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Integração é a chave para o sucesso do azeite de olíva brasileiro IA - Quais as perspectivas para a pro- dução de azeite de oliva brasileiro e a aceitaçãopelo mercado interno? Temos competitividade no mercado externo? Clenio Pillon - As perspectivas são boas. Algumas regiões do Brasil, como o Su- deste e o Sul, e em alguns microcJ unas do País há condições de clima e solo . propícios à produção de azeite de oliva. Assim, a projeção atual é de um cresci- mento de 20% ao ano em áre. olantada e número de plantas, e, consequememen- te, um maior volume de azeite de oliva produzido. O mercado é ainda muito in- cipiente, tendo em vista que as primei- ras produções comerciais, em escala muito reduzida, ocorreram a partir de 2011, mas com boa aceitação por parte dos consumidores. Todo o azeite ce oliva o engenheiro agrônomo Cenio Nailto Pilfol1 é ( Jraduado pela Universidade Federal de ~)anta MOI Ia (UFSI\t1), com mestrado em Agronomia pela mesmo "'liversidade, e doutorado em C :.l.ç;a do Solo, oe'» Universirld' '~-Federal do Rio G. :';..:.;; do Sul (UFRG~j. É pesquisador da Embrapa Climo Temoeradc, onde atuou como chefe-adjunôo de Pesquisa e Desenvolvi- mento. Possui trabalhos na área de manejo e conser laçã0 do solo, com ênfase no avanço de connecimon- to relativo à caracterização quali e quantitativa do matéria orgânica do solo e suas trações químicas e físicas em agroecossistemas E no desenvoíviment-» de sistemas conservacionistas de manejo. Trabalha com linhas de pesquisa que contemplam o desenvolvimer. to de novos insumos para a agricultura a partir de aproveitamento de coprodutos de processos agroin- dusfriais e plantas bioativas. Atualmente, ocupa o cargo de chefe-geral da Embrapa Clima Temperado, em Pelotas, Rio Grande do Sul. produzido é consumido na mesma safra e isso é bom, pois garante ao consumidor um produ te fresco e de alta qualidade. Para ter competitividade com os grandes prc'.; ores de (l'7pit o ~'" oliva, como a Es- panha, o B~á--;;-li deverá pnorizar a qual i: dade de seu produto, focando em todos os cuidados da cadeia produtiva, para oferecer ao consumidor um excelente produto, diferenciado dos demais azeites de oliva ofertados no mercado. IA - Qual o perfil dos olivicultores bra- sileiros? Clenio Pillon - O perfil do olivrcultor va- ria de profissionais liberais a empresários de diversas áreas. Apenas um pequeno porcentual, menos de 5%, é da área agrí- cola. Isto coloca a atividade em franco crescimento pelo alto poder de investi- mento por parte dos interessados na cul- tura. Entretanto, grande número de pro- dutores são agricultores tradicionais, que buscam novas alternativas de cultivos, diversificando suas propriedades rurais, para que; •,..,.mte todo o c.•• v, FC";';:':-" ":.! .- ponibilizar produtos para comercruliza- ção, além de manter a oferta de serviços e mão de obr.i durante todos os meses. IA ' Quais as principais vantagens da, produção de azeite nacional? Cler > i'ilkw - Os azeites produzidos no Brasil são de ótima qualidade e apre sentam características físico-químicas compatíveis com a legislação vigente. Além disso, possuem aromas agradá-' veis, amargor e picância interessantes, por causa das características das próprias cultivares que vêm sendo plantadas e das . Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.35. n.282. 2014

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Integração é a chave para o sucessodo azeite de olíva brasileiro

IA - Quais as perspectivas para a pro-dução de azeite de oliva brasileiroe a aceitaçãopelo mercado interno?Temos competitividade no mercadoexterno?

Clenio Pillon - As perspectivas são boas.Algumas regiões do Brasil, como o Su-deste e o Sul, e em alguns microcJ unasdo País há condições de clima e solo

. propícios à produção de azeite de oliva.Assim, a projeção atual é de um cresci-mento de 20% ao ano em áre. olantadae número de plantas, e, consequememen-te, um maior volume de azeite de olivaproduzido. O mercado é ainda muito in-cipiente, tendo em vista que as primei-ras produções comerciais, em escalamuito reduzida, ocorreram a partir de2011, mas com boa aceitação por partedos consumidores. Todo o azeite ce oliva

o engenheiro agrônomo Cenio Nailto Pilfol1 é( Jraduado pela Universidade Federal de ~)anta MOI Ia

(UFSI\t1), com mestrado em Agronomia pela mesmo"'liversidade, e doutorado em C :.l.ç;a do Solo, oe'»Universirld' '~-Federal do Rio G. :'; ..:.;;do Sul (UFRG~j.É pesquisador da Embrapa Climo Temoeradc, ondeatuou como chefe-adjunôo de Pesquisa e Desenvolvi-mento. Possui trabalhos na área de manejo e conserlaçã0 do solo, com ênfase no avanço de connecimon-to relativo à caracterização quali e quantitativa domatéria orgânica do solo e suas trações químicas efísicas em agroecossistemas E no desenvoíviment-» desistemas conservacionistas de manejo. Trabalha comlinhas de pesquisa que contemplam o desenvolvimer.to de novos insumos para a agricultura a partir deaproveitamento de coprodutos de processos agroin-dusfriais e plantas bioativas. Atualmente, ocupa ocargo de chefe-geral da Embrapa Clima Temperado,em Pelotas, Rio Grande do Sul.

produzido é consumido na mesma safrae isso é bom, pois garante ao consumidorum produ te fresco e de alta qualidade.Para ter competitividade com os grandesprc'.; ores de (l'7pito ~'" oliva, como a Es-panha, o B~á--;;-li deverá pnorizar a qual i:

dade de seu produto, focando em todosos cuidados da cadeia produtiva, paraoferecer ao consumidor um excelenteproduto, diferenciado dos demais azeitesde oliva ofertados no mercado.

IA - Qual o perfil dos olivicultores bra-sileiros?

Clenio Pillon - O perfil do olivrcultor va-ria de profissionais liberais a empresáriosde diversas áreas. Apenas um pequenoporcentual, menos de 5%, é da área agrí-cola. Isto coloca a atividade em francocrescimento pelo alto poder de investi-

mento por parte dos interessados na cul-tura. Entretanto, grande número de pro-dutores são agricultores tradicionais, quebuscam novas alternativas de cultivos,diversificando suas propriedades rurais,para que; •,.. , .mte todo o c. •• v, FC";';:':-" ":.! .-ponibilizar produtos para comercruliza-ção, além de manter a oferta de serviçose mão de obr.i durante todos os meses.

IA ' Quais as principais vantagens da,produção de azeite nacional?

Cler > i'ilkw - Os azeites produzidosno Brasil são de ótima qualidade e apresentam características físico-químicascompatíveis com a legislação vigente.Além disso, possuem aromas agradá-'veis, amargor e picância interessantes,por causa das características das própriascultivares que vêm sendo plantadas e das .

Informe Agropecuário. Belo Horizonte, v.35. n.282. 2014

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condições climáticas favoráveis, que vãoinfluenciar no terroir do azeite. Outro fa-tor intere~sante é a juvenilidade do azei-te disponibilizado ao consumidor, commaior vida de prateleira (validade), aocontrário, muitas vezes, do que ocorrecom os azeites importados, que apresen-tam defeitos ocasionados pela deteriora-ção do produto. Um exemplo disto sãoos azeites de oliva extravirgens rançosos,que, muitas vezes, não são percebidospelo consumidor.

IA - Quais os maiores obstáculos para oincremento da produção de azeitenoBras;l?_

Clenio Pillon - Como obstáculos, pode-mos citar a falta de uma legislação espe-cífica para produção de mudas; de umregistro de agrotóxicos específicos e delinhas de financiamento para a implanta-ção da cultura de oliveira. Por outro lado,há uma natural insegurança dos agricul-tores em investir em uma cultura em pro-cesso de adaptação no Brasil, o que sejustifica pelos altos custos de produção.

IA - Quais alterações podem ser propos-tas na legislação atual para o in-cremento da o/ivicu/tura nacional?

Clenio Pillon - Por ser uma atividade rela-tivamentejovem, ainda carece de marcosregulatórios, apesar de todo apoio e in-centivo que se tem recebido do Ministérioda Agricultura, Pecuária e Abastecimen-to, grande parceiro dessa iniciativa, bemcomode órgãos de pesquisa e fomento dosEstados.Atualmente, não existem agrotó-xicos ou outros ativo- de base biológicaregistrados para a cultura, em suporte aomanejo integradode pragas. Com o cresci-mento da olivicultura, é esperado que pro-blemas fitossanitários também apareçam.

IA - Qual a contribuição da pesquisapara o desenvolvimento sustentá-vel da olivicultura no Brasil? Omelhoramento genético poderiaser utilizado comoferramenta para

o aumento da produtividade dao/ivicultura nacional?

Clenio Pillon - A pesquisa é o norteque levará a olivicultura a ser viável ecompetitiva, Precisamos de informa-ções sobre densidade de plantio, poda,seleção de cultivares adaptadas às con-dições edafoclimáticas para cada regiãoprodutora, nutrição, manejo de plantase de solo. Acreditamos que a pesquisatambém possui um papel de extremaimportância neste momento, que é aidentificação de áreas passíveis de ex-ploração, por meio do trabalho de zone-amento edafoclimárico para a cultura q,aoliveira, que, posteriormente, deve serrefinado para o zoneamento, com indi-cativo de cultivares mais adequadas aoplantio nas diferentes regiões. Vencidasessas etapas, o melhoramento genéticopoderá ser utilizado como ferramentapara o aumento da produtividade dosolivais. Pode-se, por exemplo, iniciarpela seleção de cultivares mais adap-tadas para uma determinada região deplantio, o que muitos produtores estãofazendo, embora sem consciência dessetrabalho, e, em uma segunda etapa, se-lecionar novos genótipos em progêniesresultantes de cruzamentos controlados,cuja primeira geração apresenta grandevariabilidade genética.

IA - Quais asformas de apoio por partedos governos municipais, estaduaisoufederal para a o/ivicu/tura?

Clenio PilIon - Os governos estaduais efederal-podem ajudar com a criação de

.U!U programa específico para a olivíçu>tura, e os governos municipais podemapoiar com a disponibilização de assis-tência técnica, por meio de suas secreta-rias de agricultura, além de disponibili-zar de forma adequada uma mfraestrutu-ra para a logística da atividade,

IA - Quais são as perspectivas dos pro-dutores em relação ao futuro dao/ivicu/tura?

Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v..35, n.282, 2014

Clenio Pillon - Os plantios comerciais noBrasil são ainda muito jovens. Apenas emcerca de 10% da área cultivada as plantasestão com idade para início de produção.Assim, considerando que a oliveira entraem fase produtiva após oito anos de plan-tio, a expectativa é muito grande para ospróximos sete anos com relação à produ-tividade dos pomares, pois a maioria dosplantios foi realizada a partir de 2008~além de que estamos num processo deaprendizado com a nova atividade.

IA - OBrasil poderá ser autossuficienteem azeite e azeitona?

Clenio Pillon - A exemplo da maçã eiaque a pesquisa científica teve importânciafundamental na soluçãodosproblemas tec-nológicos para sua adaptação em algumasregiões agrícolas, possibilitando ao Brasilproduzir esta commodity economicamen-te, também para o caso da oliveira, certa-

•mente a difusão da cultura para mais regi-ões do País e a ampliação de suas pesqui-sas, poderão tomá-Ia mais uma opção deexploração para o agronegócio brasileiro.Temos condições de solo e clima já apon-tados no zoneamento para tal. O consumoatual é de 74 mil toneladas de azeite e 100mil toneladas de azeitonas importadas em2013. A área implantada hoje no Brasil,quando atingir a plena produção, atende-rá apenas a 2% do consumo nacional. Éuma importante alternativa para a diversi-ficação da matriz produtiva para geraçãode emprego e renda, e também do pontode vista ambiental para a preservação dosecossistemas, conservação do solo e daágua. Entretarito, temos ainda muito a ca--ninhar, mas certamentê'a 'cada ano dimi-uniremos a dependência de importações.

IA - Quais estratégias poderiam seradotadas para favorecer o setorde processamento de azeitonas eazeite de o/iva?

Clenio PiIlon - Considerando-se as par-ticularidades de uma atividade aindaem curva de aprendizagem, será impor-

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tante investir em formação de técnicos,uma vez que a cultura é intensiva emconhecimento e tecnologia. Houve umgrande avanço de conhecimento nosúltimos dez anos, mas ainda precisaremosde troca de experiências com países' comtradição milenar na produção de azeitonae azeite de oliva.

IA - Na sua opinião, quais seriam ospossíveis impactos ambientais-cau-sados, especialmente pelo setor deprocessamento de azeite de oliva,e como poderia ser equacionadaesta questão?

Clenio Pillon - Esta é uma preocupaçãoque todos nós temos que considerar. Nosúltimos anos, em todas as partes do mun-do, a preservação do meio ambiente éuma prioridade. No Brasil não é diferente,já que a sociedade está cobrando ações detodos, no sentido de preservar os recursosnaturais, especialmente a água. Neste ano,as escassas chuvas ocorridas no Sudestedo Brasil deram um sinal muito claro deque precisamos ser mais eficientes no usoe na gestão da água. Há possibilidade dereaproveitamento de resíduos da indústriade processamento, o que já é encontradonos países produtores, onde há o apro-veitamento total do resíduo da extraçãodo azeite de oliva. Esse aproveitamento,além de garantir maior segurança ambien-tal poderá fornecer renda aos produtores,uma vez que o resíduo, apôs tratado, podeser utilizado na própria lavoura na formade adubo, na alimentação animal, princi-palmente de suínos e bovinos, e utilizadocomo fonte de energia, para alimentar aprópria indústria.

IA - Há compatibilidade no cultivode oliveiras no sistema familiare empresarial? Como poderiaminteragir?

Clenio Pillon - Sim. A olivicultura podeser manejada pela agricultura familiar, fi-cando a cargo da manutenção e conduçãodo olival os próprios agricultores, e em

época de maior demanda, como a colhei-ta, contratar mão de obra para esta ativi-dade específica. Unindo a agricultura fa-miliar e empresarial, podemos citar comoexemplo, a prestação de serviço de extra-ção do azeite, onde os agricultores levama sua produção aos lagares (agroindústria)para o processamento. Assim, o agricultorpaga uma quantia, que pode ser em por-centagem de azeite ou em dinheiro e ficacom o produto à disposição, para que façaa sua própria come. cialização ou, se fordo seu interesse, a destine para comercia-lização por terceiros.

IA - Qual é a sua opinião sobre o asso-ciativismo e a produção de azeito-nas e azeite de oliva?

Clenio Pillon - Há um potencial muitogrande para a utilização do associativismonesta atividade. Basta ver o que já ocorrenos países tradicionalmente produtores deazeitona e azeite de oliva, como a Espa-nha, Itália e Portugal. Nesses países, a or-ganização em associações e cooperativasde agricultores é muito forte. Isso permitea diminuição dos custos de produção, bemcomo do custo de processamento, onde émuito comum a utilização de um lagarúnico para o processamento dos frutos.Outro ponto positivo para a união dessesprodutores pode ser a confecção de umselo de qualidade, da própria associação,atestando que aquele produto passou pe-las normas-de qualidade estipuladas, ouatingindo esferas maiores com a criaçãode uma Denominação de Origem (DO),devidamente registrada no Instituto Na-cional de Propriedade Intelectual (INPI),como o que vem sendo pleiteado pelosprodutores na Serra da Mantiqueira.

IA - Qual a recomendação para o pro-dutor que deseja iniciar o cultivo daoliveira e a produção ãe azeite? Equal a mensagem para os olivicul-toresjá estabelecidos?

Clenio Pillon - Para aqueles que dese-jam iniciar a atividade, a observação de

pomares já instalados, bem como a bus-ca de informações com produtores, podeauxiliá-los em seu planejamento, evitan-do alguns erros. Entretanto, não deixemde procurar informações técnicas juntoàs empresas que vêm desenvolvendo pes-quisas com a cultura de oliveira no Bra-sil. O produtor deve procurar informaçõestécnicas junto aos órgãos de pesquisa quetrabalham com a cultura nos diferentesestados do País, a exemplo da Embrapa 'Clima Temperado, em Pelotas, RS, cujoprograma é liderado pelos pesquisadoresEnilton Fick Coutinho e Rogério Olivei-ra Jorge; da EPAMIG, liderado pelos pes-quisadores Adelson Francisco de Oliveirae Luiz Fernando de Oliveira da Silva, emMaria da Fé, MG; e da Empresa de Pes-quisa Agropecuária e Extensão Rural deSanta Catarina (Epagri), em Caçador, SC,sob a liderança de Dorli Mario da Croce.Com essa orientação, deve-se veriíicar sea área a ser cultivada apresenta condiçõesclimáticas para a cultura, e também evi-tar a adoção de técnicas não adequadasàs condições de clima e solo. Muitas in-formações estão sendo desenvolvidas e oacesso ao conhecimento e às tecnologias éuma importante ferramenta que pode au-xiliá-los, também, no planejamento e con-dução do cultivo da oliveira e comerciali-zação desses produtos. A atividade é cres-cente, com grande potencial de expansão.O Brasil possui áreas adaptadas ao cultivoda 'oliveira, bons profissionâís"é"uin- gi-gante mercado consumidor de azeitonase azeite. A mensagem aos olivicultores éde que estamos num momento em que aunião e o trabalho coletivo são cruciais,para enfrentarmos os enormes desafiosde iniciar um cultivo comercial pioneiro.Troca de experiências, busca de informa-ções são importantes e, para isso, precisa-mos ter a força de um coletivo de produto-res. Como os pomares estão no início e aprodução é ainda relativamente pequena,é importante a integração para o processa-mento do azeite, além da divulgação e dacomercialização desse produto.

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Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.35, n.282, 2014