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1 Agosto, 2008 ANAIS I Congresso Internacional de Gestão Empresarial “Administração ao Alcance da Excelência”

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Agosto, 2008

ANAIS

I Congresso

Internacional de Gestão Empresarial

“Administração ao Alcance da

Excelência”

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Anais

Artigos (Trabalhos Completos)

Agosto, 2008

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I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

“Administração ao Alcance da Excelência”

20, 21 e 22 de agosto de 2008, Foz do Iguaçu, PR

ANAIS

ARTIGOS (TRABALHOS COMPLETOS)

Editores Profº. Elisandro Pires Frigo Profª. Michelle Sato Frigo Profº. Rodrigo Pelissari

Foz do Iguaçu, PR 2008

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Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na: União Dinâmica de Faculdades Cataratas - UDC Rua Castelo Branco, nº. 349, Vila Maracanã CEP 85.852-010, Foz do Iguaçu/PR Telefone: (45) 35236900 Home page: http://www.udc.edu.br E-mail; [email protected] Comissão Científica: Profº. Elisandro Pires Frigo Profª. Michelle Sato Frigo Profº. Rodrigo Pelissari Profª. Vera Vilma

Comissão Avaliadora: Profº. Carlos Wrasse Profª. Solange Fachin Profº. Éderson Dalpiazi Profª. Sandra Pinela Profº. Paulo Nogueira Profº. João Maria Alves Profº. Sinvales Roberto Profº. Renato dos Santos Normalização bibliográfica: Profº. Elisandro Pires Frigo Profª. Michelle Sato Frigo Capa: Edizio de Alencar Editoração eletrônica: Edizio de Alencar 1ª edição 1ª impressão (2008): 430 cópias Nota: Os trabalhos que integram estes Anais do I Congresso Internacional de Gestão Empresarial foram submetidos à análise da comissão Avaliadora composta por diferentes especialistas. O processo de seleção destes trabalhos seguiu critérios preestabelecidos por esta Comissão Científica. Contudo, todas as afirmativas, opiniões, conceitos, resultados e considerações finais aqui documentadas são de inteira responsabilidade de seus autores. Todos os direitos reservados. A reprodução não-autorizada desta publicação, no todo ou em parte constitui violação dos direitos autorais (Lei nº. 9.610).

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I CONGRESSO INTERNACIONAL DE GESTÃO EMPRESARIAL

Promoção

União Dinâmica de Faculdades Cataratas

Fundação Getúlio Vargas

COMISSÃO ORGANIZADORA Comitê Geral Profª. Rosicler Hauagge do Prado Profº. Acir Amilto do Prado Profº. Fábio Hauagge do Prado

Profª. Ângela Papandrea Luz Profº. Neron Alípio Cortes Berghauser Profª. Áurea Cristina Magalhães Niada

Comissão Organizadora Profª. Áurea C. M. Niada Profº. Sinvales Roberto Marta Helena Szadikoski Kiwia Cardoso da Silva

Profª. Simone Putrick Profº. Neron Berghauser Andrelia Justi de Oliveira

Comissão Científica: Profº. Elisandro Pires Frigo Profª. Michelle Sato Frigo

Profº. Rodrigo Pelissari Profª. Vera Vilma

Comissão Avaliadora: Profº. Carlos Wrasse Profª. Solange Fachin Profº. Éderson Dalpiazi Profª. Sandra Pinela

Profº. Paulo Nogueira Profº. João Maria Alves Profº. Sinvales Roberto Profº. Renato dos Santos

Apoio Institucional TAM Bourbon – Convention Resort, Cataratas do Iguaçu CVC Toques e Detalhes RB Formaturas Chevrolet Divisa Oeste Foz Corretora de Seguros Apoio Organizacional: Acadêmicos do 2º Período de Turismo Ana Claudia Berlanda Ana Paula Dalfert Ana Paula de Lara Barbara J. M. de Matos Camila A. Souza Muller Cristine Nunes Dreyer

Dimas Rafael Kumpel Franciele Dutra Gabriela Fellini Inaia Hassane Safadi Israel de Freitas Almeida Jessica Karoline Zaura

Morgana Daminelli Pedro Nadia Cristina Rell Niege E. Souza Bento Paulo Ricardo Rafagnin Talita Cristina de Souza Thiago Toporoski

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I CONGRESSO INTERNACIONAL DE GESTÃO EMPRESARIAL

O I Congresso Internacional de Gestão Empresarial é resultado da parceria entre UDC e FGV, possibilitando a toda a comunidade acadêmica e profissional da região o acesso ao conhecimento e troca de informações, promovendo discussões que ressaltem a importância da administração profissional como forma de alcançar a excelência e destaque num mercado altamente competitivo e dinâmico.

Professora Rosicler Hauagge do Prado

Diretora Presidente

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SUMÁRIO Página

Análise comparativa de sistemas de suprimento e os efeitos na gestão de estoques no setor farmacêutico e de pequenos mercados de Foz do Iguaçu/PR

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Analise do processo de exportação da empresa Schmidt & Schmidt S.A 23 Blended learning: modelo estratégico de ensino e inovação 34 Comércio internacional de couro de tilápia como fonte de renda 41 Diagnóstico da imagem organizacional de uma instituição de ensino superior: o caso da UNIOESTE – campus de Foz do Iguaçu/PR.

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Diagnóstico organizacional da empresa nova silk´s confecções e serigrafia ltda. – auditoria de processos

70

Estratégia de captação de recursos humanos nas micro e pequenas empresas

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Estudo da viabilidade de implantação do planejamento estratégico em logística internacional como vantagem competitiva para a franquia Portobello Shop de Foz do Iguaçu-PR

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Gestão de congressos evangélicos em Foz do Iguaçu - PR 106 Gestão estratégica para universidade: estruturas flexíveis 116 Logística integrada na distribuição física internacional e como melhorar as condições de distribuição logística nos países

125

Movimentação de materiais e armazenagem: o caso da fundação de saúde Itaiguapy

135

O profissional de logística na era do conhecimento 141 Ponto de mutação como estratégia de inovação em negócios 153 Qualidade de vida dos empregados do Hospital Ministro Costa Cavalcanti 158 Qualidade na prestação de serviços no setor de segurança privada 164 Territorialidades nos Parques Nacionais do Iguaçu (Argentina e Brasil) - patrimônios naturais da humanidade e a relevância para o turismo

178

Transportes rodoviários de grãos no Brasil 187

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ANÁLISE COMPARATIVA DE SISTEMAS DE SUPRIMENTO E OS EFEITOS NA GESTÃO

DE ESTOQUES NO SETOR FARMACÊUTICO E DE PEQUENOS MERCADOS DE FOZ DO IGUAÇU/PR

SIMONE GOMES DE OLIVEIRA BELLANI1, CRISTIANE TURIN2, FERNANDO BELLANI3, SINVALES ROBERTO SOUZA4

1 Economista - FAE, Especialista Gestão, Marketing e Finanças - UDC, Professora de Economia e Administração - UNIGUAÇU, São Miguel do Iguaçu - PR, Brasil, [email protected] 2 Administradora com ênfase em Comércio Exterior, Especialista Gestão, Marketing e Finanças – UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 3 Administrador - UNIOESTE, Especialista em Marketing, Professor de Administração, CESUFOZ, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, Professor de Administração, UNIGUAÇU, São Miguel do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 4 Economista, Mestrando em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente pelo Centro Universitário de Araraquara, docente na graduação e pós-graduação da UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]

Área Temática: Gestão Estratégica nas Organizações e Empreendedorismo

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008. RESUMO: O presente estudo tem como principal objetivo investigar sistemas de suprimento e seus efeitos nas farmácias e nos pequenos mercados localizados na cidade de Foz do Iguaçu/PR. Apresenta o cenário em que as empresas estão inseridas, as dificuldades presentes no dia a dia e algumas soluções viáveis. Expõe possíveis melhorias para que os mercados de pequeno porte possam ter melhor resultado na gestão de estoques e assim aumentar o mix de produtos. A metodologia empregada foi exploratória com base em revisão bibliográfica e pesquisa de múltiplos casos, visando comparar, enriquecer e não quantificar o estudo e para isso utilizou-se um universo de 218 empresas classificadas de acordo com o Cadastro Municipal de Contribuinte da Secretaria de Indústria e Comércio de Foz do Iguaçu, sendo 61 farmácias e 157 mercados e mercearias, denominados no estudo de pequenos mercados. Conclui-se a necessidade de unir esforços em torno de um plano de ação que possibilite a sobrevivência e a competitividade das empresas, objetivando reduzir custos através da informatização, para disputar o mercado com grandes redes, as quais possuem maior poder de negociação, bem como um poder de compra mais elevado e níveis de investimentos mais significativos. PALAVRAS-CHAVE: Farmácias, Suprimento, Pequenos Mercados.

COMPARATIVE ANALYSIS OF SYSTEMS SUPRIMENTO AND EFFECTS ON MANAGEMENT ESTOQUES THE PHARMACEUTICAL INDUSTRY AND SMALL

MARKETS FOR FOZ DO IGUAÇU/PR ABSTRACT: This study's main goal investigate supply systems and their effects on pharmacies and small markets located in the town of Foz do Iguaçu / PR. It presents the scenario in which companies are included, the present difficulties in daily and some feasible solutions. It spells out possible improvements to the markets of small size may have resulted in better management of inventories and thus increase the mix of products. The methodology used was based on exploratory literature review and search of multiple cases, seeking to compare, and enrich the study does not quantify and for that used a universe of 218 companies classified according to the Municipal Register of Taxpayer's Department of Industry and Trade in Foz do Iguaçu, with 61 pharmacies and 157 markets and grocers, called the study of small markets. It is the need to work together around a plan of action to

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enable the survival and competitiveness, to reduce costs through computerization, to dispute the market with large networks, which have greater negotiating power and a purchasing power and higher levels of investments more significant. KEYWORDS: Pharmacies, Supply, Small Markets INTRODUÇÃO: No panorama de competitividade, as empresas estão buscando cada vez mais, aperfeiçoar o fluxo de produtos, reduzirem estoques, melhorar a eficiência de suas operações, reduzirem os custos de estoques, manter e/ou melhorar os padrões de serviço e oferecer o melhor para o consumidor. A vantagem competitiva se encontra na capacidade da organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente, pela sua capacidade de operar a baixo custo e, portanto, com maior lucro. Para as empresas está claro que a competitividade não está ocorrendo mais entre as empresas, e sim, entre cadeias de abastecimento. Nesse sentido, o objetivo deste artigo é confrontar e analisar o suprimento de mercadorias para farmácias assim como para pequenos mercados de bairro e seus efeitos na gestão de estoques. O estudo foi elaborado na cidade de Foz do Iguaçu/PR, justificando a oportunidade de pesquisa explorada para o presente estudo. Os resultados e conclusões deste artigo estão em apresentar quais são os atributos relacionados ao sistema logístico de distribuição de dois modelos de varejo similares, de loja convencional com auto-serviço, mas com características diferentes e seus efeitos sob a perspectiva dos varejistas de pequenos mercados e varejistas de farmácias, o que se considera de grande importância para a mudança de atitude quanto a forma de gestão das empresas apresentadas. Com base nos conceitos utilizados, caracterizados como empresas varejistas, questionaram-se quais as diferenças existentes nos suprimentos das farmácias em relação aos pequenos mercados pesquisados. O artigo está dividido em seções, além dessa introdução, nas próximas seções apresentam-se informações sobre logística, criação de valor e nível de serviço, gestão de estoques, compras e sistema de informação e mercados atacadista e varejista. Após esta breve introdução, o presente artigo está estruturado de forma que esclareça ao leitor pontos importantes do estudo como, os procedimentos metodológicos e discussão de resultados. Na seção seguinte foi desenvolvida uma análise mais específica sobre a aplicação da gestão de suprimentos das farmácias aos pequenos mercado e por fim, são realizadas as considerações finais do estudo. BASE TEÓRICA: Descrevem-se nesta parte do artigo os conceitos teóricos que fundamentam a realização da pesquisa. 1. Logística: A atividade logística tem sido praticada há vários anos, não é uma atividade econômica ou processo organizacional idealizada nos tempos modernos, pois sua aplicação remonta à era em que a civilização passou a realizar atividades produtivas e houve a demanda por inventar e aperfeiçoar os processos de movimentação e armazenagem de insumos, produtos em processo e acabados. Segundo o Conselho de Administração Logística (Council of Logistics Management – CLM), instituto formado por docentes e profissionais da área, cuja missão é divulgar e promover o intercâmbio de conceitos e idéias afins, o conceito aplicado às empresas pode ser definido da seguinte forma: Logística é o processo de planejamento, implementação e controle de fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes. (BALLOU: 2001, p.21). Entretanto, logística empresarial de acordo com Pozo (2002), trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem que viabilizam a movimentação de produtos desde a compra da matéria-prima até o consumidor final, bem como dos fluxos de informação que dão suporte à movimentação dos produtos e serviços com o objetivo de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo acessível. Desta forma, as organizações

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precisam de fornecedores para supri-las de insumos e produtos acabados, de clientes para escoamento de produtos e/ou serviços por elas transformados, bem como de informações e seus impactos nos fluxos financeiros. Portanto, a logística trata de atividades existentes em qualquer empresa e, por isso, pode ajudá-la a melhorar seus resultados. Ching (2001) explica que as atividades de logística podem ser divididas da seguinte forma: atividades primárias correspondem aos transportes (rodoviário, ferroviário, aeroviário e marítimo), gestão de estoques e processamento de pedidos; atividades secundárias (apoio) correspondem à armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, programação de produtos e manutenção de informação. É por meio da gestão adequada das atividades primárias e secundárias que a logística empresarial vai atender ao objetivo de proporcionar ao cliente produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades. Está na aptidão das organizações em realizar o compartilhamento de informação e planejamento conjunto, neste caso, provocar a melhoria da eficiência da cadeia de abastecimento. A ação de transcender o limite das fronteiras organizacionais foi denominada por gestão da cadeia de suprimento, que está apresentada a seguir: O gerenciamento da cadeia de suprimentos representa o esforço de integração dos diversos participantes do canal de distribuição por meio da administração de processos-chave de negócios que interligam as diversas unidades organizacionais e membros do canal, desde o consumidor final até o fornecedor inicial de matérias primas (FLEURY et al: 2000 p.42). Pode-se assegurar que as organizações envolvidas na cadeia de suprimento devem estar a fim de disponibilizar os bens ao consumidor no momento certo, na qualidade adequada e ao menor custo. Algumas características da cadeia de abastecimento são extremamente complexas, e é fundamental identificar a quantidade de fornecedores e clientes, assim como, o volume de compras e vendas, a localização das organizações, a distribuição física, a administração dos estoques, o fluxo de informação, e os relacionamentos (BERTAGLIA, 2006). Segundo Slack et al (1999), a análise da cadeia de suprimentos de determinada organização deverá apresentar o fluxo de materiais e informações à montante e jusante, isto é, quais empresas são fornecedoras e quais são os clientes. Com base nessas definições a identificação das empresas que realizam a transformação da matéria-prima em produto acabado, agregando valor à matéria-prima, representa muito mais do que inputs e outputs no sistema produtivo, representam o ambiente empresarial que determinada empresa está inserida. A importância de compreender o emprego da logística de forma sistêmica levou, não apenas ao estudo das atividades de administração de materiais e distribuição física realizadas de forma isoladas, mas na re-avaliação de todo sistema logístico. Segundo Fleury (2000) a definição de logística integrada admite a necessidade de que a função logística deve ser considerada como instrumento de marketing, capaz de agregar valor por meio dos serviços prestados. Diversas formas de gestão e ferramentas tecnológicas surgiram a partir da década de 90, para auxiliar as organizações na realização das suas atividades e melhoria de competitividade organizacional, ficou evidente a urgência de conseguir mudanças nas definições gerenciais quanto às formas de negociação. Pires (2004) enfatiza que a nova proposta é de negociações ganha-ganha, já Bowersox e Closs (2001) afirmam que somente por meio da cooperação no âmbito de toda cadeia podem ser plenamente satisfeitas as necessidades logísticas e de marketing para uma distribuição bem sucedida. A gestão da cadeia de suprimento orientada pela demanda é uma mudança de paradigma, os clientes por meio da cadeia de valor, estão determinando como querem os seus pedidos, como e quando devem ser entregues e como devem ser manuseados. A redução de custos dos estoques é um dos grandes objetivos, o nível de serviço é indicador fundamental no relacionamento, as ordens precisam ser despachadas com todos os itens, na quantidade exigida, no tempo requerido e na qualidade especificada e cumprir esses requisitos significa dar continuidade aos negócios.

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2. Criação de valor e nível de preço: As empresas dedicam muito tempo procurando meios para se diferenciar de seus concorrentes, e com isso, a logística tem grande importância no que diz respeito à criação de valor, o valor em logística é expresso em termos de tempos e lugar e isso impacta nas decisões tomadas sobre a cadeia de suprimento levando empresas a diferentes níveis de serviços. A logística adiciona um valor seguro ao cliente, se um produto ou serviço estiver disponível no tempo e no lugar em que eles desejam consumi-lo. O valor total obtido pelo cliente em uma aquisição inclui suas percepções relacionadas ao produto, serviços agregados, características pessoais e benefícios de imagem obtidos. Por outro lado, o custo total de obtenção desse valor inclui custos monetários, de tempo (tempo perdido), de energia física (cansaço físico) e psicológica (stress). Num contexto estratégico, o papel da logística é contribuir para que a empresa consiga maximizar o valor entregue ao cliente e o valor agregado por ela própria. De forma geral, as medidas de desempenho logístico podem ser divididas em duas categorias: nível de serviço e custos logísticos. Um elevado nível de serviço fará com que o cliente perceba um aumento do valor líquido recebido. Por exemplo, quanto menor o tempo de entrega de um produto a partir do pedido do cliente, maior será o valor de uso do produto e, ao mesmo tempo, menor será o sacrifício percebido pelo cliente na sua aquisição. Pelo lado da empresa, melhorias nos indicadores de nível de serviço tendem a vir acompanhadas por incrementos nas receitas obtidas devido a aumentos das vendas ou dos preços cobrados. Por outro lado, os custos logísticos dizem respeito aos custos incorridos pela empresa para proporcionar determinado nível de serviço a certos clientes ou mercados. Esses custos incluem os gastos com transporte, armazenagem, manutenção de estoques e de processamento de pedidos. Melhoria de desempenho nesta categoria representa um maior valor agregado pela empresa devido a reduções das despesas totais. A implantação de algumas medidas pode contribuir de forma simultânea para a melhoria do nível de serviço e para a redução dos custos logísticos, aumentando o valor percebido pelo cliente e o valor agregado pelas empresas. A análise de valor refere-se à técnica utilizada, por meio da Engenharia Econômica, para tomar decisão sobre fatores que envolvem aspectos financeiros (POZO, 2002). Um fato clássico observado refere-se quando determinada organização com objetivo de não haver faltas, adota política de aumento no estoque, causando reflexos de ordem financeiros para a empresa, desta forma justifica-se que a gestão de estoque deve ser bem compreendida pelos seus gestores. 3. Gestão de estoques: Cabe a gestão de estoque, o controle das disponibilidades e das necessidades totais do processo para atendimento ao cliente. Portanto, a administração dos estoques é uma ação que sofre interferência e influência de diversos fatores e que acarreta benefícios, facilidade e pronto atendimento ao cliente, como também custos decorrentes de manter produtos estocados. Segundo Pozo (2002), devem-se estabelecer regras e métodos de decisões sobre os itens e suas quantidades em estoque para que o desempenho e o controle de todos os recursos de armazenagem sejam eficientes e possam ser otimizados. Entende-se que quando há estoques elevados para atender a demanda, isso acarreta a necessidade de elevado capital de giro e produz elevados custos. No entanto, baixos estoques podem acarretar custos difíceis de serem contabilizados em face de atrasos de entrega, replanejamento do processo, insatisfação do cliente e até a perda de cliente. Há diversos tipos de estoques a citar como: de matérias-primas, de materiais auxiliares, de manutenção, intermediários e de produtos acabados. O planejamento e a previsão desses estoques devem ser fundamentados por informações básicas da área de vendas e confiáveis de toda a dinâmica de mercado, e deverão ser utilizadas para a decisão de quantidades, de qualidade, dos preços e dos prazos a serem estabelecidos juntos aos fornecedores selecionados. Uma das tarefas dos fornecedores é entender como realizar suas atividades para atender às

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expectativas dos clientes, segundo Bertaglia (2006) elas podem incluir: investimento em tecnologia; aumento de velocidade da entrega; identificação de produtos por meio de código de barras e/ou rótulos. Com relação à distribuição, entende-se como um processo que está normalmente associado ao movimento de material de um ponto de produção ou armazenagem até o cliente. O processo de distribuição tem sido foco permanente das organizações, modelos de distribuição são discutidos a fim de obter-se a vantagem competitiva e colocar os produtos, principalmente bens de consumo, ao alcance dos consumidores. A infra-estrutura para transporte e distribuição continua ainda extremamente centralizada nas rodovias, mesmo que estas apresentem uma malha rodoviária bastante crítica. Para Pozo (2002), ações de suprimentos são importantes no processo de continuidade do sistema, e envolvem solicitação de compras, coleta de preços, análise dos preços, pedido de compras e acompanhamento do pedido. Muitos processos podem ser criados, revisados e melhorados, um dos pontos críticos das empresas é o processamento dos pedidos, ou seja, seu tempo, quantidade e local de entrega, que podem diminuir as chances de aumentar a competitividade. Uma técnica de gestão de estoque também considerada importante corresponde ao Just in Time (JIT), que visa atender a demanda instantaneamente, com qualidade e sem desperdícios. O produto é solicitado quando vendido e a informação de baixa no estoque chega ao fornecedor automaticamente, o produto é movimentado quando e onde é necessário ao processo produtivo ou ao ponto de venda para estar disponível ao consumidor novamente. O planejamento é realizado em direção para trás e puxado pelo cliente e não empurrado para o estoque, causando excessos de armazenamento. A idéia básica é manter os níveis de estoque proporcionais a demanda do consumidor em um fluxo contínuo de produtos. Dessa maneira entende-se que o gerenciamento da cadeia de suprimento é a integração dos fornecedores de matérias-primas, passa pelas fábricas, pelos sistemas de distribuição, chega aos canais de vendas e tudo deve estar perfeitamente integrado. Cada vez que alguém compra algo numa loja, a reposição deveria ser automática, sem lapso de tempo e atrasos, e assim, a informação deveria fluir numa direção e o fluxo físico em direção oposta. 4. Compras e sistema de informação: Considera-se que o processo de compra envolve todos os departamentos da empresa, as quantidades e a entrega de mercadorias são estabelecidas pelas necessidades de mercado. De acordo com Arnold (1999), a atividade de compras deve desempenhar algumas funções básicas, como: determinar as especificações de compra (qualidade, quantidade e entregas certas); selecionar fornecedor; negociar os termos e condições de aquisição; emitir e administrar pedidos de compras. O processo de globalização vem criando uma acirrada disputa no mercado mundial, essa competição provocada também por avanços na tecnologia de informação e tecnologia de processos coloca os líderes de mercado em posições incômodas. Estas informações serão utilizadas para monitorar os indicadores de disponibilidade, desempenho operacional e a confiabilidade das operações. Para os indicadores de medidas de desempenho do estoque, os mais usuais são: tempo de ciclo de pedido; falhas no procedimento de reposição; níveis de estoques suficientes, todos de suma importância para análise e tomada de decisão. Para Ballou (1993), o conceito de ciclo de pedido é o “tempo transcorrido entre a colocação do pedido pelo cliente até sua entrega”, assim, os elementos do ciclo de pedido são controlados pelo pessoal de logística e o tempo de ciclo é medido pelo cliente, portanto, eles devem ser considerados fundamentais para estabelecer e controlar o nível de serviço logístico. O tempo necessário para completar as atividades do ciclo do pedido é de suma importância para o atendimento ao cliente. Segundo Ballou (2001, p.100) “Tem sido estimada que as atividades associadas à preparação, à transmissão, à entrada e ao preenchimento do pedido representam de 50 a 70% do total do tempo do ciclo do pedido em muitos setores”, então é essencial que atividades e processamentos de pedidos sejam atenciosamente administrados. Existem alguns fatores que podem diminuir ou acelerar o tempo de

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processamento e que resultam em procedimentos operacionais, políticas de serviços aos clientes e práticas de transporte. Através dos anos, o custo de obter informação acurada, ou seja, ser capaz de completar o ciclo de pedidos sem cometer erros na requisição de pedido, e o tempo através da cadeia de suprimentos diminuiu consideravelmente, enquanto o custo da força de trabalho e dos materiais aumentou. Em função disso há crescente empenho para substituir recursos financeiros por informações. Segundo Ballou (2001), o processamento de pedidos é representado por várias atividades incluídas no ciclo de pedidos do cliente, assim como:

a) Preparação refere-se às atividades de obtenção das informações necessárias sobre os produtos ou serviços desejados, na qual, a tecnologia está eliminando a necessidade do preenchimento manual de formulários;

b) Transmissão envolve a transferência do pedido requisitado do seu ponto de origem, podendo a entrada de pedido ser manual ou eletrônico;

c) Entrada de pedidos refere-se a uma variedade de tarefas como: checagem de estoques, de acurácia, de crédito, pedido em aberto/cancelamento de pedido, transcrição e faturamento;

d) Preenchimento, representada pelas atividades físicas como retirada do produto, empacotamento para embarque do pedido, programação para a entrega, preparação da documentação de embarque;

e) Comunicação, atividade final do processamento de pedido que assegure um bom serviço ao cliente, fornece informação que inclui o rastreamento e acompanhamento do ciclo, comunicação ao cliente sobre a situação.

Para que não haja uma probabilidade muito grande de falta de produtos em estoque, é preciso incorporar um fator que absorva as eventualidades que possam ocorrer. As falhas mais críticas no procedimento de reposição de estoque ocorrem com aumento repentino de demanda, demoram no procedimento do pedido de compra, atrasos de entrega pelo fornecedor ou entrega de pedidos incompletos, assim a maneira mais comum de tratar com essas inconveniências é dimensionar um estoque mínimo que fique a disposição quando algo saia fora do planejado. Um problema importante é a determinação do nível de estoque mais econômico possível para a empresa. Sabe-se que os custos de estoques são influenciados por diversos fatores, e dependendo da situação podem ter diversas magnitudes. Uma das técnicas utilizadas em razão da situação específica é o enfoque da dimensão do lote econômico para manutenção de níveis de estoques satisfatórios. Cada produto receberá informes básicos como, estoque mínimo (aquele que se deseja manter), ponto de pedido, tempo para reposição, lote de compras (quantidade a ser comprado), quando o lote comprado chegar, tem-se o estoque máximo. E assim há possibilidade de manutenção dos níveis de estoques estabelecidos e que configurem um sistema automático de suprimentos da manutenção de estoques onde novas ordens são emitidas em função das variações do próprio estoque. Os sistemas de informação são representados por uma variedade de tipos, o sistema varejista especificamente tem por finalidade agilizar o check out, bem como aumentar a eficiência de estocagem e reabastecimento dos itens oferecidos aos clientes. O alto volume de transações e o alto giro de mercadorias almejado levaram os varejistas a usar computadores e tecnologia avançada de manuseio de pedidos para atender seus objetivos (BALLOU, 2001). A seleção de hardware e de sistemas para processamento de pedidos representa a base para o sistema de informação logística. Ballou (2001) comenta, que as empresas que utilizam melhorias tecnológicas incluindo leitura de código de barras, processamento computadorizado de pedidos e comunicação eletrônica, podem reduzir o tempo total do ciclo do pedido para um tempo quase insignificante. O relacionamento entre várias organizações do processo é fundamental para levar um produto competitivo ao consumidor. As empresas estão cada vez mais racionalizando sua base de fornecedores, estreitando suas relações e criando sistemas de parceria em que

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ambos atuam de forma harmoniosa. Com base nesta análise, entende-se importante conhecer uma das teorias que o mundo dos negócios tem apresentado para gerar valor ao cliente final, Efficient Consumer Response (ECR). O ECR, ou seja, a resposta eficiente às demandas do consumidor corresponde à execução conjunta e sincronizada das atividades desenvolvidas pelas organizações, com a finalidade de responder eficientemente as necessidades dos consumidores. Todo processo de recebimento de mercadoria é informatizado por meio de softwares que estejam interligados com os fornecedores. O controle permanente do estoque da loja é mantido por meio da leitura por códigos de barra nas saídas das mercadorias nos check out e do recebimento eletrônico. A emissão automatizada de pedido por computador, transmitida via Electronic Data Interchange (EDI) transmissão eletrônica de dados, é uma condição vital dessa estratégia. Esta integração implica a existência de atividades cooperadas entre as operações, desde a obtenção de matéria-prima e a produção na fábrica até a chegada dos produtos às gôndolas. Segundo Bertaglia (2006), os primeiros trabalhos de ECR indicavam que no Brasil anualmente se perdia qualquer coisa em torno de US$ 1 bilhão por ano, e as maiores causas dessa ineficiência são os altos estoques e, paradoxalmente, falta de produtos nas prateleiras. 5. Mercados atacadista e varejista: As organizações de distribuição são responsáveis por vendas e transferências de produtos do fabricante para o comércio e o consumidor. O atacado é uma entidade intermediária entre o setor produtivo e o varejista, e oferece serviços ao varejo, os quais estão cada vez mais complexos e abrangentes. Atende aos pedidos, oferece assessoria financeira e comercial e facilita o acesso destes à mídia por meio do marketing cooperado. Ao ser oferecido o produto à cadeia de abastecimento busca o atendimento da satisfação e das necessidades não apenas do cliente varejista, mas do cliente do cliente, o consumidor final. De acordo com Kotler (2000, p.553), atacado “inclui todas as atividades relacionadas com a venda de bens e serviços para aqueles que compram para revenda ou uso comercial.” A maioria das empresas voltadas à fabricação de bens de consumo utiliza as organizações atacadistas para fazer com que seus produtos cheguem ao mercado. Os serviços de comercialização efetuados pelos atacadistas permitem aos varejistas efetuar a reposição dos seus estoques de forma rápida e na quantidade necessária. A estocagem garante aos varejistas o abastecimento dos produtos certos de forma adequada e um sortimento amplo de categorias de produtos, não se limitando a produtos específicos de uma determinada empresa. As organizações varejistas precisam confiar no abastecimento dos estoques e, a proximidade geográfica é fundamental (BERTAGLIA, 2006). Já o varejo é uma combinação de atividades destinadas a vender produtos e serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal ou doméstico. O papel do varejista consiste em proporcionar contatos com segmentos alvos do mercado consumidor, atuando como intermediário entre a produção e o consumo. O varejo pode ser representado por farmácias, pequenos mercados, supermercados, etc. principais canais de escoamento do setor de bens de consumo do mercado brasileiro. Isto se deve às alterações ocorridas no setor de distribuição, e que estão diretamente relacionadas com fatores externos e internos ao país (BATALHA, 2001). Para Kotler (2000, p. 540), “o varejo inclui todas as atividades relativas á venda de produtos ou serviços diretamente aos consumidores finais, para uso pessoal e não comercial.” Atento às exigências do consumidor e ao aumento da concorrência em preço e satisfação do consumidor, o varejo sofre constantes evoluções e observa-se uma transferência do poder, na cadeia de abastecimento, da indústria para o varejo e deste para o consumidor final. A posse da informação sobre comportamento e as preferências do consumidor é uma vantagem competitiva significativa que o varejo possui em relação aos participantes da cadeia de abastecimento. A partir daí pode traçar estratégias e estabelecer alianças com os fornecedores que se vêem forçados a procurar acordos, já que reconhecem o valor que os dados de consumo representam para toda a cadeia (BERTAGLIA, 2006).

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As principais empresas do varejo, em um cenário altamente competitivo, estão investindo intensamente em novas tecnologias, contudo, grande parte desses investimentos é direcionada à automação do ponto de venda. Segundo Bertaglia (2006), uma loja não é automatizada quando apenas o seu check out é informatizado. Outros processos internos devem ser considerados, como o recebimento das mercadorias, o controle de estoque, os processos financeiros, o gerenciamento de categorias, a administração de espaço e outras ferramentas que auxiliem a redução de custos no fluxo logístico. A informação permite efetuar análises do que se vende, onde se vende e o perfil de quem compra, essas análises permitem reduzir os estoque em toda a cadeia produtiva e aumentar a satisfação do consumidor. As organizações do varejo notaram que a fidelidade dos consumidores está diminuindo, desta forma às empresas estão adotando o conceito de premiação em função do volume de compras, através de descontos. Ressalta-se que, varejo é qualquer empreendimento comercial cujo faturamento provenha principalmente da venda de pequenos lotes no varejo. Na definição evidencia-se a capacidade do varejo em disponibilizar bens na sua embalagem de venda e não em embalagens de movimentação bem como em assumir o risco de crédito, movimentação e armazenagem. Nota-se que algumas empresas têm procurado atender as necessidades do consumidor e conquistar a confiança, oferecendo-lhe produtos diferenciados, seja em qualidade ou preço, e esse é o fator principal para o sucesso da organização e das soluções que ela apresenta em forma de serviço ou produto. Entretanto, outra característica no cenário atual refere-se às associações de empresas, demonstrando claramente o efeito da globalização sobre a economia, permitindo a competição de pequenas empresas junto às empresas maiores e mais fortes. O associativismo, atualmente é praticado por empresas de todos os setores, essa solução vem sendo usada no mundo inteiro. Associativismo, ou ação associativa, é qualquer iniciativa formal ou informal que reúna um grupo de empresas com o principal objetivo de superar dificuldades e gerar benefícios comuns em nível econômico, social ou político. Existem basicamente duas grandes formas: entidades de representação empresarial e as parcerias ou associações de interesse econômico (SEBRAE, 1995). As parcerias ou associações de interesse econômico são grupos de empresas que se juntam com objetivos comuns, quase sempre visando aos resultados econômicos e à melhoria de seus lucros. Criam uma associação legalmente constituída, através da qual podem partilhar ações de interesse comum, como treinamentos, visitas técnicas, ações gerenciais conjuntas, central de compras, central de serviços, central de vendas, etc., adequado para este estudo. Para desenvolver atividades comerciais, se necessita constituir uma empresa administrada pela associação, e essa empresa tem o poder legal de comprar em seu nome e revender para os associados, repassando a eles todas as vantagens. São muitos os exemplos de ações em benefício dos associados como: melhoria de qualidade, treinamento coletivo, negociação conjunta de crédito, estratégias conjuntas de marketing, centrais de vendas, centrais de serviços, compras conjuntas, etc.. Como exemplo no setor de compras, o aumento do volume de compras de produtos, aumenta o poder de barganha junto aos fornecedores e recebe os mesmos privilégios concedidos a uma grande empresa como: melhor condição de pagamento, preços mais baixos, garantia de fornecimento, acesso a novas marcas, acesso a produtos especiais, etc. O importante é que o grupo associado alcance resultados positivos imediatos e que obtenha benefícios concretos.

METODOLOGIA: Como metodologia básica dessa pesquisa exploratória utilizou-se, a pesquisa bibliográfica, que segundo Gil (1999), a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente e esta vantagem tornam-se particularmente importante quando o estudo requer dados dispersos

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pelo espaço. A pesquisa bibliográfica utilizada foi elaborada a partir de material já publicado conforme referências bibliográficas, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos, que culmina na formulação de uma proposta de que a gestão de suprimento de pequenos mercados deve aproveitar pontos positivos da gestão de suprimento de farmácias na cidade de Foz do Iguaçu. Elaborou-se uma pesquisa de múltiplos casos, visando comparar, enriquecer e não quantificar o estudo e para isso o universo pesquisado foi de 218 empresas classificadas de acordo com o Cadastro Municipal de Contribuinte da Secretaria de Indústria e Comércio de Foz do Iguaçu, sendo 61 farmácias e 157 mercados e mercearias, denominados no estudo de pequenos mercados. No último trimestre de 2007, através de pesquisa de campo de natureza qualitativa, com entrevistas não estruturadas no local das empresas, diretamente com os proprietários e responsáveis pelos estabelecimentos varejistas, procurou-se levantar informações quanto aos métodos e processos utilizados nas aquisições dos produtos e as diferenças que ocorrem na logística de abastecimento das entidades pesquisadas. Por tanto, foram pesquisadas 11.93% do universo perfazendo uma amostra de 26 empresas, sendo 11 do ramo farmacêutico e 15 empresas representadas por pequenos mercados.

RESULTADOS E DISCUSSÃO: Na investigação procurou-se observar a logística de suprimento, a gestão de estoque do setor farmacêutico e de pequenos mercados de Foz do Iguaçu – PR e a aplicação da gestão de farmácias aos pequenos mercados. 1. Farmácias: O principal canal de distribuição de medicamentos para os habitantes de uma cidade são as farmácias, vê-se a grande importância desse segmento do varejo para a população. As vendas do setor farmacêutico de um modo geral estão assim segmentadas, medicamentos de tarja vermelha, produtos de higiene e de beleza, medicamentos controlados de tarja preta, vitaminas e medicamentos sem controle. Nas entrevistas identificou-se que a partir da informatização dos estoques, houve desenvolvimento das redes de farmácias, redução de custos e diminuição dos níveis dos estoques. Nota-se em contra partida que o número de farmácias está aumentando, principalmente nos bairros, e em pequenas cidades, região normalmente não atendida pelas grandes redes. O comércio farmacêutico vem adotando processo de modernização em suas lojas, com a utilização de microcomputadores, self-service e diversificação do mix de produtos oferecidos aos clientes, as grandes farmácias estão trabalhando com aproximadamente um volume de cinco a sete mil itens. Há uma nova tendência no comércio, devido ao pouco tempo disponível por parte do consumidor, aliado ao fato de que, os consumidores estão optando por realizar suas compras, em um único lugar, essa é uma estratégia utilizada por vários segmentos do varejo, para a captação de clientes, alavancagem das vendas e é uma forma de encarar o mercado concorrente. Há algumas farmácias que oferecem além dos medicamentos, serviços de recebimentos de contas, artigos de perfumaria, cosméticos, bebidas, sorvetes, balas, etc. As farmácias vêm, tentando utilizar alguns diferenciais mercadológicos, em face de um cenário de competição crescente, adotam ações como: serviço de atendimento ao cliente, convênio-empresa, programas de fidelidade e descontos progressivos, entregas em domicílios, sem cobrança de taxa de entrega e pedido mínimo, mas por outro lado, tem o apoio da indústria e das distribuidoras quando se refere à agilidade, ao efetuar um pedido até o momento do recebimento dos produtos. Algumas farmácias estão utilizando o associativismo como uma alternativa, elas se unem para fazer compras em grande escala e ganhar no preço, além de trabalhar com várias marcas e muitas variedades de produtos. Isso já acontece com muitas farmácias, e pelo menos com 45% das farmácias pesquisadas. 2. Pequenos mercados: Para os moradores de uma cidade, um dos principais canais de distribuição de produtos de consumo são os pequenos mercados, vê-se a grande importância desse segmento para a população, principalmente por estar localizado na

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maioria das vezes em bairros, atendendo a população local, nas mais variadas necessidades. As vendas deste setor de um modo geral estão assim segmentadas, produtos de higiene e de beleza, material de limpeza, produtos alimentícios, hortifrutigranjeiro, bebidas, açougue e panificação. Os pequenos mercados possuem em torno de sete a nove mil itens de produtos. 3. Logística de suprimento de farmácias e de pequenos mercados: Com base em entrevista com os proprietários identificou-se que as distribuidoras que atendem as farmácias se modernizam cada vez mais, principalmente quanto à tecnologia, com o objetivo de melhorar a qualidade de serviços prestados. Os proprietários de pequenos mercados têm dificuldade de comprar poucas unidades de mercadorias porque as indústrias fornecem somente em caixas fechadas ou em quantidade mínima de unidades, e muitas vezes o mercado não tem demanda suficiente para a quantidade comprada. Os proprietários, desta forma, trabalham com poucas marcas e pouca variedade, não atendendo corretamente as diferentes necessidades de outras marcas e tipos de produtos desejados por seus clientes. São poucos os mercados de pequeno porte que possuem computador, mas nenhum utiliza para efetuar compras e controlar seu estoque. Logo abaixo se traz uma noção do sistema de abastecimento, transporte e entrega de mercadorias nas empresas investigadas. 3.1. Sistema de abastecimento: Farmácias - Pedido de mercadorias efetuado via internet até as 20h00min, são entregues nas farmácias solicitantes das 7h00min as 11h00min do dia subseqüente, mesmo que a distribuidora esteja situada em Cascavel, cidade vizinha a aproximadamente 144 km de distância. Esses atacadistas possuem equipes que trabalham no período noturno para que os pedidos dos varejistas sejam prontamente atendidos, vendem produtos por unidade e alguns deles oferecem preços melhores que os concorrentes, mas necessitam de mais 24 horas para a entrega de mercadorias. Pequenos Mercados - Os pedidos são normalmente efetuados em uma folha de papel, não padrão, e mandados por fax para as distribuidoras, ou entregue ao representante, tanto de Foz do Iguaçu, como de Cascavel, o pedido é elaborado através de inventário físico, de observação visual diretamente na gôndola do produto. As distribuidoras de Foz do Iguaçu demoram em torno de 24 horas para entregar as mercadorias e algumas aquisições são realizadas com empresas de Cascavel por possuírem melhores preços em alguns produtos, mas alguns demoram até 3 dias para entregar o pedido e esta demora ocasiona falta de produtos nas gôndolas. Apenas três fornecedores entregam produtos na forma fracionada, atendendo a necessidade de demanda do consumidor, mas possuem número limitado de itens. 3.2. Transporte e entrega de mercadorias: Farmácias – A maioria dos produtos vem de Cascavel com caminhão da empresa fornecedora e a entrega é feita com veículo pelo vendedor da área de abrangência, algumas empresas de outros locais utilizam transportadora para enviar as mercadorias. Pequenos Mercados – As entregas das mercadorias são feitas com caminhão da própria empresa geralmente de Foz do Iguaçu e os vendedores têm a responsabilidade somente de passar para verificar se o comerciante necessita de algum produto para efetuar o pedido. O interesse das distribuidoras farmacêuticas em atender rapidamente seus clientes, significa que há consciência de que as farmácias trabalham com estoque mínimo e que se faltar produtos, tanto farmácias como distribuidoras terão prejuízo, formam então uma cadeia e por conseqüência quando um é prejudicado todos serão. De acordo com Christopher (1997), tem ocorrido uma reconfiguração do ambiente competitivo, de forma que a competição passou a ocorrer entre cadeias inteiras, e não mais entre empresas isoladamente. 4. Gestão de estoque de farmácias e de pequenos mercados: As farmácias utilizam como estratégia, o controle de estoque informatizado, as compras on line, um bom sistema de logística de distribuição de medicamentos, perfumarias e cosméticos para suprir os estoques, assim, aperfeiçoaram significativamente sua gestão de estoque. Os empresários dos pequenos mercados afirmam que tem recursos limitados para manter uma grande quantidade de estoques e não tem demanda para muitas mercadorias, assim,

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acabam comprando somente de poucos fornecedores, em função da quantidade elevada de produtos a serem comprados e da pouca variedade que conseguem adquirir, oferecendo desta forma variedades restritas aos seus clientes. Não se observou preocupação em modernização através de processos informatizados por parte dos proprietários dos pequenos mercados, nem de um controle mais rigoroso do seu estoque e de seus pedidos, Os gestores entendem que se não tiver o produto, o consumidor pode substituir por um similar. Farmácias e pequenos mercados apresentam desta forma os seguintes efeitos na gestão de estoques: 4.1. Estocagem: Farmácias – Não existe mais um depósito para estocar medicamentos, com o sistema de estoque mínimo por demanda, as farmácias não gastam com armazenamento de remédios para atender ao cliente. Atualmente existe tecnologia de informação favorecendo o conhecimento da necessidade diária da empresa, ou seja, do consumidor, possibilitando manter um estoque muito enxuto. Todo processo de compra é muito mais rápido, sai da prateleira hoje e amanhã de manhã já está reposto o produto no local certo. O produto ao ser vendido, no momento de tirar o cupom fiscal, faz automaticamente baixa no estoque, e no momento seguinte ao ser gerado o pedido, o sistema o faz pela demanda média do período. Em nenhum momento, os proprietários ao serem entrevistados, tiveram alguma reclamação do não atendimento de troca de mercadorias por vencer ou por danos causados no transporte. Pequenos Mercados – Para ser competitiva no mercado a empresa compra em grande quantidade para ganhar no preço, há necessidade de um depósito para guardar a mercadoria que não está na gôndola, o estoque mantido é pouco diversificado. Para o comerciante, o seu capital de giro se encontra muitas vezes em grandes estoques, onde poderia ter investido tanto na diversificação de mercadorias como no próprio patrimônio. O processo de compra é mais lento se comparado com farmácias, o produto sai hoje da prateleira, amanhã ou quando o vendedor chegar será identificado à falta do produto, o pedido é elaborado e dependendo do fornecedor pode chegar de 24 horas a 3 dias, necessitando, portanto do depósito para a guarda de mercadoria que não cabe na prateleira. Os comerciantes abordaram ainda, sobre a dificuldade que tem para devolver produtos que tem seus prazos de validade vencidos, que há pouco giro de estoque, conseqüentemente, muitos produtos acabam tendo o prazo de validade expirado. A maioria dos atacadistas não troca produtos, a única empresa citada foi a Nestlé que troca 70% dos produtos vencidos. Os produtos que não obtiverem reclamação no momento do recebimento por danos causados no transporte também estão fadados a não serem trocados e o prejuízo é do varejista. 4.2. Retorno sobre investimento de estoques: Farmácias – A administração de estoques não se resume apenas a controlar a quantidade de materiais em estoque à disposição para comercialização, no caso das farmácias, refere-se também a valoração, ou seja, fornecer informação do volume financeiro pelo qual esse produto está sendo estocado. Dependendo do sistema utilizado, a determinação do valor do item estocado, vai impactar diretamente no lucro da empresa. Segundo os gestores as farmácias possuem necessidade baixa de capital de giro em função do sistema informatizado e o giro de estoque se mantém alto. Para evitar perdas de investimentos o estoque é planejado e o retorno sobre investimento de estoques é de conhecimento do gestor através do software utilizado na empresa. Pequenos Mercados – O planejamento de estoque bem feito é de extrema importância para evitar perdas de investimentos. O estoque sem giro a preço de venda acarreta prejuízo, então errar na compra acarretará em um prejuízo maior do que os administradores imaginam, pois se entende que quanto maior o giro de estoque maior será o lucro. Os pequenos mercados sentem dificuldade de elaborar cálculos necessários para a gestão de estoque e o excesso de uma determinada mercadoria dificulta a aquisição de outra em termos financeiros, há desconhecimento do valor investido em estoque. 4.3. Nível de serviço: Farmácias – Atualmente o nível de serviço das farmácias com relação à variedade de produtos da prateleira é considerado muito bom. Outro fator que alavanca o aprimoramento é o fato de ter uma fiscalização muito rígida, desta forma, isso

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faz com que as farmácias trabalhem seguindo normas de limpeza e higiene, e a obrigação de manter um farmacêutico responsável no período em que está aberta. Pequenos Mercados – O nível de serviço dos pequenos mercados com relação a variedade de mercadorias, acaba sendo prejudicado por não oferecer mais opções de marcas aos clientes. Constatou-se na entrevista que os pequenos mercados são fiscalizados constantemente pela vigilância sanitária e devem seguir normas de limpeza e higiene com a manipulação de alimentos e considera-se o atendimento e o nível de serviço satisfatório. 4.4. Satisfação do mercado consumidor: Farmácias – Para satisfazer os consumidores, a maioria das farmácias oferece serviços de pós-venda, entregam em domicílio, convênios e descontos para clientes fiéis. Em pesquisa realizada, constatou-se que elas oferecem além de produtos, treinamento de atendimento ao cliente para os funcionários, já que entendem que este possui um problema ou uma dor. Os proprietários consideram que as farmácias têm condições de oferecer quantidade e qualidade que vão de acordo com a necessidade do cliente, atualmente elas são capazes de oferecer maior variedade de produtos e atender melhor as necessidades do consumidor. Pequenos Mercados – Para satisfazer os consumidores, pequenos mercados, oferecem entrega em domicílio, venda a prazo para alguns clientes antigos e fiéis, mas não podem concorrer com os grandes supermercados ou de rede, pois estes mantêm preços baixos e oferecem cartão para pagamento em até 40 dias e algumas mercadorias como diferencial competitivo, ex: aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, e oferecem ainda condições de pagamento de até 10 vezes sem juros para estes produtos. Foi citado que, o consumidor normalmente não aceita as mercadorias impostas, ele acaba comprando, mas por não ter variedade de escolha. O consumidor entra no estabelecimento e ao não encontrar seus produtos preferidos, simplesmente não volta mais e este estabelecimento acaba perdendo oportunidade de satisfazer e manter o cliente. 4.5. Lucratividade: Farmácias – Todas as empresas farmacêuticas visitadas utilizam o sistema informatizado para controle de estoques e para efetuar o pedido de compras, portanto, fazem os pedidos dos produtos on line e consideram que desta forma tem um bom lucro com o rápido giro no estoque e que atualmente não há como trabalhar sem computador em suas empresas. Entendem que, trabalhar com estoque mínimo, possibilitou o aumento do capital da tesouraria, e isso possibilitou fazer novos investimentos, novas aplicações e melhorar a estratégia de marketing com aumento do mix de produtos oferecidos aos clientes no estabelecimento. Pequenos Mercados – Os comerciantes expressam que está difícil para se manter no segmento de comércio. O volume financeiro investido em estoque, que poderia estar sendo investido em melhorias da empresa, prejudica o crescimento e a atualização do sistema. Segundo Francischini e Gurgel (2002), a gestão de estoque atua no estabelecimento de uma política de redução de estoques, para que a situação do caixa da empresa seja aliviada pelo retorno desses recursos à Tesouraria. 5. Aplicação da Gestão de Farmácias aos Pequenos Mercados: Em uma análise preliminar levantaram-se as características de farmácias e pequenos mercados, onde se constatou que existem diferenças na estrutura de funcionamento, na concepção cultural das organizações, bem como na logística de suprimento. Uma das principais atitudes a ser tomada pelos proprietários de pequenos mercados é procurar conhecer o valor do estoque da empresa, através da aquisição de um computador e da implantação de um sistema e/ou programa informatizado compatível com as necessidades de cada um. Buscar através de colaboração e parceria com os fornecedores, a manutenção de estoques menores, ou seja, trabalhar com estoque mínimo e reposição diária de produtos. Os pedidos de compras, portanto, devem ser informatizados para diminuir as faltas de produtos nas prateleiras, e considerar que desta forma terão melhores lucros com o aumento de giro no estoque. Para evitar perdas de investimentos, o estoque deverá ser planejado e o retorno sobre investimento de estoques deverá ser de conhecimento do gestor através do software utilizado na empresa.

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O nível de serviço dos pequenos mercados em relação à variedade de produtos deverá ser melhorado para oferecer maior qualidade no serviço, atendendo as necessidades e os desejos dos clientes. Através de um sistema de suprimento adequado, as empresas poderão ser capazes de oferecer maior variedade de produtos. Poderão como diferencial competitivo oferecer serviços de entrega em domicílio, convênios e descontos para clientes fiéis, serviços de pós-venda, controle de estoques, etc. Com a utilização de microcomputadores ficará mais fácil controlar e diversificar o mix de produtos, assim como manter cadastros atualizados dos clientes. Os estabelecimentos comerciais estão, cada vez mais, aderindo à prestação de serviços de recebimento de contas (principalmente água e luz), esse serviço adicional, incrementa o fluxo de pessoas e conseqüentemente a receita dos pequenos mercados. Para algumas empresas, tanto pequenos mercados como farmácias, indubitavelmente é interessante que possam formar ou participar de um associativismo. A utilização de marca própria é uma estratégia utilizada pelas empresas associadas varejistas para vender produtos fabricados por terceiros, visando diferenciação dos clientes, poder de barganha em relação às grandes marcas, assim como, a compra conjunta, padronização de layout interno, uso de fachadas uniformes e campanhas publicitárias. Dentre as vantagens destacam-se o fato de que ela gera um aumento da lucratividade das empresas participantes, aumenta o poder de negociação com os fornecedores, permite redução de custos e redução de preços, e melhoria em relação à imagem junto ao mercado consumidor. Outra opção atualmente utilizada em outros segmentos e até por grandes redes de supermercado é a utilização do EDI, troca automatizada de informações, de um computador para outro utilizando código de barras e do ECR, uma estratégia na qual o varejista, o distribuidor e o fornecedor trabalham muito próximos para eliminar custos excedentes da cadeia de suprimentos e melhor servir ao consumidor. Nas entrevistas, não foi identificado a aplicação desses sistemas, a utilização de código de barras dos produtos e a codificação empregada para as mercadorias é diferente em cada uma das empresas envolvidas na cadeia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O que motivou este estudo foi à identificação de dois comércios varejistas distintos em sua essência, mas de características semelhantes, apresentarem formas de gestão de abastecimento tão diferentes. No levantamento junto aos pequenos mercados notou-se que há dificuldades tanto do varejista, em acompanhar o desenvolvimento tecnológico e implantá-lo em sua empresa, quanto do fornecedor-atacadista, na agilidade de separação e entrega de pedidos dos produtos. E com isto vem prejudicar a cadeia logística de forma geral, promovendo a falta de produtos nas gôndolas dos varejistas, não atendendo a contento o consumidor final. Entende-se que o prejuízo primeiramente é para o cliente que foi até o pequeno mercado e não encontrou o produto, na seqüência é para o pequeno mercado que não pode vender o produto por não possuí-lo, desta forma em terceiro lugar o atacadista por perder a venda de seu cliente-varejista e conseqüentemente sua venda. A globalização dos mercados é um acontecimento irreversível e a necessidade de sobrevivência principalmente para empresas de pequeno e médio porte é algo preocupante uma vez que o seu poder de negociação é bastante frágil. Surgem algumas alternativas para os pequenos mercados, quando se observa que as farmácias apresentam uma atualização mais eficiente em relação aos produtos tecnológicos de hardware e software. Indiscutivelmente é de suma importância a utilização pelos pequenos mercados dos sistemas implantados nas farmácias, mas com uma leitura específica para pequenos mercados, de modo a agilizar a gestão de estoque, a obtenção de informações, e melhorar o tempo de ciclo do pedido, portanto, eles devem ser considerados fundamentais para estabelecer e controlar o nível de serviço logístico. Percebe-se a necessidade de unir esforços em torno de um plano de ação que possibilite a sobrevivência e a competitividade das empresas, objetivando desta forma reduzir custos e disputar o mercado com as grandes redes, as quais possuem maior poder de negociação,

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bem como um poder de compra mais elevado e níveis de investimentos mais significativos. Surgirá assim, um cenário mais propício para relações de colaboração e parceria em que o interesse de ambas as partes, atacadistas e varejistas serão atendidos. O estudo não tem a pretensão de esgotar as alternativas, mas de gerar reflexão que irá produzir opções eficazes nas empresas.

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ANALISE DO PROCESSO DE EXPORTAÇÃO DA EMPRESA SCHMIDT & SCHMIDT S.A.

SANDRA CRITINA GREGORY1, SINVALES ROBERTO SOUZA2 1Bacharel em Administração pela Faculdade União da Américas Foz do Iguaçu - PR, Brasil, [email protected] 2 Economista, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e Professor na graduação e pós graduação da UDC Foz do Iguaçu - PR, Brasil, [email protected]

Área Temática: Gestão em Comércio Internacional

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008. RESUMO: O presente artigo aborda a importância da pesquisa referente ao comércio internacional e exterior, com a globalização vem-se encurtando fronteiras e como conseqüência há um intercâmbio de produtos dos mais distintos países, mas para que isso seja possível há vários aspectos que envolvem e que devem ser investigados e analisados para que assim possa dar seqüência ao trabalho em questão. Através da metodologia da pesquisa analisamos o processo de exportação que é aplicado na empresa Schmidt & Schmidt S.A., com o intuito de uma investigação mais ampla buscamos informações em livros e diversas fontes de comunicação confiáveis, e assim elaboramos um estudo que servirá de pesquisa para todos os interessados nesse tema. PALAVRAS-CHAVE: Comércio Internacional, Exportação, Barreiras. ANALYSIS OF PROCEDURE FOR EXPORT OF COMPANY SCHMIDT & SCHMIDT S.A.

ABSTRACT: This article discusses the importance of research relating to international trade and overseas, with globalisation comes to shortening borders and as a consequence there is an exchange of products from more different countries, but to make it possible for many aspects involved and should be investigated and analysed so that may give sequence to the work in question. Through the methodology of the research examining the export process which is applied in the firm Schmidt & Schmidt SA, with the aim of a broader investigation seeking information on books and various sources of reliable communication, and thus produce a study that will search for all those interested in this topic. KEYWORDS: International Trade, Export, Barriers. INTRODUÇÃO: No decorrer das últimas décadas foi possível observar grandes mudanças no mundo devido ao impacto da alta tecnologia e avanço dos computadores com tecnologia de ponta. Estas mudanças estão afetando todos os setores administrativos da história da administração. A globalização e a era da informática fazem com que as exportações e importações aumentem, e por tanto, como conseqüência a competitividade dos mais variados produtos, com isso, é possível observar que se aproxima uma nova era que envolve todo o planeta, aonde a distância e a falta de comunicação deixou de ser um obstáculo para as empresas, as fronteiras na atualidade só existem nos papéis. Devido o processo da globalização estar cada vez mais estreitando as fronteiras mundiais é que se percebe a necessidade de um investimento na comunicação das empresas, para tanto se faz necessário um grande avanço tecnológico e implementação de novos sistemas que facilitam esta comunicação. Por isso é de extrema importância adaptar-se aos mais variados mercados e culturas, que abarque tanto os de pessoas físicas quanto os de

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jurídicas, pois esse é o primeiro passo para um bom relacionamento empresarial no comércio exterior. Essa eficiência da comunicação e da logística é o que marca uma transformação nos mercados a serem explorados. Se anteriormente a prioridade de muitas empresas era apenas a produção para o mercado interno, atualmente já o deixou de ser, pois há grande interesse em também abranger os mercados exteriores. Assim como existem países que necessitam de determinados produtos e não possuem matéria prima suficiente para produzi-los, há por outro lado, países que possuem matéria-prima em abundância e produzem com facilidade e custos acessíveis facilitando esse intercâmbio de produtos. Diante de tal situação, quais seriam as possíveis barreiras que a indústria tem se deparado no decorrer do procedimento da exportação? Considerando a atual conjuntura de mercado, que voltada para a competição exige profissionais cada vez mais qualificados, é que se busca com o desenvolvimento deste trabalho, ampliar o conhecimento administrativo, a capacidade profissional, obter conhecimentos práticos e teóricos na área que está sendo pesquisada para aplicá-los no campo de trabalho. Os principais objetivos são: analisar o processo de exportação e pesquisar as principais barreiras no processo de exportação da empresa Schmidt & Schmidt S. A;. A empresa Schmidt & Schmidt S. A localizada no Paraguai, Super Carretera da Itaipu, Hernandarias, Km. 8,5. E os sócios são Jarbas Guilherme Schimidt e Claudinéia Pereira Schimidt, foi fundada no ano 1997 com o nome Avícola Del Este S.A. e em 2000 alterou a razão social para Schmid & Schmidt S.A. A inscrição estadual ou RUC é 80025110-5, Atualmente a empresa consta com 65 colaboradores, sendo 84% são homens, 16% mulheres. A faixa etária segundo os dados apresentados aponta para 45% as idades entre 18 e 25 anos, entre 26 e 35 são 41%, e acima de 36 anos consta 14%. Quanto ao nível educacional, o analfabetismo tem a porcentagem de 0%, para quem possui Ensino Fundamental a soma é de 52%, 48% possuem Ensino médio e nível Superior 0%. A Indústria Schmidt &.Schmidt S.A atua na área de madeiras, voltada para a produção de lâminas e parquet de madeiras, com vendas no Paraguai e exportando para a Argentina, Brasil e China.

BASE TEÓRICA: Comércio internacional - comércio internacional refere-se ao intercâmbio de bens e serviços entre países, resultante de suas especializações na divisão internacional do trabalho. Seu desenvolvimento depende basicamente do nível de intercâmbio (ou relações de troca), que se obtém comparando o poder aquisitivo de dois países que mantenham comércio entre si. (RATTI, 2007). Exportação - “Exportar é uma forma de se confrontar com os demais parceiros e, principalmente, freqüentar a melhor escola da administração, já que, lidando com diferentes países, o país exportador assimila técnicas e conceitos a que não teria acesso em seu mercado interno”. (VAZQUEZ, 2001, p. 175) Para Keedi (2006, p.17), “exportar é o ato de remeter a outro país mercadorias produzidas em seu próprio ou em terceiros países, que sejam de interesse do país importador, e que proporciona a ambos envolvidos vantagens na sua comercialização ou troca”. Conforme menciona Lopez e Gama (2005), as exportaçãos ocorrem quando ha saida de mercadoria do territorio aduaneiro de un determinado país com o proposito de ingresar o produto há outro país, o teritorio aduaneiro mencionado compreende a todo o teritorio nacional, a constatação de saida de mercadoría varia em função do modal de transporte, para as vías áereas e maritimas no momento do seu ingresso no vehículo de transporte internacional, e para via terrestre (rodovia ou ferrovia), quando do cruzamento da fronteira. As jurisdição dos serviços aduaneiros estende-se por todo o teritorio aduaneiro e abrange, a zona primaria e a zona secundaria, a zona primaria corresponde a area ocupada pelos portos e aeroportos alfandegados e as areas adjacentes aos pontos de fronteiras alfandegados, a zona sesecundaria, compreende o restante do teritorio aduaneiro, incluindo as águas territoriais e o espaço áereo. Formas de exportação: A exportação pode ser feita de duas formas, pode ser diretra ou

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indireta, a seguir veremos ambas as formas a vantagem de cada uma delas e as desvantagens que implica. Exportação direta - Conforme cita Lopez e Gama (2005) a exportação direta refere-se a venda direta ao comprador que esta situado em outro país, mesmo que a negociação seja desenvolvida por um ou mais agentes ou representantes do exportador que estejam localizados no exterior e recebam uma comissão por este serviço, porém para que esta forma de exportação seja eficaz e inportante que o vendedor tenha um bom conhecimento de todos os aspectos involvidos nessa transação. Para Soares (2004) a exportação direta ou internacionalização direta a própria empresa gerencia todo o processo de exportação, desde o preparo tecnológico, de capital e de pessoal até a venda ou compra internacional. A saída ou entrada dos produtos é feita diretamente pela empresa para ou do exterior. Com essa forma de exportação pode-se obter a vantagem de que as experiências internacionais acumulados permanecem na própria empresa. Enquanto a desvantagem desse modelo é que, em geral, afirma só aprende com os erros, ocasionando gastos desnecessários e isso pode requerer maiores recursos financeiros. Exportação indireta - De acordo com Lopez e Gama (2005) outra forma de exportação é atravez da venda indireta que envolve um comprador no mercado interno e vendedor final ao exterior, em outras palavras serio o que realmente exporta o produto em questão. Soares (2004) menciona que com a exportação indireta ou internacionalização indireta a empresa realiza seus negócios internacionais por intermédio de outra empresa doméstica. Sua principal vantagem é o aproveitamento desses intermediários especializados em comércio exterior para tornar as operações viáveis com custos de aprendizagem e financeiras menores. Por outro lado, raramente a empresa absorve ou desenvolve a sua competência internacional dessa forma, podendo tornar-se dependente de terceiros no comércio exterior. Além disso, uma escolha errada do intermediário doméstico pode causar mais problemas e transtornos comerciais, financeiros e fiscais do que concentrar as energias numa exportação direta. Trading company - Segundo Lopez e Gama (2005) as empresas comerciais exportadoras ou Trading Company refere-se às empresas que são exportadoras e não produtoras, constituídas de acordo com o Decreto-Lei n 1.248/72 que define critérios nesse sentido e regulamenta sua forma de atuação, no Brasil essas empresas são constituídas apenas sob a forma jurídica de sociedade por ação (sociedade anônima) e tem obrigatoriedade de capital social mínimo de R$ 748.466,66, também faz-se necessário o certificado de registro especial, concedido em conjunto, pela Secex/Decex (Secretaria do Comércio Exterior, Departamento de Operações de Comercio Exterior) e pela SRF.(Secretaria da Receita Federal). Barreiras ao comércio internacional - Existem várias barreiras durante o processo de exportação, como por exemplo a distância, transportes, idioma, moeda estrangeira, gostos e costumes dos consumidores, e a mais problemática de todas, a questão legal, sendo a que mais dificulta a exportação. “As restrições tarifárias podem estar ligadas tanto à restrição à importação e exportação para proteção da indústria nacional, quanto à necessidade arrecadatória para melhorar as receitas do país”. (KEEDI, 2006, p. 76) De acordo com Stiglitz e Walsh (2003, p. 308) “Tarifas simplesmente são impostos sobre a importação. Como a tarifa é um imposto que se aplica apenas a bens estrangeiros, coloca os bens estrangeiros em desvantagens”. Proteção à produção - Hoje, há uma preocupação muito grande em proteger a produção nacional. Até os defensores do imposto único admitem a necessidade de ser mantido o Imposto Aduaneiro, com o fim exclusivo de proteger a produção nacional. Proteção à exploração da natureza - (Matéria-Prima) “É a preocupação de protegermos a natureza. Ela é válida porque o planeta Terra tem recursos finitos. Entretanto, existe outro tipo de proteção à matéria-prima que não preserva a natureza, mas prejudica a vida humana, e a sustentação artificial de seus preços”. (MAIA, 2003, p. 167)

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Proteção ao trabalho - Refere-se a proteção social do trabalhador no mundo globalizado. Os países podem enfrentar, com relação aos empregos, três hipóteses: • “Falta de mão-de-obra (mais empregos que trabalhadores); • Pleno emprego (praticamente o número de empregos é igual ao número de trabalhadores); e • “Desemprego (como é óbvio, há mais trabalhadores do que empregos)”. (MAIA, 2003, p.169). Proteção ao capital - “Muitos países procuram proteger o capital nacional, criando, barreiras inadequadas ao capital estrangeiro, ou seja as empresas de capital nacional nem sempre dispõe de tecnologia para competir, dentro do próprio país, com a empresa de capital estrangeiro”, (MAIA, 2003, p. 174). Desvios do modelo de comércio livre - Segundo Keegan e Ganneer (2000, 361) “Ocorre dupign quando produtos importados vendidos no mercado local tem precos fixados em níveis que representam menos do que o custo de producão mais uma margem de lucro abaixo das que prevalecem no país produtor”. Para Maia (2003, p. 175) “O trust consiste na fusão de várias empresas de forma a tender para o monopólio. Assim, o mercado passaria a ser manipulado pelo trust, impondo preços e condições. Os países combatem o trust por meio de legislação adequada”. De acordo com Filho e Zarpelon (2006, p. 41) “O cartel é um acordo não formal, que determina o preestabelecimento de preços, ou nível de producão, de demanda. Estes precos e demandas previamente estabelecidos não podem estar acima nem abaixo do parametro”. Um bom exemplo de cartel é a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que determina o preço do barril do petróleo e estabelece a quota de produção de cada associado. Esquemas protecionistas - Também constituem barreiras ao Comércio Internacional os esquemas protecionistas amparados em: subsídios é o fornecimento de fundos monetários a certas pessoas. Subsídios governamentais fornecidos a empresas (comércio e indústrias) possuem o intuito de abaixar o preço final dos produtos vendidos por tais companhias, para que estes produtos possam competir com os produzidos em outros países a preços menores. Maia, (2003) descreve que o subisidio é para a produção de mercadorias destinadas ao consumo interno, porque, segundo ele sem esse auxílio, a produção nacional não poderia competir com a produção estrangeira. Barreiras alfandegárias - Maia (2003) explica a necessidade de criar barreiras alfandegárias segundo ele com o crescimento demográfico fas-se necesario a criação de novos empregos e para solucionar esse problema os governos estimulam a implantação de novas indústrias, muitas vezes sem condições de competitividade. Para que essas empresas consigam manter-se no mercado torna-se necessário criar barreiras alfandegárias. Se essas barreiras forem temporárias e estabelecidas mediante um cronograma com tarifas decrescentes, as indústrias locais são obrigadas a modernizar-se e poderão enfrentar a concorrência externa. Se essas barreiras forem permanentes, as indústrias locais se acomodarão e continuarão produzindo artigos caros e ruins. Taxas múltiplas de câmbio - Para Maia (2003) refere-se é o preço de uma unidade monetário de uma moeda em unidades monetárias de outra moeda, Em determinados momentos, o governo deve intervir no mercado de câmbio, fixando um valor determinado para a moeda nacional “Em face disso, o governo cria duas ou mais taxas de câmbio para controlar a importação. As mercadorias consideradas essenciais são beneficiadas com taxas favorecidas e as não essenciais com taxas elevadas” (MAIA, 2003, p. 180). Licenças de importação e exportação - “Quando um país enfrenta escassez de divisas, pode controlar a importação e a exportação, mediante a emissão de licenças” (MAIA, 2003, p.181). Segundo o mesmo autor o governo designa um órgão que estuda suas necessidades e autoriza a importação dos artigos essenciais, de acordo com as disponibilidades cambiais. Como há escassez de divisas, também é necessário controlar a exportação, para que o governo tenha certeza de que toda receita de divisas foi entregue ao país.

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Quotas de importação - Segundo Stiglitz e Walsh (2003, p. 308) “Em vez de tarifas, muitos países impõem quotas que são limites a quantidade dos bens estrangeiros que podem ser importados” “As quotas de importação são barreiras não alfandegárias que afetam bastante as exportações dos países em desenvolvimento”. (MAIA, 2003, p.182) Barreira não tarifaria - “Uma barreira não tarifaria é qualquer medida que não tarifa, destinada a impedir ou dificultar a venda de um produto em um mercado estrangeiro, São também chamadas de barreiras ocultas ao comércio”, (KEEGAN e GREEN, 2000, p. 227). “As barreiras não tarifárias são os principais obstáculos enfrentados por exportadores brasileiros que são os procedimentos proteccionistas que funcionam independentemente das tarifas de importação entre países”. (MAIA, 2003, p.184) Barrai (2002, p. 19) define como barreiras não tarifárias as seguintes formas: proibições, cotas, mecanismos regulatórios e subsídios. Segundo Prazeres (2002, p.62) “O Estado membro tende a tomar medidas de proteção tipo as barreiras não tarifárias, pois as tarifárias são facilmente identificadas. Contudo as barreiras não tarifárias, embora reduzidas a poucas hipóteses lícitas, tendem a ser cada vez mais utilizadas”. A seguir, citamos alguns exemplos de barreiras não alfandegárias: a) Barreiras técnicas: Para Maia (2003, p. 184) São as exigências técnicas impostas pelos governos com o intuito de dificultar a entrada de produtos estrangeiro no pais consegue se impor naquele mercado. b) Barreiras ecológicas: As Barreiras ecológicas atuam sobre a vautorização e conservação da natureza avalia e controla os possíveis impactos ambientais negativos contra a natureza. “Sob a alegação de agressão á natureza, surgem exigências ecológicas que, na verdade, estão camuflando barreiras que podem ser até mesmo políticas”. ( Delio Urpia de Seixas apud MAIA, 2003, p. 185). “Desde 1975, a Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas da Fauna e Flora Silvestres (Cites, da sigla em inglês) controla a exportação de animais”, (VEJA 05-09-2007). c) Barreiras burocráticas: Segundo Maia (2003, p. 185) as barreiras burocráticas refere-se as demoras na liberação de documentos, ou mesmo as exigências desnecessárias, tramites burocráticos tanto no período de abertura de uma empresa exportadora, ou mesmo durante o processo de exportação, ou mesmo a falta de informação dos exportadores sobre os tramites da exportação e muitos outros d) Barreiras fitossanitário: Para Lopez/Gama (2005) o fitossanitário analisa a saúde animal e vegetal, referes-se à qualidade, higiene e saúde dos vegetais e animais, as barreiras sanitárias são aplicadas para proteger a vida e a saúde humana, animal e vegetal, com o objetivo de garantir a qualidade dos alimentos consumição de pestes e doenças, consiste em um certificado de origem do pais que certifica que o alimento a ser importado é seguro e que o país/região de origem do produto é considerado livre de doenças, ou ainda, que a embalagem que acondiciona os produtos a serem exportados passou por um tratamento capaz de assegurar que não transportará pestes ou doenças. e) Barreiras contra drogas: De acordo com Maia (2003, p. 186); são barreiras impostas com o objetivo de impedir a comercialização de droga no país. “o café Brasileiro na União Européia (UE) é taxado em 10%, enquanto o café colombiano é beneficiado com alíquota zero. O motivo dessa diferença é ajudar a Colômbia na luta contra drogas”. (MAIA, 2003, p. 186). f) Dumping social: De acordo com Gremaud, Vasconcellos e Júnior (2006, p. 588) Dumping refere-se a: “Venda de um produto importado por um preço mais baixo do que no país de origem sem que isso reflita menor custo. Essa prática também é utilizada com o objetivo de eliminar a concorrência”. g) Contrabando: “Contrabando é a prática ilegal de comércio exterior que consiste em importar e ou exportar mercadoría proibida”, (SOARES, 2004, p. 192). Para Maia, (2003, p. 188) “Outra barreira desleal é o contrabando, que refere-se a sonegação

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fiscal de impostos, lavagem de dinheiro ou trafico de drogas”. h) Etiqueta social: Para Maia (2003, p. 188). “Etiqueta Social consiste em um selo que seria afixado nos produtos originários dos países, que respeitassem um conjunto de normas trabalhistas”: i) Barreiras desleais contra a concorrência: “Os produtores nacionais precisam ser protegidos contra a concorrência desleal. È o caso do dumping, em que a nação exportadora vende a preços baixos, muitas vezes inferiores ao custo, com a finalidade de destruir a produção do país importador”. (MAIA, 2003, p. 188) “Entretanto, novas barreiras foram criadas, assim, países desenvolvidos acusam os menos desenvolvidos de vender produtos mais baratos devido aos baixos salários, o que para as nações ricas constitui um dumping social. (MAIA, 2003, p. 186). METODOLOGIA: Segundo Filho e Zaroelon (2006, p. 129) “metodologia é a forma de orientação adotada para conduzir pesquisas, experiências e o trabalho, visando encontrar um processo viável para melhor resolução de problemas”. População alvo e amostra - Não foi utilizado amostra nessa pesquisa, considerando que o trabalho e qualitativo utilizamos o censo. Para a pesquisa foi utilizados, entrevistas em profundidade semi-estruturada e análise através da observação, e foi através de visitas técnicas, a pesquisadora passau o dia na empresa analisando o desenrolar do processo de exportação da mesma e teve o auxilio do diretor, colaboradores da empresa. Plano e instrumento de coleta de dados - Técnicas e instrumentos de coletas de dados - As técnicas de estudo e instrumentos de coletas de dados que será utilizada para a pesquisa qualitativa, é a aplicação de entrevistas em profundidade semi-estruturada e pesquisa bibliográfica, análise será através da observação. Serão levantadas informações sobre o processo de exportação da empresa Schmidt & Schmidt S A e as barreiras que a mesma enfrenta no desenrolar do processo de exportação. Entrevista - A entrevista em profundidade semi-estruturada foi uma das metodologias utilizadas pela pesquisadora, perante a importância de obter dados individuais para a análise dos objetivos gerais e específicos do mesmo trabalho. Bauer e Gaskelli (2000, p. 498) descreve da seguinte forma; “Entrevista em profundidade é uma entrevista semi-estruturada com um único respondente, em contraste com a entrevista estruturada de pesquisa de levantamento e as conversações mais longas da observação participante”. De acordo com Marconi e Lakatos (1999, p. 94) a entrevista é “um procedimento utilizado na investigação social, para a coleta de dados ou para ajudar no diagnostico ou no tratamento de um problema sócia”. Instrumentos utilizados na entrevista - Com o objetivo de não haver distorção nas palavras, utilisamos um gravador para registrar a entrevista, com isso obtemos mais qualidade e quantidade de informação, logo será pocivel detectar e observar determinadas expreçoes e assim facilitar as analises. Yin (2005, p. 119) menciona que “As fitas certamente fornecem uma expreção mais acurada de qualquer entrevista do que qualuer outro método.” Elaboração do formulário - Elaboramos o formulário com bastante cautela, pois o desenvolvimento da pesquisa dependerá muito das questões estabelecidas. “O formulário é um dos instrumentos essenciais para a investigação social cujo sistema de coleta de dados consiste em obter informações diretamente do entrevistado.” (MARCONI E LAKATOS, 1999, p. 114) A seguir poderemos observar as categorias observadas na entrevista. • Etapas e Processo de Exportação. • Sistema de Transporte. • Dificuldades da Empresa em Conquistar Novos Mercados. • Entraves na Inserção e Permanência no Comércio Internacional. Pesquisa bibliográfica - “A pesquisa bibliográfica constitui parte da pesquisa descritiva ou experimental, quando é feita com o intuito de recolher informações e conhecimentos prévios acerca de um problema para o qual se procura respostas ou acerca de uma hipótese que se

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quer experimentar.” (CERVO, 2002, p. 66). Durante as visitas técnicas que foram autorizadas pelo diretor da empresa, observou-se o processo de exportação realizado na mesma, acompanhamos os passos e o desenrolar da atividade, com isso foi possível analisar os processos e como é feito o encaminhamento para das exportações, também no transcurso da entrevista foi observado vários aspectos considerados importantes para a pesquisa, isso só fio possível devido a atenção, observação e comprometimento, da entrevistadora, para isso utilizamos a técnica de observação assimétrica. Plano de análise dos dados - Utilizou-se a analise de conteúdo para obter uma melhor compreensão e extrair os mais importantes e relevantes fatos para a pesquisa do trabalho. Após a realização da entrevista, colocamos identificação na fita cassete, com o nome do entrevistado, data, local e duração. Logo foi transcrito a parte mais importante em uma planilha do Word que foi enviada para o entrevistado via e-mail, que conferiu as respostas, e autorizou a publicação dos dados coletados para efetuar a análise. Análises dos dados - Esse capítulo tem como objetivo descrever, analisar e tratar os dados obtidos durante a elaboração do trabalho de pesquisa, por ser esta etapa muito importante para o sucesso do trabalho, ela requer muita atenção e compreensão dos dados analisados. 1.Processo de exportação. a) Como é feito o acompanhamento das etapas do processo de exportação? O acompanhamento é feito praticamente pelo despachante contratado pela empresa, lhe é enviado as notas e toda a documentação necessária para a liberação da carga. Devido a falta de profissionais qualificado na área, todo o processo de exportação quem se encarrega é o despachante, a única participação da empresa é em conseguir as notas e guias necesarias e entregar ao mesmo. b) Quais são os domínios lingüísticos e educacionais dos responsáveis pelas exportações? Os domínios lingüístico são apenas o “português e o espanhol” e, a formação educacional das duas pessoas envolvidas na revisão da documentação: uma funcionária que está se formando em Administração e um funcionário com Ensino Médio completo, mas que possui bastante experiência comercial no mercado de exportação. Com exceção de um dos funcionários que esta se formando em Administração, observou-se que a um grande movimento empirismo na empresa, e não há uma escala de hierarquia organizada, no setor administrativo. 2. Sistema de transporte. a) Há na empresa o departamento de logística? Não há um departamento de logística na empresa, uma vez que pessoas externas fazem há algum tempo o frete para a empresa, estas, possuem transporte adequado e preparado para transportar o material com os cuidados necessários. Na empresa Schmidt & Schmidt S.A. não há o departamento de logística, e observamos que não há profissionais responsável em acompanhar o desenrolar logístico dos produtos transportados da mesma. b) Quais são os fatores que podem ser considerados os principais obstáculos com o transporte? O fator considerado maior obstáculo com relação à logística, é o transportador da carga, é importante que se tenha mais interesse no cumprimento adequado do transporte, por isso sempre contratamos os mesmos responsáveis pelo transporte, já que conhecem a carga, mesmo no caso onde há imprevistos, é necessário contratar terceiros que sejam indicados. De acordo com Ballou (2006, p. 154) “ O transportador tem a obrigação de movimentar suas cargas com razoável presteza e no processo, fazer uso de razoáveis cuidados a fim de evitar perdas e danos”. Logo, por mais que a transportadora contratado não seja de confiança ou indicada é sua obrigação entregar o produto em perfeitas condições ao cliente, com exceção de perdas ou danos por causas naturais, contudo observou-se também que não há pesquisa de preço no que se refere a logística de transporte. 3. Dificuldade da empresa em conquistar novos mercados.

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a) Como é feito o primeiro contato com as empresas estrangeiras: telefone, e-mail, visitas, outras? O contato é feito por telefone, normalmente por indicações, além das visitas de outras empresas com interesse em comprar os produtos da Schmidt & Schmidt. Note-se uma grande deficiência quanto o quadro organizacional da empresa, e não há equipe de vendas, os colaboradores dedicam-se a várias funções ao mesmo tempo e não tem um cargo pré definido. Não há um projeto estratégico para conquistar novos clientes. b) Quais são os principais obstáculos para iniciar as negociações com empresas do exterior? O principal obstáculo é a falta de confiança, porque é preciso conhecer o cliente, ver se trata-se de uma empresa idônea, bem formada, e por isso, o primeiro negócio com esta empresa sempre é de um valor menor, conforme ela adquira maior confiabilidade, aumentam-se as vendas e o valor. De acordo com o site Brasiltradnet (2008) é de suma importância conhecer o mercado a ser explorado, é importante conhecer os costumes da população do país ou lugar de interesse comercial, a religião, politica especialmente no que se refere a a importação e exportação, também as barreiras na entrada e permanéncia do produto. 4. Entraves na inserção e permanência no comércio internacional. a) Como são consideradas as barreiras de importação tarifárias e não tarifárias nos países alvos? Comente. As tarifas do Paraguai não dificultam, pelo contrário talvez até favoreçam, no Brasil por exemplo, há várias barreiras, mas no caso da importação, não é problema, pois quem paga é o cliente. Nota-se que falta, conhecimento teóricos no que se refere as barreiras tarifarias e não tarifárias, pois anteriormente foi destacado o DOF (Documento de Origem Florestal),como sendo uma grande barreira que gera estadias. b) Como a Schmidt & Schmidt acompanha os preços da lâmina e parket de madeira no mercado exterior? Os preços são expostos na internet, até mesmo os preços praticados pelos concorrentes, muitas vezes o cliente mesmo fala dos preços praticados por tal empresa, ai primeiro a empresa verifica se o preço é real ou não, para depois concluir se os preço da Schmidt & Schmidt é ou não praticável ou se o problema está no preço do concorrente. Como não há uma equipe de marketing, o único meio de pesquisa é através dos clientes e que visitam a empresa e da internet. Recomendações: As propostas ou recomendações aqui definidas fundamentou-se nos resultados obtidos através da pesquisa e da análise dos dados. 1. Estruturar os setores da empresa - Ao observar a organização da empresa vimos que não avia departamentos organizacionais logo elaboramos um organograma funcional parecido ao que deveria ter na empresa no momento, analisou-se que não esta estrategicamente definido e os cargos e setores da empresa não são claros, não á departamento de logística, vendas, marketing, financeiro, e a hierarquia não esta estabelecida, portanto a primeira recomendação que fazemos para a empresa é a elaboração do organograma apresentando a hierarquia funcional da Indústria Schmidt & Schmidt S.A. De acordo com Maximiano (2004) é importante que a equipe de especialistas estejam estabelecidos adequadamente e os cargos estejam claros, pois é a parte mais importante dentro da empresa. 2. Capacitar os colaboradores - É importante que os colaboradores da empresa estejam capacitados para exercer as tarefas necessária em seu departamento, portando observamos que o nível educacional superior é de 0% e fala-se apenas português e espanhol, logo recomendamos conhecimentos teóricos para melhorar o desenvolvimento da capacidade dos mesmos, de acordo com Araujo (2004) a aprendizagem organizacional é importante para obter novos métodos de assimilação do conhecimento, visão sistêmica, com isso inovar as práticas por intermédio do desenvolvimento da capacidade de resposta da

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organização. 3. Criar departamento de logística - Ao analisar o processo de transporte da empresa observou-se que não á implantado o departamento de logística, e o único responsável pelo setor é o motorista, contratado pela empresa, que transporta o produto ate o cliente, e que as demais atividades relacionadas ao transporte são elaboradas por funcionários de outro departamento operacional, portando recomendamos criar o departamento de logística, assim a industria terá mais facilidade e melhor desempenho ao enviar o produto até o deposito ou lugar estabelecido pela trading (trading, próxima recomendação do autor para a empresa). De acordo com Araujo (2004) a logística é um dos setores que mais vem crescendo nos últimos 10 anos devido a sua importância, pois esta envolvido a satisfação dos clientes e qualidade na entrega, pois trata-se de todas as atividades de movimentação e armazenagem de um deposito a outro, portando é importante que tenha um departamento organizado, qualificado, planejado para elaborar essa tarefa de forma mais eficiente e eficaz. 4.Conhecer o mercado destino - Observou-se que não há, na empresa colaboradores que estejam capacitados teoricamente ou que viajam com o objetivo de conhecer e buscar novos mercados a serem explorados, normalmente isso acontece através da internet, de outros clientes, ou mesmo via telefone, por isso recomendamos que a empresa conheça o mercado destino, segundo Brasiltradingnet (2008) é importante que a empresa exportadora conheça o mercado alvo, a cultura do país, religião, economia, as leis vigentes no país em especial as que se refere a exportação e importação, no caso da Schmidt, entre muitos outros fatores que podem interferir na inserção e permanência do produto, assim facilitaria o diálogo entre a empresa e o cliente, estreitaria fronteiras e abriria portas para uma nova demanda. 5. Contratar parceiros, trading - Durante a entrevista por várias vezes foi mencionado problemas burocráticos governamentais, que dificultam a exportação do produto para os demais países, entre eles mencionou-se as barreiras de exportação como por exemplo as barreiras alfandegárias, taxas múltiplas de cambio, licenças de importação, quotas de importação, barreiras não tarifárias, ecológicas, sanitárias, greve, falta de seguro da carga, estadias geradas, entre outros, analisando a dificuldade de exportar e considerando também que não á o departamento de vendas tanto no mercado local como exterior, recomendamos a contratação ou parceria com uma trading que segundo Grisi (2003) tem como função a prestação de serviços e construir novos mercados fornecedores e consumidores internacionalizando produtos de vários países e assim oferecer serviços mais lucrativos aos clientes. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O comércio internacional esta se destacando cada vez mais devido a facilidade de interagir com outros países, com isso surgiu a idéia de elaborar esse trabalho em uma empresa exportadora com o objetivo de ampliar conhecimentos através de pesquisa e visitas técnicas. O desenvolvimento desse trabalho foi bastante interessante para a autora pois em geral com o estudo de administração, e pesquisas bibliográficas em comércio internacional, conseguiu observar que á um grande intercâmbio de mercado e mesmo com a globalização facilitando o ingresso de produtos em vários países ainda á fatores que dificultam sua entrada e permanência. Para elaboração da pesquisa do trabalho de conclusão de curso foi utilizado o método qualitativo e a avaliação formativa, os instrumentos de coletas de dados utilizado foi entrevista em profundidade com o diretor da empresa, observação e pesquisa bibliográfica. Analisou-se que apesar da empresa Schmidt & Schmidt S.A. ter um crescimento favorável existem algumas falhas no processo de exportação, que precisam ser corrigidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ______(11/01/2008)http://www.braziltradenet.gov.br/Investimentos/MapaInvestidor/Frm MapaInvestidor.aspx.

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BLENDED LEARNING: MODELO ESTRATÉGICO DE ENSINO E INOVAÇÃO

LUCIANO DA COSTA BARZOTTO1; EDSON LUIZ DA SILVA2; ANA KARINE DO AMARAL

MAZZOTTI3; SOLANGE FACHIN4

1 Mestre em Administração, professor gestor hospitalar – Luanda – Angola, [email protected] 2 Mestre em Administração, professor, coordenador de curso – Facemed- Medianeira - PR, [email protected] 3 Mestre em Administração, professora empresaria – Medianeira - PR, [email protected] 4 Mestre em Administração. Professora UDC – Foz do Iguaçu - PR, [email protected]

Área temática: Gestão do Conhecimento e Inovação.

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: O modelo de ensino semipresencial demonstra ser um dos mais promissores para o ensino superior e para as IES que o implantaram: combina o melhor da presença física com aquelas situações em que a distância tende a ser mais interessante, na relação custo-benefício e para o desenvolvimento de uma sistemática em que o aluno se torne responsável pelo seu próprio aprendizado. Um dos principais desafios hoje das IES, é diferenciar-se da concorrência e também tornar mais flexível o currículo de cada curso, integrando as atividades presenciais e a distância de forma inovadora. O projeto da Faculdade Educacional de Medianeira se insere nesta proposta de diferenciação e inovação. Este estudo apresenta os resultados de uma pesquisa exploratória e eminentemente qualitativa realizada junto aos docentes do Curso de Administração da Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED – em Medianeira, no Estado do Paraná onde se discutiu a experiência de ensino que foi implantada em 2006, através da parceria FACEMED - CESUMAR, a qual objetivou compreender e analisar a proposta do modelo adotado pela IES, caracterizando o seu contexto institucional e as influências, impactos e perspectivas de evolução que esta metodologia de ensino representou para os docentes da instituição, com vistas a contextualizar as eventuais virtudes, problemas e percepções na atividade de ensino e aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE: Educação a Distância, Ensino Semipresencial, Blended learning, IES.

BLENDED LEARNING: STRATEGIC MODEL FOR EDUCATION AND INNOVATION

ABSTRACT: The model of teaching blended learning demonstrates to be one of the most promising for the higher education and for IES that you/they implanted him/it: it combines the best of the physical presence with those situations in that the distance tends to be more interesting, in the relationship cost-benefit and for the development of a systematic one in that the student becomes responsible for his/her own learning. One of the main challenges today of IES, it is to differentiate of the competition and also to turn more flexible the curriculum of each course, integrating the activities witnesses and the distance in an innovative way. The project of Education University of Medianeira interferes in this differentiation proposal and innovation. In this study the teaching experience was discussed that was implanted in 2006, through the partnership FACEMED - CESUMAR, where she aimed at to understand and to analyze the proposal of the model adopted by IES, characterizing his/her institutional context and the influences, impacts and evolution perspectives that this teaching methodology acted for the teachers of the institution, with

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views the explain the eventual virtues, problems and perceptions in the teaching activity and learning. KEYWORDS: Education the Distance, Teaching Blended learning, Blended learning, IES INTRODUÇÃO: O futuro das novas gerações depende, em grande parte, do desenvolvimento cultural, científico e técnico que se forjam nas IES onde os conceitos de cultura, de pesquisa e principalmente de conhecimento faz com que elas se tornem alicerces de um futuro cultural, social e econômico da sociedade onde vivem. Demandando um considerável esforço de formação permanente, de vanguarda e excelência de ensino e, acima de tudo, pré-disposição à inovação das formas de ensinar onde os paradigmas são quebrados e novas formas de ensino aprendizagem podem ser implementadas, sejam de ensino à distância (IAD); sejam os formatos de ensino semipresenciais ou bimodais (Blended Learning). O grau de desenvolvimento tecnológico atual, as facilidades de uma comunicação instantânea propiciada por uma rede planetária de comunicação, pela Internet, transpondo fronteiras e eliminando a noção de espaço-tempo possibilita que o aprendizado e uma educação com limites incomensuráveis. Tem-se a convicção de que ao se popularizarem as novas Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC´s - se descortinam infindáveis possibilidades de que o aprendizado se consolide e a interatividade rompa paradigmas que cerceavam o auto-desenvolvimento das pessoas e encarceravam os conhecimentos nas tradicionais instituições de ensino em que a relação professor-aluno se movimentava apenas no sentido do primeiro para o segundo. Nesta perspectiva, tal modalidade pode fornecer inúmeros subsídios para auxiliar no processo de ruptura da concepção tradicional de educação, que se alicerça na transmissão de conteúdos, centrada na figura do professor, cujo tipo de comunicação predominante é a comunicação unidirecional, do tipo um-todos. Já, na educação a distância, através das tecnologias digitais – em que o ensino semipresencial está inserido – se tem a possibilidade de construir o modelo comunicacional todos - todos. Vale ressaltar que, se está tratando aqui, de educação a distância on-line, a qual é fundamentada na aprendizagem colaborativa, no processo de co-autoria, onde inúmeros profissionais constroem um conteúdo relevante e o professor é o mediador e o orientador das atividades de aprendizagem (SILVA, 2001, 2003; BORGES e FONTANA, 2003). Ao se conceber educação e aprendizado como algo dinâmico, se pode admitir que na interação entre o ensino à distância que preceitualmente tem como paradigmas que o alicerçam, a autonomia, a aprendizagem colaborativa e o virtual como elemento de aprendizagem comunitária, se pode entender que estas características podem vir a ser utilizadas de maneira metodologicamente experimental para, de forma híbrida, somar a educação tradicionalmente presencial, onde se criam um novo desenho recombinante e se unem as melhores ferramentas do ensino presencial à inovação do ensino a distância: o ensino semi-presencial ou misto (MORAN, 2004, VALENTE, 2003). Objetivando estudar a temática do ensino semipresencial desenvolveu-se um estudo de caso em uma IES acerca da experiência vivenciada pela Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED quando da implantação desta modalidade de ensino-aprendizagem, tendo como foco a percepção dos docentes diretamente vinculados às disciplinas que fazem parte da nova estratégica didático-pedagógica da organização.

BASE TEÓRICA: Educação semipresencial - Drucker (2002a) ao conceber o atual período como uma sociedade pós-capitalista, afirma que este tempo será marcado pela predominância do conhecimento como recurso essencial e estratégico para a consolidação de vantagens competitivas das organizações. A gestão deste conhecimento pelas organizações passa, então, necessariamente, pelo entendimento das características e demandas do ambiente competitivo e, também, pelo entendimento das necessidades dos indivíduos e da coletividade, associadas aos processos de criação e aprendizado que agora são muito mais individualizados e independentes.

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Peter Senge (1999) trouxe um dos mais revolucionários paradigmas da atualidade quando procurou demonstrar, através de seus estudos inseridos no livro “A Quinta Disciplina”, que uma vantagem competitiva para ser efetiva deve levar em conta quais as aptidões que as organizações devem possuir, quais capacidades devem expandir para que possam manter um espírito de aprendizado contínuo. Neste tipo de organização que se busca construir, o desenvolvimento pleno dos indivíduos está no mesmo plano do sucesso financeiro. Segundo ele, é justamente a capacidade de aprender sempre, e mais rápido que o concorrente, que faz com que a organização edifique uma vantagem competitiva efetivamente sustentável. Ao conceber a globalização, não apenas como um fenômeno econômico ou comercial, mas também como uma revolucionária transformação do espaço-tempo, as distâncias físicas deixam de existir com o sentido que tinha anteriormente, formas de comunicação instantâneas e de transportes imediatizam a interconexão de pessoas e organizações e inexoravelmente volatilizam a relevância das informações quando destituídas de um sentido de agregar conhecimento e reflexão. Neste sentido, o papel da educação e a redefinição de seus objetivos e estratégias maiores devem ser revistas. Será necessária uma radical reformulação de currículos e métodos de ensino-aprendizagem, enfatizando mais a aquisição de habilidades de aprender a aprender e a interdisciplinaridade, evidenciando a formação de competências de pesquisa que impliquem na busca individual de conhecimentos relevantes. Não há mais lugar para a ortodoxia do ensino onde a transmissão dos conhecimentos se dá no sentido do mestre para o aluno. Segundo Paton e Oliveira (2005) a educação presencial, geralmente, tem o professor como elemento controlador do processo, o que pode resultar em uma aprendizagem dependente por parte do aluno, além disso, tende a acentuar os contatos interpessoais e ser oferecida de forma integral, obedecendo, muitas vezes, a um currículo obrigatório. Em contrapartida, a educação semipresencial ou mista (Blended learning) se insere como uma das formas de ensino mais inovadoras para a realidade atual. Esta metodologia de ensino se utiliza de uma metodologia tradicional de ensino presencial, associado a encontros à distância, com a utilização de tecnologias de informação e comunicação. Esta nova metodologia de ensino conta com a ajuda de recursos tecnológicos para desenvolver atividades didáticas e pode ser denominado de sistema bimodal (MORAN, 2004), por utilizar duas modalidades de ensino diferentes e complementares. Desta maneira, enquanto a distância estimula os alunos a buscarem o conhecimento autônomo e o auto-aperfeiçoamento; os encontros presenciais procuram integrar o aluno a um grupo. Por aprendizagem autônoma pode-se entender como um processo de ensino e aprendizagem centrado no aluno, cujas experiências são utilizadas como recurso, e no qual o docente deve se assumir como recurso do aprendente, considerado como um ser autônomo, gestor de seu próprio processo de aprendizagem. (BELLONI, 2001). Evidentemente que uma característica sine qua non daquele que se dispõe ao aprendizado semipresencial é o comprometimento com o auto-aprendizado, maturidade e domínio de tecnologias de informação e comunicação (TIC). De forma semelhante as Instituições de Ensino Superior (IES) vêem a educação a distância e, por conseguinte a semipresencial, como estratégico para atender a uma demanda de mercado por um ensino ágil, de qualidade e capaz de atender às necessidades de um aluno que busca aprender no próprio ritmo e com pouco deslocamento físico até uma sala de aula. Segundo Moraes (2004, p. 41), é importante que a IES, organizadora de programa de ensino semi-presencial, esteja preparada para oferecer ao aluno à distância, quantidade e qualidade nos momentos de interação, agentes que medeiem este processo e, principalmente, compreender que o objetivo central é a redução da sensação de distanciamento entre o aluno e a organização na qual ele está matriculado. A implantação de cursos a distância ou semi-presenciais exige uma mudança paradigmática da práxis docente e da adaptação das atividades de docência às condições oferecidas pelo

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tipo de mídia utilizada para acesso, comunicação e interação a distância entre todos os participantes do processo de ensino-aprendizagem. Novas competências são requeridas e implicam na reestruturação de profissões já existentes (como as de professor, coordenador pedagógico, etc.) e a modificação no papel dos próprios alunos para se adaptarem ao ensino virtual e às responsabilidades inerentes ao seu aprendizado. Para tanto, novas competências são exigidas desses novos profissionais do ensino: boa comunicação, espírito criativo, adaptabilidade às TIC´s, interatividade, trabalho em equipe, autonomia e responsabilidade acerca das situações de auto-aprendizagem de maneira a manter-se constantemente atualizado em relação aos conteúdos. Estas habilidades acabam por delinear um roteiro para um novo ofício onde o professor é um guia, um tutor e orientador onde a diretriz orientativa é estimular a liberdade dos alunos de construir seus caminhos e seu conhecimento. Maia (2006), ao evidenciar o novo e relevante papel do professor, afirma que a tutoria, um dos subsistemas críticos do ensino a distância, mobiliza o docente como orientador de estudo e pesquisa do aluno; ao mesmo tempo favorece a interação anulando ou compensando a "distância". Muitas dessas competências, habilidades, atitudes e valores são requisitos indispensáveis para aqueles que querem trabalhar no ambiente on-line; diferentemente das aulas presenciais que por vezes dispensam estas habilidades interativas. Drucker (2002b), afirmou que umas das áreas mais importantes em que as organizações serão diferentes neste milênio são a dos recursos do conhecimento e serão sobre estes que a excelência destas organizações serão alicerçadas. A tecnologia, principalmente a utilizada nos processos de educação, é hoje uma aliada imprescindível neste processo de construção, pois, ao considerar o uso dos recursos do conhecimento acaba por edificar uma nova maneira de pensar e agir de uma sociedade denominada sociedade do conhecimento. É importante evidenciar que, embora as tecnologias sejam um fator muito importante para a viabilização das aulas virtuais e do acesso aos alunos a outros meios de aprendizagem, não são as tecnologias por si mesmas que determinam a concepção educacional que sustenta o processo de aprendizagem e as atividades a serem desenvolvidas junto aos alunos, mas contrariamente, a forma de uso destes instrumentos tecnológicos, pelo docente é que revela qual é a sua concepção de educação e assim acaba por moldar seu comportamento no sentido de tornar a tecnologia uma importante aliada do seu próprio aprendizado. (BORGES e FONTANA, 2003). Por esta razão, ao considerar as habilidades do professor, tanto tecnológicas (utilização intensiva de tecnologias da informação e comunicação e de ferramentas de interatividade), como comportamentais (ênfase na mediação e no estímulo em fazer ao aluno “aprender a aprender”) é importante que se considere a premissa: “Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: trata-se de investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões fundamentadas no conhecimento, operar com fluência os novos meios e ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias, seja em usos simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata se também de formar os indivíduos para “aprender a aprender”, de modo a serem capazes de lidar positivamente com a contínua e acelerada transformação da base tecnológica” (SOCINFO, 2000, p.45). Neste contexto, o ensino deixa de ser o ato de transmitir informação e passa a se traduzir em criar ambientes nos quais o aprendiz possa interagir com uma variedade de situações e problemas, auxiliando-o na sua interpretação para que consiga construir novos conhecimentos. (VALENTE, 2000). As IES não podem esquecer da realização de educação com entretenimento fazendo uso de jogos, vídeos, música, chat, etc., com o objetivo de incentivar os estudantes a aprender

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ativamente em vez de passivamente. Se o aprendizado ocorrer de forma ativa o estudante fica mais envolvido no processo de aprendizagem, o que torna a experiência mais rica e o conhecimento adquirido mais fácil de lembrado (TURBAN e KING, 2004). Destas transformações em que o conhecimento e a diversificação das formas de aprender e ensinar passa a se constituir uma vantagem competitiva para as IES, é inaceitável que algumas instituições se mantenham refratárias a esta tendência, visto que isso corresponderá a uma oportunidade perdida frente aos concorrentes e também a outras formas de difusão de conhecimentos que se impõem no mercado, dificilmente recuperável, em que pese se saibam ser estas as pedras fundamentais da própria sociedade do conhecimento. Sua aceitação, adaptação e aperfeiçoamento se tornam, portanto indissociável alicerce da criação de novos saberes e consequentemente de inovação e reconhecimento da excelência, onde os docentes são, indiscutivelmente, atores principais deste processo.

METODOLOGIA: O modelo de ensino semipresencial na FACEMED - A Faculdade Educacional de Medianeira – FACEMED - foi criada em 19 de outubro de 2000 conforme portaria n º 1.666 e suas atividades acadêmicas tiveram início no dia 19 de fevereiro de 2001, com funcionamento diurno e noturno do Curso de Letras com habilitações em Língua Portuguesa, Língua Espanhola e respectivas Literaturas. Na seqüência outros cursos foram criados sendo que em setembro de 2001 recebeu a autorização para funcionamento do curso de Administração com habilitação em Agronegócios e no ano de 2004, foi autorizado o funcionamento do curso de Administração com habilitação em Marketing. Em dezembro de 2004 já teve reconhecido seus cursos de graduação pelo Ministério da Educação. A IES está situada no município de Medianeira, que está localizado no oeste do Estado do Paraná, próximo aos municípios de Foz do Iguaçu (60 km) e Cascavel (80 km). Devido a esta localização “centralizada”, a FACEMED consegue atender uma série de municípios que fazem parte desta micro-região. A FACEMED foi marcada por diferentes momentos desde sua fundação. Em cada um deles, novos atores surgiram na cena social, no âmbito externo e interno, os quais acabaram por definir o perfil institucional. Assim, no primeiro ano da sua fundação buscou a adaptação de seu corpo docente, administrativo e discente no sentido de participar na elaboração de sua política, bem como conhecer as metas da IES. Possui hoje aproximadamente 1.500 alunos e muito contribui para o desenvolvimento de Medianeira e região. Os empregos diretos já ultrapassam 100, além dos inúmeros empregos indiretos. O fluxo monetário circulante também criou um diferencial para as organizações de todos os setores. O capital humano será estratégico para a sobrevivência das organizações. A implantação dessa nova modalidade na Facemed, deu-se no segundo semestre letivo do ano de 2006, voltada especificamente para turmas que tem em sua grade curricular as atividades complementares, totalizando cinco turmas e aproximadamente cento e setenta acadêmicos. Para o desenvolvimento da pesquisa utilizou-se da metodologia exploratória – descritiva com método qualitativo, sendo aplicada na segunda quinzena do mês de outubro de 2006, mensurando as primeiras atividades à distância em uma plataforma virtual de aprendizagem. Foram entrevistados 5 professores que se utilizam do ensino semi-presencial como metodologia de ensino onde, por meio de uma entrevista estruturada, os docentes relataram a nova experiência, externando as suas percepções acerca do processo de ensino-aprendizagem.

DESENVOLVIMENTO: A maioria dos docentes entrevistados (quatro) relatou certa desconfiança e resistência à introdução desta forma de ensino, principalmente no tocante a adoção das inovações tecnológicas inerentes ao processo, indicando pouca familiaridade com as ferramentas que compõem a nova sistemática de ensino-aprendizagem semipresencial, alicerçado em ferramentas um pouco diferentes daquelas comuns a sala de aula do ensino presencial.

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Outra dificuldade relatada foi quanto ao compartilhamento de responsabilidades de ensino com os outros colegas e também com outros profissionais de apoio envolvidos no processo, já que esta modalidade de ensino implica em partilha indispensável tanto de produção pedagógica, apoio e tutoria. Um dos docentes quando inquirido acerca das dificuldades do novo processo de aprendizado, relatou que a estas se situam no acesso à tecnologia por parte dos discentes, já que os acessos vêm sendo efetuados na própria instituição de ensino e não em ambientes remotos, o que descaracterizaria uma das vantagens do sistema virtual que é justamente o de facilitar a autonomia do aprendiz e a facilitação do acesso aos conhecimentos. Considera-se, entretanto que a maior limitação deste estudo está no curto espaço de tempo que a modalidade semipresencial foi adotada na grade curricular do curso de Administração desta Instituição o que não permite uma avaliação mais aprofundada acerca do futuro, do sucesso ou fracasso da experiência. Outro fator limitador que os pesquisadores observaram foi a ausência de um mecanismo de monitoramento do nível de utilização dos materiais disponibilizados, bem como do progresso individual dos alunos, pela inexistência, até o momento de um aplicativo tecnológico que gerencie este sistema e desta forma permita a quantificação destas informações, para que, pedagógica e estrategicamente, seja possível visualizar o progresso ou mesmo os gargalos do sistema. Igualmente, identificou-se que estas atividades a distância possibilitaram uma mudança positiva frente às suas primeiras concepções que eles - docentes- apresentavam acerca da utilização de tecnologias digitais na educação, comparativamente entre modalidades de ensino presencial e semipresencial, demonstrando que é necessário uma apropriação destas tecnologias para que elas efetivamente se tornem instrumentos facilitadores dos processos de ensino e de aprendizagem, em que pese mudanças de paradigmas devam ser incorporadas para que o professor entenda sua missão de criar ambientes de aprendizagem dinâmicos e envolventes e não mais em transmitir informações. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Por se tratar de algo “novo” na Instituição, ainda não há uma estrutura tecnológica ideal, ou seja, a Faculdade ainda não dispõe de programas de softwares específicos para a realização de aulas e encontros virtuais entre acadêmicos e professores, dessa forma as atividades são disponibilizadas pelo professor aos alunos, através da página da própria Instituição, se utilizando de um link específico para postagem de materiais e atividades didático-pedagógicas. As disciplinas semipresenciais possuem um cronograma específico onde os discentes devem observar as datas para entrega das atividades. As mesmas devem ser impressas e, posteriormente, os conteúdos serão objetos de avaliação da disciplina na forma de avaliação tradicional - presencial, ou seja, com perguntas elaboradas, de acordo com o material pesquisado e utilizado no decorrer do bimestre. Torna-se evidente a “falta de estrutura tecnológica” da instituição, porém há a preocupação da direção em melhorar as condições de trabalho para os professores e de acesso para os alunos. Pode-se afirmar que a instituição está optando, senão pela melhor escolha, pelo menos pela mais adequada, na realidade de mercado em que regionalmente está inserida, ou seja, transformando isso inovação e em diferencial competitivo através da busca incessante da manutenção da liderança. Quanto aos docentes, faz-se necessário uma mudança de valores, de crenças e o acompanhamento destas inovações, haja vista que a forma de ministrar as aulas já não é mais mesma de tempos passados; a educação continuada passa a ser a única resposta à inquietante e desafiadora sociedade em mudança.

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COMÉRCIO INTERNACIONAL DE COURO DE TILÁPIA COMO FONTE DE RENDA

CAROLINE ZILLI1, ELEANDRO PONTEDURA DE BARROS2, SÍNVALES ROBERTO DE SOUZA3

1Bacharelanda de Administração em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 2 Bacharel em Administração em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 3 Economista, mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente e professor na Graduação e Pós-Graduação na UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]

Área temática: Gestão em Comércio Internacional.

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008.

RESUMO: O tema deste artigo é a internacionalização do couro de tilápia como fonte de renda. Tem-se como objetivo analisar alguns processos de internacionalização, bem como suas barreiras, mostrando como o couro pode ser uma alternativa de renda para a colônia de pescadores através da responsabilidade socio-ambiental, sendo que buscou-se identificar a metodologia adequada para este fim. Utilizou-se da pesquisa exploratória para buscar informações a respeito do assunto e também a pesquisa bibliográfica, os dados foram levantados através de dados primários e secundários. Apresenta-se noções e conceitos sobre o tema, tais como Globalização, Comércio Internacional e Responsabilidade Socio-ambiental. Apresenta-se ainda como pode ser feita a internacionalização do produto e recomenda-se a maneira como este deve ser aplicado. Recomenda-se também a Itália como mercado de destino, apresentando suas perspectivas de expansão. As considerações finais apontam as justificativas e conclusões a respeito do tema estudado. PALAVRAS-CHAVE: Alternativa de renda, Internacionalização, Responsabilidade Socio-ambiental. INTERNATIONALIZATION FROM THE LEATHER OF TILÁPIA AS A FONT OF ANNUITY ABSTRACT: The motif of this work is the internationalization from the leather of tilápia as a font of generation annuity. It have in case that as a objective analyse the processes as of internationalization , well like your barriers , exhibiting the functionality of the projects from the Itaipu Binacional as a alternative of annuity for the Colombia as of anglers , being than it is to he picked, in case that detect the methodology suited for this end. It uses, in case that from the research quantitative for picking information as to from the the process right through queries, and research qualitative, right through appointments along involved at the activity. It presents, in case that ideas and concepts above the motif, such as Marketing, Globalization, International trade and Responsibbility Socio - environmental. It presents in case that still the bid as of internationalization of the product and your references in case that the manner as a this one must be diligent. He references in case that as well the one Italy as a bazaar as of destination, introducing your Outlook as of expansion. The considerations endings appoints the acceptance from the assumption and your justify, anticipating the objective leveled as a answered for research Words. KEYWORDS: Alternative as of annuity, Internationalization, Responsibbility Socio - environmental. INTRODUÇÃO: Estamos em um momento em que a maior parte da vida social é determinada por processos globais, em que culturas, economias e fronteiras estão se dissolvendo. A globalização é marcada pela expansão mundial das grandes corporações

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internacionais, pois gera facilidades na comunicação e nos transportes e faz com que empresas de capital estrangeiro se instalem em países emergentes trazendo oportunidade e renda para a população interna, que tem acesso a novas tecnologias e produtos mais baratos. A globalização pode ser vista como uma intensa revolução em todos os setores, gerando a integração entre países. Com a internacionalização a empresa tem a chance de conhecer novas culturas, aprimorando sua tecnologia, aperfeiçoando sua estratégica mercadológica, melhorando suas técnicas de produção e utilizando planos de marketing mais sofisticados, criando assim, vantagens competitivas em relação a outras entidades. Além de gerar riquezas para o país, a internacionalização pode trazer melhorias para os produtos e serviços, fazendo que a empresa tenha seu destaque no mercado interno. São vários os benefícios de se internacionalizar um produto, pois a produção aumenta, os lucros são maiores, o produto tem acesso a novos mercados, novas tecnologias são incorporadas à produção, a entidade tem acesso a know-how internacional surgindo assim novas idéias que colaboram para o crescimento empresarial. Além disso, o produto terá reconhecimento internacional podendo destacar a qualidade da matéria que é produzida pelos pescadores da região Oeste do Paraná. Exportar pode trazer ótimas parcerias internacionais, pois envolve a integração entre países, e uma vez que os interesses são convergentes, as negociações representam vantagens para todos no desenvolvimento social, político e econômico. O processo de integração é um grande estimulador da liberação do mercado e, por conseqüência, da globalização. É possível encontrar na globalização e na internacionalização de produtos várias vantagens e pontos positivos para o país, mas existem também alguns pontos importantes que devem ser levados em consideração como a responsabilidade social e ambiental. Hoje, para que uma empresa tenha êxito no mercado nacional e internacional é necessário que esta esteja ligada a questões sócio-ambientais. As empresas socialmente corretas adquirem cada vez mais clientes, que estão cada vez mais preocupados com tais questões. Portanto, é possível encontrar na internacionalização do couro de tilápia, uma nova fonte de geração de renda para a população pesqueira, pois conta com a infra-estrutura adequada e localização estratégica no lago de Itaipu. BASE TEÓRICA: Globalização - Para Ribeiro (2004), a Globalização trata-se e um processo social que promove mudança na estrutura política e econômica das sociedades. Economicamente significa integração dos mercados em âmbito mundial. Com a criação da OMC (Organização Mundial de Comércio), as barreiras ao livre comércio estão sendo gradativamente eliminadas. Com isso, dia-a-dia o mundo vai se transformando num só mercado, o mercado global. Essa situação favorece as grandes empresas, porque elas têm produção em larga escala, o que reduz custos e torna-as mais competitivas. O objetivo da globalização seria beneficiar o consumidor que usufruiria de produtos mais baratos (MAIA, 2001, p. 19). Do ponto de vista do consumidor a globalização pode significar conforto e interesse econômico, na medida em que permite acesso a produtos de qualidade e a preços diferenciados (RIBEIRO, 2004). Com a globalização das economias e a internacionalização dos negócios, os mercados estrangeiros se tornaram alvos estratégicos para as empresas com base doméstica. A internacionalização das empresas parece ter se tornado uma questão ligada à própria sobrevivência das organizações em mercados cada vez mais competitivos (PIPKIN, 2005, p.15). Segundo Ribeiro (2004), o processo de globalização tornou-se mais rápido e abrangente, envolvendo não apenas o comércio e capitais, mas também áreas como telecomunicações, finanças e outras, graças à revolução das comunicações, que permitiu uma troca de informações mais eficiente entre os locais mais distantes. A rápida evolução e o crescente uso das tecnologias da informação têm papel fundamental nesse processo de melhoria do

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comércio e das transações financeiras entre os países. A globalização pode ser considerada como um avanço do processo de internacionalização econômica, social, cultural e política. Ribeiro (2004) cita que a globalização não é fenômeno novo. Tem início com o Tratado Geral de Tarifas e Comércio (GATT) estabelecido em 1947. Ampara-se na maior velocidade dos transportes e das comunicações. Nos anos 1980, com o emprego de satélites e fibras óticas pelos meios de comunicação, o setor produtivo e de negócios teve seus resultados subitamente abreviados e a custo menor, verificando-se o fenômeno do aumento de fluxos de capitais e de atividades comerciais, bem como o incremento de serviços possibilitado pelas infovias. Atualmente, as relações comerciais são reguladas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), que substituiu o Tratado. A conquista de um mercado no exterior acelera os processos de mudança dentro da empresa, faz com que se criem ou se descubram suas vantagens competitivas e, finalmente, gera para a empresa e seus consumidores no mercado interno vantagens diferenciais importantes. Uma empresa deve analisar bem seus produtos e procurar exportá-los com sua própria marca e através de canais de marketing internacional, de agentes comerciais, de representantes e também com parcerias (joint-venture). Comércio internacional - Para Soares (2004), o comércio internacional existe desde a Antigüidade. A unidade econômica do Império Romano foi mantida durante séculos por meio de notáveis redes rodoviárias e de navegação, que transformaram a cidade de Roma num centro de afluência e todas as províncias, estimulando assim o comércio entre os povos do império. Embora o comércio internacional tenha sido praticado desde os primórdios da civilização, somente a partir do século XV – com o advento do mercantilismo – essa atividade adquire os contornos práticos e teóricos que se desenvolveram até os nossos dias. Essa fase de transição histórica coincidiu com o próprio surgimento da ciência econômica, e teve como objeto de preocupação básica, o comércio internacional como fonte da riqueza das nações e aumento do bem-estar da população. O comércio internacional é, portanto, a primeira fonte teórica da economia e da política econômica (SOARES, 2004, p.21). Hartung (2004) afirma que o comércio internacional que temos hoje é resultado de séculos de evolução, modificações, adaptações às necessidades entre outras. Desde o princípio da história, sempre houve a necessidade de troca de mercadorias, para que assim se pudesse satisfazer as necessidades vitais, as de desejo de consumo e possuir algo que agrada ao nosso gosto. A necessidade das trocas está relacionada à inexistência da auto-suficiência, ou seja, nenhuma nação é capaz de satisfazer suas próprias necessidades. Através do desenvolvimento industrial internacional criou países com diferentes estágios de evolução, causado pela disponibilidade de recursos naturais, divergências culturais, nível de escolaridade. Essa desigualdade da produção e as diferenças entre as disponibilidades de recursos naturais têm forçado as nações a buscarem em outros países os produtos e serviços que não podem ser produzidos em seu território. Quando uma empresa exporta seus produtos a países de primeiro mundo, na maioria das vezes é obrigada a introduzir modificações de melhoria nesses produtos, para que eles estejam de acordo com as normas de segurança exigidas pela normatização da legislação e pelos próprios consumidores, para atender as necessidades, os hábitos, costumes e gostos daquele país. Esforço de engenharia, logística, tecnologia, introdução de novas matérias-primas, dentre outros insumos, acabam sendo incorporados, criando um novo produto tipo “exportação”, que, quando vendido no mercado interno, tem excelente aceitação, concorrendo com seus “irmãos gêmeos” (LUDOVICO, 2007, p. 18). Generalidades do comércio internacional - Segundo Ratti (2007), tanto o comércio internacional quanto o comércio interno apresentam várias semelhanças no que se refere a determinados aspectos. O principal motivo para origem dos dois tipos de comércio é a impossibilidade de uma região ou país produzir vantajosamente todos os bens e serviços de que os seus habitantes tenham necessidade. Isso é decorrência de fatores diversos que fazem com que alguns

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países tenham possibilidade de produzir determinados artigos, enquanto outros não. Além disso, mesmo supondo-se igualdade de condições quanto ao aspecto físico da produção, poderá tornar-se mais interessante à obtenção dos mesmos produtos em outras regiões, em virtude das diferenças de preço motivadas pela diversidade de técnicas produtivas, custo de fatores de produção, tributos, etc. Com base nos critérios adotados por (KILLOUGH 1960), podemos afirmar que as diferenças entre o comércio interno e o comércio internacional são devidas principalmente a: a) Variação no grau de mobilidade dos fatores de produção: Embora a mobilidade dos fatores ocorra tanto no mercado interno como no internacional, ele se apresenta em maior grau no primeiro, especialmente com relações ao fator trabalho. Se em uma região houver falta de mão-de-obra enquanto houver excesso em outra se verificam movimentos migratórios espontâneos por parte da população. No mercado internacional, porém essa mobilidade de fatores é muito menor. A transferência de matérias-primas e outros produtos também estão sujeita as restrições de diversas naturezas. Além das barreiras aduaneiras, que examinaremos mais adiante, há outros impedimentos, tais como, existência de quotas para importação (ou exportação), exigência quanto a embalagens, regulamentos sanitários, pressões de produtores locais, etc. O mesmo ocorre em relação aos capitais, cuja movimentação poderá ser dificultada ou, conforme o caso, proibida, isso sem mencionar os maiores riscos a que estão sujeitos quando se transferem para outro país (expropriações, encampações, confiscos, etc.) (RATTI, 2007). b) Natureza de mercado: Para que seja analisada a natureza de mercado são considerados diferentes pontos de vista. Enquanto no mercado interno predominam os fatores de coesão no mercado internacional à predominância é dos fatores de dispersão. O cliente internacional é muito mais exigente no que se referem à qualidade do produto, muitas vezes ele é quem determina as características do mesmo. Uma empresa que opere no mercado internacional deve aprofundar-se no estudo dos hábitos e reações dos habitantes dos países com os quais comercie e adaptar os seus produtos de modo a atender as peculiaridades de cada população. Esse cuidado se faz necessário uma vez que a cultura dos países é diferente. O fato de um produto ser bom no mercado interno é insuficiente para se impor no exterior. Muitos artigos podem ter sucesso em um mercado e fracassar em outro. Cada mercado deve ser tratado e analisado separadamente. O mercado interno apresenta maior unidade emocional, como os naturais de um mesmo país estão sujeitos as mesmas leis, tradições históricas e familiares, vibram diante dos mesmos estímulos, econômicos ou não. No mercado internacional, isso geralmente não ocorre, uma vez que as leis, tradições históricas e familiares não são as mesmas, e motivos de ordem política podem colocar certos povos em oposição (RATTI, 2007). c) Existências de barreiras aduaneiras e outras restrições: Durante a Idade Média, era comum a ocorrência de barreiras aduaneiras internas, condicionando o comércio entre as cidades de um mesmo país. Tais barreiras foram desaparecendo progressivamente, mas ainda persistem no campo internacional. As barreiras e restrições além de dificultarem a movimentação dos produtos no campo internacional, contribuem para o surgimento de um novo elemento para restringir essa movimentação: a cobrança de direitos aduaneiros acarreta maiores dificuldades para as empresas que se dedicam ao comércio internacional, pois deverão ser considerados os reflexos da cobrança desses direitos nos preços dos seus produtos e nas possibilidades de sua colocação junto aos consumidores de outro país (RATTI, 2007). Além das barreiras tarifárias, poderá haver uma série de outras restrições de natureza não-tarifária, como: proibição a importações em caráter geral ou seletivo, ou em função de origem, cota de importação, regulamentações sanitárias, exigências em matéria de embalagem e marcas de origem, normas de qualidade e etc. d) Longas distâncias: Embora possam ocorrer exceções, as distâncias a serem percorridas no campo internacional são, de modo geral, muito maiores que no mercado

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interno. Além das despesas mais elevadas com frete, outros fatores devem ser considerados, como por exemplo, o tempo gasto nesses transportes e sua influência sobre as condições físicas dos produtos transportados, implicando a necessidade de embalagens e condições especiais de transporte e etc. e) Variações de ordem monetária: Para Ratti (2007), a utilização de diferentes moedas no comércio internacional é um dos fatores de distinção comumente apontados no confronto entre o comércio interno e o internacional, uma vez que a taxa cambial varia de acordo com as alterações verificadas no seu respectivo poder aquisitivo interno. Surge assim o problema do câmbio, ou seja, a troca de diferentes moedas. Todavia, no que se refere ao aspecto monetário, a principal distinção não reside tanto no emprego de diferentes moedas, mas sim na possibilidade de mudança das relações de valor entre elas. Isso faz com que os custos e a execução das operações internacionais estejam sujeitos a transtornos e riscos especiais que normalmente não ocorrem no mercado interno. f) Variações de ordem legal: Ratti (2007) explica que no mercado interno as transações comerciais estão sujeitas a um mesmo sistema legal, podendo surgir pequenas variações de uma região para a outra. Já no mercado internacional poderá haver grandes dessemelhanças entre os sistemas legais, originando diversidade de critérios no julgamento de pendências que por ventura ocorram. São leis estabelecidas por cada nação para as negociações. Exigências do comércio internacional: HARTUNG (2004) cita que são várias as fases que precisam ser cuidadosamente avaliadas. Como: a) Planejamento: Para atuar no Comércio Internacional é preciso planejamento, estudos sobre as possibilidades de atuação, sobre as oportunidades de negociais e sobre a estratégia utilizada para se fidelizar os clientes; b) Profissionalismo: As empresas devem contar com assessoria especializada, evitando trabalhar com amadores, no seu país e fora dele. Profissionais que possuem larga experiência, afinidade e intimidade com as regras internacionais devem ser indicadas para cuidar de um departamento de comércio internacional; c) Representação no exterior: A fase de pós-venda. Somente se interessarão por produtos de outros países aqueles que contarem com uma assistência técnica eficiente. De nada adiantará ter um equipamento com qualidade e preço competitivo, se o comprador não tiver a quem recorrer para repor peças; d) Aceitabilidade do produto: Um produto pode ser bem aceito em seu país de origem e não possuir a mesma aceitação no exterior. Mesmo que o produto possua qualidade e preço competitivos, esses fatores, por si sós, não garantem o sucesso de uma investida internacional. Uma grande oportunidade de verificar se o produto será aceito no mercado para qual se quer exportar, é participar de feiras e exposições; e) Qualidade: Alguns países exigem certificados para admissão de alguns produtos, são os chamados certificados Fitos sanitários. Embalagens especiais e etiquetas também podem ser exigidas. Devem ser verificadas todas as exigências da legislação do país para onde se pretende exportar; f) Publicidade e propaganda: A publicidade e propaganda da marca e do produto devem ser realizadas, explorando as características que mais destacam a mercadoria. Anúncio em jornais e revistas pode ser ótima alternativa a estratégia de divulgar a marca; g) Motivos da compra: Um dos principais motivos da compra são preço e qualidade. Deve-se tomar cuidado ao calcular o valor da exportação; h) Resultados imediatos: Não se devem esperar resultados imediatos, investir no mercado internacional é um investimento de longo prazo; i) Particularidades dos mercados: Cada país tem seu regulamento, deve se pesquisar sobre as características fiscais das transações comerciais. Impostos excessivos, taxas elevadas, encargos, tarifas e comissões altas podem inviabilizar o ingresso da mercadoria no país que se pretende atingir;

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j) Concorrência: Um estudo sobre a concorrência poderá trazer informações sobre quais são as empresas e produtos que podem rivalizar com o produto nacional, além também de mostrar os pontos fortes e fracos da concorrência; l) Canais de distribuição: São os agentes, em geral, que trabalham em favor do comércio exterior brasileiro. Distribuidores no exterior; Agentes e representantes; Filial de venda e; Corretor de mercadorias. Os agentes garantem a entrega da mercadoria, a interface entre cliente e exportador, peças para reposição, divulgação da marca e dos produtos, entre outros. Barreiras ao Comércio Internacional: O Comércio Internacional é necessário porque nenhum país dispõe de todos os recursos naturais para seu sustento. Apesar disso, essa atividade defronta com uma série de barreiras, entre elas a diferença de moedas, o idioma que pode variar radicalmente de um país para o outro, problemas de pesos e medidas e até o alfabeto que em alguns países é totalmente diferente. Outra barreira é o conflito de legislações. Há países que não permitem a abertura de contas no exterior por seus cidadãos, outros não estabelecem nenhuma restrição para isso (MAIA 2000). a) Proteção a Produção: Existe uma preocupação muito grande em proteger a produção nacional. Até os defensores do imposto único admitem a necessidade de ser mantido o Imposto Aduaneiro, com o fim exclusivo de proteger a produção nacional. A produção é o resultado de três fatores: natureza (Matéria-prima); trabalho (Mão-de-obra); capital (Investimentos). b) Proteção à Natureza: A preocupação com a natureza é válida uma vez que o planeta possui recursos finitos. Entretanto, existe outro tipo de proteção a matéria-prima que não preserva a natureza, mas prejudica a vida humana, a sustentação artificial dos preços. Quando terminou a Primeira Grande Guerra, em 1918, a grande produtora de borracha no mundo era a Inglaterra, através de suas possessões asiáticas. O grande consumidor eram os Estados Unidos, em virtude do crescimento de seu parque industrial, particularmente o da indústria automobilística. A Inglaterra, nessa ocasião, devia muito aos Estados Unidos em virtude das despesas de guerra. Assim, ela concebeu um plano com o qual pagaria aos americanos com o dinheiro dos próprios americanos. Para alcançar esse objetivo, ela aumentou substancialmente o preço da borracha, como os ingleses tinham o monopólio da produção dessa matéria-prima, não haveria para os Estados Unidos alternativa senão pagar o preço imposto pelos ingleses. c) Proteção ao trabalho e ao Capital: Maia (2000) afirma que os países podem enfrentar, com relação aos empregos, três hipóteses: A falta de mão-de-obra, o pleno emprego e o desemprego. - Falta de mão-de-obra: Os países impõem restrições à entrada do trabalhador estrangeiro, entretanto quando há falta de mão-de-obra, as nações permitem o ingresso de trabalhadores no exterior. Essa solução, com o tempo, cria problemas nas áreas sociais. Uma das formas de suprir a escassez de mão-de-obra é recorrer à tecnologia, com o uso de robôs, por exemplo; - Pleno emprego: A hipótese de pleno emprego ocorre quando o número de empregos é praticamente igual ao número de trabalhadores. Nesse caso, é desnecessária a imigração e o uso de tecnologia só é feito para reduzir custos. Se houver um período de prosperidade, com o crescimento da produção, cairemos no caso anterior, falta de mão-de-obra. Se houver uma recessão, estaremos diante da hipótese do desemprego; - Desemprego: Houve quem dissesse que o desemprego é pior do que a escravidão. O escravo tem casa e comida de graça, o desempregado não tem. Por esse motivo, hoje se procura amparar o desempregado, através do salário desemprego e de outros auxílios, como o não-pagamento de conta de água etc. Os países também procuram proteger a mão-de-obra local, colocando barreiras à entrada do trabalhador estrangeiro. Os países procuram proteger o capital nacional, criando, muitas vezes, barreiras inadequadas ao capital estrangeiro. A empresa de capital nacional nem sempre dispõe de tecnologia para competir, dentro do próprio país, com a empresa de capital estrangeiro.

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Desvios do Modelo de Livre Comércio: Para Maia (2000), p. 139, outras formas de entraves ao livre Comércio Internacional são: a) Dumping: Consiste em vender no exterior por preço abaixo do custo de produção. O objetivo é destruir o concorrente e se tornar dono do mercado. Dessa forma quem faz o dumping terá meios de, futuramente, impor preços e condições. Soares (2004) descreve que o dumping apesar de ser considerado uma prática desleal de comércio, é uma forma de mercado imperfeito que gera o comércio internacional; b) oligopólio: É determinado quando o mercado está nas mãos de apenas alguns concorrentes. O oligopólio pode manter uma política de preços nociva ao consumidor; c) Trust: Consiste na fusão de várias empresas de forma a tender para o monopólio. Assim, o mercado passaria a ser manipulado pelo trust, impondo preços e condições. Os países o combatem por meio de legislação adequada; d) Cartel: É uma forma de eliminar a concorrência. Várias produtoras fazem um acordo comercial para distribuir entre si cotas de produção, determinar preços, suprimindo a livre concorrência. Uma das características importantes é que cada empresa conserva sua autonomia interna. Um bom exemplo de cartel é a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que determina o preço do barril do petróleo e estabelece a cota de produção de cada associado. “Os modelos citados detêm o progresso, porque sem concorrência não há necessidade de melhorar o produto e também de reduzir custos e preços” (Maia, 2000, p. 140). Esquemas Protecionistas: Entre os esquemas protecionistas que constituem barreiras ao Comércio Internacional estão: Subsídios, Barreiras Alfandegárias, Taxas Múltiplas de Câmbio, Licenças de Importação e Exportação, Cotas de Importação. a) Subsídios: É comum os governos subsidiarem a produção de algumas mercadorias com a finalidade de elas se tornarem competitivas, em preços, com as produzidas no exterior. Quando o subsídio é destinado à exportação, ele poderá constituir-se num dumping. Outras vezes o subsídio é para a produção de mercadorias destinadas ao consumo interno, porque, sem esse auxílio, a produção nacional não poderia competir com a produção estrangeira. Isso onera o bolso do consumidor nacional que paga os subsídios por meio de impostos. Normalmente, os subsídios trazem outras distorções que mais prejudicam do que ajudam. A produção nacional não melhora porque está protegida e torna-se obsoleta (MAIA, 2000, p. 141). b) Barreiras Alfandegárias: O crescimento demográfico exige a criação de novos empregos. Para sanar esse problema, os governos estimulam a implantação de novas indústrias, muitas vezes sem condições de competitividade. Para mantê-las, torna-se necessário criar barreiras alfandegárias. Se essas barreiras forem temporárias e estabelecidas mediante um cronograma com tarifas decrescentes, as indústrias locais são obrigadas a se modernizar e poderão enfrentar a concorrência externa. Se essas barreiras forem permanentes, as indústrias locais se acomodarão e continuarão produzindo artigos caros e ruins. Normalmente, costuma-se dizer que as barreiras alfandegárias são instrumentos de países subdesenvolvidos que não têm condições de competir com os do primeiro mundo. c) Taxas Múltiplas de Câmbio: É comum em determinados momentos, o governo intervir no mercado de câmbio, fixando uma paridade para a moeda nacional fora da realidade. A título de exemplo, diríamos que US$1,00 deveria valer $10,00. Entretanto, o Governo o fixa em $7,00, porque teme o aumento dos preços dos produtos importados e, conseqüentemente, um crescimento da inflação. Como a moeda nacional está muito valorizada, tudo o que vem do exterior é muito barato. Em face disso, o Governo cria duas ou mais taxas de câmbio para controlar a importação. As mercadorias consideradas essenciais são beneficiadas com tacas favorecidas e as não essenciais com taxas elevadas (MAIA, 2000, p. 142). d) Licenças de Importação e Exportação: Quando um país enfrenta escassez de divisas, pode controlar a importação e a exportação, mediante a emissão de licenças.

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O Governo designa um órgão que estuda suas necessidades e autoriza a importação dos artigos essenciais, de acordo com as disponibilidades cambiais. Como há escassez de divisas, também é necessário controlar a exportação, para que o Governo tenha certeza de que toda receita de divisas foi entregue ao país. O sistema de licenciamento engessa a economia da nação, cria um processo burocrático e facilita a corrupção. É muito difícil controlar o superfaturamento da importação e o subfaturamento da exportação, isso porque grande parte das mercadorias importadas tem preços oscilantes e, para muitas delas, é difícil conhece-los com segurança. As duas hipóteses (superfaturamento da importação e subfaturamento da exportação) permitem criar depósitos irregulares no exterior. Um sistema de taxas livres resolveria o problema. Entretanto, os Governos temem as taxas livres porque encarece as importações, o que agrava o processo inflacionário. Na verdade, a taxa irreal de câmbio não pode ser sustentada indefinidamente, porque o aviltamento da moeda estrangeira estimula as importações e desestimula as exportações. Assim, em dado momento, cessa a exportação e, conseqüentemente, não há divisas para importar. Nesse momento, o Governo se vê obrigado a reajustar a taxa cambial, encarecendo as importações (MAIA, 2000, p. 144). e) Cotas de Importação: As cotas de importação são barreiras não alfandegárias que afetam bastante as exportações dos países em desenvolvimento. O sistema de cotas obriga o país importador a criar um controle. Geralmente ele é feito por meio de emissão de licença de importação. Alguns economistas acreditam que esse sistema oferece mais vantagens do que a restrição por meio das barreiras alfandegárias. Isso porque, pelas cotas, há uma limitação precisa da quantidade ou do valor das mercadorias importadas. O sistema de barreiras alfandegárias limita sem estabelecer precisamente a quantidade ou o valor que será importado. A cota também não encarece o custo da mercadoria importada, o que não ocorre com as barreiras alfandegárias. O sistema de cotas serve para suprir o mercado da quantidade de mercadoria a que a produção interna está impossibilitado de atender para o consumo nacional (MAIA, 2000, p.145). O mesmo autor afirma que com isso, o povo beneficia-se duplamente, pois não haverá falta de bens de consumo e evitará que a falta de mercadoria pressione o aumento de preço do produto nacional. Gestão de Responsabilidade Social: Para entender o conceito de responsabilidade social é necessária a identificação de alguns tipos de comportamento voltados a assegurar o bem-estar dos indivíduos ou dos grupos sociais, relacionados direto ou indiretamente com suas atividades: Ações de filantropia, que tem como base os princípios da caridade, da custódia e do amor ao próximo. Ações sociais externas, com o objetivo de satisfazer às necessidades de uma sociedade ou comunidade específica, podendo incluir ações e projetos voltados à preservação do meio ambiente, à educação, à promoção de cidadania e a capacitados profissional, visando à geração de trabalho e renda. Ações sociais internas, com o objetivo de proporcionar aos seus funcionários melhor qualidade de vida no trabalho, envolvendo aqueles relacionados à segurança, à saúde ocupacional, às condições do meio ambiente de trabalho, à discriminação e ao respeito aos direitos dos empregados (CERQUEIRA, 2007, p. 301). Afirma Tachizawa (2005, p. 85), que “a responsabilidade social está se transformando em um referencial de excelência para o mundo dos negócios e para todo o Brasil”. As organizações socialmente responsáveis devem abordar suas responsabilidades perante a sociedade e o exercício da cidadania. Já para Cerqueira (2007), as organizações devem demonstrar, por meio de evidências objetivas, suas reais intenções e ações, permitindo que as partes interessadas tenham acesso às informações relacionadas com sua responsabilidade social. O respeito dentro das organizações com as diversidades, promovendo a redução das desigualdades sociais, os limites de exaustão, critérios e condutas norteadas por fundamentos éticos e de justiça social.

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As empresas socialmente responsáveis, denominadas empresas cidadãs, colaboram e compartilham valores com seus fornecedores e clientes na medida em que diminuem custos, estabelecem padrões que visam aumentar a qualidade e segurança dos produtos ou serviços e são éticas em suas relações (CERQUEIRA, 2007). O crescente número de empresas que praticam a responsabilidade social demandou a criação de uma certificação para aqueles que a atuam neste meio, pela qual podem ser reconhecidas por suas ações socialmente responsáveis e por atuarem preocupadas com a sociedade, seu público interno e externo, bem como com o meio ambiente. Uma forma que alguns institutos, órgãos governamentais e ONGs (Organizações Não Governamentais) encontram para expressar um reconhecimento por ações sociais desenvolvidas por empresas foi a criação do Selo Social. No Brasil o Selo Social Ibase é um dos mais difundidos. Os Selos são fornecidos apenas para empresas que publicam seu balanço social no modelo proposto pelo Ibase. Por meio deste selo a empresa estará divulgando que possui investimento na área social, demonstrando que está disposta a ser uma empresa-cidadã comprometida com a sociedade. Gestão Ambiental: Um dos maiores desafios que o mundo enfrenta neste novo milênio é fazer com que as forças de mercado protejam e melhorem a qualidade do ambiente (TACHIZAWA, 2005). O novo contexto econômico caracteriza-se por uma rígida postura dos clientes, voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no mercado, e que atuem de forma ecologicamente responsável. A transformação e a influência ecológica nos negócios se fazem sentir de maneira crescente e com efeitos econômicos cada vez mais profundos. As organizações que tomarem decisões estratégicas integradas a questão ambiental e ecológica conseguirão significativas vantagem competitivas, quando não, redução de custos e incremento nos lucros a médio e longo prazo (TACHIZAWA, 2005, p. 24). Segundo Cerqueira (2007), ações do tipo reciclar, modificar, repensar produtos e processos, adotar novas tecnologias ecologicamente corretas e planejar novas opções de vida são essenciais para a manutenção desse equilíbrio entre as atividades humanas e a preservação da natureza. As organizações de bens e serviços têm obrigação de gerenciar seus processos de maneira a assegurar esse equilíbrio e colocar a criatividade a serviço da gestão, assumindo a responsabilidades lhes cabe no controle dos aspectos ambientais decorrentes de suas atividades. O autor ainda afirma que desde o início do terceiro milênio, a prioridade dos governos tem sido o desenvolvimento sustentável, que deve atender as necessidades econômicas e ao bem-estar social sem comprometer a qualidade do meio ambiente e a vida futura. Tachizawa (2005) afirma que a gestão ambiental é a resposta natural das empresas ao novo cliente, o consumidor verde e ecologicamente correto. A “empresa verde” é sinônima de bons negócios e no futuro será a única forma de empreender negócios de forma duradoura e lucrativa, aumentando as chances da empresa ser competitiva e sobreviver aos desafios impostos pelos clientes. Ainda conforme Tachizawa (2005), as organizações no novo contexto necessitam partilhar do entendimento que deve existir um objetivo comum entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento presente como para as gerações futuras. Cerqueira (2007) diz que para o desenvolvimento sustentável, as organizações devem ser capazes de atender as exigências e pressões das partes que desejam participar direta ou indiretamente dos resultados e se preocupam com os impactos que a atividades pode gerar ao meio ambiente. Essas preocupações são de acionistas, clientes, empregados grupos de pressão, empresas seguradoras, organizações reguladoras, fiscalizadoras e regulamentadoras, da mídia e do público em geral. A nova consciência ambiental, surgida no bojo das transformações culturais que ocorreram nas décadas de 60 e 70, ganhou dimensão e situou o meio ambiente como um dos princípios fundamentais do homem moderno. Nos anos 80, os gastos com proteção

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ambiental começaram a ser vistos, pelas empresas líderes, não primordialmente como custos, mas como investimentos no futuro e, paradoxalmente como vantagem competitiva. Atitude e postura dos gestores das organizações em todos os segmentos econômicos nos anos 90 passaram de defensiva e reativa para ativa e criativa. Na nova cultura, a fumaça passou a ser vista como anomalia e não mais como vantagem. A consciência ambiental e ecológica por parte das empresas resultou, também, na mitificação do conceito de qualidade do produto, que agora precisa ser ecologicamente viável (TACHIZAWA, 2005, p. 26). Segundo Tachizawa (2005), as empresas de hoje começam a apresentar soluções para alcançar o desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo, aumentar a lucratividade de seus negócios. Nesse contexto, gestão ambiental não é apenas uma atividade filantrópica ou tema para ecologistas e ambientalistas, mas também uma atividade que pode propiciar ganhos financeiros para as empresas. METODOLOGIA: Segundo Roesch (2004), a metodologia descreve como o projeto será realizado. Utiliza os objetivos para definir quais são os métodos mais apropriados para o desenvolvimento da pesquisa. O levantamento de dados para a pesquisa foi através de fontes primárias e secundárias, para Marconi e Lakatos (1999) as fontes primárias são definidas como fontes originais, contemporâneas aos fatos que estão sendo estudados e diretamente ligadas ao objeto de estudo. Já as fontes secundárias consistem em todo trabalho que se baseia em outro, sendo a fonte original ou primária. Tem como característica o fato de não produzir uma informação original, mas sobre ela trabalhar, procedendo à análise, ampliação, comparação, etc. As fontes primárias foram baseadas em entrevistas informais colhidas com os pescadores que fazem parte da colônia Z-12 de Foz do Iguaçu. As fontes secundárias foram buscadas em sites e documentos disponíveis em diferentes bibliotecas de Foz do Iguaçu. Foi utilizada também a pesquisa exploratória, Marconi e Lakatos (1999), afirmam que explorar é se familiarizar em relação a certo fenômeno ou obtenção de novos esclarecimentos sobre ele, visando o desenvolvimento de hipóteses ou a formulação de um problema preciso. Portanto, através dessa pesquisa buscou-se informações a respeito do assunto estudado por meio de levantamento bibliográfico e entrevistas com os pescadores da colônia Z-12. Essas informações mostraram a real importância do problema, o estágio em que se encontram as informações já disponíveis a respeito do assunto, e permitiram a revelação de novas fontes de informação. A pesquisa bibliográfica foi utilizada para coletar informações a respeito dos objetivos definidos para o tema. Constando principalmente no referencial teórico onde os objetivos foram explicados através de teorias pesquisadas em livros, artigos, revistas, jornais e sites na internet. Com base nesses referenciais teóricos, buscou-se explicar o processo de internacionalização e suas barreiras, e também a importância da responsabilidade sócio-ambiental nas empresas, para que fosse possível analisar quais são os fatores de geração de renda para os produtores de peixe. Foi escolhido um grupo de pescadores específico para o trabalho, utilizando-se então da amostragem não probabilística, que segundo Martins (2006) são amostragens em que há uma escolha deliberada dos elementos da amostra. Esse grupo foi definido pelos próprios pesquisadores. Portanto foi escolhido por meio de amostragem intencional o grupo de pescadores que participam ativamente da atividade pesqueira. Conforme Martins (2006), na amostragem intencional, é escolhido intencionalmente um grupo de elementos que irão compor a amostra. O investigador dirige-se, intencionalmente, a grupos de elementos dos quais deseja saber a opinião. Foi feita então a análise do conteúdo obtido com os pescadores, buscando responder os objetivos levantados para o tema estudado.

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DESENVOLVIMENTO: Através dos programas de incentivo que a Itaipu Binacional oferece aos pescadores das regiões do lago, fornecendo tanques-rede para que se inicie a produção de peixe em cativeiro, pode ser feito um aproveitamento do subproduto do peixe, o couro. Como geralmente é descartado na maioria dos abatedouros, torna-se uma renda extra para aqueles que dependem do setor da pesca, uma vez que os produtores podem ganhar duas vezes com a produção. Viceconti e Neves (2002) descrevem a renda como correspondente ao somatório das remunerações recebidas pelos proprietários dos fatores de produção como retribuição pela utilização de seus serviços nas atividades produtivas. Entre as espécies, recomenda-se a utilização da tilápia por ser um peixe rústico e que se adapta facilmente ao ambiente, apresentando altos níveis de produtividade. Além disso, o processo de crescimento dessa espécie em geral é mais rápido em relação a outras. Porém, recomenda-se também apenas o uso de alevinos machos, pois as fêmeas crescem menos do que os machos, levando mais tempo para chegar ao peso de abate ou ao tamanho certo. Ainda, devido à alta capacidade de reprodução da espécie, manter machos e fêmeas no mesmo tanque pode gerar um descontrole total sobre a produção, acarretando problemas como lotes não uniformes, superpopulação e comprometimento da qualidade da água, que se revertem em prejuízos para o criador. O processo seguinte que se propõe é a internacionalização do produto já finalizado, ou seja, o couro curtido. O processo de internacionalização apresenta várias vantagens para a entidade, além de beneficiar as pessoas que participam da produção. São vários os benefícios de se internacionalizar o produto, pois a produção aumenta, os lucros são maiores, o produto tem acesso a novos mercados, novas tecnologias são incorporadas à produção, a entidade tem acesso a know-how internacional surgindo assim novas idéias que colaboram para o crescimento empresarial. Além disso, o produto terá reconhecimento internacional podendo destacar a qualidade da matéria que é produzida pelos pescadores que participam do projeto social da Itaipu. Devido à credibilidade que a entidade possui, pode fixar sua marca como fornecedor de um produto com alto padrão de qualidade. De acordo com pesquisas realizadas pela Unicamp em 2004, na Itália já existe grande demanda de couro exótico, por ser uma matéria-prima resistente, de ótima qualidade e ambientalmente correta, algo pelo qual o país tem grande preocupação e interesse. A Itália ocupa o sexto lugar entre os parceiros comerciais do Brasil e o 10º lugar entre os países investidores. O giro comercial entre Brasil e Itália, nos últimos anos, movimentou cerca de US$ 5 bilhões (ano-base 2006) e os investimentos italianos cresceram exponencialmente. Entre os principais produtos que o Brasil exporta estão a borracha, produtos alimentícios, couro, peças e equipamentos dos setores metalúrgico e aeronáutico. O Brasil é um grande exportador de produtos agrícolas e agroindustriais, enquanto as importações de produtos italianos consistem em produtos manufaturados. Outro fator que motiva a escolha do Brasil como país de investimento é a grande quantidade de descendentes de italianos, dos quais 15 milhões estão no Estado de São Paulo. Apesar de o conjunto de incentivos fiscais de legislação brasileira incentivar a exportação de produto com menor valor agregado em detrimento do produto acabado e suas manufaturas, o destaque das exportações para a Itália em 2002 foi o couro acabado, que representou mais de 1/7 do total exportado. Outra vantagem desse mercado é a facilidade de penetração do produto pois as únicas barreiras impostas pela Itália são a respeito de qualidade e procedência, algo que pode ser cuidado facilmente ainda na produção do produto. Conforme entrevista informal feita com alguns pescadores profissionais da colônia Z-12, existe o receio da proliferação da espécie tilápia, uma vez que é considerada predadora e leva uma enorme vantagem na competição com outras espécies. Mas o que se destaca é que o escape de alevinos dos tanques-rede, feitos em malha de polietileno, é inevitável, colaborando com essa proliferação. Para tanto, sugere-se o uso de malhas mais estreitas para que o escape seja menor.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS: Com base na análise feita para o esse tema, é possível apontar opiniões a respeito do assunto levantado e seus objetivos. Dessa forma podemos afirmar que a internacionalização pode gerar renda para a colônia de pescadores. A internacionalização faz com que as nações se especializem em produzir o que possuem em abundância com mais eficiência, trocando-os por bens e serviços que outros países produzem com melhor qualidade e a preço menor. Nessas condições, os países se beneficiam de produção mais eficiente, mais escolhas para o consumidor e preços mais baixos. Porém, existem as práticas protecionistas, que prejudicam a população ao impedir a expansão econômica sustentada. Pode-se dizer que a abertura comercial cria riqueza para as sociedades atenderem às suas necessidades e promove desenvolvimento econômico. A criação de barreiras pode ser vista como um ponto negativo tanto para o país exportador quanto para o importador, uma vez que pode agravar a situação do próprio país, que depende de bens dos quais não tem produção suficiente. Ao se abrir para mercados internacionais, a empresa passa a ter concorrentes de capital estrangeiro. Essa concorrência motiva as empresas a inovar, a encontrar novos processos e tecnologias de produção para servir melhor os clientes e aprofundar conhecimentos. Já as barreiras à concorrência, produzem efeito contrário, pois faz com que as empresas se “acomodem”, os custos se elevem reduzindo a qualidade dos produtos e diminuindo a opção de escolha dos consumidores, e o crescimento econômico seja mais lento. Outro benefício que a internacionalização traz é o desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Sua estratégia visa promover a harmonia entre os seres humanos e a natureza. Refere-se principalmente às conseqüências dessa relação na qualidade de vida e no bem-estar social, tanto presente quanto futura. A aplicação do conceito à realidade requer, no entanto, uma série de medidas tanto por parte do poder público como da iniciativa privada, assim como exige um consenso internacional. De modo geral, os países tendem a destinar mais recursos da sociedade à preservação do meio ambiente interno, o que representa benefícios para todos no que diz respeito a comércio e meio ambiente, razão pela qual a liberalização traz resultados ambientais positivos. Além disso, a liberalização do comércio de bens e serviços ambientais pode apoiar as metas de desenvolvimento sustentável ao proporcionar maior acesso, a custo mais baixo, às tecnologias ambientais importantes em áreas como tratamento de águas servidas e de resíduos sólidos perigosos, correção do solo e da água, proteção do ar ambiente e produção de energia renovável. Portanto, pode-se dizer que não apenas a área ambiental, mas a Itaipu Binacional como um todo, é socioambientalmente responsável e preocupa-se com a sustentabilidade, tomando as medidas cabíveis. Através dos projetos desenvolvidos que esta desenvolve é possível transformar o comércio internacional do couro em fonte de renda para os pescadores, que terão maior poder aquisitivo colaborando inclusive para o crescimento econômico da região. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: CERQUEIRA, J. P. Sistemas de Gestão Integrados. 1ª Edição, Rio de Janeiro: Qualitymark, 2007 HARTUNG, D. S. Negócios Internacionais. 1ª edição, Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. LUDOVICO, N. Logística Internacional. Edição ver. Atual., São Paulo: Saraiva, 2007. MAIA, J. M. Economia Internacional e Comércio Exterior. 6ª edição, São Paulo: Atlas, 2000. PIPKIN, A. Marketing Internacional. 2ª edição, São Paulo: Aduaneiras, 2005. RATTI, B. Comércio Internacional e Câmbio. 11ª edição, São Paulo: Lex editora, 2007. RIBEIRO, A. L. Teorias da Administração. 1ª edição, São Paulo: Saraiva, 2004. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágios e de pesquisa em Administração. 2ª edição, São Paulo: Atlas, 2004

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SOARES, C. C. Introdução ao Comércio Exterior. 1ª edição, São Paulo: Saraiva, 2004. TACHIZAWA, T. Gestão Ambiental e Responsabilidade Social Corporativa. 3ª Edição, São Paulo: Atlas, 2005.

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DIAGNÓSTICO DA IMAGEM ORGANIZACIONAL DE UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

SUPERIOR: O CASO DA UNIOESTE – CAMPUS DE FOZ DO IGUAÇU/PR

TATIANE FIGUEIREDO LIMA BELO1, VIVIANA BEATRIZ HUESPE AQUINO2

1 Graduada em Administração, Universidade Estadual do Oeste do Paraná , Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 2 Graduada em Administração, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]

Área temática: Gestão Estratégica de Marketing.

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: Universidades públicas, a exemplo de outras organizações que não visam o lucro, também devem realizar ações direcionadas ao marketing para garantir sua sobrevivência no atual contexto competitivo. Para atender às demandas desta nova realidade, o marketing educacional considera a análise da imagem organizacional como parte imprescindível no planejamento estratégico. Assim, o objetivo deste estudo foi levantar junto aos potenciais clientes (egressos do Ensino Médio Regular da Rede Pública) da UNIOESTE, qual é a imagem percebida por eles, das IES existentes na cidade, mais especificamente, da UNIOESTE e avaliar os fatores que influenciam nesta decisão. No presente estudo utilizou-se dados primários (coletados por meio de um questionário) e secundários. Os dados foram submetidos à análise e posteriormente lançados na Matriz Familiaridade x Favorabilidade, o que permitiu visualizar a atual situação das IES, de acordo com a percepção dos pesquisados. Finalmente, o estudo permitiu identificar os fatores de maior relevância, que contribuem para formação da imagem das IES e também conhecer a imagem percebida da UNIOESTE. PALAVRAS-CHAVE: Imagem, Marketing Educacional, Matriz Familiaridade x Favorabilidade. DIAGNOSIS ORGANIZACIONAL IMAGE OF AN INSTITUTION OF HIGHER EDUCATION:

THE CASE OF UNIOESTE - CAMPUS OF FOZ DO IGUAÇU/PR ABSTRACT: Public universities, as example of other organizations which do not aim to the profit, also must perform actions pointed to the marketing to guarantee its survival in the current competitive context. In order to fill the demand of this new reality, the educational marketing considers the analysis of the organizational image as essential part in the strategic planning. Thus, the objective of this study was to raise among to the potential customers, who came from Regular high school of the Public Net, of the UNIOESTE which is the image perceived for them, of the institutions of superior education, more specifically, of the UNIOESTE and to evaluate the matters which influence on this decision. In the present study it was used primary data, collected through a questionnaire, and secondary ones. The data had been sent to analysis and later launched in the Familiarity-Favorability Matrix, which allowed to visualize the current situation of the Institutions of superior education, in accordance with the perception of the searched ones. Eventually, the study allowed to identify the most relevant matters, which contribute for the formation of the image of the Institutions of Superior Education and also to know the image perceived of the UNIOESTE. KEYWORDS: Image, Educational Marketing, Familiarity-Favorability Matrix

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INTRODUÇÃO: O Brasil vem observando, nos últimos anos, um crescimento acelerado no número de instituições privadas de ensino superior, o que vem consequentemente, facilitando à população o acesso ao terceiro grau. Segundo Colombo (2005), nesta nova configuração do mercado em que estão inseridas as instituições de ensino, pode-se dizer que a competição acirrou-se particularmente na área universitária e novas instituições estão chegando para disputar espaço com escolas tradicionais. Ainda nesse contexto, diversas escolas e universidades orgulham-se por possuir uma excelente reputação no mercado, mas esquecem-se desta nova configuração do mercado e de que fatores como a segurança e a proximidade da escola da residência do aluno, por exemplo, pesam nas grandes metrópoles e são determinantes na hora da escolha por uma instituição. A tradição, sozinha, já não faz tanto sentido como acontecia há duas décadas. Segundo Colombo (2005), não basta ser bom no que se faz, deve-se comunicar isso ao grande público e poucas escolas destacam-se nessa atividade. As instituições de ensino superior são mais ousadas, mas, de maneira geral, as mensagens pecam pela falta de foco. O marketing educacional torna-se assim uma ferramenta poderosa para a construção da imagem e da reputação da escola, faculdade ou universidade e adquire muita importância neste cenário, visto que isso não acontece da noite para o dia e exige profissionalismo. Universidades, a exemplo de outras organizações que não visam o lucro, também devem realizar ações direcionadas ao marketing institucional. Entretanto, o desenvolvimento de uma verdadeira filosofia de marketing está apenas começando na maioria das instituições de ensino superior. A este respeito, Landrum et. al. (apud DAMACENA, 2002) ressalta que numa era de redução de orçamentos e aumento da competição, a imagem de uma universidade deve ser considerada um bem muito precioso na arena competitiva. É perceptível desta forma a importância da universidade manter uma boa imagem organizacional junto aos seus públicos (interno e externo), pois a mesma pode ser considerada como um dos fatores subjetivos levado em consideração ao se optar por um serviço oferecido por uma universidade. Segundo Neves e Ramos (2002), no âmbito das instituições de ensino, a imagem pode ainda influenciar, direta ou indiretamente, a qualidade do ensino, uma vez que pode levar a um menor ou maior comprometimento do corpo discente, dependendo da imagem que ele tem da instituição e/ou do curso que freqüenta. A imagem de uma universidade pode também determinar sua capacidade em obter recursos humanos e financeiros, influenciar sua competência em relacionar-se com órgãos governamentais, além de motivar sua atuação administrativa. Mensurar a imagem para tal é uma providência muito útil para saber o que está ocorrendo com o objeto e apontar algumas mudanças desejadas na imagem da instituição. BASE TEÓRICA: Marketing e marketing educacional - O mundo dos negócios, cada vez mais desenvolvido, gerou a necessidade de melhor conceituar o marketing, explicando sua natureza. Observou-se, então, uma evolução constante nas definições que a caracterizam cada vez mais e de maneira mais ampla. De acordo com Kotler e Fox (1994), em 1965, a Ohio State University definiu marketing como sendo o processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços. Marketing, porém, é mais amplo do que isso, é uma das atividades centrais das instituições modernas, crescendo em sua busca de atender eficazmente algumas áreas de necessidade humana. Para sobreviver e tornar-se bem-sucedidas, as instituições devem conhecer seus mercados, atrair recursos suficientes, converter esses recursos em programas, serviços e idéias apropriadas e distribuí-los eficazmente aos vários públicos consumidores. Estas tarefas são conduzidas em uma estrutura de ação voluntária por todas as partes interessadas. A instituição moderna esta disposta principalmente em oferecer e trocar valores com diferentes participantes para obter sua cooperação e, assim, atingir as metas

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organizacionais. Kotler e Fox a definiram como sendo a análise, planejamento, implementação e controle de programas cuidadosamente formulados para causar trocas voluntárias de valores com mercados-alvo e alcançar os objetivos institucionais. Marketing envolve programar as ofertas da instituição para atender às necessidades e aos desejos de mercados-alvo, usando preço, comunicação e distribuição eficazes para informar, motivar e atender a esses mercados. (KOTLER e FOX, 1994, p. 24) Entretanto, para Gracioso (1986), uma das melhores e mais completas definições é aquela que diz que Marketing é o planejamento e execução de todos os aspectos de um produto (ou serviço), em função do consumidor, visando sempre maximizar o consumo e minimizar os preços, tudo resultando em lucros contínuos e em longo prazo para a empresa. (GRACIOSO, 1986, p.91). Em resumo, o conceito central de marketing está intimamente ligado à necessidade, desejos, demandas, produtos, trocas, transações, mercados, valor, qualidade, satisfação e relacionamento. Segundo Colombo (2005), a partir da década de 1970, com o boom

1 da comunicação em

massa e o movimento ocidental de democratização do saber, há um crescimento do número de instituições de ensino, da quantidade de vagas oferecidas e dos modelos de educação oferecidos. Mesmo que se tenha de atrelar, no caso brasileiro, o aumento da oferta universitária ao programa desenvolvimentista, não se diferencia a educação superior da educação básica no tocante à mudança de cenário do binômio oferta-procura. É como se, com a onda de mudanças, as instituições de ensino começassem a se ‘atualizar’ por necessidade imediata de sobrevivência no cenário da competição desenfreada e por um mercado que impunha a esse universo até então intocado uma nova relação com o seu público, agora entendido como cliente. (COLOMBO, 2005, p.17). Em um primeiro momento, as instituições se viram obrigadas a estabelecer estratégias para evitar a diminuição no número de seus alunos, e a noção de marketing envolvia basicamente a noção do senso comum, ou seja, o marketing se caracterizava como venda ou propaganda. Colombo (2005), afirma que esta realidade em termos de aplicação de marketing, no contexto das IES, entretanto, não é aceito por unanimidade entre os profissionais envolvidos com as IES. Por mais que se busque sistematizar a aplicação de marketing em IES, ainda existem pessoas ligadas à área educacional que não aceitam e mesmo rejeitam a idéia de adoção de marketing neste ambiente, afirmando que marketing é incompatível com a missão educacional. Kotler e Fox (1994), explicam que algumas pessoas sentem que os valores e técnicas educacionais estão em direção oposta aos valores e técnicas das empresas e que os dois mundos, não podem e não devem ficar muito próximos. Este pensamento, entretanto, pode ser resultante de uma interpretação equivocada do conceito de marketing, por falta de conhecimento do tema, que neste caso é visto, somente, como sinônima de força de vendas. Devido à necessidade de se comunicar eficazmente com os potenciais clientes (alunos) e atender efetivamente às necessidades de cada um, constituiu-se a noção de marketing educacional. Lembrando que Marketing, em seu conceito primário, “envolve avaliação de necessidades, pesquisa de mercado, desenvolvimento do produto, preço e distribuição, o que leva as ações de analisar, planejar, implementar e controlar a se instituírem como etapas do processo final de satisfação do cliente” (COLOMBO, 2005, p. 17 -18).

Imagem: organizacional x imagem institucional - São várias e distintas as definições de imagem na literatura, sendo a mais citada a proposta por Dowling (apud CARRIERI et. al., 1998) em que afirma ”imagem é o conjunto de significados pelo qual um objeto é conhecido e através do qual o indivíduo utiliza para descrevê-lo, relembrá-lo e se relacionar”. É o resultado da interação com as crenças, idéias, sentimentos e impressões do indivíduo sobre

1 Termo em inglês que pode ser entendido como “explosão”.

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o objeto, sendo que o objeto pode ser substituído por marca ou organização e, pessoas diferentes, podem ter imagens diferentes de um mesmo objeto. Nesse sentido, imagem pode ser considerada como um processo cognitivo que soma razão e imaginação com formas lógicas e intuitivas, construído através de um movimento de natureza racional num universo simbólico. A imagem é importante tanto para a fonte da imagem (o objeto em si, seja produto, marca ou instituição) como para o sujeito que a recebe (receptor). Segundo Riel (apud CARRIERI et. al., 1998), para a fonte, considerando nesse caso específico, as organizações, a imagem positiva é uma pré-condição essencial para o estabelecimento de relações eficazes com os diversos segmentos de público de seu interesse. Para o sujeito, receptor, a imagem constitui a “verdade” sobre o objeto em termos que podem ser simplificados em bom ou ruim, utilizável ou não. Aplicada ao contexto prático, a imagem pode ser institucional ou organizacional. A imagem institucional é elaborada à medida que um grupo de pessoas constrói uma instituição: o objetivo dela, seu modo de trabalho, o tratamento que dá ao funcionário e ao fornecedor contribui para expressar sua auto-imagem, que depois se tornará a imagem institucional, e essa, por sua vez, indicará a escala valorativa e ética da entidade. Já “imagem organizacional pode ser definida como sendo a imagem natural, espontânea, fruto de uma expectativa ou de uma demanda de troca” (GIANGRANDE, 1995, p. 53). Mesmo considerando toda a variedade de contextos existentes, que é bastante ampla nos dias atuais, a imagem organizacional é de difícil definição, pois considera aspectos subjetivos e inerentes às pessoas. O conceito de imagem está relacionado com a representação mental de um objeto, pessoa ou instituição. Neste sentido, Barich e Kotler (apud DAMACENA, 2002, p.1) afirmam que O termo imagem representa a soma de crenças, atitudes, impressões que uma pessoa ou grupo tem de um objeto. O objeto pode ser uma empresa, produto, marca, lugar ou pessoa. As impressões podem ser verdadeiras ou falsas, reais ou imaginárias. Certas ou erradas, as imagens guiam e formam comportamento. As empresas precisam identificar as forças e fraquezas de sua imagem e empreender ações para melhorar suas imagens. Para Weber (2004),a imagem pública e institucional começa a ser construída nas informações e sinais informativos e persuasivos emitidos por instituições e sujeitos públicos, a respeito de seus projetos e suas necessidades, na forma de “imagem desejada” (real). Termina de ser constituída, individualmente, por todos aqueles que recebem as informações e sinais e, em algum nível, somam às informações visuais, auditivas, emocionais, intelectuais, ou rechaçam a proposta. Segundo Martinez (1990), a imagem de uma empresa é o resultado da interação de todas as experiências, impressões, crenças, sentimentos e conhecimentos que as pessoas têm sobre a empresa. Imagem x identidade x reputação - Com relação ao valor e à importância da imagem, é comum a existência de confusão entre identidade e imagem. Para Kotler (1998), a identidade consiste nas forças adotadas por uma empresa para identificar-se ou posicionar seu produto; a Imagem, por sua vez, é como o público percebe a empresa e/ou seus produtos. No âmbito das Instituições de Ensino, a imagem pode influenciar, direta ou indiretamente, a qualidade do ensino, uma vez que pode levar a um maior ou menor comprometimento do corpo discente, dependendo da imagem que esse último tem da Instituição e/ou do Curso que freqüenta. A imagem é, portanto, algo que pode ser previsto e construído. Kotler e Fox (1994), afirmam que a imagem pode ser constituída de duas formas opostas: Uma afirma que a imagem é amplamente determinada pelo objeto e a outra afirma que as imagens são largamente determinadas pelas pessoas. A identidade se refere ao plano dos conteúdos lógicos, concretos, apreendidos pelo nível do consciente. A construção de uma identidade há de levar em consideração valores e critérios, tais como o foco, a essência; a capacidade de permanência; a singularidade, que preserva a especificidade e a unicidade, que garante a coerência. Ou seja, a identidade é o

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conceito-mor que define os limites, os contornos e as possibilidades do posicionamento da marca. “A imagem se refere ao plano dos simbolismos, das intuições e conotações, apreendidas pelo nível do inconsciente”. (TORQUATO, 2002, p.104). Ao analisar a imagem de uma instituição, objeto, produto, marca ou lugar, obrigatoriamente deve-se considerar a importância do conceito de percepção. Para Schiffman e Kanuk (2000, p.103) percepção “é definida como o processo pelo qual um indivíduo seleciona, organiza e interpreta estímulos visando a um quadro significativo e coerente do mundo”. Schiffman e Kanuk (2000, p.103) complementam a conceituação destacando que o estudo da percepção é, sobretudo, “o estudo acerca do que nós inconscientemente adicionamos ou subtraímos dos dados brutos sensoriais para produzir o nosso próprio quadro particular do mundo”. Desta forma, a percepção que os diversos públicos que interagem com uma determinada organização, possuem sobre esta, torna-se fator de sobrevivência e de possibilidade de crescimento. A reputação tem sua origem nos atributos externos que o público imputa a uma organização através das ações desta no transcorrer de um determinado lapso de tempo. Esta imputação está baseada na habilidade em realizar uma atividade repetidamente de forma similar, ou seja, é uma noção histórica que requer consistência, que decorre de quaisquer sinalizações de mercado, inclusive das provenientes de informações fornecidas sem intenção premeditada. Desta forma podemos compreender o quanto o conceito de reputação depende da crença inicial e observação do passado de uma empresa, pois ao fornecer informação acurada, uma empresa pode melhorar sua reputação, mas possivelmente ao custo da diminuição de ganho imediato que teria caso ludibriasse os clientes. Assim, seria preferível uma empresa ter perdas no curto prazo para construir uma reputação de longo prazo, mas que pode aumentar a probabilidade de ganhos no longo prazo. Segundo Fombrun (apud CARO, 2005, p.36) a reputação “desenvolve-se a partir de práticas que buscam modelar a identidade, e sua construção é resultante da integração de percepções de relacionamentos mantidos com pessoas de dentro e de fora da empresa” como, por exemplo, se a empresa é um bom lugar para os empregados, uma boa provedora de produtos para os clientes, um bom investimento para os acionistas e uma boa cidadã para a comunidade. Tavares (1997) afirma que a reputação se desenvolve a partir das práticas permanentes da identidade, ressaltando que sua construção decorre da integração de percepções e de relacionamentos mantidos pela empresa, tanto internas como externamente. A reputação desenvolve-se pelo fluxo de informações de um usuário a outro. Portanto, a transação entre uma determinada entidade e outros elementos deve ter ocorrido para que a reputação se estabeleça. Importância do estudo da Imagem Organizacional: “O conceito de imagem é estreitamente relacionado ao posicionamento de uma empresa” (AAKER, 1998, p.69). O conceito de posicionamento se refere à maneira pela qual a empresa deseja ser percebida por seu mercado-alvo. Segundo Czinkota (2001) um posicionamento efetivo significa definir o que os clientes pensam sobre a empresa; o que o profissional de marketing quer que os clientes pensem sobre a empresa e, finalmente, qual é a estratégia que fará com que a atual imagem seja levada para a desejada. Desta forma, percebe-se que a mensuração da imagem de uma organização é condição sine qua non

2 para o estabelecimento de uma estratégia de posicionamento eficaz. Portanto, os gestores universitários não podem desconsiderar a importância da análise de imagem de suas instituições como parte imprescindível de seus planejamentos estratégicos. A esse respeito, Kotler e Armstrong (2000) ressaltam que muitas universidades privadas, diante das matrículas em declínio e dos preços em alta, estão usando marketing para atrair alunos e recursos. Estão definindo os mercados-alvo, melhorando sua comunicação e promoção e respondendo melhor às necessidades e desejos dos alunos (KOTLER e

2 Indispensável

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ARMSTRONG, 2000, p.85). Landrum et.al.(apud COLOMBO, 2005) ressaltam que numa era de redução de orçamentos e aumento da competição, a imagem de uma universidade deve ser considerada um bem muito precioso na arena competitiva. Nesta mesma perspectiva, Neves (2000, p.51) afirmam que considerando que a imagem de uma instituição de ensino pode significar para alguns a “qualidade” do ensino ofertado, ela poderá, sem dúvida, ser fator decisivo e diferencial na hora da seleção e contratação de um funcionário em uma empresa. Portanto, é de primordial importância que as instituições de ensino dêem especial atenção para a imagem que possuem perante o público. (NEVES, 2000, p.51) Portanto, uma boa imagem de uma organização, há de predispor o consumidor para uma experiência favorável em consumir o produto e todos os esforços devem ser feitos para criar imagem atraente aos olhos do público-alvo. No caso das Instituições de Ensino, essa imagem é fundamental para obter-se qualidade, uma vez que o “cliente” é, ao mesmo tempo, “produto” das mesmas, além de ser agente ativo no processo ensino-aprendizagem. METODOLOGIA: A metodologia da pesquisa num planejamento deve ser entendida como o conjunto detalhado e seqüencial de métodos e técnicas científicas a serem executados ao longo da pesquisa, de tal modo que se consiga atingir os objetivos inicialmente propostos e, ao mesmo tempo, “atender aos critérios de menor custo, maior rapidez, maior eficácia e mais confiabilidade de informação” (BARRETO e HONORATO, 1998, p.86). Existem várias formas de classificar as pesquisas, assim do ponto de vista da sua natureza, a pesquisa utilizada neste estudo é entendida como Aplicada, pois objetiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos, envolvendo verdades e interesses locais. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema pode ser quantitativa ou qualitativa. Os objetivos específicos propostos no presente trabalho implicam na descoberta das relações entre certas variáveis, assim como a tradução de opiniões em números e a analise através de métodos estatísticos, portanto optou-se pela pesquisa quantitativa, uma vez que esta considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las por meio do uso de recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, etc.), As pesquisas podem ser classificadas ainda, segundo seus objetivos gerais, e assim, é possível enquadrá-las em três grupos: exploratórias, descritivas e explicativas. Levando em consideração os objetivos propostos neste trabalho, a pesquisa adotada foi a Descritiva. Segundo Gil (1993), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou então, o estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos, a pesquisa utilizada corresponde a um Levantamento. Para Gil (1993) as pesquisas deste tipo se caracterizam pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. DESENVOLVIMENTO: Definido o tipo de pesquisa a ser utilizado, na seqüência determinou-se o campo da pesquisa. Os levantamentos de modo geral, abrangem um universo de elementos tão grande que torna impossível considerá-los em sua totalidade e por isso, o mais freqüente é se trabalhar com uma amostra. Definiu-se para este trabalho que o universo seria formado pelos 2540 alunos do terceiro ano do ensino médio regular, matriculados na rede pública de ensino da cidade de Foz do Iguaçu no ano de 2007. Para Gil (1993, p.97) “a amostragem nos levantamentos sociais pode assumir formas diversas, em função do tipo de população, de sua extensão e das condições materiais para

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0

a realização da pesquisa”. Talvez o mais importante seja o da amostragem aleatória, que frequentemente é designada por “amostragem aleatória simples” para distinguir de outros planos de amostragem. De acordo com Gil (1993, p. 97) “a amostragem aleatória simples consiste em atribuir a cada elemento do universo um número único para, depois, selecionar alguns desses elementos de maneira casual”. Além da amostragem aleatória simples, há muitos outros planos de amostragem úteis para coligir informação amostral, entre eles está a Amostragem Probabilística também utilizada neste estudo. Os planos de amostragem probabilística são delineados de tal modo que se conhece a probabilidade de todas as combinações possíveis. Em razão disso, pode-se determinar a quantidade de variabilidade amostral numa amostra aleatória. Sob tais condições a amostragem é objetiva, podendo-se obter prontamente uma estimativa do erro amostral. (STEVENSON, 2001, p.166) . Na amostragem probabilística ainda existem outras técnicas para definir planos de amostragem, como a sistemática, estratificada e por conglomerados. Segundo Barbetta (1999), a técnica da amostragem estratificada consiste em dividir a população em subgrupos, que são denominados estratos. A amostragem estratificada pode ainda ser proporcional. Neste caso particular, de acordo com Barbetta (1999), a proporcionalidade do tamanho de cada estrato da população é mantida na amostra, ou seja, se um estrato corresponde a 20% do tamanho da população, ele também deve corresponder a 20% da amostra. O levantamento dos dados para a pesquisa deste trabalho ocorreu entre os dias 06 e 28 do mês de agosto de 2007, com aplicação de 475 questionários. Tamanho da amostra: Para o cálculo da amostra as pesquisadoras utilizaram um erro amostral de 4,15%, aplicado na fórmula proposta por Barbetta (1998):

n0=

Com esta primeira fórmula podê-se encontrar uma primeira aproximação do tamanho da amostra, tornando possível a aplicação da fórmula abaixo, que retornou o tamanho da amostra utilizado no levantamento realizado.

n = ________

N + n0

Em que: N – tamanho (número de elementos) da população; n – tamanho (número de elementos) da amostra; n0 – uma primeira aproximação do tamanho da amostra; E0

20 – erro amostral tolerável.

Substituindo-se os dados na fórmula, obteve-se:

n0 = n =

Como resultado obteve-se uma amostra de 473 alunos. Porém, buscando manter a amostra o mais próximo possível das características reais da população, optou-se por dividir a população em estratos, cada estrato correspondendo a uma região da cidade, resultando em uma amostra de 475 alunos. Este processo foi realizado adotando como base o arquivo disponibilizado no site da prefeitura do município, na qual a cidade é repartida em 11 regiões, especificando quais bairros pertencem a cada uma dessas regiões. Após a definição dos parâmetros que seriam utilizados para esta divisão, agruparam-se os colégios da rede pública dentro de suas respectivas regiões, de acordo com o bairro onde estão localizados.

1

E

N . n0

1

0,04150

2 ≅ 581 2540 . 581

2540 + 581 ≅ 473

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Para levantar a informação do tamanho do universo e conhecer o número de alunos matriculados dentro de cada região, necessários para se calcular a amostra, elegeu-se como fonte de informação o site do Portal Educacional do Estado do Paraná. Esta fonte de pesquisa eletrônica permite o levantamento detalhado e atualizado do número de alunos matriculados por turno em cada um dos colégios da cidade de Foz do Iguaçu. Foram identificados 22 colégios que contam com turmas de alunos concluintes em 10 regiões das 11 regiões da cidade. O cálculo para determinar a amostra por estrato foi realizado de maneira proporcional ao número de alunos por turno, por colégio, e por região. Procedimentos de coleta de dados: Quanto aos procedimentos técnicos, além de caracterizar um levantamento, este trabalho também se enquadra numa pesquisa bibliográfica, que é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Existem, basicamente, dois tipos de dados, os secundários, que são os dados que já se encontram disponíveis, pois já foram objeto de estudo e análise (livros, teses, CDs, etc.), e os primários, representados pelos dados que ainda não sofreram estudo e análise. Para coletar os dados primários, podem-se utilizar: questionário fechado, questionário aberto, formulário, entrevista estruturada ou fechada, entrevista semi-estruturada, entrevista aberta ou livre, entrevista de grupo, discussão de grupo, observação dirigida ou estruturada, observação livre, brainstorming

3, brainwriting

4, etc. Neste trabalho o instrumento de coleta de dados utilizado para fazer o levantamento foi o questionário. Gil (1993) define o mesmo como sendo um conjunto de questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado. Este instrumento basicamente traduz os objetivos específicos da pesquisa em itens bem rígidos que permitem ao pesquisador responder às premissas propostas nos objetivos. Segundo Roesch (1999) o questionário não é apenas um formulário, ou um conjunto de questões listadas sem muita reflexão, o questionário é um instrumento de coleta de dados que busca mensurar alguma coisa. Para tanto, requer esforço intelectual anterior de planejamento, com base na conceituação do problema de pesquisa e do plano de pesquisa, e algumas entrevistas exploratórias preliminares. (ROESCH, 1999, p. 142). O questionário constitui o meio mais rápido e barato de obtenção de informações, além de não exigir treinamento de pessoal e garantir o anonimato dos respondentes. Realização do Pré-teste e Revisão do Questionário: Assim que o questionário foi finalizado foi realizado pré-teste com 9 estudantes que reuniam as mesmas características da população alvo. A revisão foi realizada para evitar o retrabalho e proporcionar maior qualidade à pesquisa. “O pré-teste não visa captar qualquer dos aspectos que constituem os objetivos do levantamento” (GIL, 1993, p.95). Levantamento das informações: A coleta dos dados deu-se por meio da aplicação de um questionário composto por 12 questões, que buscaram responder aos objetivos específicos traçados. Uma vez definida a população, e calculada a amostra, procedeu-se a aplicação do questionário. Devido às dificuldades para a aplicação dos mesmos com apenas o número exato da amostra, as pesquisadoras optaram por aplicá-los com o total de alunos presentes em cada sala de aula, selecionada a critério da supervisão de cada colégio. No procedimento da tabulação, os questionários foram tabulados na ordem em que se apresentavam até ser atingindo o número necessário para atender à amostra. Neste processo foram descartados aqueles considerados nulos, assim como os demais que excediam o número necessário para a amostra. Limitações da pesquisa: Uma das limitações encontradas para a realização do presente estudo foi a falta de material bibliográfico suficiente para a coleta de dados secundários, tratando especificamente do panorama do ensino superior no Brasil, assim com sobre marketing educacional aplicado a realidade nacional, visto que maior parte do material 3O brainstorming (ou "tempestade de idéias") mais que uma técnica de dinâmica de grupo é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade criativa do indivíduo, colocando-a a serviço de seus objetivos. 10 É uma variação do brainstorming, com a diferença essencial de que todas as idéias são escritas, trazendo como conseqüência calma e ordem no processo.

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existente está voltada para a realidade do mercado americano. Apresentação da pesquisa: É a última fase de um levantamento, e nela são apresentados todos os dados devidamente coletados e analisados. Caracterização da empresa: A Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE - é uma universidade mantida pelo poder público Estadual, de ensino público e gratuito, constituída na forma multi-campi, ou seja, sua caracterização como Universidade ocorreu com a união de cinco faculdades isoladas, que a partir da criação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, através da Portaria Ministerial tornaram-se uma única instituição, com normas, regulamentos e regimentos produzidos, regulamentados e regulados por órgãos deliberativos comuns. Análise e interpretação dos dados: O processo de análise dos dados envolve diversos procedimentos como codificação das respostas, tabulação dos dados e cálculos estatísticos. Podem-se calcular médias, porcentagens, examinar os dados para verificar se possuem significância estatística, calcular correlações ou tentar várias formas de análise multivariada, como a regressão múltipla ou a análise fatorial. Estas análises permitem extrair sentido dos dados, ou seja, testar hipóteses, comparar os resultados para vários subgrupos, e assim por diante. (OPPENHEIM apud ROESCH 1999, p. 150) Na presente pesquisa, utilizou-se para análise dos dados cálculos estatísticos, como média, freqüência e porcentagens. Os resultados obtidos são apresentados na seqüência por meio de gráficos e comentários. Inicialmente buscou-se obter os dados gerais relativos ao perfil dos respondentes, tais como sexo e faixa etária dos entrevistados, resultando nos seguintes dados: 55,2% dos entrevistados (262 respondentes) são do sexo feminino e 44,8% entrevistados (213 respondentes) do sexo masculino. Quanto à faixa etária desses entrevistados, os dados obtidos apontam que a grande maioria deles, 78,5% (373 entrevistados), encontra-se na faixa entre os 16 e 18 anos, os que se encontram na faixa entre os 19 e 21 anos representam 15,6% (74 entrevistados), sendo o número de respondentes pertencente às outras faixas etárias menos expressivas. Em uma segunda etapa, depois de identificado o perfil dos entrevistados, buscou-se saber se havia interesse por parte desses alunos em cursar o ensino superior após o termino do ensino médio, e como resultado, encontrou-se que a maioria absoluta desses estudantes, 96,6% (459 entrevistados), tem pretensão de cursar o ensino superior. Quando perguntado a esses estudantes se eles optariam por uma instituição de ensino superior da cidade 90,1% (428 respondentes) apresentaram uma resposta afirmativa, demonstrando uma boa receptividade às instituições locais. A partir deste ponto, procurou-se identificar quais os critérios são tidos como de maior importância para estes alunos, influenciando-os no processo decisório por uma instituição de ensino superior. Os resultados podem ser observados na figura 1, onde dentre os critérios apresentados destacam-se, em primeiro lugar, como o critério mais importante na opinião dos alunos, os cursos oferecidos; seguido dos convênios com o governo / Instituição (Pró-Uni, FIESI, Financiamentos da instituição, Bolsas, etc...); e em terceiro lugar ser uma instituição pública (estadual federal).

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50

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400

Estrutura física

Loca

lizaç

ão

Curso

s oferec

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Boa

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Púb

lica (estad

ual, fede

ral)

Outro m

otivo

Critérios

Motivos que influenciam na escolha de uma IES

Número de resp

otas

Figura 1: Critérios mais importantes para a escolha de uma IES. Questionados se possuíam ou não preferência por uma instituição específica de ensino superior local, 80% (380 respondentes) respondeu afirmativamente, a figura 2 o qual ilustra a preferência relatada pelos entrevistados.

Instituição Preferida

22%

4%

13%

24%

2%

35%

Instituição A Instituição B Instituição C

Instituição D Instituição E UNIOESTE

Figura 2: Instituição local preferida. As questões 7 e 8 referem-se a uma segunda etapa do questionário. Trata-se da análise de familiaridade e favorabilidade das IES’s e são de suma importância para este estudo. Para estabelecer o ponto referente à familiaridade, foi solicitado aos respondentes que escolhessem uma das seguintes situações, que indicam a conscientização pública em relação à instituição: nunca ouvi falar; ouvi falar; conheço um pouco; conheço razoavelmente e conheço muito bem. Para avaliar a familiaridade foi solicitado que os respondentes descrevessem quão favoráveis eram às IES’s, assinalando uma das seguintes situações: muito desfavorável; pouco desfavorável; indiferente; pouco favorável e muito favorável. Para a analise destas questões (7 e 8) foi considerado o proposto por Kotler e Fox (1994), em que somente os respondentes que possuem um determinado nível de conhecimento

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sobre a instituição poderiam opinar sobre a favorabilidade. Desse modo, apenas os respondentes cujas respostas enquadraram-se nos 3 mais altos níveis de conhecimento (conheço um pouco; conheço razoavelmente e conheço muito bem), tiveram suas respostas sobre a favorabilidade consideradas nesta pesquisa. Os números obtidos referentes às questões familiaridade e favorabilidade são apresentados nas Tabelas 1 e 2.

Tabela 1: Resultados da familiaridade.

Tabela 2: Resultados da favorabilidade.

Para poder ponderar a média e obter assim o índice das respostas apresentadas nas tabela 1 e 2, a fim de identificar o posicionamento de cada IES na Matriz, estipulou-se uma escala de -2 a +2 para as opções assinaladas, de acordo com o exposto nas tabelas 3 e 4.

Tabela 3: Cálculo do índice de familiaridade.

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Tabela 4: Cálculo do índice de favorabilidade.

Para melhor visualização dos resultados encontrados na pesquisa, estes são apresentados na Matriz gráfica da figura 3. Na Matriz Familiaridade-Favorabilidade, o eixo X representa a familiaridade, que pode ser alta ou baixa. Enquanto o eixo Y representa a favorabilidade, podendo expressar uma opinião favorável ou desfavorável sobre as IES’s pesquisadas.

Figura 3: Matriz Familiaridade-Favorabilidade – Modelo de Kotler e Fox

Por meio da análise da matriz da Figura 3, pode-se observar algumas características em relação à imagem que as universidades possuem. As duas instituições que se encontram no quadrante 1, considerado o mais positivo da matriz, possuem uma imagem mais favorável (a maioria dos entrevistados as conhecem e gostam delas). As demais instituições pesquisadas encontram-se no quadrante 2, onde a familiaridade é baixa, porém a favorabilidade é alta. Isto acontece porque para a análise da familiaridade das instituições foram consideradas todas as pesquisas, porém para medir a favorabilidade, foram consideradas somente as pesquisas dos respondentes que possuem certo nível de conhecimento sobre as Instituições. Pode-se concluir através desta análise que as IES’s “A”, “B”, “C” e “E” são pouco conhecidas, porém, entre as pessoas que as conhecem, elas possuem imagem favorável, mesmo que em menor nível que as IES’s “D” e a Unioeste. As instituições que se encontram no quadrante 1, como é o caso da Unioeste, devem continuar com suas ações e divulgá-las. A última etapa do questionário foi direcionada a Unioeste, e através de 5 perguntas buscou-se saber se os entrevistados pretendem ou não fazer o vestibular da mesma e quais são os

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motivos que os levam a tomar esta decisão. Na última questão buscou-se avaliar qual é a percepção dos pesquisados com relação à qualidade de ensino, comprometimento com as causas da comunidade, comunicação eficaz de seus objetivos e seriedade e consistência dos atos da Unioeste. Quando questionados sobre a intenção de prestar o vestibular da Unioeste, verificou-se que 72% dos pesquisados (343 respondentes) pretendem fazê-lo. Na seqüência, nas questões 10 e 11, os respondentes foram solicitados justificar a resposta escolhida na questão 9, apresentando os principais que lhes influenciam positiva e negativamente. As seguintes opções de respostas foram apresentadas na questão 10 para justificar os motivos para prestar o vestibular da Unioeste: a) Resido e trabalho nesta região e não tenho como me deslocar para outros centros; b) A UNIOESTE possui o curso que eu desejo cursar; c) O curso pretendido por mim é de reconhecida qualidade; d) Oferece o curso pretendido, em um horário que possibilita que eu possa trabalhar; e) A UNIOESTE oferece um bom número de cursos, permitindo uma escolha; f) O curso pretendido é pouco procurado, o que torna fácil à classificação; g) É uma universidade pública, e atende às condições sócio-econômicas da minha família; h) Outros motivos. Pode-se perceber que o grande diferencial da Unioeste é o fato dela ser uma IES pública, com 233 respostas. O segundo fator que influencia na escolha da mesma é o fato de oferecer o curso desejado pelos respondentes, recebendo 171 respostas, alem de ofertar uma grande variedade de cursos com 113 respostas. A questão 10 apresenta as seguintes opções para os motivos pelos quais eles não prestariam o vestibular da instituição: a) A UNIOESTE não possui o curso que eu desejo cursar; b) Os cursos oferecidos não são de qualidade, ou não contam com a estrutura necessária; c) Oferece o curso pretendido, mas em um horário que me impossibilita trabalhar; d) A concorrência para o curso pretendido por mim é muito alta; e) Sinto-me despreparado para prestar o vestibular da Unioeste; f) A Instituição é má localizada; g) Pela instabilidade Política, por ser uma Instituição Pública. (greves / faltam de professores); h) Não tenho opinião formada. Quando analisadas as respostas apresentadas, destaca-se o fato de que ela não oferecer o curso desejado pelos respondentes. A segunda resposta observada com maior freqüência foi “Não tenho opinião formada”, o que não nos fornece argumentos suficientes para justificar esta decisão. O fato dela ser uma instituição pública e estar sujeita à uma instabilidade política, como greves ou falta de professores foi um dos motivos apresentados por 31,1% dos respondentes que optaram por não fazer o vestibular da Unioeste. A questão número 12 buscou responder um dos objetivos específicos do presente estudo, que consistiu em pesquisar junto aos alunos do último ano do ensino médio regular, matriculados na rede pública de ensino de Foz do Iguaçu, qual é a imagem percebida por eles da Unioeste como Instituição de Ensino Superior. Quanto à percepção relativa à qualidade do ensino obtiveram-se as seguintes porcentagens: 59% ótimo, 39% regular e 2 ruim. Em relação ao comprometimento com a causa da comunidade as porcentagens obtidas foram: 27% ótimo, 66% regular e 7% ruim. Perguntados quanto à comunicação eficaz dos seus objetivos os percentuais foram de: 45% ótimo, 51% regular e 4% ruim. Finalizando a questão, os respondentes foram questionados quanto à seriedade e consistência dos atos da IES, obtendo-se os seguintes percentuais: 51% ótimo, 45% regular e 4% ruim. Através das respostas observou-se que os pesquisados, de maneira geral, têm um bom conceito sobre a qualidade do ensino da Unioeste, porém observou-se também que a comunicação de seus objetivos é considerada ineficaz, assim como o seu envolvimento com a comunidade é percebido como fraco. Com relação à seriedade e consistência de seus atos, a maioria a considera uma instituição coerente com seus princípios.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS: A imagem da Organização fica associada a fatos, episódios, qualidades, defeitos, vantagens, desvantagens, direitos e obrigações. É difícil afirmar que a importância da imagem esteja apenas nos itens citados anteriormente. Mas diante da atual conjuntura do mercado, quando as marcas e nomes tendem a enfraquecer sob o ataque de diversos fatores econômicos e sociais, a imagem torna-se de vital importância à instituição, pois fará a diferença de uma organização para outra no mercado. A construção da MFF, além de ter repassado uma experiência de testar, na prática, a metodologia de mensuração de imagem proposta por FOX e KOTLER (1994), possibilitou observar algumas características da imagem de cada instituição e oferecer sugestões ligadas ao planejamento de comunicação da organização foco do presente estudo. É indiscutível a importância que a mensuração da imagem pode ter no planejamento estratégico de uma instituição de ensino superior. Foi esta premissa que permeou este trabalho e que objetivou a identificação e análise dos fatores relevantes que influenciam o relacionamento da UNIOESTE com um de seus principais públicos. Dado que o mercado de educação tem passado pelas mesmas transformações e desafios dos mercados globais, a implementação de ações de marketing torna-se requisito mandatório para o setor em geral. E a educação pública não está isenta dos mesmos desafios. Cada estudante que se matricula em uma instituição privada de ensino é um estudante a menos na rede pública, o que provoca a sua desqualificação em longo prazo. A análise realizada apontou que a UNIOESTE é considerada uma Instituição de Ensino Superior com Qualidade, ou seja, a reputação dela entre este público em particular é considerada muito boa, e no levantamento foi visto que a grande maioria dos pesquisados a prefere, em detrimento de outras instituições particulares, porém, os mesmos pesquisados levantaram a questão da baixa interação com a comunidade. A UNIOESTE possui cursos de reconhecida qualidade, mas que infelizmente são pouco conhecidos por seu potencial público. O fato de ela ser uma Instituição pública foi apontado como fator de preferência por parte dos pesquisados, o que indica que, ela não precisa de grandes investimentos na área de marketing. Acredita-se que um planejamento estratégico, e ações estruturadas na área de marketing venham contribuir para manter e melhorar o posicionamento dela perante as concorrentes, promovendo desta forma, uma valorização da sua imagem, e contribuindo a manter uma boa reputação no longo prazo. Kotler e Fox (1994) afirmam que a qualidade real de uma instituição é freqüentemente menos importantes que seu prestígio ou reputação de qualidade, uma vez que é sua excelência percebida que, de fato, orienta as decisões dos diversos públicos em relação à opção por seus produtos ou serviços. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: _____________; ARMSTRONG, G. Introdução ao marketing. 4 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000. _____________; FOX, K. A. Marketing Estratégico para Instituições educacionais. São Paulo: Atlas 1994. AAKER, D. A. Marcas: Brand Equity gerenciando o valor da marca. São Paulo: Negócio Editora, 1998. BARBETTA, P. A. Estatística aplicada às Ciências Sociais. 2 ed. Florianópolis: Editora da UFSC, 1998. BARRETO, A. V. P.; HONORATO, C. F. Manual de sobrevivência na selva acadêmica. Rio de Janeiro: Objeto Direto, 1998. CARO, A. Fatores críticos no comportamento do consumidor online: um estudo exploratório. São Paulo: Dissertação de Mestrado, 2005. Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/12/12139/tde-27102005-143216/. Acesso em: 20/06/2007. CARRIERI, A.; CASTRO ALMEIDA, A.L.; FONSECA, E. Imagem Organizacional: Um

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DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL DA EMPRESA NOVA SILK´S CONFECÇÕES E SERIGRAFIA LTDA. – AUDITORIA DE PROCESSOS

MARAISA APARECIDA WEBER¹, ALESSANDRO CREVILARO DE CAMARGO²,

AMARILDO APARECIDO COELHO³ ¹ Bacharel em Administração de Empresas com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] ² Bacharel em Administração de Empresas com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] ³ Bacharel em Administração de Empresas com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]

Área temática: Gestão Estratégica nas Organizações

Apresentado no

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RESUMO: O presente estudo teve por objetivo diagnosticar os problemas (de ordem administrativa) existentes na empresa Nova Silk´s, sendo que ao final do trabalho sugere-se à mesma proposta de adequações quanto a tais problemas identificados. Para tanto, inicialmente realizou-se pesquisa bibliográfica sobre os principais departamentos em que se desdobram uma organização, seja ela de pequeno ou grande porte. Realizou-se também um levantamento sobre a metodologia a ser utilizada quando da fase de análise dos processos. Optou-se, então, pela abordagem de estudo qualitativa. Por outro lado, com relação à análise da imagem da empresa perante seus clientes, optou-se pela abordagem quantitativa de estudo. Assim, tendo sido definido a população de estudo (funcionários e clientes da empresa), pôde-se coletar dados, os quais foram validados pelo processo de tabulação, para então poder-se analisá-los e interpretá-los quanto informações. Por fim, ao final do trabalho relacionou-se o relatório quanto às oportunidades de melhoria dos processos desempenhados atualmente pela empresa. PALAVRAS-CHAVE: Diagnóstico organizacional, Processos administrativos.

ORGANIZACIONAL DIAGNOSIS OF NEW COMPANY'S SILK AND CONFECÇÕES SERIGRAFIA LTDA. - AUDIT OF CASES

ABSTRACT: This study was aimed at diagnosing the problems (of administrative order) at the Nova Silk’s company, in the end of the work there are suggestions and adjustments were proposed for such identified problems. For that, initially took place bibliographic research on the main departments where are the organization, whether it’s small or large. There was a survey about the methodology to be used during the analysis phase. Has been favored, then, the approach of study quality. Furthermore, with respect to the analysis of the image of the company to its customers, opted for the quantitative approach of study. So, having been set the population of (employees and customers of the company), has been collected data, which have been validated by the process of tabulation, it is able to be examine and interpret them as information. Finally, in end of work it was related that the report about the opportunities improvement the processes currently performed by the company that, perhaps, will implement them. KEYWORDS: Organizational diagnosis, Administrative procedures. INTRODUÇÃO: As pequenas empresas operam em todos os setores econômicos, porém diferem enormemente em sua natureza e importância de um setor para outro. Ao se pensar

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sobre sua contribuição econômica, um dos setores mais importantes que podemos destacar é o de serviços e do comércio varejista. Neste âmbito, o ramo de serigrafia se insere como um mercado aberto para novas tecnologias e novos desenvolvimentos, contribuindo economicamente de maneira ímpar. Conforme observação preliminar, o número atual de empresas que atuam no ramo serigráfico na região de Foz do Iguaçu é grande, visto as oportunidades de atuação no setor. Porém, o diferencial existente entre elas é o nível dos recursos tecnológicos e da capacitação dos recursos humanos da organização. Contudo, vale ressaltar que os fatores externos à organização determinam as estratégias a serem adotadas no ambiente interno da mesma, de maneira a atender seu público-alvo, evidenciando que cada organização percebe seu ambiente de maneira diferente e, portanto, adota estratégias que diferem entre si, requerendo níveis diferentes de aplicabilidade dos recursos. Portanto, a presente proposta visa analisar a situação atual da empresa Nova Silk´s Serigrafia e Confecções Ltda., limitando-se à análise interna dos processos com o objetivo de detectar os principais problemas e analisar o nível de comprometimento e conhecimento por parte da gerência quanto aos fatores que influenciam o funcionamento da empresa. Não obstante, paralelamente, desenvolveu-se pesquisa de marketing sobre a empresa, como forma de auxiliar na proposição de melhorias. BASE TEÓRICA: O desafio da globalização e a crescente necessidade estratégica de adaptação ao mercado se apresentam com tal freqüência, consolidando o papel do administrador no desenvolvimento empresarial, cabendo a este transformar as ciências da administração de potencialidade em desempenho. (DRUCKER, 1998, p. 549) “Para fazer isso, ele precisa compreender o que sejam as ciências da administração e o que elas podem conseguir. Precisam compreender as limitações, características que são inerentes às ciências da administração (...). Acima de tudo, porém, ele precisa compreender que as ciências da administração constituem instrumentos de trabalho à disposição do administrador, e não instrumentos à disposição do cientista da administração. E cabe ao administrador direcionar esses instrumentos no rumo das tarefas gerenciais, bem como orientá-los de modo a que prestem contribuições para a solução dos problemas gerenciais. (DRUCKER, 1998, p. 549)”. “As empresas e outros tipos de organizações surgem e desaparecem em função de sua capacidade de administrar dinamicamente seus recursos internos e suas relações com o ambiente”. Portanto, tem-se que as funções gerenciais são de importância ímpar, pois o administrador precisa estar em completa sintonia, tanto com relação ao funcionamento interno do seu negócio (estrutura organizacional) quanto às atividades de seus stakeholders, pois é a partir da excelência em administração que a empresa torna-se mais competitiva. (MAXIMIANO, 2000, p. 176) Assim, o administrador precisa desenvolver habilidades que envolvam o gerenciamento das atividades do processo administrativo (planejar, organizar, dirigir e controlar). Somando-se a esta perspectiva, observa-se que a direção, e/ou liderança, desempenha um papel importante nas organizações, já que trata de ativar as pessoas para atingir os objetivos propostos e proporcionar o sentido de missão, pois envolve conceitos como unidade de comando, centralização e descentralização de poder (delegação), autoridade, responsabilidade, inter-relações entre pessoas e departamentos. Tais conceitos caracterizam a estrutura organizacional que pode ser explicitada por meio de um organograma, observe a figura 1. Todavia, Maximiano (2000, p. 266), ressalta que “um dos principais problemas da administração das organizações encontra-se justamente em definir sua estrutura organizacional”. Neste ponto, as habilidades do administrador, se tornam indispensáveis, posto que “para definir uma estrutura organizacional, é preciso tomar determinadas decisões”. Decisões que devem levar em consideração os vários condicionantes da estrutura organizacional, que são: nível de tecnologia, estratégia, fator humano e ambiente. (MAXIMIANO, 2000, p. 266)

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Figura 1: Organograma. Fonte: MAXIMIANO, 2000, p. 267.

Ao se esboçar o organograma de determinada organização, pode-se verificar possíveis ‘doenças na estrutura’, tais como a falta de formalização organizacional, subordinação múltipla, trincheira de assessores, número exagerado de subordinados diretos, conjugação inadequada de atividades, entre outros; as quais podem ter seu grau de afecção diminuído, levando-se em consideração o disposto por Kotler (1995, p. 39), em que primeiro a administração estabelece metas específicas a serem alcançadas, depois mede seu desempenho no mercado e em seguida avalia as causas das diferenças entre o desempenho esperado e o desempenho real e, por fim, desenvolve ações corretivas para acabar com as lacunas entre as metas e seu desempenho, o que poderá exigir mudança nos programas de ação ou até mesmo uma mudança de metas. Este ciclo de atividades caracteriza o processo de controle que deve ter sua aplicabilidade constante. Veja o esboço:

Figura 2: Processo de controle. Fonte: MAXIMIANO, 2000, p. 457.

Kwasnicka (1995) reforça a importância deste processo: “Efetuar planos e estruturar uma organização não significa que as tarefas serão executadas e os objetivos atingidos. A divisão de tarefas, com a finalidade de aumentar a eficiência operacional necessita ser coordenada para que as pessoas possam executar essas tarefas sem dispersão de recursos e energias necessárias. (...) o fracasso em coordenar adequadamente as atividades em uma organização podem ser observados quando do surgimento de sintomas, tais como: perda de controle, excesso de conflito, falha em competência, responsabilidades negligenciadas e perda de autoridade. (KWASNICKA, 1995, p. 200)”. Mais uma vez, reafirma-se o papel importante que exerce a liderança na organização, uma vez que para se obter um controle adequado é necessário tomar decisões acertadas. Tais decisões, no entanto, dizem respeito à gestão dos vários departamentos de uma grande ou pequena empresa, tais departamentos possuem características singulares que os diferem entre si, uma vez que os processos desempenhados em cada departamento interagem com o ambiente externo em níveis diferentes. “[...] a complexidade do ambiente geral exige e fundamenta a especialização das funções e habilidades necessárias para

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dialogar com o ambiente complexo que envolve as organizações”. (BULGACOV, 1999, p. 19) Assim, é necessário, antes de se iniciar um processo de controle, que sejam analisados os processos desenvolvidos na organização, pois através desta avaliação pode-se redesenhar as estruturas e redimensionar os recursos do trabalho, “visando a seu aperfeiçoamento e à possibilidade da criação de novos processos que visem ao desenvolvimento de todo o sistema”. (BULGACOV, 1999, p. 31) Adiante, discorrerão resumidamente as características de cada departamento que compõem determinada empresa. 1. Administração mercadológica: De acordo com Kotler (1995, p. 33), a análise mercadológica começa com uma verificação completa da situação da empresa onde esta “deve observar mercados e ambientes de marketing a fim de descobrir oportunidades atraentes e evitar ameaças ambientais”; à medida que “é um erro desenvolver um produto e esquecer-se do plano de marketing que o colocará no mercado”. Isto implica em dizer que devem ser desenvolvidos produtos/serviços, a certo preço, por meio de canais de distribuição adequados e os consumidores devem ser informados e persuadidos a adquirir da empresa e não de seus concorrentes. (LONGENECKER, 1997, p. 189) A este conjunto de atividades denomina-se mix de marketing, o qual, de acordo com Kotler (1995, p. 31), consiste em todas as ações da empresa com a intenção de influenciar a demanda do produto. Não obstante, boas informações de mercado são freqüentemente as chaves para a introdução bem-sucedida de um novo produto ou para o posicionamento de outro, podendo ser obtidas por meio de pesquisas de marketing. “Tomar decisões é tarefa especifica do administrador de empresas, ou seja, é a sua área de eficácia. Mas cada dia torna-se mais crítico o processo de tomada de decisões em face do risco e incerteza que a cercam. A decisão é fruto de um julgamento. É escolha entre alternativas (...) e a fonte de alternativas para a tomada de decisão eficaz no marketing é o Sistema de Informações Mercadológicas. (COBRA, 1992, p. 143)”. No entanto, “a disponibilidade de informações de pesquisa de nenhuma forma garante boas decisões de marketing, mas constitui um importante fator”, cabendo ao administrador direcionar o negócio ao alcance das metas organizacionais, por meio da verificação dos ambientes em que se encontra inserida a empresa. (LONGENECKER, 1997, p. 191) 2. Administração de recursos humanos: Segundo Marras (2000, p. 62), o sistema de Administração de RH compõe-se de um conjunto de subsistemas que respondem pelas funções da área de RH, através dos seguintes processos: de agregar (captar e selecionar recursos humanos), aplicar (orientar, modelar o trabalho e avaliar o desempenho), recompensar (benefícios, remuneração, entre outros), desenvolver (treinamento e desenvolvimento das pessoas e da organização), manter (relação entre empregadores e empregados, sistema de higiene, segurança e qualidade de vida do trabalhador na organização) e monitorar pessoas (acompanhar as operações e atividades na organização para garantir que o planejamento seja bem executado e que os objetivos sejam alcançados adequadamente). Desta maneira, o “planejamento estratégico de RH refere-se à maneira como a função de RH pode contribuir para o alcance dos objetivos organizacionais e, simultaneamente, favorecer e incentivar o alcance dos objetivos individuais dos funcionários”. (CHIAVENATO, 2004, p. 75) 3. Administração financeira: Conceitualmente entende-se por finanças como sendo “a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza ou valor total de um negócio”. (GROPPELLI, 2001, p. 3) De acordo com Marion (2006, p. 15), pode-se dizer que só se têm condições de conhecer a situação econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais de análise: Liquidez (Situação Financeira), Rentabilidade (Situação Econômica) e Endividamento (Estrutura de Capital).

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No entanto, para tais análises, a administração financeira utiliza-se dos registros contábeis, a partir dos quais se viabiliza um número grande de informações com relação à gerência financeira de uma empresa, onde o planejamento financeiro ganha destaque no que tange a pequena empresa, já que sem um roteiro, ou mesmo, um curso certo de onde se parte e para onde se quer chegar, a empresa não irá longe. 4. Administração de material: A administração de materiais reflete impacto direto na lucratividade da empresa e na qualidade dos produtos, havendo necessidade de uma gestão com vistas a reduzir estoques, e, por conseguinte os custos, e manter os clientes satisfeitos, por meio da otimização dos processos de entrega dos produtos/serviços. Segundo Martins (2003, p. 23), as principais atribuições da área de materiais são: compras, programação da produção, armazenagem e logística (distribuição física). O administrador, com vistas a aperfeiçoar o gerenciamento de materiais necessitará considerar os objetivos maiores de atuação da empresa, para que todo o sistema de materiais esteja orientado a fornecer suporte ao atendimento das necessidades dos clientes e conseqüentemente atingir um maior nível de lucratividade. 5. Administração da produção: O processo de produção, segundo Longenecker (1997, p. 469), consiste nas atividades necessárias para ‘realizar’ o serviço, ou seja, para desempenhar o trabalho para o qual a empresa foi criada. Tem-se, que o processo operacional ou o processo de produção é que “estabelece o nível de qualidade à medida que um produto é produzido ou um serviço é oferecido”. (LONGENECKER, 1997, p. 470) Isto implica em dizer que se trata de objetivo da Administração da Produção agregar valor ao produto final entregue ao cliente, à medida que este departamento é o responsável pela transformação da matéria-prima em produto acabado. (MARTINS, 2003, p. 5) Não obstante, segundo Corrêa (2006, p. 182), a qualidade é formada durante o processo de produção, sendo assim, as ações em busca da qualidade devem ter como alvo os processos, e não os produtos deles resultantes, devendo tais ações serem simultâneas aos processos. “Estratégia de operações (...) significa olhar para a gestão de operações não de forma reativa e introspectiva (...), mas de forma proativa, contemplando mais fortemente os meios pelos qual a função de operações pode maximizar a realização de seu potencial como contribuinte e mesmo alavancador na obtenção de vantagens competitivas sustentáveis e/ou no atingimento dos objetivos estratégicos da organização em que se insere. (CORRÊA, 2006, p. 54)”. Assim, cabe ao administrador analisar metodicamente a natureza do processo produtivo, os tipos de operações de fabricação, além de uma revisão constante dos processos de controle e manutenção dos processos de produção, para então poder planejar a otimização dos recursos, atingindo, assim, o intuito de satisfazer as expectativas dos clientes e, em conseqüência, aumentarem os lucros da empresa. METODOLOGIA: O objeto de estudo neste trabalho trata-se da empresa Nova Silk’s Confecções e Serigrafia Ltda., localizada no centro da cidade de Foz do Iguaçu, Paraná. O estudo norteia a seguinte problemática: qual a situação atual da empresa Nova Silk’s, considerando os princípios de administração? Esta pesquisa é classificada pela abordagem de caráter qualitativo (estudo descritivo dos processos) e quantitativo (análise da imagem da empresa perante seus clientes), pois segundo Roesch (1999, p. 78), trata-se da abordagem mais apropriada para se orientar determinada pesquisa, quando de sua natureza de avaliação formativa, ou seja, pesquisas que privilegiam o estudo de processos (pesquisa-diagnóstico). A população em avaliação compreende os sete atuais funcionários (incluindo a alta administração) da organização em questão. Já com relação à análise da imagem da empresa, a população em estudo compreende os clientes da empresa Nova Silk´s, que realizaram compra no período de quatro meses, compreendido entre janeiro e abril de 2007. O cálculo da amostra dos elementos que comporão o grupo de estudo, no que diz respeito à análise da imagem da empresa Nova Silk´s, foi determinada por meio de amostragem (não-

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probabilística) por quotas. Para tanto, o número de clientes registrados no período citado foi de 112, dentre os quais se classificou em dois grandes grupos (quotas): Pessoas Físicas (69 clientes) e Pessoas Jurídicas (43 clientes). Os dados primários (pesquisa qualitativa) foram coletados por meio de entrevista semi-estruturada através de pautas previamente elaboradas a partir de estudo exploratório com os funcionários da empresa, além de pesquisa bibliográfica (livros) sobre como realizar um diagnóstico organizacional e entrevista. Por outro lado, à análise da imagem da empresa, foram coletados os dados primários por meio da aplicação de questionários (método de levantamento de campo); pelos seguintes meios: via pessoal (abordagem em local público), via telefone tradicional (entrevista por telefone assistida por computador) e via eletrônica (correio eletrônico) aos clientes da empresa Nova Silk´s. Tendo sido tais clientes abordados no período compreendido entre as datas de 01/05/07 e 01/06/07. Já a fonte de dados secundários utilizado foi o banco de cadastro dos clientes da empresa. Por sua vez, a metodologia de aplicação e estruturação da entrevista deu-se por meio dos parâmetros expostos por Oliveira (2002, p. 161-162) para uma entrevista consistente e de alto grau de validade. De acordo com Roesch (1999, p. 159) a entrevista é a técnica fundamental da pesquisa qualitativa, “seu objetivo primário é entender o significado que os entrevistados atribuem a questões e situações” do desempenho de sua atividade laboral. As respostas foram complementadas pela observação direta dos pesquisadores, o que para Roesch (1999, p. 148) trata-se de uma técnica “muito aplicada ao estudo do trabalho e ao gerenciamento de operações (...), as observações (...) dirigem-se aos indivíduos na situação de trabalho ou a processos de trabalho”. A entrevista foi aplicada por dois entrevistadores que fazem parte do grupo de pesquisa, os quais realizaram anotações das verbalizações espontâneas dos entrevistados. Os pesquisadores foram intencionalmente escolhidos pelo critério de motivação quanto ao alcance das metas pré-estabelecidas para o projeto de pesquisa. Desta maneira, através de muitas conversas informais, que não deixam de ser entrevistas, os pesquisadores puderam coletar um vasto número de informações quanto às práticas administrativas do negócio. É importante relatar que tal facilidade na obtenção de informações deu-se pelo fato de que o subgerente da empresa faz parte do grupo de pesquisa. Contudo, este ficou posicionado, durante a entrevista, como entrevistado. Após a coleta dos dados buscou-se relacionar os conhecimentos obtidos, ou seja, confrontar o conhecimento prático (empírico) com o conhecimento teórico, com vistas a atender aos respectivos objetivos fins deste estudo. DESENVOLVIMENTO: Analisar-se-á a empresa Nova Silk’s segundo seus departamentos. Porém deve-se, de acordo com Lacombe (2003) e Maximiano (2000), iniciar a observância de determinada organização a partir dos princípios (objetivo, metas, missão, políticas) que a regem, considerando, inclusive, como a empresa encontra-se estruturada, para então analisar a perspectiva departamental; levando-se em consideração o entendimento premisso quanto aos princípios de administração (planejar, organizar, dirigir e controlar) e, sua aplicabilidade em termos estratégico, operacional e tático. 1. Estrutura organizacional: A empresa Nova Silk´s é uma micro-empresa de estrutura familiar, portanto, as decisões encontram-se centralizadas na figura do sócio-proprietário (pai), o qual apresenta um perfil de liderança inadequado já que suas decisões desejam e preservam a estabilidade organizacional (incapacidade de adaptação a novas situações, apego às tradições). Observe, na seqüência, a divisão de tarefas adotada atualmente na empresa:

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Tabela 1: Divisão de tarefas na empresa Nova Silk´s.

Proprietário/Gerente Administrativo/Financeiro Atendente/Arte-

Finalista Chefe de produção

- Decisões importantes - Atividades financeiras - Planejamento da

produção - Gerência da

produção - Atendimento - Atividades administrativas - Atendimento Impressor 1

- Vendas - Vendas - Vendas - Impressão e secagem

- Verificação e-mails - Controle de entregas - Orçamentos Impressor 2

- Orçamentos - Orçamentos - Controle de entregas

- Impressão e secagem

- Planejamento da produção

- Planejamento da produção

- Funções de marketing Impressor 3

- Funções de marketing - Funções de marketing - Embalagem do

produto - Solicitação de

materiais - Atendimento - Desenvolvimento arte-final

- Aplicação e recorte de adseivos

O organograma esboçado abaixo configura a disposição da atual estrutura adotada pela organização, podendo-se identificar que existe falta de formalização nos processos administrativos, além de uma conjugação inadequada das atividades, visto que existe sobrecarga de funções (observe Figura 3).

Figura 3: Organograma atual da empresa Nova Silk´s.

Por conseguinte, na figura 4, como sugestão de melhoria, reestrutura-se a organização em termos de funcionalidade dos processos. Para tanto, como forma de facilitar a compreensão desta sugestão elaborou-se um organograma.

Figura 4: Proposição de organograma formal.

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A principal mudança diz respeito aos cargos, pois ao se analisar as atividades desempenhadas atualmente pelo sócio/proprietário e pelo administrativo/financeiro, além do estilo de administração de ambos, destaca-se que existe uma inversão dos papéis em termos de responsabilidade, ou seja, nesta reformulação sugere-se que o sócio/proprietário passe a desempenhar unicamente a função de assessor estratégico, passando as responsabilidades de gerenciamento do negócio ao administrativo/financeiro. Esta proposta se justifica tendo em vista a postura do sócio-proprietário (pai), quem delega ao administrativo/financeiro a coordenação das atividades operacionais da empresa, já que este conhece todo o funcionamento da empresa. Desta maneira, as principais tomadas de decisão recaem sobre o administrativo/financeiro, quem toma para si um excesso de responsabilidades, fazendo com que o processo de controle e planejamento administrativo falhe em vários aspectos, já que a este não sobra tempo para as questões estratégicas de administração do negócio, isto por apresentar um perfil de liderança proativo, que visa mudanças e não somente a subsistência da empresa. Sugere-se também, a contratação de um funcionário para o atendimento aos clientes e organização administrativa, como forma de desafogar os demais colaboradores. Assim, caberá ao administrador/financeiro pelas tomadas de decisões gerencias, à medida que disporá de mais tempo para o planejamento das atividades administravas e financeiras (planejamento, organização, direção e controle), tanto de médio quanto de longo prazo. Por outro lado, quanto aos recursos que a empresa dispõe, estes suprem a atual demanda desta. Quanto ao layout interno da empresa, tem-se outro ponto positivo, pois a distribuição está alocada de maneira a facilitar o fluxo de comunicação entre os colaboradores quanto ao atendimento dos clientes. 2. Setor mercadológico: A análise deste setor engloba duas subdivisões: a análise macro-ambiental e micro-ambiental em que esta última engloba a avaliação do ambiente interno da empresa: clientes (perfil, captação, satisfação e relacionamento), fornecedores e concorrência. 2.1. Macro-ambiente: O mercado de estamparia encontra-se em pleno crescimento, com o advento de novas tecnologias de produção. Assim, tem-se que a situação econômica da região de Foz do Iguaçu tem favorecido a demanda pelos serviços serigráficos (divulgação e uniformização de empresas e de eventos em geral). Contudo, uma das principais restrições sofridas pelo setor serigráfico diz respeito ao ambiente político, já que este apresenta muitas regulamentações que restringem a demanda por materiais, tais como: divulgação (banners) e confecções de camisetas para fins promocionais. 2.2. Micro-ambiente: O mix de marketing compõe esta análise. 2.2.1. Produto: a empresa Nova Silk´s comercializa: camisetas e bonés impressos, adesivos plotados e impressos, banners, faixas, uniformes em geral, transfers, fachadas. De acordo com a pesquisa realizada, observa-se que o produto com maior demanda são as camisetas, em ambos os segmentos de atuação da empresa.

Figura 5: Segmento Pessoa Física. Figura 6: Segmento Pessoa Jurídica. Verifica-se, também, que a alta administração da empresa apresenta o conhecimento de novas técnicas e processos que a tecnologia serigráfica dispõe, por meio de revistas técnicas, e dos fornecedores da empresa. Sugere-se a empresa que além das técnicas de

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adaptação que já realiza, também possa estar fazendo parcerias com seus fornecedores (visitas de consultor técnico de vendas), como meio de a empresa manter-se atualizada quanto às tendências do mercado, assim como demonstrar a utilização das novas tecnologias do processo produtivo e produto final. 2.2.2. Preço: os preços são estabelecidos de acordo com parâmetros pré-determinados, por meio de software gerencial, otimizando o processo. De acordo com pesquisa realizada, nota-se que os clientes estão satisfeitos, de modo geral, em relação aos preços praticados pela empresa.

Figura 6: Segmento Pessoa Física. Figura 7: Segmento Pessoa Jurídica. 2.2.3 Promoção: a empresa apresenta identidade visual padronizada (logomarca e nome fantasia). Também, mantém site da empresa, além de realizar ações de promoção esporadicamente (panfletagem e anúncio em rádio local). De acordo com pesquisa realizada tem-se que os maiores canais pelos quais os clientes tomam conhecimento da empresa são: indicação de terceiros e rádio.

Figura 8: Segmento Pessoa Física. Figura 9: Segmento Pessoa Jurídica. Sugere-se que a empresa planeje ações de promoção focalizadas, ou seja, para o grupo pessoas jurídicas elaborar campanhas de publicidade que possam ser transmitidas via rádio e jornal impresso. Além de utilizar-se de um representante comercial que realize visitas periódicas, como forma de estreitar o relacionamento com o cliente corporativo. Já com relação ao grupo pessoas físicas, sugere-se que a empresa planeje ações promocionais, por meio de anúncios em rádio e televisão local. Além disto, deve-se registrar a marca Silk’s; manter a home page atualizada e realizar pesquisa de retorno quanto aos esforços de marketing. 2.2.4. Praça: a área de atuação da empresa abrange Foz do Iguaçu e cidades vizinhas (Figuras 10 e 11). No entanto, as poucas ações de promoção que a empresa empreende abrangem somente a cidade de Foz do Iguaçu. Assim, sugere-se que a empresa trace uma estratégia de marketing e posicionamento competitivo, focalizando as ações em nichos de mercado.

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Figura 10: Segmento Pessoa Física. Figura 11: Segmento Pessoa Jurídica. 2.3. Análise interna: Este tópico abordará os clientes (perfil, captação, satisfação e relacionamento), os fornecedores e a concorrência em relação à empresa Nova Silk’s. 2.3.1. Clientes: com base na pesquisa realizada, obtiveram-se informações a respeito das principais características dos clientes da empresa Nova Silk’s, sendo abordadas a seguir. 2.3.1.1. Perfil: de acordo com os dados coletados obtiveram-se os seguintes perfis: Tabela 2: Perfil dos clientes da empresa Nova Silk’s. Clientes Pessoa Jurídica Clientes Pessoa Física • Empresas de pequeno porte (67%) • Até 10 funcionários (50%) • Menos de três anos de atuação (61%) • Utilizam produtos serigráficos até 3 vezes

ao ano (51%) • Para: uniformes (46%) • Divulgação (31%) • Fachadas (22%)

• Homens (72%) • Entre 20 e 25 anos de idade (49%) • Funcionários de empresas privadas (55%) • Nível de escolaridade superior incompleto

(61%) • Remuneração até quatro salários mínimos

(72%) • Utilizam produtos serigráficos até três

vezes ao ano (71%) • Para uniformes (48%), divulgação (37%) e

fachadas (14%) 2.3.1.2. Captação: os principais canais de captação de clientes pela empresa Nova Silk’s são: indicação de conhecidos e rádio (Figuras 8 e 9). 2.3.1.3. Nível de satisfação: em um primeiro momento buscou-se identificar, na pesquisa, os principais atributos que influenciam a decisão de compra do cliente e, por conseguinte, qual a opinião do cliente em relação à empresa Nova Silk’s, considerando esses mesmos atributos. Observa-se então o seguinte resultado, de acordo com cada segmento:

Figura 12: Segmento Pessoa Física. Figura 13: Segmento Pessoa Física. Em relação ao segmento Pessoa Física, observa-se que estes levam em consideração, no momento da compra, a qualidade do produto, o preço e o atendimento prestado (nesta ordem de importância). Ao analisar tais aspectos, na visão dos clientes, em relação a

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empresa, estes destacam o atendimento prestado, a qualidade do produto e o preço praticado (Figuras 12 e 13). Por outro lado, em relação ao segmento Pessoa Jurídica, os atributos com maior pontuação são os mesmos, apresentando alteração na ordem de importância, assim: preço, qualidade e atendimento. Levando em conta a empresa obteve-se os maiores percentuais em relação à localização da empresa, à qualidade do produto e ao atendimento (Figuras 14 e 15).

Figura 14: Segmento Pessoa Jurídica. Figura 15: Segmento Pessoa Jurídica. Pode-se, então, a partir da análise dos dados coletados, afirmar que a empresa Nova Silk´s apresenta um nível de atratividade de mercado alto, visto que os percentuais obtidos em relação à avaliação da empresa na visão dos clientes foram todos acima da média. 2.3.1.4 Relacionamento: nível de conhecimento dos clientes em relação aos produtos oferecidos pela empresa Nova Silk’s.

Figura 16: Segmento Pessoa Física. Figura 17: Segmento Pessoa Jurídica. Observa-se que os clientes não conhecem todos os produtos ofertados pela empresa. Sendo esta mais uma justificativa à elaboração de estratégia de marketing, já citada. 2.3.2 Fornecedores: a empresa apresenta dois tipos de fornecedores, os de materiais semi-acabados (camisetas, bonés), com os quais mantém acordo informal de prestação de serviços, e fornecedores de matérias-primas (tintas, emulsões, adesivos, entre outros). Sugere-se a empresa que formalize a prestação de serviços com seus fornecedores. 2.3.3 Concorrência: levando-se em consideração o ramo de atuação da empresa Nova Silk´s, esta apresenta três tipos de concorrentes: diretos (serigrafia têxtil e adesivo), indiretos (indústria têxtil) e informais (produções de ‘fundo de quintal’). No entanto, buscou-se identificar na pesquisa junto aos clientes o nível de conhecimento destes em relação às empresas concorrentes à empresa em estudo (Figura 18 e 19). Observa-se que em ambos os segmentos, os clientes citam a empresa Nova Silk´s em se tratando de atuação no ramo de serigrafia e comunicação visual. Por fim, sugere-se à empresa que, em relação aos concorrentes diretos e indiretos, a empresa adote um posicionamento diferenciado ao atual e faça estudos e pesquisas minuciosas de seus concorrentes, a fim de obter informações em relação a atuação destes. Já em relação aos concorrentes informais, sugere-se que a empresa empreenda campanhas junto a seus próprios clientes, enfatizando o quão importante é para o cliente

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saber a procedência dos produtos usados na empresa e também a importância de estar solicitando a nota fiscal dos serviços prestados. Tal campanha poderá também ser agregada às campanhas publicitárias que a empresa utiliza em rádio, internet e panfletagem. Figura 18: Segmento Pessoa Física. Figura 19: Segmento Pessoa Jurídica. 2.4 Análise da imagem da empresa perante seus clientes: Tendo por entendimento o exposto por Hooley (2005, p. 201), que “[...] o posicionamento se preocupa em compreender como os clientes comparam as ofertas alternativas no mercado, e constrói estratégias que descrevem ao cliente como as ofertas da empresa diferem em atributos importantes daquelas dos concorrentes existentes ou em potencial. (HOOLEY, 2005, p. 201)”. Pode-se, então, a partir da análise geral dos dados coletados, afirmar que a empresa Nova Silk´s apresenta-se, em termos de posicionamento competitivo, com um nível de credibilidade (atratividade de mercado) alto, contudo por não apresentar segmentação de mercado (público-alvo), não apresenta diferenciação dos serviços, o que resulta em um valor amplo defendido pela empresa perante seus clientes. Assim, pode-se afirmar, de acordo com Kotler (1997 apud HOOLEY, 2005, p. 200), que a empresa apresenta um subposicionamento, que ocorre quando os clientes têm somente idéias vagas sobre a empresa/produtos/serviços, e não percebem nada de especial em relação ao mesmo, o produto se torna apenas ‘mais um’. 3. Recursos humanos: Observando as ações de gestão de pessoas que a empresa realiza, nota-se que a mesma apresenta uma padronização nos seus processos seletivos de contratação e orientação. É possível afirmar que a remuneração de seus funcionários é condizente com o praticado no comércio, e que a comunicação entre gerência e funcionários se dá de maneira agradável, porém a empresa falha em não realizar treinamentos periódicos, o que resulta em acomodação da equipe, atrasando o processo de inovação do produto e até na profissionalização dos funcionários. Entretanto, deve-se enfatizar, que a monitoração do desempenho é realizado de maneira informal, pois se observa que quando o candidato é recrutado ao período de experiência, o desenvolvimento dele é analisado somente pelo chefe de produção, sem nenhum critério formal de avaliação do desempenho. Apenas por experiência de tempo de serviço do chefe de produção, o qual pode dar opinião superficial a partir de conceitos pessoais quanto ao desenvolvimento das atividades. Sugere-se então que a empresa adote um planejamento rigoroso em relação à avaliação de desempenho, tal como a adoção de estratégia que avalie o funcionário de acordo com uma freqüência periódica de tempo, a partir das opiniões apresentadas por seu supervisor direto, por seus colegas de trabalho e de outros, como forma de avaliar o conjunto de competências do então avaliado. A esta perspectiva soma-se a necessidade de estabelecimento de metas e objetivos em relação ao nível de produção. Outra sugestão é com relação à necessidade de treinamento da equipe quanto a operacionalização das ferramentas utilizadas pela empresa para sua operacionalização (software gerencial financeiro, planilha de precificação, entre outros).

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4. Setor financeiro: Observa-se que uma das principais ferramentas que a empresa dispõe à gerência deste setor é o software. Por meio do qual pode-se obter informações válidas quanto à tomada de decisão. Contudo, a empresa não utiliza esta ferramenta de maneira adequada, já que os lançamentos não são efetuados contínua e precisamente, o que resulta em um declínio do nível de confiabilidade para com as informações deste sistema. Enfatiza-se ainda que existe a necessidade de uma manutenção e atualização periódica do sistema, o que não vem sendo realizado pela empresa. É importante afirmar que atualmente os lançamentos de dados são feitos apenas pelo sócio-gerente e pelo administrativo-financeiro, sendo que apenas este último recebeu treinamento sobre a operacionalização do sistema. Desta maneira, levando-se em consideração o esboço quanto à reorganização estrutural da empresa, tem-se que o planejamento financeiro da empresa ficará sob responsabilidade do administrativo-financeiro. Contudo, no tocante a lançamentos e, portanto, também operacionalização do sistema a responsabilidade deve ser compartilhada à medida que a centralização de tarefas acarreta em entraves administrativos quando da ausência da pessoa encarregada. Assim, sugere-se que a empresa em invista em treinamento dos colaboradores de maneira que o setor operacional administrativo seja amplamente conhecido por todos o que resultará em maior eficiência e, posteriormente, em um maior número de idéias quanto a uma maior agilidade do processo administrativo. A empresa deve também realizar prontamente um planejamento financeiro de médio e longo prazo com vistas a aperfeiçoar os processos, o que resultará em maior disponibilidade de capital, pois por meio de um controle eficaz podem-se identificar gastos supérfluos ou mesmo excessivos. Ressaltando que existe a necessidade que para o bom desenrolar das atividades da empresa como um todo está apresente um nível mínimo de capital de giro para suas operações. 5. Setor de materiais: Com relação ao processo de compras adotado pela empresa, observa-se que o mesmo apresenta-se eficaz às necessidades atuais da empresa, porém o ponto que necessita ser melhorado é com relação ao controle. Tem-se que o processo de compras depende da análise do nível de estoque. A empresa Nova Silk´s não apresenta atualmente um controle acurado quanto aos níveis de estoque, à medida que este é realizado por simples observação, resultando em contratempos tais como a falta de materiais e gastos maiores quando da aquisição destes em pronta entrega. Sugere-se a empresa que adote software para o controle de estoque. Por meio do qual se possa registrar a entrada de materiais e saída dos mesmos, assim toda vez que o estoque atingir determinado nível, o software comunica a necessidade de realizar novas compras. Quanto à armazenagem dos materiais, a empresa atende às normas exigidas quanto à embalagem e alocação dos produtos. Não obstante, o setor de estoque também foi avaliado. Detectaram-se alguns pontos falhos, sendo o principal com relação à falta de controle de seu nível, uma vez que tal nível vinha sendo determinado por meio de simples observação. Sugere-se que a empresa em curto prazo elabore uma planilha com os principais dados quanto estoque de produtos acabados e semi-acabado, e médio e longo prazo, além de adotar um software gerencial de estoque. Desta maneira, devem-se definir padrões quanto a níveis de estoque dos produtos, o que implica em sistematizar o fluxo de atividades e controle, sendo importante que tais padrões sejam amplamente comunicado à equipe, assim como a operacionalização da planilha e do software. 6. Setor de produção: Inicialmente, observa-se que os equipamentos utilizados no setor de produção da empresa apresentam-se obsoletos, sem manutenção periódica. Ainda que atendam à demanda atual da empresa, sugere-se que esta invista em novos equipamentos como forma de oferecer maior nível de qualidade tecnológica ao produto comercializado. No tocante aos colaboradores que atuam neste setor, tem-se que os mesmos estão capacitados a tal serviço, contudo no que diz respeito à divisão das tarefas o encarregado deste departamento deve redefini-las com vistas a garantir a maior eficiência do setor. Por sua vez, o planejamento da produção adotado atualmente pela empresa segue, assim como outros processos, um controle informal por meio da experiência que o

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administrativo/financeiro e os atendentes da empresa possuem quanto ao tempo de produção necessário a cada solicitação de serviço. Assim, sugere-se à empresa que adote um software que contenha informações quanto a capacidade e tempo de produção, como forma de determinar o tempo necessário à elaboração do serviço, fixando o prazo de entrega do produto. Este software poderá ser utilizado quando do processo de precificação do produto, no quesito mão-de-obra, através do tempo necessário à realização do serviço. No que diz respeito ao layout das operações, enfatiza-se que a partir da reestruturação da empresa, o processo das operações desenvolvidas se tornará mais eficiente à medida que a divisão de tarefas proporcionará uma agilidade maior no atendimento ao cliente e, em conseqüência, o layout das operações deverá ser reavaliado constantemente com vistas a atender às metas determinadas à produção da empresa. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A concepção de pequena empresa, por vezes, remete-nos à banalização da análise detalhada do fluxo dos processos administrativos, devido à falta de conhecimento por parte dos proprietários com relação à necessidade de se planejar e avaliar continuamente as atividades administrativas da empresa. Nesta perspectiva, a empresa Nova Silk´s foi tomada como objeto de estudo. Por meio do diagnóstico organizacional pôde-se verificar que a empresa Nova Silk´s não apresenta uma otimização dos seus recursos devido a não existência de parâmetros administrativos e de controle, quanto ao funcionamento da mesma, destacando ainda, a inexistência de um planejamento estratégico. Para tanto, muitas são as propostas de melhorias sugeridas à empresa. Dentre elas, contudo, a principal é com relação a reestruturação da organização em termos de linha de comando, divisão de tarefas e de responsabilidades, pois de acordo com os dados levantados, a empresa apresenta recursos suficientes ao seu crescimento, contudo não administra de maneira adequada tais recursos. Neste ponto é que se justifica a reestruturação da organização na perspectiva citada acima. Por fim, levando-se em conta que o gerente da empresa em questão faz parte do presente estudo, muitas foram as modificações que, aos poucos, o mesmo foi implementando na empresa e pretende ainda implementar futuramente. Finaliza-se esta contextualização ressaltando o valor da profissão de Administrado de Empresas, principalmente de empresas de pequeno porte, as quais diferem enormemente das empresas de grande porte. Ressalta-se que o maior desafio do Administrador de Empresas encontra-se justamente em criar estratégias que impulsionem a empresa ao sucesso competitivo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BULGACOV, S. (org.). Manual de Gestão Empresarial. São Paulo: Atlas, 1999. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4º Reimpressão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COBRA, M. Administração de Marketing. São Paulo: Atlas, 2º edição, 1992. CORREA, H. L; CORREA, Carlos A. Administração de Produção e Operações: manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 2º ed. São Paulo: Atlas, 2006. DRUCKER, P. F. Introdução à Administração. Tradução de Carlos A Malferrari. São Paulo: Pioneira, 3º edição, 1998. GROPELLI, A A; NIKBAKHT, E. Administração Financeira. Tradução de André Olimpio Mosselman Du Chenoy Castro. 3º ed. São Paulo: Saraiva, 2001. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de Marketing. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos, 7º edição, 1995. KWASNICKA, E. L. Introdução à Administração. 5º ed. São Paulo: Atlas, 1995. LACOMBE, F. J. M.; HEILBORN, G. L. J. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. LONGENECKER, J. G.; MOORE, C. W.; PETTY, J. W. Administração de Pequenas Empresas. Tradução de Maria Lucia G. Rosa e Sidney Stancatti. São Paulo: Makron Books,

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1997. MARION, J. C. Análise das Demonstrações Contábeis: contabilidade empresarial. São Paulo: Atlas, 2006. MARRAS, J. P. Administração de Recursos Humanos: do operacional ao estratégico. 3º ed. São Paulo: Futura, 2000. MARTINS, P. G.; LAUGENI, Fernando Piero. Administração de Produção. São Paulo: Saraiva, 2003. MAXIMIANO, P. Administração de Empresas. São Paulo: Saraiva, 2000. MONTANA, P. J.; CHARNOV, B. H. Administração. Tradução: Robert Brian Taylor. São Paulo: Saraiva, 2001. OLIVEIRA, S. L. Tratado de Metodologia Científica: projetos de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. ROESCH, S. M. A. Projetos de Estágio e de Pesquisa em Administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertações e estudos de caso. 2º ed. São Paulo: Atlas, 1999.

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ESTRATÉGIA DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS NAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

ANDRE FACHIN1; RICARDO FACHIN2; LUCIANO HENRY LOURENCI3; LUCIANO DA COSTA BARZOTTO4.

1 Bacharel em Ciências da Computação, especialista em engenharia de software Consultor SAP. Curitiba – PR, andré[email protected] 2 Engenheiro, Empresário – FH Consultoria. Curitiba - PR, [email protected] 3 Mestrando Administração. Consultor, Professor UDC – Foz do Iguaçu - PR, [email protected] 4 Mestre em Administração. Professora, Farmacêutico – Luanda Angola, [email protected]

Área temática: Gestão de Pessoas

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: O principal objetivo deste trabalho é análise reflexiva sobre a estratégia de condução do processo de captação de pessoas nas micro e pequenas empresas e avaliar os procedimentos adotados pelas referidas organizações no município de Medianeira–PR. Entende-se por captação de recursos humanos o processo de recrutamento e seleção sendo este o conjunto de procedimentos que visa atrair e escolher candidatos para ocupar cargos dentro da organização. Estes processos são de grande importância para o desenvolvimento da empresa, pois através deles é que se definem as potencialidades dos recursos humanos. Utilizando-se da metodologia exploratória e descritiva estudaram-se as 10 (dez) últimas empresas constituídas no município, como instrumento de coleta de dados utilizou-se uma entrevista estruturada com o intuito de identificar os processos adotados na captação de recursos humanos. Os resultados da pesquisa revelaram que as micro e pequenas empresas, em sua maioria não fazem uso de instrumento formais para execução dos processos de captação de recursos humanos. A contribuição desta pesquisa está na análise dos métodos de captação de recursos humanos disponibilizando os resultados obtidos aos empresários com o propósito de repensar a formação dos quadros de recursos humanos das micro e pequenas empresas. PALAVRAS-CHAVE: Captação; Recursos Humanos; Micro e Pequenas Empresas.

STRATEGY FOR ATTRACTING OF HUMAN RESOURCES IN MICRO AND SMALL

ABSTRACT: The main objective of this work is reflective analysis on the strategy of driving the process of attracting people on micro and small enterprises and evaluate the procedures adopted by these organizations in the municipality of Medianeira-PR. It is understood by the capture of human resources for recruitment and selection process which is the set of procedures aimed at attracting and selecting candidates to fill positions within the organization. These processes are of great importance to the development of the company, because through them is that they define the potential of human resources. Using the methodology is exploratory and descriptive study to the 10 (ten) latest companies incorporated in the municipality, as a tool for collecting data used to a structured interview with the aim of identifying the procedures adopted in the capture of human resources. The survey results showed that micro and small enterprises, most of them do not make use of formal instrument for implementation of procedures for the collection of human resources. The contribution of this research is the analysis of the methods of abstraction of human resources to provide the results to entrepreneurs with the intention of rethinking the training for human resources of micro and small enterprises.

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KEYWORDS: Abstraction, Human Resources, Micro and Small Enterprises. INTRODUÇÃO: Um novo enfoque direciona os recursos humanos na empresa, buscando conciliar os objetivos organizacionais com interesses profissionais e pessoais de seus funcionários. Evidencia-se a importância do ambiente da empresa com a observância de uma estrutura organizacional, que proporcione liberdade, autonomia, participação, recursos tecnológicos e materiais, salários e benefícios, suporte da chefia, funcionários qualificados, dentre outras, para que as empresas sejam realmente competitivas segundo as atuais exigências de mercado. As empresas devem buscar no planejamento de recursos humanos, a estruturação do grupo de trabalho a partir de um acompanhamento contínuo dada à complexidade e a natureza mutativa dos ambientes externo e interno que exigem cada vez mais qualificações e certo grau de instrução e escolaridade de seus empregados. A evolução das relações entre o trabalho, trabalhador, produtividade e as estratégias adotadas devem ser variadas e abrangentes, pois, os recursos humanos são vistos como um elemento participativo e um veículo de transformação da organização e dos processos. Nenhum negócio pode existir sem capital e sem recursos humanos, e a quantidade destes recursos pode variar, mas todas as organizações necessitam ter ambos ou deixarão de existir. Portanto, é de extrema importância que se olhe cuidadosamente para esse capital intelectual. Os departamentos de recursos humanos responsabilizam-se pela função de atrair e empregar pessoas, bem como de capacitá-las e gerenciá-las, para que desenvolvam corretamente as atividades. Dutra (1990) atenta para o fato de que a função captação de recursos humanos, enquanto sistema de captação de recursos e de escolha de novos membros na organização, tem sido relegada a um plano secundário, tanto por teóricos como por profissionais que atuam diretamente na área. Considerando as lacunas existentes na gestão de pessoas nas micro e pequenas empresas e a pouca atenção dada à função, é imprescindível um estudo mais acurado sobre a aplicabilidade do processo seletivo nas organizações. Neste novo contexto, dentro do planejamento de recursos humanos, o estudo e a avaliação do processo de captação de recursos humanos são ferramentas importantes para o desenvolvimento organizacional. Desta forma justifica-se o propósito da pesquisa em conhecer e analisar os elementos e fatores que compõem o processo seletivo nas micro e pequenas empresas e sua real aplicabilidade e praticidade na formação do quadro de funcionários. BASE TEÓRICA: Inicialmente é feita uma abordagem da evolução das atividades da área de RH, captação de recursos humanos e a necessidade das micro e pequenas empresas elaborarem um planejamento estratégico para a composição de seus quadros funcionais. Com a evolução da área de RH as atividades se tornaram mais complexas e abrangentes, necessitando de estudo e dedicação mais intensa por parte dos profissionais e especialistas da área. O estudo da evolução da área de RH nos dá uma visão da complexidade da área. O movimento da Administração Científica teve origem nas experiências de Frederick W. Taylor (1856-1915), nos Estados Unidos, e de Henri Fayol (1841-1925), na França. O objetivo fundamental deste movimento era proporcionar fundamentação científica às atividades administrativas, substituindo a improvisação e o empirismo. O taylorismo envolvia uma revolução mental por parte dos empregados e empregadores, que deveriam abandonar a luta pela repartição do produto do trabalho em favor da coordenação de esforços para aumentar esse lucro. Fayol formulou a doutrina administrativa que atribui aos subordinados uma capacidade técnica, que se exprime nos princípios: conhecer, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar, que passou a ser conhecida como fayolismo (GIL, 1994). Henry Ford (1863-1947) também contribuiu para fundamentar a Administração Científica. Ford afirmava que, para diminuir os custos, a produção deveria ser em massa, em grande quantidade e aparelhada com tecnologia capaz de desenvolver ao máximo a produtividade

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dos operários. Afirmava também que o trabalho deveria ser altamente especializado, cada operário realizando uma única tarefa. Além disso, propunha boa remuneração e jornada de trabalho menor para aumentar a produtividade dos operários. O movimento de valorização das relações humanas no trabalho surgiu a partir da constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores psicológicos e sociais na produtividade. As bases desses movimentos foram dadas pelos estudos desenvolvidos pelo psicólogo americano Elton Mayo (1890-1949) com uma experiência pioneira no campo do comportamento humano no trabalho. Seu desenvolvimento veio demonstrar a influência de fatores psicológicos e sociais no produto final do trabalho. Esta experiência e outras que se seguiram vieram ressaltar a importância de fatores psicológicos e sociais na produção. Assim, na década de 60, a Administração de Recursos Humanos passou a substituir as expressões utilizadas nas organizações, como: Administração de Pessoal e Relações Industriais. Gil (2002) comenta, ainda, que a administração de Recursos Humanos surgiu também em decorrência do crescimento das organizações e do aumento da complexidade das tarefas de gestão de pessoal. Através de estudos sobre a valorização das relações humanas no trabalho e do colaborador em si, deram início à valorização do colaborador e das relações humanas. Temas como a comunicação, motivação, liderança e tipos de supervisão passaram a ser também considerados importantes para a Administração de Pessoal. A princípio, as atividades da administração de pessoal eram voltadas ao bem estar social, ao controle de pessoal, à administração salarial e ao recrutamento. O início das atividades de formação sistemática de pessoal caracterizou o período inicial da Administração de Recursos Humanos. (TOLEDO, 1988). A importância das relações humanas passou a ser reconhecida nas organizações de maior porte e complexidade, onde as relações tendiam a ser mais impessoais e cujas conseqüências eram bastante desfavoráveis no campo da administração de pessoal. Assim, podemos dizer que as relações humanas se constituem em um processo de integração de indivíduos numa situação de trabalho, de modo a fazer com que os trabalhadores colaborem com a empresa e até encontrem satisfação de suas necessidades sociais e psicológicas nelas. No período posterior à Segunda Guerra Mundial, houve aumento do poder dos sindicatos de trabalhadores. Isso determinou mudanças significativas na administração de pessoal das empresas orientadas pelo enfoque legal e disciplinar, cujas atividades, até então, restringiam-se às rotinas de pessoal. O movimento das relações industriais expandiu-se a partir da década de 50, em virtude do fortalecimento das organizações sindicais. A partir do movimento de valorização das relações humanas no trabalho, da consciência da importância e da necessidade do colaborador é que surgiram as práticas de recursos humanos como forma de entender e ajudar o colaborador a satisfazer e a atender suas necessidades básicas e também sociais, para, a partir disso, ser ajudado por ele próprio também. (GIL, 2002). A tecnologia é o que rege o mundo dos negócios hoje e segundo Matikainen (2001) a área de recursos humanos é uma das maiores geradoras desinformações. Através da necessidade de passar as informações aos colaboradores que muitas vezes podem estar espalhados por vários estados ou mesmo países é a internet ou até mesmo a intranet que aproximam e facilitam a comunicação, levando a mesma informação a todos os trabalhadores ao mesmo tempo e em tempo real. A tecnologia vem agregando valores às empresas. A sua utilização vem sendo cada vez mais adotada. Ainda segundo Matikainen (2001), a tecnologia na área de recursos humanos permite ainda que as ferramentas gerenciais sejam automatizadas, fazendo com que os dados necessários para medir resultados sejam mais rápidos, seguros e permitam uma avaliação da situação em menos tempo. A tecnologia tem evitado que fatos como deixar as informações soltas, em duplicidade e que ninguém sabe onde foi parar ocorram com

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freqüência. Hoje, dizem ainda, os dados podem ser agregados rapidamente e a resposta para combater o problema também pode ser rápida. Roldán (2001) alerta que grandes investimentos em tecnologia não se pagavam porque as pessoas não utilizavam os sistemas. E que o desafio da tecnologia é passar de sistemas que embora funcionem. Não são utilizados para sistemas que realmente são utilizados pelas pessoas. Por isso, o fator humano deve ser considerado desde o primeiro momento do projeto, tanto nos aspectos vinculados à aceitação da mudança quanto nos vinculados à criação de capacidade para utilizar o novo. Completa ainda, que a tecnologia de hoje é muito fácil de utilizar e não apresenta limites de idade nem de conhecimento, que a barreira não está nas pessoas, à barreira está na capacidade da gerência de conseguir com que as pessoas queiram utilizar. Captação de recursos humanos: O termo captação será trabalhado neste artigo para que se tenha um entendimento amplo acerca dos procedimentos envoltos nas atividades de recrutamento e seleção, no âmbito empresarial, no momento de formação do quadro funcional para início das atividades de nova empresa. No entender de DUTRA (2002), a captação de pessoas pode ser compreendida como toda e qualquer atividade da empresa para encontrar e estabelecer uma relação de trabalho com pessoas capazes de atender a suas necessidades presentes e futuras. A maior parte dos autores trabalha este tipo de movimento de pessoas como recrutamento e seleção. As empresas contemporâneas necessitam revisar periodicamente seus processos de captação de pessoas, pois, do contrário, terão de arcar com os custos gerados em virtude da má condução ou inadequação deste sistema: tempo despendido, demissões em virtude de contratações erradas e outros custos operacionais como, impressos, telefonemas, anúncios em mídia e outros. A captação de pessoas deveria independentemente do ramo de atividade, tamanho ou localização da empresa, priorizar determinados aspectos para adequar-se às diferentes especificidades de cada modelo, a ser idealizado, entretanto; nem sempre é possível ter-se clareza no momento desta definição. Dutra elencou alguns aspectos para serem utilizados na elaboração de um processo de captação nos moldes do século XXI, dentre eles: perfil profissional, perfil comportamental, entregas desejadas, condições de trabalho, condições de desenvolvimento e condições contratuais. Além disso, os responsáveis pelo planejamento do processo deveriam adotar procedimentos que além de melhor aproveitar as fontes de captação, normalmente utilizadas, tais como: indicações, anúncios, banco de dados e outros, deveriam desenvolver suas próprias fontes através de patrocínio de trabalhos e teses, criação de universidades coorporativas e ou cursos técnicos específicos; adequados às necessidades das empresas e de seus participantes. De acordo com Schermerhorn, Hunt e Osbom (1999), o recrutamento começa com o entendimento das posições ou cargos para os quais são necessários indivíduos na organização, estas informações são fornecidas pela análise e descrição de cargo. Depois de definidas as características do cargo é preciso atrair as pessoas qualificadas para que se candidatem aos cargos oferecidos pela empresa. A atividade do subsistema de administração de recursos humanos de captar ou recrutar e selecionar funcionários nas micro e pequenas empresas representam uma característica peculiar para o desenvolvimento favorável das relações humanas no ambiente de trabalho. Nela são geradas oportunidades para desenvolver fortes relacionamentos entre seus membros. Tendo em vista seu relevante papel de geradora de empregos associada ao seu pequeno porte, o empreendedor precisa desenvolver um programa de recursos humanos especifico que seja diretamente aplicável a este tipo de organização. De acordo com GONÇALVES & KROPOVISKI (1995), as pequenas empresas são susceptíveis as mudanças, se adaptam mais rapidamente, devido aos poucos níveis hierárquicos e a simplicidade dos processos produtivos. Ainda se articulam com maior facilidade, permitindo respostas imediatas as influências do ambiente externo. Dentro deste contexto, os programas de recrutamento e seleção se tornam cada vez mais importantes

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para o desenvolvimento dos recursos humanos das empresas, passando a assumir novas atividades e responsabilidades. Para a obtenção de resultados satisfatórios, estes programas devem ser bem elaborados e aplicados respeitando as características próprias de uma pequena empresa (número de funcionários, composição e recomposição de quadros, e o próprio planejamento estratégico da empresa). De acordo com LONGENECKER et al (1997), os incentivos financeiros (horas extras, adicionais e outros) deixaram de ser o único recurso para atrair e motivar os empregados. As pequenas empresas para se tornarem competitivas precisam se integrar às novas políticas de recursos humanos, oferecendo diversos incentivos não financeiros que atraem empregados em funções gerenciais e não-gerenciais, como oferta de cursos de atualização, especialização, reciclagem e gerando oportunidades de cursos regulares para o aumento do nível educacional. Dessa forma, as políticas aplicadas para atrair e motivar os funcionários devem ser revistas. De acordo com KANAANE, (1995), é necessária uma constante avaliação a respeito das atitudes dos indivíduos numa organização, com o objetivo de contribuir para o autodesenvolvimento, desenvolvimento interpessoal e organizacional. Esta reflexão se torna indispensável visto que as maiores mudanças que vem ocorrendo nas empresas estão relacionadas aos seus recursos humanos. Um programa adequado de recursos humanos constitui o passo inicial para uma pequena empresa formar um quadro de funcionários capacitados e atingir o sucesso pretendido (RESNIK, 1990). Contratar as pessoas certas nas funções certas é um fator determinante para atingir o potencial de produtividade e desenvolvimento de qualquer negócio. O pequeno porte de uma empresa cria uma situação singular para a administração de recursos humanos, em particular para a atividade de captação de recursos. De acordo com LONGENECKER et al, (1997), na pequena empresa os recursos adequados para a realização do recrutamento e seleção deve assumir uma forma mais ousada e agressiva, devendo o empregador tomar a iniciativa de procurar e localizar candidatos suficientes e disponíveis no mercado de trabalho para que se faça uma boa escolha. Segundo o autor, as pequenas empresas podem até deixar de fazer alguns trabalhos burocráticos, mas geralmente não escapam das tarefas de recrutamento e seleção, mesmo que seja de maneira informal. O processo de recrutamento e seleção pode ter inicio dentro ou fora da empresa, conforme a importância e a urgência do empresário em conseguir um novo funcionário. Segundo SEBRAE (1999), atualmente, o ideal, é conjugar o recrutamento interno com uma das formas de recrutamento externo, possibilitando uma melhor escolha dos candidatos. Na pequena empresa as fontes de recrutamento mais usadas são: anúncios em jornais locais ou rádio; agências de empregos públicas, particulares, comunitárias ou sindicais; em escolas de diferentes níveis. Para a seleção dos candidatos, as pequenas empresas utilizam métodos bastante simplificados. De acordo com LEITE & CAILLODS (1985), a principal forma de seleção nestas empresas, é a clássica combinação de teste prático mais entrevista sendo que a maioria adota simplesmente o teste prático, ou seja, a demonstração no posto de trabalho do desempenho da tarefa. O objetivo principal do recrutamento e seleção é atrair candidatos talentosos e bem qualificados, constituindo o passo inicial para a saúde de qualquer empresa. Considerando este fato, LONGENECKER et al (1997) sugerem que as pequenas empresas devam estruturar seus ambientes de trabalho de forma mais agradável e atraente, possibilitando que os candidatos aos cargos disponíveis (gerente, técnicos e outros), uma maior identificação de suas vantagens distintas ao assumir posições que ofereçam ascensão e sucesso na empresa. Embora a qualificação dos empregados tenha se tornado fator determinante para o sucesso das empresas e o exercício da função recrutamento e seleção possam parecer uma rotina nas organizações, a realidade dos fatos vem revelando um quadro pouco evoluído desse

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setor nas pequenas empresas. O processo seletivo dessas empresas, com exceção daquelas que trabalham com alta tecnologia, ainda é pouco valorizado e desenvolvido. Recursos humanos na micro e pequena empresa: Durante muito tempo, a administração de recursos humanos foi conhecida como uma área isolada que trabalhava solitariamente, executando apenas serviços rotineiros como folha de pagamento, admissões e demissões de empregados. Funcionava como um órgão eminentemente burocrático, exercendo atividades exclusivamente relacionadas às rotinas de pessoal. Para a empresa, representava o órgão que cuidava dos empregados a fim de evitar problemas legais, e para os empregados representava o órgão da empresa que os controlava e exigia o cumprimento do trabalho. Funcionava como uma grande barreira que separava as pessoas da empresa. A estratégia de recursos humanos que no passado esteve muito voltada para a defesa da postura e do poder, tendo como principais objetivos à manutenção da disciplina e da ordem dos membros da empresa, atualmente assume uma postura de promotora do desempenho coletivo no trabalho, com a importante função de valorizar seus recursos humanos e direcioná-los a um processo de desenvolvimento e inovação de suas capacidades (ALMEIDA, 1993). Este quadro vem evoluindo bastante. Na visão de FARAH & CAVALCANTI (1992), a finalidade essencial da administração de recursos humanos na pequena empresa é promover uma ação integrada de todas as áreas para a obtenção, manutenção o e utilização dos recursos humanos, baseada na política geral de pessoal, permitindo a maior produtividade e satisfação das necessidades materiais e humanas dos empregados. Os recursos humanos são o grande agente neste processo de transformação e evolução organizacional. De acordo com SAVIANI (1994), a participação de cada profissional nos diversos segmentos da organização exercendo funções compatíveis com suas reais habilidades e qualificações parece ser uma tendência também nas micro e pequenas empresas que pretendem se tornar efetivas neste mercado competitivo. METODOLOGIA: A metodologia utilizada para a referida pesquisa teve caráter exploratório e descritivo por ser considerada a mais adequada à natureza e ao objetivo da pesquisa. De acordo com Cervo e Bervian (1996), a pesquisa exploratória tem por objetivo buscar maiores informações sobre determinado assunto em estudo; é recomendável quando há poucos conhecimentos sobre o tema a ser estudado. A pesquisa descritiva se caracteriza por observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando verificar a freqüência de sua ocorrência, a relação e conexão com outros, sua natureza e características. Realizou-se um trabalho de campo junto a dez micro e pequenas empresas que atuam nos setores de serviços, indústria, comércio e transportes. O período de realização deste trabalho compreendeu os meses de abril a maio de 2006, utilizou-se o método qualitativo para a classificação das empresas adotando como indicador a data de fundação das organizações, optando-se pelas dez últimas empresas fundadas no município de Medianeira – PR. A coleta de dados teve como fonte os diretores e coordenadores da área de recursos humanos das empresas envolvidas, utilizando-se as seguintes técnicas: entrevista estruturada, com questionamentos comuns a todas as empresas pesquisadas e observação direta não participante;

• Entrevista: teve por objetivo obter maiores informações sobre a empresa, tamanho, mercado, composição do quadro funcional, informações da área de recursos humanos sobre os métodos de captação de recursos humanos adotados pela empresa na sua constituição;

• Observações, os pesquisadores utilizaram-se das percepções obtidas nas visitas periódicas às empresas pesquisadas, tendo como objetivo visualizar a realidade da micro e pequena empresa com o trabalho executado pelo funcionário (rotina das operações). Buscou-se verificar também, a coerência dos métodos utilizados nos processos de captação de recursos humanos, com a qualificação do funcionário.

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RESULTADOS E DICUSSÃO: Sendo assim, os resultados obtidos na pesquisa são:

R am o de ativ idade

Serviços2 0%

C om ércio30%

Trans po rtes20%

Indús tria30 %

Serv iç os

Indús tr ia

Trans portes

Comérc io

Figura 1: Ramo de atividade das empresas pesquisadas

Conforme ilustrado no gráfico anterior, há uma distribuição proporcional quanto ao ramo de atividade das micro e pequenas empresas pesquisadas, proporcionando uma visão abrangência dos principais setores econômicos do município. Embora as empresa atuem em diferentes setores da economia, encontram-se constituídas por modestas equipes de funcionários, de acordo com os dados a seguir ilustrados.

Número de funcionários

2

3

1 1

3

0

1

2

3

4

1à 5 6 à 10 11 à 15 16 à 20 aima de 21

1à 5

6 à 10

11 à 15

16 à 20

aima de 21

Figura 2: Número de funcionários

Constatou-se, que 80% (oitenta por cento) das empresas pesquisadas possuem mais de seis funcionários, observando que 30% (trinta por cento) possuem mais de 21 funcionários. Confirmando a tendência nacional (divulgada pelo SEBRAE) que as oportunidades de emprego formal estão concentrando-se nas micro e pequenas empresas, justificando-se a importância do estudo em desenvolvimento, visto que os recursos humanos representam um diferencial competitivo e um norteador de sucesso ou fracasso atingido pelas empresas nos primeiros anos de vida.

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Composição do quadro funcional

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Sócios quefazem parte do

quadrofuncional

Outrosfamiliares no

quadrofuncional

Outros familiares no quadrofuncional

Sócios que fazem parte doquadro funcional

Figura 3: Composição do quadro funcional

Observou-se que em todas as empresas os sócios fazem parte do quadro, ou seja, desempenham alguma função dentro da empresa. Quanto ao emprego de outros familiares além dos sócios, constatou-se que em quarenta por cento das empresas, existem pessoas desempenhando alguma função. Quanto às estratégias de captação de recursos humanos visualizou-se que à busca por auxílio de agências de emprego, ocorre em cinqüenta por cento das empresas pesquisadas. Porém as agências utilizadas não são agências especializadas em captação, seleção e treinamento de recursos humanos, mas órgãos governamentais que apenas desempenham o papel de cadastrar as pessoas e encaminhá-las as empresas interessadas, ficando a critério destas empresas o papel de captar e selecionar os recursos humanos de acordo com as técnicas e instrumentos que acreditam ser mais viável. Dentre as fontes de recrutamento, oitenta por cento das empresas pesquisadas, contratam seus colaboradores através de indicações, podendo ser de colaboradores, ou de outras pessoas ligadas à empresa. Observa-se, que a indicação é a fonte mais utilizada para o recrutamento, não havendo nenhum outro critério mais relevante utilizado. Com relação à adequação do perfil do candidato ao cargo disponibilizado pela empresa, apenas vinte por cento das empresas pesquisadas, formalizam aos colaboradores recém contratados, a analise e descrição das ocupações dos cargos e políticas adotadas pela organização. Para que o processo de captação de recursos humanos atinja seu objetivo, que é atrair pessoas para que participem do processo de seleção da empresa, de maneira satisfatória e eficiente, deve-se ter claramente definido qual será a função que o candidato ira exercer, quais as aptidões necessárias para que o mesmo possa disputar esta oportunidade de emprego. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para o fortalecimento das pequenas empresas, uma das primeiras barreiras a ser transposta é a formação dos quadros de funcionários a partir do processo de recrutamento e seleção adequado, pois nesta fase é que se observa o potencial do funcionário, seu perfil para atender os requisitos necessários a funções. Embora pareça fácil identificar os indivíduos que possuam habilidades para o desempenho de tarefas, o preenchimento de cargos é um processo dinâmico e extremamente complexo. O processo de captação de pessoas deve ser revestido de uma atenção toda especial por parte das empresas em geral, haja vista as dificuldades de se captar no mercado de trabalho profissional que atendam as necessidades da empresa em termos de conhecimentos, habilidades e experiências e que aceitem os desafios oferecidos pela contratante, e assim, estabeleçam uma relação de trabalho com oportunidades para ambas as partes. Porém o fato que se observou nas empresas pesquisadas vem de encontro com as afirmações empiricamente discutidas, ficando evidente a não utilização métodos, técnicas e critérios adequados à captação de recursos humanos, nem tampouco a busca de

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assessoria de empresas especializadas que de posse de know how na área, que auxiliariam de maneira eficiente no processo de captação dos recursos humanos, proporcionando às micro e pequenas empresas, o melhor aproveitamento dos recursos financeiros e principalmente humanos. Observou-se à ausência formal da analise e descrição dos cargos, não sendo informado as atribuições dos colaboradores, impossibilitando a esta à correta compreensão de suas funções. Como os recursos humanos são à base do esforço de qualquer empresa no sentido da melhoria, especialmente na área da qualidade, deve-se buscar a integração dos recursos humanos à empresa de forma mais ágil possível, atuando sobre os processos de recrutamento, seleção e realizando os treinamentos necessários para o exercício do cargo. Sendo assim acreditamos que a condução do processo de captação de pessoas deveria recair sobre profissionais administradores ou especializados neste trabalho, pois, os procedimentos subjetivos possuem poucas chances de obterem êxito, fazendo com as empresas tenham menor competitividade no mercado, justamente pela utilização ineficiente de seus recursos humanos, os quais quando utilizados eficientemente são sinônimos de diferencial para as organizações. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ________________. Administração de recursos humanos: um enfoque profissional. São Paulo: Atlas, 2002. ALBUQUERQUE, L.G. Estratégias de recursos humanos e competitividade. Revista de Administração de Empresas (RAE). v.27, n.4, p. 16-29. Out/Dez. (1992). ALENCAR, E.L.S. Desenvolvendo a criatividade nas organizações. O desafio da inovação. Revista de Administração de Empresas. (RAE). V.35, n.6, p.6 - 11. 1975. ANDRADE, M. Metodologia científica. 2ª ed. São, 1996. Atlas, 1992. BERVIAN, P. A. CERVO, A.L. Metodologia Científica. São Paulo. Makron Books. 1996 CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas.Rio de Janeiro: Campus, 1999. CHIAVENATO, Idalberto. Recursos humanos. Edição Compacta. 2. ed. São Paulo, Atlas. 1992 CRAWFORD, R. Na era do capital humano. São Paulo, Atlas. 1995. DUTRA, J. S. A função recrutamento e seleção como Ãngulo privilegiado de análise da gestão de recursos humanos. CONGRESSO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO (ANPAD). 1990.Anais. DUTRA, J. S. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002. FARAH, O. E. CAVALCANTI, M. Empresas Criação & Administração 10.ed. São Paulo, Atica. 1992. FLEURY, M. T.L; FISCHER.R. M. Gestão de pessoas “Os desafios de aproximar a teoria da prática e vice-versa. Revista de Administração, v.33, n.2, p. 90-94, abr/jun. 1998”. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1991. GONÇALVES, A; KOPROWSKI, S. O. Pequena empresa no Brasil. São Paulo, EDUSP. 1995. <http://www.carreiras.empregos.com.br/comunidades/rh/entrevistas/ Acesso em maio. 2006. <http://www.rhbrasil.com.br/entrevistas/recrutamento e seleção.Acesso em maio. 2006. <http://www.angrad.org.br/cientifica/artigos/. Acesso em abril 2006. LAKATOS, E. M. Fundamento de metodologia científica. 2. ed. São Paulo: LONGENEGKER, J. G.; MOORE, C. W. ; PETTY, J. W. Administração de pequenas empresas. São Paulo, Makron Books. 1997 LUCENA, M. D. S. Planejamento de recursos humanos. São Paulo, Atlas. 1995. MARRAS, J. P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. São Paulo: Futura, 2002. MATIKAINEN, E. Tecnología agrega valor? São Paulo: v.9, n.105, set. 2001. MAYNARD, R. How to motivate low-wage workers. Nation's Business, 05 jan. 1997. RICCA, D. N. Da empresa familiar a empresa profissional. São Paulo: CL, 1998.

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ESTUDO DA VIABILIDADE DE IMPLANTAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM LOGÍSTICA INTERNACIONAL COMO VANTAGEM COMPETITIVA PARA A

FRANQUIA PORTOBELLO SHOP DE FOZ DO IGUAÇU-PR

ROGÉRIO DE JESUS TEIXEIRA ARCANJO 1, MARCUS LEONARDO TEIXEIRA

FERNANDES 2, CARLOS HENRIQUE NARDINO

3, ARTUR RICARDO A. M. AREIAS 4

1Estagiário – Itaipu Binacional. Formando em Administração com Habilitação em Marketing Internaciona, UDC, Foz do Iguaçu –

PR, Brasil, [email protected] 2Empresário – Open Portas e Janelas. Formando em Administração com Habilitação em Marketing Internacional, UDC, Foz do

Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 3Empresário – Auto Escola Portal. Formando em Administração com Habilitação em Marketing Internacional, UDC, Foz do

Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 4Estagiário – Itaipu Binacional. Formando em Administração com Habilitação em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu

– PR, Brasil , [email protected]@itaipu

Área temática: Gestão em Comércio Internacional

Apresentado no

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RESUMO: Este trabalho visa identificar a possibilidade de implantar um Planejamento Estratégico em Logística Internacional na franquia da loja Portobello Shop Ltda. através de análises das possibilidades permitidas à franquia, de atuação no exterior, aliado a estudos teóricos da forma de implantação do planejamento estratégico, a fim de obter vantagem competitiva, para entregas de pedidos em Ciudad del Este, no Paraguai, através do canal de exportação já existente na fábrica Portobello S.A. Porém, foi possível observar que é inviável a aplicação do projeto uma vez que a política para as Franquias Portobello limitam sua atuação no Comércio Exterior. PALAVRAS-CHAVE: Planejamento, Logística, Vantagem Competitiva. STUDY FEASIBILITY OF THE DEPLOYMENT OF STRATEGIC PLANNING IN LOGISTICS

INTERNATIONAL COMPETITIVE ADVANTAGE HOW TO SHOP FOR RELIEF PORTOBELLO FOZ DO IGUAÇU-PR

ABSTRACT: This work aims at to identify the possibility to implant a Strategical Planning in the Logistic International in the surmounting of the store Portobello Shop Ltda. through analyses of the possibilities allowed to the surmounting, of performance in the exterior, ally the theoretical studies of the form of implantation of the strategical, similar planning to get competitive advantage, for deliveries of order in Ciudad del This, in Paraguay, through the canal of existing exportation already in the plant Portobello S.A. However, was possible to observe that the application of the project is impracticable a time that the politics for the Portobello Surmountings limits its performance in the Foreign commerce. KEYWORDS: Planning, Logistic, Competitive Advantage. INTRODUÇÃO: O trabalho foi desenvolvido em uma Franquia da Portobello Shop, localizada na Rua Marechal Deodoro, 1180, centro, em Foz do Iguaçu – Paraná, e-mail [email protected], que é uma das 90 franquias ligadas à Portobello Shop S.A. e tem como foco a busca por tendências, novidades, revisão de conceito, criação de soluções e design inovadores, o que resultou na criação, em 1998, da única rede de lojas especializadas em revestimentos cerâmicos no Brasil.

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A Loja em estudo foi criada em outubro de 2004 e conta com diversos serviços, dos quais, será analisada a possibilidade de implantação de um Planejamento Estratégico em Logística Internacional a fim de obter vantagem competitiva na entrega dos produtos aos clientes no Paraguai, através do canal de exportação. Para tanto é necessário saber se é possível implantar um Planejamento Estratégico em Logística Internacional na franquia Portobello Shop, de Foz do Iguaçu, para que possa-se obter maior vantagem competitiva nas entregas realizadas no Paraguai? Visando, por tanto, identificar a possibilidade de implantação do Planejamento Estratégico em Logística Internacional, utilizar-se-a dos seguintes objetivos para nortear a análise:

• Identificar métodos e formas usados para entregas; • Observar a eficiência do sistema logístico da Loja Portobello Shop em entregas no

Paraguai; • Levantar a viabilidade de implantação de um Planejamento Estratégico em Logística

Internacional para otimizar os custos de entregas no Paraguai. • A pesquisa é embasada em referencial teórico e prático, apoiando-se em pesquisa

bibliográfica e questionário dirigido à gerência da loja. O método da observação também é usado como ferramenta para entendimento do cenário atual da empresa.

BASE TEÓRICA: Entende-se por estratégia empresarial segundo Oliveira (1999, p. 27) como “um conjunto de decisões formuladas com o objetivo de orientar o posicionamento da empresa no ambiente” ou ainda como “um caminho, ou maneira, ou ação estabelecida e adequada para alcançar os resultados da empresa, representados por seus objetivos, desafios e metas”. Outro ponto importante é o entendimento do conceito de planejamento, que para Oliveira (2001, p. 35) “pode ser conceituado como um processo desenvolvido para o alcance de uma situação desejada de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa”. Portanto, tem-se, segundo Oliveira (1999, p. 217) que eficiência “é a otimização dos recursos utilizados para a obtenção dos resultados”, e que eficácia “é a contribuição dos resultados obtidos para o alcance dos objetivos da empresa”. De acordo com Bertaglia (2003, p. 67) eficiência é “a quantidade de esforço para se atingir uma meta. Quanto menos esforço for utilizado, mais eficiente será a organização. A eficiência se relaciona mais à natureza interna da operação do que propriamente à organização”. Ele ainda menciona a eficácia “como forma com que a organização atinge suas metas, produzindo resultados esperados”. Para um melhor entendimento da relação entre eficiência e eficácia é possível caracterizá-las da seguinte forma:

Quadro 1: Relação entre Eficiência e Eficácia

Fonte: Oliveira (2001, p. 39).

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Bertaglia (2003, p. 67) aconselha que com relação à eficiência e a eficácia “sempre que possível, os dois conceitos devem ser aplicados simultaneamente nas atividades organizacionais: fazer as coisas certas de forma certa, ou seja, atingir os resultados gastando o mínimo de recurso”. Haverá uma atenção maior na eficiência, uma vez que este é o propósito do artigo. Aliando os conceitos de planejamento e as definições de estratégia, tem-se o planejamento estratégico, que, para Oliveira (1999, p. 42) “é uma metodologia gerencial que permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, visando a maior grau de interação com o ambiente”. Segundo Bertaglia (2003, p. 39) o planejamento estratégico pode ser definido como ”um esforço para produzir decisões que orientarão as ações da organização. Deve ser simples e claro, conter a missão, os princípios, as metas e os objetivos da empresa, e se basear nas premissas e variáveis internas e externas”. De acordo com Oliveira (2001, p. 47): “Planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada”. Segundo Oliveira (1999, p. 42) “o planejamento estratégico deve considerar toda a empresa e não apenas suas partes”, e Oliveira (2001, p. 48) ainda complementam afirmando que: “O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas e internas à empresa e sua evolução esperada. Também considera as premissas básicas que a empresa, como um todo, deve respeitar para que o processo estratégico tenha coerência e sustentação decisória”. Considerando que o foco do trabalho é a Logística Internacional da franquia, é necessário utilizar-se do Planejamento Tático que busca o planejamento de uma parte delineada da empresa, mas não abordam a empresa como um todo e tem a função, segundo Oliveira (1999, p. 43), “de aperfeiçoar determinada área de resultado da empresa, visando a uma situação futura desejada”. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Oliveira (1999, p. 43) esclarece que “cada um dos planejamentos táticos, por sua vez, se subdividem em tantos planejamentos operacionais quanto necessários para o adequado processo administrativo da empresa”, e define planejamento operacional como “a formalização das metodologias de desenvolvimento e para implementação de resultados específicos a serem alcançados pelas áreas funcionais da empresa”.

Figura 1: Exemplos de tipos de planejamento

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Uma ferramenta interessante para ser usada na análise da organização e fornecer uma base concreta para a formulação de um planejamento estratégico coerente e correto é a análise SWOT que visa identificar os pontos fortes e fracos, as oportunidades e ameaças da empresa. Bertaglia (2003, p. 54) plana da seguinte forma: “A SWOT Analysis foi criada por Kenneth Andrews e Roland Christensen, dois professores da Harvard Business School, nos Estados Unidos. É uma ferramenta estratégica que permite estudar a competitividade de uma organização segundo quatro variáveis: forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. Com esta metodologia, é possível identificar as forças e fraquezas da organização, as oportunidades e ameaças do meio ambiente, e o grau de adequação entre elas”. A análise SWOT (strengths, weaknesses, opportunities, threats) é definida por Bertaglia (2003, p. 37) “envolve trabalhos direcionados às análises internas e – forças e fraquezas -, relacionadas às oportunidades e ameaças do ambiente externo em que se compete”. Bertaglia (2003, p. 37) complementa ainda que “as organizações são obrigadas a adotar ações estratégicas para manter as suas forças, eliminar as fraquezas, aliviar as ameaças e capitalizar as oportunidades”.

Estrutura da Análise SWOT

AJUDA ATRAPALHA

INT

ER

NA

Forças Fraquezas

EX

TE

RN

A

Oportunidades Ameaças

Quadro 2: Análise SWOT.

Considerando que o planejamento estratégico será usado para que a empresa consiga melhorar seu processo de entregas, é importante considerar e entender os conceitos de logística. Segundo Bertaglia (2003, p. 275) “o fator logístico é um elemento primordial nas considerações da cadeia de abastecimento e na movimentação de produtos e materiais de um ponto a outro”. Segundo Christopher (2002, p. 02), “logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, peças e produtos acabados (e os fluxos de informações correlatas) através da organização e seus canais de marketing, de modo a poder maximizar as lucratividades presente e futura através do atendimento dos pedidos a baixo custo”. Segundo Christopher (2002, p. 03), vantagem competitiva é “a capacidade de a organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente, e pela sua capacidade de operar a baixo custo, com maior lucro”. Uma observação feita por Christopher apud Porter (2002, p. 9) é que: “A vantagem competitiva não pode ser compreendida olhando-se para uma firma como um todo. Ele deriva das muitas atividades discretas que uma firma desempenha projetando, produzindo, comercializando, entregando e apoiando seu produto. Cada uma dessas atividades pode contribuir para a posição de custo relativo da firma e criar a base para a diferenciação... A cadeia de valor desdobra a firma em suas atividades estrategicamente relevantes, para compreender o comportamento dos custos e as fontes de diferenciação existentes ou potenciais. Uma firma ganha vantagem competitiva executando estas atividades

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estrategicamente importantes de maneira mais barata, ou melhor, do que seus concorrentes”. Para Christopher (2002, p. 9) obter vantagem competitiva em logística, nada mais é do que proporcionar valor para seus clientes desempenhando as atividades de modo mais eficiente do que seus concorrentes ou desempenhando as atividades de forma que crie maior valor percebido pelo comprador. Considerando que planejamento estratégico é um esforço para conseguir decisões que orientarão as ações da organização; e que logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de materiais, produtos acabados através da organização, visando maximizar a lucratividade através do atendimento dos pedidos a baixo custo, observa-se que o planejamento estratégico é de extrema importância para a logística, pois ambas estão intimamente ligados. É fundamental aliar a estratégia competitiva à logística, pois, uma completa a outra de forma a minimizar as possibilidades de erro na tomada de decisão. Um método utilizado para reduzir custos no processo logístico é sistema just in time que se trata de suprir o produto apenas quando for necessário. Quando a confiabilidade das informações sobre a previsibilidade das necessidades dos produtos e seu "lead time" é adequada, os estoques podem-se tornar virtuais, e principalmente quando a confiança no fornecedor é satisfatória. Christopher (2002, p. 161) afirma que o Sistema just in time “baseia-se na simples idéia que, sempre que possível nenhuma atividade deve acontecer num sistema enquanto não houver necessidade dela”. Segundo Christopher (2002, p. 178) o sistema just in time “possibilita que um estoque mínimo seja mantido nas lojas e o custo de transporte seja reduzido através de métodos de consolidação”. Para Christopher (2002, p. 161): “O JIT contrasta com o sistema tradicional de “empurrar”, onde os produtos são fabricados ou montados em lotes, antecipando a demanda, e são posicionados na cadeia de suprimentos como “reguladores” entre as varias funções e entidades”. Um ponto interessante para o estudo da logística é o entendimento dos meios de transporte, que segundo Bertaglia (2003, p. 282) são importantes, pois: “As modalidades estratégicas tomadas para definir qual a modalidade de transporte pode ser utilizada levando-se em conta vários fatores ou características. As modalidades estão vinculadas ao desempenho de cada tipo de transporte no que se relaciona o preço, volume de carga, capacidade, flexibilidade, tempo de demora, terminais de carga e descarga, legislação e regras governamentais”. O transporte principal a ser abordado no artigo será o transporte rodoviário, que é descrito por Bertaglia (2003, p. 283): “O mais independente dos transportes, uma vez que, possibilita movimentar uma grande variedade de materiais para qualquer destino, devido a sua flexibilidade, sendo utilizado para pequenas encomendas, e curtas, medias ou longas distancias, por meio de coletas e entregas ponto a ponto”. METODOLOGIA: A coleta e análise de dados serão feitas através de pesquisa bibliográfica com uso de livros, documentos e outros meios disponíveis. Além disso, serão feitas pesquisas com observações participantes e usando-se de questionário e demais ferramentas que se façam necessárias para atingir os objetivos do mesmo. A pesquisa é um termo muito amplo que possibilita varias definições para o termo. Em linhas gerais, pesquisa é um método de investigação pelo qual o investigador busca desvendar/descobrir solução ou soluções para algum problema em estudo/análise ou busca por novos conhecimentos. Para Barros e Lehfeld (2001, p. 29) “a pesquisa é o esforço dirigido para a aquisição de um determinado conhecimento, que propicia a solução de problemas teóricos, práticos e/ou operativos”.

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Segundo Marconi e Lakatos (1999, p. 17) apud Webster’s International Dictionary definem a pesquisa como sendo “uma indagação minuciosa ou exame critico e exaustivo na procura de fatos e princípios”, e finaliza afirmando que “pesquisar não é apenas procurar a verdade; é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos”. A pesquisa é de fundamental importância para a obtenção de soluções para questões inerentes ao homem e as suas indagações. Para Marconi e Lakatos (1999, p. 18) apud Selltiz “a finalidade da pesquisa cientifica é descobrir respostas para questões, mediante a aplicação de métodos científicos”. Para que a pesquisa atinja seus objetivos com eficiência ela deve apoiar-se em elementos consistentes e possuir uma boa metodologia. Segundo Marconi e Lakatos têm-se as seguintes considerações: “Toda pesquisa deve basear-se em uma teoria, que serve como ponto de partida para a investigação bem sucedida de um problema. A teoria, sendo instrumento de ciência, é utilizada para conceituar os tipos de dados a serem analisados. Para ser válida, deve apoiar-se em fatos observados e provados, resultantes da pesquisa. A pesquisa dos problemas práticos pode levar à descoberta de princípios básicos e, frequentemente, fornece conhecimento que têm aplicação imediata. (1999, p. 19)”. A pesquisa, em uma definição ampla, é a busca focada por determinada aquisição de conhecimento para solução de algum problema. Já pesquisa científica engloba diversos parâmetros que devem ser observados e seguidos no ato de sua utilização. Conforme Ruiz (1996, p. 48) a pesquisa científica “é a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas de metodologia consagradas pela ciência”. Existem varias formas de se classificar os diversos tipos de pesquisa. Gil (2002, p. 41) as classifica em “três grandes grupos: exploratórias, descritivas e explicativas”. Já Vergara (2004, p. 46) classifica as pesquisas em “dois critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios”. Independente da classificação explanar-se-á os diversos métodos e suas respectivas aplicações. Segundo Gil (1999, p. 43) as pesquisas exploratórias “têm como finalidade desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores”. As pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de fornecer uma visão geral do assunto, uma vez que, este tipo de pesquisa é realizado quando o tema é pouco conhecido se tornando difícil formular hipóteses sobre ele. Segundo Gil (1999, p. 44), “as pesquisas deste tipo têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis”. Entre as pesquisas descritivas se destacam aquelas que têm como finalidade estudar as características de um grupo tais como: distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, nível de renda, etc. As pesquisas descritivas em conjunto com as exploratórias são as mais realizadas pelos pesquisadores sociais que se preocupam com a atuação prática. De acordo com Gil (1999, p. 44) as pesquisas explicativas “são aquelas que têm como preocupação central, identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. Uma pesquisa explicativa pode ser a continuação de outra descritiva, posto que a identificação dos fatores que determinam um fenômeno exige que este esteja suficientemente descrito e detalhado. Segundo Gil (1996, p. 48) a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. As fontes bibliográficas são bem variadas e podem ser classificadas em:

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• Livros de leitura corrente; • Livros de referencia (informativa ou remissiva); • Publicações periódicas (jornais e revistas); • Impressos diversos.

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica está em permitir ao pesquisador cobrir uma quantidade muito grande de fenômenos do que aquele que poderia pesquisar diretamente. Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 45) a pesquisa de campo é “aquela utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimento acerca de um problema, para qual se procura uma resposta, ou de hipótese, que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”. De acordo com Gil (1998, p. 67): “A pesquisa documental assemelha-se muito à pesquisa bibliográfica. A diferença essencial entre ambas está na natureza das fontes. Enquanto a pesquisa bibliográfica utiliza-se fundamentalmente das construções dos diversos autores sobre um determinado assunto, a pesquisa documental vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa”. Na visão de Vergara (2004, p. 26) “são algumas questões que se levantam e que deverão ser respondida no estudo. As questões funcionam como um roteiro de pesquisa. Podem substituir a formulação de objetivos intermediários”. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A empresa onde será feita o diagnóstico é a PortoBello Shop Ltda, de razão social Cataratas Comércio de Revestimentos Cerâmicos Ltda., CNPJ 06.577.018/0002-18, atuante no ramo de comércio de revestimento cerâmicos, situada na Rua Marechal Deodoro n.º 1180, Centro, em Foz do Iguaçu - PR, contatos pelo telefone (45) 3523-0808 ou [email protected]. A empresa conta com um grupo de 7 (sete) funcionários alocados cada um em sua respectiva função. Possui uma ampla área particionada em vários ambientes para exposição de seu portfólio, onde o cliente pode visualizar facilmente o tipo de produto que está sendo escolhido, e onde se encontra também as mesas das vendedoras. Conta ainda com 3 (três) salas sendo, uma para gerência, uma para administração e uma para montagem e planejamento de paginações. A loja possui equipamentos de informática e internet em todos computadores para assegurar rapidez e agilidade nos processos de vendas Na área externa à loja encontra-se um grande espaço utilizado como estoque e garagem para o veículo da loja. Os clientes são atraídos através dos benefícios oferecidos pela loja, uma vez que, esta disponibiliza serviços personalizados a seus clientes como vendedoras qualificadas, showroom de exposição, produtos exclusivos e de primeira linha, serviços de paginação e projeto, cortes especiais, alem de que não existe loja especializada da franquia na Tríplice Fronteira. A empresa possui um serviço de treinamento oferecido pela franqueadora que elabora os programas de treinamentos que são aplicados em sua sede em Tijucas/SC, onde esta localizada a fábrica. Este treinamento visa apresentar aos novos colaboradores e clientes desde a extração da matéria-prima na natureza, produção, aplicação, valores e objetivos, cultura organizacional, estratégias de vendas e vantagens competitivas dos produtos oferecidos pela marca, tornando seus vendedores aptos no atendimento e esclarecimento de duvidas dos seus clientes. O showroom de exposição conta com produtos expostos em ambientes montados, onde se pode observar a especificação e o uso de cada material. A Portobello S.A. disponibiliza um portfólio de produtos diferenciados, dos quais são distribuídos através de sua rede de franquias Portobello Shop. Estes produtos oferecidos

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nas franquias credenciadas são de características únicas, não encontradas em outras lojas do ramo. Os designers são exclusivos, o que possibilita ao seu publico alvo a idéia de personalização. A loja Portobello de Foz do Iguaçu oferece serviços de paginação e projetos, que conta com uma profissional de arquitetura que responde pela criação de paginações que possibilita opções para o cliente, tanto de produtos quanto forma de assentamento desses produtos. Contando com estes serviços, os clientes do país vizinho que desejam adquirir produtos Portobello Shop têm opção de comprar na franquia Portobello de Foz do Iguaçu, respeitando as determinações legais e políticas de entrega da empresa. A venda por canal de exportação destina-se exclusivamente à clientes estrangeiros, devidamente documentados, que não residem no Brasil uma vez que esta mercadoria não pode retornar ao país de origem, e que cumpra as exigências legais. A comercialização através do canal de exportação deve ser realizada por intermédio da franquia Portobello mais próxima da localidade onde o pedido será entregue. O foco do trabalho é verificar a possibilidade da implantação de um planejamento estratégico em logística internacional na região da fronteira entre Brasil e Paraguai, mais especificamente entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.

Figura 2: Foto de Satélite da região de fronteira entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este. O meio de transporte mais indicado e utilizado é o transporte rodoviário, devido à acessibilidade e agilidade desse meio para o transporte das cargas. Alem de que, não existe terminais ferroviários e tão pouco hidroviários da região onde são produzidos os revestimentos cerâmicos para a região da tríplice fronteira. O pagamento do pedido é efetuado no ato da compra, à vista, para que não haja riscos referentes ao recebimento dos valores, pois como antes explanado, os clientes deste canal de vendas não moram no Brasil e em caso de inadimplência, o processo de cobrança torna-se extremamente complicado. As taxas aduaneiras e de exportação são pagas no ato da chegada da mercadoria, evitando assim, inadimplência e sonegação de impostos no país exportador. A moeda utilizada para cotação dos produtos exportados é o dólar comercial, onde é feita a conversão desta moeda para o real considerando o câmbio do dia.

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O prazo médio de entrega e desembaraço do tramite da exportação é de aproximadamente 30 dias, considerando que exista produto disponível no estoque da fábrica, e de fatores externos à venda, como, grau de movimentação aduaneira no período. A exportação dos revestimentos também está vinculada à quantidade de produto do pedido, observando se os custos da compra superam seus benefícios. A compra pelo canal de exportação deve possuir um valor mínimo que cubra as despesas da operação. Realizou-se uma entrevista com a gerente da loja Portobello Shop, que está relacionada nos anexos da pesquisa, afim de obter informações úteis ao estudo em questão. Durante entrevista realizada com a gerente da loja verificou-se que a possibilidade de a franquia entregar os pedidos diretamente aos clientes no Paraguai ou qualquer outro país é nula, sendo proibida por lei. Desta forma, o único meio legal para realizar-se a exportação é através das empresas especializadas neste segmento.

Figura 3: Simplificação do processo de venda pelo canal de exportação.

Quem se responsabiliza pelo planejamento estratégico em logística para o canal de exportação é a própria fábrica de pisos, pois é ela que recebe o pedido efetuado pela franquia, organiza os produtos e despacha as mercadorias para as exportadoras cadastradas de acordo com a localidade a ser atendida. A exportadora por sua vez, recebe os produtos, realiza o tramite de exportação e despacha as mercadorias do Porto Seco, passando pela aduana Brasileira e Paraguaia, entregando os produtos para os clientes nas localidades especificadas. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A pesquisa chegou a conclusão de que é inviável elaborar um Planejamento Estratégico em Logística Internacional para a franquia Portobello Shop de Foz do Iguaçu, pois, o processo de exportação dos produtos fabricados pela marca, e seu respectivo transporte, não podem ser realizados pela loja de Foz do Iguaçu. O processo de venda dos produtos Portobello pode ser realizado pela franquia de Foz do Iguaçu, mas o tramite de exportação é realizado pela fabrica, pois esta é uma das determinações políticas da empresa para vendas nos canais de exportação. Uma possível solução observada, através da entrevista realizada com a gerente da loja em questão, é canalizar esforços para obter permissão da fábrica para abertura de uma loja especializada Portobello Shop em Ciudad del Este, afim de aproveitar o potencial do mercado desta região do Paraguai. ANEXO: QUESTIONÁRIO Este questionário foi respondido pela Sr.ª Adriana Espindola, gerente da franquia Portobello Shop.

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Existem lojas especializadas Portobello Shop no Paraguai? Onde? Não, o que existe lá são lojas denominadas multimarcas que revendem produtos Portobello destinados a este tipo de lojas, são produtos com alta qualidade mas que não são exclusivos, ou seja podem ser revendidos em várias lojas na mesma cidade ou região, e não são os mesmos revestimentos vendidos nas Franquias Portobello. A Empresa Portobello já exporta para o Paraguai? Se sim, como é realizada atualmente essa exportação? Sim, a Portobello S/A., possui um canal de exportação responsável por este tipo de operação não só no Paraguai, mas também em vários países da América do Sul e até mesmo nos EUA, onde possui um loja própria. A venda neste caso é realizada através de representantes regionais que se encarregam de todo o procedimento legal no país onde atuam, como por exemplo: cadastro empresas, demonstração do portfólio, assistência técnica, dentre outras atividades relacionadas. Existe alguma pesquisa para verificar o potencial de mercado da região de Ciudad del Este? Sim, pois se trata de uma região estratégica e economicamente privilegiada, portanto com um potencial de consumo para este tipo de produto muito grande, tanto que praticamente todos os importadores de produtos Portobello que estão estabelecidos em Assunção, mantém pontos de venda em Ciudad del Este. Quais são as condições para exportar para o Paraguai? No caso de produtos Portobello, primeiramente é necessário que a empresa conte com uma comercial exportadora idônea e devidamente regulamentada nos órgãos legais e depois essa exportadora deve ser cadastrada na Portobello S/A. onde também terá de preencher alguns requisitos para se cadastrar, posteriormente as operações seguem os trâmites legais obedecendo a legislação em vigor. Quais são as pretensões da franquia de Foz do Iguaçu em Ciudad del Este? Temos a intenção de abrir uma loja especializada em Ciudad del Este para oferecer naquela cidade os produtos e serviços de uma franquia Portobello Shop, uma vez que percebe-se facilmente a falta de uma loja especializada neste segmento, lá os produtos são ofertados de modo rudimentar e as lojas não possuem vendedores especializados e com o devido conhecimento técnico sobre o que estão vendendo, por isso estamos tentando viabilizar a abertura de uma loja com o formato Portobello Shop, pois acreditamos que obteremos sucesso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ABNT. NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. BARROS, A. de J. P. de, LEHFELD, N. A. de S. Projeto de pesquisa: propostas metodológicas. 12. ed. Petrópolis: vozes, 2001. BERTÁGLIA, P. R. Logística de gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia para redução de custos e melhoria dos serviços. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. GIL, A. C. Como elaborar projeto de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996. GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1999. LAKATOS, E. M., MARCONI, M. A. Fundamentos da metodologia científica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1990. MARCONI, M. de A.; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisa, elaboração, análise e interpretação de dados. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999. OLIVEIRA, C. dos S. Metodologia científica, planejamento e técnicas de pesquisa: uma visão holística do conhecimento humano. São Paulo: LTr, 2000.

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OLIVEIRA, D. de P. R. Excelência na administração estratégica: a competitividade para administrar o futuro das empresas. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. OLIVEIRA, D. de P. R. Planejamento estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 16ª ed. São Paulo: Atlas, 2001. PORTOBELLO Shop: institucional. Disponível em: <http://www.portobelloshop.com.br/portugues/institucional/institucional.asp?lk_menu=institucional>. Acessado em: 10 mar. 2008. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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GESTÃO DE CONGRESSOS EVANGÉLICOS EM FOZ DO IGUAÇU - PR

SIMONE CRISTINA PUTRICK¹; JONATHAN PIERRE SARMENTO² 1.Coordenadora da Curso de Turismo, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected] 2. Turismólogo, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]

Área temática: Gestão Integrada

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: Os eventos constituem parte significativa na composição do produto turístico, atendendo intrinsecamente às exigências de mercado em matéria de entretenimento, lazer, conhecimento, descanso e tantas outras motivações. Valorizam os conteúdos locais, tornado-os parte destacada da atração , mas pode também apenas ser constituído por iniciativas fundamentadas num cenário de atendimentos às exigências do mercado consumidor. O presente trabalho apresenta o modelo de gestão adotado na organização do Congresso Evangélico Internacional de Missões - Foz do Iguaçu/ Paraná. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica visando conhecer o conceito de evento, sua prática, viabilidade de realização e de organização. bem como entrevistas com os organizadores e promotores do evento, posteriormente coletou-se informações da ACIM - Associação Cristã Internacional de Missões de Foz do Iguaçu, responsável pelo planejamento das ações voltadas para organização profissional do evento. Identificou-se que o evento acontece anualmente e movimenta grande parte da cadeia produtiva de Foz do Iguaçu, bem como o trade turistico, conta com incentivo financeiro de Instituições Públicas e Privadas, o evento tem como público - alvo os mais de 46 mil evangélicos residentes em Foz do Iguaçu e região. PALAVRAS - CHAVE: Gestão, Evento Religioso, Organização.

MANAGEMENT CONFERENCE EVANGÉLICOS IN FOZ DO IGUAÇU - PR ABSTRACT: The events constitute significant part in the composition of the tourist product, assisting to the market demands as regards to entertainment, leisure, knowledge, rest and so much other motivations. They value the local contents, turned them it leaves outstanding of the attraction, but it is able to be constituted by initiatives also based just in a scenery of attendances to the demands of the consuming market. The present work presents the administration model adopted in the organization of the International Evangelical Congress of Missions - Iguaçu Falls / Paraná. The adopted methodology was the bibliographical research seeking to know the event concept, your practice, accomplishment viability and of organization. as well as glimpses with the organizers and promoters of the event, later it was collected information of ACIM - International Christian Association of Missions of Iguaçu Falls, responsible for the planning of the actions gone back to professional organization of the event. He/she/you identified that the event happens annually and it moves great part of the productive chain of Iguaçu Falls, as well as the tourist trade, counts with financial incentive of Public and Private Institutions, the event has as public - objective the more than 46 thousand evangelical residents in Iguaçu Falls and area. KEYWORDS: Administration, Religious Event, Organization. INTRODUÇÃO: O turismo de eventos é promissor porque a difusão de conhecimento pode ser o tema de uma variedade imensa de eventos, agregando a eles valores, pois sua

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realização pode promover valorizar e preservar patrimônios culturais e naturais da comunidade, valorizando igualmente o ser humano como destinatário do desenvolvimento econômico. No desenvolvimento turístico brasileiro, o turismo de entretenimento e lazer tem passado por reformulações, sendo que o turismo de negócios com ênfase em cultura e eventos encontra em crescimento, tornando-se um dos grandes responsáveis pela movimentação do trade. Segundo Allen et al. (2003), uma grande vantagem do turismo de eventos é poder atrair visitantes na baixa temporada, quando as companhias aéreas e acomodações estão operando com capacidade excedente. Assim, verificam-se benefícios econômicos extras quando os visitantes usam infra-estrutura que, poderia estar ociosa. Getz (1997) apud Allen (2003), descreve de que maneira os eventos podem superar a sazonalidade chamando a atenção para todos os apelos naturais que a baixa temporada apresenta como, por exemplo, os esportes de inverno em oposição aos de verão, alimentos e produtos sazonais, e paisagem ou vida selvagem vista de diferentes locais e sob condições mutáveis, observando também que em muitos destinos os habitantes preferem a baixa temporada para suas próprias celebrações, e estas propiciam eventos de maior autenticidade aos visitantes. Em contrapartida, os gastos dos visitantes, distribuídos entre viagem, acomodação, restaurantes, compras e outros serviços relacionados ao setor de turismo, são apenas uma das maneiras pelas qual a comunidade local pode se beneficiar do evento, pois eles podem impulsionar outras áreas da economia. O setor de construção civil é estimulado pela necessidade de instalações novas ou aprimorado para produzir um evento de grande porte, os empregos e a economia local são estimulados pelos gastos envolvidos na produção de um evento. Fazendo com que a microeconomia circunde e lucre com o mercado de eventos. Cabe lembrar que um evento envolve estratégias para que seja realizado a contento. Exige um planejamento detalhado, liderança, gestão racional de recursos humanos e marketing dinâmico, como base de uma gerência de eventos bem-sucedida. Os congressos evangélicos trazem benefícios para as cidades ou regiões onde são realizados, com vasto campo ainda a ser explorado. Esse segmento incentiva o desenvolvimento socioeconômico local, contribuindo para a geração de empregos, e criação de infra-estrutura que beneficia não só o turista, como a população da cidade. A partir desses conceitos, os congressos religiosos podem ser compreendidos: “Através do conjunto de atividades que são realizadas onde expressam sentimentos como os sonhos, revelações, esperanças, crenças, desejos e temores da mais profunda vontade humana, colocando em prática o uso da fé, que é o firme fundamento das coisas que não se vê potencialidades que procuram à força sobrenatural. Joseph Campbell (1991:49)”. Os congressos têm um papel relevante no desenvolvimento do turismo regional e local, como em Foz do Iguaçu um lugar onde são realizados vários congressos durante o ano, atraindo um número admirável de participantes e rendendo lucros em vários setores da cidade, seu desenvolvimento abrange um amplo e diversificado conjunto de atividades econômicas. Podendo-se destacar o Congresso Evangélico Internacional de Missões CEIM, que é um evento que gera divisas, é realizado anualmente e incrementa a receita global do local-sede. O objetivo deste trabalho é identificar a gestão e para futuramente desenvolver uma proposta de profissionalismo para a sensibilização e divulgação ao público de eventos do segmento evangélico de Foz do Iguaçu, destacando a necessidade de mão de obra qualificada buscando um melhor aproveitamento, utilizando as ferramentas necessárias para a extração de novos recursos e métodos, para captar um público maior e também diferenciado. Sendo um mercado promissor que vem despontando há alguns anos com o crescimento admirável e constante da massa evangélica, um espaço amplo que tem muito a expandir, que traz inúmeros benefícios para uma cidade, como o desenvolvimento de hotéis, restaurantes e comércios no geral, superando as expectativas tanto do publico participante quanto da cidade onde é realizado o evento.

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BASE TEÓRICA: Conceito de eventos - Os eventos especiais desempenham um papel poderoso na sociedade e permeiam os mais diferentes períodos da história da humanidade em todas as culturas. A partir da década de 1980, os governos e o setor corporativo começaram a reconhecer o valor econômico e promocional dos eventos especiais, e em empresas estatais de eventos lançaram um novo nível de suporte financeiro, perfil e profissionalismo. Os termos megaeventos, eventos de marca e eventos de grande porte, são usados para identificar os eventos com larga escala de importância e impacto. Com a contínua expansão e participação corporativa, os eventos estão emergindo como uma nova indústria em expansão capaz de gerar benefícios econômicos e empregos. Segundo Andrade (2002, p.22), pode-se definir como evento o fenômeno multiplicador de negócios, pelo seu potencial de gerar novos fluxos de visitantes, ou ainda, evento é o fenômeno capaz de alterar determinada dinâmica da economia. Essa afirmação confere aos eventos grande complexidade e heterogeneidade no campo do turismo e dos próprios eventos. Os eventos podem acontecer em qualquer época do ano, tornado-se uma atração constante, enquanto o turismo tradicional é mais acentuado nas épocas de férias e de feriados prolongados, incorporando fatores significativos de modismo, por isso deve-se evitar a tentação de buscar sucesso num evento, realizando-o nos momentos em que os índices ocupacionais da indústria turística já estejam em níveis satisfatórios. Para solucionar esse impasse, os organizadores de um evento devem buscar a ajuda de um centro de captação de eventos e de um calendário turístico, pois estes definem claramente a ordenação normativa. É necessário adotar uma postura frente às competições, não apenas para conquistar novos mercados, mas para manter aqueles já conquistados, construindo ofertas para satisfazer desejos e necessidades, esse é o segredo do sucesso. (ANDRADE, 2002) A criação de um evento exige primeiramente a compreensão do ambiente em que este acontecerá. Segundo Allen et al. (2003, p.23), o contexto no qual o evento correrá será a principal determinante para o seu sucesso, fazendo-se necessário identificar os principais participantes – os parceiros, as pessoas e as organizações afetadas por ele. Após a análise da gerência de eventos definem-se os objetivos e o que cada espera ganhar com o evento, e que forças atuando sobre eles afetarão suas respostas ao evento. Essa compreensão do ambiente dará ao gerente de eventos as condições para combinar os elementos criativos conferindo um formato e um tratamento no sentido de obter os melhores resultados para o evento. Cabe lembrar que com o crescente envolvimento de governos e do setor corporativo, os eventos agora precisam atender a uma multiplicidade de agendas. O gerente de eventos bem-sucedido precisa ser capaz de identificar e gerenciar uma série variada de expectativas de parceiros. Os parceiros principais são as organizações anfitriã, que está produzindo um evento específico, e a comunidade local, incluindo as variadas autoridades públicas cujo suporte será necessário. Tanto os patrocinadores quanto a mídia se constituem em associados importantes, que podem trazer relevantes contribuições para um evento em termos de apoio e recursos, além de seu patrocínio formal e da cobertura nos meios de comunicação. A visão e a filosofia de um evento devem ser compartilhadas por colegas de trabalho na equipe do evento, e a contribuição de cada um deles deve ser considerada e tratada como importante. Os espectadores e participantes que efetivamente decidem se o evento será considerado um sucesso ou não, é indispensável cativar suas emoções. Após identificar os objetivos e os recursos para a realização do evento, parte-se para compartilhar as idéias com os parceiros a fim de que se adquira uma visão comum que possa ser concebida e comunicada, pois não existem eventos criados por uma pessoa só, e o sucesso dependerá sempre do esforço coletivo de uma equipe. (ALLEN et al. 2003) Organização de eventos: incumbência do profissional de turismo - Organizar um evento é a parte mais complexa do processo de preparação e montagem do mesmo,

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exigindo condições de comando do profissional responsável pelo projeto para coordenar e controlar todas as suas etapas, que deve ter como princípios a definição de objetivos, a escolha e seleção do público que se deseja atingir, as estratégias que se pretende adotar, definição dos apoios necessários e a proposta orçamentária. Essa organização depende de apoio operacional, logístico, pessoal e externo para agilizar as suas ações e atingir os resultados desejados. (MEIRELLES, 1999). O Profissional de turismo em eventos ou em qualquer outra área de atuação do meio turístico tem para si uma responsabilidade de suma importância onde o principal objetivo é a felicidade das pessoas, despertando vários tipos de sentimentos. Portanto, a satisfação do turista é essencial para o sucesso de qualquer empreendimento ou atuação. As grandes oportunidades de sucesso irão aparecer para os profissionais que forem conscientes desta importante tarefa. Para uma atuação eficaz além da competência, o profissional de eventos terá que ter algumas qualidades pessoais e profissionais necessárias para o bom desempenho do seu trabalho como: habilidades gerais para usar informações e programar soluções para os problemas que surgirem, dominar a tecnologia para a atividade proposta, selecionar informações importantes, reconhecer problemas e identificar oportunidades para promover inovações, além de determinação, criatividade, visão, disposição, confiança em si mesmo e em suas idéias para sempre procurar inovar os seus métodos, com paciência e preparação apropriada. (ANDRADE, 2002) A formação superior em turismo proporciona oportunidade de profissionalizar e especializar-se, garantindo uma atuação do individuo em vários segmentos de mercado. Pois o turismólogo a cada dia descobre novos segmentos e não fica se prendendo tanto às áreas tradicionais para a atuação no mercado, buscando sempre um diferencial inovador, procurando aprimorar e atualizar seus métodos de trabalho, pois a atualização é extremamente importante devido a grande concorrência que existe. Ex: em eventos não basta apenas ter uma empresa que atende um mercado especifico de clientes como no formato congresso, e sim empresas que tem estrutura para atender e organizar vários tipos de eventos como feiras, exposições, palestras em mini e mega-eventos de caráter nacional, regional, e internacional ou similar, pois a evolução nos leva a competitividade e os diversos segmentos do meio turístico, com isso aumentando a necessidade de pessoas qualificadas, ou seja, profissionais especializados possuidores de uma cultura condizente, uma força de trabalho adequadamente correta. (MANGABEIRA, 1988) Os países buscam cada vez mais, inúmeras formas para atrair a demanda turística, desenvolvendo estratégias competitivas de baixo custo com diferenciação de produtos, que proporcionara ao bacharel atuar numa ampla gama de atividades, expandindo seu horizonte profissional. A atuação na área se enquadra no contexto da profissão do futuro cujos fundamentos foram estabelecidos pelo governo federal nos anos de 1971, quando foi instituído o curso superior de turismo no Brasil, este ato revelou o desejo da sociedade brasileira de desenvolver o turismo de forma planejada, estimulando a formação de acadêmicos profissionais destinados a atuar nos diversos campos do sistema de turismo, trata-se de uma atividade que tem suma importância e grande necessidade social inquestionáveis. O interesse crescente pela profissão é o indicador das perspectivas que se apresentam, em um mundo no qual o lazer passa a ser uma dimensão fundamental da qualidade de vida, sendo uma profissão jovem que não é recomendado estabelecer mecanismos que inibam a visão do profissional, o deixando a vontade para criar novos caminhos expandindo sua visão de mercado, no entanto prudente que se estabeleçam alguns princípios que orientem o desenvolvimento da profissão no processo de construção de uma sociedade na pratica de princípios éticos universalmente aceitos, pois sua prática deve considerar necessariamente o aproveitamento racional dos recursos naturais e culturais nos processos de planejamento, produção e consumo dos produtos turísticos. (ALBERNAZ, 1988) Segmentação de eventos: O turismo está relacionado com viagens, porem não são todas as viagens que são consideradas como turismo, a OMT define turismo como o

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deslocamento para fora do seu local de residência por período superior a 24 horas e inferior a 60 dias motivados por razões não-econômicas. Tal definição serve para padronizar o conceito de turismo nos diversos países membros desta organização, turismo na conceituação tradicional é aquele que viaja com o objetivo de lazer, se divertir ou descansar. Já em 1954 a Organização das Nações Unidas – ONU adotou um conceito de turista como, toda a pessoa sem distinção de raça, sexo, língua e religião, que ingresse no território de uma localidade diversa daquela em que tem residência habitual e nela permaneça pelo prazo mínimo de 24 horas e máximo de seis meses, no período de 12 meses, com finalidade de turismo, recreio, esporte, saúde, motivos familiares, estudos, peregrinações religiosas ou negócios, mas sem propósito de imigração. De acordo com a direção do fluxo turístico o turismo pode ser classificado como turismo emissivo, que tem o fluxo de saída de turista que reside em uma determinada localidade ou turismo receptivo que tem o fluxo de entrada de turistas. O mercado é constituído por um conjunto de consumidores e pela oferta de produtos turísticos, alguns profissionais definem o mercado como um conjunto de compradores de um determinado produto. Segundo Kotler (1998, pág.75) “o mercado consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham de uma necessidade ou desejo especifico dispostos a fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo”, esse conceito levou a criação do termo “Indústria do turismo”. Como se vê, em todos os inter-relacionamentos entre os mercados encontra-se a troca de dinheiro, fazendo com que a dinâmica do mercado seja o preço, pois o mercado depende da demanda e da oferta, a demanda turística é influenciada por vários fatores, preço dos produtos, produtos concorrentes, produtos complementares, renda disponibilidade de tempo livre, condições climáticas como catástrofes naturais. Alguns elementos de mercado se mostram oligopolizados como é o caso do transporte aéreo que é dominado por algumas companhias, em outros casos o mercado é monopolista um produto turístico como o Vaticano procurado por turistas do mundo todo possui um único fornecedor que é a igreja católica. Mas para saber a forma mais correta e ideal do mercado é pela sua segmentação, ou seja, dividir o mercado em grupos homogêneo de compradores. Segundo Kotler (1996), os mercados são formados por compradores que diferem entre si em um ou mais aspectos podendo ser um termo de desejo, poder de compra, localização, atitudes, praticas de compra etc. Sendo que as variáveis de segmentação seriam as geográficas, as demográficas, psicográficas e as comportamentais, quanto às variáveis geográficas os mercados podem ser classificados tanto no ponto de vista da demanda quanto da oferta, a partir dessa diversidade de critérios de segmentação do mercado pode-se identificar alguns segmentos: a) Idade: Turismo Infantil, Juvenil, de meia Idade e de Terceira Idade. b) Nível de renda: Turismo Popular, de Classe Média e de Luxo. c) Meio de transporte: Turismo Aéreo, Rodoviário, Ferroviário, Marítimo e Fluvial. d) Duração da Permanência: Turismo de Curta Duração, Média Duração e Longa Duração. e) Distancia do Mercado Consumidor: Turismo Local, Regional, Nacional, Continental, e

intercontinental. f) Tipo de Grupo: Turismo Individual, de casais, de Famílias, e de Grupos. g) Sentido do Fluxo Turístico: Turismo Emissivo e Receptivo. h) Condição Geográfica da Destinação Turística: Turismo de Praia, montanha, Campo e

Neve. i) Aspecto Cultural: Turismo Étnico, religioso, Histórico. j) Grau de Urbanização da Destinação Turística: Turismo de Grandes Metrópoles, de

Pequenas Cidades, Rural e de áreas Naturais. k) Motivação da Viagem: Turismo de Negócio, Eventos, Lazer, Saúde, Educacional,

Aventura, Esportivo e de Pesca. (IGNARRA (1989) apud CASTELLI (1991, p. 82)).

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Estes segmentos não esgotam a possibilidade de tipos de turismo, os critérios de segmentação possa se cruzar criando partes menores de segmento. Quando o segmento de mercado é bem definido atingindo um publico especifico ocorre o nicho de mercado. Um exemplo de nicho de mercado é o turismo de admiradores de pássaros, pessoas que viajam para lugares inusitados apenas para fotografar espécies raras, existem outros que viajam com o objetivo de provar a gastronomia típica de cada região, outros procuram os melhores lugares para a pratica do mergulho, ou aqueles que procuram as maiores ondas para surfar, ou as mais difíceis montanhas para escalar, sendo assim alcançando seu público e obtendo sucesso, fazendo com que seus clientes encontrem satisfação nos serviços prestados. Gestão de eventos evangélicos - O crescimento das comunidades evangélicas no mundo traz consigo a necessidade de promover eventos que contribuam para a confirmação da fé propagada pelas diferentes igrejas que congregam o cristianismo. Daí, o surgimento de eventos organizados sob a forma de congressos religiosos, de marchas, ou simplesmente de missões que promovem a evangelização cristã. Cada movimento tem organização e objetivo específico, mas que apresentam um mesmo fim, o convite aos seres humanos para uma reflexão sobre a criação e o relacionamento íntimo com Deus, quer seja louvando e agradecendo, quer seja evangelizando através de reflexões bíblicas, ou simplesmente multiplicando ações de caridade a exemplo de Cristo. Congresso evangélico internacional - O movimento dos Gideões Missionários é também um dos movimentos de evangelização cristã que culmina com um evento anual de grandes proporções na cidade de Camboriú em Santa Catarina. Os Gideões Missionários não resumem seu trabalho a apenas um evento anual, mas se apresenta como um movimento de envio de missionários para evangelização e pregação da palavra, nos mais diversos lugares do mundo, onde já exista um movimento, e onde ainda não há igrejas e nem tenha sido dar a conhecer o evangelho cristão, como: tribos indígenas, ilhas, locais distantes, populações ribeirinhas, etc. Uma característica dos Gideões é que em cada local aonde chegam para evangelizar procuram se colocar a serviço da igreja que já esteja congregando no local, independente de que nome ou linha filosófica esteja seguindo, pois os Gideões possuem apenas a filosofia de evangelizar e levar a Palavra de Deus, onde quer que estejam. Uma das ações concretas desse movimento de evangelização é a doação de Bíblias em escolas, hospitais, hotéis e outros lugares de intensa movimentação de pessoas, é uma técnica para propiciar alento aos que sofrem esperança e ainda, de proporcionar o conhecimento da Palavra de Deus às pessoas que não a conhecem. METODOLOGIA: Esta pesquisa enquadra-se no método de qualitativa de natureza exploratório-descritiva. O estudo identifica as fases do processo evolutivo do evento e a configuração da organização durante sua realização. Segundo Gil (2002: p.42): “Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental, etc....as pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias as que habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições educacionais, empresas comerciais, partidos políticos, etc. Geralmente assumem a forma de levantamento”. O mesmo autor estabelece que: “A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de instituições. Seu planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria das vezes estas pesquisas envolvem: a) levantamento bibliográfico; b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e,

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c) análise de exemplos que estimulem a compreensão. (SELLTIZ et al., 1967, p.63 apud GIL, 2002: p. 41)”. Assim, esta pesquisa tem como finalidade descrever o universo de pesquisa e as características dos participantes do evento de forma a estabelecer relações entre variáveis. Segundo Lakatos (2000: p. 175): “Uma variável pode ser considerada como uma classificação ou medida, uma quantidade que varia um conceito, constructo ou conceito operacional que contém ou apresenta valores; aspecto propriedade ou fator, discernível em um objeto de estudo e passível de mensuração. Finalmente, os valores são adicionados ao conceito, para transformá-lo em variável, podem ser quantidades, qualidades, características, magnitudes, traços, etc., que se alteram em cada caso particular e são totalmente abrangentes e mutuamente exclusivos”. O aspecto mais significativo deste tipo de pesquisa está na utilização da entrevista com os organizadores na busca dos aspectos qualitativos da organização do evento. Segundo Gil (2002: p.50), a pesquisa obtida sob forma de levantamento caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se a solicitação de informações as pessoas responsáveis pelo evento acerca do problema estudado para mediante análise qualitativa obter-se conclusões correspondentes aos dados coletados. Na pesquisa realizada com evangélicos de Foz do Iguaçu, optou-se por uma pesquisa junto a COPEFI (Conselho de Pastores Evangélicos de Foz do Iguaçu), visando conhecer os problemas e a abrangência do Congresso de Evangelismo e Missões (CEIM), e uma entrevista com os pastores organizadores do evento. Instrumento de pesquisa - O método selecionado identifica-se como uma pesquisa de campo de característica qualitativa exploratória, pois segundo Gil (2002), focaliza uma comunidade religiosa e com a pesquisa desenvolvida por meio de entrevistas, visa captar as informações do grupo. As perguntas foram elaboradas com questões abertas visando respostas objetivas com base nas informações obtidas através da revisão de literatura. Local da pesquisa e seu contexto: O estudo em desenvolvimento, tem como campo de pesquisa os realizadores do Congresso Evangélico Internacional de Missões Foz do Iguaçu. A pesquisa foi realizada com pastores de Igrejas Evangélicas de Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná. As pessoas que participam das entrevistas são ligadas às entidades evangélicas e participam ativamente da execução do Congresso Evangélico Internacional de Missões. DESENVOLVIMENTO: Análise e interpretação dos resultados - Os dados coletados foram analisados de forma descritivo-interpretativa, observando-se os pressupostos destacados por Triviños (1987, p.10) de “coerência, consistência, originalidade e objetivação” que, por um lado, constituem os aspectos do critério interno da verdade científica e, por outro, o critério externo da intersubjetividade. Os dados foram comparados para garantir maior proximidade possível dos fatos concretos. A pesquisa foi realizada através de entrevista em dois segmentos da comunidade evangélica de Foz do Iguaçu, Com o Pastor Ivo Machado, presidente da COPEFI, e com o criador e organizador do CEIM – Congresso de Evangelismo Internacional de Missões, Pastor Josias Florêncio, conforme transcrição em anexo. Os dados obtidos através das entrevistas servem como base de informação de identificação da forma de gestão e para futura elaboração de uma proposta de ação à organização do Evento CEIM em Foz do Iguaçu, que segundo informações do pastor não conta com a colaboração de pessoas especializadas em eventos na sua organização. A realização do evento se justifica na existência de grande número de evangélicos na região das três fronteiras, onde somente em Foz do Iguaçu, segundo informações da ACIM, dentre os 300.000 habitantes, aproximadamente, existem 45.000 evangélicos de cerca de duzentas denominações, apresentando um total de 15% por cento da população local ligada à religião evangélica. Sendo que o número de habitantes de Foz do Iguaçu é de 300.000, e o número de cristãos evangélicos chega a 45.000.

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Em relação à movimentação financeira que os congressistas propiciam à cidade de Foz do Iguaçu durante a realização do evento, cabe a seguinte projeção: cada congressista gasta em média R$ 100,00 ao dia, e o congresso tem a duração de cinco dias, o que se apresenta como um total de R$ 500,00 por pessoa durante a realização do evento, é claro que esta é uma projeção feita pela média aritmética, pois é sabido que há pessoas que gastam muito mais e outras que gastam menos. Nesta projeção não estão previstos os gastos com compras e com atividades turísticas, apenas os gastos com estadia e alimentação. Ao atingir o significativo número de 20 mil congressistas, o evento estará trazendo para o segmento turístico de Foz do Iguaçu a significante quantia de R$ 10.000.000,00, somente no âmbito de hospedagem. Estes números assumem maiores proporções à medida que esses congressistas forem encaminhados para desenvolver atividades de visitação aos pontos turísticos e ao comércio local, sem dúvida uma grande contribuição ao desenvolvimento do turismo durante a sazonalidade. Todas as informações registradas a partir da entrevista encontram resposta no planejamento do evento que deve ser elaborado a partir de uma pesquisa bem fundamentada, contribuindo para a eliminação de riscos apenas com a organização e o gerenciamento equilibrado. A meta do organizador é trazer 20 mil pessoas anualmente a Foz do Iguaçu e para atingi-la é necessário um planejamento especializado, realizado a partir do conhecimento técnico elaborado por especialistas da área de turismo. Identifica-se a presença de milhares de pessoas no evento que se realiza no interior do Centro de Eventos do Hotel Rafain Palace de Foz do Iguaçu, onde a envolvimento dos participantes. Verifica-se há necessidade de ampliação do espaço para evitar aglomerações e desconforto aos participantes. O trabalho de divulgação é realizado por voluntários com material produzido em gráficas com recursos mantidos com verba municipal. Durante a organização do evento são realizadas reuniões com os voluntários, que recebem o material para distribuir em pontos estratégicos da cidade e dos bairros, além das cidades vizinhas. A organização do evento é feita por voluntários, que empreendem trabalho de divulgação e de atendimento aos congressistas, esses voluntários são cadastrados com antecedência e recebem as orientações para o trabalho que irão desenvolver durante o congresso, a equipe organizadora registrando o cadastro de voluntários, esse cadastro tem como finalidade conhecer as habilidades pessoais de cada voluntário para direcionar o trabalho de acordo com a capacidade de cada pessoa, assim podem-se desenvolver as atividades com mais eficiência e presteza. A Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu contribue na realização do CEIM, segundo informações do Pastor Josias Florêncio, firma um acordo com a aprovação de uma verba federal gerenciada por profissionais da secretaria municipal de turismo, no ano de 2006 foram destinados 180 mil reais pré-licitados pela prefeitura. A decoração do evento é feita com antecipação, procurando dar ao local um toque de alegria, há uma equipe que prepara o visual com flores. A equipe é composta por pelo menos 10 pessoas que preparam painéis e arranjos, trabalhando antes e durante todos os dias do evento, mantendo o local adequado, trocando os motivos dos painéis e cuidando da manutenção das flores. Nos cinco dias são gastos cerca de cinco mil reais em flores e decoração. Embora o hotel disponha de cozinha e de excelentes restaurantes em suas instalações, o evento traz milhares de pessoas, inviabilizando o atendimento satisfatório, por isso durante a realização do evento é montada uma cozinha que prepara alimentos para atender, principalmente os colaboradores do evento e congressistas locais que optam por fazer refeições no local do evento, evitando deslocamentos. Durante a realização do evento montam-se stands para venda de produtos evangélicos como livros, cds, camisetas. Geralmente, são empresas da cidade que colaboram com a realização e aproveitam o potencial de vendas propiciado pelo evento.

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As empresas especializadas em produtos voltados para a evangelização têm oportunidade de realizar vendas muito expressivas durante a realização do evento, geralmente essas empresas são cadastradas antecipadamente ao evento. Durante o evento são realizados momentos de louvor, procurando alegrar o evento fazendo com que os congressistas se descontraiam cantando e dançando. Após o término dos trabalhos realiza-se um culto de agradecimento e costuma-se promover uma avaliação entre as lideranças locais para direcionar os trabalhos posteriores ao evento. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A participação de um profissional especializado na organização e gerenciamento de eventos pode trazer benefícios para a organização e realização deste. Atualmente, o congresso CEIM já não traduz um acontecimento de pequenas proporções, é um evento de grande porte que tem como meta crescer e se expandir, tornando-se realidade em cidades importantes do Brasil. Um fato que chama a atenção é a carência de especialista em turismo religioso ligado ao evento, e mesmo assim, o evento cresceu a adquiriu proporções de um evento de grande porte. Percebe-se que este fato está ligado apenas às convicções religiosas dos participantes e que o gerenciamento qualificado de um especialista poderia contribuir para ampliar as perspectivas de crescimento que os organizadores almejam. As atrações que atualmente os organizadores inserem na programação do congresso são bastante convidativas e contribuem para conquistar um importante filão da sociedade, os jovens, que muitas vezes participam do evento, movidos pelas atrações como a apresentação de grupos de danças antes das palestras, shows com cantores gospel e com bandas, fazendo com que a grande massa da juventude se mobilize e procure o centro onde se realiza o congresso. A entrevista realizada com o pastor Josias Florêncio idealizador do Congresso serviu para elucidar aspectos relevantes sobre a realização do mesmo, pois este congresso tem origem no desejo de expansão da fé evangélica e na tentativa de diminuir a distância entre as mais variadas denominações das igrejas evangélicas. De tudo o que se afirma sobre o CEIM, há uma característica que é fundamental para avançar na realização de até mais de um congresso anual, é o fato de que um evento evangélico, realizado na baixa temporada turística, ajuda a alavancar o investimento sócio econômicos, no turismo local, gerando renda, mais empregos e contribuindo para o crescimento não só do movimento evangélico na fronteira, mas de toda a sociedade da tríplice fronteira. A participação de especialistas em realização de eventos é fundamental para a organização eficiente de qualquer acontecimento deste porte, esta é a origem do trabalho de proposta que foi realizado neste estudo, as propostas não têm a intenção de cair no vazio, mas pretendem contribuir para uma análise do local com vistas a torná-lo mais seguro e impedir o surgimento de imprevistos, há também o objetivo de incentivar a utilização do turismo religioso como uma forma de aumento da geração de renda na cidade, e por fim estudando os meios e a organização eficiente promover um evento que se traduza em satisfação para todos os participantes e realizadores, assim o evento vai ganhar mais credibilidade no meio turístico e de hospedagem e poderá realizar o seu fim maior que é o trabalho de evangelismo cristão e missionário. REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO: ALBERNAZ, S. S. M. O universo de eventos e o organizador profissional de congressos. Informativo Convention & Visitors Bureau, São Paulo, n. 10, ano II, 1988. ALLEN, J. et. al. Organização e gestão de eventos. Rio de janeiro: Elsevier, 2003. ANDRADE, R. B. Manual de eventos. Caxias do Sul: EDUCS, 2002. CASTELLI, G. Marketing Hoteleiro. 1ª ed. Caxias do Sul: EDUCS, 1991. EMBRATUR. Manual de orientações para captação e promoção de eventos. Brasília, 1995. HUBERMANN, L. História da Riqueza do Homem. 21ª ed.. Rio de Janeiro: LTC, 1986. HURLBUT. J. L. História da Igreja Cristã.São Paulo: Ed. Vida, 2001

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IBADEP- Instituto Bíblico das Assembléias de Deus do Estado do Paraná. História da Igreja. 13ª ed.Guaíra-Pr:2003. KOTLER, P. Administração de Marketing. 5ª ed. São Paulo: Ed. Atlas, 1998 LAKATOS, E. M. Metodologia Científica. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. MANGABEIRA, S. O universo de eventos e o organizador profissional de congressos. Boletim da entidade, São Paulo, ano II, nº 10, nov. 1988. MEIRELLES, G. F. Tudo sobre eventos. São Paulo: Ed. STS, 1999. TRIVIÑOS, N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987. VINADÉ, G. Planejamento e organização de eventos. Porto Alegre: Ed. do autor, 1996.

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GESTÃO ESTRATÉGICA PARA UNIVERSIDADE: ESTRUTURAS FLEXÍVEIS

PAULO ROBERTO CHAVARRIA NOGUEIRA1 1Doutor, Professor do Curso de Administração, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil

Área temática: Gestão do Conhecimento e Inovação

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: O presente trabalho visa a oferecer as Universidades um modelo de gestão que permita o redirecionamento prospectivo. Trata-se de um modelo de gestão estratégica para o estabelecimento de estruturas flexíveis nas Universidades. O modelo de transformação da estrutura de gestão da Universidade que este trabalho propõe é um sistema que partiu de quatro categorias amplas de identificação que foi denominado de “sistema quatro Rs da transformação”, desenvolvido por Francis Gouillart e James Kelly, bem como o desenvolvimento de um quinto R (Redirecionamento). O modelo proposto contempla a análise da complexidade da universidade em sua estrutura, bem como o redesenho da arquitetura organizacional e a tradução das idéias em ação em todos os níveis da Universidade, onde foram examinados seus diferentes sistemas simultaneamente. PALAVRAS-CHAVE: Estratégia; Gestão Universitária, Universidade.

STRATEGIC MANAGEMENT FOR UNIVERSITY: FLEXIBLE STRUCTURE ABSTRACT: This current work looks to offer to universities a management model that allows prospective redirection. It is a strategic management model to establish flexible structures in universities. The university management structure transformation model that this work proposes is a system that had its origins in the four ample identification categories that were denominated as “four Rs transformation system”, developed by Francis Gouillart and James Kelly, as well as the development of a fifth R (Redirection). The proposed model contemplates the university’s complexity analysis in its structure, as well as the redesigning of the organizational architecture, and the translation of the ideas into actions in all of the university levels where its different systems were examined simultaneously.

KEYWORDS: Strategy, University, Management, University. INTRODUÇÃO: A Universidade é uma instituição que possui estrutura central, orientada para aspectos de condução global e de coordenação de seu negócio oferecendo certos serviços de apoio em suas tarefas básicas. Como uma organização acadêmica relativamente descentralizada, a Universidade é constituída em unidades que gozam de certa autonomia e que estão constituídas por suas próprias hierarquias e linhas de autoridades. Para Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000), a administração de uma Universidade implica a participação de um número de pessoas comparativamente maior que em outras organizações, independentemente de sua estrutura organizacional. Intervêm, por uma parte, profissionais e especialistas, tanto docentes quanto técnicos administrativos, que ocupam cargos na estrutura e estão incumbidos de desenvolver um rol de atividades específicas em seu nível e de contribuir para um funcionamento eficiente de seus serviços. Por outro lado, participam e atuam pessoas da área acadêmica e técnicos administrativos, que

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habitualmente, participam de atividades limitadas pelos seus planos de carreiras, mas que intervêm tanto nos órgãos colegiados, como nas suas próprias unidades administrativas. O funcionamento efetivo das Universidades apresenta tendência a direcionar uma segmentação ou fragmentação de suas atividades em direta correspondência com a execução descentralizada destas atividades. Os níveis de desenvolvimento das unidades básicas podem ser em centros, faculdades e institutos, que apresentam diferenças relativas de importância e que se traduzem em realidades, estilos de trabalho, expectativas e necessidades diferentes. O mesmo tende a se suceder entre os órgãos da administração central e a acadêmica. Estas diferenças podem ser explicadas, em parte, como resultado da forma com que as atividades administrativas são executadas pelos responsáveis bem como, a forma de sua execução, tais como níveis de preparo, experiência dos docentes e técnicos administrativos. As Universidades devem desenvolver esforços de formação e de capacitação de quem atua nos diferentes planos de sua administração, preparando equipes de trabalho congruentes com uma perspectiva institucional, os quais, com base em um marco teórico conceitual comum, se envolvam na determinação e execução de políticas adequadas com as características de sua respectiva identidade e com uma visão profissional da Universidade como um todo, de suas necessidades de modernização e desenvolvimento. Isto exige um adequado entendimento da organização universitária, em seu processo de tomada de decisões, de seu dinamismo e sua capacidade de ajuste diante dos eventos e circunstâncias que a pressionam. Cabe compreender, também, seus processos administrativos de modo a conhecer melhor sua realidade, e a identificar as diferentes formas de mudá-la, bem como as diferentes formas de se adaptar ou intervir na sociedade em que atua. Para Hammer (1977 p. 48), “a organização do século XXI se caracteriza pela responsabilidade, pela autonomia, pelo risco e pela incerteza”. Existe um mercado cheio de confusões, desafios e insucessos característicos do mundo verdadeiramente humano, o que influencia de forma direta ao modelo de gestão universitária. Mais ainda, a Universidade desempenha um papel crucial na transformação da sociedade. Para tal, se faz necessário um novo redirecionamento das funções da Universidade brasileira enquanto agente de transformação, ou seja, que a Universidade interfira de modo intencional nas mudanças sociais. Para que as Universidades se redirecionem, faz necessário responder aos anseios da sociedade de forma ágil, que só será possível pela flexibilidade de seus propósitos tanto de ensino quanto de pesquisa e extensão. Um modelo de estrutura flexível universitária, é uma forma organizacional que objetiva a identificação e propagação do processo produtivo do conhecimento e dos processos de apoio e, para o primeiro, a identificação do que é realmente estratégico. Esta definição leva em conta as áreas das ciências da Universidade, de forma a subsidiar a delimitação dos processos de produção de conhecimento e estratégias. Aliado a este fator, leva-se em conta a permanente interação com a sociedade, para correlacionar os clientes, produtos/serviços e processos produtivos.

BASE TEÓRICA: O modelo proposto procurou contemplar a análise da complexidade da Universidade em sua estrutura, bem como o redesenho da arquitetura organizacional e a tradução das idéias em ações em todos os níveis da Universidade, onde foram examinados seus diferentes sistemas simultaneamente, mantendo-os coesos durante o redimensionamento. Apresenta-se aqui o retrato de como os sistemas encontram-se interconectados e alinhados nas organizações universitárias, e de que forma sistemas desalinhados podem ser reunidos em um todo mais uniforme. O tal arranjo permite identificar o que funciona e o que não funciona na Universidade, conduzindo á elaboração de novas estratégias. Para tanto, o modelo a ser proposto implica em cinco categorias, a saber:

1) Reconfiguração: para atingir níveis competitivo de desempenho, e refere-se aos docentes e técnicos administrativos da Universidade;

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2) Reestruturação: representa o ato de assumir a nova empreitada da Universidade preparando-a para atingir níveis competitivos de desempenho;

3) Revitalização: trata da causa do crescimento dos docentes e técnicos administrativos da Universidade e sua interação com o meio do qual faz parte;

4) Renovação: trata dos valores e a forma com que o conhecimento é disseminado na Universidade, ou seja, trata do clima e do ambiente organizacional;

5) Redirecionamento: que trata do processo decisório compartilhado e o direcionamento estratégico pró-ativo da organização universitária, ou seja, o novo rumo.

As quatro primeiras categorias permitem uma análise intra-organização, procurando identificar as necessidades localizadas quanto a seu funcionamento. A quinta categoria permite uma análise inter-organização, ou seja, a análise da Universidade com as organizações que compõem a sociedade, propiciando o redirecionamento da Universidade em busca de uma estrutura organizacional mais pró-ativa e flexível. A tabela 1 apresenta os sistemas e subsistemas que compõem cada uma das categorias apresentadas.

Tabela 1: Sistemas e subsistemas que compõem as categorias ou 4 Rs, bem como a proposta de melhoria que é o 5 R, o Redirecionamento. CATEGORIA SISTEMA SUBSISTEMAS 4.2 Reconfiguração 4.2.1 Obtenção da Mobilização 4.2.2 Criação da visão 1. Desenvolvimento da intenção estratégica 2. Priorizar as expectativas de públicos de interesse 3. Estabelecimento de valores 4.2.3 Construção do Sistema de Medição 1. Desenvolvimento de indicadores e metas do topo 2. Construção de conectores entre as metas do topo 4.3 Reestruturação 4.3.1 Construção de um modelo econômico 1. Administração do portfólio de negócios 2. Estimulo à definição de uma cadeia de valor para cada

negócio 3. Promoção da alocação de recursos 4.4 Revitalização 4.4.1 Foco no mercado 1. Exigência do desenvolvimento de proposições de valor 2. Segmentação da base de clientes/benefícios 3. Orientação do projeto de um sistema de entrega de valor 4.4.2 Invenção de novos negócios 1. Promoção da interligação cruzada das competências

centrais 2. Construção de alianças 4.4.3 Tecnologia da Informação 1. Guia do desenvolvimento de redes de negócios

aprimorados pela tecnologia 2. Redefinição da área e atuação da Universidade por meio

da tecnologia 4.5 Renovação 4.5.1 Remuneração e Recompensa 1. Promoção de alinhamento de remuneração e recompensa

com as metas da Universidade 2. Ampliação de benefícios para alem das fronteiras da

Universidade 4.5.2 Construção do aprendizado individual 1. Comprometimento com o desenvolvimento das pessoas e

o valor criado pela Universidade 2. Criação de projetos voltados para o desenvolvimento de

habilidades guiados por mentores e direcionados a pessoas de grande potencial

3. Identificação de habilidades cruciais 4.5.3 Desenvolvimento da organização

universitária 1. Projeto organizacional

2. Uso de equipes como o nó conector básico e o propulsor da adaptação organizacional

3. Criação de um aprendizado global 4.6 Redirecionamento 4.6.1 Redirecionamento estratégico

4.6.2 Processo Decisório

Fonte: Adaptado de GOUILLART e KELLY, 1996, p. XXIII. Na figura 1 a seguir, pode-se ter uma visão geral da configuração pretendida envolvendo as cinco categorias ou 5 Rs.

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Figura 1: Visão geral da configuração das cinco categorias ou 5 Rs

Fonte: Adaptado de GOUILLART e KELLY, 1996, p. 25. A figura 1 mostra uma visão das cinco categorias na forma de um ciclo contínuo, permitindo identificar os diferentes graus de necessidades das categorias isoladas, bem como sua identificação no conjunto, tendo o Redirecionamento como o eixo norteador. METODOLOGIA: O estudo propôs implantar, avaliar e consolidar um modelo que identifique as prioridades e oportunidades de melhoria que permitisse o redirecionamento prospectivo da estrutura organizacional em Universidades buscando: determinar os subsistemas para a avaliação de como a Universidade se reestrutura; estabelecer os sistemas para a determinação da reconfiguração da Universidade no atingimento de níveis de competitividade e desempenho desejados; estabelecer uma escala de valor para a avaliação dos parâmetros das categorias: Reconfiguração, Revitalização, Renovação, Reestruturação e Redirecionamento; propor elementos que permitam priorizar ações de melhoria. A hipótese geral adotada para a execução deste trabalho foi de que as Universidades possuem estrutura hierárquica departamentalizada ou colegiada, por forças de seus estatutos, bem como, a forma de intervenção do Estado, o que a torna burocrática e pouco ágil em responder aos anseios da sociedade. Como complemento à formulação da hipótese geral, são as seguintes as hipóteses secundárias:

a) A Universidade foi considerada como uma organização com pouca flexibilidade e que suas ações são adaptativas às necessidades da sociedade;

b) A Universidade foi considerada como uma organização com mínima flexibilidade e que suas ações são perspectivas, não se preocupando com as necessidades da sociedade;

c) O modelo proposto permite que a Universidade, priorize suas ações de forma prospectiva, consubstanciada com as necessidades da sociedade.

Os objetivos e as hipóteses fixados objetivaram aos seguintes resultados esperados: a) Identificar os subsistemas necessários da mobilização dos docentes e técnicos

administrativos e a visão estratégica da estrutura da Universidade no estabelecimento de valores, bem como as expectativas de públicos de interesse;

b) Determinar os subsistemas necessários à construção de um sistema de medição de desempenho da Universidade;

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c) Antecipar a necessidade de um sistema com foco no mercado, procurando manter-se a frente das demais Universidades no relacionamento com o ambiente externo;

d) Direcionar o uso de tecnologia da informação pela Universidade de forma compatível com suas necessidades de redirecionamento;

e) Gerar a base para a contribuição de um sistema de remuneração e recompensa, alinhado com as metas estabelecidas pela Universidade;

f) Disponibilizar a Universidade, no tocante a construção do aprendizado individual, condições para que os docentes e técnicos administrativos se comprometam com as metas da Universidade;

g) Permitir que a Universidade identificasse seus pontos fortes e pontos fracos, visando estabelecer seu redirecionamento estratégico.

Os alcances dos resultados esperados propiciaram indicadores para estabelecer uma estrutura flexível possibilitando o redirecionamento estratégico de Universidade de forma prospectiva. A primeira subjacente da transformação de propósito da estrutura organizacional universitária capaz de redirecioná-la, consiste em determinadas coletividades que possuem objetivos ou finalidades pré-estabelecidas e sistemas formais e normativos de conduta, além de outras características específicas, com fronteira relativamente identificável com divisões de tarefas bem definidas e um sistema de comunicação. Por outro lado, deve-se considerar que a complexidade da Universidade moderna não permite que se faça uma mera descrição mecanicista, ou seja, é preciso que a Universidade seja vista como um organismo vivo, a Universidade biológica. É necessário pensar nas Universidades em termos de seres vivos e volitivos, como as pessoas, completos, dotados de corpo, mente e espírito. Por analogia, pode-se dizer que as Universidades nascem, crescem, adoecem, recuperam-se, amadurecem e envelhecem. Universidades pensam, fazem escolhas, aprendem e trabalham. O modelo proposto deve oferecer à Universidade as condições de desenvolver uma gestão competitiva, pela descentralização das decisões, bem como a flexibilização estrutural e a sensibilidade na forma de intervir no meio ao qual esta integrada. Baseado nestes condicionantes, a seguir apresenta-se com mais detalhes a configuração das cinco categorias (5 Rs) que possibilitaram construir o instrumento de pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O questionário foi entregue para vinte e cinco pesquisados, assim distribuídos: reitor, quatro pró-reitores, cinco diretores de campus e quinze diretores de centro, com retorno de cem por cento que depois de analisados e interpretados. O objetivo do instrumental da pesquisa era o de identificar se a universidade encontrava-se na forma Prospectiva, denominada de V3; Reativa, denominada de V2 ou Perspectiva, denominada de V1; em cada um dos Rs pesquisados e por último a configuração geral da universidade. A Universidade pesquisada apresentou na soma das partes obtidas somente trinta e cinco por cento, conforme este escore pode-se afirmar que a Universidade pouco interage com o meio, ou seja, encontra-se mais ocupada com questões internas, com alguma tendência a reagir às necessidades da comunidade, com ações voltadas para reproduzir as necessidades determinadas pelo meio. O instrumento foi referendado pela tabela 02. Utilizando-se análise estatística, após todos os cálculos os dados demonstraram que o desvio padrão de 1,4005 foi muito pequeno, o que significa que as médias estão muito próximas. O intervalo de confiança foi de 95% (33,34 / 35,81). Os dados confirmam uma uniformização dos pontos obtidos por cada categoria de forma isolada. Indicaram que cada categoria encontra-se em V.1, na forma perspectiva, ou seja, a universidade está preocupada apenas, com ela mesma, havendo um pequeno percentual na forma adaptativa. Conforme Kimberly (1980), as propriedades dinâmicas das organizações universitárias devem ser analisadas de forma diferente, por possuírem peculiaridades que as diferenciam de outras organizações. Na situação de desenvolvimentos alcançados pelas Universidades

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e suas perspectivas futuras, influem aspectos próprios de cada instituição (origem, tamanho, funções, formas de financiamento e modelos de administração e de gestão), tendências de longo prazo que afetam a educação superior, políticas de governo e, por último, condições próprias de evolução seguida por cada entidade, denominada de ciclo de vida. Tabela 2: Pontuação geral dos 5 Rs.

Escore Abordagem / Distribuição: V.1, V.2, V.3

10% A Universidade está preocupada com ela mesma, de forma perspectiva.

V.1 20% Encontra-se evidência que a Universidade esta preocupada com ela mesma de forma perspectiva.

30% Evidência que a Universidade encontra-se preocupada com ela mesma de forma perspectiva.

40% A Universidade está preocupada em se adaptar ao futuro de forma institucionalizada.

V.2 30% Encontra-se evidência da Universidade na busca de mudanças institucionalizada, visando o futuro de forma adaptativa.

60% Evidência que a Universidade está preocupada com o futuro, visando mudança institucionalizada, de forma adaptativa.

70% A Universidade está preocupada com o futuro procurando mudança institucionalizada de forma prospectiva.

V.3 80% Encontra-se evidência bastante acentuada da Universidade com seu futuro e na busca de mudanças institucionalizada de forma prospectiva.

90% Evidência que a Universidade esta voltada para o futuro, visando mudança institucionalizada de forma prospectiva.

100%

Evidência que a Universidade está voltada para o futuro, visando mudanças institucionalizadas de forma prospectiva que é o modelo ideal.

As trocas e transações ocorrem no todo, quando se dá um desajuste entre as demandas do meio, atributos institucionais e estratégias a serem alcançadas. Estas trocas podem ser auto-geradas, isto é, a própria Universidade desenvolve uma capacidade de resposta apropriada ante as eventualidades que a afetam, o surgir impulsionado, preponderantemente, por ajustes e fatores exógenos. A capacidade de se regenerar a qualquer momento e ante a qualquer pressão presente tanto interna quanto externa, gerando uma resposta adequada em termos de proteger e fomentar interesses identificados com os mais importantes, que se denomina adaptabilidade (VERGORA, 1997). Assim, o modelo proposto neste trabalho detectou a necessidade de um redirecionamento da Universidade para responder rapidamente as mudanças do ambiente onde a mesma está inserida. Em face aos resultados, a Universidade deve desenvolver ações objetivando seu redirecionamento de forma prospectiva. Para a Categoria Reconfiguração se viabilizar se faz necessário que seus sistemas de mobilização, visão e medição desenvolvem ações prospectivas. O sistema Mobilização se viabiliza quando ocorrerem as seguintes ações:

a) Desenvolvimento de líderes – aqueles que lideram o processo de transformação são os que mais amplamente determinam seu curso;

b) Criação de uma comunicação interativa e de faixa ampla - consiste na criação de um processo de comunicação de faixa ampla, envolvendo toda a Universidade nesse esforço, e não alguns poucos interessados;

c) Incentivo à formação de equipes naturais de trabalho - o componente ascendente da mobilização é estabelecido por meio do trabalho de um número relativamente grande de pequenos grupos, ou grupos naturais de trabalho, que se concentram na solução de problemas específicos;

d) Preparação de pessoas para o ciclo de mudanças - para que a transformação corporativa possa ocorrer, é necessário que uma massa substancial de pessoas experientes numa transformação pessoal.

Para que o sistema da Visão se viabilize, se fazem necessários que ocorrem as seguintes ações:

a) O desenvolvimento da intenção estratégica é a oportunidade que docentes e técnicos administrativos têm de alargar a visão que a Universidade tem de si

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mesma, de ampliar as fronteiras do setor de atuação, ou seja, é uma aspiração que represente a convergência dos elementos analíticos, emocionais e políticos da mente corporativa;

b) Priorização das expectativas dos públicos de interesse – guiar a Universidade rumo a sua intenção estratégica envolve equilibrar as expectativas dos vários públicos de interesse tanto interno quanto externo quanto aos recursos da Universidade e o quanto pode estar inserida na sociedade;

c) Estabelecimento de valores – por traz de toda intenção estratégica, operando como fator de equilíbrio entre os vários componentes está um conjunto de valores e crenças. Explicita ou intrinsecamente, eles guiam as decisões da vida corporativa.

Para viabilizar o Sistema de Medição se fazem necessárias as seguintes ações: a) Desenvolvimento de indicadores e metas do topo: a construção de um

sistema de medição com base em um conjunto de padrões representando os atributos de desempenho comuns às diferentes perspectivas dos docentes e técnicos administrativos, da Universidade;

b) Construção de conectores entre as metas do topo, a construção de conectores lógicos entre as metas do topo serve de alicerce para investigações mais profundas das relações de causa e efeito que regem o desempenho da Universidade;

c) Construção de um plano de mudança de baixo para cima, a ênfase reside na geração de entusiasmo e na descoberta dos recursos que vão alimentar o esforço do relacionamento dos docentes e técnicos administrativos da Universidade.

A Categoria Reestruturação se viabiliza quando o modelo econômico desenvolver suas ações de forma prospectiva, ou seja, o sistema da construção do modelo econômico se viabiliza através das seguintes ações:

a) Administração do portfólio de negócios – os técnicos de análise de portfólios de negócios constituem um meio de se dissecar financeiramente o corpo da Universidade, para separá-lo em negócios que possam ser testados em relação aos objetivos financeiros mais abrangentes da Universidade, de modo a determinar seu valor econômico;

b) Estímulo à definição de uma cadeia de valor para cada negócio – fornece uma estrutura lógica dentro da qual o negócio pode ser desmembrado por atividade, para fins de avaliação econômica e estratégica mais profunda da Universidade;

c) Promoção da alocação de recursos por atividade com base em níveis de custo e de serviços - desmembrar atividades em componentes distintos, definir a relação entre o custo de se desenvolver uma determinada atividade e o valor por ele agregado, depois construir uma relação dele com a Universidade inteira, até a base.

A Categoria Revitalização se viabiliza quando as ações do sistema foco no mercado, invenção de novos negócios e tecnologia da informação, assim de forma prospectiva. Para o Sistema Foco no Mercado se viabilizar se faz necessário que ocorram as ações:

a) Exigência do desenvolvimento de proposições de valor de cada Universidade – uma definição de quais benefícios a Universidade pretende oferecer a seus beneficiários denominados clientes, e a que preço, por cada linha de negócio;

b) Segmentação da base de clientes por benefícios - as Universidades devem formar agregações de clientes, ou segmentos de clientes;

c) Orientação do desenho de um sistema de entrega de valor da Universidade – quando todos os sistemas que compõem os 5 Rs tiverem sido alinhados com o conjunto de proposições de valor da Universidade, ela terá criado um sistema de entrega de valor.

O Sistema de Invenção de Novos Negócios se concretiza quando ocorrem as ações:

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a) Promoção da interligação cruzada das competências centrais – representam a própria essência da Universidade, elas constituem o pacote de conjuntos de nível de preparo, recursos e capacitações sobre os quais seus negócios são erguidos;

b) Construção de alianças – quando a Universidade não dispõe das competências internas necessárias para exploração de novas oportunidades de negócios.

O Sistema Tecnologia da Informação se viabiliza quando ocorrem as ações: a) Guia do desenvolvimento de redes de negócios aprimorados pela tecnologia – as

redes de negócios aprimorados pela tecnologia transportam a Universidade para as redes globalizadas;

b) Redefinição da área de atuação da Universidade por meio da tecnologia – a Universidade tem que reconhecer sua própria obsolescência, adotando aplicações inovadoras de tecnologia, alavancando ao mesmo tempo essa inovação para redefinir seu negócio.

A Categoria Renovação se viabiliza pelas ações prospectivas nos sistemas remuneração e recompensa, construção da aprendizagem individual e o de desenvolvimento da organização universitária. O Sistema de Remuneração e Recompensa se viabiliza quando ocorrem as ações:

a) Promoção do alinhamento do sistema de remuneração e recompensa com as metas da Universidade – reflete as metas da Universidade, conectando os docentes e técnicos administrativos a indicadores multidimensionais que reagem seu próprio desempenho e o da Universidade;

b) Ampliação dos sistemas de remuneração e recompensa para além das fronteiras da Universidade através de pesquisas, convênios, publicações, enquanto modo de atingir seus clientes.

O Sistema de Construção do Aprendizado Individual se viabiliza quando ocorrem as ações: a) Comprometimento com desenvolvimento do individuo – o valor criado por uma

Universidade reside no conhecimento acumulado dos docentes e técnicos administrativos que a integram, expresso na forma de produtor ou serviço;

b) Criação de projetos voltados para a geração de vida, guiados por mentores e direcionados a pessoas de grande potencial – as pessoas aprendem melhor no próprio trabalho, especialmente na execução de projetos ad hoc, da Universidade;

c) Identificação de habilidades cruciais e desenho de uma estratégia educativa - para serem eficazes os programas devem basear-se no modelo das habilidades individuais e organizacionais que precisam ser desenvolvidas na Universidade.

O Sistema de Desenvolvimento da Organização Universitária se viabiliza quando ocorrem as ações:

a) Modelo organizacional da Universidade tem por finalidade ajudar a concretizar uns poucos objetivos predominantes, mas ao mesmo tempo reconhecer a importância e a riqueza das redes interconectadas dos docentes e técnicos administrativos, mediante a inexplicável alquimia da motivação individual;

b) Uso de equipes como nó conector básico é o propulsor de adaptação na Universidade - as equipes formadas em torno de objetivos específicos constituem a melhor fonte de aprendizado individual que é o alicerce do aprendizado organizacional;

c) Criação de um aprendizado global, de modo que a Universidade perceba que cada evento, dentro de cada processo, dentro de cada sistema, represente uma oportunidade de aprendizado que, se devidamente explorada, enriqueça a base de capacitações e competências da Universidade.

Para que a Categoria Redirecionamento se viabiliza desta categoria se faz necessário que as ações dos sistemas de direcionamento e do processo decisório sejam de forma prospectiva. O Sistema de Direcionamento se viabiliza quando ocorrem as ações:

a) Interação com o meio ambiente externo - orienta a Universidade e a integra com o ambiente externo, por suas ações estratégicas;

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b) O envolvimento da Universidade como um todo – abrange a Universidade como um todo, onde uma unidade que a compõe é examinada globalmente;

c) Gestão pró-ativa – conduz uma postura pró-ativa dos gestores da Universidade. Daí a importância do processo decisório enquanto sistema compartilhado, pois possibilita aos docentes e técnicos administrativos no tocante às questões institucionais, enfatizar a autonomia em seus diferentes níveis por competência do conhecimento e não somente pelos diferentes níveis hierárquicos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Pode-se afirmar que o modelo proposto de análise de gestão em universidades, permiti que a Universidade pudesse ser visualidade como um todo, em que suas partes possam serem analisadas de forma isolada e suas ações propostas e administradas com prévia considerações das conseqüências para a Universidade. Esta pesquisa teve como ponto parte de permitir que a universidade identificasse as prioridades e oportunidades de melhoria e as transformasse de forma prospectiva e vital em relação à comunidade acadêmica e a sociedade como um todo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: GOUILLART, F J.; KELLY, J. N. Transformando a organização. São Paulo: Makroon Books, 1996. HAMMER, M. A essência da nova organização. In: A organização do futuro. São Paulo: Futura, 1977, p.41-48. KIMBERLY, J. R. The organizational life cycle: Construtive concept os misguided metaplar? In: KIMBERLY, J. R.; MILES, Y R. (Ed.). The organizational life eycle, Jessey. Boss, San Francisco, 1980. p. 78-95. MINTZBERG, Henry; QUINN, James Brian. O processo da estratégia. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. VERGORA, A. Planación universitaria. Trabajo presentado em el programa Fiuckka: México, 1997. Não publicado.

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LOGÍSTICA INTEGRADA NA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA INTERNACIONAL E COMO MELHORAR AS CONDIÇÕES DE DISTRIBUIÇÃO LOGÍSTICA NOS PAÍSES

FRANCIELLE MARTINS ROCHA¹, BRUNO FELIPE LOCKS OREJUELA², CAROLINE FUERBRINGER EICHENBERG³, FRANCERLEI FERREIRA NOTTAR4, SINVALES

ROBERTO DE SOUZA5.

¹Acadêmica de Administração com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]. ²Acadêmico de Administração com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]. ³Acadêmica de Administração com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]. 4Acadêmico de Administração com ênfase em Marketing Internacional, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]. 5 Economista, Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente, Uniara. Docente na Graduação e Pós-graduação na UDC, Foz do Iguaçu – Pr, Brasil. [email protected].

Área temática: Gestão em Comércio Internacional

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: Este artigo tem como objetivo estudar os diferentes tipos de modais, que são utilizados pelas organizações para transportar o seu produto acabado, do local de distribuição para atacadistas e consequentemente até o consumidor final, e solucionar os problemas logísticos de distribuição internacional que surge devido o fato da distancia, da burocracia e das condições das estradas, aeroportos, portos e ferrovias. Foi montado um problema padrão, onde dois países em crescimento têm problemas com o custo e a demora para entrega de seus produtos e estudam a melhor forma de logística para a distribuição física. A solução para o problema é a analise de todas as opções de transporte e até mesmo a combinação entre os modais, que pode ser muito útil quando combinada corretamente. Conclui-se que, quando o meio de transporte utilizado é mal escolhido, o custo para a empresa aumenta, acarretando perdas no lucro e falta de vantagem competitiva. PALAVRAS-CHAVE: Transporte, Logística, Modal, Distribuição.

INTEGRATED LOGISTICS DISTRIBUTION IN INTERNATIONAL AND PHYSICAL HOW TO IMPROVE CONDITIONS FOR DISTRIBUTION IN LOGISTICS

ABSTRACT: This article aims to study the different types of modes, which are used by organizations to carry your finished product, the place of distribution to wholesalers and consequently to the final consumer and solve the logistical problems of international distribution that occur because the fact of distance, bureaucracy and the conditions of roads, airports, ports and railroads. It mounted a standard problem where two countries have growing problems with the cost and delay for delivery of their products and study the best way of logistics for the physical distribution. The solution to the problem is the analysis of all options of transport and even the combination between modes, which can be useful when combined correctly. It follows that when the means of transport is poor, the cost to the company increases, resulting in profit losses and lack of competitive advantage. KEYWORDS: Transport, Logistics, Modal, Distribution. INTRODUÇÃO: Este artigo tem como finalidade expor e estudar os meios de transporte para a distribuição física de produtos e quais os benefícios que esses meios de transporte

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apresentam e os seus custos. As diversas alternativas são um conjunto de escolha que devem ser analisadas conforme a empresa e o produto a ser distribuído. O transporte representa uma das funções básicas de um sistema logístico. Com o intuito de analisar as diferentes formas de distribuição, este artigo expõe os 5 tipos de modal, que oferecem vantagem para certos produtos e desvantagem para outros. A logística de distribuição é a atividade que trata do caminho do produto, desde sua criação até sua chegada ao consumidor final. A definição da melhor rota para o transporte de mercadorias é algo complexo, pois se deve levar em consideração a capacidade do veículo, a melhor distribuição dos produtos, o menor caminho, entre outros. Por exemplo, um País X tem que distribuir seus produtos para outro país, de forma que esta distribuição não seja muito cara para não agregar mais valor ao produto, ou seja, conseguir um meio de distribuição rápido e vantajoso para a organização é a meta. É necessário então, verificar as condições de distribuição e quais os meios de transporte mais utilizados em países com potencial de crescimento. O principal objetivo desde artigo é buscar informações para a resolução de problemas logísticos, bem como um estudo aprofundado sob o ponto de vista acadêmico de forma a complementar o conhecimento dos acadêmicos, vindo a ajudar na vida profissional. BASE TEÓRICA: A logística integrada é um conceito recente no Brasil, e possibilita prover melhor o nível de rentabilidade nos serviços de distribuições dos fornecedores e clientes, através de planejamento, organização e controle das atividades de movimentação, estoques e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. A ampliação do horizonte da empresa, contemplando seu processo produtivo até a entrega do produto ao cliente é um fator competitivo vital na empresa contemporânea, com a aceleração do processo de globalização, a facilidade de ofertas de produtos, com variedades dificultando a escolha dos clientes, os setores de serviços das empresas tornaram-se importantes no processo de conquista ao cliente, cada vez mais se contempla um pacote completo de venda, incluindo a entrega do produto ao cliente, “estamos aprendendo agora que um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de empregados motivados, embora isto seja um pré-requisito, mas através de sistemas logísticos que permitam uma entrega consistente do pacote de serviços”. (CHRISTOPHER, 2002). É necessário analisar a logística integrada de forma sistemática, ou seja, o conjunto dos componentes da cadeia logística interligados tem que trabalhar de forma coordenada visando à mesma meta para que se obtenha a vantagem competitiva. Alterações num dos componentes da cadeia pode afetar o sistema como um todo. “A tentativa de otimização de cada um dos componentes, isoladamente, não leva à otimização de todo o sistema. Ao contrário, leva à sub otimização”. (FLEURY, 2000). O gerenciamento integrado dos diversos componentes do sistema logístico é condição necessária, para que as empresas atinjam excelência operacional com baixos custos, a integração externa com a cadeia de suprimento, permite eliminar desperdícios reduzindo custos. O conceito de logística integrada já está bem implementado nas empresas de países mais desenvolvidos. Um dos elementos básicos e fundamentais da logística integrada é o gerenciamento do transporte. O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maior parte das empresas. O frete costuma absorver dois terços do gasto logístico e entre 9% e 10% do PIB americano. Por esta razão, o especialista em logística deve ter bons conhecimentos do tema. (BALLOU, 2001). Além do transporte, a armazenagem é fundamental no impacto do custo da logística, assim como, na agilidade de entrega do produto ao cliente. A decisão pode ser em concentrar os produtos num armazém central ou fornecedor, neste caso controla-se melhor os inventários, entretanto a distância para atingir os clientes aumenta. Ou pode-se estabelecer um centro de distribuição avançado, neste caso aproxima-se dos clientes, entretanto aumenta-se o inventário; é preciso avaliar os custos benefícios de cada decisão.

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Logística e distribuição física - Ballou (1999) define logística como: “Logística é o processo de planejar, programar e controlar o fluxo e a armazenagem eficientes e eficazes de matérias-primas, estoque em processo, produtos acabados e informação relacionada desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender os requisitos dos clientes.” O mesmo autor comenta que uma única empresa geralmente não controla todo o canal de produtos, desde as fontes de matérias-primas até os pontos de consumo final. Para finalidades práticas, a logística de uma firma individual tem um escopo mais estreito, geralmente se restringindo aos canais de fornecimento e distribuição física imediatos, como pode ser visto na figura 1. O canal de suprimento refere-se à ligação entre as fontes adjacentes de materiais para a companhia e seus pontos de processamento (no caso de indústrias, suas fábricas; no caso de atacadistas ou distribuidores, seus depósitos ou armazéns). O canal de distribuição física diz respeito ao movimento dos produtos acabados da empresa para seus clientes imediatos; no caso de indústrias, o fluxo vai de suas fábricas ou depósitos para estabelecimento comerciais, como atacadistas, distribuidores ou varejistas, que disponibilizam as mercadorias para os consumidores finais.

Figura 1: Atividades da logística. Fonte: Ballou, 1999.

Como a Figura 1 mostra as atividades em ambos os canais são: transporte, manutenção de estoque, processamento de pedido, compras/ programação de entregas, embalagem, armazenagem e manuseio de materiais. A administração da distribuição física é desenvolvida em três níveis (BALLOU, 1993):

a) estratégico: envolvem decisões na modelagem no sistema de distribuição mais especificamente, na localização dos armazéns, meios de transporte e projeção do sistema de processamento de pedidos;

b) tático: é responsável pela utilização eficiente dos recursos disponíveis; c) operacional: refere-se às atividades diárias que as pessoas responsáveis pela

distribuição desempenham para garantir que os produtos cheguem aos seus destinos. Fatores que contribuíram para o crescimento da distribuição física (Wood e Johnson, 1996):

• Proliferação dos produtos – fabricantes começaram a oferecer seus produtos em diferentes cores e características, incrementando o espaço em prateleiras que os seus distribuidores dispunham.

• Surgimento da tecnologia de computação – a logística gera e é altamente dependente de um massivo número de informações que precisam ser corretamente processadas para uma distribuição física eficaz.

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• Controle dos níveis de serviço ao cliente – os softwares existentes possibilitam ao vendedor ter, rapidamente em sua tela, o rol e o status das ordens de compras listadas por data de colocação do pedido, prazo de entrega e pedidos já recebidos pelo cliente.

• O uso cada vez mais intensivo pelos clientes – grandes fabricantes – de controle de inventário e técnicas de ressuprimento através de just-in-time. Compradores demandam cada vez mais disciplina de seus fornecedores.

METODOLOGIA: Esta pesquisa exploratória utilizou como metodologia básica, a pesquisa bibliográfica, que segundo Mattar (2001) visa prover o pesquisador de maior conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa, que também ajuda a estabelecer as prioridades a pesquisas e a classificação de conceitos. Gil (2004) afirma que a principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente e esta vantagem tornam-se particularmente importante quando o estudo requer dados dispersos pelo espaço. A pesquisa bibliográfica utilizada foi elaborada a partir de material já publicado conforme referências bibliográficas, constituído principalmente de livros, artigos de periódicos. DESENVOLVIMENTO: Os tipos de transporte de carga - Os meio de transporte de transporte podem ser divididos em 5 (cinco) categorias básicas: 1. Dutoviário: é altamente eficiente para mover produtos líquidos ou gasosos por grandes

distâncias e transporte quase que somente petróleo e derivados. 2. Aéreo: possui a taxa de frete relativamente alta quando comparada com outros modais,

o que acaba sendo restrito aos produtos que podem compensar efetivamente seus custos elevados por melhor nível de serviço, como é o caso das peças e produtos eletrônicos, instrumentos óticos, confecções finas, peças de máquina, etc

3. Hidroviário: opera principalmente com granéis. Transporta produtos de baixo valor específico e não perecíveis, de maneira que seus custos de estoque não são excessivos e, portanto, utilizam serviço lento e sazonal em troca de fretes baixos.

4. Ferroviário e Rodoviário: utilizados para movimentar a maioria dos produtos manufaturados e mais de dois terços das toneladas-milhas geradas entre os centros urbanos. Não tem grande diferenciação nos produtos transportados por ferrovia e rodovia, os produtos transportados por cada um desses modais são divididos principalmente em função de compensações entre custo e nível de serviço. O trem, com fretes mais baratos e desempenho global ligeiramente inferior, concentra-se nas cargas de relação valor-peso ou valor-volume (valor específico) mais baixas. Produtos químicos, siderúrgicos e plásticos são exemplos de cargas comumente encontradas nas ferrovias. Já o oposto ocorre com cargas rodoviárias. Tipicamente, temos instrumentos, móveis e acessórios, metais e bebidas.

Cada um desses meios de transporte possui diferentes características de custo e serviços. Isso determina qual método é apropriado para os tipos de mercadorias a serem movimentadas. Certos tipos de produto são simplesmente mais logicamente movimentados dentro de um meio de transporte que em outro. (MOURA, 1998). No Brasil, em funções de restrições na infra-estrutura logística, ainda existem barreiras que impedem que todos os modais sejam utilizados de forma mais racional, isto é em função do pouco investimento feito no passado na integração do transporte. (OLIVEIRA & MATOS, 1998). Custos do transporte - O transporte junto com o estoque e a informação forma o tripé de sustentação das atividades logísticas, e em termos de custos, representa quase 2/3 do total dos gatos das operações logísticas brasileiras. Os fatores que influenciam o custo e o preço do transporte são:

• Facilidade e manuseio do produto (carregar e descarregar) • Facilidade de acomodação

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• Risco de carga (infláveis, tóxicos) • Sazonalidade (safras) • Trânsito

Existem diversas formas de classificações de custos; por exemplo, variáveis ou fixos em relação aos fatores utilizados e diretos ou indiretos à produção (CAIXETA FILHO, 2001). Os custos fixos são aqueles que não variam de acordo com a distância percorrida e os custos variáveis são os que variam de acordo com a distância percorrida. Para o transportador, o custo é simplesmente o custo do transporte mais taxas de acessórios ou terminais para serviços adicionais executados (BALLOU, 2001). No caso de serviço contratado de terceiros, o frete para transportar a carga mais quaisquer outras taxas adicionais, tais como recolher cargas na origem, entrega no destino final, seguros ou preparação e acondicionamento das mercadorias para transporte, compõem o custo total do serviço realizado. O custo no caso do transporte próprio, será a soma de todos os custos relevantes (combustível, mão-de-obra, manutenção, depreciação do equipamento e custos administrativos) ao carregamento em questão. Custos do transporte ferroviário - As ferrovias oferecem seus próprios caminhos, terminais e veículos, todos representando um grande investimento de capital, ou seja, grande parte do custo total de operação de uma ferrovia é fixo. Portanto, as ferrovias devem ter um alto volume de tráfego para absorver o custo fixo. Os trens transportam cargas compostas, talvez, de uma centena de vagões cada um com capacidade a cerca de 75 t. Como um transportador de carga e de passageiro, a estrada de ferro tem as características do custo fixo elevado e do custo variável relativamente baixo. O carregamento, o descarregamento, o faturamento e a cobrança e a manobra no pátio do trem de múltiplo produto e de trens de múltipla carga contribuem para os altos custos de terminais para ferrovia. A manutenção e a depreciação da estrada de ferro, a depreciação das instalações do terminal e as despesas administrativas também se adicionam ao nível de custo fixo. Oferece um serviço mais barato do que em rodovias para grandes quantidades de mercadorias a granel, como carvão, grãos e contêineres transportados em longas distâncias. Custos do transporte rodoviário - Os caminhões não oferecem seus próprios caminhos (estradas e autopistas), mas pagam impostos ao governo na forma de licença, gasolina e outras taxas e pedágio pelo uso das rodovias. Os terminais geralmente são próprios e operados pelo transportador, mas podem ser públicos. Os veículos são próprios ou arrendados, e operados pelo transportador. Se forem próprios, é uma grande despesa de capital. Contudo, em comparação a outros modos, o custo do veículo é pequeno. Isto significa que, para o transporte rodoviário, a maior parte dos custos é de operação (variáveis) por natureza. Os caminhões podem oferecer um serviço porta-a-porta enquanto houver condições de entrada. A unidade de movimento é uma carreta, que pode chegar até a 45 t. Estes dois fatores – o excelente sistema rodoviário e a unidade de movimento relativamente pequena – significam que os caminhões podem oferecer um rápido serviço flexível quase em qualquer parte. Os caminhões são particularmente adequados à distribuição de mercadorias de volume relativamente pequeno a um mercado disperso (MOURA 1998). As vantagens do transporte rodoviário são: menor manuseio da carga, flexibilidade, transporte porta a porta. As desvantagens são: capacidade de carga baixa, pouco competitivo para longas distâncias. Custos do transporte aeroviário - O custo do transporte aeroviário é basicamente formado pelo custo de operação dos aviões e principalmente pelo custo do combustível. É necessário analisar a adaptabilidade do avião com a carga que ele precisa transportar. As características de operação e desempenho da aeronave a tornam apropriada, ou não, a mercados específicos.

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A capacidade aeroviária é determinada pela capacidade de atendimento dos aeroportos, que é expressa em números de movimentos de aeronaves (aterrissagem e decolagem) suportadas pelas pistas. Por este motivo, o transporte aeroviário é indicado somente para produtos que consigam compensar esse valor gasto na distribuição, como é o caso de peças eletrônicas, etc. Custos do transporte dutoviário - Os custos das dutovias eqüivalem-se aos custos da ferrovia. Os custos variáveis incluem principalmente a energia para movimentar o produto (geralmente petróleo) e os custos associados com a operação de estações de bombeamento. As exigências de energia variam marcadamente, dependendo da linha de processamento e do diâmetro da tubulação. (BALLOU, 2001). As vantagens do dutoviário é a freqüência da distribuição, e a desvantagem é a baixa velocidade, limitado a poucos produtos. Custos do transporte hidroviário - As mercadorias que são transportadas por hidrovias costumam ir em contêineres, que são transportados em navios especializados (porta-contêineres), para reduzir o tempo de carga ou descarga e para desempenhar melhor operação intermodal. O principal investimento de capital que um transportador hidroviário faz esta no equipamento de transporte e, em alguma extensão, em instalações de terminais. Os canais e os portos são possuídos e operados pelo poder publico. Os custos dos terminais incluem as taxas do porto, quando o transportador entra em um, e os custos para o carregamento e o descarregamento da carga. Assim, o modal hidroviário é um dos transportadores menos caros de produtos e granel para distancias longas e para volumes substanciais. (BALLOU, 2001) Os custos de danos e perdas do transporte hidroviário são considerados baixos comparados com outros modais, pois não é dada maior importância a danos físicos em mercadorias de baixo valor e as perdas devidas aos atrasos não são grandes (compradores costumam manter grandes inventários). Queixas envolvendo o transporte de mercadorias de alto valor, como no caso de transporte oceânico, podem envolver valores elevados (cerca de 4% das receitas marítimas). Tem como vantagem a capacidade para cargas muito grandes a um custo variável baixo, alta flexibilidade ao tipo de carga. As desvantagens são a velocidades baixas, necessidade de transporte suplementar, maior exigência de embalagens. Desempenho nos serviços de transporte - No ambiente organizacional, os sistemas operacionais criam com base nas entradas, utilizando recursos físicos, saídas que têm como função satisfazer aos desejos dos clientes, isto é, prover utilidades aos clientes. Considerando-se a utilidade produzida para os clientes, sugere-se a existência de quatro funções principais:

• Manufatura, cuja principal característica comum é a alteração física ou produção de algo; os outputs são produtos que diferem substancialmente dos recursos utilizados com input. Nesse processo de transformação física é criado valor ou utilidade de forma para os consumidores;

• Transporte, cuja principal característica é o deslocamento dos produtos e a utilidade agregada é a de espaço;

• Suprimento, associada aos processos nos qual a posse ou propriedade dos produtos é alterada, gerando utilidade de posse;

• Serviço, em que a característica comum dos processos é o tratamento de algo sem envolver alteração das utilidades anteriores, gerando valor de estado.

É importante considerar que essa classificação é teórica e dificilmente essa função acontecem em sua forma pura; o comum é encontrar nos processos produtivos uma combinação de ambas. O transporte, em face de suas particularidades, apresenta algumas características que condicionam o desempenho de seus serviços, destacando-se entre elas as apresentadas a seguir:

• Demanda derivada de outras atividades econômicas;

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• Mercados regulamentados ou sem diferenciação de produto; • Produção e consumo simultâneos, com o cliente participando dos processos; • Produção em movimento com interações com o meio ambiente físico; • Atividade-meio associada a uma rede de processos e parcerias; • Produto intangível; • Satisfação do usuário associada ao resultado e à participação no processo; • Produtos e processos heterogêneos; • Grandes oscilações espaciais e temporais de demanda; • Indivisibilidade de oferta; e • Diferentes tecnologias para a produção do serviço.

O transporte é uma demanda derivada que gera utilidade de espaço. É desejado como meio para atingir outro objetivo que não a movimentação. Movimenta-se determinada mercadoria para colocá-la em um ponto-de-venda ou para seu destino final na casa de um consumidor. Não se realiza uma viagem como objetiva final. (CAIXETA FILHO, 2001). Capacidade - A capacidade de um sistema de transporte é a medida dos volumes de produção possíveis desse sistema. “No caso da capacidade dos sistemas de transporte, é muito importante associá-la a determinado nível de serviço desejado, já que ela é dependente dessa variável. Exemplificando, quanto mais congestionado um terminal, maior seu volume de carga movimentado, pois dificilmente ocorrerão períodos de ociosidade, levando à plena utilização da capacidade instalada. Em contrapartida, existirão muitas filas, e os veículos ficarão retidos por bastante tempo e poderão aumentar a incidência de erros no embarque (CAIXETA FILHO, 2001)”. Critérios para escolha de canais de distribuição - A definição do modal de transporte é em função do produto a ser transportado e das limitações de modais, por exemplo, o dutoviário é um modal eficiente para transportar líquidos, basicamente petróleo e derivado, e gases movimentados em grandes volumes, o custo de movimentação é baixo, entretanto a linha de produtos é limitada assim como é limitado o sistema dutoviário. O frete aéreo já não é tão limitado, como o dutoviário, entretanto seu frete é muito alto quando comparado a outros modais. Isto restringe o transporte aéreo aos produtos de alto valor agregado e que podem compensar o alto frete. Produtos normalmente transportados por via aérea são: peças e equipamentos eletrônicos, instrumentos óticos, confecções finas e flores colhidas. O transporte aéreo é também utilizado para transportar produtos onde haja necessidade de rapidez de entrega. O serviço hidroviário tem sua abrangência limitada por diversas razões. As hidrovias domésticas estão confinadas ao sistema hidroviário interior, exigindo, portanto, que o usuário ou esteja localizado em suas margens ou utilize outro modal de transporte, combinadamente. Além disso, o transporte aquático é mais lento que a ferrovia, e o movimento nas hidrovias do norte dos Estados Unidos são impossíveis durante o inverno e o serviço é interrompido por inundações ou secas. (BALLOU, 2001). É necessário determinar o nível de distribuição que é desejado. Os prestadores de serviços selecionam os intermediários que podem ajudá-los. O critério de seleção prevê a escolha de uma determinada capacidade de prestação de serviços que no nível de profissionalismo mais compatível com os objetivos da empresa. Pode haver também a intenção em distribuir serviços de forma exclusiva quando os fornecedores interessam-se em nomear apenas um representante ou agente em determinadas regiões. Analise da pesquisa - Devido o fato de a logística ser um processo de planejamento, implantação e controle de toda produção de uma empresa, ela é de grande importância e utilidade. A logística integrada envolve todo o fluxo de uma organização, tendo visão ampla e passando por compras, produção, distribuição e pós-venda. A distribuição é responsável por grande parte dos gastos de uma empresa, por isso, é necessário resolver o problema de localização de centros de distribuição que é muito complexo. Tendo em vista que, habitualmente são utilizadas diferentes modalidades de

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transporte, moedas, sistemas cambiais, políticas de incentivo ou contenção pelos países, que na importação ou exportação, a logística internacional requer alguns cuidados indispensáveis quando se opera unicamente com o mercado doméstico. Exemplos que provocaram efeitos na logística das empresas são: os terremotos entre outras catástrofes da natureza, e os problemas no balanço de pagamento. A distribuição física é responsável pelo movimento dos produtos acabados da empresa para os clientes, e é desenvolvida em três níveis: estratégico, tático e operacional, e é preciso determinar qual o melhor meio de transporte para cada tipo de produto, escolhendo entre aeroviário, dutoviário, ferroviário, rodoviário e hidroviário. Cada um desses meios tem suas vantagens e desvantagens, como custo ou tempo de entrega. Os custos de cada modal são caracterizados pelo tipo de produto que ele transporta e pelas taxas de acessórios ou terminais para serviços adicionais executados. O desempenho dos serviços de transporte depende do planejamento e da demanda derivada de outras atividades econômicas, mercados regulamentados ou sem diferenciação de produto, diferentes tecnologias para a produção do serviço, produção e consumo simultâneos, produção em movimento com interações com o meio ambiente físico, entre outros. Para se escolher o melhor modal de distribuição, observa-se a meta que se deseja alcançar, escolhendo o modal que mais se ajuste e corresponda ao produto que deve ser entregue. Outro fator que não pode ser esquecido é a concorrência entre as empresas que exige qualidade nos serviços. Essa melhora na qualidade é convertida em entrega mais rápida, confiabilidade (pouco ou nenhum atraso em relação ao prazo estipulado) e segurança (baixa ocorrência de extravios). No Brasil, o problema da logística de distribuição está nas péssimas condições das estradas, portos, ferrovias e aeroportos. Os aeroportos, por exemplo, encontra-se em um verdadeiro caos, a qualidade do serviço aéreo caiu e menos da metade dos passageiros conseguem chegar no horário previsto, até parece que a distância ficou mais longa, pois a duração média de vôos teve aumento de até 1h e 30 min. Destacando o fato de que no Brasil apenas oito aeroportos têm pistas de decolagem capazes de receber aviões mais pesados e de grande porte, dificultando o transporte por este modal, sem falar no alto custo desse meio de distribuição. Já as rodovias brasileiras estão em péssima qualidade, e é também, uma das principais causas de mortes no país. O levantamento de uma empresa de ônibus revelou que existem 1200 buracos num trecho de 80 km, o que reduz a vida útil das peças de caminhões, aumenta o tempo de viagem e encarece o frete. Com os portos e as ferrovias acontece o mesmo problema. A falta de investimento torna os meios de transporte insuficientes para a demanda e faz com que os preços fiquem elevados ao consumidor final e que muitas empresas deixem de exportar. Já a Alemanha, que é o segundo país mais populoso da Europa, tem como parceiros comerciais mais importantes os países industrializados ocidentais, entre eles a França. A Alemanha realiza 60% do seu comércio exterior com os demais membros da comunidade. O segundo país que mais importa da Alemanha mais é os Estados Unidos, com 66,596 bilhões de euros. O Brasil está classificado em 25º lugar entre os compradores de produtos e serviços alemães e 26º entre os fornecedores. A Alemanha importou do Brasil um volume de 3,779 bilhões de euros e exportou 4,898 bilhões de euros, registrando, portanto um saldo positivo de 1,119 bilhões de euros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A logística tem se firmado como conceito e disciplina essencial para a área empresarial brasileira nos últimos anos, resultado de pressões para redução de custos e aumento do nível de serviço, por um lado, e pela maior disponibilidade de opções de modais e serviços, por outro. Pode-se observar que determinar uma logística para o sistema de distribuição física é de extrema importância para qualquer organização. Na

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pratica empresarial, nem sempre é fácil obter uma visão sistêmica de tudo que a empresa necessita e dos meio necessária para chegar aos objetivos que ela deseja alcançar. Ao se exportar um produto e/ou importá-lo, é necessário realizar um estudo detalhado do caminho que o produto precisa fazer para chegar ao seu destino. Geralmente a melhor forma é localizar o armanezamento do produto próximo aos canais de distribuição para que o veículo percorra o menor caminho ou então, verificar o meio mais barato e rápido para o produto chegar até o outro tipo de modal necessário, utilizando assim a combinação de modais e facilitando a entrega. As Havaianas, por exemplo, necessitam viajar 3.000 quilômetros de caminhão, o que leva até cindo dias, com destino ao Porto de Santos onde as sandálias são embarcadas nos navios com destino a 80 países onde são vendidas. Seria mais barato mandar os produtos por algum porto nordestino, mas estes não possuem aparelhos necessários e se dedicam quase que exclusivamente à exportação de commodities e oferecem poucas alternativas de embarque. Se no Brasil o sistema logístico fosse mais competente e ágil, várias outras empresas exportariam muito mais. Quando uma empresa possui meios de transporte próprios, sejam eles adquiridos por compra ou aluguel (leasing), ao adquiri-los, visa obter menores custos e melhor desempenho na entrega que poderia ser terceirizada. Para se definir a melhor seqüência de entrega, observa-se o volume que deve ser transportado e a necessidade de rapidez na entrega, quando é produto perecível, por exemplo, fica impossível transportado-lo via ferrovia. Nos Estados Unidos, a vida útil das peças e pneus dos caminhões é do dobro da conseguida pelo Brasil, o que torna o transporte muito mais barato vindo a ser uma vantagem competitiva. Isso acontece devido o fato de as estradas brasileiras estarem em condições precárias. Uma forma de solucionar esse problema seria a privatização de algumas rodovias e/ou uma rigorosa fiscalização do excesso de peso dos caminhões. No caso dos aeroportos brasileiros, uma das soluções seria transferir para a iniciativa privada a gestão de grandes aeroportos; mudar o Código Brasileiro de Aeronáutica para permitir que empresas possam ser donas de aeroportos; e/ou abolir o limite de 20% para investimento estrangeiro em aeroportos e companhias aéreas. Para os portos, abrir licitação para novas áreas portuárias; acelerar a liberação de recursos para obras de melhoria do acesso terrestre aos portos; proibir indicações políticas para cargos nas companhias Docas; aumentar o calado (profundidade) dos principais portos, permitindo o atracamento de supercargueiros. Para as ferrovias, retirar favelas das margens das linhas férreas, construírem o Ferroanel para desafogar o transporte de cargas da área urbana de São Paulo; aumentar a interconexão da malha ferroviária; abrir licitação para a construção de novas ferrovias, entre outras possíveis opções. Escolher o melhor sistema de transporte proporciona aumento na competição do mercado, economia de escala, preços reduzidos. Os objetivos do artigo foram parcialmente atingidos, já que se pode ser observado por todos os tipos de organização. A empresa que estiver com duvidas quanto ao tipo de transporte e combinação que poderia usar para alcançar vantagem competitiva, diminuição de gastos e agilidade na entrega, conseguirá decidir de maneira racional e eficaz qual método (modal) que melhor combina com seu produto/empresa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ALMEIDA, R. Logística exige investimento. Endereço eletrônico: www.abtc.org.br. Acesso em 07.03.2007. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de Suprimentos planejamento, organização e logística empresarial ; trad Elias pereira – 4ª ed – porto alegre : bookman, 2001. BALLOU, R. H. Logística Empresarial – transporte, administração de materiais e distribuição física. 3ª ed – São Paulo: Atlas, 1993. BORSATO, C. Setor descarrilado. Revista Veja. São Paulo – Edição 2020 de 08 de agosto de 2007.

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MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS E ARMAZENAGEM: O CASO DA FUNDAÇÃO DE SAÚDE ITAIGUAPY

LIDIANE AMANDA SCHEID1, TEREZINHA ZILLI2, SANDRA REGINA DA SILVA, PINELA

DALMÁS3, AMARILDO JORGE DA SILVA4 1 [email protected] 2 [email protected] 3 [email protected] 4 [email protected]

Área Temática: Gestão da Produção

Apresentação no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008

RESUMO: O artigo tem como contexto de análise uma organização hospitalar localizada no município de Foz do Iguaçu (PR). O objeto de estudo é a gestão dos recursos materiais do setor de armazenagem da Fundação de Saúde Itaiguapy. O objetivo precípuo do artigo é analisar o arranjo físico e fluxo do setor supracitado. Ancorou-se nos conceitos básicos de eficiência, armazenagem e arranjo físico. Elegeu-se como estratégia de pesquisa o método de Estudo de Caso. Trata-se de uma pesquisa com corte longitudinal no período de 1996 a 2005. Para coletar dados primários, utilizou-se a técnica de observação in loco. Os dados secundários foram coletados pelas técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. As informações foram analisadas e interpretadas utilizando-se o Método de Pareto. Os resultados da pesquisa evidenciam que, em organizações hospitalares, é comum encontrar deficiências em termos de dimensionamento de espaço físico, falta de planejamento e a prática consensual de tentativas e erros. Pode-se concluir que é patente o empirismo e a ausência de visão estratégica na gestão de recursos materiais. PALAVRAS-CHAVE: Gestão Hospitalar, Recursos Materiais, Eficiência. MOVEMENT OF MATERIALS AND STORAGE: THE CASE OF FOUNDATION FOR HEALTH ITAIGUAPY ABSTRACT: The present article aims to analyze a hospital management structure located in the city of Foz do Iguaçu (PR – Brazil). The goal is to study the material resources of the storage sector of Fundação de Saúde Itaiguapy (Itaiguapy Health Foundation). The main goal is to analyze the physical arrangements and the flow of the above mentioned sector. Anchored in the basic principles of efficiency, storage and physical arrangements, it has been elected the case study method as research strategy. It is a longitudinal-edged research developed and applied between 1996 and 2005. In order to collect the primary data, it was used the technique of in loco observation. The secondary date were collected through bibliographical and documental researches. The information were analyzed and interpreted through Pareto’s method. The results of the research made evident that it is usual to find some deficiencies in dimensioning the physical space in hospital organizations, due to lack of planning and the consensual mispractice of attempt and error. Therefore it is possible to infer that empirism and the absence of a strategic vision are patent in gesturing material resources. KEYWORDS: Hospital Management, Material Resources, Efficiency. INTRODUÇÃO: A maioria das organizações com fins lucrativos tem como objetivo principal a busca constante pela lucratividade e procuram desenvolver atividades que, se logicamente alinhadas, proporcionam um determinado mix de valor a um grupo de clientes específico,

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que permite distingui-la de sua concorrência. Esse arranjo irá auxiliar no estabelecimento das estratégias competitivas, em que se busca estabelecer uma posição sustentável contra as forças que determinam esta concorrência (PORTER, 1989). Este propósito atende aos requisitos para as organizações inseridas num ambiente hodierno, altamente competitivo, em que ocorrem alterações nos padrões e atitudes da demanda, avanço na tecnologia da informação e pressão por custos menores nas operações. As externalidades negativas provocadas pelos problemas de gestão no setor de saúde são temas de discussões governamentais e da sociedade. Neste contexto, estão presentes as organizações hospitalares, que não se isentam da responsabilidade de procurar melhorias em sua forma de atuar. Essas organizações funcionam de forma sistêmica, em que ocorrem interações e interferências entre vários profissionais de diversas áreas, que desenvolvem funções variadas relacionadas a diversos departamentos. As atividades de armazenagem e manuseio de materiais envolvem questões relativas ao espaço necessário para estocar os produtos e à sua movimentação. A necessidade de coordenação eficiente dessas atividades promove a busca por instrumentos de controle que possam auxiliar a tomada de decisão pelos gestores. A atividade de armazenamento e movimentação dos materiais utilizados para os cuidados médicos dos pacientes atendidos pelos hospitais, inclusive aqueles destinados à manutenção e limpeza, ganha importância a partir da constatação da grande participação que elas têm nos custos operacionais (BALLOU, 1993; CHING, 2001; VECINA NETO e REINHARDT FILHO, 1998). De acordo com Slack et al. (2002, p. 427), “quando a gestão de materiais não integra diferentes estágios de movimentação dos materiais, ocorre o gerenciamento por pessoas diferentes, que se reporta aos diferentes gestores em uma organização”. Segundo o autor, cada uma das funções é gerenciada isoladamente, procurando aperfeiçoar sua pequena parte do sistema de fluxo de materiais total. Um problema ocasionado por esse comportamento é a fixação de objetivos diferenciados e a realização atividades fragmentadas, provocando a perda de foco do negócio. A partir dessas constatações, este trabalho de pesquisa tem como principal objetivo analisar a forma de organização do setor de armazenagem da Fundação de Saúde Itaiguapy, situado no município de Foz do Iguaçu (PR). BASE TEÓRICA: A armazenagem e movimentação de materiais dentro de uma organização devem seguir um método adequado de coordenação que permita a redução dos custos de operação, a melhoria da qualidade dos produtos e o aceleramento do ritmo dos trabalhos. A administração tem como uma de suas funções básicas a coordenação dos recursos materiais e humanos de uma organização e, conforme afirma Maximiano (2000), é o processo que assegura a eficiência e a eficácia, em que são tomadas decisões sobre objetivos e recursos. Eficiência - No início do século XX as organizações sofriam as conseqüências da Revolução Industrial, enfrentando um crescimento acelerado e desorganizado. Neste cenário a concorrência aumentava a cada dia e tornou-se necessária a busca constante de eficiência para manter-se competitivo. A partir da década de 80 e principalmente após a inserção da Internet na década de 90, as organizações se depararam com um novo advento, o da Tecnologia da Informação. O conceito de eficiência, baseado nos pressupostos da Administração Científica e Teoria Clássica, focados nas tarefas e na estrutura organizacional, respectivamente, foi adequado ao novo panorama. Segundo Ribeiro (2006) as variáveis que determinam o modelo de administração da organização vêm do ambiente externo e uma variante condicionante é a tecnológica, a que se atribui grau de eficiência tanto maior quanto mais avançada ela for. O auxílio dos computadores na tomada de decisão isenta os gestores da habilidade de lidar com a matemática, mas exige um grau muito mais elevado quanto à capacidade de analisar, agir e reagir rapidamente. Esses aspectos do comportamento humano são fundamentais para determinar o nível de eficiência em uma organização.

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Armazenagem - A função de controle dos materiais em estoque é primordial para o alcance da eficiência na área de Administração de Suprimentos de qualquer organização. Em hospitais essa função é considerada como back office, em que ganha destaque o atendimento ao paciente, ou seja, as funções consideradas front office. De acordo com Vecina Neto e Reinhardt Filho (1998) a importância dessa função em organizações hospitalares é devido à grande variedade de produtos e medicamentos pertencentes aos catálogos do setor de saúde. Como afirmam os autores, é necessário se ter um local adequado que ofereça condições de armazenamento suficiente para os vários tipos de produtos a serem estocados. Também deve oferecer condições para conferência, verificação e controle no recebimento das mercadorias. Dessa maneira, a eficiência do controle dos estoques poderá ser alcançada. O armazenamento do material em local adequado, com conservação e manutenção, que atribua facilidade na identificação, guarda e integridade plena até o procedimento de distribuição, estabelece condições para a minimização de custos. É recomendado que os materiais sejam armazenados em locais separados de acordo com tipo e especialidade, correlatos com finalidades similares. Os produtos armazenados em almoxarifados deverão ser organizados e bem ventilados, uma vez que não existe um tipo só de material. A armazenagem deverá ser de forma simples, mas funcional, facilitando a limpeza e conservação do produto, com iluminação e ventilação adequada, conforme preconiza o fabricante. O armazenamento de materiais se faz necessário para reduzir os custos de produção e fretes e também para garantir melhor atendimento aos clientes. Um armazenamento de materiais planejado adequadamente ajudar a garantir que não haja obsolescência do material em estoque e mantém as características dos materiais. Além disso, auxilia na diminuição do espaço alocado, facilita a identificação de itens sem movimentação, mantém as características dos materiais, uma visualização e identificação clara dos itens estocados, o que evita estocar itens idênticos em lugares diferentes e materiais em excesso (PIZZOLI, 2003; MARTINS e LAUGENI, 2005).

Arranjo Físico - Ballou (2001) afirma que a localização e o fluxo de distribuição dos estoques afetam diretamente os custos de armazenagem. Por isso, o arranjo físico deve estar adequado às necessidades específicas do setor. Segundo Corrêa e Corrêa (2004, p. 407),”o arranjo físico é a maneira segundo a qual se encontram dispostos fisicamente os recursos que ocupam espaço dentro da instalação de uma operação”. Martins e Laugeni (2005) argumentam que alguns princípios para um bom arranjo físico são: verificar o dimensionamento adequado da área - considerando-se o fluxo e o volume de materiais-; observar condicionantes, como altura do estoque e colunas; entre outros. É muito importante considerar um espaço suficiente para a administração e futuras expansões.

No momento em que se projeta uma nova instalação, a decisão sobre arranjo físico deve ser tomada, entretanto, uma reavaliação, em caso de expansão ou redução de área, é necessária, por ocorrer mudanças relevantes nos procedimentos ou fluxos físicos. Também pode ocorrer mudança substancial no mix relativo de produtos ou ainda, quando um recurso consumidor de espaço é acrescentado ou retirado. A decisão de arranjo físico é capaz de afetar os níveis de eficiência e a eficácia das operações. Um bom projeto de arranjo físico pode eliminar atividades que não agreguem valor ou enfatizar aquelas que minimizam manuseio e movimentação de materiais. Permite utilizar espaço físico de forma eficiente, a utilização eficiente da mão-de-obra, redução nos tempos de ciclos, facilita o fluxo de pessoas e materiais, além de garantir segurança no trabalho (CORRÊA e CORRÊA, 2004).

METODOLOGIA: De acordo com Yin (1984), a técnica de Estudo de Caso possibilita analisar fenômenos contemporâneos dentro de seu contexto real, sendo que as fronteiras entre o fenômeno e o contexto não estão claramente estabelecidas. Baseando-se nesse argumento, define-se que a pesquisa desenvolvida para este artigo adotou a estratégia de

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Estudo de Caso, tendo como objeto de estudo o setor de armazenagem da Fundação de Saúde Itaiguapy.

Utilizou-se de pesquisa bibliográfica, de fontes secundárias, realizada por meio da revisão de literatura, em que se buscou compreender os conceitos e definições sobre armazenagem, as implicações que o planejamento de um arranjo físico possa ter no controle de materiais e o alcance da eficiência organizacional. Foram estudados documentos disponibilizados pela organização, em que puderam ser coletados os dados quanto à finalidade e especificação dos serviços prestados pelo hospital, bem como a descrição das atividades do setor. As especificações, utilidades e volumes dos materiais estocados também foram levantados.

Como fonte de dados primários foi utilizada a técnica de observação, em que puderam ser acompanhados todos os processos de entradas e saídas do setor de armazenagem do hospital, inclusive sua movimentação interna. Foram identificadas a localização e a área ocupada pelo almoxarifado e as atividades desenvolvidas pelo setor puderam ser acompanhadas.

A partir dos métodos descritos acima, pode-se definir que este artigo utilizou-se de pesquisa qualitativa, defendida por Richardson (1999) como uma tentativa de compreender detalhadamente uma realidade ou fenômeno, em lugar de procurar produzir medidas quantitativas. Godoy (1995) explica que a pesquisa qualitativa parte de questões ou focos de interesse amplos, que vão se definindo a medida que o estudo se desenvolve, envolvendo a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos. De acordo com Godoy (op. cit.), este processo ocorre por meio do contato direto do pesquisador com a situação estudada em que se procura compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos participantes.

O instrumento de análise utilizado foi o método de Pareto, que segundo Campos (1992), tem grande utilidade por ser simples e muito poderoso para o gerente. Ele auxilia na classificação e priorização dos produtos conforme os parâmetros estabelecidos pelo gestor e apresenta os resultados em forma gráfica, o que facilita sua compreensão.

RESULTADOS E DISCUSSÕES: Os resultados foram descritos a seguir, de acordo a análise de Pareto, complementarmente às constatações advindas do processo de observação.

a) O setor armazena diversos produtos: materiais médicos hospitalares, materiais de limpeza, impressos gráficos e produtos alimentícios.

b) O funcionamento do setor depende do comprometimento do capital humano existente. Pôde-se verificar que os funcionários, mesmo sem a autoridade delegada pelo cargo a ele atribuído, assumem responsabilidades que possam oferecer um melhor desempenho nos serviços, tanto para os pacientes do hospital, como para os demais funcionários da organização.

c) O espaço físico do setor está comprometido. O hospital aumentou em quase 100% o número de leitos entre os anos de 1996 e 2005, permanecendo a mesma área de armazenagem.

d) Devido às restrições de espaço, as entregas de mercadorias devem ser fragmentadas em entregas de até três vezes, o que encarece os custos com fretes.

e) Compras efetuadas por meio de licitação, geralmente são entregues em lotes pré-definidos, acima da capacidade de armazenagem, o que gera superlotação, armazenagem inadequada e custos adicionais de perdas e alocação dos produtos. Além disso, fica comprometida a utilização de métodos de controle de estoque, como por exemplo, o método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair) para produtos como o

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soro, que é difícil de acondicionar, ocupa bastante espaço pela quantidade necessária ao atendimento da demanda, além de ter um curto prazo de validade.

f) Houve falta de planejamento do arranjo físico e fluxo no setor de armazenagem do hospital. No início de suas atividades não foi projetado devidamente a demanda pelos serviços hospitalares, o que causou a falta de espaço e ventilação. Estes problemas comprometem a manutenção das especificações dos produtos pelos fabricantes e, por se tratar de medicamentos, produtos cirúrgicos e produtos alimentícios, devem ser descartados constantemente.

g) Os produtos são acondicionados em prateleiras. Algumas são feitas de madeiras e outras de aço. O espaçamento entre as divisórias dificulta a limpeza e visualização dos produtos. Não há a identificação de alguns produtos nas prateleiras, o que dificulta sua localização, seleção e inventário.

h) O manuseio e acondicionamento de alguns produtos ficam comprometidos gravemente pela falta de embalagens e prateleiras adequadas. Alguns produtos são armazenados diretamente no chão, sem a devida utilização de paletes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Simon (1962) apresenta um processo de seleção da forma de organizar, definido como seleção por tentativa e erro, que difere da seleção natural na medida em que obtém informação por meio de experiências anteriores. O autor também apresenta o processo definido como seleção por experiência prévia, em que complementa o da seleção por tentativa e erro, servindo para economizar os esforços despendidos pelo primeiro. Assim, formas organizacionais já testadas em experiências anteriores podem ser adotadas em um novo contexto, conforme o grau de similitude que a nova experiência apresenta com as anteriores. Essa visão permite uma crítica à forma de organização que muitas empresas demonstram. A falta de planejamento estratégico é patente e a atuação do gerente fica quase restrita a resolução de inúmeros problemas, comprometendo sua eficiência e conseqüentemente, a eficácia.

Em organizações hospitalares é comum serem encontradas as deficiências apontadas neste trabalho. Muitos hospitais nascem de pequenos postos de saúde, localizados em regiões estratégicas para o atendimento dos pacientes locais. Sua expansão pode ocorrer de maneira improvisada, conforme a liberação de verbas e autorizações que se amparam em termos burocráticos e legais. Além disso, até muito recentemente, a figura do administrador não era contemplada na estrutura hierárquica dessas organizações. Geralmente eram representadas por profissionais da área de saúde.

O Estudo de Caso dirigido à Fundação de Saúde Itaiguapy pode ser estendido às outras organizações hospitalares. Em muitos hospitais alguns controles, como o de estoque, se utilizam da informatização, porém sistemas de tecnologia da informação mais complexos são ainda incipientes no apoio à tomada de decisões, comparativamente a outros setores da economia.

Conclui-se que os problemas relacionados à falta de espaço para armazenagem adequada dos materiais são freqüentes e exigem aplicação de conceitos da administração, promovidos por gestores com formação profissional para o uso dos métodos apropriados que possam auxiliar na redução dos custos conseqüentes dessas ineficiências.

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AGRADECIMENTOS: A Fundação de Saúde Itaiguapy que nos ofereceu um espaço para realização deste trabalho. A Profª. Sandra Pinella por ter acreditado em nosso trabalho. Ao jornalista Leonardo Vinhas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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BALLOU, R. H. Logística empresarial. Transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.

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CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A. Administração da produção e operações. São Paulo: Atlas, 2004.

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RIBEIRO, A. L. Teorias da administração. São Paulo: Saraiva, 2006.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social. Métodos e técnicas. 3. ed. revista e ampliada. São Paulo: Atlas, 1999.

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VECINA NETO, G.; REINHARDT FILHO, W. Gestão de recursos materiais e de medicamentos. São Paulo: Peiropolis, 1998.

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O PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA NA ERA DO CONHECIMENTO

ALCEU SOARES1, LEONICE MARIA GOERGEN

2, MARCIA MARIA PIRES

3,

ROSANGELA MARIA MARQUES4

1Acadêmico. Cursando 8º período na Faculdade UDC Foz do Iguaçu/PR/Brasil, [email protected] 2 Acadêmica. Cursando 8º período na Faculdade UDC Foz do Iguaçu/PR/Brasil, [email protected] 3 Acadêmica . Cursando 8º período na Faculdade UDC Foz do Iguaçu/PR/Brasil, [email protected] 4 Acadêmica. Cursando 8º período na Faculdade UDC Foz do Iguaçu/PR/Brasil, [email protected]

Área Temática: Gestão do Conhecimento e Inovação

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de Agosto de 2008 RESUMO: O presente artigo tem como principal objetivo descrever sobre o perfil de um profissional de logística que o mercado brasileiro exige em micro, pequenas e grandes empresas do ramo. Com base neste estudo, pretende-se comprovar a importância do setor, do profissional, do conhecimento da área de logística para as empresas que ainda falham neste setor e para os acadêmicos, fazendo com que possamos aproveitar o tema proposto em aula e consequentemente por em prática na organização em que atuamos e ou futuras. A conclusão disto é que o setor logístico no Brasil é altamente promissor, rentável e que necessita de maiores incentivos governamentais para estudos e criação de novos cursos voltados ao setor. PALAVRAS-CHAVE: Profissional de Logística, Evolução, Conhecimento.

THE LOGISTCS’ PROFESSIONAL ON THE KNOWLEDGE AGE ABSTRACT: This article has the main goal to describe about the profile of a professional logistics that the Brazilian market needs on micro, small and large companies of branch. Based on this study, intending to prove the importance of the field, the professional, the knowledge of the logistics area to companions that fail on this field and to university students, doing that we can use the propose subject on class and consequently put on practice in the organization that we are working or on the we will work. The conclusion is that the logistics’ field on Brazil is largely promising, profitable and that needs greater governmental incentives to studies and creation of new courses facing this sector. KEYWORDS: Logistics’ Professional, Importance, Knowledge. INTRODUÇÃO: Sabe-se que atualmente é um tempo muito crítico para as empresas e como resultado para a sociedade também, as velocidades das mudanças são muito rápidas e quase impossíveis de acompanhar. A globalização e informatização nos trouxeram uma infinidade de oportunidades, que transforma as regras de competição de uma empresa em uma intranqüila realidade. A “era do conhecimento” há tempos iniciou-se, mas podemos observar em nossa realidade organização ainda atrasada, que não cogitam sequer a possibilidade de mudanças, como já foi demonstrada por diversos autores e sabemos de diversas maneiras, que o fechamento de portas e/ou falência dessas estruturas é certo.

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O conhecimento, o capital intelectual de uma companhia é a vâ-premier de uma organização, podemos até ir mais longe, é a riqueza dessa empresa, pois “portas” serão abertas para aqueles que souberem usar e encontrar novas formas de administrar. Citamos alguns itens que comprovem que a era do conhecimento se aproxima.

• Maior necessidade de qualificação pessoal. • Diminuição no espaço-tempo entre fornecedores – distribuidores – consumidor final. • Comércio eletrônico (CE) altamente desenvolvido em plena forma de consolidação

na realidade da sociedade mundial. • Aumento por parte das empresas, no foco do atendimento ao cliente. • Novo ambiente de negócios como, por exemplo, as comunidades virtuais.

BASE TEÓRICA: Mercado de logística - Em Martin Christopher, 1992 já dizia que se deveria “reconhecer a necessidade de considerar os mercados sob um ponto de vista global ao formularmos estratégias de produção, distribuição e marketing”; as empresas começaram a sair de seu meio comum e expandiu-se numa esfera mundial. Com esta expansão procurou-se ampliar os negócios expandindo os mercados, procurando ao mesmo tempo, a redução de custos através de operações concentradas de fabricação e/ou montagem. O custo com logística nesta situação sem envolver coordenação elevará seus custos. Por tanto, o desafio de oferecer aos mercados locais a variedade que eles procuram, mantendo ainda a vantagem da produção global padronizada e o gerenciamento das conexões na cadeia global que vão das fontes de fornecimento até o usuário final é um grande desafio. Algumas organizações podem se centralizar na redução dos custos ou na produção, ao invés de planejarem uma estratégia logística fundamentada nas necessidades do mercado, que é a grande tendência para a organização global. Em 1992, ainda eram pouco conhecidas as implicações da globalização no gerenciamento das operações e especificamente no gerenciamento logístico. Noções sobre logística (Panorama) - Definição de Logística, segundo dicionário eletrônico wikepedia, é o processo de planejar, executar e controlar eficientemente a custo correto, o transporte, movimentação e armazenagem de produtos dentro e fora da empresa, garantindo a integridade e os prazos de entrega dos produtos aos usuários e clientes. A logística existe desde os tempos mais antigos, ficou muito bem associado apenas às atividades militares durante as guerras, com os avanços tecnológicos, avanço da sociedade como um todo a palavra ganhou uma nova roupagem, como na definição acima apresentada. E passa a ser adotada pro empresas civis e organizações de forma geral. A partir de 1980 a logística passa a ter um papel mais forte, mais aproximado ao que atualmente conhecemos, ocorreu isto devido ao grande fator que reformulou o mundo inteiro:

• A globalização: no Brasil o pontapé inicial foi com Fernando Collor de Melo abrindo o mercado nacional para o setor estrangeiro, os primeiros a entrarem no país foram os carros da Rússia, a exemplo podemos citar o carro Lada, na época noticiado em diversos meios de comunicação.

• As alterações nas relações comerciam: com a abertura comercial o país percebe que há a necessidade de se fazer uma política comercial e política externa para atrair novos investidores.

• Grande uso dos computadores na administração: devido à necessidade de rapidez nas informações e o grande volume de processos e tarefas a informação veio como conseqüência direta de tudo isso.

Os hemisférios cerebrais - Para buscar vantagem competitiva, análises de perfis são comumente solicitadas entre os profissionais e ou candidatos à vaga, então entender um pouco os processos evolutivos que torna diferente uma pessoa da outra, se faz necessário, LUDOVICO (2007). Entender um pouco o que faz uma pessoa ou outra, estar mais apta a determinadas profissões ou serviços em que atuam; é determinado pelo o estudo do mapeamento do cérebro que ajudará aos acadêmicos, os profissionais da área e empresários, que estão em

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busca de profissionais para o setor, na captação de elementos para as diversas áreas da logística. Para LUDOVICO (2007), cada hemisfério cerebral é responsável por determinadas funções: o Hemisfério esquerdo pelo desenvolvimento da linguagem e da lógica; tarefas analíticas; estratégia; bate-papo no celular; jogos eletrônicos e no Hemisfério direito responsável pelas emoções; sensível à música; navegação pela Internet; intuitivo e holística; games de ação. Em um estudo sobre as tendências e aptidões do ser humano, Ludovico (2007), apresenta o cérebro dividido em quatro quadrantes: A – RACIONAL: analisa, quantifica, é lógico, crítico, realista, gosta de números, entende de dinheiro, sabe como as coisas funcionam; B – SALVAGUARDOR: adota ação preventiva, estabelece procedimentos, faz as coisas, confiável, organiza, pontual, esmerado, planeia; C – SENSITIVO: fala bastante, sente, gosta de ensinar, toca as pessoas, é sensível com os outros, é expressivo, é emocional; D – EXPERIMENTAL: conjetura, imagina, especula, arrisca-se, é impetuoso, quebra regas, gosta de surpresas, é curioso, brinca. Mapeamento cerebral - Atualmente devido aos diversos recursos tecnológicos é possível obter o autoconhecimento e posterior desenvolvimento profissional, pois conforme estudos já realizados, só poderão nos desenvolver se conhecermos nosso potencial, conforme Nelson Ludovico, 2007 transcreve as principais características do mapeamento cerebral. Principais características do tipo A Racional:

• São controladoras em tudo que fazem, gostam de ter suas contas monitoradas; • Quando estão filosofando sobre a vida, se perguntam por que as coisas são assim; • Atentas a regras e normas; • Horários sempre são cumpridos; • Capazes de explicar os mínimos detalhes;

Principais características do tipo B Salvaguardar: • Não gostam de ficar paradas, estão em constante movimento; • São orientadas para resultados, medem seus esforços pelo que esperam de retorno; • Agem por impulso, às vezes, à vontade de fazer é tão grande que medem muito bem

as conseqüências; • Reuniões é perda de tempo; • Estão sempre agitadas e atarefadas, suas mesas acumula uma série de serviços

prioritários. Principais características do tipo C Sensitivo:

• Pessoas que valorizam sua equipe de trabalho dando atenção especial a todos os seus colaboradores;

• Organizam festas e comemorações; • Possuem uma excelente memória do passado, valorizam procedimentos; • Para atingir seus objetivos procuram usar seu bom senso; • São excelentes amigos.

Principais características do tipo D Experimental: • São pessoas que gostam de variedade, reclamam quando o que fazem se torna

repetitivo; • São visionárias; • Em reuniões, são distantes, distraídas e normalmente quando falam apresentam um

ponto de vista diferente daquele que estava sendo discutido; • Gostam de treinar equipes, direcionando para que busquem alternativas e novas

formas de exceder suas tarefas; • Não dão atenção a detalhes; • Por possuírem muitas idéias nem sempre consegue pôr em prática tudo o que

pensavam.

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Diversidade do setor logístico - Vários estudiosos acreditavam que com o crescimento da globalização iria aumentar a padronização, se não de todos, mas da maioria dos produtos, o que não aconteceu devido à diversidade de comportamento dos consumidores, aqui relacionando a importância de culturas, desigualdades sociais, e tantos outros detalhes que precisam ser considerados, e em se tratando de produtos, muitos precisaram se adequar a essa diversidade, para satisfazer as necessidades específicas de cada tipo de consumidor. Na área de logística foram adotados os Centros Regionais de Distribuição (CRD's), que são armazéns concentrados em grandes centros urbanos bem localizados geograficamente, que servem uma área geográfica muito mais ampla, facilitando a distribuição. Isso fez com que os custos de manuseio, despesas maiores com transportes e fluxos mais longos diminuíssem. Sabe-se que a disciplina logística nos mostra como dar melhor resultado na rentabilidade, na distribuição de produtos e/ou serviços aos clientes e consumidores, por meio de organização, planejamento e controle efetivos para “armazenagem”, por fim resultando facilitar o fluxo de produtos. Percebe-se então que a logística fica entre produção e marketing, consequentemente o profissional de logística deverá tratar com produção e marketing, a busca constante da eficiência e eficácia, faz com que o profissional do setor esteja sempre à procura de mais conhecimento, esteja por dentro dos avanços tecnológicos, apto a usar, abusar e criar de estratégias inovadoras, criativas para ganhar força nas empresas brasileiras. Um pouco mais do profissional de logística - Alguns conhecimentos e formações são esperados do profissional de logística, entre eles encontra-se:

• Curso Superior em Ciências-Exatas; Estatísticas; Economia ou Engenharia; • Ter conhecimento de técnica de planejamento e otimização; • Ter conhecimento básico de logística; • Ter conhecimento de Ferramentas de TI (Tecnologia da informação); • Domínio de Inglês; • Domínio de Espanhol; • Habilidade de trabalhar com pessoas; • Ter união genérica dos curtos e vendas; • Ser criativo.

Como apresentado acima, este é o perfil de um profissional desejado, mas muitos que atuam neste setor não possuem formação adequada, e a demanda por profissionais que se enquadram neste perfil é muito grande, conta Arnaldo Vallim Filho (professor de pós-graduação em logística da Universidade Presbiteriana Mackenzie e doutor em logística na USP). Para tentar suprir a carência destes profissionais, numa iniciativa no Brasil, a Associação Brasileira de Logística (ASLOG) e a Unicamp estão lançando em São Paulo um programa para os profissionais que atuam no mercado de logística. Essa parceria tem como objetivo suprir a falta de cursos de graduação voltados para esse segmento, que é bastante promissor no país, comenta o presidente da ASLOG, Altemiro Carlos Borges. Essa certificação foi criada para suprir essa necessidade seguindo os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e do INMETRO. A certificação do profissional - É um documento que demonstra na teoria e na prática, como medir os conhecimentos de um profissional, tem como principal objetivo valorizar a área e contribuir com o setor logístico brasileiro. Uma série de provas é aplicada com o objetivo de avaliar os conhecimentos do candidato em assuntos como:

• Sistema logístico; • Supply clain (cadeia de suprimento); • Fundamentos gerais (princípios e técnicas); • Legislação;

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• Tributação. Assim as empresas terão como contar com uma ferramenta que servirá de referência na comprovação da experiência e no nível de qualificação do candidato, relata Altamiro Borges. Mercado brasileiro dos profissionais de logística - Conforme já citado, o nível dos profissionais não está adequado ao que o mercado está exigindo, os profissionais que estão atuando possuem diferentes tipos de formação, contudo é a área de engenharia, que acaba sendo o maior vilão de captação de profissionais para atuação em logística, de acordo com Cristiano Baran, diretor-executivo da Metropolitan Logística, por ser uma área bastante técnica e que exige desenvolvimento de projetos um engenheiro se encaixa bem no setor. Os exemplos abaixo foram retirados do artigo de Andréa Giardino, 2005, “certificação para quem atua na área de logística”, a própria empresa capta profissionais engenheiros recém-formados, moldando e formando o profissional de logística: Formado em administração de empresas pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, trocou o mercado financeiro, para seguir carreira em logística. Mesmo diante de uma trajetória em ascensão ele resolveu arriscar, após cinco anos no controle da Metropolitan, hoje ele colhe os frutos da ousadia, ele lidera uma companhia em crescimento anual de 25% e que em 2004 faturou 42 milhões. Ocorrendo à estabilização da moeda, avanços tecnológicos, queda de inflação, enfim a apresentação de um cenário mais promissor acirra-se então a competição entre as empresas, as organizações buscam mais eficiência em seus processos e custos baixos, levando à terceirização o processo de distribuição e a instalação de operadoras multinacionais. Em um mercado em expansão, forte e com avanços rápidos, faz com que os candidatos à área tenham que conhecer bem o funcionamento de atitudes como suprimentos, cadeia de suprimentos, planejamento, operações, logística interna, atendimento a clientes, a carência desses profissionais em alguma área ligada à logística acaba sendo bem disputada chegando a ponto de escolher onde ir trabalhar. Para demonstrarmos essa situação, temos outro exemplo: “Fernando Cotarelli, 43 anos, vice-presidente de operações do DHL Express, graduado em matemática, começou sua carreira em 1982, já no departamento de logística e distribuição, após seis anos foi trabalhar na Martin, empresa de operação logística e que tem como principal cliente o McDonalds. Quando ingressou aprendeu a lidar com toda a cadeia de abastecimento da rede de fast food, que na época mantinha 33 restaurantes. Quando saiu em 1999, o número de lojas chegava a 270, gerenciando uma divisão nacional de supply clain (cadeia de suprimentos) viu a rede dobrar de tamanho e pular para 540 restaurantes, uma oportunidade que fez com que ele aprendesse a entender a lógica da cadeia de suprimentos”. Com os exemplos acima, fica claro, que atualmente o mercado busca este perfil de profissional, que estão sendo formados/qualificados nas divisões de cada organização para que não fique no aspecto técnico e contribuir para que o negócio como um todo cresça. Desafios do profissional de logística - Em nosso estudo apresentamos exemplos práticos para que o leitor, acadêmico e/ou empresário que tenha interesse em melhorar seus conhecimentos possa enxergar de forma clara e objetiva o quanto da importância da logística e de se ter um profissional bem qualificado nesta área. Por parte do governo, porque ele precisa melhorar e investir pesadamente em alternativas de transporte com reestruturação da malha ferroviária, rodoviária, modernização e criação de novos portos. Vale lembrar também a condição de novas estradas e a frota de caminhões que em média é de 18 anos. Cresce a produção, mas não tem como estocar os produtos, pode citar o que acontece todos os anos toneladas de grãos com os silos abarrotados sem ter aonde estocar até a liberação e saída para exportação. Por parte dos acadêmicos, pois precisam buscar obter conhecimento para desenvolverem com qualidade e capacidade a profissão de logística no mercado de trabalho.

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Desafio da empregabilidade do profissional de logística - Ao analisarmos todo este contexto histórico apresentado até o momento, podemos agora ter uma noção dos desafios da empregabilidade, abaixo citaremos alguns que se mostram mais contundentes:

• Ausência de cursos em logística; • Política central com investimentos direcionados a este tipo de formação; • Ineficiência de infra-estrutura no Brasil • Mau estado de conservação da malha rodoviária e ferroviária; • Precariedade dos modais alternativos; • Burocracia ineficiente do governo.

Para demonstrar um desses fatores, citamos o artigo eletrônico da Associação Brasileira de Logística (2006), onde Alfredo José da Silva Neto nos relata que em 2007 o Brasil importou 17 milhões de toneladas de fertilizantes, destes 7.4 milhões chegaram ao porto de Paranaguá e devido à falta de infra-estrutura vários navios ficaram parados semana nos terminais do porto até conseguirem finalizar todo o processo. Era do conhecimento global - Conforme Peter Drucker esta é a Era do Conhecimento, a próxima será a era da Sabedoria. “A Sabedoria é o conhecimento temperado de discernimento”, nesta declaração, Peter Drucker afirma que as mudanças estão aí a nossa volta e que as organizações já estão percebendo as necessidades de usar os avanços das tecnologias de informação e comunicação de forma expressiva e eficiente para uma melhor desempenho de processos e na busca de resultados, a fim de facilitar e desenvolver melhor o conhecimento em geral (ERP, CRM, data warehouse...) em sistemas de computação para armazenagem e coleta de dados. Mas, mesmo estando no meio dessa transição, ainda existem organizações que perceberam definitivamente que se devem aproveitar esses avanços, fazem-se necessária grande transformação da consciência individual e coletiva, com novos níveis de responsabilidade sócio ambiental servindo como ponto de apoio para expressivas mudanças da organização como:

• Estimulação de uma nova reforma de pensamento individual para o coletivo; • Organização e indivíduos voltados para o coletivo; • Estimulação para integração sinérgica; • Participação de todos os stakeholders através de novas formas colaborativas,

cooperativas e co-criativas. Muitas empresas internacionais já aplicam o conceito acima, e as empresas brasileiras por sua vez, também apresentam mudanças abaixo, listamos:

• Balanço social; • Procura por certificação; • Possuem consultor de ética; • Também consta como aprendizagem continuada; • Contam com a e-learning; • Universidades corporativas que estejam sempre bem atualizadas, seus

colaboradores e equipe de trabalho. Neste sentido os gestores estão trabalhando no sentido de valorização da qualidade de vida do profissional, da auto realização, da estimulação do potencial humano, desenvolvendo estilo de ética voluntário. Considerando todos estes conceitos abordados, observamos como um profissional de logística deverá estar inserido neste contexto, a consciência deste indivíduo e a estrutura organizacional devem estar expandidas para o sócio ambiental-espiritual. Baseado no perfil do profissional já estudado anteriormente, este profissional deverá estar apto a analisar desde um aspecto maior do problema, até o mais turbulento e complexo com seus possíveis impactos a curto, médio e longo prazo nas organizações e na sociedade em geral.

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De forma clara, já vimos em muitas organizações, na suas maiorias multinacionais e algumas nacionais que esta transição da nova sociedade do conhecimento para a futura sociedade da consciência se baseia segundo, as descrições de funções abaixo:

• CEO’s, que são Chief Executive Office, estes precisarão contar e estar integrados aos CIO’s;

• CIO’s, que são Chief Information Office, precisarão contar e estar integrados aos CKO’s;

• CKO’s que são knowledge office, precisarão cada vez mais integrados com seus CVM’s, Chief Valuese Management.

A evolução cientifica tecnológica, de valores, relações, fez e faz com que a gestão profissional e gestores de organizações, serão inspirados e inspiradores, co-responsável por manter vivos e atualizados os valores da organização. Tendência futura do profissional na era do conhecimento - A competência emocional das lideranças, antecedida pela competência intelectual será complementada por uma competência transpessoal, serão prioritários os valores humanos culturais, espirituais, honestidade, humildade e serviço. Uma das maiores mudanças dentro das empresas foi à adoção de terceirizações, sejam de materiais e componentes, sejam nos serviços fornecidos tradicionalmente pelas organizações. Assim, a organização passa a focar mais as atividades onde obtém vantagem, na qual é mais competente. Isto fica mais evidente no sistema logístico, onde o fornecimento de serviço de transporte, armazenagem e controle de estoque são cada vez mais subcontratados de especialistas ou parceiros logísticos (Christopher, 1992). O gerenciamento de logística de base se concentra no gerenciamento do fluxo de informação. Para Christopher (1992), o sistema de informação é o mecanismo pelo qual o fluxo complexo de materiais, peças, subconjuntos e produtos acabados podem ser coordenados para obtenção de serviços a baixo custo, por isso há necessidade de sistemas de informações, para proporcionar um sistema logístico eficiente e eficaz. Logística de ponta - A maioria dos conceitos logísticos apresentados por inúmeros estudiosos, ainda é um território inexplorado para muitas organizações, as que reconheceram que a logística é uma variável importante, se destacaram mundialmente. Christopher (1992) cita um estudo que identifica as características básicas das companhias que possuíam a liderança em logística:

• Demonstra um importantíssimo comprometimento com o cliente; • Enfatizam o planejamento; • Protege-se contra o exagero do controle funcional; • Compromete-se com alianças externas com fornecedores de serviços; • Possui um processo logístico altamente formalizado; • Incentivam a flexibilidade operacional; • Empregam medições de desempenho de grande alcance; • Investem no estado de arte da tecnologia de informações;

O estudo foi realizado na América do norte para o Council of Logistics Management. Como as companhias líderes gerenciam a logísticas? O gerenciamento das companhias líderes pode ser voltado à estrutura organizacional, a postura estratégica e ao comportamento organizacional, abaixo transcreve esta estrutura proposta por Christopher (1992): No que diz respeito à estrutura organizacional, as empresas lideres:

• Possuem organizações logísticas formais há muito tempo. • Estão mais propensas a ter a logística chefiada por um executivo em nível de diretoria. • Adotam uma abordagem mais fluida na organização logística e estimulam as reorganizações freqüentes, para obter vantagens das oportunidades que surgem. • Tendem a favorecer o controle centralizado. Tornar-se-ão mais centralizadas à medida que adapta a estrutura organizacional a missão.

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• São responsáveis pela redução de funções mais tradicionais de staff e de linha. • Estão mais aptas a executar funções logísticas com expansão de fronteira ou de orientação externas. • Tendem a gerenciar mais responsabilidades funcionais alem ou de forma ampla, incluindo aquelas que tradicionalmente não são consideradas como parte da logística. • No que diz respeito à postura estratégica, as empresas líderes: • Possui maior tendência para gerenciar a logística como um processo de valor adicionado; • Refletem um comprometimento mais forte para a obtenção e manutenção da satisfação do cliente; • Incentivam a flexibilidade, particularmente no que diz respeito à conciliação de solicitações especiais ou que estejam fora da rotina; • Estão melhores posicionados para enfrentar eventos inesperados; • São mais propensas à utilização de serviços de fornecedores externos; • Incentivam de muito boa maneira pela qual a companhia prestadora de serviços desempenha o gerenciamento de si própria e do serviço aos clientes; • São mais aptas a ver os relacionamentos serviço/prestador como alianças estratégicas; • Prevêem uma utilização maior de serviços externos no futuro. • No que diz respeito ao comportamento gerencial, as empresas líderes:

• Aplica-se maior esforço no planejamento logístico formal; • São mais aptas a publicar seus comprometimentos e padrões de desempenho através de declarações de missões específicas; • São mais aptas a ter de seus executivos de logística envolvidos no planejamento estratégico das unidades de negócio; • Respondem eficazmente aos eventos não-planejados; • Usam regularmente uma faixa mais ampla de medidas de desempenho, incluindo o gerenciamento dos ativos, custos, serviço aos clientes, produtividade e qualidade; • São grandes usuários da tecnologia de processamento de dados e desfrutam de um suporte em sistemas de informações de altíssima qualidade; • Tipicamente possuem mais aplicativos de informática no estado-da-arte e estão planejando mais atualizações e expansões; • Estão mais envolvidas com tecnologias novas, como intercâmbio eletrônico de Dados (EDI) e Inteligência Artificial; • O princípio básico que tradicionalmente orienta as companhias deve ser questionado, pois é preciso mudar certos paradigmas que sustentaram a organização por tanto tempo, principalmente para o profissional de logística: • De funções para processos: é necessário ter habilidades interdisciplinares e compreensão das oportunidades de trade-off entre áreas funcionais; • De lucro para lucratividade: a organização moderna reconhece o impacto do gerenciamento de recursos e da utilização de ativos na busca de um melhor retorno sobre o investimento, controlando os recursos e os custos; • De produtos para clientes: o gerenciamento da logística trata principalmente do serviço ao cliente e sob nosso paradigma precisa definir medir e gerenciar o serviço ao cliente, de forma diferenciada, por segmento de mercado. • De transações para relacionamento: o reconhecimento da necessidade vital de também reter os clientes é enfatizar o estabelecimento de relacionamentos de pouca duração através do serviço e da qualidade, deve-se buscar parcerias de longo prazo com fornecedores e clientes;

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• De estoque para informação: a revolução no sistema de informações possibilitou o gerenciamento dos sistemas logísticos em tempo real ou em tempo próximo do real.

Hoje podemos reduzir drasticamente os estoques uma vez que estes foram mantidos freqüentemente como protetores de incertezas. O profissional de logística transforma-se num gerente de informações, não apenas um gerente de matérias. Abaixo apresentamos a figura 3 que mostra alguns dos problemas que o profissional de logística enfrenta e/ou deverá enfrentar.

Fonte: Andersen Consulting, Arthur Andersen SC. Estratégias logísticas orientadas para serviço ao cliente - A principal fonte de vantagem competitiva é o serviço ao cliente, assim o objetivo da logística é do gerenciamento da cadeia de suprimentos é projetar estratégias que possibilitem a realização de um serviço de qualidade superior e de baixo custo (Christhoper, 1992). O profissional de logística que dominar a integração das áreas de uma forma estratégica terá grande vantagem competitiva perante os demais. Preparando-se para conviver com as mudanças, Bertaglia (2003), já afirmava que a globalização trouxe grandes modificações ao mundo empresarial, seja no segmento de serviços ou nos bens de consumo. Isto se reflete no mercado de trabalho também, onde os cargos e funções precisam e necessitam se adaptar para sobreviver; principalmente devido à evolução tecnológica.

IMPLEMENTAÇÃO

FUNCIONAL

Políticas e

Procedimentos

Instalações e

Equipamentos

Sistemas de

Informações

Gerenciamento da

Organização e das

Mudanças

Projeto do

Armazém

e sua Operação

Gerenciamento do

Transporte

ESTRUTURAL

Gerenciamento de

Materiais

Projeto

do Canal

Estratégia

da Rede

ESTRATÉGICO

Serviço

ao Cliente

Quais são as necessidades de serviço para cada

Como pode ser

alcançada a Integração

Quais são os sistemas de informações necessários p/obter eficiência máxima nas operações de logística?

Qual melhor sistema de distribuição que minimiza os custos e oferece níveis competitivos de serviços?

Os procedimentos atuais de gerenciamento dos estoques podem suportar as demandas de serviço?

Há oportunidades de reduzir os custos com transporte tanto a curto quanto a longo prazos?

Como os recursos devem ser melhor organizados p/ alcançar os objetivos operacionais e de serviços?

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O profissional que não evolui, que não acompanha as mudanças, estará determinando o seu próprio fim. A cadeia de abastecimento integrada ou logística integrada usou esse avanço tecnológico integrando várias áreas, reduziu os conflitos internos e aumentou a velocidade no fluxo de informação e de material, com isso atendeu as expectativas dos clientes e consumidores, gerou indicadores de desempenho facilitando assim a administração da cadeia em toda a sua extensão. Para ser global, é necessário:

• Ser competente; • Ágil; • Produzir a baixo custo; • Ser criativo.

A logística desempenha uma função especial nesse processo, pois é fator decisivo na diferenciação competitiva, na forma de atender os clientes e prestar serviços requeridos. (BERTAGLIA, 2003) O novo perfil do profissional de logística - Se o cliente é o foco e é fundamental maximizar os valores para sua retenção, é necessário para os novos profissionais, invistam em conhecimento para se alcançar o êxito. O profissional deve conhecer as principais atividades logísticas que são:

• Essencial: Transporte, manutenção de estoque, processamento de pedidos; • Secundários: Armazenagem, manuseio de materiais, embalagens e TI (Tecnologia

de Informação). Algumas qualidades do profissional também podem ser apresentadas. A seguir apresentamos um roteiro para que você profissional de logística, acadêmico ou empresário possa considerar as qualidades para um bom desempenho no setor ou na busca de um profissional para o setor:

A – utilizar-se do raciocínio lógico em situações concretas, para projetar planejamento para o futuro;

B – utilizar seu sentido organizacional onde há necessidade de controle e disciplina; lançar mão de seu lado empreendedor;

C – perfil com sensibilidade, cortês, extrovertido, conciliador e empático de grande utilidade nas relações interpessoal;

D – Poderá conciliar seu perfil ousado, visionário e arrojado ao gosto pelo trabalho em equipe, utilizando-se de sua capacidade de raciocínio simultâneo. Para o profissional atuar na cadeia de abastecimento deve ter um perfil bastante eclético, apresentando conhecimentos:

• De processos; • Possuir características de liderança; • Visão com orientação externa; • Habilidades para elaboração de estratégias; • Capacidade de análise objetiva.

De modo que possa reconhecer em que pontos os processos devem ser melhorados para contribuir com o crescimento e desenvolvimento da organização (Bertaglia, 2003), além disso:

• Precisa saber negociar; • Acompanhar a evolução do cenário econômico do país; • Administrar clientes; • Tecnologias da informação; • Planejar estrategicamente; • Analisar finanças; • Controlar estoques e • Preparar pessoas para serem seus colaboradores.

O desafio do profissional de logística é o de compreender as mudanças que estão ocorrendo e entender como esta transformação vai afetar suas funções, achando condições para lidar com elas de forma mais efetiva.

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É preciso questionar os pontos específicos e fundamentais na área de atuação, tais como: • Processos; • Mercados; • Recursos e • Concorrência.

Todos os conhecimentos adquiridos se transformam em uma velocidade cada vez maior, sendo difícil para o profissional definir o caminho a prosseguir, no entanto, precisa se empenhar em busca de novos conhecimentos e melhorar habilidades que já dispõem. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Para Bertaglia (2003) “nossas habilidades e competências precisam ser desenvolvidas constantemente numa reciclagem contínua”, o que este artigo nos indicou e alertou foi justamente a importância do profissional de logística buscar conhecimentos, desenvolver habilidades, competências e estar em constante busca de aprimoramento, principalmente numa era de desenvolvimento do conhecimento, onde estará à frente aqueles que buscarem se atualizar, e perceberem o que estará por vir. “Ainda que seja difícil acompanhar a velocidade e as mudanças dos nossos tempos, temos de nos adaptar. Os dinossauros desapareceram entre outro fator devido á dificuldade de adaptação”, Bertaglia (2003) já afirmava a importância da adaptação às mudanças que estavam acontecendo naquela época, hoje mais ainda se faz necessária a adaptação á vários fatores, sejam no dia-a-dia, na profissão, na rede de relacionamentos. O profissional que conseguir unir a busca constante de conhecimentos, habilidades e competências juntamente com a adaptação a todas as mudanças que estão ocorrendo no mundo inteiro, estarão um passo a frente dos concorrentes. Este estudo buscou demonstrar a importância de constantes buscas por conhecimento, seja em conhecer o que se espera desenvolver, seja em se adaptar e buscar inovações não pensadas ainda. Assim, recomendamos as bibliografias neste artigo utilizadas, e aconselhamos a busca de maiores informações desta profissão que está em ascensão, pois o mercado de trabalho é muito amplo e carente de profissionais nesta área.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BERTAGLIA, P. R. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003. BUSSINGER, V. O que é logística.Disponível em: http://www.e-commerce.org.br/Artigos/logistica.htm. Acesso em: 03 março, 2008. CARVALHO, J. M. C. - Logística. 3.ª ed. Lisboa: Edições Silabo, 2004. ISBN 9726182794 DIAS, J. C. Q. - Logística global e macro logística. Lisboa: Edições Silabo, 2005. ISBN 972-618-369-3 FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa 2.ed.2.ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1986. 1838p. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Log%C3%ADstica#Origem_do_Nome. Acesso em: 03 Março, 2008. GIARDINO, A. Certificação para quem atua na área de logística. 2005. Disponível em: http://www.universia.com.br/html/noticia/noticia_clipping_cgddb.html. Acesso em: 03 Março, 2008. HOYOS, A. Sabedoria Corporativa.Disponível em: http://mercadoetico.terra.com.br/colunas.view.php?id=26. Acesso em: 03 Março, 2008. LOPES, P. A. A era do conhecimento já começou. Disponível em: http://www.miniweb.com.br/Cursos/miniwebcursos/cursos_miniweb/conhecendo_ead/botoes/modulos/modulo_2/artigos/era_conhecimento.html.Acesso em: 03 Março, 2008. LUDOVICO, N. O Profissional de logística e Comércio exterior na Era do Conhecimento. 1. ed. rev. atual. São Paulo: Saraiva, 2007. MARTIN, C. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimento: estratégias para redução de custos e melhoria de serviços. 1 ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2002.

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MICHELETTI, C. O Salário é alto, mas as exigências também. Disponível em: http://carreiras.empregos.com.br/carreira/administracao/planejamento/050704-mercado_logistica2.shtm. Acesso em: 03 Março, 2008. NETO, Alfredo José da Silva. Os desafios da empregabilidade do profissional de logística.2006.Disponível em: http://www.aslog.org.br/artigo.php?id=4. Acesso em: 03 Março, 2008.

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PONTO DE MUTAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE INOVAÇÃO EM NEGÓCIOS

RENATO DOS SANTOS1

1Administrador de Empresas, Mestrando em Gestão Estratégica de Negócios. Professor de Administração, Centro de Ciências Sociais Aplicadas, UDC, Foz do Iguaçu – PR. [email protected]

Área temática: Gestão Estratégica nas Organizações e Empreendedorismo

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: A inovação é uma premissa básica na competitividade das empresas, principalmente na manutenção de seu espaço mercadológico. Neste contexto a teoria do ponto de mutação, pode constituir uma referência no entendimento do ambiente de influencia das organizações. O desenvolvimento da estrutura empresarial no sentido de entender os processos de mudança e inovação é fundamental para a efetividade competitiva, além de agregar valor tecnológico no processo de mutação, exatamente pela forma de comunicação de valor, constituindo oportunidade única no desenvolvimento empresarial. PALAVRAS-CHAVE: Inovação, Estratégia, Valor.

THE TURNING POINT AS A STRATEGY TO INNOVATION IN BUSINESS ABSTRACT: Innovation is a basic premise in the competitiveness of enterprises, mainly in the maintenance of its space Mercantile. In this context the theory from the turning point, can be a reference in understanding the influence of environmental for the organizations. The development of business structure in order to understand the processes of change and innovation is key to the competitive effectiveness, and add value in the process of technological change, just the way of communicating value, providing unique opportunity in business development. KEYWORDS: Innovation, Strategy, Value. INTRODUÇÃO: A importância de inovação estratégica para os negócios na atualidade é muito mais que a sobrevivência, e o processo de desenvolvimento por meio de criação de valor, principalmente quando o consumo de produtos e serviços é mais relevante em questões de volume. Peter Drucker (1973), disse que “os propósitos dos negócios é criar e manter clientes satisfeitos, para que as empresas possam obter lucro”, portanto, os negócios varejistas devem estar próximos dos valores dos clientes, ou seja, criar direção da cultura para os clientes, onde a satisfação está presente na missão da empresa. As estratégias devem estar centradas no relacionamento criado ao longo do tempo e principalmente executado como suporte a posição de valor. A orientação ao cliente pelas empresas e a estratégia mais importante, uma vez que necessitam de uma profissionalização das vendas e condução de uma vantagem competitiva. Também através de estudos, Sheth (1991) disse que as vantagens aumentam a competitividade através de eficiência em custos quando os clientes compram repetidamente, quando também, a lealdade dos clientes gera resultados para a empresa em época de crise. Com a possibilidade de manutenção de valor dos clientes, os mercados conseguem focar seu posicionamento de valor, onde o conceito é originado pelos estudos dos comportamentos das pessoas, através de suas preferências, das experiências vividas, das

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relações, transações e intercambio de informação. Criar novas proporções de valor e reconhecidas, desenvolvidas num ambiente contextual de atenção aos consumidores traz vantagens competitivas. A criatividade em inovação é a atenção contextual de aproximação, onde os intercâmbios de informações são primordiais para as ações estratégicas. Mas quando definir estratégias de inovação, quando é a hora de inovar, como definir o momento exato de inovar? As inovações estão ligadas às mutações sofridas pelas adaptações exigidas ao longo dos tempos, ou estações de mudanças conjunturais do mundo, ou das formas de pensamento de como manter a sustentabilidade das empresas. O comércio intenso no mundo carece de uma melhor disponibilidade de capital humano e melhor sustentabilidade da administração com seriedade dos recursos renováveis do planeta. Todavia a competitividade das empresas deve estar projetada para que os produtos e serviços sejam benéficos a todos os clientes. Problema - As estratégias de inovação estão ligadas diretamente a percepção de valor dos clientes, mas não levam em considerações nas perspectivas de mutações dos mercados. Os processos de comercialização e desenvolvimento da economia regional, ou da economia mundial estão sustentados em modificações das estruturas de vida das relações das populações com o ambiente em que vivem estas inter-relações devem ser visualizadas como todo e não em partes. Heisenberg1 disse “O mundo apresenta-se como uma complicada trama de eventos, pelo qual conexões de diferentes espécies se alternam se sobrepõe ou se combinam, deste modo determinam o contexto do todo”. No presente contexto, a busca pelo desenvolvimento sustentável ou das formas de negócios é uma premissa indiscutível no ambiente econômico, uma vez que teremos uma população cada vez mais abundante carecendo de maior circulação econômica dos recursos regionais. Todas as estratégias de inovação estão sustentadas na teoria de mutação, claro que as formas de atuações dos atores do ambiente são influenciadas pelo ambiente e suas adaptações estão mudando passo a passo. Em marketing existe a teoria de que todos os produtos têm um ciclo de vida e que eles podem ser estudados a partir de suas fases, segundo a Boston Consulting Group (BCG) apresentadas através de uma matriz determinando as fases em que se encontra para definir estratégias competitivas. Este ciclo de vida apresentado tem influência de variáveis do ambiente que intervém em sua evolução, num determinado momento esta interferência pode definir como será esta evolução, ou seja, este momento pode ser uma mutação determinada pelo ambiente para 1 Fonte: Punto de Mutação – Fijot Capra . 2006 - Pag. 75.

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que haja uma evolução ou adaptabilidade para sua sobrevivência. “Para tanto, que o universo é um todo, unificado, mesmo que pode ser dividido em partes, mas – não podo ser entendido como partes isoladas, mas devem ser definidos através de suas inter-relações”2 . Neste momento pode ser definido como um ponto onde a mutação está mais favorável, ou seja, a hora para se fazer uma manobra de inovação de produtos ou ações estratégicas. Nesta realidade apresentada se configura um desafio para as empresas e até mesmo uma necessidade de gerencia do valor e da fidelidade dos clientes, aliás, de concentrar-se na verdadeira perspectiva de inovação. Assim sendo, através do relacionamento com o ambiente podem-se oferecer produtos e serviços diferenciadores, competitivos no presente contexto tem como tema definido a Teoria do Ponto de Mutação como base para a Estratégia de Inovação em Negócios. As empresas frutificam quando criam valor econômico real a seus acionistas e valor a seus clientes. E para que isto ocorra, deverá ser investido capital com intuito de obter taxas de retorno que excedam os custos de seu capital, (COPELAND; KOLLER; MURRIN, 2002) onde os intangíveis se tornam o principal valor das empresas. Em 70 anos, os intangíveis subirão de 30% para 63% das 500 maiores empresas dos Estados Unidos. (LEV, 2001) Assim sendo, o problema levantado para o presente trabalho é: Como gerar um instrumento através da teoria do ponto de mutação para demonstrar a hora de lançar a estratégia de inovação, para que haja possibilidade de promover valor a seus clientes? Como o exposto nos parágrafos precedentes, evidenciando a relevância do tema e dos problemas levantados, parte-se da premissa de que é primordial a realização de uma estratégia de inovação dos negócios para que se definam os objetivos a ser alcançados. BASE TEÓRICA: Ciclo de Vida dos Produtos - As insatisfações dos clientes com a qualidade de produtos e serviços, são crescentes, existem vários problemas com produtos industrializados, principalmente com respeito ao atendimento de ponto de venda, a maior parte é criticada pelos serviços mal prestados. Mas em respeito ao aumento da competição devemos efetuar análises dos ciclos de vida dos produtos para que a pressão aumente para que a produtividade seja sustentável nos princípios de qualidade, principalmente quando a competição se baseia no preço. A redução de custos é historicamente unida a re-engenharia dos processos e ao investimento em tecnologia de auto-atendimento. Com o advento das normas ISO as empresas haviam iniciado um caminho para o desenvolvimento da qualidade, predestinado a competição com empresas globalizadas e franqueadas internacionalmente, gerando um fator de criação de valor para estas empresas sempre que se distinguiam através da inovação. Os ciclos de vida dos produtos são importantes para saber quais as ações devem ser executadas no momento certo, não desperdiçando recursos e tempo. O Ponto de Mutação - Nos ciclos de vida dos produtos existe a capacidade de embutir o valor no processo de comercialização o qual se define em um dado momento pela inovação, entretanto, carece de preparação e qualificação tanto dos colaboradores como de suas tecnologias de apresentação, de modo que se pode criar e apresentar valor e vantagens que a empresa oferece. Estas vantagens são colocadas através da política da empresa cada vez que se dirige pela ética, dando prioridade a proteção de seus clientes. Para tanto, existe a necessidade de um momento apropriado para que seja executado o programa de mudança de valor na empresa, obedecendo a estrutura ambiental que influencia os procedimentos e políticas das organizações. A teoria do ponto de mutação assinala o momento em que as estratégias de inovação devem ser executadas, principalmente por analisar o contexto estrutural da empresa e não em uma pequena parte dos processos. Ciência e filosofia - A ciência mostra que a mutação acontece através dos anos em ciclos evolutivos, desde que os tempos de Aristóteles que a ciência sofre influências dos 2 Frijot Capara – Punto de La Mutación - 2006

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ambientes de mutações, assim se têm parâmetros de evolução, principalmente para utilização nos negócios. Onde se trata dos benefícios dos conhecimentos adquiridos pela ciência para uso nos mercados competitivos. A visão newtoniana não permite que os parâmetros de análises sejam vislumbrados de maneira ampla, estando enfocados em pequenas partes do todo. Para tanto que a teoria de mutação é importante para o processo de análises de todo o ambiente contextual de influência nas estratégias e ações competitivas. No método newtoniano existe um paradigma a ser quebrado através de uma profunda análise de conceitos e modelos subjacentes, com os valores do contexto cultural, onde os sistemas econômicos, as atitudes e atividades estão altamente valorizados, principalmente na aquisição de bens materiais e competição tecnológica. Tal como na psicologia e em outras ciências, a substituição do modelo cartesiano pelo modelo holístico e ecológico tornará as ciências menos científicas, mas compatíveis com as conquistas das ciências naturais. Criação de valor - O processo de compra dos serviços e as etapas para as quais um cliente elege, consome e avalia serviços definitivos, estão ligados no processo de valor. Para tal maneira necessita-se avaliar suas necessidades específicas de acordo com as conseqüências de sua compra, a qual espera receber. Maslow identificou as categorias dos seres humanos e suas necessidades que se utilizam com as tecnologias que permitem para produzir serviços e produtos suficientemente similares, sendo o papel dos serviços, neste caso, para a característica do diferencial competitivo. Com a crescente consciência de que a melhoria da qualidade é boa para os negócios e para a competitividade, muitas empresas estão buscando suas relações com os consumidores através de melhoria da qualidade dos serviços que prestam, dimensionando seus programas de serviços através de uma avaliação contínua da satisfação. O contexto dos ambientes - Os ambientes exercem influências cíclicas nas pessoas, tanto de ordem psicológica como ética, todas as ações são percebidas por uma influência social ou por mudanças evolutivas da consciência humana. Para tanto, deve-se buscar um paralelo evolutivo dos ciclos humanos e desenvolver um horizonte capaz de sustentar a civilização. O estudo dos ambientes permite que uma visão contextual das influências, para que sejam identificadas e aproveitadas na definição da estratégia competitiva, permitindo uma racionalização das ações. O contexto do ambiente pode influenciar o processo de mudança, provocando reações não planejadas, além de gerar modificações desnecessárias durante a mutação. Entender o ambiente direciona as ações de maneira moderada e planificada, projetando variáveis monitoráveis, entendendo as reações institucionais e estruturais na organização como um todo. METODOLOGIA: Desenvolver a pesquisa bibliográfica nos temas de importância do mercado e também nos temas da filosofia humana para que se tenha a percepção de que o universo é único e inter-relacionado. Demo (1994) enfatiza que, a instrumentação para a pesquisa, constituiu marca distintiva da universidade, sendo de vital importância para a instituição universitária sua capacidade de alimentar e renovar a produção científica própria. Propor um modelo de análise das mutações ou das mudanças de evolução das empresas e suas correlações com o mercado, baseadas nas mudanças cíclicas da inovação. Estabelecer um parâmetro de comparação entre os ciclos da evolução humana e da evolução de produtos e serviços oferecidos para satisfação dos clientes. RESULTADOS ESPERADOS: Desenvolvimento de um modelo de analise de estratégia capaz de visualizar e acompanhar as evoluções humanas e promover mudanças estratégicas para a competitividade mais saudável, com uma intervenção menos impactante no ambiente ecológico e trazer mais sustentabilidade dos recursos naturais.

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As empresas tendem a possuir um modelo de competitividade ético e com desenvolvimento mais eficiente e suas estruturas e processos internos. Com isso a eficiência empresarial pode ser melhorada a partir da visualização e entendimento do processo de mutação do mercado, e, portanto melhor aproximação com a satisfação de seus clientes, gerando fidelização de seus clientes e consequentemente maior poder sobre a relação de custos e liderança no mercado. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Neste trabalho procura-se colocar como objetivos gerais da pesquisa, elaborar um modelo de análise das estratégias de inovação a partir da teoria do ponto de mutação para as empresas, buscando corroborar com as considerações do estudo realizado, provando que não só as percepções de valor podem fazer a diferença e trazer a competitividade para as empresas, mas sim todo o complexo de mudança ambiental. Com os estudos da evolução através da mutação constante de adaptação humana as influencias do ambiente tornam-se fundamentais para adequar os ativos intangíveis com a estratégia competitiva das ações de fidelização ou lealdade dos clientes. A identificação das oportunidades de investimentos da empresa no mercado é resultado das influências diretas além da sustentabilidade no ponto de mutação, como elemento de valor intrínseco às operações de relação direta com os consumidores. Portanto, denota-se que a importância da pesquisa está centrada no posicionamento da organização por sua relação com o mercado. Claro, que as organizações competitivas devem estar direcionadas a movimentação dos ambientes de marketing, e também às mudanças estruturais das motivações que influenciam as compras pelos consumidores, pelo que se espera uma inovação no valor mais próximo da expectativa do mercado. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BARNES, J. G. Segredos da Gestão pelo Relacionamento dos Clientes – CRM. RIO DE JANEIRO:QUALITYMARK, 2002. CAPRA, F. O Ponto de Mutação. São Paulo: Cultrix. 2006. DEMO, P. Educação e Qualidade. Campinas, Papirus, 1994HAX, ARNOLDO; MAJLUF, NICOLAS. The Strategy Concept & process: a pragmatic approach. New Jersey: Prentice Hall, 1991. HOOLEY, GRAHAM J; SAUNDERS A. JOHN; PIERCY F. NIGEL. Estrategia de Marketing e Posicionamiento Competitivo. Sao Paulo, Pearson Prentice Hall, 2005. KOTLER, P. Administração de Marketing. São Paulo: Ed. Atlas, 1998 LOVELOCK, C.; WRIGHT, L. Marketing Serviços e Gestão . São Paulo.Saraiva. 2003. OSELLA, M. Breve História de las Ideas Filosóficas Acerca del Conocimiento y la Técnica. Rio Cuarto: Departamento de Imprenta y Publicaciones de la UNRC. 2003. RICO, R. R. DORIA, F. E. Retail Marketing. Buenos Aires: Pearson Education. 2005. SHETH, J. N. MITRAL, B. NEWMAN, B. I. Comportamento do Consumidor. São Paulo: Atlas,2001. TAÑSKI, N. C. - Segmentacion Integral de Mercados. Posadas: Graficop. 2003. WARREN J K.; MARK C. G., Princípios de Marketing Global. São Paulo, Saraiva, 2003.

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QUALIDADE DE VIDA DOS EMPREGADOS DO HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI

LEONICE MULLER1, MEIRE ROMENIA SESTITO2, PEDRO LAURINDO3 1Administradora, Pós-graduada em Gestão de Pessoas, UDC, Foz do Iguaçu – PR, [email protected]. 2Administradora, Pós-graduada em Gestão de Pessoas, UDC, Foz do Iguaçu – PR, [email protected] 3Administrador, Bacharel em Administração de Empresas, CESUFOZ, Foz do Iguaçu – PR, [email protected]

Área Temática: Gestão de Pessoas

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: O artigo trata da Qualidade de Vida no Trabalho, em que se destaca a preocupação com o bem-estar e a saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas do setor administrativo do Hospital Ministro Costa Cavalcanti. O objetivo precípuo é identificar a existência de ações que possam indicar características para o desenvolvimento de um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho no hospital. Para a coleta dos dados utilizam-se questionários aplicados ao responsável pela área de Recursos Humanos e aos funcionários do setor administrativo do hospital. Os resultados apontaram características favoráveis para a implantação de um Programa de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), com correções e ampliação em algumas ações já existentes, bem como a criação e implementação de outras relevantes para este propósito. PALAVRAS-CHAVES: Satisfação pessoal, Qualidade de Vida no Trabalho, Motivação.

QUALITY OF LIFE OF HOSPITAL MINISTRO COSTA CAVALCANTI EMPLOYEES ABSTRACT: The article deals with the Quality of Life at Work, which has a concern for the welfare and health of workers in the performance of their tasks. The study was conducted in the administrative sector of the Hospital Costa Cavalcanti Minister, in order to identify the existence of actions that might indicate features for a program of Quality of Life at Work in the hospital. Questionnaires were used to responsibility for Human Resources and the officials of the administrative sector of the hospital. The result is that there are features that indicate the possibility of deployment of a Program of Quality of Life at Work (QVT), with corrections and expansion in some existing actions, and the creation and implementation of other relevant for the purpose of the QVT. KEYWORDS: Personal satisfaction, Quality of Life at Work, Motivation INTRODUÇÃO: As organizações estão inserindo a política de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) em suas estratégias por entenderem ser fundamental para eficiência e eficácia dos negócios. Essa estratégia refere-se à preocupação com o bem-estar geral e saúde dos trabalhadores no desempenho de suas tarefas. As organizações são compostas por pessoas e, para a obtenção do sucesso dependem também, de seus colaboradores e com esse propósito, é preciso que estejam envolvidas em programas de Qualidade de Vida no Trabalho (QVT). A maioria das estratégias organizacional está esboçada com um objetivo quase consensual entre elas, o lucro. Entretanto, nas empresas que buscam a excelência nos serviços, como é o caso dos hospitais, os objetivos são meios para se atingirem a eficácia em oferecer saúde aos seus clientes. A partir dessa constatação, este estudo foi realizado no departamento

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administrativo do Hospital Ministro Costa Cavalcanti (HMCC), com o intuito de identificar a existência de ações que possam indicar característica para um programa de QVT no hospital. BASE TEÓRICA: Para Hackman e Lawler (1971 apud Moraes, Kilimnik e Ramos, 1994), as pessoas sentem-se mais satisfeitas no trabalho quando suas atividades são mais variadas, existe maior autonomia e isso promove maior identidade do indivíduo com a tarefa, o que irá provocar maior interação entre as pessoas. Dessa forma, este trabalho de pesquisa tem como objetivo precípuo analisar os fatores que influenciam o ambiente de trabalho dos funcionários do setor administrativo do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, como o propósito de identificar ações para um programa de QVT. Para atingir tal propósito, foram estabelecidos os objetivos específicos de: a) determinar os fatores relevantes que contribuem para a realização de um programa de QVT; b) identificar os aspectos motivacionais relacionados à execução das tarefas no setor administrativo do hospital; c) confrontar as ações realizadas pelo hospital com os fatores necessários à implementação de um programa de QVT à luz da literatura. O modelo de QVT de Walton: A metodologia de Walton (1974) foi escolhida para a elaboração desse estudo por apresentar-se de forma clara e bastante acessível ao que se propôs como objetivo. Nessa abordagem, são apresentadas oito dimensões que afetam a QVT, descritas resumidamente na Tabela 1.

Tabela 1: Modelo de Walton para aferição da Qualidade de Vida no Trabalho. Dimensões Fatores

1. Compensação justa e adequada 1. Renda (salário) adequada ao trabalho 2. Equidade interna (compatibilidade interna) 3. Equidade externa (compatibilidade externa)

2. Condições de segurança e saúde no trabalho

4. jornada de trabalho 5. Ambiente físico (seguro e saudável)

3. Utilização e desenvolvimento de capacidades

6. Autonomia 7. Significado da tarefa 8. Identidade da tarefa 9. Variedade de habilidades 10. Retroação e retroinformação

4. Oportunidade de crescimento e segurança

11.Possibilidade de carreira 12.Crescimento profissional 13. Segurança do emprego

5. Integração social na organização 14. Igualdade de oportunidades 15. Relacionamentos interpessoais e grupais 16. Senso comunitário

6. Garantias constitucionais

17. Respeito ás leis e direitos trabalhista 18. Privacidade pessoal 19. Liberdade de expressão 20. Normas e rotinas claras da organização

7. Trabalho e espaço total de vida 21. Papel balanceado do trabalho na vida pessoal

8. Relevância social da vida no trabalho

22. Imagem da empresa 23. Responsabilidade social pelos produtos/serviços 24. Responsabilidade social pelos empregados

Fonte: Walton (1974 apud Vieira, 1996: p.4).

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Segundo Fernandes e Gutierrez (1998, p. 185), “a melhoria da saúde por meio de novas formas de organizar o trabalho tem sido objeto de inúmeros artigos e obras publicadas sob a denominação de qualidade de vida no trabalho”. A QVT envolve não somente os aspectos intrínsecos do cargo, como todos os aspectos extrínsecos. Ela afeta atitudes pessoais importantes para produtividade individual, com motivação para o trabalho, adaptabilidade à mudança no ambiente de trabalho, criatividade e vontade de inovar ou aceitar mudanças. A preocupação da sociedade com a qualidade de vida deslocou-se há muito pouco tempo para situação de trabalho, como parte integrante de uma sociedade complexa e de um ambiente heterogêneo. A QVT assimila duas posições antagônicas: de um lado, a reivindicação dos empregados quanto ao bem-estar à satisfação no trabalho; e de outro lado, o interesse das organizações quanto a seus efeitos potenciadores sobre a produtividade e a qualidade. Mulkovich e Boudreau (ANO) salientam que: a QVT parte do reconhecimento de que uma pessoa bem treinada e bem posicionada na empresa está em melhor condição para identificar os problemas dificilmente localizáveis com relação à qualidade do produto como trabalho deve ser feito, assim a QVT é essencial na criação de um espírito de cidadania organizacional como nos programas de qualidade total nas organizações. A qualidade de vida como estratégia na gestão de pessoas: Apesar das grandes transformações na organização da produção, os conceitos sobre gestão de pessoas e sua transformação em práticas gerenciais têm ainda como principal fio condutor o controle sobre as pessoas. Em contraponto, as empresas vêm sofrendo grande pressão do contexto externo, que as forças a uma revisão na forma de gerir pessoas. O desenvolvimento da organização esta direcionada a sua capacidade em desenvolver pessoas e a ser desenvolvida por pessoas. O desenvolvimento de pessoas deve estar centrado nas próprias pessoas, ou seja, o desenvolvimento e efetuado respeitando-se sua individualidade. A gestão de pessoas deve ser integrada, a atender os interesses e expectativas da empresa e das pessoas. Dessa maneira será possível dar sustentação a uma relação produtiva entre ambas. A conscientização do desejo de viver qualitativamente melhor é algo patente e palpável para a grande massa dos trabalhadores. Tudo começou com a necessidade de “controlar” os registros dos trabalhadores, com ênfase, obviamente, nas horas trabalhadas, a falta e atrasos para efeitos de pagamento ou de desconto. Tal qual se faz hoje. Neste campo pouco ou nada mudou. Segundo Abraham H. Maslow, a motivação dos indivíduos objetiva satisfazer certas necessidades que vão desde as primárias (fisiológicas), que são as mais simples, até as mais complexas ou psicológicas (auto-realização). Os tipos de necessidades, segundo o autor são:

• Fisiológica: são necessidades físicas como o sexo, a bebida, a comida, o sono etc.

• Segurança: é a contrapartida, a insegurança natural das pessoas, que significa a estabilidade, a proteção, estarem livre do perigo, ter um abrigo, uma estrutura, uma ordem etc.

• Social: é a necessidade endógena de amar e ser amado, ter amizades, vínculos familiares, intimidade etc.

• Estima: são os sentimentos das pessoas de sentirem-se valorizadas pelos que as rodeia, sua auto-estima, o desejo de sentir-se importante, competente e valorizada.

• Auto-realização: é o desejo dos indivíduos de renovar e reciclar seu potencial, de tornar-se cada vez mais o que cada um é capaz de ser. Somente pessoas com elevada qualidade própria podem garantir o sucesso de um serviço de um departamento ou de uma organização.

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METODOLOGIA: Utilizando o modelo proposto por Walton (1974), que é composto por oito dimensões de análise de percepção da QVT, realizou-se uma pesquisa aplicada no setor administrativo do hospital, pela técnica de entrevistas e questionário estruturado, compreendendo os seguintes fatores: compensação justa, condições de trabalho, uso e desenvolvimento das capacidades, oportunidade de crescimento e segurança, integração social na organização, constitucionalismo, trabalho e espaço total de vida e, relevância social do trabalho. Foi necessária a elaboração de dois questionários distintos, sendo o primeiro com o objetivo de conhecer a situação atual do HMCC, aplicado ao responsável do setor de Recursos Humanos da empresa (Apêndice A) e o segundo, com o propósito de identificar elementos para o desenvolvimento da QVT, aplicado aos funcionários do setor administrativo do hospital (Apêndice B). DESENVOLVIMENTO: Análise e interpretação dos dados - O modelo de Walton serve como base para análise da percepção da QVT, utilizando-se dos oito critérios propostos anteriormente. A pesquisa almeja compreender a QVT por meio de questionário aplicado, segundo a metodologia pertinente, e, a partir de seus resultados, confrontá-los à luz da literatura. Com base nas informações obtidas na entrevista com o responsável pelos Recursos Humanos, foi estruturada a Tabela 2, em que se expõe o panorama atual do Hospital Ministro Costa Cavalcanti. (HMCC). Tabela 2: Características do estado atual em relação à qualidade de vida no trabalho do HMCC.

1. Colaboradores de todos os setores. 896 funcionários.

2. Afastamento de funcionários. 91 afastamento pelos motivos de transtornos ósteo muscular e transtorno psicológico.

3. Férias / mês. Em média 40 colaboradores.

4. Admissão / demissão. 50% Índice de rotatividade. 5. Principais motivos para solicitação de demissão por parte do funcionário.

Por receberem propostas de oportunidades melhores.

6. Principais motivos para demissão. A gerência da área é quem define o motivo para a demissão.

7. Benefícios. - Plano de saúde. - Empréstimo consignado.

8. Possíveis benefícios futuros. Uma área de descanso para os funcionários.

9. Condição salarial. Boa, houve uma adequação salarial em julho/2007.

10. Treinamento e aperfeiçoamento Oferece condições para treinamento e aperfeiçoamento de funcionários.

11. Incentivo ao desenvolvimento profissional.

O hospital incentiva e oferece convênio com uma faculdade para obter descontos.

12. Estrutura física dos setores que compõe o hospital. Adequada.

13. Ergonomia. Possui uma política ergonômica em sua estrutura.

A Tabela 3 ilustra o resultado das entrevistas aplicadas aos funcionários do setor administrativo, conforme metodologia.

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Tabela 3: Resultado da pesquisa de QVT dos funcionários do HMCC.

1. Benefícios. 69% dos respondentes afirmam que recebem benefícios. 91% afirmaram receber subsídio para refeições.

2. Política salarial. 67% dos respondentes não estão satisfeitos com o salário que recebem.

3. Programa de cargo e salário.

55% dos respondentes responderam não existir e 42% responderam que existe

4. Política de remuneração. 89% dos respondentes alegaram não receber participação sobre o resultado.

5. Composição dos benefícios oferecidos.

Metade dos respondentes acredita existir diferenciação na composição dos benefícios.

6. Relacionamento no trabalho.

92% dos respondentes percebem um bom relacionamento entre os funcionários.

7. Cooperação.

64% dos respondentes afirmaram haver colaboração entre os setores. 97% percebem pré-disposição dos colegas para colaborar entre os setores.

8. Trabalho em equipe. 75% dos respondentes afirmam haver pré-disposição, para colaborar entre os colegas do mesmo setor.

9. Espaço físico.

50% dos respondentes percebem adequação do ambiente físico para execução das tarefas. 56% acham o ambiente arejado. 77% acham o ambiente limpo. 86% acham o ambiente bem iluminado. 58% disseram ter banheiro limpo e separado por gênero e 39% responderam negativamente.

10. Horário de trabalho.

89% dos respondentes afirmaram receberem horários de descanso adequado. 61% dos entrevistados responderam não estar satisfeitos com o horário para refeições.

11. Equipamentos de segurança. 83% afirmaram receber equipamentos de segurança.

12. Ergonomia. 69% percebem a preocupação do hospital em oferecer equipamentos necessários e adequados à execução das tarefas.

13. Medicina do Trabalho. 97% dos entrevistados responderam que são feitos exames periódicos de acompanhamento dos funcionários.

14. Aperfeiçoamento. 47% dos entrevistados responderam que há incentivo para aperfeiçoamento profissional.

15. Realização profissional. 56% dos respondentes não se sentem realizados profissionalmente.

16. Satisfação no desempenho da tarefa. 69% sentem-se satisfeitos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Este trabalho de pesquisa tornou-se de grande importância para a implementação de um programa de Qualidade de Vida no Trabalho do HMCC e podem servir de parâmetro para outras ações voltadas ao setor de Recursos Humanos dessa organização e demais empresas. Verificou-se que, para um bom desempenho profissional e organizacional, é necessária a existência da qualidade de vida. A pesquisa baseou-se no modelo de Walton e foi realizada com os funcionários que atuam no setor administrativo do HMCC. Ela mostra o quanto é importante à satisfação do indivíduo em relação aos fatores que são essenciais para se ter qualidade de vida no trabalho e as ações que são necessárias para que isso ocorra. Houve boa receptividade por

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parte dos responsáveis e funcionários do hospital, que demonstraram interesse e pré-disposição em responder às entrevistas e questionários. Verificou-se que o hospital está apto para o desenvolvimento de um bom plano de QVT e acredita-se que o resultado desta pesquisa pode ser aplicado tanto no hospital HMCC como em outros hospitais. O objetivo de analisar os fatores que influenciam o ambiente de trabalho dos funcionários do setor administrativo do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, com o propósito de identificar ações para um programa de QVT foi cumprido. Diante das considerações acima mencionadas, este estudo apresenta aos responsáveis pelo HMCC e demais interessados, um diagnóstico adequado para a implementação de um outro estudo, no sentido de desenvolver e aplicar à estrutura do HMCC um efetivo programa de QVT, levando em consideração a realidade da região e da organização. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BOM SUCESSO, E. P., 1949. Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. 2002, p. 200. CHIAVENATO, I. Recursos humanos. São Paulo: Atlas, 2002. DUTRA, S. Gestão de pessoas: modelo, processos, tendências e perspectivas. São Paulo: Atlas, 2002. LIMONGI-FRAÇA, A. C. Qualidade de vida no trabalho – QTV. Conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2. ed. São Paulo, Atlas, 2004. MARRAS P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. São Paulo: Futura, 2000. MATTAR NAJIB, F. Pesquisa de marketing. Metodologia e planejamento. São Paulo: Atlas, 1999. Obras em 2v, Conteúdo: v.1.5.ed. MEZOMO, C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo, 1995.

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QUALIDADE NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NO SETOR DE SEGURANÇA PRIVADA

DAMIANA BEATRIZ DE JESUS1, JEAN CARLO BAZZO2, SANDRA REGINA DA SILVA PINELA DALMÁS3

1Administradora. Bacharel em Administração pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu – PR, Brasil, e-mail:[email protected]. 2Administrador. Bacharel em Administração pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Foz do Iguaçu – PR, Brasil, e -mail:[email protected]. 3Administradora. Mestre em Desenvolvimento Regional e Agronegócio, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

(UNIOESTE, Foz do Iguaçu – PR, e-mail: [email protected].

Área Temática: Gestão da Produção

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: Este artigo foi ancorado em alguns pressupostos básicos da gestão da qualidade. O objetivo principal do texto foi o de estudar e analisar a qualidade na prestação de serviços de instalação de sistemas de alarmes residenciais com vistas a encontrar falha. Para a detecção de falhas utilizaram-se algumas ferramentas básicas da qualidade. Para se atingir os propósitos do artigo foram feitos os seguintes desdobramentos: Descreveram-se os processos de instalação de sistemas de alarmes residenciais executados pela empresa Matos Instaladora. Analisaram-se estes processos por meio da Análise de Pareto e da Ferramenta de Ishikawa. Identificaram-se as possíveis falhas nos processos e foram indicadas as respectivas soluções. Trata-se de um estudo analítico e descritivo configurado em um Estudo de Caso. Os resultados evidenciam que as ferramentas da qualidade (Gráfico de Pareto e o Diagrama de Ishikawa) são eficazes para a identificação de falhas no processo de prestação de serviços no setor de segurança privada. PALAVRAS-CHAVE: Gestão da Qualidade, Análise de Pareto, Diagrama de Ishikawa, Processos, Falhas.

QUALITY IN THE INSTALLMENT OF SERVICES IN PRIVATE SAFETY'S SECTION ABSTRACT: This article was anchored in some basic presuppositions of the quality management. The main objective of the text was to study and to analyze the quality in the installment of services of installation of systems of residential alarms with views to find flaws. For the detection of flaws some basic tools of the quality were used. To reach the purposes of the article were made the following unfolding: The processes of installation of systems residential alarms were described executed by the company Matos Instaladora. These processes were analyzed through of the Analysis of Pareto and of the Tool of Ishikawa. Identified the possible flaws in the processes and were recommend the respective solutions. It is an analytic and descriptive study configured in a Study of Case. The results evidence that the tools of the quality (Graph of Pareto and the Diagram of Ishikawa) are effective for the identification of flaws in the process of installment of services in private safety's section. KEYWORDS: Quality Management, Analysis of Pareto, Diagram of Ishikawa, Processes, Flaws.

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INTRODUÇÃO: São vários os fatores que afetam o cotidiano das pessoas, principalmente os relacionados à segurança. As informações veiculadas nos principais órgãos da mídia trazem ao conhecimento público os crimes locais, os freqüentes tiroteios e seqüestros, entre outros. O crime é o principal fator contribuinte para a demanda de sistemas de segurança1 e é crescente o número de empresas que oferecem esses serviços. Além de procurar atender a demanda, essas empresas buscam constantemente garantir a qualidade de seus serviços, o que representa um diferencial competitivo para as organizações. PALADINI (2000) diz que nas últimas décadas do século passado muitas abordagens conceituais foram empregadas para definir qualidade. Em geral, todas confluem para o ajuste do produto ou serviço à demanda que pretende satisfazer. Entretanto, JURAN (1993, p. 17) argumenta que “chegar a um acordo sobre o que se entende por qualidade não é simples”. Por esse motivo, o objetivo precípuo deste artigo é estudar e analisar a qualidade na prestação de serviços de instalação de sistemas de alarmes residenciais, indicando possíveis falhas e as suas respectivas soluções. BASE TEÓRICA: Qualidade em serviços - A partir de uma perspectiva organizacional, o conceito de serviço é o modo como a organização gostaria de ter seus serviços percebidos por seus clientes, funcionários, acionistas e financiadores, em outras palavras é a proposição do negócio. De uma perspectiva do cliente, é o modo pelo qual o cliente percebe os serviços da organização. Complementarmente, conforme expõe Paladini (2000; p. 180), serviço é uma ação desenvolvida por terceiros, em atendimento à solicitação explicita, específica e bem definida de um usuário determinado. Com o propósito de melhor entendimento sobre o processo de serviços, é importante ressaltar os conceitos defendidos por vários autores, iniciando com JURAN (1993, p. 126) que define um processo como “uma série sistemática de ações direcionadas para a obtenção de uma meta”. Em seguida o argumento de ADAIR e MURRAY (1996, p. 30), que definem o processo como sendo “uma série de tarefas ou funções executadas seqüencialmente para produzir um produto ou serviço final”. DAMAZIO (1998, p. 14) complementa , definindo o processo como um conjunto de causas e condições que repetidamente, unem-se para transformar entradas em saídas. As entradas de um processo são os elementos que concorrem para a formação do processo. As entradas podem incluir pessoas, métodos, materiais e equipamentos, ambientes e informações. As saídas, resultados dos processos, serão produtos, bens ou serviços. Pode ainda ser definido como atividade definível, repetível e previsível, utilizada para fornecer um produto ou serviço. No processo de serviço existem falhas que podem ser detectadas, evitadas e tratadas através de técnicas simples, porém eficazes. Sabe-se que os bons processos de serviços não apenas geram clientes satisfeitos, mas também reduzem os custos, aumentam o valor agregado e fortalecem o desempenho financeiro. A avaliação da qualidade em processos de serviços ocorre durante a sua execução, sendo o ponto de impacto o encontro entre o cliente e a pessoa que trabalha no atendimento. A satisfação ou insatisfação do cliente com a qualidade do serviço pode ser definida pela comparação da percepção do serviço prestado com a expectativa criada anteriormente. Quando se excede a expectativa, o serviço é percebido como de qualidade excepcional. Quando, no entanto, não se atende às expectativas, a qualidade do serviço passa a ser inaceitável. Quando se confirmam as expectativas pela percepção do serviço, a qualidade é satisfatória (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2000; JOHNSTON; CLARK, 2002).

1Disponível em:<http://www.agenciadenoticias.pr.gov.br/modules/manchetes/segurança>. Acesso em:18 out 2005.

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METODOLOGIA: Este artigo limitar-se-á ao estudo do processo de instalação de alarmes residenciais da empresa Matos Instaladora, no que tange à qualidade dos serviços prestados. Essa opção justifica-se devido aos diversos serviços prestados pela empresa. O estudo foi realizado por meio de pesquisa exploratória, pois segundo RICHARDSON (1999, p. 326), dessa forma se conhece as características de um fenômeno para, posteriormente, procurar explicações de suas causas e conseqüências. Foram utilizados dados secundários, coletados por meio de pesquisa bibliográfica e documental, usando para isso materiais escritos disponíveis em livros, revistas, teses, dissertações e hipertextos da Internet. Foram consultados documentos da empresa para o levantamento do histórico e do diagnóstico organizacional. Os dados primários foram obtidos através de entrevistas informais com os sócios e colaboradores envolvidos no processo de instalação, como também uma pesquisa descritiva quantitativa das instalações efetuadas entre julho e setembro de 2005, com o objetivo de avaliar a qualidade no processo de instalação de alarmes residenciais. Após a coleta de dados aplicou-se o Método de Análise de Pareto, que segundo CORRÊA (2004, p. 214), “tem o objetivo de classificar em ordem decrescente os problemas que produzem os maiores efeitos e atacar esses problemas inicialmente”. Esse método foi utilizado para estratificar e quantificar as não conformidades que ocorrem no processo de instalação de alarmes residenciais. A partir dos resultados obtidos identificaram-se três de maior incidência, os quais foram submetidos à representação gráfica do Diagrama de Causa e Efeito ou Diagrama de Ishikawa, que de acordo com DAMAZIO (1998, p. 35) é “uma representação gráfica utilizada para ajudar a identificação da relação entre um efeito e todas as possibilidades de causas de um problema específico”. O processo de instalação de segurança residencial - Para compreender a prestação de serviços da empresa, foco desse estudo, é necessário descrever todos os processos que envolvem a instalação de alarmes residenciais, bem como os equipamentos utilizados. Equipamentos utilizados - A seguir indicam-se os principais equipamentos utilizados na prestação de serviço de segurança residencial. • Conjunto de alarme: composto por teclado, transformador, caixa de proteção e painel do

alarme, contendo um teclado, que é o dispositivo pelo qual o cliente pode ativar e desativar o sistema de alarme; um transformador, que faz a transformação da voltagem; uma caixa de proteção, que serve para a proteção do painel de alarme; um painel do alarme, que é o núcleo central do sistema.

• Sensor magnético: é utilizado em portas e janelas, composto de duas faces, uma com um imã e a outra com uma placa de metal, na qual está ligado o fio que liga ao painel. Este sensor é fixado com silicone ou parafuso no local onde é instalado e ligado, por meio de cabo telefônico de dois pares, até a central do alarme.

• Sensor infravermelho de movimento: também chamado de sensor passivo de movimento. Detecta movimentos em um raio de 90° e é utilizado em ambientes internos. Na instalação são utilizados suportes que são fixados no sensor através de um parafuso com porca e a fixação na parede é feita com dois parafusos. A ligação à central de alarme dá-se através da utilização de cabo telefônico de dois pares.

• Sensor de movimento ativo: é utilizado em ambientes externos. Composto de dois sensores que são fixados em paredes ou muros, de modo a formar uma barreira de raio ativo em que alguma coisa que interromper esta barreira fará com que o sensor faça disparar o alarme.

• Sensor passivo semi-externo: este sensor pode diferenciar entre um pequeno animal e um invasor. Sua detecção é através de um sistema óptico que simula a visão de terceira dimensão espacial, permitindo ao passivo “ver” a área de proteção e focar somente o intruso real. Possui adaptação automática a mudanças de vento, temperatura e ruídos de fundo.

• Sirene: é utilizada para emissão de sons de alerta nos casos de disparos do sistema de alarme.

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• Bateria de 7A selada: utilizados nos casos de falta de energia elétrica, para manutenção do funcionamento do sistema de alarme.

Descrição dos processos - O processo de instalação de alarmes inicia a partir da aprovação do orçamento. No orçamento o vendedor vai até o cliente a fim de verificar o local onde será instalado o alarme. Nessa fase são levantadas as quantidades de janelas, portas, cômodos da casa e se avalia quais os tipos de dispositivos que deverão ser instalados. Verifica-se também a necessidade de proteção externa e outros itens que sejam de interesse do cliente. Nesta etapa o vendedor também decide, junto ao cliente, a localização do teclado e da central. Após avaliação do local e de acordo com o cliente, emite-se um orçamento conforme o modelo indicado no ANEXO A. Estratificação das não-conformidades - Por meio de entrevista informal com um dos sócios, que é chefe dos instaladores e com os próprios instaladores, foi levantada a questão quanto aos possíveis fatores que afetam a qualidade no processo de instalação de alarmes. Foram, portanto, estratificadas as informações e os dados indicados como não conformidades relacionadas à qualidade no processo de instalação de alarmes residenciais, ilustrados na Tabela 1.

Tabela 1: Estratificação das não conformidades

NÃO CONFORMIDADES FIAÇÃO ACABAMENTO MAT. INSUFICIENTES EXPLICAÇÃO AO CLIENTE ESQUECER FERRAMENTAS HABILITAR CÓDIGO ETIQUETAR TECLADO

Após a estratificação, foram levantados dados, com base nos arquivos de serviços da empresa, a respeito da ocorrência das não-conformidades citadas na Tabela 1. Dentre os dados coletados decidiu-se pelo estudo de uma amostra de trinta e nove instalações de alarmes residenciais ocorridas no período de abril a agosto de 2005, nos quais foram identificados sessenta e oito casos de não conformidades.

Tabela 2: Estratificação das não-conformidades relativas a 39 instalações.

NÃO CONFORMIDADES QUANTIDADE DE DEFEITOS

FIAÇÃO 8

ACABAMENTO 15

MAT. INSUFICIENTES 10

EXPLICAÇÃO AO CLIENTE 12

ESQUECER FERRAMENTAS 7

HABILITAR CÓDIGO 7

ETIQUETA TECLADO 9

TOTAL 68

Fonte: Arquivos da Empresa.

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Tratamento dos dados - A partir da identificação da freqüência das não conformidades, foi calculada a participação percentual individual de cada uma das não conformidades. e a participação percentual acumulada, descritas na Tabela 3.

Tabela 3: Ordenação decrescente dos dados e participações individual e acumulada.

NÃO CONFORMIDADES QTDE DE DEFEITOS

PARTICIPAÇÃO INDIVIDUAL (%)

PARTICIPAÇÃO ACUMULADA (%)

ACABAMENTO 15 22,06 22,06

EXPLICAÇÃO AO CLIENTE 12 17,65 39,71

MATERIAL INSUFICIENTE 10 14,71 54,41

ETIQUETA TECLADO 9 13,24 67,65

FIAÇÃO 8 11,76 79,41

ESQUECER FERRAMENTAS 7 10,29 89,71

HABILITAR CÓDIGO 7 10,29 100,00

TOTAL 68

Análise de Pareto - Os valores obtidos das participações individuais acumuladas foram traçados no Gráfico de Pareto, da Figura 1. As barras do gráfico são as participações percentuais individuais de cada não conformidade identificada. A curva indica a participação acumulada das não conformidades consideradas que se encontram no eixo das abscissas.

Figura 1: Diagrama de Pareto das não conformidades na qualidade do processo de instalação de alarmes residenciais.

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Diagrama de Causa e Efeito das não conformidades - Após o levantamento das não conformidades, desenvolveu-se o Diagrama de Causa-Efeito ou Diagrama de Ishikawa, a fim de levantar as possíveis causas-raiz do problema. O método foi aplicado nos três itens que tiveram maior incidência, que são: acabamento, instrução de uso e material de instalação, discriminados nas tabelas 4, 5 e 6. As causas e os efeitos foram apontados nas Figuras 3, 4 e 5. Tabela 4: Causas de Não-conformidade em Acabamento. CAUSAS DE NÃO-CONFORMIDADE EM ACABAMENTO

tempo hábil; treinamento.

comprometimento. comportamento; atenção.

MÃO-DE-OBRA

motivação. financeiro; benefícios.

FERRAMENTAS inexistente; danificado; má conservação.

AMBIENTE estrutura; limpeza,

MÉTODOS

conexão; isolamento; colagem; perfuração; disposição dos equipamentos

MATERIAIS má qualidade; danificado; insuficiente.

Tabela 5: Causas de Não-conformidade em Instrução de Uso. CAUSAS DE NÃO-CONFORMIDADE EM INSTRUÇÃO DE USO

MÃO-DE-OBRA

conhecimento; clareza; treinamento; objetividade; comportamento

demonstração. simplicidade; MÉTODOS explicação. linguagem. qualidade; funcionamento;

EQUIPAMENTOS

localização. acessível. Tabela 6: Causas de Não-conformidade nos Materiais de Instalação. CAUSAS DE NÃO-CONFORMIDADE NOS MATERIAIS DE INSTALAÇÃO

MÃO-DE-OBRA desperdício; ausência de computador

MATERIAIS danificado; inadequado.

MÉTODOS controle de estoque; compra insuficiente; orçamento.

FORNECEDORES atraso na entrega.

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Figura 2: Diagrama de Causa-Efeito da não conformidade Acabamento Figura 3: Diagrama de Causa-Efeito da não conformidade Instrução de Uso

ACABAMENTO

MÃO DE OBRA

FERRA

MENTAS

MATERIAIS

MÉTODOS

AMBIENTE

Treinamento

Motivação

Tempo Hábil

Comprometimento

Atenção Financeiro

Benefícios

Comportamento

Inexistente Danificado

má conservação

Má Qualidade

Insuficiente

Danificado

Perfuração

Disposição dos

Equipamentos

Isolamento dos Fios

Colagem dos

Sensores

Conexão dos Fios

Limpeza

Estrutura

INSTRUÇÃO DE

USO

MÃO DE OBRA

EQUIPAMEN- TOS

MÉTODOS

Clareza

Objetividade

Conhecimento

Treinamento

Qualidade

Funcionamento Localização

Demonstração

Explicação

Comportamento

Linguagem

Simplicidade

Acessível

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Figura 4: Diagrama de Causa-Efeito da não conformidade Materiais de Instalação

Análise dos resultados - Elaborado o diagnóstico empresarial, procurou-se analisar os pontos considerados críticos no processo de instalação de alarmes residenciais, detalhados a seguir. • A descrição do orçamento atual inclui somente os equipamentos de segurança que

serão instalados, sendo omitidos os materiais necessários para a sua instalação, como fios, cabos, parafusos, canaletas, entre outros. Portanto, falta clareza em relação ao valor destes materiais no orçamento, sendo eles embutidos nos valores dos demais equipamentos. Tendo em vista que a transparência e a confiabilidade são itens importantes na avaliação de um serviço pelo cliente, é essencial que o orçamento descreva detalhadamente todos os itens necessários para a instalação do sistema, bem como os seus respectivos valores. O modelo de orçamento sugerido encontra-se no ANEXO B;

• o item “acabamento” foi o que apresentou maiores índices de falhas. Para melhoria dessa etapa do processo, sugere-se treinamento periódico dos instaladores, verificação da qualidade dos equipamentos e materiais utilizados e revisão periódica dos procedimentos. No que se refere à qualidade dos equipamentos e materiais, a empresa deve avaliar os seus fornecedores, verificando a incidência de defeitos de um determinado fornecedor ou marca. Tanto na avaliação dos fornecedores quanto na verificação dos procedimentos, para fins de mensuração, a empresa poderá utilizar folhas de verificação que são formulários usados para padronizar e verificar resultados de um trabalho, conforme modelos propostos nos ANEXOS C e D. Estes anexos foram também usado para verificar e coletar dados. Quanto ao treinamento dos instaladores, a empresa deverá; no caso de aquisição de novas tecnologias, modificação de procedimentos ou aumento da incidência de falhas no processo; realizar o treinamento necessário;

• a má instrução de uso, indicada na pesquisa com os sócios, acarreta o retorno de funcionário ao local onde foi instalado o sistema para fornecer explicações sobre a utilização do alarme. Esse retorno provoca gastos desnecessários e perda de tempo. A

MATERIAIS DE

INSTALAÇÃO

MÃO DE OBRA

FORNECEDO-

RES

DINHEIRO

Desperdício

Ausência de

comprador

Atraso na Entrega

PROCESSO

MATERIAIS

Compra Insuficiente

Orçamento

Controle de estoque

Danificado

Inadequado

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elaboração de um manual simplificado sobre a utilização do sistema será de grande eficiência. Esse manual irá conter os principais itens como: ligar e desligar, verificação de possíveis falhas no sistema, localização dos setores, entre outros. Ele pode ser oferecido em forma de imã (utilizados para afixar avisos) e a linguagem deve ser explicativa e de fácil entendimento. O modelo do manual encontra-se no ANEXO E;

• com o detalhamento do orçamento, mencionado na alínea “a”, a empresa poderá estimar a previsão da quantidade de produtos utilizados. Essa previsão auxiliará nas compras, evitando falta de materiais. Também permitirá tempo hábil para pesquisas de preços dos fornecedores, obtendo assim, melhores negociações de preços e prazos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Conclui-se neste estudo que todos os processos de um serviço podem ser avaliados, mensurados e conseqüentemente modificados de acordo com as necessidades existentes, e que, revendo e reformulando seus processos periodicamente pode reduzir custos, aperfeiçoar o tempo e obter maiores vantagens competitivas para uma organização. Essas ações podem ser implementadas com o emprego de métodos simples de mensuração e análise, conforme os demonstrados neste trabalho de pesquisa. Os métodos de mensuração utilizados para detectar inadequações no processo não produzem por si só um serviço de qualidade, pois ainda é necessária que seja despertado em cada pessoa envolvida no processo, a consciência e a responsabilidade pela qualidade na prestação do serviço. Por isso a necessidade de manter constantemente as equipes conscientes e treinadas. As ações propostas neste trabalho para reduzir os erros ou evitá-los não envolvem grandes investimentos e traduzem a simplicidade de sua aplicação. Um dos gurus da qualidade, Shingeo Shingo, alerta que os erros conduzem a defeitos e eliminá-los ou corrigi-los é essencial para que os defeitos sejam evitados. Ainda, Kaoru Ishikawa, salienta em suas argumentações que todas na organização devem contribuir para o alcance da qualidade e adverte que é essencial o conhecimento das técnicas estatísticas básicas, utilizadas neste trabalho de pesquisa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: ADAIR, C. B.; MURRAY, B.. A. Revolução total dos processos. Tradução de Carmen Youssef. São Paulo: Nobel, 1996. CORRÊA, H. L.; CORRÊA, C. A.. Administração de produção e operações: manufatura e serviços, uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 2004. DAMAZIO, A.. Administrando pela gestão da qualidade total. Rio de Janeiro: Interciência, 1998. FITZSIMMONS, J. A.; FITZSIMMONS, M. J. Administração de serviços: operações, estratégia e tecnologia de informação. Tradução de Gustavo Severo de Borba...[et al]. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2000. JOHNSTON, R.; CLARK, G. Administração de operações de serviço. Tradução Ailton Bomfim Brandão. Revisão Técnica Henrique Luiz Corrêa. São Paulo: Atlas, 2002. JURAN, J. M. Juran na liderança pela qualidade. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1993. PALADINI, E. P. Gestão da qualidade: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000. PARANÁ. Agência Estadual de Notícias – Manchetes – Segurança. Disponível em: <http://www.agenciadenoticias.pr.gov.br/modules/manchetes/segurança>. Acesso em: 18 de out 2005. RICHARDSON, R. J.. Pesquisa social: Métodos e técnicas. 3. ed. Revista e ampliada. São Paulo: Atlas, 1999. SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. Tradução de Maria Tereza Corrêa de Oliveira, Fábio Alher. Revisão Técnica Henrique Luiz Corrêa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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ANEXOS: ANEXO A: Orçamento Atual

Nome da Empresa Sistemas Eletrônicos de Segurança

Foz do Iguaçu, data

À Fulano de Tal

Prezado (s) Senhor (es)

Segue conforme solicitado o orçamento de sistema de Alarme DSC:

01 Central DSC 06 zonas 1565 R$ 380,00 R$ 380,00

01 Bateria Selada 7A R$ 55,00 R$ 55,00

01 Teclado para 08 zonas R$ 240,00 R$ 240,00

01 Transformador 110/220v para 12 volts R$ 25,00 R$ 25,00

02 Sirene(s) R$ 20,00 R$ 40,00

01 Infra de Movimento Passivo R$ 80,00 R$ 160,00

05 Contato Magnético para Janela R$ 20,00 R$ 100,00

02 Contato Magnético para Porta R$ 10,00 R$ 20,00

01 Infra Ativo Externo R$ 230,00 R$ 230,00

O valor total do orçamento é de 1.250,00

As condições de pagamento são as seguintes:

− Á vista com 10% (dez) porcento de desconto; ou

− 50% de entrada e restante com cheque para 30 e 60 dias.

Opções:

− Aluguel : 20 % do valor do orçamento para instalação e R$ 40,00 mensais;

− Monitoramento: R$ 60,00 mensais.

O prazo de execução do serviço é de até 5 dias.

O orçamento tem validade de 10 dias

Sem mais.

_______________________

Nome do engenheiro CREA PR/

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ANEXO B: Orçamento Proposto ANEXO C – Folhas de Verificação para Fornecedores e Materiais

EMPRESA

Sistemas Eletrônicos de Segurança

Foz do Iguaçu, Data

À End.

Prezados Senhores Segue conforme solicitado o orçamento de sistema de Alarme DSC:

QTD EQUIPAMENTO / MATERIAL VALOR UNIT

VALOR TOTAL

1 Painel de Alarme com caixa de proteção R$ 304,00 R$ 304,00

1 Bateria de 7A Selada R$ 44,00 R$ 44,00

1 Transformador 110/220v para 12volts R$ 20,00 R$ 20,00

1 Teclado para 8 Setores R$ 192,00 R$ 192,00

2 Sirenes PKR R$ 16,00 R$ 32,00

1 Sensor Passivo Infravermelho de Movimento R$ 64,00 R$ 64,00

1 Sensor de Raio Ativo R$ 184,00 R$ 184,00

2 Sensor Magnético para Porta R$ 8,00 R$ 16,00

5 Sensor Magnético para Janela (Duplo) R$ 16,00 R$ 80,00

20 M Cabo Telefônico de 2 Pares R$ 0,30 R$ 6,00

30 M Cordão Paralelo 2x0,75mm R$ 0,55 R$ 16,50

0,5 Tubo de Cola tipo Silicone R$ 11,00 R$ 5,50

4 Buchas de Nylon R$ 0,05 R$ 0,20

4 Parafusos R$ 0,06 R$ 0,24

0,5 Fita Isolante 20m Antichama R$ 3,92 R$ 1,96

20 Pregos R$ 0,02 R$ 0,40

5 Canaletas R$ 2,58 R$ 12,90

0,5 Pc Rejunte R$ 2,50 R$ 1,25

Mão de Obra de Instalação R$ 270,00

TOTAL R$ 1.250,95 As condições de pagamento são as seguintes:

− Á vista com 10% (dez) porcento de desconto; ou − 50% de entrada e restante com cheque para 30 e 60 dias.

Opções: − Aluguel : 20 % do valor do orçamento para instalação e R$ 40,00 mensais; − Monitoramento: R$ 60,00 mensais.

O prazo de execução do serviço é de até 5 dias. O orçamento tem validade de 10 dias

_________________________ Empresa

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ANEXO C: Modelo para cadastro de fornecedores

EMPRESA Sistemas Eletrônicos de Segurança

FOLHA DE DADOS

Fornecedores e Materiais

FORNECEDOR:________________________________________________________

MATERIAL: _____________________________________________________

MARCA: _______________________________________________________

DEFEITO APRESENTADO: ________________________________________

_______________________________________________________________

DATA: ____/____/____ RESPONSÁVEL:_____________________________

MATERIAL: _____________________________________________________

MARCA: _______________________________________________________

DEFEITO APRESENTADO: ________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

DATA: ____/____/____ RESPONSÁVEL:_____________________________

MATERIAL: _____________________________________________________

MARCA: _______________________________________________________

DEFEITO APRESENTADO: ________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

DATA: ____/____/____ RESPONSÁVEL:_____________________________

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ANEXO D: Folhas de Verificação para Mensuração de Procedimentos

EMPESA

Sistemas Eletrônicos de Segurança

FOLHA DE DADOS

Instalação de Alarmes

CLIENTE:_______________________________________________________________________DATA____/____/____ ENDEREÇO: ______________________________________________________________________________________ Assinalar SIM ou NÃO nos itens abaixo:

1. Equipamentos e materiais suficientes? Sim Não

2. Veículo em boas condições? Sim Não

3. Ferramentas em bom estado e funcionando corretamente? Sim Não

4. Orientação clara sobre a localização dos equipamentos? Sim Não

5. Local de fácil acesso para passagem da fiação? Sim Não

6. Estrutura das paredes em boas condições para perfuração? Sim Não

7. Fixação dos sensores dentro do solicitado (altura, localização, etc.)? Sim Não

8. Problemas com conexão e isolamento dos fios e cabos? Sim Não

9. O circuito fechou na 1ª tentativa? Sim Não

10. O sistema precisou de revisão? Sim Não

11. O sistema funcionou normalmente? Sim Não

12. O código de programação foi habilitado? Sim Não

13. O programador foi informado sobre a habilitação? Sim Não

14. Os setores foram anotados no teclado? Sim Não

15. Foram passadas as instruções de uso para o cliente? Sim Não

16. Todos os equipamentos foram recolhidos? Sim Não

17. Foi realizada a limpeza no local? Sim Não

Observações:_______________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ __________________________________________________________________ INSTALADORES: ___________________________________________________

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ANEXO E: Modelo de Manual de Instrução ao Usuário

EMPRESA Sistemas Eletrônicos de Segurança.

Tel/Fax:

INSTRUÇÕES DE USO

Alarmes

1. ARMANDO O SISTEMA

• Fechar todos os setores (portas e janelas), inclusive a porta de saída.

• Verificar se todas as luzes do teclado encontram-se apagadas.

• Verificar se a luz verde do teclado está acesa. Esta indica que o alarme pode ser acionado.

• Digitar a senha do sistema no teclado.

• Para armação sem a senha basta digitar [*]+[0]

2. DESARMANDO O SISTEMA

• Abrir a porta e digitar a senha no teclado.

3. INIBIR OU ISOLAR SETORES

• Com o sistema desarmado, utilize o comando para isolar um setor: [*]+[1]+[0+nºsetor]+[senha]

• Para isolar mais de um setor digite: [*]+[1]+[0+nºsetor]+[0+nºsetor]+...+[senha].

4. ATENÇÃO

• Se a luz de indicação de Problema (Trouble) ou do Sistema (System) estiver acesa e/ou emitindo sons

de alerta (bip) entre em contato com a empresa.

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TERRITORIALIDADES NOS PARQUES NACIONAIS DO IGUAÇU (ARGENTINA E BRASIL) - PATRIMÔNIOS NATURAIS DA HUMANIDADE E A RELEVÂNCIA PARA O

TURISMO

MAURO JOSÉ FERREIRA CURY1 1 Docente dos Cursos de Hotelaria e Turismo da UNIOESTE, campus de Foz do Iguaçu - PR. Docente, Coordenador da Graduação do Curso de Turismo e do Curso de Pós Graduação de Turismo, UDC, Foz do Iguaçu – PR, Brasil, [email protected]

Área temática: Gestão Integrada (Qualidade, Meio ambiente e social). RESUMO: O artigo refere-se a uma reflexão sobre a evolução do pensamento conservacionista dos Parques nacionais, e a criação dos Parques Nacionais do Iguaçu no desenvolvimento da tividade turística como forma de sustentação. PALAVRAS-CHAVE: Parques Nacionais do Iguaçu, Turismo, Lazer.

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008

TERRITORIALITY IN NATIONAL PARKS OF IGUAÇU (ARGENTINA AND BRAZIL) - PATRIMÔNIOS NATURAL AND RELEVANCE OF HUMANITY FOR TOURISM

ABSTRACT: The article refers to a reflection on the evolution of thought conservationist of National Parks, and the creation of National Parks do Iguacu tiveness in the development of tourism as a means of support. KEYWORDS: National Parks do Iguacu, Tourism, Leisure. INTRODUÇÃO: O presente artigo analisa a função dos Parques Nacionais sob o modelo implantado pelos Estados Unidos da América e difundido pela maioria dos países em desenvolvimento, no caso da Argentina e do Brasil. È o resultado de pesquisa exploratória realizada entre os anos de 2001 a 2006 entre os Parques Nacionais do Iguaçu (Argentina e Brasil). Embora por se tratar de paisagens únicas estes Parques se fundem no objetivo de instalação, desenvolvimento científico, educação e visitação para as atividades de lazer, muitas vezes representados como imagens do ecoturismo associadas ao desenvolvimento sustentável e até da soberania nacional de um país. BASE TEÓRICA: Desenvolvimento do pensamento conservacionista - A história da preservação de áreas naturais registra do ano de 252 a.C., quando o imperador Ashoka, da Índia, ordenou a proibição da caça, pesca e o corte de árvores em uma extensa área de seu império. Posteriormente, em 684, na ilha de Sumatra (Indonésia), o rei de Srivijya demarca a criação de uma área protegida (Miller, 1997:4). A iniciativa de formação de Parques Nacionais na modernidade surgiu nos Estados Unidos da América, com a criação do Parque Nacional de Yellowstone, estabelecido em 1872 entre os Estados de Montana, Wyoming e Idaho. Dentre as atrações destaca-se o seu exuberante ecossistema temperado e gêiseres que foram objetos de defesa da instalação e modelo destas Unidades de Conservação - UCs. Por volta de 1916, foi estruturado o National Park Service ( N.P.S)., que tem entre seus objetivos a organização e a visitação turística em Parques americanos. Em 1998 a receita anual foi em torno de US$10 bilhões e gerou 200 mil empregos. A crescente visitação nos Parques Nacionais nos Estados Unidos, desde os anos de 1950, motivou o N.P.S. a direcionar o comportamento do visitante nestas UCs. Foram criados os

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Centros de Visitantes – C.V., estabelecendo assim parâmetros educacionais entre os interpretadores ambientais e o visitante. As áreas naturais que apresentavam suas características originais ou pouco alteradas, nos anos de 1970 foram vistas como alvo para a preservação, representando um meio de assegurar a continuidade das espécies que estavam sob o perigo da extinção; criou-se um mito de natureza intocada. Nos anos de 1990, o termo conservação para estas regiões passa a ter a sua importância, embora tenha sido discutidas desde 1948, no Congresso da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – UNESCO, marcando assim a presença humana em regiões ambientalmente frágeis. A visitação em um Parque Nacional pode ser compreendida como um conjunto de atividades educacionais, recreativas e de interpretação ambiental, realizadas em contato com a natureza, obedecendo às diretrizes dos planos de manejo, nas quais o objetivo é propiciar ao visitante a oportunidade de conhecer, de forma lúdica, os atributos e valores ambientais protegidos por uma UC. METODOLOGIA: A pesquisa de campo teve um caráter qualitativo, com entrevistas direcionadas aos administradores, funcionários e voluntários; ou o público interno. No Iguaçu, as entrevistas foram realizadas junto aos administradores e funcionários dos Parques Nacionais, Argentina e Brasil entre os meses de setembro de 2001 a maio de 2002, estendendo até o ano de 2006. As entrevistas têm caráter de acrescentar informações à pesquisa desenvolvida nestes Parques Nacionais relativas à valorização e função dos CV para a visitação. Objetivando uma melhor qualidade de exploração do tema proposto, foram realizadas entrevistas junto aos administradores, biólogos, educadores ambientais, Guardaparques e funcionários dos CV. De acordo com Richardson (1999:207), o instrumento além de proporcionar a proximidade entre as pessoas tem a possibilidade de penetrar na mente, vida e definição dos indivíduos, sendo assim; um elemento fundamental na pesquisa em Ciências Sociais. O termo entrevista refere-se ao ato de perceber realizado entre duas pessoas. A técnica utilizada foi a Entrevista não estruturada, que para J. Maisonneuve e J. Margot-Duclot (1964:228), esta entrevista tem os seguintes objetivos: 1-Obter informações do entrevistado seja de fato que ele conhece, seja de seu comportamento. 2-Conhecer a opinião do entrevistado, explorar suas atividades e motivações. 3-Mudar opiniões ou atitudes, modificar comportamentos. 4-Tratar de um problema comum: discutir uma decisão a ser tomada conjuntamente, estabelecer um plano de trabalho ou resolver um problema pessoal pendente entre duas pessoas. 5-Avaliar as capacidades do entrevistado, visando à sua orientação ou seleção. 6-Favorecer o ajuste da personalidade, no caso de uma entrevista psicanalítica ou psicoterapêutica. A estruturação da entrevista foi realizada com o propósito de verificar a importância dos CV, diagnosticar o papel da interpretação ambiental, analisar as estratégias para a administração da visitação em Parques Nacionais e possíveis problemas ambientais que estas UCs enfrentam, contribuindo assim para uma melhor interpretação do tema.

DESENVOLVIMENTO: Recursos naturais e parques nacionais - O Turismo é um fenômeno ambiental, social e econômico – dependem dos setores primário, secundário e terciário de produção e serviços, e difícil de ser definido. Esta atividade consiste em uma gama complexa e numerosa de pessoas que modificam o lugar em que são turistas, provocando conseqüências de ordem positiva e negativa. A atividade turística requer um planejamento aplicado em áreas ambientalmente protegidas, Ruschmann (2000:165) afirma: “É praticamente impossível estabelecer um modelo universal

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nos espaços naturais direcionados ao turismo, mas, não podemos omitir a necessidade de planejar esta atividade para não destruir o próprio turismo”. Devido esta afirmação, a diferença entre os espaços naturais dificulta em função dos recursos encontrados em cada UC, mas não impede em estabelecer regras comportamentais ao visitante que chega até estes espaços. Dourojeanni e Pádua (2001:119) apontam “o ecoturismo como uma das colunas de crescimento do turismo. O relatório de Blackwelder e Co. (1997) indica que a World Tourism Organization - WTO estima que o turismo de aventuras capte 10% e que o setor cresce 30% ao ano”. Devido à elevada oferta da biodiversidade em países tropicais, é notável que o desenvolvimento da atividade turística possa estar atrelado à economia destes países. De modo geral, a atividade turística vem crescendo a cada ano, seja no número de turistas, como no número de pessoas empregadas no setor e, notavelmente, se destacando como a economia de maior crescimento mundial. Tulik (1999:27) considera que “os recursos naturais básicos constituem elementos primários da oferta, e embora presentes em todos os lugares, só podem ser considerados turísticos, quando explorados para tal fim”. Os recursos turísticos naturais, aliados às necessidades de proteção ambiental, são elementos da natureza com determinada atração. Através dos meios de comunicação em uma sociedade globalizada, muito se fala sobre um turismo de moda, porém os grupos sociais vêm se conscientizando da necessidade de proteção ambiental. Em função das grandes concentrações urbanas, estas áreas vêm apresentando um considerável aumento em visitação, motivadas pela necessidade do homem estar em contato com áreas naturais. No entender de Luchiari (2000:39), “os Parques Nacionais transformaram em símbolos distintivos para os municípios próximos, ou ali localizados, onde possam maximizar as suas receitas e melhorar suas ofertas infra-estruturais, necessárias à urbanização”. O turismo de natureza faz uso dos recursos naturais, objetivando a preservação ou conservação de paisagens, composta por elementos como: águas (rios, lagos, mares, cachoeiras, corredeiras), vegetação, topografia e fauna. A atividade de canoagem, rafting, pesca esportiva, caminhadas em trilhas autoguiadas ou não, observação da vida selvagem e outras atividades de lazer estão relacionadas ao turismo. Para Kinker (2002:9), “O ecoturismo é um segmento relativamente novo do turismo de natureza. O que o diferencia dos outros é que ele abrange em sua conceituação a experiência educacional interpretativa, a valorização das culturas tradicionais locais, a conservação da natureza e do desenvolvimento sustentável”. Neil e Wearing (1999) descrevem sobre a função do ecoturismo em áreas ambientalmente protegidas buscando alternativas de sustentabilidade dos recursos naturais. Observa-se nos últimos decênios um aumento da demanda turística em núcleos receptores com vocação ao turismo ambientalmente natural, portanto faz-se necessário o planejamento destas áreas voltadas para o uso turístico. Os atrativos naturais para Goeldner, Ritchie, e McIntosh (2002:151), “são a ‘mola propulsora’ que leva as pessoas a viajar. Os grandes Parques Nacionais dos Estados Unidos, Canadá, Índia, Austrália e Japão são alguns exemplos”. As atividades de turismo motivadas pela proximidade de um Parque Nacional nestes países atraem milhares de visitantes. São áreas de atrações turísticas muito importantes para alguns países ou estados, e tanto empresas do setor privado, quanto do setor público operam estes Parques. Irving e Azevedo (2002:51) consideram “os Parques Nacionais a tipologia mais conhecida de áreas protegidas e também a mais importante para o ecoturismo entre as áreas de proteção integral, pelas possibilidades de uso para a recreação e lazer”. Beni (2000:59) afirma que: “As áreas de conservação ambiental no Brasil, são verdadeiros pólos potenciais de Turismo, devendo merecer maior atenção por parte dos governantes em divulgar e promover o Turismo Nacional e Internacional”. Deve-se, portanto buscar uma melhoria na qualidade de atendimento ao visitante, seja nos serviços como nos equipamentos oferecidos, associados à proteção dos espaços naturais.

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A conservação passou a ter um significado em utilizar os recursos naturais, de forma racional, sem causar danos ao meio ambiente, garantindo estes espaços para as futuras gerações. Apoiadas neste pensamento surgem às discussões sobre ecodesenvolvimento e desenvolvimento sustentável. Os Parques Nacionais, sendo a principal categoria de áreas protegidas em seus alicerces funcionais de preservação, educação e lazer; têm o turismo como uma forma de sustentação econômica na atualidade, com foco para o futuro de um turismo sustentável. A criação das áreas naturais protegidas (reflexo da conservação da natureza e o estabelecimento dos Parques Nacionais) - Quando se usa a expressão “Parques Nacionais”, imagina-se uma área delimitada, preservada, com recursos naturais diferenciáveis seja pela: cobertura vegetal, aspectos geomorfológicos, caracterização geológica, hidrologia, vida animal, etc.; e que muitas vezes está protegida de qualquer transformação provocada pela sociedade urbano-industrial. Estas áreas foram criadas em benefício das populações urbanas norte-americanas que poderiam, como visitantes, apreciar as belezas naturais. Este modelo de conservação chamada de “moderna” espalhou pelo resto do mundo, justificando a criação de áreas que deveriam permanecer intactas. (Diegues, 2001:53) Para os ambientalistas estes espaços deveriam ser intocáveis, precisando receber proteção total, sendo permitidas em seu interior apenas atividades de uso recreacional ou educativo. Quanto aos princípios de formação destas idéias vêm arraigados os princípios da “natureza-paraíso” e “beleza cênica”, com um valor religioso em sua fundamentação trazido pelos europeus, imigrantes na América, na busca exacerbada pela identidade nacional. Cury:2003. A maioria das populações que se encontravam nestes locais foram afastadas das áreas demarcadas pelos Parques Nacionais, foi o que aconteceu com os índios Cherokee que habitavam os montes Apalaches no Great Smoky Mountains National Park– EUA. Hoje, a comunidade está numa cidade que leva o nome de sua tribo no entorno do Parque Nacional, e toda a cidade é tematizada com serviços de turismo como hospedagem, alimentação, museus e cassino. Com a colonização em outros países americanos, cidadãos com espírito descortinado deram os primeiros passos para a criação dos Parques Nacionais de Banff- Canadá em 1885, El Chico- México em 1898, Nahuel Huapi- Argentina em 1903, Vicente Perez Rosales- Chile em 1926, Henri Pitier- Venezuela, e Itatiaia- Brasil em 1937. Na Nova Zelândia os Parques foram criados a partir de 1894, na Austrália em 1898. No continente africano, os governos coloniais criaram os Parques Nacionais Kruger na África do Sul em 1898, e Seregueti em Tanganica, para impor controles à exploração excessiva da fauna silvestre. (Miller, 1997:5). A evolução conceitual dos termos como: preservação ambiental, conservação e até para um Sistema de Unidades de Conservação. As tentativas de conceituação e manejo destas UCs, foram discutidas em eventos internacionais, mesmo Parques Nacionais, que em uma esfera maior está inserida como Unidade de Conservação. A concepção de natureza passa a depois de vinte anos da Conferência de Estocolmo, que foi o marco do desenvolvimento ambientalista mundial em 1992 na Conferencia RIO-92, a tratar de novos paradigmas ambientais mundiais, principalmente no cuidado com a biodiversidade, poluição e esgotamento dos recursos naturais. Nesta época o ecoturismo surge como alternativa embasado no discurso do desenvolvimento sustentável. Um olhar nas territorialidades dos Parques Nacionais Iguaçu (Argentina e Brasil) - A análise sobre as territorialidades será realizada através da paisagem, instalação dos Parques Nacionais, problemas e infra-estrutura de visitação de forma comparativa. A paisagem - Estes Parques Nacionais levam esta denominação por estarem localizados no baixo rio Iguaçu, e o principal atrativo são as Cataratas do Iguaçu. O Parque Nacional del Iguazú, na Argentina localiza-se ao nordeste da Província de Missiones. Com uma altitude de 200 m na região ocidental, até 350 m no extremo sudeste (Crespo 1982).

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No Brasil o Parque Nacional do Iguaçu está em uma área de domínio da União e sujeita à lei de Segurança Nacional. O limite com a Argentina se faz ao sul, pelo rio Iguaçu, desde a foz do rio Santo Antônio no município de Capanema. A partir deste limite encontram-se a Reserva Nacional e o Parque Nacional del Iguazú totalizando uma área de 67.620 ha. Unindo o lado brasileiro formam uma área protegida de 252.882,5 ha. Está localizada na região sul, no extremo oeste do Estado do Paraná, na bacia hidrográfica do baixo rio Iguaçu. Além da Argentina, o entorno do Parque é feito com os municípios de Foz do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel do Iguaçu, Serranópolis do Iguaçu, Matelândia, Céu Azul, Santa Tereza do Oeste, Lindoeste, Santa Lúcia, Capitão Leônidas Marques e Capanema (IBAMA-2000 – Plano de Manejo, Resumo Executivo). O clima é do tipo subtropical mesotérmico úmido com verões quentes (médias máximas de 37°C), influenciados pela massa Polar atlântica, provocando invernos frios (médias mínimas de 12°C), com ocorrência de geadas e a presença de chuvas em todos os meses do ano com uma precipitação anual de 1.600 a 2.000 mm. (IBAMA-1994 e A.P.N.- 1998). O rio Iguaçu o qual abrange cerca de 57.329 Km² em área brasileira, sem os afluentes da margem catarinense até União da Vitória, adicionados a esta perfaz um total de 70.799 Km². O rio tem suas nascentes na borda ocidental da Serra do Mar e apresenta um percurso de 910 Km até a foz no rio Paraná (IBAMA- 1994). Em seu curso, a largura é variável de 50 a 1.800m, com a presença de corredeiras, pelos desníveis que aparecem em seu leito. As Cataratas do Iguaçu com a forma de uma ferradura está localizada neste rio. A fenda tectônica que abre o canyon mede de 65 a 100m de largura, sua extensão é a maior do mundo com 1.200m, do lado brasileiro são 800m e do lado argentino 1.900m, totalizando uma frente semicircular de 2.700m. Com uma altura aproximada de 82m, dependendo da vazão tem em média 31 grandes saltos. 70% dos saltos estão em território argentino, portanto a visão panorâmica pode ser contemplada do lado brasileiro. Cury:2003. Dos antecedentes à instalação - Na Província de Missiones - Argentina, através da Lei Nacional nº 6.712 de 11-10-1909, a autorização do Poder Executivo, concede as reservas e terras em torno das Cataratas do Iguaçu, para a criação de um Parque Nacional. O arquiteto Carlos Thays foi o responsável por este primeiro planejamento direcionado a um Parque Nacional, com estudos iniciados em 1902. O ano de 1934 é marcado por grandes feitos aos Parques Nacionais da Argentina. A Lei Nacional nº 12.103 cria a Dirección (hoje Administração) de Parques Nacionais e simultaneamente, os grandes Parques do Sul: Nahuel Haupi, Lanín, Los Alerces, Perito Moreno e Los Glaciares. Também em Missiones é criado o Parque Nacional del Iguazú. Portanto inicia-se a história da conservação natural em terras argentinas, com a finalidade de proteger as maiores belezas naturais do país como os lagos, bosques e montanhas da Patagônia e as Cataratas do Iguaçu em Missiones. Para Miller (1997:6) “a Argentina seguiu o modelo norte-americano e canadense na forma de uma política e programa destinado a promover o hinterland - inexplorado próximo”. A abertura de vias de acesso seja por ferrovias ou rodovias na maioria das vezes foram subvencionadas pelo Governo, novas acomodações foram construídas por empresas privadas para levar turistas a estes longínquos lugares de natureza diferenciada. Estrategicamente a política de criação de Parques Nacionais na Argentina esteve relacionada à ocupação de áreas de fronteira, onde estas eram pouco claras ou sujeitas a litígio como a região andina na divisa com o Chile. O turismo é visto como um meio de desenvolvimento entre a população, a conservação da natureza e a manutenção de fronteiras na Argentina. O governo da Argentina investiu em estradas, transportes e hotelaria; principalmente ao sul onde Bariloche passou a ser um centro de turismo. Novas vilas turísticas foram criadas como: Llao-Llao, Catedral, La Angostura e Traful. Neste ano é criado o Parque Nacional del Iguazú. Segundo dados da APN, entre os anos de 1940 e1950, no governo Perón, além da função turística e de defesa da soberania, desenvolveu-se a preocupação pelas pesquisas ambientais nos Parques Nacionais.

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Os objetivos iniciais dos Parques Nacionais eram a proteção do patrimônio público e valores cênicos excepcionais no mundo, para o desfrute da sociedade, sendo os maiores expoentes os lagos do sul e as Cataratas do Iguaçu. Posteriormente no período imperial, as iniciativas de conservação ambiental no Brasil partiram dos abolicionista José Bonifácio de Andrada e Silva e André Rebouças, em 1876. Rebouças ao escrever Excursão ao Salto de Guairá, deixa transparecer a sua imagem conservacionista (Pádua, 2002:270). Estes foram os primeiros a criticar a exploração irracional da terra, a monocultura, o latifúndio e o trabalho escravo. Sobre a proposta de criação dos Parques Nacionais no Brasil, neste sentido, deveria trazer um benefício palpável para as sociedades local sendo um agente de promoção, diminuindo as barreiras para o desenvolvimento regional. Rebouças ainda enfatiza a experiência dos Parques Nacionais Norte-Americanos, como a presença de turistas ricos da Europa, e a apresentação de um país atraente, por suas belezas naturais. A contribuição do turismo é mencionada para a modernização dos meios de transportes. As belezas naturais do Brasil poderiam “atrair imigrantes, ousados naturalistas, entusiastas de florestas virgens e de cataratas assombrosas” (Rebouças apud Pádua, 2002). Rebouças em 1876 recomenda os primeiros lugares do Brasil para esta iniciativa, que seriam o Salto do Iguaçu e as Sete Quedas do Guairá, no Paraná, e a Ilha do Bananal, no rio Araguaia (Pádua, 2002:271). No Governo de Getúlio Vargas, em janeiro de 1939 é criado o Parque Nacional do Iguaçu. Problemas - O conjunto das cataratas une a paisagem embora seja uma área divisora internacional, por muitos anos a administração agiram independentes. Hoje existe um diálogo entre os administradores dos Parques principalmente após o processo de revitalização da visitação. A região anterior à instalação era uma fazenda, portanto já havia uma interferência humana, a área de uso público argentina e brasileira é bastante alterada, principalmente do lado argentino em que a exploração madeireira se fez de forma mais intensa. Do lado brasileiro a urbanização e os serviços turísticos de Foz do Iguaçu avançaram em direção ao Parque. Este hoje tem o aspecto de ilha preservada embora haja projetos de conservação e corredores da biodiversidade com diferentes áreas naturais da bacia do Paraná. Na área de uso público é presenciada uma variedade de espécies vegetais invasoras dentre elas a zebrina, iniciativas louváveis como a mudança dos jardins do Hotel das Cataratas por plantas nativas, foi uma recomendação do IBAMA que gerou sucesso. Quanto à fauna problemas com a visitação são observados e monitorados com os quatis que são frequentemente alimentados pelos visitantes, embora sejam animais selvagens que transmitem a raiva; na maioria apresentam problemas de saúde como obesidade, diabetes e cáries nos dentes. Um dos mais graves problemas ainda é a caça e a retirada do palmito no entorno do Parque. O atropelamento de animais na pista que liga o portão de entrada até as cataratas. Infra-estrutura de visitação - O número de visitantes dificilmente consegue alcançar a marca de 1 milhão de visitantes por ano. Na Argentina a estrutura de visitação do Parque é compreendida por uma ampla área destinada ao atendimento do turista. Muitas trilhas já existentes foram aproveitadas também para não agredir a vegetação do Parque. Foram centralizados subterraneamente, serviços gerais de água, gás, energia elétrica e telefone, garantindo a beleza do local. O conjunto abrange serviços e lugares especiais para deficientes físicos, idosos e instalação de um fraudário nos sanitários femininos. O estacionamento tem capacidade para 750 automóveis e 200 ônibus. A partir deste ponto até a Estação Central o visitante terá que caminhar. Para os deficientes físicos ou visitantes que apresentam dificuldades de locomoção, o CV dispõe de veículos para estas pessoas, sendo possível realizar o Circuito Superior, Circuito Inferior até o salto Bossetti e Garganta do Diabo. O Complexo de visitação do Parque argentino compreende: a-Portal Cataratas:constitui no primeiro edifício do complexo de visitação, com uma área de 417 m². Encontra-se um balcão de informações, uma sala destinada aos Guias de Turismo credenciados pela APN a atuarem no Parque Nacional, uma loja de souvenirs e sanitários.

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b-Centro de Interpretação: Yvyra reta: com uma área de 1.150 m², este local é o mais importante de todo o conjunto pelas funções que apresenta. São duas alas temáticas, com a Natureza e a ocupação humana regional. c-Anfiteatro: localizado em frente ao Centro de Interpretação, apresenta uma capacidade para 600 pessoas sentadas. d-Praça Institucional: espaço para descanso, contemplação da natureza, eventos educativos, compondo uma área de 4.520 m². d-Área Comercial: estão localizados neste espaço, um restaurante para 250 pessoas, duas áreas destinadas a lanchonetes, loja de souvenirs, artesanato, fotografia e espaço de exposições. e-Sistema de Transportes; o meio de transporte é o ferroviário, fabricado na Inglaterra, sob as normas ambientais previstas pelos Parques Nacionais argentinos. A locomotiva modelo K80 modelo “Cataratas do Iguaçu” impulsiona o trem com 3 vagões com capacidade de 40 passageiros em cada vagão e foi criada especialmente para este fim. É movido a gás, devido seu baixo impacto ambiental. Fazem o transporte do visitante da Estação Central à Estação Circuitos (1.523 m) e Garganta do Diabo (3.983m). Tem capacidade de transportar de 120 a 150 passageiros por viagem, sua velocidade não supera os 20 Km/h. No Brasil, o CV localiza-se na parte externa do Parque Nacional do Iguaçu, na margem esquerda da BR-469, com 107.636,69 m² de terreno, sendo 4.110,04 m² de área construída coberta e cerca de 50.000 m² de estacionamento, com capacidade para 170 ônibus, 20 vans e 676 veículos de passeio. Apresenta duas plataformas interna e externa para embarque e desembarque dos visitantes. Buscou-se um estilo arquitetônico que harmonizasse com a área do entorno, projetada de forma a se integrar com a natureza e utilizando materiais como madeira com certificado de origem e fito sanidade, vidro e telhas de barro. Além de uma ampla área coberta para abrigar os visitantes, estão dispostos: serviços de informações, sanitários, fraudário, ambulatório médico, posto bancário, caixa coleta de correios, telefones públicos, sala turismo (destinada ao atendimento de grupos de turismo), loja, lanchonete, área de administração e centro de interpretação. a-Sistema de Transporte: O objetivo sistema de visitação do Parque Nacional do Iguaçu é permitir o aumento do número de visitantes e ao mesmo tempo reduzir o impacto ambiental, através do aumento do número médio de passageiros por veículo no interior do Parque. Segundo dados do IBAMA, em 1999, 128.077 veículos entraram no Parque Nacional. Com a implantação deste sistema, observou-se a diminuição deste fluxo elevado de veículos. A frota é formada de oito ônibus panorâmicos, double-deck com capacidade para 72 passageiros sentados, a parte superior é toda aberta, permitindo maior interatividade do visitante com o meio ambiente durante todo o percurso até as Cataratas. Os Parques do Iguaçu agregam valores a oferta compósita turística como hotéis de luxo na área das Cataratas, restaurantes de categoria internacional, passeios de barco a jusante e montante das cataratas. Difere entre a Argentina dos seguintes aspectos: Quanto à formação dos Guias de Turismo que tem uma escolaridade maior que os Guias brasileiros e para atuarem como profissionais no Parque argentino devem ser credenciados pelos Cientro de Investigaciones Ecológicas Subtropicales - Órgão Educacional do Parque Nacional del Iguazú. São supervisionados pelos Guardaparques que são formados pela Escuela de Guardaparques Argentina para atuarem especificamente em áreas naturais protegidas. No Brasil a formação curricular é menor e a fiscalização é precária. È destacável o papel educacional desenvolvido pela Escola Parque no lado brasileiro com as comunidades do entorno com trabalhos ambientais de preservação do Parque do Iguaçu. Todos os funcionários foram unânimes em dizer que os Centros de Visitantes são fundamentais no processo de educação do visitante e que todos devem inicialmente passar por este lugar. No Parque Nacional del Iguazú Argentina o visitante entra se quiser no Centro de Interpretação ou de Visitação. Os funcionários admitiram que o valor maior da visita

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estivesse no atrativo em si e não na Interpretação, o que prejudica a qualidade da visita. Recentemente foi construído um Centro de Interpretação no Parque Nacional do Iguaçu-Brasil, forçosamente o visitante entra e adquire informações neste espaço e nos ônibus que os transporta até as Cataratas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS: Através da ampla e complexa abordagem do espaço, das territorialidades, da função dos Parques Nacionais para o turismo, devemos repensar o papel da atividade marcante deste século. È hora de analisarmos as funções das criações e recriações espaciais para a satisfação cada vez mais insatisfeita do ser humano. È claro que para a atividade turística necessitamos de conforto, segurança, será que o ecoturismo está cumprindo seu verdadeiro papel nos Parques Nacionais? E as comunidades locais? Como ficam com os conceitos de sustentabilidade? Os caçadores estão por todo canto. A conservação está cumprindo sua lição de casa? Às vezes é preferível a radicalidade verde ambientalista quanto estava na estrada do Colono hoje fechada no Iguaçu. Faz-se necessário um repensar de forma lúcida, criativa e participativa num exercício de cidadania de ouvir as comunidades do entorno, ouvir os Administradores, Guardaparques, Educadores e Governantes que gerenciam estas UCs. Replanejar para as gerações futuras no propósito do ecoturismo a garantia da natureza, num tardio, mas quem sabe promissor retorno do homem a natureza. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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TRANSPORTES RODOVIÁRIOS DE GRÃOS NO BRASIL

ÂNGELA MARIA BATISTA1, MÁRCIA JULIANA ERINGER2

1Bacharelanda em Administração. Curso de Administração da União Dinâmica de Faculdades Cataratas – UDC Foz do Iguaçu/PR. E.mail: [email protected] 2Bacharelanda em Administração. Curso de Administração da União Dinâmica de Faculdades Cataratas – UDC de Foz do Iguaçu. E-mail: [email protected]

Área temática: Gestão da Produção

Apresentado no I Congresso Internacional de Gestão Empresarial

Brasil, 20 a 22 de agosto de 2008 RESUMO: Este artigo busca analisar as variáveis condicionantes referentes ao transportes de cargas. Mais que a metade das cargas transportadas no país é realizada através de rodovias. Tem como objetivos Identificar porque o transporte rodoviário é o principal transportador de cargas agrícolas; e suas vantagens e desvantagens e; proporcionar subsídios que possam fornecer elementos para uma melhor identificação das rotas; priorizando uma análise para possíveis estratégias de melhoria na infra-estrutura das estradas. Assim, o artigo procura reunir informações através da analise de dados dispersos em varias publicações; para superação dos problemas existentes. Conclui-se então que será necessário grande investimento na recuperação de estradas e frotas e que só se alcançara uma melhoria em eficiência nesse setor de transportes se houver uma visão global de diversas áreas afetadas e se os diversos setores da cadeia produtiva estiverem integrados desde suas unidades de armazenamentos, recepção no porto e operações frete de retorno, procurando assim reduzir os custos de transporte. PALAVRAS-CHAVE: Transporte Rodoviário, Cargas Agrícolas, Rotas.

ROAD TRANSPORT OF GRÃOS IN BRAZIL ABSTRACT: This article aims to analyze the various constraints concerning the transport of cargo. More than half of the loads carried in the country are held by highways. It aims to identify because the road is the main transporter of agricultural loads, and their advantages and disadvantages and, providing subsidies that can provide elements for better identification of routes; prioritizing an analysis for possible strategies to improve the infrastructure of roads . Thus, the article tries gather information through analysis of data scattered in various publications, for overcoming the existing problems. It follows then that will require large investment in rehabilitation of roads and fleets and only achieved an improvement in efficiency in the transportation sector if there is an overview of various affected areas and whether the various sectors of the production chain are integrated from their units of stores, reception at the port and shipping operations to return, seeking to reduce transport costs. KEYWORDS: Road Transport, Freight Agriculture, Routes. INTRODUÇÃO: No Brasil a agricultura tem sido afetada por deficiências na infra-estrutura e sistema de transporte. Para se ter uma agricultura competitiva exige uma adequação nos trajetos, rotas de transportes e metodologia da colheita ou manutenção de maquinários. Assim o estudo pretende mostrar as diversas áreas afetadas e quais os recursos que precisam de maior atenção para desenvolver uma alavancagem na produção e preço

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destas mercadorias e a possibilidade de novas técnicas, ou seja, rotas mais simplificadas para uma melhor agilidade na entrega com menor custo de fretes, e identificar qual a realidade para uma construção de cílos e novos armazéns, para um gerenciamento adequado. Desta maneira, não significa apenas satisfazer uma realidade básica (ruas pavimentadas, com rotas pré-estabelecidas de caminho único exemplo perimetral). Outro uma nova frota de veículo. No presente artigo pretende-se identificar porque o transporte Rodoviário é o principal transportador de cargas agrícolas; e suas vantagens e desvantagens. Secundariamente tem-se como objetivo proporcionar subsídios que possam fornecer elementos para uma melhor identificação das rotas; priorizando uma análise para possíveis estratégias de melhoria na infra-estrutura das estradas transportes inadequados. Para dar conta do objetivo acima citado, a problemática assumida para que a pesquisa fosse desenvolvida refere-se à seguinte questão: Porque a tantas perdas no transportes agrícolas, se a produção de grãos no Brasil vem batendo recordes sucessivos? É importante desenvolver um plano estratégico de melhorias? Justifica-se a presente pesquisa visando demonstrar métodos para uso racional da estrutura logística na tentativa de redução de custo; com isso identificar a necessidade de melhorias na infra-estrutura de armazenagem e no gerenciamento do transporte rodoviário. Observa-se que o conhecimento dos fretes rodoviários é uma importante ferramenta de apoio para tomada de decisões da operação e dos diferentes serviços oferecidos pelos transportadores. Os dados coletos durante a pesquisa partem da necessidade de soluções mediante a realidade do transporte rodoviário de grãos no Brasil. Propondo um planejamento de melhorias, que é a ferramenta que deve ser utilizada como visão do caminho a ser seguido, através das metas e ações para atingir os objetivos pretendidos. Para a formação profissional esta busca promover e troca de conhecimento ajuda a definir estratégias, o profissional atuante será capaz de diagnosticar, analisar e conhecer os vários métodos do transporte. Dessa forma, justifica-se a escolha do presente tema, que procura agregar critérios e medidas para a reestruturação do transporte rodoviário de grãos. A abordagem metodológica procurou evidenciar por intermédio de pesquisa bibliográfica e documental extraída a partir de livros e artigos científicos, pesquisa em internet e revistas, procurando em bibliografia já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monográficas, teses, materiais cartográficos etc., e até meios de comunicação: rádio, gravações em fita magnéticas e audiovisuais, tendo como finalidade colocar os pesquisadores em contato direto com o assunto escrito, dito ou filmado, inclusive conferencias seguidas de debates que tenham sido transcritos por alguma forma, quer publicadas, quer gravadas. (MARCONI E LAKATOS, 2003, p.183). Os principais objetivos que conduzem à realização de uma pesquisa bibliográfica são:

- Redefinição de um problema; - Obtenção de informações acerca de técnicas de coleta de dados; - Obtenção de dados em resposta ao problema formulado; - Interpretação de resultados.

BASE TEÓRICA: As empresas prestadoras de serviço de transporte atuam com ativos terceirizados em relação a sua frota a qual pode ser dimensionada na medida em que for necessário. Existe uma grande evolução em relação às tecnologias de informação que são empregadas pelos prestadores de serviços de transportes, sendo exigido uma gama cada vez maior de conhecimentos por parte do transportador sobre o status da carga, esses serviços acabam tornando-se requisito primário para competitividade. Transporte rodoviário - A industrialização brasileira a partir da década de 1930 trouxe a necessidade de maior integração do mercado interno e de maiores investimentos no transporte rodoviário. Aos poucos, foi sendo implantada uma malha rodoviária nacional, conectando os estados brasileiros as áreas industriais da região Sudeste. Mais o

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rodoviarismo se consolidou mundialmente (e no Brasil a partir da década de 1950) com a expansão da indústria automobilística numa época em que os preços dos combustíveis derivados do petróleo eram baixos. No Brasil, esta fase correspondeu ao governo Juscelino Kubitschek, que implantou a indústria automobilística, transferiu a capital para Brasília e acelerou a construção de rodovias. A partir do governo Juscelino as rodovias passaram a ser quase exclusividade dos investimentos em transportes terrestres no país. Para Keedi (2001, p. 127), entre todos dos modais o rodoviário é o mais adequado nos transportes de mercadorias, tanto na exportação quanto na importação é o mais recomendado, para mercadorias de alto valor ou perecível. Pode-se assim dizer que o produto agrícola a granel não é competitivo, pois o valor é muito baixo, encarecendo sobre maneira o seu custo final. O transporte de carga no Brasil deixou de ser um tema secundário e operacional, passando a ter grande importância no planejamento e nas decisões estratégicas, de inúmeras empresas. Ele é o mais flexível e o mais ágil no acesso as cargas, permitem integrar regiões, mesmo as mais afastadas, nesses casos, principalmente quando não há outros modais disponíveis. (BERGMANN, 2001, p. 129). Com relação aos dados estatísticos de transportes rodoviários cabe à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), como atribuições especificam relativas ao transporte rodoviário de cargas, promove estudos relativos à frota de caminhões, empresas e operadores autônomos, bem como organizar e manter o Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de cargas (RNTRC). O RNTRC, atualmente em desenvolvimento, vai permitir o conhecimento do conjunto de operadores que atuam no mercado, facilitando a operação com setores que se relacionam com as atividades de transporte sem interferir com a sua fiscalização. Os registros da Empresa de Transporte Rodoviário de Carga e dos Transportadores Rodoviários Autônomos vão permitir a fiscalização de pessoas físicas e jurídicas, quantidade, porte e distribuição, podendo considerar informações estatísticas para o setor1. O mercado de transportes rodoviários no Brasil - Está dividido em transportadores de cargas de terceiros (ETC), transportadores de cargas próprias (TCP), ligados a produtos que possuem frota própria, transportadores autônomos (TCA), que realizam transportes de forma independentes. Existem no Brasil aproximadamente 320 mil empresas de transportes e autônomos. Sistema de transporte - Conforme Vieira (2001, p. 56), o pleno aproveitamento do potencial de expansão da produção de grãos depende do estabelecimento de um sistema de transporte eficaz. Tal sistema terá de comportar volumes maiores a custos menores, permitindo assim que o setor de grãos aumente a sua contribuição no abastecimento interno de alimentos e mantenha sua posição no mercado. Os modais tipicamente mais eficientes para escoamento de produtos com as características da soja produzida no Brasil (grande volume, longo distancia e valor agregado relativamente baixo) certamente são as ferrovias e hidrovias. Tais modais, embora exijam um maior tempo de transporte, têm capacidade bem mais elevada e, quando disponíveis, podem trazer economia de custos e redução de perdas. Aos terminais ferroviários ou hidroviários. A infra-estrutura disponível no Brasil é significativamente menor do que aquela existente em diversos países em desenvolvimento e de grandes extensões territoriais. Vantagens e desvantagens do transporte rodoviário - A simplicidade do funcionamento do transporte rodoviário é o seu ponto forte, pois não apresenta qualquer dificuldade e esta sempre disponível para atendimentos urgentes. Nota-se que este transporte permite as empresas no ramo de exportação e importação terem flexibilidade, podendo oferecer algumas vantagens, tais como:

• Vendas nas condições de entrega porta a porta;

1 Agência Nacional de Transportes.

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• Menos manuseio da carga, portanto, mais segurança, já que o caminhão é lacrado no local de carregamento e aberto no local de entrega;

• Rapidez na entrega da carga em curta distancia; • Possibilidade de utilização de embalagens mais simples e de menos custo.

Este transporte também apresenta algumas desvantagens, entre as quais: • Obriga a construção continua de estradas, ou a sua manutenção, com recursos do

poder público, ou seja, da população. Isto faz com que, além do frete visível, tenhamos também um alto frete invisível que recai sobre os contribuintes;

• Um modal bastante poluidor do meio-ambiente; • Custo elevado da sua infra-estrutura; • Frete mais alto do que alguns outros modais que são ou estão apresentando-se

como seus concorrentes. Tipos de veículos - Segundo a ANT os veículos utilizados no transporte rodoviário são:

• Caminhões: São veículos fixos, monoblocos, constituindo-se de uma única parte que incorpora a cabine, com motor, e a unidade de carga (carroceria). Apresentando os mais variados tamanhos e ter 2 ou 3 eixos, podendo atingir a capacidade de carga de até cerca de 23 a 27 Toneladas;

• Carretas: São veículos articulados e, portanto possuindo unidades de tração e de carga em módulos separados. Estas duas unidades são denominadas cavalos mecânicos e semi-reboques;

• Boogies/Trailers/chassis: São as carretas plataformas citadas, apropriadas para o transporte de container. Podem comportar containers de 20’ e 40’ (vinte ou quarenta pés);

• Treminhões: A exemplos da carreta os veículos articulados, porém, especiais. São constituídos por cavalos mecânicos, semi-reboques, portanto, composto de três partes normalmente apropriadas para o transporte de containers.

Fatores que influenciam o custo e o preço do transporte no Brasil - Segundo Caixeta (2001, p. 3 - 5), o sistema brasileiro há muito tempo sofre com a carência de investimentos públicos. Além disso, as empresas de transporte de cargas perderam sua margem de lucro principalmente devido aos produtos de baixa especificidade, o que acarretou a deterioração dos equipamentos e a manutenção precária. Apesar deste cenário, este modal é o único que permite o transporte ponto-a-ponto e, por isso, sua estrutura física deve ser a melhor possível. Este modal além de nortear os investimentos no setor dos transportes pode contribuir para melhorar a eficiência. Entre o peso e a cubagem deve-se escolher aquele que limita a capacidade do veículo:

• A facilidade de manuseio do produto representa a facilidade de se carregar e se descarregar o veiculo. Uma maneira encontrada para se agilizar a carga e a descarga é a paletização, que reduzem de maneira significativa os tempos de cargas e descarga;

• Sazonalidade - efeitos como a safra de grãos afeta de forma acentuada a procura por frete, fazendo com que os preços de frete desta época sejam maiores que os da entressafra;

• Trânsito - entregas em grandes centros urbanos com trânsito e com janelas de horário para carregamento e descarregamento, também influenciam o custo e respectivamente o preço do transportes;

• Carga e retorno - a não existência de frete retorno faz com o transportador tenha que considerar o custo do retorno para compor o preço do frete.

Pode-se então afirmar que as distorções da matriz de transporte exercem um efeito de frenagem sobre a economia brasileira. A base da afirmação está na participação dos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário no transporte de carga brasileiro, destaca-se que esta participação é diferente daquela em outros países de dimensões continentais. No Brasil existe uma excessiva concentração de transporte de carga no modal rodoviário. A grande demanda por rodovia gera problemas de todas as espécies. (PEÇANHA, 2002, p. 10).

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Privatização - Segundo o Ballan diretor de logística da empresa Caramuru Alimentos, a privatização contribuiu para a modernização dos portos, mas ainda há problemas que mantêm a produtividade baixa, apesar do excesso de mão-de-obra, que chega ser de três a nove vezes superiores aos portos europeus e sul-americanos. Enquanto o índice internacional de movimentação nos portos é de 40 contêineres/horas, no Brasil a média é de 27. Esse é um dos motivos pelos quais todos os anos caminhões formam filas de até 150 quilômetros de extensão para descarregar suas cargas no porto de Paranaguá (PR). “Os terminais são inadequados, com equipamentos de baixa capacidade tanto na recepção quanto na expedição e, além disso, falta treinamento de pessoas”. O governo Federal já busca o apoio de iniciativa privada para solucionar a ineficiência do sistema de transporte no Brasil. O plano de parceria público-privada pretende investir R$13,68 bilhões em 23 projetos de reformas em rodovias e canais de irrigação até 2007. O quadro atual dos transportes no Brasil - Conforme dados do Banco Mundial (2005), a disponibilidade de uma infra-estrutura de transportes eficiente, de tal forma que propicie uma oferta de serviços aos menores custos possíveis, atendo à demanda mediante uma apropriada alocação de recursos normalmente escassos e apresente os melhores retornos possíveis para a sociedade, é uma das condicionantes indispensáveis para a obtenção um crescimento econômico sustentável e para o efetivo desenvolvimento social de um país. Nesse sentido, a política que vem sendo adotada pelo Ministério dos Transportes tem buscado maximizar as vantagens comparativas de cada modalidade de transportes procurando contornar, na medida do possível, as dificuldades para a realização de investimentos provocada pela grave crise financeira pela qual passou o estado brasileiro nas duas últimas décadas, a qual levou à deterioração dos serviços e do estoque de capital em infra-estrutura para o transporte de cargas, pode ser sintetizada da seguinte forma:

• No subsetor de transporte ferroviário de mercadorias, foi realizada a desestatização quase total, alcançando as ferrovias antes exploradas pela RFFSA, FEPASA e CVRD, esta ainda em sua fase como empresa estatal;

• No subsetor portuário, em adição às iniciativas de reorganização geral dos portos, foi promovida uma forte abertura para a participação de usuário privados, na concessão da administração e exploração de alguns portos menores e de instalações especificas de grandes portos, tais como terminais de contêineres, de automóveis e de movimentação de granéis sólidos:

• No subsetor rodoviário, responsável por mais de 60% da produção de transporte de cargas no Brasil, foi empreendido um programa de concessões que incluiu os segmentos rodoviários cujas densidades de trafego e condições sócio-econômicas de influencia tornassem economicamente viáveis a sua operação e manutenção pela iniciativa privada, mediante cobrança de pedágio.

Após uma década do funcionamento das primeiras concessões, é possível afirmar que: • As condições das rodovias concedidas são boas e os cronogramas contratuais

relativos à adequação de capacidade estão sendo observados, em sua quase totalidade;

• No que diz respeito aos portos, as estatísticas comprovam o ganho de eficiência das instalações concedidas ao setor privado em relação ao período anterior as concessões; e após um período inicial de dificuldades, as metas contratuais de produção e segurança das concessões ferroviárias vêm sendo cumpridas, com poucas exceções, e até superada em alguns casos.

Nesse sentido, torna-se evidente a necessidade de aprimoramento do modelo até então adotado, mediante uma combinação que leve em conta o aperfeiçoamento da administração dos serviços concedidos com uma intensificação de investimentos públicos, seja na forma de investimentos diretos ou na forma de parcerias, em que a participação do setor público funcione como instrumento de alavancagem dos recursos públicos em programas de investimento em infra-estrutura de transportes e, sob tal ótica, a missão do Ministério dos Transportes, observadas as limitações ficais, é prover a oferta de infra-estruturas viárias que

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satisfaçam as necessidades dos usuários, em termos de nível de serviços, qualidade e preços. Em tal contexto, no setor ferroviário, a par de aperfeiçoamentos nos processos de reestruturação econômico-financeira de algumas empresas concessionárias e de regulação do relacionamento entre usuários e transportadores, permitindo melhores condições de atendimento à demanda de mercado, tanto do ponto de vista da logística como da produtividade do transporte, estão sendo viabilizadas alternativas de investimento em segmentos capazes de dinamizar a utilização da modalidade ferroviária, a exemplo da construção da Ferrovia Nova Transnordestina, mediante aporte de financiamentos oriundos de organismos de desenvolvimento regional, e do prosseguimento da construção da Ferrovia Norte – Sul, mediante sub-concessao do trecho já construído, com vistas à geração de recursos para complementação da ligação ferroviária até Palmas, no Estado do Tocantins. Por sua vez, na área portuária, além de semelhante aperfeiçoamento dos processos de regulação e de gestão dos serviços concedidos, a política do setor esta sendo fortemente direcionada para a oferta de melhores condições de acessibilidade aos portos, tanto do ponto vista do acesso marítimo, mediante um vigoroso programa de dragagem de aprofundamento e de manutenção dos canais de acesso, bacias de evolução, bacias de fundeio e áreas de atracação dos principais portos, como do ponto de vista do acesso terrestre, por intermédio de um programa de otimização das ligações rodoviárias e ferroviárias, com a eliminação de “gargalos” existentes nas proximidades da área portuária e com o estabelecimento de novos pátios reguladores de carga fora da área portuária. No subsetor hidroviário a principal diretriz diz respeito a garantia que o aproveitamento de rios para a geração de energia elétrica permita sempre a instalação de eclusas ou outro tipo de dispositivo de transposição dos desníveis resultantes, não inviabilizando a navegação fluvial, de forma a ampliar a participação desta modalidade na matriz de transporte brasileira. Por fim, consciente de que a economia brasileira continuara altamente dependente do modo de transporte rodoviário no futuro previsível, em que pese à adoção de medidas destinadas ao fortalecimento das outras modalidades, a políticas do setor tem se concentrado na busca de caminhos que assegurem a boa qualidade da infra-estrutura rodoviária existente para dar suporte aos fluxos cada vez mais crescentes de mercadorias e pessoas, com o objetivo de assegurar a competitividade das mercadorias, quer seja no mercado interno quer seja nas exportações, e facilitar a mobilidade das pessoas. Assim a matriz de transportes brasileira esta preponderantemente dependente do sistema de transporte rodoviário. Em valores aproximados, a rodovia responde por 58% dos fluxos de cargas e por 95% dos passageiros no país. O modo ferroviário responde por apenas 25% e as hidrovias das cargas, restando aos modos dutoviário e aéreos a participações em torno de 3,6 % e 0,4%, respectivamente. Independentemente das razões históricas e econômicas, a analise que ocorre em outros países comparáveis ao Brasil, que a dependência da economia brasileira do modo de transporte rodoviário é muito forte e implica em custos logísticos altos. Nesse particular, cabe ressaltar que, em estudo do Banco Mundial, consta que, no Brasil, os custos logísticos representam, em média, 20% do valor do Produto Interno Bruto (PIB)2. A agricultura brasileira - A agricultura brasileira é um dos setores econômicos mais estratégicos para a consolidação do programa de estabilização da economia iniciado com o Plano Real, em 1994. A grande participação e o forte efeito multiplicador do complexo agroindustrial no Produto Interno Bruto (PIB); este representa a soma (em valores financeiros) de todas as riquezas finais produzidas em uma determinada região, o alto peso dos produtos de origem agrícola (básicos, semi-elaborados e industrializados) na pauta de exportações e a contribuição para o controle da inflação são exemplos da importância da agricultura para o desempenho da economia brasileira nos próximos anos.

2 Banco Mundial, 2005. Disponível em: <http://www.transportes.gov.br/PNLT/RelatorioExecutivo.pdf>.

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A agropecuária representa cerca de 12% do PIB nacional, considerando-se apenas o valor da produção. Quando se usa o conceito moderno de agribusiness (que abrange a soma total das operações de produção e distribuição de insumos e novas tecnologias agrícolas, produção propriamente dita, armazenamento, transporte, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e seus derivados), a participação do complexo agroindustrial alcança mais de 35% do Produto Interno Bruto (PIB), evidenciando o efeito multiplicador que esse setor exerce sobre a economia como um todo e sobre o interior do País em particular. Já nas exportações brasileiras, a participação da agricultura, apesar de ter recuado significativamente com o processo de industrialização do País, ainda é fundamental. Mais de 1/4 das exportações brasileiras ainda são oriundas deste setor. O País destaca-se no cenário internacional como grande exportador, apresentando uma pauta de exportação agrícola diversificada, na qual os principais produtos são: café, suco de laranja, grão, farelo e óleo de soja, açúcar, fumo e cigarros, papel e celulose, carnes bovina, suína e de aves. Apesar de todo esse potencial, a agricultura brasileira não vem crescendo a taxas expressivas nos últimos anos. É, portanto fundamental, para a formação das expectativas dos diversos agentes econômicos que atuam na economia brasileira, conhecer as principais restrições a um desempenho mais consistente do setor agrícola e avaliar as suas perspectivas para os próximos anos. Arroz - o Rio Grande do Sul é o maior produtor nacional de arroz irrigado. Outros estados se destacam na produção dessa cultura alimentar básica: Santa Catarina, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão, Goiás e São Paulo. Outros produtos de destaque são: o trigo, apesar de ser insuficiente para abastecer o mercado interno; o algodão, fortemente controlado pela indústria têxtil e de alimentos (óleo). O cacau, cultura ecológica, encontra-se em crise, notadamente na Bahia, seu maior produtor. Vale lembrar que muitos produtores do Sul, principalmente do Paraná e do Rio Grande do Sul, trocaram de território. Entre as principais causas, está o preço da terra. Com isso, muitos migraram para outros estados do país, tornando-se produtores de soja e café, principalmente. Outros se transferiram para países vizinhos, como a Bolívia e o Paraguai. Como já mencionado, a questão da terra não é apenas nacional. Feijão - O feijão comum é cultivado ao longo do ano, na maioria dos estados brasileiros. É cultivado tanto em culturas de subsistência quanto em cultivos altamente tecnificados. A Região Sul ocupa lugar de destaque no cenário nacional, seguido pelas Regiões Sudeste, Nordeste, Centro-Oeste e Norte, respectivamente. Milho - O Rio Grande do Sul passou de terceiro maior produtor brasileiro de milho com 3.837.276 toneladas, no período 1998 a 2000, para segundo maior produtor, no período 2001 a 2003, com 5.153.834 toneladas ou 12,2% da produção nacional, atrás do Paraná que é o maior produtor, com 29,2% do total produzido no país. Trigo - Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são os principais produtores do grão no Brasil. A Embrapa Trigo e outras empresas de pesquisa estão investindo na produção em outros estados. "A expansão para a região do Brasil central - Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso - seria positiva por aproximar os produtores do mercado consumidor e facilitar a logística3". Uma das principais dificuldades da produção brasileira de trigo está ligada aos problemas no transporte dos grãos. "Por causa do atrelamento ao transporte rodoviário, é mais barato levar trigo de navio da Argentina para a região norte do Brasil do que transportar trigo brasileiro de caminhão pelas estradas". Soja - expandiu-se com maior vigor no país, durante os anos 70, notadamente nos estados do Paraná e do Rio Grande do Sul. Cultura típica de exportação está cada vez mais voltada para o mercado interno em razão do crescente consumo de margarinas e óleos na alimentação do brasileiro. Atualmente, verifica-se sua expansão nas áreas do cerrado, sobretudo nos estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás e Bahia, conforme demonstra a tabela 1 a seguir: 3 Fonte: Agência Brasil, 2007.

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Tabela 1: Produtos certificados pelo IBD até junho de 1999, e sua localização. Localidade Produto

Bahia Soja, milho, arroz. Feijão, algodão

Acre Urucum (sementes) São Paulo Ervas medicinais Mato Grosso Soja, Arroz

Paraná Soja, feijão, fécula de mandioca, milho, açucar mascavo, trigo

Rio Grande do Sul Soja, mate, trigo Ceará, Minas Gerais, Pernambuco, Rondônia café , soja, milho..

Pará Óleo de dendê, arroz, feijão Ceará Milho e soja... demais sementes

Maranhão Soja, milho

Santa Catarina Soja, milho, trigo, algodão, arroz, Fonte: Adaptado de IXX Seminário Internacional Pensa de Agribusiness, 1999.

Porque o Nordeste não deslancha - Em 1996 alguns produtores migraram para oeste baiano, mais precisamente na cidade de Luiz Eduardo Magalhães. A 954 quilômetros da capital do estado onde iniciaram suas plantações de soja e milho. Onze anos depois, como a colheita de lucros não foi satisfatória, seus produtores não demonstraram interesse em dar continuidade ao negócio desenvolvido pelo país na fazenda de 1600 hectares. A história esta longe de representar uma exceção. O sindicato dos produtores rurais do município, presidido pó Kolln, fez no início dos anos uma pesquisa com os 310 associados para saber se eles já haviam pensado em desistir. Nada menos que 70% deles disseram que sim. Para quem olha de longe, e um pouco difícil entender essa situação de desânimo. O PIB de Luiz Eduardo Magalhães evolui 20% ao ano desde 2000, um número de deixar até chineses e indianos de queixo caído. Além de viver um momento economicamente excepcional, o lugar possui terra fértil e sol abundante. “Se contássemos com uma boa infra-estrutura, isso aqui seria o paraíso”. Atualmente a produção de grãos em outras cidades do Oeste baiano e escoado pelos portos de Aratui e de Ilhéus, localizados a mais de 90 quilômetros. “Qualquer cultura que necessite rodar mais de 500 quilômetros para chegar a um terminal está em desvantagem”. (SILVEIRA, 2008 p. 24). Segundo Silveira (2008), até agora essas deficiências tem sido compensada por vantagens competitivas. Uma delas e o custo da terra, em média 2500 reais por hectares, enquanto no interior de são Paulo chega a 6000 reais por hectares. O uso intensivo de tecnologia também representa um diferencial da região. Por ser fronteiras agrícolas nova, quem chega ao lugar já começa utilizando as mais modernas técnicas de produção. “Mais a situação atingiu o limite e, caso não sejam feitas obras importantes no setor de transportes, o futuro da agricultura na Bahia está comprometido”. Um dos projetos considerados prioritário e o da construção de rodovias no leste-Oeste. Ela teria 560 quilometro de extensão e permitiria ligar o oeste da Bahia ao Porto de Aratu. Mas a obra vem sendo tocada em banho-maria devido a seu elevado custo, estimado em 1.7 bilhões de reais. Outro problema que precisa ser atacado com urgência na área de transportes e o da manutenção das rodovias existentes. De acordo com um levantamento do Guia Quatro Rodas Rodoviárias, a Bahia tem 1454 quilômetros de estradas em péssimo estado de conservação, só em Minas Gerais, que tem 17.453 quilômetros de estradas ruins, e pior nesse quesito. “Por causa das estradas esburacadas, pagamos fretes ate 35% mais caros que os de outras regiões”. (HUMBERTO. 2007, p. 25).

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Análise da pesquisa - De acordo com estudo feito pelo Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (COPPEAD) Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), o Brasil apresenta disponibilidade de transportes 40% menor em relação a países de mesma extensão territorial e condições macroeconômicas. O Brasil tem tido safras recordes, mesmo em meio a problemas no transportes rodoviário e a falta de infra-estrutura das unidades armazenadoras de grãos. O principal entrave é não conseguir estocar essa produção a ponto de esperar o melhor momento de comercialização e garantir ganhos com valores menores de fretes, não tendo a armazenagem é preciso vender logo o produto, pois há risco de danos trazidos por vários fatores. A figura a seguir demonstra que 67% das cargas brasileiras são deslocados pelo meio rodoviários. Este é o mais adequado para distäncias inferiores a 300 km, conforme demonstra pesquisa realizada entre (1996 e 2003) apenas por conta das perdas ocorridas.

Figura 1: Deslocamento de cargas.

Além das perdas pós-colheita, há perdas ainda na fase que vai da semeadura até antes de iniciar a colheita, geralmente por problemas climáticos e de doenças ou pragas. Nesta fase, das sete safras analisadas, a do ano 2000 foi a mais afetada, com um índice de perdas do milho, no Brasil, da ordem de 11,22%. Importantes Estados produtores como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul tiveram perdas de 20,96%, 16,93% e 36,15%.

Figura 2: Perdas de milho no Brasil. A origem e destino dos principais grãos brasileiros (arroz, feijão, milhos, trigo e soja). O arroz apresentou a característica de ser muito pouco exportado, devido ao grande volume que se destina internamente à alimentação. Assim como nos demais modais o transporte rodoviário apresenta ponto de elevada consideração e outros que dificultam ou inviabilizam a sua utilização. Para uma melhor visão de sua operatividade é crucial uma análise destes aspectos.

São Paulo

Paraná

Mato Grossodo Sul

1° Ferroviários

2° Fluviais

3° Rodoviários

4° Aérios

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Tabela 2: Situação ambiental dos transportes no Brasil. Análise do Ambiente Interno Pontos Fortes Pontos Fracos Simplicidade Alto custo de frete Segurança Manutenção das estradas/Infra-estrutura Utilização de embalagens Idade média da frota Monitoramento via Satélite Falta de treinamento Agilidade Falta de silos Locomoção Poluição ao meio ambiente Venda e Entrega Malha rodoviária Pontos fracos:

• Alto custo de Fretes: devido impostos, IPVA, seguro obrigatório, combustível, pneus, manutenção, pedágio.

• Manutenção das estradas/ Infra-estrutura: Falta de investimento do governo péssimo estado de conservação; Na grande maioria estradas esburacadas, trechos não pavimentados com afundamento nas rodovias.

• Idade média da frota: 18 anos, tendo características caminhões sucatados, perda velocidade, ou seja, quanto mais tempo o caminhão fica na estrada, maiores são as perdas em termos de quantidade, qualidade e valor do produto.

• Falta de treinamento: Colaboradores não treinados para manipulação nos equipamentos. Este é um dos motivos pelos quais todos os anos caminhões formam filas de até 150 km de extensão para carga ou descarga nos portos (Paranaguá). Enquanto o índice internacional de movimentação nos portos é de 40 contêiner/hora, no Brasil a media é de 27.

• Falta de Silos: O principal entrave é não conseguir estocar essa produção a ponto de esperar o melhor momento de comercialização e garantir ganhos com valores menores de fretes, não tendo armazém é preciso vender logo o produto.

• Poluição ao meio ambiente: Os veículos utilizados para tração possuem um elevado grau de poluição ao meio ambiente;

• Malha rodoviária: A malha rodoviária deve estar constantemente em manutenção ou em construção, gerando custos ao erário ou a contribuinte, visto que, existem estradas privatizadas que cobram pedágio.

• Pontos Fortes: • Simplicidade: está sempre disponível para atendimentos urgentes. • Segurança: não se corre o risco de perder a carga. Devido ao pouco ao pouco

manuseio dos produtos, pois o mesmo é lacrado no local de carregamento. • Utilização de embalagens: mais simplificadas e com um custo menor. • Monitoramento via Satélites: determinar a melhor seqüência de produção.

Minimizando os tempos de acordo com cada frota. • Agilidade: agilidade e rapidez na entrega da mercadoria em curtos espaços a

percorrer. • Locomoção: a unidade de carga chega até a mercadoria, enquanto nos outros

modais a mercadoria deve ir ao encontro da unidade de carga; • Venda e Entrega: vendas que possibilita a entrega na porta do comprador; A

mercadoria pode ser entregue diretamente ao cliente sem que este tenha que ir buscá-la.

Representatividade dos meios de transportes no Brasil - Segundo estudos levantados pelo IDET – FIPE e CNT o cenário dos transportes no Brasil se apresentam da seguinte forma:

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Tabela 3: Transporte de carga, em milhões de toneladas.

Modais 2.000 2.005

Rodoviário 445,8 489,8 Aquaviário 407,5 459,3 Ferroviário 302,6 424,9 Aéreo 0,47 0,56

Fonte: IDET-FIPE/CNT Observa-se que no período de cinco anos o crescimento dos modais foi relativamente pequeno. Notas de avaliação para a infra-estrutura do transporte no Brasil: O Instituto de Engenharia realizou, entre abril e junho/2002, pesquisa de sensibilidade espontânea dos associados da instituição e da FEBRABAM, quanto ao nível de atendimento às necessidades nacionais dos equipamentos habitacionais e de infra-estrutura. Referente à parte de Transportes, considerando uma escala de 0 (péssima) a 10 (ótima), os profissionais atribuíram notas de avaliação da atual qualidade em âmbito nacional, resultando as seguintes médias, conforme a tabela 4 seguir:

Tabela 4: Representatividade % por modalidade de transporte no Brasil.

Transportes Média

- Rodovias - Ferrovias - Navegação Fluvial - Navegação Marítima - Navegação Aérea - Pontes - Trânsito (vias urbanas) - Transporte Público Urbano

4,1 2,9 2,8 3,6 6,2 5,0 3,1 3,5

Fonte: Geipot (Empresa Brasileira de Planejamento de Transportes), 2005. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O conhecimento sobre a logística do transporte rodoviário nos permite maximizar as informações apresentadas nos diversos estados citados no decorrer do artigo. O Brasil apresenta grande potencial de crescimento para sua produção agrícola e conseqüentemente da economia. O pouco então de cognição se ampliou através da elaboração deste trabalho, que agora trouxe esclarecimentos, solucionou dúvidas e poderá certamente ser material de apoio para futuros estudos. Partindo das considerações exposta na pesquisa um bom profissional precisa ter domínio deste tema e foco nos aspectos logístico gerenciais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BERGEMANN, G. Transporte Internacional de Cargas. São Paulo: Aduaneiras 2001. BRAGA, A. Régis Bittencourt terá R$ 35 milhões para duplicação. 2006. Disponível em <http://www.radiobras.gov.br. Acessado em: 05 Fev/2008. CAIXETA-FILHO, J.V.; MARTINS, R.S. Evolução Histórica da Gestão Logística do Transporte de Cargas. In: ___ (orgs.). Gestão Logística do Transporte de Cargas. São Paulo: Atlas. 2001. Acessado em: 11 Fev/2008. Companhia Nacional de Transportes (CNT). Disponível em: http://www.cnt.com.br/transporte. Acessado em: 03 Fev/2008.

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KAY, J. Fundamentos do Sucesso Empresarial. Rio de Janeiro: Campus, 1996. Cap.21, 365-393: Uma Breve História da Estratégia de Negócios. KEEDI, S.Transportes e Seguros no Comercio Exterior. 2. ed. São Paulo: Aduaneiras, 2000. NASSAR, A. M. Certificação no Agribusiness. In: IX Seminário Internacional PENSA de Agribusiness: A Gestão da Qualidade dos Alimentos. São Paulo; 1999. Cap.3 p. 16 - 30. PEÇANHA, F. E. B. Os atuais caminhos da indústria do transporte no Brasil. Revista do IRB, Rio de Janeiro, nº 228, p. 10, abril/junho 2002. REVISTA GESTÃO INDUSTRIAL: Logística e transportes no agronegócio brasileiro. Ponta Grossa, 2006.