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EMPRESA UNIDADE ECONÓMICA DE PRODUÇÃO Combina, sob uma estrutura organizativa e uma ges- tão geralmente assentes em relações de propriedade ou controlo, um conjunto de factores ( meios huma- nos, técnicos e financeiros), com a finalidade de alcançar, através da sua activi- dade de produção de bens e/ou serviços, os objecti- vos lhe são próprios, inspirados nos princípios da produtividade, economicidade e rentabilidade, e do equilíbrio financeiro.

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EMPRESA UNIDADE ECONÓMICA DE PRODUÇÃO

Combina, sob uma estrutura organizativa e uma ges-

tão geralmente assentes em relações de propriedade

ou controlo, um conjunto de factores (meios huma-

nos, técnicos e financeiros),

com a finalidade de alcançar, através da sua activi-

dade de produção de bens e/ou serviços, os objecti-

vos lhe são próprios, inspirados nos princípios da

produtividade, economicidade e rentabilidade, e do

equilíbrio financeiro.

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PRINCÍPIOS SUBJACENTES A TODA A ACTIVIDADE ECONOMICA EMPRESARIAL

Produtividade – Aptidão para produzir, caracterís-

tica inerente a uma pessoa ou coisa (neste caso a

empresa) para segregar algo, acrescer valor aos fac-

tores adquiridos no exterior (relação produção/ fac-

tores utilizados)

Rentabilidade – Aptidão para produzir lucro (pro-

veitos superiores aos custos) – relação resultado /

capitais utilizados (produtividade do capital)

Economicidade (ou racionalidade económica) –

Aptidão para produzir ao mais baixo custo possível

(relação custos efectivamente suportados / custos

inerentes à situação menos dispendiosa)

Equilíbrio financeiro – capacidade de solvência

dos compromissos financeiros à medida que se

forem vencendo

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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA EMPRESA

PESSOAS - factores activos - detentores do capital, órgãos de direcção e administração, e os trabalhado-res, que formam a dinâmica da empresa; BENS ECONÓMICOS - factores passivos - meios técnicos e financeiros em que é exercida a actuação das pessoas da empresa, considerados, quer numa perspectiva física concreta, quer numa perspectiva patrimonial e financeira ORGANIZAÇÃO conjunto das relações de autori-dade, de coordenação e de comunicação que inte-gram a actividade dos elementos do grupo humano entre si e com o exterior

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EMPRESA, UNIDADE ECONÓMICA

EMPRESA, UNIDADE DE PRODUÇÃO

Porque combina um conjunto de factores económi-cos e possui uma organização interna para a concre-tização da produção pretendida. Em termos de mercados, empresa corresponde a mecanismo que se situa entre os mercados de factores e os mercados de pro-dutos transformados, porque transforma factores (inputs) em produtos (outputs), competindo ao empresário combinar factores e produtos de forma a que o lucro da empresa (diferença entre proveitos e custos), seja o maior possível.

Entradas --------------- Sistema empresa ---------------- Saídas (inputs) (outputs)

Força de trabalho Energia

Produtos (bens e serviços)

Materiais Dividendos

Dinheiro

Processo de

transformação Juros Equipamentos Impostos

EMPRESA, UNIDADE DE DECISÃO

(e, portanto, de planeamento e controlo) A sua acção persegue metas e fins específicos, que dão origem à formulação de objectivos e respectiva programação, em contexto de risco, que é inerente a toda a actividade económica

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EMPRESA, UNIDADE FINANCEIRA

Possui património financeiro próprio Detém a propriedade e utilização de meios de pro-dução consubstanciados em capital Goza de liberdade de escolha da sua estrutura finan-ceira Consome recursos financeiros para garantir a sua sobrevivência e a expansão da actividade Interage com o mercado financeiro para a obtenção e/ou aplicação desses recursos nas melhores condi-ções Integra uma sucessão, no tempo, de projectos de investimento (em edifícios, bens de equipamento, capital circulante, etc) e de financiamento necessá-rios para fazer face a uma procura insatisfeita, que tenta descobrir ou mesmo criar (designadamente através das modernas técnicas de marketing) Corresponde a um sistema de investimentos e res-pectivo financiamento (que têm a sua consubstan-ciação formal no balanço, na demonstração dos resultados e nas demonstrações de fluxos financei-ros) em interacção dinâmica. Transforma poupança em capital produtivo.

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A EMPRESA, COMUNIDADE DE INTERESSES

Nem sempre convergentes, para o conjunto das pes-soas que dela fazem parte (detentores do capital com carácter de permanência ou simples investidores temporários, órgãos de gestão ou direcção, trabalha-dores), com as suas motivações e comportamentos no sentido dos seus objectivos específicos, mesmo que enquadrados numa organização em que o poder desta sobreleva o de cada um dos indivíduos que a integram, individualmente considerados.

A EMPRESA COMO SISTEMA

Caracterizada por um conjunto de elementos (factores: pessoas e bens económicos), agrupáveis em subsistemas e subordinados a uma determinada estrutura organi-zativa, que, graças a certas funções características desses ele-mentos, perseguem a consecução de objectivos ou finalida-des comuns prefixados ou desejados (definidores das suas condutas a curto ou médio/longo prazos), cujo êxito se pode conhecer através da análise da sucessão de estados ou situações em que se pode estudar o sistema.

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Ou seja, a empresa, como sistema, pode ser

caracterizada como um conjunto de elementos,

relações, objectivos, condutas, funções e estados.

Inputs Outputs

Meio

envolvente Meio

envolvente

Sistema de transformação ou

sistema processador

Controle e Regulação

Dispõe de um sistema de controle e de regulação,

que lhe permite conduzir e adaptar o processo de

transformação, ou seja, um mecanismo que verifica

em que medida aqueles estão a ser conseguidos e

que, quando os resultados ou outputs se afastam dos

limites previamente estabelecidos, actua sobre os

inputs para reconduzir o sistema à actuação deseja-

da.

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A ECONOMIA DA EMPRESA O estudo dos mecanismos internos de funciona-

mento da empresa, nos seus diferentes aspectos e níveis, e as suas ligações com o meio envolvente, constituem o objecto da Economia da Empresa.

Como disciplina, a economia da empresa pode

ser considerada como uma parte da ciência econó-mica que tem por finalidade estudar e dar resposta aos problemas económicos que dizem respeito à empresa.

Cabe-lhe, portanto, estudar a realidade empresa-

rial em todas as suas dimensões, designadamente no plano técnico-económico ou segundo a sua natureza fisico-produtiva, no plano da sua ligação ao sistema económico em que se encontra inserida, e ainda no plano psico-sociológico respeitante ao conjunto de motivações e de objectivos que definem o compor-tamento do grupo humano que lhe pertence e dos seus centros de decisão. Estuda a empresa por den-tro, enquanto a Economia Geral a estuda por fora.

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A ESTRUTURA DE FUNÇÕES EMPRESA

Numa empresa industrial, é considerada clássi-ca a seguinte ESTRUTURA DE FUNÇÕES (ou subsistemas) : administrativa, produção, aprovi-sionamento, comercial, pessoal e financeira.

A Função Administrativa (direcção), a que cor-

respondem as actuações relacionadas com a gestão global da empresa, e a que estão subordinadas todas as outras funções, engloba, além do enquadramento destas, todas as actuações que, não estando directa-mente adstritas a cada uma das mesmas, permitem, no entanto, a sua melhor ligação e a obtenção de níveis de eficiência mais elevados, na consecução dos seus objectivos particulares e dos da empresa, considerada como um todo.

A Função Produção diz respeito ao conjunto das

tarefas directamente relacionadas com a produção (realização do processo de fabrico, preparação do trabalho e organização da produção, estudo e aper-feiçoamento em termos técnicos dos produtos fabri-cados ou produtos novos, de processos tecnológicos e equipamentos, controle qualitativo e quantitativo da produção, conservação e reparação de equipa-mentos, adequação pessoal/equipamentos, estudos de produtividade, etc.).

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A Função Aprovisionamento assegura aos diversos sectores da empresa, em devido tempo, ao mínimo custo, nas quantidades pedidas e com a qua-lidade requerida, o fluxo de materiais ou serviços que é necessário adquirir. Engloba as tarefas rela-cionadas com as compras (escolha de fornecedores, negociação, controle de prazos, recepção qualitativa e quantitativa) e a gestão material, administrativa e económica dos stocks.

À Função Comercial compete o estudo comer-

cial do produto, do mercado e dos canais de distri-buição; a previsão das vendas e a sua preparação, realização, análise e controle; e o serviço após ven-da.

A Função Pessoal integra as tarefas ligadas ao

melhor aproveitamento da energia humana, à satis-fação das aspirações dos trabalhadores, à motiva-ção, e cumprimento das normas legais e contratuais aplicáveis.

À Função Financeira cabem os estudos e actuações relacionados com a obtenção e aplica-ção meios financeiros necessários à actividade da empresa.

A empresa é um todo em que todas as suas

funções se interpenetram condicionando-se mutuamente, e onde tudo, ou quase tudo, se pode encarar e tratar em termos financeiros.

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OS MEIOS FINANCEIROS

Não correspondem apenas a numerário, mas a

todos os variados elementos de carácter patri-

monial, existentes ou em mutação na empresa,

quer sejam encarados na óptica da sua consubs-

tanciação concreta na mesma (activos), quer na

óptica da sua origem ou formação (capitais

alheios, capitais próprios).

A FUNÇÃO FINANCEIRA integra todas as

tarefas ligadas à OBTENÇÃO, UTILIZAÇÃO E CONTROLE DOS RECURSOS FINANCEIROS, ou seja, às decisões de investimento e decisões de financiamento da empresa.

Mais especificamente,

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OS ESTUDOS E ACTUAÇÕES RELACIONADOS COM:

a) Os investimentos (e desinvestimentos) a efectuar: a análise da sua rentabilidade, numa perspectiva global ou sectorial, e de outros critérios de avaliação e selecção aconselháveis - A empresa, no seu conjunto, como projec-

to de investimento; - Os investimentos parcelares, as aplicações

de capital, as actividades desenvolvidas; b) A determinação das necessidades de re-

cursos financeiros na empresa para a reali-zação dos seus programas operacionais, tarefa que compreende, designadamente, - O planeamento das necessidades; - A inventariação dos recursos disponíveis; - A previsão dos recursos que poderão ser

libertados pela própria actividade normal; - O cálculo do montante dos recursos a

obter fora da empresa; c) A obtenção desses recursos da forma mais

vantajosa, tendo em conta, nomeadamente - Custos e prazos; - Condições fiscais; - Condições contratuais; - Melhor relação entre capitais próprios e

capitais alheios;

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d) A sua aplicação criteriosa por forma a se obter - Uma estrutura financeira equilibrada; - Adequados níveis de eficiência e

rentabilidade;

e) O controle das aplicações dos fundos obti-dos - Análise previsão/realização; - Estudo dos desvios.

Por outras palavras, é através da função finan-

ceira que se desenvolvem as actuações relaciona-

das com as decisões de investimento e se assegu-

ram à empresa, de forma racional, os meios finan-

ceiros que lhe garantem a subsistência dos outros

meios (técnicos e humanos) necessários à conse-

cução dos seus objectivos.

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Elaboração de projectos Determinação do nível de investimento Imobilizações Capital de capitais própriosAnálise de investimen- corpóreas e Reservas Política de distribuição tos. Critérios de avali- incorpóreas Resultados de resultados.Política ação. Investimentos transitados de dividendos.Decisões relativas financeiros Result. Líquido Estudo da rentabilidade a desinvestimentos Outros valores do exercício dos capitais. Análise Depreciação e reavalia- imobilizados de custos e proveitos. de imobilizações

Custo do capitalPolítica de aprovisiona- Provisões mento (implicações fi- Existências: para riscos Determinação da estru- nanceiras) Matérias e encargos adequada de capitais eMercados dos factores Mercadorias Dívidas a das condições de equi- de produção (custos e Produtos em a terceiros líbrio financeiro a mé- demais condições) vias de fabrico Acréscimos dio e longo prazos Organização e layout e acabados e diferimen- prazos fabril (implicações no Outras tos nível de recursos apli- Necessidades de fundo cados na produção em de maneio: determina- curso) ção; cobertura adequa-Custos da depreciação Dívidas de ter- Provisões da; condições de equi- das existências ceiros (explo- para riscos líbrio financeiro a cur-

ração) e encargos prazoCondições de venda : Outras dívidas crédito concedido; co- de terceiros Dívidas a Riscos inerentes à acti- branças e incobranças; Títulos de ne- a terceiros vidade: cobertura fi- cobertura de riscos; gociação e ou- (exploração) nanceiraAntecipação de recebi- tras aplicações Produtos de cobertura mentos (factoring , tesouraria Outras dívi- do risco financeiro: desconto de títulos) Acréscimos e das a ter- (Fra's, Futuros, Op-Aplicações em mercados diferimentos ceiros ções, Swaps, etc.) financeirosGestão de disponibili- Acréscimos Notações de risco: dades e diferimen- rating, scoringAvaliação de activos fi- tos nanceiros. Risco vs. Financiamento a curto Rentabilidadade prazo

Avaliação da empresa Mercados financeiros Planeamento financeiro

tudo tendo em conta as implicações de carácter financeiro (na estrutura financeira e nos re- sultados) que decorrem dos constrangimentos relacionados com o meio envolvente:

geral: económico, tecnológico, político, legal e socioculturalespecífico: características próprias da empresa (natureza jurídica, distribuição do capi-tal, actividade, dimensão, localização, história, tipo de gestão e qualidade, organização econdições de funcionamento interno); características dos mercados em que opera e da cli-entela; tipos de bens e serviços que produz, e posição no respectivo ciclo de vida; forne-cedores de bens, serviços e equipamentos; funcionamento dos mercados financeiros; Ad-ministração pública; sindicatos, etc.)

Disponivel

méd

io/lo

ngo

praz

ocu

rto

praz

o

Tarefas da Tarefas daFunção financeiraFunção financeira

Investimento Financiamento(Activo) (Cap.próprio+Passivo)

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A GESTÃO

A actividade da gestão compreende

- A previsão dos acontecimentos,

- A organização e coordenação dos meios

materiais e humanos,

- A tomada de decisões que impliquem actos

executivos posteriores e

- O controle ou verificação do cumprimento

das tarefas prefixadas. Podem considerar-se como elementos estrutu-

rais ou anatómicos da gestão (administração)

- Os meios materiais (físicos e financeiros),

- Os recursos humanos e

- A ideias (dimensão eminentemente refle-

xiva, de formulação de conceitos e enun-

ciação de critérios), que se procuram

combinar da melhor forma e em termos

dinâmicos na empresa, pois esta desen-

volve, em regra, a sua actividade em con-

texto de mudança constante.

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FUNÇÕES CONTÍNUAS

E FUNÇÕES SEQUENCIAIS

O órgão de gestão, a quem cabe a tarefa de adap-

tação permanente desses elementos às circunstân-cias internas e externas em que a actividade se vai desenvolvendo, desempenha as suas funções algu-mas de modo sequencial, ou seja, cada actuação só é desenvolvida depois de concretizada a que lhe deve anteceder, e outras de forma contínua por serem desempenhadas permanentemente.

Como funções contínuas, identificam-se

- A análise dos problemas (recolha de dados, informações e factos, com vista ao estudo e desenvolvimento das soluções mais conve-nientes e oportunas dentro do quadro das soluções possíveis);

- A tomada de decisões (que é consequência

da análise de problemas, e consiste na elei-ção de uma ou mais alternativas que permi-tam dar solução aos problemas detectados); e

- A comunicação, com que se pretende con-seguir e assegurar a compreensão e a cola-boração por parte das pessoas implicadas na actividade.

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As funções sequenciais, exercem-se em momen-tos precisos. Em regra, segundo uma determinada ordem lógica, de tal modo que os resultados finais alcançados em cada nível se convertem em elemen-tos de entrada para o nível que se lhe segue (o que nem sempre acontece por razões ligadas à urgência em resolver ou corrigir situações à medida que vão surgindo).

Correspondem à cadeia de funções com a seguin-

te ordenação lógica: planeamento – operação ou execução – controle.

A função operativa pode, por sua vez, ser decom-

posta em outras três subfunções: organização, integração e direcção.

Entre os elementos estruturais e as funções contí-

nuas e sequenciais referidos, existem claras rela-ções, que serão talvez mais evidentes entre os ele-mentos estruturais e as funções sequenciais: as ideias estão mais ligadas ao planeamento, à análise dos problemas, à procura das soluções possíveis para a tomada das decisões; os meios materiais, à subfunção organizativa; e os recursos humanos, às subfunções integradora e directiva, e à função de controle.

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As actividades que integram as funções sequenciais podem descrever-se da forma seguinte:

1. Planear – determinar um plano de acção, pre-

determinar o caminho a seguir: Desenvolver estratégias – decidir onde e

quando actuar - área geográfica, indústria (actividade), segmentos, nichos;

Definir políticas - estabelecer linhas de condu-ta sobre questões de particular importância; como e quando alcançar os objectivos;

Prever – esclarecer o futuro; Fixar objectivos – determinar os resultados

finais a alcançar; Programar – fixar prioridades, sequências e

datas para cada etapa; Orçamentar – afectar recursos financeiros; Estabelecer procedimentos – tipificar os

métodos de actuação.

2. Organizar – estruturar e relacionar o trabalho para alcançar efectivamente as metas ou objectivos fixados:

Estruturar a organização – elaborar os orga-nogramas;

Estabelecer as relações – definir os laços que permitam a coordenação;

Definir o perfil de cada posto de trabalho – o seu papel e atribuições;

Estabelecer as aptidões exigidas para cada posto de trabalho – determinar as qualifica-ções dos trabalhadores.

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3. Integrar – seleccionar pessoal competente

para os postos de trabalho e prepará-lo para as tarefas a executar:

Seleccionar – escolher pessoal qualificado para os diversos postos de trabalho;

Orientar – familiarizar os elementos com as novas situações com que se vão deparando;

Formar – assegurar a competência, através de cursos de formação e trabalho prático;

Desenvolver – melhorar as aptidões e as atitu-des.

4. Dirigir – propiciar acções orientadas para a

consecução dos objectivos desejados: Delegar – afectar responsabilidades e definir

os resultados esperados; Motivar – persuadir os efectivos a cumprirem

as acções desejadas; Coordenar – combinar os esforços da forma

mais eficaz; Solucionar as diferenças – fomentar a origina-

lidade e regular os conflitos; Dirigir a mudança – estimular a criatividade

para alcançar os fins.

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5. Controlar – assegurar que a progressão até aos objectivos se faça de acordo com o planea-do: Estabelecer um sistema de informação – pre-

cisar que dados críticos são necessários, quando e como;

Desenvolver tipos de actuação – determinar em que condições as tarefas são realizadas correctamente;

Medir e avaliar os resultados – comprovar e analisar os desvios relativamente aos objec-tivos e padrões fixados;

Tomar medidas correctivas – ajustar os planos e/ou modificar os meios; ajudar os subordi-nados.

Reconhecer o êxito – felicitar; remunerar.

A GESTÃO FINANCEIRA tem a seu cargo a actividade de gestão, tal como acima vem descri-ta, relativamente às tarefas que integram a fun-ção financeira.

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ANÁLISE FINANCEIRA

Analisar = decompor, discernir, ir ao âmago das coisas. Análise financeira - colheita de informações e o seu estudo para se poder emitir um juízo sobre a situa-ção financeira da empresa.

Através do desenvolvimento da análise financeira pretende-se determinar em que medida são conse-guidos os objectivos gerais e particulares que cor-respondem ao conjunto das tarefas que integram a função financeira.

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QUESTÕES FUNDAMENTAIS A QUE DEVE DAR RESPOSTA..

:

a) em que medida dispõe a empresa dos meios

financeiros adequados às suas necessidades

operacionais, ou tem possibilidade de vir a

deles dispor, por forma a poder funcionar

com independência perante terceiros.

b) qual a sua aptidão para segregar valor ou

rendimento, para dar satisfação adequada a

todos os que dela participam, e, ao mesmo

tempo, assegurar a sua permanência no

mercado e a expansão da actividade.

ÓPTICAS DE ABORDAGEM

A intensidade com que se deve estudar cada um dos aspectos relacionados com as questões fundamentais indicadas depende da perspectiva em que se encontre o analista, ou seja, dos objectivos que tem em vista e da sua importância relativa.

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Aos Gestores da empresa

Interessa, sobretudo, obter um conhecimento tão profundo quanto possível não só da situação actual, mas também, e sobretudo, do máximo de elementos de carácter financeiro, económico ou extraeconómi-co, que a determinaram, ou possam vir a afectar uma evolução favorável.

Desse conhecimento dependerá a tomada

oportuna das medidas correctoras que eventualmente se imponham, quer para fazer inflectir favoravelmente os pontos fracos que tenham sido detectados, quer para obter o máximo de proveito dos pontos fortes.

A sua perspectiva é global, e nem sempre será

coincidente com a dos detentores do capital e a dos trabalhadores, ou doutras entidades com interesses na empresa (Estado, clientes, credores, etc.).

Compete-lhes obter a máxima eficiência do

investimento total, não raras vezes mesmo com a preocupação de defender a empresa dos seus pró-prios accionistas, através da redução deliberada dos lucros contabilísticos e portanto de dividendos a distribuir (utilizando, para o efeito, designadamente, o mecanismo das amortizações e provisões - amortizações e provisões exageradas ou desneces-sárias).

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O pequeno accionista Está, em regra, mais preocupado com o dividen-

do a receber (ou que tem recebido), quanto maior, melhor, não se preocupando grandemente com outros problemas relativos à empresa.

O grande accionista

Poderá ter interesse em sacrificar lucros presen-

tes, para obter maiores lucros no futuro e, sobretudo, através da sua posição na empresa, conseguir o domínio de outras.

A perspectiva dos sócios ou accionistas é, em

regra, e no essencial, coincidente com a dos gesto-res, mesmo quando não participem da gestão.

A análise por parte das autoridades fiscais Assenta fundamentalmente no estudo da forma-

ção e do montante do lucro, como facilmente se compreende.

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O cliente,

Sobretudo se tiver uma dependência muito gran-de dos produtos da empresa, tem especial interesse em saber:

- Se pode contar indefinidamente com esta, como fornecedor (está desequilibrada? O seu desequilíbrio poderá conduzir a roturas de for-necimentos, diminuição da actividade ou mesmo insolvência e extinção?)

- Se os prazos que lhe são concedidos corres-pondem ou não aos prazos médios de recebi-mentos da empresa; não correspondendo, inte-ressar-lhe-á saber se o facto se deve a desor-ganização interna geral ou apenas do sector de cobranças (o que permite aumentar o seu pró-prio prazo de pagamentos) ou a atitudes dis-criminatórias (e, neste caso, as respectivas causas).

- Se a situação é folgada (porque não tentar obter melhores condições?).

- Se a situação é muito difícil mas recuperável com apoio exterior (interessa-lhe obter o domínio da empresa para assim garantir um fornecedor permanente a preços e demais condições controláveis?).

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As preocupações do fornecedor da empresa, São de outra natureza, também em grande parte

aclaráveis com o recurso à análise da situação daquela.

A análise dos prazos médios de pagamentos

poderá permitir tirar conclusões que complementem as que decorram da forma como a mesma tem cumprido relativamente aos fornecimentos que lhe são feitos.

Convirá, no entanto, saber se a estrutura financei-

ra da empresa lhe permite capacidade para honrar os seus compromissos por tempo indeterminado (não os estará a cumprir à custa de um endividamento cada vez maior perante outro tipo de credores - Estado, bancos, etc?).

No tocante a esta, por sua vez, é boa técnica, para

a obtenção de liquidez, manter os saldos de credo-res ao nível mais elevado possível, mas que esteja ainda aquém do ponto crítico de cobrança, ou seja, daquele nível de atraso a partir do qual e em relação a cada um dos mesmos credores, se comece a desenvolver a sua indisposição para com a empresa.

A dificuldade reside na determinação, caso a

caso, desse ponto crítico, determinação essa que

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passa pelo conhecimento e análise da estrutura financeira, do funcionamento e da eficiência da gestão da firma credora.

A empresa que não cobra as suas dívidas tempes-

tivamente porque não tem problemas de liquidez, ou porque está a funcionar mal a nível dos seus servi-ços financeiros em geral ou apenas dos serviços de cobranças, ou ainda por razões de política comer-cial, pode ser uma boa fonte de liquidez para as empresas suas devedoras, desde que estas saibam aproveitar-se da situação, determinando, com a aproximação possível, o respectivo nível crítico de cobrança

. A análise financeira da firma credora assume,

nestes casos, uma relevância muito especial.

A perspectiva bancária Afasta-se cada vez mais da simples análise da

capacidade de reembolso (com ou sem prestação de garantias reais ou pessoais), para abarcar uma visão muito mais global e em profundidade, idêntica à dos próprios gestores da empresa, dependendo a intensi-dade da análise, dos prazos e montantes de crédito já concedidos e/ou solicitados e dos constrangimen-tos que envolvam a actividade da empresa.

Dilema

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Deixar cair prematuramente uma empresa ainda não irremediavelmente condenada, ou continuar a conceder crédito a uma empresa com falsa aparência de saúde, pondo em risco a recuperação dos capitais que lhe empresta

Não raras vezes uma empresa só concede crédito

a outra (crédito fornecedor) depois de averiguar junto do seu banco se alguma coisa existe em desa-bono da mesma.

O Estado,

Pode encontrar-se em qualquer das situações

atrás indicados. Como tem também a responsabilidade da condu-

ção da política financeira global e da eventual tomada de medidas de apoio a empresas, grupos de empresas ou mesmo sectores da actividade económica, pública ou privada, qualquer tipo de medidas, neste campo, terá que se fundamentar em análises das empresas abrangidos, individualmente ou por sectores.

Os trabalhadores, e as suas estruturas sindicais

Conduzirão a sua análise mais de acordo com as suas preocupações relativas à estabilidade e à expansão da empresa, quantificação do valor acrescentado sua distribuição.

Outras entidades

Page 29: EMPRESA UNIDADE ECONÓMICA DE PRODUÇÃOcadeiras.iscte.pt/grh-finempresariais/files/transparencias_texto1c.pdf · EMPRESA UNIDADE ECONÓMICA DE PRODUÇÃO Combina, sob uma estrutura

Analisarão também a empresa segundo ópticas

diversas, mas em regra de harmonia com os interes-ses que as movem.

Qualquer que seja a perspectiva em que se encon-

trem, a profundidade e o pormenor do estudo deve-

rão depender da relevância das razões que o

determinaram e dos objectivos que se almejem

atingir.