ecoformação e sustentabilidade planetaria

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ECOFORMAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PLANETÁRIA: DESAFIOS PARA A EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI 1  Danilo José Garbelini 2  José Aparecido Celorio 3  Resumo Este trabalho busca enfatizar as contribuições dos valores ambientais e éticos da Ecoformação para a educação do século XXI. Ao evidenciar o atual desequilíbrio planetário, em grande parte devido às atividades e práticas humanas, buscou-se mostrar a necessidade de uma reorientação das ações humanas em relação à natureza. Para isso, construiu-se uma trajetória histórica que mostrou a manipulação predatória da natureza a partir da Modernidade tendo como suporte teórico-filosófico as ideias de pensadores como Francis Bacon e René Descartes. Na sequência, buscamos analisar o renascimento da natureza orgânica a partir do momento em que as próprias ações humanas são descobertas como causa da possível destruição planetária. Por fim, em busca da sustentabilidade planetária, os valores ecoformadores se fazem necessários no âmbito socioeducacional para sugerir práticas de preservação ambiental e valores éticos entre os educadores e alunos. Palavras- chaves: Ecoformação. Natureza. Sustentabilidade. Educação. INTRODUÇÃO  Atualmente a degradação dos ambientes naturais tem chegado a níveis alarmantes, fazendo com que haja uma crise ambiental grave na sociedade mundial, fruto, sobretudo, das práticas econômicas e do modelo produtivo das nações capitalistas industrializadas que, de acordo com Gore (2008), podem provocar a autodestruição da humanidade. 1  Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual de Maringá   Campus Regional de Cianorte, como requisito para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 2  Acadêmico do 4º ano de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá  Campus Regional de Cianorte. 3  Professor do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá   Campus Regional de Cianorte. 

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ECOFORMAÇÃO E SUSTENTABILIDADE PLANETÁRIA: DESAFIOS PARA A

EDUCAÇÃO DO SÉCULO XXI1 

Danilo José Garbelini2 

José Aparecido Celorio3 

Resumo 

Este trabalho busca enfatizar as contribuições dos valores ambientais e éticos daEcoformação para a educação do século XXI. Ao evidenciar o atual desequilíbrio

planetário, em grande parte devido às atividades e práticas humanas, buscou-semostrar a necessidade de uma reorientação das ações humanas em relação ànatureza. Para isso, construiu-se uma trajetória histórica que mostrou a manipulaçãopredatória da natureza a partir da Modernidade tendo como suporte teórico-filosóficoas ideias de pensadores como Francis Bacon e René Descartes. Na sequência,buscamos analisar o renascimento da natureza orgânica a partir do momento emque as próprias ações humanas são descobertas como causa da possível destruiçãoplanetária. Por fim, em busca da sustentabilidade planetária, os valoresecoformadores se fazem necessários no âmbito socioeducacional para sugerirpráticas de preservação ambiental e valores éticos entre os educadores e alunos.

Palavras- chaves: Ecoformação. Natureza. Sustentabilidade. Educação.

INTRODUÇÃO

 Atualmente a degradação dos ambientes naturais tem chegado a níveis

alarmantes, fazendo com que haja uma crise ambiental grave na sociedade mundial,

fruto, sobretudo, das práticas econômicas e do modelo produtivo das nações

capitalistas industrializadas que, de acordo com Gore (2008), podem provocar a

autodestruição da humanidade.

1 Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual de

Maringá  – Campus Regional de Cianorte, como requisito para obtenção do título de Licenciado emPedagogia.2 Acadêmico do 4º ano de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá  – Campus Regional deCianorte.3 Professor do Departamento de Fundamentos da Educação da Universidade Estadual de Maringá  – Campus Regional de Cianorte. 

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 Assim, ao se considerar o que apontou Grün (2009), que a educação deve

orientar o agir da humanidade em sua relação com o meio ambiente e sua

convivência social, nada mais justo que salientar a implementação das discussões

ecoformadoras na educação.

Diante dessa discussão, que sugere a implementação dos valores

ecoformadores no âmbito educacional, surgem diversos questionamentos. Entre

eles, quais seriam os motivos que justificam essa sugestão? A humanidade sempre

sentiu a necessidade de se preocupar com a natureza? Como a natureza foi e é

vista? Quais seriam as efetivas contribuições da Ecoformação para a formação ética

e ambiental?

Em virtude da problematização, esse artigo se justifica pela necessidade dereorientação dos valores e práticas da humanidade em relação à natureza e à sua

própria existência. Para isso, é fundamental ir além do discurso da Educação

 Ambiental, é preciso compreender mais profundamente as nossas relações com a

natureza a fim de superar a visão egocêntrica de que “[...] o que é de todos não é de

ninguém” (NAVARRA, 2008, p. 235).

Portanto, esse artigo tem como objetivo analisar as contribuições das

discussões sobre a Ecoformação e a sustentabilidade para o trabalho educacionalno século XXI, estabelecendo uma análise teórica a partir de autores que tratam do

objeto circunscrito. Para que isso seja possível, é necessário buscar subsídios

históricos e filosóficos que justifiquem essa nova forma de pensar, bem como,

mostrar as necessidades de se tratar sobre a Ecoformação de maneira continuada e

concreta no contexto escolar. Em virtude dessa prática, será possível refletir sobre

as relações da humanidade com a natureza. Portanto, diante da problemática

descrita e do objetivo traçado, o artigo ser á organizado em três itens: “A visãomecanicista da natureza”, “O renascimento da visão orgânica da natureza” e “A

aplicabilidade educacional do pensamento ecoformador”. 

No primeiro item, serão discutidos elementos teóricos e filósofos que deram

conta de legitimar a unidade da razão à custa da objetificação da natureza. Nesse

sentido, será possível compreender os elementos histórico-filosóficos que elevaram

o ser humano a um patamar superior à natureza.

No segundo item, serão abordados os elementos teóricos e históricos,

principalmente descritos por Rupert Sheldrake (1991), que relatam os motivos pelos

quais a humanidade retoma os princípios da organicidade da natureza e os

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cuidados, conforme descreve Boff (2008), com o meio natural e com a própria

humanidade.

Por fim, o terceiro item, tratará da pertinência e da importância em se inserir

os conceitos ecoformadores na educação do século XXI, com o objetivo de atingir a

formação tanto de docentes quanto dos discentes. Espera-se que essa prática, por

sua vez, seja substancial para a busca da ampliação positiva das relações entre os

homens e a natureza e entre os homens com os outros homens.

A VISÃO MECANICISTA DA NATUREZA

Uma das principais causas da degradação ambiental, afirma Grün (2009), se

substancia na ética antropocêntrica. De acordo com essa ética, o Homem é o centro

do mundo e tudo o que existe se dá em sua função. A visão mecanicista da

natureza, portanto, esteve antecedeu e deu base para o surgimento da ética

antropocêntrica. Essa ética é caracterizada pelo abandono dos ideais da concepção

orgânica da natureza em favor da concepção mecanicista. A ideia de natureza comoalgo vivo e animado, composto de cores, sons, tamanhos e cheiros, foi substituída

por uma visão de natureza inanimada e mecânica.

Embora a sistematização científica da mecanização da natureza tenha

tomado forma e se efetivado nos século XVI e XVII, a gênese desse pensamento

ocorreu entre os judeus muitos séculos antes, conforme as sagradas escrituras no

livro do Gênesis. No livro do Gênesis, capítulo 1, versículo 28 (BÍBLIA, GÊNESIS, 3,

1-28), Deus, após criar o homem e a mulher, disse-lhes “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos

céus, e sobre todo o animal que rasteja sobre a terra”. Esse versículo das sagradas

escrituras evidencia que, no plano teológico, Deus conferiu a Adão e, em

conseqüência disso, aos seres humanos, a dominação sobre a natureza.

Na Antiguidade os gregos também possuíam, tais quais os judeus, uma visão

“antropocêntrica”. Sheldrake (1991)  afirma que, na Política  de Aristóteles, embora

esse tivesse a visão animada da natureza, já se demonstrava a separação entre

alma e corpo que, posteriormente, serviu de base para a constituição da res cogitans

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(a coisa que pensa) e da res extensa (a coisa material) utilizada por Descartes no

século XVII.

Dizia Aristóteles (2004, p. 18):

Primeiramente, todo ser vivo constitui-se de alma e corpo, que anatureza destinou um a mandar, outro a obedecer [...] Idênticarelação é a que existe entre o homem e os outros animais. Anatureza foi mais benigna para o animal que está sob o domínio dohomem do que com relação à besta selvagem; e para todos osanimais resulta de utilidade estar sob o comando do homem.

 As mudanças na visão de mundo que resultaram na mecanização da

natureza e na constituição da ética antropocêntrica, o que de fato redefiniu o lugar

ocupado pelos seres humanos na Terra, se consolidou com a atuação de

pensadores como Francis Bacon (1561-1626) e René Descartes (1596-1650). Em

suas filosofias, esses pensadores intensificaram essas mudanças vindas da

 Antiguidade Clássica, relacionando os elementos teóricos, sobretudo de Aristóteles,

às suas propostas de ciência. Em virtude dessa apropriação teórica, expressa na

modernidade por Bacon e Descartes, é necessário reconstruir os elementos

históricos que contextualizaram suas filosofias, tendo em vista, principalmente, os

valores socioculturais e científicos que se manifestaram nessa época.

De acordo com Grün (2009), a lenta transição entre a Medievalidade e a

Modernidade foi marcada pelo Humanismo4. Durante a Idade Média, a posição do

homem era a de servo, obediente a Deus, como não poderia ser diferente, já que se

tratava de uma sociedade teocêntrica, na qual as relações entre o homem e a

natureza eram muito estreitas. No entanto, esse papel começou a tomar uma nova

forma com o próprio Humanismo, fruto do pensamento renascentista que revalorizou

os elementos da cultura e do pensamento clássico e proporcionou profundas

transformações nos cenários político, artístico, religioso e filosófico.

Na esfera política surgem os Estados Nacionais e neles a consolidação de

uma nova classe social, a burguesia. Na arte, os autores assinam suas obras,

assumindo a responsabilidade da criação. Na literatura desenvolveram-se os

gêneros biográficos e autobiográficos, bem como, o retrato e o auto-retrato na

4 O Humanismo é apontado como um dos principais valores expressados no Renascimento. Baseia-

se, sobretudo, nos conceitos de Neoplatonismo, Antropocentrismo, Hedonismo, Racionalismo,Otimismo e Individualismo. O Humanismo faz uso da razão e do empirismo para chegar às suasconclusões, além de analisar os textos gregos originais. Além disso, o Humanismo afirma a dignidadedo homem e o torna o investigador da natureza (REALE; ANTISERI, 1990). 

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pintura. Na religião, a hierarquia do clero é criticada e sua autoridade é questionada

pela Reforma Protestante.

No curso dessas transformações, o homem buscou imprimir a sua marca no

mundo e relegou sua posição submissa expressa pela teologia na Idade Média. Para

isso, foi necessário adquirir capacidades especiais que o possibilitaram perceber e

modificar a natureza e, consequentemente, tornar-se o centro do universo (CIVITA,

1989).

Figura 1: O Homem Vitruviano5: desenho de Leonardo da Vinci (1452-1519) que representa oantropocentrismo.

Para Sheldrake (1991, p. 50), “[...] o maior profeta da conquista da natureza

foi Francis Bacon”. Seu objetivo foi o de buscar subsídios para justificar o poder da

dominação humana. Para que isso fosse possível, a primeira ação foi a de buscar

amparo para driblar as críticas daquelas pessoas que consideravam a dominação da

natureza como satanismo ou uma pretensão maléfica de poder ilimitado. Bacon,

lançando mão de seu poder de argumentação, e amparado na tradição judaico-

cristã, buscou nas sagradas escrituras uma plausível justificativa para a dominação.

Vejamos:

5 A composição O Homem Vitruviano, ilustrada por Leonardo da Vinci, baseia-se no tratado escritopor Vitruvius, no século I a.C. sobre as dimensões corretas do corpo humano.

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Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo o animal docampo, e toda a ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver comolhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, issofoi o seu nome.E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo oanimal do campo; mas para o homem não se achava ajudadoraidônea (BÍBLIA, GÊNESIS, 4, 2-19 e 20).

Com a ajuda da passagem em que Adão dava nome aos animais, Bacon

conseguiu fundamentar a sua dominação da natureza, pois, com esse argumento,

 justificou, tão somente, a recuperação do direito, dado por Deus, da humanidade

dominar a natureza. No entanto, é necessário dizer que essa dominação da

natureza atendeu também aos interesses da burguesia e do nascente sistemacapitalista. O ideal de Bacon em converter a natureza orgânica em mecânica

delineou a separação entre o homem e a natureza, fazendo desse homem, com a

ajuda da ciência, o senhor de todas as coisas.

Mas se alguém se dispõe a instaurar e estender o poder e o domíniodo gênero humano sobre o universo, a sua ambição (se assim podeser chamada) seria, sem dúvida, a mais sábia e a mais nobre detodas. Pois bem, o império do homem sobre as coisas se apóiaunicamente nas artes e nas ciências (BACON,1973, p. 82).

Embora o projeto de Bacon não tivesse plenamente se efetivado, já que a

sociedade humana não se tornou de toda livre por meio da ciência, conforme aponta

Grün (2009), o seu legado antropocêntrico teve êxito, pois sua concepção de

ciência, durante a Modernidade, pôs o homem numa posição central no universo.

Profundos progressos foram notados na agricultura e, sobretudo, na indústria,

reforçando a ideia de que a ciência levaria ao poder. Essas revelações discutidas

pela filosofia de Bacon, resumidas às leis matemáticas da ciência dadas por Deus,

reduziram, paulatinamente, a mãe natureza à matéria inanimada regida por essas

leis.

Em meio ao complexo tecido social, surgem incertezas, já que o homem,

devido ao progresso científico, se sentiu poderoso. No entanto, esse mesmo homem

carecia de bases epistemológicas seguras para substanciar o seu caráter supremo.

Diante dessas inúmeras questões, René Descartes procurou, então, respondê-las.

Para ele, as respostas a esses questionamentos estariam na própria razão humana,

 já que o universo seria um vasto sistema de matéria em movimento que funcionava

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de maneira mecânica. Esse universo, portanto, poderia ser explicado a partir de

relações matemáticas, inclusive o homem, as plantas e os animais (SHELDRAKE,

1991).

Diante do pensamento moderno racional, no princípio do século XVII, René

Descartes se lança naquilo que Grün (2009) chamou de busca da unidade mundial,

 já que esse mundo se encontrava filosoficamente em pedaços devido à nova

maneira de pensar. Assim, Descartes buscou romper com a tradição, já que essa

seria fonte de enganos, e se concentrou na busca pela verdade das coisas. Dizia

ele:

Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiroanos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de queaquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados nãopodia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me eranecessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-mede todas as opiniões a que então dera crédito e começar tudonovamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algofirme e de constante nas ciências (DESCARTES, 1983, p. 85).

Em sua jornada teórica, Descartes se deparou com um problema de caráter

metodológico, a distinção entre o sujeito e objeto. Segundo sua visão, essa distinçãolegitimaria o processo metodológico das ciências naturais. Descartes, então,

pressupôs a divisibilidade do objeto. Assim, se a razão é autônoma e indivisível, a

natureza, por outro lado, seria esse objeto. Dessa maneira, se a razão é própria do

homem, este estaria fora da natureza. Com essa lógica, chega-se à unidade da

razão e à objetivação da natureza, em outras palavras, o homem é o res cogitans 

(coisa pensante), enquanto a natureza seria o seu objeto. Conforme Spinelli (2009,

p. 43), “[...] o cogito  promove a descoberta da capacidade humana de se

autodecifrar enquanto eu humano, unívoco”.

Nesse sentido, o Antropocentrismo é o resultado de um conjunto de valores

inter-relacionados que levou, filosoficamente, à crise ambiental. No entanto, embora

tenhamos em Bacon e Descartes suas bases filosóficas mais evidentes, não

queremos dizer que a mecanização da natureza tenha nesses únicos autores sua

consubstanciação. Porém, conforme diz Grün (2009, p. 36), “[...] o coração filosófico

da crise ambiental tem sido identificado em Descartes”. 

Em virtude da breve discussão, podemos notar, até agora, como a natureza

passou de um organismo com funcionamento próprio para um objeto inanimado e

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dominado pela razão humana, ou seja, mecânico, explicado pura e simplesmente

pelas leis e modelos matemáticos, conforme os versos de John Theophilus

Desaguliers6:

 A natureza oprimida se submete ao seu espírito penetrante. E lhemostra com prazer todos os seus meandros secretos. Contra amatemática ela não se pode defender. E cede à deduçãoexperimental (PRIGOGINE; STANGERS7 apud  GRÜN, 2009, p. 41).

 Ainda que a dominação da natureza pelo homem tenha se desenvolvido por

séculos e, ainda hoje, permaneça incutida nas práticas sociais humanas, fenômenos

naturais tem despertado a atenção de parte da comunidade científica para aautodestruição da humanidade. Esse risco latente da autodestruição fez com que se

retomasse o valor orgânico da natureza, conforme o que será abordado na

sequência.

O RENASCIMENTO DA VISÃO ORGÂNICA NA NATUREZA

O modelo de produção industrial, sobretudo o da sociedade capitalista

ocidental, tem provocado a intensificação da apropriação da natureza pelo homem,

causando drásticas transformações na paisagem e acelerando a destruição dos

ambientes naturais do planeta.

Tais práticas humanas, afirma Muceniecks (2009), são frutos do constructo

social, no qual o valor que se dá ao meio ambiente é reflexo das relações existentesentre os homens em sociedade que, durante os últimos séculos, foram

caracterizadas pela dominação do homem sobre os outros homens e sobre a

natureza. Em virtude disso, ambientalistas e parte da comunidade científica

internacional alertaram, a partir da segunda metade do século XX, para os graves

problemas ambientais que já estariam em curso ou em estado de latência e que

6  John Theophilus Desaguliers (1683-1744), foi “Curador”  ou “Experimentador Oficial” da Royal

Society de Londres e se tornou um pioneiro na divulgação do Newtonianismo e um dos maiores emais respeitados Professores Independentes de Filosofia Mecânica e Experimental da Inglaterra, naprimeira metade do século XVIII (SOARES, 2009, p. 82). 7 PRIGOGINE, Y.; STANGERS, I. A nova aliança. Brasília: UnB, 1991.

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poderiam, por sua vez, trazer à tona grandes catástrofes e a própria destruição da

raça humana. Boff (2008) fala que essa relação predatória evidencia o princípio da

autodestruição do sensível sistema físico-químico e ecológico que mantêm a

biosfera e põe em risco a existência dos seres vivos, entre eles, o homem.

O fato que, segundo Grün (2009), inaugurou a preocupação de colapso da

humanidade a partir de suas práticas com a natureza ocorreu em julho de 1945, no

Deserto de Los Alamos, nos Estados Unidos. Nesse dia, a equipe chefiada pelo

físico Oppenheimer fez experimentos com a bomba atômica que, meses depois foi

usada nos ataques às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Essa calamitosa

experiência conferiu ao homem o poder de sua própria destruição, porém, plantou a

semente do ambientalismo moderno.Outro fato que chamou a atenção da comunidade internacional ocorreu em

1962, quando a bióloga estadunidense Rachel Carson (1907-1964) publicou Silent

Spring (Primavera Silenciosa). Ela descreveu, enfaticamente, as consequências

ambientais do uso indiscriminado de agrotóxicos e produtos químicos nas lavouras

agrícolas, entre eles o DDT8. Entre as consequências do uso indiscriminado desses

produtos, Rachel Carson apontou a extinção de algumas espécies de aves, entre

elas, o falcão peregrino, e o surgimento de doenças degenerativas como o câncer.Esses, entre outros acontecimentos, levaram à primeira mobilização

internacional para tentar organizar as relações do homem com a natureza, no ano

de 1972, na Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em

Estocolmo, na Suécia. Nessa conferência, participaram 113 países e pouco mais de

400 organizações governamentais e não governamentais. Essa conferência deu

base para novas discussões e implementações de políticas ambientais que, por sua

vez, teriam como base criar elementos para reorientar as ações práticas eeducacionais do homem com a natureza.

Conforme observamos, a segunda metade do século XX foi marcada por uma

crise ambiental que levou a sociedade contemporânea a um processo de

“ecologização”. Essa ecologização surgiu num momento em que o meio ambiente

8 Sigla de Dicloro-Difenil-Tricloroetano. Este pesticida foi largamente usado após a Segunda Guerra

Mundial para o combate dos mosquitos causadores da malária e do tifo. Apesar de sintetizado em1874, suas propriedades inseticidas foram descobertas somente em 1939, por Paul Muller, químicosuíço, que recebeu o prêmio Nobel de medicina, em 1948, por essa investigação (MUCENIECKS,2009, p. 56). 

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deixou de ser um assunto dos amantes da natureza e tornou-se assunto da

sociedade civil (GRÜN, 2009).

 A ecologização, descrita por Grün (2009), retomou os ideais de uma natureza

dotada de vida, orgânica, situada num complexo que James Lovelock chamou de

Hipótese de Gaia9. Para Lovelock (1991) o planeta Terra é um organismo vivo, onde

existem fluxos de energia fundamentais que garantem a manutenção das espécies,

inclusive a humana. Lovelock (2006a), além de justificar o caráter orgânico da

natureza, explica que os fenômenos e catástrofes naturais que frequentemente

assolam a Terra são frutos da própria reação do planeta. Assim, ele aponta que

essas catástrofes naturais são, de fato, repostas da Terra que refletem as ações

negativas ocasionadas pelo homem.Em virtude dessas ações humanas que, de certo modo, promovem o

desequilíbrio de Gaia, podem existir resultados sem precedentes. Em entrevista à

Revista Veja em outubro de 2006, Lovelock discute as ações humanas que

intensificaram o aquecimento global e aponta suas consequências. Vejamos:

Um organismo que afeta o ambiente de maneira negativa acabarápor ser eliminado. O aquecimento global foi provocado pelo homem

e, por isso, corremos o risco de ser extintos. Até 2100, é provávelque desapareça 80% da humanidade (LOVELOCK, 2006b).

Embora as previsões de Lovelock sejam apocalípticas e, para alguns teóricos,

infundadas, temos que considerar que de fato há problemas com o equilíbrio

ambiental do planeta, ocasionado pelas práticas e ações predatórias da

humanidade. Isso refletiu a preocupação de parte da comunidade científica com a

preservação do meio natural e reaproximou o homem da natureza. Um exemplo

disso é a mobilização dos representantes da maior parte dos Estados membros da

ONU (Organização das Nações Unidas) em discutir, nas inúmeras conferências que

seguiram desde Estocolmo (1972)10, as ações político-administrativas, produtivas e

educacionais sobre o meio ambiente.

9 Gaia foi a denominação atribuída pelos gregos antigos à deusa que personificava a Terra, mãe de

todas as criaturas vivas. 10

  Conferência sobre Meio Ambiente Humano. Realizada entre 5 e 16 de junho de 1972 emEstocolmo, Suécia. Essa conferência, afirma Muceniecks (2009), representa um marco referencialpara a definição de bases da educação para o meio ambiente.  

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Nesse sentido, embora o nosso propósito não seja o de discutir as políticas

para o meio ambiente desenvolvidas desde a década de 1970, é fundamental

percebermos a partir desses fatos que a natureza volta a ter um papel de

protagonista nas discussões da humanidade, ainda que não de forma abrangente e

total. Mesmo assim, esse “renascimento da natureza”, termo empregado pelo 

biólogo e filósofo britânico Rupert Sheldrake, tem tomado grande importância nas

últimas décadas, alimentando a necessidade de práticas éticas e educacionais para

o florescente século XXI.

A APLICABILIDADE EDUCACIONAL DO PENSAMENTO ECOFORMADOR

Como vimos no item “A Mecanização da Natureza”, o meio natural foi

transformado em objeto inanimado e alvo da dominação pelo homem. Ele foi, em

outras palavras, reduzido a mero recurso utilizado, sobretudo, pela sociedade

capitalista ocidental. Vimos também, no item “O Renascimento da Natureza”, que

catástrofes naturais têm ameaçado a soberania da humanidade na Terra, levando oshomens, nas últimas décadas, à reaproximação com o paradigma orgânico da

natureza.

Embora atualmente se fale sobre a necessidade de preservar o meio natural,

é preciso saber: esses valores são disseminados entre os homens de maneira

consistente e plena? Talvez essa questão possa ser respondida, em parte, a partir

do trabalho educacional. Porém, segundo Gadotti (2009), os sistemas educacionais

que se formaram na Europa no século XIX, sobretudo num período de consolidaçãoda industrialização e que influenciaram boa parte do mundo ocidental, em sua

grande maioria, reproduzem valores insustentáveis, já que não é raro vermos, tanto

em práticas pedagógicas quanto nos materiais didáticos, a natureza como um

simples recurso para satisfazer as necessidades da humanidade.

Conforme Gadotti (2009, p. 4):

Os sistemas educacionais, em geral, são baseados em princípios

predatórios, em uma racionalidade instrumental, reproduzindovalores insustentáveis. Para introduzir uma cultura dasustentabilidade nos sistemas educacionais nós precisamos

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reeducar o sistema: ele faz parte tanto do problema, como tambémfaz parte da solução. Por isso precisamos de uma nova pedagogia.

Dessa maneira, notamos que, de fato, uma nova pedagogia se faz

necessária. Com isso, para superar a visão reducionista e linear da Modernidade,

são precisos novos paradigmas de formação e compromisso dos sujeitos envolvidos

em construir novos conhecimentos.

Tendo em vista a construção de práticas que visam a sustentabilidade

planetária e o paradigma ecossistêmico, Torre et. Al. (2008) descrevem a

importância da ecoformação11 , já que esta oferece uma visão ampla sobre o natural

e o social, podendo contribuir de maneira significativa para a formação do sujeito.

Entendemos a ecoformação como uma maneira sistêmica,integradora e sustentável de atender a ação formativa, sempre narelação com o sujeito, a sociedade e a natureza [...] A ecoformação éuma maneira de buscar o crescimento interior a partir da interaçãomultissensorial com o meio humano e natural, de forma harmônica,integradora e axiológica. Buscando ir além do individualismo, docognitivismo e utilitarismo do conhecimento. Partindo do respeito ànatureza (ecologia), levando os outros em consideração (alteridade)e transcendendo a realidade sensível (TORRE et. Al., 2008, p. 43).

Diante da necessidade de novos paradigmas pedagógicos, portanto, a

Ecoformação seria um conjunto de valores de grande valia, numa perspectiva

transdisciplinar, para a formação de docentes que, consequentemente,

potencializariam suas ações pedagógicas em sala de aula com seus alunos. Navarra

(2009) afirma que a ecoformação tem a capacidade de incluir à educação ambiental,

valores de uma educação para o desenvolvimento sustentável, para os direitos

humanos e para a paz. Dessa maneira, com esses valores, o educador pode, pormeio de suas práticas pedagógicas, despertar, em seus alunos, a solidariedade, o

compromisso com a Terra e com a humanidade de um modo geral.

 Assim, para Navarra (2009, p. 251-252), “[...] a Ecoformação não é somente

educação ambiental, mas sim uma interação entre a educação para o entorno, o

desenvolvimento econômico e o progresso social”, pois, ao defender os

ecossistemas e a responsabilidade pela sustentabilidade planetária, a Ecoformação

promove o desenvolvimento econômico global e o progresso social universal.

11  Ecoformação é um conceito apresentado por Gaston Pineau no início da década de 1980 apóspesquisas na Universidade de Tours (França).

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Figura 2:  A Ecoformação requer um trabalho educativo inter-relacionado, para que se atinja os trêsobjetivos ao mesmo tempo (NAVARRA, 2008, p. 252).

Conforme o modelo de Navarra (2008) acima, a Ecoformação se reveste de

uma teoria tripolar 12 de educação. Esse aspecto, por sua vez, remete à teoria dos

três mestres de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e também se correlaciona

com a relação triádica, indivíduo/sociedade/espécie, proposta por Morin (2005).

Figura 3:  A relação triádica (MORIN, 2005, p. 54).

Conforme podemos verificar, essa relação permite conceber o caráter

indissociável entre o indivíduo, a espécie e o ambiente, numa intrínseca relação de

interdependência e que, como o próprio Morin (2005) diz, não haja a sobreposição

de um desses elementos nessa relação. Pensando nessa lógica é que a educação

deve contemplar os aspectos teóricos da Ecoformação. Com isso, haveria um

diálogo entre o homem e o meio em que vive o que, por sua vez, garantiria ações

12

  A teoria dos três mestres aparece na obra “Emílio ou da Educação” de Jean-Jacques Rousseau.Segundo ela, para que possamos ser educados seria necessária a concorrência de três mestres: ohumano, a sociedade e as coisas, ou seja, precisamos de nós mesmos, do indivíduo (autoformação),da espécie (heteroformação) e do meio ambiente (ecoformação) (GADOTTI, 2004, p. 8).  

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que não visassem apenas a sustentabilidade planetária, mas sim todo um conjunto

de relações éticas e solidárias entre o homem com os seus semelhantes e dele com

a natureza.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude das discussões realizadas ao longo desse artigo, podemos dizer

que a sustentabilidade planetária deve ser discutida pela sociedade atual. A

educação, por sua vez, como instituição que trata de conteúdos e valores

historicamente construídos pela humanidade, além de seu caráter formador de

opiniões e ações, não se deve furtar dessa discussão.Porém, conforme Gadotti (2009) havia salientado, os sistemas educacionais

trazem consigo os valores predatórios o que, sem sombra de dúvida, mesmo que o

discurso tenha sido menos rígido na atualidade do que outrora, ainda continua

reproduzindo os valores de uma sociedade que via a natureza como recurso. Além

de reproduzir tais valores, em favor de conteúdos mais abstratos, os cursos de

formação docente, salvo algumas exceções, pouco têm se preocupado em

manifestar-se transdisciplinarmente, por meio de suas grades curriculares, osvalores ético-ambientais, tais quais os elencados pela Ecoformação.

Diante dessa questão é que se faz necessária uma nova pedagogia que

introduza novos elementos teóricos, éticos e práticos na construção de um novo

paradigma educacional que vá além da visão humanista. Para tanto, os valores

inovadores da Ecoformação podem ser de grande valia para essa mudança, pois

vão além da educação ambiental, pondo em diálogo, conforme Silva (2008, p.102),

“[...] sistemas cognitivos emergentes (Teoria da Complexidade), sistemas teóricos datradição filosófica (Rousseau) e os saberes de vivência (conhecimentos não

científicos)”. A partir disso, afirma  Silva (2008), é possível entender e renovar os

processos educacionais, não só ambientais, mas socioambientais.

Portanto, os valores ecoformadores seriam fundamentais tanto nos cursos de

formação docente quanto no trabalho escolar diário, pois possibilitam ações

formativas que levam à compreensão das relações interdependentes entre o sujeito,

a sociedade e a natureza. Esse pensamento, enfim, estabeleceria o ponto crucial

para se alcançar o equilíbrio, ou seja, a sustentabilidade.

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