ramatis mensagens do astral

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  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    1

    RAMATIS

    MENSAGENS DO ASTRAL

    Obra medinica

    ditada pelo esprito

    RAMATS

    ao mdium

    HERCLIO MAES

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    2

    MENSAGENS DO ASTRAL

    Em que consiste realmente, e o que se oculta por trs dos eventos

    rotulados de "juzo final", j em curso no planeta?

    Qual o propsito da atuao do "astro intruso" e da verticalizao do

    eixo terrestre, previstos para demarcar a Era de Aqurio? E a "seleo

    planetria", realmente j est se processando? Quem dever continuar

    reencarnando no Planeta Terra, dentro da humanidade mais fraterna do

    terceiro milnio, e quem precisar repetir o curso elementar em escolas

    planetrias primitivas?

    Como se processa o fenmeno da profecia, e qual o verdadeiro

    simbolismo das imagens do Apocalipse?

    Somente um Mestre de Sabedoria como Ramatis poderia esclarecer

    questes como essas, desvendando o planejamento sideral oculto por trs do

    rtulo do "juzo final", detalhando o processo, e descrevendo a Terra

    transformada, fsica e espiritualmente, aps a transio.

    Temas iniciticos como Os Engenheiros Siderais e o Plano da

    Criao, As Influncias Astrolgicas e o signo de Peixes, a destino entre a

    Descida Anglica e a Queda Anglica dos exilados de outros orbes,

    completam o atrativo desta obra vanguardista.

    H cinqenta anos esgotando sucessivas edies, Mensagens do

    Astral tornou-se um clssico da matria, conquistando definitivamente o

    leitor pelo ineditismo, a profundidade e a clareza com que aborda esse tema

    palpitante.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    3

    Homenagem

    A Antonio Luiz do Lago, a cujo esprito laborioso e repleto de renncia se deve o

    santificado patrimnio da "Instituio e Editora Divino Mestre", cuja obra se destina

    divulgao exclusiva

    das verdades morais e espirituais consagradas no Evangelho de Jesus.

    A B. Godoy Paiva, a cujo labor devotado e lucidez de idias se deve a reviso que

    tornou fluente e aprecivel o encadeamento desta obra.

    Herclio Maes

    Curitiba, 20 de outubro de 1956

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    4

    OBRAS DE RAMATIS .

    1. A vida no planeta marte Herclio Mes 1955 Ramatis Freitas Bastos 2. Mensagens do astral Herclio Mes 1956 Ramatis Conhecimento 3. A vida alem da sepultura Herclio Mes 1957 Ramatis Conhecimento 4. A sobrevivncia do Esprito Herclio Mes 1958 Ramatis Conhecimento 5. Fisiologia da alma Herclio Mes 1959 Ramatis Conhecimento 6. Mediunismo Herclio Mes 1960 Ramatis Conhecimento 7. Mediunidade de cura Herclio Mes 1963 Ramatis Conhecimento 8. O sublime peregrino Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento 9. Elucidaes do alm Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento 10. A misso do espiritismo Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento 11. Magia da redeno Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento 12. A vida humana e o esprito imortal Herclio Mes 1970 Ramatis Conhecimento 13. O evangelho a luz do cosmo Herclio Mes 1974 Ramatis Conhecimento 14. Sob a luz do espiritismo Herclio Mes 1999 Ramatis Conhecimento

    15. Mensagens do grande corao America Paoliello Marques ? Ramatis Conhecimento

    16. Evangelho , psicologia , ioga America Paoliello Marques ? Ramatis etc Freitas Bastos 17. Jesus e a Jerusalm renovada America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos 18. Brasil , terra de promisso America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos 19. Viagem em torno do Eu America Paoliello Marques ? Ramatis Holus Publicaes

    20. Momentos de reflexo vol 1 Maria Margarida Liguori 1990 Ramatis Freitas Bastos 21. Momentos de reflexo vol 2 Maria Margarida Liguori 1993 Ramatis Freitas Bastos 22. Momentos de reflexo vol 3 Maria Margarida Liguori 1995 Ramatis Freitas Bastos 23. O homem e a planeta terra Maria Margarida Liguori 1999 Ramatis Conhecimento 24. O despertar da conscincia Maria Margarida Liguori 2000 Ramatis Conhecimento 25. Jornada de Luz Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Freitas Bastos 26. Em busca da Luz Interior Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Conhecimento

    27. Gotas de Luz Beatriz Bergamo 1996 Ramatis Srie Elucidaes

    28. As flores do oriente Marcio Godinho 2000 Ramatis Conhecimento

    29. O Astro Intruso Hur Than De Shidha 2009 Ramatis Internet

    30. Chama Crstica Norberto Peixoto 2000 Ramatis Conhecimento 31. Samadhi Norberto Peixoto 2002 Ramatis Conhecimento 32. Evoluo no Planeta Azul Norberto Peixoto 2003 Ramatis Conhecimento 33. Jardim Orixs Norberto Peixoto 2004 Ramatis Conhecimento 34. Vozes de Aruanda Norberto Peixoto 2005 Ramatis Conhecimento 35. A misso da umbanda Norberto Peixoto 2006 Ramatis Conhecimento 36. Umbanda P no cho Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento 37. Dirio Medinico Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    5

    ndice

    Pginas.

    Invocao s Falanges do Bem 6

    Invocao s Falanges do Bem 7

    Esclarecimentos sobre a segunda edio 8

    Prefcio 9

    Explicando 12

    Ramatis e seus crticos 17

    Ramatise seus conceitos 19

    Consideraes sobre opinies do Alm 31

    A voz oficial do Espao ou das instituies religiosas

    ou espiritualitas 33

    O trabalho de Ramatis analisado pela Federao Esprita

    do Estado de So Paulo 45

    Palavras de Ramatis 48

    Captulo

    1 - Os Tempos so Chegados 53

    2 - O Juzo Final . 72

    3 - As Influncias Astrolgicas 83

    4 - O Signo de Pisces 93

    5- Os reis magos 100

    6 - O Valor da Profecia 104

    7 - Bblia e sua significao 133

    8 - O Simbolismo do Apocalipse 137

    9 - A Besta Apocalptica 150

    10 - O Nmero 666 na Profecia Apocalptica 165

    11 - A Queda Anglica e a Ao Satnica 171

    12 - O Astro Intruso e a sua influncia sobre a Terra 186

    13 - Os que Emigraro para um Planeta Inferior . 203

    14 - As exploses atmicas e os efeitos crmicos 225

    15 - A Verticalizao do Eixo da Terra 229

    16 - A Higienizao da Terra, suas Futuras Riquezas e Novas Condies de Vida 239

    17 - Os Engenheiros Siderais e o Plano da Criao 255

    18 - O Terceiro Milnio e a Nova Humanidade 288

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    6

    Invocao s Falanges do Bem

    Doce nome de Jesus,

    Doce nome de Maria,

    Enviai-nos vossa luz

    Vossa paz e harmonia!

    Estrela azul de Dharma,

    Farol de nosso Dever!

    Libertai-nos do mau carma,

    Ensinai-nos a viver!

    Ante o smbolo amado

    Do Tringulo e da Cruz,

    V-se o servo renovado

    Por Ti, Mestre Jesus!

    Com os nossos irmos de Marte

    Faamos uma orao-.

    Que nos ensinem a arte

    Da Grande Harmonizao!

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    7

    Invocao s Falanges do Bem

    Do ponto de Luz na mente de Deus,

    Flua luz s mentes dos homens,

    Desa luz terra.

    Do ponto de Amor no Corao de Deus,

    Flua amor aos coraes dos homens,

    Volte Cristo Terra.

    Do centro onde a Vontade de Deus conhecida,

    Guie o Propsito das pequenas vontades dos homens,

    O propsito a que os Mestres conhecem e servem.

    No centro a que chamamos a raa dos homens,

    Cumpra-se o plano de Amor e Luz,

    e mure-se a porta onde mora o mal.

    Que a Luz, o Amor e o Poder

    restabeleam o Plano de Deus na Terra.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    8

    Esclarecimentos sobre a Segunda Edio

    Premidos pelas atuais circunstncias de carncia e alto custo do papel para impresso de livros, o que obriga os autores e editores a reduzirem as obras muito extensas e volumosas,

    sob pena de torn-las proibitivas aos leitores menos favorecidos, vimo-nos constrangidos a

    eliminar alguns trechos insertos na primeira edio desta obra, os quais, no entanto, no

    fragmentam a contextura, por tratar-se de acrscimos independentes do texto principal.

    Assim, rogamos a Ramats o obsquio de indicar-nos quais seriam os captulos ou

    excertos que poderiam ser excludos nesta segunda edio, mas sem prejudicar o tema

    fundamental e com probabilidade de serem includos em futuras obras.

    Sob a orientao de Ramats o mdium reviu toda a obra, corrigiu alguns equvocos e

    interpretaes dbias da primeira edio, citou fontes de comprovao do texto bsico e

    acrescentou novos esclarecimentos. Foram eliminadas as extensas consideraes preliminares,

    em que Ramats, a nosso pedido, opinava sobre o motivo da crtica espiritista acerca de suas

    comunicaes. Tratando-se de um assunto quase ntimo e j superado, qui, fora de tempo e

    respondido na continuidade das demais obras, nada perde o leitor quanto a essa excluso.

    Acresce, ainda, que o contedo fundamental da obra "Mensagens do Astral", abrange a

    profecia, o apocalipse, a influncia astrolgica e o estudo da engenharia sideral no grande plano

    da Criao, relacionados intimamente com o motivo dos "Tempos Chegados" ou do "Juzo

    Final". Deste modo, Ramats sugeriu a eliminao dos trechos e captulos que no se

    ajustassem hermeticamente a esse tema essencial.

    Os trechos excludos sero ampliados e refundidos nas obras "O Sublime Peregrino" e o

    "Evangelho Luz do Cosmos", a que eles se ligam perfeitamente. Os captulos eliminados

    desta segunda edio foram os seguintes: "A Bblia e sua significao", "Os reis magos", "As

    exploses atmicas e os efeitos crmicos", inclusive aqueles que resumem a vida de Jesus e se

    afastam da intimidade do texto.

    Cremos que "Mensagens do Astral", segunda edio, ainda ficou mais compacta e

    ntida em seu tema fundamental do "Fim dos Tempos", cujo assunto excludo no faz a

    conexo desejada. E apesar do nosso intuito de reduzir esta obra e torn-la acessvel ao leitor

    comum, ela ainda se apresenta volumosa e sem permitir qualquer novo "corte", sob pena de

    truncar-lhe o esquema de Ramats.

    Somos gratos aos leitores pela compreenso dessa providncia obrigatria, pois o

    aumento de pginas implicaria, tambm, em acrscimo do custo e venda.

    Curitiba, 20 de setembro de 1961.

    Grupo Ramats.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    9

    Prefcio

    O livro que se vai ler uma explicao, a mais aproximada possvel, dos

    acontecimentos que se registraro na Terra at o fim do sculo atual, j descritos de modo

    simblico em inmeras profecias e, principalmente, no livro do Apocalipse, o ltimo dos

    que compem a Bblia. Os estudiosos dos evangelhos encontraro, nesta obra, magnficos

    esclarecimentos quanto linguagem figurada do vidente na ilha de Patmos, Joo

    Evangelista, autor do Apocalipse escrito por ele quando exilado naquela ilha nos tempos da

    perseguio do imperador Galba, sucessor imediato de Nero.

    Neste livro, Ramats faz uma descrio pormenorizada do que ser o chamado "fim

    do mundo", temido por tanta gente. Em torno do "fim do mundo" tm girado centenas de

    consideraes completamente discordantes entre si, principalmente quando focalizados os

    acontecimentos previstos por Joo Evangelista. As consideraes mais conhecidas so as

    dos que afirmam que a histria da humanidade e do planeta Terra terminar por uma crise

    suprema, fsica e moral quando, ento, o Cristo se manifestar exterior, visvel e

    corporalmente neste planeta, ocorrendo ento a ressurreio dos corpos dos mortos, que,

    juntamente com os vivos, sero submetidos ao "juzo final". Ento, aqueles que se acharem

    vivos na Terra, e que escaparem da condenao, sero transformados e arrebatados para o

    cu, ao mesmo tempo que os reprovados sero transportados para o inferno, onde

    permanecero por toda a eternidade. Mas, em geral, os interpretadores do Apocalipse e de

    certas palavras que Jesus pronunciou acerca do "juzo final", no se estendem muito sobre

    o que acontecer neste mundo at que se efetue o julgamento final dos atos da presente

    humanidade e, quando se estendem, penetram numa argumentao rida, chegando a

    concluses que a razo no pode aceitar.

    Ramats vem ao encontro daqueles que desejam uma exposio clara, lgica e

    razovel do que seja a aproximao do "juzo final" e o julgamento dos vivos e dos mortos.

    Mas no se detm nesse terreno; ele aproveita a oportunidade para chamar a ateno dos

    terrcolas - como ele os denomina - para as grandes responsabilidades da hora que passa,

    fazendo uma anlise sucinta do panorama que nos oferece o mundo atual, grandemente

    perturbado e a caminho de uma soluo drstica, a nica compatvel com as necessidades

    atuais de uma humanidade que se afastou por completo do caminho do dever, no tendo

    esperana de cura seno atravs de complicada operao cirrgica que lhe extirpe pela raiz

    o cancro que lhe corri a alma!

    A linguagem de Ramats encanta pela simplicidade e profundeza de seus conceitos.

    Ele no gosta de dialtica complicada e vai direito ao mago do assunto, entremeando as

    suas revelaes com conselhos e instrues que s um Esprito de alta categoria - como ele

    o - poderia nos legar.

    A biblioteca esprita - se bem que Ramats no seja propriamente esprita, na

    acepo do vocbulo, pois que a maior parte dos que se consideram espritas no admite

    nada alm do que o Codificador da doutrina "no disse" - vai ser grandemente beneficiada

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    10

    com a obra que acaba de vir luz, pois Ramats descortina aos espritas um mais vasto

    panorama, lanando sobre a literatura esprita um facho de luz que pe em destaque os

    principais postulados dessa doutrina, de modo a serem melhor compreendidos os ensinos

    de Kardec.

    Uma das preocupaes principais de Ramats afastar a idia de que devemos fazer

    do Espiritismo um amontoado de pontos de vista pessoais e consider-la como uma religio

    que deve dar combate s outras, enciumando-se, no raro, com o que se passa nos demais

    arraiais cristos que no pensam pela nossa cabea.

    Infelizmente, ainda h entre os espritas os que pensam que todas as demais

    religies esto erradas; por isso, e porque o Espiritismo a "nica religio verdadeira", no

    se deve nem ao menos entrar em um templo de outra religio, porque significa pactuar com

    os erros dos outros; o lugar do esprita no centro esprita; se ele gosta de entrar em um

    templo estranho ou apia qualquer postulado estranho ao Espiritismo, que fique por l de

    uma vez, e no se diga esprita!

    Nas nossas lides pelas tribunas, pela imprensa e pelo rdio, temos sido alvo de

    violentos ataques pelo fato de defendermos os princpios sagrados de todas as religies,

    demonstrando res.

    peito por aquilo que se esconde por detrs dos seus simbolismos.

    que muita gente no sabe que Jesus no tinha religio e, por isso, defende

    intransigentemente a "sua" religio, achando que ela que era a religio de Jesus. No sabe

    que todas as religies so divinas e que Deus tem os seus filhos espalhados por entre todas

    as religies do orbe, cada um na religio que est de acordo com o seu grau evolutivo,

    conquistado atravs das vidas passadas.

    No h diversas religies. A religio uma s, assim como a matemtica uma s e

    a cincia uma s. Assim como a matemtica usada por pessoas atrasadas e por pessoas

    adiantadas, cada uma resolvendo problemas de acordo com o conhecimento que tem da

    matemtica, tambm, cada encarnado resolve os seus problemas espirituais pela religio

    que professa, de acordo com o conhecimento que vem adquirindo de encarnao em encaro

    nao, nesse curso, nessa escola, que a vida. O matuto, para saber quanto 100 vezes 5,

    vai amontoando gros de feijo no cho, em grupos de 5, e depois conta todos os gros de

    feijo, para saber a quanto somam. a matemtica dele, e ningum pode dizer que isso no

    seja matemtica. O homem mais adiantado no usa o feijo; usa o raciocnio: coloca dois

    zeros, mentalmente, ao lado do nmero 5 e diz logo: 100 vezes 5 so 500. Mas os dois

    esto somando; os dois esto aplicando a matemtica; um obtm a soma atravs de grande

    esforo; o outro, com uma simples multiplicao mental, faz a soma mais depressa, dando

    logo o total. Um chega mais depressa ao fim que deseja, porque tem melhor compreenso,

    melhor estudo, ao passo que o outro, para chegar ao mesmo fim, perde um tempo imenso.

    Assim so os caminhos para Deus, atravs da nossa compreenso conseqente do

    adiantamento espiritual. No podemos obrigar um indgena a fazer suas operaes por

    aritmtica; nem uma criana a fazer seus clculos por operaes algbricas; nem fazer um

    escolar compreender clculo infinitesimal. tudo questo de estudo, de compreenso e,

    portanto, de adiantamento.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    11

    Ramats vem ao encontro de nossas afirmaes, quando diz, muito bem, nas

    belssimas pginas desta obra: "No temais a abbada da igreja catlica, as colunas do

    templo protestante, o esforo do esoterista, a reunio do teosofista, o experimento da

    umbandista, as lies da Ioga ou a cantoria dos salvacionistas! Concorrei lista para os

    pobres de todas as religies, sem exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforo

    do irmo que vos oferece a Bblia em lugar do livro fescenino e auxiliai a divulgao da

    revista religiosa que vos recorda Jesus; rejubilai-vos diante do labor doutrinrio adverso ao

    vosso modo de entender, mas que coopera para a melhoria do homem. Aprendei que a

    doutrina sempre um "meio" e no um "fim". O Espiritismo maravilhosa revelao da

    imortalidade da alma; convite divino para que o homem modifique a sua conduta

    desregrada e assuma a responsabilidade da vida espiritual; mas, acima de tudo, que se

    cumpra a universalidade do Cristo, antes que o separativismo de seitas. E que "vos ameis

    uns aos outros, assim como eu vos amei" seja o compromisso incessante a que deveis

    atender, porque nunca podereis pregar a unio sob a exclusividade religiosa".

    S isto basta para pr em relevo o valor da obra que Ramats nos oferece e que vem

    mesmo no tempo e na hora, na opinio em que o mundo caminha a passo acelerado para a

    desunio e para os eventos do "fim do mundo". Oxal sirva esta obra no s para instruo

    do nosso esprito como para que se estabelea entre os espritas e os membros das diversas

    religies, que so nossos irmos muito amados, um lao de fraternidade, alis muito

    necessrio, para que, conjugados os nossos esforos na evangelizao da humanidade,

    atenuemos o mais possvel Os terrveis efeitos da catstrofe que se aproxima e possamos,

    um dia, ao se realizar o julgamento da humanidade do planeta Terra, ouvir dos lbios do

    Mestre Jesus o seu chamado: "Vinde, benditos de meu Pai, para o reino que vos est

    preparado desde o comeo do mundo"!

    Que assim seja!

    So Paulo, 2 de outubro de 1956.

    B. Godoy Paiva

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    12

    Explicando

    Prezado leitor:

    Cabe-me a obrigao de dar-te alguns esclarecimentos sobre a personalidade de

    Ramats, o Esprito autor desta obra, e o modo pelo qual se processa a concatenao das

    instrues dele recebidas para serem dadas publicidade:

    Escolhido o gnero de literatura espiritualista que se torna de maior interesse para a

    poca que atravessamos, submete-se ao Esprito manifestante uma srie de perguntas que

    giram em torno de um tema principal, embora tais perguntas paream fugir, por vezes, ao

    assunto fundamental, porquanto, apesar de serem as primeiras adrede preparadas,

    provocam, no decorrer do recebimento das respostas de Ramats, outras perguntas que nem

    sempre tm ligao direta com o tema principal, porque provm de dvidas suscitadas ou

    de crticas formuladas pelos consulentes. Igualmente no se cogita, no momento, de dividir

    a obra em captulos, deixando-se a realizao desse trabalho para a ocasio de se tratar da

    confeco completa da obra que deve vir a pblico, e isso devido justamente ao fato de no

    poder cada captulo cingir-se rigorosamente a um contedo exclusivo, dada a ligao entre

    um e outro, impossvel de ser evitada. Essa circunstncia, porm, longe de causar

    embaraos - apesar de serem reduzidas as repeties - redunda em benefcio do leitor,

    tornando mais clara a exposio do assunto, que, em certos casos, demanda mesmo

    insistncia para que haja melhor compreenso do pensamento do Esprito manifestante.

    Foi este sistema (o de seleo final das perguntas e respostas e sua subdiviso em

    captulos) o empregado na confeco da obra de Ramats "A Vida no Planeta Marte", j do

    domnio pblico e o mesmo que se empregou na presente obra.

    Outras obras em preparo obedecero ao mesmo sistema de confeco, exceo feita

    ao livro prximo a sair, "A Fisiologia da Alma", que se compor de captulos previamente

    escolhidos e perguntas rigorosamente selecionadas de antemo, pois assim o exigiu o

    Esprito de Ramats, visto tratar-se de assunto muito delicado e bastante complexo.

    A recepo das resposta de Ramats s perguntas que lhe so formuladas feita

    diretamente pelo mdium, que se serve para isso de uma mquina de escrever. Esta espcie

    de mediunidade (ou este sistema de recepo) permitam os leitores que eu a denomine de

    faculdade "psico-dactilogrfica", na falta de melhor expresso.

    Ramats viveu na Indo-China, no sculo X, e foi instrutor em um dos inumerveis

    santurios iniciticos da ndia. Era de inteligncia fulgurante e desencarnou bastante moo.

    Esprito muito experimentado nas lides reencarnacionistas, j se havia distinguido no

    sculo IV, tendo participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o famoso

    poema hindu "Ramaiana". 1 Foi adepto da tradio de Rama, naquela poca, cultuando os

    ensinamentos do "Reino de Osris", o senhor da Luz, na inteligncia das coisas divinas.

    Mais tarde, no Espao, filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais,

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    13

    cuja insgnia, em linguagem ocidental, era conhecida sob a pitoresca denominao de

    "Templrios das Cadeias do Amor". Trata-se de um agrupamento quase desconhecido nas

    colnias invisveis do Alm, junto regio do Ocidente, onde se dedica a trabalhos

    profundamente ligados psicologia oriental. Os que lem as mensagens de Ramats e esto

    familiarizados com o simbolismo do Oriente, bem sabem o que representa o nome "Rama-

    Tys", ou "Swami Sri Rama-Tys", como era conhecido nos santurios da poca. quase

    uma "chave", uma designao de hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego

    de certas expresses que transcendem s prprias formas objetivas.

    1 - Nota do Revisor: No poema hindu Ramaiana, o feliz casal Rama e Sita smbolo inicitico de princpios masculino e feminino. Mas, unindo-se Rama e atis, ou seja, Sita ao inverso, ento resulta Ramaatis, como realmente se pronuncia em indo-chins.

    Fomos informados de que, aps significativa assemblia de altas entidades,

    realizada no Espao, no sculo findo, na regio do Oriente, procedeu-se fuso entre duas

    importantes "Fraternidades" que dali operam em favor dos habitantes da Terra. Trata-se da

    "Fraternidade da Cruz", com certa ao no Ocidente (que divulga os ensinamentos de

    Jesus) e da "Fraternidade do Tringulo", ligada tradio inicitica e espiritual do Oriente.

    Aps a memorvel fuso dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as

    caractersticas psicolgicas e objetivo dos seus trabalhadores espirituais, alterando-se a

    denominao para "Fraternidade da Cruz e do Tringulo". Seus membros, no Espao, usam

    vestes brancas, com cintos e emblemas de cor azul-clara esverdeada. Sobre o peito, trazem

    suspensa delicada corrente como que confeccionada em fina ourivesaria, na qual se ostenta

    um tringulo de suave lils luminoso, emoldurando uma cruz lirial. o smbolo que exala,

    na figura da cruz alabastrina, a obra sacrificial de Jesus e, na efgie do tringulo, a mstica

    oriental.

    Asseguram-nos alguns mentores que todos os discpulos dessa Fraternidade que se

    encontram reencarnados na Terra so profundamente devotados s duas correntes

    espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam tanto os ensinamentos de Jesus, que foi o

    elo definitivo entre todos os instrutores terrqueos, tanto quanto os labores de Antlio, de

    Hermes, de Buda, assim como os esforos de Confcio e de Lao-Tseu. esse um dos

    motivos pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramats, na Terra, embora

    profundamente devotados filosofia crist, afeioam-se, tambm, com profundo respeito,

    corrente espiritualista do Oriente.

    Soubemos que da fuso das duas "Fraternidades" realizada no Espao, surgiram

    extraordinrios benefcios para a Terra. Alguns mentores espirituais passaram, ento, a

    atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientao de certos trabalhos espritas, no

    campo medinico, enquanto que outros instrutores ocidentais passaram a atuar na ndia, no

    Egito, na China e em vrios agrupamentos que at ento eram exclusivamente

    supervisionados pela antiga. Fraternidade do Tringulo. Os Espritos orientais ajudam-nos

    agora em nossos labores, ao mesmo tempo em que os da nossa regio interpenetram os

    agrupamentos doutrinrios do Oriente, do que resulta ampliar-se o sentimento de

    fraternidade entre Oriente e Ocidente, bem como aumentar-se a oportunidade de

    reencarnaes entre espritos amigos.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    14

    Assim, processa-se um salutar intercmbio de idias e .perfeita identificao de

    sentimentos no mesmo labor espiritual, embora se diferenciem os contedos psicolgicos

    de cada hemisfrio. Os orientais so lunares, meditativos, passivos e desinteressados

    geralmente da fenomenologia exterior; os ocidentais so dinmicos, solarianos, objetivos e

    estudiosos dos aspectos transitrios da forma e do mundo dos Espritos.

    Os antigos fraternistas do "Tringulo" so exmios operadores com as "correntes

    teraputicas azuis", que podem ser aplicadas como energia balsamizante aos sofrimentos

    psquicos, cruciais, das vtimas com longas obsesses. As emanaes do azul-claro, com

    nuanas para o esmeralda, alm do efeito balsamizante, dissociam certos estigmas "pr-

    reencarnatrios" e que se reproduzem periodicamente nos veculos etricos. Ao mesmo

    tempo, os fraternistas da "Cruz", conforme nos informa Ramats, preferem operar com as

    correntes alaranjadas, vivas e claras, por vezes mescladas do carmim puro, visto que as

    consideram mais positivas na ao de. aliviar o sofrimento psquico. de notar, entretanto,

    que, enquanto os tcnicos ocidentais procuram eliminar de vez a dor, os terapeutas

    orientais, mais afeitos crena no fatalismo crmico, da psicologia asitica, preferem

    exercer sobre os enfermos uma ao balsamizante, aproveitando o sofrimento para mais

    breve "queima" do carma. Eles sabem que a eliminao rpida da dor pode extinguir os

    efeitos, mas as causas continuam gerando novos padecimentos futuros. Preferem, ento,

    regular o processo do sofrimento depurador, em lugar de sust-lo provisoriamente. No

    primeiro caso, esgota-se o carma, embora demoradamente; no segundo, a cura um hiato,

    uma prorrogao crmica.

    Informa-nos Ramats que, aps certa disciplina inicitica, a que se submetera na

    China, fundou um pequeno templo inicitico na ndia, margem da estrada principal que se

    perdia no territrio chins. Nesse templo, procurou ele aplicar aos seus discpulos os

    conhecimentos adquiridos em inmeras vidas anteriores. Na Atlntida foi contemporneo,

    em uma existncia, do Esprito que mais tarde seria conhecido pelo pseudnimo de Allan

    Kardec, (o codificador do Espiritismo) que era profundamente dedicado matemtica e s

    chamadas cincias positivas. Posteriormente, em sua passagem pelo Egito, teve novo

    encontro com Kardec, que era ento o sacerdote Amenfis, ao tempo do fara Merneft,

    filho de Ramss.

    O templo que Ramats fundou foi erguido pelas mos de seus primeiros discpulos e

    admiradores. Cada pedra da alvenaria recebeu o toque magntico e pessoal de seus futuros

    iniciados. Alguns deles esto reencarnados atualmente em nosso mundo, e j reconheceram

    o antigo mestre Ramats atravs desse toque misterioso, que no pode ser explicado a

    contento na linguagem humana. Sentem-no por vezes, e de tal modo, que as lgrimas lhes

    afloram aos olhos, num longo suspiro de saudade!

    Embora tenha desencarnado ainda moo, Ramats pde aliciar setenta e dois

    discpulos que, no entanto, aps o desaparecimento do mestre, no puderam manter-se

    altura do mesmo padro inicitico original. Eram adeptos provindos de diversas correntes

    religiosas e espiritualistas do Egito, da ndia, da Grcia, da China e at da Arbia. Apenas

    dezessete conseguiram envergar a simblica "tnica azul" e alcanar o ltimo grau daquele

    ciclo inicitico.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    15

    Os demais, seja por ingresso tardio, seja por menor capacidade de compreenso

    espiritual, no alcanaram a plenitude do conhecimento das disciplinas lecionadas pelo

    mestre. A no ser vinte e seis adeptos que esto no Espao (desencarnados) cooperando nos

    labores da "Cruz e do Tringulo"', o restante disseminou-se pelo nosso orbe, em vrias

    latitudes geogrficas. Sabemos que dezoito reencarnaram no Brasil; seis nas trs Amricas

    (do Sul, Central e do Norte) enquanto que os demais se espalharam pela Europa e,

    principalmente, pela sia.

    Em virtude de estar a Europa atingindo o final de sua misso civilizadora, alguns

    dos discpulos l reencarnados emigraro para o Brasil, em cujo territrio - afirma Ramats

    - se encarnaro os predecessores da generosa humanidade do terceiro milnio.

    No templo que Ramats fundou na ndia, esses discpulos desenvolveram seus

    conhecimentos sobre magnetismo, astrologia, clarividncia, psicometria, radiestesia e

    assuntos quirolgicos aliados fisiologia do "duplo etrico". Os mais capacitados lograram

    xito e poderes na esfera da fenomenologia medinica, dominando os fenmenos de

    levitao, ubiqidade, vidncia e psicografia de mensagens que os instrutores enviavam

    para aquele cenculo de estudos espirituais. Mas o principal "toque pessoal" que Ramats

    desenvolveu em seus discpulos, em virtude de compromisso que assumira para com a

    Fraternidade do Tringulo, foi o pendor universalista, a vocao fraterna, crstica, para com

    todos os esforos alheios na esfera do espiritualismo. Ele nos adverte sempre de que os

    seus ntimos e verdadeiros admiradores so tambm incondicionalmente simpticos a todos

    os trabalhos das diversas correntes religiosas do mundo. Revelam-se libertos de

    exclusivismo doutrinrio ou de dogmatismos e devotam-se com entusiasmo a qualquer

    trabalho fie unificao espiritual. O que menos os preocupa so as questes doutrinrias

    dos homens, porque esto imensamente interessados nos postulados crsticos.

    Diz-nos textualmente Ramats: - "Servem-lhes o ambiente do templo protestante, a

    abbada da igreja catlica, a mesa branca dos "Tatwas" esotricos, os sales dos

    teosofistas, o labor fraternista "Rosa-Cruz", o acampamento krisnamurtiano, a penumbra da

    sesso esprita, o canto dos salvacionistas nas praas pblicas, a ruidosidade da umbanda,

    as posturas muulmnicas, os lamentos mosastas, o fatalismo budista, o silncio dos iogas,

    o sincronismo dos cenculos ou as estrofes mantrnicas dos iniciados. No os preocupam

    os invlucros dos homens movendo-se para solucionar o mistrio da vida; sentem a

    realidade contnua do esprito, que s lhes inspira o amor e a fraternidade, a qualquer

    momento e em qualquer local! Respeitam e compreendem a necessidade que os homens

    sentem de buscar a verdade, quando se situam em crculos doutrinrios simpticos, a fim de

    se exercitarem para os vos crsticos do futuro. No se adaptam, porm, a exclusivismo

    algum, e evitam que os postulados doutrinrios lhes cerceiem a liberdade da razo." Eis em

    resumo, prezado leitor, um relato sobre a figura de Ramats, o Esprito que nos ditou esta

    obra e que sempre nos aconselha a que evitemos a iluso separativista da forma, pois o

    sentido real da vida espiritual o princpio coeso e eterno do amor crstico.

    * * *

    Ramats se nos apresenta viso psquica com um traje um tanto extico, composto

    de ampla capa aberta, descida at aos ps, com mangas largas e que lhe cobre a tnica

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    ajustada por um largo cinto de um esmeraldino esverdeado. As calas so apertadas nos

    tornozelos, como as que usam os esquiadores. A tessitura de toda a veste de seda branca,

    imaculada e brilhante, lembrando um maravilhoso lrio translcido. Os sapatos, de cetim

    azul-esverdeado, so amarrados por cordes dourados que se enlaam atrs, acima do

    calcanhar, moda dos antigos gregos firmarem suas sandlias. Cobre-lhe a cabea um

    singular turbante de muitas pregas ou refegos, encimado por cintilante esmeralda e

    ornamentado por cordes finos, de diversas cores, cados sobre os ombros. Sobre o peito,

    uma corrente formada de pequeninos elos, de fina ourivesaria, da qual pende um tringulo

    de suave lils luminoso, que emoldura uma delicada cruz alabastrina.

    Essa indumentria um misto de trajes orientais; tipo de vesturio hindu-chins,

    rarssimo, porque se deriva de antigo modelo sacerdotal, muito usado nos santurios da

    desaparecida Atlntida. Os cordes que lhe pendem do turbante, flutuando sobre os

    ombros, so velhas insgnias de atividade inicitica: - a cor carmim indica o "Raio do

    Amor"; o amarelo o "Raio da Vontade"; o verde o "Raio da Sabedoria" e o azul o "Raio da

    Religiosidade". Um ltimo cordo branco, que pudemos perceber, o smbolo de liberdade

    reencarnatria.

    Alguns videntes tm confundido Ramats com o seu fiel discpulo do passado, que o

    acompanha no Espao, tambm hindu-chins, conhecido por Fuh Planuh, e que aparece

    com o dorso nu, singelo turbante branco em torno da cabea e, comumente, com os braos

    cruzados sobre o peito. tambm um Esprito jovem na figura humana, embora conserve

    reduzida barba de cor escura, que lhe d um ar mais sisudo.

    Curitiba, 13 de maio de 1956

    Herclio Maes

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    Ramatis e seus crticos

    Desde as suas primeiras comunicaes, Ramatis nos recomendou que eliminssemos

    quaisquer receios nas indagaes medinicas que, lhe fizssemos. Ele sempre nos deixou a

    liberdade de crtica para que no conservssemos nenhuma dvida sobre as suas dissertaes.

    Explicou-nos que, o intercmbio de idias deveria estar liberto dos "tabus", que comumente

    prejudicam as mensagens medinicas, e ele sabe compreender bem a nossa natureza humana.

    Essa disposio benvola e afetuosa induziu-nos s perguntas arrojadas que constituem

    este captulo e que bem provam a nossa impertinente disposio de indagar. Para isso, reunimos

    certos artigos de imprensa, cartas, crnicas, perguntas, julgamentos alheios e censuras severas,

    com referncia s suas mensagens; recordamos palestras e dvidas sobre o assunto; guardamos

    apontamentos de rua, para sobre tudo inquirir o Esprito de Ramatis. Algumas vezes a nossa

    insistncia chegou at a ser intolervel mas, se assim procedemos, foi para que se exclusse a

    maior parte das dvidas suscitadas at aqui quanto s mensagens j recebidas, permitindo que

    ficasse bem esclarecido o pensamento do Esprito manifestante.

    Ramatis Esprito de bom nimo, sincero e fraterno; costuma nos pedir que no o

    situemos na galeria dos "santos espritas", a que, alguns confrades desavisados promovem os seus

    guias espirituais. Nada mais pretende ele do que a singela funo de noticiarista desencarnado.

    Reconhece que as suas comunicaes ho provocado celeuma e at irritaes descabidas, mas

    assevera que isso prprio da ansiedade humana na procura da Verdade. Algumas vezes, com

    graa satirizada, assegura mesmo que o bulcio mental que provocam as suas mensagens j est

    produzindo suave benefcio nos seus julgadores, pois elas so, realmente, algo revolucionrias,

    visto que desmantelam as velhas prateleiras mentais, bastante sobrecarregadas com inmeros

    conceitos petrificados pelos sculos findos.

    E isso mesmo. Os espritos mais conservadores e ciosos de suas tradies saltam arena

    para terar armas contra a "agitao mental" e defenderem os seus postulados simpticos. Surgem,

    ento, "pontos de vista" e afirmaes doutrinrias ou cientficas, de todos os lados; lana-se mo

    de recursos inteligentes e invoca-se a lgica e o bom-senso para se derribarem as mensagens

    extemporneas de Ramatis. As revelaes so consideradas exticas e excntricas, sendo

    autopsiadas por alguns at com irreverncia; os conceitos que ferem a velha escola so

    excomungados pelos puristas zelosos de sua linhagem doutrinria. O raciocnio dos leitores

    entalo sacudido entre os dois extremos opostos. Mas, ser isso de grande beneficio para a sua

    elasticidade mental! O exerccio dinmico do esprito, ao pensar, sempre lhe acelera mais o

    mecanismo da evoluo!

    Almas temerosas ho de apontar os perigos "mefistofli-cos" de Ramatis; espritas

    nefitos interviro apressadamente a fim de defender os princpios espritas que supem em peri-

    go; alguns, mais severos, ho de requerer a cassao do mandato espiritual da entidade do Alm...

    Surgiro providncias imediatas que protejam os postulados j consagrados pelo senso comum e

    batizadas como verdades definitivas! Enquanto isso suceder, a efervescncia ser contnua, mas

    no vasilhame do crebro flutuaro, por fim, resduos mentais, superfcie da gua lmpida!

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    18

    Entretanto como no-lo afirma o prprio Ramatis - extinta a tempestade de censuras ou de lisonjas,

    de antipatias ou de simpatias, novas disposies de, esprito sero verificadas em todos aqueles

    que se movimentaram sob o pretexto ramatisiano.

    Est aberto, pois, o cenculo, para que se verifiquem as brilhantes porfias sobre os

    equvocos que se atribuam a Ramatis, as quais, alm de excntricos convites dinmica do

    esprito, serviro tambm para revelar o grau de compreenso evanglica de cada julgador.

    Quanto a defeitos de linguagem ou insuficincia de, expresses que, porventura, possam

    ser encontrados no transcurso da leitura desta obra, sejam levados conta da incapacidade do

    mdium e no de Ramatis. O sensitivo no dispe de arquivo genial de imagens e de

    vocabulrio suficiente para sintonizar, escorreitamente, o caudal de idias que lhe flui da entidade

    comunicante. Esta envida os maiores esforos para se situar no campo espiritual do mdium que,

    por vezes, no encontra figura ou expresso alguma, em sua mente, para traduzir a contento

    aquilo que apenas "sente" em outras dimenses vibratrias. A torrente de pensamentos que tenta

    ocupar-lhe a pequena rea cerebral lembra a figura de um barril de gua que se entorne sobre um

    frgil copo de vidro! No dizer do mdium, o acontecimento como se Toscanini estivesse

    tentando executar a nona sinfonia de Beethoven pelo crebro de um maestro zulu!

    Indiscutivelmente, a obra seria de muito maior valia se pudesse fluir pela mediunidade

    cristalina de um Chico Xavier, de um Fernando de Lacerda ou de um Rev. Owen ou Staint Moses!

    Lembre-se, por isso, o leitor de que, afora as excrescncias comuns da forma, h nesta obra uma

    direo implacvel no sentido de objetivaes mais altas, e um contedo doutrinrio crstico que

    pede a melhoria do esprito, muito antes da fascinao do texto.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    Ramatis e seus conceitos

    PERGUNTA: Gostaramos de vos ouvir quanto s variadas apreciaes que tm despertado as vossas mensagens medinicas. Para isso, contamos com o vosso esprito tolerante

    e isento de susceptibilidades to comuns nossa humanidade.

    RAMATIS: Consideramos de boa tica essa vossa disposio, pois os labores que cumprimos tambm so inspirados por almas superiores nossa exigidade espiritual. No

    podemos alimentar susceptibilidades nas indagaes justas; tudo faremos, tanto para contentar os

    que nos censuram, como os que se afinizam com a nossa ndole psicolgica. Reconhecemos a

    impossibilidade de satisfazer a todos, coisa que nem o nosso amado Mestre Jesus conseguiu reali-

    zar no vosso mundo. A crtica ao nosso labor um direito com o qual concordamos prontamente,

    e justo que cada um procure aquilo que deseja.

    PERGUNTA: As opinies, sobre as vossas comunicaes medinicas variam muito, principalmente quanto a vos situarem num labor doutrinrio definido. Uns classificam-

    vos como entidade esprita kardecista; alguns dizem que sois umbandista; outros vos

    consideram simptico s sociedades teosficas ou aos labores esoterstas. Existem, ainda, os

    que afirmam que sois excentricamente devotado escolstica hindu. Queixam-se certos

    confrades do vosso ecletismo embaraante. Que nos dizeis?

    RAMATIS: No procuramos classificao em nenhuma doutrina, mas a compreenso daqueles que consideram as seitas religiosas como verrugas no corpo do Cristo.

    Nossos propsitos objetivam a aproximao crstica entre os valores doutrinrios de todos os

    espiritualistas de boa-vontade. O Cristo um estado pleno de amor e de associao divina;

    radiosa fisionomia espiritual destituda de rugas sectrias. princpio de nutrio csmica para

    todas as almas, amor entre os seres e coeso entre os astros. A verdade crstica no pode ser

    segregada por ningum; um estado permanente de procura e de ansiedade espiritual, bem

    distante dos invlucros estandardizados. Qualquer sistema ou seita religiosa que se considere o

    melhor pesquisador da Verdade apenas mais um concorrente presunoso entre os milhares de

    credos isolacio-nistas do mundo. O fanatismo, que prprio do homem inculto, feroz e destrutivo,

    tambm se afidalga nas vestes respeitveis do cientista, do filsofo ou do intelectual j consagrado

    no academismo do mundo. A teimosia sistemtica, mesmo sob a lgica cientfica, sempre um

    ndice de fanatismo, que cria disposio adversa maturidade dos conceitos novos. O jar-dineiro

    progressista estuda e experimenta sempre os novos espcimes, antes de negar-lhes os novos

    valores estticos. Em conseqncia, no vos preocupeis em nos situarem neste ou naquele

    postulado religioso ou filosfico; preferimos, antes, a condio singela de noticiarista sem

    compromisso dogmtico.

    PERGUNTA: Acusam-vos alguns espritas de no ser-des entidade exclusivamente devotada aos princpios da doutrina de Kardec.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    RAMATIS: Apenas evitamos a exclusividade que exalta os caprichos e as teimosias sectaristas e contraria o dinamismo da vida espiritual. de senso comum que mediu-

    nismo difere muito de espiritismo; o primeiro uma faculdade independente de doutrinas ou de

    religio; o segundo, doutrina codificada por Allan Kardec, cuja finalidade a libertao do

    homem dos dogmas asfixiantes. O Espiritismo o conjunto de leis morais que disciplina as

    relaes desse mediunismo entre o plano visvel e o invisvel e coordena tambm o progresso

    espiritual dos seus adeptos. Os fenmenos medinicos comearam a ocorrer muito antes da

    doutrina esprita e podem se suceder independentemente de sua existncia. A literatura medinica

    prdiga em vos comprovar a quantidade de sensitivos que recepcionam mensagens daqui,

    embora no operem diretamente sob a inspirao do Espiritismo codificado por Kardec. Podereis

    encontr-los nos crculos esotricos, nas reunies teosficas, nas fraternidades rosa-cruz, nas

    comunidades protestantes e nos prprios agrupamentos catlicos. Independentemente da

    codificao kar-deciana, foram recebidas do Espao as importantes "Cartas de Meditaes" e

    "Luz da Alma", ditadas pelo instrutor tibe-tano a Alice A. Bailey; as missivas a Helena Blavatsky,

    dos mestres Mona e K. H.; as "Cartas do Outro Mudo", ditadas a Elza Barker por um magistrado

    ingls desencarnado; a "Luz no Caminho" a Mabel Collins; as mensagens do Padre Marchai a

    Ana de G.; o "Mundo Oculto" inspirado a M. Sinnett; a "A Vida Alm do Vu", ao pastor

    protestante Rev. G. Vale Owen. As inditas experimentaes medinicas de Eduardo Van Der

    Naillen, entre os Mayas que ignoravam o Espiritismo originaram a "Grande Mensagem", obra admirvel como repositrio de conhecimentos do Alm; C. H. Leadbea-ter, bispo anglicano

    e um dos esteios da Sociedade Teosfica, revelou poderosas faculdades de clarividncia, sem

    contacto com o kardecismo. No vosso sculo, Pietro Ubaldi, Ergos, Ermibuda e outros entregam-

    vos mensagens de inspirao medinica, embora sem o selo da insgnia esprita. Os profetas eram

    mdiuns poderosos: Isaas, Daniel, Ezequiel, Jeremias, Jonas, Naum, Habacuc e outros,

    iluminavam as narrativas bblicas com os seus poderes medinicos: Moiss hipnotizou a serpente

    e a transformou num basto, fazendo-a reviver diante do Fara surpreendido; sabia extrair

    ectoplasma luz do dia; praticava levitaes, transportes, e produziu chagas no corpo, curando-as

    rapidamente. Realizando a mais assombrosa hipnose da Histria, usou o povo egpcio como

    "suject" e o fez ver o rio Nilo a correr como sangue; atuando nas foras vivas da Natureza, Moiss

    semeava o fogo em tomo de si, cercando-se da "sara ardente", e punha em fuga os soldados

    escolhidos para mat-lo. Na esfera catlica, Tere-zinha via o sublime Senhor nimbado de luz.

    Francisco de Assis revelava as chagas de Jesus; Antnio de Pdua transportava-se em esprito, de

    Portugal Espanha, para salvar o pai inocente; Dom Bosco, em transe pscomtrico, revia Jesus

    na infncia; Vicente de Paula extinguia lceras simples imposio das mos e So Roque curava

    lepra a fora de oraes. Tereza Neumann, no vosso sculo, apresenta os estigmas da

    crucificao, e alguns sacerdotes catlicos se tornam curandeiros milagrosos sob a teraputica dos

    benzimentos. Entretanto, nenhum desses consagrados seres da histria religiosa era esprita, na

    acepo do vocbulo, embora todos fossem mdiuns, o que ignoravam! Eis pois, o porqu de no

    carecermos assumir responsabilidade doutrinria exclusivamente kardecista ou, isoladamente, em

    outra nobre instituio, porquanto esse exclusvismo de modo algum ampliaria as nossas idias.

    Estas justificar-se-o por si mesmas, independentemente de qualquer particularismo redutivo.

    PERGUNTA: Esses confrades temem que a divulgao acentuada de vossas mensagens possa desviar do roteiro progressivo os novos adeptos espritas. Consideram prema-

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    tura a preocupao com os conceitos heterogneos de vossas comunicaes, antes que possuam

    o entendimento puro do espiritismo. Esta concepo esta certa?

    RAMATIS: Embora no nos situemos na rea codificada do kardecismo, reconhecemos este como a doutrina evolutiva que melhor atende s necessidades espirituais da

    humanidade terrcola, em seu conjunto geral. a sntese popular da Verdade Oculta e o mais

    eficiente caminho de ascenso espiritual para a mente ocidentalista. Allan Kardec, corajosamente,

    ergueu a ponta do "Vu de sis"; abriu a porta da iniciao em comum e revelou a preliminar do

    Cu. Aps fatigante labor, atravs de milnios, em contacto com todos os esforos iniciticos,

    codificou os valores suficientes para libertar o homem da "roda das reencarnaes". A disposio

    ferrenha de muitos discpulos, que fossilizam os conceitos dinmicos do Espiritismo e os

    transformam em sentenas rgidas no "espao" e no "tempo", que traa fronteiras separatistas e

    contrrias dinmica evolutiva da doutrina. Muitas desiluses fraternas que os recm-chegados

    recebem dos "tradicionais" terminam afastando-os para certos erotismos e sincretismos

    embaraantes. O Espiritismo essencialmente evolutivo, mas os seus adeptos, desavisados da

    realidade funcional dos seus postulados, tornam-no letrgico com o sistema de afirmao

    dogmtica. O Evangelho, que a verdadeira garantia crstica do Espiritismo, ainda no foi bem

    compreendido pela maioria dos seus discpulos. Raros so os que no confundem o sentido

    crstico do Evangelho com o sentido espirtico de afirmao doutrinria separatista, firmado nos

    pontos de vista isolados e contrrios harmonia fraterna. Essa preocupao purista, que invocais,

    fortifica, realmente, a doutrina como configurao sectarista, mas reduz-Ihe a amplitude

    evanglica, que deve ser sempre a base da "Terceira Revelao". Muitos espritas revivem, em

    modernas sublimaes, os dogmas dos velhos credos que esposaram nesta ou em reencarnaes

    passadas. Revelam novamente, no meio esprita, a mesma intolerncia religiosa, a sisudez,

    pessimista e a m disposio para com as idias e labores que ultrapassam as fronteiras de suas

    convices e simpatias. Reproduzem sob novos aspectos doutrinrios, embora mais cultos, a

    mesma excomungao sistemtica do passado.

    PERGUNTA: Afirmam alguns que a dissociao que podeis provocar no seio do kardecismo ser devido ao fato de propagardes por via medinica os princpios e os conceitos

    de seitas e instituies adversas singeleza do Espiritismo.

    RAMATIS: O perigo de dissoluo doutrinaria ante esses conceitos adversos h de desaparecer, se estiverdes plenamente convictos e integrados nos prprios postulados kar-

    decistas que aceitais. S a convico absoluta pode afianar a "f que remove montanhas". Se

    temeis essa dissoluo doutrinria, porque ainda no tendes f absoluta no que admi-listes; se

    assim no fora, o vosso temor seria infantil. A debilidade de vossas convices tornar o

    kardecismo to desamparado diante de nossas mensagens quanto diante de todas as demais

    comunicaes que nos sucederem. S a negligncia e a incria dos seus discpulos que

    permitiro que seja tisnada a pureza inicitica dos princpios de Kardec. Neces-sitareis, ento, da

    f sincera e vigorosa que sempre impediu as dissolues e as promiscuidades em quaisquer

    setores altrusticos do vosso mundo. a f irredutvel dos protestantes que os imuniza contra as

    infiltraes estranhas s suas congregaes; a f absoluta dos santos que os livra da seduo da

    matria; a f nos seus postulados morais que mantm alguns povos europeus em neutralidade

    pacfica no seio das naes belicosas. Apesar das influncias heterogneas da poca, Mozart,

    Bach e Beethovem conservaram a pureza inicitica de suas composies musicais; embora

    vicejassem numerosos arremedos de pintores, no se tisnaram a beleza e a pureza da pintura de

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    22

    Rubens, de DaVinci, deTiciano ou de Rembrandt! Apesar da lubricidade que ainda impera em

    alguns conventos religiosos, muitos frades e freiras so cpias vivas de um Francisco de Assis, de

    uma Tereza d'Avila. Mau grado as promiscuidades imorais que pululam na sociedade e a

    desonestidade que corri a administrao pblica, inmeros caracteres se conservam ntegros no

    seio dessas influncias dissolventes. Naturalmente, s uma f viva, contnua e forte, sustenta

    qualquer ideal, e essa espcie de f que recomendamos que os espritas tenham para com a

    consagrada doutrina codificada por Allan Kardec. Se assim fizerem no opomos dvida sero infantis todos os temores s nossas mensagens dissciativas.

    PERGUNTA: Alegam outros que as vossas mensagens geram confuso entre os espritas, porque estes se deixam fascinar pelo exotismo exterior, e se perturbam com o con-

    tedo, que no se afina com a doutrina esprita.

    RAMATIS: Tornamos a repetir: No est em nossas mensagens essa probabilidade perturbadora, mas sim naqueles que ainda esto em condies eletivas para serem

    perturbados ou vtimas de confuso. O esprito humano dotado de razo e de sentimento;

    quando a razo no est suficientemente desenvolvida para proteg-lo da perturbao, que o salve

    pelo menos o sentimento cristo. Se no existe a garantia espiritual de qualquer um desses atributos, como quereis evitar a perturbao? Inegavelmente, ainda sereis os candidatos e as

    vtimas de todas as influncias e sugestes exteriores. Se viverdes em confuso convosco,

    naturalmente estareis em confuso com tudo o que pesquisardes, quer sejam as nossas mensagens,

    quer sejam as comunicaes de outros Espritos mais elevados. No conhecemos doutrina mais

    pura e santificante do que o Evangelho de Jesus; no entanto, ireis responsabilizar o Divino Mestre

    pela confuso que os homens fizeram com os seus abenoados ensinamentos? No foi o seu

    Evangelho, mas as confuses humanas que assassinaram os infiis nas impiedosas cruzadas da

    Idade Mdia; que armaram odiosas fogueiras e criaram as tenebrosas torturas da Inquisio; que

    trucidaram indefesos huguenotes na sangrenta Noite de So Bartolomeu. Ainda sob a gide do

    Evangelho, a confuso humana queimou Joana D'Arc, Joo Huss, Giordano Bruno, e atualmente

    ainda consagra os instrumentos de morte para as guerras fratricidas! Lamentamos que as nossas

    mensagens possam criar confuses pureza inicitica esprita, do mesmo modo que lamentamos

    seja culpado o Evangelho pelas atrocidades humanas! A dinamite destinada ao servio pacfico

    das edificaes humanas ainda a usais, devido vossa confuso, como agente de morte; a

    embarcao idealizada para a confraternizao entre os povos serve-vos como cruzadores,

    submarinos e canhoneiras mortferas; o avio, ideal de fraternidade, a confuso o transformou na

    terrvel ave semeadora de runas e crueldades. A energia atmica, pacfica em Marte, no vosso

    mundo elemento feito para derreter os corpos nascidos para o amor e para a vida. A confuso, na

    realidade, depende do destino que derdes s coisas que ledes, que inventais ou que descobris,

    provando que ainda vos falta o verdadeiro discernimento dos objetivos idealizados por Deus!

    PERGUNTA: Afirma-se que os "velhos espritas", conservadores da tica kardecista, so menos simpticos s vossas mensagens. Que dizeis?

    RAMATIS: muito natural que assim suceda. As pocas de renovaes artsticas, assim como as de renascimento espiritual, provocam sempre maior relevo na clssica posio de

    "moos" e "velhos", embora as idias novas sejam as mesmas idias velhas sob atraente vesturio

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    23

    moderno. Os moos de hoje, concomitantemente os velhos de amanh, tambm ho de oferecer

    resistncia teimosa aos novos valores que surgirem no futuro, sob o imprio da evoluo. Na

    pintura, na filosofia, na msica, na cincia e na prpria indstria, sempre se digladiaram essas

    duas condies distintas: velhos e moos. No entanto, embora se situem em extremos

    antagnicos, so duas foras que disciplinam a evoluo; tanto os moos entusiastas como os

    velhos ponderados atendem aos imperativos naturais da vida progressista. Os primeiros,

    idealistas, corajosos, traam os rumos do futuro, e os segundos, conservadores, prudentes, tolhem

    seus passos quanto aos excessos prejudiciais. Disciplina-se a imprudncia excessiva do moo pela

    experincia sensata e orientadora do velho. E diante de assuntos como o "Juzo Final" ou o "Fim

    do Mundo", ainda mais se acentuar o conflito entre as velhas e as novas idias, instigadas pela

    afirmao pessoal de cada grupo parte. Se os velhos espritas so menos simpticos s nossas

    comunicaes, deveis concluir que, realmente, no estamos transmitindo mensagens para

    conjuntos exclusivos ou para adeptos que nos lisonjeiem. O nosso esforo de carter geral.

    Estamos ditando para alm da efervescncia moral que j estais vivendo; s os eletivos nossa

    ndole espiritual que nos sentem no momento, sem a exigncia frrea de primeiro nos

    compreenderem.

    PERGUNTA: H os que afirmam que as vossas mensagens so destitudas de qualquer proveito; outros h que vem nelas uma associao de idias do mdium, ou seja puro

    animismo. Que podeis nos esclarecer?

    RAMATIS: Se estes relatos forem fruto de puro animismo do mdium, independentemente de nossa ao espiritual, cabe-lhe o indiscutvel mrito de nos haver interpre-

    tado a contento, evocando o sentido crstico em que realmente desejaramos situar as nossas

    comunicaes. Quanto ao sentido proveitoso, depende, naturalmente, do prprio leitor, a quem

    cumpre tirar as ilaes construtivas ou rejeitar as afirmaes que suponha perniciosas. O lavrador

    inteligente sabe que o mais opulento feixe de trigo pede a separao cuidadosa do joio.

    Recordamos, a propsito, aquele sentimento elevado que Jesus revelou diante do co putrefato,

    ante a repugnncia dos apstolos, quando enalteceu a brancura dos dentes do animal e os

    comparou a prolas preciosas! A Terra tambm vos oferece inmeras mensagens vivas, das quais

    podereis extrair ilaes proveitosas ou destrutivas. O mesmo arsnico que os Brgias

    empregavam para assassinar os seus desafetos, a medicina aproveita para o tratamento da

    amebase e do sangue. A cicuta, que mata, cura as convulses rebeldes quando aplicada em doses

    homeopticas; o escalpelo do homicida, nas mos do cirurgio, instrumento que prolonga a vida.

    Sob o toque da magia divina de Deus, o monturo ftido se transforma em roseiral florido e

    perfumado. A serventia que dormita no seio de todas as coisas criadas pelo Onipotente exige que

    a boa inteno a saiba aproveitar no sentido benfico vida. Estas mensagens tambm contm um

    sentido oportuno; cabe ao leitor encontrar os objetivos sadios.

    PERGUNTA: Soubemos, tambm, que atribuem falta de proveito s vossas mensagens, sob alegao de serem absurdas efantasistas. Qual a vossa opinio?

    RAMATIS: H que distinguir sempre entre o sentido benfico que pode existir oculto na fantasia e o malfico disfarado no cientificismo mais rigoroso. Antigamente, a infncia

    temcola se deliciava com as histrias da Carochinha, em que os prncipes, as fadas e os gnios

    bons sempre venciam as feiticeiras, os gigantes maus e os lobos ferozes. Era o triunfo absoluto do

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    Bem sobre o Mal. As narrativas fantsticas limitavam se a despertar desperlar a ateno para a exposio da virtude mural, onde a bondade, a inocncia e a honestidade eram fatamente

    glorilicadas. As vovs reinavam, absolutas, nos velhos lares, narrando ao p do fogo as fantasias

    que davam sublime direo espiritual ao subconsciente das crianas. No entanto, o esprito

    cientfico e positivo do sculo atmico requer severas exigncias ao crebro do escritor moderno, a

    um de exterminar o excesso de fantasia da mente infantil. Interveio e imps a sua lgica

    matemtica; motorizou o tapete voador; considerou absurda a vida do Pinocchio; aposentou

    Gulliver e liquidou o encantador pas de Liliput. O velho gato de botas teve cassada a sua licena

    de turista inveterado e o chapeuzinho vermelho aguarda a maioridade para enfrentar o lobo mau. O

    gigante do "p de feijo" ficou estigmatizado como uma vtima da glndula hipofisria e proibiu-se

    a velha alquimia dos magos, que transformava prncipes em cisnes e princesas em borboletas. A

    moderna Branca de Neve, atarefada com refrigeradores, foges eltricos e assadeiras automticas,

    olvidou os sete anes, que passaram a constituir casos excntricos de distrbios endcrinos!

    Graas, pois, meticulosidade cientfica do sculo atomizado, foram derrotados os velhos

    personagens das leituras fantsticas e substitudos por tipos ferozes, homicidas, que acionam

    metralhadoras eletrnicas e pretendem o domnio continental. Estpidos fascinoras semeiam a

    morte nos desertos enluarados e seres diablicos, interplanetrios, comandam esquisitos aparelhos,

    ameaando destruir o vosso orbe! O prncipe gentil, respeitoso, foi modernizado no heri de

    trabuco cinta, chapu de aba larga, a fazer farta distribuio de murros; o fascnio moderno

    devido sua brutalidade fsica e sua impiedade contra os adversrios vencidos. A fada que

    distribua o "plen" dourado das alegrias infantis transformou-se na mulher sem alma,

    despudorada, viciada com os corrosivos elegantes e sofisticada s banalidades fesceninas. Os

    gnomos inocentes, da natureza festiva, fugiram diante dos terrveis auxiliares do heri moderno,

    que so desonestos e semeiam intrigas e ciladas traioeiras. Na antiga fantasia infantil, o prncipe

    generoso e leal ressuscitava Branca de Neve com um beijo de amor puro, e a feiticeira vingativa,

    smbolo da maldade humana, sumia-se nas furnas dos abismos sem fim. A perversidade e a

    mistificao eram incondicionalmente justiadas pelo poder do Bem; a ternura exaltada e o amor

    glorificado. Na literatura moderna, cientfica, o gal, como prova de mas-culinidade, vtima de

    histerismo e esbofeteia sua amada! O delinqente, quando punido pela justia, j no compensa o

    cortejo de crimes que praticou e de vtimas que causou.

    A fantasia, quando firmada no sentido do Bem e da Bondade, exalta as virtudes

    adormecidas nas criaturas, em lugar de afrouxar os ditames da moral do esprito; estimula fra-

    ternidade e mansuetude, predispondo o homem ao culto superior. No entanto, o cientificisnio da

    bomba atmica criou as mais brbaras e dantescas cenas de morte! Aqui, parturien-tes derretiam-

    se com o filho, na hora de d-lo luz; ali, velhinhos fatigados, na contemplao da natureza,

    convertiam-se em poas sangrentas, nos bancos das praas pblicas; acol, bandos de crianas

    transfiguravam-se em pastas albumini-des; alhures, criaturas em retorno aos seus lares

    deslocavam as carnes diante dos seus familiares! No fragor infernal do impacto homicida,

    fundiam-se a carne do sacerdote e a da criana, no batismo; derretia-se a mo do cirurgio sobre o

    enfermo esperanado de viver; dilua-se o lactente no seio da me apavorada, e a garota,

    aterrorizada, revia-se deformada! Crebros geniais puderam calcular a temperatura mxima que

    desencadearam essas aplicaes cientficas subordinadas matemtica dos clculos nucleares! No

    entanto, para os 140.000 japoneses que se derreteram no fogo apavorante da exploso atmica

    seriam incondicionalmente melhores todos os contos fantsticos dos mundos de fadas do que o

    cientifi-cismo que lhes acarretou morte to horrorosa!

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    Sob a aparente fantasia de nossas mensagens, efetuamos um convite para o reino amoroso

    de Jesus, assim como as histrias que as vovozinhas contavam, para a infncia, mostravam o reino

    das fadas, dos gnomos e dos, prncipes valentes, mas eram sempre leais s virtudes nobres da

    alma. O convite para o Cristo o do acatamento aos princpios san-tificantes do Evangelho, os

    quais so eternos, acima das formas literrias e das equaes cientficas. Esses princpios lembram

    as prolas verdadeiras, cujo valor no aumenta num escrnio de veludo nem se diminui na pobreza

    de um envoltrio de algodo. Mesmo quando submersas na lama, elas guardam a sua preciosidade

    real!

    PERGUNTA: Alguns crticos espritas afirmam que as vossas mensagens, embora entusiasmem pelo assunto proftico pelo exotismo das revelaes, distraem os

    discpulos, fazendo esquecerem a mensagem singela do Evangelho. Que nos podeis dizer a

    respeito?

    RAMATIS: Certos de que Deus sabe o que faz, cingi-mo-nos s suas diretrizes e no s dos homens. No opomos dvida quanto urgente necessidade da singela evangelizao da

    criatura terrquea, a fim de poder enfrentar galhardamente os momentos dolorosos de que se

    aproxima o vosso mundo. Inegavelmente, melhor a purificao do sentimento do que o brilho do

    raciocnio; que o corao domine primeiro o crebro. Mas a prpria angelitude exige absoluto

    equilbrio entre crebro e corao. A figura do Anjo, revelando-se na harmonia perfeita das suas

    asas, o smbolo desse augusto binmio divino, em que a asa direita da sabedoria se ajusta ao

    completo equilbrio da asa esquerda, do sentimento purificado. S a sabedoria e o sentimento,

    completamente, desenvolvidos, que facultam alma o vo incondicional no Cosmo. O esprito

    pode evo-lucionar exclusivamente pelos caminhos do corao, se assim preferir, mas no se livra

    de retornar vida fsica, a fim de obter alforria completa na educao do intelecto.

    As mensagens que vos ofertamos esto isentas de dio, de malcia ou de discrdia; no o

    seu contedo extico que produz fascinaes extemporneas; o prprio momento proftico e

    entrevisto no subjetivismo do esprito que desperta atrao para o tema "Os Tempos Chegados".

    H que compreen-derdes tambm que a mensagem singela do Evangelho no exige o retorno do

    homem ao primitivismo das cavernas; Jesus no veio destruir a Lei, mas cumpri-la. No vos pede

    que troqueis o terno de casimira pela tanga do selvagem ou o veculo motorizado pelo carro de

    bois; nem vos ordena que excomungueis o conhecimento e que vos dediqueis exclusivamente s

    compungidas oraes. Oxal fsseis realmente sbios como Jesus o ! Justamente a sua sabedoria

    que o tornava to compreensvel, e o seu extraordinrio conhecimento psicolgico que o fazia

    to terno. Na Terra, o ermito fantico, que foge do mundo e se recolhe s grutas das florestas,

    tambm capaz de abrir o corao do infiel que lhe rejeite a cartilha de devoo; no entanto,

    muitos sbios, trajando a rigor social, renunciam vida para o bem da cincia humana. Francisco

    de Assis, quer vestindo-se com o hbito de frade ou pelo ltimo figurino da moda, portador de um

    anel de grau ou simples operrio na limpeza das cidades, nunca se distanciaria da singeleza do

    Evangelho! S a perturbao ntima que distrai do Evangelho, e muitos h que se perturbam at

    mesmo no exerccio dos ensinos de Jesus.

    PERGUNTA: Alguns espritas lamentam que as vossas comunicaes no sigam a mesma linha de exortao evanglica, sem complexidades profticas, a que j se

    consagraram inmeras entidades nas obras medinicas tradicionais do Espiritismo. Referem-

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    se a Espritos que transmitem apenas mensagens doutrinrias que no provocam celeumas,

    dvidas, nem contm predies prematuras, mas se mantm dentro da manifestao purista dos

    preceitos kardecistas.

    RAMATIS: As manifestaes espirituais, na vossa vida, podem obedecer a mltiplos aspectos. Assim como Buda veio para os seus eletivos, na sia, e Jesus para os seus

    afins, no Ocidente, h profetas que s servem a grupos simpticos sua psicologia, como h

    determinados trabalhadores desencarnados que s atendem aos adeptos da doutrina esprita.

    "Grande a seara de meu Pai e h nela muitos lugares para todos os trabalhadores" afirmava o grande lider oriental. Por que motivo devero todos os instrutores pregar sob um mesmo e

    exclusivo aspecto? Uma vez que j existem no vosso meio entidades espirituais capacitadas e

    integradas na esfera da pura exortaro evanglica, por que motivo deveramos repetir as mesmas

    coisas, talvez com menor xito? Se compreendeis realmente' que Deus est em tudo que criou,

    no podeis separar nada dentro da sua orientao divina. Que que interpretais como

    manifestao "purista", em doutrina? O que concorda com a vossa mentalidade? Aquilo que o

    vosso esprito agasalha com simpatia, olvidando que o que detestais pode ser motivo de ateno e

    de prazer de outrem? Essa exclusiva preocupao purista, na vida em comum, um capricho que

    pode concorrer para o separatismo, que nada tem de evanglico. Quando sentimos realmente a

    magnificncia da vida que nos foi dada por Deus, sentimos tambm que devemos ampliar os

    limites de nossos purismos; folgamos, tanto com o progresso do verme no seio da terra, quanto

    folgamos em que a borboleta ascensione para espcies mais encantadoras. O servidor do Pai,

    inspirado pelo Evangelho, tanto admira a urtiga que fere quanto a violeta que perfuma; tanto

    tolera a serpente rastejante, que atende ao sagrado direito de viver, quanto admira a andorinha que

    corta os espaos. Sabe que Deus no cometeu distraes na contextura dos mundos; que no criou

    "coisas ruins ou impuras" e que no cabe ao homem o direito de criticar supostos equvocos do

    Pai! O blsamo, que alivia a dor, tem o seu correspondente no cido, que cauteriza a gangrena. Eis

    porque no podemos nos cingir a um sistema nico de comunicaes medinicas, de modo a vos

    entregarmos mensagens confeccionadas especialmente para o cabide do vosso comodismo mental.

    No deveis criar a separao, exigindo preferncia exclusiva para o que vos simptico, pois, no

    existindo coisa alguma absolutamente impura, medida que realmente evoluirdes descobrireis os

    valores que se acham ocultos nas coisas consideradas inteis ou daninhas.

    PERGUNTA: Podeis nos dar alguns exemplos desses valores existentes nas coisas "inteis" ou "daninhas"?

    RAMATIS: O capim, to vilipendiado, a ponto de servir de figura de retrica para simbolizar a inutilidade, considerado atualmente, pela vossa cincia, como uma das plan-las que

    possui todas as vitaminas conhecidas, o que tem constitudo o segredo da vigorosa nutrio dos

    animais. Na impureza do charco nasce o lrio, e no monturo nauseante esconde-se a energia que,

    em divino quimismo, transforma detritos em roseira! perfumado! Os detestados vermes intestinais

    assinalam criana a sua carncia mineralgica e lhe indicam o alimento exato; o batrquio

    repulsivo que sustenta a vida na lavoura; as feias lagartas geram delicadas borboletas; as

    minhocas so os humildes mineiros que abrem as galerias que servem para a renovao do ar

    destinado s reaes qumicas da seiva vegetal no sub-solo. O mofo, ou bolor, considerado

    resduo anti-higinico, a virtuosssima penicilina. Em nenhuma ferida em que se assenta a

    mosca varejeira h perigo de gangrena. Milhares de criaturas devem a sua cura aos txicos das

    aranhas, das cobras e dos insetos venenosos, e outras ao aproveitamento mdico do arsnico, da

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    cicuta ou do curare. H um sentido oculto, de utilidade, mesmo naquilo que vos parece revolta da

    Natureza: a tempestade furiosa a limpeza da atmosfera carregada de impurezas, e os temidos

    vulces so as vlvulas de segurana do vosso globo, para que se equilibre a presso interna na

    sada gradual dos gases.

    S o homem separatista por ndole que atribui efeitos daninhos s coisas que no lhe despertam simpatias. O derrotismo da alma egocntrica no lhe permite avaliar merecimentos

    nas experimentaes alheias, e ento se entrega sistematicamente a uma censura viva e acre. Em

    qualquer latitude do Cosmo, seja na regio celestial, seja na vida fsica ou nas regies infernais do

    Alm, h um contnuo processo de mais embelezamento e utilidade espiritual. Jesus, o esprito

    sem deformidade mental, que reconhecia sempre o valor oculto que h em todas as coisas,

    considerou a prostituta como a infeliz esposa, me e irm distante dos bens da paz e da alegria

    verdadeira. O homem honesto e compreensivo, viajante comum da vida fsica, quando no lhe

    agradam as ofertas ou as experimentaes dos companheiros da mesma viagem evolutiva, segue o

    seu caminho e os deixa em paz. Se no vibra com os raciocnios novos dos companheiros,

    prossegue evolucionando atravs dos seus valores familiares, que lhe despertam inteira confiana.

    As nossas mensagens no so imposies, mas ofertas de boa-vontade; cada um que as

    prefira conforme a sua capacidade mental e o seu diapaso espiritual, sem, entretanto, subestimar

    as experincias naturais de outros seres. O homem no cumpre os mandamentos do Pai quando

    cultua s aquilo que lhe agrada e hostiliza sempre o que lhe antiptico. Que seria do vosso orbe

    se os "cientistas puros", inimigos do misticismo e dos compungimentos religiosos, resolvessem

    destruir todos os templos e agrupamentos espiritualistas, exterminando sacerdotes e

    doutrinadores? Ou, ento, se os mandatrios religiosos, fanticos, inimigos da cincia e

    remanescentes da Idade Mdia, decidissem aniquilar completamente o labor cientfico? Qual dos

    grupos teria mais direito e razo para agir? O vosso globo, em lugar de escola educativa do

    esprito, tomar-se-ia um rido deserto de idias e de liberdade!

    PERGUNTA: H os que afirmam que as vossas mensagens perturbam os sistemas j consagrados pela tradio esprita, principalmente no tocante extensa quantidade

    de obras doutrinrias, j produzidas por mdiuns de merecimento, podendo-se, pois, dispensar

    vossas comunicaes, consideradas dissociativas. Que nos dizeis a respeito?

    RAMATIS: Qual o sentido dos "sistemas" de que falais, na tradio esprita? Podereis, porventura, provar que os sistemas criados pelos homens, embora espiritualistas ou

    religiosos, podem superar o sistema do Amor que ainda falta humanidade? Examinai e comparai

    a natureza dos mltiplos sistemas que pululam no vosso mundo, em todas as esferas da

    experimentao humana, inclusive os religiosos, e vereis a sua fragilidade. Vs achais, por

    exemplo, que muito acertado o sistema de destruirdes os ratos, as baratas ou as serpentes, como

    animais daninhos, mas isso porque no os apreciais como quitutes em vossas mesas. Sob esse

    esperto pretexto, criais ento rigorosos "sistemas" cientficos e industriais, para com extremado

    carinho engordardes sunos, bois, carneiros, vitelas e aves para o cemitrio do vosso estmago.

    Considerais impuro o "sistema" de criardes ratos ou escorpies, mas achais higinico e puro o de

    criardes galinhas, porcos e cabritos para o embelezamento nauseante de vossas mesas. No

    primeiro caso, porque detestais o rato como alimento e, no segundo, porque apreciais o porco

    como petisco. No entanto, se comparardes os vossos sistemas civilizados, de alimentao, com os

    de outros povos, ser provvel que emitais acres censuras ao saberdes de raas cuja alimentao

    se firma na criao de ratos e de serpes! A utilidade, portanto, das coisas criadas por Deus fica

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    subordinada simpatia e preferncia de cada homem, de cada grupo, seita ou raa. Gostais de

    porcos e de bois, ou de galinhas cozidas em moderno vasilhame de presso; recomendais, ento,

    que se ampliem os frigorficos, que se higienizem os aougues e que se desenvolvam as indstrias

    de conservas de carnes em latas! Isto " bom", porque gostais de comer, mas aquilo "no bom",

    porque no gostais; que se destruam incondicionalmente, ento, os ratos, as baratas, os escorpies

    ou as cobras e tudo que vos antiptico, pois que ruim e impuro, visto que no serve ao vosso

    paladar nem pode ornar as vossas mesas! O que apreciais est certo; o que detestais est errado.

    Que vos importa o sofrimento do suno na engorda albumnica ou a tortura do ganso com o fgado

    hipertrofiado, arrastando-se pelo solo! Isto so apenas insignificantes detalhes de um "bom

    sistema" que conce-bestes na esperteza egocntrica; que muito bom para as vossas alegrias e

    prazeres, embora horripilante para o porco, para o ganso e para outros animais que sacrificais.

    Assim raciocinais, tambm, quanto s crenas e aos sistemas religiosos ou espiritualistas;

    cultuais e defendeis severamente o sistema que agrada ao prprio paladar psquico, mas achais

    impuro ou dissociativo o sistema ou o labor que no de vossa simpatia. Aquilo que no se afina

    ao vosso modo de pensar desperta-vos antipatia e quereis eliminar; o que agrada ao vosso

    raciocnio, erigis em "sistema" e a ele adens com entusiasmo. Que se divulge, amplie e se

    dissemine pelo mundo aquilo que julgais bom, que julgais puro, que julgais certo ou verdadeiro,

    mas seja censurado, julgado e exterminado aquilo que julgais mau, extico ou errado! Destruam-

    se as igrejas catlicas gritam os protestantes; derrubem-se os templos reformistas bradam os clericais; quebrem-se os dolos inteis e as imagens glidas exclamam os espirtistas; encarcerem-se os diablicos retrucam os catlicos e os protestantes, aludindo aos espiritualis-tas. Combata-se o esoterismo, a maonaria, os teosofismos complexos ou os exotismos da

    Umbanda clamam espri-, tas kardecistas; acabe-se com o perigo do intercmbio esprita com as larvas, com os elementais e os ilusrios casces, de desencarnados pontificam os teosofistas e

    rosa-cruzes nos seus compndios doutrinrios! Defendem o seu "sistema" os umbandistas,

    afirmando que, no kardecismo, Jesus apenas faz discursos, enquanto, que na Umbanda o Mestre

    realmente trabalha! Ergam-se fogueiras para os positivistas, espcie de "So Tomes", que s

    crem naquilo que apalpam; acendam-se fogueiras para os espiritualistas, que s doutrinam sob

    conjecturas gritam outros! Os sistemas que se julgam certos esto em luta com os sistemas que julgam errados, e a confuso aumenta, porque todos apregoam que o seu sistema o melhor e o

    nico detentor da ltima verdade, quando no da Verdade integral!

    bvio que a nossa presena pode ser dissociativa no seio de tantos "sistemas", porquanto

    no estamos interessados em valorizar tradies ou agrupamentos simpticos, mas apenas em

    insistir quanto urgente necessidade da adoo do sistema crstico, do Amor e da Bondade, que

    deve reunir as simpatias gerais de todo o Universo. Esse sistema universalista, sob a gide do

    Cristo, no exige definies nem se torna dissociativo, porque no prega a unio pelos caminhos

    da separao, nem fala de amor sob a confuso da discrdia.

    Embora a maioria das instituies religiosas e espiritualistas do vosso mundo esteja de

    posse de extensa bibliografia doutrinria, obtida no esforo santificado do Bem, cremos que seu

    contedo s valioso quando vivido praticamente no "amai-vos uns aos outros". Apenas por

    pregardes esta mxima de mil modos diferentes e sobre ela tecerdes mil historietas poticas, no

    provareis que vos entrosastes com o sistema Crstico mas apenas que procurais a garantia do

    sistema religioso particular, que adotais.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    PERGUNTA: Em certa crtica de escritor esprita, muito credenciado na seara, fostes comparado a um Mefis-tfeles com o falso aparato de um anjo, afim de enganar os

    incautos. Afirma-se que as vossas mensagens possuem sub-tilezas tais que ho de provocar, no

    futuro, muita separao entre os espritas. Em face da continuidade de vossas comunicaes,

    gostaramos de conhecer o vosso pensamento a esse respeito.

    RAMATIS: Como no, h privilgio na indesvivel ascenso espiritual, e todos os filhos de Deus evolucionam para a angelitude, os anjos j foram os diabos de ontem; e, o que

    mais importante: o pior diabo ser um dia o melhor anjo. Deus, o Absoluto Criador Incriado, est

    em tudo o que criou. Em conseqncia disso, ningum se perde em seu seio, e os Mefistfeles

    sobem, tambm, a infinita escadaria para a Perfeio. Havendo um s Deus eterno e bom, que

    prove, imparcialmente, a felicidade de todos os seus filhos, os mefistfeles e os diabos no

    passam de "fases" letivas na escolha educacional do esprito divino. So perodos experimentais

    em que se forjam os futuros habitantes do cu; significam degraus entre a animal e o anjo.

    Mefistfeles, na realidade, o curso pr-angelical que fica entre a conscincia primria e a

    csmica do anjo. Admitir o contrrio seria retornar crena na velha fbula do inferno eterno e do

    seu esquizofrnico Sat s voltas com os caldeires bblicos. E como os espritas principalmente no esposam essa teoria, que ainda faz sucesso entre os religiosos infantilizados, bvio que "Mefistfeles" lhes significar sempre o irmo desajustado, o velho

    companheiro que saiu de casa e que, quando retornar aos seus pagos divinos, tambm ser o "filho

    prdigo", da parbola, a merecer o melhor carneiro.

    Supondo que somos um Mefistfeles no engraado dizer do escritor atemorizado que se disfara na pele de ;injo para enganar os incautos, quer isso dizer que no vosso mundo

    existem muitos potenciais, sob idntico disfarce, pelo que deveis tomar muito cuidado e exercer

    severa vigilncia em roda de vs, pois ser-vos- difcil identific-los no seio das paixes comuns

    da humanidade. E tomam-se muitssimo perigosas as subtilezas dos Mefistfeles reencarnados,

    quando eles encontram afinidades entre os irmos incautos. Lembram gotas d'gua na terra

    ressequida da separao humana.

    PERGUNTA: Outra crtica insistente classifica-vos de lobo vestido de ovelha; diz que sois um dos "falsos Profetas" anunciados pela Bblia; um dos "Espritos inquos"

    mencionados por Jesus. Qual a vossa resposta?

    RAMATIS: Na figura desse lobo vestido de ovelha ou do falso profeta bblico, queremos deixar-vos, ento, a seguinte mensagem mefistoflica: Antes de irdes ao vosso centro, loja, cenculo, igreja, templo, terreiro ou instituio inicitica, reconciliai-vos com os

    vossos inimigos; antes da prece recitada em pblico, lamuriosa e potica, dedicai-vos to

    abnegadamente aos vossos irmos necessitados, de modo tal que nem vos sobeje tempo para

    orardes. No julgueis a embriaguez do irmo sem lar e sem nimo para viver, mas estendei-lhe as

    mos fraternalmente; abandonai o vosso veculo carssimo e luxuoso, at que o infeliz aleijado do

    vosso caminho tenha o seu carrinho de rodas. Reduzi a quantidade excessiva de ternos, que

    possuis, para que possais vestir alguns maltrapilhos da vizinhana; diminu o usque e as

    compotas da vossa adega, para que sobre po ao faminto e vitaminas para a criana anmica;

    economizai no gasto da boate, para socorrerdes a infeliz lavadeira que precisa de descanso, a

    parturiente que pede fortificante ou o operrio desvalido que no cobre com o seu salrio as suas

    despesas mensais. Buscai colocao para o desamparado e para a jovem domstica que luta com

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

    30

    dificuldades financeiras; providencial medicamento para o doente deserdado e livro para o

    estudante pobre. No temais a abbada da igreja catlica, as colunas do templo protestante, o

    esforo do esoterista, a reunio do teosofista, o experimento do umbandista, as lies daYoga ou a

    cantoria dos salvacionistas. Concorrei lista para os pobres de todas as religies, sem

    exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforo do irmo que vos oferece a Bblia em

    lugar do livro fescenino e auxiliai a divulgao da revista religiosa que vos recorda Jesus; rejubi-

    lai-vos diante do labor doutrinrio adverso ao vosso modo de entender, mas que coopera para a

    melhoria do homem.

    Aprendei que a doutrina sempre um "meio" e no um "fim". O Espiritismo maravilhosa

    revelao da imortalidade da alma; convite divino para que o homem modifique a sua conduta

    desregrada e assuma a responsabilidade da vida espiritual; mas, acima de tudo, que se cumpra a

    universalidade do Cristo, antes que o separatismo de seitas. E que "vos ameis uns aos outros,

    assim como eu vos amei" seja o compromisso incessante a que deveis atender, porque nunca

    podereis pregar a unio sob a exclusividade religiosa. Podeis afirmar que estais com a melhor

    doutrina, mas isto apenas uma opinio humana, com a qual pode discordar a opinio crstica. A

    melhor doutrina , ainda, o amor pregado por Jesus, doutrina que no possui postulados ou

    diretrizes tipo-grafadas fora do corao!

    Se assim fizerdes, asseguramos-vos que estareis livres do imenso perigo dos "lobos

    vestidos de ovelhas", dos "falsos profetas", dos mefistfeles com aparncia evanglica ou dos

    "Espritos inquos" preditos na Bblia. Se eles vos conduzem ao erro e iniqidade, tornar-se-o

    inofensivos, em virtude de no encontrarem em vs prprios as condies favorveis para

    implantarem em vs a iniqidade e o separatismo.

  • Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats

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    Consideraes

    sobre opinies do Alm

    provvel que ao leitor parea estranha a srie de perguntas dirigidas a Ramatis, no

    captulo seguinte, supondo que estamos aflitivamente preocupados em justificar-nos perante as

    possveis censuras de espritos desencarnados acerca desta obra.

    Quando publicamos o opsculo "Conexes de Profecias", contendo algumas perguntas e

    respostas extradas da obra definitiva, surgiram algumas crticas em jornais e revistas espritas,

    das quais j tratamos no captulo anterior. Alguns classificavam Ramatis como umbandista, outros

    como teosofista, outros como esoterista, outros como um Esprito excntrico, devotado

    escolstica hindu, outros tachando-o de"Mefistfeles"ou falso profeta, outros de anti-kardecista e

    at de feiticeiro.

    Posteriormente, surgiu nova campanha por parte de outros confrades, os quais apontavam

    censuras severas de espritos credenciados e desencarnados, que estariam sendo emitidas contra a

    obra de Ramatis, situando-o como entidade menos digna a difundir profecias mirabolantes e

    prejudiciais, atravs de mediunidade invigilante. De modo algum afirmamos que essas nobres

    entidades desencarnadas e de nossa confiana hajam dito semelhante coisa; mas alguns espritas

    insistiram em ajustes sibilinos em alguma mensagem do Alm, num esforo de patentear, em

    pblico, a grave censura ao nosso labor. O fato provocou a remessa de centenas de cartas ao nosso

    Grupo e ao mdium do qual Ramatis se serve inquirindo sobre esse julgamento desairoso do Alm

    e rogando-nos esclarecimentos para cessar a confuso.

    De modo algum ficamos preocupados com o assunto, nem pretendamos apresentar

    qualquer justificao a esse respeito, porquanto o tempo que dir do valor ou da inutilidade da

    obra ramatisiana. Mas no podamos cometer a desc