revista conexão bahia 205
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Publicação oficial do Sebrae Bahia. Edição 205 – Verão aquece vendas e alavanca negócios; entrevista Renato Grinberg - Olho de Tigre; produtora +1! Filmes. Fev / 2014.TRANSCRIPT
edição 205
Verão aquece vendas e alavanca negócios
Verão aquece vendas e alavanca negócios
ENTREVISTARenato Grinberg fala sobre empresas com olho de tigre
ENTREVISTARenato Grinberg fala sobre empresas com olho de tigre
EMPREENDEDORISMOProdutora +1! Filmes mostra com criatividade o cotidiano dos baianos
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Expediente
Publicação do Sebrae Bahia,nº 205, Fevereiro de 2014 Filiada à Aberje
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia
João Martins da Silva Júnior
Diretor-superintendente Edival Passos Souza
DiretoresLauro Alberto Chaves Ramos Luiz Henrique Mendonça Barreto
UniDaDe De Marketing e CoMUniCação
CoordenaçãoCássia Montenegro (DRT 1052)
equipeAlice Vargas, Mauro Viana, Pedro Soledade, Rafael Pastori, Rodrigo Rangel e Vanessa Câmera. Estagiários:Ceres Martins, Daiane Santiago, Daniela Santos e Thais Almeida.
agência Sebrae de notícias(Varjão & associados Comunicação)
Mateus Pereira Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Cristina Laura, Laiana Menezes, Maria Clara Lima, Gustavo Rozario, Fernanda Barros, Nara Zaneli, Silvia Torres, Tamara Leal, Maiane Matos, Renata Smith e Silvia Araújo.
revisãoMaria Clara Lima
edição Carla Fonseca e Gustavo Rozario
Edição de FotografiaMateus Pereira
CapaMateus Pereira
Projeto Gráfico Solisluna Editora
editoraçãoObjectiva
impressãoQualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda
tiragem15.000 exemplares
Contato Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40060-350. [email protected]
telefones 71 3320.4557/4558
agência Sebrae de notíciasacesse a versão digital:www.ba.agenciasebrae.com.br
A estação mais quente do ano chegou e, com ela, as datas comemorativas e as festas populares criam o cenário perfeito para abraçar os quatro mi-lhões de turistas de outros estados e também do exterior. A edição 205 da Conexão vai mostrar como as em-presas aproveitam este período do ano para aumentar o faturamento, dicas de como driblar os efeitos da sazonalidade e a capacitação dos vendedores ambulantes licencia-dos pela Prefeitura de Salvador para atuarem no Carnaval. A matéria de capa traz ainda dados que apontam a Bahia como principal destino tu-rístico do Nordeste e o reflexo desse movimento no aquecimento do co-mércio varejista, com aumento sig-nificativo das vendas.
O leitor terá acesso aos relatos de mulheres empreendedoras, a exemplo da cantora Taís Nader. A artista do cená-rio indepen dente da Bahia foi se inse-rindo no mercado e percebeu a necessi-dade de se profissio-nalizar e buscar a formalização junto ao Sebrae. A vence-dora da etapa estadu-al do Prêmio Mulher de Negócios, na ca-tegoria Microempre-endedora Individual, a artesã Lara Mas-carenhas, conta sua trajetória de sucesso,
desafios e planos para exportar as joias da terra.
Especialista em motivação e ges-tão de empresas, Renato Grinberg concedeu entrevista à Revista Co-nexão durante a Feira do Empre-endedor, onde ministrou a pales-tra “Excelência e alta performance através da estratégia Olho de Tigre” no Seminário de Empreendedoris-mo. O palestrante fala como em-presários e empreendedores podem transformar sonhos em objetivos, resolver problemas e aproveitar as oportunidades.
Os depoimentos de empresá-rios comprovam ainda como o Fo-menta ampliou a participação dos pequenos negócios nas compras públicas.E confira como, de forma independente e despretensiosa, a produtora +1! Filmes tornou-se um case sucesso.
Bons negócios do verão
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Vivire é uma das marcas baianas que aproveitam o verão para colocar em prática novas estratégias de negócio
Sumário
26entreViStaRenato Grinberg
30eConoMia CriatiVaMúsica & Negócio
32inDúStriaQuero ser fornecedor
34MiCroeMPreenDeDor inDiViDUaL Joias da terra
37eMPreenDeDoriSMo+1 grupo irreverente
38SeBrae Perto De VoCÊ
6CoMÉrCio e SerViçoS
Negócios de verão
11PoLítiCaS PúBLiCaS
Nenhum bicho de sete cabeças
15agronegóCio100% orgânico
17inoVação e teCnoLogia Além da receita e despesa
20MerCaDoAmigo ou vilão do negócio?
22eDUCação eMPreenDeDora Educação a distância
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CoMÉrCioe SerViçoS
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Empresas se preparam para vendas da estação e bom momento do turismo, mas adotam estratégias para garantir faturamento o ano todo e superar os efeitos da sazonalidade
Negócios de verãoPlanejamento e parcerias são aliados de empresários que querem lucrar com a estação
O sol é o senhor absoluto do verão. Por sua causa, as praias ficam lota-das e a estação do calor ganha mais colorido e sensualidade. Se por um lado o astro-rei proporciona sen-sação de bem-estar, ele também é responsável por aquecer o comércio. Nesta época do ano, as vitrines dos shoppings, bares, restaurantes, ho-
téis incorporam o calor da estação e apostam suas fichas em coleções arejadas, serviço eficiente e na hos-pitalidade do baiano.
A estação mais quente do ano chegou e, com ela, as datas come-morativas e as festas populares criam o cenário perfeito para abra-çar os quatro milhões de turistas
de outros estados e também do exterior. Os destinos mais procu-rados são Salvador, Porto Seguro (sede, Arraial D’Ajuda e Trancoso), Praia do Forte, Morro de São Paulo, Maraú, Imbassaí, Itacaré e Prado. Destaque também para a Costa do Sauípe, as regiões da Chapada Dia-mantina e o Recôncavo Baiano.
6 REViSTA CONExãO
Principal destino turístico do Nordeste e terceiro do país em desembarques aéreos internacio-nais, a Bahia tem um fluxo anual de 11 milhões de visitantes, sen-do 5,3 milhões de outros estados, 558 mil estrangeiros e 5,2 milhões de baianos viajando pelo próprio estado. A essa fórmula são adicio-nadas contratações temporárias, liquidações e promoções para atrair um público que movimenta R$ 7,8 bilhões/ano ou 5,7% do PIB do estado, de acordo com a Funda-ção Instituto de Pesquisas Econô-micas (Fipe).
Com 16 anos de existência e 30 funcionários, distribuídos em quatro lojas (Salvador e Praia do Forte), a marca de vestuário fe-minino moda praia Vivire é prova viva de que, com um bom plane-jamento e parcerias, é possível manter a saúde financeira em dia, mesmo em períodos de baixa estação. Por ser uma marca dita-da pelo sol, rica em estampas e cores, há um aumento médio de 40% no faturamento nesse perío-do e a contratação de vendedores se faz necessária. “A depender do desempenho, esses colaboradores deixam de ser temporários e pas-sam a integrar o quadro de efeti-vos”, revela a diretora criativa da Vivire,Virgínia Moraes.
A maioria das ações é coloca-da em prática no verão, mas ou-tras iniciativas são pensadas para atrair os clientes durante o ano todo, a exemplo do Projeto “Entre as linhas da Bahia”, lançado na primavera, que convidou a artista Letícia Matos, conhecida pelas in-tervenções urbanas em crochês e
mobiliários, para trocar experiên-cias com artesãs da Praia do Forte e promover o comércio local. “Con-tamos com a parceria da Prefeitu-ra de Mata de São João, do Sebrae, Turisforte, linhas círculo e de al-guns empresários. Usamos muito a frase ‘Para quem tem o espírito dos trópicos o que menos impor-
ta é se é inverno ou verão’”. Para
Virginia Moraes, a aliança com o
Sebrae reitera o êxito dos projetos
e ações desenvolvidas pela marca.
“Executamos planos de ação que
serviram para auxiliar a marca no
momento de amadurecimento.”
Empregos temporários
Para o comércio varejista, o ve-
rão é aguardado com a expectativa
de aumento significativo nas ven-
das, em especial, para os donos de
pequenos negócios. Pedro Antônio
da Silva, proprietário da Stok Jeans
há 15 anos, faz parte dessa esta-
tística. Com duas lojas no Centro
Antigo (Baixa dos Sapateiros e Ave-
nida Joana Angélica), o empresá-
rio conta que chega a triplicar as
vendas de moda feminina, mascu-
lina e infantil no início da estação.
“Normalmente, temos um pico de
vendas entre os dias 20 e 31 de de-
zembro, quando o nosso cliente se
prepara para o Ano Novo”, afirma.
Em meses normais, ele mantém
sete colaboradores, mas, com a
chegada do mês de dezembro, esse
número chega a 20.
Conquistar o consumidor nesse
período é tarefa que, segundo Pe-
dro, exige investimento em produ-
tos, mas também em capacitação.
“O Sebrae é nosso grande parceiro.
Muito dos ensinamentos recebi-
dos em cursos que participamos é
aplicado no trabalho. Na capacita-
ção sobre merchandising, apren-
demos, por exemplo, a melhorar
a exposição dos produtos e a dar
mais espaço para o cliente circu-
lar na loja.”
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No verão, a Vivire aumenta o faturamento em cerca de 40%
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Capacitação dos ambulantes
Com o recente anúncio de mu-danças nos circuitos do Carnaval, os ambulantes licenciados pela Prefeitura de Salvador para traba-lharem na festa esperam com an-siedade pelo período, que acontece de 27 de fevereiro até 4 de março de 2014. Fabília Silva, conhecida como Dona Fau, participará pela sexta vez da folia, vendendo cachorro--quente no circuito alternativo do bairro de Cajazeiras. Para melhorar ainda mais o serviço prestado du-
rante a festa e garantir sua licença, ela participou da capacitação de vendedores ambulantes, realizada no Clube Fantoches (Salvador), em dezembro. “Vale a pena conhecer mais sobre como trabalhar no Car-naval e saber das mudanças que vão acontecer, como a existência de um horário certo para retirar os produtos”, destaca.
A expectativa é de atender cer-ca de 6 mil ambulantes. Além das orientações sobre gestão, aten-dimento ao cliente e, manipula-ção e higienização de alimentos, os trabalhadores receberam uma cartilha com dicas voltadas para
questões legais e de segurança, e tiveram acesso aos benefícios da formalização como microempreen-dedor individual (MEI). A cartilha conta com 16 páginas ilustradas e apresenta uma linguagem simples, direta e traz aos ambulantes todas as informações para que eles tra-balhem no Carnaval seguindo as normas do município e conhecen-do seus direitos e deveres. A inicia-tiva é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Salvador através da Secretaria Municipal de Ordem Pú-blica, do Sebrae e da Associação dos Profissionais Microempreendedores Individuais do Estado da Bahia.
Pedro Antônio da Silva, proprietário da Stok Jeans, aposta na exposição dos produtos para dar mais espaço ao cliente na loja
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8 REViSTA CONExãO
Como enfrentar os efeitos da sazonalidade
São raros os setores da economia que não sofrem com os efeitos da sazonalidade. Ao invés de lamentar o cenário, por que não buscar maneiras de reverter este quadro? É preciso pensar em formas de atrair os clientes/consumi-dores nos períodos de baixa temporada, ou então criar situações para diluir o movimento, quando este tende a se concentrar em um curto espaço de tempo.
Para a sócia da Ândora Viagens e Turismo, Adriane Vir-gilio, que presta atendimento há nove anos ao mercado corporativo e ao mercado de lazer, tudo se resume a ter uma boa estratégia para lidar com os efeitos da sazo-nalidade, e a parceria do Sebrae fornece as ferramentas apropriadas para o empresário enfrentar qualquer de-safio, estimulando o empreendedorismo e a capacitação contínua. “Nessa época oferecemos os mesmos pacotes do ano inteiro, porém divulgamos mais o Nordeste do Brasil e destinos de sol e praia. As operadoras disponibi-lizam uma gama maior de pacotes para estes destinos.”
De acordo com a empresária, existem promoções das operadoras e dos hotéis quando o período se aproxima e estes não conseguem as vendas esperadas. “Então divul-gamos para os clientes. O corporativo sustenta a agência na baixa estação, mas temos investido bastante em re-des sociais e no site da agência.”
E a “receita” para encarar a sazonalidade é compos-ta por planejamento, estratégia e criatividade. Muitos empresários reclamam que os negócios vão mal em dado período, mas mesmo tendo conhecimento que os resultados são piores nestes momentos eles não criam nenhum mecanismo para resolver ou amenizar o problema.
Confira a entrevista que a Revista Conexão fez com o analista do Sebrae, Fabrício Barreto, sobre como os do-nos de negócios podem evitar problemas no período de baixa ou alta temporada.
Analista do Sebrae, Fabrício Barreto, fala sobre sazonalidade
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CoMÉrCioe SerViçoS
SEBRAE BAHiA 9
Boa parte dos comerciantes encara a sazonalidade como o lado negativo no varejo. Como reverter estes efeitos?
O primeiro passo é a identificação destes picos,
depois construir estratégias inovadoras para
superar os déficits com muito planejamento
e profissionalismo, pois muitas vezes o empre-
sário tende a utilizar tudo de maneira intuiti-
va, isto é, sem o mínimo de suporte técnico ou
mensuração. Todas as vezes que compramos
algo novo tentamos descobrir como funciona
usando ou perguntando os atalhos para quem
já tentou fazê-lo. Com o planejamento é a mes-
ma coisa. Algumas pessoas tentam utilizá-lo na
hora de agir e quando não dá certo perguntam
para aqueles que tentaram fazer o mesmo e não
tiveram êxito.
A prática de promoções e liquidações é indicada para suavizar a redução de vendas? Quais os prós destas ações?
O ponto positivo é o escoamento dos produtos, o
giro do estoque, pois o capital de giro é o combus-
tível do comércio. Antes ter uma margem menor
do que um produto parado nas prateleiras. Se a
estratégia não for bem planejada, pode depreciar
o produto. É preciso ficar atento às garantias e
possibilidades de trocas. Devemos saber que este
cliente, que é atendido no período de alta, tem
uma identidade e pode se tornar um potencial
comprador para os períodos de baixa, ou seja, in-
vista no relacionamento e conquiste-o.
Diz-se que é importante aliar planejamento, estratégia e criatividade. Como estes aspectos
poderão revertero período sazonal?
Sempre planejar, medir e avaliar as ações de pre-
ferência com a participação do operacional finan-
ceiro e comercial da empresa. A cooperação e um
segmento associativo forte contribuem para a su-
peração das dificuldades. Em Salvador, temos al-
gumas estratégias exitosas, como a Liquida Salva-
dor e o treinamento de funcionários temporários
na Baixa dos Sapateiros. Utilizar o planejamento
para driblar a sazonalidade significa analisar este
período antes e depois dele acontecer, e isso não
significa apenas se preparar dois meses antes do
Natal para ter mais estoque e atender plenamen-
te esta data, que é considerada por muitos como
uma das mais importantes do ano.
Orçamento apertado é impeditivo para que o lojista pense em novas ações?
A maioria das empresas é solvente, ou seja, ad-
ministra compromissos e cresce. Então, a estraté-
gia tem que ser de acordo com a capacidade do
empreendimento. Contratação temporária, férias
programadas e prospecção de novos canais de co-
mercialização.
Quais as dicas para que os empresários administrem de maneira adequada e como trabalhar para que os funcionários não percam a motivação?
Planejar as compras e avaliar utilizando a teoria
de Pareto: “80% das consequências advêm de 20%
das causas”. A meritocracia participativa é uma
tendência para o varejo.
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PoLítiCaS PúBLiCaS
Nenhum bicho de sete cabeçasFornecer para governo não é mais uma realidade distante para os pequenos negócios
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O proprietário da Art Family, José Ribeiro, ainda não fornece aos órgãos públicos, mas planeja investir nesta proposta com o apoio do Sebrae em 2014
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“Não olhe para o ciclo de vida do produto: olhe para o ciclo de vida do mercado”. A frase do mestre em marketing, Phillipe Kotler, se adequa perfeitamente à pro-posta do Fomenta - Encontro de Oportunidades para Micro e Pe-quenas Empresas nas Compras Governamentais. Na ação, criada pelo Sebrae Nacional em 2007, e abraçada pelo Sebrae Bahia dois anos depois, repousa um olhar atento à abertura de mercado do pequeno negócio, vislumbran-do a oportunidade de acesso às compras governamentais das pequenas empresas rurais, dos agricultores familiares, empre-endimentos individuais e micro e pequenas empresas.
O Fomenta trabalha com a in-tenção de quebrar o paradigma de que só os grandes fornecedo-res têm condições de participar das licitações governamentais. Por meio de treinamento e ofici-nas, os encontros de oportunida-de cristalizam o conceito de que estas empresas têm um papel estratégico na economia local e nacional, apresentando estrutu-ra e potencialidade para fornecer serviços, produtos e obras com excelência.
“Os poderes públicos devem re-conhecer que o pequeno negócio cumpre um papel relevante para a economia, sendo responsável pela geração de emprego e ren-da”, sinaliza o gerente da Unida-de de Políticas Públicas e Desen-volvimento Territorial, Roberto Evangelista, acrescentando a im-portância social do segmento na redução do processo de êxodo
rural em direção aos grandes centros urbanos.
Durante os eventos, dois públi-cos de interesse nos negócios – fornecedores e agentes públicos de processos licitatórios – sen-tam lado a lado. São momentos produtivos, em que os empresá-rios aproveitam para compreen-der a dinâmica e as exigências, despertando com clareza a per-cepção de sua capacidade e dis-ponibilidade de concorrência no mercado. “Eles tiram suas dúvi-das sobre os procedimentos ne-cessários para concorrer, tomam conhecimento das modalidades, das especificações técnicas, jurí-dicas e operacionais adequadas às compras governamentais e as diretrizes para contratação do serviço, produto ou obra”, acres-centa Evangelista.
A força dos pequenos
Dono da empresa de comuni-
cação visual Art Family, o micro-
empreendedor Individual José
Ribeiro se formalizou há um ano
e já almeja se organizar e par-
tir para a concorrência no início
deste ano. “Percebi que não era
tão difícil prestar serviço ao go-
verno a partir do conhecimento
adquirido na sexta edição do Fo-
menta Bahia. Quero ter a oportu-
nidade de mostrar meu trabalho,
que envolve serigrafia, impressão
digital e sublimação”, conta. No
evento, o empresário participou
de uma oficina onde aprendeu o
processo de cadastramento nos
sites de licitações.
Ribeiro ainda não fornece aos
órgãos públicos, mas planeja in-
Com apenas um ano de formalização, o objetivo do empresário é aumentar a produção em 100% em estamparia de camisas
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vestir nesta proposta em 2014.
Atualmente, a Art Family gera
uma produção pequena numa
cartela reduzida de clientes. O
seu objetivo é aumentar a produ-
ção em 100% em estamparia de
camisas. “É um canal de abertura
para o meu negócio. Percebi no
Sebrae um parceiro para geração
de bons negócios. Mesmo sozi-
nho dou conta dos pedidos para
personalização de fardamento e
camisas para eventos”.
Já a proprietária da Darolt
Construtora, localizada em Si-
mões Filho, Maria Bonfim Ra-
mos, atualmente compartilha
com a nova mentalidade. Ao
participar na caravana baiana
do VI Fomenta Nacional, em Re-
cife, ela conscientizou-se da for-
ça do pequeno empreendedor
e afastou de vez o pensamento
que tinha em relação às com-
pras governamentais, como algo
muito distante do seu universo
de negócio.
Envolvida antes com o traba-
lho empresarial no dia a dia, ela
não buscava informação sobre o
assunto. “O pequeno empreen-
dedor tem medo de se arriscar e
investir e não se atenta a outras
possibilidades de avanço. O Fo-
menta me orientou, as palestras
esclareceram muitas dúvidas so-
bre esta área e abriu novos hori-
zontes”, conta.
Com 10 anos de existência, a
Darolt realiza obras de constru-
ção civil para a Prefeitura de Si-
mões Filho. A empresária cadas-
trou-se nos sites de licitações e
agora se mantém bem informada.
Pelo site Coolicitações, ela recebe
por email a relação de editais que
estão abertos em todo o estado.
Animada, ela não quer perder
tempo e vai concorrer à licitação
da Prefeitura de Camaçari.
Ampliar o poder de venda das MPE
Ampliar a participação dos pe-quenos negócios nas compras públicas é a meta para 2014 do Sebrae Bahia. Um dos alvos é o Projeto de Compras Governamen-tais da Bahia, fruto de um pacto firmado com o governo estadual, através da Secretaria da Adminis-tração. Segundo dados da pasta, atualmente, o governo gasta em compras de bens e serviços cerca de R$ 2,8 bilhões ao ano, sendo que os pequenos negócios par-ticipam com R$ 385 milhões, ou seja, 3,7%. As secretarias de Saú-de, Educação e Segurança Pública são as que mais adquirem bens e serviços, algo em torno de 65%, das compras totais do governo baiano. “O objetivo do Fomenta é ampliar a parcela das micro e pe-quenas empresas rurais e urba-
A empresária Maria Bonfim fez cadastro nos sites de licitações e o resultado do trabalho já reflete nas praças públicas de Simões Filho
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SEBRAE BAHiA 13
Benefícios da Lei Geral1. Nas contratações públicas da União,
dos estados e dos municípios, a ad-
ministração pública poderá realizar
processo licitatório:
• destinado exclusivamente à par-
ticipação de micro e pequenas
empresas, nas contratações cujo
valor seja de até R$ 80 mil;
• em que seja exigido dos licitan-
tes a subcontratação de micro e
pequenas empresas, desde que
o percentual máximo do objeto
a ser subcontratado não exceda
a 30% do total licitado;
• em que se estabeleça cota de
até 25% do objeto para a con-
tratação de micro e pequenas
empresas, em certames para a
aquisição de bens e serviços de
natureza divisível.
2. Nas licitações públicas, a comprova-
ção de regularidade fiscal das micro
e pequenas empresas somente será
exigida na assinatura do contrato.
3. As micro e pequenas empresas deve-
rão apresentar toda a documentação
exigida para efeito de comprovação de
regularidade fiscal, mesmo que apre-
sente alguma restrição. Nesse caso, a
pequena empresa terá dois dias úteis
para apresentar regularidade.
4. Nas licitações, será assegurada,
como critério de desempate, prefe-
rência de contratação para as micro
e pequenas empresas.
O que diz o Fomenta
• Cria condições para a amplia-
ção da participação das micro e
pequenas empresas no volume
de compras ($) dos governos fe-
deral, estaduais e municipais e
suas estatais;
• Promove a capacitação das MPE
para conhecimento sobre os
principais instrumentos jurídi-
cos e operacionais que propi-
ciem seu acesso no mercado das
compras governamentais;
• Dissemina boas práticas e
fornecer subsídios técnicos e
jurídicos que assegurem o tra-
tamento diferenciado às mi-
croempresas e empresas de
pequeno porte previsto no capí-
tulo V - do Acesso aos Mercados,
da Lei Complementar Federal
123/2006 - Lei Geral das Micro e
Pequenas Empresas;
• Divulga amplamente os proce-
dimentos, especificações e exi-
gências dos grandes comprado-
res públicos, das esferas federal,
estadual e municipal, para suas
aquisições de bens, serviços e
obras, focando nos setores com
forte participação de MPE, sobre-
tudo pequenos negócios ligados
aos setores e projetos coletivos
prioritários do Sistema Sebrae;
• Sensibiliza os grandes compra-
dores públicos para a sua res-
ponsabilidade como indutores e
promotores do desenvolvimen-
to local, deixando de ser meros
repositores de estoques;
• Aproximar as micro e pequenas
empresas dos grandes merca-
dos das compras públicas para
que sejam estimuladas a forne-
cer para as instituições públicas,
constituindo, assim, mais uma
fonte de faturamento.
nas”, afirma o gerente de Políticas Públicas.
Uma ação do Fomenta Bahia será realizada em Feira de San-tana nos dias 18 e 19 de março. A intenção é reunir empreendedores e gestores públicos dos municípios da região, incluindo Santo Antônio
de Jesus, Santa Bárbara, Serrinha, onde historicamente concentram--se um número significativo de pequenos negócios de variados segmentos. “A cada ano estamos aumentando a participação de ambos os públicos nas ações do Fomenta, provocando a sensibili-
zação e capacitação. Este ano, va-mos intensificar ainda mais estas ações de qualificação. O nosso foco é colocar em prática o que diz a Lei Geral, que distingue o tratamento do segmento e coloca muito claro a participação dos MPE nas com-pras governamentais”, concluiu.
14 REViSTA CONExãO
100% orgânicoChocolates finos do Sul da Bahia ganham mercado internacional
Com união e disciplina, o casal Fernando Botelho e Áurea Viana (direita) e sua filha Patrícia Viana (à esquerda) investem na participação em grandes eventos para prospectar mercados
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: Ma
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Lançada há apenas dois anos, no Sul da Bahia, a empresa familiar Modaka Cacau Gourmet chegou ao mercado com o diferencial de um produto ar-tesanal feito à base de cacau 100% orgânico, plantado e colhido na pró-pria fazenda do casal de produtores Fernando Botelho e Áurea Viana, no município de Barro Preto, em área de Mata Atlântica. A fórmula é simples:
amêndoas plantadas sem aditivos químicos, em sistema cabruca, sob a sombra de árvores nativas, que são selecionadas e transformadas em barras de chocolate com teor de 70% de cacau, amêndoas doces cro-cantes, granuladas ou nibs de cacau.
Já no primeiro ano, o catálogo de produtos inspecionados pela As-sociação de Certificação Instituto
Biodinâmico (IBD) foi aprovado pe-los consumidores e os empresários investiram em prospecção de mer-cados nacionais, exportando para estados como Rio de Janeiro e São Paulo, além da comercialização no estado baiano, incluindo a capital. Para atender à atual demanda, a marca processa 1 tonelada de maté-ria-prima a cada mês.
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agronegóCio
Com a entrada da empresa em mercados internacionais, o cená-rio é ainda mais promissor. “Envia-mos amostras para países como Colômbia, Argentina, Israel e Ja-pão. Para atender aos novos con-sumidores, precisaremos aumen-tar a produção, já em 2014, para patamares superiores a 50%, po-dendo mesmo chegar a 100%, índi-ce que vai depender da demanda”, afirma o produtor Fernando Bote-lho. As embalagens dos produtos estão preparadas para o consumi-dor internacional, com rótulos em inglês, espanhol e português.
Para chegar a este ponto do ne-gócio, a participação em eventos serviu como vitrine da Modaka, impulsionando as vendas. A mar-ca de chocolates e derivados foi apresentada em 2012 no Salão do Chocolate, em Salvador, e no Fes-tival Internacional do Chocolate, em Ilhéus. De lá para cá, a empre-
sa vem investindo na participação
em grandes eventos.
Em visita à Itália para participar
do 35º Salão Internacional do Gelato,
Confeiteiro e Panificação Artesanais,
em Rimini, ocorrido entre 10 e 22 de
janeiro, a filha do casal, Patrícia Via-na, que ajuda os pais a tocar o negó-cio, aproveitou para prospectar novos mercados. “Esse é um bom momento para os produtos orgânicos e o exte-rior está de olho na potencialidade do Brasil nesse setor”, conta Patrícia.
A empresa familiar integra o projeto do Sebrae Indústria Seto-rial Ilhéus – Derivados de Cacau, formatado para auxiliar pequenos produtores do setor a ganhar maior competitividade através de mais visibilidade, melhores condições de concorrência e acesso a merca-dos. Além dos eventos e rodadas de negócios, o Sebrae auxilia os produtores com capacitação téc-nica em cursos e seminários. “Em 2013, por exemplo, foi ofertado aos produtores um seminário de Estra-tégias Empresariais, especialmente formatado para os integrantes do projeto”, explica o gestor do projeto Eduardo Benjamin Andrade.
As amêndoas são transformadas em chocolate com teor de 70%, amêndoas doces crocantes, granuladas ou nibs de cacau
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ulG
aç
ão
Projeto Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau
Iniciado em junho de 2012, o Projeto Indústria Setorial Ilhéus – Derivados de Cacau atende a 30 empresas
de pequeno porte que estão legalizadas e aptas a comercializar seus produtos nos segmentos de produção
de chocolate, trufas, amêndoas de cacau salgada e doces e polpas de frutas de cacau.
“Depois da etapa inicial de consultorias e prospecção de mercados, o ponto mais importante é que os
empresários hoje já estão andando praticamente sozinhos, abrindo seus mercados e comercializando seus
produtos. O Sebrae e parceiros continuam a apoiá-los para ter acesso a feiras, participação em rodadas de
negócios, inovação em marcas, embalagens e incentivo à participação e formalização de novos produtores”,
explica o gestor Eduardo Benjamin Andrade.
O projeto também incentiva o fortalecimento do setor através do associativismo e cooperativismo, com
ações de tecnologia voltadas para a melhoria dos processos e produtos, identidade visual, higiene e manipu-
lação de alimentos.
16 REViSTA CONExãO
Graças ao Programa 5 Menos que são
Mais, o empresário Pedro Grimaldi
identificou um problema crítico que em-
perrava o faturamento do restaurante
Austrália Steak House, que funciona na
Praça de Alimentação do Salvador Sho-
pping, servindo comida australiana e
hambúrgueres, no sistema à la carte. O
desperdício de alimentos foi o ponto
crucial e combatido com ações emer-
genciais, sugeridas pelo programa e
aplicadas por volta de 2011, impedin-
do que nove quilos de comida fossem
para o lixo. A ação representou uma
economia de R$ 20 mil por mês e que
é mantida até os dias atuais.
Na época da visita do Sebrae ja-
mais passou pela cabeça do empre-
sário que o entrave do Austrália seria
relacionado à produção de alimen-
tos. Com formação em contabilida-
Além da receita e despesa Restaurante economiza R$ 20 mil por mês depois de adotar boas práticas em gestão
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A comunicação entre a cozinha e o salão foi crucial para compreender a realidade do público e produzir apenas o necessário
SEBRAE BAHiA 17
inoVação eteCnoLogia
de e vasta experiência no segmen-
to comercial, Grimaldi sempre foi
criterioso e organizado, com perfil
centrado nas melhorias dos estabe-
lecimentos que mantém sociedade
– o Austrália Hamburguerias, no Sal-
vador Norte Shopping, e o Austrália
Grill, em Recife; assim como aqueles
que gerencia, o Il Polo e Orgânico,
instalados no Salvador Shopping.
Neles desenvolve uma gestão capri-
chosa, de forma transparente com
suas equipes de funcionários.
Constantemente observa receita e
despesa, visualiza as necessidades
dos clientes, de equipamentos, mede
o consumo diário de gás e energia,
além de realizar sucessivas reuni-
ões com os funcionários. O empre-
sário tem um olhar aguçado às áre-
as que integram a rede alimentícia,
mostrando-se disposto a promover
mudanças. Assim, recebeu o Sebrae,
há três anos, pois não entendia o
que acontecia com o Austrália Steak
House, uma vez que todos os restau-
rantes que mantinha sociedade e ad-
ministrava (até hoje) andavam bem.
O que tinha de errado?
Inaugurado em 2009, com uma
clientela de 150 pessoas/dia e com 45
funcionários, o Austrália Steak House
não conseguia alcançar a margem
de lucro desejada. Muitas ações fo-
ram adotadas para mudar o quadro.
“Como o restaurante não tem uma
localização privilegiada, optamos
em fazer um trabalho de marketing
agressivo. Analisei criteriosamente a sua planilha de receita e custos, mas não conseguia enxergar qual era o problema de fato que impedia o avan-ço do faturamento”, conta Grimaldi.
Desperdício de alimentos
Na primeira visita técnica do progra-ma, então em 2011, os consultores do Sebrae propuseram a análise dos as-pectos abordados pelo 5 Menos que são Mais – matéria-prima, água, luz gera-ção de resíduos e emissão aérea – com o objetivo de reduzir os desperdícios da atividade do restaurante. Após três visi-tas, constataram na medição diária que muita comida estava indo para o lixo, o que impedia um bom faturamento.
O empresário Pedro Grimaldi estabeleceu metas de desperdício e envolveu sua equipe com ações de incentivo
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18 REViSTA CONExãO
“O nível de desperdício era mui-to alto, sendo necessário adequar a quantidade de alimentos produ-zida ao fluxo de clientes. A cozinha do Austrália não tinha controle de produção, costumava jogar muito alimento fora no final do dia, já que não podia aproveitá-lo, nem doá-lo, em função do risco de segurança ali-mentar”, explica a gerente interina de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae, Maria Carolina Santana.
Carolina acrescenta que outra medida adotada no restaurante foi a melhoria da comunicação entre a cozinha e o salão, fundamental para o setor de produção alimentícia compreender a realidade do público e produzir apenas o necessário. Nes-te sentido, os consultores indicaram algumas ações que foram cruciais para debelar o problema, dentre elas a parada de produção de insumos em grande escala, no período das 12 ho-ras e 13h30. “Neste período, apenas atendíamos aos pedidos individuais
dos clientes”, reforça o empresário. “O Sebrae me fez perceber um pro-
blema que estava ali na nossa frente e não víamos. Esse é o comportamento comum da maioria dos empresários que se prende na fórmula da ‘receita menos despesa é igual a lucro’. Não temos um olhar mais amplo da nossa empresa”, avalia Grimaldi. Hoje, ele mantém a margem de lucro satisfató-ria, além de contribuir com o meio am-biente no controle de produção de lixo. Ele aplica as dicas do 5 Menos que são Mais em todos os estabelecimentos, pretendendo adotar também em mais dois que vai inaugurar este ano. Sem-pre com foco no desperdício, o empre-sário tem a preocupação de manter a parceria com os funcionários, esta-belecendo metas de desperdício, com a promoção do acréscimo de 10% no salário como forma de incentivo.
Para Carolina, o Austrália é um caso de sucesso, “evidenciando um interes-se e dedicação dos seus donos, geran-do resultados satisfatórios do ponto
de vista econômico e sustentável que
duram até os dias atuais”.
Ferramenta de solução
O Programa 5 Menos que são
Mais é uma ferramenta de so-
lução do portfólio de Inovação e
Tecnologia do Sebrae, e tem como
finalidade promover o combate
ao desperdício das micro e pe-
quenas empresas. Centra-se em
cinco aspectos que devem ser
considerados pelo gestor no seu
estabelecimento, no que diz res-
peito ao consumo de água, ener-
gia e matéria-prima, além da pro-
dução de lixo e poluição.
“São práticas valiosas que o ges-
tor deve tomar na rotina do seu
estabelecimento com foco no des-
perdício”, alerta a gerente interina
de Acesso à Inovação e Tecnologia
do Sebrae, Maria Carolina Santana.
Dicas para evitar o desperdício na empresa
ÁgUa • Uma torneira pingando desperdiça 46
litros por dia. Faça a manutenção das
torneiras e instalações sanitárias para
reduzir o consumo de água;
• Instale aerador (peneirinha) nas tor-
neiras da casa para reduzir a vazão;
• Procure aproveitar a água das chu-
vas. Capte-a na saída das calhas e use
para limpeza.
energiaA iluminação é responsável por cerca de 10% a 15% do consumo
de eletricidade total da instalação. Para melhor utilização de energia na iluminação:• Aproveite ao máximo a luz solar e uti-
lize a iluminação artificial de modo
responsável;
• Opte por reatores eletrônicos nas
lâmpadas fluorescentes tubulares
para melhoria de sua eficiência;
• Efetue limpeza periódica nas lâmpa-
das e luminárias em uso;
• Desligue a luz quando esta não for
necessária ou instale sensores de mo-
vimento nos locais de passagem, por
exemplo garagens, vestiários, almoxa-
rifados etc.
MatÉria-PriMa e LiXoDesperdício é gasto extra acrescenta-do à produção ou à realização de um serviço, sem trazer qualquer melhoria ao cliente. Para reduzir seu custo com matéria-prima e a geração de lixo:• Planeje a produção, evitando produzir
e estocar além do necessário;
• Avalie o processo de produção em
busca de pontos de desperdício;
• Use os três R: reduzir, reutilizar, reciclar.
SEBRAE BAHiA 19
MerCaDoFo
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Qual o melhor momento para recor-rer ao crédito? O que levar em conta na hora de buscar financiamento? Como se planejar para pagar as prestações e evitar juros? Antes das respostas, é importante es-clarecer que o Sebrae não oferece crédito. Na sanha por novos negó-cios e oportunidades, o empresário embarca num caminho sem volta e que poderia ser revertido com orientação e planejamento.
Para reduzir as dificuldades, o Se-brae divulga diversos programas, serviços e linhas de crédito ofereci-das pelo sistema financeiro nacional para capital de giro e investimentos fixos, orienta sobre a elaboração de um estudo de viabilidade econômi-ca do negócio e firma parcerias para ampliar o atendimento e o acesso de micro e pequenas empresas.
Implantação do negócio, amplia-ção, ou mudança de endereço são
alguns dos motivos que levam o empresário a recorrer aos bancos. Atentando aos cuidados na hora de buscar financiamento, altas taxas de juros e excessos de garantias so-licitadas pelas instituições de crédi-to podem ser evitadas.
Adilton Araújo e Rosângela Quei-roz deram o pontapé inicial com um empréstimo pessoal, o que permi-tiu materializar o sonho do negócio próprio, mas exigiu do casal plane-
Amigo ou vilão do negócio?Saiba quando e como recorrer às linhas de crédito
Para o casal Rosângela Queiroz e Adilton Araújo, a informação é tão importante quanto o dinheiro, sendo essencial para planejar os próximos passos do negócio
20 REViSTA CONExãO
jamento e muito trabalho para qui-tar as parcelas. Proprietários da Aca-demia Integração, em Itapoã, eles sabiam que para manter o negócio sólido era necessário investir e bus-caram um empréstimo empresarial no Banco do Nordeste para ampliar as instalações.
“Na época, o banco nos encami-nhou ao Sebrae e lá construímos um projeto que serviu para nortear nos-sas ações. Com o conhecimento ad-quirido através dos cursos de gestão e planejamento financeiro, avança-mos para outra linha de crédito com o Banco do Brasil, para aquisição de máquinas e equipamentos. Tivemos problemas com a utilização do em-préstimo pessoal, mas ajustamos as contas. Estamos há dez anos no mercado por honrar nossos com-promissos e oferecer um serviço de qualidade”, revela Rosângela.
Para o educador físico Adilton, o ideal é optar por fontes com taxas de juros mais baratas, com valores e prazos de pagamentos adequa-dos ao fluxo de caixa. “Não deixa-mos que a dívida se tornasse uma ‘bola de neve’. Hoje, contamos com uma área de 330 metros quadrados e nove funcionários. A informação é tão importante quanto o dinhei-ro, sendo essencial para planejar os próximos passos.”
Relação custo x benefício
Para a analista da Unidade de Acesso a Mercado e Serviços Finan-ceiros do Sebrae Bahia, Adriana Pe-reira, para recorrer ao crédito, é fun-damental um planejamento prévio,
observando as melhores opções no mercado, comparando custo efeti-vo da operação e verificando qual a melhor relação custo x benefício. “Assim, o empresário pode negociar com as instituições financeiras e fazer o melhor uso do crédito, que gere resultados para fortalecimento do negócio”, acrescenta.
Para ela, o ideal é que o crédito seja utilizado para investimento fixo na empresa, visando expansão e/ou atualização em tecnologia. O crédito também pode ser utilizado para fortalecimento de estoques em datas especiais, sobretudo quando isso significar descontos representa-tivos das compras à vista. “Se o cré-dito for utilizado para suprir uma eventual necessidade de capital de giro, devem-se analisar as causas do descompasso e saná-las e/ou rever a estratégia de atuação para não in-correr no mesmo problema”, alerta, referindo-se ao efeito de se pegar empréstimos para cobrir emprésti-mos anteriores.
Adriana explica que o empresá-rio deve contratar uma parcela que seja “confortável na projeção de flu-xo de caixa da empresa”. É funda-mental ainda que sejam reservados recursos para o pagamento na data correta para evitar juros da multa e atualização de valor. “Nunca é de-mais reforçar a necessidade de um plano de ação para que o uso dos recursos produza resultados que permitam ainda mais folga para pagamento”, completa.
O futuro da empresa depende de uma boa administração financeira e a conquista do crédito depende da boa gestão. Por isso, antes de for-malizar o pedido de financiamento,
identifique se esse é o melhor mo-
mento de investir, qual a opção mais
viável e como ocorre o processo de
financiamento. Quanto maior o vo-
lume de informações organizadas e
disponibilizadas pelos empresários,
maior a possibilidade de conseguir
financiamento.
Cartilhas de crédito
O Sebrae disponibiliza Cartilhas
de orientação sobre Educação Fi-
nanceira. Os exemplares estão dis-
poníveis nas Unidades Regionais,
com conteúdos que orientam so-
bre gestão financeira e cuidados no
acesso e uso do crédito.
Depois de organizar as finanças e
elaborar um plano de investimento,
é chegada a hora de buscar o recur-
so. Para conseguir taxas de juros
mais atraentes e prazos condizen-
tes com o negócio, é preciso desen-
volver um bom relacionamento
com as instituições financeiras. A
movimentação de uma conta cor-
rente empresarial, a pontualidade
com os compromissos financeiros
e a utilização de produtos finan-
ceiros, como cartão de crédito e co-
brança bancária, ajudam na cons-
trução desse relacionamento.Fo
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As Cartilhas de Educação Financeira também estão disponíveis no site issue.com/sebraebahia.
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Capacitação a distânciaEaD Sebrae oferece 31 cursos, além de outras soluções educacionais, todos gratuitos
A empreendedora Juliana Fenner aproveitou a comodidade dos cursos de Educação a Distância (EaD) e se capacitou de dentro de casa, através da internet
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Buscando inovar no segmento de pro-dutos naturais, Juliana Fenner foi atrás de capacitação. A falta de tempo não seria um empecilho para a empreende-dora, já que ela optou por fazer cursos de Educação a Distância (EaD) oferta-dos pelo Sebrae.
Juliana participou dos cursos Aprender a Empreender e Inician-do um Pequeno Negócio, justa-mente para dar os primeiros pas-sos no caminho de abrir o próprio negócio. Os dois cursos são com-plementares e trazem as noções
básicas para quem quer gerir seu empreendimento. “Estou em fase de testes da produção de uma salada em forma de biscoito. Por enquanto, é uma ideia incipiente. Tive contato com esse tipo de pro-duto na época em que eu morava
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eDUCação eMPreenDeDora
no Canadá. Pretendo oferecer um produto natural saboroso e nutri-tivo”, revela.
O foco nesse tipo de negócio jus-tifica-se, segundo ela, pela falta de oferta de lanches salgados, nutriti-vos, saudáveis e práticos. “Identifi-quei essa carência e o que eu quero é oferecer uma solução inovadora”.
Fazer o EaD Sebrae, para Julia-na, foi uma solução eficaz diante da flexibilidade de horário. Essa é a principal vantagem de realizar um curso a distância. O conteúdo mantém o padrão Sebrae de quali-ficação. “O material é de fácil aces-so e flui de uma maneira lógica. A participação no fórum também é enriquecedora com a troca de ex-periências”, afirma.
Quem tiver interesse, como Ju-liana, em participar de alguns dos cursos a distância do Sebrae pode acessar o site www.ead.sebrae.com.br e se cadastrar. Na página, encontram-se todos os 31 cursos oferecidos, além de outros conte-údos e soluções educacionais de consumo imediato, como vídeos, jogos e dicas, conforme explica Ro-drigo Freitas, gestor do projeto EaD no Sebrae Nacional.
Os cursos e conteúdos são dire-cionados para potenciais empreen-dedores, empresários e microem-preendedores individuais (MEI). “A grande vantagem da metodologia a distância é justamente a possibili-dade de realizar um curso na hora e local escolhido pelo aluno. No mun-do empresarial o tempo, de fato, é um patrimônio. Logo, o EaD é a melhor alternativa para quem quer ter a liberdade de acessar conteúdo, colegas e tutores de forma que não
comprometa os compromissos em-presariais”, diz Rodrigo.
O acesso aos cursos é imediato e as vagas são ilimitadas. “De forma gratuita, o aluno começa o curso na hora que quiser”, reforça o gestor do EaD. Após realizar a matrícula, o empreendedor já pode acessar o conteúdo e interagir com outros alunos. Existe uma equipe de tuto-res pronta para tirar as dúvidas téc-nicas e uma Central de Ajuda tam-bém disponível no Portal (via chat) para esclarecer questionamentos relacionados à navegação no site.
Orientações empreendedoras
“Pretendo fazer mais cursos a dis-tância sim e vejo que ainda há mui-to que descobrir no site do Sebrae. O EaD é uma solução eficaz tanto para quem quer empreender e não sabe bem por onde começar, quanto para aquele empreendedor que bus-ca um incentivo, um apoio, ou até mesmo informações específicas.” A afirmação de Juliana evidencia os resultados positivos que o EaD Se-brae alcança junto a seu diversifica-do público-alvo.
Mas ela ainda faz um alerta: “Aprende-se muito com os cursos, mas é preciso botar a mão na mas-sa e aplicar os conceitos aprendi-dos. Com isso, eu quero dizer que o aprendizado não depende somente do conteúdo do curso ou do tutor, mas também do aluno, que está do outro lado da tela”.
Depois desse primeiro contato “virtual”, a empreendedora seguiu para o Sebrae para um atendimen-
to presencial. “Fui tirar algumas dúvidas. A questão agora é desco-brir como tirar as coisas do papel e colocá-las em prática.”
Antes de seguir em frente com seus projetos, Juliana ia por um caminho diferente. “Eu cursava en-genharia elétrica, mas não estava satisfeita. Foi quando eu me envol-vi com a empresa Junior da faculda-de que percebi minha identificação com a área de administração.”
Assim, Juliana entrou em uma es-cola de negócios na York University, em Toronto, no Canadá. “Comecei do zero e morei cinco anos lá, me for-mando em administração interna-cional. Foi uma experiência incrível e única. Às vezes, basta dizermos um sonoro sim e nos abrirmos para as possibilidades da vida.”
Devido a um câncer na tireoide, ela precisou retornar a Salvador e hoje busca colocar em prática os seus planos. “Depois do câncer, aprendi que a alimentação afeta muito nossa saúde física e mental, e pode ser uma poderosa aliada na cura, na redução do estresse.”
Juliana deixa a dica para quem quer seguir o caminho do empre-endedorismo. “Planejamento é es-sencial e o Sebrae traz importantes orientações nessa área. Mas a deci-são de ir em frente cabe ao empre-endedor. Estou começando a desco-brir que vale a pena.”
E, do próprio exemplo, Juliana mostra que empreender não diz respeito apenas a abrir uma em-presa. “Sempre tive vontade de em-preender e acredito que podemos empreender em diversas áreas da nossa vida. Basta ter uma atitude positiva”, finaliza.
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“O aprendizado não depende somente do
conteúdo do curso ou do tutor, mas também do aluno, que está do
outro lado da tela” Juliana Fenner
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Educação gratuitaO portal EaD Sebrae possui uma variedade de ofertas, todas gratuitas, entre cursos, minicursos, dicas e jogos, voltadas para empreendedores de diferentes níveis e portes. As opções estão divididas em “Quero Empreender”, “Sou um Microem-preendedor Individual”, “Tenho uma Microempresa” e “Tenho uma Empresa de Pequeno Porte”.
Muitos títulos, como Compras Governamentais, são ofereci-dos tanto para Microempreendedores Individuais e micro e pequenas empresas. Além disso, o empreendedor pode con-ferir oficinas por celular, dicas, jogos e minicursos, todos dis-poníveis no portal Ead Sebrae. Confira abaixo a relação dos cursos disponíveis.
Cursos “Quero Empreender”• Aprender a Empreender• Iniciando um Pequeno e Grande Negócio
• Microempreendedor Individual (ofertado também para quem já é formalizado)
Cursos “Tenho uma Microempresa”• Análise e Planejamento Financeiro• Como Vender Mais e Melhor• Formação de Preço de Venda
(ofertado também para pequena empresa)• D-Olho na Qualidade: 5Ss para os pequenos negócios
(ofertado também para pequena empresa)• Internet para Pequenos Negócios• Atendimento ao Cliente
(ofertado também para pequena empresa)• Técnicas em Venda
(ofertado também para pequena empresa)• Gestão Visual de Loja
(ofertado também para pequena empresa)• Gestão de Cooperativas de Crédito
• Gestão de Pessoas (ofertado também para pequena empresa)
• Controles Financeiros (ofertado também para pequena empresa)
• Gestão Empresarial Integrada (ofertado também para pequena empresa)
• Condições de Venda para o Mercado Externo (ofertado também para pequena empresa)
• Procedimentos para Exportação (ofertado também para pequena empresa)
• Planejamento para Exportar (ofertado também para pequena empresa)
• Boas Práticas nos Serviços de Alimentação
Cursos “Tenho uma Empresa de Pequeno Porte”• Gestão de Qualidade: Visão Estratégica • Gestão de Inovação: Inovar para Competir
Cursos “Sou um Microempreendedor Individual”• Compras Governamentais
(ofertado também para micro e pequenas empresas)• Primeiros Passos para a Excelência
• Oficinas SEI (SEI Empreender; SEI Planejar; SEI Comprar; SEI Vender; SEI Administrar; SEI Contro-lar o meu dinheiro; e SEI Unir forças para melhorar)
Acesse: www.ead.sebrae.com.br
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entreViSta
“Se o mundo empresarial é uma selva, seja o predador”
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26 REViSTA CONExãO
Entrevista Renato Grinberg
Empresas com olho de tigre
Quais as características do empresário com “olho de tigre”? E como desenvolver essa atitude vencedora?
O empreendedor é qualquer pessoa que queira ter sucesso. Não precisa ter necessariamente um ne-gócio. Ele pode ser o funcionário com uma menta-lidade empreendedora. Desenvolver a estratégia do “olho de tigre” é ter uma atitude vencedora e sem-pre buscar a excelência nos processos. Não importa o que você faça. Seja vendendo peças de automóvel ou sanduíche. Sempre é possível fazer melhor. Por isso é importante buscar entender seu cliente.
São sete os passos que traçam o perfil do empre-sário ou empreendedor de sucesso. Conhecer suas fortalezas e fraquezas, transformar seus sonhos em objetivos, ser dedicado e resiliente, ser criati-vo ao resolver problemas, aproveitar as oportuni-
dades, turbinar o seu networking criando relações com clientes, colegas e gestores/subordinados e cuidar do seu posicionamento.
A estratégia é algo que todos nós precisamos desenvolver e manter para atingir metas profis-sionais. Algumas pessoas desenvolvem de ma-neira mais intuitiva, outros precisam de auxílio e de uma metodologia. Adaptei essa expressão para o mundo corporativo, pois percebi, por meio da minha trajetória e de centenas de executivos que entrevistei, que os profissionais de sucesso possuem esse olhar.
Para alcançar a alta performance é fundamental fazer uma avaliação lúcida sobre suas forças e suas fraquezas, de forma a atingir suas metas mais rapi-damente. Mas, para não se abater diante das dificul-dades, não basta a garra. Também será preciso dis-tinguir-se pela dedicação e resiliência –, esta última, uma qualidade muito valorizada atualmente, carac-
“O mundo empresarial está cada vez mais competitivo. Vivemos em uma verdadeira selva corporativa na qual todos os dias você precisa lutar muito para crescer.” Es-pecialista em motivação, excelência profissional e ges-tão de empresas, Renato Grinberg, apresentou para os visitantes da Feira do Empreendedor 2013 a palestra “Excelência e alta performance através da estratégia olho de tigre”, que mostrou aos empresários e empreen-dedores como transformar sonhos em objetivos, resol-ver problemas e aproveitar as oportunidades.
Autor de best-sellers de carreira e negócios como “A estratégia do olho de tigre” e “O instinto do sucesso”, ambos lançados pela editora Gente, o palestrante afir-
mou que mais importante do que informações o profis-sional precisa ter um conjunto de qualidades para ter sucesso no mundo dos negócios. As estratégias do olho de tigre incluem conhecer suas fortalezas e fraquezas, transformar seus sonhos em objetivos, ser dedicado e resiliente, criativo ao resolver problemas, aproveitar as oportunidades, turbinar seu networking e cuidar do seu posicionamento.
A revista Conexão entrevistou o professor do programa de MBA da HSM Educação, pós-graduado em marketing pela University of California que, aos 25 anos, trocou a carreira de violonista clássico para tentar a vida nos Es-tados Unidos.
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terística de quem consegue lidar com problemas sob pressão sem perder o equilíbrio emocional.
As metas traçadas devem ser claras. É preciso saber aonde você quer chegar e executar um planejamento para tornar isso realidade. Muitas pessoas falam que são extremamente dedicadas, mas não têm retorno. Não adianta ser dedicado e não ser eficiente. E para isso, é preciso usar o tempo com inteligência.
Outra dica é ter em mente que ninguém se faz sozinho e uma rede bem articulada, com aliados estratégicos, alavanca seus objetivos e potenciali-za o sucesso. O “networking” é tão importante que
se tornou um negócio em si. Por isso, não deixe de
participar de feiras, palestras e seminários.
No mundo corporativo, muitas vezes, a ideia que temos do “olho de tigre” é a do empresário disposto a tudo para atingir seus objetivos.
É justamente o oposto. O olho de tigre é uma atitu-
de vencedora. É a obstinação que faz uma pessoa
“O empreendedor tem que saber engolir sapo para alcançar uma meta”
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28 REViSTA CONExãO
ter alto nível de excelência. A expressão foi garim-pada do filme Rocky e significa ter garra, determi-nação, precisão e força. Não tem nada a ver com ser truculento ou tirano, mas, muitas vezes, ser humilde e generoso. É possível ter “olho de tigre” no ambiente corporativo sem perder a ternura. A grande questão é buscar se superar e não ser anti-ético. O empreendedor tem que saber engolir sapo para alcançar uma meta. Por isso a importância de se autoconhecer.
Como utilizar nossos instintos a favor do negócio?
Os instintos são inerentes ao ser humano. O que você pode fazer é direcioná-los de uma maneira positiva para alcançar um resultado. Não pode-mos deixar o medo paralisar nossas ações. Com cautela, planejamento e conhecimento é possível aperfeiçoar métodos, processos eficientes e definir aonde queremos chegar. Defenda seu sucesso com unhas e dentes e use seus instintos para vencer.
Apesar de o homem ter saído da vida selvagem, a mesma não saiu de dentro dele, e os instintos pri-mitivos se conservam em nós, o que muitas vezes causa problemas no mundo profissional. É uma viagem interna que precisa ser respeitada.
Como os empresários de pequenos negócios podem transformar seus sonhos em objetivos?
Ao contrário dos sonhos, os objetivos são tangíveis, pertencem à realidade e têm características muito claras: são específicos, são mensuráveis, são plane-jados, são flexíveis e têm prazo. Para se tornar reali-dade, o sonho precisa ser primeiro transformado em um objetivo, pois, só assim, você pode criar um plano para atingir aquele sonho, ou seja, o seu objetivo. O grande segredo é saber definir objetivos. Um objetivo definido corretamente já está 50% atingido.
É preciso usar seu tempo e conhecer o seu ne-gócio para ter resultados. A criatividade não é ca-
pital apenas dos artistas. O simples fato de você encontrar soluções para os problemas é uma ati-tude criativa. As pessoas com atitude vencedora enxergam as oportunidades em pequenas coisas. O ticket da loteria nunca vem premiado, as oportuni-dades sempre vêm disfarçadas.
Hoje o capital mais importante é o intelectual. Como as empresas têm se adaptado para reter talentos?
Esse é um dos grandes desafios da atualidade. Cada vez mais, as consultorias nas multinacionais são direcionadas para o capital humano. O produto é fácil de copiar, os preços são similares e a internet é o grande canal de distribuição e promoção. Ou seja, a grande vantagem competitiva está nas pes-soas. É preciso entender as necessidades do cola-borador para fornecer ferramentas para que este execute melhor suas tarefas. Quando isso acon-tece, você cria um ambiente favorável para novas conquistas e desafios. O que implica em satisfação, no sentimento de pertencimento e na permanên-cia dos mesmos.
Como a Feira do Empreendedor pode contribuir para desenvolver essa atitude vencedora?
A feira é o ambiente ideal onde são criados agen-tes multiplicadores desse espírito empreendedor. Os visitantes voltam para casa ou empresa moti-vados a implementar as noções de gestão do ne-gócio. A grandiosidade do evento é refletida no número de visitantes, caravanas, participantes que lotam os seminários, consultorias, oficinas, capacitações e rodadas de negócios. Nesse es-paço é possível também avançar no sexto pas-so, que é construir ou fortalecer seu networking. É preciso pensar como dono da empresa. O erro mais comum do empreendedor que está come-çando é fazer o que acha que é certo e não o que o mercado necessita.
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eConoMiaCriatiVa
Música & Negócio
A microempreendedora individual Taís Nader mostra a importância de profissionalizar negócios criativos
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Taís Nader mergulhou em si mesma, tomou fôlego e subiu à tona para se entregar profissionalmente ao uni-verso dos sons em 2003. Veterinária de formação, ela remexeu no baú de memórias e revelou os registros que indicam um interesse juvenil pelos palcos, ou melhor, pela música.
O pai colecionador de vinis clássi-cos e a mãe santo-amarense foram os responsáveis por inocular a cadência sonora traduzida em composições, fi-gurinos e performances. Mas só aos 23 anos, ao enfrentar problemas de saúde, sua verve artística foi desper-tada numa explosão de emoções.
“A transição foi rápida, intensa e quando percebi já cantava na noite. Foi quando a artista Clarice Abujamra ouviu meu som e fez o convite para eu cantar em São Paulo. Um ano de-pois, voltei para Salvador para gravar meu primeiro disco.” Na sua lavra estão o “Apaixonante”, “O Amor em Movimento” e um EP com produção musical de Luisão Pereira, além de composições gravadas por outros ar-tistas, a exemplo de Daniela Mercury, Carla Visi e Gabriel Povoas.
Artista do cenário independen-te da Bahia, Taís foi se inserindo no mercado e percebeu a necessidade de se profissionalizar e buscar a for-malização junto ao Sebrae. “Na épo-ca não existia a figura jurídica do MEI e tínhamos que pagar mais tributos, além de contratar um contador. Hoje, pagamos um valor mensal fixo e honesto. Sem falar que consegui de forma muito rápida e eficiente todas as informações através da Central de Relacionamento do Sebrae”, revela.
Sair da informalidade para receber um CNPJ e poder contratar funcio-nários com carteira assinada já são
bons motivos para a formalização. Mas com a Lei Geral da Micro e Pe-quena Empresa, sancionada em 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os empresários ganharam um incentivo extra para procurar o Se-brae e legalizar sua empresa.
Essa lei determina um tratamento diferenciado, simplificado e favore-cido aos pequenos negócios. Entre os benefícios estão é a facilidade no pagamento de impostos, na obten-ção de crédito, no acesso à tecnolo-gia, na exportação, na venda para o governo e até na formalização. Além disso, a Lei Geral desburocratiza os processos administrativos e gera mais oportunidades de crescimento para o empresário e para a empresa.
Parceria
A relação de Taís Nader com o Se-brae ganhou ritmo e força na Feira do Empreendedor 2013, que aconte-ceu em outubro, no Centro de Con-venções da Bahia. A sua linguagem artística foi uma das atrações do Espaço de Economia Criativa. A ar-
tista participou ainda das Rodadas
de Negócios de Música, que contou
com a participação de 13 vendedo-
res e seis compradores do ramo.
“As rodadas foram importantes
para aproximar as partes interes-
sadas e são fundamentais para es-
tabelecer uma relação de confian-
ça, além de gerar parcerias. É uma
oportunidade de recebermos um
feedback das distribuidoras digitais,
que são essenciais para os artistas
independentes”, afirma a cantora.
Este ano, Taís começou com uma
agenda cheia de novidades, dentre
elas participou do primeiro show de
Daniela Mercury transmitido pelo
canal Multishow ao vivo para todo
o país; levou seu trabalho a 10 ca-
pitais brasileiras nos festivais do
Movimento HotSpot; foi seleciona-
da para cantar no Carnaval de Sal-
vador num trio elétrico do Governo
do Estado da Bahia; e retomou seu
projeto de ocupação dos coretos
da capital baiana, com três edições
acontecendo na Programação Ofi-
cial da Cidade do Salvador na Copa
das Confederações.
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tos
Cantora considera que Rodadas de Negócios de Música aproximam empresários do setor e fomentam parcerias
SEBRAE BAHiA 31
inDúStria
Quero ser fornecedorEmpresários se preparam para atender às demandas da indústria petrolífera
Roque Cambuí e Peter Morris decidiram juntar suas expertises e apostaram num mercado promissor tanto no Brasil como na Bahia
Uma empresa que surgiu a partir da colaboração. Após se conhece-
rem no Projeto de Adensamento da
Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás
e Energia, promovido pelo Sebrae
e Petrobras, os empresários Roque
Cambuí e Peter Morris decidiram
juntar suas expertises administrativa
e técnica e abriram juntos a Fibra
Engenharia. A empresa, fundada em
2012, já soma importantes vitórias
no mercado baiano, tendo a Coelba
como cliente, e está aprovada no ca-
dastro de fornecedores da Petrobras.
O serviço fornecido é o de solu-
ções de comunicação, tecnologia,
mobilidade e monitoramento. A Fi-
bra Engenharia desenvolve proje-
tos de telecomunicações por meio
da integração de serviços como
cabeamento estruturado, rádio
comunicação, fibra ótica, links de
rádios de alta e baixa capacidade
e circuito fechado de TV, além do
VFibra, um sistema remoto de mo-
nitoramento florestal criado pela
própria empresa.
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32 REViSTA CONExãO
Hoje, com cerca de 20 colaborado-res trabalhando no negócio, os só-cios querem ganhar cada vez mais mercado. “Com apenas dois anos de fundada, a Fibra Engenharia já tem grandes conquistas. A ideia agora é expandir o nosso trabalho para ou-tros estados e atuar em diferentes setores”, conta Roque Cambuí. “Nós já estamos nos preparando para for-necer neste ano de 2014 para o setor de petróleo, gás e energia”, completa Peter Morris.
Os sócios estão no caminho certo. Os números do setor revelam um mercado promissor tanto no Brasil como na Bahia. De acordo com da-dos da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o setor de Petróleo e Gás (P&G) cres-ceu mais de 300% desde 1997 no país e é responsável por 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. A ex-pectativa é que esse número chegue aos 20% nos próximos dez anos.
A Bahia não fica atrás. A cadeia produtiva do setor atua desde a ex-ploração e produção até a comercia-lização dos derivados do petróleo e, atualmente, o estado é o 3º em nú-mero de poços produtores de petró-leo e gás natural, além de possuir a 6ª maior reserva destas fontes de energia do país.
Para 2014, o setor trará oportuni-dades para as empresas da cadeia produtiva com o Estaleiro Enseada do Paraguaçu, fruto de um investi-mento privado de R$ 2,6 bilhões, e com a instalação de um polo indus-trial voltado para os setores de petró-leo e gás natural e naval na região do Recôncavo Baiano. Além disso, a 12ª Rodada de leilões da ANP, realizada no final de 2013, pode trazer aproxi-
madamente R$ 650 milhões em in-
vestimentos privados nos próximos
cinco anos, aumentando a competi-
tividade da economia do estado.
Qualificação empresarial
Com a intenção de auxiliar os em-
presários nesse mercado, atuam o
Projeto de Adensamento da Cadeia
Produtiva de Petróleo, Gás e Ener-
gia e a RedePetro Bahia. Iniciado em
2004, o projeto é fruto de um convê-
nio firmado entre o Sebrae e a Petro-
bras com o objetivo de fortalecer as
micro e pequenas empresas (MPE)
baianas, aumentando sua competi-
tividade e sustentabilidade enquan-
to fornecedoras diretas, indiretas e
potenciais da cadeia produtiva do
setor de petróleo, gás e energia.
A gestora do projeto no Sebrae,
Aline Lobo, explica que a ação já
atende a mais de 200 empresas.
“Trabalhamos com ações de mer-
cado, de estímulo à cooperação e
inovação e capacitação empresarial,
estimulando assim um aumento da
competitividade das empresas par-
ticipantes”, afirma.
Para Peter, o projeto viabiliza uma
maior competitividade das empre-
sas que atuam na cadeia produtiva.
“A ação favorece acesso ao mercado,
o contato com os clientes, a realiza-
ção de negócios entre os participan-
tes além de disponibilizar conheci-
mento na área.”
Os segmentos tidos como priori-
tários para este projeto e que se ca-
racterizam como uma demanda do
mercado para as MPE são Manuten-
ção industrial (usinagem industrial,
caldeiraria, proteção e recuperação
de superfícies), Instalação e monta-gem industrial (mecânicos, eletrô-nicos e telecomunicações), Serviços especializados (análise, medição, en-saio, inspeção, tecnologia da informa-ção e automação), Serviços diversos (saúde ocupacional, conservação e manutenção, segurança patrimonial, hotelaria, alimentação e vestuário), e Comércio de produtos siderúrgicos, petroquímicos, offshore e navipeças.
Os empresários interessados em participar do projeto ou obter mais informações podem entrar em con-tato pelo e-mail [email protected].
RedePetro Bahia
Um dos resultados do Proje-
to de Adensamento da Cadeia
Produtiva de Petróleo, Gás e
Energia é a RedePetro Bahia.
Fundada em 2006, a rede é
uma associação civil sem fins
lucrativos de empresas for-
necedoras de bens e serviços
para a cadeia produtiva de pe-
tróleo e gás na Bahia.
A RedePetro Bahia tem
como objetivos principais ge-
rar negócios e reduzir custos
para os seus associados, viabi-
lizando encontros de negócios,
aumentando a visibilidade das
empresas locais, facilitando a
comunicação e interrelaciona-
mento, e fomentando a capa-
citação, certificação e inova-
ção tecnológica.
Atualmente, mais de 50 em-
presas participam da ação.
Mais informações: www.redepetrobahia.org.br.
SEBRAE BAHiA 33
MiCroeMPreenDeDor inDiViDUaL
Joias da terraA artesã venceu a etapa estadual do Prêmio Mulher de Negócios 2013 na categoria Microempreendedora Individual
Um punhado de argila. O semblan-te do rosto revela concentração, as mãos assumem movimentos deli-cados. Modela-se o barro com os
dedos. Pigmentos extraídos de
folhas, frutas e de diversos tipos
de terra dão vida ao processo. De-
pois de dar forma e contornos, as
peças em cerâmica são levadas a
altas temperaturas e da terra bro-
tam colares, pulseiras e brincos de
variadas texturas e cores.
Lara Mascarenhas, que foi destaque na Bahia, vai disputar o Prêmio na etapa nacional no Dia da Mulher (dia 8 de março)
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34 REViSTA CONExãO
A artesã Lara Mascarenhas sem-pre foi fascinada por joias e desde pequena transformava frutas e se-mentes em adereços. As bijuterias criadas com miçangas não mais a satisfazia e a necessidade de dar va-zão à imaginação fez com que fosse beber na fonte: uma olaria. O arte-são ficou comovido e forneceu seu instrumento de trabalho para que ela aprendesse.
Morando em uma comunidade próxima a Santa Cruz Cabrália, sem acesso a cursos e capacitações, o fa-zer diário foi a escola da artesã, que imprimiu uma técnica a um produto inovador que valoriza a beleza das mulheres. “Comecei a fazer bolinhas e dessa experimentação descobri diversos formatos e texturas. Não tinha uma loja especializada em produtos para ceramistas que pu-desse comprar tudo pronto. Então, comecei a pesquisar os vários tipos de argila e pigmentos naturais.”
Moradora do povoado de Guaiú, Lara conta com a colaboração de mu-lheres da comunidade que ajudam na produção das peças e de homens que retiram a argila do fundo do Rio Jequi-tinhonha e trazem a matéria-prima de canoa. O processo é todo artesanal, desde a retirada do insumo.
Totalmente obtidas da natureza e sem gerar resíduos para o meio am-biente, as joias feitas à mão preten-dem ganhar o mundo. Por enquan-to, a produção é comercializada na loja virtual Jóias da Terra, uma parceria da microempreendedora individual (MEI) com seu irmão, e em pontos de vendas no município, em Porto Seguro, Itacaré, Ilhéus, em cidades da Chapada Diamantina, além de Belo Horizonte e São Paulo.
Em 2009, a empresária resol-veu formalizar o negócio e buscou o apoio do Sebrae Bahia. “Queria profissionalizar meu negócio e fa-zer meu trabalho ser conhecido no mundo. Tive a oportunidade de buscar capacitações, consultorias e participar de rodadas de negócios. As portas do mercado começaram a se abrir quando coloquei em prática as orientações do Sebrae”. Hoje, Lara está entre os 113.337 MEI que atuam na Bahia (dados do Portal do Empre-endedor/dezembro 2013).
Participando pela primeira vez do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios,
a artesã recebeu a notícia de que o seu relato de empreendedorismo foi o vencedor estadual na categoria Microempreendedora Individual e eleito para concorrer na final nacio-nal, que acontece em Brasília no dia 8 de março de 2014.
“Não basta ter criatividade, é preciso ter informações, saber onde você quer chegar. Estou co-meçando a trabalhar com pers-pectivas de transformar a loja em um grande negócio. E para isso é preciso ter noções de gestão, aprender como fazer um plano de negócios, como organizar minha
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A matéria-prima para confecção de joias artesanais vem da natureza e sem gerar resíduos para o meio ambiente
SEBRAE BAHiA 35
produção e distribuição, como divulgar meu produto, conhecer qual o perfil do meu cliente, e utilizar as estratégias certas para atrair minha clientela.”
Empreendedorismo feminino
As mulheres estão no comando de novos negócios no Nordeste. É o que indica a pesquisa Global Entrepre-
neurship Monitor 2012 (GEM), rea-
lizada pelo Sebrae em parceria com
o Instituto Brasileiro da Qualidade
e Produtividade (IBQP). Segundo o
estudo, o sexo feminino supera o
masculino no percentual de adultos
que começam um empreendimento
nas regiões Nordeste e Sul. No total,
51,8% dos novos negócios estão nas
mãos das mulheres nordestinas e
sulistas. O valor supera a média na-
cional, que é de 49,6%.
“Esses números mostram e provo-
cam as mulheres a assumirem cada
vez mais seu lugar no mundo dos ne-
gócios. No empreendedorismo, esta
ação cristaliza a ascensão feminina
de buscar a sua independência e mais
mulheres se contagiam com as expe-
riências exitosas de outras empreen-
dedoras de sucesso. Em comparação
com os homens, as mulheres tendem
a buscar mais estudo”, explica a ana-
lista do Sebrae Mariza Xavier.
Homens
Mulheres
Lauro de FreitasCamaçariVitória da ConquistaFeira de SantanaSalvador
Fornecimento de alimentos para
consumo domiciliar
Comércio varejista de artigos do vestuário
Comércio varejista geral (minimercados,
mercearias, armazéns)
Cabeleireiras Comércio varejista de cosméticos
41.058 42.022
7.146 7.7893.689 4.772 3.087 2.493 3.065 2.983
36 REViSTA CONExãO
eMPreenDeDoriSMo
O projeto começou em 2010 como um coletivo formado por seis alunos do curso Produção Audiovisual de um centro universitário em Salvador. A
ideia era produzir vídeos autorais
de ficção. Após quatro anos desde
o primeiro encontro, a produtora
baiana +1! Filmes está ganhando
cada vez mais destaque no cenário
audiovisual baiano. Os vídeos são
marcados pelo autêntico “baianês”
e irreverência, além do que os só-
cios Uelter Ribeiro e Moara Rocha
definem como “humor de gastação”.
“Nós valorizamos o cotidiano dos
baianos nos vídeos, com piadas re-
correntes e muita pirraça entre os
personagens. É um humor de autor-
referência”, explica Moara.
O primeiro trabalho foi a web-série
“Ôxe, e Se Fosse na Bahia?”. Com cin-
co episódios gravados e mais dez já
finalizados, a série deslanchou na in-
ternet e abriu as portas para a produ-
tora no mercado. “Quando postamos
o primeiro vídeo não esperávamos
tanta repercussão. Se tivéssemos 300
visualizações já estaria ótimo. Na
época, foram mais de 15 mil e, agora,
essa marca já ultrapassou 170 mil”,
conta Uelter. De lá para cá, mais de
180 vídeos já foram publicados. Se-
manalmente são postadas de duas a
três novas produções no site da em-
presa e no canal da +1! Filmes no You
Tube, que já conta com mais de 26
milhões de visualizações desde que
foi criado, em 2010.
Pensando em profissionalizar ain-
da mais o negócio, em 2013 Moara
se formalizou como microempreen-
dedora individual. “Com o registro é
possível emitir nota fiscal e ter aces-
so para inscrever novos projetos em
editais, tudo a um preço que pode-
mos pagar”, diz. Ela compartilhou
o case da +1! Filmes na 6ª edição da
Feira do Empreendedor da Bahia e
participou do evento também para
buscar contatos e informações.
O baiano Pisit Mota, um dos ato-
res do grupo, é o vencedor do Prê-
mio Braskem 2003/04, na categoria
Melhor Ator, por sua participação
no espetáculo “Deus Danado”, e co-
nhecido também por atuar na série
“A Diarista”, da Rede Globo. “É um
humor que não desvaloriza o baia-
no e traz uma identidade que está
conquistando os brasileiros. A reper-
cussão dos vídeos está sendo mui-
to grande e queremos divulgar esse
linguajar em todo o país.”
+1 grupo irreverente
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Pere
iraProdutora baiana +1! Filmes
ganha destaque no cenário audiovisual baiano
SEBRAE BAHiA 37
Sebrae perto de vocêO Sebrae Bahia possui 31 Pontos de Atendimento, distribuídos em 10 Unidades Regionais, oferecendo aos empresários das micro e pequenas empresas informação, orientação, capacitação, apoio e soluções através de consultoria em gestão, acesso ao crédito e ao mercado, tecnologia e inovação.
O Ponto de Atendimento do Sebrae em Lauro de Freitas funciona das 9h às 12h30 e das 13h30 às 17h.
Pontos de Atendimento na Bahia
Unidade Regional 01 – Salvador / MercêsCentro de Atendimento ao EmpreendedorAv. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526
Salvador / Boca do Rio - SAC EmpresarialAv. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154
Salvador / ItapagipeRua Direta do Uruguai, 753, Bahia OutletCenter, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151
Salvador / LiberdadeEstrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126
AlagoinhasRua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888
CamaçariRua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332
Lauro de FreitasLot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3,Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836
Unidade Regional 02 – BarreirasAv. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574
Unidade Regional 03 – Feira de SantanaRua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153
Euclides da CunhaRua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010
IpiráPraça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239
ItaberabaRua Rubens Ribeiro, 253,Ed. Tropical Center, Salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023
Unidade Regional 04 – IlhéusPraça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068
ItabunaAv. Francisco Ribeiro Júnior, 198,Ed. Atlanta Center – Centro. CEP 45600-921. Tel.: (73) 3613-9734
Unidade Regional 05 – JacobinaRua Senador Pedro Lago, 100, Salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342
Senhor do BonfimRua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046
Unidade Regional 06 – JuazeiroPraça Dr. José inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827
Paulo AfonsoRua Amâncio Pereira, 60 – Centro. CEP 48602-110. Tel.: (75) 3281-4333
Unidade Regional 07 – Santo Antônio de JesusAv. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949
ValençaRua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central, Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293
Unidade Regional 08 – IrecêRua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206
SeabraRua Horácio de Matos, 25, Salas 01/02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368
Unidade Regional 09 – Teixeira de FreitasAv. Presidente Getúlio Vargas, 3986 – Centro. CEP 45995-002.Tels.: (73) 3291-4333/4777
EunápolisRua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782
Porto SeguroPraça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564
Unidade Regional 10 - Vitória da ConquistaRua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600
BrumadoRua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543
GuanambiAv. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557
IpiaúPraça João Carlos Hohllenwerger, 39 – Centro. CEP 45570-000. Tels.: (73) 3531-6849/5696
ItapetingaAv. itarantim, 178 – Centro. CEP 45700-000. Tel.: (77) 3261-3509
JequiéRua Felix Gaspar, 20 – Centro. CEP 45200-350. Tels.: (73) 3525-3552/3553
Central de Relacionamento 0800 570 0800 Segunda a sexta-feira das 8h às 20h
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