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07/04/13 Revista Balde Branco www.baldebranco.com.br/noticias/pgnoticias_det.asp?MDc6MjE6MjJ8MTc5 1/3 Ultrassom garante sanidade e reprodução v oltar todas Monique, da Maneio Veterinários, e seu inseparável aparelho de ultrassom Rahmn: produtores pequenos desconhecem o novo recurso Daniel Quadros atende a programas reprodutivos de 17 fazendas Vantagens e desvantagens A utilização da ultrassonografia em rebanhos bovinos não trás somente vantagens. É preciso avaliar sua adequação e oportunidade dentro da propriedade e do rebanho que se dispõe. Além disso, convém considerar a relação custo- benefício dentro do esquema adotado com o técnico Home Quem Somos Indicadores Outras Edições Contato Instr. Normativas 62 Parceiros • Nova geração assume e intensifica atividade leiteira • Nova Zelândia: eficiência define índices • Produtor é destaque na ordenha e na criação • Reunião propõe ações que valorizem o setor • Reprodução com hora marcada • Soja em grãos traz economia à dieta Prenhez, infecção uterina e sexagem são alguns dos diagnósticos realizados pela ultrassonografia, um recurso cada vez mais acessível e necessário para quem quer mais eficiência Edison Lemos Até 1996, todo o controle de reprodução do gado leiteiro passava, invariavelmente, pela apalpação. A partir de 40 dias da inseminação, as vacas eram, então, tocadas para diagnóstico de gestação. Hoje, com o avanço das tecnologias voltadas para a biologia, a realidade é outra. O uso da ultrassonografia para o controle da reprodução em bovinos veio agregar valor ao serviço dos veterinários e se integrou à rotina das propriedades leiteiras de boa parte do País. Com isso, há projetos nos quais, a partir de 23 dias para novilhas e 24 dias para vacas adultas, são feitos diagnósticos de gestação. "Utilizamos a ultrassonografia como uma ferramenta de muito valor. E fazemos todo o controle da reprodução apoiados nela, no sentido de que tornem mais precoces nossas observações. É um recurso que veio para ficar, trazendo incremento à produtividade animal", reconhece a veterinária Monique Nunes Faure, da consultoria Maneio Veterinários Associados, de Ponta Grossa-PR, região onde o ultrassom já virou rotina. Professora de cursos de graduação e pós- graduação, ela considera que, na realidade, o uso está simplificado demais. "Temos de cuidar para não vulgarizar a técnica. Ela está acessível a quem quiser, mas o aparelho sozinho não resolve. É preciso que haja um profissional treinado por trás de sua utilização", adverte, explicando que o que mais o preocupa é que, hoje, muitos colegas já não sabem mais apalpar uma vaca, o que é temerário. De acordo com a experiência da veterinária, o exame puerperal do animal é feito 30 a 40 dias após o parto, para verificar se tudo correu normalmente, se não tiver ocorrido nenhuma sequela, endometrite ou infecção. Depois disso, são aplicados os protocolos de IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) e é feita a avaliação dos animais para ver se estão ciclando. "No dia de inseminar, ao invés de fazê-lo no escuro, o veterinário confere os animais que vão ovular, se de fato, possuírem um folículo bom. Isso melhora os índices de concepção", ela garante. No dia do diagnóstico precoce e da IATF já se protocola as vacas que estão vazias. Nesse cenário as perdas embrionárias são entendidas pela profissional como parte do processo natural. Monique calcula que elas oscilam entre 2% a 12%. "O que acontece com o ultrassom é que quando o criador não utiliza a técnica, ele não sabe se existem perdas embrionárias. A única vantagem de fazer o diagnóstico precoce é que o criador detecta as vazias mais cedo e pode tomar uma decisão bem antes. Mas o ultrassom não causa morte fetal de jeito nenhum", diz. Quanto ao aborto dos machos, ela deixa a critério do criador. "Eu desaconselho, porque estudei para fazer viver, e não para fazer morrer. Então, esse papel não me cabe bem", argumenta. Conta que a partir de 54 dias da inseminação já é possível proceder a sexagem. Isso permite valorizar os animais para venda e também permite fazer uma programação do manejo no futuro, calculando quantas bezerras e quantos machos estão para nascer, quanto vai precisar de comida e disponibilidade de recursos para o rebanho que está por vir. Tecnologia de custo reduzido - Na região dos Campos Gerais, no sul do Estado do Paraná, o uso do exame de ultrassom nos rebanhos em nada onera os produtores, graças ao convênio mantido entre a Maneio Veterinários Associados, as cooperativas Batavo e Castrolanda e o laticínio BRFoods. "Além de prestar assistência clínica e cirúrgica, fazemos o controle da sanidade, acompanhamos a gestão das propriedades, realizamos imunoprofilaxia para tristeza parasitária e controle da reprodução. Fazemos apalpação manual pelo mesmo custo do ultrassom, com produtor que tenha 50 ou 150 vacas. Para nós é a mesma coisa", detalha a veterinária Monique. Quando é feita uma assistência mensal, o trabalho aplicado é realizado de acordo com o plano que, estabelecido e conduzido dentro da remuneração, tem o preço-base do leite como referência. O produtor desconta 1,5% do faturamento, valor que representa o custo de sua assistência veterinária, na qual estão incluídos clínica cirúrgica, reprodução, profilaxia, calendário sanitário e gestão da qualidade. Esse percentual depende do volume de leite que o criador movimenta. Quando do contrato inicial é feito um cálculo em cima do volume de serviço a ser demandado e se estabele o percentual a ser cobrado. "Algumas propriedades, especialmente as grandes, já contratam o profissional em função do uso do ultrassom e da possibilidade de diagnóstico de prenhez em 28 dias. O produtor sabe que encurtar um mês no intervalo entre partos de uma vaca faz muita diferença no leite. Afinal, dispomos de uma ferramenta que consegue avaliar o tamanho do corpo lúteo no ovário e dos folículos. Depois que comecei a utilizar o ultrassom, devido ao diagnóstico precoce, diminuiu muito o intervalo entre partos nas propriedades por mim

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07/04/13 Revista Balde Branco

www.baldebranco.com.br/noticias/pgnoticias_det.asp?MDc6MjE6MjJ8MTc5 1/3

Ultrassom garante sanidade e reproduçãov oltar todas

Monique, da Maneio Veterinários, e seu inseparável aparelho de ultrassom

Rahmn: produtores

pequenos desconhecemo novo recurso

Daniel Quadros atende a programas reprodutivosde 17 fazendas

Vantagens e desvantagens

A utilização da ultrassonografia em rebanhos bovinos não trás

somente vantagens. É preciso avaliar sua adequação eoportunidade dentro da propriedade e do rebanho que se

dispõe. Além disso, convém considerar a relação custo-benefício dentro do esquema adotado com o técnico

Home Quem Somos Indicadores Outras Edições Contato Instr. Normativas 62 Parceiros

• Nova geração assume e intensifica

atividade leiteira

• Nova Zelândia: eficiência defineíndices

• Produtor é destaque na ordenha e

na criação

• Reunião propõe ações quevalorizem o setor

• Reprodução com hora marcada

• Soja em grãos traz economia à dieta

Prenhez, infecção uterina e sexagem são alguns dos diagnósticos realizados pela ultrassonografia, um recurso cadavez mais acessível e necessário para quem quer mais eficiência Edison Lemos

Até 1996, todo o controle de reprodução do gadoleiteiro passava, invariavelmente, pela apalpação. A

partir de 40 dias da inseminação, as vacas eram,

então, tocadas para diagnóstico de gestação. Hoje,com o avanço das tecnologias voltadas para a

biologia, a realidade é outra. O uso da

ultrassonografia para o controle da reprodução embovinos veio agregar valor ao serviço dos

veterinários e se integrou à rotina das

propriedades leiteiras de boa parte do País.Com isso, há projetos nos quais, a partir de 23

dias para novilhas e 24 dias para vacas adultas,

são feitos diagnósticos de gestação. "Utilizamos aultrassonografia como uma ferramenta de muitovalor. E fazemos todo o controle da reprodução

apoiados nela, no sentido de que tornem maisprecoces nossas observações. É um recurso queveio para ficar, trazendo incremento à produtividade

animal", reconhece a veterinária Monique NunesFaure, da consultoria Maneio VeterináriosAssociados, de Ponta Grossa-PR, região onde oultrassom já virou rotina.

Professora de cursos de graduação e pós-graduação, ela considera que, na realidade, o usoestá simplificado demais. "Temos de cuidar paranão vulgarizar a técnica. Ela está acessível a quem quiser, mas o aparelho sozinho não resolve. É preciso que haja um profissional

treinado por trás de sua utilização", adverte, explicando que o que mais o preocupa é que, hoje, muitos colegas já não sabem maisapalpar uma vaca, o que é temerário.De acordo com a experiência da veterinária, o exame puerperal do animal é feito 30 a 40 dias após oparto, para verificar se tudo correu normalmente, se não tiver ocorrido nenhuma sequela, endometrite ou

infecção. Depois disso, são aplicados os protocolos de IATF (Inseminação Artificial por Tempo Fixo) e éfeita a avaliação dos animais para ver se estão ciclando. "No dia de inseminar, ao invés de fazê-lo noescuro, o veterinário confere os animais que vão ovular, se de fato, possuírem um folículo bom. Isso

melhora os índices de concepção", ela garante.No dia do diagnóstico precoce e da IATF já se protocola as vacas que estão vazias. Nesse cenário asperdas embrionárias são entendidas pela profissional como parte do processo natural. Monique calculaque elas oscilam entre 2% a 12%. "O que acontece com o ultrassom é que quando o criador não utiliza a

técnica, ele não sabe se existem perdas embrionárias. A única vantagem de fazer o diagnóstico precoceé que o criador detecta as vazias mais cedo e pode tomar uma decisão bem antes. Mas o ultrassom nãocausa morte fetal de jeito nenhum", diz.

Quanto ao aborto dos machos, ela deixa

a critério do criador. "Eu desaconselho,porque estudei para fazer viver, e não

para fazer morrer. Então, esse papelnão me cabe bem", argumenta. Conta

que a partir de 54 dias da inseminação

já é possível proceder a sexagem. Isso permite valorizar os animaispara venda e também permite fazer uma programação do manejo no

futuro, calculando quantas bezerras e quantos machos estão para

nascer, quanto vai precisar de comida e disponibilidade de recursospara o rebanho que está por vir.

Tecnologia de custo reduzido - Na região dos Campos Gerais, no sul

do Estado do Paraná, o uso do exame de ultrassom nos rebanhos em

nada onera os produtores, graças ao convênio mantido entre a ManeioVeterinários Associados, as cooperativas Batavo e Castrolanda e o

laticínio BRFoods. "Além de prestar assistência clínica e cirúrgica,

fazemos o controle da sanidade, acompanhamos a gestão daspropriedades, realizamos imunoprofilaxia para tristeza parasitária e

controle da reprodução. Fazemos apalpação manual pelo mesmo

custo do ultrassom, com produtor que tenha 50 ou 150 vacas. Para nósé a mesma coisa", detalha a veterinária Monique.

Quando é feita uma assistência mensal, o trabalho aplicado é realizadode acordo com o plano que, estabelecido e conduzido dentro da remuneração, tem o preço-base do leite como referência. O produtor

desconta 1,5% do faturamento, valor que representa o custo de sua assistência veterinária, na qual estão incluídos clínica cirúrgica,

reprodução, profilaxia, calendário sanitário e gestão da qualidade. Esse percentual depende do volume de leite que o criador movimenta.Quando do contrato inicial é feito um cálculo em cima do volume de serviço a ser demandado e se estabele o percentual a ser cobrado.

"Algumas propriedades, especialmente as grandes, já contratam o

profissional em função do uso do ultrassom e da possibilidade dediagnóstico de prenhez em 28 dias. O produtor sabe que encurtar

um mês no intervalo entre partos de uma vaca faz muita diferença

no leite. Afinal, dispomos de uma ferramenta que consegue avaliaro tamanho do corpo lúteo no ovário e dos folículos. Depois que

comecei a utilizar o ultrassom, devido ao diagnóstico precoce,diminuiu muito o intervalo entre partos nas propriedades por mim

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07/04/13 Revista Balde Branco

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Augusto e o pai, Dirceu: técnica tem alavancado

reprodução e produção de leite

benefício dentro do esquema adotado com o técnico

responsável pela assistência. Abaixo, estão algumas das

vantagens e desvantagens. Confira!

Ultrassonografia acelera processos

Vantagens

- torna mais precoces os diagnósticos;- acelera os processos;

- multiplica recursos: gestação gemelar, endometrite

subclínica, intoxicações subclínicas por micotoxinas queafligem a reprodução;

- permite a visualização de coisas como a natureza de um

cisto que produz estrógeno, progesterona, se é persistente, seé facilmente removível ou perene;- permite maior rapidez e agiliza a tomada de decisão em

relação ao animal e ao rebanho.

Desvantagens

- Permitir que veterinários mal preparados se lancem nomercado, fragilizando o criador, que desconhece ainterpretação da imagem. O fato de possuir a ferramenta não

significa que ela esteja sendo bem usada.- Falta de cursos específicos de preparo técnico com aobrigatoriedade da inclusão dessa técnica na grade curriculardas faculdades.

- Pequena gestação pode passar despercebida se ahabilidade do operador não for adequada. O aparelho nãoapresenta riscos, não provoca abortos, mas a manipulação e

interpretação erradas podem provocar perda da gestação porerro de diagnóstico.- Risco de viciar, provocar acomodação no profissional que vai

deixar de treinar uma habilidade para ficar na dependência deuma ferramenta.

diminuiu muito o intervalo entre partos nas propriedades por mim

assistidas", informa o médico veterinário Daniel Quadros.

Ele, que tem nove anos de profissão e há dois anos trabalha comultrassom, atende à parte de reprodução de 17 propriedades

leiteiras de cinco municípios da região de Carazinho, no Planalto

Médio gaúcho. Acasalador da central CRV Lagoa, Quadros mantémcontratos de assistência técnica que preveem controle sanitário,

inclusive com vacinação, controle de verminose em bezerros erepasse dos animais após diagnóstico de ultrassom com 60 a 90

dias de gestação. Realiza também todo o manejo pós-parto:

exame ginecológico, exame de ovários, tamanho de folículos,involução uterina e diagnóstico de infecção de útero; tudo isso, com

o auxílio do ultrassom.

Ele conta que depois que adquiriu o aparelho colocou um adicionalde 15% sobre o trabalho de assistência e aumentou em 40% o

número de produtores atendidos. Na sua percepção está ficando

comum o uso de ultrassom na prática dos veterinários quetrabalham com manejo reprodutivo e, "querendo ou não, quem não

dispõe do aparelho está ficando para trás no mercado".

Tecnologia de uso crescente - Como regra, utiliza o equipamento

em todas as propriedades que atende, e procura trabalhar comgrupos de produtores, organizados por rotas. Dependendo do

número de animais, permanece de meio dia a um dia inteiro em

cada propriedade. Quando se trata de fazer sexagem o trabalhodemora mais, mas esse é um recurso ainda pouco utilizado em

sua região. Os itens que recebem maior atenção tratam de:

infecção uterina, presença de corpo lúteo no ovário, tamanho defolículo e diagnóstico de prenhez.

A veterinária Monique conta que quando começou a trabalhar ocusto de um aparelho era de R$ 45 mil. Raros veterinários

conseguiam ter um, até porque havia bastante dificuldade paraimportação. Na época, o exame de ultrassom tinha um valordiferenciado, bem maior. "Nos dias atuais, o valor do equipamento

mal chega a um terço do que valia, a remuneração pelo seu usoequivale à apalpação e o aluno ainda não terminou a faculdade e já

está comprando ultrassom. Aliás, este é o grande perigo, o acessofacilitado à técnica", adverte.Independentemente do ponto de vista do observador, a técnica

continua de uso crescente. "Trabalhei sete anos prestandoassistência técnica sem ultrassom. Hoje, se estragar meuaparelho não sei o que faço. Ele é imprescindível para o meutrabalho, para se saber o ponto em que anda o rebanho",

reconhece Daniel Quadros. Mesmo assim, considera que o uso datecnologia ainda é restrito, já que poucos profissionais experientesutilizam tal recurso.

"O crescimento e adoção dessa tecnologia estão ligados aoamadurecimento cultural. Precisamos crescer neste aspecto, eestão mais ligados a isso do que ao poder aquisitivo, na verdade.

O produtor ainda não percebeu a importância do uso desta técnica.Há muito desconhecimento e não se sabe dos benefícios", cita omédico veterinário Alan Issa Rahman, da Cooperativa Cotrijal, de

Não-Me-Toque-RS.Segundo ele, os produtores de sua região são resistentes porque as propriedades são pequenas, e eles conseguem acompanhar odesenvolvimento do rebanho de perto, observar o cio, e não sentem necessidade do equipamento para acelerar o processo. A Cotrijal

tem sob sua gestão um rebanho de 30 mil vacas leiteiras cercadas de soja por todos os lados.

Ajudando a crescer

A Agropecuária Hortênsia, na localidade de São José do Umbu, no município de Victor Graeff, é uma típica propriedade familiar doplanalto médio gaúcho. O pai, Dirceu, cuida da parte financeira; o filho Augusto e a nora Lucélia, ambos veterinários, cuidam da parte

técnica e fazem o negócio andar. O outro filho, Márcio, que é farmacêutico, quando pode também ajuda. Eles contam ainda com umcasal parceiro, com participação na produção, para ajudar na ordenha, limpeza dos currais e alimentação do gado."A nossa propriedade planta 160 ha, dos quais 33 são destinados ao leite. A nossa renda liquida nesses 33 ha é superior aos 160

ha de lavoura. O leite produz três a quatro vezes mais renda por hectare que a lavoura de soja. São números que alertam, que fazemcom que se invista na propriedade. Eu consigo investir em melhorias e ainda sobra dinheiro. Isso acontece em muitas propriedadesda região", relata Augusto.

Segundo ele, oito anos atrás produzia entre 30 e 32 mil litros/mês.Hoje, às vezes, passa de 60 mil litros/mês. Todos os produtoresvizinhos duplicaram ou triplicaram a produção, aumentando o

número de animais, investindo na propriedade, com a genéticasendo o carro-chefe". Seu depoimento retrata muito bem aconjuntura em que vive o setor leiteiro do Rio Grande do Sul, onde aprodução cresce a passos gigantes, ao se perceber que o leite é

um bom negócio.E por trás deste avanço, o uso da ultrassonografia é uma dastécnicas que estão auxiliando os Hoffstaedter a alavancar a

produção de leite. Adotada há cinco anos na rotina da propriedade,a tecnologia inicialmente chegava através de serviços prestados porum veterinário terceirizado. Agora faz parte do pacote de assistência

técnica da Cooperativa Cotrijal aos produtores que integram seuPrograma de Gerenciamento Leiteiro.

Gestação, IATF e ultrassonografia - "O que nos levou a utilizar oultrassom foi especialmente a possibilidade de diagnósticoprecoce da gestação, para tentar encurtar o intervalo entre partos",

informa o produtor. Detalha que 28 dias após a inseminação é feitoo diagnóstico gestacional. "Se o animal não estiver prenhe, entra

com protocolo de IATF, que é outra ferramenta que vem junto com a ultrassonografia", conta.

Como o exame permite observar a condição ovariana da vaca, isso facilita entrar com o protocolo mais indicado para cada animal,desobrigando-se de aplicar todos os hormônios. "Dez dias após a entrada com o protocolo de inseminação artificial em tempo fixo oanimal é inseminado outra vez. Se não ciclar 21 dias depois, teoricamente a vaca está prenha, desde que não haja perda

embrionária, coisa que acontece bastante entre o 21º e 30º dia, especialmente devido ao excesso de proteína nas dietas", diz,explicando que alta concentração de proteína produz ureia tóxica que causa perdas embrionárias.A sexagem fetal é feita aos 60 dias, mas não tem sido muito usual, devido a dificuldades técnicas. Quando a propriedade necessitade mais animais para reposição e comercialização é provocado aborto, caso a gestação seja de macho. Também é utilizado sêmen

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de mais animais para reposição e comercialização é provocado aborto, caso a gestação seja de macho. Também é utilizado sêmen

sexado, mas apenas em novilhas. A partir da terceira inseminação todo rebanho passa a receber sêmen convencional, porque os

índices de prenhez são melhores e interessa que o animal não apenas tenha fêmeas, mas produza crias e depois leite. A lactaçãomédia do rebanho se situa em torno de 8.000 litros em 305 dias.

Augusto Hoffstaedter reconhece na ultrassonografia uma ferramenta poderosa. E destaca seu papel especialmente nos examesginecológicos realizados no pós-parto, auxiliando a detectar doenças de útero que, no visual ou na apalpação seriam difíceis dediagnosticar. "Pelo grande benefício que traz, o custo é muito pequeno. Pagamos cerca de R$ 10 por animal e uma taxa extra pela

visita, realizada quinzenalmente", informa o criador.Enfatiza que o ultrassom é uma ferramenta indispensável para quem encara a atividade leiteira com profissionalismo. Comprodutividade média de 22.000 litros por hectare, 84 animais no rebanho e 68 vacas em produção, a Agropecuária Hortênsia trabalhapara chegar a 100 animais em lactação, produzindo um volume estimado em 2.800 litros/dia.

Data de Publicação : 15/05/2012

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