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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motorasProfª. Ms. Walkiria de Assis
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Terminologias e Caracterização 2
Deficiência Física 2
Deficiência Múltipla 4
Causas e Consequências 5
Doenças neurológicas 5
Doenças neuromusculares 7
Doenças ortopédicas 9
Malformações congênitas 9
Doenças crônicas 11
Outros casos 11
Condições que podem levar à deficiência múltipla 12
Prevenção 13
Acessibilidade em Edificações 14
Referências bibliográficas 15
SUMÁRIO
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Em primeiro lugar vamos tratar de alguns conceitos
muito importantes para o tema desta aula, considerando o
que preconiza a Organização Mundial de Saúde.
Deficiência – anomalia da estrutura corporal e da
aparência, com perda ou anormalidade da função de
algum órgão ou sistema, qualquer que seja sua causa.
Incapacidade – reflete a consequência da deficiência
do ponto de vista do rendimento funcional e da atividade
do indivíduo. As incapacidades representam os distúrbios
no nível da pessoa.
Restrição – refere-se às desvantagens que o indivíduo
experimenta como consequência das incapacidades. As
restrições refletem a interação e a adaptação do indivíduo
ao meio e vice-versa.
Assim sendo, o grande desafio é:
[…] adaptar a ESCOLA de forma a possibilitar
que nossos alunos com incapacidade motora
sejam cada vez mais autônomos para operar
nela; e conseguimos isso sempre que lhes
facilitamos o acesso, possibilitamos uma
postura adequada para desenvolver as tarefas
escolares, proporcionamos suportes técnicos à
comunicação, etc.
(MARTIN, JAÚREGUI, LÓPEZ, 2004, p. 14).
E o que é motricidade?
De maneira bastante simples e direta podemos dizer:
toda resposta motora.
Quais os elementos necessários para que aconteça
essa resposta motora?
• perceber um estímulo,
• processar a informação que tal estímulo
proporciona,
• elaborar um padrão motor,
• estruturar uma ordem motora,
• que será conduzida pelos nervos periféricos,
• e que inervará músculos, articulações e ossos que
configuram o aparelho locomotor. (MARTIN, JAÚREGUI e
LÓPEZ, 2004, p. 14).
A resposta motora alterada acontece quando ocorre
uma alteração em qualquer uma dessas etapas, originando
diferentes problemas motores.
Deficiência Física
Ao longo do tempo, várias foram as definições sobre
deficiência física, aqui destacamos as constantes de dois
textos legais:
- Decreto Federal nº 3.298 de 1999, encontramos o
conceito de deficiência física, conforme segue
Art. 4º: [...]
I- deficiência física – alteração completa
ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma
de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação
ou ausência de membro, paralisia cerebral,
membros com deformidade congênita ou
adquirida, exceto as deformidades estéticas
e as que não produzam dificuldades para o
desempenho de funções.
- Decreto Federal nº 5296 de 2004, houve pouca
alteração como podemos observar no:
Art. 5º § 1º inciso I
a) deficiência física: alteração completa ou
parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da
função física, apresentando-se sob a forma
de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia,
amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, nanismo, membros com deformidade
congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não apresentam produzam
dificuldades para o desempenho de funções.
TERMINOLOGIAS E CARACTERIZAÇÃO
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Vemos que de um texto para outro não houve
modificação significativa.
Agora, neste texto, que tem um enfoque pedagógico,
destacamos a definição encontrada no documento
elaborado pela Secretaria de Educação Especial do MEC,
denominado Sala de recursos multifuncionais: espaço para
atendimento educacional especializado. Esta publicação é
destinada, principalmente, a gestores e educadores dos
sistemas educacionais e organizada por um órgão federal,
tendo abrangência em todo território brasileiro.
A deficiência física se refere ao
comprometimento do aparelho locomotor que
compreende o sistema osteoarticular, o sistema
muscular e o sistema nervoso. As doenças ou
lesões que afetam quaisquer desses sistemas,
isoladamente ou em conjunto, podem produzir
quadros de limitações físicas de grau e gravidade
variáveis, segundo os segmentos corporais
afetados e o tipo de lesão ocorrida. (MEC/SEESP,
2006, p.28).
De acordo com essa definição é possível dizer que
o grupo composto por pessoas com deficiência física é
amplo, bastante heterogêneo, inclusive abarcando as
doenças crônicas que causam limitação.
É igualmente importante destacar que a deficiência
física advém de causa hereditária (quando se origina de
doença transmitida por genes), congênita (quando já
nasce com o indivíduo) ou adquirida (ocorre em qualquer
época após o nascimento) e será:
• Temporária – quando tratada, permite que
o indivíduo volte às suas condições anteriores.
• Recuperável – quando permite melhora
diante do tratamento ou suplência por outras
áreas não atingidas.
• Definitiva – quando apesar do tratamento,
o indivíduo não apresenta possibilidade de cura,
substituição ou suplência.
• Compensável – é a que permite melhora
por substituição de órgãos. Por exemplo, a
amputação compensável pelo uso da prótese.
(MEC/SEESP, 2006, p.19).
Muitas causas vão deixar como sequelas:
- plegia (quando há paralisia completa);
- paresia (paralisia incompleta ou semi paralisia - o
movimento está apenas limitado ou fraco).
Dependendo do número e da forma como os membros
são afetados (topografia da lesão), assim estão classificadas
as paralisias:
- Monoplegia/monoparesia: um só membro afetado.
- Hemiplegia/hemiparesia: quando está afetado um
lado do corpo (membro superior e membro inferior do
mesmo lado). Pode ser direita ou esquerda.
- Triplegia/triparesia: quando três membros são
afetados.
- Paraplegia/paraparesia: quando são afetados os
membros inferiores.
- Diplegia/diparesia: quando atinge todos os
membros e, normalmente, os membros inferiores estão
mais comprometidos.
- Tetraplegia/tetraparesia ou Quadriplegia/quadriparesia:
quando os quatro membros encontram-se afetados.
Além das paralisias, em alguns casos, as pessoas têm
alteração de sensibilidade à dor, ao tato, à temperatura e
à pressão. Também podem apresentar formigamento, falta
de vitalidade e/ou coordenação motora.
De acordo com o local e a extensão da lesão, do grau
de comprometimento físico e das alterações associadas
(as sensoriais, por exemplo), a pessoa pode manifestar
uma gama variada de complicações em aspectos como
propriocepção1, motricidade e comunicação que vão
interferir no seu desempenho e em sua autonomia.
No contexto educacional, o aluno com deficiência
física é aquele que por apresentar alterações musculares,
ortopédicas, articulares e/ou neurológicas está sujeito a
uma série de entraves em seu processo de desenvolvimento,
originando as necessidades educacionais especiais.
Faz-se necessário que os profissionais e os familiares
estejam aptos para entender, amparar e ajudar esses
1Diz respeito à consciência ou percepção que a pessoa tem de seu próprio corpo e da posição relativa de suas partes a cada instante de tempo. O sentido da propriocepção, junto da sensação tátil, é também importante para detectar a forma, a maciez ou dureza dos objetos.
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
alunos a superarem seus medos e dificuldades. É
necessário salientar que eles podem apresentar grande
dificuldade para se movimentarem ou mesmo de se
ajustarem às diferentes posturas, principalmente, quando
são movimentados com muita rapidez.
É fundamental compreender que o processo de
desenvolvimento desse aluno não pode ser considerado
somente sob o ponto de vista de suas especificidades, de
suas inabilidades mas, sim, considerar os vários fatores
envolvidos na interação com o ambiente.
Crianças e jovens com deficiência física podem
apresentar outros comprometimentos associados: de
ordem psíquica, sensorial (baixa visão, surdez), por
exemplos. Nesses casos dizemos que eles apresentam
deficiência múltipla.
Deficiência Múltipla
Vamos observar duas definições, adotadas pelo
Ministério da Educação, a respeito da deficiência múltipla:
[…] é a associação, no mesmo indivíduo, de
duas ou mais deficiências primárias (mental/
visual/auditiva/física) com comprometimentos
que acarretam atrasos no desenvolvimento
global e na capacidade adaptativa. As principais
necessidades educativas serão priorizadas e
desenvolvidas através das habilidades básicas,
nos aspectos social, de auto-ajuda e de
comunicação.(MEC/SEESP, 1995)
[...] é a expressão adotada para designar
pessoas que têm mais de uma deficiência. É uma
condição heterogênea que identifica diferentes
grupos de pessoas, revelando associações
diversas de deficiências que afetam, mais ou
menos intensamente, o funcionamento individual
e o relacionamento social. (MEC-2000).
De acordo com as definições apresentadas, podemos
encontrar pessoas com:
- deficiência física + deficiência intelectual;
- deficiência física + deficiência visual;
- deficiência física + deficiência auditiva;
- deficiência intelectual + deficiência visual;
- deficiência física + intelectual + visual; e assim por diante
Diante desses comprometimentos, é possível afirmar
que as pessoas com deficiência múltipla podem demonstrar
necessidades singulares para atuar tanto em seu ambiente
social quanto no educacional. Elas correm o risco de terem
pouca ou nenhuma motivação se não tiverem o estímulo
apropriado.
Durante muito tempo, as pessoas com deficiência
múltipla foram consideradas como incapazes de aprender.
Entretanto, com uma atuação adequada de profissionais de
várias áreas observou-se que elas conseguem desenvolver
seu potencial, muitas vezes, superando suas dificuldades
ou pelo menos, minimizando suas incapacidades. As
possibilidades de melhora, ainda que pequenas, dependem
de um trabalho conjunto da família, da escola, e de outros
setores da sociedade para enfrentar as dificuldades
inerentes a cada caso, combatendo e ultrapassando as
barreiras e abrindo novas perspectivas.
É importante salientar que:
O desempenho e as competências dessas crianças são
heterogêneos e variáveis. Alunos, com níveis funcionais
básicos e possibilidades de adaptação ao meio podem
e devem ser educados em classe comum, mediante a
necessária adaptação e suplementação curricular. Outros,
entretanto, com mais dificuldades, poderão necessitar de
processos especiais de ensino, apoios intensos, contínuos
e currículo alternativo que correspondam às suas
necessidades na classe comum. (MEC, 2006,p. 11).
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
As deficiências físicas e/ou múltiplas, mais comuns,
podem ser decorrentes de:
Doenças Neurológicas
Encefalopatia Crônica Infantil (mais conhecida como Paralisia cerebral -PC)
Consiste em disfunção motora produzida por lesão
cerebral (total, parcial ou difusa), de caráter não progressivo,
que ocorre no cérebro ainda em desenvolvimento. Envolve
danos da função neuromuscular, associando-se a epilepsia,
alterações emocionais, sensitivas ou sensoriais, com
ou sem déficit intelectual. O grau de comprometimento
é variável, desde leves distúrbios até as mais severas
incapacidades.
Os distúrbios mais comuns são:
- os visuais (estrabismo, nistagmo, baixa visão);
- os auditivos (deficiência auditiva ou surdez);
- problemas para mastigar e deglutir;
- alterações de comportamento (flutuações de humor,
déficit de atenção)
- e dificuldades de comunicação (dificuldades para
articular fonemas, perturbações no ritmo da fala, etc).
A Paralisia Cerebral pode advir de causas pré, peri ou
pós-natal.
Os casos mais comuns de paralisia cerebral,
considerando o tônus muscular (nível de tensão nos
músculos), são de:
• atetose, apresenta tônus flutuante (entre
hipertonia e hipotonia), caracteriza-se por movimentos
involuntários e incoordenados dos braços, mãos, pernas e
boca;
• ataxia, predomina a hipotonia, apresenta falta de
equilíbrio e de relações espaciais, disartria, leves tremores
e movimentos lentos;
• espasticidade, caracteriza-se pela hipertonia,
o reflexo de extensão ou espasmódico interfere nos
movimentos de certas partes do corpo, provocando rigidez
excessiva;
• quadro misto - é o mais frequente - envolve a
combinação das formas anteriores, com predomínio de um
tipo sobre o outro, geralmente a espasticidade mascarando
a atetose ou a ataxia.
Importante: Pessoas com paralisia cerebral podem
não apresentar comunicação verbal ou se comunicarem
com muita dificuldade, além de apresentarem
sialorreia (salivação excessiva por prejuízo no controle
neuromuscular, comumente chamada de baba). Isso não
significa, necessariamente, um rebaixamento intelectual.
Foto MEC 2008
Fonte: site da imagem: anjogabriel.webnode.com.br
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Trauma cranioencefálico e lesões medulares
São mais comuns em jovens, principalmente em
acidentes (de trânsito, de esportes, por violência), mas
também por infecções e tumores, fratura de crânio com
lesão cerebral, mergulhos, ferimentos por arma de fogo,
neurocisticercose (infecção do sistema nervoso central
causada pela Taenia solium), aneurismas. As consequências
dependem da gravidade da lesão.
Ao ocorrer a lesão medular, interrompe-se a passagem
de estímulos nervosos pela medula, podendo causar
paralisia e alteração na sensibilidade. Essa lesão é
considerada completa quando não existe movimento
voluntário abaixo do nível da lesão; incompleta quando há
algum movimento voluntário ou alguma sensação abaixo
do nível da lesão.
Epilepsia
É uma condição neurológica caracterizada por uma
descarga simultânea de um conjunto de neurônios
cerebrais que varia em grau de intensidade. As crises como
podem ser parciais (afetando apenas um lobo ou parte de
um dos lados do cérebro) e generalizadas (afetam todo o
cérebro).
É dado o nome de epilepsia quando a pessoa apresenta
mais de um episódio de crises convulsivas parciais ou
generalizadas.
Os fatores causais: resultado de um acidente ou
ferimento na cabeça, às vezes seguido por hemorragia
cerebral; infecções cerebrais (meningite, encefalite); falta
de oxigênio no nascimento que pode levar à lesão cerebral
e até fatores genéticos.
Durante a crise, deve-se tomar cuidados para evitar
que a pessoa se fira: colocá-la deitada, afastada de objetos
perigosos, afrouxar suas roupas, colocar a cabeça voltada
para um dos lados para que não haja aspiração de saliva.
NUNCA ponha a mão dentro da boca para tentar ajudá-
lo. Ele pode contrair a mandíbula com violência e você
pode machucar seriamente seus dedos. O simples fato de
girar a cabeça para o lado é suficiente para a língua cair e
desobstruir as vias aéreas.
NUNCA ofereça nada para beber ou comer logo após
a crise. Nessa fase o aluno pode não conseguir engolir
direito, sofrendo risco de engasgar por aspirar o alimento
ou o líquido.
Após a crise, pode se seguir período confusional,
alterações na fala, alucinações, alterações sensoriais
(como do paladar, audição, visão ou olfato), às vezes,
incontinência urinária e/ou fecal. Nesse último caso, os
alunos podem se sentir frustados e envergonhados, por
isso deve-se garantir a privacidade e manter uma muda de
roupa do aluno na escola.
Os acessos convulsivos muitas vezes dificultam as
oportunidades de aprendizagem e de desenvolvimento
social, entretanto, a medicação adequada diminui a
incidência de crises e a pessoa pode alcançar um padrão
de vida normal.
O professor precisa saber se há medicação
a ser tomada durante o dia, se essa medicação
pode causar efeitos colaterais e ser informado
de qualquer mudança na medicação e suas
implicações para as atividades escolares. Na
escola, todas as incidências de crise convulsiva
precisam estar registradas […]
(FARRELL, 2008, p. 85-86)
É importante avaliar o risco de algumas atividades na
educação física ou nas aulas de laboratório, para garantir o
máximo de oportunidades e de segurança para esse aluno.
Esclerose múltipla
É uma doença do sistema nervoso central que afeta o
cérebro e a medula espinhal, interferindo na capacidade
para controlar funções como: enxergar, caminhar, falar,
etc. Não é contagiosa, hereditária e nem fatal. Chama-
se esclerose porque se forma um tecido parecido a uma
cicatriz e endurecido em certas áreas do cérebro e da
medula espinhal; e múltipla porque várias áreas estão
afetadas.
Sintomas: visão dupla, perda de visão de um dos olhos,
fala lenta e arrastada, tremor nas mãos, arrastar os pés
ao caminhar, fraqueza em excesso ou cansaço anormal,
paralisia parcial ou total de uma parte do corpo, perda
da coordenação, desequilíbrio, dormência ou sensação
de formigamento, perda do controle dos esfíncteres.
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
As mulheres desenvolvem com maior frequência que os
homens.
Algumas vezes estão comprometidas as funções
cognitivas relacionadas ao processamento da memória
e à execução das tarefas. Ainda não se sabe a causa e
não tem cura, porém é possível reduzir os efeitos com um
tratamento adequado.
Esclerose lateral amiotrófica (ELA)
O significado de Esclerose Lateral Amiotrófica é:
• Esclerose significa endurecimento e cicatrização;
• Lateral refere-se ao endurecimento da porção
lateral da medula espinhal;
• Amiotrófica é a fraqueza que resulta na atrofia do
músculo (o volume real do tecido muscular diminui).
Dessa forma, Esclerose Lateral Amiotrófica significa
fraqueza muscular secundária por comprometimento dos
neurônios motores.
É uma doença crônica, progressiva e de causa
desconhecida, as pessoas acometidas geralmente têm mais
de 40 anos e a incidência da doença é maior em homens.
Os sintomas são: fraqueza muscular sem dores, atrofias
musculares, fasciculações (movimentos involuntários
visíveis em repouso) e espasticidade (contração súbita e
involuntária dos músculos).
Ao lado da filha, Iza, de nove anos, Cláudia Rodrigues, em tratamento há um ano e três meses contra a esclerose múltipla, diz que conta com os amigos.Fonte:http://www.tvexibir.com/noticias/claudia-rodrigues-revela-como-enfrenta-a-esclerose-multipla-1658.html. Publicado em 25/05/2011.
Há degeneração progressiva dos neurônios motores
no cérebro (neurônios motores superiores) e na medula
espinhal (neurônios motores inferiores), ou seja,
esses neurônios perdem sua capacidade de funcionar
adequadamente (transmitir os impulsos nervosos). Essa
doença não compromete as funções intelectuais, o que
torna a evolução mais dolorosa para a pessoa e seus
acompanhantes e, além disso, não existe um tratamento
específico.
Pessoas que foram acometidas: Lou Gehrig (jogador
de beisebol norteamericano); David Niven (ator); Stephen
Hawking (físico); Washington (ex-jogador de futebol da
seleção brasileira).
Para saber mais, acesse: www.tudosobreela.com.br/
Poliomielite
Comumente chamada de paralisia infantil, é uma
infecção aguda produzida por vírus e está em erradicação
pelo uso das vacinas Salk e Sabin. O grupo muscular
acometido é variável, podendo deixar como sequela uma
diminuição ou perda de força muscular e, portanto, um
déficit nos movimentos ou então produzir uma paralisia
flácida (os músculos afetados mostram perda do tônus)
em um ou todos os músculos do corpo. Não há prejuízo de
sensibilidade, nem de funções cognitivas.
Doenças neuromusculares
Lesões em nervos periféricos
Frequentemente decorrentes de traumas em
acidentes variados - por objetos cortantes, arma de fogo,
esmagamento - e costuma envolver deficiência motora e
de sensibilidade. A pessoa não apresenta prejuízos das
funções cognitivas, porém pode precisar de adaptações
de materiais ou equipamentos, dependendo da gravidade
das sequelas.
Um exemplo de doença que afeta os nervos periféricos
é a hanseníase (conhecida por lepra). A nome hanseníase
foi dado oficialmente em 1976, é uma das doenças mais
antigas na história da humanidade. Segundo a OMS
(Organização Mundial de Saúde), o Brasil é líder em
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
casos de hanseníase. É causada pelo bacilo de Hansen
(o Mycobacterium leprae) um parasita que ataca a pele e
nervos periféricos, podendo afetar outros órgãos como o
fígado, os testículos e os olhos.
O período de incubação varia entre três e cinco anos,
sua primeira manifestação consiste no aparecimento de
manchas dormentes, de cor avermelhada ou esbranquiçada,
em qualquer região do corpo (nariz, mãos, dedos, pernas
etc). Outros sintomas: placas, caroços, inchaço, fraqueza
muscular e dor nas articulações.
Com o avanço da doença, o número de manchas ou
o tamanho das já existentes aumenta e os nervos ficam
comprometidos, podendo causar falta de sensibilidade e
deformidades nas regiões afetadas, impedir determinados
movimentos, como abrir e fechar as mãos.
A transmissão se dá, normalmente, para outras pessoas
pelas vias respiratórias ou pelo contato direto com a pele
das feridas dos doentes, quando a pessoa afetada não
está sendo tratada. Entretanto, segundo a OMS a maioria
das pessoas é resistente ao bacilo e não a desenvolve,
além disso, 95% dos parasitas são eliminados na primeira
dose do tratamento, assim não há possibilidade de
serem transmitidos a outras pessoas. O tratamento dura
aproximadamente um ano, a distribuição de remédios é
gratuita, não é necessário o isolamento do paciente e ele
pode ser completamente curado.
As pessoas com hanseníase podem realizar as atividades
normalmente e frequentar a escola, se estiverem fazendo
tratamento.
Miopatias
É um termo genérico para designar afecções
musculares, cuja característica principal é a fraqueza
muscular, podendo ser acompanhada de outros sintomas,
conforme a variedade.
Dentre os vários tipos, existem metabólicas, autoimune
e degenerativas hereditárias. Nesta última, a mais comum
e mais severa é a Distrofia Muscular Progressiva (DMP)
tipo Duchenne. Ela é caracterizada pela fraqueza difusa
de todos os grupos musculares, degeneração das células
musculares e a substituição por gordura e tecido fibroso.
É de caráter genético e afeta os meninos, em geral
manifestando-se a partir dos 3 anos. As meninas podem
ser portadoras, porém não desenvolvem a doença (as
mulheres são portadoras assintomáticas).
Com a progressão da doença aparecem deformidades
(como escoliose acentuada), perda de equilíbrio, problemas
cardíacos e respiratórios. Além do tratamento terapêutico,
é importante um acompanhamento psicológico.
Os sintomas e sinais da Distrofia Muscular do tipo
Becker são semelhantes aos da Distrofia tipo Duchenne,
mas com início mais tardio e evolução clínica mais lenta, o
acometimento do músculo cardíaco em alguns indivíduos
pode ser muito grande.
A grande maioria dos afetados pelas distrofias
musculares tem preservada sua capacidade intelectual,
frequenta escolas comuns e muitos chegam à universidade.
Para saber mais, consulte: http://www.abdim.org.br
Foto a seguir, de uma pessoa com Distrofia Muscular
Progressiva – tipo Duchenne.
Fonte: Site dessa imagem: especialid.blogspot.com
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Doenças Ortopédicas
Amputações e sequelas de lesões Osteomusculares
As amputações parciais ou totais (por traumas,
doenças vasculares, tumores entre outros) e as lesões
osteomusculares (fraturas com deformidades, perda
de massa muscular) podem provocar limitações que
interferem na locomoção e/ou no desempenho, sem que
haja prejuízo intelectual.
Geralmente essas pessoas vão necessitar do uso de
prótese ou de equipamentos para facilitar e/ou possibilitar
a realização das atividades escolares, de esporte e as de
sua vida cotidiana.
Site da imagem: lookfordiagnosis.com. Time de futebol de amputados.
Site dessa imagem: portalsaudebrasil.com. Deformidade causada por doença osteomuscular.
Doenças reumáticas
Dentre as doenças principais causadoras de limitação
dos movimentos com dor, vamos destacar:
a) artrite crônica juvenil (em menores de 16 anos) – pode
haver mais de uma causa possível. Apresenta sintomas de
queda do estado geral, febre, diminuição do apetite e da
disposição para as atividades cotidianas, afetando desde o
rendimento escolar até o ritmo de brincadeiras. Um aspecto
importante dessa doença é a possibilidade de instalação
de deformidades e o comprometimento permanente da
função das articulações, tornando necessário o uso de
adaptações para a realização dos trabalhos escolares.
b) artrite reumatoide: uma doença crônica, de causa
desconhecida, que provoca inflamação nas articulações
(dor, rigidez, inchaço e perda da função), com tendência
a ser persistente, determinando deformidades e invalidez.
Predomina em mulheres adultas, mas ambos os sexos são
acometidos e, às vezes, mesmo as crianças.
c) osteoartrite: conhecida como osteoartrose ou
simplesmente artrose, corresponde a um grupo de
problemas que resulta em alterações anatômicas, com
consequentes repercussões nas juntas (articulações),
causando diferentes graus de dor, inflamação e
incapacidade. Dependendo da gravidade, as necessidades
específicas vão aparecendo.
Todos esses casos vão necessitar de acompanhamento
médico e terapêutico, além de medicamentos para o
controle da evolução da doença.
Podem frequentar normalmente a escola, não há
prejuízo das funções intelectuais, embora dependendo da
fase da doença, vão precisar de cuidados especiais.
Malformações Congênitas (anomalias congênitas)
Constituem-se em alterações estruturais ou metabólicas
presentes no nascimento, por herança genética ou como
resultado da influência ambiental durante o período
embrionário.
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Mielomeningocele (mais conhecida como espinha bífida)
Mielo = medula; meningo, meninges = membranas que
recobrem a medula e todo o sistema nervoso; cele = bolsa.
Doença que causa anormalidades no desenvolvimento
das vértebras e, potencialmente, das estruturas do canal
vertebral. As formas mais graves causam exposição de
medula, meninges e do líquor (líquido cefalorraquidiano),
formando uma bolsa fora da coluna.
Quanto mais alta for a lesão na coluna, maiores serão
os comprometimentos apresentados; a maioria dos casos
ocorre na altura da coluna lombar.
Para evitar essa malformação é indicada a administração
do ácido fólico durante a gestação.
Elas vão necessitar de fisioterapia e de outros
atendimentos terapêuticos, conforme a exigência de cada
caso.
A imagem, a seguir, ilustra o que ocorre no caso dessa
malformação.
Você sabe que a medula contém os nervos que
transmitem as mensagens do cérebro para os músculos
do tronco, membros superiores e inferiores.
A mensagem do corpo para o cérebro é o que nos
permite ter a sensação do toque na pele, a sensação do
calor e do frio, da dor e da posição do nosso corpo.
Na mielomeningocele essas trocas de informação entre
o cérebro e o corpo estão interrompidas.
Fonte: site da imagem: fiocruz.br
As possíveis consequências são: paralisia flácida
(normalmente paraplegia); alteração da sensibilidade
profunda e superficial; úlceras de pressão (escaras);
deformidades em membros inferiores, por desequilíbrio
muscular; incontinência de esfíncteres (incapacidade de
controlar a urina e as fezes); cifose (aumento anormal
da concavidade da coluna), escoliose (curvatura lateral
da coluna vertebral); fraturas devidas à osteoporose; e
hidrocefalia (acúmulo anormal do líquor nos ventrículos,
causando aumento no tamanho da cabeça).
A hidrocefalia, muitas vezes, leva ao atraso no
desenvolvimento intelectual, ocasionando dificuldades de
aprendizagem de graves a moderadas. As crianças com
hidrocefalia, geralmente vão precisar de colocação de uma
válvula ou
[…] pelo uso de uma “derivação”: um fino tubo
cirurgicamente inserido na cavidade do cérebro
para drenar o excesso de fluido (normalmente para
a cavidade torácica ou abdominal). Há implicações
de saúde que requerem o encaminhamento
imediato ao clínico geral ou a um hospital, por
exemplo, se a derivação ficar obstruída, o que
pode originar sonolência, olhos estrábicos e dor
de cabeça. (FARRELL, 2008, p. 79-80).
As crianças e jovens vão necessitar:
- tratamento fisioterápico para dar melhor
condicionamento e diminuir as deformidades;
- mudanças constantes de postura, para evitar escaras;
- cuidados higiênicos constantes para evitar assadura,
infecção urinária e até a insuficiência renal;
- dieta balanceada para evitar constipação intestinal e
obesidade;
- cuidados para evitar a obstrução de válvula
Para saber mais, acesse: http://www.crfaster.com.br/
mielo.htm
Malformações em membros
Existe uma grande variedade de doenças envolvendo
formação defeituosa e ausências parciais ou totais na
formação dos membros. Como exemplo, citamos:
a) artrogripose (arthro = articulação; gryposis =
curvada). A criança nasce com deformidades fixas nas
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
articulações e os músculos fracos. Muitas crianças fazem uso
de cadeiras de rodas e não apresentam comprometimento
das funções cognitivas, mas podem apresentar lentidão
para escrever.
b) deformidades secundárias a lesões intrauterinas
(por exemplo: uso da substância talidomida por gestante
causa malformação).
As pessoas que compõem esse grupo, na maioria das
vezes, vão necessitar do uso de órteses, próteses e/ou
equipamentos específicos para desempenharem suas
funções tanto na escola como em sua vida cotidiana.
É difícil encontrar uma classificação que atenda a todas
as possibilidades de distúrbios motores existentes, neste
texto procuramos reunir as principais causas encontradas
em nosso meio escolar.
Fonte: site drpinto.blpilla.net.
Site dessa imagem: blog.amigosdaabpst.com. Pessoa vítima da talidomida.
Doenças Crônicas
As doenças crônicas geralmente levam a períodos
de internação hospitalar, nesses casos, há necessidade
do acompanhamento pedagógico por meio das classes
hospitalares. Algumas vezes, a pessoa recebe alta
hospitalar, mas precisará de um período de recuperação
em casa, então, ela terá direito ao atendimento domiciliar.
Como exemplos de doenças crônicas que levam à
internação hospitalar: as renais, o câncer e a Síndrome
da Imunodeficiência Adquirida (AIDS).
Outras doenças bastante comuns:
Doenças cardíacas
Há muitos exemplos como: persistência de orifícios das
paredes do coração, estreitamento ou insuficiência das
válvulas, insuficiência do miocárdio. Em alguns casos ocorre
dispneia (dificuldade respiratória), cianose (coloração
azulada), palpitações, fadiga e lentidão na execução de
atividades. Os casos mais graves são internados para
cirurgias, inclusive de transplante de órgão.
Doenças respiratórias
A exemplo temos tuberculose, asma, doenças
associadas ao tabagismo. A asma, que habitualmente se
inicia na infância é a mais comum (aproximadamente 10%
da população). Em quadros mais intensos há limitação
importante das atividades cotidianas; durante crises até
mesmo a fala pode estar comprometida devido à dispneia
(dificuldade para respirar) e o professor precisa dosar a
quantidade e o ritmo das atividades para o aluno. A escola
deve também considerar que o aluno pode ter ausências
frequentes nas aulas e necessitar de remarcação de
trabalhos e provas.
Outros casos
Na definição sobre deficiência física do Decreto Federal
nº 5296/2004, vamos encontrar palavra ostomia. O que é?
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Ostomia: é uma abertura cirúrgica para a comunicação
de um órgão (do aparelho respiratório, urinário, etc)
com o meio externo. Muitas doenças (câncer, acidente
cardiovascular, infecções) levam à necessidade desse
procedimento tanto em adultos quanto em crianças.
Conforme o local onde foi feita a ostomia dá-se um
nome, vejamos os exemplos:
- traqueostomia – para pacientes com dificuldades
respiratórias, permitindo a entrada livre do ar;
- gastrostomia – para permitir a entrada da alimentação
líquida aos pacientes que não conseguem se alimentar
pela boca;
- colostomia – quando é no intestino grosso;
- ileostomia – quando realizada no intestino delgado (fino).
Principalmente em casos de câncer, quando o intestino
e o reto precisam ser parcial ou totalmente extirpados,
normalmente faz-se um estoma (orifício na parede
abdominal) e coloca-se uma bolsa coletora por onde saem
as fezes. Dependendo do caso, a utilização da bolsa pode
ser permanente ou temporária.
As pessoas podem realizar normalmente suas tarefas e
frequentar escola, mas precisam de cuidados redobrados
em relação à higiene.
Se você quiser saber mais sobre esse assunto, acesse:
http://www.ostomizados.com/paginas_diversas/duvidas_
frequentes.html.
Queimaduras: As queimaduras são muito frequentes
em crianças, principalmente em acidentes domésticos.
Existem vários graus e muitas vezes,
levam ao desfiguramento e alteram
a elasticidade dos tecidos, limitando os
movimentos. Em alguns casos, dependendo da
gravidade da queimadura, é necessário realizar
a amputação de um ou mais membros.
(MEC/SEESP, 2006, p. 22).
Época da Ocorrência
Agentes que afetam
Atividade do agente
Resultado
Concepção Translocação de pares de cromossomos.
Erros congênitos do metabolismo, como a fenilcetonúria.
Mudanças sérias no embrião e no feto, muitas vezes fatais.
Incapacidade de efetuar processos químicos e metabólicos; danos ao desenvolvimento fetal.
Certos reagrupamentos dos cromossomos podem levar à síndrome de Down e à deficiência intelectual e a outras síndromes.
Resulta em deficiência grave e outras complicações; pode ser revertido quando diagnosticado cedo e administrando-se uma dieta especial.
Pré-natal Medicamentos como a talidomida.
Medicamento usado como sedativo para a mãe, prejudicando o desenvolvimento normal do embrião.
Uma criança com ausência ou deformidades acentuadas em membros superiores e inferiores, com anomalias sérias no coração, olhos, ouvido etc.
Natal Anoxia (falta prolongada de oxigênio ao feto) durante o processo de nascimento.
A falta prolongada de oxigênio pode causar destruição irreversível de células cerebrais.
Criança com paralisia cerebral que pode ou não ter deficiência intelectual e outros defeitos que afetam a visão e a audição.
Pós-natal Encefalite e meningite.
Doenças infecciosas (sarampo, coqueluche e outras) podem levar à inflamação das células do cérebro e a sua destruição.
Variedade de problemas, como a falta de atenção e a hiperatividade; deficiência sensorial; epilepsia, deficiência intelectual e problemas de comportamento.
Condições que podem levar à Deficiência Múltipla
A seguir, quadro, baseado em Kirk e Gallagher –
Educação da Criança Excepcional,1991, p. 416
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Muitas medidas podem ser desencadeadas para evitar
ou reduzir o surgimento e a progressão de doenças e de
deficiências, e outras vão diminuir ou impedir a ocorrência
de incapacidades e desvantagens. Dentre elas, vamos
destacar:
• Acompanhamento pré-natal, cuidados médicos no
parto e para o recém-nascido: é importante que durante
a gravidez as futuras mães sejam acompanhadas por
profissionais de saúde. O ideal é que as mães iniciem o
pré-natal no primeiro trimestre, assim que for confirmada
a gravidez. As consultas e exames permitem identificar
problemas como hipertensão, anemia, infecção urinária
e doenças transmissíveis pelo sangue de mãe para filho,
como a aids e a sífilis. Alguns desses problemas podem
causar o parto precoce, o aborto e até trazer consequências
mais sérias para a mãe ou para o bebê. Durante o parto é
fundamental o acompanhamento do profissional da saúde
para intervir nas possíveis complicações. Após o nascimento,
é indispensável a avaliação cuidadosa das condições de
saúde da criança, para que eventuais problemas sejam
detectados e tratados o mais cedo possível. Isso poderá
ser feito pelo chamado “teste de Apgar”, aplicado um
minuto após o nascimento e reaplicado 5 minutos depois.
A comparação dos dois resultados mostrará, entre outras
coisas, a capacidade de adaptação do bebê à experiência
independente de vida.
• Programas de vacinação: as vacinas utilizam os
mesmos agentes causadores das doenças, mas inativados,
atenuados, modificados ou utilizados apenas em parte.
Quando a criança é vacinada, seu organismo produz
anticorpos para aquele agente específico. Assim, ao entrar
em contato com o vírus ou a bactéria causadores da
doença, a criança está pronta para atacá-los.
Além de proteger a vida e a saúde da pessoa imunizada,
a vacinação protege também toda a sociedade pois impede
a propagação de epidemias, erradicando graves doenças.
• Políticas públicas para o controle de doenças
transmissíveis: as melhorias sanitárias (principalmente
o saneamento básico), o desenvolvimento de novas
tecnologias, como as vacinas e os antibióticos, a ampliação
PREVENÇÃO do acesso aos serviços de saúde e as medidas de controle
das epidemias.
• Programas de combate à violência: para a
elaboração e aplicação desses programas há necessidade
da mobilização de vários setores da sociedade em parceria
com as ações governamentais. Esses programas incluem
campanhas contra o porte de armas, investimento em
segurança pública justa e equitativa, etc. Na verdade
precisamos também combater as causas que geram a
violência (como miséria, fome, desemprego, falta de
educação, esporte, lazer e outros).
• Cuidados para evitar acidentes na infância: os
acidentes podem ser evitados se for reduzida a exposição
a riscos e as crianças estiverem protegidas e cuidadas por
adultos. Para isso, são importantes as políticas voltadas às
crianças nas áreas de educação, lazer e cultura.
• Programas de intervenção imediata para casos
que sugerem uma deficiência: se as deficiências forem
identificadas o quanto antes, as ações de reabilitação
podem ser iniciadas imediatamente. Por isso é importante
que existam equipes de reabilitação nos vários serviços de
saúde ou em serviços de referência.
• Prevenção contra as drogas, incluindo o álcool:
os programas precisam ser elaborados e implementados a
partir de uma discussão com os vários setores envolvidos
nessa causa. É importante lembrar que nesses programas
precisa haver previsão de tratamento para os dependentes.
• Programas de educação especial e de qualificação
profissional: além de profissionais qualificados para o
atendimento, concessão de equipamentos e instrumentos
para uso pessoal e para adaptação do ambiente doméstico,
de ensino e de trabalho. Programas de educação precoce,
de esporte e de lazer.
• Programas de habilitação e de reabilitação:
tratamento apropriado nas várias áreas de especialidade
médico-terapêutica, tanto para crianças quanto para
adultos, incluindo medicamentos, aquisição de órteses
(palmilhas, tutores) próteses (perna mecânica, implante
coclear) e outros equipamentos auxiliares (andador,
muletas, bengala, cadeira de rodas).
• Prevenção de acidentes no trabalho e de doenças
ocupacionais: são evitados se houver obediência à
legislação trabalhista, fiscalização, redução da exigência
de altos índices de produtividade aos trabalhadores.
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
Importância de políticas salariais mais justas e ampliação
dos níveis de emprego para reduzir o excesso de trabalho
a que estão submetidas muitas pessoas; pois esse excesso
aumenta a possibilidade de adoecimento e de sofrer
acidentes.
• Prevenção de carências nutricionais e afetivas:
envolve políticas sociais no combate à miséria, à fome e
também de assistência às gestantes, de implantação de
creches e de escolas de educação infantil.
• Importância do acompanhamento e da orientação
de equipe multidisciplinar: tratamento apropriado de
educação e saúde, incluindo apoio psicossocial e o uso de
técnicas de informática para a criança com necessidades
educacionais especiais e sua família.
• Eliminação de barreiras arquitetônicas, atitudinais
e pedagógicas: garantir acessibilidade a todas as pessoas
aos estabelecimentos de trabalho, ensino, saúde, lazer
e cultura; incentivar medidas que visem ao combate
de atitudes contra a discriminação; promover acesso à
informação e à comunicação.
• Evitar pisos que tenham textura irregular, como
paralelepípedos, por exemplo.
Fonte: site da imagem – atopoetico.ceupr.com.br.
ACESSIBILIDADE EM EDIFICAÇÕES
• Evitar carpetes e capachos espessos, pois eles
dificultam a movimentação das pessoas com deficiência
física ou múltipla ou com mobilidade reduzida.
• As rampas precisam ter no máximo de 6% a 7% de
inclinação, possibilitando à pessoa com deficiência maior
autonomia e independência de deslocamento. Exemplo de
adaptação simples e de baixo custo: Colocação de uma
pequena rampa de madeira ou de cimento junto a um
degrau.
• Sempre que possível, o vestiário, o chuveiro,
a bacia sanitária e o lavatório devem estar no mesmo
espaço. Dessa forma, garante-se a privacidade e facilita-
se a higienização.
• As portas devem conter barra horizontal para
auxílio do fechamento pela pessoa com deficiência.
Recomendam-se trincos com sistemas de alavanca de
amplo alcance e fácil manuseio.
• Todos os estacionamentos de locais públicos
e edifícios de uso coletivo devem oferecer, próximas da
entrada, vagas exclusivas para veículos conduzidos ou que
transportem pessoas com deficiência.
• Todas as edificações destinadas à realização de
eventos públicos devem dispor de espaços reservados a
usuários de cadeiras de rodas e de lugares específicos
para pessoas obesas ou com deficiências auditiva e visual,
inclusive seus acompanhantes.
Clube Escola Lapa, na Zona Oeste da cidade de São
Paulo, inaugurou em 26/04/2009, um complexo aquático
acessível às pessoas com deficiência e com mobilidade
Fonte: http://maonarodablog.com.br/tags/locais-acessiveis/.
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Principais causas da deficiência física e múltipla, alterações sensoriais e motoras
reduzida. O local conta com rampas, vestiários e banheiros
acessíveis, para permitir o uso com a maior independência
possível para as pessoas com algum tipo de deficiência
(Foto: Thiago Henrique/Futura Press).
• O símbolo internacional de acesso – (SAI) deve
ser compreendido por todas as pessoas do mundo,
independente de sua cultura, portanto, não deve ter suas
proporções de dimensionamento e cores alteradas.
As adaptações devem seguir as instruções da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas), para conhecer,
acesse:
http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf.
Para conhecer o Guia Prático de Acessibilidade, acesse:
http://www.ifam.edu.br/~curupira/novo/downloads/
Acessibilidadeaedificacoes.pdf.
Fonte: http://cantinhoamigoespecial.blogspot.com/2009_04_01_archive.html.
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