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A revolução do biocoding A filosofia de apropriação da tecnologia ligada a bioengenharia pelo cidadão comum

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Page 1: A revolução do biocoding: A filosofia de apropriação da tecnologia ligada a bioengenharia pelo cidadão comum

A revolução do biocoding

A filosofia de apropriação da tecnologia ligada a bioengenharia pelo cidadão comum

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Definições préviasHackerspace: Um hackerspace é um laboratório comunitário, oficina ou estúdio que, seguindo a ética hacker, agrega pessoas com interesses em comum, geralmente ciência, tecnologia, arte digital ou eletrônica, para colaborarem entre si. Há centenas de hackerspaces pelo mundo, e outros tantos hackerspaces no Brasil.

Biohacking ou Biohacker: Mistura a biologia com o modo de vida hacker usando conceitos da cultura “faça você mesmo” e a capacidade de aprender conceitos científicos sozinho, sem a ajuda de professores. Abrange um grande espectro de práticas e experimentos, metodologias e projetos de bioengenharia que vão desde projetar e instalar aprimoramentos corporais como implantes magnéticos, até a condução de sequenciamento genético. DIYbio [Do -It -Yourself biology] (Faça-você-mesmo biologia) é uma rede de pessoas de todo o mundo que tem como objetivo ajudar a tornar a biologia algo de valor para os cientistas cidadãos, biohackers e biólogos amadores que valorizam a abertura de dados.

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Definições préviasCiência Cidadã: Tipo de ciência baseada na participação informada, consciente e voluntária, de milhares de cidadãos que geram e analisam grandes quantidades de dados, partilham o seu conhecimento e discutem e apresentam os resultados. Qualquer pessoa pode dedicar a sua inteligência ou os seus recursos tecnológicos e disponibilidade de tempo para encontrar resultados de utilidade social. Para tal, não é necessário ter conhecimentos nem dispositivos, e tal pode ser feito em qualquer lugar e em qualquer momento. A ciência cidadã é compatível com a ciência tradicional feita por cientistas profissionais, complementando-a e colocando-lhe novos problemas e desafios. (Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Citizen_science)

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A revolução do biocoding

Com maior acesso à informação e suprimentos não comercializados, a prática de biociência está se tornando disponível a uma comunidade crescente que inclui caçadores de genes, curiosos e bioengenheiros independentes que querem tentar a sua sorte na criação de vida sintética.

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Hackerspaces

Biocurious: é conhecido como primeiro espaço dedicado à biologia não-institucional (Vale do Silício, Califórnia).Funciona como um laboratório completo e uma biblioteca técnica para empreendedores terem acesso de baixo custo aos equipamentos, materiais e um centro de treinamento para biotecnias, com ênfase em assegurar um lugar de reunião para cientistas, ativistas, estudantes e outros interessados. Membros: taxa de 100 dólares por mês.

Nota: no site não há nenhuma informação sobre licença de uso de informação. 5

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1. BioImpressora (BioPrinter) – Programar uma impressora inkjet para desenvolver os materiais biológicas. 2. Bioluminescência (Bioluminescence) - Hackear a cultura de células para produzir luz bioluminescente usando luciferase

Hackerspaces

3. Automação Biolab e Robótica (Biolab Automation & Robotics) - Criar plataformas flexíveis que realizem a maioria das técnicas de BioLab.

Projetos comunitários

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Genspace (Brooklyn, New York)Foi fundado por um grupo de cientistas entusiastas de diferentes áreas: artistas, engenheiros, escritores e biólogos. Por uma mensalidade razoável, membros podem adquirir uma grande variedade de projetos relacionados à biotecnologia, podendo estes serem artísticos, comerciais, ou apenas divertidos.

Hackerspaces

Nota: no site não há nenhuma informação sobre licença de uso de informação. 7

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Abriu um laboratório Biosafety Level 1* em dezembro de 2010. Desde sua abertura, a organização tem apoiado projetos, eventos, cursos, arte, e recursos comunitários em geral relacionados à biologia, biotecnologia, biologia sintética, engenharia genética, ciência cidadã, softwares e hardware open sources e mais.

Hackerspaces

* é um nível de contenção biológica que toma as precauções necessárias para isolar agentes biológicos perigosos numa instalação laboratorial fechada.

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Hackerspaces

Garoa Hacker Clube (São Paulo). Criado em meados de 2010. Todas as quintas, a partir das 19h30, produz o evento Noite do Arduino, seu evento mais antigo e com a maior frequência. É uma oportunidade para aprender, ensinar e construir na plataforma aberta de prototipação de hardware que se popularizou rapidamente devido ao seu baixo custo e à sua facilidade de uso.

Nota: Todo conteúdo disponível para manuais e dicas de uso está sob licença CC-BY-SA.9

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Projetos com outros perfis

Estação Meteorológica Modular (Rio Grande do Sul)

O projeto foi iniciado em 2012 e trabalha com a coleta de dados para monitoramento climático e ambiental. Visa o estudo e desenvolvimento de instrumentação científica e educacional de código aberto, de baixo custo com vistas à formação de uma rede de ciência cidadã para pesquisas. Mantém parceria com o Colégio de Aplicação da UFRGS, o Centro Estadual de Pesquisa em Sensoriamento Remoto e Meteorologia/UFRGS e a Universidad Industrial de Santander - Colombia

Nota: A página wiki do projeto é distribuído sob uma licença Creative Commons BY-SA 4.0.10

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OLABI - (Rio de Janeiro) Um espaço de experimentação que investe na cultura do “faça você mesmo”. De arduínos a impressoras 3D, aplicativos, programas de e-commerce, robôs e drones, até produtos como shapes de skate, peças de croché, objetos de marcenaria ou roupas feitas à mão.Administra cursos e projetos de inovação e tecnologia, além de consultoria em inovação. É um projeto ligado à “economia criativa”.

Nota: Alguns direitos reservados em Creative Commons 2.0.

Projetos com outros perfils

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Iniciativas de formação de pessoas

Formação de AdultosIndie Biothec - Projeto de Cathal GarveyCathal Garvey adentrou a DIYBio ao criar uma laboratório na garagem da casa de seus pais. Administra o blog Indie Biotech, em que fornece ferramentas, materiais e recursos para o aprendizado da biotecnologia, oferecendo uma opção além dos grandes labs acadêmicos e indústrias.

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Iniciativas de formação de pessoas

Formação de jovensProjeto do Genspace para escolas nova-iorquinas Os parceiros da Genspace com programas locais, como o Urban Barcode Project, oferecem oportunidades de estudos científicos de qualidade para nova-iorquinos no ensino médio. Para estudantes mais velhos, são organizadas competições entre jovens sem ensino superior completo que se interessam por biologia sintética.

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FABLAB - Rede derivada do FabAcademyÉ uma iniciativa do Center for Bits and Atoms (CBA) do MIT (Massachusetts Institute of Technology). Os alunos são estimulados a desenvolver todo o processo produtivo para construção de soluções para a indústria – da ideia ao protótipo, passando por todas as etapas até chegar a avaliação do resultado –, sem contar o conhecimento adquirido para a elaboração da documentação técnica dos projetos.

Iniciativas de formação de pessoas

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SENAI FABLAB (Rio de Janeiro)

Iniciativas de formação de pessoas

O SENAI Rio é a primeira instituição de educação profissional a adotar o Fab Lab no Brasil. Os alunos têm acesso a softwares e equipamentos como a impressora 3D, as máquinas de corte a laser e os kits Arduino, para montagem de circuitos eletrônicos, entre outros.

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Em um pequeno laboratório construído no quarto em que Aull morava, começou a analisar a mutação genética relacionada à doença de seu pai, que fazia com que seu corpo não se livrasse do excesso de ferro.Com suas pesquisas, a estudante encontrou, em seu próprio DNA, tanto o gene problemático, que herdou do pai quanto uma versão saudável do mesmo gene, proveniente do código genético da mãe. Com testes baratos e bastante empenho pessoal, Aull descobriu que, apesar de carregar a mutação genética, a doença dificilmente se desenvolverá no corpo dela.

Kay Aull (Universidade de São Francisco)

(Fonte da imagem: Reprodução/Discover)

Fonte: Tecnmundo. Março, 2013. 16

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Em 2000, o artista carioca radicado nos Estados Unidos criou GFP Bunny, uma coelha geneticamente modificada que brilha em presença de luz azul graças à Proteína Fluorescente Verde (GFP) inserida em seu DNA.Na obra de Kac, a união entre tecnologia e arte já chegou ao extremo. Em 1997, filmado por emissoras de televisão, o artista injetou em sua perna um chip com um código numérico, que foi cadastrado em um site de controle de animais. O artefato está lá até hoje.Fonte: Museu da Vida. Brasiliana. Fiocruz.

Eduardo Kac e o GFP Bunny

(Fonte da imagem: Eka.org)

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Lepht Anonym - implante no corpo

Praticante do transhumanismo, o primeiro implante da alemã foi no banheiro de casa. Esterilizou seu equipamento (agulhas, bisturis, descascadores de legumes) com vodka. Fez um corte rápido e a inserção de um chip de reconhecimento via RFID (Radio Frequency Identification). Um leitor, ao identificá-lo, imprimia um “Olá” a partir de um computador com Linux.

Fonte: Wired, 2010

(Fonte da imagem: Reprodução/The Verge)

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Para Saber MaisAGUSTINI, G; COSTA, E (orgs.) De Baixo Para Cima. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2014.http://www.debaixoparacima.com.br/olabi-somos-todos-makers/ (Acesso em 11 abril 2015)ALBAGLI, Sarita, CLINIO, Anne, RAYCHTOCK, Sabryna. Ciência Aberta: correntes interpretativas e tipos de ação. Liin em Revista, v.10, n.2, 2014. Disponível em: http://revista.ibict.br/liinc/index.php/liinc/article/view/749. (Acesso em 23 março 2015)BETHENCOURT, Ryan. The biocoding revolution.Radar: Insight, Analysis, and Research About Emerging Technologies. O'Reilly, 2013. Disponível em: http://radar.oreilly.com/2013/10/the-biocoding-revolution.html (Acesso em 23 março 2015)

Código de ética hacker. Wikipedia. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89tica_hacker (Acesso em 11 abril 2015)KAC, Eduardo. A arte transgênica. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, Rio de Janeiro, v.13, supl.0, p. 247-256, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-59702006000500015&lng=pt&nrm=iso>. (Acesso em 11 abril 2015)LEE, kevin. DIY biohackers play with bacteria at Genspace, a community science lab. TechHive. Disponível em:

http://www.techhive.com/article/2044761/diy-biohackers-play-with-bacteria-at-genspace-a-community-biology-lab.html (Acesso em 23 março 2015)

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Obrigada!Alessandra dos Santos

(Doutoranda Comunicação e Informação em Saúde - PPGICS/FiocruzRebecca Hodesh Muniz de Souza Rozas

(Gradução História UFRJ/ PIBIC-Fiocruz)2015.1

Apresentação preparada para a aula “Economia P2P” no curso “Oito Temas Para Pensar a Ciência, a Sociedade e as Redes na Era da Complexidade” oferecido pelo PPGICS/FIOCRUZ