episiotomia x oasis (lesão obstétrica do esfíncter anal) · episiotomia x oasis (lesão...
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Episiotomia X OASIS
(Lesão obstétrica do esfíncter anal)
LUIZ GUSTAVO OLIVEIRA BRITO
P R O F E SSO R L I V R E - DO CENT E , D E P ART AM ENT O D E T O C O G I NEC OLOG IA , F C M / U N I CAM P
D I R ET O R C I E NT Í F ICO , A S S OC IAÇÃO B R A S I LE IR A D E U R O G I NEC OLOG IA E A S S O ALHO P É LV ICO .
V I C E - PR ES IDENTE C N E U R O G I NEC OLOG IA E C I R U R GIA V A G I N A L , F E B R A SGO
Episiotomia
Secção de 4-5 cm de
comprimento de região
vulvar
Compreende pele,
mucosa vaginal, TSC,
músculo
bulbocavernoso e
transverso do períneo
Desprendimento do
pólo cefálico
Analgesia adequada
(local ou locorregional)
Carolli G, Mignini L. Cochrane Datavase Syst Rev 2009;(1):CD000081
Primeiro grau: epitélio vaginal ou pele perineal
Segundo grau: musculos perineais (bulbocavernoso, transverso perineal)
Terceiro grau: esfíncter anal
3A - < 50% espessura do esfincter anal externo
3B - > 50% espessura do esfíncter anal externo
3C – Esfíncter anal interno
Quarto grau: esfíncter anal + mucosa retal
Obstetrics
and Anal
Sphyncter
InjurieS
(OASIS)
12 estudos RCT (6177 mulheres)
Episiotomia seletiva reduziu em 30% o risco de
lesão perineal/vaginal severa (0,52-0,94; 5375
mulheres, 8 RCTs)
Não avaliou o impacto disso no parto
instrumental
Grupo com OASIS e sem OASIS – primíparas (n=74)
Episiotomias fotografadas
Menor risco de OASIS= profundidade > 16 mm, ângulo entre 30-60, comprimento > 17 mm, distância da incisão central > 9 mm
3034 mulheres (2010-2011)
0,9% OASIS geral, 4,2% OASIS primíparas
Episiotomia (38,8%), n considerada TP
N=264; parto vertical =
42%
Episiotomia – 8,75%,
considerada TP
OASIS=0,75%, sem
relação com posição
Título e layout de conteúdo com
lista
Apenas MLE sendo ou não considerado
trauma
2090 artigos, 16 incluídos, nenhum
randomizado, com variação ampla de
qualidade, 7 para metanálise
MLE reduziu OASIS na combinação dos dados,
porém NS no subgrupo de nulíparas
Título e layout de conteúdo com
lista
Primeiro nível
◦ Segundo nível
Terceiro nível
Quarto nível
Quinto nível
452 estudos encontrados, 15 observacionais
10 com frequência de episiotomia < 75%, 5 > 75%
Análise estratificada
EML ou EL considerada TP
O efeito mais pronunciado foi quando a
episiotomia foi feita em locais cuja prática é
generalizada
NNT = 18 (18 episiotomias para evitar 1 OASIS)
Analisar uma população sobre duas formas de
desenho de estudo diferente
A episiotomia restritiva se associa a OASIS
porque é empregada para mulheres com
maior risco de OASIS?
Análise transversal (com ou sem OASIS)
Análise pareada de mulheres com ou sem
episiotomia estratificado nos riscos basais para
OASIS
Análise transversal: episiotomia reduziu em 12%
incidência de OASIS (0.88[0.80-0.98]) e
aumentou em 132% OASIS em partos vaginais
subsequentes (2.32[1.77-3.03])
Análise pareada: episiotomia reduziu em 23%
incidência de OASIS (0.77[0.69-0.86]) e
aumentou em 61% OASIS em partos vaginais
subsequentes (1.61[1.14-2.29])
E a zero episiotomia?
RCT (155 grupo zero episio e 122 episio seletiva)
Apenas 2 episiotomias em cada grupo (1,7%)
OASIS (1,8% zero episio e 2,5% episio seletiva,
NS)
RCT (154 grupo zero episio e 122 episio seletiva)
33 (21,4%) grupo zero vs 41(26,5%) grupo
seletivo, NS
OASIS (1,3% zero episio e 3,9% episio seletiva,
NS)
Take-home message
A episiotomia deve ser restrita e parece ter um efeito protetor para o OASIS em parto instrumental
Os fatores de confusão presentes em estudos transversais nem sempre possibilitam estratificar de forma adequada
Portanto, há necessidade de mais trabalhos
Não há trabalhos até o momento com bom nível de evidência que tentaram eliminar a episiotomia que foram bem-sucedidos
O sucesso da episiotomia se relaciona ao momento da realização, ao ângulo e ao tamanho da incisão
MUITO OBRIGADO !
[email protected] / [email protected] de Disfunções do Assoalho Pélvico 2018