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Introdução O rim possui 2 funções básicas: função endócrina, apesar de não ser uma glândula endócrina, e a homeostática, que constitui sua principal função. Não se sabe até hoje quais as estruturas renais responsáveis pela função endócrina do rim, mas pesquisadores acham que a porção secretora encontra- se principalmente no complexo justaglomerular, localizado no córtex renal Função endócrina Secreção de renina : Esta substância é responsável pela ativação do sistema Renina-angiotensina II através da ação enzimática sobre a reação de transformação de angiotensinogênio em angiotensina I, que por sua vez transforma-se em angiotensina II sob ação da enzima conversora de angiotensina (ACE) que também atua hidrolizando a bradicinina. A angiotensina II age modificando a ação renal da seguinte forma: · Maior ação de vasoconstricção das arteríolas eferentes no rim, aumentando a filtração glomerular. · Ação sobre o córtex da adrenal, levando à produção de aldosterona. Esta, por sua vez, age nos túbulos renais estimulando a retenção e absorção de sódio. Por mecanismos osmóticos, a água também tem sua absorção aumentada. A conseqüência disso é o aumento da volemia e, então, hipertensão arterial. · Ação sobre as células mesangiais do glomérulo de forma a contraí-las. Então haverá diminuição da área de filtração glomerular com conseqüente redução da taxa de filtração glomerular (TGF). • Secreção de 1.25 dihidroxi-calciferol o qual é importante na absorção de cálcio no túbulo renal e no depósito de cálcio no osso. • Secreção de eritropoetina, um fator de crescimento com ação única e específica de estimular a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos. Esse hormônio tem sua produção aumentada em condições de hipóxia.

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Introdução

O rim possui 2 funções básicas: função endócrina, apesar de não ser uma glândula endócrina, e a homeostática, que constitui sua principal função.

Não se sabe até hoje quais as estruturas renais responsáveis pela função endócrina do rim, mas pesquisadores acham que a porção secretora encontra-se principalmente no complexo justaglomerular, localizado no córtex renal

Função endócrina

• Secreção de renina: Esta substância é responsável pela ativação do sistema Renina-angiotensina II através da ação enzimática sobre a reação de transformação de angiotensinogênio em angiotensina I, que por sua vez transforma-se em angiotensina II sob ação da enzima conversora de angiotensina (ACE) que também atua hidrolizando a bradicinina. A angiotensina II age modificando a ação renal da seguinte forma:

    · Maior ação de vasoconstricção das arteríolas eferentes no rim, aumentando a filtração glomerular.

    · Ação sobre o córtex da adrenal, levando à produção de aldosterona. Esta, por sua vez, age nos túbulos renais estimulando a retenção e absorção de sódio. Por mecanismos osmóticos, a água também tem sua absorção aumentada. A conseqüência disso é o aumento da volemia e, então, hipertensão arterial.

    · Ação sobre as células mesangiais do glomérulo de forma a contraí-las. Então haverá diminuição da área de filtração glomerular com conseqüente redução da taxa de filtração glomerular (TGF).

• Secreção de 1.25 dihidroxi-calciferol o qual é importante na absorção de cálcio no túbulo renal e no depósito de cálcio no osso.

• Secreção de eritropoetina, um fator de crescimento com ação única e específica de estimular a medula óssea a produzir glóbulos vermelhos. Esse

hormônio tem sua produção aumentada em condições de hipóxia.

função homeostática

•  Manutenção de um volume hídrico adequado (tonicidade). Tal manutenção ocorre em função da excreção de água e solutos, formando um gradiente osmolar adequado entre os compartimentos intra e extracelulares.

• Regular a concentração de íons como sódio, potássio, cloreto, bicarbonato, hidroxônio,

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magnésio e fosfato. Isto também ocorre com a ajuda da capacidade de excreção de água e solutos.

• Manutenção do pH, contando também com o auxílio do pulmão. O controle do pH no sangue deve-se à capacidade do rim de escretar H+ e reabsorver HCO-3.

• Manutenção da concentração adequada de metabólitos (nutrientes), graças à capacidade de reabsorção presente nos túbulos renais impedindo que metabólitos, como glicose, sejam eliminados pela urina.

• Eliminação de produtos do metabolismo como uréia, ácido úrico e timina graças à pela capacidade de excreção renal.

• Eliminação de drogas ou substâncias tóxicas presentes nos alimentos.

clearence ou depuração plasmática geral

É o volume plasmático de onde foi removida e excretada uma substância X por minuto.

A depuração plasmática geral está relacionada à “limpeza” do plasma levando à produção da urina.

O glomérulo renal recebe o plasma sanguíneo. Uma fração do plasma continua no sangue e sai pela arteríola eferente e outra parte é filtrada no glomérulo, levando à produção da urina.

A depuração renal é um fenômeno em que a fração filtrada do plasma é transformada em filtrado glomerular e depois em urina. Sendo assim, em relação à concentração plasmática, substâncias eliminadas pelo rim apresentam um clearance maior do que as não eliminadas. Por outro lado, substâncias pouco ou não eliminadas na urina, como os metabólitos em geral, possuem baixo clearance, uma vez que sua concentração plasmática é superior à concentração de substâncias presentes na urina.

Clearance de x = fluxo urinário X concentração de x na urina / concentração de x no plasma.

néfron

Néfron é a unidade funcional do rim e é subdividido em duas porções intimamente relacionadas entre si: porção circulatória, composta de arteríola aferente, glomérulo e arteríola eferente, e a porção urinária, composta de cápsula de Bowmann, túbulos renais e ducto coletor.

A arteríola aferente abastece os capilares glomerulares, a partir dos quais forma-se um líquido livre de proteínas que escoa para o espaço de Bowmann, atravessando a barreira dos vasos glomerulares. Esse líquido é chamado de ultra-filtrado.

O ultra-filtrado possui a mesma concentração que o plasma, exceto em relação às proteínas. O ultra-filtrado atravessa passivelmente o capilar e chega ao espaço de Bowmann, onde entra em contato com a cápsula de Bowmann e ganha os túbulos renais,

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formando a urina.

O capilar glomerular é formado por endotélio, membrana basal (constituída por 3 lâminas – rara interna, densa e rara externa – as quais possuem fenestrações permeáveis a solutos e água) e diafragma (estrutura circular com poros permeáveis a água e a solutos). A estrutura do capilar glomerular representa a barreira atravessada pelo plasma, formando o ultra-filtrado.

Como já citado anteriormente, apenas uma fração do plasma é filtrada. Além disso, existem substâncias que são secretadas diretamente nos túbulos renais sem serem anteriormente filtradas e há, ainda, substâncias que são total ou parcialmente reabsorvidas pelos túbulos renais, contribuindo pouco ou nada na composição final da urina.   Mecanismos básicos da formação da urina

A filtração glomerular não depende apenas da membrana capilar, mas também de uma somatória de pressões que estão vinculadas ao glomérulo renal.

Pressão hidrostática capilarA pressão do sangue que chega às arteríolas aferentes é denominada pressão hidrostática capilar (phc). Ela tende a deslocar líquido do capilar para o espaço de Bowmann. Phc é muito alta no glomérulo pois as distâncias entre a aorta e a artéria renal e entre a artéria renal e a arteríola aferente são curtas; não existe resistência ao fluxo de sangue da aorta abdominal até a arteríola aferente e a arteríola eferente têm diâmetro menor que a aferente, dificultando o escoamento sanguíneo e deixando o glomérulo repleto de sangue, levando a um maior phc. A phc varia entre 80 e 85 mmHg.

Pressão oncóticaAlém de phc temos a pressão oncótica (Ponc) dentro do capilar, resultado da presença de proteínas plasmáticas, principalmente da albumina, que retêm líquido dentro do vaso. A Ponc varia entre 25 e 30 mmhg.

Pressão de BowmannA terceira pressão é exercida pelo líquido pré-formado no espaço de Bowmann, tendendo  a reter esse mesmo líquido no próprio espaço de Bowmann. Esta é a pressão de Bowmann (pB) e ela varia entre 5 e 15 mmHg.

Pressão efetiva de filtraçãoA somatória das pressões é denominada pressão efetiva de filtração (PEF) e é dada pela seguinte equação:PEF = Phc – Ponc – PBA pressão efetiva de filtração é de aproximadamente 40 mmHg.Pef leva a uma saída do ultra-filtrado para o espaço de Bowmann e daí para os túbulos renais. Também chamado de filtrado glomerular, o ultra-filtrado tem uma formação que obedece a um ritmo glomerular chamado de taxa de filtração glomerular (TFG), medida em ml/min.Assim, filtrado glomerular corresponde ao volume plasmático filtrado, e TFG corresponde ao volume plasmático filtrado por minuto.O sangue que chega aos capilares glomerulares atravessam a barreira capilar formada por endotélio, membrana basal e podócitos.

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Quanto maior a pressão arterial média (Pam), maior a pressão hidrostática capilar e maior a taxa de filtração glomerular (fora da faixa de Pam entre 60 – 160 mmHg.).Quando Pam está entre 60 e l60 mmhg, tenta-se manter a TFG constante (= 120 ml/min) através de mecanismos de auto-regulação .Quando Pam é superior a 160 mmHg, temos um elevado fluxo na arteríola aferente, uma grande quantidade de sangue no glomérulo, podendo desencadear lesão glomerular (fisiopatologia da hipertensão relacionada à insuficiência renal).

Teorias que justificam a auto-regulação• Miogênica (localizada nas artérias renais)Segundo esta teoria, um aumento no Pam provocaria um estímulo da musculatura lisa da arteríola aferente, o que levaria a uma vasoconstricção levando a redução do fluxo de filtração glomerular.Por outro lado, uma queda na Pam provocaria relaxamento da musculatura da arteríola aferente com conseqüente vasodilatação, provocando um aumento do fluxo de filtração glomerular.• Teoria do metabolismoUma redução do fluxo sanguíneo leva a um acúmulo de substâncias vasodilatadoras (principalmente cininas e prostaglandinas) que, por sua vez, provocam aumento do fluxo sanguíneo.O contrário também é verdadeiro, ou seja, um aumento do fluxo promove uma drenagem maior de substâncias vasodilatadoras diminuindo a vasodilatação do vaso. Isso provoca uma redução do fluxo sanguíneo.• Teoria da mácula densa (controle local da TFG)A mácula densa encontra-se na porção final da alça de Henle, túbulo localizado entre as arteríolas aferente e eferente e pelo qual passa o filtrado glomerular.A mácula densa capta alterações na concentração de sódio, sendo que uma maior concentração de sódio no filtrado é entendida como uma elevada TFG. Frente a esta situação, a mácula densa envia um estímulo para a arteríola aferente promovendo sua vasoconstricção, resultando em diminuição do fluxo sanguíneo e da TFG.Quando se trata de uma dimiuição da concentração de sódio o inverso ocorre, tendo como resultado um aumento na TFG.

Referências Bibliográficas

1. Tratado de Fisiologia Médica, Nona Edição, 1999    Guyton/Hall

2. Tratado de Fisiologia Aplcada à Ciências da Saúde, Quarta Edição, 1999    Douglas

http://estudmed.com.sapo.pt/fisiologia/fisiologia_renal_1.htm

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SISTEMA EXCRETOR

O sistema excretor é formado por um conjunto de órgãos que filtram o sangue, produzem e excretam a urina - o principal líquido de excreção do organismo. É constituído por um par de rins, um par de ureteres, pela bexiga urinária e pela uretra.

Os rins situam-se na parte dorsal do abdome, logo abaixo do diafragma, um de cada lado da coluna vertebral, nessa posição estão protegidos pelas últimas costelas e também por uma camada de gordura. Têm a forma de um grão de feijão enorme e possuem uma cápsula fibrosa, que protege o córtex - mais externo, e amedula - mais interna.

Cada rim é formado de tecido conjuntivo, que sustenta e dá forma ao órgão, e por milhares ou milhões de unidades filtradoras, os néfrons, localizados na região renal.

O néfron é uma longa estrutura tubular microscópica que possui, em uma das extremidades, uma expansão em forma de taça,

denominada cápsula de Bowman,que se conecta com o túbulo contorcido proximal, que continua pela alça de Henle e pelo túbulo

contorcido distal; este desemboca em um tubo coletor. São responsáveis pela filtração do sangue e remoção das excreções.

Como funcionam os rins

O sangue chega ao rim através da artéria renal, que se ramifica muito no interior do órgão, originando grande número de arteríolas aferentes, onde cada uma ramifica-se no interior da

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cápsula de Bowman do néfron, formando um enovelado de capilares denominado glomérulo de Malpighi.

O sangue arterial é conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo. Essa pressão, que normalmente é de 70 a 80 mmHg, tem intensidade suficiente para que parte do plasma passe para a cápsula de Bowman, processo denominado filtração. Essas substâncias extravasadas para a cápsula de Bowman constituem o filtrado glomerular, queé semelhante, em composição química, ao plasma sanguíneo, com a diferença de que não possui proteínas, incapazes de atravessar os capilares glomerulares. 

Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.

O filtrado glomerular passa em seguida para o túbulo contorcido proximal, cuja parede é formada por células adaptadas ao transporte ativo. Nesse túbulo, ocorre reabsorção ativa de sódio. A saída desses íons provoca a remoção de cloro, fazendo com que a concentração do líquido dentro desse tubo fique menor (hipotônico) do que do plasma dos capilares que o envolvem. Com isso, quando o líquido percorre o ramo descendente da alça de Henle, há passagem de água por osmose do líquido tubular (hipotônico) para os capilares sangüíneos (hipertônicos) – ao que chamamos reabsorção. O ramo descendente percorre regiões do rim com gradientes crescentes de concentração. Conseqüentemente, ele perde ainda mais água para os tecidos, de forma que, na curvatura da alça de Henle, a concentração do líquido tubular é alta.

Esse líquido muito concentrado passa então a percorrer o ramo ascendente da alça de Henle, que é formado por células impermeáveis à água e que estão adaptadas ao transporte ativo de sais. Nessa região, ocorre remoção ativa de sódio, ficando o líquido tubular hipotônico. Ao passar pelo túbulo contorcido distal, que é permeável à água, ocorre reabsorção por osmose para os capilares sangüíneos. Ao sair do néfron, a urina entra nos dutos coletores, onde ocorre a reabsorção final de água.

Dessa forma, estima-se que em 24 horas são filtrados cerca de 180 litros de fluido do plasma; porém são formados apenas 1 a 2 litros de urina por dia, o que significa que aproximadamente 99% do filtrado glomerular é reabsorvido.

Além desses processos gerais descritos, ocorre, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e glicose. Desse modo, no final do túbulo distal, essas substâncias já não são mais encontradas.

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Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

Os capilares que reabsorvem as substâncias úteis dos túbulos renais se reúnem para formar um vaso único, a veia renal, que leva o sangue para fora do rim, em direção ao coração.

Regulação da função renal

A regulação da função renal relaciona-se basicamente com a regulação da quantidade de líquidos do corpo. Havendo necessidade de reter água no interior do corpo, a urina fica mais concentrada, em função da maior reabsorção de água; havendo excesso de água no corpo, a urina fica menos concentrada, em função da menor reabsorção de água.

O principal agente regulador do equilíbrio hídrico no corpo humano é o hormônio ADH (antidiurético), produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise. A concentração do plasma sangüíneo é detectada por receptores osmóticos localizados no hipotálamo. Havendo aumento na concentração do plasma (pouca água), esses osmorreguladores estimulam a produção de ADH. Esse hormônio passa para o sangue, indo atuar sobre os túbulos distais e sobre os túbulos coletores do néfron, tornando as células desses tubos mais permeáveis à água. Dessa forma, ocorre maior reabsorção de água e a urina fica mais concentrada. Quando a concentração do plasma é baixa (muita água), há inibição da produção do ADH e, conseqüentemente, menor absorção de água nos túbulos distais e coletores, possibilitando a excreção do excesso de água, o que torna a urina mais diluída.

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Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.

Certas substâncias, como é o caso do álcool, inibem a secreção de ADH, aumentando a produção de urina.

Além do ADH, há outro hormônio participante do equilíbrio hidro-iônico do organismo: a aldosterona, produzida nas glândulas supra-renais. Ela aumenta a reabsorção ativa de sódio nos túbulos renais, possibilitando maior retenção de água no organismo. A produção de aldosterona é regulada da seguinte maneira: quando a concentração de sódio dentro do túbulo renal diminui, o rim produz uma proteína chamada renina, que age sobre uma proteína produzida no fígado e encontrada no sangue denominada angiotensinogênio (inativo), convertendo-a em angiotensina(ativa). Essa substância estimula as glândulas supra-renais a produzirem a aldosterona.

Imagem: GUYTON, A.C. Fisiologia Humana. 5ª ed., Rio de Janeiro, Ed. Interamericana, 1981.

Imagem: LOPES, SÔNIA. Bio 2.São Paulo, Ed. Saraiva, 2002.

RESUMINDO

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Sangue arterial conduzido sob alta pressão nos capilares do glomérulo (70 a 80 mmHg)  filtração  parte do plasma (sem proteínas e sem células) passa para a cápsula de Bowmann (filtrado glomerular)  reabsorção ativa de Na+, K+, glicose, aminoácidos e passiva de Cl-  e água ao longo dos túbulos do néfron, como esquematizado abaixo.

 

Túbulo contorcido proximal (células adaptadas ao transporte ativo) à reabsorção ativa de sódio / remoção passiva de cloro

líquido tubular torna-se hipotônico em relação ao plasma dos capilares

absorção de água por osmose para os capilares na porção descendente da alça de Henle

porção ascendente da alça de Henle impermeável à água e adaptada ao transporte ativo de sais à remoção ativa de sódio

líquido tubular hipotônico à reabsorção de água por osmose no túbulo contorcido distal

  OBS: Ocorre, também, ao longo dos túbulos renais, reabsorção ativa de aminoácidos e

glicose. Desse modo, no final do túbulo distal essas substâncias já não são mais encontradas.

Regulação da função renal - resumo

HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO (ADH): principal agente fisiológico regulador do equilíbrio hídrico, produzido no hipotálamo e armazenado na hipófise.

 Aumento na concentração do plasma (pouca água)  receptores osmóticos localizados no hipotálamo  produção de ADH  sangue  túbulos distal e coletor do néfron células mais permeáveis à água  reabsorção de água  urina mais concentrada.

 Concentração do plasma baixa (muita água) e álcool  inibição de ADH  menor absorção de água nos túbulos distal e coletor  urina mais diluída.

 ALDOSTERONA: produzida nas glândulas supra-renais, aumenta a absorção ativa de sódio e a secreção ativa de potássio nos túbulos distal e coletor.

Elevação na concentração de íons potássio e redução de sódio no plasma sangüíneo

rins

renina (enzima)

angiotensinogênio (inativo) à angitensina (ativa)

córtex da supra-renal

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aumenta taxa de secreção da aldosterona

sangue

rins (túbulos distal e coletor)

aumento da excreção de potássio /  reabsorção de sódio e água

A ELIMINAÇÃO DE URINA

Ureter

Os néfrons desembocam em dutos coletores, que se unem para formar canais cada vez mais grossos. A fusão dos dutos origina um canal único, denominado ureter, que deixa o rim em direção à bexiga urinária.

Bexiga urinária

            A bexiga urinária é uma bolsa de parede elástica, dotada de musculatura lisa, cuja função é acumular a urina produzida nos rins. Quando cheia, a bexiga pode conter mais de ¼ de litro (250 ml) de urina, que é eliminada periodicamente através da uretra.

Uretra

A uretra é um tubo que parte da bexiga e termina, na mulher, na região vulvar e, no homem, na extremidade do pênis. Sua comunicação com a bexiga mantém-se fechada por anéis musculares - chamados esfíncteres. Quando a musculatura desses anéis relaxa-se e a musculatura da parede da bexiga contrai-se, urinamos.

http://www.afh.bio.br/excret/excret1.asp

SISTEMA RENAL - Fisiologia Professor ROGÉRIO CORRÊA PERES

SISTEMA RENAL

O sistema renal também pode ser chamado de excretor ou excretório, apesar disso dar a idéia incorreta de que toda a excreção é realizada nesse sistema. O nosso principal produto do metabolismo das células, o CO2proveniente da quebra da glicose e dos ácidos graxos é excretado pelo sistema respiratório. Assim cabe ao renal a excreção dos metabólitos de proteínas, como veremos a seguir. O sistema renal tem como órgãos principais os rins estes, por sua vez, tem a 4 funções principais:

1- Depurar o sangue e promover excreção de metabólitos protéicos

2- controlar o pH sanguíneo

3- controlar o volume sanguíneo e assim controlar pressão arterial

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4- secretar 2 hormônios: eritropoietina (induz produção de hemácias na medula óssea) e renina-angiotensina (promove vasoconstricção e aumento de pressão arterial)

I Anatomia dos Rins

O ser humano possui 2 rins que trabalham concomitantemente. Cada rim pesa cerca de 250 g e é composto pela pelve e os cálices renais, a medula e o córtex renal (figura 1). Este último é o local onde são secretados os hormônios produzidos nos rins. O sangue vai entrar nos rins através das artérias renais. Estas se subdividem em artérias arqueadas que vão dar origem a minúsculos vasos, as arteríolas aferentes que, por sua vez, vão servir como porta de entrada de milhares de pequenas estruturas tubulares chamadas Nefrons, localizados nas pirâmides da medula renal. O nefrons são a unidade de filtração e funcionamento dos rins.Pode-se dizer que cada néfron tem uma função autônoma e é capaz de filtrar alguns mililitros de sangue. Portanto, se cada néfrons filtrar alguns ml de sangue, milhares de néfrons trabalhando juntos podem limpar todos os 5 l de sangue que possuímos, em média. Após a passagem pelos nefrons a urina aí formada segue pelo túbulo coletor até os cálices e a pelve renal, onde é levada até os ureteres. Estes deságuam na bexiga, que armazena a urina até sua excreção pela uretra.

II Fisiologia Renal

Pode-se afirmar que a principal função dos rins é a depuração ou filtragem do sangue. A depuração, como já foi dita, serve para que os rins, mais especificamente os nefrons, possam retirar do sangue e excretar todos compostos nitrogenados resultantes da metabolização das proteínas. Os principais compostos excretados são a uréia, o acido úrico e a creatinina. Além disso ao realizar essa depuração os rins excretam íons H e controlam pH sanguíneo e excretam mais ou menos água, regulando o volume de sangue.

Para tanto, passam pelos nossos rins cerca de 180 litros de sangue por dia, o que equivale dizer que todo nosso sangue é depurado cerca de 36 vezes por dia. Assim o sistema renal trabalha com sobras, já que não seria a depuração de tal quantidade de sangue diariamente. São excretados cerca de 60 ml de uréia e 1,5 l de urina todos os dias, medidas que evidentemente são dependentes da quantidade de água, Na e proteínas que foram consumidos. Assim, vamos analisar como ocorre essa depuração nos rins. Para isso precisamos analisar a fisiologia dos nefrons. Mas para podermos entender o funcionamento dos nefrons é necessário antes aprendermos o conceito de reabsorção.

- Reabsorção:   podemos chamar de reabsorção todo processo que leva substâncias de algum tecido para o sangue. Assim, quando uma proteína, ou uma glicose, sai dos néfrons e volta ao sangue para ser reaproveitada, ela está sofrendo um processo de reabsorção. Como durante a limpeza do sangue, várias substâncias que chegam aos rins devem ser reaproveitadas, pode-se dizer que a reabsorção nos rins é o processo fundamental da fisiologia dos rins.

Se não houvesse a reabsorção nos rins, perderíamos pela urina toda a glicose e a proteína que ingerimos. A reabsorção renal pode ser ativa, com gasto de energia. Nesse processo há a presença de um carreador na membrana do néfron que transporta a substância do túbulo do néfron para fora, onde ela vai ser transportada para dentro de um capilar e voltar ao sangue. Sofrem reabsorção ativa a glicose, as proteínas e lipídeos, além de vitaminas e minerais. Como é transporte ativo, vale dizer que o processo ocorre mesmo contra gradiente de concentração.

Já a reabsorção passiva depende de diferença de concentração, ou seja, ocorre difusão do meio mais concentrado para o meio menos concentrado. Ele não depende de energia e o principal elemento que sofre transporte passivo (osmose) é a água; mas também minerais, especialmente Na, sofrem reabsorção passiva. Agora que analisamos o conceito de reabsorção podemos estudar a anatomia e a fisiologia dos néfrons.

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Figura 1 – Anatomia dos rins

III Fisiologia dos Nefrons

3.1 – Reabsorção nos Nefrons

Nós podemos observar a anatomia do nefron na figura 2. Ele é composto por um sistema de tubos e filtros responsáveis pela limpeza do sangue. O sangue entra pelo néfron através da arteríola aferente. A arteríola aferente desemboca em uma espécie de vesícula ou bolsa chamada cápsula de Bowman. Dentro da cápsula de Bowman há a presença de um grande filtro chamado glomérulo, que tem a função de reter grandes elementos do sangue, como as células sanguíneas e as proteínas de grande tamanho. Esses elementos após retidos, saem da cápsula através da arteríola eferente, e voltam ao sangue pelos inúmeros capilares que cercam os néfrons.

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Figura 2 – Anatomia dos nefrons

O que não foi reabsorvido segue na cápsula de Bowman até o túbulo proximal, onde glicose e carbohidratos, ácidos graxos essenciais, proteínas e aminoácidos, vitaminas e minerais sofrem um intenso processo de reabsorção ativa, o que faz com que nenhum desses elementos passe do túbulo proximal, em condições normais. Também ocorre reabsorção passiva de água e minerais. Todas esses elementos também são reabsorvidos pelos capilares que rodeiam o néfron. O túbulo proximal acaba na alça de Henle e esta desemboca no túbulo distal. Como quase toda substância útil já foi reabsorvida, apenas água, Na e outros minerais, além dos elementos tóxicos, uréia, acido úrico e creatinina, chegam á alça de Henle e ao túbulo distal. A reabsorção de água na alça de henle e no túbulo distal esta diretamente relacionada com a quantidade de urina e com a diurese. Assim, quanto mais água é reabsorvida, menos água na urina, o que significa menor diurese e urina mais concentrada. O oposto também é válido; quanto menor a reabsorção maior a diurese e mais diluída a urina. Dois hormônios regulam esse fenômeno. O ADH (hormônio antidiurético) é secretado pela neurohipófise e tem efeito de aumentar a permeabilidade a água no túbulo coletor o que leva a sua maior reabsorção. O aumento de reabsorção de água leva a maior reabsorção de Na, e isso tem como efeito menor diurese e retenção de água, o que provoca aumento de volemia sanguinea e de pressão arterial. O ADH é secretado sempre que receptores hipotalâmicos percebem diminuição de concentração de Na e consequente diminuição de pressão arterial. Já a aldosterona provoca a reabsorção ativa de Na na alça de Henle, no túbulo distal e no coletor e por osmose ocorre a reabsorção de água junto, também aumentando volemia e pressão arterial. Ela é secretada pelas supra renais após estimulo da angiotensina, hormônio secretado pelos rins quando ocorre queda da pressão arterial. Esses dois hormônios portanto atuam para que ocorra um aumento de pressão arterial, aumentando a reabsorção de Na e água. Eles também determinam se a urina será mais ou menos concentrada ; a atuação dos hormônios diminui a excreção de água o que faz a urina ficar bastante concentrada. Já na ausência dos hormônios diminui a reabsorção de água o que torna a urina bastante diluída.

O túbulo distal deságua no túbulo coletor e este nos cálices e pelve renal, onde a urina é depositada. Em seguida ela cai no ureter que vai chegar à bexiga, onde a urina fica guardada. Quando a bexiga

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fica cheia, o nervo vago envia a mensagem até a medula, que faz com que o órgão contraia e expulse a urina. Ela cai na uretra e aí será excretada através do processo de micção.

3.2 Secreção Renal

Algumas substancias são excretadas de forma ativa, ou seja, por transporte ativa e são colocadas diretamente no túbulo distal para aumentar sua excreção Essas substancias sofrem um processo chamado de secreção renal. A primeira dessas substancias é o K. O K é responsável por um equilíbrio iônico no sangue, juntamente com o Na. Assim, toda a vez que aumenta a concentração de um deve diminuir a do outro para que se mantenha as mesmas cargas elétricas; portanto o aumento da concentração de Na deve levar a diminuição de K, e vice versa. Então a aldosterona quando promove a reabsorção ativa de Na no túbulo distal, também provoca a secreção ativa de K, provocando a excreção deste elemento. Já a ausência do hormônio leva a uma menor reabsorção e maior excreção de Na pelos nefrons. Como conseqüência diminui a excreção de K, para que ocorra o equilíbrio iônico.

Outro elemento que sofre secreção são os íons H+. Toda vez, que aumenta a concentração de íons hidrogênio, pelo acúmulo de corpos cetônicos por exemplo, isto pode levar a uma acidose sanguinea. Imediatamente os transportadores nos nefrons promovem a secreção ativa de H+ e isso leva a um controle do pH sanguíneo. Também a amônia (NH4

+) sofre secreção ativa no túbulo distal, pois é muito tóxica e deve ser rapidamente eliminada da corrente sanguinea.

3.3 Regulação da Filtração Renal

A quantidade de sangue, água e solutos filtrados depende da pressão com que esse filtrado passa pelos nefrons. A quantiddae de sangue filtrado determina a taxa de filtração glomerular (TFG). Na figura 2 podemos ver que a porta de entrada do filtrado nos nefrons é a arteríola aferente, enquanto a principal porta de saída é a arteríola eferente. Assim a constriccção ou dilatação dessas arteriolas determina a menor ou maior pressão de filtração nos rins.

O SN Simpático (noradrenalina) promove constricção tanto da arteríola aferente quanto da eferente, mas de forma mais acentuada na aferente. Então com a constrição da aferente ocorre diminuição do fluxo para os nefrons e diminuição da TFG e logicamente na ausência do simpático ocorre a dilatação da aferente e aumento da TFG. A angiotensina II é um hormônio produzido nos próprios rins e que tem os mesmos efeitos do simpático, provocando constrição da aferente e diminuição da TFG. Mesmo efeito se verifica com a noradrenalina e a adrenalina secretadas pelas supra renais. As prostaglandinas também provocam constrição da aferente e diminuição da TFG, mas só são produzidas nos rins em casos de perda de volume de sangue (hemorragias).

Para contrabalançar o endotelio dos vasos produz o óxido nítrico (ON) que provoca dilatação da aferente e constrição da eferente, o que consequentemente aumenta a taxa de TFG. Alguns fatores que levam a secreção de ON isso são a acetilcolina, a bradicinina e a histamina. É importante notar que a TFG esta diretamente relacionada com a diurese e a secreção de água e Na. Então, logicamente, um aumento da TGF aumenta a diurese e a excreção de água, sendo o inverso válido também. Em média a TFG é de 125 ml/m.3.4Urina

A urina é formada basicamente por água e restos da metabolização de proteínas e ácidos graxos. As substâncias mais presentes na urina são a uréia, o ácido úrico e a creatinina. A medida do trabalho dos rins pode ser definida como a concentração de substâncias tóxicas que estão presentes na urina. Esse trabalho pode ser medido através da medida da substancia na urina secretada por minuto pela da concentração no plasma. A uréia por exemplo, tem concentração no plasma de 0,2 mg/ml e em condições normais são excretados 12 mg de uréia por minuto. Dividindo-se 12 por 0,2 chega-se ao rsultado que cerca de 60 ml de sangue, por minuto, são depurados da uréia. Essa medida é chamada de clearance renal. Ela pode ser determinada por exames muito simples: pede-se à pessoa que ingira uma substância inócua, inulina por exemplo, que não é absorvida ou metabolizada pelo nosso corpo. Um correto funcionamento dos rins permite que tudo que foi ingerido seja eliminado pela urina; o que indicaria um clearance de 100 %, ou seja, um funcionamento ideal dos rins. Assim, se injetarmos

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0,001 ml de inulina na corrente sanguinea deveremos obter 0,125 mg de inulina na urina por minuto. Então 0,125/0,001 = 125 ml/m, o que corresponde a TFG, o que indica esse funcionamento renal a 100%.SISTEMA LINFÁTICO

O sistema linfático pode ser definido como um sistema circulatório auxiliar responsável pelo controle hídrico do corpo.Ele ocorre paralelo à circulação sanguínea. Para entendermos como é formada a linfa devemos analisar a distribuição de água em nosso corpo. Sabe-se que um homem de 70 kg e 1,70 m tem cerca de 40 l de água no corpo. Desses 40 l, 25 estão dentro das células, formando o líquido intra celular. Outros 4 l formam o sangue e os restantes 11 l estão no espaço extra celular, entre as células (tecidos) e os capilares, formando o líquido estracelular.

Assim todos os nutrientes e substâncias que saem dos capilares sanguíneos para as células passam antes pelo espaço extra celular, e todas as excreções celulares que saem das células para o sangue devem passar também pelo espaço extra celular. Pode-se afirmar, então, que o líquido extra celular aí presente é rico em nutrientes, micronutrientes, O2, CO2, e restos metabólicos celulares. A passagem de subst6ancias de um meio a outro normalmente ocorre por difusão, o que pode fazer com que alguma substância não chegue à célula ou ao sangue, ficando no líquido extra celular.

Por isso existem vasos que constantemente recolhem o líquido extracelular e o levam para a circulação sanguínea, impedindo que se percam nutrientes ou se acumulem substâncias tóxicas, como o CO2. Esses vasos são chamados de vasos linfáticos e o líquido extra celular ao entrar nos vasos passa a ser chamado de linfa. Os vasos linfáticos possuem um sistema que empurra a circulação linfática sempre na direção da um vaso principal chamado de vaso torácico. Esse sistema é chamado de bomba linfática. Já o vaso torácico deságua na circulação sanguínea, na veia subclávia esquerda, fazendo com que a linfa seja jogada na circulação sanguínea.

Esse sistema garante que nenhum nutriente seja perdido no meio extra celular e que também não se acumulem substâncias nocivas no meio, o que poderia afetar os tecidos próximos. Vale notar que ao longo dos vasos existe a presença de Gânglios linfáticos, que são estruturas que servem como filtro da circulação linfática, impedindo que um excesso de elementos nocivos possa voltar ao sangue. Os gânglios linfáticos são responsáveis, por exemplo, por reter as bactérias que caem na circulação linfática quando há a presença de processos infecciosos nos tecidos.

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAINYAL/sistema-renal

http://www.uff.br/WebQuest/downloads/cap5.pdf