revista conexão bahia 206
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Publicação oficial do Sebrae Bahia. Edição 206 – Empresa de Ourolândia é vencedora do Prêmio MPE Brasil; Prepare sua empresa para ser fornecedora do governo; Complexo de lazer economiza mais R$ 400 mil por ano com ações sustentáveis. Abr/ 2014.TRANSCRIPT
edição 206
Empresa de Ourolândia é vencedora do MPE Brasil
POLÍTICAS PÚBLICASPrepare sua empresa para ser fornecedora do governo
INOVAÇÃOComplexo de lazer economiza mais R$ 400 mil por ano com ações sustentáveis
PrêmioSebrae Mulherde NegóciosHá 10 anos, a gente faz histórias de sucesso como a sua inspirarem ainda mais mulheres a serem donas do seu próprio negócio. O Sebrae quer contar a sua história para todo mundo. Participe! Faça a sua inscrição de 8 de março a 31 de julho.
Acesse: mulherdenegocios.sebrae.com.brInformações: 0800 570 0800
PrêmioSebrae Mulherde NegóciosHá 10 anos, a gente faz histórias de sucesso como a sua inspirarem ainda mais mulheres a serem donas do seu próprio negócio. O Sebrae quer contar a sua história para todo mundo. Participe! Faça a sua inscrição de 8 de março a 31 de julho.
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Expediente
Publicação do Sebrae Bahianº 206, Abril de 2014 Filiada à Aberje
Presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia João Martins da Silva Júnior
Diretor-superintendente Edival Passos Souza
DiretoresLauro Alberto Chaves Ramos Luiz Henrique Mendonça Barreto
Unidade de Marketing e Comunicação
CoordenaçãoCássia Montenegro (DRT 1052)
EquipeAlice Vargas, Mauro Viana, Pedro Soledade, Rafael Pastori, Rodrigo Rangel, Vanessa Câmera. Estagiários: Daiane Santiago, Daniela Santos, Isabel Santos e Thais Almeida.
Agência Sebrae de Notícias(Varjão & Associados Comunicação)
Anaísa Freitas, Carla Fonseca, Carlos Baumgarten, Cristhiane Castro, Cristina Laura, Laiana Menezes, Maria Clara Lima, Gustavo Rozario, Fernanda Barros, Nara Zaneli, Tamara Leal, Silvia Torres, Maiane Matos, Renata Smith e Silvia Araújo.
RevisãoAnaísa Freitas e Carlos Baumgarten
Edição Carla Fonseca
Edição de FotografiaMateus Pereira
CapaMarcos Santiago
Projeto Gráfico Solisluna Editora
EditoraçãoObjectiva
ImpressãoQualigraf Serviços Gráficos e Editora Ltda
Tiragem15.000 exemplares
Cartas Sebrae – Unidade de Marketing e Comunicação Rua Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador, Bahia. CEP: 40060-350. [email protected]
Telefones 71 3320.4558/4367
Agência Sebrae de Notíciaswww.ba.agenciasebrae.com.br
A empresa Ourocar Autocenter, de Ourolândia (BA), foi a vencedora da etapa nacional no Prêmio MPE Brasil, na categoria Responsabilidade Social. O projeto “Aprendendo a Reciclar Reciclando” foi construído com o envolvimento dos colaboradores da empresa, que fechou uma parceria com a Escola Municipal de Ourolân-dia e levou a ideia de arte e reci-clagem aos alunos. Detalhes desta prática de sucesso você confere na reportagem especial da Revista Co-nexão, edição nº 206.
Após quatro anos de atuação na venda e assistência do setor auto-motivo, os empresários João Jacson Soares e Osvaldo Freire Júnior resol-veram investir na área socioambien-tal, para trabalhar com a reciclagem do lixo produzido pela própria em-
presa. A ideia envolveu não só a es-cola e a empresa, mas a família e, aos poucos, a população foi enxer-gando os resultados. Em 2013, foram treinadas 66 crianças e este ano o número vai dobrar.
O que a empresa precisa para se tornar fornecedora do governo? Qual o momento em que isso pode acontecer? O governo é bom paga-dor? As respostas para estas pergun-tas você confere na entrevista feita com o gerente da Unidade de Polí-ticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick. Ele avalia o segmento de compras públicas no Brasil e res-salta a atividade como uma oportu-nidade de mercado para as micro e pequenas empresas e para os micro-empreendedores individuais.
Boa leitura!
Empresa baiana vence o Prêmio MPE Brasil
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Crianças da Escola Municipal de Ourolândia aprendem que o lixo pode se transformar em brinquedo
a utilização da Marca sebrae é de uso exclusivo do titular da MesMa. seu uso por terceiros, seM autorização prévia, expressa e ForMal da
unidade de Marketing e coMunicação do sebrae bahia, é passível de punição, conForMe previsto pela lei da propriedade industrial nº 9279/96.
26ENTREVISTAMarcelo ToledoO desafio das startups
30ECoNoMIA CRIATIVAA base do som
32INDúSTRIAGestão eficiente
35MICRoEMPREENDEDoR INDIVIDUAL Quem quer dinheiro?
37EMPREENDEDoRISMoCulinária artesanal
38SEBRAE PERTo DE VoCÊ
Sumário6AgRoNEgóCIoBeleza natural é cenário para bons negócios
10PoLíTICAS PúBLICAS
Compras Governamentais
12INoVAção E TECNoLogIA Descartando desperdícios
16CoMÉRCIo E SERVIçoS
Reciclagem + Educação = Arte e PrêmioEscola Cisne na linha do sucessoMPE Brasil está com inscrições abertas
21MERCADoQuer franquear seu negócio?Açaí & Saúde
24EDUCAção EMPREENDEDoRA Iniciação ao pequeno negócio
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O Orquidário Comercial do empresário Marcos Fraga foi destaque no evento
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AgRoNEgóCIo
Beleza natural é cenário para bons negóciosFeira de Flores e Chocolate do Sul da Bahia oferece a oportunidade de realizar negócios e promoções de produtos em um ambiente com valor paisagístico e cultural agregado
Durante 25 anos, o empresário Mar-
cos Fraga se dedicou à complexa ta-
refa de contabilizar o movimento
fiscal e tocar os setores de recursos
humanos e financeiro de empresas
de grande porte, em Ilhéus. Tam-
bém acumulava o atendimento a
mais 20 clientes em um escritório
particular. A vida agitada, apesar
de lucrativa, era permanentemente
questionada. “Precisava criar condi-
ções para ter um negócio onde pu-
desse unir uma paixão à uma maior
qualidade de vida e que desse para
ganhar um dinheirinho”, lembra.
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Há um ano, após planejar o ca-minho e mudar radicalmente de vida, Marcola – como é mais co-nhecido – resolveu montar um Orquidário Comercial legalizado, atendendo a todas as exigências do mercado. Em parceria com os proprietários da Fazenda Yrerê, de cacau e turismo rural, locali-zada na rodovia Ilhéus/Itabuna – montou uma estufa de 300 metros quadrados e iniciou a comerciali-zação de espécies orgânicas (sem cruzamento) e híbridas (cruzadas com espécies próximas).
Foi nesse cenário natural exube-rante que aconteceu em março a I Feira de Flores e Chocolate do Sul da Bahia, com a proposta de oferecer aos empreendedores a oportunida-de de realizar negócios e promoções de seus produtos em um ambien-te de valor paisagístico e cultural inestimável. Marcaram presença 15 expositores apresentando produtos que começam a ser inseridos no mercado baiano.
Segundo os organizadores, duran-te dois dias, o evento movimentou, em negócios, mais de R$ 80 mil.
Marcola e as orquídeas foram des-taque. A empresa comercializou 169 unidades. Um recorde. “Foi bas-tante positivo”, contabiliza o dono da fazenda Yrerê, Gerson Marques. “O evento reuniu as principais ten-dências do novo modelo de desen-volvimento rural da região, com a presença do Chocolate, da Agroflo-resta, do Turismo Rural e da Flori-cultura”, completa.
Quem visitou o local encontrou uma série de opções de lazer. Os turistas puderam andar por trilhas, colher e degustar um cacau “tira-do do pé,” e fizeram compras em uma lojinha com diversas marcas de chocolates finos regionais, feitos com amêndoas orgânicas.
Gerson Marques também des-taca a parceria com o Sebrae. “A entidade viabilizou a infraestru-tura e os cursos. Neste sentido, as próximas edições vão se aprofun-dar na realização de capacitação para pequenos produtores rurais”, adianta. A II Feira de Flores e Cho-colate do Sul da Bahia já está con-firmada para acontecer de 1º a 3 de maio de 2015.
Fazenda Yrerê
O orquidário passou a ser um dos
pontos mais visitados da Fazenda
Yrerê. O que começou de forma tími-
da ganhou arrojo. Hoje são mais de
2,5 mil plantas à disposição do mer-
cado, com preços que variam de R$ 25
a R$ 130. Além das orquídeas, o local
oferece substratos, adubos, vasos e
até produtos para controle fitossani-
tário. Por mês, Marcola já consegue
negociar cerca de 300 unidades, a
maior parte para o próprio merca-
do regional. “Apenas 25% dos meus
clientes são turistas”, revela. O em-
presário enxerga no Sebrae a ajuda
que precisa para ampliar o negócio. A
ideia é desenvolver, em parceria com
a instituição, uma marca do produ-
to, conseguir novos financiamentos
e promover um estudo de mercado a
fim de expandir a distribuição.
“Descobri que posso ir muito
além depois de ter participado de
algumas atividades fora daqui da
fazenda. Levei as flores para Ser-
ra Grande, em Itacaré, e Belmon-
te, na Costa do Descobrimento, no
A próxima feira acontece de 1º a 3 de maio de 2015. Visitantes convivem com a rotina dos trabalhadores de cacau
SEBRAE BAHIA 7
Cheiro de cravo e cor de canela
Reconhecida este ano pelo Ministério do Turismo e pela Empresa Brasileira do Turismo (Embratur) como uma das
fazendas de referência para turismo rural no Brasil, a Fazenda Yrerê tem como marca oferecer aos visitantes uma
experiência única, “provocando e estimulando seus sentidos através da visão, paladar, olfato e audição em uma via-
gem diferente, uma experiência que vale para a vida”, revela Dada Galdino.
Suas belas paisagens, flores e plantas, aliadas a uma tradicional culinária tipicamente rural e regional, ao som dos
sabiás e canários da terra, formam um cenário perfeito de harmonia nas terras do cacau. As histórias dos coronéis
podem ser mais que contadas. Podem ser vistas. Trabalhadores da fazenda simulam a rotina da lavoura cacaueira e
revelam o cotidiano do homem do campo.
A Fazenda Yrerê já consta em material promocional da Embratur e vem sendo divulgada em feiras no exterior.
Além disso, vai servir, nos próximos meses, para indicações de turistas que estejam visitando o Brasil durante a Copa
do Mundo. A propriedade tem convênio com três dos principais operadores de receptivos de navios em Ilhéus. Parte
de uma antiga sesmaria doada pela coroa portuguesa à família Wanse, de alemães em 1828 de 100 hectares de terra,
foram adquiridos pelo casal Gérson e Dadá, em 1998.
Turistas franceses se encantam com o orquidário ao visitarem a fazenda
extremo-sul, e, nos finais de sema-na, monto um estande à margem da rodovia Ilhéus/Una/Canaviei-ras onde também consigo fazer bons negócios”, revela Marcola. O empresário acaba de adquirir um
veículo que será usado para trans-portar as orquídeas. A ideia é ins-talar, durante a semana, roteiros itinerantes em bairros de Ilhéus e Itabuna. “Quero popularizar as orquídeas na região”, projeta. “O
veículo será uma espécie de bal-cão de negócio, mas na fazenda continuaremos com a estrutura de venda. Você acredita que vem gente também de ônibus comprar minhas orquídeas?”, revela.
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PoLíTICAS PúBLICAS
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Gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, fala sobre vantagens e planejamento para fornecer ao governo
A Lei Complementar 123/2006, que institui o Estatu-to Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, provocou um grande avanço no segmento, como uma aliada do empreendedor. Em relação às compras públicas, ela prevê um tratamento diferenciado a este segmento. Isto significa que as MPE, agricultores e em-preendimentos familiares rurais e empreendedores in-dividuais têm tratamento diferenciado ao participarem dos processos licitatórios das administrações munici-pais, estaduais e federais e empresas estatais.
O gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae Nacional, Bruno Quick, é um entusiasta quando o as-sunto é compras públicas. Ele define o Estado brasileiro como um grande comprador, porque “adquire seus pro-
dutos de forma recorrente e previsível, pois faz planeja-mento” e ressalta esse aspecto como uma oportunidade de mercado para as MPE e para os microempreendedo-res individuais.
Entretanto, ele defende a teoria de que tudo deve ser feito de forma gradativa, ou seja, “as MPE comecem participando de pequenas licitações”. Ao vislumbrar a possibilidade de o empreendedor participar de várias licitações ao mesmo tempo, ele defende a busca em cada órgão público. Na entrevista a seguir, Bruno Quick traz dicas para entrar neste negócio chamado Compras Governamentais, fala sobre as características deste segmento, além de ressaltar as vantagens e dificulda-des do processo.
Compras governamentaisEmpresas investem em planejamento e gestão e se preparam para fornecer ao governo
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O que a empresa precisa para se tornar forne-cedora do governo e como ela deve se preparar?
Primeiro, elas precisam se capacitar e aprender a dimen-sionar e controlar os riscos de participar de um processo licitatório. Uma boa sugestão para quem quer começar é fazer os cursos de Capacitação em Compras Governamen-tais oferecidos pelo Sebrae. Outra sugestão é navegar no site Comprasnet (www.comprasnet.gov.br) para conhecer um pouco mais do mercado de aquisições públicas.
Qual o momento que isso pode acontecer?
A recomendação é que as micro e pequenas empresas comecem participando de pequenas licitações. Quando a MPE estiver conseguindo atuar de maneira recorrente e lucrativa com pequenos contratos, aí sim, será o mo-mento de expandir suas operações e atuar com contra-tos maiores. Elas podem participar de várias licitações simultaneamente ou começar a fornecer para outros compradores públicos, como a prefeitura, o Governo do Estado, o Governo Federal etc. Não esquecendo que é importante aprender o processo de contratação aplica-do em cada órgão público.
Como você avalia as gestões públicas neste processo? Têm avançado na implementação da Lei Geral?
Nos estados e municípios, também temos tidos avan-ços, entretanto a lei está implementada em apenas 1.656 municípios, e os casos de sucesso de compras governa-mentais são isolados. O Sebrae lançou, no final de 2012, o 1º Edital de Chamada Interna de Projetos de Compras Governamentais para os Sebrae estaduais trabalharem justamente o Uso do Poder de Compras nos estados e municípios. Um dos objetivos é mapear as compras dos estados e, posteriormente, dos municípios.
Como está o mercado de compras públicas no Brasil? O governo é bom pagador?
O Estado brasileiro é um grande comprador. Adqui-re seus produtos de forma recorrente e previsível, pois faz planejamento. Este aspecto deve ser encarado como uma oportunidade de mercado para as micro e peque-nas empresas e para os microempreendedores individu-ais. A participação dos pequenos negócios nas compras
do Governo Federal vem aumentando ano a ano. Entre janeiro e dezembro de 2013, as compras governamentais movimentaram R$ 68,4bilhões na aquisição de bens e serviços, dos quais R$ 20,5 bilhões (30%) referem-se às contratações junto as MPE. Na comparação com o mes-mo período de 2012, as MPE aumentaram sua participa-ção nas compras públicas em 33%. Além disso, o Gover-no já não é mais considerado um mau pagador.
De que forma as compras públicas podem alavancar o desenvolvimento local?
A maioria das empresas brasileiras é enquadrada como micro e pequenas. Além disso, os pequenos negó-cios são os que mais geram empregos no Brasil e ajudam a movimentar a economia local e promover o desenvol-vimento sustentável. De acordo com o Ministério do Pla-nejamento, os governos federal, estaduais e municipais gastam em compras públicas, por ano, aproximadamen-te R$ 400 bilhões. Se cada prefeitura comprar dos peque-nos negócios de sua localidade, significará mais dinhei-ro e desenvolvimento para o município. Para cada R$ 1 bilhão gasto em compras governamentais, são gerados entre sete mil a oito mil empregos diretos.
O que você poderia aconselhar aos poderes públicos para incentivar a participação dos pequenos nas compras públicas?
Primeiramente, que existe um comando constitucional, Artº 179 da Constituição Federal, que estabelece que a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios dis-pensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferen-ciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei. Esse benefício foi regulamentado pela Lei Comple-mentar 123/2006, que vem sendo implementada progres-sivamente nos estados e municípios e já foi implementada pelo Governo Federal, que, no ano de 2013, comprou 33% de seus produtos e serviços de micro e pequenas empre-sas. Portanto, comprar das MPE significa cumprir a lei. Os próprios Tribunais de Contas estão em uma ação de es-tímulo e fiscalização da aplicação da Lei Complementar 123/2006 por todos os compradores públicos.
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Foi na condição de ponto de apoio de alguns hotéis e pousadas em Porto Seguro, no extremo-sul da Bahia, que teve início o Complexo de Lazer Toa Toa. Hoje, o espaço atende até cinco mil pessoas por dia, durante a alta temporada, com serviços de res-
taurante, bar, pista de dança, casa de show, passeios de caiaque, voos panorâmicos, banana boat, para-seio e stand-ups.
Para o administrador da empre-sa, Paulo Cesar Onishi, os segredos do sucesso foram aproveitamento
de oportunidades e capacitação. “O Toa Toa começou em 1996 e atendia pouco mais de 500 pessoas por dia. Tínhamos um pequeno restaurante e alguns quiosques. No ano de 2000, a cidade cresceu e o número de tu-ristas aumentou muito. Ampliamos
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O administrador da empresa Toa Toa, Paulo Cesar Onishi, diz que aproveitar oportunidades e participar de capacitações são segredos para o sucesso
INoVAção ETECNoLogIA
Descartando desperdíciosComplexo de lazer, em Porto Seguro, economiza mais R$ 400 mil por ano com ações sustentáveis
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a oferta de serviços e nos prepara-mos com mais equipamentos, me-lhor infraestrutura e treinamento de equipe”, conta.
Outro fator decisivo para alcançar resultados positivos foi a tomada de decisão na hora certa. “Em 2001, o ve-rão reunia milhares de visitantes que tinham poucas opções de entreteni-mento durante a noite. Foi quando implantamos shows musicais com artistas de grande porte no nosso es-paço e começamos a manter a casa lotada durante todo o dia”, revela.
Hoje, com uma equipe de 160 co-laboradores, um dos desafios en-frentados pelo empresário é a dimi-nuição dos desperdícios de tempo e produtos. A dificuldade está sendo
superada com orientações do pro-grama do Sebrae 5 Menos que São Mais. A consultoria acontece na empresa desde julho do ano passa-do. “As orientações são muito prá-ticas e com elas conseguimos eco-nomizar mais, pois identificamos os erros cometidos.”
Ações simples, como cortar carne e legumes de forma correta, pesar as matérias-primas, reduzir o gasto com energia elétrica, aproveitar pro-dutos e ainda diminuir os resíduos gerados nos processos da empresa, fizeram com que a Toa Toa obtivesse resultados significativos. “Alcança-mos a diminuição de 60% de desper-dício, o que representa um ganho de mais de R$ 14 mil por mês”, detalha.
A partir da consultoria, foi possí-vel reduzir diariamente o desperdí-cio de alimentos antes da sua pre-paração para o buffet dos clientes. O resultado foi conquistado através da reavaliação do fornecedor para melhoria da qualidade dos vegetais, com o armazenamento apropriado da matéria-prima, além da revisão dos procedimentos para preparação.
Outra ação proposta que surtiu um efeito positivo foi a redução da sobra da comida preparada para clientes. Diante da impossibilidade de reaproveitamento dos alimentos, o empresário passou a adotar mais controle na quantidade de preparo de refeições, trabalhando com esti-mativas prévias de consumo.
O Complexo de Lazer Toa Toa está localizado em uma das mais belas praias da Bahia e já se preparou para aumentar o faturamento com a Copa do Mundo 2014
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Copa o Mundo
Com os resultados alcançados por meio da consultoria, o Complexo de Lazer Toa Toa já se prepara para au-mentar o faturamento com a Copa do Mundo 2014. Porto Seguro vai
hospedar jornalistas, torcedores e
jogadores da Seleção da Suíça, e sua
cidade vizinha, Santa Cruz Cabrália,
a seleção da Alemanha.
Para Paulo, a lição de economia
em pequenos gestos abriu um leque
para novas aquisições. “Investimos
R$ 160 mil em um telão de alta re-
solução para exibição dos jogos, ao
mesmo tempo em que vamos perso-
nalizar o ambiente e os funcionários
com o tema da Copa e agregar atra-
ções para o público presente”, finali-
za o empresário.
Programa 5 Menos que São Mais
Durante as ações do Programa 5 Menos que São Mais, a empresa recebeu a visita de um consultor, que analisou as instalações e identificou possibilidades de melhorar o uso de matérias-primas, insumos, água e energia.
O trabalho é desenvolvido em três fases. A primeira é o diagnóstico e envolve a caracterização do em-preendimento, avaliação dos principais processos produtivos, consumos de matéria-prima, insumos, água e energia, bem como os resíduos gerados. Na 2ª fase, as fontes de desperdício são avaliadas isolada-mente e elaborado um plano de ações. Já na última fase é realizado o acompanhamento para avaliação e ajustes, quando necessários.
O gerente da Unidade Regional do Sebrae Teixeira de Freitas, Alex Brito, destaca a importância da orien-tação para a economia da empresa. “A consultoria é fundamental para que o empresário perceba os pre-juízos que pode evitar através da orientação. Com a supervisão de consultores, é possível identificar os desperdícios nos processos e propor ações corretivas, visando diminuir custos de produção, aumentar a produtividade e minimizar os impactos ambientais”, explica.
Empresários interessados em participar do Programa 5 Menos que São Mais devem procurar o Ponto de Atendimento do Sebrae em sua cidade ou buscar informações por meio da Central de Relacionamen-to (0800 570 0800).
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O empresário João Jacson Soares, junto com seu irmão e sócio Osvaldo Freire Júnior, implantou o projeto “Aprendendo a Reciclar Reciclando” em uma escola pública da cidade
Reciclagem + Educação = Arte e PrêmioEmpresa Ourocar Autocenter, de Ourolândia (BA), vence a etapa nacional do Prêmio MPE Brasil, na categoria Responsabilidade Social
Com o título “Aprendendo a Reciclar Reciclando”, o projeto criado pelos donos da empresa Ourocar Autocen-ter, na cidade de Ourolândia, foi ven-cedor nacional no Prêmio MPE Brasil na categoria Responsabilidade Social. Com envolvimento de seus colabo-radores, a empresa construiu uma parceria com a Escola Municipal de
Ourolândia, e levou a ideia de arte e reciclagem aos alunos do Ensino Fundamental I.
Após quatro anos de atuação na venda e assistência do setor auto-motivo, os empresários, João Jac-son Soares e Osvaldo Freire Júnior, resolveram investir na área socio-ambiental, para trabalhar com a
reciclagem do lixo produzido pela própria empresa. “Esse pensamen-to surgiu depois da nossa parti-cipação no programa do Sebrae D-Olho na Qualidade, que atiçou nossa atenção em projetar algo que unisse a preocupação com o meio ambiente e o social”, conta João Jacson Soares.
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O projeto “Aprendendo a Reciclar Reciclando” foi pensado para esti-mular ações referentes ao desenvol-vimento sustentável com o objetivo de amenizar os impactos ambien-tais utilizando o lixo da loja para reaproveitamento lúdico, através do qual as crianças confeccionam seus próprios brinquedos. “Treinamos nossos colaboradores que foram às salas de aula ensinar aos alunos como fazer os brinquedos. Criamos uma premiação para o mais criativo, e os vencedores receberam prêmios que iam de material escolar a celu-lares”, ressalta João Jacson.
De acordo com João Jacson, a reali-zação dessa ideia acabou envolven-do não só a escola e a empresa, mas a família, e aos poucos a população foi enxergando os resultados. “Trei-namos 66 crianças no ano passado e este ano pretendemos dobrar o nú-mero. Iniciamos nossa ação no dia 2 de maio e vamos finalizar no dia 5 de junho – Dia do Meio Ambiente”, explica o empresário.
Os brinquedos, produzidos ano pas-sado, foram levados como portfólio para apresentar o projeto às crianças que farão parte da segunda edição da iniciativa. Na sala de aula, a eu-foria era grande na apresentação do projeto, o que deu a certeza de uma sequência garantida aos criadores. Animada com a parceria, a diretora da escola, Normélia Freire Pereira, as-segura que “o projeto foi bem aceito, pois incentiva a reciclagem através do reaproveitamento do lixo”.
Segundo João Jacson, a Ourocar Autocenter já funciona pensando em cuidados com o meio ambiente, que começa com ações, como insta-lação de sensores de energia; vidra-
ças nos depósitos para iluminação natural durante o dia; torneiras au-tomáticas; e criação de mobiliário feito do reaproveitamento dos tam-bores de resina, que armazenavam componentes químicos.
Para o gerente da Unidade Regio-nal do Sebrae em Jacobina, Geronil-son Ferreira Pereira, a 11ª edição do Prêmio MPE Brasil foi especial, pois,
desde 2008, as empresas vêm in-vestindo em soluções inovadoras e buscando capacitações, que atraem cada vez mais premiações. “Nós te-mos a cultura da educação continu-ada entre os empresários, e todos os anos disponibilizamos consultorias e cursos a partir das necessidades do que precisa ser melhorado”, afir-ma Geronilson.
O projeto envolveu 66 crianças na primeira edição e está beneficiando 132 este ano
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Maria Conceição Aguiar foi a vencedora na categoria Serviço de Educação, da etapa estadual do Prêmio MPE Brasil 2013
Escola Cisne na linha do sucessoEmpresária de Juazeiro mostra com simplicidade que compromisso e competência rendem conquistas
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Com uma trajetória que já conta com mais de 30 anos, a empresária Maria Conceição Aguiar foi a vence-dora, na categoria Serviço de Edu-cação, da etapa estadual do Prêmio MPE Brasil 2013 – Prêmio de Com-petitividade para Micro e Pequenas Empresas promovido pelo Sebrae.
Este ano, mais de 93 mil organi-zações brasileiras se inscreveram no MPE Brasil e 42,6 mil candidatas completaram o processo de avalia-ção, volume 10% superior ao regis-trado no ano anterior. E a empresa de Conceição figura entre os des-taques provando que, com dom, determinação e uma história que acumula superação, dedicação e muita força de vontade, conseguiu fazer a diferença.
Criada na década de 80, a Es-cola Cisne ultrapassa os anos, mostrando que daquela época em que Conceição dava aulas para um pequeno número de crianças na mesa da sala de sua residên-cia até hoje, vale a pena sustentar uma ideia quando se tem vontade de vencer. De acordo com Maria Conceição Aguiar, foi primordial a busca por uma gestão partici-pativa de qualidade, sustentável no seu processo, que respeitasse o cliente, colaboradores, fornecedo-res e sociedade.
“Sempre pensamos em atender às necessidades de todos, identifi-cando oportunidades de inovação, incluindo as fontes externas. Nos-sos colaboradores são incentiva-dos a apresentarem ideias que po-dem ser convertidas em inovações e que, consequentemente, tragam benefícios a cada um deles”, afir-ma. E os ingredientes usados nessa
receita de sucesso vêm trazendo bons frutos.
A Escola Cisne funciona com 175 alunos de educação infantil e ensino fundamental I com inclu-são de crianças especiais, possui 18 funcionários trabalhando em dois turnos e está envolvida em ações sociais e culturais conhe-cidas pela população. “Nossos principais clientes são filhos de funcionários públicos, filhos de empregadas domésticas, comerci-ários e profissionais da educação. Assumimos o compromisso de trabalhar com base nos pilares da educação mundial: aprender a co-nhecer, a fazer, a conviver e a ser”, ressalta com orgulho a diretora da escola.
No ano de 2013, a Escola Cisne acumulou melhorias, a exemplo da implementação do Sistema Caixa Cobrança para controlar os custos, controle de caixa, contro-le na inadimplência, fluxo de cai-xa e reestruturar a parte física da escola. Além disso, a escola pro-moveu a capacitação de colabo-radores investindo e valorizando suas competências nas Formações Continuadas e investiu em recur-sos didáticos.
Maria Conceição é firme ao de-fender que “a Escola Cisne de-senvolve práticas bem-sucedidas baseadas na sua missão de pro-mover uma educação de quali-dade, buscando a formação de cidadãos autônomos, conscien-tes, criativos, críticos, informados, participativos e solidários, capa-zes de compreender, refletir e agir, transformando a sua história e a história da humanidade”.
Parceria
A história da Escola Cisne tem a
colaboração da Unidade Regional do
Sebrae em Juazeiro, que é colocada
pela proprietária como fundamen-
tal para as conquistas ao longo dos
anos. Os profissionais envolvidos na
construção da Escola Cisne partici-
param de projetos e capacitações,
como Sebrae Mais (Estratégias Em-
presariais e Gestão Financeira do
Controle a Decisão), Na Medida (Ges-
tão de Pessoas e Equipe), Empretec,
Análise e Planejamento Financeiro,
D-Olho na Qualidade, Iniciando um
Pequeno e Grande Negócio, Apren-
der a Empreender, Como Vender
Mais e Melhor e FNQ (modelo de ex-
celência da gestão).
Maria Conceição garante: “Foi a
partir desses cursos que pudemos
implantar os processos das melho-
rias citadas”. De acordo com a ge-
rente do Sebrae em Juazeiro, Jussa-
ra Oliveira, as empresas orientadas
pela regional do Sebrae em Juazeiro
têm procurado cada vez mais par-
ticipar dos prêmios oferecidos ao
longo do ano e não apenas enquan-
to concorrentes, mas em especial
pelo uso fruto da autoavaliação.
“Este ano, observamos que houve
um olhar mais criterioso no mérito
do prêmio MPE Brasil, fazendo com
que aumentasse o interesse por
parte das empresas, evoluindo ain-
da mais a participação da UR Jua-
zeiro no prêmio”, coloca a gerente.
Para ela, não é apenas um mero
instrumento de participação em si,
“mas um primeiro benefício que a
empresa tem quando participa que
é a estratégia de autoavaliação”.
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Estão abertas as inscrições para a edição 2014 do Prêmio de Competi-tividade às Micro e Pequenas Em-presas – MPE Brasil, com objetivo de reconhecer os modelos de gestão de excelência com adoção de boas prá-ticas em diversos setores. A premia-ção é realizada pelo Sebrae Nacio-nal em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e Gerdau. Os empresários podem se inscrever gratuitamente até o dia 1° de agos-to, no site premiompe.sebrae.com.br ou presencialmente nos pontos de atendimento do Sebrae.
O MPE Brasil é composto por oito categorias: Indústria, Comércio, Agronegócio, Turismo, Tecnologia da Informação, Saúde, Educação e Serviços, além dos destaques em Responsabilidade Social e Inovação. A avaliação estadual será realizada entre os meses de agosto e setem-bro, com premiações previstas para outubro a dezembro deste ano. As duas vencedoras vão disputar o MPE nacional em 2015.
MPE Brasil presta consultoria gratuita para todas as empresas participantes.
Na primeira etapa do MPE Brasil, a empresa inscrita deve preencher um questionário de autoavaliação. A partir dele, a equipe de consultores do Sebrae dará a pontuação para, em seguida, realizar a visita in loco nas instalações da empresa, onde farão a checagem das informações, realizando nova avaliação.
“As melhores empresas serão as fi nalistas esta-duais, sendo submetidas a uma banca técnica de avaliadores, conquistando a condição de vencedoras aquelas que apresentarem o melhor desempenho”, explica gestora do Prêmio MPE Brasil no Sebrae Bahia, Simone Patrícia Oliveira. De acordo com ela, todas as etapas da premiação se constituem numa opor-tunidade de avaliar a ad-ministração do empreen-dimento, feita a partir do Modelo de Excelência de Gestão (MEG), da FNQ.
“Mais do que premia-ção, o MPE Brasil é uma
chance que o empreendedor ganha de conhecer seu empreendimento. Ao preencher o questionário, ele recebe o retorno do Sebrae com as devidas recomendações sobre os pontos fortes e fracos e as neces-sidades de melhorias na gestão da empresa”, complementa Simone.
CoMÉRCIoE SERVIçoS
MPE Brasil está com inscrições abertasDirecionada a micro e pequenas empresas, iniciativa reconhece boas práticas de gestão
20 REVISTA CONExãO
MERCADo
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eus
pere
ira
Antônio Ribeiro e Robson Nunes preparam a empresa Pãozinho Delícia para iniciar o processo de franquia
No final da década de 80, quando co-
meçou a produzir a tradicional receita
baiana de pãezinhos delícia, Antônio
Ribeiro não imaginou aonde chegaria.
Ele e sua esposa, Margarita Gloesner,
começaram no ramo fabricando em
casa os quitutes para amigos de for-
ma artesanal, e fazendo as entregas
pessoalmente.
Cativando cada vez mais seu públi-
co e com o aumento da procura, eles
decidiram fundar, em 1992, a empresa
Pãozinho Delícia. Além da qualidade
do produto e atendimento, algumas
inovações ajudaram a alavancar os
negócios. “Começamos a perceber as
necessidades dos clientes e implanta-
mos o delivery de produtos, sem taxa
de entrega. Inovamos também no for-
mato dos pães”, conta Antônio, sócio-
-diretor da empresa. Com o decorrer
dos anos, os empresários investiram
em novos equipamentos e incorpo-
raram serviços que já estavam sendo
solicitados, como o aumento do le-
que de produtos. Hoje, eles fornecem
também salgados, tortas, doces e san-
duíches de metro.
A empresa continuava crescendo no
mercado e, para dar conta das deman-
das da clientela, Antônio decidiu apri-
morar a condução dos negócios. Como
resultado, em 2010, ele convidou o em-
presário Robson Nunes para entrar na
sociedade. “Robson é um empreende-
dor como eu”, destaca Antônio. Desde
então, a Pãozinho Delícia ganhou cada
vez mais mercado. “Há quatro anos, o
faturamento do negócio era 40% do atu-
al. Além disso, ele está crescendo numa
taxa de cerca de 25% ao ano”, comemo-
ra Robson, também sócio-diretor.
Com isso, já são mais de 50 opções
de produtos na loja, uma produção di-
ária de, aproximadamente, 10 mil pães
e cerca de 200 pedidos por dia.
Com tanto trabalho, o resultado não
podia ser outro. Em 2011, os sócios pro-
curaram o Sebrae interessados em am-
pliar ainda mais a sua atuação no mer-
cado. Após a realização de um laudo
de franqueabilidade, a análise apontou
que era viável a abertura de franquias
da Pãozinho Delícia em lojas de varejo.
Para isso, eles precisavam abrir a sua
primeira loja própria, inaugurada no
início deste mês, na Pituba, em Salvador.
Segundo Antônio, a nova loja da Pãozi-
nho Delícia é o pontapé inicial para todo
o processo de franquia. “Essa é a loja pi-
loto, para maturar a operação e, quando
partirmos para a franquia, será de uma
forma bem segura”, explica Antônio.
Quer franquear seu negócio?
SEBRAE BAHIA 21
Francisco Carvalho fundou o Açaí & Saúde em 1999 e teve sua primeira loja franqueada em Praia do Forte
Outra empresa baiana que já iniciou esse processo de franquia é a Açaí & Saúde. Fundada em 1999 por Fran-
cisco Carvalho, tendo como sócia a
sua mãe, Sônia Carvalho, no bairro
do Itaigara, a empresa surgiu a par-
tir de uma brecha de mercado. “Per-
cebi a oportunidade no meio em
que eu frequentava. Já consumia
o açaí e vi uma chance de negócio
oferecendo esse serviço em Salva-
dor”, conta Francisco.
Em 2005, sua irmã, Paula Carva-
lho, também ingressou na sociedade.
Hoje, além da loja do Itaigara, os só-
cios possuem mais quatro em Salva-
dor e uma em Feira de Santana, aber-
ta em abril. Um dos diferenciais da
sua empresa é a máquina de “casqui-
nha de açaí”, elaborada inicialmente
para a loja do Salvador Shopping.
“Agora, já oferecemos vários produ-
tos, como torta, sucos e milk-shake,
além do açaí na tigela e da casqui-
nha”, comemora.
A partir do interesse de outros em-
presários na marca, os sócios deci-
diram investir no ramo de franquias
em 2010. A primeira loja franqueada
surgiu um ano depois, em Praia do
Forte, no município de Mata de São João. “Por enquanto, essa é a única franquia. Estamos reformulando al-gumas questões para voltar a fran-quear ainda esse ano. Consigo admi-nistrar lojas próprias se forem perto, mas para fora de Salvador acredito que a melhor opção seja realmente a franquia”, explica.
O momento certo
De acordo com a gerente da Unida-de de Acesso a Mercado e Serviços Fi-nanceiros do Sebrae, Sueli de Paula,
MERCADoFo
tos:
Mat
eus
pere
ira
Açaí & Saúde
22 REVISTA CONExãO
Capacitação em Franquia
O Sebrae oferece algumas capa-
citações em franquias para quem
busca abrir uma empresa.
• Palestra “Franquia – O que é e
como funciona?”Carga horária: 2h
• Oficina “Análise do Perfil do
Potencial Franqueado”Carga
horária: 4h
• Curso “Como Analisar Ofertas de
Franquia”Carga horária: 16h
Para os empresários que querem
franquear seu negócio, a institui-
ção atende por meio de consulto-
rias. Os interessados podem en-
trar em contato com a Central de
Relacionamento do Sebrae, no te-
lefone 0800 570 0800, ou procurar
o Ponto de Atendimento do Sebrae
mais próximo.
os empresários estão seguindo o me-
lhor caminho. “Antes de franquear é
preciso primeiro arrumar a casa, os
processos operacionais, de suporte, e
manual de gestão, com o modelo de
negócios e os descritivos de resulta-
dos. Essa é a ‘receita do bolo’. Com
a nova loja, eles podem conseguir
esses dados”, explica Sueli. Para ela,
o momento certo de franquear seu
negócio é quando o empresário per-
cebe que pode crescer ainda mais. “O
mercado e a demanda estimulam o
crescimento, obrigando-o a aumen-
tar a oferta. Essa expansão pode ser
feita na forma de franquia ou loja
própria. Assim, é necessário avaliar
as possibilidades e se qualificar para
esse momento”, pondera.
O brasileiro já percebeu essas van-
tagens, o que pode ser confirmado a
partir dos dados da Associação Brasi-
leira de Franchising (ABF). De acordo
com o órgão, em 2013, as franquias
brasileiras faturaram mais de R$ 115
bilhões, o que corresponde a um au-
mento de 11,9% em relação à 2012.
O setor de Alimentação está bem po-
sicionado no ranking, com 637 redes
franqueadoras, o maior número de to-
dos os setores, e com um faturamen-
to de cerca de R$ 24 bilhões, ficando
atrás somente do setor de Negócios,
Serviços e Outros Varejos, que faturou
R$ 25 bilhões no ano passado.
Além do açaí na tigela, a lanchonete traz em seu cardápio opções como torta, sucos, milk-shake e casquinha de açaí
SEBRAE BAHIA 23
Estudantes Eduardo Matos e Caio Santana têm experiência empreendedora a partir de participação em projeto do Sebrae
Foto
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o
Eles são amigos inseparáveis, estu-
dam na mesma escola e sala, vizinhos
e agora sócios na Lojinha de Artes,
montada na porta da casa dos pais,
no bairro Monte Castelo, em Juazeiro,
no norte da Bahia. Eduardo Matos e
Caio Santana, ambos de sete anos,
são jovens empreendedores por da-
rem vida a uma ideia que nasceu de-
pois de entrarem em contato com o
projeto do Sebrae Jovens Empreen-
dedores Primeiros Passos (JEPP), no
Colégio Dínamo, onde estudam.
O colégio já desenvolvia um traba-
lho educativo e a diretora Íria Souza
entrou em contato com o JEPP, atra-
vés do técnico do Sebrae Carlos Coin-
tero, que levou o projeto até à escola,
treinou os professores e ainda ajudou
a adaptá-lo para ser trabalhado com
as crianças da educação infantil.
O sucesso do projeto veio com a
criação da Lojinha de Artes de Eduar-
do e Caio. Os dois absorveram tanto o
aprendizado que pensaram em colocar
um negócio em sociedade, onde pudes-
sem ganhar dinheiro e conscientizar
EDUCAção EMPREENDEDoRA
Iniciação ao pequeno negócioDois meninos de sete anos criam Loja de Artes para vender desenhos e pinturas depois de orientações do projeto Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP)
24 REVISTA CONExãO
as pessoas dos cuidados com o meio ambiente. Nasceu então a Lojinha de Artes – os dois confeccionam desenhos e pinturas em papel ofício usando lápis de cor, caneta e tinta.
Os desenhos são colocados em duas mesas, de segunda a sexta-feira, de-pois das 17h, na porta da casa de Edu-ardo e, nos finais de semana, na casa do Caio. “Cada desenho custa R$ 1 e com o dinheiro nós compramos mais material”, explica o inquieto Eduardo, sempre sorridente e cheio de novas ideias. Uma delas tem a intenção de aumentar a venda dos desenhos.
“Tem outro amigo nosso que ajuda e desenha. Eduardo recebe o desenho dele e olha para saber se pode vender também”, explica Caio sobre o pro-cesso de avaliação da qualidade dos trabalhos que recebem de outros co-legas para vender na Lojinha. Os dois usam temas ligados à natureza nos desenhos como forma de conscienti-zar as pessoas sobre os cuidados que devem ter com a preservação de rios e matas.
O JEPP trouxe o espírito empre-endedor para a casa dos garotos e as mães não tiveram mais sossego. “Eles não param um segundo e tudo é motivo para novas criações. Quan-do abrem a lojinha deles, na porta da casa, atraem quem passa para com-
prar os desenhos”, comenta a mãe de Eduardo, a professora Luzineide Sou-za de Oliveira.
As duas mães são peças fundamen-tais no andamento do projeto dos fi-lhos e participam ativamente, ajudan-do na parte administrativa de compra dos produtos e até na avaliação dos desenhos. Elas aprovaram a adoção do projeto pela escola que ressaltou ainda mais o lado ativo dos filhos. “Te-mos uma loja de material de constru-ção e Caio, nos horários livres, está lá disposto a ajudar, curioso e querendo sempre fazer alguma coisa”, conta Sa-mara Santana, mãe do jovem.
Eduardo não para de falar de novas ideias, de como pode ampliar o negó-cio, de parcerias que pode ter com o sucesso da Lojinha e de como é fã de programas de TV que mostram casos de sucesso de empreendedores pelo país. “Nós criamos a Lojinha de Artes para ganhar um dinheiro e também para ajudar a natureza porque fala-mos para as pessoas cuidarem do ambiente que vivem”, enfatiza.
“A escola solicitou apoio para de-senvolver trabalhos sobre empreen-dedorismo e aí nós apresentamos a solução JEPP. Realizamos uma sensi-bilização para o corpo docente e dire-ção da escola e ficou claro o interesse em desenvolver esse trabalho, pois
fundamentava todos os professores para o desenvolvimento do empre-endedorismo no ensino formal”, es-clarece Cointero.
Foram repassados livros a professo-res e alunos para serem trabalhados durante o ano letivo, bem como foram dadas orientações para implantação das atividades no currículo escolar através da visita de consultores e pre-sença de analista para acompanha-mento. “Observamos que houve, em alguns alunos, mudanças de postura e entendimento tanto na parte de cooperação quanto na parte da pro-atividade. E esse é um dos reflexos da implantação da metodologia do JEPP, que estimula desde cedo a coopera-ção, a criatividade, o entendimento das relações de práticas e comércio, além das atividades empreendedo-ras”, conclui o técnico.
A diretora do Colégio Dínamo, Íria Souza, uniu forças com o Sebrae para implantação do projeto. “Tínhamos a ideia de trabalhar empreendedoris-mo, mas não sabíamos como. Foi aí que surgiu o Sebrae. Conversamos e mostramos o interesse de trazer esse trabalho para a escola. Fomos a Brasí-lia apresentar o projeto, conhecemos a proposta de perto e o Sebrae trouxe o treinamento para nossos professo-res de forma intensiva”, explica.
Jovens Empreendedores Primeiros Passos (JEPP)O JEPP tem o objetivo de disseminar a
cultura do empreendedorismo e estimu-
lar o comportamento empreendedor en-
tre crianças e adolescentes, incentivando
a prática e o protagonismo juvenil. Além
disso, o programa também trabalha o
tema plano de negócios. O JEPP, que favo-
rece o desenvolvimento da coletividade,
trabalha os temas: cultura da cooperação;
cultura da inovação; ecossustentabilida-
de; e ética e cidadania.
Professores de escolas públicas e pri-
vadas passam por capacitação e repasse
de metodologia, realizado pelo Sebrae, e
são habilitados para multiplicar junto aos
alunos a proposta do curso. O professor é
o facilitador do processo e estimula a au-
tonomia do aluno em relação ao conhe-
cimento empreendedor. As capacitações
acontecem em turmas de 15 a 30 educa-
dores, em seis dias, com carga horária que
varia de 4 a 8 horas. As escolas interessa-
das em participar do JEPP devem entrar
em contato com o Sebrae de sua cidade.
SEBRAE BAHIA 25
ENTREVISTA
“Vejo muita similaridade entre uma startup e um
cacto no deserto”
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26 REVISTA CONExãO
Entrevista Marcelo Toledo
O desafio das startups
As startups, cada vez mais, vêm des-pertando o interesse de quem pretende abrir um negócio. Qual seria o grande desafio dessas empresas?
O grande desafio é gerar receita. Ao responder isso, tenho
certeza que você vai falar: “Grande novidade! Mas isso é ob-
vio”. Você tem razão, mas nem por isso ela deixa de ser o
mais importante, e eu te garanto não priorizar este tema é
o erro mais cometido pelos empreendedores. Eu explico: a
partir do momento que você decide abrir uma startup, se-
rão tantos temas e atividades em que você se envolverá que
a coisa mais fácil do mundo será esquecer que o principal
objetivo será gerar o máximo de receita com o mínimo de
esforço possível. A maioria dos empreendedores se perdem
no processo de criação do produto, focam em construir o
estado da arte, sendo que deveriam a cada hora investida
calcular o ROI (retorno de investimento, sigla em inglês) e
priorizar as que têm retorno mais rápido ou imediato.
Quando pensamos nessas empresas, automaticamente associamos o tema à inovação e tecnologia, mas quais estratégias devem ser adotadas para consolidar o produto ou serviço no mercado?
Inovar não é a coisa mais importante do mundo,
principalmente no Brasil, que nem básico funciona
direito. Nosso mercado ainda é muito carente de ar-
roz e feijão e se você vier com caviar, pode ser que as
pessoas não gostem. É muito comum elas passarem
muito tempo desenvolvendo algo que ninguém quer
comprar. Me recordo de uma entrevista com o Jordan
Belfort, fonte de inspiração do filme “O Lobo de Walls-
treet”, onde perguntaram para ele como vender bem
uma caneta. Ele respondeu que a maioria das pesso-
as começam a vender as qualidades e vantagens da
Marcelo Toledo trabalha em startups de tecnolo-gia há mais de 14 anos. Em sua bagagem se somam a direção da Vex até sua venda para Oi, quando a internet sem fio ainda era uma tecnologia recente e de pouco alcance. Depois de sete anos, a empre-sa havia multiplicado seus hotspots (lugar onde é possível ter acesso à internet) ativos de 180 para 600 mil, em 57 países, e ampliado seu número de escritórios de um para 12, espalhados pelo mundo.
Toledo foi fundador e CEO de cinco startups de tecnologia, entre elas a Payleven, do grupo Rocket Internet. Hoje ele é CTO (Chief Technology Officer)
da Oi Internet. O especialista participou do Painel Startup, realizado em outubro, durante a Feira do Empreendedor 2013, no Centro de Convenções da Bahia, em Salvador.
A Revista Conexão entrevistou o autor do livro “Dono – Um caminho revolucionário para o suces-so da sua empresa”, que trouxe informações do mercado, deu dicas e instigou novos empreende-dores a mergulharem no mercado de tecnologia. Marcelo mantém o blog http://marcelotoledo.com, onde escreve regularmente sobre startups, empre-endedorismo e tecnologia.
SEBRAE BAHIA 27
caneta, mas a primeira coisa que você tem que fazer
é perguntar, perguntar, perguntar. Porque, se a pes-
soa não quiser uma caneta, você não vai insistir, você
vai para o próximo, porque nem você nem a pessoa
querem perder tempo. Os empreendedores ainda per-
dem muito tempo criando um produto que ninguém
quer comprar. Ganha quem descobrir como adaptar
o produto para conseguir efetuar mais vendas, o que
parece simples, mas a maioria das startups não con-
seguem e quebram.
Muitas startups estão surgindo para aproveitar o potencial do mercado de compras. Existe a possibilidade de um inchaço? Quais outros nichos se apre-sentam como promissores?
Olhando para o mercado de uma forma genérica,
acredito que ainda estamos muito longe desse incha-
ço, ainda existe muito produto ruim fazendo sucesso,
muitos produtos e serviços que sentimos falta e mui-
tas coisas que podem melhorar. O nicho promissor é
aquele que você conhece como ninguém e saberá fa-
zer a diferença.
No contexto atual, de que forma as startups podem se desenvolver com competitividade e valor agregado?
Eu vejo muita similaridade entre uma startup e um
cacto no deserto. A gente olha para um monte de areia
no meio do nada e acha que nada aconteceria por ali.
Vem o cacto e desafia tudo que a gente acreditava,
nasce e se desenvolve com muita força. Como isso é
possível? A primeira barreira de uma startup é nas-
cer em um ambiente extremamente hostil. Conseguir
passar por isso é o primeiro desafio, depois sobreviver
para conseguir crescer e se fortalecer com bases fir-
mes. Eu estaria mentindo se tivesse uma fórmula má-
gica, ninguém tem, esse é o desafio para quem quiser
empreender. Não será fácil, mas possivelmente será a
coisa mais emocionante da sua vida.
Como ser inovador com poucos recursos?
As pessoas precisam parar de achar que para criar
algo é necessário muitos recursos. Não é! E quanto
mais você pensar assim, mais tempo estará perden-
do e outras pessoas estarão passando na sua frente.
Esse é o típico pensamento de que não sairá do lugar.
As empresas da nova economia foram construídas em
uma garagem, por poucas pessoas e poucos recursos,
do Facebook, Instagram ao WhatsApp. Hoje eles são
uns monstros de grande, porque como tudo na vida
as coisas têm uma sequência natural para acontece-
rem. Às vezes, elas até evoluem rápido, vide o valor de
venda do WhatsApp em tão pouco tempo. Mas tenha
certeza, no primeiro passo dado não existiam recur-
sos, depois das primeiras entregas os recursos natu-
ralmente aparecem (se você estiver no caminho corre-
to). Se a sua ideia só pode ser viabilizada com muitos
recursos, sinto lhe dizer, ela não é boa.
As trajetórias de sucesso são como uma injeção de ânimo para quem quer adentrar nesse universo. Quais dicas você daria para quem quer se tornar um empresário de sucesso?
A primeira dica é: pare de olhar os casos de sucesso.
Isso é como ganhar na loteria e você não deve contar
com isso. Olhe para quem deu errado e aprenda com
eles para que você não tenha que passar por isso. A
segunda é: pare de acreditar que existe um caminho
mais curto ou uma fórmula mágica, não existe. A ter-
ceira é: o processo de empreender é tão longo e difícil,
que pensará por diversas vezes em desistir. A maioria
desiste. A única maneira de você conseguir manter a
sua disciplina, persistência e espírito brasileiro de não
desistir nunca é fazer o que se ama. Não cometa o
erro de iniciar um empreendimento pensando em di-
nheiro. Pense em fazer algo que lhe fará acordar mais
cedo do que todo mundo, porque a sua startup é emo-
cionante demais para perder tempo dormindo.
28 REVISTA CONExãO
A maioria dos empreendedores é to-mada por ideias mirabolantes e não tem a dimensão do que é possível fazer. Como transformar sonhos em objetivos concretos?
Essa mentalidade faz parte do processo de aprendi-zado dessas pessoas, pois nem todo mundo está pron-to para tocar uma startup. A minha sugestão é que as pessoas se preparem de verdade, leiam livros, blogs e busquem conselheiros, pessoas mais experientes que possam contribuir com críticas construtivas. É papel do empreendedor encurtar esse tempo de aprendiza-do para o quanto antes estar preparado para enfren-tar os problemas que uma startup traz.
Como você avalia o ambiente de ne-gócios no Brasil hoje? Estamos em um momento propício para investimentos?
Eu acho que é sempre um bom momento para abrir uma empresa, você precisa se diferenciar dos demais, e se você for realmente bom não sofrerá tanto em meio a uma crise. Infelizmente, os investidores que aportam capital em startups estão escondidos em al-gum lugar e estão tão escondidos, tão escondidos, que está difícil entrar. É uma pena, pois o investimento de risco é a coluna vertebral das startups, o mercado está ansioso pela melhora deste quesito.
Quais as vantagens de se trabalhar numa pequena empresa? E o que uma micro ou pequena pode oferecer para se tornar mais atraente?
Quando surge um ponto de decisão, é lindo ver como a empresa pequena se comporta, rapidamen-te mobiliza as poucas pessoas necessárias, avalia-se prós e contras e rapidamente uma decisão é tomada. Numa empresa grande e burocrática são muitas pes-soas, muitos níveis de aprovação, muitas regras sem
sentido. O pequeno é quem cria a nova economia e tem mudado o mundo, e é isto o que jovens têm pro-curado, digo os jovens, pois eles são o nosso futuro, eles não querem mais trabalhar em empresas que não têm a mente aberta e questionam os processos para sempre torná-los melhores. São coisas simples, como usar bermuda no trabalho ou extinguir a gravata, afi-nal a única coisa que importa é o resultado.
“As empresas da nova economia foram construídas em uma garagem, por poucas pessoas e poucos recursos, do Facebook, Instagram ao WhatsApp”
SEBRAE BAHIA 29
ECoNoMIACRIATIVA
O empresário Eduardo Ayrosa, junto com seu sócio Beto Neves, adotou métodos de gerenciamento como estratégia para competir
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Em meados dos anos 90, quando compu-
tador com recursos multimídia ainda não
era popular no Brasil e o mercado fonográ-
fico nacional resistia à ideia de trocar seus
obsoletos equipamentos analógicos por
aparelhos de gravação e mixagem digitais,
Eduardo Ayrosa já convencia o amigo Beto
Neves a apostar na novidade. O Estúdio
Base nascia em 1996, da expertise de
Beto como músico (hoje engenheiro de
som) e do Eduardo, um autodidata em
música e tecnologia (formado em Direito
e professor do curso de Comunicação),
em um pequeno quarto nos fundos da
casa desse. “Em 1998, alugamos o pri-
meiro espaço, que era uma sala dentro
de uma casa, onde ficamos até 2005,
quando, então, viemos para esse espaço”,
relembra Eduardo, referindo-se ao ende-
reço atual, no bairro da Federação.
“Largando na frente” da maioria dos
grandes estúdios, Eduardo e Beto utili-
zavam os aparatos digitais disponíveis
no período e produziam desde áudio
publicitário até sonoras de peças tea-
trais, trabalhos que renderam maturi-
dade e caixa aos jovens para continu-
arem investindo em equipamentos e
novas tecnologias. “Não foi fácil, pensa-
mos em desistir algumas vezes, porque
sempre mirávamos em um padrão de
qualidade que ainda não tinha sido fei-
to, uma visão mundial mesmo.”
Com excelente performance na par-
te técnica do trabalho, os sócios do Es-
túdio Base começaram a sentir falta de
métodos de gerenciamento empresarial
para continuar “respirando” no mercado.
“Existia um CNPJ, um nome, uma mar-
ca, mas a estrutura empresarial era eu
na planilha de Excel. Percebi que se eu
quisesse crescer ia precisar mudar isso.”
A base do som Estúdio Base nasceu em 1996 e traz em sua lista de trabalhos edição sonora e mixagem em películas de filmes como “Capitães da Areia” e “Bahêa Minha Vida”
30 REVISTA CONExãO
Em 2011, Eduardo buscou o Sebrae e
foi orientado a iniciar a solução Sebrae
Mais, começando por novos processos
de planejamento estratégico e controle
financeiro e criação de centro de custo.
“Lembro que, depois dos cursos, eu co-
mecei a, finalmente, entender os itens
que vinham no balanço que o contador
enviava periodicamente”, conta Eduardo
rindo. As planilhas deram lugar a um
software que garantia maior controle so-
bre o caixa da empresa.
O aprimoramento da equipe e o me-
lhor aproveitamento do espaço interno
da casa foram outras consequências po-
sitivas listadas pelo empresário. “No Es-
túdio D, passamos a realizar os trabalhos
de pós-produção de áudio para cinema e
também o e-mix, que é a mixagem de
música a distância, enviada e acompa-
nhada pelo artista via internet. No Estú-
dio A fica a nossa nova sala analógica”,
diz ele, ressaltando que, esse ano, no es-
paço, foram elaboradas as mixagens dos
DVDs “Axemusic”, de Cláudia Leitte, e o
“Saulo ao Vivo”, de Saulo Fernandes.
Diante de resultados, em 2013, os
sócios contrataram a Consultoria In
Company do Sebrae para acompanhar
os processos e realizar um diagnóstico
direcionado sobre a gestão do empreen-
dimento. As orientações recebidas nas
capacitações vieram a somar para que
a empresa gerenciasse melhor os pro-
jetos e, até mesmo, compreendessem o
que seria necessário para alcançar uma
nova fatia do mercado nacional. “Esta-
mos, cada vez mais, atendendo a mer-
cado que não é mais Salvador, o que é
bom, mas demanda investimento.”
No portfólio de atuações, a Estúdio
Base tem ainda edição sonora e mixagem
em películas, como o curta-metragem “O
Corneteiro Lopes”, dirigido por Lázaro
Faria e com o relato de um episódio da
Batalha de Pirajá, pela independência do
Brasil; o documentário “Filhos do João”,
do Henrique Dantas, que conta a história
do grupo Novos Baianos; e os filmes “Ca-
pitães da Areia” e “Bahêa Minha Vida”.
“Esse ano, fizemos a pós-produção do fil-
me “Revoada”, de José Umberto Dias, as
dublagens para “Faroeste Caboclo” (René
Sampaio), “O Último Cine Drive-In” (Iberê
Carvalho) e para o comercial da Coca-
-cola com a Seleção Brasileira de Futebol
de Cegos, acrescenta.
Eduardo garante que continua con-
tando com o Sebrae para realizar pro-
jetos ainda mais audaciosos, como a
nova Unidade Móvel, um sistema de
alta tecnologia para gravação, mixa-
gem e transmissão ao vivo de shows e
eventos, que está em implantação e é
fruto de parcerias recentes, que deram
origem a uma segunda empresa.
O produtor de áudio Alex Reis e o técnico de áudio Eduardo Roman são funcionários que integram a equipe do Estúdio Base
Consultoria In Company
Ministrada dentro da empresa contratante, a so-
lução visa criar um programa de gestão qualifica-
da na empresa. “Normalmente, o empresário busca
uma consultoria customizada para um problema
específico do seu negócio”, explica a coordenadora
da Regional Metropolitana do Sebrae Bahia, Ma-
dalena Seixas. Após um atendimento especializa-
do, para compreensão acerca do modelo gerencial
aplicado na empresa, um consultor é designado a
visitar o negócio e, a partir daí, aprofundar o diag-
nóstico e construir o plano de atuação, apontando
as soluções recomendadas para a situação in loco.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone
(71) 3320-4468/4469 ou pela Central de Relaciona-
mento (0800 570 0800) ou, ainda, em um dos pontos
de atendimento do Sebrae.
Sebrae Mais
A solução é voltada para pequenas empre-
sas em estágio avançado de crescimento e que
precisam de orientações para aplicação ime-
diata. O programa é composto por conjunto de
soluções que são aplicadas conforme as necessidades da empresa,
com diversas modalidades (consultoria individualizada por empre-
sa, workshops, capacitação, palestras e encontros) em temas como
Plano de Marketing Avançado, Gestão Financeira e Empretec.
Além da oportunidade de implantar modelos avançados de gestão
empresarial, o participante pode ampliar a rede de contatos, implan-
tar estratégias para estimular a inovação na sua empresa, analisar os
aspectos fundamentais da gestão financeira e melhorar o processo de
tomada de decisões gerenciais.
Para outras informações, basta procurar um dos pontos de atendi-
mento do Sebrae, ligar para a Central de Relacionamento (0800 570
0800) ou, ainda, acessar o site www.sebraemais.com.br
SEBRAE BAHIA 31
INDúSTRIA
Maria Luiza Cerqueira e Eduardo de Sá estão à frente da empresa fundada pelo pai, Sudário Martins, há 44 anos
Equipe especializada na fabricação e instalação de telas, cercas e alambra-dos, soluções personalizadas e eficiente pós-venda são algumas das qualida-des empresariais que contribuem para a indústria Belgo Cercas & Cia Arami-ta permanecer no mercado baiano há 44 anos. Fundada por Sudário Mar-
tins da Costa, a empresa tem hoje a
participação de dois dos seus quatro
filhos: Maria Luiza Cerqueira, na ad-
ministração financeira, e Eduardo de
Sá, na área comercial e de expansão.
Com unidade industrial estabeleci-
da no bairro de Campinas de Pirajá,
em Salvador, a empresa conta ainda
com showroom em Lauro de Freitas
e Feira de Santana.
Desde o ingresso na primeira edi-
ção do Projeto de Adensamento da
Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e
Energia, Convênio Petrobras-Sebrae,
em 2004, e na RedePetro Bahia, cria-
da dois anos depois, a empresa pôde
amadurecer a gestão eficiente e
melhorar os processos internos por
meio de soluções ligadas a planeja-
Foto
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a
Gestão eficienteCom quatro décadas de história, a indústria Belgo Cercas & Cia Aramita tem em sua cartela de clientes empresas como a Petrobras, Odebrecht, OAS, Braskem e Arena Fonte Nova
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mento e finanças. “Não éramos tão profissionais antes do Projeto, não tínhamos um programa de quali-dade, nem processos padronizados. Hoje, temos certificação dentro do nosso setor, como também a licença ambiental”, afirma Maria Luiza.
O Projeto de Adensamento foi fundamental para a Aramita con-quistar o mercado exterior em 2007. A empresária lembra que, um ano antes, recebeu o contato de uma empresa de Angola, no ramo de construção civil, interessada em adquirir telas e cercas. “Nós nunca tínhamos feito exportação. Um con-sultor do Sebrae, especializado em negócio exterior, nos orientou para viabilizar uma proposta vantajosa
para ambas as empresas”, conta Maria Luiza. Uma segunda remessa de itens foi enviada novamente em 2013, por demanda da mesma em-presa. Apesar das exigências legais para todo trâmite, incluindo certi-ficações, formulários e inspeções, o sócio Eduardo de Sá garante que a transação foi vantajosa.
O sucesso, inclusive, animou os demais empresários do Projeto, que conversavam com os sócios duran-te as edições do Café com Energia, iniciativa integrante do Projeto, e viam a exportação como uma nova oportunidade.
Somado ao network entre par-ticipantes, o Café cria também o conhecimento acerca das deman-
das de empresas âncoras do setor, o que, para a sócia, “abre portas ao empreendimento. No caso do nos-so produto, que envolve um mix de clientes, isso é positivo e, às vezes, os próprios participantes do Projeto viraram nossos clientes”.
Os sócios da Aramita estiveram em eventos de médio e grande por-tes do setor de gás e petróleo, em cidades como Recife, Aracaju e Rio de Janeiro. “Na Feira Rio Oil & Gas, um dos mais importantes eventos do setor, lembro que o Sebrae fa-zia o trabalho de rodada de negó-cios e alinhava o que as empresas baianas tinham para ofertar”, con-ta Maria Luiza sobre a presença em três edições da feira.
A empresa, que hoje conta com 100 colaboradores, faz parte do Projeto de Adensamento da Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia, Convênio Petrobras--Sebrae, e da RedePetro Bahia
SEBRAE BAHIA 33
Grandes clientes
A Aramita tem, em sua extensa
cartela de clientes, gigantes de dife-
rentes segmentos, como a Petrobras,
Odebrecht, OAS e Braskem, e respon-
de por todo o fornecimento e insta-
lação dos cercamentos externos,
internos e portões da Arena Fonte
Nova (projeto vencido no pregão ele-
trônico). O êxito nesse trabalho co-
laborou para que fosse fechada uma
negociação direta entre a empresa e
o Consórcio CCR do Metrô de Salva-
dor para fornecimento e instalação
do cercamento e portões de todas as
estações metroviárias, com início de
montagem previsto para abril. “Es-
ses feitos contam com a parceria do
Sebrae, que tem trazido muitos fru-
tos, negócios e novas oportunidades
de contato com o mercado”, conclui
Maria Luiza. A empresa conta com
a consultoria do Programa Sebrae
Mais, na fase de diagnóstico da ges-
tão financeira, para garantir mais
décadas de sucesso nos negócios.
A equipe reúne 100 colaboradores,
que passam por processos de recicla-
gem voltados para área de atuação.
Eduardo explica que, todo mês, a
equipe de vendas recebe treinamen-
tos e abordagens voltadas para o se-
tor, com intenção de qualificar a atu-
ação. “Normalmente, são dinâmicas
feitas fora da empresa que motivam
e dão confiança aos colaboradores,
que percebem, de fato, o investimen-
to que fazemos neles”, explica o sócio
Eduardo. Já os operários, da área de
produção, recebem palestras a cada
dois meses sobre temas como uso de
EPI, segurança no trabalho, ginástica
laboral e motivação.
RedePetro Bahia
A RedePetro Bahia foi criada em
maio de 2006, através de uma con-
sultoria de suporte para formação
de redes de cooperação do Sebrae,
e conta hoje com 50 empresas da
cadeia produtiva de petróleo e gás.
Dentre as principais vantagens
em fazer parte da Rede, estão a vi-
sibilidade no cadastro online, aces-
sado pelos setores de compras das
principais empresas âncoras; custo
reduzido para participar do Progra-
ma de Certificação em Sistema de
Gestão Integrada; participação em
missões empresariais e feiras com
menor valor de investimento; aces-
so exclusivo a banco de currículos
e participação gratuita no Café em
Rede; e encontro mensal com líde-
res do setor petroleiro nacional.
Os interessados em participar da
RedePetro Bahia podem preencher
o formulário de cadastramento no
site (www.redepetrobahia.org.br),
que será analisado e, após aprova-
ção, será enviado um comunicado
para apresentação de documentos
e pagamento da taxa de adesão.
Cadeia Produtiva de Petróleo, Gás e Energia
Em sua segunda fase, o Convênio
Petrobras-Sebrae 2012-2014 per-
manece com o propósito de inse-
rir as micro e pequenas empresas
baianas como fornecedoras diretas
e indiretas de empresas âncoras do
setor. Para isso, são desenvolvidas
ações de qualificação gerencial,
técnica, de pessoas, inovação, au-
mento de visibilidade e implemen-
tação de ferramentas de acesso a
mercado. Para outras informações,
os interessados podem entrar em
contato por e-mail (projeto.petro-
[email protected]) ou telefone:
(71) 3320-4376.
A indústria Belgo Cercas & Cia Aramita conta com a consultoria do Programa Sebrae Mais
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MICRoEMPREENDEDoR INDIVIDUAL
Qualquer semelhança não é mera coin-cidência. É estratégia de marketing de um negócio bem-sucedido. Quando o microempreendedor individual (MEI) Emerson Marques, de Ilhéus, no sul da Bahia, assume o papel de Sílvio Santos cover, torna-se uma sensação para quem o assiste pelo seu talento e qualidade da imitação.
No histórico de suas apresentações estão shows em diversas partes do Brasil, participações em convenções
de grandes grupos empresariais, ani-versários, festas de despedida de sol-teiros e comerciais de televisão em São Paulo. Emerson chega a fazer 15 shows por mês, agenda de pop star da televisão brasileira.
Recentemente ficou emociona-do ao retornar a um luxuoso resort da região, onde já trabalhou como auxiliar de lavanderia, para subir ao palco como atração principal da convenção nacional de um grande
banco. Após o show, foi levado ao presidente da instituição financeira para um cumprimento e, claro, rece-ber elogios pela performance. Mais uma vez não perdeu a oportunidade de encarnar o personagem. “Elogiei o banco dele e perguntei onde errei no meu (o Panamericano)”, brincou.
O reconhecimento dos contratan-tes já chegou ao ponto extremo de o Sílvio Santos cover fazer, de verdade, o que o Sílvio Santos original já tornou
Emerson Marques se formalizou como MEI em 2013
Foto
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Quem quer dinheiro? Microempreendedor individual é cover de Silvio Santos em shows de humor no sul da Bahia
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marca em seus programas de televi-são. O fato aconteceu em Salvador. Contratado pelo dono de uma loja de confecções, ele achou a performance tão genial que chamou Emerson no escritório, separou 5 mil reais de ver-dade e disse: “Hoje você vai fazer avi-õezinhos e jogar dinheiro de hora em hora para os clientes”. “A loja bombou nas vendas”, disse Emerson.
Sempre em busca de novidades para o personagem que já lhe rendeu uma casa, carro, moto e até um terre-no, Emerson Marques não para de ter novas ideias. O novo desafio é fazer com que SS cover faça também algu-mas coisas que o SS original não faz. “Quero colocar o personagem para fa-zer um programa de receitas. Imagina Sílvio ensinando a cozinhar?”.
Para estar atualizado sobre as no-tícias do “patrão”, assiste programas e lê revistas diariamente. “Agora mesmo, o assunto é o fato de que vou ser avô. Meu neto foi feito em Miami. É filho de um deputado. Essa minha filha é danada”, brinca o co-ver com a gravidez de Patrícia Abra-vanel, filha do original Sílvio Santos.
Ao lembrar do começo da car-reira, o empreendedor destaca que “não foi assim, como num passe de mágica, que tudo começou”. Há sete anos, quando deixou o sul da Bahia e foi tentar a sorte em São Paulo, fazia locuções em porta de lojas po-pulares e chegou a uma conclusão: ganhava pouco e trabalhava muito mais que os colegas, principalmente aqueles que apostavam na imitação de pessoas conhecidas para chamar mais a atenção do consumidor.
Resultado: foi para casa e come-çou a zapear o aparelho de televisão em busca de alguém para imitar.
“Tinha que encontrar um caminho e melhorar o meu ganho. Quando passei pelo canal do SBT e vi Sílvio, pensei: é esse. É popular, atinge a todas as classes. Crianças, jovens, adultos e idosos o adoram”, lembra. Foi apostando no carisma do “Ho-mem do Baú” que o empreendedor garante, hoje, ter encontrado o ca-minho para o sucesso.
Em busca da perfeição na imitação, Emerson não perdia tempo. Apro-veitava as longas viagens de ônibus e metrô entre sua casa e o local de trabalho para ir ouvindo gravações do apresentador. Em casa, nas ho-ras de descanso, insistia em assistir gravações do Sílvio Santos original para memorizar trejeitos e compor-tamento no palco. Um dia, depois de muito treino no espelho de casa, ele tomou coragem e se apresentou em público pela primeira vez. “Foi numa feira de carros. Na semana seguinte o contratante me disse que queria que eu mantivesse o personagem e deixasse de lado a locução comum.”
O Sílvio Santos cover viu, com o passar do tempo, a procura por seu trabalho ir aumentando. Primeiro em feiras de carros e em porta de lojas de confecção populares. Mas logo vieram grandes marcas e importantes empre-sas e ele começou a sentir a necessi-dade de regularizar sua atividade.
Ano passado, procurou o Balcão do Empreendedor em Ilhéus e se tornou um microempreendedor individual. Foi a partir daí que Emerson profissio-nalizou o seu trabalho. “A orientação do Balcão do Empreendedor foi im-portante para que eu assegurasse al-guns direitos trabalhistas como INSS, seguro saúde, aposentadoria por inva-lidez, além de facilidade de obtenção
de crédito”, pontua. “Essa é a grande contribuição que a Lei Geral pode dar às pessoas: oportunidade com direi-tos adquiridos”, destaca o gestor do projeto Território da Cidadania Litoral Sul, José Carlos Oliveira, um dos res-ponsáveis pela implementação da Lei Geral no sul da Bahia.
O sonho de Emerson é conhecer pessoalmente o homem que lhe inspirou – e que mudou a sua vida. Enquanto isso não acontece, ele tra-balha para não perder o rumo do personagem e, quem sabe, ampliar ainda mais o leque de opções das suas imitações.
Soluções SEI
Para aprender mais e melhorar seu negócio em oficinas gratuitas, com três horas de duração, presen-ciais ou pela internet, é só escolher o pacote de soluções Sebrae Empre-endedor Individual (SEI). Na oficina SEI Vender, entenda como é com-posto de marketing (produto, preço, promoção e ponto de venda); em SEI Controlar meu dinheiro, desenvolva habilidades de gerenciamento e con-trole financeiro; SEI Comprar ajuda a adquirir o que precisa com menor preço e melhor prazo de pagamento; a oficina SEI Empreender torna seu negócio mais competitivo e atuan-te no mercado; SEI Unir forças para melhorar ensina como empreender coletivamente e a importância da co-operação; e em SEI Planejar o empre-endedor conhece as ferramentas de planejamento para aumentar com-petitividade de modo sustentável
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EMPREENDEDoRISMo
O ritual do pescador de Arembepe, Erotildes Souza, apelidado de “Vio-lão”, em meados dos anos 60, era levar o peixe fresco para a esposa Claldemira Souza, a “Coló”, transfor-mar na moqueca que, segundo os de-gustadores, “satisfaz até o desejo da alma”. Assim nascia o Restaurante da Coló, incentivado por clientes como Carlos Petrovich, ex-diretor do Teatro Castro Alves, oferecendo pratos da autêntica culinária baia-na, com vista para o mar. Em 1975,
o empreendimento passou a ser co-mandado pela filha Edely Souza e as netas Ana Vitória e Ana Carolina. Iguarias típicas, como moquecas de peixe, camarão e lagosta, e marisca-das, acompanhadas de bebidas au-tênticas, vão descritas no cardápio.
As empreendedoras seguem à fren-te do negócio até hoje, contando com “a forte ajuda do Sebrae”, como Ana Vitória faz questão de frisar. Ela con-tabiliza uma lista extensa de capaci-tações feitas na entidade, como Em-
pretec, Treinamento Gerencial Básico e curso de qualidade no atendimento. “Nosso pensamento é incrementar o restaurante para deixá-lo bonito o ano todo e oferecer o melhor atendi-mento para nossos clientes”, justifica Ana a razão de tanto investimento em soluções empresariais. Em perío-dos de alta estação, como durante o Carnaval, o percentual de faturamen-to do restaurante chega a aumentar em mais de 50% e, praticamente, dobra-se o número de colaboradores.
Culinária artesanal
Foto
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Edely e sua filha, Ana Vitória, apresentam o principal prato da casa
SEBRAE BAHIA 37
Sebrae perto de vocêO Sebrae Bahia possui 31 Pontos de Atendimento, distribuídos em 10 Unidades Regionais, oferecendo aos empresários das micro e pequenas empresas informação, orientação, capacitação, apoio e soluções através de consultoria em gestão, acesso ao crédito e ao mercado, tecnologia e inovação.
O Ponto de Atendimento do Sebrae em Feira de Santana funciona de segunda e sexta-feira, das 9h às 17h, sem intervalo para almoço
Pontos de Atendimento na Bahia
Unidade Regional 01 – Salvador / MercêsCentro de Atendimento ao EmpreendedorAv. Sete de Setembro, 261 – Mercês. CEP 40060-000. Tel.: (71) 3320-4526
Salvador / Boca do Rio - SAC EmpresarialAv. Otávio Mangabeira, 6929, Multishop – Boca do Rio. CEP 41706-690. Tel.: (71) 3281-4154
Salvador / ItapagipeRua Direta do Uruguai, 753, Bahia OutletCenter, Lojas 134/135 – Uruguai. CEP 40454-260. Tel.: (71) 3312-0151
Salvador / LiberdadeEstrada da Liberdade, 26, Lojas 13 e 26 – Liberdade. CEP 40375-016. Tel.: (71) 3241-8126
AlagoinhasRua Rodrigues Lima, 126-A – Centro. CEP 48010-040. Tel.: (75) 3422-1888
CamaçariRua do Migrante, s/nº – Centro. CEDAP – Casa do Trabalho. CEP 42800-000. Tel.: (71) 3622-7332
Lauro de FreitasLot. Varandas Tropicais, nº 279, Q. 3,Lote 16, Rua A, Galpão 01 – Pitangueiras. CEP 42700-000. Tel.: (71) 3378-9836
Unidade Regional 02 – BarreirasAv. Benedita Silveira, 132, Ed. Portinari, Térreo – Centro. CEP 47804-000. Tels.: (77) 3611-3013/4574
Unidade Regional 03 – Feira de SantanaRua Barão do Rio Branco, 1225 – Centro. CEP 44149-999. Tel.: (75) 3221-2153
Euclides da CunhaRua Oliveira Brito, 404 – Centro. CEP 48500-000. Tel.: (75) 3271-2010
IpiráPraça Roberto Cintra, 400-A – Centro. CEP 44600-000. Tel.: (75) 3254-1239
ItaberabaRua Rubens Ribeiro, 253,Ed. Tropical Center, Salas 22/23 – Centro. CEP 46880-000. Tel.: (75) 3251-1023
Unidade Regional 04 – IlhéusPraça José Marcelino, 100, Térreo – Centro. CEP 45653-030. Tel.: (73) 3634-4068
ItabunaRua Paulino Vieira, 175, Ed. Lizete Mendonça – Centro. CEP 45600-171. Tel.: (73) 3613-9734
Unidade Regional 05 – JacobinaRua Senador Pedro Lago, 100, Salas 01 e 02 – Centro. CEP 44700-000. Tel.: (74) 3621-4342
Senhor do BonfimRua Benjamin Constant, 12 – Centro. CEP 48970-000. Tel.: (74) 3541-3046
Unidade Regional 06 – JuazeiroPraça Dr. José Inácio da Silva, 15 – Centro. CEP 48903-430. Tel.: (74) 3612-0827
Paulo AfonsoRua Amâncio Pereira, 60 – Centro. CEP 48602-110. Tel.: (75) 3281-4333
Unidade Regional 07 – Santo Antônio de JesusAv. Governador Roberto Santos, 31 – Centro. CEP 44572-000. Tel.: (75) 3631-3949
ValençaRua Barão de Jequiriçá, 297, Galeria Central – Centro. CEP 45400-000. Tel.: (75) 3641-3293
Unidade Regional 08 – IrecêRua Coronel Terêncio Dourado, 161 – Centro. CEP 44900-000. Tel.: (74) 3641-4206
SeabraRua Horácio de Matos, 25, Salas 01/02 – Centro. CEP 46900-000. Tel.: (75) 3331-2368
Unidade Regional 09 – Teixeira de FreitasAv. Presidente Getúlio Vargas, 3986 – Centro. CEP 45995-002.Tels.: (73) 3291-4333/4777
EunápolisRua 5 de Novembro, 66, Térreo – Centro. CEP 45820-041. Tel.: (73) 3281-1782
Porto SeguroPraça ACM, 55 – Centro. CEP 45810-000. Tel.: (73) 3288-1564
Unidade Regional 10 - Vitória da ConquistaRua Coronel Gugé, 221 – Centro. CEP 45000-510. Tel.: (77) 3424-1600
BrumadoRua Marechal Deodoro da Fonseca, 89, Térreo – Centro. CEP 46100-000. Tels.: (77) 3441-3699/3543
GuanambiAv. Barão do Rio Branco, 292 – Centro. CEP 46430-000. Tel.: (77) 3451-4557
IpiaúPraça João Carlos Hohllenwerger, 39 – Centro. CEP 45570-000. Tels.: (73) 3531-6849/5696
ItapetingaAv. Itarantim, 178 – Centro. CEP 45700-000. Tel.: (77) 3261-3509
JequiéRua Felix Gaspar, 20 – Centro. CEP 45200-350. Tels.: (73) 3525-3552/3553
Central de Relacionamento 0800 570 0800 Segunda a sexta-feira das 8h às 20h
Sede do Sebrae BahiaR. Horácio César, 64, Dois de Julho Salvador – Bahia. CEP: 40060-350. Tel. (71) 3320.4301.
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