kleber freire da silva controle e integração de centrais

270
KLEBER FREIRE DA SILVA Controle e integração de centrais eólicas à rede elétrica com geradores de indução duplamente alimentados. Tese apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutor em Engenharia. São Paulo 2006

Upload: hoangmien

Post on 11-Feb-2017

227 views

Category:

Documents


9 download

TRANSCRIPT

  • KLEBER FREIRE DA SILVA

    Controle e integrao de centrais elicas rede eltrica com geradores de induo duplamente alimentados.

    Tese apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor em Engenharia.

    So Paulo 2006

  • KLEBER FREIRE DA SILVA

    Controle e integrao de centrais elicas rede eltrica com geradores de induo duplamente alimentados.

    Tese apresentada Escola Politcnica da Universidade de So Paulo para obteno do ttulo de Doutor em Engenharia. rea de Concentrao: Sistemas de Potncia Orientador: Prof. Dr. Marco Antonio Saidel

    So Paulo 2006

  • FICHA CATALOGRFICA

    Silva, Kleber Freire da Controle e integrao de centrais elicas rede eltrica com

    geradores de induo duplamente alimentados / Kleber Freire da Silva So Paulo, 2006.

    240 p. Tese (Doutorado) Escola Politcnica da Universidade de

    So Paulo. Departamento de Engenharia de Energia e Automao Eltricas

    1. Centrais Elicas 2. Gerador Duplamente Alimentado

    I. Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Departamento de Engenharia de Energia e Automao Eltricas II.t

  • minha esposa Bebel

    Aos meus filhos Thiago e Yasmin

    Aos meus irmos Tnia e Hernani

  • Esta tese dedicada aos meus pais Geraldo e Aidil, por terem sido para mim uma

    fonte inesgotvel de conhecimentos e por terem sempre me iluminado durante esta

    rdua caminhada.

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus que me deu foras para a concluso deste trabalho.

    Ao professor Marco Antonio Saidel por ter me orientado ao longo desta jornada:

    saber compartilhar conhecimentos e amizade um dom que poucos possuem.

    Aos professores Ivan Chabu, Eliane Fadigas e Nelson Kagan pelas importantes

    contribuies no Exame de Qualificao e pelos ensinamentos nas disciplinas da

    Ps-Graduao.

    Ao professor Selnio Rocha Silva por compartilhar comigo seus conhecimentos

    sobre o tema desta pesquisa.

    Aos professores Andr Valente, James Correia, Osvaldo Soliano e Srgio Brito pelo

    apoio incondicional realizao deste curso.

    Aos meus colegas na Ps-Graduao, Juliana Iwashita, Andr Gimenes, Alisson Dias

    e Fabiana Toledo pelas longas horas de estudos e pela amizade.

    Aos engenheiros Gustavo Checcucci, Juan Franco e Jos Brito pela oportunidade de

    participar dos P&Ds da COELBA sobre gerao elica.

    Aos funcionrios do GEPEA, Renata Katayama, Vlademir Junior, Regina Zuccato, e

    Neide Albertini, cujo total apoio e amizade foram fundamentais para este trabalho.

    Aos meus alunos de iniciao cientfica, Pedro Pinho, Jos Peroba, Milena Campello

    e Antnia Cruz pelo desenvolvimento de diversas atividades desta pesquisa.

    A minha aluna Aline Marques pelo trabalho paciente e incansvel com as figuras e

    com a formatao da tese.

    Aos meus amigos Paulo Maurcio e Maurcio Campos pelo acolhimento em terras

    paulistanas.

  • Comece fazendo o que necessrio. Depois,

    o que possvel e, de repente, voc estar

    fazendo o que impossvel

    So Francisco de Assis

  • RESUMO

    Esta Tese trata do controle e integrao de centrais elicas rede eltrica interligada,

    utilizando-se geradores de induo duplamente alimentados (GIDE). O objetivo

    principal da Tese foi desenvolver estratgias de controle discreto para o sistema de

    gerao elica, de forma a reduzir os impactos na qualidade da energia gerada, em

    funo dos diversos regimes e transitrios de vento, que podem ocorrer no stio

    elico. Para o projeto do sistema de controle dos geradores foi adotada a tcnica do

    controle vetorial, de forma a desacoplar o controle do fluxo das potncias ativa e

    reativa entre o gerador e a rede eltrica. Visando caracterizar os diversos modos de

    operao do GIDE, com velocidades acima e abaixo da sncrona, foi desenvolvido

    um estudo de regime permanente do gerador, obtendo-se os limites de correntes,

    tenses e demais grandezas eltricas e mecnicas, para uma determinada faixa de

    velocidade. As principais estratgias de controle atualmente utilizadas pelos

    fabricantes de turbinas elicas foram analisadas, destacando-se os aspectos da

    eficincia energtica do conjunto turbina-gerador e da qualidade da energia. O

    projeto das malhas de controle dos conversores estticos conectados ao circuito do

    rotor foi desenvolvido utilizando a tcnica de controle discreto, propondo-se as

    estratgias de controle e o conjunto de especificaes para definio dos ganhos dos

    controladores, objetivando reduzir os impactos na qualidade da energia gerada. Foi

    analisada a influncia da modelagem da turbina com eixos elsticos e eixos rgidos,

    no comportamento das variveis controladas. Buscando reduzir os harmnicos de

    ordem elevada da corrente do gerador, devido modulao por largura de pulso

    (PWM) dos conversores estticos, foi proposta uma estratgia de projeto de filtro

    passivo LCL, instalado no circuito do rotor. Um programa de simulao no ambiente

    Matlab/Simulink foi desenvolvido, para anlise da interligao de um parque

    elico, representado por uma turbina equivalente, ao sistema eltrico de potncia

    reduzido, permitindo estudos de regime permanente e transitrio. Com este

    programa, um estudo de caso foi realizado, avaliando-se o controle e a integrao de

    uma usina elica de 192MW, conectada na rede bsica do sistema interligado

  • nacional, na tenso 230kV. Os resultados obtidos mostram as contribuies, das

    estratgias de controle propostas, para melhorar o comportamento das tenses do

    sistema eltrico quando da ocorrncia de transitrios de ventos na usina.

  • ABSTRACT

    This Thesis presents the control and integration of wind farms to the interconnected

    power grid, using doubly fed induction generators (DFIG). The main objective of the

    present Thesis was to develop discrete control strategies for the wind generation

    system, with the goal to reduce the wind variations impacts in the grid power quality.

    The design technique selected for the generators control system was the vector

    control technique, which allows independent control of active and reactive power

    flow between the generator and the grid. In order to characterize the diverse

    operation modes of the DFIG, below and above the synchronous speed, a generator

    steady-state study was developed, getting the current and voltage limits and the

    others electric and mechanical safe limits variables, for one determined speed range.

    The main control strategies currently used by the wind turbines manufacturers were

    analyzed, highlighting the aspects of the turbine-generator energy efficiency and the

    power quality. The control loops design of the static converters was developed using

    the discrete control technique. It was elaborated the control strategies and also the

    basic specifications used to define the controllers gains, with the key target to reduce

    the impacts in the grid power quality caused by the wind variations. Other aspect

    covered by this work was the influence of the turbine modeling, with rigid shafts and

    with shafts of a relatively low stiffness, in the control system performance. In a way

    to reduce high order harmonics in the generator current, caused by the pulse width

    modulation (PWM) of the static converters, it was proposed a design strategy of a

    passive LCL filter, installed in the rotor circuit. A simulation program was

    developed, using the Matlab/Simulink platform, to analyze the interconnection of a

    wind farm, represented by a equivalent turbine, to the reduced power electrical

    system, allowing steady-state and transient studies. With this simulation program, a

    case study was developed evaluating the control and integration of a 192MW wind

    farm, connected to 230kV voltage level of the national interconnected power system.

    The main results reached by this work showed the contributions of the control

  • strategies proposed to improve the electrical system voltages behavior, when wind

    variations occur in the wind farm.

    Keywords: Wind farms, doubly fed induction generator, control and integration,

    discrete control, power quality.

  • LISTA DE FIGURAS Figura 1.1 - Fontes de energia para gerao de eletricidade Ano 2005. .............................. 5

    Figura 1.2 - Participao dos empreendimentos em construo e outorgados at 2005.......... 6

    Figura 2.1 - Modelos de vento: constante; rampa crescente; rajada cossenoidal; e rampa

    decrescente. .............................................................................................................. 25

    Figura 2.2 - Corte transversal da p da turbina. .................................................................. 26

    Figura 2.3 - Coeficiente de potncia funo da velocidade especfica .............................. 31

    Figura 2.4 - Coeficiente de conjugado funo da velocidade especfica . .......................... 32

    Figura 2.5 - Curvas de potncia produzida pela turbina elica de 2MW.............................. 33

    Figura 2.6 - Modelo de eixos elsticos com duas massas.................................................... 37

    Figura 2.7 - SCEE velocidade fixa com gerador de induo. ........................................... 40

    Figura 2.8 - SCEE velocidade varivel com conversor esttico pleno. ............................. 40

    Figura 2.9 - SCEE velocidade varivel com gerador sncrono multipolar......................... 41

    Figura 2.10 - SCEE velocidade varivel com gerador duplamente alimentado. ................ 42

    Figura 3.1 - Curva de potncia da turbina velocidade constante. ...................................... 51

    Figura 3.2 - Esquema de controle do ngulo de passo. ....................................................... 52

    Figura 3.3 - Controle do ngulo de passo com vento em rampa: (a) Velocidade do vento; (b)

    ngulo de passo; (c) Potncia aerodinmica; (d) Velocidade mecnica do gerador. ... 54

    Figura 3.4 - Controle escalar do gerador eltrico. ............................................................... 56

    Figura 3.5 - Eixos de orientao do controle vetorial do gerador. ....................................... 57

    Figura 3.6 - Controle vetorial de torque e fluxo de entreferro do gerador............................ 58

    Figura 3.7 - Esquema de simulao da turbina velocidade constante controlada por stall.

    ................................................................................................................................. 60

    Figura 3.8 - Modos de controle velocidade varivel regulada por stall [26] . ................ 62

    Figura 3.9 - Turbina de 2MW velocidade fixa e velocidade varivel. ............................ 63

    Figura 3.10 - Curvas de potncia mecnica da turbina e eltrica do gerador........................ 65

    Figura 4.1 - Mquina de induo no referencial d,q............................................................ 69

    Figura 4.2 - Circuito equivalente de eixo-d da mquina de induo. ................................... 71

    Figura 4.3 - Circuito equivalente de eixo-q da mquina de induo. ................................... 71

    Figura 4.4 - Circuito equivalente por fase em regime permanente. ..................................... 74

    Figura 4.5 - Circuito equivalente por fase com tenso aplicada no rotor. ............................ 75

    Figura 4.6 - Curvas de torque e potncia ativa da mquina em gaiola. ................................ 77

    Figura 4.7 - Curva de potncia reativa para a mquina em gaiola. ...................................... 78

  • Figura 4.8 - Potncia ativa x potncia reativa no funcionamento como gerador

    (a) 0 > s > -7,5% (b) -7,5% > s > -40%. ............................................................... 78

    Figura 4.9 - Torque e potncia reativa com a adio de resistores externos no rotor............ 79

    Figura 4.10 - Potncia ativa e reativa para tenses aplicadas no rotor. ................................ 81

    Figura 4.11 - Torque eletromagntico e potncia ativa do estator funo da tenso rotrica

    aplicada. ................................................................................................................... 83

    Figura 4.12 - Potncias ativas com potncia reativa do estator fixada. ................................ 84

    Figura 4.13 - Tenso fase-fase eficaz de rotor. ................................................................... 85

    Figura 5.1 - Mquina de induo duplamente excitada padro............................................ 89

    Figura 5.2 - Mquina de induo duplamente excitada em cascata. .................................... 90

    Figura 5.3 - Mquina de induo duplamente excitada sem escovas. .................................. 91

    Figura 5.4 - Eixos coordenados para orientao do controle. .............................................. 93

    Figura 5.5 - Controle de velocidade. .................................................................................. 98

    Figura 5.6 - Controle de potncia..................................................................................... 100

    Figura 6.1 - Conversores estticos de potncia no circuito do rotor da mquina................ 103

    Figura 6.2 - Estimao do mdulo e ngulo do fluxo do estator........................................ 105

    Figura 6.3 - Diagrama vetorial completo para o controle. ................................................. 105

    Figura 6.4 - Controlador da corrente irq e termo de compensao...................................... 107

    Figura 6.5 - Controlador da corrente ird e termo de compensao...................................... 107

    Figura 6.6 - Malha de controle da corrente Irq................................................................... 108

    Figura 6.7 - Malha de controle da velocidade. .................................................................. 110

    Figura 6.8 - Malha de controle da potncia reativa do estator Qs. ..................................... 112

    Figura 6.9 - Esquema completo de controle de velocidade e potncia reativa do estator.... 113

    Figura 6.10 - Velocidade do vento, velocidade mecnica, torque eletromagntico do gerador,

    torque da turbina e tenso no barramento CC........................................................... 114 Figura 6.11 - Potncia aerodinmica, potncias ativas, potncia reativa do estator e correntes

    trifsicas do rotor. ................................................................................................... 115

    Figura 6.12 - Malha de controle da potncia ativa gerada. ................................................ 119

    Figura 6.13 - Potncias ativas e potncias reativas do estator, rotor e total; tenso no

    barramento CC; e velocidade mecnica do gerador.................................................. 122

    Figura 6.14 - Velocidade do vento; tenso terminal do gerador; torques do gerador e da

    turbina; e potncias ativas no eixo da turbina e total nos terminais do gerador.......... 123

    Figura 7.1 - Filtro LCL na entrada do CLR. ..................................................................... 127

    Figura 7.2 - Orientao do controle vetorial na tenso da rede.......................................... 129

    Figura 7.3 - Diagramas de blocos do circuito do filtro. ..................................................... 130

    Figura 7.4 - Modelo do filtro para altas freqncias. ........................................................ 133

  • Figura 7.5 - Atenuao da corrente na rede funo da relao de indutncias. .................. 139

    Figura 7.6 - Diagramas de Bode entre a corrente na rede e a tenso no conversor:

    (a) sem amortecimento (b) com amortecimento. ........ 139

    Figura 7.7 - Diagramas de Bode entre a corrente na rede e a corrente no conversor:

    (a) sem amortecimento (b) com amortecimento. ........ 140

    Figura 7.8 - Estratgia de controle do conversor do lado da rede (CLR). .......................... 142

    Figura 7.9 - Malha de controle da corrente id.................................................................... 144

    Figura 7.10 - Malha de controle da corrente iq.................................................................. 144

    Figura 7.11 - Topologia completa do GIDE. .................................................................... 147

    Figura 7.12 - Diagrama de blocos de clculo da tenso Vcc............................................... 148

    Figura 7.13 - Malha fechada de controle da tenso Vcc. .................................................... 149

    Figura 7.14 - Tenso do barramento CC; Potncias ativas de estator, rotor e total gerada;

    Corrente de eixo d do CLR; Corrente de eixo q do CLR para um degrau em Vccref.

    ............................................................................................................................... 153

    Figura 7.15 - Potncia reativa do rotor; Potncia ativa do rotor; Corrente de eixo d do

    CLR; Corrente de eixo q do CLR para um degrau em Qrref. .................................. 154

    Figura 8.1 - Topologia do controlador PI digital............................................................... 159

    Figura 8.2 - Malha de controle digital de irq...................................................................... 160

    Figura 8.3- Margem de ganho e margem de fase da malha de controle de irq..................... 161

    Figura 8.4 - Malha de controle digital da velocidade. ....................................................... 163

    Figura 8.5 - Resposta em freqncia e resposta ao degrau da malha discreta de velocidade.

    ............................................................................................................................... 164

    Figura 8.6 - Malha de controle digital de id. ..................................................................... 166

    Figura 8.7 - Malha de controle digital da tenso Vcc. ........................................................ 167

    Figura 8.8 - Resposta em freqncia e resposta ao degrau da malha discreta de Vcc. ......... 168

    Figura 8.9 - Malha de controle digital da potncia ativa. .................................................. 169

    Figura 8.10 - Resposta em freqncia e resposta ao degrau da malha discreta de potncia.172

    Figura 8.11 - Potncias ativas do estator (Ps), rotor (Pr), eixo da turbina (Pt) e total gerada

    (Pg); Potncias reativas do estator (Qs), rotor (Qr) e total gerada (Qg); Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do vento. ........................ 173

    Figura 8.12 - Torques eletromagntico e no eixo da turbina; Potncias ativas, total gerada na

    rede eltrica e no eixo da turbina; Velocidade do gerador (Nm) e de referncia (NmRef);

    Correntes totais trifsicas geradas (Ig1,Ig2,Ig3). (degrau de vento). ............................. 174

    Figura 8.13 - Tenses nas barras do sistema eltrico e do gerador elico (degrau de vento).

    ............................................................................................................................... 175

  • Figura 8.14 - Potncias ativas do estator (Ps), rotor (Pr), eixo da turbina (Pt) e total gerada

    (Pg); Potncias reativas do estator (Qs), rotor (Qr) e total gerada (Qg); Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do vento. ........................ 176

    Figura 8.15 - Torques de toro, de amortecimento, e aplicado ao eixo do gerador; ngulo

    de toro; Velocidades da turbina e do gerador; Potncias ativas, total gerada na rede

    eltrica e no eixo da turbina. (degrau de vento). ....................................................... 177

    Figura 8.16 - Tenses nas barras do sistema eltrico e do gerador elico (degrau de vento).

    ............................................................................................................................... 178

    Figura 8.17 - Potncias ativas do estator, rotor e total gerada; Potncias reativas do estator,

    rotor e total gerada; Tenso no barramento CC e de referncia; Velocidade do gerador e

    de referncia. (rampa de vento). .............................................................................. 179

    Figura 8.18 - Tenses nas barras do sistema eltrico e do gerador elico (rampa de vento).

    ............................................................................................................................... 180

    Figura 8.19 - Potncias ativas do estator, rotor e total gerada; Potncias reativas do estator,

    rotor e total gerada; Tenso no barramento CC e de referncia; Velocidade do gerador e

    de referncia. (rampa de vento). .............................................................................. 180

    Figura 8.20 - Tenses nas barras do sistema eltrico e do gerador elico. (rampa de vento).

    ............................................................................................................................... 181

    Figura 8.21 - Potncias ativas do estator (Ps), rotor (Pr), eixo da turbina (Pt) e total gerada

    (Pg); Potncias reativas do estator (Qs), rotor (Qr) e total gerada (Qg); Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do vento. (controle de

    potncia). ................................................................................................................ 182

    Figura 8.22 - Torques de toro, de amortecimento, e aplicado ao eixo do gerador; ngulo

    de toro; Velocidades da turbina e do gerador; Potncias ativas, total gerada na rede

    eltrica e no eixo da turbina. (controle de potncia). ................................................ 183

    Figura 8.23 - Correntes trifsicas do estator (Is1,Is2,Is3); do rotor (Ir1,Ir2,Ir3); do conversor do

    lado da rede CLR (Igr1,Igr2,Igr3); total gerada (Ig1,Ig2,Ig3). (controle de potncia). ..... 184

    Figura 8.24 - Tenses nas barras do sistema eltrico e do gerador elico. (controle de

    potncia). ................................................................................................................ 185

    Figura 9.1 - Sistema de potncia com a usina elica interligada........................................ 188

    Figura 9.2 - Interligaes da rede bsica em B.J.Lapa. ..................................................... 189

    Figura 9.3 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC e de referncia; Velocidade do gerador e de referncia. (Modelo 1 e

    rampa de vento). ..................................................................................................... 194

    Figura 9.4 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 1 e rampa de vento). ...................... 195

  • Figura 9.5 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC e de referncia; Velocidade do gerador e de referncia. (Modelo 2 e

    rampa de vento). ..................................................................................................... 196

    Figura 9.6 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 2 e rampa de vento). ...................... 197

    Figura 9.7 - Potncias ativas do estator (Ps), rotor (Pr), eixo da turbina (Pt) e total gerada (Pg);

    ngulo de toro; Torques de toro, de amortecimento, e aplicado ao eixo do gerador;

    Velocidades da turbina e do gerador (Modelo 2 e rampa de vento)........................... 198

    Figura 9.8 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC e de referncia; Velocidade do gerador e de referncia. (Modelo 3 e

    rampa de vento). ..................................................................................................... 199

    Figura 9.9 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 3 e rampa de vento). ...................... 200

    Figura 9.10 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do gerador (Nm) e de

    referncia (NmRef). (Modelo 1 e rajada de vento). .................................................... 201

    Figura 9.11 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 1 e rajada de vento)........................ 202

    Figura 9.12 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do gerador (Nm) e de

    referncia (NmRef). (Modelo 2 e rajada de vento). .................................................... 203

    Figura 9.13 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 2 e rajada de vento)........................ 204

    Figura 9.14 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do gerador (Nm) e de

    referncia (NmRef). (Modelo 3 e rajada de vento). .................................................... 205

    Figura 9.15 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 3 e rajada de vento)........................ 206

    Figura 9.16 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do gerador (Nm) e de

    referncia (NmRef). (Modelo 4 e rampa de vento). .................................................... 208

    Figura 9.17 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 4 e rampa de vento). ...................... 209

    Figura 9.18 - Potncias ativas e reativas do estator, rotor e totais geradas; Tenso no

    barramento CC (Vcc) e de referncia (VccRef); Velocidade do gerador. (Modelo 4 e

    rajada de vento)....................................................................................................... 210

  • Figura 9.19 - Potncias ativas e reativas nas barras do sistema eltrico; Tenses nas barras do

    sistema eltrico; Velocidade do vento. (Modelo 4 e rajada de vento)........................ 211

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1.1 - Usinas elicas em operao no Brasil. .............................................................. 9

    Tabela 2.1 - Coeficientes do modelo de turbina elica [19]. ............................................... 30

    Tabela 2.2 - Velocidades projetadas para a turbina e para o gerador. .................................. 35

    Tabela 6.1 - Ganhos dos controladores analgicos de velocidade e corrente. .................... 111

    Tabela 6.2 - Ganhos do controlador analgico de potncia reativa do estator.................... 113

    Tabela 6.3 - Ganhos do controlador analgico de potncia ativa....................................... 121

    Tabela 7.1 - Ganhos dos controladores analgicos de tenso Vcc e correntes id e iq. .......... 150

    Tabela 8.1 - Ganhos do controlador digital das correntes ird e irq. ...................................... 160

    Tabela 8.2 - Especificaes de projeto da malha de controle de velocidade. ..................... 162

    Tabela 8.3- Ganhos do controlador digital da velocidade. ................................................ 163

    Tabela 8.4 - Especificaes de projeto da malha de controle das correntes id e iq. ............. 165

    Tabela 8.5 - Ganhos dos controladores digitais das correntes do CLR. ............................. 166

    Tabela 8.6 - Especificaes de projeto da malha de tenso do barramento CC.................. 167

    Tabela 8.7 - Ganhos do controlador digital da tenso do barramento CC. ......................... 168

    Tabela 8.8 - Especificaes de projeto da malha de controle de potncia ativa. ................ 170

    Tabela 8.9 - Ganhos do controlador digital de potncia ativa............................................ 171

    Tabela 9.1 - Interligaes da rede bsica em B.J.Lapa...................................................... 188

    Tabela 9.2 - Dados dos equipamentos do parque elico.................................................... 189

    Tabela 9.3 - Dados das linhas de transmisso LT-1 e LT-2. ............................................. 190

    Tabela 9.4 - Especificaes de projeto da malha de controle das correntes do rotor. ......... 192

    Tabela 9.5 - Especificaes de projeto da malha de controle de velocidade. ..................... 192

    Tabela 9.6 - Especificaes de projeto da malha de controle das correntes do CLR. ......... 192

    Tabela 9.7 - Especificaes de projeto da malha da tenso do barramento CC.................. 192

    Tabela 9.8 - Resumo dos resultados com a estratgia de controle de velocidade. .............. 207

  • LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    ABB Asea Brown Boveri

    ANEEL Agncia Nacional de Energia Eltrica

    AWEA American Wind Energy Association

    BEN Balano Energtico Nacional

    BIG Banco de Informaes de Gerao

    CBEE Centro Brasileiro de Energia Elica

    CEMIG Companhia Energtica de Minas Gerais

    CLM Conversor do Lado da Mquina (rotor)

    CLR Conversor do Lado da Rede Eltrica

    COELBA Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

    DEWI Deutsches Windenergie-Institut GmbH

    DFIG Doubly Fed Induction Generator

    ELETROBRS Centrais Eltricas do Brasil S.A.

    EUA Estados Unidos da Amrica

    EWEA European Wind Energy Association

    Fc Fator de Capacidade da Usina

    f.e.m. Fora eletromotriz

    GE General Electric

    GEPEA Grupo de Energia do Departamento de Engenharia de Energia e Automao Eltricas da Escola Politcnica da Universidade de So Paulo

    GIDE Gerador de Induo Duplamente Alimentado (Excitado)

    GSIP Gerador Sncrono a ms Permanentes.

    GWEA Germany Wind Energy Association

    IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor

    MDL Mecanismos de Desenvolvimento Limpo

    LCL Filtro Indutivo-Capacitivo-Indutivo

    NREL National Renewable Energy Laboratory

    OCDE Organizao de Cooperao e Desenvolvimento Econmico

    OIE Oferta Interna de Energia

    PAC Ponto de Acoplamento Comum da Usina Elica

    PCH Pequena Central Hidreltrica

    PI Controlador Proporcional Integral

    PD Controlador Proporcional Derivativo

    PID Controlador Proporcional Integral Derivativo

    PMSM Permanent Magnets Synchronous Machine

  • PSS/E Power System Simulator Program (software)

    PWM Pulse Width Modulation (Modulao por Largura de Pulso)

    PROINFA Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia Eltrica

    SCEE Sistema de Converso de Energia Elica

    THDi Distoro Harmnica Total de Corrente

    UFPE Universidade Federal de Pernambuco

    UFBA Universidade Federal da Bahia

    UFMG Universidade Federal de Minas Gerais

    UNIFACS Universidade Salvador

    USP Universidade de So Paulo

    VMT Variao Momentnea de Tenso

    VTCD Variao de Tenso de Curta Durao

    SI Sistema Internacional de Unidades

    SIMPOW Power System Simulation Software

    SIN Sistema Eltrico Interligado Nacional

    WMO World Meteorological Organization

    ZOH Zero Order Hold (Dispositivo Segurador de Ordem Zero)

  • LISTA DE SMBOLOS

    A rea varrida pelo rotor da turbina (tubo de vento)

    Ap rea superficial das ps

    C Fator de escala da funo densidade de probabilidade de Weibull

    co Corda do perfil aerodinmico a 0,7m do raio das ps

    C Capacitor do barramento de corrente contnua dos conversores estticos

    CA ; CC Corrente Alternada e Corrente Contnua

    Cb ; Cf Capacitncia base do circuito do rotor ; Capacitor do filtro no circuito do rotor

    Cd ; Cs Coeficiente de arrasto ; Coeficiente de sustentao

    Cp Coeficiente de potncia ou rendimento aerodinmico da turbina

    Cq Coeficiente de conjugado ou torque da turbina

    d,q Eixos ortogonais genricos de referncia

    Dmt Constante de amortecimento do sistema, no eixo de baixa velocidade da turbina

    DT Constante de amortecimento do sistema concentrado no eixo do gerador

    E Tenso na rede eltrica alternada, na entrada do filtro do circuito do rotor

    Ec Energia Cintica

    EFN ; EFF Tenso fase-neutro e tenso fase-fase na rede eltrica

    Er Fora eletromotriz (f.e.m.) induzida no rotor

    fc , fc1 , fc2 Frequncias de corte

    fchav Freqncia de chaveamento do conversor esttico

    fB Freqncia limite da largura de banda da malha de controle

    fs, fr Freqncia das correntes do estator e do rotor da mquina

    fm Freqncia mecnica do rotor

    Fd ; Fs Fora de arrasto ; Fora de sustentao

    Fr Fora resultante na p

    G(s) ; G(z) Funo de transferncia de malha fechada do sistema completo, analgica e digital

    GBcc(s) Funo de transferncia do barramento de corrente contnua

    Gc(s) ; Gc(z) Funo de transferncia do controlador, analgica e digital

    Gconv Funo de transferncia do conversor esttico

    Gmo(s) ; Gmo(z) Funo de transferncia de malha aberta da mquina, analgica e digital

    Gfo(s) ; Gfo (z) Funo de transferncia de malha aberta do filtro e transf. isolador, analgica e digital

    Go(s) , Go(z) Funo de transferncia de malha aberta do sistema completo, analgica e digital

    G1 Constante de proporcionalidade do torque eletromagntico

    H Altura de medio da velocidade do vento

    hchav Componentes harmnicas de corrente, em torno da freqncia de chaveamento

    HT Constante de inrcia total concentrada

  • Ht ; Hm Constante de inrcia da turbina ; Constante de inrcia do gerador

    Ic Corrente no capacitor no barramento de corrente contnua e no filtro do rotor

    Iccrede ; Iccmaq Corrente contnua no lado da rede eltrica e no lado da mquina (rotor)

    Ig(s); I(s) Correntes no lado da rede e no lado do conversor, no filtro do circuito do rotor

    Ims Corrente de magnetizao associada ao fluxo de estator

    Is ; Ir Corrente do estator; Corrente do rotor do gerador

    J Momento de inrcia equivalente das partes girantes, referido ao eixo do gerador

    Jm ; Jt Momento de inrcia do gerador ; Momento de inrcia da turbina

    K Fator de forma da funo densidade de probabilidade de Weibull

    Ki ; Kp Ganho Integral do controlador ; Ganho Proporcional do controlador

    Kmt Constante de elasticidade do eixo de baixa velocidade

    Kt ; Kt Constantes de torque da mquina

    Ktr Relao de transmisso de velocidades

    ls, lr, lm Indutncias prpria do estator, prpria do rotor, e mtua

    ls, lr Indutncias de disperso do estator e do rotor

    Lf1 , Lf2 Indutncias do filtro no circuito do rotor

    Lg Indutncia equivalente no lado da rede, do filtro e transformador isolador do rotor

    LTi Indutncia srie de disperso do transformador isolador do circuito do rotor

    LT Indutncia total do filtro e transformador isolador no circuito do rotor

    MG ; MF Margem de ganho e Margem de fase

    Nm Velocidade mecnica do eixo do gerador em rotaes por minuto (rpm)

    p Nmero de pares de plos do gerador

    pi Plo dominante de malha fechada no plano z

    Pconv Potncia ativa nominal do conversor esttico

    Pe Potncia ativa transferida ao entreferro da mquina

    PerdasCLM Perdas ativas no conversor do lado da mquina

    PerdasCLR Perdas ativas no conversor do lado da rede eltrica

    Pg Potncia ativa total na barra terminal do gerador

    Pm Potncia mecnica desenvolvida interna

    Ps, Pr Potncia ativa do estator e do circuito completo do rotor do gerador

    Prj Perdas por efeito Joule no rotor

    Prm Potncia ativa nos enrolamentos rotricos do gerador

    Pt Potncia aerodinmica produzida no eixo da turbina

    Pw Potncia disponvel no vento

    P(vw) Funo densidade de probabilidade das velocidades do vento

    Qg Potncia reativa total na barra terminal do gerador

    Qs, Qr Potncia reativa do estator e do circuito completo do rotor do gerador

    Qrm Potncia reativa nos enrolamentos rotricos do gerador

    r Relao entre indutncias equivalente no lado da rede e no lado do conversor, no filtro

  • R Raio do rotor da turbina medido na ponta da p

    Rf1, Rf2 , Rf3 Resistncias do filtro no circuito do rotor

    Rg Resistncia equivalente no lado da rede, do filtro e transformador isolador do rotor

    Rs, Rr Resistncia do estator e do rotor

    RTi Resistncia srie do transformador isolador do circuito do rotor

    RT Resistncia total do filtro e transformador isolador no circuito do rotor

    Sconv Potncia aparente nominal do conversor esttico

    S,S Eixos ortogonais de referncia posicionados no estator fixo

    R,R Eixos ortogonais de referncia posicionados no rotor girante

    s Escorregamento do rotor em relao ao campo girante do estator

    sM Escorregamento do rotor no ponto de torque mximo

    T Tempo de amostragem

    Tamort Torque de amortecimento de oscilaes no eixo da turbina

    Te Torque eletromagntico do gerador

    TL Torque de carga aplicado ao eixo do gerador

    Tmt Toque resultante no eixo da turbina modelada com eixos elsticos

    Tors Toque de toro no eixo da turbina

    Tt Torque da turbina referido ao eixo do gerador

    V Tenso no lado do conversor, no filtro do circuito do rotor

    Vc Tenso no conjunto capacitor e resistor de amortecimento do filtro, no circuito do rotor

    Vcc Tenso do barramento de corrente contnua dos conversores estticos

    Vdcomp ; Vqcomp Sinais de compensao nas sadas dos controladores no CLR

    Vtg Velocidade tangencial na ponta das ps

    Vs ; Vr Tenso do estator; Tenso do rotor do gerador

    Vrdcomp ; Vrqcomp Sinais de compensao nas sadas dos controladores no CLM

    vw Velocidade do vento incidente, perpendicular ao plano de rotao

    vwcut in ; vwcut out Velocidade do vento de partida e de desligamento da turbina

    vwmed Velocidade mdia do vento

    vwn Velocidade nominal do vento incidente

    vwr Vento resultante na p

    vwu Vento resistente ao movimento da p, paralelo ao plano de rotao.

    x Relao entre a capacitncia do filtro e a capacitncia base do circuito do rotor

    Xs, Xr, Xm Reatncias de disperso do estator, disperso do rotor, e de magnetizao

    Zb Impedncia base do circuito do rotor

    zc Zero do controlador digital

    zo Rugosidade do terreno

    zi Zero no plano z

    Z {.} Transformada z de uma funo

    ngulo de ataque

  • ngulo de passo (pitch angle)

    ; Parte Imaginria e parte real do nmero complexo

    ngulo entre o vetor de corrente rotrica e o eixo d do referencial genrico d,q

    ngulo do vetor corrente do rotor em relao ao referencial rotor girante

    en Fluxo magntico do entreferro do gerador

    s ; r Fluxo magntico do estator ; Fluxo magntico do rotor

    ngulo eltrico de posio do eixo d em relao ao estator fixo

    Velocidade especfica da turbina

    i Grandeza intermediria no clculo de Cp

    Tmax Velocidade especfica que resulta em torque mximo na turbina

    ot Velocidade especfica tima

    ngulo eltrico de posio do rotor em relao ao estator fixo

    e ngulo do vetor tenso da rede eltrica, em relao ao referencial de estator fixo

    en ngulo do fluxo magntico do entreferro em relao ao estator fixo.

    id ngulo do vetor corrente do estator no referencial d,q

    is ; ir ngulo de fase da corrente do estator e do rotor

    mt ngulo de toro do eixo de baixa velocidade da turbina

    vs ; vr ngulo de fase da tenso do estator e do rotor

    Massa especfica do ar

    s , r , Coeficiente de disperso de fluxo do estator, do rotor, e total da mquina

    , 1 , 2 Constantes de tempo

    s , r Constantes de tempo do estator e do rotor

    Constante de tempo do servomotor acionador do ngulo de passo

    E Tempo de atraso na resposta da malha de controle da tenso Vcc

    Velocidade angular eltrica do gerador

    a Freqncia angular associada funo de transferncia do filtro, no circuito do rotor

    b Freqncia angular de ressonncia do filtro, no circuito do rotor

    B Freqncia angular limite da largura de banda da malha de controle

    c1 , c2 Freqncias angulares de corte

    chav Freqncia angular de chaveamento do conversor esttico

    d Velocidade angular dos eixos de referncia genricos d,q ortogonais

    da ; n Freqncia natural amortecida e Freqncia natural no amortecida

    en Velocidade angular do fluxo do entreferro do gerador

    m ; t Velocidade angular mecnica do eixo do gerador e do rotor da turbina

    r Freqncia angular das correntes e tenses rotricas do gerador

    s Velocidade angular eltrica do campo girante do estator do gerador

    slip Freqncia angular de escorregamento do rotor do gerador

  • Coeficiente de amortecimento

    ngulo auxiliar de clculo

  • SUMRIO

    1 INTRODUO......................................................................................................... 1

    1.1 As Fontes de Energia .......................................................................................... 2

    1.2 As Fontes de Energia no Brasil ........................................................................... 3

    1.3 A Energia Eltrica no Brasil................................................................................ 4

    1.3.1 A Gerao e o Consumo de Energia Eltrica no Brasil ................................... 6

    1.4 A Energia Elica no Mundo................................................................................ 7

    1.4.1 A Energia Elica no Brasil ............................................................................. 9

    1.5 Reviso Bibliogrfica Sobre o Tema ................................................................. 10

    1.6 Contribuies Deste Trabalho ........................................................................... 14

    1.7 Roteiro do Trabalho.......................................................................................... 17

    2 REGIMES DE VENTO E TURBINAS ELICAS................................................ 20

    2.1 A Energia Elica .............................................................................................. 20

    2.2 A Anlise Estatstica dos Ventos....................................................................... 21

    2.2.1 Funo de Distribuio do Vento.................................................................. 22

    2.2.2 Modelos de Vento Implementados................................................................. 23

    2.3 Converso Aerodinmica de Energia Elica em Energia Mecnica.................... 25

    2.3.1 ngulo de Passo e ngulo de Ataque............................................................ 27

    2.4 Caractersticas das Turbinas Elicas.................................................................. 28

    2.4.1 Coeficiente de Potncia (Cp) e Coeficiente de Conjugado (Cq) ...................... 28

    2.4.1.1. Modelos no Polinomiais para Turbinas Elicas ................................... 30

    2.4.1.2. Modelos Polinomiais para Turbinas Elicas ......................................... 34

    2.4.2 Relao de Transmisso da Turbina ............................................................. 34

    2.4.3 Representao dos Sistemas de Eixos ........................................................... 35

    2.4.3.1. Converso de Unidades dos Parmetros Mecnicos .............................. 38

    2.5 Alternativas Tecnolgicas para Turbinas Elicas............................................... 39

    2.5.1 Turbina Elica Velocidade Fixa com Gerador de Induo......................... 39

    2.5.2 Turbina Elica Velocidade Varivel com Gerador de Induo ou Sncrono,

    Equipados com Conversor Esttico de Potncia no Estator....................................... 40

    2.5.3 Turbina Elica Velocidade Varivel com Gerador Sncrono Multipolar ou

    Gerador Sncrono Multipolar a ms Permanentes (GSIP ou PMSM) ................... 41

  • 2.5.4 Turbina Elica Velocidade Varivel com Gerador de Induo Duplamente

    Alimentado no Estator e no Rotor (GIDE ou DFIG).............................................. 42

    2.6 Parmetros de Qualidade da Energia de Turbinas Elicas.................................. 44

    2.6.1 Variao de Tenso de Curta Durao (VTCD)............................................ 45

    2.7 Consideraes Finais ........................................................................................ 45

    3 CONTROLE DE TURBINAS ELICAS .............................................................. 47

    3.1 Introduo ........................................................................................................ 47

    3.2 Principais Controles do Sistema Supervisrio da Turbina.................................. 48

    3.2.1 Turbinas Controladas por Estolamento das Ps (Stall Control) ................ 48

    3.2.2 Turbinas Controladas pelo Ajuste do ngulo de Passo (Pitch Control)..... 49

    3.2.2.1. Malha de Controle do ngulo de Passo ................................................ 52

    3.2.3 Controle do Torque Eletromagntico do Gerador......................................... 54

    3.2.3.1. Controle Escalar do Gerador Eltrico ................................................... 55

    3.2.3.2. Controle Vetorial do Gerador Eltrico .................................................. 56

    3.2.4 Controle de Turbinas Velocidade Constante .............................................. 58

    3.2.4.1. Turbinas Velocidade Constante com Duas Velocidades ..................... 59

    3.2.4.2. Turbinas Velocidade Constante Controladas por Stall..................... 59

    3.2.4.3. Turbinas Velocidade Constante Controladas pelo ngulo de Passo

    (Pitch Control) .................................................................................................. 60

    3.2.5 Controle de Turbinas Velocidade Varivel................................................. 61

    3.2.5.1. Turbinas Velocidade Varivel Controladas por Stall....................... 61

    3.2.5.2. Turbinas Velocidade Varivel Controladas pelo ngulo de Passo ...... 62

    3.3 Consideraes Finais ........................................................................................ 66

    4 MODELAGEM DINMICA DA MQUINA DE INDUO E ESTUDOS DE

    REGIME PERMANENTE ............................................................................................. 68

    4.1 Introduo ........................................................................................................ 68

    4.2 Modelo da Mquina de Induo no Referencial d,q Genrico ............................ 68

    4.3 Transformao Vetorial Complexa.................................................................... 71

    4.4 Modelo da Mquina de Induo em Regime Permanente................................... 72

    4.4.1 Caractersticas de Regime Permanente......................................................... 75

    4.4.1.1. Mquina de Induo com Rotor em Gaiola ........................................... 77

    4.4.1.2. Controle de Velocidade Atravs de Resistores Externos ....................... 79

    4.4.1.3. Anlise do Regime Permanente do GIDE ............................................. 80

    4.4.1.4. Estudo do Regime Permanente do GIDE com Torque Varivel............. 81

  • 4.4.1.5. Estudo do Regime Permanente do GIDE com Torque e Potncia Reativa

    de Estator Variveis .............................................................................................. 83

    4.5 Consideraes Finais ........................................................................................ 85

    5 SISTEMAS DE ENERGIA ELICA COM A MQUINA DE INDUO

    DUPLAMENTE EXCITADA (GIDE)............................................................................ 87

    5.1 Mquinas de Induo Duplamente Excitadas .................................................... 88

    5.1.1 Mquina de Induo Duplamente Excitada Padro ...................................... 89

    5.1.2 Mquina de Induo Duplamente Excitada em Cascata................................ 89

    5.1.3 Mquina de Induo Duplamente Excitada em Cascata com Carcaa nica 90

    5.1.4 Mquina de Induo Duplamente Excitada sem Escovas .............................. 90

    5.2 Modelo Dinmico da Mquina de Induo Duplamente Excitada Padro (GIDE)

    91

    5.2.1 Parmetros e Coeficientes da Mquina......................................................... 92

    5.2.2 Equaes da Mquina no Referencial Complexo de Estator e Rotor ............. 93

    5.2.3 Modelo Final da Mquina Orientado no Vetor Fluxo Estatrico................... 94

    5.3 Definio do Controle do GIDE........................................................................ 96

    5.3.1 Estratgia de Controle de Velocidade........................................................... 98

    5.3.2 Estratgia de Controle de Potncia............................................................... 99

    5.4 Consideraes Finais ...................................................................................... 101

    6 CONTROLE DO CONVERSOR NO LADO DA MQUINA ............................ 102

    6.1 Introduo ...................................................................................................... 102

    6.2 Estimao do Fluxo Magntico do Estator ...................................................... 104

    6.3 Controle das Correntes Rotricas .................................................................... 105

    6.4 Controle da Velocidade................................................................................... 109

    6.5 Controle da Potncia Reativa do Estator (Qs) .................................................. 111

    6.6 Esquema Completo de Controle da Velocidade e Potncia Reativa.................. 113

    6.7 Resultados de Simulaes do Controle de Velocidade..................................... 114

    6.8 Estratgia de Controle da Potncia Ativa......................................................... 117

    6.8.1 Clculo da Potncia de Referncia para o Controlador .............................. 117

    6.8.2 Malha de Controle da Potncia Ativa ......................................................... 119

    6.8.3 Resultados de Simulaes do Controle da Potncia Ativa ........................... 121

    6.9 Consideraes Finais ...................................................................................... 123

    7 CONTROLE DO CONVERSOR NO LADO DA REDE..................................... 126

  • 7.1 Dinmica do Sistema Para o Controle ............................................................. 127

    7.2 Projeto do Filtro LCL do Circuito do Rotor..................................................... 129

    7.2.1 Funo de Transferncia Aproximada ........................................................ 131

    7.2.2 Funes de Transferncia do Filtro para Altas Freqncias ....................... 133

    7.2.3 Procedimento de Projeto dos Parmetros do Filtro .................................... 134

    7.2.4 Resultados Para o Projeto dos Parmetros do Filtro da Turbina de 2MW .. 138

    7.3 Controle de Corrente do Conversor do Lado da Rede (CLR) ........................... 140

    7.3.1 Malhas de Controle de Corrente do CLR.................................................... 143

    7.3.1.1. Malhas de Corrente de Eixo Direto id e de Eixo em Quadratura iq ....... 143

    7.3.2 Projeto do Capacitor do Barramento CC.................................................... 145

    7.3.3 Malha de Controle da Tenso do Barramento CC....................................... 146

    7.4 Limites de Correntes dos Conversores Estticos do Rotor ............................... 150

    7.4.1 Limites de Correntes Trifsicas do CLM..................................................... 151

    7.4.2 Limites de Correntes Trifsicas do CLR...................................................... 151

    7.5 Resultados de Simulaes das Malhas de Controle do CLR............................. 152

    7.6 Consideraes Finais ...................................................................................... 155

    8 ESTRATGIAS DE CONTROLE DIGITAL ..................................................... 157

    8.1 Introduo ...................................................................................................... 157

    8.2 Controle do Conversor do Lado da Mquina (CLM) ....................................... 158

    8.2.1 Malha de Controle das Correntes Rotricas ird e irq .................................... 158

    8.2.2 Malha de Controle de Velocidade............................................................... 162

    8.3 Controle do Conversor do Lado da Rede (CLR).............................................. 164

    8.3.1 Malha de Controle das Correntes do Conversor id e iq ................................ 165

    8.3.2 Malha de Controle da Tenso do Barramento CC....................................... 167

    8.4 Estratgia de Controle da Potncia Ativa......................................................... 169

    8.5 Resultados de Simulaes para a Turbina de 2MW com Controle Digital........ 172

    8.5.1 Simulaes da Estratgia de Controle de Velocidade.................................. 173

    8.5.2 Simulaes da Estratgia de Controle de Potncia Ativa ............................ 181

    8.6 Consideraes Finais ...................................................................................... 185

    9 CONTROLE E INTEGRAO DA USINA ELICA DE CAETIT............... 187

    9.1 Descrio do Sistema Eltrico......................................................................... 187

    9.1.1 Interligaes da Rede Bsica...................................................................... 188

    9.1.2 Dados dos Equipamentos do Parque Elico................................................ 189

    9.2 Modelo Equivalente Dinmico da Usina Elica............................................... 190

  • 9.3 Controle Digital da Usina Elica..................................................................... 190

    9.3.1 Modelo 1 (Controle de Velocidade e Eixos Rgidos).................................... 191

    9.3.2 Modelo 2 (Controle de Velocidade e Eixos Elsticos) ................................. 191

    9.3.3 Modelo 3 (Controle de Velocidade e Critrios de Qualidade da Energia) ... 191

    9.3.4 Modelo 4 (Controle de Potncia e Eixos Elsticos)..................................... 192

    9.4 Transitrios de Ventos na Usina Elica........................................................... 193

    9.5 Simulaes com a Estratgia de Controle de Velocidade ................................. 193

    9.5.1 Rampa de Vento e Modelo 1 (Eixos Rgidos)............................................... 194

    9.5.2 Rampa de Vento e Modelo 2 (Eixos Elsticos) ............................................ 196

    9.5.3 Rampa de Vento e Modelo 3 (Critrios de Qualidade da Energia) .............. 198

    9.5.4 Rajada de Vento e Modelo 1 (Eixos Rgidos) .............................................. 200

    9.5.5 Rajada de Vento e Modelo 2 (Eixos Elsticos) ............................................ 202

    9.5.6 Rajada de Vento e Modelo 3 (Critrios de Qualidade da Energia) .............. 204

    9.5.7 Resumo das Simulaes com Controle de Velocidade ................................. 206

    9.6 Simulaes com a Estratgia de Controle de Potncia Ativa Gerada................ 208

    9.6.1 Rampa de Vento e Modelo 4 (Controle de Potncia) ................................... 208

    9.6.2 Rajada de Vento e Modelo 4 (Controle de Potncia)................................... 210

    9.7 Consideraes Finais ...................................................................................... 212

    10 CONCLUSES..................................................................................................... 215

    REFERNCIAS ............................................................................................................ 222

    APNDICE A PARMETROS DOS EIXOS ELSTICOS .................................... 228

    ANEXO A PARMETROS DAS MQUINAS ........................................................ 230

    ANEXO B TRANSFORMAES TRIFSICO - BIFSICO................................. 234

    Modelo da Mquina Trifsica......................................................................... 234

    Transformao Trifsico (1,2,3) Bifsico (0,,) ......................................... 235

    Transformada de Park Generalizada .............................................................. 236

    ANEXO C TRANSFORMAO VETORIAL COMPLEXA.................................. 239

  • 1

    1 INTRODUO

    A disponibilidade de energia um fator fundamental para propiciar condies ao

    desenvolvimento industrial e econmico de uma nao. Entretanto, a questo

    energtica, num contexto mundial, coloca-se no cerne de uma questo mais ampla,

    de sobrevivncia e preservao do planeta, que a questo ambiental. Impe-se

    assim a necessidade de se buscar um desenvolvimento sustentvel, com

    responsabilidade, sobretudo preservando os ecossistemas naturais e a espcie

    humana, tratando adequadamente questes como a mudana climtica, a chuva cida,

    a destruio da camada de oznio, o derretimento das geleiras nos plos, os gases

    causadores do efeito estufa, a poluio ambiental, entre outros. Indiscutivelmente a

    maior parte destes problemas est relacionada com a predominante utilizao pela

    humanidade de combustveis fsseis, com os diversos processos de transformao da

    energia, objetivando sua adequao para os usos finais. Para se consolidar uma nova

    estratgia justa de desenvolvimento e utilizao da energia, preciso englobar

    dimenses polticas, econmicas, sociais, tecnolgicas e ambientais de modo a

    constituir a base das solues de carter amplo para o desenvolvimento das

    populaes mundiais [1].

    neste contexto, de um novo paradigma de desenvolvimento, sustentado por todas

    estas dimenses, que surge a necessidade da humanidade desenvolver novas fontes

    renovveis de energia, que no sejam poluentes, e que apresentem uma menor

    agressividade natureza e espcie humana, reduzindo assim drasticamente a

    dependncia das fontes de natureza fssil. Para isto, ser necessrio dominar

    tecnologicamente a explorao destas novas fontes de energia, reduzindo os custos

    de fabricao, instalao e manuteno dos equipamentos associados, disseminando

    o conhecimento para a utilizao das fontes de energia, avaliando e resolvendo os

    problemas tcnicos para o seu aproveitamento e as questes sociais envolvidas como

    a ocupao do solo, a poluio visual, a poluio sonora e o transporte e

    armazenamento da energia.

    Dentre as energias renovveis sendo exploradas pelo homem, uma das mais

    promissoras para os prximos anos a energia elica, seja para produo de

  • 2

    eletricidade em sistemas isolados ou em sistemas interligados, normalmente fortes,

    dotados de outras fontes predominantes de energia.

    Neste contexto, estima-se para o final de 2005 uma capacidade instalada mundial de

    58,4GW de geradores elicos, valor este que era de apenas 31,4GW em 2002 [2].

    Projeta-se tambm uma capacidade mundial instalada total de 161GW em 2012 [2].

    A taxa mdia anual de crescimento da capacidade instalada entre os anos de 2002 e

    2007 est estimada em 20,6%, e entre os anos de 2007 e 2012, em 15% [2]. Este

    crescimento, entretanto, depende das polticas e regulamentaes energticas dos

    pases com potenciais explorveis de recursos elicos.

    Considerando o aspecto tecnolgico, a penetrao cada vez maior de turbinas e

    parques geradores elicos integrados aos sistemas eltricos interligados, com

    potncias cada vez mais significativas (centenas de megawatts), e geralmente

    instalados em regies remotas, onde os sistemas eltricos so mais frgeis, origina

    problemas de planejamento de longo prazo, problemas operacionais, de controle e

    principalmente de desempenho do sistema quanto estabilidade transitria,

    estabilidade das tenses na rede e qualidade da energia gerada, que so fortemente

    afetados pelo comportamento dinmico da turbina elica e pelo comportamento

    aleatrio do vento.

    A motivao para esta tese reside na perspectiva do aumento da utilizao da gerao

    elica de eletricidade, ampliando sua participao na matriz de gerao de

    eletricidade e reduzindo o risco de dficit no sistema eltrico. Motivao esta, que

    cresce quando se destaca tambm o grande potencial de gerao elica do Brasil,

    uma fonte de energia limpa, no poluente, inesgotvel e praticamente sem agresses

    ao meio ambiente e ao homem.

    1.1 As Fontes de Energia

    A energia disponvel na natureza chamada de energia primria. Nesta definio

    pode-se incluir a energia elica, solar, das mars, geotrmica, hidrulica, nuclear e as

    energias provenientes de combustveis fsseis, petrleo, carvo mineral e gs natural.

  • 3

    Define-se como fonte de energia no renovvel aquela cuja velocidade de reposio

    natural inferior velocidade de sua utilizao pela humanidade. Apresenta,

    portanto, uma caracterstica finita de utilizao. Citam-se como exemplos o petrleo

    e derivados, o gs natural, o carvo mineral e derivados e a nuclear (urnio e

    derivados).

    Define-se como fonte de energia renovvel aquela cuja velocidade de reposio

    natural superior velocidade de sua utilizao, tendo, portanto, uma caracterstica

    de utilizao infinita. Citam-se como exemplos a energia hidrulica, a lenha (quando

    renovada por aes de reflorestamento) e o carvo vegetal, os derivados da cana-de-

    aucar e outras energias renovveis como elica, solar, biomassa e das mars.

    A energia primria transformada em energia secundria a partir da interveno do

    homem, a exemplo da energia eltrica ou eletricidade, que se constitui numa das

    mais nobres formas de energia secundria [3]. Atualmente, em grande escala

    comercial, esta transformao advm principalmente das seguintes fontes de energia

    primrias: hidrulica, derivados de petrleo, carvo mineral, gs natural e nuclear.

    Entretanto, premida pela escassez de fontes primrias no renovveis e pelos

    impactos ambientais por elas provocados, a exemplo dos derivados de petrleo e

    carvo, a humanidade comea a intensificar a utilizao de outras formas de energia

    primria para gerao de eletricidade como a energia elica, solar, das mars e da

    biomassa.

    1.2 As Fontes de Energia no Brasil

    A Oferta Interna de Energia (OIE) representa toda a energia primria disponibilizada

    para ser transformada em energias secundrias nas hidreltricas, refinarias de

    petrleo, usinas termoeltricas, etc. Esta energia transformada ser distribuda e

    consumida nos processos produtivos e de servios energticos do pas. Dividindo-se

    a matriz energtica segundo as fontes de energias renovveis e no renovveis

    obtm-se, respectivamente, os percentuais de 43,87% e 56,13% referentes ao ano de

    2004 [4]. O Brasil, assim, est bastante frente na utilizao de fontes renovveis de

  • 4

    energia, quando comparado com a mdia mundial (13,6% de renovveis) e com os

    pases desenvolvidos da OCDE (6% de renovveis), conforme dados de 2001

    apresentados em [4]. Desta participao das energias renovveis na OIE do Brasil,

    14,4% correspondem hidroeletricidade, enquanto 2,7% correspondem outras

    renovveis onde se incluem diversas caracterizaes da biomassa, e as energias

    elica e solar [4]. As demais componentes da OIE so: petrleo e derivados (39,1%),

    gs natural (8,9%), carvo mineral (6,7%), urnio (1,5%), lenha e carvo vegetal

    (13,2%), e derivados da cana-de-aucar (13,5%).

    1.3 A Energia Eltrica no Brasil

    A energia eltrica uma das mais nobres formas secundrias de energia. A sua

    facilidade de produo, transporte, distribuio e utilizao, com as consequentes

    transformaes em outras formas de energia, atribuem mesma uma caracterstica de

    universalizao, disseminando o seu uso pela humanidade.

    No Brasil, a indstria de energia eltrica se desenvolveu tecnologicamente de forma

    acentuada nas ltimas trs dcadas, impulsionada pela construo de grandes centrais

    hidreltricas, linhas de transmisso, incluindo transmisso em corrente contnua a

    grandes distncias, usinas trmicas, e, mais recentemente, a construo de centrais

    geradoras elicas. Assim, o parque gerador de eletricidade teve a sua potncia

    instalada aumentada de 11GW em 1970 para 90,73GW em 2004 [4].

    Atualmente o Brasil possui 1.448 empreendimentos em operao totalizando

    92,86GW de potncia instalada. Desta potncia total instalada, 76,46%

    correspondem s fontes hidrulicas (71GW), representando, entretanto, apenas

    26,2% do potencial estimado de gerao hidrulica no territrio nacional (271,2GW)

    [4]. Isto indica que ainda existe um enorme potencial de crescimento da gerao de

    eletricidade por fonte hidrulica no pas. Adicionalmente, observa-se o crescimento

    da participao do gs natural na gerao de eletricidade, j ocupando uma posio

    expressiva (10,22%) em 2005 [5], impulsionada pelas descobertas de novas reservas

    nacionais, pela importao da Bolvia, e pelos aspectos relacionados eficincia

  • 5

    energtica e qualidade do meio ambiente, uma vez que o gs natural o menos

    impactante ambientalmente, dos combustveis fsseis.

    Esta caracterstica peculiar do Brasil, com um enorme potencial hdrico, aliado s

    polticas pblicas, adotadas aps a segunda crise do petrleo, ocorrida em 1979,

    visando reduo do consumo de combustveis fsseis, e conseqentes custos

    associados de importao, e reforada pelos investimentos e incentivos do governo

    brasileiro utilizao da biomassa, da energia elica, e das pequenas centrais

    hidreltricas (PCHs), coloca o Brasil numa posio de destaque na utilizao de

    energias renovveis para a gerao de eletricidade. O grfico da Figura 1.1 apresenta

    as fontes de energias utilizadas para a gerao de eletricidade e seus respectivos

    percentuais de participao em capacidade instalada [5]:

    Hidrulica 70,28%

    Gs natural 10,22%Petrleo 4,9%

    Biomassa 3,1%

    Nuclear 1,99%Carvo mineral 1,4%

    Elica 0,03%

    Importao 8,08%

    Figura 1.1 - Fontes de energia para gerao de eletricidade Ano 2005.

    Fonte: ANEEL Banco de Informaes de Gerao (BIG).

    Adicionalmente aos 92,86GW de potncia instalada de gerao de energia eltrica no

    Brasil, est prevista para os prximos anos a instalao de mais 29,21GW

    provenientes de 77 empreendimentos j em construo (6,07GW) e mais 515

    empreendimentos outorgados entre 1998 e 2005 (23,15GW) pela Agncia Nacional

    de Energia Eltrica (ANEEL), com a participao ilustrada na Figura 1.2 [5].

  • 6

    Empreendimentos em construo

    59%3%

    38% Gerao HidrulicaGerao ElicaGerao Termeltrica

    Empreendimentos outorgados

    37%

    24%

    39% Gerao HidrulicaGerao ElicaGerao Termeltrica

    Figura 1.2 - Participao dos empreendimentos em construo e outorgados at 2005.

    Fonte: ANEEL Banco de Informaes de Gerao (BIG).

    1.3.1 A Gerao e o Consumo de Energia Eltrica no Brasil

    De acordo com dados do ano de 2004 disponibilizados em [4], a gerao total

    pblica e de autoprodutores, de energia eltrica no Brasil, foi de 387,5TWh, sendo

    este valor 6,3% superior ao do ano de 2003. Deste montante, a gerao de

    autoprodutores teve uma participao de 9,8%. Nestes se incluem as usinas de

    gerao elica e por outras fontes renovveis, alm dos autoprodutores que no

    utilizam energias renovveis. A gerao total de autoprodutores apresentou aumento

    de 8,1%, comparado ao ano de 2003, concentrando-se principalmente nos setores de

    papel e celulose e sucroalcooleiro.

    Este aumento da gerao de eletricidade por autoprodutores, principalmente

    utilizando fontes renovveis de energia, vem sendo incentivado pelo governo do

    Brasil, a exemplo do Programa de Incentivo s Fontes Alternativas de Energia

    Eltrica (PROINFA) criado em 2002. Este programa, em sua primeira fase, objetivou

    ampliar a diversificao da matriz energtica brasileira, promovendo inicialmente a

    instalao de 3.300MW de capacidade, no Sistema Eltrico Interligado Nacional

    (SIN), divididos em gerao elica, PCHs e gerao por biomassa [6].

    A preocupao com a diversificao das fontes de energia, tornando mais eficientes e

    menos impactantes as fontes no renovveis, bem como estimulando o uso das fontes

  • 7

    renovveis, a exemplo do Brasil, compartilhada pela maioria dos pases no mundo

    inteiro, sob a necessidade premente da preservao do planeta e da espcie humana.

    Um exemplo disto o Protocolo de Kyoto, um acordo internacional ratificado por

    141 pases se comprometendo a reduzir as emisses dos gases causadores do efeito

    estufa, responsveis pelo aquecimento global. O objetivo deste protocolo reduzir

    entre 2008 e 2012 as emisses de 35 pases industrializados em 5.2%, em mdia, em

    relao aos nveis de emisso do ano de 1990. Com a entrada em vigor do Protocolo

    em 2005, as fontes renovveis de energia ganham, assim, um mercado atrativo em

    investimentos, uma vez que alguns pases signatrios do Protocolo podero destinar

    muitos recursos para tecnologias limpas. Estes no sero necessariamente

    empregados em seus territrios, pois dependem da disponibilidade da fonte de

    energia e da possibilidade de sua explorao, mas praticamente em todo o planeta,

    incluindo o Brasil [7].

    1.4 A Energia Elica no Mundo

    No mundo inteiro a energia elica tem apresentado um acentuado desenvolvimento

    tecnolgico. Isto se deve s preocupaes com as questes ambientais, incentivadas

    pelo atendimento s metas do Protocolo de Kyoto, ao fator de escala que a gerao

    elica incorpora devido possibilidade da instalao de parques elicos com

    centenas de megawatts de capacidade e reduo crescente dos custos de produo

    dos equipamentos, em funo do avano da tecnologia.

    Durante a ltima dcada a capacidade instalada no mundo aumentou rapidamente, de

    tmidos 2,5GW em 1991, estimando-se 58,4GW para o final de 2005 [2]. O

    continente europeu lidera em capacidade instalada, favorecido pelas boas condies

    de vento e arcabouo regulatrio adequado em alguns pases, seguido pelo continente

    americano, com os parques elicos instalados nos EUA, principalmente na Califrnia

    [8].

  • 8

    Em pases densamente povoados, prximos a mares de guas rasas, como o caso de

    muitos pases no noroeste da Europa, observa-se a construo de vrios parques

    elicos offshore. As principais vantagens destes parques so a reduo de

    problemas com a poluio visual e sonora e a ocorrncia de ventos mais estveis,

    com elevadas mdias anuais, resultando em maior produo anual de energia. As

    principais desvantagens so o custo das turbinas para reas costeiras, o custo da

    instalao no mar e as longas distncias a serem percorridas pelas linhas de

    transmisso at o ponto de acoplamento com a rede eltrica.

    Na Europa, atualmente, a Alemanha com uma potncia instalada de 16,65GW o

    primeiro pas do mundo na utilizao da energia elica. Somente no ano de 2004

    foram acrescidos 2,05GW ao seu parque instalado. A energia gerada anualmente por

    fontes elicas corresponde a 6% da necessidade de energia eltrica do pas [9] e a

    Alemanha tem como meta ampliar a participao da energia elica para 25% da sua

    necessidade de energia eltrica at o ano de 2010 [2].

    A Espanha o segundo pas do mundo com maior capacidade instalada, totalizando

    8,27GW de gerao elica, o que equivale a aproximadamente 5% do seu parque

    gerador instalado. Em terceiro lugar vem os Estados Unidos com uma potncia

    instalada de 6,74GW das quais, 32% no estado da Califrnia, e a parcela restante

    distribuda, principalmente no Texas, Minnesota, Iowa e Wyoming. Menos de 1% da

    eletricidade gerada nos EUA provm de gerao elica. Em quarto lugar encontra-se

    a Dinarmarca com a predominncia de parques elicos offshore, totalizando a

    potncia instalada de 3,08GW, sendo atualmente o pas com a maior participao

    percentual de gerao elica (20%) no seu parque de gerao de eletricidade [2].

    Segundo o grupo de estudos de recursos elicos, chamado Wind Force 12 da

    European Wind Energy Association (EWEA) [2], estima-se que at o ano de 2020,

    12% do consumo mundial de eletricidade, ou seja, 3.000TWh, ser suprido por

    fontes elicas, totalizando 1.254GW de potncia instalada, movimentando um

    mercado anual de 80 bilhes de Euros, empregando 2,3 milhes de trabalhadores por

    ano, evitando a emisso acumulada de 10,77 bilhes de toneladas de gs carbnico,

    sendo 1,83 bilhes anualmente evitados. Estima-se tambm uma reduo do custo

  • 9

    para 2,45 centavos de Euros por kWh gerado, bem como do custo de instalao para

    512 Euros por kW. Finalmente, estima-se a instalao mdia anual de novos

    158,73GW [2]. Estas previses colocam a energia elica numa posio de total

    destaque para o futuro suprimento de eletricidade no mundo.

    1.4.1 A Energia Elica no Brasil

    Atualmente, no Brasil, existem 10 empreendimentos de gerao elica em operao,

    totalizando 28,55MW de potncia instalada [5]. Entretanto, j foram outorgados, pela

    ANEEL, 128 novos empreendimentos, totalizando 5.642,34MW de capacidade, a

    serem instalados em diversos estados, aguardando o incio de sua construo.

    Atualmente, 5 empreendimentos esto em construo, totalizando a capacidade

    instalada de 208,3MW. A Tabela 1.1 apresenta as usinas elicas atualmente em

    operao no Brasil:

    Tabela 1.1 - Usinas elicas em operao no Brasil.

    USINA ELICA DE: POTNCIA (kW)

    LOCALIZAO PROPRIETRIO

    FERNANDO DE NORONHA-PE 225 PE CBEE / FADE / UFPE

    PRAINHA 10.000 AQUIRRAZ CE WOBBEN WIND POWER

    TABA 5.000 SO GONALO DO AMARANTE CE

    WOBBEN WIND POWER

    MORRO DO CAMELINHO 1.000 GOUVEIA MG CEMIG

    PALMAS 2.500 PALMAS PR CENTRAIS ELICAS DO PARAN.

    MUCURIPE 2.400 FORTALEZA CE WOBBEN WIND POWER

    BOM JARDIM 600 BOM JARDIM DA SERRA SC

    PARQUE ELICO DE SANTA CATARINA.

    OLINDA 225 OLINDA PE CBEE / FADE / UFPE.

    HORIZONTE 4.800 GUA DOCE SC CENTRAL NACIONAL DE ENERGIA ELICA

  • 10

    MACAU 1.800 MACAU RN PETROBRS

    TOTAL: 28.550

    Fonte: ANEEL Banco de Informaes de Gerao (BIG).

    Do exposto, conclui-se que o Brasil precisa se preparar para as demandas oriundas da

    incluso de um maior nmero de usinas elicas ao sistema eltrico interligado, em

    funo das caractersticas operacionais e tcnicas dessas usinas.

    1.5 Reviso Bibliogrfica Sobre o Tema

    O interesse atual pela instalao de centrais de gerao elica tem motivado a

    realizao de estudos para a interligao das turbinas elicas aos sistemas eltricos

    de potncia, avaliando-se os impactos da rede eltrica nas centrais elicas e vice-

    versa. Os pontos principais que devem ser e esto, mesmo que em parte, sendo

    abordados pelos pesquisadores no mundo inteiro so:

    Estudos de regime permanente de fluxo de potncia e curto-circuito;

    Estudos de estabilidade dinmica, verificando inclusive o critrio de

    permanncia durante a falta e suporte de tenso rede no ps-falta;

    Estudos de ajustes das protees do parque elico e sua coordenao com os

    esquemas de proteo do sistema eltrico interligado;

    Estudos da qualidade da energia gerada, incluindo a avaliao dos nveis de

    emisso de cintilao luminosa (flicker), das variaes de tenso de curta

    durao (VTCDs), das variaes lentas de tenso e da injeo de correntes

    harmnicas na rede eltrica;

    Tcnicas de alocao e otimizao da compensao de reativos no parque

    elico;

  • 11

    Impactos do aumento da participao da gerao elica no planejamento e

    operao dos sistemas eltricos de potncia interligados, incluindo as

    questes de custos de operao e confiabilidade dos sistemas eltricos.

    Adiciona-se aos estudos citados, os pontos especficos de anlise, incluindo a

    operao da turbina em velocidade fixa ou varivel; as estratgias de controle

    visando a maximizao da potncia gerada; os estresses mecnicos nos sistemas de

    eixos (caixa de engrenagens e acoplamento); os desempenhos dinmicos de

    geradores de induo em gaiola e de rotor bobinado duplamente alimentado (GIDE);

    a utilizao de geradores sncronos convencionais ou a ms permanentes (GSIP)

    com conversores estticos de potncia plenos no estator e os avanos tecnolgicos

    recentes dos dispositivos semicondutores de chaveamento dos conversores.

    Assim, destacam-se os trabalhos citados a seguir e as suas principais contribuies

    relacionadas com o tema desta tese:

    Em [10] foi elaborado um dos trabalhos pioneiros no Brasil sobre aplicao de

    Sistemas de Converso de Energia Elica (SCEE) de pequeno porte, para

    bombeamento de gua e carregamento de baterias no meio rural.

    Em [11] foi proposta uma estratgia de controle desacoplado da potncia ativa e

    reativa do GIDE usando um cicloconversor no rotor, resultando em simplicidade do

    controle, porm com reduzida flexibilidade operacional.

    Em [12] foi apresentado um sistema de gerao elica de velocidade varivel e

    freqncia constante, com GIDE. O controle foi orientado no campo girante do

    estator, obtendo-se uma operao tima, com desempenho elevado, enquanto os

    problemas de sensibilidade variao paramtrica no foram observados.

    Em [13] foram apresentados os sistemas de gerao elica de velocidade varivel e

    freqncia constante do GIDE, e do gerador de relutncia duplamente excitado sem

    escovas e anis, mostrando um controle flexvel de potncia ativa e reativa, enquanto

    as perdas ativas no cobre da mquina foram minimizadas.

  • 12

    Em [14] foi apresentado o projeto de um sistema com GIDE, usando um conversor,

    com modulao por largura de pulso (PWM), como fonte de tenso, na configurao

    back-to-back, regulado em corrente no circuito do rotor. Mostrou-se que, entre

    outras, a estratgia de controle de velocidade, a partir da observao do torque do

    gerador, apresentou um melhor comportamento dinmico, porm necessitando de um

    observador (estimador) de torque.

    Em [15] foi implementado um modelo de parque elico no software Power System

    Simulator Program (PSS/E), que permite a realizao de estudos de estabilidade

    de sistemas de potncia bem como de qualidade da energia da rede, incluindo as

    oscilaes mecnicas prprias e as oscilaes por toro, causadas pelo sistema de

    eixos elsticos. Observou-se que a representao de turbinas elicas com massa

    concentrada no reproduz fielmente os fenmenos de flicker da operao normal,

    nem permite a correta investigao da estabilidade e comportamento ps falta do

    sistema de potncia.

    Em [16] foi apresentado o modelo dinmico do GIDE, usando a conveno gerador,

    para turbinas elicas operando em velocidade varivel, com conversor PWM como

    fonte de tenso, na configurao back-to-back, no circuito do rotor. Foi

    desenvolvido um modelo matemtico do rotor elico com clculo do coeficiente de

    desempenho (Cp), realizando-se uma aproximao numrica. Foram apresentados os

    projetos analgicos para os controladores de velocidade, do ngulo de passo e tenso

    terminal.

    Em [17] foi proposta uma metodologia de projeto de um filtro indutivo-capacitivo-

    indutivo (LCL), para a entrada trifsica de um retificador, cujo principal objetivo a

    reduo do ripple de corrente na freqncia de chaveamento, com um custo

    razovel e ao mesmo tempo obtendo um desempenho elevado do retificador. Foi

    visto que este filtro pode ser adaptado para utilizao no circuito do rotor do GIDE.

    Em [18] foi utilizado o mesmo software PSS/E usado em [15], para modelar um

    parque elico conectado rede eltrica, com 80 turbinas de 2MW, equipadas com

    geradores de induo em gaiola, e estudar a estabilidade das tenses de curta

    durao. As equaes dinmicas do estator foram includas no modelo do gerador

    bem como a elasticidade mecnica dos eixos. Foi realizado um estudo da influncia

  • 13

    dos parmetros eltricos e mecnicos e da utilizao das estratgias de controle para

    geradores de induo em gaiola, na estabilidade das tenses.

    Em [19] foram realizadas simulaes de transitrios eletromecnicos, da rede eltrica

    com sistemas elicos interligados, para a investigao da estabilidade das tenses e

    ngulos. Nestas, a rede eltrica foi representada como uma matriz de impedncias e

    somente as componentes fundamentais das tenses e correntes foram consideradas de

    forma a reduzir o esforo computacional necessrio. Foram estudados 3 sistemas de

    gerao elica: a) turbina em velocidade fixa com gerador de induo em gaiola; b)

    turbina em velocidade varivel com GIDE; c) turbina em velocidade varivel com

    gerador sncrono de baixa velocidade, sem caixa de engrenagens, e com conversor

    esttico pleno no estator.

    Em [20] foi desenvolvido um modelo adequado de agregao de turbinas para

    simular um parque elico composto por dezenas ou centenas de unidades, atravs de

    um pequeno grupo de mquinas. As metodologias para agregao do parque,

    composto por turbinas de velocidade fixa e de velocidade varivel, foram

    apresentadas, ressaltando-se suas particularidades.

    Em [21] foi realizado um estudo sobre a integrao rede eltrica, de sistemas

    elicos de velocidade varivel com GIDE, comparando-os com sistemas velocidade

    fixa com gerador de induo em gaiola. As margens de estabilidade transitria foram

    comparadas para redes fortes e fracas, indicando que o GIDE melhora a

    estabilidade ps falta de curta durao dos demais geradores sncronos da rede.

    Em [22] foi apresentado um modelo de parque elico agregado, implementado no

    programa Power System Simulation Software (SIMPOW) da ABB, que permite

    investigar o comportamento dinmico de parques elicos, conectados rede eltrica.

    O modelo implementado permite o estudo de estabilidade de sistemas de potncia

    bem como de parmetros de qualidade de energia da rede, a exemplo de flicker e

    variaes de tenso e frequncia.

    Em [23] foi desenvolvido um sistema de controle completo da turbina elica

    velocidade varivel com GIDE, com foco nas estratgias e algoritmos aplicados em

    cada nvel hierquico de controle (nvel da turbina e nvel do gerador). O mtodo de

  • 14

    controle foi projetado para operao contnua normal, e sua principal caracterstica

    permitir turbina operar com a mxima eficincia numa faixa maior de velocidades

    do vento. O sistema foi implementado no software DIgSILENT.

    Em [24] foi apresentada uma estratgia de controle direto de potncia usando a

    modulao por vetores espaciais para conversores PWM trifsicos, conectando o

    gerador rede eltrica. Obteve-se um algoritmo simples e robusto e um

    procedimento simples de sintonia dos controladores das malhas. O projeto do filtro

    LCL apresentado em [17] foi aprimorado.

    Em [25] foram realizados estudos da eficincia energtica de sistemas velocidade

    varivel, incluindo o GIDE. As perdas eltricas e mecnicas do conjunto turbina-

    gerador foram identificadas. Foram analisados os desempenhos de diferentes

    controladores de corrente, principalmente a influncia da fora eletromotriz induzida

    no circuito do rotor, na malha de controle das correntes rotricas.

    1.6 Contribuies Deste Trabalho

    A principal contribuio desta tese o desenvolvimento de estratgias de controle

    discreto (ou digital)1, para o sistema de gerao elica interligado rede eltrica,

    usando geradores de induo duplamente alimentados, de forma a reduzir os

    impactos na qualidade da energia gerada, em funo dos diversos regimes e

    transitrios de vento, que podem ocorrer no stio elico. Com este objetivo, o projeto

    das malhas de controle dos conversores estticos de potncia instalados no circuito

    do rotor foi realizado, utilizando a tcnica de controle discreto, propondo-se as

    estratgias de controle e o conjunto de especificaes bsicas para o clculo dos

    ganhos dos controladores, de forma a contribuir para a estabilidade das tenses do

    1 Nesta tese as terminologias controle discreto e controle digital, ou controladores discretos e

    controladores digitais, sero usadas de forma comum, tendo o mesmo significado.

  • 15

    sistema eltrico, minimizando as variaes de tenso de curta durao (VTCDs), em

    regime dinmico, durante os transitrios da velocidade do vento.

    Para a realizao dos estudos, foi desenvolvido um programa de simulao do parque

    elico interligado rede eltrica, utilizando-se o software de simulao dinmica de

    sistemas Matlab/Simulink, pelo seu extenso ferramental em sistemas de controle

    analgico e digital e tambm em sistemas de potncia. Para viabilizar o uso deste

    software, foi adotado um modelo equivalente da usina elica num nico conjunto

    turbina-gerador e foi obtido o equivalente do sistema de potncia interligado, na

    barra de conexo com a usina.

    A motivao para esta linha de pesquisa foi a observao de que a maioria dos

    trabalhos consultados na literatura cientfica apresenta investigaes principalmente

    sistmicas, predominando-se a utilizao de topologias das malhas de controle

    analgico, descritas atravs da tcnica da Transformada de Laplace ou das equaes

    de estado, sem entretanto apresentar claramente as especificaes de projeto e os

    procedimentos de clculo dos ganhos dos controladores das diversas malhas.

    Os fabricantes de turbinas, por sua vez, tambm retm os critrios de projeto e os

    ajustes dos ganhos dos diversos subsistemas de controle do conjunto turbina-gerador,

    apresentando eventualmente, quando solicitados, dados resumidos de malhas

    analgicas de controle.

    Entretanto, nas aplicaes prticas dos parques elicos, os projetos e sintonias dos

    controladores sero feitos em sistemas computacionais em ambiente digital,