recibo jambu 15

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JAMBU JAMBU AMBU JAMBU J edições traplev orçamentos | ano 10 | número 12 | 2012 | rede nacional de artes visuais - funarte 8ª edição

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Este é o12º número de recibo, foi editado a partir do "Encontro Impresso (espaço5)" em Belém do Pará junho-setembro 2012. "Entre poesias, metáforas, imagens, mapas e etc., o projeto editorial de recibo jambu 15 desenvolveu uma narrativa abstrata para evidenciar um percurso que passa pela subjetividade de resistência da revolta histórica com a resistência das manifestações atuais e futuras a respeito de fatos que também atualizam a História revisando e referenciando o próprio histórico de ocupação e uso do território brasileiro em especial a região amazônica.

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JAMBUJAMBU

AMBUJAMBUJ

e d i ç õ e s t r a p l e v o r ç a m e n t o s | a n o 1 0 | n ú m e r o 1 2 | 2 0 1 2 | r e d e n a c i o n a l d e a r t e s v i s u a i s - f u n a r t e 8 ª e d i ç ã o

Page 2: recibo jambu 15

AFASTE-SE?QUANDO EU ESTIVER DEITADO NA GRAMA DA PRAÇA

QUANDO EU PASSAR PELA CALÇADAQUANDO EU ESTIVER NA FILA DO SUPERMERCADO

QUANDO SO RESTAR UMA VAGA NO ÔNIBUS AO MEU LADO

AFASTE-SE? Meu nome é Wellington Romário da silva Alves, RG 5855101. Morava em Belém do PA, agora ando pelo mundo, posso ser soro positivo, posso ser um anjo,um rato. Já fui preso, espancado na rua por gostar de homens também; já roubei não porque tin-ha fome, mas Por contestação. Nunca matei gente,só pássaros, bois, coelhos e formigas. Me alimento da família e dos amigos, os desconhecidos são aperitivos na vitrine, os desejo. Ñ conheço meu pai, nem quero. Leio olhos, tenho uma cicatriz na barriga. Já sofri muito por amor, e agora estou apaixonado por um garoto ae, ñ sei onde ele está. Ainda Não Estou procurando ele, mas se encontrar, sorrirei.

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PROCURO VOSESVOZES

QUE ME LÊSE PARTES

VOSES QUE NÃO

SE CALAM POIS AINDA NÃO É TARDE

NÃO ESTOU GRITANDO DENTRO DO TEU SILÊNCIO.BUSCO APENAS TE ENCONTRAR EM TEU GRITO

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que te falei.

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essas são as imagens

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* Jambu, também conhecida como agrião-do-pará (Acmella Oleracea) é uma erva típica dos trópicos entre Peru e Brasil, mais precisamente do Pará, do Amazonas, do Acre e de Rondônia. É uma planta pequena, ereta, que cresce rapidamente e floresce em ouro e/ou vermelho, cultivada como planta ornamental e, ocasionalmente como medicamento em várias partes do mundo. Sendo originária da América do Sul, é comum também em todo o sudoeste asiático e em particular nas ilhas Mascarenhas e Madagáscar.

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As moléculas que emprestam ao Jambu seu paladar característico pertencem ao grupo das alquilamidas. A mais impor-tante delas é o espilantol que é a N-I sobutilamida do ácido undeca-2E,7Z, 9E-trienóico.

O Espilantol é o principal constituinte da oleoresina ou extrato concentrado do Jambu e responsável por seu efeito indutor da salivação e pela estimulação do nervo trigêmeo, provocando uma intrigante sensação de amortecimento e tremor na língua. A substância é utilizada como analgésico, relaxante dos nervos faciais, bactericida e afrodisíaco.9_

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____ Traplev - vistas da chegada de avião em Belém do Pará e fórmula e significado de

Jambu|

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_12____imagem reproduzida das redes sociais em uma das manifestações contra belo monte em São Paulo |

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BELO MONSTER

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____frase remixada e sampleada do cartaz “party belo monster” que ocorreu em Belém dia 31 de maio de 2012 com renda destinada para OCUPA XINGU+23 |

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____Imagem em baixa resolução copiada do blogbelomonte.com.br da Norte Energia S.A. que registra a doação de duas lanchas-ambulâncias para a cidade de Senador José Porfírio. A cidade é um dos dois únicos municípios brasileiro que possuem exclaves*, com dois territórios totalmente separados um do outro |

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ENCLAVE

Altamira (PA), 15/06/2012 – Cerca de 300 pessoas, entre povos indígenas, agricultores, pescadores, ativistas e moradores ocuparam o local onde a barragem da hidrelétrica de Belo Monte será construída, localizado próximo à vila de Santo Antônio. _16

(foto Xingu Vivo)

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Em geografia política, um enclave é um território cujas fronteiras geográficas ficam inteiramente dentro dos limi-tes de um outro território.

Um exclave, por outro lado, é um território legal ou poli-ticamente ligado a outro território ao qual não está fisica-mente contíguo.

Estes dois conceitos são distintos, embora muitos territó-rios caibam nas duas definições.

Na figura 1, à direita, C é um exclave de B, e também é um enclave dentro de A. Se C fosse independente, seria um enclave, mas não um exclave.

Na figura 2, à direita, C é novamente um exclave de B, mas não é um enclave, porque tem fronteiras com mais de um território.

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Acordo e estamos em um túnel. É mais alto e mais cum-prido que o túnel do entroncamento. Ele faz uma curva. Alguém em algum lugar do ônibus grita que estamos na hi-droelétrica de Tucuruí, e ai, todos acordamos. O ar era con-dicionado, deixava frio o ambiente, e tornava a sensação geral em algo como estar passeando em uma grande cons-trução de pedra com veias higienizadas e vazias de tecnolo-gia humana...A curva termina. O túnel termina, e no horizonte o sol e o grande lago grande surgem na janela embaçada. Quantas almas do norte engolidas por kilowatts enviado ao sul su-deste?

txt hugo nascimento foto/video beth viana 23.10.2011

AMANHECE EM TUCURUÍ

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http://laboratoriodecartografia.blogspot.com.br19_

voltar ao mapa

http://www.speakingimage.org/images/terra-do-meio-zona-de-guerra

Posted 11th February by Laboratório de Cartografia

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NOVO REpARTiMENTO

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Novo Repartimento, típica cidade que nasceu a partir de um projeto de ocupação abandonado por governos posteriores que pri-vilegiaram uma abertura escancarada ao neoliberalismo. Não estamos na floresta. Novo Repartimento é o neocangaço personificado. A cidade é pobre mas não existem carros popula-res, somente motos e caminhone-tes, e é claro, os caminhões, que passam levando poeira e toras de madeira do tamanho de prédios para todas as direções. Os motoqueiros são vaqueiros em bois modernos. Nas caminho-netes, homens brancos de meia idade, com sotaque de regiões mais ao sul contrastavam com os funcionários da padaria em que paramos, estes, não negavam as raízes nordestinas.txt/foto hugo nascimento 23.10.2011

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Anapú, cidade onde foi assasinada a Irmã Dorothy, uma das cidades mais violentas do mundo, a extração ilegal de madeira, a grilagem de terras indí-genas, e os jogos políticos que sempre tratam o publico como privado, são os principais responsáveis pelos óbitos. Nada disso tem muita atenção da mí-dia, mesmo sendo um dos poucos assuntos regionais que ganham os tele-visores da nação. A grande mídia direitista não nos da atenção, assim, fica mais fácil o estupro das popu-lações e terras nativas. “Se Benedito Nunes fosse Paulista teria sido capa da Bravo”, esbraveja um jovem em uma mesa de bar vigiense. O judiciário, que poderia desequilibrar a balança para o lado mais fraco, tão pouco o faz, 85% dos casos de assasinato em Anapú entre 1985 e 1999 não foi solu-cionado, o que mostra claramente de que lado os homens da justiça se co-locam. O estado esqueceu as pessoas que estavam aqui. Hoje 40 % do estado do Pará pertence a 2,3,4 pessoas?txt/foto hugo nascimento 23.10.2011

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____intervenção do coletivo Laboratório de Cartografia, que narra e registra uma expedição de Belém até a Transamazônica passando pela Usina de Belo Monte |

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ANApú é AqUiLO

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Da epistemologia:Não me interessa a causa operária do peão, a poderosa ferramenta do cavalo, a bondade divina do bispo ou a amplitude de artilharia de massa da torre, nem mesmo a desenvol-tura graciosa da rainha me interessa; e, sobretudo, não me interessa o xeque-mate! Me resguardo à humildigna cerimônia de pôr em xeque. Só assim alcançarei o meu objetivo: deixar em alerta o outro (em nós), através da engenharia da estratégia (ou do blefe?).

Sobre ensaios sobre a luz nas trevas

“Não é na atmosfera que se realiza o grande fenômeno da luz, é nos olhos organizados para vê-la.”

(Eliphas Levy)

“E agora, Lanu, tu és o autor e o espectador,o irradiador e a irradiação, a luz no som e o som na luz.”

(Verso do Livro dos Preceitos de Ouro)

“fragmentos de verdades em um teatro de ilusões” (Satyr)

“A criatividade é uma percepção diante do vazio” (William Burroughs)

Criação é luz, o espectador um prisma; a obra gira como uma manivela; projeta-se em julgamento, sob o filtro do gosto, um tom de cor. Existem milhares de tons; mais frios, mais quentes, mais duros, mais suaves... e tudo é superstição: a crença de verdade sob um ponto de vista. Construímos conhecimento – graças há deus – porque produzimos uma substância, maternal por excelência, denominada fé – a enzima da esperança.Se a Inteligência tem como mãe a Fé, o Saber é o pai. Se o Saber não a fecunda, a Fé se perde em devaneios estéreis de uma mal-amada em estado de decadência psicótica e esquizofrênica. Vira fanatismo. O Saber sem a Fé para acreditá-lo morre cínico de si mesmo, caótico revoltado, como haveria de ser um solitário e patético mar sem o céu para dividir com alguém a companhia da existência. A ALÇADA DAS INTERPRETAÇÕES: nos afoga porque não pode nos salvar. Nas melhores águas não nos contentamos em apenas pescar, mergulhamos sobretudo, de fato. Procura-mos olhar mesmo os peixes no fundo dos olhos, face a face, sob o visor de nossos escafandros... pelo inútil prazer de confrontar um segredo belo e imperscrutável. Estamos, inexoravelmente, na ALÇADA DAS INTERPRETAÇÕES; e nesse sonho, de assistir a retina em instinto & pensamento onde não existe o duelo verdade & mentira, há apenas o movimento cintilante da córnea, e o milagre da construção da Imagem no mistério da mente.Mas o que acontece?Mas o que é construir uma Imagem??? Eu, construí uma imagem / Você, vai percebê-la. Ser é perceber, ser é ser percebido. Quem constrói imagens é um Criador, quem as enxerga é Espectador. Criador e Espectador não são Profissões!!! São Estados, que podemos habitar; se pudermos, até concomitantemente, – é o chamado êxtase.Mas o que é CONSTRUIR UMA IMAGEM??? é simplesÉ ENCONTRÁ-LA!Não inventamos nada, transmutamos. Damos cria ao um, para figurar no infinito. Re-pro-duzimos. Assim parimos para a Cultura, e juntos todos somos a Humanidade – (o espelho quebrado da Natureza.

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mas O QUE É ENCONTRAR UMA IMAGEM???Onde vivo comungam tudo isso com a fé e o saber da inteligência da intuição. Plácido encontra uma imagem à beira de um igarapé, ela recebe o nome de Nossa Senhora de Nazaré. Com essa imagem, rituais, rituais, rituais, sentidos, sentidos, sentidos, fé, fé, fé, saber, saber, saber, reciprocidade, reciprocidade, reciprocidade,... é assim a Imagem, terminada sua construção,: vivo engendramento. Em Chaves, no Marajó, foi encontrada uma imagem em uma raiz no mangue, uma “raiz-imagem”, que recebeu o nome de Nossa Senhora da Mexiana. Recebeu adornos, adornos, adornos, signos, signos, signos, cantos, cantos, cantos, altares... é assim a Imagem, para ela Ser precisa ser recebida. Uma ima-gem pode ser visual, sonora, tátil, olfativa, gustativa, mental; pode ser feita de madeira, plástico, tecido, corpo, luz. A imagem pode vir-a-ser audiovisual, forjada pela câmera de filmar. É o processo cinema-tográfico. Nele, normalmente, encerram-se 4 grandes ciclos de mortes e reencarnações. No primeiro nasce a idéia, que morre no papel, ou num escaninho da memória; no segun-do, captura-se da realidade as idéias do escaninho que agora são gravadas, e morrem na película ou no cartão magnético; no terceiro, recolhem-se esses fragmentos, dá-se uma última forma sequencial e o filme morre, mais uma vez, numa lata de negativo ou como arquivo guardado em um computador ou dvd, para, então, estar apto a renascer todas as vezes que alguém o colocar para rodar. Aqui é onde se faz a última viagem, a volta à men-te, o retorno ao lar. Quase como uma profecia: da mente saístes e à mente retornarás. Eis a metempsicose cinética, metamórfica por excelência, milagrosa por essência, quixotesca em sua errância, luminosa em sua obscuridade.Parece que falo de religião quando falo de arte? Uma arquitetura de culto, a postura de reciprocidade, a imagem em altar, a vertigem-devaneio-barravento. De que falo: uma festa, uma missa ou uma projeção? Falo de uma celebração: à epifania dos sentidos, ao milagre da transubstanciação, à crença da criação como realidade, à luz, ao olhar. Há diversas liturgias para este fenôme-no de mergulho enteógeno ontológico, rituais que se utilizam de batuques, de danças, de substâncias, de palavras... aqui onde vivo, um dos mais famosos é o diáfano, vulgo Cinema. Parece que falo de vida quando falo de morte? Parece que imagino quando escrevo? Parece que falo de Amazônia?Não sei. Falo daqui, daqui onde vivo: Essa Imagem (que eu construí? que sou espectador?)Sei que fez-se por outra razão – àquela, outrora, antes – oferenda (eu ofereci? eu ofertado?).

Mateus Moura

p.s: Uma voz (no fim do túnel do texto) diz, vejo: Audiovisual: a menos que ouças não poderás ver, a menos que vejas não poderás ouvir. Ouvir e ver: eis o primeiro estágio. E a verdadeira Senda.

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_26____ Luana Beatriz: “Dispositivo de lembrança” - 2011 |

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_28____ Rebecca Najdowski: Rio Amazonas - 2011

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editorial15A CABANAGEM foi uma revolta social ocorrida no Império do Brasil, pelos tapuios, cabanos, negros e índios liderados por Antônio Vinagre na então província do Grão-Pará que estendeu-se de 1835 a 1840. O acontecimento é um fato histórico essencial para compreensão não só do Brasil, mas principalmente da resistência da população da cidade de Belém. Marcado por um cenário de pobreza extrema, fome e doenças, o conflito existiu muito devido à irrelevância política à qual a província foi relegada após a Independência do Brasil. Dado o seu saldo de mortos exorbitante e a chacina de povos promovida pela coroa, a Cabanagem é um dos maiores conflitos já ocorridos na história do país. A deposição dos cabanos do poder foi rápida, porém, como muitos deles, mesmo fora do poder, continuaram a lutar, o império usou de seu poderio militar para sufocar a revolta e, até 1840, promoveu um extermínio em massa da população paraense. Estima-se que cerca de 30 a 40% da população de 100 mil habitantes do Grão-Pará tenha morrido no conflito. (Wikipédia)

Este “prelúdio” sobre a Cabanagem surge como referência para pensar a décima segunda edição da publi-cação recibo1.

Não que o recibo iria se ater a descrever a história ou alguns fatos históricos importantes para Belém, mas a ideia geral era ter a história da Cabanagem em mente para poder refletir sobre as outras questões que iriam surgindo no decorrer da produção e edição deste recibo. A ideia do projeto editorial de reci-bo15 que se nomeou Jambu, foi espontâneo e aconteceu nas conversas com Paulo Vivacqua, Raquel Stolf e Carla Zaccagnini em nossas andanças por Belém (convidados do projeto Encontro Impresso) e também a partir do encontro do editor com integrantes da rede [aparelho]-: e qUALQUER qUOLETIVO em Belém. A minha estada na cidade foi curta, de 10 dias, e em contato com Bruna Suelen que esteve no último dia do Encontro Impresso, ela me convidou para conhecer o estúdio onde acabei conhecendo o resto do pes-soal: Giseli Vasconcelos, Romario Alves, Lucas Gouvêa, Cinthya Marques e Icaro Gaya. A identificação com o processo colaborativo do grupo e a forma de se trabalhar e pensar a produção de projetos de imersão foi um bem comum e abstrato que acabou se refletindo nesse projeto editorial.

O projeto é co-editado então com alguns dos integrantes de ambos grupamentos hidrosolidários do Pará - que assim como a correnteza dos rios, correm por vias e brechas gerando fluxos e abrindo caminhos que contribuíram não só para o meu entendimento geral sobre a situação política, social e cultural que se encontra Belém, mas também no comprometimento coletivo de reunir vários materiais e conteúdos para a edição.

Entre poesias, metáforas, imagens, mapas e etc., fui construindo uma narrativa abstrata para evidenciar um percurso que passa pela subjetividade de resistência da revolta histórica com a resistência das mani-festações atuais e futuras a respeito de fatos que também atualizam a História revisando e referenciando o próprio histórico de ocupação e uso do território brasileiro em especial a região amazônica.

Em Belém é impossível ignorar a presença da floresta e do rio com seus afluentes e igarapés, quer seja pelo seu ambiente atmosférico tropical ou na chegada e saída de embarcações na cidade de população flutuante que vive ao redor e que viajam de barco de uma cidade a outra que podem durar vários dias. Para um visitante toda essa novidade in loco, pode parecer “exótico” mas traz uma beleza (sampler) e uma originalidade (remix) muito especial. O exótico não é pejorativo, pelo contrário, assim como o sam-pler e o remix que se utilizam da realidade, apropriando e transformado para o entretenimento na vida social, esse valor se evidencia como um diferencial justamente por impor sua especificidade no contexto.

O Rio, a água, a energia, a terra, a escrita, a descrição, a subjetividade, a abstração, a população, a re-sistência, a literatura, a história, o futuro, a poesia, a fotografia, o brega, o ver o peso, o açaí, o tucupi, a bicicleta, o índio, a madeira, o igarapé, o barco, a aparelhagem, e o próprio jambu como amorteci-mento e tremor na língua da metáfora territorial e editorial evidenciam a necessidade da poesia e da resistência em nossas práticas diárias.

Traplev.

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1 - Recibo Jambu 15 é uma extensão do projeto Encontro Impresso (espaço), realizado com suporte do edital Rede Nacional de Artes Visuais da Funarte na sua oitava edição de 2012. É a primeira vez que é realizado e produzido um recibo como extensão do en-contro impresso. Extensão porque o projeto editorial e o processo de edição se dão independente do projeto que é realizado, apesar de ser uma imersão na cidade em que é realizado o projeto, não há uma regra para o projeto editorial e o encontro impresso.

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recibo jambu 15 -ano 10 -número 12 -produção: Traplev Orçamentos -projeto editorial jambu 15 e editor geral de recibo: Traplev - conselho editorial jambu 15: rede [aparelho] e qUALQUER qUOLETIVO -projeto gráfico jambu 15: Traplev -revisão geral: Giseli Vasconcelos - Recibo agradece a todos os colaboradores.

impressão 1/1 -34 páginas + um poster avulso colorido -tiragem de 1.000 exemplares -sem periodicidade -produzido e editado entre junho e agosto de 2012 -impresso no Brasil na gráfica Mongraf S/A, Recife -distribuição gratuita -contato: 81 9826 3201 | [email protected] - facebook: traplev orçamentos http://issuu.com/recibo -

O editorial do recibo jambu 15 é um desdobramento do projeto Encontro Impresso (espaço 5) realizado em Belém do Pará no final do mês de junho de 2012 produzido com recursos do Programa Rede Nacional de Artes Visuais - Funarte 8ª edição.

sobre os encontros impressos:http://issuu.com/traplev/docs/portf__encontros_impressos/1

imagem da capa: intervenção de traplev sobre a palavra jambu -imagem contracapa “neo-cabano”: rede [aparelho] -poesias das pags. 2- 7: Romario Alves

* frase “atribuida” a Nelson Rodrigues na lembrança de Paulo Vivacqua em nossas andanças por Belém do Pará, no final de junho de 2012 quando realizamos o encontro impresso (espaço5). foto da escarradeira: Traplev.

recibo é uma publicação impressa que pode ser copiada, remixada e sampleada desde que citada a fonte.

ISSN 22363138

expediente 15

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realização:

sinto falta das escarradeiras nas ante-salas dos teatros, onde senhoras puxavam sem pudor boas escarradas em um gesto de naturalidade nostálgica (...) *

Distribuição gratuita33_

apoio:

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Recibo gratuitoISSN 22363138