apostila natação

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Faculdade do Médio Parnaíba (Famep) Curso: Licenciatura Plena em Educação Física Disciplina: Metodologia do ensino da natação Professora Esp. Thaís Gramosa 1

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Faculdade do Mdio Parnaba (Famep)Curso: Licenciatura Plena em Educao FsicaDisciplina: Metodologia do ensino da nataoProfessora Esp. Thas Gramosa

Sumrio

1. Histrica da natao 2. Princpios fsicos da gua Estudo da Hidrosttica e da Hidrodinmica

3. Estilos de nado

Crawl: Pernada; Braada; Respirao; Coordenao Braos, Pernas e Respirao; Sadas; Viradas e chegadas; Estilo Costas: Pernada; Braada; Respirao; Coordenao Braos, Pernas e Respirao; Sadas; Viradas e chegadas; Estilo Peito: Pernada; Braada; Respirao; Coordenao Braos, Pernas e Respirao; Sadas; Viradas e chegadas; Estilo Golfinho ou borboleta: Pernada; Braada; Respirao; Coordenao Braos, Pernas e Respirao; Sadas; Viradas e chegadas; Revezamento;

4. Noes de salvamento;

5. Regras oficiais de natao

1. Histria da natao

O surgimento da natao vem desde que o humano humano, ou seja, a ao de nadar to antiga quanto o homem. O movimento de braos e pernas dentro da gua j era praticado em comunidades primitivas, em que os homens nadavam para fugir de predadores para garantirem sua sobrevivncia e at mesmo por diverso.De l para c, at se tornar um esporte, a natao passou por muitas mudanas assim como o homem.Na Antiguidade, a natao chegou a ser considerada um pr-requisito fundamental na formao de jovens e dos soldados gregos, ajudando na forma fsica de toda uma populao.Neste tempo, o exerccio dentro da gua funcionava como um aprimoramento pessoal e no como uma modalidade esportiva.Por volta do sculo XVII, a natao passou a ser tratada de outra maneira. Historiadores mostram que a natao foi adotada como matria obrigatria entre os estudantes japoneses, por determinao do imperador Go-Yousei (1586-1611).Para ns, ocidentais, a natao s viria a ser levada mais a srio por volta do sculo XIX, quando o britnico nobre, o Lord Byron, inspirado em uma histria mitolgica que era de um rapaz que cruzava o canal Dordanelos para ver sua amada e que acabou morrendo num dia em que o mar estava agitado, Byron teve a coragem de atravessar este canal de guas profundas que liga a Europa sia (ver mapa abaixo) e tinha uma distncia de 1,5 quilmetros. Ele fez a travessia em aproximadamente uma hora, provando que o trajeto era possvel ser atravessado a nado. Tal proeza ficou famosa e foi um marco na poca.

Os anos foram se passando e a natao ganhava fora como uma modalidade esportiva. Com isso, algumas competies foram organizadas em Londres, na Inglaterra, onde em pleno sculo XIX j existiam seis piscinas, o que para aquela poca era um nmero bastante significativo.Ahistriados estilos da nataoLogo no comeo do surgimento do esporte, no se pensava muito e tampouco se falava em regras ou estilo na natao. Alguns esboos ou jeito parecido comparado aos estilos de hoje eram ensaiados. Contudo, antes mesmo da natao se tornar esporte, os estilos j eram ensaiados desde o sculo XVII, mais precisamente no ano de 1690, quando o francs Thevenot, formalizou tratados e descreveu um estilo muito parecido com o que hoje conhecemos como nado peito.Logo em seguida, ingleses vieram com mudanas, adotando o nado que inclua a movimentao de um dos braos sobre a gua, o corpo colocado em posio lateral e as pernas sendo mexidas como tesoura. Mais tarde este nado foi aperfeioado com os dois braos levados juntos para frente. Este estilo era muito parecido com nado borboleta de hoje.No final do sculo XVIII, um italiano conhecido como Bernardi, apresentou a primeira forma do nado costas. O movimento inclua primeiramente o movimento dos dois braos lanados juntos em rotao seguidamente. Um pouco mais adiante, os braos passaram a ter alternncia nos seus movimentos, ficando muito parecido com o nado costas de hoje.No nado crawl, que em portugus significa rastejar, foi apresentado pelo descendente de australianos, Richard Cavill. Ele era um grande nadador e seguia os passos de seu pai e irmo que praticavam um estilo bastante parecido com o atual, porm, era o movimento alternado e ligeiro das pernas, no sentido vertical em relao superfcie da gua, associado com braadas alternadas de um lado a outro e o rosto ficava submerso. Este estilo era todo inspirado dos aborgines, os nativos da Austrlia.Com o sucesso deste nado, treinadores norte-americanos ajudaram a aperfeioar a modalidade, especialmente no quesito respirao. Num primeiro momento, a cabea era erguida na gua para a frente e, logo depois, chegando a rotao lateral da cabea, na forma do crawl, ou nado livre, que se conhece hoje.

A natao se torna uma modalidade esportiva

Com os estilos j definidos as competies de natao comearam a acontecer com maior frequncia. Em 1858, aconteceu na Austrlia a primeira disputa oficial de natao. Dez anos mais tarde, a Inglaterra promovia um campeonato nacional, seguida pelos Estados Unidos.No demorou muito e a natao por j ser bastante praticada e conhecida, entrou na edio dos Jogos de Atenas, na Grcia, em 1896, a primeira Olimpada da Era Moderna. Trs tipos de provas foram disputadas naquela ocasio: 100 metros livre, 500 metros livre e 1.200 metros livre. Nestes jogos, a competio era realizada no mar, ou seja, colocava em risco a vida dos participantes.Nos Jogos seguintes, com a incluso da piscina e de novas provas, o nmero de atletas aumentou significativamente. At 1912, nos Jogos Olmpicos de Estocolmo, na Sucia, a piscina era usada somente pelos homens, pois nesta Olimpada as mulheres estreavamna modalidade. A primeira grande campe de uma prova olmpica na natao foi a australiana Sarah Funny Durack.Nestes mesmos Jogos Olmpicos, em 1912, o mundo conhecia o havaiano Duke Kahanamoku. Foi na poca um verdadeiro fenmeno do nada crawl e com uma enorme popularidade nas arenas de competio.Em 1920, nos Jogos Olmpicos de Anturpia, na Blgica (foto abaixo), aps a Primeira Guerra Mundial, o havaiano Duke estava l e estabeleceu o novo recorde mundial nos 100 metros nado livre.Conhecido por um estilo de grande estrela foi levado a Hollywood, onde apareceu em vrios filmes, fez comerciais e tambm foi um dos grandes precursores na divulgao do surf pelo mundo todo, j que ele era um praticante nato deste esporte.Em 1924, nos Jogos de Paris, na Frana, surgia o atleta dos Estados Unidos chamado, Johnny Weissmuller (foto abaixo). Ele j era notcia antes de entrar nos jogos por ser o primeiro homem a nadar os 100 metros livres abaixo de 1 minuto (57,4 segundos, batendo o recorde mundial). Este recorde permaneceu pelos prximos 10 anos. Johnny Weissmuller, do seu sucesso nas piscinas, alcanou as telas do cinema. Foi ele quem fez o filme do Tarzan, o homem macaco, em 1932.Nos Jogos Olmpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1932, surgiram outros nomes da natao como os de Adolf Kiefer (EUA) e Arne Borg (Sucia, foto abaixo).Em 1936, nos Jogos de Berlim, na Alemanha, japoneses e norte-americanos dividiram as glrias do pdio, e as competies entre as mulheres haviam sido emocionantes.Com a Segunda Guerra Mundial, as Olimpadas sofrerem um intervalo de 12 anos, por conta da guerra, porm em 1948, quando os Jogos retornavam em Londres (foto acima), na Inglaterra, os norte-americanos retomavam a sua hegemonia nas raias.Nos anos de 1950, os australianos dominaram boa parte, porm, com o atleta dos Estados Unidos, Don Schollander (foto acima), osnorte-americanos retomavam o topo de melhores do mundo.Tanto que em 1964, nos Jogos Olmpicos de Tquio, no Japo, Schollander seria o primeiro atleta a conquistar quatro medalhas de ouro numa mesma edio dos jogos.Anos mais tarde, surgiria o atleta que at ento s seria superado em 2008emnmeros de medalhas de ouro conquistadas por Michael Phelps em Olimpadas. Mark Spitz, que nos Jogos Olmpicosde 1968 havia decepcionado, nos Jogos de Munique, na Alemanha, em 1972,ele alcanava a marca de sete medalhas de ouro conquistadas em uma mesma edio olmpica. Michael Phelps, como citei acima, nos Jogos Olmpicos de Pequim, na China, em 2008, bateu esta marca conquistando oito medalhas de ouro e at o momento considerado o maior nadador de todos os tempos.Um pouco antes de Michael Phelps (foto acima), nomes como do russo Alexander Popov (foto abaixo)e do australiano Ian Thorperam consideradosos maiores nomes das guas que haviam surgido na dcada de 1990 e no incio do ano 2000.Nos anos seguintes, aconteceu de tudo um pouco no mundo da natao, desde boicotes por motivaes polticas at as descobertas tecnolgicas para o aperfeioamento do esporte como a medicina e os mais que os nadadores usavam, fizeram com que o atrito entre nadador e gua diminusse bastante o tempo e aumentassem a cada edio dos Mundiais e das Olimpadas s quebras de recordes. Atualmente, os modernos maios esto proibidos pela Federao Internacional e os nadadores voltaram como antigamente usando apenassunga, toca e culos.A chegada da natao ao Brasil

Curiosamente, tanto como a origem da natao como aqui no Brasil, no houve uma pessoa em especfico que criou a modalidade ou tenha introduzido ela, como o caso aqui no Brasil.Em nosso pas, a natao se tornou esporte apenas em 1898, quando o Clube de Natao do Rio de Janeiro, realizou o primeiro Campeonato Brasileiro da modalidade. A prova realizada nesta competio foi a travessia de 1.500 metros entre Fortaleza de Villegaignon e a praia de Santa Luzia. O sucesso da competio foi tanto que duraria at 1912.Um pouco antes de ser realizado o primeiro Campeonato Brasileiro, cabe ressaltar que quem promoveu esta competio foi a Federao Brasileira das Sociedades de Remo, em 1897.Esta entidade surgiu da parceria firmada entre clubes de remo do Rio de Janeiro que passou a incentivar a natao entre os remadores.Aps 1912, a Federao organizou uma competio maior na enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro, aberto para participantes das provas de 1.500 metros livre, 100 metros (estreantes), 600 metros para seniores e 200 metros para juniores. A competio que era a mais difcil e tambm a mais aguardada pelos espectadores, consagrou o nadador Abrao Salure. Foi ele o responsvel por colocar o Brasil em uma posio de destaque nas suas participaes em competies internacionais na Amrica do Sul.Em se tratando de competies sul-americanas, a primeira competio neste mbito aconteceu no Rio de Janeiro, em 1919, um ano antes do Brasil fazer a sua estria nos Jogos Olmpicos.

1930:a dcada que iniciou a revelao de grandes talentos

A partir de 1932, a natao brasileira comeava a revelar novos talentos que comearam a figurar entre os classificados ou at mesmo entre os finalistas das Olimpadas. Nadadores como Isaac Morais, Manuel Vilar, Benevuto Nunes e Manoel Silva, que conseguiram chegar em stimo lugar no revezamento 4x200 metros livre nos Jogos Olmpicos de Lon Angeles.Apesar destes nadadores terem surgido, nada se comparava a uma mulher, que at hoje considerada a maior nadadora brasileira de todos os tempos. Maria Lenk, filha de alemes, comeou a treinar natao no rio Tiet, claro, na poca em que o rio no era a poluiode hoje. Ela foi a primeira mulher sul-americana a participar de uma edio dos Jogos Olmpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos em 1932. Influenciada pela tcnica criada pelo nadador e treinador norte-americano, John Higgiins e por revistas alems especializadas, Maria Link tinha um estilo diferente de nadar.Em 1932, nos Jogos Olmpicos, Maria conseguiu chegar at as semifinais dos 200 metros nado peito. J nos Jogos Olmpicos de Berlim, na Alemanha, em 1936, Maria Lenk no brigou por medalhas, mas encantou a todos com um novo estilo de nadar peito. A movimentao dos braos por fora da gua viria mais tarde a se tornar como o estilo borboleta. O nado borboleta, antes, era realizado junto com o nado peito, porm, em 1950, a Federao Internacional de Natao (FINA), determinou provas especficas para cada modalidade.Retornado a Maria Lenk, considerada uma lenda da natao feminina, ela foi recordista mundial dos 400 metros nado peito. Infelizmente, no ano de 2007, aos 92 anos, Maria Lenk faleceu por uma parada cardiorrespiratria fazendo o que mais gostava na vida: natao.Aps o surgimento de Maria Lenk, em 1930, alguns anos se passaram e a natao brasileira revelou muitos outros talentos. Nomes como Tetsuo Okamoto (foto acima), medalha de bronze nos 1.500 metros, nos Jogos Olmpicos de Helsinque, na Finlndia, em 1952 e Manuel dos Santos (foto abaixo), que nos Jogos de Roma, na Itlia, em 1960, conseguiu tambm uma medalha de bronze,porm, naprova dos 100 metros livre. Ele tambm seria o recordista mundial nesta mesma modalidade em 1961, quando cravou o tempo de 53,6 segundos, marca esta que s seria superada trs anos mais tarde.Em 1968, Jos Sylvio Fiolo, bateu o recorde mundial nos 100 metros nado peito e conquistou duas medalhas de ouro e cinco de bronze em jogos Pan-americanos.A nova gerao da natao brasileira

A nova gerao de natao do Brasil comeou na dcada de 1970 com os nadadores Jorge Fernandes e Djan Madruga. Juntos, os dois conquistaram 18 medalhas em Pan-americanas, sendo 11 conquistadas por Madruga e setepor Fernandes. Alm destas medalhas, eles tambm garantiram ao lado de Marcus Mattioli e Cyro Delgado, a terceira medalha do Brasil em Olimpadas, um bronze nos Jogos de Moscou, na Rssia, em 1980.Foi nesta dcada que aparecia no cenrio da natao, Ricardo Prado (foto acima). Ele conquistou uma medalha de prata nos Jogos Olmpicos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1984, nos 400 metros medley, prova da qual ele era o recordista mundial na poca. Tambm conquistou sete medalhas em Pans, sendo duas delas ouro. Depois de Ricardo Prado, surgiam dois nadadores que acostumaram mal o povo brasileiro com inmeras conquistas na natao. Gustavo Borges e Fernando Scherer, o Xuxa, que conseguiram excelentes resultados nas principais competies internacionais, tanto nos Jogos Olmpicos quanto nos Pan-americanos.Gustavo Borges at ento o maior medalhista do pas em Pans. No total, ele conquistou 19 medalhas. Em Olimpadas, Borges conquistou duas pratas e dois bronzes. Apesar de no ter conquistado nenhum ouro, ele quem tem mais medalhar olmpicas at hoje na natao brasileira. Encerrou sua carreira em 2004.No muito diferente dele, Fernando Scherer conquistou nove medalhas em Pans e dois bronze em Olimpadas. Scherer o maior medalhista de ouro brasileiro em Jogos Pan-americanos conquista quatro em Winnipeg, no Canad, em 1999.J em 2008, surgia um fenmeno nas piscinas que surpreendeu a todos nas Olimpadas de Pequim, na China. Aps ter surpreendido com um bronze nos 100 metros nado livre, Csar Cielo, conquistava a medalha de ouro olmpica na prova mais rpida da natao mundial, os 50 metros livre.Em 2009, Csar Cielo no parou por a. No mundial de natao, disputado em Roma na Itlia,ele conquistou o ttulo nos 50 e nos 100 metros livres, sendo que nesta ltima, a dos 100 metros, bateu o recorde mundial com o tempo de 46,91 segundos. Quem pensa que Csar iria parar por a, se enganou. No final do mesmo ano, no Campeonato Brasileiro Snior de Natao, Csar Cielo conseguia bater o recorde mundial dos 50 metros livre com o tempo de 20,91 segundos.Assim contada um pouco da histria e da evoluo da natao brasileira. De Maria Lenk a Csar Cielo, o Brasil hoje um dos principais pases do mundo na natao.2. Princpios fsicos da gua Os princpios fsicos da gua, os efeitos fisiolgicos de um corpo em imerso, bem como as respostas fisiolgicas ao exerccio no meio aqutico so recursos importantes na abordagem de alunos e atletas (Gabilan et. al. 2006). Isso faz com que as respostas fisiolgicas dos seres humanos sejam diferentes durante a execuo dos exerccios em meio lquido. Como meio para exercitar-se, a gua pode ser muito benfica para aqueles que compreendem seus princpios e propriedades (Bates e Hanson 1988). Por isso de fundamental importncia que acadmicos, professores, e terapeutas saibam e identifiquem essas diferenas entre ar e gua para o planejamento e execuo das atividades. Segundo Caromano e Nowotny (2002) para entender os efeitos da imerso preciso compreender alguns princpios da hidrosttica (considerando-se a imerso em repouso), da hidrodinmica (considerando a gua ou o corpo em movimento) e da termodinmica (troca de calor entre o corpo e o meio). Entre esses princpios destacam-se a densidade, princpio de Arquimedes ou flutuao, a presso hidrosttica, a viscosidade, calor especfico da gua, a refrao, esteira redemoinhos e arrasto. (Harrison R e Bulstrode S. 1987; Becker et. al. 2000). Densidade: definida como a quantidade de massa ocupada por certo volume a determinada temperatura e pode ser expressa em quilogramas por metro cbico (Kg/m3) ou gramas por centmetro cbico (g/cm3) Skinner; Thomson (1985) d=m(Kg)/V(m3). A densidade depende tanto da massa de um objeto como tambm do volume que aquela massa ocupa, ou seja, 1 Kg de pedra mais denso que 1 Kg de algodo. A gua pura (4 C) possui densidade (g/cm3) de 1,00; a mdia do corpo humano 0,97 e a densidade do ar de 0,001. Uma pessoa ou objeto flutuar se sua densidade for menor que 1,0 e afundar se tiver densidade maior que 1,0 e ficar logo abaixo da superfcie se for igual a 1,0. Princpio de Arquimedes ou flutuao: O princpio de Arquimedes diz que quando um corpo est imerso completamente ou parte dele num lquido em repouso, ele sofre um empuxo para cima, igual ao peso do lquido deslocado. O empuxo, fora exercida de baixo para cima (encontrada s em meio lquido) uma fora contraria fora de gravidade, devido a essa fora que os corpos imersos apresentam peso aparente inferior ao apresentado no solo (Sacchelli; Accacio; Radi, 2007). Presso hidrosttica (Lei de Pascal): Presso definida pela fora aplicada em uma determinada rea e pode ser expressa em Newtons por quadrado (N/m2), unidade conhecida tambm como Pa (Pascal), ou milmetros de mercrio (mmHg) (Sacchelli; Accacio; Radi 2007). Lei de Pascal afirma que, quando um corpo imerso na gua, a presso do lquido aplicada sobre todas as reas da superfcie do corpo imerso, sendo diretamente proporcional profundidade e densidade do lquido: quanto maior a profundidade e a densidade, maior ser a presso hidrosttica exercida. (Skinner; Thomson 1985). Viscosidade: A gua um meio mais denso que o ar, e cria resistncia nos movimentos devido ao atrito com as molculas da gua em nosso corpo. Princpio importante no trabalho para o fortalecimento da musculatura. (Caromano e Nowotny 2002). Calor especfico da gua: Edlich et al apud Bates e Hanson (1998) cita que o calor especfico da gua milhares de vezes o do ar, e a perda de calor na gua 25 vezes a do ar a dada temperatura. Esta perda de calor pode acontecer tanto pela conduo (movimento de energia trmica de algo mais quente para algo mais frio), ou por conveco (perda de calor causada pelo movimento da gua contra o corpo mesmo se a gua e o corpo estiverem na mesma temperatura). Bates e Hanson (1998). Esteira, redemoinhos e arrasto: Becker EB apud Caromano e Nowotny, quando um objeto se move atravs da gua, cria-se uma diferena na presso frente e na traseira do objeto, sendo que a presso traseira torna-se menor que a dianteira. Como conseqncia, ocorre um deslocamento do fluxo de gua para dentro da rea de presso reduzida (denominada esteira). Na regio da esteira forma-se redemoinhos, que tendem a arrastar para trs o objeto (arrasto). Quanto mais rpido o movimento, maior o arrasto.Respostas fisiolgicas a irmerso e atividade aqutica Entre as atividades aquticas que promovem a sade e bem estar encontramos diversas modalidades, para o maior controle das prticas aquticas de fundamental importncia saber como o corpo do ser humano responde em meio liqudo. Os dois principais motivos que diferenciam as respostas fisiolgicas do meio areo e aqutico so os efeitos hidrostticos no sistema cardiovascular e a intensificao da perda de calor na gua (cerca de 25x maior do que o ar) (Kruel et al., 2006; Alberton et al. 2006). Segundo Wilmore e Costil (2002) em uma mesma intensidade do exerccio com o mesmo consumo de oxignio (VO2) a frequncia crdiaca tende a apresentar uma bradicardaca em mdia de 8 a 13 batimentos por minuto. Isso ocorre por causa da presso hidrosttica. A presso hidrosttica faz com que haja um aumento no retorno venoso do sangue ao corao, resultando assim em um maior volume de ejeo, consequentemente a FC diminui (Bates, A.; Hanson, N., 1998), (Skinner; Thomson, 1985). O corpo humano quando imerso ao meio liqudo apresenta uma intensificao da perda de calor, cerva de 25 vezes maior que no ar(Bates e Hanson 1998).Isso faz com que o ser humano quando imerso procure o equilbrio em sua temperatura corporal. Em 1966 foi definido a temoneutra, temperatura da gua onde no ocorre alterao na FC(Craig e Dvorak, 1966).Est bem definida na literatura cientifica que a gua abaixo da temperatura termoneutra apresenta bradicardaca na FC, temperaturas acima provocam taquicardaca. Sendo que quando maior a diferena da termoneutra maior ser a variao da FC para mais ou para menos (Alberton et al. 2006). Os indicadores fisiolgicos mais utilizados em academias e clubes so as Tabelas de Persepo Subjetiva do Esforo (PSE) e intensidades da (FC). De acordo com Ueda T. e Kurokawa T. (1995) a tabela de PSE pode ser utilizada na natao, pois em seu estudo experimental com nadadores, foi constatado que a FC, VO2mx e nveis de lactato esto altamente correlacionados. Indicando assim a escala de Borg como sendo um bom indicador de intensidade para a prtica de natao.Aquatic Exercise Association (AEA)em 2001 recomenda o uso da escala de Borg na estimativa da intensidade dos exerccios na hidroginstica. As escalas subjetivas de esforo parece ser bem indicado para as atividades aquticas (Graef e Kruel, 2006). Uma proposta para se usar a FC em exerccio aqutico seria a utilizao da seguinte equao: FCmax na gua = FCmx em terra FC, em que FC = bradicardia decorrente da imerso (na profundidade, temperatura e posio corporal utilizadas no exerccio) (Graef e Kruel, 2006).

FLUXO LAMINAR E FLUXO TURBULENTO

Fluxo laminar: A gua consiste de molculas de hidrognio e oxignio quetendem a flutuar em correntes regulares e contnuas, que so compactas umassobre as outras, recebendo o nome de fluxo laminar.

Fluxo turbulento: Um objeto slido interrompe o fluxo regular e contnuo da guatornando-a turbulenta.

TRS CATEGORIAS DE ARRASTO E SUAS CAUSAS:

1. Arrasto de forma:Causado pelo porte e pela forma dos corpos dos nadadores em seudeslocamento propulsivo na gua. Podemos minimizar este por meio do:

Alinhamento horizontal:Melhorando movimentos de perna colocando corpo na posio maishorizontal possvel.

Alinhamento lateral:Evitar balanar as pernas para lateral, para isso no cruzar braos afrente da cabea e realizar rolamento dos ombros.

Rolamentos do corpo nos nados crawl e costas: Colocam brao em melhor posio para fora propulsiva; Permite pernadas diagonais que estabilizam o tronco; Minimiza os movimentos laterais do tronco e pernas.

2. Arrasto de onda:Causado pelas ondas que so geradas pelos nadadores, so turbulncias desuperfcie. aumentada em piscinas e raias inadequadas. A mais comum aonda de proa que faz presso contra o deslocamento do nadador.

Melhor tcnica de movimento: Pouca elevao da cabea; Movimento de entrada do membro superior na gua sem arrastar ou baterna gua.

3. Arrasto friccional.Causado pela frico entre pele dos nadadores e as molculas da gua.Superfcies lisas causam menor frico que as speras.

Superfcies lisas: Raspagem de pelos (menor fico ou maior sensibilidade cinestsica??); Tecido com baixa fico.

PAPEL DOS MEMBROS SUPERIORES NA PROPULSO DA NATAO:

Os membros superiores so os principais responsveis pela propulso nos nados crawl, costas e borboleta. Apenas movimentando os membros superiores a maioria dos nadadores atinge 90% de sua velocidade mxima.Termos utilizados: agarre ou apoio, trao e empurrada ou varredura.

Fases da braada:

Fase area: recuperao (reposicionamento) rpida, utilizando pouco gasto energtico, sem aumentar as foras resistidas. Fase submersa: realiza a propulso, satisfazer princpios hidrodinmicos e fornecer vantagem mecnica para ao dos msculos.

PAPEL DOS MEMBROS INFERIORES NA PROPULSO DA NATAO:No nado crawl, costas e borboleta os membros inferiores so importantes agentes na sustentao adequada do corpo e auxiliam na propulso.No nado peito os membros inferiores tem principal funo de propulsores e auxiliam na sustentao.

Fases da pernada: Propulso: satisfazer princpios hidrodinmicos e fornecer vantagem mecnica para ao dos msculos. Recuperao: Retornar posio inicial, com pouco gasto calrico e sem sumentar foras resistidas.

PAPEL DA POSIO DO CORPO NA PROPULSO DA NATAO:A posio correta do corpo fundamental para a propulso: O mais horizontal possvel; Melhor posio para ao eficaz da pernada; Ondulao do corpo nos nados borboleta e peito.

3. Estilos de nados

Nado crawl

O nado crawl considerado o estilo mais rpido da natao competitiva.Na posio ideal para o nado, o corpo do nadador dever esta quase na horizontal, com a sua cabea relativamente baixa, com a superfcie da gua pouco acima dela, seus quadris devero estar ligeiramente mais baixos que os ombros e os membros inferiores, para trs, com os joelhos estendidos, mantendo, contudo o corpo em linha reta, com o objetivo de evitar o deslocamento lateral de partes do corpo.Na anlise da pernada durante esse nado, devemos ter em mente que a cada ciclo de braada o nadador realizar seis batidas descendentes com os membros inferiores.

Principais erros do nado

NADO COSTAS

Principais erros do nado

NADO PEITO

NADO BORBOLETA

REVEZAMENTO

Nas provas de medley do individual, o nadador realiza quatro estilos diferentes na seguinte ordem: borboleta, costas, peito e nado livre. Neste caso, o nado livre qualquer outro estilo que no seja o borboleta, o costas e o peito, portanto os atletas adotam o nado crawl.

No caso do revezamento, quatro atletas que integram uma equipe, cada um dever nadar um estilo. A ordem, porm, diferente: costas, peito, borboleta e nado livre. O mesmo vale para esta categoria, o nado livre no pode ser o costas, peito e borboleta

Principais Ocorrncias (desclassificaes) Perda do contato dos ps com o bloco de partida antes do nadador anterior tocar na parede (especificar se o 2, 3 ou 4 atleta); Nas provas de medley, no terminar a prova ou realizar as viradas dos nados dentro da regra aplicada aos mesmos; Atleta que j nadou entrar novamente na piscina, durante o decorrer da prova ou no final da mesma; Mudar a ordem dos atletas da equipe, sem comunicao prvia ao rbitro geral pelo tcnico da equipe.

RESGATE E SALVAMENTO AQUTICO:

INCIDNCIA DE MORTES POR AFOGAMENTO:- Mundial =150.000 casos por ano.- Brasil EM 1998=7.183 mortes.

TIPOS DE AFOGAMENTO: PRIMRIO: o tipo de afogamento mais freqente, e denominado primrio quando no houver nenhum fator antecedente para o acidente acontecer. Nesta perspectiva existem trs tipos de afogamentos primrios. O primeiro a sncope de imerso, o qual normalmente chamado de choque trmico. causado pela diferena existente entre as temperaturas do corpo e da gua, levando morte sbita. Esta sncope desencadeia uma arritmia do tipo bradi ou taquiarritmia, e acontece com a sbita exposio do corpo em guas com temperatura apenas 5 graus abaixo da corporal. Isto quer dizer, uma piscina com 31o.C pode ocasionar este acidente. Como preveno podemos molhar a face e cabea antes de entrar na gua. O segundo tipo de afogamento hipotermia, que causada pela permanncia na gua fria, levando o corpo a menos de 35,5o.C retal e ocasionando a morte por hipotermia. E o terceiro e ltimo tipo o afogamento causado por pnico e luta para manter-se na superfcie. Sendo que 2% destes casos o espasmo da glote est presente, e em 98% existe a aspirao de lquido pulmonar ambos podendo levar a morte. SECUNDRIO: Ocorre em 13% dos casos. caracterizado por ser causado por alguma patologia associada que precede o afogamento, como por exemplo: uso de lcool e outras drogas (36,2%), crise convulsiva (18,1%), traumas (16,3%), doenas cardiopulmonares (14,1%), mergulho livre ou autnomo (3,7%), e outros como homicdio, suicdio, lipotimias, cimbras, hidrocusso (11,6%).

PRINCIPAIS CAUSAS DE AFOGAMENTO- Abuso de lcool e drogas durante a natao recreativa;- Saltos de cabea em locais desconhecidos ou em guas rasas;- Superestimar a prpria condio tcnica e fsica. Acontece quando o nadador nada demais, vai para longe e no consegue retornar, ocorrendo principalmente com os mais jovens que mais freqentemente tem dificuldades de reconhecer seus limite. Segundo Szpilman (Timerman, 2000), quase 50% dos mortos no municpio do Rio de Janeiro achavam que sabiam nadar;- Cair de repente em gua funda. Pode ocorrer com as pessoas que esto perto da gua, por exemplo, com pescadores amadores, ou mesmo no mar em locais que h desnveis;- Acidentes envolvendo barcos pequenos e mdios;- Emergncias mdicas tais como ataques cardacos;- Acidente que pode surgir aps uma refeio exagerado;- Tentativa de salvamento de outra pessoa sem os conhecimentos tcnicos necessrios;Outras causas de acidentes aquticos podem ser citadas como o pnico, a hipotermia, e o apagamento, ou seja, um desmaio ocasionado pela hiperventilao antes de atividades de submerso (Amaral & Rocha, s/d.).

CLASSIFICAO DOS AFOGAMENTOS (Szpilman, 2001):

Resgate: Vtima resgatada do meio lquido sem nenhuma manifestao clnica. Grau I: Trata-se do afogado consciente, que apresenta tosse, sem espuma na boca/nariz. Este caso no apresenta nenhum risco de vida. Grau II: Esta vtima responde ao chamado, apresenta tosse e pequena quantidade de espuma na boca/nariz. A mortalidade neste caso de 0.6%. Grau III: Neste caso a vtima apresenta grande quantidade de espuma na boca/nariz, arespirao est presente e o pulso radial palpvel. Temos a 5.2% de mortes. Grau IV: Consiste em respirao presente, grande quantidade de espuma nariz/boca e opulso radial no perceptvel. Em 19.4% dos casos acontece a morte. Grau V: Neste grau a vitima no apresenta vestgios respiratrios, porm existe sinais decirculao (pulso carotdeo). A mortalidade neste caso de 44%. Grau VI: No grau 6 a vtima no apresenta sinais respiratrios, nem sinais circulatrios.No entanto, permaneceu em submerso por menos de 1 hora e no apresenta rigidezcadavrica, decomposio corporal e/ou livores. A mortalidade bastante alta, 93% doscasos.J Cadver: No apresenta nenhum sinal de funes cardio-respiratrias e possui maisde uma hora de submerso, com rigidez cadavrica e decomposio corporal e/oulivores.

APAGAMENTO:

O apagamento, como conhecido na rea de salvamento aqutico, uma forma de desmaio, que ocorre em exerccios de apnia em submerso, e caso a vtima no seja retirada imediatamente pode ocorrer um quadro de asfixia violenta e aguda por afogamento. Antigamente, ouvia-se falar sobre esses casos somente com mergulhadores de caa submarina; hoje sabe se de casos em piscinas, onde na maioria dos casos, a pessoa competia consigo mesma ou com outros indivduos para aumentar a distncia percorrida debaixo dgua ou a durao de apnia subaqutica.Hiperventilando, ou seja, inspirando profundamente e por diversas vezes seguidas faz com que o dixido de carbono seja liberado, baixando o seu nvel, diminuindo assim o reflexo involuntrio da respirao, e assim o aviso da necessidade de respirar vem tarde, e o indivduo apaga,ou seja, pode ocorrer assim uma forma de desmaio, denominado apagamento.As investigaes demonstram que esses indivduos hiperventilam antes de mergulhar, reduzindo sua pCO2 arterial a nveis em torno de 20 mmHg, durante o perodo de submerso, a pCO2 pode elevar-se apenas aos valores alveolares usuais de 40 a 44 mmHg, enquanto a pO2 arterial se precipita a nveis de 30 a 40 mmHg, da resultando hipxia cerebral e perda de conscincia. Essa prtica de hiperventilao , pois, perigosa e deve ser desencorajada.

RESGATE E SALVAMENTO AQUTICO:

um dever de todo profissional que lida com o meio aqutico utilizar se de algumas medidas preventivas para minimizar os acidentes.Destacamos as seguintes medidas preventivas:1) Aprender nadar a regra bsica para prevenir acidentes na gua. A gua no o ambiente do homem, e essa inadaptao pode ser causa de acidentes. A preveno consiste principalmente no desenvolvimento de programas educacionais e de treinamento em natao, sobretudo nas escolas e clubes esportivos.2) Conscientizao dos riscos da prtica de natao e esportes aquticos aps ingesto de drogas e bebidas alcolicas. Alm de produzir a incoordenao dos atos de defesa, propicia condies especiais, metablicas, que facilitam o xito asfxico.3) No nadar aps refeio exagerada, em pleno perodo de digesto. Aps uma refeio exagerada, grande quantidade de sangue acumula-se nos vasos do aparelho digestivo. O esforo fsico exigido na natao aumentar as necessidades de oxigenao do corpo, que no ser suficiente, principalmente ao crebro, devido a sobrecarga funcional dos rgos digestivos. Poder ocorrer um desmaio resultante da deficincia no funcionamento normal do crebro. A asfixia decorrente do afogamento vai agravar o quadro, aumentando ainda mais a deficincia de oxignio ao crebro e da, sobrevir leses graves ou a morte. Segundo Szpilman (2001)89% dos afogamentos ocorrem na hora do almoo ou logo aps.4) Nunca nadar sozinho, pode acontecer algum imprevisto como cibra, problema cardaco, por exemplo, e no haver ningum para ajudar ou pedir por socorro.5) Crianas no devem ser deixadas vontade em locais onde exista gua, elas no possuem noo do perigo, nem mesmo que seja uma poa.Segundo Szpilman (2001) 89% das crianas afogadas no tem superviso de adulto.6) Bias de brao e objetos flutuantes proporcionam uma falta sensao de segurana na gua .7) Evite deixar brinquedos prximos da piscina, isto atrai as crianas .8) Ensine as crianas a nadar com 2 anos ou o mais cedo possvel.9) No mergulhar de cabea sem colocar as mos frente, se a gua for pouco profunda, a cabea estar desprotegida, podendo machuc-la ou ainda prejudicar a coluna.10) Conhecer a temperatura e as condies locais da gua. bom escolher locais seguros para participar de atividades recreativas, verificando se pode haver perigo como ondas, correntes, vida aqutica, objetos debaixo dgua, diversas profundidades, condies ruins do tempo, etc.11) No tentar percorrer grande distncia a nado a menos que um barco contendo uma bia ou um cinto salva-vidas acompanhe todo o percurso, pois poder ocorrer esgotamento fsico.12) No realizar hiperventilao, para evitar o apagamento.13) Conhecer algumas noes de socorros de urgncia.Szpilman (2001) 40% dos responsveis de piscinas no sabem realizar primeiros socorros. 14) Vestir-se apropriadamente para a atividade aqutica, a sunga e o mai o ideal. Nadar com roupas mais difcil e cansativo, alm de ficar pesada quando est molhada.15) Aprender a sair de situaes de emergncia individual, como, por exemplo, a cibra.16) Saber como agir para ajudar a tirar outras pessoas destas situaes, tomando cuidados para tambm no se tornar uma segunda vtima, pois muitas pessoas morrem desta forma.17) Canos, bias, cordas, pranchas de salvamento, devem ser sempre colocados vista e de fcil acesso para ser usado imediatamente em caso de necessidade.18) Utilizar-se do colete salva-vidas em embarcaes aquticas, sabendo ou no nadar, pois no caso da embarcao virar, algum pode ficar inconsciente ou bater a cabea e mais provvel que se salve.19) Como o afogamento responsvel por grande nmero de morte entre epilpticos, estes devem receber uma ateno especial.20) Barreiras adequadas em torno de piscinas, grades de 1.50 metros e 12 cm isolando a piscina, diminuem em 50 a 70% o nmero de afogamento.21) Na maioria dos casos, as primeiras pessoas a chegar ao local onde ocorreu o acidente so amigos ou parentes da vtima, o que salienta a importncia de se treinar uma substancial parte da populao nas tcnicas de recuperao e de respirao bocaa- boca.22) Conhecer e respeitar a regras locais.23) No superestimar sua capacidade conhecendo suas limitaes. 46.6% dos casos de afogamentos as vtimas achavam que sabiam nadar.24) S pedir ajuda quando realmente necessitar.25) No saltar, correr ou perseguir outros em volta da piscina para no correr o risco de escorregar ou chocar-se com algum.26) Antes de mergulhar ou saltar na gua verificar se no h outros nadadores por perto para no pular em cima deles e ocasionar acidentes.

- O profissional deve preocupar-se sempre em adicionar conhecimentos sobre regras de uso e revenes de acidentes em locais fora da piscina, como rios, praias, lagos, etc. Passar aos alunos informaes como essas so de grande importncia.

MANOBRAS DE SALVAMENTO

A rapidez no socorro importante, porm qualquer precipitao poder frustar o salvamento e colocar a vida do socorrista em perigo. Se uma pessoa que no tem condies, ou no sabe nadar, localizar uma vtima, dever anotar o local exato onde ela se encontra e procurar ajuda, preservando assim sua vida.Se possvel, deve-se alcanar a vtima da margem com a mo, toalha, corda ou basto, ou ainda o aquatubs (macarro ou minhoco), que um material utilizado na natao e na hidroginstica.O socorrista poder atirar qualquer objeto flutuante para a vtima e mant-lo entre eles, para evitar que seja agarrado.Poderemos utilizar outros materiais flutuantes como uma prancha de isopor, material prprio para surf, cmaras de ar infladas, bias, um pedao de pau, tbua ou uma corda, para que o acidentado se acalme at a chegada do socorrista. Para maior segurana o socorrista pode no resgate manter-se ligado a uma corda presa em algum lugar ou em algum na margem.

ENTRADA NA GUA

O tipo de entrada deve depender da profundidade da gua, do conhecimento das condies do fundo, da claridade da gua, da altura do local e da distncia da vtima.Apesar do mergulho de cabea proporcionar uma chegada mais veloz at a vtima, pode ser fatal em guas turvas e/ou pouco profundas.Existem outros trs tipos de entrada na gua. O primeiro o abaixamento que deve ser utilizado para no movimentar muito a gua, til quando a vtima pode submergir e tornar difcil encontr-la, e quando h riscos de fraturas onde a movimentao da gua poder agravar o caso. Este consiste em ir abaixando-se lentamente at chegar gua, em seguida deve, se possvel, caminhar ou nadar cuidadosamente com a cabea alta.A segunda maneira de entrar na gua o salto com as pernas afastadas, tem a vantagem de se conseguir manter a cabea acima da gua podendo continuar observando a vtima inclusive no salto. Este consiste em saltar para frente como se tivesse caminhando na gua, com uma perna frente da outra.O terceiro caso classificado de salto compacto, que ser mais aconselhvel quando voc tiver que saltar de uma altura maior. Como podemos observar na figura 3.5, o corpo adquire uma posio vertical (em p, com os ps unidos, com os braosjunto ao corpo ou abduzidos na lateral para aumentar o equilbrio e saltar para cima e para frente).

APROXIMAO muito importante manter a calma na aproximao e executar movimentos com segurana e destreza. Algumas caractersticas importantes para uma aproximao eficiente so: chegar rapidamente at a vtima para que o caso no se agrave mais e manter a vtima a vista para que possa localiz-la com preciso caso haja sua submerso.Para aproximar-se da vtima pode-se utilizar o nado crawl com a cabea alta, como no plo. Ele permitir uma tima visualizao e uma chegada rpida at a vtima, porm extremamente cansativa. Com o intuito de diminuir a resistncia causada pela gua e no cansar tanto, pode se utilizar o crawl com a cabea baixa e levant-la de vez em quando para no perder a vtima de vista.O nado peito, apesar de mais lento, menos cansativo e ideal para guas agitadas porque permite uma maior visualizao da vtima.Uma das caractersticas da vtima o desespero. Por esta razo deve-se evitar o "agarramento", que ser inevitvel se o socorrista estiver ao alcance da mesma. Por isso importante que a aproximao seja pelas costas. Algumas palavras de apoio podem ajudar, transmitindo segurana e tranqilidade para o acidentado.Existe outra maneira de aproximao em submerso pela frente, segurando por fora e entre as pernas da vtima, virando-a de costas para o socorrista. Este movimento facilmente executado na gua.

DESVENCILHAMENTO

Desvencilhamento a tcnica que o salva-vidas utiliza para se soltar da vtima em pnico, imobiliz-la e reboc-la at o local desejado. A vtima tenta respirar de qualquer maneira e agarra qualquer coisa que esteja ao seu alcance. Isso acontece pelo seu instinto de conservao, tendo suas foras redobradas pelo pnico. Quando agarrados teremos a preocupao de nos livrar sem machucar a vtima.Caso a vtima agarre o socorrista em um dos braos este poder utilizar-se deste agarre para reboc-lo, utilizando o outro brao para nadar.Uma das maneiras de desvencilhamento seria ir em direo ao fundo. Como a inteno da vtima ir a procura de oxignio, ela no ir acompanh-lo.Se tivermos os dois braos agarrados podemos soltar um deles fazendo presso para baixo e para fora do lado de seu polegar. Esta tcnica muito utilizada no jud, e parte do princpio de que o dedo polegar mais fraco do que a pegada dos outros quatro dedos. Ao mesmo tempo utilizamos o outro brao que continua agarrado e viramos a vtima de costas para reboc-la.Se a vtima agarr-lo pela frente com os dois braos, o socorrista dever, passar uma das mos entre os braos da vtima e pressionar seu queixo para trs.Caso o agarre seja pelas costas com ambos os braos no pescoo,o socorrista dever agir segurando com uma das mos no pulso e a outra no cotovelo do brao da vtima que est por baixo, empurrando-o para cima. Nesta situao a vtima poder apertar o pescoo do socorrista o que causaria uma dificuldade de respirao, se o socorrista virar o pescoo para a lateral estar se protegendo da asfixia.

REBOQUE

O indivduo flutua naturalmente, devido ao ar que est nos pulmes. preciso coloc-lo de costas, em posio horizontal com a boca e o nariz fora da gua para que ele possa respirar e tambm para facilitar a flutuao.Para transportar um acidentado inconsciente melhor segur-lo pela parte posterior do pescoo e na testa.Se a vtima for um nadador cansado ou com cibra, seria conveniente, coloc-lo de decbito dorsal, com as pernas afastadas prendendo as pernas no quadril do rebocador e segure em seus ombros com os braos estendidos, utilizando nesta situao o nado peito como reboque.A tcnica de reboque mais utilizada chamada de reboque de peito cruzado, que propicia uma permanncia da cabea do acidentado mais alta. Esta tcnica consiste em colocar a vtima de costas para o socorrista em decbito dorsal passando o brao por cima do ombro do rebocado, no peito e por baixo do brao contrrio. Dever nadar com o brao livre, lateralmente e pernas com movimento de tesoura, ou com o movimento que tiver maior facilidade.

TRAUMATISMO

A principal preocupao quando uma pessoa cai ou mergulha em guas rasas o traumatismo. Em caso de dvida devemos considerar que h uma leso na coluna vertebral com possvel trauma medular. Assim no devemos movimentar o pescoo da vtima.O Dr. Szpilman (2001) diz que sempre que for realizar um salvamento com vtima inconsciente em gua rasa, deve-se imobilizar a coluna cervical e tomar todas as medidas como se houvesse uma fratura. Caso a vtima esteja inconsciente e com ferimentos ao redor da cabea e da face, causado pelo contato de algum objeto, ela tambm dever ser tratada como se estivesse com leso na coluna. Caso a vtima esteja consciente importante perguntar se ela apresenta falta de sensibilidade nas extremidades, sofre paralisia ou formigamento de braos e pernas.Se a vtima estiver inconsciente ou, paralisada, ou ainda, se queixando de dor no pescoo deve-se utilizar para retira-la da gua, uma tbua comprida e larga, que poder ser uma prancha de surf ou um banco de madeira. Enquanto a vtima flutua colocar este objeto por baixo dela. Depois transporte-a para fora da gua sobre a prancha.Caso o socorrista no tenha nenhuma tbua ou qualquer material semelhante, dever utilizar ajuda de trs ou mais pessoas para segurar ao longo do corpo da vtima (nuca, vrtebras torcicas, quadril, fmur, pernas e ps) para remov-la, ou caso no tenha ajuda e o estado da vtima esteja estvel, o socorrista dever aguard-la mantendo o fraturado flutuando na gua.

RETIRADA DO ACIDENTADO DA GUA Depois de ter rebocado a vtima necessrio assegurar que ela saia com segurana da gua. Existem dois tipos de retirada, uma que serve para o sujeito consciente e prestativo e outra para o sujeito que esteja inconsciente.O sujeito consciente e prestativo, no requer muita habilidade do resgatador, consiste em dar apoio para os ps da vtima auxiliando para que ela suba com mais facilidade.No segundo caso o resgatador dever auxiliar a flutuao da vtima apoiando-a na perna, colocando-a de frente para a borda da piscina, colocar as mos do acidentado na borda, uma em cima da outra, o resgatador deve apoiar sua mo acima das mos da vtima para que ela no volte a cair na gua, saindo da piscina sem soltla.Ao pux-la para fora, os braos da vtima devero estar cruzados, e sero descruzados ao subi-la, virando-a de costas para a borda e colocando-a deitada prxima a piscina. A grande vantagem desta sada que a vtima estar em posio que beneficiaria as manobras de ressuscitao.

RCP REANIMAO OU RESSUSCITAO CARDIO-RESPIRATRIA

A vtima consciente no precisar da ressuscitao cardio-respiratria (RCP), esta deve ser encorajada a tossir para remover qualquer obstruo. A tosse permite que a vtima utilize seus msculos brnquicos e da parede torcica produzindo presso no ar que ainda permanece nos pulmes desobstruindo as vias areas.A sobrevivncia da vtima depender do estado de sade desta, da durao da imerso, da quantidade de lquido aspirada e dos cuidados de emergncia. A ressuscitao cardio-respiratria um procedimento de emergncia nos casos em que existe parada cardio-respiratria e o crebro no recebe oxigenao, como pode ocorrer no caso do afogamento.Se a vtima apresentar rigidez cadavrica, estar em decomposio corporal ou permanecer em submerso mais de uma hora, nenhuma manobra ser eficiente .Os procedimentos de ressuscitao cardio-respiratria, ou ABC do socorro bsico possui trs etapas: "A"- abertura das vias areas (desobstruo); "B"- respirao boca-a-boca e; "C"- circulao artificial (compresso torcica externa).Quando a vtima est inconsciente preciso certificar-se de que tenha suas vias areas desobstrudas. Para determinar se esto ou no, devemos seguir alguns passos.Primeiro observar se h movimentos respiratrios, depois ouvir os sons da respirao, proximando a cabea do socorrista na da vtima, e sentir se o ar est sendo expelido. essencial que no se esquea da possibilidade de um traumatismo na coluna cervical. Nestes casos deve-se evitar a extenso do pescoo.Caso a vtima esteja respirando, coloc-la na posio que permite maior drenagem: deite-a em decbito lateral com um dos braos sob a cabea, se estiver inconsciente flexione a perna de cima da vtima para evitar que ela role.Caso o paciente no esteja respirando necessrio iniciar imediatamente a respirao artificial. A respirao boca-a-boca de grande importncia neste momento. No entanto, a questo de segurana do socorrista tem que ser levada em conta. O uso de bocarilha apropriada permite que o socorrista possa executar a respirao artificial com conforto e segurana. No caso de uma pessoa conhecida e que o socorrista opte pela respirao boca-a-boca sem bocarilha, deve-se inspirar profundamente, selar os lbios da vtima firmemente com os seus, fechar o nariz desta, expirar observando se o trax da vtima se expande e afastar a cabea observando a sada do ar.Nas crianas (entre 01 a 08 anos de idade) deve-se ter o cuidado para no exceder a quantidade de ar insuflado; para tal, assim que o trax da criana comear a erguer cessar a insuflao. Nos bebs, envolver simultaneamente a boca e o nariz e insuflar os pequenos pulmes apenas com o ar contido no interior de sua boca, atravs de um curto sopro (Corpo de Bombeiros, 1997).Conforme os procedimentos utilizados pelo corpo de bombeiros em um paciente adulto deve-se executar a ventilao uma vez a cada 5 segundos, se for uma criana com idade de 1 8 anos a cada 4 segundos e se tratar de um beb com idade de 0 1 ano ser cada 3 segundos (Corpo de Bombeiros, 1997).Aps duas insuflaes, permitindo que o trax se esvazie totalmente entre cada respirao, o socorrista dever verificar se h freqncia cardaca, se no houver, dever dar incio massagem cardaca, caso haja pulsao dever continuar a respirao artificial at que a vtima volte a respirar espontaneamente (Evans, 1987).Para verificao da freqncia cardaca deve-se utilizar o pulso carotdeo, ou femoral (no caso de existir ferimentos no pescoo). Utilizar os dedos indicador e mdio para esta verificao. No caso de bebs utilizar o pulso braquial (Corpo de Bombeiros, 1997).Se a freqncia cardaca estiver presente, a vtima somente necessitar de respirao artificial, numa freqncia de 12 16 por minuto. Quando o paciente passar a respirar espontaneamente, coloc-lo na posio de drenagem (Evans, 1987).Caso a freqncia cardaca esteja imperceptvel, a massagem cardaca deve ser executada com uma mo sobre a outra, apoiando a parte inferior da palma da mo, fazendo compresses no trax na altura do esterno, utilizando-se do peso do seu corpo.Em crianas com idade entre 1 8 anos a presso deve ser exercida com uma das mos, e em bebs de 0 1 ano, a presso realizada com apenas 2 dedos (Corpo de Bombeiros, 1997).As mos devem estar posicionadas dois dedos acima da base do processo xifide, no esterno.Quando a vtima necessita de respirao artificial e massagem cardaca concomitantemente, estando em apenas um socorrista dever utilizar-se de 30 compresses cardacas para cada 2 espiraes, utiliza-se uma freqncia de 80 100 vezes por minuto. A reanimao cardio-pulmonar ao se tratar de uma criana deve ser composta 100 vezes por minuto, e se for um beb a freqncia passa a ser de 100 120 por minuto (Corpo de Bombeiros, 1997).Quando se dispe de dois socorristas, um torna-se responsvel pelas insuflaes pulmonares e o outro pelas compresses torcicas, podendo estes trocar de cargo para tornar menos desgastante.A reavaliao da presena da freqncia cardaca e da respirao espontnea aconselhada aps 4 5 ciclos de compresso e ventilao, repetindo-se as reavaliaes cada 5 minutos. Se as condies da vtima se estabilizarem, est dever ser colocada na posio de drenagem.Se o atendente for capaz e houver necessidade, a respirao artificial dever ser iniciada ainda dentro da gua. Szpilman (2001) relata que a ventilao realizada ainda dentro da gua diminui a mortalidade em quase 50%.A respirao artificial no dever ser interrompida durante o transporte da vtima ao hospital. Aps iniciada a RCP ela nunca dever ser paralisada por mais de cinco segundos consecutivos. S dever ser interrompida quando a circulao ou respirao retornar, ou um mdico assumir o caso (Corpo de Bombeiros, 1999). indispensvel que a vtima passe por um mdico para receber cuidados posteriores aps a reanimao, pois sem tratamento adequado esta poder vir a sofrer distrbios cardacos, circulatrios, pulmonares, renais e cerebrais. A sncope que poder acontecer aps alguns minutos, horas ou dias, a ressuscitao poder causar danos irreparveis ao sistema nervoso.Tanto o resgate, quanto o procedimento de RCP, exigem muito mais que um estudo terico para possibilitar a execuo adequada dos mesmos. Desta forma, consideramos que este treinamento terico-prtico deve ser estimulado como aspecto integrante na formao de todo cidado.

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