revista dataprev resultados ano5 n10 web-1

ESPECIALDATAPREV40 ANOS

TENDNCIAS E NOVAS TECNOLOGIAS PARA APLICAES SOCIAIS

Revista Dataprev Ano 5 N 10

40 anos: conquistas, desafios e perspectivas

40 ANOSDE ORGULHO

Dizem que a vida comea aos 40. Para a

Dataprev, este momento de consolidao das

conquistas e de planejamento para seguir os

prximos anos evoluindo e trabalhando, cada

vez mais, para tornar o Brasil uma sociedade

com oportunidades para tod@s.

Dataprev.Tecnologia a servio

da cidadania.

anos

Revista Dataprev Resultados 5

54Nova sedeTecnologia e bem-estar40Big DataQualidade na quantidade32

34ModernizaoUma alavanca paraa gesto dos servios

Dados abertosA inteligncia coletiva em ao

20

22

Novos projetosInovao nas fbricas de software

Mais capacidadeOs novos data centers

SUMRIOESPECIAL 40 ANOS

40 ANOS: O FUTURO

40 ANOS: RESULTADOS 2014

7 12131415

Editorial 40 anosMesma misso, novos desafios

16

36

46 48 50

39

47 49 52

DesenvolvimentoUnidades promovemnovo padro de atendimento

A Internet das CoisasE uma onda de aplicaes sociais

InvestimentosExecuo tem novo recorde

Portal CNISSIBEProcesso nico para solicitar benefcios

Responsabilidade socioambientalCombater as desigualdades

MobilidadeServios da Previdncia no celular

DesempenhoPublicaes especializadasdestacam atuao da empresa

MigraoMainframe desligado em So Paulo

Nova identidadeA marca da mudana

24 Linha do tempoQuatro dcadas de compromisso com a sociedade19 Receita FederalAes buscam simplificar processos18 Ministriodo Trabalho e Emprego

Parceria de excelncia

17 INSSNovo salto de qualidade na PrevidnciaFinanasGesto financeira afinada e precisa

PessoasPoltica de valorizao dos empregados

Infraestrutura de TICUm ciclo completo de renovao

Revista Dataprev Resultados6


eDitoRiala Dataprev celebra seus 40 anos renovada: novos centros de processamento, equipamentos atualizados, processos e ferramentas de gesto aprimorados, uma sede totalmente reformada e uma nova marca. todas essas transformaes foram possveis com a colaborao de seus empregados e vieram garantir a consolidao de seu principal papel, oferecer tecnologia para aprimorar as polticas sociais.

ao longo dessa trajetria, a Dataprev reverteu um quadro de endividamento e de quase privatizao para se tornar uma empresa fornecedora de solues no s para a Previdncia Social, como para vrias outras entidades do governo federal.

Seu foco agora aprofundar os investimentos nos processos de trabalho e nas tecnologias de produo para dar conta do aumento constante de demandas. as inicia-tivas na infraestrutura de tiC buscam assegurar uma alta disponibilidade de sistemas e agilidade para responder presso dos clientes e da sociedade por tempos cada vez menores de entrega de resultados.

Nesta edio especial da Revista Dataprev Resultados, apresentamos alguns desses desafios. tambm convi-damos especialistas e formuladores de polticas para apontar tendncias na aplicao da tecnologia da infor-mao na rea social, como internet das Coisas, Big Data e Dados abertos.

Democracia e tecnologia tm uma dinmica acelerada de transformaes. os resultados de 2014, quando a empresa recebeu vrias premiaes de publicaes especializadas, mostram que a Dataprev investiu e se preparou para acom-panhar o ritmo das mudanas e das necessidades do pas. Por exemplo, com o projeto que pretende levar para a internet todos os servios hoje disponveis nas agncias da Previdncia Social.

Nosso objetivo evoluir sempre e ajudar a avanar, com a contribuio de seus parceiros, as conquistas sociais. Na direo da igualdade e da cidadania.

Boa leitura.

Rodrigo Assumpo Presidente

Revista Dataprev Resultados8 Revista Dataprev Resultados 9

40 ANOS ESPECIAL

anos

40 ANOSDE DEDICAO

H 40 anos, a Dataprev est presente na vida

de milhes de pessoas. Os servios

desenvolvidos pela empresa e oferecidos

pelos seus clientes sociedade garantem o

pleno exerccio da cidadania no Brasil. Tudo

isso resultado da dedicao de

empregad@s que escreveram e continuam

escrevendo uma histria de sucesso.


da cidadania.


especial 40 anos


A Dataprev foi criada em 4 de novembro de 1974, para atender Previdncia Social. Em 40 anos, atravessou a chegada da microinformtica, da interface grfica dos programas, da internet, do telefone celular. Viu o fim da ditadura militar, a campanha por eleies diretas e a retomada do regime democrtico. Chegou at aqui porque conseguiu superar desafios cruciais. Entre eles, a migrao para plataforma baixa dos sistemas legados, a modernizao de seu processo de desenvolvimento e da infraestrutura tecnolgica dos seus data centers, e a recuperao da credibilidade financeira e administrativa.

Hoje, a Dataprev uma empresa com vocao consolidada para atender sociedade brasileira. Oferece solues de tecnologia da informao e comunicao para apoiar, aperfeioar e ajudar a expandir direitos, polticas e programas sociais. o que testemunham, nesta Revista Dataprev Resultados Especial 40 Anos, gestores, clientes e equipes envolvidas nos projetos da empresa, dentro das Unidades de Desenvolvimento, nos Centros de Processamento ou no suporte administrativo, logstico e financeiro de suas operaes. Concludo em 2014 um longo ciclo de modernizao, o momento, agora, de avanar.


MeSMa MiSSo, NovoS DeSaFioS

a Dataprev completou 40 anos no dia 4 de novembro com uma carteira diversificada de servios e clientes, equilibrada finan-ceiramente, equipada com uma infraestru-tura logstica e de ti moderna, alinhada a processos consistentes de planejamento e gesto. com credibilidade reconhecida pelo mercado. uma conquista digna de celebrao e orgulho, empreendida por todos os empre-gados, afirma Rodrigo assumpo, presidente da Dataprev. segundo ele, a misso e viso da empresa continuam bastante atuais: fornecer solues de tecnologia da informao e comu-nicao para a execuo e o aprimoramento das polticas sociais do estado brasileiro; e ser o principal provedor de solues tecnolgicas para a gesto das informaes previdenci-rias, trabalhistas, sociais e de registros civis da populao brasileira.

a Dataprev, diz assumpo, preparou-se para o ritmo acelerado da evoluo da tecno-logia, que vai continuar exigindo investimentos constantes na atualizao de seus sistemas e na estruturao de seus processos para enfrentar os desafios das prximas dcadas, sobretudo na rea social. Na opinio do execu-tivo, o conjunto dos empregados da Dataprev venceu desafios significativos para pr em andamento uma transformao importante de paradigma, que, ressalta, est apenas no comeo. Nos ltimos anos, a empresa mudou sua plataforma tecnolgica, agora baseada

em linguagens abertas; mudou a metodologia de trabalho, cada vez mais afinada a siste-mticas que articulam planejamento estrat-gico, acompanhamento de metas e remune-rao varivel; e mudou o escopo de atuao, com projetos relevantes em muitos rgos de governo, sem deixar de ser a principal parceira da Previdncia Social.

as conquistas projetam novas metas, diz assumpo. a Dataprev ter que enfrentar dois fatores desafiadores: o ritmo cada vez mais intenso da tecnologia e a presso dos clientes e da sociedade por tempos cada vez menores de entrega de resultados. Sem deixar de avanar na modernizao e na atualizao constante dos seus sistemas e processos.

No novo ciclo de investimentos, a Dataprev vai equipar com mais mquinas os centros de processamento e tambm antecipar solues e servios que possam resolver problemas concretos dos clientes. Com a aproximao cada vez maior entre a ti e o negcio o que signi-fica, no caso da Dataprev, o apoio tecnolgico s polticas pblicas, sobretudo na rea social , as demandas crescem e, para atend-las, o executivo destaca que preciso atualizao de infraestrutura, de tecnologia, e de processos.

eu espero que a Dataprev daqui a 40 anos continue contribuindo com as polticas sociais do pas ao promover o uso cada vez mais intenso e responsvel do gigantesco tesouro que so os dados sociais que administramos.

40 anos


GeSto FiNaNCeiRa aFiNaDa e PReCiSaa melhoria do planejamento, somada ao aprimoramento dos processos e gesto de custos e despesas, produziu, nos ltimos anos, o equilbrio financeiro da Dataprev e resultados econmicos que renderam empresa o reconhecimento das principais publicaes especializadas do pas. uma transformao de grande alcance, que contri-buiu de forma decisiva para a recuperao da imagem da empresa, que havia sido desgas-tada ao longo dos anos.

Quando chegamos na Dataprev, em 2006, a imagem da empresa junto ao mercado forne-cedor era muito ruim, em razo da crnica inadimplncia. Poucas empresas se dispu-nham a participar dos processos licitatrios promovidos pela Dataprev, lembra o diretor de Finanas e Servios logsticos, lvaro Botelho.

Colocamos as contas em dia, avanamos o planejamento da empresa, aperfeioamos nossos processos e mtodos de aquisies, e fizemos uma forte gesto de custos e despesas, diz ele. os resultados atraram mais fornece-dores aos processos de contratao, com preos mais competitivos e reduo de custos.

Para Botelho, esse resultado reflete, ainda, a implementao de novas ferramentas, como

o sistema de gesto integrada (eRP), em uso na empresa desde 2010, e o incremento das receitas, impulsionado pela ampliao da base de clientes.

Saudvel financeiramente, a empresa pde realizar investimentos em hardware e software, alm de reformas e modernizao de instalaes, que alavancaram seu crescimento e ampliaram sua capacidade. esse trabalho de recuperao gerou recordes de execuo de investimentos em 2012 (94,6%) e 2013 (97,85%), ano em que apresentou uma das melhores performances nesse sentido entre as estatais federais.

estamos avanando nos processos e mtodos de gesto para permitir a contnua evoluo da empresa, de forma mais gil, racional, equilibrada e competitiva, reafirma o executivo.

os avanos e investimentos dos ltimos anos pavimentam um percurso promissor para a Dataprev nas prximas dcadas. Claro que os desafios so crescentes, ainda mais no setor de tecnologia da informao, diz. a Dataprev precisar continuar se reinventando a cada dia, aumentando sua produtividade, a qualidade de seus produtos e a satisfao dos clientes.


40 anos

UMa PoltiCa DevaloRiZao De PeSSoaS

Plano de cargos e salrios, gratificao varivel, programas

de sade e qualidade de vida,

responsabilidade ambiental e relaes

de trabalho se articulam para

valorizar o trabalho dos empregados

no ano em que a Dataprev completa quatro dcadas de histria, as aes na rea de gesto de pessoas miram no futuro. com um novo concurso pblico em andamento, que reafirma uma poltica de renovao de seu cadastro de reserva a cada dois anos, a empresa iniciou a implantao de um sistema integrado (eRp), baseado na computao em nuvem, que inte-grar as reas de administrao de pessoas, educao corporativa, sade e qualidade de vida, relaes de trabalho e responsabilidade socioambiental.

Um quadro bem diferente do encontrado por Janice Brutto, em setembro de 2005, quando assumiu a Diretoria de Pessoas da Dataprev. Nos ltimos nove anos, pude ver a evoluo da empresa; a prpria linguagem interna mudou, conta.

Um dos primeiros passos dessa mudana foi a reorganizao da prpria diretoria. a rea de recursos humanos, que contava com um nico departamento de administrao de pessoal, deu lugar a uma nova estrutura, para abranger tambm as atividades de desenvolvimento de pessoas, responsabilidade socioambiental, qualidade de vida e relaes de trabalho.

em 2006, o primeiro concurso pblico aps seis anos sem selees obteve 3 mil inscritos.

o objetivo era, principalmente, contratar desen-volvedores que trabalhariam nas primeiras Unidades de Desenvolvimento de Software da empresa, instaladas nos estados de Santa Catarina, Cear e Paraba.

o marco seguinte foi a implantao de um novo Plano de Cargos e Salrios, que entrou em vigor em 1 de maro de 2009, com a insero do adicional de atividade. ao final do processo, 1.250 empregados ou 41% do corpo funcional tiveram variao salarial em razo dos enquadramentos nos respectivos mdulos. alm disso, desde 2011, a empresa realiza anualmente processos de progresso, em que empregados so contemplados por mrito e por antiguidade.

os salrios mais competitivos com o mercado aumentaram as inscries para os concursos seguintes: o de 2008 atraiu 11.844 inscritos, nmero que chegou a 57.404 em 2011 e a 61.053 em 2012. atualmente, o quadro funcional composto por cerca de 3.900 pessoas, que atuam em unidades espa-lhadas por todo o pas.

a poltica de remunerao inclui ainda uma Gratificao varivel por Resultado (GvR), que tem como objetivo engajar o empregado no alcance de resultados especficos, definidos no planejamento estratgico da empresa. a GvR foi uma inovao e funciona como um alavan-cador de resultados, diz Janice.

Para o futuro, a aposta nas aes de capa-citao e tambm na anlise de informaes sobre o corpo funcional, de forma a subsidiar a tomada de deciso por parte dos gestores. Cada vez mais a DPe vai ter que apresentar dados para olhar para o passado, analisar, e propor o futuro, diz Janice. a grande locomo-tiva da Diretoria de Pessoas so as demandas e o planejamento da empresa.


iNFRaeStRUtURa De tiCUM CiClo CoMPleto De

ReNovaoO final de 2014 marca a entrega da modernizao completa dos data centers, investimento que foi acompanhado de mudanas de processos e atualizaos das bases de software e hardware

a Dataprev completa, neste final de ano, um longo ciclo de modernizao de sua infraestru-tura tecnolgica, com a entrega das obras do centro de processamento Rio de janeiro (cpRJ). iniciado em 2008, o programa de moder-nizao incluiu a reforma dos trs centros de processamento (no Rio, em Braslia e em so paulo), e a renovao de todo o parque de hardware e software. para os clientes e para os servios que atendem aos cidados, a consequncia maior estabilidade, disponibi-lidade e rapidez para responder s demandas.

os centros de processamento (CPs) so a essncia da infraestrutura tecnolgica da Dataprev, diz o diretor de infraestrutura de tiC, Daniel Darlen. De 2008 para c, demos um salto significativo, com mais de R$ 400 milhes investidos. a modernizao cobriu vrias aes, iniciando com a atualizao de todos os equi-pamentos dos CPs, incluindo mquinas Risc e x86, e a expanso da capacidade de armaze-namento de 1 Petabyte para 6 Petabytes, alm da ampliao das velocidades da rede interna para 10 Gbps, e do backbone de internet para at 3 Gbps. Para aproveitar toda a nova capa-cidade computacional disponvel, investiu-se tambm no chamado software bsico, com a atualizao de sistemas operacionais, bancos de dados e estrutura de virtualizao.

Como efeito direto dessas aes, a rea de infraestrutura da empresa passou a ofertar mquinas como servio, atravs de modelos de hosting e nuvem, com um cardpio de ambientes que organiza os servios prestados, facilitando e padronizando as requisies de ambiente operacional.

em 2012, iniciou-se o ciclo de reforma da infraestrutura dos CPs (veja a pgina 22),

visando ambientes seguros, disponveis e modernos. Foram investidos cerca de R$ 200 milhes para obter estruturas com disponibi-lidade prxima a 100%, redundncia eltrica, refrigerao de preciso e controle rigoroso de acesso. Hoje, os CPs da Dataprev esto entre os mais modernos do pas, em conformidade com as prticas de data center reconhecidas no mercado. o ritmo desse programa foi intenso. a cada ano um novo data center foi entregue, com a concluso do CPDF ainda em 2012, do CPSP em 2013 e agora, em 2014, do CPRJ.

Darlen tambm destaca os aperfeioa-mentos na rea de processos. Definimos duas estratgias para a gesto da infraestrutura de software: estruturar uma soluo de monitora-mento e gesto de ativos e de processos de ti; e a oferta de recursos e servios por meio de virtualizao e nuvem. Neste contexto que se insere a implantao de uma ferramenta de gesto integrada do ambiente de tiC. um grande marco, pois possibilitou padronizar a gesto de toda a infraestrutura distribuda entre os CPs. Junto com as novas ferramentas, todos os processos de trabalho foram revistos.

Segundo o executivo, os prximos passos apontam para a modernizao da arquitetura de software. Queremos promover a auto-mao cada vez maior de servios, trabalhar com processamento distribudo, dados no estruturados, e nos colocarmos como uma empresa com poder crescente para oferecer solues rpidas e eficientes. isso significa que projetos baseados em arquitetura orien-tada a Servios (Soa), Big Data, novas ferra-mentas para potencializar o cruzamento das informaes dos cidados, estaro na agenda de prioridades.


40 anos

QUaliDaDe No DeSeNvolviMeNto

O surgimento das Unidades de

Desenvolvimento promoveu um

novo padro de atendimento

com sua carteira de clientes ampliada e processos estruturados de desenvolvimento, a Dataprev celebra em 2014 a reconquista do reconhecimento da qualidade de seus servios junto aos clientes. a Dataprev vista hoje como uma empresa que de fato prov solu-es para o governo federal, diz o diretor de Relacionamento, Desenvolvimento e infor-maes, Rogrio Mascarenhas.

Se h pouco mais de dez anos os servios eram prestados apenas ao Ministrio da Previdncia Social e ao instituto Nacional do Seguro Social (iNSS), a empresa atende agora nove clientes, alm de dezenas de instituies financeiras, e caminha para ampliar ainda mais sua carteira de contratos. a Dataprev possui processos estruturados de desenvol-vimento e uma organizao que nos permite dar conta da amplitude da carteira de clientes que temos, completa.

Segundo ele, as Unidades de Desenvol-vimento de Software (UDs), criadas a par-tir de 2006, tiveram papel fundamental ao longo dos anos para um aumento da capaci-dade produtiva da empresa, no atendimento a essas novas demandas e a esses novos clien-tes. esto localizadas em Natal (RN), no Rio de Janeiro (RJ), em Fortaleza (Ce), Joo Pessoa (PB), e Florianpolis (SC).

o advento das UDs trouxe para a Dataprev um novo paradigma de atendimento, afirma Mascarenhas. Procuramos estabelecer um

padro de desenvolvimento que nos permi-tisse reverter o quadro de certo descrdito dos clientes. Hoje, as unidades contam com mais de 600 pessoas e so o elo fundamental nesse processo de mudana, para podermos superar os nossos desafios.

Na estrutura tecnolgica, o processo de migrao de dados e sistemas abrigados em mainframes para plataforma baixa repre-sentou um passo decisivo para o fim da depen-dncia desses computadores de grande porte, baseados em linguagens e ambientes proprie-trios. Quando olhamos para esse estigma da empresa que no entregava e para a plataforma tecnolgica que dominava o nosso negcio, em que tudo era baseado no mainframe, identifi-camos que vencer este desafio da tecnologia era vencer o desafio de construir a nova Data-prev: uma empresa que deixa para trs a sua baixa capacidade de responder s necessidades do negcio, ressalta o diretor da Dataprev.

Na onda desta mudana do paradigma tecnolgico, a Dataprev investiu em ferra-mentas de desenvolvimento, testes e monito-ramento para melhoria da qualidade das solu-es disponibilizadas para os clientes. alm da maior flexibilidade que as UDs tm na cons-truo das solues de ti, tambm pudemos adquirir ferramentas para melhorar a produti-vidade e a qualidade que no estavam dispo-nveis no mundo dos mainframes, destaca Mascarenhas.


UM Novo Salto PaRa oS SeRvioS Da PReviDNCia

Com novas senhas de autenticao, os segurados podero fazer todas as operaes pela internet, com exceo das que exijam percia mdica

principal cliente da Dataprev, o instituto nacional do seguro social (inss) iniciou este ano uma ampla transformao dos processos que atendem aos segurados brasileiros. com a concluso deste trabalho, prevista para 2016, teremos um novo salto de qualidade nos servios da previdncia, afirma o presi-dente do inss, lindolfo sales neto.

Segundo ele, a iniciativa envolve duas prin-cipais frentes: o aprimoramento do Cadastro Nacional de informaes Sociais (CNiS), a base de dados que permite o reconhecimento dos direitos a serem pagos s pessoas; e a ampliao dos canais remotos para pres-tao dos servios, principalmente dispo-sitivos mveis, como telefones celulares, e internet. Com novos recursos de segurana na identificao dos acessos, diz Sales Neto, ser possvel fazer vrias operaes que hoje no esto disponveis on-line, para as quais o segurado precisa marcar uma ida agncia da Previdncia Social (aPS). a curto prazo, prati-camente todos os servios estaro disponveis na internet, com exceo apenas daqueles que exijam percia mdica.

Para isso, o iNSS vai contar com uma auten-ticao eletrnica previdenciria, que ser desenvolvida em parceria com bancos pblicos e privados. as instituies financeiras licen-ciadas para atuarem como entidades paga-doras de benefcios tero, em contrapartida, que oferecer uma senha aos clientes, dentro do seu ambiente de certificao bancria, para acesso ao portal de servios da Previdncia.

o segurado vai poder conferir seus dados de casa e, se encontrar alguma discrepncia, digi-

talizar sua documentao e enviar diretamente para o sistema, explica o presidente do iNSS. teremos, efetivamente, uma aPS virtual.

o CNiS e os sistemas de benefcios desenvol-vidos e mantidos na Dataprev (veja a pgina 48) atendem ao iNSS, que trabalha com cerca de 40 mil servidores pblicos e com uma folha de paga-mento de 31 milhes de benefcios por ms. o instituto completa 25 anos em 2015, com uma rede que faz, atualmente, mais de 4 milhes de atendimentos presenciais por ms, em cerca de 1.500 agncias da Previdncia Social, a que vo se somar mais 720, j programadas.

H aspectos dos processos que tornam as empresas pblicas do setor de ti cruciais para a segurana da prpria Nao, diz o presidente do iNSS. Para ele, a Dataprev est se mostrando competitiva e se firmando como referncia no mercado de ti. Dentro da Previdncia Social, ele lembra que a empresa atende aos processos do prprio iNSS, do Ministrio da Previdncia Social e da Superintendncia Nacional de Previ-dncia Complementar (Previc).

Nesse sentido, Sales Neto faz questo de mencionar o papel do MPS na integrao das entidades vinculadas ao ministrio. e ressalta, ainda, a reestruturao da Dataprev, realizada nos ltimos oito anos, ao lado da implantao, a partir de 2014, dos novos processos de trabalho. a empresa migrou dos mainframes para a plataforma baixa, um salto grande na segurana. Hoje, estamos em uma reenge-nharia de processos, com proximidade cada vez maior entre as equipes do iNSS e da Dataprev. o resultado, diz ele, ser um novo incremento significativo na qualidade dos servios.

Revista Dataprev Resultados18 Revista Dataprev Resultados18

40 anos

PaRCeRia De

eXCelNCiaNo aPoio ao tRaBalHaDoR

Portal MTE Mais Emprego

desburocratizou os programas

de recolocao no mercado de

trabalho

para o ministro do trabalho e emprego, Manoel Dias, o uso frequente das ferramentas tecnolgicas no servio pblico deve ser um caminho sem volta. Destaca, nesse sentido, a importncia do portal Mte Mais emprego, que, de forma gil e descentralizada, permite ao trabalhador a sua recolocao no mercado de trabalho sem burocracias, nem intermedi-rios. o cidado no precisa mais ir o sistema nacional de empregos (sine) em busca das vagas. ele pode se candidatar on-line, enviar seu currculo e marcar a entrevista. inclusive para outras cidades do pas.

o ministro observa que, no mesmo portal e no site do ministrio, o cidado ainda dispe de acesso a informaes sobre PiS, abono Salarial e Seguro-Desemprego. e pode se inscrever e ter acesso s vagas do Programa Nacional de acesso ao ensino tcnico e emprego (Pronatec). o empresrio, de outro lado, ressalta Dias, pode usar o portal para transmitir informaes obri-gatrias ao governo, cadastrar vagas, solicitar

cursos de capacitao e receber os currculos dos interessados em suas vagas de emprego. Um conquista e tanto, diz.

No temos dvidas de que o trabalho conjunto com a Dataprev ajudar o Mte a alcanar sua meta de modernizao dos servios essenciais ao trabalhador, que j mostra resul-tados: o cidado atendido com padres mais elevados que os ofertados pela rede de servios privados, e os recursos humanos e tcnicos so otimizados, motivando o servidor pblico e fortalecendo nossas instituies.

Na opinio do ministro, o trabalho da Data-prev um case de sucesso. Seu apoio s pol-ticas pblicas nacionais incondicional e faz jus sua misso como empresa pblica e patrimnio brasileiro. No Ministrio do trabalho e emprego, a parceria sinnimo permanente de excelncia. o empenho de seus funcionrios em encontrar solues eficientes para prestar o melhor servio ao cidado impressiona. ele espera, assim, que a parceria tenha vida longa.


ReCeita FeDeRal QUeRSiMPliFiCaR PRoCeSSoS

A Certido Negativa de Dbito Unificada, lanada este ms, uma das aes de desburocratizao

os investimentos recentes realizados pela Dataprev nos seus data centers, em novas tecnologias de desenvolvimento e nas equipes vo promover um salto de qualidade nas suas entregas de servios. essa a expectativa de cludia Maria de andrade, coordenadora-geral de tecnologia da informao da subsecretaria de Gesto corporativa da Receita federal do Brasil, para o futuro da Dataprev. os inves-timentos vo permitir que a empresa seja uma fomentadora de solues tecnolgicas para todo o setor pblico. a Dataprev ingressa muito estruturada num processo de cresci-mento. para a Receita, o foco simplificar a vida do contribuinte.

os resultados, segundo ela, j comeam a ser percebidos. Cludia destaca, em espe-cial, a Certido Negativa de Dbito Unifi-cada, disponvel desde novembro. at ento, para provar sua regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional, o contribuinte precisava apresentar duas certides: uma relativa s contribuies previdencirias, outra, para os demais tributos, a fazendria. agora, emite um nico documento.

Para o cidado, um processo desburo-cratizado, avalia a coordenadora. e que s foi possvel, diz ela, devido aos investimentos e participao do Serpro e da Dataprev. esse projeto envolveu no s o desenvolvimento da aplicao, mas a transmisso dos dados. a pessoa d um comando, a informao passa pelos centros de processamento das duas instituies, de forma on-line e com tempo de entrega bem reduzido. o cidado no sabe que por trs do servio h uma transmisso entre bancos de dados de empresas distintas, em municpios distintos (o Serpro, no data center de Braslia; e a Dataprev, no Centro de Proces-samento So Paulo), sem impacto para ele. Foi

um projeto de grande complexidade e que gerou muita expectativa. o que esperamos que, cada dia mais, novos produtos demonstrem essa parceria para a sociedade.

a coordenadora-geral de ti afirma que esto sendo consideradas duas linhas de trabalho na Receita, ambas convergentes com aes em curso na Dataprev. a primeira abrange mobili-dade (tablets e smartphones), computao em nuvem, minerao de dados. e a outra a diretriz de atuar com data centers no padro tier 3, clas-sificao internacional do Uptime institute, que identifica o nvel de adeso desses ambientes a melhores prticas. Como so dados crticos para o estado, o tier 3 assegura a redundncia para um plano de contingncia.

o relacionamento entre a Receita Federal do Brasil e a Dataprev comeou em 2008, com a unio da fiscalizao tributria fazendria com a previdenciria. Um marco para a modernizao da empresa, na opinio de Cludia, foi a migrao para plataforma baixa dos dados previdencirios da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, que estavam em mainframes (veja a pgina 49). Quando foi feito o termo de ajustamento de Conduta com o Ministrio Pblico para a migrao dos dados, as pessoas no tinham a dimenso da complexidade da operao. o que se pensou que fosse uma virada de chave, exigiu investimento muito maior de tempo e recursos, da empresa e dos clientes, para que acontecesse sem impactar a qualidade do servio.

tambm foi necessrio firmar um pacto para suspender qualquer atualizao nos sistemas at que os dados fossem migrados. agora, observa Cludia, esses processos represados puderam ser retomados. esperamos que esses projetos possam avanar, para entregarmos uma srie de produtos para simplificar o relacio-namento com o Fisco.

Revista Dataprev Resultados20 Revista Dataprev Resultados20

iNovaoNaS FBRiCaSDe SoFtWaRecom 550 desenvolvedores distribudos entre as suas cinco unidades de Desenvolvimento de software, a Dataprev rene hoje uma carteira significativa de projetos voltados modernizao de diversos servios pblicos no Brasil. a partir da mudana de paradigma tecnolgico na empresa, que adotou uma infraestrutura de ti baseada em plata-formas abertas, as fbricas de software passaram a se dedicar ao desenvolvimento de solues para apoiar seus clientes na melhoria e na ampliao dos canais de acesso a direitos e a servios.

o superintendente de Desenvolvimento de Software da Dataprev, edgard Prates, revela que, do total de empre-gados nas Unidades de Desenvolvimento do Rio de Janeiro (UDRJ), de Santa Catarina (UDSC), do Cear (UDCe), da Paraba (UDPB) e do Rio Grande do Norte (UDRN), 60% esto alocados na gerao de inovao e solues novas para os clientes. os outros 40% trabalham na manuteno e em projetos para uso interno. Confira alguns dos principais projetos em desen-volvimento:

noVa VeRso Do poRtal cnis-siBealm de prover maior segurana e estabilidade ao sistema que rene o Cadastro Nacional de informaes Sociais (CNiS) e as aplicaes para processar benefcios, a nova verso do Portal tornou mais geis as consultas e operaes pelos empregados do instituto Nacional do Seguro Social (iNSS). at o fim de 2014, a Dataprev tambm implanta a verso 4.0 do Sistema integrado de Benefcios (SiBe), que vai compor a totalidade do novo Portal CNiS-SiBe. Parte do desenvolvimento e manuteno do sistema vem sendo feita por equipes da UDRJ e da UDCe, e os testes integrados so gerenciados pelas equipes da UDSC.

No Cear, esto sendo construdos os novos mdulos de agendamento, avaliao pericial, atualizao e moni-

toramento dos benefcios do SiBe, revela o gerente inte-rino da UDCe, Francisco Newton Gomes. em Santa Cata-rina, metade dos 120 empregados da unidade trabalha em verses e mdulos do SiBe, particularmente os que envolvem benefcios baseados na lei orgnica de assis-tncia Social (loas), diz Helder Rocha Figueiredo, gerente da UDSC. Na mesma UD, est o Sistema de atendimento (Sat) do novo Portal de atendimento da Previdncia, que tambm tem a participao da UDCe, diz Jocimar Farias, gestor do projeto de agendamento.

e-apsUm novo aplicativo dar acesso a servios da Previdncia Social por telefones celulares e tablets (veja pgina 39), em desenvolvimento na UDRJ.

sisteMas MiGRaDos Da Receita feDeRal e pGfna UDRJ tambm faz a manuteno de todo o cdigo Cobol migrado dos mainframes para a linguagem Java. esses sistemas atendem a Receita Federal do Brasil e a Procura-doria-Geral da Fazenda Nacional. este processo envolve, de acordo com eveli Gleizer, assessora na UDRJ, o desenvolvi-mento constante de novos mdulos.

consiGnaDo on-lineo eCo o futuro sistema on-line para consultas relativas a emprstimo consignado, que permitir aos beneficirios da Previdncia fazer operaes com esse tipo de crdito dire-tamente no terminal eletrnico de sua agncia pagadora ou mesmo pela internet. em desenvolvimento, na UDSC, o mdulo para processar a realizao do emprstimo com cartes magnticos nos terminais de atendimento bancrio j foi entregue ao cliente. essa verso permite a emisso nos terminais bancrios do extrato do emprstimo e da

40 anos

margem consignada disponvel ao beneficirio. o sistema estar disponvel para emprstimos em 17 instituies financeiras pagadoras dos benefcios da Previdncia. Para 2015, est prevista a entrega do mdulo que vai possibi-litar aos beneficirios da Previdncia fazer os emprstimos consignados pela internet.

siacio Sistema de acordo internacionais (Siaci) foi idealizado no mbito do acordo Multilateral de Seguridade Social do Mercosul. Permite a troca de documentos que comprovam os eventos previdencirios dos imigrantes, assim como de brasileiros residentes no exterior, a fim de subsidiar o reco-nhecimento do direito, a concesso de benefcios e o deslo-camento temporrio de trabalhadores entre os pases do Mercosul. Uma nova verso, incluindo um Mdulo de Paga-mento de Benefcios, criado na argentina, est em fase de testes e homologao, sendo sustentado na infraestru-tura da Dataprev. Uma funcionalidade adicional do sistema se encontra em desenvolvimento tambm na UDSC, para integrar o Siaci s bases de dados previdencirios de 22 pases ibero-americanos.

siRco Sistema de Registro Civil (Sirc) vai unificar os registros de nascimento, casamento e bitos em todo o pas. est na pauta de projetos da UDSC, e em piloto junto a 11 cartrios de Santa Catarina, que j enviam essas informaes para o tribunal de Justia do estado.

siGepe a UDRN rene cem desenvolvedores, dos quais mais da metade envolvidos com o Sistema de Gesto de Pessoas (Sigepe), que est sendo construdo para o Ministrio do Pla-nejamento, oramento e Gesto (MPoG), em consrcio com o Serpro. o primeiro mdulo do sistema de avaliao de Desempenho foi criado nesta unidade, onde os desenvol-vedores dedicam-se agora elaborao de quatro outros mdulos: os de gesto de polticas administrativas; gesto de integrao de projetos; seleo e concursos pblicos; e desen-volvimento de pessoal. o Sigepe vai atender mais de 1 milho de pessoas, entre servidores, aposentados e pensionistas da administrao pblica federal. at 2017, substitui o atual Sis-tema de administrao de Pessoal (Siape), responsvel pela produo das folhas de pagamento de mais de 200 rgos.

Business intelliGence (Bi)as UDs tambm tm sido o bero dos projetos de Busi-ness intelligence (Bi) ou do seu conceito ampliado e mais moderno: analytics. a empresa comea a desenvolver em novas e poderosas ferramentas, como no projeto do BG-SiBe-Monitor, em curso na UDRN. voltado Previ-dncia Social, o projeto pretende agregar a funcionalidade de controle de fraudes ao sistema de monitoramento do pagamento dos benefcios, de acordo com Solon Ferreira de lucena Junior, gerente da unidade.

poRtal Mte Mais eMpReGoSegundo Mrio Henrique alves, gerente da UDPB, a unidade esteve sempre envolvida na criao de novas solues para o Portal Mte Mais emprego, que atende ao Ministrio do trabalho e emprego. em agosto, a Dataprev implantou um aplicativo, acessvel pela internet, para facilitar o envio de requerimentos do Seguro-Desemprego pelas empresas. o Portal Mte Mais emprego traz informaes sobre emprego e desemprego, atravs das bases de dados do Cadastro Geral de empregados e Desempregados (Caged), e integra o pagamento do Seguro-Desemprego ao sistema de inter-mediao de Mo de obra (iMo) e ao Programa Nacional de acesso ao ensino tcnico e emprego (Pronatec).

noVa folha De paGaMentoDe Benefciosa atual folha de pagamentos de benefcios previdencirios, que ainda processada no mainframe, est com os dias contados. Conhecida como Macia, gera crditos mensais a 31 milhes de beneficirios em todo o Brasil. o projeto para sua modernizao (SiBe ii) est em desenvolvimento h dois anos na UDCe, na UDSC e na UDRN, e j comea a dar frutos. Segundo Haroldo Mximo, gerente da UDCe, at meados de 2015 a nova folha, desenvolvida em Java, estar sendo processada, paralelamente, no mainframe e na plataforma baixa, com 100% das rubricas.

alm da nova folha, na UDSC os desenvolvedores traba-lham no Sispagben, que faz a gesto oramentria, finan-ceira e contbil dos recursos enviados aos bancos para pagamento dos benefcios da Previdncia Social.



oS NovoS Data CeNteRSa Dataprev conclui em 2014 a modernizao dos seus trs centros de processamento de dados, com a remodelagem do ltimo e maior de seus data centers, no Rio de Janeiro. os investimentos nos trs cps somaram cerca de R$ 220 milhes nos ltimos trs anos, e incrementaram a segu-rana, a capacidade energtica e a disponibilidade dos ambientes de produo, hoje de quase 100%. com isso, a empresa mais do que dobrou a sua infraestrutura tecno-lgica. est pronta para responder a novas demandas e ampliar a oferta aos seus clientes de solues para a pres-tao de servios pblicos cada vez melhores populao.

Pelos clculos do superintendente de operaes da Data-prev, elias Mussi, a capacidade de processamento e de oferta de servios da empresa mais do que duplica, resultado da expanso dos trs centros de processamento. Na rea de storage, o incremento pode chegar a cinco vezes. a verso atualizada do sistema passou de 1 Petabyte para 6 Peta-bytes o espao disponvel para armazenamento de dados.

teremos segurana e capacidade para suportar mais servios, mais demanda, mais interao. Poderemos absorver todas as inovaes e tecnologias de ponta que chegam ao mercado sem limitaes de infraestrutura,

40 anos


afirma o gerente do Centro de Processamento Rio de Janeiro (CPRJ), Carlos Henrique Bandeira.

as mudanas efetivadas nos trs ambientes incluram desde uma atualizao geral na base de computadores, dispositivos de rede e outros componentes de ti, at a duplicao da infraestrutura espao fsico, rede eltrica e lgica, sistema de refrigerao.

os novos centros de processamento foram desenhados de acordo com o padro tia 942, classificao tier 3, do consrcio internacional Uptime institute, que conso-lida melhores prticas relacionadas a data centers. Com a topologia de rede eltrica tier 3, no so mais necessrias as paradas programadas para manuteno dos equipa-mentos, que interrompiam as atividades do CP em geral de trs a quatro vezes por ano, destaca Cesar Cinelli, gerente da Diviso de Manuteno da Dataprev.

toda a infraestrutura dos centros de processamento redundante. alm disso, as informaes de monitoramento dos ambientes, geradas por diferentes sistemas, passaram a ser centralizadas em um grande painel eletrnico, com alertas e indicadores de desempenho. o objetivo, agora, iniciar os procedimentos formais para obter a certificao internacional tier 3, que, alm dos requisitos de infraestru-tura, envolve aperfeioamentos nos processos.

os equipamentos (circuitos de energia eltrica, transfor-madores, geradores, no-breaks, chillers, etc) e os projetos mais modernos dos CPs resultam tambm em um ambiente mais sustentvel, com menor consumo de recursos.

Junto com a infraestrutura, esto sendo atualizados os servidores Risc e os modelos x86. a modernizao dos computadores facilita a forte tendncia virtualizao quando sistema operacional e aplicaes da mquina passam a rodar de forma independente do hardware hospe-deiro (estrutura fsica) do servidor. os principais benefcios da virtualizao so a sua grande eficincia e flexibilidade. possvel disponibilizar ambientes para atender a demandas internas para homologao, testes, treinamento , ou de clientes, de forma bem mais rpida, compara Mussi.

Segundo ele, se uma mquina fsica ficar indisponvel, o ambiente virtualizado migra, automaticamente, para outra. a experincia que os tcnicos adquiriram operando ambientes virtualizados e a renovao do parque tecno-lgico dos trs centros de processamento credenciaram a

empresa a um novo papel, o de fornecedor de infraestrutura de tecnologia: o servio de hosting foi lanado em 2013.

a consolidao de muitas mquinas virtuais num servidor nico requer capacidade de transmisso de dados robusta. Para atender a essa demanda, a rede interna dos centros de processamento foi ampliada para 10 Gbps de capacidade. a comunicao entre centros de processamento (backbone) tambm prev ampliao para at 3 Gbps, mesma veloci-dade a que pode chegar a comunicao com a internet.

todas essas iniciativas permitem abrir frentes de pesquisas e desenvolvimento na rea de alta tecnologia, como Big Data e minerao de dados.

inicialmente, os CPs vo operar com cerca de 40% a 50% da capacidade mxima. Mas uma das caractersticas importantes dos novos sites exatamente possibilitar o crescimento gradual e de forma modular, para acompa-nhar o aumento da demanda, a chegada de novos projetos e clientes. Sem obras nem muito custo, posso passar de 1.200 kva para 1.500 kva ou para 1.800 kva, e assim por diante, diz Mussi. No mais preciso mexer nos circuitos nem nos quadros eltricos, na central de distribuio de gua, nem nas tubulaes, no encanamento. Basta instalar os novos no-breaks ou chillers de refrigerao.

salas-cofReUma sala-cofre um ambiente estanque, protegido contra gua, gases, vapor, fumaa, fogo e radiao eletromagn-tica. o que estiver dentro dela, est a salvo, garante Cinelli. at as passagens dos cabos eltricos so blindadas. No CPDF, a sala-cofre tem 115 m. a do CPSP passou a contar com instalao de 201 m (alm da j existente, com 77 m). o Rio de Janeiro ganhou uma nova sala-cofre, com 488 m, que se somou anterior, de 114 m. o processo de contratao da reforma exigiu uma empresa capaci-tada a implantar ambientes de sala-cofre com aderncia s exigncias das normas NBR 15247 e NBR 11515, da asso-ciao Brasileira de Normas tcnicas (aBNt), para os limites crticos de temperatura e umidade para hardware e discos.

as novas instalaes dos centros de processamento de So Paulo e Braslia (CPSP e CPDF) foram inauguradas em 2013 e 2012, respectivamente. a do Rio est sendo concluda no final deste ano. os centros de processamento da Data-prev funcionam 24 horas por dia, sete dias por semana.

Revista Dataprev Resultados24 Revista Dataprev Resultados 25Revista Dataprev Resultados24 Revista Dataprev Resultados 25

40 ANOS DECOMPROMISSOCOM A SOCIEDADE

1938 Jos Gomes de Pinho Neves, que viria a ser o fundador e primeiro presidente da Dataprev, instala no IAPI (Instituto de Aposentadorias e Penses dos Industririos), com o maior equipamento de processamento de dados do pas, que utiliza cartes Hollerith (perfurados) para definio da sistemtica de concesso e manuteno de benefcios da ento autarquia.

40 anos LInHa Do tEMPo

O presidente Ernesto Geisel sanciona a Lei 6.125, que constitui a Empresa de Processamento de Dados da Previdncia Social Dataprev.

1974

Primeiro concurso pblico da Dataprev. A medida atende ao artigo 37 da Constituio Federal promulgada em 1988, que em seu inciso II determina que a investidura em cargo ou emprego pblico depende da aprovao prvia em concurso pblico (.).

19891975 O contrato entre o INPS e a Burroughs Eletrnica transferido para a Dataprev, que passa a gerir o parque de computadores instalados no Rio de Janeiro e em So Paulo.

1991 Implantado, no Distrito Federal, o Prisma, sistema responsvel pelas funcionalidades relacionadas a benefcios nas Agncias da Previdncia Social.

No CPRJ, instalado o conjunto de Servidores de Correio Eletrnico conhecido como sorveteria, responsvel pelos acessos do segurado s informaes corporativas, via web, da Previdncia Social.

1999 2000 Equipes da Dataprev do planto nos dias 1 e 2 de janeiro de 2000 para minimizar os riscos e solucionar eventuais problemas gerados pelo bug do milnio, conforme Plano de Atuao da Dataprev na Passagem para o Ano 2000.

Primeiro sistema de videoconferncia na Dataprev, interligando a unidade de Braslia do Rio de Janeiro.

2002

Lanamento da Central de Atendimento 135 do INSS e fim das filas nas APSs.

Criadas as Unidades de Desenvolvimento de Software (UDs) em Joo Pessoa (UDPB), Fortaleza (UDCE), Florianpolis (UDSC) e Rio de Janeiro (UDRJ)

Retomada, na Dataprev, dos concursos pblicos, que agora tm periodicidade bianual

20062005 A Dataprev ganha a atribuio de liderar o esforo tecnolgico do Ministrio da Previdncia Social para dar um salto de qualidade nos servios, com destaque para o fim das filas das Agncias da Previdncia Social, atendendo ao Novo Modelo de Gesto (NMG) do INSS.

O Cacic (Configurador Automtico e Coletor de Informaes Computacionais), desenvolvido pela Dataprev, o primeiro software pblico adotado pela administrao pblica federal.

Revista Dataprev Resultados26 Revista Dataprev Resultados 27Revista Dataprev Resultados26 Revista Dataprev Resultados 27

2007 Dataprev assume a migrao e modernizao de sistemas do Ministrio do Trabalho e Emprego.

Comeam a chegar aos Centros de Processamento (CPs) da Dataprev os primeiros equipamentos em plataforma baixa.

40 anos LInHa Do tEMPo

A Dataprev assume o desenvolvimento dos novos sistemas de benefcios (SIBE I e II) e os do novo CNIS. Assina, com MPS e INSS, TAC do Ministrio Pblico Federal comprometendo-se com a desmobilizao dos mainframes. o incio de um dos maiores processos de migrao de dados e sistemas para plataformas baixas e abertas no mundo.

Comea o programa de modernizao da infraestrutura de TIC.

2008

Concluda modernizaodo CPDF.

Formado o consrcio entre a Dataprev e o Serpro para desenvolver o Sistema de Gesto de Pessoas (Sigepe), uma demanda do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.

Incio do projeto piloto do SIBE-Loas em Anpolis (GO).

Implantao de software de gesto de servios de TI.

2012

Implantao da primeira versodo Portal CNISSIBE

Dataprev compra os mainframes da Unisys, e deixa de pagar aluguel mensal fabricante. Primeira operao desse tipo feita pela fornecedora no mercado brasileiro.

Instituda a Gratificao Varivel por Resultado (GVR).

Primeiro projeto x86.

2010 2011 Dataprev entrega o Portal MTE Mais Emprego, com servios integrados.

Adoo do Sistema Integrado de Gesto (ERP), para a rea financeira, comercial e logstica.

Inaugurao da Sala de Monitoramento do Rio de Janeiro.

Projeto Petabyte: a capacidade de armazenamento dos centros de processamento atinge 1 Petabyte.

Comea programa de modernizao dos data centers.

2009 O INSS passa a conceder aposentadorias em at 30 minutos: reconhecimento automtico de direitos a partir dos dados geridos pela Dataprev.

A Dataprev cria Central nica de Servios para atender seus usurios: mais de 200 mil chamados/ms.

Novo Plano de Cargos e Salrios da empresa.

Lanados o Extrato Previdencirio e a Carta Pr-Aposentadoria:foco no cidado.

Investimento recorde de R$ 183 milhes. O programa de modernizao iria mobilizar cerca de R$ 700 milhes at 2013.

Nova infraestrutura de banco de dados.

2013 Primeira experincia de computao em nuvem, disponvel para equipes internas de desenvolvimento.

Novo recorde de realizao de investimentos: 97,8%.

Inaugurada a Unidadede DesenvolvimentoRio Grande do Norte,em Natal.

Servio de hosting.

Dataprev conclui a migrao para plataforma baixa dos dados da Receita Federal e da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional que estavam no mainframe MV2. A operao envolveu dez grandes bancos de dados e 8,5 bilhes de registros, alm da implantao simultnea de 12 grandes aplicaes e a converso para Java de 3,4 milhes de linhas de cdigo escritas em Cobol (linguagem prpria dos mainframes).

Inaugurado o novo CPSP e incio das obras do CPRJ.

2014 Novo Sistema de Gesto de Pessoas (Sigepe), do consrcio Serpro/Dataprev, entra em operao. Novos mdulos sero desenvolvidos at 2017. A soluo substitui o atual Sistema de Administrao de Pessoas (Siape), responsvel pela produo das folhas de pagamento de 1,2 milho de servidores pblicos federais da ativa, aposentados e pensionistas de 219 rgos federais e 126 unidades pagadoras.

40 anos da Dataprev

Lanamento da nova marca.

A empresa recebe os prmios de Melhor Empresa de TI e Telecom do Valor 1000; Melhor Empresa do setor de Indstria Digital da Melhores e Maiores de Exame (pelo segundo ano consecutivo); e Melhores da Dinheiro, no segmento Servio Pblico.

Em reconhecimento por boas prticas de gesto do seu Programa de Qualidade de Vida, a Dataprev ganha o XVII Prmio Nacional de Qualidade de Vidade 2014.

Inaugurao das novas instalaes do edifcio-sede, em Braslia, aps obras de modernizao.


40 anos: futuro


40 anos: o futuRo


O desenvolvimento de sistemas para apoiar servios pblicos deve contar, nos prximos anos, com o aumento gradativo da colaborao direta da sociedade civil. O acesso a dados abertos, como so chamados os dados que podem ser reutilizados e distribudos, est permitindo a diferentes agentes sociais se apropriar das informaes sobre a realidade brasileira e utiliz-las, em formato livre, para a criao de aplicativos para resolver problemas de suas comunidades.

Nas pginas a seguir, especialistas ouvidos pela Revista Dataprev Resultados Especial 40 Anos, mostram que este movimento j acontece e a tendncia se multiplicar. Poder produzir muitas inovaes, inclusive nos cenrios previstos para a Internet das Coisas, quando objetos do cotidiano de canetas a postes de luz estaro conectados em rede, recebendo e enviando informaes.

O Portal Brasileiro de Dados Abertos, que integra o programa federal de Governo Digital, reunia, em novembro deste ano, 4.213 recursos, como so chamadas as fontes de informao dos dados (planilhas, documentos, etc.), originadas por 479 diferentes bases. Essa iniciativa se articula com outros projetos do mesmo programa, entre eles a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (Inde), que agrega geolocalizao s aplicaes.

So alguns dos caminhos para o futuro das Tecnologias da Informao e Comunicaes (TIC) que podero contribuir para qualificar, aperfeioar e democratizar o acesso dos cidados aos servios pblicos, especialmente por meio da internet e a partir de plataformas mveis. Trata-se de uma demanda coletiva, como se pode verificar pela evoluo do total de visitantes dirios do Guia de Servios Pblicos do governo federal; entre 2013 e 2014, esse nmero passou de 2.400 para 10 mil, um aumento de mais de 300%.


40 anos: o futuRo

UMa alavaNCa PaRa a GeSto DoS SeRvioS

Os projetos para modernizar a

admnistrao pblica, coordenados

pelo MPOG, vo usar cada vez mais ferramentas de TIC

no vejo outra maneira de melhorar a pres-tao de servios, a no ser com o uso inten-sivo de tecnologia, afirma Valter correia da silva, chefe da assessoria especial para Moder-nizao da Gesto (asege) no Ministrio do planejamento, oramento e Gesto (MpoG). a prioridade para o futuro, diz ele, aumentar a disponibilidade de servios pblicos on-line. e o grande sonho, unificar as informaes das trs esferas de governo, de modo que o cidado possa encontrar tudo o que procura, indepen-dentemente de quem oferece o servio.

macroaes. entre elas, o Guia de Servios Pblicos do Governo Federal (www.servicos.gov.br), o programa de Dados abertos (veja a pgina 34) e a formao de uma base de dados espaciais (iNDe-infraestrutura Nacional de Dados espaciais), projeto coordenado pelo iBGe, que engloba informaes de estados e municpios e se articula ao acervo de dados abertos para permitir a criao livre de aplica-tivos com recursos de geolocalizao.

Para o setor corporativo, os esforos se concentram na desburocratizao, por exemplo, para abertura e encerramento das empresas, na universalizao do Simples (regime tributrio simplificado), no fomento das compras pblicas e no projeto do Cadastro nico Nacional, em fase de estruturao, que vai juntar todos os dados sobre pessoas jurdicas atualmente dispersos em bases federais, estaduais e muni-cipais. Para apoiar operaes de exportao, a assessoria trabalha, ainda, com o projeto do Porto Sem Papel, cujos sistemas esto sendo integrados ao Portal nico de Comrcio exte-rior. atualmente, importadores e exporta-dores precisam fornecer informaes a mais de 20 rgos, algumas redundantes, diz Correia. Queremos simplificar os processos e migrar o maior nmero de transaes para a internet ou para plataformas amigveis via web.

Nesse movimento, ele acredita que as empresas pblicas de ti tm um papel indis-pensvel. a Dataprev se modernizou muito nos ltimos anos e no toa que tem ganho tantos prmios pela qualidade do seu trabalho, diz. alm disso, ressalta que a empresa parti-cipa de um projeto de grande relevncia para o prprio MPoG: o desenvolvimento do Sistema de Gesto de Pessoas (Sigepe), em um consrcio firmado com o Servio Federal de Processamento de Dados (Serpro).

J estamos trabalhando h cerca de dois anos com esse consrcio e vamos precisar de mais uns quatro para concluir o Sigepe. trata-se de um sistema complexo, sem nada similar no mercado e com muitos recursos. essa forma inovadora de trabalhar, com as duas empresas, tem nos dado resultados gratificantes.

Na opinio de Correia, as tecnologias da infor-mao e Comunicaes (tiC) esto entre as prin-cipais alavancas estruturadoras das iniciativas da agenda de Modernizao da Gesto, criada pela Cmara de Gesto e Competitividade do Governo Federal, e coordenada pelo MPoG. So projetos baseados em trs pilares: a melhoria de prestao de servios para o cidado e para as empresas (desburocratizar e aumentar a competitividade); gesto de gastos do governo federal; e aperfeioamento da governana e de processos nos ministrios, para incrementar o desenvolvimento das polticas pblicas e atender as demandas da populao.

o MPoG tambm est finalizando a contra-tao de trs consultorias para apoiar uma reviso de processos crticos em todos os ministrios. So processos que envolvem vrios rgos e que consideramos importante serem melhorados, desburocratizados, para dar maior racionalidade aos servios.

Da agenda de modernizao, Correia destaca o programa de Governo Digital, lanado em 2013, que tambm se desdobra em vrias


Para dar conta da demanda crescente do estado, Correia defende o fortalecimento tanto da Dataprev quanto do Serpro. inversamente situao anterior, quando ia-se ao mercado para conseguir sistemas que, em geral, no se falam, Serpro e Dataprev oferecem a qualidade de que o estado necessita. Precisamos cada vez mais que essas empresas estejam fortes, modernizadas e com projetos inovadores que nos faam avanar na rea de gesto.

MelhoRias De pRocessosNa lista de processos que faro parte do

trabalho de reviso, com o apoio das consul-torias, o chefe da asege indica aqueles rela-cionados a portos, ou, na Previdncia, percia mdica e aos Regimes Prprios de Previdncia dos estados e municpios. tambm menciona a rea de aquisies, que, segundo ele, j experi-mentou melhorias com a implantao de uma Central de Compras e Contratao do governo federal totalmente eletrnica, sem papel. os resultados so significativos.

Houve uma mudana de paradigma de contratao de passagens areas, agora feita diretamente das companhias areas, sem intermediao da agncia, o que trouxe melhor gesto e menor preo, diz. Na telefonia fixa, a licitao centralizada permitiu reduo de 47,5% em relao aos valores que vinham sendo praticados h dois anos em contratos fechados de forma separada entre os rgos. em outro caso de economia brutal, o ora-mento para uma compra compartilhada de equipamentos de videoconferncia caiu de R$ 800 milhes para R$ 100 milhes, aps todos os rgos demandantes pactuarem um padro comum de especificao.

todos esses exemplos, diz Correia, repre-sentam formas de resolver problemas crnicos da administrao pblica utilizando a alavanca das tiCs. e tambm revelam que a demanda por tecnologia vai crescer. a Dataprev vai ter que aumentar muito sua oferta de servios para a esplanada, frente ao que est por vir, adianta.

o importante, na avaliao dele, asse-gurar uma poltica de utilizao de tecnologia

que alinhe Dataprev, Serpro e a Secretaria de logstica e tecnologia da informao (Slti), do MPoG. J conseguimos criar essa sintonia, que torna o planejamento mais fcil de ser realizado e cumprido. e, por outro lado, polticas como as do Marco Civil, da banda larga, das Cidades Digitais, promovem o acesso internet cada vez maior da sociedade. entre 2013 e 2014, o total de visitantes dirios ao Guia de Servios Pblicos, por exemplo, passou de 2.400 para 10 mil, um aumento de mais de 300%.

valter Correia, do MPoG: Queremos migrar os processos para a web


DaDoS aBeRtoS a iNteliGNCia Coletiva eM ao

uma tendncia ntida na tecnologia da infor-mao aplicada a servios pblicos o acesso crescente dos cidados aos chamados dados abertos, ou seja, aos dados mantidos por insti-tuies vinculadas ao governo, que podem ser reutilizados, distribudos e recombinados, sem restrio de licenas, patentes ou meca-nismos de controle. essa matria-prima, na opinio do assessor de ti do Ministrio do planejamento, oramento e Gesto (MpoG), nitai Bezerra da silva, deve provocar a criao descentralizada e crescente de novos apli-cativos e solues para demandas sociais. a possibilidade de ao colaborativa deve ento potencializar o que os especialistas vm chamando de inteligncia coletiva.

Uma inteligncia que nasceria da confluncia de diversos esforos, produzindo solues para problemas coletivos. entre aplicativos criados a partir do uso de dados abertos, o assessor cita, por exemplo, o DPRF.info, que rene esta-tsticas de ocorrncias e acidentes em rodo-vias federais, e foi vencedor do 2 Concurso de

Dados abertos W3C/Ministrio da Justia. ou, ainda, a criao colaborativa de leis e planos, como o Marco Civil da internet, a lei Ficha limpa (de iniciativa popular) e a lei de acesso infor-mao. ele observa que h cada vez mais hacka-thons (maratonas em que hackers se dedicam ao desenvolvimento de solues) e concursos de aplicativos. Para que eles se multipliquem, basta que os dados estejam disponveis.

Para facilitar a localizao e o uso desses dados, o Portal Brasileiro de Dados abertos (dados.gov.br), criado pela Secretaria de logs-tica e tecnologia da informao (Slti) em abril de 2012, reunia, em novembro deste ano, 4.213 recursos, como so chamadas as fontes de informao (planilhas, documentos, etc.), originadas por 479 diferentes bases de dados. o Portal focado no pblico que tem interesse no tratamento de dados, pois fornece todo o aparato necessrio para que uma pessoa possa conhecer os padres e aplicativos desenvolvidos com aquele dado, diz Silva. acreditamos que essa combinao

40 anos: o futuRo


A publicao de dados abertos provoca a participao crescente da sociedade civil na criao de solues para problemas do pas

permite ao desenvolvedor no s compre-ender melhor aqueles dados como tambm criar servios e negcios com eles.

ao longo de 2013, mais de 210 mil pessoas visitaram o Portal, um crescimento de 90% nas visitas nicas, em relao a 2012. o con-junto de dados mais acessado no perodo foi o do Portal de Convnios do Governo Federal (Siconv), que gerencia as transferncias volun-trias da Unio para estados, Municpios, Dis-trito Federal e entidades privadas sem fins lucrativos. Somente os dados do sistema foram baixados 49.502 vezes.

Do ponto de vista operacional, o portal funciona como um grande catlogo que facilita a busca e o uso de uma parcela de dados publi-cados pelos rgos do governo. a expectativa que nos prximos trs anos o portal disponibi-lize acesso aos dados de todo o governo federal e tambm das esferas estaduais e munici-pais. trabalhamos para que a publicao de dados abertos passe a ser tratada cada vez mais como um servio pblico, que necessita de oramento e alinhamento entre os rgos envolvidos, sendo feita de maneira plane-jada e prevista at na contratao de servios e produtos do mercado, o que implica que os sistemas j sejam concebidos sabendo-se que eles tambm publicaro os dados que arma-zenam, conta o assessor de ti da Slti, Chris-tian Miranda.

ao expor dados brutos sobre temas como educao, oramento, compras governa-mentais, acompanhamento de programas de governo, indicadores de gesto, entre outros, o Portal Brasileiro de Dados abertos tem, na avaliao de Miranda, uma importncia singular para a transparncia da gesto. os dados so publicados de forma a maximizar sua reuti-lizao e permitir que qualquer interessado possa fazer a sua anlise; formar sua prpria opinio sobre a gesto pblica e compartilh-la livremente; realizar controle social ou mesmo comparar a atuao de gestes diferentes.

o Portal integrado a diversos sistemas governamentais compatveis com solues de

dados abertos, inclusive com a pgina da Data-prev para dados abertos, que traz estatsticas relacionadas a acidentes de trabalho. Com os sistemas mais conectados, todo o governo se beneficia do aumento da qualidade da infor-mao de cunho estratgico e da reduo do tempo de tomada de deciso, diz o assessor. Miranda observa, ainda, que a informao tem seu valor potencializado quando compar-tilhada. o conceito de inteligncia coletiva e aberta beneficiando o estado. apesar de a participao social ser pr-requisito para qual-quer governo atualmente, o conceito da cola-borao acaba sendo praticado pelos gestores pblicos no momento da abertura de dados. o que se percebe que so criadas novas redes e grupos de interesse, tanto entre os gestores como com a sociedade.

a poltica de dados abertos tambm tem sido vista como um caminho para que as insti-tuies pblicas aproveitem tecnologias j exis-tentes no desenvolvimento de suas solues. o twitter, por exemplo, abriu a aPi (interface de Programao de aplicativos) de acesso ao seu ambiente e provocou o surgimento de diversos aplicativos especializados para sua plataforma. as pessoas ganharam centenas de opes alternativas ao aplicativo oficial, o que contribuiu para o sucesso da rede social, diz o analista.

Um dos pilares da poltica de governo aberto a participao social, conta Nitai. intera-gindo com quem usufrui de servios pblicos que o governo pode fazer com que estes sejam mais focados nas necessidades do cidado. o governo, desenhado assim, funciona como uma plataforma, na qual possvel cons-truir servios novos em cima dos j exis-tentes. a publicao de dados abertos est prevista na lei de acesso informao (lei n 12.527/2011) e tambm faz parte das aes do governo brasileiro para a implementao da Parceria para Governo aberto (open Govern-ment Partnership), iniciativa internacional para incentivar prticas governamentais relacio-nadas transparncia e participao social, atualmente com 63 pases integrantes.


o acesso a dados abertos e a chamada internet das coisas, que conecta aparelhos domsticos e objetos do cotidiano rede, vo injetar uma nova fora ao campo do governo eletrnico, promovendo a criao de aplicaes relevantes e capazes de melhorar em grande medida a vida das pessoas. a avaliao de Vagner Diniz, gerente do escritrio brasileiro do W3c (WWW consortium), consrcio inter-nacional e principal responsvel pela organi-zao e padronizao da World Wide Web.

entre outras tendncias tecnolgicas para o futuro, como Big Data, computao em nuvem e mobilidade, Diniz destaca o amplo espectro de possibilidades da internet das Coisas ou iot (do ingls Internet of Things). Segundo a Wikipedia, o conceito foi proposto por Kevin ashton no Massachusetts institute of techono-logy (Mit) em 1999, como parte de pesquisas com sensores e sistemas de identificao por radiofrequncia (sem fio). atualmente, indica o conjunto de tecnologias necessrias para interligar e fazer a comunicao de dados entre coisas: livros, relgios, geladeiras, lmpadas, automveis, alarmes, televisores, virtual-mente tudo. Uma vez conectadas, as coisas podero ser operadas e administradas remo-tamente, por pessoas ou por outras coisas

por exemplo, computadores , com benefcios e aplicaes em diferentes reas.

Diniz prope, por exemplo, imaginar que cada poste de luz da rua tivesse um ende-reo iP (internet Protocol), que um nmero exclusivo para identificar cada dispositivo ou servio ligado rede. Com isso, seria possvel controlar o poste para que oferecesse a melhor performance, em funo do movimento das pessoas na rua ou da luminosidade nos dife-rentes horrios, entre outras caractersticas do contexto daquele poste.

as aplicaes mais significativas na internet das Coisas, na opinio de Diniz, sero produ-zidas pela prpria sociedade. em especial, devido ao acesso aos dados abertos (veja a pgina 34) informaes pblicas que qual-quer pessoa pode utilizar e redistribuir livre-mente, disponveis em formatos abertos, ou seja, compreensveis por diferentes linguagens e padres de mquinas.

Com esses dados, o cidado consegue gerar aplicaes de seu interesse, analisa o gerente do escritrio do W3C. assim, uma comunidade pode se apropriar da informao de governo e prestar servios para ela prpria, a partir do entendimento dos dados referentes sua realidade. H uma mudana de centralidade

a iNteRNet DaS CoiSaSe UMa oNDa De aPliCaeS SoCiaiS

40 anos: o futuRo


de atores, destaca Diniz. Um movimento que ele acredita ser capaz de provocar o ressurgi-mento do governo eletrnico.

Para Diniz, o cidado poder participar das decises de governo sobre os servios que devem ser prioritrios para atendimento por meio eletrnico.

ainda que timidamente, algumas solues j comeam a surgir. Para moradores de So Paulo, h aplicativos para localizar feiras livres, para mostrar no celular o funcionamento das linhas de metr em tempo real, ou, no site Catraca livre, consultar a programao dos eventos gratuitos na cidade. No Hackathon USP Cidades: desafios urbanos em Firefox oS, realizado pela universidade em 2013, um dos aplicativos vencedores permitia encontrar os pontos de venda de cartes da Zona azul (para estacionamento urbano) mais prximos do usurio, incluindo, ainda, um sistema para compra virtual do bilhete e uma verso com recursos de fiscalizao para o gestor pblico.

a iot viabilizar, nesse sentido, vrias apli-caes que trabalham com sensores, por exemplo, em servios de rastreamento, diz Diniz. Sensores conectados a nibus pblicos, a caminhes de lixo ou a outros veculos vo permitir gerenciar melhor as frotas. Soluo parecida com isso j foi implantada em Barce-lona, na espanha. Sensores nas caixas coletoras detectam o volume de lixo acumulado e avisam a uma central quando hora de fazer o recolhi-mento, otimizando o uso dos caminhes.

Para alcanar esse cenrio, contudo, h desa-fios de grande porte no caminho. entre eles, o gerente do W3C no Brasil assinala a necessi-dade de padronizao e de adoo de proto-colos interoperveis, alm da superao das restries de banda (para melhor comunicao de dados). H vrios aspectos vinculados ao hardware, porque, dependendo do disposi-tivo, a iot envolve s vezes conexes de baixa,

s vezes de alta complexidade. os protocolos precisam trocar dados e ser rpidos, para dar conta do grande volume de informao.

alis, tal quantidade de dados associa a internet das Coisas diretamente tecnologia de Big Data (veja a pg. 40), que deve atuar no seu cruzamento, seleo e tratamento. Conse-guir um servio de comunicao de dados de qualidade, com banda larga consistente, com capacidades bem superiores s atuais ofere-cidas pelos telefones celulares, principal meio de acesso da populao, tambm um dos pr-requisitos fundamentais apontados por Diniz para este futuro. outro a atualizao para a verso 6 do protocolo de comunicao usado na internet (o iP), atualmente na verso 4.

o iP possui um modelo de endereamento parecido com o do telefone, atribuindo um nmero a cada equipamento, para que se conecte internet. o gerente do escritrio brasileiro do W3C afirma que os nmeros do iPv4 esto acabando. os tcnicos estimam que a verso atual suporte mais dois ou trs anos, por meio de algumas tcnicas, mas o problema s ser resolvido com o iPv6. Nesse sentido, lembrou que, a partir de 2015, a anatel vai passar a exigir compatibilidade com a nova verso para homologar equipamentos de rede que sero vendidos no mercado.

em outubro deste ano, a iDC estimou uma base instalada mundial de aproximadamente 212 bilhes de coisas conectadas na iot no final de 2020. Considerando componentes, processos e a estrutura de ti e de conectivi-dade, a internet das Coisas e seus servios prometem gerar, segundo a iDC, uma receita global de US$ 8,9 trilhes em 2020. Fatores para o avano do conceito seriam o desen-volvimento de cidades, carros e casas inteli-gentes; aprimoramento da infraestrutura de rede; e uma cultura cada vez mais baseada na ideia de conectividade.

Para o gerente do escritrio brasileiro

do W3C, Vagner Diniz, aplicaes futuras

vo usar dados dos sensores de

objetos do cotidiano conectados rede


40 anos: futuRo


a Dataprev est desenvolvendo um aplicativo, previsto para 2015, que vai permitir aos usurios de dis-positivos mveis acessarem ser-vios da previdncia social. con-sulta ao benefcio, extrato mensal de pagamento e extrato anual do iR, informaes de percias agen-dadas e localizao de agncias so algumas das funcionalidades que estaro disponveis por meio de smartphones ou tablets, de acordo o gerente da unidade de Desen-volvimento da empresa no Rio de Janeiro, nelson simabuguro.

o aplicativo multidispositivo e responsivo, ou seja, roda em dife-rentes equipamentos mveis e oferece uma experincia de visu-alizao, leitura e navegao de boa qualidade em diferentes tama-nhos e formatos de tela. e poder ser implantado tambm em totens de autoatendimento. Segundo Simabuguro, a soluo est sendo desenhada sob medida para o instituto Nacional do Seguro Social (iNSS) por uma equipe que inclui, alm da UDRJ, empregados de outras unidades. o objetivo montar uma infraestrutura de qualidade na Dataprev, para expandir a oferta de cada vez mais servios voltados a dispositivos mveis.

Yri Feitosa, gerente do Servio de Segurana no Desen-volvimento de Sistemas da Dataprev, explica que a nfase nos aspectos de segurana busca no s atender s normas do Governo Federal, mas tambm garantir a privacidade dos dados dos usurios desses aparelhos. o risco aumenta, quando se sabe que 60% dos empregados das empresas j

usam o celular com fins de trabalho, e 90% das organizaes disponibi-lizam suas informaes nos aplica-tivos mveis, diz. exatamente por isso, a Dataprev vem procurando reunir simplicidade, objetividade e segurana em seus aplicativos.

o gerente do projeto eaPS-Mo-bile-internet-agncia eletrnica da Previdncia, da UDRJ, Rafael Maia, lembra que o mercado de smart-phone est aquecido no Brasil. em 2014, esto previstas vendas de 47 milhes de aparelhos com acesso internet e a aplicativos. e h cerca de 11 milhes tablets em uso no pas.

o aplicativo da Dataprev para os equipamentos mveis foi cons-trudo em HtMl5, linguagem j adotada em milhares de multidispo-sitivos. Para seu desenvolvimento,

os tcnicos se basearam nos conceitos de responsividade, usabilidade, acessibilidade. tambm aproveitam, sempre que possvel, ferramentas que sejam familiares aos usu-rios. Poderamos desenvolver um sistema de georrefe-renciamento prprio, por exemplo, mas usamos aplica-tivos de acesso a mapas j existentes nos aparelhos mveis dos usurios, afirma Maia. Para localizar uma agncia, o usurio vai acessar o mapa existente no seu aparelho, sem sair do aplicativo da Previdncia.

Nelson Simabuguro lembra que a inteno atender no a um nicho de mercado, mas a toda a sociedade. Por sua importncia social, a Dataprev vai atender, com esses aplica-tivos, tanto o cidado que possui smartphone de luxo, quanto o que usa o mais simples, com servios pr-pagos.

SeRvioS Da PReviDNCia No CelUlaR

Extratos, informaes de percias agendadas e localizao de agncias, entre outras dados, podero ser consultadas no telefone ou no tablet

40 anos: o futuRo

tela da verso beta da aplicao


BiG DataQUaliDaDe Na QUaNtiDaDe

40 anos: o futuRo


O professor Wagner Meira, da UFMG, acredita que os cidados usaro cada vez mais as informaes das redes para tomar decises

a expanso das redes sociais e a onipresena da tecnologia digital na vida das pessoas provocaram a gerao de uma quantidade imensa de dados, em grande velocidade, variedade e volume, que se convencionou chamar Big Data. para o professor Wagner Meira, titular do Departamento de cincia da computao da universidade federal de Minas Gerais (ufMG), a explorao do Big Data, manancial de dados disposio de todos, ainda est no incio mas, no futuro, deve repercutir no modelo de prestao dos servios de tic. o papel de uma empresa de tecnologia como a Dataprev, segundo ele, ser menos o de fazer os servios pelas pessoas e mais o de construir artefatos para que as pessoas faam suas coisas. elas tero uma demanda to diversificada que no vai caber na nossa lgica tradicional de construo de sistemas padronizados.

Meira lidera uma equipe de 20 estudantes que, juntos com outros 20 analistas de TI da Dataprev, faz um intercmbio de conheci-mento sobre Big Data, para prospectar solu-es para os clientes pblicos. Um exemplo de aplicao das tecnologias capazes de tratar esses conjuntos de informaes a preveno de fraudes.

Resultados o que levou a essa exploso de dados que se conceituou como Big Data? Wagner Meira H uma diversidade e um volume de dispositivos capazes de gerar dados em ritmo crescente, com a tendncia de real-mente haver a Internet das Coisas (veja a pgina 36). Um aspecto embrionrio do Big Data o anseio das pessoas de aprender com os dados, e no mais receb-los de forma passiva.

J um primeiro mecanismo de interao o navegar na internet em uma imensido de dados, utilizando ainda recursos espartanos, que so os de cunhar e refinar um conjunto de palavras, para encontrar informaes do seu interesse. a lgica do Big Data uma conjuno disso tudo, associada principalmente a uma oportunidade de negcios, que quando a extrao e a explo-

rao dos dados armazenados passam tambm a ser um gerador de riqueza. e a rapidez de obter informao tambm vira riqueza.

Temos longo caminho a percorrer no sentido de explorar economicamente a infor-mao. Na lgica do Big Data, estamos no incio do processo. O que os pesquisadores chamam de cincia de dados pode provocar uma outra revoluo, porque temos as condi-es para as pessoas se habilitarem a tomar decises baseadas em dados.

Resultados Qual , ento, o grande desafio das empresas de tecnologia? Wagner Meira acredito que seja definir qual ser a planilha eletrnica daqui a 40 anos. a planilha a segunda plataforma mais popular do mundo, executando desde o controle de finanas pessoais at tarefas de minerao de dados e inteligncia de negcios. Quais sero as atividades da nova planilha, em termos de prover a capacidade de investigar dados, fazer comparaes e anlises, estabelecer tendn-cias e, ao mesmo tempo, ajudar em necessi-dades cotidianas como planejar frias com mais embasamento e menos intuio? essa a tarefa das empresas de tecnologia.

Resultados o que falta para chegarmos a isso? Wagner Meira teremos que incluir mais elementos, a comear pela educao de nossas crianas, no sentido de serem mais investigativas, com efetivo senso crtico. ainda temos uma lgica de registro e muito pouco de entender os mecanismos bidirecionais, como a web e as redes sociais. essa a oportunidade da tecnologia de ajudar a sociedade a evoluir, dando, em troca do que vem tirando (a exemplo da privacidade), condies de melhorias da qualidade de vida.

Resultados Como a tecnologia aplicada a Big Data pode contribuir para melhorar a vida das pessoas e a qualidade dos servios pblicos? Wagner Meira H algumas tendncias, no caso do Brasil, que so irreversveis, como


a Dataprev e a UFMG firmaram um convnio, no fim de 2013, para trabalhar em dados no estruturados, no formatados e dispersos no trfego de redes sociais e outros canais. Simone Hauch, coordenadora de inteligncia da informao da Dataprev, revela que o notrio saber da UFMG no assunto permite produzir conhecimentos sobre as formas de reciclar e tratar os dados que circulam de forma rpida e dispersa: Podemos oferecer novos servios e ferramentas que vo incrementar a tomada de deciso na esfera pblica.

o convnio objetiva, na fase que vai at julho de 2015, o desenvolvimento de pesquisas cientfico-tecnolgica de modelos e sistemas de inteligncia para grandes volumes de dados estruturados e no estruturados. Dois projetos piloto esto em desenvolvimento: um

pessoas estaro mais habilitadas a fiscalizar. a partir de uma transparncia total, voc vai ter que permitir que os usurios encontrem aquilo que desejem. os servidores pblicos tero, a seu favor, mais ferramentas para auxiliar na deciso. o papel de uma empresa de tecno-logia como a Dataprev vai ser menos de fazer os servios pelas pessoas e mais de cons-truir artefatos para que as pessoas faam as coisas, porque elas vo ter uma demanda to diversificada que no vai caber na nossa lgica tradicional de construo de sistemas padroni-zados. onde entra a lgica da planilha. ela no diz se voc vai usar a ferramenta para controlar gastos domsticos ou lanar nota de aluno.

a da transparncia. Uma questo a ser traba-lhada a do compromisso com a transparncia, mas tambm com a privacidade e o uso tico dos dados. isso muito bem trabalhado na parte de segurana, integridade e preservao dos dados. Mas eu posso usar as informaes das pessoas para fazer determinadas coisas ou no? J h o temor, em grande parte do mundo, do uso de dados que possam, por exemplo, levar excluso de pessoas de seguros-sade, por conta de diagnsticos que sugerem que ficaro doentes. Mas h um lado extremamente posi-tivo, que o de preveno de doenas.

Do ponto de vista do gestor pblico, cada vez mais, ele vai ter que se explicar, porque as

40 anos: o futuro Big Data: qualiDaDe na quantiDaDe

voltado ao agendamento de percias mdicas do iNSS, e outro, para o Seguro-Desemprego. a Dataprev tem um mundo de informaes. J sabemos que possvel criar alguns ser-vios a partir do cruzamento com os dados abertos, diz Simone.

ou seja, o projeto da parceria com a UFMG busca propor solues para extrair informaes dos bancos de dados da empresa e de fontes externas, adotando conceitos como Minerao de Dados (a procura por padres em grandes quantidades de dados). a UFMG tem o conhe-cimento necessrio produo de algoritmos, tcnicas e tecnologias que ainda no foram criados acadmica e industrialmente. J a Dataprev detm a produo de sistemas, com grandes bases de dados, para servios da rea social do governo, revela Simone.

UFMG e DAtAPRev DesenvolveM PRojeto Piloto


40 anos: futuro

40 ANOSDE CIDADANIAOs resultados alcanados pela Dataprev

nestes 40 anos so consequncia dos

servios oferecidos aos seus clientes, que

trabalham em busca de um Brasil mais justo

e igualitrio. Garantir o acesso de milhes de

cidados aos seus direitos assegurar o

exerccio da cidadania.


da cidadania.

anos


40 anos: ResultaDos 2014

eXeCUo De iNveStiMeNtoS teM Novo ReCoRDe

Indicadores apontam combinao eficaz de aumento de receita e gestode custos

a combinao de aumento de receita e de investimentos, que permitiu ampliar a capa-cidade de oferta de servios, e uma gesto eficaz de custos deram Dataprev em 2013 um desempenho econmico e financeiro equi-librado e o maior ndice de execuo de inves-timentos da sua histria: 97,9% do oramento previsto para o ano, equivalente a R$ 228,5 milhes realizados no perodo. os nmeros superam o recorde de 2012, quando a taxa de realizao de investimentos alcanou 94,6%. nesse processo, j expandimos em mais de 200% a capacidade computacional dos centros de processamento e a oferta de recursos de tecnologia da informao, afirma lvaro Botelho, diretor de finanas e servios logsticos da Dataprev.

a empresa tambm obteve em 2013 um lucro lquido de R$ 177,6 milhes, o que corresponde a um crescimento de 15,59%, em comparao ao exerccio de 2012. e aumento de 10,52% na receita operacional bruta (R$ 1,206 bilho) e de 10,92% na receita lquida (R$ 1,011 bilho). Resultados que conferiram empresa vrios prmios de publicaes espe-cializadas (veja a pgina 47).

No primeiro semestre de 2014, quando a Dataprev registrou uma receita bruta de R$ 618,2 milhes, aumento de 5,8% em compa-rao ao mesmo perodo de 2013, os principais indicadores econmicos da Dataprev continu-avam relativamente estveis em relao ao ano passado. Mas, de acordo com Botelho, tm se mantido assim em grande parte devido conti-nuidade da conteno de despesas, ou seja, a aes que minimizaram a irregularidade no fluxo de recebimento dos clientes, a desacelerao no ritmo de aumento da receita, e o crescimento das despesas. Um dos efeitos dessa gesto tem sido a reduo de custos com viagens.

Na opinio de Botelho, investimentos recentes realizados em melhorias de processos nas reas de compras, avaliao de cadeia de suprimentos, anlise financeira, inclusive com novas ferramentas de simulao de cenrios, asseguram Dataprev, atualmente, agilidade

e consistncia na gesto financeira. Houve grande avano do planejamento, um trabalho integrado das diversas reas e o aperfeioa-mento de processos, como os que envolvem compras e contrataes.

ele aponta, ainda, a credibilidade junto ao mercado, o incremento da produtividade, a parceria com os clientes e o apoio do Governo Federal por meio dos acionistas da Dataprev, empresa pblica vinculada ao Ministrio da Previdncia Social.

a Dataprev apurou em 2013 eBitDa (lucro antes dos juros, impostos depreciaes e amor-tizaes) de R$ 331,8 milhes, com variao positiva de 20,18% ante ao apurado em 2012 (R$ 276,1 milhes). a margem do eBtiDa sobre a receita lquida foi de 32,80%, em comparao a 30,28% do ano anterior. e a Rentabilidade sobre o Patrimnio lquido (RPl) alcanou 26,46%, ante 33,82% em 2012, com Margem opera-cional de 24,89%, em comparao a 23,56% apurados no perodo anterior.


PRMioS ReCoNHeCeM DeSeMPeNHo FiNaNCeiRo e De GeSto BeM-SUCeDiDoS

Valor 1000, Melhores e Maiores de Exame, As Melhores da Dinheiro e a Associao Nacional de Qualidade de Vida destacaram a atuao da empresa

ao longo de 2014, a Dataprev foi premiada na edio Valor 1000, do jornal Valor Econmico, pelas revistas Melhores e Maiores de Exame e As Melhores da Dinheiro, e pela associao Brasileira de qualidade de Vida (aBqV). uma srie de reconhecimentos que se explicam pelos avanos realizados pela Dataprev nos ltimos anos na rea de gesto financeira e de pessoas, planejamento, processos, alm dos investimentos para a modernizao do seu parque tecnolgico.

No Prmio Valor 1000, que avalia o desem-penho econmico e financeiro das empresas em 26 segmentos de atuao, a Dataprev foi escolhida a melhor no setor de ti e telecomu-nicaes, com base em oito critrios: cresci-mento sustentvel, rentabilidade do patrimnio lquido, margem da atividade, liquidez corrente, giro do ativo e cobertura de juros, receita lquida e margem eBitDa (lucro antes de juros, impostos, depreciao e amortizao).

a melhor empresa do setor de indstria Digital da Melhores e Maiores de Exame, prmio concedido pela editora abril, foi conquistado pelo segundo ano consecutivo. Neste caso, a Dataprev foi selecionada entre as empresas que se destacaram em 2013 por seu desem-penho em 18 segmentos da indstria, comrcio e servios, alm do agronegcio.

a edio especial das Melhores e Maiores de Exame analisa dados de cerca de 3 mil empresas, alm dos maiores grupos privados do pas, com apoio da Fundao instituto de Pesquisas Contbeis, atuariais e Financeiras da Universidade de So Paulo (Fipecafi/USP). o critrio de classificao das 500 maiores foi o de receita de vendas (faturamento lquido).

J a escolha das melhores empresas consi-dera o sucesso obtido na conduo de seus negcios e na disputa de mercado no ano que passou, em comparao ao exerccio ante-

rior. Para isso, a Melhores e Maiores de Exame compara e pontua indicadores de crescimento, rentabilidade, sade financeira, participao de mercado e produtividade do empregado.

As melhores da Dinheiro, premiao promo-vida pela publicao Isto Dinheiro, da editora trs, deu Dataprev o ttulo de melhor no setor de Servios Pblicos na edio de 2014. Para construo do ranking, que envolveu mais de mil das maiores empresas do pas, em 28 segmentos, consultores analisaram dados financeiros e operacionais de 2013, em uma parceria da revista com a economtica e a Boa vista Servios.

Rodrigo Assumpo, presidente da Dataprev, e Carlos Eduardo Gabas, secretrio-executivo do Ministrio da Previdncia Social, na premiao da Isto Dinheiro

QUAliDADe De viDA alm das conquistas por seu desempenho

econmico e financeiro, a Dataprev ganhou o Xvii Prmio Nacional de Qualidade de vida de 2014, na categoria boas prticas de gesto do seu Programa de Qualidade de vida. Reali-zada durante o Xiv Congresso Brasileiro de Qualidade de vida, promovido pela asso-ciao Brasileira de Qualidade de vida (aBQv), a premiao destacou, entre outras iniciativas, o Programa de apoio ao empregado da Data-prev (Paed), a ginstica laboral, as campanhas de preveno e o conjunto de benefcios dispo-nveis aos empregados.


40 anos: ResultaDos 2014

UM PRoCeSSo NiCoPaRa SoliCitaR BeNeFCioS

Novo painel de atendimento

simplifica operaes e d

acesso s bases do Portal CNIS-SIBE

a Dataprev e o inss comearam a desenvolver em conjunto um processo que vai simplificar e tornar on-line praticamente todas as opera-es relacionadas a benefcios previdenci-rios. o processo nico de Reconhecimento de Direitos vai contar com um novo painel de atendimento, reunindo o conjunto das funcionalidades que o atendente da agncia da previdncia social precisa atualmente para responder s demandas do segurado, tanto dos aplicativos do sistema integrado de Bene-fcios (siBe), quanto dos sistema do cadastro nacional de informaes sociais (cnis).

trata-se de uma prioridade para 2015, explica Mrcia Bezerra, gerente de contas da Dataprev para a rea de benefcios previden-cirios. tanto o cidado quanto o servidor da agncia podero realizar operaes que envolvem o CNiS ou o SiBe a partir de um nico local e de forma bem intuitiva, com uma interface bastante clara. Para se ter ideia dos ganhos proporcionados ao segurado, o simu-lador do valor de aposentadoria, por exemplo, passar a trabalhar com dados reais de cada

pessoa, acessando diretamente as bases do CNiS e as regras e dados para cada benefcio.

outra novidade, diz Mrcia, ser a possibi-lidade de o prprio segurado ou o servidor da agncia enviar documentos digitalizados para o sistema, caso seja preciso comprovar alguma informao durante o atendimento. No mesmo painel, estaro disponveis, por exemplo, as funcionalidades do sistema de agendamento (Sisagen), a Sala de Monitoramento e o SGa (que faz o controle do fluxo de atendimento).

Para ampliar o escopo de operaes que podem ser realizadas no portal, os usu-rios tero uma senha de acesso exclusiva para a Previdncia Social, gerada dentro dos ambientes de autenticao dos bancos que trabalham como agentes pagadores de bene-fcios. o que permitir ao segurado, diz Mrcia, transmitir pela internet seus docu-mentos digitalizados. o processo de cons-truo do Portal de atendimento comeou a ser criado pelo e-requerimento, para soli-citao on-line de alguns servios, que est sendo utilizado, em experincia piloto, inicial-mente, por entidades conveniadas do iNSS.

ao mesmo tempo, a nova verso do Portal CNiS-SiBe est ficando mais leve, estvel e fcil de usar, j em plataforma baixa. esse avano no fornecimento dos servios possvel em funo da migrao do CNiS do mainframe.Considerada a maior base de dados da amrica latina, com 22,5 bilhes de registros de remu-neraes mensais e dados de recolhimentos individuais dos contribuintes, o CNiS rene, ainda, 230 milhes de registros de pessoas fsicas; 5,5 milhes de dados de bitos; 35 milhes de registros de pessoas jurdicas; e

revista dataprev resultados ano5 n10 web-1

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