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Manutenção Centrada na Confiabilidade RCM

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Page 1: Manutenção Centrada Na Confiabilidade

Manutenção Centrada na Confiabilidade

RCM

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DEFINIÇÃO• Manutenção Centrada na Confiabilidade é um

processo usado para determinar os requisitos de manutenção de qualquer item físico no seu contexto operacional.

• Manutenção Centrada na Confiabilidade (em inglês RCM) é uma metodologia que estuda um equipamento ou sistema em detalhes, analisa como ele pode falhar e define a melhor forma de fazer manutenção de modo a prevenir a falha ou minimizar as perdas decorrentes das falhas

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• é importante ressaltar que, como os demais processos já vistos em nosso curso, a Manutenção Centrada na Confiabilidade — RCM — é uma ferramenta de suporte à decisão gerencial.

• A abordagem clássica da Manutenção Centrada na Confiabilidade inclui:a) Seleção do Sistema.b) Definição das Funções e Padrões de Desempenho.c) Determinação das Falhas Funcionais e de Padrões de

Desempenho.d) Análise dos Modos e Efeitos das Falhas.e) Histórico de Manutenção e Revisão da

Documentação Técnica.f) Determinação de Ações de .Manutenção — Política,

Tarefas, Frequência.

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Para se enquadrar qualquer item no processo da Manutenção Centrada na Confiabilidade, recomenda-se a aplicação das SETE QUESTÕES BÁSICAS DA RCM

1) Quais são as funções e os padrões de desempenho do item no seu contexto operacional atual?

2) De que forma ele falha em cumprir suas funções?

3) 0 que causa cada falha operacional?

4) O que acontece quando ocorre cada falha?

5) De que forma cada falha tem importância?

6) 0 que pode ser feito para prevenir cada falha?

7) 0 que deve ser feito, se não for encontrada uma tarefa preventiva apropriada?

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Funções e Padrões de Desempenho

• Cada equipamento ou sistema tem uma função definida na instalação e deve apresentar um padrão de desempenho tal como foi projetado.

• A Manutenção é a responsável pela continuidade das funções e pelo padrão de desempenho de um dado equipamento, devendo, para tal, ter esses dados quantificados

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• Como regra geral deve-se quantificar os padrões, no que se refere a variáveis de produção ou desempenho, características da qualidade do produto, aspectos ligados a segurança, ao meio ambiente e aos custos operacionais.

• Suponha uma bomba centrífuga que alimenta uma caixa-d'água. A capacidade nominal da bomba é de 400 litros/minuto e a" caixa-d'água abastece um sistema que necessita de 300 litros/minuto. Qualquer programa de manutenção para essa bomba deverá garantir que seu desempenho não seja menor do que 300 litros/minuto. O programa do manutenção deve procurar assegurar que a caixa não fique vazia, e não garantir que a bomba forneça 400 litros/minuto

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Se para alimentar a caixa-d'água existe apenas uma bomba sem bomba reserva, a outra preocupação da manutenção serácom o tempo de reparo ou substituição do equipamento por outro semelhante até que aquele seja reparado. No exemplo, a bomba sempre é ligada quando o volume de água chega a 45.000 litros. Na pior situação, se houver uma falha da bomba quando o volume estiver em 45.000 litros, o tempo disponivel antes que a caixa esvazie totalmente será de apenas 150 minutos(,2 horas e meia)

Caso essa bomba seja transferida para outra caixa-d'água cuja saída seja de 3501/min, sua FUNÇÃO principal também muda, e o programa de manutenção deverá mudar para assegurar a expectativa de um desempenho diferente (350 l/ min e não 300/min). O tempo disponível para reparo ou substituição do equipamento, antes que a caixa-d'água se esvazie será menor, ou seja, 2 horas e oito minutos.

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Funções e Padrões de Desempenho

• A gerência deverá decidir, à luz da relação custo x benefício, a necessidade de preservação da função do equipamento em razão das prioridades de utilização — ou produção.

• Um item é colocado em serviço para cumprir determinada função. Cabe à manutenção preservar esse estado para que o item possa cumprir a função esperada pelos usuários

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Falha Operacional• Falha, conforme visto anteriormente, pode ser

definida como a cessação da função requerida de um item ou incapacidade dc satisfazer a um padrão de desempenho definido.

• Se o equipamento tem uma função, a Falha pode ser considerada Perda dessa Função.

• A RCM faz a abordagem inicial do gerenciamento das falhas do seguinte modo:– COMO o item pode falhar.– O QUE pode causar a falha.

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Falha Operacional• Uma vez analisados estes dois aspectos, parte-se

para a identificação dos Modos de Falha, de vez que só a compreensão exata desse processo pode levar a ações que impeçam sua ocorrência.

• Essa análise busca identificar, com detalhes as causas da falha e, ao mesmo tempo, registrar os seus efeitos.

• O registro dos efeitos da falha indica o que poderia ocorrer se o modo de falha acontecesse em termos de cessação ou queda de produção, quaIidade do produto. segurança, meio ambiente, enfim, permite identificar de que forma cada falha tem importância

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Falha Operacional• Com esse conjunto de informações é possível o estabelecimento ações de manutenção preventiva, preditiva e detectiva, em função do nível de importância de cada falha.

• Se a falha não provoca qualquer efeito se tem ou se tem um efeito sem importância, o grau de prevenção será pequeno,mas se provoca consequências serias demandará ações significas na tentativa de evitar sua ocorrência.

• A RCM reconhece que evitar as consequências das falhas é a motivação principal, e classifica essas consequências em Falhas Evidentes e Falhas Ocultas.

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Falha Operacional• Falhas Evidentes: são aquelas perceptíveis ao

pessoal de operação e são três categorias:– Falhas com consequências sobre a

segurança ou meio ambiente– Falhas com consequências operacionais:

afetam a produção, que dado do produto e custos operacionais, incluído o custo do reparo

– Falhas não-operacionais: não afetam segurança, meio ambiente e operação, restringindo-se ao custo direto do reparo.

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Falha Operacional• Falhas Ocultas: são aquelas que não são

percebidas pelo pessoal de operação,em geral são associadas a dispositivos e sistemas de proteção que não são à prova de falhas.

• Exemplo : Grupo Gerador

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Curvas de Falha• O processo de RCM foi desenvolvido no setor de

aviação comercial nos anos 70. • Na época, a indústria de aviões comerciais

experimentava cerca de 60 quedas (acidentes) por milhão de decolagens.

• Cerca de 4 desses acidentes eram atribuídos a falhas em equipamentos.

• As empresas com receio de que esse nível de acidentes impactasse negativamente o crescimento da oferta, decidiram aumentar a quantidade manutenção.

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Curvas de Falha• Entretanto, elas acabaram descobrindo que, em

muitos casos o aumento da manutenção trazia resultados piores.

• O processo de Manutenção Centrada na Confiabilidade adota o modelo em que seis tipos de curvas de falha são utilizados para caracterizar vida dos equipamentos, e não apenas a curva da banheira, que incluía a mortalidade infantil, além da suposição de uma vida por um certo intervalo de tempo, além do qual se tornavam desgastados.

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Curvas de Falha• conceito de que quanto mais velhos mais os

equipamentos falham não é verdadeiro. • Acreditava-se nisso pela frequente associação do

aumento do número de ciclos e desgaste com o tempo.

• Quando temos partes em contato com o produto, como ocorre em bombas, correias transportadoras e refratários: esse conceito se torna verdadeiro. Mas esse é apenas um modo de falha.

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Curvas de Falha• As seis curvas

a seguir foram levantadas pela United Airlines em uma pesquisa de 30 anos.

• Quanto mais complexos os equipamentos, mais encontramos os padrões D,E,F

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• Conclusão dos resultados dos estudos (1973) da United, Bromberg para aviões e da US Navy para navios.

• Os resultados da United Airlines e da Bromberg são praticamente iguais e resultados da US Navy mostram muitos padrões similares.

• Nos tres estudos, as falhas randômicas se situam entre 77 e 92% do total de falhas da população e falhas relacionadas ao tempo de serviço (idade) para o restante (8 a 23%). Uma análise mais apurada indica :

– Somente uma pequena fração de componentes (3 a 4%) apresenta comportamento da curva da banheira (padrão A).

– Somente 4 a 20% de componentes apresentam uma região de envelhecimento durante sua vida útil, como indicam as curvas A c B (para aviões).

– Se considerarmos que a curva C apresenta um padrão de envelhecimento, isto significa que somente entre 8 e 23% de componentes apresentam essa característica.

– Por outro lado, 77 a 92% dos componentes não apresentam qualquer envelhecimento ou mecanismo de desgaste desenvolvido ao longo da sua vida útil para aviões (curvas D, E e F).

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Conclusão

• Daí, enquanto a percepção generalizada é de que 9 entre 10 componentes apresentam comportamento da curva da banheira tradicional as análises indicam justamente o contrário.

•Entretanto, convém notar que muitos componentes experimentam o "fenômeno" de mortalidade infantil (Curvas A e F).

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O que Deve Ser Feito• Enquanto na “Segunda Era da Manutenção“ acreditava-se que:

• o aumento de disponibilidade era garantido por algum tipo de manutenção preventiva, ou

• quanto mais era revisado menor a probabilidade de o equipamento apresentar falhas,

• a caracterização dos padrões de falha para equipamentos complexos (curvas E e F) contradiz essa crença. Na realidade, o que se verifica, para equipamentos complexos é :

• Limites de idade não proporcionam aumento de confiabilidade• A adoção de revisões programadas pode introduzir defeitos

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O que Deve Ser Feito• entretanto ao verificar os aspectos das curvas A e

B, conclui-se que a manutenção preventiva faz sentido para esses padrões. Isso é válido para maquinas mais simples e padrões de falha com idade de desgaste identificavel

• Convém ainda lembrar que as consequencias das falhas influem decisivamente na definição sobre a adoção de ações preventivas.

• Se as consequências da falha são signifïcativas algo deve ser feito para evitar sua ocorrência ou minimizá-las

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O que Deve Ser Feito• As três formas de atuação são:

– Manutenção Preditiva ou Manutenção sob Condição.

– Manutenção Preventiva com tarefas programadas de restauração,

– Manutenção Preventiva com tarefas programadas de descarte.

• Nas tarefas programadas sob manutenção preditiva, está embutido o conceito de que a maioria das falhas fornece algum tipo de aviso. Costuma-se chamar esses avisos de falhas potenciais, as quais normalmente antecedem uma falha funcional

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O que Deve Ser Feito• como o desenvolvimento da falha pode ocorrer

no período que varia desde microssegundos até anos, a frequência de acompanhamento deve ser compatível, de modo a não haver desperdício de recursos.

• As tarefas da manutenção sob condição devem estar baseadas no desenvolvimento do período da falha — também conhecido como lead time to failure ou intervalo P-F.

• Veja o gráfico a seguir

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O que Deve Ser Feito• A MCC defïne:• Falha potencial como uma condição identificável e

mensurável de uma falha funcional pendente ou em processo de ocorrência.

• Falha funcional como a incapacidade de um item desempenhar uma função específica dentro de limites desejados de performance.

• As unidades mais críticas devem ser verificadas com mais frequência (redundância versus não redundância)

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O intervalo de verificação deve ser menor do que o intervalo P-F, pois assim se pode detectar a falha potencial antes que ela atinja seu estágio de falha funcional.

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O que Deve Ser Feito• A manutenção baseada na condição é mais

eficaz e mais barata do que preventiva• A manutenção preventiva com tarefas

programadas de restauração pode incluir a reforma ou a restauração de um item ou componente, sua refabricação ou ainda uma revisão a intervalos previamente definidos, Independente da condição em que se encontre.

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O que Deve Ser Feito• Manutenção preventiva com tarefas

programadas de descarte inclui a substituição de um item ao final de uma vida útil definida, independente estudo desse item. ( AVIAÇÃO)

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Aplicação da Manutenção na Visão da RCM

• O estudo das consequências de falhas e a escolha das funções significantes de uma instalação são os requisitos exigidos pela MCC

• A utilização da curva P-F pode-se estimar que características indicam uma redução de resistência à falha e quais os intervalos de inspeção ou acompanhamento preditivo.Por exemplo :no caso de um mancal de rolamento as características que indicam a redução de resistência à falha são: vibração, contaminação do óleo lubrificante, ruído e aquecimento

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Aplicação da Manutenção na Visão da RCM

• No intervalo P-F nos interessa identificar quais as características que indicarão a redução da resistência à falha e paralelamente verificar se o intervalo da tarefa (no caso de inspeção/preditiva) é viável.

• A tarefa de manutenção só tem sentido em ser executada se provocar resultados bastante positivos relacionados às consequências da falha

• Dentro dessa visão: uma tarefa de manutenção preventiva é tecnicamente viável, dependendo da sua característica técnica e da falha a que se destina a evitar.

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Aplicação da Manutenção na Visão da RCM• Algumas observações importantes:

• Uma tarefa destinada a prevenir falha de função oculta é válida se conseguir reduzir o nível de falha associada à função. Se não houver meios de executar uma preventiva, deve ser executada tarefa de localização de falhas,ou seja, revisões periódicas para verificar se o item consegue cumprir sua função.

• Outra solução seria reprojetar o item.

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Aplicação da Manutenção na Visão da RCM• Uma tarefa destinada a prevenir falha que tenha

consequências sobre a segurança ou o meio ambiente só é válida se reduzir a um nível baixo ou eliminar o risco da falha. Caso contrário, a melhor solução é reprojetar o item ou alterar o processo

• Uma tarefa destinada a prevenir falhas operacionais só terá sentido se o custo da tarefa for menor do que o custo das consequências da falha somado ao custo do reparo. Em outras palavras se for economicamente viável. Caso contrário, é melhor não fazer nada. Convém lembrar que essa situação é uma decisão gerencial que define, em cima de dados econômicos, que a manutenção de um item só ocorrerá após falha e isso caracteriza uma manutenção corretiva planejada

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Aplicação da Manutenção na Visão da RCM

• finalmente, uma tarefa (manutenção preventiva) destinada a prevenir falhas de consequências não-operacionais só tem sentido em ser realizada se o seu custo, durante um período de tempo, for menor do que o custo do reparo nesse mesmo período. Caso contrário, é melhor deixar falhar e fazer a corretiva planejada, como no caso anterior.

• Disso resulta que a manutenção preventiva só deve ser aplicada em situações onde sua necessidade esteja perfeitamente identificada e justificada