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FASHION,ARTS & CULTURE MAGAZINE ISSUE NUMBER ZERO

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Page 1: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

FASHION,ARTS & CULTURE MAGAZINE

ISSUE NUMBER ZERO

Page 2: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

By Artur Cabral

Page 3: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

Norberto Lopes Cabaço Editor in Chief & Creative Director

Nota

A TWISSSt, edição portuguesa, meio editorial indepen-dente na área da difusão das ideias e de conteúdos, acredita e defende o pluralismo cultural, filosofia que aplica sem reservas à escrita.Pelo exposto, os textos editados ao abrigo desta publi-cação não se regem pelas regras definidas no novo acordo ortográfico da Língua Portuguesa.

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Page 5: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

StaffEditor in Chief & Creative Director

Norberto Lopes Cabaço [email protected]

Foreign Editors DirectorMauro Parisi

[email protected]

Twissst Polish Edition ResponsibleWeselina Gaci!ska

[email protected]

Editorial CoordinatorChloè Yakuza

Architecture & Art DirectorMauro Parisi

[email protected]

Senior Graphic DesignerArturo Jose Vallejo

[email protected]

Web Broadcast ManagerJavier Santamaria

[email protected]

PhotographyAlvaro Gallego

[email protected]

Marketing,Advertising and PR DirectorNorberto Lopes Cabaço

[email protected]

Marketing, Advertising and PR ManagersZuriñe Ojembarrena

zuriñ[email protected]

Eduardo [email protected]

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Page 6: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

Twissst English EditionAngela Velo Pérez

Clare Hodgson

Twissst Italian EditionGiulia Chiaravallotti

Francesco Marangon

Twissst Polish EditionWeselina Gaci!ska

Marcel Nieto-G"owacki

Twissst Portuguese Edition Elis Por#rio

Bernardo Saavedra

Twissst Spanish EditionElena Arteaga

Benedicta Moya

Contributors Artur Cabral, Eleonora Maggioni,

Elis Por#rio, Laura Parisi,Telma Russo, Carlota Branco.

Editors

Twissst Magazine - Head O$ceCalle Gran Via, 57 7 F28013, Madrid, SpainTel: +34 910 072 [email protected]

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Page 7: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

Índice

LIFESTYLE & FASHION CULTURE MAGAZINE

A sinuosidade artística pela mão de Zaha

Hadid.pag. 14

Os Fotografos Artur Cabral , Telma Russo e Elis Por#rio divulgam o seu trabalho a convite da

Twissst.pag. 78

When West Meets East- O Editorial Capsula fotografa-do em Varsóvia para a TWISSST por Daniel Duniak

e Grzegorz Korzeniowskipag. 110

Fashion Philosophy, uma vez mais fomos à desco-berta do melhor Design de Moda Polaco...e

encontrámo-lo!pag. 130

Culture Calendar, de Londres a Paris passando por Veneza...o “must go”

para as suas férias.pag. 141

Lodz, a 120 Km de Varsóvia,o antigo motor industrial

polaco sai em busca da glória perdida.

pag. 122

A prmeira cidade retratada na TWISSST:

Trieste, a conquista pela elegância.

pag. 98

ModaLisboa Freedom, retratada passo a

passo!pag. 20

Teatro Kubik, um labo-ratório de ideias em

formação constantepag. 9

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É com a emoção natural de quem estreia publicação que escrevo as primeiras palavras que servem de introdução a este novo projecto cha-mado TWISSST.Este primeiro número (zero) é sem lugar a dúvi-das o resultado de

meses de planificação, de preparação para o que hoje finalmente toma corpo.

Depois de vários anos com o Conceito Homem, projecto a solo, e que me permitiu pisar várias cidades europeias, conhecer dife-rentes plataformas cuja razão de existir é a divulgação do talento onde quer que ele exista, aplicado não só à Moda, mas ao panorama artístico em geral, a necessidade de crescer tornou-se paulatinamente mais forte, a neces-sidade de desenvolver uma linha editorial mais profunda e abrangente tornou-se imperiosa.

Surgiu então, em Novembro de 2011, a ideia de constituir um meio independente e interna-cional, bimestral e escrito em vários idiomas (neste momento 5) que promova a Moda, a Fotografia, o Design e as distintas áreas que bebem e se entrelaçam entre si, e desde então cada passo conseguido representou uma pequeno/grande desafio.Reunir um conjunto de pessoas cuja disponibi-lidade e conhecimentos resultassem idóneas, encontrar um espaço que respondesse às necessidades e à filosofia da Twissst, conse-guir os meios técnicos que nos permita desen-volver o trabalho com o rigor e a qualidade que nos exigimos, desenvolver uma linha editorial, ou desenhar uma página Web são pequenas vitórias inerentes a qualquer linha de cresci-mento de um projecto.

Mas este é o nosso e "nossa" é a ilusão que desta forma queremos partilhar.Todo este processo leva-nos indubitavelmente ao ponto de partida, leva-nos a ponderar que em algum momento, plataformas e organi-zações nos deram um voto de confiança para divulgar o trabalho que promovem.

O número "Zero" da Twissst é uma nota de agrade-cimento geral a tantos profissionais do sector que nos atenderam quando assim o solicitamos, criado-res, fotógrafos, estilistas, gabinetes de imprensa, à Semaine de la Mode Masculine de Paris, à London Fashion Week e, em particular, à ModaLisboa, a Semana de Moda mais relevante em Portugal e à jovem e promissora Fashion Philosophy, Poland Fashion Week.

Foram graças a estes profissionais e às organi-zações, às cidades, aos museus e às exposições que nos impulsionaram a seguir nos momentos em que as forças parecem desvanecer, foram as propostas e os trabalhos criativos e desmedidos que nos mostraram o caminho a seguir, a procurar uma identidade e a lutar por aquilo em que acredi-tamos e a perpetuar uma renovação constante.

Todos eles formam parte do ADN da Twissst, o espirito critico foi-nos tatuados na medula, não existe informação sem rigor e não existe cresci-mento sem auto-crítica.

Por isso hoje e depois de aproximadamente 270 dias de ideias celebramos convosco as primeiras páginas da Twissst, voltamos em Setembro com uma edição mais ampla e mais diversificada.Despeço-me com um "até já" e com uma sugestão, consulte o site www.twissst.com, e escreva-nos;n envie-nos propostas ou curiosidades, desafie-nos e seja ousado…

Twissst <3 it ;)

Norberto Lopes Cabaço

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Page 9: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

Uma nova proposta espreita o panorama teatral madrileno, actualmente rico em interessantes alternativas que competem com o monopólio dos grandes teatros da cidade.

KubiK Fabrik:

Texto: Eleonora MaggioniTradução: Carlota Branco

Fotos: Kubik Fabrik

Um novo espaço para a criação teatral

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Uma nova proposta espreita o panorama teatral madrileno, actualmente rico em interes-santes alternativas que competem com o monopólio dos grandes teatros da cidade.Kubik Fabrik, uma verdadeira fábrica de criações, é um novo espaço teatral que nasce em 2010, através da colaboração entre o actor e encenador Fernando Sanchez Cabezudo e alguns profissionais que trabalham noutros teatros já afirmados de Madrid, como a Sala Triangulo, o Teatro da La Abadía e a Escuela CES.Projecto que nasce do desejo de criar um espaço aberto à criação artística em todos os seus subgéneros, onde se fundem diferentes trajectórias e estilos teatrais, quer com espectáculos de produção própria, quer com outros de âmbito nacional (Baraka Teatro, da Compañia de Danza Arrieritos) ou internacional ("Inbox" do Colectivo Quintanda, Brazil).

O Teatro surge sobre 300 metros quadrados naquele que foi em tempos uma nave indus-trial situada em pleno centro de Usera, bairro popular da antiga periferia de Madrid; foi construído artesanalmente (com a colaboração do próprio director artístico e de muito dos actores/colaboradores do teatro) sobre o modelo de outras cidades europeias como Lon-dres, Paris e Berlim, onde esta tipologia de teatro é uma realidade.

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E o resultado é sem dúvida interessante.

Quando entramos temos em seguida a sen-sação de nos encontrar dentro de um armazém reabilitado.O foyer é pequeno, e é talvez por esta razão que é tão acolhedor; a luz, desvanecida e a cortina vermelha, que esconde o cenário, onde acede-remos depois de termos passado pelo balcão e ter desfrutado de um copo de vinho, ou de termos saboreado um dos seus tentadores biscoitos.À direita, em branco e negro, a colecção de fotos dos rostos dos actores e colaboradores que nos transportam às memórias de outros tempos.Chegado o momento de adquirir o bilhete, encontramos um pequeno souvenir, uma insíg-nia com a impressão do cartaz da obra que vamos ver.Tudo se concentra nos detalhes, como em Búro, a obra que nos motivou ir ali e desencadeou a descoberta deste teatro; mistura entre pantomi-ma cómica e uma cenografia delicada e inteli-gente, que insistia nos mecanismos do dia-a-dia do homem moderno, ensinando, detrás dos sketches cómicos, a triste amargura de que estes padecem.

Um cubo de cartão que se abre para que se liber-tem, como de um livro infantil se tratasse, descartá-vel que compõe a realidade onírica do protagonista, único actor real no cenário.Leva-nos a um escritório francês anacrónico, com máquinas de escrever e maletas rígidas que já não se vêem há muito tempo. O retrato da vida do trabal-hador de escritório, com que muitos dos espectadoA peça “La Trilogía del hombre moderno” (conjunta

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com “Buró” e as obras “Metro Cubico” e ”Gran Atasco”) voltará a estar em cartaz no próximo Julho, junto a uma nova interessante programação que se pode consultar na página Web (www.misterkubik.com).Aqui pode encontrar além das informações sobre oficinas de iniciação ao teatro para crianças e adultos.Porque nos deixou um bom sabor de boca e enquanto verificamos a programação para voltar, permitam-nos um único conselho: saiam de casa quinze minutos antes para chegar a tempo se não conhecem o bairro, e se chegarem antes… provem o biscoito... <3 ! :)

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All People born equal... than some become

Twissster s

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Zaha HadidUm breve olhar sobre o mais significativo design da mestre das curvas

Riverside Museum. Photo: Andrew Ferrans

Texto: Mauro ParisiTradução: Elis Por#rio

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O corpo sinuoso e ziguezagueante, a cobertura de zinco radiante, as formas audazes e desa-fiantes.O Riverside Museum, de Glasgow é um tributo ao período dourado da cidade durante a primei-ra revolução industrial; com o seu tecto “metáli-co” multiforme e a sua surpreendente fachada de cristais de singular altura, o Museu parece querer recordar amemóriada Glasgow dos Altos fornos e dos molhes, esimultaneamente, das aldeias antigas – quase aldeias vikings fortifica-das – com as suas casas e campanários.Vislumbrar este novo Museu, que desde o pas-sado Outubro se ergue na margem do rio Glyde em Glasgow, facilmente se reconhece a mão e o génioarquistarmais em voga nos últimos tempos e que seguimos com interesse: a anglo – iraquiana ZahaHadid.

Riverside Museum. Photo: Julesfoto @ Flickr

Riverside Museum. Photo: Julesfoto @ Flickr15

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Associada ao estigma de “visionária” e de criadora de obras não realizadas, ZahaHa-did, nos últimos anos além de ter desenhado alguns dos projectos e criações mais inte-ressantes da arquitectura con-temporânea (BMW Central Building em Leipzig, MAXXI de

MAXXI Museum. Photo: MarvelFrance

Bridge Pavilion. Photo: Pnovellon @ Flickr Evelyn Grace Academy. Photo: Boussir Dou

Acquatic Center. Photo: Zaha Hadid Arquitects16

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Roma, Bridge Pavillon de Zaragoza, a reno-vação do Bairo de Zorrozaurre de Bilbao) foi galardoada com os prémios mais prestigiosos do sector (tornou-se na primeira mulher a rece-ber o Pritzker – o Noble da arquitectura em 2004,e foi premiada com o Stirling duas vezes consecutiva; em 2010 pelo MAXXI de Roma e em 2011 pelo Evelyn Grace Academy de Brix-ton).Esta efervescência criadora alcançou o seu clímax em Junho, na inauguração da sua última e mais mediática construção; o centro aquático para os Jogos Olímpicos de Londres, demarcado pelo tecto ondulado e transparen-te, que evoca as ondas marinhas e a morfolo-gia de alguns invertebrados subaquáticos.ZahaHadid graduou-se em matemática na American University de Beirute e muda-se para Londres onde obtém a licenciatura em Arquitectura na Arquitectural Association em 1977.Talvez pela cumplicidadedo seu background lógico-matemático, desde o inicio que os seus projectos foram influenciados pela corrente da desconstrução: Mies Van de Rohe, Mendels-hon, Le Corbusier e Koolhaas foram as suas principais fontes de inspiração no princípio da sua carreira profissional.

Louis Vuitton Icone Bag

Melissa shoes

Flagship store Neil Barret, Tokyo

Lamp Genesys17

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A sua primeira obra internacional, a Estação de Bombeiros da Vitra em Weil am Rhein na Alemanha, em 1993, focalizou a atenção do mundo da Arquitectura sobre os seus des-enhos, e por conseguinte, a obra seguinte do Centro de Arte Contemporâneo Rosen-thal de Cincinnati, em 1998, pressupôs a sua definitiva consagração.O estilo de Hadid alcançou rapidamente uma forte personalidade, onde o uso de volumes leves, de formas angulares ou pontiagudas, de jogos de luzes e sombras, se traduzem nos símbolos de identidade das suas obras. Para Zaha Hadid a interconexão entre o espaço e o objecto converte-se na experi-mentação permanente; as suas criações arquitectónicas não terminam na ideali-zação do espaço funcional à actividade para a qual estão destinados, mas sim,na procura de diálogo com o espaço envolven-te; diálogo conciliador ouatordoador depen-dendo dos casos, mas nunca monótono, insípido ou, no mais funesto para um grande arquitecto, repetitivo e previsível; e é por isso que a admiramos e seguimos com grande expectativa a sua produção artística.MAXXI Museum. Photo: Mark Hogan

MAXXI Museum. Photo: Mark Hogan18

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O interesse pela forma em si e pela elegância das suas linhas, aproximaram Hadid em vária-socasiõesa universos complementares, como a decoração de interiores, ou o desenho indus-trial e de produto; incursões que deram origem a verdadeiros objectos de arte, e em que a funcionalidade transfigura na beleza das formas: a decoração do Hotel Puerta de América em Madrid, a loja Neil Barret em Tokyo, a lâmpada Genesy para Artemide, os sapatos para Melis-sa, os sofás para Sawaya& Moroni e a mala Icone para Louis Vuitton, só para nomear alguns dos mais conhecidos; em cada uma destas criações encontramos a vitalidade intensa das suas linhas, a força sensual das formas e dos materiais usados e a carga regeneradora de suas cores.Tudo na sua produção nos diz que se trata de uma artista capaz de relacionar-se com o dinâ-mico mundo da actualidade, de uma mulher determinada nas suas escolhas e declarações, como a seguinte concedida à revista Web designboom.com onde, à pergunta sobre as possí-veis ameaças à nossa sociedade no futuro, identifica sem vacilar:

“..the conservative values that are emerging; it may not effect architecture immediately but it will effect society and that's what worries me. The World is looking more and more segmen-ted, the difference between people is becoming greater.

Hotel Puerta de America, Madrid.

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MODALISBOA

LISBOA FASHION WEEK

Nasceu em 1991, num Portugal onde o Design e a Moda, juntos ou por separa-do, eram palavras grandes em boca de poucos. Peça a peça, promoveu o espirito críti-co e acompanhou a criação de cole-cções que,paulatinamente,chamaram a atenção da imprensa especializada nacional e internacional, dos compra-dores e dos "opinion makers" . Realizada anualmente em Março e em Outubro, durante 4 dias a ModaLisboa, apresenta o melhor do Design de Moda português,criadores e marcas nacio-nais e estrangeiras . As colecções para o inverno 2013 foram apresentadas sob o tema "FREEDOM", 3 espaços foram reestru-turadas para o efeito;

A sala A, nos Paços do Concelho, apresentou o design mais inovador ao abrigo da plataforma LAB, com os des-files da marca SAYMYNAME, VÍTOR,-DANIEL DINIS, RICARDO ANDREZ, MARQUES ALMEIDA e a proposta do designer de jóias VALENTIM QUA-RESMA. A sala B, situada em plena Praça do Município, apresenta as colecções dos criadores PIOTR DRZAL,criador convi-dado no âmbito da parceria estabeleci-da com a Fashion Philosophy, Fashion Week Poland, RICARDO DOURADO, KATTY XIOMARA, OS BURGUESES e WHITE TENT

Pelo Pátio da Galé desfilaram as cole-cções de LIDIJA KOLOVRAT, LUIS BUCHINHO,DINO ALVES, RICARDO PRETO,MARIA GAMBINA, MIGUEL VIEIRA,NUNO BALTAZAR, NUNO GAMA, PEDRO PEDRO, ALEXANDRA MOURA E FILIPE FAÍSCA. 22 foram as propostas para o Inverno 2013 , 22 abordagens distintas sobre uma mesma estação , e 22 tributos ao tema escolhido pela ModaLisboa para vestir o Inverno. "FREEDOM", a LIBERDADE para sermos o que mais desejarmos é o mais belo conceito que um criador pode desenvolver. A ModaLisboa, com Eduarda Abbon-danza ao leme, tem dedicado os últimos 21 anos na defesa de um plura-lismo ideológico e conceptual,na promoção e divulgação da liberdade criativa com uma frescura ao alcance de poucos. A ModaLisboa marcou-se um "X" como uma das Fashion Weeks "To Be" e nós, claro está, estivemos lá!

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By El is Por! r ioModaLisboa :Fotografia :Rui VascoTextos: Norberto Lopes Cabaço

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Nuno Gama

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Natural de Azeitão (Abril 66), Nuno Gama trocou Lisboa pelo Porto com 20 anos , cursar design de Moda era a opção mais viável e o Citex o sítio idóneo .Determinado por natureza , ainda enquanto estudante de segundo ano do Citex, aceitou a proposta de desenhar 2 colecções, uma de senhora e outra de homem.Não havia volta a dar.Em 1993 cria a marca Nuno Gama e o retor-no chegou em forma de "Globo de Ouro" e o prémio "7 de Ouro"

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Ainda que fiel ao calendário da ModaLisboa, esteve também presente em exposições no Museo do Louvre ou no evento "Hombres en Falda" em Madrid.Paralelamente ao trabalho que desenvolve com a marca , em 2009 assinou os uniformes da região de turismo -Porto Norte e do Hotel Mer-cure do Porto, foi convidado para a plataforma da Angola Fashion Week e estabelece ainda uma parceria de distribuição No segmento do calçado com a marca "EUREKA" que mantém actualmente .2010 consagra-se como um ano igualmente positivo , com a apresentação a colecção de Inverno na Fashion Pholosophy, Poland Fashion Week e por segunda vez na Angola Fashion Week .

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O "savoir faire" que a industria reconhece a Nuno Gama faz com que surja um novo convite para a criação de uniformes, nesta ocasião para o Clube Creme, Hos-pital de S.João e para o Hotel Interconti-nental.O mais recente projecto foi a abertura de uma segunda loja "Nuno Gama" numa privilegiada zona da capital Lisboeta .Muitos são os motivos pelos quais Nuno Gama pode esperar , por ilação , um 2012 igualmente promissor.Para o inverno , preparou-nos uma cole-cção mais sóbria e comedida do que habitualmente nos tem acostumado, visí-vel nas formas mais clássicas de cons-trução dos "blasers", mais limpas e des-pojadas de acessórios , é na composição das peças que reside a exclusividade , lãs ricas e cachemiras elevam o luxo ao portador.

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Nuno Gama reduziu a intensidade, não obstante a essên-cia mantém-se , como num bom prato, quando a intensi-dade é reduzida apura-se o gosto pelo ligeiro, pelo subtil e novas sensações afloram .Não sabemos se será perene, desconhecemos se com "BE God's" (anagrama que por si só atesta o que até à pouco relatamos) Nuno Gama traça uma nova linha, mas entendemos que não será assim.Se algo conhecemos do ADN de Nuno Gama e que pos-samos definir numa frase será , "Expect the unexpected ".

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Katty Xiomara

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Nascida em Caracas, Venezuela, chegou a Portugal com 18 anos e instalou- se no Porto.Formada no Citex, foi aluna da estilista Maria Gambina e desde muito cedo deixou uma impressão digital na indústria de Moda Portuguesa.Com apenas 22 anos venceu o prémio "Porto Moda" e apresen-tou a sua colecção no Portugal Fashion.Assinadas pela estilista são também algumas das fardas usadas pelos empregados da Pizza Hut, Kodac ou McDonald's em Portugal.Consciente de que a Moda enquanto negocio passa por ser visível, apostou pela internacio-nalização da marca, participando

em eventos em Angola, Espanha, Estados Unidos ou Japão.Actualmente comparte a activida-de de Designer de Moda com a de professora de Designer de Roupa no Citex.A ultima proposta que apresentou na Modalisboa denominada "Fu-turalma" mantém o espirito "preppy" que se reconhece no trabalho de Xiomara, não obstan-te as cores mais escuras e os volumes apresentados conferem uma atitude mais seria à cole-cção.A praticabilidade da proposta, o styling e de destacar a criação de um "trench" tom nude realmente extraordinário, valeram a Katty Xiomara um merecido e sonoro aplauso.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Nuno Baltazar

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Nascido em Lisboa em Janeiro de 76 e sedia-do no Porto, Nuno Baltazar foi também forma-do em Design de Moda pelo Citex.Depois de ter conseguido vários prémios enquanto jovem criador ou como novo talento (Sangue Novo 96 e Porto Moda 97), venceu por partida dupla o concurso jovens criadores da Revista Máxima no ano 96 e 97 respectiva-mente.Em 1999 e com Paulo Cravo , iniciaram a etiqueta "Cravo.Baltazar" e pouco mais tarde, a solo , com " Nuno Baltazar" iniciou um percurso tecido por uma mão cheia se suces-sos.Responsável pela imagem de varias persona-lidades da esfera musical portuguesa, assina desde o ano 2001, a imagem de Cataria Furta-do , rosto conhecido e querido da televisão portuguesa e embaixadora da ONU.Em 2008 , abraçou um novo projecto em parceria com o criador Vitor Almeida denomi-nado "Baltazar MAP", um projecto de deco-ração de interiores com uma linha de mobi-liário e iluminação.O talento de Nuno Baltazar não permite discussão , dotou o panorama da moda portu-guesa de uma beleza clássica , uma feminili-dade em estado puro e de graça , redefinida e com uma sensibilidade quase poética , que prima pelo rigor e por uma silhueta que brinda uma sóbria contemporaneidade .

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Talvez porque beba da mesma fonte de grandes "couturiers" des-envolve uma etiqueta adicional " Nuno Baltazar Atelier" com con-fecção feita à medida das necessidades individuais de cada cliente e desde 2004 encontra-se sediado em plena Avenida da Boavista num magnânimo edifício de 3 pisos , onde da roupa aos acessórios bem como o mobiliário exposto respondem uniforme-mente ao universo criativo de Baltazar.

Com "The Man i Love", Nuno Baltazar convida-nos a descobrir um pouco mais de si , cada colecção é um momento de partilha , nesta ocasião retrata uma interpretação pessoal sobre Pina Bausch , brilhante bailarina e coreógrafa alemã ( 1940-2009) que buscava na dança e através dela retratar as emoções humanas e foi através de um excerto da peça " Nelken" estreada a 30 de Dezembro de 1982 , que encontrou o "Mood" para o Inverno 2013.As cores mantiveram-se fieis à "Maison Baltazar" e as silhuetas premiaram a mobilidade e as linhas H, com os quais se sente con-fortável.Baltazar afirmou-se desde já algum tempo como um dos talentos emergentes na moda portuguesa, possui um nome reconhecido e respeitado no meio, um projecto em evolução e reúne as qualida-des , requisitos e "skills" necessários para dar um passo em frente e abrir um novo conceito no mercado português , o luxo pelo luxo elevado a uma demonstração de força e criatividade na linha das grandes metrópoles da Moda Global ... Este é o desejo da Twissst para as colecções 2014.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Os Burgueses ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Os Burgueses ,é a marca criada em Setem-bro 2009 pela dupla de criadores Pedro Eleutério (Março de 1985) e Mia Lourenço (Novembro de 1985) Ambos naturais de Lisboa e licenciados em Design de Moda pela Faculdade de Arqui-tectura da Universidade Técnica de Lisboa, desenvolvem um projecto comum de criação de roupa de moda de autor. O projecto nasce no seio da Associação de Artistas ARTinPARK, com a cedência de um espaço para a instalação do atelier.

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Ainda em 2009 Os Burgueses começam por organizar os seus próprios desfiles no espaço Spázio Dual e em 2011 estreiam-se na Moda-Lisboa.Vencedores da Fashion Awards Portu-gal 2011 na categoria "Melhor Novo Talento 2011", o percurso destes jovens e prometedores criadores de moda portugueses acaba de começar .

A proposta para o Inverno 2013 resul-tou coesa e equilibrada, cortes limpos em materiais nobres e coordenados sóbrios onde o rigor e modernidade foram pontos cosidos com agulha de mestre.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Miguel Vieira

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Natural de São João da Madeira, Miguel Vieira é um dos mais reconhecidos e melhor sucedidos criadores portugueses, uma trajectória repleta de reconhecimentos assim o atestam seja a nível nacional ou internacio-nal.Em 1986 começou a trabalhar como desig-ner e apenas dois anos mais tarde cria a marca Miguel Vieira e a primeira colecção feminina .

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Em 1989 lança a colecção masculina e a linha de sapatos e acessórios etiquetada como "Miguel Vieira Homem" surgiram no ano 94.Em 95 surge a linha de acessórios para senhora. Desde então a expansão e a consolidação da marca a nível internacional foi um dos objectivos do criador e o reconhecimento não tardou em chegar.Em 2004, abre a primeira loja "Miguel Vieira Casa" e formaliza uma parceria com a "Splend'oro" para a criação de uma linha de joalharia .No mesmo ano aceita o convite para apresentar a colecção P/V no São Paulo Fashion Week e é reconhecido com a entrega do Globo de Ouro como Designer de Moda.

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Page 34: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

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Durante os 3 anos seguintes volta a apresentar cole-cções no São Paulo Fashion Week e na Fashion Philosophy, Poland Fashion WeekEm 2007 vence o Globo de Ouro na categoria de personalidade do ano na categoria de Moda.

O corte de Miguel Vieira bem como a base cromática das colecções, tornaram-se na marca inconfundível do criador.Limpo e com uma sobriedade que dispensa apresen-tações , Miguel Vieira trabalha o conceito do luxo numa perspectiva visível e palpável, visita as formas clássicas da alfaiataria e redefine a silhueta , criando peças de astuta modernidade e elegância.A proposta para o Inverno 2013, "Vestir o Fado", foi o resultado de uma viagem às raízes do "ser portu-guês", ao sentimento e à essência como ponto de partida para a renovação .Tal como o Fado , atemporal e contemporaneamente indiscutível, assim se apresentaram as silhuetas , sofisticadas , glamourosas, adornadas com personali-dade e coloridas com pretos caviar , castanhos Shitake, verdes lago ou castanho batom e com um rigoroso sentido estético.... Se a saudade não pode ser definida , apenas vivida, neste caso, o Fado para ser sentido, deverá ser experimentado.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco35

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Filipe Faísca

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Licenciado em Design de Moda pelo IADE , (Lisboa 89), Filipe Faísca participou nas Manobras de Maio ainda enquanto estudante e apenas dois anos depois apresentou a sua primeira colecção na Modalisboa.No ano 92 abriu o Atelier Filipe Faísca e começou pouco tempo depois a colaborar como assistente no Atelier da criadora Ana Salazar.O apurado sentido estético de Filipe Faísca lava-o também a desenvolver impecáveis guarda-roupas para cinema , teatro , operas e ballets e assina de igual forma os uniformes dos colaboradores da discoteca LUX e do restaurante Bica do Sapato, ambos em Lisboa (e que recomendamos sem reservas).Depois de 14 anos de interrupção ,2006 foi o ano de regresso à Modalisboa e também o ano em que começou a desenvolver um projecto com a HERMÈS , no qual assume a direcção artística pelas montras das lojas de Lisboa e do Algarve bem como nas lojas Fas-hion Clinic de Lisboa e do Porto.

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Em 2008 recolhe o Globo de Ouro como melhor designer moda e em 2011 estabelece uma parceria com. Triumph que mantém na actualidade.Filipe Faísca trouxe-nos "Luto", proposta para o Inverno 2013, onde desde as formas aos volumes, da encenação ao styling ,eleva o conceito de desfile de moda ao nível das melhores passarelas internacionais.Com um começo de desfile verdadeiramente surpreen-dente , guarda-chuvas de tamanho XL, "lenços" na cabeça feitos de plástico, "meias" pintadas sobre a pele, adivinhavam um ence-rramento do calendário da Modalisboa, com chave de ouro.

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Page 38: TWISSST -ISSUE NUMER ZERO- PT EDITION

Sempre haverá espaço para Filipe Faísca , para a sua ousadia , para o seu desgarro cria-tivo , pela capacidade de criar silhuetas que atestam o porquê da Moda ser Moda .

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Faísca desenha para uma Mulher confiante, de pisada forte e que vagueia pelas cidades de cabeça erguida, segura de si , do que é, e do que representa.Quando a Moda tem a capacidade de aportar sentimentos , estamos perante uma outra esfe-ra,talvez Faísca comparta uma acção de superação , ou quiçá o sentimento que gera pelo amor à arte, que é a Moda.Seja como for, esse sentimento fluiu naturalmente para o público que retribuiu da melhor forma que podia: um caloroso aplauso ...em pé !

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Luís Buchinho

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Natural de Setúbal, Luís Buchinho formou-se no Citex no ano 89 e desde então o seu percurso na Moda tornou-se gradualmente mais relevante e reconhecido pela critica nacional e internacional. Paralelamente apresenta as suas colecções na Semana de Moda de Paris, Modalisboa e Portugal Fashion (Porto). Para o inverno 2013, a calçada portu-guesa foi a inspiração e o denomina-dor comum que enlaçou os padrões, os estampados e as cores que osci-lam entre preto, pratas e azuis . Propostas urbanas, perfeitas e extre-mamente femininas construídas com materiais de primeira qualida-de, receberam um caloroso aplauso no encerramento do primeiro dia da ModaLisboa.

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Dino Alves

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Nascido em 67 em Arcos, Anadia, estudou pintura no Instituto Politécnico do Porto e também fotogra-fia no INEF.

Depois de ter colaborado no Depar-tamento de Cinema de Lisboa e no Museo do Cinema, participou nas "Manobras de Maio" com o projecto "Pós de Maio" e tem desenvolvido inúmeros trabalhos de Styling, produções de Moda, criação de figurinos para peças de teatro ou filmes publicitários .Apontado como o "enfant terrible" da Moda Portuguesa, para o Inver-no 2013 apresentou-nos "Sombra Brilhante", colecção que foi elabo-rada partindo do dualidade sombra e luz e a interpretação desta nas silhuetas e jogos de cor.A encenação do desfile, cuidada como nos tem habituados, e um cuidadoso trabalho a nível da cor e dos estampados brindam o inverno com propostas fortes tanto no ves-tuário masculino como no ves-tuários feminino .

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ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco45

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Piotr Drzal

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

1DWXUDO�GH�*ãRJyZ�0DãRSROVNL��XPD�SHTXH-na cidade ao sul da Polónia, Piotr Drzal (1984) formou-se em Design de Moda na Academia de belas Artes de Lodz , cidade anfitriã da Fashion Philosophy, Poland Fas-KLRQ�:HHN�Como aprendiz, trabalhou no atelier de *HRUJHV�+REHLND��H�DSHVDU�GH�MRYHP�UHFRO-heu já alguns prémios como o prémio do júri no concurso "Golden Thread" promovido pela Fashion Philosophy para a difusão dos novos criadores que atesta a visão pratica e estilística deste jovem criador.Para o Outono-Inverno 2013 aceitou o con-vite da organização da ModaLisboa ao abrigo do convénio que desde já algumas edições fomenta o intercâmbio de criadores entre as duas plataformas e não defraudou as expectativas . A aliança entre a confortabilidade da esfera "sportswear" e o rigor das linhas de alfaiata-ria criaram uma atmosfera correctamente coordenada , com espaço para a utilização de acessórios , como os chapéus negros de feltro que aportam um "plus" de modernida-de e um toque "amish clean" que particular-mente apreciamos. 46

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Apresentou-nos "Go, Now, Here" uma proposta masculina com alguns coordenados femininos que na sua maioria resultou equilibrada, os materiais nobres como as sedas estampadas ou a pele de lama, revelam a preocupação pelo detalhe e por conceber peças com uma composição e um caracter luxuoso.As peças base do vestuário masculino como as camisas e os blasers foram ré-avalia-das , redefinidas e ré-apresentadas, com detalhes, nas formas, premiando a inovação e mantendo uma das regras base do negocio: vestibilidade.

O único senão residia na ausência de casacos de abrigo para uma proposta de Inverno, que desen-volveu e apresentou semanas mais tarde na Fas-KLRQ�3KLORVRSK\��3RODQG�)DVKLRQ�:HHN�Piotr Drzal é um nome para recordar, ainda que jovem e com uma trajectória curta, tem uma habi-lidade para o corte e um gosto apurado para a mistura de cores, igualmente importante possui uma característica fundamental nesta industria, a capacidade de escutar e de redefinição quando a ocasião assim o exige. TWISSST <3 it

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco47

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White Tent

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Por detrás da White Tent encontram-se dois criadores , Evgenia Tabakova, de descen-dência Russa e Pedro Noronha-Feio, portu-guês .

*UDGXDGRV� QD� &HQWUDO� 6DLQW�0DUWLQ·V� H� QR�London College of Fashion,cuja qualidade e reconhecimento internacional dispensa apresentações , a White Tent apresenta desde 2007 o seu trabalho na ModaLisboa.

Para o Inverno 2013 a proposta manteve-se fiél à linha creativa da marca, um universo urbano , mini-malista que prima o conforto e a practicidade por cima do acceso-rio onde a malha Jersey foi o fio condutor que uniu a proposta em tons maioritariamente negros, cobres e azuis.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco 49

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Alexandra Moura

Outono -inverno 2013Natural de Lisboa (1973) , Alexandra Moura formou-se no IADE e mais tarde especiali-za-se em Projectos de Design de Moda.

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Desde muito cedo a criadora partici-pou em distintos eventos para a divul-gação de novos talentos e da Moda em geral , Manobras de Maio e o Portugal Fashion tornam-se plataformas reco-rrentes e paralelamente colabora nos ateliers de Ana Salazar e Jose António Tenente.

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No ano 2000 é convidada pela Optimus para apre-sentar a primeira colecção a solo , e a partir de 2002 integra regularmente a plataforma da Moda-Lisboa .No âmbito do Experimenta Design 2003, cria o projecto "Wearable Design" e assina o vestuário para a Lusoponte, SA. 2003 resultou ser também o ano em que se inicia como docente na ESART ( Escola Superior de Artes Aplicadas de Castelo Branco.Durante os anos seguintes , Alexandra Moura manteve-se !el a colaborações e ao desenvolvi-mento de distintos projectos, 2006 foi o ano em que apresentou a colecção de Inverno 06/07 e Verão 07 no Bread and Butter em Barcelona e é nomeada para a categoria de " Melhor Estilista " para o prémio Globos de Ouro.Em 2010 é convidada pelo MUDE ( Museu do Design e da Moda ) a participar como criadora convidada na FITUR ( Feira Internacional do Turis-mo ) em Madrid.Actualmente lecciona as disciplinas de design de moda no curso de Mestrado da ESART.Alexandra Moura é a única designer portuguesa a integrar os livros "Atlas of Fashion Designers" (2009), "Mapa da Moda Contemporânea" (2011) e "Fashion Design Source Book" (2011)

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Para o Inverno 2013 , a designer criou uma colecção cheia de contrastes, de uma intensidade que se inicia num preto absoluto e que lentamente reduz intensidade suavizando as formas e adocicando-as com elementos "orais.Também as cores foram cuidadosamente trabalha-das , os brilhos e os mates , os brancos e os pretos, as silhuetas oscilam e variam de uma perspectiva mais conceptual, volumes generosos que contornam o corpo como se levitassem e uma visão mais serena, tecidos mais etéreos que acariciam o corpo adorna-dos com estampados "orais . Escrever sobre Alexandra Moura é retratar uma visão introspectiva no campo da Moda, mais que um ensaio,ou uma proposta têxtil, é a alma de uma artista que se transfere às peças, ao styling , à cole-cção propriamente dita . Assim se apresenta o inver-no para Alexandra Moura..." Agri...Doce"..

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Lidija Kolovrat

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Natural de Zenica, Lidija Kolovrat, chegou a Portugal com 28 anos, e rapi-damente se ornou numa artista reconhe-cida , expondo trabal-hos que oscilam entre o vídeo art, e exibições em galarias e museus .

Com formação em cinema pela Film Aca-demy de Zagreb e em Design de Moda pela Technology College também em Zagreb , Lidija é uma artista que conjuga o melhor do know how adquirido nas várias vertentes onde tem trabalhado.

Com " I See Myself In Your Eyes" a criadora reiterou uma atitude de intros-pecção pelas formas e pelo movimento , os opostos e os contrastes caminha-ram de mão dada e resultaram espe-cialmente interessantes nas propostas masculinas.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Pedro Pedro

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Pedro Pedro (1973) concluiu, em 1997, o curso de Design de Moda da Academia de Moda do Porto, depois de ter frequentado também o curso de Pintura e de técnicas de pintura sobre Seda.Inicia-se como profissional em 1996 e ganha, nesse mesmo ano, o 1º Prémio do concurso “ Novos Estilis-tas Expo-Wear”. Começa a fazer ilustrações de moda e desenvolve vários projectos ligados à indústria: fardas, linhas jean e streetwear/Ho-mem. Em 1998, cria a marca “Pedro Pedro”. Com ela, participa nos anos seguintes no Porto de Moda e no Portugal Fashion. Em 2003, ganha o 1º Prémio “ I Mode You European Fashion Awards 03”, realizado em Bruxelas.Em 2004 lança, com Júlio Water-land, a etiqueta “Pedro Waterland” que estará presente no Portugal Fashion e na ModaLisboa. Nos anos de 2006 e 2007 desloca-se a Paris, no âmbito da Paris Fashion Week. Retoma, entretanto, a marca “Pedro Pedro”, com a qual vem apresentan-do o seu trabalho desde a colecção Primavera/Verão 08.As colecções Pedro Pedro são habi-tuais no calendário de apresentação a ModaLisboa e é outro dos desfiles com etiqueta " a não perder "

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As propostas de Pedro Pedro são uma panóplia de peças ultra femininas , elegantes com um trajo moder-no, jovem e actual.Nesta ocasião , com a proposta "Urban Mix", Pedro Pedro apostou por um lado verdadeiramente funcional . Uma mulher activa, uma mulher profissional que não descuida a qualidade em detrimento do design e da confortabilidade .Claramente urbana, a colecção de Inverno criou novas texturas em materiais que existem desde sempre nos "closets" femininos , Tweeds e brocados ganham novos acabamentos , os acessórios reforçam o dina-mismo dos looks e a extraordinária paleta de cores como o azul royal , o tijolo ou a canela aportam calidez a uma proposta desenhada para o frio. A escolha de materiais de excelente qualidade e a sen-sibilidade com que cada peça é criada resultam em peças perfeitamente coordenadas e que permitem a conjugação não só entre as mesmas , mas de igual forma permite conjugar uma peça da estação em curso com uma peca de uma colecção anterior.Funcional, actual , conceptual e contemporâneo , Pedro Pedro é um criador de mão cheia, o rigor no processo da construção, e a elevada sensibilidade estilística atestam um profundo conhecimento das necessidades da Mulher dos nossos dias.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Ricardo AndrezModaLisboa FREEDOM

Outono -inverno 2013Jovem e irreverente , Ricardo Andrez, natural do Porto frequentou a Cooperativa Arvore e o Citex no Porto.Debruçado nas distintas possi-bilidades do vestuário masculi-no , tem como ideia base e transversal o trabalho que tem apresentado o universo do sportswear .

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A marca , criada em 2006, tem-se desenvol-vido paulatinamente e no ano 2008 e 2009, Ricardo Andrez é convidado a expor a cole-cção na Cibeles Madrid Fashion Week e em Barcelona, sendo 2010 o ano em que integra a plataforma LAB da ModaLisboa .Depois de vários prémios recolhidos, em Portugal, Espanha e Alemanha, Ricardo Andrez tem desenvolvido uma linha que gradualmente tem subido de interesse e que é recebida pela critica como "um desfile a ver".E este não foi excepção .A filosofia "playfull" do criador esteve marca-da em todo o momento , uma excelente proposta de cores acondicionaram formas ligeiramente "loose fit" e em ocasiões Ricar-do mostrou a potencialidade em desenvolver peças de alfaiataria verdadeiramente inte-ressantes.Ricardo Andrez a cada edição atesta uma maior coerência e equilíbrio entre uma cole-cção conceito e o desenvolver peças que possamos encontrar ao virar da esquina.Porque a Moda só existe quando caminha pelas ruas, damos as boa vindas ao Ricardo por , definitivamente, entrar no Lado A do Negocio.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco 59

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Maria Gambina

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Natural de Oliveira de Azeméis ( Abril 69 ), frequentou inicialmente o curso de pintura na Escola Superior de Belas Artes do Porto, mas acabou por se formar em

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design de Moda no Porto no ano de 92.Vencedora por partida dupla do concurso Sangue Novo, promovido pela ModaLisboa, Maria Gambina conta com um extenso currículo a nível nacional e internacional .Seguramente que parte de esse reconhecimento obtido provem da capacidade de trazer-nos propos-

tas visualmente muito distintas a cada estação .O mix de influencias que compõem o imaginário da criadora é claramente reflectida em "OTHER-NESS", proposta para o Inverno 2013Usou as influencias da musica, a cultura urbana, alinhou-os com os estampados de autor e usou o a imagem estereotipo associada ao hockey

numa redefinição das formas. Mais conceptual que em edições anteriores , a colecção resultou mais artística que "ready to wear" os ombros ganharam relevância e as silhuetas jogam com os opostos curto/oversize.Um Inverno Maria Gambina, em estado puro!

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Daniel Dinis

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Sediado em Frankfurt, Daniel Dinis ( Julho 81) formou-se no ano 2004 em Design de Moda na "Latte Verein " em Berlin, e trabalhou como assistente do criador Dino Alves durante os dois anos seguintes.

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Tem desenvolvido trabalhos de styling para teatro e televisão e consultoria de moda para diver-sas marcas.A visão de Daniel Dinis leva-o a criar peças de caracter desporti-vo partindo da base de uma silhueta clássica .Com "13", Daniel Dinis tornou a visitar o universo sportswear e aporta alguma reminiscências do Inverno 2012.Nesta ocasião , usou materiais de anteriores colecções, criando peças em "patchwork" , silhuetas e volumes encorpados próprios para um inverno rigoroso.

Cinzas , azuis e pinceladas de laranja acondicionaram lãs, popelinas de algo-dão e sarja numa proposta cuja intensi-dade esteve presente do primeiro ao ultimo coordenado.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Designer irreverente e inovador , Ricar-do Dourado tem desenvolvido um trabalho que lhe reportam óptimas criti-cas por parte da imprensa internacional, com especial relevância nos bastiões do design mais experimental.Nascido em 1980, com 23 anos termina o curso de Design de Moda do Citex.Em 2004,integra a plataforma da Moda-Lisboa onde, desde então, tem apresen-tado regularmente duas colecções por ano.Nomeado para os Globos de Ouro, no ano 2010, na categoria de "Melhor Esti-lista", Ricardo Dourado tem desenvolvi-do distintos trabalhos com outro criado-res, trabalhos de styling para revistas e design de vestuário para a companhia de dança contemporânea "Buzz".Dourado, conhecedor de que o estilo que defende e com o qual se sente iden-tificado requerem uma abertura de mer-cado, é um activo participante em even-tos e plataformas que promovam e difundam o trabalho de criadores de moda de forma global, e é com base nesta premissa que paralelamente tem apresentado as suas colecções na plataforma Bread and Butter, em Barce-lona, na SIMM, em Madrid e na Bickfant em Viena.

Ricardo Dourado

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Para o Inverno de 2013, Ricardo Dourando trouxe-nos uma legião de soldados urbanos que patrulham as cidades em defesa das suas crenças .Os coordenados resultam intensos, as silhuetas longas brindam o movimento, e a sobreposição das peças prima o movimento e resulta harmoniosa tanto na leveza como no acabado minimalista. Brindou-nos com uma colecção extensa, que tal como as formas e os volumes também as cores contrastam entre os pretos, brancos, cores brilhantes, vivas e metalizadas.Ricardo Dourado soma e segue, uma proposta intensa e muito bem recebida pelo publico...e não só.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Valentim Quaresma

ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Valentim Quaresma vive e trabalha em LisboaEntre 1987 e 1991 estudou na Escola António Arroio e no Departamento de Joalharia da Ar.co e desde 1989 a 2011 trabalhou com a estilista Ana Salazar na criação de jóias e acessórios para as suas colecções.Em 1994, vence a competição Jovens Criado-res da Europa na área das Artes Plásticas e no ano 2002 inicia uma colaboração para a Chris-tian Lacroix Haute couture , na área da joalharia

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Desde 2002, a internacionali-zação da marca é uma constan-te , apresentou as suas cole-cções em eventos como o Salão Première Classe em Paris, showroom ModaLisboa, Circuito Portugal, Bread and Butter Bar-celona, 080 Barcelona Fashion e [moment] na Letónia. Em 2011 mostra o seu trabalho na Galeria do showroom da Fiat Marylebone em Londres e inte-gra ainda o calendário oficial da Moda Lisboa apresentando a colecção “Alquimia” no MUDE (Museu do Design e da Moda).

Depois de ter exposto “ estados de espirito” no Museu de história natural em Luanda , regres-sa à Modalisboa e apresenta-nos a colecção Outono Inverno 12/13 “ Vírus”uma excepcio-nal proposta de joalharia que alia tecnologia , rigor e design de vanguarda das quais resul-tam distintas abordagens , formas e soluções a uma mesma temática base.Criatividade em estado puro ,acutilante e des-garradora, perguntamo-nos qual seria a reacção de alguns ícones pop ao trabalho de Valentim Quaresma ? Até que a resposta surja , nós por cá afirmamos ... TWISSST <3 it!

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Saymyname

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SAYMYNAME , marca criada pela designer Catarina Cerqueira, iniciou o seu trabalho no ano 2002 com o apoio da ModaLisboa, que a representou na sua loja, inserida no projecto lab design para jovens Criadores.Desde então tem desenvolvido trabalhos para distintas marcas e após uma pausa de cinco anos a marca ganhou projecção em 2007 e desde então tem-se expandido a nível global, tem estado presente em distintas pla-taformas e passereles e abraçou com espe-cial ilusão a sua primeira apresentação dentro do calendário oficial das colecções de Inverno 2013 ao abrigo da Modalisboa Os samurais, disciplinados e austeros, servi-ram de fio condutor nesta colecção que inicialmente se apresentou em negro absolu-to onde as formas e os volumes criavam uma sensação de segurança e de protecçãoReduzida paulatinamente a proposta ganhou cores acobreadas , cinzas e lavandas.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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V!tor

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ModaLisboa FREEDOM Outono -inverno 2013

Vitor Bastos, nasceu em 86, em São Paulo , e mudou-se para Portugal com 18 anos .O Porto foi também para Vitor a cidade escolhida e mais uma vez foi no CITEX onde a formação em Design de Moda foi realizada.

Enquanto estudante participou no con-curso "Jovens Criadores" em Lisboa e em 2009 é convidado para representar Portugal no " International Biannual Young Creators " .O estagio profissional foi feito na Bless , em Berlim .Actualmente Vitor Bastos , é o respon-sável criativo pela marca V!TOR , e em paralelo desenvolve trabalhos de parce-ria com distintas marcas como a ADIDAS ou a BIC.A "Carbon Copy", empresa de agencia-mento têxtil, direccionada a pequenas e medias empresas, está também sob a alçada deste atípico jovem criador.Com " Life and Death " , proposta para o Inverno 2013 apresentada na passada edição da ModaLisboa , apostou pela continuidade da colecção da passada primavera-verão.

Manteve um alinhamento "Sport" ainda que com cono-tações mais "dark" , resultado talvez da viagem que reali-zou ao imaginário da polemica e reconhecida artista Mariana Abramovic, do estudo do seu trabalho e da apre-ciação da vida , na celebração e na honra da Morte.Vitor, tomou um caminho paralelo , mas em definitiva man-teve-se fiel a V!TOR .

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Marques Almeida

ModaLisboa FREEDOM

Outono -inverno 2013

É a marca criada pela dupla de criadores Marta Marques e Paulo Almeida, sediados em Londres.Terminado o curso de Design de Moda no Citex, no Porto, Marta Marques inicia o seu percurso com uma colaboração com a designer Alexandra Moura e Paulo Almeida no Atelier Luís Buchinho , e é na conclusão deste período que surge a decisão do tras-lado para Londres , no ano 2009.Foi na capital britânica que ampliam os con-hecimentos obtidos nos ateliers de Vivienne Westwood e Preen e foi durante o MA que cursavam na Central Saint Martin's que sedimentaram a junção de esforços na criação de um projecto comum .

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Marques Almeida apresentou na ultima edição da Modalis-boa uma colecção/ensaio que reitere a procura de uma iden-tidade juvenil , no que ao vestuário concerne .Peças não rematadas, assimetrias nas formas, é nos coor-denados com mohair onde que a colecção se apresenta mais coesa, as peças convidam ao toque e minimizaram a intensidade resultante as formas e dos volumes de igual forma que os apontamentos com amarelo reforça e desperta o interesse numa proposta dominada maioritariamente pelo pretos e pelos cinzas.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Ricardo Preto

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Estudou Arquitectura na Universidade Lusía-da e corte e costura com a mestre Maria Emília e frequentou a Saint Martins onde realizou um workshop de "handbags".Como criador de Moda, desenvolveu uma colecção para a Amarras e apresentou duas colecções nas " Manobras de Maio" e em 2006 integrou a plataforma LAB da Modali-boa.Tem desenvolvido trabalhos de produção de Moda e de Styling e desde já alguns anos é criador assíduo no calendário da Modalis-boa.Ricardo Preto apresentou "Luz Atlântica", uma proposta de Inverno iniciada com tons brancos neve e que se foram intensificando no decorrer da colecção .Paralelamente a colecção apresentou mo-mentos de maior e menor intensidade, de maior e menor interesse e com algumas oportunidades de melhora na momento do "casting" que a ter sido evitadas teriam resultado numa proposta visual mais homogénea.

ModaLisboa / Fotografia: Rui Vasco

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Image courtesy of Leica

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A Fotografia como linguagem e as emoção que nos fazem sentir é a meio como a Twissst a quer representar.A fotografia como linguagem é comunicação , a dualidade sujeito/objecto a acção, e o explanar visual e graficamente um fragmento da realidade , pelos olhos de um fotografo, o fim conseguido. Inauguramos secção com 3 fotógrafos com experiências e vivências extraordinariamente distintas ,um desafio proposto dias antes do arranque da ModaLisboa, a “cover” da Twissst foi fotografada pelo Artur Cabral, apresentamos também o trabalho da Telma Russo e conhecemos a abordagem da Elis Porfirio. Os trabalhos são diferentes, também o são as vivências e o “background” de cada um , mas há algo mais forte e de maior relevância que nos une: -o amor por um trabalho de autor!

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Artur CabralNascido em Lisboa em 1979, Artur Cabral é um fotógrafo auto-didacta, licenciado em Arquitectura com um talento ínato para o tratamento da côr.

Texto: Bernardo SaavedraFotos: Artur Cabral80

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Depois de uma infância passada entre o continente africano e a cidade de Lisboa, dedicou uma década à Arquitectura e talvez este constante intercambio de culturas, pelo reconhecimento de uma diferença e o respeito mutúo e verdadeiro de quem conhece ambas realidades, talvez pela audácia de parar e questio-nar-se sobre o que realmente gostaría de criar, desenvolveu uma relacção de proxi-midade, pureza e humanismo com a foto-grafía.

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Actualmente trabalha como freelance em ambas àreas, mas é através da foto-grafía que tem desenvolvido trabalhos para a Elite Lisboa, a Modalisboa e o Portugal Fashion e editoriais de Moda para agências e revistas varias.

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Elis Porfirio

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Texto: Bernardo SaavedraFotos: Elis Por!rio

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SElis Porfírio nasceu em Évora em 1976, licencia-da em Engenharia Elec-tromecânica, desde muito cedo se interessou pela DUWH�GD�IRWRJUDILD�¬¬Sem formação na área, aborda cada fotografia como um exercício de engenho.Introspectivo, ou instinti-vo, o olhar furtivo interpela acontecimentos fortuitos que se traduzem em flas-hes de memórias.Entusiasta da fotografia a branco e preto, adiciona por vezes apontamentos de cor, que reinterpreta como se uma peça de puzzle se tratasse.Procura em cada shooting um contexto cinematográ-fico e anseia por uma poesia visual de aspi-rações minimalista.

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Elis tem desenvolvido trabalhos de par-ceria para blogs de moda como o Con-ceito Homem, e é uma das apostas da Twissst na área de fotografia de autor.

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Fotógrafa de olhar vivo, transpor-ta à fotografía a visão introspecti-va para quem a fotografía nao é um fim mas sim o início.

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Telma Russo Texto: Bernardo Saavedra

Fotos: Telma Russo

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A sua trajectória revela a inquietude e uma constante evolução, que hoje podemos apreciar

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Com apenas 25 anos fez Styling na Escola de Moda de Lisboa e formou-se em fotografía na Escola Técnica de Imagem e comunicação (ETIC).

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Londres foi a seguinte paragem, ingressou na Central Saint Martins para fazer a especializaçao, como nao, em fotografía.Assume-se como fotógrafa de Moda & Conceptual, colaborado-ra assídua da ModaLisboa, desenvolve trabalhos de Backstage e abraça também trabalhos de Booking e Videolook para criado-res de Moda formalmente reconhecidos na esfera artística portuguesa tais como Dino Alves ou Miguel Vieira.

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Fernando Pessoa escreveu que “ as viagens são os viajantes “e assim é, inclusive nas viagens de grupo cada integrante retém uma percepção própria, consequência das vivên-cias e sensibilidade de cada um. Partimos de essa mesma ideia e manten-do-nos fieis à nossa filosofia , a Twissst divul-gará, a cada número, apontamentos de viagens que nos serviram de inspiração, já seja pela peculiaridade do espaço, por proporcionar um ponto de vista insólito ou simplesmente diferente e como tal, possivel-mente relevante e de interesse comum. Nesta ocasião, visitamos Trieste, ao Norte da Itália, uma cidade de encanto onde respira-mos a omnipotência e a particular influencia que mantêm as urbes herança do Império Habsburg . Resultou-nos igualmente merecedora de des-WDTXH�D�FLGDGH�GH�âRG]��D�����NP�GD�FDSLWDO�Varsóvia e anfitriã da Fashion Philosophy, Fashion Week Poland. À margem dos circuitos tradicionais mais WXUtVWLFRV��âRG]�VXUSUHHQGH�QRV�SHOR�FDUiFWHU�que emana e pela carga histórica de extrema relevância forjada e vivida nas ruas desta cidade.

$�0DUFHO��R�QRVVR�JXLD�SHOD�FLGDGH��G]LĕNXMĕ�

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Image courtesy of MATC

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Praça Unita d’Italia desde el Cais Audace. Foto: Mauro Varagnolo 100

Trieste, discreta elegânciaUm passeio por uma Itália que não se espera

texto: Mauro ParisiTradução: Bernardo Saavedra

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Trieste tem uma ariscagraça. Se gostamos,

é como um rapaz esquivo e voraz de olhos azuis e mãos demasiado grandes

como um amorciumento.

Traducçao livre de “Trieste”, Umberto Saba (1883 – 1957)101

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A ciudade do cais Audace. Foto: Michaela Kobyakov

Pelos olhos de Umberto Saba, um dos maiores representantes da poesia italiana do sec XX Trieste aparece assim, como uma pessoa sem meias medidas incapaz de atenuar sentimentos, como alguém verdadeiramente genuíno.

Trieste é uma das cidades mais fascinantes e surpreendentes de Itália, cruzamento de influên-cias e de diferentes mundos; uma cidade de muitas fronteiras, não exclusivamente geográfi-cas, senão também, históricas e culturais.

Situada no ponto mais oriental da Itália Setentri-onal, banhada pelo Mar Adriático, a cidade estende-se em direcção à fronteira eslovena como se não aceitasse a limitação imposta pela história e que, afortunadamente, a entrada da vizinha eslavo na União Europeia veio a revi-talizar.

A herança do Império Austro-húngaro transpira em cada recanto da cidade: desde os cafés da calçada histórica, até aos lugares de convívio das diversas comunidades; Igrejas Luteranas, Calvin-istas, Anglicanas, uma das Sinagogas maiores da Europa, a Igreja Russo -Ortodoxa de San Hespe-ridio com as suas cúpulas douradas; são alguns dos testemunhos visuais do seu passado de porto franco e cidade de oportunidades. Essa é a herança que marcou a cidade com alma “mit-teleuropea” capaz de inspirar muitos escritores: Italo Svevo, Umberto Saba, James Joyce, Boris Pahor, Enzo Bettiza e Claudio Magris, são talvez os mais conhecidos de todos os que encontraram em Trieste o lugar ideal de inspiração artística.

Ainda que sendo totalmente italiana, situasse nas antípodas da estereotipada imagem de italiani-dade.

Trieste é elegante, solar e mediterrânea, sobretu-do durante o Verão, quando os seus habitantes se entregam ao mar; no entanto é ao mesmo tempo reservada - às vezes álgida - e misteriosa. Raramente se houve falar dela, como se não fosse de interesse conhecê-la, ciumenta com o seu património intelectual, cujo poucas cidades podem presumir de ter; é dessas cidades tão estreitamente relacionadas com a produção literária de um escritor, que chega a converter-se, com as suas atmosferas e seus recantos, em mais uma personagem da sua obra.

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Historicamente, o momento de transformação da cidade foi em 1719 quando a casa de Hasburgo concedeu à cidade um estatuto de porto franco e plani!cou o desenvolvimento urbanístico e arqui-tectónico, cuja riqueza de detalhes nas fachadas nos obriga, hoje em dia, a um olhar singular sobre o topo dos edifícios senhoriais.

Para conhecer essa cidade longe dos clássicos circu-itos turísticos, aconselhamos a começar pela zona do porto, entre a estação e o Museo del Mare, que representa o verdadeiro espírito de Trieste.

A melhor maneira de iniciar o percurso pela cidade é, sem dúvida, desfrutar da frente marítima desde o molhe Audace; daí poderá apreciar-se plenamente a Piazza dell’Unitád’Italia.

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PREFACIO

Cais Audace. Foto: Mauro Varagnolo

Símbolo da cidade, esta Praça estende-se com uma majestosa esplanada até ao mar, remarcando o seu papel no desenvolvimento triestino; aqui podem obser-var-se alguns dos mais belos edifícios da cidade: o Palazzo Comunale com um estilo vagamente bizantino; Palazzo del Lloyd Triestino, testemunho do poder da burguesia comercial, o Palazzo del Governo e o Palazzo Stratti, onde se encontra Caffé degli Specchi, local de encontro de escritores: tomar um chá ou um chocolate quente é um must para quem visita Trieste, e a sen-sação de conviver alguns momentos com habitués do calibre de Joyce, Rilke, Saba, ou Svevo merece, por si só, uma paragem no itinerário.

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Ao entrar na cidade, deixando atrás o mar, significa submergir num labirinto de ruelas velhas de mani-festo sabor popular, com as suas tabernas e tascas para residentes.

Assim que deixamos a Praça encontramos o antigo gueto judeo de Riborgo; as suas ruas (Viadelle-Beccherie é o seu eixo principal) continuam a ser sedes de comércio e negócios característicos de venda de arte antiquária, de restauro de livros e móveis antigos, e mantêm a vitalidade e a alegria que as caracterizam há séculos.

O bairro de Cavana foi objecto de uma cuidadosa recuperação, com um passado degradado e confli-tuoso, é hoje um dos espaços da calçada histórica mais interessantes de visitar.

Atravessada a Piazza Piccola encontramos os restos do antigo Teatro Romano, onde começa a subida para a colina de San Giusto, o núcleo originário da cidade.

A colina amuralhada até ao sec. XVII, é o melhor miradouro para apreciar o Golfo de Trieste em toda a sua magnitude, sobretudo ao pôr-do-sol, ou por sua vez, para nos dias de céu limpo, observar os picos nevados da Dolomitas.

No alto da colina encontra-se a Catedral de San Justo e a seu lado, o antigo Castelo da Cidade, de 1470, uma fortaleza actualmente utilizada para exposições temporárias.

Ao descermos em direcção ao porto, chegamos à Piazza della Borsa donde se destaca o relógio solar, que no passado marcava as transacções comerciais e os negócios; esta Praça é actualmente a zona mais “cool” da noite triestina.

Mais à frente, já em Borgo Teresiano, encontra-se outro símbolo da cidade, o Canal Grande, um braço de água vindo do mar que atravessa a cidade; escavado no final do sec. XVIII, foi pensado para permitir a descarga das mercadorias do porto directamente nos armazéns.

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Continuando o nosso passeio pelo Borgo Teresia-no, podem apreciar-se as suas amplas e rectilíneas avenidas, donde surgem luminosos exemplos da efervescência cultural da cidade: os teatros, o “Eden” de estilo Art Nouveau e o “Poli-teama Rossetti”, e os museus como a Galeria Nacional de Arte Antiga, o Museu da comunidade hebraica e a Galeria de Arte Moderna.Canal Grande. Foto: Mariella Viola

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Canal Grande con Igreja Santo Antonio ao fundo. Foto: Mauro Varagnolo

Castelo de Miramare. Foto: Kozplus

A dez minutos do centro em direcção a Norte, com uma boa rede de trans-portes públicos, está o edifício mais reconhecido da cidade: o Castelo de Miramare; sobre uma escarpa no cabo Grignano, foi construído a meados do sec XIX por vontade do arquiduque Maximiliano de Habsburgo.

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Foto: Muggia. German Gutierrez

De estilo eclético, apresenta elementos góticos – medievais e renascen-tistas que se fundem num único estilo harmonioso e se apresenta, com sua decoração original, como exemplo de uma luxuosa nobre mansão.

Também próximo de Trieste e merecedor de uma visita são Duino, uma pequena aldeia conhecida pelo seu castelo e pela particularidade de suas ruas não terem nomes, e Muggia, característica pelas suas colori-das construções entrelaçadas, umas sobre as outras, e pelas suas vielas que convergem no pequeno porto de pesca.

1. O café Garibaldi, situado na praça Unitá de Italia.2. O “Caffè degli Specchi”, fundado em 1839 é paragem obrigatória para quem visita a ciudade.3. O café Urbanis na Praça de la Bolsa, fundado em 1832.4. O café Tommaseo, em la Praça Tommaseo, o mais antigo de todos, abriu em 1830 e manteve até hoje o inconfundível estilo vianense.5. O café San Marco na rua Battisti 18, onde no principio do sec. XX era comun encontrar Italo Svevo e hoje é possível estar sentado ao lado de Claudio Magris.6. A Pasticceria Pirona, mantém o mesmo estilo desde a sua inauguração, no principio do sec.XX. ainda que só para tomar café, este era um lugar amado por James Joyce que viveu a poucos metros, assegura ter respirado a atmosfera de outros tempos. A pastelaria, num refinado estilo Liberty, está declarada como “Local Histórico de Italia”.

Cafés e locais históricos:

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Foto: Duino. Aksel Siekman

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Eléctrico de OpcinaO histórico eléctrico de Opicina começa o seu percurso na Piazza Oberdan e sobe até ao Carso; ultrapassa um desnível de quase 400 metros com um sistema misto de tracção eléc-trico –funicular e conecta o centro da cidade a Opicina, sobre o planalto Cársico;

A emoção de um teleférico, a impressionante vista sobre o Golfo de Trieste, o romantismo dos seus bancos de madeira, originários do princípio do sec. XX e, logo uma vez chegados ao destino, as grutas, as igrejas fortificadas, e os pequenos lagos escondidos, merecem sem dúvida a viagem de eléctri-co.

No planalto é obrigatório visitar as “osmizze”; são sítios onde se podem provar os produtos típicos da gastronomia do Carso como vinhos, queijos e enchidos, é comum também encontrá-los nas adegas e tabernas residentes; entre outras coisas pode-se degustar o característico vinho do planalto, o Terrano; para apreciadores existe uma rota entre 6WȏPUL�6WPJPUH�L�=PüV]SQL�=PZVNSPHUV�JVTWVZ[H�WVY����[HI-ernas cujo vinho é exclusivo da gastronomia regional.Foto: Mikelets

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Material

. 1 estúdio

. 1 viatura alugada

. 2 responsáveis de iluminação

. 1 estilista

. 2 assistentes de vestuário

. 1 maquilhador

. 1 cabeleireiro

. 2 fotógrafos

. 4 modelos

. 78 peças de vestuário

When West meets EastFotografado em Varsóvia pela dupla Duniak e Korzeniowski( www.rdk.-com.pl), "When West Meets East" resulta num ensaio de um cruze de influencias entre o design mais inovador e a reiterada proposta "summer".Frescos são os rostos e "naif" os que consideram que o verão é sinóni-mo de padrões florais e sandálias de goma .Atitude, é o padrão escolhido pela Twissst , para o verão 2012.

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Esquerda: Vestido: Ewelina Kosmal Gola Est by esDireita: Camisa Lukasz Stepien Gola Est by es

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Vestido Viola Piekut113

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Direita: Gola e Top - Est by esEsquerda: Camisa :Lukasz Stepien ;Casaco: Piotr Drzal

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Casaco e Calça Bartek Malewicz; Joalharia: Hi End116

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Saia Shumik 100% ;Top : Bartek Michalec Zuo Corp; Gola Hi End

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Casaco,Camisa e Shorts Piotr Drzal

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Camisa:Lukasz Stepien ; Blazer: Bartosz Malewicz120

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Produção

.623 minutos de produção

.1246 fotografias realizadas

.64 fotografias pré-seleccionadas

.22 fotografias trabalhadas em

.11 pós-produção

.09 fotografias editadas

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l��ȐɕȃɄǾȐɑɜǸ�ȇȐ�İ͘ȇϱO velho coração industrial da Polónia procura o seu lugar na nova Europa

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Texto: Mauro ParisiTradução: Elis Por!rio

Fotos: Mauro Parisi e George Nejmantowicz

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Situada praticamente no centro nevrálgico da Polónia, a segunda cidade do país não entra no circuito turístico FOiVVLFR��H�p�XPD�YHUGDGHLUD�OiVWLPD�SRUTXH�âyGť�p�XPD�dessas cidades que, ao conhecê-la, não nos deixa indi-ferente.De facto, caminhando pelas ruas e observando as suas construções não se pode deixar de reconhecer a brutal força da história na alteração de seu destino de forma radical e definitiva.Independente da zona, ou do ponto de vista de donde a ROKDUPRV�� D� VHQVDomR� TXH� VH� WHP� HP� âyGť� p� GH� QRV�encontrarmos invariavelmente: numa tranquila e moder-na cidade da província ocidental, de uma cidade média do Midwest estado-unidense, no Bronx Nova-Yorkino, que nos remete para a um pleno real socialismo de há 30 anos atrás, ou nos translada mais de um século, para o meio de uma Revolução Industrial entre fábricas e cha-minés de ladrilho laranja à vista e grandes mansões da burguesia industrial com os seus teatros e grandes armazéns.$�HQWmR� WUDQTXLOD� FLGDGH�GR� VpFXOR�;9,,,�� âyGť�H[SHUL-mentou uma alteração opressora durante o século XIX quando se converte num centro propulsor da Revolução Industrial do Império Zarista transformando-se em poucos anos num principal centro têxtil.A sua população cresceu até ser, no princípio da I Guerra Mundial, uma das cidades mais densamente povoadas do mundo com 13000 habitantes/km², e a sua proveniência foi das mais variadas, ainda que alemães e judeus constituíram o milagre económico da cidade.

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4 Ksiezy Myln - FireStation - George Nejmantowicz124

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De essa idade dourada (e que lhe valeu a alcunha de “Manchester Polaca”), caracterizada também pelas tentativas de criação de utópicas de cidades modelo, restam hoje muitos testemunhos por toda a cidade; GHVGH� D� %LDãD� )DEU\ND� �)iEULFD� %UDQFD�� GR�PDJQDWD�*H\HU��DFWXDOPHQWH�VHGH�GR�0XVHR�GH�7H[WLO��R�.VLĕŧ\�0ã\Q�GR�HPSUHViULR�6FKHLEOHU��KRMH�HP�IDVH�GH�UHFXSH-ração.

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1 Ksiezy Myln - antigas fábricas convertidas em lofts e apartamentos2 White factory3 Exemplo de arquitetura popular de estilo soviético4 Ksiezy Myln - FireStation5 Manufaktura6 Ksiezy Myln - fábricas em ruínas7 Palácio Poznanski8 Open Air Museum Lodz Wooden Architecture9 Open Air Museum Lodz Wooden Architecture10 Open Air Museum Lodz Wooden Architecture11 Palácio Poznanski12 Schichts House - Piotrkowska13 Eléctrico por uma rua de Lodz14 Baharier House - Piotrkowska 15 Mural at Bechthold House - Piotrkowska 16 Konstadt House - Piotrkowska17 Ulica Piotrkowska18 Sendrowicz House - Piotrkowska 19 Kohn Palace - Piotrkowska20 Krusche House - Piotrkowska21 Leon Schiller National School

Foto galería

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Ambos nasceram como resposta a novas neces-sidades industriais da cidade e continham um espaço restringido, as fábricas, o núcleo habita-do pelos operários e a grande mansão envolvida por um jardim, pertencente ao patrão.Outro exemplo para ver é Manufaktura; actual-mente o maior centro cultural e comercial da cidade, aqui se encontram as antigas e perfeita-mente recuperadas – fábricas do império têxtil do magnata de origem judio Poznanski.O palácio vizinho, hoje sede do museu da cidade e anteriormente sua residência particular, trans-mite a ideia de riqueza e de luxo alcançado por um determinado sector da cidade.

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Apesar de alguns problemas logísticos e uma FHUWD� FRPSHWLomR� FRP� D� YL]LQKD� 9DUVyYLD�� âyGť�continua a ser o centro de produção têxtil polaca, como testemunham as numerosas faculdades universitárias e institutos de especialização que há na cidade e como certifica a presença do orga-nismo responsável da organização da plataforma RILFLDO� ´)DVKLRQ� 3KLORVRSK\�� 3RODQG� )DVKLRQ�Week”.�âyGť�p��DOpP�GLVVR��D�VHGH�GR�´)RWR�)HVWLZDOµ��XP�festival de fotografia que já completou a décima edição e que está fazendo eco entre os mais importantes eventos europeus do sector.

2�HPEOHPD�GD�FLGDGH��GHVFULWD�HP�´7KH�3URPLVHG�/DQGµ� GR� SUpPLR� 1REHO� :ODGLVODZ� 5H\PRQW�� p�Ulica Piotrkowska; os seus longos 4,3 km de ave-nida pedonal, praticamente atravessam a cidade de Norte a Sul. Aqui se concentram algumas das mais bonitas mansões da cidade, que sem dúvida representa-ram o cenário da riqueza e do êxito alcançado pelas proprietárias famílias, e também alguns dos mais elegantes edifícios, originarias sedes de um género de grandes armazéns comerciais em voga nas cidades europeias movidas por carruagens a cavalo do séc. XIX e princípios do Séc XX (acon-selhamos especial atenção ao troço entre o n.º 7 e o n.º 130 e entre o n.º 230 e o n.º 274, seguramen-te entre os melhores de toda a avenida).Ulica Piotrkowska é actualmente o verdadeiro coração da cidade, onde os seus habitantes adoram passear e desfrutar dos numerosos cafés-esplanadas durante o verão; aqui podem-se também admirar as estatuas de quem a cidade quer continuar a recordar, como os seus ilustres KRPHQV� /HRQ� 6FKLOOHU�� :ODGLVODZ� 5H\PRQW� RX��Arthur Rubinstein tocando o piano.

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De todas as formas, para entender completamente o espírito actual da cidade, aconselhamos a não limitar o itinerário apenas aos sítios de visita obrigatória, senão a deixar-se conduzir pela curiosidade de descobrir refú-gios menos conhecidos; só assim se poderá dizer de ter realmente captado a essência de uma cidade parti-cularmente marcada pela História.

Os numerosos testemunhos da antiga SUHVHQoD� MXGLD�HP�âyGť�²�VREUHWXGR�QD�]RQD�norte – fazem lembrar por exemplo o seu importante peso no desenvolvimento da cidade e, contemporaneamente, a sua aniquilação durante a ocupação Nazi, quando emergiu o segundo maior gueto daquele país, depois de Varsóvia.Outro refugio a visitar é sem dúvida o Museu do Cinema, localizado na antiga residência do PDJQDWD� 6FKHLEOHU�� âyGť� HVWi� UD]RDYHOPHQWH�orgulhosa da sua escola cinematográfica e da contribuição que deu à sétima arte: Wajda, 3RODQVNL� H� .LHVORZVNL� VmR� DOJXQV� GRV� QRPHV�mais reconhecidos entre os que se formaram na escola.A presença de lendas e referências unicamente polacas – uma barreira inacessível para quem não conhece o idioma – não diminui minima-mente a magia do sítio, entre maquinaria, mani-festos publicitário, cartazes originais das primeiras produções cinematográficas polacas e da elegância de uma residente burguesia; e SDUD� FRQFOXLU�� R� FRQWtJXR� SDUTXH� ŤUyGOLVND�frequentado por estudantes das adjacentes (VFROD�6XSHULRU�1DFLRQDO�GH�&LQHPD��7HOHYLVmR�H�7HDWUR� ´/HRQ�6FKLOOHUµ� H�(VFROD�6XSHULRU� GH�Artes e Design.

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Aqui se encontra a horta botânica da cidade onde se pode admirar uma importante colecção de plantas tropicais, orquídeas e palmeiras de diferentes espé-cies, conservadas numa grande estufa de cristais “Pal-miarnia”; o contraste entre o verde exuberante do seu interior e o branco glacial dos invernos Lodzianos é realmente extraordinário (esta é também uma oferta da herança da idade de ouro da cidade, tendo sua origem na colecção particular da família Schie-bler-Herbst).

MeblotekaYellowSituada geograficamente a meio da Ul. Piotrkowska, no número 138/141, encontra-se MeblotekaYellow, um agra-dável café-galeria que referenciamos para uma reconfortante pausa no decorrer do que se supõe ser um longo passeio através de toda a extensão da avenida; com um menu intencionalmente natural e de ambiente vanguar-dista, frequentado preferencialmente por estudantes, arquitectos e profissionais dos estúdios limítrofes, é também um local onde poderão ser encontradas à venda verdadeiras peças entre o autêntico vintage mobiliário dos anos 50 e 70.

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Texto: Mauro ParisiTradução: Elis Por!rio

Fashion Philosophy,Poland Fashion Week

A escassos 120 km de Varsóvia , LODZ, é a cidade anfitriã de mais uma HGLomR�GD�)DVKLRQ�3KLORVRSK\��D�VHPDQD�GH�0RGD�3RODFD�

Com 36 desfiles em agenda para o Inverno 2013, dos quais destacam 3 criadores convidados, entre os quais Nuno Gama( Portugal ), 22 desfiles ocuparam o espaço "Designer's Avenue" reservado às colecções mais H[WHQVDV��H����IRUDP�DSUHVHQWDGDV�QD��2))�2XW�2I�6FKHGXOH����FULDGR�SDUD�as propostas de jovens designers e com uma base marcadamente "avant-garde"

950 silhuetas e 200 pares de sapatos foram apresentados numa passerele de 35 metros de comprimento por 85 manequins masculinos e femininos , penteado por uma urbe de 38 cabeleireiros e maquilhadores em backstage.3570 foram os minutos necessários de ensaios e fittings para que o resulta-do seja medido em apenas 20 minutos , por dezenas de jornalistas de vários países e por mais de 6000 visitantes diários.

As cifras são vertiginosas, mas espelham o ritmo que a Moda exige , uma continua precisão , rigor e capacidade criativa ao alcance de poucos e é nas semanas de Moda que a selecção natural acontece.Esta jovem plataforma tornou-se numa das mais importantes na Europa de Leste , e ainda que criadores reconhecidos no território polaco como Paprocki& Bzozowski, Luskasz Jemiol, Bohoboco ou Natasha Pavluchenko primaram pela sua ausência, o número de jovens criadores que a cada edição solicitam apresentar as suas propostas é francamente inaudito.

$�2))�2XW�2I�6FKHGXOH�DSRUWD�XP�GHVJDUUR�FULDWLYR�PXLWDV�YH]HV�SHULJRVR��jovens criadores com passado pouco expressivo e uma não muito trabalha-da visão do negocio que é a Moda, deixam-se levar numa espiral criativa ignorando por um lado as necessidades de mercado e por outro a possibili-dade de visibilidade e de destaque que é inerente a um evento desta natu-reza.13 foram as propostas apresentadas e 3 as que captaram a nossa atenção. Joanna Startek foi uma das criadoras que melhor soube equilibrar a EDODQoD�HQWUH�R�FRQFHLWR�H�R�SURGXWR���)UHTXHQWD�D�6WU]HPLQVNL�$FDGHP\��FRPR�ILQDOLVWD�QD�)DFXOW\�RI�7H[WLOH�DQG�)DVKLRQ�RI�RI�$UW�HP�/RG]��$SHVDU��

Textos: Norberto Lopes Cabaço

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Joanna Startek foi uma das criadoras que melhor soube equilibrar a balança entre o conceito e o produto. Fre-quenta a Strzeminski Academy, como finalista na Faculty of Textile and Fashion of of Art em Lodz. Apesar da sua tenra idade foi finalista do "Fashion Oscars and the Golden Thread designer competition" ao abrigo da Fas-hion Philosophy, e apresenta-se como uma das jovens promessas do design de moda polaco.Para o Inverno trouxe-nos uma proposta inspirada no artista afincado em Londres Jim Naughten , e que Star-tek transpôs para as formas,de igual forma que é palpá-vel o inconformismo por um universo globalizado e repro-duzido em serie, a colecção primou o individualismo pelo gosto e o gosto pelo singular.

Os volumes evocam a protecção , as cores e os padrões resultaram verdadeiramente inspiradores. Paulina Plizga é também uma das criadoras que recolheu um favorável reconhecimento do publico e da critica, afin-cada em Paris , apresentou "TRASH DELUXE" uma revolução na forma de encarar a " couture" parisiense .Plizga é sinónimo de patchwork e knitwear, e para o Inverno usou a sobreposição de materiais nobres e quen-tes para a construção de volumes para o vestuário mas-culino e feminino. Peças armação , com uma conotação dark e por vezes suavizada com tons mais cálidos , podem ser usadas para a criação de looks intensos ou reduzidas para uma aplicação mais diária .Soube defender o conceito sem excessos, e criar peças condutoras ao longo de toda a proposta.

JAROSLAW EWERT, três vezes finalista do Re-act Fas-hion Show, e do Off Fashion e vencedor do segundo prémio do mesmo concurso, encerra o top 3 na categoria Off, pela profusão de cores e pela combinação de mate-riais usados numa colecção .Ainda que por vezes possa resultar complexo apresentar numa mesma proposta, materiais, volumes , cores e formas construídos de forma singular e não como parte de um todo, nesta ocasião, não foi exactamente assim .Há um fio condutor entre as cores, e ainda que a propos-ta seja visualmente muito forte , há que reconhecer a ves-tibilidade das pecas , e que, separadas e analisadas indi-vidualmente consegue-se uma redução significativa.Ewert, esta no caminho certo, a definição existe e a assi-natura em construção , é no equilíbrio que reside a inten-sidade e não no excesso , por vezes reduzir significa fortalecer e a Primavera-Verão 2013/14 resulta o momen-to idóneo para tal.

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Joanna Startek foi

Paulina Plizga

Jaroslaw Ewert

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Designers Avenue

Uma das características " sui generis" da Fashion Philosophy, Poland Fashion Week, é a capacidade de apresentar uma panóplia de criadores diferentes a cada edição , e como tal é possível que um criador cuja colecção nos tenha levado às lagrimas (no bom sentido) na seguinte estação , não conste entre o calendário de desfiles.E esta selecção pode ser positiva ou (muito) arriscada.Seguramente a Moda tem uma visão de progresso, e o trabalho de um criador seja também a de propor um conceito, mas a Moda como Negócio rege-se por normas nem sempre tão permissivas, e poucas vezes agracia o erro.Uma plataforma jovem deve reconhecer o talento e torná-lo reconhecido, esta premissa devera resultar numa " best practice " e o elemento de divulgação , ao abrigo de uma semana de Moda não devera resultar no elo central de relação criador/organização , mas num elemento mais , um entre muitos que resultam inequivocamente na única relação possível e duradoura para ambas partes.Talvez por esta razão alguns criadores optaram por não fazer parte da ultima edição da semana de Moda polaca, não obstante a publicidade internacional que um evento desta natureza proporciona escapa aos budgets destes criadores, ainda assim , para que esta publicidade seja realmente efectiva , há um trabalho de fundo que deve ser e que ainda não foi desenvolvido por parte da organização .Esta simbiose entre organização e criador mais que obrigatória é necessária , quando a moda se move a um ritmo alucinante , e as necessidades não se encontram, cada parte sai em procura das suas necessidades, e não existe semanas de moda sem criadores qualificados que exponham as suas colecções e o desenvolvimento de um criador sem uma organização que promova o design é invariavelmente mais lenta e subjugada a um público consideravelmente mais reduzido. Também a selecção das colecções para as distintas plataformas deve abraçar uma linha editorial, deve promover um conceito , deve de igual forma promover o desenvolvimento de uma linha de trabalho que abrace distintos "skills", vontades editoriais à margem!Seleccionar uma proposta deve estar enlaçada com o facto de proporcionar um "target" adequado, entenda-se meios,publico, "buyers" e retorno comercial e não enlaçado com linhas editoriais , por muito modernas e " cool" que possam ser ou querer ser.A Moda não esta ao serviço das revistas,dos meios ou dos "sponsors", é uma industria de gurús estratégicos que compreendem as necessidades e propor-cionam respostas, os meios massificam essas respostas e criam necessidades, são condicionadores de opinião e de status, " decision makers", mas de um um produto já definido, estudado e consolidado.Num pais que vive à margem de uma crise global, com uma herança têxtil impor-tante, não aproveitar a conjuntura para desenvolver um trabalho em escala, é criminal .

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2013 WINTER COLLECTIONSPlataforma por excelência, a Designers Avenue abraça as colecções dos criado-res mais consagrados na esfera criativa polaca.18 foram os criadores que se submeteram ao aprovado e 5 os que mais destaca-ram pela inovação , rigor,, pela capacidade criativa e pelo sentido estético .

LUCJA WOJTALACom um currículo académico que abraça distintas áreas, Lucja Wojtala, conta já com uma importante trajectória internacional, International Talent Support (Itália), CPD (Düsseldorf) , e na Bread and Butter (Berlim)Discípula de John Galliano , Lucja depurou o con-ceito e trabalhou a malha de tantas formas como possibilidades confere o material.Com padrões precisos e contemporâneas , primou pela originalidade, pela criação de uma panóplia de peças "ready to wear" e de acessível comerciali-zação .Sabiamente apostou por uma colecção mista e equilibrada, pisou terreno conhecido e reiterou a facilidade de trabalhar a malha, criando formas , volumes , peças de abrigo e peças mais "light" , perfeitamente interligadas e que não resultaram excessivas ou monótonas .

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PIOTR DRZALJovem criador que já encontramos na semana de moda de Lisboa, Piotr DRZAL desenvolveu no tempo que decorreu entre a ModaLisboa e a Fas-hion Philosophy, uma linha de casacos de abrigo que sentimos em falta, quando , inicialmente nos foi apresentada a colecção .Visualmente mais forte e com volumes adaptados à estação ,Piotr Drzal reafirmou-se como uma das jovens promessas do design polaco .O sentido estético e a facilidade com que trabalha materiais muito distintos, resultam frescos e inovadores num entorno onde os tons pasteis e neutros permanecem fortemente enraizados.Unificou uma proposta "wearable" e atestou, que as possibilidades no vestuário masculino são tão numerosas e possíveis quanta a capacidade cria-tiva de um criador.

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MONIKA BLAZUSIAKGraduada pela Faculdade de Têxtil e Moda na Straz-minski Academy of Arts em Lodz, Blasuziak apresentou uma colecção onde o branco e o cru foram as únicos elementos pictóricos numa proposta cortada a bisturi , onde a principal preocupação residia na evidencia subtil da forma feminina, explorou o corpo, a silhueta e mais que permitir-nos ver convidou à descoberta do corpo através de uma dualidade de transparências e curvas sinuosas porém simples e elegantes..Numa estação onde os volumes e a protecção do corpo ditou sentença , Blasuziak aportou uma ideia diferente, dotou a mulher de um romanticismo gélido através de uma leveza nas formas e que premiava o movimento.É no equilíbrio que reside o sucesso e nesta estacão Blasuziak foi mais além e propôs uma reflexão : Porquê o Inverno tem de ser vestidos de tons escuros?Na verdade não tem, sempre e quando a alternativa exista e assim foi, Blasuziak vestiu o inverno de branco e brilhou mais que ninguém numa passarela, que nesta ocasião lhe ficou curta.

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WIOLA WOLCZYNSKADesigner de Moda e estilista de profissão , Wiola Wolczy-nska , visitou os anos 20 e trouxe-nos um vestuário urbano com um "Twissst" nas formas e nos volumes.Adoptou cores mais sóbrias e desproveu as peças de acessórios faustos , criando uma linha "ready to wear" em toda a sua essência .Mas são essas formas e como estão ligadas entre si que nos chamaram a atenção , as toucas/gorro que podiam personificar os penteados "garçonne" ou quiçá afirmando o espirito irrequieto de Amelia Earhart que no ano de 1927 cruzou o Atlântico , ainda que como passageira, a bordo de um Fokker , toda uma decla-ração de intenções para a época .Wolczynska , como ex-aluna de Saint Martin's , tomou bem nota do que é um "Mood Board" e estilizou uma colecção sem exces-sos.O conforto , a liberdade e o movimento foram sinónimos de uma proposta bem reali-zada e com um apurado sentido estilístico .

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MONIKA PTASEKE foi com PTASEK FOR MEN, linha de vestuário masculino, que Monika Ptasek , apresentou uma colecção com rasgos da década de 50, uma linha claramente jovial para um publico que encontra no vestir uma opor-tunidade de expressão .Graduada pela SAPU (Cracow School of Art and Fashion Design), Monika define as suas colecções como ambíguas, encontra-se mais confortável com o vestuário masculino mas defende um caracter unise-xo, um " boyish / manish look" para um publico que, segundo a criadora, não encara as distintas situações de forma " too seriously".Botas de cano alto, looks que variam entre o ligeiramente militar e o con-fortavelmente " over sized", aportou para uma estação umas das pecas presentes em 4 de 5 desfiles masculinos para o Inverno 2013.O fato, peça fundamental do vestuário masculino, foi revisto e modifica-do, os padrões e as cores perderam sobriedade e ganharam intensida-de, por vezes vibrante.Com uma panóplia de seguidores em território polaco, Monika Ptasek , a cada estação , dá asas à imaginação , permite-se criar uma linha que por uma lado ruboriza os mais conservadores e por outro ajuda a desen-volver um sentido estético muito diferente do commumente encontrado pelas ruas das cidades, de um pais insaciável por novas propostas, ideias ou conceitos.Para o Inverno 2013, Monika Ptasek propõe ... Monika Ptasek em estado puro!

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A Serpentine Gallery de Herzog & de Meuron e Ai Weiwei.(1 Junho – 14 Outubro 2012, Hyde Park, Londres)

Da programação cultural de Londres 2012, foram reve-ladas as primeiras imagens deste novo projecto onde colaboram os dois arquitectos HERZOG & MEURON e AI WEIWEI; as suas equipas idealizaram uma estrutu-ra que convida o espectador a olhar para debaixo da superfície do Jardim em busca do construído passado, e redescobrir assim a pegada deixada por outros arqui-tectos que, enfrentaram o mesmo desafio nas edições anteriores.O revestimento interior é de cortiça: um material selec-cionado devido as suas qualidades ecológicas e suas propriedades físicas, que se assemelham com a terra levantada pelas escavações. Doze colunas (tantas quantas as edições do pavilhão de Verão) prestam apoio a um tecto circular suspenso 140cm sobre o nível do chão e que contem uma lagoa de água.Esta arquitectura oferece uma reflexão sobre o signifi-cado do evento que desde há 12 anos desafia os mel-hores arquitectos do mundo a abordar o design de um pavilhão de arte contemporâneo: uma estrutura tempo-ral originalmente destinada ao acolhimento de reuniões e conferências dentro dos Jardins Kensington e que se converteu desde há algum tempo numa atra-cção por si só.

Culture calendar Textos: Laura Parisi, Carlota Branco, Giulia ChiaravallottiTradução: Bernardo Saavedra

Fundação José Saramago.(desde Junho, Casa dos Bicos, Lisboa)

Abriu ao público a 13 de Junho a Fundação Saramago, na Casa dos Bicos de Lisboa, situa-da cerca da Praça de Comercio, com a expo-sição “A semente e os frutos”.É possível admirar centenas de documentos, fotografias, pinturas e notas pessoais do grande autor português, enviados desde a sua última residência, em Lanzarote, com destino final na Casa dos Bicos.A oferta visual é completada com uma secção multimédia, com entrevistas ao prémio Nobel e com a exposição de edições exclusivas, de coleccionistas, de suas obras mais reconheci-das.

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Bienal de Arquitectura - “Common ground”(29 Agosto – 25 Novembro, Veneza)

A décima terceira edição reunirá o con-tributo de arquitectos, artistas, fotógra-fos e personalidades da cultura, ligados por um interesse comum, os territórios das cidades.Várias cidades Europeias, e também Nova York no passado dia 14 de Maio, foram cenários de encontros temáticos e em Roma realizou-se a conferência de imprensa oficial para a apresentação com o director David Chipperfield.Esta edição terá presente 55 países, entre os quais a participação de Angola, Kosovo, Peru, Turquia e o Kuwait; Trata-se de 58 projectos, e não somente de arquitectura, que estão programados ao longo do decorrer do certame.

Entre os nomes mais reconhecidos do panorama internacional estão Peter Eisenman, Norman Foster, Eduardo Souto de Moura, Zaha Hadid, Rem Koolhaas, Herzog & De Meuron e Kazuyo Sejima, curadora da edição ante-rior; entre os italianos, o histórico Fulvio Irace, o colectivo San rocco e Cino Zucchi.Todos estão designados ao confronto com o conceito de arquitectura não enfocada somente a excelência de um edifício em si, senão atentos às reais necessidades das sociedades de hoje.O certame veneziano decorre durante três meses com eventos paralelos como o “projecto Educacional” dedica-do aos estudantes, a “Bienal Sessions” dirigido às universidades e academias e um extenso programa de pales-tras sobre temas monográficos e arquitectura.

Mind the Map: London Transport Museum (18.05 – 28.10) Covent Garden, Londres

A maior exposição do Museu do Transporte de Londres para este ano está dedicada a um dos ícones mais conhecidos da cidade: o metro da cidade, carinhosamente conhecido por “Tube”. Esta exposição, representa como esta imensa rede de transportes públicos não só contribui para ajudar a mobilidade, senão como, também foi uma importante fonte de inspiração de arte, design e cartografia.

Além da importante colecção de mapas do museu e de peças históricas nunca vistas, se poderão ver obras de artistas contem-porâneos como Simon Patterson, Stephen Walter, SusanStockwe-ll, Jeremy Wood, AgnèsPoitevin-Navarre e Claire Brewster criaram para decoração de algumas das estações; por exemplo o “The Great Bear”, de Simon Patterson, uma litografia que através do seu jogo de linhas representa um mapa do metro, esconde perso-nagens conhecidas que deram nome a algumas das estações do “Tube”.

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Joana Vasconcelos expõe em Versailles(19.Junho – 30.Setembro) Versailles, ParísFotos: Enric Vives-Rubio

Poderão ser vistas em Versailles, num dos maiores palácios do mundo, 15 das mais representativas obras da artista plástica portu-guesa Joana Vasconcelos. Comissariado por Jean Jacques Aillagon, trata-se de uma exposição que surge do deco-rrer de um ano e meio de trabalho e integra um colectivo de peças, dispostas entre os espaços interiores e exteriores do palácio, nos quais poderemos encontrar peças como “A Noiva”, lustre de tampões, ou “Marilyn”, o sapato recreado pela sobreposição de panelas de cozinha, como símbolo de emancipação da mulher. Na entrada do Parterre du Midi, temos as peças em ferro forjado, oxidado, o garrafão e o bule em representações do homem e da mulher e por sua vez, suspensos do tecto abo-badado dos salões de la Paix e de la Guerre, temos os corações independentes, o vermel-ho e o preto, em !ligrana de Viana recriada com talheres de plástico, como símbolos de paixão e de morte, aconchegados com a voz de Amália Rodrigues, que interpreta “Coração Independente” no áudio-guia do visitante.Salientamos nesta exposição, o exuberante “Lilicoptère”, uma peça alegórica por compa-ração a um coche dos tempos modernos, revestido de plumas rosa e cristais Swarowsky e a peça rainha da coroa, a “Perruque”, uma peça singular repleta de adornos e que, tal como o próprio nome indica, faz alusão às perucas de Marie Antoinette e poderá ser encontrada no próprio quarto da rainha. Em Versailles, onde já expuseram nomes como Je" Koons, Bernar Venet y Takashi Murakami, entre otros, Joana Vasconcelos é a mais jovem artista mulher a expor no Palácio, que assim descreveu a sua participação no texto de apre-sentação da exposição: “Interpretar a densa mitologia de Versailles e transportá-la para a contemporaneidade, evocar a presença de importantes !guras que habitaram o palácio, apoiando-me na minha identidade e na minha experiência como mulher, portuguesa, nasci-da em França, será certamente o desa!o mais fascinante da minha carreira”.

Fotogra!a: Enric Vives-Rubio

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O CHEIRO DA LUZ. O MUNDO FEMININO NA PINTURA DO SÉC. XIX E PRINCIPIO DO SÉC. XX.(Até 09.08, Pinacoteca De Nittis, Barletta, Italia)

Através das pinturas de grandes artistas perten-centes ao movimento macchiaiolo e divisionista italiano nos emergimos na realidade feminina deste período. Roupa, tradições locais e íntimas da vida quotidiana de um território cultural comple-xo e diversificado, são executadas nesta expo-sição que apresenta retratos pessoais inseridos em paisagens e cenários capaz de evocar suges-tões históricas e literárias. Giuseppe De Nittis, Amedeo Bocchi, Alfredo Savini, Vittorio Corcos a Rossi e Giuseppe Pellizza da Volpedo são os protagonistas de uma expo-sição que tem a forte carga simbólica nas corren-tes representadas, sua própria particularidade.Divisionistas e Macchiaioli, na verdade, ainda que por caminhos diferentes, usam a luz e os seus efeitos para transfigurar a realidade representada, injectando-lhes uma forte carga simbólico-senti-mental.

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September Issue, just around the corner...

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