revista es brasil retrospectiva 2014

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RETROSPECTIVA 2014 R$ 8,90 ES Brasil – Retrospectiva Edição 113 • Dezembro 2014 www.revistaesbrasil.com.br IMPRESSO R$ 8,90 Apoio institucional

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Edição 113

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NESTA EDIÇÃO

Edição 113 – Dezembro 2014

10 Periscópio

14 AtualidadeSegundo opiniões de especialistas divulgadas no Projeto Cenários 2015 - parceria da ES Brasil com o Merccato Inteligência Competitiva -, o Espírito Santo deverá crescer mais que o Brasil no próximo ano. Podemos contar com a sorte ou devemos estar preparados para o pior?

34 EntrevistaRenato Casagrande, governador do Estado, faz um balanço dos últimos quatro anos e antecipa alguns de seus planos para 2015 após o término de seu mandato.

68 RETROSPECTIVA 2014 Um registro completo dos principais acontecimentos do Espírito Santo em 2014. Confira o que ocorreu nas diversas áreas da economia capixaba e saiba quais são as expectativas de cada setor para o ano que vem.

Artigos72 Arlindo Villaschi

Votos para Vitória

78 Ana Paula Vescovi Pensando em 2016

84 Orlando Caliman 2014: um ano portador de sérios problemas

90 Clóvis Vieira 2014: o ano que não acabou

100 Doria Porto Einstein e a economia brasileira a partir de 2015

112 Ronald Carvalho Balanços em tempos de crise

118 Luiz Fernando Schettino Inovação: a competitividade tem base para avançar em 2015

150 Eustáquio Palhares Um ano que só termina no próximo

158 Enio Bergoli Café conilon, a qualidade reconhecida não é de hoje

178 João Luiz Vassalo Foco em pesquisas na busca por inovações

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EDITORIAL

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O ano de 2014 foi bastante movimentado. O Brasil sediou a Copa, o Espírito Santo recebeu as seleções da Austrália e de

Camarões, e o 7x1 acabou com o sonho do hexa. Os protestos contra o superfaturamento dos estádios, o caos nos aeroportos e os congestiona-mentos nas cidades felizmente não tomaram as proporções anunciadas.

A disputa acirrada do segundo turno das eleições dividiu o país em dois grandes blocos, as denúncias de corrupção se intensi�caram, e o PT garantiu mais quatro anos no poder. Ao contrário do resultado nacional, o Executivo local retornou às mãos de Paulo Hartung, com 53,44% dos votos válidos,

após comandar o Estado por dois mandatos, entre os anos de 2002 e 2010.A desaceleração no crescimento nacional, a alta na in�ação e os resultados ainda

piores no dé�cit externo se con�rmaram. Há um consenso: 2014 não foi um bom ano e deixou de herança sérios problemas para 2015, que muito provavelmente não será um período �nanceiramente fácil.

Em meio às incertezas, a precaução se torna protagonista entre os agentes econômicos, e a análise de cenários con�gura-se o melhor instrumento para explorar os diversos caminhos que o país e o Espírito Santo poderão seguir para, então, adotar ações que minimizem os gargalos e otimizem os pontos positivos.

Assim, para antecipar o diagnóstico acerca das expectativas para o próximo ano, a revista ES Brasil e o Instituto de Pesquisa Merccato Inteligência Competitiva trouxeram uma novidade. Além do tradicional debate, promovido agora em dezembro, foi realizada uma pesquisa de opinião, identi�cando o que deve compor o panorama econômico do país e do Estado em 2015.

O Projeto Cenário 2015 ouviu representantes de entidades e especialistas ligados à área econômica, que se posicionaram quanto ao quadro macroeconômico brasileiro, à inserção da economia capixaba na dimensão internacional e à governança pública. A avaliação positiva por parte dos especialistas ouvidos sobre esse modelo motivou a ES Brasil a manter o projeto para os próximos anos.

O resultado desse levantamento você confere em “Cenários”, reportagem que integra a série “Retrospectiva 2014”, com matérias especiais nas quais são enumerados os fatos mais relevantes de diferentes segmentos.

A última edição do ano traz ainda uma enriquecedora análise de nosso renomado time de articulistas. Esperamos possibilitar uma leitura que leve a conclusões acertadas sobre os desa�os e as possibilidades futuras.

Boa leitura e um excelente 2015!

Mário Fernando Souza, diretor-executivo da Next Editorial e editor-executivo da ES Brasil

OPINIÃO DO LEITOR

“Gosto muito do conteúdo da ES Brasil. As matérias são condizentes com a realidade econômica do Estado e deixam o leitor atualizado. As colunas também são muito interessantes, assim como as entrevistas”.Jorge Conceição dos Santos, autônomo

“As reportagens da ES Brasil são muito bem elaboradas e aprofundadas com a opinião de especialistas renomados. A coluna de gastronomia é a minha preferida, assim como periscópio, que faz um apanhado geral do Estado”.Yvonne Dimanche, aposentada

ES Brasil é uma publicação mensal da Next Editorial. Seu objetivo é apoiar o desenvolvimento do Estado do Espírito Santo, apresentando conteúdos informativos e segmentados nas diversas vertentes empresariais.

Diretor-ExecutivoMário Fernando Souza

Diretora de OperaçõesJulicéia Dornelas

Editor-ExecutivoMário Fernando Souza

Gerente de ProdutoFlávia Tristão

Apoio ProduçãoTaíssa Souza

TextosThiago Lourenço e Yasmin Vilhena e Fabrício Fernandes, Flávia Fernandes, Gustavo Costa, José Monteiro, Leonardo Quarto, Luciene Araújo, Mike Figueiredo, Roberto Teixeira, Rodrigo Fernandes e Sânnie Rocha

CopidesqueDaniel Hirschmann

Edição de ArteGenison Kobe, Tiago Oliveira, Fábio Barbosa, Michel Sabarense e Thiara Nascimento

Colaboraram nesta ediçãoAdilson Neves, Marcos de Souza, Orlando Caliman e Pablo Lira

FotografiaJackson Gonçalves e Fabrício Lima, Leonel Albuquerque, fotos cedidas e arquivos Next Editorial

Publicidade(27) 2123-6506 [email protected]

Gerentes de ContasDeiseane Da Rós, Eliézer Gomes e Flávio Drumond

Apoio ComercialSabrina Cápua

INSTITUTO VERIFICADOR DE CIRCULAÇÃO

Gerente de CirculaçãoAline RezendeAssinatura(27) 2123-6520 www.nexteditorial.com.br

Serviço de atendimento ao assinanteSegunda a sexta: das 9h às 18h

Edições anteriores(27) 2123-6520

Contatos com a RedaçãoE-mail: [email protected]: (27) 2123-6500Endereço: Avenida Paulino Müller, 795 Jucutuquara Vitória/ES – CEP 29040-715

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PERISCÓPIO

EVOLUÇÃO

Transformações urbanas são descritas em livro

O Instituto Jones dos Santos Neves - Núcleo Vitória do Observatório das Metrópoles lançou no dia 10 de dezembro o livro “Vitória: Transformações na Ordem Urbana”, com a participação do professor Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro. A publicação é a segunda da “Série Transformações na Ordem Urbana das Metrópoles Brasileiras (1980-2010)”, cujo propósito é oferecer a análise mais completa sobre a evolução urbana do país.

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PLUVIÔMETROS E VOLUNTÁRIOS AJUDAM A MONITORAR DESASTRES NATURAIS

Moradores de Vitória estão sendo capacitados para atuar como voluntários da Defesa Civil Municipal em casos de temporais e eventos extremos da natureza. As ações os orientam a salvar vidas, prevenir os deslizamentos nas encostas e desastres nas residências, além de monitorar as áreas de riscos geológicos e estruturais. Os munícipes também são responsáveis por operar os pluviômetros, aparelhos meteorológicos usados para recolher e medir, em milímetros, a quantidade de chuva durante um determinado período. Só na capital, encontram-se disponíveis 19 equipamentos funcionando em diferentes pontos da cidade.

FINAL DE ANO MOVIMENTA SETOR RODOVIÁRIOA grande movimentação nas rodoviárias brasileiras na época de final de ano já é esperada. Para isso, empresas de transporte de passageiros se preparam para atender à alta demanda nos próximos feriados, como Viação Águia Branca, que de dezembro de 2014 a março do ano que vem deve contratar mais de 100 motoristas para atuarem nas linhas da viação no Estado, abrindo mais de 3.800 horários extras para os capixabas que vão pegar a estrada no Natal ou no Ano Novo.

Foto: Divulgação

Senador Armando Monteiro, futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobre a importância da competitividade na agenda da pasta

Não há como crescer mais sem que a indústria tenha dinamismo. Crescer pela indústria é sempre o melhor caminho”

INDÚSTRIA

Marcos Guerra é empossado vice-presidente da CNI

O presidente do Sistema Findes, Marcos Guerra, foi empossado vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Guerra, que já tinha sido eleito para o cargo em maio deste ano, tomou posse ao lado do presidente reeleito da CNI, Robson Braga de Andrade, e dos novos membros da Diretoria. O mandato dos industriais à frente da Confederação se encerrará em 2018. “A escolha do meu nome me deixa feliz e traz benefícios para o Espírito Santo, mas exige um compromisso não apenas com o Estado, e sim com as demandas de toda a indústria brasileira. Fico muito grato pelo reconhecimento do trabalho que temos realizado até aqui, mas meu objetivo é atuar ainda mais em favor da indústria e do desenvolvimento econômico do Estado e do país”, explicou Marcos Guerra.

Foto: Divulgação

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LANÇAMENTO

Bel Pesce lança livro em palestraEleita um dos “30 jovens mais promissores

do Brasil” pela revista Forbes, a empreendedora Bel Pesce esteve em Vitória no dia 14 de novembro para uma palestra de lançamento de seu terceiro livro, “A Menina do Vale 2”. Dividida em 24 capítulos, a obra aborda diversas questões sobre empreendedorismo de maneira simples e com linguagem clara, trazendo histórias inspiradoras da autora, que mostram como atitudes empreendedoras - algumas simples, do dia a dia - são capazes de transformar vidas. A palestra foi realizada no auditório do Conselho Regional de Administração do Espírito Santo (CRA-ES).

SAÚDE

Novo empreendimento em Viana atenderá região sudeste

Um novo empreendimento no município de Viana irá atender toda a região Sudeste do Brasil. Com a “Sudeste Farmacêutica”, serão direcionados medicamentos diversos para serem vendidos em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais. O local, que possui uma área total de 3.500 metros quadrados, �ca no condomínio logístico da Dumilho, em Canaã. Inicialmente o fornecimento será para o varejo capixaba, mas, em um segundo momento, toda a região Sudeste será abastecida. “Escolhemos Viana pela oportunidade logística que o município apresenta, pela acolhida e pelos fatores geográ�cos que nos garantem mobilidade adequada. Com esses fatores conseguimos atender ao mercado com qualidade”, comenta o diretor do empreendimento, José Luiz Colli.

FUNDAES TRAZ PALESTRANTE INTERNACIONAL PARA SEMANA DO CONHECIMENTO

Instituições capixabas do terceiro setor se reuniram entre os dias 24 e 28 de novembro durante a Semana do Conhecimento. O evento, que foi promovido pela Federação das Fundações e Associações do Espírito Santo (Fundaes), teve a sua programação realizada na Fucape e na auditório do CRC/ES, local escolhido para o III Fórum Fundaes Internacional, que aconteceu no dia 25. A ocasião contou com a participação da canadense Joanne Linzey - que ministrou a palestra “Glodalização e Transformação Social: experiências globais para mudar a realidade local” – e com a presença dos especialistas em desenvolvimento comunitário e gestão Rogério Arns e Lycia Neumann. “A Semana do Conhecimento é um momento intensivo de diálogo com e para o terceiro setor. O objetivo da Fundaes é convergir experiências e aprendizados para gerar pautas propositivas para o contínuo desenvolvimento do terceiro setor”, explica a presidente da Federação, Cynthia Molina.

CONFRATERNIZAÇÃO

Noite de homenagens com Elo de Liderança e Elo Cultural

O segmento atacadista e distribuidor capixaba, além de seus fornecedores, clientes e parceiros, se reuniram mais uma vez no tradicional jantar de �m de ano do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades) e do Instituto Sincades. O evento, que foi realizado na noite de 21 de novembro, no Centro de Convenções de Vitória, teve como ponto alto de sua confraternização a entrega dos prêmios Elo de Liderança e Elo Cultural, para o presidente do Sicoob Espírito Santo, Bento Venturim, e para o artista plástico Hilal Sami Hilal, respectivamente. Durante a ocasião também foi realizada uma homenagem póstuma ao escritor e jornalista Marien Calixe, falecido no �nal do ano passado.

Foto: Luana Correa

GUARDA MUNICIPAL DE VILA VELHA COMEÇA A USAR ARMAS DE CHOQUEO Gabinete de Gestão Integrada Municipal de Segurança de Vila Velha se reuniu no dia 26 de novembro para entregar os certificados de conclusão do curso de capacitação para utilização de armas de choque disparadoras de dardos eletrificados, conhecidas como sparks. Cento e treze guardas municipais receberam a certificação e já podem utilizar o equipamento em serviço. As sparks complementarão os itens de trabalho da Guarda, que já está equipada com armas .380, coletes balísticos, algemas e cassetetes. A expectativa é de que, até o primeiro semestre de 2015, todos os 189 agentes estejam aptos a utilizar o dispositivo.

Foto: Divulgação

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PERISCÓPIO

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PARCERIA

Fortalecimento do comércio exterior O Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Estado (Sindiex) e a Associação das

Empresas Permissionárias de Recintos Alfandegados (Apra) assinaram no dia 12 de novembro um termo de cooperação para fortalecer o comércio exterior, responsável hoje por 50% do Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo. Dentre as medidas estão a criação de projetos e ações para o desenvolvimento sustentável do setor; a promoção da participação ativa do empresariado no processo de re�exão e de formulação de ações; a maior aproximação entre o setor público e o privado; e o incentivo e a adoção de ações para permitir a continuidade de bons projetos públicos, eventualmente não priorizados em função das alternâncias governamentais.

Foto: Mohd Darus bin H

asib/Flyborg Films/Vale

POSSE

Promoção dos Jogos Mundiais Indígenas

O Instituto Brasileiro do Turismo (Embratur) e o Ministério do Esporte fecharam parceria para incluir os Jogos Mundiais Indígenas (JMI) no calendário de ações de promoção do Brasil como destino turístico de 2015. Depois do sucesso obtido em Londres no começo de novembro, onde o evento esportivo foi divulgado na WTM (Word Travel Market), os jogos, previstos para setembro, serão destaque na Fitur (Feira Internacional de Turismo), marcada para janeiro na Espanha, e nas demais ações previstas até agosto. “Além de valorizar a riqueza cultural dos povos indígenas, os jogos ajudarão a promover outros segmentos do turismo, como o ecoturismo e o turismo de aventuras”, destacou o presidente da Embratur, Vicente Neto.

EXPANSÃO

Vale inaugura centro de distribuição na Malásia A Vale inaugurou no dia 7 de novembro o seu centro de distribuição na Malásia. Com um

investimento aproximado de US$ 1,37 bilhão, o Terminal Marítimo Teluk Rubiah que tem capacidade de receber e exportar 30 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, entrou em operação, servindo como um posto estratégico da empresa na Ásia para atender aos clientes na região. As instalações são compostas por um porto de águas profundas e cinco pátios de estocagem, onde diferentes tipos de minério de ferro podem ser misturados e customizados de acordo com as necessidades das siderúrgicas.

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO ELEGE DIRETOR-TESOUREIRO

O presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, tomou posse no dia 19 de novembro, como diretor-tesoureiro da Confederação Nacional do Comércio (CNC), na diretoria encabeçada pelo atual presidente da CNC, o empresário Antonio Oliveira Santos, para o período 2014-2018. A cerimônia foi realizada na sede da CNC em Brasília, durante a reunião de diretoria da entidade. Na nova diretoria, Josias Albuquerque é o novo 1º vice-presidente. Darci Piana passa a ocupar a Vice-Presidência Administrativa. Para a 2ª e a 3ª Vice-Presidências foram eleitos José Evaristo dos Santos e Laércio Oliveira, respectivamente. Luiz Gil Siuffo continua à frente da Vice-Presidência Financeira da CNC.

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LUCRO LÍQUIDO DO BANESTES CHEGA A R$ 101,8 MILHÕES No dia 11 de novembro, o Banestes divulgou números que demonstram uma evolução positiva nos primeiros nove meses de 2014. O banco alcançou R$ 101,8 milhões de lucro líquido, montante que supera em mais de 30% o registrado no mesmo período de 2014. Os fatores que mais influenciaram esse desempenho foram as receitas com operações de crédito, os resultados na tesouraria, o controle das despesas administrativas e as maiores receitas com serviços. “No Estado houve perdas com o Fundap e, em todo o país, a demanda por crédito diminuiu. Ainda assim, e com a forte concorrência, crescemos neste cenário. Temos realizado importantes avanços no ano de 2014, mantendo o banco em trajetória de crescimento”, afirma o diretor de Relações com Investidores (RI) do Banestes, Celso Nunes de Almeida.

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Espírito Santo deve crescer mais que o Brasil

Foto: Gabriel Lordêllo

ATUALIDADE

Primeiro semestre exigirá precaução, mas

2015 será melhor que este ano

por Luciene Araújo

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 15

“O desafio educacional não pode ser negligenciado, pois é preciso dar sustentação aos projetos que virão para desenvolver o Estado” - Ana Paula Vescovi, economista e vice-presidente do Ibef-ES

Projeto Cenários 2015 aponta que percentual de crescimento da economia capixaba poderá ser de até 4,5%, enquanto o país deve permanecer estagnado

A maioria das avaliações sobre a economia brasileira em 2015, segundo pesquisa realizada pela revista ES Brasil em parceria com o Instituto de Pesquisa Merccato

Inteligência Competitiva, se mantém pessimista e prevê que o Brasil continuará operando com baixa produtividade e reduzido potencial de crescimento. Na contramão dessa má notícia, há o inegável senso comum de que o Espírito Santo vai crescer acima da média nacional, podendo conquistar um percentual de até 4,5%, numa perspectiva mais otimista.

Para antecipar a análise acerca das expectativas para o próximo ano, ES Brasil e Merccato trouxeram uma novidade: além do tradicional debate, este ano promovido em 8 de dezembro, foi realizada uma pesquisa de opinião, entre os dias 12 de setembro e 23 de outubro, com o que deve compor o panorama econômico do país e do Espírito Santo em 2015.

Assim, o Projeto Cenário 2015 ouviu representantes de entidades como Sebrae-ES, Federações do Comércio (Fecomércio-ES), da Indústria (Findes), da Agricultura (Faes) e dos Transportes (Fetransportes); Conselho de Economia (Corecon-ES), Instituto Brasileiro de Finanças (Ibef-ES), Universidade Federal (Ufes), e especialistas ligados à área econômica. Os profissionais se posicionaram quanto ao cenário macroeconômico brasileiro, à inserção da economia capixaba no cenário internacional e à governança pública. A avaliação positiva por parte dos especialistas ouvidos, acerca desse modelo, fez com que a ES Brasil decidisse manter o Projeto Cenário para os próximos anos.

No cenário nacional a in�ação poderá atingir percentuais acima de 6,5%, o crescimento econômico �cará abaixo de 2% – uma taxa baixíssima para uma economia emergente – e a produção industrial poderá expandir-se no máximo em 3% – resultado péssimo, após três anos muito ruins.

Segundo o levantamento, enquanto as expectativas de cresci-mento para o Brasil estiveram entre -1% e 2,5%, o panorama local foi mais bem avaliado, com variação entre 0% e 4,5%. Numa visão mais conservadora, a expectativa é baixa para os 12 primeiros meses do novo Governo, uma vez que o crescimento somente retornará após o acerto de contas do Executivo estadual.

Já os mais otimistas acreditam que a efetivação de projetos de grande porte, como a quarta usina da Samarco e a oitava usina da Vale; a reativação de unidades produtivas da ArcelorMittal em Tubarão, e a conclusão de empreendimentos como o Estaleiro Jurong, em Aracruz, irão in�uenciar de forma positiva a economia capixaba. Somam-se

a essa expectativa os sinais positivos das economias norte-ameri-cana e chinesa.

Os setores da indústria extrativa mineral, mais pelo aumento de volume que de preços; de metalurgia, pelo aumento da produção da ArcelorMittal; e o de rochas, em função do mercado americano, serão os maiores responsáveis pelo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.

Há outra conclusão apresentada por quase a maioria dos economistas e empresários: é a de que os muitos motivos para as previsões pessimistas se relacionam com os erros cometidos pelo Governo Federal. De�nitivamente, a política econômica adotada pela presidente Dilma Rousse� (PT), desde 2011, chamada de “nova matriz econômica”, não deu certo. Uma realidade que leva à queda de con�abilidade do investidor.

Mas, em terras capixabas, segundo o Instituto Jones dos Santos Neves, há uma carteira de projetos com investimentos previstos de R$ 120 bilhões até 2018. O setor de infraestrutura registra 69,1% desse montante. Dentro dele, o segmento de energia responde por R$ 54,1 bilhões, ou seja, 18,8 da carteira de projetos anunciados até 2018. Segundo dados especí�cos, no setor de petróleo e gás, são R$ 60 bilhões previstos para serem empregados até 2020, em 90 projetos no setor energético. Entre as companhias à frente

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desses novos empreendimentos estão a Petrobras, Imetame, Prysmian, Vipetro, Shell, Statoil (Noruega) e Balmoral (Escócia), segundo o Governo do Estado.

Na esfera federal, as políticas �scal, tributária e industrial foram avaliadas como ruins, podendo piorar em 2015. A expectativa de desempenho é ainda mais negativa nas questões tributária e �scal para o próximo ano, segundo 50% das avaliações.

A política industrial integra a estratégia de fortalecimento da indústria e é parte indispensável de uma política de desenvolvi-mento. A globalização e os acordos de liberalização comercial em negociação pelo Brasil, em organizações como Alca, Mercosul e OMC, exigem a renovação permanente da competitividade da ativi-dade industrial e da economia como um todo. Por esse motivo, a política industrial também precisa ser renovada constantemente. Mas a expectativa de 43,8% dos entrevistados é de que o desempenho dela �que ainda pior em 2015.

Na avaliação dos especialistas, a economia nacional está equivo-cada com a manutenção de juros elevados, o consumo incentivado por crédito farto e uma in�ação falsamente controlada. Com a conti-nuidade do governo Dilma Rousse�, a política econômica, de uma maneira geral, deverá se manter na mesma situação que em 2014, avaliada como regular por 50% dos entrevistados. Entre os argumentos para tal projeção, está a necessidade de uma verdadeira força-tarefa de revisão e correção de rumos da política econômica, não perdendo de vista a demanda por estratégias para resolver problemas estruturais já bastante conhecidos, como a complexidade do sistema tributário, a burocracia excessiva, os gargalos na infraestrutura e a insu�ciência de mão de obra quali�cada.

Em um cenário mais otimista, apontado por 18,8% dos entre-vistados, o desempenho da economia brasileira deve ser melhor em 2015, consequência de uma política desenvolvimentista, que traga maior rigor �scal, a �m de gerar investimento público.

Viabilizar projetos de grande porte continua sendo o maior desafio

do ES para 2015

QUAL A SUA PERSPECTIVA EM RELAÇÃO AO DESEMPENHO DO SETOR DE INCENTIVO AO CONSUMO PARA 2015, COM A MANUTENÇÃO DO GOVERNO DILMA?

Manter-se na mesma situação

50%Melhorar18,8%

Piorar31,2%

Por outro lado, as projeções pessimistas apontadas por 31,3% dos especialistas ouvidos indicam que o Governo da presidente reeleita não pautou mudanças significativas nos rumos da política monetária, com meta de in�ação mais ousada. Portanto, o Executivo não irá produzir inovações que contribuam para melhoria da política econômica.

Esses especialistas preveem ainda que o desempenho da política econômica deverá piorar, mesmo diante de medidas de melhoria. Isso porque os diversos setores de cadeias produtivas levarão um tempo signi�cativo para mostrar capacidade de reação e se adequar às novas

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“Os cenários possíveis para 2015 dependerão muito da evolução da crise política gerada pelas denúncias de corrupção na Petrobras” - Francisco Albernaz, cientista político

realidades, o que deixará a economia oscilando entre essa capacidade de adaptação e a realidade imposta pelas regras tributárias, �scais e de concorrência de mercado.

Entre as apreensões para 2015, os especialistas apontaram o risco de o próximo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não ter ambiente político para adotar as medidas necessárias à retomada do cresci-mento de forma e�caz.

Para o cientista político e professor da Ufes, Francisco Albernaz, o resultado das urnas pode ser visto sob a ótica de três possíveis cenários. Uma primeira projeção seria o Governo implementar uma série de políticas econômicas ortodoxas que tragam consequências recessivas em curto prazo (dois primeiros anos do mandato), mas que sejam virtuosas para os anos seguintes, com a retomada do crescimento econômico e o controle da in�ação. As medidas seriam adotadas dentro do escopo legal vigente, previsto na Constituição Federal.

Em um segundo cenário está a manutenção das atuais políticas, o que causaria o aumento da in�ação, podendo ser observadas as primeiras tentativas de implementar medidas que levem à bolivarização do sistema, como o controle da mídia e do Judiciário e o uso de plebiscitos.

Por �m, não está descartada a possibilidade de o Governo mudar as políticas macroeconômicas e, a partir da retomada do cresci-mento da economia, ensaiar uma mudança que aumente o seu poder. Esses cenários e as efetivas realizações dependerão muito da evolução da crise política gerada pelas denúncias de corrupção na Petrobras, que deverá abalar importantes apoios da base aliada da presidente e levar o Governo a uma paralisia decisória, dando tons de grande imprevisibilidade quanto aos cenários sugeridos.

Outra questão abordada pela pesquisa encomendada pela ES Brasil foi a inserção da economia capixaba no cenário internacional, que será maior em 2015, segundo 56,3% dos entrevistados; enquanto

43,8% acreditam que se manterá na mesma situação. A boa notícia é que não houve avaliação alguma de piora para tal desempenho.

Essa avaliação positiva não se repete quanto à inserção da economia capixaba no cenário nacional, cujas projeções são de 50% de se manter na mesma situação, 18,8% de melhoria e 31,3% de piora no desempenho.

Ao serem questionados acerca da perspectiva em relação à in�uência do Governo Estadual na política nacional, 81,3% apontaram que irá melhorar, em consequência de uma melhor atuação tanto junto ao Executivo quanto ao Legislativo. A maioria destacou que não se pode desprezar a força política de empresas que atuam no Estado, como Vale, Fibria, ArcelorMittal e Petrobras para propor novas trajetórias à economia estadual.

QUAL A SUA PERSPECTIVA EM RELAÇÃO AO DESEMPENHO DA ECONOMIA CAPIXABA NO CENÁRIO INTERNACIONAL PARA 2015?

Manter-se na mesma situação

43,8%

Melhorar56,3%

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QUAL A SUA PERSPECTIVA PARA A INSERÇÃO DA ECONOMIA CAPIXABA NO CENÁRIO NACIONAL PARA 2015, COM A MANUTENÇÃO DO GOVERNO DILMA?

Manter-se na mesma situação

50%Melhorar18,8%

Piorar31,3%

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Apesar das incertezas internacionais relativas à economia europeia, da desaceleração da China, importante player na balança capixaba, da baixa do preço das commodities e das adversidades enfrentadas na agenda nacional – o �m do Fundap e a queda no montante de royalties do petróleo repassados, o Espírito Santo tem atraído empreendimentos âncoras com relevante potencial multiplicador e também fomentado a diversidade e o adensamento das cadeias produtivas.

Talvez aí esteja a causa da estimativa de que a capacidade de investimento do Espírito Santo, avaliada atualmente como boa por 43,8% dos entrevistados, deverá crescer em 2015, para 68,8% dos entrevistados.

Mestre em Administração Pública e economista da Ufes, Eduardo Ozório Nunes dos Santos acredita que o setor público tende a enfrentar novos desa�os em 2015. Estados e municípios estão bastante fragilizados, com capacidade reduzida de responder às antigas e às novas demandas da sociedade.

O cenário de intensificação da crise econômica sugere sérias di�culdades para o atendimento das promessas de manutenção e apro-fundamento da política social de combate à pobreza e das demandas apresentadas pelas ruas.

“Além de muita criatividade para administrar com poucos recursos, estados e municípios precisarão implementar parcerias, e ainda contar com a ajuda do Governo Federal, para superar as limitações da redução de arrecadação e as crescentes demandas sociais por maior desenvolvimento humano, obras de mobilidade urbana, saúde, educação e segurança pública”, explica Eduardo.

Viabilizar projetos de grande porte continua sendo o maior desa�o do Espírito Santo para 2015 e para os próximos anos. Ampliar a malha ferroviária, construir os muitos portos já previstos e ampliar os já existentes, melhorar os aeroportos regionais, implantar eixos logísticos na malha rodoviária, o sistema BRT, e aumentar a geração e o abastecimento de energia elétrica são os principais gargalos em infraestrutura que precisarão ser solucionados.

Essas ações são fundamentais para garantir um melhor posicionamento no mercado internacional e, dessa forma, manter o crescimento econômico previsto acima da média nacional, que deverá se mostrar bastante tímida.

A �m de otimizar os caminhos que levem ao desenvolvimento da indústria local, a Findes criou a Diretoria de Políticas Públicas, responsável por acompanhar os projetos de lei nos âmbitos estadual e municipais, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A proposta é conseguir reduzir a burocracia e, dessa forma, concretizar melhorias legais para a indústria em menor tempo.

A chegada de novas cadeias produ-tivas, como as indústrias automobilística,

naval e de linha branca, está redesenhando a base industrial e, conse-quentemente, o PIB capixaba, que sempre teve 50% de sua formação dependendo de commodities. Essa mudança do parque industrial tem sido o principal fator na retomada de crescimento da economia, e a expectativa é de que o cenário positivo se mantenha para a indústria em 2015, destaca o presidente da Findes, Marcos Guerra.

Esse mesmo otimismo está presente em diversos outros setores da economia capixaba, com destaque para mineração e siderurgia, petróleo e gás, portuário, rochas, sapatos, turismo e agronegócios.

Na avaliação da economista Ana Paula Vescovi, que vai assumir a Secretaria da Fazenda do Estado em 2015, a infraestrutura capixaba tem condições de dar um salto nos próximos anos. “Temos bons projetos ferroviários e portuários, os quais poderão reconectar o Espírito Santo às rotas internacionais de comércio. Temos muito o que fazer para ampliar nossa capacidade logística e para melhorar o que já temos”, a�rma.

Mas a agenda de crescimento do Espírito Santo pode ir além da infraestrutura e da logística, garante ela.“Precisamos avançar com mais celeridade na diversi�cação da nossa estrutura produtiva, a fim de tornar a economia do Estado menos sensível a oscilações bruscas no mercado internacional e de commodities. Bons exemplos dessa diversi�cação encontra-se no Estaleiro Jurong, com obras em andamento, e no polo de gás-químico, que precisa ser retomado”, avalia.

Ana Paula faz um alerta, “ainda mais importante”, sobre a necessidade de se garantir quali�cação pro�ssional que atenda às demandas do mercado. “O desa�o educacional não pode ser negligenciado, pois é preciso dar sustentação a esses e a outros tantos projetos que virão para desenvolver o Estado. Um bom sistema educacional pode favorecer o empreendedorismo, a inovação e o surgimento de pequenos negócios entre os nossos jovens”, enfatiza a economista.

O Espírito Santo reúne condições para dar um salto de qualidade no seu sistema educacional. E essa é uma agenda de toda a sociedade. Nesse contexto, pro�ssionais de diversos setores, ressaltaram a neces-sidade de uma divulgação mais e�ciente quanto às potencialidades do Espírito Santo para o Brasil e para o mercado internacional.

Garantir melhor posicionamento no mercado internacional é fundamental para o crescimento da economia capixaba

Foto: Gabriel Lordêllo

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FATOS

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H á pouco menos de um mês, a nova unidade fabril dos Laboratórios Bagó do Brasil, empresa de produtos farmacêuticos, chegou a Colatina, no norte do Estado,

por meio de um investimento de R$ 80 milhões com expectativa de gerar 100 vagas de emprego.

Tem sido uma constante a instalação de novas fábricas no município, tradicionalmente conhecido como centro da indústria têxtil. Para traçar um novo per�l industrial na cidade foram implantados dois distritos industriais, o Polo Empresarial de Colatina e o Polo Industrial Mário Cassani, com diversi�cação econômica e foco na atração de investimentos de outras atividades.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernando Valverde, destaca que a chegada de novas empresas vai gerar novas oportunidades de trabalho, o que fortalece também o comércio, o mercado imobiliário e outros segmentos. “A localização estratégica do município é um dos grandes atrativos para os investidores. A cidade é bem posicionada e está situada no meio do país, o que facilita o transporte de mercadorias tanto para o Nordeste quanto para o Sul”, destacou Valverde.

Além dos atrativos logísticos, a prefeitura oferece facilitação de negócios, disponibilização de informações, articulações com entidades públicas e privadas relevantes para o processo de atração de investimentos e outros benefícios, como os incentivos �scais conquistados por meio do Invest, um programa estadual criado para contribuir com a expansão, a modernização e a diversificação dos setores produtivos do Espírito Santo. Há empreendimentos que contam ainda com estímulos federais. Isso porque Colatina está inserida na região da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), o que signi�ca que investidores podem ter até 70% de isenção no Importo de Renda, por um período de 12 anos.

Recentemente, o município passou a contar com grandes empreendimentos: a Bertollini, fabricante de porta-pallets e móveis de aço; e a ALX, indústria de alumínios e derivados. “Há previsão para a vinda de seis novas indústrias, duas delas já acordadas: a Petropasy, indústria de revestimento de tubulação de para mineroduto e petróleo com poliuretano,

Olhos para a Princesa do Norte

Polos industrial e empresarial de Colatina atraem investimentos

de até R$ 700 milhões

e a Concretela, multinacional de origem italiana, que produzirá pré-moldados re�etivos (meio-�o) para a construção de rodovias”, adianta o secretário de Desenvolvimento.

POLO INDUSTRIAL MÁRIO CASSANIUm dos grandes diferenciais do Polo Industrial Mário Cassani

é sua localização, próximo à BR 259, no distrito de Baunilha, sendo cortado pela malha ferroviária Vitória-Minas. Muitas empresas já estão instaladas no local, como Centro Norte Logística Integrada, Granibras, Basalto São Cristóvão, Laboratórios Bagó do Brasil e AXL Alumínios.

POLO EMPRESARIAL DE COLATINA Localizado numa área de 720 mil metros quadrados

na Rodovia do Contorno, na BR 259, o Polo Empresarial de Colatina é preparado para receber investimentos e indústrias de grande e pequeno portes. Duas grandes empresas já estão consolidadas no local, o Grupo Bertolini e o Shopping Moda Brasil Premium.

“A implantação dos distritos industriais foi fundamental para receber novos empreendimentos” - Fernando Valverde, secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Colatina

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FATOS

Foto: Divulgação

A Terca – Cotia Armazéns Gerais, principal empresa de logística e um dos maiores portos secos do Brasil, começa a operar a partir de janeiro de 2015 com a

estocagem de produtos químicos. Após um ano de investimentos e obtenção de licenças junto a órgãos ambientais, a companhia terá um armazém exclusivo de 1.500 metros quadrados, com capacidade para abrigar até 120 contêineres.

O espaço visa a atender às empresas que importam produtos químicos para operar na indústria do petróleo. “Trabalhamos este ano na obtenção das licenças e na readequação do armazém para oferecer uma nova modalidade aos clientes. Poucas empresas no Brasil oferecem essa infraestrutura logística no mercado”, destaca o diretor-superintendente da Terca, Sidemar Acosta.

Terca anuncia novos projetos para 2015

Novo armazém pode estocar até 120 contêineres

Outra aposta para 2015 é o atendimento como centro de distribuição para as áreas de cosméticos, eletrônicos, telecomunicações e e-commerce, o que passou a ser realizado com mais intensidade nos últimos dois meses. Já há novos contratos para o próximo ano. Nos 20 mil metros quadrados de área disponíveis para essas operações, é processada uma média mensal de 100 mil pedidos.

“Enquanto algumas empresas estão encolhendo seus projetos para 2015, estamos caminhando na contramão e ampli- ando os investimentos. Com certeza, o prêmio e os critérios serão diferenciais da empresa dentro do setor de comércio internacional, que passa por uma situação delicada no país”, lembrou Acosta, referindo-se ao Troféu Ouro do Prêmio Qualidade Espírito Santo (PQES) 2014, oferecido pelo Programa de Competitividade Sistêmica do Estado (Compete-ES), como reconhecimento do seu modelo de gestão, recebido pela companhia em novembro deste ano.

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FATOS

U ma pesquisa inédita encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de Educação Financeira Meu Bolso Feliz revelou que 87% das pessoas

que usam celular e acessam a internet consideram esses serviços necessários no dia a dia. Tão imprescindíveis que o gasto médio mensal com a conta já chega a R$ 104 por mês. Nas classes A e B, a média sobe para R$ 115 e cai para R$ 98 nas classes C, D e E.

O trabalho estudou o comportamento de compra de 620 pessoas e mapeou quais produtos ou serviços são considerados necessários, supér�uos ou sonhos de consumo para o dia a dia delas. O gasto médio mensal com a conta de celular - o que pode representar uma quantia muito signi�cativa no orçamento de uma família - chamou a atenção dos pesquisadores, que viram que a média supera o gasto mensal do brasileiro com itens como acessórios (R$ 71), shows, teatro e cinema (R$ 96) e produtos de beleza (R$ 82).

Uma realidade que segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, pode ser justificada pelos mecanismos de interação online e pela busca de compartilhamento de informações. “De modo geral, são cada vez mais imprescindíveis no trabalho e no dia a dia das pessoas. É fundamental manter-se conectado, mas o consumidor precisa pesquisar bem e escolher o plano que melhor caiba no próprio bolso”, explica.

O jornalista �iago Barbosa é um dos que se encaixam nesse per�l. Ele, que adora �car antenado com o que acontece no mundo, não abre mão de seu celular. “Com o acesso a internet pelo celular

Brasileiro gasta em média R$ 104 por mês com conta de celular e de internet

O jornalista Thiago Barbosa é um dos que gastam bastante com a conta de celular

posso falar com meus amigos e também com os meus pais, que moram no interior do Estado. Essa inteiração online ajuda a aproximar as pessoas, o ruim é quando isso se torna uma prioridade e você acaba se complicando na hora de pagar a conta. O importante é �car atento para não ser enrolado pelas operadoras de telefone. Sempre que me sinto lesado entro em contato com algum atendente para tirar algumas dúvidas”, revela.

RANKINGEntre os itens considerados como necessários para a família

brasileira, os de maiores gastos em 2014 foram concentrados na compra de roupas, citada por metade dos consumidores, na conta de celular e de internet (30%) e na compra de calçados (30%). Já os maiores gastos classificados como supérfluos foram concentrados na aquisição de acessórios de moda (20%), na ida a restaurantes chiques (17%) e na ida a restaurantes aos quais os entrevistados vão com amigos e familiares no dia a dia (17%). Quanto aos sonhos de consumo, os mais citados pelos entrevistados são as viagens turísticas nacionais (30%), as viagens de �m de semana (19%) e os eletroeletrônicos (15%).

A pesquisa revela ainda que as prioridades de gastos são diferentes, dependendo do perfil socioeconômico de cada entrevistado. Os pertencentes das classes A e B costumam gastar mais com lazer e produtos mais caros como viagens nacionais (42%, contra 17% na classe C, D e E) e carros (29%, contra 10% nas classes C, D e E).

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Alimentação fora de casa é destaque na Feinbares

F oco nos negócios e não na gastronomia. Esse é o grande diferencial da Feinbares 2015 - Feira de Negócios para Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares, que será realizada

entre os dias 14 e 16 de abril, no Ste�en Centro de Eventos, na Serra. Cerca de 50 representantes dos ramos empresarial,

industrial e de serviços, além de autoridades e representantes de Sebrae e Sicoob, participaram do café da manhã de lançamento da Feinbares, primeira evento de grande porte especializado no setor de alimentação fora de casa (food service) no município.

A feira vai reunir 70 expositores, em uma área de 3.850 m2, com entrada e estacionamento gratuitos, e infraestrutura para abrigar um evento desse porte, como geradores de energia, auditório com capacidade para até 220 pessoas, praça de alimen-tação e climatização, entre outros.

“Vamos apresentar tudo que é necessário para montar e gerir um empreendimento nesse segmento. Isso inclui desde a estrutura adequada para montar o negócio até o treinamento da equipe. Haverá equipamentos, insumos, soluções e inovações”, destaca Ildo Ste�en, que está à frente do evento.

Além dos estandes, que terão área a partir de 16 m2, ele informou que haverá rodadas de negócios, palestras com pro�ssionais reno-mados do setor, curso de baristas, entre outras atividades que vão enriquecer a programação nos seus três dias.

Representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Serra, Claydson Pimentel Rodrigues frisou que o município tem atraído grandes investimentos e �gura como a quarta cidade em crescimento econômico, de acordo com dados do IBGE. “O PIB da Serra teve 17% de avanço nos últimos 12 anos, �cando

acima do crescimento médio nacional. Além disso, 47 das 200 maiores empresas do Espírito Santo estão no município, graças a fatores como e�ciência logística, mobilidade urbana, incentivos �scais e outros”, enfatizou Rodrigues.

O diretor-presidente da Associação de Empresários da Serra (Ases), Antônio Geraldo de Lima, destaca o pioneirismo do evento. “É muito importante a realização de uma feira desse porte. A Serra cresceu e tem uma classe média que busca qualidade de vida e dos serviços. E o setor de alimentação é um dos que mais movimentam a economia”, a�rmou.

De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restau- rantes (Abrasel), o mercado de alimentação no Brasil tem crescimento médio anual de 14,7%, com potencial para se expan- dir ainda mais.

Somente no ano passado, 32,9% do consumo alimentício da população brasileira foram feitos fora de casa, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação. Neste ano, a estimativa é de que esse índice chegue a 38%. Além disso, setor é responsável por 1,5 milhão de empregos formais, de acordo com o Ministério do Trabalho.

A Feinbares 2015 será realizada pelo Ste�en Centro de Eventos e conta com o apoio de Ases, Sindhotéis, Top Beer e Ashby.

FATOS

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Evento especializado em alimentação fora de casa

contará com cursos, palestras e rodadas de negócio

Steffen destaca as importantes rodadas de negócios que haverá na feira

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FATOS

A s obras do Aeroporto de Vitória, paralisadas desde 2008, quando o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou a suspensão dos trabalhos devido às irregularidades contratuais, deverão ser retomadas no primeiro semestre do

próximo ano e concluídas em 2017. Embora o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, tenha informado no início

de novembro que 35 empresas haviam retirado o edital da concorrência pública, apenas nove participaram da licitação realizada em Brasília (20/11). A empresa curitibana Jota Ele Construções Civis S.A. arrematou a empreitada pelo valor de R$ 546 milhões.

Após a homologação do certame, que deverá ocorrer em janeiro, há o prazo de mais 30 dias para a elaboração do contrato e emissão da ordem de serviço, o que só deverá ocorrer no mês de março. Segundo as normas do edital, a empresa deverá executar as construções no prazo de 914 dias. Isso signi�ca que, se todas as expectativas da Infraero forem correspondidas, as obras deverão ser entregues somente em 2017.

Após a homologação, há o prazo de mais 30 dias para a elaboração do contrato e emissão da ordem de serviço, o que só deverá ocorrer em março. Segundo as normas do edital, a empresa deverá executar as construções no prazo de 914 dias. Isso signi�ca que, se todas as expectativas da Infraero forem correspondidas, as obras deverão ser entregues somente em 2017.

Entre as obrigatoriedades apontadas no edital, a empresa vencedora deverá edi�car novo sistema de pistas, pátio de aeronaves, terminal de passageiros, central de utilidades, sistemas viários e estacionamento, além da macrodrenagem interna e obras complementares.

Durante visita a Vitória, em julho deste ano, a presidente Dilma Rousseff havia anunciado o novo processo licitatório, com a abertura das propostas então estimada para o dia 7 de outubro e a previsão de início das obras para janeiro de 2015. No entanto, a data foi adiada, segundo a Infraero, a pedido das próprias empresas que participariam da licitação.

Novo Aeroporto de Vitória deverá ficar pronto somente em 2017

Novo aeroporto custará R$ 546 milhões e deverá ficar pronto somente em 2017

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FATOS

O prefeito de Vitória, Luciano Rezende, reuniu-se no dia 4 de dezembro com a imprensa para apresentar as ações desenvolvidas nos dois primeiros anos de seu mandato,

que teve como principal destaque a gestão compartilhada. O bate-papo informal aconteceu em um cenário pouco conhecido na capital, o Parque Natural Municipal Von Schilgen, localizado na Praia do Canto.

“Fomos eleitos com a bandeira da mudança, e isso nos deu a responsabilidade de apresentar a mudança em toda a cidade. Nossos métodos de prestação de serviços mostram a mudança na qualidade do atendimento e das ações prestadas”, a�rmou.

A participação da população nas ações do Governo – modelo de administração conhecido como gestão compartilhada – foi um dos destaques do encontro. “Um grande exemplo é o Gabinete Itinerante. Até hoje, realizamos 21 no total. Temos também o 156, que virou forma de interação entre munícipe e prefeitura. São 40 mil ligações mensais, e contabilizamos que 85% das solicitações são atendidas”, disse Rezende.

SEGURANÇADentre as ações citadas pelo prefeito na área de segurança pública,

está a instalação de 100 câmeras de monitoramento do Projeto Olho Digital, além da inauguração do Posto da Guarda no Centro e na Ilha das Caieiras. “A Guarda Municipal passou a funcionar 24 horas em abril de 2013. Implantamos ainda duas bases da Guarda – uma no Centro e outra em São Pedro – e expectativa é de que em 2015 seja implantado em Jardim Camburi e Jardim da Penha. Ou seja, são quatro bases, que dividem a cidade em territórios

Luciano Rezende presta contas de dois anos de governo

Bate-papo com a imprensa foi realizado no Parque Natural Municipal Von Schilgen, na Praia do Canto

menores para melhorar cada vez mais o atendimento à população. Atuamos em parceria com as polícias Militar e Civil, com o Ministério Público, além do gabinete de gestão integrada, que discute mensalmente a política de segurança de Vitória”, ressaltou.

MOBILIDADE URBANAOs investimentos em mobilidade urbana também foram

destacados por Luciano Rezende. “Nós estamos desenvolvendo uma política de ciclovias e ciclofaixas muito intensa. Até 2013, Vitória tinha construído 26 km de ciclovia. De 2013 para 2014 nós construímos, recuperamos e resgatamos mais de 30 km. Também estamos construindo no Centro a ciclovia que transpõe o Cais do Porto: o lugar mais perigoso para ciclistas em Vitória, que apresenta um grande número de atropelamentos, mortes e acidentes na cidade”, revelou.

OUTROS PROJETOSEntre as ações listadas, o prefeito destacou o Vitória Alfabetizada

e o desejo de levar a capital ao índice de analfabetismo zero; além do Botão do Pânico, que protege as vítimas de violência doméstica; e da Fábrica de Ideias. “Antes do Vitória Alfabetizada, a capital contava com 4 mil analfabetos. Hoje, em pouco tempo de programa,

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Foto: Yuri Barichivich

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Ciclofaixa que liga o Tancredão à Rua de Lazer de Camburi aos domingos

já alfabetizamos 500 pessoas. Nosso objetivo é que Vitória seja a capital com o menor índice de analfabetismo entre adultos”, destacou.

O gestor também enfatizou o programa “Onde Anda Você”, que trata de forma diferenciada os moradores em situação de rua. “Começamos a gestão com 732 pessoas nas ruas e, hoje, temos apenas 100”.

Dentre os investimentos para 2015, estão as escolas de educação integral que vão contemplar os bairros de Ilha do Príncipe, Maruípe e Centro no próximo ano. Outro ponto destacado pelo prefeito que irá tornar Vitória um espaço cada vez mais cultural é o Mar de Música, no qual bandas capixabas alegrarão o verão de moradores e turistas em locais como rodoviária, aeroporto e também orla de Camburi.

NOTA VITÓRIADurante a ocasião também foi anunciado que o Nota Vitória

passará a ser premiado. O consumidor que pedir nota �scal em compras realizadas na capital capixaba e cadastrar o CPF no Portal Nota Vitória estará concorrendo a prêmios de até R$ 25 mil no próximo ano, além de receber de volta 30% do valor pago em Imposto Sobre Serviços (ISS).

A Prefeitura de Vitória realizará seis sorteios ao ano pela Loteria Federal, um a cada dois meses, e toda nota �scal irá gerar nova chance de ganhar os prêmios. No primeiro sorteio, em março, irão

concorrer todas as notas �scais cadastradas desde setembro de 2014 e serão distribuídos 35 prêmios no valor de R$ 1 mil, um de R$ 5 mil e um de R$ 10 mil. A partir daí, serão válidas somente as notas dos meses anteriores ao sorteio. O programa foi uma medida adotada pela gestão municipal para incentivar cada vez mais os consumidores de serviços da capital a pedirem a nota �scal e assim melhorar a receita do município.

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FATOS

I nvestimentos em infraestrutura, saúde, educação e segurança, redução da carga tributária e visibilidade no turismo. Esses foram alguns dos pontos destacados

por empresários do comércio capixaba durante uma reunião com o governador eleito, Paulo Hartung. O encontro foi um dos assuntos da pauta da reunião de conselho da Federação do Comércio de Bens, Turismo e Serviços do Espírito Santo (Fecomércio-ES), realizada no dia 8 de dezembro, no Hotel Senac Ilha do Boi.

Estiveram presentes também dirigentes de outras entidades, que foram conferir as metas a serem estabelecidas na administração do novo chefe do Executivo, principalmente no que se refere à situação �nanceira do Estado. “O comércio em 2014 teve um dos piores anos, com baixo crescimento”, a�rma o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri.

Segundo Paulo Hartung, é importante criar mecanismos de investimentos para que a economia volte a prosperar.“Precisamos retomar a capacidade de investimento com dinheiro próprio do Estado para ter e gerar mais competitividade, tão importante para segurança pública, saúde e infraestrutura.

REIVINDICAÇÕESO reforço da participação e da atuação conjunta entre

Governo e empresários, por meio do Grupo de Trabalho da Secretaria da Fazenda (GTFaz) - formado por servidores da Sefaz e membros do comércio e da indústria - foi levantado

Empresários reivindicam melhorias para o comércio

Comércio mais competitivo: representantes ligados

aos setores de comércio, serviços e turismo

apontaram suas solicitações ao governador eleito

pelo diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos, Peças e Acessórios para Veículos do Espírito Santo (Sinvepes), Aurélio Cardoso da Fonseca.

Já a preocupação com o agronegócio capixaba foi destacado pelo presidente das Montanhas Capixabas Convention e Visitors Bureal, Leandro Carnielli. “Nosso turismo é rico e pode ser mais bem aproveitado e visto, mas nosso pro�ssional precisa de investimento e quali�cação em tecnologia para continuar em frente”, destaca.

O presidente do Sindicato dos Corretores de Café do Estado, Marcus Magalhães, também reforçou o apoio à agricultura. “Precisamos levar informações ao campo, melhorar as vias de acesso aos portos e estradas e promover capacitação técnica ao homem do campo, pois só o café, ano que vem, deve render bons milhões de arrecadações para o Estado”, ressaltou.

Os investimentos em portos capixabas como mais uma alternativa de logística e mobilidade foram lembrados pelos presidentes do Sindicato do Comércio Atacadista e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), Idalberto Moro, e da Federação das Empresas de Transporte do Estado (Fetransporte), Eliomar Rossati, que solicitaram ao governador eleito suas perspectivas de melhorias em torno do assunto. Também participaram do encontro autoridades do Sebrae-ES, de entidades do turismo, da Associação Comercial de Vitória, deputados, entre outros representantes.

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por Yasmin Vilhena

“Graças a Deus e ao apoio da população, chego ao final de

2014 de cabeça erguida”

Renato Casagrande

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ENTREVISTA

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e me coube, como comandante desse barco, ajustar as velas da embarcação e navegar com segurança para dar tranquilidade ao povo capixaba. Graças a Deus e ao apoio da população, chego ao �nal de 2014 de cabeça erguida.

A segurança pública foi um dos principais focos de sua campanha nas eleições de 2010. Passado todo esse tempo, quais foram os avanços obtidos nessa área?

Não é fácil combater e enfrentar o crime, pois ele se articula e se inova sempre, mas nós estamos conseguindo resultados com os investimentos que abrangem desde a contratação de novos pro�ssionais, como bombeiros e policiais, até as melhorias de infraestrutura e tecnologia, como os Centros de Referência em Assistência Social, e nas áreas de esporte. Um trabalho que feito em parceria com os municípios que produziu resultados.

R enato Casagrande é engenheiro �orestal, bacharel em Direito e atual governador do Espírito Santo, cargo cujo mandato se iniciou em 1º de janeiro de 2011 e

que terminará em 31 de dezembro de 2014. Navegando por um mar turbulento nos últimos quatro anos – devido aos re�exos da crise internacional e à instabilidade econômica brasileira – o entrevistado do mês da revista ES Brasil faz um balanço de seu governo e adianta os próximos passos de sua trajetória na vida política após perder a eleição para o Executivo estadual.

Como o senhor avalia o Espírito Santo no início de 2011 – ano em que tomou posse como governador do Estado – e como o vê agora?

O Espírito Santo deu grandes avanços nesses últimos quatro anos, o que fez com que o Estado se tornasse o mais transpa-rente do Brasil. Avançamos também no comportamento ético, pois não se veem denúncias de desvio de recursos por parte do Governo Estadual. Outro ponto bastante importante é o diálogo com a sociedade, que também cresceu por meio dos mais diversos canais de comu-nicação. Os investimentos de forma equilibrada foram outro destaque, pois aconteceram na Grande Vitória e nos demais municípios capixabas, ou seja, a visão de desenvolvimento equilibrado se consolidou tanto com os investimentos públicos como com a atração de investimentos privados. Investimos também em obras, saúde, educação e segurança pública, a exemplo do Estado Presente, que ajudou a reduzir o índice de homi-cídios no Estado entre 2011 e 2013. Nossa expectativa é de que ele também seja diminuído em 2014.

Os últimos anos foram marcados por uma dificuldade econômica mundial muito grande, o que acabou refletindo negativamente em nosso país. Como foi encarar tantos desafios em seu primeiro mandato como governador?

Deus me deu a oportunidade de governar o Estado, mas também me deu uma tarefa gigantesca. Quando assumi o Governo em 2011, a atividade econô-mica mundial já estava pequena e fraca. Nações que eram referências para o nosso país passaram a viver problemas na área econômica e política. Enfrentamos durante esse período um Brasil com pouca atividade de crescimento e patinando muito em sua economia; além de deba-termos temas relevantes para o Estado como o Fundap e os royalties de petróleo. Ou seja, estamos fazendo uma travessia de 2011 para cá em um mar muito turbulento,

Estamos fazendo uma travessia de 2011 para cá em um mar muito turbulento, e me coube, como comandante

desse barco, ajustar as velas da embarcação e navegar com segurança para dar tranquilidade ao povo capixaba”

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O Espírito Santo deu grandes avanços nesses últimos quatro anos, o que fez com que o

Estado se tornasse o mais transparente do Brasil”

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Vale a pena destacar que nós ainda estamos muito longe de qualquer resultado aceito, pois enquanto estiverem pessoas perdendo a vida, não podemos tolerar tal situação. De qualquer forma, estamos em um processo de queda, pois quando assumimos o Governo, o Espírito Santo tinha uma taxa de 52,5 homicídios por 100 mil habitantes. Uma realidade bem diferente da 2014, a�nal, vamos fechar o ano com menos de 40 homicídios por 100 mil habitantes.

A área da educação é sempre um tema muito polêmico em todo o Brasil. Uma realidade que pode ser observada prin-cipalmente durante as manifestações realizadas no ano passado, que agitaram diversas regiões do país, a exemplo do próprio Espírito Santo. Partindo desse ponto, quais foram as maiores contribuições de seu governo na oferta de educação infantil e fundamental de qualidade?

A educação infantil é uma tarefa primeiramente dos muni-cípios, mas o Estado participou na implantação de escolas e creches, treinando ainda os pro�ssionais da área de educação. No ensino fundamental, também dividimos a responsabilidade com as cidades capixabas. Durante todo esse tempo fizemos

investimentos em mais de 400 escolas do Espírito Santo com reformas, construção e ampliação. Em 2014, demos início às primeiras 16 escolas em tempo integral, algo que até então não existia no Estado; ampliamos o ensino médio integrado com a formação pro�ssional; levamos o Pré-Enem a todos os municí-pios; adequamos a lei federal que permite que o professor possa usar um terço de sua carga horária na preparação de suas aulas; dentre outros aspectos. Todos esses investimentos �zeram com que o Espírito Santo �casse em primeiro lugar em uma avaliação internacional no ano passado. Avançamos ainda no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.

Em relação ao mercado de trabalho, o que foi feito para melhorar a oferta de cursos profissionalizantes em todo o Estado?

Hoje temos mais oferta de quali�cação. Quem quiser fazer um curso tem todas as condições, pois o Estado oferta, assim como as unidades das escolas técnicas e os municípios. O cidadão que tem interesse em se pro�ssionalizar encontra uma porta aberta no Espírito Santo.

Quais as principais conquistas obtidas com o Programa de Mobilidade Metropolitana (PMM)? Há algum projeto pendente que gostaria de ter concretizado em seu governo?

Não vejo nada pendente nesse mandato, tirando o plane-jamento que fizemos para que nos próximos quatro anos pudéssemos implantar as principais obras do programa, como a Quarta Ponte, o BRT e o aquaviário. Fizemos todo o processo de elaboração dos projetos executivos e participamos dos processos de �nanciamento, mas infelizmente não conseguimos ganhar a eleição. Vamos deixar preparado para que o próximo governo, se desejar, faça esses investimentos, dando sequ-ência ao processo licitatório. Outras obras estão em andamento, como a da Avenida Leitão da Silva, do Contorno de Jacaraípe, do Contorno do Mestre Álvaro, da Leste-Oeste, dentre outras. Tivemos também as obras já inauguradas como a duplicação da

Avenida Fernando Ferrari e a alça da Terceira Ponte, por exemplo.

Unir o desempenho econômico com a aplicação de recursos na área social ainda

pode ser considerado um grande desafio a ser superado no Estado?

Temos a necessidade de continuar inves-tindo fortemente na área social. Na saúde, por exemplo, abrimos o Hospital Jayme dos Santos

Neves, o Hospital São Lucas e o Hospital dos Ferroviários, além de ampliarmos

ENTREVISTA

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Tenho a determinação de continuar fazendo política,

lutando pela população e fazendo o trabalho que tenho que fazer como cidadão que compreende a necessidade de continuar militando na vida pública”

as nossas parcerias. Mas é óbvio que ainda temos um dé�cit de leito hospitalar. É preciso continuar fazendo investimentos nessa área, como também em segurança pública e educação.

O senhor recebeu mais de 750 mil votos em todo o Espírito Santo, o que não foi suficiente para sua reeleição. Como foi receber a notícia de que não ficaria mais quatro anos à frente do Executivo estadual?

Recebi a notícia com um total respeito pela decisão do povo capixaba. Quem está na política tem que se submeter a esse tipo de processo e às regras. A popu-lação me deu uma boa votação, mas não me elegeu e eu tenho que me resignar a essa situação e manter o meu ânimo de trabalho. Até o dia 31 de dezembro, irei prestar os melhores serviços como governador do Estado. Tenho a determinação de continuar fazendo política, lutando pela população e fazendo o trabalho que tenho que fazer como cidadão que compreende a necessidade de continuar militando na vida pública.

O senhor é secretário-geral nacional do PSB. Como será o seu posicionamento político e quais são os planos após o término do mandato?

Meus planos estão mais ou menos traçados. Primeiro eu vou fazer uma defesa permanente do meu legado, ou seja, não posso ver o que eu produzi nesses quatro anos ser atacado. Sou dirigente parti-dário local e vou continuar fazendo política com o meu partido, com pessoas e lideranças do Estado. Também sou secretário-geral do PSB nacional e assumi agora a presidência da Fundação João Mangabeira, que é de formação e formulação política do nosso partido no país. Terei tarefas para fazer o debate político no Brasil e irei dividir o meu tempo entre Brasília e outros estados brasileiros, além de estar no Espírito Santo fazendo essa política local.

Então o senhor irá se colocar como oposição?Não falei nada de oposição, disse apenas o que eu vou fazer.

Mas é lógico que aqui no Estado a população me deu uma tarefa: a de fazer um contraditório com responsabilidade ao projeto eleito. Eu não tenho per�l de fazer uma oposição por oposição, mas é óbvio que iremos construir projetos alternativos junto à sociedade capixaba.

Podemos esperar alguma candidatura às eleições municipais de 2016?

Isso não está em debate ainda, pois o meu foco é terminar bem o governo até o dia 31 de dezembro. Esta é a minha priori-dade e o meu desejo: quero concluir bem aquilo que eu comecei em janeiro de 2011.

Quais são as suas expectativas para o próximo governo, tanto estadual quando federal?

O Brasil passa por um momento de muita turbulência, com dificuldade econômica, crise ética e instabilidade política. A presidente Dilma Rousse� terá que ser muito �rme para pode estabilizar o Brasil nessas três áreas, dando exemplo para que não sejam deixadas dúvidas com a sociedade. Se ela �zer isso, pode estabilizar sua situação, fazendo com que o Brasil entre em um ritmo de esperança. Minha expectativa é de que ela acerte. Em relação ao Estado, eu deixarei as condições para que o próximo governo faça um excelente trabalho.

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FATOS

E ntre 2010 e 2014, o custo unitário do trabalho na indústria de transformação do Brasil subiu 11,6%, maior nível da série histórica, que teve início em

2004. Foi o que constatou o estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) divulgado no dia 8 de dezembro. Esse resultado é fruto da combinação entre a elevação do custo real da hora trabalhada (alta de 11,9%) e a estagnação da produtividade (expansão de apenas 0,2%). Dos 15 setores avaliados, 13 mostraram aumento nos custos, com destaque para o setor têxtil, com alta de 28,2% nos últimos quatro anos, e o setor de meios de transporte, cuja expansão foi de 27,7%.

Os números contrastam com o recuo de 1,4%, que foi observado entre 2004 e 2007, período anterior à crise mundial. “Antes da crise, a produtividade do trabalho crescia mais do que os salários, e nos anos pós-crise, com a produção industrial em baixa, ocorreu o contrário. O processo foi invertido, e os custos do trabalho, basicamente os dispêndios com salários, passaram a crescer muito acima da produtividade. Ou seja, as indústrias brasileiras passaram a pagar mais por trabalhadores que produzem menos em uma hora de trabalho e, obviamente, o resultado prático disso é um choque de custos para a indústria brasileira”, destaca o gerente de Economia e Estatística do Sistema Firjan, Guilherme Mercês.

REFORMASNo estudo, a Firjan ressalta que é necessário reformas

estruturais para que a indústria de transformação recobre sua competitividade e retome uma trajetória de crescimento saudável e sustentável. Entre as medidas nessa direção que o texto cita, estão o �m da multa adicional de 10% do FGTS para demissões sem justa causa e a aprovação de um marco legal seguro para regulamentar a terceirização no país.

Na avaliação do diretor da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para Assuntos Tributários, Leonardo Souza Rogério de Castro, a escassez de mão de obra quali�cada é outro fator que eleva os custos do trabalho. “A concorrência das empresas por pro�ssionais capacitados faz com que seja preciso pagar mais

Custo do trabalho na indústria subiu 11,6% no Brasil

por esse pessoal. Além disso, nos últimos anos, os salários foram reajustados com valores sempre acima da in�ação, o que parece interessante num primeiro momento, mas com o tempo torna o negócio menos competitivo e, consequentemente, gera menos emprego”, a�rmou.

Castro garante que é preciso remunerar melhor o trabalhador, mas que isso deve acontecer em consonância com os ganhos de produtividade e o incremento da quali�cação, o que não tem acontecido. “A indústria nacional é muito competitiva da porta para dentro. Anualmente, o setor vem reduzindo sua participação no PIB brasileiro, mas é o que melhor remunera e também é a origem da inovação, ou seja, uma formadora de desenvolvimento de longo prazo. Por isso, a formação profissional e a reforma da legislação trabalhista são temas prioritários na agenda da indústria em sua busca pelo aumento da competitividade”, �naliza.

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Estudo da Firjan avalia a evolução do item na indústria de transformação entre 2010 e 2014

CUSTO DO TRABALHO POR SEGMENTO

Fonte: Firjan

Máquinas e equipamentos

19,1%

Coque, refino de petróleo e

biocombustíveis

-0,3%

Meios de transporte

27,7%

Alimentos e bebidas

22%

Vestuário

11%Calçados e

couro

6,2%Produtos químicos

5%

Borracha e plástico

19,4%

Metalurgia básica

15%Minerais não

metálicos

11,9%

Madeira

-18,9%

Têxtil

28,2%

Produtos de metal

10,9%Indústria de

transformação

11,6%

Outros produtos da indústria de transformação

10,9%

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FATOS

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A expectativa de vida do brasileiro subiu para 74,9 anos, para ambos os sexos, segundo a Tábua Completa da Mortalidade 2013, publicada no último dia 1º de

dezembro, no Diário O�cial da União, pelo Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE). Os dados mostram a expectativa de vida para todas as idades até 80 anos.

A tabela apresentou um aumento de três meses e 25 dias em relação a 2012, mas signi�ca um acréscimo superior a três anos, quando comparado ao patamar de 2003, que era de 71,3 anos.

Gerente do projeto Componentes da Dinâmica Demográ�ca, do IBGE, Fernando Albuquerque destaca que, no período entre 1980 e 2013, a expectativa de vida ao nascer passou de 62,5 anos para 74,9 anos, o que representa uma elevação de 12 anos e quatro meses.

De acordo com Albuquerque, a redução da mortalidade infantil está associada a melhorias ambientais e higiene pública; já a diminuição da mortalidade entre idosos se deu pelo predomínio de mulheres na população da terceira idade e do crescimento dos idosos mais velhos na composição da população brasileira, segundo o IBGE.

Os avanços médicos e os programas que vêm sendo implantados na atenção ao idoso estão entre as causas do aumento na expectativa de vida. “A aposentadoria rural é um fator importante, um benefício de prestação continuada que possibilita renda ao idoso para comprar seus medicamentos. O Estatuto do Idoso permite uma série de avanços no tratamento desse indivíduo. Esses são fatores que têm feito a mortalidade da população de idosos diminuir signi�cativamente nos últimos anos”, explicou Albuquerque.

As Tábuas Completas de Mortalidade para o Brasil são divulgadas todo ano pelo IBGE e são usadas pelo Ministério da Previdência para calcular as aposentadorias. E é justamente aí que se encontra uma das preocupações do brasileiro.

Sobe expectativa de vida do brasileiro

Pesquisa recente da Nielsen sobre envelhecimento, publicada na edição de outubro de ES Brasil, aponta que a falta de dinheiro está no ranking das principais inquietudes da população: 53% se preocupam em não ter dinheiro para cobrir despesas médicas e 50% temem não conseguir viver confortavelmente na velhice.

A preocupação é con�rmada por quem já chegou lá. “Quando me aposentei há 20 anos, ganhava o equivalente a 10 salários mínimos, e isso era su�ciente para eu comprar tudo o que necessitava. Hoje recebo menos de dois salários, e meu plano de saúde consome 60% desse valor. Ainda tem os remédios e várias outras despesas”, destaca a professora aposentada do ensino fundamental Maria José Zanella, 74 anos.

Aos 60 anos, a administradora Miriam Silvares Cury reitera que a aposentadoria não é su�ciente para arcar com as despesas. “Hoje felizmente temos negócios que nos permitem uma vida digna, sem desesperos �nanceiros. Mas, se eu fosse depender da minha aposentaria, não teria condição alguma de manter o mesmo padrão, ainda que tenha trabalhado minha vida toda”, garante.

Vale destacar que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2050, a população acima de 60 anos de idade ao redor do mundo será superior a 2 bilhões de pessoas.

Maria José Zanella relata que, nas últimas duas décadas, a aposenta-doria dela caiu 85% em comparação ao valor do salário mínimo

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FATOS

Q ue Vitória é linda, todo mundo já sabe. Que possui lugares interessantes para se conhecer, também não é algo novo, a�nal, passamos por eles todos os dias, seja no trajeto casa-

trabalho ou até mesmo durante um passeio. Além dessas e de outras qualidades, a cidade também apresenta um ambiente favorável às empresas com alto potencial de crescimento (que nos últimos três anos aumentaram o número de empregados a uma taxa anual de 20% ou mais).

A constatação é de um estudo inédito feito pela Endeavor, organização internacional de fomento ao empreendedorismo. De acordo com a pesquisa – que teve como base 49 indicadores que mediram o ambiente regulatório, a infraestrutura, o mercado, o capital humano, a inovação e a cultura empreendedora –, Vitória ocupou o terceiro lugar do ranking (com uma nota de 7,16), que contemplou outras 13 capitais (Florianópolis, São Paulo, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Porto Alegre, Goiânia, Rio de Janeiro, Manaus, Belém, Recife, Fortaleza e Salvador). Foram avaliadas apenas capitais estaduais com participação de pelo menos 1% no total de 35 mil empresas de alto crescimento, identi�cadas no Brasil. Juntas, elas respondem por 15% do PIB e geram metade dos novos empregos do país.

“Vários fatores influenciam nesse resultado, seja pelas ações recentes da iniciativa privada ou pelas ações da disposição do poder público. Vitória é uma cidade muito organizada, que tem uma gestão segura. Outro registro relevante foi o fato de a cidade não ter um crescimento populacional explosivo, o que facilita com que as políticas públicas possam chegar até o cidadão de forma mais equilibrada”, a�rmou o prefeito da capital, Luciano Rezende.

As vitórias de Vitória

Além de mostrar as melhores cidades para o empreendedorismo, o estudo da Endeavor também chamou a atenção para ambientes preocupantes, a exemplo de Salvador, que se encontra na lanterna do ranking (4,53). Outra capital que obteve uma colocação ruim foi Fortaleza (4,77).

AMBIENTE FAVORÁVEL PARA EMPRESAS COM ALTO POTENCIAL DE CRESCIMENTO (RANKING DAS CAPITAIS COM NOTAS DE 0 A 10)

1º Florianópolis – 7,532º São Paulo – 7,463º Vitória – 7,164º Curitiba – 6,965º Brasília – 6,33

6º Belo Horizonte – 6,157º Porto Alegre – 5,948º Goiânia – 5,919º Rio de Janeiro – 5,8610º Manaus – 5,33

QUALIFICAÇÃO DE MÃO DE OBRA (PROPORÇÃO DE ADULTOS COM ENSINO SUPERIOR COMPLETO)

1º Vitória – 35%2º Florianópolis – 32%3º Porto Alegre – 29%4º Brasília – 28%5º Curitiba – 28%

6º Belo Horizonte – 26%7º Rio de Janeiro – 25%8º São Paulo – 24%9º Goiânia – 24%10º Recife – 17%

MOBILIDADE URBANA (PARCELA DA POPULAÇÃO QUE LEVA 30 MINUTOS OU MAIS NO TRAJETO CASA-TRABALHO)

1º Florianópolis – 28%2º Goiânia – 38%3º Vitória – 38%4º Curitiba – 38%5º Fortaleza – 43%

6º Belém – 43%7º Porto Alegre – 45%8º Brasília – 51%9º Recife – 52%10º Belo Horizonte – 54%

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A cidade capixaba também apresentou um desempenho positivo em outros indicadores, como quali�cação de mão de obra. Na pesquisa, Vitória ocupou a primeira colocação com base na proporção de adultos com ensino superior completo (35%), seguida por Florianópolis (32%), Porto Alegre (29%) e Brasília (28%).

“O principal diferencial é a educação. Nós temos o maior percentual de pessoas com nível superior no Brasil. Isso cria um ambiente de mão de obra especializada favorável ao empreendedorismo. Uma população com nível de escolaridade alto pressiona para uma maior qualidade na prestação de serviços públicos, e isso dá um ganho para a cidade”, acrescenta Luciano Rezende.

No quesito “Mobilidade Urbana” – relacionado à parcela da população que leva 30 minutos ou mais no trajeto casa-trabalho – Vitória também obteve uma colocação privilegiada, com apenas 38%, ficando empatada com Goiânia e Curitiba. Como já era de se esperar, as cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo foram consideradas as mais engarrafadas, com 64% e 60%, respectivamente.

Essa realidade, antes mesmo de ser divulgada pela Endeavor, já tinha sido abordada pelo diretor-presidente do Instituto

Brasileiro de Estudos de Trânsito (Ibetran), Paulo Lindoso, na edição de setembro da revista ES Brasil. “As que estão cada vez pior, em minha opinião, são Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Salvador. Uma das justi�cativas para esse aumento de frota nas grandes capitais é a política nacional de incentivo à indústria automobilística, como a redução de IPI, por exemplo”.

Vitória obteve colocação privilegiada em relação a mobilidade urbana

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FATOS

C om nota 0,491 – em indicador que vai de zero a um – o Espírito Santo possui o sétimo agronegócio mais competitivo do país. São Paulo lidera o ranking, com

nota 0,752, seguido de Santa Catarina (0,611), Distrito Federal (0,608), Paraná (0,607), Rio Grande do Sul (0,598) e Minas Gerais (0,492). Desenvolvido pelo Instituto CNA (ICNA), órgão ligado à Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o Índice de Competitividade do Agronegócio tem como base seis indicadores: infraestrutura, educação, saúde, ambiente macroeconômico, inovação e mercado de trabalho.

A nota �nal é de�nida a partir da média aritmética de cada estado nesses seis quesitos. A análise considera 21 variáveis econômicas e sociais, produzidas por fontes oficiais, que in�uenciam o desempenho do agronegócio em cada estado, tendo 2011 como ano de referência – último em que os indicadores para as seis áreas pesquisadas estavam disponíveis. A CNA pretende atualizar o índice anualmente, assim o indicador de 2015 será

Agronegócio capixaba é o 7º mais competitivo do país

Indicador inédito da CNA avalia o desempenho dos estados a partir de seis pilares: infraestrutura, educação, saúde, ambiente macro, inovação e mercado de trabalho

Foto: Divulgação

O DESEMPENHO DO ES POR ITEM

Em cada um dos seis itens avaliados pelo Indicador de Competitividade do Agronegócio, são consideradas variáveis econômicas e sociais, publicadas por fontes oficiais, que influenciaram diretamente no desempenho final. Confira a performance capixaba em cada um desses itens e também as variáveis levadas em conta na sua construção

Infraestrutura: 0,302 (5º)Variáveis: índice de qualidade de rodovias; movimentação portuária e densidade ferroviária

Educação: 0,805 (4º)Variáveis: taxa de aprovação rural; taxa de abandono rural; taxa de analfabetismo rural e taxa de distorção idade-série rural

Saúde: 0,775 (6º)Variáveis: expectativa de vida ao nascer; número de internações hospitalares e taxa de mortalidade infantil

Ambiente macroeconômico: 0,338 (10º)Variáveis: dimensão do mercado interno para a agropecuária; alcance do mercado externo da agropecuária; variação do PIB agropecuário e arrecadação de ICMS

Inovação: 0,090 (16º)Variáveis: investimentos em bolsas de estudo per capita; investimentos em bolsas de estudo per capita; investimento em pesquisa per capita e número de patentes per capita

Mercado de trabalho: 0,636 (8º)Variáveis: disponibilidade da mão de obra rural; taxa de desemprego rural; escolaridade média da força de trabalho e produtividade do trabalhador da agropecuária

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Fonte: INCA

baseado em números o�ciais de 2012, com defasagem de três anos.

O documento reforça que, apesar de proporcionar o ordenamento segundo as características de cada unidade da federação, não é aconselhável fazer uma comparação direta entre eles. Ou seja, não é possível dizer que um estado é 20% ou 30% mais competitivo que outro, mas sim que há diferenças consideráveis na competitividade entre eles. A identi�cação de alterações nesses fatores, aposta a CNA, possibilitará “o desenho de políticas públicas que impulsionem a competitividade dos estados”.

Entre os gargalos do agronegócio no Brasil, o estudo aponta de�ciência na qualidade das rodovias, falta de capilaridade da malha ferroviária e grande extensão territorial não litorânea, que di�cultam o escoamento da produção, para as exportações. Outros exemplos de barreiras para o aumento da competitividade estão na carga tributária, no ambiente macroeconômico de baixo crescimento, na baixa qualidade da educação e quali�cação dos trabalhadores, na falta de �exibilização do mercado de trabalho e na burocracia elevada.

ESPÍRITO SANTONo Índice de Competitividade do Agronegócio, o Espírito

Santo se saiu melhor nos itens educação (0,805 – 4º lugar), infraestrutura (nota 0,302 – 5º) e saúde (0,775 – 6º). O pior desempenho se deu em inovação, que teve nota 0,09 e �cou na 16ª posição no ranking dos estados.

O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Julio Rocha, conta que inovação está entre as prioridades do próximo Governo. “Recentemente participei de uma reunião entre o governador eleito, Paulo Hartung, e representantes do setor do comércio, em que ele declarou que a prioridade do seu Governo será a educação, voltada para o apoio a inovação. Sobre esse assunto, precisam ser solucionadas algumas questões relacionadas à natureza do investimento e aos de trâmites burocráticos”, disse.

Rocha ressalta que, apesar de representar apenas 0,54% do território nacional, o Estado consegue ser “ícone” em segmentos que vão além do café, como a fruticultura e as especiarias. “Atuamos em parceria sólida com o Governo. Por exemplo, há três anos assumimos a responsabilidade pela vacinação da Brucelose e aumentamos o índice vacinal de 40% para 80%”, avalia.

Anualmente, a movimentação �nanceira do setor �ca em torno de R$ 22,5 bilhões. O secretário de Estado de Agricultura, Enio Bergoli, reforça que o Espírito Santo é considerado um gigante quando o assunto são agricultura e negócios referentes a essa atividade. “Comercialmente, mais de 100 atividades agrícolas são prat icadas no Estado. O agronegócio é uma atividade ampla e complexa, que gera muitas oportunidades no campo e na cidade”, �naliza.

ÍNDICE DE COMPETITIVIDADE DO AGRONEGÓCIO POR ESTADO

1º São Paulo (0,752)2º Santa Catarina (0,611)3º Distrito Federal (0,608)4º Paraná (0,607)5º Rio Grande do Sul (0,598)6º Minas Gerais (0,492)7º Espírito Santo (0,491)8º Goiás (0,465)9º Rio de Janeiro (0,453)

10º Mato Grosso (0,450)11º Mato Grosso do Sul (0,425)12º Roraima (0,358)13º Rondônia (0,354)14º Tocantins (0,342)15º Ceará (0,340)16º Bahia (0,291)17º Rondônia (0,280)18º Paraíba (0,278)

19º Pernambuco (0,275)20º Acre (0,262)21º Amazonas (0,255)22º Piauí (0,249)23º Pará (0,237)24º Maranhão (0,229)25º Alagoas (0,229)26º Sergipe (0,225)27º Amapá (0,207)

Além do café, Espírito Santo se destaca também na fruticultura, nas especiarias e em outras atividades ligadas à pecuária

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CONHECIMENTO

Brasileiro dedica 3,7 horas por semana aprimorar seus conhecimentos

Pesquisa da Catho revela que 90,3% dos brasileiros têm dedicado tempo ao aumento de seu conhecimento. O levantamento mostra ainda que 51,1% dos entrevistados estão matriculados em algum curso. A maior parte está investindo tempo em graduação (37,4%), curso de idiomas (27,6%) e curso técnico (12,1%).

SERRA

Prefeitura implanta documento único para pagamento de taxas e tributos

O pagamento de taxas e tributos municipais da Serra já está sendo feito unicamente por meio do Documento de Arrecadação Municipal (DAM). Para emitir o boleto, contribuintes ou empreendedores devem acessar o portal da prefeitura (www.serra.es.gov.br), e no link “Serviços Online”, clicar na opção “DAM”. O pagamento poderá ser feito nas agências do Banestes, da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, além de Banesfácil, casas lotéricas e Correios.

SIMPLES NACIONAL

Micro e pequenas empresas já podem agendar adesão

Até o dia 30 de dezembro, empresas com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões podem agendar a opção pelo regime de tributação Simples Nacional em www.portaldoempreendedor.gov.br. Com a alteração da Lei Geral este ano, 140 novas atividades e cerca de 450 mil empresas podem escolher o regime, no entanto, para esses novos segmentos o cadastro só será realizado a partir de janeiro. Apesar de ser menos burocrático e com menor quantidade de obrigações acessórias, o Simples Nacional pode não ser vantajoso para todas as empresas. O recomendando é buscar orientação com um contador.

GESTÃO

GOOGLE TRAZ PROGRAMA DE INCENTIVO PARA O BRASIL

Estimular jovens talentos a criar empresas de sucesso é o objetivo do projeto desenvolvido pelo Google, inicialmente em Londres, que chega a São Paulo ainda este ano. O campus reúne salas de reuniões, painéis de anúncios, mesas de trabalho e Wi-Fi para quem se cadastra no site. Aprovado, o visitante recebe orientação de tutores do Google, que já abriu filiais do campus nas capitais israelita, Tel Aviv, e polonesa, Varsóvia. Não há divulgação dos investimentos nem das startups e profissionais absorvidos, mas em 2013, o Google pagou US$ 1 bilhão pelo Waze, navegador de GPS para celular.

JUSTIÇA OBRIGA CAIXA A PAGAR R$ 1 MILHÃO DE INDENIZAÇÃO POR VENDA CASADA

O Ministério Público Federal no Espírito Santo (MPF/ES) conseguiu na Justiça a condenação da Caixa Econômica Federal ao pagamento de indenização por danos morais coletivos no valor de R$ 1 milhão pela prática de venda casada, que neste caso consistia em vincular a concessão do crédito à contratação de serviços que não eram desejados pelo cliente. A decisão vale para todo o Brasil, e caberá multa de R$ 10 mil por consumidor que venha a ser lesado. A venda casada é uma prática proibida pelo inciso I do artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor.

Foto: Divulgação

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PESQUISA

BNDES financia projeto de melhoramento genético de hortaliças

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou �nanciamento de R$ 9,8 milhões à Sakata Seed Sudamérica Ltda para projeto de melhoramento genético. O recurso será utilizado para pesquisa de novas varie-dades, programa de desenvolvimento de vegetais e suporte à biotecnologia e à �topatologia na estação experimental da empresa, em Bragança Paulista, no inte-rior de São Paulo. A operação integra o plano Inova Agro, iniciativa conjunta do BNDES e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), que visa a apoiar projetos de inovação de empresas brasileiras no complexo agroindustrial. Com mais de

250 cultivares de hortaliças e 500 cultivares de flores, a Sakata possui um banco para a conser-vação do patrimônio genético das espécies, com linhagens que remontam há mais de 50 anos, sendo protagonista no segmento de �topatologia no Brasil.

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

FIBRIA APOIA ESTUDOS VOLTADOS À BIODIVERSIDADEEm novembro, a Fibria divulgou quatro projetos de pesquisa voltados à conservação ambiental em suas áreas de atuação e que receberão apoio técnico e financeiro da companhia. O Edital de Pesquisa sobre Biodiversidade contou com a inscrição de 40 empresas e os que foram contemplados serão desenvolvidos por Instituto de Inovação em Engenharia e Meio Ambiente (Ambinova); Universidade Estadual Paulista (Unesp); Fundação de Ensino Pesquisa e Extensão de Ilha Solteira (Fepisa); e Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (Ipef).

SOFTWARE REDUZ 37% DAS FOTOCÓPIASA quantidade de papel encontrada nas mesas e prateleiras das empresas é cada vez menor, principalmente em virtude da substituição por arquivos de computador. Ainda assim, o custo com fotocópias continua alto na maioria dos escritórios. “Pesquisas mostram que as consultas online a documentos e a substituição de papéis por arquivos podem gerar 14% de economia de papel e redução de 37% das fotocópias. A economia de custos é uma das grandes vantagens da utilização de softwares em nuvem”, explica o presidente da Totvs-ES, Eduardo Couto.

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OUSADIA

Bolshoi rompe tradição em releitura de “O Quebra-Nozes”

A renomada Escola do Teatro Bolshoi no Brasil, em Joinville (SC), fez uma ousada releitura de “O Quebra-Nozes”, misturando balé clássico e tecnologia, um feito inédito em seus 15 anos de história. No espetáculo, quadros ganham movi-mento, e bailarinos interagem com projeções. Tudo saiu da mente do russo Vladimir Vasiliev, ex-bailarino e coréografo, que sonhava há muito tempo com essa versão inédita. “Dos 74 anos que eu tenho, 64 passei me preparando para esse dia”, confessa Vasiliev. Ele pintou cada cenário em telas. Depois, o VJ Vigas, artista visual de Santa Catarina, passou 10 meses transformando os quadros em imagens em movimento.

JAPONESES PLANEJAM APARTAMENTOS SUBMARINOS

A construtora japonesa Shimizu Corp planeja edificar apartamentos submarinos. A expectativa é de que o imóvel “Espiral Oceânica” abrigue 5 mil pessoas e inclua centros de pesquisa para a escavação em busca de fontes de energia alternativa. De acordo com o projeto, a estrutura esférica deverá ficar a 500 metros de profundidade. A partir daí, um caminho em espiral, com 15 km, fará a conexão com o centro de escavação, a 4 km abaixo. A programação é para que os humanos vivam próximos à superfície, e as espirais garantam que a correnteza do mar não afete a estrutura do edifício. Segundo a construtora, o projeto deve custar cerca de R$ 65 bilhões e não tem prazo para ficar pronto.

Foto: Divulgação

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FATOS

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O Salão Sabores 2014 superou todas as expectativas da organização, reunindo mais de 1.500 pessoas durante os dias 24 e 25 de novembro, no Centro de Convenções de

Vitória. O evento é uma realização do Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares); da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes do Estado (Abrasel-ES) e da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA).

De acordo com o secretário de Estado do Turismo, Alexandre Passos, o encontro ajuda a alavancar o turismo capixaba. “Estamos trabalhando fortemente com capacitação para desenvolver o setor. E o resultado podemos conferir aqui, através da grande participação por parte do empresariado de bares e restaurantes. De fato, hoje, trabalhar com gastronomia no Estado é possível”.

O Salão Sabores 2014 contou com diversas atividades, tais como aulas-show, palestras técnicas e degustação de produtos, além da presença de caravanas do interior do Estado. A ocasião também foi marcada pelo sancionamento da lei que cria os polos gastronômicos de Vitória e pela entrega do prêmio Selo de Qualidade Turística para Bares e Restaurantes de Vitória.

ATIVIDADESAqueles que foram até o Centro de Convenções de Vitória,

puderam conferir de perto sobremesas so�sticadas em potinhos, durante a aula-show ministrada pela chef capixaba Andréa Souto. Logo em seguida foi a vez de J. Santiago, que ensinou o público a fazer uma petiscaria gourmet, usando sobrecoxa de frango imersa em um molho simples, à base de abacate e pimenta aroeira.

Já a chef paulista Ana Luiza Trajano fechou a Arena Gourmet com um baião de três frutos do mar. “Fiz pesquisa de ingredientes e receitas capixabas. E o próximo jantar que farei será com menu do Espírito Santo”, declarou.

O Natal foi lembrado de forma especial no segundo dia, com uma salada de frango defumado do chef do Le Buffet,

Salão Sabores 2014 reúne 1.500 pessoas em Vitória

O evento, que foi realizado nos dias 24 e 25 de novembro, contou com diversas atividades, como palestras, aulas-show e degustação de produtos

Duaine Clements. As chefs Fernanda Cassa e Regina Maris prepararam bolinhos que retrataram regiões do Brasil. “Nos inspiramos em um acompanhamento de que o brasileiro mais gosta: cerveja ou até mesmo uma cachaça”, revelou Fernanda.

Os chefs Mônica e Dalton Rangel também deram um show na Arena Gourmet, e o chef do Oriundi, Juarez Campos, ensinou a transformar partes do porco em pratos nobres.

“Dá pra aproveitar da cabeça ao pé do porco. E pra mim, se houvesse animal símbolo da gastronomia, sem dúvida seria o porco. E é possível montar pratos harmoniosos com carnes ‘pobres’”, a�rmou Juarez.

Outras questões também ficaram em evidência no Salão Sabores, como gestão de negócios em alimentação e crédito, com a palestra do administrador dos cinco restaurantes, do chef Claude Troisgros, Fernando Sá, que falou sobre o atual mercado de restaurantes e da alimentação fora do lar. Já o “crescimento sustentável das micro e pequenas empresas” foi abordado pelo gerente Caixa Econômica Jaime Ferreira Dias. O ciclo de palestras foi fechado com Ivan Haubert, em nome do Sebrae-ES, que explanou sobre o food truck (carro móvel que vende comida).

A chef capixaba Andréa Souto ministrou aula-show

de sobremesas sofisticadas em potinhos

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DICA DO CHEFPor Luciano Victal, sócio e chef do Villa Vecchia

Localizado na Praia da Costa, em Vila Velha, o restaurante Villa Vecchia apresenta uma culinária contemporânea saborosa que deixa todos os clientes com água na boca. Um prato que faz muito sucesso na casa é o Magret de Canard. “O prato que é feito com peito de pato, grelhado ao coulle de

framboesa, vem acompanhado de frutas grelhadas. Ele se destaca bastante entre o público e é muito elogiado”.

GASTRONOMIA

Chás com bolhas explosivas de sucoUm novo conceito de chá pode ser apreciado no Shopping Vitória. Trata-se da Is Bubble Tea, uma loja especializada na linha de chás típicos de Taiwan que agradam a todos os paladares por conta da sua combinação com frutas, entre outros ingredientes que dão um sabor diferenciado à bebida. A novidade, que é preparada usando uma base de chá preto, verde ou mate, pode ser incrementada com o sabor de leite (Chá Milke) ou frutas (Chá Fruit), além da adição das pérolas de tapioca, que proporciona ao drinque uma textura irresistível ou de popping boba (bolhas de suco de frutas que explodem na boca). Ele pode ser servido tanto quente como gelado, inclusive com pedras de gelo, para �car bem refrescante.

Roda de Boteco Colatina Foi realizada entre os dias 7 e 29 de novembro a quarta

edição do Festival Roda de Boteco 2014 de Colatina. O evento contou com a participação de 20 bares, que serviram diversos petiscos no valor de R$ 14,90, tais como o Charqueado da Roça (ensopado de feijão-manteiga, charque, linguiça defumada e banana-da-terra na pressão) do Bar Bosco; o Carré Recheado (carré de porco recheado com tutu à mineira) do Bar do Darci; a Costela Recheada (costela de boi assada na churrasqueira a bafo, recheada com queijo, linguiça e cenoura) do Bar do Euzébio; e a Panqueca do Jura (panqueca de massa �na recheada com suculento molho de carne, coberta com molho e parmesão ralado na hora).

Beach Bar é inaugurado na Curva da Jurema

Inspirado em points badalados das praias de Jurerê Internacional e Ibiza, o Jurema Beach Bar é a mais nova sensação da Curva da Jurema, em Vitória. O local, que abriu as portas no �nal do mês de novembro, promete ser um ponto de encontro neste verão, com muita música (blues, jazz e rock) e petiscos variados. No cardápio, destacam-se espetinhos de camarão VM e VG com molho de alcaparras (R$ 18) e de salmão ao limão siciliano e gergelim (R$ 15). As bruschettas também são um atrativo, e chegam à mesa cobertas com tomate em cubos e manjericão fresco (R$ 22).

Foto: Divulgação

Foto: Alex Lamborghini

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MENU ES BRASILPor Maxwel Assis de Souza, diretor-presidente do Incaper

Com um espaço aconchegante, o Spetacollo possui um cardápio variado que inclui opções de frutos do mar, massas, saladas e carnes, a exemplo Bife à Cavalo. “Além de um prato saboroso e rico em fontes de vitaminas, oferece opções de diversos alimentos da produção rural: o filé do boi, o bacon do porco, o ovo da galinha, a couve da olericultura e o arroz e feijão de culturas alimentares. A união desses alimentos expressa bem o sabor brasileiro e do meio agrícola, no qual tenho tanto prazer em atuar”.

Sobremesa das celebridadesSucesso entre celebridades que frequentam o restaurante Paris 6,

em São Paulo, o grand gateau com picolé é a sobremesa do momento. O picolé, mergulhado em um bolinho de chocolate com recheio cremoso, coberto por calda, fatias de frutas e outras delícias, serviu de inspiração para o Ilha do Caranguejo, que colocou o doce no cardápio. A ideia partiu do proprietário do restaurante, Gugu Barbarioli, que criou variações acrescentando Kit Kat, castanhas e frutas da estação. “O petit gateau é um sucesso no Ilha, e o grand gateau com picolé vai fazer mais sucesso ainda, pois é maior, está na moda e é o preferido das celebridades, que vivem postando fotos do doce nas redes sociais. O preço também está bem legal”, disse Gugu, que colocou a sobremesa no cardápio a R$ 19,90.

por Vanderlei Martins

Vinho chileno branco Talinay Chardonay (750 ml)

Reconhecido no Chile como um dos melhores de sua categoria, o Talinay Chardonay é o casamento ideal para aves como peru, chester e até mesmo pratos à base de bacalhau mais leves. Tem como característica boa acidez, aromas de frutas brancas e amendoado final muito interessante. Vinho chileno Quino Pinot Noir Gfa (750 ml)

Este vinho é oriundo do extremo sul do Chile, no Vale do Malleco, onde as temperaturas apresentam grande inversões térmicas que mudam muito durante o lento amadurecimento da uva pinot noir. Sua harmonia é ideal para pratos como frango caipira e lombo suíno, além de entradas como patês e petit fours.

Espumante Cava Espanhola Castelblanche Brut (750 ml) Numa comemoração de final de ano, não pode faltar de forma alguma um bom espumante como este. Um excelente produto elaborado na região da Catalunha, na Espanha, com castas xare-lo, macabeo e parellada, que combina muito bem com nosso clima de verão tropical. Muito versátil para harmonizar com a ceia ou apenas bebericar em casa, em eventos e celebrações.

Com a aproximação do Natal e do Ano Novo, vamos dar algumas

dicas de vinhos para deixar a festa mais

animada e harmônica

Foto: Divulgação

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Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.

Quem são as personalidades que deram nome às ruas e às avenidas do Estado e qual a importância delas para o desenvolvimento capixaba? Para responder essas e outras perguntas, a coluna “O Endereço da História” presta uma homenagem às pessoas que tanto contribuíram para o Espírito Santo. Confira.

José Eugênio Vieira é pesquisador com

diversos livros publicados sobre

a História do Espírito Santo e

atualmente ocupa a Superintendência

do Sebrae

F ernando Ferrari não teve nenhuma ligação com o Espírito Santo. Não realizou qualquer benefício que favorecesse alguma comunidade ou região capixaba. Sua vida e seu labor se circunscreveram aos interesses do Rio Grande do Sul, onde nasceu, e de sua gente,

que amava com inegável patriotismo.E no entanto, e apesar disso, deu nome ao principal corredor viário para os que chegam ou saem

de Vitória pela região norte da capital.A nossa Câmara Municipal, pelo voto dos seus vereadores, e o prefeito da capital, pela sanção aposta ao

projeto de lei, no entanto, homenagearam, mais do que um político gaúcho, mas uma �gura que representava nossas mais caras tradições de hombridade, coragem cívica e desprendimento, pontuação marcante na vida dos nossos homens públicos.

Fernando Ferrari nasceu em São Pedro do Sul, nos pampas gaúchos, em 1921, membro de uma família de 11 irmãos. Sua formação teve início no Colégio Elementar da cidade e se estendeu no Internato dos Irmãos Maristas, em Santa Maria. A liderança que iria mais tarde exercer no seu estado foi evidenciada ainda na sua juventude, quando foi escolhido orador de sua turma na formação do curso de Contabilidade.

Sua permanente procura de novos horizontes o levou a fazer o curso de Ciências Políticas e Econômicas na faculdade mantida no Colégio Rosário, atual Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.

A partir daí, sua trajetória política ganhou novos e mais amplos espaços, elegendo-se, em 1947, para um mandato de quatro anos, deputado estadual constituinte. Como relator da Ordem Econômica e Social, apresentou proposições inovadoras para as relações sociais de produção.

Fque amava com inegável patriotismo.que amava com inegável patriotismo.E no entanto, e apesar disso, deu nome ao principal corredor viário para os que chegam ou saem

de Vitória pela região norte da capital.A nossa Câmara Municipal, pelo voto dos seus vereadores, e o prefeito da capital, pela sanção aposta ao

Por que Fernando Ferrari?

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Fernando Ferrari fundou depois disso o MTR (Movimento Trabalhista Renovador), partido pelo qual se candidatou a vice-governador do seu Estado e derrotou João Goulart no primeiro turno, perdendo para Ildo Menegheti, no segundo turno.

Disposto a levar sua mensagem aos brasileiros, candidatou-se, em 1960, à vice-presidência da República, vencida pela chapa Jânio Quadros-João Goulart, que seria mais tarde o estopim detonador da revolução de 1964.

Os capixabas passaram pela experiência de tragédias envolvendo a morte de homens públicos em acidentes, que interromperam vitoriosas e promissoras carreiras na área política. Em 1963, pouco antes de completar 42 anos, Fernando Ferrari morreu em um acidente aéreo próximo a Morro do Chimarrão, em Três Cachoeiras.

Pela marca de luta, honradez e patriotismo, Fernando Ferrari continua sendo inspiração para muitos dos que, via política, procuram dar sua contribuição para tornar melhor a vida do nosso povo.

Justa a homenagem a ele prestada pelos capixabas via seus representantes no Legislativo Municipal, referendada pelo prefeito de Vitória. A Avenida Fernando Ferrari mantém na sua denominação importante capítulo da História Brasileira. (Copidesque: Rubens Pontes) .

Já casado com Elza Ferreira, transferiu residência para o Rio de Janeiro, então capital da República, para ocupar função na área de contabilidade do SAPS – Serviço de Alimentação da Previdência Social.

Ontem, como hoje, organismos públicos eram sujeitos a atos de corrupção , quase sempre escamoteados, e o SAPS não seria exceção. Foi o que constatou o jovem Fernando Ferrari, ao descobrir uma fraude contábil para bene�ciar terceiros. Não titubeou e, fato quase inédito no seu tempo, por ser moralista e corajoso, denunciou o desvio publicamente e ainda endereçou correspondência ao presidente Getúlio Vargas com acusações ao diretor da autarquia.

A crise instalada em consequência de sua denúncia o levou a pedir demissão do cargo que ocupava no órgão, retornando a Porto Alegre desempregado, mas cercado da admiração de seus contemporâneos.

Em 1945, filiou-se ao PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), recém-formado, liderado por Alberto Pasqualini, nome com irremovível registro nos anais da política brasileira, eleito depois governador do Rio Grande do sul. Foi companheiro de Leonel Brizola na ala moça do partido, tendo sido eleito e reeleito deputado federal de 1950 a 1958, com a maior votação até então alcançada por candidatos à Câmara dos Deputados, em todo o país.

Por inconformidade com decisões da alta cúpula partidária, passou a fazer oposição à liderança de João Goulart e Leonel Brizola, o que o levou a ser expulso da sigla, iniciativa que se tornou para nós familiar, em tempos recentes.

Mais fotos na galeria do site: http://www.revistaesbrasil.com.br/index.php/artigos-e-colunas/o-endereco-da-historia

Participe da coluna enviando sugestões para [email protected]

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Entramos no ritimo de retrospectiva e resolvi resgatar aqui algumas das matérias que foram mais comentadas durante o ano de 2014. Vamos de revival!

B em-vindas! Esta é uma coluna dedicada às mulheres. Essas que são filhas, mães, esposas e ainda dão conta

de suas tarefas profissionais com charme, competência e uma sensibilidade que só elas têm!

por Andrea Monteiro | [email protected] Andrea Monteiroessas

Bom mesmo é quando a gente consegue aliar, de verdade, trabalho e uma causa nobre. Conheci o exemplo de uma empresária dos EUA que me chamou muito a atenção: ela, que sofreu abusos sexuais quando criança, transformou esse trauma em oportunidade de trabalho para outras mulheres que também sofriam formas de abuso. Becca

Stevens tira mulheres que trabalham nas ruas como prostitutas, oferecendo a elas um emprego estável por dois anos em sua empresa de cosméticos, a �istle Farms, e, ainda, amparo, segurança e um lugar para dormir. Exemplo!

SOLIDÁRIAS

E SUAS FACES

Há algum tempo, quando a gente ainda usava apenas as máquinas fotográ�cas, eu costumava chamar as fotos que tirava de mim mesma de “fotos de distância de braço” – claro, era o espaço necessário entre a câmera e o meu rosto, para ter uma foto, digamos, “excelente sem depender de terceiros”. Hoje, o nome �cou mais moderno, os recursos melhoraram muito, e o comportamento mudou bastante: em qualquer canto do mundo, você vai presenciar ou fazer um sel�e. E, claro, o sel�e só faz sentido se for compartilhado nas redes sociais, devidamente “hashtagueado”. Então, antes de �car deprimida com o número de likes que a foto tem ou não tem, cabe uma pergunta: será que você é viciada em smartphone? Uma navegada no site do NPPI – Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática da PUCSP – pode ser um bom começo pra descobrir! #ServePraMimTambém (http://www.pucsp.br/nppi/).

SEM FILTRO

No último mês de novembro, as redes sociais, principalmente o Facebook, foram invadidas por fotos de mulheres sem maquiagem. Seria natural e óbvio, não fosse o rebuliço que causou entre os usuários. Muitas adeptas estão divulgando as fotos sem saber da sua origem viral. Trata-se da campanha #stopthebeautymadness, lançada com o objetivo de conscientizar as mulheres de que o padrão de beleza que as leva a uma

busca sem fim pela perfeição estética é inalcançável na vida real. Esse assunto sempre nos remete ao velho paradigma beleza interior versus beleza exterior. Penso que a busca pela beleza tem limites sim, e que o que vem de dentro, que promove o bem-estar geral, a autoestima e o amor próprio, vale muito mais do de que qualquer artifício externo. Agora, vamos combinar, nem tanto ao mar, nem tanto a terra, afinal, principalmente no quesito beleza, gosto, nariz e humor, cada um tem a sua porção, não é mesmo? #VivaAVidaAoVivo

À FRENTE

Uma notícia correu o mundo e causou opiniões controversas: mulheres podem agora ser ordenadas como bispas, segundo decisão da Igreja Anglicana da Inglaterra. Essa atitude demonstra o avanço das vocações femininas em templos de todo o mundo, incluindo o Brasil. A polêmica, que divide várias religiões cristãs planeta afora, gira em torno de seus argumentos. A ala contrária entende que a Bíblia reserva somente aos homens o sarcedócio, e tem como justi�cativa o fato de que só foram nomeados por Jesus Cristo, apóstolos do sexo masculino. Já os defensores da vocação feminina pensam que a escolha re�etia apenas o contexto da época e, hoje, não cabe interferir na vocação pastoral, dado que homens e mulheres são iguais. É esperar e ver o que vem por aí.

Feliz 2015, guerreiras

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POR IVO NOGUEIRA DIAS

Se

S e consegues manter a calmaquando à tua volta todos a perdeme te culpam por isso

Se consegues ter con�ança em tiquando todos duvidam de tie aceitas as suas dúvidasSe consegues esperar sem te cansares por esperarou caluniado não responderes com calúniasou odiado não dares espaço ao ódiosem porém te fazeres demasiado bomou falares cheio de conhecimentosSe consegues sonharsem fazeres dos sonhos teus mestresSe consegues pensarsem fazeres dos pensamentos teus objetivosSe consegues encontrar-te com o Triunfo e a Derrotae tratares esses dois impostores do mesmo modoSe consegues suportara escuta das verdades que dizesdistorcidas pelos que te querem vercair em armadilhasou encarar tudo aquilo pelo qual lutaste na vida�car destruídoe reconstruíres tudo de novocom instrumentos gastos pelo tempoSe consegues num único passoarriscar tudo o que conquistastenum lançamento de cara ou coroa,perderes e recomeçares de novosem nunca suspirares palavras da tua perda.

Se consegues constringir o teu coração,nervos e forçapara te servirem na tua vezjá depois de não existirem,e aguentaresquando já nada tens em tia não ser a vontade que te diz:“Aguenta-te!”Se consegues falar para multidõese permaneceres com as tuas virtudesou andares entre reis e pobres

e agires naturalmenteSe nem inimigosou amigos queridoste conseguirem ofenderSe todas as pessoas contam contigomas nenhuma demasiadoSe consegues preencher cada minutodando valora todos os segundos que passamTua é a Terrae tudo o que nela existee mais ainda,tu serás um Homem, meu �lho!

“If”, que em português tem o título “Se”, é um poema escrito em 1895 pelo escritor e Prêmio Nobel Rudayard Kiplig e publicado pela primeira vez em 1910 numa coletânea de contos e poemas chamada “Rewards and Fairies”.

E, “Se” neste momento você chegou até aqui, é porque lutou e perseverou.

Se está a ler este exemplar, é porque busca conhecimento e informação.

Se constatar que o ano está por alguns dias e o Ano Novo está logo ali, avalie todo o seu potencial, re�ita sobre seus sonhos, faça planos, trace metas, e busque realizar em 2015 muito mais do que já o fez.

Não basta apenas querer, não basta apenas decidir. É preciso ter atitude. Atitude é o que de�ne, que abre caminhos, que faz a diferença. Muitas pessoas decidem, mas não praticam o que decidiram. Não agem, �cam paralisadas, apenas na teoria.

Vida não é teoria. Vida é prática.Feliz 2015!

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VIP ESVIP ES

Oscar dos executivos de finançasA noite do dia 20 de novembro foi de homenagens do prêmio O Equilibrista, concedido pelo Instituto Brasileiro dos Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES). Mais de 600 pessoas, entre empresários e autoridades políticas, estiveram no cerimonial Itamaraty Hall, em Vitória, para a cerimônia de entrega da premiação, que é considerada o “Oscar” capixaba dos executivos de finanças. Confira:

1 Os diretores do Ibef-ES Gustavo Barbosa Vargas e Ana Paula Vescovi; a presidente do Ibef Jovem, Lorena Zucatelli; o secretário de Estado de Desenvolvimento, Nery De Rossi; e o diretor do Ibef Jovem Pedro Henrique Dias

2 O secretário-chefe da Casa Civil, Thiago Hoffman; o vice-presidente de Controladoria da ArcelorMittal no Brasil, Adilson Martinelli; o diretor do Ibef-ES Luciano Machado; e o deputado federal Lelo Coimbra

3 Aridelmo Teixeira, cofundador da Fucape Business School; o senador Ricardo Ferraço; o diretor-presidente da ISH Tecnologia, Rodrigo Dessaune; e o vice-presidente do Ibef-ES, Celso Guerra

4 O diretor de Pelotização da Vale, Maurício Max; o presidente do Ibef-ES, Sergio Sotelino; o governador Renato Casagrande; o presidente da Holding do Grupo Águia Branca, Nilton Chieppe; e o secretário-chefe da Casa Civil, Thiago Hoffman

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A cerimônia do VIII Prêmio Mérito Empresarial da Serra, promovido pela Associação dos Empresários do município (Ases), reuniu cerca de 600 pessoas no Centro de Convenções Steffen. Representantes públicos, autoridades, empresários, homenageados e convidados estiveram no evento, que premiou os destaques empresariais do ano nas categorias comércio, indústria, serviço e pequeno e micro empresário, além do homenageado do ano. Veja os principais momentos:

1 O prefeito da Serra, Audifax Barcelos; o vice-governador Givaldo Vieira; o diretor de Pelotização da Vale, Maurício Max; e o presidente da Ases, Antônio Geraldo de Lima

2 O presidente da Aderes, Pedro Rigo; o diretor-superintendente do Sebrae-ES, Benildo Denadai; a empresária Kamila Zamprogno Bonfim; o diretor do Sebrae-ES Ruy Dias; e o diretor da Ases Paulo Henrique Marques.

3 O primeiro presidente da Ases, Sérgio Rogério de Castro; o empresário José Roberto Varella; e o diretor financeiro do Hospital Metropolitano, Benoni Antonio Santos

4 O primeiro vice-presidente da Ases, José Nivaldo Campos Vieira; o sócio-proprietário do Centro de Eventos Steffen, Ildon Steffen; e o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico da Serra, Everaldo Colodetti

5 O diretor da Morar Construtora e Incorporadora, Sebastião Jayme de Almeida; e o segundo vice-presidente da Ases e diretor da CVC, Francisco de Assis Soares

Destaques empresariais da Serra

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ES Brasil reúne seu time de colunistas e articulistasNa tarde do dia 4 de dezembro, a ES Brasil reuniu seus colaboradores para seu Almoço Anual com Articulistas e Colunistas, promovido no restaurante Aleixo, na Praia do Canto. Confira as imagens:

1 O editor-executivo, Mário Fernando de Souza, com José Eugênio Vieira, responsável pela coluna “Endereço da História”, e o articulista Doria Porto2 Enio Bergoli também integra o time de articulistas de ES Brasil e esteve presente no almoço 3 O almoço anual promovido por ES Brasil contou com a presença do articulista João Luiz Vassalo Reis 4 O colunista Luiz Fernando Leitão, que escreve "Tira-Gosto", com o editor-executivo, Mário Fernando de Souza, e o articulista de tecnologia Gilberto Sudré5 Andreia Monteiro, que assina a coluna “Essas Mulheres”6 Em ES Brasil, o articulista Luiz Fernando Schettino fala sobre energia, meio ambiente e sustentabilidade7 Na coluna “O Endereço da História”, José Eugênio Vieira presta uma homenagem às personalidades que dão nomes às ruas da Grande Vitória8 Os articulistas presentes, assim como José Edil Benedito, receberam de presente uma garrafa de vinho9 O articulista Pablo Lira também marcou

presença no almoço10 O economista Clóvis Vieira é articulista da revista ES Brasil e contribui com suas análises

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por Luiz Fernando Leitão [email protected]

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Moquequinhas

As Setes Vidas de Nelson Motta

Nelson Motta

Play the Blues Marsalis & Clapton

Chacrinha - A Biografia Denilson Monteiro e Eduardo Nasife

Lá é mais barato Parece mentira, mas não é. Neste Natal, sai mais barato

comprar panetones da Bauducco no Japão que no Brasil. Aqui, a versão de 750g é vendida por cerca de R$ 25,12. No Japão, o produto com 908g (158g mais pesado) é vendido por 988 ienes (cerca de R$ 21,35). A constatação foi feita pela Veja.

De acordo com a reportagem, a Pandurata Alimentos, responsável pela marca Bauducco, con�rmou que os panetones exportados para o Japão são fabricados em suas unidades no Brasil. E justi�cou que a diferença de preço é devido à incidência de impostos divergentes em cada país.

Segundo o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação), 34,63% do preço de um panetone vendido no Brasil é composto por tributos.

• O Botafogo• A consultoria do Dirceu• O secretariado de PH• O calor• O Governo de coalisão• A seca nos reservatórios• Agora só depois do carnaval

Cardápio de assuntos

A coisa tá feiaO banco alemão Deutsche Bank prevê uma queda de 3% no

mercado brasileiro de cerveja em 2015 em razão da diminuição do consumo e do aumento de preço. O mercado, que vinha estimando um crescimento de 2,7% em 2015, trabalha com a retração, que não ocorria há mais de 10 anos. O primeiro sinal desse recuo aconteceu em outubro, mês em que as cervejarias aumentam sua produção para atender à demanda do verão, que teve queda de 2,8% em relação ao produzido em 2013.

Dica do chefe “Uma bela remada com os amigos”. Eduardo Bombril, empresário

A saideira! No mais, um FELIZ 2019 a todos!!!

Play the Blues

Pratos do Dia

Chacrinha - A BiografiaDenilson Monteiro e Eduardo Nasife

• O Grotto Grill merece a visita

• Dr. Arthur Gerhardt lançou suas memórias

• Dezembro é tempo de Feira do Verde

• Interação e a Dupla foram certificadas pela ABEOC

• A Santa Terezinha, do amigo Adwalter, tá cheia de novidades

• A Petrobras afundou

• Muita paz e paciência!!!

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Play the Blues Marsalis & Clapton

Denilson Monteiro

Parece mentira, mas não é. Neste Natal, sai mais barato comprar panetones da Bauducco no Japão que no Brasil. Aqui, a versão de 750g é vendida por cerca de R$ 25,12. No Japão, o produto com 908g (158g mais pesado) é vendido por 988 ienes (cerca de R$ 21,35). A constatação foi feita pela Veja.

De acordo com a reportagem, a Pandurata Alimentos, responsável pela marca Bauducco, con�rmou que os panetones exportados para o Japão

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ES BRASILRETROSPECTIVA 2014Mais um ano chega ao fim e com ele ficam os reflexos dos principais acontecimentos do Espírito Santo, bem como as perdas e vitórias dos mais diversos segmentos do cotidiano capixaba. Registros que você acompanha de perto na ES Brasil, a sua revista de negócios, que faz uma análise completa de 2014 para a economia do Estado. Não deixe de conferir.

110 Supermercado

106 Agricultura e pecuária

111 Varejo

74 Mineração e siderurgia

80 Petróleo e gás

82 Energia

114 Shopping

116 Mercado automotivo

120 Eventos

86 Metalmecânica

126 Educação profissionalizante

124 Educação pública e privada

88 Móveis

92 Rochas

94 Vestuário

96 Mercado imobiliário

136 Turismo

144 Saúde pública

102 Papel e celulose

104 Alimentos e bebidas

140 Esportes

146 Saúde privada

152 Política

142 Cultura e arte

148 Mercado financeiro

155 Comércio exterior

68 Panorama

156 Saneamento

164 Infraestrutura e logística

170 Mobilidade Urbana

168 Meio ambiente e sustentabilidade

174 Ciência e inovação

176 Tecnologia da informação

122 Trabalho

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PANORAMA

68 www.revistaesbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil

2014: um ano de fortes emoções... mas fracas mudançasA pós 64 anos, o Brasil sediou novamente uma Copa do

Mundo. Recebeu 32 seleções para o evento que dividiu opiniões e, num primeiro momento, viveu sob a

preocupação da possibilidade de uma onda violenta de protestos, obras inacabadas e caos aéreo. Mas a paixão pelo futebol venceu os problemas de infraestrutura, o superfaturamento dos estádios e os protestos que, efetivamente, aconteceram. Já nas oitavas de �nal, a Copa era tratada como a melhor da história.

A Alemanha protagonizou a maior vergonha da seleção brasileira, vencendo os canarinhos por 7 x 1, con�rmando a máxima da importância do planejamento para o sucesso de todo grande projeto e levando a taça para casa. O sonho do hexa brasileiro foi adiado.

Mas sobrou pouco tempo para lamentar, a�nal as eleições já batiam à porta e era hora de uma questão muito mais séria: de�nir quem cuidaria de cada estado e do Brasil pelos próximos quatro anos.

Na disputa presidencial, a tragédia de Eduardo Campos (PSB) empurrou inicialmente os inconformados para Marina Silva.

Tudo parecia caminhar para um segundo turno entre a ex-senadora e a atual presidente, Dilma Rousse�. Na reta �nal do primeiro turno, no entanto, Aécio Neves (PSDB) ultrapassou Marina.

No Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) garantiu seu terceiro mandato à frente do Executivo estadual, conquistando 53,44% dos votos válidos, contra 39,34% do atual governador, Renato Casagrande (PSB). A vitória de Hartung logo no primeiro turno possibilitou ao capixaba se concentrar na de�nição presidencial.

Em todo o país, a disputa, que até se mostrou serena no primeiro turno, tomou força surpreendente no segundo. Dilma e Aécio ganharam cabos eleitorais ferrenhos, com argumentos su�cientes para enlouquecer qualquer votante em dúvida. Mantendo a tradição, grandes investimentos e antigas soluções para saúde, segurança e educação, apontados em todas as pesquisas de opinião como os principais problemas do Brasil, voltaram a brilhar nas promessas de campanha.

Foto: Damir Sagolj/Reuters

O “7 x 1” da Alemanha contra o Brasil foi a 10ª maior goleada e a pior

derrota em uma semifinal de Copa

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Mas a corrupção foi a grande estrela. As acusações de ambas as partes não foram poucas, nem sutis. A compra superfaturada pela Petrobras de uma re�naria de petróleo em Pasadena, Texas (EUA), em 2006, quando o Conselho de Administração da estatal era comandado pela atual presidente da República, Dilma Rousse�, pareceu diminuta ao lado da intensa cobertura sobre denúncias de esquema bilionário de desvios de verba públicas envolvendo a contratação de empreiteiras para a estatal.

As denúncias levantadas a partir da delação premiada obtida por Paulo Roberto Costa na CPI (Comissão Parlamentar de Inquerito) da Petrobras e o desejo de mudança de boa parte do povo brasileiro foram as grandes armas do PSDB. Mas benefícios sociais “nunca vistos na história deste país”, como o Bolsa Família, concedidos e ampliados durante o atual Governo, se transformaram em fortes razões de escolha, ainda que sob suspeita de corrupção. E levaram à vitória na batalha nas urnas. O país permanecerá mais quatro anos presidido por Dilma.

No campo econômico, a desaceleração no crescimento nacional, a alta na in�ação e os resultados ainda piores no dé�cit externo, previstos em 2013, confirmaram-se. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, na primeira semana de novembro de 2014, a balança comercial registrou dé�cit de US$ 747 milhões, resultado de exportações no valor de US$ 4,219 bilhões e importações de US$ 4,966 bilhões. No ano, as exportações somam US$ 196,184 bilhões, e as importações, US$ 198,802 bilhões, com saldo negativo de US$ 2,618 bilhões.

Na comparação entre as médias da primeira semana de novembro deste ano, firmada em US$ 843,8 milhões, com a de igual período em 2013, de US$ 1,043 bilhão, houve queda de 19,1%, em consequência do mau desempenho nas categorias de produtos tanto manufaturados (-23,2%), quanto básicos (-19,5%) e semimanufaturados (-6,5%).

A burocracia tem sido um grave problema para o desenvolvimento da indústria. Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), esse excesso de procedimentos, papéis e tempo teve responsabilidade direta no déficit comercial de

US$ 105 bilhões registrado pela indústria brasileira em 2013, que deverá ser ultrapassado este ano. O estudo mostra ainda que 79% dos empresários ouvidos afirmaram que os entraves burocráticos tributários, alfandegários e de movimentação de cargas são as causas para o não aumento das vendas.

Em setembro, a União gastou R$ 20,39 bilhões a mais do que arrecadou, sem contar os juros da dívida pública, obtendo o pior resultado primário desde 1997, quando teve início a série histórica do Tesouro Nacional.

O economista Orlando Caliman, do Instituto Futura, avalia que 2014, do ponto de vista da economia, pode ser considerado um ano perdido. Ele destaca que um dos agravantes é que o fraco crescimento econômico vem acompanhado por problemas que se acumularam, tornando-os ainda mais complexos e de difícil solução. A começar pela situação �scal da administração federal, que também impacta nas �nanças dos estados.

“Tivemos ainda o agravamento da in�ação, que já se coloca em patamares insustentáveis. As contas externas também se deterioraram, expondo a fragilidade externa. Além disso, o país não conseguiu avançar no campo dos investimentos, principalmente públicos; e os investimentos privados sofreram queda por conta da perda de dinamismo geral da economia e também pela erosão da qualidade do ambiente de negócios, impactando negativamente as expectativas. O problema maior é a herança que 2014 deixará para 2015”, explica Caliman.

O cenário capixaba, ao contrário do que se veri�cou na maio-ria dos outros estados brasileiros, foi marcado por importantes mudanças, principalmente a partir de agosto. Alavancada pelas mi-neradoras e siderúrgicas, a indústria do Espírito Santo foi a terceira que mais se desenvolveu no país, na comparação com o mês anterior. A indústria extrativa apresentou expansão de 4,7% e foi a principal

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“Do ponto de vista da economia, 2014 pode ser considerado um ano perdido” - Orlando Caliman, economista

“Em relação ao Espírito Santo, é preciso focar a necessidade de a atenção dos gestores, tanto no setor público quanto no privado, ir além das questões econômicas. Deve também haver planejamento, em termos de desenvolvimento social e humano”Márcia Barros Ferreira Rodrigues, pós-doutora em Ciência Política

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responsável pelo crescimento da expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) nominal capixaba (em valores acumulados dos últi-mos quatro trimestres), que atingiu R$ 115,9 bilhões no segundo trimestre de 2014, conforme cálculos do Instituto Jones dos Santos Neves. Desempenho bastante positivo, após ter fechado o ano de 2013 com retração de 1,1%.

Para o presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Marcos Guerra, a expectativa para o fechamento deste ano é bastante positiva. “Em 2013, tivemos a pior produção física industrial do país, com queda de 6,7%, bem abaixo da média nacional, que registrou alta de 1,2%. Neste ano, entretanto, a indústria capixaba vem se recuperando, graças à chegada de novos investimentos de maior valor agregado, como a Volare, a Manabi e a Itatiaia, e à expansão da operação de Samarco, Vale, ArcelorMittal

e WEG. Estamos muito otimistas com a retomada da indústria, que voltou a crescer muito acima da indústria nacional e encontrará uma janela de novas oportunidades na indústria naval, na indústria automotiva e na cadeia de petróleo e gás”, destaca Guerra.

Responsável pelo Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Espírito Santo (GPAEES), composto por 23 empresas de diferentes segmentos da economia capixaba, que se reúnem a cada três meses para avaliar e identi�car as perspectivas para a economia brasileira e internacional, o economista Clóvis Vieira acredita que 2014 �cará na história do Brasil pelos eventos da Copa do Mundo e das eleições presidenciais, além do clima de pessimismo com a economia.

Na percepção de Clóvis, “as vaias que perseguiram a presidente, mais que deselegantes, representam a expressão sonora que a mediocridade de seu governo provoca na classe média, estabelecen-do o ciclo vicioso do desencanto do consumidor. Induz a retração do empresário e do banqueiro, culminando num desaquecimento crescente. Tudo isso, aliado à ajuda perversa da in�ação acima do intervalo permissível, completa um cenário de desalento econômico muito preocupante.”

Para ele, 2014 vai se encerrando trazendo todas as mazelas que se esperava pudessem ter sido solucionadas, como a impossibilidade de o Governo cumprir a meta �scal e tentando impor que o céu é o limite através do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias, con�rmando a atual política �scal altamente expansionista. “E o pior, não existem chances de se realizar no próximo ano um ajuste �scal na exata concepção do termo”, avalia Vieira.

O economista complementa: “Estamos vivendo um momento com o crescimento da economia praticamente nulo, e com previsão de crescimento zero para 2015, o ajuste �scal seria mais que prioritário pois temos uma carga tributária exageradamente elevada e com o agravante de que mais de 80% das despesas são obrigatórias ou vinculadas, tornando o ajuste �scal um desa�o muito mais político que técnico, portanto, só poderá ser viabilizado em vários anos.”

A possibilidade de as agências de classi�cação de risco imporem um novo rebaixamento ao Brasil nesse quesito é motivo de preocupação para Clóvis, embora ele acredite que elas devam dar um crédito inicial ao Governo e aguardar os novos caminhos políticos e econômicos.

“Como se não bastasse, a Petrobras confir-mou que a auditoria externa não aprovou o seu balanço, e na operação Lava Jato foram envolvidas as principais empreiteiras do país. Para 2015, o clima para investimentos, que já não era dos mais propícios, �cará ainda mais prejudicado, e as concessões de infraestrutura, que trariam uma injeção de ânimo na economia, estão amea-çadas pela descon�ança que cercará esses leilões”, ressalta. Vieira também destaca que previsões do mercado de trabalho não são nada boas. Com o fechamento de 30 mil vagas de emprego

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“A expectativa para o fechamento de 2014 é bastante positiva... a indústria capixaba vem se recuperando, graças à chegada de novos investimentos de maior valor agregado” - Marcos Guerra, presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo

No Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB) garantiu seu terceiro mandato com 53,44% dos votos válidos, contra 39,34% do atual governador, Renato Casagrande (PSB)

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em outubro, o recuo acumulado de vagas em 12 meses chegou a 297 mil, o resultado mais baixo desde abril de 2000. Agora, com a piora no mercado de trabalho e o crédito em retração, o comércio dá sinais de estrangulamento, com o varejo crescendo 2% este ano e apenas 1%, no próximo ano, segundo as previsões de mercado.

Por �m, Clóvis Vieira ressaltou que a demora da presidente Dilma Rousse� em “cumprir a complexa missão de anunciar o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sob poderosas pressões con�itantes, constituiu-se em mais um dos motivos para agravar o clima generalizado de pessimismo”.

Pós-doutora em Ciência Política e coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Indiciárias da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Márcia Barros Ferreira Rodrigues faz uma análise diferenciada. Para ela, o ano de 2014 foi muito bom para o país. “O Brasil saiu do mapa da fome e isso é motivo para orgulho e

comemoração. A distribuição de renda com os programas sociais, dentre os quais o Bolsa Família, tomado como modelo a ser seguido pela Organização das Nações Unidas (ONU), não só empoderou as mulheres, como também ajudou a reduzir a mortalidade infantil, como apontam pesquisas recentes”, destaca.

Ainda entre os fatos positivos de 2014, Márcia Rodrigues enumera os institutos federais, que “se multiplicaram em todo o país”. Além disso, as universidades federais foram contempladas com bolsas para capacitação, tanto no país quanto no exterior, nas pós-graduações. “A inclusão no ensino superior com Fies, Prouni e Enem foi decisiva”, a�rma.

Em relação ao Espírito Santo, ela é enfática ao indicar que a neces-sidade de a atenção dos gestores, tanto no setor público quanto no privado, ir além das questões econômicas; e que deve haver plane-jamento, também, em termos de desenvolvimento social e humano. “O desenvolvimento econômico acelerado e desordenado causa im-pactos nas áreas sociais, com expansão da migração; criminal, pelo aumento dos homicídios e da criminalidade; de mobilidade, em rela-ção à logística de transportes; saúde, com gravidez na adolescência e alcoolismo; e educação, pela evasão escolar e falta de vagas”, alerta a PhD em Ciência Política. No caso da criminalidade, ela enfatiza que essa situação contribui negativamente para a manutenção das altas taxas de homicídio no Estado, 40,6 casos por 100 mil habitantes, segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública no mês de novembro, quando a taxa aceitável é de 25 por 100 mil, segundo padrão internacional de avaliação.

Também consultora e pesquisadora em segurança pública, Márcia Rodrigues destaca ainda que em todo o país o crime do homicídio tem forte viés racial, e o per�l das vítimas concentra-se nos homens na faixa etária entre 15 e 25 anos, pobres, afros-brasileiros e morado-res da periferia urbana ou da região metropolitana. “Esse panorama se alterou pouco na década e segue sendo um dos maiores proble-mas a serem enfrentados pelo futuro mandato de Paulo Hartung e pelo Governo Federal, que pouco fez nessa área”, �naliza.

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“O ajuste fiscal é um desafio muito mais político que técnico, portanto, só deverá ser viabilizado em vários anos” Clóvis Vieira, economista

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Benefícios sociais como o Bolsa Família, concedidos e ampliados durante o governo do PT, garantiram a reeleição de Dilma Rousseff, com 56,55% dos votos válidos

Benefícios sociais como o Bolsa Família, concedidos e ampliados durante o governo do PT, garantiram a reeleição de Dilma Rousseff, com 56,55% dos votos válidos

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Votos para Vitória

Arlindo Vilaschi

O calendário 2014 de fortes emoções (Copa e eleições) vai aproximando do �m, e é chegado o momento de desejar coisas para 2015. Algumas delas �zeram parte

de votos de anos passados, mas sempre vale a pena insistir.Como 2015 di�cilmente vai ser um ano �nanceiramente fácil,

Vitória pode ser contemplada por obras simples, mas com efeitos positivos para a economia e a qualidade de vida. A primeira seria para valorizar sua característica de ilha através do (re)pensar a ligação entre o Iate Clube, na Praia do Canto, e a sede do Álvares Cabral, em Bento Ferreira.

Nesse percurso, já existem equipamentos importantes (como o calçadão que liga o Iate à Curva da Jurema; o ainda por inaugurar Cais das Artes; a Praça do Papa; a sede do Projeto Tamar). A eles precisa ser adicionada a utilização pública de espaços vazios (como a ZEE-8, contígua ao Shopping Vitória) ou construídos (como a área doada no passado pelo poder público para funcionamento do Álvares Cabral e que vem sendo objeto de vontades imobiliárias para mais torres e mais shopping).

Parte da ZEE-8 poderia abrigar um aquário para servir de vitrine para a entrada de Vitória no circuito de turismo cientí�co. A outra parte dessa zona especial deve ser utilizada como área de expansão da Curva da Jurema, a ela se integrando com uma praça voltada para a valorização das etnias que contribuem para a constituição do que se pode intitular capixaba.

A segunda obra voltada para a valorização de Vitória enquanto polo cultural seria uma calçada ligando a Curva do Saldanha

ao Centro Cultural Carmélia. Seu desenho deve privilegiar um passeio voltado para o encantamento do transeunte, articulando legados de nossa história, como o Mercado da Capixaba, a Fa�, o Museu de Artes; o �eatro Carlos Gomes, os centros culturais Glória e Majestic, o Palácio Anchieta, a antiga Assembleia Legislativa, o Museu do Negro, dentre outros. O caminhante encontrará também espaços livres como a Gruta da Onça, as praças Costa Pereira e Oito e o Parque Moscoso.

Repensar a forma e o conteúdo de utilização dos espaços entre o Iate e o Álvares e entre a Curva do Saldanha e o Centro Cultura Carmélia seria uma maneira mais contemporânea de a cidade ser mais competitiva com relação a outras capitais e dentro da própria Grande Vitória. Nessa competição, a “Ilha do Mel” terá melhores condições de atrair pessoas

e investimentos no futuro se focar na manutenção/ampliação da qualidade de vida de quem nela habita, trabalha, circula ou visita.

Essa qualidade de vida pode se deteriorar se forem avante projetos como o de adensamento da ZEE-8, e da área do Álvares; e o da implantação do BRT no Centro de Vitória da forma como foi divulgada.

Em clima de �m de ano, é bom pensar em união; união pelo melhor para nossa cidade. Vitória merece ganhos coletivos.

Arlindo Vilaschi é coordenador do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento Capixaba/Ufes

ECONOMIAARTIGO

Repensar a forma e o conteúdo de utilização dos espaços seria uma maneira mais contemporânea de a cidade se tornar mais competitiva em relação a outras capitais

Vitória pode ser contemplada

por obras simples, mas com efeitos positivos para a economia e a qualidade de vida”

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S e 2013 foi um ano ruim para a indústria de siderurgia e mineração, para os gestores do setor, 2014 �cará marcado como período de retomada de forças da atividade. De acordo

com projeções do Instituto Jones dos Santos Neves, o segmento, que possui a maior participação no Valor Adicionado Bruto (VAB) estadual, cresceu 25,0% no terceiro trimestre deste ano, in�uenciado sobretudo pela maior produção de minérios de ferro pelotizados ou sintetizados. No acumulado do ano, a indústria extrativa registrou expansão de 8,9% e também representou a maior contribuição para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.

Até 2015, a indústria brasileira de mineração deve ser respon-sável por investimentos que ultrapassam os US$ 68 bilhões, de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração; e as principais razões para esses incrementos são a elevação populacional urbana, o aumento do investimento em infraestrutura e também o avanço econômico mundial.

Fato é que, mesmo diante da melhoria dos resultados e das boas expectativas para 2015, o setor se depara com grandes desa�os ligados à demanda do minério de ferro. A diminuição da demanda chinesa, principal mercado consumidor, e a queda exorbitante do preço mundial da commodity são indicadores preocupantes.

A tonelada, que há pouco mais de um ano era vendida a US$ 160, caiu mais de 55%. O preço do minério de ferro rompeu o patamar de US$ 70 a tonelada na China, atingindo o valor mais baixo desde junho de 2009.

Assim, para o próximo ano, além de lidar com a competitividade dos fornecedores da própria China, as companhias brasileiras terão de negociar em um cenário de volatilidade de preços. Integram ainda a lista de desa�os a serem vencidos pelo segmento: a pouca oferta de mão de obra quali�cada, a escassez de investimentos em pesquisas e os obstáculos para obter as licenças ambientais. Por �m, o setor aguarda o marco regulatório da mineração e a implantação da polí-tica para a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais, que trata dos royalties da mineração.

Os desa�os não são poucos nem simples, mas se considerarmos os cenários positivos possíveis, todos os esforços para vencer os obstáculos terão valido a pena.

VALE

No primeiro semestre de 2014, a Vale aplicou US$ 941,5 milhões no Estado, uma alta de 4% em relação a igual período do ano passado. Em agosto, após alguns meses operando em fase de

Mercado internacional será desafiador 2015

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MINERAÇÃO E SIDERURGIA

Projeções do Instituto Jones dos Santos Neves apontam um

crescimento de 25% no terceiro trimestre deste ano para o setor

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venture com a Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation no final de 2013. Essa retomada, que gerou mais de 200 empregos diretos na unidade de Tubarão, também possibi-litará a volta ao mercado internacional de placas e novos investimentos em sua planta industrial em São Francisco do Sul (SC), a ArcelorMittal Vega, visando a ampliar a produção e a linha de produtos, entre outros projetos.

Até o final de dezembro, a estimativa é de que a produção nessa nova fase do Alto-Forno 3 supere um milhão de toneladas.

testes, sua oitava usina de pelotização no Complexo de Tubarão, em Vitória, entrou em ramp up - aumento gradativo da produção. Com capacidade para produzir 7 milhões de toneladas de pelotas por ano, a unidade vai elevar para 36,2 milhões de toneladas a capacidade anual de produção do complexo, um incremento de 24%.

Com investimento de mais de US$ 1,3 bilhão, a Usina 8 é a maior do Complexo de Tubarão. “Ao completarmos 45 anos de pelotização na Vale e no Brasil, esse investimento consolida o Espírito Santo, Estado onde tudo começou, como o maior exportador de pelotas do mundo, garantindo nossa capacidade de atender à demanda do mercado. Estamos con�antes de que a entrada em operação da nova usina contribuirá para o nosso compromisso de agregar cada vez mais valor aos nossos acionistas e colaborar para o desenvolvi-mento sustentável do Espírito Santo e do Brasil.”, garante o diretor de Pelotização da Vale, Maurício Max.

No Brasil, a companhia mantém 11 usinas de pelotização, sendo o Espírito Santo o maior polo exportador de pelotas do mundo. No primeiro semestre de 2014, o Complexo de Tubarão alcançou 11,6 milhões de toneladas de pelotas, mais de 50% da produção da empresa no Brasil, que foi de 19,8 milhões de toneladas no semestre.

ARCELORMITALLPara a ArcelorMittal Tubarão, 2014 também foi classi�cado como

ano de retomada. Após cerca de dois anos de redução de custos, investindo no aprimoramento da estabilidade dos processos, nos preparativos para a operação à plena carga de todos os equipa-mentos, além do desenvolvimento de novos produtos, a empresa conseguiu concretizar, ao longo dos últimos 12 meses, importantes projetos até então paralisados e que aguardavam por um cenário mais favorável.

Neste ano, a ArcelorMittal Tubarão retornou a operação do Alto-Forno 3, voltando a produzir 7 milhões de tone-ladas/ano. O equipamento, que tem capacidade de produção nominal de 2,8 milhões de toneladas de aço gusa por ano, estava paralisado desde novembro de 2012.

Parte da atual produção de placas da empresa passou a ser direcionada à unidade de produção de aço na cidade de Calvert, no Alabama (EUA), adquirida pelo Grupo Arce lorMitt a l em jo int Fo

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“A ArcelorMittal Tubarão será a única do setor que vai aumentar a produção no Brasil. Nossa perspectiva é de 7 milhões de aço bruto por ano, podendo chegar a 7,5 milhões” - Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Tubarão

Produção do Alto-Forno 3 da

ArcelorMittal deverá superar um milhão

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Com a entrada desse terceiro equipamento, a previsão da empresa é fechar 2014 com produção de 5,4 milhões de toneladas de placas, 23% a mais do que a registrada no ano passado.

Esse ano também foi marcante para a produção de bobinas laminadas a quente, a partir do bene�ciamento das placas fabricadas internamente na empresa. Em setembro, o Laminador de Tiras a Quente (LTQ) da ArcelorMittal Tubarão, atingiu uma produção recorde de 360.429 toneladas, projetando um ritmo anual da ordem de 4,0 milhões de toneladas ano, que é a sua capacidade nominal. Este feito é um marco, já que o equipamento acaba de completar 12 anos de operação.

Foram desenvolvidos, também em 2014, 15 novos projetos de qualidade de aço, associados a novas composições químicas e condições de processamento em atendimento a demandas do mercado. Nos próximos meses, a ArcelorMittal deverá entrar na

lista das empresas de ponta no atendimento ao setor automobilís-tico, com o início da produção do aço Usibor, que terá sua forma �nal produzida nas instalações da ArcelorMittal Vega. Esse aço permitirá a produção de peças estampadas a quente, de menor espessura e com maior resistência mecânica, contribuindo para a redução do peso dos automóveis, o aumento da segurança e a redução do consumo de combustível e emissões de CO2.

Para 2015, a expectativa da empresa é de continuar focada no aumento da estabilidade operacional. “A ArcelorMittal Tubarão será a única do setor que vai aumentar a produção no Brasil. Estamos aumentando mais 2,8 milhões com o religamento do Alto-Forno, que aconteceu em julho. A nossa perspectiva é de 7 milhões de aço bruto por ano, podendo chegar a 7,5 milhões”, declarou Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Tubarão.

SAMARCOA Samarco inaugurou, em abril deste ano, a Quarta Pelotização,

um dos maiores projetos privados do país, com investimentos de R$ 6,4 bilhões. O projeto permitirá à empresa – que em 2013 atendeu 41 clientes em 20 países, distribuídos na África/Oriente Médio, Europa, China e Américas – um salto de 37% na produção, que passará a ser de 30,5 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano, a partir de 2015.

O projeto contemplou a construção da quarta usina de pelotização, com capacidade de produzir 8,25 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano, de um terceiro concentrador, com capaci-dade de 9,5 milhões de t/ano, na unidade de Germano (localizada entre os municípios de Ouro Preto e Mariana, em Minas Gerais), e de um terceiro mineroduto, construído paralelamente aos outros dois já existentes. Com quase 400 quilômetros de extensão, ele passa por 25 municípios mineiros e capixabas e tem capacidade para trans-portar 20 milhões de toneladas de polpa de minério de ferro por ano.

Já o Terminal Portuário de Ubu, até agora apto a escoar 23 milhões de t/ano, foi adaptado e teve sua capacidade de movimentação de carga aumentada para até 33 milhões de t/ano.

“A entrada em operação da nova usina irá colaborar para o desenvolvimento sustentável do Espírito Santo e do Brasil” Maurício Max, diretor de Pelotização da Vale

A Usina 8 da Vale é a maior do Complexo

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Pensando em 2016

Ana Paula Vescovi

O ano de 2014 se encerra com a imagem de que foi bastante atípico e instável para a produção. A seca mais acentuada em décadas na região mais populosa do país, a Sudeste,

trouxe a escassez hídrica e energética para o centro da agenda. Tivemos a Copa do Mundo de futebol e as eleições mais disputadas desde a redemocratização.

No campo da política econômica, ficou patente o fracasso da opção por uma nova matriz macroeconômica, com câmbio administrado, hiperatividade do BNDES no �nanciamento de investimentos, experimentos com a taxa Selic, e a meta �scal perdendo relevância.

Como consequência, colhemos uma grave crise de confiança, que deprimiu os investimentos, inibiu o consumo e revelou o esgotamento da estratégia de crescimento dirigida pelo mercado interno, e predominante desde 2007. Os resultados foram traduzidos em baixo crescimento, inflação no teto da meta (6,5%), taxa de juros em ascensão, dé�cit �scal e externo já se aproximando de 4% do PIB, e aumento do endividamento público. Ou seja, um ciclo nefasto para a economia.

No Espírito Santo, onde a economia deixou de crescer por mais de três anos, outros fatores se somaram, e o resultado não foi diferente. O Estado perdeu -2,5% de competitividade, segundo indicador da �e Economist, apenas em 2013. O desemprego (de 5,5% para 6,1%) e a taxa de pobreza (de 6,7% para 9,4%) aumentaram, consequência da queda acentuada (-5,2%) na renda das famílias. A economia estadual encolheu perto de -1% e andou na contramão da média do Brasil (+2,3%). Em 2014, como consequência da ausência de crescimento econômico e de uma crise prolongada, pela primeira vez o número de firmas fechadas superou a quantidade de empreendimentos abertos.

Setores importantes na geração de empregos, como o varejo e a construção civil, que vieram de um longo período de prosperidade, estão com a atividade em queda. Somente a construção fechou 3.581 empregos nos 12 meses encerrados em outubro. Não fossem o aumento na produção de petróleo e o início de operação de novas plantas industriais, a economia estadual iria passar por mais um ano de encolhimento.

No embalo dos resultados de 2014, o próximo ano será desa�ador para o Brasil. O anúncio da nova equipe econômica coloca em pauta o necessário ajuste �scal em 2015, uma das

premissas para a recuperação da con�ança. O ajuste precisa ser severo para ser efetivo, mas a boa notícia é de que os resultados aparecem rápido, e a economia poderá iniciar uma trajetória de recuperação ainda no �nal do próximo ano, a depender da retomada da agenda de reformas estruturais e microeconômicas.

Para o Espírito Santo, da mesma forma, o ajuste �scal será necessário, mas já surgem boas notícias na economia,

especialmente para o interior: a safra de café deverá ser promissora, com preços internacionais em alta, o que traz boas perspectivas de aumento da renda agrícola. Necessariamente, a agenda que se coloca é de reorganização �scal e administrativa, para fazer frente a medidas de recuperação imediata da nossa competitividade.

Diante dos novos fatos, 2015 se consolida como um ano desa�ador, mas com boas perspectivas de recomposição da con�ança no país e no Estado do Espírito Santo, de retomada da direção correta, e de reconstrução das bases para que possamos voltar a crescer.

Ana Paula Vescovi é economista e vice-presidente do Ibef-ES

ECONOMIAARTIGO

O desafio será um ajuste fiscal que garanta a retomada do crescimento ainda ao final do próximo ano

Para o Espírito Santo, a agenda

que se coloca é de reorganização fiscal e administrativa, para fazer frente a medidas de recuperação imediata da nossa competitividade”

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O ano de 2014 trouxe a Petrobras para o foco de denúncias e escândalos. CPIs estão investigando irregularidades envolvendo a estatal, ocorridas entre os anos de 2005

e 2014. Entre os fatos investigados estão a compra da re�naria de Pasadena, no Texas (EUA), o lançamento de plataformas inacabadas, denúncias de pagamento de propina a funcionários da estatal e o superfaturamento na construção de re�narias.

A petrolífera, com seus 86.000 funcionários, re�na 98% da gasolina consumida no Brasil, mantêm negócios com quase 20.000 empresas, que lhe fornecem todos os tipos de produtos e serviços, e é ela própria a responsável por um décimo de todos os investimentos feitos no Brasil. Por isso o Governo, nocauteado pela crise, teme não só a repercussão política do caso, mas também uma eventual ressaca econômica e também social.

Das dez maiores companhias de engenharia e construção do país, só duas não estão envolvidas no escândalo. Por isso há quem enxergue um risco concreto de que as principais obras públicas em andamento sejam paralisadas. Por conta de sua amplitude e rami�cações, será possivelmente a principal encrenca da presidente da República, Dilma Rousse� em 2015.

Mesmo com a queda do barril e a Petrobras em suspeita por causa dos escândalos recentes, o Espírito Santo se destaca como uma das grandes potências brasileiras na produção de petróleo e gás em 2014. Mês a mês o Estado bateu recordes e impulsionou a produtividade e a expansão de projetos no setor.

As boas notícias começaram a surgir em abril, quando a produção diária de petróleo, condensado e líquido de gás natural (LGN) da Petrobras no Espírito Santo bateu recorde pela primeira vez, com o volume de 340,4 mil barris. Considerando-se o volume de gás natural, o volume total produzido no dia foi de 416,9 mil barris de óleo equivalente. Esse recorde foi alcançado a partir da entrada em operação da plataforma P-58, em março, produzindo à época cerca de 50 mil barris por dia de petróleo no pré-sal do Parque das Baleias, na porção capixaba da Bacia de Campos.

O novo recorde também contou com a contribuição da entrada em operação dos poços terrestres de Inhambu-37 e Inhambu-41, (que levaram a produção terrestre do Espírito Santo a 16 mil barris no dia 23 de abril, a primeira vez que a Petrobras registra esse patamar diário no Estado), e com os bons resultados de e�ciência operacional obtidos por todos os sistemas de produção da Unidade de Exploração e Produção do Espírito Santo.

Após o primeiro recorde do ano, os favoráveis desempenhos não pararam de surgir, até que, em novembro, a produção de petróleo, condensado e líquido de gás natural da estatal no Espírito Santo chegou a 409,6 mil barris em um dia, con�gurando mais uma marca recorde local. Somada a produção de gás natural, o total obtido no Espírito Santo, nesse mesmo dia, alcançou 502,3 mil barris de petróleo equivalente.

O novo dado de produção de petróleo foi de 12,6 mil barris acima do anterior, registrado em outubro, e resultou da manutenção nos

Denúncias e recorde de produção

Apesar das denúncias envolvendo a Petrobras, a estatal se destaca

no ES em produtividade e crescimento no setor

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PETRÓLEO E GÁS

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GÁS NATURALDiante desse panorama, o Espírito Santo possui um dos

mercados de gás natural que mais crescem no Brasil. A entrada da Petrobras Distribuidora na exploração da distribuição de gás canalizado no Estado, desde 1993, impulsionou a comercialização desse combustível, passando dos 400 mil m3/dia, praticados na época, para a média de 3,9 milhões de m3/dia registrados em setembro deste ano.

Em 2014, na avaliação do crescimento em número de clientes, tem-se como destaque o segmento comercial, com ligação de mais de 30 novos clientes no primeiro semestre do ano, o que representa um aumento de 8%. Até setembro de 2014, esse avanço sobe para 16%. De acordo com a BR Distribuidora, a ampliação nessa área tende a ser ainda mais relevante no �nal deste ano e início de 2015, com os projetos de expansão de rede em execução em Vila Velha e Serra, municípios mais populosos do Estado.

O volume comercializado em 2014 apresenta uma curva crescente, aumentando 37% desde o início do ano. O terceiro trimestre apresentou os melhores números, com recordes mensais de venda de gás natural em termos de volume, por dois meses consecutivos: julho e agosto. Em agosto, foi atingida a marca de 122,77 milhões de metros cúbicos, contra os 121,89 milhões obtidos em julho de 2014, sendo que o maior volume registrado anteriormente havia sido 112,77 milhões de m3, em junho de 2012.

De acordo com o Boletim Mensal de Acompanhamento da Indústria de Gás Natural, publicado em agosto pelo Ministério de Minas e Energia, a produção de gás natural no Espírito Santo atingiu média de 12,17 milhões de m3/dia até agosto de 2014. Esse número posiciona o Estado como o terceiro maior produtor de gás natural do país.

No segmento industrial, a BR detém uma carteira de 37 grandes clientes nos setores de siderurgia, papel e celulose, cerâmica e mineração. Em termos de volume, é o segmento que mais demanda gás natural: cerca de 70% do total do fornecimento, segundo dados de setembro de 2014. Já o segmento residencial possui o maior número de clientes, com mais de 29 mil e 900 unidades. A distribuidora atende, ainda, a um cliente termelétrico, 371 clientes comerciais e 33 postos com GNV (gás natural veicular).

sistemas de produção da companhia no Estado, tanto em terra quanto no mar. Mais uma vez o destaque foi o desempenho da plataforma P-58, que opera desde março no pós-sal e no pré-sal do Parque das Baleias e já responde por 115 mil barris de petróleo por dia. A produção exclusiva de gás natural, na mesma data do recorde em 12 de novembro, foi de 14,7 milhões de metros cúbicos.

DO ESPÍRITO SANTO PARA O BRASILA atividade em território capixaba também

impulsiona o crescimento da produção brasileira. No terceiro trimestre de 2014, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu a média de 2,090 milhões de barris por dia, 9% acima do mesmo período de 2013, devido, principalmente, à intensi�cação dos trabalhos de P-58, P-55, P-62 e do FPSO Cidade de Paraty, além do início dos testes de longa duração de Iara Oeste, que �ca a cerca de 300 km da costa e em profundidade de água de aproximadamente 2.200m, e em Tartaruga Verde, na Bacia de Campos. A produção total operada alcançou 2,207 milhões de barril por dia no trimestre.

Em outubro, a produção de petróleo atingiu a média de 2,126 milhões de barril por dia, novo recorde histórico, superando a marca anterior, de dezembro de 2010. Outubro foi o nono mês consecutivo de crescimento da produção de petróleo da companhia no país.

Aumento também na produção de gás natural, chegando a 7% em relação ao trimestre anterior, e atingindo a marca de 441 mil bpd no terceiro trimestre de 2014, devido a maior produção nos campos de Mexilhão, Uruguá-Tambaú, Sapinhoá e Lula Nordeste, no Estado de São Paulo.

Foram conectados 15 novos poços produtores no terceiro trimestre, totalizando 46 poços nos nove primeiros meses do ano. A previsão é que sejam integrados mais 16 poços produtores no quarto trimestre, �nalizando 2014 com 62 interligações, praticamente o dobro dos poços produtores interligados em 2013 (34).

Volume de gás comercializado em 2014 cresceu 37%

GÁS NATURAL NO ESPÍRITO SANTO

Comparando o consumo até out/2013 com o volume comercializado até out/2014, houve um aumento de 8,5%.

O volume de gás natural canalizado comercializado no segmento industrial, até outubro/2014, aumentou 18%

se comparado com o volume comercializado até outubro/2013 no mesmo segmento.

Já o segmento comercial teve acréscimo de 17% se comparado no mesmo período.

O segmento residencial teve aumento de quase 11%, comparado no mesmo período.

O segmento térmico teve diminuição do consumo de 8%, no mesmo período, motivada pela manutenção das térmicas.

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C onsiderando que a utilização ine�ciente de energia elétrica resulta em desperdício de recursos públicos e ocasiona necessidade de construção de mais usinas, novos projetos

foram implantados nesse setor no Espírito Santo em 2014. Estudos acerca do potencial hídrico do Estado, compreendendo

energia, uso sustentável e tecnologia, tiveram início este ano. O objetivo foi apresentar as principais características e potenciais de uso das bacias hidrográ�cas capixabas, além do modo como vêm sendo utilizados os recursos e o potencial hidrelétrico de cada um desses complexos.

Em maio, foi instituído o Grupo de Estudo em Recursos Hídricos, com o propósito de analisar, adequar e difundir tecnologias voltadas recuperação, conservação e uso dos recursos hídricos do Estado, bem como consolidar a base de informações sobre estes e setores a�ns e elaborar o Estudo Potencial Hídrico do Espírito Santo.

Adotando os critérios para classificação e codificação das bacias hidrográ�cas, o estudo vem sendo executado por meio de ferramentas de simulação, metodologias e banco de dados sobre precipitação, climatologia, relevo, hidrogra�a e hidroeletricidade, cobertura vegetal, áreas de preservação, dentre outras. O documento propõe-se a realizar uma avaliação de todo o potencial hidroelétrico do Estado já levantado, além de apresentar os potenciais remanescentes.

II SEMANA DE ENERGIA TROUXE DEBATES SOBRE A EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Em junho, o Governo do Estado do Espírito Santo realizou a Semana Estadual de Energia visando a promover e estimular atividades de difusão dos assuntos relacionados ao uso e�ciente e sustentável. O evento trouxe aos participantes a oportunidade de conhecer as potencialidades econômicas e conhecimentos técnicos

da área, além de apresentar as principais tecnologias para geração de energia limpa e e�ciente, conhecidas no Brasil e no mundo. Presente no evento, Luiz Pinguelli Rosa, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, destacou que “para 2015, a preocupação é com a tarifa de energia, que vai aumentar pra dar conta do elevado consumo de combustível”.

Além dele, marcaram presença o diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), José Jurhosa Junior, Sandro Yamamoto, diretor técnico da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica); e Mauro Passos, diretor-presidente do Instituto Ideal.

Energia mais cara e novos projetos para driblar racionamento

ENERGIA

“Para 2015, a preocupação é com a tarifa de energia, que vai aumentar pra dar conta do elevado consumo de combustível” Luiz Pinguelli Rosa, secretário-executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas

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O Brasil vive principalmente da energia hidráulica, com um percentual gerado de 70% desta fonte. Os outros 30% se dividem entre estações eólicas e térmicas, mas somente as térmicas chegam a 25%. Se a temporada de chuvas - em geral de novembro a março - não acontecer ou registrar índices pluviométricos abaixo da média histórica, os apagões e a necessidade de racionamento em 2015 são dados como certos por especialistas do setor energético.

Sobre a situação do Espírito Santo, Luiz Fernando Schettino a�rma que, o território capixaba conta com o abastecimento de quatro linhas de transmissão, sendo duas vindas do Rio de Janeiro, uma de Ouro Preto, e outra da usina de Mascarenhas. A quinta linha, chamada Mesquita - Viana 2 (MG/ES) - 500 kV, já entrou em fase de teste e, segundo ele, dá mais segurança energético ao Espírito Santo. Foram instaladas para isso cerca de 400 torres para ligação

Para o presidente do Conselho Temático de Energia (Conerg) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Nélio Borges, o país se prepara para entrar em um período seco de muita di�culdade. “Os reservatórios estão com 35% de sua capacidade total. Esse nível é o máximo para chegar até novembro. Temos que trabalhar com o mínimo de água até chegarmos ao período úmido, no �nal do ano”, projeta.

REGIÃO METROPOLITANA TEM REFORÇO NO ABASTECIMENTO

A entrada em operação da linha de Transmissão Mesquita/Viana, em agosto deste ano, é um dos destaques do setor energético em 2014. Com 252 km de extensão, é a primeira linha com esse nível de tensão de 500 kV no Estado e proporcionará à região metropolitana melhor con�abilidade em seu abastecimento.

SETOR ENERGÉTICO GANHA DESTAQUE NOS INVESTIMENTOS DO ESTADO

Dados divulgados pelo Instituto Jones Santos Neves apontam que a carteira de projetos do Espírito Santo alcançou o montante de R$ 120,2 bilhões em investimentos anunciados para o período de 2013 a 2018. A cifra corresponde aos empreendimentos públicos e privados, previstos ou em execução no Estado, com valor individual superior a R$ 1 milhão.

No montante, o setor de infraestrutura (que engloba energia, terminais portuários, aeroportos, armazenagem e transportes) permanece tendo destaque entre os investimentos anunciados para o Espírito Santo (69,1% da carteira, o que representa R$ 83,06 milhões), com destaque para o segmento de energia (R$ 54,15 milhões). Em segundo lugar estão os anúncios para a indústria, com 18,8% (R$ 22,66 milhões).

BARREIRAS NO CAMINHO À SUSTENTABILIDADE

O olhar para o futuro do crescimento energético com sustentabilidade esbarrou em aumento de custo e novas tarifas em 2014. Em Reunião Pública, a Aneel aprovou o reajuste tarifário de 22,74% para os consumidores residenciais da Centrais Elétricas S.A – Escelsa, concessionária que atende o estado do Espírito Santo. Os novos valores foram aplicados desde o dia 7 de agosto para 1,4 milhão de unidades consumidoras capixabas.

A agência informa que, para o reajuste, considerou a variação de custos que a empresa teve no ano. O cálculo inclui dispêndios típicos da atividade de distribuição, sobre os quais incidem o IGP-M e outros custos que não acompanham necessariamente o índice in�acionário, como energia comprada, encargos de transmissão e encargos setoriais.

Para o presidente da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado do Espírito Santo (Aspe), Luiz Fernando Schettino, “o problema é complexo, mas o que tem sido discutido e apontado por especialistas do ramo é que, apesar de o consumo ter aumentado e a situação hidrológica ter sido adversa, esses fatores somente contribuíram com o problema”.

As principais causas do aumento no custo de energia, de acordo com especialistas, seriam os atrasos no cronograma de entrada em operação de empreendimentos de geração e transmissão de energia no Estado. Fatores relacionados à indicação de despacho elevado de usinas hidrelétricas que estariam favorecendo uma queda prematura dos níveis do reservatório de água, combinados à falta de chuvas, também pesaram para um elevado acionamento de usinas termelétrica resultando em energia mais cara.

Potencialidades econômicas e conhecimentos técnicos

foram discutidos durante a Semana de Energia

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Fonte: Aspe

CONSUMO CATIVO DE ENERGIA(ACUMULADO NOS ÚLTIMOS 12 MESES)

Industrial20%

Rural13% Outro

8%

Residencia35%

Comercial24%

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2014: um ano portador de sérios problemas

Orlando Caliman

C reio haver um consenso em relação à avaliação de que 2014 não foi um bom ano. Alguns especialistas o classi-�cam como um ano perdido. Na minha avaliação nem

perdido foi. Se assim fosse classi�cado – apenas perdido –talvez não pudéssemos enquadrá-lo como portador de sérios problemas para 2015. Seria apenas um ponto fora da curva, como costu-mamos denominar aqueles eventos que por fatores adversos de percurso saem da trajetória normal de tendência. O agravante é que não se trata de um simples desvio aleatório de percurso, mas sim um ponto – evento – com forte poder de in�uência nos elos posteriores da trajetória da economia nos próximos anos.

Mas por que o vemos dessa forma? Na verdade, o ano de 2014 deixa fulcros, ou seja, marcas profundas e de difícil “aplainamento” - correção. O que quero dizer com isso é que ao acumular vários problemas, principalmente nos últimos três anos, tornou-os ainda mais resistentes a intervenções corretivas, portanto, de mais difícil solução. São esses problemas que estarão sendo projetados, e mais que isso, carregados para 2015, até por força inercial, com forte poder de interferência nos resultados de 2015.

São esses carregamentos do passado que, adicionados às fragilidades de referências mais sólidas do momento, estão alimentando, por exemplo, as expectativas do mercado em relação ao que poderá vir em 2015. Inclusive, essas expectativas, agora em baixa, além projetarem efeitos sobre o futuro, atingem também o presente. Os mercados, hoje, têm seus comportamentos no presente como espelhos de futuro. Ou seja, se o futuro se mostra também ruim,

a melhor estratégia tende a ser pautada pela precaução. É esse o comportamento da maioria dos agentes econômicos no momento, inclusive extensivo aos consumidores.

Fico imaginando o tamanho do desafio em encontrar algo de bom que tenha acontecido em 2014. Certamente não teria sido na economia. Com absoluta certeza, também não teria sido no futebol. (como esquecer o 7x1 imposto pela Alemanha?). Como também não foi no campo da administração pública em geral e na política macroeconômica. A�nal, nada temos a comemorar com a in�ação no patamar que está, com a situação �scal precária, com nosso �uxo comercial externo com dé�cit, com juros subindo, e o superávit primário praticamente zerado.

O Brasil se mostra hoje menos competitivo que em anos anteriores. E não será pela simples desvalorização do real que vamos avançar nesse campo, que nos levaria à ilusão de uma competitividade espúria. O que o Brasil precisa primeiramente é promover o resgate do “estado de confiança”,

um patrimônio que, ao invés de ter crescido em 2014, diminuiu. Não saberia, ou talvez não apostaria, numa hipótese de esse resgate acontecer até o �nal deste ano. Mesmo assim, há algo de bom neste país, e que tem que ser preservado e cultuado, que é a democracia. Esse atributo, pelo menos, podemos caracterizá-lo como legado positivo de 2014. Mesmo assim, mais pelo desejo que pela razão, esperamos que 2015 seja melhor que 2014.

Orlando Caliman é economista e sócio-diretor do Instituto Futura

PERSPECTIVASARTIGO

Acúmulo de cenários negativos dificulta intervenções corretivas para o próximo ano

Fico imaginando o tamanho do

desafio em encontrar algo de bom que tenha acontecido em 2014”

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METALMECÂNICA

Grandes projetos marcam ano do setor Metalmecânico

F ormado por 70% de empresas de pequeno porte, o setor que reúne as indústrias mecânicas e metalúrgicas tem apresentado um importante papel na instalação de grandes

empreendimentos no Espírito Santo. O ano de 2014 foi marcado por grandes projetos, como a

inauguração da quarta usina de pelotização da Samarco, com o início das operações da oitava usina da Vale no Complexo de Tubarão, com a reativação do Alto-Forno 3 da ArcelorMittal e com a inauguração da primeira montadora de veículos no Estado, a Volare de São Mateus. Isso mostra a recuperação do poder de investimento desse setor após enfrentar grave crise �nanceira. Além disso, o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA) deve entrar em operação a partir de 2015.

Segundo o presidente do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico (Sindifer), Manoel Pimenta, o segmento metalmecânico passa por um período importante no Espírito Santo. “O setor está se consolidando e investindo na capacitação da mão de obra e se organizando para acompanhar o desenvol-vimento dos grandes projetos que demandam serviços dessa área, como os avanços do setor de petróleo no Estado”, comenta.

Para Pimenta, o ramo metalmecânico tem o desa�o de se inserir na indústria de petróleo e gás, que é muito exigente e demanda a quali�cação das empresas e a adequação aos padrões interna-cionais para receber as certi�cações necessárias.

O setor cresceu muito nos últimos 15 anos e, segundo Pimenta, de cinco anos pra cá, o per�l dessa indústria tem mudado com o aumento da fabricação seriada (como produção de fogão, gela-deira, motores). Apesar de apresentar crescimento, a demanda ainda depende da produção por encomenda, como no caso dos grandes empreendimentos.

PRIMEIRA MONTADORA DO ESA primeira fábrica de automóveis do Estado começou a operar

em dezembro. A unidade da Volare, em São Mateus, foi inaugu-rada no dia 12, e a expectativa é produzir 800 unidades em 2015. A escolha do local aconteceu principalmente pela vocação logística e para elevar a competitividade no Norte e no Nordeste do Brasil e no mercado de exportação.

A principal fabricante brasileira de veículos leves para transportar pessoas pretende contratar 200 colaboradores para formação de mão de obra especializada para montagem dos veículos.

8ª USINA DA VALE COMEÇA A FUNCIONARA Vale deu início à operação da oitava usina de pelotização

no Complexo de Tubarão, em agosto de 2014. Com capacidade para produzir 7 milhões de toneladas de pelotas por ano, a unidade vai aumentar em 24% a capacidade de produção do complexo, que passará para 36,2 milhões de toneladas de pelotas por ano.

Investimento de mais de US$ 1,3 bilhão, a Usina 8 é a maior daquela planta e um dos maiores investimentos privados do Espírito Santo. A instalação gerou negócios de US$ 566,6 milhões com empresas do Estado, que responderam por 60% de todos os contratos assinados durante a obra.

SAMARCO INAUGURA 4ª USINA DE PELOTIZAÇÃOFoi inaugurada em abril de 2014 a quarta usina de pelotização da

Samarco, na Unidade de Ubu, em Anchieta. Com investimentos de R$ 6,4 bilhões, o projeto permitirá à empresa um salto de 37% na produção, que passa a ser de 30,5 milhões de toneladas de pelotas de ferro por ano.

A oitava usina de pelotização no Complexo de Tubarão permitirá

um salto de 24% na produção, que passa a ser de 36,2 milhões

de toneladas de pelotas

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O projeto contemplou a construção da usina com capacidade de produção de 8,25 milhões de toneladas de pelotas por ano, além de um terceiro mineroduto da Samarco, construído paralelamente a outros dois já existentes. A tubulação de 400 km virá de Minas Gerais. Com a conclusão do empreendimento, são gerados aproxi-madamente 1.100 empregos diretos e indiretos.

ARCELORMITTAL REATIVA 3º ALTO-FORNO

A ArcelorMittal religou o Alto-Forno 3 da usina Tubarão em 08 de julho de 2014. O equipamento, com capacidade para 2,8 milhões de toneladas de aço bruto por ano, estava parado desde o �nal de 2012.

A empresa retomou, assim, a capacidade de produção total, redu-zida desde a crise de 2008. A potencialidade da usina Tubarão é de 7,5 milhões de toneladas por ano.

PRIMEIRA EDIÇÃO DA FEIRA PREVENIR REÚNE 7 MIL PESSOAS

No mês de setembro, alunos, empresários e trabalhadores participaram de um debate sobre saúde e segurança do trabalho. A 1ª Prevenir - Feira de Saúde e Segurança do Trabalho reuniu mais

de 7 mil pessoas no Pavilhão de Carapina. O evento foi organizado pelo Sindifer e gerou R$ 1 milhão em negócios.

No total, foram 18 palestras para discutir e reforçar a necessidade de uma mudança de comportamento e valorização da cultura da segurança. “Estamos muito felizes e, nesse trabalho de conscienti-zação, atingimos um público jovem que em breve ocupará as vagas de emprego e, assim, será implantada uma consciência coletiva. É uma semente que ao longo dos anos tem tudo para diminuir os índices de acidentes no Estado”, declarou o presidente do Sindifer, Manoel Pimenta, à época da feira.

Os setores metalmecânico e da segurança do trabalho já podem esperar um novo evento para 2015 e, a partir de então, a feira será realizada a cada dois anos. “O investimento em segurança do trabalho é uma demanda das próprias empresas para obterem certi-�cações internacionais e se tornarem mais competitivas no mercado global”, a�rmou Manoel Pimenta.

MEC SHOW FECHA R$ 50 MILHÕES EM NEGÓCIOS

O saldo da Mec Show 2014 – 7ª Feira da Metalmecânica, Energia e Automação, realizada em julho, foi de mais de R$ 50 milhões em negócios. Segundo a organização, 17 mil visitantes de 17 estados brasileiros estiveram na feira.

Chamou a atenção na ocasião a presença de visitantes de países como Estados Unidos, Canadá, Portugal e Itália. Eles vieram ao Estado por estarem interessados, principalmente, nos investimentos previstos para os setores de petróleo e gás natural.

A Mec Show já está con�rmada para acontecer em 2015 no período de 28 a 31 de julho e pretende reunir 180 expositores nacio-nais e internacionais.

FORÇA NA GERAÇÃO DE EMPREGO Um novo fôlego tem tomado conta do setor metalmecânico em

2014 em relação à geração de empregos. Diferente do ano passado, o saldo deve fechar no azul tanto nas metalúrgicas quanto nas indústrias mecânicas. O acumulado até setembro mostra o resultado positivo de 1.322 nas contratações em relação às demissões este ano. Os números contrastam com o resultado de 2013, quando o segmento terminou o ano com 561 negativos, sendo a metalurgia a maior responsável pelo desempenho.

“O setor está se consolidando e investindo na capacitação da mão de obra” - Manoel Pimenta, presidente do Sindifer

MEC Show: 17.000 visitantes

de 17 estados brasileiros, além de EUA, Canadá, Portugal e Itália;

e mais de R$ 50 milhões

em negócios

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O fechamento do comércio em virtude dos jogos da Copa do Mundo, a insegurança dos empresários e o endividamento contraído pelos consumidores

prejudicaram de um modo geral o setor de móveis neste ano de 2014 no Brasil. “O ano foi caracterizado por um mercado muito incerto, com a falta de segurança dos empresários para novos investimentos. Além disso, os tributos, quando comparados a outros países em desenvolvimento, tornaram inviável o crescimento”, comenta o presidente da Câmara Setorial da Indústria Moveleira da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes), Luiz Rigoni.

Tanto que, a con�ança do empresário da indústria caiu 7,7 pontos em setembro, na comparação com o mesmo mês de 2013, chegando a 46,5 pontos, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Exemplo disso é a previsão do próprio Rigoni de que o mercado de móveis não fechará 2014 em crescimento, apesar de uma eventual recuperação até os últimos dias do ano.

Apesar desse cenário negativo no país, o Espírito Santo apre-sentou neste último ano números superiores à média nacional, o que representa otimismo para 2015.

Um ponto positivo é a geração de emprego e renda dos consumidores. O Instituto Brasileiro de Geogra�a e Estatística (IBGE) divulgou em novembro que a taxa de desemprego caiu 0,3 ponto percentual no segundo trimestre de 2014, ante os três meses imediatamente anteriores, fechando em 6,8%. De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento, em relação ao número de empregos no setor, os dados giram em torno de 9,8 mil postos de trabalho no Espírito Santo.

Dados da Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) apontam que o número de empregos no setor cresceu de 8.744 postos de trabalho em 2012 para 9.824 em 2013. Também houve elevação no total de empresas no segmento, passando de 745 em 2012 para 865 em 2013. Estudos da Confederação Nacional da Indústria apontam que o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de móveis no Espírito Santo subiu de 70,2% em janeiro de 2013 para 82,4% em setembro de 2014. Esses números comprovam, que além do crescimento da quantidade de plantas industriais, também houve a ampliação da produção das empresas já instaladas no Estado anteriormente.

O saldo acumulado no ano da evolução do emprego, onde se tem como base a relação de admissões e demissões no setor, mostrou-se positivo, mesmo com o cenário econômico desfavorável em 2014. De janeiro a setembro de 2014, esse número �cou positivo em 414 postos de trabalho. Esse dado é inferior ao de 2013 (651 postos de trabalho), mas indica que a atividade continua progredindo depois do ano negativo de 2012, quando esse saldo foi negativo de 80 postos de trabalho. Esses dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do MTE.

O quadro aponta para melhorias. O ano de 2104 deve terminar com índices próximos a 2013, revertendo as perdas. E, ainda, um otimismo para o “2015 melhor”, segundo o presidente da Câmara, que representa e defende os interesses do segmento moveleiro capixaba. O Espírito santo apresenta números de produtividade superiores à média nacional. Enquanto a produtividade no setor no Espírito Santo cresceu 2% de janeiro a setembro de 2014, no Brasil, no mesmo período, houve uma queda de 1,3%.

Setor moveleiro capixaba apresenta índices superiores à média nacional em 2014

MÓVEIS

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2014: o ano que não acabou

Clóvis Vieira

P ara recuperar o patrimônio dilapidado em 2014, o ano que não terminou, a presidente Dilma Rousse� tem sérios desa�os pela frente. Será um ano que �cará marcado pela

sua tipicidade e pela ocorrência de dois eventos de grande magnitude e controvérsia – a Copa do Mundo e as eleições presidenciais – que deram o tom nas violentas manifestações de ruas, na agressividade da mídia virtual e, claro, na interrupção das atividades por elas geradas.

Na condução da política econômica, o Governo optou por deixar de realizar as medidas reconhecidas como e�cazes para o seu controle, para manter a in�ação baixa através da redução arti�cial dos preços administrados como combustíveis, energia e transporte público, e da manipulação da taxa de câmbio para tornar as pesadas importações isoladas de aumento dos preços em reais.

A situação crítica permeou a economia durante todo o ano, dados os desatinos na política econômica, gerando expectativas negativas, como a queda expressiva da con�ança empresarial, o reconhecido “pibinho” do primeiro trimestre, a recessão técnica ressaltada no mês de agosto, provocando o recuo da produção da indústria automobilística e o ajuste do setor imobiliário.

Com um cenário desfavorável da economia, os investimentos foram adiados, o sistema �nanceiro se tornou mais cauteloso na concessão de crédito. Com o aperto creditício, as empresas se viram à beira da insolvência, valendo-se de ajustes e outros artifícios, como os feirões promovidos pelo setor imobiliário e também automotivo.

Nesse cenário, assiste-se a uma nova rodada de menos investimento, menos crédito, menos emprego e menos consumo, resultando na redução da expectativa de crescer algo em torno de 2,5% este ano, para fechar o ano com o pí�o 0,3%.

A inflação, favorecida pela queda dos preços internacionais de alimentos e do próprio desaquecimento, deverá fechar o ano abaixo do limite superior da banda. E enquanto a in�ação não cair sustentavelmente, não há como se falar em redução dos juros.

O lado mais tênue da economia é a política �scal, com o gasto público subindo assustadoramente em todas as esferas de Governo. A execução orçamentária, a cada mês, mais se afasta do programado, fazendo da meta de superávit �scal algo inatingível.

Nas contas externas, melhorou-se o desempenho no cômputo do petróleo, graças à diminuição do consumo e à expansão da produção da Petrobras. Ainda assim, o saldo comercial fechará o ano em torno de zero. A entrada de investimentos externos não é su�ciente para cobrir o dé�cit em transações correntes, ainda que a entrada de renda

�xa nos permita acumular reservas.Reeleita para mais um mandato presidencial,

Dilma Rousse� terá que priorizar a condução da política econômica com bom senso, cumprindo fielmente a meta de superávit primário sem artifícios contábeis, liberdade operacional ao Banco Central, flutuação

cambial para que essa variável possa absorver choques externos, realismos dos preços administrados, desaparelhamento das agências reguladoras e reversão da ine�ciente política industrial.

Finalizando, lembramos que, ao novo Governo, cabe assumir com vários atos a conquista de imediato da credibilidade, reverter as expectativas negativas e contar com a adesão popular, já que a paciência do brasileiro chegou ao �m. Esperamos que 2015 seja um ano de correção de rota, de freio de arrumação e de reinício de crescimento.

Clóvis Vieira é economista

PERSPECTIVASARTIGO

Cenário desfavorável na economia: investimentos adiados, concessão de crédito reduzida, inflação abaixo do limite superior da meta e saldo comercial em torno de zero

Esperamos que 2015 seja um ano

de correção de rota, de freio de arrumação e de reinício de crescimento”

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O setor de rochas capixaba tem razões para comemorar no ano de 2014. Apesar de a expectativa ter sido maior que o resultado, o crescimento nas exportações

foi de 2,8% de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2013. E tudo graças à recuperação dos principais mercados consumidores de rochas do mundo. Além disso, as empresas receberam a boa notícia de que os principais eventos estão garantidos por mais 10 anos porque os contratos das feiras de Vitória e Cachoeiro de Itapemirim foram renovados.

A aposta num crescimento mais robusto das exportações para este ano era incentivada por resultados positivos expressivos do ano anterior, em relação ao ano anterior. Naquela comparação, as vendas para o exterior subiram acima de 27%, tanto em valor quanto em peso.

Mas o Espírito Santo não está sozinho no mercado internacional de rochas. Apesar de os resultados de 2013 terem sido positivos, uma expansão ainda maior em 2014 não foi possível por causa da concorrência de países produtores como Índia, Itália e China. O uso de novas tecnologias, que aumentou a produtividade das empresas, também era motivo para se acreditar em um ano mais promissor no comércio no Estado. Outro motivo considerado era o crescimento da produção industrial dos Estados Unidos,

indicando melhoria da economia daquele país que ainda é, disparadamente, o maior importador de rochas manufaturadas do Brasil.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais, Cal e Calcário do Espírito Santo (Sindirochas), a expectativa é de que o quadro de 2014 se mantenha inalterado em relação ao desempenho obtido em 2013, baseado no valor de exportações de janeiro até o último mês de setembro.

Essa manutenção dos índices de vendas principalmente para outros países acontece por causa de dois grandes mercados consumidores de rochas: os Estados Unidos, que retomam aos negócios e são responsáveis pela compra de quase 80% das chapas polidas brasileiras, e a China, que responde por 56% dos negócios feitos com os blocos no exterior. Para se ter uma ideia, de janeiro de agosto deste ano somente para os Estados Unidos houve um crescimento nas vendas de 32,79%.

Se o desempenho capixaba no setor é positivo, podemos dizer que a atuação das indústrias de rochas brasileiras está indo bem. A�nal, o Estado é responsável por 65% das exportações brasileiras, o que representa em torno de 1,5 milhão de toneladas de blocos e chapas exportados. Além disso, mais de 90% dos investimentos do parque industrial brasileiro do setor estão sendo feitos no Estado, que responde por 50% da produção nacional.

Crescimento nas vendas mostra força do setor

Foto: Leonel AlbuquerqueROCHAS

Recuperação dos principais mercados no mundo possibilitou expansão de 2,8% nas exportações

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para o desenvolvimento de suas atividades, para o aumento de sua competitividade, e para a conquista de novos mercados”, declarou o presidente do Sindirochas, Samuel Mendonça.

STONE FAIR AUMENTA OTIMISMO DO SETORA cada ano, as feiras do setor de rochas ganham força e ajudam

a impulsionar as empresas para alcançarem novos mercados. Em fevereiro de 2014, a Vitória Stone Fair contou com 420 expositores, sendo 120 internacionais, de 17 países, em um evento que pela primeira vez foi realizado em conjunto com o grupo italiano Verona Fiere.

Os visitantes puderam conhecer materiais exóticos, clássicos, pedras translúcidas, quartzitos, ardósias, além de novas formas de beneficiamento das rochas. Um dos lançamentos mais aguardados foi a pedra semipreciosa e translúcida Krystallys, composta de 100% de Crystal Quartz, apresentada pela empresa Granitos Itapoama.

A tradicional Cachoeiro Stone Fair de 2014 também ajudou a elevar o clima de otimismo e foi promovida entre os dias 26 e 29 de agosto. O evento contou com 220 expositores. Os negócios e os contatos efetivados durante a Cachoeiro Stone Fair 2014 animaram os representantes do setor de rochas ornamentais. Um dos destaques da edição deste ano foi a grande participação de representantes da área de máquinas e equipamentos entre os expositores.

A visitação de mais de 25 mil pessoas de 700 cidades de todos os estados brasileiros mostrou o grande interesse do mercado nacional nas novidades apresentadas. A maior parte dos participantes foi da região Sudeste, mas também houve grande presença de estados do Sul e do Centro-Oeste. O público estrangeiro veio de 17 países.

O Espírito Santo extrai mais de 800 mil metros cúbicos de rocha a cada ano, e o desempenho dessa indústria corresponde a cerca de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba.

CONQUISTAS EM 2014Além do crescimento nas exportações – mesmo que modesto

–, o setor de rochas apresentou outras conquistas e avanços em 2014. Os principais eventos do ramo estão garantidos pelos próximos 10 anos. O Sindirochas, o Cetemag e a Milanez & Milaneze anteciparam a renovação dos contratos das feiras de Vitória (Vitória Stone Fair) e de Cachoeiro de Itapemirim (Cachoeiro Stone Fair), garantindo ao segmento a continuação de um trabalho que valoriza e incentiva a produção e a venda de rochas ornamentais do Espírito Santo e mostra a qualidade e beleza para o mercado interno brasileiro e para países de todos os continentes.

No campo �scal houve a publicação pelo Governo do Estado do Decreto 3517-R, introduzindo uma série de alterações no Regulamento do ICMS (RICMS/ES), que re�etem nas empresas da área de rochas ornamentais. O documento contém novas disposições para abertura de empresas no Estado, de diversos segmentos, inclusive relacionadas a esse setor. Também de�ne novas regras para registro e escrituração das empresas, marcação de blocos, emissões de notas �scais, recadastramento, controle de estoque, entre outras. Além disso, aborda os procedimentos �scais quando da transformação do bloco em chapas.

“O Sindirochas, como representante do setor, desenvolve um trabalho da articulação através da busca de novas parcerias e de entendimentos com os órgãos de governo e da iniciativa privada, visando a acelerar a obtenção de novas conquistas que solidi�quem e proporcionem a cada empresa de rochas condições mais favoráveis

Em 2014, a Vitória Stone Fair foi realizada pela primeira

vez em parceria com o grupo italiano Verona Fiere

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Movimentando cerca de 1,3 mil empresas, a indústria da confecção do Espírito Santo tem se tornando cada vez mais referência, principalmente por conta das ações

que vêm sendo desenvolvidas ao longo dos anos e que, em 2014, vieram com força total. Um poderoso setor econômico, que neste ano recebeu um novo espaço para aumentar sua competitividade e suprir a carência de mão de obra quali�cada, com a inauguração do Senai Centromoda Colatina. O espaço, que funciona como um centro de inovação, design e formação pro�ssional, é fruto de um investimento do Sistema Findes. Outro grande destaque do ano foi o Vitória Moda, evento que ampliou o seu raio de atuação na busca por resultados mais satisfatórios tanto para as indústrias envolvidas e suas conexões de mercado quanto para o Estado.

Como nem tudo são �ores, o setor também apresentou pontos negativos em 2014, tais como os impactos da realização da Copa do Mundo no Brasil, que prejudicou a indústria de confecções em determinados meses. “Julho, agosto e setembro foram os piores. Como o mercado só melhorou a partir de outubro, a indústria já não tinha mais tempo para incrementar a produção. Portanto, teremos um �m de ano modesto”, explica José Carlos Bergamin, presidente da Câmara Setorial da Indústria do Vestuário da Findes.

Outros aspectos influenciaram para a estagnação do setor do vestuário nos últimos meses, como os juros mais altos, o encarecimento das matérias-primas devido à alta do dólar e da in�ação e o endividamento do consumidor. Segundo dados do Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial (Ideies-ES), o faturamento do segmento no acumulado do primeiro semestre permaneceu estável, com queda de 0,01% em relação a 2013. Já o número de empregos da indústria têxtil do vestuário e de artefatos de tecidos apresentou um recuo de 20% no período.

CALÇADOSDados recentes divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (MDIC), e pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) revelaram mais uma retração na atividade no mês de novembro. A exportação de 9,73 milhões de pares gerou US$ 73,9 milhões, 14,2% menos do que no mesmo mês de 2013. No acumulado, o embarque de 114,7 milhões de pares resultou em US$ 948 milhões, queda de 3,9% ante o ano passado. Uma realidade que, segundo o presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, pode ser justi�cada por inúmeros fatores, tais como as eleições, que causaram uma oscilação cambial histórica. “O bom de 2014 é que ele está acabando”, ironiza.

No Estado, o setor apresentou um ritmo acelerado em 2014, o que deve gerar um desempenho ainda melhor do que em 2013. De janeiro a julho, as receitas com exportações superaram os R$ 2,51 milhões, expansão de 40% em relação ao mesmo período do ano passado. “A valorização do calçado capixaba se dá tanto no mercado externo quanto no interno, e isso acontece porque estamos investindo em modelos diferenciados”, revela o presidente do Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo (Sindicalçados), Altamir Martins.

Os altos e baixos do setor do vestuário

VESTUÁRIO

Vitória Moda ampliou o seu raio de atuação com as etapas fashion e business

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MERCADO IMOBILIÁRIO

Ano de estagnação

O cenário da construção no Espírito Santo foi de apreensão em 2014. O mercado imobiliário tomou fôlego e começou a reagir somente a partir do segundo semestre. A queda

das vendas nos primeiros seis meses de 2014 trouxe preocupação, superada somente após a Copa do Mundo. Especialistas do setor a�rmam que este ano pode ser pior que 2013, tanto em volume de vendas quanto de lançamentos.

O último Censo Imobiliário realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Espírito Santo (Sinduscon-ES) destaca 29.253 unidades em construção na região metropolitana. Se compa-rado com o levantamento anterior, houve uma retração, já que em maio deste ano havia um total em construção de 30.552 unidades. No período do levantamento, de maio a setembro, foram concluídas 3.861 unidades. Já o número de lançamentos foi de 856 unidades, a maioria em Vila Velha, com 412 unidades.

Os dados sinalizaram o setor para uma fase de ajustes. De acordo com o presidente do Sinduscon-ES, Aristóteles Costa Neto, em entrevista concedida à ES Brasil em junho, “o Censo con�rmou nossa percepção de que o mercado imobiliário capixaba passa por uma fase de ajustes entre oferta e demanda. Os estoques vêm diminuindo, os novos lançamentos seguem um ritmo maduro, com cautela, o que nos permite prever que muito em breve voltaremos a ter um mercado vigoroso, formado por empresas locais e com produtos que atendam às demandas levantadas”.

A construção civil responde por 5% do Produto Interno Bruto (PIB) capixaba e neste ano somente na Grande Vitória são mais de 30,5 mil unidades em edificação, mais do que o triplo de uma década atrás quando, em 1994, foram construídas 9,4 mil unidades imobiliárias.

Segundo o Sinduscon-ES, a expressão “em construção” se refere a todos os empreendimentos desde o lançamento comercial, mas não necessariamente estejam em avançado estágio. Das unidades em construção, 12.480 (42,66%) estão na fase de estrutura, 9.829 (33,60%) em acabamento, 4.515 (15,43%) em fundação, e 2.429 (8,31%) no tapume.

O número de unidades em construção em 2014 (29.253) foi o menor desde 2009, quando 28.219 imóveis estavam nessa situ-ação. A queda foi explicada por nos últimos anos haver um avanço forte em virtude do crescimento econômico veri�cado no Estado e da presença de grandes empresas nacionais, que dinamizaram o mercado e elevaram muito a oferta de produtos. Já neste ano, com a economia nacional e estadual crescendo menos, os mercados passaram a se ajustar a essa nova realidade. As grandes empresas já retornaram às suas bases, e as locais voltam a se posicionar.

Para o levantamento, o Sinduscon-ES leva em conta empreendi-mentos residenciais, comerciais (salas com ou sem lojas) e mistos (residenciais com salas ou lojas), que tenham área de construção superior a 800 m2. Não são considerados complexos hoteleiros, shoppings centers e empreendimentos sem comercialização no mercado, como sede de empresas ou de órgão públicos.

FÔLEGO NAS NEGOCIAÇÕESEm novembro, a expectativa da organização do Salão do Imóvel

2014 foi de movimentar mais de R$ 160 milhões em negócios fechados e encaminhados. O evento, que já faz parte do calendário de ativi-dades do setor, movimentou R$ 55 milhões em negócios fechados, de 29 de outubro a 2 de novembro, no Shopping Vitória. O montante deve crescer com a concretização das vendas encaminhadas.

Número de unidades em

construção foi o menor desde 2009

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Em um comparativo com 2013, os valores cresceram. O tíquete médio, ou seja, o valor aproximado do imóvel mais vendido durante os cinco dias de evento, passou de R$ 212 mil, em 2013, para R$ 224 mil, este ano. Os imóveis mais procurados foram os de dois quartos, seguido das unidades de três dormitórios. Já com relação ao local desejado, a preferência foi pelos principais bairros residenciais de Vitória, Serra e Vila Velha.

INVESTIMENTO NAS VENDASNo ano em que a Associação Empresas do Mercado Imobiliário do

Espírito Santo (Ademi-ES) comemorou 35 anos, a comercialização de imóveis teve sua importância garantida com o lançamento do guia com orientações para os pro�ssionais de vendas. O Manual de Boas Práticas na Intermediação de Compra e Vendas de Imóveis foi lançado em parceria com o Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), direcionado às empresas imobiliárias e dos pro�ssionais da área com a �nalidade de propor mecanismos que promovam melhorias no trabalho de corretagem prestado aos consumidores capixabas. A expectativa da Ademi-ES é que a publicação contribua para o exercício de uma atividade “tão imprescindível para o crescimento do mercado imobiliário capixaba”, atendendo às exigências do público que busca sempre a transparência, segurança e qualidade durante as negociações de compra, venda e locação de imóveis no Estado.

MINHA CASA, MINHA VIDAAté o �nal de 2014, os investimentos do Programa de Aceleração

do Crescimento (PAC) no Espírito Santo somarão R$ 36 bilhões. Dentre os principais projetos em andamento no Estado está o programa Minha Casa, Minha Vida. Em todo o Brasil, foram mais

de 3,4 milhões de unidades contratadas e 1,7 milhão de casas entre-gues, bene�ciando mais de 5,9 milhões de pessoas, o que equivale a 18 vezes a população de Vitória. No Espírito Santo, foram contra-tadas 47,8 mil unidades e entregues 16,5 mil, bene�ciando quase 60 mil capixabas.

No Feirão da Caixa da Casa Própria, que ocorre nos meses de maio, o programa foi um dos atrativos. Em 2013, mais de 25 mil pessoas visitaram o Feirão em Vitória, onde foram fechados e encaminhados mais de R$ 304,1 milhões em negócios. Este ano,

a iniciativa contou com 19 construtoras e imobiliárias e R$306,2 milhões em negócios fechados e encaminhados.

NOVIDADES NO SETOR DA CONSTRUÇÃO

Materiais diferenciados, produtos tecnoló-gicos e propostas para a redução do tempo e dos custos em edi�cações, garantindo segu-rança e qualidade, foram atrações da Expo Construções 2014, realizada em novembro, na Serra. A feira reuniu 120 empresas forne-cedoras e contou com rodadas de negócios, clínicas técnicas, rodadas itinerantes e a Qualicon – Qualidade, Inovação e Tecnologia na Construção Civil, evento consolidado no calendário capixaba, que reúne players do mercado em debates e palestras.

OBRAS PARADASNo setor da construção pesada, um pano-

rama marcado por obras paradas. De acordo com o Tribunal de Contas do Espírito Santo (TCES), 394 obras estão nessa situação

“O Censo confirmou nossa percepção de que o mercado imobiliário capixaba passa por uma fase de ajustes entre oferta e demanda” Aristóteles Costa Neto, Presidente do Sinduscon-ES

UNIDADES POR MUNICÍPIO

Município Unidade em Construção Maio/2014

Lançamento no Período

Conclúidas no Período

Unidades em Construção

Outubro/2014

Cariacica 2.303 0 0 2.431

Guarapari 1.850 252 542 2.020

Serra 6.625 132 470 5.498

Viana 0 0 128 156

Vila Velha 15.431 412 1.486 14.759

Vitória 4.343 60 1.225 3.389

Total 30.552 856 3.861 29.253

Observações:1. Período: Maio/2014 a Setembro/2014;2. As diferenças entre as quantidades em construção das colunas Maio/2014 e Outubro/2014, se devem, além dos lançamentos e conclusões realizados no período mencionado (informados na tabela), a desistâncias e/ou identiflcação de lançamentos de periodos anteriores, nao identiflcados nos censos anteriores;3. O municipio de Viana passou a ser pesquisado apenas nesta edição do Censo.

Fonte: Sinduscon - ES

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no Estado. Somadas, chegam a R$ 727.498.488,87. Esse valor é referente a projetos de rodovias, unidades de saúde, construção e reconstrução de pontes, entre outros, que receberam dinheiro do Estado ou de um dos 78 municípios capixabas.

Entre as obras paradas estão o Centro de Eventos de Vitória, orçado em R$ 98,3 milhões, e a Estação de Tratamento de Esgoto, com elevatórias para atender às comunidades de Água Limpa, Aricanga e Palmito, no valor de R$ 2.866.385,42.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado do Espírito Santo (Sindicopes), José Carlos Chamon, diz que o �m do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap) e a de�ciência dos projetos são as prin-cipais causas para a paralisação de tantas obras. “O projeto equivocado, por exemplo, é um erro do órgão contratante, e a empresa responsável pela obra acaba arcando com os preju-ízos”, a�rma. Chamon salienta que as companhias precisam se conscientizar para reivindicar, entrando com uma ação ou pedido de indenização, já que elas têm o direito de receber o gasto por um problema que não é responsabilidade delas.

Ainda de acordo com o sindicato, houve retração signi�cativa na contratação com setor privado, devido ao término das obras de ampliação da Vale e a Samarco, e somente o Estaleiro Jurong em Aracruz está iniciado. As empresas do setor da construção pesada também tiveram uma forte queda no faturamento relativo aos contratos com o setor público, devido à sistemática implantada pelos órgãos de controle, deixando tanto a �scalização quanto as empresas inseguras nas tomadas de decisões, principalmente nas alterações contratuais, para adequação de projetos, de jazidas, etc.

RESQUÍCIOS ATÉ 2020Obras, projetos e licitações de novas vias, viadutos e mergu-

lhões para melhorar a mobilidade urbana da Grande Vitória vão ser concluídas somente no próximo Governo. Ao todo, 49 projetos, licitações e conclusões de obras seriam entregues a partir do próximo ano. Desses 49 projetos de mobilidade, alguns estão em execução, como o Portal do Príncipe e a ampliação da Avenida Leitão da Silva, em Vitória. Outros, como o BRT, a Quarta Ponte e o Aquaviário, tiveram licitação suspensa e podem nem sair do papel. De acordo com a Secretaria de Estado dos Transportes e Obras Públicas, a grande maioria das obras licitadas está prevista para ser concluída entre 2016 e 2018. Os projetos e, com eles, a captação de recursos foram realizados junto ao Ministério das Cidades ou ao Programa Especial de Apoio aos Estados (Propae) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Das 60 interven-ções previstas, 28% estão em execução e 13% já estão �nalizados. São 16 obras que estão sendo licitadas. Só nisso, já são quase 70% do programa em execução real. No total, o programa de mobilidade está previsto para ter todas as obras concluídas até 2020.

“O projeto equivocado, por exemplo, é um erro do órgão contratante e a empresa responsável pela obra acaba arcando com os prejuízos” José Carlos Chamon, Presidente do Sindicopes

O Estado conta com obras e projetos que

devem ser concluídos

somente nos próximos anos

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Einstein e a economia brasileira a partir de 2015

Doria Porto

N o �nal de 2012, o governo da presidente Dilma Rousse� enaltecia os resultados da chamada “nova matriz macro-econômica”, que passou a ser adotada a partir do �nal de

2011, combinando política monetária e �scal com juros baixos e várias desonerações, implantando crédito amplo e barato através dos bancos públicos e uma taxa de câmbio mais desvalorizada.

Terminava o “tripé da política macroeconômica” que estabelecia metas de in�ação, superávit primário e taxa de câmbio �utuante e que estava norteando o desenvolvimento econômico do país.

Para o Governo, a justi�cativa ao estabelecer essa nova política macroeconômica era, entre outras, de que o câmbio valorizado e a carga �scal elevada eram anomalias que não mais se justificavam e que apenas inibiam o crescimento econômico, além das altas taxas de juros, que diminuíam a competitividade da indústria brasileira.

Dizia-se, naquela ocasião, que essa nova estratégia seria o caminho para um desenvolvimento sustentável de longo prazo para a economia e a indústria brasileira, e que a política �scal anticíclica, estimuladora dos investimentos, a demanda e a redução dos custos levariam a um crescimento vigoroso do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), melhorando o emprego e a renda no país.

No final de 2013, as expectativas para 2014 colocavam o crescimento do PIB entre 1,8% e 4%. Para a in�ação, as apostas eram entre 4% e 6%; o superávit primário (diferença entre receita e despesa sem levar em conta os juros e amortizações da dívida pública) estaria em torno entre 1% a 1,5% do PIB ( R$ 70

a R$ 80 bilhões); a taxa de juros no último trimestre deste ano, a Selic média, estaria em 9,75%; e o PIB industrial cresceria 2,0%.

Chegamos ao �nal de 2014 com um quadro totalmente diferente do preconizado há um ano. O PIB deverá crescer 0,3%, ou menos. A in�ação �cará na casa dos 6,75% ao ano – 0,25 ponto percentual acima do teto da meta estipulada pelo Governo em 6,5%. A taxa de juros Selic foi para 11,25% ao ano no último dia de outubro, próximo ao nível de novembro de 2011 quando estava em 11,5% , após atingir

7,25% em outubro de 2012. As últimas estimativas para o PIB industrial é de queda de 0,5% e de falta de investimentos na indústria e na infraestrutura.

Com esse quadro melancólico de como terminamos 2014, a “nova matriz macroeconômica”, com contração monetária e expansão �scal, não mostrou resultados para sustentar a demanda, levando empresários e investidores à falta de confiança para o crescimento econômico em 2015.

Einstein disse que “nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou”. Será que sua colocação estará mais uma vez correta quando o Governo que se inicia estabelecer uma política que busque a correção dos rumos da economia brasileira e a retomada do crescimento da indústria, reconquistando a con�ança do setor privado e dos investidores?

Espero que ele esteja errado pela primeira vez.

Doria Porto é engenheiro metalurgista com mestrados em Engenharia da Produção e em Administração

INDÚSTRIAARTIGO

Reconquistar a confiança do setor privado e dos investidores será um dos grandes desafios para o próximo ano

Chegamos ao final de 2014 com um quadro

totalmente diferente do preconizado há um ano. O PIB deverá crescer menos, e a inflação ficar maior que meta estipulada pelo Governo em 6,5%”

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C rescimento nas exportações, aumento da produção e expansão das vendas domésticas. O balanço do ano de 2014 pode ter sido negativo para diversos setores,

mas este não é o caso do segmento de papel e celulose. Até outubro de 2014, as exportações de celulose, painéis de madeira e papel geraram receitas de US$ 6,2 bilhões, valor que supera em 2% o registrado no mesmo período em 2013. O resultado é satisfatório em um cenário econômico de enfraquecimento do Brasil no comércio exterior, visto que de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), as vendas do país no exterior caíram 3,7%, somando US$ 191,96 bilhões.

Os dados do setor de celulose são da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), instituição lançada em abril de 2014, reunindo as empresas que participavam da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa), da Associação Brasileira da Indústria de Piso Laminado de Alta Resistência (Abiplar), da Associação Brasileira dos Produtores de Florestas Plantadas (Abraf) e da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).

Enquanto a balança comercial brasileira registrou dé�cit de US$ 1,87 bilhão no acumulado dos dez primeiros meses de 2014, a do setor alcançou superávit de US$ 4,7 bilhões, 4% mais que no mesmo período de 2013. Foram 8,8 milhões de toneladas exportadas, alta de 13,4% na comparação com igual período do ano anterior. Como historicamente o segundo semestre é de demandas elevadas em todo o mundo, a tendência de que o ano feche com resultados superiores.

Ainda de acordo com a IBÁ, de janeiro a outubro de 2014 a produção de celulose atingiu 13,6 milhões de toneladas, avanço de 8,3% ante o mesmo período de 2013. O segmento de papel, entretanto, acumula queda de 0,3%, com 8,7 milhões de toneladas. Já em relação às vendas no mercado doméstico, o crescimento foi de 5% no mercado de celulose, atingindo 1,5 milhão de toneladas, e manteve-se praticamente estável no segmento de papel, somando 4,7 milhões de toneladas.

ESPÍRITO SANTOA Fibria, que é líder mundial na produção de celulose e

eucalipto, registrou um recorde histórico no volume de vendas do terceiro trimestre: 1,37 milhão de toneladas comercializadas. Esse montante é 3% superior ao do segundo trimestre e 5% maior em comparação com o terceiro trimestre de 2013. Em outubro, no acumulado de 12 meses, as vendas totalizaram 5,336 milhões de toneladas, ultrapassando o volume produzido de 5,251 milhões de toneladas, o que possibilitou uma redução no estoque de celulose da empresa de 56 para 50 dias. No dia 3 de dezembro, durante o 4º Fibria Day, encontro promovido em Nova York, EUA, a empresa anunciou que a perspectiva de investimentos da companhia para 2015 chegou a R$ 1,69 bilhão, crescimento de 5% em relação a 2014.

O setor de papel e celulose no Espírito Santo acompanha ainda a instalação da Carta Fabril, em Aracruz, cujo ato de licença municipal foi concedido no dia 14 de agosto. A unidade vai ser especializada na produção de papel tissue – de uso pessoal, como guardanapos e papel higiênico – e será instalada em uma área de 60 hectares, com investimento estimado de US$ 1 bilhão até 2024. A previsão é de que a primeira etapa de operação seja efetivada ainda em 2015.

Setor de celulose e papel acumula resultados positivos em 2014

CELULOSE E PAPEL

No 3º trimestre de 2014, Fibria registrou volume histórico de vendas, com crescimento de 5% em relação ao mesmo período de 2013

Setor de celulose no ES receberá mais de US$ 2,5 bilhões de investimentos no próximo ano

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ALIMENTOS E BEBIDAS

Decréscimo na produção pelo segundo ano consecutivoO ano de 2014 não foi satisfatório para o setor de alimentos e

bebidas no Estado. Pelo segundo ano consecutivo, houve decréscimo de produção. O cenário se estende desde 2013,

quando o segmento registrou uma produção física 18% inferior à de 2012. No primeiro semestre de 2014, os resultados foram ainda piores. A produção física foi 9,3% menor que a do mesmo período do ano anterior.

De acordo com o presidente da Câmara Setorial da Indústria de Alimentos e Bebidas do Sistema Findes, Cláudio José Rezende, “estamos �nalizando este ano com um dos piores desempenhos da indústria de alimentos do Estado do Espírito Santo. Os dados já consolidados até setembro apontam uma redução de 7,9% no faturamento em relação ao mesmo período do ano de 2013, po-rém quando falamos desse setor em nível nacional temos um crescimento de 1%”.

Tanto o setor industrial quanto o varejista têm apresentado quedas de desempenho, de 0,6% registrado em 2013 para -0,2% no acumulado até setembro de 2014, além das variações negativas no volume de vendas em -4,5%, respectivamente. De acordo com o primeiro vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) Gibson Reggiani, “o Espírito Santo é um Estado exportador que sofreu com o desaquecimento da economia global, mas também pela redução da competitividade do setor industrial de alimentos e bebidas”, a�rma.

A indústria capixaba de alimentos e bebidas está composta por 860 empresas do ramo de alimentação, responsável pela geração de 20.270 empregos diretos, e 55 da área de bebidas, que geram mais de 1.650 postos de trabalho diretos.

Reggiani explica que, com poucas exceções, a indústria capixaba produz para o consumo interno, e o mercado ficou disputado em função da facilidade de entrada de fornecedores externos. “As empresas industriais de outros estados, que aqui comercializam seus produtos têm condições tributárias mais favoráveis que as nossas empresas”, lamenta. Ainda de acordo com o dirigente, esse descuido com os empreendimentos locais, associado à ampliação do regime de substituição tributária, tem inibido o desenvolvimento das empresas do Espírito Santo.

2015Apesar da situação difícil para o setor no Espírito Santo, empresários

da indústria alimentícia e do segmento de bebidas continuam fazendo gestão junto ao Governo do Estado para desenvolver uma política tributária mais equilibrada, com o objetivo de atingir, pelo menos, equidade em relação a outros estados. Também estão sendo feitos esforços para conseguir melhorias na linha de produção e de produtos.

Claudio Rezende a�rma que “será um ano com consumo estável, sem grandes oscilações, mas com um enorme dever de casa. O grande diferencial será produzir mais com menor custo, mais e�ciência e menor perda. Isso signi�ca olhar para dentro das nossas fábricas, rever processos e procedimentos buscando melhorar nossa mão de obra com mais quali�cação e compromisso”.

Em setembro deste ano, foi lançado o Prêmio Capixaba de Inovação em Alimentos e Bebidas. O evento está previsto para o próximo ano, voltado para as empresas �liadas aos sindicatos integrantes da Findes do setor de alimentos e bebidas para consumo humano que implementaram inovação em suas embalagens e/ou produtos visando ao aumento da competitividade dos seus negócios.

INDÚSTRIA DE ALIMENTOS

Fonte e elaboração: CNI/Ideies/Sisterna Findes Cnae 2.0

Variação real acumulada no ano em relação ao ano anterior (%)

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Acum. até set.

2014

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Acum. até set.

2014

BRASIL

6,9

-0,71,

8

2,5

2,8 1,

1 2

0,9

ESPÍRITO SANTO

2,0

1,3

-4,4

-7,914

,7

8,5 9,2 19

,5

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de 48,6% em relação ao mesmo período do ano passado, que foi de 166,6 mil toneladas.

Mesmo com os preços internacionais do café ainda abaixo da média do ano passado, especialmente para grãos verdes, houve uma grande ampliação de 50% no volume exportado desse segmento, fato que garante a competitividade capixaba em vários países do mundo.

De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Espírito Santo deverá fechar o ano com mais um recorde de safra de café. A terceira estimativa da safra 2014 no Brasil, divulgada em setembro, aponta que as lavouras capixabas irão produzir 12,849 milhões de sacas. Caso isso seja con�rmado, o desempenho superará o desempenho de 2012 – o maior da história, quando a colheita capixaba de café atingiu 12,5 milhões de sacas.

Segundo a Conab, do total da produção do Espírito Santo, serão 9.950 (77,44%) milhões de sacas de café conilon e 2.899 (22,56%) milhões de sacas de café arábica. Comparando com a safra 2013, a produção de conilon será 21,18% superior, enquanto a do arábica será inferior em 16,82%. Ao todo, o Brasil deve produzir este ano 45,1 milhões de sacas.

GENGIBRE E PIMENTA-DO-REINOAs especiarias e os condimentos estão cada vez mais se

consolidando no cardápio das exportações do agronegócio capixaba, a exemplo da pimenta-do-reino e do gengibre, que foram os destaques ao longo do ano, com um crescimento na geração de divisas de 80,6% e 89,8%, respectivamente.

As exportações de pimenta-do-reino foram de US$ 59,6 milhões, um recorde histórico, com volume comercializado de 7,4 mil

Exportações a todo vapor

As exportações de pimenta-do-reino

apresentam um recorde histórico, com volume

comercializado de 7,4 mil toneladas

AGRONEGÓCIO

O ano de 2014 consolidou a qualidade dos produtos capixabas, que cada vez mais ganham reconhecimento mundial. Nos primeiros 10 meses de 2014, o agronegócio

do Espírito Santo gerou uma receita cambial de US$ 1,63 bilhão em produtos exportados, o equivalente a mais de R$ 4,1 bilhões. Ao todo, 2,2 milhões de toneladas foram comercializadas de janeiro a outubro deste ano, números que se comparados com o mesmo período do ano anterior apresentam um crescimento de 6,5% em geração de divisas e 2,3% em volume comercializado.

“Pelos dados até aqui, mais uma vez o Espírito Santo tende a exportar cerca de US$ 2 bilhões no ano”, a�rma o secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli.

Seguindo �rme como uma das economias do agronegócio mais abertas do Brasil, o Espírito Santo apresenta produtos que possuem regularidade de oferta e qualidade reconhecida em dezenas de países do mundo. Os itens do campo que mais se destacam no comércio exterior são o café e a celulose, respondendo por quase 90% do total de vendas internacionais. Também fazem parte da pauta de exportações pimenta-do-reino, chocolates, carne bovina, mamão, derivados lácteos, gengibre, pimenta rosa, peixes ornamentais, macadâmia, dentre outros.

CAFÉ AVANÇADe acordo com a Seag, as exportações de café de todas as

formas e preparações – grãos verdes, solúvel, torrado e moído – cresceram 34,7% no período e atingiram o montante de US$ 569,1 milhões. O volume comercializado de todo o complexo agroindustrial do café chegou a 247,6 mil toneladas, crescimento

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Recentemente as estimativas da Conab para produção do café no país aumentaram de 44,57 milhões para 45,14 milhões de sacas, o que re�etirá positivamente no início do próximo ano. Também vimos, pelas últimas pesquisas, um leve aumento do Produto Interno Bruto, o que mostra que recessão foi contornada”, a�rma o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), Júlio Rocha.

Os estragos causados pelas chuvas nas áreas rurais do Espírito Santo, somando aos danos gerais em infraestruturas, maquinários e atividades agropecuárias, provocaram cerca de R$ 314,5 milhões em prejuízos. Na agropecuária, os danos causados em horticultura, cafeicultura, pecuária, silvicultura, avicultura, fruticultura, piscicultura, dentre outros, foram estimados em R$ 150 milhões. Aliados às perdas no setor de produção, estão os prejuízos encontrados nas estruturas para �ns de produção agrícola, como equipamentos, galpões, implementos e barragens.

“Este ano começou com um grande desa�o, principalmente devido às fortes chuvas que assolaram o Espírito Santo e parte de Minas Gerais. Dentro da área de atuação da Coopeavi (todo o Espírito Santo e leste de Minas Gerais), diversos produtores de tomate, alface, mamão, melancia, café e criadores de gado tiveram redução signi�cativa no resultado esperado. Em janeiro, �zemos uma estimativa do tamanho do prejuízo dos nossos associados, e o impacto foi próximo a R$ 4 milhões Por isso, o início do ano exigiu um esforço maior na reestruturação dessas propriedades atingidas”, revela Arno Potratz, vice-presidente da Cooperativa Agropecuária Centro Serrana (Coopeavi).

Para contribuir com a limpeza e a reestruturação das áreas rurais capixabas, o Governo Estadual anunciou diversos investimentos para recuperação de maquinários, lavouras, criações na agro-pecuária capixaba além da construção e da recuperação de pontes. Tudo isso para fortalecer cada vez mais o agronegócio capixaba, responsável por um terço do PIB do Espírito Santo.

toneladas. O gengibre atingiu 2,3 mil toneladas, com receita de US$ 6,3 milhões.

“Nos últimos meses, essas especiarias e condi-mentos, que são produtos típicos da agricultura familiar capixaba, estão com preços internacionais muito superiores aos custos de produção, o que se traduz em ótimas remunerações para os produtores rurais capixabas que trabalham com esses cultivos”, enfatiza Bergoli.

COMEÇANDO DE NOVOMesmo com o bom resultado das exportações,

o Espírito Santo precisou passar por um processo de reconstrução no campo por conta das chuvas que caíram sobre o Estado no �nal do ano passado. “Este foi um ano difícil para a agricultura. Iniciamos com perdas nas lavouras, ocasionada pelo excesso de chuva e depois, enfrentamos a seca. O Estado também foi atingido por lagartas, que acabou com pastagens no sul e consequentemente, castigou a produção de leite e de carne. Para 2015, acreditamos que pode ser melhor.

As exportações do café cresceram 34,7% nos primeiros 10 meses do ano

PRINCIPAIS PRODUTOS DE EXPORTAÇÃO DO AGRONEGÓCIO CAPIXABA – JAN-SET DE 2014

PRODUTO US$ 1.000 %

Celulose 899.472 55,22

Café e derivados 569.125 34,94

Pimenta do reino 59.557 3,66

Chocolates e preparados com cacau 21.304 1,31

Carnes e miudezas de bovinos 19.273 1,18

Mamão 16.913 1,04

Derivados lácteos 15.500 0,95

Gengibre 6.325 0,39

Outros produtos 21.357 1,31

TOTAL 1.628.826 100

Fonte: Alice/MDIC e GIA/SEAG

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D epois de se �rmar no Rio de Janeiro, onde construiu hotéis em Copacabana, Botafogo, Barra da Tijuca e Centro, a Galwan chega aos Estados Unidos. O convite para

entrar no mercado norte-americano foi feito pela Accor, gigante francesa de hotelaria que administra as bandeiras Ibis, Mercure, Novotel e So�tel, entre outras.

“A Galwan Empreendimentos, responsável pelas obras dos hotéis do Rio, já de�niu uma equipe para atuar em Miami”, disse o diretor-presidente da Galwan, José Luís Galvêas Loureiro, que também se envolverá diretamente com a obra.

Segundo ele, as construções de Miami são muito parecidas com as que a Galwan já faz no Brasil. “A Accor é muito exigente em termos construtivos, seguimos normas francesas e brasileiras no Brasil, e estamos entregando um hotel para americanos no Rio em que cumprimos também as exigências dos Estados Unidos. Estamos bem seguros”, disse Galvêas.

O hotel de Miami será erguido em Brickell, bairro elegante e moderno ao sul de Downtown, conhecido como “Manhattan do Sul”. Com um dos metros quadrados mais caros da cidade, é o coração �nanceiro de Miami, com arranha-céus, grandes bancos, prédios de altíssimo padrão, condomínios residenciais de luxo e uma bela vista de Key Biscayne.

O terreno fica a poucos metros da estação do metrorail, um sistema de trem elevado que percorre a cidade de norte a sul em alta velocidade, cobrindo 36 quilômetros, com 22 estações, e acesso ao Aeroporto Internacional de Miami.

A construção será no sistema de obra por administração a preço de custo, como ocorre nos hotéis que a Galwan edi�ca no Brasil. Forma-se um grupo de investidores, que fazem os aportes para pagar o terreno e a obra, e a Galwan é remunerada através de uma taxa de administração. Ao �nal da obra, o hotel é entregue para a Accor administrar, e os investidores passam a receber uma espécie de “aluguel” mensal, que varia em função da ocupação total do hotel e do preço da diária.

Inicialmente, os investidores que não possuem conta no exterior farão aportes diretamente na Galwan. Posteriormente, cada investidor abrirá uma conta bancária nos Estados Unidos para os demais aportes e também para recebimento dos rendimentos.

O investimento previsto é de US$ 120 milhões. A previsão é que o hotel tenha 400 quartos, restaurante e oito andares de garagem. O prédio deverá ter também salas comerciais e lojas no térreo. O produto já foi apresentado aos investidores, e as obras terão início em 2015.

Empresa se prepara para construir seu primeiro hotel nos Estados Unidos

Informe publicitário

GALWAN CHEGA A MIAMI

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 109www.galwan.com.br | 27 3200-4004

O dia amanheceu cheio de sol, bonito. Mas, inesperadamente, o tempo fecha, embrusca, tolda-se. O sol se esconde, parcialmente, e uma chuva intensa e repentina cai. Da mesma forma que veio, se foi. Uma autêntica chuva de verão! Antes, porém, que a chuva se dissipasse totalmente, o sol reaparece inteiro e, por minutos, tivemos ao mesmo tempo sol e chuva, ”casamento de viúva”. Nessa disputa: Quem fica? Quem vai embora? O sol leva a melhor. Fica e reflete-se nos pingos remanescentes de chuva, acendendo neles brilho de joias raras. Como se esse espetáculo ainda fosse pouco, um arco-íris resolve pintar o céu com seus lindos tons de vermelho, laranja, violeta etc.

Ora, vejam só! Eu no prosaico mister de recolher roupas no varal, exercendo apenas uma trivial função do cotidiano, eis que me vejo brindada pela natureza com um quadro desses! Viva a vida!

À vista de um arco-íris, a gente sempre volta à infância e relembra a crendice de pessoas supersticiosas que diziam: “Quem passa debaixo de um arco-íris muda de sexo. Mulher vira homem e homem vira mulher”. Hoje a gente sabe que essa é uma missão impossível, utópica, pois esse meteoro luminoso e efêmero não passa de uma ilusão. O arco-íris nada mais é que uma coisa aparente que surge no céu por causa da decomposição da luz do sol, nas gotas de chuva. Mas que ele é bonito, é.

Eu não sei, exatamente, qual foi a correlação estabelecida pelos meandros da mente entre arco-íris e Scherazade. O fato é que, de repente, me pego criança no aconchego do quarto de meus pais ouvindo histórias. A das “Mil e Uma Noites” me fascinava de

modo particular: Scherazade, princesa oriental, contou para o seu marido, o poderoso Sultão, histórias durante mil e uma noites. Foi a maneira habilidosa que ela encontrou de salvar a própria pele e o casamento.

Quando meu pai pegava o livro de capa azul e se acomodava para começar a ler, eu exultava e, daí em diante, era só pegar uma boa acomodação no tapete mágico e voar... voar e aterrissar em Bagdá onde, a partir daí, convivíamos com sultões, vizires, odaliscas, enfim... Participávamos de casamentos e banquetes magníficos em palácios profusamente iluminados. Eu dormia, era levada para minha cama, mas continuava em Bagdá, sonhando com pessoas lindas, saudáveis e felizes

Eu acho que, graças a tantas histórias bonitas, eu cresci conseguindo ver a vida meio que cor-de-rosa, de maneira otimista. Comungo com a ideia de seu Domingos, pai do cronista Fernando Sabino, o qual dizia: “No fim, tudo dá certo. Se ainda não deu certo é porque não chegou ao fim.” Bom, mas eu cheguei. Pego a roupa no varal e exclamo: “Meu Deus! Até onde esse arco-íris me levou!

Constato, então, que um arco-íris pode não ter o poder de mudar o sexo das pessoas, mas tem o poder de transformar uma manhã insípida numa esplêndida viagem! Feliz Natal e um Ano Novo com muita saúde e repleto de alegrias para todos nós!

ARCO-ÍRIS E SCHERAZADEZéa Galvêas Terra - [email protected]

CRÔNICA

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O setor supermercadista apresentou uma pequena queda em relação ao ano passado. O segmento, que previa um avanço de 3% no início do ano, fechará 2014 com

apenas 1,5% de crescimento real no número de vendas, segundo estimativas da Associação Capixaba de Supermercados (Acaps).

De acordo com o presidente da entidade, João Carlos Devens, que deixará a presidência no �nal do ano após dois mandados consecutivos, a disposição dos consumidores para adquirir produtos

do varejo foi reduzida principalmente pela realização da Copa do Mundo no Brasil. “Víamos um crescimento de 3% em janeiro, algo que não aconteceu, pois a Copa atrapalhou um pouco. Muitas lojas fecharam por causa dos jogos, e mesmo abrindo depois do término das partidas, havia poucas pessoas para comprar. A crise econômica também prejudicou um pouco, assim como o endividamento do cliente”.

Segundo Devens, até a inauguração de lojas foi prejudicada em relação aos anos anteriores, pois em vez de abrirem novas unidades, os empresários resolveram reformar as já existentes. “Os proprietários se preocuparam mais em reformar do que inaugurar. Tem muita gente com projeto pronto, só esperando para ver como a situação do país irá ficar em 2015”, revela. Mesmo com esse recuo, a Acaps espera fechar o ano com um faturamento de R$ 6,7 bilhões, valor maior do que de 2013, que registrou um resultado de R$ 6,2 bilhões.

SUPER FEIRA ACAPS PANSHOWCom um volume de negócios na ordem de R$ 160 milhões,

a Super Feira Acaps PanShow promoveu um grande encontro com as novidades de mais de 200 expositores do setor. O evento realizado de 2 a 4 de setembro, no Carapina Centro de Eventos, foi um sucesso entre os empresários e contou com a cobertura completa da revista Super Ilha, produto da Next Editorial.

“Mostramos nossos destaques, fazemos relacionamento com clientes e fornecedores, ampliamos o mercado. É uma oportunidade de a pessoa chegar ao nosso estande, conferir o portfólio e experimentar nossos produtos”, revelou Cibele Marques, do setor de Marketing da Coroa.

Menos que o esperado

SUPERMERCADO

DESTAQUES DO ANO O Supermercado Carone inaugurou mais uma loja no

município de Vila Velha, só que dessa vez, localizada no bairro de Itaparica. O espaço possui 3 mil metros quadrados e 25 mil itens à disposição dos clientes.

Outra grande novidade de 2014 foi a reinauguração do Supermercado Perim, na Mata da Praia, em Vitória. O estabelecimento estava passando por reformas desde que pegou fogo em agosto de 2012.

As novas embalagens dos leites UHT, da Selita, foram muito bem avaliadas pelos consumidores, devido à sua praticidade. O modelo, que é pioneiro no Brasil, conta com tampa de rosca, lacre de segurança e novo layout.

A panificadora Lekker inaugurou sua nova sede no município de Afonso Cláudio. A unidade, que foi automatizada, aumentou sua capacidade operacional em oito vezes.

A loja Hortifruti da Praia do Suá, em Vitória, foi totalmente reformada. O espaço, que tinha 372 metros quadrados, foi ampliado para 420 metros quadrados para oferecer mais conforto aos clientes.

Supermercadistas optaram por reformar

as lojas, ao invés de inaugurar novas unidades

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A Copa do Mundo, assim como os feriados nacionais – acumulando 16 dias de folga em 2104 –, comprometeram as vendas do comércio no decorrer do ano, resultando

em um baixo crescimento no setor. “Com o evento esportivo e os feriados, no primeiro semestre, o varejo deixou de faturar cerca de R$ 250 milhões. Com a Copa do Mundo, as vendas sofreram interferências, como a alteração no horário de funcionamento dos estabelecimentos, que quebrava o ritmo de compra do consumidor”, a�rma o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri.

A semana que antecedeu o Dia dos Namorados (de 6 a 12 de junho) também não foi boa para o segmento, crescendo apenas 0,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, o resultado foi o mais fraco desde 2009, quando houve queda de 1,7%.

As famílias capixabas permaneceram mais dispostas ao consumo no mês de setembro, que obteve alta de 109,6 pontos relação aos 107,5 de agosto, de acordo com a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF). Outubro também registrou expansão, apresentando 112,4 pontos.

Mesmo com os altos e baixos do setor, José Lino Sepulcri estima fechar o ano com uma expansão de 4% para as vendas. “O crédito mais caro e a in�ação alta ainda persistem e inibem a intenção de compras do consumidor. Espera-se que, seguindo a tendência de anos anteriores, esse cenário, ainda que de forma contida, melhore no segundo semestre. Mas não será nem perto do que tivemos no segundo semestre de 2013, quando o volume de vendas cresceu 5,8%”, comenta.

DESTAQUESA Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória comemorou

50 anos de fundação no dia 5 de junho, em uma cerimônia realizada no Itamaraty Hall, na capital. A ocasião foi marcada pelo lançamento do “CDL Vitória 50 anos”, que narra a história e os momentos mais marcantes da entidade. A noite também contou com homenagens a autoridades e representantes do comércio capixaba, que receberam a Comenda do Mérito Lojista de Vitória.

A posse da nova diretoria da Fecomércio-ES também foi outro destaque deste ano. José Lino Sepulcri, que foi reeleito como presidente para o quadriênio 2014/2018, irá comandar a Federação ao lado do primeiro e do segundo vice-presidente, João Elvécio Faé e Idalberto Luiz Moro - reconduzidos ao cargo, e do terceiro vice-presidente, que passou a ser o empresário Waldês Calvi.

Além da posse do conselho da Fecomércio-ES, assumiram seus cargos na ocasião os novos representantes no Conselho Nacional e Regional das instituições Sesc-ES (Serviço Social do Comércio) e Senac-ES (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), para o quadriênio 2014/2018.

Redução de vendas decepciona o comércio capixaba

VaREjo

“Estimativa é fechar o ano com uma expansão de 4% para as vendas” josé Lino Sepulcri, presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo (Fecomércio-ES)

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Balanço em tempos de crise

Ronald Z. Carvalho

D ecididamente este não foi um ano brilhante... Claro que sabemos todos que o crescimento da economia foi pí�o, e quando a economia não cresce, a renda não cresce,

os mercados não crescem, e os lucros... o que é isso mesmo?Portanto, de forma geral, o balanço do marketing não pode

ser bom. Sabe-se porém que, em tempos difíceis, a compe-tência das grandes empresas de marketing procuram soluções e investem pesado em remédios contra a recessão. Por exemplo: vendas de alta performance (capacitação de equipes); CRM, ou seja, sistemas de relacionamento com o consumidor (não confundir com o so�ware), promoções multimídia, e redes sociais, claro! Notem bem que a tecno-logia está em tudo isso. Lembremo-nos de Regis Mckenna, que no clássico “Marketing de Relacionamento”, de 1984, escreveu:

“Tecnologia vende tecnologia”. Sem tecno-logia não existe marketing...

Dentro desse cenário, alguns prati-cantes do bom marketing destacam-se. Em primeiro lugar, como sempre, a Procter & Gamble. Algumas estratégias são exemplares, como assinar seu nome corporativo, coisa que em décadas ela nunca fez. “P&G” torna-se marca, quando até recentemente ninguém (consu-midor) sabia quem estava por trás de suas grandes marcas líderes em dezenas de segmentos de mercado no mundo, tais como Pampers, Pringles, Intimus e tantas outras. Outra jogada de mestre: o “avião do Faustão”, talvez o melhor esquema promocional do ano! E por �m uma lição global: a P&G eliminou de mais de 200 cargos de executivos em todo o mundo a palavra “marketing”. E explica: todo mundo numa empresa moderna faz marketing. Não precisa de gerente de Marketing... De novo, Regis MacKenna:

“Marketing é tudo, e tudo é marketing”.

Outro exemplo de bom marketing em 2014 foram as empresas que usaram a Copa do Mundo como instrumento de vendas e aproximação com o imenso mercado do futebol . A Johnson & Johnson, que até então não anunciava em esportes por uma poli-tica centenária, entra com tudo. Antes ela pensava: uma empresa que cuida da saúde não se expõe em situações em que as pessoas podem machucar-se. Mudou. Mudança, palavra mágica em tempos difíceis. A Coca-Cola, sempre ela, as cervejas. E, claro, a Alemanha... Ganhou a Copa e o coração dos baianos e dos brasileiros em geral: um show de bom marketing...

Mais um exemplo: o marketing político. Em alta, os “marque-teiros” políticos. Processos éticos discutíveis, tudo bem, mas um impecável uso das redes sociais, e estratégias muito bem claras e de�-nidas. Ponto para eles.

Jamais podemos nos esquecer neste ano bicudo de destacar o papel das redes sociais, crescente no mundo inteiro e particularmente no Brasil. Facebook, claro, mas sem esquecer, por favor, Linkedin, Twoo, Twitter e dezenas de outras, em

crescimento... WhatsApp e Google, cada vez mais com cara e estra-tégia de rede social. Não apenas uma mídia mais barata e ágil, mas um novo patamar de relacionamento humano e convivência social. Como dizem os americanos, um desenvolvimento a se observar.

Mais coisas? O esforço da TV aberta, as operadoras de telefonia móvel, a capacitação no varejo, a segmentação da TV a cabo. Pouco falei de propaganda.

A�nal, marketing não é só propaganda; é tudo, não é?Fim.

Ronald Z. Carvalho é consultor de marketing, estratégia e desenvolvimento humano

MARKETINGARTIGO

Em tempos de recessão, mudança é palavra-chave para empresas

Quando a economia não

cresce, a renda não cresce, os mercados não crescem, e os lucros... o que é isso mesmo?”

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M ais um ano com o setor de shoppings tendo o que comemorar. As inaugurações e as ampliações no decorrer de 2014 �zeram com que os templos de

compras fossem �lões do mercado neste período.Muito se falou sobre os dois novos shoppings inaugurados

este ano: Moxuara e Vila Velha. Cariacica era uma das poucas cidades do Brasil com mais de 400 mil habitantes que ainda não tinha um complexo de compras de grande porte. O Shopping Moxuara chegou para mudar isso e, com um investimento de R$ 370 milhões feito pelo grupo Sá Cavalcante, abriu suas portas no dia 6 de maio. Além de clientes de Cariacica, Viana e Vila Velha, o local também recebe visitantes da região serrana, como Domingos Martins, Marechal Floriano e Pedra Azul.

O investimento foi tão comemorado, que o Grupo se empolgou e engatilhou duas expansões de 20 mil metros quadrados. A primeira, que já teve início, deve �car pronta em meados de 2017. A área, de 12 mil metros quadrados no térreo, a princípio será usada como estacionamento. Em 2019 ou 2020, será feita a segunda. O espaço, de 8 mil m2 no quarto piso, também deverá ser utilizado como estacionamento.

“Trata-se de uma região que ainda carece de muita coisa, principalmente quando o assunto é lazer e entretenimento. É um empreendimento de um potencial enorme, principalmente por �car numa região populosa e de fácil acesso”, explicou o presidente da Sá Cavalcante Shopping Centers, Leonardo Cavalcante.

Outra estrutura concluida em 2014 foi o Shopping Vila Velha, após dois anos de atraso nas obras. As portas do shopping foram abertas para o público no dia 25 de agosto com cerca de 150 lojas, incluindo a praça de alimentação.

Ao todo, são 75 mil m2 de área, com 233 lojas satélites, 17 âncoras e nove megalojas, além de um Game Center. A praça de alimentação

Estado não para de receber shoppings

Depois de dois anos de atraso, o Shopping Vila Velha abriu suas portas em agosto

Foto: Camilla Baptistin

SHOPPING

“Cariacica era uma das poucas cidades do Brasil com mais de 400 mil habitantes que ainda não tinha um complexo de compras de grande porte” - Leonardo Cavalcante, presidente da Sá Cavalcante Shopping Centers

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 115

NOVOS EMPREENDIMENTOSE não é só a Grande Vitória que tem sido contemplada com

grandes empreendimentos. Depois de Linhares e Cachoeiro de Itapemirim, agora é a vez de Colatina e São Mateus terem centros de compras de alto nível.

As obras do primeiro shopping de Colatina, no noroeste do Estado, já começaram e a previsão de inauguração é em novembro de 2015. O Shopping Rio Doce, como será chamado, vai contar ainda com a estrutura de um hotel com 126 apartamentos e uma torre com 225 salas comerciais. O empreendimento deve gerar mais de 2 mil empregos. O investimento total previsto é de R$ 70 milhões.

A área total construída será de 60.855 m2. Só o shopping terá 45 mil m2, com espaço para 166 lojas, sendo algumas de marcas inéditas em Colatina, além de hipermercado, quatro salas de cinema 3D, academia, faculdade, centro de convenções e mil vagas de estacionamento. O empreendimento pertence ao Grupo Franco, que já tem 40% dos espaços para lojas no complexo reservados.

Em São Mateus, a previsão é de que o Norte Shopping, ou Shopping São Mateus, �que instalado anexo aos hotel da Rede Bristol. Será o segundo empreendimento da AlliaHotels na cidade, que ainda em 2014 dá início à construção do Bristol Easy Hotel - São Mateus (categoria supereconômica).

A previsão é de que o shopping esteja pronto no primeiro semestre de 2016. O investimento para a construção do centro de compras e do hotel, juntos, é de cerca de R$ 10 milhões.

Em Cachoeiro de Itapemirim, o Shopping Sul vem recebendo expansão, com uma parte prevista para �car pronta em 2016, e outra, em 2017. A interligação Stone O�ce contará com 260 salas comerciais, 60 lojas, duas lojas âncoras, heliporto e garagem coberta para 650 veículos.

conta com 30 operações e a alameda gourmet tem seis restaurantes. O shopping também terá um Cinema Multiplex com oito salas e um hipermercado de 9 mil m2, que ainda não estão em funcionamento. O estacionamento conta com 4 mil vagas cobertas.

O empreendimento, que começou a ser construído em maio de 2012, em parceria entre as capixabas Littig e Incospal, é administrado pela BR Malls. O valor do investimento total não foi divulgado.

A expectativa da administração é que em pleno funcionamento o local atraia 50 mil pessoas, gerando 400 vagas de emprego.

O Shopping Vila Velha conta com marcas de abrangência regional, nacional e internacional, como Zara, C&A, Renner, Riachuelo, Marisa, Lojas Americanas, Casas Bahia, Cinemark, Dadalto, Outback, Saraiva Megastore, Avenida, Sipolatti, Harry´s, Camicado, Polishop, entre outras.

OS PRINCIPAIS SHOPPINGS DA GRANDE VITÓRIA

Shopping Montserrat

Serra

Shopping Mestre Álvaro

Serra

Shopping Moxuara

Cariacica

Shopping Boulevard

Vila Velha

Shopping Vila Velha

Shopping Praia da Costa

Shopping Vitória

Vitória

Vila Velha

Vila Velha

Shopping Moxuara, um investimento

de R$ 370 milhões, foi inaugurado em maio

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A venda de veículos no Espírito Santo em 2014 registrou certo desequilíbrio. Enquanto o segmento de usados cresceu 9,4% no número de unidades comercializadas

de janeiro a outubro, o de veículos novos teve queda de 6,2%.O diretor-executivo do Sindicato dos Concessionários

e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodives), José Francisco Costa, explicou que 2014 foi um ano atípico, com Copa do Mundo e eleições, que emperraram o comércio.

“O mercado começou com muitas dúvidas em 2014. O carnaval só aconteceu em março, depois tivemos Copa do Mundo em junho, que fez com que o país parasse novamente. Aí vieram as eleições e as incertezas do que estaria por vir. Isso tudo prejudicou a comercialização dos carros novos”, avalia.

Segundo Costa, os meses de novembro e dezembro costumam alavancar as vendas, com a chegada de 13º salário e as férias.

“É época de presentes; novos modelos que despertam o interesse do consumidor estão chegando das fábricas, assim como há promoções dos modelos de 2013 que ainda estão em estoque”, explica.

Ele diz que neste momento o consumidor aproveita as promoções e compra o seu carro, porque depois o ciclo de baixa vai recomeçar, com os recessos escolares e também das indústrias, que costumam dar férias coletivas, diminuindo a oferta de mercado.

Há ainda muitas incertezas e é difícil apontar quais são as expectativas para 2015. “Temos um cenário incerto da macroe-conomia. As despesas e tarefas estão aumentando, tudo re�ete na cadeia produtiva e é um momento de expectativa. As capacidades de compra, crédito e segurança estão abaladas e não há como se projetar um cenário para 2015. Vamos esperar janeiro e fevereiro e analisar se o clima macroeconômico vai trazer um cenário mais positivo, porque, por enquanto, ainda não é bom. A expressão de quem pode comprar veículo à vista é pequena”.

“O mercado mediano representa 50%, e esses clientes precisam de �nanciamento para adquirir um carro. Nesse momento, os bancos têm sido mais rigorosos para conceder o crédito, e as pessoas também estão mais preocupadas, freando compras a longo prazo por conta da incerteza”, explica.

Venda de veículos seminovos aumenta, e a de novos cai em 2014

Foto: Thiago Guimarães

MERCADO AUTOMOTIVO

Grandes eventos do ano prejudicaram as vendas de carros novos. Já o comércio de usados registrou aquecimento

“Esperamos que 2015 seja melhor do que este ano que está terminando, com

a população aumentando o seu poder de compra e a economia se reaquecendo”

Patrícia Pretti Asseff, diretora-executiva da Vitória Motors Mercedes-Benz

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 117

“O ano de 2014 foi excelente para a Vitoriawagen. Tivemos vários lançamentos que consolidaram ainda mais a marca no Espírito Santo. Um dos destaques foi o subcompacto Up!, que, inclusive, recebeu diversos prêmios como um dos modelos mais seguros e econômicos de sua categoria. Várias unidades foram vendidas em todas as versões desse carro, que tem a jovialidade como ponto forte. Também não podemos esquecer as grandes novidades, como o Novo Golf, que segue o padrão europeu, Novo Fox, o Novo CrossFox e o Cross Up!”, citou.

Ao longo deste ano, a Vitoriawagen também investiu forte no treinamento e na capacitação das equipes de cada uma das concessionárias da marca. “Recebemos especialistas da Volkswagen do Brasil para realizar cursos e workshops com nossos pro�ssionais de vendas, pós-vendas, mecânica e administração, com o intuito de mantermos nosso padrão ouro de qualidade, já reconhecido pelo consumidor capixaba”, salientou.

A venda de carros de luxo também registrou bom desempenho, segundo a diretora-executiva da Vitória Motors Mercedes-Benz, Patrícia Pretti Asse�, mostrando que esse segmento foi menos afetado pela criste. “O ano de 2014 foi extremamente desa�ador para a economia brasileira e, mais ainda, para o mercado de automóveis. Mesmo assim, diferentemente dos demais segmentos automotivos, o de carros de luxo registrou um bom desempenho”.

Ela acrescentou que o consumidor dessa categoria está cada vez mais exigente e, quando pode, procura veículos que vão oferecer conforto, segurança e status. “Na Vitória Motors Mercedes-Benz, três novos lançamentos, CLA, GLA e Novo Classe C, foram fundamentais para os resultados que alcançamos. Esperamos que 2015 seja melhor do que este ano que está terminando, com a população aumentando o seu poder de compra e a economia se reaquecendo”, a�rmou.

SEMINOVOSMas se o momento atual é ruim para o mercado de veículos novos,

o segmento de seminovos continua em alta. Somente em outubro foram comercializadas no Espírito Santo 29.117 unidades.

O total representa um crescimento de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o volume de negociações aumentou 9,4% e ultrapassou a marca de 256 mil veículos vendidos.

O presidente da Associação de Revendas de Veículos do Espírito Santo (Arives), Paulo Cesar Martinelli Sepulcri, acredita que o preço atrativo do carro seminovo é o maior responsável por esse cenário positivo, que deve permanecer em 2015. “Em função da grande diferença de preço do seminovo para o zero quilômetro, a compra se torna muito vantajosa”, a�rma. “Hoje, pelo mesmo valor de um zero quilômetro básico, é possível encontrar no mercado diversas opções de seminovos com uma série de opcionais e, muitas vezes, ainda na garantia de fábrica”.

SUPERANDO A CRISEMesmo com a comercialização de novos veículos em queda,

algumas concessionárias ainda comemoram o ano de 2014. A Vitoriawagen, por exemplo, conseguiu aumentar em 20% as vendas no segmento de picapes, com o lançamento da nova Saveiro Cabine Dupla, e se comportou bem na negociação em carros populares, segundo o gerente geral, Fábio Sartório.

“Temos um cenário incerto da macroeconomia. As despesas e as estão aumentando. Tudo reflete na cadeia produtiva e é um momento de expectativa.” - José Francisco Costa, diretor-executivo do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (Sincodives)

DADOS DO MERCADO DE AUTOMÓVEIS

* Dados se referem ao acumulado de janeiro a outubro

Fonte: Fenabrave, Sincodives e Arives

VEÍCULOS NOVOS

Saldo negativo de 6,42%

2013

92.963

2014

86.998

VEÍCULOS SEMINOVOS

Crescimento de 9,4% das

vendas

2014

256.004

2013

234.094

Page 118: Revista Es Brasil Retrospectiva 2014

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Inovação: a competitividade tem base para avançar em 2015

Luiz Fernando Schettino

O mundo vive di�culdades econômicas, tendo a reunião na Austrália do G20, que representa 85% da economia do planeta, “pactuado” medidas para aumentar o

Produto Interno Bruto (PIB) do Grupo em 2% em 2019. Assim, será possível crescer para mais de US$ 2 trilhões o PIB mundial, para que melhorem pelo menos as economias desses países, entre os quais o Brasil.

E, para Steve Forbes, editor-chefe da revista Forbes, “é pela possibilidade de as pessoas fazerem negócios entre si que se pode alcançar um padrão de vida mais alto, o que é feito no comércio, pela criação de produtos e serviços”. Ainda segundo ele, “os atores econômicos são os condutores para se criar um ambiente em que a economia possa crescer e prosperar.”

A inovação tem papel de destaque neste cenário, para que o Brasil possa se tornar mais competitivo internacionalmente e capaz de enfrentar a “enxurrada” de produtos asiáticos que tiram nossos empregos e estão destruindo nossas indústrias. O Brasil está na 39ª posição no ranking da competitividade entre 43 nações. Se não fosse a abundância de recursos naturais e setores, tais como agronegócio, aeroespacial, petróleo e de embalagens, com competitividade alta, a situação estaria mais difícil.

Porém, há um arcabouço legal que envolve a inovação, como o Decreto nº 8.269, 25/06/2014, que instituiu o Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento (PNPC), cujo objetivo é: realizar encomenda tecnológica destinada à solução de problema técnico especí�co ou à obtenção de produto ou processo inovador, de bens ou serviços, que envolva risco tecnológico; e estimular a parceria entre empresas e instituições de pesquisa cientí�ca e

tecnológica. A �nalidade é atuar em conjunto para obter resul-tados concretos à solução de problemas técnicos especí�cos ou para alcançar produtos ou processos inovadores de elevado risco tecnológico.

Há política pública desde 2004 com a lei de inovação. E foi construído um Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, com participação dos estados e de muitos municí-pios, com recursos disponíveis, se não ideais, mas su�cientes para que a inovação aconteça. Existem Núcleos de Inovação Tecnológica – NITs, há instrumentos de apoio às empresas:

incentivos �scais, crédito com taxas de juros equalizadas e subvenção econômica; houve descentralização do fomento, apoio a incu-badoras de empresas; Institutos Nacionais de Pesquisa tecnológica e Inovação; Serviços Tecnológicos; e está em debate no Congresso Nacional a introdução de novos instrumentos de fomento à pesquisa, como o bônus tecno-lógico, a criação de fundos de investimento

à inovação, dentre outros. No Espírito Santo, houve qualificação das empresas de

Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC, hoje de classe mundial; quali�cação das instituições das ICTs em direção ao empreendedorismo e inovação; e foco na interiorização do desen-volvimento, conforme Anilton Salles Garcia, presidente da Fapes.

Se depender de inovação, o Brasil tem base para avançar em 2015, mas é preciso pensar, além disso, em carga tributária, logís-tica e infraestrutura.

Luiz Fernando Schettino é professor da Ufes, especialista em Gestão Estratégica do Conhecimento e Inovação e Diretor Geral da Aspe

INOVAÇÃOARTIGO

Mas é preciso pensar em carga tributária, logística e infraestrutura

A Inovação tem papel de destaque

neste cenário, para que o Brasil possa se tornar mais competitivo internacionalmente”

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EVENTOS

Eventos: Copa do Mundo e eleições prejudicam o setorO ano de 2014 não foi positivo para o turismo de negócios

e eventos do Espírito Santo, que apresentou uma queda em relação a 2013. De acordo com o calendário do ES

Convention & Visitors Bureau (ESC&VB), foram promovidos 34 eventos técnico-cientí�cos no Estado em 2014, número bem abaixo do registrado em 2013, que teve um total de 113 progra-mações. Segundo o presidente da entidade, Alfonso Silva, esse resultado pode ser justi�cado pela realização da Copa do Mundo no Brasil e pelo período de eleições, que reduziram de forma expressiva os eventos de negócios. “O ano de 2014 foi atípico, principalmente por causa da Copa do Mundo – que in�uenciou no aumento de passagens aéreas, por exemplo – e das eleições, que deixaram as empresas mais atentas aos resultados. Houve uma retração em relação ao ano passado”, a�rma.

Apesar de o cenário não ter sido positivo, a expectativa é de recuperação para o próximo ano. Segundo o ESC&VB, dois importantes eventos nas áreas jurídica e de saúde já estão con�r-mados para acontecer no Espírito Santo em 2015, movimentando, juntos, mais de R$ 1,4 milhão com a vinda de mil turistas. “A perspectiva para 2015 é muito boa. Estamos fazendo um trabalho bem maior na captação de eventos para que Vitória seja cada vez mais inserida no calendário nacional”, revela Alfonso.

CASA CORA Casa Cor Espírito Santo, pela primeira vez em sua história, foi

realizada no município da Serra. O evento, que aconteceu no Shopping Mestre Álvaro, de 26 de setembro a 11 de novembro, apresentou o slogan “Um Olhar Muda Tudo”, trazendo ambientes criativos,

so�sticados e modernos, que apresentaram aos capixabas três formas de viver: urbana, praia e montanha. A mostra contou com a presença de diversos pro�ssionais da arquitetura, como Sérgio Palmeira, Letícia Finamore, Zilda Hela, Cyane Zóboli, Sérgio Caus e Max Mello.

EXPOTUR-ESDurante os dias 4, 5 e 6 de abril, a Praça do Papa, em Vitória,

foi palco para o que há de melhor no turismo, na cultura, no artesanato e na culinária capixaba com a realização da 10ª Expotur. O evento, que a cada ano tem se consolidado como uma referência na divulgação dos destinos turísticos do Espírito Santo, também serviu como uma ótima oportunidade para os profissionais do setor promoverem e fecharem bons negócios. E para contemplar a quali�cação dos participantes dentro da programação da feira, foram promovidos fóruns, workshops e mesas-redondas sobre temas ligados ao turismo.

FEIRA DO VERDEMaior evento ambiental do Estado, a Feira do Verde abriu suas

portas no dia 10 de dezembro na Praça do Papa. Com o tema “Educação Ambiental: Contribuindo para a Construção de Sociedades Sustentáveis”, a feira trouxe 34 estandes para os visitantes, organizados por instituições públicas e privadas, associações e organizações não governamentais. O evento comemorou 25 anos em 2014 e contou com um espaço temático sobre os novos caminhos para a sustentabilidade. Outro grande destaque foi a cápsula do tempo, na qual o visitante pôde deixar uma mensagem do que deseja para a cidade de Vitória. Um recado que só será aberto daqui a 25 anos.

Apesar da queda registrada no setor,

as tradicionais feiras de negócios tiveram

resultados positivos

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 121

GRANEXPOESCom a proposta de trazer o clima de campo

para dentro da cidade, o novo formato da GranExpoES – que concentrou todas as atividades na área externa do Carapina Centro de Eventos, na Serra – agradou às cerca de 100 mil pessoas que prestigiaram o evento. Durante os quatro dias de feira, de 14 a 17 de agosto, foram movimentados aproxima- damente R$ 40 milhões entre pequenos e grandes negócios. Além das máquinas agrícolas, veículos, apartamentos e animais de elite, a feira foi palco para o comércio de produtos da agroindústria familiar, artesanato, hortifrutigranjeiros, entre outros.

SUPER FEIRA ACAPS PANSHOWO Carapina Centro de Eventos foi palco para mais uma edição

da Super Feira Acaps PanShow. O maior encontro do varejo do Espírito Santo foi realizado de 2 a 4 de setembro, apresentando um volume de negócios na ordem de R$ 160 milhões. Diversos pales-trantes detalharam o panorama econômico para 2015, e empresários contaram a história das grandes redes de supermercado do Estado. Um dos destaques do evento foi o consultor de etiqueta Fábio Arruda, que deu dicas sobre o comportamento no ambiente corporativo. A feira foi bastante elogiada pelas empresas que inves-tiram em modernos estandes para exposição de seus produtos.

MEC SHOWA Mec Show 2014 – Feira da Metalmecânica, Energia e Automação,

realizada entre os dias 22 e 25 de julho, no Carapina Centro de Eventos, gerou mais de R$ 50 milhões em negócios e contratos futuros para os 12 meses seguintes ao encontro. De acordo com a organização, 17 mil visitantes de 17 estados brasileiros circularam pelos estandes durante os quatro dias. O grande destaque foi a presença de participante de países como Estados Unidos, Canadá, Portugal e Itália, que estiveram no Espírito Santo motivados, principalmente, pelo setor de petróleo e gás natural.

MORAR MAIS POR MENOS VITÓRIAAmbientes decorados de forma so�sticada, mas com objetos e

soluções inteligentes. Essa foi a proposta do Morar Mais por Menos Vitória, que em 2014 chegou à sua terceira edição. O evento, que foi realizado de 7 de maio a 15 de junho na capital, contou com 41 ambientes em aproximadamente 1.700 metros quadrados. Sustentabilidade, brasilidade, inclusão social e customização foram os conceitos sugeridos aos arquitetos, designers e paisagistas para criar ambientes so�sticados dentro de uma proposta acessível ao bolso, mostrando aos visitantes que, com a ajuda de um pro�ssional, essa tarefa torna-se mais quali�cada e mais rápida de ser executada.

EXPO CONSTRUÇÕESA primeira grande feira do setor da construção civil capixaba –

Expo Construções –, realizada de 4 a 7 de novembro, no Carapina Centro de Eventos, apresentou um saldo positivo: foram 10 mil visitantes de 14 estados brasileiros, 150 expositores e cerca de R$ 20 milhões em contratos futuros nas rodadas de negócios e negociações feitas nos estandes. E as expectativas para 2015 são melhores ainda, principalmente por conta da participação de construtoras e de lojistas de material de construção na feira, pelas rodadas promovidas pelo Sebrae-ES e pela ampla grade de palestras técnicas do Qualicon, que motivaram os expositores.

CACHOEIRO/ VITÓRIA STONE FAIROs negócios e os contatos realizados durante a Cachoeiro Stone Fair

2014 animaram os representantes do setor de rochas ornamentais. A edição deste ano teve grande participação dos representantes do setor de máquinas e equipamentos e também apresentou muitas novidades em pedras. Um verdadeiro showroom em ambos os segmentos. A feira recebeu mais de 25 mil pessoas de 700 cidades de todos os estados brasileiros, o que revelou o grande interesse do mercado nacional nas novidades apresentadas. O público estrangeiro veio de 17 países. A Vitória Stone Fair-Marmomacc Latin America 2014 também não deixou a desejar e reuniu 420 expositores nacionais e internacionais. A edição, que reforçou um novo posicionamento no mercado internacional, ocorreu pela primeira vez em conjunto com o grupo italiano VeronaFiere.

Presenças internacionais foram destaque na Mec Show, feira que gerou R$ 50 milhões em negócios e futuros contratos

Sofisticação e inteligência marcaram o Morar Mais por Menos Vitória

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N os últimos anos, a geração de novos postos de trabalho vem perdendo força no Brasil. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged),

do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o número de admissões chegou a 18.704.576 de janeiro a outubro de 2014. Em 2013, nos 10 primeiros meses, foram criadas 19.193.551 vagas, sendo que em todo o ano a soma de admissões fechou em 22.092.164.

Apesar de ter encerrado 2013 com total de admissões superior ao de 2012, quando foram abertos 21.743.957 postos de trabalho, o saldo total (admissões menos demissões) indica uma direção contrária. Caiu de 1.315.577 em 2012, para 1.117.171 em 2013. No mês de outubro de 2014, o saldo acumulado do ano estava em 972.287 empregos.

Ao comentar os dados da geração de vagas em setembro de 2014, quando foi registrado o pior saldo para o mês desde 2001,

o ministro do Trabalho, Manoel Dias, atribuiu o desempenho à situação de pleno emprego da economia brasileira. Segundo afirmou na época, a necessidade de novos trabalhadores diminui à medida que as vagas são ocupadas. “Não estamos vivendo o pleno emprego? Se gerássemos 200 mil empregos, não teríamos onde colocar. A tendência natural é que, a cada ano, diminua a necessidade de novos empregos. Geramos 22 milhões de empregos em 10 anos. Isso vai suprindo a demanda e as necessidades”, destacou.

EMPREGOS NO ESNo Espírito Santo, a avaliação do diretor de Estudos e Pesquisas

do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Silva Lira, é de que deve haver estabilidade na geração de empregos em 2014. “Provavelmente alcançará um saldo de empregos celetistas semelhante ao registrado em 2013, que encerrou em mais de 19 mil postos de trabalho. A taxa de desemprego pode apresentar redução em 2014, levando-se em consideração os empreendimentos dos setores secundário e terciário, que entraram em operação”, disse.

Os dados do Caged mostram que no Espírito Santo o saldo de empregos fechou 2013 com 19.391 vagas, menos que o registrado em 2012 - 25.152 postos de trabalho. Em 2014, no período de janeiro a outubro, o número de admissões fechou em 405.915, enquanto o de demissões foi de 387.604, levando a um saldo de 18.311 postos de trabalho.

Entre os municípios com mais de 30 mil habitantes, Vitória, Serra, Vila Velha, Cariacica e Linhares, nesta ordem, ocupam os primeiros lugares tanto no ranking de admissões quanto de demissões. Entretanto, quando analisado o saldo, os melhores desempenhos se deram em Serra (4.089), Aracruz (2.262), Cariacica (2.230), Vila Velha (2.082) e Colatina (1.626). Cinco municípios tiveram resultado negativo, ou seja, demissões maiores que admissões: Guarapari (-387), Vitória (-183), Itapemirim (-149), Marataízes (-78) e Viana (-48).

Criação de postos de trabalho cai em 2014

TRABALHO

Fonte: MTE – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – Lei 4923/65*Saldo líquido = admissões - demissões

EMPREGO NO ES

Atividade 2013 2014

Extrativa mineral 711 351

Indústria de transformação 5.469 5.533

Serviços industriais de utilidade pública 548 89

Construção civil 1.023 -1.007

Comércio 3.565 2.040

Serviços 8.672 9.999

Administração pública 1.106 367

Agropecuária 1.360 939

Saldo total 18.311

De janeiro a outubro de 2014, por setor de atividade econômica*

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Page 124: Revista Es Brasil Retrospectiva 2014

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O s resultados de avaliações nacionais e internacionais demonstram que a educação brasileira está longe de ser motivo de orgulho do país. Índices nacionais

de analfabetismo, distorção idade-série e evasão escolar se distanciam dos desempenhos de países que priorizam a educação.

Apesar dessa preocupante realidade, o Espírito Santo tem conquistado resultados positivos em relação ao Brasil, ainda que de forma modesta. No levantamento do Programa de Avaliação da Educação Básica do Espírito Santo (Paebes), da Secretaria Estadual de Educação (Sedu), os alunos obtiveram pontuações melhores nas provas de Língua Portuguesa e Matemática que na avaliação anterior. No 9º ano, por exemplo, a melhoria foi de 3,6 pontos em Matemática e de 6,5 pontos em Língua Portuguesa.

O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) divulgado em 2014, mas referente a 2013, aponta que nos anos �nais do ensino fundamental, houve acréscimo de 0,3% em relação a 2012. Se comparado às primeiras avalições do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, esse percentual é de 1,6%. “Apesar de num primeiro momento, os avanços parecerem pequenos, o Espírito Santo foi o único a conquistar melhorias nos três níveis e os melhores resultados de sua história”, explica o secretário estadual de Educação, Klinger Marcos Barbosa Alves.

ES avança em indicadores de educação

Foto

: Div

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ção

EDUCAÇÃO

RESULTADOS DO IDEB

Modalidade 2005 2007 2009 2011 2013

Anos iniciais do ensino fundamental

3.7 4.1 5.0 5.0 5.3

Anos finais do ensino fundamental

3.5 3.6 3.8 3.7 4.0

Ensino médio 3.1 3.2 3.4 3.3 3.4

Fonte: Sedu

Fonte: Sedu

RESULTADOS DO PAEBE

Ano Prova 4ª série/ 5º ano

8ª série/ 9º ano

3º ano do ensino médio

2012Língua

Portuguesa e Matemática

195,3 213,7

243,2 255,3

271,6 281,1

2013Língua

Portuguesa e Matemática

199,6 218,7

249,7 258,9

273,7 285,8

O total de alunos que concluem o ensino médio até 19 anos de idade é outro critério avaliado, e o Estado �cou em terceiro lugar, atrás apenas do Distrito Federal e São Paulo.

Sedu implanta programa de Educação

em Tempo Integral

Page 125: Revista Es Brasil Retrospectiva 2014

ENSINO SUPERIORA partir de 2011, quando a UVV se tornou universidade, de�niu

a revisão, focada na empregabilidade, do projeto pedagógico dos 48 cursos. Realizou então uma pesquisa com alunos egressos, a �m de identi�car competências, habilidades e atitudes demandadas pelo mercado, e �nalizou a readequação dos planos de aulas este ano.

Em 2014 foram inaugurados 16 laboratórios de Engenharia e �rmadas parcerias com empresas para o desenvolvimento de projetos por alunos da UVV, destaca o pró-reitor acadêmico Heráclito Amâncio Pereira Junior. “Na área de Direito, por exemplo, foi ampliado e informatizado o nosso Núcleo de Práticas Jurídicas, hoje reconhecidamente um dos maiores e melhores do Brasil”, relata.

Na área de pós-graduação, a universidade inaugurou o sexto curso de mestrado, dessa vez em Política de Segurança. Para 2015, deverá ser concluída a formatação do mestrado em Arquitetura e já está em andamento mais dois, nas áreas de Tecnologia/Inovação e Direito.

A Faesa apresentou o Radar de Talentos, programa de capacitação gratuita e encaminhamento ao mercado para alunos egressos, por meio de parcerias com empresas. A primeira área contemplada foi a de Computação e Sistemas, mas haverá expansão para as demais. A entidade inaugurou a clínica-escola do curso de Odontologia, em Vitória, com 44 consultórios, sendo 12 equipados com aparelhos de raio-X e um centro cirúrgico com quatro consultórios para procedimentos de maior complexidade.

O ano de 2014 foi de crescimento para a Fucape Business School, eleita a “8ª Melhor Instituição de Ensino Superior do País”, de acordo com o IGC – Índice Geral de Cursos (MEC), pelo quarto ano consecutivo, com nota máxima. O ano foi marcado ainda pela abertura da �lial no Rio de Janeiro – capital, com o curso de Mestrado Pro�ssional em Ciências Contábeis.

A instituição também ampliou os cursos de MBAs em Estratégia e Inovação para Lideranças Empresariais, Inteligência Competitiva e Liderança, e Desenvolvimento Humano, além de investir em projetos e instituições que fomentam o conhecimento e o desenvolvimento social, como Governo do Estado, ES em Ação, Líderes do Amanhã, e Fundaes. Firmou ainda parceria internacional com a Southwest University of Finance and Economics – SWUFE (China).

Na Ufes, destaque para a 5ª edição da Feira de Cursos, em julho, nos campi de Alegre, Vitória e São Mateus, que contou com milhares de estudantes. O evento tem o objetivo de apresentar os cursos da instituição de graduação e contribuir para as escolhas dos candidatos no VestUfes. Ainda na Ufes, a Superintendência de Cultura e Comunicação realizou, em outubro, uma reunião aberta para debater o processo de produção do Plano de Cultura para o edital Mais Cultura nas Universidades, instituído pelos ministérios da Educação (MEC) e da Cultura (MinC), para os anos de 2015 e 2016.

Por �m, na análise do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, obtivemos o melhor desempenho entre todos os estados do Brasil.

Turmas de educação em tempo integral foram implantadas em 16 escolas da rede estadual, bene�ciando mais de 2 mil alunos. “Ações culturais e esportivas que integram o programa são importantes atrativos para manter o aluno na escola”, destacou Klinger.

Acerca das melhorias estruturais, até novembro, 96 escolas somente da rede estadual estavam em obra e receberam mobiliário. Houve a entrega de 9.659 tablets para diretores, professores do ensino médio e pedagogos. As escolas realizaram ainda pequenos consertos por meio de verbas (previsão de R$ 33 milhões) repassadas pelo Programa Dinheiro Direto na Escola.

Este ano, foram aprovados em concurso público 1,4 mil professores; passou a funcionar o Centro de Formação de Pro�ssionais da Educação, e a Sedu iniciou, em parceria com o Ministério da Educação (MEC) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), um programa de capacitação que já conta com 6 mil professores de ensino médio.

Quanto aos desa�os para os próximos anos, o secretário destacou que passam necessariamente pela alfabetização de todas as crianças até os 8 anos de idade, por minimizar a distorção idade-série, e por encontrar formas de tornar o ensino médio mais atraente.

Visando a capacitação dos alunos Faesa apresentou o projeto Radar de Talentos

ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 125

Foto: Divulgação

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EDUCAÇÃO PROFISSIONALIZANTE

A falta de mão de obra quali�cada é um problema histórico da indústria. Para minimizar esse impacto, entidades, órgãos governamentais e setor privado investiram em

2014 na promoção do crescimento pro�ssional dos capixabas. O ano começou com o anúncio do Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CPID) que será instalado, em 2016, no morro da Companhia Vale do Rio Doce, em Cariacica. Um investimento de mais de R$ 22 milhões, fruto de uma parceria entre a Financiadora de Estudos e Projetos – Finep; o Governo do Estado, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo, o Instituto Estadual de Meio Ambiente; o Instituto Federal do Espírito Santo e a Universidade Federal do Espírito Santo.

O empreendedorismo dos jovens capixabas também foi destaque, por meio das ações realizadas pela Junior Achievement, associação sem �ns lucrativos, que bene�ciaram mais de quatro mil alunos só no primeiro semestre de 2014 e a previsão para este ano é ter alcançado 19 mil alunos de escolas públicas e particulares da Grande Vitória e do interior. No Espírito Santo,

são 47 mantenedores, entre empresas, fundações e pessoas físicas, que colaboram com 13 programas de empreendedorismo. O programa “Miniempresa”, um dos carros chefes da Associação Junior Achievement do Espírito Santo (Ajaes), foi desenvolvido com 500 alunos de abril a setembro.

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), que investiu R$ 304 milhões no Espírito Santo, beneficiou 69 municípios e registrou 188 mil matrículas. As informações foram divulgadas durante formatura de alunos do Pronatec, realizada em julho, no Centro de Convenções de Vitória, com a participação da presidente Dilma Rousse�, em sua segunda visita ao Estado, em quase quatro anos de mandato.

Dilma ressaltou ainda 75% das receitas com a exploração de petróleo deverão ser destinados a investimentos à educação e à formação pro�ssional, o que representará quase R$ 1 trilhão para os próximos 35 anos. A meta da primeira fase do Pronatec, de ofertar 8 milhões de matrículas, foi alcançada em agosto. Em sua segunda fase, o programa visa chegar a 12 milhões a partir de 2015.

O ano da capacitação

Agências de Treinamento Municipal: capacitação em

diversos municípios capixabas

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MAIS COMPETITIVIDADE E OPORTUNIDADES TAMBÉM NO INTERIOR

A Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes) apostou em duas frentes: as Agências de Treinamento Municipal (ATMs) e as Escolas Móveis. Esses projetos passam pelo Plano de Investimentos do Sistema Findes, que é de R$ 150 milhões até 2017, dos quais 84% serão destinados a educação e quali�cação. Este ano foram inauguradas mais três unidades de ATMs - Guaçuí, Itaguaçu e Santa Teresa – totalizando seis delas. A expectativa é de que possam quali�car mão de obra em diversas áreas e melhorar a competitividade das indústrias do interior.

O projeto da Escola Móvel também oferecerá diversas opções de cursos, conforme a demanda industrial. A unidade, que deverá per-manecer seis meses em cada município, foi criada com módulos educacionais articuláveis, que formam salas de aulas e laboratórios. Em agosto, a Findes inaugurou a Escola Móvel de Baixo Guandu, com a oferta de seis cursos inicialmente. O presidente da Findes lembrou que o projeto capixaba já foi replicado em todo o Brasil por meio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Já o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) inaugurou este ano um Módulo de Treinamento de Trabalhos em Altura. A primeira torre do Estado, localizada no Centro Integrado Sesi/Senai, do bairro Santo Antônio, em São Mateus, tem 13 metros de altura e serve para as simulações de trabalho em plataforma e exploração terrestre de petróleo.

Os capixabas tiveram no ano mais acesso a cursos de formação e capacitação. Essas opções resultaram em um diferencial para quem quer ingressar ou retornar ao mercado de trabalho. A quali�cação pro�ssional signi�ca melhores cargos, maiores salários e carreiras mais promissoras. Ainda há um longo caminho a ser trilhado na busca pelo emprego pleno, mas em 2014 foram plantadas impor-tantes sementes, que deverão dar frutos nos anos que estão por vir.

O Instituto Federal do Espírito Santo – Ifes tem 21 campi em funcionamento e 2 em implantação. Reúne opções de cursos técnicos, bacharelados, licenciaturas, especializações e mestrados. A partir do ano que vem, o Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) oferecerá o Mestrado Pro�ssional de Engenharia de Controle e Automação no Campus Serra. Esse será o primeiro mestrado ofertado no campus e o quinto no Ifes.

Destaque de 2014 também para as opções oferecidas pelo Serviço Nacional do Comércio (Senac) em dezenas de áreas, como meio ambiente, beleza, administração e negócios, turismo e hospitalidade, e gastronomia, com mais de 100 cursos. Apesar de muitos deles serem pagos, o Senac conta com o Programa Senac de Gratuidade (PSG) para jovens de baixa renda.

As oportunidades para o início de 2015 já foram anunciadas no início deste mês. Mais de 8,5 mil vagas serão oferecidas em cursos gratuitos com duração máxima de dois anos. Portos, Informática, Secretariado e Comercio Exterior são algumas das 34 opções de cur-sos pro�ssionalizantes, distribuídas por 49 municípios capixabas, que alunos em conclusão do ensino médio ou do EJA (Educação de Jovens e Adultos) poderão fazer em 2015, num total de 8.529 vagas.

Somente na Grande Vitória, há 3.105 vagas, sendo Administração o curso com maior oferta: 2.178 vagas em 43 turmas. As aulas têm início no dia 3 de fevereiro de 2015 e a duração dos cursos varia entre três e quatro semestres.

Até o dia 22 de dezembro, as inscrições poderão ser feitas no site da Secretaria Estadual de Educação (Sedu) – www.educacao.es.gov.br – onde também é possível acessar a lista dos cursos.

Três desses cursos estão sendo oferecidos pela primeira vez: Design de Interiores, em Linhares; Nutrição e Dietética, em Boa Esperança; e Agente Comunitário de Saúde, em Conceição do Castelo e Bom Jesus do Norte. Os municípios de Bom Jesus do Norte e Sooretama também são novidade no processo. A oferta atual representa um acréscimo e 5.448 vagas, em relação ao ano passado.

Competência e gestão: jovens capixabas participaram de

Feira da Miniempresa

Os cursos de capacitação do Senai oferecem melhores chances no mercado de trabalho

Fotos: Divulgação

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P ara a ArcelorMittal Tubarão, 2014 foi um ano de retomada. Após cerca de dois anos investindo na redução de custos, no aprimoramento da estabilidade dos

processos, nos preparativos para a operação à plena carga de todos os equipamentos, além do desenvolvimento de novos produtos, a empresa conseguiu concretizar, ao longo dos últimos 12 meses, importantes projetos até então paralisados e que aguardavam por um cenário mais favorável.

Neste ano, a companhia retornou a operação do seu Alto- Forno 3, voltando a produzir a plena carga, a um ritmo de 7,0 milhões de toneladas/ano, conforme o mix de produtos negociados. O equipamento, que tem capacidade de produção nominal de 2,8 milhões de toneladas de ferro gusa por ano, estava paralisado desde novembro de 2012.

Parte da atual produção de placas da empresa passou a ser direcionada à unidade de operação na cidade de Calvert,

no Alabama (EUA), adquirida pelo Grupo ArcelorMittal em joint venture com a Nippon Steel & Sumitomo Metal Corporation no �nal de 2013. Essa retomada, que gerou mais de 200 empregos diretos na unidade de Tubarão, também possibilitará a volta ao mercado internacional de placas e a fazer novos investimentos em sua planta industrial em São Francisco do Sul (SC), a ArcelorMittal Vega, visando a ampliar a produção e a linha de produtos, entre outros projetos.

Até o �nal de dezembro, a estimativa é de que a produção nessa nova fase do Alto-Forno 3 supere um milhão de toneladas.

Com a entrada de mais esse terceiro equipamento, a previsão da empresa é fechar o ano com produção de 5,4 milhões de toneladas de placas, 23% a mais do que a registrada no ano passado.

Este ano também foi marcante para a produção de bobinas laminadas a quente, a partir do beneficiamento das placas fabricadas internamente na empresa. Em setembro, o Laminador

ANO DE RETOMADA E NOVOS PROJETOSImportantes projetos foram concretizados pela ArcelorMittal Tubarão em 2014, como o retorno da operação do seu Alto-Forno 3

ARCELORMITTAL TUBARÃO

Informe publicitário

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de Tiras a Quente (LTQ) da ArcelorMittal Tubarão, atingiu uma produção recorde de 360.429 toneladas, projetando um ritmo anual da ordem de 4,0 milhões de toneladas ano, que é a sua capacidade nominal. Esse feito é um marco, já que o equipamento acaba de completar 12 anos de operação.

Foram desenvolvidos, também em 2014, 15 novos projetos de qualidade de aço, associados a novas composições químicas e condições de processamento em atendimento a demandas do mercado. Nos próximos meses, a grande novidade será a entrada de�nitiva da empresa na lista das empresas de ponta no atendimento ao setor automobilístico, com o início da produção do aço Usibor®, que terá sua forma �nal fabricada nas instalações da ArcelorMittal Vega (SC). Esse aço permitirá a produção de peças estampadas a quente, de menor espessura e com maior resistência mecânica, contribuindo para a redução do peso dos automóveis, o aumento da segurança e a redução do consumo de combustível

e emissões de CO. Prevê-se ainda a elaboração de 35 novos projetos de qualidade. Todo este desenvolvimento só é possível com um controle de processo rigoroso e competente, considerando que os desa�os são crescentes.

Para 2015, as expectativas da empresa é continuar focada no aumento da estabilidade operacional e na busca da excelência em todos os seus processos, para manter-se dentre as mais compe-titivas do grupo e do setor.

Jorge Luiz Ribeiro de Oliveira, Vice-presidente de Operações

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FOCO NA SUSTENTABILIDADE Com forte atuação junto às comunidades, buscando criar redes de

relacionamento para potencializar objetivos comuns e ajudando-as a desenvolver seus próprios projetos, a área de Responsabilidade Social da ArcelorMittal Tubarão busca manter um estreito relacionamento com a sociedade.

Para isso, apoia iniciativas e projetos sociais diversos por toda a Grande Vitória, visando a contribuir para o desenvolvimento das comunidades de sua área de in�uência.

Para 2015, a empresa vai apoiar 11 projetos de cunho social, desenvolvidos por organizações não governamentais. A partir de um criterioso processo de avaliação, essas iniciativas foram selecionadas e receberão recursos �nanceiros de até R$ 120 mil para o período de 12 meses, com a possibilidade de renovação por mais 12 meses. Os últimos projetos apoiados, entre 2012 e 2013, bene�ciaram diretamente mais de 28 mil crianças, jovens e adultos, e indiretamente quase 100 mil pessoas. Também responderam pela geração de 110 empregos diretos e mobilizaram mais de mil voluntários, parte deles (115) empregados da própria empresa.

Na área ambiental, a empresa detém alguns dos melhores indicadores do mundo. Sua gestão hídrica, por exemplo, prevê que 95% de toda a água utilizada pela usina venha do mar, graças a um e�ciente sistema de captação e circulação da água. Já o modelo energético adotado permite utilizar os gases do processo de produção de aço para gerar energia, da ordem de 500 MW. Quando há excedente, ele é comercializado, contribuindo para o sistema público, reduzindo custos e impactos ambientais.

A ArcelorMittal Tubarão é referência também em índices de reciclagem e comercialização de coprodutos que já se tornaram,

inclusive, matérias-primas com valor comercial e social. Hoje a empresa conta com uma carteira de cerca de 30 coprodutos, frutos do bene�ciamento dos resíduos de fabricação do aço na usina. Neste ano de 2014, quase 100% dos resíduos gerados em Tubarão foram destinados à reutilização/reciclagem.

Na Gestão Atmosférica, a empresa atua com diferentes mecanismos de controle e de monitoramento. Possui, por exemplo, um Cinturão Verde, com mais de 2,6 milhões de árvores e que consiste numa barreira natural, altamente e�ciente para evitar a dispersão de partículas das áreas internas. Para monitoramento das suas emissões, a ArcelorMittal Tubarão conta com sistema rígido de controle contínuo e informatizado. Além disso, investiu em uma moderna estrutura de avaliação contínua da qualidade do ar na Grande Vitória, a Rede Automática de Monitoramento da Qualidade do Ar da Grande Vitória (RAMQAr).

Desde o início de sua operação, já investiu cerca de US$ 750 milhões em equipamentos e sistemas de controle ambiental, e tem plano de aportar mais US$ 100 milhões em ações e equipamentos que demandem por aprimoramento.

CADASTRO SEMPRE ABERTO

Em seu site institucional (tubarao.arcelormittal.com), a ArcelorMittal Tubarão mantém continuamente aberto o cadastro de candidatos interessados em participar dos seus processos de seleção. Basta acessar o menu “recursos humanos, trabalhe conosco, cadastro de currículo”. Entre os benefícios estão, além de salário compatível com o mercado, plano de saúde e odontológico, transporte, alimentação, farmácia e previdência privada e a oportunidade de trabalhar no maior grupo produtor de aço do mundo, presente em mais de 60 países.

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ATUAÇÃO FOCADA NO DESENVOLVIMENTO DA INDÚSTRIA CAPIXABAAções desenvolvidas por Sesi e Senai no Espírito Santo contribuem para a qualificação e a promoção da qualidade de vida dos trabalhadores.

O ano de 2014 foi bastante produtivo para o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), que receberam uma série

de investimentos destinados a reforma, modernização tecno-lógica, ampliação e criação de novas unidades. As instituições compõem a Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) para promoção da qualidade de vida e da quali�cação e formação pro�ssional dos trabalhadores, prestando um importante serviço à comunidade brasileira na formação técnica, ensino regular e promoção social.

SESI-ES: ATUAÇÃO POR UMA INDÚSTRIA SAUDÁVELO Sesi completou em 2014 seus 63 anos de atividades no

Espírito Santo, mantendo-se como entidade de referência quanto à promoção da qualidade de vida do trabalhador da indústria capixaba. “Trata-se de um conjunto de ações que tornam a entidade uma referência no Espírito Santo, pois atuamos em todo o Estado, sempre prezando pelo melhor atendimento ao trabalhador”, destaca o diretor para Assuntos do Sesi-ES, José Carlos Bergamin.

Con�ra a seguir os principais destaques nas áreas de atuação do Sesi no Espírito Santo:

EDUCAÇÃOA Rede Sesi de Educação utiliza uma metodologia de ensino

inovadora, que busca a efetivação da cidadania e a preparação do aluno para o mercado de trabalho, desde a Educação Infantil ao Ensino Médio articulado com o Ensino Técnico do Senai. “O Sesi é a maior rede de ensino privada do Estado, com cerca de 12 mil

“O Sesi é a maior rede de ensino privada do Estado, com cerca de 12 mil alunos matriculados em 2014” Solange Siqueira, superintendente do Sesi-ES

SESI E SENAI

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alunos matriculados em 2014, ”, destaca a superintendente do Sesi-ES, Solange Siqueira.

São vários diferenciais oferecidos, como: Sesi ONU, Empreendedorismo, Feira de Negócios da Família (Fenefe), Feira Literária, Feira das Pro�ssões, Lego Zoom e Lego Robótica, entre outros recursos. Além disso, o Sesi-ES realizou cerca de 47 mil matrículas em todo o Estado na Educação Continuada, que são cursos voltados para a geração de emprego e renda da população.

SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO

Com o compromisso de levar às indústrias capixabas a promoção da saúde e segurança no trabalho de forma integrada, a Divisão de Saúde e Segurança do Trabalho do Sesi-ES atendeu, em 2014, 1,9 mil empresas e cerca de 58,5 mil trabalhadores bene�ciados pelas iniciativas da entidade. O foco principal das ações é a prevenção, por meio de programas de saúde. A entidade oferece, por exemplo, o Sesi Clínica e o Laboratório de Análises Clínicas, onde são prestados serviços nas áreas médica, odontológica, laboratorial e exames complementares. O trabalhador dispõe ainda de serviços odontológicos prestados nos Centros de Atividades do Sesi, além de atendimento em Unidades Móveis realizados diretamente nas empresas.

VIDA SAUDÁVEL E CULTURAA Divisão de Vida Saudável do Sesi-ES realiza ações como os

programas Ginástica nas Empresas e Atleta do Futuro, os Jogos

“Sesi é referência no Espírito Santo, pois atuamos em todo o Estado, sempre prezando pelo melhor atendimento ao trabalhador da indústria capixaba”, José Carlos Bergamin, diretor para Assuntos do Sesi-ES

do Sesi, o Circuito do Bem-Estar e a Corrida do Trabalhador. Na Divisão de Cultura, o Teatro Socioeducativo completou 20 anos de atividades em 2014, com destaque ainda para a Orquestra Camerata Sesi, que para 2015 prevê sua integração com a Educação, no intuito de formar jovens músicos nas unidades do Sesi-ES. Também para o ano que vem, está prevista a ampliação do Show do Trabalhador para o interior do Estado, com grandes atrações nacionais nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus, além do já tradicional evento na capital.

RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIALCom o compromisso de desenvolver ações integradas entre as

áreas de Educação, Saúde e Lazer do Sesi, de modo a promover e elevar a qualidade de vida do trabalhador das indústrias, a Divisão de Responsabilidade Social Empresarial do Sesi oferece os seguintes serviços: Diagnóstico de Clima Organizacional; Finanças Pessoais e o Programa Cozinha Brasil. O ano de 2014 também foi marcado por mais uma edição da Ação Global, ocorrida no município da Serra, e pelo lançamento do Projeto Vira Vida, que combate o abuso e a exploração sexual de jovens entre 16 e 21 anos de idade.

SENAI-ES: INVESTIMENTOS VOLTADOS À EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

O Senai-ES ampliou e modernizou a estrutura tecnológica de seus laboratórios e oficinas, de forma a aumentar a sua capacidade instalada e garantir a qualidade do ensino. Foram investidos aproximadamente R$ 40 milhões em novas máquinas e equipamentos que possibilitaram a estruturação de laboratórios e oficinas que atendessem aos cursos oferecidos nas unidades de Aracruz, Anchieta, Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória.

Em 2014, o Teatro Socioeducativo, da Divisão de Cultura do Sesi-ES, completou 20 anos de atividades

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De acordo com o gerente executivo de Educação e Tecnologia do Senai-ES, João Marcos Del Puppo, a modernização dos laboratórios tem objetivo de fazer com que o aluno tenha as mesmas oportunidades ao buscar capacitação nas unidades do Senai-ES. “Considerando o que pode ser comum, como equipamentos e laboratórios, todos estão no mesmo patamar tecnológico, independente de estar sediado em Linhares, Cachoeiro de Itapemirim ou Vitória”, reforça.

Para ampliar o atendimento da instituição ao Pólo de Confecção de Colatina, foi criado o Senai Centromoda, anexo ao Senai Colatina. Além da estrutura física, a instituição aplicou recursos na infraestrutura tecnológica, com foco na formação de mão de obra especializada para o setor de confecção. O investimento em máquinas e equipamentos modernos para a realização de cursos técnicos, quali�cação pro�ssional e aperfeiçoamento pro�ssional. Neste mês de dezembro, a iniciativa foi ampliada para a Grande Vitória, com a assinatura da ordem de serviço para a construção do Senai Centromoda de Araçás em Vila Velha.

Outra ordem de serviço assinada foi a das obras da nova unidade do Senai em Cachoeiro de Itapemirim, que será erguida no mesmo espaço físico do Sesi, formando o Centro Integrado Sesi/Senai no município. Com cinco mil metros quadrados, a nova unidade integrada contará com 27 laboratórios/oficinas e 16 salas de aulas, que possibilitarão a formação pro�ssional com o padrão de qualidade do Senai. A nova estrutura terá ambientes modernos, além de novos cursos de aperfeiçoamento pro�ssional, que serão criados conforme a demanda dos setores produtivos locais.

FORMAÇÃOOutro investimento refere-se à ampliação das ações de

interiorização da Educação Pro�ssional do Senai, equipando as

escolas móveis com estrutura tecnológica que permita realizar cursos de qualificação profissional de maior valor para as comunidades e investindo também no conceito de Agência de Treinamento Municipal. “Trabalhamos com o conceito de região, com foco na interiorização da indústria, em projetos como a Agência de Treinamento Municipal, que tem como meta oferecer cursos com mais rapidez e promover quali�cação pro�ssional gratuita e de qualidade para atender às demandas da indústria em diferentes áreas e segmentos do Estado”, disse o diretor para Assuntos do Senai, Benízio Lázaro.

O Senai-ES é referência em Educação Pro�ssional Técnica de Nível Médio nas áreas industriais, no Programa de Aprendizagem Industrial e em cursos de Formação Inicial e Continuada. Mais três novos cursos técnicos (com duração de dois anos) foram elaborados para atendimento aos setores de plástico, madeira e mobiliário e tecnologia da informação (Técnico em Plástico, Técnico em

Móveis e Técnico em Informática); além destes, cursos de menor duração são elaborados à medida em que os segmentos industriais demandam.

A instituição estima alcançar a meta de 157 mil matriculas anuais em 2015, ampliando sua projeção de crescimento, com vistas ao atendimento às necessidades da indústria capixaba.

“O Senai-ES realiza estudos constantes para acompanhar a dinâmica de mercado e detectar as novas e variadas demandas das industrias com o objetivo de garantir a formação para aqueles que desejam desenvolver as competências requeridas pelos diversos setores”, conclui a diretora regional do Senai, Solange Siqueira.

“Trabalhamos com o conceito de região, com foco na interiorização da indústria, em projetos como a Agência de Treinamento Municipal” Benízio Lázaro, diretor para Assuntos do Senai

Com metodologia inovadora a Rede Sesi e Senai de Educação busca

efetivar a cidadania de seus alunos

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O ano foi recheado de situações que aqueceram o turismo de lazer do Espírito Santo. No início, as fortes chuvas de dezembro do ano passado in�uenciaram esse segmento,

que sempre é forte durante o verão, reduzindo o volume de visitantes no Estado, mas depois desse período, o setor começou a caminhar.

Em 2013, o Espírito Santo chegou a atingir a marca de 1 milhão de turistas somente na alta temporada e cerca de 3 milhões durante todo o ano, conforme os dados da Secretaria de Estado do Turismo (Setur). Os dados de 2014 ainda não foram calculados, mas a estimativa é de que o número seja próximo ao do ano passado.

A Setur informou que, este ano, uma das ações importantes foi a iniciativa inédita no Estado em �rmar um convênio com a Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapes), o que possibilitou a realização da pesquisa da economia do turismo na Região Metropolitana da Grande Vitória.

Segundo a Setur, a instituição apurou dados fundamentais para estudos e projetos futuros voltados para o desenvolvimento da atividade. Os destinos mais procurados em 2014 foram Vitória, Vila Velha, Guarapari, Domingos Martins/Pedra Azul e as praias em especial, da região metropolitana e do Norte do Estado.

GRANDES EVENTOSAlém da Copa do Mundo, o show de Paul McCartney e outros

eventos internacionais, como o Campeonato Mundial de Pesca e o Caparaó Adventure Brasil, foram atrativos para os turistas.

O Estado recebeu as seleções de Austrália e Camarões, durante a Copa do Mundo em junho, o que despertou o interesse dos

visitantes. A Setur avalia que, junto com os atletas, vieram pelo menos 20 mil torcedores dos países das seleções que estavam aqui.

A primeira seleção que pisou no Brasil, a australiana, veio direto para Vitória e atraiu a atenção de todo o mundo para o Estado, assim como trouxe turistas, inclusive internacionais, já na expectativa dos jogos. Além disso, o Espírito Santo foi o único estado que não era sede de jogos a receber seleções para treinamento.

Para recepcionar todo esse pessoal foram desenvolvidas ações de marketing de padronização de folheteria, mapas e guias; ampliação dos Serviços de Atendimento ao Turista (SATs) mantidos pela Setur no aeroporto, na rodoviária, na estação ferroviária e nos demais postos das prefeituras; oferta de cursos de quali�cação em inglês,

Show de Paul McCartney e seleções mundiais aquecem turismo

Foto: Matheus Soares-M

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TURISMO

O ES recebeu cerca de 3 milhões de turistas este ano

Foto: Sagrilo

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é re�exo da Copa do Mundo e do show de Paul MacCartney. “Para o turismo de negócio não tivemos aumento na taxa de ocupação, porque este ano não tivemos eventos além dos que já compõem tradicionalmente o calendário. Em compensação, sabemos que além do que foi proporcionado pela estada das seleções e de Paul MacCartney, teremos um legado que deve nos proporcionar bons frutos no futuro”, destacou.

Este ano foram anunciados investimentos na construção dos hotéis da Rede Bristol que devem chegar a R$ 27,2 milhões. A inauguração das novas unidades está prevista para o segundo semestre de 2017.

Serão duas torres com 211 apartamentos, gerando 620 leitos, em que funcionarão os hotéis Bristol Easy Hotel Serra e Bristol Mestre Álvaro Hotel. O empreendimento será construído de forma geminada, próximo à Avenida Civit, em Laranjeiras, na Serra.

O complexo contará com área para eventos de até 300 lugares, restaurante e piscina, além dos serviços inerentes à categoria com previsão de gerar cerca 80 empregos diretos durante a sua construção e 300 diretos e indiretos na operação.

O Bristol Easy Hotel Serra será de categoria supereconômica, contando com 146 apartamentos com 15 metros quadrados, enquanto o Bristol Mestre Álvaro Hotel será um midscale e terá 65 apartamentos de 25 metros quadrados.

de atualização de atrativos turísticos e qualidade no atendimento ao turista para taxistas, garçons e guias, bem como para policiais e guardas de trânsito.

Se por um lado, o aquecimento aconteceu durante os meses de junho e julho, em outubro a atividade sofreu baixas por conta das eleições. Já em turismo de negócios, o Convention & Visitors Bureau registrou queda no número de visitantes, causada pelas eleições e até mesmo por eventos de lazer, como a Copa do Mundo.

Segundo o presidente, Alfonso Silva, mesmo assim, 15.597 turistas estiveram no Estado para participar de congressos, feiras, seminários, entre outros eventos, registrando uma movimentação �nanceira �nal de R$ 22 milhões em gastos com hospedagem, transporte e alimentação, em 2014. “Este ano iniciamos o trabalho de captação de turismo de lazer, uma área nova para o Convention Bureau, e que já vem rendendo bons resultados e projetos para os próximos anos. Con�amos que em 2015 o turismo de negócios retome seu ritmo, porque este ano foi atípico”, declarou.

HOTÉIS A taxa de ocupação dos hotéis para o turismo de lazer

aumentou 4% este ano em relação ao ano passado. Segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Espírito Santo (ABIH-ES), Dionízio Corteletti, a elevação

Foto

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O Estado necessita de constantes investimentos

em infraestrutura, qualificação e divulgação

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Em novembro, o Serra Grande Hotel e Churrascaria, que já possuía 67 apartamentos, inaugurou sua ampliação com mais 102 apartamentos com cama de casal, o que somou 204 leitos. O complexo, que �ca na Avenida Civit II, conta com sala para reuniões de até 15 pessoas, auditório para eventos com até 80 pessoas, piscina, sauna, sala de �ttness e estacionamento gratuito.

Na região serrana, o Parque do China foi categorizado como complexo turístico em agosto, passando a ser chamado de Hotel Fazenda China Park. Sua estrutura agora oferece serviços especializados, gastronomia variada e outras atrações.

Com a ampliação e modernização, o espaço ,que já oferecia o único teleférico do Estado; um parque aquático com sete piscinas, dois toboáguas e cachoeira arti�cial; trenzinho; pesque e pague; passeios a cavalo e charrete; caiaques, trilhas ecológicas e um lindo mirante, além dos mais de um milhão de metros quadrados de área verde, agora conta um novo centro de vivência, ofurôs em tamanho família, piscinas aquecidas adulto e infantil, raia de natação, sauna, academia, cinema, espaço gourmet, salão de jogos; centro de eventos com dois auditórios, sendo o maior para 600 pessoas, e mais seis salas de apoio.

As novas instalações também contemplam 60 novas suítes com hidromassagem dupla, totalizando 105 unidades de hospedagem entre chalés e suítes, com capacidade para hospedar até 350 pessoas; Centro Gourmet com vista panorâmica para os lagos, adega e cozinha internacional; quadra poliesportiva e campo soçaite.

Mas o que mais chama atenção é o Centro de Treinamento (CT), um campo o�cial, construído com drenagem, irrigação e gramado padrão Fifa, além de vestiários com toda a infraestrutura necessária para preparação de grandes equipes.

Tanto para receber e participar de grandes eventos, quanto para atrair turistas de lazer, o Espírito Santo tem investido em infraestrutura, quali�cação e divulgação. Estão em andamento R$ 400 milhões para investimentos em quali�cação, promoção e obras de infraestrutura. A ordem de serviço para a construção do Centro de Eventos de Vitória, uma estrutura que vai absorver encontros com até 15 mil participantes, com investimentos de mais de R$ 98 milhões, já foi dada.

Um contrato de empréstimo com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no valor de US$ 80 milhões, foi assinado e possibilitará a criação e o fortalecimento de polos turísticos na região metropolitana, por meio do Programa de Desenvolvimento do Turismo do Espírito Santo (Prodetur). É o maior montante já aplicado para o projeto no Estado.

Na promoção do Estado, o investimento também foi alto. Em 2013, teve início a campanha nacional “Descubra o ES”, com custo de cerca de R$ 6 milhões e divulgação nos cinco principais canais abertos de televisão e nos principais veículos da imprensa nacional. A campanha continuou em 2014. A divulgação nacional do Estado foi reforçada com a veiculação ao vivo, em rede nacional, pelo segundo ano consecutivo, dos des�les do Carnaval de Vitória.

Outros eventos importantes são a divulgação do Estado nos �lmes “Lascados”, lançado este ano, e “Helena”, que vem sendo rodado por aqui. O Espírito Santo também tem aparecido na novela da Rede Globo “Alto Astral”, que exibe cenas de Pedra Azul.

Também estão sendo feitos investimentos pelo Governo do Estado em Guarapari, o balneário capixaba mais conhecido no Brasil e no exterior, com a reurbanização da orla do canal do município iniciada este ano.

TURISMO

Exibidas em novela, cenas de Pedra Azul, em Domingos Martins,

divulgam turismo na Região Serrana

Foto: Weverson Rocio

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Um ano inesquecível: como 2014 entrou para a história do esporte no Espírito Santo

Foto: Thiago Guimarães

ESPORTES

Com capacidade para 22 mil pessoal, o

novo Kléber Andrade agora pode receber

eventos esportivos e musicais de grande

porte

D e norte a sul, de leste a oeste, o ano que passou transformou o país em um verdadeiro canteiro de obras. A realização da Copa do Mundo de futebol mudou a paisagem de muitas

cidades. No Espírito Santo não foi diferente. Com a conclusão do Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, o Estado se quali�ca para receber eventos nacionais ainda maiores.

O mais importante torneio de futebol do planeta trouxe ao Espírito Santo duas seleções. Austrália e Camarões se prepararam em terras capixabas e por aqui �caram durante sua participação no campe-onato. Apesar do fraco desempenho em campo – as duas equipes eliminadas na primeira fase –, os resultados para o Estado foram os melhores possíveis.

A vinda das delegações motivou a parceria da Desportiva Ferroviária, tradicional clube capixaba, com entidades como Sicoob e Unimed. O resultado dessa tabelinha foi um Engenheiro Araripe, estádio da equipe, totalmente reformado. O local serviu de base para os treinamentos da Austrália.

Assim como o rival, o Estádio Kleber Andrade, comprado do Rio Branco pelo Governo do Estado, é agora motivo de orgulho para os capixabas. Com capacidade para quase 22 mil torcedores sentados, ocupando uma área total de 85 mil metros quadrados e com investimentos de R$ 140 milhões, o espaço foi utilizado pela seleção de Camarões durante o torneio e, mais tarde, recebe o show do ex-beatle Paul McCartney. Ou seja, a arena coloca o Espírito Santo novamente na rota dos shows internacionais. Em dezembro deste ano, sua estrutura deve ser �nalizada.

Com o novo Kleber Andrade e a reforma do Engenheiro Araripe, �ca a esperança de que em 2015 o Espírito Santo comece

a virar o jogo no futebol, campo em que acumula derrotas há mais de 20 anos.

OLÍMPIADASA Copa do Mundo de futebol deixou boa herança para o Estado.

Contudo, outro grande evento esportivo, as Olímpiadas do Rio de Janeiro, já começa a render frutos para o esporte local. As obras do Centro Olímpico do Espírito Santo (Coes), inaugurado em janeiro de 2013, andam a passos largos. A previsão é de que todo o complexo seja entregue em 2016.

O Coes atende cerca de 700 atletas de alto rendimento e de escolas de base em nove modalidades esportivas: badminton, boxe, ginástica artística, ginástica rítmica, handebol, judô, natação, taekwondo e vôlei de praia. Apesar das obras, os atletas já estão treinando no local. Em novembro deste ano, o ginásio de lutas do complexo foi inaugurado. As demais unidades esportivas ainda serão entregues.

O Estado também investe em seus atletas, com programas como o Compete-ES. A iniciativa fornece passagens aéreas para esportistas de alto rendimento e bene�ciou mais de 1,5 mil pessoas com investimento de R$ 5,8 milhões desde o início do projeto. Só em 2014, o valor chega a R$ 1,875 milhão.

Outra medida adotada em prol do bom desempenho esportivo é o Bolsa Atleta. O programa conta com 126 esportistas capixabas, divididos nas categorias estudantil (R$ 500,00), nacional (R$ 1,5 mil) e internacional (R$ 2 mil). Este ano a iniciativa passou a ter um atleta a menos, porque a jogadora de vôlei de praia Larissa França parou de competir, no início de 2014.

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BOM DE BRIGAEsquiva Falcão, 24 anos, medalha de prata nos jogos Olímpicos

de Londres em 2012, agora é um pro�ssional. O pugilista tem, em 2014, muitos motivos para comemorar. Foram cinco lutas e cinco vitórias no circuito profissional, sendo três delas por nocaute. Atualmente, Esquiva treina nos Estados Unidos.

ATLETA DOURADAA capixaba Natália Gaudio é a líder do ranking brasileiro de

ginástica rítmica. Esse índice é usado como base para selecionar atletas para o Pan-Americano de Toronto, em 2015, e para a Olímpiada do Rio de Janeiro, em 2016. No último dia 21 de outubro, Natália levou cinco medalhas de ouro e foi tricampeã do Sul-Americano de Ginástica Rítmica, realizado na Colômbia.

CONTRATO RENOVADOO capixaba Anderson Varejão, jogador da seleção Brasileira,

garantiu a representação do Espírito Santo na NBA, liga de basquete norte-americana, por mais três anos. O esportista renovou com o Cleveland Cavaliers por US$ 30 milhões no �nal de outubro deste ano. O objetivo de Varejão é repetir, em 2015, a boa atuação de 2014 e se preparar para as Olimpíadas de 2016.

RÁPIDO NO TATAMEO capixaba Igor Flavio Gonçalves, de 12 anos, conseguiu um

feito memorável. Ele venceu nove adversários e foi campeão sul-americano de judô no Peru, em novembro. Mas ganhar as lutas não foi o principal feito do jovem lutador. O que chamou a atenção de todos foi que nenhum desse combate do atleta durou mais de um minuto. O adversário mais valente foi um argentino. Aguentou 40 segundos. Vale lembrar que no meio do ano Flavio lutou, e venceu, com um braço quebrado.

ERICK SILVA TREINARÁ COM JON JONES EM 2015O ano de Erick Silva foi apenas regular no UFC. Se no começo

de 2014, o capixaba, que atua na categoria meio-médio, derrotou o japonês Takenori Sato em apenas 52segundos. Em maio, na luta principal do card de Cincinnati, Estados Unidos, foi derrotado por Matt Brown por nocaute técnico no terceiro round.

AINDA NA COPAO lateral esquerdo capixaba Maxwell (PSG-FRA),

natural de Cachoeiro de Itapemirim, foi o único representante do Estado na Copa do Mundo deste ano. Desde o ex-goleiro do Vasco Carlos Germano (Mundial de 1998, na França), o Espírito Santo não tinha representantes no torneio.

PARQUE DO CHINAO local não foi escolhido por nenhuma seleção para

realizar seus treinamentos durante a Copa do Mundo, mas com investimentos de R$ 10 milhões, o Centro de Treinamentos localizado em Domingos Martins é certamente uma nova referência para o Espírito Santo. Não será de se estranhar se, no verão 2014/2015, algum grande clube brasileiro realizar sua pré-temporada por terras capixabas. Vasco e Fluminense já treinaram no Estado.

98 ANOS DEPOISTradicional clube de futebol do Espírito Santo, o Estrela do

Norte, de Cachoeiro de Itapemirim, foi campeão pela primeira vez, após 98 anos de existência, no dia 5 de junho de 2014. A equipe já havia conquistado o vice-campeonato em três oportunidades. Como prêmio pelo triunfo, o time disputou a Série D do Campeonato Brasileiro, mas foi eliminado na primeira fase da competição. Desde 2010, o Estado não avança no torneio.

RIO BRANCO VOLTA PARA A SÉRIE AEnquanto o Estrela comemora seu título, o Rio Branco, equipe

mais tradicional do Espírito Santo, disputou a segunda divisão do Campeonato Capixaba e �cou em terceiro lugar, mas por uma mudança no regulamento do torneio voltará à elite do futebol local. Com a desistência do Colatina, o Capa-Preta herda a vaga. A Federação de Futebol do Espírito Santo quer garantir uma competição com 10 equipes. Para tanto, em assembleia realizada em dezembro, �cou decidido que se alguma equipe desistir, o time que �cou logo atrás do desistente na Série B leva a vaga.

Durante a Copa do Mundo 2014, o ES foi a residência oficial das seleções de Camarões e Austrália

A Atleta Natália Gaudio conquistou o tricampeonato Sul-Americo de Ginástica Ritimica

Foto: Divulgação

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M uita gente não acreditava, mas o ex-beatle Paul McCartney realmente veio a terras capixabas e tocou para 34 mil pessoas no dia 10 de novembro. A apresen-

tação aconteceu no Estádio Kleber Andrade, em Cariacica, e foi a abertura da turnê “Out �ere” no Brasil. Foram 37 músicas, entre clássicos (como “Hey Jude”, “And I Love Her”, “Eleanor Rigby” e “Let It Be”) e trabalhos atuais do canhoto de 72 anos, que esbanjou energia e empolgação durante quase três horas.

O sucesso de público e da organização pode ter colocado o Espírito Santo de vez no circuito dos grandes shows internacionais, já que agora temos a prova de que o Estado conta com uma arena capaz de comportar grandes audiências e com esquemas de segurança e transporte para garantir o conforto dos fãs.

Quase que simultaneamente à confirmação do show de “Macca”, começaram a surgir especulações de que outras turnês internacionais poderiam passar por aqui. A maior expectativa é a apresentação dos Rolling Stones, que se tornou a mais provável de acontecer. A organização do evento do ex-beatle chegou a con�rmar um acordo verbal para que a banda de rock há mais tempo em atividade se apresente no Kleber Andrade em novembro de 2015.

2014: ANO DA MÚSICA INDEPENDENTE CAPIXABAO ano em que o Espírito Santo viu de perto grandes lendas da

música mundial também foi marcado por diversos lançamentos da cena alternativa capixaba recente, que se desenvolveu nos últimos anos de forma espontânea e despretensiosa. Os gêneros vão da MPB ao rock, mas também passam pela world music e pelo eletrônico.

Apesar de não ganhar as rádios comerciais, como já aconteceu com as cenas do hardcore e do “rockongo”, os novos lançamentos

fazem sucesso na internet e conquistam um público �el em festivais de música alternativa e independente do Estado.

Uma das grandes revelações nacionais nos últimos anos, Lúcio Silva, ou simplesmente Silva, lançou em março o seu segundo disco, intitulado “Vista pro Mar”. Diferente do álbum de estreia, no qual o músico explorou mais efeitos eletrônicos e sintetizadores, o trabalho atual contou com convidados que �caram responsáveis por guitarra, violão, instrumentos de sopro e bateria nas 11 faixas do disco.

Depois de anos fazendo mashups com batidas de funk carioca que conquistaram grande sucesso na internet, o produtor musical André Paste decidiu lançar o primeiro disco em outubro deste ano. “Shu�e” demorou dois anos pra �car pronto e contou com a colaboração de Lúcio Silva, João Brasil, Mozine e outros músicos.

Na onda do rock, um dos primeiros lançamentos do ano foi o EP “Vão”, de André Prando, com quatro faixas. Para a canção “Sol do meu Violão”, o artista gravou um clipe que foi lançado em setembro. Promessa da música capixaba, o músico con�rma que vai lançar o primeiro disco já no início de 2015, com o título “Estranho Sutil”.

INAUGURAÇÃO DO SESC GLÓRIADepois de anos de reforma, �nalmente a cidade de Vitória agora

conta com mais um espaço dedicado à cultura e às artes: o Centro Cultural Sesc Glória. A inauguração, realizada em 28 de setembro, aconteceu em grande estilo com a abertura da exposição “O Mundo Mágico de Escher”, que �ca em cartaz até 30 de dezembro.

A estrutura do edifício, construída na década de 30 em frente à Praça Costa Pereira, é adaptado para pessoas com necessidades especiais. Dividido em seis pavimentos, o Sesc Glória possui um teatro principal, um espaço de convivência e um bistrô no térreo.

O Espírito Santo na rota dos grandes shows internacionais

CULTURA

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Foi justamente esse espaço que foi tomado, em novembro, por uma vasta programação cultural que incluiu arte, discussões e o�cinas. O festival Fábrica.Lab In�nitas contou com mais de 15 apresentações entre os dias 18 e 29 daquele mês. Entre as atrações, estiveram Rodrigo Amarante (ex-Los Hermanos), Karina Buhr, Alice Caymmi, O Terno e o capixaba Silva.

FESTIVAIS DE CINEMA E TEATRO CONFIRMAM TRADIÇÃO

O audiovisual e o teatro tiveram seus espaços garantidos na programação cultural capixaba e sucesso na realização dos principais eventos. Juntos, os principais festivais de cinema e de teatro realizados na capital atraíram mais de 30 mil pessoas.

Foram seis dias de um evento que exibiu cerca de 80 �lmes. O Festival de Vitória - 21º Vitória Cine Vídeo aconteceu entre 12 e 17 de setembro e reuniu um público estimado em 20 mil pessoas, que pôde conferir nove mostras competitivas e paralelas, além de uma programação intensa em torno do audiovisual com debates, lançamentos, oficinas, concursos e homenagens. A edição de 2014 prestou tributo ao ator Paulo José, que foi o primeiro homenageado do festival, em 1998, mas, como na época não existia o caderno contando a história de carreira do artista, ele foi condecorado novamente.

Vinte e quatro peças ocuparam palcos, praças e parques da capital capixaba durante a décima edição do Festival Nacional de Teatro Cidade de Vitória. O evento aconteceu entre 13 e 19 de outubro e contou com produções locais e nacionais para um público de 12 mil pessoas, com entrada franca. Entre os espetáculos estiveram 10 peças capixabas, e os locais de apresentação foram os teatros Carlos Gomes, Sesc Glória, Universitário e do Sesi, a Praça Costa Pereira, o Parque Municipal Pedra da Cebola, a área externa do Centro Cultural Carmélia, a Escola Técnica de Teatro, Dança e Música Fa� e o Museu Capixaba do Negro (Mucane).

Outros pavimentos contam com galeria de artes, sala de dança, cinema, audioteca, arena para concertos, salas de música, estúdio de gravação, biblioteca, banco de textos teatrais, sala de edição de vídeo e de aulas de cinema e um espaço destinado a cafés literários, lançamentos de livros e eventos relacionados à literatura.

O Centro Cultural Sesc Glória fica na Avenida Jerônimo Monteiro, Centro de Vitória, e funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 21h.

VITÓRIA RECEBE 1ª VIRADA CULTURALMais de 30 mil pessoas conferiram a programação

do primeiro Viradão Vitória, que agitou o Centro Histórico da capital em setembro com 24 horas de teatro, dança, música, intervenção urbana e muito mais. O evento tomou conta das ruas de Vitória das 17 horas do dia 13, sábado, até as 17 horas do dia 14, domingo, com 47 atrações espalhadas por 10 pontos do Corredor Cultural do Centro.

As atrações nacionais que animaram o Viradão Cultural foram a cantora CéU, que abriu o evento, e o compositor Zeca Baleiro. Além disso, uma homenagem ao cachoeirense Sérgio Sampaio, importante nome da música brasileira, reuniu artistas e bandas capixabas na Praça Oito, atraindo grande público.

FÁBRICA.LAB INFINITASA antiga Fábrica 747 foi reinaugurada em julho de 2014 como

a Fábrica de Ideias, um centro voltado para inovação, capacitação pro�ssional, tecnologia e economia criativa. O espaço já foi uma fábrica de tecidos e hoje oferta cursos gratuitos e o�cinas, contando com salas de aula, auditório, oficinas-laboratório e um espaço multiuso de 1.444 metros para a realização de exposições e outros eventos de porte maior.

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura (Seag)

A exposição “O Mundo Mágico de Escher“

inaugurou o Centro Cultural em setembro

Viradão Vitória trouxe shows, teatro e circo aos capixabas em setembro

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O desafio da saúde pública em 2014

Foto: DivulgaçãoSAÚDE PÚBLICA

A o longo de 2014, a saúde pública conquistou investi-mentos, como inauguração de hospitais e entrega de novos serviços, com o objetivo de levar os conceitos

de promoção da saúde, prevenção de doenças, reabilitação e práticas saudáveis a toda a sociedade. Mesmo assim, os desa-�os continuam no sentido de se investir e consolidar a atenção básica, garantir o atendimento dos serviços especializados de forma regionalizada e a modernização do sistema, como também considerar o envelhecimento da população, investindo assim em ações preventivas e em centros cientí�cos e tecnológicos.

Segundo o “Plano de Desenvolvimento ES 2030”, lançado em dezembro de 2013, a saúde pública ainda enfrenta carências de leitos hospitalares. Dados do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam que o gasto médio per capita com saúde ainda está abaixo do ideal, com carência de vagas, equipamentos, médicos e enfermeiros nos hospitais públicos. De forma geral, há um dé�cit de 2.655 clínicos e de 405 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no Espírito Santo, segundo dados divulgados pelo Governo Estadual.

VEJA OS FATOS MAIS SIGNIFICATIVOS OCORRIDOS EM 2014 NA ÁREA DA SAÚDE PÚBLICA:

Mais Médicos: Os médicos começaram a atuar nos estados em setembro de 2013. Atualmente, existem 407 médicos em 54 cidades do Espírito Santo, impactando na assistência de mais 1,4 milhão de pessoas. O Governo Federal está focado na consolidação e quali�cação do programa, com a ampliação imediata da assistência em atenção básica, além de ações voltadas a expansão e descentralização da formação médica no Brasil. Até 2018,

serão criadas 11,5 mil novas vagas de graduação em Medicina e mais de 12,4 mil novas vagas de residência médica.

Hospital Estadual de Vila Velha: Em 2014 foi entregue o Hospital Estadual de Vila Velha (antigo Hospital dos Ferroviários). A unidade começou a funcionar com 50 leitos, dos 95 previstos, e conta com R$ 6 milhões em investimentos de reestruturação e aquisições de novos equipamentos.

Vila Velha: Em abril, a prefeitura do município entregou a Unidade de Saúde de Jardim Colorado. Por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), estão sendo reformadas 14 das 17 unidades de saúde de Vila Velha, com previsão de término neste mês de dezembro. Também até o �m de 2014, serão instalados novos equipamentos para atendimento odontológico nas 16 unidades de saúde que oferecem esse serviço.

Serra: Todos os setores de saúde estão recebendo investimentos, a exemplo das obras de reforma e ampliação que foram �nalizadas em seis bairros. O município também investiu em compra de medicamentos, exames o�almológicos, materiais odontológicos, consultórios odontológicos, tratamento para dependentes químicos, entre outros. Em outubro foram entregue à comunidade a reforma e a ampliação da Unidade Básica de Saúde de Taquara I. No início do próximo ano, a prefeitura conclui a reforma das unidades básicas de saúde de Jardim Tropical e Vista da Serra I e a nova obra do Centro de Tratamento de Toxicômano, além da implantação do Centro de Especialidades Odontológicas, no mesmo espaço.

Hospital Estadual de Urgência e Emergência (Novo São Lucas): A estrutura, no Forte São João, em Vitória, foi entregue

Espírito Santo ainda registra carência de médicos e leitos

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Andorinhas e Consolação. A certi�cação é resultado da quali�cação do processo de trabalho dos profissionais da atenção básica, reforçando a importância do aleitamento materno nos primeiros meses de vida.

Inauguração do Hospital Francisco de Assis, em Guarapari: O hospital �lantrópico possui serviços de internação e atendimento de emergência e oferece 171 leitos, além de Centro de Tratamento de Queimados.

Viana: Segundo a prefeitura municipal, os investimentos na área da saúde ultrapassam R$ 1,8 milhão, com destaque para a construção da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) 24h, o projeto “Ônibus Saúde Móvel” e os mais de 70 mil atendimentos ao ano no PA de Viana.

UPA de Cariacica: O processo licitatório para a construção da UPA de Flexal II foi aberto em novembro. A obra será custeada pelo Ministério da Saúde e está prevista para ser entregue no primeiro semestre de 2016.

Campanhas de imunização: São quatro calendários de vacinação, voltados para os públicos infantil, adolescente, adulto e idoso e apopulação indígena. De acordo com o Programa de Imunização da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), a primeira dose do HPV, em março, atingiu 101,25% de cobertura (o percentual acima de 100% é explicado pelo fato de moradores de outros estados, que moram em cidades adjacentes ao Espírito Santo, terem se bene�ciado da campanha capixaba). Já a segunda dose foi aplicada em setembro.

Na vacinação da influenza, em abril de 2014, atingiu-se a cobertura de 639.293 pessoas do público-alvo da campanha, com percentual de 89,56%, acima da meta de 80% estabelecida pelo Ministério da Saúde para o Estado. No mês de julho, iniciou-se a vacinação contra a hepatite A e, em novembro, grávidas e recém-nascidos ganharam um novo reforço para proteção contra coqueluche. No mesmo mês, houve a vacinação contra poliomielite e sarampo, cuja última dose foi aplicada no dia 12 de dezembro de 2014. Na vacinação contra coqueluche, sarampo e também na aplicação da segunda dose do HPV, o Estado ocupa o primeiro lugar no ranking nacional.

Até o fim de dezembro, o Espírito Santo irá receber 537 computadores para implantação do sistema SICNI, que permite o registro do vacinado por nome e local de procedência. Haverá ainda entrega de quatro furgões para o Estado, que terão a função de transportar imunobiológicos para regionais e os municípios.

em setembro com 60 leitos, do total de 175. Os leitos serão abertos gradativamente, segundo informações do Governo do Estado.

Helicóptero do Samu 192: Até o �nal deste ano, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) passará a contar com um helicóptero exclusivo para serviços de resgate médico. O Governo do Estado investiu R$ 14 milhões na compra de uma aeronave modelo ASA350 B3e, conhecida como “Esquilo”. Atualmente, o serviço está presente em 15 cidades capixabas.

Inauguração da Unidade de Saúde de Itararé: No início do ano de 2014, a Prefeitura de Vitória inaugurou a Unidade de Saúde em Itararé. O local possui sete consultórios médicos e de enfermagem, quatro consultórios ginecológicos e cinco odontológicos, escovário, sala de vacina, auditório com capacidade para 100 pessoas, sala de preparo, salas de curativo e nebulização.

Certi�cação do Ministério da Saúde: A cidade de Vitória recebeu em junho de 2014 a certi�cação do Ministério da Saúde pelo trabalho realizado nas unidades de saúde dos bairros Jabour,

Foto: Divulgação

Foto: Elza Fiuza/ABr

Mais Médicos: 407 profissionais atuam em 54 cidades capixabas

O atendimento odontológico foi ampliado em municípios da Grande Vitória

ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 145

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N o �m de 2013, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou estimativa de que a proporção de brasileiros que têm acesso a planos de saúde havia

crescido, chegando a 24,7% da população, ante 17,9% em 2002. Os fatores que explicam o crescimento da contratação dos serviços de saúde suplementar no Brasil vão da estabilidade econômica à qualidade no atendimento e a precariedade do serviço prestado pelo setor público.

Mesmo com as resoluções publicadas pela ANS, órgão regulador vinculado ao Ministério da Saúde que é responsável pelo setor de planos de saúde no Brasil, alguns usuários ainda enfrentam desa�os para marcar consultas e obter atendimento no pronto-socorro. No entanto, a regulação desse setor é uma importante forma de garantir medidas e ações que garantam o controle e a �scalização desse segmento para assegurar os interesses dos consumidores.

CONFIRA O QUE ACONTECEU NO SETOR PRIVADO DE SAÚDE NO ES EM 2014:

HOSPITAL METROPOLITANO:• Em 2014, o Hospital Metropolitano investiu R$ 1,2 milhão na

construção do Espaço Metropolitano de Eventos (EME). “Nosso objetivo é incentivar o crescimento da Serra e proporcionar aos empresários locais um espaço completo e de qualidade que esteja situado em seu município.

Até então, era necessário recorrer a estruturas de outras cidades, mas agora temos um lugar de alto padrão para oferecer”, ressalta

o diretor-presidente do Metropolitano, Remegildo Gava Milanez. • Centro de Inovação e Ensino Metropolitano: Outras

estruturas também foram inauguradas em 2014, como a Central de Material Esterilizado (CME), o Centro de Logística e Documentação (CLD) e o Centro de Inovação e Ensino Metropolitano (Ciem).

O Ciem funciona por meio da atuação de comissões especí�cas, que acompanham e apoiam os eventos e os cursos oferecidos no local. Uma delas é a Comissão de Residência Médica (Coreme), responsável pelos cursos de pós-gradução nessa modalidade, que terá, inicialmente, dois programas: Cardiologia e Medicina Intensiva. Serão duas vagas para cada especialidade a partir de 2015.

VITÓRIA APART HOSPITAL:

• O Centro Cirúrgico Oftalmológico do Vitória Apart Hospital adquiriu um novo aparelho que realiza a cirurgia de catarata a laser, o LenSx. O investimento na aquisição foi de R$ 1,75 milhão.

• O Centro de Cirurgia e Coloproctologia do Vitória Apart Hospital adquiriu, em 2014, um enteroscópio de duplo balão, equipamento que permite visualizar endoscopicamente o intestino delgado, possibilitando que o diagnóstico e o tratamento de patologias sejam feitos sem a necessidade de cirurgia.

• Em 2014, o Vitória Apart Hospital conquistou a recertificação Nível 3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA), que atesta a excelência em seus processos e serviços. Esta é a segunda vez que o hospital é recerti�cado, notabilizando o cumprimento de critérios que garantem o compromisso na prestação de serviços de excelência na área da saúde.

Brasileiros recorrem mais à saúde suplementar

Foto: DivulgaçãoSAÚDE PRIVADA

Precariedade do serviço de saúde pública é a principal causa para o aumento da

procura por planos particulares

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 147

HOSPITAL MERIDIONAL:• O Hospital Meridional, em Cariacica, recebeu uma certificação

inédita no Espírito Santo e tornou-se o segundo hospital no Brasil a conquistar esse mérito: a Certificação por Distinção no Programa de Prevenção de Tromboembolismo Venoso (TEV). O selo confirma a excelência na qualidade de assistência institucional na prevenção de fenômenos tromboembólicos.

• Em outubro de 2014, o Serviço de Anestesia do Hospital Meridional passou a contar com o dispositivo Índice Bi-Espectral (BIS) para manter a segurança durante os procedimentos anestésico-cirúrgicos. O BIS é um sistema de monitoração neurofisiológica que continuamente analisa eletroencefalogramas para determinar o nível de consciência de pacientes submetidos a uma anestesia geral.

• A memorável marca de 200 procedimentos de transplantes de fígado foi atingida em julho pelo Hospital Meridional, referência em transplante de órgãos sólidos no Espírito Santo. Somente este ano, foram realizados 34 transplantes de fígado, número que ultrapassa o total procedimentos desse tipo em 2013: 24, feitos entre janeiro e dezembro.

UNIMED VITÓRIA: • A cooperativa completou mais um ano de atuação com

novo espaço para programas de prevenção de doenças, recertificações e ampliação. Em 2014, foi recertificada na ISO 9001:2008, e o Hospital Unimed foi reacreditado no nível 3 da Organização Nacional de Acreditação (ONA), voltada para a qualidade assistencial e segurança dos pacientes e profissionais de saúde.

• A Unimed Diagnóstico recebeu o selo ProQuad, pela qualidade e segurança dos exames densitométricos realizados na unidade.

A certificação é emitida pela Associação Brasileira de Avaliação Óssea e Osteometabolismo (Abrasso).

• Outra novidade de 2014 foi a inauguração da loja de atendimento na Praia da Costa, em Vila Velha, e do posto de atendimento no Shopping Moxuara.

• O Vitória Apart Hospital alcançou, pela terceira vez consecutiva, o primeiro lugar na Pesquisa Top Marcas na categoria “Hospital Particular” em levantamento da revista ES Brasil em parceria com a Merccato Inteligência Competitiva. O trabalho avalia as marcas mais lembradas pelo público capixaba em diversos segmentos. Com 29% da preferência dos consumidores, o hospital manteve com tranquilidade a primeira posição da categoria, estando 14,4% acima do segundo colocado.

GRUPO SÃO BERNARDO:• O São Bernardo Saúde não parou de investir em seus pontos

de atendimento, modernizando a estrutura das clínicas próprias e ampliando os seus serviços na Grande Vitória. Recentemente, no segundo semestre deste ano, os usuários do plano passaram a contar com plantão de pediatria 24 horas por dia também em Vila Velha e Serra. A partir do mês de outubro, além da pediatria, a São Bernardo Clínica Médica de Vila Velha passou a contar com atendimentos de reumatologia, pneumologia pediátrica, psicologia, dermatologia e urologia.

• A organização e a certificação dos treinamentos internos são outra atuação do São Bernardo Apart Hospital. São ministrados de seis a oito treinamentos mensais para todos os setores do hospital: administrativo, assistencial, higienização, entre outros e, a partir de novembro de 2014, os treinamentos passaram a ser online, visando a máximo de aproveitamento em carga horária por colaborador. Para 2015, a meta de treinamentos por colaborador é de 40 horas e, para atingir esse número, os funcionários serão inscritos em cursos online, que poderão ser realizados no seu horário de trabalho.

• O São Bernardo Apart Hospital aparece, pela quarta vez, no ranking das cinco melhores empresas de 2014, na categoria de “100 até 500 funcionários”, de acordo com o estudo “Aon/Valor Carreira”, da revista Valor Econômico. Este ano o hospital garantiu o segundo dos cinco lugares nesse segmento. O estudo avalia os índices de engajamento, satisfação e alto desempenho. Somando todas as categorias, foram premiadas 35 empresas de todo o país.

O Hospital Metropolitano investiu R$ 1,2 milhão

na construção do Espaço Metropolitano

de Eventos (EME)

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148 www.revistaesbrasil.com.br • @esbrasil • esbrasil

A pós um período marcado pelas oscilações do mercado em 2013, este foi um ano de desa�os ainda maiores para a expansão econômica e, segundo economistas,

o Brasil enfrenta um período de restrições e di�culdades. Além da queda da con�ança dos empresários, também a satisfação dos consumidores com a situação econômica do país chegou aos níveis mais baixos desde 2005, quando a Fundação Getúlio Vargas (FGV) iniciou a medição.

A Sondagem do Consumidor, feita pela FGV, mostra que o índice caiu 12,1% em novembro, na comparação com outubro. O total de consumidores que avaliam a economia como boa diminuiu de 10,7% para 9% no período. Já pesquisa do Instituto Futura encomendada pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (Ibef-ES) revelou diminuição na confiança de empresários e executivos de �nanças no Estado, de 142,20 para 135,14.

“Essa queda vem ao encontro do momento econômico que o Brasil está vivendo, que re�ete no otimismo do empresariado”, explicou Daniela Negri, coordenadora da Câmara Temática de Gestão e Negócios do Ibef. Ela destacou que o índice mede o humor dos associados (ibe�anos), em relação à economia e aos negócios, à situação econômica da empresa no momento atual, ao mercado, às oportunidades de investimento e às expectativas em relação ao futuro.

BALANÇOEm novembro, o Banestes divulgou os resultados do terceiro

trimestre de 2014. O Patrimônio Líquido alcançou, em 30 de setembro, R$ 1,04 bilhão, um avanço de 17,0% sobre o saldo de setembro de 2013. O Índice de Basileia �cou em 16,4%, mantendo sustentáveis as operações do banco. Para a instituição �nanceira, receitas com operações de crédito, resultados na tesouraria, controle das despesas administrativas e maiores receitas com serviços foram os fatores que mais in�uenciaram o desempenho positivo.

Já o Banco do Brasil, em novembro, anunciou um lucro líquido de R$ 2,78 bilhões no terceiro trimestre, ante os R$ 2,829 bilhões nos três meses anteriores, uma queda de 1,7%. No mesmo período de 2013, o lucro havia sido de R$ 2,704 bilhões. No ano, de janeiro a setembro, a instituição �nanceira teve lucro de R$ 8,287 bilhões, valor 35% menor do que o observado no mesmo período de 2013.

O Sicoob fechou os nove primeiros meses do ano com mais de R$ 159 milhões em sobras brutas (como é chamado o lucro nas instituições �nanceiras cooperativas). Um crescimento de 63% em relação ao mesmo período de 2013, quando foram registrados R$ 97,5 milhões. Já os ativos acumulados em 2014 somam R$ 3,29 bilhões, valor 31,2% superior aos R$ 2,5 bilhões acumulados de janeiro a setembro de 2013.

“O ano de 2014 foi bastante conturbado por conta de fatores preocupantes, como o aumento de preços em quase todos os produtos. Houve uma dispersão da in�ação, que não atingiu um produto ou outro, mas foi generalizada”, a�rma Jorge Eloy, presidente

Ano difícil para o mercado financeiro

MERCADO FINANCEIRO

A confiança do empresários e executivos

de finanças no ES caiu em 2014

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CRÉDITOUma parceria importante para a economia do Estado, �rmada

este ano, ocorreu entre a cooperativa de crédito Sicoob e a Vipetro Petróleo, empreendimento capixaba, para �nanciar as ações da empresa na exploração de três campos, um em Linhares e dois em São Mateus. Os campos adquiridos em leilão, em 2005 e 2007, devem iniciar sua produção comercial em 2015, e a meta é alcançar o volume de até 3 mil barris por dia, em cinco anos.

Para chegar a esse patamar, Dirceu Santos, gerente de Exploração e Produção da Vipetro, diz que será necessária a perfuração de 100 poços, ao custo de US$ 2 milhões cada (aproximadamente R$ 4,5 milhões). Em 2014, foram investidos perto de US$ 38 milhões (em torno de R$ 86,3 milhões) no empreendimento e a previsão é de faturar R$ 20 milhões por mês, a partir de 2018.

IMPOSTOSEm maio, Vitória passou a contar com o primeiro Impostômetro

Capixaba, fruto de parceria entre a Findes e o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). O equipamento, instalado na sede da Findes, na Reta da Penha, divulga o montante arrecadado no Brasil durante o ano.

A carga tributária no Brasil, em relação ao Produto Interno Bruno (PIB) do país, é de 36,4%, uma das 30 maiores do mundo e a segunda maior da América Latina, perdendo apenas para a Argentina, que tem 37,3%. Até o fechamento desta edição, o Impostômetro já marcava o valor superior a R$ 1,5 trilhão de reais em impostos arrecadados no país.

do Conselho Deliberativo da Associação de Representantes de Banco do Espírito Santo (Arbes). Segundo ele, o aumento da taxa Selic levou ao que se intitula no mercado �nanceiro de “ganho de tesouraria”, compra de títulos públicos pelas instituições �nanceiras, que posteriormente passam a emprestar recursos entre si e, com isso, garantir rentabilidade adequada no mercado.

Ainda de acordo com Eloy, 2014 foi marcado por um forte consumo em todo o país, o que acarretou a demanda por mais crédito. “Isso proporcionou aos bancos uma situação favorável de ganhos. No entanto, o aumento do crédito é preocupante, pois pode acarretar um volume de inadimplência elevado para 2015”, pondera. Para o próximo ano “será preciso realizar um ajuste �scal urgente, a chance de a demanda por crédito reduzir é grande”, �naliza.

CARAVANA DA SIMPLIFICAÇÃO Vitória foi a 10ª cidade do país a receber a Caravana da

Simpli�cação, em março, na Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes). Durante o evento, o ministro-chefe da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, lançou a Rede Nacional para Simpli�cação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), além de pedir apoio à aprovação do Novo Simples Nacional, que tramita na Câmara dos Deputados.

A Redesim é um sistema integrado das Juntas Comerciais do Brasil que visa a simpli�car procedimentos às micro e pequenas empresas, reduzindo o prazo processual dos atuais 150 dias para, no máximo, cinco dias. A Caravana da Simpli�cação contou com o apoio da Agência de Desenvolvimento das Micro e Pequenas Empresas e do Empreendedorismo (Aderes) e do Fórum Estadual.

Além disso, um dos principais destinos turístico do Espírito Santo, Pedra Azul, em Domingos Martins, foi palco do Encontro Ibef-ES 2014, realizado pelo Instituto Brasileiro de Executivos e Finanças, de 30 de maio a 1º de junho. Os participantes debateram temas do mundo econômico e político, associados a momentos de lazer e relacionamento.

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Apesar das diviculdades do mercado, o Siccob fechou os nove primeiros meses do ano com mais de R$ 159 milhões de lucro

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Em novembro, o Impostômetro já

registrava mais de um trilhão de reais em

impostos arrecadados

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Um ano que só termina no próximo

Eustáquio Palhares

O ano de 2014 foi marcado por fatos e eventos que se desdobram e certamente vão se projetar para os anos seguintes. O cenário mais pessimista é o de 2015,

com a degradação dos indicadores da economia, a inevitabilidade da ascensão da in�ação e do dólar, o encolhimento do PIB e o desnudamento dos artifícios e dos estratagemas que mascararam outros indicadores, como a questão do emprego, onde o conceito de atividade, a partir do assistencialismo governamental, dissimulou a realidade. Isso para não mencionar a remuneração do ócio a título de resgate social, e seguramente, a mais baixa produtividade do Ocidente, considerando-se os emergentes e os industrializados.

Ou seja, esses dados projetam-se sombrios para o próximo ano. O episódio tragicômico dos debates presidenciais, com um marqueteiro atuando como superministro e ditando a “política econômica” da situação no esforço de fazer factoides de resultado imediato que foi ludibriar os incautos, começou a se desnudar já na semana seguinte às eleições com o aumento da Selic, o piso dos juros. Com 11,25 gravando uma dívida pública de R$ 3,2 trilhões, temos cerca de R$ 360 bilhões escoando pelo ralo anualmente só em juros e amortizações. Mil por cento a mais do que o tão temido dé�cit �scal anunciado até novembro.

Bem, consola saber que constatar a doença é menos pior do que a mascarar. O agravamento do quadro, o mandato já na mão, obrigará a adoção de medidas radicais, que a situação imputou como ameaça do adversário. Aí o marqueteiro-ministro não poderá usar de so�smas e argumentos com prazo de validade para estancar a in�ação, conter o rombo �scal, equilibrar o balanço de pagamentos ou fazer algo em relação ao câmbio. Na verdade, os marqueteiros do Planalto

mostram-se cínicos irretocáveis. Embaralham deliberadamente os conceitos de Governo e Estado. As instituições, por eles, são subalternas ao gestor de plantão e não aos ditames constitucionais. Signi�ca que a respeitável Polícia Federal e o Ministério Público, então, sempre foram cordatos e transigiram com a corrupção que se espraiava subterraneamente.

Assim, 2014 desembocará em 2015. Não terminará no réveillon. Fica da marca meramente formal do calendário a lição da Copa do Mundo, quando os alemães trouxeram um plano de trabalho que resultou na pedagógica goleada in�igida ao time brasileiro e que pode ser replicado em qualquer modelo organizacional, desde a fase de preparação no sul da Bahia ao recurso da

empatia em jogar com as cores do Flamengo. Fica a pendência do futuro das obras milionárias exigidas pela Fifa – esse moderno Estado paralelo que ainda está por ser desconstruído –, cujo aproveitamento dimensionará o seu exato custo/benefício.

E �ca a celebração dos 25 anos da queda do Muro de Berlim, desabando sobre uma esquerda que subsiste hoje

nas faculdades ou nos carguinhos públicos, refesteladas em uma odienta estabilidade discriminatória com o trabalhador brasileiro, teorizando sobre a necessidade de compartilhar a renda alheia ainda baseada nos fundamentos econômicos do capitalismo industrial do século XIX. E que não deu certo em lugar nenhum e nem nunca dará se isso implicar a supressão do bem mais precioso da existência depois da própria vida, que é a Liberdade.

Eustáquio Palhares é especialista em Comunicação Empresarial

VIDAARTIGO

Resultados de 2014 obrigarão medidas radicais para estancar a inflação, conter o rombo fiscal, e equilibrar o balanço de pagamentos e o câmbio

Os alemães trouxeram um plano de trabalho

que resultou na pedagógica goleada infligida ao time brasileiro e que pode ser replicado em qualquer modelo organizacional”

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S e por um lado o Brasil deixou a desejar na área econômica, o mesmo não pode ser dito sobre o cenário político em 2014. As eleições deste ano foram cercadas de grande

expectativa, principalmente após as manifestações de junho de 2013 terem levado milhões de brasileiros às ruas, com bandeiras que iam desde melhorias no transporte coletivo, até saúde pública e combate à corrupção. Tragédias, denúncias e bate-boca ao vivo marcaram um embate político que registrou temperaturas elevadas, tanto no cenário nacional quanto estadual.

Ainda no �nal de 2013, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por seis votos a um, não conceder o registro ao partido Rede Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, sob a justi�cativa de que faltaram assinaturas de apoio necessárias à criação da legenda. Mesmo sem conseguir viabilizar sua candidatura, Marina se tornou uma peça importante do tabuleiro político em virtude do seu bom desempenho nas eleições de 2010, quando foi candidatada pelo Partido Verde (PV) e obteve quase 20 milhões de votos. Por isso, logo no início de 2014, seu nome foi con�rmado como candidata

Reviravoltas e tragédias marcaram o cenário político em 2014

Vitória de Dilma Rousseff foi a mais apertada para a Presidência da República

desde 1989

Foto: Ichiro GuerraPOLÍTICA

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ES Brasil 113 • Retrospectiva 2014 153

realizado no dia 26 de outubro, �cou marcado como a disputa mais apertada para a Presidência da República desde 1989. Dilma Rousse� conseguiu se reeleger com mais de 54,5 milhões de votos, 51,64% dos válidos, e viu seu oponente, Aécio Neves, �car bem na cola, com mais de 51 milhões de votos (48,36%). Em seu pronunciamento, Dilma disse que “(não acredita) que essas eleições tenham dividido o país ao meio. Creio que elas mobilizaram ideias e emoções às vezes contraditórias, mas movidas por um sentimento comum: a busca por um futuro melhor”. Já Aécio agradeceu aos “mais de 50 milhões de brasileiros que apontaram o caminho da mudança”, conforme ES Brasil noticiou na edição 111, de outubro.

Vale acrescentar que as eleições 2014 foram acompanhadas de perto por ES Brasil. Na edição de agosto, por exemplo, a publicação abriu espaço para a discussão de assuntos de cunho econômico. A revista cobriu um evento organizado pelo Grupo Permanente de Acompanhamento Empresarial do Espírito Santo (GPAEES), que contou com a participação da economista-chefe da Rosenberg & Associados, Thais Marzola Zara. Na ocasião, a especialista apresentou três cenários econômicos para o país, dependendo do resultado do pleito de outubro: adaptação (vitória de Dilma no segundo turno), renovação (vitória de outro candidato) e manutenção (vitória petista no primeiro turno).

O cenário de adaptação, que foi o con�rmado nas urnas, traçou estimativas caso o Governo reeleito realize alterações na política econômica e obtenha um superávit primário ligeiramente maior, além de alguns ajustes de preços administrados (combustíveis, energia elétrica e tarifas de ônibus) e reforço do programa de concessões. A previsão realizada na época é que o Produto Interno Bruto (PIB)

a vice-presidente da República, na chapa encabeçada pelo então governador de Pernambuco, Eduardo Campos, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

Nas primeiras pesquisas presidenciais, a chapa composta por Campos e Marina aparecia em terceiro lugar, atrás da presidente Dilma Rousse�, do Partido dos Trabalhadores (PT), em primeiro, e de Aécio Neves, em segundo. Porém, essas posições começaram a ser ameaçadas em 13 de agosto, 39 dias depois do início da campanha eleitoral, com o acidente aéreo que vitimou Eduardo Campos, em Santos, no litoral de São Paulo. Uma semana depois da tragédia, no dia 20 de agosto, Marina Silva foi con�rmada pelo PSB como a substituta de Campos na corrida eleitoral, tendo o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) como vice.

Com o bordão criado pelo seu antecessor na chapa – “Não vamos desistir do Brasil” –, Marina conseguiu entrar na disputa e chegou até a ser chamada de “furacão”. Seu desempenho nas pesquisas eleitorais acabou se mostrando superior ao de Campos, chegando a aparecer em primeiro lugar nos levantamentos realizados para o primeiro turno e até mesmo vencendo no segundo, de acordo com alguns institutos, como o Ibope.

Na televisão, todos os grandes canais da rede aberta que promoveram debates eleitorais (Globo, Record, SBT, Band e RedeTV) viram suas audiências aumentarem com as transmissões das sabatinas. A grande plateia fez com que candidatos de partidos menores, como Eduardo Jorge (PV), Luciana Genro (PSOL) e Pastor Everaldo (PSC), virassem memes na internet por suas declarações. O bate-boca entre os candidatos também. Comparações com governos passados, denúncias de investigações por corrupção, posicionamento dos candidatos com relação a temas como legalização da maconha e casamento civil igualitário viraram polêmicas nas rodas de conversa e nas redes sociais. Mas por �m, o “furacão” Marina perdeu força, e Dilma e Aécio foram conduzidos ao segundo turno na disputa presidencial.

Assim como nos últimos 20 anos, PSDB e PT protagonizaram uma campanha que dividiu o Brasil. O segundo turno,

Fotos: Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

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brasileiro crescesse 0,9% em 2015 e chegasse à casa dos 2% entre 2006 e 2018, com uma in�ação de 6% em 2015 e 5,5% nos seguintes.

A edição de agosto trouxe ainda um ESB Pergunta Especial com os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas eleitorais pelo Governo do Espírito Santo: o atual governador, Renato Casagrande (PSB), e o ex-governador Paulo Hartung (PMDB). A publicação fez uma ponte entre os candidatos e quatro instituições representativas dos setores agropecuário (Faes), comércio (Fecomércio-ES), indústria (Findes) e transportes (Fetransportes), que apresentaram seus anseios, abordando temas relevantes para o desenvolvimento de cada atividade. Os candidatos falaram de suas propostas sobre redução do custo de alimentos, segurança pública, transporte de cargas e logística e substituição tributária.

ELEIÇÕES NO ESPÍRITO SANTOAssim como no Planalto, a disputa pelo Palácio Anchieta foi

marcada por algumas reviravoltas em seu percurso. No sábado, dia 12 de abril, Paulo Hartung apresentou uma carta ao PMDB capixaba, partido que compunha a base de apoio a Casagrande, em que colocou seu nome à disposição para concorrer ao Governo do Estado. Assim, dois nomes fortes polarizaram as atenções na disputa, que acabou elegendo Hartung em primeiro turno com 53,44% dos votos válidos, mais de 1 milhão de votos. Renato Casagrande teve 39,34%, enquanto Roberto Carlos (PT) alcançou 6,01%, Camila Valadão (PSOL) chegou a 1,1%, e Mauro Ribeiro (PCB) recebeu 0,11%. Mais uma vez, o Espírito Santo foi o primeiro Estado a concluir a apuração para o cargo de governador.

Já a disputa pela única vaga do Senado nessas eleições foi mais acirrada. As pesquisas chegaram até a apontar empate técnico entre os três principais candidatos – Rose de Freitas (PMDB),

Neucimar Fraga (PV) e João Coser (PT). Mas, por �m, Rose conseguiu se tornar a primeira mulher eleita para representar o Espírito Santo no Senado, com mais de 776 mil votos válidos (46,23%). A eleição para os outros cargos do Legislativo de�niu novos nomes de deputados estaduais e federais para a ocuparem cadeiras na Assembleia Legislativa (Ales) e na Câmara Federal. Das 30 vagas em disputa na Ales, 16 serão ocupadas por novos políticos a partir de 2015, enquanto as outras 14 são de nomes que conseguiram se reeleger. As articulações que de�nirão os apoios políticos dos próximos anos ainda estão acontecendo, mas entre os eleitos, 13 compõem a base de onde Hartung saiu vitorioso, enquanto a coligação de Casagrande elegeu 12 deputados, e o PT, cinco. PEN, PRTB, PSD, PTC E SDD, que não tinham representação na Ales, conseguiram emplacar um deputado cada.

Na Câmara Federal, das 10 cadeiras a que o Espírito Santo tem direito, seis serão ocupadas por novos parlamentares no ano que vem. Além disso, a representação capixaba na Casa é marcada pela participação de nove partidos diferentes, uma vez que o PT conseguiu eleger dois nomes: Givaldo Vieira e Helder Salomão. Eles estão entre os seis novos deputados que assumirão o cargo, enquanto Lelo Coimbra (PMDB), Paulo Foletto (PSB), Dr. Jorge Silva (PROS) e Manato (SD) conseguiram se reeleger.

O cenário das eleições do Legislativo no Espírito Santo foi marcado ainda por um acidente que comoveu o Espírito Santo. Em sua edição de agosto, a revista ES Brasil publicou que o PSB capixaba estava de luto. Além da morte de Eduardo Campos, o candidato a reeleição como deputado estadual Glauber Coelho faleceu no dia 20 daquele mês, depois de passar 10 dias internado após sofrer um acidente de carro na rodovia ES 482, que liga o município de Cachoeiro de Itapemirim a Alegre, no sul do Estado.

ES foi o primeiro Estado a concluir a apuração para o cargo de governador, confirmando o retorno de Paulo Hartung ao Palácio Anchieta

Revista ES Brasil publicou matéria em agosto registrando o luto do PSB capixaba, com as mortes de Eduardo Campos e Glauber Coelho (destaque)

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Comércio exterior mantém números negativos

A pesar de ter iniciado o ano com uma pequena elevação em exportação e importação em janeiro e fevereiro, o comércio exterior capixaba continua a amargar queda.

Por mais um ano, o setor não tem o que comemorar. Ainda que a balança comercial tenham de a balança comercial ter registrado uma elevação de 19,3% nas exportações comparando janeiro a outubro de 2014 com o mesmo período de 2013, não foi possível se recuperar dos números negativos registrados desde 2011, que acumulam um saldo de -17%.

As importações mantiveram a queda livre que vem sendo registrada nos últimos anos, com recuo de 2,6% até outubro de 2014, acumulando 30,2% de saldo negativo desde 2011, o melhor ano da história para os embarques capixabas. Já as importações brasileiras registram crescimento de 3,8% este ano.

A participação capixaba nas importações brasileiras tem caído gradativamente a cada ano. Em 2011, essas transações pelo Estado representavam 4,6% do bolo nacional. Já tem 2012, o peso capixaba das vendas recuou para 3,9%. A performance local de 2013 foi ainda mais baixa, 3,0%, patamar praticamente igual ao de 2014, de 3,1%.

Segundo o Sindicato do Comércio da Exportação e Importação do Estado do Espírito Santo (Sindiex), após a última grande crise mundial em 2010, é possível notar que as importações brasileiras demonstraram sinais de recuperação, enquanto as importações do Estado mostram o oposto.

O presidente do Sindiex, Marcilio Rodrigues Machado, pontua uma série de fatores para o mau desempenho do Espírito Santo, que vai desde a Resolução 13 até (e mais importante) a falta de infraestrutura adequada para atendimento às demandas das empresas de comércio internacional.

“O Estado possui o maior complexo portuário da América Latina, uma excelente estrutura de entrepostos aduaneiros e proximidade aos grandes centros consumidores do Brasil, mas isso não é su�ciente. Precisamos recuperar o atraso e investir em infraestrutura para recuperarmos a nossa competitividade. Caso contrário, grande parte do nosso comércio exterior pode migrar para o Sul do Brasil”, disse.

EXPORTAÇÕESO principal produto vendido para o exterior pelo Espírito Santo

em 2014 foi o minério de ferro, representando 43% dos produtos. Em seguida aparecem as exportações de petróleo, celulose, mármore e granito, produtos de ferro/aço e café. Os destinos das exportações capixabas foram Estados Unidos, Holanda, China, Japão, Argentina, Coreia do Sul, Itália, Trinidad e Tobago e Reino Unido.

Entre as importações, o ítem mais comercializado foi “auto-móvel e seus componentes”, com 18%. Em seguida aparecem máquinas e equipamentos, carvão mineral, matérias têxteis e suas obras (tecidos, �os e vestuários), equipamentos eletroele-trônicos e aeronaves.

ICMSOs dados da arrecadação de Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), comparando janeiro a outubro de 2014 com o mesmo período de 2013, revelam queda de 12%.

DADOS DO COMÉRCIO EXTERIOR

Fonte: Sindiex

Exportação Variação 2013/2014 Variação 2011/2014

Brasil -4,2% -9,5%

Espírito Santo 19,3% -17%

Importação Variação 2013/2014 Variação 2011/2014

Brasil -4,2% 3,8%

Espírito Santo -2,6% -30,2%

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U ma solução sustentável para o problema dos resíduos do esgoto começou a funcionar este ano no Espírito Santo. Em abril, a Companhia Espírito Santense de Saneamento

(Cesan) inaugurou a primeira Unidade de Gerenciamento de Lodo, na Serra. O projeto foi idealizado para transformar em adubo agrícola o lodo de esgoto, e a unidade tem capacidade de processar 200 toneladas por mês do material.

Esse adubo foi desenvolvido pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper). Trata-se de um material que pode ser usado em cultivos como abacaxi, eucalipto, seringueira, café, banana e cana.

Por ano, 2.400 toneladas de adubo poderão ser produzidas para atender às propriedades rurais. A unidade de gerenciamento também fará o monitoramento dos efeitos ambientais, agronômicos e sanitários dessa aplicação em área agrícola.

OUTRAS AÇÕESPara minimizar o impacto dos constantes alagamentos em

Vila Velha, a prefeitura tem desenvolvido inúmeras ações para bene�ciar os moradores, tais como os projetos de macrodrenagem em parceria com os governos Estadual e Federal que vão reduzir o tempo de escoamento da água, principalmente durante o verão, estação mais chuvosa.

Um ponto que tem merecido a atenção é o Canal da Costa, com intervenções orçadas em R$ 3,2 milhões para obras de dragagem

e retirada de rochas. Mais de mil toneladas de pedras já foram para desobstruir o curso e agilizar a drenagem da cidade. A Bacia Hidrográfica do Canal do Congo também vem passando por serviços de desobstrução, com construção de galerias, implantação de manilhas, assim como o Canal de Guaranhuns que recebeu três bombas para ajudar a combater os alagamentos.

Além de Vila Velha, a população e os turistas de Carapebus e do Balneário de Carapebus também serão bene�ciados com implantação do sistema de esgoto. Os bairros, localizados no município da Serra, receberão seis elevatórias (bombas) de esgoto, 39,7 km de rede coletora e 6.632 ligações residenciais à rede da companhia. A previsão é de que sejam investidos R$ 15,3 milhões durante a construção, que começou em 2014, para atender cerca de 10 mil moradores da região.

Na capital capixaba, as obras do reservatório de contenção de águas das chuvas construído no Horto de Maruípe serão concluídas antes do período de chuvas do verão. O reservatório subterrâneo atende a maior bacia de drenagem da cidade, a Cândido Portinari (20% do território da ilha de Vitória), que reúne 17 bairros e 77 mil moradores. A estrutura tem capacidade para acumular até 20 milhões de litros de água das chuvas e faz parte de um sistema composto por outros dois reservatórios (Maruípe e Itararé), com mais 10 milhões de litros de reserva, galerias e uma estação de bombeamento. As obras estão em andamento e complementam a primeira etapa da macrodrenagem da Grande Maruípe.

Unidade transforma lodo de esgoto em adubo agrícola

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Diversas ações estão sendo

realizadas na Grande Vitória

para prevenir os alagamentos

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Café conilon, a qualidade reconhecida não é de hoje!

Enio Bergoli

E ntre julho de 1929 e junho de 1930, notícias de jornais da época chamavam a atenção pelas referências sobre a quali-dade de xícara do café conilon, que se tornou, mais de seis

décadas depois, a principal atividade agrícola do Espírito Santo.Em julho de 1929, o jornal “O Malho”, de São Paulo, registrou que

“quem se habituou ao seu uso não suporta os demais. Este café é exportado para a Europa para consumidores escolhidos, entre os quais algumas casas imperiais”. Esta matéria a�rmava que “se a produção fosse grande, e se pudesse criar um tipo especial para o conilon, como extra ou �níssimo, haveria um melhor acolhimento, pois seu sabor é delicado, excelente”.

Alguns meses depois, em novembro, o jornal “Diário da Manhã”, de Vitória, noticiou a inauguração da Casa Modelo, um posto de degustação de cafés, em nossa capital, controlado pelo Governo, e com o objetivo de testar e difundir a qualidade dos nossos cafés, incluindo-se aí o conilon.

O mesmo “Diário da Manhã”, em 7 de junho de 1930, veiculou matéria sobre a grande aceitação do café conilon pelo público de Vitória, tornando-se bebida popular na Casa Modelo. Por isso, o Serviço do Café do Estado do Espírito Santo resolveu equiparar o conilon, a partir de 15 de junho de 1930, aos cafés �nos, para efeito de isenção da retenção na Praça de Vitória, uma política pública da época. Esse foi o primeiro ato o�cial de reconhecimento da qualidade do café conilon do qual se tem notícia.

Poucos dias após, ainda em junho de 1930, o mesmo jornal divulgava a realização de um curso sobre produção de café, que abordou manejo e qualidade, cujo público era formado por imigrantes

poloneses, que �caram interessados com o cultivo do conilon, ocasião que receberam inclusive até cartilhas dos instrutores.

Não por coincidência, observemos que bem mais tarde, no �m da década de 1960, foi um descendente polonês, Eduardo Glazar, então prefeito de São Gabriel, que criou um programa de fomento ao cultivo de café conilon, numa reação à política da erradicação dos cafezais, que deixou muitas regiões do nosso Estado na miséria, tamanha era a dependência econômica e social à cafeicultura, naquele momento.

Hoje são vários concursos municipais de qualidade do conilon, dois regionais e um estadual. O último, em 2014, teve cerca de 400 amostras inscritas nas categorias “natural” e “cereja descascado”. Grande parte das amostras atingiu pontuação acima

80 pontos, escala que coloca o nosso conilon no grupo dos cafés �nos, como preconizavam as fontes do jornal

“O Malho”, lá em 1929.O arranjo produtivo do café conilon

no Espírito Santo já está presente 63 municípios, envolve 250 mil pessoas no setor rural, além de ser responsável por 30% do Valor Bruto da Produção Agropecuária. Contudo, mais do que

a quantidade, será esse caminho sem volta da qualidade que vai garantir renda e mercado para as mais de 40 mil propriedades cafeeiras do Espirito Santo, que produzem três a cada quatro sacas colhidas em nosso país. Um brinde ao conilon capixaba, o robusta de qualidade!

Enio Bergoli é secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca

AGRONÉGOCIOSARTIGO

Concursos já reúnem 400 amostras nas categorias “natural” e “cereja descascado”. Grande parte delas avaliadas acima de 80 pontos, o que coloca o nosso conilon no grupo dos cafés finos

O arranjo produtivo do café conilon no Espírito

Santo já está presente em 63 municípios, envolve 250 mil pessoas no setor rural, além de ser responsável por 30% do Valor Bruto da Produção Agropecuária”

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Informe publicitário

QUARTA PELOTIZAÇÃO IMPULSIONA PRODUÇÃO DA SAMARCO EM 37% Iniciativa consolida a Samarco como uma das maiores exportadoras do País.

SAMARCO

A Samarco inaugurou, em abril de 2014, a Quarta Pelotização, um dos maiores investimentos privados do País, com aportes de R$ 6,4 bilhões. O projeto permi-

tirá à empresa um salto de 37% na produção, que passa a ser de 30,5 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano. A operação atingirá sua capacidade nominal em 2015.

A entrega do projeto possibilitará à companhia atuar em um novo patamar. A ampliação de sua capacidade de produção consolida a

posição da Samarco como uma das maiores exportadoras do Brasil e a coloca entre as principais fornecedoras de pelotas de minério de ferro do mundo.

O PROJETO O projeto contemplou a construção da quarta usina

de pelotização, com potência para produzir 8,25 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano, de um terceiro

Vista noturna da Quarta Usina da Samarco, na unidade de Ubu, em Anchieta (ES).

Foto: Jefferson Rocio

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* Dados 2010

concentrador, com capacidade de 9,5 milhões de t/ano, na unidade de Germano (localizada entre os municípios de Ouro Preto e Mariana, em Minas Gerais), e de um terceiro mineroduto, construído paralelamente aos outros dois já existentes. Com quase 400 quilômetros de extensão, ele passa por 25 municípios mineiros e capixabas e pode transportar 20 milhões de toneladas de polpa de minério de ferro por ano. Já o Terminal Portuário de Ubu, foi adaptado e teve sua capacidade de movimentação de carga aumentada para até 33 milhões de t/ano, garantindo todo o escoamento da produção.

POSTOS DE TRABALHO A Quarta Pelotização gerou 13 mil postos de trabalho no pico

das obras. Com a conclusão do empreendimento (após 35 meses de obras), foram gerados aproximadamente 1.100 empregos, entre diretos e indiretos.

CARBONEUTRALIZAÇÃODentre as iniciativas voluntárias relacionadas ao P4P, destaca-se

a carboneutralização. Isso quer dizer que o balanço das emissões de gases de efeito estufa, durante a fase de construção, foi igual ou inferior a zero. É o primeiro grande projeto de expansão no Brasil totalmente carboneutro. Foram adotadas medidas de compensação, como o plantio de seringueiras e espécies nativas da Mata Atlântica, e a reabilitação de áreas protegidas, com investimento total de R$ 1,9 milhão.

INDICADORES SOCIOECONÔMICOSA execução da Quarta Pelotização permitiu à Samarco fazer

um levantamento inédito e mostrar os efeitos do projeto para os estados do Espírito Santo e de Minas Gerais. De forma voluntária, a organização monitorou, por meio de indicadores socioeconômicos, as possíveis interferências do empreendimento nos sete municípios de in�uência direta nas unidades de Ubu (Anchieta, Guarapari e Piúma) e Germano (Catas Altas, Mariana, Ouro Preto e Santa Bárbara).

Foram avaliados e monitorados os seguintes temas: saúde, educação, segurança pública, mobilidade, trabalho, renda e geração de tributos municipais, estaduais e federais desses municípios. O processo foi participativo e compartilhado entre lideranças da Samarco, sociedade civil, iniciativa privada e poder público.

TCSA Outra inovação do projeto de expansão foi a assinatura do Termo

de Compromisso Socioambiental (TCSA). O documento foi �rmado entre o Estado do Espírito Santo, com interveniência técnica do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), o Ministério Público, os municípios de Anchieta, Guarapari e Piúma e a Samarco.

MARCOS DO PROJETO Um dos maiores projetos privados do país. Foram investidos

R$ 6,4 bilhões. Esse valor é 20% maior que a soma do PIB de Anchieta, Guarapari e Piúma em 2010 (R$ 5,3 bilhões). É, ainda, 2,3 vezes o PIB de Mariana (R$ 2,8 bilhões) e 16% maior que o PIB de Ouro Preto (R$ 5,5 bilhões)*;

13 mil empregos gerados no pico das obras.

R$, 3,8 bilhões em compras realizadas nos dois Estados (R$ 1,8 bilhão para o projeto em Ubu e R$ 2 bilhões em Minas Gerais);

35 meses de obras;

3,7 milhões de refeições foram oferecidas nos restaurantes das unidades ao longo de três anos (2 milhões em Ubu e 1,7 milhão em Germano);

O forno de pelotização, construído na unidade de Ubu, é o maior do mundo, com 204 metros de comprimento;

Foram utilizados 170 mil m³ de concreto, material suficiente para construir dois Maracanãs (projeto de 1950) ou reformar todo o Complexo da Pampulha para a Copa do Mundo de 2014;

O projeto utilizou 3,1 mil quilômetros de cabos, quantidade que daria para ligar Vitória a Belém do Pará;

Utilizadas 200 mil toneladas de aço, quantidade que equivale a aproximadamente 400 mil carros populares;

Aproximadamente R$ 590 milhões em impostos gerados pelas obras do P4P em Germano, em Ubu e no mineroduto;

É o primeiro megaprojeto de expansão no Brasil totalmente carboneutro. Foram compensadas aproximadamente 150 mil toneladas de CO equivalente;

1,4 mil pessoas foram qualificadas nos dois Estados nas áreas de eletromecânica e construção civil;

Foram investidos R$ 250 milhões em iniciativas de monitoramento e controle ambiental, no Espírito Santo e em Minas Gerais. Na unidade de Ubu, no tratamento das emissões atmosféricas, a Samarco, que já havia feito significativos investimentos nas usinas existentes, incorporou ao P4P melhorias, tais como o sistema wind fence, uma barreira de vento que reduz a dispersão do pátio de carvão e a substituição do shiploader, carregador de navios, dotado de sistemas de acompanhamento de emissões que aprimoram os controles ambientais;

63,1 milhões de homens-hora trabalhados totais e sem registro de acidente fatal ou incapacitante;

1,4 milhão de horas de treinamentos de segurança.

PÓS-OPERAÇÃO: Entre 2005 e 2013 (oito anos), foram gerados pela Samarco

cerca de R$ 7,4 bilhões em tributos. No intervalo de 2014 a 2018, com a operação do P4P, deverão ser gerados cerca de R$ 12 bilhões;

R$ 1,9 bilhão é o valor total que a Samarco recolherá em tributos, em 2014, com a operação das novas plantas. E, a partir de 2015, a estimativa é que ultrapasse a marca de R$ 2 bilhões. Em 2013, a cifra foi de R$ 1,4 bilhão.

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No contexto do TCSA, foi elaborado o Plano de Uso e Ocupação da Rede Hoteleira, que teve o objetivo de evitar a ocupação desordenada dos imóveis da região e regularizar a distribuição dos leitos disponíveis, garantindo que os trabalhadores das empresas contratadas se hospedassem em locais apropriados, causando o mínimo de impacto nos municípios. No início do processo de regularização de hotéis e pousadas, em fevereiro de 2012, havia apenas sete desses estabelecimentos regulares nos três municípios da Área de In�uência Direta. Com o envolvimento das prefeituras, por meio das secretarias de Turismo e da Fazenda e das associações comerciais e empresariais, esse número passou para 77 hotéis e pousadas.

O Plano Integrado de Prevenção, Controle e Fiscalização de Áreas Ocupadas e/ou em Risco de Ocupação foi outra ação do TCSA. O Plano resultou no levantamento, produção e publicação de dados cartográ�cos e cadastrais de Guarapari, Anchieta e Piúma, visando a subsidiar o planejamento territorial e estratégico dos municípios. Outro produto do plano foi a instalação do Núcleo de Inteligência e Imagem, responsável por monitoramento, análise e disponibilização de informações para o planejamento do território, instituição de políticas habitacionais, combate à ocupação irregular do solo, entre outros. A Samarco disponibilizou equipamentos, so�wares e treinamentos para a operacionalização do núcleo.

Os investimentos em infraestrutura também foram direcionados a projetos das áreas de saúde, infraestrutura e cidadania, como as obras para a reforma do Hospital Municipal, em Piúma; a instalação da Unidade de Saúde de Jabaraí, a pavimentação do bairro Porto Grande, em Guarapari; e a construção da Casa do Cidadão,

em Anchieta. No total, a Samarco aplicará R$ 12,2 milhões em ações de�nidas no TCSA.

INVESTIMENTOS SOCIAIS A Quarta Pelotização não apenas permitiu o aumento da

capacidade de produção da Samarco, como também contribuiu com o desenvolvimento econômico e social das regiões próximas às operações da mineradora. As comunidades vizinhas se bene�ciaram de criação de empregos, capacitação de mão de obra local, geração de tributos, compras locais e investimentos diversos realizados em cada região.

O Programa de Investimento Social, por exemplo, foi desenhado com base na consulta e no diálogo com as cerca de 60 comunidades de 25 municípios da área de influência da expansão. Foram desenvolvidas pelas próprias comunidades 72 iniciativas que receberam apoio da empresa. As ações, com foco em educação e geração de renda, estão sendo executadas.

Além dos investimentos sociais, a Samarco entregou também equipamentos em 23 municípios capixabas e mineiros. O aporte foi repassado aos municípios envolvidos nas obras do empreendimento ao longo de 2012 e 2013. Além de adotar critérios técnicos predefinidos, como extensão e tempo de execução das obras, a empresa ouviu os prefeitos das cidades beneficiadas antes de definir a aplicação dessa verba. Caminhões, tratores, pás-carregadeiras, automóveis e equipamentos hospitalares foram entregues às prefeituras. Nessas duas iniciativas, a Samarco investiu, de forma voluntária, cerca de R$ 8,6 milhões.

Vista aérea da Quarta Usina da Samarco, na unidade de Ubu, em Anchieta (ES)

Foto: Jefferson Rocio

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INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA

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Grandes projetos estruturais ainda são o principal desafio do Espírito Santo

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“O momento é de incertezas e 2015 será um ano desafiador. Voltar a planejar é fundamental para um futuro melhor ao setor de transportes e logística” - José Fiorot, presidente da Fetransportes

O desenvolvimento de um país está diretamente ligado às condições de infraestrutura que, quando ruins, limitam os resultados positivos para a economia. Além do risco

de morte, as más condições contribuem para o acréscimo médio do custo operacional das rodovias brasileiras em 26%.

O Espírito Santo não foge à regra. A malha viária que corta o Estado, composta por 1.654 km de vias, é a segunda pior do Sudeste, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT). A qualidade do pavimento das vias capixabas recebeu classi�cação pior que a de 2013. Os trechos classi�cados como regulares, ruins ou péssimos subiram de 44,8% para 53,6%.

“Vale ressaltar que o resultado é uma prova de que os recursos destinados ao transporte são insu�cientes. Nem os valores autoriza-dos são investidos em sua totalidade, devido a problemas de gestão e excesso de burocracia”, explica o presidente da Fetransportes, José Antonio Fiorot.

Os números sustentam a a�rmação do dirigente. O Plano CNT de Transporte e Logística indica a necessidade de R$ 293,88 bilhões de investimento para o modal rodoviário no Brasil. Mas o valor autorizado este ano foi de R$ 11,93 bilhões e, até agosto, apenas R$ 6,54 bilhões tinham sido pagos. Para as rodovias capixabas, a verba federal caiu de R$ 276,64 milhões, em 2013, para R$ 199,04 milhões, sendo empregados até agosto R$ 125,02 milhões.

Segundo ele, há necessidade de parceria entre Governo e iniciativa privada e aí entram as concessões, “o melhor caminho para melhorar as condições das rodovias”. Projetos integrados e bem elaborados são fundamentais para modi�car a situação. “Após a extinção do Geipot, passamos décadas sem planejamento, e o resultado foi todos os modais com problemas sérios de infraestrutura e produtividade. Voltar a planejar é fundamental para um futuro melhor ao setor de transportes e logística”, a�rma.

“O Brasil avançou econômica e social-mente, mas parou de se modernizar. O momento é de incertezas e 2015 será um ano desa�ador. Será preciso considerar importantes questões de 2014, como eleição presidencial, risco de recessão econômica, cenário in�acionário, retração dos negócios na indústria e saldo comercial do primeiro semestre, que fechou no vermelho”, avalia.

AEROPORTO: UM NOVO CAPÍTULOUm dos principais gargalos logísticos

do Estado, o modal aeroportuário, aparece entre as boas notícias de 2014. As obras do Aeroporto de Vitória, paralisadas desde 2008, quando o Tribunal de Contas da União determinou a suspensão dos traba-lhos devido a irregularidades contratuais, deverão ser retomadas no primeiro semes-tre de 2015 e concluídas em 2017.

Novo aeroporto deverá ficar

pronto em 2017

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A empresa curitibana Jota Ele Construções Civis S.A. arrematou a empreitada pelo valor de R$ 546 milhões, para a construção de novas pistas, pátio de aeronaves, terminal de passageiros, central de utilidades, sistemas viários e estacionamento, além da macrodrenagem interna e obras complementares.

Mas o modal aeroportuário também necessita de investimentos que incluem a criação de uma rede de aeroportos em Cachoeiro, Linhares, Colatina e São Mateus. As obras do Proedes Integração Logística, programa estadual com investimento de R$ 200 milhões, quase nada avançaram em 2014. O único processo licitatório em andamento é o da construção da pista do aeroporto de Linhares.

PORTO EM AMPLIAÇÃOOs gargalos logísticos vão além. O Porto de Vitória, apesar das

vantagens de ser abrigado pela baía de Vitória, com tradição no mercado e condições de maré de fácil gerenciamento, é limitado em sua condição física, por não comportar navios de maior porte.

A �m de minimizar tal obstáculo, melhorias vêm sendo reali-zadas, como as obras de dragagem e derrocagem, que deverão ser concluídas no primeiro semestre de 2015, estendendo o calado máximo de 10,67 para 12,5 metros, um aumento de até 40% na capacidade de carga. Com essa ampliação, o porto poderá receber navios de até 70 mil toneladas, enquanto a capacidade máxima atual é de 50 mil.

Apesar das limitações físicas, o balanço do setor de 2014 é positivo, na avaliação do presidente da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), Clóvis Lascosque. Ele destaca que, em 2013, as novas regras do Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap), que reduziram de 12% para 4% o ICMS interestadual sobre bens e mercadorias importados, a crise internacional e o crescimento da frota de navios foram os fatores que mais prejudicaram o aumento das relações comerciais com o exterior e, por consequência, o avanço da economia.

“Em 2014, tivemos um ano de recuperação, no qual se começou a desenhar um novo cenário. Algumas operações retornaram,

Inaugurando a indústria naval no Espírito Santo, o Estaleiro Jurong

Aracruz já está operando

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mesmo em navios de menor porte, e registramos um crescimento de 19% na movimentação entre janeiro e setembro”, explica o presidente da Codesa. Para Lascosque, o cenário deverá ser ainda melhor em 2015.

Na avaliação do diretor de Infraestrutura e Operações da Codesa, Hugo Amboss Merçon, as projeções positivas para o setor se respaldam principalmente na conclusão das obras de dragagem e derrocagem; nas obras do Cais de Capuaba, �nalizadas ainda este ano; e ainda nas atividades o�-shore. “A economia internacional direciona a movimentação do cenário local. Assim, mudanças nos mercados mundiais re�etem diretamente aqui. Mas podemos ter boas expectativas sim para o próximo ano. A exploração do pré-sal, por exemplo, está apenas no início, portanto, o crescimento das atividades o�-shore registrado nos últimos anos, deve se manter em 2015”, explica Merçon.

Outro fator positivo é que os congestionamentos nos portos de Paranaguá e Santos abriram perspectiva de retomada de armadores para Vitória. Hoje há negociações avançadas com exportadores de soja de Goiás e Mato Grosso que deverão movimentar suas cargas por Vitória a partir de 2015.

A expectativa dos gestores da Codesa é que haja uma de�nição no âmbito federal quanto à contratação ou não do projeto básico do Porto de Águas Profundas, previsto para Ponta da Fruta, Vila Velha. A diretoria também projeta o início das obras de ampliação dos berços 103 e 104, no Cais Comercial de Vitória, em 2016.

A Secretaria Estadual de Desenvolvimento garante que os sete empreendimentos portuários privados que integram a carteira de projetos até 2017 estão dentro do cronograma previsto e representam R$ 13 bilhões de investimentos federais e iniciativa privada. Os portos Manabi, em Linhares, Petrocity, em São Mateus,

e Central, em Presidente Kennedy (este em parceria com Roterdã), estão em fase do licenciamento ambiental no Ibama.

O Terminal da Imetame, em Aracruz, já possui licença prévia, e o C-Port Brasil, em Itapemirim, possui licença de instalação; enquanto o Itaoca O�shore, também em Itapemirim deverá receber a licença de instalação em dezembro deste ano.

Inaugurando a indústria naval no Espírito Santo, o Estaleiro Jurong Aracruz (EJA), também integra a carteira de projetos da Sedes. Concluídas as obras do quebra-mar sul, leste e norte, o Jurong já está operando. Em março deste ano, foi iniciada a construção de módulos para acomodar a tripulação, que serão instalados no casco do NS Arpoador. Também estão sendo construídos os módulos dos navios �utuantes de produção P-68 e P-71. A dragagem, as o�cinas de casco, tubulação, pintura e jateamento, além do cais sul e �nger píer estão em fase de conclusão.

Até o �nal de 2015, toda a construção civil do EJA deverá estar �nalizada. Deverão �car prontos também o prédio de restaurante e vestiários, o ambulatório e o setor administrativo. A chegada do dique seco �utuante é esperado para o período. Além das unidades P-68 e P-71, a Jurong tem contrato assinado para a construção de sete navios-sonda para a Sete Brasil, que serão afretados pela Petrobras e operados pela Seadrill e Odjefell.

A diretoria da Jurong destaca a importância da melhoria nas rodovias para um sistema logístico e�ciente. “Contamos com o apoio do Governo Estadual para criação da infraestrutura necessária aos atendimentos das demandas decorrentes da instalação do nosso empreendimento. A duplicação da ES-010 é fundamental para o porte da indústria naval que está se instalando”, informa.

Apesar da expectativa dos diferentes setores de que sejam concretizadas melhorias em 2015, os entraves que freiam as potencialidades do Estado não são poucos, nem recentes e não serão solucionados em curto prazo. Para o mercado, é fundamental um planejamento que possibilite condições ideais de infraestrutura e integre os modais para que, ao menos em médio prazo, esses gargalos possam ser minimizados. E, uma vez retomado o poder de planejamento do Estado, será preciso prazo para que as melhorias se concretizem, uma vez se tratar de obras grandes, que não surgem da noite para o dia.

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“Em 2014, tivemos um ano de recuperação, no qual se começou a desenhar um novo cenário, que deverá ser ainda melhor em 2015” Clóvis Lascosque, presidente da Codesa

“Podemos ter boas expectativas sim para o próximo ano. A exploração do pré-sal,

por exemplo, está apenas no início, portanto, o crescimento das atividades off-shore registrado nos últimos anos

deve se manter em 2015” Hugo Merçon, diretor de Infraestrutura

e Operações da Codesa

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N o Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado em 5 de junho, foi encaminhada à Assembleia Legislativa (Ales) a Política de Proteção à Fauna Silvestre. A minuta

de lei propõe, por exemplo, sanções para a caça e maus-tratos, além do transporte ilegal e da captura para a cativeiro. Também proíbe a utilização de animais silvestres, exóticos e domésticos em espetáculos circenses. As regras são baseadas na Lei Complementar 140 do Governo Federal, que estabelece a gestão da fauna como responsabilidade das administrações estaduais.

A previsão é de que o projeto de lei entre em tramitação na Ales apenas no próximo ano. Caso seja aprovada, será criado também o Sistema Estadual de Gestão de Fauna Silvestre do Espírito Santo (Sigefau-ES), incluindo a Polícia Militar Ambiental como instituição integrante. Com isso, a corporação passará a aplicar, além das penalidades criminais, as penas administrativas, como embargo, auto de multa, interdição e autuação.

FIM DOS LIXÕESDos 102 lixões a céu aberto que havia no Espírito Santo em 2006,

apenas dois deles continuam operando. Em cumprimento ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), já em 2010, esse número havia caído para 52. Agora, só os municípios de Apiacá e Ponto Belo ainda não utilizam aterros sanitários licenciados ou controlados.

Atualmente, 52 municípios capixabas destinam os resíduos sólidos para aterros sanitários licenciados, sendo que cinco estão em funcionamento e outros cinco em fase de licenciamento. Nesses espaços, são realizados a compactação dos resíduos para armazenamento em células, utilizando mantas

impermeabilizadoras, a drenagem de e�uentes, o controle dos gases gerados pelos resíduos, entre outras medidas de controle ambiental.

Outros 23 municípios destinam os resíduos para antigos lixões que atualmente operam de forma regularizada, contendo dispositivos de controle ambiental. Esses aterros controlados são utilizados de forma temporária até que o município de�na uma forma ambientalmente correta para a destinação dos resíduos sólidos.

LICENCIAMENTO AMBIENTALOutro destaque em 2014 é a mudança relacionada ao pedido

de licenças ambientais no Espírito Santo, que agora pode ser feito pela internet. Desde o dia 12 de junho, para solicitar e conseguir licenças para empreendimentos de pequeno porte, o requerente não precisa comparecer à sede do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), em Cariacica. Ele poderá acessar o serviço pelo site www.meioambiente.es.gov.br. O lançamento do primeiro módulo do Iema_Online foi realizado no Palácio Anchieta pelo governador Renato Casagrande.

Agora é possível obter via internet Certidões de Débitos Ambientais (CNDAs) e dispensas de licenciamento, além de licenças simplificadas e licenças únicas, que são referentes a empreendimentos de pequeno porte, ou seja, que não precisam apresentar relatórios ou estudos ambientais para obtê-las.

É possível conseguir a licença simpli�cada online para torres de telefonia, aplicações de produtos domissanitários no controle de pragas e vetores e para o transporte rodoviário. Há também a licença única disponível para a atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos.

ES deve ter Política de Proteção à Fauna Silvestre

MEIO AMBIENTE

Projeto de lei na Ales propõe, entre outras

determinações, sanções para caça, maus-tratos

e transporte ilegal

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e para o controle do uso da água para abastecimento e irrigação. A Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH) é uma autarquia ligada à Seama e foi criada por meio da Lei Estadual nº 10.143, de dezembro de 2013, para dar apoio a obras hídricas, em especial às barragens, e aos comitês de bacia; executar a outorga e o sistema de monitoramento; e integrar o planejamento e o fomento de obras que visam ao aumento da reserva de água.

Ainda nessa questão hídrica, os comitês de bacia dos rios Jucu e Santa Maria da Vitória estabeleceram em setembro os objetivos de qualidade a serem alcançados ou mantidos nos corpos de água, de acordo com os usos futuros pretendidos para eles. Ao todo, 42 cursos d’água foram enquadrados nas bacias que são as principais responsáveis pelo abastecimento da região metropolitana capixaba.

A cadeira de rodas para terrenos acidentados começou a ser disponibilizada este ano no Parque Paulo César Vinha, em Guarapari, para garantir a acessibilidade à principal trilha da reserva para quem precisa do equipamento. O uso da cadeira de rodas está restrito ao Centro de Vivência e à Trilha da Restinga, que se inicia próximo à sede e segue até a margem da praia, totalizando 1,5 km.

As primeiras desapropriações na área da Cachoeira da Fumaça, em Alegre, aconteceram em agosto de 1984, há 30 anos, a �m de conservar a região, e parte da área de pastagem foi restaurada com espécies nativas. Os fragmentos �orestais de mata ciliar e vegetação rupestre que formam o parque estadual contam com trilhas bem demarcadas e de fácil acesso, além da exuberante queda d’água de 144 metros. Ao longo do rio a paisagem apresenta cascatas e corredeiras. Sua �ora é marcada por bromélias, helicônias, jacarandás-de-espinho, dentre outros, e a fauna é representada por animais raros como maitaca, martin-pescador-grande, lontra e gato-do-mato-pequeno.

O segundo e o terceiro módulos do Sistema de Licenciamento Online irão incluir a solici-tação e emissão de licenças ambientais para empreendimentos de médio e grande impacto ambiental. Eles serão instalados apenas em 2015.

Outro avanço no licenciamento ambiental no Espírito Santo foi a municipalização do serviço em Atílio Vivácqua, Barra de São Francisco, Nova Venécia e Rio Bananal. Agora já são 23 municípios aptos a emitir licenças a empreendimentos e atividades de impacto local para agilizar os processos.

A municipalização do licenciamento já era uma realidade em Aracruz, Colatina, Muniz Freire, Itapemirim, Serra, Cachoeiro de Itapemirim, Guarapari, Santa Teresa, Vitória, Vargem Alta, Montanha, Vila Velha, Anchieta, Viana, Linhares, Domingos Martins, Cariacica, Venda Nova do Imigrante e São Mateus.

RECURSOS HÍDRICOSO Espírito Santo passou a contar este ano com um órgão

exclusivo para solucionar os con�itos causados pela falta de água, para o monitoramento dos rios em função das cheias e da seca

Foto: Leonel Albuquerque

Cadeira de rodas para trilhas no Parque Paulo

César Vinha

Parque da Cachoeira da Fumaça

comemora 30 anos

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U m dos grandes gargalos nas metrópoles brasileiras, a mobilidade urbana tem pautado diversos projetos e ações governamentais no país. No Espírito Santo a

preocupação não é diferente. O trânsito lento em muitas das principais vias da Grande Vitória nos horários de pico mostra que a preocupação não é à toa. Em março, foram iniciadas as obras de reestruturação da Avenida Leitão da Silva, em Vitória, um investimento de R$ 50 milhões feito em parceria com o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), que deverá ser concluído no segundo semestre de 2015. Parte do Programa de Mobilidade Urbana (PMM), o projeto prevê a construção de mais uma pista de rolamento, com um total de três

faixas para cada sentido. Em fevereiro, as secretarias municipais de Obras (Semob) e de

Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran) atuaram em conjunto para recuperar a rede cicloviária existente na capital. Uma das avenidas contempladas com essa iniciativa foi a Munir Hilal, em Jardim Camburi, que recebeu nova sinalização. Todo o trecho destinado para o uso de bicicletas no calçadão da Praia de Camburi teve reforço na pintura e na sinalização, o que também ocorreu na Avenida Fernando Ferrari. Foram feitos ainda 1.800 metros de faixas compartilhadas entre carros e bicicletas na Avenida Aldalberto Simão Nader. Com 10,2 quilômetros de extensão, a faixa exclusiva para ciclistas liga o Centro Esportivo de Almeida

Espírito Santo precisa integrar modais

MOBILIDADE

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Diversas ações estão sendo feitas na Grande Vitória para melhorar a

mobilidade urbana

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nacional. Parte desse dinheiro vem do Orçamento Geral da União (OGU) e outra é oriunda de �nanciamento público, com juros subsidiados. Os recursos deverão ser repassados aos estados e aos municípios, responsáveis pela execução dos projetos aprovados pelo Governo Federal.

FIM DO PEDÁGIO DA TERCEIRA PONTEAinda em abril, o governador do Estado suspendeu a cobrança do

pedágio na Terceira Ponte, motivado por um relatório do Tribunal de Contas, que apontou desequilíbrio de quase R$ 800 milhões no contrato com a Rodosol, empresa operadora. Contudo, a mudança não fez melhorar o �uxo de carros nos horários de pico, como se esperava. Se por um lado os motoristas deixaram de perder tempo para pagar o pedágio, por outro mais pessoas passaram a utilizar a ponte. Embora na maior parte do dia o �uxo de veículos seja rápido, nos horários de pico – pela manhã, em direção à Vitória, e no início da noite, no sentido contrário – o trânsito é intenso. Segundo a Rodosol, 70 mil veículos passam pelo local todos os dias.

Em setembro, o Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES), por meio da Comissão de Mobilidade Urbana, se reuniu com os prefeitos de Vitória, Luciano Rezende; de Vila Velha, Rodney Miranda; os representantes da Agência Reguladora de Saneamento

Básico e Infraestrutura Viária do Espírito Santo (Arsi) e da empresa Rodosol para discutir a implantação de ações que minimizem a situação dos frequentes congestionamentos na Terceira Ponte. Para a comissão, as grandes cidades nos próximos anos precisam trabalhar tendo como foco a sustentabilidade. Segundo a entidade, a frota de automóveis e motos cresce entre 8 a 10% ao ano, e esse número não é acompanhado pelo desenvolvimento e melhoria do sistema viário.

Se na Terceira Ponte a passagem de veículos e motos se tornou gratuita, em vários pontos do Estado foi iniciada a cobrança. Em maio, sete praças começaram a cobrar pedágio na BR-101, distribuídas ao longo de 475 quilômetros, sob a administração da concessionária ECO 101. As praças foram construídas em Aracruz, Guarapari, Itapemirim, Pedro Canário, Mimoso do Sul, São Mateus e Serra.

Neves, o Tancredão, à praia de Camburi. Ainda este ano foi iniciada a construção de uma ciclovia a partir do Centro de Vitória.

Visando a melhorar a �uidez do trânsito, a Prefeitura de Vila Velha implantou o sistema binário no bairro Itapoã. A mudança foi realizada na Avenida Jair de Andrade, conhecida pelos alagamentos e congestionamentos no horário de pico, que passou a ser mão única no sentido Avenida Francelina Setúbal, em direção à Avenida Gil Veloso. Já a Rua Belém fará o sentido contrário – alteração que, após ser discutida e aprovada pelos moradores do bairro, já havia sido realizada em outubro de 2013. O lado esquerdo da pista da Jair de Andrade foi destinado para o estacionamento de veículos. Já a parte direita passou a ser composta por ciclofaixas, para dar mais segurança ao ciclista, além de estimular novas alternativas de mobilidade.

A mobilidade urbana também passa pela segurança, e a instalação de câmaras de videomonitoramento nos 10 terminais de integração do Sistema Transcol, que teve início em julho deste ano, possibilita a disponibilização das imagens, por meio de parcerias, para a polícia e autoridades de segurança pública dos municípios. Com um sistema Full HD, as câmeras de videomonitoramento possuem proteção contra o vandalismo e a ação do tempo – em casos de ventos e chuvas. A tecnologia utilizada é similar à do metrô do Rio de Janeiro e de aeroportos como o de Guarulhos, em São Paulo.

Em abril, representantes de 26 municípios brasileiros com população entre 400 mil e 700 mil habitantes, entre eles Vitória, Vila Velha e Serra, estiveram em Brasília com a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, e o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, para debater investimentos em projetos e obras de mobilidade urbana, que deverão totalizar R$ 143 bilhões ao setor

Fonte: Secretaria de Estado da Agricultura (Seag)

A Avenida Fernando Ferrari também recebeu investimentos da Semob e Setran

PMMCom mais de R$ 3 bilhões de investimentos previstos para melhorar a circulação de pessoas e de cargas, resultando em mais qualidade de vida e redução no tempo de deslocamento entre as cidades que compõem a Grande Vitória, o Programa de Mobilidade Urbana prevê ações que vão desde a modernização e ampliação dos terminais urbanos de transporte coletivo até a multimodalidade do transporte, passando também pela ampliação e criação de vias alternativas para a melhor distribuição do trânsito na região.

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Ainda este ano, foi �nalizada a segunda etapa das obras da Rodovia Leste Oeste. O novo acesso, idealizado para facilitar o �uxo entre os municípios de Vila Velha e Cariacica, faz a ligação entre o bairro Rio Marinho e a rodovia Darly Santos, em Vila Velha, num percurso de mais de 13 quilômetros pavimentados e com ciclovia. Também foram anunciados investimentos de R$ 7,3 milhões em educação para o trânsito no Estado, nos programas “Juntos na Escola” (ensino fundamental), e “Nosso Trânsito” (ensino médio)

O litoral sul do Estado recebeu obras atendendo não apenas a população local, mas valorizando o potencial turístico da região. A reurbanização no canal de Guarapari incluiu a remodelação completa das calçadas e canteiros, além da construção de deques para pesca e atracação de embarcações de passeio. O investimento de mais de R$ 40 milhões, por meio de um convênio entre a Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e o Ministério do Turismo/Caixa Econômica Federal, contemplou ainda a reurbanização de ruas, construção de muretas de contenção, quiosque bilheteria para passeios, baias de estacionamento e ciclovia.

A prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim e o governo do Estado realizaram em agosto um seminário para apresentação dos estudos do PMM para o município, quando foi apresentado o diagnóstico elaborado a partir de o�cinas, seminários, consultas online e pesquisas de campo, que possibilitaram conhecer mais a fundo as demandas da cidade.

A gravidade da questão é tamanha que, em 2015, a maior parte dos investimentos do orçamento do Espírito Santo está prevista para ser destinada à mobilidade urbana. Somente na Secretaria de Transportes e Obras (Setop) deverão ser investidos 41,85% do orçamento, correspondendo a R$ 2,16 bilhões

em 60 obras para a melhoria do trânsito na maioria na Grande Vitória. O desa�o da mobilidade urbana marcou 2014 e seguirá, por muito tempo, pautando as tomadas de decisão no Espírito Santo.

O padrão atual de mobilidade, baseado no uso intensivo de transporte motorizado individual, gera uma série de problemas, tais como congestionamento, acidentes de trânsito, poluição e gastos maiores aos usuários. Problemas que tendem a aumentar, de forma diretamente proporcional ao aumento da frota. No Espírito Santo, foram emplacados mais de 35 mil veículos até junho deste ano, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Para minimizar esses impactos, o estado tem a perspectiva de implantação dos projetos BRT e Aquaviário, mas que, em 2014, voltaram para a gaveta.

PROJETOS ADIADOSAs promessas de retorno do sistema aquaviário de transporte

que se arrastam há anos, foi novamente frustradas em 2014. A Setop suspendeu a licitação para passar por revisões. A assessoria jurídica da pasta está adequando e esclarecendo alguns pontos e, “assim que o novo edital estiver pronto, ele será republicado”.

Cabe destacar que o projeto do sistema aquaviário, parali-sado desde 2000, previa a interligação com o sistema BRT, de corredores exclusivos para ônibus, outro que integra a lista das melhorias adiadas. A licitação do BRT foi suspensa em fevereiro deste ano, pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) sob argu-mentação de ilegalidade dos critérios de quali�cação técnica dos consórcios e empresas interessados, que indicavam direciona-mento da licitação.

Pedágio da Terceira Ponte deixou de ser

cobrado em abril

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O ano de 2014 foi bastante signi�cativo para o setor de ciência, tecnologia e inovação. Uma das novidades foi a garantia de recursos que possibilitarão maior

desenvolvimento das empresas da área em 2015. No �nal de agosto, foi encaminhada ao Congresso Nacional uma proposta de alteração no Projeto de Lei Orçamentária Anual, estabelecendo obrigações �nanceiras e investimentos do Governo nesse segmento da ordem de R$ 7,2 bilhões em recursos. O montante será destinado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), um aumento de R$ 365 milhões em relação ao montante reservado em 2014.

Em solo capixaba, uma iniciativa signi�cativa em 2014 envolveu a Fundação de Amparo a Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Agência Brasileira de Inovação (Finep), possibilitando a aplicação de R$ 13,5 milhões em micro e pequenas empresas capixabas com foco em inovação tecnológica, por meio do programa Tecnova-ES. Essas subvenções econômicas, não reembolsáveis, serão destinadas a projetos focados na inovação nos setores de tecnologia da informação e comunicação, energias alternativas, petróleo e gás, agroindústria, metalmecânico, logística, biotecnologia e meio ambiente. O edital de seleção das empresas bene�ciadas teve seu resultado �nal divulgado em novembro.

Quarenta empresas devem receber os recursos, que podem variar entre R$ 180 mil e R$ 400 mil. Para aquelas com faturamento anual de até R$ 360 mil, o programa exige uma contrapartida de 5%, enquanto companhias com faturamento maior que R$ 360 mil e menor que R$ 3,6 milhões devem oferecer contrapartida de 10%. Em entrevista à ES Brasil, concedida em janeiro, Vinicius Chagas Barbosa, superintendente da TecVitória, incubadora que apoiou as organizações participantes da seleção,

destacou o caráter inédito e prático da iniciativa: “É um estímulo que ainda não tinha visto no Espírito Santo. Uma iniciativa aberta, com poucas barreiras e bem simples. É uma oportunidade excelente para os empresários inovadores”.

Em junho, a boa notícia do setor, para os capixabas, foi a escolha da Semana Estadual de Ciência e Tecnologia do Estado do Espírito Santo como melhor evento do Circuito Internacional de Inovações, em 2013, pela Federação Internacional das Associações dos Inventores (Ifia). A escolha, divulgada pela ES Brasil, contribui para projetar a imagem do Estado para o mundo. A premiação foi destacada pelo coordenador do Núcleo de Ciência e Tecnologia da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação, Educação Profissional e Trabalho (Sectti), Marcelo Vivacqua. “Essa premiação representou a coroação de um esforço coletivo de toda a equipe da Sectti”, enfatizou.

O prêmio foi recebido na Feira de Invenções de Pittsburgh, realizada nos Estados Unidos. O destaque do evento capixaba se deve a fatores como o elevado e diversi�cado público presente com entrada gratuita, o incentivo à realização de negócios, além da presença maciça de crianças, adolescentes e jovens expondo seus trabalhos na feira de ciências.

INVESTIMENTOS O município de Cariacica deu em 2014 um pontapé importante

para se fortalecer como produtor de conhecimento em ciência e inovação. Em março, foi assinada uma ordem de serviço para a construção do Centro de Pesquisa, Inovação e Desenvolvimento (CPID), que será instalado no morro da Companhia Vale do Rio Doce. O espaço, que receberá investimentos de mais de R$ 22 milhões, será composto por laboratórios equipados com

Prioridade em novos investimentos e olhar no social

CIÊNCIA E INOVAÇÃO

Semana Estadual de Ciência e Tecnologia do ES foi eleita melhor evento do Circuito Internacional de Inovações

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período de três a seis meses. Será uma rica oportunidade para os servidores se capacitarem na área de gerenciamento de projetos”, completou Rodnitzky.

DESENVOLVIMENTO SOCIALEm novembro, Vitória se mobilizou para receber a 11ª Semana

Estadual de Ciência e Tecnologia, na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A iniciativa reuniu mais de 300 estandes com projetos inovadores, além de outras atividades, em todo o campus. O tema da edição foi “Ciência e tecnologia para o desenvolvimento social”, com o objetivo de apresentar inovações que possam contribuir de alguma forma para a melhoria de vida.

Em destaques, projetos como o dos alunos da escola Alto Jatibocas, do município de Itarana, que apresentaram uma invenção cujo foco é a preservação ambiental. Trata-se do projeto “Biocitrus: gasolina verde”, em que o combustível é feito a partir do limoneno extraído da casca de frutas cítricas. A ideia surgiu da percepção dos estudantes, moradores de zona rural, de que, ao aproximar a casca de uma laranja do fogo, ela queimava. Os jovens visaram à busca por fontes energéticas mais limpas e sustentáveis, de forma a preservar o meio ambiente, reduzindo a poluição e a exploração dos recursos não renováveis.

Outro projeto que chamou a atenção foi o “dessalinizador sucata”, da Escola Wallace Castelo Dutra, de São Mateus. A ideia veio da di�culdade da região onde moram, o Balneário de Guriri, em ter água potável para o uso. Em um cenário de água salobra, os alunos criaram um processo de dessalinização tendo como fonte energia limpa. O sistema utiliza energia solar para fornecer aquecimento a água. Após o aquecimento, a água passa por um processo de radiação e em seguida, através da ebulição, por um processo de destilação simples, os sais são separados da água, que �ca disponível para a reutilização no uso doméstico e também para o banho, por exemplo.

tecnologia de ponta, onde poderão ser feitas pesquisas e projetos em áreas estratégicas para o desenvolvimento do Espírito Santo.

De acordo com o secretário da Sectti, Alberto Gavini, o CPID é o primeiro Centro de Pesquisa do Espírito Santo, e a conclusão das obras está prevista para 2016. A estrutura visa a propiciar a melhoria de produtos e processos para aumentar a competitividade do setor produtivo, e a estreitar a relação de pesquisadores do Estado com outros do país e do exterior.

Outro município que está investindo nas potencialidades geradas pela inovação tecnológica e científica é a Serra. Em fevereiro, a Câmara Municipal recebeu o projeto de lei que cria o Programa de Desenvolvimento de Polos de Inovação Tecnológica da Serra. A iniciativa busca incentivar os investimentos voltados para a área de tecnologia, como pesquisas cientí�cas e engenharia não rotineira.

O objetivo é gerar novos negócios que ampliem a competitividade da economia municipal. As primeiras empresas devem ser instaladas, numa área localizada nas proximidades da Rodovia do Contorno, a partir de 2015. A expectativa é que sejam gerados cerca de 1.100 empregos no município, com salários que girem em torno de R$ 5 mil a R$ 10 mil para nível superior. O polo estará voltado à área de tecnologia da informação, eletrônica e metalmecânica, além da prestação de serviços, fabricação e produção.

PRÊMIO INOVES Em dezembro, foram conhecidos os vencedores do Prêmio Inoves,

no Ciclo 2014. Na edição comemorativa dos 10 anos do Inoves, 124 projetos considerados de significativo potencial inovador chegaram à semifinal, dentre um total de 260 inscritos. Os vencedores receberam o Troféu Inoves e kits de equipamentos de informática de até R$ 20 mil, entre outros prêmios.

O Prêmio Inoves foi criado em 2005 pela Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger), para estimular uma cultura empreendedora de gestão no serviço público capixaba, com destaque para o papel do servidor no processo de inovação. Desde o seu primeiro ciclo de reconhecimento, cerca de 1.500 projetos participaram e mais de 160 foram premiados e ganharam visibilidade no cenário nacional.

Durante a premiação, foram anunciadas diversas novidades para o Estado. Uma delas foi a criação na Seger da Gerência de Inovação na Gestão e Cultura Empreendedora, ligada à Subsecretaria de Inovação na Gestão e Desenvolvimento de Pessoas. O objetivo é fortalecer ainda mais o Inoves. Além disso, o secretário da Seger, Pablo Rodnitzky, informou uma novidade aos servidores: a Fapes passa a regulamentar a concessão de auxílio para projetos �nalistas em qualquer ano. Outra boa notícia, divulgada durante premiação, foi a criação do eixo de capacitação “Inovação na Gestão”, pela Escola de Serviço Público (Esesp).

Por meio do Programa Inoves, também foram lançados a Incubadora Pública de Projetos Criativos, a Rede de Cidades Criativas e o Portal ES+. “Com a Incubadora, vamos oferecer consultoria para ideias embrionárias dos servidores públicos de todos os Poderes. Os que tiverem suas ideias entre as mais votadas pela população poderão ingressar na ES+ Criativo por um

“É um estímulo que ainda não tinha visto no Espírito Santo. Uma iniciativa aberta, com poucas barreiras e bem simples”, disse o superintendente da Tec Vitória, Vinícios Chagas, sobre o edital da Tecnova -Es

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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Mais oportunidades para empresas de TI

P revisto para começar a funcionar em 2016, o Parque Tecnológico de Vitória, que será instalado no bairro de Goiabeiras, apresentou novidades neste ano para as empresas

de Tecnologia de Informação (TI), que terão um espaço de três andares no Centro de Inovação. Outro destaque é o acordo de uso compartilhado dos laboratórios a serem implantados no complexo. A informação foi anunciada pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento de Vitória (CDV), André Gomyde, durante uma reunião realizada na sede do Sistema Findes, em maio. Outro encontro realizado no início de dezembro de�niu ainda um grupo de trabalho formado por representantes de diversas instituições envolvidas no projeto.

Uma novidade que trará inúmeros benefícios ao setor, visto que o Estado possui 700 empresas da área de TI, das quais 75% estão sem sede ou mal instaladas. Destas, 12 não puderam esperar e decidiram adquirir um terreno particular na Serra, de 15 mil metros quadrados, para construir suas bases físicas pode meio de financiamento disponibilizado pelo Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo.

“Urge a necessidade de se fazer o Parque Tecnológico de Vitória. Essa soluções já são usadas no Brasil inteiro, como em Recife (PE), Florianópolis (SC), Campinas (SP) e Foz do Iguaçu (RS). Em Belo Horizonte (MG), é impressionante o que foi feito nos últimos anos. O Espírito Santo é o único stado das regiões Sul e Sudeste que ainda não tem um Parque Tecnológico. Para uma start up virar empresa, é preciso ter investimentos. No parque, será criado um ambiente favo-rável para a troca de informações e produção de tecnologia”, a�rma o presidente do Sindicato das Empresas de Informática no Espírito Santo (Sindinfo), Luciano Raizer.

Na ocasião, também foi comunicado o valor total da obra do Centro de Inovação, calculado com base no projeto de engenharia, finalizado em março de 2014. Os projetos apon-taram um orçamento de R$ 70 milhões para a construção do Centro, que ocupará um terreno de 25 mil metros quadrados no Parque Tecnológico.

POLO DE INOVAÇÃO DA SERRAO sonho de reunir empresas de base tecnológica em um mesmo

lugar está prestes a se tornar realidade na Serra, com o Polo de Inovação do município. A ação faz parte de uma iniciativa de

No parque, será criado um ambiente favorável para a troca de informações e produção de tecnologia”, afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Informática no Espírito Santo, Luciano Raizer

Diversos investimentos

estão sendo feitos no Estado, como o

polo de inovação da serra e o parque

Tecnológico de Vitória

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empresários que decidiram tocar seu próprio projeto de parque tecnológico, que �cará localizado no complexo de Alphaville, na Rodovia do Contorno. A primeira empresa deve começar a funcionar no início do ano que vem.

Na primeira etapa, serão 14 companhias, que irão reunir 500 funcionários com uma parcela considerável de mão de obra alta-mente especializada. Os investimentos serão de aproximadamente R$ 15 milhões. A iniciativa foi viabilizada pela Prefeitura da Serra, ao aprovar uma lei que cria o Programa de Desenvolvimento de Polos de Inovação Tecnológica do município.

Para a instalação do complexo, os empreendimentos também conseguiram com o Governo do Estado uma linha especial de �nan-ciamento por meio do Bandes, que ofereceu condições atrativas para ajudar os empresários interessados em participar da iniciativa, com juro �nal de 7% ao ano, 10 anos para pagar e dois anos de carência. A Geocontrol está prevista para ser a primeira empresa a iniciar suas operações no polo, ocupando um terreno de 2 mil metros quadrados.

PROJEÇÕES E EXPECTATIVASDados do mercado brasileiro de telecomunicações e tecnologia de

informação que envolve a comercialização de aparelhos, programas e serviços – apontam um crescimento de 9,2% até o �nal deste ano, de acordo com uma projeção da consultoria multinacional IDC divulgada em outubro. Mesmo que o mercado de tecnologia esteja bastante saudável, a entidade prevê um crescimento em 2014 um pouco abaixo de 2013. Segundo informações da IDC, isso se deve ao efeito de valorização do dólar, que interfere na importação de componentes usados na fabricação de computadores e celulares.

Ainda de acordo com a entidade, com base em dados divulgados no website da entidade, a projeção de crescimento de 9,2% do setor em 2014 deve ser puxada pelos programas (so�wares), com pers-pectiva de alta de 11%. Em seguida vêm os serviços de tecnologia, com 10%, e aparelhos (hardwares), com cerca de 8%.

A inovação tornou-se a palavra-chave para o futuro. É com esse pensamento que foram pautadas as ações das empresas de TI em todo o país. Especialistas e empresários estão atentos às possibili-dades de encontrar abordagens tecnológicas inovadoras, serviços inteligentes, sistemas avançados de gestão que visam a proporcionar novos serviços relacionados com diferentes modos de operar em tempo real, além das tecnologias de segurança nas redes.

De acordo com o especialista em tecnologia Gilberto Sudré, as inovações em termos de segurança em rede têm sido um dos prin-cipais debates da atualidade. Um assunto que foi bastante abordado na Campus Party. “Aumentou a preocupação sobre a proteção dos dados na internet”, a�rma o especialista, após participar do evento, realizado entre janeiro e fevereiro, em São Paulo.

DESTAQUES DO ESPÍRITO SANTOA Infoshow 2014, promovida durante a MecShow, no Carapina

Centro de Eventos, foi um sucesso de negócios. O reconhecimento foi tanto que o Sindinfo já se prepara para aumentar o número de empresas participantes no próximo ano e ter um espaço institu-cional com as ações do sindicato. A edição de 2014 contou com a participação de oito empresas do segmento e em 2015, a expecta-tiva é de que esse número seja aumentado para 12.

De acordo com Luciano Raizer, a Infoshow foi uma ótima opor-tunidade para fechar negócios futuros. Cerca de 17 mil pessoas circularam pelos quatro dias de evento. “Este ano tivemos uma circulação muito grande na feira; durante todo o dia recebemos pessoas conhecendo nossas empresas e os serviços que elas podem oferecer. Foi um evento bastante proveitoso”, ressaltou.

Outro destaque em 2014 no Estado se refere à quali�cação. A Fundação Vanzolini – certi�cadora da ISO 29110-4 para empresas desenvolvedoras de so�ware no Brasil –passou a ser a responsável pela primeira turma do país certi�cada na Norma, que é desti-nada ao processo de gerenciamento de projeto e implementação de so�ware. Por meio dela, as pequenas e médias empresas desen-volvedoras de so�ware ganham em qualidade, competitividade, técnicas de gestão e credibilidade. A iniciativa faz parte de uma parceria entre o Sindinfo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micros e Pequenas Empresas (Sebrae) e o Instituto Euvaldo Lodi (IEL-ES).

“Aumentou a preocupação sobre a proteção dos dados na internet” - Gilberto Sudré, especialista em tecnologia

A Infoshow, realizada durante a Mec Show, foi um sucesso de negócios

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Foco em pesquisas na busca por inovações

João Luiz Vassalo Reis

N ão há muito do que se falar sobre 2014. Um ano para ser lembrado, pela Copa do Mundo de futebol, que teve seu lado amargo e trouxe prejuízos, e pelas eleições para

a Presidência da República, que também mostrou à sociedade uma luta pelo poder nunca vista antes neste país. Esses eventos prejudicaram o alcance de metas, inclusive no que diz respeito aos projetos e ao uso de recursos para a ciência e tecnologia. Pesquisas são projetos de mais longa duração; atrasar seu início signi�ca obter resultados mais tarde ainda. Pelo menos um ponto positivo foi mantido: o foco em pesquisas aplicadas, que usam conhecimentos já consolidados, na busca por inovações.

Esses investimentos em pesquisa aplicada ajudam as empresas a terem maior capacidade de competição no mercado e a poderem aumentar seu faturamento. É daí que são recolhidos os impostos que permitirão aos governos pagarem suas despesas e inves-tirem em novos projetos. Para que as empresas consigam percorrer esse caminho, além do estímulo à pesquisa, há ainda a necessidade de investimentos em infraestrutura. Esses dois fatores, pesquisas e infraestrutura, se bem articulados, poderão elevar a competitividade das empresas e ajudá-las a manter sua sobre-vivência ao longo do tempo. Lastimo não ter identi�cado nenhum projeto do Governo Federal, de longo ou de médio prazo, que considere estratégicos e alinhe esses dois fatores.

No Espírito Santo, um acontecimento de destaque neste ano foi a realização da 13ª Conferência da Anpei – Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras, pela primeira vez em Vitória, entre os dias 3 e 5 de junho. A nota negativa, embora compreensiva, foi o encerramento das atividades da Fundação Ceciliano Abel de Almeida (FCAA), uma entidade de apoio à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), exatamente para projetos de ensino e pesquisas. Tanto os governos como a iniciativa privada carreavam valores da ordem de milhões de reais, que permitiam aos pesquisadores

desenvolverem centenas de projetos de pesquisa, pura e aplicada, que bene�ciavam o nosso Estado.

Embora o quadro geral da nação nos remeta a ajustes e apertos nestes próximos dois anos, é bom lembrar que o Espírito Santo tem conseguido manter o nível de suas atividades econômicas acima da maior parte dos estados brasileiros. Assim, nesse terceiro trimestre de 2014, o atual Governo Estadual conseguiu avançar em 3,2% o nível de suas atividades, enquanto que o PIB nacional cresceu apenas 0,2%. Portanto, apesar das di�culdades previstas, não há por que não “arregaçarmos as mangas” e continuarmos buscando também o crescimento no campo das pesquisas e de novas tecnologias. É preciso que consigamos, todos juntos, alinhar a academia com as empresas, para obter resultados que satisfaçam toda a sociedade.

Entendemos ser de importância estratégica para o Espírito Santo a mudança na composição do PIB estadual, que é muito dependente de commodities. Pensamos ser de vital importância a tentativa do Estado de buscar saídas, no sentido de aumentar a produção de bens e serviços com maior nível tecnológico, que terão maior valor agregado e poderão trazer

maiores benefícios para as empresas que, só assim, poderão pagar mais impostos aos governos e distribuir mais riquezas aos capixabas. Ou será que vamos preferir continuar eternamente a reboque dos países que planejam o seu desenvolvimento, vendendo-lhes commodities e comprando deles tecnologias a preços bem maiores?

Aproveitemos o último mês do ano para refletir e renovar nossas forças e esperanças de que 2015 seja um ano de transfor- mações e superação que possibilitem novas conquistas para todos os capixabas.

João Luiz Vassalo Reis é engenheiro mecânico, especialista em qualidade e produtividade e professor universitário

PLANEJAMENTOARTIGO

Ausência de projetos federais que priorizem investimentos em pesquisas e tecnologia de forma articulada foi e continuará sendo prejudicial à competitividade das empresas

Apesar das dificuldades previstas, não há por que

não arregaçarmos as mangas e continuarmos buscando também o crescimento no campo das pesquisas e de novas tecnologias”

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