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Terapêutica medicamentosa em Odontopediatria: dor- febre inflamação (analgésicos, antitérmico e antiinflamatórios) Grupo: Cristiane de Oliveira Balman, Gabriela da Silva Marques e Juliana Georges Freiha Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

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Page 1: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Terapêutica medicamentosa em Odontopediatria: dor-

febre inflamação (analgésicos, antitérmico e

antiinflamatórios)

Grupo: Cristiane de Oliveira Balman, Gabriela da Silva Marques e Juliana Georges Freiha

Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno

Seminário de Odontopediatria II

Page 2: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

“Estima-se que, aproximadamente, 30% dos medicamentos (prescritos ou não por médicos) pertençam ao grupo dos analgésicos, antitérmicos e AINH.”

Fonte: Silva CH, Giugliani ER. Consumo de medicamentos entre estudantes adolescentes: motivo de preocupação. J Pediatr (Rio J) 2004;80:326-32. 2

Page 3: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

O que é inflamação?Fonte: J Pediatr (Rio J). 2006;82(5 Supl):S206-12: indicações,

efeitos adversos.

Lesão celular

Rompimento da

membrana celular

Citocinas pró-

inflamató

rias (IL-1,

ex.)

COX

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Page 4: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

O que são antiinflamatórios não hormonais (AINH)?

Fonte: J Pediatr (Rio J). 2006;82(5 Supl):S206-12:4

Page 5: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Algumas formas comerciais

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Page 6: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Qual é o mecanismo de ação dos AINH?

Rápida absorção Afinidade pelas

proteínas plasmáticas Metabolização e

eliminação é mais rápida em crianças

Fonte: biocolesterol.blogspot.com

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Page 7: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Quais AINH podemos indicar em Odontopediatria?

Acetilsalicílico (AAS)*

Naproxeno

Ibuprofeno

Tolmetin

Fonte: Food and Drug Administration. Safety concerns associated with over-the-counter drug products containing analgesic/antipyretic active ingredients for internal use. Disponível em: http://www.fda.gov em Setembro/2011

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Page 8: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

AAS x Síndrome de Reye

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Page 9: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Quais são os principais efeitos adversos causados pelos AINH?

Ulcerações da mucosa gastrointestinal; Esofagite de refluxo; Úlcera péptica; Algumas condições renais; Fotossensibilidade; Eritema multiforme, entre outros.

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Page 10: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

O que é febre?

Aumento da temperatura

Febre: axilar maior  que 37,2  graus

retal acima de 38 graus

Fonte: bebeabril.com.br

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Page 11: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Qual o mecanismo da febre?

Fonte: http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/752.pdf

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Page 12: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Fisiopatologia Regulação Normal da Temperatura

- Hipotálamo anterior- centro termorregulador – feedback - Febre: distúrbio na regulação hipotalâmica- atua como se o

seu set point tivesse elevado

- Pirógenos endógenos x pirógenos exógenos (proteína )

Processo PMN pirógenos Setpoint produção

Inflamatório endógenos perda

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Page 13: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Hipotálamo- Set point

Febre por ganho temperatura de calor(hiperrnatremia, hipertireoidismo,hiperpirexia)

PE Set point temperatura elevado

Fonte: adaptado de http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2005/RN%2013%20SUPLEMENTO/Pages%20from%20RN%2013%20SUPLEMENTO-2.pdf

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Respostas ao calor

- Vasodilatação- Sudorese

Respostas ao frio:- Vasoconstrição periférica-Atividades musculares – tremores- termogênese--Sem sudorese--Piloereção

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Patogênese da febre:Febre por ganho de temperatura:Tratamento: remoção física de calor (agasalhos)Contra-indicações: antitérmicos

Febre por PE: Tratamento: Set point AAS, Dipirona ou

acetominofenoContra- indicação: compressas, banhos não alteram o set

point

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Page 15: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

A febre é prejudicial ou benéfica?A febre é um inimigo, mas nem tanto porque apesar de ...

- Aumentar o aporte de oxigênio e prejudica o rendimento cardíaco...

- Dar convulsão...

  - Pode originar lesão cerebral...

- A febre associada com outros sintomas pode dar desconforto, dor muscular, irritabilidade.....

A febre é um amigo, mas nem tanto porque apesar de...

- Evidências experimentais afirmarem que a temperatura elevada diminui a reprodução viral e

bacteriana e estimula atividade imunitária...

- A curva febril auxilia o diagnóstico...

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Page 16: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Como medir a temperatura?

TERMÔMETRO:

-temperatura retal: 38 º ; 37,7º

-temperatura axilar: 37,2.

A temperatura axilar é 0,3 a 0,4ºC menor do que a

temperatura retal.

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Page 17: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

O que investigar durante a anamnese com paciente com queixa de febre no

consultório ?

- Idade da criança : lactentes com 2 -3 meses de vida

- Intensidade de febre

- Mudanças no comportamento e no apetite

- Avaliar a duração da febre.

Investigação imediata17

Page 18: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Por que devo tratar a febre? Com quais medicamentos?

Medicamentos antipiréticos:

AAS

Paracetamol(acetominofeno)

Dipirona

AINH (ex:ibuprofeno)

A utilização de medicamentos depende:

Idade

Sexo,

Acesso aos medicamentos,

Hábitos culturais e familiares

Políticas de saúde que regulam a

liberação, comercialização de

fármacos

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Page 19: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Medicamento Dose diária Número

de tomadas

Idade mínima recomendada (anos)†

Potência de inibição

AAS 80-100mg/kg /

3 a 4 12 Potente COX 1

Naxopreno 10-20 mg/kg 2 2 Inibidor COX 2

Ibuprofeno 20-40 mg/kg 3 a 4 6 meses Potente COX 1

Indometacina 1,5-3 mg/kg 3 14 Potente COX 1

Meloxicam 7,5-15 mg 1 13 Inibidor COX2

Celecoxibe 200-400 mg 2 18 Inibidor específico COX2

Valdecoxibe 40 mg 1 18 Inibidor específico COX2

Parecoxibe 40 mg 1 18 Inibidor específico COX2

Etoricoxibe 60-120 mg 1 16 Inibidor específico COX2

Lumiracoxibe 100-400 mg 1 18 Inibidor específico COX2Fonte: bulas.med.br

Cálculo da dose infantil dos principais medicamentos

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Page 20: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Principais medicamentos e preços no RJMedicamento Dose

(mg/kg/vez)Intervalo

Formulações Preços/ genérico

Efetividade

AAS 10-15 4-6 horas

Comprimidos R$10,75

DIPIRONA 15-20 4-6 horas

Gotas, solução,comprimidos,supositório

R$3-4,00 Após 30 min – 1 Hora

ACETOMINOFENO 10-15 4-6 horas

Gotas,xarope, R$ 9,90comprimidos

+ Efetivo

IBUPROFENO 4-10 6-8 horas

Suspensão R$ 14,90  Efeito +prolongado

PARACETAMOL 7-15 5-8 horas

Gotas, comprimidos

R$  7,44 Menor se ingerido com alimentos

NIMESULIDA 2,5 mg/kg 12 horas Gotas, comprimidos e gel

R$ 12,00 e R$ 14,00 

MV + longa(só até 10 dias- seguro)

Fontes: bulas.med.br, farmais.com.br 20

Page 21: Orientador: Prof. Dr. Luiz Flávio Martins Moliterno Seminário de Odontopediatria II

Apresentações dos principais medicamentos

Medicamentos

Xarope Gotas Suspensão

Supositório

Comprimidos

AAS X X X X 1-2anos:1/2-13-5anos: 1-26-9anos:2-310-12anos:4-5

DIPIRONA 5 a 8 kg 4 x 2,5 mL9 a 15 kg 4 x 5 mL16 a 23 kg 4 x 7,5 mL24 a 30 kg 4 x 10 mL31 a 45 kg 4 x 15 mL46 a 53 kg 4 x 17,5 mL

3 a 11 meses-2 a 5 gotas1 a 3 anos-3 a 10  gotas4 a 6 anos-60 7 a 9 anos-8010 a 12 anos-2013 a 14 anos-140

X 1 supositório até 4 vezes por dia

Não aconselhável para uso pediátrico

PARACETAMOL Até 7 meses-1,75 a 2,5 ml7 a 10 meses-2,5 a 3,75 ml1 a 3 anos-3,75 a 5 ml4 a 6 anos-5 a 7,5 ml7 a 9 anos-7,5 a 10 ml10 a 12 anos-10 a 15 mlMais de 12 anos-12,5 a 25 ml

1 gota/kg até a dosagem máxima de 35 gotas

Peso (kg) Dose(mL)De 0,4 a 2,5mL

1 – 3 supositórios por dia

Peso (kg) Dose 11 – 15 = 1 16 - 21 = 1 e ½ 22 - 26 = 2 27 - 31 =2 e ½ 32 - 43 =3 Acima de 43= 4

IBUPROFENO X 10 a 40 gotas de 6 a 8 horas

0,5 mL/kg/dose, ou seja, o peso da criança dividido por 2 em mL, a cada 6 a 8 horas

1 – 3 supositórios cada 6-8 horas

10mg/kg peso, em intervalos de 6 a 8 horas

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O que é dor? É uma experiência sensorial e

emocional, geralmente causada por uma lesão tecidual.

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A dor pode ser:

Aguda

Crônica

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Analgésicos: alívio da dor

Opióides

Não-opiódes

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Indicações Dores agudas e crônicas

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Mais utilizados em Odontopediatria:

Paracetamol

Dipirona Sódica

Ibuprofeno (AINH)

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Relato de caso:

Criança, de 7 anos, sexo masculino, 25 Kg, acompanhado da mãe, chega em consultório particular, queixando -se de febre alta persistente(39º C) há 2 dias. Mesmo com o uso de AAS 100 mg desde o início da febre, não houve diminuição significativa da temperatura. Ao exame clínico, nota-se inchaço na região de mandíbula e a existência de pericoronarite em região do elemento 36, que está erupcionando.

Caso (1)

Qual antipirético prescrever neste caso? Qual deve ser a dose?

a) Dipirona 15mg/Kgb) AAS 100mgc) Ibuprofeno 10 mg/kgd) Diclofenaco 100mg

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a) Dipirona 15mg/Kg

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Relato do caso:

L.R.S, 6 anos, sexo masculino, 23 kg, foi atendido na clínica de Odontopediatria da UERJ com a seguinte queixa: Dor de dente (55) aguda. Após exame clínico e radiográfico, constatou-se lesão cariosa extensa, coroa totalmente destruída e área radiolúcida entre as raízes. Tratamento: Extração

Caso (2)

Neste caso, é correto prescrever qual dos medicamento abaixo?

a) Diclofenaco de potássio 50mg – 2 comprimidos/dia

b) Ibuprofeno 50mg – 23 gotas , 3 x / diac) AAS - 2 a 3 comprimidos por dia ou

quando sentir dord) Naproxeno 250mg – 1 comprimido como dose inicial e ½ comprimido a cada 8 horas.

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b) Ibuprofeno 50mg – 30 gotas 3 vezes ao dia

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Relato do caso:

R.O.M, 10 anos, 25kg. sexo feminino, foi atendida na clínica de Odontopediatria da UERJ. Após procedimento de exodontia devido a falta de espaço para erupção dos elementos 33 e 43, a mãe questionou qual o medicamento indicado no caso de dor.

Caso (3)

O medicamento indicado para este caso é:

a) Paracetamol 200mg – 25 gotas de 6 em seis horas

b) Ibuprofeno 50mg – 12ml 3 vezes ao dia c) AAS - 2 a 3 comprimidos por dia ou

quando sentir dor d) Dipirona 500 mg – 1 a 2 comprimidos

de 4 vezes ao dia

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a) Paracetamol 200mg – 22 gotas de 6 em seis horas

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Referências 1. Cicaccia MC, Baldacci ER. Consumo de medicamentos por crianças e adolescentes de Santos.

[Dissertação de Mestrado].São Paulo: Faculdade Medicina da Universidade de São Paulo; 2004.2. Litalien C, Jacqz-Aigrain E. Risks and benefits of nonsteroidal anti-inflammatory drugs in children: a

comparison with paracetamol. Paediatr Drugs 2001;3:817-58.3. Brune K, Hinz B. Selective cyclooxygenase-2 inhibitors: similarities and differences. Scand J

Rheumatol 2004;33:1-6.4. Hilário MO, Terreri MT, Len CA. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs: cyclooxygenase 2 inhibitors. J

Pediatr (Rio J). 2006;82(5 Suppl):S206-12.5. Vane JR, Botting RM. New insights into the mode of action of anti-inflammatory drugs. Inflamm Res.

1995;44:1-10.6. Silva CAA, Bricks LF. Recomendações para o uso de antinflamatórios não hormonais em pediatria.

Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-257. Food and Drug Administration. Safety concerns associated with over-the-counter drug products

containing analgesic/antipyretic active ingredients for internal use. Disponível em: http://www.fda.gov (setembro de 2011).

8. Bricks LF. Uso judicioso de medicamentos em crianças. J Pediatr (Rio de Janeiro) 2003; 79 (Suppl 1): S!)&-14.

9. Dale M.M., Rang H.P. Farmacologia (São Paulo); 6ª ed, pag 588. 10. Trotta E.A. ; Gilio A.E. Acute fever without source in infants and children less than 36 months of age.

Jornal de Pediatria - Vol. 75, Supl.2, 199911. Murahovschi J. Fever in pediatric office practice. Jornal de Pediatria - Vol.79, Supl.1, 200312. http://www.pediatriasaopaulo.usp.br/upload/pdf/752.pdf13. M Casteels-Van Daele, C Van Geet, C Wouters. Reye syndrome revisited: a descriptive term covering a

group of heterogeneous disorders. Eur J Pediatr. 2000; 159(9):641-814. Medicines and Healthcare products Regulatory Agency Disponível no dia 01/11/11 em: http://

www.mhra.gov.uk/index.htm15. Reye Syndrome Organization of UK Disponivel no dia 01/11/11 em:

http://www.reyessyndrome.co.uk/home/

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