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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSU
GESTÃO ESTRATÉGICA DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: A INTELIGÊNCIA COMO GESTORA DA INFORMAÇÃO
NAS ORGANIZAÇÕES
Andréa Borges Lima
RIO DE JANEIRO Abril de 2011
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS GRADUAÇÃO LATU SENSU
GESTÃO ESTRATÉGICA DE VENDAS E NEGOCIAÇÃO
INTELIGÊNCIA COMPETITIVA: A INTELIGÊNCIA COMO GESTORA DA INFORMAÇÃO
NAS ORGANIZAÇÕES
Andréa Borges Lima
Monografia apresentada em cumprimento às exigências, para a obtenção de grau, no curso de Pós Gradução Lato Sensu de especialização em Gestão Estratégica de Vendas e Negociação.
Orientador: Jorge Vieira
RIO DE JANEIRO Abril/2011
SUMÁRIO
I - INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 01
II- DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 10
CAPÍTULO I
1 – Histórico de inteligência competitiva ................................................................ 10
1.1 – Conceito ........................................................................................................ 12
2 – Gestão do conhecimento ................................................................................. 14
2.1 – Definição de conhecimento ........................................................................... 15
2.2 – Gerência de processos ................................................................................ 16
2.3 – Aprendizado organizacional .......................................................................... 17
3 – Vantagem competitiva ...................................................................................... 21
3.1 – Estratégia competitiva ................................................................................... 21
3.2 – Informação como vantagem competitiva ....................................................... 23
CAPÍTULO II
1 – Definição de Inteligência Competitiva ............................................................... 26
1.1 – Diferenciações ............................................................................................... 27
1.2 – Importância ..................................................................................................... 29
1.3 – Etapas ........................................................................................................... 30
1.3.1 – Planejamento ........................................................................................... 32
1.3.2 – Coleta de dados ....................................................................................... 34
1.3.3 – Processamento e análise ........................................................................ 35
1.3.4 – Disseminação e uso ................................................................................ 37
2 – Código de ética.................................................................................................. 39
III – CONCLUSÃO
IV – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
V – SUMÁRIO DE FIGURAS
SUMÁRIO DE FIGURAS
Figura 1 – Escala de valor ......................................................................................... 15
Figura 2 – Gestão do conhecimento ......................................................................... 20
Figura 3 – As 5 forças competitivas .......................................................................... 22
Figura 4 – Sistemas centralizados de inteligência ..................................................... 31
Figura 5 – Análise SWOT .......................................................................................... 36
Ao meu marido Marcelo, que do jeito dele, compreendeu minha ausência, em muitos momentos deste curso.
DEDICATÓRIA
Agradeço a Deus, por que sem ele, nada seria
possível.
A minha mãe que me incentivou a seguir em
frente e concluir o curso.
A todos os meus amigos da turma que foram
incansáveis em todos os obstáculos.
A todos os mestres que estiveram nesta jornada
comigo.
.
AGRADECIMENTOS
Há homens que são como as velas; sacrificam-se, queimando-se para dar luz aos outors.
Pe. Vieira
EPÍGRAFE
I INTRODUÇÃO
As rápidas mudanças estimuladas pela evolução tecnológica e pelo
modelo econômico praticado globalmente, cada vez mais desafiam as
empresas em sua capacidade de resposta às demandas do ambiente externo.
A agilidade e a flexibilidade organizacional são requisitos indispensáveis à
integração e ao monitoramento do ambiente operacional e geral. Frente às
novas exigências de um mercado globalizado e de acirrada concorrência, as
empresas começaram a adotar a inteligência competitiva (IC) “programa
sistemático e ético para reunir, analisar e administrar informações externas que
podem afetar planos, decisões e operações de uma empresa”. 1
As empresas precisam saber quais fatores devem ser levados em conta
para maximizar suas chances de sobrevivência, não só a curto prazo, mas
principalmente em um horizonte mais distante e, a partir daí, traçar e executar
estratégias competitivas. A IC auxilia na sistematização de dados, informações,
análises sobre os concorrentes e competências necessárias para explorar
todos estes recursos informacionais e na identificação de oportunidades,
ameaças, pontos fortes e fracos.
Apesar do grande valor que a Inteligência Competitiva possui, e de sua
crescente utilização, o número de ensaios sobre essa ferramenta estratégica
ainda não atingiu dimensão correspondente à sua importância, e seu emprego
nos meios empresariais, principalmente, brasileiros, é incipiente.
Espera-se, com este trabalho, contribuir para a discussão sobre esse
tema relativamente recente e pouco explorado. Os principais objetivos que se
pretende atingir são: mostrar a importância e a utilização da Inteligência
Competitiva; indicar meios para um melhor aproveitamento de dados e
informações pelas empresas; descrever aspectos dos programas de
inteligência competitiva e seus fatores críticos de sucesso.
1 SCIP – Society of Competitive Intelligence Professionals.
RESUMO
O presente trabalho tem como tema a inteligência competitiva (IC),
planejamento, processo de coleta de dados, análise e disseminação de
informações que melhora a tomada de decisões em uma empresa e sua
capacidade de concorrer com outras, na medida em que lhe proporciona maior
conhecimento sobre o ambiente externo. Apresentam-se definições do termo e
diferenças em relação a outros com os quais é comumente confundido.
Definições como gestão do conhecimento suas vantagens e estratégias
competitivas também são examinadas as razões pelas quais a inteligência
competitiva é tão importante para as empresas, descrevendo um modelo
informacional que viabilize a correta tomada de decisões e a obtenção de
vantagem competitiva por parte dos gestores empresariais com o objetivo de
identificar as etapas do fluxo e tratamento informacional, levantar fontes de
informação organizacionais e caracterizar as etapas do processo da função
inteligência visando gerenciar as informações disponíveis no mercado para
obter e manter a vantagem competitiva.
II DESENVOLVIMENTO
CAPÍTULO I
1 – HISTÓRICO DE INTELIGENCIA COMPETITIVA
Inteligência é conhecimento. O trabalho de inteligência deve concentrar-
se em apoiar a solução de problemas evidenciando tendências, mudanças,
desafios, ameaças e oportunidades que possam afetar nações , empresas,
instituições, organizações ou pessoas.
O processo de Inteligência Competitiva tem paralelo nos trabalhos dos
órgãos de Inteligência governamentais, que visam a basicamente identificar e
avaliar informações ligadas à defesa dos interesses das respectivas nações.
Voltando mais no tempo, se na arte da guerra, a inteligência é o fator chave, na
guerra dos negócios dá-se o mesmo. Se guerra é negócio, os negócios
também são uma guerra. Não fosse assim, os ensinamentos de Sun Tzu não
seriam estudados todos os dias por milhares de executivos ao redor do mundo.
Através do artigo de Meirelles, publicado no site de ABRAIC –
Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva, pode-se
acompanhar a evolução da atividade governamental de Inteligência no Brasil,
antes denominada atividade de Informações:
• Conselho de Defesa Nacional, mediante o Decreto n.º 17.999, de 29 de
novembro de 1927, constituído pelo Presidente da Republica e Ministros
de Estado, com a finalildade de “coordenar a produção de
conhecimentos sobre questões de ordem financeira, econômica, bélica e
moral referentes à defesa da Pátria”;
• Criação do Serviço Federal de Informações – SFICI (Decreto-Lei n.º
9,775-A, de 6.9.46), com a competência de superintender e coordenar
as atividades de Informação que interessassem à Segurança Nacional e
executar s atividades de Informação e Contra-Informação. O ambiente
externo era o da “guerra fria”, com forte destaque para questões
ideológicas nas atividades desenvolvidas pelos diversos estados.
• Criação do Serviço nacional de Informação – SNI (Lei 4341, de 13.6.64),
para “superintender e coordenar as atividades de Informações e Contra-
Informações, em particular, as que interessem à Segurança Nacional”.
• 1964 a 1985 – sistema central e subsistemas setoriais; criação de uma
Escola Nacional de Informação;
• 1990 – A reforma administrativa extinguiu o SNI e criou a Secretaria de
Assuntos Estratégicos – SAE, com a atividade de Inteligência a cargo
do Departamento de Inteligência, com um Centro de Formação e
aperfeiçoamento de Recursos Humanos-CEFARH e Agências
Regionais. Posteriormente, foi criada a Subsecretaria de Inteligência;
• Com a medida provisória 813, de janeiro de 1995, foi o “Poder Executivo
autorizado a criar a Agência Brasileira de Inteligência, autarquia federal
vinculada à Presidência da República, com a finalidade de planejar e
executar as atividades de natureza permanente relativas ao
levantamento, coleta e análise de informações estratégicas, planejar e
executar atividades de contra-informação e executar atividades de
natureza sigilosa necessárias à segurança do Estado e da sociedade”.
• Em setembro de 97, foi encaminhado ao Congresso, o projeto de lei que
instituiu o Sistema Brasileiro de Inteligência – SISBIN e cria a Agência
Brasileira de Inteligência – ABIN. Em linhas gerais, a Agência estrutura-
se em atividades de Inteligência, voltada para o conhecimento do
exterior e de Contra-Inteligência, para a salvaguarda dos interesses do
país no ambiente nacional.
Assim como para assuntos de guerra ou de estado, as origens da
atividade de inteligência para propósitos empresariais perdem-se no tempo. As
primeiras tabelas de expectativa de vida, tão importantes para a atividade de
administração do risco, foram desenvolvidas por Ulpiano. Outro dado: na
segunda metade do século XVII, a navegação expandia-se mais e mais e era
vital obter informações atualizadas para estimar prazo, conhecer padrões de
clima e os riscos das viagens. Em Londres, as informações mais confiáveis
estavam nos cafés e eram melhores que as da própria Marinha. Fechados em
1675 por Carlos II, desconfiado de locais em que o público trocava
informações, os cafés foram reabertos dezesseis dias depois, dado o clamor
popular.
Dentre os cafés de Londres, o favorito dos marujos era o de Edward
Lloyd. A partir de sua percepção do valor das informações, cada vez mais
demandadas, lançou a “Lloyd’s List”, com dados sobre a chegada e a partida
de navios e as condições do mar e no exterior, alimentada por uma rede de
correspondentes nos principais portos da Europa e da própria Inglaterra.
Leilões de navios ocorriam ali – com Lloyd fornecendo todo o suporte para a
tividade – e seguradores marítimos utilizavam o café, amplo e luxuoso, como
sede.
1.1 – CONCEITO
O processo de tomada de decisão deve estar ambasado em
informações, mas informações analisadas. Estudo nos Estados Unidos e
Europa demonstram, que a busca pela excelência, pela melhoria de
desempenho e de posicionamento em seu contexto sócio-produtivo tem
concorrido para a crescente utilização de sistemas de informação que apóiem a
tomada de decisão e assegurem a redução do tempo de resposta frente às
exigências do ambiente externo. Possuir grande quantidade de informações
e/ou dados não é mais suficiente. A facilidade de acesso hoje, é muito grande,
colocando ao alcance de todos uma gama enorme de informações. O
diferencial é selecionar e analisar essa profusão de informação, encontrando
fatos de real importância.
As empresas possuem um enfoque só no mercado, só em seus clientes
e se esquecem de que devem ser, simultaneamente, orientados também para
a CONCORRÊNCIA. A atenção focada apenas no cliente leva à surpresa e
perda de mercado, devido ao aparecimento de novas tecnologias ou de uma
empresa que, inesperadamente, entra no mercado. Isto demonstrou a
necessidade de criar nas empresas brasileiras a cultura do competitor oriented,
ao lado do customer oriented.
É um campo recente, pouco conhecido pelos executivos brasileiros. Os
sistemas de Inteligência Competitiva têm por objetivo prover as empresas de
programa sistemático de coleta, análise da informação dos concorrentes e
tendências gerais dos negócios, com o objetivo de ajudar suas metas. A
Inteligência Competitiva no Brasil ainda esta impregnada de carga negativa,
ligada aos sistemas de patrulhamento e espionagem e a práticas antiéticas de
espionagem. Segundo Holanda, Inteligência é a facilidade de aprender e
interpretar. Competitividade é a busca de uma posição competitiva, de estar
entre os melhores. Um sistema de Inteligência Competitiva é um sistema em
que a empresa trabalha a informação, coletando, tratando, analisando e
disseminando informações voltadas ao monitoramento das atividades dos
concorrentes, tecnologias e tendências gerais dos negócios. Tudo isso ligado à
tomada da decisão. É um forte instrumento de apoio ao planejamento, pois
está atrelado à prospecção e visão de futuro. Por esta razão a Inteligência
competitiva não é uma função e sim, um processo, visando a fornecer aos
gestores suporte na tomada de decisão.
A Inteligência Competitiva constitui então, uma coleta ética e o uso da
informação pública disponível sobre tendências, eventos e fatores fora das
fronteiras da empresa. É um método para identificar as necessidades de
informação da empresa, coletar sistematicamente a informação relevante, em
seguida, processá-la, transformando-a em elemento para tomada de decisão,
ou seja, o produto final da Inteligência Competitiva é a informação analisada. A
Inteligência Competitiva está lincada, hoje, em software para ajudar o analista
de Inteligência Competitiva a cruzar as informações coletadas. A Inteligência
Competitiva, por ser legal e ética, impõe a proteção de informações
competitivas valiosas, tais como: lançamento de novos produtos, mudanças na
estratégia de preços, fusões e aquisições, novos processos de fabricação,
entre outros.
2 – GESTÃO DO CONHECIMENTO
O termo Gestão do Conhecimento foi criado e rapidamente adotado
como sendo um novo esforço para unir de forma integrada diversos esforços
isolados já existentes, para revitalizar abordagens parciais de forma
interdisciplinar e para explorar de maneira criativa as diversas novas
tecnologias surgidas nos últimos anos. As raízes da Gestão do conhecimento
podem ser identificadas em áreas de pesquisa tais como ciências
organizacionais, psicologia social e organizacional, gerência de recursos
humanos, suporte computadorizado ao trabalho cooperativo, sistemas de
informação inteligentes e inteligência artificial, entre outras.
Esta abordagem integrada ou holística adotada em soluções da Gestão
do Conhecimento deve ser vista como uma integração sintonizada de
atividades gerenciais, envolvendo pessoas, processos e tecnologia. As
inovações nesta área podem ser vistas como agentes facilitadores para se
atingir objetivos já definidos anos atrás sob os rótulos de inteligência
organizacional, organizações que aprendem ou aprendizado organizacional. De
fato, estes três fatores são como pilares para a Gestão do Conhecimento,
porque a tecnologia por si só não produz bons resultados sem cuidadosa
consideração dos fatores sociais e organizacionais envolvidos.
“O grande objetivo de Gestão do Conhecimento é alcançar a
chamada Inteligência Competitiva ou business intelligence. A
Inteligência Competitiva abrange além das informações
estratégicas sobre competidores e mercado, todo o tipo de solução
que transforme o sistema tradicional de armazenamento e
manipulação de dados contidos nas organizações, com o objetivo
de dar apoio à evolução e crescimento de seus negócios”.
BARBIERI (2001, pág. 43).
2.1 – DEFINIÇÃO DE CONHECIMENTO
Para esclarecer o que é conhecimento, DAVENPORT E PRUSAK
(1998, pág 237), diferenciam entre quatro elementos: dados, informação,
conhecimento e ação. Como uma escala, cada um destes elementos funciona
como base para a existência do elemento seguinte. Os dados representam
fatos distintos e objetivos, relativos a eventos ocorridos em uma organização –
por exemplo, transações coletadas por sistemas operativos. Já as informações
são dados dotados de relevância e propósito, exercendo alguma influência
sobre o julgamento do individuo que as utiliza. Por sua vez, conhecimento tem
embutido em si, valores como sabedoria e inspiração – por exemplo, pode-se
citar a experiência que um colaborador possui por ter trabalhado em
determinada atividade numa organização por muito tempo. Por fim, a ação é
caracterizada como algo que se faz com o conhecimento – a ação se
concretiza quando um colaborador utiliza em uma situação prática seu
conhecimento adquirido. Ações eficazes e bem sucedidas justificam os
esforços aplicados à Gestão do Conhecimento numa organização.
Figura 1: Escala de Valor
Fonte: DAVENPORT E PRUSAK (1998, pág 240)
NONAKA E TAKEUCHI (1998, pág 358), definem os dois tipos de
conhecimento: o tácito, referente à experiência, ao poder de inovação e à
habilidade dos colaboradores de uma companhia para realizar as tarefas
diárias, e o explicito, ligado aos procedimentos, aos bancos de dados, às
patentes e aos relacionamentos com os clientes.
O conhecimento tácito é sutil e pessoal. Fica armazenado no cérebro
humano aguardando o contexto adequado para tornar-se explicito. Não
depende de repetição da experiência. Pode ressurgir num evento totalmente
distinto da experiência que o originou, criando uma experiência inteiramente
nova.
Dado Informação Conhecimento Ação
2.2 – GERÊNCIA DE PROCESSOS
Gerência de processos é uma abordagem sistemática com o objetivo de
melhorar os processos de uma organização. Com a gerência de processos, é
possível atender a vários requisitos para a Gestão do Conhecimento, por meio
da utilização de padrões, frameworks e ferramentas.
Dois requisitos para a Gestão do Conhecimento que são atendidos pela
gerência de processos são: conhecimento tangível e conhecimento intangível.
A gerência de processos considera e trata o conhecimento tangível quando
captura os métodos e procedimentos operacionais. E considera o
conhecimento intangível quando captura as habilidades das pessoas.
As organizações têm buscado planejar, modelar e controlar seus
processos de negócio de uma forma mais abrangente e padronizada, seguindo
várias teorias. Alguns exemplos de iniciativas nessa área são os programas de
qualidade e a gerência de workflow.
Segundo ARAÚJO & BORGES (1999, págs 417-428), Workflow tem o
objetivo de gerenciar e monitorar processos e fluxos de informações. O
workflow possui quatro elementos básicos: atividades, pessoas, ferramentas e
dados. As atividades são as tarefas a serem executadas para o andamento do
processo representado. As pessoas são os executores das tarefas. As
ferramentas são as aplicações utilizadas durante as tarefas. E os dados são
todos os documentos, registros e demais tipos de informações gerados durante
a execução das tarefas.
Além desses elementos básicos do workflow existem ainda os
elementos de ligação entre as tarefas (rotas), regras referentes às rotas e às
decisões, papéis para generalização dos executores e associação de
propriedades. As rotas podem ser seriais, paralelas e alternativas. Com base
nesses elementos os processos são gerenciados, a produtividade dos
executores à avaliada e gargalos podem se verificados nos processos. Essas
análises auxiliam na otimização do processo e manipulação de recursos.
Workflow contribui para a gestão do conhecimento quando armazena
conhecimento sobre os processos da organização. O conhecimento
armazenado inclui a especialização do trabalho das pessoas para disponibilizar
produtos e serviços para os clientes, a estrutura organizacional, o histórico de
execuções e otimização dos processos e as decisões tomadas durante os
processos. O conhecimento sobre a forma de trabalho é um conhecimento
tácito que foi explicitado utilizando-se o workflow, e os artefatos gerados
durante a execução do processo representam conhecimento explicito que
precisa ser organizado e gerenciado.
2.3 - APRENDIZADO ORGANIZACIONAL
A abordagem de aprendizado organizacional significa o teste contínuo
de experiência e a transformação da experiência em conhecimento, acessível a
toda organização e relevante para seu propósito principal. Existem cinco
disciplinas que desempenham papel fundamental em organizações que
querem desenvolver a capacidade de aprendizado, são elas:
• Domínio pessoal; aprender a expandir a capacidade pessoal para criar
os resultados desejados, e criar um ambiente organizacional que
estimule todos os seus membros a se desenvolverem em função dos
objetivos e metas que eles escolheram;
• Modelos mentais: refletir, esclarecer continuamente, melhorar imagens
internas do mundo, e entender como elas determinam as ações e
decisões;
• Objetivo comum: construir senso de compromisso no grupo,
desenvolvendo imagens comuns do futuro que se busca criar, e
princípios e práticas pelas quais se espera alcançar objetivo;
• Aprendizado em grupo: transformar perfis de pensamento coletivo, de
maneira que grupos de pessoas possam seguramente desenvolver
inteligência e ter mais habilidade do que a soma dos talentos dos
membros individualmente;
• Reinicio sistêmico: uma forma de pensar e uma linguagem para
descrever e entender as forças e inter-relacionamentos que formam o
comportamento dos sistemas.
É fundamental que as cinco disciplinas funcionem em conjunto. O
raciocínio sistêmico é a quinta disciplina com o objetivo de integrar as outras
quatro. No raciocínio sistêmico a meta é mostrar que o todo pode ser maior que
a soma das partes.
Segundo ALLEE (2000, pág 8-14), O aprendizado organizacional pode
ser entendido como o esforço de se desenvolver genericamente dos tipos de
atividades dentro da empresa: aquela voltada para o aspecto de adaptação,
buscando obter conhecimento com base na aplicação de regras pré-existentes,
ou ainda aquela que permite quebrar as regras para o estabelecimento de
novas premissas com enfoque gerativo. Esses dois aspectos, adaptativo e
gerativo, permitem que se amplie a capacidade de criação do conhecimento
dentro da empresa.
Em uma organização que pretende gerenciar conhecimento, é
importante que ela seja capaz de aprender constantemente, isto é, estar em
processo constante de transformação. A transformação de uma organização só
é possível se os indivíduos sofrerem transformações. Cada individuo precisa
ver o mundo como um grande sistema de partes integradas, possuir visão clara
do futuro e ser capaz de guardar os resultados que deseja. O resultado e a
própria transformação são conhecimentos para a organização.
A figura 2 mostra os relacionamentos existentes entre os conceitos que
compõe a GC. Gestão do Conhecimento pode ser visto como um grande
processo em uma empresa que engloba e depende de seus componentes:
gerência de processos, memória organizacional, aprendizado organizacional e
representação do conhecimento.
Gerência de processo pode gerar e armazenar documentos que farão
parte da memória organizacional da empresa. Pode estar sendo considerada
como parte do aprendizado organizacional, em que a abordagem do
aprendizado a usará como dado de entrada a ser aprendido.
Memória organizacional trata dos documentos e artefatos da empresa e
precisará representá-lo, usando técnicas de representação do conhecimento.
Aprendizados organizacionais, considerando os processos da empresa,
terão que documentar o que for aprendido como o objetivo de ampliar a
memória da empresa.
“O aprendizado Organizacional é um processo de mudança
adaptativo e gerativo influenciado pela experiência passada,
concentrado na modificação ou no desenvolvimento e criação de
rotinas, apoiado pela memória organizacional.” NONAKA,
TEKEUCHI (1998, pág 53).
3 – VANTAGEM COMPETITIVA
Segundo PORTER (1989, pág. 153), a Vantagem Competitiva surge do
valor que uma empresa consegue criar para seus compradores e que
ultrapassa o custo de fabricação. Para obter uma vantagem competitiva, uma
empresa deve buscar a redução de custos e/ou a diferenciação em relação aos
outros.
Para que se compreenda a vantagem competitiva, é preciso analisar as
várias atividades que uma empresa executa em um projeto: na produção, no
Gestão do Conhecimento
Gerencia de Processo
Memória Organizacional
Aprendizado Organizacional
Representação do
Conhecimento
Inteligência Competitiva
Figura 2: Gestão do Conhecimento
Fonte: BARBIERI (2001, pág. 39).
marketing, na entrega e suporte do produto. Cada uma dessas pode contribuir
para a posição dos custos relativos de uma empresa, além de criar uma base
para diferenciação.
Uma forma sistemática para o exame de todas as atividades executadas
por uma empresa e a forma como elas interagem, é necessária para a análise
das fontes de vantagem competitiva. Uma empresa ganha vantagem
competitiva ao executar as atividades de uma forma mais barata ou melhor do
que a concorrência.
3.1 – ESTRATÉGIA COMPETITIVA
A estratégia competitiva visa a estabelecer uma posição lucrativa e
sustentável contra as forças que determinam a concorrência na indústria.
A escolha da estratégia competitiva se baseia em duas questões
centrais: a primeira questão é a atratividade das indústrias em termos de
rentabilidade a longo prazo e fatores que determinam essa atratividade. A
segunda questão em estratégia competitiva é a posição relativa de uma
empresa dentro de sua indústria. O posicionamento determina se a
rentabilidade de uma empresa está abaixo ou acima da média da indústria. Na
maioria das indústrias, algumas empresas são muito mais rentáveis que outras,
independentemente de qual possa ser a rentabilidade média da indústria.
Figura 3: As cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da empresa
Fonte: PORTER (1989, pág. 160),
A rentabilidade de uma empresa é determinada fundamentalmente pela
atratividade de sua indústria. A estratégia competitiva surge de uma
compreensão das regras de concorrência que determinam a atratividade de
uma indústria. As regaras da concorrência estão englobadas em cinco forças
competitivas, conforme pode ser vista a partir da figura 3: entrada de novos
concorrentes, ameaças de substitutos, poder de negociação de compradores,
poder de negociação de fornecedores e rivalidade entre os concorrentes
existentes.
A abordagem das cinco forças permite que uma empresa receba a
complexidade e aponte os fatores críticos para a concorrência em sua
indústria, bem como permite que ela identifique inovações estratégicas que
melhorem a rentabilidade da indústria.
Quanto ao posicionamento dentro da indústria, uma empresa é capaz de
obter altas taxas de retorno, mesmo que a rentabilidade média da indústria seja
modesta. A base fundamental do desempenho acima da média em longo prazo
Entrada de novos concorrentes
Ameaças de substitutos
Rivalidade entre os concorrentes existentes
Cinco forças competitivas que determinam a rentabilidade da
empresa
Poder de negociação de fornecedores
Poder de negociação de compradores
é a vantagem competitiva sustável. Existem dois tipos básicos de vantagem
competitiva que uma empresa pode possuir: baixo custo ou diferenciação.
Os dois tipos básicos de vantagem competitiva, combinados com o
escopo de atividades, levam a três estratégias genéricas para alcançar o
desempenho acima da média em uma indústria: liderança de custo,
diferenciação e enfoque.
• Liderança de custo: onde a empresa parte para tornar-se o produto de
mais baixo custo em sua indústria;
• Diferenciação: em que a empresa procura ser única em uma indústria,
ao longo de algumas dimensões amplamente valorizadas pelos
compradores;
• Foco: a empresa escolhe um ambiente competitivo restrito dentro de
uma indústria, associada a uma estratégia de baixo custo ou de
diferenciação.
As estratégias de liderança no custo e de diferenciação buscam a
vantagem competitiva em muitos segmentos industriais, enquanto a estratégia
do enfoque visa a uma vantagem de custo ou uma diferenciação em um
segmento estreito.
3.2 – INFORMAÇÃO COMO VANTAGEM COMPETITIVA
A tecnologia da informação (TI) está mudando a forma com que a
empresa opera, o que afeta o processo inteiro pelo qual a empresa cria seus
produtos.
A TI está presente em todos os pontos da cadeia de valores,
transformando a maneira como as atividades de valor são desempenhadas e a
natureza dos elos entre elas. Também atua sobre o escopo competitivo e na
forma como os produtos satisfazem às necessidades dos compradores.
Todas as atividades de valor apresentam um componente físico e um
componente de processamento de informação. O componente físico inclui
todas as tarefas físicas necessárias ao desempenho da atividade, enquanto o
componente de processamento de informação abrange os passos para
obtenção, manipulação e distribuição dos dados necessários ao desempenho
da atividade.
Todas as atividades de valor criam e usam informação. Por exemplo, a
atividade logística utiliza informação como programa de entregas, preços do
transporte e planos de produção para garantir a entrega pontual e a eficácia em
termos de custo.
A revolução na TI afeta todas as atividades de valor da cadeia de
valores. A nova tecnologia substitui o esforço humano por máquinas no
processamento da informação. Enquanto na revolução industrial, as empresas
conquistaram a vantagem competitiva por meio da substituição da mão-de-obra
humana pelas máquinas. Entretanto, naquela época, todo o processamento da
informação era resultado do esforço humano.
Inicialmente, as empresas usavam TI para automatização de atividades
burocráticas repetitivas como, por exemplo, processamento de pedidos e
controle de estoque. Hoje, a TI está desempenhando funções de otimização e
controle, assim como atividades que exigem algum grau de julgamento.
A TI está gerando mais informação à medida que a empresa
desempenha suas atividades e está possibilitando a coleta de dados que até
então não estavam disponíveis.
A TI também está transformando o componente de processamento físico
das atividades. As máquinas controladas por computadores são mais rápidas,
mais precisas e mis flexíveis das atividades de fabricação do que as de
operação manual.
Alem de influenciar o desempenho das atividades individuais, a TI
amplia a capacidade da empresa de explorar os elos entre as atividades da
cadeia de valores, no âmbito interno e externo. A tecnologia permite a criação
de novos elos entre as atividades e como resultado desses novos elos, as
empresas têm condições de coordenar as suas ações de forma mais estreita
com a dos compradores e fornecedores.
A TI, também afeta o escopo competitivo. Os sistemas de informação
permitem que as empresas coordenem as atividades de valor entre localidades
geográficas com grande dispersão.
“A TI está alterando as regras da competição de três maneiras: a TI
permite a alteração da estrutura setorial: a criação de vantagem
competitiva, a disseminação de novos negócios.”
PORTER (1999, pág. 297).
CAPÍTULO II
1 – DEFINIÇÕES DE INTELIGÊNCIA COMPETITIVA
Pela definição da ABRAIC, www.abraic.org.br – Associação Brasileira
dos analistas de Inteligência Competitiva, define IC como “um processo
informacional proativo que conduz à melhor tomada de decisão, seja ela
estratégica ou operacional. Visa descobrir as forças que regem os
negócios, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a agir
antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado”.
A definição dada pela SCIP, www.scip.org – Society of Competitive
Intelligence Professionals, não é muito diferente, e enfatiza o aspecto da ética:
“programa sistemático e ético para coleta, análise, e gerenciamento de
informação externa que pode afetar planos, decisões e operações de uma
empresa. Posto de outro modo, IC é o processo de realçar a
competitividade do mercado por meio de um maior - e indiscutivelmente
ético – entendimento dos concorrentes e de ambiente competitivo.
Especificamente, é a coleta e análise, conduzida pelo uso de banco de
dados e outras fontes abertas e por meio de investigações éticas”.
A SCIP acrescenta ainda que a IC pode ser conduzida para companhias
de todos os tamanhos, provendo aos executivos alerta antecipado sobre
mudanças no cenário competitivo e permitindo que eles “tomem decisões
fundamentadas sobres diversas questões, desde marketing, P&D e táticas
de investimento até estratégia de negócio de longo prazo”.
Jerry Miller, professor do Simmons College, de Boston (EUA), diz que
“IC é uma estratégia para a empresa descobrir o que se passa no
ambiente de negócios do seu setor; esse conhecimento dá aos
executivos condições de tomar atitudes que forneçam à empresa uma
vantagem sobre seus concorrentes”.
IC também é definida como o processo analítico que transforma
inteligência desagregada sobre o concorrente em conhecimento estratégico
relevante, preciso e utilizável sobre sua posição, desempenho, capacidade e
intenções ou de forma sintética: IC é a informação altamente especifica e
temporal sobre uma empresa.
1.1 – DIFERENCIAÇÕES
Talvez a melhor maneira de definir IC seja diferenciá-la dos outros
conceitos como os quais são comumente confundidos. É importante distinguir
IC de termos como espionagem, contra-inteligência, business intelligence (BI) e
gestão do conhecimento.
A SCIP deixa claro que “IC não é espionagem”, pois “espionagem é o
uso de meios ilegais para reunir informações”, e em IC “não é necessário
o usar métodos ilegais ou anti-éticos”- fazer isso, representa uma falha, já
que muitas informações que não podem ser coletadas através de fontes
abertas ou investigações éticas podem ser deduzidas a partir do uso de uma
variedade de ferramentas analíticas.
Ainda segundo a SCIP, www.scip.org, “o termo contra-inteligência
descreve os passos que uma organização da para proteger a informação
procurada por coletores de inteligência ‘hostis’. Uma das medidas mais
efetivas de contra-inteligência é definir quais as informações ‘secretas’e
controlar sua disseminação”.
A contra-inteligência tem por objetivo neutralizar as ações de inteligência
ou de espionagem da concorrência. Suas ações buscam detectar o invasor,
neutralizar sua atuação ou mesmo contra-atacar por meio da produção
desinformação. O conhecimento deve ser protegido em toda a sua esfera,
deve-se garantir a segurança dos recursos humanos, das áreas e instalações,
dos documentos e materiais, dos sistemas de informação, das comunicações e
das informações. A proteção da informação competitiva por meio de um
programa de contra-inteligência permite a uma organização tornar-se
significativamente menos vulnerável aos concorrentes.
A discussão sobre gestão do conhecimento surgiu na década de 90 e
tem como objetivo gerenciar o conhecimento acumulado de funcionários, a fim
de transformá-los em ativos da empresa. Ela cria condições para que o
conhecimento seja criado, socializado e externalizado dentro da empresa,
transformando-o de tácito a explicito. Já a IC está mais voltada para a
produção de conhecimento referente ao ambiente externo da empresa.
Entretanto, cabe salientar que a implantação da gestão do conhecimento nas
empresas facilita a atuação da área de IC e vice-versa.
Apesar de muitos se referirem a business intelligence e IC como
sinônimos, a ABRAIC, www.abraic.org.br, afirma categoricamente que são
termos diferentes. “Na maioria das vezes o primeiro esta sendo empregado
pelas empresas de tecnologia da informação para designar o conjunto de
ferramentas utilizadas para auxiliar nos negócios, tais como: data
warehouse, data mining, CRM, ferramentas OLAP e outras. Quando se
fala de inteligência competitiva, faz-se referência a um processo muito
maior que engloba a obtenção e o tratamento de informação advindas
das redes mantidas pelos sistemas de IC, nas quais as informações de BI
estão inseridas”.
Ultimamente têm surgido vários softwares de business intelligence,
produtos que geralmente são desenvolvidos em torno de dois conceitos: data
warehousing e data mining.
Data warehousing provê acesso a dados logicamente estruturados,
contidos em bancos de dados e arquivos eletrônicos, ajudando a transformar
dados em associações potencialmente interessantes, que podem ser
chamadas de informação acionável.
Data mining é o processo de encontrar, explorar e modelar dados para
revelar associações ou padrões potenciais. Usando análises estatísticas
sofisticadas, as aplicações de dados mining descobrem relações entre os
dados que não seriam notados por outros métodos. Logicamente, os modelos
criados com essas informações só têm valor se puderem ajudar na tomada de
decisões melhores. A intervenção humana ainda é necessária para analisar
informações, transformá-las em inteligência e tomar decisões de fato.
Isto não significa que os softwres não tenham valor. Como eles
armazenam e organizam um grande montante de dados e dispõem-nos em um
formato que mostra associações e provê algumas informações úteis, são uns
excelentes complementos a uma função ampla de IC.
Muito dos desenvolvedores de software que alegam ter criado
aplicações de BI, na verdade, criaram pouco mais que um banco de dados
sofisticados que reúne dados e desenha algumas fracas conexões. Posto de
modo simples, esses softwares trabalham dados brutos, transformado-os em
informação, não em inteligência.
1.2 – IMPORTÂNCIA
Num mundo em que a competição atual e a potencial são crescentes,
em que os consumidores tornam-se cada vez mais exigentes, em que a
informação flui de forma veloz e a baixo custo, em que as empresas
reinventam-se constantemente, em que fusões e aquisições são uma
constante, em que o ciclo de vida dos produtos encurta-se significativamente e
em que tais produtos tornam-se cada vez mais commodities, uma área
produtora de informações passa a ser vital.
A IC começou a ser adotada pelas empresas, no início dos anos 80,
como uma resposta às novas exigências de um mercado globalizado e de
acirrada concorrência. Ter um sistema de inteligência competitiva (SIC) é
considerado estar à frente no desenvolvimento de programas de qualidade e
produtividade. A produção orientada para as necessidades do consumidor não
é suficiente para garantir o sucesso de uma empresa. É preciso também
monitorar a concorrência e as novas tecnologias para que se possam identificar
as ameaças e antecipar oportunidades que permitam conquistar uma posição
competitiva favorável.
O ambiente de incerteza dos mercados atuais dificulta a tomada de
decisão, principalmente, no que diz respeito a longo prazo. Em muitas
indústrias, uma decisão errada pode levar à falência da organização. Para
sobreviverem, as empresas precisam dispor de um SIC que forneça
informações analisadas de forma integrada, permitindo tomar decisões mais
seguras e em tempo real.
A IC é parte crucial da emergente economia do conhecimento.
Analisando os movimentos da concorrência, as empresas podem antecipar
desenvolvimento do mercado em vez de simplesmente reagir a eles. A IC
também ajuda as empresas a se organizarem internamente. De um modo
geral, elas são depositárias de grande quantidade de informações , as quais
alimentam seu processo decisório. No entanto, é comum que as informações
se encontrem dispersas pelas diversas áreas que compõem a empresa. Juntá-
las, analisá-las e dar-lhes uma interpretação que contenha um caráter
corporativo constitui o grande desafio do processo de inteligência competitiva.
Uma área de inteligência pode reduzir custos ao eliminar redundâncias
informacionais, desde que não seja isolada do restante da organização. A
coordenação do processo informacional deve ser centralizada, de forma a
haver otimização dos recursos.
Pesquisas divulgadas pela SCIP mostram que companhias com
programa de IC bem estabelecidos têm maior lucro por ação que companhias
na mesma indústria sem IC. Além de obter aumento nos lucros, as empresas
que utilizam IC evitam custos e têm processos de tomada de decisão melhores.
Quando a economia esta em recessão, estas vantagens podem fazer toda a
diferença
1.3 – ETAPAS
Os requisitos básicos para se produzir inteligência são:
• Preparação – É preciso ter uma idéia clara sobre as necessidades de
informação, ou seja, saber qual é o problema de inteligência.
• Exploração sistemática de fontes – Desenvolver um plano para reunir
informação e segui-lo, sempre tendo em mente o próximo passo.
• Flexibilidades – Informações novas e circunstâncias desafiadoras
inevitavelmente vão exigir alterações na abordagem – é essencial que a
metodologia de geração de inteligência permaneça flexível à medida que
se avança na procura de informações.
• Análise – Desenvolver uma abordagem estruturada para processar a
informação reunida.
A SCIP reconhece seis passos diferentes no processo de IC:
• Planejamento;
• Coleta;
• Análise;
• Entrega;
• Aplicação; e
• avaliação.
As diversas fontes teóricas sobre o assunto divergem quanto ao número
de etapas da IC mas de modo geral, pode-se identificar algumas que são
sempre considerada: planejamento, coleta, análise e disseminação.
Figura 4: Sistemas centralizados de inteligência
Fonte: MILLER (2002, pág 72)
1.3.1 – PLANEJAMENTO
Reunião efetiva de informação – também conhecida como planejamento
de coleta – requer redundância e variedade. Redundância significa assegurar
que as informações possam ser verificadas em várias fontes diferentes. Ter
PTIs (Principais Tecnologis da
Inteligência
Sucursais Nacionais
da
Vendas & Serviços
Equipes Corporativas
Pesquisa de Mercado
Tecnologia de P&D
UEN (Unidade Estratégia de Negocio
Informação Bruta
Unidade de Inteligência Competitiva - Analise e Prognostico
- Coleta e Disseminação da Informação
Responsáveis pelas Grandes Decisões
várias fontes ajuda a empresa a se certificar de que elas não estão
simplesmente, repetindo informação da mesma fonte primária.
É importante lembrar que procura randômica na web pode facilmente
desperdiçar horas valiosas e gerar múltiplas pistas falsas. Um plano de coleta
bem arquitetado requer o uso de um número limitado de fontes.
Planos de coleta devem estabelecer os requisitos de inteligência em
ordem de prioridade, identificar os tipos e o montante de informação
necessária, adequar as fontes de informação aos requisitos e identificar os
aspectos que requerem monitoramento contínuo.
Uma das maneiras mais fáceis de identificar as necessidades de
informação de uma empresa é perguntar à gerência as cinco questões
seguintes:
- Que decisões precisam ser tomadas?
- Por que essas decisões precisam ser tomadas?
- Quando essas decisões devem ser tomadas?
- Quem vai tomar essas decisões?
- Onde e como essa inteligência será usada?
Dentre essas questões, a primeira é a mais importante – ela ajuda a
identificar o problema de inteligência. Com o problema de inteligência
identificado, é determinar o restante das necessidades de inteligência, ou os
“requisitos de inteligência”. Isto é feito respondendo-se a duas questões
primárias: “Por que essas decisões precisam ser tomadas?” e “Quando essas
decisões devem ser tomadas?” A resposta à primeira, assim como as
respostas às questões “Quem vai tomar essas decisões?” e “Onde e como
essa inteligência será usada?”, ajudam a identificar assuntos-chaves ou
preocupações que precisam ser exploradas. Saber a motivação por trás das
questões dá mais flexibilidade para tomar decisões do dia-dia durante a
procura por informações, sem que seja necessário retroceder no processo em
busca de orientação.
Aconselha-se começar listando todas as forças externas: sociais,
políticas, reguladoras e dos concorrentes, relacionadas ao problema de
inteligência. O processo de examinar essas forças detalhadamente levará a
uma série de questões como:
• Qual é a tendência sócio-econômica predominante?
• Espera-se uma nova legislação?
• O concorrente planeja lançar novos produtos este ano?
A resposta à questão Quando essas decisões precisam ser tomadas?
Ajudará no planejamento do esforço de coleta. Uma regra comum é gastar um
terço do tempo disponível o tempo existente antes que as decisões precisam
ser tomadas coletando informações e deixar os outros dois terços para a
análise e ação.
O passo final consiste em avaliar a capacidade da empresa,
particularmente, no que diz respeito às finanças e à habilidade de coletar
informações. É necessário ficarem todas as fontes disponíveis. Se elas forem
insuficientes, a empresa deve decidir se vão buscar mais fontes ou limitar o
escopo da tarefa. Este é um passo em que o tomador de decisões precisa
definitivamente estar envolvido.
O levantamento dos requisitos de inteligência prioritários – chamados de
KITs ou key intelligence topics – e a iniciação dos principais executivos nos
fundamentos e na utilidade das práticas de IC são primordiais para o sucesso
de um SIC. A identificação dos tópicos-chaves deve ser feita por entrevistas
sistemáticas em que se discutem riscos de decisões pendentes, obtêm-se
opiniões sobre possíveis surpresas e identificam-se as preocupações mais
importantes com os agentes externos. Nessa fase, é importante um encontro
com os principais executivos da empresa descrevendo a utilidade, a forma de
trabalho do SIC e os possíveis usos de IC para instrumentar decisões. Um
objetivo secundário desse encontro é obter o engajamento e a participação dos
executivos, desde os primeiros estágios da criação do sistema de inteligência.
Espera-se que esse engajamento se mantenha com a contribuição consistem
do SIC para o sucesso das ações da empresa
É importante conscientizar a todos de que um programa de inteligência é
um investimento a longo prazo, os sistemas de inteligência de maior sucesso
levam de três a cinco anos para atingir a maturidade. Como resultado disso, o
custo torna-se uma questão importante.
Segundo MILLER (2002, pág. 83), “Um profissional da inteligência
precisa er, acima de tudo, uma compreensão geral das estruturas de
poder na organização, da cultura corporativa e das inclinações gerais
daqueles administradores aos quais deve reportar seus chamados”.
1.3.2 – COLETA DE DADOS
Coletar informações requer um conjunto totalmente diferente de
aptidões. Com as tecnologias previstas e os recursos por elas proporcionadas
tomando forma tão velozmente, a capacidade de colher informações é, hoje,
um desafio maior do que em qualquer outra época. O conhecimento de fontes
de informação escrita, eletrônica e oral, bem como a capacidade de usá-las de
maneira criativa, são fundamentais. Os bancos de dados podem conter a
informação buscada, mas de nada servirão se não se dispuser da capacidade
de neles pesquisar adequadamente. A persistência é uma qualidade essencial,
pois quase sempre se encontrarão dificuldades na tarefa de penetrar nas
melhores maneira de informações. Profissionais qualificados precisam usar da
melhor forma, seu conhecimento de metodologia científica e de pensamento
estratégico e, também, suas habilidades de aprendizado independente, a fim
de se tornarem especialistas em assuntos dos quais, muitas vezes, nada
sabiam até serem repentinamente chamados a pesquisar a respeito deles.
Dados podem ser obtidos por meio de pesquisa primária ou secundária.
Pesquisa primária é a denominação que se dá quando se vai diretamente à
procura da informação desejada.
Segundo MESQUITA, www.abraic.org.br, “O motivo principal deste
recurso a fontes primarias é que elas dispõem de informações que não
estão publicadas em formato algum. Contudo, o foco da obtenção da
informação deve estar em fatos não publicados que não sejam
considerados confidenciais pelo proprietário da informação. São três os
tipos de fontes primárias: pessoas dotadas de alguma especialização ou
conhecimento do mercado e/ou da concorrência, documentos inéditos à
disposição do publico e observações . Pesquisa secundária é constituída
de informações colhidas e divulgadas em formato impresso ou eletrônico
por terceiros”.
1.3.3 – PROCESSAMENTO E ANÁLISE
Uma vez reunidas as informações necessárias, é preciso identificar
padrões e tendências significativas, buscar insights exclusivos e relações até
então, não detectadas entre os dados. A fase de análise pode exigir uma
característica de pesquisa cientifica: formular uma proposição e determinar
validade de suas suposições, bem como a probabilidade dos conseqüentes
impactos. No decorrer desse processo, seu executor pode concluir que precisa
de mais dados. Portanto, a coleta e análise não são necessariamente fases
seqüenciais.
O arquivamento e a catalogação de dados e informações, devem ser
realizados no mais baixo nível da organização, uma vez que, os níveis
superiores devem se ater à sua análise. Os dados coletados devem ser
dispostos em planilhas que permitam sua visualização rápida e efetiva,
separando as atividades dos concorrentes em cada um dos aspectos sob foco.
O passo seguinte compreende a interpretação e análise dos dados de
inteligência disponíveis. Nessa fase, é especialmente importante que a pessoa
encarregada do processo de análise seja alguém também responsável pelas
decisões que envolvem as informações sob foco. A razão para tal é que esse
profissional já possui certo conhecimento acerca do assunto em função de sua
experiência, tendo, portanto, já desenvolvida certa sensibilidade com relação
ao ambiente competitivo da empresa.
Conforme CARVALHO (1995, pág 55), “Essa visão lhe permite julgar
o valor das informações coletadas e catalogadas, formular hipóteses
acerca dos objetivos, intenções e movimentos potenciais dos
concorrentes e, finalmente, testar e refinar tais hipóteses através das
informações que lhes chegam”.
A matriz SWOT – forças, fraquezas, oportunidades e ameaças – é uma
ferramenta de análise mais utilizada. Ela permite que se obtenha uma boa
comparação entre uma empresa e seus concorrentes; a partir de
acontecimentos passados importantes, apontam para onde eles provavelmente
se moverão e quais as ações que a empresa deveria tomar frente a isso.
Figura 5: Análise SWOT
Forças da Concorrência (Strengths)
• Imagem da marca • Rede de escritórios • Uso eficiente da tecnologia
Oportunidades de mercado (Opportunities)
• Fluxo de fundos 401 (k) • Oportunidades de vender a
investidores estrangeiros • Oportunidade de reduzir custos
mediante as vendas on-line
Fraquezas da Concorrência (Weaknesses)
• Atrativos somente para investidores independentes
• Fatia escassa do mercado institucional
Ameaças de mercado
(Threats)
• Fase recessiva do ciclo dos negócios
• Risco de barreiras ao livre fluxo de capitais
• Taxação do comércio eletrônico
Fonte: MILLER (2002, pág 115)
Forças e fraquezas são características internas de uma organização,
enquanto oportunidades e ameaças são características externas a ela.
Forças incluem atributos mais poderosos de uma empresa, como
patentes, tecnologia, participação de mercado, posição financeira, fidelidade de
seus consumidores e qualidade do produto.
Fraquezas é o oposto de forças, e podem incluir dívidas volumosas,
trabalhadores não-qualificados, problemas trabalhistas, produtos de baixa
qualidade, imagem ruim e processos ou equipamentos ultrapassados.
Oportunidades são chances de prosperar, aproveitando-se de uma
mudança no mercado, na situação do setor ou em outro fator do ambiente onde
a empresa esta inserida. Leis que beneficiem a empresa, mudanças
demográficas que aumentem a base de consumidores, expiração da patente de
um concorrente ou queda no custo de materiais são exemplos de
oportunidades.
Ameaças é o oposto de oportunidades, são condições externas que
podem prejudicar a empresa. Incluem, entre outros fatores, escassez de
matéria-prima, leis desvantajosas, novos concorrentes e aumento na taxa de
juros, no caso de empresas que dependem de empréstimos.
2.3.4 – DISSEMINAÇÃO E USO
A disseminação e uso das informações sucedem o processo de análise
e interpretação das mesmas. Deve-se desenvolver um conjunto integrado de
relatórios que cubra quatro categorias genéricas de inteligência:
• Estimativa síntese das estratégias do concorrente;
• Relatórios periódicos das tendências e atividades do concorrente;
• Pesquisa contínua de inteligência – estudo de caso acerca do
competidor denominado ‘caso básico para inteligência’;
• Flagrantes de inteligência sobre itens de interesse.
Os flagrantes de inteligência compreendem estudos rápidos sobre
tópicos específicos, geralmente, utilizados para suprir uma necessidade
imediata de um executivo da empresa. Podem ser comunicados por telefone ou
por meio de memorandos curtos direcionados ao solicitante.
O caso base para inteligência constitui um estudo minucioso e contínuo
de um determinado competidor. É formado por um conjunto de arquivos
atualizados que indexam vários aspectos do concorrente, incluindo seu
histórico estratégico, sua estratégia corporativa, as estratégias das unidades de
negócios, a análise funcional, o perfil de seus executivos, bem como sua
síntese estratégica. Este estudo é extremamente relevante, uma vez que pode
prover o analista de insights sobre as possíveis ações do competidor.
Já os relatórios periódicos de inteligência – boletins, exibições /
demonstrações e quadros de avisos – têm por finalidade disseminar por grande
parte da empresa as informações decorrentes do monitoramento concorrencial,
constituindo, assim, uma forma de feedback e motivação aos agentes internos
coletadores de informação. Além desse objetivo, os relatórios periódicos de
inteligência visam atualizar os estudos de caso para inteligência, identificar
novos elementos essenciais de informação sobre o concorrente, constituir um
sumário de desempenho comparativo e fornecer um quadro de referência
comum com a concorrência.
Por fim, a estimativa síntese das estratégias do concorrente representa
uma previsão do comportamento do concorrente.
De acordo com GONZALES, www.abraic.org.br, “a finalidade é guiar
as ações estratégicas e de marketing da empresa, alem de delimitar as
alternativas contingenciais que devem ser planejadas e acionadas caso
sejam necessárias”.
Essa síntese é resultado do esforço da análise e interpretação de todos
os dados e informações coletadas.
A primeira regra para se obter o interesse da gerência e ganhar
credibilidade consiste em entregar em três dimensões: qualidade, tempo e
formato.
Qualidade significa que o produto final – um relatório, uma
apresentação ou recomendações – atende às expectativas, que os números
foram verificados e estão corretos, e que as perguntas estão sendo
respondidas.
Tempo significa que os prazos são atendidos.
Formato implica saber como o usuário de inteligência prefere recebê-la
– por Internet, e-mail, apresentação oral ou relatório escrito, por exemplo – o
que ajuda a garantir que o produto final entregue seja realmente absorvido e
utilizado.
Também é necessário ser conciso. As conclusões ou insights sempre
devem ser colocadas em primeiro lugar nos documentos, pois isso permite que
um leitor sem muito tempo localize os pontos importantes rapidamente. Um
documento nunca deve ser enviado sem que o analista de IC destaque os
pontos que considera mais relevante.
2 – CÓDIGO DE ÉTICA
Os integrantes da SCIP se guiam por um código de ética estabelecida
pela organização e revisada em 1999 para regrar o seu comportamento
profissional. Este código obriga os funcionários a:
• Agirem permanentemente em prol do crescente reconhecimento e
respeito pela profissão.
• Cumprirem todas as leis aplicáveis, sejam elas nacionais ou internacionais
• Revelarem com exatidão todas as informações relevantes, entre as quais
a identidade própria e da empresa para a qual trabalham, antes de todas
as entrevistas.
• Respeitarem plenamente todas as solicitações de sigilo sobre
informações.
• Evitarem os conflitos de interesses no cumprimento de qualquer tarefa.
• Apresentarem recomendações e conclusões honestas e realistas em
relação a missões às quais é encarregado.
• Promoverem esse código de ética no âmbito da empresa para a qual
trabalham, junto a parceiros de negócios e no universo geral da profissão.
• Aderirem conscientemente e cumprirem com rigor as políticas, objetivos e
diretrizes da empresa para a qual trabalham.
Agir de acordo com os mais altos padrões éticos, tanto da associação
profissional quanto da empresa, é a maior e mais importante responsabilidade
de um profissional da inteligência. À medida que aumenta o número de
profissionais nesta área e que a profissão ganha crescente reconhecimento em
um número cada vez maior de setores econômicos, e igualmente em grandes e
pequenas empresas da era digital, aumenta igualmente o risco representado
pela conduta ética.
É a maior preocupação dos profissionais mais experientes e dos
acadêmicos incutir esses princípios éticos e diretrizes nos fundamentos
profissionais e educacionais de todos os programas de treinamento.
Segundo MILLER (2002, pág. 227), “Faz parte das responsabilidades
da administração sênior de todas as empresas desenvolver, atualizar e
alterar códigos gerais de conduta de negócios para todos os seus
funcionários e instruí-los com respeito as expectativas de conduta
apropriada em negócios na condição de bons cidadãos corporativos”.
III CONCLUSÃO
Os resultados da pesquisa realizada e que deram origem ao presente
trabalho, permitiram concluir que embora a tecnologia torne mais fácil e
eficiente a prática da IC, este não é o fator mais importante para seu sucesso.
A IC depende principalmente de pessoas. São elas que possuem o
conhecimento para discernir o que é relevante no meio da enorme quantidade
de dados e informações disponíveis, buscar relações entre variáveis
aparentemente desconexas, transformá-las em inteligência, tomar decisões e
agir estrategicamente. Também são elas que, quando se recusam a aceitar
mudanças e compartilhar informações, impedem o funcionamento efetivo ou
até mesmo a adoção de IC.
Por isso, implantar SIC sem antes trabalhar a cultura organizacional é
um esforço em vão. Mesmo depois da implantação, principalmente nos
estágios iniciais de funcionamento do sistema, é necessário envolver os
funcionários em treinamentos de IC para conscientizá-los de seu papel. Em
empresas com programas de IC bem-sucedidos, o conceito é totalmente
incorporado pela organização, algumas vezes, chega a promover avanços na
cultura corporativa, tornando-a mais ágil e flexível. Isto, porém, só acontece
quando já há predisposição para mudança. A IC traz muitos benefícios, mas
não é uma panacéia.
Talvez seja por essa dificuldade de lidar com fatores culturais e
comportamentais que a IC ainda seja pouco conhecida e utilizada,
especialmente se comparada a outras siglas que se tornaram comuns nos
meios empresariais – ERP, B2B, BI, CRM, TQM, etc.
Atualmente, as empresas americanas são as maiores usuárias de IC. No Brasil, a prática ainda é pouco difundida e não está plenamente desenvolvida. A pouca difusão nas empresas reflete-se no baixo número de fontes bibliográficas que tratam sobre o uso prático de IC. Mesmo nos EUA, elas não são numerosas, porque os praticantes de IC tratam o tema com sigilo, embora alardeiem as vantagens obtidas com o uso de programas de inteligência, não divulgam detalhes sobre sua operação.
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ABRAIC, http://www.abraic.org.br
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GONZALEZ, Bernardo Celso. Inteligência Competitiva nas Empresas. 2001.
Disponível em http://www.abraic.org.br
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