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Excluso social no contexto da globalizao

Sntese 1Livro: Existem Crocodilos no MarAutor: Fabio GedaEste livro conta, de forma dramtica e comovente, a saga Enaiatollah Akbari, um garoto afego de apenas 10 anos que se viu obrigado a fugir de seu pas para escapar da perseguio dos Talibs. Essa milcia islmica que governou o Afeganisto por cinco anos at a invaso americana em outubro de 2001, perseguia os hazaras etnia de Enaiat por serem xiitas num pas de maioria esmagadoramente sunita. Essas perseguies e o novo conflito com os americanos, fizeram dos afegos a maior populao de refugiados do mundo at 2010, quando foram superados pelos srios.Enaiat foi levado por sua me at o Paquisto, onde ela o deixou, na esperana de que encontrasse um lugar melhor para viver. Sozinho, Enaiat comea ento sua jornada que o faria percorrer mais de 6 mil quilmetros e a atravessar pases como Ir, Turquia, Grcia e Itlia, onde por fim, recebeu asilo poltico e um lar o acolheu. Durante esse caminho, Enaiat, tornou-se um trabalhador escravo, foi preso, agredido, passou fome e frio em ruas de diversas cidades, precisou ainda subornar traficantes e fazer viagens clandestinas e perigosas em caminhes e dentro de contineres.O ttulo da obra faz meno a um dos momentos mais dramticos da jornada de Enaiat, quando ele mais quatro garotos tentam atravessar o mar Mediterrneo para chegar Grcia e um deles se afoga e desaparece entre as guas. Foi naquele momento, segundo o prprio Enaiat, que ele percebeu que a sua infncia terminara e eles se encontrava frente a frente com o desafio de crescer e sobreviver em um ambiente estrangeiro e hostil.Hoje em dia, com o drama dos refugiados acontecendo na Europa, a histria de Enaiat se repete a todo momento, mas muitas infelizmente no terminam como a dele. Milhares desparecem nas guas como aconteceu com seu amigo, ou tem seus sonhos e esperanas extinguidos na areia de uma praia, como o pequeno Aylan Kurdi que comoveu o mundo ao mostrar o fracasso da Europa e da humanidade diante do desespero de milhes, que sofrem com a guerra e sonham com a perspectiva de uma luz no fim do tnel.

Sntese 2Quadro: Navio de EmigrantesPintor: Lasar Segall

A cena retratada nesse quadro a apresentao de um dos dramas que marcariam mais profundamente o sculo XX: a emigrao de milhes de seres humanos fugindo de guerras, perseguies e misrias em sua terra natal.Essa obra foi inspirada na prpria histria de vida de seu pintor, marcada por grandes travessias e mudanas de rumo. Segall, aos 15 anos, deixou sua cidade natal na Litunia e comeou uma peregrinao que o traria ao Brasil seis anos depois. J radicado no pas e baseando-se nos desenhos feitos durante suas viagens, Segall pintou em 1939 a tela Navio de Emigrantes. Nesse quadro, predomina-se a cor marrom, que reala a tristeza e os sofrimentos dessas pessoas e de tantas outras que se veem no mais das vezes, sozinhas, cansadas e doentes. So pais, mes, vivas e crianas que encaram condies precrias de viagens e um mar imenso e perigoso, para tentarem recomear suas vidas em outro lugar. Ainda assim, apesar de todo o drama e tristezas aparentes, v-se esquerda da terra, jovens tocando violo, talvez na esperana de que a msica pudesse trazer um pouco de conforto aos sofrimentos daquelas pessoas e reavivar nelas a paz que lhes foram tomadas.

Sntese 03Artigo: Refgio no Brasil Uma Anlise Estatstica: Janeiro de 2010 a outubro de 2014.Fonte: ACNUR Brasil (Agncia da ONU para os refugiados)O artigo produzido pela agncia das Naes Unidas para os refugiados informa que o Brasil signatrio dos principais tratados de Direitos Humanos e que nossa Lei de Refgio (N 9.474/97), adota a definio ampliada de refugiados, estabelecida na Declarao de Cartagena.Essa mesma lei brasileira de refgio criou o Comit Nacional para os Refugiados (CONARE), um rgo interministerial presidido pelo Ministrio da Justia e que responsvel pela formulao de polticas para os refugiados no pas, garantindo a todos eles a integrao sociedade brasileira e os nossos direitos civis.De acordo com os dados do CONARE, de outubro de 2014, o Brasil possui 7.289 refugiados reconhecidos de 81 nacionalidades distintas. A maior parte deles cerca de 20% so srios, seguidos pelos colombianos, angolanos e conguenses. Outras populaes relevantes so os refugiados do Lbano, Libria, Palestina, Bolvia, Iraque e Serra Leoa.O aumento no nmero de refugiados srios no pas pode ser explicado pela postura solidria do Brasil para com as vtimas, j que o Governo Federal facilita a entrada no pas de quem queira solicitar refgio em decorrncia do conflito srio. Desde 2013, politicamente 100% das solicitaes apresentadas por nacionais da Sria foram aceitas pelo CONARE.O artigo finaliza dizendo que, desde 2010, o Brasil se consolidou como o principal doador da ACNUR entre os pases emergentes, destinando mais de US$ 10 milhes para essa agncia da ONU realizar operaes humanitrias em todo mundo.

Sntese 04Dissertao: A Atuao do Governo Brasileiro na Efetivao das Solues Durveis para os Refugiados.Fonte: O Direito Internacional dos Refugiados e o Ordenamento Jurdico Brasileiro: Anlise da Efetividade da Proteo Ambiental. Autora: Carina de Oliveira Soares.Depois que uma pessoa reconhecida como refugiada, tem-se incio a busca por solues durveis para essas pessoas, pois, como esclarece a autora desse artigo, de nada adianta o reconhecimento do status de refugiado se o Estado no garante os meios necessrios para que esses indivduos possam refazer as suas vidas de forma segura e com respeito a seus direitos fundamentais.A Lei Brasileira N 9.474 de 1997 (a Lei do Refgio citada na sntese anterior) prev trs solues durveis, sendo elas, a repatriao, o reassentamento ou a integrao local. Essas trs medidas so as mesmas recomendveis e efetivas, de acordo com a agncia da ONU para os refugiados (ACNUR). Repatriao: Consiste no retorno do refugiado para seu pas de origem, devido ao fato de as circunstncias polticas ou sociais daquele pas terem retornado normalidade e, portanto, cessadas as causas que deram origem ao refgio. O Brasil segue essa medida, a orientao da ONU, autorizando apenas repatriaes voluntrias, evitando assim o retorno indesejado do refugiado ao seu pas natal. Desde a promulgao da Lei do Refgio o Brasil nunca tomou tal medida.

Reassentamento: Consiste na transferncia dos refugiados para um pas de acolhida pelo fato de estes refugiados continuarem sofrendo perseguies ou dificuldades de integrao no primeiro pas de refgio. Assim como ocorre com a repatriao, o reassentamento tambm tem carter voluntrio. Segundo a ACNUR, at abril de 2014, nenhuma solicitao foi feita por refugiados no Brasil desejando ser reassentados em outros pases. Segundo a agncia, isso se deve ao fato do pas garantir proteo aos mesmos e no termos histricos de perseguio em nosso territrio. Integrao Social: A integrao dos refugiados sociedade brasileira a principal soluo durvel adotada pelo Brasil. A nossa constituio no Artigo 5, garante igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros. Desse modo, assegurado aos refugiados o direito s condies mnimas para uma vida digna com direito alimentao, sade, educao e moradia. No trabalho para a integrao local dos refugiados, o Governo Federal incube sociedade civil da sua efetivao, firmando para isso convnios com as Critas Arquidiocesanas em algumas capitais brasileiras. O ACNUR tambm colabora com essa tarefa, formando parcerias com diversas ONGs e rgos pblicos federais e estaduais, com vista a inserir os refugiados no mercado de trabalho e garantir a eles acesso educao, sade e moradia.

Sntese 05Galeria de Fotos da BBC: 50 milhes de histrias atrs de uma foto.Fonte: ONU em conjunto com diversos fotgrafos.

No Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, as Naes Unidas pediram a diversos fotgrafos, que contassem as histrias pessoais por trs das imagens que eles fizeram em campos de refugiados espalhados pelo mundo.Com essa iniciativa, a ONU quis mostrar a fora, a coragem, a resistncia das pessoas que foram foradas a deixar suas casas e seus pases por causa de guerras, perseguies e violaes generalizadas de direitos humanos.Em uma das fotografias mais comovedoras, feita pelo fotgrafo Frederic Noy, em Camares, vemos uma criana dormindo em uma esteira. O seu corpo pequeno e fragilizado, mas que ainda mantm a graciosidade, parece representar o drama vivido por todos os refugiados: a violncia do conflito, o exlio e a vontade de viver.

Sntese 06Notcia: Falta Europa nesta Unio, e falta Unio nesta EuropaFonte: El Pas Brasil.O Presidente da Comisso Europeia, o luxemburgus, Jean-Claude Juncker, pediu aos lderes do continente, durante um discurso no Parlamento Europeu, maior sensibilidade em relao ao drama de milhares de refugiados, que cruzam as fronteiras europeias diariamente. Juncker exigiu aos lderes que no discriminem os asilados por conta de sua religio como fez recentemente o Primeiro Ministro da Hungria ao declarar que os refugiados so uma ameaa Europa civilizada e crist.Num dos momentos mais emocionantes de seu discurso, Juncker foi aplaudido de p, ao apelar conscincia dos dirigentes polticos para chama-los ao: se fosse voc com seus filhos nos braos e visse como o mundo se afunda ao seu redor, haveria muro que voc no saltaria e mar que no atravessaria para fugir da barbrie do Estado Islmico?

Sntese 07Documento do Pontifcio Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes: Acolher Cristo nos Refugiados e nas Pessoas Deslocadas fora.Fonte: Diretrizes Pastorais do Vaticano. Com o drama dos refugiados aumentando desesperadamente na Europa, a Igreja Catlica, por meio do seu representante mximo, o Papa Francisco, clamou aos cristos do continente a se unir em prol dessas pessoas deslocadas por causa de conflitos e perseguies.O Papa disse aos fiis: desejo convidar-vos a uma conscincia da vossa misso como cristos: ver nosso senhor, Jesus Cristo, em cada irmo e irm necessitados, proclamar e defender a dignidade de cada migrante, de cada pessoa deslocada e de todos os refugiados. Dessa forma, a assistncia prestada no ser considerada uma esmola que depende de vosso corao, mas um gesto de justia devido. Suas palavras simples e comovedoras encorajam, a todos ns catlicos ou no a amar os nossos irmos, sobretudo aos ltimos entres eles, que so os estrangeiros.Relembrando as palavras do apstolo Joo, no captulo 4, versculo 20: se algum disser: eu amo a Deus, mas odiar o seu irmo, mentiroso, pois quem no ama o seu irmo, ao qual v, como pode amar a Deus, ao qual no v?

Sntese 08Notcia: Torcedores do Lech Poznan boicotam partida da Europa League.Fonte: Yahoo! Esportes.

A Europa vem vivendo com os problemas dos refugiados e muitos clubes resolveram aderir campanha (iniciada pelo Porto), que tem por princpio ajudar esses imigrantes que fogem de seus pases por conta de seus conflitos de guerras. E em meio a tantas atitudes louvveis de torcedores europeus em relao aos refugiados, ainda existe espao para gestos lamentveis, como o dessa quinta-feira. O Lech Poznan recebeu em casa, os belenenses pela Europa League, geralmente quando entram em campo, seu estdio est lotado, mas no foi essa a cena vista e transmitida para o mundo na estreia do clube polons na competio europeia. Aps anunciar que doaria 1 euro de cada ingresso vendido a fundo de ajuda aos imigrantes, as arquibancadas do Estdio Meijski se mostraram vazias e, do lado de fora, manifestantes com faixas de protesto contra refugiados srios no pas sob justificativa de que a Polnia corre risco de sofrer uma islamizao.

Uma pessoa refugiada no se resume a um imigrante em busca de emprego. So seres humanos que se, dada a situao de conflito em que vivem, se veem obrigadas a deixar suas casas apenas para sobreviver. Tristemente, nem todos possuem empatia e solidariedade por essa situao, e os torcedores poloneses que promoveram esse boicote representam parte dessa parcela lamentvel, em meio a um momento, que, ainda bem, tem sido notadamente de apoio do mundo do futebol.