biocombustíveis em foco (janeiro 2013)

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PÁGINA 11 Líquido pode ser aproveitado pela indústria de alimentos, mas custos são elevados para pequenos produtores. LABORATÓRIO PRODUZ ETANOL A PARTIR DE SORO DE LEITE Janeiro/Fevereiro 2013 EMBRAPA E USDA VÃO ESTUDAR PRODUÇÃO DE BIO-ÓLEO DE BIOMASSAS BRASILEIRAS A Embrapa Agroenergia começa, neste ano, a estudar a produção de bio-óleo a partir de biomassas brasileiras, em cooperação técnica com o Eastern Regional Research Center (ERRC), órgão do Serviço de Pesquisa Agropecuária do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS/USDA). PÁGINA 14

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Publicação sobre biocombustíveis e energias renováveis. Edição Janeiro/fevereiro de 2013.

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PÁGINA 11

Líquido pode ser aproveitado pela indústria de alimentos,

mas custos são elevados para pequenos produtores.

LABORATÓRIO PRODUZ ETANOL A PARTIR DE SORO DE LEITE

• Janeiro/Fevereiro 2013

EMBRAPA E USDA VÃO ESTUDAR PRODUÇÃO DE BIO-ÓLEO DE

BIOMASSAS BRASILEIRASA Embrapa Agroenergia começa, neste ano, a estudar a produção de bio-óleo a partir de biomassas brasileiras, em cooperação técnica com o Eastern Regional Research Center (ERRC), órgão do Serviço de Pesquisa Agropecuária do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS/USDA).

PÁGINA 14

SUMÁRIO

04 Pesquisa avança na identifica-ção de genes da lignina de cana para a produção de etanol celulósico

06 Pesquisadores vão desenvolver motor movido a biocombustíveis

8 UE pode abandonar com-bustíveis poluentes

10 Combustível de plantas em aviões é opção para reduzir gases poluentes

11 Laboratório produz etanol a partir de soro de leite

12 BNDESPAR investe R$ 600 mil-hões em etanol de segunda geração

13 Meta de energia renovável não será alcançada

14 Embrapa e USDA vão estudar produção de bio-óleo de biomassas brasileiras

15 Produção de etanol será suficiente para aumentar mistura, diz governo

Imagem da Capa: Paulo Correa

Editor Chefe Marco Ortega - [email protected] Vice-Editor Daniel Torres - [email protected]

Assessoria de ComunicaçãoCaroline Esser - [email protected]

Diretora de Arte Caroline Esser - [email protected]

DiagramaçãoCaroline Esser - [email protected]

Carta ao Leitor

O Ano já começou cheio de novidades. A nova versão da revista Biocombustíveis em Foco está mais atrativa e de fácil leitura.

A matéria de capa traz como destaque a parceria entre USDA e a EMBRAPA para a produção de bio-óleo de biomassas brasileiras.

A publicação fala ainda sobre a produção de etanol a partir do soro do leite, entre outros temas.

Nosso canal de comunicação está aberto para você leitor enviar sua sugestão de matéria ou solicitação de parceria. Basta entrar em contato em qualquer um dos e-mails que constam no expediente da revista.

Tenha uma boa leitura!

CAROLINE ESSER

EXPEDIENTE

Um dos maiores entraves na produção do etanol celulósico - com o uso do bagaço da cana-de-açúcar - é a lignina, material

estrutural responsável pela rigidez, impermeabilidade e resistên-cia dos tecidos vegetais, e fundamental para a sobrevivência da planta. A lignina é uma molécula que está fortemente ligada à celulose, o que impede que os açúcares existentes na parede celular sejam hidrolisados e liberados para a fermentação. Como os atuais processos de pré-tratamento para separar a celulose (usada na produção do etanol de segunda geração) da lignina são ainda caros e trabalhosos, pesquisadores do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (unicamp)

PESQUISA AVANÇA NA IDENTIFICAÇÃO DE GENES DA LIGNINA DE CANA PARA A PRODUÇÃO DE ETANOL CELULÓSICO

Fonte: Globo Rural

O objetivo é encontrar alternativas para re-duzir a qualidade da lignina para facilitar a separação da celulose

PESQUISA AVANÇA NA IDENTIFICAÇÃO DE GENES DA LIGNINA DE CANA PARA A PRODUÇÃO DE ETANOL CELULÓSICO

estudam, desde 2009, de que forma a cana-de-açúcar sinteti-za a molécula. Coordenado pelo pesquisador Paulo Mazzafera, o projeto tenta identificar os genes envolvidos no metabolis-mo desse polímero para desen-volver uma variedade de cana capaz de sintetizar um tipo de lignina mais fácil de ser removi-do do bagaço. A pesquisa já identificou quatro genes candidatos para trans-formar cana que estão direta-mente ligados à qualidade da

lignina produzida pelo vegetal. Um quinto gene também foi identificado que, se modificado, poderia alterar a quantidade da substância na planta. Agora, o principal desafio da pesquisa é desenvolver uma cana trânsgênica que mantenha as características agronômicas de uma planta normal. Existem atualmente variedades que possuem entre 4% e 10% de lignina. As variedades de cana com menor teor de lignina já são usadas para fazer celu-

lose, mas ainda apresentam problemas para a produção do etanol de segunda geração, segundo os pesquisadores.Além disso, plantas modificadas costumam ser mais baixas, per-filham mais e ficam com colmos mais finos, perfil de vegetal que a indústria não está apta a col-her com as máquinas existentes hoje no mercado. Por isso, a ideia é criar uma cana trans-gênica alterando a qualidade da lignina, e não reduzindo o seu teor na planta.

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Fundação Peugeot

Citroen fazem parceria para pesquisa e desenvolvimen-to de motores de combustão movidos a biocombustíveis. O prazo para a apresentação de projetos termina em 29 de março. As propostas seleciona-das serão anunciadas no dia 31 de julho.O acordo entre as duas insti-tuições estabelece a cria-ção do Centro de Pesquisa de Engenharia que terá, duran-te dez anos, aporte anual de recursos de, no mínimo, R$ 1,6 milhão - cada organização con-tribuirá com metade do valor. O centro, que vai reunir pes-quisadores nacionais e interna-cionais, terá sede em uma ou mais instituição de pesquisa do Estado de São Paulo.Para o assessor especial da Diretoria Científica da Fapesp, Hernan Chaimovich, o Brasil tem a responsabilidade de criar um centro de pesquisa de classe mundial em motores a

biocombustíveis por todo seu histórico de desenvolvimento de motores a etanol.“Se não iniciarmos agora um projeto de pesquisa estratégico e de longo prazo em motores de combustão movidos a biocom-bustíveis, poderemos perder em menos de cinco anos a competi-tividade que conquistamos ao longo de décadas de experiên-cia com motores a etanol”, expli-ca em reportagem da Agência Fapesp.Para o coordenador de produto da Peugeot Citroen do Brasil, Flavio Gomes Dias, é preciso continuar avançando no sen-tido de ter veículos com baixa emissão e elevada eficiência. “Chegamos a um ponto hoje em que a introdução de novas tec-nologias aumenta o custo dos motores e o ganho na redução das emissões de CO2 é peque-no”, diz. “Acreditamos que por meio dos biocombustíveis e motores mutuamente adapta-dos conseguiremos ter o ganho extra na redução das emissões de CO2 pelos automóveis que buscamos”, afirma.

PESQUISADORES VÃO DESENVOLVER MOTOR MOVIDO A BIOCOMBUSTÍVEIS

A

FONTE: PORTAL TERRA

Entre os temas de interesse do Centro de Pesquisa de Engenharia estão novas configurações de motores movidos a diferentes biocombustíveis, incluindo veícu-los híbridos (que possuem mais de um motor - elétrico e a gaso-lina, por exemplo), redução de emissões de gases e aspec-tos econômicos, ambi-entais e sociais rela-cionados aos bio-combustíveis.“Estamos com alta expectativa de rece-ber propostas muito boas e competiti-vas mundialmente nos temas defini-dos na chamada, e muito satisfeitos com a oportunidade de associar a Fapesp à Peugeot Citroën em uma iniciati-va tão ousada para desenvolver pes-quisa no Estado de São Paulo”, afirma o diretor-científico da fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz.

PESQUISADORES VÃO DESENVOLVER MOTOR MOVIDO A BIOCOMBUSTÍVEIS

União Europeia pode substituir a gasolina e gasóleo convencionais,

usados nos transportes, por ener-gias renováveis sem recorrer a bio-combustíveis com impactes nega-tivos no ambiente, como aqueles que aproveitam culturas agrícolas, defende um estudo ontem publi-cado.

O trabalho foi realizado pelo insti-tuto de investigação holandês CE Delfta, a pedido das organizações não governamentais de ambiente europeias Greenpeace, BirdLife

Europe, European Environmental Bureau e pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente e divulgado em Portugal pela Quercus.“Os biocombustíveis de primeira geração, aqueles de produção agrícola, não são solução viável para descarbonizar os transport-es”, conclui a investigação.Assim, as organizações europeias apelam ao Parlamento Europeu e aos governos dos Estados Membros para se concentrarem nas soluções propostas e “coloca-rem a UE no caminho de uma

política mais “verde”” para trans-portes e combustíveis mais lim-pos.Segundo os ambientalistas, as propostas avançadas no estudo permitiriam uma redução “signifi-cativa” das emissões de gases com efeito de estufa em 2020, “apoi-ando o desenvolvimento de indús-trias inovadoras de produção mais limpa e que são uma grande fonte de emprego”.Os Estados-Membros “podem cumprir as suas obrigações sem recorrer (ou com um recurso prati-camente nulo) a biocombustíveis

UE PODE ABANDONAR COMBUSTÍVEIS POLUENTES

AFONTE: DIÁRIO DE NOTTÍCIAS

produzidos a partir de culturas agrícolas, como a soja, a colza e a palma”, acrescentam.O estudo explora vários cenários de desenvolvim-ento dos transportes e recomenda uma viragem urgente da política europeia no setor, colocando a prioridade sobre a eficiência energética e o maior desenvolvimento de tecnologias limpas, como os veículos elétricos.Outra solução apontada foi o uso de biocom-bustíveis com menores impactes sociais e ambi-entais, chamados de segunda geração, ou seja, aqueles produzidos a partir de resíduos, como óleos alimentares usados e biogás proveniente de digestão anaeróbia de lixo urbano.Diretivas comunitárias fixam uma meta de incorpo-ração de 10 por cento (%) de energias renováveis no setor dos transportes e a redução das emissões

de gases com efeito de estufa dos combustíveis em 6%, até 2020.“Os Estados-Membros pretendem atingir estes objetivos através de biocombustíveis produzidos a partir de culturas agrícolas, ignorando os seus impactes sociais e ambientais”, que incluem as alterações de uso do solo, com deslocalização do cultivo de alimentos para novas terras agrícolas e florestais e as emissões de carbono resultantes desta conversão.De acordo com um estudo da Comissão Europeia, a maioria dos biocombustíveis comercializados atualmente na Europa, sobretudo de primeira ger-ação, “não oferecem garantias de uma redução efetiva das emissões de gases com efeito de estufa em relação aos combustíveis convencionais” que pretendem substituir, segundo a Quercus.

Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá divulgou

um estudo

que mostra

r e d u ç õ e s

drásticas na emissão

de gases poluentes

em voos abastecidos

por combustíveis

produzidos a partir

de plantas. Os testes,

que incluíram até

voos transatlânticos,

foram realizados em

aeronaves abaste-

cidas tanto com com-

bustíveis convencio-

nais quanto biocom-

bustíveis e apresentaram reduções que iam de 25% até 50% na

emissão de partículas poluentes.

No futuro, o objetivo do órgão canadense é trazer ao mercado um

novo tipo de combustível sustentável a partir de vegetais para a

aviação comercial. Em outubro de 2012, o avião Falcon 20 desen-

volvido pelo instituto canadense, foi a primeira aeronave a voar

apenas com biocombustível proveniente de uma planta.

Em 2008, a Virgin Atlantic foi a primeira companhia aérea a usar

biocombustíveis parcialmente em seus aviões. A holandesa KLM

também realiza testes com combustíveis sustentáveis e já aplicou

a tecnologia em um voo com-

ercial entre Amsterdã e Paris.

Ambientalistas alertam para

os riscos potenciais do uso

excessivo de biocombustíveis

formados a partir de plan-

tas. Apesar da comprova-

ção de que eles reduzem as

emissões de gases poluentes,

estudos do MIT mostram que

a busca por matéria-prima

pode causar desmatamentos.

Além disso, se não for produ-

zido da maneira correta, um

biocombustíveis pode criar

até dez vezes mais monóxido

de carbono do que um combustível fóssil convencional.

De acordo com Steven Barret, professor do MIT, a situação é bem

mais complexa do que simplesmente adaptar as aeronaves ao

biocombustível. Há vários tipos de biomassa que podem ser usa-

das para a criação de combustível e vários métodos de conversão

dessa biomassa. Cada um deles tem resultado, custo e eficiência

diferentes. “Precisamos nos sofisticar ainda mais para determinar

quais fazem mais sentido para o meio ambiente”, afirmou, em

entrevista à BBC.

COMBUSTÍVEL DE PLANTAS EM

AVIÕES É OPÇÃO PARA REDUZIR

GASES POLUENTES

O

FONTE: BBC

LABORATÓRIO PRODUZ ETANOL A PARTIR DE SORO DE LEITE

O soro de leite, resultante da produção de

queijos, pode ser uma nova fonte de maté-

ria-prima para a produção de etanol igual ao

que é feito a partir da cana-de-açúcar. A pos-

sibilidade foi demonstrada por uma pesquisa desenvolv-

ida pelo Instituto de Ciência e Tencologia de Alimentos

da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

De cada quilo de queijo produzido sobram, em média,

nove litros de soro, um líquido esbranquiçado formado

por 95% de água, 4% de lactose e 1% de proteína. O

soro pode ser aproveitado pela indústria alimentícia na

composição de bebidas lácteas e recheios de biscoitos.

No entanto, por ser muito poluente, é preciso transformá-

lo em pó, o que gera custos altos principalmente para o

pequeno produtor. Se não for usado para alimentação, o

soro precisa ser tratado como um efluente industrial para

não contaminar o meio ambiente ao ser descartado.

De acordo com o professor Marco Antônio Ayub, respon-

sável pelos experimentos, apesar de ainda não haver

estudos de viabilidade econômica, a pesquisa abre

possibilidades para o uso do líquido, além de sugerir

novas alternativas de matéria-prima para a produção

do biocombustível. “Estamos tentando fazer parceiras

com ouros grupos dessa área e ver se a gente consegue

propor às indústrias viabilizarem pelo menos um teste

industrial para ver se vale a pena produzir comercial-

mente”, explica.

Processo

A obtenção do etanol de soro de leite é feita por bior-

reatores com leveduras do gênero Kluyveromyces, que

fazem a transformação do material lácteo em biocom-

bustível. Setenta gramas por litro de lactose é conver-

tido em torno de 35 g por litro de etanol, enquanto

são necessários 200 g de litros de açúcar para obter 90

gramas por litro de etanol. Depois, em ambos os pro-

cessos, os líquidos são destilados para dar origem ao

biocombustível.

“Conseguimos obter o mesmo rendimento (50% de

conversão) do caldo de cana. Estamos propondo uma

tecnologia contínua, porque a nossa concentração de

açúcar é muito menor (que o da cana-de-açúcar)”, explica

o professor.

Líquido pode ser aproveitado pela indústria de alimentos, mas custos são elevados para pequenos produtoresFONTE: GLOBO RURAL

BNDESPAR INVESTE R$ 600 MILHÕES EM ETANOL DE SEGUNDA GERAÇÃO

BANCO VAI SUBSCREVER R$ 600 MILHÕES EM AÇÕES OR-

DINÁRIAS DA GRAALBIO. APORTE RESULTARÁ NA PARTICIPAÇÃO

DE 15% NO CAPITAL TOTAL DA EMPRESA.

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico

e Social (BNDES) vai subscrever R$ 600 milhões

em ações ordinárias da GraalBio por meio de sua

empresa de participações, a BNDESPAR, informou

o banco nesta segunda-feira (21). O aporte de recursos será

efetuado de maneira gradual, conforme a execução do plano de

negócios, e em conjunto com o acionista controlador, explicou o

banco, ressaltado que a iniciativa visa a apoiar o desenvolvim-

ento, no Brasil, de etanol de segunda geração (obtido a partir do

bagaço de cana) e da química verde.

Segundo o BNDES, o aporte resultará numa participação de 15%

no capital total da empresa e no direito de indicar um membro

do Conselho de Administração. Os investimentos totais previstos

pela empresa nos próximos seis anos são de R$ 4 bilhões.

Além da implantação de unidades de produção de etanol celulósi-

co e de bioquímicos, os recursos serão aplicados ainda em pesqui-

sa e no desenvolvimento de tecnologias para aproveitamento de

biomassa de cana-de-açúcar e melhoramento genético da cana.

Segundo o banco, os projetos da GraalBio têm méritos, que

levaram a BNDESPAR a ingressar como acionista. A empresa

será uma plataforma de inovação permanente, identificando e

gerando tecnologias de ponta no aproveitamento da biomassa

da cana, potencializando a vantagem competitiva natural que o

país tem no setor, explica o BNDES.

Além de parceiros internacionais, a empresa tem convênio com

o centro de pesquisas Techno Park, em Campinas, e uma estação

experimental para melhoramento genético de cana-de-açúcar

em Alagoas. A GraalBio está construindo, também em Alagoas, a

primeira planta de etanol celulósico do Hemisfério Sul, com início

das operações programado para o começo de 2014, diz o banco.

O BNDES explica que o desenvolvimento de biocombustíveis

celulósicos é objeto de uma corrida tecnológica mundial, e

deve aumentar a oferta de uma alternativa sustentável para os

combustíveis fósseis. Dessa forma, pode aumentar em até 45%

a produtividade de etanol por área plantada de cana-de-açúcar,

com menos emissão de gases causadores do efeito estufa.

OFONTE: G1

As energias renováveis chegaram a 16% do consu-mo energético total na última década, mas muitos especialistas duvidam que se alcance a meta de duplicá-las em 2030.

Durante a cúpula mundial sobre energias do futuro, que acon-tece nesta semana em Abu Dhabi, a secretária-executiva da Organização das Nações Unidas para mudança do clima, Christiana Figueres, disse que a transição para energias de baixa emissão de carbono já começou. “Mas esta mudança não tem ocorrido nem na escala, nem na velocidade desejadas”, afirmou.A porta-voz da ONU comentou o assunto após anúncio da Agência Internacional para as Energias Renováveis (Irena) de um plano destinado a duplicar a proporção das energias lim-pas na produção total. “É uma meta ambiciosa”, admitiu Adnan Amin, secretário-geral do órgão.Ele considerou possível que não se consiga aumentar a propor-ção de energias renováveis dos atuais 16% para 30% se os esfor-ços não forem redobrados.Especialistas se dividem sobre futuro de matrizes limpas - Relatório divulgado nesta semana mostra que 170 especialistas entrev-istados se divergem sobre o futuro global das renováveis. Alguns, considerados pessimistas, calculam que a contribuição não chegará a 20% do consumo em 2050. Os moderados falam de 30% a 45%, enquanto os otimistas chegam a prever que as energias limpas responderão entre 50% e 90% do consumo.Atualmente, as energias renováveis chegaram a 18% do con-sumo energético total na última década, mas muitos especial-

istas duvidam que seja alcançada a meta de duplicá-las em 2030. As energias fósseis - petróleo, gás e carvão - representam 80% e a energia nuclear, de 2% a 3%, segundo o mesmo informe.Em pelo menos 30 países renováveis representam 20% do con-sumo e 120 nações têm objetivos diferentes para sua introdução e desenvolvimento. Fatih Birol, economista chefe da Agência Internacional de Energia (AIE) lembra que o preço médio do barril de petróleo foi de US$ 112 em 2012, um recorde, antes de lem-brar que os subsídios às energias fósseis são “o inimigo público número um da luta contra as mudanças climáticas”.

Subsídios são vilões da energia limpa

Esses subsídios atingiram os US$ 523 bilhões em 2011, 30% a mais do que em 2010, disse Birol, lembrando que o dinheiro gasto em energias fósseis não faz mais que aumentar o con-sumo. “Precisamos urgentemente das energias renováveis, mas, a menos que haja um marco que torne os investimentos rentáveis, não alcançaremos o nosso objetivo”, destacou.Os investimentos mundiais em energias limpas caíram 11% em 2012, arrastados por fortes quedas em grandes mercados como Estados Unidos, Índia e Europa, embora a retração tenha sido menor do que se esperava, segundo um informe publicado nesta semana.No ano passado, foram investidos US$ 268,7 bilhões em pro-jetos de energias limpas, contra US$ 302,3 bilhões em 2011, de acordo com estudo feito pelo escritório Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Fonte: AFP

A

META DE ENERGIA RENOVÁVEL NÃO SERÁ ALCANÇADA

A

FONTE: JORNAL AGORA MS

EMBRAPA E USDA VÃO ESTUDAR

PRODUÇÃO DE BIO-ÓLEO DE BIO-

MASSAS BRASILEIRAS

Embrapa Agroenergia começa, neste ano, a estudar a produção de bio-óleo a partir de biomassas brasileiras, em cooperação técni-ca com o Eastern Regional Research Center

(ERRC), órgão do Serviço de Pesquisa Agropecuária do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (ARS/USDA). Para desenvolver o trabalho, a engenhei-ra agrícola Anna Leticia Pighinelli, analista da institu-ição brasileira, embarcou nesta semana para o estado norte-americano da Pensilvânia, onde permanecerá por um ano.Nesse período, ela vai estudar a pirólise rápida não catalítica de eucalipto e palha de cana-de-açúcar para produzir bio-óleo, produto que pode ser utilizado como combustível para caldeiras ou constituir maté-ria-prima para geração de calor, eletricidade, produtos químicos e biocombustíveis líquidos. O objetivo do trabalho é avaliar as condições operacionais do pro-cesso, primeiramente em escala laboratorial e, numa segunda etapa, em planta piloto.O estudo será feito como parte do programa de pós-doutorado, no qual Anna Leticia será orientada por AkwasiBoateng. O pesquisador passou uma semana na Embrapa Agroenergia em julho do ano passado, quando, juntamente com os técnicos da instituição

brasileira, elaborou um plano de trabalho conjunto para três anos. As ações fazem parte das pesquisas na plataforma de florestas energéticas desenvolvidas pela instituição brasileira junto com vários parceiros.“Por meio do processo que vamos estudar podemos transformar resíduos embio-óleo e, a partir dele obter itens de maior valor agregado, comoprodutos quími-cos, gasolina e metanol”, diz Anna Letícia. Mas ela explica que, para chegar a esses resultados, é preciso, inicialmente,caracterizar os resíduos que temos em abundância no País e observar o comportamento deles em processos termoquímicos. “Acredito que essa será uma contribuição do trabalho que vamos desenvolver junto com o ARS/USDA. Outro desafio que teremos é o escalonamento da produção”, com-plementa.A cooperação técnica com o ARS/USDA começou a ser articulada em maio de 2012, quando o che-fe-geral, Manoel Souza, e o chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agroenergia, Guy de Capdeville, visitaram o Eastern Regional Research Center (ERRC). Na construção da parceria, o centro de pesquisa brasileiro contou com suporte da coorde-nação do laboratório virtual da Embrapa nos Estados Unidos – Labex/EUA.

PRODUÇÃO DE ETANOL SERÁ SUFICIENTE PARA AUMENTAR MISTURA, DIZ GOVERNO

Após a diretora-geral da Agência

Nacional do Petróleo (ANP),

Magda Chambriard, informar

nesta quinta-feira que a mistura de eta-

nol na gasolina deve subir de 20% para

25% em abril, o Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento confirmou

que a produção de etanol será suficiente

para atender a demanda. O aumento na

mistura é planejado pelo governo para

aliviar o impacto de eventual reajuste do

preço da gasolina na inflação.

“A safra está andando bem e o clima

está ajudando. Em fevereiro ou março o

governo vai analisar a produção e decidir

se o aumento será antecipado para abril

ou se ficará para junho”, disse o secretário

FONTE:PORTAL DO AGRONEGÓCIO

O aumento na mistura é planejado pelo governo para aliviar o impacto de eventual reajuste do preço da gasolina na inflação

de produção e agroenergia do ministério,

Gerardo Fontelles.

Segundo o terceiro levantamento de

cana-de-açúcar da Companhia Nacional

de Abastecimento (Conab), divulgado em

dezembro, a safra deve alcançar 23,62

bilhões de litros. Deste total, 9,66 bilhões

de litros serão de etanol anidro, e 13,96

bilhões de litros serão de etanol hidrat-

ado. Assim, o etanol anidro deverá ter

redução de 0,88% na produção, e o etanol

hidratado terá redução de 8,01%, quando

comparados com a produção de etanol da

safra anterior.

O diretor do departamento da cana-de-

açúcar e agroenergia do ministério, Cid

Caldas, disse que a redução não influencia

os planos do governo. “A queda não atrap-

alha a mistura. Existem estoques para essa

alta na demanda sem nenhum problema.

O clima também tem feito a sua parte”,

disse Caldas. Ele explicou que a maioria

dos canaviais foi renovada e isso vai aju-

dar a elevar a produção nessa safra e no

próximo ciclo.

No terceiro levantamento a Conab revisou

ligeiramente para baixo a expectativa de

colheita de cana-de-açúcar no Brasil, para

595,13 milhões de toneladas. No levan-

tamento anterior, feito pelo órgão e pub-

licado em agosto, a expectativa era de

596,63 milhões de toneladas. Se confir-

mada, a produção do ciclo 2012/13 será

6,20% superior ao da safra 2011/12.

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