hoje macau 28 fev 2013 #2801

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO 28721006 MOP$10 DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ QUINTA-FEIRA 28 DE FEVEREIRO DE 2013 ANO XII Nº 2801 PUB PUB JASON CHAO VS POLÍCIA Secretário para a Segurança fala em mal entendidos PÁGINA 4 MACAO WATER Director-executivo arrasa Governo com duras críticas PÁGINA 5 TURISMO Pansy Ho defende fronteiras abertas para aliviar pressão PÁGINA 5 COMÉRCIO TRADICIONAL FALTA DE MÃO-DE-OBRA COLOCA NEGÓCIOS EM RISCO CENTRAIS PUB MUITO NUBLADO MIN 18 MAX 23 HUM 75-95% EURO 10.3 BAHT 0.2 YUAN 1.2 VENHAM MAIS CINCO (SÉCULOS) Ter para ler Chama-se Chan Lin Ian e é procurado pela Interpol depois de ter sido condenado por oito crimes de corrupção no escândalo Ao Man Long. Foi nomeado em 2010 e renomeado em 2012 para o Conselho Consultivo do Governo. O assunto foi lançado por deputados na Assembleia Legislativa mas a resposta do director dos Serviços para Administração e Função Pública, José Chu, foi lacónica: “Quando caducar o seu mandato é que vamos pensar se vamos ou não reconduzir essa pessoa no cargo.” PÁGINAS 2 E 3 Envolvido no escândalo Ao Man Long continua a ser escolhido para integrar conselhos consultivos do Governo O condenado renomeado

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Edição do jornal Hoje Macau N.º 2801 de 28 de Fevereiro de 2013

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Page 1: Hoje Macau 28 FEV 2013 #2801

AgênciA comerciAl Pico • 28721006 Mop$10 Director carlos Morais josé • quinta-feira 28 de fevereiro de 2013 • Ano Xii • nº 2801

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jason chao vs polícia

Secretário paraa Segurança fala em mal entendidos

página 4

macao water

Director-executivo arrasa Governo com duras críticas

página 5

turismo

Pansy Ho defende fronteiras abertas para aliviar pressão

página 5

comércio tradicional

falta de mão-de-obra coloca negócios em risco

centrais

pub

muito nublado min 18 max 23 hum 75-95% • euro 10.3 baht 0.2 yuan 1.2 Venham mais cinco (séculos)

Ter para ler

Chama-se Chan Lin Ian e é procurado pela Interpol depois de ter sido condenado por oito crimes de corrupção no escândalo Ao Man Long. Foi nomeado em 2010 e renomeado em 2012 para o Conselho Consultivo do Governo. O assunto foi lançado por deputados na Assembleia Legislativa mas a resposta do director dos Serviços para Administração e Função Pública, José Chu, foi lacónica: “Quando caducar o seu mandato é que vamos pensar se vamos ou não reconduzir essa pessoa no cargo.” páginas 2 e 3

envolvido no escândalo ao man long continua a serescolhido para integrar conselhos consultivos do Governo

o condenado renomeado

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quinta-feira 28.2.2013política2 www.hojemacau.com.mo

Joana [email protected]

Está a ser procu-rado pela Interpol desde Janeiro de 2009, encontra-

-se em parte incerta e não se vê pelo território desde que foi julgado à revelia e condenado a seis anos e seis meses de cadeia, por oito crimes de corrupção activa. No entanto, Chan Lin Ian, um dos envolvidos no escândalo de corrupção Ao Man Long, terá sido renomeado para um dos conselhos consultivos do Governo, como engenheiro, em setembro de 2012.

Chan Lin Ian foi nomeado em 2010 como membro de um dos conselhos consultivos do Governo e renomeado em 2012 para a mesma função. Nada de estranho, não fosse o arquitecto um dos envolvidos no escândalo de corrupção do ex-secretário para as Obras Públicas e Transportes, não estando sequer em Macau. Confrontado com o problema, o director dos Serviços de Administração e Função Pública limita-se a dizer que o caso será analisado daqui a dois anos

Condenado a pena de prisão é renomeado há quatro anos para conselho consultivo do Governo. José Chu responde que vai analisar

“Ainda vamos pensar se o vamos reconduzir”

O alerta foi dado ontem por Mak soi Kun no plenário da Assembleia Legislativa (AL), dedicado a dar res-postas aos deputados. “O engenheiro Chan Lin Ian está fora de Macau há anos, ele não está em Macau e é nomeado”, frisou. “Isto faz--me questionar o regime. Ele foi nomeado em setembro de 2012 por dois anos e há outros membros com capa-cidade para estas funções e não são nomeados.”

O deputado já tinha inter-pelado por escrito o Executi-vo, no final de Janeiro deste ano, alertando que haveria membros que, apesar de não se encontrarem em Macau,

ainda se mantêm na lista dos nomeados. Ontem, voltou a repetir. “Apesar de terem sido condenados, nomes de indivíduos envolvidos no caso Ao Man Long ainda figuram na lista de compo-sição de órgãos.”

O deputado pediu justifi-cações a José Chu, director dos serviços para a Admi-nistração e Função Pública (sAFP). A resposta, contu-do, surpreendeu. “Quando caducar o seu mandato [de Chan Lin Ian] é que vamos pensar se vamos ou não reconduzir essa pessoa no cargo.”

O Hoje Macau tentou perceber se a nomeação de Chan Lin Ian estaria dentro do âmbito legal. Uma jurista, contactada pelo nosso jor-nal, explica que, para efei-tos do Código de Processo Penal o engenheiro, mesmo praticando actividade priva-da, terá de ser considerado funcionário do Governo, uma vez que faz parte de uma comissão com funções de consultadoria do Executi-vo. “Ele está incluído como trabalhador ao serviço de outros poderes públicos e, o artigo 336º alínea c) diz que ‘quem, mesmo provi-sória ou temporariamente, mediante remuneração ou a título gratuito, voluntária ou obrigatoriamente, tiver sido chamado a desempenhar ou a participar ou colaborar no desempenho de uma actividade compreendida na função pública adminis-trativa ou jurisdicional’ é considerado funcionário pú-blico”, explica a advogada. “sendo assim, cometendo um crime, ele deveria ter sido suspenso.”

Ainda que sem contar com o Código Penal, alguns despachos do Executivo frisam que membros das comissões são pessoas de “reconhecida idoneida-

Andreia Sofia [email protected]

Os deputados reuniram ontem com o Governo para mais uma sessão de

análise no âmbito da revisão do Código do Processo Penal (CPP). Em cima da mesa esteve a questão da gravação das audiên-cias em tribunal, algo que, neste momento, é facultativo, mas que quando a nova lei entrar em vigor deverá ser obrigatório. Recorde-se que o Ministério Público (MP) mostrou-se contra esta medida durante o processo de consulta pública.

Contudo, os deputados da 3.ª comissão permanente, presidida por Cheang Chi Ke-ong, pediram a introdução de excepções. “Em alguns casos, como de violação, se os interessados não pretenderem que as audiências sejam gravadas, será admissí-

Chan Weng Hong continua a representar Governo na CAMO delegado do Governo junto da Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM) vai continuar a ser Chan Weng Hong. A posição foi renovada por despacho do Chefe do Executivo publicado em Boletim Oficial. Segundo o mesmo documento, Chan Weng Hong mantém-se no cargo pelo período de um ano, a partir de 30 de Março deste ano, auferindo uma remuneração mensal de 9200 patacas para o efeito. Tal posição existe no âmbito do “contrato de concessão da construção e exploração do Aeroporto Internacional de Macau”.

Governo disponível para criarexcepções em casos “sensíveis”

Gravaçõesdas audiências deverão

ser obrigatóriasActualmente os tribunais possuem um regime facultativo de gravação dos julgamentos, mas o mesmo deverá passar a ser obrigatório. Contudo, os deputados pediram “excepções” para quem não quer ver as suas declarações gravadas, mediante pedido e com autorização do juiz. Para já, o Governo diz que sim

vel? O Governo, depois de ouvir as nossas opiniões, entendeu que podem ser intro-duzidas algumas melhorias na gravação obrigatória, inclusivamente a consagração de situações excepcionais. Claro que para este efeito carece de autorização de um juiz”, explicou Cheang Chi Keong.

“O proponente disse que vai conside-rar (a proposta), no sentido de introduzir uma certa flexibilidade com o direito de apresentar esse pedido. Claro que tem de ser fundamentado”, acrescentou.

Face à possibilidade deste regime obri-gatório de gravações poder estar contra o Código Penal (CP), ponto que foi levantado durante a consulta pública, não existe. “De acordo com a análise da nossa assessoria esta nova medida não vai contrariar o que está definido no CP. Não há nenhuma vio-lação, nem afecta o nosso enquadramento jurídico”, explicou o deputado.

SumAríSSimo nuncA Foi uSAdoA reunião serviu ainda para ouvir as expli-cações do Executivo quanto à introdução do processo simplificado nesta proposta de lei, que deverá juntar-se aos processos co-mum, sumário e sumaríssimo. Contudo, os deputados mostraram alguns receios face à aplicação prática do processo simplificado. “segundo o nosso conhecimento o uso do processo sumaríssimo é zero desde a sua criação. Este processo nunca foi aplicado. Claro que temos de saber quais os motivos que levaram ao seu desuso. Preocupamo--nos que com o novo processo simplificado poderá suceder a mesma coisa. Mas são questões que vamos continuar a discutir com o Governo”, disse o deputado. A próxima reunião acontece dia 6 de Março.

José Chu

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3políticaquinta-feira 28.2.2013 www.hojemacau.com.mo

O Governo planeia cons-truir mais de dez mil

lugares de estacionamento, para colmatar a falta de espaço para os veículos de Macau. O anúncio foi feito ontem pelo director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), Wong Wan, que respondia a uma interpelação da deputada Melinda Chan. “Para além de apostarmos em mais construção de estaciona-mentos públicos, vamos [também apostar] na li-bertação de mais lugares nos edifícios privados para estacionamento público.”

O responsável relembrou que nos últimos dois anos foram construídos auto-silos na Taipa, mas avança com mais projectos. Na zona de habitação pública do Fai Chi Kei, Ilha Verde, Toi San, Mong Há e na zona da Praia do Manduco, Centro Modal da Taipa, Centro Modal da Barra e no Parque de Meren-das de Seac Pai Van, vão ser construídos mais auto-silos, que ao todo disponibilizam “mais de uma dezena de milhar de lugares”.

Wong Wan diz que a DSAT está muito atenta à questão do estacionamento ilegal e aos que usam a via por tempo indeterminado, como é o caso das pessoas que pretendem vender veí-culos. O ano passado, 686

NADA a fazer. O terreno situado em frente à

habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane, é um terreno privado e poderá ter construções no futuro. A garantia foi ontem dada por Jaime Carion, director dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Trans-portes (DSSOPT), que respondia ao democrata Ng Kuok Cheong. O deputado queixava-se de que as zonas verdes em Coloane são o pulmão da cidade e que estão a ser ameaçadas por obras de grande dimensão. A protecção da zona foi o tema da interpelação oral do democrata, no plenário de ontem. Jaime Carion garantiu que as construções não terão um impacto muito grave, uma vez que se situ-am no sopé da montanha e não terão mais de cem metros de altura. “Essa cota altimétrica de cem metros foi baseada nas imediações, consultámos e comparámos os edifícios ao lado. Acima dos 100 metros, na zona, não conheço nenhuma [construção]”, afirmou, garantindo ainda que os empreendimentos a desen-volver em Coloane estão sujeitos ao cumprimento da legislação vigente, no-meadamente de dois des-pachos – um deles sobre a protecção da reserva verde de Coloane. No terreno já foi colocada uma vedação, licenciada em Novembro de 2012, mas Jaime Carion

não recebeu ainda qualquer projecto de construção para o terreno de 56 mil e 700 metros quadrados. O requerente, proprietário do terreno privado desde 1903, deve entregar, além do projecto, relatórios de avaliação do impacto ambiental, de tráfego e de paisagem arquitectó-nica para apreciação dos serviços competentes, assim como apresentar no projecto de arquitectura soluções técnicas para pro-tecção do meio ambiente, de modo a permitir realizar uma análise geral sobre a viabilidade do projecto. Os deputados também levantaram a questão da Casa Mata, que está locali-zada na área desse terreno privado. O responsável das obras públicas disse que o Governo está a se-guir a situação através do Instituto Cultural, que irá decidir sobre a necessidade de preservação do monu-mento. - J.F.

Condenado a pena de prisão é renomeado há quatro anos para conselho consultivo do Governo. José Chu responde que vai analisar

“Ainda vamos pensar se o vamos reconduzir”

Executivo pretende oferecer maisde dez mil lugares de estacionamento com novos auto-silos

Privados instados a alugar parques

de”. O Hoje Macau não conseguiu apurar de que comissão ou comissões faz parte Chan Lin Ian, mas, ao ser condenado por oito crimes de corrupção activa, o engenheiro não pode ser de reconhecida idoneida-de. Frise-se, contudo, que nem todos os despachos que elegem membros para as comissões fazem estas exigências.

PossibilidAdE EstudAdAA existência de 46 conselhos e comissões na Adminis-tração deu o mote para que Mak Soi Kun questionasse o

Governo sobre o método e os critérios para a composição destes grupos.

Normalmente constitu-ídas por membros do Go-verno ou representantes de associações, as comissões e conselhos têm também pessoas que acumulam funções. O deputado ques-tiona. “Uns entendem que há faltas de transparência tanto na nomeação, como no funcionamento e outros dizem que a acumulação de funções nos diversos conselhos e comissões per-turba o desenvolvimento dos trabalhos. Na designação

Construção no sopé da montanha de Coloane pode mesmo avançar

de membros não oficiais será que o Governo pode explicar o critério e o sig-nificado ‘com reconhecida qualificação e prestígio na respectiva área’?”

Mak Soi Kun perguntou ainda a José Chu se antes da escolha dos membros destes grupos, poderiam ser divulgados dados sobre o pre-enchimentos dos requisitos e condições pela individualida-de seleccionada. Isto, porque, segundo o director dos SAFP, os membros não governamen-tais são designados “segundo as suas competências e satisfa-zem requisitos, possuem qua-

lificação e reconhecimento e prestígio”. À questão sobre se é possível dar mais infor-mações sobre as pessoas que compõem as comissões e os conselhos consultivos, José Chu limita-se a responder que “será estudada a possibilidade de criar um mecanismo de coordenação” de dados.

MuitosAcuMulAM funçõEsÀ parte de considerar existir falta de transparência nas nomeações dos membros, Mak Soi Kun aproveitou ainda o dia de ontem para falar sobre a acumulação de

funções de alguns membros das comissões. José Chu já tinha explicado ao deputado que a acumulação de funções surgiu” tendo em conta a complexidade das políticas e a interconexão entre estas, “pois a nomeação de um pessoa para diferentes con-selhos define as políticas sob uma visão mais abrangente”, e ontem voltou a frisar que se existe acumulação de funções é “porque é mesmo necessário”.

Uma necessidade re-cusada por Paul Chan Wai Chi, membro da bancada democrata, que ironiza a si-

tuação. “Eles são nomeados ainda com os cabelos pretos e depois ficam até estarem com os cabelos brancos. Não há mais pessoas qua-lificadas para integrarem as comissões?”

Segundo dados ontem apresentados pelo director dos SAFP, dos 42 membros do Governo que fazem parte destes grupos, 24 acumulam funções. Já no que toca ao método e critérios de esco-lha, José Chu apenas disse que todas as nomeações são feitas “de acordo com as leis e regulamentos e publicadas em Boletim Oficial”.

carros foram bloqueados por motivos de infracção, sendo que 42 ainda estão na rua - isto é 6,6% do total - e ocupam 0,42% do número de lugares de estaciona-mento na RAEM, anunciou o director da DSAT. De Ja-neiro a 20 de Fevereiro, 42 veículos foram bloqueados, sendo que a “maioria” já foi removido. “Demos ordens à Companhia de Parques de Macau para remover os carros ilegalmente estacio-nados.”

Wong Wan diz ainda que a DSAT está a “incentivar

os promotores dos edifícios privados a construir parques de estacionamento não só para os moradores mas para o público em geral, desde que este pague”. Isto porque nos bairros antigos não há muito espaço e só se podem construir auto-silos nas zonas adjacentes.

Au Kam San e Melin-da Chan não concordam com o novo regulamento administrativo que prevê que os carros possam estar estacionados apenas cinco horas num determinado lugar. Melinda Chan frisou

mesmo que as pessoas tra-balham agora oito horas por dia e o deputado da bancada democrata sugeriu uma revisão desta lei. Mas não se fica por aqui. “O número de parques não acompanha o número de veículos. Tem de resolver o problema pela base, ou seja, controlar o aumento dos carros.”

O colega de bancada de Au Kam San, Paul Chan Wai Chi, também deixa no ar uma sugestão: o aproveitamento de estaleiros de obras que es-tejam desaproveitados para estacionar os carros. – J.F.

Jaime Carion

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quinta-feira 28.2.2013sociedade4 www.hojemacau.com.mo

Andreia Sofia [email protected]

Não houve abusos de poder na actuação da polícia no caso que levou à prisão de

Jason Chao, presidente da Asso-ciação Novo Macau (ANM), por ocasião da visita do presidente da Assembleia Popular Nacio-nal (APN) à RAEM. A garantia foi dada pelo secretário para a Segurança, Cheong Kuok Va, por ocasião da apresentação dos números da criminalidade em 2012. “Somos seres humanos, não somos perfeitos. Em Macau temos autoridades judiciais, legislativas e administrativas, e lá fora as for-ças de segurança têm autoridade judicial. Estou consciente de que este sistema funciona muito bem. o que vamos fazer no futuro é servir melhor a população”, frisou.

Neste momento a Policia Ju-

Rita Marques [email protected]

o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior

(GAES) confirma mais alunos a apostarem na lín-gua portuguesa no ensino superior. Neste momento estudam português no sistema universitário 486 estudantes, uma subida de 13,3% relativamente ao ano anterior.

No entanto, o aumento só se tem verificado há dois anos, muito por ocasião do interesse demonstrado nos cursos de Licenciatura em Letras (Estudos Portu-gueses) da Universidade de Macau (UMAC) e da Licenciatura em Tradução e Interpretação Chinês--Português/Português--Chinês do Instituto Poli-técnico de Macau (IPM),

Governo garanteexistirem 5800 vagasem jardins de infânciaCom a chegada da fase de inscrições nos jardins infantis, e tendo em conta o aumento de nascimentos de bebés no ano passado, surgiram muitas queixas esta semana, citadas no jornal Ou Mun, que dão conta da falta de vagas para todos os bebés do território. Contudo, a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) confirmou à mesma publicação que há locais suficientes para todas as crianças. Segundo esta entidade, existem neste momento 5100 novos alunos que precisam de vaga no ensino infantil. Quanto a vagas, são 5800 para o próximo ano lectivo, no primeiro ano do ensino infantil. Só na península existe, segundo a DSEJ, 4800 vagas, enquanto que na Taipa existem as restantes mil vagas. Cerca de 50 jardins de infância prometem dar informações de admissão através da internet. Leong Wai Kei, chefe do departamento de ensino da DSEJ, disse que cada turma tem capacidade para 25 a 35 alunos, sendo necessário abrir mais 50 turmas para o primeiro ano do ensino infantil. São precisos 1600 locais com esse nível de ensino responder à procura, afirma a responsável, um aumento de 30%. Apesar disso, Leong Wai Kei disse ter “confiança” de que essa procura será satisfeita, porque já existem mais sete escolas que oferecem o ensino infantil. Em três anos, o aumento pode chegar às 1400 escolas, com este grau de ensino. - C.L.

Taxa de desemprego mantêm-se inalteradaA taxa de desemprego em Macau nos três meses terminados em Janeiro deste ano manteve-se inalterada em 1,9%, mas o número de postos de trabalho na cidade continua a crescer e ultrapassou pela primeira vez os 350.000. Dados oficiais ontem divulgados indicam que depois de no último trimestre de 2012 a população empregada ter atingido 350.000 pessoas, nos três meses terminados no final de Janeiro esse número aumentou para 351.400 pessoas, mantendo assim a taxa de desemprego, mas aumentando a população empregada. Os dados estatísticos indicam ainda que a população desempregada foi calculada em 6.600 pessoas, sendo que 11,6% do total eram pessoas à procura do primeiro emprego. A população activa estava calculada em 358.000 pessoas, enquanto a taxa de actividade foi de 72,5%. Entre a população empregada, 25,7% estava ligada às actividades culturais e recreativas, lotarias e outros serviços, 15,5% aos hotéis, restaurantes e similares, 12,8% ao comércio por grosso e a retalho e 9% à construção. As actividades imobiliárias e serviços prestados às empresas absorviam 7,2% dos trabalhadores, a administração pública 7,3% e o trabalho doméstico 5,5%, enquanto os restantes 17,1% de empregados estava classificado em “outras” áreas de actividade.

Secretário para a Segurança comentou caso entre PJ e Jason Chao

“Somos seres humanos, não somos perfeitos”

Cursos de português no ensino superiorregistaram um aumento de 13% no último ano lectivo

Qualificações em português mais atractivas

segundo dados fornecidos pelo GAES. Este último estabelecimento de ensino acumulou mais 142 alunos desde a sua abertura, pre-cisamente em 2010/2011.

No geral, as duas ins-tituições de ensino, actu-almente as únicas duas aptas a leccionar cursos em português, têm recebido um maior número de alunos, com mais 65 novas candi-

daturas aceites só no último ano lectivo. A UMAC, com os seus seis cursos de língua portuguesa, conseguiu um aumento de 16 alunos no último ano (aumento mais ou menos estável desde 2008/2009) e o IPIM a registar uma subida ím-par, mais 49 alunos em 2012/2013.

A verdade é que desde a criação de cursos em

português, em 2008, o número de alunos a dar entrada nestes cursos nos primeiros três anos regis-tava um pequeno decrés-cimo. Apenas entre 2010 e 2011 se registou uma subida de 33 alunos e, no ano lectivo posterior, mais 65 alunos. Para as contas, entre 2008 e 2010, entra a Universidade Aberta Internacional da Ásia (Macau) - desde 2011, Universidade Cidade de Macau - mas apenas com um aluno nos três anos lectivos. Actualmente, no entanto, está a ser prepa-rado pelo departamento de português desta ins-tituição, coordenado por Rui Rocha, novos cursos que foram entregues para aprovação do Governo em Dezembro.

o GAES faz agora

saber, em resposta aberta aos meios de comunica-ção social em português, que “recebeu, recente-mente, o requerimento da aprovação do curso de licenciatura em Estudos Portugueses, ministrado por uma instituição do ensino superior, no ano lectivo de 2013/2014” e que tal “está na fase de tratamento”. No entanto, não dá conta do nome da instituição. Em Dezem-bro passado também Sou Chio Fai, coordenador do GAES, fez saber que a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) está a lançar o curso de licenciatura em português.

Desde que o Hoje Ma-cau fez saber que a revisão da nova proposta de lei de bases do ensino superior está em “fase final”, ten-do os seus pressupostos reunido unanimidade no meio académico, não foi adiantado pelo mesmo gabinete a data em que o diploma estará concluído para entregar à Assembleia Legislativa (AL), estando a proposta a ser ultimada há cerca de ano e meio.

diciária (PJ) está a preparar um relatório sobre os incidentes para entregar ao Ministério Público (MP), mas que “não vai ser di-vulgado porque está em segredo de justiça”, garantiu o secretário.

No que diz respeito à crimi-nalidade, registaram-se mais 173 crimes no ano passado, compa-rando com 2011, um aumento de 1,4%.

Quanto aos tipos de crimes, aqueles que são realizados con-tra o património ocupam o topo da lista, com mais de sete mil a acontecer em 2012, um aumento de 2,9%, ou seja, mais 203 crimes em relação a 2011.

Em segundo lugar surgem os crimes contra a pessoa, num total de 2479, mais 51 face a 2011. Quanto aos crimes contra a vida em sociedade, ocorreram mais 31.

Apesar disso, Cheong Kuok Va garantiu que houve uma melhoria no que diz respeito aos

crimes que perturbam a vida dos cidadãos, como roubos, fogo pos-to ou ofensas à integridade física.

MAiS violAçõeS e AbuSoS SexuAiS A MenoReS olhando para os números da criminalidade considerada vio-lenta, registou-se um aumento de casos de abuso sexual de menores: aconteceram mais dois casos face a 2011, um aumento de 11,1%. Quanto às violações,

também subiram: aconteceram mais seis casos, um aumento de 28,6%. Quanto ao tráfico de droga, registou-se um aumento de 3,2%. No geral, a criminalidade violenta desceu 0,6%.

Uma das áreas que continua a preocupar as autoridades é a quantidade de crimes de burlas através da utilização de meios informáticos, quer na internet, quer com a utilização indevida de dados de cartões de crédito. Foram mais 140, face a 2011. “Aí houve um aumento significativo”, assumiu o secretário. “A PJ dá muita importância a este tipo de crimes, e há dois anos foi feita uma reestruturação, tendo sido criada uma divisão de combate ao crime informático. Neste campo vamos fazer mais acções de prevenção.” Face aos casos de pessoas com excesso de permanência ou imi-grantes ilegais foram acima dos 38 mil, um aumento de 13,2%.

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tiago alcântara

quinta-feira 28.2.2013 www.hojemacau.com.mo 5sociedade

Rita Marques [email protected]

Pansy Ho, presidente do MGM China, acredita que o Governo, juntamente com as operadoras de

jogo, estão a reunir esforços para que Macau suporte o aumento do número de turistas. as infra--estruturas que estão a ser projec-tados ditam-no e a nova fronteira a 24 horas pode ajudar a diminuir a concentração de visitantes, acre-dita. “O propósito é esse, por isso se está a fazer mais pontes e redes ferroviárias para precisamente as-segurar que conseguimos divergir e não exagerar em instalações existentes”, garante a empresária, à margem da cerimónia de lança-mento da primeira pedra do novo complexo turístico da MGM em Macau. “Por que haveria de fazer

Cecília [email protected]

Rita Marques [email protected]

O hotel Metrópole, na avenida da Praia

Grande, está a concluir as obras de remodelação. Os andaimes de bambu esta-vam ontem, pelas 16h30, a ser retirados da fachada lateral do hotel, virada para a Rua do Padre Luis Frós s. J., por meia dúzia de traba-lhadores da obra sem que houvesse quaisquer medi-das de segurança no local, em zona e hora de muita movimentação tanto de carros como de pedestres.

Pressão de turistas será aliviada com fronteira sempre aberta, acredita Pansy Ho

Adaptação a mais turistas é “iminente”

Director executivo da Macao Water aponta o dedo ao Governo

Desabafos irreflectidosPSP descarta a segurança pública quando

pessoas são “atacadas” por objectos de obras

assobiar para o lado

grandes investimentos em Macau se soubesse que não conseguimos ajudar a aliviar e a permitir-nos a crescer ao ponto de expandirmos as instalações e capacidade?”

no dia em que a MGM China garantiu uma maior aposta no terri-tório - com um complexo com mais de 1600 quartos, 500 mesas, 2500 ‘slot-machines’ e mais de 85% do es-paço destino a atracções comerciais e de entretenimento - a responsável garante que a empresa não se ficaria por Macau se o continente também abrisse portas legais ao jogo. “O MGM Resort tem já negócios na Chi-na mas não é um projecto da MGM China. Contudo, se o mercado da China Continental tivesse interesse em abrir casinos, consideraríamos fazer negócio lá. Para já, ainda não temos plano nenhum.”

Pansy Ho reconheceu ainda que o negócio VIP já esteve melhor pelo

que as áreas de apostas regulares e de entretenimento são o novo foco de investimento. “as áreas comuns e de entretenimento estão a sofrer um crescimento maior do que as salas VIP, por isso, o sector vai adaptar-se a este novo nicho de mercado: acrescentar mais sector sem jogo, como salas de espectáculos. acredito que esta mudança é boa”, afiança, garantin-do que o novo empreendimento

tem já previsto um grupo fixo para apresentação de espectáculos de modo a mostrar as “caracte-rísticas especiais” de Macau. se as políticas anti-corrupção que o Governo Central já tem vindo a anunciar já tiveram algum impacto no negócio, Pansy Ho desvaloriza para já. “absolutamente. Mas por agora é só algo que tem sido falado nos média, ainda não houve nenhuma indicação real, concreta e clara desse género por parte do Governo. (...) Tenho a certeza que o Governo chinês tem a sabedoria e a sua própria racionalidade em termos do que deve ser feito. E não posso especular sobre isso”, avalia.

MAiS 6000 eMPReGoS“acho que vamos criar pelo menos cinco ou seis mil empregados como na Península de Macau, acho que não os recursos humanos. Mas

ainda temos dois ou três anos para preparar isso. Espero que tenhamos mais elementos além do jogo, por isso, poderá haver ainda mais fun-cionários”, avança Pansy Ho sobre o número de postos de trabalho a criar no Cotai a meio de 2016.

A filha de Stanley Ho, fundador da sociedade de Jogos de Macau, garantiu ainda que o seu pai está “em condições perfeitas de saúde perfeitas” e que tem acompanha-do o desenvolvimento de Macau. “Está muito satisfeito em relação à forma como o território tem continuado a desenvolver-se for-temente”, acrescentou. stanley Ho, de 91 anos, tem surgido raramente em público desde Julho de 2009, quando terá sofrido um traumatis-mo que o confinou a uma cadeira de rodas e o mês passado deu entrada no hospital devido a uma virose, garante a filha.

Gonçalo Lobo [email protected]

“UM enorme drama”, “taxa de inflação alta”

ou “o Governo não pode estar sempre a atrasar os planos da Macao Water” foram algumas das frases fortes que o director--executivo da Macau Water, Felix Fan, disse ontem aos jornalistas durante o almoço de Primavera da empresa, naquilo que representou um discurso duro e crítico.

Fan relembrou que “já foi pedido um aumento das tarifas da água em Maio do ano passa-do” e que a empresa, assegura, “tem qualidade de água certifi-cada”, pelo que urge resolver o problema. “atrasar não é uma boa maneira para resolver o problema”, atirou. “O que se seguiu foi um enorme drama sem a orientação de um ence-

as pessoas caminha-vam no passeio em frente à entrada do hotel, monopoli-zado há alguns meses pelos trabalhos de construção, desviando-se para a estrada com medo de serem atingi-das por qualquer objecto que estivesse a ser atirado indiscriminadamente para o chão. além de não haver qualquer polícia no local para controlar a situação, não havia qualquer avi-so, vedação ou corte de estrada. Mais à frente, junto ao Banco da China, o Hoje Macau encontra dois polícias de segurança pública (PsP), qualquer um dos dois alheados do

caso. Questionados sobre medidas de protecção na área, os oficiais descar-taram responsabilidades, preferindo remeter esclare-cimentos para o Governo. “a responsabilidade é do serviço das Obras Públicas. Só se alguém ficar ferido é que podemos intervir”, adiantou o agente Kong Kam Pat. O mesmo po-lícia mostrou-se disposto a verificar a zona apenas quando as duas jornalistas deste jornal o interrogaram mas nada foi feito.

“Toda a gente já sabe que existe aqui uma obra. Têm de ter cuidado. só quando apresentam quei-xa sobre um ferido é que podemos fazer alguma coisa”, reafirma o colega. “Querem apresentar quei-xa?” a retirada dos andai-mes só ficou concluída já perto das 18h. nesse hora e meia nada foi feito.

O nosso jornal tentou sem sucesso chegar à fala com a Direcção de serviços de solos, Obras Públicas e Transportes (DssOPT), dada o horário que ditava já o fim do expediente do organismo público.

nador e o que as pessoas viram foi a representação caótica de atores que decidiram tomar a sua própria iniciativa. Tudo não passou de um conflito gerado por interesses super-ficiais, sem que tivesse lugar qualquer discussão racional e aprofundada.”

Em jeito de desabafo mas com algum pendor político, e pedindo desculpas por alguma palavra irreflectida, Felix Fan enfatizou os problemas da Macao Water e as mudanças na sociedade que deixaram algumas marcas na sociedade e na empresa. “a situação da empresa é muito má, a ca-pacidade financeira é muito fraca, assim, se não tiver apoio do Governo, a qualidade do serviço irá sair prejudicada e penso que isso ninguém quer ver. O Executivo tem de fazer muito mais do que aquilo que tem feito e a inflação não pode continuar a subir desta forma.”

“Com a sua lucidez, pôde facilmente ver neste espetácu-lo que o espírito da lei e dos contratos no seio dos negócios tradicionais de Macau se está a perder; que as autoridades reguladoras dos serviços públicos enfrentam agora novos desafios; que as leis do

desenvolvimento económico e social desta pequena região ainda não foram totalmente reconhecidas e respeitadas; que a sociedade de Macau se está a perder devido à sua estrutura económica singular”.

O director-executivo da Macao Water lembrou ainda a experiência do aumento das tarifas dos autocarros. “Espero que possamos receber uma resposta rapidamente. O aumento das tarifas dos transportes têm de servir de referência aos outros serviços públicos. O Governo tem de discutir isso connosco.”

O mesmo responsável dis-se ainda que, com as eleições para a assembleia Legislativa (aL), “não deixará de haver mais dramas emocionantes, em que os serviços públicos serão usados como adereços”. “nós aqui na sociedade de abastecimento de Água de Macau, no entanto, estamos cheios de esperança: espera-mos ter um bom desempe-nho; esperamos oferecer um melhor serviço ao público, mais inovador e criativo; e esperamos que no final do espectáculo, o entusiasmo se mantenha e a razão seja restituída”.

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quinta-feira 28.2.2013nacional6 www.hojemacau.com.mo

O ministro da Edu-cação e Ciência português, Nuno Crato, chegou

ontem a Hangzhou, China, onde vai assinar com o ho-mologo chinês um acordo para a criação de um centro de investigação conjunto na área dos materiais avançados. O ministro português afirmou na terça-feira, em Pequim, que a sua visita à China abriu “novas oportunidades” de cooperação, salientando que, “também no aspecto científico e tecnológico”, aquele país “é uma potência emergente”. “Tem havido muitas colaborações entre académicos chineses e por-tugueses. Agora pretendemos passar para uma fase mais avançada”, disse Nuno Crato,

Cooperação para promover igualdade de acesso a cuidados de saúde A China e a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciaram terça-feira as novas medidas, delineadas em conjunto, para melhorar a saúde do povo chinês, sobretudo na área da promoção da igualdade de acesso a cuidados médicos. O plano foi firmado na Estratégia de Cooperação entre a China e a OMS para o período de 2013 a 2015. Segundo o documento, o país e a instituição internacional vão trabalhar na promoção da inclusão de todos os chineses no sistema nacional de saúde, no combate às principais doenças que afectam a população, na redução dos factores sanitários que possam causar doenças ou morte e na promoção da igualdade de acesso a cuidados médicos na região oeste da China. O representante da OMS na China, Michael O’Leary, afirmou que a iniciativa tem como objectivo garantir o acesso a serviços médicos básicos a toda a população chinesa, com destaque para os habitantes com necessidades e provenientes das zonas rurais remotas.

Pequim espera que Itália forme Governo “o mais rápido possível”A China manifestou ontem esperança de que a Itália consiga formar Governo “o mais rápido possível”, apesar do panorama de incerteza política deixado pelas eleições legislativas realizadas nos dias 24 e 25 de Fevereiro. “Seguimos com atenção as eleições italianas e esperamos que Itália forme Governo o mais rápido possível”, disse em conferência de imprensa a porta-voz dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, citada pela agência espanhola Efe. Os mercados chineses reagiram na terça-feira com pessimismo, assim como outras praças financeiras na região asiática, aos resultados das eleições italianas, tendo sido registadas quedas de 1,4% na Bolsa de Xangai e de 1,32% na de Hong Kong. A China tem sido um dos principais compradores de dívida italiana nos últimos anos de crise financeira na União Europeia, acrescenta a agência Efe.

Desabamento em colégio mata 4 crianças e fere 11Quatro crianças morreram e 11 ficaram feridas após um desabamento num colégio na cidade de Qinji, na província chinesa de Hubei, informou esta quarta-feira a agência Xinhua. As causas do acidente ainda estão a ser investigadas, mas as informações iniciais assinalaram que a queda de um muro num dormitório do colégio causou uma onda de pânico que resultou na tragédia. Não é a primeira vez que ocorre um incidente deste tipo na China, sendo que o mais grave dos últimos anos aconteceu em Novembro de 2006, quando seis crianças morreram e 90 ficaram feridas na província de Jiangxi.

Nuno Crato anunciou “novas oportunidades” de cooperação com a China na área científica

Passos em frenteapós dois dias de contactos com o homologo chinês, Wan Gang, e com responsáveis de várias universidades e centros de investigação de Pequim.

Nuno Crato viaja com representantes de catorze instituições científicas e académicas portuguesas, na maior delegação do género enviada por Portugal à Chi-na. “O Governo chinês está a dar grande importância à cooperação com Portugal. É uma oportunidade muito importante para Portugal”, disse o ministro português.

Dos projectos já acorda-dos, Nuno Crato destacou o relativo ao Centro de In-vestigação conjunto sobre materiais avançados, nome-adamente células solares e “nano-tubos” de carbono para

ecrãs de “smartphones”, cuja criação será formalizada esta quinta-feira, em Hangzhou, na Costa Leste da China. Hangzhou é a capital da província de Zhejiang, uma das mais prósperas da China, com uma área pouco maior do que Portugal e cerca de 53 milhões de habitantes.

O ministro português des-creveu o referido Centro como “uma plataforma de cooperação com aplicações em muitas áreas, e dedicada sobretudo à transferência de tecnologia para empresas e a aplicações industriais que possam gerar valor”. “É um passo em frente [na cooperação científica bilateral] e uma gran-de oportunidade. Esperamos que o Centro seja o primeiro de mais centros”, disse.

O ministro referiu também que, no plano económico, Por-tugal “não está numa época de expansão”, mas “mantém o esforço de financiamento” na área de investigação e de-senvolvimento (I&D) que, nos últimos três anos, representou 1,6% do Produto Interno Bruto do país. “É um esforço de sucessivos Governos, que viram a ciência como uma prioridade”, acrescentou.

Depois de Hangzhou, Nuno Crato visitará Xangai, regressando no dia 02 de Março a Portugal. “Estamos a trabalhar para o futuro. Esta visita é o claro exemplo de que passámos da linguagem dos tratados para a aplicação prática”, disse à agência Lusa o embaixador de Portugal na China, José Tadeu Soares.

Entre as instituições re-presentadas na comitiva do ministro português figuram o Instituto Superior Técnico, a Universidade Nova de Lisboa, o Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve, o Instituto de Engenharia Biomédica e o Laboratório Ibérico de Nanotecnologia.

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7nacionalquinta-feira 28.2.2013 www.hojemacau.com.mo

António CaeiroAgência Lusa

Portugal devia ter um “acordo de entendimento estratégico” com a China, idêntico ao que une Pequim

a Berlim, com cimeiras regulares entre os dois governos, defende o presidente da Câmara de Comér-cio e Industria luso-chinesa, João Marques da Cruz. “uma dezena de membros do governo português estiveram na China neste último ano e meio, em visitas um pouco ‘ad-hoc’. o que falta é um acordo inter-governamental, como tem a alemanha, e que será uma maneira de Portugal se afirmar como parceiro estrutural da China”, disse Marques da Cruz, em entrevista à agência lusa em Pequim.

“o governo português deve propor à China um relacionamento deste género, e deve propô-lo ago-ra. Há vários países europeus nesta corrida”, acrescentou.

a alemanha e a China institu-íram em 2011 um mecanismo de “consultas inter-governamentais”, que reúne uma vez por ano, em Ber-lim ou em Pequim, alternadamente.

Na primeira entrevista desde que assumiu a presidência da Câmara de Comercio e Industria luso-Chinesa (CCIl-C), há cerca de um ano, Marques da Cruz defendeu também

a China lançou a pri-meira embarcação da

nova classe de fragatas Stealth (que conseguem escapar à detecção elec-trónica) equipadas com mísseis para substituir os modelos mais antigos e aumentar a capacidade do país para realizar patrulhas e escoltar navios e subma-rinos nas águas em disputa nos mares do Sul da China e da China oriental.

a primeira embarcação do grupo foi entregue an-teriormente à Marinha na segunda-feira em Xangai, que abriga um dos maiores complexos de estaleiros navais, de acordo com um

agência de notícias Xinhua e o site da Marinha.

o recém-promovido comandante da Marinha, Wu Shengli participou na cerimónia de entrega da fragata, afirmou a Xinhua, o que é um indicador da importância dada à missão dos novos navios.

as embarcações, que também conseguem trans-portar helicópteros, apre-sentam um design sofis-ticado para serem mais silenciosas e mais difíceis de serem detectadas por radar. Para além disso, as fragatas estão armadas com mísseis anti-navio e explosivos antiaéreos.

Precisam de uma tripula-ção de apenas 60 pessoas, menos dois terços que os navios mais antigos, uma grande vantagem que deve aumentar a eficiência e ali-viar os custos de formação e recrutamento.

até agora, a Marinha permaneceu distante das ilhas disputadas pela China com outros países, a fim de evitar novas tensões. No entanto, Pequim não es-conde o desejo de ampliar o alcance da sua capacida-de naval. a Marinha tem recebido um tratamento considerável no que diz respeito à modernização militar da China.

MaIS de 140 laureados com o Prémio Nobel,

liderados pelo arcebispo Des-mond tutu, instaram ontem a China a libertar o Nobel da Paz liu Xiaobo, um activista preso por subversão desde 2009, noticia a aFP.

Numa carta também as-sinada por 400.000 pessoas de mais de 130 países, os laureados apelam ao próxi-mo presidente da China, Xi Jinping, para libertar liu e a sua mulher liu Xia, que não foi formalmente acusada mas está em prisão domiciliária.

a petição foi entregue nas embaixadas chinesas e missões diplomáticas em Hong Kong, Nova Iorque, Paris, Berlim

João Marques da Cruz defende entendimento estratégico a todo o tempo

Portugal e China deviam ter “cimeiras regulares”

China lança primeira fragata Stealth

Maior capacidade navalNobel da Paz instam à libertação de Liu Xiaobo

Nas mãos de Xi Jinping

que “um Portugal forte em relações extra-europeias torna-se mais forte dentro da própria Europa”. “o século XXI vai ser o século da Ásia, e da China em particular”, salientou.

actual administrador executivo da EDP, formado em Economia, João Marques da Cruz quer igual-mente “transformar a CCIl-C numa verdadeira plataforma entre as empresas dos dois países” e num “interlocutor dos dois governos para projectos comerciais e de in-vestimento”. “Estamos a trabalhar com o aICEP sobre a possibilidade de a CCIL-C emitir certificados de origem dos produtos, o que facilita-ria as exportações”, exemplificou.

Criada em 1978, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois paí-ses, a CCIl-C tem hoje cerca de 200 sócios. “tradicionalmente, a Câmara era só uma associação das empresas portuguesas que queriam fazer negócios na China, mas a nossa aposta é atrair também grandes empresas chinesas”, disse Marques da Cruz.

a China three gorges, que se tornou o ano passado o maior accionista da EDP, já é sócia e o Banco da China e a China State grid poderão vir a entrar ainda este no, indicou o presidente da CCIl-C.

E a CCIl-C, que já tem uma de-legação em Macau, espera também abrir um escritório permanente na capital da China. “a abertura de uma delegação em Pequim é algo de essencial e está no nosso plano para o mandato, que é de três anos”, disse o presidente da CCIl-C.

a China já é o terceiro mer-cado de Portugal fora da Europa, a seguir a angola e aos Estados unidos, realçou o presidente da Câmara de Comércio e Indústria luso-Chinesa (CCIl-C), João Marques da Cruz, acerca do desen-volvimento das relações bilaterais. “ao contrário do que a grande maioria dos portugueses deve pensar, actualmente já exportamos mais para a China do que para o Brasil”, disse Marques da Cruz à agência lusa em Pequim.

“Isto é um fenómeno da última década. Há dez anos, a China não estava sequer no ‘top 10’ das nos-sas exportações extra-europeias”, acrescentou.

Na primeira entrevista desde que assumiu a presidência da CCIl-C, há cerca de um ano, Marques da Cruz considerou Ma-cau “um activo que Portugal deve valorizar”, mas defendeu que as relações luso-chinesas “não se podem esgotar” naquele território.

Portugal devia ter um “acordo de entendimento estratégico” com a

China, idêntico ao que une Pequim a Berlim, com cimeiras regulares entre os dois governos, disse.

as exportações portuguesas para a China duplicaram nos últi-mos dois anos, somando 1,128 mil milhões de euros em 2012.

Membro do Conselho de ad-ministração executivo da EDP, nascido em 1961 e formado em Economia, Marques da Cruz foi o último presidente do ICEP, orga-nismo extinto em 2007 e que deu origem à actual aICEP (agência para a promoção do Investimento e Comercio Externo de Portugal).

ao longo da sua carreira de gestor, já foi presidente da Com-panhia de Electricidade de Macau (CEM) e conhece a China há mais de vinte anos.

Questionado sobre os conse-lhos que daria aos empresários interessados em fazer negócios na China, Marques da Cruz destacou: “É preciso conhecer melhor o país, não olhar para a China como um todo e escolher um bom parceiro”. “a China não é um mercado, são muitos mercados. É preciso fazer negócios cidade a cidade, província a província (…).tentar ir para a China sem um bom parceiro é um erro”, afirmou.

No plano bilateral, Marques da Cruz considerou que a decisão do governo português de vender 21,35% das acções da EDP à Chi-na three gorges, em Dezembro de 2011, é “um marco” e “terá um efeito multiplicador”. “Não houve nenhuma discriminação e Portugal mostrou que é um país que acolhe investimento não europeu”, salientou.

a entrada daquela empresa estatal chinesa no capital da EDP foi também um dos maiores inves-timentos da China na Europa, no valor de 27 mil milhões de patacas.

e londres. “Esta flagrante violação do direito básico ao devido processo legal e livre expressão deve ser tornada pública e confrontada pela comunidade internacional”, disse o Prémio Nobel arcebispo Desmond tutu na petição.

laureado com o Prémio Nobel da Paz em 2010, liu está a cumprir uma pena de prisão de 11 anos por incita-mento à revolta.

o activista, que já tinha estado na prisão por en-volvimento nos protestos pró-democracia em 1989 na praça tiananmen, foi con-denado em 2009 por ter sido co-autor de um manifesto a favor de mudanças na China.

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quinta-feira 28.2.2013www.hojemacau.com.mo8 reportagem

António Chang abandona lavandaria com 80 anos por falta de mão-de-obra

A tradição subjugada à economia efervescenteConduzia o negócio há 58 anos mas nas mãos da família estava há mais de 80. A “Lavandaria e Tinturaria Ha Wa”, segunda casa de António Chang, vai fechar os portões na Rua dos Mercadores. Hoje, a idade não lhe permite lutar por mais, a mão-de-obra teima em não bater à porta e já não há quem queira dar continuidade ao comércio tradicional

Cecília Lincecí[email protected]

Rita Marques [email protected]

Foi em português que o senhor António fechou as portas da sua loja ontem ao final da tarde.

Foi a penúltima vez que aqueles portões rangeram. Na manhã de hoje, quando deixarem entrar o sol, será a última vez que servem de porta de entrada à Lavandaria e Limpeza a seco Hau Wa, uma oficina que vivia há mais de 80 anos na Rua dos Mercadores e serviu de segunda morada ao seu actual dono, uma criança então.

Num português quase per-feito, apreendido em dois

anos no Colégio Dom Bosco, António - nome que lhe deram nas aulas de língua portuguesa - falou com o Hoje Macau, em género de agradecimento à clientela lusa - quase 30% dos clientes habituais - a quem não irá prestar mais serviços. As razões? A falta de recursos humanos e de gente nova com vontade de dar conta do serviço, como em tantos outros negócios tradicionais. “Os empregados não chegam [para dar conta do trabalho] porque durante o Verão faz muito calor e como sai muito vapor as pessoas não gostam de trabalhar aqui, além de que não ganham muito di-nheiro. É verdade”, reconhece, sem preconceitos, António Chang de 73 anos.

o negócio ia, por isso, bem encaminhado. Ultimamente eram nove os empregados a dar conta dos recados mas não chegavam. “Precisava de pelo menos 12 trabalhadores”, garante.

E, admite também, não

consegue dar emprego com os mesmos atractivos das profissões da nova economia. Não há todo o conforto, a oferta salarial não é sedu-tora mas, em contrapartida, a fidelidade e o carinho dos clientes e moradores traziam

uma engrenagem mais colo-rida ao trabalho.

CLienteLA fieLEnquanto fala com o nosso jornal, são alguns desses clientes - talvez até amigos - que o cumprimentam, brin-cam com a sua nova popula-ridade (há outros jornalistas chineses que se juntam ao encontro) e expressam o seu agradecimento para com o serviço da Hau Wa. “Ainda havia [muitos clientes]. Mas a vida é assim”, desabafa, sem ressentimentos e com muitos sorrisos à mistura.

Wong, um senhor de meia--idade, é uma das pessoas que expressa o seu pesar. Com a notícia do fim da loja do

Peças servem a exposição do IACM“Têm três décadas e vieram da América”, explica António Chang, referindo-se às máquinas tradicionais de passar a ferro. Sobre a máquina de limpeza a seco não sabe precisar a idade mas garante que veio da Alemanha. Estas peças, juntamente com uma relíquia que servia para reparar meias de nylon ou os velhos cabides de madeira, vão juntar-se aos cerca de 400 itens que o Governo colectou de lojas clássicas no centro da cidade para fazerem agora parte da memória colectiva, a partir de exposições que irão ser organizadas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) em bibliotecas. “Agora vão lá para o Leal Senado, já as doámos. Para nós é lixo para eles é arte”, sintetiza Chang.

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9quinta-feira 28.2.2013 www.hojemacau.com.mo reportagem

António Chang abandona lavandaria com 80 anos por falta de mão-de-obra

A tradição subjugada à economia efervescentesenhor António, vai perder boa parte das suas memórias de infância. “Já sou cliente desta loja há muito tempo, desde quando ainda era um miúdo. A loja não é só uma loja tradicional mas apresenta um serviço com qualidade.”

O verbo vem no presen-te mas, não há volta a dar, a loja passou a fazer parte da história do comércio tradicional de Macau. Hoje encerra definitivamente, embora ainda haja clientes que podem levantar as suas encomendas, contactando Chang através do telefone que na sexta-feira afixará no gradeamento da loja.

Ninguém parece satisfeito com o encerramento, conta

António, de certa forma or-gulhoso. “Têm muita pena. Eles gostam muito desta loja porque trabalhamos bem e o preço não é caro. Agora não sabem onde vão tratar a roupa tão bem como aqui”, explica, rindo-se, resignado e com a naturalidade despretensiosa que a idade lhe trouxe. “Tam-bém fico triste. Mas já tenho 73 anos. Agora estou muito velho, já não posso trabalhar muito. A vida é assim.”

Sem continuidAdeAs tábuas de passar a ferro já estão frias, a máquina de limpeza à seco já não gira, quase todos os trabalhadores partiram, faltam as últimas despedidas - a entrega das

encomendas - e o testemunho será passado. Será trespassa-do. E já há interessados. Mas António Chang sabe que não há alguém disposto a dar continuidade ao negócio. Não é rentável, como outros. E, mais uma vez, não há quem queira contribuir para o comércio tradicional. “A renda das lojas nesta zona é cada vez mais alta e os jovens não querem participar nos sectores tradicionais. Tudo isso não são situações boas”, desabafa assim Wong.

“Já se mostraram inte-ressados mas ainda é cedo.

Ainda estou a libertar-me do negócio. Não sei que tipo de negócio será. Talvez farmácia, telefones, não sei.”

É assim uma herança que se perde. “Há pessoas que vinham aqui desde criança, há já muito tempo, quando

isto era do meu pai e da minha mãe”, recorda.

negócio fAmiliArSe não foi a primeira, foi uma das pioneiras. Agora, a lavandaria Hau Wa já não tinha concorrência no centro de Ma-

cau, e tornou-se um ponto de referência ali junto ao Mercado Municipal de São Domingos. “Tanto quanto sei, já só há uma ali para a zona do Mercado Vermelho”, esclarece.

A loja data de 1937, altura em que o seu pai e mãe funda-ram um negócio familiar. “Só eles os dois é que trabalhavam aqui porque naquela altura não havia muito negócio. Mas de-pois de 1945, quando acabou a 2.ª Guerra Mundial, começou a melhorar. Começaram a adqui-rir mais máquinas e contrataram mais empregados”, conta.

O pequeno António cres-ceu entre o cheiro a lavado e brincou por entre as brumas dos vapores que faziam a en-gomadora sua mãe. Contudo, só mais tarde, com 16 anos, é que colocou as suas mãos ao serviço da família. “Acabei de estudar em 1955 e o meu pai pediu-me ajuda. Saí da escola e vim ajudá-lo”, recorda.

Aqui começou a sua jornada laboral que durou 58 anos. Um compromisso de vida, portanto, pelo qual agora já não tem forças para lutar. Mas está rijo. Garan-tiu as suas economias e agora, acredita, vai poder descansar ainda com saúde depois de uma vida de trabalho.

À geração seguinte, infeliz-mente, não conseguiu transmitir as alegrias deste primeiro amor, ao ponto de o quererem manter vivo. “Tenho duas filhas mas não querem este negócio”, diz, compreendendo as razões macroeconómicas que hoje as movem. Mudam-se os tem-pos, mudam-se as vontades. E, actualmente, querem-se garantir a satisfação de novas necessidades.

O casal Wong ajuda Antó-nio Chang a arrumar a casa. A ele deixam palavras de agradecimento. “Trabalha-mos aqui há mais de 30 anos e nunca fiz outros tipos de traba-lho. A minha esposa participa desde há sete anos atrás. Como agora não vamos trabalhar mais, estamos a tentar arranjar novos trabalhos. Seja como for, neste momento vamos fazer uma viajam primeiro e ter o descanso merecido. Agradecemos o cuidado do padrão nestes anos todos”, indica o senhor Wong.

Retratos do comércio tradicionalChan Hin Io foi um dos fotojornalistas que ontem tirava retratos à “Lavandaria e Tinturaria Hau Wa” e a António Chang. Natural do continente, fez já exposições no Centro Cultural de Macau, em 2009, e publicou um livro de fotografias antigas em 2011. Mas que imagens são essas? “Já ando a tirar fotos de Macau antigo há anos. Quando cheguei a Macau pela primeira vez senti que era um lugar muito especial. Tem

uma cultura diferente, muito diferente da China Continental porque junta o tradicional e o moderno, o ocidental e o oriental”, explica, retratando uma fusão difícil de caracterizar. “É pena esta loja fechar e que outras lojas tradicionais tenham o mesmo destino. Já era cliente desta loja há muito tempo.” Mas, na verdade, este é o trabalho que agora o move. Captar os momentos finais do comércio antigo.

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quinta-feira 28.2.2013vida10 www.hojemacau.com.mo

O Japão vai conti-nuar a caçar ba-leias, actividade “que faz parte da

cultura” japonesa, indicou esta terça-feira o ministro da Agricultura e Pescas, depois de vários incidentes que opuseram nos últimos dias pescadores nipónicos e defensores dos cetáceos.

“É uma cultura e uma longa tradição histórica. O Japão é uma ilha, toma boas proteínas do oceano, impor-tantes para a alimentação. É muito importante para a segurança alimentar”, de-clarou Yoshimasa Hayashi, numa entrevista à agência noticiosa francesa AFP.

Questionado sobre se o Japão podia considerar o fim, a longo prazo, desta actividade, contestada por um grande número de pa-íses, Yoshimasa Hayashi respondeu: “Não creio”.

Para Hayashi, as críticas

UmA quantidade equi-valente a 125 mil doses

letais de cianeto de sódio vazou de uma fábrica no norte do Japão, na sequência de um acidente, mas a neve tem absorvido a maior par-te do químico derramado, informou ontem a empresa que opera a unidade.

Pelo menos cinco tone-ladas de cianeto de sódio líquido vazaram de um tan-que de uma fábrica gerida pela Kurosaka Plating Co., em Hanamaki, no norte do Japão, esta terça-feira. “Fe-lizmente, a neve absorveu a maior parte do líquido e nós temos conseguido recolher a neve contaminada”, afirmou fonte da empresa, citada pela AFP, ao frisar que o líquido vertido não chegou a alcançar um rio que corre nas imediações e que, até ao momento, a operadora não foi notificada de qual-quer impacto ou eventual

Os ministros europeus da agricultura e das

pescas chegaram, na ma-drugada desta quarta-feira, a um acordo para proibir a prática de devolver ao mar peixes que as embarcações capturam a mais nas suas redes. mas há excepções.

Normalmente, peixes que não são a espécie-alvo da pesca, que estão abaixo do tamanho mínimo de captura ou que superam as quotas de pesca são deitados no mar, com pouca possi-bilidade de sobrevivência.

A partir de 1 de Janeiro 2014, esta prática será gene-ricamente proibida para os peixes pelágicos, que vivem na coluna da água, e não no fundo – como a sardinha. A proibição estende-se para outras espécies de peixes nos anos seguintes, até 2019. Quando tudo estiver em vigor, as embarcações deverão, em regra, trazer

Japão vai continuar a caçar baleias, afirma ministro

Agora e sempreNeve absorve toneladas

de cianeto de sódio derramadas

são Pedro ajuda

internacionais contra o Ja-pão “são ataques culturais, preconceitos relativamente à cultura japonesa”.

Em alguns países, “co-me-se cão, na Coreia, por exemplo, na Austrália, come-se canguru. Os ja-poneses não comem estes animais, mas também não pedem a esses países que deixem de o fazer, pois

sabem que isso pertence a essa cultura”, argumentou.

sobre a Comissão Bale-eira Internacional (CBI), a posição japonesa “nunca se alterou”, por isso o ministro considerou que o Japão não vai parar a caça à baleia.

Os baleeiros japoneses e os navios da associação ecologista “sea sheperd” confrontaram-se mais uma

União Europeia Todos os peixes capturadosdeverão ser trazidos para os portos

Ministros aprovam fim das descargas no mar

problema relacionado com o derrame.

A fuga ocorreu quando os trabalhadores estavam a ten-tar remover neve acumulada no local, afectado por um severo inverno, acabando por danificar uma válvula do tanque onde se encontrava armazenado o químico.

Um litro deste líquido, utilizado para remover de-pósitos de níquel de superfí-cies, é suficiente para matar 25 pessoas.

vez, na segunda-feira, nas águas da Antárctida.

O Japão mantém a caça à baleia, devido a uma ex-cepção da CBI em relação à caça para fins de pesquisa, apesar da carne dos ani-mais terminar à venda nos mercados.

O organismo interna-cional proíbe qualquer tipo de caça comercial.

para os portos todos os peixes capturados, mesmo os que não poderão vender.

Há no entanto excep-ções, sendo permitido nal-guns casos uma determinada percentagem de capturas laterais – 9% nos próximos dois anos, 8% nos dois anos seguintes, até chegar a um mínimo de 7% em 2019.

Portugal é um dos países que se opôs à proibição total de descargas de peixe

no mar, argumentando com a especificidade da pesca nacional. O raciocínio que o Governo vinha apresen-tando em Bruxelas é o de que num país ou região em que a actividade se concen-tre sobre poucas espécies, será mais fácil controlar as capturas acidentais através de alterações técnicas nas artes de pesca. mas, para Portugal, onde a pesca é muito variada, isto seria mais difícil, e sempre haverá capturas indesejadas.

A proibição das capturas indesejadas é uma das princi-pais novidades de uma ampla reformulação da Política Co-mum das Pescas, que estão em discussão entre o Conselho, a Comissão e o Parlamento Eu-ropeu. No princípio do mês, o Parlamento aprovou uma série de emendas à proposta da Co-missão Europeia. ministros e eurodeputados terão agora de chegar a uma versão comum.

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quinta-feira 28.2.2013 11www.hojemacau.com.mo cultura

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Website: www.acm.edu.mo

AVISOCONCURSO PÚBLICO N.º 4/P/2013

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 4 de Fevereiro de 2013, se encontra aberto o Concurso Público para “Fornecimento de Três Viaturas com Lotação de 15 Lugares aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 27 de Fevereiro de 2013, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.º andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de $28,00 (vinte e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 27 de Março de 2013. O acto público deste concurso terá no dia 28 de Março de 2013, pelas 10,00 horas, na sala do “Museu” situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de $22 800,00 (vinte e duas mil e oitocentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Fevereiro de 2013.

O Director dos Serviços Lei Chin Ion

O intelectual francês Stéphane Hessel, autor do ‘best--seller’ “Indignai-

-vos”, morreu durante a noite aos 95 anos, anunciou ontem a sua mulher.

O antigo diplomata e ex--combatente da resistência francesa à ocupação alemã “morreu durante a noite”, disse à AFP Christiane Hessel-Chabry.

Stéphane Hessel, di-plomata de origem alemã, foi membro da Resistência Francesa, torturado pela Gestapo e preso num campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial.

O Albergue SCM apresenta desde ontem uma Exposição de fotogra-

fia de Manuel Carvalho. O conjunto de fotos tiradas entre 2009 e 2013, durante os anos do diplomata em Macau foi se-leccionado por séries. China, incluindo Macau e Hong Kong; Fora da China, incluindo alguns países asiáticos e Por-tugal; Vida em Movimento, registando algumas facetas da relação com as motas e outros veículos; Dizeres, reflectindo sobre como comunicamos em espaços públicos.

Tratando-se de instantâneos, as imagens são apresentadas na sua na-turalidade, com poucos ou nenhuns retoques de computador. Podem não ser

perfeitas na formatação, na focagem ou na exposição, mas todas traduzem um momento saliente e a partilha do olhar duma pessoa comum que, por circuns-tâncias profissionais, por vezes teve acesso a situações especiais, informa o comunicado de imprensa da organização.

Manuel Carvalho nasceu em Lisboa em 1960. Trineto de João Francisco Ca-macho, um dos pioneiros da fotografia, quis ser pintor e arquitecto, mas acabou em Direito. Como diplomata trabalhou em Lisboa, Viena, Bruxelas, Cabo Verde, e actualmente em Macau e Hong Kong, onde é Cônsul-geral de Portugal. A mostra estará presente no Albergue até ao próximo dia 1 de Março. - J.C.M.

O personagem de banda desenhada Robin, filho de

Batman na nova série do super--herói, vai morrer na história “Batman incorporated”, indica a página da Internet do jornal New York Post.

O personagem, companheiro de Batman desde 2006 e agora filho de Batman na nova série, é na verdade Damian Wayne, de dez anos idade, filho de Bruce Wayne - Batman - o milionário por detrás do homem-morcego. “Ele salva o mundo. Faz o seu trabalho e morre como um herói absoluto”, afirma Grant Morri-son, um dos autores da história, numa entrevista exclusiva ao jornal New York Post.

Na capa da nova edição da HQ é revelada a imagem de Robin envolvido num manto preto, parecido com a capa de Batman, onde se pode ler a sigla R.I.P. (em português, “descanse em paz”) e ver a letra “R” (de Robin) estilizada com o logótipo do herói.

Não é o primeiro Robin a morrer na história de quadradi-nhos. O personagem Jason Todd foi morto pelo Joker em 2005.

Não se sabe se Robin vai ser substituído, mas, segundo Grant Morrison, “nunca se pode dizer nunca em banda desenhada” e, acrescenta, o “Batman vai ter sempre um companheiro”.

Carnaval do Brasileste sábado no McSorley’sO bar McSorley’s, situado no Venetian, apresenta este sábado a partir das 23h uma festa brasileira que promete ir pela noite dentro. O calor do carnaval do Brasil vai ser espalhado ao som de batucada, forró, pagode, axé e muito samba, para além de outros sons brasileiros, latinos e das Caraíbas. A noite, que pede fatos de fantasia, conta com as actuações ao vivo do Grupo Dança Brasil, do DJ Clovis e do percussionista Julian Ortiz. A iniciativa organizada pela ONE8ONE Ent. tem o apoio da Casa do Brasil em Macau e da FogoSamba, entre outros. A entrada para a festa brasileira, que se adivinha com muito divertimento, custa 100 patacas com direito a uma bebida.

Morreu Stéphane Hessel, autor do best-seller “Indignai-vos”

Fonte de inspiração

Fotografias de Manuel Carvalho no Albergue

Instantâneossem “photoshop”

Robin morre no final de nova história de Batman

Descanse em paz

É autor dos livros “Indignai-vos!” (2010) e “Empenhai-vos!” (2011), que venderam milhões de exemplares em todo o mun-do e que inspiraram os mo-vimentos dos “Indignados” em vários países, sobretudo no Sul da Europa.

Nascido em Berlim em 1917, cedo foi viver para Fran-ça com a família, tendo obtido a nacionalidade francesa. A origem judaica obrigou-o a abandonar o país aquando da ocupação nazi, para se juntar à Resistência liderada por De Gaulle em Inglaterra.

Em 1944, foi preso em ter-ritório francês e enviado para

campos de concentração nazis, de onde conseguiu evadir-se. Após o fim da guerra, iniciou uma longa carreira diplomática e representou a França junto das Nações Unidas.

Homem de esquerda e eu-ropeísta convicto, Stéphane Hessel era até hoje o único redactor ainda vivo da Decla-ração Universal dos Direitos do Homem, de 1948.

Em 2010 publicou o pe-queno manifesto “Indignai--vos”, um sucesso de vendas traduzido para 25 países, incluindo Portugal. Só em França, o livro vendeu mais de dois milhões de exem-plares.

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quinta-feira 28.2.2013desporto12 www.hojemacau.com.mo

O Sporting - FC Porto do pró-ximo sábado, a contar para a

21.ª jornada da I Liga, não passa ao lado da campanha eleitoral dos “leões”, cujo ato eleitoral está marcado para dia 23 de Março.

Carlos Severino, can-didato à presidência pela lista A, não gostou de ouvir o treinador Jesualdo Fer-reira criticar Rui Patrício e Wolfswinkel no final do encontro com o Estoril, du-rante o qual o guarda-redes cometeu um penálti e o segundo falhou a conversão de um castigo máximo.

O antigo director de co-municação do clube disse que não percebeu a ideia do técnico e deixou-lhe duras críticas em resposta ao afirmar: “Toda a gente sabe que o Jesualdo não é sportinguista, também não é portista, mas, lá, fez bom trabalho. E aqui também tem de fazer. Nós não queremos infiltrados”.

O Real Madrid desfor-rou-se da eliminação

frente ao Barcelona nos quartos-de-final da época passada ao vencer em Camp Nou, por 3-1, rumo à final com um total de 4-2 e estabeleceu novo recorde ao estar pela 38.ª vez no encontro decisivo de atri-buição do troféu.

A equipa da casa co-meçou bem e Lionel Messi esteve perto de inaugurar o marcador no início do encontro, mas os catalães foram surpreendidos em contra-ataque aos 13 minu-tos. Gerard Piqué derrubou Cristiano Ronaldo dentro

da área e o atacante por-tuguês converteu a grande penalidade, tornando-se no primeiro jogador a marcar em seis “Clásicos” conse-cutivos fora.

Messi voltou a estar de novo perto do golo na conversão de um livre e o Barça continuou a pressionar no início do segundo tempo, enquanto os visitantes apostavam no contra-ataque, com Fábio Coentrão a obrigar José Manuel Pinto a boa defesa. O jogo ficou decidido na sequência de mais uma jogada rápida, em que Ronaldo (57) bisou depois

de Pinto não ter consegui-do segurar um remate de Ángel Di María.

Os “merengues” não es-tavam satisfeitos e Raphaël Varane (68) subiu mais alto para desviar para a baliza um pontapé de canto de Mesut Özil, antes do Bar-celona reduzir no último minuto graças a Jordi Alba.

A equipa de José Mouri-nho vai defrontar o Atlético de Madrid ou o Sevilha na final de 18 de Maio, numa altura em que o clube do português Tiago dispõe de uma vantagem de 2-1 na segunda mão, agendada para esta quarta-feira.

Eleições no Sporting Candidatos falam do jogo com o FC Porto

Clássico não passa ao lado

Catalães desvalorizam vitória de madrilistas

Real Madrid afasta Barcelona em Camp Nou

Bruno Carvalho, candi-dato à presidência pela lista B, dedicou o dia de ontem a reuniões com apoiantes e parceiros, sendo certo que em relação aos próximos dias marcará presença sá-bado, em Alvalade, durante o clássico.

José Couceiro, candi-dato à presidência pela

lista C, já fez saber que confia muito na equipa para o clássico frente ao FC Porto, e pediu aos joga-dores para terem “atitude positiva sem medo de fa-lhar” enquanto aos adeptos lançou o desafio e pediu para apoiarem a equipa “pois Alvalade tem de voltar a ser a nossa casa”.

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13quinta-feira 28.2.2013 www.hojemacau.com.mo futilidades

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regras |Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3x3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição

Solução do pRoBlemado dia anTeRioR

Aqui há gato

Pu Yi

HoriZontais: 1-voar sem sair do mesmo sítio. atar, ligar. 2-maciço montanhoso do níger. produz. liga, une. 3-passar, decorrer rapidamente. a atmosfera. 4-Sucedido há pouco. 5-duas vogais. Cavidade em que entram os machos do leme de uma dobradiça. osmio (s.q.). 6-Rocha constituída por orgãos de areia fina. voz imitativa do som da campanhia ou sineta. 7-apelido. lisonjeai. profissão (Suf.). 8-acto de fariscar. 9-exprimir pelo som. esvaziam. 10-Cartilha para aprender a ler. grande doçura. Junta, soma. 11-gritar, gemer (gír.). Tinham conhecimento.

vertiCais: 1-Torcida envolvida em cera. pagam sisa. 2-pedagogo. Comandante de um corpo turco. nome da noz da cola, em África. 3-entraivecer. instrumento cortante com cabo. 4-Fazer refegos. 5-afixo (abrev.). nome de homem. 6-esmigalhem. espécie de avental, com mangas, para as crianças (pl.). 7-Redes de arrastar. nota musical. 8-Relativo ao etal. 9-navio de pequena lotação. Tornai oco. 10-indicação de limite. Cru (pref.). nome de mulher. 11-pouco densas. movam os remos.

Sala 19-9-81 [c](Falado em THai, legendado em CHinêS e inglêS)um filme de: disspong Sampattavanich, pirun anusuriya, pitak Ruangrojsin, SutCom: patthita attayatomwittaya14:30, 16.30, 19:30, 21.30

Sala 2jack the giant Slayer [3d] [b]um filme de: Bryan SingerCom: darren lemke, Christopher mcQuarrie, dan Studney, david dobkin14.30, 16.30, 19.30, 21:30

Sala 3lincoln [b]um filme de: Steven SpielbergCom: daniel day-lewis, Tommy lee Jones, Joseph gordon-levitt14:30, 18:15, 21:00

FeChemoSoS olhoSe ignoremoSA reAlidAdeir a hong Kong não é apenas um mero exercício de respiração e alivio contra os males de uma terra pequena – é sentir, muitas vezes apenas por intuição, que lá existe uma opinião pública a sério. Quanto aos motivos para ela quase não existir em macau, é uma coisa que ainda gostava de descobrir. Vivemos numa região onde os problemas existem e todos sabem disso, inclusivamente o governo. mas todos assobiam para o lado – nada fazem e, pior do que isso, continuam a fazer declarações públicas que arrepiam, dado o distanciamento que têm face à realidade. num jantar recente com a Associação geral das mulheres, o Chefe do executivo prometeu continuar a olhar pela população do sexo feminino e pela instituição que a representa, mas depois permite que se prossigam os trabalhos quanto a uma lei da violência doméstica que, no fundo, nada faz: os nossos governantes acham que a violência não pode ser um crime público, pelo que a violência pode acontecer em qualquer casa e ninguém pode denunciar. esta semana o hoje macau noticiou que os números da exploração sexual aumentaram no território, mas as autoridades têm vindo a prometer medidas, mas nada de concreto se observa. ontem, na apresentação dos resultados da criminalidade do ano passado, o secretário para a segurança, lau Cheok Vá, pediu desculpa pela actuação da policia durante a visita de Wu Bangguo, e lá atirou um “somos todos seres humanos e podemos errar”. Pois podemos, senhor secretário. mas não podemos permitir que as autoridades continuem a ter este tipo de atitudes, como, por exemplo, tirar cartas das mãos dos jornalistas, e depois dizer que foi tudo um mal entendido. macau vive assim, em permanente estado “está tudo bem, ignoremos as pequenas coisas”. mas não são pequenas. Acredito que um dia teremos uma opinião pública igual à de hong Kong. As pessoas irão para a rua gritar e protestar, mais do que já acontece. e aí, as autoridades chegarão à conclusão que a “harmonia” conseguida com a lei Básica é uma realidade que só chega a alguns.

Obrigaste-me a matar-te • ana isabel Fonseca, tânia Laranjoesta é a história de maria. Um relato na primeira pessoa de uma mulher que sonhou com um casamento perfeito e uma vida feliz ao lado de rui e viveu um verdadeiro pesadelo, entre quatro paredes, durante décadas. em silêncio, marcada no corpo e na alma pelas mãos, pontapés e palavras malditas do marido, assistindo à violência contra as suas filhas, incapaz de reagir, demasiado assustada, demasiado dependente... até ao dia em que a coragem suplanta a dor e a vergonha, pega numa arma, que mais cedo ao mais tarde a iria matar, e assassina o marido, o pai das filhas, o homem que jurou respeitá-la e amá-la, no cimo de um altar. Esta é a história da Maria, mas poderia ser da Ana, da Sofia, da Francisca, etc... em 2010 morreram quarenta e três mulheres vítimas de violência doméstica em Portugal, 29 delas já com queixas apresentadas às autoridades. As jornalistas Ana isabel Fonseca e Tânia laranjo lidam diariamente com casos de violência doméstica que acontecem todos os dias no nosso país. esta é uma viagem a um mundo de dor e sofrimento, de sentimentos e vergonha que não pode deixar ninguém indiferente.

o Primeiro aLquimistaa idade dO brOnze em POrtugal • sofia martinezQuando a jovem Breia recupera a consciência depara-se com Bran, o grande mestre fundidor da aldeia da Fraga, e Tor, o seu corajoso aprendiz. estes calcorreavam o vale em busca do precioso minério, para forjar machados de bronze. Breia assusta-se ante os dois estranhos. Sentia ainda o cansaço e o medo de ter sido perseguida durante dias por dois homens que a ameaçavam com os seus machados. Sentia as dores no corpo de ter caído naquele abismo, de onde nunca imaginara poder sair. mas, ao cruzar os seus olhos com os de Tor, Breia vê nele o seu porto de abrigo, o seu salvador. o mestre fundidor decide adoptar a jovem, que se recusa a dizer o seu nome e a revelar as suas origens, e leva-a para a sua pequena aldeia. Decide chamar-lhe Nan-tai e é com este novo nome que a jovem se adapta à sua nova vida. no entanto, tudo se complica quando o povo do norte vem à aldeia da Fraga para entregar Raina, a noiva de Binan, o filho do chefe da aldeia. O segredo de Breia seria finalmente descoberto.

JaCk THe gianT SlayeR

tdm13:00 Tdm news - Repetição13:30 Telejornal + 360º (diferido)14:45 RTpi diReCTo19:00 montra do lilau (Repetição)19:30 vingança20:30 Telejornal21:00 Tdm Talk Show21:30 perdidos Sr.622:10 escrito nas estrelas23:00 Tdm news23:30 Herman 201300:30 Telejornal (Repetição)01:00 RTpi directo

inFoRmação Tdm

rtPi 8215:00 Telejornal madeira15:35 Tec@net15:50 poplusa16:35 antiCrise17:00 Bom dia portugal18:00 decisão Final18:50 vingança19:35 grandes Quadros portugueses20:05 ler +, ler melhor 20:10 maternidade21:00 Jornal da Tarde22:15 o preço Certo23:05 ler +, ler melhor23:15 portugal no Coração

30 - FoX sports13:00 Chang World of Football 2012/13 13:30 The Football Review 2012-201314:00 Big Ten Conference Basketball 2012/13 michigan vs. penn State16:00 premier league darts 201317:30 Big Ten Conference Basketball 2012/13 michigan vs. penn State19:30 (live) Fox SpoRTS Central20:00 aBl Crossover 2013 20:30 Total Rugby21:00 The Football Review 2012-201321:30 global Football 2012/1322:00 Fox SpoRTS Central

22:30 Thursday Fight night with uFC

31 - star sports12:30 Sports max 2012/13 13:30 Smash 2013 14:00 vendee globe 2012/13 15:00 F1 Classics - 1998 British grand prix 16:00 F1 Classics - 2000 italian grand prix 17:00 Sports max 2012/1318:00 Rolex Fei World Cup Jumping 2012/1319:00 adidas Terrex adventure 201220:00 motogp World Championship 2012 - Highlights malaysian motorcycle grand prix21:00 HSBC Sevens World Series 2012/13-Highlights21:30 (live) Score Tonight 201322:00 aFC Champions league 2013 vegalta Sendai vs. Buriram united

40 - FoX movies13:00 Fright night14:45 limitless16:30 Stuart little18:00 Stuart little 219:20 Wall-e21:00 The artist22:45 Transporter: The Series23:35 Cruel intentions 3

41 - HBo12:00 Catwoman13:40 Batman Begins16:00 extremely loud & incredibly Close18:15 Two Weeks notice20:00 Cowboys & aliens22:00 dead mine23:40 Taking lives

42 - Cinemax12:15 Hollywood Homicide14:15 evil never dies16:00 a Covenant With death17:40 all-Star Superman19:00 attack Force20:30 vanishing on 7Th Street22:00 Boogeyman 23:25 machete

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quinta-feira 28.2.2013opinião14 www.hojemacau.com.mo

A solidariedade- Excelência, acha que o povo é inculto?- Nem pensar. Antes pelo contrário!- Então, porque razão quase todos os dias temos de aprender, através de cantorias, que a vila de Grândola é morena?- Que eu saiba as vilas não têm uma cor concreta.- Mas têm protestos, Excelência. Os seus ministros onde quer que se desloquem ou-vem das boas...- São campanhas, meu caro.- Mais parecem campanhas de desespero, revolta e de protesto contra o desemprego cada vez maior, contra o aumento das pro-pinas, contra a austeridade.- Campanhas organizadas. Não sei se reparou que em um dos protestos contra um ministro estava lá a gritar, como se fosse estudante, uma assessora do PCP na Assembleia da República.- Possivelmente também continua a estudar. Mas não está a tentar tapar o Sol com uma peneira, não Excelência?- Não, não estou. É imperioso que fique-mos intrinsecamente esclarecidos sobre os protestos que correm atrás dos membros do Governo.- Têm um significado contundente, não têm?- Têm o que têm. Por agora não passam de uma minoria que pretende dar a entender ao país que está em causa a grande parte do povo.- Ainda bem que falou em povo. É ou não verdade que é o povo quem mais ordena?- Sem dúvida. E, por isso, é que o povo votou em maioria num certo sentido!- Um sentido que já não parece ser o mesmo nos dias de hoje...- Nos dias de hoje o que se pode constatar é que estamos a enveredar pelas melhores opções.- Melhores, Excelência? Nos hospitais já

- Exemplos, Excelência? Muitos mais que os contentores que agora quer transferir de Lisboa para a Trafaria. Por exemplo, o imposto directo criado contra os pensionistas com capa de solidariedade.- A solidariedade tem de ser a base da retórica para encontrarmos uma solução promissora.- E porquê só aos pensionistas que descontaram uma vida inteira, Excelência?- Ora, porque será por aí que temos de atacar antes que eles morram...

da estre laCarlos M. Cordeiro

nem existem medicamentos para os doentes do foro oncológico.- Tratou-se de um lapso que parece já ter sido corrigido.- Parece-lhe, Excelência? Ou devia ter a certeza que a situação é grave porque nos hospitais recebem instruções do seu gabi-nete para que os cortes nos gastos seja uma realidade?- Não, desculpe. Há muitos cortes que são necessários à recuperação económica do país, mas obviamente com a saúde não se brinca...- Optou pela ironia ou está mesmo conven-cido que tudo vai bem no reino da saúde? Não se apercebeu ainda que já temos uma saúde para ricos e outra para pobres?- Sempre aconteceu.- Mas tudo se agravou quando se pretende

acabar com o Serviço Nacional de Saúde. Já tem soluções para evitar a doença militar?- Não entendo, desculpe?- Os militares sentaram-se à mesa em grande número numa manifestação de desagrado ao ponto de afirmarem que está em causa a possível desarticulação das Forças Armadas. Não lhe parece que com os militares também não se brinca?...- Sim, mas o desagrado dessa classe não tem razão de ser por estarmos perante gente privilegiada.- Privilégios que têm sido reduzidos paula-tinamente, Excelência. Quer ou não acabar com as Forças Armadas e criar uma polícia nacional militarizada?- Esses rumores não têm sentido se aten-dermos que ainda há bem pouco tempo comprámos submarinos.- Um caso bicudo.- Como diz?- Um caso que tudo indica ter tido contornos de corrupção a atingir números palpitantes. Na Alemanha, país de origem dos submari-nos, a justiça actuou até à prisão de agentes negociadores do processo. Acha que a defesa do país poderá ser feita apenas tomando em conta a existência de dois submarinos? A nossa guerra é contra quem?- Para responder à sua pergunta teríamos de nos situar em acordos bilaterais internacio-nais, na NATO e nas missões a que temos sido solicitados, nomeadamente, na Bósnia.- Sendo assim, Excelência, podemos concluir que há dinheiro e o discurso que nos tem sido apresentado é que as carências finan-ceiras são mais que muitas. Não considera anti-social e desumano que os pensionistas continuem a ver o seu pecúlio reduzido constantemente?- Medidas provisórias.

- Provisórias que à boa maneira portuguesa poderão ser ad eternum...- Não será bem assim. Verá que em 2015 já estaremos com uma situação completamente diferente.- Para pior, Excelência?- Não, não. Para muito melhor. Não se esqueça que temos cumprido as medidas preconizadas pelo memorando com a troika e que temos recebido os maiores encómios de entidades credíveis da alta política.- Como da senhora Merkel, Excelência?- Não só. Veja-se a presidente do FMI e outros responsáveis que se pronunciaram favoravelmente ao que temos levado a efeito.- Como a cambalhota do seu ministro das Finanças que já anunciou que vai pedir mais um ano para o cumprimento das metas acordadas com a troika.- Vale mais tarde do que nunca.- Tardiamente, Excelência, o que já provo-cou muita desgraça. Ainda sobre os cortes, o povo não compreende como pode tomar medidas que indicam inconstitucionalidade.- Como por exemplo?- Exemplos, Excelência? Muitos mais que os contentores que agora quer transferir de Lisboa para a Trafaria. Por exemplo, o im-posto directo criado contra os pensionistas com capa de solidariedade.- A solidariedade tem de ser a base da retórica para encontrarmos uma solução promissora.- E porquê só aos pensionistas que descon-taram uma vida inteira, Excelência?- Ora, porque será por aí que temos de atacar antes que eles morram...

* Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência.

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15opiniãoquinta-feira 28.2.2013 www.hojemacau.com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Cecilia Lin; Joana Freitas; José C. Mendes; Rita Marques Ramos Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Fernando Eloy; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; David Chan; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; José Pereira Coutinho, Leocardo; Maria Alberta Meireles; Mica Costa-grande; Paul Chan Wai Chi; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva ([email protected]) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail [email protected] Sítio www.hojemacau.com.mo

Não podemos esperar que o Governo resolva o problema do “esgotamento” da cidade por artes mágicas, alargando a via pública ou dispondo o pavimento em camadas, de forma a que todos coubessem

uem conheceu macau ou vive no território pelo menos desde antes do recente “boom” económico deve-se lembrar bem como era muito mais fácil andar na rua, de como havia mais espaço. A propor-ção de passeio por cada habitante

era maior. Actualmente a nossa querida cida-de está sobrelotada, esgotada, estrangulada. está mais apertada, não no bom sentido, e a muitas horas do dia em nos locais onde passamos diariamente é quase impossível abrir os braços sem dar um safanão em dois ou três outros transeuntes. O lado mais ne-gativo de tudo isto é que apesar de nos ter sido retirado espaço, o que sobra está cada vez mais sobrevalorizado. Temos menos, pior, e ainda por cima mais caro.

Falei com algumas pessoas que viveram no território há vários anos e que recentemente regressaram, em trabalho ou apenas de pas-sagem, e a opinião é generalizada: “Isto está muito diferente!”. Alguns dizem-no em tom de desabafo, outros dizem-no com incrédulo espanto. Não tenho dúvidas que todos concor-dam que é muito mais difícil movimentar-se pela cidade, e chega a ser mesmo cansativo e desgastante. muitas vezes é quase impossível chegar-se de um ponto ao outro sem ficar à beira de um ataque de nervos. Os feriados do Ano Novo em meados deste mês foram bem prova disso, com multidões apinhadas nas principais artérias do centro comercial e histórico do território, um cenário que há alguns anos poucos imaginavam. mas ali estava – era virtualmente impossível largar um alfinete sem espetar ninguém.

Não tenho qualquer problema com o progresso ou com o desenvolvimento, nem me incomoda ter perdido o conforto de poder chegar rapidamente a pé a qualquer ponto da cidade, como antigamente. mas se por um lado o comércio e a economia benefi-ciaram com esta mudança, a qualidade de vida ressentiu-se. macau não acompanhou o seu crescimento com estruturas e serviços que mais facilmente nos adaptassem à nova realidade. Quem pensa que os períodos fes-tivos de maior afluência de turistas são “uma excepção” e não determinam a capacidade do território em receber visitantes, engana-se: é no limite que se testam as capacidades.

Não serei o único que se queixa deste problema, que afecta a população em geral, e esta gente de Macau tem dificuldade em lidar com este aperto e com a azáfama de uma grande cidade que até há alguns anos era vista pela malta aqui ao lado em Hong Kong como um “simpático e sossegado arrabalde”. Os residentes queixam-se sobretudo de uma

…e muitos mais caberãopresença excessiva de turistas da grande China, mas não será apenas por culpa destes que as coisas estão como estão. Não alinho nesse diapasão de considerar os visitantes do continente responsáveis, mesmo que em parte, pelo prejuízo da qualidade de vida da população de macau. Antes pelo contrário: são eles quem produz a maior parte das receitas e deveríamos estar preparados para os receber. e quantos mais, melhor.

Quem vive em macau e faz por aqui a sua vida tem também uma quota de responsabili-dade no estado de caos em que muitas vezes o território se encontra. muitos naturais de Macau estão a ter dificuldades de adaptação ao facto de viver numa cidade diferente daquela que os viu crescer. Alguns comportamentos persistem teimosamente apesar da nova realidade nos exigir que nos tornemos mais disciplinados, organizados, e acima de tudo mais civilizados. Já não é possível conviver com milhares de outras alminhas que ocupam este espaço já por si tão escasso da mesma forma que há dez ou vinte anos. É preciso mudar de atitude e encarar a nova realidade.

Não são poucas as vezes que nos deparamos com situações de bradar aos céus, resultantes de

hábitos já enraizados mas que contudo podiam ser, digamos, “reformados”. Falar ao telemóvel ou mandar mensagens sem tomar atenção por onde se anda, parar o veículo à porta das casas de pasto para comprar o pequeno almoço, provocando engarrafamentos e as sempre de-sagradáveis buzinadelas, atravessar nos sinais vermelhos ou fora das passadeiras, são apenas alguns dos “vícios” de uma extensiva lista de comportamentos que se podiam muito bem evitar. Com o mínimo esforço podia-se assim facilitar a vida ao “outro”, um conceito que é ainda para muitos desconhecido.

Não podemos esperar que o Governo resolva o problema do “esgotamento” da cidade por artes mágicas, alargando a via pública ou dispondo o pavimento em cama-das, de forma a que todos coubessem. Passa também, ou sobretudo, pela civilidade da própria população local, e se for mesmo ne-cessário, devia-se começar por investir mais na educação Cívica, a começar pelas escolas, e desde a mais tenra idade. A única solução para que possamos usufruir com qualidade do espaço cada vez mais exíguo que nos é dado passa por adquirir um comportamento mais civilizado. e assim todos caberão…

Q

bairro do or ienteLeocardo

Page 16: Hoje Macau 28 FEV 2013 #2801

quinta-feira 28.2.2013www.hojemacau.com.mo

car toonpor Steff

Empresários lusos procuram oportunidades na China

E-mail e Facebook do Fórum Macau inundados

Ataque de talibãs fez 17 mortosUm ataque de talibãs na província de Ghazni, no centro do Afeganistão, provocou pelo menos 17 mortos. “Os insurgentes mataram 10 polícias e sete civis num posto de controlo do distrito local de Andar”, revelou o Governador da província, Musa Khan Akbarzada, em declarações à AFP.

Papa lembrou “desafios e superação”“Estou comovido, vejo a Igreja viva”. Estas foram as primeiras palavras de Bento XVI na audiência pública de quarta-feira, que desta vez decorreu na Praça de São Pedro, para assinalar a renúncia do Papa, com efeitos amanhã. Depois de uma chegada no papamóvel, em que abençoou os fiéis e até parou para beijar crianças, o papa tomou depois o seu lugar para a última catequese. Começou, em italiano, por lembrar o desafio que lhe foi colocado ao ser escolhido Sumo Pontífice em 2005. “No dia 19 de Abril de 2005, quando abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: ´É um peso grande que colocais nos meus ombros. Mas, se me pedes, confiando na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis´. E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor, e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor”, disse. Estas palavras foram depois repetidas em português. Explicou, depois, de novo, os motivos da resignação. “Sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito”, sublinhou.

ONU retirou Bin Laden da lista negraO Conselho de Segurança da ONU retirou, esta terça-feira, Osama Bin Laden da sua lista negra, isto, cerca de dois anos depois do líder da rede terrorista Al-Qaeda ter sido assassinado no Paquistão. No entanto, o Conselho de Segurança manteve congelados os bens do ex-líder da Al-Qaeda, morto a dois de maio de 2011 por um comando americano, para evitar que os recursos sejam utilizados por militantes extremistas. Em comunicado, o Comité de Sanções da ONU, refere que o nome de Bin Laden foi retirado da lista negra de pessoas submetidas à proibição de viajar e a um embargo de armas.

Lua de Plutãoterá nome escolhidopelo “Capitão Kirk”O concurso para baptizar as duas luas de Plutão, que decorreu na Internet, já terminou, sendo o nome vencedor Vulcan, nome do planeta natal do Sr. Spok do Star Trek, sugerido pelo actor William Shatner, que interpreta o Capitão Kirk. O concurso foi lançado pelo SETI e decorreu no site “Pluto Rocks”, no qual o nome ficou Cerberus - cão de três cabeças que guarda as portas do submundo, na mitologia greco-romana - ficou em segundo lugar. O nome Vulcan foi sugerido pelo actor William Shatner, o Capitão Kirk de Star Trek, que fez “campanha” pelo mesmo nas redes sociais. No entanto, a referência não é, necessariamente, à série de ficção científica, uma vez que Vulcan era o deus do fogo dos romanos, filho de Júpiter. Assim, caso o nome seja aceite pela União Astronómica Internacional, não será quebrada a tradição de baptizar os planetas e satélites do sistema solar com nomes mitológicos.

Maradona diz nada dever ao fisco italianoDe regresso a Itália, Diego Armando Maradona diz-se inocente do crime de fraude fiscal durante o período em que jogou no Nápoles (1984-1991). O tribunal tinha fixado em 372 milhões de patacas a dívida do antigo internacional argentino por fuga ao Fisco italiano. “Estou inocente. Quero acreditar na justiça italiana – não lhes devo uma lira”, disse Maradona durante uma conferência de imprensa em Nápoles, sem esconder a satisfação por regressar à cidade onde viveu durante muitos anos: “Queria dizer-vos tudo o que sinto, sentir o ar de Nápoles. Há muito que queria regressar mas houve factores que não o permitiram e compreendo isso.”

Tiroteio em fábrica provocou cinco mortosUm tiroteio foi registado esta quarta-feira numa fábrica em Menznau, na Suíça. Pelo menos cinco pessoas morreram e quatro ficaram feridas com gravidade, segundo os média suíços. De acordo com a BBC, a polícia informou em comunicado que o tiroteio ocorreu na empresa Kronospan, em Menznau, perto da cidade de Lucerna, pelas 9h locais. Equipas de serviços de emergência estão no local, para onde foram mobilizados três helicópteros, de acordo com o site “20 minutes”. Embora informações iniciais apenas referissem várias vítimas, o “24 heures” revelou que o tiroteio terá provocado cinco mortos e quatro feridos graves.

EmprESárioS portu-gueses estão a procurar o Fórum macau via e-mail e Facebook à

procura de oportunidades de investimento, disse à Lusa a secretária-geral adjunta da orga-nização, destinatária de dezenas de mensagens por semana.

rita Santos disponibiliza-se para facilitar “casamentos” entre empresas portuguesas e chinesas, para projectos conjuntos, mas avisa que é preciso “dimensão” para o mercado asiático, além do parceiro certo e uma relação sólida com este. “Vejo grande interesse (...). Desde última vez que estive [em Lisboa, em 2012] recebo muitos pedidos através do meu Facebook pessoal e do Fórum, de correio electrónico... Canalizo para empresários inte-ressados, e eles é que negoceiam, se o negócio é viável”, disse a responsável do Fórum macau em entrevista à Lusa.

Fundo para ajudaro Fórum macau disporá “bre-vemente” de um “fundo de desenvolvimento” com 7,9 mil milhões de patacas, para projectos no espaço lusófono, disse à Lusa a secretária-geral adjunta do organismo. “Não é um fundo em termos de concessão de crédito, mas de participação no investimento. É

preciso o projecto ser ligado ao desenvolvimento económico e social de cada país”, para que a participação se efective, disse rita Santos em entrevista à Lusa em Lisboa.

Com participação da China e do governo da região Admi-nistrativa Especial chinesa de macau, os projectos serão ana-lisados caso a caso e o Banco de Desenvolvimento chinês “tem as portas abertas para aceitar outros bancos que queriam par-ticipar nesse fundo” adiantou. “Ainda não foi lançado porque é um mecanismo de financia-mento novo e há procedimentos legais. Brevemente vai ser lan-çado”, virado, por exemplo, para o desenvolvimento da indústria

hotelaria ou construção civil em países africanos lusófonos, disse rita Santos.

TdM nEgocEiaparTilha dE conTEúdos A Teledifusão de macau (TDm) está a negociar a partilha de con-teúdos com televisões no Brasil, Angola e Timor-Leste, uma for-ma “importante” de promoção cultural e turística dos países lusófonos, afirma a secretária--geral adjunta do Fórum macau. “Traduzem programas da CCTV [televisão pública chinesa] para português e transmitem nes-ses países. Também traduzem programas desses países para chinês”, a fim de serem exibidos na China, referiu. - Lusa

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