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Relatório da Emigração 2017

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  • Relatrio da Emigrao

    2017

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    2 [380]

    NDICE SINTTICO

    Nota introdutria .............................................................................................................. 24

    1 Emigrao total e indicadores de enquadramento ..................................................... 26

    2 Emigrao para os principais pases de destino, 2017 ................................................ 55

    3 Emigrao para os principais pases de destino, sries cronolgicas 2000-2017 .......... 77

    4 As remessas dos emigrantes 2017 ........................................................................... 262

    5 Lngua e cultura no Cames I.P. .............................................................................. 273

    6 Questes sociais, cvicas e jurdicas ......................................................................... 307

    7 Apoio ao associativismo ......................................................................................... 330

    8 Questes laborais campanha trabalhar no estrangeiro ...................................... 339

    9 Conselho das Comunidades Portuguesas -CCP ......................................................... 347

    10 Estruturas de apoio da DGACCP .............................................................................. 349

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    3 [380]

    NDICE

    ndice de quadros ........................................................................................................................ 10

    ndice de grficos ........................................................................................................................ 14

    ndice de mapas .......................................................................................................................... 18

    Nota tcnica sobre os captulos 1 a 3.......................................................................................... 19

    Enquadramento e fontes ............................................................................................................ 23

    Nota introdutria .............................................................................................................. 24

    1 Emigrao total e indicadores de enquadramento ..................................................... 26

    1.1 Destaques ......................................................................................................................... 27

    1.2 Dados sobre a emigrao portuguesa (Eurostat) ............................................................. 31

    1.3 Indicadores de contexto ................................................................................................... 34

    1.4 Emigrao total ................................................................................................................. 37

    1.5 Comparao internacional ................................................................................................ 47

    2 Emigrao para os principais pases de destino, 2017 ................................................ 55

    2.1 Dados de sntese ............................................................................................................... 56

    2.2 Fluxos de sada .................................................................................................................. 60

    2.3 Populao emigrada ......................................................................................................... 65

    2.4 Nacionalidade ................................................................................................................... 69

    3 Emigrao para os principais pases de destino, sries cronolgicas 2000-2017 .......... 77

    3.1 Alemanha .......................................................................................................................... 78

    3.1.1 Entradas de portugueses na Alemanha ................................................................ 78

    3.1.2 Portugueses residentes na Alemanha .................................................................. 81

    3.1.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Alemanha ............................... 84

    3.2 Angola ............................................................................................................................... 87

    3.2.1 Entradas de portugueses em Angola .................................................................... 87

    3.2.2 Portugueses residentes em Angola ...................................................................... 90

    3.2.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses em Angola ................................... 90

    3.3 Austrlia ............................................................................................................................ 91

    3.3.1 Entradas de portugueses na Austrlia .................................................................. 91

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    4 [380]

    3.3.2 Portugueses residentes na Austrlia .................................................................... 94

    3.3.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Austrlia ................................. 97

    3.4 ustria ............................................................................................................................. 100

    3.4.1 Entradas de portugueses na ustria ................................................................... 100

    3.4.2 Portugueses residentes na ustria ..................................................................... 103

    3.4.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na ustria .................................. 106

    3.5 Blgica ............................................................................................................................. 109

    3.5.1 Entradas de portugueses na Blgica ................................................................... 109

    3.5.2 Portugueses residentes na Blgica ..................................................................... 112

    3.5.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Blgica .................................. 115

    3.6 Brasil ................................................................................................................................ 118

    3.6.1 Entradas de portugueses no Brasil ..................................................................... 118

    3.6.2 Portugueses residentes no Brasil ....................................................................... 121

    3.6.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses no Brasil .................................... 124

    3.7 Cabo Verde ...................................................................................................................... 125

    3.7.1 Entradas de portugueses em Cabo Verde .......................................................... 125

    3.7.2 Portugueses residentes em Cabo Verde ............................................................ 125

    3.7.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses em Cabo Verde ......................... 128

    3.8 Canad ............................................................................................................................ 129

    3.8.1 Entradas de portugueses no Canad .................................................................. 129

    3.8.2 Portugueses residentes no Canad .................................................................... 132

    3.8.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses no Canad ................................. 135

    3.9 Dinamarca ....................................................................................................................... 138

    3.9.1 Entradas de portugueses na Dinamarca ............................................................. 138

    3.9.2 Portugueses residentes na Dinamarca ............................................................... 141

    3.9.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Dinamarca ............................ 144

    3.10 Espanha ........................................................................................................................... 147

    3.10.1 Entradas de portugueses em Espanha ............................................................... 147

    3.10.2 Portugueses residentes em Espanha .................................................................. 150

    3.10.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses em Espanha .............................. 153

    3.11 Estados Unidos da Amrica............................................................................................. 156

    3.11.1 Entradas de portugueses nos EUA...................................................................... 156

    3.11.2 Portugueses residentes nos EUA ........................................................................ 159

    3.11.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses nos EUA..................................... 162

    3.12 Frana .............................................................................................................................. 165

    3.12.1 Entradas de portugueses em Frana .................................................................. 165

    3.12.2 Portugueses residentes em Frana .................................................................... 169

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    5 [380]

    3.12.3 Aquisies de nacionalidade em Frana ............................................................. 172

    3.13 Holanda (Pases Baixos) .................................................................................................. 175

    3.13.1 Entradas de portugueses na Holanda ................................................................. 175

    3.13.2 Portugueses residentes na Holanda ................................................................... 178

    3.13.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Holanda ................................ 181

    3.14 Irlanda ............................................................................................................................. 184

    3.14.1 Entradas de portugueses na Irlanda ................................................................... 184

    3.14.2 Portugueses residentes na Irlanda ..................................................................... 187

    3.14.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Irlanda .................................. 190

    3.15 Itlia ................................................................................................................................ 193

    3.15.1 Entradas de portugueses em Itlia ..................................................................... 193

    3.15.2 Portugueses residentes em Itlia ....................................................................... 196

    3.15.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses em Itlia .................................... 199

    3.16 Luxemburgo .................................................................................................................... 202

    3.16.1 Entradas de portugueses no Luxemburgo .......................................................... 202

    3.16.2 Portugueses residentes no Luxemburgo ............................................................ 205

    3.16.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses no Luxemburgo ......................... 208

    3.17 Macau (China) ................................................................................................................. 211

    3.17.1 Entradas de portugueses em Macau (China) ..................................................... 211

    3.17.2 Portugueses residentes em Macau (China) ........................................................ 214

    3.17.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses em Macau (China) .................... 217

    3.18 Moambique ................................................................................................................... 218

    3.18.1 Entradas de portugueses em Moambique ....................................................... 218

    3.18.2 Portugueses residentes em Moambique .......................................................... 221

    3.18.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses em Moambique ...................... 221

    3.19 Noruega........................................................................................................................... 222

    3.19.1 Entradas de portugueses na Noruega ................................................................ 222

    3.19.2 Portugueses residentes na Noruega................................................................... 225

    3.19.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Noruega ............................... 228

    3.20 Reino Unido..................................................................................................................... 231

    3.20.1 Entradas de portugueses no Reino Unido .......................................................... 231

    3.20.2 Portugueses residentes no Reino Unido ............................................................ 234

    3.20.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses no Reino Unido ......................... 237

    3.21 Sucia .............................................................................................................................. 240

    3.21.1 Entradas de portugueses na Sucia .................................................................... 240

    3.21.2 Portugueses residentes na Sucia ...................................................................... 243

    3.21.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Sucia ................................... 246

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    6 [380]

    3.22 Sua ................................................................................................................................ 249

    3.22.1 Entradas de portugueses na Sua ...................................................................... 249

    3.22.2 Portugueses residentes na Sua ........................................................................ 252

    3.22.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Sua ..................................... 255

    3.23 Venezuela ........................................................................................................................ 258

    3.23.1 Entradas de portugueses na Venezuela ............................................................. 258

    3.23.2 Portugueses residentes na Venezuela ................................................................ 258

    3.23.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses na Venezuela ............................ 261

    4 As remessas dos emigrantes 2017 ........................................................................... 262

    4.1 Remessas recebidas ........................................................................................................ 263

    5 LNGUA E CULTURA NO CAMES I.P. ...................................................................... 273

    5.1.1 Para a internacionalizao da Lngua e da Cultura Portuguesa Objetivos e

    resultados ........................................................................................................... 275

    5.1.2 Programas, oramento e execuo .................................................................... 276

    5.1.3 Macro eixos de ao na internacionalizao da Lngua e Cultura Portuguesas . 277

    5.2 CONTEDOS, CREDITAO, CERTIFICAO E TECNOLOGIAS DA INFORMAO ........... 278

    5.2.1 Contedos ........................................................................................................... 278

    5.2.1.1 Referencial de Portugus Lngua Estrangeira (PLE) ............................................ 278

    5.2.1.2 Mapeamento das relaes matriciais do pblico escolar com a lngua e cultura

    portuguesas 279

    5.2.1.3 Diferenciao dos pblicos escolares das disporas: adequao de metodologias

    de ensino da lngua portuguesa ................................................................................................ 280

    5.2.2 Creditao ........................................................................................................... 283

    5.2.2.1 Incluso da lngua portuguesa nos sistemas de lnguas de entrada ao ensino

    superior dos EUA, designado Scholastic Assessment Test ........................................................ 283

    5.2.3 Certificao ......................................................................................................... 284

    5.2.3.1 Certificao de proficincia PLE Pblico infanto-juvenil ................................ 284

    5.2.3.2 Certificao de proficincia PLE Pblico adulto ............................................. 285

    5.2.3.3 Certificao de proficincia PLH Pblico infanto-juvenil ............................... 285

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    7 [380]

    Quadro Certificao PLH .................................................................................................. 286

    5.3 LNGUA E CULTURA PORTUGUESAS Ensino / Formao, Investigao / Conhecimento

    ....................................................................................................................................... 289

    5.3.1 Lngua Portuguesa Integrao curricular ....................................................... 289

    5.3.2 Ensino e Formao ............................................................................................. 289

    5.3.2.1 Ensino Bsico e Secundrio Portugus Lngua de Herana ........................ 293

    5.4 INVESTIGAO E CONHECIMENTO ................................................................................. 296

    5.4.1 Investigao ........................................................................................................ 296

    5.4.2 Conhecimento .................................................................................................... 298

    5.4.2.1 Repositrio Biblioteca Digital Cames ............................................................ 298

    Objetos digitais publicados em 2017 ................................................................................ 299

    5.5 AO CULTURAL EXTERNA ............................................................................................. 300

    5.5.1 Parcerias e Plataformas internacionais .............................................................. 300

    5.5.2 Contedos culturais para itinerncia.................................................................. 302

    5.5.2.1 Exposies .......................................................................................................... 302

    5.5.2.2 Livro de Cincia, Ensaio e Literatura ................................................................... 302

    5.5.3 Celebraes ........................................................................................................ 303

    5.5.3.1 Dia de Portugal, de Cames e das Comunidades Portuguesas .......................... 303

    5.5.3.2 Dia da Lngua Portuguesa e Cultura da CPLP, 5 de maio .................................... 303

    5.5.4 Cultura e Criatividade ......................................................................................... 303

    5.5.4.1 Amrica do Norte ............................................................................................... 303

    5.5.4.2 Europa ................................................................................................................. 304

    5.5.5 Cultura e Desenvolvimento ................................................................................ 304

    5.5.5.1 Espao CPLP ........................................................................................................ 304

    5.5.5.2 Espao Ibero-Americano..................................................................................... 305

    5.5.5.3 Espaos do Magrebe e Mdio Oriente ............................................................... 305

    5.5.5.4 Espao da frica Subsariana ............................................................................... 305

    5.5.5.5 Espao Asitico e Ocenia .................................................................................. 305

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    8 [380]

    6 QUESTES SOCIAIS, CVICAS E JURDICAS ................................................................ 307

    6.1 Detidos Portugueses no Estrangeiro ............................................................................... 308

    6.2 DEPORTADOS/EXPULSOS ................................................................................................ 310

    6.2.1 Enquadramento .................................................................................................. 310

    6.2.2 Dados estatsticos ............................................................................................... 310

    Distribuio expulsos/deportados da EUROPA e Resto do mundo, 2017 ................................ 311

    6.2.2.1 Europa ................................................................................................................. 311

    6.2.2.2 Reino Unido ........................................................................................................ 312

    6.2.2.3 Resto do mundo ................................................................................................. 313

    6.2.2.4 Estados Unidos da Amrica ................................................................................ 314

    6.2.3 Canad ................................................................................................................ 317

    6.3 Repatriaes ................................................................................................................... 320

    6.4 APOIOS SOCIAIS (ASIC-CP/ASEC-CP) ............................................................................... 322

    6.4.1 Apoio Social a Idosos Carenciados das Comunidades Portuguesas - ASIC-CP ... 322

    6.4.2 Apoio Social a Emigrantes Carenciados das Comunidades Portuguesas - ASEC-CP

    ............................................................................................................................ 323

    6.5 Apoios sociais e sanitrios - Dados estatsticos .............................................................. 325

    6.6 Luso-Eleitos ..................................................................................................................... 326

    Fonte: DGACCP/EMI ........................................................................................................ 327

    6.7 Recenseamento Eleitoral ................................................................................................ 328

    7 APOIO AO ASSOCIATIVISMO ................................................................................... 330

    8 QUESTES LABORAIS CAMPANHA TRABALHAR NO ESTRANGEIRO ..................... 339

    8.1 Enquadramento .............................................................................................................. 340

    8.2 Atividades desenvolvidas pela DGACCP/EMI .................................................................. 340

    8.2.1 Atendimentos efetuados pela DGACCP/EMI ...................................................... 341

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    9 [380]

    8.3 Sadas de portugueses para o estrangeiro ...................................................................... 343

    8.4 Explorao laboral/incumprimento contratual .............................................................. 345

    9 Conselho das Comunidades Portuguesas -CCP ......................................................... 347

    10 ESTRUTURAS DE APOIO DA DGACCP ....................................................................... 349

    10.1 Portal das Comunidades Portuguesas ............................................................................ 350

    10.2 Gabinete de Emergncia Consular (GEC) ........................................................................ 351

    10.2.1 OCORRNCIAS EXTRAORDINRIAS - CASOS DE EMERGNCIA CONSULAR ........ 351

    10.3 Gabinetes de Apoio ao Emigrante (GAE) ........................................................................ 359

    10.4 Gabinete de Apoio ao Investidor da Dispora (GAID) .................................................... 360

    10.5 A REDE CONSULAR .......................................................................................................... 361

    10.5.1 Uma viso global da rede consular ..................................................................... 361

    10.5.2 Permanncias Consulares ................................................................................... 362

    10.5.3 Receita Consular ................................................................................................. 363

    Metadata ................................................................................................................................... 365

    Referncias bibliogrficas ......................................................................................................... 377

    Sitografia ................................................................................................................................... 379

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    10 [380]

    NDICE DE QUADROS

    Quadro 1.1 Indicadores sociais de contexto, 2017 ou ltimo ano disponvel ..................... 35

    Quadro 1.2 Indicadores migratrios de contexto, 2017 ou ltimo ano disponvel ............. 36

    Quadro 1.3 Estimativa das sadas totais de emigrantes portugueses, 2001-2017 .............. 40

    Quadro 1.4 Estimativa do nmero total de emigrantes portugueses (stock): nascidos

    em Portugal a residir no estrangeiro, por continente, 1990-2017 ................... 42

    Quadro 1.5 Nascidos em Portugal residentes em pases da OCDE, 15 e mais anos,

    indicadores sociodemogrficos, 2000/01 e 2010/11 ........................................ 44

    Quadro 1.6 Comparao internacional: nmero de emigrantes (stock), principais

    pases de origem, 2017 ...................................................................................... 49

    Quadro 1.7 Comparao internacional: taxa de emigrao (stock), principais pases

    de origem, 2017 ................................................................................................. 51

    Quadro 1.8 Comparao internacional: taxas de emigrao e de imigrao nos

    pases da UE, 2017 ............................................................................................. 53

    Quadro 2.1 Principais indicadores da emigrao portuguesa, 2017 ou ltimo ano

    disponvel........................................................................................................... 57

    Quadro 2.2 Entradas de portugueses, principais pases de destino da emigrao,

    2017 ou ltimo ano disponvel .......................................................................... 62

    Quadro 2.3 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro, principais pases de

    destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano disponvel ..................................... 66

    Quadro 2.4 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no estrangeiro,

    principais pases de destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano

    disponvel........................................................................................................... 71

    Quadro 2.5 Residentes no estrangeiro com nacionalidade portuguesa, principais

    pases de destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano disponvel ..................... 73

    Quadro 2.6 Registos consulares de portugueses residentes no estrangeiro, principais

    pases de destino da emigrao, 2017 .............................................................. 75

    Quadro 3.1 Entradas de portugueses na Alemanha, 2000-2017 ......................................... 79

    Quadro 3.2 Nascidos em Portugal residentes na Alemanha, 2000-2017 ............................. 82

    Quadro 3.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Alemanha,

    2000-2017 .......................................................................................................... 85

    Quadro 3.4 Entradas de portugueses em Angola, 2000-2017 ............................................. 88

    Quadro 3.5 Entradas de portugueses na Austrlia, 2000-2017 ........................................... 92

    Quadro 3.6 Nascidos em Portugal residentes na Austrlia, 2000-2017 ............................... 95

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    11 [380]

    Quadro 3.7 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Austrlia,

    2000-2017 .......................................................................................................... 98

    Quadro 3.8 Entradas de portugueses na ustria, 2000-2017 ............................................ 101

    Quadro 3.9 Nascidos em Portugal residentes na ustria, 2000-2017 ................................ 104

    Quadro 3.10 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na ustria,

    2000-2017 ........................................................................................................ 107

    Quadro 3.11 Entradas de portugueses na Blgica, 2000-2017 ............................................ 110

    Quadro 3.12 Nascidos em Portugal residentes na Blgica, 2000-2017 ................................ 113

    Quadro 3.13 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Blgica,

    2000-2017 ........................................................................................................ 116

    Quadro 3.14 Entradas de portugueses no Brasil, 2000-2017 ............................................... 119

    Quadro 3.15 Nascidos em Portugal residentes no Brasil, 2000-2017 .................................. 122

    Quadro 3.16 Nascidos em Portugal residentes em Cabo Verde, 2000-2017 ....................... 126

    Quadro 3.17 Entradas de portugueses no Canad, 2000-2017............................................ 130

    Quadro 3.18 Nascidos em Portugal residentes no Canad, 2000-2017 ............................... 133

    Quadro 3.19 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no Canad,

    2000-2017 ........................................................................................................ 136

    Quadro 3.20 Entradas de portugueses na Dinamarca, 2000-2017 ...................................... 139

    Quadro 3.21 Nascidos em Portugal residentes na Dinamarca, 2000-2017 .......................... 142

    Quadro 3.22 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Dinamarca,

    2000-2017 ........................................................................................................ 145

    Quadro 3.23 Entradas de portugueses em Espanha, 2000-2017 ......................................... 148

    Quadro 3.24 Nascidos em Portugal residentes em Espanha, 2000-2017 ............................ 151

    Quadro 3.25 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes em Espanha,

    2000-2017 ........................................................................................................ 154

    Quadro 3.26 Entradas de portugueses nos EUA, 2000-2017 ............................................... 157

    Quadro 3.27 Nascidos em Portugal residentes nos EUA, 2000-2017................................... 160

    Quadro 3.28 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes nos EUA,

    2000-2017 ....................................................................................................... 163

    Quadro 3.29 Entradas de portugueses em Frana, 2000-2017 ............................................ 167

    Quadro 3.30 Nascidos em Portugal residentes em Frana, 2000-2017 ............................... 170

    Quadro 3.31 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes em Frana,

    2000-2017 ........................................................................................................ 173

    Quadro 3.32 Entradas de portugueses na Holanda, 2000-2017 .......................................... 176

    Quadro 3.33 Nascidos em Portugal residentes na Holanda, 2000-2017 .............................. 179

    Quadro 3.34 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Holanda,

    2000-2017 ........................................................................................................ 182

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    12 [380]

    Quadro 3.35 Entradas de portugueses na Irlanda, 2000-2017 ............................................ 185

    Quadro 3.36 Nascidos em Portugal residentes na Irlanda, 2000-2017 ................................ 188

    Quadro 3.37 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Irlanda,

    2000-2017 ........................................................................................................ 191

    Quadro 3.38 Entradas de portugueses em Itlia, 2000-2017 ............................................... 194

    Quadro 3.39 Nascidos em Portugal residentes em Itlia, 2000-2017 .................................. 197

    Quadro 3.40 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes em Itlia, 2000-

    2017 ................................................................................................................. 200

    Quadro 3.41 Entradas de portugueses no Luxemburgo, 2000-2017 ................................... 203

    Quadro 3.42 Nascidos em Portugal residentes no Luxemburgo, 2000-2017 ....................... 206

    Quadro 3.43 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no

    Luxemburgo, 2000-2017.................................................................................. 209

    Quadro 3.44 Entradas de portugueses em Macau (China), 2000-2017 ............................... 212

    Quadro 3.45 Nascidos em Portugal residentes em Macau (China), 2000-2017 .................. 215

    Quadro 3.46 Entradas de portugueses em Moambique, 2000-2017 ................................. 219

    Quadro 3.47 Entradas de portugueses na Noruega, 2000-2017 .......................................... 223

    Quadro 3.48 Nascidos em Portugal residentes na Noruega, 2000-2017 ............................. 226

    Quadro 3.49 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Noruega,

    2000-2017 ........................................................................................................ 229

    Quadro 3.50 Entradas de portugueses no Reino Unido, 2000-2017 .................................... 232

    Quadro 3.51 Nascidos em Portugal residentes no Reino Unido, 2000-2017 ....................... 235

    Quadro 3.52 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no Reino Unido,

    2000-2017 ........................................................................................................ 238

    Quadro 3.53 Entradas de portugueses na Sucia, 2000-2017 ............................................. 241

    Quadro 3.54 Nascidos em Portugal residentes na Sucia, 2000-2017 ................................. 244

    Quadro 3.55 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Sucia,

    2000-2017 ........................................................................................................ 247

    Quadro 3.56 Entradas de portugueses na Sua, 2000-2017 ............................................... 250

    Quadro 3.57 Nascidos em Portugal residentes na Sua, 2000-2017 ................................... 253

    Quadro 3.58 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Sua, 2000-

    2017 ................................................................................................................. 256

    Quadro 3.59 Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2000-2017 .......................... 259

    Quadro 4.1 Remessas recebidas em Portugal por pas de origem das transferncias,

    milhares de euros, 2017 .................................................................................. 264

    Quadro 4.2 Remessas recebidas em Portugal, principais pases de origem das

    transferncias, 2017 ........................................................................................ 264

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    13 [380]

    Quadro 4.3 Comparao entre a evoluo das remessas recebidas em Portugal e a

    evoluo do PIB, 1996-2017 ............................................................................ 265

    Quadro 4.4 Evoluo das remessas recebidas em Portugal, principais pases de

    origem das transferncias, 2002-2017 ............................................................ 267

    Quadro 4.5 Remessas mundiais de emigrantes, principais pases de destino das

    transferncias, valor em milhares de dlares e em percentagem do PIB,

    2017 ................................................................................................................. 267

    Quadro 4.6 Evoluo das remessas - UE (2007 a 2017) .268

    Quadro 4.7 Ranking 20 a nvel mundial..269

    Quadro 4.8 Ranking - outros pases..271

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    14 [380]

    NDICE DE GRFICOS

    Grfico 1.1 Estimativa das sadas totais de emigrantes portugueses, 2001-2017 .............. 41

    Grfico 1.2 Estimativa do nmero total de emigrantes portugueses (stock): nascidos

    em Portugal a residir no estrangeiro, por continente, 1990-2017 ................... 43

    Grfico 1.3 Nascidos em Portugal residentes em pases da OCDE, 15 e mais anos,

    por grupo etrio, 2000/01 e 2010/11 ............................................................... 45

    Grfico 1.4 Nascidos em Portugal residentes em pases da OCDE, 15 e mais anos,

    por grau de instruo, 2000/01 e 2010/11 ....................................................... 46

    Grfico 1.5 Comparao internacional: nmero de emigrantes (stock), principais

    pases de origem, 2017 ...................................................................................... 50

    Grfico 1.6 Comparao internacional: taxa de emigrao (stock), principais pases

    de origem, 2017 ................................................................................................. 52

    Grfico 1.7 Comparao internacional: taxas de emigrao e de imigrao nos

    pases da UE, 2017 ............................................................................................. 54

    Grfico 2.1 Entradas de portugueses, principais pases de destino da emigrao,

    2017 ou ltimo ano disponvel .......................................................................... 63

    Grfico 2.2 Entradas de portugueses em percentagem das entradas de estrangeiros,

    principais pases de destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano

    disponvel........................................................................................................... 64

    Grfico 2.3 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro, principais pases de

    destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano disponvel ..................................... 67

    Grfico 2.4 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro em percentagem da

    populao nascida no estrangeiro, principais pases de destino da

    emigrao, 2017 ou ltimo ano disponvel ....................................................... 68

    Grfico 2.5 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no estrangeiro,

    principais pases de destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano

    disponvel........................................................................................................... 72

    Grfico 2.6 Residentes no estrangeiro com nacionalidade portuguesa, principais

    pases de destino, 2017 ou ltimo ano disponvel ............................................ 74

    Grfico 2.7 Registos consulares de portugueses residentes no estrangeiro, principais

    pases de destino da emigrao, 2017 .............................................................. 76

    Grfico 3.1 Entradas de portugueses na Alemanha, 2000-2017 ......................................... 80

    Grfico 3.2 Nascidos em Portugal residentes na Alemanha, 2000-2017 ............................. 83

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    15 [380]

    Grfico 3.3 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Alemanha,

    2000-2017 .......................................................................................................... 86

    Grfico 3.4 Entradas de portugueses em Angola, 2013-2017 ............................................. 89

    Grfico 3.5 Entradas de portugueses na Austrlia, 2004-2017 ........................................... 93

    Grfico 3.6 Nascidos em Portugal residentes na Austrlia, 2000-2016 ............................... 96

    Grfico 3.7 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Austrlia,

    2005-2016 .......................................................................................................... 99

    Grfico 3.8 Entradas de portugueses na ustria, 2002-2017 ............................................ 102

    Grfico 3.9 Nascidos em Portugal residentes na ustria, 2002-2017 ................................ 105

    Grfico 3.10 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na ustria,

    2000-2017 ........................................................................................................ 108

    Grfico 3.11 Entradas de portugueses na Blgica, 2000-2016 ............................................ 111

    Grfico 3.12 Nascidos em Portugal residentes na Blgica, 2001-2017 ................................ 114

    Grfico 3.13 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Blgica,

    2000-2016 ........................................................................................................ 117

    Grfico 3.14 Entradas de portugueses no Brasil, 2004-2015 ............................................... 120

    Grfico 3.15 Nascidos em Portugal residentes no Brasil, 2000 e 2010................................ 123

    Grfico 3.16 Nascidos em Portugal residentes em Cabo Verde, 2000, 2010 e 2013........... 127

    Grfico 3.17 Entradas de portugueses no Canad, 2000-2016............................................ 131

    Grfico 3.18 Nascidos em Portugal residentes no Canad, 2001, 2006, 2011 e 2016 ........ 134

    Grfico 3.19 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no Canad,

    2000-2016 ........................................................................................................ 137

    Grfico 3.20 Entradas de portugueses na Dinamarca, 2000-2017 ...................................... 140

    Grfico 3.21 Nascidos em Portugal residentes na Dinamarca, 2000-2017 .......................... 143

    Grfico 3.22 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Dinamarca,

    2000-2017 ........................................................................................................ 146

    Grfico 3.23 Entradas de portugueses em Espanha, 2000-2017 ......................................... 149

    Grfico 3.24 Nascidos em Portugal residentes em Espanha, 2000-2017 ............................ 152

    Grfico 3.25 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes em Espanha,

    2000-2017 ........................................................................................................ 155

    Grfico 3.26 Entradas de portugueses nos EUA, 2000-2016 ............................................... 158

    Grfico 3.27 Nascidos em Portugal residentes nos EUA, 2000-2016................................... 161

    Grfico 3.28 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes nos EUA, 2000-

    2016 ................................................................................................................. 164

    Grfico 3.29 Entradas de portugueses em Frana, 2012-2014 ............................................ 168

    Grfico 3.30 Nascidos em Portugal residentes em Frana, 2005-2015 ............................... 171

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    16 [380]

    Grfico 3.31 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes em Frana,

    2000-2016 ........................................................................................................ 174

    Grfico 3.32 Entradas de portugueses na Holanda, 2000-2017 .......................................... 177

    Grfico 3.33 Nascidos em Portugal residentes na Holanda, 2000-2017 .............................. 180

    Grfico 3.34 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Holanda,

    2000-2017 ........................................................................................................ 183

    Grfico 3.35 Entradas de portugueses na Irlanda, 2006-2015 ............................................ 186

    Grfico 3.36 Nascidos em Portugal residentes na Irlanda, 2002, 2006, 2011, 2013 e

    2016 ................................................................................................................. 189

    Grfico 3.37 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Irlanda,

    2005-2016 ........................................................................................................ 192

    Grfico 3.38 Entradas de portugueses em Itlia, 2002-2016 ............................................... 195

    Grfico 3.39 Nascidos em Portugal residentes em Itlia, 2008-2016 .................................. 198

    Grfico 3.40 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes em Itlia, 2008-

    2016 ................................................................................................................. 201

    Grfico 3.41 Entradas de portugueses no Luxemburgo, 2000-2017 ................................... 204

    Grfico 3.42 Nascidos em Portugal residentes no Luxemburgo, 2001, 2011 e 2017 .......... 207

    Grfico 3.43 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no

    Luxemburgo, 2000-2017.................................................................................. 210

    Grfico 3.44 Entradas de portugueses em Macau (China), 2007-2017 ............................... 213

    Grfico 3.45 Nascidos em Portugal residentes em Macau (China), 2001, 2006, 2011 e

    2016 ................................................................................................................. 216

    Grfico 3.46 Entradas de portugueses em Moambique, 2011-2016 ................................. 220

    Grfico 3.47 Entradas de portugueses na Noruega, 2001-2017 .......................................... 224

    Grfico 3.48 Nascidos em Portugal residentes na Noruega, 2000-2017 ............................. 227

    Grfico 3.49 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Noruega,

    2000-2017 ........................................................................................................ 230

    Grfico 3.50 Entradas de portugueses no Reino Unido, 2000-2017 .................................... 233

    Grfico 3.51 Nascidos em Portugal residentes no Reino Unido, 2000-2017 ....................... 236

    Grfico 3.52 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes no Reino Unido,

    2000-2017 ........................................................................................................ 239

    Grfico 3.53 Entradas de portugueses na Sucia, 2000-2017 ............................................. 242

    Grfico 3.54 Nascidos em Portugal residentes na Sucia, 2000-2017 ................................. 245

    Grfico 3.55 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Sucia,

    2000-2017 ........................................................................................................ 248

    Grfico 3.56 Entradas de portugueses na Sua, 2000-2017 ............................................... 251

    Grfico 3.57 Nascidos em Portugal residentes na Sua, 2000-2017 ................................... 254

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    17 [380]

    Grfico 3.58 Aquisies de nacionalidade por portugueses residentes na Sua, 2000-

    2017 ................................................................................................................. 257

    Grfico 3.59 Nascidos em Portugal residentes na Venezuela, 2001 e 2011 ........................ 260

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    18 [380]

    NDICE DE MAPAS

    Mapa 2.1 Entradas de portugueses, principais pases de destino da emigrao,

    2017 ou ltimo ano disponvel .......................................................................... 58

    Mapa 2.2 Nascidos em Portugal residentes no estrangeiro, principais pases de

    destino da emigrao, 2017 ou ltimo ano disponvel ..................................... 59

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    19 [380]

    NOTA TCNICA SOBRE OS CAPTULOS 1 A 3

    Ano de referncia

    Nos captulos 1 a 3 analisam-se dados e estimativas referentes a 2017, ou ltimo ano

    disponvel. Em regra, esses dados foram ficando disponveis ao longo de 2018, embora haja

    pases de destino para os quais essa disponibilidade s se concretizar em 2019 ou depois de

    28 de setembro do corrente ano, data final de atualizao dos valores agora divulgados

    e analisados. Por isso, ao longo deste relatrio sempre devidamente assinalado o ano de

    referncia de cada valor usado.

    Dados sobre os fluxos de sada de Portugal (fluxos de emigrao)

    Devido ao direito de sada do pas de residncia, em regra no h registos administrativos de

    sadas (emigrao) mas apenas de entradas (imigrao). Estimar e caracterizar a emigrao de

    um pas requer pois que se compilem os dados sobre a entrada e permanncia dos emigrantes

    nos pases de destino. Os dados que o Observatrio da Emigrao recolhe, divulga e analisa

    so pois os dados que obtm junto das instituies responsveis pelas estatsticas da

    imigrao nos pases de destino da emigrao portuguesa. Os dados sobre entradas, muitas

    vezes classificados como estatsticas espelho quando usados para medir a emigrao, no

    correspondem perfeitamente aos dados sobre sadas, pois incluem ainda a re-emigrao a

    partir de pases de destino anteriores. Constituem, no entanto, a melhor proxy disponvel para

    medir a emigrao em termos de fluxo.

    Dados sobre a populao residente no estrangeiro (stock de emigrantes)

    Os censos so normalmente decenais, em alguns casos quinquenais, e constituem o mtodo

    mais fivel para contar uma populao porque incidem sobre o universo dos residentes e

    presentes num pas e no sobre uma amostra destes. Os valores anuais sobre o nmero de

    imigrantes residentes num dado pas so, geralmente, ou estimativas demogrficas calculadas

    com base nos dados sobre o movimento da populao, ou estimativas obtidas atravs de

    inquritos amostrais. Para quase todos os pases, os ltimos censos realizados foram os de

    2000/01 e os de 2010/11. Assim, os valores disponveis entre 2000/01 e 2010/11, ou depois

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    20 [380]

    desta data so, em regra, estimativas. Nem todos os pases estimam anualmente dados sobre

    a populao emigrada por pas de nascimento, pelo que, nesses casos, os nicos dados fiveis

    disponveis sobre o stock de emigrados so os dados do ltimo censo.

    Notao

    Usa-se, neste relatrio, a notao anglo-saxnica dos nmeros. Desta forma, os milhares so

    separados por vrgulas (##,###,###) e as casas decimais por pontos (##.#). Facilita-se, deste

    modo, a consulta internacional do relatrio e evitam-se incongruncias com as fontes

    estatsticas mais utilizadas neste domnio.

    Nos quadros, os dados no disponveis esto assinalados com o uso de dois pontos

    consecutivos (..).

    Siglas

    EFTA European Free Trade Association (Associao Europeia de Comrcio Livre)

    UE Unio Europeia

    OCDE Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico

    PALOP Pases Africanos de Lngua Oficial Portuguesa

    Cdigos ISO dos pases

    AGO Angola

    AUS Austrlia

    AUT ustria

    BEL Blgica

    BRA Brasil

    CAN Canad

    CPV Cabo Verde

    CHE Sua

    DEU Alemanha

    DNK Dinamarca

    ESP Espanha

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    21 [380]

    FRA Frana

    GBR Reino Unido

    IRL Irlanda

    ITA Itlia

    LUX Luxemburgo

    MAC Macau (China)

    MOZ Moambique

    NLD Holanda (Pases Baixos)

    NOR Noruega

    SWE Sucia

    USA Estados Unidos da Amrica

    VEN Venezuela

    Definies bsicas

    Aquisio de nacionalidade: ato pelo qual algum com o estatuto de estrangeiro adquire a

    nacionalidade do pas em que reside, por naturalizao ou outra modalidade (como, por

    exemplo, por efeito do casamento com um nacional do pas em que est emigrado).

    Emigrante: o indivduo que nasceu num pas e foi viver para um outro por um perodo de, pelo

    menos, doze meses, ou que se espera vir a ser de, pelo menos, doze meses (de acordo

    com as Naes Unidas). O indicador mais frequentemente usado para mediar a

    emigrao o da naturalidade, considerando-se emigrante quem reside num pas

    diferente daquele em que nasceu. Assim, sero emigrantes portugueses os residentes

    num pas estrangeiro que nasceram em Portugal.

    Entradas (emigrao/imigrao): portugueses que foram viver para um pas estrangeiro e

    trabalharam ou viveram a por um perodo de, pelo menos, doze meses, ou que se

    espera vir a ser de, pelo menos, doze meses, sendo contabilizado o ano em que

    chegaram (se continuarem a residir deixam de ser classificados como entrada e, no

    ano seguinte, passam a residentes). Nas estatsticas, este conceito corresponde ao

    fluxo de entrada (inflow). No presente relatrio, corresponde aos portugueses que

    saram (emigrao, outflow) e deram entrada num pas estrangeiro, passando a a ser

    considerados imigrantes.

    Nacionais residentes no estrangeiro: cidados de um pas a residir noutro pas com o estatuto

    de estrangeiro, independentemente de terem ou no nascido no pas da sua

    nacionalidade de origem.

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    22 [380]

    Remessas de emigrantes: transferncias correntes efetuadas por emigrantes quando so

    considerados residentes da economia onde trabalham. Podem ser medidas em termos

    nominais, na moeda do pas de destino, ou em funo do seu peso econmico, em

    percentagem do PIB do pas de destino.

    Residentes no estrangeiro ou emigrados: os nascidos num pas que residem num pas

    estrangeiro por um perodo de, pelo menos, doze meses, ou que se espera vir a ser de,

    pelo menos, doze meses, independentemente de quando a chegaram. Nas estatsticas

    este conceito corresponde ao stock por pas de nascimento, ou populao emigrada.

    Referncias: para um glossrio mais completo sobre o tema das migraes, ver, por exemplo,

    o Glossrio de Migrao e Asilo da Comisso Europeia publicado pela Rede Europeia das

    Migraes [LINK]. Para um manual prtico muito til sobre as questes metodolgicas e

    tcnicas envolvidas na recolha e tratamento das estatsticas sobre as migraes internacionais,

    ver United Nations Economic Commission for Europe (2011) [LINK]. Para uma sistematizao

    dos indicadores e definies usadas neste Relatrio, ver ainda a seco sobre dados no stio

    eletrnico do Observatrio [LINK].

    http://ec.europa.eu/dgs/home-affairs/what-we-do/networks/european_migration_network/glossary/index_a_en.htmhttp://www.unece.org/index.php?id=27236http://observatorioemigracao.pt/np4/Dados/
  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    23 [380]

    ENQUADRAMENTO E FONTES

    A Resoluo da Assembleia da Repblica n. 84/2013 estabelece a obrigatoriedade de

    elaborao e apresentao de um relatrio anual sobre emigrao, do qual conste informao

    relativa ao nmero de cidados que saem do pas, os pases de destino dos emigrantes

    portugueses, a caracterizao socioeconmica, designadamente escolar e acadmica, e

    geogrfica dos emigrantes portugueses, a identificao e a caracterizao das estruturas e das

    respostas consulares de apoio aos emigrantes em cada um dos pases de destino, a

    identificao e a caracterizao das estruturas formais e informais de apoio aos emigrantes em

    cada um dos pases de destino, assim como a situao laboral, social e econmica em que se

    encontram os emigrantes portugueses.

    A estrutura seguida para a elaborao do Relatrio de Emigrao de 2017, teve por base a

    informao solicitada na referida Resoluo, complementada com informao que decorre da

    atividade da Direo Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas

    (DGACCP), que tem por misso assegurar a efetividade e a continuidade da ao do Ministrio

    dos Negcios Estrangeiros (MNE) nos domnios da atividade consular desenvolvida nos

    servios perifricos externos e da realizao da proteo consular, bem como na coordenao

    e execuo da poltica de apoio emigrao e s comunidades portuguesas no estrangeiro. O

    Cames Instituto da Cooperao e da Lngua (CICL) participa tambm, no mbito das suas

    atribuies, designadamente na vertente do Ensino do Portugus no Estrangeiro e na vertente

    da promoo da cultura Portuguesa.

    A elaborao do presente Relatrio de Emigrao teve por base dados da DGACCP, da rede

    externa do MNE e de outras fontes pblicas e privadas, nacionais e internacionais,

    devidamente identificadas no presente documento.

    Por ltimo, o relatrio contm ainda informao trabalhada pelo Observatrio da Emigrao,

    um centro de investigao do ISCTE-Instituto Universitrio de Lisboa, que expe luz da

    cincia o fenmeno migratrio portugus.

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    24 [380]

    NOTA INTRODUTRIA

    Este Relatrio reflete, semelhana de anos transatos, o trabalho efetuado em prol das nossas

    Comunidades e do Ensino da Lngua Portuguesa, durante o ano de 2017, pela Direo-Geral

    dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP) e pelo Cames Instituto

    da Cooperao e da Lngua, I. P. do Ministrio dos Negcios Estrangeiros mas tambm os

    estudos realizados pelo Observatrio da Emigrao, do ISCTE-Instituto Universitrio de Lisboa,

    que realizou o levantamento dos dados estatsticos referentes emigrao portuguesa no ano

    de 2017. Do ponto de vista formal, o Relatrio da Emigrao d cumprimento ao previsto na

    Resoluo da Assembleia da Repblica n. 84/2013, de 20 de junho, que estabelece a

    obrigatoriedade de elaborao e apresentao de um relatrio anual sobre emigrao.

    Nesta nota inicial, no posso deixar de transmitir uma palavra de particular agradecimento ao

    Embaixador Jlio Vilela, Diretor-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades

    Portuguesas e ao Presidente do Conselho Diretivo do Cames Instituto da Cooperao e da

    Lngua, I. P., Embaixador Lus Faro Ramos. Este reconhecimento , naturalmente, extensivo a

    todos aqueles que dedicaram o seu tempo a trabalhar pelos e para os Portugueses, onde quer

    que estes se encontram, em mais de 170 pases espalhados pelo Mundo. Este esforo, global e

    coordenado, tambm empreendido pelos Servios da Secretria-Geral, do Departamento

    Geral de Administrao, do Instituto Diplomtico e por toda a equipa do Ministrio dos

    Negcios Estrangeiros.

    Aproximando-se a data do arranque das comemoraes do V Centenrio da Viagem de

    Circum-Navegao de Ferno de Magalhes (2019-2022), momento em que a partida de um

    portugus do seu pas tornou o Mundo verdadeiramente global, e sendo este o ano em que o

    portugus Antnio Vitorino foi eleito como novo Diretor-Geral da Organizao Internacional

    das Migraes (OIM), as matrias relacionadas com as migraes esto, cada vez mais, no

    centro das anlises internacionais e das discusses internas. Importa, por isso, conhecer bem

    os dados e os factos.

    O presente Relatrio constitui um documento estatstico e analtico da nossa Emigrao

    durante o ano de 2017, procurando, sempre que possvel, identificar tendncias, assinalar

    padres e trazer pistas para cenrios futuros. A DGACCP, com um trabalho dirio assente na

    forma cuidada e humana como zela pela execuo da poltica de apoio emigrao e s

    Comunidades Portuguesas, traz ao Relatrio um contributo valioso, reforado pelo seu

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    25 [380]

    profundo conhecimento da realidade; complementado, no caso presente, pelo

    profissionalismo e rigor do Observatrio da Emigrao, do ISCTE-Instituto Universitrio de

    Lisboa, a quem agradeo na pessoa do Professor Doutor Rui Pena Pires e sua equipa.

    Como sabido, no sendo de mais reforar essa ideia, o trabalho desenvolvido nesta rea

    um trabalho colaborativo, em rede, com a participao de diversas instituies do Estado e

    aqui merece especial ateno toda a nossa rede diplomtica e consular, com as Regies

    Autnomas dos Aores e da Madeira, com as Autarquias e com Associaes, em particular as

    dos Portugueses residentes no estrangeiro, pelo seu contnuo e importante trabalho de

    proximidade no acompanhamento dos nossos cidados.

    Merecem tambm uma justa referncia os Deputados Assembleia da Repblica eleitos pelos

    crculos da emigrao que exerceram funes durante o ano de 2017, cuja voz ativa e trabalho

    em prol das Comunidades Portuguesas quero aqui destacar.

    Bem haja.

    O Secretrio de Estado das Comunidades Portuguesas

    Jos Lus Carneiro

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    26 [380]

    1 EMIGRAO TOTAL E INDICADORES DE ENQUADRAMENTO

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    27 [380]

    1.1 DESTAQUES

    01. A emigrao portuguesa continua numa tendncia de descida sustentada. Com os dados

    disponveis a 28 de setembro deste ano, a emigrao permanente ter atingido, em 2017, um

    valor da ordem das 90 mil sadas. Problemas tcnicos com as estatsticas de entradas de

    migrantes em alguns dos principais pases de destino da emigrao portuguesa,

    nomeadamente em Frana e na Alemanha, podero, quando resolvidos, traduzir-se numa

    ligeira correo dos valores da emigrao desde 2015, com uma eventual reviso em alta dos

    valores de 2015 e 2016, e em baixa do valor agora estimado para 2017. A descida observada

    est fortemente correlacionada com a retoma da economia portuguesa, sobretudo no plano

    da criao de emprego,1 bem como com a reduo da atrao de pases de destino como o

    Reino Unido, devido ao efeito Brexit, e Angola, devido crise econmica desencadeada com a

    desvalorizao dos preos do petrleo. No curto prazo, a primeira poder agravar-se e a

    segunda estabilizar ou mesmo recuperar. De qualquer forma, e a no ser que problemas deste

    tipo nos principais destinos se multipliquem ou acentuem bruscamente, dever manter-se a

    tendncia para uma reduo da emigrao mais lenta do que a subida registada nos anos mais

    agudos da crise, bem como para uma posterior estabilizao em patamar superior ao do

    perodo pr-crise. Como j se referia no Relatrio de 2016, criaram-se ou ampliaram-se, no

    perodo mais forte da crise, redes migratrias ligando Portugal a vrios pases de destino. Ora,

    uma vez estabelecidas, estas redes permitem que o processo de migrao se torne

    autossustentado e impermevel a alteraes de curto prazo nos incentivos econmicos

    (Portes, 1999: 27).

    02. Analisando a evoluo das entradas de portugueses nos principais pases de destino em

    2017, assinale-se no s a continuao como a importante acentuao da retrao da

    emigrao para o Reino Unido, ainda, no entanto, o principal destino da emigrao

    portuguesa, a uma muito grande distncia dos outros destinos mais relevantes: de 2016 para

    2017, o nmero de entradas de portugueses naquele pas teve uma quebra de 26%, cinco

    vezes superior ocorrida no ano anterior (5%). Evoluo semelhante tiveram os fluxos

    migratrios para o Reino Unido com origem em Espanha, Frana e Itlia, convergncia que s

    pode ser explicada por mudanas no destino, no caso os efeitos de insegurana introduzidos

    pelo Brexit.2 Com a mesma amplitude relativa, mas com valores absolutos inferiores,

    destaque-se ainda a reduo da emigrao para Angola, com uma queda de 24% entre 2016 e

    1 Sobre as relaes entre emigrao, imigrao e taxas de emprego e desemprego, no caso portugus, ver Pires,

    Pereira e Azevedo (2018).

    2 Sobre este efeito Brexit ver Vidigal e Pires (2018).

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    28 [380]

    2017 (ainda assim, apenas metade da queda observada no ano anterior). Pelo quarto ano

    consecutivo manteve-se a tendncia de diminuio da emigrao para a Sua (-9%), ainda que

    menos acentuada do que em anos anteriores, bem como, num patamar muito mais baixo de

    valores absolutos, para a Austrlia e Noruega. Em contraciclo com a tendncia geral de descida

    destaca-se a emigrao para Espanha, a crescer sustentadamente desde 2014: entre 2016 e

    2017 aumentou 18%, depois de no ano anterior j ter crescido 15%. Tendncias de

    crescimento menos acentuadas e envolvendo valores absolutos muito baixos foram tambm

    observadas na emigrao para os EUA, Islndia e Sucia. Devido a alteraes e correes nas

    estatsticas alems e francesas neste momento difcil medir com rigor a evoluo recente da

    emigrao para dois dos principais destinos da emigrao portuguesa, que no entanto dever

    estar em franca reduo no caso francs.

    03. Embora em 2017 a emigrao portuguesa para o Reino Unido represente apenas dois

    teros do valor a que chegou em 2015, este pas continua a ser o destino para onde emigram

    mais portugueses: 23 mil em 2017. Seguem-se, como principais destinos dos fluxos, com

    valores em torno das dez mil entradas de portugueses, a Alemanha, Frana, Sua e Espanha.

    Fora da Europa, os principais pases de destino da emigrao portuguesa integram o espao

    da CPLP: Angola (3 mil, em 2017), Moambique (mil, em 2016) e Brasil (mil em 2015).

    Analisando estes fluxos a partir do seu impacto no destino, verifica-se que os portugueses,

    tal como registado no ano anterior, continuam a representar uma parte importante das

    novas entradas no Luxemburgo (14% em 2017), em Macau (6.5% em 2017) e na Sua (6.3%

    em 2017). Em 2017, os portugueses foram a segunda nacionalidade mais representada entre

    os novos emigrantes entrados no Luxemburgo, a quarta na Sua e em Frana (valores de

    2016), e a stima no Reino Unido.

    04. Em termos de stock, e de acordo com as novas estimativas das Naes Unidas relativas a

    31 de dezembro de 2017, Portugal continua a ser, em termos acumulados, o pas da Unio

    Europeia com mais emigrantes em proporo da populao residente (considerando apenas os

    pases com mais de um milho de habitantes). De acordo com aquelas estimativas, o nmero

    de emigrantes nascidos em Portugal era um pouco inferior aos dois milhes e trezentos mil,

    valor ligeiramente menor do que o estimado pela mesma fonte em 2015. A diferena no se

    traduziu, no entanto, no valor da taxa de emigrao, continuando a viver fora do pas cerca de

    22% dos portugueses. Reforaram-se, no entanto, quer a tendncia para uma maior

    concentrao da emigrao na Europa, quer para uma acentuada perda de importncia

    relativa dos pases americanos como destino alternativo. Em contrapartida, cresceu a

    proporo de emigrantes portugueses estabelecidos em frica (ainda que se mantenha

    minoritria). Refletindo o efeito acumulado desta reorientao dos fluxos e da sua

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    29 [380]

    intensificao nas ltimas dcadas, a percentagem de portugueses a viver na Europa passou de

    53%, em 1990, para 62%, em 2015, e 66%, em 2017, de acordo com as estimativas das Naes

    Unidas j referidas.3

    05. A Frana continua a ser o pas do mundo onde vive um maior nmero de emigrantes

    nascidos em Portugal: mais de 615 mil em 2014, ltimo ano para o qual h informao oficial

    disponvel. Ainda com mais de 100 mil emigrantes portugueses residentes encontramos, por

    ordem decrescente, a Sua (220 mil em 2017), os EUA (148 mil em 2014), o Canad (143 mil

    em 2016), o Reino Unido (139 mil, em 2017), o Brasil (138 mil, em 2010) e a Alemanha (123

    mil, em 2017) e a Espanha (100 mil, em 2016). Na Sua, o valor do stock de portugueses

    diminuiu pela primeira vez desde 2000, ainda que ligeiramente (-1%).4 Em Espanha, a retoma

    da emigrao continua a no ser suficiente para compensar o nmero anual de sadas por

    retorno ou re-emigrao que se seguiu crise de 2008, embora, entre 2016 e 2017, a

    diminuio relativa do nmero de portugueses que a viviam se tivesse ficado pelos -3.8%, a

    menor reduo observada desde 2013.

    06. No h dados novos sobre a composio sociodemogrfica da populao portuguesa

    emigrada. Como j foi assinalado em relatrios anteriores, e de acordo com os dados

    disponveis para o conjunto dos pases da OCDE, relativos aos censos de 2000/01 e 2010/11, a

    populao portuguesa emigrada encontra-se em envelhecimento e continua a ser

    maioritariamente composta por ativos pouco qualificados, quando caracterizada em termos

    globais, j que existem diferenas significativas por pas. A tendncia para o envelhecimento

    resulta do facto de o recente crescimento da emigrao ser ainda insuficiente para compensar

    a reduo dos fluxos de sadas de Portugal verificada entre 1974 e finais do sculo XX. Em

    consequncia, o grupo etrio dos portugueses emigrados com mais de 64 anos passou,

    naqueles pases, de 9% para 17%, entre 2001 e 2011. A par com o predomnio de ativos com

    baixas e muito baixas qualificaes escolares, observa-se tambm um crescimento significativo

    da proporo dos mais qualificados: a percentagem de portugueses emigrados com formao

    superior a residir nos pases da OCDE praticamente duplicou, passando de 6% para 11%, entre

    2001 e 2011, aumento que acompanhou o crescimento do nmero de ativos com formao

    superior na populao portuguesa a residir no pas. Nos ltimos anos, porm, com o maior

    3 United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Trends in International Migrant Stock: Migrants by

    Destination and Origin, 2017.

    4 O valor do stock de emigrantes portugueses na Sua em 2016, divulgado no Relatrio de 2017 do Observatrio da

    Emigrao (216 mil), foi posteriormente corrigido pelas autoridades estatsticas daquele pas e fixado em mais de

    223 mil. Assim, ter sido em 2017 e no em 2016 que se iniciou a diminuio do nmero de emigrantes nascidos em

    Portugal e residir na Sua.

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    30 [380]

    peso da emigrao para o Reino Unido, provvel que o ritmo de qualificao da populao

    emigrada tenha superado j o da populao portuguesa residente no pas.

    07. Entre 2016 e 2017, o valor nominal das remessas recebidas em Portugal cresceu cerca de

    6%, sendo ligeiramente superior a 3,5 mil milhes de euros. No entanto, devido ao

    crescimento econmico verificado em Portugal no mesmo perodo, o valor das remessas em

    percentagem do PIB manteve-se em 1.8%. Por pases, o maior crescimento absoluto foi o das

    remessas recebidas da Sua (cerca de +100 milhes de euros) e o maior crescimento relativo o

    das remessas recebidas do Reino Unido (+23%) e de Angola (+19%). O maior decrscimo, tanto

    em termos absolutos como relativos, foi o das remessas recebidas de Espanha (-25 milhes de

    euros, uma reduo de 18% em relao a 2016). Em termos comparados, o peso das remessas

    no PIB tem, em Portugal, um valor situado num patamar comum ao das economias mais

    desenvolvidas ou de maior porte, num indicador que variava, em 2017, entre os 34%, em

    Tonga, e menos de 0.1%, nos EUA.

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    31 [380]

    1.2 DADOS SOBRE A EMIGRAO PORTUGUESA (EUROSTAT)

    Desde sempre a emigrao tem desempenhado um papel importante e decisivo na estrutura

    demogrfica e no tecido econmico e social do pas. O fenmeno migratrio complexo e por

    isso de difcil anlise. Os dados recolhidos seguem no essencial as recentes estatsticas

    constantes do Eurostat e do Instituto Nacional de Estatstica (INE).

    Segundo os dados mais recentes do INE saram do pas, em 2017, 81.051 emigrantes. A

    informao disponvel mostra que a emigrao portuguesa tem vindo a diminuir desde 2016,

    depois de ter atingido o pico em 2013 e 2014 quando saram de Portugal mais de 120 mil

    portugueses.

    Em 2017, verifica-se um abrandamento do decrscimo populacional que se deve passagem

    do saldo migratrio para valores positivos (+ 4 886) aps seis anos de crescimento migratrio

    negativo. Este saldo migratrio positivo consequncia da emigrao (31.753 emigrantes face

    a 38.273 estimados para 2016) e do aumento da imigrao permanentes (36.639 imigrantes

    contra 29.925 em 2016). O INE refere, ainda, que o nmero estimado de emigrantes

    temporrios continua a ser superior ao de emigrantes permanentes, situando-se nos 49.298, o

    que expressa um decrscimo de 16,3% face ao valor de 2016 (58 878).

    De acordo com os dados apresentados pelo Eurostat, em 2017, 3,8% dos cidados da Unio

    Europeia (UE) com idades compreendidas entre os 20 e os 64 anos residiam num outro Estado

    Membro. O estudo mostra que 13,9% dos portugueses em idade ativa vivia noutro pas da

    Comunidade Europeia, percentagem que supera largamente a mdia dos 3,8% e coloca

    Portugal entre os pases da UE que mais cidados tm a trabalhar no espao comunitrio, pelo

    que a percentagem de portugueses em idade ativa a residir noutro pas Estado Membro

    aumentou 2,9% entre 2007 e 2017.

    Assim, o Gabinete de Estatstica da UE indica Portugal como o quarto pas da UE com mais

    cidados em idade ativa a residir noutro pas da Comunidade Europeia, valor apenas superado

    pela Romnia (19,7%), Litunia (15%) e Crocia (14%). Em nmeros absolutos, o nmero de

    cidados portugueses em idade ativa a residir nos pases da UE era de cerca de 847 700

    pessoas. Em sentido inverso, encontra-se a Alemanha (1%), Reino Unido (1,1%), Sucia e

    Frana (ambos com 1,3%).

    Segundo o Eurostat, 16,1% dos portugueses que residem no espao europeu so licenciados, o

    que significa um crescimento de 10,5% face ao registado em 2007. No entanto, o nmero de

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    32 [380]

    portugueses licenciados a residir noutro pas da UE muito inferior ao verificado em pases

    como a Frana em que dois teros dos cidados franceses que vivem noutro Estado Membro

    tm educao superior (62,5%) ou a Alemanha (54.5%). O estudo mostra que a maior parte

    dos cidados da UE que emigram para outro Estado Membro possuem um nvel de educao

    superior comparativamente aos que permanecem no pas de origem com exceo de Portugal,

    Bulgria, Crocia, Luxemburgo e, trs pases do Bltico, Estnia, Litunia e Letnia. O Eurostat

    concluiu que os licenciados dos pases que aderiram UE antes de 2004 (com exceo de

    Portugal e Luxemburgo) foram os que mais optaram pela mobilidade face ao resto da

    populao. A percentagem de pessoas altamente qualificadas entre os cidados da UE, em

    mobilidade, aumentou de 24,4% para 32,4% nos ltimos dez anos.

    importante observar, ainda, o sentido inverso ou seja, comparar a percentagem de

    trabalhadores em mobilidade com baixa qualificao entre os cidados da UE. Esta

    percentagem diminuiu de 30% em 2007, para 24,1% dez anos depois. No que se refere aos

    portugueses, em 2017, representavam cerca de 49,4% em comparao com os 8,2% de

    alemes. Assim, assinala-se uma descida de 22% comparativamente com os 71,4% de

    trabalhadores portugueses nesta situao em 2007. No ano de 2017, Portugal manteve a

    maior percentagem de no qualificados emigrados no espao europeu, seguido dos blgaros

    (36,3%) e dos gregos (33,4%). Constata-se, portanto, que foram os portugueses menos

    qualificados que saram para trabalhar noutros pases europeus.

    O Eurostat refere que na maioria dos Estados Membros a taxa de emprego dos cidados, em

    mobilidade na UE superior comparativamente com a dos cidados que vivem no pas de

    origem e tambm superior taxa mdia de emprego da UE (76,1% e 72,1%, uma diferena

    de 4,0 pp). Entre os portugueses, 77,8% dos cidados a residir noutro Estado Membro tem

    emprego comparativamente com os 73,4% da populao em Portugal, uma diferena de 4.4

    pp. A diferena mais acentuada entre os gregos (19,5 pp), croatas (16,2 pp), espanhis (13,4

    pp) e italianos (13,3 pp). Esta diferena explica-se pelo facto da taxa de emprego nos pases de

    destino ser superior do pas de origem. Em sentido inverso encontra-se o Chipre (18,9 pp), a

    Islndia (14,5 pp) e o Luxemburgo (13,6 pp) com uma empregabilidade superior no pas de

    origem. Verifica-se que muitas vezes a sada do pas no se prende apenas com a procura de

    emprego mas existem muitas outras razes como reagrupamento familiar, continuao do

    ensino superior, reforma antecipada e/ou, simplesmente, viver uma experincia num pas

    diferente.

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    33 [380]

    Fontes:

    Eurostat. Newsrealease, 28 de maio de 2018 [Disponvel online em

    ]

    EU citizens living in another Member State - statistical overview, [Disponvel online

    em

    ]

    Estimativas da populao residente em Portugal 2017, Instituto Nacional de Estatstica.

    [Disponvel online em

    https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui

    =315156710&DESTAQUESmodo=2]

    http://ec.europa.eu/eurostat/documents/2995521/8926076/3-28052018-AP-EN.pdf/48c473e8-c2c1-4942-b2a4-5761edacda37http://ec.europa.eu/eurostat/documents/2995521/8926076/3-28052018-AP-EN.pdf/48c473e8-c2c1-4942-b2a4-5761edacda37http://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php?title=EU_citizens_living_in_another_Member_State_-_statistical_overviewhttp://ec.europa.eu/eurostat/statisticsexplained/index.php?title=EU_citizens_living_in_another_Member_State_-_statistical_overviewhttps://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=315156710&DESTAQUESmodo=2https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=315156710&DESTAQUESmodo=2
  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    34 [380]

    1.3 INDICADORES DE CONTEXTO

    Como se referiu em relatrios anteriores, Portugal apresenta, em termos migratrios, uma

    posio semelhante que ocupa no plano socioeconmico mais geral, ou seja, a de um pas de

    desenvolvimento intermdio. Dois indicadores apresentados no quadro 1.1 exprimem bem

    essa posio: Portugal tem um PIB per capita e um ndice de desenvolvimento humano com

    valores claramente inferiores ao dos principais pases de destino da emigrao com origem no

    seu territrio e superiores aos dos principais pases de origem dos imigrantes que recebeu nos

    ltimos 40 anos. No plano do mercado de trabalho a situao semelhante. Portugal tem uma

    taxa de desemprego superior dos principais pases de destino da sua emigrao e inferior

    observada nos principais pases de origem da sua imigrao (com exceo da verificada na

    Romnia). Neste plano merece destaque o acentuar do fosso entre as taxas de desemprego

    em Portugal e no Brasil. Entre 2015 e 2017, a taxa de desemprego em Portugal baixou,

    sucessivamente, de 12.4% para 11.1% e para 8.9%. No Brasil, subiu, no mesmo perodo, de

    6.8% para 11.5% e para 13.3%. A evoluo ocorrida ser, certamente, um dos fatores da

    retoma entretanto verificada da emigrao brasileira para Portugal.

    [quadros e figuras nas pginas seguintes]

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    35 [380]

    Quadro 1.1 Indicadores sociais de contexto, 2017 ou ltimo ano disponvel

    Indicadores Portugal

    Trs principais pases de destino da emigrao portuguesa

    Trs principais pases de origem da imigrao em Portugal

    Reino Unido Sua Alemanha Brasil Cabo Verde Romnia

    rea (1000 km2, 2017) 92.2 243.6 41.3 357.4 8,515.8 4.0 238.4

    Populao (milhes, 2017) 10.3 66.0 8.5 82.7 209.3 0.5 19.6

    Densidade populacional (pessoas por km2, 2017) 112.4 272.9 214.2 237.0 25.0 135.6 85.1

    Populao urbana (% do total, 2017) 64.6 83.1 74.1 75.7 86.2 66.8 54.9

    Crescimento populacional (% anual, 2017) -0.3 0.6 1.1 0.4 0.8 1.3 -0.6

    Populao com 0-14 anos (% do total, 2017) 13.6 17.7 14.9 13.1 21.7 30.2 15.3

    Populao com 65 e mais anos (% do total, 2017) 21.5 18.5 18.4 21.5 8.6 4.5 17.9

    Fecundidade total (nascimentos por mulher, 2016) 1.3 1.8 1.5 1.5 1.7 2.3 1.6

    Populao ativa total (milhes, 2017) 4.8 32.0 4.6 41.7 89.8 0.2 8.7

    Populao ativa com ensino superior (% do total, 2017) 25.9 43.3 40.4 29.2 20.8 10.3 4.9

    Desemprego total (% da populao ativa total, 2017) 8.9 4.3 4.8 3.8 13.3 10.3 4.9

    Desemprego de longa durao (% do desemprego total, 2017) 49.6 25.9 34.6 41.6 .. .. 41.5

    Desemprego jovem (15-24 anos, 2017) 23.9 12.1 8.1 6.8 30.2 17.8 18.5

    PIB (preos correntes, milhares de milhes de dlares, 2017) 217.6 2,622.4 678.9 3,677.4 2,055.5 1,753.7 211.8

    Crescimento do PIB (% anual, 2017) 2.7 1.8 1.1 2.2 1.0 3.9 6.9

    PIB per capita (preos correntes, milhares de dlares, 2017) 21.1 39.7 80.2 44.5 9.8 3.2 10.8

    Taxa de mortalidade infantil (mortes por 1000 nados-vivos, 2016) 2.9 3.7 3.6 3.2 13.5 18.2 7.7

    Nmero mdio de anos de escolaridade (2015) 8.9 13.3 13.4 13.2 7.8 4.8 10.8

    ndice de desenvolvimento humano (2015) 0.8 0.9 0.9 0.9 0.8 0.6 0.8

    Posio no ndice de desenvolvimento humano (2015) 41 16 2 4 79 122 50

    Nota Trs principais pases de emigrao (fluxos de sada) e de imigrao (fluxos de entrada) nos ltimos seis anos (2012-2017). [CV] A percentagem de populao ativa com ensino superior corresponde ao ano de 2015.

    Fonte Quadro elaborado pelo Observatrio da Emigrao, valores de World Bank, DataBank, World Development Indicators, atualizado em 28/09/2018, de International Labour Organization (ILO) (para o emprego

    e desemprego), e de United Nations Development Programme (UNDP), 2016 Human Development Report (para anos de escolaridade e ndice de desenvolvimento humano).

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    36 [380]

    Quadro 1.2 Indicadores migratrios de contexto, 2017 ou ltimo ano disponvel

    Indicadores Portugal

    Trs principais pases de destino da emigrao portuguesa

    Trs principais pases de origem da imigrao em Portugal

    Reino Unido

    Sua Alemanha Brasil Cabo Verde

    Romnia

    Nmero de emigrantes a residir no estrangeiro (milhares, 2017) 2,267 4,921 677 4,208 1,613 227 3,579

    Nmero de emigrantes a residir no estrangeiro em percentagem da populao do pas de origem (2017) 21.9 7.5 8.0 5.1 0.1 41.5 18.3

    Taxa de emigrao da populao com ensino superior (idade de entrada > 22, %, 2000) 13.1 11.7 6.6 3.2 1.9 55.5 10.2

    Nmero de imigrantes (milhares, 2017) 880 8,842 2,506 12,165 736 15 371

    Nmero de imigrantes em percentagem da populao do pas de destino (2017) 8.5 13.4 29.5 14.8 0.4 2.8 1.9

    Entrada de remessas (preos correntes, milhes de dlares, 2017) 4,811 4,374 2,488 16,833 2,699 222 4,944

    Remessas entradas em percentagem do PIB (2016) 2.2 0.2 0.4 0.5 0.1 1.1 2.3

    Sadas de remessas (preos correntes, milhes de dlares, 2017) 2,468 26,801 9,197 24,671 1,759 31 591

    Nota Trs principais pases de emigrao (fluxos de sada) e de imigrao (fluxos de entrada) nos ltimos seis anos (2011-2017).

    Fonte Quadro elaborado pelo Observatrio da Emigrao, valores de: United Nations, Department of Economic and Social Affairs, Population Division (2017). Trends in International Migrant Stock: The 2017

    revision (United Nations database, POP/DB/MIG/Stock/Rev.2017) (nmero de emigrantes e de imigrantes); Migration Database with Age of Entry, 1900-2000 (taxa de emigrao da populao com ensino superior);

    World Bank, World Bank, Bilateral Remittance Matrix 2017 (remessas).

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    37 [380]

    1.4 EMIGRAO TOTAL

    Os dados disponveis, embora provisrios, indicam que, em 2017, se manteve a tendncia para

    uma descida nos valores da emigrao, depois de um pico em 2013, embora esta se mantenha

    num patamar elevado, que se estima ser da ordem das 90 mil sadas. Aquele valor poder

    ainda ser objeto de reviso em funo de um melhor esclarecimento sobre as estatsticas

    referentes emigrao para a Alemanha, Frana e Moambique nos ltimos trs anos.

    Em consequncia da progressiva compilao de mais dados para mais destinos que permitem

    ir completando as sries cronolgicas sobre a emigrao construdas pelo Observatrio,

    procedeu-se em 2017 a uma reviso global dos dados sobre sadas de portugueses desde

    2001: no quadro 1.3 publicam-se ambas as sries, assinalando-se os anos em que h

    diferenas entre os valores antes e depois da reviso efetuada.

    Globalmente, a nova fase de declnio ligeiro mas sistemtico da emigrao a partir de 2014

    explica-se pela retoma do crescimento econmico em Portugal, expresso na revitalizao do

    mercado de trabalho, com crescimento do emprego e descida do desemprego. De facto, a taxa

    de emprego cresceu de 49.6%, em 2013, para 53.6% em 2017, e a de desemprego desceu, no

    mesmo perodo, de 16.2% para 8.9%. A emigrao, no entanto, no se reduziu com a mesma

    velocidade da recuperao econmica, pois o grande crescimento do nmero de sadas na fase

    anterior traduziu-se na revitalizao e criao de redes entre origem e destino que tornam

    hoje mais fcil e provvel a escolha da emigrao como trajetria de mobilidade, mesmo com

    incentivos econmicos mais reduzidos. Persistindo nveis de desigualdade, em geral, entre

    Portugal e os principais pases de destino, improvvel, nos prximos anos, uma reduo do

    volume da emigrao para nveis anteriores crise, apesar da retoma do crescimento da

    economia portuguesa. Esta tendncia poder, no entanto, ser alterada por efeito de

    fenmenos como o Brexit, que afeta o principal destino da emigrao portuguesa, responsvel

    por quase 30% das sadas nos ltimos anos.

    Em termos acumulados (stock), as Naes Unidas disponibilizaram, em 2017, novas estimativas. De

    acordo com essas estimativas, em 2017 haveria no mundo um pouco menos de 2,3 milhes de

    portugueses emigrados, isto , de pessoas nascidas em Portugal a viver no estrangeiro,

    representando cerca de 21.9% da populao residente no pas naquele mesmo ano. A diferena

    entre estes valores e os das anteriores estimativas daquele organismo internacional referentes ao

    ano de 2015 residual. A nova srie publicada pelas Naes Unidas permite confirmar a tendncia

    para o crescimento da proporo de emigrantes portugueses a viver na Europa, assinalando tambm

    um maior declnio da emigrao portuguesa no continente americano e um maior crescimento da

  • RELATRIO DA EMIGRAO 2017

    38 [380]

    fixada em frica. Em 1960, de acordo com os clculos do Banco Mundial, viv