
indica, não precisarão dieta alimentar, a não ser no sentido de evitar os abusos
que o MESTRE pondera: se tivermos vícios, como gula ou embriaguez,
deteriorando assim células, órgãos e funções do corpo que nos fora confiado,
seremos punidos em proporção: teremos nessa e nas vidas seguintes, a
quantidade de doenças,deformações, fome ou miséria, que tivermos decretado
para nós mesmos, aliando-nos mais ao Destino dos bêbados que ao dos
sóbrios, etc… É fácil e lógico, de entender!
Quanto aos que seguem determinado regime para melhorar-se: física,
anímica ou espiritualmente, é tema que tratarei — Se me for permitido — mais
amplamente no Tratado de Sarva Ioga, mas quero, desde já, dizer isto: todos os
sistemas são bons, para o corpo, quando seguidos com bom senso. Os que gozam
de melhor saúde parecem ser os semivegetarianos, assim como as pessoas que
comem um pouco de tudo, evitando aquilo que é menos sadio.
No aspecto moral, creio poder dizer que: os benefícios que uma alimentação
especial proporciona, em tal sentido, dependem fundamentalmente, da aspiração e
do método com que é feita. A nossa permanência de mais de quatro anos no
Monastério Amo-Pax, no qual o regime era vegetariano, nos mostrou que, os lá
residentes não faziam nenhum progresso moral, em função da citada alimentação.
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Até poderia observar-se que os que já eram vegetarianos antes de irem para aquele
lugar, deram mostras de muita baixeza moral, continuando a ter vícios sexuais,
morais e outros, tal como antes. — E, as pessoas que apresentaram progressos
mais sólidos, nem sempre eram as mais severas em matéria de regime. — Por isso,
conclui-se, sempre, que o regime serve apenas de ponto de apoio, ao que uma
vontade e aspiração fortes e constantes, procuram construir sobre tal base.
Para os da Via Mística essênia: o problema amplia-se e complica-se. Resumi-
lo-ei assim: sendo unitariamente solidários, a dor e o crime — se crime há — que o
reino humano impõe sobre o reino animal, deve ser por todos compartido. A parte
que eu me negar a absorver, recai sobre meu irmão. Por outro lado, é convicção de
certos místicos, que os reinos das formas e das energias progridem, precisamente,
por essa absorção ascendente: o mineral assimilado precisamente pelo vegetal, este
pelo mineral, que, por sua vez, é incorporado à vida humana, principalmente pela
alimentação. Negar o fato é posição de cego. Torna-se, até, curioso, ver que no
Oriente, onde a Divina-Mãe num de seus aspectos (Kali-a-Terrível) foi tão bem
compreendida, como Lei da Destruição-Morte-Assimilação-Renascimento-Mais
Elevado; justamente lá, os povos são de grande maioria vegetariana, especialmente
no setor buddhista, embora uma parte deles recuse a castidade e o vegetarianismo
como indispensáveis à realização espiritual.
Subindo na escadinha infinita…: no que a mim concerne, a experiência do
Monastério me convenceu que é melhor comer às vezes uma camaronada, do que
falar da vida alheia ou viver construindo intrigas. Aliás, já foi dito: “o que faz mal é o
que sai da boca”. O problema, porém, consiste em não tomar essa afirmativa como
desculpa para comer quanto agrada, sem por isso esforçar-se em real progresso,
moral, principalmente. — Os Mestres do Zen, a escola mais transcendental do
buddhismo, iam às vezes pescar e comiam o peixe, só para mostrar que não era
isso que impediria o progresso. Tal gesto deles, era uma miniatura do que vemos
acontecer com o MEM (E. 421 e 461, já citados e comentados às págs. 100/101 do
II vol.) : o MEM não tinha regime especial. Comia carne, bebia vinho em pequenas
quantidades ou água pura, fumava muito. Já vimos que não era por preferência,
senão para mostrar que é possível viver “por fora”, como todas as pessoas decentes
e equilibradas de cada época em que nos toque encarnar, e seguindo os usos do
lugar, e, ao mesmo tempo, fazer essa ascese real: interior, moral, espiritual de fato,
que já foi apontada por Sédir e que também comentei nos temas dedicados ao
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MESTRE N. 147.
* * *
O Muito Excelso Mestre e O ESPIRlTISMO.
E. 127 — P: Existe algo bom no Espiritismo para se tomar?
R: Há, em toda coisa, uma parte boa para Se tomar. Os espíritas fazem
evocações das almas de seus mortos e, às vezes são outros espíritos, e não os
chamados, que vêm comunicar-se. Está dito no Evangelho que não se deve
perturbar os mortos.
E. 128 - Uma senhora pergunta: E quando os mortos nos falam, sem que os
tenhamos chamado?
R: Sim, isso pode ser; é preciso, porém, que as pessoas, com quem isso
acontece, reservem para si tais coisas, não fazendo delas uma propaganda para a
religião dos espíritas. Disse religião: é muito mais uma crença.
E. 130 - No espiritismo, o que constitui o fundamento e explica a justiça de
Deus são as reencarnações. Por que é inteligente determinada pessoa, enquanto
outra é tola, se essa diversidade não se explicar pelo trabalho em encarnação
precedente? Poderia estender-me muito mais; mais uma vez, porém, não vos digo
para crer assim mais que de outra forma. Deus apenas vos pede que ameis ao
próximo como a vós mesmos.
E. 257 — P: O espiritismo evoca certos espíritos. Podem vir?
R: Sim. A isto podeis responder-me: nem todos podem fazê-los vir.
Evidentemente, pois em tudo é preciso prática. Se vos dão um instrumento que não
conheceis, não podereis usá-Io.
Aliás, por que chamar os mortos? Não disse a Escritura que se deixassem os
mortos em paz? O espiritismo é uma religião na qual, como entre os católicos, há
bons e maus. E, no espiritismo como noutra parte, há os que não se preocupam se
o vizinho não tem o que precisa. Mas não se pode negar que se se tiver suportado
N. 147 - Origem dos Ensinamentos do Tema “A DIETA”:E. 36: provém do M. P., publicado no I Vol.,
porém completado por dados de "Diversas Fontes" que se acham na 5.ª edição francesa, de onde também
provém o E. 687. — Com a publicação desta obra, que dá a posição do MEM PHILIPPE sobre o assunto, e as
obras Coma bem… (posição vegetariana ampla), e o Memorial Macrobiótico, cada um terá por onde
documentar-se relativamente ao que quiser fazer, se é que aparece quem saiba o que quer!
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existências penosas, e se não se tiver feito muito mal nas existências anteriores, só
se chamará bons espíritos orando a Deus.
262 — P: Mas, está errado?
R: Quanta coisa pode fazer-se, pensando serem boas, e que não o são.
E. 261 — Experiências foram feitas pelas quais vos foi mostrado que a
matéria podia ser animada. Os espíritas, quando chamam espíritos, tanto Podem
dirigir-se a espíritos infernais como a bons espíritos.
Loucura e Espiritismo
E. 197— P: O que é a loucura?
R: A loucura é às vezes originada pelo deslocamento da alma num corpo que
não lhe pertence; ou é sinal de expiação; ou algum afastamento do pensamento.
E 477 — A maior parte dos casos de loucura são apenas obsessões. Dar-vos-
ei uma comparação. Supondo uma casa que se acabou de erguer; está vazia em
aparência, mas na realidade há espíritos que lá fazem sua moradia, e se lá fordes
uma noite, perto da meia-noite, possivelmente poderíeís perceber alguns.
Suponhamos que um inquilino venha lá se instalar um dia; se a casa pudesse
falar, diria: "Mudam continuamente aqui, o habitante precedente era melhor", e que
diremos nós, da casa? Que está louca. O louco também é sincero e sabe o que diz;
ele pensa, sente e vê sucessivamente tudo quanto diz, mas esquece logo, e passa
para outro tema. Nós, que nada vemos, chamamos a isso de loucura.
Orientação aos Seus Discípulos
N. 160 — A doutrina, entre os espíritas, é amar à humanidade e fazer o bem;
eles recorrem, porém, para todos os seus atos, às comunicações com os mortos.
Nossa religião, aqui, é praticar a caridade e agir sem importunar os que partiram. Se
os chamardes, isto pode, às vezes, incomodá-los muito, porque é impossível que ve-
nham completamente a vós. Há uma barreira, colocada por Deus entre os vivos e os
mortos. Acreditais que, a um simples chamado, eles possam vir? Nada disso.
Para isso, fazeis metade do caminho e chegais até a essa barreira. E isso faz
com que, freqüentemente, após uma sessão espírita, vos sintais cansados.
E. 158 — Para vos demonstrar aquilo que, estou certo, acreditareis depois,
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embora eu preferisse que tivésseis acreditado antes, para vos demonstrar, não a
existência da alma, mas a sua imortalidade, prometi que vos faria ver, um dia, os
seres que perdestes. Logo os vereis, mas era preciso que, para isso, eu vos
preparasse, pois embora digais "Ah! como ficaria feliz e quanto prazer teria em ver
meus familiares mortos", isso vos impressionaria muito. Nosso organismo não está
feito para isso e, se Deus não quis que tornássemos a ver os que partiram, é porque
sabe de que necessitamos.
E. 775 — O espiritismo é uma ciência que se pode chamar de uma
consolação. Eu sempre vos tenho dito, entretanto, que não pratiqueis espiritismo,
porque, se uma pessoa acreditasse ter uma comunicação ou se outra acreditasse
ter visto um fantasma, elas se apressariam em dizê-lo, por vaidade, por orgulho.
Ninguém pode ser bastante puro, cá em baixo, para ter mais coisas que vêm do
Céu. É inútil procurar saber por esses meios, pois que quando chegardes a amar ao
semelhante como a vós mesmos, vos será dado tudo saber. Começai pouco a
pouco a não falar dos ausentes, e virá um tempo no qual não mais tereis
oportunidade de fazê-lo, e no qual não julgareis mais a ninguém, porque então
sabereis que é um pecado.
E. 131 — P: Não se poderia ir para o Céu após a morte, sem passar por
outras encarnações?
R: Sim, mas teríeis, para isso, de vos despojar totalmente de tudo quanto
possuis, andar de pés descalços em proveito dos que nada têm, para adquirir,
então, o bastante para ir ao Céu. Há alguém capaz de fazer isso?
Com.223 — Vejamos Carolei, os diferentes ângulos, dos quais se pode
considerar o problemas do espiritismo. Isso contribuirá para esclarecer a Você,
sobre o tema em si, bem como sobre a nossa própria posição, em função dos
ensinamentos do MEM PHILIPPE, bem como dos fatos científicos, sociais e
religiosos.
Cientificamente: Já consignei, a páginas 44 e, 227 e seguintes, da minha obra
Yo que…,tudo quanto se deve ao espiritismo ocidental, no seu aspecto mais
interessante para a ciência: a demonstração de fenômenos vitais, bem como dos
laços que podem permanecer entre o espírito e o corpo do “mortos”; e dos que
podem — às vezes — ser estabelecidos entre tais mortos e os vivos.
Em sua notável Tese de Doutorado em Medicina Ciências Ocultas e
Desequilíbrio Mental, o Dr. Philippe ENCAUSSE reproduz as categóricas afirmativas
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do célebre Professor Charles RICHET (no seu Traité de Métapsychique), que
pondera o bem fundado das convicções científicas: dele próprio, como de William
Crookes, do Professor Morselli, de Russel Wallace, do Prof. Hyslop, de Sir Oliver
Lodger, dos Professores Challis, Frederico Myers, Cesare Lombroso e muitas outras
celebridades, e sábios que, após experiências pessoais, feitas em condições
rigorosamente científicas, concluem: “o fato existe, inegavelmente”…
Em apoio de tal afirmativa científica, temos os ensinamentos do MEM: “os
espíritos podem vir” (E. 257); “podem, porém, não ser os evocados” (E. 127);
“podem manifestar-se, tomando a forma de mortos recentes” (E. 56, no tema A
Morte). Não há, pois, Carolei, como fugir à realidade dos fenômenos, isto é: certo
número de tais fenômenos são reais. E isso, é o bastante para constituir o
esqueleto, do que o MEM chamou, com toda razão: “uma ciência-consolação” (E.
775).
Psicologicamente: Há muita gente, Carolei, que acha que o espiritismo é, ou
tornou-se, um mal. Possivelmente tenham razão, em certo sentido, mas eu diria que,
mesmo em tal caso, o espiritismo seria então, “um mal necessário”, pois que
psicologicamente ele compensa a falta de conhecimento, ou de boa fé, com que
outros setores da sociedade humana — uns no campo científico, outros no religioso
—, ocultam ou ignoram aquilo que, com lógico afã, procura o ser humano: certeza
sobre a vida além-túmulo! E, numa época terrível como esta, na qual até os médicos
se tornam materialistas, é muito mais útil à humanidade o gesto de Adous Huxley,
indo procurar até em meio à Macumba, do Morro do Salgueiro, elementos para sua
indagação da vida, que a indignação do Estado de São Paulo (Huxley na Macumba,
14-8-1958). Pois que, se a imprensa paulista tem razão, em achar vergonhoso para
o país, os cultos fetichistas ainda nele existentes, deveria compreender também, que
não é somente a incúria administrativa ou a apetência eleitoral, o que mantém vivos
os centros e terreiros. Há uma ânsia coletiva, de saber e de sentir, o que não
podem, ou não querem, outorgar, os cleros por um lado e os materialistas de avental
branco por outro! Nesse problema como em qualquer outro, educação,
esclarecimento e verdade, darão mais do que ocultamentos ou repressão. E, se os
habitantes do Rio tivessem verdadeira fé, a qual lhes fizeram perder os que apontei,
não mais recorreriam às cerimônias que transformam as praias em terreiros! Seguro
de sorte, seguro de vida, seguro de amor, e seguro ele morte, é o que os humanos
buscam! Pouco lhes importa, em geral, a Verdade, nem Deus! — Mas, isso não é
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razão bastante, para que se lhes negue o conhecimento, que pode elevar sua moral
e firmar sua esperança, em alguma coisa mais pura!
Por essas e outras, é que declarei certa vez que "há momentos da vida, em
que para certas pessoas, uma boa materialização é tão vital quanto uma transfusão
de sangue para outras!". Exagerando diria: "Fantasma ou morte!". E, por isso, sem
ser espírita, e sendo até pouco partidário de sua prática, acho que se deve muita
gratidão a pessoas como as seguintes: um médico e médium, Dr. Luiz Parigot de
Souza, que permitiu que seu colega Dr. Osório Cézar, anatomopatologista do
Hospital de Juquerí, em São Paulo, fizesse aquelas experiências de materializações,
com documentação fotográfica e cinematográfica, que Saul de Medeiros
pormenorizava em recente artigo (Diário da Noite, 2 de maio de 1958); ou as
experiências de idêntica espécie — materializações, voz direta, etc. — realizadas
durante anos, e notavelmente controladas, graças à dedicação do Dr. Bernardo
Pericás, que em 17 de dezembro de 1952 nos brindou pormenores das mesmas, em
seu consultório (Rua Marechal Deodoro, 167 - Curitiba); ou as que vimos, em 14 de
novembro de 1953 e outras vezes, posteriormente, no discreto e humilde Grupo
"Apóstolos de São Francisco", em Saquarema, onde os "fantasmas" apertavam a
mão da gente e faziam uma série de demonstrações, indiscutíveis para quem está
habituado a observar e que não se impressiona muito facilmente." — Ou, para
terminar, o caso do Cel. Moacyr Uchôa, que já citei na História n. 22, Durante meses
e meses, milhares de pessoas, puderam testemunhar haver até três fantasmas
materializados, simultaneamente, na sala do Coronel. Faziam chegar flores,
bombons e toda sorte de objetos, através das paredes. Um dia, um dos “inefáveis
incrédulos” —, que tinha já recebido sobre o colo um ramalhete de cravos, permitiu-
se observar: “mas, como é que estas flores estão enxutas, se lá fora está
chovendo!”. E, no mesmo instante, caíram duas dúzias de enormes cravos,
cheirosos, sobre o peito dele… Mas, ficou “ensopado”, de tão molhados virem! —
Seria um nunca terminar, contar casos. E, Carolei, já lhe disse: há gente que “nem
fazendo cair um elefante no prato de sopa deles”… Mas, como vimos, as
“materializações”, e, de modo geral, todo o setor do espiritismo científico, seria, e é
muito útil, mas as boas condições de experimentação são muito difíceis de reunir!
Pelo menos pouco freqüentes.
Do ponto de vista "ocultismo ocidental": É coisa certa, neste aspecto, que o
espiritismo é considerado como uma via duvidosa. Os médiuns, sendo mecanismos,
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passivos c inconscientes (e quando deixam de sê-lo, não servem mais como médiuns,
no real sentido do termo, embora haja por aí uma série de pessoas querendo fazer
até Jesus de médium!), não podem assegurar o que realmente estão realizando,
como fenômeno. E dizer que os que observam, sabem o que está acontecendo,
não é o caso. Basta ver as polêmicas ou as dúvidas que, após quase cada sessão,
circulam nos próprios centros, com relação ao dito ou feito por intermédio dos
médiuns. O mais sábio dos ocultistas europeus, “Barlet", escrevia: "O Médium, pa-
rece-nos mais digno de pena que de ser estimulado, até que não seja dirigido, e
mesmo tratado, por algum iniciado de elevada categoria e de alta ciência, capaz de
arrancá-Io às influências nefastas que ameaçam a passividade; e até que ele
mesmo não seja de uma espiritualidade bastante desenvolvida para fugir, quanto
possível, das influências inferiores. — Então, mas só então, como vidente, como ex-
plorador do invisível, poderá ser de alguma utilidade — dada a penúria de adeptos -
para suprir a insuficiência (psíquica) dos iniciados; porém, suas explorações deverão
ser sempre controladas".
Em apoio a quanto ficou dito nesta parte do tema, lembrarei os seguintes
ensinamentos do MEM: "é impossível que venham completamente a vós. Há uma
barreira colocada por Deus ... fazeis metade do caminho e chegais até a essa
barreira" (E. 160). - Isto significa que: 1.º) Nunca, ou quase nunca, um
"espírito",de morto, pode vir completo; sua consciência superior, geralmente
falta, e isso explica porque apresentam, a miúdo, as idéias de rotina,
apenas. 2.º) Para fazer a metade do caminho, é preciso que, tanto os presentes,
como ainda mais o médium, fiquem "entre vivos e mortos" — como estado — o que
se realiza por um processo duplo: torpor da consciência e despesa vital elevada, de
fluidos de diferentes densidades (dos quais os espíritas, infelizmente, são quase
totalmente ignorantes), e que vai depauperando aos que assim praticam;;
especialmente os médiuns “de encarnação”. Por essa razão Barlet os admitia,
mesmo após preparação, apenas como “videntes”.
Aliás, a prova da grande parte de ilusão que existe no procedimento corrente
do espiritismo, é que vimos o MEM nos explicar que, “atrás da 1.ª cortina estão os
espíritos mais evoluídos que habitaram este mundo” (Ensinamento e experiência
probatória, do E. 711, tema Destino Espiritual). Ora, pelo volume pavoroso de
palavras e o pouco conteúdo real, que as inúmeras “doutrinações” e “psicografias”
derramam sobre este planeta, já infestado pela verborréia dos vivos, compreende-se
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que as entidades (?) então, não são nem sequer da “após a 1.ª cortina”!
E, neste caso. O “repente” de Papus, certa vez: “Prefiro os santos católicos
aos do espiritismo, porque os primeiros, pelo menos, não falam!”, torna-se alguma
coisa mais do que um gracejo… Por isso, também, o MEM avisa que: “os espíritas,
tanto podem dirigir-se a espíritos bons como a infernais” (E. 261). O termo, em lábios
de Quem mede cada palavra, é grave! E, não creio, Carolei, que certos — poderia
dizer muitos — espíritas e médiuns, cujos pendores para a vaidade, disputa, calúnia,
fanatismos, etc… são infelizmente bem conhecidos, possam atrair anjos!
Mas, há o casos de merecimento moral, aos quais se pode aplicar o que o
MEM dizia: “Não se pode negar que, se se tiver suportado existências penosas,
etc…” (ver o E. 257), o que justifica que nos grupos espíritas pequenos, em número
e em pretensão, nos quais há harmonia, humildade, devoção e dedicação ao
semelhante, obtêm-se comunicações, contatos e proteção de “bons espíritos”,
orando a Deus.
Não esqueçamos, tampouco, que o MEM assinala que uma das razões de
ser difícil aos humanos — e inconveniente para quase todos eles — presenciar fatos
inegáveis como o são certas materializações, é que : “impressionaria muito… nosso
organismo não está feito para isso” (E 158). — E, tive a oportunidade de verificar,
muitas vezes, quanto temor à morte, e quanta impressão causam, nos próprios
assistentes, muitos dos fatos em apreço. Mas, cada um é livre para procurar a
verdade como quer.
Para método de desenvolvimento espiritual: Francamente, Carolei, torna-se
difícil para mim, aprovar a prática mediúnica como um bom método de progresso
espiritual, propriamente dito. Vimos, no que Barlet dizia os perigos psíquicos — e
fisiológicos — que apresenta, sobre os quais ainda voltarei. Por outra parte, não se
deveria confundir “procurar contato com os espíritos” — e ainda mais, tão
discutivelmente identificáveis — coma a busca do contato com O ESPÍRITO (…
Santo, se possível!…). — Vejo-me, nesta parte do tema, obrigado a dar satisfação a
muitos amigos ou discípulos que tem sido “incomodados” pelas críticas, que por aí
se tem formulado, contra o suposto fato de eu “ser contra o Espiritismo”. — Errado.
Não sou contra nada. Apenas insisto, sempre, em que se deve saber o que se quer.
E que, para sabê-lo em forma mais ou menos clara, convém também informar-se,
evitando confusões. Vou procurar desmanchar as duas que me ocorre serem as
mais importantes, praticamente falando, isto é: para uso das pessoas, já que gosto
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exclusivamente — já o disse — daquilo que pode ser aplicado. Ao resto, insisto em
chamar de conversa fiada, ou pelo menos, inútil.
Como investigador de ioga, durante muitos anos, cheguei a poder verificar a
realidade do ensinamento oriental, quando diz que, até a terceira raça humana,
éramos dirigidos em modo semiconsciente, com pouca percepção, com limitada
consciência e responsabilidade (sobre este ponto fundamental, volto adiante), sendo
que isso se produzia porque: certos centros nervosos e sua contraparte sutil
(chakras, rodas, lotos, etc.) estavam pouco desenvolvidos (os superiores), mas
alguns dos inferiores, sim o estavam. Tendo sido mudada tal condição, durante e
após a quarta raça, e na quinta em que nos achamos. Também houve mudança do
sentido de rotação, de alguns de tais centros. É até possível que esse fato, esteja
também incluído nas palavras de Jesus: "fiz girar em outro sentido ... pus à
esquerda o que à direita estava, etc.", palavras que constam do ensinamento
secreto dos Gnósticos...
Tendo verificado pois, que nos médiuns um ou outro desses centros gira ao
inverso do que gira num praticante de ioga, é coisa exclusivamente de lógica
técnica, o fato de que eu proíba, a quem deseja fazer ioga, ser médium ao mesmo
tempo, porque uma coisa anula a outra. Tanto assim é, que todo ex-médium que
pratique ioga cura-se da mediunidade. E, como não se deve privar a quem quer que
seja do direito de escolha, eu aviso: saiba, pense, e resolva: se quer ser cavalo de
umbanda, médium kardecista, ou meditar sem fenomenismos astrais dessa
natureza. E, Volte, querendo. Só. E, conste que acho que todo diretor de centro
espírita, como todo sacerdote católico, deve dizer a mesma coisa aos que lhe
seguem: "olhe que, o que nós ensinamos e praticamos, não pode ser feito si-
multaneamente com meditação buddhista ou de ioga, etc.". O fato de que as razões
de um são dogmáticas, as do outro técnicas e as do terceiro, ainda diferentes, dá
"na mesma" praticamente. Acho que todos podem compreender isso.
Como místico cristão (Via do M. PHILIPPE): Evidente ficou, nos ensinamentos
do tema, que não me seria possível aconselhar, aos discípulos meus, que prefiram
procurar seguir a via cardíaca Crística, e não a ioga, praticarem espiritismo; muito
menos: mediunidade! Basta pôr em fila as recomendações do MEM a Seus Discí-
pulos: "Eu sempre vos tenho dito, entretanto, que NAO PRATIQUEIS espiritismo" (E.
775). Ele dava as razões: "Está dito NO EVANGELHO, que não se deve perturbar
aos mortos!" (E. 127); "A ESCRITURA, diz que se os deixe em PAZ!" (E. 257). Ele
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mostrava o poder limitado, e a limitadíssima proteção, que os médiuns e espíritas
têm, em comparação com os que confiam NA PALAVRA DE DEUS! (E. 260 —
Tema: O VERBO!). — Ele ressaltava o ponto fundamental: a relativa
irresponsabilidade, que o espiritismo tende a desenvolver nos seus seguidores;
motivo: "eles recorrem, porém, para todos os seus atos, às comunicações com os
mortos" (E. 160; na 5.ª edição francesa, procuraram atenuar a coisa, e puseram
"certos" de seus atos: vá lá que seja!). E, para contraste com essa tendência à
irresponsabilidade, vemos as indicações categóricas do MEM PHILIPPE:
775) Começai pouco a pouco a não falar mal dos ausentes!…
131) Sim, mas teríeis, para isso, de vos despojar TOTALMENTE, etc... Há
alguém capaz de fazer isso? (E. 131). - Há muitos espíritas que tenham saído, como
Schlatter, de pés no chão em proveito dos que nada têm? Os "guias" mandam fazer
isso, ou se contentam com recomendações morais (ótimas, em geral) ao alcance da
"triste tropa"? - Sejamos, então, razoáveis, Carolei e meditemos na resposta triste do
MEM: "Quanta coisa pode fazer-se, pensando serem boas!... " (E. 262).
Não critiquemos pois, aos que, sinceramente, cultivam o espiritismo.
Vejamos, entretanto, alguns perigos mais, do mesmo, que são geralmente mal
considerados, por desconhecimento ou fanatismo.
Do ponto de vista higiene médica: Vimos, Carolei, como o MEM com relativa
delicadeza, aponta a fonte de loucura, que o espiritismo constitui. Eu serei menos
caridoso (como corresponde à minha imperfeição) e direi: embora sabendo as
maldições e as perseguições que isto me trará, não trepido em afirmar que as
sessões espíritas, especialmente as chamadas de "desobsessão" têm fabricado
mais doentes e mais malucos, do que têm curado!
Além do que, os mortos têm quem cuide deles, e constitui pura pretensão
dos "vivos", doutriná-los, curá-Ios, etc. - As palavras do MEM a tal respeito, são
contundentes: "THABALHAIS MAIS PARA O CÉU, CORRIGINDO-VOS DOS
VOSSOS DEFEITOS, DO QUE ORANDO PELOS MORTOS!" (E. 712 - Tema: A
Morte). Claro, Carolei, que um ou outro presidente de centro ou de federação irá me
anatemizar, junto com algum prelado. Uns e outros dirão de mim "o diabo", e que as
palavras do MEM nada valem. Mas, Você, Carolei, poderá lembrar, para seu
proveito, que o MEM: curava, ressuscitava, etc. e então deixará passar o mar de
palavras. Eu também.
Aliás, basta olhar para o número de cretinos, tarados, aleijados e de vesgos,
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que encarnam nos lares espíritas, para dar-se conta das "relações" astrais que os
centros atraem. Poderá se me objetar: isso também é caridade, pois é preciso haver
lares que aceitem tais almas, que vêm passar por "encarnações de prova".
Reconheço como válido, em parte, esse argumento. Em parte, apenas,
porque: antes de haver a enxurrada mediúnica; quando o fenomenismo mediúnico
estava restrito às suas proporções naturais — quero dizer: não forçado pela mania
de desenvolvimento da inconsciência receptiva — o fato é, que encarnavam menos
de tais espíritos, que naturalmente faziam "em outros céus", que não debaixo do
físico, certas transformações. Mas: Deus permite tudo que os homens provocam,
através do seu cósmico Funcionário: O Destino, como vimos! E, tanto o abrir dos
sarcófagos violados pelos europeus, no Egito, como a inundação de centros e
terreiros, dirigidos por incapazes em muitos casos, são, em nossa opinião, igual
avalanche, análoga e relacionada com a onda de vícios individuais e coletivos:
abriram demais a porta do astral inferior. E, não podem mais: nem fechá-Ia, nem
deixar de receber aos visitantes que convidaram e seguem convidando!...
Vejamos, também, os lados bons, que servem de compensação e que
permitem contrabalançar parte dos pontos fracos acima expostos. Antes, porém,
desejaria apontar que, na já citada e imparcial "Tese", do Dr. Philippe ENCAUSSE,
constam as opiniões de 82 especialistas dos fenômenos metapsíquicos (médicos,
espíritas, ocultistas, psicólogos, etc ... ). — Ocupam: desde a pág. 65 até a 106, e
todas elas mostram o perigo que, inevitavelmente, implica a prática mediúnica. A
opinião do próprio Allan Kardec é clara: "Um dos maiores escolhos da mediunidade,
é a obsessão, isto é, o império que certos Espíritos podem exercer sobre os
médiuns... " (O Livro dos Espíritos). Tal abundância de opiniões concordantes, serve
de fundamento ao autor, para as três Conclusões seguintes: "A pergunta: "Podem,
as "ciências ocultas" levar ao desequilíbrio mental?" — Convém responder pela
afirmativa.
"Porém, é preciso especificar: 1.º) — Que é notadamente a prática, das
"ciências ocultas" que, no caso deve ser posta em causa. — 2.º) — Que trata-se
quase sempre de predispostos. — 3.) — Que as práticas derivadas das "ciências
ocultas" e, em particular as do espiritismo, são mais nefastas que outras para as
almas já perturbadas. Perigoso, às vezes, pelo ambiente de certas sessões, o
espiritismo também o é pelas práticas mediúnicas que comporta. Tais práticas são
um treinamento para o automatismo, para o desdobramento da personalidade (no
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sentido científico do termo). Se tal desagregação se toma habitual, se ela se faz
apesar do médium, a alucinação fica constituída".
Terminada esta parte "aspecto médico" da questão, vejamos as que
faltam.
Considerações religiosas relativas ao espiritismo: O MEM nos dizia: "Disse
religião: é muito mais uma crença" (E. 128). Efetivamente, Carolei, já vimos que
não é a mesma coisa procurar aos espíritos, e buscar o contato com O
Espírito! Kardec, aliás, dissera que: "o espiritismo será uma ciência, ou não
será". Se tivesse podido ficar nesse terreno, teria feito muito mais bem, e muito
menos mal. Teria dado as provas, sem importar os perigos. E, como "culto", é
claro que não tem os elementos indispensáveis: sacerdotes preparados;
cerimonial religioso; culto aos Anjos; coordenação litúrgica exata, para facilitar o
rapto religioso, ou, pelo menos, a vivência devocional com um cultivar do
religare aos planos Celestes e Providenciais, e não aos do mundo das sombras
dos mortos, que às vezes estão nas trevas.
Sabemos que, no Brasil e no Camboge, por exemplo, existem tentativas
de cultos, do tipo "sincretista", como é a Umbanda.
Achamos que, se como Magia, a Umbanda só poderia ser criticada como
tal, pelos que, de diferentes pontos de vista, não aprovam o uso da Magia
cerimonial, essa mesma Umbanda, ao querer se erigir em Religião, e ainda
mais em Igreja, não presta a si mesma um grande serviço. Como culto mágico
que é, devia conservar tal caráter, sem procurar disfarçar-se do que não é.
E, muito embora, como Patriarca Expectante, nossa posição seja sempre
de lamentar profundamente todas as campanhas, que as diferentes Igrejas se
fazem,entre si, compreendemos perfeitamente que certa vez o Cardeal
Arcebispo do Rio procurasse obter do Presidente da Legião da Boa Vontade
(proposta de fins de 1956, para uma trégua que pouco durou ...), seu acordo em
não apoiar ao espiritismo, especialmente à Umbanda. É claro que os altares
mistos, causam confusão e que a Magia, unida ao culto, pode despertar no
público, além de reais perigos para sua alma, curiosidades também perigosas
para os dogmas; melhor dito: para os véus postos sobre os fundamentos de
certos dogmas.
Mas, Carolei, nisso como em tudo, o Destino é quem está em primeiro
plano. Um dos modos, com os quais as raças mais velhas, já em quase
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decadência, estão revidando à falta de compreensão, de real posição cristã, para
com elas, da orgulhosa civilização branca materialista, é precisamente o reavivar
dos velhos cultos que, embora obsoletos em muitos aspectos, ainda são
reveladores em outros, e impedem assim o total esquecimento da existência dos
espíritos da Natureza e outros, a que o racionalismo idiotizante estava levando
a era toda.
E, por isso, tão antipáticos quanto inconducentes, são os exageros de um e
outro lado. Ninguém, de bom senso, poderia admitir o que um centro espírita do Rio
pretendia recentemente: ter tido uma "comunicação" do espírito do Papa Pio XII. É,
não somente uma falta de respeito, realmente, como uma confissão de total
ignorância! É alguma coisa assim, como esperar que eu, após a morte, vá a um
Match de futebol ou a uma sessão de Rock'n roll! Não seria melhor que "guias e
exus" dessem prova de um pouco mais de sagacidade, por exemplo: se tivessem
avisado, em tempo útil, para evitar a desmoralização de toda uma federação
umbandista, que o "Papa" da mesma era um refinado vigarista, pouco tempo após
condenado a 26 anos de prisão! Outra vez, senhores espíritos "extralúcidos", não se
deixem "madrugar" assim!
Quanto às Perseguições que certas Igrejas, como a católica, a protestante e
outras, fazem em forma mais velada ou mais aberta, contra o espiritismo, achamo-
las tão lamentáveis e chocantes, quanto ilegais e inúteis. Basta ver que em 1890,
publicava-se, entre muitas outras análogas, esta notícia:
"Os católicos começam a se comover como o êxito obtido pelo movimento
provocado pela ciência oculta, Assim, cada sexta-feira, a contar de 28 de fevereiro,
terão lugar na igreja São Merri (Paris) conferências sobre o espiritismo e o ocultismo,
pelo R.P. Le Moigne, da Companhia de Jesus",
Francamente, queridos colegas, jesuítas, em 70 anos de luta, não se pode
dizer que tenhais lucrado no embate. Até muito pelo contrário. Aliás, o amor de
Jesus pela Verdade não permitia esperar outra coisa. E as campanhas do anímico
Frei Boaventura e do técnico Ir. Vitrício, parecem-me — (é uma opinião pessoal,
apenas) simplesmente ótimas. Tomando por base, o crescimento vertiginoso da L.
B. V., durante e após a campanha que lhe moveram; e o próprio crescimento do
Cristianismo desde o circo de Nero, estou convencido de que todos os aspectos que
se "mexem e remexem” do funcionamento do ser humano, terminarão em que
não mais se poderá ocultar o que somos, Além do que, uma coisa é fazer as
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pessoas viverem estados análogos (não: iguais) aos das incorporações mediúnicas,
e outra é produzir os fenômenos fotografáveis e ponderáveis, dos aportes e das
materializações, Por outro lado, o procedimento "letárgico", é muito interessante.
Faço votos, de todo coração, porque profanos e espíritas, o estudem muito; uns e
outros têm tudo a lucrar com isso!
E, terminando a parte do aspecto "religioso", devo dizer que se a Igreja
Expectante aceita o fato espírita, oficialmente, embora não recomende nem pratique
mediunidade, é precisamente por reconhecer: uma verdade científica comprovada,
e, também um fenômeno social ponderável e construtivo, como já vimos quando
expliquei a utilidade do espiritismo nesta era de materialismo e de descrença.
Filosófica e Socialmente: O MEM nos ensinava que: "NO ESPIRITISMO, o
que constitui o fundamento e explica a justiça de Deus, são as reencarnações" (E.
130), Já vimos, Carolei, as sete conclusões fundamentais do Congresso de 1946, e
a remodelação, básica e total, que o reconhecimento da reencarnação traria e trará,
no dia em que o Ocidente a comprove e aceite. Neste sentido, o espiritismo concorre
— e muitíssimo — para contrabalançar essa falha desta civilização "branca". Todo o
ORIENTE aceita a reencarnação. Terá o Ocidente que sofrer uma longa invasão e
ocupação oriental, para poder reaver uma das verdades que os nossos
antepassados já possuíam? É assunto para se meditar, e para se rever nas
"profecias”…
Deixemos, pois, passar também o cortejar que os partidos políticos já
iniciaram, aos onze milhões de "acatólicos", dos quais grande maioria é espírita! Isso
constitui mal inevitável. Mas, se em lugar de viverem divididos, ao ponto das
federações kardecistas incidirem — algumas — em renegar a seus irmãos de fé, os
umbandistas; e, se em lugar de fugirem, com temor que abeira a covardia, às
oportunidades que as próprias Nações Unidas lhes deram, para ajudar a terminar
com a perseguição religiosa, os espíritas se dessem conta do seu papel social; se
tomassem, com humildade, mas com realismo e coragem, sua parte na luta pela
união dos crentes, fariam certamente jus ao apoio de certos dos Espíritos que estão
"atrás da 1.ª e, quiçá, da 2.ª cortina"!…
Entrementes, fique aqui constando a nossa reiterada admiração - pois já a
expressara em Yo que… — pelo labor assistencial do Espiritismo, especialmente do
Brasileiro!
Mas, Carolei, devemos procurar ser sempre tão gratos e justos, quanto
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possível. E, se por um lado, o feitio generoso do Brasileiro em geral, pode explicar a
hospitalidade com a qual sempre fomos recebidos, em nossa Cruzada de Vida
Espiritual, assim como muitas das obras sociais que visitamos, não se pode deixar
de ver, de reconhecer, de aplaudir e de reverenciar certas realizações típicas do
kardecismo brasileiro: creches, educandários, asilos para velhos, colégios, hospitais
e muitos outros modos da assistência coletiva.
Mas, em tudo isso, o que deve ser observado, o que merece mais ampla
admiração, é o modo individual, em que tudo isso é feito, Isto é, a posição interior,
que leva a muitos espíritas, principalmente na camada socialmente humilde, a
realizarem atos notavelmente concordantes com o ensinamento de Cristo, e com o
que o MEM recomendava. Bastaria lembrar o caso da senhora viúva, que sem
recursos iniciais montou, em certa capital estadual uma "Casa Transitória",
recolhendo junto com os seus familiares, a leprosos, prostitutas, bêbados e doentes
em geral, ou abandonados. E, como se fosse pouco, concordou plenamente, mais
tarde, no casamento — aliás muito bem sucedido — de um filho com uma das
mulheres recuperadas, da "cloaca social" criada pelos convencionalismos e os
absurdos do sistema social e religioso! Isso, Carolei, é a Via Cardíaca real, e, a esse
tipo de espíritas, que não tinham quase mais tempo para comer ou descansar — e
muito menos para sessões de conversa comprida! – é certo que o Muito Excelso
Mestre daria e dava toda a Sua Proteção, e pedia a do Seu Divino Amigo, pois
esses não faziam a Caridade "para se salvarem", mas, simplesmente, para salvar
aos outros da dor “de agora mesmo"! Com esse modo, de seguir a moral que surge
da real compreensão da vida unitária e da reencarnação, sempre nos acharão
acordes! N. 148
N.148 - Origem dos Ensinamentos e Informações do Tema "O ESPIRITISMO: das
Sessões de Lyon, são os E. 127,128, 130, 131, 158, 160, 197 e 257. Todos eles figuram na 4.ª ed. francesa e em nosso I Vol... brasileiro. Mas, devo apontar que, na 5.ª ed. francesa, o E. 197 traz o termo "perturbação", em lugar de afastamento (do pensamento). Creio que quem permitiu-se alterar o que o MEM dissera, pensou pouco (além da falta de respeito), pois que o afastamento, causado por exemplo por violenta contrariedade repentina, ou por prolongado desacordo com o ambiente, etc., pode ser a causa invisível e incompreensível para os mortais comuns — da aparente perturbação. Seria bom que nós, que procuramos seguir o que o MEM nos ensina, não caíssemos na linguagem materialista dos médicos, ou dos profanos. — Por outra parte, também aparece, 5.ª ed. francesa, o E. 257 truncado, após as palavras "bons e maus", o que suprime, lamentavelmente a afirmativa do MEM PHILIPPE das condições em que pode-se chamar a bons espíritos. Evidentemente usamos o texto completo, como pode ser visto a pág. 127 e 128 do I Vol. — Os E. 261 e 262 são também das Sessões do Lyon, e, o E. 775, provém das "Diversas Fontes" que figuram na 5.ª edição francesa. — O E. 477 é de Lumière Blanche, pág. 34. — Sobre as três edições da Tese do Dr. Philippe Encausse, vejam-se as primeiras páginas do nosso I Vol. — As informações sobre o Dr. Pericás, o Grupo de Saquarema e o Cel.
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* * *
O Muito Excelso Mestre, e OCULTISMO E MAGIA
Com. 224 — Na quarta edição francesa, nada consta em caráter de
ensinamento do MEM, sobre Magia e Ocultismo. Na quinta edição, apenas acham-
se os Ensinamentos numerados, por mim, 696 e 713, que figuram a páginas 149
e158 de tal livro francês, e que reproduzo logo adiante. Um deles trata do
“Ocultismo”. Outro, alude a Magia, em modo tal que parece uma condenação
categórica, formal e definitiva do MEM a todo ato mágico seja qual for o modo e
altura, do mesmo. Eu poderia ter deixado a coisa assim, já que o MEM PHILIPPE
não parece cansar de nos repetir “não precisais saber todas essas coisas, Deus só
quer que ameis o semelhante como a vós mesmos”!
Acontece, porém, que não tenho a pretensão de ser uma peça rara, nem
única, neste pequeno mundo agitado. E, por isso, outros poderiam achar, nas
mesmas fontes que consultei, e pelas mesmas meditações que fiz, certas aparente
contradições, entre o que parece resultar de se ter citado apenas esses dois
ensinamentos, bem como de não ter divulgado ou comentado, atos do MEM e outras
palavras Dele, que ampliam consideravelmente o panorama…
E, Carolei, dada essa minha crônica sarvamania pela amplidão e pelas coisas
claras, resolvi então expor a Você umas tantas coisas junto com os dois
Ensinamentos acima apontados. Depois, comentarei tudo, o mais sinteticamente
possível. Vamos lá:
E. 713 — O Ocultismo pode aprender-se em três semanas. Mas… não é a
via. O que vale, é observar os três grandes mandamentos.
E. 696 — Magia: os escritos que dela tratam, são criminosos!
E. 547— Atualmente, o Céu não mais permite que se faça mal a outrem pela
Uchôa (hoje Comandante do Colégio Militar de Salvador), constam dos "Diários da Cruzada", nos quais figura um relatório completo de sessões de Saquarema. — Os ensinamentos de "Barlet" são parte de longo e notável estudo desse Mestre, cuja publicação, com o título "L'AstraI", foi iniciada no número de novembro de 1895 e terminada no de janeiro de 1897,de L'INITIATION.
A notícia sobre a pretendida comunicação do espírito do Santo Padre Pio XII, foi dada por TRIBUNA DA IMPRENSA de 13-X-1958, sob o excelente título: "Mistificadores desrespeitam Pio XII”. — Os atos de Frei Boaventura e do Irmão Vitrício, são "dos jornais" (diversos). O que concerne ao fato da Igreja Expectante reconhecer o fenômeno espírita, é conseqüência de Resolução do Patriarca, com data de 30 de janeiro de 1955, constando da Ata n. 6, do Livro respectivo, e de publicações ulteriores.
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magia. O que se quiser fazer, volta imediatamente sobre vós.
E. 831 — (Da Rússia): Mantinham-No informado do estado dos doentes, dos
quais Lhe mandavam a descrição e uma madeixa de cabelo. O Mestre respondia
pelo correio de volta, dando indicações, conselhos médicos; às vezes em oposição
aos que foram dados pelos médicos. Em diversas circunstâncias ordenava preces;
em outras, recomendava recorrer a um ESPELHO MÁGICO que remetia.
Em sinal de gratidão, grã-duques, duquesas, príncipes, oficiais, mandavam-
Lhe obséquios; assim, por exemplo, o Grã-duque Nicolau mandou-Lhe, por um
lacaio, um magnífico galgo (TCHAI!).
E.832 — “Operação Mágica”
“Nesse caso, disse-nos o Mestre, iremos proceder diferentemente: Vou tomar
uma quantidade considerável de fluido num país que não conheceis, e vou torná-lo
tangível, vale dizer: “sólido”, e ireis vê-lo como eu, e o sentireis também como eu, o
que fica feito neste mesmo instante.”
Todos os assistentes declaram distinguir perfeitamente o fluido sobre a mão
do Mestre.
“Vou lançar esse fluido sobre o espelho que está defronte de vós: vede e
ouvi.”
No mesmo instante, um terror atroz toma conta dos assistentes, um homem
recebe fluido em pleno peito, o que lhe ocasiona uma sufocação e uma perda de
respiração durante alguns minutos; os discípulos temem uma asfixia completa.
O Mestre nos diz então:
“Não podereis fazer estas coisas senão mais tarde; mas quero vos ensinar as
operações de magia, a fim de que possais fabricar fluidos magnéticos com
substâncias vegetais. Pode-se fazê-las com substâncias animais, mas isso vô-lo
proíbo.”
O Senhor X…, mestre-escola primário, tendo demonstrado cepticismo sobre o
que acabava de ver, o Mestre ordena-lhe cair em catalepsia, e, imediatamente, a
catalepsia começa a tomar conta dele. Nesse instante, o Mestre pergunta-lhe se
ainda duvida. O Senhor X… responde negativamente (Sessão de 26-XII-1895).
E. 830 — Ele (Chapas) disse-nos um dia “que, se tinha ficado totalmente
proibido aos Ocidentais fazer magia, tal indicação não rezava para os Orientais, pois
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que Jesus tinha-lhes dado, há dois mil anos, a certos dentre eles, um ensinamento
apropriado para seu desenvolvimento”.
Com. 225 — Bem, Carolei, acho que já temos agora material para entender
as coisas em forma um pouco mais completa. Vamos começar pelo começo.
Colocado entre as chamadas ciências positivas, que só pesquisam os atos materiais
e as leis que os regem, e — ao outro extremo — a metafísica que indaga as causas
primárias de tudo (sem falar de dogmas que prejulgam da Causa das causas), o ser
humano, geralmente incapaz dessa fé singela e dessa entrega pura, das quais já
falamos em temas precedentes, inquieta-se, com toda razão, por compreender: a si
mesmo, ao mundo que o rodeia, e, com maior afã, feito ânsia de saber e de temor
do desconhecido, pelo mundo chamado “invisível”. — O “Ocultismo”, sobre o qual
não tenho aqui lugar para ser extenso, é pois um conjunto de Ciências: do que é
oculto (por não ser visível materialmente); do que é ocultado (pelos humanos que o
sabem, ou pelos seres situados acima do homem, ou em modos de existência
diferentes); e ainda, do que deve ser, do que só pode ser investigado por meios
(instrumentais) ocultos: em nós, na Natureza, ou nos mundos superiores.
Finalmente, também, do que deve ficar ocultado aos que não merecem conhecer
verdades que, por ignorância ou por imperfeição moral, iriam deturpar ou aplicar em
prejuízo próprio ou alheio.
Quando o MEM diz que o Ocultismo pode ser aprendido em três meses, diz
uma verdade “absoluta”. Em modo mais relativo às imperfeições humanas, Papus
concedia seis meses. Eu, após 40 anos como instrutor, confesso que nunca achei
seres capazes de querer estudar em modo tal, que conseguissem fazer, mesmo em
dois anos, a síntese clara e indispensável, para quem deseja ter uma base exata,
para orientar-se e saber como proceder, tanto na escolha de dados teóricos, ou
entre as afirmações de tantas Tradições e Instrutores, como nas chaves práticas.
Em Yo que caminé…, e no complemento que são as Lições Martinistas da A.M.O.,
temos procurado resumir o que um estudioso deve saber, a não ser que se lance
resolutamente, e sem ilusão nem moleza, na Via que o MEM aponta, e para a qual
esta obra é guia mais do que suficiente!
O fato é, que uma parte do programa de estudos teórico-práticos do
“Ocultismo” é a magia. Porém, sob esse nome, tem-se designado tantas coisas, que
terei de procurar esclarecer um pouco o assunto. Papus propôs, certa vez, esta
definição da Magia:
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“A Magia é a aplicação da vontade humana dinamizada, à evolução rápida
das forças vivas da natureza”. — Como se vê, a expressão “evolução rápida”,
lembra logo aquilo que comentei sobre o “milagre”. Fica-se, assim, entendendo logo
que o mago, conforme sua “especialização”, procurará mudar, transformar,
transmutar (segundo o caso): a circunstância ou força, ou “espírito”, adversos, em
favoráveis; ou metal vil, em nobre; etc. — Vou propor, outras definições, que
possivelmente esclareçam mais o tema. Não são definições clássicas, nem feitas
para cabeçalho de tratados especializados. Há ótimas obras sobre a matéria. São
sugestões para auxiliar a compreensão dos diferentes pontos de vista, dos distintos
níveis do quais parte a tentativa humana, revestida do qualificativo da mágica…
Magia é: toda tentativa de mover, dominar ou canalizar forças ou seres, que
não nos obedecem espontaneamente, porque não temos superioridade para tanto;
mas, mediante certos artifícios técnicos, obedecem-nos, de acordo com as leis que
regem sua classe.
Magia é: a tentativa de construir, de lançar, de estabelecer, uma ponte de
pontões, entre: a vida diária, o conhecimento comum, por um lado, e a metapsíquica
por outro. Tais pontões são vivências. A qualidade dos mesmos é que define o tipo
de Magia.
Magia é: usar as Chaves do Verbo, para que os seres e coisas, chamados pelo seu
verdadeiro Nome, nos respondam ou colaborem conosco. Pode-se saber seus
Nomes: roubando-os nos engrimanços; forçando seus portadores a confirmá-los ou
revelá-los, por meio da magia cerimonial; ou, obtendo pela vida mística e pura, que
os donos de tais nome, se apresentem espontaneamente em nossa vida, quando as
nossas vivências o mereçam e necessitem!
Magia Cerimonial: um ser humano de qualidade comum, utilizando meios
incomuns, por obter resultados extraordinários, atentando mais às formas e ao fim
visado que ao valor dos meio morais em jogo. Em se tratando de violar, em certo
modo, a vontade alheia, tanto faz ser estupro de mulher bonita ou feia, como de exu
ou de espíritos melhores. Forçar é forçar. Prematuro é prematuro. Magistas e
hipnotizadores, são todos ladrões que entram com efração, em casa alheia, cujo
dono desconhecem.
Quando mereçamos a amizade de alguém, tal ser nos oferecerá: seu cartão,
sua casa, e até poderá nos dar uma das chaves para lá entrarmos, ou seu telefone
para chamar a qualquer hora. O que façamos, sem ser por tais modos, é sempre
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abuso em algum sentido.
Com. 226 — A Magia, em suas diferentes formas e alturas, evolui também
com as eras e as raças. O E. 547, por exemplo, nos mostra que, depois que O Cristo
veio, e deu a todos um grau de consciência e de possibilidade maior, a
responsabilidade cresceu em modo tal que a “volta” (o choque de retorno) é
imediato, contra quem faz o mal pela via mágica, e o que forem visados por tais
meios são mais protegidos que antes. O fato de Jesus ter dado a certas pessoas
Ensinamentos de elevada Magia, é fácil de documentar: “entre os raros monumentos
gnósticos que nos foram conservados, o Papiro de Oxford, é o mais rico em
documento sobre a Magia. O texto compreende dois tratados intitulados O Livro das
Gnoses do Invisível divino, e, O Livro do grande Logos em cada mistério; trata-se
nesses dois livros, da iniciação que Jesus dá aos Seus discípulos, para torná-los
perfeitos na compreensão da Gnose, e das “palavras de passe”, reais incantações
mágicas que lhes ensina para poder atravessar vitoriosamente o plano astral”. —
Não querendo ser prolixo, Carolei, direi que possuímos a reprodução dos Selos
Mágicos do Papiro Gnóstico Bruce. Não é coisa para crianças, nem para ser
publicada. Ainda menos nesta era, e lugar, pois não iria demorar em aparecerem
reproduzidos e deformados, em alguma “psicografia” ou em algum tratado de
Umbanda, Quimbanda ou pior!… Deixemos as coisas sagradas, onde corresponde!
E, antes de ver qual situação em que ficam os que, com sinceridade, querem seguir
a Via do MEM, com relação à “Magia”, olhemos para o que seu Discípulo Phaneg,
em 1911, comentava:
“Entretanto, nem tudo é para ser rejeitado, na magia. Se é bem verdade que
nenhum direito temos sobre os outros, podemos e até devemos cultivar, do melhor
modo possível, as faculdades que a natureza nos confiou — e por isso todos os
ensinamentos relativos ao homem devem ser conservados. Só a idéia de agir é má.
Podemos seguir os treinamentos indicados, com a condição de pôr de antemão
todas as nossas faculdades dinamizadas a serviço do Espírito e de nunca esquecer
que O Cristo, nosso Iniciador, declarou que nada podemos sem ele. A grande
diferença entre o magista e o místico reside, pois, em que o primeiro procura
arrancar pela força, à natureza, o que o segundo pede ao Céu. …O Pai, cuja
essência é a bondade. O Pai, que é sábio e forte, e que conhece suas crianças, verá
logo se a fruta que pedimos nos é favorável e nô-la dará sem perigo…”
Completando o já dito e dado, sobre a real compreensão do que são as Ciências
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Mágicas, creio muito útil reproduzir e comentar alguns aspectos do notável Quadro
da Magia de Arbatel, organizado por Marc Haven (origem indicada na N. 75, II Vol. ):
E. 834 — Ciências do BEM :
a) Teosofia (no sentido clássico do termo, não relacionado com a sociedade
oriental, homônima), que inclui: Conhecimento do Verbo de Deus; Direção da Vida,
seguindo esse Verbo; Conhecimento da administração das coisas por Deus, por
meio dos anjos que a Escritura chama se “Guardiães” (da Guarda); Conhecimento
do ministério angélico.
b) Antroposofia (sabedoria dada ao homem): Ciência das coisas naturais;
sabedoria nas coisas humanas.
Ciências do MAL :
c) Kakosofia: Desprezo do verbo de Deus; Vida vivida de acordo com a
vontade do Diabo; Ignorância da administração das coisas pelos anjos de Deus;
Desprezo da guarda dos Anjos; Freqüentação dos espíritos do Mal; Idolatria-
Ateísmo.
d) Cacodemonia: Ciência dos venefícios (despachos & cia…) na natureza e
seu uso; Ciência de todas as artes do mal para perda do gênio humano; Seu uso no
desprezo de Deus para perda e desgraça dos homens.
Com. 227 — Parece-me fácil, Carolei, se entender, pelo quadro acima, que a
mais elevada forma de Magia, é a Vida dos que seguem tudo quanto se acha
incluído no inciso a): e que, para esses seres, a responsabilidade e iniciativa,
descansa no conhecimento da ciência de sua época, unido à sabedoria das e nas
coisas humanas, o que vai do bom senso até à moral e à vida espiritualmente vivida!
Também fica claro que: já é magia negra, desconhecer, negar ou desprezar a
existência dos Anjos e seu ministério, sua intervenção e sua Guarda (proteção e
direção, que exercem junto a nós) e que, como vemos no quadro, a idolatria e o
ateísmo já são piores do que a frequentação de espíritos do mal. É bom meditar isso
à luz dos Ensinamentos do MEM! Dos terreiros, etc… é melhor nem falar! — Que
cada um se situe conforme possa compreender e fazer.
Assim, Carolei, vemos que : não se deve praticar nenhuma espécie de Magia
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cerimonial, embora seja bom conhecer os reais embasamentos do diferentes tipos
de Magia, para poder, às vezes, indicar a uma vítima, como proteger-se. O
“magista”, isto é: aquele que só está na etapa da magia cerimonial, mesmo que não
seja de má intenção, só cultiva orgulho e ilusão. Pode pouco, não sabe quase nada,
e pensa ser muita coisa!
O “psicurgo”, que cuida das almas, principalmente pela prece, está num andar
muito acima, porém ainda lá, vaidade e outras ciladas da nossa imperfeição, e das
tentações que nos fazem os seres sutis, podem atingir facilmente ao discípulo.
Se, alguma vez, chegar à real mística: à entrega, singela e grande, de quem
faz tudo que se pode por se modelar, se superar e por ser útil; então esse receberá
sempre a tempo as indicações de como agir. E, se precisar recorrer a alguma
modalidade mágica, ser-lhe-á indicado. Porém, para ele a Magia reveste-se,
geralmente, de outra forma de ser: a que o MESTRE sempre ressaltava nos que Ele
Mesmo fazia: “observai bem que isto foi feito sem aplicação de vontade”. É mais
profunda do que parece, a afirmação; quer dizer: sem vontade pessoal, própria.
Apenas seguindo a ESPONTANEIDADE que nasce do ser, quando vive entregue à
Providência, permitindo que todas as Forças e todos os Seres, atuem com ele ou
por seu intermédio, na certeza de que sua vida diária tem assegurado a seleção (da
classe de seres e dos modos de operar dos mesmos), das manifestações da Vida
com as quais entrará em contato!
E, quando o místico precisar receber alguma indicação ou lição sobre as
cerimônias reais, mediante as quais os Seres da Natureza operam sobre as
energias e as formas, irão lhe mostrar, não somente as ditas cerimônias, como ainda
lhe confiarão as chaves, isto é os símbolos, palavras e cantos, para que — sendo
realmente necessário — possa apelar para a colaboração desses Seres, que virão
se a conduta, a pureza, a aura do Místico estiverem em condições…
Vejamos uma lição prática, vivida em 17 de junho de 1957:
V.22 — Os Gnomos fazendo Magia da Vida…
Fig. 12
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H. 24 — Uma lição de Magia da Vida
“… para que eu entrasse num estado interior muito especial, e depois aproximadamente às 19 horas,
comecei a presenciar uma cena bastante estranha, tão estranha quanto inesperada.
“Ao me reportar agora à vivência e procurar reproduzir os fatos, imagens e símbolos — isso exige de
mim energia psíquica tão grande, que me vejo obrigada a fazê-lo recostada — para não sofrer muito a sensação
de vertigem e mal-estar no plexo solar.
“Com o aparecimento dos 3 Gnomos silenciosos — pois, nenhum ruído faziam — a vegetação ao redor
deles tornou-se completamente, prateada, como que inundada de luz.
“Era um Gnomo de idade — de barbas e bastão — embora, a expressão fisionômica fosse juvenil,
acompanhado por um par de Gnominhos jovens. A “gnominha” era loura e linda (chamo-a de “gnominha” por
causa dos seus cabelos louros e longos e dos olhos de boneca). Vestiam calças curtas e botas pontudas — ele
de boina — “ela” com uma touca tipo holandesa.
“Iniciou-se então uma cerimônia, notando-se um crescente aumento de luz. Se toda a luz do mundo se
juntasse, não daria tanta claridade!
“O “Velho” traçou um círculo no chão, com o bastão e o jovem par carregou alguns gravetos e aí fizeram
fogo. Acocoraram-se os 3 ao redor do círculo e puseram-se a orar. Era maravilhoso como ao queimar de certos
“pós”, juntava-se o estalido das chamas, da fumaça produzida — formava no ar desenhos de símbolos singelos,
como formas geométricas, corações, variadíssimos tipos de flores, animaizinhos pequenos e deliciosos.
“Foi nesta ocasião que, de todas as cavidades do solo, surgiram uns vinte gnomos que rodeando o
círculo cerimonial dos 3 — puseram-se a cantar e bater ritmadas palmas, cada vez que um símbolo se formava e
se perdia no ar.
“Se todas as vozes se juntassem num só coro — não haveria tanta harmonia! A simplicidade e
espontaneidade da cerimônia me deixavam admirada. De todos os lados, das matas, da terra, dos galhos, dos
ninhos, dos riachos, do ar dos montes — de toda a parte surgia uma quantidade enorme de seres pequeninos,
numa verdadeira explosão de alegria…
“A fogueira cessou logo — cessaram o incenso e também os símbolos.
“Ficaram apenas os 3 primeiros Gnomos.
“A cerimônia tomou um aspecto grave e, após alguns toques de sineta, o “Velho” fez o encerramento,
completando o símbolo dentro do círculo traçado.
“Nessa modificação de ambiente e estado, era como se perguntassem: “Não ouvem os humanos as
vozes que ressoam da profundeza da Terra? não ouvem o sussurro que os ventos trazem de estrelas e de
mundos? não ouvem o clamor dos céus? — Quando cantareis — ó humanos — a grande sinfonia universal? A
grande sinfonia do amor divino?”
“Há coisas que só se vive, se sente, se ouve e se vê, quando o coração está ardente de devoção e
quase a espoucar de ânsia de Deus. Sobe-se… cada dia uma subida… sobe-se junto com outros seres — que
não são gnominhos nem seres da natureza, que nos levam a percorrer espaços sem fim.
“”Em cada viagem há sempre uma nova luz. Mas também o sofrimento é cada vez mais intenso, cada
vez menos se conforma a alma com a prisão. Quanto mais se ora e se medita, mais se aguçam as percepções,
mais cresce a ânsia de silêncio e penetração…
“Encontro-me diante de longínquo umbral — quanto mais afasto os véus, mais transparece a luz! Além
da extensa via de treva — de formas indistintas, refulge a luz — variante para minha sensibilidade — em cor e
tamanho — contudo sempre intangível. Porém debilitada minha alma torna a cair, na queda se formam novos
véus. E a realidade é qual megera — dedo em riste — a me apontar. Contudo, em meio desses tormentos, sinto
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que minha alma triunfa” (Sarah — Lajes, 17 de junho de 1957).
Viu, Carolei, que formosa lição e tema de meditação?…
Quanto aos modos de preparar, tecnicamente falando, os “fluidos dos
vegetais”, é assunto que será mais facilmente percebido quando entrarmos nos
ensinamentos privados, do MEM, aos “Filhos de Deus”. A experiência relatada é,
aliás, muito clara!… E, pelo E. 831,ficamos sabendo (além da real origem do querido
TCHAI que se vê junto à pág. 48 do I Vol.), que o MEM preparava, às vezes,
“espelhos mágicos”.
Isso me permitirá resumir, num exemplo, os diferentes modos em que pode
ser compreendida a Magia: posso tomar um objeto brilhante, e durante meses a fio,
por meras concentrações mentais e óticas, chegar a perceber algumas imagens
nele. Estou, assim fazendo sem o saber quiçá, “magia natural”, que é uma
continuação da física…
Também posso receber de um Mestre certas indicações, como sejam: tipo de
objeto, horas astrológicas próprias, perfumes, palavras, orientação, etc., que podem
facilitar a operação. Já houve uma síntese de: astrologia, ciência do verbo, ciência
das cores, radiestesia, magnetismo, etc… E, por isso, Carolei, é que Você nos vê
“sorrir” um pouco, quando ouvimos falar em tantos “magos” por aí…, que não sabem
uma palavra de astrologia (por exemplo!). Pois: não pode haver magia de certa
elevação sem conhecimento de astrologia, kabbala e outras ciências que levariam
anos de estudo, como levam a qualquer estudante sério.
Também posso procurar um espelho, pela magia “brutal”: com as receitas de
engrimanços, nos quais se inclui a matança de animais, etc… com evocações, e
mais pormenores: estaria, assim, me metendo num enredo de baixo astral,
equivalente a ir pedir informações no meio de capangas! Podem, às vezes, dar. Mas
ficam com certos direitos e intimidade, com quem as pede e as paga…
Também posso, seguindo métodos árabes, por exemplo, obter por meio de certos
versículos do Alcorão, que venha “O Varredor”, limpar o campo da visão; ou por
meios kabbalistas, procurar que algum espírito das legiões subalternas de Anjos me
mostre… quando ele quiser, o que busco saber. Mas, tal espelho só servirá para
mim e dentro de certas condições!
Mas o MEM, abençoando um Espelho e pedindo ao Anjo da Guarda do
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destinatário, que lhe mostrasse o que fosse oportuno, ou o que Ele, a distância,
projetaria no espelho, resolvia a questão… até pelo correio!…
Quando estudarmos o ensinamento que chamei de privado,do MEM veremos
que Seus modos de proceder, em muitos casos incluíam meios que são da magia
das correspondências das coisas, e, por exemplo, se lhe faziam a descrição de
doente, morador na Rússia, no caso, e lhe enviavam uma madeixa de cabelo, era
possivelmente porque o MEM nos ensinou que “o magnetismo a distância pode, às
vezes, cair sobre outras pessoas”. Claro está que, com alguma coisa do físico (que
traz algo do duplo, também) do paciente, a relação vibratória (na qual se baseia toda
a medicina de Paracelso, por exemplo) ficava estabelecida com segurança.
Isso indica, também, que o MEM fazia questão de ir treinando os Discípulos a
começarem pelo começo: juntando, as preces, o meios de ter mais fluidos benéficos
e mais meios de os dirigir com precisão. E, sobre o cultivar da Magia da Vida e dos
treinamentos da mesma, queira rever o Yo que… Quando alguém tiver meditado e
aplicado, o que lá se contém, certamente estaremos em contato e o resto virá como
deve vir… Isso faz parte da Magia também… N. 149
* * *
O Muito Excelso Mestre, as RELIGIÕES E AS IGREJAS
Com. 228 — Neste tema, Carolei, teria muito a comentar sobre o papel das
Igrejas e modo de atuar de seus Cleros, dada a enorme importância que isso tem,
em relação com “o que vem aí”.
N. 149 — Origem dos Ensinamentos e informações do Tema “OCULTISMO E MAGIA”: DA 5.ª
ed. Francesa: E. 696 e 713. — Dos Ensinamentos dados por Chapas e Maurice de Miomandre, reproduzidos por Christian de Miomandre e L’INITIATION de outubro de 1953: E. 547 e 830. — O E. 832, que relata a “Operação Mágica” feita pelo MEM em 26-XII-1895, é parte do Relatório do Curso daquele dia. Tal parte traz, pois, oficialmente esse título, no próprio Relatório, como pode ser visto a páginas 95 a 98 de L’INITIATION (Vol. 31 — Ano 9, n.7, abril de 1896). — O E. 831, apresenta esta particularidade: na pág 223 da 4.ª ed. Francesa, e — na mesma forma — a pág. 243 da 5.ª edição, acha-se o que figura a pág 193 do nosso I Vol. brasileiro, no que se refere às palavras de Bricaud, que terminam — na parte citada — com “madeixas de cabelo”. A frase: “E M. Philippe respondia a todos os pedidos”, não é de Bricaud, pois ele prosseguia na forma que consta do E. 831, como pode ser verificado a pág. 23, Cap. VIII, do livro do citado Bricaud Lê Maître Philippe. — A definição da Magia, por Papus, acha-se também na Conferência de Phaneg “A magia e o Misticismo” (V. L’INITIATION, setembro 1954, pág. 136 e segs.). Pormenores sobre o Papiro de Oxford, acham-se em “LA GNOSE”, diferentes artigos de “Marnés”, nos anos 1909 e 1910. — Livros de Ocultismo e Magia, de Papus, à venda atualmente, constam da capa da 4.ª e 5.ª edições francesas, confirmando minha opinião.
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Achei, porém, preferível deixar o Tema “puro”, isto é, como Ensinamento do
MEM, somente, reservando-me para tratar das “questões de atualidade”, mais
adiante, pois tendo conhecimento prévio de muitos outros temas da obra, a visão
panorâmica do problema torna-se mais fácil e mais rica.
E. 769 — É uma grande felicidade ser Católico.
E. 129 — Diz-se “todas as religiões são boas”. Não sei. Em primeiro lugar,
não vos digo que acrediteis como eu. Digo-vos apenas o que sei. Aqui somos todos,
ou quase todos, católicos. Pois bem, talvez sejam boas todas as religiões, mas a
nossa gostaria de sufocar todas as outras. Aliás, por que vos preocupais com tudo
isso? Deus não vos pede tanto.
E. 833 — Devemos seguir as leis do nosso país, porque se Deus permite que
tenhamos leis injustas, é por sermos injustos também. Seja qual for a vossa religião,
também deveis seguir suas leis.
E. 770 — Fazeis a vossa Páscoa? Bem fazeis; eu nunca disse o contrário; é
até o vosso dever. Ireis me prometer que, quando a fizerdes, em honra a esse
grande dia, não tereis rancor contra ninguém e que amareis aos que vos tenham
feito mal, como aos que vos tenham feito bem.
E. 141 — P: E a comunhão?
R: Gostaria de ver a Comunhão assim praticada: numa aldeia, ou em
qualquer outro lugar, por exemplo, reunir-se-ia, uma vez por ano, todos quanto lá
morassem, estando cada um bem decidido a esquecer as ofensas e a partir o pão
em sinal de paz e reconciliação.
E. 376 — Há muitos que observam a religião, salvo todavia uma coisa que os
contraria: a confissão. Por que? Porque não é agradável falar das suas culpas.
— Mas nem sempre queremos que se saiba dos nossos assuntos?
— Que assuntos? Será que tendes alguma coisa para ocultar? Tudo deve ser
posto em plena luz.
— Ah! se se pusesse tudo em plena luz, haveria muitos escândalos.
E. 171 — Deve-se respeitar tudo quanto foi instituído na terra. Assim sendo,
muitos acreditam, conforme a Igreja, que devem confessar as culpas pelo menos
uma vez por ano. Se assim pensam, que o façam. Se não acreditam, não o façam,
mas evitem exibir a sua descrença, pois esta escrito no Evangelho: “Aquele que for
causa de escândalo será ferido pela desgraça e Jesus Cristo, perante seu Pai, o
renegará”.
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E. 778 — Deve-se ter confiança muito limitada em certos usos. Por exemplo,
não se dirigir automaticamente a Santo Antônio para achar um objeto perdido.
E. 779 — Não se deve ser supersticioso.
E. 559 — Deve-se ir à Igreja todas as vezes que se escandalizaria a outrem,
ou negar-se.
Com. 229 — É fácil perceber, Carolei, que os ensinamentos precedentes,
foram dirigidos principalmente para orientar aos Discípulos e ouvintes católicos, que
eram maioria como se vê pelo E. 129. O MEM disse "felicidade grande, ser
Católico". Por que? Creio que dois principais sentidos tem esta afirmação. Uma,
porque católico significa universal, e que o maior desejo do MEM sem dúvida é ver
o Cristo Social constituir-se, progressivamente. Em segundo lugar, porque, das
Igrejas cristãs, a Católica é sem dúvida nenhuma a de doutrina mais sábia, mais
completa: seu culto aos Anjos, sua adoração a Maria e outros muitos aspectos a
tornam, do ponto de vista mágico-iniciático e espiritual, nitidamente superior a outros
cultos cristãos. É uma religião, no real sentido da palavra. Nos seus ritos há calor
para o coração e luz para a alma.
No entanto, o MEM aponta claramente que Ele não acha que seja bom que o
Catolicismo queira sufocar todas as outras! Mas, nos Ensinamentos que seguem
após, EIe mostra, especialmente, como devem os fiéis procurar viver a sua religião,
com a base moral em primeiro plano, tanto para limpar o coração pelo perdão, antes
de comungar, como para todos os outros grandes atos religiosos. E insiste em que
nada fique oculto, já que isso é que envenena tudo!
E, com novos ensinamentos, torna a ressaltar que temos os cultos e os
sacerdotes que merecemos. E que o importante, é não causar escândalo nos outros,
não julgar e nada fazer sem ter consciência do que se faz.
E. 375 - Eu vos tinha dito que dentro de algum tempo veríeis alguma coisa de
extraordinário, todos vós que estais presentes vereis alguma coisa e o tempo não
está longínquo. Apressai-vos em fazer o bem, pois a colheita se aproxima. Aquele
que está comigo disse-me que vos falasse assim: respeitai as leis dos governos,
sejam quais forem; respeitai também as leis da Igreja, Deus assim o quis; respeitai a
religião, todas as religiões, é Deus que as criou.
E. 139 — P: Estará errado um livre-pensador que, embora crente em Deus,
quer ser enterrado sem a ajuda dos padres?
R: Se ele for católico, deve conformar-se às regras de sua religião, pois também
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está dito no Evangelho: "aquele que for objeto de escândalo, será mostrado com o
dedo".
E. 140 — P: Mas se a pessoa considerar o sacerdote, que o deve enterrar,
indigno de jazer isso?
R: Isso não tem importância, pois não devemos julgar se não quisermos ser
julgados.
E. 733 - Muitos sacerdotes são diabos encarnados, que "SE" coloca assim,
para que não se casem e não tenham filhos. Há 50 anos, os espíritos infernais estão
desencadeados sobre a Terra.
É. 553 (de Chapas) — Se os sacerdotes não fossem ávidos de dinheiro,
suas procissões seriam seguidas pela população toda. Os pequenos, de que
fala o Evangelho, são os operários.
Diretrizes religiosas para todos:
E. 19 - Com relação às práticas religiosas, deve fazer-se tudo ou nada.
Mas vale nada do que observar pela metade.
E. 754 - A Igreja ensina que a Alma passa um momento pelo Purgatório e,
de lá, vai ao Paraíso. Há certas almas, efetivamente, que se acham bem lá
onde se encontram, contentam-se com o que têm e querem ficar lá. Outras,
mais ambiciosas, vão mais longe!; outras, ardentes, não param nunca e dão
suas recompensas a outras almas que estão nas trevas (inferno) e não
conseguem sair por si mesmas. Nenhum ser fica eternamente nas trevas .
E. 377 — P: Foram os descendentes dos apóstolos que estabeleceram as
leis da Igreja, tais como são, a confissão, por exemplo?
P: Não terá muitas vezes a confissão impedido mau proceder?
R: Confessai as vossas ofensas a Deus. Podeis ofendê-Io, mas deveis
guardar-vos de ofender ao Espírito Santo. Respeitai todas as religiões, pois é
preciso que todos de todas as religiões comam a Carne e bebem o Sangue do
Mestre. Mas, sobretudo se ofenderdes ao vosso vizinho, é preciso que lhe
estendais a mão dizendo-Ihe: falei muito mal de vós. Se ele vos perdoar,
pensais que isso não vale qualquer outro perdão?
E. 172 — O que a Igreja, ou antes, o sacerdote não se preocupa é saber,
na confissão, a quem tendes ofendido e que dano lhe causastes. Pois bem, eu
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vos afirmo que tal absolvição só terá validade se aquele a quem ofendestes
vos perdoar. E se um homem, a sós com uma criança, disser a essa criança:
"és mentirosa", isso seria um insulto, mesmo que fosse verdade, mas, se o não
fosse, seria preciso receber o perdão dessa criança, bem como o das
testemunhas, para entrar no Céu. Ireis dizer que não havia testemunhas.
Desenganai-vos. Havia lá, talvez, mais de duzentas pessoas invisíveis, perante
as quais, também, o perdão deverá ser pronunciado. Nunca estamos
sozinhos.
E 42 — Os sacramentos são portas.
E. 110 - Nenhuma religião nos salvará se não amarmos ao próximo
como a nós mesmos.
Com. 230 - Assim pois, Carolei, após o MEM nos alertar sobre a mudança
que virá (alguma coisa de extraordinário), e de nos mostrar que — como falei
nos temas A Magia e O Espiritismo — os demônios estão desencadeados
sobre a Terra, também seu Sucessor, Chapas, alerta sobre os operários, os
pequenos cujos direitos terão que ser ouvidos na Terra, pois o são no Céu!
O E. 19 deveria ser meditado muito. Já falamos, com relação às Duas Vias,
que não se resolve nada fazendo as coisas "mais ou menos". O MEM categoriza:
tudo ou nada! — Em outras palavras, é ilusão inútil, e farsa dizer-se "de tal ou qual
religião", se não se vive os fundamentos de sua doutrina espiritual, o que Seu
Revelador apontou. Sei que todos concordam teoricamente com isso. Mas o mundo
não anda com teorias! ...Por isso aponta o MEM (E. 754) que certas almas
contentam-se com "um paraíso" (já o comentei antes, em outro tema) que não é O
Céu. Outras, esforçam-se por irem de céu em céu. — E, algumas que poderiam
parar no Céu, voltam voluntariamente, dando sua luz, recompensa de seus
esforços, aos que nas trevas estagnam! - Importante é o E. 377, em vários pontos;
ressaltei dois, que é necessário serem mais meditados, sendo que o segundo será
comentado no tema O Perdão.
Aliás, o E. 172, já diz, terminantemente, que só com o perdão do ofendido, é
que apaga-se a ofensa; e, ainda, na presença de quantos seres tenham presenciado
a mesma. O "nunca estamos sozinhos", é tema para: fé, vergonha, alerta, esperança
... e quantos outros aspectos mais, para Você meditar! ...
Com. 231 — Todo ser que, alguma vez, passa por uma experiência, por uma
vivência, a pIena consciência, recebe a chave para poder revivê-la, geralmente
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como evocação primeiro, mais tarde em modos cada vez mais plenos.
Assim, os que recebem chave do Espírito Santo, diretamente, ou por
intermédio de alguém que possa "abrir e fechar" as portas de cada sacramento,
podem validamente administrá-Io. Esta é a conseqüência visível do E. 42. — Mais
alto, ele significa o que literalmente consta: cada sentimento, cada emoção, cada
graça; cada lugar, cada estado, cada plano; etc... estão devidamente guardados: por
Guardiães e por Portais, pois o mundo sutil é tão bem, ou melhor, organizado como
a inconsciente cópia ou imitação que nossa razão ou intuição intenta na Terra. Por
isso, cada Sacramento, de toda e de qualquer Religião, abre determinadas Portas.
Mas (E. 110), como não adianta a recomendação do inferior, se o superior acha-a
inoportuna, assim o Sacramento mal administrado, ou prematuramente, como o
perdão das ofensas pelo confessor "funcionário" apenas, pode acontecer que
tenhamos confiança ilusória em certos atos; se tivéssemos sempre a fé real, seria
então na parte espiritual, e o E. 110 seria então para nós: Chave e Sacramento, pois
que abrindo com ele, cada dia o nosso corarão para com o próximo, acharíamos Os
Portais do Céu abertos de par em par, quando lá chegássemos, “com o nosso Anjo
Bom sobraçando volumosa coleção de atos em nosso favor”, se me permite o símile,
Carolei!
E, sendo o E. 110 como uma equação reversível, não esqueçamos que
significa também que o MEM afirma: “Toda e qualquer religião salva, desde que
amemos ao próximo como a nós mesmos”. Para Maior Glória de Deus,
evidentemente! N. 150
* * *
O Muito Excelso Mestre e O ANTIGO TESTAMENTO
E. 336 — Com relação ao Antigo Testamento, naquele momento não se viam
as coisas do mesmo ponto de vista que hoje. Elas eram interpretadas em outro
sentido, e a maneira em que se interpreta hoje o Novo Testamento será bem
N. 150 — Origem dos Ensinamentos do Tema “IGREJAS E RELIGIÕES”: do M. Papus: E. 19, 42, 110 e 559, sendo que este último não figura na quarta, nem na quinta edições francesas, mas achamo-lo a pág. 264 de Sciences Occultes, entre o que são os E. 31 e 32 da 4.ª edição. — Das Sessões de Lyon: E. 129, 139, 140,141,171,172,375, 376 e 377. — Da 5.ª ed. Francesa (Diversas Fontes): E. 733, 754, 769, 770, 778, 779 e 833. — O 553 provém dos apontamentos de Maurice de Miomandre (E. de Chapas) já citados.
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diferente em algum tempo.
Complemento do E. 366 — Há muita gente que pensou, ao ler o Evangelho
posterior a Cristo: “Se eu tivesse estado lá, teria compreendido aos antigos
Profetas”. — Pois bem, assim acontece também hoje com o Evangelho. Dentro de
algum tempo dirão: “Quão cego era preciso ser, para não ver os ensinamentos tão
singelos do Evangelho”.
E. 557 — O Antigo Testamento não é útil de se estudar.
Com. 232 — Temos assim, Carolei, diferentes assuntos: por um lado, é coisa
facilmente demonstrável que existem hoje companhias mercantis, que estão fazendo
bons lucros, ao dedicarem-se a procurar certos minerais, ou a fazer tais ou quais
plantios, nos lugares determinados, como próprios para tais fins, no Antigo
Testamento, que mostra assim ser, histórica e geológica ou agronomicamente, fonte
de informações exatas. Também o convênio franciscano de estudos, que
recentemente reunia em Roma uns cem professores da Ordem dos Frades Menores,
verificou a exatidão de muitos dados arqueológicos e topográficos das
Escrituras,como foi divulgado pela imprensa nacional. E, não cabe dúvida tampouco,
que para um kabbalista, o conhecimento real do Universo implica o estudo do
Gênesis de Moisés à luz dos trabalhos esclarecedores de Fabre d’Olivet, Saint-Yves
d’Alveydre e outros, mostrando que os nomes próprios desse Livro, o são de
funções cosmogênicas: — Abel: o espaço etéreo, a expansão, a espontaneidade, a
força centrífuga, etc. Kain (com K; assim como Enoch, escrito Enoque em português,
perde todo valor por não mais corresponder aos hierogramas), era tudo que é
oposto: Yang!…
Mas o MEM não queria “sábios”, intelectualmente falando, isto é: doutos.
Queria sábios em sabedoria do coração. E, por isso, ensina que o Antigo
Testamento não interessa mais, já que a Nova Lei, a do Amor, a que rege a contar
da Vinda do Verbo, difere muitíssimo das leis que antes constavam. Por isso é que o
Discípulo da Via do Coração pode guiar-se só com os Evangelhos Crísticos… N. 151
N. 151 — O E 557 é do Manuscrito de Papus, embora não conste da 4.ª nem da 5.ª edições
francesas, pois é encontrado em Sciences Occultes, pág. 262, colocado entre os Ensinamentos 16 e 17. — O E. 366, por outra parte, não está completo na 4.ª e 5.ª edições francesas, pois que, com a mesma data, especificada, de quinta-feira, 13 de dezembro de 1894, achamos em Lumiére Blanche — pág. 46 — o mesmo E 366, porém incluindo o segundo parágrafo que dei acima como “complemento”. — Notícia sobre o Convênio franciscano de estudos bíblicos, veja-se o artigo “Descobertas confirmam topografia do Evangelho”, no CORREIO DA MANHÃ de 22-X- 1957.
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* * *
O Muito Excelso Mestre e O EVANGELHO
E. 176 — P: Foram os apóstolos que fizeram os Evangelhos?
R: Não, os apóstolos nunca escreveram nada sobre Jesus Cristo, mas
algumas antigas pessoas sábias, de sabedoria comparável a de certas pessoas
atuais, lembraram-se das palavras de Jesus e sobre elas escreveram. Aliás, para
corroborar o que já vos disse um dia, nada se perde; tudo quanto está escrito, feito,
pensado ou dito, está registrado no Céu e a algumas pessoas foi dado ver no Céu o
que dissera Jesus.
E. 379 — No Evangelho há alimento para todos, e cada um pode lá colher
ensinamentos diferentes. Tudo se resume nesta religião: ama ao teu próximo como
a ti mesmo, e se fizerdes mal a teu semelhante, esse mal te será devolvido, pois
está escrito: olho por olho, dente por dente.
E. 119 — O Evangelho contém toda a iniciação. Por exemplo: “acender
brasas ardentes sobre a cabeça do inimigo” é perdoar-lhe, pois isso põe nele um
germe que um dia produzirá remorso e o retorno ao bem.
E. 41 — É preciso ler os Evangelhos. Quanto mais vos adiantardes, mais vos
darão. Neles podeis estudar toda a vida sem esgotá-los, embora todas as coisas
não estejam neles.
E. 665 — Jesus não disse tudo aos Seus Discípulos e eles não
compreendiam Sua palavra inteiramente. Todavia, os evangelhos transmitiram-se
com algumas modificações pouco importantes, sem que o sentido ficasse alterado.
Deus não o teria permitido.
E. 666 — Quando Jesus deu aos Seus discípulos o dom das línguas, então
começaram eles a compreender o sentido das palavras do seu Mestre e o sentido
das assinaturas naturais. Eles viram as virtudes das plantas, dos animais, através
das suas formas, (e) os ensinamentos do Mestre através das palavras.
E. 667 — Se tudo fosse revelado a todos, ninguém mais faria nada, ou antes:
cada um procuraria e saberia achar o atalho para se afastar quando se precisasse
de alguém! Seria como no quartel, onde ocultam-se para fazer o menos possível.
E. 668 — O Evangelho tem um sentido só; os antigos livros sagrados tem
diversos.
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Com. 233 — No E. 176, o MEM já mostra que, para escrever os Evangelhos,
foi preciso seres dotados da faculdade de lembrar, pelo menos “parcialmente
devolvida”, como já nos explicou: e, para confirmar tal coisa, adverte que tudo está
registrado no Céu, onde nem todos podem ler, mas Deus não teria permitido (E.
665) que os cegos deturpassem o que “algumas pessoas” viam, no Céu, do que
dissera Jesus. Nos Evangelhos não está tudo. Isto é, não estão, explicitamente, as
ciências e as aplicações de toda espécie, que os humanos devem obter, por
dedução ou por intuição, e uns poucos por inspiração direta, segundo o “que cada
um pode colher” (E.379). Mas, por diferentes níveis que tenham esses
ensinamentos, assim obtidos, todos terão um sentido só, porque Jesus veio para
guiar a nossa alma psíquica-moral para o Lar espiritual, por um Caminho único:
“Amai-vos…”.
O MEM mostra, também, que nem por isso se deve querer pensar que o
sentido é sempre “evidente” (manifesto); por isso ensina o caso das “brasas
ardentes”: mais uma vez é o fogo do amor, o que queima o erro ou pecado e das
cinzas nasce o remorso.
Por isso é que podemos estudar toda a vida (toda a nossa existência, tudo
que compõe a nossa vida, e a vida em geral).
E, para estimular a todos, o MEM mostra que, aquele que se unir ao Espírito
Santo, receberá — aos poucos — o dom das línguas. E, em modo que lembra
curiosamente o De Natura Rerum: Da Natureza das Coisas, de Jacob Boehme, e a
linguagem de Saint-Martin e de todos os hermetistas e místicos do passado, o MEM
cita as assinaturas naturais: assim como cada ato, bom e mau, de hoje ou de
tempos imemoriais (para o vulgo e para os historiadores…) está escrito na fronte de
cada ser, assim também cada forma de existência, tanto pela sua morfologia, como
por outros mil modos em que se fixa, irradia ou modifica a vibração da Vida, revela
aquela sua finalidade transitória. E a “voz” enuncia ou confirma isso, para “Os
Eleitos”… Por isso, Carolei, insisti eu que os Discípulos procurassem sentir ou
aceitar que, só quando desejassem aprender a tomar contato com cada fato, ser ou
coisa, poderiam também começar a perceber o ensinamento através das palavras.
E, não vá pensar que com este mesmo Livro, possa acontecer coisa diferente!
O E. 665 é mais uma das oportunidades em que, notável coincidência, o MEM
expressa-se como fazem os Gnósticos, com relação ao ensinamento privado de
Jesus. Parece até ouvir o reflexo da Pistis Sophia: “Após ter ressuscitado de entre
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os mortos, Jesus passou onze anos a ensinar entre os discípulos, mas não os
instruiu senão até os lugares do primeiro mandamento e até os lugares do primeiro
mistério que se acha no interior do Véu e no interior do primeiro mandamento, que é
o vigésimo quarto mistério fora e debaixo, etc… Jesus não lhes tinha dito da
extensão total de todos os lugares do grande invisível, etc. etc. “.
E assim, por páginas, carolei, segue citando quanto “não lhes tinha dito
Jesus…”, isto é: à totalidade dos Discípulos! Porque, como explica o MEM: se
soubéssemos todos, dos “atalhos” que permitem encurtar o Caminho, não
cumpriríamos com a Lei do Amor, a de esperar aos que vêm atrás! E, quando se
precisasse de ajuda, os que mais podem dá-la, teriam já partido antes. Por isso, a
Ciência do Bem e do Mal deve ser vista como uma Árvore, sob cuja sombra
devemos conviver, para irmos juntos pelo grande caminho da vida coletiva, da
solidariedade, do aperfeiçoamento, sobre o qual o Evangelho e a Imitação de Cristo
falam tanto e que os Ensinamentos do MEM PHILIPPE tornam claro de iniciar. N. 152
* * *
O Muito Excelso Mestre e A NÃO-VIOLÊNCIA
E. 18 — Se fordes atacados na rua, protegei-vos, aparai os golpes; mas não
se deve bater nem matar. Ninguém será atacado nunca se, pessoalmente, não o
mereceu.
E. 637 — Estimo tanto a um ladrão quanto a um homem honesto, pois que
ninguém entre vós, pode gritar “Ladrão!”. Não há nem um só, que não tenha
causado maior ou menor prejuízo a outrem, e categoricamente nenhum existe que
realmente não tenha feito nunca mal algum ao próximo.
E. 638 — Não zangaremos mais, não seremos já maus, quando não tivermos
mais moléculas de selvagens, para os quais a força e a astúcia são tudo. Quando
formos todos civilizados, seremos bons e calmos.
A ira degrada ao homem, avilta-o e o coloca ao nível dos inferiores. Se,
quando éramos mais jovens, não tivéssemos entrado em ira, seja para obter alguma
coisa, seja para nos fazer temer e criar autoridade por orgulho ou por amor-próprio;
N. 152 — Origem dos Ensinamentos do Tema “O EVANGELHO”: Os E. 41 e 119 são do M. Papus. — Os
E. 176 e 379, das Sessões de Lyon. — E. 665,666, 667 e 668, de “Diversas Fontes”, da 5.ª edição francesa. —
As palavras da Pistis Sophia, são pequeno trecho do Cap. XII, pág. 236, de LA GNOSE, de II. Leisegang.
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se pelo contrário tudo tivéssemos feito por expulsar aos maus instintos, agora não
seríamos levados à ira, a acessos de louca raiva, muitas vezes por motivos fúteis.
E. 639 — Mesmo quando abusarem de vós, sempre deveis responder com o
bem. — Como progrediria o mal, se não fosse em (chez) alguma pessoa (ou, se não
fosse “em ninguém”); pois: o mal não deve ser destruído, mas transmutado em bem.
E. 640 — Mais vale fazer o mal do que nada fazer!…
Com. 234 — Realmente, Carolei, está tudo tão claro, que quase dispensa
comentário. Apenas isto: meditar, observar, tudo quanto se nos pode aplicar,
pessoalmente, dos E. 637 e 638, no que diz respeito a como procedemos em: atos,
palavras, pensamentos e intenções, nos permitirá aceitar o E. 18: pessoalmente
merecido! E, como a expressão “mais jovens” (E. 638) tanto pode aludir a vidas
pregressas, como à infância desta, como agora mesmo com relação ao amanhã,
então convém, Carolei, tudo fazer… (E. 638), a não ser que Você faça questão de
conservar e cultivar as moléculas de selvagem, e de apanhar ou ser morto, por
“merecimento pessoal”!
O Ensinamento do MEM é, como sempre, profundíssimo, pois vai desde os
aspectos da transmissão material — moléculas — aos das emoções e do valor
educativo, até o cósmico: onde e como transmutar o mal, a não ser fazendo-o
habitar uma forma que, pela dor ou pela aspiração, o redima, a ele: parcela do
Diabo!? Por isso, melhor dito, essa a razão profunda de ser melhor fazer o mal que
nada fazer: mole e morno não serve nem para alojar ao Diabo! — Assim, o MEM nos
ensina uma “Não Violência” muito superior à de Gandhi, pois a do querido Mahatma
é mais psicológica, mais “humanista”, pelo menos de aspecto. Aqui, não se trata de
tomar uma “posição filosófica”, senão de compreender, de sentir o mecanismo de
um fator moral e cósmico, no seu duplo aspecto de Destino em Luta com a
Providência, no palco diminuto e porém grande porque universalmente multiplicado:
a consciência dos seres. Porque, não é só para os humanos! N. 153
* * *
O Muito Excelso e OS PROCESSOS
N. 153 — Origem dos Ensinamentos do Tema “A NÃO-VIOLÊNCIA”: E. 18, do M.P. — De
“Diversas Fontes”, da 5.ª ed. Francesa: E. 637 e 640, inclusive.
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E. 39 — Evitai os processos: eles nutrem os polvos.
E. 246 — P: E se formos chamados como testemunhas, podemos aceitá-
lo?…
R: Sim, porém não deveis denunciar, e se sabeis qualquer coisa que possa
mandar condenar, deveis, esquecê-la.
E. 159 — Para alcançarmos nosso aperfeiçoamento, precisamos não guardar
rancor contra ninguém, pois está dito na Santa Escritura: “Não cai um só cabelo da
cabeça, sem que seja devolvido”. Não como na religião de há dois mil anos, que
dizia: olho por olho, dente por dente. Então, do outro lado? Não. É neste lado que se
deve pagar, pois o que está vinculado ao Céu, no Céu se desvinculará e o que está
ligado à terra, aqui se desligará. Por exemplo, tendes uma demanda com alguém. É
vosso vizinho: ele perde e vós ganhais. Acreditais que, se vierdes a morrer, a
questão ficará liquidada deste modo? Não. Será preciso que volteis, até selar a paz
com o vosso irmão e isso perante tantas testemunhas quantas existiam no
momento da disputa. Por isso, eu vos digo: fazei a paz neste mundo porque é muito
difícil fazê-la no outro, a menos que encontreis, em vosso caminho, um daqueles
que têm o poder de ligar ou de desligar. Se tendes, porém, rancores contra alguém,
mesmo estando com a razão, deveis perdão, agindo assim, não por vós, mas para
lhe poupar penas. Ide estender-lhe a mão: será um dever de caridade.
E. 250 — Tudo quanto existe, existe pela vontade de Deus, e todos devemos
nos curvar sob o jugo das leis civis, que não podem ser justas, já que foram feitas
por homens que não o são. Quando um culpado é julgado pelas leis civis, sofre uma
pena: fica dispensado de ser julgado pelas leis do Céu. Aqueles que julgam são por
sua vez julgados. Mas, acima de tudo, o que não se deve fazer, é delatar ou
denunciar a um culpado. Aquele que cumpre esse ato meritório de não denunciar,
pode ficar certo de ser um dia o anjo da guarda de um culpado, para o qual poderá
obter o perdão do Céu, ou de ter na sua família, até a sétima geração, um culpado
que será perdoado pelo seu ato meritório e se livrará do castigo.
E. 276 — Dirigindo-se a uma pessoa: Nas vossas dificuldades,não tendes
sentido sempre a proteção de Deus? Que temeis? Tudo correrá como desejais, com
uma condição. Ganhastes um processo?
— Sim.
— Não o foi justamente. Quereis me prometer uma coisa? (Se eu fosse
sacerdote e se fosseis um homem, eu vos diria certas coisas em particular; essas
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coisas não posso dizê-las diante de todos.) Quereis me prometer que ireis restituir
às pessoas a soma que vos foi concedida pelo tribunal?
— Sim.
— No que se refere a processo, quem de vós não acusaria ao vizinho para
ganhar o pleito? Ainda mais, alguns apelariam, prazerosamente, para falsas
testemunhas. Infelizes daqueles. Os que foram chamados para nos julgar, foram
chamados por Deus, embora seus julgamentos nem sempre sejam justos, já que o
homem é injusto.
E. 277 — Dirigindo-se a um homem: Bem gostaríeis de ficar curado, mas isto
vos irá sair caro.
— A questão é que não sou rico.
— É preciso ser rico. Eu não dou àquele que nada tem mas creio que podeis
pagar-me se quiserdes. Ter um pouco de boa vontade chama-se riqueza. Não sois
mau?
— Não creio sê-lo.
— Pois bem, é preciso me prometer serdes melhor. Eu verei na próxima vez
em que vierdes. Sabeis o que isto significa?
Aí tendes uma senhora que estava doente. Eu lhe disse que acalmasse um
parente dela que estava altercando, para que esse pleito não tivesse lugar: é preciso
ser pacífico. Ela fez tudo quanto pôde, pode pois pedir uma graça e lhe será
concedida. Se me permito vos falar assim é para vos mostrar que um favor feito
nunca fica perdido.
E. 282 (Ver o Tema “O CRISTO”) — “Ficareis curado, mas sob uma condição:
a de abandonardes o processo e devolver… etc. Ficou curado. Reiniciou a questão:
ENTÃO, EU JÁ NADA POSSO!”…
E. 835 — Nunca movamos processo, mesmo tendo certeza de ganhar. É
sempre muito ruim para a nossa evolução, como para a do nosso adversário.
Contraímos uma nova dívida, que retarda mais um pouco a reintegração final. É pois
preferível e preciso, procurar reconciliar-se com o inimigo. E tenho visto, mais de
uma vez, o MEM PHILIPPE, dizer a um “senhor”: “Eu te dei a vida; te salvei da
morte. Pois bem! se moves esse processo e se o tribunal te der razão, te retirarei a
saúde e morrerás”. — Tais palavras, de “Um que Sabia”, vos darão uma explicação
das desgraças espantosas que golpeiam às vezes a uma família inteira e a fazem
naufragar. Se investigássemos o passado dessa família, acharíamos, às vezes,
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como origem de todos esses sofrimentos, aparentemente injustificados, o êxito de
um processo que criou algum benefício ou fortuna escandalosos. (Papus)
Com. 235 — Também tudo muito claro, Carolei: se podemos procurar nos
reconciliar, ou desistir, por que alimentar os “polvos”, as “sanguessugas da
discórdia”? E, se não podemos fugir quando lei nos coloca como testemunhas,
devemos esquecer, voluntariamente, aquilo que pode privar a outro da liberdade.
Pois que, solto, no convívio social, achará também aquela quantidade do mal, da
dor, que necessita. E, muito menos, poderíamos denunciar! Por isso, quem sabe
alguma coisa que poderia, ou teria até certa “obrigação” de delatar, e resolve seguir
a lei mais alta, de não denunciar, poderá ter, na própria família, um “perdoado” (E.
250), mas nesse Ensinamento o MEM, de passagem, revela como se cria certo tipo
de Anjo da Guarda, ou de Espíritos Protetores…
Muito transcendental, como evidência da Eterna Balança, o E. 159: paga-se
do lado em que se contrai a dívida; e, para achar a um que “tem poder para
desligar”, também é preciso merecimento. Quando há disputa, Certo número de
almas têm assim oportunidade de ficar escandalizadas, de “tomar partido”, de se
alegrar ou entristecer, pelo sucedido. — Se não as mesmas, igual número terá de
presenciar a reconciliação. Ma, quanto trabalho dá a procura dessas condições do
perdão,é o que veremos no tema especial, que amplia o E. 149. — Torne a meditar,
frase por frase, todos esses ensinamentos, Carolei, para poder agir e aconselhar,
em casos em que os processos podem nascer!
Veja até onde o MEM considera básico esse fato: exige a desistência do
pleito e a devolução do que fora ganho em juízo, para outorgar a cura (E. 276);
mostra quanto o Céu dá, por um esforço em tal sentido (E. 277); mas, não só
declara nada poder, para quem reinicia uma questão (E. 282), como vem o terrível:
“te retirarei a saúde e morrerás”, mostrando que a Lei da Balança é de caráter
absoluto e, que “Os que Sabem, Os que têm Poder para Desligar”, cumprem essa
Lei tão minuciosamente que, não obstante Sua Bondade, retiram a vida que
obtiveram da Graça, aos que teimam em ir contra a Lei do Amor, e que são tão
ingratos, que a Graça tocou-lhes o corpo mas não penetrou-lhes na alma, ainda
fechada pelo egoísmo, pela ambição ou pela simples falta de crer, realmente, terem
sido salvos pela Graça! O comentário de Papus ao que “mais de uma vez”
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presenciou, é altamente instrutivo e dispensa mais comentários. N. 154
* * *
O Muito Excelso Mestre e OS AINDA IMPERFEITOS…
E. 15 — É preciso conhecer a si mesmo, antes de procurar conhecer os
outros. Quando a gente se conhece, não tem mais vontade de julgar os outros.
Com. 236 — É muito evidente o Ensinamento, Carolei, mas ninguém o
aceitará plenamente, sem antes fazer a experiência, procurando observar-se com
sinceridade e, logo, comparar-se no que se refere às mesmas coisas (asseio,
pontualidade, tolerância, calma, paciência, silêncio, perdão, devoção e mil outros
aspectos, dos quais citei uns poucos, para exemplo); comparar-se com os que nós
achamos que “deveriam” (?) nos ser inferiores, por terem uma posição social,
econômica, cultural, funcional ou simplesmente “pretensional”… menor! Um exame
desses, bem feito, reiterado, com muita gente e numerosos aspectos, é todo um
curso de humildade e de “situar-se”, como recomenda aquele amigo do Yo que… —
Por isso, a segunda pare do E. 15 é contundente!
Mas, Carolei, acontece sempre que achamos por aí pessoas, que realmente
nos parecem “muito imperfeitas”. Para tais casos é que Marie Lalande anotou, no
domingo 9 de junho de 1895, estas palavras do MEM:
E. 836 — “Não deveis querer mal aos que erram, que cometem desatinos
para convosco. Se o vosso vizinho tiver grandes defeitos, não lhe queirais mal por
isso; se examinásseis a cabeça dele, em sua construção, veríeis que os órgãos não
estão ainda perfeitos”. — por isso acresce Marie, da Epístola aos Gálatas: “Carregai
os fardos, uns dos outros”.
Carolei, verá como, quando chegarmos ao ensino privado do MEM, todos
esses misteriosos assuntos de moléculas, de órgãos ainda imperfeitos, etc… se
tornarão repentinamente bem mais claros. Por agora, meditemos um pouco em
N. 154 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS PROCESSOS”: O E. 39 figura no M. Papus,
e também na 5.ª edição com letra de “Diversas Fontes”, o que parece indicar existir em ambas as partes. — Os E. 159, 246, 250, 276, 277 e 282 são das Sessões de Lyon. — O E. 835 figura a pág. 220 do Traité Elémentaire d’Ocultisme et d’Astrologie, de Papus, e bastaria, por si mesmo, para tirar qualquer ilusão aos que, ingenuamente, pensassem que para seguir seriamente a Via do MEM basta ser “bonzinho” no sentido lato e cômodo que muita gente dá a “ser uma pessoa direita”, etc… Basta tornar a ler o E. 250 para perceber como deveríamos considerar a vida.
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“como deve olhar para nós o nosso Anjo da Guarda?”. — Ou, se Você ainda tem
dificuldade em acreditar nele, ou em representar-se “ele olhando para Você”, então
pense em Mozart, em Einstein, em São Francisco, em Santa Teresa de Jesus, no
MEM, olhando para qualquer um de nós! E, em Jesus que nos vê “fazendo
desatinos contínuos”, para com a Lei do Pai! Se não fossem tolerantes!…
Assim pois, certos de que outras formas de existência e de consciência, de
percepção e de amor, nos vêem e nos toleram, isso pode nos estimular a viver com
mais realismo e humildade! N 155
* * *
O Muito Excelso Mestre e OS QUE RECUSAM AJUDA — ou não podem receber,
por não estarem em condições…
E. 266 — Eu nada posso, só faço é pedir a Deus, e só podeis sentir alívio
nesta sala, seja nas doenças, seja para aliviar o fardo que gravita pesadamente
sobre este triste mundo, quando, vós também, tiverdes alguma coisa no lado do
“Deve”, alguma coisa que tenhais feito para o Céu. Aquele que não tiver feito obras
meritórias nada tem a esperar, e assim vós mesmos não podeis ser ouvidos. Não se
deve ser refratário à Luz, mas sim pôr-se no caminho dela.
E. 332 — Sei que é preciso ser humano. Assim, vedes esta senhora que está
satisfeita por ter feito condenar alguém a vinte anos nas galés; ela esfrega as mãos
de contente. Pois bem, pensais que se tivéssemos tido os mesmos instintos que a
pessoa recentemente condenada, não teríamos feito a mesma coisa? Há muito
pouca gente entre os presentes nesta sala que, quando criança, não tenha roubado
alguma coisa dos companheiros. E há crianças que,com 10, 15 anos têm a mesma
responsabilidade que mais tarde. Há guris que, condenados, vêm mais tarde vos
pedir trabalho. Pensais que vos serviriam muito bem, mas a folha corrida deles não
está branquinha: mandai-os buscar trabalho noutra parte. Se não acharem, o
condenais a reincidir e, se repetem, são logo postos fora da sociedade. Sabeis a
N. 155 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS AINDA IMPERFEITOS”: E. 15, vem do M. de Papus.
— E. 836 está na pág. 47 de Lumière Blanche. Mais tarde, em outro tema, acharemos o E. 393, que contém
mais ou menos frases, porém o 393 sendo muito mais extenso e tendo outra data, julgamos ser uma das muitas
ocasiões em que o MEM reiterou o mesmo conceito.
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quem condenais assim? A vosso irmão. Quando ouvis que uma criança foi
condenada, dizeis: bem feito. E gostaríeis logo de perceber e ver a cara com que
ficam o pais. Ah! se fôsseis vós, seria diferente, seríeis dignos de pena. Achais que
esteja certo?
E quando ofendeis alguém, não é à pessoa ofendida que ides procurar, ides
ao confessor e lhe direis: “Padre (meu pai!) — pois é assim que vos dirigis ao
confessor — perdoai-me.” Porém se quiserdes ir até o fundo das coisas, interrogai-o
sobre a remissão dos pecados. Ele sabe perfeitamente que quanto às coisas de
Deus são do seu ministério, porém o mesmo não se dá com a ofensa a um
semelhante. Porém eu, também, tenho um confessor, e a ele me dirijo após alguma
ofensa a meu semelhante. Mas irei antes procurar a pessoa ofendida e lhe estender
a mão: “Façamos as pazes.” E pedirei perdão a Deus se provoquei uma dor, e que
passe pela mesma pena, para obtê-lo.
E nos negócios, quando vendeis um objeto bem acima do seu valor, pensais
que no comércio é permitido. Pois bem, é um roubo, e o roubo não entra no Céu.
Aqui estão algumas pessoas que podem ter cometido essa falta: pelo que foi feito
até este dia, peço a Deus que se passe a esponja nisso.
Com. 237 — Pelo E. 266, fica evidente que, quando os que precisam de
ajuda não a querem ou não a merecem, nem o MEM pode obter alguma coisa por
eles! Ainda menos nós, ou os próprios necessitados se não “ se põem no caminho
da Luz!”. — E, para colocar-se na sua rota, Carolei, já o E. 267 (Tema Ocultismo e
Magia) o MEM nos dissera como fazer: É preciso ter caridade. Que aquele que faz o
bem continue e que aquele que faz o mal continue e faça ainda mais! — É preciso
amar ao próximo!… Por isso vem o conselho do E. 332, sobre o modo de cultivar as
virtudes que outorgam a confiança — primeiro —, mais tarde: a fé!
E, para que ninguém se faça de inocente, o MEM aponta como todos
furtaram, quando menos em criança! E quão desumanos são, ao negarem trabalho a
quem errou alguma vez! Isso será pago por nós, ou pelos descendentes, assim
como o perdão não procurado. E,no fim do E. 332 há um conselho “oportuno” para
muita gente com patente comercial…, e boa definição de roubo. O Poder do MEM
torna-se novamente evidente, ao declarar perdoados os pequenos (ou grandes)
roubos comerciais dos presentes, até a data em que tiveram a graça de acharem-se
ante Ele: porém, mais responsáveis serão agora que sabem e foram “agraciados”.
E. 371 — P: Deve-se tirar uma pessoa do erro, mesmo que disso resulte
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escândalo?
R: Bem tendes lido que é preciso salvar a um irmão até mesmo com perigo da
própria vida, e se vedes uma canoa pronta a naufragar, não ireis vos lançar ao mar
para fazer esse salvamento sem vos inquietar com o que possa acontecer?
A propósito disso, quero vos fazer um pedido. Tendes na vossa família um
homem que se deixou pegar e acusar de traição para com seu país. Com isso quiçá
quis o Céu evitar, ao permitir tal captura, matasse ele, ao longe, numerosos irmãos
vossos. Achais que a desonra entrou na vossa família. Ireis mudar de nome?
— Alguns dizem sim, outros não.
— Pois bem, não, efetivamente, pois se repudiardes esse nome será preciso
que o nome que adotardes seja por sua vez punido cem vezes mais, com a mesma
falta, até a quinta geração. Para o bem como para o mal, torna-se a encontrar
centuplicado aquilo que se fez. Estais debaixo do meu império, e só entrarei no
Paraíso quando lá entrardes todos.
E. 233 — Como quereis ser curados ou aliviados dirigindo-vos a pessoas que
amiúde estão mais nas trevas do que vós? Pedi com confiança. Não tendes visto
pessoas curadas, das quais apenas o nome fora dado, e que nem vos conheciam e
não podiam portanto ser sugestionadas? Basta pedir a Deus.
Com. 238 — Ao E. 371: assim, pois, nada a fazer com aqueles que não
ajudam a outrem “para não intervir no karma alheio”! (que desculpa “furada”,
Carolei!). Pelo contrário, a Lei é ajudar sempre, inclusive quando isso nos causar
incomodidade, transtorno e, como mostra o MEM no teste que fez com os presentes:
aparente desonra. Pois: se continuam compartindo o nome, compartem da vergonha
e do resgate: mas se fogem de tal apoio ao culpado, já vimos a pena que o MEM
assinalou. E, para que não duvidassem, lembrou-lhes ser Ele o IMPERADOR!… e o
porquê: Sua Compaixão!
Quanto ao E. 233, merece especial atenção, pois não somente há pessoas
que vão consultar — para conselhos ou curas — a pessoas sem luzes e sem saúde,
sem moral e sem conduta, e o fazem antes, ou em lugar de irem consultar a um
médico, um técnico ou uma pessoa espiritualmente capacitada; como ainda existem
os que fazem muito pior: consultam a um médico, ou a um ser espiritual, ou pedem a
um santo ou ao próprio Jesus, e depois! Ainda vão consultar algum terreiro,
cartomante ou coisa que o valha.
Que diabo de confiança é essa, Carolei? — Por isso é que o MEM passa-lhes
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a lavagem de cabeça, que acho ser ainda hoje muito oportuna para gregos e
troianos, isto é: materialistas e “espiritualistas”, assim como para certos profanos, e,
dos nossos próprios Discípulos que pedem ao MEM… e depois vão a alguma
sessão de fantasmas ou alguma consulta, etc!… — Por isso dizia o MEM: Ah!
quantos milagres se faria com um pouco de confiança!
E. 498 — Segunda-feira, 29 de janeiro de 1900. O seu servidor pergunta se
se deve pedir socorro ou ajuda, por uma pessoa que está sofrendo, mas que se
opõe. O MESTRE responde com força, que Ele já indicou a miúdo, nunca
preocupar-se com a recusa ou a aceitação, mas fazer para os outros aquilo que
desejaríamos que se fizesse para nós mesmos, e que as boas obras nunca ficam
perdidas.
E. 26. — É preciso agir mesmo quando persuadido de que se fracassará ou
de fazer coisa inútil?
Com. 239 — Não é preciso comentar o E. 498, meridianamente claro, mas
que deve ser aplicado em todos os sentidos e planos. Quanto ao E.26, é certamente
um dos mais graves e decisivos, dados pelo MEM PHILIPPE. Coloca, assim a Ação,
com fé no Céu, mesmo quando pela “lógica” humana tudo é inútil ou parece inviável,
— acima de tudo. — Pode ser aplicado em inúmeros sentidos e casos. Veremos
alguns: toda oportunidade de ação, que a Vida nos brinda, deve ser vivida. O
resultado não nos compete prever nem julgar, desde que tenhamos agido com boa
intenção e boa fé.
Ao agir, mesmo persuadido de fracassar ou de ser inútil, poderá acontecer
fracassar-se realmente, porém conseguindo, seja uma outra visão de como proceder
mais útil ou vitoriosamente ou, ainda, poder-se-á preparar assim o caminho para
outra pessoa que posteriormente, vencerá utilizando as bases ou sementes da
nossa ação, ou — até — a lição do nosso fracasso. Por isso disse o MEM — E. 498
—: “as boas obras nunca ficam perdidas”.
Aplicando o E. 26 em todo seu alcance, compreenderemos que não há
“utopias”, senão determinados esforços que pessoas, mais intuitivas ou inspiradas,
iniciam e outras rematam. Daí que, mesmo em casos tão desesperados,
aparentemente, como as campanhas pela Paz ou contra as Explosões Atômicas,
etc., se ninguém tivesse agido, por achar inútil ou ridículo, não haveria até hoje nada
feito em tal sentido. A primeira pessoa, cujo nome a história não registrou, que
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recolheu um ferido em plena luta, facilitou o início do Caminho da Cruz Vermelha! —
Assim é como devemos ligar esse ensinamento ao termo tão habitual no MEM:
aplainar os caminhos, assustar (fazer retroceder) os obstáculos. E, por isso também,
é que não são fáceis de ajudar, os que nada fazem por terceiros, nem têm confiança
na Vida ou em Deus! N. 156
* * *
Os Muito Excelso Mestre e os MORNOS
E. 223 — Está dito na Escritura: A árvore que não produzir fruto será abatida
e lançada no fogo. Mais vale certamente fazer o mal do que não fazer nem o bem
nem o mal, pois a preguiça não entra no Céu, a maledicência tampouco. O orgulho
não entra no Céu, e quem possui a Caridade não tem orgulho.
E. 297 — Será que duas crianças, tendo recebido a mesma educação e os
mesmos exemplos, terão mais tarde as mesmas idéias? O exemplo pode servir a
uma criança se, anteriormente, ela tiver tido germes de bem. Então o exemplo faz
com que tais germes entrem em ação.
E. 389 - Aquele que não tem inimigo é um morno, já que nunca fez o bem,
pois que ao fazer-se o bem, colhe-se geralmente apenas ingratidão, coisa de que
não há porque se preocupar. Se dermos é para nós e não para os outros, já que
não devemos julgar aqueles a quem se dá nem nos preocuparmos se são ricos.
Com. 240 - Ao E. 223: Já trazemos cada um, a nossa tendência a menos ou
mais mornidão, ou mais ação, boa ou má. Porém: mornidão, orgulho, maledicência e
preguiça não entram no Céu. Daí que – E. 291 - as crianças precisam do exemplo,
que só é dado pelos que agem e, melhor é agir mal do que nada, pois se não somos
capazes de dar o bom exemplo, pelo menos não devemos dar o da mornidão ou
indiferença, em caso nenhum: nem na luta, nem no bem, nem na caridade, como
mostra o E. 389.
Cabe lembrar ainda, Carolei, que o MEM, nos dizia (no Tema A Morte, E. 149,
fim), que os que não fazem bem nem mal: "Esses são os mornos, os retardatários,
N. 156 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS QUE RECUSAM AJUDA”: O E. 498 é de L. Blanche,
pág. 47 (de 20-1-1900). — O E. 26, do M.P. — Os E. 233, 266, 322 e 371, provém das Sessões de Lyon.
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e, para adiantar no Céu, é preciso que nos seja devolvido aquilo que temos feito:
nossos atos, nossas palavras, nossos pensamentos"; pois, Carolei, sempre
colhemos a experiência (recompensa ou castigo; oportunidade boa ou
desagradável) que temos semeado. Quem nada semeia, NADA COLHE. Por isso é
que, no E. 331, parte final (Tema: Reino) o MEM nos afirmava: "Para se chegar ao
bem, será preciso tudo conhecer, e mais vale não ser que não ter feito aqui nem o
bem nem o mal". Por isso é, Carolei, que tudo vai tão mal: porque a enorme maioria
da humanidade: nem rouba nem mata, porém nada útil procura fazer; não fede nem
cheira! Deles é que tenho tal nojo que já dizia no II VoI. (pág. 12): "Outros, nem isso:
— não admiram — nem a si, nem a outrem. São mortos que caminham, almas que
se arrastam até que alguma dor bem grande os SACUDA !". Esses são os mornos!
Desses é que fala, com náuseas, a Escritura quando a Apocalipse exclama: "Eu sei
as tuas obras, que nem és frio nem quente: oxalá foras frio ou quente!
"Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitarte-ei da minha
boca" (Ap. III — 15, 16).
Esses, Carolei, são os que sepultam ao mundo, sob a inércia de seus
corações de pedra! — Esses, são o peso morto, maior do que as iniciativas
construtivas e altruístas; esses, Carolei, são os que impedem que se possa SALVAR
AO MUNDO, dos seus principais males! — Esses, são os que se queixam
lamurientamente dos vizinhos, da vida, do governo, da época, de tudo enfim, porque
todo morno é covarde! Mas, vá Você lhes pedir um sacrifício, um gesto, uma
assinatura que o comprometa um pouco, seja contra as explosões atômicas, ou
contra qualquer coisa que os pode indispor, e logo se ouve os: “eu, não!”; “não vale
a pena, é sé p’ra gente s’incomodar!”, etc… as mil e uma desculpas para fugir,
covardemente, para se refugiar na sua cova de indiferença, de mornidão e do
egoísmo sempre crescente que assim cultivado, por cada negativa a se útil à
coletividade! Daí, vêm as guerras, as ditaduras, as medidas injustas, os males de
cem espécies, oriundos das mentiras: da propaganda comercial ou da política, que
todos vêem mas contra as quais não se pode mobilizar A MASSA INERTE, PASTA
AMORFA DE MORNIDÃO! Compreende, Carolei, por que o nojo do Apóstolo, ou
melhor dito, no Apocalipse, está ressaltado, com relação às palavras que citei: "Isto
diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus!". — Ou
seja, Carolei, O VERBO, que é a Voz do Criador, é Quem diz que "os vomitará de
Sua boca". Oxalá pudessem sofrer bastante, eles mesmos, sem ser pelos
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sofrimentos coletivos, pelas pragas sociais e mundiais que trazem, porque eles são
a enorme maioria! — Compreende-se assim, melhor ainda, porque o MEM prefere
sempre aos que fazem o mal, a tais mornos! N. 157
* * *
O Muito Excelso Mestre e CASAMENTO, DIVÓRCIO e FILHOS
E. 14 - O casamento é um dever. A mulher deve conhecer, amar e servir
plenamente ao homem. O homem, porém, que é o senhor, deve ouvir o que diz a
mulher, mais do que costuma fazer. Casai-vos para devolver vosso empréstimo à
Natureza, sem o que poderíeis não voltar aqui. O casamento também vale do outro
lado; os seres ficam juntos enquanto tiverem de prestar ajuda mútua e corrigir um ao
outro.
E. 705 — Ao casar-se, a moça desposa ao mesmo tempo os defeitos e
qualidades do seu marido, e, um dia, Deus disso pedirá conta, como das próprias
culpas dela. O mesmo acontece como o homem.
E. 706 - Amamos inconscientemente a uma mulher que não conhecemos e
nunca temos encontrado, nunca visto. Nascemos com a sua imagem num canto da
nossa imaginação, com o seu pensamento num recanto do nosso coração. Uma e
outro, sem alterarem-se, crescem em nós e, quando somos homem e que
percebemos ao alcance de uma carícia, de um beijo, à mulher que até então viveu
em nós, os nossos sentimentos explodem, espontâneos, vibrantes, impetuosos, Eis
porque, a gente deve casar-se uma vez só, porque se o homem tem, ao nascer, a
lembrança de uma mulher, é porque já a conheceu.
Com. 241 - Esse assunto de casamento é muito delicado de se estudar,
N. 157 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS MORNOS” : OS E. 223, 297 e 389 são todos das Sessões de Lyon, com estas observações: na 4.ª edição francesa termina assim: “Então o exemplo faz pôr esses germes em execução”; o que foi traduzido por nós: “…faz com que tais germes entrem em ação”: ou seja, também: que se realize o que eles trazem como tendência. — Na 5.ª edição francesa houve quem modificasse o texto do MEM, para: “Então o exemplo os faz manifestarem-se”. Discordamos por duas razões: uma, pela irreverência de “modificar” o dito pelo MEM; outra, porque “manifestar-se” não implica realizar, cumprir, o que trazia como tendência, sentido que era o que o MEM indicara. — No que se refere ao E. 389, também devemos dizer que na 5.ª ed. está citado incompletamente, sem indicação de tal. A seguir-se tal procedimento, as edições futuras serão uma colcha de retalhos remendados! Estaríamos assim longe do respeito religioso pelas palavras do MEM; que Papus, Chapas e outros (por aqui também) temos.
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Carolei, ainda mais na época que vivemos que, por desorganizada socialmente,
quanto materializada e descrente em matéria religiosa e notavelmente ignorante no
que se refere à vida da alma, não tem nenhuma facilidade para entender bem este
ensinamento tão profundo do MEM. Procuraremos resumir: O casamento é um
dever: humano e coletivo, pois assim colaboramos em formar mais uma célula social
e a reduzir o número dos desequilibrados sexuais e egoístas, que são todos os
solteiros e solteiras, quando não casaram por motivos pessoais, isto é, por um dos
mil modos de orgulho ou covardia, que estão na base da maior parte dos casos de
celibato (não achei nada bastante bom para mim ... ; ou: não gosto de me amarrar,
etc... ). — É um dever espiritual, porque não pode haver melhor nem maior lição,
que o casamento: suportar os defeitos mútuos, aprender a admirar o que o outro
tem, e que tanto nos falta!; ajudar-se mutuamente, lutar juntos, pelo progresso ma-
terial, social, moral espiritual e por dar a outras almas (filhos) as melhores condições
possíveis, para todos esses modos do progresso.
É um dever cósmico: da economia terrestre e universal, que precisa de
corpos, ninhos, etc., tal como nos ensinam os pássaros! E, daí vem a ameaça
contida nas palavras do MEM: bem poderia se dar que, por terdes egoisticamente
deixado de casar, andásseis mais tarde vagando pelo astral, implorando um ventre
que vos receba e que não achásseis quem vos quisesse por filho! — Isso explica
porque, no tema "Igrejas" (E. 733) o MEM nos esclareceu que certos diabos —
homens demoniacamente egoístas antes — são postos como monges ou
sacerdotes, para viverem privados de amor e de filhos!
Por isso mostrei, já a pág. 52 do II Vol., que quando o MEM casou, cumpria
uma Lei, e dava um exemplo. — Sobre a conduta da mulher e do homem, cuja base
deve ser a de compreensão, a Mestra Sádhanâ tem escrito umas bonitas
conferências, sobre o papel de: esposa, amante, amiga, companheira, camarada e
colaboradora, que a mulher deve realizar, se quiser ser e fazer feliz. O homem está
com a mesma obrigação e isso explica todos os sentidos e deveres, e o E. 705
mostra que, deles nos será pedido conta!
Do E. 706, obtém-se a confirmação de que o casamento só pode ser "por
amor" — como se costuma dizer — seja qual for a altura ou qualidade deste amor
humano (mais: passional, sentimental ou espiritual) pois que, ao pressentir à mulher
ideal, "explodem" — como diz o MEM com toda força de expressão — os
sentimentos do homem, e vice-versa. Claro está que a indicação de se terem já
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conhecido em outras existências e de ser nítido o casamento do outro lado, bem
como a de casar uma vez só por existência, são indicações exatas, porém gerais. A
Chave de todas elas está no E. 14: os seres ficam juntos enquanto tiverem de
prestar ajuda mútua e corrigir um ao outro.
Por isso, certos viúvos ou viúvas, podem e devem tornar a casar, como vimos
aliás o próprio MEM encaminhar e predizer: ao fazer Papus casar com uma viúva; ao
predizer a Marie e a Lalande, que iriam casar quando Marc Haven enviuvou por
morte de Victoire, a filha do MEM. — Mas, como geralmente a enorme maioria dos
seres não esgotam em uma, e nem em muitas vidas, as experiências de se
ajudarem, se compreenderem, etc. é lógico que tenham de reencarnar juntos, ou
encontrarem-se, novamente como marido e mulher (às vezes com mudança de sexo
para ampliar a lição!: tanto das mulheres gastadoras ou levianas demais, como a
dos maridos infiéis ou que não dão à esposa o valor que tem, etc... ).
Ainda temos, Carolei, o caso do "Poder do Amor", que víramos no tema
"Gênios e Egrégoros", mostrando que os verdadeiros enamorados, mesmo
separados pela incompreensão alheia ou pela morte, tornam a se encontrar, até
nascendo como gêmeos; e, ainda está o caso muito mais misterioso de quando um
espírito passa a animar dois corpos, ou quando dois espíritos animam a um começo
de corpo genial... É bom Você meditar um pouco, Carolei.
O Divórcio
E. 704 — Deve-se casar uma vez só. O homem só casa com a mulher que
lhe foi concedida de antemão, e que ele já teve em existências anteriores. Ao
divorciar-se, comete-se uma culpa dupla: primeiro, pelo escândalo que se causa, e
ainda, ao repelir a vossa mulher, a expondes a tornar a casar, o que lhe faz cometer
falta grave pelo prejuízo que ela assim causaria a alguém, já que só se deve casar
uma vez em uma mesma existência.
E. 650 — O divórcio não está inscrito nisso que chamais de “Astral”.
E. 151 — As leis de Deus repelem o divórcio e será preciso sofrer até
encontrar a companheira ou o companheiro de quem a gente separou-se, e lhe ter
perdoado.
E. 649 — (Resposta a uma pergunta) O divórcio não deve ter lugar sob
pretexto nenhum, neste sentido que: Deus pondo no casamento a um ser mais
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adiantado que o outro, eles devem cumprir a sua peregrinação. Nada pode quebrar
essa união.
Com. 242 — O E. 650 mostra que o divórcio, não estando “inscrito” nisso que
chamamos de astral, é pois um ato de livre arbítrio, isto é: da nossa total
responsabilidade, motivo pelo qual, como se vê pelo E. 151, deveremos encontrar,
ou na Terra, ou no céu a Companheira e obter o perdão mútuo, haver reconciliação,
embora esta não signifique novamente união, pois pode ter-se esgotado a série de
possibilidades de utilidade mútua de tal união.
A H. 10, por exemplo, nos mostrou que, quando um dos cônjuges nega-se,
voluntária e conscientemente, a acompanhar um esforço razoavelmente feito, pelo
progresso moral ou espiritual, que o outro intenta, pode causar assim a ruptura do
laço entre ambos. Por isso, no E. 649, o MEM explicava que Deus põe geralmente a
um ser mais adiantado que o outro, em cada casal. O menos evoluído deve
esforçar-se por seguir ao outro; aquele que está adiante, deve aguardar ao mais
lento, salvo quando este se "planta" — como a mula com as quatro patas esticadas!
— numa negativa de progresso. Mesmo assim, o real dever, estaria certamente em
se agüentarem, porém geralmente a imperfeição relativa de ambos, faz com que
"possam haver" circunstâncias em que, por aquilo que se chama com razão de "total
incompatibilidade", cesse a possibilidade de se ajudarem, e a separação torna-se
inevitável; embora, repito que — salvo perfeito entendimento harmônico para tal
separação e com boa organização para as melhores condições de vida de ambos,
após a mesma, inclusive o sempre difícil problema da existência de filhos menores
— tal separação é, geralmente, apenas prova de imperfeição mútua.
Aliás, Carolei, cabe perfeitamente perguntar como é que, ante os
Ensinamentos do MEM podemos ter estabelecido, na Igreja Expectante, aceitar o
divórcio?
A resposta é: que não somente a Igreja Expectante limita-se a aceitar o
divórcio, embora não o recomende e até o ache espiritualmente "errado", como
ainda ela ressalta que o aceita como um mal inevitável, uma das características
sociais desta infeliz época, tendo achado preferível dar uma nova oportunidade de
vida devocional e religiosa regularizada por uma cerimônia e um sacramento, já que
as leis civis e as circunstâncias sociais assim o indicam necessário. Ainda, devemos
apontar que o Sacerdote Expectante só aceita celebrar tais casamentos pós-
divórcio, quando a seu juízo, for justo e oportuno. E, dado serem totalmente gratuitas
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as celebrações expectantes, há pelo menos algumas circunstâncias mais em favor
de provável imparcialidade.
Filhos
E. 648 - Se tendes filhos que têm um mau caráter, não lhes batais para os
corrigir, porque os golpes azedam o caráter. Após ter-lhes mostrado aonde os levará
sua conduta e lhes terdes mostrado os perigos da via que encetam, dizei-lhes
"caminha" e, então, começai por vos melhorar a vós-mesmos, pois: melhorando-vos,
melhorais aos Que vos rodeiam. Um dia, devolver-vos-ão o que por eles tiverdes
feito.
E. 641 - Creio que as duas espécies, de ESCOLAS (ensino civil — ou leigo —
e ensino nos educandários religiosos), são necessários, para se estimularem uma à
outra. Aquele que for um bom sujeito, freqüente ele uma ou outra escola, dará um
bom sujeito.
E. 664 - O espírito sempre compreende, tanto na criancinha como no velhote,
mas na criança, os órgãos não estão ainda bastante desenvolvidos para poderem
guardar a lembrança.
E. 740 (de Chapas) - As mães devem ensinar a seus filhos a orar, desde a
infância e a pôr toda sua confiança só em Deus. É preciso semear a boa semente
nesses corações jovens para que a colheita seja boa.
E. 415 - P: Por que é que numa família todas as crianças caem vítimas da
mesma doença?
R: É uma maneira de pagar as dívidas. O Evangelho bem vos diz que os
netos pagarão as dívidas dos avós até a quinta e às vezes até a sétima geração.
Com. 243 - Não tenho lugar aqui, Carolei, para fazer um curso de educação
das crianças. Também sobre este tema, temos dado e escrito conferências,
chegando sempre à mesma conclusão: o que torna difícil o problema, é a quase
impossibilidade de educar aos pais! — E, se cada geração educa mal aos filhos,
principalmente por lhes dar péssimo exemplo, é coisa evidente o mal só piora! — -
Por isso, além do que o E. 648 dá, concernente ao modo de educar os filhos, firme
porém serenamente, conclui: um dia, devolver-vos-ão, o que por eles tiverdes feito:
o EXEMPLO que lhes tiverdes dado, principalmente!
No E. 641, além da posição sempre ampla, o MEM mostra quanto Ele confia
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principalmente no que cada um traz como predisposições: reencarnamos com os
defeitos que não tivermos combatido, com as doenças e deficiências, má sorte, etc.
que fabricamos. Por isso é, que Chapas insiste na educação devocional que as
mães devem dar aos filhos; motivo pelo qual: homem não serve para educar criança
antes dos sete anos, porque — em geral — homem é “animal seco, mental, sem
estética, sem delicadeza e sem a poesia do coração” (Sevananda dixit ). Pelos
milhares de discípulos que nos passaram entre as mãos, vimos o drama dos que
não tiveram educação devocional em casa: cujos pais não oravam, nem lhes
falavam em Anjos, e… possivelmente nunca se lembravam disso, embora
freqüentassem tal ou qual igrejinha ou centrinho…
O E. 664 é muito profundo, pois mostra que tudo que se diz, se faz, ou se
mostra, a uma criança, é compreendido pela alma e pelo espírito da criança, embora
a “cultura mental e verbal” ainda não lhe permita traduzi-lo em “termos de adulto
intelectualmente sabido”.
Consulte, Carolei, o Yo que Caminé…” e verá algumas das nossas
observações sobre a educação dos filhos. E, conste que temos outra versão desse
livro — que não foi publicada — na qual dizemos as coisas bem mais duramente! —
Indigna ver a incompreensão do que é uma criança, e do papel dos adultos junto a
ela! — Daí a importância que damos a experiência do Instituto Juvenil de Yoga, no
qual o Swami Sarvânanda e Daya estão tentando métodos para esta era, tendo
adotado já lá mais de meia dúzia!
O E. 415 explica a verdadeira razão de um fato que, às vezes, tem provocado
rebelião em certos lares. Muitas coisas erradas que fazemos atualmente, nos trarão
esse tipo de “dor de cabeça”, já que muitas vezes aquilo que não queremos ajudar a
remediar nos lares “alheios”, teremos que vir a sofrê-lo no próprio! — Ou, ainda,
quando provocamos uma doença, em nós ou nos que convivem conosco, pela
obstinação em posições erradas: desde as alimentícias, até os costumes sociais,
amorosos, morais, mentais e religiosos! N. 158
* * *
N. 158 — Origem dos Ensinamentos do Tema: “CASAMENTO-DIVÓRCIO-FILHOS”: os E. 151, 415 são das Sessões de Lyon, figurando na 4.ª e 5.ª edições francesas. Todos os outros do Tema: 647, 648, 649, 650, 664, 704, 705,706 e 740 são das “Diversas Fontes” da 5.ª edição, e pelo próprio texto nota-se que quase todos ou a totalidade, foram também dados durante as Sessões de Lyon.
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O Muito Excelso Mestre e A MULHER
Com. 244 — Inicialmente, devo dizer que, se a mulher figura em tema
separado, é para mostrar que, aqui, não se trata de sua posição como esposa, mãe,
ou filha, mais especialmente, senão do que ela é como mulher, propriamente dita.
Em outras palavras, quais tendências que se deve procurar desenvolver, e quais as
que geralmente se tem que combater, quando se nasce mulher — coisa que pode
prosseguir por muitas encarnações, como pode quase que alternar, não havendo
regras a não ser em Certos Caminhos.
Lembremos pois, em primeiro lugar, o E. 348 — do tema "Chapas" no qual
víamos ao MEM PHILIPPE qualificar claramente de "mexeriqueiras" às mulheres.
E, muito embora não seja o mexerico privilégio delas, não há dúvida
nenhuma, contudo, que a indiscrição e a perfídia verbal são mais freqüentes e mais
graves na mulher. No próprio Monastério, apesar de as amostras masculinas que
por lá tivemos serem, em geral, de péssima qualidade, assim mesmo, o Clube dos
Mexericos tinha por lugares de sessões permanentes, a cozinha, a sala de costura e
os horários femininos de expediente. Sem as ditas mexeriqueiras, é até bem
possível que os homens tivessem sido mais fáceis de levar adiante. Não é certo,
mas houve observações em tal sentido. Aliás, é o que o MEM confirma novamente
nos Ensinamentos seguintes:
E. 369 — Todos tendes lido na Escritura que o tempo da colheita virá. Esse
tempo está mais perto do que pensais, e conheço um fazendeiro-mor, um
comandante, que procura obreiros para fazer a colheita. Bem que tendes visto
também no Evangelho o que se pode fazer com a fé. Eu poderia vo-la dar, assim
como a esperança, mas sabeis já que condição é preciso atender para tê-Ias: se o
vosso vizinho vos fala mal de alguém, é preciso que não acheis nem uma palavra
para lhe responder nem lhe dar aprovação .
E. 414 — O homem é o rei da criação, e ele não poderia ser completo sem a
mulher. O homem tem mais força, age, mexe-se; a mulher tem visão mais vasta, é
mais perspicaz. Porém é bom que ela não tenha a força do homem, pois, como seria
pior! Observai as mulheres, sejam quais forem — e se não o fazem é porque não
podem — procuram, com seus enfeites, tentar ao homem; o homem, depois de
tentado, não pensa já estar procedendo mal.
E. 74 - A mulher tem o espírito mais agudo que o do homem; ela sofre mais e,
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por conseqüência, está mais perto do Pai.
Com. 245 - Assim, pois, as qualidades negativas, que o MEM aponta como
comuns na mulher são: maledicência, que deve ser corrigida, até não pronunciar
nem uma só palavra para aprovar ou prosseguir nas conversas "de tirar o couro".
Depois, vem a coqueteria provocativa, a necessidade de seduzir; "tentar ao
homem", como diz o MEM e, este... que só pede para ser tentado, acha logo
desculpa para prosseguir depois nesse terreno. Aliás, entre as nossas discípulas,
tenho observado como é difícil à mulher, separar o aspecto afetivo-amoroso, do
afetivo-espiritual; diga-se, para ser equânime, que a maior parte das mulheres estão
desconformes com o "tipo" de carinho, atenção, etc. que seus respectivos "donos"
lhes outorgam. Isso, é o que as estatísticas provam claramente. E também, o que
provoca mais uma dificuldade para a vida coletiva, reunindo homens e mulheres.
Vejamos também.os lados bons das mulheres! Mais perspicaz, mais
intuitiva, de espírito mais agudo, diz o MEM e, acrescentarei: infinitamente
menos covarde do que o homem — em geral — frente à dor física ou moral! —
Basta ver a valentia de quase todos os "gorilas cultos" da nossa sociedade,
perante as dores do parto! — A mulher tem indiscutível espírito de sacrifício, de
abnegação, que lhe é duas vezes indispensável: para ser mãe e criar os filhos
com amor, apesar das dores de cabeça e sofrimentos que lhe originam; e...
suportar um marido! — Eu, que tenho ouvido as confissões de milhares de
homens e de mulheres, creio saber alguma causa sobre o tema...
O homem, incompleto sem a mulher, e incompleto em si mesmo,
enquanto não procure desenvolver um pouco da graça, da abnegação e da
intuição femininas, tem levado a civilização ocidental — masculina de base —
para o descalabro que cada dia apresenta o planeta. Se a mulher o
acompanhar em todas as atividades, porém sempre submetida a ele e obrigada
a macaqueá-lo, como até agora corre a coisa, nada de bom poderá ser
esperado, pois que em lugar de um desajustado, teremos dois. Porém, esperar
que as mulheres se UNAM, para porem fim às tolices políticas e outras, que os
seus "inteligentes" pais, maridos, irmãos e filhos têm estabelecido, é muito
pedir, também, já que os "mornos" contam muita gente também, entre "elas"!
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Ver-se-á! N. 159
* * *
O Muito Excelso Mestre e OS SONHOS
E. 75 — Quando se tem um sonho exato por mês, já é muito.
E. 62 — A interpretação dos sonhos varia para cada pessoa. É preciso
observar a hora. Os sonhos da madrugada são os mais verdadeiros. Se o mesmo
sonho torna a apresentar-se, é iminente a sua realização.
E. 771 — Para ter sonhos puros e ter às vezes comunicações com o vosso
anjo da guarda, não deveis nunca entrar em ira, ser moderado em tudo, em bebida,
em alimento, em trabalho, em vigílias e ter somente bons pensamentos. — Deus
permite algumas vezes, que se pague grandes dívidas pelos sonhos e, então sofre-
se o que se tinha feito outros sofrerem .
E. 358 - Dentro de poucos dias, far-se-á uma experiência na qual se separará
o espírito da alma, depois o corpo do espírito.
Não podeis quiçá compreender-me muito bem; às vezes os vossos sonhos se
realizam logo; outras vezes é o contrário; outras vezes ainda, realizam-se mais
tarde, e gostaríeis de saber por que. Tereis explicação disso após a experiência que
vos prometo.
Com. 246 — O E. 75 é muito útil, para tirar a ilusão de tanta gente que "vive"
contando, comentando (e impressionando-se com) os sonhos, dos quais a maior
parte tem pouca importância, pois, como se vê pelo E. 358, as origens dos sonhos
são três: os que vêm do corpo, e não só "da digestão" como dizem os materialistas,
e os grandes comilões! Há, certamente, sonhos fisiológicos, criados pelo estômago
excessivamente cheio, por pressão de fermentação intestinal, e por necessidades de
urinar! Um pouco de "ordem e progresso", na alimentação e hábitos,evitará tudo
isso. — Há, porém, os sonhos de partes do corpo. Exemplo: o conjunto das células
do meu braço, ou do baço, pode "sonhar": ou o que necessitam com urgência, ou
aquilo que lhes incomoda — nos meus hábitos, etc. — e pela via subconsciente (a
N. 159 — Os Ensinamentos do Tema “A MULHER” provêm: E. 47, do M. Papus e os demais: E. 369 e E.
414, das Sessões de Lyon.
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da vida vegetativo-instintiva) registra-se na minha mente, vagamente, ou até com a
intensidade de um pesadelo, fatos ou cenas, grotescas e incompreensíveis umas,
outras possíveis de se interpretar e que são avisos do corpo, a um dono relaxado ou
ignorante... — Outros sonhos vêm das diferentes zonas do "espírito" (linguagem do
MEM) , indo desde os reflexos dos instintos, desejos, sentimentos e preocupações
muito animicamente sentidos — inclusive alegrias e dores de toda a espécie —até a
invasão de tais mesmos estímulos, de origem alheia: ambiente, pessoas a nós
ligadas por amor ou por ódio, ou por quaisquer outros modos de vibração do
espírito, em seus diferentes níveis... e, ainda, há o que nos é transmitido pelos
outros membros da nossa família espiritual (mineral, vegetal, animal, humana e
angélica). É fácil entender que, conforme a própria situação de cada um desses
seres, na escala da Vida, sentiremos (sonharemos, no caso) em modos diferentes...
E, se a interpretação varia, é porque há fatores múltiplos que modificam o
modo de criação (quando própria), de transmissão (quando alheia a fonte), tais
como: hábitos, crenças, ditos e adágios da raça, país e zona; crença e simbolismo
religioso; simbolismo espiritual dos iniciados; e, finalmente, símbolos e quadros reais
— do Mundo Espiritual propriamente dito, que só aqueles que vivem nas condições
do E. 771 podem ter, em forma freqüente. As mulheres, mais sensitivas que os
homens, podem sonhar mais e melhor, sempre que tenham boa saúde física e
mental.
Como dito no E. 771, pode-se viver provas, em sonhos, já que quando se
dorme, está-se quase como morto: alma e espírito separados em grande parte, do
corpo.
Aliás, já indiquei em Yo que Caminé…, a multiplicidade existente de “estados”
, entre o de real consciência vigílica que quase ninguém tem; essa “modorra
acordada” na qual quase todos vivem, e os numerosos tipos de “sono”: natural,
tranqüilo, agitado, etc. — mais provocados por nós mesmos: reflexão, meditação,
concentração, contemplação, êxtase, etc., e o provocados por “outros”, encarnados
ou não: mediunidade, catalepsia; sono hipnótico, com suas fases; sono magnético,
com suas etapas, etc. — Ora, a cada tipo de sono, corresponde uma determinada
zona da infinita série dos modos de percepção. E, francamente, creio ter dito muito,
inclusive sobre como sonhar à vontade, no modo e altura que se deseje, inclusive
aliando o que disse com a Prece aos Anjos, etc…
Pode-se também receber, no sonho, avisos providenciais, o que se
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reconhece pela impressão fortíssima que deixam em nós. Ai do que não os siga:
alia-se ao Destino, ao recusar a Ajuda Providencial! Também pode-se receber
ensinamentos até extraordinariamente valiosos, em cujo caso quase sempre o
"sonho" traz um ou mais elementos verificáveis a curto prazo, para nos outorgar a
certeza de sua importância. — Relatarei um, a título de exemplo, pelo menos...
H. 25 — Jesus e as Raças Terrestres…
Isso foi no tempo em que me facilitaram "lembrar" certas coisas e não perder tempo, em inúteis
buscas pelo lado da ciência material, etc. Tinha eu 17 anos; meu irmão tinha 3, aproximadamente. O mais
curioso aspecto, no sentido mais externo, deste sonho, é que ele foi sempre de madrugada. E, digo
sempre, porque reproduziu-se, durante dez madrugadas consecutivas, sempre exatamente igual:
começando e terminando com a mesma cena, idêntica em seus pormenores, como idênticos foram todos
os pormenores, de cada um dos dez sonhos.
Via a meu Pai e Mestre Cedaior, um pouco mais velho do que era na época do sonho; junto a ele,
meu irmão, com o aspecto de uns 10 a 12 anos de idade — e, mais tarde ele ficou exatamente como o vi!
— Via-me, a mim mesmo, caminhando perto deles, mais forte e com barba total. Em 1918, época do
sonho, não a tinha; mas, em 1924, 1025, tive exatamente o rosto e o tipo de barba vistos nos dez
sonhos…
Os três personagens humanos — únicos vistos no sonho —caminhavam juntos até uma escadaria
ampla e majestosa, que formava a parte de acesso a um imenso prédio, tipo "Partenão". Subíamos e
entrávamos. No interior parecia existir um vastíssimo museu de arquitetura, quase toda ela de motivos
sacros ou simbólicos: O Moisés, Diana, Eras e Psyché, etc… Mas, a peça central era uma gigantesca
Esfinge, toda de mármore níveo.
Enquanto meu Mestre e meu irmão, afastavam-se, juntos, como para visitar outras partes da
imensa galeria escultural, eu ia, diretamente, à Esfinge. Contornando-a, verificava que em cada uma das
quatro faces do elevado pedestal que a suportava, existia uma, como que "pia" – dessas para água benta
das igrejas — em forma semicircular, porém tendo, cada uma, um cilindro, também de mármore branco,
incrustado nas suas paredes. Eu sabia que devia ir à face do Oriente. Lá, sabia que devia fazer girar sete vezes
o cilindro sobre si, no sentido do relógio. Feito isso, toda a Estátua e seu pedestal, basculou pondo a descoberto
o início de estreita escada em espiral (caracol, de pedra) que sumia nas entranhas da Terra.
Por ela desci, 365 longos degraus. No fim de tal escada, havia um corredor, também talhado na rocha,
que teria parecido sem fim, e sem possibilidade de segui-lo, se não fosse uma luz que se percebia, infinitamente
longe! E, contudo, eu sabia que essa Luz era de Sol!...
Caminhei, caminhei... no corredor sem nenhum motivo de atenção, pois não havia portas nem
ornamentos, nos longos muros; nenhum obstáculo no chão. E, quando ia, por fim, chegando perto da Luz, que
agora já ocupava todo o retângulo do corredor — de uns dois metros de largura por quase três de altura — a
própria LUZ impedia de ver o que pudesse haver adiante. Mas, antes de chegar a essa "Cortina de Luz", havia, à
minha direita, uma porta.
Porta singela, de três folhas envidraçadas, das quais duas abertas. Entrei. No centro dessa espécie de
"atelier" de escultor, sentado sobre um singelo escabêlo, o CRISTO: Jesus, com a aparência de uns 33 anos, e
muito semelhante ao retrato que Dele brindei no início deste volume.
Prosternei-me, longamente. Quando ergui-me, Ele estava em pé. Sem muitas palavras, apontou para as
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estátuas que se achavam perto das paredes desta ante-sala. Divisei, na outra sala, estátuas inacabadas... Mas,
no recinto em que nos achávamos, eram todas estátuas prontas, de mármore branco. À medida que Ele
apontava para uma, a estátua não se movia; isto é, não fazia gestos nem movimentos externos. Mas, tornava-se,
simultaneamente: translúcida e viva por dentro. Eu via como funcionavam os órgãos e como estavam dispostos...
Vi, assim, raças do passado... Logo, me mostrou-me Raças do futuro. Nesse instante, passou pela minha mente
quanto isso interessaria a meu Mestre, quase estranhei não vê-lo ali, em meu lugar...
Mas, Ele sorriu levemente e disse-me: Isto é para ti, só para ti. Confesso que não entendi bem, então,
por que. Até hoje não terminei de entender... Porém, o resto do sonho era uma confirmação das palavras Dele.
Quando havia terminado de me mostrar as estátuas, ergueu levemente uma mão, a direita, num gesto que
poderia ser bênção e despedida... Prosternei-me... Quando me ergui, Ele estava outra vez sentado, mas os Seus
Olhos pareciam estar contemplando alguma coisa bem maior do que minha pequena figura...
Saí, caminhei o "interminável" corredor… cheguei à escada, subi, saí "para a luz do dia" (que
pobrezinha luz!… ) e divisei, a certa distância: digamos, cinqüenta metros, a meu Mestre e a meu irmão, que
vinham, pausadamente, em minha direção e nem pareciam ter notado minha ausência nem a gigantesca estátua
erguida em báscula sobre invisível eixo...
Fui para junto deles e os convidei a virem, com mais rapidez, "ver alguma coisa muito extraordinária".
E... à medida que nos acercávamos da estátua, ela fechava-se lenta, porém inexoravelmente. Ao chegarmos a
seu pé, estava totalmente fechada. Fui logo, como é de imaginar, no "Cilindro do Oriente"... mas este tinha ficado
dentro da estátua e não mais se podia tocá-lo e fazê-lo girar. (Porém… na madrugada seguinte, estaria em seu
lugar inicial!)
E Carolei, nunca me foi possível nem permitido relatar, NEM A MEU MESTRE, o que lá vi. Uma vez
tentei escrever tudo que vi: minha mãe, sem o saber, queimou as páginas iniciadas, junto com outros papéis. —
A segunda vez, fazendo um borrador num trem, que corria junto no mar, o vento Ievou-o para a água .. — A
TERCEIRA VEZ… ora, Carolei, eu já conhecia a LEI, e não in cair nessa! Agora, só se eu receber ordem, de
falar ou descrever o que vi. Do contrário, será como até agora: Só para mim… saber quando alguma coisa do
que escrevem, dizem ou vêem por aí, confere… ou não!
Sabe, Carolei, que desde aquela época, nunca posso falar Nele, como ouço tantos outros
conversarem!… Mas isso… é outra história.
Assim, Carolei, é fácil entender como se pode receber em sonhos,
ensinamentos valiosos, ou — como já citei em temas precedentes —,
demonstrações da real possibilidade do espírito ir, durante o sono do corpo físico,
verificar o que tem ao longe (espaço), ou no passado e no futuro (tempo)... N. 160
* * *
O Muito Excelso Mestre e A TRANSPARÊNCIA
E. 70 — Não deve haver segredos. Um homem que acha algo e o guarda é
N. 160 — Origem dos Ensinamentos do Tema “OS SONHOS”: os E. 62 e 75 são do M. Papus;
o E. 358, da Sessão de Lyon de 29-11-1894, está na 4.ª ed. francesa, mas falta na 5.ª — E. 771 de “Diversas Fontes”, da 5.ª edição.
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culpado; a Natureza o pune. O único segredo a guardar deve concernir aos erros
alheios, para os quais o nosso coração deve ser um túmulo.
E. 209 — Que importa se muitas coisas nos são ocultadas, já que nunca
estamos sós, que todos os nossos pensamentos são conhecidos, e que está dito
nas Escrituras: "Aquele que puser a luz nas trevas e as trevas na luz, deverá um dia
retirar o que estiver nas trevas para pô-lo na luz.
Com. 247 — Não deve haver segredos: nem individuais, isto é, toda a
conduta deveria ser franca, clara, e — como diziam as famosas "orações" do
Monastério - com a transparência no centro de tudo!, lei que segue em vigor para os
nossos Íntimos, eliminando-se rapidamente do nosso convívio aqueles que têm
pensamentos ou conduta dúplice! — Assim, pois, não deveria haver segredos
coletivos tampouco: nem técnicos, nem políticos, nem diplomáticos. A "diplomacia
de cristal" está longe ainda, porém mais perto do que nos tempos de Metternich! —
Deixemos, porém as exigências impossíveis — coletivamente — para esta época e
compenetremo-nos da necessidade de fazer o esforço pessoal de vivê-Io. Não deve
haver segredos; quem descobre ou "inventa" (?...) alguma coisa, deve dá-Ia ao
mundo, como a sua contribuição à vida, progresso e conforto coletivos. O resto tudo
é possessividade, egoísmo, etc.
Sei, Carolei, já ouço a gritaria: mas, e os direitos (patentes, exclusividades,
etc... )? — Bem, como parte do egoísmo erguido ao nível de sistema social, não está
mal..., porém algum dia virá coisa melhor: ou pelo amor, ou pela força. É só
escolher, como sempre. Já falaremos disso no Tema O COMUNISMO…
Voltando ao esforço pessoal, de não maledicência, que bela é a forma do
MEM indicar o único segredo a guardar: o que se refere aos erros alheios! — E, que
treinamento difícil, Carolei; já experimentou? — No E. 209, há diferentes
chavezinhas ocultas; desde a inutilidade das evasivas alheias ou próprias, ou dos
atos de infidelidade (da conjugal até a espiritual) pois sempre há testemunhas
invisíveis e registro de tudo! E que, o que fizermos escondido, algum dia teremos
que proclamá-Io? - A parte superior do E. 209, é que: nada pode nos ser ocultado,
nem por governos, cleros, trustes, etc... ; pois os que, invisíveis, estão ao nosso
lado, sempre nos farão saber, o que realmente necessitamos ou mereçamos saber.
Duas formas de dizer a mesma coisa, aliás.
E. 352 - Por que quereis ocultar os vossos atos aos vossos irmãos? Não
sabeis que tudo deve ser posto à luz do dia?· Se os que estão deste lado não vos
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vêem, os que estão do outro lado vos vêem. Assim, é inútil querer andar com
dissimulações para com o vizinho; que importância tem que ele saiba o que sois?
— Sim, porém se a gente souber que esse vizinho dará mais batidas de
línguas que fatias de pão?
— Que pode importar isso? Está escrito, desde muito antes da criação, e não
digo deste mundo: Aquele que está marcado pelo Céu não poderia ser despedaçado
pelas feras.
— Então, é uma graça?
— Quer dizer que se os vossos vizinhos devem falar mal de alguém, que
importa que seja de vós ou que suporteis pelos outros!
Com. 248 — E agora, Carolei, vemos o MEM insistir em que nada seja por
nós ocultado aos nossos irmãos e, além de lembrar novamente as permanentes
testemunhas invisíveis, vitupera: que importância tem que o vizinho saiba o que
sois!? — Esse é o mal principal, Carolei. Cada um pensa poder aparentar mais do
que é; melhorzinho, mais espiritualizado, etc... — Por que não procurar conhecer-se
e mostrar-se, como se é! — Não há nenhum progresso real possível, sem isso.
Aliás, o MEM dá logo dois ensinamentos transcendentes, no próprio E. 352: velha
astúcia mental, tornam a surgir, ao indagarem Dele se "é uma graça" não poder ser
despedaçado pelas feras (neste caso: calúnia, críticas, etc... alheias) e o MEM indica
como é a graça... o que deve ter causado "pouca graça" ao perguntador: o mal não
está em que sejais vós o criticado; o triste é que o vosso vizinho tenha que (precise,
não possa deixar de, etc... ) falar mal de alguém. Então a graça consiste, para vós,
em não sentir-se ofendido, em não criar rancor e em pedir pelo dito vizinho, e em
não dar o mesmo exemplo… — E, se sois criticados ou caluniados, agradecei: pois
enquanto se fala mal de vós, não está se falando mal de outrem! — Pois é, Carolei,
a isso deve-se chegar como posição mental e como sentir!
Galgando alguns céus — imaginativamente —, já pensou, Carolei, no Talhe
de quem diz: antes da criação, e não digo deste mundo? Já percebeu que isso
equivale a declarar que Ele assistiu e lembra-se do que foi decretado e escrito, antes
da criação de outros mundos, anteriores a este... Brrr... dá até calafrio na gente!
E, voltando a religar os que, durante sua vida terrena, pensam ter conseguido
ocultar alguma coisa, lembremos, Carolei, do já dito - no Tema O Diabo - pelo E,
346: "podeis ficar certos que, após a morte, essa (coisa) será a primeira que os
vossos irmãos saberão !".
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E. 165 — Nada está oculto, absolutamente nada. O mais insignificante de
nossos pensamentos está marcado e também a alguns filhos de Deus é dado
conhecê-los.
Com. 249 — NADA ESTÁ OCULTO, ABSOLUTAMENTE NADA! — Mais uma
vez, Carolei, o MEM dá "de contrabando" por assim dizer — um ensinamento
transcendental, para os que estão atentos, tensos na procura do Que É. — Lembra
aquele caso do Mestre ZEN, que fora acusado, por um "ouvinte" de seus lacônicos
sermões, de ocultar as verdades elevadas? Mais tarde, ao passear pelo Mosteiro
com o Visitante, o Mestre Zen perguntou: "Senti-o?" — "Sim", respondeu o
interrogado, pensando que ele aludia ao perfume do Jasmineiro... — Já vos afirmei,
insistiu o Mestre Zen, que nada está oculto!" — Assim, Carolei, está a VIDA, a
Verdade exposta na soma dos infinitos fatos da Manifestação, que desfilam
ininterruptamente: em nós, em torno, antes e depois no imanente presente. Mas,
quem O vê, sem os contemplar? — Por isso foi que eu levei, do fracassado
Monastério, o Jasmineiro que só cresce para encantar os que sentem o perfume
além do nariz. — Por isso, também, após ter afirmado a presença ubíqua e eterna
da Eterna e Total Verdade, o MEM deixa cair a cortina e volta à aplicação moral
imediata: "o mais insignificante dos nossos pensamentos está marcado” e, para que,
pelo menos por veneração, à manifestação do Poder que o Pai outorga aos que Lhe
seguem as Leis, os da "triste tropa" procurem comportar-se melhor, Ele nos adverte
que existem esses Filhos de Deus que podem conhecer tais pensamentos.
Neste caso também, o MEM fala em conhecer (gnose), não diz: ver, ouvir,
nem ler; embora esses três modos mais lentos e complexos de perceber, sejam os
dons primeiramente outorgados e, já dei, em temas anteriores, a chave de tal poder.
já dei, em temas anteriores, a chave de tal poder. O MEM disse que aquele que
lembra compreende o que lembra. Espero, pois, Carolei, que Você esteja lembrando
quando falei nisso. (N. 161)
* * *
(N. 161) - Origem dos Ensinamentos do Tema “A TRASPARENCIA”: e E. 70 e 165, do M. Papus
– embora o segundo figure na 5º ed. Com o tipo que indica “Diversas Fontes” também. – E. 209 e 35, das Sessões de Lyon, sendo que o último acha-se completo na 4º ed. francesa, porém incompleta na 5º, faltando a pergunta e resposta finais, relativos a graça, que e tão profunda! O Jasmineiro, a que aludo no Com. 249, é aquele que se pode ver na ilustração a cores V. 13 (Tema: ALBA LUCIS) e que já tornou a florescer, junto ao Abrigo da Ermida... – E para os incrédulos e os “intelectuais”, felizmente se “vê” também na fotografia F. 33, do mesmo tema!...
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O Muito Excelso Mestre e O PERDÃO
E. 134 - Embora possa receber, após a confissão, absolvição de um ato ruim,
eu vos digo que disso não sereis perdoado enquanto não vos tiver perdoado a
pessoa ofendida.
Podeis dar-vos por bem felizes que eu não seja cura, porque não vos daria
absolvição senão quando tivésseis reparado o mal.
E. 136 - Não bastam, para obter o perdão das ofensas e ganhar o Céu, uma
confissão e uma absolvição quaisquer; o que se deve obter é um ato de contrição,
bem do fundo do coração, bem como o perdão daquele a quem ofendemos.
E. 354 - Quereis ser soldados livres ou soldados dependentes de quem?
– Todos dizem: soldados livres.
– Pois bem, para isso, é preciso vos livrar do vosso eu. Se quereis viver com
os vivos, é preciso viver com os mortos, pois se não viveis com os mortos, não
podeis viver com os vivos.
E. 355 – P: Mas como se pode viver com os mortos?
R: É fácil. Por exemplo, tendes uma vizinha com quem não vos dai a quem
não recebeis que tem um caráter azedo. Podeis juntar a esse mal todo outro
qualificativo. Essa vizinha cai na miséria e tem intenção de vir bater à vossa porta.
Pelo vosso postigo vedes que ela vem chegando, e lhe trancais a Porta. Ela não se
atreve a apresentar e se retira: é impossível que viva com ela quando estiver morta.
Mas se lhe abris antes mesmo dela bater, e lhe dizeis com delicadeza: "Tenho várias
causas com que te brindar, aceitando as quais irás me dar prazer", essa pessoa,
quando morta, poderá viver convosco. E eis porque, ao viver com os vivos, podereis
viver com os mortos.
E. 126 – Está dito no Evangelho: "Fazei a paz deste lado, pois no outro isso é
muito difícil". Na verdade, se uma pessoa vos ofende, ela também ofende o vosso
guia. Dez doze anos passam; ambas as pessoas já adquiriram um pouco de
perfeição e têm ambas novos guias. Vem a morte. Do outro lado, essas pessoas
deverão fazer a paz, mas, para isso, é preciso que primeiramente se encontrem e,
conseqüentemente, também os guias que elas tinham por ocasião da ofensa sobre a
terra. É muito difícil. A pessoa que vos ofender, mesmo que lhe perdoeis o mal feito
a vós, terá de sofrer, a menos que peçais por ela.
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E. 721 - Na vida, progride-se sem cessar e, à medida que os progressos se
realizam, muda-se de guia. Daí, a necessidade de fazer a paz IMEDIATAMENTE
com os nossos inimigos, pois, ofendendo aos nossos inimigos, ofendemos ao guia
(nosso e deles), e a paz não pode ser feita senão entre "os próprios interessados".
Não sendo feita assim, seria preciso esperar que, ela série das reencarnações, o
mesmo período se produzisse, e que o perdão fosse concedido. É até preciso que o
ofendido ore pelo ofensor.
Com. 250 - Temos assim, Carolei, uma série de afirmações e indicações:
começando com a categórica de não bastar à confissão, e absolvição, sem real
contrição de todo coração a qual fica provada e efetivada - isto é: produzindo efeitos
- quando se vá pedir e obter o perdão do ofendido. - Logo, no E. 354 - o MEM
condiciona o estado de soldado livre, isto é, que pode passar a servir sem peias, que
pode ajudar a outros porque já não está sempre preso pelas próprias dívidas morais.
E, indica o caminho: livrar-se do eu, na faceta "orgulho" no caso. Dá-nos assim; a
medida e modo de como verificar a conduta própria só se vive bem; quando,
pensando sempre na morte, procura-se não levar ressentimentos, não deixar
desafetos, perdoar tudo, etc... pois pela forma em que vivemos com os vivos
podemos saber que vida, além-túmulo nos espera. E, nos que as dívidas aqui
contraídas, pagam-se aqui, sempre.
No E. 355, o MEM indica inicialmente que pouco importa o adjetivo que
colocamos no vizinho, isto é: quais os defeitos que este apresenta ou os pontos que
conosco se choca, ou os motivos que causaram a desavença. E, logo adiante, o E.
355 torna-se mais emotivo e profundo, pois mostra ao nosso desafeto posto na
necessidade, e a nossa reação livre – antes mesmo que ele nos procure -, com a
qual: abrimos ou fechamos à porta do nosso coração, e conseqüentemente da
nossa casa ou bolsa. E o MEM com essa suprema delicadeza tão Dele, passa ao
tutelo "com que TE brindar", etc., mostrando que, pelo contrário, o fato de termos
estado distanciados do semelhante, deveria, se a contrição é real, nos levar a trazê-
lo agora bem junto a nos, começado pelo trato mais íntimo: o dos irmãos. Isto me
lembra Carolei, as frases que ouvimos tão freqüentemente nos ambientes
"espiritualistas", por ex.: "como O Meu irmão sabe, etc...", isto é: um V.Sa.
disfarçado. E, cuidado, Carolei, não vá tutear a um Irmão desses, porque o caboclo
diz que nada dói tanto como coice de perto!... Assim, pois, a lição é: aprender a viver
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com os vivos; e, quem se nega ou "não liga", prova não acreditar, de tato, na outra
vida, seja qual for o credo que pretende, ou acredita, ter...
Com os E. 126 e 721, a coisa torna-se mais clara, no que ao mecanismo do
Perdão se refere. Imagine Carolei, como deve ser difícil achar a outrem e aos
respectivos Guias, quando cada um tem evoluído, não só em diferentes sentidos,
mas com diversa velocidade também, e se acha, pois em outro "apartamento".
Já no Tema "O Evangelho", vimos, no E. 119, que ao perdoar ao nosso
inimigo "acendemos brasas sobre sua cabeça", isto é, provocamos um início do fogo
do arrependimento. Isso confirma o que dizem as partes finais dos E. 126 e 721: é
até preciso, que o ofendido ore pelo ofensor; isto é a parte profunda do perdão: se
realmente perdoamos, devemos desejar que o nosso ex-desafeto, não sofra por
nossa causa; então, orar por ele é a prova superior, dirigida ao Plano Providencial,
como o pedir perdão é a do plano humano. Ambos os modos, de humildade
manifesta em atos, são, pois necessários para o perdão. Vou deixar a questão das
testemunhas para outro comentário, adiante. Quero apontar aqui que, no E. 721,
além da necessidade de fazer a Paz o mais rapidamente possível - para não se
ausentarem os Guias e mais testemunhas do invisível, e para não criar-se
ressentimento acumulado no mental humano -, tal paz precisa ser feita aqui na Terra
e, não somente entre "os próprios interessados", como grifei no E. 721, pois o texto
original desse ensinamento foi dado por PAPUS a pág. 102 de La Réincarnation, e
diz assim:... e a paz não pode ser feita senão entre os amigos. “Não sendo feita
assim, etc...” - Eu grifei as palavras: paz, feita, e amigos, para mostrar bem a
diferença que há entre o texto que alguém se permitiu "corrigir" no E. 721 e o
original; “senão entre os próprios interessados" revela bem a noção corrente, da
reconciliação feita porque interessa, convém: diante dos outros, de si e até, quiçá
entre os deuses, se existem; interessa, pois, procurar o outro "interessado" no
mesmo negócio. - Mas o que o MEM quis fazer sentir, é que a que a Paz: a vibração
de amor, de afinidade, esse material, essa luz, esse tecido de laços, o
momentaneamente roto, rasgado ou deteriorado pela desavença, só pode ser feito,
refeito, reconstruído, entre amigos. A causa está clara como diferença, não acha
Carolei? E indica bem o estado que o MEM caracterizou duas vezes: com o “tu” e,
com o “entre amigos”.
Vem, agora, a parte misteriosa: quando, por indiferença ou por ativa negativa
dos desafetos, tal procura do perdão e da reconstrução da Paz, não é feita; quando
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se foge a ela, então acumula-se as conseqüências até que, quando um concurso de
circunstâncias, iguais não, mas sim análogas e equivalentes e com consideração
das mudanças havidas, se produza. E isto requer que o; mesmo período
(circunstâncias e condições ciclicamente análogas) se apresenta na série das
reencarnações, já que estas se acham dispostas ordenadamente, como cursos para
as famílias de almas, nos diferentes Caminhos, como veremos na parte mais intima
dos Ensinamentos...
E. 137 - P: E se o ofendido negar-se a perdoar?
R: Nesse caso, o que pediu ao ofendido um perdão que lhe foi negado, fica
livre, tornando-se assunto de seu anjo da guarda perdoar-lhe isso.
Com. 251 - Observe aqui, Carolei, que quem fica livre é o ofensor, porém, o
ofendido negou-se a perdoar. Ora, como este último devia ter perdoado e, ainda,
orando pelo ofensor, acontece agora inversamente; o ofensor arrependido é que
deveria tomar tais deveres a seu cargo: perdoar a negativa e orar pelo ex-desafeto.
– Outro aspecto do E.137 é o Poder de Perdoar, que os Anjos da Guarda têm, como
aparece com divina luz, nas palavras do MEM, que aponta claramente que o Anjo ira
resolver se deve não perdoar. Isso equivale a dizer, também, que o perdão do Anjo
despensa o ser humano da continuação do sofrimento, pela culpa relativa a cada
caso. Pode ser interessante para você, Carolei, fazer uma escala dos perdões,
seguindo a altura a quem se pede e os resultados. Para ajudar, aponto isto:
psicológica e moralmente, não há ser humano que – lá na sua consciência – não
reconheça que se deve pedir perdão aqueles que ofendemos ou prejudicamos; um
degrau acima, o Crente sincero, pede perdão cada dia a seu Anjo da Guarda, e o
ser posto por Ele – Anjo – nas melhores circunstancias para reparar e pedir perdão.
- Já vimos que, quando vem "um Ser que tem o poder de ligar e desligar", como o
MEM PHILIPPE, "cura perdoando os pecados", etc...; vimos também que (pág. 48
do I Vol.) aquele que pede perdão ao céu, após sincero reconhecimento do poder
divino, ou de seus enviados, obtém a graça da liberdade para casos como o do
estrangulador!... Vimos, também (no Com. 65 – Tema Outros Poderes Dele), os que
o MEM “operava” em virtude do Seu poder de Perdoar!...
E. 600 – P: E se a pessoa morre antes que se tenha podido reparar e pedido
perdão?
R: (de chapas) – Então, isso se torna mais complicado, menos para reparar
que para pedir perdão. Pois, quando ainda estamos deste lado, ofensor e ofendido,
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as coisas se passam mais facilmente. Mas, quando um dos dois já partiu, é preciso,
quando chegamos do outro lado, tornar achar a pessoa ofendida, e não somente
ela, mas todas as testemunhas da ofensa, visíveis e invisíveis. E, será somente
quando tais condições estiverem preenchidas, que nos será possível pedir perdão.
Como vedes, é melhor estar em boa ordem, não é verdade?
No que se refere a reparar o mal, se a pessoa a quem temos prejudicado já
partiu, só nos restará fazer a um dos nossos semelhantes o bem equivalente ao mal
causado, e, como não temos meios para medir comparativamente (com certeza), o
bem e o mal, façamos a todos os nossos irmãos o maior bem possível. Assim,
haverá em nossa conta no Banco do Destino, muito do lado do Haver; é a única
forma de podermos pagar. O Destino se encarregará então dos pagamentos por
nossa conta, e ele providenciará - mediante remessas - para fazer chegar a cada um
dos nossos credores, o que lhe devemos.
E. 392 - O Evangelho nos diz que se usará para conosco da mesma medida
que tenhamos usado para com outrem. É, portanto preciso obter do nosso irmão o
perdão das injúrias ou do mal que lhe tenhamos podido fazer.
E. 409 (fim) - Mas precisamos achar em nosso caminho a um ser que tenha o
direito de dar absolvição?
– Possivelmente, pois eis três homens: um disse do outro, ao terceiro, que era
um grande velhaco, etc..., e isso diante de grande número de pessoas. E preciso,
para que seja perdoado de tal insulto, não somente o perdão do ofendido, mas
também de todas as pessoas presentes, e ainda o de todos os invisíveis que
acompanhavam as pessoas presentes no momento da ofensa, e isso é muito difícil.
Por isso Deus manda a Terra, cada dois ou três mil anos, um ser que tem o poder
de ligar e desligar, cujos olhos lançam chamas de bastante longe para queimar tudo
que é mau e substituí-lo pelo bem.
E. 117 - O esquecimento é uma espécie ele perdão, o mais fácil. Quando um
de nossos, órgão esquece seu mal, começa a curar-se.
Com. 252 – Temos, nessa série de ensinamentos, diferentes temas para
meditar, Carolei, sendo importante o dito por Chapas, - no livro Révélations - que
completa os diferentes casos, no que a pedir perdão e reparar, se refere: entre
vivos, quando ofensor e ofendido aceitam, ou não, pedir ou outorgar o perdão; entre
um vivo e um morto (E.600) e, as penas que sofremos e as condições que nos
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retardam, quando deixamos isso para após a morte de ambos os "interessados"
(!...).
No tocante à presença, necessária para o perdão ser efetivado, das
testemunhas invisíveis e visíveis que presenciaram a ofensa, devo comentar isto: no
tema Os Processos (E. 159) dizia: "será preciso que volteis, até (quantas vezes
quantas preciso forem!) selar a paz com o vosso irmão e isso perante tantas
testemunhas quantas existiam no momento da disputa. – Por outra parte, nas E.
126, 721, 600 e 409, acha-se a necessidade da presença das testemunhas da
ofensa. Há contradição ou divergência, Carolei? - Não, o que há, são três aspectos
da mesma condição fundamental: quando a ofensa foi feita e recebida,
principalmente em função do número e qualidade de presentes (ora! ele me insultou
diante de tanta gente, até estranhos!) é evidente que muitos dos presentes nem
deram importância ao fato, mas o ofendido sim: sentiu-se vexado, ofendido ou
caluniado perante "x" pessoas de "x" importância!...
A humana e a divina justiça querem, então, que perante "tantas quantas", seja
reparada a falta! - O outro caso, é o de maior freqüência: quando a ofensa é
caracterizadamente de pessoa a pessoa, diante de seres visíveis e invisíveis -
ligados em modo habitual, especial, ou importante na existência dos "interessados”.
É lógico que em tais casos – e repito serem os mais comuns – será preciso achar-se
todos os presentes, para o Perdão.
O terceiro caso, ou modo – que se acha no E. 409 – mostra que se pode
obter o Perdão de todas as testemunhas da ofensa, sem que estejam reunidas;
coisa lógica se pensamos na posição dos ofensores e ofendidos – em geral – que na
maior parte dos casos não da especial importância aos presentes e, muito menos,
ás testemunhas invisíveis. Daí que a alma do ofensor pode servir-se dos seus
sentimentos durante a vida terrestre, para obter que peça perdão ao ofendido e,
posteriormente, ira procurar aos demais “interessados”, na Terra ou no Céu, à
medida que sua consciência do fato o torne possível e necessário. – pesada tarefa,
que será evitada se pedirmos perdão logo, quando ainda estão presentes ou por
perto, todos os seres ligados ao fato.
Com relação ao E. 409, convém ainda lembrar, Carolei, que o início do
mesmo (no Tema O Destino) nos mostrara que "passaremos por onde fizermos
passar a outrem" (insulto, dor, miséria, etc.) sempre que não reparemos diretamente,
ou que não compremos essas penas que impusemos a outros; isto esclarece com
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palavras diretas do MEM, o dito por Chapas no E. 409, com relação a fazermos a
todos os nossos irmãos o maior bem possível e ao papel do Destino na distribuição
dos saldos credores e devedores... como está confirmado, no E. 329, pelo
Evangelho.
Quanto aos Seres "cujos olhos lançam chamas” – muito notável modo de
expressão do MEM, Carolei.... – a versão portuguesa do I Vol., ao dizer "de"
bastante longe, foge um pouco à realidade, ou pelo menos vela o que o MEM
dissera: "bastante longe, ou bastante ao longe", isto é: até bastante dentro das
trevas!...
Quanto ao E. 117, Carolei, é um dos ensinamentos mais belos e profundos: já
que o ser humano não é capaz de perdoar por amor, voluntariamente, a Providência
deu-lhe o "esquecimento", para que, na medida do apagar-se nele a lembrança de
ofensas, ressentimentos, rancores, estes se transformem numa espécie de
indiferença, de inconsciência. É como se disséramos: o esquecimento é um perdão
inconsciente e involuntário... mas, na falta de causa melhor, serve para os semi-
demônios (homo sapiens) desta Terra...
Lembre Carolei, que o esquecimento, de involuntário e inconsciente, pode -
como a própria intuição e como tudo - tornar-se voluntário, consciente e rápido.
Quando sua velocidade e consciência chegam ao coeficiente do milagre, muta-se
num Poder maravilhoso. Para compreender isto bem, Carolei, veja: E. 440 e Com.
65 (Tema Outros Poderes Dele); veja H. 5, "Que Maior Poder?"; e lembre-se
daquelas palavras do MEM: "um ser, bastante puro para sacrificar-se por qualquer
de seus irmãos e esquecer imediatamente tal sacrifício, saberia tudo...".
Quando esquecemos os motivos, seja de uma paixão, vício, mau hábito ou
desavença, começam a curar-se os órgãos respectivos: fígado, estômago, cabeça,
mente e aura, etc... - Outro aspecto mais difícil: quando cada célula de um órgão
passa pelo mesmo processo e que um órgão se resigna, aceita o esforço, doença,
etc... começa a se curar, também. Quando Você, Carolei, esquece da doença do
comodismo, começa a se curar dela e a tornar-se capaz de meditar por si mesmo,
sobre este e mais ensinamentos... E - assim por diante! Assim, esquecer qualquer
mal - com exceção do que fizemos e ainda não tivermos reparado - é sempre um
bem; - por isso nos permite a Divina Providência, o "esquecimento" das
circunstâncias das encarnações precedentes, para que nos possamos.
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Curvar das feridas do passado, mediante o uso das virtudes que os nossos esforços
vão fixando em nós... (N. 162)
***
O Muito Excelso Mestre e “O D A R”
E. 63 - Não sepulteis as riquezas em cofres, mas usa i-as para fazer viver
homens, crianças ou, se não podeis, em benefício de animais, como cachorros,
gatos, pássaros, etc. Felizes os dadivosos!
E. 132 - Uma senhora diz: Sim, eu o farei. Sim, sois a única pessoa, nesta
sala, capaz de fazer isso. Pois bem, eu tenho um amigo que deu, não só o que
possuía, mas o que não possuía, fazendo divida para ajudar ao seu próximo. Ah!
Bem sei que as mães de família me responderão que tem filhos e não podem
desfazer-se, por cansa deles, de seus haveres. Eu contestarei isso, porém, dizendo
que se elas têm filhos, há crianças que não têm mãe e são igualmente suas.
E. 133 - Fazei o bem, mas é preciso que o não faças para que todos fiquem
sabendo. Se um lavrador semeia grãos, deve cobri-los com terra para fazê-los
germinar.
E. 143 - Dizem com freqüência: Oh! tal pessoa em boa e que deixou, ao
morrer, tal soma... Pois bem, efetivamente deixo, porque nada podia levar. Durante
a vida, porém, é que teria agido bem em doá-la.
Com. 253 - Os Martinistas, Carolei, costumam dizer que "o único direito que
nos assiste, é o ele dar...". Por isso, julgavam e julgam a um ser humano, capaz de
se tornar, “Iniciador”, somente quando DAR é, para ele, uma necessidade; e que,
nesse afã dadivoso, está pronto para sofrer todas as ingratidões e traições em busca
de alguns que possam recolher maior parcela, do que tem para DAR; e que, até os
menos gratos ou interessados não,podem deixar de receber em parte! Felizes, pois,
os dadivosos!, como diz o MEM. E, aquele que não pode casar, ou não consegue ter
filhos, que os adote! Ou que faça obra assistencial direta. E, se as circunstâncias os
isolam, como certas solteiras ou anciãos, então proteja-se animais. Por isso, o
verdadeiro Discípulo da via essênia, não ri nem dos cemitérios para cachorros! (N. 162) - Origem dos Ensinamentos do Tema "O PERDÃO": E. 117, do M. Papus e 721 (original) de La Réincarnation, de Papus, pág. 120. – Os E. 117, 126, 134, 136, 137. 354, 355, 392 e 409, são das Sessões de Lyon. - O E. 721, com o texto modificado na forma que citei, acha-se na 5º ed. francesa, pág. 160/161, sem indicação de fonte ("Diversas Fontes").
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Quantos, do que verberam o “ridículo” de tais sentimentos, não são úteis a ninguém,
pelo menos esforçadamente!
No DAR, como em tudo, há nuances, e deles nascem resultados de diferentes
importâncias. Dar é sempre bom. Mas, há casos como aquele de um discípulo - já
falecido - "Ayur 165", Martinista espanhol, que tornou-se Procurador Universitário na
Argentina que, em uma das muitas vicissitudes de sua agitada e romântica vida, foi
por um ano para o interior do país, plantar com duro, trabalho um campo de alfafa
(luzerna). Quando a ceifa estava por chegar, de volta de uma pequena ausência, viu
o gado do vizinho magro e mugindo ao longo da cerca, Indagou o que havia. O dono
do gado explicou: seca, campo esgotado, fome. "Ora, isso se arruma já”, disse o
Ayur! - E, com uma torquês, cortou a cerca e... perdeu totalmente sua salvação
financeira e seu esforço, para DAR vida aqueles animais. Não é de admirar, Carolei,
que o MEM lhe tivesse outorgado, mais de uma, vez, Graças e Curas, conforme
presenciei...
Por isso, quando o MEM perguntou em sessão, de 27 de abril de 1893 (E.
132) se haveria alguém capaz de despojar-se de tudo em proveito dos que nada
tem... uma só pessoa respondeu. (E acho Carolei, que o MEM, perguntou por que
nesse dia havia uma, já que não parece viável havê-la cada dia...) – Então o MEM
reconheceu a virtude dessa dama e também proclamou a de seu amigo (Chapas)
que fez dividas para DAR a terceiros, necessitados, etc.
E, para que o bem seja fecundo, deve ser “luz nas trevas”, isto é, feito
sigilosamente ou, pelo menos, sem ostentação. É... também, se esperar para
quando não precisemos mais da matéria (morte); ou quando damos só aquilo que
não precisamos: agindo, pois, como mortos em vida!... Creio que as aplicações
todas, disso, Você acha sozinho, Carolei, no que se refere a DAR: exemplo, amor,
carinho, conhecimento, tempo, gosto, objetos, e até dinheiro, a etapa mais comum,
mais expeditiva para “se livrar”. – Muito embora a mais útil, muitas vezes, com
discernimento. (N. 163)
O Muito Excelso Mestre e OS HUMILDES E ENTREGADOS
(N. 163) - Origem dos Ensinamentos do Tema O DAR: E.63, do M. Papus; E. 132,133 e 143, das Sessões de Lyon. - A história de Ayur: do meu coração e dos Arquivos da Ordem Martinista.
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Com. 254 - Tanto neste como nos próximos temas, Carolei, é preciso ter em
conta que todos eles se relacionam, como entrosam-se os fatos humanos, interiores
ou externos. Por isso, certos ensinamentos poderiam ter figurado em outros temas,
como por exemplo, o E. 227 que se refere ao Perdão... mas, cadê arrependimento
sem humildade? E assim por diante.
Do mesmo modo, os "humildes" são aqueles que estão em tal condição:
monetária, social, ou interior, pois são degraus da mesma lição: forçada, funcional, e
voluntária. Lembremos as palavras do Ser Alado ao Eleito: "Eu vim para os
ignorantes e para os pobres... - Sim, será um humilde e, essa mesma humildade
será a prova da tua grandeza aos olhos dos videntes; porque só os humildes estão
marcados com o selo do Cordeiro e os orgulhosos, com o selo da falsa luz". - Assim,
Carolei, procuremos o que nos impede ser humildes e o que nos tolhe de ter a real
entrega...
E. 227 - Não tendes lido também no Evangelho: Ninguém poderá entrar no
Céu sem ter recebido o perdão daquele a quem tiver ofendido. E, atesto-o perante
Deus, ninguém poderá achar no seu caminho a um dos que tem poder para desligar
o que foi ligado, se antes não se arrependeu.
E. 390 - Não devemos nos orgulhar com nada, a perfectibilidade vai até quase
o infinito. Devemos freqüentar aos seres mais, repelentes, não desprezar ninguém.
Já que o sopro de Deus, estando em todo ser, seria ofendê-lo.
E. 642 - Se um príncipe vos der uma CONDECORAÇAO, usai-a, para não
causar-lhe pena; é um brinco que, logo em casa, fica no canto.
E. 643 - Seria melhor que não as houvesse (condecorações).
E. 671 - Deus dá a todos seus filhos, à medida que se esforçam por viver, de
acordo com sua Lei. No dia em que, do fundo do coração, faz-se o que a Escritura
ensina, o Céu nos dá luz e conhecimento, e isto: desde a vinda do Cristo.
E. 672 - Não precisamos de ninguém para nos instruir, por que temos em nós
tudo quanto é preciso para fazer crescer a plantinha que está dentro do nosso
coração. É apenas o orgulho, o egoísmo, a maldade, que a sufocam e a impedem
de se desabrochar.
E. 673 - Nosso coração é como uma choupanazinha sobre um terreno ruim.
Devemos, por meio de transformações, de embelezamentos sucessivos, fazer dela
um palácio. Devemos também melhorar o terreno que a rodeia; para que seja digno
dos materiais que servem para edificar esse palácio no qual o Senhor virá morar.
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E. 719 – O orgulho: é o próprio homem; é impossível vencê-lo. Por isso o Céu
nos pede somente que amemos ao nosso semelhante.
E. 720 - O orgulho está sobre a nossa cabeça; ponhamo-lo sob os nossos
pés.
E. 25 - É preciso calcar o amor-próprio aos pés. Aqueles dos que ninguém
debochou não podem ir para o Céu.
E. 31 (parte) - A humildade é necessária para que a prece seja ouvida.
E. 306 (parte) – Eu sou o cão do Pastor e o menor entre vós.
Com. 255 - Nos E. 642 e 643 estão: a vaidade a combater e a humildade a
cultivar, para aceitar sempre aquilo que, se recusado, magoaria. Seria melhor,
entretanto, não existir o cultivar da vaidade. - No E. 671, a humanidade e a entrega
já surgem juntas e inseparáveis, em aqueles que desejam seguir o que Cristo viveu
e deixou; e, o MEM aponta os resultados infalíveis!... por ser promessa do Senhor. O
E. 672 da à pragmática a seguir e o 673 o motivo espiritual do esforço a fazer, e a
Meta!...
É bem verdade que, no E. 719, o MEM aponta que o orgulho é o próprio
homem: transcendentalmente, porque o "ego"... só subsiste enquanto houver ego-
ismo! - desejo de separatividade, de sentir-se um "eu" independente e não "entregue
até à fusão” á vontade do Pai! - Mais perto de nós, o orgulho é o âmago da nossa
modalidade; por isso sempre ensinei: "a vaidade é o verme mais junto à semente, na
fruta humana". Ê o último que parte, já que foi o que nos criou, sendo o que nos
mantém separados: individualizados. Por isso, reconhece o MEM: O Céu nos pede
somente (sabe que para mais não damos, mas, tampouco concorda com menos!)
que amemos ao nosso semelhante. E, nos E. 720 e 25, o MEM torna a nos apontar
o meio: calcar o amor-próprio (amor de nós, mal entendido) aos pés. E, subindo
novamente, ressalta que sem ter sido objeto de escárnio, ninguém vai para o Céu!
Nem a prece sem humildade!
E, agora que já vimos (só nos falta realizá-lo, Carolei) o que precisamos como
humildade, vejamos diferentes modos de entrega:
E. 499 (quinta-feira, 27 de dezembro de 1894) - Uma mulher chega,
carregando uma criancinha, de um viúvo - de duvidosa conduta - que ela cuidava
desde alguns dias, e diz não poder conservá-la por mais tempo, visto ser uma carga
pesada demais. Uma mulher doente e sem trabalho, pede então para ser designada
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para tomar conta; O MEM PHILIPPE, vendo tal dedicação, diz: "Sereis a mãe e eu o
pai e a felicidade estará em vossa casa".
E. 221 - Bem que tendes vistos nas Escrituras esta palavra:
"Que aquele que me ama deixe-seu pai e sua mãe e sua irmã, e o marido sua
mulher, para seguir-me." Tendes compreendido o que isto quer dizer?
Não é refugiar-se nos conventos para deixar passar a vida ali. Não é que eu
queira falar mal dos conventos. Existem, é preciso respeitá-los. Mas para nós, por
exemplo, um pai morre e deixa seu patrimônio a partilhar entre dois irmãos.
Ligeirinho, cada um irá querer a metade. Pois bem, se um gostar de ter mais do que
a sua parte, é preciso que o outro lhe dê, e ainda mais, até que fique sem nada. Está
claro, sua família o chamará de insensato; mais tarde: seus filhos o amaldiçoarão
por havê-los despojados. Isso não tem importância. É assim que me pode seguir
deixando aos seus, e, como tudo torna a ser achado, os bens doados são
devolvidos aos filhos daquele que deles dispusera.
E. 28 – Nunca manifestar a própria tristeza; ocultar-se chorar; sorrir por fora.
É preciso ajudar a todos sem, preocupar-se em saber se aquele a quem se ajuda é
um bêbado, um ladrão, etc. Não fazer sofrer a ninguém. Nunca usar da espada, nem
com um diabo; agir pela doçura.
Com. 256 - Que pela lição, Carolei, na qual o MEM, sem uma palavra de
reproche à primeira das mulheres, premia a real entrega, a dadivosidade generosa,
da segunda e, como ele declara logo os efeitos que isso irá produzir, por ter sido
sincero e espontâneo, e feito com sacrifício sem teatralidades! E que forma mais
completa e singela, nivelando-se com a humilde mulher, a, que toma o MEM para
anunciar que Ele assume a Proteção daquele lar!
Já, no E. 221, a coisa muda de figura. Após apontar, muito delicadamente,
que convém ficar na vida ativa e coletiva, mostrar qual o modo em que age um real
entregado que, sem egoísmo, despoja-se do que lhe tocava "legalmente". Assim
também é como, em casos reais, a Providência toma conta dos seres que
dependiam daqueles que partiram a serviço da Humanidade, do Pai, etc... com real
entrega. Cuidado, Carolei, essa palavrinha "entrega" é cheia de espinhos!... até vive-
la, depois é balsamo de tranqüilidade.
Mas, no pequeno esforço de humildade e entrega conjugada, que boa parte -
para não dizer: todos - poderiam realizar, o MEM nos mostra, no E. 28: o entregado
confia no consolo superior e no "amanhã", por isso não exibe tristeza nem lágrimas;
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sempre sorri, para estimular aos outros. Não julga nem condena e, se um bêbado ou
ladrão vem nos pedir alguma coisa, esse nos foi entregado para que o ajudemos,
Carolei. - Só fazemos sofrer aos outros por orgulho, por egoísmo e por falta de
humildade, então...
- E como aponta o MEM, a doçura e a paciência farão mais e melhor, do que a
espada: violência em todos os aspectos. As muito raras exceções aparentes são
casos puramente defensivos, sem ferir ao outro, ou, quando Os que sabem
percebem ser mais útil para o ser, a morte ou a doença, como naqueles casos de
Balança do MEM: “... te retirarei a saúde e morreras!...”: Era uma graça também,
morrer, já que assim não seguira no caminho que leva ao pecado contra o Espírito
Santo...
Lembremos à entrega e humilde totais do MEM, expressas no E. 306. -... Era
o MAIOR porque aceitara e realizara ser o menorzinho, sempre... (N. 164)
* * *
O Muito Excelso Mestre e A CARIDADE
Com. 257 – Para lembrarmo-nos logo, Carolei, da importância que Jesus e o
MEM atribuem a caridade, ressaltarei já que, na sala das sessões estava a Estatua
de Caridade, como símbolo permanente do que se devia praticar. No tema OS
ANJOS, foi lembrado também, pelo E. 164, que para poder "pedir e receber", é
preciso que "mudemos para um "departamento" que, não nos custe muito caro”, isto
é: que do apartamento do egoísmo ou da indiferença, em que costumamos morar,
mudemos para o da caridade, que não nos custara já que dando é que
receberemos,.. E, no tema Jesus, o Salvador dos Pobres, o E. 267 nos mostrou que,
respondendo o M. à pergunta "como fazer para conseguir a Luz?", disse: “E preciso
ter caridade. - ... Pois bem, por que duvidais sempre do amanhã? Jesus veio e,
estabelecer o reino da caridade e eu vim para completar as suas leis".
Se lermos a Epístola de São Paulo aos Coríntios, 13: A Suprema excelência
da caridade veremos o ímpeto ígneo com o qual o apóstolo situa a condição
(N. 164) - Origem dos Ensinamentos do Tema HUMILDES E ENTREGADOS: O E. 499 é outra
das Jóias que devemos a Marie E. Lalande, em Lumière Blanche, pág. 48. Os E. 25, 28 e a parte citada do E. 31, são do M. Papus. - Os E. 221, 227, 390, das cessões de Lyon. – Os E. 642, 643, 671, 672, 673, 719, e 720 são das "Diversas Fontes” da 5º edição francesa. – “A Encarnação do Eleito”: ver pág. 54 do I Vol.
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inexorável de ter caridade para ser espiritualmente, já que no versículo segundo
disse que: embora tivesse fé, da que transporta montes, e não tivesse caridade,
nada seria! - Vejamos agora como São Mateus ilustra as palavras do Senhor e,
depois, "completando suas leis", o MEM nos mostrara por onde começar, e como
fazer a caridade nos diferentes setores ou planos da existência. .
E. 595 – “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos
anjos com ele, então se assentará no trono da sua gloria; e todas as nações serão
reunidas diante dele... e porá as ovelhas a sua direita, mas os bodes à sua
esquerda... Então dirá o Rei -aos que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de
meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do
mundo. Porque ... - Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te
vimos com fome e te demos de comer? ou com sede e te demos de beber? E
quando te vimos estrangeiro e te hospedamos? ou nu, e te vestimos? E quando te
vimos enfermo, ou na, prisão e fomos ver-te?
"E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que, quando fizestes a
um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
"Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: apartai-vos de mim,
malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos; porque tive fome
e não me destes, etc... (pois) em verdade vos digo que, quando a um destes
pequeninos o NÃO fizeste, NÃO o fizestes a mim."
E. 623 - Para ser caridoso, não é preciso despojar-se de todos os seus bens;
mas o que é necessário, antes de tudo, é amar ao próximo, não julgar a ninguém,
nunca criticar e nunca falar mal dos ausentes.
E. 624 - Quando fizerdes esmola, faze i-a na sombra e sem esperar uma
recompensa do Céu, pois, se tiverdes tal pensamento, vos pagais a vós mesmos.
Porém, fazei a esmola com bondade, com uma causa devida a um irmão.
E.150 – É muito fácil obter o que pedis. Vós o podeis tanto quanto eu.
Prometei ter caridade e não querer mal a ninguém. Muitas vezes, tende queixas
contra alguém, e, durante infinito quase sempre, guardais ressentimento contra ele e
dizeis: "essa pessoa me fez isso". Por que não deixar de lado o que já passou e
voltar sempre sobre uma coisa enterrada? Não se desperta aos mortos. Se não
esqueceis, não faleis a ninguém desses rancores e procureis esquecer perdoando.
Infeliz do que deseja a morte a alguém; é preciso tocar-lhe a vez de que leve sobre
ele o mesmo desejo.
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Com. 258 - Desde o E. 623, o MEM já nos aponta que a Caridade não é, nem
pode ser somente material, pois esta é a mais fácil e o E. 624 mostra que ela é coisa
que devemos (solidariedade) e que até há modos de fazê-la que é um
autopagamento! – A Caridade deve pois ser exercitada, treinada, por nós, em outros
modos além da material. O E. 150 é bem claro no caso: comecemos por fazer a
caridade aos desafetos, perdoando e esquecendo. Quanto à última parte, ressaltada
no E. 150, ela até causou uma quase divergência com um dos revisores da
tradução, que não queria deixar a expressão "que levem sobre ele"; MEM dissera,
em francês, "on porte sur", deixando assim margem a nossa meditação sobre o fato
duplo: psicologicamente, formularão sobre ele, isto é, com respeito, em relação, a
ele, o mesmo desejo (que mora!). Mas para os que vão além da pura conversa
filosófica que tanto encanta aos cultos discutidores nas trevas, o fato é, também, que
levam sobre ele: cobrem-no ou cobri-lo-ão um dia, com o mesmo material vibratório,
com a mesma onda atrativa de desgraça, a força do verbo negativo, a quase que
maldição, no sentido técnico do termo, cairá sobre ele. Esse, o mistério do E.150.
Também no tema dos ANJOS, já o E. 138 nos dissera que: sem Caridade
ninguém vê o seu eu Anjo da Guarda; que ninguém entra no Céu sem ela; e que,
também, o rico deve ter a caridade de dar ao pobre e, este, de não, invejar ao rico. -
Prossigamos no estudo que o MEM nos legou:
E. 153 - Poderemos nos governar sozinhos, quando tivermos a Caridade mas,
para isso, precisamos esquecer as queixas e não desenterrar os mortos, isto é, não
reprovar em outrem, durante anos, as mesma coisas.
E. 169 - Só vos peço uma coisa: amai ao próximo, não tenhais nenhum
rancor, nem idéia de vingança. Para que desenterrar os mortos e volver as penas
passadas? É preciso andar para frente, sem olhar para trás. Quereis que vos diga o
que é preciso fazer para ser sempre feliz? É preciso pedir a adversidade e jamais se
queixar dela.
E. 249 - Ser feliz, sim. Todo mundo quer ser feliz, e para sê-lo, é preciso pedir
adversidades. Assim quando orais e dizeis: "Que seja feita a Vossa Vontade", dizeis
o que não pensais, pois que a Vontade de Deus é que sejamos provados. Bem que
pedis graças, favores, para vós e os vossos, mas dos vizinhos não falais. Se eu
fosse rico, gostaria de ter um palácio para alojar a miséria, já que ninguém a quer.
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E. 716 - Ele – O MEM PHILIPPE - condenava, acima de tudo, o orgulho e o
egoísmo, ou melhor, não condenava tais defeitos, mas assinalava-os como grandes
obstáculos ao nosso progresso.
Dizia: "O Céu desconhece os orgulhosos". "Se não fordes até aos pobres e
aos humildes, como virão os Anjos até vós?". "E preciso que exerçais a caridade
para com todas as formas da vida: para com os semelhantes, animais e plantas; é
preciso ser caridoso para com a adversidade que o vosso vizinho repele, para com
os descobrimentos e as invenções que deveis espalhar gratuitamente, já que os
tendes recebido gratuitamente; para com as leis que vos ferem - no vosso parecer,
injustamente - posto que se as evitais, caíram então sobre o vosso irmão, e que o
vosso irmão sois vós mesmos”.
Com. 259 - Nos E. 153 e 169, confirma o MEM a caridade que perdoa e
esquece; logo, sobe bem mais alto, mais difícil para nós, já que deveríamos poder
pedir adversidades: voluntariamente, e não sem sabe-lo, como fizemos com o Pai
Nosso, o que comentarei no tema A PRECE. Mas, Carolei, com que poder do
coração e que graça de poeta gostaria o MEM “ter um palácio para alojar a Miséria!”.
Coloquei a maiúscula para Você, Carolei, perceber que a Miséria é, como O Destino,
como o Sofrimento, como A Prece, etc., um Ente, uma Função cósmica, fato que o
MEM apontou discretamente, na sua poética frase, que também é grito de angústia,
ao ver que ninguém a quer! A Ela, que é uma das mestras mais sábias, de ação
mais fecunda! Eu, que já passei pelas suas lições: da miséria imposta; como da
voluntária, alternadas com as fases da comodidade e da opulência, e que olhei,
tanto em mim como em milhares de seres, quanto produz ela, de rebelião e de dor,
de compreensão e de humildade, acho que, de fato, deveríamos lhe erguer um
palácio! Não é Ela, também que gera – infelizmente pelo temor, já que não é ainda
possível por amor -desde as: medidas de proteção individual e social, até o saudável
temor à miséria coletiva, nas suas reações - também coletivas!? – Por isso meditar
no – E. 7l6, tão completo e rico, será necessário, para que o mecanismo total da
Caridade, desde seus aspectos da vida de relação entre Anjos e Homens, até o
problema de solidariedade, mesmo que solidariedade, mesmos que involuntária
surja ante si, Carolei!
E. 372 – Todos vós procurais à confiança, a ter confiança, a fé. Não é isso
que se deve procurar. Por mais que peçais, se não tiverdes caridade no vosso
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coração, não a achareis: é preciso que semeeis a semente que é a caridade e
colhereis a fé. A caridade não consiste em despojar-se de tudo quanto se tem: ela
consiste, em todas as coisas, em na o fazer a outrem aquilo que não gostaríeis que
vos fosse feito. Em todos os vossos atos, perguntai-vos se gostaríeis que assim se
fosse para convosco.
E. 215 – E sabeis por que não ficará cego este homem? Ele fez em certa
época, embora sem ser muito generoso, certa coisa bastante boa, e essa "alguma
coisa" lhe atraiu a proteção de Deus.
Por isso, vos digo; fazei tudo quanto podeis, pois se na vossa contabilidade
não tendes muito do lado do “haver”, nada achareis do lado do "deve". Pois será
tomado àquele que nada tem para entregar a quem já muito tem. A quem tem muito,
será dado mais ainda. E muito simples, Não sei Se estais me entendendo.
R. 224 - Quantas vezes dizem os pais os filhos: Presta bem atenção, meu
filho ou minha filha, não freqüente companheiros inferiores a ti. E todos vos, que
aqui estais, tendes ouvido isso das vossas mães. Então, se aqueles que estão
acima de vós disse o mesmo, a quem se freqüentaria? Aquele que não tem caridade
não entra no Céu. A esperança e a fé nada são sem a caridade.
E. 394 - E o orgulho que produz a antipatia. Duas pessoas não são
antipáticas no mesmo grau; é o inferior que tem antipatia pelo superior. Se tais
pessoas fossem do mesmo grau de adiantamento moral, não haveria entre elas
antipatia nenhuma, mas pelo contrário simpatia. Muitas vezes é a matéria e não o
espírito que é antipático. E pois preciso que o superior seja caridoso para com o
inferior, porém raspando um pouco profundamente ao melhor dos homens, acha-se
o bruto, isto é, a maldade.
E. 210 - Não se deve temer o freqüentar alguém pior que nós mesmos, pois
não acreditais que como diz a Igreja, ao se por uma fruta ruim junto da boa, se
possa estragar as boas.
Não é assim com a alma. Alguém abaixo de vós subirá até vós, e fará ainda
subir, a vós mesmos.
Com. 260 - Que chave, Carolei, a do final do E. 372! - E, que prova do poder
dessa chave, o caso 215! - E, adiante, quantos de nós precisaríamos, para aspirar a
ser "discípulo", ou a algum progresso espiritual e moral, procurar viver o E. 224, e o
394, sendo que o último tem chave dupla: a da causa de certa antipatia que, quando
vem de baixo, é um modo de inveja, consciente ou não; e, quando parte de cima (?),
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é tão somente falta de compreensão do dever de benevolência – que é o início da
caridade do superior para o inferior - como ainda a lição: por “superior” que vos
considereis com relação a outrem, não esqueçais que basta vós “raspar” um pouco
– a pele, o amor-próprio, os gostos, as comodidades, ou as necessidades e
instintos, ou as opiniões – para surgir a besta! , o bruto. Que falte lugar no
transporte, pão ou manteiga, que peque o fogo num cinema, etc... e surge o bruto! E
até com menos “necessidade”! É bom então, treinar o oposto em nós. - O E. 210
mostra, aliás, que cada vez que um "inferior" nos permite, nos brinda, a oportunidade
de sermos caridosos, benevolentes, solidários (?...) conscientemente ele nos faz
subir! – E, como um exemplo da existência de seres que têm a caridade a caminho
dessa poesia do coração e da alma, da qual o MEM nos permitiu contemplar uma de
Suas Centelhas, preferirei um belo caso vivido há muito tempo...
H. 26 - Anjo ou Homem?..
Buenos Aires, 1917. Estudante universitário, dedicado já aos aspectos místicos da vida, tinha
também um refúgio noturno, misto de penha literária e de cova de jovens filósofos, na casa de uma
mulher que foi a minha "amante espiritual" - se a expressão cabe, pois nada material houve entre nós
- russa, filha da primeira mulher que, em 1905, foi deportada para a Sibéria, como promotora de
rebelião feminina. Mas, isso é outra história...
Costumava recolher-me de madrugada, embora as sete da manhã estivesse já no Laboratório
da Faculdade, como substituto do Preparador. Numa dessas madrugadas de inverno, nas quais as
ruas de inverno estão desertas cedo, eu atravessava um bairro industrial, a caminho de Retiro, onde
pegaria um trem.
De repente, a certa distância ante mim, um homem (?) que me precedia em meio quarteirão.
Usava a capa preta e o "chambergo" (chapéu de abas largas), que os artistas europeus antes, e
Alfredo Palácios na Argentina, tornaram celebres; e que, muito antes, usávamos... em certa
Sociedades Iniciática de outra era. O desconhecido era bem físico, pois, seu passo e o meu ressoam
com aquele tom claro e seco das noites frias, sobre as calçadas de pedra.
Não poderia - até hoje- dizer por que, mais esqueci do meu caminho e me pus a seguir a
esse homem, como se segue (aos 17 anos!) a uma mulher bonita! - Em certa rua, ele parou e
agachou-se, parecendo arrumar alguma coisa, na sombra de um portão grande, da Fábrica Nacional
de Fósforos, cujo edifício creio que ocupava todo aquele quarteirão, - Detive-me, para não encurtar a
distância, num gesto instintivo, ou guiado?
Quando ele recomeçou a andar, prossegui também e, ao chegar à cavidade do portão, me
detive, para contemplar um quadro altamente emocionante: num dos ângulos, o mais protegido
contra a aragem fria, uma mocinha, possivelmente de uns doze ou - treze anos; dormia; sentada e
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encostada àquele canto. Com parte do seu pano de pescoço e do casaquinho, procurara, antes de
adormecer, abrigar o mais possível à irmãzinha, de uns quatro a cinco anos, que dormia contra ela...
E, a esse casaquinho, o desconhecido prendera, com um alfinete: uma nota de dez pesos (muito
dinheiro para um artista, se o era?) e UMA ROSA....
Fiquei tão emocionado, Carolei, que demorei em procurar o meu desconhecido! Ainda o vi
dobrar uma esquina... apressei o passo... mas, quando lá cheguei, não se via já ninguém. Esperei,
olhando se alguma luz revelava uma chegada recente, em algum dos prédios. E, com pesar até hoje
não dissipado, nunca mais achei aquele homem (?). Como deveria ser delicada aquela alma! -
Momentos e lições assim, se não esquecem, Carolei! (N. 165)
* * *
O Muito Excelso Mestre e A PRECE
E. 743- Se não podemos orar, é porque temos negligenciado faze-lo, em tempo
oportuno: quando tudo ia bem/
E. 31 (a) - O que faz com que Deus não ouça a prece de todos os que oram, não é
que Ele esteja longe deles, mas são eles que estão longe dele. Deus está em toda
parte.
E. 607 - O MEM PHILIPPE dizia também: "Para orar, é preciso primeiramente
recolhei-se, de modo a que todo o vosso ser, todo o vosso espírito, ore convosco e
saiba bem”.
V. 23 – Os pequenos Seres da Natureza sempre podem orar: não têm a nossa complicada
mente!...
É útil orar, não para aliviar os nossos sofrimentos, mas para pedir força,
coragem. A nossa prece nem sempre é ouvida, e, felizmente assim é, pois se Deus
ouvisse todas as preces, elas amiúde O ofendiam. Porém é útil orar porque isso nos
conserva alentados.
(N. 165) - Origem dos Ensinamentos do Tema A CARIDADE: Os E. 150, 153,169, 210, 215, 224,
372e 394, são das Sessões de Lyon. - Os E. 623 e 624, das "Diversas Fontes", da 5° ed. francesa. - O E. 595, do Evangelho e, o E. 716 são palavras, do MEM PHILIPPE, transmitidas por Sédir: v. pág,-73 do I. Vol.
Fig. 13
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DEIXAR DE ORAR, É NÃO MAIS PODER ORAR UM DIA! - E, além disso, nossos
inimigos ficam assustados. - Se sabe que oramos, não ousa mais atacar.
“Só se deve pedir (para nós, Carolei) quando os sofrimentos, tornando-se
intoleráveis, nos impedem de agir”.
E. 384 - P: Se a gente quer levar a Uma pessoa para o bem, mas ela nos
afasta constantemente ou faz pouco, que fazer?
R: E a luta do bem e do mal, e para ser bom soldado, é preciso fazer
exercício. As pessoas de quem falais o que são?
– Estão na religião.
– Sim, porém na religião há diversos caminhos. Assim um mau sacerdote vos
dirá, se tendes dificuldades com alguém: "devei defender os vossos interesses:
deveis defender a vossa causa". Um bom sacerdote vos dirá: "Se discutir assuntos
de interesse, e vos pedirem alguma coisa, dai mais ainda." Quais dos dois ouvirão?
– Aquele que disser que se dê mais ainda.
– Ah, muito bem, segui essa lei, que é a do Cristo. Amai vosso próximo como
a vós mesmos, não há outra coisa a fazer, e quando orardes, que seja do fundo do
coração. Para podê-lo faze-lo assim, é preciso estar num cômodo especial, e então
achareis à calma.
Aquele que não tem coisas graves demais a se reprochar, e que tem as mãos
limpas, pode estar em paz consigo mesmo e orar com resultado. Esse, pode pedir;
será ouvido.
Com. 261 - Inicialmente, Carolei, surgem assim ante nós as condições
negativas: as que nos impedem orar e, as que obstam que nossas preces sejam
ouvidas. Aliás, o MEM declara que é um bem, pois que todas aquelas que pedem
coisas injustas, impossíveis – em relação à condição ou circunstâncias -, coisas
egoístas ou de alguma forma opostas à Lei, são outras tantas ofensas a Deus. Há
certa analogia, com a vida humana, quando pedimos a um egrégio musicista que
toque peças cacofônicas, ou ao queremos subornar ou enganar, em proveito
próprio. Mas a culpa e maior, por ser para com Deus, que – por meio de seus
Agentes Virtuosos. – tudo vê...
Sobra só, como mostra o MEM, em tais casos, o fato de que, pelo mesmo ato
de orar, reconhecemos um Poder acima de nós, o que é gesto de relativa
humildade, afastando ao "Inimigo". Especial atenção merece o final do E. 607, por
parte da "triste tropa" que vive em lamúria que ousa apresentar como prece! E, o
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MEM dá, claramente, o modo de discernir quando pedir por nós: quando não
podemos mais agir, isto é: quando corremos o perigo de perder utilidade coletiva,
caso que torna então o nosso pedido menos egoísta e mais justificado.
No E. 384, além de sutis indicações iniciais, a resposta final é rica em dádivas
do MEM: seguir a lei do Cristo. - Amar ao próximo, único caminho e, orar
espontânea e profundamente quando colocados no estado de oração (cômodo
especial). Logo surge a indicação de ter as mãos limpas, que iremos precisar tanto,
neste tema e nos imediatos, que vale a pena meditar o que diz ali!
Outras condições necessárias para orar:
No E.384, Para que o Céu nos ouça, e preciso que amemos aos nossos
parentes, (Deste ensinamento, Chapas também transmitia a versão: ... é preciso que
não detestemos aos nossos parentes.)
E. 737 – Se quereis que o Céu ouça as vossas preces, amai ao vosso
próximo como a vós mesmos, não tenhas rancor contra ninguém, não faleis mal dos
ausentes.
E. 752 – Na prece, não se agradece bastante – NÃO SE AGRADECE
BASTANTE!
E.714 – Qualquer um que recita “Pais Nossos”, assim mesmo está na Via,
porque evidencia um gesto de humildade à matéria, humildade necessária para que
a nossa prece seja ouvida.
E. 751 – Quando se tem confiança, está permitindo pedir pela parte material.
– É permitindo pedir pela (vida) material quando se tem confiança na prece.
E. 548 – Pela manhã, deve-se pedir a Deus que abra o nosso cérebro, nossos
olhos e os nossos ouvidos.
E. 734 – Deus disse: “Quando estiverem todos reunidos em meu nome,
estarei no meio de vós”. Isso quer dizer que quando o coração, o cérebro e o espírito
estão de acordo para orar, Deus está conosco para nos dar aquilo que precisamos.
Com. 262, O fato de existirem duas versões do E. 742, nos da a medida dos
extremos: para poder orar e ser ouvido, é preciso amar aos nossos pais e parentes
(em francês tem esse duplo sentido) ou, pelo menos, não odiá-los! – Tal estado de
animo estende-se, no E. 737 aos nossos demais irmãos... humanos, especialmente
quando ausentes 1
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Do E. 752, também há duas versões, muito sugestiva: O ser humano nunca
agradece bastante: nem na prece (intensidade), pois, em verdade lhe digo Carolei,
que deveríamos agradecer continuamente, já que em qualquer instante nos dão
muitas vezes mais do que damos: durante qualquer dia de nossa existência, nos dão
a vida, a luz, o ar, as forças ambientais, o conforto que séculos de civilização
fizeram, as comodidades da era, as informações da data, as oportunidades, lições,
prazeres e penas da jornada, a proteção da policia, da esposa, do Anjo da Guarda e
não sei mais o que...nem o que foi que demos ao findar o dia! Não é de se
agradecer incessantemente!? – E, para os que querem ser discípulo do MEM, direi:
é preciso agradecer muito, durante o dia, para poder ter o direito de agradecer em
prece; é preciso esforçar-se a folha para virar pétala e ter o direito de elevat seu
aroma!... – Assim a Gratidão, na Prece.
O E. 714 confirma o que já comentei do que “sobra” como parte aproveitável,
nas preces mecânicas, rotineiras, dos que recita orações, como diz o MEM como
termo tão eloqüente!
Com as duas versões do E. 751, torna a acontecer o caso dos E. 742 e 752.
Quando se tem confiança durante o dia todo, e prova-se tal confiança pelos atos,
então à confiança manifestada na prece é ouvida e bem acolhida. No pior dos casos,
há os que têm confiança na prece somente. Os reais seguidores do MEM têm
confiança: em si, na vida, na prece, nos Anjos e Acima...
O E. 548 é um pedido para que o dia a ser vivido não passe “na branca
nuvem”, da nossa inconsciência, indiferença ou desatenção. Finalmente estamos
aqui para isso apenas: ouvir, ver, sentir meditar e compreender: o que precisam os
nossos semelhantes e o que espera de nós – como colaboração voluntária – o Pai!
O E. 734 revela um dos aspectos misteriosos das palavras, tão citadas, do
Senhor – a Quem o MEM chama: Deus – e nos dá uma poderosa chave técnica da
oração, que outros ensinamentos esclarecem mais ainda, adiante, em forma de tal
que “todos” passam a ser mais pormenorizado que seus Delegados gerais citados.
Conselhos para orar:
E. 205 – Sabeis por que Deus não ouve sempre a vossa prece? Amiúde vos
meteis na vida do vizinho e falais dele e, quando orais, sois distraídos, pelo que
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tendes podido dizer dele. Há um provérbio que reza: “Dize-me com quem andas e
dir-te-ei quem és.” Isso tanto se aplica a alma como ao corpo, e a nossa prece não
pode ser ouvida senão conforme o nosso espírito estiver menos ou mais distraído.
E. 746 – Repetir (reiterar) a prece, porque somos desatentos e, muitas vezes,
uma silaba só, é ouvida.
E. 747 – Durante a prece, não preocupar-se com as nossas sensações
interiores.
E. 31 (b) – Se a prece for ouvida o sentireis por um estado especial de
exteriorização, de luz interior, mas não por sopros ou tremores físicos.
Com. 263 – Além da reiteração relativa à maledicência e seus maus efeitos
morais e na própria prece, o MEM nos mostra que há um convívio: social, moral,
vibratório, astral, que pode – quando não suficientemente pucro ou puro – afastar de
nós a possibilidade de que a nossa prece seja elevada até as regiões da pureza, em
que pode ser ouvida. Isto tornar-se-á mais claro, quando virmos quais os seres que
ouvem as nossas preces, em diferentes níveis. O E. 746 parece muito claro. No
entanto, Carolei, sei por experiência própria e em muitos dos que amigo convivem, o
trabalho que da para a gente perceber a realidade vivida desse fato, e a importância
generosa dessa indicação do MEM!, que mostra-nos haver preces nossas nas quais
fomos conscientes, concentrados, humildes e atentos, somente DURANTE uma
silaba!...
Contrariamente a meditação ioguística, na qual o discípulo está atento a
quanto acontece dentro e fora dele, na Via Essênia, o que importaria é: entrega
espontaneidade; se possível: amor! Por isso, seria contraproducente estar a se
observar, tanto quanto o seria ficar esperando “fenômenos”, tais como sopros ou
tremores físicos, que são apenas indicadores de mediunidade ou da aproximação de
seres pouco elevados do astral, etc...
A elevação devocional ou, em outros casos, a expansão espiritual da nossa
consciência psíquica – e da aura em conseqüência – produzem o que o MEM
mostra no E. 31 –b, sendo que há casos nos quais outras sensações habituais em
que ora, se produzem ao nível de certos, plexos, etc. – porém não chamam a
atenção, nem – muito menos – interferem no estado de oração. A este respeito,
achar-se-ão indicações nas “Orações” que já citei em outros temas. – No As Duas
Vias, a pág., 24, dei uma outra versão do E. 747: “não prestar atenção às”, em lugar
de: “não preocupar-se com”. Ambos os sentidos completam-se, também.
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Promessas e seus efeitos
E. 365 – Deve-se orar sempre. O céu nos diz que peçamos. Ele nos prometeu
que receberíamos se pedíssemos o pão de cada dia. Se o que pedimos é útil, se o
pedido parte do coração ser-nos-á concedido.
É muito difícil orar, e todos nos sentimos isso. Eles porque somos levados a
fazer promessas. Mas, foi-nos dado antes da promessa ter sido ouvida? Não. Diz-
se: Tenho muito tempo para ver, e depois, então, orarei. Isso e um sinal de grande
confiança.
Sim, deve-se orar para aprender a orar. Ensina-me uma prece para a
criancinha fazer: quando já se tornou velhote, ela se lembra dessa prece que os
seus pais lhe ensinaram aos dois ou aos três anos de idade, e será quiçá a única
coisa que lembrara da primeira infância. Porém essa prece, cada vez que a criança
a recitar, será creditada a seus pais. Fazei o bem, e os vossos ancestrais se
beneficiarão daquilo que tiverdes feito. Nunca deveis enrijecer contra o bem se
quiserdes ir para a luz, para Aquele que vos mandou sobre a Terra. É preciso passar
com calma e resignação pelas adversidades, aborrecimentos e tormentos que Ele
vos manda.
Com. 264 – Ninguém, pois, poderá se deixar se não recebe o pão que não
pediu: uma das condições para ter sempre alimento, para o corpo, como para o
coração ou a mente, é ter a humildade de pedi-lo e a gratidão por cada parcela
recebida. – E, quando pedimos seja lá o que for, façamo-lo sempre em modo
condicional, pois não podemos saber se o mais útil é aquilo que pedimos; que parta,
pois, do fundo do coração, não somente a intensa suplica, mas, também, a sincera
aceitação da solução que for dada “por esse Pai tão bom que bem sabe do que
precisamos”, como sempre repetia o MEM.
Já comentei antes, Carolei, a pena que tenho dos que não tiveram a
felicidade de uma educação religiosa, e da parte essencial da mesma: o exemplo da
devoção e da entrega no lar em que se criaram! - Essa posição é, pois, confirmada
Pelo ensinamento 365, que mostra bem o enorme valor da semente da prece
infantil. Das "Orações do monastério", citarei uma prece que escrevi certa vez, para
a primeira criança que lá residiu (Palomita), e que poderá servir de modelo aos pais,
para mostrar como inculcar aos pequenos a existência das leis de Deus e o respeito
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a todos os modos da existência; e aos próprios pais (que devem procurar merecer
tal respeito!...).
"Querido Mestre AMO: Olha que eu sou residente, sou pequenina, mas faço
tudo o que posso para que todos estejam sempre contentes comigo”.
"Também Te peço, querido Mestre AMO, que aqui todos estejam sempre com
saúde, contentes entre si, fazendo tudo o que te agrada”.
“Também Te peço querido, querido mestre AMO, que haja Sol ou chuva,
conforme a terra, os bichinhos e as plantinhas precisam.
“E também Te peço, querido Mestre AMO, que me ajudes a ser como papai e
mamãe, que já são grandes e fazem tantas coisas boas e bonitas".
Há nessa oração, que foi vivida por mim num estado todo especial, certo ritmo
e certo laço, certa Bênção recebida, que a torna muito Útil. Inclusive para a
meditação dos "que já são grandes”…
– Há outras preces nossas, para as Crianças, com relação aos Anjos, para
outras horas do dia, ou para alternar, pois deve-se evitar a rotina, para que a criança
não recite orações!
E. 750 - Inútil orar pelos mortos; não sabemos onde estão.
E. 738 - Os vivos precisam mais de orações que os mortos, mas se tendes
prometido dizer ou fazer preces, cumpri a vossa promessa e, se prometeis alguma
coisa a Deus, o Céu só vos atenderá quando tiverdes cumprido o prometido.
Com. 265 - Quem é que sabe se os "seus" (?) mortos estão no paraíso, ou
fora de possibilidade de serem ajudados, ou já reencarnados? - Vimos que os
mortos que oram em vidas, são os que ajudam os vivos... que muito mais precisam
(E. 738)... porém o que o MEM visa, é fazer com que levemos a sério as Promessas
que fizemos e, Ele que tão direta e constante relação tinha com O Céu, mostra-nos
que nesse céu a Justiça é bem administrada...
Será oportuno tornar a meditar o Com. 76, relativo às Promessas escritas do
próprio MEM. E, sobre este assunto de escrever o que prometemos ao Céu, também
deriva-se daí uma regra de vida que formularia assim: “Nunca dizer o que não
poderia escrever e, nunca escrever o que não se assinaria com intenção de
cumprir”.
E. 31 (c) – É coisa grave o prometer a alguém que orará por ele. Fica-se
ligado, é preciso fazê-lo, até tirando do próprio sono se for preciso.
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E. 211 – P: a prece que se pode fazer aqui, quando estamos em pé, pode ser
ouvida?
R: Existe alguma pessoa que, entrando nesta sala sofrendo muito, possa
dizer ter saído sem estar aliviado? (Todos dizem: “Oh, não!”).
Há dezoito séculos e alguns anos, Jesus curava aos doentes dizendo-lhes: “Ide e
não pecais mais”, e alguns voltavam poucos dias após, mais doentes ainda. Hoje,
quando se lhes concede alívio, se lhe s pede apenas que façam esforços por fazer o
bem, há alguém que tenha cumprido sua promessa? Nem uma pessoa desta sala
deixou de falar mal do próximo, pensando: “Ora, é pouca coisa!”. Isso pode fazer
muito mal.
Com. 266 – Quando o MEM nos diz Carolei, que “e coisa grave”, prometer
orar por alguém, devemos pensar que ficamos, de fato, ligados: moralmente, pela
palavra dada, ante a nossa consciência, ante a pessoa que espera (aguarda e tem
esperança!) os nossos pedidos; ante os que ouviram – visíveis e invisíveis -, entre
os quais o nosso Anjo e o da pessoa necessitada. E, fica-se também mais ligado do
que antes ao doente ou aflito. Pois: se já o estávamos, mesmo que não
conhecêssemos, pelo fato de ser um “semelhante” (primeiro laço), criou-se novo laço
quando soubemos da sua existência e aflição; e, um terceiro laço cociente e
voluntário este, fica criado no instante em que prometemos orar. Ninguém se
admire, pois: nem dos benefícios recebidos, se oramos pelo doente; nem das dores
ou dificuldades que nos transferem, para ajudar de fato o necessitado e para pagar
parte do pedimos; e tão pouco se admirem os que cessam ou esquecem de pedir,
se alguma coisa desagradável lhes acontecer: não há culpa sem sanção, nem
pagamento sem moeda de alguma espécie! – Por isso também, no fim do E. 211, o
MEM aponta que, os que tendo prometido “procurar não falar mal” para, nesse
modo, acumular bem em beneficio alheio, traíram a promessa, podem fazer muito
mal: é evidente, já que, além de não cumprir e por tanto defraudarem ao necessitado
e aos invisíveis, ainda comunicam ao doente, pelo laço tríplice que com ele mantêm
o mal que contem. É uma espécie de contagio, de infecção. Esse, Carolei, o mistério
do E. 211, nesse aspecto.
Há outra faceta muito importante. Na quanta edição francesa, o texto original,
tomado na Sessão de Lyon, de quinta-feira, 16 de novembro de 1893, diz “ici,
lorsquón est lere”, que traduzi para “aqui, quando estamos em pé” (pág. 118, I Vol.).
Na quinta edição francesa, a pág. 139, foi trocado o termo "em pé" (levé) por
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"presente", Possivelmente, pana muita gente não tem, ou não parece ter
importância, Mas tem Carolei. Tem, para não deformar a realidade histórica e a
fidelidade da Transmissão; isso, em primeiríssimo lugar! - E, do ponto de vista do
ensinamento, ver-me-ei obrigado há ser um pouco indiscreto e mostrar algumas
diferenças existentes entre as várias posturas para orar.
De modo geral os que seguem a via oriental, na qual a meditação e a oração
estão Intimamente unidas, oram na própria posição que cada um tenha adotado
para meditar (das 84 mais correntes na Ioga), se for iogue, Geralmente, será nas Do
Loto, do Fogo, etc... E, não sendo nessas, será na universalmente sentida, em modo
espontâneo: prosternado. Mas, é de toda evidência, Carolei, que ninguém - salvo
refinado farsante - oraria prosternado sem estar num profundo estado de humildade,
- reverência – devoção ou adoração. Ora, isso sendo pouco freqüente em todas as
longitudes e latitudes, deixá-lo-emos para a espontaneidade dos grandes
devocionais... que não precisam das minhas indicações!
No Ocidente, a posição para orar e nas igrejas em geral: sentado ou em pé
(mulheres e homens respectivamente) nas partes mais demoradas das cerimônias e
para os momentos mais elevados (se possível!) todos estão de joelhos, tal como -
assim o espero, Carolei - Você e eu estávamos, em criança, ao pé da cama, junto à
nossa mãezinha, aprendendo a orar e com o coraçãozinho, batendo mais forte!...
Quem nos dera Carolei, pudéssemos sempre tornar a senti-lo assim, quando nos
propomos orar!…
Aliás, há certo segredo técnico, que não vem ao caso já que este livro é de
doutrina geral, com relação aos centros dos joelhos. E, sem ir até o extremo de certo
Amigo nosso que, cada dia, ora durante uma hora ajoelhado sobre milhos, para,
sentir dor, física, creio que nessa postura e como se sente mais facilmente
humildade, recolhimento, devoção, etc.
Existem também, Carolei, muitos modos de orar em pé, Desde os menos
elevados, por assim dizer, que seria o dos homens aos quais, em muitos templos do
Ocidente, deixa-se estarem assim, para que as mulheres disponham dos bancos –
de sentar, e de ajoelhar. Ao outro extremo das preces em pé, teríamos as
espontâneas e tão vibrantes quanto a prosternação. O desenho D. 7, da página ao
lado, é muito expressivo em tal sentido, Quem ora, aí, não é o homem de carne. É o
ser espiritual, que o nosso querido Narendra, discípulo do Rio de Janeiro, fez
espontaneamente e nos enviou com outros desenhos. Há nessa composição real
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224
intuição do fenômeno da prece. A base até parece comentário dos Ensinamentos do
MEM: a essência da prece - chama ou vapor, no desenho -, surge da cruz, da fé em
Cristo e no valor do sacrifício; do lírio, o esforço de pureza, ambos conjugados pelos
espinhos: a "Coroa do Cristianismo" e, em cada um de nós, veremos no E. 247, o
valor que o MEM assinala ao sofrimento com, Resignação, para que as preces
sejam ouvidas.
D. 7 – A Oração sem palavras...
E o ser espiritual, o nosso espírito pode elevar-se, evolar-se para as regiões
da Graça, erguendo por impulso de "coração, alma e corpo" como recomenda o
MEM... - a esse mesmo corpo que se estende e distende, num gesto de entrega e
adoração à Providência, da qual descem os Raios de Graça, que, entrelaçados com
os de amor que o humano irradia, formam outra vez o eterno hexagrama
misterioso...
Existe, porém, Carolei, uma outra forma de orar em pé. Além de que, pelo E.
211, vemos que Ele fazia com que os presentes às sessões orassem e pedissem
em pé, podemos verificar a pág. 42 do I Vol. que, quando ele mesmo voltava pela
segunda vez, orando (como comentei no Tema As Sessões - II Vol.), ordenava:
"Levantem-se". Em seguida, prescrevia recolhimento por alguns minutos e uma
invocação a Deus... E, a pág. 173 do dito I Vol. - está referido aquele caso tão
instrutivo: "Quando Chapas, em pé, levantou a mão para começar o Pater..."
Fig. 14
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225
De fato, Carolei, estar em pé, não é apenas estar numa situação ou posição
que, por menos cômoda que sentado, não incita à modorra ou desatenção, senão
que devemos estar em pé: erguidos, solenes conscientes, decididos e responsáveis,
e, levantando a mão direita aquele que dirigir a prece coletiva, ergue uma verdadeira
tacha de luz e, na misteriosa linguagem dos Anjos, é como se dissesse: aqui estou
eu, pequeno verbo encarnado, que, com toda humildade mas com, toda
Consciência, vou escrever para sempre na luz que me rodeia e no éter que circunda
esta Terra, isto:... a prece, promessas e pedidos... - E, Carolei, os Anjos e outros
invisíveis registram tudo isso! – Compreende-se assim melhor, porque os
Cavalheiros, os militares do espírito, oram em pé. Decididos, conscientes, humildes
e entregados, tanto quanto um semidemônio pode sê-lo. As cadeias de prece,
também são feitas "em pé", pelos que lhes conhecem o mecanismo.
Os Seres que Ouvem as nossas preces.,.
E. 744 - Uma prece que não é ouvida por Deus, pode entrementes ser ouvida
por outros Seres, que então nos ajudam para que as nossas preces sejam ouvidas. -
Em primeiro, lugar, perdoar aos inimigos e agradecer ao Céu. É preciso, para isso,
estar no caminho da calma e não fazer-se preocupações. É necessário fechar-se
com chave. Que o corpo e o espírito seja um - manter-se assim 24 horas se for
preciso para tal.
E. 391 - A prece só, não pode nos salvar, mas ela dá lugar ao nosso anjo da
guarda para nos conduzir. E necessário orar com freqüência, antes de dormir, ao
acordar, e finalmente elevai a vossa alma a Deus,
E. 746-b - Há seres cujo pão é a prece; ela é-lhes necessária como o ar é o
vara nós.
E. 243 – Se nosso senhor viesse à Terra e entrasse nesta sala, acreditar-se-
ia nisso? Não, Pois bem, mais vale crer sem ter visto, porque seria tarde demais
para orar. Mas quando oreis, tende cuidado de lançar longe de vós o rancor, e
quando disserdes: "Perdoai-nos as nossas ofensas como perdoamos", entrai em vós
mesmos, não querendo mal a ninguém, porque aqueles que não vedes, mas que
estão encarregados de transmitir a vossa prece, ficariam escandalizados. Lavai as
vossas mãos antes de orar, não com a água e sabão, mas de todas as impurezas, e
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então a vossa prece será ouvida, e se não for totalmente, Deus, que sabe o que
precisamos, vos dará outra coisa por acréscimo.
Com. 267 – Além da reiteração das condições morais para orarmos (perdão e
as anteriormente vistas), o MEM indica como necessário estar no caminho da calma.
Outra indicação de sentido múltiplo: no caminho, ou pelo menos "a caminho"; e,
mais tarde, no caminho, trilhado somente pelos que cultivam ou têm a calma. O
meio, Ele nos outorga também: renunciar a fazer-se preocupações. Não é Carolei,
tornar-se indiferente, morno! – E o oposto: viver, trabalhar, lutar, fazer o que nos é
possível, porém sem desesperanças, sem desânimos: com fé e entrega. Logo, é
preciso fechar-se com chave; não apenas o nosso oratório, mas sim a mente que
deve ficar livre dos pensamentos rotineiros, Fechados com chave, a tudo que é
material e da vida mecânica do dia, e abertos, o mais possível a tudo quanto é
espiritual, necessidade alheia, amor aos Anjos e a Deus, etc... Para os que querem
seguir a Via – de fato – o MEM dá o conselho: manter-se assim 24 horas, se
necessário!
E, após ressaltar que a prece só não salva - sem as obras! - o MEM nos
aponta os seres que nos ajudam para que elas, prece, seja ouvidas, como o nosso
anjo que assim “tem por onde nos agarrar”, ou seja: por um material que é a da sua
tenuidade e modulo vital, além da possibilidade moral: se pedimos vara sermos
protegidos, ou dirigidos, ou repreendidos e exigidos, ou por terceiros, o Anjo tem o
dever de transmitir a prece, sempre e quando: ela seja sincera e concentrada não
distraída, que é ofensa!- e, com mãos limpas, isto - é, sem ter "coisas muito graves a
se reprochar" e, ainda, tendo-se lavado das inevitáveis falhas mediante: sincero
arrependimento, pedido de perdão ao Céu antes da prece, completados por decisão
de reparar e não reincidir.
No E. 746-b, há um segredo sobre a Vida dos Anjos: alimentam-se pelo peito,
como já expliquei no tema correlato. Por isso, a prece, alimento emocional espiritual
é, para eles, como o trigo para nós. Essa a razão do "como", usado pelo MEM. - E,
além desses Seres, superiores a nós, mas, aos quais provemos de certo alimento,
como os animais e vegetais fazem para conosco, há também os que são menores
do que nós e que precisam das preces humanas:
E. 735 - Orai e vigiai! - Vigiemos para que não sucumbamos à tentação do
demônio que nos empurra sem cessar para o mal. Oremos do fundo do coração,
porque há em nós seres insaciáveis que saciam-se com a prece.
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E. 748 - Orar em casa, sempre. - E preciso "trancar-se com chave". Que o
corpo, o espírito e a Alma sejam um. - Permanecer - 24 horas, se for preciso para
atingir a esse estado. As células dos nossos lábios são responsáveis. E alguma
coisa muito grave e muito grande, o fato de orar.
E. 31 (d) - A prece desatenta é, para os seres invisíveis que a ouvem, ou
pouco caso. Deve-se orar em casa. Ao acordar, pedir para não ficar zangados. Se
tomarmos a menor partícula do nosso corpo e for dividida em mil, cada uma dessas
partes tem um espírito.
Os seres que estão dentro de nós precisam ir para o templo, dentro do nosso
coração, para ouvir preces. Um mau pensamento nos impede orar; é um escárnio
para esses seres; é nesse coração espiritual onde está depositada a centelha de
Deus que nos corresponde fazer crescer.
Com. 268 - Orar concentrados é atento, com consciente unidade. Manter-se o
tempo necessário para chegar ao estado ele Oração. Vigiar durante o dia, e na
própria prece, para não cair em tentação, injustiça ou distração. E tão grave o fato
de orar, que o instrumento da prece, toma-se responsável, célula por célula (isto
veremos mais amplamente no tema Responsabilidade celular). Essa chavezinha (do
homem e do Universo!) nos permite compreender porque cada partícula dividida em
mil, tem espírito... e quem são, esses seres que estão dentro de nós e vão ao
Templo do coração espiritual... Carolei: Você sabe da sensação de dor e indignação
que ressentem os humanos quando, em algum templo, vão para assistir a uma
celebração (missa, batismo, encomendação, ou qualquer outra) e vêem o oficiante
distraído, apressado, indiferente ao que faz! Por que seria diferente, para esses
habitantes da nossa cidade ou mundo individual, dos quais somos sacerdote ou
semi-deus? Medite um pouco, compare e... aplique! - Por isso disse o MEM a Papus,
certa vez:
E. 837 – “Entre dois seres, um que ora e outra não, aquele que ora tem uma
utilidade muito grande no invisível, porque ele nutre espiritualmente a certos seres
que vivem só das preces humanas.”
Em temas especiais, voltaremos sobre esses pequeninos seres que animam
a matéria... Por agora, julgo útil, Carolei, Você poder observar, pelo menos com os
olhos que lhe emprestam, fraternalmente, os Videntes Místicos, como é a prece, nos
seres da Natureza:
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V. 24 - "Quando um Gnomo ou alguém ora, todos os seres que estão perto o acompanham..."
Pela visão acima, Carolei, já recebemos uma boa lição não acha Você? - Se
não acha, ponha-se a orar no meio da Rua do Ouvidor ou de qualquer outra
"civilizada" artéria de uma cidade crista... depois me conta. E, agora que Você já
levou uns quantos “sustos místicos” nesta obra, atrever-me-ei a avançar um
passinho mais, com Você.
Sabe que há, no mundo dos elementos seres que cuida dos vegetais e "dos
bichinhos" - como dizia a Oração das Crianças? Sabe, Carolei amado, que há,
também, nesses Reinos, manifestações Do Plano Divino como era a Cruz no galho
do pinheiro, e como, em modo muito mais emocionante, foi dada, a GRAÇA, à
pequena Monja Sarah, de ver o que via o Gnomo, nesse fato místico do
Bosquezinho Sagrado do Retiro... Contemple bem a lâmina as cores e compare-a
com o texto da Vidente, a respeito do qual só comentarei este fato, normal para
quem conhece os hábitos dos Gnomos que, quando são dos que conviveram
longamente com certos homens (tipo, nação, raça) terminam por aspirar a usar sua
linguagem, como nós aspiramos a usar os idiomas sagrados que vêm do Verbo dos
Anjos...
Fig. 15
Fig. 16
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V. 25 – O Gnominho Anjo da Guarda do Ratinho e de outros Seres, adora uma Manifestação Divina no Reino
correspondente.
(Visão N. 25): A Oração e a Devoção no “Reino” dos Gnomos.
“Os galhos, folhagens e os troncos dos arvoredos, esfumam-se como
fantasmas assustados, dentro da escura madrugada ao “chegar a Grande luz”“.
“Ajoelhado, em profunda devoção, o Gnominho transfigura-Se; o etérico do
seu etérico expande-se numa nebulosidade de suave celeste; o formoso óvulo roxo
que, envolve sua cabecita, envia lampejos ao Céu”.
“E o ratito, seu companheirinho inseparável, que deve ter sido despertado e
atraído para junto dele... veio orar também”.
....................... .......................
“Padre mio,
Tu Gloia es infinita!
Mi devoción tan pequena,
Oh, Dios de mi corazón!”
“Gracias Te Doy,
Padre mio,
Porque me hás enseñado
A amar y a orar! Amén!”
....................... .......................
Eu podia, pelas circunstâncias do "estado" em que me encontrava, e pela
primeira vez, ver a visão do Gnominho;
O maravilhoso Ser de cabelos verde-dourados, semblante meigo, olhos
verde-azul profundos. A magnífica auréola de luz ao redor de sua cabeça e a
famosa "vibração" multicolorida, com uma espiral no centro, donde saíam as 4
"asas" verde-douradas.
Formosa luz se projetava do centro desta espiral, irradiando-se sobre o
Gnominho. A chegada dessa visão produziu um som semelhante a um farfalhar de
asas ou de folhas.
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E, neste instante em que termino o desenho e o relato (às 11:40 dia 4-8-58)
percebo o Gnominho batendo palmas de alegria, no que é acompanhado pelo seu
amiguinho, - o ratinho.
“Estado devocional intenso e gratidão profunda. - Nota: o Gnominho estava
ajoelhado sobre tecido branco. (ass.: Sarah).”
Carolei; um último comentário sobre tão notável fato e relato: quantos
homens, salvos de perigos graves - como provavelmente o foi o "ratito"-, não tem,
contudo gratidão suficiente para poder vir orar junto a seu Anjo da Guarda...
Utilidade social ou coletiva da Prece
E. 739 – Se ficásseis pelo menos um meio-dia sem ter maus pensamentos,
palavras más, sem falar mal dos ausentes, sem julgar a ninguém, a prece que faríeis
depois, seria ouvida pelo Céu. Tenho dito a miúdo: “Mais vale não orar do que orar
mal, pois se orais após ter feito mal a alguém e dizeis “Amo a meu próximo”, dizeis
uma maneira e as mentiras estão formalmente proibidas pela lei do Céu”.
Orai, porém, pois ainda que não fôsseis ouvidos, por terdes, logo antes,
zangado ou cometido qualquer outro pecado, pela prece melhorais o mal que
acabais de fazer, Todos os vossos maus pensamentos, todas as vossas palavras
inúteis serão outros tantos obstáculos que acharei um dia no caminho para o Céu.
Sede completamente desinteressados. Se estais doentes e pedis a cura, em
vossas preces, que não seja para retirar disso proveito ou satisfação pessoal, e, sim
para que outros além de vós possam ser beneficiados.
E. 749 – Pedis a minha proteção, mas não posso mais que vós, protegerdes
alguém. Vindes aqui, ficais aliviados. Uns vêm por doenças, os outros por penas
morais, mas todos vós pedis alivio. Conservai-vos por algumas horas com bons
sentimentos, o espírito virado para p bem. Deus disse: "Quando estiverem vários
reunidos em meu nome, ser-vos-á concedido o que pedirdes"; Deus também disse:
“Ajudai-vos uns aos outros”, seja pela prece, seja por qualquer outro meio. Ireis me
prometer ajudar a esta senhora e pagar pela sua criança, fareis esforços por ficar 24
horas sem falar dos ausentes. E esta senhora para vos agradecer pedirá ao Céu,
alívio, para todos vós.
Com. 269 – Ao E. 739: medita-lo será provavelmente, Carolei, e ressaltei três
palavras nele... três coitadas palavrinhas, na infinita multidão de palavras inúteis,
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que cada um de nós achará como obstáculos a superar, no caminho do Céu! Por
isso, Carolei, cultivam espontaneamente o silêncio os seres que têm vida interior. E,
também por isso, aquele provérbio sarva: "Quanto mais vazia a lata, mais barulho
faz". - Do fim do E. 749, surge à indicação do MEM sobre a utilidade coletiva da
prece, cuja chave para eficiência está no inicio... do 739. - Veja também, Carolei, a
N. 91, na qual está explicado o mecanismo das Cadeias de Prece apoiando labores
magnéticos...
V. 26 – Plenilúnio out. de 1956 – Visão em profunda adoração à Virgem...
E. 247 - P: Como fazer, para pedir?
R: Não tendes lido nas Escrituras, e não disse Jesus: "Quando pedirdes e
estiverdes reunidos (em números), estarei no meio de vós”. Pois bem, não estamos
todos aqui para esse fim? As pessoas que muito sofrem, quando forem para o outro
lado, poderão logo aliviar, e já deste lado, uma pessoa que tenha sofrido muito com
resignação, pode mandar ao mal que se afaste, e ele se afastará.
Com. 270 - E, aqui achamos Carolei, a continuação dos segredos da prece.
De onde vem o PODER das preces, dos mortos, e dos vivos. Assim explicam-se os
fatos produzidos por aqueles que, como Jesus e o MEM, tendo sofrido durante
séculos por nós, tudo podem, quando pedem ao Céu. E, em escala descendente, o
poder das preces dos Santos, de um Gandhi, de um Swami Subrahmanyânanda,
Fig. 17
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232
etc. - E, ainda e sempre: que, na falta de grandes luzes, pode-se reunir em série,
uma quantidade de velinhas. Não importa que haja alguma fumacinha, Carolei, a
soma das luzes produz-se igualmente. Assim a dos sacrifícios, do amor das preces
coletivas e das promessas coletivas cumpridas. E, agora, vejamos o ensinamento do
MEM, sobre a Prece, subir através dos planos...
E. 714 - BIS - "É necessário rogar e agradecer. Pode-se orar em qualquer
parte e em qualquer momento, porque Deus não esta jamais longe de nós; somos
nós que às vezes nos mantemos afastados dele... Basta pedir do fundo do coração,
sem formula sábias, pois que procurando em qualquer parte, nos milhões de
mundos e de sóis semeados pela mão do Pai, jamais se achará nada melhor que a
Oração dominical; e se não ousais vos dirigir a esse Pai tão bom, rogai a virgem e
ela apresentará a vossa súplica ao seu Filho, que a aceitara”. “No entanto,
acrescentava o nosso herói, para que a vossa voz suba até o Céu, é preciso ser
pequenino: o Céu só escuta aos débeis”.
Com. 271 - Após o resumo de instruções, feito pelo MEM no início de tal
ensinamento, nos brinda a afirmação dos milhões de mundos e de sóis, e a
confirmação do valor da Oração dominical, que veremos adiante. Quando a Virgem,
a essa Virgem sobre A qual nos dissera que se deve orar a Ela, lembremos também
o fato luminoso em todos, os sentidos, Carolei!... que nos revelou a Encarnação do
Elcito (I-53): "Tua prece, Criatura bela entre as criaturas, foi então elevada à
existência real por uma lágrima da celeste Virgem, e eu nasci...". - Veja novamente,
Carolei, essa página, e a oração do MEM PHILIPPE antes de descer... e o milagre
dos Anjos que nascem como encarnação de certas Preces, por intercessão, da
Virgem!
E, Carolei, quando é um pequenino quem ora à Virgem, veja como responde
o Plano da Providência, o Raio da Virgem, a Corrente de Compaixão, a Luz da
Universal Devoção. Veja como oram os humanos sinceros e como é a luminosa
manifestação que enche a alma do devoto-vidente, de mística alegria...
O texto dessa visão, vivida na cerimônia de Plenilúnio de outubro de 1956 no
Abram, diz assim:
“Sobrepujando o vasto horizonte como quem se sobrepuja à dor ou à morte.
“Ao azul do Infinito se mistura o azul das águas tranqüilas. Sobre elas um
rosário de contas...
“No céu, um outro, - de Estrelas!
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“Ondulando sobre a superfície azul - uma melodia qual lima suave queixa de
sons tão doces e ternos!
“Em segredo, eu murmuro:
"AVE! MARIA."
E. 31 (e) - A humildade é necessária para que a prece seja ouvida. As preces
fios homens são ouvidas e ultrapassam o departamento da matéria, desde que
Jesus Cristo se fez carne.
E. 745 - Orai e Vigiai, O Céu pode TU DO!
E. 320 (fim) - Sim. E se algum dentre vós tem fé, tudo lhe é possível: fazer
chover em tempo de seca, parar o vento que sopra e isso três horas após tê-lo
pedido, e até instantaneamente, se for preciso. Mas por que ter medo, sempre
medo? Estou diante de vós e estou atrás de vós. Fui antes e serei após, e onde quer
que eu esteja, estou em casa, e eis porque, quando aqui estais, estais na vossa
casa.
Com. 272- Esse Imperador, Carolei,é aquele que dera a Chapas a corda de
nós, para estar uma hora por dia "em seu quarto", até chegar ao nó em que estaria
ante o Espírito Santo! Esse, Carolei, o Imperador que inspirou a Papus as palavras
que estão sobre o túmulo da F. 22:
"A Prece é o grande Mistério e pode, para aquele que percebe a influência do
Cristo, Deus vindo em carne, permitir receber as mais Elevadas influências em ação
no Plano divino".
A ORAÇÃO DOMINICAL
Com. 273 - Vimos a páginas precedentes, Carolei, no E. 714-Bis, que o MEM
recomendava em modo especialíssimo, usar do Pater - o Pai Nosso - quando não se
estivesse orando em modo espontâneo, improvisado e "sem fórmulas sabias", como
dizia Ele. Poderia parecer, então, desnecessário comentar o Pai Nosso, oração que
todos conhecem no mundo ocidental. No entanto, acontece que os próprios
Evangelhos são provas evidente, e muito sugestiva de vários fatos:
1.º) Que as versões dadas nos diferentes Evangelhos variam entre si, como
por exemplo as que são atribuídas a S. Mateus (VI,1-13) e a S. Lucas (XI, 1-4). Isso,
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sem entrarmos a considerar que o MEM já nos explicou que os Apóstolos nunca
escreveram eles mesmos, nada disso tudo!
2.º) Entre as versões católicas e as protestantes, há diferenças que podem
ser ponderáveis, inclusive a muito importante do versículo final - em uso pela Igreja
Reformada -, em S. Mateus, que nas versões protestantes inclui: "mas livra-nos do
mal, porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém. A "parte que
grifei é muito importante, vinda do ensinamento profundo, e tanto os Gnósticos como
os Kabbalistas, a usavam; porém completa e clara, como a darei logo adiante.
Achamo-nos, assim, diante de duas evidências: a primeira, que pela forma em
que a Oração Dominical é dada, na versão S. Lucas, se vê que o que importava dar
ao povo, era o sentido geral. É até interessante reproduzir o comentário da "Versão
Crítica" da Bíblia, da Pontifícia Universidade de Salamanca:
A fórmula conservada por São Lucas, é mais breve que a transmitida por São
Mateus (6,9-13). A brevidade pode explicar-se de duas maneiras: ou porque o
Mestre, sem ater-se a uma fórmula fixa, a deu aqui mais breve, ou porque o
evangelista ou seu informador quiseram dar a substância antes que a fórmula
precisa (o grifo e a versão brasileira, são nossos).
A segunda evidência, é que há sentidos mais elevados; que se tornam
"esotéricos, ocultos", pelo simples fato de que nem – todos que recitam o Pater, os
percebem. Daí resulta também que muitos procuraram estudar os sentidos
profundos do Pai Nosso, como veremos depois. - E, com o já exposto, também
ficarão mais claros os ensinamentos do MEM PHILIPPE, que darei adiante, mas que
devo preceder com esta observação: na 5.º ed. francesa, págs. 159 e 160,
aparecem os mesmos que publicarei, porém com pequenas diferenças.
A razão de tais diferenças é que preferi publicar o texto tomado de
Révélations (págs. 202-203), porque nessa obra está grifado e precedido desta
observação: O Senhor Olivier (Chapas) tomou então um livro grosso, mais
exatamente um muito volumoso caderno, um registro, de capa preta de tela, e cujas
páginas eram manuscritas e foi lendo lentamente: Eis o que foi dito a Papus, na
sexta-feira 27 de setembro de 1901 (seguem-se os ensinamentos sobre a Prece a e
sobre a Oração Dominical). E, logo, a pág. 203, o autor de Révélations, após o texto
grifado, escreve:
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"Quando terminei de tomar as minhas notas, o Sr. Olivier deixou de lado seu
livro, etc..." - o que indica a fidelidade da reprodução, único motivo que me fez
preferir esta fonte.
Finalmente, devo indicar que, para não romper a bela seqüência dos
ensinamentos do MEM sobre a Oração Dominical, cito antes de reproduzi-los, a
parte que parece ser um comentário do próprio MEM em Révélations estava após as
três linhas iniciais do E. 715. - Tal ensinamento comentário diz assim:
O Pater foi dado a alguns daqueles aos quais se falava, para encorajá-los. Ele
é ainda a prece da maioria, e isso porque sempre há almas, seres que não vemos
que estão presentes e aos quais essas palavras fazem refletir (meditar, pensar). São
eles que nos induzem em tentação. No momento em que oramos e pronunciamos
essa frase, eles que nos atormentavam, se recobram e se dizem: "Mas, por que nos
entretemos em fazer mal a estas crianças?". - Porém, o verdadeiro soldado que
deseja ir para diante, não deve dizer: "Não nos induzais em provação".
Com. 274 - Carolei, Você terá observado que o MEM aponta que, em sua
opinião o Paler foi dado para alguns e que, até deveria já ter sido substituído por
nova forma, ou pela oração espontânea, mas que segue sendo necessário para a
maioria, pelas razões que o MEM dá, e que significam especialmente que: todos nós
ainda somos tão relativamente impuros e crianças que, perto de nós, junto a nós,
dentro de nós, acham-se quase sempre esses seres, ou essas almas, que nos
induzem a tentação, e que a Oração Dominical afasta... até o próximo erro nosso!
Também se vê Carolei, pelo final do trecho citado, que se refere ao final do Pater, e
foi essa a razão pela qual a retirei do início, em que se acha intercalado em
Révélations, como já dito.
E. 175 - Oração dominical - QUE O VOSSO NOME SEJA SANTIFICADO. É
um preito que prestamos a Deus, ao iniciar a nossa prece. Não se deve procurar
outro sentido.
Esta prece que nos vem do Céu pelo filho, não pode pronunciar-se sem que
aquele que a diz do fundo do coração esteja unido em intenção com Nosso Senhor.
Quando pronunciamos: DAI-NOS HOJE NOSSO PÃO, isso quer dizer “dai-nos o pão
da alma que é o sofrimento". O sofrimento é a nutrição da alma, como o trigo é o
alimento do corpo. Se nos alimentamos, é para viver, e a vida da alma é a sua
comunhão com Nosso Senhor.
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Como comungar com Ele? - Dando pelos nossos irmãos uma parte da nossa
felicidade como Cristo tem dado Sua Vida para fazer-nos participar da Vida Eterna,
até que o menor de entre nós tenha chegado ao Reino dos Céus, no qual o
sofrimento é transmutado e torna-se alegria (júbilo).
Os interesses materiais não devem entrar em consideração no Pater, porque
Deus provê a todas as nossas necessidades materiais. O pequeno inseto que não
diz a prece, não recebe a vida?
NÃO NOS INDUZAIS EM TENTAÇÃO. Essas palavras nunca foram dadas,
mas têm sido muito pronunciadas. NÃO NOS DEIXES SUCUMBIR NA TENTAÇÃO.
Eis o que se deve dizer. Deus não pode ser o autor das nossas tentações, mas Ele
permite que Satã nos tente a fim de que sem ele nada somos. A tentação à qual se
resiste é o melhor meio de trabalho, mas não devemos expor-nos a ela para
avançar. Aquele que quer salvar sua alma perde-a. Todo homem trabalha porque
tem dentro de si, ao mesmo tempo em que os sete pecados capitais, as Virtudes
que lhes são opostas.
Com. 275 - Não farei grandes comentários. Carolei, porque não somente é
tudo muito claro, como ainda: ninguém procure mais do que precisa saber, já que
poderia perder sua calma e, como todos temos dentro de nós, aqueles sete pecados
e virtudes que lutam, às vezes alternativamente, outras simultaneamente, em
nossos instintos, sentimentos, pensamentos e até em nossa região que acreditamos
religiosa ou ideal, darei então, simplesmente, diferentes versões do Pater, que se
completam e comentam umas pelas outras, além dos esclarecimentos que cada
uma traz. Estão em ordem crescente de dificuldade de compreensão. Mas, o MEM já
nos disse que a versão de todos conhecida é “o melhor que há em milhões de sóis e
de universos", ou seja: apta para salvar à maioria das almas!
Oração Dominical
(Versão: Mateus VI, 1-3 ou S.Lucas XI, l-4, com as variantes grandes entre o
texto latino-e o dos fiéis, nos Missais Católicos, e ainda maiores nas versões
Protestantes, reunidas).
“PAI nosso que estás nos Céus; santificado seja o Teu Nome; venha (chegue,
advenha) - a nós o Teu Reino; feita seja a Tua Vontade, assim na Terra como no
Céu. - O pão quotidiano (de cada dia) dá-nos hoje; perdoa as nossas ofensas
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(dívidas) como perdoamos aos nossos devedores (os que nos ofenderam). – Não
nos deixes cair (ou não nos induzas, ou não nos metas) na tentação; e livrai-nos do
Mal (ou do Malvado, ou do Pecado). – Porque teu é o reino, e o poder, e a glória,
para sempre. – Amém”.
O Pater clássico e completo
(ressaltando o que deve ser meditado para compreender)
"PAI nosso que estás NOS CÉUS; Santificado seja o TEU NOME; advenha a
nós, o TEU REINO (isto é:) feita seja a TUA VONTADE, assim na TERRA como no
CÉU. O PÃO DE CADA DIA SUCESSIVO (do grego: epiusion: vindouro, ou seja:
conseqüência) dá-nos hoje: perdoa as nossas dívidas como perdoamos aos nossos
devedores. Não nos deixes cair na tentação; e livra-nos do Mal. Porque teus são a
Coroa do Poder, e o Reino; a Justiça e a Misericórdia, pelos Eões. Amém."
O Poder espontâneo, numa celebração Expectante:
"PAI nosso, que estás em todos os Céus, santificado seja o Teu Nome; Que
possa advir em nós o Teu Reino, quando façamos a TUA Vontade e que ela seja
feita nesta Terra como neste Céu, e no céu da nossa alma como na terra do nosso
corpo! O pão de cada dia, da tríplice experiência: material, moral e mental, de que
tanto precisamos nos dá também hoje! Perdoa as nossas ofensas (à tua Santa Lei) -
como perdoarmos, e como perdoamos aos que nos ofendeu em nossa pequena
personalidade! Não deixes que nos ponham em tentação, porque cairíamos logo!
Mas livra-nos de todo mal! Porque tua é a Coroa do Eterno Poder e do Infinito Reino,
e da Tua infalível Justiça inseparável da Tua inesgotável Misericórdia, através de
todos os Ciclos de Geração de Seres, como de Mundos!
Om et Amen!"
Adaptação do Pater ao Ideal
(Imagem do Pai, no mundo Moral)
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“Ideal realizador que és em meu Céu interior - Que teu nome seja
manifestado pelo devotamento - Que tua influência evoluidora seja realizada - Que
teu domínio se estenda em meu corpo, como estendido é no meu coração.
“Manifesta-me cada dia tua presença certa - Desculpa as minhas debilidades
- Como perdoa às dos fracos mortais, meus irmãos.
“Preserva-me das miragens da matéria perversa, mas livra-me da
desesperança - Porque tu és a Realeza e o Equilíbrio e a Força, na eternidade da
minha Intuição!”
O Pater, adaptação à Verdade
(Imagem do Pai no mundo Intelectual)
“Verdade viva que és em meu Espírito imortal - Que teu Nome seja afirmado
pelo Trabalho - Que tua manifestação seja revelada – Que tua Lei chegue na
matéria Como ela chegou em o Espírito.
“Dá-nos cada dia a Idéia criadora - Perdoa-me a minha ignorância, como
perdôo a dos ignorantes, meus irmãos.
“Preserva-me da Negação estéril, mas livra-me da dúvida mortal. - Porque tu
és o Principio e o Equilíbrio e a Regra, na unidade da minha Razão.
(Principio paterno de redenção no mundo Material,
mundo no quais os versículos negativos tornam-se
positivos, e reciprocamente, diz Papus.)
“Ó Sofrimento benfazejo que és na Raiz da minha encarnação. Que teu nome
seja santificado pela coragem na prova. Que tua influencia seja compreendida. –
Que teu fogo purificador queime meu corpo como queimou minha alma.
“Vem cada dia evoluir a minha natureza indolente. – Vem destruir a minha
preguiça e meu orgulho. - Como destroem a preguiça e o orgulho dos pecadores,
meus irmãos.
“Preserva-me das covardias que poderiam incitar-me a te afastar, porque só
tu podes me libertar do mal que criei!
"Porque tu és a Purificadora, e a Equilibrante e a Redentora, no ciclo das
minhas existências!"
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O Pater, adaptação Kabbalística
“O Iod criador que és em Ain-Soph. - Que Kether teu Verbo, seja santificado -
Que Tiphereth esplendor do teu reino, emane seus raios – Que IAVE Tua lei cíclica,
reine em Malchuth como ela reina em Kether.
“Dá cada dia a Neschamah a iluminação de uma das 50 portas de Binah. -
Opõe a Misericórdia infinita de Chesed às cascas que crio em minha Imago quando,
desconhecendo uma das 32 Vias de Chocmah, emano o rigor de Ruach para os
meus irmãos.
“Preserva a Neschamah das atrações de Nephesche livra-nos de Nahàsch.
“Porque tu és Mêsch, O Princípio ou EL; Tiphereth, o Esplendor criador ou
IOD; e Iesod, A Matriz, ou MEM, - nos ELOHIM!
Com. 276 - Assim, Carolei: pelo Pater, cada um de nós emite o voto que, para
nos e por todos, santificado seja o Nome, pelo respeito que da Lei se tenha: dentro
de nós mesmos, sobre esta Terra e nos Céus físicos, astrais e superiores que a
rodeiam; assim como nas partes correspondentes que nos compõem. Que nos seja
dado trigo para o corpo; prazer e dor, facilidade ou oportunidade e dificuldade ou
sofrimento, como precisamos. Que saibamos perdoar, para sermos perdoados. E
que só nos chegue à quantidade de mal e de tentação a que possamos resistir ou da
qual nos possamos: soerguer com a Ajuda do Pai e de seus Anjos. E, com as
adaptações de tão maravilhosa Prece, a todos os atos e modos da nossa vida
interior e externa, isto é: de relação com os seres que nos habitam e em nós
evoluem; assim como, com os que nos rodeiam e os que nos dirigem! – Que assim
seja! Amém.
Com. 227 – E que todos possamos aprender a orar, com ou sem palavras,
admirando em tudo a Lei, a Sabedoria, o Amor e a Presença (Nome) do Pai, porque,
Carolei: “Só se ama bem aquilo ou aquele que se admira”. – E, para Você ver como
os poetas também oram “à sua maneira” – como diz o rito expectante – e até na
forma mais moderna do linguajar e do pensar, vejamos uma versão livre de um dos
Salmos das Canoniais de Gerard Murail... (N. 166)
(N. 166) A Transmissão dos Ensinamentos do Tema A PRECE e ORAÇÂO SOMINICAL deve-
se: à 5º ed. francesa: E. 734, 735, 737, 738, 739, 742 (1º versão), 747, 748, 749, 750 e os 751 e 752 em suas primeiras versões. – As Sessões de Lyon, devemos: os E. 205, 211, 243, 247, 320 (fim),
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NONA
Quando as águas dormem o batismo torna a descer
onde sono nenhum, só o último, sabe da fonte
Spira com forma pela crisma e pelo sangue
a sombra encarnada que segue o correr do Sol.
O Muito Excelso Mestre e o “AMAI-VOS...”
MURMÚRIOS (N. 167)
Que espera o meu coração junto à duna?
Cansado está de amar sem resposta.
O amor nada sabe do amor.
Quem decifrará esta runa?
E. 193 - P: Acederíeis em nos fazer amar ao próximo? 365, 384, e 391. – A Révélations (transmitida de Chapas através de Michel de Saint-Martin): E. 607, 714, 715, 742 (2º versão), 743, 744, 746 e 746-B, assim como os E. 751 e 752 em suas segundas versões. – Papus nos transmitiu, pelo seu Manuscrito, o E. 31, que eu dividi nos incisos a) até c) para situar o que correspondia a cada parte estudada. Porém será fácil verificar no I Vol. págs: 94 e 95, que não se alterou nem uma vírgula. - De La Réincarnation, pág. 120, ternos o E. 837 - De Papus mesmo temos: A Prece... (Sobre seu Túmulo) e texto que figura em diferentes obras suas; mais recentemente, acha-se em L'INITIATION. Ano 27, n. 6, pág. 275, ao pé dos “conselhos a um recém chegado, desejando estudar ocultismo ”. – As adaptações do Pater, feitas por Papus, figuram no Vol. 28, Ano 8 (julho de 1895) págs. 98 a 103, de L'INITIATION e são as:ao Ideal, à Verdade, ao Sofrimento e a Kabbalística. - A Sevânanda poder-se-á creditar: as Orações das Crianças, o Pater completo e o Pater espontâneo numa celebração expectante. - De Chapas, ainda, pela via de Maurice de Miomandre, temos o E. 548 (L'INITIATION, A. 27 - N. 5, pág. 236). - A Sédir devemos a transmissão do E. 714-BIS, do Vol. I, pág. 73. - À "Versão Crítica" da Sagrada Bíblia devemos o texto de S. Mateus e a indicação relativa ao "pão do dia vindouro" (pág. 1.569), assim como o texto de S. Lucas e as razões dadas para explicar a sua brevidade e ligeira diferença, em comparação com a de Mateus (pág. 1682); já citei, na Nota 131, que essa "Versão Crítica" é de Bover S.J. e Cantera, feita sobre os textos, hebreu e grego, sob os auspícios e alta direção da Pontifícia Universidade de Salamanca; a segunda edição é de 1951, com 2057 páginas, da "Biblioteca de Autores Cristianos" - Madrid.
E, finalmente, Carolei, Gérard MURAIL é o autor, não somente de Psaumes des Heures Canoniales, mas também de PORTULAN, um livro de alta poesia moderna que, na opinião dos entendidos, faz prever para seu autor um lugar de primeira fila entre os poetas franceses contemporâneos. A este respeito, não sei se vale à pena indicar que SPIRA - que cá no Brasil seria espira - é o nome latino que o Poeta parece ter escolhido para designar à alma. O dicionário diz: espira - cada uma das voltas da espiral...
(N. 167) - "MURMÚRIOS" e "AMOR", são duas poesias- que se acham neste Tema, em versão livre - de Christian de MIOMANDRE. A primeira vem da pág. 17 de PENSEUR & JOUVENCELLE e, a segunda, de CHOIX DE POEMES (ver a N. 45 a respeito desse Poeta, discípulo de Chapas). O Termo runa refere-se a um tipo de caracteres, usados por povos célticos, que tinham em comum com os hieróglifos, o ter diferentes sentidos, acessíveis segundo a sagacidade e espiritualidade de quem os gravasse e decifrasse. Daí que, poética e simbolicamente se use runa como designando inscrição ou dito misteriosos.
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R: Mesmo que o pudesse não o faria. Pois assim uma planta é cultivada e
trabalhada pelo jardineiro, assim somos educados e cuidados pelos Invisíveis, e
assim como a planta chega pelos bons tratos a produzir flores, assim para todos nós
chegará o momento em que colheremos os frutos de tantos sofrimentos.
E. 194 – Eis uma pessoa que tem muitos aborrecimentos, e que também,
como alguns dos presentes, quando está em sua casa, sozinha, fala em voz alta.
Isso não é proibido, pois temos certeza de que não nos respondem, ou melhor, dito,
se não ouvimos a resposta, é porque nosso cérebro não tem suficiente lucidez para
percebê-la.
E as pessoas que ouvem os espíritos lhes responderem podem agradecer a
Deus. Sim, especialmente se tais espíritos, pelas suas respostas, zombam de Vós.
Não é só: se tudo não acontece no sentido da resposta, não queremos suportar a
adversidade e dizemos logo: "Não há Deus; isso e impossível; isso que me acontece
é injusto." - Nem uma das pessoas presentes deixou de ter uma vez ou outra este
pensamento, e, no entanto, eu vos afirmo que, melhor do que não fazer nem o bem
nem o mal, é fazer o mal, pois o Evangelho diz: "Toda árvore que não der fruto será
lançada ao fogo." E quando se faz mal ao vizinho, são economias que se junta e que
nos serão devolvidas um dia.
E. 195 - P: Que precisamos fazer para nos tornar melhores?
R: Amar ao próximo como a si mesmo.
E. 196 - P: Mas então, se for necessário tanta perfeição, após quantos
milhares de século entraremos no Céu?
R: Para fazer o bem, o tempo está ante vós. Sabereis quando estiverdes em
condições de voltar ao Reino do Céu.
E. 619 – O que nos impede de progredir, é o orgulho, o egoísmo, duvida. Por
enquanto só temos a fazer: esforços por amar ao nosso próximo como a nós
mesmos. Se pudéssemos consegui-lo, avançaríamos a, passos de gigante!
E. 313 – (parte) - P: Por que não podemos amar ao próximo como a nós
mesmos? – R: É O ORGULHO QUE VOS TOLHE!
E. 236 (parte) - Mas é bem difícil amar ao próximo como a si mesmo.
– Não
– A gente faz o que pode, gostaria, mas não pode. (Outra pessoa diz): Eu creio
que se pode, mas não se quer.
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– O MEM: Sim. Essa senhora disse a verdade. O que falta são os esforços, e o
que os paralisa, é o orgulho.
E.69 - Aquele que chegasse a amar ao próximo como a si mesmo saberia
tudo.
E.837 - Uma criatura de Deus, um ser bastante puro para sacrificar-se por
qualquer de seus irmãos e para esquecer imediatamente seu sacrifício, conhece
tudo sem estudo. Interrogará a qualquer ser e este lhe respondera; a estrela revelar-
lhe-á o seu segredo e a pedra deste muro dir-lhe-ão suas virtudes e ele decifrara, na
fisionomia dos homens, os seus atos e os seus pensamentos. Deus nos convida a
todos para recebermos esse privilegio, por meio da paciência e do amor ao próximo.
E. 254 - Todos podem ser livres, comprara nossa liberdade, e mandar então
no que quisermos, porém isso, unicamente amando ao próximo como a nós
mesmos.
E. 620 - Se encontramos infelizes, devemos ser sua providência, ajuda-los
segundo os nossos meios, pois cada um deles é um irmão. Quando tivermos
necessidade, o Céu estará conosco e tudo que pedirmos nos será concedido.
E. 621 – O Amor de Deus está em nós; eis porque deve-se amar ao próximo
e amar-se-á a Deus do fundo do coração.
E. 296 - Eis uma mulher que está sempre com medo de não trabalhar. E
porque trabalhar?
Alguns dizem para juntar riqueza.
Sim, essa riqueza que se deixa porque não é possível carrega-la. Há de fato
uma que se pode levar, oh! mas tão pouquinho, que pouco há que carregar. Haverá
alguém que cumpra suas promessas! - É difícil amar ao próximo como a si mesmo, e
contudo é fácil: Amai menos a vós mesmos.
E. 241 – Aqui está uma pessoa cujos filhos estão doentes. Um dos filhos diz
muitas vezes à sua mãe: Mas está louca. Aquele que trata aos seus pais de doidos
não entrara no Reino do Céu. Procurai, vós que sois mães, conservar a
preponderância, o direito de dirigir os vossos filhos, pois é preciso que, todos,
respeitemos nossos pais. É preciso amar os irmãos. Ah, bem sei, aqui são todos
bonzinhos, ninguém faria mal ao outro. Não vos estou dizendo que não defendeis os
vossos interesses, porém se tendes uma demanda com o vizinho, eu vos juro que
não entrareis no céu senão quando amardes ao inimigo como a vosso irmão.
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E. 135 - P: Como poderemos chegar a amar ao próximo como a nós
mesmos?
R: Pelo sofrimento. Ninguém pode compreender o próximo, nem aliviá-la, se
ele mesmo não sofreu; ainda mais, é preciso sofrer sem se queixar, enquanto o
sofrimento puder ser suportado e só pedir alívio; quando ele for insuportável. Leva
isso muito tempo? Claro que sim! Mas, não há pressa; ainda mais, ajuda-te e o Céu
te ajudará. Assim, um beberrão, que se esforçar por deixar de beber, pode estar
certo de que será ajudado a não mais beber.
AMOR A todos meus amigos tenho dado
Farrapos sangrentos de mim mesmo,
Tenho dado meu coração apaixonado
Que odeio quase tanto quanto amo.
Tenho fixado seus olhos assombrados
Na espera de umas palavras supremas...
Mas seus corações eram balizados.
Pelas cruzes de pau de seus sistemas!
Giravam sobre si mesmos, vãos,
Como cavalinhos circenses
À deriva na chuva bronca.
Nenhum aceitava por piedade
O puro tesouro da amizade...
E minha garganta soluça rouca.
Com. 278 - O amor nada sabe do amor! De que Amor poderia saber o
humano amar, tão limitado em todos os sentidos? Será então preciso passar pelo
processo já indicado no E. 790 e Com. 146; será preciso passar pelo sofrimento que
o MEM nos aponta no E. 135, e pelo que o Poeta nos descreve em "Amor", e pelo
que ressaltei em Advertência... e, por tudo quanto calo! Carolei, melhor e não deixar
o coração estourar e nem a dor explodir, quando a gente ainda tem alguma coisa
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para fazer. Desculpe, sim, se continuo..., sem mais Comentários a este tema!... (N.
168)
*.. * ..*
O Muito Excelso Mestre e as CONDIÇÕES DAS CURAS
E DAS GRAÇAS, SOB A BALANÇA MORAL...
Com. 279 - Eis-nos chegados, amado Carolei, ao fim da terceira parte desta
obra. Com este tema, completar-se-á o que devem saber e viver os que, sem
pretenderem possuir conhecimentos extraordinários, isto é, fora do comum dos
mortais, desejem, de coração, tornarem-se muito úteis a seus semelhantes!
Eis-nos chegados, também, ao ponto em que terá de lembrar sempre,
Carolei, que este tema, melhor dito: o que ele expõe para ser vivido está
intimamente ligado a todos os temas precedentes, e a cada ensinamento neles
contido, mas, com especial e direta relação, com a prática de: bondade, perdão, não
maledicência, caridade, amor fraterno até onde podemos - com real esforço - e
depois e acima de tudo isso - aceitar as dificuldades o a vida com resignação, lutar
contra as tentações e pedir que nos seja dado sofrer, não somente para equilibrar -
pagar - o que moralmente devemos, senão também pagar uma parte do que está
pesando excessivamente sobre os ombros de nossos irmãos.
Eis-nos chegados, pois, ao ponto em que Você terá que tornar a ler esta
página, até estar intimamente convencido de que, sem um sincero desejo de
procurar vivê-lo assim, mais vale não procurar nestas atividades que, muito embora
seja em certo modo um dever para todos nós, também são sagradas ao ponto de
constituírem o início do Caminho que leva àquilo que Sédir chamava, tão exata e
nobremente, “o ministério do milagre”.
Eis-nos chegados, ainda, Carolei, ao ponto em que se aceita que A PRECE
só pode ser praticada depois de ter procurado, sincera e esforçadamente, por
(N. 168) - A Origem dos Ensinamentos do Tema AMAI-VOS..., é a seguinte: O E. 69 vem do M.
Papus. - Os E. 135, 193, 194, 195, 196, 241, 254 e a parte citada do 313, são das Sessões de Lyon, assim como a parte reiterada do E. 236, que já foi citado no Tema O PAI - Os E. 619, 620 e 621 são da 5.º ed.francesa. – O E. 837 é da transmissão de Sédir, ver I Vol., pág. 74. - Convém também ver a pág. 79 do I Vol. as fundações de assistência, os órfãos criados, e mais dádivas do AMOR do MEM... que surgem em tantos de seus Ensinamentos espalhados por todos os Temas desta obra!...
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diariamente em ação, os modos de conduta, acima exarados como resumo da
doutrina do MEM.
Eis-nos chegados, também, à hora solene da vida, em que o ser humano já
não deposita a fé na medicina material apenas, mas sabe, sente, aceita e agradece,
que a Providência é quem nos cura, quando o merecemos, tanto como merecemos
sê-lo, e pelos meios que tenhamos também merecido: da faca ou da pílula, até o
passe magnético ou a verdadeira cura, a única real: pelo perdão das culpas que
geram as doenças.
Assim, Carolei, os que se interessarem por: levar à prática alguma coisa dos
meios de curar, que neste tema se comentam, deverão fazer um estudo sério de
quanto ficou dito nos volumes e temas precedentes, assim como daquilo que
ensinei, com base no que o MEM nos outorgara, sobre a Balança Moral, em Yo que
Camine… – Aqui, porém, os ensinamentos, os exemplos, os pormenores relatados,
são tão eloqüentes que permitem a todos compreender. Quanto a vivê-lo, o que se
expôs e o que irá ser escrito, deixam bem evidentes os modos é as condições.
Alguns comentários surgirão ainda, quando oportunos. .
E, desde já este: o MEM nos disse, em temas anteriores (Os Mornos) que:
“quem não têm inimigos nunca fez o bem”, etc. E, Carolei, é bom lembrar isso, antes
de alguém querer iniciar o esforço de se preparar para Curas Místicas. Bastará
lembrar que, antes de chegar à altura do MEM, isto é, contra os que curam pela
Prece e o Magnetismo, como o célebre Harry EDUARDS - que já curou a mais de
um milhão de pessoas, de perto e de longe - já se evidencia a oposição de médicos
e cleros a reconhecer os fatos,-como ainda recentemente ficou claramente provado. (N. 169)
Assim, pois, Carolei, se Você e outros se dispuserem a procurar seguir a
senda dos que curam, convirá fazê-lo somente pela prece, pois isso não somente
coloca acima e fora do alcance da perseguição clerical e médica, como conserva ao
que pretende ajudar ao semelhante nessa forma, na obrigação de se manter em
condições de poder obter a Graça.
(N. 169) - Veja, Carolei, a flagrante que constitui a contradição destes dois fatos: um, que Harry
Educards, além de ter o testemunha quase que universal, de suas curas tão notáveis, ainda provoca declarações tão insuspeitas como esta, por partir de pessoa experiente e que não foi lá pedir cura, senão verificar: “A SENHORA DE BENAVIDES VIU A HARRY EDWARDS CURAR A VÁRIAS PESSOAS EM FORMA INSTANTANEA” é o titulo do pequeno artigo seguinte:
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Que Graça? - Melhor dito: que parte de onde? - Bastante vimos nos temas
precedentes, Carolei, que O Céu concede, por Seus Agentes Virtuosos – como
Cristo Jesus, A Virgem, o MEM, etc. - as ditas Graças. Porém, para que Você
perceba ainda melhor, certo aspecto do mecanismo de tais Curas, lembrarei o
seguinte:
No E. 31 (c) (A. PRECE), o MEM nos apontava que, quando humildes, as
preces dos homens são ouvidas e ultrapassam o departamento da matéria, desde
que Jesus Cristo se fez carne, ou seja: podem agora subir além do círculo Astral
denso que rodeia esta Terra e, por aquele Caminho que vimos que Jesus-O-Cristo
pagou e abriu, elevam-se... em direção à Divina Graça e, mais especialmente - por
simples afinidade eletiva, diríamos - para a Força Medicatriz de Deus, setor
comandado por RAFAEL, na Iª Jerarquia: ASSISTENTE, no Plano Celeste (E. 822 -
OS ANJOS).
E. o 5.º Coro: as VIRTUDES: Força invencível na ordem da natureza: Graças,
milagres, Curas milagrosas. - Acho que tudo está muito claro, Carolei, inclusive
porque sem Virtudes humanas, não se obterá a Graça, das correspondentes
VIRTUDES CELESTES!
A Paciência humilde, também é necessária, pois vimos que Papus, ao
inaugurar a Escola de Lyon, naquele discurso que seu coração fez ramalhete de
flores de gratidão ao MEM PHILIPPE, dizia: espero que, dentro de dez anos, saberei
curar. Isto é, Papus
———— Conta à senhora E. C. de Benavides: - Edwards é baixo, gordo, de cabelo branco, porém a
pele do rosto aparece lisa e brilhante. Está curando. Há mais de 20 pessoas ainda, esperando turno, em atitude reverente. A mim, cedem a cadeira mais pertinho dele. Tenho em mão papel e lápis, porém os meus olhos ficaram pregados em suas mãos e não pude escrever nesse tempo, nem uma palavra. Vi a 4ª pessoas com os dedos das mãos em diversos graus de paralisação. - E, com suaves massagens, lhes devolveu o movimento, fez que o cumprimentassem que apertassem sua mão. Mãos que tinham anos de estarem tolhidas! - Vi uma corcunda, com a cabeça metida nos ombros, seu olhar anelante para o rosto de Edwards, que lhe dizia coisas engraçadas. Deslizou sua mão direita pela coluna deformada. - Seu ajudante lhe emprestou apoio com a, perna e o abdômen, e com as mãos nos ombros enquanto Edwards com uma mão no esterno e outra na região dos rins, combinaram a pressão. As vértebras estalaram e a corcunda desapareceu. E tudo em dois ou três minutos! A um paralítico de uma perna, com 14 anos de padecimento, deu-lhe uma massagem, moveu-lhe as articulações e ficou boa! Etc. (De Cumbres e Abismos, por E. C. de Benavides - Editorial Cuauhtémoc, México, 1957 - reproduzido em VOZ INFORMATIVA (A MELHOR REVISTA ESPIRITA CIENTIFICA), Nov. de 1958.)
O outro fato, o contraste trsti, a má fé dos Brouardel de ontem e de hoje: Na Inglaterra, uma comissão arquiepiscopal, constituída por 14 médicos de nomeada, fora encarregada de axaminar o que se refere à CURA ESPIRITUAL. Depois de 5 anos de trabalho, nos quais Harry Edwards e mais outros se submeteram ao exame das provas, com uma série de curas extraordinárias em casos
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"incuráveis" como a leucemia, o câncer, doenças da espinha dorsal e outras, apareceu agora o relatório final da comissão.
Nele está suprimida qualquer referência às provas obtidas, com a evasiva seguinte: "um exame dessa natureza não estava dentro do quadro do trabalho (da comissão)". - Os certificados apresentados eram tão afirmativos que: NEM A IGREJA, NEM O SINDICATO DOS MEDICOS QUERIAM DEIXÁ-LOS VIR A PUPLICO!!! (Da Revista Curadores Espirituais de Londres, julho de 1958, reproduzido também em Weltraumbote de nov. - dez. de 1958, etc.) Calculava em dez anos o esforço para se pôr em condições de poder pedir e obter a
Graça de Curar,seja perdoando ou, coisa mais ao nosso alcance, pedindo ao
paciente um esforço e fazendo, por nossa parte, o esforço completar, além de
estarmos prontos a endossar o que ele não cumpra. . .
Assim Carolei, creio que agora poderemos, sem muitos comentários,
examinar, meditar e aplicar, os Ensinamentos e os Fatos relativos às Curas Místicas.
E. 54 – Toda cura é paga, seja por nós mesmos ou, voluntariamente, por
outrem substituindo-se a nós. (Versão mais ajustada embora equivalente à do I Vol.)
E. 53 – A medicina espiritual, não atua nos casos em que nenhuma obra
meritória foi feita. Então, a medicina material ainda pode atuar.
E. 482 – Para fazer passes magnéticos, etc... (Tema: Magnetismo). . . Pela
prece é mais fácil, porém nem sempre alcança-se bom êxito.
Com. 280 - Honorários de médico, ou balança moral, sempre teremos que
pagar, ou alguém, por nós, ou devolvermos a quem nos emprestar o dinheiro:
material, vital ou moral ou a terceiros para compensar. E, certos tratamentos
excepcionalmente caros têm que ser pagos adiantadamente. - Ao 53: a medicina
espiritual nada pode, se o paciente não tem mérito - crédito moral de reserva - e, por
isso é necessária a medicina material, para a maior parte dos pacientes e das
doenças (pacientes materializados e casos bem materiais de doença). - Ao 482: o
magnetismo requer maior esforço que a prece, porém, sendo uma espécie de
transfusão vital, isto é, sendo mais material que a prece, cura em casos de pacientes
que não teriam estado de graça suficiente, ou não se disporiam a fazer o esforço
necessários. Daí a conveniência de saber operar com diferentes alturas de
tratamento. O próprio MEM dava, por isso, desde remédios alopáticos até um
lacônico "Ide, o vosso doente está curado!".
E. 476 – O mal que for curado sem que os pecados sejam perdoados, apenas
está adiado, aqui curamos perdoando os pecados e o mal conta como se tivesse
sido sofrido.
E. 681- Pode-se obter a cura: 1º) Fazendo o doente prometer alguma coisa;
2.º) Dando a absolvição completa quando se tem qualidade para fazê-lo.
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E. 216 - Há lá uma pessoa (é uma moça) que estava bem doente e que está
passando bem melhor. Para isso ela me fez uma promessa.
E. 217 - P: E tais promessas, se não se as cumpre?
R: Aquele que as recebe endossa uma responsabilidade e depois se arranja
com o Céu.
E. 280 - Eis uma senhora que tem o filho doente. Quereis me dar muito? o
vosso filho será curado (a pessoa chora) e mais, mesmo se uma criança doente
estivesse morta há alguns minutos, há um grande médico que poderia fazê-la voltar.
Com. 281 - O pedir a promessa ao doente, é coisa muito delicada. E
necessário discernimento, para saber não somente o que deve: defeitos, vícios,
desavenças, etc. sendo preciso especial cuidado para averiguar isso, sem chocar ao
paciente, sem tomarmos posição de juiz nem de censores, e sem passar,
posteriormente, a de mexeriqueiros. E um segredo, maior que o do médico, que o
considera apenas obrigações profissional; ou do confessor, para quem é assunto de
disciplina eclesiástica. – Para nós, deve ser, acima de tudo, e acima mesmo do
aspecto confiança e confidência, por parte do paciente, o de praticar o único segredo
que o MEM nos pediu para guardarmos: o concernente aos erros alheios.
Além disso, será preciso agir com realismo, isto é: não pedir um esforço maior
do que o paciente pode realizar, pois se passamos da dose, a culpa da não
concessão de graça e de cura será nossa, e bem poderíamos adoecer - da mesma
doença, ou passar por desgostos iguais, análogos ou equivalentes aos do doente,
ou, simplesmente, seremos postos em tentação, para cairmos e vermos com
fôramos severos para com outrem e brandos e ilusões para conosco!
Finalmente, não esquecer, que já apontei a necessidade de apoiarmos a
promessa e o esforço do necessitado, com algum esforço ou sacrifício nosso, assim
como deveremos apoiar suas preces por nós e por outros, com as nossas sinceras e
perseverantes orações. - O E, 217 é claro: quem pede e recebe uma promessa de
um doente ou necessitado a endossa: se ele não pagar, teremos que pagar por ele,
ou seremos arrastados a protesto ante o Cartório do Destino, como já expliquei
antes (O Destino).
Ainda, no E. 245 (Tema O Cristo) havia partes que resumo aqui:
“Todos podeis vos aliviar, vos curar uns aos outros pelo magnetismo sobre as
partes doentes, e pedindo a Deus, Mas, para ser ouvido, é preciso não ter rancor
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249
contra ninguém e amar ao próximo como a si mesmo”. (Torne a ler o E. 245,
completo, Carolei!).
Agora, os casos e meios de cura tornar-se-ão luminosos para os que
estiverem em condições de preparar-se. Faço votos, Carolei-zinho, que Você esteja
entre esses!
ALGUMAS DAS CURAS OPERADAS PELO MEM,
EM LYON
E. 323- Dirigindo-se a uma senhora: Sim, o vosso doente melhorará, e sabeis
por quê? Porque foi bom, porque sempre deu bons conselhos, e embora tenha tido a
miúdo no fundo do coração um fermento de ateu, não divulgou sua crença.
E. 342 - E a dignidade, o que fazeis dela? Ainda freqüentais uma pessoa
pobre, mas, se vos encontrardes com uma moça que, tendo saltos altos demais, deu
um passo em falso, ah! essa a lançareis bem longe. Assim também, se foi um rapaz
que o deu, e se vos pedir socorro, e se o julgais e lho negais, será preciso que a
mesma falta seja cometida pelos vossos netos. Porém, embora conservando vosso
pensamento íntimo de julgá-lo mal, se não fizerdes caso disso e o socorrerdes,
como a outro irmão, isso vos será levado em conta como se o aliviásseis sem julgá-
lo.
E. 303 - Dirigindo-se a um rapazinho: Gostaríeis de ver a memória voltar?
Pois bem, que daríeis a Deus para isso?
– Oraria.
– Oraríeis. É inútil. Isto é, podeis orar; é sempre bom elevar a própria alma.
Porém não é isso que Deus pede para lhe agradecer. - É preciso fazer alguma coisa
que prove que amais ao vosso próximo, ou então fazer o sacrifício de uma
propensão, de um defeito. Tendes compreendido?
– Sim, Senhor.
– Quereis, então; prometer-me não mais dizer mentiras?
– Sim, Senhor.
– Pois bem, neste instante a memória voltou.
E. 509 – (Quarta-feira, 21 de junho de 1899) Curas em grandes números de
doenças diversas, pedindo sempre como pagamento: esforços por amar ao próximo
como a si mesmo; nunca falar mal de ninguém especialmente dos ausentes;
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250
exigindo dos celibatários que se casem e "comprem" crianças, ou tomem algumas a
seu cargo; dos casais novos, promessa de aumentar a família. Fez (o MEM)
prometer a um casalzinho novo terem três filhos mais para obter a cura do primeiro
que é aleijado das duas pernas.
E. 510 - (Segunda-feira, 29 de janeiro de1900) O número de doentes curados
de diferentes enfermidades seria longo demais para descrever; seria preciso
escrever volumes para fazê-lo; entre outros, um homem jovem, de uns trinta anos,
com câncer em cada lado da pança estomacal, que não podia mais comer, nem
andar, ao qual os médicos disseram "não haver nada mais para fazer", que foi
curado ao prometer melhor comportamento (passional).
E. 570 - Tenho Observado outras curas muito interessantes. Citar-vos-ei
algumas. Foram "operadas" por um homem que considero como um Mestre
verdadeiro. Trata-se de Philippe de Lyon. Eu estava lá, com outros dois médicos,
quando chegou uma mãe, de vinte a vinte e dois anos de idade, carregando nos
braços uma criancinha de cinco anos, com a cabeça pendida e os olhos vidrosos.
Ela disse a Philippe: "Meu filho deve morrer dentro de duas horas; e, como me
salvastes a vida há dez anos, venho vos pedir que cureis a meu filho".
"Éramos três médicos para examiná-lo e descobrimos um caso de meningite
tuberculosa muito pronunciada. A criança tinha que morrer. - Mas, devo dizer-lhes
agora, como operava Philippe. Havia sempre lá, perto de duzentas pessoas. Philippe
não era nada "posudo". De caráter cheio de bonomia, sempre fazia rir a seus
doentes. Então, diante dessa gente toda, Ele disse ao ver a criança que tínhamos
examinado: "Pode-se curar a este menino. Quereis vos comprometer todos, a não
falar mal dos ausentes durante três meses?". - Todo mundo pulou e respondeu que
isso não é possível! – Regateando, chegou-se a duas horas. Eu, nunca consegui
ficar duas horas sem falar mal dos ausentes! Pois bem! Philippe disse então: "Está
combinado! Ireis procurar não dizer mal dos outros, durante duas semanas. A
criança estava num "quartinho" ao lado. Nó fim das duas horas, eu fui buscá-lo.
Tomei-o pela mão e ele deu a volta a sala toda, comigo; estava curado.”
Com. 282 - Temos assim, Carolei, uma série de casos eloqüentes: no 323 a
cura foi obtida pelo esforço moral que quem, assim, evitou a praga social de
propagar o ateísmo, destruidor da fé, isto é, da razão de ser da vida. – O 342,
mostra o crédito moral dos que: ou freqüentam e ajudam às moças seduzidas, por
um pouco de coqueteria demais (saltos altos: coqueteria e vaidade, poética e
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suavemente apontadas pelo MEM junto com o indício material... na época!); ou
ajudam ao rapaz que uma vez foi expulso ou condenado, por alguma falha, etc. Se,
no E. 342 está a indicação do castigo (destino criado) para os que condenam e
afastam os culposos, em lugar de os ajudar a se recuperarem, moral e socialmente:
benefício individual e coletivo (sempre o conceito utilidade, que o MEM ressalta!),
por outra parte, os que procedem acertadamente nesses casos; formam assim,
economias no Banco, ou Balança Moral, tornando-se curáveis pelas Curas Místicas,
com maior facilidade. - No E. 303, vemos ao MEM considerar que: o livrar alguém
pelo próprio esforço! - do vício de mentir, e à coletividade da propagação da mentira,
merece a Graça de ser devolvida uma faculdade perdida! Claro está que nós não
poderíamos dizer como Ele: "neste instante, a vossa memória voltou" (seja a Luz, e
a luz foi!). – Mas, postos ante idêntico caso, poderíamos propor ao interessado este
negócio: Você vai orar por todos os que mentem, para que possam disso se curar,
assim como por todos os que perderam a memória, e aos quais isso dificulta ganhar
a vida (utilidade social e sofrimento individual) e nós vamos orar ao Céu e ao MEM,
como Você, pedindo para que sua memória volte, se assim for considerado
conveniente por Aqueles que Sabem (ou pela Providência, ou pelo MEM, etc.: usar
da linguagem adequada ao necessitado).
No 509, temos, além, o preço: três filhos mais, por um aleijado a ser curado;
nós, que não sabemos, como o MEM, "pesar" com exatidão, teríamos que pedir:
aceitar todos os filhos que o Céu lhes mande e não mais evitar que venham... Só
esse caso 509, bem meditado, faz compreender que o MEM condena o aborto,
assim como a negativa de ter filhas, o que se explica pelo seu Ensinamento que: nas
famílias numerosas, como já comentei, é onde há oportunidade de nascer pelo
menos uma alma cometa, para soerguer aquela família! Sempre o conceito: utilidade
coletiva, solidariedade! também evidentes nas outras modalidades de promessas do
509.
O 510 comove pelo que ressaltei do que a mística e carinhosa Marie nos
relata: seria preciso escrever volumes!... (faça a conta, Carolei: 30 anos, e Papus
disse que sempre havia lá 200 pessoas!...).
No 570: Papus, sempre generoso, procura comover ao leitor, para que este
tenha a emoção necessária para receber a semente do conhecimento espiritual.
Depois, dá os pormenores que resumo assim: havia a gratidão alimentada durante
dez anos pela jovem Mãe, que conservara tal reconhecimento e sua fé; havia perigo
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de morte; havia a utilidade para fortalecer a fé dos presentes; havia muita gente
(utilidade maior!); havia três médicos; houve a sinceridade, realismo, transparência,
dos pularam e se negaram a um compromisso por três meses, aceitando um esforço
(procurar; só) de duas horas! - Essa, Carolei, a grande Lição: para fazer curas, ou
quais quer outras coisas, espirituais, nos pedem realismo. Não pretender fazer
coisas extraordinárias no sentido de muito acima do vulgo e das nossas
mediocridades habituais, senão fazermos a mais extraordinária de todas: NOS
VERMOS E NOS AFERIRMOS PELO QUE SOMOS ACEITANDO E CUMPRINDO
O MAXIMO, REAL, DO ESFORÇO DE QUE SOMOS CAPAZES. O Céu não nos
pede mais do que isso, porque “ao impossível, ninguém esta obrigado”, como diz o
rifão.
Claro, também, que no fato 570, estava presente o MEM PHILIPPE! - Será
bom não esquecer esse “pequeno detalhe”... e não cair na pretensiosa asneira de
querer imitar, teatralmente, o acontecido! Mas, se dissermos: “Pois bem, iremos ficar
duas horas procurando não falar nem pensar mal de ninguém e orando por esta
criança”, assim como continuaremos fazendo diariamente pedidos e tal determinado
esforço, para apoiar o esforço – tal – dos pais, temos a certeza de que o MEM (o
Céu, Jesus, etc...) concederão o que for possível e oportuno. Com real fé... e real
esforço, conseguem-se muitas coisas, Carolei-zinho! – E, Você observou a modéstia
pessoal de Papus, no 570?
CASOS DE CURAS CONTEMPORANEAS
Com. 283 - As Historias 27 e 28, seguintes, destina-se a lhe outorgar, Carolei,
principalmente isto: ambas mostram que a Proteção ou a Presença do MEM é
"permanente"; a singela entrega e bom coração, assim como o desprendimento da
boa mulher da H. 27, são tão comoventes quanto à devoção, perseverança e fé, do
compassivo Jedidiah, da H. 28, história que contém alias um ramalhete de virtuosos
ensinamentos de todo os modos e níveis!...
H. 27 – O RAPAZINHO ALEIJADO, DE MONTEVIDÉU
Isto passou-se naquela época das "Consultas na Sede do “Grupo Independente de estudos
Esotéricos”, em Montevidéu.- Certo dia veio uma senhora de Classe social modesta, consultando-me
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se poderia ajudá-la a conseguir um emprego público, do qual muito precisava. Após adiantar que não
tinha relações no mundo político partidário local - único caminho para os empregos do erário,- como
sempre! - perguntei-lhe qual era o emprego: costureira num grande pensionato ou liceu
feminino,estadual.
Fiz-lhe ver que, se acedia às condições que iria lhe expor, podia lhe prometer ajuda do MEM
PHILIPPE. Tais condições eram: prometer que, caso viesse a ser nomeada, usaria do emprego para
orientar, aconselhar, as mocinhas do educandário, no sentido de serem boas esposas e ótimas mães,
etc.: que cada noite deveria faze longos pedidos (preces) a Jesus e ao MEM PIIILIPPE (e dei-lhe um
folheto com o retrato do Mestre), no sentido de solicitar "ajuda - para todas as mulheres
desempregadas" e que, quando sentisse de fato que tinha conseguido pedir DE CORACÃO PELAS
OUTRAS, poderia então pedir pelo emprego que almejava (e para o qual tinha-se inscrito candidata)
mas que, ainda assim, deveria acrescentar na prece; que desejava sinceramente que tal emprego
fosse dado a outra pessoa, se esta o merecesse ou precisasse mais do que ela.
Passaram-se umas duas semanas, quando um belo dia vi entrar no lugar, das consultas, dita
senhora, desbordando alegria!: "Como é, perguntei, já tem o emprego?” Não, mas aconteceu uma
causa muito melhor que o emprego! Imagine o Senhor, disse-me, que orei e fiz tudo direitinho como
me indicara, durante alguns dias. Depois, achei que "por via das dúvidas" não fazia mal passar pelo
Ministério, saber se havia algum andamento na minha solicitação. A funcionária que me atendeu,
amavelmente, após verificar que o expediente continuava "parado", pôs-se a conversar, de mulher
para mulher, contando suas mágoa: viúva, pobre, com o filhinho de uns cinco anos, aleijadinho das
pernas - perfeitas de forma, mas não podia ficar em pé por um vício na articulação das cadeiras – e,
me referiu como coitado ficava o dia inteiro na cama, com as figurinhas e a comida que ela lhe
deixava pronta, ao lado da cama, já que ele não podia descer do leito, até que a mãe voltasse.
“Já nem pensei, mas no emprego! Expliquei tudo direitinho, como o Senhor fizera comigo, e
dei de presente, à coitada dessa mãe, o folheto com o Retrato do MEM PHILIPPE, para que orasse
PELAS OUTRAS MÃES COM FILHOS ALEIJADOS... e... depois pelo dela, etc. e prometi que eu
mesma iria pedir cada noite.
“Dois dias após, pela manhã cedo, a mãe ouviu um grito e correu para o quarto do filho:
gritara porque, ao espreguiçar-se, notara uma OBEDIÊNCIA maior nas pernas, procurou descer da
cama e conseguiu, quis ficar em pé e pôde! Então gritou... e a mãe chegou a tempo de o receber nos
braços após os dois ou três passos que conseguiu dar ESSE DIA, pois a partir do mesmo afirmou-se
e agora JÁ ANDA! - O Senhor imagina, disse-me a boa mulher, como ficamos, a mãe e eu!... Isto
valeu por dez empregos!
Viu, Carolei, como é o coração dos humildes que obtêm as Graças!?
H. 28 - O MEM PHILIPPE E "JEDIDIAH"
"Jedidiah" é um Discípulo e bom Amigo que reside em Montevidéu. Filho de rabino, tendo
feito estudos muito sérios e devocionais, tinha essa sensibilidade que muitos Sepharadis têm. Dotado
de vidência já antes de Ser, Discípulo, a desenvolvera mais ainda com as práticas do Suddha
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Dharma. Casara em condições muito nobres com uma boa moça uruguaia (Mariah). Dotado de
intuição, quase cada noite fazia questão de seguir recebendo palestra instrutiva, após os cursos do
"Gidee"... o que lhe dava oportunidade de nos oferecer café com leite, pois sabia que nem sempre
comíamos o bastante... Era também generoso com os mendigos e ajudava a quem podia. Orava
muito. Certo dia viu cair de elevado andaime a um operário, que foi transportado com a coluna
vertebral rota e mais lesões internas. Condenado a horas de vida, pelos médicos.
Jedidiah se pôs a orar - no seu quarto de meditação - e, subindo de estado em estado, ficou
UMA HORA orando por aquele homem ferido... quando de repente "viu", a incalculável distância, um
ponto luminosíssimo que vinha vertiginosamente atravessando os espaços, em direção a ele,
Jedidiah.
Instantes após, já se distinguia ser uma gigantesca Estrela de Cinco Pontas dourada, que
parou "dentro do quarto", embora não coubesse nele isto é: parte das “pontas da estrela” atravessava
as paredes e penetrava os apartamentos vizinhos. De tão curioso "veículo" apeou o MEM PHILIPPE,
que, após olhar com ternura para Jedidiah, e sem uma única palavra, se pôs frente a ele, na outra
extremidade do quarto e COM OS BRAÇOS EM CRUZ FICOU COMO EM MUDA ORAÇÃO por
momentos... que pareceram Séculos, tal o "ambiente” que lá formou-se. Jedidiah seguia orando, até
que se prosternou de testa no chão.
Pouco após, o MEM tornava a seu Carro de Luz estrelado e atravessava outra vez os rumos
do Infinito. NO DIA SEGUINTE Jedidiah soube que os médicos declaravam "não entender" como era
possível que a espinha JÁ ESTIVESSE, SOLDADA E O HOMEM TOTALMENTE BEM. Tanto, que
voltou ao trabalho dias após.
A PREPARAÇÃO PARA CURAS COLETIVAS, NA “A.M.O”
Com. 284 - Como uma curiosa combinação, entre as antigas curas obtidas
nas "Cadeias de Prece", que vimos no "Relatório do P. do Conselho da Ordem
Martinista, de Montevidéu", com as Curas realizadas nas "Consultas no Gidee" e
com os casos como as H. 27 e 28, surgiu em modo quase inesperado, em começo
de 1949, uma série de fatos mostrando que, sem dúvida alguma, o Poder do MEU
iria mostrar-se novamente, isto é, como uma nova oportunidade dada ao grupo de
"sobreviventes" à dissolução do Gidee e dos trabalhos coletivos da Ordem
Martinista. Eis um fato notável dessa série:
H. 29 - DISPEPSIA. CRÔNICA DE TRINTA ANOS...
Isto aconteceu nos primeiros tempos da "A.M.O." (1949), quando ainda não fora constituído o
"GRUPO DE CURAS MISTICAS", a que irei me referir logo adiante. Estávamos, pois, recebendo as
primeiras instruções do MEM, por meio de intuições, visões, etc... e algumas "experiências" –
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provocadas pelo MEM - deram-se, como a da cura de "Jnanidasa", um "discípulo que sofria de
dispepsia crônica tão grave, desde trinta anos, que estava sempre magro e fraco, muitas vezes
impedido de comparecer ao ganha-pão, "do qual" muito necessitava.
Em certa reunião da "A.M.O.", presentes todos os Discípulos a uma cerimônia mística, eu
recebi - já perto do fim da reunião a ordem intuitiva de tomar entre as minhas mãos um copo com
água, mandando ao Jnanidasa, em tom enérgico que se ajoelhasse, com devoção e humildade (mas
não houve um "discurso" meu em tal sentido, só lhe foi dito: "ajoelha-te, cachorro!", pois ele
necessitava um intenso choque interior, ao que senti pura sacudir suas eternas dúvidas e lamúrias).
Prosternou-se, orando assim, durante minutos em que eu orava ao MEM e transmitia ao líquido o que
sentia fluir em torno e através de mim. Em certo momento, ordenei "Bebe!". Assim foi Jnanidasa
bebendo, sob o olhar concentrado e orações mudas de todos, voltando a seu lugar, para ser
clausurada cerimonialmente a reunião.
No dia seguinte sentia-se "outro homem". Mais um dia e, não mais podendo resistir à
"curiosidade de verificação" (por algo era israelita!) foi a um restaurante e comeu tudo quanto achou
de pior, e que sabia que iria lhe fazer um mal horrível. Digeriu perfeitamente e, a contar dessa data e
por todo o tempo (anos) em que se conservou bem situado, espiritual e moralmente, esteve com
ótima saúde, comendo e bebendo como uma pessoa que nunca tivesse estado doente.
Quando, anos após, abandonou o caminho espiritual - premido pela esposa e por outras
circunstâncias - e que a sua GRATIDÃO não foi suficiente para mantê-lo na Senda do MEM... a
doença voltou, embora menor.
Acho muito instrutivo este caso, Carolei...
O GRUPO DAS "CURAS MISTICAS"
Com. 285 - A contar de 20 de março de 1949, começamos a receber do MEM
PHILIPPE (sempre invocado então sob o nome de "AMO"), as Instruções para a
constituição de um grupo de "CURAS MISTICAS".
Até hoje não foram revogadas, nem modificadas. Nunca foram, tampouco,
transmitidas completamente a ninguém. O grupo que se formou em Montevidéu,
recebeu grande parte; Parcelas menores foram confiadas a grupinhos que, em
Buenos Aires e La Plata, estiveram trabalhando experimentalmente, sendo o
primeiro liquidado por falhas morais e o segundo por introdução mediúnica. O de
Montevidéu cessou sua atividade quando vendemos o nosso “bungalow” de Malvin
em cujo primeiro andar construirá um Templo especial, como já referi.
As Instruções comportavam dois pontos básicos: o primeiro, que somente eu,
ou pessoa por mim designada, poderia aceitar membros para tal grupo, para o qual
fomos designados pelo MEM PHILIPPE e que, geralmente, ELE-MESMO as
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designaria – como realmente aconteceu naquela época, sempre em modos que não
deixavam a menor dúvida para nós.
O segundo ponto compreende tudo aquilo que me vejo obrigado a designar
com o nome de "cerimonial", entendendo com tal expressão, não um ritual simbólico,
cheio de discursos ou gestos prescritos e convencionais, senão normas místicas e,
também, alguns pormenores da ordem física, que deveria servir apenas de base
para celebrarção totalmente espontânea do Ato de Curar.
Felizmente ou infelizmente, Carolei, ainda não foi levantada pelo MEM a
reserva que Ele indicou devermos conservar sobre tais Instruções. Pelo que citei ao
falar do Monastério, ficou claro que, em tais cerimônias estava sempre presente O
Seu Retrato. Que faziam-se "preces em determinadas condições", é cousa também
evidente. Creio que, além desses dois pormenores, ser-me-ia vedado dizer mais,
com exceção disto: o ponto que julgo capital no caso era o de permitir a uma
pequena e selecionada coletividade, operar com a presença do necessitado, fato
que não só movia muito mais a compaixão (o que olhos não vêem, coração não
sente!.. - no caso dos pequenos como nós, Carolei! - pois os Grandes: ou vêem
mais longe ou sentem e acreditam, “sem ver”), como ainda permitia estimular a fé dó
doente que, também, achava-se diretamente expostos aos eflúvios vitais,
devocionais e espirituais, dos presentes: os que aí oravam, etc... e Os que aí vinham
dar a Sua Bênção (Anjos, MEM...?) segundo os casos.
Nunca mais houve, após aquela época oportunidade, ambiente para tornar a
funcionar um grupo de Curas Místicas. É possível que venha a acontecer neste
Retiro, o futuro dirá.
Por agora, Carolei, o que almejo é, pôr sob os seus olhos, juntar a seu
coração mais elementos de compreensão e de sentir. Para isso, nada melhor do que
relatar, singelamente, instrutivos casos vividos pelos componentes do aludido
grupinho...
Sobre a moça da H. 30 posso acrescentar que, ainda há dias, isto é: em
fevereiro de 1959, recebemos notícias, de ter ela uma segunda criança. Já vive, pois
desde DEZ anos, com vida doada pela Graça, e condicionada a manter um "mínimo
exigível" de conduta moral individual e de utilidade coletiva consciente, ambas as
coisas com certo esforço: além do que a rotina da existência quotidiana exigiria por
si mesma, é claro!
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Abra, pois, Carolei-zinho, olhos, ouvidos, mente e coração, como nos
recomendava o MEM que pedíssemos cada manhã, sermos ajudados a fazer! - Até,
não é má idéia pedir para ser ajudado, a perceber o que cada História pode outorgar
Carolei!
H. 30 - CONDENADA A MORTE, CHOLA TORNA-SE MÃE
O mal de muita gente, Carolei, sendo o de querer entender - ou pelo menos opinar! - de fatos cujos
antecedentes e mecanismo desconhece, terei que falar, nesta História e outras, um pouco de Sádhanâ (o que,
aliás, tinha prometido fazer, em temas do segundo volume), para que se compreenda como lhe foi relativamente
fácil tornar-se o que ela é como função espiritual.
Desde a idade de 13 anos, Sádhanâ estudou numa escola profissional na Alemanha, até tornar-se
auxiliar de seu pai e passar, aos 18 anos, a gerir os negócios do mesmo. Em tal atividade, com uma clientela de
nobres alemães, de comerciantes, de judeus também - que abundavam na região em que morava - teve
oportunidade, como sempre diz Sádhanâ, "de agradecer, cada dia, por ter sob os olhos o exemplo de tudo que
NÃO devia fazer"... Uns livros de Prentice Mulford tornaram-se, desde sua juventude, seus livros de cabeceira e
resolveu seguir esse rumo, tomando a Mulford como seu "Mestre", tendo assim uma formação moral e mental
firme, produto de auto-esforço durante dezenas de anos, antes de ingressar na vida "chamada espiritual", no
Uruguai.
Assim é como explica-se que uma moça, de" nome "Chola", tomou-se, com a idade de uns dezoito
anos, aprendiz e empregada de Sádhanâ, que, além de lhe ensinar e dirigir no sentido profissional, também lhe
servia de tutor moral, em diferentes sentidos, já que o ambiente familiar de Chola não era muito favorável. A mãe
da moça era do tipo que no Brasil designa-se como "jararaca". A moça chegara mesmo a furtar diversas vezes
dinheiro da caixa do negócio, até que Sádhanâ organizou uma forma de provar o fato e de poder dar à moça
uma lição enérgica, porém conservando-a no posto, e ajudando-a a soerguer-se, tanto nesse aspecto como em
outros, de vida privada. Tudo isto, Carolei, é muito importante, porque explica como Sádhanâ tinha "raízes no
Invisível" (crédito moral) para pedir por Chola, quando chegou o momento oportuno.
Em certa época, estando já desde uns dez anos com Sádhanâ, a Chola achou um namorado, que
tornou-se logo depois noivo. Mas, nessa mesma época, umas dores que Chóla vinha já sentindo desde certo
tempo, na parte inferior da coluna vertebral, acentuaram-se ràpidamente. Exames com especialistas e
radiografias, mostraram uma espinha rachada, da qual o líquido tendia a escapar, além de outras complicações.
Injeções especiais, feitas por um médico que voltam com curso dos Estados Unidos da América do
Norte, nada resolveram. Cada dia a moça caminhava com mais dificuldade; estar em pé, para seu trabalho, era
cada vez mais doloroso; para dormir, foi mandada faze-lo sobre tábuas e colchão muito fino e duro, pois
qualquer curvatura produzia dores atrozes e perdia o sono. Em casar, nem pensar, pois, após algum tempo os
médicos declaram-na perdida...
Foi então quando recebemos ordem-autorização, de levá-la ao Templo particular que tínhamos em
Malvin. Deveria ir lá sete vezes - uma por semana.
Lá, os nove componentes habituais do Grupo, "operavam", isto é, faziam as operações prescritas, das
quais a PRECE em determinadas condições era a base essencial...
Após a reunião, eu mesmo levava a Chola com o nosso carrinho, até sua residência na Cidade e a
ajudava a subir a longa escada. Sádhanâ ti dispensara de vir trabalhar nos dias que se seguiam às Curas, e
observava-se o curioso fenômeno que Chola dormia até dezoito horas, após tais Curas.
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O caráter da Mãe ia mudando, melhorando muito em calma e em compreensão.
O noivo, muito dado a jogo e vida noturna, ia também melhorando o comportamento. Chola mesma fazia grande
esforço de conduta, em diferentes sentidos que nos prometera.
Após a segunda cura, já descia fàcilmente a escada de sua casa, que semanas antes quase não conseguia
transpor. Após a quarta cura, descia correndo! - As noites que se seguiram as quinta sexta e sétima curas,
apresentaram fenômenos muito curiosos:
– Após a 5.º Cura, Chola estando já em sua casa e leito, dormiu muitas horas, até que foi acordada pela sensação
"do ar estar como eletrizado"... e levou um susto regular ao ver uma pessoa, sentada em "posição de loto" (como se
representa sempre ao Buddha), a certa distância de sua cama, e com os dois braços e mãos, em paralelo, dirigidos para ela e
atitude de profunda oração ou concentração... No dia seguinte, Chola nos referia que, se não tivesse percebido logo, que essa
pessoa era... .eu, em corpo fluido, o susto, teria sido bem maior!
– Na noite após a 6.º Cura, Chola (que já se sentia notàvelmente bem, sem dores e trabalhando ativamente), foi
acordada pela mesma sensação já descrita e viu, em pé e junto à cama dela (do lado) a um homem, também com os braços
estendidos e olhando concentrada e suavemente para ela, que sentia-se apoiada. Ela nos descreveu a esse "homem" e quando
lhe mostramos uma coleção de retratos que Chola desconhecia, apontou logo e sem a mínima hesitação a fotografia do
Mestre CEDAIOR!…
– Finalmente, após a sétima e última cura, dormia quando a mesma sensação, mais intensa, a acordou
e viu, ao pé de sua cama, a figura de elevado Talhe (lembrem que, fisicamente o MEM era pequeno) do MEM
PHILIPPE!. . . Chola emocionou-se muito, mas sem "susto" já que tinha o retrato do Mestre debaixo do
travesseiro, desde a primeira cura!... Chorou agradecida!
Resultados observados: a) Pelos médicos: para assombro dos mesmos, a radiografia mostrou uma
coluna vertebral tão ràpidamente e tão incrivelmente bem soldada, com todas as suas anormalidades anteriores
retifica das, que o médico, embora declarando "não entender o milagre", autorizou a Chola até a casar e ter
filhos! (o que, aliás, verificou-se no ano seguinte).
b) por nós e pelos Discípulos: o caráter de Chola mudou, melhorando notàvelmente, e o de toda a sua
família também, inclusive o noivo, que resolveu largar da "boêmia" e casar logo!...
Anos após, tendo Chola cometido certa falta contra a Mestra Sádhanâ (que já estava retirada de toda
atividade profissional e dedicada só à tarefa espiritual), aconteceu que, voltando da rua e de realizar uma coisa
errada, ao abrir a porta de sua casa, tropeçou num gatinho, presente da M. Sádhanâ, caiu e reapareceram
algumas dores... Foi preciso o arrependimento de Chola e fortes orações de todos os do Grupo, para
reestabilizar os resultados. (Viver com saúde emprestada pela Graça, é caso muito sério, Carolei!...)
H. 31 – O IRMÃO DE CHOLA, SALVO DE GANGRENA... E
“PROLONGADO” DE CANCER!
Este caso, Carolei, poderia ser chamado de duplo, ou mesmo de tríplice, tal a curiosa combinação que o
MEM PHILIPPE (então invocado só como "AMO"), provocou, para dar oportunidade a diferentes tipos de
pessoas, de serem beneficiadas.
Em 1950, estando Chola já casada e curada, com filho bem nascido, não tínhamos mais contacto com
ela, senão muito raramente. - Por outra parte, um bom Amigo nosso, o falecido Dr. BELLONI, grandemente
interessado por toda espécie de fatos místicos, contou-nos que em Montevidéu, um outro médico, Professor da
Faculdade e notável operador, radiólogo, etc., tinha-se tornado tão materialista, tão "ateu-propagandista", que
utilizava todas as oportunidades, em sua cátedra, para fazer proselitismo em tal sentido, contribuindo assim para
o aumento da calamidade Bíblica que são os médicos ateus!
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Penalizados com o caso, aceitamos a sugestão do Amigo Dr. Belloni, de provocar um encontro com tal
médico, a quem chamarei de "Ofendido", pois, no jantar - num restaurante sossegado - em que estivemos
reunidos os três casais; Dr. Belloni e Senhora, Dr. "Ofendido" e Senhora Sadhanâ e eu, conseguimos descobrir
que a raiz do mal, era que o Dr. Ofendido tivera uma filhinha, a quem viu adoecer sem poder vencer a doença
pela ciência. Ficou tão indignado com Deus (como é que pode fazer-ME isso, a MIM!) que, não obstante os
rogos de toda a família e da própria menina negou-se a que tivesse qualquer assistência religiosa vindo á
fa1ecer nessas condições.
Todos os nossos argumentos forram mais ou menos inúteis e a conclusão do Dr. Ofendido foi esta:
Sevânanda mostre-me um doente de CÂNCER curado, ou pelo menos melhorado, pelas preces somente e
reconsiderarei a minha posição. Prometi faze-lo quando possível. Devo dizer, honestamente, que muitas vezes
me lembrava do Dr. Ofendido e pedia ao MEM PHILIPPE que, se possível, lhe desse oportunidade de voltar à fé.
As coisas estavam nesse pé, desde meses, quando, em fins de 1950, Chola
Nos procurou, pedindo que a ajudássemos, já que ela e a família toda tinham tanta fé no MEM. - O seu irmão
Luis Eduardo C., cujo trabalho era lidar com pesadas toras de madeira de 1ei, numa "barraca" de Montevidéu,
sofrera um acidente. A perna estava gangrenada em forma tal, que, dada a circunstância "agravante do enfermo
sofre também de câncer incipiente, no fígado, seu estado chegara a que; os médicos o mandaram embora do
hospital (no qual fora posto, no quartinho dos "condenados") para que morresse em casa!...
Lá fomos nós, Sádhanâ e eu, ver o doente e, junto a sua cama, pedimos ao MEM PHILIPPE, demos
algumas indicações de "Ba1ança Moral" aos fami1iares (para eles cumprirem) e, de regresso a casa,
informamos aos do Grupo das Curas...
Alguns meses após, quando o Luis Eduardo apresentou-se no consultório do Dr. Ofendido, para tirar
uma radiografia do fígado, este perguntou-lhe: “mas como, Você ainda vive?”... pois sabia da dup1a razão pela
qual o doente já não devia mais estar entre os que sofrem cá embaixo!
Mas o fato é, que desde meses já, o Luis Eduardo estava novamente trabalhando com as toras, tendo a
sua perna ficado totalmente boa. Com decorrer do tempo, o câncer agravou-se e o doente sentia-se cada vez
mais fraco para o trabalho pesadíssimo que lhe tocava. Os patrões o tratavam com "relativa" consideração, mas
assim mesmo, não agüentaria um mês lá!
Veio então nos procurar e expor o caso: O Dr. Ofendido lhe dissera que "nem valia mais a pena fazer
injeções nem irradiações, pois estava liquidado".
Mas o Luis Eduardo tinha MULHER E SEIS FILHOS (disso tínhamos nos valido já, na cura da perna, para
implorar especial Graça!) e sabendo não ter provável cura, aceitava a morte, mas vinha nos pedir se não seria
possível ajudá-lo a viver trabalhando até que, em pouco mais de um ano, conseguisse erguer sozinho, aos
sábados e domingos, uma casinha que tinha iniciado, de pedra, num terreninho que comprara nos bons tempos,
e que seria um abrigo para a família numerosa.
Na Agenda Mística de 1951, Carolei, consta que a Primeira Cura Mistica com o doente presente foi feita
em 23 de fevereiro e a última em 13 de julho, sendo que ele não tinha facilidade para vir com freqüência.
Dá para pensar, Carolei, quando a gente via esse homem tornar a ter forças para trabalhar duramente a
semana toda e MUITO MAIS, AINDA aos sábados e domingos! Cada vez que se encontrava com o Dr. Ofendido,
este ficava cada vez mais, surpreendido e abalado no seu ateísmo forçado....
A casinha ficou feita. A família ficou mais abrigada, com teto e com a aposentadoria. Quando, ano após,
o Luis Eduardo piorou de golpe e faleceu já o que ele tinha perdido fora outorgado!
Você dirá Carolei: e por que não foi totalmente curado? As razões são muitas: não havia mais, no
ambiente familiar, dele, de Chola, etc. as bases para se obter tal cura, em primeiro lugar. E, por outra parte, é
triste ter que reconhecer Carolei, que, cada vez que Sádhanâ e eu éramos forçados a prolongadas ausências (à
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Argentina, etc.) o doente piorava... porque os Discípulos NÃO faziam, com suficiente regularidade e entrega as
Curas cerimoniais; nem mantinham a vivência necessária...
Não esqueçamos Carolei, que a Graça nunca é "de graça"! Tudo está e seguirá eternamente “sob a
Balança Moral!” E isto nos mostra, uma vez mais, quão difícil é reunir e MANTER um Grupo de Curas Místicas!
H. 32 - A SUPRESSAD DE ATROZ AGONIA NUM CÂNCER
DA GARGANTA
Este é outro caso extraordinário, Carolei, não somente pela Graça concedida à doente, como também
pelos fatos de diferentes espécies que se deram e que - espero - Você saberá observar. Eu o dividirei em
parágrafos, para ressaltar cada vez uma nova série de fatos ao meditar.
Em julho de 19550, aquele "Guardião" que me entregara os documentos secretos dó Suddha Dharma
Mandalam, solicitou-me que fôssemos visitar a um casal que tinha graves problemas de diferentes espécies.
Fomos Sádhanâ e eu, conseguindo orientar e harmonizar alguns dos aspectos. Um dos problemas não tinha
solução: a filha maior do casal a pequena "Surya", com 14 anos de idade, estava atingida por câncer de garganta
e não parecia poder-se fazer muito, por não haver condições de ambiente suficientes.
Tal mocinha muito bonita e suave, tinha nascido em 19 de março de 1936, às 9:50 - hora de Montevidéu
- com Ascendente Touro 6.º (lá onde eu tenho a Lua e signo e grau no qual nasceu também minha filha, o que
explica que devíamos chegar ao contato com essa doente, em vista da afinidade planetária, pois – se fosse
possível - escolhendo médicos ou curadores em boa relação vibratória com os pacientes, os resultados facilitam-
se e o tema natal de Surya, havia já configurações que prognosticavam: Câncer, envenenamento da vitalidade e
possibilidade de ser atacada por "malefícios".
A tal respeito, convém apontar que, embora não me seja possível publicar os pormenores, houve de
fato, na infância da menina, uma época em que seus pais moravam no interior do país, onde, por motivos
diversos, um "bruxo" empenhou-se em produzir toda espécie de males sobre a família e, muito especialmente,
sobre essa menina, com alguns resultados que se manifestaram também durante a sua doença mortal, como
veremos logo...
Em 24 de julho do mesmo ano, recebíamos da Mãe da doente, um cartão para assistirmos ao
Congresso de Psicologia Latino-Americano, do qual ela também participava. Essa senhora é uma escritora de
talento em seu país. Até essa data não tínhamos procurado intervir no caso da pequena doente...
Aliás, todo esse período foi muito intenso: em 22 de julho, foi inaugurado o nosso Templo particular,
erguido em Malvin, junto à nossa casa privada, mediante esforço financeiro exclusivamente nosso e hipotecando
a própria residência ("bungalow" mais tarde vendido para comprar a Ermida Rodante, como expliquei em Yo que
Caminé...). - Em 27 de julho, consta da Agenda Mística que Chola viu, durante a noite, a Sádhanâ e ao MEM
PHILIPPE junto a sua cama, aconselhando-a a deixar fazer certo tratamento médico (... isso foi quando teve a
recaída, por não ter-se mantido nas condições prometidas!). - Em 31 de julho, foi quando "deram" a Sádhnnâ,
em meditação, o titulo "YO QUE CAMINÉ POR EL MUNDO", para minha obra inicial, e por isso consta na
mesma, ter-me sido "imposto" tal título. Em 4 ele agosto, as reuniões de Curas Místicas fazem-se já no Templo
especial, recentemente inaugurado, como acima dito. - Em 6 de agosto, Chola, me vê, durante a noite,
consolando-a e recebe ajuda. Finalmente, nesse mesmo intenso período, diferentes pessoas receberam
consagrações especiais, inclusive a intima! “ISHMA”... Em 16 de agosto, um discípulo (Bhaktiânanda) recebia
minhas instruções e cartas de apresentação para os Ashrams de Sri Aurobindo GOSH, do MAHARISHI e outros
e partia para a Índia, onde de acordo ,com o que lhe indiquei, achou “seu” caminho na Ordem coe Ramakrishna.
Finalmente, nessa época de trabalho muito interessante desse Grupo, e na qual nos tocou começar a procurar,
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ajudar à pequena Surya, fez-se também, de 21 a 28 de setembro, um retiro com jejum total e silencio total, de
sete dias, do qual participaram os que podiam e queriam.
Assim, quando após tal jejum e silêncio; fizemos com Ishma, a segunda visita - em 4 de outubro à
Pequena Surya, achamo-la muito melhor no que se refere a dores que tinham cessado. - O mal, porém já não
parecia ter solução: pela garganta aberta (faltava todo um pedaço do pescoço, já comido pelo carcinoma) viam-
se os órgãos laringeos e faríngeos, cujas paredes começavam, a ser atacadas. Uma morte horrível, por dores e
asfixia, iria ser inevitável, de acordo com os médicos: A angelical criatura que Surya era, não sabia da gravidade
de seu estado, já que não tinha forças para sair da cama - ou da espreguiçadeira em que a arrumavam durante o
dia – e não lhe ,facilitavam, espelhos senão quando já estava penteada e com panos arrumados em torno ao
pescoço, que as moscas procuravam. Um cheiro penetrante e desagradável emanava da coitada, que estava
sempre sorridente e, até, fazendo projetos para a seguinte primavera... Ficávamos, em cada visita, o tempo
possível (meia hora ou mais) agindo silenciosamente, para reforçar o laço com ela, para agirmos à distância nas
reuniões do Grupo... reuniões nas quais, como em 6 de outubro por exemplo, nos foi confirmado ter havido
também ação de bruxaria contra a menina. E, em 7 de outubro, "mostraram" à vidente Samsaradevi o "ombu"
que tinha servido para a bruxaria, o que nos foi confirmado pela mãe de Surya...
Na visita de 8 de outubro vimos que Surya seguia igual (sem dores, porem o mal progredi) e não foi
possível saber se pelos exames bacteriológicos que mandei fazer, o que são, os pequenos vermes que Surya
tem pelo corpo todo não é conhecida tal espécie de bichos e a única cousa "inteligível" que os bacteriólogos
disseram foi: é curioso, que parecem com certos vermes do reino vegetal, e não com os que se desenvolvem
nos tecidos humanos" (transferência mágica de certos vermes do ombu).
Em 10 de outubro visitamos a Surya e tornamos a levar-lhe água preparada em certas condições.
Segue sem dores fortes, o mal progride muito. – No dia seguinte, ao visita-la, falamos em particular á Mãe e
conseguimos que a valente Senhora LUKSMI concordasse, de coração, em orar como nós para que o Muito
Excelso Mestre ajudasse à menina Surya a desencarnar rápida e facilmente. Sádhanâ fez, secretamente (vale
dizer: silenciosamente) um pedido ao MEM para que Ele permitisse que “PAUL” (anterior marido de Sádhanâ,
falecido de câncer do sangue Leucemia e do qual Sádhanâ cuidou com notável dedicação e coragem, em
condições excepcionais que não cabe relatar aqui mas que constituem crédito moral de Paul e dela mesma)
que permitisse, dizia, que esse “PAUL” fosse integrado entre os INVISÍVEIS DO MEM e viesse auxiliar à
pequena Surya... É curioso que, nesse dia também, estava de visita em casa de Surya um Curador, senhor
Zacharias Garcia Corvo, que, imediatamente aderiu a pedir pela pronta “morte” e fácil desencarne de Surya, e
até combinou que o visitássemos no domingo 15 de outubro, para lhe dar pormenores sobre o MEM PHILIPPE.
Já, na quinta-feira 12 de outubro, às 8:30 da manhã, fizemos, Sádhanâ e eu, uma muito secreta
cerimônia, porque recebemos indicação e apoio para fazê-la, pela qual começou a se quebrar o “cordão
prateado” que liga à alma a um dos ventrículos do coração, e, também começou a se preparar a hemorragia
interna. Aliás, esse processo de “eutanásia invisível” nos foi permitido aplicar em outros dois ou três casos
somente, pois é preciso que o paciente merca tal Graça, que suprime às vezes longa agonia ou que permite
vencer resistências orgânicas À morte (um coração “bom demais” em relação ao estado dos outros órgãos
atacados, etc...). É preciso constar de modo muito especial, que como ma confirmação do real laço que ficou
criado entre o que realizávamos em nosso Templo Particular, e a querida pequena doente, o seu cheiro pútrido
surgiu, nitidamente, em o ambiente do Templo e lá permaneceu certo tempo: o seu “etérico” tinha pois sido
trazido lá, carregando com ele suficientes moléculas físicas impregnadas do cheiro, etc...
No dia 13, numa visita de mais de quarenta minutos junto à doente, fez-se um trabalho muito forte sobre
ela, em companhia de ISHMA que desde esse dia passará lá as noites, em cumprimento da sua Missão de
Curas Místicas... Tivemos uma curiosa e emocionante confirmação: a mãe de Surya no contou que, estando
durante a noite anterior muito aflita ao ouvir algumas queixas de dor da doente, embora esta estivesse
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adormecida (sem drogas!) ela viu (pois tinha rudimentos de clarividência) chegar junto ao leito de Surya um
homem de estatura relativamente pequena (como a Mestra Sádhanâ), notavelmente bem penteado, de olhos
salientes, etc...: numa palavra, era a exata descrição, em todos os pormenores, de “PAUL” (a quem essa
senhora nunca vira nem em retrato!). Tal homem, vestido com guarda-pó branco, ficou orando junto ao leito de
Surya, que se acalmou e dormiu mais tranqüilamente. Então, “PAUL”, olhou para Surya e sorriu (mostrando,
assim, que tinha visto que o percebiam...) e retirou-se. Esta, Carolei, era MAIS UMA das Graças concedidas pelo
MEM!...
E, como se fôra pouco, nesse mesmo dia 13, achamos na Agenda Mística (pág. 286), isto: Das 19 até
às 20 horas, formosa experiência vivida por SERAPIO (um do Grupo das C. Místicas): Sentira, durante toda a
tarde, uma grande tristeza e dor e, nessa hora, estando só, com SEVAKI (sua noiva, do Grupo) que o apoiou
ele ficou como esmagado numa poltrona, depois caiu no tapete, como em agonia, sentindo-se SURYA, e
pondo espuma pela boca, com as mãos no pescoço e ficou como desvanecido... A o voltar a si, teve a nítida
impressão de que tinham-lhe permitido viver isso, que era como alguma cousa que será poupada à pequena
Surya, para que ela possa partir com menos dor física. (Carolei: que formoso coração o de quem merece ser,
assim, agente de uma transferência de agonia...).
Outubro 14: Visão, por Samsaradevi, de um galo vermelho, que mantém uma pata “acima” (sem tocar)
de um papel que tem alguma cousa escrita e uma gota de sangue... (explicação: um dos que vigiam (galo) as
agonias da carne, mantêm sua irradiação magnético-espiritual (pata acima) do “caso” (papel com nome) de
Surya, cuja hemorragia “está em andamento” (gota de sangue)...
Outubro 15: Ao visitar à menina Surya, verificamos que o mal já estendeu-se ao peito, ela nada sabe,
mas já tem o temor interno e, outro, emocionante pela ingenuidade: sente sua garganta mal e teme morrer de
fome se não consegue mais se alimentar, pois desde o dia anterior não pode receber nem gotas de líquido.
Silenciosamente, colocamo-nos atrás dela e, momentos que reconhecer, Carolei, que, cada vez que Sádhanâ e
eu éramos forçados a dente, sem saber que “não terá ocasião de morrer de fome!...”. Não é emocionante,
Carolei, esta ternura do MEM que nos ajuda até a poupar à pequena Surya a dor moral, além de lhe evitar a tão
atroz agonia prognosticada pelos médicos!
Outubro 16: Na Agenda Mística, diz assim: Faleceu a pequena SURYA. Obrigado, PHILIPPE! deixou de
sofrer e morreu facilmente. Efetivamente, foi-se “como um passarinho”...
II. 33 ALGUNS CASOS DE CURAS DURANTE A CRUZADA
1. Quando, em setembro de 1952, passamos por Porto Alegre com a nossa Ermida Rodante
demorando lá uns dois meses em Conferências da Cruzada de Vida Espiritual tive o prazer, após onze anos
de ausência, de ter quase imediatamente uma agradável notícia, relativa ao Martinista “Solão” (aquele da II. 3), já
que ao ter que fazer certo trâmite na Secretaria de Educação e Cultos (que nos cedeu o Instituto de Educação
para conferências), encontrei lá ao Dr. J. M. C., que me referiu, com notável emoção, sua gratidão ao Muito
Excelso Mestre PHILIPPE, pois tendo sido sua esposa atacada de câncer num seio, o martinista Solão, sob a
direção da Grande Mão Branca do MEM preparava certos algodões e flores que, postos sobre a parte doente a
curaram radicalmente, e sem a operação que, se não fosse por essa Graça, teria se tornado inevitável...
2. Aqui, Carolei, houve “combinação” entre o MEM e o seu Amigo e Discípulo: o Mestre Cedaior.
Julgue Você mesmo: na sexta-feira 17 de outubro, tivemos o prazer de receber a visita, em nossa Ermida
estacionada ao pé da Avenida Borges de Medeiros, num terreno cedido pela Direção do Patrimônio da
Prefeitura, do Dr.... (o já citado Solão) e, em palestra sobre o que ele continuara fazendo nas suas investigações
místicas e aplicações humanitárias, nos referiu que, em certas e determinadas ocasiões e condições, o Muito
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Excelso Mestre PHILIPPE lhe “mostrava” (em visão) quais as cores e modos de as aplicar, para certos tipos de
doenças. Citou-nos algumas, das quais conhecíamos umas e outras não. Sobre este assunto hei de voltar no
Tema CROMOTERAPIA...
O fato é, que já no dia seguinte, ao visitar à viúva do Mestre Cedaior, verificamos que um de seus filhos,
já homem Rafael estava com pleurisia (já com certa extensão). Com a presença dela, da filha e de um
médico além de Sádhanâ e de mim fiz a aplicação de cores e preces, predominando a parte das cores,
usando aliás uma das indicações especiais para pleurisia, dadas no dia anterior por Solão e recebidas do MEM.
Foi interessante verificar a melhora no mesmo dia e o total restabelecimento em três dias, cousa constatada pelo
médico, com duplo interesse: por ser amigo do doente e da família e por ser um Martinista, antigo amigo e
discípulo do Mestre Cedaior e meu, que levava na Ordem o nome de “Mesmer”, precisamente pelo seu interesse
prático em homeopatia, magnetismo, etc. com os quais fez notáveis curas (Médico Major da Brigada Militar, etc.).
O citado facultativo opinou, aliás, que a pleurisia existente antes da Cura Mística efetuada, não poderia se ter
resolvido, por tratamento alopata bem sucedido, em menos de 17 a 20 dias, tal o derrame!
3. O terceiro dos casos que escolhi, entre os que sucederam durante a Cruzada, ocorreu em Caxias
do (Sul). O sábado 22 de novembro foi um dia excepcional, aliás: comecei o dia presenteando alfaias a
“Diógenes”; e tivemos uma porção de visitas na Ermida Rodante estacionada no pátio do Hotel Real.
Em certo momento, veio nos visitar uma pobre mulher, cujos problemas materiais e sociais viam-se agravados
pelo estado da filhinha ÂNGELA ALCIONE, nascida a 17 de fevereiro de 1952, ou seja, com a idade de nove
meses quando nos foi mostrada. A coitadinha não tinha nenhum domínio sobre seus músculos, estando sempre
com a cabeça pendente e sem poder mover braços e pernas, nem ficar ereta. Tivemos, logicamente, grande
pena da mãe e da menina e, após indicar à Mãe algumas cousas relativas à Balança Moral, modos de orar e
termos também a certeza de que essa Senhora tinha crédito moral, pelo muito sofrido com resignação e com fé,
prometemos-lhe orar por ela e pela Ângela Alcione. Na pequenina foto, tirada dentro da Ermida Rodante, vê-se a
mãe aflita com a criancinha que, de acordo com o laudo médico, não deve viver.
Felizmente, na outra fotografia, maior, que tivemos a grande alegria de receber uns três ou quatro anos
após, a menina está forte, fica em pé e anda, e sua cabecinha está firme. Esperemos que outros progressos lhe
sejam outorgados, para que se torne ÚTIL na sociedade humana (uma cousa que sempre convém pedir, Carolei)
e... agradecemos mais essa graça ao MEM... que nesse 22 de novembro ainda nos deu a oportunidade de ir
assistir (no sentido de auxiliar) à agonia de um Canceroso, à noite, enquanto, pacientemente, o público nos
esperou uma hora para uma Conferência!...
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F. 37 Caxias do Sul: na Ermida Rodante, tirou-se a foto menor, na qual vê-se a pequena
desenganada pela ciência e sem governo que lhe permita sustentar a cabecinha. Felizmente, a foto
grande mostra o que as orações de Sádhanâ, o esforço de Balança da Mãe e o Poder do MEM
PHILIPPE, realizaram... (Foto menor: Cruzada; foto maior: Stúdio GEREMIA, Caxias do Sul.)
Fig. 18
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Com. 286 Pelos casos relatados, ocorridos antes da formação do grupo
das Curas Místicas, ou pelos três que escolhi, entre os acontecidos durante a
Cruzada de Vida Espiritual, expostos na H. 33, ficou evidente que, com ou sem o
grupo constituído, com ou sem cerimonial pois ambas as cousas são apenas
modos para facilitar a ação dos discípulos os resultados, isto é, as Curas físicas,
morais ou mentais, são obtidas cada vez que, pelo menos, acham-se reunidas duas
condições:
1.ª) Que, a pessoa necessitada se disponha a fazer um esforço moral
(perdão, reconciliação, luta contra vício ou defeito habitual, adoção de crianças,
concepções, etc.) segundo o caso, e a regra já está no Ensinamento do MEM: Fazer
o que mais custa!
2.ª) Que, aquele que pede, tanto a promessa do necessitado, como a súplica
dirigida às Virtudes Divinas, a Jesus, ao MEM, etc. tenha as mãos limpas, isto é,
vida sofrivelmente limpa e, antes de orar, faça um sincero pedido de perdão, do
fundo do coração, pelos seus erros recentes e pelos “crônicos” que ainda não
conseguiu melhorar mais, porém pelos que segue e promete seguir pulindo-os e
substituindo-os pela Virtude oposta.
Acho, Carolei, que fica então bem clara a minha intenção, ao colocar, neste
Tema das Curas, a fotografia do MEM PHILIPPE, na qual Você verá as Suas Mãos
Milagrosas, ressaltando pela Sua delicadeza e Brancura e, saindo dos para nós
simbólicos, no caso alvos punhos da sua roupa interior...
Poderia ainda assinalar que esta fotografia é a mesma da qual foi tomada o
Rosto Sofredor (por nós! Carolei, pela nossa geral falta de amor fraterno!...); que,
também, está o MEM diante das videiras símbolo de abundância espiritual, como
o trigo é da material ; ou, ainda, que por entre as folhas se podem ver os rostos de
diferentes Personagens, que mantêm curiosos laços com o MEM...
AQUELE QUE NÃO TEM COUSAS GRAVES DEMAIS A SE REPROCHAR, E QUE TEM AS MÃOS LIMPAS... ...pode estar em paz consigo mesmo e orar com resultado. Esse pode pedir; será ouvido!
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Mas, o essencial é, Carolei, isto: Que Você saiba, sinta, aplique, o fato desta
foto ter sido tomada como aquela por cujo conduto, os que tiverem as mãos limpas
poderão pedir ao MEM PHILIPPE!
E, abençoados sejam todos aqueles que, por amor ao Semelhante,
procurarem manter-se em tal condição, para poderem se apresentar ante Ele,
sempre Disposto a nos outorgar o que pedimos por outrem!... SE FÔR ÚTIL e o
pedirmos condicionalmente!
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F. 38 O ROSTO DOLOROSO E AS MÃOS LIMPAS!... (Dos Arquivos de Papus, transmitida pelo Dr. Ph. Encausse.)
F. 39 BENEDITA, Hélios e seus filhos!
A mais sentida homenagem que podemos prestar ao coração entregue de Benedita e de Hélios, assim
como a nossa Gratidão ao Muito Excelso Mestre PHILIPPE, pelas Graças outorgadas a esse Casal modesto,
honesto e esforçado, pelo exemplo e pela ajuda que eles proporcionaram a terceiros, é de colocar a toda essa
família “nas costas do Mestre”, já que Ele os mantém em Seu coração... enquanto eles se mantiverem em
condições...
Da esquerda, de quem olha, para a direita, vemos: na segunda fila a graciosa Maristela, a gentil afilhada
Clausa, o bom Orlando Antônio, e a Maria de Lourdes (cópia moral e física de sua boa Mãe). Ao centro:
BENEDITA, com o pequeno Philippe Luís no colo; e o “laborioso” HÉLIOS” que tem a sustentar essa “tribo”
toda! Na primeira fila: a inteligente Hélia Maria; o “iogue” Hermes Lévy que não agüenta roupa no corpo e
faz bem as asanas! e a Veralúcia, diligente e bondosa também.
QUE ESTE EXEMPLO, DO QUE PODEM A LUTA RESIGNADA E OTIMISTA, A VIDA MORAL E SEM
MEXERICOS, COM O DESEJO DE AJUDAR, COM O CRIAR NUMEROSOS FILHOS E ACEITAR
Fig. 19
Fig. 20
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ALEGREMENTE QUANTO DEUS NOS MANDA, possa servr de estímulo a todos os HUMILDES que desejam o
contato com o MESTRE!
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H. 34 As graças obtidas por ”Uma Mulher Muito Rica”
A série de casos notáveis que irei relatar agora, Carolei, inclui graças obtidas e fenômenos produzidos
pela influência de uma senhora, que foi por algum tempo Discípula, assim como o foi seu marido, que até teve a
direção do grupo dos Discípulos em São Paulo, entre os anos de 1949 e 1953. Em alguns dos casos que são
referidos pelo próprio discípulo (“Hélios”, e de cujos casos tivemos sempre conhecimento amplo e total na época
em que foram acontecendo ver-se-á que parece não haver grande sacrifício “de Balança Moral”, por parte dos
doentes ou necessitados que obtêm as Graças. Além de que não nos é possível julgar que esforços internos e
que merecimentos anteriores possam ter tido, há um fator essencial que deve ser ressaltado: o haver moral de
BENEDITA, cuja personalidade é fácil perceber através dos diferentes relatos desta história. Na fotografia que
ilustra estas páginas, vê-se ao casal junto com seus sete filhos e mais uma filha adotiva. Criar essas oito
crianças, com o ordenado de um Sargento (que tinha mais um emprego fora do quartel para poder dar conta!), e
pelo fato de BENEDITA, embora sabendo pelos médicos que cada gravidez era ameaça de morte para ela,
continuar a dizer “eu receberei todos os filhos que Deus queira me mandar!”, e por outros mil modos de lutar com
coragem e resignação contra a pobreza, as doenças e, dentro de tudo isso, procurando SEMPRE ser útil e
estimular a terceiros, compreende-se que ESSA MULHER É MUITO RICA e que as Graças pedidas com a sua
fé total, sejam concedidas. Vejamos alguns casos...
1. Quando ainda morávamos no Uruguai, Hélios já era Discípulo e tivemos a oportunidade de ajudá-
lo a conservar a casa que, com muito sacrifício, ia construindo na Estrada de Pirituba, que mais tarde muito lhe
serviria de base econômica e refúgio. Também, no fim de uma das gravidezes, estando ameaçadas de morte
mãe e criança, procuramos pôr ao casal em condições de se dirigir conscientemente ao Muito Excelso Mestre
AMO-PHILIPPE. E, tal foi o esforço deles, que a criança nasceu bem, embora com “coração de boi” como diz o
povo (hiperplasia) e condenada a morrer em horas. No entanto, viveu perto de dois anos e, agora já voltou, com
os mesmos traços, nos braços da mesma Mãe. Mas, voltando à primeira vez, quando teve o nome de Philippe
Luís (em homenagem ao MEM), deram-se com essa criança muitos casos raros. Eis um deles (contado pelo
próprio Hélios, cujo estilo respeitamos):
“Na Casa de Hélios Havia uma discípula que freqüentava a casa deste (Servidora). Depois de certo
tempo, essa discípula aparentava estar se deixando influenciar por idéias negativas, chegando mesmo a quebrar
sua harmonia interna e até a afetar a daqueles com quem falava, tal seu nervosismo.
“Certa ocasião, quando esse quadro se reproduzia na nossa casa (e se pôs a cantar pontos de
terreiro!...) a discípula foi surpreendida por um fato interessante. É que uma criança com um ano e meses de
idade, justamente nesse momento, estendia sua mãozinha direita sobre a fronte da pessoa que, com isso,
sofrera como que a ação de um breque e todo aquele fenômeno é substituído por uma onda de paz e de
felicidade. A criança que era filho do Discípulo Hélios, chamava-se “PHILIPPE Luís”, nome que lhe fôra escolhido
por seus pais em homenagem ao M. Amo-PHILIPPE. (Essa intervenção silenciosa, lembra-me, Carolei, quando
em Córdoba (Argentina) havia um certo grupo de espíritas que acreditavam ser o Swami VIVEKANANDA (!)
quem lhes fazia discursos notáveis e fogosos (dos que tanto gostam). Certo dia, em que tinham convidado o
casal Solon-Theano dos quais já falei e em plena “representação” do pretenso Vivekananda, a nossa
Discípula foi impulsionada a levantar-se e, de longe mesmo, sem uma única palavra, dirigiu também, um dedinho
em direção ao “vivekananda-made-in-astral-barato”... e este caiu sentado “com a viola no saco...”. Estas, Carolei,
as operações de aferição silenciosa dos poderes e da realidade... “Acha?”
2. D. Alice Martins Assunção, residente à Rua Cardeal Arcoverde, 965, bairro de Pinheiros, tinha seu
pai, Benedito José Martins, residente à Rua Dr. César, 1.248, desenganado pelos médicos, devido a estar com
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uma das pernas gangrenada. Deveria sofrer a amputação da mesma, porém sem qualquer esperança, pois a
opinião dos cirurgiões era de que “morreria”, cortasse ou não a perna.
Exatamente no dia em que o referido senhor completava o seu nonagésimo aniversário (19 de arco de
1957) foi feita a amputação e, a única conseqüência é que até hoje aquele cidadão, apesar de sua avançada
idade, está forte e saudável. Por que? É que D. Alice, já desiludida com a opinião dos médicos, e numa
oportunidade que teve (não por obra do acaso), de, conhecendo a Benedita S. Nogueira, contar a esta senhora o
que se passava, foi aconselhada a pedir a ajuda do MEM PHILIPPE, bastando que orasse a Ele e mantivesse
um cravo branco e outro vermelho junto a sua fotografia, que lhe fôra ofertada na ocasião.
(Cabe acrescentar, Carolei, ao relato acima feito por Hélios, que a escolha das flores deve-se a certas
cerimônias nossas, nas quais as flores Brancas representam aos MESTRES espirituais e as vermelhas ao
AMOR, seja da Jerarquia Angélica e Divina, seja ao pequeno esforço de amor, dos humanos. Devo, ainda,
esclarecer, que a Flor que representa ao MEM é a ROSA BRANCA.)
3. Santina G. S. P., residente à Av. Brig. Luiz Antônio, n. ... Estava enfrentando uma séria
incompatibilidade conjugal que terminaria, a seu ver, com toda a certeza, na separação. Aconselhada a rezar ao
MEM PHILIPPE, na forma do costume, isto é, mantendo junto à foto do Mestre as 2 flores (cravos) vermelha e
branca, foi o impasse dissolvido em poucos dias e a vida retornou à devida normalidade.
4. Célia Prunes idade 40 anos aproximadamente. Desde criança vinha sofrendo de epilepsia.
Tudo fizera para sanar o mal, porém sem nenhum resultado. Após travar conhecimento com BENEDITA, e ter
contado a sua triste história, foi orientada a proceder como nos demais casos. Esta senhora recebeu a grande
Graça de não sofrer mais as terríveis crises próprias da doença, durante alguns anos. Digo durante alguns
anos porque posteriormente, ela mesma o disse, deixara de rezar, e chegou a atribuir a cura a outros fatores.
Resultado: voltaram os ataques epilépticos.
(Aí tem Você, Carolei, um “curso completo” de: fé, graça, ingratidão, e de Balança Moral...)
5. Amélia... (25 anos de idade), em 1954. Sofria de alucinações periódicas, a ponto de às vezes
ter que internar-se no Juqueri. Esta moça foi aconselhada a fazer preces ao MEM AMO-PHILIPPE; que se o
fizesse com todo o ardor do seu coração conseguiria sua cura. Fôra nessa ocasião prometido a moça, que ela,
Benedita, também, apesar de suas ocupações, rezaria por ela à noite. Certa noite, Benedita sente, numa espécie
de pesadelo, não podendo precisar se estava acordada ou dormindo: Vê uma sombra no quarto e ouve dizer:
“reze com mais força... mais força...” ... e termina com uma sensação desagradável, como se algo saísse de si
mesma. Acorda e verifica que é meia-noite.
Na sua opinião, não dava crédito. No dia seguinte, encontra-se com uma cunhada de Amélia, a quem
pergunta pelo seu estado. Teve como resposta que “Amélia estava sarando”, e, interessante é que a própria
Amélia veio lhe dizer que esteve naquela noite ameaçada de nova crise, porém via Benedita rezando por sua
intenção e a seu lado uma sombra. Daí por diante, consta que a moça não mais teve as crises.
6. Certa ocasião, em 1954 (não podendo precisar a data certa), estava D. Benedita da Silva
Nogueira, residente (então) à Av. Paula Ferreira, 1933 em Pirituba, São Paulo à porta de sua casa
despedindo-se de uma visita, quando com grande espanto observa, a uns 150 metros aproximadamente, que
uma criança, no momento em que procurava agarrar pelo lado direito para ganhar o estribo do caminhão
(tamanho médio) de seu pai que vinha chegando, não o conseguindo escapa e vai parar debaixo do veículo, que
passa com a dupla roda traseira sobre o tronco do pequeno.
Tudo isso naturalmente ocorreu numa fração de segundo. D. Benedita, nesse mesmo instante, grita
quase que automaticamente: “Valei-me AMO-PHILIPPE!” e corre para o local onde se depara com o pai da
criança, já fora do caminhão, que diz: “Matei o Getúlio!” pois assim se chamava o pequeno. Ela, sem perder
tempo, continua pedindo ao “AMO-PHILIPPE” e manda que todos que ali acorreram gritassem pelo “AMO-
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PHILIPPE” uns gritavam “AMO-PHILIPPE”, outros “Sr, PHILIPPE”, outros ainda: “São PHELIPE”, pois
ninguém ali tinha conhecimento do que seria...
D. Benedita agarra o pequeno e procurando sempre fazer alguma cousa, sopra-lhe nas narinas até que
volta a respirar sozinha a criança. Depois, seguindo os trâmites legais, a criança vai para o Pronto Socorro, mas
lá nada foi constatado senão os sinais do pneu sobre as costelas, apesar das chapas radiográficas tiradas.
Os pais da criança são japoneses (concordam com a divulgação do nome e da fotografia da criança, se
oportuna).
(Viu, Carolei, que bonitos os resultados da FÉ NO MEM! e a suprema delicadeza Dele, salvando a
criança, mas deixando os rastros dos pneus... sem os quais, haveria gente capaz de, também atribuir “a outras
causas”!!!...)
II. 35 UM EXEMPLO DA “BONOMIA” DO MEM PHILIPPE
Um bom Amigo nosso, do Rio, Sr. Nunes Rodrigues, falava a sua Mãe, de 84 anos de idade, muito
doente, da pessoa do MEM e mostrou-lhe a foto do Mestre. Desde então, essa senhora falava “do Português” (!),
por causa do “bigodão” do MEM. Certo dia, quando Nunes orava ao MEM viu primeiramente uma LUZ muito
brilhante, cor azul elétrico, e, depois... a metade do Bigode do Mestre!... (Janeiro de 19568).
II. 36 CURAS MÍSTICAS NO MONASTÉRIO AMO-PAX (1953-1958)
Lá no Monastério, Carolei, a experiência mostrou não haver ambiente para as Curas Místicas. Por
curioso e por triste que possa parecer, era assim mesmo. Havia um naturista que ocupava-se um pouco com
acupuntura e obtinha bons resultados. Havia outro indivíduo que, com o pêndulo e a varinha detectava bem os
remédios, obtendo às vezes ótimos resultados e, se não tivesse sido por outra parte, tarado sexual e farsante,
poderia ter chegado longe na assistência aos necessitados. Os demais, nunca sentiram pelo semelhante amor
suficiente para terem uma conduta coletiva sofrível, ainda menos então para o esforço que as Curas Místicas
requerem!
Mas, diz-se sempre que não há regras sem exceções. Efetivamente, no “Boletim Amo-Pax”, n. 2, de 1
de novembro de 1957, acham-se estas linhas (a propósito do noivado do Swami Sarvânanda com a Residente
Daya):
“Bem, estávamos ficado longe dos noivos. O caso é que a Residente DAYA, que tanto se esforçou pelo
Monastério, chegando a maltratar a saúde, por levantar, durante meses, e ir a pé a Resende, de madrugada,
buscar o especialista em matar saúvas; a moça que se dedicou ao Morro Cedaior, de todo o coração, e que tinha
tido, antes de entrar no Monastério, uma vida muito dura e bastante cheia de desilusões, tinha-se tornado aqui
uma Discípula da via Essênia da entrega e, para assombro de muitos, que não acreditavam que pessoa sem
cultura superior, ou sem posição social “relevante”, seja digna de toda “consideração” ... o MUITO EXCELSO
MESTRE AMO-PHILIPPE, concedeu diversas vezes à pequena DAYA “Graças” muito especiais: a cura de
doentes, o soerguimento moral de pessoas que bebiam, a TRANPARÊNCIA (ou Absorção) a ela, Daya, de
males físicos ou dores que outros sofriam... E tudo isso era feito sem barulho, sem ostentação, com essa
singeleza que pedimos a Deus que DAYA conserve, pois é sem dúvida, junto com a sua DECISÃO, para fazer
tudo e qualquer cousa que achar oportuno, o dom que a levará adiante...”.
Segue-se, Carolei, o relato de ter DAYA feito promessa ao MEM PHILIPPE de lutar contra o “animismo”,
que era a contraparte negativa da espontaneidade de Daya. A cada esforço, sincero e calado, dela, um resultado
vinha. E, como naquela época não julguei oportuno divulgar as curas feitas por DAYA, para não lhe criar mais
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inimigos, dentro e fora do Monastério, devo agora citar um par das que Mãezinha SÁDHANÂ a mais vigilante
dos silenciosos... ia apontando com o seu calado Amor pelo MEM e pelos que se esforçam...
1. Daya, visitando a seu padrinho, achou-o muito dorido, por uma doença na perna, da qual sofre
desde muitos anos. Silenciosamente, para não chamar a atenção, sentou-se ao lado do enfermo, tomando a sua
mão entre as suas e orava ao MEM... Ficou assim 3/4 de hora. Quando voltou, algum tempo depois, a visitá-
lo... soube que a perna estava completamente sã.
2. A Residente Isis, em sua cela, chorando e gritando, por um choque anímico e moral
grande... Daya, vendo a todos em redor da Isis, foi para a Capelinha do MEM, pedir por ela e
ofereceu-se para absorver. Já de volta a sua cela, daya sentiu-se dominada por uma onda de dor e de desesperação, chegando a
se atirar ao chão, chorando e gemendo. Ouviu, de repente, a Isis que, parede por meio, no refeitório, estava
rindo e conversando muito alegre. Deu-se então conta, que a dor não tinha sido dela, Daya, pois na realidade
nenhum motivo tinha. Fôra um caso de “absorção”. E tudo passou rapidamente. (Ano 1957.)
(Viu, Carolei, outro “curso completo”: histerismo dos que pretendem seguir altas iogas de Aurobindo;
safadezas do companheiro produzindo os ataques; inoperância dos que “olham o espetáculo”; ação silenciosa
dos que sentem as cousas e têm o coração mais aberto do que a língua e a mente prontas para criticar; e,
finalmente: quão superficiais as dores barulhentas! E que bela a Graça de poder absorver o que os ouros
sofrem!)
II. 37 UM DOS CASOS DA MISTERIOSA AÇÃO DO M. CEDAIOR:
O Casal Samsaradasa-Samsaradevi (ver a H. 15) tem como filha mais velha a “CHELITA”, encantadora
criatura que fez quinze anos em 1958. Vou traduzir literalmente a cartinha que, em 3 de novembro de 1957, nos
enviou essa gentil amiguinha:
“Querido Mestre Há muitíssimo tempo que queria escrever-lhe para lhe pedir novamente uma foto do
se Pai.
“O Senhor já me tinha dado uma porém desapareceu: acontece que eu estava para me operar da
garganta, apenas se podia engolir com uma dor imponente, e lhe pedi que me curasse. Não tinham passado
nem dez minutos e já eu estava completamente sem nada.
“Coloquei a foto debaixo da almofada e corri dizer o acontecido a meus pais; quase imediatamente
voltei ao quarto e a foto já não estava, verdadeiramente ninguém explica-se isto e por mais que a
procurássemos nunca mais a encontramos.
“Disto, já fazem quatro anos, sempre eu pensando nessa foto, e não me decidia lhe pedir outra, sendo
que me tem feito (o M. Cedaior) muitíssimos favores. E, até agora, nem sei o que é uma dor de garganta.
“Passei otimamente os exames e já vou para o terceiro ano de secundária, e não posso negar que o
Mestre CEDAIOR me tem ajudado muito, principalmente em francês. Tenho muitos desejos de ir aí,
possivelmente vá nas férias próximas, porque não quero festa de aniversário (15 anos). E há muito tempo que
assim decidi.
“Nestas férias vou ler alguns livros que aqui estão, já li muitos, são muito interessantes e a mim
encantam. Desta vez quero ler Yo que Caminé por el Mundo, porém não sei se o poderei entender ou se já
convém para mim? Gostaria que o Senhor me recomendasse alguns.
“Espero que me perdoe por ter “perdido” a foto do Mestre CEDAIOR. Com um abraço para o Senhor e
rogo que o faça extensivo aos outros aí, e muito especialmente à Mestra Sádhanâ CHELITA.”
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(Viu, Carolei: à vezes o “preço” de uma Graça é a pessoa ficar privada de alguma cousa que muito
estima, como neste caso do desaparecimento misterioso da fotografia. Casos análogos, temos até de jóias e de
livros, que desaparecem, ou quebram-se, etc... em condições suficientemente “raras” para dar o que meditar, a
seus donos e aos que vivem a vida mística...)
Com. 287 Para fechar este tema, e esta parte da obra, Carolei, alguns
apontamentozinhos mais, que podem ser-lhe eventualmente úteis:
1 É importante lembrar que, na última das Sessões de Lyon, a que assistiu
fisicamente, o MEM recomendou a perseverança na oração. O caso H. 31
confirma e ilustra isso.
2 Tal perseverança, e o cumprir a promessa de orar por alguém, são mais
importantes que o “como e onde”: Sádhanâ dedicava, no Uruguai, os 25 minutos de
cada manhã, em ir é verdade que guiava seu Topolino por caminho tranqüilo à
cidade: os doentes se curavam!
3 Se algum dos numerosos médicos materialistas discute com Você,
Carolei, não discuta com ele: peça-lhe para ler o livro A Oração, seu poder e seus
efeitos, no qual o mundialmente célebre Dr. Aléxis CARREL, proclama as virtudes
curativas e regeneradoras da prece. Se o dito cujo discutidor não acata seu
eminente colega, então Carolei; é o caso de reencarnação... ou de ser curado, se o
merece!
4 Os cravos, vermelhos e branco, que a boa Benedita mandava pôr ante o
retrato do MEM, são, a realidade típicos de uma Corrente do Oriente! Mostra que o
MEM está acima de tais distinções.N. 170
N. 170 A Origem dos Ensinamentos, Histórias e mais dádivas do Tema das CURAS
MÍSTICAS, é a seguinte: E. 53 e 55, são do Manuscrito de Papus; E. 570, de Papus também (Traité élementaire d’Occultisme et d’Astrologie, pág. 204, e já o tinha eu divulgado em Yo que Caminé..., pág. 301, etc). Os E. 216, 217, 245, 280, 303, 323 e 342, são de Lumière Blanche, págs. 37 e 55.
As Histórias 27 até 37, são dos Arquivos de A. M. O., DA Cruzada e do Grupo de Curas Místicas, respectivamente.
Com relação aos Cravos vermelhos e brancos, todo Discípulo nosso sabe que, no Suddha Dharma Mandalam, em certas Cerimônias, há uma representação do Lado Sagrado de K...... e, nela dois cravos ou algumas outras flores cheirosas e vermelhas, representam a DURGA-YOGADEVI, A Divina mãe, e NARAYANA o Espírito Santo; e, por outra parte, a Flor Branca representa a NARA, ou seja a Jerarquia Visível e, por extensão, a Humanidade. É, pois, um Rito Místico Oriental. Não obstante, o MEM aceitava perfeitamente a Homenagem, desculpava a conjusão e concedia as Graças! Que bonito tema de meditação para alguns dos seus seguidores um tanto limitados!...
E, para fechar esta Nota, Carolei-zinho: não deixe de consultar, ainda, o I Vol., págs. 39 a 42, entre outras, nas quais achará notáveis Curas e, todo ato de um MESTRE ensina muito... a quem aspira Saber para Servir!
PAX TIBI, CAROLEI!
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5 Possivelmente não fosse necessário dizer que, se Você, Carolei, ou
algum necessitado ou dos que se disponham a orar pelos doentes, preferir, de
coração, algum outro Retrato do MEM, e não o que coloquei neste Tema, o MEM
certamente fará como com as flores da Benedita. Ele sabe que, se brindei muitos
retratos diferentes Dele, é para que todos achem algum que tanto lhes agrade, que
mais fácil se lhes torne AMÁ-LO! Assim também lerá Ele, no coração de Você e
de todos, o Imperador disfarçado de Burguês! O que Curava, perdoando os
Pecados!...
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ÍNDICE DO TERCEIRO VOLUME NOSSA CAPA: ilustração a Cores do Labor de SSS, e Com. 407 TERCEIRA PALESTRA COM CAROLEI Com. 131 Ilustrações: Tenho passinho tão leve
Pequeno Ser ajuda Oração Um Clichê do MEM
Início dos Temas: “O MUITO EXCELSO MESTRE E...”
AS SESSÕES (1870-1904): (Com, 132 a 134) Ilustração: magnífico retrato do Muito Excelso Mestre PHILIPPE, O Pai dos Pobres!
A SUA TRANSMISSÃO: (Com. 135 a 140) Modos de Sua Transmissão AS DUAS VIAS: (Com. 141 a 148) Via Mental e Via Mística O PAI: (Com. 149 a 152) Provas da Bondade do Pai O CÉU (Reino Espiritual): (Com. 153 e 154) Condições para ir lá O VERBO: (Com. 155 a 157) JESUS-O-CRISTO: Sua Origem Fenomenologia universal da Sua Vinda Cristo-O-esus, visível
Jesus, o Salvador dos Pobres JESUS O RESSUSCITADO E O CRISTO CÓSMICO E SOCIAL Israel A R. C. M. (Com. 158 a 167) Ilustrações: Magnífico quadro de Jesus-O-Cristo (por Reynolds) Escudo da República dos Cidadãos do Mundo Adoração da Cruz
O ESPIRITO SANTO: (Com. 168 e 169) Dons; e Pecado contra O REINO (espiritual): (Com. 170 a 173) Céu e Paraísos A VIRGEM: (Com. 174 a 176) Quem é Ela Porque orar a Ela OS ANJOS E GUIAS: Influências do Plano Invisível de acordo com as principais Tradições
Angelologia Hebraica, Cristã, Mágica-Oriental Reais funções dos Anjos, provadas pelo MEM Anjos da Guarda (Com. 177 a 180) Ilustrações: Um duende O Mundo Encantado dos Gnomos A CORES: Seres da Natureza e o vento
OS GÊNIOS E OS EGRÉGOROS: (Com. 181 a 187) Mistérios OS ENVIADOS (do PAI): Datas, números e fatos... (Com. 188 a 189) História: 21: Vida e Morte de
“Um dos Onze” que passaram pelo Sol... Ilustração: Retrato de Francis SCHLATTER, um dos Onze
O MEM: UM DOS TRÊS ENVIADOS (Ele, O MAIOR) (Com. 190-191) OS APÓSTOLOS E PROFETAS: (Com. 192-193) Elias, Judas, etc. A ALMA: Sua criação Funções Nem todas descem nas mesmas condições Condições para
descer, atuar e progredir (Com. 194-195) O DIABO: Realidade sobre o Diabo e demônios e suas relações com a nossa vida e progresso (Com.
198-199) O DESTINO (“Karma”, dos orientais): Sua categoria funcional e realidade O Jogo das Três Forças: DESTINO-PROVIDÊNCIA-VONTADE HUMANA (Com. 200 a 204) Como liberar-se do “Destino” A MORTE: O MEM “faz morrer experimentalmente” Condições após a morte “Consolar” aos
moribundos... Reencarnação e Ressurreição da carne Condições especiais da morte Como nos ajudam e como nos ajudamos a nós mesmos A conduta para com os mortos (Com. 205 a 213) História: 22: O M. PAPUS e o Discípulo “Jeholo” (macabra, mas instrutiva experiência!...)
A REENCARNAÇÃO: Diferentes sentidos práticos Ação da Reencarnação no indivíduo, na
sociedade e na história (Com. 214 a 217 e: As Sete Conclusões Fundamentais)
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O DESTINO ESPIRITUAL DO SER: Experiência de erguer as Cortinas que separam os mundos...
(Com. 219 e 220) O ESPORTE: (Com. 221) História: 23: Reação “diferente” dos alemães, à derrota A DIETA: Para toda a gente em geral Para os discípulos Para os da Via Mística essênia
Subindo na escadinha infinita (Com. 222) O ESPIRITISMO: Existe algo bom nele? Orientação do MEM aos seus Discípulos
Cientificamente... Do ponto de vista “ocultismo ocidental” Para método de desenvolvimento espiritual Como investigador de ioga... Como místico cristão (Via do M. PHILIPPE) Do ponto de vista higiene médica Considerações religiosas relativas ao espiritismo Filosófica e Socialmente (Com. 223: de 12 páginas)
OCULTISMO E MAGIA: Aprender-se em 3 semanas “Operação Mágica” Definições de Magia A
que Jesus ensinava Quadro das Ciências do BEM e do MAL (Com. 224 a 227) História: 24: Uma lição de Magia da Vida Ilustração: Os Gnomos fazendo Magia da Vida
AS RELIGIÕES E AS IGREJAS: É uma grande felicidade ser Católico Diretrizes religiosas para todos
“Toda e qualquer religião salva...” (Com. 228 a 230) O ANTIGO TESTAMENTO: Os Evangelhos e as épocas mudam... (Com. 232) O EVANGELHO: Não foram os Apóstolos... O que Jesus não lhes tinha dito... (Com. 233) A NÃO-VIOLÊNCIA: As moléculas de selvagens Mais vale fazer o al... (Com. 234) OS PROCESSOS: Porque evitá-los ...Te retirarei a saúde... (Com. 235) OS AINDA IMPERFEITOS: Os órgãos imperfeitos (Com. 236) OS QUE RECUSAM AJUDA: Ajudar até com escândalo? As conseqüências da ação (Com. 237 a
239) OS MORNOS: (Com. 240 sobre a ipecacuanha social) CASAMENTO, DIVÓRCIO E FILHOS: Ensinamentos transcendentais a respeito a respeito Criação
dos filhos; razões ocultas de sua vinda e na influência sobre as gestantes (Com. 240 a 243) A MULHER: Função espiritual e social das encarnações femininas Emancipação ou não? (Com. 244
e 245) OS SONHOS: Reais e não Como tê-los puros Experiências noturnas (Com. 246) História: 25:
Jesus e as Raças Terrestres A TRANSPARÊNCIA: Segredos aqui e após a morte Nada está oculto (Com. 250 a 252) O PERDÃO: Porque a confissão não basta Dificuldades de se obter o perdão Como funcionam os
Anjos nisso Os Poderes do Perdão (Com. 250 a 252) “O DAR”: As velhas solteiras e seus gatos Chapas e o Dar (Com. 253) e “os mortos em vida” OS HUMILDES E ENTREGADOS: Individual, social e misticamente (Com. 254 a 256) e com
ensinamentos sobre “o verme da vaidade” A CARIDADE: Os mistérios da Caridade no plano sutil, e no prático Sua relação com a adversidade,
a solidariedade e na educação dos filhos Chaves práticas (Com. 257 a 260) História: 26: Anjo ou Homem?
A PRECE: Porque alguns não podem orar Outras condições necessárias para orar Conselhos
para orar Promessas e seus efeitos Posturas de oração Os Seres que ouvem as nossas preces... Utilidade social ou coletiva da Prece A ORAÇÃO DOMINICAL Pater clássico e completo Pater espontâneo Expectante Pater Kabbalístico Hora Nona... (Com. 261 a 277)
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Ilustrações: Seres da Natureza, orando Oração sem palavras Quando um Gnomo ora... Visão em profunda adoração a Virgem A CORES: O Gnominho como Anjo da Guarda
“AMAI-VOS!”: Porque nos é difícil e como fazer para “treinar” o amor ao semelhante Os poderes
decorrentes (Com. 278)
AS CONDIÇÕES DAS CURAS E DAS GRAÇAS, SOB a BALANÇA MORAL: O “ministério do milagre” Curas pela Graça e pela Prece Que fazer quando a medicina espiritual não atua e, vice-versa... O mal curado sem que os pecados sejam perdoados... ALGUMAS DAS CURAS OPERADAS PELO MEM EM LYON CASOS DE CURAS CONTEMPORÂNEAS A PREPARAÇÃO PARA CURAS COLETIVAS NA “A.M.O.” O GRUPO DAS “CURAS M´SITICAS” AS MÃOS LIMPAS... Conselhos práticos, para crentes e para materialistas... (Com. 279 a 287) Histórias: 27: O Rapazinho aleijado, de Montevidéu; 28: O MEM PHILIPPE e “Jedidiah”; 29: Dispepsia crônica de 30 anos; 30: Condenada à morte, Chola torna-se Mãe; 31: O Irmão de Chola, salvo de gangrena e “prolongado” de Câncer; 32: Supressão de atroz agonia num Câncer da garganta; 33: Alguns casos de curas durante a Cruzada; 34: As Graças obtidas por “Uma Mulher Muito Rica”; 35: Um exemplo da Bonomia do MEM PHILIPPE; 36: Curas Místicas no Monastério Amo-Pax (1953-1958); 37: Um dos casos da Misteriosa Ação do M. CEDAIOR Ilustrações: Foto de uma menina “antes e depois” do MEM salvá-la Foto 38: O ROSTO DOLOROSO E AS MÃOS LIMPAS!...” Benedita, Hélios e seus filhos!
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Como sempre, isto é: como nas demais Visões que a obra oferece,
todo um curso de simbolismo e de realidades sutis acha-se incluído nesta
jóia mística:
Como se verá no Tema: “O Reino Animal”, no IV volume, assim
como já indicações são dadas no de “Anjos e Egrégoros” (Anjos de
Coletividades) – neste Volume –, acontece que no plano superior, ou seja,
o que se designa como celeste – que não deve ser confundido com o astral
dos médiuns, etc. – todas as atividades idéias e coletivas, apresentam-se
sobe formas, peculiares de cada uma – e revelam Anjos e Videntes, o que realmente são. Assim, a Visão da capa:
Sobre uma nuvem-pedestal que nasce da própria roupagem do Anjo
de tal Labor, acham-se: o próprio Ser angelical, que toca a trombeta de
Alerta, por toda a parte em que passa a naveta com proa de Cisne
(intenção mansa), puxada por dois alados e alvos Cavalos (ideal, poesia, e
também – alusão a Sádhaná e SSS (como se viu no II Volume) que devem
procurar ter motivos e modos de ação tão puros e nobres como os seres
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sutis que puxam a sua barca, na qual certa quantidade de água pura e
serena (conhecimento e influência no Muito Excelso Mestre) está contida.
Ao oposto do que parece na Terra, o nome de Sri Sevânanda Swami
nem se vê. Está, é verdade, inscrito em círculo – como o nome dos navios,
nos salva-vidas… - para indicar que o labor de que se trata, leva o nome dele na Terra, ou parte dela que lhe foi dada como campo para arar, ou
espaço espiritual a percorrer…
Mas, a formosa Estrela gigantesca – que assim mesmo lembra a da
História n. 28 – neste Volume – deve ser compreendida à luz dos detalhes
dados pela Vidente. A Estrela é o veículo do MEM, que assim Se
Manifesta, no e por meio do Labor do SSS, principalmente no que se refere
ao lapso de tempo de Sua ação e Ensinamento, desde os tempos do Profeta AMÓS, que é ELE MESMO, como veremos…
Mas, antes de surgir o Rosto do MEM, aparece dentro da Estrela,
isto é muito mais intimamente ligada ao próprio Muito Excelso Mestre, a
sorridente Mãezinha Sádhanâ…, o que mostra ser por ela (muitos sentidos)
que tal Laço com MEM está assegurado.
Finalmente, acima da maravilhosa Coroa do IMPERADOR DO
MUNDO e do “arco de Rosas Azuis” (ideal de pureza espiritual do Labor e
dos Ensinamentos do MEM) no supremo jorrar da LUZ DO MESTRE
PHILIPPE, está o MAGNIFICAT, que até tomar em crescente ascendente:
O Labor de SSS procura magnificar a alma de todos aqueles eu,
por seu intermédio, possam tomar contacto interior com MEM; Mãezinha
procura magnificar a doutrina do MEM vivendo-a, num grau que só os
Íntimos apreciam realmente, e todo Labor, ensinamentos e Vida do próprio
MEM PHILIPPE, desde antes dos tempos de Amós a hoje são isso: um
MAGNIFICAT ao Divino Amigo e à Bondade do “`Pai tão bom que sempre
sabe o que precisamos”: Esurientes implevit bonis, et divites dimisit inanes! (Aos esfaimados cumulou de bens, e aos ricos mandou de volta,
com as mãos vazias – Magníficat).