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Interpretação de Texto - Procon/DF - João Marcos Apostila - Material de Apoio  ______________ ____ N   O   M   E    [    J   u   l   i   a   n   a    G   a   l   e  n   o   ]    C   P   F     [    3   1   0   . 9   2   1   . 8   3   8   -  0   9    ]   Compreensão e Interpretação de Textos Prof.: João Marcos De Camillis Gil 1 CURSO FUNDAMENTAL DE COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS Professor João Marcos De Camillis Gil ÍNDICE I CONCEITOS BÁSICOS II CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO III ESTILÍSTICA IV FUNÇÕES DA LINGUAGEM V COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS VI TIPOLOGIA TEXTUAL VII QUESTÕES SELECIONADAS www.procursos.com João Marcos Página 1/23 Este curso é de uso exclusivo de Juliana Galeno, CPF: 310.921.838-09. Não é permitida cópia, distribuição, divulgação, venda ou reprodução, sujeitando-se os infratores à responsabilização civil e criminal (Lei 9610/98).

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Compreensão e Interpretação de Textos

Prof.: João Marcos De Camillis Gil

1

CURSO FUNDAMENTAL DE

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS

Professor João Marcos De Camillis Gil

ÍNDICE

I CONCEITOS BÁSICOS

II CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO

III ESTILÍSTICA

IV FUNÇÕES DA LINGUAGEM

V COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAISVI TIPOLOGIA TEXTUAL

VII QUESTÕES SELECIONADAS

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I.  CONCEITOS INICIAIS BÁSICOS

1.  INTELECÇÃO E INTERPRETAÇÃO

Intelecção –  significa entendimento, compreensão. As questões de intelecção oucompreensão são, normalmente, voltadas para o que efetivamente se lê no texto,funcionando como uma espécie de mera verificação de leitura. Logo, sãofacilmente solúveis por meio de uma leitura atenta e cuidadosa do texto.

Interpretação  –   interpretar significa julgar, comentar, explicar, tirar algumaconclusão. As questões de interpretação procuram saber o que o candidatoconclui a respeito do que lê. Exigem um posicionamento, um juízo de valor

crítico por parte do candidato.

2.  ORGANIZAÇÃO DOS ENUNCIADOS

 Nas questões de  Intelecção de Textos, os enunciados, normalmente, organizam-se assim:

- de acordo com o texto, é correto ou errado...- o autor afirma...- com relação ao texto, indique a correta...- o texto confirma que...

- está explícito no texto que...

 Nas questões de  Interpretação, os enunciados, normalmente, organizam-seassim:

- infere-se do texto que...- depreende-se do texto que...- deduz-se do texto que...- está implícito no texto que...

3.  INFERIR E AFIRMAR

Inferência –  “suposição válida cujo valor lógico depende, sempre, de um indíciomínimo de possibilidade”. É uma certeza relativa, sempre dependente do que ocontexto indica, sem afirmá-la concretamente. Por exemplo, tomando por base oseguinte verso de Manuel Bandeira,

„Beijo pouco, falo menos ainda‟,

é possível inferir   que o  sujeito poético  seja tímido e introspectivo, pois há

indícios de uma possível timidez e de uma possível introspecção.

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Afirmação  –  constitui-se de uma certeza absoluta, que sempre se confirma notexto de modo explícito e claro. Por exemplo, no trecho de um texto de prova,

lê-se:

„Congresso aprova aumento de 4,5% na alíquota mínima do IR‟. 

Logo, pode-se afirmar que aumento de 4,5%, na alíquota mínima do IR, tenhaefetiva e realmente sido aprovado pelo Congresso Nacional.

II.  CAMPO LEXICAL E CAMPO SEMÂNTICO

1.  CAMPO LEXICAL é o conjunto de palavras empregadas para designar,qualificar, caracterizar, significar uma noção, uma atividade, uma técnica, uma

 pessoa. Tome-se o seguinte exemplo do poema SOLITÁRIO, de Augusto dosAnjos.

„Como um fantasma que se refugia na solidão da natureza morta,

 por entre os ermos túmulos, um dia,eu fui refugiar-me à tua porta.

(...)Mas tu não vieste ver minha desgraça

e eu saí, como quem tudo repele

velho caixão a carregar destroços

Levando apenas na tumbal carcaça

o pergaminho singular da pele

e o chocalho fatídico dos ossos‟. 

Para destacar o CAMPO LEXICAL mais evidente, ligado à noção de MORTE,atente-se para os seguintes vocábulos e expressões:

- fantasma - velho caixão

- natureza morta - destroços

- ermos túmulos - tumbal carcaça

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- chocalho fatídico dos ossos

2. CAMPO SEMÂNTICO é o conjunto das significações assumidas por uma palavra num certo enunciado. Constitui-se de palavras que pertencem ao mesmouniverso de significações e sempre está ligado diretamente ao sentido das

 palavras e expressões do texto. Veja-se o seguinte exemplo, de Sérgio Santanna.

„Sua sexualidade era lasciva, sensualíssima que era e, parece-me,respirava e transpirava sexo e desejo. Tanta sensorialidade fazia de seucérebro sua libido e de seus suspiros lúbricos sua forma de existir'

 Neste pequeno fragmento do texto, os vocábulos ,  sexualidade, lasciva,

 sensualíssima, sexo, desejo, sensorialidade, libido e lúbricos, todos convergem para um mesmo campo de significação ou campo semântico, o de sexualidade.

III. ESTILÍSTICA

1. 

FIGURAS DE LINGUAGEM

São recursos técnicos de que dispõe o idioma para engendrar linguagemfigurada, conotativa, artística, aquela em que as palavras e expressões revestem-se de novos sentidos e significações que não lhes são habituais, não lhes sãocomuns. Ou trabalham com os sons da língua ou com a estrutura sintática doidioma para a produção de construções especiais.

1.1 Fônicas

- Aliteração: repetição de fonemas consonantais.„Esperando, parada, pregada, na pedra do porto...‟ (Chico Buarque)

- Assonância: repetição de fonemas vocálicos.„Vozes, veladas, veludosas, vozes...‟ (Cruz e Sousa) 

-  Paronomásia: é o mesmo que trocadilho (Lembre-se: parônimos sãovocábulos parecidos)

„SEMANA

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SEM ANA‟ (José Lino Grunewald) 

- Onomatopéia: processo que cria palavras pela repetição de sons.

„O tique-taque do seu coração...‟ „Há muito zunzum em torno de sua demissão‟. 

1.2 De sintaxe ou de construção

-  Elipse: omissão de um termo sintático que pode ser facilmentesubentendido pelo contexto.

(Nós) Fomos ao cinema.

- Zeugma: é a elipse de um termo já citado anteriormente. Nós fomos ao cinema, mas (nós) não (fomos) ao teatro.

-  Polissíndeto: emprego reiterado de conjunções coordenativas ligandoelementos dispostos em sequência.

„E zumbia, e voava, e voava, e zumbia...‟ (Machado de Assis) 

- Assíndeto: ausência de conjunção coordenativa na ligação entre elementosda oração ou do período.

„Come, bebe, paga, recebe, dorme, acorda, vive, morre...‟ (Marcos Valle)

-  Hipérbato: inversão sintática que consiste na mudança da ordem naturaldos termos da oração.

„A vez primeira que fitei Teresa Como as plantas que arrasta a correntezaA valsa nos levou nos giros seus‟. 

(Castro Alves)

- Silepse: concordância nominal ou verbal que não se faz de acordo com asnormas gramaticais e sim de acordo com a ideia que se deseja transmitir. Daíseu outro nome  –   CONCORDÂNCIA IDEOLÓGICA. Há três tipos desilepse:

* de gênero: Vossa Excelência está enganado.* de número: “Os sertões” marca a melhor fase de Euclides da

Cunha.* de pessoa: „Os paulistas somos arrogantes e eficientes‟

(Oswald de Andrade)

-  Anacoluto: é a quebra da estrutura sintática da frase, de modo que fique“sobrando” um termo “solto”, sem função sintática. 

„Facas ou canivetes ou adagas, não me agradam armas brancas...‟(João Guimarães Rosa)

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-  Anáfora: é a repetição enfática de palavras ou expressões no início deversos ou frases.

„É pau, é pedra, é o fim do caminho...‟ 

(Tom Jobim)

- Pleonasmo: repetição enfática e expressiva de palavras ou ideias.

Ao mau aluno, bastam-lhe falsas palavras.

1.3 

De palavras ou tropos / De pensamento

- Antítese: é a aproximação de ideias opostas num dado contexto.

„O Bem e o Mal compõem a vida...‟ (Machado de Assis)

-  Paradoxo: é a confusão de ideias que pressupõe a perda do limite lógicoentre um conceito e seu oposto contextual.

„O Bem e o Mal são uma coisa só e a mesma.‟ (Machado de Assis) 

„É sempre bom lembrar que um copo vazio está cheio de ar‟. 

(Chico Buarque)

- Ironia: também chamada antífrase, consiste no esclarecimento ou ênfase deum termo ou expressão por meio de seu oposto, obtendo-se, com isso,conotação depreciativa ou satírica.

Ele é um gênio; nunca aprende nada!

Bela moça: assusta até assombrações à meia-noite.

-  Eufemismo: é a suavização, a amenização de uma ideia contextualmenteindesejada ou desagradável.

Os anjos o levaram.

Alguns parlamentares faltam com a verdade.

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- Hipérbole: é o exagero com função expressiva.

Estou com tanta fome que meu estômago já grudou na pleura.

Já repeti um milhão de vezes...

-  Prosopopéia, personificação ou animismo:  é a vivificação de seresinanimados.

„As florestas ergueram os braços peludos para esconder -te em ciúmes desol‟. (Raul Bopp) 

„As janelas  espiam os homens que correm atrás das mulheres‟. (CarlosDrummond de Andrade)

- Gradação: é a apresentação de ideias em ordem gradativa; quando asequência é ascendente, denomina-se clímax; quando é descendente,anticlímax.

„Falava, dizia, berrava, vociferava suas dores dele‟. (João GuimarãesRosa)

„Oh! não aguardes que a madura idade 

Te converta essa flor, essa beleza,

Em terra, em cinza, em pó, em sombra, em nada‟. 

(Gregório de Matos Guerra)

- Comparação: é a figura que relaciona dois conceitos com base nasimilaridade que haja entre eles, por meio de um conectivo de comparação.

„Comparo sua chegada

Com a fuga de uma ilha

Tanto engorda quanto mata

Feito desgosto de filha‟. 

(Djavan)

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- Metáfora: é a identificação simbólica de conceitos distintos.

„Sua boca é um cadeado

E seu corpo, uma fogueira‟. 

(Chico Buarque)

- Metonímia: é a mudança de nome pela substituição de um conceito por outroque lhe seja semanticamente próximo.

Bebi um guaraná.Possuo mil cabeças de gado.

IV.  FUNÇÕES DA LINGUAGEM

O primeiro linguista a estabelecer funcionamentos (funções) distintas para alinguagem foi o alemão Karl Bühler, determinando que haveria três funções básicas nacomunicação: EXPRESSIVA, INFORMATIVA E ESTÉTICA. Mais tarde, o linguistarusso Roman Jakobson duplicou estas funções baseando-se nos seis elementos que

constituem o processo comunicativo, a saber:

REFERENTE

(contexto)

3

|

EMISSOR −  MENSAGEM −  RECEPTOR

1 6 2

  ⁄    \

CÓDIGO CANAL

4  5

Segundo Jakobson, a cada um desses elementos estaria diretamente ligado umfuncionamento diferente do sistema linguístico. Deste modo:

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1. FUNÇÃO EMOTIVA ou EXPRESSIVA

Associa-se diretamente ao EMISSOR. Caracteriza-se pela transmissão deemoções, sentimentos, sensações, opiniões, pontos de vista, julgamentos, etc.relacionados ao sujeito-emissor. Há, como característica básica, embora nãonecessária, o predomínio da primeira pessoa verbal (EU/NÓS), bem como oemprego frequente de interjeições e exclamações. Podem-se citar como bonsexemplos as confissões, as cartas de amor apaixonadas, poemas líricos em

 primeira pessoa, etc.

2. FUNÇÃO APELATIVA ou CONATIVA

É a que se liga ao RECEPTOR no processo da comunicação procurando persuadi-lo, seduzi-lo, convencê-lo, enganá-lo, etc. Há um certo predomínio desujeito-receptor (TU/VÓS, VOCÊS, VOSSA SENHORIA...). Bons exemplossão a linguagem publicitária, a linguagem dos vendedores, as “cantadas” e, emmuitos casos, a linguagem dos professores em sala de aula.

3. FUNÇÃO REFERENCIAL, INFORMATIVA, DENOTATIVA ouCOGNITIVA

Liga-se ao assunto, ao REFERENTE, ao contexto. Sua característica maisfundamental é a transmissão de informações e conhecimentos. Como exemplosessenciais têm-se a linguagem dos jornalistas, os livros didáticos, aulas,

 palestras, conferências, etc.

4. FUNÇÃO METALINGÜÍSTICA

Relaciona-se ao próprio CÓDIGO de comunicação linguística (VERBAL ou NÃO-VERBAL) que estiver sendo utilizado. Caracteriza-se pela referência da

linguagem a si mesma ou pela referência de um tipo de linguagem a outro.Alguns exemplos são a crítica literária, metapoemas (poemas que se referem à própria poesia), dicionários em geral, etc.

5. FUNÇÃO FÁTICA

Associa-se ao CANAL da comunicação, verificando se está em funcionamento,ligando-o ou desligando-o. Caracterizam-na mensagens que, única esimplesmente, façam uma espécie de “exame” do canal. Alguns exemplos sãosaudações e cumprimentos diários como BOM DIA! COMO VAI? TUDO

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BEM? Chavões telefônicos como ALÔ, ESTÁ ME OUVINDO? POSSOFALAR?, etc.

6. FUNÇÃO POÉTICA

Liga-se à própria MENSAGEM e se caracteriza pela ênfase da mensagem emsi mesma de modo a que seja, ela própria, uma espécie de obra de arte,construída por uma linguagem especialmente elaborada. O melhor exemplo sãotextos artísticos de modo geral.

7. EXEMPLOS

 Num mesmo texto, nas mais das vezes, há mais de uma função da linguagem.O fundamental é que se perceba qual a função predominante para aorganização da mensagem. Abaixo seguem exemplos. A função negritada é a

 predominante.

7.1 poética e emotiva

„Só uma coisa

me assombra e deslumbra:

como é que o som penetra na sombra

e a pena sai da penumbra?‟ 

(Paulo Leminski)

7.2 conativa e poética

UNS SIMPLESMENTE PASSAM PELA VIDA.

OUTROS FAZEM QUESTÃO DE DEIXAR MARCAS.

O maior autódromo do mundo é o próprio mundo. Só que aqui não existem

 paradas de Box, nem pódio, nem troféus. É a prova de performance definitiva:

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aqui a corrida nunca termina. Neste autódromo não existe linha de chegada. Enem precisa. Todo mundo já sabe quem são os vencedores.

BMW, PRAZER EM DIRIGIR

(Revista Veja)

7.3 referencial e poética

“IMPOSTOS DISPARAM AMANHÃ!!!” 

(Folha de São Paulo)

7.4 conativa e poética

“RELÓGIOS GUCCI . JÁ VÊM ACOMPANHADOS DE HORAS

INESQUECÍVEIS...” 

(Revista Veja)

7.5 metalinguística, emotiva e fática

“Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho

que fazer...e, além do mais, expedir alguns magros capítulos para esse mundo

é tarefa que sempre distrai um pouco da eternidade; mas o livro é enfadonho,

cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica...Vício grave e, aliás,

ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor...Tu tens pressa de

envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direta e nutrida, o

estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios: guinam

à direita e à esquerda, escorregam e caem...” 

(Machado de Assis, in Memórias Póstumas de Brás Cubas)

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7.6 poética, metalinguística, emotiva e conativa

“Parar de escrever  

Bilhetes de felicitações

Como se eu fosse Camões

E as Ilíadas dos meus dias

Fossem Rosas, Graças, Vieiras, Sermões” 

(Paulo Leminski)

7.7 poética, emotiva e conativa

“Às vezes, fico querendo que nada 

mude....

REVLOVATLOVAIEM:

Mudar é tudo que pude!‟ 

(Paulo Leminski)

7.8 fática, conativa, poética e referencial

GLOBO E VOCÊ

TODA HORA

TUDO A VER

(Vinheta publicitária)

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7.9 fática, conativa e referencial

BANDEIRANTES: o canal do ESPORTE!

(Vinheta publicitária)

7.10 poética e emotiva

DEMAIS - Arnaldo Antunes e Nando Reis

Tudo eu já fiz pra te esquecer,

Mas foi em vão

E agora quero voltar....

Todas essas noites passei sem dormir

Com os olhos a jorrar...

Quando um amor é demais

 Não se pode jogar fora.

Olho para esses casais

Com um sonho na memória...

Mahatma Gandhi, Krishna, Deus

Mas só você pode me salvar agora....

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V.  COESÃO E COERÊNCIA TEXTUAIS

A COESÃO TEXTUAL, que corresponde à articulação formal, gramatical de um

texto e ao modo como as palavras e expressões se combinam na construtividade

material das frases, expressões e sentenças se verifica em nível microtextual, ou

seja, na própria linguagem, levando-se em conta as possibilidades de organização do

sistema linguístico. Assim, só se deve chamar de TEXTO, tecido de palavras, um

TODO orgânico articulado em que todas as partes estejam bem associadas umas às

outras, constituindo uma unidade.

A COERÊNCIA TEXTUAL, que corresponde à articulação semântica, cognitiva

dos sentidos fundamentais do texto em si mesmo e em correlação com o mundo e a

realidade, está ligada à compreensão, à inteligibilidade lógica, à possibilidade de

interpretação daquilo que se diz ou escreve. Logo, se verifica em nível macrotextual,

nas significações que se engendram à medida que o texto se vai construindo comototalidade sígnica produtora de sentido.

1.  MECANISMOS DE COESÃO

1.1 Coesão referencial

-  Pronomes  (pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,

interrogativos, e relativos)

José comprou uma moto. Depois ele vendeu-a para seu sogro.

- Numerais 

Paula e Bebeto farão vestibular; ambos são aplicados, mas a

 primeira é mais dedicada que o segundo.

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- Advérbios locativos: lá, aí, ali, aqui, onde.

A escola onde estudei era exemplar. Lá tínhamos a maior

 biblioteca particular da cidade.

- Elipse 

Eu torço para o Internacional; mas meu irmão, para o Grêmio.

- Sinonímia (substituição lexical)

Pelé, que já foi ministro, disse que a Copa de 2014 será um

sucesso. O Rei só duvida que os estádios fiquem prontos até lá.

-  Metonímia: processo de substituição de uma palavra com a qual

mantenha relação de sentido.

Serra quer o lugar de Lula a qualquer custo, mas parece que não é

desta vez que o Planalto dará lugar ao Bandeirantes.

1.2 Coesão sequencial: é o mecanismo que diz respeito aos processos que

interligam as ideias no texto.

-  Paráfrase: é a reprodução do conteúdo essencial de um texto, ou de

 parte de um texto, por meio de modificações formais, sobretudo

sintáticas e lexicais, ou seja, estruturais e vocabulares. Normalmente, a

 paráfrase é uma reescritura que procura tornar mais claro e objetivo o que

se disse em outro texto. Vejam-se alguns exemplos:

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*INVERSÃO DOS TERMOS DA ORAÇÃO OU DAS

ORAÇÕES DO PERÍODO

a. Naquela noite tenebrosa, tive sonhos pavorosos.

 b. Tive, naquela noite tenebrosa, sonhos pavorosos.

* TRANSPOSIÇÃO DO DISCURSO DIRETO PARA O

DISCURSO INDIRETO E VICE-VERSA

a. Amigos, por que não comem mais um pouco –  observei.

 b. Observei por que meus amigos não comiam mais um pouco.

* SUBSTITUIÇÃO LEXICAL

a. Mesmo que me odeies, eu te amo.

 b. Inobstante me odeies, eu te amo.

* TRANSPOSIÇÃO DA VOZ ATIVA PARA A VOZ PASSIVA

E VICE-VERSA

a. O candidato resolveu todas as questões de Português.

 b. Todas as questões de Português foram resolvidas pelo

candidato.

* TRANSPOSIÇÃO DA VOZ PASSIVA ANALÍTICA PARA A

VOZ PASSIVA SINTÉTICA E VICE-VERSA

a. Todas as questões foram feitas.

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 b. Fizeram-se as questões.

* SUBSTITUIÇÃO DE UMA ORAÇÃO SUBORDINADA

SUBSTANTIVA, ADJETIVA OU ADVERBIAL PELAS CLASSES

GRAMATICAIS CORRESPONDENTES E VICE-VERSA

a. O aluno confessa a preguiça.

 b. O aluno confessou que tinha preguiça.

a. O rapaz estudioso passou.

 b. O rapaz que estudava passou.

a. Ao anoitecer, ouvem-se gritos.

 b. Quando anoitece, ouvem-se gritos.

* PERÍFRASE: é o emprego de palavras ou frases em lugar do

termo próprio, ou por não existir tal termo ou por qualquer razão de

conveniência. Tal recurso também se denomina CIRCUNLÓQUIO, ou

seja, um discurso em torno de, um rodeio de palavras, expressões ou

informações para dizer ou definir algo.

„Encanto dos apaixonados, sonho dos lunáticos, ilha distante de

 poetas e amantes, a lua continua satélite: satélite natural da Terra‟.

(Coelho Neto)

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OBS: Há perífrases prolixas indesejáveis como é o caso do

faladíssimo gerundismo: Nós vamos estar anotando seu recado...

que pode, simples e diretamente, traduzir-se por

Anotaremos seu recado,

construção mais sintética e, aliás, mais confiável.

2.   NÍVEIS DE COERÊNCIA

2.1 Coerência semântica: diz respeito à relação entre os significados dos

constituintes frásicos em sequência; a incoerência surge quando esses

sentidos não combinam, ou quando são contraditórios.

„Há um grande tumulto em torno da palmeira e o homem parece

mesmo que vai pular lá de cima. Fotógrafos, jornalistas, telegrafistas

e palhaços tentam registrar a cena cinematográfica‟. (Murilo Mendes)

Repare-se que os vocábulos telegrafistas  e  palhaços  são

absolutamente inadequados a este contexto, pois esta “cena” pode ser

registrada por  jornalistas  e  fotógrafos, mas não por  palhaços e

telegrafistas que não costumam estar presentes a esse tipo de situação

inusitada.

2.2 Coerência sintática: associa-se aos recursos sintáticos empregados para

exprimir a coerência semântica.

„Ela me ama, mas me adora‟. 

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Veja-se que a inadequação no emprego do conectivo oponente

mas, visto que no contexto seria COERENTE, logicamente

inteligível, o uso de uma conjunção aditiva como e ou bem como.

2.3 Coerência pragmática: sua referência é o texto na prática, entendido

como uma sequência de atos de fala. Deve haver, na interlocução oral,

uma adequação do discurso dos falantes ao seu próprio turno de fala,

interativamente, de modo que emissor e receptor, codificador e

decodificador possam comunicar-se com razoabilidade mínima.Incoerências nesse nível podem, até, produzir anedotas, piadas, etc.

„Você sabe o que eu tenho no bolso, perguntou o menino ao

amigo.

Ao que este respondeu:

- Um elefante!

E o primeiro:

- Assim não vale! Você viu...‟

VI . TIPOLOGIA TEXTUAL 

Em provas de concursos, exploram-se, fundamentalmente, três tipos de textos:

DESCRITIVO, NARRATIVO e DISSERTATIVO.

1.  DESCRIÇÃO 

É um retrato feito por meio da linguagem verbal. “Descrever é colocar uma

fotografia na mente do leitor”, pormenorizando as características de um

determinado objeto, pessoa, ambiente ou paisagem. Tem por objetivo primordial

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despertar no leitor impressões sensoriais (associadas aos nossos sentidos),

sobretudo visuais.

„Não podia tirar os olhos daquela criatura de quatorze anos, alta, forte e cheia,

apertada em um vestido de chita, meio desbotado. Os cabelos grossos, feitos

em duas tranças, com as pontas atadas uma à outra, à moda do tempo,

desciam-lhe pelas costas. Morena, olhos claros e grandes, nariz reto e

comprido, tinha a boca fina e o queixo largo.(...)‟ 

(Machado de Assis) 

2.   NARRAÇÃO

É a modalidade textual que consiste no relato de fatos, de uma história (real ou

fictícia) em sequencialização lógica, que envolve, necessariamente a presença de

ações, as quais se desenvolvem num determinado tempo (físico ou psicológico), num

determinado espaço (concreto ou abstrato), nos quais atuam personagens.

„Esta é a estória. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se

construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele,

 produzia-se em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheirosdesconhecidos. A Mãe e O Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. (...) O avião era

da Companhia, especial, de quatro lugares. Respondiam-lhe a todas as

 perguntas, até o piloto conversou com ele. O voo ia ser pouco mais de duas

horas. (...)‟ 

(João Guimarães Rosa)

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2.1 Tipos de discurso

Fundamentalmente, existem três recursos para referir o discurso alheio, a saber,

discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre ou semidireto.

*DISCURSO DIRETO é a reprodução fiel da fala do personagem ou de quem quer

que seja, por meio da apropriação do discurso de outrem. O leitor tem contato direto

com as palavras de quem as produziu. Vem indicado por marcações gráficas comodois pontos (:), travessão (-) ou aspas (“ “). 

„D. Fortunata repreendeu: Joãozinho, você é menino?‟ 

(Machado de Assis)

* DISCURSO INDIRETO é a tradução da fala do personagem feita pelo narrador.

O leitor tem um contato indireto com o que o personagem teria dito. Normalmente,

apresenta uma conjunção clara ou elíptica e um verbo declarativo como dizer,

responder, ponderar, afirmar, declarar, etc.

„D. Fortunata ponderou se Joãozinho era mesmo menino.‟ 

(Adaptação)

* DISCURSO INDIRETO LIVRE consiste em um elo momentâneo entre a fala do

 personagem e o discurso do narrador, de modo que não se saiba com clareza se

aquelas palavras ou pensamentos sejam de um, de outro ou de ambos. Trata-se de um

discurso sem autor definido, sem marcas próprias.

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„ Aires, por fim, sentiu-se traído e vilipendiado. Quem mandou ser ingênuo e

confiar sempre em todos e qualquer um, menos em si mesmo e achar que o

mundo era sempre o melhor dos mundos possíveis?...‟ 

(Machado de Assis)

3.  DISSERTAÇÃO

É todo texto que defende uma tese por meio de argumentos convincentes,

 persuasivos, preferencialmente irrefutáveis.

3.1 O texto dissertativo e seus elementos básicos 

Dissertar não é assim tão complicado quanto parece ser ou mistificam por aí...

Escrever um texto dissertativo é uma tarefa que depende unicamente de uma certa

organização inicial e de um plano, um projeto. Dado um determinado assunto, digamos

“SECA”, é necessário delimitá-lo criando o que se chama TEMA  –   uma espécie de

especificação do assunto -, por exemplo: A SECA NO SERTÃO DO CARIRI E SUAS

IMPLICAÇÕES SOCIAIS” ou “A INDÚSTRIA DA SECA” ou, ainda, “A SECA EM

BRASÍLIA”, etc. Dissertar é, a princípio, ESPECIFICAR!!! 

Após isso, é absolutamente imprescindível estabelecer uma TESE, uma

HIPÓTESE que dará o caminho do texto, suas estradas...

Todos talvez já tenham ouvido ou lido aquela história de INTRODUÇÃO,

DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO... Só isso não basta. Um parágrafo

dissertativo, na verdade, é uma MICRODISSERTAÇÃO: a tese introduz; dois ou três

comentários que a confirmem desenvolvem, e uma finalização que também a ratifique

conclui. Este é o itinerário...

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Muitos dizem assim: “sei começar, mas não consigo terminar” ou “sou bom na

conclusão, mas o início é f...”. Estas colocações são comuns e falsas sob o ponto de

vista lógico, pois o que começou bem tende a acabar bem e o que acabou bem, muito

 provavelmente tenha tido um bom começo.

Falemos do tal recheio  –   DESENVOLVIMENTO - ; no “MEIO” de sua

dissertação, você pode e até deve usar EXEMPLOS, COMPARAÇÕES, DADOS

ESTATÍSTICOS CONFIÁVEIS, ILUSTRAÇÕES, CITAÇÕES, etc. Tudo em

linguagem objetiva, rápida, concisa, direta, denotativa, clara e sem floreios, frescuras ou

firulas...

 Nunca se esqueça de que a dissertação é o texto CIENTÍFICO por excelência;

 portanto não use, de preferência, nenhuma primeira pessoa (EU/NÓS), pois a função da

linguagem que deve predominar em uma redação dissertativa é a REFERENCIAL,

COGNITIVA. Alguém já, por acaso, ouviu algum físico dizendo: EU acho que os

corpos caem”, ou um matemático: “EU creio que a hipotenusa esteja aqui”. Não, pois

são cientistas!

Vamos ao famoso “FIM”. Você não pode pensar que a tal CONCLUSÃO vá,

verdadeiramente, concluir algum assunto ou tema em sua prova. A palavra “FIM” é a

chave. Você estará apenas finalizando, momentaneamente, a discussão de um

determinado tema, como se estivesse dizendo assim: “por enquanto esse assunto está

encerrado” e, para usar um CLICHÊ: “vamos botar uma pedra em cima desse assunto”.

A teoria é essa, basicamente.