tgi ii - espaço fermata

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Trabalho de Graduação Integrada 2, IAU USP São Carlos, 2014 - Dayane Vaz da Silva Vichesi

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ESPAÇO FERMATAUM CENTRO DE MÚSICA PARA SÃO CARLOS

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADA IIDAYANE VAZ DA SILVA VICHESI

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMOUSP SÃO CARLOS

SÃO CARLOS, 2014

A fermata, simbolo e recurso musical, é o momento onde uma nota ou pausa é prolongada pelo maestro pelo tempo que lhe parecer conveniente a fim de criar um marco na apre-sentação, como um ponto de tensão ou um clímax, tornando mais intensa a percepção da música pelo ouvinte.

Tomando por base esta ideia, este projeto do Centro de Música para São Carlos propõe o prolongamento da experiên-cia musical de cada individuo por meio de espaços que con-templem o ensino, a apresentação, a contemplação e a frui-ção da música em diferentes níveis e formas, onde cada um é convidado a ser maestro de sua própria experiência, seja este músico, estudante, apreciador ou curioso.

TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADA IIDAYANE VAZ DA SILVA VICHESI

INSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMOUSP SÃO CARLOS

SÃO CARLOS, 2014'5

Espaço Fermata

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ApresentaçãoSão Carlos possui uma forte cena musical; muitos bares e restaurantes tem esse foco, com diversos gêneros que vai de rodas de samba tradicio-nais, passando por pubs com Rithm and Blues e rock até casas de show com música eletrônica. Existem na cidade diversos grupos e conjuntos, de profissionais a ban-das de garagem, e a cada dia mais grupos se formam na região. Também notável é o grande número de escolas musicais na cidade e a constante busca, tanto por adolescentes como adultos, por mais vagas, o que impulsionou o a criação de várias escolas particulares para suprir a demanda que a escola “Maestro João Sepe”, gerida pela ONG Associação de Artes de São Carlos com o apoio da prefeitura municipal, não é capaz de atender. Festivais de música independe, como o Contato e palquinhos, acon-tecem frequentemente na cidade e encontram apoio nas universidades por meio do CAASO - USP e DCE - UFSCar, inclusive a Universidade Federal conta com o curso de superior em Educação Musical. Entretanto todos esses músicos, sejam eles profissionais, amadores

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ou estudantes de música, encontram se hoje dispersos pela cidade em pe-quenos núcleos, geralmente espaços não construídos originalmente para este fim musical, o que acaba comprometendo as trocas e crescimento dos alunos por convívio e identificação como parte de um grupo. No cenário atual tais experiências se reservam apenas para estes eventos especiais e ocorrem de forma tímida. Proporcionar um espaço que reúna e intensifique essas experiê

Imagem 01 (ao lado): Perfil das escolas de músicas de São Carlos onde po-demos ver que a grande maioria são apenas casas adaptadas para este fim

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Proposta Estabelecidas as motivações do projeto, a ideia inicial era criar uma escola de música maior do que a atual “Maestro João Sepe”, projetada para atender o município de São Carlos e região e que não fosse mais um edifício reciclado para este fim. Para tal, desconsideramos o projeto já existente para a nova sede desta escola, que deverá ser construído na área institucional do loteamento Faber II. A escolha de descartá-lo baseou-se na dificuldade que alguns alunos da atual “Maestro João Sepe”, localizada hoje na região central da cidade, relataram que teriam para locomover-se para tal lugar. Também a perspectiva de ter alunos de toda a região e não só de São Carlos parecia comprometida com essa escolha de terreno. No levantamento feito a procura do melhor lugar para a implantação da escola nota-se a concentração de serviços relacionados a música jus-tamente na região do centro, salvo algumas menores localizadas nas cen-tralidades locais de bairros mais afastados. No entanto a ideia de tornar a escola uma referência para toda a região exigia minimizar ao máximo o esforço para deslocar-se até ela. Assim, tanto para São Carlos como para as cidades do entorno, pensando principalmente na questão do transpor-

SERVIÇOS RELACIONADOS A MUSICA

ESCOLA DE MÚSICA

ESCOLA COM MUSICALIZAÇÃO

ENSINO DOMICILIAR

CONSERTO INSTRUMENTAL

LOJAS Imagem 02: Levantamento de serviços ligados a músicca na cidade de São Carlos

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te público como um limitador, a melhor área para implantação seria nas proximidades da Rodoviária e Estação Norte de São Carlos. No entorno da Estação Norte haviam alguns terrenos desocupados que comportariam bem a escola, mas nesse momento o programa todo cresce. Para uma formação completa, para maiores experimentações do in-divíduo com a música e mais, para que o convite realmente se estendesse a todos, talvez só o programa da escola não fosse o suficiente. Todos nós estamos constantemente nos relacionando com a música, mas os interes-ses com essa por vezes são diferentes e longe estão de se resumirem em simplesmente aprender um instrumento. O programa é repensado para tornar-se polo musical, para centralizar em um só ponto o máximo possível de recursos necessários para usufruir da música. Mas além de toda a sua funcionalidade, diferente das escolas observadas onde todos os espaços são ocupados em função das aulas, este espaço deveria convidar a permanência, mesmo que despretensiosa e não relacionada a música, mas sempre com um convite em aberto para que qualquer um possa fazer dele uso, adentrando e descobrindo. A ideia final então fecha-se nessas cinco linhas de projeto:

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CENTRALIDADE

INTEGRAÇÃO E TROCA

ACESSIBILIDADE

PERMANÊNCIA

INSERÇÃO CONVIDATIVA

Com essas cinco linhas a estruturar o projeto emprestamos da pauta musical, mais especificamente seu pentagrama, a estrutura para nosso programa. Na música ocidental a pauta é a base para qualquer composição e do agrupamento destas linhas formam-se quatro espaços. Tomando empres-tado esta ideia, nosso programa agora passa a rodar em torno deste novo número, que compreende além da escola mais três programas comple-mentares e integrados. De todas as possibilidades para compor com a escola, esta vista como um espaço de criação no sentido de ser o espaço de formação de pessoas aptas a produção da música neste novo centro, optou-se por incluir no

ApreciaçãoProdução

ArmazenagemConvívio

CENTRALIDADE

INTEGRAÇÃOACESSIBILIDADEPERMANÊNCIACONVIDATIVO

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programa um espaço voltado a armazenagem, no sentido tanto de es-paços destinados a guardar todo o conteúdo produzido ou mesmo todo conteúdo possível para servir de referência aos estudantes da escola como também no sentido de um espaço munido do material necessário para gravar e gerar novos conteúdos. A próxima escolha do programa foi por espaços onde a música pudesse ser apreciada, por estudantes ou não, um espaço pra que esta mantivesse-se acessível para qualquer pessoa, proporcionando vastas opções para experimentação. Por fim o quarto espaço deveria suprir a carência por áreas de troca, interação e permanência observado nas escolas da região, agregando a funcionalida-de do programa maiores aberturas para o público geral.

Imagem 03 (ao lado): Representação da pauta, suas cinco linhas e quatro espaços e sua correspondência para o projeto.

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Projeto Depois de definidas todas estas propostas, o Espaço Fermata é cons-tituído por três grandes blocos, o da escola de música, o da midiateca (ou espaço de fruição musical) e o do auditório. Ainda existem no projeto três blocos menores que servem de auxílio para estes maiores e para as áreas externa destinadas ao convívio. O terreno foi escolhido baseado em seu tamanho, proximidade com a Estação Norte, por possuir uma única construção, facilitando desapro-priação para a construção do projeto. Também é uma área de fácil acesso tanto a carros por situar-se em uma avenida, como por ônibus uma vez que todos os bairros de São Carlos são munidos por linhas que passam pela Estação Norte. Embora o terreno interrompa uma rua , optou-se por não dar continuidade a esta pois após o terreno ela continua apenas mais uma quarteirão antes de ser interrompida novamente, tendo assim um fluxo apenas de caráter local. A implantação buscou preservar o máximo possível o terreno natural, assim como tirar proveito e mote deste.

Imagem 04 e 05: MUB - Paulo Mendes da Rocha

Imagem 06: Villa Mairea , Alvar Aalto

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Imagem 06: Villa Mairea , Alvar AaltoImagem 07: Sanatório Pairimio , Alvar Aalto

Dentre as principais referências do projeto encontram-se o MUBE, de Paulo Mendes da Rocha, pela modo que ele articula seus suas formas puras com o ter-reno, criando percursos e espaços ricos e convidaditivos. A mesma articulação de blocos foi empregada no projeto do Espaço Fermata. Outro importante arquiteto do repertório é Alvar Aalto, com destaque ao Sanatório Pairimio, onde Aalto constrói toda a forma do edifício baseando-se nas necessidades especiais de seus usuários, ou seja, sua função. Destaque também para a Vila Mairea com seu trabalho com as curvas de nível para criar relações de volumes acima e abaixo do solo. Da mesma forma no projeto Fermata a função de alguns espaços foram determinantes e as curvas de nível ajudaram a construir o projeto desde o princípio.

Imagem 08: Estudo de linhas de ônibus em São Carlos

Imagem 10: Articulação de planos do projeto

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Imagem 09: Perspectiva geral do projeto

Imagem 11 e 12: Localização do projeto

ESTAÇÃO NORTE

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0 40m1:750

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Imagem 13: Implantação

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0 10m1:250

1 2 3 4 5

Escola, ensino produção e apreciação

A escola, presente no programa desde o principio, foi pensada para contemplar tanto os moradores de São Carlos como das cidades do en-torno. Seu programa oferece ensino de música para pessoas em di-ferentes faixas etárias (desde musicalização para bebês até pessoas idosas) e com níveis de conhecimento musical variados, possuindo au-las que incluem percepção, teoria, iniciação, prática e até mesmo ensi-no técnico e pré vestibular. Seu programa tenta ser o mais abrangente possível podendo ser seguido de forma graduada ou mesmo em cur-sos isolados. Além das aulas, a escola conta com grupos musicais que são importantes para o aperfeiçoamento e utilização prática do que os alunos aprendem durante as aulas. Com o funcionamento de 9 ho-ras de segunda a sexta e mais 6 no sábado, a escola tem uma capaci-dade de cerca de 3000 alunos distribuídos em turmas de até 15 pessoa. Como as salas para prática e estudo musical precisam ser bem veda-das de barulhos externos, a escolha foi utilizar a declividade do terreno para enterrar parcialmente o bloco. Sua entrada principal está no nível da Avenida Trabalhador São Carlense mas ela possui também dois acessos por elevadores vindos tanto da laje do café e bilheteria como também da midiateca. A escola se articula em três blocos sobre a grande laje de co-

Imagem 14:Planta da Escola

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101,2 m²

Sala Práticaconjunto

69,8 m²

Sala Práticaconjunto

11 m²Apoio

3,75 m²Armário 21,75 m²

Musicaliz. debebês

45,1 m²Sala Prática

68,5 m²

Sala práticaconjunto 21,75 m²

S. de aula45,1 m²

Sala Multiuso45,1 m²

Sala Multiuso21,75 m²

Sala Multiuso

Acesso

26 27 28 29 30 31 32

21,75 m²S. de aula

21,75 m²S. de aula

21,75 m²S. de aula

62,4 m²Sala Multiuso

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70,95 m²

Oficina deLuthieria

0,2 m 10,35 m

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22,95 m²B femin

22,95 m²B masc

825,65 m

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824,75 m

824,75 m

825,65 m

EPátio

3,5 m

3,5 m

3,5 m

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0,15 m

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1,65 m 1,55 m

22,95 m²

SalaProfessores

33,85 m²

Sala deReunião

23,3 m²Diretoria

35,75 m²Secretaria

Almox.0,2

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3,1 m

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2,8 m²B. Func.

2,65 m²B. PNE

Elevador

Elevador

72°

0 10m1:250

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bertura, o bloco de administração, o bloco de serviços e o bloco de salas de aula. Para evitar que se tornasse desagradável o pé direito da escola é maior do que os 3,5 m utilizado como padrão e sua entrada principal conta com um grande portal. Os blocos de serviços e administração con-tam com ventilação e iluminação natural por meio de janelas, enquanto que as salas tem ventilação controlada, no intuito de impedir a entrada de ruídos, e iluminação zenital posicionadas na lateral norte da laje de circu-lação do nível superior. As salas de aula possuem isolamento em sistema “box-in-box” onde dentro da estrutura do edifício é construída uma caixa separada desse por estruturas não rígidas e absorventes sonoras, como manta acrílica para paredes, feltro para o chão e forros presos por arames. Desta forma evita-se o vazamento de barulho de um ambiente para outro e possibilita que as aulas ocorram sem interferência de uma sala para outra ou mesmo do barulho do pátio interno. Para melhoramento da acústica, as salas con-tam com placas de material absorvente que podem ser fixadas às paredes de acordo com a necessidade acústica. A estrutura do prédio é em concreto aparente, que vem desde as paredes de contenção do subsolo até as lajes nervuradas que compõe as grandes lajes que vencem os vãos livres do projeto. O sistema de ilu-

Imagem 15: Corte Escola 1Imagem 16: Corte Escola 2

Imagem 17: Elevação Sul

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10,2 m²Atrio

17,2 m²

Banheiromasculino

25,45 m²

Banheirofeminino

2,8 m²B. PNE

3,55 m²B.

529,6 m²

Auditório -380 lugares

203 m²Foyer e café

Elevador

1,7 m 0,1

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7,35 m

0,15 m

0,15 m 5,25 m

3,95 m²B. PNE

3,2 m²B.

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Elevador

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Foyer dosMusicos

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Laje/ Café/ Palco externo

16,55 m²Café

5,15 m²Bilhet.

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5,8 m²Depósito

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minação utilizado nestas lajes nervuradas é semelhante ao do projeto da escola Conselheiro Crispiniano, de Vilanova Artigas. O ângulo formado entre a articulação do bloco da escola com o res-tante da grade ortogonal do projeto é de 72º que, além de próximo da angulação com que as curvas de nível cortam o terreno, vem da abstração e reorganização das cinco linhas da pauta em um polígono regular, o pen-tagrama, que simboliza graficamente as bases projetais do Espaço Ferma-ta. Por este motivo o pentágono ou sua angulação aparecem ao longo do projeto pontuando esta ideia inicial.Na escola os polígonos aparecem no desenho e recorte de piso no pátio que forma pequenos nichos e bancos para permanência e convívio.

Imagem 18: Corte da escola, Conselheiro Crispiniano, Artigas Detalhe da iluminação zenital pela laje nervurada

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minação utilizado nestas lajes nervuradas é semelhante ao do projeto da escola Conselheiro Crispiniano, de Vilanova Artigas. O ângulo formado entre a articulação do bloco da escola com o res-tante da grade ortogonal do projeto é de 72º que, além de próximo da angulação com que as curvas de nível cortam o terreno, vem da abstração e reorganização das cinco linhas da pauta em um polígono regular, o pen-tagrama, que simboliza graficamente as bases projetais do Espaço Ferma-ta. Por este motivo o pentágono ou sua angulação aparecem ao longo do projeto pontuando esta ideia inicial.Na escola os polígonos aparecem no desenho e recorte de piso no pátio que forma pequenos nichos e bancos para permanência e convívio.

Projeto Praça das Artes, refe-rência de soluções técnicas e de relações dos volumes na criaçãos dos espaços não cons-truídos

Imagem 18: Corte da escola, Conselheiro Crispiniano, Artigas Detalhe da iluminação zenital pela laje nervurada

Imagem 19: Grande vão sob lajeImagem 20: Grande abertura de entradaImagem 21: Placa de de material absorvente para con- trole de reverberação da sala

Projeto Escola Conselhei-ro Crispiniano, referência na construção de espa-ços de convívio e técnica para iluminação zenital por laje nervurada

Imagens 22 e 23: Imagens da escola, Conselheiro Crispiniano, Artigas

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Imagem 24: Sitema construtivo “box-in-box”

Material de vedaçãoacústica e/ou ar

Fixadores não rigidos

Piso flutuante

Centro de fruição musical

Esse espaço é dedicado a fruição, seja a experiência musical de obras grava-das seja em vídeo ou áudio, ao estudo teórico da música e ao simples prazer de sentar e ouvir uma boa peça nos intervalos, o que agrega repertório e acrescenta a formação do público. Além do tradicional acervo físico de livros e partituras, esse espaço conta com pontos de acesso para material digitalizado, um mobiliário que funciona como pe-quenos centros autônomos de pesquisa e contemplação, além de agregar con-forto ao momento, e salas individuais isoladas acusticamente para audição do material ainda não digitalizado. Quanto ao acervo digital, este pode ser acessado remotamente por meio da internet e cadastro. No entanto, isso não substitui nem tira a importância de um centro físico para o mesmo, uma vez que nem todo o material está disponível na rede, seja por direitos, ou por não ter sido digitalizado ainda, e também pela notá-vel diferença que os diferentes meios de reprodução podem acrescentar a mesma música. Este espaço também conta com um pequeno estúdio a fim de apoiar a produ-ção independente das pequenas bandas, dando lhes visibilidade. Junto ao estúdio há um depósito de instrumentos que além de apoio às gravação também está dis-ponível para empréstimo de usuários do centro. Devido a grande disponibilidade de material, o Centro de Fruição também conta com uma sala de rádio transmis-

Imagem 25: Planta Centro de Fruição Musical

são para divulgar todo o trabalho do Espaço Fermata e compartilhar experiências musicais com o maior número possível de pessoas. Este centro também é feito com estrutura de concreto aparente e laje ner-vurada. Seu diferencial é estar todo elevado, constituindo uma grande marquise e um espaço de passagem e convívio sob si, além de desimpedir a passagem do bairro para a avenida que, apesar de estarem tão próximos, apresentam profun-das diferenças pelos simples fato de serem separados por esse grande terreno desocupado. Assim se estabelece uma relação de permeabilidade física e visual entre essas duas ruas de caráter tão distinto. A grande fachada voltada para nor-te foi tratada com recortes inspirados em “bay window”, de modo a permitir a entrada de luz, mas não de forma tão direta como ocorre com essa orientação. Já a fachada sul que se volta para o restante do Espaço Fermata e para o vale em que o projeto se situa foi trabalhada tudo em vidro, permitindo assim a entrada de luz mais difusa e a permeabilidade visual com a cidade e com o próprio centro, criando mesmo a distância e isolado, por se tratar de um espaço de estudo, uma relação com toda a dinâmica doespaço ao redor.

Imagem 26: Corte Centro de fruição musical Imagem 27: Elevação Sul

Imagem 28: Poltrona discoteca Oneyda Alvarenga referência para o mobiliária da midiatecaImagem 29: releitura da poltrona para a midiatecaImagem 30 e 31: Espaço de Fruição Musical

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Imagem 28: Poltrona discoteca Oneyda Alvarenga referência para o mobiliária da midiatecaImagem 29: releitura da poltrona para a midiatecaImagem 30 e 31: Espaço de Fruição Musical

Espaços de convívio São na verdade “entre espaços”, dedicados ao encontro, seja para conversar, tocar ou simplesmente descansar um pouco, uma vez que o tempo de ócio é fun-damental no processo criativo. Essas áreas contam com a cafeteria como ponto de encontro principal, pois esse sempre é um lugar que agrega pessoas, seja na pausa pro café ou no horário de almoço, visando que esse tempo livre seja utilizado na criação e troca de expe-riências entre os usuários do Fermata. O pátio que se gera no entre blocos da escola com seu piso trabalhado com inspiração nos pátios do CEU Pimentas, a calçada que conduz até a laje de circu-lação para depois sumir convidando o pedestre a adentrar o projeto, a grande escadaria que liga a avenida ao bairro e que pode servir de arquibancada, a co-bertura da escola que se expande para além da faixa de circulação, criando uma praça seca, um ambiente propício para a pausa, para o encontro, para apresenta-ções informais, a mesma laje que serve de palco transformando todo o gramado em plateia, e mesmos os estares menores, como os bancos próximos as árvores, todos esses espaços de programa livre e aberto formam um convite a interação e troca entre as pessoas ali presentes, atendendo assim ao que o se propunha inicialmente, um espaço onde as pessoas possam desfrutar e conviver.

Imagem 32 e 33: Espaço de convívio interno/ pátio CEU Pimentas usado como referencia Imagem 34: Vista da Laje/Café/Palco externo vista da Midiateca

Imagem 35: Pátio da Escola de MúsicaImagem 36: Espaço de circulação e estar

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Auditório O auditório é um dos pontos altos do Formata, pois é o espaço que repre-senta o amadurecimento do estudante para uma apresentação de grande porte em uma sala de concerto ou uma oportunidade única de crescimento e aprendi-zagem ao contemplar grandes musicos em ação. Com seus 380 lugares, um número próximo dos grandes auditórios da re-gião, o auditório foi pensado para servir exclusivamente a apresentações musicais, onde dispensam - se muitos dos espaços auxiliares de palco. Esta decisão, embora exclua a possibilidade de algumas apresentações acontecerem no local, tornou possível transformar o Auditório em um grande convite para a cidade, expondo a todos o que acontece no seu interior através da grande fachada de vidro na orien-tação sul. Como a proposta do Auditório é atender exclusivamente a música, ele foi pensado de forma a atender os mais variados estilos, adaptando-se e favorecendo todo o som em seu interior. Lateralmente o auditório é fechado com um sistema de parede dupla cimen-to-alvenaria com colchão de ar de 8 cm entre as duas para isolar -se da propaga-ção de som do meio externo. Estas paredes possuem em sua face de acabamen-to interno um revestimento especial onde em alguns pontos existem placas de madeira colocadas afastadas da parede e presas somente nas extremidades para absorver vibrações de maior frequência e em outras partes placas reversíveis, com material absorvente em uma das faces e reflexivo na outra. Embora materiais re-

Imagem 37: Planta auditório e espaços de convívio

flexivos sejam adequados para posicionar atrás da fonte sonora, caso isso se tor-ne um empecilho em alguma apresentação específica, a grande fachada de vidro em caixilho duplo possui pesadas cortinas de veludo que podem ser baixadas, ou mesmo um sistema de biombos de absorção que podem ser posicionados atrás do palco, dependendo da situação. Para controlar ruídos de passos, o piso é em carpete, mas o palco para valorizar o som das cordas é em madeira e possui ainda um pequeno elevador de carga para baixar e subir o grande piano de calda ao pal-co para evitar que esse precise ser constantemente transportado para o deposito e refinado. O tamanho do auditório também foi pensado seguindo o estudo de R.H. Bolt que propõem certas relações entre as três dimensões de um auditório a fim de evitarem-se problemas acústicos mais graves, como ondas estacionárias, comuns em auditórios com esse em formato retangular. Para vencer seus 24,5 m o material escolhido para as vigas foi a madeira la-minada colada, conhecida por sua alta resistência e menor seção. Por fim, para afinar-se a cada estilo musical, e tendo por referência a sala de apresentações Sala São Paulo, o auditório possui um forro feito com a tecnologia conhecida por Hyposurface, que permite ser facilmente trabalhado, assumindo diversas formas e influenciando inclusive no volume do auditório, alterando assim as propriedades sonoras do ambiente e tornando possíveis diversas composições para melhorar o desempenho da sala. Acima do palco também existe um aparato de material reflexivo e também ajustável que funciona como uma concha acústica para diminuir a perda que o elevado pé direito do auditório ocasiona.

Imagem 38: Corte Auditório 1Imagem 39: Corte Auditório 2

Imagem 40: Elevação Oeste

Como anexos ao auditório, em sua lateral temos um depósito para instru-mentos, um foyer para os músico e o banheiro para o público. Na região mais alta do terreno encontra-se o Foyer para o público, este equipado com um café pró-prio. Para a fachada do foyer, orientada para norte, o vidro evita a substituição da barreira existente hoje por uma nova. Embora não haja a possibilidade de atraves-sar fisicamente a barreira do vidro, poder olhar para dentro ja é em si um convite para que se adentre, que se descubra o que há nesse espaço rico, que se permita novas experiências. Para evitar que o sol esquente muito o local, prolongamentos das lajes da midiateca e cobertura se estenden em forma de varandas/brises

Projeto de Alvar Aalto onde o desenho ondu-lado do teto é resultado de seus estudos sobre acústica. A idéia do teto móvel é reproduzir o mesmo efeito mas não baseado em um único calculo, mas sim em um cálculo específico para cada estilo a ser tocado.

Imagens 41: Biblioteca municipal de Viipuri, AaltoImagens 42 e 43: Sala São Paulo, referência de solução técnica e afinamento da sala

'53Imagens 41: Biblioteca municipal de Viipuri, AaltoImagens 42 e 43: Sala São Paulo, referência de solução técnica e afinamento da sala

Imagens 44: Módulo dasuperfície Imagens 45: Hyposurface

Imagens 46 e 47: Auditório Cláudio Santoro

Com a possibilidade de assumir diferen-tes formas, a hyposurface possibilitaria o afinamento da acústica da sala para cada apresentação.

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Projeto do arquiteto italiano Gian Carlo Gasperini, o audi-tório Claudio Santoro refe-rência projetual pela perme-abilidade visual obtida com o vidro e pela solução técnica de utilizar pesadas cortinas pra suprir o problema com a reflexão excessiva do vidro

Imagem 48: Relação complexo, rua e bairro

Imagem 49: Bloco auxiliar (Bilheteria e banheiro), circulação e estarea

Imagem 50: Vista da rua de acesso local que termina no terreno do complexo e passagem para a avenida (pedestres)

Imagem 51: Laje/café e relação complexo, avenida e bairro

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Imagem 50: Vista da rua de acesso local que termina no terreno do complexo e passagem para a avenida (pedestres)

Imagem 51: Laje/café e relação complexo, avenida e bairro

Imagem 52: Inicio do complexo e do vão sob laje

Imagem 53: Foyer , café e bilheteria do auditório

Imagem 54: Chegada a partir da rodoviária (Estação Norte). Blocos de concreto como elementos funcionais e esculturais

Imagem 55: Vista interna do auditório epermeabilidade visual com avenida

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Imagem 54: Chegada a partir da rodoviária (Estação Norte). Blocos de concreto como elementos funcionais e esculturais

Imagem 55: Vista interna do auditório epermeabilidade visual com avenida

Imagem 57: Elevação Bairro

Imagem 56: Elevação Avenida

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