pontifÍcia universidade catÓlica de sÃo paulo puc … schmidt... · mestrado em fonoaudiologia...
Embed Size (px)
TRANSCRIPT
-
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULOPUC-SP
Rafaela Schmidt
Caracterizao da postura, tnus e mobilidade de lbios e lngua emcrianas respiradoras orais
MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA
So Paulo2010
-
PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE SO PAULOPUC-SP
Rafaela Schmidt
Caracterizao da postura, tnus e mobilidade de lbios e lngua emcrianas respiradoras orais
MESTRADO EM FONOAUDIOLOGIA
So Paulo2010
Dissertao apresentada BancaExaminadora como exigncia parcialpara obteno do ttulo de MESTREem Fonoaudiologia da PontifciaUniversidade Catlica de So Paulo,sob orientao da Profa. Dra. MartaAssumpo de Andrada e Silva.
-
BANCA EXAMINADODORA
Aprovada em ______/______/______
-
Autorizo exclusivamente para fins acadmicos e cientficos, a
reproduo total ou parcial desta dissertao por processo de
foto copiadoras ou eletrnicos.
-
AGRADECIMENTO ESPECIAL
A Professora Doutora Marta Assumpo de Andrada e Silva gostaria de agradecer
com os mais sinceros sentimentos por ter estado ao meu lado durante estes dois
anos, pelas horas de orientao, dedicao, conselhos e ateno.
Muito obrigada por tudo, vou levar comigo para sempre, no apenas na carreira
acadmica, mas na minha vida pessoal.
A Professora Doutora Irene Queiroz Marchesan pela oportunidade em continuar
esse trabalho, pela ateno e disponibilidade. Muito obrigada.
-
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus por ter me dado sade, fora e por me fazer acreditar que as promessas
que Ele faz jamais deixam de ser cumpridas para aqueles que o temem.
Aos meus pais, por terem acreditado em mim, e por terem estado ao meu lado em
mais uma etapa de minha vida profissional, sempre deixando ensinamentos e
lies.
A minha querida e amada irm, Jessica por toda a ajuda, dedicao e pacincia,
por sempre estar ao meu lado.
A Iaia aquela que sempre acredita e torce por mim.
s queridas pareceristas deste trabalho, Professora Doutora Irene Queiroz
Marchesan,Professora Doutora Maria Teresa Lofredo Bonatto, Professora Doutora
Leslie Piccolotto Ferreira, Professora Doutora Maria Laura Wey Martz. Meus mais
sinceros agradecimentos pela contribuio fundamental nesta pesquisa.
A minha grande amiga Thais Alves, por sempre estar ao meu lado, pelo ombro
amigo, pelos conselhos, pela fora em todos os momentos de minha vida.
As amigas que fiz durante o mestrado. Tenho certeza que cada uma delas ouvir
estas palavras tocando os seus coraes. Especialmente a Clarissa que esteve
comigo nas horas das risadas e dos choros. Muito obrigada.
A Bel minha amiga muito especial que me ajudou muito para a realizao deste
trabalho.
A Janaina uma amiga muita querida que sempre teve uma palavra de consolo
para me incentivar e fazer acreditar que eu era capaz.
-
iii
A fonoaudiloga, conselheira e amiga Claudia Lopez pela dedicao, pacincia,
por ouvir todas as minhas lamentaes, por sentar comigo e me ajudar todas as
vezes que precisei.
Ao Instituto CEFAC , por permitir e apoiar a realizao deste trabalho, e por
autorizar a utilizao de seu espao fsico.
As secretrias do Instituto CEFAC, pela ateno e disposio em me ajudar nesta
pesquisa.
Aos pacientes que aceitaram fazer parte do estudo o meu mais profundo
agradecimento, sem vocs este estudo no teria sido realizado.
As fonoaudilogas Malu, Luciana, Fabiana, Rina e Sabrina pelo carinho, ajuda,
ateno e dedicao o meu muito obrigada.
As fonoaudilogas Mrcia Toledo, Carolina Ghirardi, Andra Puhl, Fernanda
Rodrigues, Ana Carolina, Fabiana Bonfim e Marina Lang muito obrigada pela
contribuio nesta pesquisa.
Ao fonoaudilogo Guilherme Pecoraro Nunes pelo carinho, disposio e
dedicao.
A secretria do PEPG em Fonoaudiologia da PUC-SP, Virginia, por todos os
momentos de pacincia e carinho que teve por mim.
Ao Fernando Adami pelo primoroso trabalho de analise estatstica realizado neste
trabalho.
As Professoras Doutoras Teresa Maria Momensohn-Santos e Ieda Chaves
Pacheco Russo pelo companheirismo, conselhos e carinho.
A Professora Doutora Zuleica Camargo pelas orientaes e conselhos.
Aos integrantes do Laborvox pelos conselhos e fora.
-
iv
Ao funcionrio da biblioteca Derdic, Joo Matias, muito obrigada pelas correes,
ajuda e por todos os seus ensinamentos.
Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal de Nvel Superior-CAPES pelo
apoio financeiro concedido para o mestrado.
A todos os meus amigos que entenderam a minha ausncia e sempre estiveram
ao meu lado.
Ao Ro que esteve ao meu lado no momento final deste trabalho e se mostrou
sempre disposto a me ouvir. Muito obrigada pelo seu carinho.
A todas as pessoas que direta ou indiretamente contriburam para a realizao
deste.
-
v
RESUMO
Introduo: a respirao nasal uma funo essencial para o crescimento edesenvolvimento equilibrado da musculatura orofacial. Objetivo: caracterizar apostura, tnus e mobilidade de lbios e lngua em crianas respiradoras orais.Mtodo: participaram do estudo 40 crianas respiradoras orais, 26 do sexomasculino e 14 do feminino. Todos foram avaliados quanto postura, o tnus e amobilidade de lbios e lngua, utilizando-se o protocolo MBGR. Resultados: paraa varivel postura de lbios encontrou-se: 32.5% de lbios entreabertos, 27,5%alternaram abertos e fechados, 22,5% apresentaram lbios abertos e apenas17,5% com lbios fechados. Em relao ao tnus do lbio superior: 90%apresentaram tnus normal, 10% diminudo e nenhuma com tnus aumentado. Noque se refere ao tnus de lbio inferior 80,0% das crianas apresentam tnusdiminudo e 20,0% normal. No item mobilidade de lbios 47,5% do grupoapresentou valores de escores considerados normais e 50,0% valores prximos anormalidade. Em relao postura de lngua 57,5% das crianas permanecia coma lngua no assoalho, 32,5% no foi possvel observar e em 10,0% a lngua estavaem posio interdental. Quanto ao tnus de lngua 52,5% apresentaram tnusdiminudo e 47,5% normal. Na avaliao de mobilidade de lngua 55,0% dascrianas tiveram o melhor resultado e 45,0% obtiveram valores de escores bemprximos ao melhor. Concluso: de acordo com resultados para a maioria dogrupo de crianas respiradoras orais avaliadas foram encontradas as seguintescaractersticas em relao aos lbios: postura entreaberta, lbio superior comtnus normal, lbio inferior com tnus diminudo e mobilidade normal. Em relao lngua: a postura foi no assoalho, com tnus diminudo e mobilidade normal.
Descritores: criana, orofacial, respirao bucal, lngua, lbios.
-
vi
ABSTRACT
Introduction: nasal breathing is an essential function to assure a balanced growthand development of the orofacial muscles. Aim: to characterize the posture, toneand mobility of lips and tongue of mouth breathing children. Methods: the subjectsof this study were 40 mouth breathing children, 26 boys and 14 girls. All subjectswere submitted to an evaluation of posture, tone and mobility of the lips andtongue, using the MBGR protocol. Results: for the lips posture variable, it hasbeen observed that: 32.5% of the subjects had a semi-open lip posture, 27.5%alternate between open and closed lips, 22.5% had an open lip posture and just17.5% maintained their lips closed. With regards to the upper lip tone: 90%presented normal muscle tone, 10% lower tone, and no subjects presented ahigher muscle tone. As for the tone of the lower lip 80.0% of the children presentedlower muscle tone, and 20.0% normal muscle tone. For the lips mobility variable47.5% of the group presented normal score values and 50.0% scored close tonormality. Regarding tongue posture, 57.5% of the children had a low-lying restingtongue posture, 32.5% did not allow for observation of this variable, and in 10.0%of the subjects the tongue was placed in an interdental resting posture. As fortongue muscle tone 52.5% presented lowered tone, and 47.5% were considerednormal. When assessing tongue mobility, 55.0% of the children obtained the bestresults and 45.0% had score values very close to the best. Conclusion: accordingto the results for the majority of the assessed mouth breathing children, thefollowing characteristics were found regarding the lips: semi-opened posture, upperlip with normal tone, lower lip with lowered tonicity and normal mobility. Thefollowing results were found regarding the tongue: low-lying resting posture, withlowered muscle tone and normal mobility.
Descriptors: children, orofacial, mouth breathing, tongue, lips.
-
vii
SUMRIO
AGRADECIMENTOS ................................................................................... ii
RESUMO...................................................................................................... v
ABSTRACT ................................................................................................. vi
LISTA DE TABELAS................................................................................. viii
1. INTRODUO.......................................................................................... 1
2. OBJETIVO................................................................................................ 4
3. REVISO DE LITERATURA.................................................................... 5
4. MTODO................................................................................................ 134.1 Preceitos ticos.......................................................................................... 134.2 Instituio ................................................................................................... 134.3 Seleo da amostra.................................................................................... 144.4 Procedimentos............................................................................................ 15
4.4.1 Instrumento.......................................................................................... 154.4.2 Materiais .............................................................................................. 164.4.3 Aplicao do protocolo MBGR (especificamente nos itens postura, tnus
e mobilidade de lbios e lngua).......................................................... 164.5 Anlise dos dados .................................................................................. 164.6 Estatstica ............................................................................................... 17
5. RESULTADOS ....................................................................................... 18
6. DISCUSSO .......................................................................................... 23
7. CONCLUSO......................................................................................... 30
8. REFERNCIA BIBLIOGRFICA ........................................................... 31
ANEXOS..................................................................................................... 34
-
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo sexo.............................................................................. 14
Tabela 2 - Distribuio das crianas da amostra segundo o sexo e idade............ 15
Tabela 3 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo postura de lbios. ......................................................... 18
Tabela 4 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo tnus de lbio superior. ................................................ 19
Tabela 5 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo tnus de lbio inferior. .................................................. 19
Tabela 6 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo os valores de escore do protocolo MBGR para o item 5
(mobilidade lbios) ............................................................................. 20
Tabela 7 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo postura de lngua.......................................................... 21
Tabela 8 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo tnus de lngua............................................................. 21
Tabela 9 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem
(%), segundo os valores de escore do protocolo MBGR para o item 5
(mobilidade lngua). ............................................................................ 22
-
1
1. INTRODUO
A respirao predominantemente nasal uma funo essencial para o
crescimento e desenvolvimento equilibrado da musculatura orofacial. Para que a
respirao nasal ocorra de forma eficiente necessrio que exista condio de
passagem de ar pelas narinas. Quando ocorre a impossibilidade da respirao por
via nasal, por algum tipo de obstruo ou por hbito essa respirao ir ocorrer
predominantemente pela boca, mas na grande maioria dos casos no
exclusivamente.
O indivduo que respira predominantemente pela boca foi denominado pela
Fonoaudiologia inicialmente como respirador bucal (Marchesan, 1998), depois
modificado para oral aps consulta feita pelo Comit de Motricidade orofacial da
Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia (SBFa) Sociedade Brasileira de
Anatomia (SBA) que esclareceu que bucal refere-se s bochechas e que oral seria
o mais indicado por se referir a boca ( Marchesan, 2003). A clnica assim como
as pesquisa em Fonoaudiologia demonstram, principalmente nos ltimos anos,
que o indivduo respirador oral, ou seja, aquele que respira exclusivamente pela
boca raro, o que se encontra uma grande maioria de respiradores mistos ou
oronasais. Vale ressaltar, que mesmo em muitos casos, com uma passagem
estreita por uma das narinas o indivduo consegue ter respirao nasal (Di
Francesco, 2003). Dessa forma o fonoaudilogo deve ter ateno ao classificar
seu paciente ou seu sujeito de pesquisa de respirador oral, uma vez que a
respirao oral isolada muito rara e a grande maioria apresenta respirao
oronasal.
Para Bianchini, Guedes, Vieira (2007) a respirao oral pode ser causada
por uma obstruo em vias reas superiores ou por um hbito que faz com que a
passagem de ar ocorra pela boca. Diversos fatores podem ser causadores da
respirao oral, entre esses: fatores anatmicos (desvio septal, hipertrofia
adenoideana, ps-operatrio de rinoplastia e hipertrofia de cornetos inferiores),
-
2
malformaes congnitas (atresia coanal, cisto dermide, glioma nasal e
encefalocele), inflamatrios (rinites no infecciosas, polipose nasossinusal e plipo
antrocoanal), infeces (resfriado comum, rinossinusite bacteriana e outras
doenas infecciosas), neoplasias (osteoma, hemangioma, nasoangiofibroma
juvenil e carcinoma epidermoide), doenas sistmicas outras causas (rinolito e
corpo estranho; perfurao septal; hematoma e abscesso septal; papiloma;
mucocele), Tsuji e Chung, 2003. Apesar de existirem tantos fatores
desencadeantes da respirao oronasal ou oral, podem ocorrer situaes nas
quais a criana respire pela boca por hbito, sem nenhum impedimento real nas
vias areas superiores. Em outros casos, tambm, a criana experincia a
situao de obstruo nasal temporria e depois que o problema j est superado,
ela no consegue se adaptar ao novo padro de respirao e permanece
respirando sem utilizar de forma competente o nariz.
Segundo Di Francesco (2003) alm da respirao nasal influenciar no
crescimento e desenvolvimento craniofacial pode influenciar de maneira geral no
comportamento e na aprendizagem escolar da criana. So descritas como
caractersticas gerais do respirador oral: crescimento menor em profundidade
sagital, atresia da maxila, m ocluses dentrias, largura craniana e facial
menores, aumento da altura facial inferior, rotao do ngulo da mandbula no
sentido horrio, everso de lbio inferior, lbio superior hipodesenvolvido, narinas
estreitas e, de forma geral, flacidez da musculatura orofacial. Algumas dessas
caractersticas tambm foram encontradas na pesquisa realizada por Cattoni et al.
(2007) na qual o objetivo foi descrever as caractersticas posturais e morfolgicas
do sistema estomatogntico de crianas respiradoras orais no que se refere a
posio habitual de lbios e lngua, incluindo possibilidade de vedamento labial,
hiperfuno do msculo mentual durante ocluso labial, mordida e
morfologia do lbio inferior, das bochechas e do palato duro, segundo a idade.
Foram avaliadas 100 crianas respiradoras orais na faixa etria entre 7 e 11 anos
e 11 meses, 51 do sexo masculino e 49 do feminino. Os autores concluram que
na populao estudada os aspectos mais comuns foram: posio habitual de
lbios entreabertos, posio de lngua no assoalho oral, hiperfuno do msculo
-
3
mentual durante a ocluso de lbios, lbio inferior com everso, simetria de
bochechas, possibilidade de vedamento labial, mordida alterada e palato duro
alterado.
Diante do exposto fica evidente que a criana que respira pela boca tem
vrias alteraes na musculatura orofacial entre outros problemas. A prioridade
nesse estudo estudar de forma mais aprofundada os lbios e a lngua de um
grupo de crianas respiradoras orais. Na perspectiva de sistematizar a avaliao
optamos por utilizar o protocolo Exame Miofuncional Orofacial (MBGR), Genaro et
al. (2009), este alm de estar publicado possui escores que permitem a
quantificao e comparao com outros estudos. A pesquisa foi realizada com
crianas respiradoras orais na faixa etria entre 7 e 11 anos, do sexo masculino e
feminino, com o foco na caracterizao da postura, tnus e mobilidade de lbios e
lngua.
-
4
2. OBJETIVO
Caracterizar a postura, tnus e mobilidade de lbios e lngua em crianas
respiradoras orais.
-
5
3. REVISO DE LITERATURA
Os autores esto apresentados em ordem cronolgica, com pesquisas e
trabalhos que avaliam, definem e caracterizam a criana respiradora oral, o foco
foi na postura, tnus e mobilidade de lbios e lngua. O termo respirador bucal e
respirador oronasal, mesmo quando utilizado pelo autor, foi substitudo por oral,
termo esse que ser utilizado em todo o trabalho.
Marchesan e Krakauer (1995) referem que durante muitos anos o trabalho
fonoaudiolgico na rea da motricidade orofacial se restringiu a funo da
deglutio. As autoras pontuam que o enorme crescimento de crianas
respiradoras orais nos consultrios permitiu caracterizar o quadro do respirador
oral como uma sndrome do respirador oral, com as seguintes alteraes:
craniofaciais e dentrias, dos rgos fonoarticulatrios, corporais e das funes
orais. Outras alteraes como sinusites e otites freqentes, aumento das amdalas
farngea e palatina, halitose, alterao do sono, ronco, menor rendimento global,
agitao, dificuldade de ateno ente outros podem ser encontrados. Em relao
aos lbios foi relatado: hipofuno, lbio superior retrado ou curto, inferior evertido
ou interposto entre os dentes e secos, rachados e com alterao de cor. Sobre a
lngua as autoras descrevem: anteriorizada ou com o dorso elevado para
regularizar o fluxo de ar.
Marchesan (1998) classificou as queixas e alteraes do respirador oral em:
alteraes craniofaciais e dentrias, dos rgos fonoarticulatrios, corporais das
funes orais entre outras. Nas outras alteraes possveis a autora levantou,
tambm, alteraes do sono, ronco, sinusites e otites freqentes, halitoses, menor
rendimento fsico, dificuldades de concentrao, entre outros. Em relao aos
lbios e a lngua: alterao de tnus e hipofuno dos lbios; lbio superior
retrado ou curto e inferior evertido ou interposto entre os dentes; lbios secos e
rachados com alterao de cor; anteriorizao da lngua ou elevao do dorso
para regular o fluxo de ar.
-
6
Tom e Marchioni (1999) realizaram um estudo com o objetivo de verificar
as diferenas da atividade muscular dos orbiculares superior e inferior da boca em
crianas respiradoras nasais e orais. Foram avaliadas 30 crianas, do sexo
feminino e masculino, com idades entre 4 anos e 6 anos e 8 meses, divididas em
15 respiradoras nasais e 15 respiradoras orais. Os registros eletromiogrficos
foram realizados durante a emisso de seis slabas: /pa/, /ba/, /ma/, /sa, / fa/, /va/.
As autoras concluram que a atividade eletromiogrfica, de ambos os msculos
estudados (inferior e superior), foi menor nas crianas respiradoras orais na
comparao com as respiradoras nasais na emisso de todas as slabas. O que
sugere, dessa forma, menor atividade muscular, durante a emisso desse grupo
de fonemas, nas crianas respiradoras orais.
Motonaga, Berte, Anselmo-Lima (2000) tiveram como objetivo avaliar e
definir as causas da respirao oral em crianas. Como mtodo foram avaliadas
104 crianas, 56 (53,85%) do sexo masculino e 48 (46, 15%) do sexo feminino,
entre 3 e 10 anos, com queixas clinicas de respirao oral crnica. Foram
realizadas avaliao otorrinolaringolgica completa, avaliao fonoaudiolgica do
sistema sensrio motor oral (via observao visual e palpao) e exames
complementares (radiografia de cavum, audiometria e imitanciometria). As autoras
concluram que as principais causas da respirao oral do grupo estudado foram:
rinite alrgica, hipertrofia de adenide e/ou amdala, por hbito e patologias
obstrutivas associadas. Dentre as alteraes orofaciais, que tem relao com o
nosso estudo, as mais presentes foram: face sugestiva de dolicocfalo, olheiras,
mandbula abaixada, lbios entreabertos, lbios superior e inferior alterados e
alteraes dentrias.
O objetivo do estudo de Krakauer e Guilherme (2000) foi realizar uma
anlise descritiva comparando a postura corporal de crianas com respirao oral
e nasal. Participaram do estudo 50 crianas respiradoras orais com faixa etria de
5 a 10 anos, que apresentassem pelo menos duas alteraes, a saber: mordida
aberta anterior, lbios evertidos ou flcidos, alargamento da base do nariz,
olheiras, projeo anterior de lngua e/ou flacidez facial. O grupo das crianas
-
7
respiradoras nasais foi composto por 30 crianas da mesma faixa etria que
deveriam apresentar pelo menos duas dessas caractersticas: ausncia de
alteraes visuais, no usar aparelhos ortopdicos e/ou ortodnticos e ausncia
de alteraes neurolgicas. Todas as crianas foram analisadas por meio de
fotografias tiradas em trs posies: frente, perfil e costas. Os resultados
evidenciaram que crianas, entre 5 e 8 anos, respiradoras orais ou nasais
apresentaram alteraes posturais. Entretanto as crianas respiradoras nasais
acima de 8 anos no apresentaram alteraes posturais quando comparadas s
crianas que respiravam pela boca as quais mantinham posturas corporais
alteradas.
Para Di Francesco (2003) a respirao oral no deve ser considerada uma
adaptao fisiolgica ou simplesmente uma alternativa dificuldade de respirar
pelo nariz, mas sim uma adaptao patolgica. Uma vez que essa desencadeia
uma srie de distrbios para o indivduo.
Na pesquisa de Di Francesco et al. (2004) o objetivo foi comparar os
achados de sonolncia diurna, cefalia, agitao noturna, enurese noturna,
problemas escolares/distrbios de ateno e bruxismo em crianas respiradoras
orais. Foram estudadas 142 crianas respiradoras orais, com idade entre 2 e 14
anos, 92 do sexo masculino e 50 do feminino, divididas em trs grupos baseados
no diagnstico principal: rinite alrgica, hiperplasia adenoamigdaliana e hiperplasia
amigdaliana. Os autores concluram que bruxismo, enurese, agitao noturma e
cefalia esto relacionadas com apinia do sono sendo mais freqentes nas
crianas com hiperplasia adenoamigdaliana, diagnstico esse mais encontrado no
grupo estudado (46,5%). Em contrapartida sonolncia diurna e cefalia matinal
foram encontradas em baixa freqncia no grupo de respiradores orais estudados,
mesmo nos que tinham apinia do sono.
Bonatto, Andrada e Silva, Costa (2004) tiveram como objetivo observar em
crianas disfnicas as possveis relaes entre o padro respiratrio (tipo e modo),
o sistema sensrio-motor e as funes orais do sistema estomatogntico. Para
isso foi realizado um estudo do pronturio de 60 crianas, na faixa etria de 5 a 14
-
8
anos, com diagnstico de disfonia infantil em acompanhamento fonoaudiolgico e
mdico, no Hospital da Irmandade Santa Casa de Misericrdia de So Paulo.
Diante das concluses dos autores, as que se relacionam mais diretamente com o
nosso estudo, foram: comprometimento em lbios, lngua, mandbula e
bochechas; as alteraes de lbios e de lngua esto relacionadas com as de
palato duro, de bochechas, mandbula e de arcada dentria.
Para Tessitore (2004) a funo respiratria um dos principais objetivos na
reabilitao fonoaudiolgica na rea da motricidade oral. A autora dividiu em grupo
de alteraes, seguindo Marchesan (1998), embora esclarea que raramente
todas essas so encontradas em um mesmo sujeito, as alteraes principais so:
craniofaciais e dentrias, mdicas (otorrinolaringolgicas), dos rgos
fonoarticulatrios, corporais, das funes orais. Em relao aos lbios e a lngua
foi pontuado: lbio inferior evertido ou interposto entre os dentes; lbio superior
curto e retrado; lbios secos, fissurados, feridos e com alterao de cor; alterao
na posio habitual de lngua, com tendncia elevao de dorso e pice
rebaixado ou entre a arcada dentria.
Andrade et al. (2005) tiveram como objetivo levantar as alteraes
estruturais dos rgos fonoarticulatrios e ms ocluses dentrias mais frequentes
em respiradores orais durante o perodo de crescimento facial. Foram avaliados
por trs fonoaudilogas e duas ortodontistas, 40 crianas respiradoras orais, 25
meninos e 15 meninas, na faixa etria entre 6 e 10 anos, que nunca havia sido
submetidos interveno ortodntica. A partir do estudo os autores concluram
que todos os respiradores orais avaliados apresentaram alguma alterao nos
rgos fonoarticulatrios e ms ocluses dentrias. No grupo foi observado:
postura de lbios entreabertos, lbio inferior grosso e com everso, tnus de lbio
inferior flcido, flacidez de bochechas, msculo mentual com tnus rgido, lngua
com tenso diminuda e mandbula com postura de repousa aberta.
O objetivo dos pesquisidores Lessa et al. (2005) foi avaliar, por meio de
anlise cefalomtrica, as diferenas nas propores faciais de crianas
respiradoras orais e com respirao normal. Para isso foi avaliado, em um
-
9
Ambulatrio de Otorrinolaringologia, um grupo de 60 crianas, na faixa etria entre
6 e 10 anos. Foram formados dois grupos, de acordo com o diagnstico do tipo de
respirao: grupo I, constitudo de crianas respiradoras orais, com elevado grau
de obstruo das vias areas e grupo II, composto de crianas respiradoras
nasais. As crianas tambm foram submetidas avaliao ortodntica por meio
de radiografias cefalomtricas. Os autores concluram que os respiradores orais
tendem a apresentar maior inclinao mandibular, padro de crescimento vertical
com alteraes nas propores faciais normais, caracterizadas pela maior altura
facial anterior inferior e menor altura posterior da face nas crianas respiradoras
orais.
No estudo de Rodrigues et al. (2005) o objetivo foi pesquisar a ocorrncia
da respirao oral em sujeitos em tratamento ortodntico, e descrever as
alteraes miofuncionais orofaciais presentes. Foram avaliados 31 sujeitos, com
idade entre 7 e 36 anos, que se encontravam em tratamento ortodntico e no
haviam sido encaminhados para avaliao fonoaudiolgica e/ou
otorrinolaringolgica. Como resultado os pesquisadores encontraram que 70,97%
da amostra eram respiradores orais ou oronasais. Dentre as caractersticas foi
observado no grupo em relao lngua e lbios: 74,20% tinham postura de lbios
entreabertos, 64,52% lbios flcidos, 70,97% lngua flcida. Os autores
concluram que presena de lbios entreabertos/abertos, lngua alargada, flacidez
de lbios e de lngua foram caractersticas da maioria do grupo estudado.
A pesquisa de De Menezes et al. (2006) teve como objetivo determinar a
prevalncia de crianas, de um projeto escolar da cidade de Recife, com
respirao oral e verificar as principais alteraes faciais e de comportamento
associadas. A amostra foi composta por 150 crianas, na faixa etria entre 8 e 10
anos, 50 para cada faixa etria do sexo masculino e feminino. Foi realizada uma
avaliao fonoaudilgica e uma otorrinolaringolgica. Os autores concluram que a
prevalncia de respirao oral foi alta para ambos os sexos, ressaltando que aps
os testes ficou evidente que muitas crianas eram respiradores oronasais e que
uma minoria era sim exclusivamente oral. No houve associao entre os padres
-
10
de comportamento e o de respirao. Por fim as caractersticas verificadas no
respirador oral foram: face alongada, olhos cados, olheiras, narinas estreitas,
fechamento labial insuficiente, lbios ressecados e hipotnicos, lbios superior
estreito (fino), mordida aberta anterior e palato em ogiva.
O estudo de Cunha et al. (2007) identificou o estado nutricional, as
caractersticas da mastigao, modo respiratrio, dados sobre o sono, olfato e
paladar em crianas respiradoras orais na comparao com um grupo de crianas
respiradoras nasais. A amostra foi composta por 77 crianas respiradoras orais e
154 respiradoras nasais, na faixa etria de 6 a 10 anos. Como resultados as
crianas respiradoras orais obtiveram: mastigao ruidosa com escape de comida,
ausncia de vedamento labial. Na concluso dos autores foi possvel verificar que
houve diminuio da ingesto de carboidratos e aumento da ingesto de lipdeos
no grupo das crianas respiradoras orais com baixo peso. Foi observado tambm
que as crianas respiradoras orais apresentaram maiores alteraes na
mastigao quando comparadas ao grupo das respiradoras nasais.
Os objetivos da pesquisa de Perilo et al. (2007) foram quantificar e
comparar as foras axiais, mdia e mxima, produzidas pela lngua de crianas
respiradoras orais (pr-cirrgicas e em tratamento fonoaudiolgico) com crianas
respiradoras nasais. A amostra foi composta por 15 crianas, na faixa etria entre
8 e 12 anos, sendo cinco respiradoras orais pr-cirgicas, cinco em tratamento
fonoaudiolgico e cinco respiradoras nasais. Cada participante foi submetido a
uma avaliao subjetiva das caractersticas da lngua como: tenso, postura,
mobilidade e aspectos morfolgicos. Para uma avaliao objetiva da fora da
lngua os pesquisadores utilizaram um aparelho que foi desenvolvido pelo grupo
de engenharia biomecnica da mesma universidade. A concluso foi que a mdia
das foras foram maiores nos indivduos respiradores nasais, seguidos pelos orais
em tratamento fonoaudiolgico e, por fim, apresentando menores valores os
respiradores orais pr-cirrgicos.
O objetivo do estudo de Oliveira et al. (2007) foi determinar se crianas so
avaliadas mais negativamente em decorrncia de incompetncia labial. Como
-
11
mtodo os pesquisadores utilizaram fotografias coloridas de dois grupos: um
composto de crianas com boca aberta/respiradoras orais e outro de crianas com
lbios fechados/respiradoras nasais, cada qual com quatro crianas. Estas fotos
foram apresentadas a juzes da Blgica e do Brasil. Numa escala de 1 a 10, eles
avaliaram a maior ou menor propenso de cada criana ser tmida; ter poucos
amigos; pertencer a uma classe scio-econmica mais baixa; ter problemas com
leitura, escrita ou aritmtica; ter chupado os dedos e ter dificuldade em respirar
pelo nariz. Na concluso dos autores, quando os dois grupos foram comparados,
de acordo com a impresso dos juzes belgas e brasileiros, no houve diferena
na pontuao. Ao contrrio da percepo habitual, os resultados sugerem que as
crianas com uma incompetncia labial no so necessariamente percebidas de
forma negativa.
Almeida, Silva, Serpa (2009) verificaram em seu estudo a possvel relao
entre a m ocluso e hbitos orais deletrios em um grupo de respiradores orais.
Foram coletados os dados de 41 crianas respiradoras orais e com dentio
mista, na faixa etria entre 7 e 12 anos, 21 do sexo masculino e 20 do feminino.
Foram realizadas avaliaes: fonoaudiolgica, otorrinolaringolgica e ortodntica.
Como resultados que se relacionam com lbios e lngua os pesquisadores
encontraram: segundo a classificao de Angle, a classe II foi o tipo de m
ocluso mais encontrada no grupo; em relao aos hbitos orais houve
predomnio do hbito de colocar objetos na boca. Como concluso final do estudo
os hbito deletrios no foram determinantes na instalao ou desenvolvimento de
ms ocluses.
Tessitore e Cattoni (2010) afirmam que a respirao matriz funcional do
crescimento e do desenvolvimento orofacial. Esclarecem que principalmente o
tero mdio e inferior da face, palato e cavidade oral so influenciados pela
respirao. As alteraes pontuadas pelas autoras, tambm, seguem a
classificao de Marchesan (1998) acrescida de alteraes mdicas e
otorrinolaringolgicas. A questo da documentao fotogrfica muito valorizada
atualmente, assim como as medidas antropomtricas e a eletromiografia.
-
12
Ressaltam tambm que no caso do respirador oral pode ser necessrio o uso de
documentao complementar para visualizao de todas as estruturas, como por
exemplo, a telerradiografia lateral com utilizao de contraste na lngua. Quando
sabe-se das possveis alteraes no complexo orofacial decorrentes da respirao
oral, deve-se, segundo as autoras, complementar a avaliao com o exame clnico
das outras funes estomatognticas, como fonao, mastigao e deglutio.
-
13
4. MTODO
4.1 Preceitos ticos
A pesquisa de carter quantitativo e transversal e foi aprovada pelo
Comit de tica da Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo PUC/SP, sob
o parecer de nmero 302/2008 (anexo1). A carta de autorizao da Instituio na
quais os procedimentos da pesquisa foram realizados foi assinada pela diretora
responsvel (anexo2).
Como preconiza o cdigo de tica em pesquisa em seres humanos foi
necessrio que os pais e/ou responsveis das crianas/sujeitos da pesquisa
autorizassem sua participao no estudo. Foram contempladas no Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (anexo3) as adequaes ticas para
participao espontnea, manuteno do anonimato e a opo de se retirar do
estudo.
4.2 Instituio
A pesquisa foi realizada no Instituto CEFAC (http://www.cefac.br/) em
decorrncia do grande nmero de crianas respiradoras orais atendidas na
instituio. Dessa forma obtivemos uma amostra pertencente a uma faixa
socioeconmica prxima e todos residentes da cidade de So Paulo. A Instituio
existe h 11 anos e tem por misso o desenvolvimento de assistncia, ensino e
pesquisa na rea dos problemas de aprendizagem, da comunicao oral e escrita
e das alteraes que prejudicam aes como respirar, mastigar e engolir. Para
tanto, promove o acesso da populao educao preventiva, ao diagnstico e
assistncia especializada, assim como realiza formao tcnico-cientfica de
-
14
profissionais. Tem como objetivo diminuir o sofrimento e as conseqncias fsicas,
emocionais e sociais que uma srie de distrbios fsicos ou funcionais, passveis
de soluo ou melhora, podem acarretar. Neste sentido de responsabilidade e
compromisso sociais foi criada uma Instituio assistencial formada principalmente
por fonoaudilogos e enriquecida com a colaborao de mdicos, dentistas e
profissionais da rea da educao.
4.3 Seleo da amostra
Aps a aprovao do projeto pelo Comit de tica da PUC/SP e do aceite
da Instituio deu-se incio a coleta de dados que ocorreu no perodo de trs
meses. Durante esse perodo uma vez por semana (o dia escolhido foi o das
avaliaes do Departamento de Motricidade Orofacial) a pesquisadora observava
a avaliao realizada pelos profissionais do Instituto.
Foram avaliadas 40 crianas respiradoras orais, 26 do sexo masculino e 14
do sexo feminino (tabela 1), distribudas nas faixas etrias entre 7 e 10 anos
conforme a (tabela 2). A idade das crianas sujeitos da pesquisa foi determinada
de acordo com o surto de crescimento facial para o sexo feminino determinou-se
como incio 10 anos e trmino 12 e no masculino dos 12 aos 14 anos, Medeiros
(2006).
Tabela 1 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo sexo.
Sexo N %
Masculino 26 35,0
Feminino 14 65,0
Total 40 100,0
-
15
Tabela 2 - Distribuio das crianas da amostra segundo o sexo e idade.
Idade (anos)Sexo
7 8 9 10total
Masculino 9 6 6 5 26
Feminino 1 4 4 5 14
10 10 10 10 40
As crianas respiradoras orais ou oronasais, na faixa etria estipulada,
vinham para o Instituto j com um diagnstico otorrinolaringolgico prvio, uma
vez que existe um acordo do Instituto CEFAC com um hospital para determinadas
avaliaes mdicas e exames. Esta pesquisa atendeu alguns critrios de
excluso para seleo dos sujeitos. Foi determinado que as crianas participantes
deste estudo no deveriam possuir nenhum tipo de comprometimento mental,
neurolgico e/ou auditivo diagnosticados por mdico que pudessem prejudicar a
compreenso das mensagens fornecidas pela pesquisadora durante a avaliao
e/ou que estivessem resfriadas ou gripadas
4.4 Procedimentos
4.4.1 Instrumento
Toda a coleta de dados foi realizada no Instituto CEFAC. Para obteno
dos dados especficos de investigao desse estudo foi utilizado como
instrumento parte do protocolo MBGR (Genaro et al. 2009), utilizado na integra na
instituio. Os itens relativos postura, tnus e mobilidade de lbios e de lngua
avaliados esto grafados em cinza, no (anexo 4), no qual se encontra o protocolo
na integra. Para a coleta desses dados especficos levou-se em mdia de 10 a 15
minutos por criana.
-
16
4.4.2 Materiais
Os materiais utilizados para essas avaliaes foram: luvas e esptulas de
madeira descartveis.
4.4.3 Aplicao do protocolo MBGR (especificamente nos itenspostura, tnus e mobilidade de lbios e lngua).
Durante a avaliao clnica ocorre o preenchimento do protocolo MBGR. A
criana fica sentada em uma cadeira e seus pais ao lado da mesma. O avaliador
fica de frente para a criana. Alguns itens do protocolo dependem apenas da
observao do fonoaudilogo tais como a postura da lngua e dos lbios que so
avaliados durante a postura habitual de repouso e durante a fala. J para a
avaliao do tnus alm da observao visual, o clnico tambm usa a palpao.
Para a avaliao da mobilidade da lngua e dos lbios os movimentos so
solicitados verbalmente. Quando no h a compreenso do que para fazer o
clnico d o modelo do movimento requisitado. Como o objetivo dessa prova
saber se o indivduo tem ou no a possibilidade de realizar o movimento, na
avaliao final no levada em considerao se o modelo foi dado ou no.
4.5 Anlise dos dados
Aps o preenchimento de todos os itens constantes no protocolo MBGR,
os dados so colocados em uma planilha Excel assim como os escores obtidos. A
partir dessa planilha os dados de postura, tnus e mobilidade de lbios e de lngua
de todas as crianas geraram tabelas e resultados os quais foram foi analisados
estatisticamente.
-
17
4.6 Estatstica
Foi utilizada estatstica descritiva como ferramenta estatstica por meio de
anlise de distribuio de freqncias das variveis de estudo.
-
18
5. RESULTADOS
Os resultados das 40 crianas, na faixa etria de 7 a 10anos estudadas,
esto apresentados em tabelas, seguindo a ordem postura, tnus e mobilidade de
lbios e de lngua de acordo com a aplicao existente no protocolo MBGR
(anexo 4).
De acordo com resultados da amostra para a varivel postura de lbios em
posio habitual (tabela 2), foi encontrado 13 (32.5%) de lbios entreabertos,
seguidos por 11 (27,5%) crianas que alternam abertos e fechados (ora abertos
ora fechados), 9 (22,5%) que apresentaram lbios abertos e apenas 7 (17,5%)
crianas do grupo com lbios fechados. No encontramos no grupo pesquisado
nenhuma criana com fechados com tenso ou fechados em contato dentrio.
Tabela 3 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo postura de lbios.
POSTURA DE LBIOS N %
Abertos 9 22,5
Ora abertos ora fechados 11 27,5
Entreabertos 13 32,5
Fechados 7 17,5
Total 40 100,0
Em relao ao tnus de lbios foi avaliado separadamente o superior e o
inferior. Em relao ao tnus do lbio superior encontrou-se 36 crianas (90%)
com tnus considerado normal, 4 (10%) diminudo e nenhuma criana com tnus
aumentado.
-
19
Tabela 4 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo tnus de lbio superior.
TONUS DE LBIO SUPERIOR N %
Diminudo 4 10,0
Normal 36 90,0
Total 40 100,0
Com relao ao lbio inferior 32 (80,0%) crianas apresentam tnus
diminudo e 8 (20,0%) apresentam tnus normal, nenhuma criana apresentou o
tnus aumentado.
Tabela 5 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo tnus de lbio inferior.
TONUS DE LBIO INFERIOR N %
Diminudo 32 80,0
Normal 8 20,0
Total 40 100,0
Em relao mobilidade de lbios 12 provas foram aplicadas, conforme o
protocolo MBGR, so essas: protrair e retrair fechados e alternar protrair/retrair
fechados; protrair e retrair abertos e alternar protrair/retrair abertos; protrair
fechados direita (D), protrair fechados esquerda (E) e alternar protrair fechados
D e a E; estalar protrados, retrados e alternar estalo protrados/retrados. Os
escores variam de acordo com: normal (0), aproximado (1), tenta realizar (2) e no
realiza (3), dessa forma o melhor resultado zero e o pior trinta e seis. Na
amostra estudada 19 (47,5%) crianas tiveram o melhor resultado em relao
mobilidade de lbios, 20 (50,0%) obtiveram valores de escores bem prximos ao
melhor (entre um e oito), sendo que apenas uma criana apresentou o escore 10.
-
20
Tabela 6 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo os valores de escore do protocolo MBGR para o item 5(mobilidade lbios)
MOBILIDADE ( LBIOS)valores escores(melhor resultado=0 e pior =36)
N %
0123457810
1932633121
47,57,55,0
15,07,57,52,55,02,5
Total 40 100,0
Em relao postura (posio habitual) de lngua, segundo os dados
encontrados na aplicao do protocolo MBGR, na amostra estudada 23 (57,5%)
apresentou a lngua no assoalho, 13 (32,5%) no foi possvel observar e 4 (10,0%)
a lngua estava na posio interdental. Das 13 crianas nas quais no foi possvel
observar a posio habitual da lngua, cinco estavam com os lbios entreabertos,
cinco alternavam abertos e fechados e quatro, fechados. No foi possvel
observar em nenhuma das crianas a lngua com dorso alto.
-
21
Tabela 7 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo postura de lngua.
POSTURA DE LNGUA N %
Interdental 4 10,0
No observvel 13 32,5
No assoalho 23 57,5
Total 40 100,0
Para a avaliao de tnus de lngua, segundo o protocolo MBGR, 21
(52,5%) crianas apresentaram tnus diminudo e 19 (47,5%) apresentaram tnus
normal, nenhuma criana apresentou tnus aumentado.
Tabela 8 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo tnus de lngua.
TONUS DE LNGUA N %
Diminudo 21 52,5
Normal 19 47,5
Total 40 100,0
Em relao mobilidade de lngua 17 provas foram aplicadas, conforme o
protocolo MBGR, so essas: protrair; alternar protrair/retrair; elevar na papila
incisiva; alternar elevar e baixar; alternar elevar na papila e abaixar; elevar no lbio
superior; elevar/abaixar tocando os lbios; tocar a comissura labial D e depois E;
alternar a comissura labial D e E; tocar o pice sequencialmente nas comissuras
D/E e nos lbios superior (S) e inferior (I); tocar internamente a bochecha D e
depois a E; alternar tocar as bochechas D e E; estalar pice; estalar o corpo;
sugar a lngua no palato e vibrar. Os escores variam de acordo com: normal (0),
aproximado (1), tenta realizar (2) e no realiza (3), dessa forma o melhor resultado
zero e o pior 51. Na amostra estudada o resultado foi o seguinte: 22 (55,0%),
crianas tiveram o melhor resultado em relao mobilidade de lngua e 18
-
22
(45,0%) obtiveram valores de escores bem prximos ao melhor (entre um e nove),
sendo que apenas uma criana apresentou o escore 9.
Tabela 9 - Distribuio das crianas da amostra, em nmero (N) e porcentagem (%),segundo os valores de escore do protocolo MBGR para o item 5(mobilidade lngua).
MOBILIDADE (LNGUA)valores de escores(melhor resultado=0 e pior =51)
N %
012345789
2225241112
55,05,012,55,010,02,52,52,55,0
Total 40 100,0
-
23
6. DISCUSSO
Dos autores apresentados na reviso de literatura, do primeiro (Marchesan
e Krakauer, 1995) ao ltimo (Tessitore e Cattoni, 2010), incluindo todas as
pesquisas, unanimidade que a respirao pela boca trar conseqncias para a
musculatura orofacial. Porem sabe-se que as alteraes que podem ser
observadas no indivduo respirador oral so variveis e dependem de outros
fatores alm da respirao. importante ressaltar tambm que fundamental
compreender o conjunto das funes do sistema estomatogntico assim como
suas inter-relaes, por essa razo Tessitore e Cattoni (2010) pontuam que uma
criana respiradora oral deve ter todas as funes do sistema estomatogntico
avaliadas. O protocolo de avaliao MBGR (na integra no anexo 4) prope uma
avaliao completa e nas crianas desse o protocolo foi aplicado na integra, alm
da analise fotogrfica e da eletromiografia, mas a nossa opo para esse trabalho
foi questo da postura, tnus e mobilidade de lbios e de lngua.
Em relao mostra da pesquisa, o nmero de meninos foi maior quando
comparado ao das meninas, principalmente na faixa etria de 7 anos (tabelas 1 e
2). Apesar de muitos estudos no determinarem o sexo da amostra na mesma
faixa da nossa amostra encontramos semelhana em relao ao nmero superior
de meninos em outros trabalhos. Como na pesquisa de Motonaga, Berte,
Anselmo-Lima (2000) na quais 53,85% eram do sexo masculino e 46, 15% do
feminino. No mesmo sentido na amostra do trabalho de Di Francesco et al. (2004)
foram estudadas 142 crianas respiradoras orais, 92 eram do sexo masculino e 50
do feminino. Tambm na pesquisa de Andrade et al. (2005) o grupo de crianas
estudado foi dividido em 25 meninos e 15 meninas. Por outro lado na pesquisa
para determinar a prevalncia, De Menezes et al. (2006), de respirao oral em
um grupo de crianas no houve diferena entre o sexo masculino e feminino.
Dessa forma no podemos afirma que na faixa etria entre 7 e 10 anos de idade
-
24
exista uma prevalncia de respirao oral em meninos, embora trs estudos alm
do nosso tenham demonstrado isso.
Ainda sobre o grupo estudado apesar da diferena entre meninos e
meninas o grupo pode ser considerado homogneo nos aspectos scio cultural
econmicos. Uma vez que todos foram avaliados no Instituto e so de bairros e
escolas de uma regio prxima da cidade de So Paulo. Em pesquisas com
crianas respiradoras orais importante se pensar na qualidade de vida e
principalmente nos aspectos ambientais no qual a criana vive, pois se sabe que
esses influenciam muito o padro respiratrio dos indivduos. Nesse sentido
difcil, por exemplo, comparar um grupo de crianas que mora na praia, com um
outro que mora na fazenda e outro na cidade. Nas pesquisas que envolvam a
questo respirao, seja com criana ou com adulto, a populao precisa ser bem
caracterizada em relao a sua faixa etria, condio social e econmica, assim
como ambiental.
Sobre a questo da respirao oral ou oronasal, no item postura de lbios
apenas 22,5% foram avaliados como abertos, os outros ficaram entre
entreabertos, ora aberto ora fechado e fechado. Dessa forma podemos dizer que
uma minoria da nossa amostra era respirador oral exclusivamente as outras
crianas eram respiradoras oronasais, conforme afirma Di Francesco(2003) a
criana respiradora oral exclusiva raro. Assim como ocorreu na pesquisa de De
Menezes et al. (2006).
De acordo com o primeiro item avaliado postura de lbios (tabela 3)
observa-se que 32,5% da amostra mantiveram entreabertos, 27,5% ora abertos
ora fechados, 22,5% abertos e 17,5% fechados, nenhuma criana foi avaliada na
posio de fechados com tenso e fechados com contato dentrio. Considerando
que a criana respiradora oral possui uma dificuldade de respirar pela boca, em
alguns casos impedimento de utilizar as narinas para respirar (Marchesan e
KraKauer, 1995; Marchesan, 1998; Tsuji e Chung, 2003) o esperado que os
lbios ficassem abertos, entreabertos ou ora abertos ora fechados, se a criana
fosse uma respiradora oronasal e abertos se a criana fosse uma respiradora oral
-
25
exclusivamente. No caso das sete crianas que ficaram com os lbios fechados
durante a avaliao podemos supor que essas so respiradoras oronasais, mas
que no dia da avaliao estavam com o nariz em perfeita condio o que
possibilitou uma respirao exclusivamente nasal e a manuteno da boca
ocluda.
Nas pesquisas (Montonaga, Berte, Anselmo-Lima, 2000; Andrade et
al.,2005; De Menezes et al.,206) os resultados apontaram que as crianas
respiradoras orais apresentaram lbios entreabertos, mas apenas o estudo de
Rodrigues et al. (2005) demonstrou nos resultados a proporo de 74,20% da
referida postura. Na pesquisa de Tom e Marchioni (1999) que mediu a atividade
muscular dos orbiculares superiores e inferiores, em uma faixa etria um pouco
menor que a da nossa pesquisa, o resultado foi uma atividade menor no grupo dos
respiradores orais quando comparados aos nasais, isso poderia justificar uma
postura entreaberta, mas as pesquisadoras no avaliaram postura. Vale ressaltar
que vrias pesquisas concluem hipofuno dos lbios, mas no descrevem qual a
posio habitual dos lbios e nem as porcentagens de caractersticas encontradas
nas crianas estudadas.
Em relao ao tnus de lbios primeiramente iremos discutir o lbio
superior. Na tabela 4 observa-se 90,0% das crianas com tnus de lbio superior
normal, 10,0% com tnus diminudo e nenhuma criana com o tnus aumentado.
As quatro crianas (dois meninos e duas meninas) que foram avaliadas com tnus
de lngua diminudo, tambm, tiveram o lbio inferior com o mesmo tnus, e duas
delas foram classificadas com a posio habitual de lbios abertos, uma criana
entreaberto e a outra ora aberto ora fechado. A questo da avaliao do tnus na
clnica da motricidade orofacial algo que vem se modificando muito ao longo dos
anos, muitas pesquisas afirmam que a criana tem hipotonia ou falta de tnus em
determinada musculatura sem ao menos descrever como foi realizada a avaliao
do tnus. Poucos trabalhos, tambm, separam o lbio superior do inferior e como
pudemos observar os resultados podem ser opostos, sendo assim ao se falar de
tnus fundamental avaliar separadamente o superior e o inferior.
-
26
Os autores (Marchesan e Krakauer, 1995; Marchesan, 1998; Tessitore,
2004; De Menezes, 2006) referem que no respirador oral o lbio superior
encontra-se retrado ou curto/fino e com hipofuno. Tambm na pesquisa de
Tom e Marchioni (1999) o orbicular superior dos respiradores orais teve uma
atividade menor, isso poderia ser atribudo a uma hipofuno. No trabalho de
Rodrigues et al. (2005) 64,52% apresentaram lbios flcidos, mas no houve
avaliao separada do lbio superior e do inferior. O que no fica explicito,
nessas pesquisas e colocaes dos autores acima, se as caractersticas para o
lbio superior curto e hipofuncional se refletiria em um tnus diminudo, de
qualquer forma no foi o encontrado em nosso estudo uma vez que 90,0%
apresentaram tnus normal.
Em relao ao tnus de lbio inferior (tabela 5) obteve-se 80,0% com tnus
diminudo, 20,0% com tnus normal e nenhuma criana teve o lbio inferior com o
tnus aumentado. Na literatura (Marchesan e Krakauer, 1995; Marchesan, 1998;
Tessitore, 2004) classificam o lbio inferior do respirador oral de evertido e
interposto entre os dentes. Na amostra de Andrade et al. (2005) foi encontrado na
amostra lbio inferior grosso e com everso. O trabalho que mais vai ao encontro
dos nossos achados, embora no discrimine o lbio inferior do superior, o de
Rodrigues et al. (2005) nos quais 64,52% apresentaram lbios flcidos. De
Menezes et al. (2006) verificaram como caractersticas dos respiradores orais
lbios hipotnicos e ressecados, mas a pesquisa no apresenta as porcentagens
dentro do grupo estudado e nem descrevem como foi realizada a avaliao. Ao se
refletir sobre a everso do lbio inferior pode-se hipotetizar que isso acontece por
um tnus diminudo, mas sabe-se que no podemos afirmar isso sem, por
exemplo, exames complementares como a eletromiografia no msculo mentual.
O item mobilidade a caracterstica mais difcil de discutir, pois no h
pesquisa que fale especificamente da mobilidade de lbios e que tenha realizado
a avaliao utilizada as provas do protocolo MBGR. Dessa forma no podemos
correr o perigo de fazer inferncias ou suposies levianas, pensando que se o
-
27
tnus diminudo obrigatoriamente a mobilidade tambm estar alterada, pois na
realidade no isso que verificamos. Existe na motricidade orofacial,
principalmente, nas crianas nessa faixa etria muita flexibilidade e
consequentemente adaptaes e/ou compensaes.
A tabela 6 mostra-nos que 47,5% do grupo temos mobilidade de lbios
normal, 50,0% teve valores de escores entre um e oito e apenas uma criana teve
o escore de 10. Na soma de todos os pontos desse item zero o melhor resultado
e 36 o pior. A criana com escore 10 para mobilidade de lbios, tambm teve para
lbios: posio habitual abertos, tnus de lbio superior normal e inferior
diminudo; para lngua: posio habitual no assoalho, tnus diminudo e
mobilidade normal. Fica evidente no caso dessa criana que o tnus diminudo
no alterou a mobilidade. Nenhuma criana marcou trs pontos, que significa
dizer: no realizar. Dessa forma pode-se afirmar que 100,0% da amostra tm
mobilidade de lbios normal.
Quando os autores (Marchesan e Krakauer, 1995; Marchesan, 1998;Tom
e Marchioni, 1999 ) referem que o respirador oral tem uma hipofuno de lbios,
algumas colocaes foram feitas no item tnus, mas quando se fala em funo
devemos pensar em mobilidade, tendo clareza que tnus e mobilidade, assim
como postura se inter-relacionam. De qualquer forma no se pode afirmar que o
respirador oral tem alterao de mobilidade de lbios, pensando de forma
generalizada na hiperfuno. No estudo em questo apesar de postura e tnus
estarem alterado em parte da amostra no item mobilidade 100,0% do grupo tem
mobilidade normal. As pesquisas de Motonaga, Berte, Anselmo-Lima (2000) e de
Bonatto, Andrada e Silva, Costa (2004) concluem que os lbios da populao
estudada estavam alterados, mas no descrevem qual era a alterao.
A questo dos lbios secos, rachados com mudana de cor tambm foi
levantada por alguns autores (Marchesan e Krakauer, 1995; Marchesan, 1998;
Tessitore, 2004) e apesar de terem sido avaliados no protocolo MBGR como eram
muitos dados para esse estudo preferimos focar.
-
28
Passaremos a discutir os resultados da amostra referentes lngua, a
tabela 7, mostra dados da posio (postura) habitual de lngua 57,5% no assoalho,
32,5% no observvel, 10,0% interdental e no foi observada nenhuma criana
com a lngua com dorso alto. As 13 crianas nas quais no foi possvel observar a
postura de lngua cinco tinham postura de lbios alternando entre abertos e
fechados, quatro entreabertos e quatro fechados. Vale ressaltar para no ficar
impresso que seria apenas o vedamento labial que impedia a visualizao da
avaliao da posio habitual de uma lngua.
Em relao postura da lngua do respirador oral encontra-se na literatura
(Marchesan e Krakauer, 1995; Marchesan, 1998; Tessitore, 2004) anteriorizada ou
com dorso elevado para regularizar o fluxo de ar. Krakauer e Guilherme (2000)
para caracterizar o seu grupo de pesquisa de crianas respiradoras orais uma das
marcas podia ser projeo anterior da lngua. Existem algumas pesquisas que
citam a alterao de ocluso dentria nos respiradores orais, como na realizada
por Almeida, Silva, Serpa (2006) na qual a classe II, segundo a classificao de
Angle, foi a mais encontrada, mas a lngua no foi avaliada. No encontramos nos
trabalhos pesquisados dados que possam servir para uma discusso, em
nenhuma pesquisa a lngua se apresentou no assoalho da boca como aconteceu
na maioria das nossas crianas.
O tnus de lngua do respirador oral mais pesquisado na Fonoaudiologia,
provavelmente em decorrncia de toda sua influencia para o desenvolvimento,
assim como para deglutio e mastigao. Os pesquisadores e clnicos ainda no
descobriram que o tnus to importante quanto a postura e a mobilidade, mas
algumas itens, mesmo em cincia, acabam se destacando sem as pessoas de fato
entenderem o real motivo. Na tabela 8 observa-se 52,5% de crianas com tnus
de lngua diminudo, 47,5% com tnus normal e nenhuma criana com o tnus
aumentado.
Os autores (Marchesan, 1998; Andrade et al., 2005) afirmam que o
respirador oral tem alterao de tnus, isso tnus diminudo. Na pesquisa de
Rodrigues et al. (2005) 70,97% das crianas respiradoras orais apresentaram
-
29
lngua flcida. No estudo de Perilo et al. (2007) que mediu as foras axiais da
lngua de crianas respiradoras nasais e orais, a concluso foi que a lngua dos
respiradores orais apresentou valores menores quando comparadas aos nasais.
Houve uma concordncia com o nosso estudo uma vez que obtivemos uma
maioria de crianas com tnus de lngua diminudo.
Na ltima tabela dos resultados (tabela 9) visto sobre a mobilidade de
lngua que 55,0% das crianas apresentaram mobilidade normal, 45,0% obtiveram
escores entre um e nove. Sendo que nesse item no protocolo MBGR o melhor
resultado zero e o pior igual a 51. Sendo assim fica evidente que 100,0% da
amostra desse estudo apresentaram mobilidade de lngua normal. Novamente
podemos verificar que podemos ter um tnus diminudo sem prejudicar a
mobilidade.
Para finalizar a discusso assim como pontua Tessitore e Cattoni (2010)
fundamental que a avaliao do respirador oral no seja segmentada. Nos artigos
e pesquisas cientficas faz-se a opo por recortes, mas na clnica preciso
manter essa viso do geral, de algo que leva a outro. No caso de uma criana
respiradora oral no s a postura, tnus e mobilidade de lbios e lngua
fundamental de serem compreendidas de forma ampla como todas as funes do
sistema estomatogntico. A documentao fotogrfica, as medidas
antropomtricas e a eletromiografia podem nos auxiliar tanto na clinica como no
campo da pesquisa.
-
30
7. CONCLUSO
Para concluir as caractersticas de postura, tnus e mobilidade de lbios
das crianas respiradoras orais estudadas foram: lbios entreabertos, lbio
superior com tnus normal, lbio inferior com tnus diminudo e mobilidade
normal. Em relao a lngua as caractersticas foram: postura no assoalho, tnus
diminudo e mobilidade normal.
-
31
8. REFERNCIA BIBLIOGRFICA
Almeida FL, Silva AMT, Serpa EO. Relao entre m ocluso e hbitos emrespiradores orais. Rev CEFAC 2009; 11 (1):86-93.
Andrade FV, Andrade DV, Arajo AS, Ribeiro, ACC, Decax LDG, Nemr K.Alteraes estruturais de rgos fonoarticulatrios e ms ocluses dentrias emrespiradores orais de 6 a 10 anos. Rev CEFAC 2005; 7(3):318-25.
Bianchini AP, Guedes ZCF, Vieira MM. Estudo da relao entre respirao oral e otipo facial. Rev. Bras. Otorrinolaringologia. 2007;73(4):500-5
Bonatto MTRL, Andrada e Silva MA, Costa HO. A relao entre respirao esistema sensrio-motor oral em crianas disfnicas. Rev CEFAC 2004; vol 6 (1) ;58-66.
Cattoni DM, Fernandes FDM, Di Francesco RC, Lotorre MRDO. Caractersticas dosistema estomatogntico de crianas respiradoras orais: enfoque antroposcpico.Rev. Pr-Fono, 2007; 19(4): 347-51.
Cunha DA, Silva GAP, Motta MEFA, Lima CR, Silva HJ. A respirao oral emcrianas e suas repercusses no estado nutricional. Rev CEFAC 2007; 9(1):47-54.
De Menezes VA, Leal RB, Pessoa RS, Pontes RMES. Prevalncia e fatoresassociados respirao oral em escolares participantes do projeto Santo Amaro-Recife,2005. Rev. Bras. Otorrinolaringologia, 2006; 72(3): 394-9.
Di Francesco RC, Passerotii G, Paulucci, B, Miniti A. Respirao oral na criana:repercusses diferentes de acordo com o diagnstico. Rev. Bras.Otorrinolaringologia, 2004;70(5);665-70.
Di Francesco RC. Crescimento craniofacial e distrbios da respirao oral doponto de vista otorrinolaringolgico. In: Krakauer LH, DiFrancesco RC, MarchesanI Q (org.) Conhecimentos essenciais para entender bem a respirao oral. SoJos dos Campos, Editora Pulso, 2003;p. 27-35.
Di Francesco RC. Definindo a respirao oral. In: Krakauer LH, DiFrancesco RC,MarchesanIQ (org.) Conhecimentos essenciais para entender bem a respiraooral. So Jos dos Campos, Editora Pulso, 2003; p.15-17.
Ferraz MCA. Manual prtico de motricidade oral: avaliao e tratamento. Rio deJaneiro, Revinter, 2001, p.29-31.
-
32
Ferreira de Oliveira DS, Atherino CCT, Cervasio MR, Cruz G M, Cervasio OR,Bruggeman H,Cornelis L, Haspeslagh L, Borsel JV . Lip imcompetence andpsychosocial effects: a pilot study. The Laryngoscope 2007;117(7):1245-50.
Genaro KF, Berretin-Felix G, Redher MIBC, Marchesan IQ. Avaliao MiofuncionalOrofacial Protocolo MBGR. Rev. CEFAC. 2009;11(2):237-55.
Krakauer LH, Guilherme A. Relationship between mouth breathinhg and pouturalalterations of children: a drescriptive analysis. International Journal of OrofacialMyology. 2000; XXVI:13-23.
Lessa FCR, Enoki C, Feres MFN, Valera FCP, Lima WTA , Matsumoto MAN.Influencia do padro respiratrio na morfologia craniofacial. Rev. Bras.Otorrinolaringologia. 2005; 71(2): 156-60.
Marchesan IQ, Krakauer LH. A importncia do trabalho respiratrio na terapiamiofuncional. In: Marchesan IQ, Bolaffi C, Gomes ICD, Zorzi JL (org.). Tpicos emFonoaudiologia, vol.II. So Paulo, Editora Lovise, 1995. p.155-166.
Marchesan IQ. Avaliao e terapia dos problemas da respirao. In: Marchesan IQ(org.). Fundamentos em Fonoaudiologia:aspectos clnicos da Motricidade Oral. Riode Janeiro, Guanabara Koogan, 1998, p. 23-36.
Marchesan IQ. Introduo. In: Krakauer LH, DiFrancesco RC, Marchesan IQ (org.).Conhecimentos essenciais para entender bem a respirao oral. So Jos dosCampos, Editora Pulso, 2003; p. 9-12.
Medeiros AMC, Medeiros M. Crescimento e desenvolvimento craniofacial. In:Medeiros AMC, Medeiros M. Motricidade Orofacial inter-relao entreFonoaudiologia e Odontologia. So Paulo: Lovise, 2006. p.29-37.
Motonaga SM, Berte LC, Anselmo-Lima WT. Respirao bucal: causas ealteraes no sistema estomatognatico. Rev. Bras. Otorrinolaringologia, 2000;66(4):373-79.
Oliveira DSF, Atherino CCT, Melo Cruz MRCG, Cervasio OR, Bruggeman H,Cornelis L, Haspeslagh L, Borsel JV. Lip incompetence and psychosocial effects: apilot study. The Laryngoscope 2007; 117:1245-50.
Perilo TVC, Motta AR, Las Casas EB, Saffar JME, Costa CG. Avaliao objetivadas foras axiais produzidas pela lngua de crianas respiradoras orais. Rev. Soc.Bras. Fonoaudiologia. 2007;12(3):184-90.
Rodrigues HOSN, Faria SR, Paula FSG, Motta AR. Ocorrncia de respirao orale alteraes miofuncionais orofaciais em sujeitos em tratamento ortodntico. Rev.CEFAC 2005; 7 (3): 356-62.
-
33
Tessitore A, Cattoni DM. Diagnstico das alteraes de respiraa, mastigao edeglutio. In: Fernades FDM, Mendes BCA, Navas ALPGP (org.) Tratado deFonoaudiologia, segunda edio. So Paulo, ROCA, 2010.
Tessitore A. Alteraes oromiofuncionais em respiradores orais. In: Ferreira LP,Befi-Lopes DM, Limongi SCO (org.) Tratado de Fonoaudiologia. So Paulo,ROCA, 2004.
Tom MC, Marchioni SC. Anlise eletromiogrfica dos msculos orbicularessuperior e inferior da boca em crianas respiradoras nasais e bucais durante aemisso de slabas. Rev Pr-fono 1999;11(1):1-7.
Tsuji DH, Chung D. Causas de obstruo nasal. In: Krakauer LH, DiFrancesco RC,MarchesanIQ (org.) Conhecimentos essenciais para entender bem a respiraooral. So Jos dos Campos, Editora Pulso, 2003; p. 91-100.
-
34
ANEXOS
Anexo1
-
35
Anexo 2
So Paulo, 03 Novembro de 2008.
CARTA DE AUTORIZAO DA INSTITUIO
Diretora Profa. Dra. Irene Queiroz Marchesan
Solicito autorizao para coleta de dados como parte da dissertao de mestradorealizada na Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo. Titulada:caracterizao da postura, tnus e mobilidade de lbios e lngua emcrianas respiradoras orais.
Cujo objetivo do trabalho caracterizar a postura, tnus e mobilidade de lbios elngua em crianas respiradoras orais.
Sabemos que a colaborao entre as Instituies de ensino so fundamentaispara o crescimento da cincia.
Comprometo-me a colaborar para no inferir no funcionamento da clnica.
Rafaela Schmidt
Pesquisadora Responsvel
Declaro que autorizo a pesquisadora Rafaela Schmidt a realizar a pesquisa acimamencionada.
-
36
Anexo 3
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Caro(a) Senhor(a)
Eu, Rafaela Schmidt, fonoaudiloga, portadora do CPF. 329.273.298.00- RG.24.588.451.8, estabelecida na Av. Dr. Silva Melo, 520 Ed. Madeira 1105, CEP.04675010, na cidade de So Paulo, cujo telefone de contato (11) 28063345 voudesenvolver uma pesquisa cujo ttulo Caracterizao da postura, tnus emobilidade de lbios e lngua em crianas respiradoras orais.
O objetivo do trabalho caracterizar a postura, tnus e mobilidade de lbios elngua em crianas respiradoras orais. A participao do (a) seu (sua) filho (a)nesta pesquisa voluntria e contar com avaliao miofuncional e orofacial,estes no causam nenhum risco ao seu filho. A participao do (a) seu (sua) filho(a) no trar qualquer benefcio direto, mas proporcionar um melhorconhecimento respeito da Fonoaudiologia/Motricidade Oral/Voz, que em futurostratamentos fonoaudiolgico podero beneficiar outras pessoas.
No existe outra forma de obter dados com relao ao procedimento em questoe que possa ser mais vantajoso.
Informo que o Sr (a) tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo,sobre qualquer esclarecimento de eventuais dvidas.
Tambm garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquermomento e deixar de participar do estudo, sem qualquer prejuzo continuidadede seu tratamento na instituio.
Garanto que as informaes obtidas no sero divulgadas.
O Sr (a) tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais dapesquisa e caso seja solicitado, darei todas as informaes que solicitar.
No existiro despesas ou compensaes pessoais para o participante emqualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Tambm no hcompensao financeira relacionada sua participao.
Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para a pesquisa e osresultados sero veiculados atravs de artigos cientficos em revistasespecializadas e/ou em encontros cientficos e congressos, sem nunca tornarpossvel sua identificao do (a) seu (sua) filho (a).
Anexo est o consentimento livre e esclarecido para ser assinado caso no tenhaficado qualquer dvida.
-
37
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Acredito ter sido suficiente informado a respeito das informaes que li ou queforam lidas para mim, descrevendo Caracterizao da postura, tnus emobilidade de lbios e lngua em crianas respiradoras orais.
Eu discuti com a fonoaudiloga Rafaela Schmidt sobre minha deciso em permitira participao de meu (minha) filho (a) nesse estudo. Ficaram claros para mimquais so os propsitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seusdesconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentospermanentes.
Ficou claro tambm que a participao de meu (minha) filho (a) isenta dedespesas e que tenho garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhasdvidas a qualquer tempo.
Concordo voluntariamente em permitir a participao de meu (minha) filho (a)deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes oudurante o mesmo, sem penalidade ou prejuzo ou perda de qualquer benefcio queeu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Servio.
_____________________________ _________________________
Assinatura do entrevistado Assinatura de pesquisadora
Nome: data:
Endereo:
RG:
Fone ( )
Data
-
38
Anexo 4
Exame Miofuncional Orofacial - MBGRMarchesan IQ, Berretin-Felix G, Genaro KF, Rehder MI
Nome: ___________________________________________________ No _______________
Data do exame: ___ / ___ / ___ Idade: ___ anos e ___ meses DN: ___ / ___ / ___
11.. PPOOSSTTUURRAA CCOORRPPOORRAALL (Observar o paciente em p e sem calado)
CCaabbeeaa [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 4)[flexo e extenso = sim] [rotao = no] [inclinao = talvez]
Frontal: (0) normal (1) rotao D (1) rotao E (1) inclinao D (1) inclinao E
Lateral: (0) normal (1) anteriorizada (1) flexo (1) extenso
OOmmbbrrooss [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 3)
Frontal: (0) normal (1) elevado D (1) elevado E
Lateral: (0) normal (1) rotao anteriorizado
Observao: ___________________________________________________________________________
22.. MMEEDDIIDDAASS DDAA FFAACCEE,, MMOOVVIIMMEENNTTOO MMAANNDDIIBBUULLAARR EE OOCCLLUUSSOO
FFaaccee (manter os lbios em contato, tomar cada medida 3 vezes com paqumetro e calcular a mdia)
1 medida
(mm)
2 medida
(mm)
3 medida
(mm)
Mdia
(mm)
tero mdio da face (glabela a sub-nasal)
tero inferior da face (sub-nasal a gnatio)
altura da face - A (glabela a gnatio) (soma do tero mdio com o inferior)
largura da face - La (proeminncias dos arcos zigomticos)
canto externo do olho direito comissura do lbio direita
canto externo do olho esquerdo comissura do lbio esquerda
lbio superior (sub-nasal ao ponto mais inferior do lbio superior)
lbio inferior (do ponto mais superior do lbio inferior ao gnatio)
MMoovviimmeennttoo MMaannddiibbuullaarr ee OOcclluussoo (usar paqumetro e lpis cpia, tomar cada medida 3 vezes e calcular amdia)
-
39
1 medida
(mm)
2 medida
(mm)
3 medida
(mm)
Mdia
(mm)
trespasse vertical - TV (com os dentes em ocluso, marcar na vestibulardos incisivos inferiores a face incisal dos incisivos superiores e medir adistncia dessa marcao at a face incisal dos incisivos inferiores; namordida aberta medir a distncia entre as faces incisais dos dentes incisivossuperior e inferior, no plano vertical, e o resultado obtido ser negativo)
trespasse horizontal - TH (medir a distncia entre as faces incisais dosincisivos superiores e inferiores, no plano horizontal)
lateralidade mandibular direita (marcar a linha mdia dentria da arcadasuperior na arcada inferior, levar a mandibular para a direita e medir adistncia entre a marcao e linha mdia superior)
lateralidade mandibular esquerda(marcar a linha mdia dentria da arcadasuperior na arcada inferior, levar a mandibular para a esquerda e medir adistncia entre a marcao e linha mdia superior)
distncia interincisal mxima ativa - DIMA (do incisivo central ou lateralsuperior ao inferior com a mxima abertura da boca)
abertura da boca (DIMA +TV)
DIMA com o pice da lngua tocando a papila incisiva (DIMALP)
calcular: (DIMALP) x 100
DIMA
33.. EEXXAAMMEE EEXXTTRRAA--OORRAALL
AAnnlliissee FFaacciiaall NNuummrriiccaa
NNoorrmmaa FFrroonnttaall [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 3)
Tipo facial (comparar altura -A com largura - La) (0) mdia (A semelhante La) (1) longa (A > La) (1) curta (La > A)
Proporo facial:
(comparar altura dos teros mdio e inferior) (0) equilibrada (1) tero inferior maior (1) tero inferior menor
(comparar canto externo do olho comissura do lado D com o lado E) (0) semelhante (1) assimtrica
-
40
AAnnlliissee FFaacciiaall SSuubbjjeettiivvaa
NNoorrmmaa FFrroonnttaall [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 12)
Simtrico Assimtrico descrever
Plano infra-orbitrio (0) (1)Regio zigomtica (0) (1)Asas do nariz (0) (1)Bochechas (0) (1)Sulco nasolabial (0) (1)Lbio superior (0) (1)Comissura dos lbios (0) (1)Lbio inferior (0) (1)Mento (0) (1)Mandbula (corpo e ramo) (0) (1)Masseter repouso (0) (1)Masseter apertamento (0) (1)
MMaasssseetteerr [[ ]] (melhor resultado = 0 e pior = 1). Deve-se realizar via palpao
Recrutamento na contrao isomtrica: (0) simultneo (1) primeiro lado D (1) primeiro lado E
MMaannddbbuullaa [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 2)
Postura: (0) normal (1) semi-abaixada (2) abaixada (2) apertamento dentrio
LLbbiiooss [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 19)
Posio habitual: (0) fechados(2) entreabertos
(1) fechados com tenso(3)fechados em contato dentrio
(2) ora abertos ora fechados(4) abertos
Saliva: (0) deglutida (1) acumulada na comissura D (1) acumulada na comissura E (1) acumulada no lbioinferior
(2)baba
Mucosa: (0) normal (1) com marcas dentrias (1) ressecada (1) ferida
Forma Superior: - Inferior:
(0) normal(0) normal
(1) em asa de gaivota (1 e 2 arco do cupido)(1) com everso discreta (2) com everso acentuada
Comprimento do superior: (0) cobre dos incisivos (1) cobre mais que (2) cobre menos que
NNoorrmmaa LLaatteerraall [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 2)
Tipo Facial (perfil): (0) Tipo I (reto) (1) Tipo II (convexo) (1) Tipo III (cncavo)
ngulo nasolabial: (0) prximo a 90 (1) agudo (90)
44.. EEXXAAMMEE IINNTTRRAA--OORRAALLLLbbiiooss [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 3)Mucosa: (0) normal (1) ferida
fixao: (0) normal (1) baixaFrnulo superior:espessura: (0) normal (1) alterada (descrever): _____________________________________
BBoocchheecchhaass [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 10)Mucosa: (0) normal (1) marcas dentrias D
(1) marcas dentrias E(1) linha Alba D(1) linha Alba E
(1) ressecada D(1) ressecada E
(2) ferida D(2) ferida E
-
41
LLnngguuaa [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 29)Sulco longitudinal: (0) adequado (1) profundo
Posio habitual: no observvel (1) no assoalho (1) dorso alto (1) interdental: _____________________
Simetria: (0) sim (1) no (descrever): ________________________________________________
Largura: (0) adequada (1) diminuda (2) aumentada
Altura: (0) adequada (1) diminuda (2) aumentada
Tremor: (0) ausente (1) na posio habitual (1) ao protrair (1) nos movimentos (quatro pontos cardeais)
(0) normal (1) geogrfica (1) fissurada(1) marcada por dentes (local): _________________________ (1) marcada por aparelho(local): ____________
Mucosa:
(1) ferida (local): _______________________________________________________________________________
extenso: (0) normal (1) curto
fixao na lngua: (0) parte mdia (1) anterior parte mdia (2) no picefixao no assoalho: (0) entre as carnculas (1) entre a crista alveolar e as carnculas (2) crista alveolarao lateralizar a lngua: (0) normal (1) abaixa o pice D (1) abaixa o pice Eao protrair a lngua: (0) normal (1) abaixa o pice (1) deprime a parte central da
lnguaao elevar a lngua: (dentro da boca, sem tocaro arco superior)
(0) normal (1) pice quadrado/retangular (2) forma corao
Frnulo:
outras caractersticas: (0) ausente (1) visvel fixao j na crista alveolar (tenda) (1) submerso (1) fibroso
PPaallaattoo [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 8)
Profundidade: (0) normal (1) reduzida (baixo) (2) aumentada (alto)Duro:Largura: (0) normal (1) aumentada (larga) (2) reduzida (estreitada)
Simetria: (0) presente (1) ausenteMole:Extenso: (0) adequada (1) regular (2) longo (2) curto
vula: (0) normal (1) alterada (descrever):______________________________________________
TToonnssiillaass ppaallaattiinnaass ((aammddaallaass)) [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 4)Presena: presentes removidas no observveis
Tamanho: (0) normal (1) hipertrofia D (1) hipertrofia E
Colorao: (0) normal (1) hiperemia D (1) hiperemia E
Posio na loja amidaliana no visvel mdia: [ ] D [ ] E
DDeenntteess ee OOcclluussoo [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 18) Dentadura: decdua mista permanente
No de dentes: superior D ____ superior E ____ inferior D ____ inferior E ____
Falha dentria: (0) ausente (1) presente (elementos): _______________________________________________
Conservao dentria: (0) boa (1) regular (2) ruim Conservao gengival: (0) boa (1) regular (2) ruim Linha mdia: (0) adequada (1) desviada D (1) desviada E
Ocluso: (0) normal (1) alteradaClassificao de Angle: Lado D Lado E
(0) Classe I(0) Classe I
(1) Classe II div.1(1) Classe II div.1
(1) Classe II div. 2(1) Classe II div. 2
(1) Classe III(1) Classe III
Guia de desocluso: (0) presente (1) ausente D (1) ausente E
Alterao horizontal: (0) ausente (1) mordida de topo(TH = 0mm)
(1) sobressalincia(TH > 3mm)
(1) mordida cruzada anterior(TH < 0mm)
Alterao vertical: (0) ausente (1) mordida de topo(TV = 0mm)
(1) sobremordida(TV > 3mm)
(1) mordida aberta anterior(TV < 0mm)
(1) mordida abertaposterior
Alterao transversal: (0) ausente (1) mordida cruzada posterior direita (1) mordida cruzada posterior esquerda
Uso de prtese: no removvel fixa parcial total
Uso de aparelho: no mvel fixo
Descrever o aparelho e/ou prtese: ___________________________________________________________Outras alteraes: _________________________________________________________________________
-
42
55.. MMOOBBIILLIIDDAADDEE ((Quando o movimento solicitado for alterado, se necessrio, descrever)
LLbbiiooss [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 36)*Executar com os dentes ocludos - Nos movimentos alternados, executar 3 vezes e com ritmo.
normal aproximado tenta realizar no realiza
Protrair fechados * (0) (1) (2) (3)Retrair fechados * (0) (1) (2) (3)Alternar protrair/retrair fechados * (0) (1) (2) (3)Protrair abertos * (0) (1) (2) (3)Retrair abertos * (0) (1) (2) (3)Alternar protrair/retrair abertos * (0) (1) (2) (3)Protrair fechados D* (0) (1) (2) (3)Protrair fechados E* (0) (1) (2) (3)Alternar protrair fechados D e E * (0) (1) (2) (3)Estalar protrados (0) (1) (2) (3)Estalar retrados (0) (1) (2) (3)Alternar estalo protrados/retrados (0) (1) (2) (3)
LLnngguuaa [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 51)Nos movimentos alternados, executar 3 vezes e com ritmo.
normal aproximado tenta realizar no realizaProtrair (0) (1) (2) (3)Alternar protrair/retrair (0) (1) (2) (3)Elevar na papila incisiva (0) (1) (2) (3)Alternar elevar na papila e abaixar (0) (1) (2) (3)Elevar no lbio superior (0) (1) (2) (3)Alternar elevar/abaixar tocando os lbios (0) (1) (2) (3)Tocar a comissura labial D (0) (1) (2) (3)Tocar a comissura labial E (0) (1) (2) (3)Alternar tocar as comissuras D e E (0) (1) (2) (3)Tocar o pice sequencialmente nascomissuras D/E e nos lbios S/I
(0) (1) (2) (3)
Tocar internamente a bochecha D (0) (1) (2) (3)Tocar internamente a bochecha E (0) (1) (2) (3)Alternar tocar as bochechas D e E (0) (1) (2) (3)Estalar o pice (0) (1) (2) (3)Estalar o corpo (0) (1) (2) (3)Sugar a lngua no palato (0) (1) (2) (3)Vibrar (0) (1) (2) (3)
BBoocchheecchhaass [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 12)normal aproximado tenta realizar no realiza
Inflar (0) (1) (2) (3)Inflar o lado direito (0) (1) (2) (3)Inflar o lado esquerdo (0) (1) (2) (3)Alternar Inflar direita e esquerda (0) (1) (2) (3)
VVuu ppaallaattiinnoo [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 8)normal movimento reduzido movimento ausente Observao
Falar [a] repetidamente (0) D (0) E (1) D (1) E (2) D (2) E _______________Eliciar o reflexo nauseante (0) D (0) E (1) D (1) E (2) D (2) E _______________
-
43
MMaannddbbuullaa [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 9)normal reduzido aumentado no realiza com desvio
Abertura da boca (0) (1) 55mm (2) (1) D (1) EFechamento da boca (0) - - - (1) D (1) ELateralidade direita (0) (1) 12mm (2) - -Lateralidade esquerda (0) (1) 12mm (2) - -
Presena de desvio (em algum movimento) (0) no (1) simPresena de dor(em algum movimento) (0) no (1) sim
66.. TTNNUUSS [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 8)
Normal Diminudo AumentadoLbio superior (0) (1) (1)Lbio inferior (0) (1) (1)Mento (0) (1) (1)Sulco mento labial (0) (1) (1)Lngua (0) (1) (1)Assoalho da boca (0) (1) (1)Bochecha direita (0) (1) (1)Bochecha esquerda (0) (1) (1)
Realizar palpao e observao visual, exceto do assoalho que deve ser apenas observado.
77.. DDOORR PPAALLPPAAOO [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 10)ausente presente
Temporal anterior (0) D (0) E (1) D (1) EMasseter superficial (0) D (0) E (1) D (1) ETrapzio (0) D (0) E (1) D (1) EEsternocleidomastideo (0) D (0) E (1) D (1) EATM (0) D (0) E (1) D (1) E
8. FUNES ORAIS
RReessppiirraaoo [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 9)
Tipo: (0) mdio/inferior (1) mdio/superior (1) outro (descrever): ____________________________
Modo: (0) nasal (1) oronasal (2) oralaochegar:
(0) simtrico (1) reduzido direita (1) reduzido esquerdaFluxo nasal (usar o espelho)
aps limpeza: (0) simtrico (1) reduzido direita (1) reduzido esquerda
Possibilidade de uso nasal: (0) 2 minutos ou mais (1) entre 1 e 2 minutos (2) menos que 1 minuto
Observaes: ___________________________________________________________________
-
44
MMaassttiiggaaoo:: adequada alterada: de origem [ ] funcional [ ] anatmica [ ] articular [ ] outromastigatria utilizar sempre o mesmo alimento)
Mastigao Habitual [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 10)
Inciso: (0) anterior (1) lateral (1) outra ________________________________
Triturao: (0) dentes posteriores (0) eficiente
(1) dentes anteriores(1) ineficiente
(1) com a lngua
direita: 1a poro: ______ 2a poro: ______ 3a poro: ______
esquerda: 1a poro: ______ 2a poro: ______ 3a poro: ______Nmero de ciclos:(via filmagem):
total: 1a poro: ______ 2a poro: ______ 3a poro: ______
Padro mastigatrio: (0) bilateral alternado (0) unilateral preferencial: _____
(1) bilateral simultneo
(2) unilateral crnico: _____
Fechamento labial: (0) sistemtico (1) assistemtico (2) ausente
Velocidade: (0) adequada (1) aumentada (1) diminuda
Rudos: (0) ausente (1) presente
Contraes musculares atpicas: (0) ausente (1) presentes (descrever): ______________________
Outros: ________________________________________________________________________________
Tempo mastigatrio (utilizar pores de tamanho padronizado e do mesmo alimento)
1a poro: ____ segundos 2a poro: ____ segundos 3a poro: ____ segundos Mdia: ____ segundos
Perguntar ao pacienteLado preferencial de mastigao: (0) direito e esquerdo (1) direito (1) esquerdo (0) no sabe
Dor ao mastigar: (0) ausente (1) direito (1) esquerdo
Rudo na ATM: (0) ausente (1) direita (1) esquerda
Observaes: _________________________________________________________________________
DDeegglluuttiioo:: adequada alterada: de origem [ ] funcional [ ] anatmica [ ] articular [ ] outro ______
1 Prova (habitual de slidos) [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 18)
Fechamento labial: (0) adequado (1) parcial (2) ausente
Postura da lngua: no se v (0) atrs dos dentes (1) contra os dentes (2) entre os dentesPostura do lbio inferior: (0) contato com o superior (1) atrs dos incisivos superiores
Conteno do alimento: (0) adequada (1) parcial (2) inadequada
Contrao do orbicular: (0) adequada (1) pouca (2) acentuada
Contrao do mentual: (0) ausente (1) pouca (2) acentuada
Contrao da musculatura cervical: (0) ausente (1) pouca (2) acentuada
Movimento de cabea: (0) ausente (1) presente
Rudo: (0) ausente (1) presente
Coordenao: (0) adequada (1) engasgo (1) tosse
Resduos aps deglutir: (0) ausente (1) presente
Observaes: _________________________________________________________________________
-
45
2 Prova (habitual de lquido - gua) [[ ]] Somar todas as pontuaes (melhor resultado = 0 e pior = 16)
Postura da lngua: no se v (0) atrs dos dentes (1) contra os dentes (2) entre os dentes
Postura do lbio inferior: (0) contato com o superior (1) atrs dos incisivos superiores
Conteno do lquido: (0) adequada (1) inadequada
Volume do lquido: (0) satisfatrio (1) aumentado (1) diminudo
Contrao do orbicular: (0) adequada (1) pouca (2) acentuada
Contrao do mentual: (0) ausente (1) pouca (2) acentuada
Contrao da musculatura cervical: (0) ausente (1) pouca (2) acentuada
Movimento de cabea: (0) ausente (1) presente
Rudo: (0) ausente (1) presente
Ritmo: (0) se