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Biogeografia para o Ensino Médio e Técnico: Conceitos, Práticas e Atividades Didáticas Davi Gutierrez Antonio Natália Palermo Pereira Caruso Finê Thomaz Rocha Yara Graciano Oliveira dos Reis 2013

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Biogeografia para o Ensino Médio e Técnico: Conceitos,

Práticas e Atividades Didáticas

Davi Gutierrez AntonioNatália Palermo Pereira Caruso

Finê Thomaz RochaYara Graciano Oliveira dos Reis

2013

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A expansão do Ensino Técnico no Brasil, fator importante para melhoria de nossos recursos humanos, é um dos pilares do desenvolvimento

do país. Esse objetivo, dos governos estaduais e federal, visa à melhoria da competitividade de nossos produtos e serviços, vis-à-vis com os dos países com os quais mantemos relações comerciais.

Em São Paulo, nos últimos anos, o governo estadual tem investido de forma contínua na ampliação e melhoria da sua rede de escolas técnicas - Etecs e Classes Descentralizadas (fruto de parcerias com a Secretaria Estadual de Educação e com Prefeituras). Esse esforço fez com que, de agosto de 2008 a 2011, as matrículas do Ensino Técnico (concomitante, subsequente e integrado, presencial e a distância) evoluíssem de 92.578 para 162.105.

A garantia da boa qualidade da educação profissional desses milhares de jovens e de trabalhadores requer investimentos em reformas, instalações/laboratórios, material didático e, principalmente, atualização técnica e pedagógica de professores e gestores escolares.

A parceria do Governo Federal com o Estado de São Paulo, firmada por intermédio do Programa Brasil Profissionalizado, é um apoio significativo para que a oferta pública de ensino técnico em São Paulo cresça com a qualidade atual e possa contribuir para o desenvolvimento econômico e social do estado e, consequentemente do país.

Almério Melquíades de Araújo Coordenador de Ensino Médio e Técnico

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Centro estadual de eduCação teCnológiCa Paula souza

diretora superintendenteLaura Laganá Vice-diretor superintendenteCésar Silva Chefe de gabinete da superintendênciaLuiz Carlos Quadrelli Coordenador do ensino Médio e técnicoAlmério Melquíades de Araújo

realização

unidade de ensino Médio e técnicogrupo de Capacitação técnica, Pedagógica e de gestão - Cetec Capacitações

responsável Cetec CapacitaçõesSabrina Rodero Ferreira Gomes

responsável Programa Brasil ProfissionalizadoSilvana Maria Brenha Ribeiro

Coordenador de ProjetosDavi Gutierrez Antonio

Parecer técnicoAnderson Luiz dos Santos

revisão de textoYara Denadai

Projeto gráficoDiego SantosFábio GomesPriscila Freire

Projeto de formação continuada de professores da educação profissional do Programa Brasil Profissionalizado - Centro Paula Souza - Setec/MEC

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ApresentaçãoEste material refere-se à capacitação “Biogeografia: Conservação de Ecos-sistemas Naturais”, que visa à formação de docentes das escolas técnicas do Centro Paula Souza. O tema Biogeografia envolve os fatores geográfi-cos, ecológicos e evolutivos que orientam as distribuições florestais e o en-tendimento e avaliação da relação/interação do homem com os principais ecossistemas. A investigação do fator distributivo de plantas e animais, que medram em diferentes geossistemas, integram o mosaico da paisagem na-tural, com objetivo de reconhecer as suas potencialidades paisagísticas e corroborar o conceito de que as unidades de conservação devem ser delimi-tadas, reunindo dois ou mais domínios morfoclimatobotânicos.

Trata-se de um curso com uma visão eminentemente integradora, prático, mas também assentado numa sólida formação teórica nas áreas de geogra-fia, biologia e áreas correlatas.

O enfoque prático será conferido por meio de trabalho de campo, no Parque Estadual Serra do Mar, núcleo Picinguaba, para desenvolver a interpretação da paisagem botânica, em florestas de diferentes estágios sucessionais.

Espera-se que o docente participante construa uma prática assentada em amplo corpo teórico sobre a questão ambiental e de proteção florestal, pro-piciando assim um ensino e um currículo ligados à construção da cidadania e da qualidade de vida.

Davi Gutierrez Antonio e Natália P. P. Caruso

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Sumário

introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

Os Desafios de Ensinar e Aprender Biogeografia . . . . . . . . . . . . . . . .10

Biogeografia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .10

Trabalho de Campo em Biogeografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .14

o Parque estadual serra do Mar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .15

ubatuba. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .16

núcleo Picinguaba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17

noções de ecologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .17

Fitossociologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .19

Floresta atlântica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .20

Vegetação: Composição e estrutura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .22

Caracterização de uma comunidade vegetal

Composição florística . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24

Levantamento florístico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24

Fisionomia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26

atividade 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .27

atividade 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34

atividade 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .39

atividade 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42

atividade 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .47

atividade 6 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54

atividade 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .64

estrutura da comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .80

Parâmetros fitossociológicos básicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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Atividades: Especificidades em ecologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83

atividade 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83

atividade 9 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85

atividade 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .87

atividade 11 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90

desenvolvimento de Microssistemas como Metodologia de ensino inter-

disciplinar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93

atividade 12 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93

Caracterização da Paisagem por desenhos e Mapas. . . . . . . . . . . . . . . . . .97

atividade 13 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .97

atividade 14 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .100

atividade 15 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .103

atividade 16 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .105

referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .107

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IntroduçãoOs Desafios de Ensinar e Aprender BiogeografiaA Biogeografia é uma ciência que relaciona o meio físico com o biológico, servindo-se da informação gerada por ciências afins como a biologia, a Ge-ologia, a Bioclimatologia a Fitossociologia, entre outras, essa característi-ca possibilita a essa ciência protagonismo no trabalho interdisciplinar, por áreas, e ainda entre áreas do conhecimento acadêmico e escolar. Garante a construção de um currículo real que agregue conhecimentos de diversos componentes com o cotidiano do aluno e questão de conservação do am-biente, numa construção cidadã.

Porém, essa mesma peculiaridade justifica enorme dificuldade no processo ensino-aprendizagem da biogeografia no ambiente escolar, visto a diminuta vinculação do professor com a escola e com outras disciplinas e pela au-sência de conhecimentos profundos da própria ciência e de metodologia integrativas do seu rol de conhecimentos.

Este curso tem como intuito o fazer pedagógico comprometido com a pro-dução do conhecimento, contribuindo para qualificação docente, visua-lizando a biogeografia como complemento da formação do professor de diversas áreas, mas pelo caráter interdisciplinar apresentado por esta dis-ciplina evidencia-se a importância desta na formação, assim, o material e o curso têm como parâmetro o aprofundamento das questões supracitadas, propiciando uma reflexão mais analítica sobre o tema.

Nesse sentido, ao considerar a Proposta de Currículo por Competência para o Ensino Médio do Centro Paula Souza, no que tange aos onze princípios pedagógicos selecionados para orientar o ensino-aprendizagem no Ensino Médio, vislumbramos que através do planejamento e trabalho em equipe, pode-se por meio de práticas em biogeografia, atingir parcialmente este rol de princípios, dependendo do corpo docente envolvido e do enfoque sele-cionado:

1. Ensino-aprendizagem com foco no desenvolvimento de competências.

2. Leitura crítica da realidade e inclusão construtiva na sociedade da infor-mação e do conhecimento.

3. A aprendizagem como processo de construção coletiva em situações e ambientes cooperativos.

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4. Compartilhamento da responsabilidade do ensino-aprendizagem por professores e alunos.

5. Respeito à diversidade, valorização da subjetividade e promoção da in-clusão.

6. Ética de identidade, estética da sensibilidade e política da igualdade.

7. Autonomia e protagonismo na aprendizagem.

8. Contextualização do ensino-aprendizagem.

9. Interdisciplinaridade e transdisciplinaridade.

10. Problematização do conhecimento.

11. Trabalho por projeto no desenvolvimento e na avaliação do ensino--aprendizagem.

Desta forma, a biogeografia possibilita o desenvolvimento de competências e habilidades, de forma interdisciplinar, enriquecendo o trabalho por áreas do conhecimento e mobilizando o aluno no processo de ensino.

BiogeografiaA biogeografia consiste em uma ciência de observação e comparação, em oposição à experimentação, o estudo dos processos biogeográficos é uma busca por padrões através de comparações (características dos organismos, diversidade, composição, aspectos físicos – geomorfologia, pedologia, cli-matologia, etc), das diversas regiões, biomas e ecossistemas (em diferentes escalas).

Segundo Troppmair (2006), esta ciência refere-se ao estudo dos seres vivos, analisando sua participação e relação com o espaço geográfico (biosfera), tendo como objetivo compreender o papel dos seres vivos na organização do espaço geográfico e a influência dos mesmos na transformação da bios-fera. Brown (2006) destaca que, “a Biogeografia é a ciência que se preocupa em documentar e compreender modelos espaciais de biodiversidade, estu-dando a distribuição dos organismos no passado e no presente”.

Atualmente os estudos em biogeografia são divididos em duas matrizes te-óricas: A biogeografia histórica e a biogeografia ecológica. A primeira trata da origem, dispersão e extinção de táxons e biotas; já a segunda enfoca na distribuição atual, considerando as diferentes formas de interação ecológica

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(meio físico e biótico). Este material e nosso curso têm como eixo a biogeo-grafia ecológica, devido ao seu caráter interdisciplinar e harmonia com as concepções de conservação aqui adotadas, aspecto que contribui para o en-tendimento dos atuais processos de degradação da natureza, possibilitando ações concretas.

Desta forma, assume-se dentro dessa perspectiva, a biogeografia da con-servação, que consiste na aplicação dos princípios, teorias e análises bioge-ográficas visando à solução de problemas e questões conservacionistas da biodiversidade, cujo pressupostos teórico e metodológico são fortemente baseados na interdisciplinaridade.

Podemos sistematizar o conceito da seguinte forma:

• Preocupa em documentar e compreender modelos espaciais de biodi-versidade.

• É o estudo da distribuição dos organismos, tanto no passado quanto no presente, e dos padrões de variação ocorridos na Terra, relacionados à quantidade e aos tipos de seres vivos.

• Estudo dos seres vivos no contexto temporal e espacial.

Algumas perguntas para quais a biogeografia procura respostas:

Como e por que uma espécie ou um grupo taxonômico superior está(ão) ocupando a presente área de ocorrência?

O que possibilita uma espécie a viver onde se encontra e o que a impossibilita de colonizar outra área?

Qual o papel do clima, solo, topografia, e interações com outros organismos limitan-do a distribuição de uma espécie?

Como diferentes tipos de organismos são substituídos por outros com as alterações no ambiente?

Como dada espécie ficou restrita a uma determinada área de ocorrência?

Por que há muito mais espécies nos trópicos do que em latitudes temperadas ou árticas? Como ilhas oceânicas isoladas são colonizadas e por que há quase sempre um número reduzido de espécies em ilhas do que nos mesmos tipos de habitats no continente?

Como uma espécie se limitou a seu espaço natural?

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Ao final do trabalho de campo, escolha o ecossistema que mais lhe chamou a atenção, e, ao utilizá-lo como contexto, responda a estas indagações:

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Trabalho de Campo em BiogeografiaOs trabalhos de campo constituem-se para a Biogeografia em importante procedimento da pesquisa científica. No texto a seguir, buscou-se caracteri-zar os trabalhos de campo de forma geral, de acordo com sua importância para o processo de pesquisa em Geografia (especificamente para os ramos da Geografia Física) e para a formação dos geógrafos, além de conceituá-los e destacar algumas de suas especificidades para a Biogeografia.

Para tanto, utilizam-se procedimentos de pesquisa quantitativos (inventá-rio, registro e levantamento de dados diversos) e qualitativos (observação e descrição), que, posteriormente, possibilitam importantes interpretações das causas destas condições e a elaboração de mapas temáticos.

Freitas (2011) nos fornece um quadro do trabalho de campo em Biogeografia:

Embora valorize o estudo empírico, um trabalho de campo não se limita apenas a essa etapa da pesquisa. Resumidamente, as etapas do trabalho de campo podem ser dividas em:

• etapa de Planejamento (em gabinete);

• etapa de Execução (em campo);

• etapa de Elaboração do Relatório (em gabinete).

A primeira etapa de um trabalho de campo e, portanto, fundamental para a coesão do trabalho de pesquisa, é a etapa de planejamento. Nesta etapa de-ve-se procurar a organização das atividades a serem realizadas em campo, ou seja, elaborar o plano de trabalho. Para isso é necessário que se procure obter um conhecimento prévio da área a ser estudada e sobre o tema do trabalho de pesquisa. Isto se faz por intermédio da consulta bibliográfica (li-vros, artigos e outros documentos impressos), e da consulta a mapas, fotos aéreas, e outras fontes. Pode ser interessante também conhecer o significado dos nomes dos lugares (topônimos), pois a partir do nome, que em muitos casos é de origem indígena, é possível obter informações importantes sobre a história e a geografia da área. Esta etapa envolve também o levantamento dos recursos e equipamentos (roupas e instrumentos) necessários à pesqui-sa. As roupas e calçados devem ser apropriados para trabalhos nas mais diferentes condições do tempo, devem proteger contra condições adversas do terreno, contra insetos e animais venenosos, serem confortáveis e permi-tirem o manuseio dos instrumentos de pesquisa e coleta de material.

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A segunda etapa (empírica) corresponde à execução no campo, que, de acor-do com o interesse do pesquisador, pode variar bastante quanto ao tempo disponível para realização (dependendo do tamanho da área estudada, dos recursos existentes, etc.) e quanto aos procedimentos utilizados. No entanto, o que não variará é a prática da observação minuciosa, da descrição deta-lhada e do registro de informações (caderno de campo) e de imagens (fo-tografias, croquis, esboços, desenhos, etc.). O caderno de campo permite importantes registros, que ajudarão o aluno a trabalhar posteriormente as informações anotadas, relacioná-las ao conteúdo das aulas teóricas e a ela-borar o relatório final de pesquisa.

Na terceira etapa, o pesquisador escreverá o relatório das atividades reali-zadas no campo. Nele constarão todas as informações que o pesquisador julgar pertinentes, serão relacionadas as informações recolhidas no campo com as obtidas em gabinete, de modo que se obtenha um quadro represen-tativo da área estudada. O que equivale a dizer que o relatório de campo é um trabalho de caracterização, onde o pesquisador relatará suas obser-vações e constatações aos leitores. Nessa etapa serão utilizados mapas de distribuição para se informar os locais de ocorrência das espécies estudadas.

O conjunto das três etapas corresponde ao entendimento do trabalho de campo enquanto método científico (sistemático, objetivo e organizado). Caso o trabalho de campo seja entendido apenas como a ida ao local de es-tudo, poderá facilmente ser comparado a uma excursão ou viagem de reco-nhecimento (que possuem objetivos distintos). Realizando as etapas descri-tas acima, o pesquisador estará preparado para possíveis eventualidades e terá maiores possibilidades de responder às indagações iniciais da pesquisa e também às que surgirem posteriormente. Do mesmo modo, poderá obter com maior segurança informações sobre o local de estudo.

O Parque Estadual Serra do MarA escarpa da Serra do Mar em SãoPauloA Serra do Mar estende-se do Rio deJaneiro a Santa Catarina, formando um conjuntode escarpas festonadas. Em São Paulo, ela impõe-se como tí-pica borda de planalto, nivelada em altitudes de 800 a 1.200m. Conforme ROSS(1985), a Serra do Mar pertence à unidade morfoescultural dos Pla-naltos em Cinturões Orogênicos, no subcompartimento dos Planaltos e Ser-ras do Atlântico Leste-Sudeste. Segundo esse autor, sua gênese vincula-se a vários ciclos de dobramentos acompanhados de metamorfismos regionais, falhamentos e extensas intrusões. Domina no Planalto Atlântico um mode-

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lado composto por formas convexas, com vales profundos e elevada densi-dade de drenagem. Sua origem está relacionada a processos tectônicos de movimentação vertical ocorridos no Cenozóico.

Nesse ambiente, consolida-se a Mata Atlântica, formada por um conjunto de formações florestais (Florestas: Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Es-tacional Semidecidual, Estacional Decidual e Ombrófila Aberta) e ecossiste-mas associados (restingas, manguezais e campos de altitude).

A proeminente necessidade de proteção desse sistema ambiental culminou com a criação do Parque Estadual da Serra do Mar, em 1977, com uma área de 309.000 hectares. Estende-se ao longo da Serra do Mar desde o município de Cunha, a nordeste, até o de Pedro de Toledo, a sudeste do Estado de São Paulo.

O Parque Estadual da Serra do Mar tem características que fazem dele um caso à parte entre as Unidades de Conservação brasileiras: maior Parque da Mata Atlântica, está localizado na região mais desenvolvida do país, único corredor biológico íntegro conectando os remanescentes florestais do sul do Estado do Rio de Janeiro aos remanescentes do Vale do Ribeira e Paraná, possibilitando a manutenção dos fluxos gênicos e a preservação de espécies que necessitam de grandes territórios para sua sobrevivência. São conjuntos de ecossistemas compostos por florestas densas, campos naturais, mangues, restingas e várzeas, que das escarpas da serra à planície costeira guardam boa parte das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção do bioma, além de proteger as cabeceiras formadoras das bacias do Paraíba do Sul, Tietê e dos mananciais que abastecem a baixada santista e litoral norte.

UbatubaO município de Ubatuba está situado no litoral norte do estado de São Pau-lo e abrange uma área total de 711 km², com aproximadamente 200 km de costa litorânea, com mais de 75 praias e vegetação atlântica. O PESM, no município de Ubatuba, ocupa área de 47.500 ha, ou quase 80% da área do município.

Geologicamente a área do município encontra-se sobre o domínio de rochas do embasamento cristalino, agrupadas no complexo costeiro, composto por gnaisses1 e metassedimentos. No aspecto geomorfológico, destaca-se a es-carpa frontal da borda do Planalto Atlântico com desníveis que ultrapassam 1000 metros, formados por espigões, morros, rampas coluvias e pela planí-

1 Gnaisse é uma rocha de origem metamórfica, resultante da deformação de sedimentos arcósicos ou de granitos. Sua composição é de diversos minerais, mais de 20% de feldspato potássico, plagioclásio, e ainda quartzo e biotita, sendo por isso considerada essencialmente quartzofeldspática.

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cie costeira, inseridos na Província Costeira2, que pode ser dividida em duas zonas, a Serrania Costeira (Serra do Mar e de Paranapiacaba) e Baixadas Litorâneas. No relevo escarpado da Serra do Mar, predominam processos de escorregamentos e rastejamentos, com quedas de blocos condicionada pela estrutura das rochas.

Núcleo PicinguabaInserido no município de Ubatuba, estado de São Paulo, o núcleo Picingua-ba tem área de 475km², com altitudes variando de 0 a 1.670 metros de alti-tude, o clima regional é o tropical úmido, sem estação seca, com média de precipitação de 2.200 mm, o relevo inicia-se nas planícies costeiras atlânticas e se estende até as escarpas e cristas da Serra do Mar.O núcleo apresenta um mosaico vegetacional que inclui formações pioneiras com influencia flu-vial e marinha (dunas e caxetal, respectivamente),fluvio-marinho (mangue), Ombrófila Densa Submontana, Montana e de terras baixas (restinga), essa diversidade vegetacional abriga uma enorme diversidade de fauna, muitas vezes endêmicas.

No contexto geral os solos da região apresentam baixas concentrações de nutrientes e valores de PH, podendo caracterizar-se como arenosos, argilo--arenosos, e franco-argilo-arenoso, com altos teores de alumínio e hidrogê-nio.Os sedimentos mais recentes, do Cenozóico, estão distribuídos ao longo da costa, nos sopés da escarpa observam-se as rampas de colúvio3. As pla-nícies costeiras (mangue, planícies marinhas, e flúvio-marinhas) são resul-tantes de complexos processos morfogenéticos, onde as ações construtivas e destrutivas das águas do mar confrontam-se com as águas continentais, que igualmente têm essa atuação (marés, correntes marítimas, oscilações do nível do oceano, volume e correnteza dos rios).

Apresenta um clima tropical úmido, Af. (transição para Cfa.) com influência marítima marcante. A região apresenta temperatura média anual de 21,2º C, variando de 17,0º C a 26,8º C, com precipitação média anual de 2.624,0 mm de chuvas. Os meses mais chuvosos são dezembro, janeiro, fevereiro e março, enquanto junho é o mais seco e esses meses apresentam, respectiva-mente, os seguintes índices médios: 348,4mm, 376,0mm, 302,3mm, 302,2mm e 87,9mm.

2 Toda área drenada diretamente para o Oceano, formando o rebordo do Atlântico, caracterizando-se por serras e escarpas continuas, à beira-mar passa a ser ocupada pelas planícies costeiras.

3 solo composto por sedimentos de rochas e minerais, principalmente sedimentos de quartzo

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Noções de EcologiaSegundo Odum (2004), o homem se interessa por ecologia de uma forma prática desde o princípio da humanidade, desde a sociedade primitiva quando, uma real compreensão do ambiente, garantia sua sobrevivência. Mas, historicamente, foi a partir do pensamento do biólogo e naturalista alemão Ernest Haeckel (1866),cuja observação de que “o conhecimento bio-lógico nunca é completo quando o organismo é estudado isoladamente”, que se deu um novo rumo à História Natural - hoje Biologia, criando uma nova ciência -a Ecologia.

Após a implementação da civilização moderna, criou- se a ideia de avaliar o homem da natureza, destacado do cenário natural, contradizendo o proposto por Haeckel. Assim, perderam-se os aspectos contemplativos e a compreensão da paisagem, independente do país e do bioma predominante. Desta forma, tornou-se extremamente importante o estudo da ecologia e o resgate dos va-lores contemplativos em todos os níveis da sociedade atual, para que a real educação ambiental seja aplicada e, como fruto dessa prática, novas tecnologias sejam desenvolvidas, visando a melhoria da interação antrópica- ambiental.

Ecologia, por definição, deriva do latim: OIKOS - casa e LOGIA - estudo, - estudo da casa. Compreendendo as relações de inter e intra dependência de todos os seres vivos, bem como suas relações com os componentes abióticos de onde habitam.

São exemplos de avaliações ecológicas: a capacidade de uma população se desenvolver em uma região; o quanto de açúcar existe disponível em um fruto; o quanto de sombra a copa de uma árvore produz, e quantos fungos se beneficiam dessa sombra; o comportamento das pegadas de uma espécie e seu hábito alimentar; as características ambientais que uma espécie pre-cisa para se reproduzir, como temperatura, umidade, incidência de ventos (CAMPOS, 1999). Exemplos tão distintos servem para ilustrar como a ecolo-gia é interdisciplinar e deve ser tratada como um valor, como competência a ser desenvolvida. E não somente como um conteúdo. Uma ciência comple-xa que transita em todos os níveis da existência.

Componentes Bióticos: seres vivos: animais, vegetais, fungos, protozoários e bactérias. Os seres vivos organizam-se em três grupos distintos quanto a nicho ecológico:

• Autótrofos: Seres que produzem seu próprio alimento, ex: seres produ-tores- fotossintetizantes e quimiossintetizantes.

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• Heterótrofos: seres que se alimentam de outro ser vivo.

• Nicho Ecológico: papel específico exercido por uma população em um ecossistema.

• Ecossistema: conjunto de seres vivos e não-vivos, onde há uma estreita relação de dependência a ações e reações mútuas (LIMA, 1995)

• Habitat- Local que oferece condições necessárias ao desenvolvimento, sobrevivência e reprodução de determinada espécie.

Teoricamente, o habitat seria aquele ambiente em que as condições ambien-tais atingem o ponto ótimo e uma espécie consegue se reproduzir em toda a sua plenitude, ou seja, consegue desenvolver o seu potencial biótico. Po-rém, a reprodução sem oposição não pode se manter por muito tempo em um ambiente de recursos limitados. Desse modo, o ambiente se encarrega de controlar o crescimento da população através da resistência ambiental, o que pode fazer com que a população retorne ao ponto de partida.

Resistência ambiental- compreende todos os fatores - fome, enfermidades, alterações climáticas, competição etc. - que impedem o desenvolvimento do potencial biótico. O processo funciona do seguinte modo: quando a densi-dade populacional aumenta, aumenta também a resistência ambiental, que, por sua vez origina uma diminuição da densidade populacional. A intera-ção entre o potencial biótico e a resistência ambiental resulta num aumento , ou numa diminuição, do número total de organismos de uma população, ou seja, o seu crescimento populacional. O habitat é, então, a região onde a resistência ambiental para a espécie é mínima, ou seja, onde ela encontra melhores possibilidades de sobrevivência.

• Produtores: Seres autotróficos que agregam componentes abióticos à sua composição tecidual. Base da cadeia trófica, alimento dos consumidores.

• Consumidores: Seres heterotróficos que se alimentam de produtores (con-sumidores primários) e outros consumidores (secundários, terciários etc)

• Decompositores: Seres que separaram os elementos que compõe deter-minada matéria, devolvendo-os à natureza, tornando-os disponíveis aos produtores e à reciclagem energética.

• Componentes Abióticos: são aqueles que não têm vida: água, gases atmos-féricos, sais minerais, temperatura, umidade, solo e todos os tipos de radiação.

ODUM (2004) Componentes ABIÓTICOS + Componentes BIÓTICOS = INTERAGINDO

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• Energia – caracterizada pela força motriz que existe nos mais diversos ambientes e garante as condições necessárias para a produção primária em um ambiente, ou seja, a produção de biomassa a partir de componen-tes inorgânicos

• Cadeia Trófica/ Cadeia Alimentar: é o desígnio dado à transferência da energia alimentar, desde a fonte nas plantas, através de uma série de organismos com a repetição dos fenômenos de comer e ser comido.

• Teia alimentar- é um exemplo em fluxograma da dinâmica de comer e ser comido entre uma população ou comunidade ecológica.

• Fluxo de energia- Todos os seres vivos necessitam de matéria-pri-ma para seu crescimento, reprodução, desenvolvimento e reparação de perdas energéticas para o ambiente (como equilíbrio térmico, por exem-plo). Necessitam também de energia para a realização de seus processos vitais e essas necessidades são supridas pelo alimento orgânico.

Os seres autótrofos sintetizam seus próprios alimentos através da fotossín-tese ou da quimiossíntese. O alimento produzido pelos autótrofos é utiliza-do por eles mesmos e pelos organismos heterótrofos. Os principais produ-tores da Terra são os organismos fotossintetizantes.

A energia luminosa do Sol é fixada pelo autótrofo e transmitida, sob a forma de energia química, aos demais seres vivos. Essa energia, no entanto, diminui à medida que passa pelos consumidores, pois parte dela é utilizada para a re-alização dos processos vitais do organismo e outra perde-se sob a forma de ca-lor; sempre restará, portanto, apenas uma parcela menor de energia disponível para o nível seguinte. Como na transferência de energia entre os seres vivos não há reaproveitamento da energia liberada, diz-se que essa transferência é uni-direcional e se dá como um fluxo de energia. A matéria, no entanto, pode ser reciclada; fala-se, então, em ciclo da matéria ou ciclo biogeoquímico.

Fitossociologia Problemas ambientais têm ocupado, cada vez mais, os meios midiáticos, evidenciando o descaso dos diversos segmentos da sociedade, fazendo-nos perceber que é urgente a necessidade de medidas que caminhem em direção da conservação e restauração das nossas cidades e ambientes naturais.

Notícias como o fechamento de um dos maiores shopping-centers da cida-de de São Paulo, provocado por pendências ambientais, era alguma coisa inimaginável há alguns anos. O novo projeto patrocinado pela Rede Globo de Televisão, intitulado “verdejando”, chama a atenção da população para

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a importância de assumirmos uma posição definitiva a favor da arborização da cidade, visando à reorganização dos espaços urbanos naturais.

Ressalte-se, portanto, que estudar e conhecer os ecossistemas, entender suas relações com as populações de entorno e as consequências resultantes de processos de degradação provocadas pelas mais diversas atividades hu-manas, torna-se, portanto, um assunto extremamente importante.

Além disso, é imprescindível conhecer para ensinar. Ensinar é um dos pon-tos de partida para a transformação social, para se construir um mundo de valores. Dessa maneira, a escola não pode parar no conhecimento, tem que avançar. Caminhar par a par com as descobertas que vêm surgindo. Se a criança é o adulto de amanhã, é de suma importância que ela tenha uma base sólida em relação aos conceitos e conhecimentos dos aspectos dos ambientes naturais, produzindo, assim, consciência de preservação e con-servação, de maneira realista e racional.

Dessa maneira, o presente trabalho tem como objetivo apresentar, uma descrição das características de comunidades vegetais e, especialmente, da “Mata Atlântica” no Estado de São Paulo, bem como seus aspectos fitoeco-lógicos, sem, contudo, pretender esgotar os diversos assuntos abordados.

Floresta AtlânticaDentre os biomas naturais do Estado de São Paulo, um dos mais ameaçados é, sem dúvida, a Mata Atlântica. Esse estado crítico foi o gatilho para a cria-ção da Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, mais conhecida como “LEI DA MATA ATLÂNTICA”.

A referida lei dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências e diz, em seu Art. 1º. Que “A conservação, a proteção, a regeneração e a utilização, do Bioma Mata Atlântica, patrimônio nacional, observarão o que estabelece esta Lei”. Estabelece ainda, no seu Art. 2º que: “Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados, com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista, também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidu-al, bem como os manguezais, as vegetações de restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do Nordeste”.

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A Mata Atlântica abrangia uma área equivalente a 1.315.460 km2 e esten-dia-se originalmente ao longo de 17 Estados (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Alagoas, Sergipe, Paraíba, Pernam-buco, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí).

Hoje, restam 8,5 % de remanescentes florestais acima de 100 hectares do que existia originalmente. Somados todos os fragmentos de floresta nativa aci-ma de 3 hectares, temos atualmente 12,5%. É um Hotspot mundial, ou seja, uma das áreas mais ricas em biodiversidade e mais ameaçadas do planeta e também decretada Reserva da Biosfera pela Unesco e Patrimônio Nacional, na Constituição Federal de 1988 (S.O.S. Mata Atlântica, 2013)

Atualmente, seus remanescentes correspondem a menos de 8% da cobertu-ra original (SOS Mata Atlântica, 1995), sendo que as maiores áreas estão nas regiões Sul e Sudeste.

Vivem na Mata Atlântica atualmente mais de 61% da população brasileira, ou seja, com base no Censo Populacional 2010 do Instituto Brasileiro de Ge-ografia e Estatística (IBGE), são mais de 112 milhões de habitantes em 3.284 municípios, que correspondem a 59% dos existentes no Brasil. Destes, 2.481 municípios possuem a totalidade dos seus territórios no bioma, e mais 803 municípios estão parcialmente inclusos, conforme dados extraídos da ma-lha municipal do IBGE (2010).

O Estado de São Paulo, no início do século dezenove, possuía cobertura florestal (incluindo todas as fisionomias vegetacionais) correspondente a 81,80% do seu território (Victor et al, 2005).

Segundo Costa Neto (1997), o Estado de São Paulo possui hoje o que repre-senta cerca de 18% da remanescente no Brasil (2), concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado (3).

A floresta pode ser dividida em extratos. O extrato superior é chamado de dossel (20-30m), que é composto pelas árvores mais altas, adultas, que recebem toda a intensidade da luz solar que chega à superfície do planeta. As copas des-tas árvores formam uma espécie de mosaico, devido à diversidade de espécies. Aí estão as canelas, as leguminosas (angicos e jacarandás), os ipês, o manacá--da-serra, o guapuruvú, entre muitas outras. As árvores do interior da mata fa-zem parte do extrato arbustivo, formado por espécies arbóreas que vivem toda a sua vida sombreadas pelas árvores do dossel. Entre elas estão as jabuticabei-

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ras, o palmito Jussara e as begônias, por exemplo. O extrato herbáceo é formado por plantas de pequeno porte que vivem próximas ao solo, como é o caso de arbustos, ervas, gramíneas, musgos, selaginelas e plantas jovens que irão com-por os outros extratos quando atingirem a fase adulta (Carvalhal (2013).

Em regiões de floresta atlântica onde o índice pluviométrico é maior, tornan-do o ambiente muito úmido, é favorecida a existência de briófitas (musgos) e pteridófitas (samambaias, por exemplo). Entretanto, para outras plantas, o excesso de umidade pode ser prejudicial e suas folhas, muitas vezes, apre-sentam adaptação para não reterem água, sendo inclinadas, pontiagudas, cerificadas e sulcadas, facilitando o escoamento da água, evitando o acúmu-lo, que poderia causar apodrecimento dos tecidos (Carvalhal, 2013).

Vegetação: Composição e estruturaAo olharmos para uma determinada formação vegetal na paisagem, po-demos não perceber a complexidade de fatores implicados tanto em sua manutenção, como em sua alteração. Avalia-se que há uma série de conhe-cimentos de ordem científica e vivencial, historicamente construídos, por vezes associados a culturas locais e à sobrevivência de populações humanas que dependem diretamente dos recursos naturais.

Pires (1993) considera a combinação de três enfoques na definição de paisagem: o estético (formas, cores e dimensões do território); o geográfico (sistemas na-turais que configuram a natureza); e o cultural (atividade humana no cenário natural). Neste contexto a vegetação assume um papel de destaque, uma vez que, além dos serviços ambientais (regulação do clima; manutenção do ciclo hidrológico; produção de oxigênio; manutenção dos processos ecológicos; pre-venção da erosão do solo; manutenção das condições dos recursos ambientais naturais; provisão de espaço para moradia, cultivo, recreação e turismo; polini-zação; sequestro de carbono e regulação da composição química dos oceanos), também serve como abrigo e refúgio para a fauna do local.

A cobertura vegetal de um determinado lugar resulta de causas atuais, tais como: clima, solo e ação da fauna (Baitello, et al., 1997). Conforme Rocha (2003) apud Ricklefs (1993) e Martins e Santos (1999), os indivíduos da mes-ma espécie que podem reagir diferentemente a essas causas compõem uma população, e grupos de populações que ocorrem juntas, caracterizam uma comunidade. As comunidades podem diferenciar-se, dependendo das inte-rações das espécies e com o meio abiótico.

O componente arbóreo exerce um papel fundamental no funcionamento da

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comunidade florestal. Bryant (1999), assinalando a significância das árvores para a conservação da biodiversidade como um todo, estima em 50.000 o total de espécies arbóreas nos trópicos, enquanto o número total de artró-podes na mesma região chegaria a 30 milhões. Entretanto, o autor estima que se 50% das espécies arbóreas desaparecessem, o número de artrópodes também seria reduzido pela metade.

Existem dois termos que são confundidos com muita frequência: vege-tação e flora.

Vegetação diz respeito aos vegetais em si, como entidades que se podem tocar e manusear com as mãos. Vegetação é um termo geral para a vida ve-getal de uma região; isso se refere às formas de vida que cobrem os solos, as estruturas espaciais ou qualquer outra medida específica ou geográfica que possua características botânicas.

Flora se refere exclusivamente à composição das espécies. É o conjunto de plantas nativas de um local, que se encontra em qualquer área terrestre, des-de que nesta localidade haja condições para o seu desenvolvimento.

Além de possibilitar a existência da vegetação, fatores como: luz, calor, umi-dade e solos favoráveis, nos quais a água é indispensável, condicionam suas características, ou seja, determinam a flora do local.

A vegetação regula o fluxo de numerosos ciclos biogeoquímicos, tais como os ciclos da água, do carbono e do nitrogênio, além de ser um fator impor-tante nos balanços energéticos. Esses ciclos são importantes não somente para os padrões globais de vegetação, como também para o estabelecimento do clima. Além disso, a vegetação também afeta as características do solo, quando, através da trama de suas raízes e da queda de suas folhas, altera o volume, sua química e textura.

De outra forma, e muitas vezes esquecida, a vegetação global (incluindo algas comunidades) tem sido a principal fonte de oxigênio na atmosfera, permitindo que o sistema de metabolismo aeróbico evolua e persista. A ve-getação proporciona serviços ambientais em diferentes escalas, contudo, a vinculação do homem com a Natureza pelos processos perceptivos e inter-pretativos, cria conexões que geram a sua valoração permitindo se vislum-brar formas de conservação mais eficazes.

A flora refere-se às famílias, gêneros e espécies, abstratamente, que com-põem cada vegetação. O estudo da vegetação é feito essencialmente na na-tureza, ao passo que a flora pode ser investigada no gabinete, teoricamente.

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Caracterização de uma comunidade vegetal Composição florística

A Comunidade Vegetal é definida como um agregado ou grupo organiza-do de vegetais e animais no seu ambiente. Um grande tipo de vegetação do ponto de vista fisionômico é uma Formação: cerrado, savana africana, floresta pluvial, tundra, etc.

Uma das características principais da comunidade vegetal é sua composi-ção florística. A comunidade é constituída por certo número de taxa que lhe confere uma composição florística definida. Na comunidade ocorrem espécies ou grupo delas que em virtude do tamanho e/ou abundância, po-dem afetar profundamente as condições do ambiente físico, determinando a natureza de toda a comunidade. Plantas que formam o “teto” ou o dossel de uma floresta, por exemplo, recebem o impacto direto do macroclima, cons-tituem os maiores captadores de energia (maiores produtores primários) e determinam com a sua cobertura, microclima e condições edáficas especiais, onde outras espécies se desenvolvem. As primeiras constituem as formas dominantes e as últimas às subordinadas.

Qualquer modificação sensível no caráter biótico da comunidade pela re-moção das dominantes – queima, ação direta do homem, poluição – pode ocasionar a ocupação do habitat pelas tolerantes antes do restabelecimento das dominantes.

Levantamento florísticoO inventário ou levantamento florístico é utilizado para conhecer o comporta-mento das comunidades. Este levantamento é elaborado através de excursões botânicas à área, para a coleta de exsicatas para constituírem as coleções de her-bário. Os espécimes coletados que representarão cada espécie estudada, devem ser depositados em um herbário como testemunhos da documentação.

Para que uma coleta obtenha resultados satisfatórios, o coletor deverá pos-suir os seguintes objetos (Machado & Barbosa, 2010):

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Durante a coleta, devem ser anotados o máximo de dados possíveis em ca-derno de coleta, que serão utilizados para a confecção da etiqueta da exsica-ta, como:

Após a coleta do material botânico, este deverá ser prensado para melhor conservação até chegar ao Herbário. Para isso, utiliza-se:

• Tesoura de poda: utilizada para cortar de forma precisa as partes vegetais a serem coletadas;

• Facão: útil para fazer picada dentro da mata;

• Podão: possui um cabo que proporciona o corte de material com até 10 metros de altura;

• Caderno de campo: para anotações da coleta;

• Lápis;

• Fita adesiva;

• GPS

• Nome dos componentes da equipe, local e data de coleta, com referências geográficas;

• Topografia do local;

• Tipo de vegetação predominante;

• Dados sobre o hábito da planta;

• Dados sobre a planta, cor da flor, aroma, características do fruto;

• Nome vulgar.

• Jornal: para absorver a umidade do material botânico;

• Placa de alumínio: colocada entre os jornais para aeração e para con-servar o calor na secagem do material botânico, e prensagem no cam-po de material espinhoso;

• Papelão: coloca-se entre os jornais para reter a umidade;

• Prensa: são duas grades de madeira, utilizadas para prensar o ma-terial coletado;

• Corda ou barbante: utilizado para amarrar as duas grades da prensa.

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Depois de prensado o material em campo, as plantas devem ser desidrata-das para sua conservação.

Bons estudos florísticos podem compreender, ainda, a elaboração da lista por comunidade ou habitat, exposição de luz e altitude; determinação da rocha e tipo de solo. Os principais objetivos do levantamento florístico são:

1. Determinar e listar espécies dentro da área estudada por amostra, isto é, por comunidade ou habitat;

2. Analisar a flora através da forma de vida, síndrome de dispersão e fenologia;

3. Reconhecer as espécies nativas e introduzidas;

4. determinar espécies indicadoras de tipos de solo e rocha e espécies que são exclusivas a determinadas comunidades ou habitats;

5. Indicar características particulares dentro da flora, como por exemplo: o maior indivíduo de uma espécie; maiores frutos; menores frutos; poliniza-dores peculiares; os maiores grupos simpátricos; os mais raros taxa; ende-mismos; as maiores populações, as maiores árvores, etc.

6. Promover comparação da flora da área estudada com áreas próximas;

7. Interpretar a flora e a comunidade quanto à origem, migração e evolução;

8. Familiarizar-se com a flora da área estudada e preparar um comprovante (exsicatas de herbário) para cada espécie;

9. Determinar as comunidades e sua distribuição.

10. Analisar e mapear as comunidades em relação à declividade, exposição, elevações, etc.; e

11. comparar a composição e distribuição das comunidades com aquelas de regiões climáticas similares.

FisionomiaA um determinado tipo de habitat corresponde uma comunidade que apresen-ta uma fisionomia definida. A peculiaridade fisionômica decorre das formas de vida apresentadas pelas espécies e sua estruturação dentro das comunidades.

A forma de vida ou forma de crescimento é a forma (ou hábito) que o organis-mo de uma planta apresenta como resultado do seu ajustamento às forças am-

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bientais, incluindo as modificações fenotípicas (não transmissíveis por heran-ça). O vegetal que se mostra como árvore numa formação e arbusto em outra, apresenta duas formas de vida. As formas de vida expressam, em caracteres fáceis de observar, as bases estruturais das adaptações induzidas pelo ambien-te, dando-nos informações acerca das condições locais. As formas de vida cons-tituem destacadas características da estrutura das vegetações.

Normalmente pode ser empregado um sistema baseado em 6 tipos de for-mas de vida: árvores (figura 1), arbustos (figura 2), subarbustos (figura 3), ervas (figura 4), lianas (figura 5) e rastejantes (figura 6) (Ferri (1983), Font Quer (1993), Fernandes (1998). As figuras deste trabalho foram adaptadas de Martins-da-Silva (2002), com autorização da autora.

Atividade 1 Recorta e Cola ou Desenho: características empregadasOutras características empregadas, além da forma de vida e que caracteri-zam estruturalmente a vegetação:

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 1 – árvore.

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Figura 2 – Arbusto.

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Figura 3 – Subarbusto.

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Figura 4 – Erva.

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Figura 5 – Liana.

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Figura 6 – Rastejante.

Tamanho dos indivíduos: alto, médio, baixo.

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Atividade 2 Recorta e Cola ou Desenho: FormaForma: Ramalho (1975) classifica as árvores, conforme a sua forma, em:

• Capitata esférica – fuste bem definido e copa arredondada (Figura 7);

• Capitataovóide – copa mais desenvolvida na base do que no ápice – em forma de ovo (Figura 8);

• Capitataumbeliforme – os ramos formam um guarda-chuva (Figura 9);

• Capitatacorumbiforme – os ramos partem de alturas diferentes e alcan-çam o mesmo nível, na porção superior (Figura 10).

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 7 – Capitata esférica.

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Figura 8 – Capitataovóide.

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Figura 9 – Capitataumbeliforme.

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Figura 10 – Capitatacorimbiforme.

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Atividade 3 Recorta e Cola ou Desenho: Troncos das árvoresTroncos das árvores - Nota-se que eles são diferentes entre si, apresentando, mais frequentemente, dois tipos de ramificação:

• Racemosa: eixo principal bem definido com crescimento bem desenvol-vido (Figura 11); e

• Cimosa: eixo principal curto que se divide em dois ou mais ramos (Fi-gura 12);

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 11 – Ramificação racemosa.

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Figura 12 – Ramificação cimosa.

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Atividade 4 Recorta e Cola ou Desenho: Disposição dos ramos

• Verticilada - quando saem três ou mais ramos do mesmo ponto (Figura 13);

• Oposta – dois ramos saindo em posições opostas entre si (Figura 14);

• Alterna – ramos que se dispõem alternadamente no caule (Figura 15);

• Simpodial – o eixo principal é formado pelo desenvolvimento sucessi-vo de várias gemas (Figura 16).

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 13 – Ramos em disposição verticilada.

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Figura 14 – Ramos em disposição oposta.

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Figura 15 – Ramos em disposição alterna.

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Figura 16 – Ramos em disposição simpodial

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Atividade 5 Recorta e Cola ou Desenho: O caule ou tronco, quanto à sua forma:

• Cilíndrico – alongado, reto, aparentando um rolo (Figura 17);

• Cônico – a base é bem mais larga do que o ápice, aparentando um cone (Figura 18);

• Acanalado – irregular, apresentando projeções e reentrâncias longitudi-nais, em forma de canais (Figura 19);

• Tortuoso – irregular, sinuoso (Figura 20);

• Abaulado – irregular, convexo (Figura 21);

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 16 – Ramos em disposição simpodial

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Figura 17 – Tronco de forma cilíndrica.

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Figura 18 – Tronco de forma cônica.

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Figura 19 – Tronco de forma acanalada.

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Figura 20 – Tronco tortuoso.

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Figura 21 – Tronco abaulado.

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Atividade 6 Recorta e Cola ou Desenho: A base do tronco:

• Sapopemas estreitas – projeções tabulares mais longas do que largas (Figura 22);

• Sapopemas largas – projeções tabulares mais largas do que longas (Figura 23);

• Sapopemas equiláteras – projeções tabulares tão largas quanto longas (Figura 24);

• Sapopema em arco – projeções curvas formando arcos (Figura 25);

• Garras – várias projeções em formas de dedos (Figura 26);

• Com raízes fúlcreas – várias raízes suspensas acima do solo formando um emaranhado (Figura 27);

• Com raízes suporte – raízes que partem do caule em direção ao solo para sustentar a árvore (Figura 28);

• Base reta – sem projeções ou reentrâncias (Figura 29);

• Base dilatada – aumento do diâmetro na base (Figura 30);

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 22 – Tronco com sapopemas estreitas.

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Figura 23 – Tronco com sapopemas largas.

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Figura 24 – Tronco com sapopemas equiláteras.

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Figura 25 – Tronco com sapopemas em arco.

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Figura 26 – Base do tronco em forma de garra.

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Figura 27 – Tronco com raízes fúlcreas.

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Figura 28 – Tronco com raiz suporte.

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Figura 29 – Tronco com base reta.

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Figura 30 – Tronco com base dilatada.

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Atividade 7 Recorta e Cola ou Desenho: A casca do tronco:

• Lisa – desprovida de qualquer saliência ou depressão (Figura 31);

• Estriada – com pequenos sulcos, como riscos (Figura 32);

• Fissurada – com sulcos profundos (Figura 33);

• Cancerosa – pequenas crateras mais ou menos arredondadas (Figura 34);

• Com protuberâncias – saliências mais ou menos arredondadas, sem apresentar aberturas (Figura 35);

• Com lenticelas – pequenas protuberâncias com aberturas (Figura 36);

• Com espinhos ou acúleos – presença de elementos pontiagudos (Figura 37);

• Pulverulenta – como se tivesse coberta de pó, soltando-se como farinha ao tirá-la (Figura 38);

• Desprendendo-se como papel – soltando-se em pedaços finos como pa-pel (Figura 39);

• Desprendendo-se em escamas – soltando-se em pedaços coriáceos que se encontram encaixados como escamas de peixe (Figura 40);

• Desprendendo-se em placas – soltando-se em chapas ou lâminas gros-sas (Figura 41).

- Elabore desenhos ou recorte figuras, imagens, fotos, que correspondem à legenda e cole/represente nos locais indicado:

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Figura 31 – Tronco com casca lisa.

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Figura 32 – Tronco com casca estriada.

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Figura 33 – Tronco com casca fissurada.

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Figura 34 – Tronco com casca cancerosa.

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Figura 35 – Tronco com casca com protuberâncias.

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Figura 36 – Tronco com casca com lenticelas.

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Figura 37 – Tronco com casca com espinho ou acúleos.

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Figura 38 – tronco com casca pulverulenta.

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Figura 37 – Tronco com casca com espinho ou acúleos.

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Figura 38 – tronco com casca pulverulenta.

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Figura 39 – Tronco com casca desprendendo como papel.

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Figura 40 – Tronco com casca desprendendo como escamas.

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Figura 41 – Tronco com casca desprendendo em placas.

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Outras características, como por exemplo, coloração da casca, coloração e viscosidade da exsudação, além de cheiros que exalam das folhas, frutos, flores e da casca, são subjetivas, dependendo da avaliação pessoal e da cla-ridade do local. Entretanto, tudo deve ser anotado na caderneta de campo, pois poderá ser decisivo na identificação da árvore.

Cobertura (descontínua, em grupos, contínua); função (decídua, semide-cídua, sempre verde); tamanho e forma das folhas (acículas, espiniformes, graminóide, média ou pequena, larga, composta), textura foliar (membra-nácea, esclerófila, suculenta).

As diferentes classificações existentes não são autossuficientes para atender diferentes tipos de vegetações.

O que parece absolutamente indispensável é aplicar soluções pertinentes a cada caso. Os procedimentos aplicados a uma floresta pluvial nunca será o mesmo para a savana, para a tundra, para a caatinga, tamanhas são as bio-geográficas (nos meios físico, biótico e antrópico).

Estrutura da comunidadeA comunidade vegetal possui uma estrutura definida quanto ao arranjo ver-tical dos seus componentes – estratificado – como horizontal – distribuição espacial dos indivíduos e estrutura numérica – abundância específica.

Nas florestas da zona temperada nota-se uma disposição dos componentes em estratos: arbóreo, arbustivo, herbáceo, além do estrato briófita-líquem. Nas florestas tropicais, o estrato arbóreo se mostra muito mais complexo, com várias camadas. Nas savanas e cerrados ocorre uma camada herbácea contínua e outra arbóreo-arbustiva, descontínua. Nos campos, é caracterís-tico um estrato comum herbáceo.

A ocorrência da estratificação tem como consequência a limitação da con-corrência entre espécies de tipos biológicos diferentes, com aumento da in-terdependência específica.

A estratificação pode ser representa a graficamente em diagrama de perfis.

A distribuição espacial ou horizontal depende primariamente, da biologia da reprodução, competição, ação do meio, etc. Por exemplo, as espécies que com-põem a vegetação ao longo de um curso de rio (floresta ciliar) estão sob condi-ções especiais, notadamente devido às flutuações do lençol freático, fertilidade do solo e microclima, sendo possível detectar-se uma seletividade ambiental, principalmente relacionada com a frequência dos alagamentos.

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Os principais tipos de distribuição espacial das espécies são: aleatório, regu-lar e agregado. Ao grau de agregação dos indivíduos de uma espécie dá-se o nome de sociabilidade.

A avaliação da abundância específica deve ser feita em bases puramente quantitativas. Este aspecto da estrutura está baseado no levantamento dos parâmetros fitossociológicos básicos os quais nos permite avaliar a estru-tura fitossociológica da vegetação. Como estudo quantitativo, a fitossocio-logia estuda a comunidade vegetal sob o ponto de vista de sua descrição, explicação, tendo em conta sua composição florística, estrutura, caracteri-zação, origens, dinâmica e suas relações com os fatores bióticos e abióticos.

A base do estudo da estrutura fitossociológica é o conhecimento das espé-cies que compõem a vegetação. Para tanto, será necessário um tratamento taxonômico adequado das espécies. A fitossociologia tem seus alicerces fin-cados na taxonomia.

densidade absoluta total (dta) – estima o número total de indivíduos, independentemente da espécie, por unidade de área. A unidade de área para todos os efeitos deve ser considerada como 1 ha ou 10.000m². É expressa em nº de indivíduos por ha (hectare).

Densidade absoluta específica (Daí) – é o número de indivíduos de uma dada espécie por unidade de área. É também expressa em indivíduos por hectare.

Densidade relativa específica (DRi) - expressa, em porcentagem, a relação entre o número de indivíduos de uma determinada espécie e o número to-tal de indivíduos amostrados. A densidade dá uma ideia do tamanho das populações na área estudada, mas não do tamanho dos indivíduos, nem da forma como estão distribuídos no espaço, embora o padrão espacial da população influa nos valores da densidade.

dominância absoluta total (dota) – estima o total de área ocupada pela vegetação, por unidade de área. É expressa em m²/ha.

Dominância absoluta específica (DOAi) – a taxa de ocupação do ambiente pelos indivíduos de uma espécie, por unidade de área. Igualmente é expres-sa em m/ha.

dominância relativa (dri) – expressa em porcentagem a área ocupada pe-los indivíduos de uma dada espécie em relação à área total ocupada pelos indivíduos de todas as espécies. Os valores de dominância dão ideia da taxa de ocupação do ambiente por uma dada espécie ou vegetação. Na fitos-

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sociologia florestal, a área ocupada é expressa como área basal do tronco. Esta é calculada a partir de medições do perímetro ou diâmetro tomados ao nível de 1,30m do solo (Diâmetro à altura do peito – DAP). A utilização da área exprime a dominância de cada população e, ainda, uma interpretação da dominância dessas populações através da distribuição de frequência das classes de diâmetro.

Frequência absoluta (Fai) – é a porcentagem de unidades de amostragem em que ocorre uma dada espécie em relação ao total de unidades de amos-tras empregadas.

Frequência relativa (Fri) – expressa, em porcentagem, a relação entre fre-quência absoluta de uma dada espécie, com as frequências absolutas de todas da espécies amostradas. A frequência determina a regularidade da distribuição de cada espécie sobre o terreno. Os valores de frequência es-timam a probabilidade de encontrar uma dada espécie numa unidade de amostragem lançada ao acaso na formação geral. Depende da abundância de cada população e é influenciada pelo padrão de distribuição espacial. Populações com distribuição espacial do tipo agregado tendem a apresen-tar menores valores de frequência, ao passo que o padrão espacial regular tende a dar valores maiores.

Índice de valor de importância (iVii) – trata-se de um índice constituído pela soma dos valores relativos de frequência, densidade, e dominância, podendo variar até um máximo de 300.

Índice do valor de cobertura (iVCi) - trata-se, igualmente de um índice constituído pela soma dos parâmetros relativos, excluindo-se a frequência, podendo variar até 200.

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Atividades: Especificidades em ecologiaAtividade 8 Plano de Aula: Ecologia de ManguezalProposta: A partir do material disponível, e do observado em campo, pre-encha o plano de aula a seguir criando uma aula expositiva- discursiva que ressalte a alta produtividade ecológica do ecossistema manguezal e sua es-trutura geomorfológica.

Plano de aula

Tema:

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Assunto:

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Público alvo:

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Estratégia:

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Duração:

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Competência a ser desenvolvida:

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Habilidade a ser Desenvolvida:

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Conteúdo:

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Exemplo de aplicação:

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Avaliação:

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Conclusão: a partir da sua vivência como educador, em qual (quais) disciplina(s) cabe(em) este plano?

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Atividade 9 Plano de Aula - Ecologia de RestingaProposta: A partir do material disponível, e do observado em campo, pre-encha o plano de aula a seguir, criando uma aula expositiva que explique a necessidade de se seguir subdivisões do litoral brasileiro para melhor com-preender suas especificidades.

Plano de aula

Tema:

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Assunto:

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Público alvo:

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Estratégia:

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Competência a ser desenvolvida:

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Conteúdo:

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Exemplo de aplicação:

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Avaliação:

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Conclusão: a partir da sua vivência como educador, em qual (quais) disciplina(s) cabe(em) este plano?

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Atividade 10 Plano de Aula - Ecologia de Costão Rochoso e Praia Proposta: A partir do material disponível, referente ao tema, e do observado em campo, preencha o plano de aula a seguir, criando uma aula expositiva que desenvolva a habilidade do educando em reconhecer costão rochoso e praia como um ambiente em constante alteração e por que pode ser classi-ficado como Ecótono.

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Plano de aula

Tema:

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Assunto:

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Público alvo:

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Estratégia:

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Duração:

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Competência a ser desenvolvida:

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Exemplo de aplicação:

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Atividade 11 Plano de Aula - Ecologia de Mata AtlânticaProposta: A partir do material disponível referente ao tema, monte um gru-po interdisciplinar e preencha o plano de aula a seguir com uma aula expo-sitiva/ discursiva sobre a exploração na mata atlântica. Destaque elementos no campo conteúdo para ressaltar a dificuldade de se observar sucessão ecológica nesse bioma.

Plano de aula

Tema:

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Assunto:

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Público alvo:

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Estratégia:

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Duração:

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Competência a ser desenvolvida:

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Habilidade a ser Desenvolvida:

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Conteúdo:

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Avaliação:

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Conclusão: a partir da sua vivência como educador, em qual (quais) disciplina(s) cabe(em) este plano?

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Desenvolvimento de Microssistemas como Metodologia de Ensino Interdisciplinar.Atividade 12 Microssistemaintrodução

O Projeto Desenvolvimento de Microssistemas é apresentado como uma síntese da ciência, mas ressaltando-se, ao mesmo tempo, que as ideias mais gerais surgem de observações específicas e da experimentação. Acredita-se que a base da educação científica do estudante reside no contato deste com a metodologia da ciência, ou seja, aprender que construir os conhecimentos é tão ou mais importante do que possuir a informação sobre os mesmos.

Este compêndio procura dar ao educando uma visão sistêmica das opções de desenvolvimento antrópico com respeito ao meio natural. Além disso, procura relacionar a Dinâmica de Sistemas com outras áreas de conheci-mento, onde incorpora um número expressivo de disciplinas nas áreas da química, física, biologia, geografia, agronomia, agroecologia, paisagismo, meio ambiente entre outras.

Então, pode-se dizer que esse projeto trata de conceitos básicos na área am-biental, como matéria e energia e suas inter-relações com o sistema, cadeias alimentares, estudo e análise do solo, fatores bióticos e limitantes, ciclos bio-geoquímicos e a análise da oferta de recursos ambientais e seu metabolismo de equilíbrio, buscando um Sistema Sustentável.

O século XXI exige um tipo de profissional que, sem perder sua vocação prin-cipal, consiga agregar conhecimento para que tal realização se dê segundo a boa prática da ecoeficiência. Este projeto pretende colaborar na capacitação de indivíduos para o contínuo desafio de melhorar o trinômio meio ambiente, as-segurando assim a transmissão mais fiel de ideias e conceitos.

Justificativa

O ecossistema é a unidade básica no estudo da ecologia. Em um ecossiste-ma, o conjunto de seres vivos interage entre si e com o meio natural de ma-neira equilibrada, pela reciclagem de matéria e pelo uso eficiente da energia

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solar. É um sistema estável, equilibrado e autossuficiente, apresentando em toda a sua extensão características topográficas, climáticas, pedológicas, bo-tânicas, zoológicas, hidrológicas e geoquímicas praticamente invariáveis.

As dimensões de um ecossistema são variáveis. Podemos considerar ecos-sistema um pequeno vaso de violetas ou uma floresta tropical. O importante é que as condições mencionadas anteriormente sejam verificadas.

Sendo assim, é possível analisar as condições que garantam a estabilidade e a autoeficiência do microssistema, independente da sua dimensão.

Um ecossistema compõe-se de elementos abióticos e bióticos. A matéria inorgânica ou sem vida (como água, ar e solo) constitui os elementos abióti-cos e os seres vivos constituem os bióticos. Esses elementos se inter-relacio-nam de maneira equilibrada, uma vez que compostos essenciais como O2, N2, CO2 e H2O estão em constante fluxo entre os seres vivos e o ambiente externo.

Os elementos essenciais fazem parte, portanto, de ciclos que recebem o nome de biogeoquímicos. Bio, porque os organismos vivos interagem no processo de síntese orgânica e decomposição dos elementos; geo, porque o meio terrestre é a fonte dos elementos, e químicos porque são ciclos de ele-mentos químicos. A biogeoquímica é, portanto, a ciência que estuda a troca ou a circulação de matéria entre os componentes vivos e físico-químicos da biosfera (Odum, 1971).

Todo o ecossistema procura seu estado de equilíbrio dinâmico ou homeos-tase por meio de mecanismos de autocontrole e autorregulação, os quais entram em ação assim que ocorre qualquer mudança. Entre a mudança e o acionamento dos mecanismos de autorregulação existe um tempo de res-posta.

Assim, se ocorrer uma alteração de comportamento do microssistema, o sis-tema de autorregulação aciona seus mecanismos homeostáticos para garan-tir a normalidade. Geralmente, esse mecanismo homeostático só é efetivo para modificações naturais se não forem muito profundas e nem demora-das. No caso de modificações artificiais impostas pelo homem, por serem continuadas, o mecanismo não consegue absorver essas mudanças e ocorre o impacto ecológico do meio.

Na maioria das vezes, essas mudanças no ambiente podem ser avaliadas através da presença de fatores limitantes. Essa avaliação é feita por meio de metodologias de biomonitoramento ou bioindicação, termos frequentemen-

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te usados na biologia aplicada.

objetivos

Este Projeto de Desenvolvimento de Microssistemas tem como objetivos principais:

1. Desenvolver metodologia e técnicas de ensino e pesquisas mais adequa-das ao Ensino Técnico, que contribua na formação de um cidadão técni-co capaz de responder às exigências do mercado de trabalho em constante transformação, que tenha uma visão global da sociedade em que vive e da sua integração junto ao meio ambiente.

2. Despertar nos educandos e docentes a consciência da importância da va-lorização e preservação do meio ambiente em que vivem.

3. Promover, a partir de um eixo de pesquisa, a integração dos diferentes cursos profissionalizantes, dos vários componentes curriculares do Ensino Técnico, possibilitando na prática o estudo interdisciplinar.

4. Possibilitar uma maior participação do aluno no processo de produção do conhecimento, estimulando o trabalho de pesquisa e sua capacidade de construção, uma vez que o Projeto propõe uma diversidade de tarefas que envolvem não apenas os docentes, mas, sobretudo os alunos, que deverão:

a) realizar trabalhos de pesquisas;

b) construir o conhecimento através de observações específicas;

b) observar os fatores limitantes que interagem no microssistema;

c) perceber que o microssistema pode ser sustentável;

d) analisar e interpretar os dados obtidos através dos testes experimentais;

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e) perceber que os elementos bióticos se inter-relacionam de maneira equilibrada;

f) conhecer os métodos de biomonitoramento e bioindicação.

Metodologia

A avaliação dos fatores limitantes no ambiente é feita através de metodo-logias que empregam recursos biológicos, químicos, físicos, através do uso de aparelhos, em muitos casos bastante sofisticados e caros. Avaliar com-portamento dos elementos limitantes, ou seja, monitorar a sua ação através organismos vivos é um tópico relativamente novo nas ciências ambientais, que tem sido chamado de biomonitoramento ou bioindicação. O fundamen-to da metodologia é o fato de que um estímulo ambiental, como a luz ou a carência de água, assim como um estímulo proveniente de outro composto essencial, provocam reações no organismo vivo causando alterações em seu funcionamento ou comportamento. Nos métodos da bioindicação, o com-portamento do organismo frente a um agente estressor é utilizado na ava-liação da qualidade do ambiente, onde esse organismo ocorre.

O mais velho relato sobre plantas indicadoras tem mais de 400 anos de ida-de. Porém, o termo bioindicador começou a ser usado mais frequentemente na literatura biológica a partir de 1960.

O Projeto inicia-se com a montagem de um microssistema em recipiente de vidro e, camadas de matéria sólida mineral e orgânica que compõem o solo. A proporção de cada um dos componentes do solo pode variar de acordo com o recipiente. A próxima etapa é selecionar espécie de vegetais que se-jam resistentes e que ofereçam condições para realizar o biomonitoramento. Após montado, o microssistema é umedecido com uma quantidade inicial de água, fechado com papel filme por uma semana. Durante esse período, o microssistema não poderá ser manuseado, aguardando que os mecanismos de autocontrole e autorregulação entrem em ação. Entre a mudança e o acio-namento dos mecanismos de autorregulação existe um tempo de resposta.

Após esse período de adaptação da espécie no microssistema, pode-se ini-ciar os testes físico-químicos como temperatura, pH, amônia, nitrito, nitrato e outros elementos essenciais que fazem parte de ciclos biogeoquímicos.

Os testes microbiológicos poderão ser realizados em condições controladas, se necessário.

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O biomonitoramento do microssistema ocorre durante todo o semestre, re-ferente ao primeiro módulo do curso.

Material utilizado

Avaliação e interpretação dos resultados

Os resultados obtidos em programas de biomonitoramento podem ser in-terpretados e trabalhados de diversas maneiras. Os principais meios de ava-liação de resultados de programas de avaliação de dados incluem:

a) observação visual;

b) análise física;

c) análise química;

d) análise microbiológica.

Essas análises podem ser utilizadas em conjunto ou isoladamente, a depender dos objetivos estabelecidos na fase de planejamento do Projeto de Desenvolvi-mento de Microssistemas como Metodologia de Ensino Interdisciplinar.

Caracterização da Paisagem por Desenhos e MapasAtividade 13 Estrutura da PaisagemPreencha um quadro para cada Fisionomia

estruturação da Paisagem – PesM - núcleo Picinguaba – Picadão da Barra - Fluvial

Compartimentação Geomorfológica

GeologiaFeição

GeomorfológicaPedologia Clima Fauna Flora

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estruturação da Paisagem – PesM - núcleo Picinguaba – Picadão da Barra – restinga

Compartimentação Geomorfológica

GeologiaFeição

GeomorfológicaPedologia Clima Fauna Flora

Uso do Solo

estruturação da Paisagem – PesM - núcleo Picinguaba – Picadão da Barra – MangueCompartimentação

GeomorfológicaGeologia

Feição Geomorfológica

Pedologia Clima Fauna FloraUso do

Solo

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estruturação da Paisagem – PesM - núcleo Picinguaba – Picadão da Barra – Mata encosta (Floresta Ombrófila Densa)

Compartimentação Geomorfológica

GeologiaFeição

GeomorfológicaPedologia Clima Fauna Flora

Uso do Solo

Estruturação da Paisagem – PESM - Núcleo Picinguaba – Picadão da Barra – Agrofloresta

Compartimentação Geomorfológica

GeologiaFeição

GeomorfológicaPedologia Clima Fauna Flora

Uso do Solo

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Atividade 14 Desenho da Fisionomia da PAISAGEMPode-se definir Fisiologia da Paisagem como o estudo de um espaço qual-quer, observando-se as dinâmicas, as interações, relações ocorridas entre a natureza e a ação do homem. É a integração dos objetos naturais aliada a relação espacial do homem com o lugar, pois em cada espaço há uma dinâ-mica e que precisa ser estudada para a definição desse espaço.

Elaboração Perfil Transversal: Picadão da Barra - Fluvial

estruturação da Paisagem – PesM - núcleo Picinguaba – Picadão da Barra – Costão rochoso

Compartimentação Geomorfológica

GeologiaFeição

GeomorfológicaPedologia Clima Fauna Flora

Uso do Solo

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Elaboração Perfil Transversal: Picadão da Barra – Restinga

Elaboração Perfil Transversal: Picadão da Barra – Mangue

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Elaboração Perfil Transversal: Jatobá - Mata Encosta

(Floresta Ombrófila Densa)

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Elaboração Perfil Transversal: Agrofloresta

Elaboração Perfil Transversal: Costão Rochoso

Atividade 15 Mapeamento da PAISAGEMO mapeamento se distingue principalmente por proporcionar uma visão abrangente e permitir correlações entre os diferentes ecossistemas, dessa forma elabore o mapeamento do trajeto Picadão da Barra.

Picadão da Barra

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Prática de interpretação da Paisagem

Guia do Explorador

Guia do Explorador – Explorando os Sentidos

• Procure um Lugar Especial

• Dê um nome para o seu Lugar Especial:

__________________________________________________________________

• Encontre o melhor lugar para ouvir sons da natureza. Então verifique quanto tempo você leva para ouvir pelo menos quatro sons naturais di-ferentes. Veja se consegue descobrir o que está produzindo esses sons. Descreva os sons e quem os emitiu:

1. _____________________________ 2. _______________________________

3. ____________________________ 4. _________________________________

Pare em lugares diferentes (próximo ao seu Lugar Especial). Feche os olhos e concentre sua atenção no sentido do olfato. Encontre três cheiros diferen-tes e descreva-os:

1. __________________________________________________________________________________________________________________________________

2. __________________________________________________________________________________________________________________________________

3. __________________________________________________________________________________________________________________________________

Use suas mãos para encontrar os lugares mais quentes e os mais frios. Tam-bém procure pelos locais mais úmidos e pelos mais secos. Você pode encon-trar os lugares mais agitados, com mais ventos e os mais calmos?

____________________________________________________________________________________________________________________________________

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Encontre a árvore mais antiga ou mais admirável. Conte a um amigo porque ela é única.

Encontre algo que:

Seja pequeno e tenha várias cores: __________________________

Faça você sorrir: _________________________________________

Síntese

Atividade 16 Trabalho de Campo em BiogeografiaPara a sistematização das atividades, conceitos e práticas, elabore um plano de aula, que contenha obrigatoriamente um trabalho de campo em Biogeo-grafia, essa aula deverá ser postada no ambiente virtual (moodle).

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Lembre-se:

Da natureza nada se tira a não ser fotos.

Nada se deixa a não ser pegadas.

Nada se leva a não ser recordações.

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Esta publicação foi impressa em papel offset 90g/m2 (miolo) e papel couché 230g/m2 (capa).

Fontes utilizadas: Colaborate título 25pt, subtítulo 14pt, Pala-tino texto 10pt, Helvetica neue (quarta capa) 8pt.

CTP, Impressão e acabamentoImprensa Oficial do Estado de São Paulo

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Davi Gutierrez AntonioPossui graduação, mestrado e doutorado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP (2002, 2006 e 2012). Especialização em Educação Ambiental e Recursos Hídricos pela Universidade de São Paulo - USP (2008). Coordenador de Projetos na Coordenadoria do Ensino Técnico e Médio (Cetec) do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS), Governo do Estado de São Paulo. É docente da Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP. Colabora como Pesquisador Associado do Laboratório de Interpretação e Valoração Ambiental, do Departamento de Geografia do IGCE-UNESP, campus de Rio Claro e como Editor da Revista OLAM: Ciência & Tecnologia.

Natália Palermo Pereira CarusoPossui graduação em Ciências Biológicas e mestrado em Aquicultura e Pesca. Atualmente é professora do Centro Paula Souza. Tem experiência nas áreas de ecotoxicologia aquática, tratamento de efluentes, análises fisico-química e biológica da água, aquicultura, microbiologia, ecologia, educação ambiental e ensino. Professora do Ensino Fundamental II, Médio e Ensino técnico desenvolve diversos projetos, ministrando palestras e educação sexual e ambiental em diversas escolas na rede de escolas técnicas de São Paulo.

Finê Thomaz RochaPossui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Guarulhos (1986) e mestrado em Recursos Florestais pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz ESALQ/USP (2003). Professor colaborador do Instituto Educacional Oswaldo Quirino - SP - Faculdades Oswaldo Cruz, de 2006 a 2010. Tem experiência na área de Conservação de Ecossistemas Florestais, com ênfase nos seguintes temas: manejo florestal de bacias hidrográficas, estudos florísticos e fitossociológicos e manejo florestal com foco em planejamento, implantação e execução de projetos de recuperação de áreas degradadas, anatomia e identificação de madeira, caracterização de vegetação para licenciamento ambiental, planos de manejo e inventário de arborização urbana.

Yara Graciano Oliveira dos ReisPossui graduação em Ciências Biológicas e especialização em Gestão Ambiental, atualmente é professora de biologia do ensino médio e de componentes específicos do ensino técnico, no Centro Paula Souza desde 1992, tem experiência em projetos de educação ambiental, melhoria na qualidade de educação, metodologia no ensino técnico, e na implantação de laboratórios de biologia.

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