correio noticias edição 1143

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1 Sexta-Feira - 17 de Janeiro de 2015 Edição 1.143 17 Sábado Janeiro / 2015 Edição 1143 'Graça também transferiu imóveis aos filhos' Em depoimento prestado à Polícia Federal, em Curitiba, ontem, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró negou que tenha recebido propina por contratos celebrados com a estatal e afirmou que a atual presidente da petroleira, Graça Foster, também transferiu imóveis para os filhos no Rio de Janeiro Página 5. Corpo de Bombeiros e helicópteros salvam 554 pessoas no Litoral em um mês A média é de 19 vidas salvas por dia pelas equipes que integram a Operação Verão, série de ações ofertadas pelo Governo do Estado nos municípios litorâneos durante a temporada. Em 29 dias de Operação Verão, os salva-vidas também fizeram 21.738 orientações aos veranistas, como alertar sobre locais impró- prios para banho ou situações que possam colocar em risco a vida do banhista. Com o reforço no trabalho de segurança, a temporada teve duas mortes por afogamento, uma delas antes do horário de atendimento dos salva-vidas, que trabalham das 8h às 20h. A orientação do Corpo de Bombeiros é banhar-se sempre com a presença dos salva-vidas e próximo dos postos. As áreas cobertas pelos bombeiros são sinalizadas com bandeiras. Página 7. Beto Richa participa de posse no TC e defende autonomia entre os poderes Bonilha comandará a corte de contas no biênio 2015-2016. Na mesma sessão do Tribunal Pleno, foram empossados o vice-presi- dente, conselheiro Ivens Linhares, e o corregedor-geral, conselheiro Durval Amaral. Beto Richa elogiou o histó- rico profissional do conselheiro Bonilha e afirmou que respeita a autonomia e as decisões do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público. “A indepen- dência, o respeito e a harmonia entre os poderes constituídos sempre pautaram meus atos e minha relação pessoal, política e administrativa”, disse o governa- dor. O novo corpo diretivo do TCE-PR foi eleito por unanimi- dade, em 11 de dezembro. Ivan Bonilha substitui na presidência o conselheiro Artagão de Mattos Leão. A Lei Orgânica do Tribunal (Lei Complementar Estadual nº 113/2005) estabelece mandato de dois anos para os cargos. O presidente Ivan Bonilha disse que suas prioridades serão a redução da burocracia, a transparência nos atos do TC e mais auditorias operacionais. Ele destacou a boa relação com o governo estadual e também defendeu a autonomia entre os poderes. “Todos temos responsabilidades e compromisso com nossas atribuições. Na presi- dência, vamos melhorar os canais de interação com a população”, afirmou. Página 3.

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Correio Noticias - Edição 1141

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Page 1: Correio noticias edição 1143

1Sexta-Feira - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.143

17Sábado

Janeiro / 2015Edição 1143

'Graça também transferiu imóveis aos filhos'

Em depoimento prestado à Polícia Federal, em Curitiba, ontem, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró negou

que tenha recebido propina por contratos celebrados com a estatal e afirmou que a atual presidente da petroleira,

Graça Foster, também transferiu imóveis para os filhos no Rio de Janeiro

Página 5.

Corpo de Bombeiros e helicópteros salvam 554 pessoas no Litoral em um mês

A média é de 19 vidas salvas por dia pelas equipes que integram a Operação Verão, série de ações ofertadas pelo Governo do Estado nos municípios litorâneos durante a temporada.

Em 29 dias de Operação Verão, os salva-vidas também fizeram 21.738 orientações aos veranistas, como alertar sobre locais impró-prios para banho ou situações que possam colocar em risco a vida do banhista.

Com o reforço no trabalho de segurança, a temporada teve duas mortes por afogamento, uma delas antes do horário de atendimento dos salva-vidas, que trabalham das 8h às 20h. A orientação do Corpo de Bombeiros é banhar-se sempre com a presença dos salva-vidas e próximo dos postos. As áreas cobertas pelos bombeiros são sinalizadas com bandeiras.

Página 7.

Beto Richa participa de posse no TC e defende autonomia entre os poderes

Bonilha comandará a corte de contas no biênio 2015-2016. Na mesma sessão do Tribunal Pleno, foram empossados o vice-presi-dente, conselheiro Ivens Linhares, e o corregedor-geral, conselheiro Durval Amaral.

Beto Richa elogiou o histó-rico profissional do conselheiro Bonilha e afirmou que respeita a autonomia e as decisões do Poder

Legislativo, do Poder Judiciário e do Ministério Público. “A indepen-dência, o respeito e a harmonia entre os poderes constituídos sempre pautaram meus atos e minha relação pessoal, política e administrativa”, disse o governa-dor.

O novo corpo diretivo do TCE-PR foi eleito por unanimi-dade, em 11 de dezembro. Ivan

Bonilha substitui na presidência o conselheiro Artagão de Mattos Leão.

A Lei Orgânica do Tribunal (Lei Complementar Estadual nº 113/2005) estabelece mandato de dois anos para os cargos. O presidente Ivan Bonilha disse que suas prioridades serão a redução da burocracia, a transparência nos atos do TC e mais auditorias

operacionais. Ele destacou a boa relação com o governo estadual e também defendeu a autonomia entre os poderes. “Todos temos responsabilidades e compromisso com nossas atribuições. Na presi-dência, vamos melhorar os canais de interação com a população”, afirmou.

Página 3.

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Sábado - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.1432 OPINIÃO

CHARGE DO DIAPor um mundo com horizontes mais amplos

Mariângela Hoog Cunha Stu-dart

Em uma escola internacional, o som das conversas e das brinca-deiras de crianças e adolescentes é ritmado pela diversidade: lear-ning, aprendizaje e apprentissage enriquecem os significados de “aprendizagem”, em um ambiente no qual, de forma natural e espon-tânea, a interação em duas ou mais línguas é incentivada. Nesse espaço escolar, desenvolve-se um cidadão do mundo, que utiliza idio-mas diversos de forma simultânea e que, segundo pesquisas, por meio da educação internacional, apresenta grande sociabilidade, maior facilidade de aquisição de conhecimento, percepção e com-preensão interculturais aprimo-radas e respeito à diversidade. A educação bilíngue – se não mul-tilíngue – está se tornando rapida-mente a melhor maneira de educar no século 21.

A importância dessa nova forma de ensinar e de aprender já é amplamente conhecida. Com as fronteiras geográficas e culturais aproximadas – ou derrubadas – pelo avanço tecnológico e pela globalização, falar, ler e escrever

de forma múltipla, comunicando-se flexivelmente por meio das dife-rentes mídias e em mais de uma língua, são habilidades essenciais para o desenvolvimento social das crianças e adolescentes. Mudar de uma língua para outra, traduzir, misturar e efetivamente comunicar é o que garante a participação em interações globais e locais. Além disso, o ensino internacional traz a compreensão e o respeito mul-ticultural, contribuindo para uma sociedade e um mundo em que as pessoas se coloquem no lugar do outro e sejam capazes de compre-endê-lo.

Mas como construir a edu-cação bilíngue ou multilíngue? Diferentemente dos programas de educação tradicional (nos quais outro idioma é ensinado como dis-ciplina isolada), na escola interna-cional a segunda língua é o meio pelo qual os alunos aprendem culinária, praticam esportes, fazem atividades artísticas, desenvolvem projetos transdisciplinares e criam experiências em laboratórios, entre outras ações. O idioma é utilizado dentro e fora de sala de aula e, dessa forma, o aluno é natural-mente exposto aos idiomas, em

contextos diversos, facilitando a aquisição. A língua estrangeira é o meio, a forma de instrução: apren-de-se fazendo e experimentando com atividades envolventes, esti-mulantes e desafiadoras.

O ensino internacional deve ser desenvolvido de maneira contextu-alizada, de forma que o aprendi-zado de uma segunda ou terceira língua seja baseado nos conheci-mentos prévios do estudante, suas necessidades e interesses. Deve proporcionar ao estudante esta-belecer conexões entre a vida na escola, à vida em casa e a vida em um contexto global, desenvolvendo relações e estabelecendo parâme-tros para aprendizados futuros. Ao posicionar-se como responsá-vel pela formação global de seus alunos, com foco não apenas no desenvolvimento do conhecimento técnico, a escola internacional, por meio da educação integral e mul-ticultural, desenvolve tolerância, integridade e grande apreciação pela diversidade humana. A edu-cação multilíngue é igualitária e, indiscutivelmente, torna a escola mais significativa e seus alunos mais abertos à compreensão e à cooperação, em nível global.

Sobre incoerências e poderClaudio SlavieroNeste ano, minha filha Valen-

tina comemorará 20 anos e praticamente passaria ilesa ao fenômeno da inflação se Lula e os petistas não tivessem se esforçado – e muito – para ressuscitá-lo. E, depois, fabricado outro fenômeno, também conhecido como “poste”, que governou o país de 2011 a 2014 e que continuará à frente da administração federal até 2018. Valentina só teria conhecido a força do Plano Real, a mais ampla medida econômica realizada no país e que tinha o objetivo principal de sufocar a hiperinflação e colo-car o Brasil nos trilhos do desen-volvimento (o que os petistas não engolem).

Talvez ela possa, sim, desco-nhecer esse desastre da economia se Dilma Rousseff honrar sua pala-vra e não interferir na equipe eco-nômica cujos conceitos os petistas amaldiçoavam e que a presidente escolheu para tirar o Brasil do buraco onde o havia enfiado.

O PT destruiu o sonho dos brasileiros que já viam ser dese-nhado um país forte, inserido no mercado internacional, respeitado, com crescimento sustentável e melhores condições para as pes-soas. Após as gestões petistas, o país estava quebrado, econômica e moralmente (as distorções foram acumuladas desde Lula e piora-das com Dilma), com o desastre

do não crescimento que evoluiu durante anos sob o regime desse partido, inflação superando a meta estabelecida, recuo da economia e aumentos que foram demagogi-camente adiados em tarifas repre-sadas, mas que estão aparecendo e ainda aparecerão – energia elétrica, combustível, transportes públicos etc. –, para piorar ainda mais a vida do brasileiro. Não há milagres em economia. O ministro Joaquim Levy, da Fazenda, sabe muito bem disso. E Dilma deveria sabê-lo.

A inflação acumulada, mesmo com remendos e disfarces, encer-rou 2014 quase no teto da meta estabelecida. Mas, com os preços pressionados, aumento de juros, crédito escasso, reajuste de tribu-tos, queda em novos empregos, demissões, recessão industrial (queda de 5,8% em 2014), des-confiança, indexação etc., promete novos lances de suspense. Os preços só estarão submissos se os brasileiros adaptarem seus orça-mentos a impostos mais altos nas três esferas de governo e à con-vivência diária, nem sempre pra-zerosa, com a inflação. Resta ao governo, segundo o ministro Joa-quim Levy, reduzir drasticamente seus gastos, o que sempre é uma tarefa proclamada. E adiada. Aliás, Levy já anunciou para breve um pacote de maldades.

Alguns analistas dizem que

Dilma praticou um verdadeiro estelionato eleitoral ao fazer tudo o que tinha dito na campanha que não faria justamente aquilo que ela acusava os adversários de realizar se fossem eleitos. Ela tem o dom de anunciar o bem e fazer o mal. Outros como a sena-dora e ex-ministra Marta Suplicy, lulista de carteirinha e oportunista de sempre, “descobre a roda” de forma publicitária, como ensina seu chefe. Segundo ela, houve incoerência de Dilma, cuja “polí-tica econômica foi um fracasso”, ao conduzir o país de 2011 a 2014. Ela poderia citar, entre dezenas de índices: após 13 anos de balança positiva, o país fechou 2014 com um déficit de R$ 3,9 bilhões. As incoerências não param por aí.

O buraco é mais embaixo. Em relação à economia, fica aparen-temente evidente: ou a presidente respeita a independência da atual equipe econômica ou dança a dança da hora – fracasso dos ide-ólogos petistas e, claro, corrosão da sua incoerência econômica. O buraco é mais embaixo ao se entender a política de forma um pouco mais sofisticada (e muito simples): o PT precisa se despir de seu gene de autoritarismo, obcecado pelo projeto de poder, manchado e sustentado pela cor-rupção, ou agravará ainda mais a situação do país. E aí também o buraco é mais embaixo.

Abolição e adoçãoGazeta do PovoEm 2013, tudo começou por

causa de 20 centavos. Agora, são 50 centavos – o valor do reajuste nas passagens de ônibus e metrô determinado respectivamente pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e pelo governador pau-lista, Geraldo Alckmin, no fim de dezembro do ano passado e que começou a vigorar em 6 de janeiro. O valor passou de R$ 3 para R$ 3,50, mas Haddad concedeu tarifa zero para estudantes da rede pública e universitários cotistas, bolsistas do Prouni e beneficiários do Fies. Mesmo com as novas isenções, como era de se imaginar, o Movimento Passe Livre decidiu protestar nas ruas de São Paulo, na sexta-feira passada.

E, assim como tantas daquelas grandes manifestações de 2013, a de 9 de janeiro seguiu o roteiro que começou com mobilização pacífica e terminou em depre-dação – graças, evidentemente, aos vândalos Black blocs, que se juntaram ao protesto quando ele se dirigia do Centro de São Paulo para a Avenida Paulista. Comer-ciantes mais precavidos baixaram as portas, mas isso não impediu a depredação de duas concessio-nárias de veículos, duas lancho-netes e três agências bancárias em vários pontos da região, além de inúmeras pichações e lixeiras incendiadas.

O conflito com a polícia come-

çou quando os Black blocs tenta-ram invadir uma agência bancária ainda antes que a marcha che-gasse à Avenida Paulista. Os poli-ciais usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha, e foram ataca-dos inclusive com coquetéis-molo-tov, artefato cuja simples posse já demonstra a intenção criminosa dos depredadores. No fim, houve seis feridos e 53 pessoas detidas.

Uma das lições de 2013 e 2014 (que, lembremos, foi o ano em que o cinegrafista Santiago Andrade morreu atingido por um rojão) foi a de que, se houve algo que tirou força das grandes manifestações de rua, foi justa-mente a ação dos Black blocs, que espantaram os demais cida-dãos conscientes. Já naquela época, sabia-se que os vândalos tinham sua rede de apoio, seja material, seja intelectual. Na aca-demia, não foram poucos os que criaram um arcabouço teórico para justificar as barbaridades cometidas pelos depredadores; artistas manifestaram apoio aos Black blocs; até o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, comentando a morte de Andrade, preferia responsabi-lizar a empresa jornalística onde o cinegrafista trabalhava por não ter fornecido equipamentos de proteção, em vez de pedir a puni-ção dos verdadeiros culpados; e, também no Rio de Janeiro, pro-fessores em greve prestigiaram

a presença de Black blocs em suas manifestações, com direito a gritos de guerra.

Na primeira manifestação de 2015, o que se percebe é que esse apoio não diminuiu. O Movi-mento Passe Livre resolveu tomar as dores dos vândalos. Em nota divulgada após a passeata, não menciona as depredações em nenhum momento; prefere apenas dizer que “Alckmin e Haddad res-pondem só com violência: tiros, bombas e prisões contra quem se manifesta”, dando sequência ao processo, visto também em 2013, de demonização da força policial para que ela seja considerada “culpada até prova em contrá-rio” e, temerosa da repercussão negativa de suas ações, acabe se omitindo diante de novos atos de vandalismo. Antes mesmo da manifestação do dia 9, o MPL já tinha recusado o convite da Polí-cia Militar para discutir o roteiro da passeata, desrespeitando a legis-lação e fazendo pouco do direito de ir e vir dos demais cidadãos paulistanos.

O direito à manifestação é fun-damental; mas precisa ser exer-cido conforme a lei e de maneira pacífica – nada disso ocorreu na semana passada. Um novo pro-testo está marcado para hoje; que desta vez os vândalos Black blocs não voltem a ser acobertados por aqueles que deveriam repudiar suas ações.

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3Sexta-Feira - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.143POlítIca

DeuS é fiel e JuSto!

BoM traBalHo

A infraestrutura no município de Siqueira Campos está apresentando resultados significativos, o prefeito Fabiano Lopes Bueno (Bi) está empenhado em manter o compromisso com manutenção e execução de obras na cidade. De acordo com informações da Prefeitura Muni-cipal de Siqueira Campos, está sendo executada pavimentação na conhecida “Estrada dos Macacos” que liga Siqueira Campos ao Bairro de Barbosas. Anteriormente a estrada era alvo de criticas por meio da população, pois o fluxo de veículos na localidade é intenso e quando chovia os meios de transporte na maioria das vezes encalhavam.

MaiS De 7kM

São mais de sete quilômetros de pavimentação com pedras irregu-lares, sendo que um quilômetro e meio já está pronto. A obra que teve início em agosto de 2014 está sendo feita por uma empresa terceirizada, e será concluída em dezembro deste ano. E para melhor conservação da via e escoamento da água de chuva, ao total 1 quilômetro e meio de “sarjeta” está sendo construída em áreas de declive. O investimento na estrada é de aproximadamente R$1,5 milhão, os recursos são provenientes do governo do estado.

GaStoS CoM veíCuloS

Os gastos da União (Executivo, Legislativo e Judiciário) com veícu-los atingiu a quantia de R$ 3,8 bilhões no ano passado. O montante representa aumento de 22,3%, ou R$ 700 milhões, em relação ao exercício de 2013, quando R$ 3,1 bilhões foram destinados para esse tipo de despesa. O valor pago em 2014 equivale à compra de aproxi-madamente 960 veículos do tipo Ferrari (modelo FF F1 6.3 V12 660 cavalos, do ano, zero quilômetros e movido à gasolina). O veículo italiano, segundo a tabela de preços atualizada pela Fundação Ins-tituto de Pesquisas Econômicas (FIPE), custa R$ 2,7 milhões. Para aqueles que a compra de uma Ferrari ainda é um sonho muito dis-tante, o gasto corresponde à compra de 67 mil veículos populares do tipo Gol I Motion 1.6 Mi Total Flex. O automóvel, movido à gaso-lina e zero quilômetros, custa R$ 38,4 mil, também segundo a FIPE.

BaStante GaSolina

Para colocar os carros “em funcionamento” é necessário gasolina, e muita. O governo federal desembolsou R$ 374,5 milhões em combustí-veis e lubrificantes automotivos. Apesar de a frota ter aumentado, o valor gasto com gasolina diminuiu R$ 1,4 milhão em relação ao ano anterior. Com o valor seria possível comprar 117,4 milhões de litros de gasolina (R$ 3,19 por litro) ou encher o tanque de 2,6 milhões de carros com capacidade para 45 litros. A compra de material para manutenção de veículos atingiu R$ 245,4 milhões no ano passado. Já o próprio serviço de manutenção e conservação das unidades custou R$ 193 milhões

liMite

Os correntistas que precisam transferir dinheiro no mesmo dia entre bancos diferentes terão a tarefa facilitada. As instituições financeiras reduziram de R$ 750 para R$ 500 o limite mínimo para a transferência eletrônica disponível (TED). A diferença da TED para outros tipos de movimentação financeira é que a com-pensação do crédito é feita no mesmo dia, mesmo quando a tran-sação ocorre entre bancos diferentes. Em outras modalidades, como o cheque ou o documento de crédito (DOC), é necessá-rio aguardar pelo menos um dia para o dinheiro ser transferido.

CrM BraSileiro

O Diário Oficial da União publicou hoje (16) edital abrindo inscrições para médicos com CRM brasileiro e municípios que queriam participar do Mais Médicos. Desta vez, 1,5 mil municípios poderão solicitar profis-sionais. Destes, 424 nunca receberam médicos do programa. Municí-pios e médicos com registro nos conselhos regionais de Medicina (CRM) brasileiros terão até os dias 28 e 29 deste mês, respectivamente, para confirmar participação e formalizar a inscrição no sistema do programa.

ContinuanDo...

A vulnerabilidade econômica e social se manteve como critérios básicos para que os municípios participem do Mais Médicos. Terão prioridade cidades com 20% da população em situação de extrema pobreza, com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) baixo e muito baixo e localizadas no Semiárido, nos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Ribeira, além das periferias de capitais e regiões metropolitanas.

Beto Richa participa de posse no TC e defende autonomia entre os poderes

O governador Beto Richa participou na tarde desta quinta-feira (15) da posse do conselheiro Ivan Bonilha na Presidência

do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR)

De Curitibaaen Bonilha comandará a corte de

contas no biênio 2015-2016. Na mesma sessão do Tribunal Pleno, foram empossados o vice-presi-dente, conselheiro Ivens Linhares, e o corregedor-geral, conselheiro Durval Amaral.

Beto Richa elogiou o histórico profissional do conselheiro Bonilha e afirmou que respeita a autonomia e as decisões do Poder Legislativo, do Poder Judiciário e do Minis-tério Público. “A independência, o respeito e a harmonia entre os poderes constituídos sempre pau-taram meus atos e minha relação pessoal, política e administrativa”, disse o governador.

O novo corpo diretivo do TCE-PR foi eleito por unanimi-dade, em 11 de dezembro. Ivan Bonilha substitui na presidência

o conselheiro Artagão de Mattos Leão.

A Lei Orgânica do Tribunal (Lei Complementar Estadual nº 113/2005) estabelece mandato de dois anos para os cargos. O presidente Ivan Bonilha disse que suas prioridades serão a redução da burocracia, a transparência nos atos do TC e mais auditorias operacionais. Ele destacou a boa relação com o governo estadual e também defendeu a autonomia entre os poderes. “Todos temos responsabilidades e compromisso com nossas atribuições. Na presi-dência, vamos melhorar os canais de interação com a população”, afirmou.

CURRICULOS - Natural de Maringá, Ivan Lelis Bonilha tem 47 anos. Advogado e mestre em Direito, é servidor de carreira do TCE-PR, onde ingressou em

março de 1993, após aprovação em concurso público. Na maior parte do tempo em que integrou o corpo técnico da Casa, atuou na Diretoria Jurídica, unidade da qual foi diretor. Também foi procurador-geral do Município de Curitiba e do Governo do Estado. Foi empos-sado conselheiro do TCE-PR em 11 de julho de 2011.

Ivens Zschoerper Linhares é o mais novo conselheiro do TCE-PR. Tomou posse no cargo em 9 de outubro de 2014. Curitibano, tem 45 anos. É bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Público. Também é servidor de carreira. Ingressou no TCE-PR em 6 de janeiro de 2005, após aprovação em concurso público para o cargo de auditor. Foi escolhido conse-lheiro em eleição interna com base no critério de merecimento.

O conselheiro José Durval

Mattos do Amaral é natural de Londrina e tem 55 anos. Advo-gado foi professor da Universi-dade Estadual de Londrina (UEL). Foi eleito vereador e vice-prefeito de Cambé (Norte do Estado) e deputado estadual por seis man-datos. Ocupou diversos cargos públicos e foi secretário estadual de duas pastas – Trabalho e Casa Civil. Tomou posse como conse-lheiro do TCE em 28 de maio de 2012. É o atual vice-presidente da Casa.

Estiveram presentes na sole-nidade a vice-governadora, Cida Borghetti, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet, o presidente do Tribunal de Justiça, desembarga-dor Guilherme Luiz Gomes, o pro-curador-geral de Justiça, Gilberto Giacoia, além de deputados esta-duais, vereadores e secretários de Estado.

Governador Beto Richa participa da cerimônia de posse do conselheiro Ivan Bonilha como Presidente do Tribunal de Contas do Estado

ORlaNdO KIssNER/aENPR

Romanelli e Pessuti articulam corrente no PMDB/PR

O deputado luiz Claudio Romanelli e o ex-governador Orlando Pessuti se reuniram hoje na assembleia legislativa com um grupo de peemedebistas e definiram o que chamaram

das “bases para estruturação da tendência partidária que norteará um debate amplo e democrático sobre os planos de futuro da legenda”

BrasilPauta Paraná A tendência, “Esperança e

Mudança” vai fazer um encontro dia 3 de fevereiro, às 18h30, na sede do PMDB do Paraná, em Curitiba. “Essa articulação quer estabelecer, desde logo, um pro-grama conjuntural para as eleições municipais de 2016 e uma agenda de reunião e mobilização com alcance dos correligionários em todo o estado Paraná”, informa o

deputado Romanelli.O grupo resolveu alterar a

nome da tendência, anteriormente chama de PMDB Social e Popu-lar, para resgatar um documento histórico (Esperança e Mudança) do partido, “cujo conteúdo, tem muitos pontos ainda por serem implementados em nosso país”. A seguir trecho do documento parti-dário que – atualizado – irá inspirar os fundamentos partidários:

ESPERANÇA E MUDANÇA

TÊM UM MESMO NOME: PMDB (Novembro de 1982) — O Brasil atravessa uma fase critica: a pior crise econômica e social desde os anos 30 coexiste com uma pro-funda crise institucional. As estru-turas do Estado estão carcomidas pela privatização do interesse público, a política econômica esta imobilizada, o governo carece de largueza de visão para enfrentar o estado de desagregação cres-cente. O mais grave, porém, é a

crise política – o divorcio profundo entre a sociedade e o Estado, a ausência de confiança e de repre-sentatividade.

O PMDB não se omite diante deste momento tão grave. Apre-senta – com responsabilidade, mas sem arrogância – uma pro-posta para enfrentar a grave situ-ação conjuntural e, também, para iniciar a construção do futuro. Uma proposta para o debate amplo e livre.

Deputado Romanelli e ex governador Pessuti se reuniram para definir o futuro da legenda

dIvulGaçãO

Page 4: Correio noticias edição 1143

Sábado - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.1434 EdItaIs

PREFEITURA MUNICIPAL DE SIQUEIRA CAMPOSESTADO DO PARANÁ

Portaria 006/2015

FABIANO LOPES BUENO, Prefeito Municipal de Siqueira Campos, Estado do Paraná, no uso de suas atribuições legais e com

fundamento no art. 71, inciso VI da Lei Orgânica Municipal;

RESOLVE:

Artigo 1º – Exonerar, a pedido, as servidoras abaixo relacionadas:

Fabiana Eloíza de Lima – RG. 9.907.172-9/PR – Enfermeira do PSF

Fernanda Eugenio Assis de Oliveira – RG. 35.319.695-2/SP – Auxiliar de Enfermagem do PSF

Artigo 2º - Esta portaria entra em vigor na data da sua publicação, retroagindo seus efeitos a 15 de janeiro de 2015.

Publique-se.

Siqueira Campos, 15 de janeiro de 2015.

faBiano loPeS BuenoPrefeito MuniCiPal

PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DA BOA VISTAESTADO DO PARANÁ

Page 5: Correio noticias edição 1143

5Sexta-Feira - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.143GEral

'Graça também transferiu imóveis aos filhos'

Em depoimento prestado à Polícia Federal, em Curitiba, ontem, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró negou que tenha recebido propina por contratos celebrados com a estatal e afirmou que a atual presidente da petroleira, Graça Foster, também transferiu

imóveis para os filhos no Rio de Janeiro

BrasilPauta ParanáO ex-diretor foi preso na

madrugada desta quarta-feira após o Ministério Público ter detec-tado que ele continuava a praticar crimes e que tentava se desfazer do patrimônio em seu nome.

Ele chegou a transferir três imóveis para os filhos em uma operação interpretada como uma tentativa de evitar que os bens

fossem penhorados no futuro para o ressarcimento dos prejuízos cau-sados pelo esquema de fraudes na Petrobras.

"A atual presidente da Petro-bras realizou operações seme-lhantes, transferindo imóveis aos filhos dela", disse Cerveró. Em agosto, foi revelado que Graça Foster havia transferido imóveis no Rio de Janeiro para os filhos "com reserva de usufruto", o que levou o

ex-ministro do Tribunal de Contas da União José Jorge a defender o bloqueio de bens da presidente da estatal.

Para o ministro, a mudança de titularidade dos imóveis poderia ser uma tentativa de driblar as investi-gações e eventuais punições pela malfadada compra da refinaria de Pasadena. A Corte, porém, deci-diu não bloquear os bens nem de Graça Foster nem de Cerveró.

DIVULGAÇãO

PM lança "Operação Retomada" no Paranáa Polícia Militar do Paraná já está nas ruas com a

"Operação Retomada"

ParanáPauta Paraná A ação conta com a parti-

cipação de todos os batalhões: Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) e o Regimento de Polícia Montada, além dos poli-ciais militares do serviço adminis-trativo e do serviço reservado das unidades.

"A finalidade desta operação é fazer com que os efetivos dos batalhões, somados aos esfor-ços das unidades especializadas, policiem e patrulhem áreas consi-deradas de risco, as quais foram definidas após levantamento de informações, visando intensificar a segurança nestas regiões garan-tindo a tranquilidade da popula-ção", afirma o Comandante desta

edição da "Operação Retomada", major Luiz César Gonçalves.

As ações contarão com pontos de bloqueios com batidas e abordagens, fiscalizando veícu-los, pessoas e estabelecimentos comerciais, em busca de armas, drogas e foragidos da justiça. O foco também será as estações tubo, terminais e locais com grande aglomeração de pessoas.

Secretário Silvio Barros visita Tecpar e diz querer contar com a instituição para planejar o Estado

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) recebeu a visita, nesta sexta-feira, 16, do secretário do Planejamento e Coordenação Geral do Paraná,

silvio BarrosDo ParanáAssessoria de ComunicaçãoO secretário foi recebido pela

diretoria executiva da instituição para a primeira reunião neste início de gestão.

No encontro, o diretor-presi-dente do Tecpar, Júlio C. Felix, apresentou ao secretário as uni-dades de negócio da organização e ainda apontou demandas da instituição, como o cumprimento do objetivo traçado no Planeja-mento Estratégico de transformar o Tecpar de uma empresa pública de direito privado a uma empresa pública com personalidade jurídica de Sociedade Anônima.

Além das demandas, Felix

também apresentou os projetos em que o Tecpar está envolvido na prestação de serviços e soluções tecnológicas ao próprio Governo do Estado. “Temos experiência no atendimento de diversas empresas públicas do Paraná e de vários órgãos do governo. A diretoria exe-cutiva do Tecpar se coloca à dis-posição para contribuir com essa experiência à Secretaria do Pla-nejamento e Coordenação Geral, assim como às demais secreta-rias”, salientou o diretor-presi-dente.

O secretário, em sua primeira visita ao Tecpar, se disse surpreso em conhecer a dimensão da atu-ação do instituto e se compro-

meteu a analisar as demandas e propostas da diretoria executiva. “Conhecendo melhor o caráter transversal da instituição, posso perceber desde já que a secretaria pode contar com a experiência do Tecpar muito mais do que contou até agora. Vamos contar com o apoio do instituto para realizar os planos para o Paraná”, afirmou Barros.

Além de Felix, participaram da reunião com o secretário Silvio Barros o diretor de Biotecnologia Industrial, Julio Salomão, o diretor de Administração e Finanças, José Ciro Costa de Assunção, e o diretor de Desenvolvimento Tecnológico, Reginaldo Joaquim de Souza.

Esquema antigrampo de Gleisi derrubou Demóstenes TorresO temor de grampos autorizados pelo Judiciário, ou

ilegais, patrocinados por adversários políticos, tem levado a senadora Gleisi Hoffmann e o marido, o ex-ministro

Paulo Bernardo, a usar "telefones antigrampo" - rádios comunicadores com frequência exclusiva - supostamente

invulneráveis a qualquer espécie de escutaBrasil Fábio CampanaA precaução vem sendo

tomada desde que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, denunciaram Gleisi e o marido como benefici-ários do Petrolão. O receio que pudessem estar sendo monitora-dos pela Polícia Federal aumentou muito depois que Paulo Bernardo deixou o Ministério das Comunica-

ções e passou a ser um cidadão comum.

Um "sistema a prova de grampo" foi o responsável pela desgraça política de Demóstenes Torres. O ex-senador democrata cultivava a imagem de paladino da moralidade, mas mantinha ligações muito perigosas com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para tentar ocultar essa relação, o bicheiro e o senador só se falavam através de rádios comunicadores que acredi-

tavam impossíveis de grampear. A crença que o sistema era

infalível era falsa e a Polícia Fede-ral escutou, durante oito meses, todas as conversas, inclusive as mais constrangedoras, entre Cachoeira e Demóstenes. O Brasil inteiro ficou sabendo, por exem-plo, dos nababescos presentes de casamento dados pelo bicheiro ao senador. Demóstenes foi, em 2012, o segundo senador cassado na história do Brasil.

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Sábado - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.1436 GEral

Copel lidera compras em leilão de energiaEstatal adquiriu 300 megawatts médios e zerou a exposição no primeiro

semestre deste ano. Evento movimentou cerca de R$ 3,3 bilhõesParanáCíntia Junges/Gazeta do

PovoA Copel foi a principal com-

pradora do 18.º Leilão de Ajuste realizado ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para tentar reduzir a expo-sição de quatro mil megawatts (MW) médios das distribuidoras na primeira metade deste ano. O braço de distribuição da estatal paranaense adquiriu 1,303 milhão de megawatt-hora (MWh) ou quase 300 megawatts (MW) médios de energia do leilão. Na sequência, as maiores compradoras foram a Cemig Distribuidora, com 1,126 milhão de MWh, e a CPFL Paulista, com 941,2 mil MWh.

O montante – que será entre-gue imediatamente em contratos de três e seis meses– praticamente zerou a exposição da concessio-nária paranaense ao mercado de curto prazo no primeiro semestre.

VentoO Banco Nacional de Desen-

volvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou ontem a apro-vação, em dezembro, de R$ 1,7 bilhão para 22 parques eólicos.

Com isso, a instituição de fomento encerrou 2014 com R$ 6,6 bilhões em aprovações para projetos de geração de eletricidade a partir da força dos ventos, equivalentes a 2.585,8 megawatts (MW) de potên-cia instalada. O valor é 83,3% superior ao montante aprovado em 2013, de R$ 3,6 bilhões.

Desde 2003, o BNDES acu-mula uma carteira de R$ 20 bilhões em empréstimos a projetos eólicos que correspondem a 7.287,8 MW em capacidade. Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, o país fechou o ano passado com 4.708 MW de energia eólica e a projeção para este ano é chegar a 10.354 MW instalados – equiva-lente à capacidade da hidrelétrica de Belo Monte.

Os empréstimos já aprovados são liberados aos poucos, con-forme o andamento das obras. Em 2014, foram R$ 3,3 bilhões desembolsados, abaixo dos R$ 3,6 bilhões de 2013.

Os 22 parques eólicos cujos empréstimos foram aprovados em dezembro têm capacidade insta-lada de 590,4 MW, em Pernam-buco, Piauí, Rio Grande do Norte

e no Rio Grande do Sul.Todos os projetos têm previ-

são de início de operação no pri-meiro semestre deste ano.

Segundo o diretor da área de distribuição da companhia, Vla-demir Santo Daleffe, o resultado do leilão cobre a necessidade imediata da Copel e garante que a empresa não ficará exposta ao mercado livre pelos próximos três anos.

Um fator decisivo para que isso aconteça é a chegada, no segundo semestre deste ano, de 600 MW médios em cotas de energia mais barata das usinas cujas concessões não foram reno-vadas por ocasião da Medida Pro-visória nº 579.

Preço-tetoO preço médio de venda da

energia comercializada no leilão de ontem foi de R$ 387,07 por MWh, muito próximo do teto do preço de energia de curto prazo dado pelo Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), de R$ 388,48 por MWh.

O preço praticado denota que as geradoras consideram que o PLD tende a se manter próximo

do teto ao longo de todo este pri-meiro semestre e não aceitaram vender a preços mais baixos em consequência, também, do baixo nível dos reservatórios. O leilão movimentou um total de R$ 3,3 bilhões em contratos de energia.

No total, as distribuidoras

contrataram 2.105 MW médios de energia no leilão, segundo dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O total equivale a cerca de metade dos quatro mil MW médios de des-contratação de energia das distri-buidoras neste primeiro semestre

do ano.O objetivo do Leilão de Ajuste

realizado ontem foi complementar a carga de energia necessária para que as distribuidoras pudes-sem atender ao mercado consu-midor no primeiro semestre deste ano.

Segundo a Copel, resultado garante que a empresa não ficará exposta ao mercado livre até 2017

aNIElE NasCIMENTO/GazETa dO POvO

Lobista atuou em diretoria de Graça Foster, diz CerveróFernando Baiano, que seria ligado ao PMdB, teria frequentado as diretorias de abastecimento e de Gás e Energia a partir de 2000

Brasilamanda audi / Gazeta do

PovoO ex-diretor da Petrobras

Nestor Cerveró afirmou, depoi-mento à Polícia Federal na manhã dessa quinta-feira,15, que o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, atuou como representante de empresas inte-ressadas em contratos da diretoria de Gás e Energia da Petrobras. A pasta foi comandada pela atual presidente da estatal, Graça Foster, entre 2007 e 2012, e antes dela por Ildo Sauer, entre 2003 e 2007. Ambos foram indicados pelo PT. No depoimento, Cerveró não entra no mérito de que Baiano teria cometido atos de corrupção nas diretorias citadas. O lobista também teria atuado na diretoria de Abastecimento, que era gerida pelo ex-diretor Paulo Roberto Costa.

A afirmação de Cerveró é um indício de que o esquema de cor-rupção investigado na Operação Lava Jato teria ocorrido na pasta comandada por Graça. A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF), porém, ainda não chegaram a provas conclusivas sobre os desvios na pasta como as que já foram reunidas da diretoria de Abastecimento, por exemplo.

Ministro de Minas e Energia diz que não existem provas contra Graça Foster na Lava Jato

O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, defendeu nesta

quinta-feira (15) a presidente da Petrobras, Graça Foster, e mem-bros da atual diretoria, isentou-os de envolvimento com os escân-dalos de corrupção envolvendo a estatal e disse estar "otimista" com os rumos da empresa. Para o ministro, a companhia enfrenta uma "convergência de fatores negativos" e seu maior problema é que as empresas contratadas para fazer parte de seus investimentos estão "enroladas" na Operação Lava Jato. "Até hoje, não há uma prova sequer contra Graça Foster. Até hoje, não há uma prova sequer contra esses diretores que aí estão", disse.

Sem especificar datas, Cerveró disse que Baiano permaneceu na estatal a partir de então “represen-tando outras empresas, tendo se dirigido a outras diretorias, como a diretoria de Abastecimento e Gás e Energia”. O advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, acrescentou à fala do cliente que Baiano frequentava as diretorias para tentar fechar negócios.

Segundo as investigações, Baiano seria um dos operadores do esquema de corrupção e lava-gem de dinheiro investigado na Lava Jato. Ele seria ligado a polí-ticos do PMDB.

Cerveró citou nominalmente Graça Foster apenas uma vez em seu depoimento. Ao ser per-guntado sobre as “declarações da imprensa” envolvendo Graça, Cerveró respondeu que “a atual

presidente da Petrobras realizou operações semelhantes, transfe-rindo imóveis aos filhos dela”. Um dos motivos para a prisão de Cer-veró foi à tentativa de passar apar-tamentos para o nome de parentes com valor abaixo do mercado. Segundo ele, seria uma antecipa-ção de herança. Para a PF, seria uma tentativa de blindar patrimô-nio.

Mesma celaCerveró e Baiano estão presos

na mesma cela da carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba. O lobista foi detido em novembro de 2014, na deflagração da sétima fase da Lava Jato.

Segundo o MPF, os dois teriam recebido US$ 40 milhões em propina para que a Petrobras contratasse navios-sonda da Sam-sung em 2006 e 2007. O ex-dire-tor negou ter recebido recursos, mas alegou acreditar que Baiano “recebesse algum tipo de comis-são”.Ainda segundo a denúncia do MPF, parte da propina, de US$ 3,1 milhões, teria sido lavada e reme-tida ao exterior de forma ilegal pelo doleiro Alberto Youssef. No depoimento, Cerveró afirma que viu Youssef pela primeira vez na carceragem da PF.

ApartamentoCerveró confirmou que o apar-

tamento de R$ 7,5 milhões no qual viveu com a família entre 2010 e 2014 pertence a uma empresa estrangeira, identificada como “Jomey”. Ele reconheceu também

que pagava aluguel com valor abaixo do de mercado, de cerca de R$ 8 mil por mês, mas afirma que isso se deu por “benfeitorias que realizou no imóvel e foi objeto de abatimento”.

Em setembro, a revista “Veja” publicou que o imóvel, localizado em bairro de alto padrão do Rio, pertenceria a uma offshore uru-guaia. Offshores são empresas abertas fora dos países de origem dos proprietários, em geral para fugir da tributação. A defesa de

Cerveró diz que a transação foi feita por meio de uma imobiliária e de maneira regular.

O advogado de Fernando Baiano, Mário de Oliveira Filho, não foi localizado. Em outras oca-siões, ele negou irregularidades. A Petrobras não respondeu à reportagem até às 21h desta quin-ta-feira. Uma nota divulgada pela companhia na noite dessa quinta (15) afirma que para a Petrobras a manifestação do Ministério Público Federal (MPF), que resul-

tou na prisão preventiva do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró, não afirmou, em momento algum, que os atuais diretores receberam propina. "Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró são ex-diretores da companhia e não diretores. A companhia tem sido reconhecida como vítima pelo Poder Judiciário e reitera que manterá seu empe-nho em continuar colaborando efetivamente com as autoridades para a elucidação dos fatos", acrescenta.

Fernando Baiano, preso na Polícia Federal em Curitiba, teria atuado na diretoria ligada à Graça Foster

aGB/GERaldO BuBNIaK

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7Sexta-Feira - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.143GEral

Aeronáutica conclui que acidente que matou Campos foi sucessão de falhas humanas

Erros causaram "desorientação espacial" e o piloto acelerava pensando que estava subindo, quando estava voando para baixoBrasilGazeta do PovoAs investigações da Aeronáu-

tica, que começam a ser divulgadas no início de fevereiro, concluíram que o acidente que matou o presi-denciável do PSB e ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, no meio da campanha eleitoral do ano passado, foi causado por uma sequência de falhas do piloto Marcos Martins - desde a falta de treinamento para aquela aeronave até o uso de "atalho" para acelerar o procedimento de descida.

Como resultado decisivo, Mar-tins foi obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente, operando os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião e acabando por sofrer o que é tecnicamente descrito como "desorientação espacial". É quando o piloto perde a referência do avião em relação ao solo, não sabe se está voando para cima, para baixo, em posição normal, de lado ou de ponta cabeça.

Essa conclusão sobre a "deso-

rientação espacial" baseou-se em informações sobre os últimos segundos do voo, no momento em que o avião embicou num ângulo de 70 graus e em potência máxima, como se o piloto acelerasse pen-sando que estava em movimento de subida, quando na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo.

O acidente ocorreu na manhã de 13 de agosto de 2014, quando o Cessna 560 XL saiu do aeroporto Santos Dumont, no Rio, rumo à Base Aérea de Santos, no Gua-rujá, em São Paulo. Por volta de 10 horas, a aeronave caiu em Santos, no bairro Boqueirão. Além de Edu-ardo Campos, que estava em ter-ceiro lugar na corrida presidencial, morreram quatro assessores dele, o piloto e o copiloto Geraldo Magela Barbosa.

TreinamentoNesses cinco meses de investi-

gações, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuti-cos, órgão da Aeronáutica (Cenipa) levantou ainda todo o perfil psicoló-gico, pessoal e profissional dos dois

pilotos e listou uma sequência de falhas de Marcos Martins, antes e durante o voo.

Não foi encontrado nenhum indício de falha técnica ou de ope-ração do sistema aeronáutico. As duas turbinas foram detalhada-mente analisadas e estavam em perfeita condição de uso, mas a caixa preta de voz não foi útil para as conclusões. Ela simplesmente não estava ligada, não gravou as conversas durante o voo.

Conforme apurado pelos inves-tigadores, Martins não estava trei-nado para o Cessna 560 XL, uma aeronave sofisticada e nova, con-cluída em 2010. Ele, por exemplo, nunca tinha passado pelo simula-dor. Está registrado, também, que a relação entre os dois pilotos não era boa. Eles já tinham um histórico de atritos e o copiloto teria, inclusive, pedido para não mais voar com Martins, que, em redes sociais, se disse "cansadaço" dias antes do acidente. Aquele seria, possivel-mente, o último voo conjunto da dupla.

Chuva e pistaEssas falhas prévias de preparo

técnico e psicológico na cabine de comando foram agravadas por duas circunstâncias objetivas - ou "fatores contribuintes", no jargão dos investigadores. O tempo estava fechado, com muita chuva, e a pista da Base de Santos, curta e entre picos, é considerada difícil mesmo para pilotos experientes e em boas

condições de tempo.Apesar de todos esses agra-

vantes, e talvez por excesso de autoconfiança, Martins cometeu, segundo os investigadores da Aero-náutica, o erro que deflagrou todo o desfecho trágico: ele desdenhou a rota determinada pelos manuais para o pouso na Base de Santos, não fez a manobra exigida para aquela pista e tentou pousar direto,

de primeira.Mal comparando com um carro,

é como se o piloto não tivesse feito o retorno previsto, tentando um "atalho" para entrar direto num estacionamento. Depois da imprevi-dência e de embicar para o pouso, ele concluiu que não conseguiria e foi obrigado a arremeter brusca-mente. A manobra é considerada a prova da desorientação do piloto.

Filho de Eduardo Campos e Marina Silva ao lado do caixão com os restos mortais do ex-presidenciável

REuTERs/RICaRdO MORaEs

Corpo de Bombeiros e helicópteros salvam 554 pessoas no Litoral em um mês

O Corpo de Bombeiros e os policiais e médicos do Grupamento aeropolicial e Resgate aéreo (Graer) já salvaram 554 pessoas nos municípios do litoral

paranaense desde o início da temporada de verão, em 18 de dezembroParanáaen A média é de 19 vidas salvas

por dia pelas equipes que inte-gram a Operação Verão, série de ações ofertadas pelo Governo do Estado nos municípios litorâneos durante a temporada.

Em 29 dias de Operação Verão, os salva-vidas também fizeram 21.738 orientações aos veranistas, como alertar sobre locais impróprios para banho ou situações que possam colocar em risco a vida do banhista.

Com o reforço no trabalho de segurança, a temporada teve duas mortes por afogamento, uma delas antes do horário de atendimento dos salva-vidas, que trabalham das 8h às 20h. A orien-tação do Corpo de Bombeiros é banhar-se sempre com a pre-sença dos salva-vidas e próximo dos postos. As áreas cobertas pelos bombeiros são sinalizadas com bandeiras.

No Graer, até 8 de janeiro, foram feitas 17 missões, entre salvamentos aquáticos e terres-tres e remoções e resgates aero-médicos, além do patrulhamento policial. O helicóptero foi mais requisitado para a remoção aero-médica – levar pacientes de um hospital para outro.

EQUIPES – O Governo do Estado reforçou o atendimento à população durante a temporada de verão e convocou 400 bombei-

ros para cuidar dos banhistas nas praias. São 99 postos guarda-vidas para atender os veranistas em toda orla marítima.

Outra novidade da Operação Verão é a Base Náutica de Busca e Salvamento do Corpo de Bom-beiros de Guaratuba, inaugurada pelo governador Beto Richa em 9 de janeiro. A estrutura, que fica ao lado do ferryboat, teve investi-mento de R$ 1,1 milhão e abriga uma equipe de resgate 24 horas, nos 365 dias do ano.

A base dá resposta imediata a casos de emergência na Baía de Guaratuba e nas praias de Matinhos e Guaratuba. Em algu-mas situações, será utilizada para atender também nas praias de Pontal do Sul e na Baía de Para-naguá, onde já há uma base para os municípios e ilhas do litoral norte.

“Essa obra é uma demonstra-ção da atenção do nosso governo com o Litoral, que hoje é lem-brado pelo Estado durante todo ano. A base náutica garantirá um atendimento dos bombeiros mais ágil e de qualidade, reduzindo o número de afogamentos no Paraná”, disse o governador Beto Richa.

A base tem uma rampa de lançamento de embarcações na água, com fácil saída para o mar, e uma passarela com píer flutu-ante (por conta da variação da maré) para retirar rapidamente as

vítimas do mar e encaminhá-las a uma ambulância, em casos de salvamento de emergência.

Para as ações preventivas e de salvamento, durante todo o ano estarão disponíveis no local três motos aquáticas de salva-mento, um bote inflável (pequeno porte) e dois barcos infláveis

(médio porte). DICAS PARA EVITAR AFO-

GAMENTOS Tome banho de mar próximo

aos postos de salva-vidas. Neste ano, são 99 postos na orla para-naense.

Obedeçam as áreas cobertas pelos salva-vidas. Elas são sina-

lizadas com bandeiras. Não saia deste limite.

Atenção com as crianças, mesmo quando o salva-vidas esti-ver por perto.

Se ingerir bebida alcoólica, não entre no mar.

Mesmo que saiba nadar, vá acompanhado de outra pessoa,

que poderá ajudá-lo caso tenha algum mal estar na água.

Nade longe de pedras, píers ou embarcações.

Cuidado com os locais com pouca ou nenhuma quebra de ondas. Estas áreas podem con-centrar correntes de retorno, que puxam o banhista mar adentro.

Corpo de Bombeiros e helicópteros salvam 554 pessoas no Litoral em menos de um mês

aNPR

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Sábado - 17 de Janeiro de 2015Edição 1.1438 GEral

Presidente indonésio rejeita pedido de Dilma para não executar brasileiros

'Não houve sensibilidade', afirmou nesta sexta-feira, 16, assessor da presidente. Execução de condenado por tráfico está previsto

para este fim de semanaMundoFilipe Matoso O presidente da Indonésia não

atendeu ao apelo da presidente Dilma Rousseff para poupar a vida de dois brasileiros presos no país asiático e condenados à morte por tráfico de drogas, segundo informou nesta sexta-feira (16) o assessor especial para assuntos internacionais do Brasil, Marco Aurélio Garcia.

Os dois brasileiros são Marco Archer e Rodrigo Gularte. Segundo Garcia, Dilma conversou por tele-fone nesta sexta com o presidente indonésio, Joko Widodo. De acordo com o assessor, o fuzilamento de Archer deve ocorrer no domingo na Indonésia – 15h deste sábado (17) no horário brasileiro.

"Não houve sensibilidade por parte do governo da Indonésia para o pedido de clemência do governo brasileiro. Em princípio, a execução deve se dar à meia-noite de domingo, hora de Jacarta, às 15h no horário de Brasília", infor-mou Garcia.

Ainda de acordo com o asses-sor de Dilma, o governo brasileiro fez uma série de tentativas para conversar com o presidente indo-nésio antes de ser finalmente aten-dido.

"A presidente manifestou seu desejo de conversar por telefone com o presidente da Indonésia e, particularmente, há cerca de oito dias, nós convocamos o embaixa-dor da Indonésia no Brasil aqui no Palácio do Planalto para transmitir

esse desejo da presidente Dilma", afirmou Garcia.

Segundo ele, como não havia resposta, o embaixador foi cha-mado uma segunda vez. "Para nós, parecia urgente que essa con-versa telefônica pudesse ocorrer. Depois de uma série de iniciativas, hoje pela manhã, às 8h pelo horá-rio de Brasília, a presidente pôde conversar por telefone com o pre-sidente da Indonésia", informou o assessor.

Em nota (veja íntegra ao final desta reportagem), o governo bra-sileiro informou que o presidente Widodo disse “compreender” o apelo da presidente Dilma com os cidadãos brasileiros, mas res-saltou que não poderia reverter a sentença de morte imposta a Archer, “pois todos os trâmites jurí-dicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal”.

Garcia disse que Dilma lamen-tou profundamente a decisão da Indonésia e que a postura do país asiático joga uma "sombra" nas relações entre os dois países.

“A presidente lamentou essa posição do governo indonésio e chamou atenção para o fato de que essa decisão cria, sem dúvida, sombras nas relações entre os dois países”, completou o assessor da Presidência.

Garcia concluiu a entrevista coletiva dizendo que o governo brasileiro espera que "um milagre reverta essa situação".

Marco Aurélio Garcia concede

entrevista sobre decisão da Indo-nésia (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Pedido de extradiçãoApós ser comunicado da con-

denação de Archer, o Brasil enviou à Indonésia pedido de extradição. Integrantes do Itamaraty reco-nhecem, porém, sob a condição de anonimato, que o pedido foi enviado já sob a perspectiva de que não seria atendido.

“O argumento utilizado no pedido foi de que o crime come-çou no Brasil. Nós usamos o pedido como um recurso, mas já tendo sinalização clara por parte das autoridades do país de que esse pedido não prosperaria. O processo já havia sido cumprido e já havia ocorrido a condenação. Então, nós já não tínhamos espe-rança muito grande quanto a isso”, disse um diplomata.

Segundo explicaram diploma-tas que atuaram no caso, além dos esforços da Embaixada do Brasil em Jacarta, o governo indonésio permitiu que o brasileiro apresen-tasse dois pedidos de clemência – ambos negados.

Esses diplomatas afirmaram que ele está com “alto grau de estresse” e uma tia dele – a única parente viva – viajou nos últimos dias para a capital da Indonésia. Integrantes do Itamaraty ressal-taram que o governo brasileiro não custeou a viagem da tia, mas garantiu assistência diplomática e psicológica a ela e ao sobrinho.

De acordo com um diplomata

do Itamaraty, os negociadores brasileiros trabalharão “até o fim” para reverter a pena de morte apli-cada a Archer e obter a extradição. Segundo um dos negociadores, o estado psicológico do brasileiro deveria ser levado em conta.

“A ideia é de valermos do estado psicológico dele para tentar encontrar brecha na legislação indonésia que permita que isso seja levado em conta para efeito da obtenção, não apenas do adia-mento da execução – até porque isso não é uma solução –, mas da concessão da clemência. Nós estamos atuando até a última pos-sibilidade que a gente tem”, ressal-tou.

HistóricoMarco Archer é instrutor de voo

livre e foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raios-X, no Aero-porto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aero-porto, mas foi preso duas sema-nas depois. A Indonésia pune com pena de morte o tráfico de drogas.

As leis da Indonésia contra crimes relacionados a drogas estão entre as mais rígidas do mundo, e contam com o apoio da população. "Com isso (as execuções), manda-mos uma mensagem clara para os membros dos cartéis do narcotrá-fico. Não há clemência para os tra-ficantes", relatou à imprensa local Muhammad Prasetyo, procurador-geral da Indonésia.

Além do brasileiro, há entre os condenados um indonésio, um holandês, dois nigerianos e um vietnamita. Apesar de a Indonésia não ter realizado nenhuma execu-ção durante o ano de 2014, está previsto para este ano o fuzila-mento de 20 prisioneiros.

De acordo com jornais locais, as autoridades do país afirmam que já foram preparados “o esqua-drão de tiro, um clérigo e médicos”. As execuções ocorrerão simulta-neamente. A procuradoria explicou ainda que os condenados são avi-sados da execução com três dias de antecedência para que possam se preparar mentalmente e para que façam seus últimos pedidos.

Rodrigo Gularte também foi preso em 2004, mas a data da execução da pena ainda não foi definida. Conforme o Itamaraty, atualmente há 3.209 brasileiros presos no mundo. A maior parte (1.108, 34%), está detida em países da Europa. Desses 3,2 mil, 2,4 mil são homens; 963 estão detidos por tráfico ou porte de drogas; 1,4 mil estão em prisão preventiva ou aguardando julga-mento; e 1,4 mil já cumprem pena no exterior.

Nota oficialLeia abaixo a íntegra da nota

divulgada pelo governo brasileiro sobre o caso.

"NOTA À IMPRENSA – TELE-FONEMA DA PRESIDENTA DILMA ROUSSEFF AO PRESI-DENTE DA INDONÉSIA

A Presidenta Dilma Rousseff

falou ao telefone, na manhã de hoje, 16 de janeiro, com Presi-dente da Indonésia, Joko Widodo, para transmitir apelo pessoal em favor dos cidadãos brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, con-denados à morte pela Justiça da Indonésia e na iminência de serem executados.

A Presidenta ressaltou ter consciência da gravidade dos crimes cometidos pelos brasilei-ros. Disse respeitar a soberania da Indonésia e do seu sistema judiciário, mas como Chefe de Estado e como mãe, fazia esse apelo por razões eminentemente humanitárias. A Presidenta recor-dou que o ordenamento jurídico brasileiro não comporta a pena de morte e que seu enfático apelo pessoal expressava o sentimento da sociedade brasileira.

O Presidente Widodo disse compreender a preocupação da Presidenta com os dois cidadãos brasileiros, mas ressalvou que não poderia comutar a sentença de Marco Archer, pois todos os trâmites jurídicos foram seguidos conforme a lei indonésia e aos brasileiros foi garantido o devido processo legal.

A Presidenta Dilma reiterou lamentar profundamente a deci-são do Presidente Widodo de levar adiante a execução do brasi-leiro Marcos Archer, que vai gerar comoção no Brasil e terá reper-cussão negativa para a relação bilateral.