composiÇÃo quÍmica do cultivar de aveia (avena sativa l

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COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO CULTIVAR DE AVEIA (Avena sativa L.) IAC 7 E INFLUÊNCIA DO PROCESSAMENTO TÉRMICO SOBRE SUAS CARACTERÍSTICASl Roberta Marins de sN, Alicia de FRANCISC03, Fernando c.T. SOARES4 RESUMO A estabilização e tostagem da aveia (Avena sativa L.), realizada após o descascamento durante seu processamento industrial para o consumo humano, visa inativar enzimas que causam rancidez. A aveia é submetida ao calor, entre 90 e 100°C, com umidade não inferior a 12%. Este tratamento possivelmente tem alguma influência sobre as características físicas e químicas da aveia. Os objetivos deste trabalho foram obter a composição química do cultivar de aveia IAC 7e avaliar as possíveis mudanças causadas pela estabilização e tostagem. Para avaliação de suas características químicas, as amostras foram retiradas do silo de estocagem e descascadas em laboratório, e para determinar a influência do proces- samento, as amostras foram retiradas da linha de produção após a etapa de descascamento e após a estabilização e tostagem. A composição química do cultivar mostrou-se comparável à média internacional, com maior teor de lipídios e menor teor de cinzas do que a média nacional, 9,07g/100g e l,74g/100g, respectivamente. Considerando o processa- mento, houve diferença significativa (Tukey, p<O,OS) apenas em relação ao conteúdo protéico, sendo que a aveia in natura apresentou os maiores teores, com 17,9Sg/100g, contra 17,S7g/l00g para aveia tostada. PALAVRAS-CHAVE: Aveia; Proteína; Processamento; Estabilização; Tostagem. SUMMARY CHEMICAL COMPOSITION OF IAC 7 OATS (Avena sativa 1.) AND INFLUENCE of THERMAL PROCESSING ON ITS CHARACTERISTICS Oat (Avena sativa L.) stabilization and toasting take place after hulling during the industrial processing for human consump- tion, the main purpose being to inactivate the enzymes responsible for rancidity. Oats are heated between 90 and 100°C with a moisture levei of no less than 12%. It is possible that this short thermal processing may have some influence on the chemical and physical characteristics of the oats. The main objectives of this study were to determine the chemical composition of cultivar IAC 7 and to evaluate any possible changes caused by the thenrial processo Samples hulled in the laboratory were used to determine the initial chemical composition. To evaluate the influence of thermal processing, the samples were taken directly from the processing line afier hulling (in natura) and after toasting (toasted). The chemical composition of IAC 7 was shown to be comparable to the international average, with higher lipid and lower ash contents than the Brazilian average, 9.07g/100g and 1.74g/100g, respectively. Concerning the influence of processing, there was a signifiqrnt difference (Tukey, p<O.OS) only for the protein content, where oats in natura presented higher values with 17.9Sg/l00g against 17.57g/100g for the toasted oats. KEY WORDS: Oats; Protein; Thermal processing; Stabilization; Toasting. 1 Recebido para publicação em 18/08/1998. Aprovado para publicação em 17/12/1998. 2 Estudante de Mestrado em Ciência dos Alimentos - Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Caixa Postal 6093 - Trindade - Florianópolis, Se, CEP 88036-971 - Email: [email protected] 3 PhD, Professor orientador - Departamento de Ciência e Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Rod. Admar Gonzaga, 1346 - Itacorubi, Florianópolis, SC, CEP 88034-001 - Tel: (048) 334-4888, FAX: (048) 331-9943 - Email: [email protected] 4 Estudante de graduação em Engenharia de Alimentos, Bolsista de Iniciação Científica - Departamento de Engenharia Química e de Alimentos - Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Email: [email protected] ec no/., Campinas, 1(1,2): 53-58, jan/dez.1998 53

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  • COMPOSIO QUMICA DO CULTIVAR DE AVEIA (Avena sativa L.)IAC 7 E INFLUNCIA DO PROCESSAMENTO TRMICO SOBRE

    SUAS CARACTERSTICASl

    Roberta Marins de sN, Alicia de FRANCISC03, Fernando c.T. SOARES4

    RESUMO

    A estabilizao e tostagem da aveia (Avena sativa L.), realizada aps o descascamento durante seu processamentoindustrial para o consumo humano, visa inativar enzimas que causam rancidez. A aveia submetida ao calor, entre 90 e100C, com umidade no inferior a 12%. Este tratamento possivelmente tem alguma influncia sobre as caractersticasfsicas e qumicas da aveia. Os objetivos deste trabalho foram obter a composio qumica do cultivar de aveia IAC 7 eavaliar as possveis mudanas causadas pela estabilizao e tostagem. Para avaliao de suas caractersticas qumicas, asamostras foram retiradas do silo de estocagem e descascadas em laboratrio, e para determinar a influncia do proces-samento, as amostras foram retiradas da linha de produo aps a etapa de descascamento e aps a estabilizao etostagem. A composio qumica do cultivar mostrou-se comparvel mdia internacional, com maior teor de lipdiose menor teor de cinzas do que a mdia nacional, 9,07g/100g e l,74g/100g, respectivamente. Considerando o processa-mento, houve diferena significativa (Tukey, p

  • Braz. J. Food Technol., Campinas, 1(1,2): 53-58, jan/dez. 1998

    1. INTRODUO

    A aveia (Avena sativa L.) um cereal de excelentevalor nutricional. Seu teor e qualidade protica sobem superiores aos demais cereais, com composiode aminocidos relativamente constante, independen-te de variao no contedo protico (LOCKHART,HURT, 1986). Tem tambm maior porcentagem de li-pdios que a maioria dos cereais (LOCKHART,HURT,1986, YOUNGS,1986). Seu leo, em grandeconcentrao e distribudo por todo o gro, destaca-se nutricionalmente por sua razo favorvel entrecidos graxos poliinsaturados e saturados, pelo seualto contedo de cidos olico e linolico, vitaminase por suas propriedades antioxidantes(KAHLON,1989). Dentre os carboidratos no-amil-ceos merece destaque seu teor de fibras dietticas, eprincipalmente sua concentrao de (3-glucanas, fi-bras solveis com importantes propriedades fsicas efisiolgicas (LOCKHART, HURT, 1986, MLKKI etai.,1992, MILLER et ai., 1993).

    Recentemente, nos Estados Unidos, o FDA (Foodand Drug Administration) regulou a rotulagem de ali-mentos contendo quantidade suficiente de (3-gluca-nas com afirmaes de que seu consumo pode redu-zir o risco de doenas cardacas (FDA, 1997). O bene-fcio mais evidente do consumo de aveia para a sa-de humana sua eficincia no controle dos nveis decolesterol srico em indivduos com hipercolesterole-mia, alm de seus efeitos na regulao da glicose san-gnea. Estes benefcios so quase inteiramente atri-budos s (3-glucanas (ANDERSON, BRIDGES, 1993,FDA, 1997, MLKKI et ai., 1992, MacDONALD etai.,1992), porm os lipdios, vitaminas e protenas daaveia tambm podem estar envolvidas (MacOONALDet ai., 1992).

    O cultivar JAC 7 (ou IORN 163/83) foi desenvolvi-do pelo Instituto Agronmico de Campinas em sele-es realizadas na Estao Experimental de CapoBonito, em linhagens e cultivares do ensaio Interna-cional de Avaliao da Resistncia da Aveia s Fer-rugens - International Oat Rust Nursery (IORN, 1983)(INSTITUTO AGRONMICO, 1983). Este cultivarvem sendo utilizado amplamente pela indstria ali-mentcia, na produo de flocos, farelo, farinha e bis-coitos. Apresenta um rendimento industrial satisfa-trio e at o presente momento no foram encontra-das informaes publicadas referentes s suas carac-tersticas qumicas.

    A aveia, de maneira geral, processada de acordocom o fluxograma da Figura 1. Este cereal tem umalto contedo de lipdios e durante o descasque ascamadas externas do gro so levemente danifica-das, aumentando a produo de cidos graxos livres,causando rancidez (DEANE, COMMERS, 1986). Esta

    54

    reao catalisada por lipases (EC 3.1.1.3) (YOUN-GS, 1986). O processo de estabilizao e tostagem realizado logo aps o descascamento, visando inati-var estas enzimas. No processamento, a aveia sub-metida ao calor, entre 90 e 100C por alguns minutos,com umidade no inferior a 12% (DEANE, COM-MERS, 1986, DORN, 1989).

    I RECEBIMENTO E LIMPEZA PRELIMINAR I1

    I LIMPEZA E CLASSIFICAO I1

    I DESCASCAMENTO I

    I ESTABILIZAO E TOSTAGEM II

    + +I FLOCAGEM I I CORTE I 1C FLOCOS #1 I FLOCAGEM I

    -L

    FLOCOS I MOAGEM I-L -L -L

    MDIOS FINOS FARELO FARINHA

    FIGURA 1. Fluxograma de processamento da aveia.

    Alguns trabalhos mostram que os tratamentos trmi-cos com aumento de umidade, tais como autoclavageme resfriamento (SIEVERT, POMERANZ, 1989), micro-ondas (SVANBERG et aI., 1997) e panificao (RANHO-TRA, GELROTH, 1988) podem causar mudanas nascaractersticas fsico-qumicas de gros e farinhas, prin-cipalmente em relao ao teor de fibras totais.

    possvel que o processo de estabilizao e tosta-gem tambm tenha alguma influncia sobre as carac-tersticas fsico-qumicas da aveia. ZHANG et aI.(1997), em trabalho que simulou o processamento uti-lizado na indstria, relataram que tratamentos tr-micos podem afetar significativamente as proprieda-des reolgicas da aveia, que tm importncia nutrici-onal e funcional. CAMIRE, FLINT (1991) mostraramque, em aveia, a extruso aumentou significativamen-te o teor de fibras totais (polissacardeos no-amil-ceos) e a capacidade de hidratao.

    Algumas das aes propostas pelo grupo de traba-lho Composio de Alimentos, apresentadas no XVCongresso da SBCTA (Sociedade Brasileira de Cin-cia e Tecnologia de Alimentos) para mdio e longoprazos so: a obteno de dados analticos em ali-mentos; estudos da variabilidade de micronutrientese fibras em funo de cultivares, condies de culti-vo, e processamento; influncia do processamentoindustrial em nutrientes; pesquisa da composio de

  • no nutrientes especficos com funo fisiolgica, comofibra e amido resistente, principalmente em alimentosvegetais regionais (LAJOLO, MENEZES, 1997).

    O presente trabalho teve como objetivos obter a com-posio do cultivar de aveia IAC 7 e avaliar se suascaractersticas qumicas so alteradas pelo tratamentode estabilizao e tostagem realizado durante o pro-cessamento.

    2. MATERIAL E MTODOS

    2.1 Matria-prima

    Para este estudo foi utilizado o cultivar de aveia(Avena sativa L.) IAC 7 (IORN 163/83). As amostrasforam fornecidas pela "SL Cereais e Alimentos Ltda.",Paran, provenientes das safras de 1997 e 1998.

    Para avaliao das caractersticas qumicas do cul-tivar, utilizaram-se 6 amostras dos gros de aveia (re-tiradas do silo de estocagem da indstria em interva-los de no mnimo 1 ms entre cada amostragem), queforam descascadas em laboratrio (Moinho CODE-MA - 50g de amostra/7barr/60seg).

    Para verificar a influncia da estabilizao e tosta-gem sobre suas caractersticas qumicas, as amostrasforam retiradas da linha de produo (Figura 1) apsa etapa de descascamento (amostra in natura) e apsa estabilizao e tostagem (amostra tostada). Foramutilizados trs lotes de cada amostra, sendo que nummesmo dia eram retiradas uma amostra antes e outraaps o tratamento trmico, em intervalos de no mni-mo 1 ms entre cada amostragem.

    2.2 Preparo das amostras

    As amostras foram acondicionadas sob congela-

    mento (-18C), para minimizar a deteriorao por aoenzimtica ou microbiolgica. Posteriormente, forammodas em moinho de bancada (Cyclone Sample MilI/modelo 3010-019- Udy Corporation) contendo penei-ra de O,5mm. As farinhas foram estocadas tambmsob congelamento (-18C) at sua utilizao.

    2.3 Mtodos

    Os teores de umidade, lipdios, protena (N x 6,25),cinzas, fibra diettica total, solvel e insolvel e 13-glucanas foram determinados de acordo com os m-todos oficiais da AACC (American Association ofCereal Chemists) (AACC, 1996), em triplicata paracada amostra. Os teores de amido foram determina-dos por diferena.

    2.4 Anlise estatstica

    O delineamento experimental foi inteiramente ca-sualizado e os resultados foram avaliados utilizan-do-se estatstica descritiva para todos os parmetros.Foi aplicado o teste de Homocedasticidade para veri-ficar se as varincias eram iguais atravs de Hartley,para poder aplicar anlise de varincia e a compara-o de mdias atravs do teste de Tukey. No caso devarincias diferentes, utilizou-se um teste no-para-mtrico, o teste de Mann-Whitney. Todos os testes fo-ram realizados ao nvel de 5% de probabilidade(P

  • Comparando com dados da literatura (LAPVETELI-NEN, ARO, 1994, LOCKHART, HURT, 1986, MILLERet aI., 1993, PETERSON, BRINEGAR, 1986), o teor pro-tico e o de lipdios do cultivar IAC7 esto dentro damdia internacional para cultivares domsticos, que sesitua entre 15 e 20 g/100g para protena e de 5,0 a 9,Og/100g para lipdios. Com relao ao teor de ~-glucanas,este se mostrou dentro da mdia de 3,7 a 5,Og/100g,encontrada por outros pesquisadores, em estudos comcultivares canadenses (MILLER et aI., 1993).

    Em amplo estudo realizado anteriormente, foramavaliados doze cultivares recomendados pela Comis-so Brasileira de Pesquisa de Aveia, de trs locais decultivo em dois anos consecutivos. A aveia nacionalapresentou, em mdia, 17,04g/100g de protena bruta,6,84g/100g de lipdios, 2,19g/100g de cinzas e 4,89g/100g de ~-glucanas(COSTA BEBER, 1996).

    De acordo com os dados da Tabela 1, o cultivar IAC 7mostrou-se, em mdia, semelhante ou at superior emalguns parmetros mdia dos cultivares nacionais,com destaque para seu teor de lipdios superior e teorde cinzas inferior. Para justificar estas diferenas, seri-am necessrios estudos mais amplos em relao princi-palmente ao local e ambiente de cultivo.

    A composio qumica da aveia, considerando o es-tado de processamento, in natura e tostada, est apre-sentada na Tabela 2.

    Atravs do teste de Homocedasticidade (Teste deHartley), verificou-se que, em nvel de 5% de probabili-dade, as varincias para os parmetros avaliados eramdiferentes. Utilizaram-se, ento, um teste no-param-trico, de Mann-Whitney, para comparao das media-nas, e anlise de varincia e teste Tukey para compara-o de mdias, com 5% de probabilidade.

    TABELA 2. Composio do cultivar JAC 7, in natura e tostada. Mdia desvio-padro (g/100g).

    ln natura* Tostada*

    Umidade 6,300,78 5,632,32

    Lipdios 9,471,18 8,670,44

    Protena 17,950,08 17,570,23

    Cinzas 1,740,10 1,74O,19

    Amido 53,021,37 54,121,39

    FDT1 11,550,93 12,270,77

    FDI2 5,631,40 6,140,53

    FDS3 5,931,53 6,121,18

    ~-glucanas 5,010,36 5,11 0,32

    1.2,3: Fibra Diettica Total, Insolvel e Solvel, respectivamente.

    *: n = 3

    Os resultados dos testes estatsticos, paramtrico(ANOVA e teste Tukey) e no-paramtrico (teste deMann-Whitney) (Tabela 3), mostram diferena esta-tisticamente significativa em nvel de probabilidade

    de 5%, apenas para o parmetro protena, sendo quea aveia in natura apresentou maior mdia, com17,950,08g/l00g, contra 17,570,23g/100g para aaveia tostada.

    56 Bfaz. J. Food Technol., Campinas, 1(1,2): 53-58, jan 'dez. 1998-----------------"

  • TABELA 3. Mdia e mediana (g/lOOg) dos parmetros avaliados da aveiaIAC 7, in natura e tostada, e testes de comparao (Tukey e Mann Whitney).

    Parmetro ln natura Tostada Tukey Mann Whitney

    (d.m.s.)' (U)

    Umidade Mdia: 6,30 5,63 0,66 ns

    Mediana: 6,67 4,44 3,00 ns

    Lipdios Mdia: 9,47 8,67 0,33 ns

    Mediana: 9,00 8,78 3,00 ns

    Protena Mdia: 17,95 17,57 0,052 *

    Mediana: 17,92 17,69 0,00 *

    Cinzas Mdia: 1,74 1,74 0,98 ns

    Mediana: 1,72 1,81 4,00 ns

    Amido Mdia: 53,02 54,12 0,38 ns

    Mediana: 52,91 54,01 3,00 ns

    FDT2 Mdia: 11,55 12,27 0,40 ns

    Mediana: 11,62 12,02 3,00 ns

    FDI3 Mdia: 5,63 6,14 0,50 ns

    Mediana: 5,36 5,71 2,00 ns

    FDS4 Mdia: 5,92 6,12 0,83 ns

    Mediana: 6,71 6,31 3,00 ns

    13-glucanas Mdia: 5,01 5,10 0,74 ns

    Mediana: 4,88 5,01 3,00 ns

    ns: no significativo, ao nlvel de 5% de probabilidade pelo teste Mann Whitney para duas amostrasindependentes e Teste Tukey.

    : significativo, ao nlvel de 5% de probabilidade.

    1. d.m.s. = diferena mlnima significativa2.3.': Fibra Diettica Total, Insolvel e Solvel, respectivamente.

    IAC 7 apresentou padres comparveis mdia inter-nacional para cultivares domsticos, com destaque parao teor de lipdios. Em relao composio mdia daaveia nacional, importante ressaltar que o cultivar emestudo apresentou teor de lipdios superior e teor decinzas inferior. Para justificar estas diferenas, seriamnecessrios estudos mais amplos em relao principal-mente ao local e ambiente de cultivo.

    Considerando o processamento, houve diferena es-tatisticamente significativa apenas em relao prote-na da aveia tostada e in natura, sendo que esta ltimaapresentou o maior teor, mostrando que o processamentoinfluenciou apenas neste componente, dentre os queforam avaliados.

    Estes resultados esto de acordo com outros pesqui-sadores (LOOKHART et al., 1986), que no encontra-ram mudanas na composio qumica de cultivares deaveia aps o processamento, havendo apenas altera-es na-microestrutura do gro.

    Para se obter maiores informaes sobre as modifica-es que a aveia possa sofrer frente aos processos deindustrializao, ainda so necessrios estudos em re-lao a alteraes microestruturais e funcionais destecultivar.

    4. CONCLUSES

    A composio do cultivar de aveia (Avena sativa L.)

    Campinas, 1(1,2): 53-58, jan/dez.1998 57

  • AGRADECIMENTOS E CRDITOS

    Os autores agradecem a: Coordenao de Aperfei-oamento de Pessoal de Nvel Superior (CAPES) eConselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico eTecnolgico (CNPq) pelo pagamento das bolsas deestudo; FUNPESQUISA-UFSC, pelo financiamento doprojeto; "SL Cereais e Alimentos Ltda.", pelo forneci-mento das amostras e por favorecer o intercmbio In-dstria/Universidade; e Suely de Souza Costa, pelaimportante colaborao.

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