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OS IMPACTES DA POLUIÇÃO SONORA DE BAIXA FREQUÊNCIA NA SAÚDE Juliana Araújo Alves Uma abordagem da Geografia da Saúde Centros de Investigação associados:

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Free PowerPoint TemplateOS IMPACTES DA POLUIÇÃO SONORA DE BAIXA FREQUÊNCIA NA SAÚDE
Juliana Araújo Alves
Centros de Investigação associados:
2. Definição da problemática e as questões norteadoras
3. Objetivos e metodologia
5. Resultados e discussão
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1. A Geografia Médica e a Geografia da Saúde
Séculos XVIII e XIX – Topografia Médica, Topografia e a Geografia Médica, Patologia Geográfica, Geopatologia, Medicina Geográfica, Geografia Médica...
Hipócrates – Dos ares, das águas e dos lugares (480 a.C.);
John Snow - (médico anestesista inglês)- mortes por cólera em Londres (1864).
Maximillien Sorre - Geografia Francesa – primeiro geógrafo académico.
1. A Geografia Médica e a Geografia da Saúde
Terminologia – para os geógrafos a terminologia Geografia da Saúde é preferível, por traduzir os interesses dominantes dos geógrafos aproximando-se do bem-estar e da promoção da saúde.
Mas, afinal o que é a Geografia da Saúde?
trata-se de uma área interdisciplinar que articula diversos domínios , tais como as Ciências Sociais, as Ciências da Terra e as Ciências da Saúde.
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País Principais autores Temáticas investigadas
Reino Unido Andrew T. A. Learmonth, Dame Sally Macintyre, Sarah E. Curtis, Graham Moon, Peter Atkinson, Steven Cummis, Tim Brown, Paul Norman, Clive Sabel, Anthony Gratell, Christine Milligan, Liz Twigg e Isabel Dyck
Teoria e metodologia da Geografia da Saúde; Geografia da Saúde nos países em desenvolvimento; Geografia da Alimentação na Índia; Desigualdades socioeconómicas, espaciais e de género em saúde; Geografia da Saúde e do Bem-estar. Geografia do comportamento, a saúde e o asilo psiquiátrico contemporâneo; Epidemiologia espacial; Doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade. Segurança alimentar, a saúde global e ambiente e saúde; Dinâmica populacional e a saúde (morbidade e a mortalidade); Desigualdades na saúde; Epidemiologia espacial e a Geografia dos Cuidados de Saúde; Cuidados de saúde em idosos e as Paisagens Terapêuticas; Geografia da Fecundidade; Comportamentos aditivos.
Escócia Paul Boyle e Matthew Sothern Geografia da Saúde e as Desigualdades em Saúde; HIV/SIDA.
Irlanda Dennis Pringle Geografia Médica e da Saúde e o uso dos Sistemas de Informação Geográfica.
França Henri Picheral; Gérard Salem; Stéphane Rican; Emmanuel
Vigneron
Epistemologia da Geografia Médica e da Geografia da Saúde; Saúde em áreas urbanas; Impactes da dinâmica territorial na saúde e nos indicadores de mortalidade; Desigualdades geográficas em saúde.
Polónia Izabella Lecka Geografia das Doenças; Desigualdade de acesso aos serviços de saúde;
Telemedicina para países em desenvolvimento.
Roménia Liliana Dumitrache Cuidados em saúde e o Envelhecimento Demográfico.
Finlândia Tapani Valkonen e Markku Löytönen Demografia e Saúde; Sistemas de Informações Geográfica na Geografia da Saúde.
Espanha Ana Oliveira Poll; Francisco Feo Parrondo; José Luis Urteaga González; Antonio Buj Buj; Jesus M. González Pérez
Geografia da Saúde na Galiza; Geografia da Saúde em Espanha; Teoria dos miasmas e higienismo; Enfermidades reemergentes e emergentes.
Portugal Maria Emília Cabral de Arroz; Ana Paula Santana; Helena Guilhermina Nogueira; Paulo Nuno Nossa; Paula Cristina Remoaldo; Ana Monteiro
Teoria da difusão espacial; Hepatite infecciosa; Geografia da Saúde; Obesidade em Portugal; Mortalidade por cancro e SIDA; Promoção da saúde; Teoria e Metodolgia em Geografia da Saúde e o HIV/SIDA; Geografia da Saúde Portuguesa; Infertilidade; Mortalidade infantil; Impactes do lugar na saúde.
Cuba Luisa Iñiguez Rojas Epistemologia da Geografia da Saúde na América Latina e em Cuba.
Argentina Gustavo Buzai; Susana Curto; Jorge A. Pickenhayn Sistemas de Informação Geográfica em saúde; Epistemologia da Geografia da Saúde e Acessibilidade aos serviços de saúde; Desenvolvimento da Geografia da Saúde.
Fonte: Elaboração própria com base em vários autores.
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País Principais autores Temáticas investigadas
E.U.A. Juliana Maantay; Sarah McLafferty; Joseph Ransford Oppong; Vicent J. Del Casino Jr.; Michael Edward Emch; Anthony Dzik
Saúde ambiental; Geografia da Saúde; Sistemas de Informação Geográfica nas pesquisas em saúde; Saúde e bem-estar nas cidades; Sistemas de Informação Geográfica; HIV; Tuberculose; Geografia da Saúde; Sexualidade e HIV/SIDA; Acidente isquémico transitório.
Canadá Nancy Ross; Joyce Davidson; Vera Chouinard; Mark W. Rosenberg; Allison M. Williams
Saúde e bem-estar no ambiente urbano; Geografia da Saúde e da Doença e a Geografia da Realização e das Emoções; Saúde Mental; Determinantes em Saúde; Saúde urbana e a qualidade de vida e Saúde da mulher; Acessibilidade aos Serviços de Saúde.
Holanda Thomas Krafft Geografia da Saúde e Sistemas de saúde. Hungria Annamária Uzzoli Geografia da Saúde e as Desigualdades em saúde. Bélgica Yola Verhasselt Epistemologia da Geografia da Saúde. Itália Giovanni De Santis Epistemologia da Geografia Médica.
Egito Fathy Abou Aianah e Mohamed Nour Elsabawy Mortalidade infantil; Geografia Médica no Egito.
África Frank Tanser Epidemiologia Espacial e HIV.
Índia Rais Akhtar; Ishtiaq Ahmad Mayer; G. M. Rather; Rameshwar
Prasad Misra Geografia Médica e da Saúde na Índia; Geografia da Alimentação na Índia.
Nepal Paschupati Nepal Dinâmica populacional e HIV/SIDA. Nova
Zelândia Robin Affric Kearns; Ross Barnett; Sarah Lovell
Impacte do lugar no bem-estar humano; Desigualdades em saúde e no acesso aos serviços de saúde; Promoção da saúde em áreas rurais.
Austrália Andrew Hodge e Neil D. McGlashan Economia e saúde; Desigualdades em saúde; Epistemologia da Geografia Médica.
Hong Kong
David R. Philips Epidemiologia Social e Acesso aos Cuidados em Saúde.
China Wuyi Wang Mudanças ambientais e a saúde humana.
Rússia Svetlana Malkhazova Saúde pública, Ambiente e Saúde, e Urbanização e Saúde.
Brasil Raul Borges Guimarães; Christovam Barcellos; Paulo Cesar
Peiter; Samuel do Carmo Lima
Promoção da Saúde e as Desigualdades Sociais em Saúde; Vigilância em Saúde; Desigualdades Sociais em Saúde e Sistemas de Informação Geográfica; Fronteiras e Saúde; Geografia Médica.
Fonte: Elaboração própria com base em vários autores.
1. Definição da problemática e questões norteadoras
Poluição Sonora
W.H.O. (2011) – a poluição sonora é a segunda maior forma de poluição ambiental.
Portugal é o 4º país da U.E. mais afectado com o ruído, com 23% da população atingida (Eurostat, 2017).
A maior parte do ruído corresponde ao tráfego automóvel.
Os efeitos na saúde humana mais citados referem-se a:
agitação, distração, irritação (Karpova et al., 1970; Brown et al., 1975; Job, 1993; Pawlaczyk-Luszczynska et al., 2003), além da associação do ruído de baixa frequência com alterações cognitivas (Miedema et al., 1998), no desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Babisch, 2000; Passchier- Vermee et al., 2000), perturbações no sono (Ising et al., 2002) e hipertensão arterial (Bluhm et al., 2007), alterações morfológicas dentárias (Cavacas et al., 2013; Mendes et al., 2014; Cavacas et al., 2015).
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Ruído de Baixa Frequência
A “incomodidade” tem sido reportado como o impacte mais frequente da exposição ao ruído de baixa frequência nos seres humanos (Waye, 1995; Berglund et al., 1996; Pawlaczyk-uszczyska et al., 2006).
O sistema auditivo humano é pouco sensível as baixas frequências, por esse motivo utiliza-se o filtro A de ponderação (Fig. 1).
são os mais difíceis de provar como decorrentes exclusivamente da exposição ao ruído.
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Fonte: http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0278/index.html
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a) Os postes e linhas de alta tensão emitem ruído?
b) Os postes e linhas de alta tensão podem causar incomodidade na população devido ao ruído?
c) Os postes e linhas de alta tensão podem afetar a saúde humana?
d) A utilização do filtro A é realmente adequada para a análise da incomodidade devido ao ruído proveniente dos postes e linhas de alta tensão?
.... questões norteadoras
2. Objetivos e metodologia
Analisar os impactes da exposição à poluição sonora de baixa frequência no município de Guimarães.
Realizar testes audiométricos adaptados, sons puros e o som gravado, com os “expostos” e os “não-expostos”.
Avaliar a saúde da população que habita em áreas urbanas “expostas” e “não-expostas'' a este tipo de poluição sonora em duas freguesias do município de Guimarães.
Propor uma metodologia de avaliação da incomodidade devido ao ruído de baixa frequência.
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Inquérito de Incomodidade
Dimensão Teórica
Proposed criteria for the assessment of low frequency noise disturbance (NANR45).
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Fonte: Elaboração própria baseada em vários autores.
• Medições sumárias: 9 pontos – “expostos” (e.g., 50 metros) e “não- expostos” (e.g., 250 metros).
Primeira abordagem
• Medições completas – 3 pontos (72h) apenas com o grupo “muito próximo da fonte”.
Segunda abordagem
• Medições sumárias – 62 pontos – 32 “expostos” e 30 “não-expostos”.Terceira
abordagem
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Testes audiométricos adaptados (ISO 8253- 1/2010)
Cabine audiométrica, marca Optac – Aumec Horprufkabine.
A reprodução dos sons puros (faixas de um CD de alta fidelidade da marca Nordost - System Set-Up & Tuning Disc ).
Auscultadores com boa resposta a baixas frequências do modelo e marca HE4OOS – Hifima.
• Avaliação da perceção da incomodidade devido ao ruído.
Primeira etapa
• Determinação do limiar de audibilidade para os sons puros e para o som gravado.
Segunda etapa
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O(a) senhor viveu sempre nesta freguesia?
Há quanto tempo o(a) senhor(a) e a sua família
vivem nesta casa?Hábitos diários, alimentação e práticas
saudáveis
O(a) senhor(a) utiliza alguma medicação para
dormir?
O(a) senhor(a) tem algum problema de saúde?
Ambiente
saudável?
que o incomode?
na família
Qui-quadrado e p-value – Nível de significância (Asymp. Sig.) 5%.
Fonte: Elaboração própria.
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Fonte: Elaboração própria com base nas medições realizadas entre julho e agosto de 2014.
4. Resultados e discussão
Primeira abordagem
Segunda abordagem
A média de ultrapassagem registada foi obtida através da média dos valores dos níveis de pressão sonora obtidos em cada ponto de medição.
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A média de ultrapassagem registada para o grupo dos “expostos” foi de 68.9 dB.
A média de ultrapassagem registada para o grupo dos “não-expostos” foi de 64.6 dB.
Fonte: Elaboração própria com base nas medições realizadas entre outubro e dezembro de 2015 nas freguesias de Abação (São Tomé) e Serzedelo.
Análise dos níveis sonoros Leq (dB)
Expostos
Não-Expostos
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A média de ultrapassagem registada para o grupo dos “expostos” foi de 55.7 dB.
A média de ultrapassagem registada para
o grupo dos “não-expostos” foi de 50.1 dB.
Fonte: Elaboração própria com base nas medições realizadas entre outubro e dezembro de 2015 nas freguesias de Abação (São Tomé) e Serzedelo.
Análise sem interferência do tráfego automóvel
Expostos
Não-Expostos
19
20
Legend
10
25
50
100
150
200
250
Localização dos pontos medidos na freguesia de Abação (São Tomé)
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Fonte: Elaboração própria com base nos testes audiométricos realizados entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017 com a população “exposta” e ”não-exposta”.
A média do limiar de audibilidade para o som gravado “expostos” foi de 51,3 dB, enquanto a média do limiar de audibilidade para o grupo dos “não-expostos”, foi de 24,1 dB.
Expostos
Não-Expostos
a)
b)
c)
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Abação (São Tomé) (“não-expostos”)
Fonte: Elaboração própria com base no inquérito realizado aos residentes de Abação (São Tomé) e Serzedelo, entre julho de 2015 e setembro de 2016; I.N.E., 2012.
Serzedelo (“expostos”)
Não
A relação é significativa em termos estatísticos apenas para Serzedelo (p<0,05).
Inquéritos à população residente
Não existe uma relação estatisticamente significativa entre residir próximo da autoestrada A11 e a presença de problemas de saúde em Serzedelo (p-value >0.05).
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5. Conclusões e recomendações
ruído?
b) Os postes e linhas de alta tensão podem causar
incomodidade devida ao ruído na população?
c) Os postes e linhas de alta tensão podem afetar a saúde
humana?
d) A utilização do filtro A é realmente adequada para a
análise da incomodidade devida ao ruído?
Questões norteadoras
Aleatoriedade e tamanho da amostra