relação médico paciente

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FERNANDO JOSÉ ALCÂNTARA LUCAS CARDOSO DA SILVA RONALDO AZAMBUJA OLIVEIRA A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA VISÃO DO USUÁRIO DA SAÚDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OUROESTE FERNANDÓPOLIS SP 2011

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Page 1: Relação médico paciente

FERNANDO JOSÉ ALCÂNTARA

LUCAS CARDOSO DA SILVA

RONALDO AZAMBUJA OLIVEIRA

A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA VISÃO DO USUÁRIO

DA SAÚDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OUROESTE

FERNANDÓPOLIS – SP

2011

Page 2: Relação médico paciente

FERNANDO JOSÉ ALCÂNTARA

LUCAS CARDOSO DA SILVA

RONALDO AZAMBUJA OLIVEIRA

A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA VISÃO DO USUÁRIO

DA SAÚDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OUROESTE

Monografia apresentada ao Curso de

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como parte das exigências

para conclusão do curso de graduação

em Farmácia.

Orientador: Prof. MSc. Reges Evandro

Teruel Barreto

FERNANDÓPOLIS – SP

2011

Page 3: Relação médico paciente

FERNANDO JOSÉ ALCÂNTARA

LUCAS CARDOSO DA SILVA

RONALDO AZAMBUJA OLIVEIRA

A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA VISÃO DO USUÁRIO

DA SAÚDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OUROESTE

Monografia apresentada ao Curso de

Farmácia da Fundação Educacional de

Fernandópolis como parte das exigências

para conclusão do curso de graduação

em Farmácia.

Examinadores Assinatura Conceito

Profº. MSc. Reges

Evandro Teruel Barreto

Profº. MSc. Giovanni

Carlos de Oliveira

Profº. MSc. Roney

Eduardo Zaparoli

Aprovada em ___ de Novembro de 2011

Profº. MSc. Reges Evandro Teruel Barreto

Presidente da Banca Examinadora

Page 4: Relação médico paciente

Dedico este trabalho, primeiramente a

Deus, e aos meus pais, Jose Alcântara

e Celina Alcântara pelo empenho dado

a minha formação e ao meu irmão

Elton Alcântara pelo seu apoio no meu

desenvolvimento (Fernando José

Alcântara).

Dedico todo este trabalho aos meus

pais José e Vera e aos meus irmãos,

Sergio, Tiago, Tais e Ana, pelo apoio

nesse período de formação. A minha

noiva Larissa pela dedicação e ajuda

destinada a mim nesses anos de muita

luta e aos meus amigos pelo apoio

oferecido nessa jornada,

principalmente a Deus por que sem ele

nada aconteceria (Lucas Cardoso da

Silva).

Dedico esse trabalho a Deus e aos

meus familiares e especialmente aos

meus pais, Ronan Justino de Oliveira e

Márcia Leonel de Souza Oliveira por

dedicar seu tempo a minha formação, e

ao meu companheiro, amigo e irmão

Matheus Azambuja Oliveira, pelo apoio

nas horas mais difíceis, e claro a toda

minha família, que de longe torceram

por mim (Ronaldo Azambuja Oliveira).

Page 5: Relação médico paciente

AGRADECIMENTO

Primeiramente agradecemos a Deus, por que sem ele não estaríamos aqui,

com mais uma etapa das nossas vidas completas e aos nossos pais pela dedicação

e empenho para a nossa formação. A todos os familiares e amigos pela

compreensão dada a nossa total dedicação aos nossos estudos.

Aos nossos professores que participaram da nossa graduação e dedicaram

todo o seu tempo a nos ensinar tudo o que sabem sobre a profissão que

escolhemos para a nossa vida.

E claro ao nosso professor mestre e orientador Reges Evandro Teruel

Barreto, que dedicou o seu tempo para nos orientar na realização deste trabalho.

Page 6: Relação médico paciente

Se o homem buscasse a conhecer-

se a si mesmo primeiramente,

metade dos problemas do mundo

estaria resolvido.

John Lennon.

Page 7: Relação médico paciente

RESUMO

A Medicina é definida há muito tempo como a ciência e a arte de curar. Em todo processo diagnóstico e terapêutico, a familiaridade, a confiança e a colaboração estão altamente implicadas no resultado da arte médica. Dentro desta arte existe a relação médico-paciente, como um dos métodos mais indicados para a atuação durante as consultas médicas, método separado por modelos que caracterizam a relação médico-paciente como, modelo sacerdotal; modelo engenheiro; modelo colegial; modelo contratualista, modelos que facilitam ou não a aceitação de um tratamento elaborado pelo médico. Assim o objetivo de estudo foi analisar a relação médico-paciente na visão dos usuários da Saúde Pública do Município de Ouroeste – SP. Foram realizadas 50 entrevistas e os resultados apresentaram uma população predominante do gênero feminino, com nível de escolaridade. Os relatos dos pacientes perante avaliação da relação médico-paciente e analisada nos resultados como as respostas dadas sobre a orientação do médico em relação ao medicamento prescrito, 78% afirmaram que houve orientação e 22% relataram não terem sido orientados pelo médico. Sendo que 72% afirmam encontrar os medicamentos prescritos pelos médicos na rede pública, já 28% alegam não ter acesso aos medicamentos prescritos pois não estão na lista de medicamentos da rede pública. Sobre a capacidade de atendimento dos médicos na rede pública 61% não duvidam da capacidade profissional desses médicos, 33% dúvida da capacidade de atendimento e 6% não souberam ou não quiseram responder essa pergunta. A afirmação de que a relação médico-paciente é um método de atendimento válido e seguro é correta, pois, fica visível que alguns pacientes não concordam com a atuação de atendimento desses profissionais.

Palavra Chaves: Médico. Paciente. Relação. Saúde Publica

Page 8: Relação médico paciente

ABSTRACT

Medicine is defined long ago as the science and art of healing. In all diagnostic and therapeutic process, familiarity, trust and collaboration are highly involved in the outcome of medical art. In this art there is the doctor-patient relationship as one of the most suitable for the performance during medical visits, separate method for models that characterize the doctor-patient relationship as a model priestly, model engineer, model collegial, model contractualist, models that facilitate or not the acceptance of an elaborate treatment by a physician. Thus the objective of the study was to analyze the doctor-patient in the patient´s vision in users of Public Health of the City of Gold, St. Paul, Brazil. 50 interviews were conducted and the results showed a predominant population of females, with average level of schooling. The reports of the evaluation of patients before doctor-patient relationship and analyzed the results with the answers given on the doctor's orientation in relation to prescribed medication, 78% said that there was guidance and 22% reported not having been directed by a physician. Since 72% say finding the drugs prescribed by doctors in the public, as 28% claim not to have access to prescription drugs because they are not in the list of drugs from the public network. On the ability of medical care in the public not to share 61% of these professional doctors, 33% doubt the capacity of service and 6% were unable or unwilling to answer that question. The claim that the doctor-patient relationship is a valid method of care and insurance is correct, because, you see that some patients do not agree with the performance oh these service professionals.

Keywords: Doctor. Patient. Relations. Public Health.

Page 9: Relação médico paciente

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Tabela 1: Características dos modelos de relação médico-paciente, de acordo

com a classificação proposta por Veatch...................................................17

Figura 1: Genero da população estudada, Ouroeste – SP........................................25

Figura 2: Estado Civil dos pacientes entrevistados....................................................26

Figura 3: Nível de escolaridade dos pacientes entrevistados....................................27

Figura 4: Corresponde a zona de moradia dos pacientes.........................................28

Figura 5: Totalidade de consultas separadas por especialidades.............................29

Figura 6: Tempo de consulta, verificado o tempo que médico

demorou com o paciente.............................................................................30

Figura 7: Orientação do médico ao paciente..............................................................31

Figura 8: Orientação do médico em relação ao medicamento prescrito....................32

Figura 9: Medicamento encontrado na rede pública..................................................33

Figura 10: O paciente dúvida da competência do médico que atende no

ambulatório................................................................................................34

Figura 11: O médicoagiu de forma muito fria e impessoal com o paciente................35

Figura 12: Assiduidade e pontualidade dos médicos.................................................36

Figura 13: Comunicação do médico com o paciente.................................................37

Figura 14: Satisfação do paciente com relação ao médico........................................38

Page 10: Relação médico paciente

LISTA DE ABREVIATURA

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INAMPS – Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa

PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PSF – Programa Saúde da Família

SUS – Sistema Único de Saúde

UBS – Unidade Básica de Saúde

Page 11: Relação médico paciente

SUMÁRIO

1 Introdução............................................................................................................12

1.1 Modelos relação médico-paciente.......................................................................15

1.2 Característica dos modelos médico-paciente......................................................17

1.3 A relação médico-paciente na saúde pública......................................................18

2 Objetivos..............................................................................................................20

2.1 Objetivo Geral......................................................................................................20

2.2 Objetivo Específico..............................................................................................20

3 Métodos...............................................................................................................21

3.1 Princípios metodológicos.....................................................................................21

3.2 Aplicação do instrumento de avaliação...............................................................21

3.3 Local de aplicação do questionário.....................................................................21

3.4 Critérios de inclusão............................................................................................22

3.5 Critérios de exclusão...........................................................................................22

3.6 O instrumento de pesquisa..................................................................................22

4 Resultados e Discussão......................................................................................25

4.1 População estudada............................................................................................25

4.2 Resultados sobre a consulta médica...................................................................29

5 Considerações finais...........................................................................................39

Referências.........................................................................................................40

Apêndice A.................................................................................................................46

Apêndice B.................................................................................................................48

Page 12: Relação médico paciente

12

1 INTRODUÇÃO

Ao tratar da saúde, Gadamer (1994), como uma referência ao pensamento

hermenêutico, destaca os atributos da prática do médico na produção da saúde,

profissão que há muito tempo é definida como ciência e arte de curar. Em todo o

processo diagnóstico e terapêutico, a familiaridade, a confiança e a colaboração

estão altamente implicadas no resultado da arte médica. Gadamer conduz a reflexão

sobre a humanização da medicina, em particular da relação do médico com o

paciente, para o reconhecimento da necessidade de uma maior sensibilidade diante

do sofrimento do paciente. Esta proposta, em relação a qual, várias outras

convergem, aspira pelo nascimento de uma nova imagem profissional, responsável

pela efetiva promoção da saúde, ao considerar o paciente em sua integridade física,

psíquica e social, e não somente de um ponto de vista biológico (CASSEL, 1982;

HAHN, 1995; WULFF et al., 1995).

No início da Idade Média, as interações entre médicos e pacientes eram

regidas por três crenças inter – relacionadas:

a-) os pacientes devem honrar os médicos, porque sua autoridade provem de Deus;

b-) os pacientes devem ter fé em seus médicos; c-) e devem prometer obediência

aos mesmos (SAMPAIO, 2010).

“A tarefa da medicina no século XXI será a descoberta

da pessoa – encontrar as origens da doença e o

sofrimento, com este conhecimento desenvolver

métodos para o alívio da dor, e ao mesmo tempo, revelar

o poder da própria pessoa, assim como nos séculos XIX

e XX foi revelado o poder do corpo” (CASSEL, 1991).

Nas relações interpessoais, inerentes ao exercício profissional, é a qualidade

do encontro que determina sua eficiência. Reconhecidamente, a empatia, entendida

como a troca de sensibilidade entre médico e paciente, é essencial neste encontro

do bom profissional médico, a relação médico-paciente é sempre referida como

fundamental na promoção da qualidade do atendimento (TEIXEIRA; DANTAS,1997).

Page 13: Relação médico paciente

13

O pouco tempo para a realização das consultas médicas e a falta de estrutura

dos serviços de saúde é apontado como principais fatores que impossibilitam a

empatia, caracterizando a relação médico-paciente como uma mera busca de

sintomas para a prescrição de medicamentos adequados às queixas apontadas (SÁ,

2001).

A medicina necessita recuperar os elementos subjetivos da comunicação

entre médico e paciente, assumidos impropriamente pela psicanálise e esquecidos

pela medicina, perseguindo um caminho baseado exclusivamente na instrumentação

técnica e objetividade dos dados (JASPERS, 1991). Faz-se necessário analisar além

do componente cultural da doença, a experiência e o ponto de vista do doente e dos

familiares, as interpretações e as práticas populares e suas influências sobre a

prevenção, o diagnostico e o tratamento (BRANCH et al., 1991).

Nas décadas de 60 e 70, foram pioneiros na área da sociologia da saúde os

trabalhos de Talcott Parsons sobre a relação médico-paciente e o consenso

intencional – atualmente, em outra versão, chamado de consentimento informado –

originado da atenção à defesa dos direitos dos consumidores. Uma necessidade

ainda muito recente de reduzir os efeitos nocivos de comportamentos inadequados

do medico no contato com o paciente resultou, em vários países, no aumento das

denúncias e também em aumento dos gastos com a saúde. A comunicação entre o

doente e o médico esteve presente na pesquisa realizada por (BOLTANSKI, 1979)

em diferentes regiões da França. Este autor discute diferenças do conhecimento

médico-científico e do conhecimento médico-familiar e relaciona tais diferenças à

relação médico-paciente. A relação médico-paciente é considerada como produtora

de ansiedade, principalmente pelas classes populares, porque não possuíam

critérios objetivos de avaliação, enfatizando as dificuldades com o padrão

comunicacional, especificamente, o médico “não ser franco”. Este texto foi base para

muitos trabalhos realizados no Brasil. Uma outra perspectiva representada por

autores como Arthur Kleinman, Byron Good, Cecil Helman, Gilles Bibeau e Allan

Young (KLENMAN, 1980, 1988, 1991; BIBEAU, 1992; GOOD, 1994; HELMAN,

1994) analisa a relação médico-paciente sob o ponto de vista da antropologia,

tentando analisar não somente o componente cultural da doença, mas também a

experiência e o ponto de vista do doente e dos familiares, as interpretações e as

práticas populares e suas influências sobre a prevenção, o diagnóstico e o

tratamento. O trabalho destes autores tem influenciado em boa parte a realização do

Page 14: Relação médico paciente

14

curso a respeito da comunicação médico-paciente que ocorre na Faculdade de

Medicina da Universidade de Harvard (BRANCH et al., 1991), assim como outros

programas de formação (SEPPILLI, CAPRARA, 1997), constituindo-se como um

componente-chave de formação na graduação e pós-graduação na área médica

(CRAIG, 1992; USHERWOOD, 1993).

“No que diz respeito aos autores brasileiros, pode-se

observar uma reativação das discussões vinculadas a

este tema; entretanto, isto tem sido apresentado

principalmente sob a forma de ensaios apresentando

opiniões ou declarando inspirações teóricas. Dois

trabalhos destacam-se, por estarem baseados em

análises sistematizadas de grande extensão. O primeiro

seria o estudo desenvolvido por Sucupira (1981)”.

No momento em que foi realizado o estudo, a população brasileira era

atendida prioritariamente por três sistemas que atuavam em paralelo: previdência

social, medicina de grupo e centros de saúde estaduais e municipais. A análise feita

pela autora, tendo como objeto o atendimento em puericultura, indica um padrão de

escolha da clientela resultante da avaliação do problema desencadeador da

necessidade de busca do serviço em confronto com as características dos sistemas

de atenção disponíveis. Esta avaliação considerava condições físicas,

acessibilidade, eficácia, disponibilidade de profissionais e de medicamentos. Por

exemplo, foi observado que a puericultura era considerada melhor no INAMPS

(Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social) do que na unidade

de saúde do estado, porque no INAMPS era possível consultar sempre o mesmo

médico. Isto nos indica que os três grandes prestadores possuíam três modelos

assistenciais diferentes e que a população reconhecia e optava pelo mais adequado

às necessidades geradoras da busca do atendimento, incluindo aspectos da

dimensão relacional. Particularmente relevante na análise dessa nova conjuntura é o

estudo de Schraiber (1993), que analisa, a partir de entrevistas realizadas com

médicos com longa prática clínica, a incorporação da tecnologia no exercício da

profissão. A análise marcada pela perspectiva histórico-estrutural evidencia que o

médico diferente das outras profissões, não perdeu a propriedade do saber e do

fazer com a consolidação do modelo capitalista. Entretanto, paralelamente a esta

Page 15: Relação médico paciente

15

transformação da sociedade, observa-se a valorização da ciência e, assim, a

intelectualizarão dos saberes.

A medicina teria passado pela universalização de seus atos, tendo como

objeto da sua ciência o doente que, nesta condição, perdeu suas diferenças sociais

para ser objeto do saber reconhecido cientificamente. Nessa condição, o ato médico

se configura como ato repetidor dos conhecimentos habilitados pela ciência, tendo,

assim, entrado no universo das séries de produção, aquelas que marcam a

sociedade industrial-tecnológica (SCHRAIBER, 1993).

1.1 Modelos Relação Médico-Paciente

O Profº Prof. Robert Veatch (Instituto Kennedy de Ética da Universidade

Georgetown/EUA) propôs, em 1972, que basicamente existem quatro modelos de

relação médico-paciente; Modelo Sacerdotal; Modelo Engenheiro; Modelo Colegial;

Modelo Contratualista, como segue (FRANCISCONI, GOLDIM, 1999):

O Modelo Sacerdotal é o mais tradicional, pois baseia-se na tradição

hipocrática. Neste modelo o médico assume uma postura paternalista com relação

ao paciente. Em nome da Beneficência a decisão tomada pelo médico não leva em

conta os desejos, crenças ou opiniões do paciente. O médico exerce não só a sua

autoridade, mas também o poder na relação com o paciente. O processo de tomada

de decisão é de baixo envolvimento, baseando-se em uma relação de dominação

por parte do médico e de submissão por parte do paciente. Em função deste modelo

e de uma compreensão equivocada da origem da palavra "paciente" este termo

passou a ser utilizado com conotação de passividade. A palavra paciente tem

origem grega, significando "aquele que sofre".

O Modelo Engenheiro, ao contrário do Sacerdotal, coloca todo o poder de

decisão no paciente. O médico assume o papel de repassador de informações e

executor das ações propostas pelo paciente. O médico preserva apenas a sua

autoridade, abrindo mão do poder, que é exercido pelo paciente. É um modelo de

tomada de decisão de baixo envolvimento, que se caracteriza mais pela atitude de

acomodação do médico que pela dominação ou imposição do paciente. O paciente é

visto como um cliente que demanda uma prestação de serviços médicos.

Page 16: Relação médico paciente

16

O Modelo Colegial não diferencia os papéis do médico e do paciente no

contexto da sua relação. O processo de tomada de decisão é de alto envolvimento.

Não existe a caracterização da autoridade do médico como profissional, e o poder é

compartilhado de forma igualitária. A maior restrição a este modelo é a perda da

finalidade da relação médico-paciente, equiparando-a a uma simples relação entre

indivíduos iguais.

O Modelo Contratualista, por sua vez, estabelece que o médico preserva a

sua autoridade, enquanto detentor de conhecimentos e habilidades específicas,

assumindo a responsabilidade pela tomada de decisões técnicas. O paciente

também participa ativamente no processo de tomada de decisões, exercendo seu

poder de acordo com o estilo de vida e valores morais e pessoais. O processo

ocorre em um clima de efetiva troca de informações e a tomada de decisão pode ser

de médio ou alto envolvimento, tendo por base o compromisso estabelecido entre as

partes envolvidas.

Em 1992, Ezequiel Emanuel e Linda Emanuel propôs uma alteração na

denominação para dois modelos, chamando o modelo sacerdotal de paternalístico e

o modelo do engenheiro de informativo. Não se referem ao modelo colegial e

subdivide o modelo contratualista em dois outros, interpretativo (médio

envolvimento) e deliberativo (alto envolvimento), de acordo com o grau de

autonomia do paciente. Estes autores chegam a comentar a possibilidade de um

quinto modelo que seria o modelo instrumental, onde o paciente seria utilizado pelo

médico apenas como um meio para atingir outra finalidade. Dá como exemplo a

utilização abusiva de pacientes em projetos de pesquisa, tal como o realizado

em Tuskegee.

Page 17: Relação médico paciente

17

1.2 Características dos modelos médico-paciente

Tabela 1 – Características dos modelos de relação médico-paciente, de acordo com a classificação

proposta por Veatch (1972).

Modelo Autoridade Poder Relação de Poder

do Médico

Relação de Poder

do Paciente

Sacerdotal Médico Médico Dominação Submissão

Engenheiro Médico Paciente Acomodação Variável

Colegial - Igualitário Negociação Negociação

Contratualista Médico Compartilhado Compromisso Compromisso

(FRANCISCONI, GOLDIM, 1999).

Modelo Sacerdotal, a autoridade e o poder ficam com o médico dando a

ele uma relação do poder do medico é de dominação deixando a relação

de poder do paciente em submissão durante a consulta.

Modelo Engenheiro, a autoridade durante a consulta é toda do médico,

já poder sobre os relatos fica a cargo do paciente, à relação de poder do

médico é de acomodação e a do paciente fica variável.

Modelo Colegial, o médico não exerce um poder de autoridade durante a

consulta mantendo um nível de igualdade com o paciente deixando a

consulta agradável e mais participativa para ambas as partes.

Modelo Contratualista, esse modelo a autoridade durante a consulta é

do medico, mais o poder do paciente e exercido durante ela, e

compartilhadas as opiniões tanto do médico quanto do paciente havendo

um compromisso dos relatos e do tratamento sugerido.

Page 18: Relação médico paciente

18

1.3 A relação médico-paciente na saúde pública

A relação médico-paciente é um tema de interesse para a Saúde Pública,

particularmente para o contexto do Programa Saúde da Família (PSF), que,

enquanto estratégia de reorientação do modelo assistencial, pressupõe mudanças

na relação entre os profissionais de saúde e os usuários. De acordo com as

diretrizes dessa estratégia, espera-se que o médico valorize a relação com os

pacientes e as famílias, compreendendo essa relação como parte de um processo

terapêutico (BRASIL, 1997). A revisão de estudos desenvolvidos, principalmente no

nível da atenção básica à saúde, constata significativa produção sobre a relação

médico-paciente. Entretanto, esta literatura tem se restringido muitas vezes à

compreensão dessa relação com base em aspectos comunicacionais.

No que diz respeito às estratégias metodológicas destes estudos, muito deles

enfocam a relação médico-paciente baseando-se em dados coletados a posteriori

das consultas (SILVA et al., 1995). Outra tendência é de que os estudos, com

poucas exceções, são baseados em check-lists, construídos com a finalidade

limitada de elaborar tipologias (ONG et al., 1995; ROTER et al., 1997; LEVINSON et

al., 1997; WILLIAMS et al. 1998). Para facilitar a compreensão destas considerações

podem-se tomar como exemplo o estudo de Roter et al. 4, sobre a relação médico-

paciente, com o objetivo de identificar padrões na prática médica por meio de dados

empíricos. Foram analisadas 537 consultas de 127 médicos, tendo médicos e

pacientes respondidos, imediatamente após a consulta, um questionário que media

a satisfação. Os autores identificaram cinco padrões da relação médico-paciente:

Biomédico Superficial, Biomédico Extensivo, Biopsicossocial, Psicossocial e

Consumidor.

O estudo, entretanto, não contemplava o contexto em que ocorria a consulta

médica. A influência do contexto na relação médico-paciente foi observada no

estudo de Sucupira (SUCUPIRA, 1981), que investigou essa relação na clínica

pediátrica em três modalidades assistenciais: o centro de saúde da rede estadual, os

serviços próprios do Instituto Nacional de Assistência Social e os serviços de uma

unidade de “medicina de grupo”. A autora verificou diferenças na relação médico-

paciente segundo a modalidade assistencial. Apesar da relevância desta proposição,

poucos estudos sobre o tema têm privilegiado a dimensão contextual.

Page 19: Relação médico paciente

19

A possibilidade de tratar a relação médico-paciente de forma contextualizada

pode encontrar, na abordagem ecológica do desenvolvimento proposta por

Bronfenbrenner (BRONFENBRENNER, 1996), um referencial. Franco & Bastos

(FRANCO, BASTOS, 2002) revisaram essa abordagem e propuseram uma reflexão

da relação médico-paciente sob influência de fatores contextuais, utilizando os

conceitos de micro e macrocontexto. O microcontexto pode ser compreendido como

um padrão de atividades, papéis e relações interpessoais constituintes de uma díade

primária, caracterizada por sua existência em condições físicas ou fenomenológicas.

O macrocontexto inclui elementos culturais e políticos orientadores de práticas

grupais e institucionais, a exemplo dos princípios e diretrizes do PSF. Assumindo o

pressuposto de que o micro e o macrocontexto repercutem na relação médico-

paciente, este estudo teve como objetivo geral compreender essa relação no PSF

levando em consideração dimensões micro e macrocontextuais.

Page 20: Relação médico paciente

20

2 Objetivos

2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho teve como objetivo analisar a relação médico – paciente

na visão do usuário da Saúde Pública do Município de Ouroeste – SP.

2.2 Objetivos Específicos

- Gerar indicadores de satisfação e compreensão dos pacientes.

- Propor subsídios teóricos de alteração técnico/profissional para os clínicos.

Page 21: Relação médico paciente

21

3 MÉTODOS

3.1 Princípios metodológicos

Aplicou-se um método transversal, através de uma pesquisa exploratória a

partir de um questionário estruturado, com questões abertas e fechadas.

3.2 Aplicação do instrumento de avaliação

O instrumento de avaliação foi aplicado durante um período de 2 dias na

cidade de Ouroeste – SP. O projeto foi aprovado pela da Prefeitura Municipal de

Ouroeste através de documento assinado pela Coordenadora Municipal de Saúde e

pela enfermeira responsável pela Unidade Básica de Saúde (Apêndice A).

3.3 Local de aplicação do questionário

Unidade Básica de Saúde do Município de Ouroeste – SP, situada na Avenida

dos Bandeirantes, 1120, Centro. Unidade de Saúde mantida pela Prefeitura de

Ouroeste destinada a atender pacientes em ginecologia e obstetrícia, pediatria,

odontologia, psicologia, neurologia, ortopedia e clínica geral, fornecendo

medicamentos mediante apresentação de prescrição de órgão público.

Page 22: Relação médico paciente

22

3.4 Critérios para inclusão

Foram incluídos na amostra, usuários que se apresentaram munidos de

prescrição médica ou odontológica, sendo consultados nos dias da coleta de dados

no local descrito e concordaram assim o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (Apêndice B).

3.5 Critérios de exclusão

Foram excluídos todos os usuários que não concordaram em assinar o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido; os usuários menores de 18 anos quando não

estavam na presença dos pais ou responsáveis.

3.6 O instrumento de pesquisa

O instrumento de pesquisa (questionário) foi dividido em duas partes,

contendo informações sobre o paciente e relatos sobre a consulta.

INFORMAÇÕES SOBRE O PACIENTE

Sexo

Masculino ( )

Feminino ( )

Estado Civil

Solteiro (a) ( )

Casado ( )

Divorciado ( )

Viúvo ( )

Page 23: Relação médico paciente

23

Grau de Escolaridade

Sem escolaridade

Analfabeto ( )

Assina o nome ( )

Ensino Fundamental

Incompleto ( )

Completo ( )

Ensino Médio

Incompleto ( )

Completo ( )

Ensino Superior

Incompleto ( )

Completo ( )

Zona de Moradia

Rural ( )

Urbano ( )

INFORMAÇÕES SOBRE A CONSULTA

1 - Consulta médica:

_______________________________________________________________

2 - Tempo da Consulta:

0 |----| 20 min. ( )

20 |----| 40 min. ( )

40 |----| 60 min. ( )

3 - Orientações do médico ao paciente:

Explicações sobre os sintomas ( )

Informações insuficientes ou incompreendida ( )

Page 24: Relação médico paciente

24

4 - Orientações do médico em relação ao medicamento prescrito:

Houve orientação ( )

Não houve orientação ( )

5 - O medicamento prescrito é encontrado na rede publica:

Sim ( )

Não ( )

6 - O médico agiu de forma muito fria e impessoal com o paciente:

Concordo totalmente ( )

Discordo ( )

Não sei ( )

7 - O paciente duvida da competência dos médicos que atendem neste

ambulatório:

Concordo totalmente ( )

Discordo ( )

Não sei ( )

8 - Assiduidade / pontualidade dos médicos:

Impontuais ou faltosos ( )

Pontuais e assíduos ( )

9 - Comunicação do médico com o paciente:

Comunicação falha ou inexistente ( )

Comunicação existente ( )

10 - Satisfação do paciente com relação ao médico:

0 |----| 5 ( )

6 |----| 10 ( )

Page 25: Relação médico paciente

25

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 População estudada

Figura 1: Genero da população estudada, Ouroeste-SP (n=50).

A pesquisa foi realizada com 50 pacientes que residem no Município de

Ouroeste – SP foram avaliadas as opiniões de 32 mulheres (64%) e 18 homens

(18%), presentes na Unidade Básica de Saúde e com consultas marcadas para

algumas das especialidades existentes na UBS (FIGURA 1).

Segundo o Censo Demográfico 2010, existe estimativa de 96 homens para

cada 100 mulheres no Brasil, com este resultado apresentado pelo IBGE fica clara a

tendência histórica da predominância feminina na população brasileira. O resultado

apresentado pelo CENSO em 2000 era de 96,6 homens para cada 100 mulheres

(BRASIL, 2010). Comparando os resultados do estudo realizado em 2011 e com os

dados apresentados pelo IBGE no censo de 2010 é observado que a população

feminina é um pouco maior (50,14%) que a população masculina (49,86%) no

Município de Ouroeste – SP (BRASIL, 2010a).

Page 26: Relação médico paciente

26

Figura 2: Estado Civil dos pacientes entrevistados (n=50).

A Figura 2 mostra que dos pesquisados 68% dos pacientes eram casados,

18% solteiros, 12% viúvos e 2% eram divorciados. Mostrando que a procura por

consultas médicas entre os casados é muito maior perante as outras pessoas,

chegando a ter uma diferença de 50% entre casados e solteiros que é o segundo da

lista.

Segundo a Síntese dos Indicadores Sociais 2010 do IBGE, o brasileiro está

casando mais e hás uniões estão ficando mais duradouras baseado nos dado da

PNAD 2011, que o numero de casamento aumento 7,7%. A média de duração dos

casamentos em 2004 é de 11,5 anos, já na década de 90 a média era de 9,5 anos.

Segundo a pesquisa, o Rio Grande do Sul e Santa Catarina são os Estados em que

às uniões legais são mais resistentes. No Rio Grande do Sul, por exemplo, o

casamento durava em média 13 anos. Por outro lado, no Amazonas, os casais

ficavam em média 8,8 anos juntos e no Acre, os casamentos duravam em média 9,8

anos (BRASIL, 2010b).

Page 27: Relação médico paciente

27

Figura 3: Nível de escolaridade dos pacientes entrevistados (n=50).

Dentre os entrevistados o numero de pacientes que frequentaram o ensino

fundamental é maior comparando com os outros ensino e até mesmo com as

pessoas sem escolaridade, podemos colocar em destaque a quantidade de homens

e mulheres que completaram o ensino fundamental, 11 pessoas, este é um pessimo

indice, sabendo que educação é direito de todos garante a Constituição Brasielira

(FIGURA 3).

Segundo o INEP 9,9% da população brasileira é analfabeta e 59% dos alunos

até quatro anos são considerados também como analfabetos. Dados apresentados

pelo IBGE mostram que no estado do Mato Grosso do Sul a média de escolaridade

fica em torno de 7,2 anos considerando apenas o ensino fudamental. (SANO et al.,

2002; SILVA et al., 2000; ARNHOLD et al., 1970; MENEZES, 2009).

Page 28: Relação médico paciente

28

Figura 4: Corresponde a zona de moradia dos pacientes (n=50).

Como mostra Figura 4 a maior procura na UBS de Ouroeste é de moradores

da zona urbana chegando a 86%, já os moradores da zona rural atingiram 14%.

O acréscimo de quase 23 milhões de habitantes urbanos resultou no aumento

do grau de urbanização, que passou de 81,2% em 2000, para 84,4% em 2010. Esse

incremento foi causado pelo próprio crescimento vegetativo nas áreas urbanas, além

das migrações com destino urbano. Os critérios adotados para subdividir o espaço

territorial brasileiro em áreas urbanas e rurais são baseados nas legislações de cada

município brasileiro. As áreas urbanas são áreas internas ao perímetro urbano de

uma cidade ou vila, sendo este perímetro definido por lei municipal. As áreas rurais

são as áreas externas aos perímetros urbanos, que também são definidas por lei

municipal. A região Sudeste continua sendo a mais urbanizada do Brasil,

apresentando um grau de urbanização de 92,9%, seguida pelas regiões Centro-

Oeste (88,8%) e Sul (84,9%), enquanto as regiões Norte (73,5%) e Nordeste

(73,1%) têm mais de 1/4 dos seus habitantes vivendo em áreas rurais. Rio de

Janeiro (96,7%), Distrito Federal (96,6%) e São Paulo (95,9%) são as Unidades da

Federação com maiores graus de urbanização. Os estados que possuem os

menores percentuais de população vivendo em áreas urbanas estão concentrados

nas regiões Norte e Nordeste, sendo que Maranhão (63,1%), Piauí (65,8%) e Pará

(68,5%) apresentam os índices abaixo de 70% (BRASIL, 2010a).

Page 29: Relação médico paciente

29

4.2 Resultados sobre a consulta médica

Figura 5: Totalidade de consultas separadas por especialidades (n=50).

Nos dias das entrevistas estava presente os médicos das especialidades

apresentadas na Figura 5, as especialidades mais procuradas foram: Clinica Geral

com 34%, Cardiologia com 26% dos pacientes, Ginecologia com 22%, Ortopedia

com 16% e Pediatria que foi a menos procurada pelos pacientes com 2%.

Page 30: Relação médico paciente

30

Figura 6: Tempo de consulta (n=50).

Durante as consultas realizadas na UBS o tempo mais utilizado pelos

médicos foi de 0|---|20 minutos atingindo 92% e apenas 8% das consultas ficaram

em torno de 20|---|40 minutos (FIGURA 6).

Segundo o consultor juridico Rafael Torres dos Santos, baseado na

Resolução 1246/88 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que não deve existir

uma pre-determinação da Administração Pública de estipular um certo tempo a ser

oculpados pelas consultas médicas realizadas nas UBS, utlizando o art. 8º como

base para a defesa da pratica médica, dando total liberdade ao profissional de

oculpar todo o tempo necessário para o atendimento do paciente (SANTOS, 2008).

“Art. 8º. O médico não pode, em qualquer circunstância, ou sob qualquer pretexto,

renunciar à sua liberdade profissional, devendo evitar que quaisquer restrições ou

imposições possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho (BRASIL,

1988)”.

Page 31: Relação médico paciente

31

Figura 7: Orientação do médico ao paciente sobre a doença (n=50).

Na Figura 7 segundo a opinião dos pacientes, considerando as orientações

dos médicos, 94% dos pacientes afirmaram que houve explicações sobre a doença

que o paciente apresentava. Já 6% alegaram que as informações foram insuficientes

para o intendimento completo sobre a doença que o mesmo apresentava.

A não-adesão ao tratamento medicamentoso pode ser uma das razões pelas

quais medicamentos reconhecidamente eficazes sob condições controladas

resultam inefetivos quando utilizados na prática clínica habitual. Estudos realizados

em diversos países indicam que 50% a 60% dos pacientes que recebem uma

prescrição não cumprem o tratamento estabelecido pelo médico, e muitos o

interrompem quando se sentem melhores (ERAKER et al., 1984; BECKER, 1985;

NYAZEMA et al., 1991).

Page 32: Relação médico paciente

32

Figura 8: Orientação do médico em relação ao medicamento prescrito (n=50).

Na Figura 8, dos 50 pacientes entrevistado 78% afirmaram que houve

orientação do médico sobre os medicamentos prescritos, como a posologia, reação

a adversas, entre outras. E 22% relataram não terem sido orientados pelo médico,

os relatos de insatisfações sobre as consultas ficaram claras no aumento da

procentagem, comparando com o grafico anterior sobre a orientação dos sintomas, a

maior reclamação é sobre a orientação não dada sobre os medicamentos prescritos

pelos médicos.

A não informação dada ao paciente é uma das maiores circunstâncias pela

não-adesão ao tratamento, a não compreensão das informações recebidas pelos

profissionais deixa o paciente vunerável ao tratamento que ele deve segiur

(ROIZBLATT et al., 1984). Segundo alguns autores, a falta de informações relativas

ao medicamento é um dos principais fatores responsáveis pelo uso em desacordo

com a prescrição médica por 30% a 50% dos pacientes (KESSLER, 1991; FARLEY,

1995; MARWICK, 1997).

Page 33: Relação médico paciente

33

Figura 9: Medicamento encontrado na rede pública (n=50).

Dos entrevistados 72% relataram encontrar os medicamentos prescritos pelos

médicos na rede pública, afirmando que existe a possibilidade de manter o

tratamento estipulado pelo médico. Já 28% alegam não ter acesso aos

medicamentos prescritos pois não estão na lista dos medicamentos disponíveis da

rede pública, podemos considera esse resultado insatisfatório pois mostra que existe

medicamentos prescritos aos pacientes do município de Ouroeste que não estão

presentes na farmácia pública, sendo que o governo é obrigado a fornecer os

medicamentos prescritos pelos médicos (FIGURA 9).

Foram impetradas 170 ações contra a Secretaria requerendo o fornecimento

de medicamentos. Os serviços do SUS originaram 59% das prescrições (26%

municipais e 33% os demais). Câncer e diabetes foram as doenças mais referidas

(59%). Faziam parte de listas de serviços 62% dos medicamentos solicitados itens

solicitados. O gasto total foi de R$876 mil, efetuado somente para itens não

selecionados (que não fazem parte da Relação Municipal de Medicamentos

Essenciais), 73% dos quais poderiam ser substituídos. Do gasto total, 75% foram

destinados à aquisição de antineoplásicos, cuja comprovação de eficácia necessita

de mais ensaios clínicos. Dois desses medicamentos não estavam registrados no

Brasil (VIEIRA et al., 2007).

Page 34: Relação médico paciente

34

Figura 10: O paciente duvida da competência do médico que atende no ambulatório (n=50).

Dos pacientes pesquisados 61% responderam que não duvidam da

competência e capacidade de atendimento dos médicos que atuam UBS, sendo que

33% responderam que sim duvidam da competência dos médicos e 6% não

souberam ou não quiseram responder a pergunta (FIGURA 10).

Competência em medicina pode ser entendida como a capacidade de

utilização de recursos cognitivos e técnicos necessários e suficientes para

diagnosticar, tratar e proporcionar o maior benefício, a menor morbidade e o menor

custo possíveis ao doente com sua doença. Tais recursos devem ser condizentes

com a ética profissional, com a evidência científica disponível e com a experiência

pessoal (TEIXEIRA, 2005).

Page 35: Relação médico paciente

35

Figura 11: O médico agiu de forma muito fria e impessoal com o paciente (n=50).

A Figura 11 mostra que 66% dos entrevistados afirmaram que os médicos

não agiram de forma fria e impessoal, já 30% dos pacientes concordaram com a

pergunta respondendo que sim e 4% não souberam ou não quiseram responder.

Uma das causas de erro médico é a relação impessoal existente entre o

médico e o paciente, a transformação do médico em um profissional altamente

adestrado e impessoal, apresentando dificuldade de manter os conhecimentos

milenares da medicina tradicional, perante os avanços tecnológicos e instrumentais.

O avanço tecnológico da ciência médica trouxe grandes benefícios ao ser humano,

mas se tornou mais invasiva, com maiores risco e danos ao paciente. A relação

quase impessoal é um dos aspectos que pode ter influenciado a mudança do

relacionamento familiar que existia entre médico-paciente (MINOSSI, 2009).

Page 36: Relação médico paciente

36

Figura 12: Assiduidade e pontualidade dos médicos (n=50).

Segundo as 50 pessoas entrevistadas 62% indicaram que os médicos que

prestam serviço a UBS do município são pontuais e assíduos comparecendo as

consultas nos dias marcados e 38% dos pacientes informaram que os médicos são

impontuais ou faltosos, na extensão da respostas os pacientes afirmavam que eles

eram mais impontuais que faltosos, segundo esses pacientes os médicos

compareciam a consulta só demoravam a chegar a UBS (FIGURA 12).

No estatuto do servidor público da prefeitura de Belo Horizonte, a lei 7169 no

capítulo I, art. 183, no inciso II - é um dos deveres do servidor público manter

assiduidade e pontualidade no serviço; No capítulo V, art. 194, são indicadas as

penalidade previstas ao servidor, incisos I – repreensão; II – suspensão; III –

demissão ou rescisão de contrato; IV – cassação da aposentadoria ou

disponibilidade; V – destituição do cargo em comissão ou de função pública. É

considerada cabível como penalidade o não comprimento dos deveres já

apresentados, isso é indicado no art. 206 - Considera-se desidiosa a conduta

reveladora de negligência no desempenho das atribuições e a transgressão habitual

dos deveres de assiduidade e pontualidade, (PREFEITURA MUNICIPAL DE BELO

HORIZONTE, 1996).

Page 37: Relação médico paciente

37

Figura 13: Comunicação do médico com o paciente (n=50).

Segundo a Figura 13, dos pacientes entrevistados 66% afirmaram que

tiveram comunicação existente e agradável com o médico no decorrer da consulta,

havendo relatos sobre os sintomas apresentados e afirmaram sentir-se bem após o

contado com o médico. Para 34% dos pacientes a comunicação foi falha e

inexistente, fazendo com que os pacientes não sentissem há vontade durante as

consultas.

Nas escolas de medicina a procurar por formar um médico que esteja voltado

a formação de um aspecto físico, deixa de lado a preocupação sobre a referência

dos aspectos culturais e socioeconômicos do paciente, não havendo assim uma

comunicação entre o médico e esse paciente. O ensino médico pode-se afirmar,

“falha no seu objetivo primordial de promover a formação clínica e humana do

médico, de modo que os princípios básicos da medicina começam a ser

abandonados precocemente” (GALIZZI, 2002).

Page 38: Relação médico paciente

38

Figura 14: Satisfação do paciente com relação ao médico (n=50).

Apesar de responderem que duvidam da competência dos médicos e

afirmarem que não houve comunicação nas consultas realizadas na UBS nos dias

da pesquisa, a diferença de satisfação dos pacientes com relação aos médicos e

muito grande sendo 98% notas entre 6 à 10 e apenas 2% dos pacientes

entrevistados deram notas entre 0 à 5 (FIGURA 14).

A satisfação do paciente é um dos cuidados à saúde. A comprovação da

satisfação do paciente é uma forma de julgamento por ele ao atendimento médico

oferecido pela UBS, dentro dessa satisfação se engloba requisitos estipulados pelo

próprio paciente com, tratamento, melhora dos problemas clínicos, recuperação da

doença e desfecho de um quadro que incomodava o decorrer de seus dias. Saber a

satisfação do paciente é dar voz a ele e saber o que agrada dentro de uma Unidade

(DONABEDIAN, 1978).

Page 39: Relação médico paciente

39

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma de atendimento dos médicos da UBS de Ouroeste, pode sim

incomodar alguns pacientes, mais não atrapalha em nenhum momento o nível de

satisfação dessas pessoas com a equipe médica da UBS do seu município. A

relação médico-paciente é sim um dos melhores métodos de atendimento, mais isso

deve ser mostrado aos médicos, que sim, existe a possibilidade de fazer com que o

paciente sinta-se melhor durante a consulta médica, podendo assim ter melhores

resultados tanto na adesão ao tratamento, quanto na conduta do médico em relação

ao seu paciente.

A relação médico-paciente sendo efetuada da maneira correta, melhoraria e

muito a atenção farmacêutica dada a esses pacientes, porque o paciente já chegaria

familiarizado com o medicamento e o tratamento que ele iria começar deixando ao

nosso âmbito o que cabe a nós resolvermos e darmos à atenção devida as

importâncias existentes pós consulta médica, como tirar algumas duvidas dos

pacientes em relação aos medicamentos prescritos, forma de administração correta,

entre outras coisas que cabe ao farmacêutico resolver.

O nível de satisfação mostra as opiniões dos pacientes sobre a equipe

médica, no município de Ouroeste esse nível pode ser considerado satisfatório

atingindo quase níveis máximos de satisfação. Mas existe uma parcela de pacientes

que não concordam com as atitudes de alguns médicos durante a consulta, isso

mostra que existem erros, que devem ser corrigidos tanto nos parâmetros técnicos

quanto nos profissionais.

Page 40: Relação médico paciente

40

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Page 46: Relação médico paciente

46

APÊNDICE A

AUTORIZAÇÃO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE OUROESTE

Page 47: Relação médico paciente

47

TERMO DE CONSENTIMENTO DE PESQUISA

Venho através deste pedir autorização para fazer uma pesquisa na UBS do

Município de Ouroeste-SP, com o titulo: A RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NA

VISÃO DO USUÁRIO DA SAÚDE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE OUROESTE – SP,

referente ao trabalho de conclusão de curso, da Fundação Educacional de

Fernandópolis , do curso de Farmácia, 8º semestre de 2011, orientado pelo Prof.º

MSc. Reges Evandro Teruel Barreto. Pesquisa está que será realizada pelos

graduandos, Fernando José, Lucas Cardoso e Ronaldo Azambuja.

_______________________________

Coord. Municipal de Saúde

_______________________________

Enfermeira Responsável pela UBS

_______________________________

Pesquisadores Participantes

Page 48: Relação médico paciente

48

APÊNDICE B

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Page 49: Relação médico paciente

49

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa

– A Relação Médico- Paciente, na visão do Paciente, na Unidade Básica de Saúde

do Município de Ouroeste-SP, no caso de você concordar em participar, favor

assinar ao final do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer

momento, você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa

não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador (a) ou com a

instituição.

Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do

pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação.

NOME DA PESQUISA: A Relação Médico- Paciente, na visão do Paciente, na

Unidade Básica de Saúde do Município de Ouroeste-SP.

PESQUISADOR (A) RESPONSÁVEL: Reges Evandro Teruel Barreto.

PESQUISADORES PARTICIPANTES: Fernando José Alcântara, Lucas Cardoso da

Silva, Ronaldo Azambuja Oliveira.

PATROCINADOR: Não há.

OBJETIVOS: Esta pesquisa visa avaliar a satisfação sobre a relação médico-

paciente, na visão do próprio paciente.

PROCEDIMENTOS DO ESTUDO: Há um questionário que deve ser respondido,

questões sobre o paciente e sobre a realização da consulta.

RISCOS E DESCONFORTOS: Não há

CUSTO/REEMBOLSO PARA O PARTICIPANTE: Não há custos nem reembolso

para a participação na pesquisa.

CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA: Não haverá divulgação de nomes dos

participantes da pesquisa.

Assinatura do Pesquisador Responsável:

__________________________________

Page 50: Relação médico paciente

50

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO

SUJEITO

Eu, ____________________________________ , declaro que li as

informações contidas nesse documento, fui devidamente informado(a) pelo

pesquisador(a) – Reges Evandro Teruel Barreto - dos procedimentos que serão

utilizados, riscos e desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes,

confidencialidade da pesquisa, concordando ainda em participar da pesquisa. Foi-

me garantido que posso retirar o consentimento a qualquer momento, sem que isso

leve a qualquer penalidade. Declaro ainda que recebi uma cópia desse Termo de

Consentimento.

LOCAL:

NOME E ASSINATURA DO SUJEITO OU RESPONSÁVEL (menor de 21 anos):

____________________________ ________________________________

(Nome por extenso) (Assinatura)