pastejo racional voisin

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 Fundamentos do pastoreio racional voisin Fundamentals of rational grazing voisin LENZI, Alexandre 1 1 Professor Dr . do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC - Brasil, [email protected] RESUMO: Com o enfoque de sustentabilidade, o manejo passa a ser o principal fator a ser utilizado na manutenção e perenidade dos pastos, e, por conseqüência para a condução dos animais em pastoreio. Para que isso ocorra Voisin postulou quatro leis básicas, sendo a primeira relacionada ao Tempo de Repouso adequado, que permita à planta armazenar em suas raízes reservas suficientes para um novo e vigoroso rebrote. A segunda lei prevê que o Tempo de Ocupação de um piquete pelos animais deve ser suficientemente curto para que uma planta não seja pastoreada mais de uma vez em um mesmo período de pastoreio. A terceira lei tem como meta os  Rendimentos Máximos , para isto é preciso ajudar os animais que tenham as maiores necessidades nutricionais na obtenção de alta ingestão voluntária de forragem em termos quantitativos e qualitativos. A quarta lei busca o equilíbrio, pelos Rendimentos Regulares , nesse sentido os animais não devem permanecer por mais de três dias em um mesmo piquete. PALAVRAS-CHAVE: Consumo, Pastoreio Voisin, P rodução animal, Qualidade da f orragem. ABSTRACT:Focusing on sustainability the management turns the mainly factor for pasture maintenance and perennial, that will be used, and for this reason, for the conduction of grazing animals. For this scenario to take place, Voisin postulate four basic law, being the first in relation to the adequate Rest Time  that allow the plant to store in the root enough reserve for a new and vigorous regrowth. So, the second law emphasize that the total time of animal s permanence in the paddock should be short enough to avoid that the plant could be grazed more than once, in the same  Occupation Time. The third law look for the Maximum Yield, so it is needed to help the animals that have the highest nutritional requirements, contributing to then to have a higher forage voluntary intake, both quantitative and qualitative. The fourth law search for the equilibrium, through the  Constant Yield, in this meaning the animals should not remain more than tree days in the same paddock. KEY WORDS: Intake, Voisin Grazing, Animal production, Forage quality. Revist a Bras ileira de Agroeco logia Rev . Bras . de Agroecologia . 7(1): 82-94 (2012) ISSN: 1980-9735 Correspo ndências para: [email protected] Aceito para publicação em 23/01/2012

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Pastejo Racional Voisin

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  • Fundamentos do pastoreio racional voisin

    Fundamentals of rational grazing voisin

    LENZI, Alexandre1

    1 Professor Dr. do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina, Florianpolis/SC - Brasil,[email protected]

    RESUMO: Com o enfoque de sustentabilidade, o manejo passa a ser o principal fator a ser utilizado namanuteno e perenidade dos pastos, e, por conseqncia para a conduo dos animais em pastoreio.Para que isso ocorra Voisin postulou quatro leis bsicas, sendo a primeira relacionada ao Tempo deRepouso adequado, que permita planta armazenar em suas razes reservas suficientes para um novoe vigoroso rebrote. A segunda lei prev que o Tempo de Ocupao de um piquete pelos animais deveser suficientemente curto para que uma planta no seja pastoreada mais de uma vez em um mesmoperodo de pastoreio. A terceira lei tem como meta os Rendimentos Mximos, para isto preciso ajudaros animais que tenham as maiores necessidades nutricionais na obteno de alta ingesto voluntria deforragem em termos quantitativos e qualitativos. A quarta lei busca o equilbrio, pelos RendimentosRegulares, nesse sentido os animais no devem permanecer por mais de trs dias em um mesmopiquete.

    PALAVRAS-CHAVE: Consumo, Pastoreio Voisin, Produo animal, Qualidade da forragem.

    ABSTRACT:Focusing on sustainability the management turns the mainly factor for pasture maintenanceand perennial, that will be used, and for this reason, for the conduction of grazing animals. For thisscenario to take place, Voisin postulate four basic law, being the first in relation to the adequate RestTime that allow the plant to store in the root enough reserve for a new and vigorous regrowth. So, thesecond law emphasize that the total time of animals permanence in the paddock should be short enoughto avoid that the plant could be grazed more than once, in the same Occupation Time. The third law lookfor the Maximum Yield, so it is needed to help the animals that have the highest nutritional requirements,contributing to then to have a higher forage voluntary intake, both quantitative and qualitative. The fourthlaw search for the equilibrium, through the Constant Yield, in this meaning the animals should not remainmore than tree days in the same paddock.

    KEY WORDS: Intake, Voisin Grazing, Animal production, Forage quality.

    Revista Brasileira de AgroecologiaRev. Bras. de Agroecologia. 7(1): 82-94 (2012)ISSN: 1980-9735

    Correspondncias para: [email protected] para publicao em 23/01/2012

  • IntroduoO pasto, exclusivamente, responsvel por

    quase 90% da carne bovina produzida econsumida no Brasil e pela maior parte dos 31bilhes de litros de leite produzidos anualmente noPas (IBGE, 2010). Por isso, h necessidade de secontinuar tendo nas pastagens a principal fonte denutrientes do rebanho, pois a forma mais prticae econmica de alimentao dos bovinos (SOUZAet al., 2005).

    Entretanto, o modelo que vigora na produoanimal em pastagens, baseado no sistema depastejo contnuo ou no rotativo, porm atrelado aaltas doses de nitrognio, tem se mostradoineficiente do ponto de vista bioeconmico.Todavia, os ndices podem ser melhorados peloaumento do ganho de peso individual e,principalmente, pelo incremento de suacapacidade de suporte. Verifica-se, assim, anecessidade de tornar os sistemas produtivos maiscompetitivos e viveis economicamente, uma vezque, a produo animal, no Brasil, ainda apresentandices de produtividade muito baixos, em virtude,principalmente, da deficincia na alimentao, sejaem quantidade e/ou qualidade, ao longo de todo oano.

    Nesse sentido o Pastoreio Racional Voisin(PRV), a partir do respeito s leis da natureza,atende s exigncias e s necessidades da plantaforrageira, do solo e do animal, de maneira queestes no venham a se contrapor. O manejoracional das pastagens um dos fatores de maiorrelevncia para a produo animal sustentvel: necessrio que seja o mais eficaz, para a proteoda pastagem e, ao mesmo tempo, resulte em bomdesempenho animal (VOISIN, 1974), tantoindividual como por rea.

    O termo racional aplica-se pela presena dohumano para conduzir, definir a eficincia tcnica,econmica, etolgica, cultural e social do sistema.A interveno do humano no PRV deve contribuirpara o melhor crescimento das pastagens e de suacolheita pelo animal, utilizando recursos

    tecnolgicos que preserve os fatores naturais, coma finalidade de maiores e melhores resultadoseconmicos na produo animal, o que implica,axiomaticamente, na diviso da rea, em parcelas.

    Com este intuito, Andr Voisin estabeleceuquatro leis que devem ser rigorosamenterespeitadas (VOISIN, 1974). A primeira estabeleceque:

    Tempo de repousoPara que uma forragem pastoreada pelo

    animal possa dar o seu mximo rendimento, necessrio que, entre dois pastoreiossucessivos, haja ocorrido um temponecessrio, que possibilite a planta:

    a) armazenar em suas razes, reservassuficientes para um incio de rebrote vigoroso.

    A remoo da parte area, pelo corte oupastoreio, representa um estresse para as plantas,cuja magnitude depende da intensidade efrequncia da desfolha a que a planta submetida.

    Isso demonstra que plantas colhidas (maisfrequentemente) com intervalos insuficientes tmseu sistema radicular comprometido, uma vez queo estresse da desfolha precoce e muito intensapromove mobilizao de reservas das razes pararecuperao da rea foliar (MARTUSCELLO et al.,2005), sem o necessrio tempo para arecomposio do sistema de reservas.

    Assim, a rebrota das plantas fica, num primeiromomento, a merc dos carboidratos no-estruturais (CNE). Dawson et al. (2000) salientamque o maior beneficio das razes a capacidadede mobilizar substncias de reservas para odesenvolvimento da parte area da planta emmomentos de rebrota. De modo geral, logo que aplanta inicia a rebrotao e h aumento do ndicede rea foliar (IAF), as reservas no atuam maiscomo fonte de energia para a rebrotao e passam

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  • novamente a ser acumuladas (DA SILVA et al.,2008).

    J foi demonstrado que o nvel de concentraodos carboidratos de reserva da planta interfere novigor de rebrota do pasto, tanto em plantastropicais como em temperadas, observados naFigura 1 (BLASER, 1994). O crescimento radiculardurante a rebrotao do pasto importante para aabsoro de nutrientes e de gua pela planta paraa retomada do crescimento da parte area, queaps o pastoreio depende do suporte radicular daforrageira (SARMENTO et al., 2008).

    A produtividade da parte area reflexo do queacontece com o sistema radicular, pois ambos se

    interagem. Logo, qualquer fator que limite ocrescimento de razes pode prejudicar a produode matria seca da planta forrageira.

    b) Realizar a sua labareda de crescimento,ou uma alta taxa de acmulo lquido de matriaseca/hectare/dia.

    O perodo de repouso um fator decisivo nosistema de pastoreio rotativo de plantasforrageiras, pois determina: 1 - o rendimentoforrageiro, 2 - o valor nutritivo da forragem, 3 - aperenidade da pastagem. Autores como Sarmentoet al. (2008) tambm salientam a importncia doperodo de repouso para o bom desenvolvimento

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    Figura 1: Representao grfica do crescimento areo e a mobilizao de carboidratos no-estruturaisnas razes da alfafa.Fonte: Blaser (1994).

  • das pastagens, contribuindo tambm para adescompactao do solo pelo crescimento dosistema radicular, durante a rebrotao daforrageira.

    O crescimento da forragem pode ser melhorobservado e representado por meio de uma curvasigmoide que acompanha o rebrote do pasto(Figura 2) e mostra que o mesmo no produz suamxima intensidade diria, at que transcorra umperodo de repouso suficiente, para que as suasreservas radiculares se expressem. A intensidadedo rebrote aumenta, at chegar ao ponto timo derepouso1, quando o pasto deve ser consumidopelo animal. inconveniente o pastoreio aps oponto timo de repouso, pois no se obter o

    mximo rendimento da pastagem e a suaqualidade decresce com o incremento docontedo de parede celular, isto , da lignina,comprometendo a digestibilidade da plantaforrageira. No entanto, se permitido ao animalpastorear a forragem antes do perodo necessriode repouso, estar sendo infringida a primeira lei,pondo em risco a perenidade da pastagem, a qualno ter tempo suficiente, antes do prximopastoreio, para acumular em suas razes asreservas para obter um rebrote vigoroso,manuteno e desenvolvimento (VOISIN, 1974).

    A pastagem necessita de um perodoadequado para se refazer do ltimo pastoreio.Entretanto, se este tempo reduzido

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    Figura 2: Curva sigmoide que expressa o rebrote do pasto, para as condies da Austrlia.Fonte: Adaptado de Sounness (2004).

  • gradativamente, chegando a ser quase nulo, pode-se comprometer o desenvolvimento da forragem,levando-a a um colapso. Ocorre ento, o fenmenoque Voisin (1974) denominou de acelerao forado tempo.

    Pedreira et al. (2007) salientam que os mtodostradicionais de uso de estratgias de pastoreiobaseadas em calendrio para colheita degramneas tropicais, com perodos fixos epredeterminados de rebrotao, so inflexveis egeneralistas ao extremo. Deste modo Parsons &Penning (1988), apontaram que o melhor balanoentre fotossntese, produo e senescncia para opastoreio rotativo so obtidas quando a forragem colhida ao atingir a mxima taxa de acmulolquido.

    Tempo de ocupaoOs perodos de ocupao devem ser curtos

    (PARSONS & PENNING, 1988), ou seja, o tempode permanncia dos animais no piquete em uso,no qual, devem permanecer at que a forragemdisponvel2 seja totalmente consumida; mas paraisto necessrio que se use alta cargainstantnea, pois haver maior eficincia nacolheita da forragem, reduzindo o tempo deocupao.

    O tempo total de permanncia de umpiquete deve ser suficientemente curto paraque uma planta no seja pastoreada mais deuma vez, em um mesmo perodo de ocupao.

    A segunda lei est intrinsecamente ligada primeira. Com efeito, se a forragem pastoreadamais de uma vez pelo animal durante o mesmoperodo de permanncia deste no piquete, estaforragem no ter um perodo de repousosuficiente para atender o que determina a primeiralei.

    Logo, para que a primeira lei no sejanegligenciada, necessrio que a segundatambm no seja. Somente um tempo de

    ocupao reduzido, far com que os animais noconsumam o rebrote das plantas durante essemesmo perodo de permanncia no piquete.

    Para que o tempo de ocupao seja o maisbreve, necessrio se utilizar alta cargainstantnea3, onde o animal consuma a forragemdisponvel no menor tempo possvel e de maneirauniforme, mas sempre se mantendo uma restevaque no deixe o solo exposto e to poucocomprometa nova rebrotao.

    Segundo Pinheiro Machado (2010) as altascargas instantneas colaboram para que osanimais exeram boa eficincia da colheita deforragem, durante o pastoreio, chegando a nveissuperiores a 75%. Klapp (1986) afirma que nosistema de pastoreio condicionado (como foichamado por ele o pastoreio rotativo racional) ecom boas pastagens, sero consumidos, mais de70% da forragem disponvel, podendo estapercentagem, em casos favorveis, ir a mais de90%. Por sua vez (MOTT, 1968 apud KLAPP,1986) estima esta eficincia de pastoreio entre72% a 86% da forragem em boas condies depastoreio.

    Braga et al. (2007) concluram que medidaque houve aumento da oferta de forragemapresentava-se como consequncia aumentocontnuo da taxa de desaparecimento de forragem,ao contrrio da eficincia de pastejo que decresceexponencialmente. Estes dados mostram aimportncia do manejo sobre a eficincia decolheita. Para Hodgson (1990), este responsvelpor 40 a 80% da produo animal em pastagens.

    Nesse sentido Cser et al. (1999) verificaramque as produes de leite foram bastanteuniformes com um dia de pastoreio, pelo fato de autilizao da forragem disponvel em um diaproporcionar uma qualidade mdia uniforme,minimizando o pastoreio seletivo. As mudanasocorridas na pastagem ao longo do perodo deocupao dos piquetes so desfavorveis

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  • seleo da forragem preferida, uma vez que hreduo dos tamanhos dos bocados, aumento dotempo de pastoreio e da taxa de bocados(BRNCIO et al., 2003).

    Em trabalho realizado por Lista et al. (2007),com diferentes perodos de ocupao no pastoreiorotativo, observaram que ocorreu aumento linearnos teores de lignina com o avano do perodo deocupao, comprometendo a qualidade daforrageira pastoreada.

    No h dvidas de que, o perodo de ocupaoinfluencia a produo animal, e ocupaes nosuperiores a um dia fornecem as produes maisaltas (KLAPP, 1986), j que assim evita-se maiorflutuao no valor nutritivo da forragem entre oincio e o fim do pastoreio (CLIPES et al., 2006).

    Rendimentos mximosCumpridas as duas leis antes enunciadas, o

    desempenho individual ser maximizado, desdeque se observe o seguinte:

    preciso ajudar os animais que tenham asmaiores necessidades nutricionais,contribuindo para que tenham alta ingestovoluntria de forragem em termos quantitativose qualitativos.

    A qualidade da forragem varia entre diferentes

    espcies, entre estdios vegetativos e estratos daplanta. As partes superiores das folhas possuemmenor contedo de parede celular e so, portanto,mais palatveis e digestveis.

    Rgo (2001), estudando a densidade e acomposio qumica do capim-tanznia, verificouque o teor de protena bruta (PB) foi maior nosestratos superiores e a fibra em detergente neutro(FDN)4 nos estratos inferiores. Para a autora,esses resultados ocorreram em funo da maiorpresena de folhas e colmos, respectivamente, nosestratos superiores e inferiores.

    No Quadro 1, observam-se as diferenasqualitativas nos diferentes estratos do Cynodonnlemfuensis, onde o estrato superior de melhorvalor nutricional, favorecendo maior ingesto deforragem, pela sua palatabilidade, refletindopositivamente na produo animal.

    Os teores mais elevados de protenaencontrados, na frao folha em relao ao colmo,reforam as afirmaes de Burns et al. (1989), emque o manejo das forrageiras que permitam maiordisponibilidade da poro lmina foliar necessrio para o maior desempenho animal empasto. Nesse sentido, o manejo do pasto deve serdirecionado maior contribuio da massa deforragem de folhas, pois a quantidade de folhas na

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    Quadro 1 Composio de diferentes estratos de pasto estrela Cynodom nlemfuensis com 18 diasde repouso na vacaria 7 Nia bonita Cuba, em 19 de junho de 1992.Fonte: Adaptado de Pinheiro Machado (2010).Nota: Os nmeros entre parnteses correspondem ao feno de alfafa, para efeito comparativo.

  • pastagem, sobretudo na poro efetivamentepastoreada (estratos superiores), socaractersticas importantes para aumentar oconsumo animal, resultando em melhordesempenho animal. Tal fato pode ser explicadopela melhor relao folha/colmo encontrada nosestratos superiores das forrageiras, resultando emmelhor qualidade.

    Em condies de pastoreio, o consumo influenciado pela disponibilidade de forragem epela estrutura da vegetao como a relaofolha/colmo (RODRIGUES et al., 2008). possvel,por meio do manejo, modificar a estrutura dospastos visando otimizar a colheita da forragempastoreada e, consequentemente, maximizar aproduo animal pela criao de ambientes depastoreio mais favorveis (CARVALHO &MORAES, 2005).

    Matthews (2008) salienta que quanto maior aqualidade da pastagem, maior ser o consumo poranimal. Vale ressaltar que o consumo s sercontrolado pelo valor nutritivo da forragem se aquantidade de forragem disponvel e a estrutura dodossel no forem limitantes.

    Por isso, o conhecimento da interao entreestrutura do dossel forrageiro e comportamentoingestivo um passo fundamental, a fim de que omanejo do pastoreio possa ser considerado dentrode uma realidade de eventos fisiolgicos,baseados na forma e funo das plantasforrageiras e na maneira pelas quais estasinfluenciam e determinam o consumo de forragemde animais em pastoreio (REIS & DA SILVA,2006). Para atender aos requerimentos nutricionaisvariveis dos ruminantes, com o objetivo deaumentar-se a eficincia da produo animal empasto, deve-se controlar e alocar, por meio domanejo, a qualidade e a quantidade da forragemdisponvel (BLASER, 1994).

    Pinheiro Machado Filho (2007) salienta quecom altas cargas instantneas em PRV, os animais

    passam de seletivos a vorazes, pelo aumento nacompetio alimentar, mas sem alterar aproduo. Essa melhor qualidade da forragem noPRV se deve a melhor relao folha/colmo queexiste no momento em que a planta deve serpastoreada, onde h participao mais expressivade folhas jovens e tenras, contribuindo para que asmesmas tenham boa composio qumica e altadigestibilidade. Portanto, prticas de manejo queprocuram manter maior proporo de lminasfoliares na pastagem podem determinar aumentona qualidade nutritiva da forragem e maiorconsumo voluntrio.

    No PRV, logo que entram no piquete, osanimais estabelecem uma estao de pastoreio,onde realizam a seleo interespecfica (entreespcies forrageiras) e intraespecfica (dentro deuma espcie forrageira). Assim, ao pastarestabelecem uma hierarquia da dieta, priorizandoalgumas plantas e, dentre essas plantas as partesmais novas, tenras e com mais folhas (PINHEIROMACHADO FILHO, 2007).

    A conduo do pastoreio deve proporcionar aosanimais de maiores necessidades (vacas emlactao, novilhos em terminao) essas partesmais digestveis, permitindo que os mesmos faamo desnate da pastagem, ou seja, consumamprincipalmente a ponta das folhas, onde seencontram os maiores teores de PB. J para osanimais de menores exigncias alimentares (vacasde descarte), os estratos inferiores da forragemfornecem os requerimentos necessrios, podendoento se realizar o repasse, consumindo aforragem por inteiro, mas sempre atendendo asegunda lei.

    Pinheiro Machado (2010) menciona ganhossuperiores a 1.400 g/cab/dia em machos e 1.250g/cab/dia em fmeas no desnate. Para gadoleiteiro, o autor salienta que h registros superioresa 25 kg leite/dia no desnate de pastagenstemperadas. Resultado semelhante foi observado

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  • por Klapp (1986) que obteve produes de 19,4 kgleite/ha/dia para as vacas que pastorearam oestrato superior e 13,8 kg leite/ha/dia para asvacas que pastorearam o estrato inferior.

    Em trabalho desenvolvido por Blaser et al.(1986) foram observados resultados semelhantes,onde as melhores produes foram obtidas no lotede desnate, com um ganho por animal de 40% ecom uma produo de leite em torno de 35% emrelao aos animais de repasse. Esse manejopermite maximizar a produo animal pela elevadacarga e alto desempenho individual, tornandoassim, o manejo da pastagem cada vez maiseficaz.

    Rendimentos regulares necessrio que haja regularidade na

    produo. Para isso, deve-se levar em conta:Para que um animal possa dar rendimentos

    regulares preciso que este no permaneapor mais de trs dias em um mesmo piquete.Os rendimentos sero mximos, se o animalno permanecer por mais de um dia no mesmopiquete.

    De fato, um animal alcana o mximorendimento no primeiro dia de pastoreio, e osrendimentos vo diminuindo medida que o tempode permanncia em cada piquete aumenta(BLASER, 1994). Segundo Pinheiro Machado(2010), os rendimentos vo diminuindo medidaque o tempo de permanncia em cada piqueteaumenta, particularmente, em condies tropicaise subtropicais.

    Cser et al. (1999) observaram a forragem deum piquete de capim-elefante em pastoreio durantevrios dias, e concluram que o valor nutritivo daforragem mais alto no primeiro dia e mais baixono ltimo de ocupao. Verifica-se que com oaumento no tempo de ocupao dos piquetes,houve decrscimo linear nos teores proteicos e nadigestibilidade da forrageira, pois medida que

    aumenta a permanncia dos animais nos piquetesocorre queda no valor nutritivo da pastagem,diminuindo a taxa de ingesto voluntria deforragem, consequentemente havendo reflexosnegativos na produo animal. Em contrapontoSilveira & Pinheiro Machado Filho (2006)observaram que altas cargas instantneas,juntamente com tempos muito curtos de ocupao(12 a 24 h), dos piquetes resultaram em melhoraproveitamento da pastagem e maior produo demassa no rebrote seguinte, mas sem alterar aproduo de leite.

    Ponto timo de repousoO ponto timo de repouso (Foto 1) se refere ao

    estdio de crescimento a que a planta se encontrano momento ideal para o corte, seja por meio daceifa ou pelo animal. Neste ponto, h um conjuntode fatores favorveis para o uso da pastagem, emque se tem bom desenvolvimento do sistemaradicular com reservas de (CNE) suficientes paraum novo rebrote, sem que haja comprometimentoda raiz. Em relao parte area da planta esta seencontra com um bom ndice de rea foliar,composto por folhas jovens e tenras, colmos no-lignificados, e ausncia de material senescente,favorecendo a ingesto voluntria.

    Pastos velhos e lignificados possuem menorvalor nutritivo, pelo fato de diminuir os teores deprotena bruta e aumentar o contedo de fibra medida que as plantas envelhecem, fazendo comque o animal aumente o tempo de pastoreio,ocorrendo maior taxa de bocados e diminuindo oconsumo voluntrio de forragem, afetando aprodutividade do sistema.

    Cndido et al. (2005) concluram que ascaractersticas morfognicas e estruturais dasplantas forrageiras variaram em resposta aosperodos de repouso, sendo as maiores respostasverificadas nas variveis relacionadas ao processode alongamento de colmos, como a taxa de

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  • alongamento das hastes e a relao folha/colmo.De acordo com os mesmos autores, oprolongamento do perodo de repouso propiciou,com o decorrer dos ciclos de pastoreio, odesenvolvimento de dossel mais alto e maiorbiomassa de forragem verde, no incio do perodode pastoreio, porm com proporo crescente decolmos, acarretando acentuado comprometimentoda relao folha/colmo.

    Alm deste inconveniente, ocorre tambm oaumento de perdas de forragem pela senescncia.Em estudo com forrageiras tropicais, CARNEVALLI(2003) observou que a mxima taxa de acmulolquido em pastagens no sistema rotativo estavarelacionada ao ponto em que o estdio dedesenvolvimento interceptava 95% da radiaoincidente.

    Pastoreios iniciados com 95% de interceptaoluminosa pelo dossel forrageiro resultaram emforragem com valores mais elevados de protenabruta e digestibilidade, consequncia das maiorespropores de folhas e menores propores dehastes e material morto na massa de forragem em

    pr-pastoreio (DA SILVA & NASCIMENTOJUNIOR, 2006). A partir desse ponto, os autoresobservaram modificao na dinmica de produode forragem caracterizada por elevao das taxasde senescncia e acmulo de colmo e reduo nataxa de acmulo de lminas foliares.

    Quando a planta forrageira atingiu o ndice deinterceptao luminosa (IL) de 95%, obteve-se aoponto timo de repouso. Para forrageiras de hbitorasteiro, esta condio ocorre com o incio dasenescncia das folhas basais, enquanto paraplantas de hbito ereto este momento coincidecom dobramento das folhas pelo prprio peso.

    Segundo Parsons et al. (1988), para otimizar aproduo de forragem, em pastoreio rotativo, osestudos sobre manejo devem estar centrados emencontrar o ponto timo entre a necessidade daplanta forrageira de conservar rea foliar parafotossntese e a prerrogativa fundamental deremover esse tecido antes de sua senescncia,para a manuteno da produo animal. Alm, doefeito direto da intensidade da desfolha sobre acapacidade fotossinttica do rebrote necessrio

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    Foto 1: No primeiro plano piquete em rebrota; ao fundo direita, piquete logo aps a sada dosanimais; ao fundo esquerda, piquete em ponto timo de repouso.Fonte: Ccero Berton (2003).

  • tambm considerar o seu efeito sobre a taxa deperdas por senescncia. Quanto mais intensa adesfolha, menor a quantidade de folhas velhasremanescentes e maior a renovao.

    O consumo de matria seca das pastagens estdiretamente ligado ao desempenho dos animais,porque determina a quantidade de nutrientesingeridos, os quais so necessrios para atenders exigncias de manuteno e produoanimal.

    A qualidade da forragem em pastoreio est emcontnua mudana, fruto da dinmica decrescimento e senescncia dos componentesmorfolgicos do pasto (folhas, hastes etc.), bemcomo de sua composio qumica e fenologia(CARVALHO et al., 2005). A elevao da altura dodossel compromete o consumo, em virtude damenor proporo de folhas em suas camadassuperiores, reduzindo o tamanho do bocado.

    Segundo Cano et al. (2004), em pastos maisaltos, h manuteno de folhas em fase dematurao. Isso evidenciado pelo aumento deFDN e FDA e reduo da Digestibilidade in vitro damatria seca na frao lmina com a maior alturado dossel.

    A qualidade da forragem pode variar em funodo estdio de desenvolvimento da planta emdecorrncia de alteraes na composio qumica,digestibilidade e estrutura da vegetao os quaistm influncia direta no consumo dos animais empastoreio (REIS & DA SILVA, 2006).

    Assim, quanto maior a digestibilidade do pasto(e menor o teor de fibra bruta), maior ser aingesto em matria seca, visto que pastagenscom menor teor de fibra tm maior densidadealimentar. Quer dizer, para um mesmo volume oanimal estar ingerindo mais matria seca(PINHEIRO MACHADO FILHO, 2007). Portanto,no PRV possvel compatibilizar adequada ofertade pasto em termos quantitativos e qualitativos,ocorrendo a otimizao da colheita do pasto pelo

    animal, maximizando a produtividade do sistema.

    A arte de saber saltarRefere-se habilidade do humano, que

    comanda o pastoreio, ou seja, o pastor, paraidentificar, escolher e utilizar os piquetes quetenham alcanado o ponto timo de repouso,independentemente de sua localizao napastagem.

    Este conhecimento gera a conscincia e anecessidade de se aceitar perodos de repousovariveis, de forma que o ritmo de crescimento dasplantas determine a natureza das aes demanejo empregadas. Estratgias de manejodefinidas desta forma respeitam o equilbrio entreprocessos de crescimento e desenvolvimento dasplantas forrageiras, de acordo com a condio deutilizao e produo.

    Para se cumprir fielmente as leis do PRV, osanimais devero sair de um piquete j utilizado,para um outro que esteja no seu ponto timo derepouso, independentemente da distncia que oanimal deva percorrer, dando assim rea ondese maneja os animais um formato semelhante aum tabuleiro de xadrez. S assim o animalmanter alto nvel de ingesto voluntria deforragem em quantidade e qualidade.

    A arte de saber saltar, somada ao rigorosorespeito aos tempos variveis de repouso eocupao, o fundamento para se obter altasprodutividades e a perenidade das pastagens(PINHEIRO MACHADO, 2010). oportunosalientar que esta uma das ferramentas maisimportantes para o manejo racional das pastagens,pois por meio dela que o piquete utilizadoquando este se encontra em seu estdio dedesenvolvimento adequado, ou seja, existe boaproduo de biomassa rea, sistema radicularbem desenvolvido, e, valor nutritivo da forrageira,capaz de atender aos requerimentos nutricionaisdos animais em pastoreio.

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  • Consideraes finaisA produo animal nos ltimos anos vem

    demonstrando a sua fragilidade econseqentemente o seu fracasso em termosambientais e econmicos, uma vez que o ambienteesta cada vez mais degradado e os produtoresencontram-se endividados e descapitalizados, ouseja, a cincia convencional caminha no sentidooposto da preservao e da sustentabilidade.Diante deste quadro necessrio que sedesenvolvam alternativas viveis, que permitamaos agricultores uma sada digna e de formasustentvel.

    Notas1 Ponto timo de Repouso Voisin (1974)chamou de ponto timo de repouso da pastagem,quando esta se encontrava no momento de serpastoreada e cuja identificao para a entrada dogado um fundamento bsico do manejo racionaldos pastos. A planta, ao longo da curva sigmoide,no tem apenas mudanas quantitativas, mastambm qualitativas, que interferem na produo.2 Forragem disponvel poro da massa deforragem, expressa como peso ou massa porunidade de rea, que est acessvel para oconsumo dos animais (PEDREIRA, 2002).3 Carga instantnea relao entre o nmero deanimais ou de unidades animais (UA) e a rea daunidade de manejo por eles ocupada, medida numponto especfico do tempo (portanto, uma medidainstantnea). Tambm chamada de lotaoinstantnea (PEDREIRA, 2002).4 FDN fibra em detergente neutro e FDA fibraem detergente cido so mtodos laboratoriais queconsistem no fracionamento dos componentesfibrosos da forragem.

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