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Rio de Janeiro, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189
Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva – Estadual Rio de Janeiro (SOBED-RJ)Rua da Lapa, n° 120, salas 309 a 311, Lapa, Rio de Janeiro, RJ. CEP: 20021-180
Telefones: (21) 2507-1243 | Fax: (21) 3852-7711 | www.sobedrj.com.br | [email protected]ÓRGÃO INFORMATIVO SOBED-RJ Edição mensal
BO LET IMinformativo
A diretoria da SOBED-RJ comunica a seus associados que
as reuniões científicas da entidade em 2015 serão realizadas na
Casa de Saúde São José, no Humaitá.
A primeira sessão do ano será no dia 2 de março,
segunda-feira, a partir das 19h, que contará com apresentação
de casos clínicos pelo Hospital Universitário Clementino Fraga
Filho (UFRJ) e palestra sobre Lesões Serrilhadas do Cólon, com a
Dra. Maria Aparecida Ferreira, médica endoscopista do
HCI/INCA e especialista em Endoscopia Digestiva pela SOBED, e
com o Dr. Heinrich Bender Kohnert Seidler, médico patologista
1ª reunião científica de 2015 da SOBED-RJ será no dia 2, na Casa de Saúde São José
gastrointestinal, com formação em Patologia pela Tokyo Medical and Dental University, professor de Patologia da
Universidade Católica de Brasília e Universidade de Brasília e diretor do Laboratório Brasiliense. A moderação ficará a cargo
do presidente da SOBED-RJ, Dr. Ronaldo Taam. A Casa de Saúde São José fica na Rua Macedo Sobrinho, 21, no Humaitá.
CLASSIFICAÇÃO DO MÊS
Tipo Hiperplásico Adenoma
tubular
Carcinoma com invasão intramucosa até submucosa
superficial
Carcinoma com invasão submucosa
profunda
A 80% 20%
B 79,7% 20,3%
C1 46,7% 42,2% 11,1%
C2 45,5% 54,5%
C3 100%
Relação entre os achados na magnificação de imagem com NBI e histológicos (Kanao et al. (2009)
Bibliografia: TAMAKI, Toru; et al. Computer-aided colorectal tumor classification in NBI endoscopy using local features. Medical Images Analysis, n.17, p.78-100,2013.
Traduzido do original em inglês por Dra. Yolanda Tolentino,
Dra. Priscila Pollo, Dr. Rodrigo Dias e Dra. Viviane Fittipaldi.
BOLETIM SOBED-RJ, ano XX, fevereiro de 2015, nº 189www.sobedrj.com.br
ÍNDICE
2
PALAVRAS DA PRESIDÊNCIA
Dr. Ronaldo Taam
parceiras de longas jornadas, como a Boston Scientific e E.Tamussino (Wilson Cook), já sinalizaram que
continuarão a prestigiar a nossa sociedade. O Sicredi, antiga Unicredi, também continuará o seu patrocínio e
estuda uma maior participação.
Em relação à árdua batalha sobre honorários médicos e valores para os procedimentos da especialidade, o
avanço conseguido foi uma proposta do grupo das UNIDAS. Os valores foram levados para a Câmara Técnica em
Endoscopia e deveremos fazer uma contraproposta. Estamos tentando agendar uma reunião com a UNIMED e
aguardamos as respostas dos colegas da Amil.
A prova prática para o Título de Especialista foi realizada no início de fevereiro e transcorreu de modo
exemplar. Constatamos um baixo índice de filiação dos candidatos à SOBED, o que acreditamos que ocorra pelo
objetivo de associação como titular após os resultados das provas. Vale ressaltar que a sociedade será mais forte e
terá maior poder de negociação quanto maior e mais efetiva for a participação de seus associados.
página 1 REUNIÃO CIENTÍFICA DE MARÇO | CLASSIFICAÇÃO DO MÊS
página 2 PALAVRAS DA PRESIDÊNCIA
página 3 PÓLIPOS SERRILHADOS: O ELO PERDIDO
página 9 RESIDÊNCIA MÉDICA EM ENDOSCOPIA
GESTÃO 2014 - 2016
presidente RONALDO TAAM
vice-presidente LUIZ ARMANDO RODRIGUES VELLOSO
1ª secretária LILIAN MACHADO SILVA
2ª secretária PAULA PERUZZI ELIA
1º tesoureiro FLAVIO ABBY
2º tesoureiro JOÃO CARLOS DE ALMEIDA SOARES
página 8 PRÓXIMOS EVENTOS
O início do ano está marcado por mudanças que se fizeram necessárias em função
do cenário econômico de incertezas.
As nossas reuniões científicas foram transferidas do Colégio Brasileiro de Cirurgiões
para a Casa de Saúde São José. Elas representam um ponto de honra nas atividades da
SOBED RJ e seriam mantidas a qualquer custo. Contamos com a colaboração da direção da
Casa de Saúde São José, a quem de público agradecemos, para que elas fossem realizadas
nos moldes habituais.
As negociações com os patrocinadores estão sendo feitas e algumas empresas
página 7 CASO CLÍNICO DO MÊS
3
www.sobedrj.com.br
INTRODUÇÃO
Os pólipos serrilhados representam mais de
um terço dos pólipos colorretais. Até 1996, os pólipos
hiperplásicos (PH) eram os únicos pertencentes a
esta categoria. O potencial neoplásico das lesões de
m o r f o l o g i a s i m i l a r e d i t a s m i s t a s e r a b e m
estabelecido desde o começo dos anos 90[1]. Os
mecanismos moleculares de carcinogênese dos
a d e n o m a s s e r r i l h a d o s s ã o d i f e r e n t e s . D e
diagnóstico difícil, eles necessitam de atenção
p a r t i c u l a r p e l o s e n d o s c o p i s t a s e
anatomopatologistas, visto que a subestimação de
sua frequência e de seu potencial evolutivo poderia
explicar o aparecimento de alguns casos de câncer de
intervalo.
DEFINIÇÃO E FREQUÊNCIA
Os pólipos serrilhados pertencem a um grupo
heterogêneo de lesões epiteliais cuja definição é
morfológica. Eles se caracterizam por uma aparência
serrilhada ou fenestrada ou dentada das criptas
epiteliais[2]. Esses aspectos não pré-determinam
sua natureza hiperplásica ou adenomatosa nem a
presença de displasias. A última classificação da OMS
publicada em 2010 distingue três tipos de pólipos
serrilhados:
Ÿ Os PH que nunca desenvolvem displasias;
Ÿ Os pólipos/ adenomas serrilhados sésseis (P/AFS) ;
Ÿ Os adenomas serrilhados tradicionais (AFT), em
geral pediculados, que são os mais raros [3].
Cada uma dessas lesões está associada a uma
localização preferencial, em mais de 80% dos casos:
distal para PH e AFT, proximal (colon direito) para os
P/AFS [2]. Globalmente, a diferença entre estes três
subt ipos cons i ste na loca l i zação da zona de
proliferação no centro das criptas fenestradas [4]. No
caso dos PH, esta zona de proliferação se situa na
base das criptas de maneira idêntica à mucosa
normal. Ela é deslocada para a lateral das criptas nos
P/AFS, resultando na dilatação das suas bases. No
caso dos AFT, a zona de proliferação é representada
por múltiplas pequenas ectopias crípticas nos
b o r d o s l a t e r a i s d a s c r i p t a s o r i g i n a i s . E s s a
classificação deveria substituir os termos mais
antigos como «adenoma denteado » ou « pólipo
misto ». Do mesmo jeito, o termo polipose serrilhada
subst itui na c lass i f icação da OMS, aquele de
polipose hiperplásica. Esta entidade é definida pela
presença de pelo menos um dos três seguintes
critérios:
Ÿ No mínimo cinco pólipos serrilhados proximais (a
montante do sigmoide) dos quais dois ou mais
medindo mais que 10 mm de diâmetro;
Ÿ Pólipo serrilhado proximal em pacientes com
antecedentes fami l iares de pr imeiro grau de
polipose serrilhada;
Ÿ Acima de 20 pólipos serrilhados, independente do
tamanho ou localização[3].
Não se dispõe de seguimento prospectivo
sobre evolução desses pacientes. A frequência da
polipose serrilhada poderia ser da ordem 1/150 em
p a c i e n t e s q u e r e a l i z a m a c o l o n o s c o p i a d e
rastreamento [5]. Em estudo retrospectivo, o risco
de câncer colorretal foi estimado em 7% em cinco
anos após o diagnóstico de polipose serrilhada[6].
Em séries de casos de autópsia, a avaliação da
prevalência de pólipos serrilhados na população
geral situa-se entre 13 e 40%, correspondendo, na
grande maioria dos casos, à PH [7,8]. A terminologia
e classificação dessas lesões foram amplamente
modificadas ao longo dos últimos anos e é difícil
obter uma ideia precisa da epidemiologia dos
d i ferentes subt ipos baseando-se em estudos
antigos. Os AFT representam menos de 1% de todos
os pólipos colônicos acometendo tanto as mulheres
como homens [9]. Eles são amplamente ligados ao
tabagismo. Os P/AFS são mais frequentes, estimados
entre 1 e 9% de todos os pólipos, e presentes em
cerca de 0,6% e das colonoscopias de rastreamento
em pacientes com risco intermediário[10]. Seus
principais fatores de risco são a idade, sexo feminino,
tabagismo e obesidade.
O TA B A G I S M O E A O B E S I D A D E : V I A S D E
CARCINOGÊNESE DO CÓLON
As três principais vias de carcinogênese que
f o r a m d e s c r i t a s n a s l e s õ e s c o l o r r e t a i s
compreendem: as instabilidades cromossômicas,
PÓLIPOS SERRILHADOS: O ELO PERDIDO
P. BULOIS; Serrated Polyps: the Missing Link.Acta Endosc. (2014) 44:410-413. DOI 10.1007/s10190-014-0405-x.
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a q u e l a s d o s m i c r o s a t é l i t e s ( M S I ) e a d e
hipermetilação das i lhotas CpG do DNA(CIMP)
[11,12]. Mesmo que essas anomalias possam estar
presentes simultaneamente, em graus diversos, no
mesmo tumor, esta classificação molecular permite
d i s t i n g u i r c a ra c t e r í s t i c a s c l í n i c a s p ró p r i a s :
e p i d e m i o l o g i a , d i s t r i b u i ç ã o t o p o g r á f i c a ,
prognóstico e resposta a tratamento. Ela se aplica
igualmente nas lesões clínicas pré neoplásicas. A
c a r c i n o g ê n e s e r e l a c i o n a d a a o s a d e n o m a s
serrilhados difere da via clássica própria aos outros
tipos de lesões adenomatosas [12]. Para os cânceres
resultantes de adenomas clássicos, as anomalias
moleculares mais frequentes são relacionadas às
mutações que ativam o gene APC, que inativam K-ras
e à s i n s t a b i l i d a d e s g e n é t i c a s a o n í v e l d o s
c r o m o s s o m o s ( f e n ó t i p o L O H , p e r d a d e
heterozigose) com fenótipo tumoral apresentando
e s t a b i l i d a d e d e m i c r o s s a t é l i t e s . A v i a d e
carcinogênese dos pólipos serrilhados está mais
associada à mutações que ativam o B-raf, CIMP e
instabilidade genética nos nucleotídeos (MSI). Os
adenocarcinomas resultantes desta via expressam
mais frequentemente o fenótipo MSI-H(tabela 1). Os
mecanismos moleculares são similares àqueles
encontrados no curso do câncer que se desenvolve
no contexto do HNPCC.
IMPACTO NO DESENVOLVIMENTO DOS CÂNCERES
DE INTERVALO
O papel protetor da colonoscopia em relação
ao câncer colorretal está bem estabelecido para as
lesões distais, e menos para as neoplasias proximais
[13]. Aproximadamente dois terços dos cânceres de
intervalo estão situados no colon proximal[14]. As
anomalias moleculares do tipo MSI e CIMP são mais
encontradas entre as neoplasias de intervalo, suas
frequências foram multiplicadas por três nesta
s i tuação [14,15]. Esses argumentos indiretos
4
sugerem o papel dos pó l ipos serr i lhados no
a p a re c i m e n t o d e s s a s l e s õ e s . O d i a g n ó st i c o
endoscópico dos P/AFS é difícil. Eles representam
igual d i f iculdade para anatomopatologistas :
m o d i f i c a ç õ e s r e c e n t e s d a c l a s s i f i c a ç ã o ,
multiplicidade de critérios diagnósticos e vieses
ligados à orientação das amostras de fragmentos
enquanto apenas biópsias simples são realizadas
[11]. Um trabalho prospectivo recente estudou
e s p e c i f i c a m e n t e o s p ó l i p o s s e r r i l h a d o s n a
população de risco intermediário submetida à
colonoscopia de rastreamento: 7 192 pacientes com
4 335 pólipos, dos quais 46 P/AFS [16].
A taxa de detecção de P/AFS diagnosticados
para 100 pacientes teve grande variabilidade tanto
entre diferentes endoscopistas (de 0 à 2,2 ; p = 0,02)
como entre os anatomopatologistas (de 0 à 4 ; p <
0,001). Essas variabilidades ilustram as dificuldades
do diagnóst ico destas lesões e sugerem uma
subestimação de sua frequência real. A cronologia
da carcinogênese dos P/AFS é provavelmente
diferente daquela das outras lesões pré neoplásicas
do colon e reto [17]. Os pólipos serrilhados poderiam
permanecer muito tempo benignos, durante 10 a 15
anos, antes de acumularem mutações genéticas e
epigenéticas suficientes para se transformar em
adenocarcinomas. Uma vez esse processo sendo
deflagrado, a evolução poderia ser acelerada,
sobretudo dev ido à f requênc ia de mutações
indutoras do fenótipo MSI.
DETECÇÃO, TRATAMENTO E SEGUIMENTO
Os pól ipos serr i lhados são def in idos e
considerados nas recomendações da HAS que foram
recentemente publicadas sobre o seguimento
colonoscópico após polipectomia [18].
Detecção :
As características dos pólipos serrilhados
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12TABELA 1 Carcinogênese serrilhada e carcinogênese clássica ( Buecher et al, )
Via dos pólipos serrilhados Via dos adenomas clássicos
Lesões iniciais Adenomas serrilhados clássicos
Adenomas serrilhados tradicionais
Pólipos adenomatosos planos, sésseis ou
pediculados
Anomalias moleculares Mutações ativadoras de B-raf
CIMP
Fenótipo MSI
Mutações inativadoras do gene APC
Mutações ativadoras do K-ras
Fenótipo LOH
Fenótipo tumoral Adenocarcinomas proximais de fenótipo Adenocarcinomas de fenótipo MSS
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estão resumidas na tabela 2 [19,20]. O aspecto típico
de PH é aquele de uma lesão de pequeno tamanho,
retos igmoidiana, p lana ou séss i l . Os AFT são
geralmente mais volumosos, às vezes pediculados,
endoscopicamente s imi lares aos pól ipos não
serrilhados. O rastreamento e a caracterização dos
P/AFS são mais difíceis. Frequentemente planos e da
m e s m a c o l o r a ç ã o q u e a m u c o s a n o r m a l
c i rcunjacente, e les são na maior ia dos casos
recobertos por uma camada de muco que os torna de
coloração ferrugem ou amarelada na iluminação
branca e vermelha na coloração eletrônica [21]. A
lavagem desta camada de muco não deve ser
realizada antes de precisar a topografia dessas lesões
visto que podem ser particularmente difíceis de
localizar. Em estudo prospectivo consagrado sobre
os aspectos endoscópicos dos P/AFS e sobre 158
l e s õ e s , Ta d e p a l l i e a l [ 2 2 ] i d e n t i f i c a ra m a s
características seguintes: camada de muco (64 % dos
casos), bordas marcadas por resíduos ou bolhas
(52%), alterações dos contornos e bordas (37 %) e
desaparecimento de marcas vasculares subjacentes
(32 %).
Na medida em que sua diferença arquitetural
se situa na parte profunda das criptas, é difícil
distinguir endoscopicamente os PH dos P/AFS pela
análise de sua superfície. Em trabalho recente, os
autores sugerem a introdução da classificação de
padrão de pits de Kudo, um subtipo II-O que se
c a ra c t e r i z a r i a p e l a s c r i p t a s m a i s a b e r t a s e
arredondadas que o tipo II clássico [23]. Esse aspecto
seria pouco sensível, mas específico para os P/AFS e
correlacionados com a presença de mutações B-raf e
de CIMP. Na prát ica , todo pól ipo de aspecto
serrilhado com mais de 10 mm e/ou situado à
montante do colon sigmoide deve ser ressecado e
a n a l i s a d o , m e s m o q u e s u a s c a ra c t e r í s t i c a s
morfológicas sugiram PH. Nenhuma técnica de
imagem endoscópica (cromoendoscopia, coloração
eletrônica ou autofluorescência) acrescentou
eficácia na otimização da detecção de pólipos
serri lhados [21]. No entanto, o interesse pela
c romoendoscop ia merece ser reava l iado em
paralelo ao desenvolvimento dos endoscópios de
alta definição conforme sugerido pelo trabalho de
Pohl e al [24].
TRATAMENTO
O tratamento endoscópico dos pól ipos
serrilhados não apresenta nenhuma especificidade,
além das dificuldades de delimitar as margens das
lesões mais planas. Isto pode ser facilitado pela
cromoendoscopia, coloração eletrônica ou injeção
submucosa de contraste. A ressecção por alça fria, a
mucosectomia e a dissecção submucosa permitem
recuperar material anatômico possibilitando análise
anatomopatológica completa. Elas devem ser
preferidas em relação a ressecção com pinça ou
através de técnicas de destruição. A escolha da
modalidade de tratamento depende da localização,
da forma e do tamanho do pólipo. Em caso de
impossibilidade ou de insucesso no tratamento
endoscópico, a conduta cirúrgica deve ser discutida.
SEGUIMENTO
Segundo as recomendações recentes da HAS,
o seguimento dos pólipos adenomatosos serrilhados
após ressecção completa segue a mesma regra dos
adenomas clássicos com dois níveis de r isco:
controle em cinco anos na ausência de displasia e
controle em três anos em caso de d isp las ia ,
independente do grau, considerando o pólipo como
de alto rico. Nos PH, o controle de 5 anos só é
recomendado em pólipos de 10 mm ou localizados
acima do sigmoide. É aconselhável sensibilizar os
anatomopatologistas para confirmação da natureza
hiperplásica e não ignorar adenomas serrilhados.
Enfim, os PH inferiores a 10 mm e localizados
distalmente no retosigmóide não são objetos de
controle sistemático.
CONCLUSÃO
Os pólipos serrilhados representam mais de
um terço dos pólipos colorretais.As modificações
recentes da nomenclatura conduzem atualmente ao
abandono dos termos antigos de pólipos mistos ou
de adenomas serrilhados em preferência aos termos
de PH, AFT e P/AFS. Excetuando-se os PH, eles têm
potencial neoplásico bem documentado e através de
mecanismos moleculares diferentes daqueles
implicados nos adenomas tradicionais, podendo
explicar seu papel no surgimento do câncer de
i n t e r v a l o . A d e t e c ç ã o d e p ó l i p o s /a d e n o m a s
s e r r i l h a d o s é a l g u m a s veze s , d i f í c i l p a ra o s
endoscopistas e para os anatomopatologistas, que
devem se apropriar de critérios histológicos para
conduzir a um diagnóstico comfiável e reprodutível.
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Após ressecção endoscópica de P/AFS e AFT, as regras
de seguimento pela colonoscopia foram objeto de
recente atualização com controle em três anos ou
cinco anos de acordo com a presença ou não de
displasia.
CINCO PONTOS PRINCIPAIS
Ÿ Os pólipos serrilhados (segundo classificação da
OMS 2010) constituem três tipos de lesões: os
pól ipos hiperplás icos que jamais apresentam
displasia, os adenomas/pólipos serrilhados sésseis
f re q u e nte s n o co l o n d i re i to e o s a d e n o m a s
serrilhados tradicionais, em geral pediculados, os
quais são os mais raros;
Ÿ O mecanismo de carcinogênese dos adenomas
serrilhados é diferente daquele da via clássica
adenoma/adenocarcinoma. Assim, um adenoma
serrilhado, independente do grau de displasia, é
atualmente considerado como pólipo de alto risco
necessitando de seguimento em três anos (HAS
2013);
Ÿ A s u a d e t e c ç ã o é , p o r v e ze s , d i f í c i l p e l o s
endoscopistas e pelos anatomopatologistas que
devem conhecer os critérios histológicos destas
l e s õ e s a f i m d e u m d i a g n ó s t i c o c o n f i áv e l e
reprodutível ;
Ÿ Todos os pólipos de aspecto serrilhado de mais de
10 mm e/ou situados acima do retosigmóide devem
s e r r e s s e c a d o s d e m a n e i ra à o b t e r a n á l i s e
anatomopatológica completa;
Ÿ As novas recomendações (HAS 2013) estão
disponíveis no intuito de otimizar o seguimento após
re s s e c ç ã o d e sta s l e s õ e s q u e p o d e r i a m s e r
responsáveis por uma fração importante dos
cânceres de intervalo.
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indigo carmine versus standard colonoscopy for detection of neoplastic lesions: a
randomised two-centre trial. Gut 2011;60:485–90.
Traduzido do original em francês, por Dra.
Yolanda Tolentino, Dr. Rodrigo Dias,
Dra. Viviane Fittipaldi e Dra. Priscila Pollo.
Tabela 2TABELA 2 Características endoscópicas dos pólipos serrilhados
Pólipo hiperplásico Adenoma serrilhado tradicional Pólipo/adenoma serrilhado séssil
Localização preferencial Distal Distal Proximal
Características endoscópicas Plano ou séssil Séssil ou pediculado Plano ou séssil
Tamanho médio(mm) <5 >5 >5
Padrão de pit Tipo I ou II Tipo II ou III Tipo II ou II-O
Potencial de degeneração Ausente Presente Presente
7
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BSA, 20 anos, é encaminhada ao serviço de endoscopia para investigação de anemia e queda de vitamina
B12. Clinicamente, assintomática.
Associando as imagens endoscópica e tomográfica, fez-se o diagnóstico de Pâncreas Anular, uma
anomalia congênita de ocorrência rara, que consiste em uma porção de tecido pancreático circundando o
duodeno. A maioria dos pacientes permanece assintomática, como a do caso exposto. Nos casos sintomáticos,
pode haver síndrome de obstrução duodenal (distensão abdominal, vômitos), pancreatite, hemorragia
digestiva.
CASO CLÍNICO DO MÊSDra. Fabiana Sartore, Dra. Viviane Fittipaldi
Imagem 3 imagem tomográfica evidenciando pâncreas anômalo, envolvendo, em parte, o duodeno
Imagem 2 EDA 3 meses depois
Imagem 1 primeira EDA - nota-se abaulamento na segunda porção duodenal e pseudodivertículo bulbar
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