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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul 1 Interdisciplinaridade aplicada no ensino de e-commerce Rúbia Eliza de Oliveira Schultz Ascari (UTFPR Câmpus Pato Branco [email protected]) Vinicius Pegorini (UTFPR Câmpus Pato Branco [email protected]) Maico Fernando Wilges Carneiro (UTFPR Câmpus Pato Branco [email protected]) Eixo temático: Teoria e Prática da Interdisciplinaridade 1. Introdução A interdisciplinaridade nasceu nos anos 70, da hipótese de que, por seu intermédio, é possível superar os problemas decorrentes da excessiva especialização, contribuindo para vincular o conhecimento à prática (DENCKER, 2002, p. 19). De acordo com Assumpção (1993), o termo interdisciplinaridade é composto do prefixo “inter”, que significa posição ou ação intermediária, e do sufixo “dade” que atribui o sentido de ação ou resultado de ação. Já “disciplina”, núcleo do termo, pode caracterizar ordem que convém ao funcionamento de uma organização, ou ainda regime de ordem imposta ou livremente consentida. No âmbito da educação, a interdisciplinaridade estimula o processo de integração e engajamento de educadores e interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade, objetivando a formação integral dos alunos (LUCK, 2001, p. 64). Segundo Amem e Nunes (2006) a sociedade atual sugere que o estudante seja alguém que busque construir seu conhecimento, alguém flexível, que saiba lidar com as necessidades de maneira criativa e que manifeste vontade de aprender, pesquisar e saber. Para converter esse anseio em realidade, é preciso envolver professores e alunos, atentando para as questões relacionadas à aprendizagem, e consequentemente para os aspectos que preparam o indivíduo para a vida na coletividade, orientando-o para o pensamento. Para Fazenda (1995), é no grau de envolvimento que o problema o conduz, na forma aberta como se dispõe a discuti-lo ou na paciência da espera para compreender facetas insuspeitadas de ângulos ainda por conhecer que o indivíduo consegue perceber-se interdisciplinar. Visando inserir a interdisciplinaridade na formação de acadêmicos de um curso superior da área de Informática, foi proposto o desenvolvimento de um projeto para e-commerce integrando os conhecimentos repassados em três disciplinas do curso.

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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

1

Interdisciplinaridade aplicada no ensino de e-commerce

Rúbia Eliza de Oliveira Schultz Ascari (UTFPR Câmpus Pato Branco – [email protected])

Vinicius Pegorini (UTFPR Câmpus Pato Branco – [email protected])

Maico Fernando Wilges Carneiro (UTFPR Câmpus Pato Branco – [email protected])

Eixo temático: Teoria e Prática da Interdisciplinaridade

1. Introdução

A interdisciplinaridade nasceu nos anos 70, da hipótese de que, por seu intermédio, é possível

superar os problemas decorrentes da excessiva especialização, contribuindo para vincular o conhecimento à

prática (DENCKER, 2002, p. 19).

De acordo com Assumpção (1993), o termo interdisciplinaridade é composto do prefixo “inter”, que

significa posição ou ação intermediária, e do sufixo “dade” que atribui o sentido de ação ou resultado de

ação. Já “disciplina”, núcleo do termo, pode caracterizar ordem que convém ao funcionamento de uma

organização, ou ainda regime de ordem imposta ou livremente consentida.

No âmbito da educação, a interdisciplinaridade estimula o processo de integração e engajamento de

educadores e interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade, objetivando a

formação integral dos alunos (LUCK, 2001, p. 64).

Segundo Amem e Nunes (2006) a sociedade atual sugere que o estudante seja alguém que busque

construir seu conhecimento, alguém flexível, que saiba lidar com as necessidades de maneira criativa e que

manifeste vontade de aprender, pesquisar e saber. Para converter esse anseio em realidade, é preciso

envolver professores e alunos, atentando para as questões relacionadas à aprendizagem, e consequentemente

para os aspectos que preparam o indivíduo para a vida na coletividade, orientando-o para o pensamento.

Para Fazenda (1995), é no grau de envolvimento que o problema o conduz, na forma aberta como se dispõe

a discuti-lo ou na paciência da espera para compreender facetas insuspeitadas de ângulos ainda por conhecer

que o indivíduo consegue perceber-se interdisciplinar.

Visando inserir a interdisciplinaridade na formação de acadêmicos de um curso superior da área de

Informática, foi proposto o desenvolvimento de um projeto para e-commerce integrando os conhecimentos

repassados em três disciplinas do curso.

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1.1 Aplicações para Internet

As aplicações Web vêm crescendo rapidamente, tanto em seu alcance quanto na extensão de seu uso,

afetando significativamente todos os aspectos de nossas vidas. Com o avanço tecnológico surgiram

aplicações Web bancárias, governamentais, educacionais, de comércio eletrônico. Como resultado, estamos

dependentes de uma grande variedade de aplicações para Internet (GINIGE e MURUGESAN, 2001).

Para Armstrong (2005) uma aplicação para Internet é um sistema distribuído, composto por clientes e

servidores, acessado através de uma rede de computadores ou da Internet. Nesses sistemas o servidor recebe

as solicitações efetuadas pelos clientes, as processa e retorna o conteúdo solicitado. Esse conteúdo pode

conter: hipertextos, imagens, vídeos e sons.

Segundo Kurose (2010) o número de usuários da Internet cresce significativamente no mundo todo,

impulsionados pelo uso de aplicações como: serviços de e-mail, transferência de arquivos, bases de dados

acadêmicas, grupos de discussões, comércio eletrônico, redes sociais, bate-papo, entre outras.

1.2 E-Commerce

Segundo Kalakota e Whinston (1996), e-commerce ou comércio eletrônico consiste na compra e

venda de produtos, serviços e informações através de rede de computadores ou Internet.

Na definição de Albertin (2004), comércio eletrônico é a realização de toda a cadeia de valores dos

processos de negócio em um ambiente eletrônico, por meio da aplicação intensa das tecnologias de

comunicação e de informação. Para Meira Jr et al. (2002), comércio eletrônico é uma das áreas mais

promissoras de aplicação das Tecnologias da Informação pela sua crescente penetração em todos os setores

da economia mundial.

Segundo relatório divulgado pela empresa e-Bit (WEBSHOPPERS28, 2013), o comércio eletrônico

brasileiro faturou R$ 12,74 bilhões no primeiro semestre de 2013. Esse valor é, nominalmente, 24% maior

que o registrado no mesmo período de 2012. A quantidade de pedidos feitos via Web aumentou 20%,

chegando a 35,54 milhões. Esses dados apenas ressaltam uma realidade que já vem sendo observada há

alguns anos: cada vez mais indivíduos e empresas estão eletronicamente conectados e tornando-se

consumidores do comércio eletrônico.

A comercialização por meio da Internet em geral é sustentada por sistemas de comércio de

eletrônico, também chamados de lojas virtuais. Um sistema de comércio eletrônico corresponde a uma

página na Internet com um software de gerenciamento de pedidos, na qual empresas oferecem e vendem

seus produtos. Estes sistemas conjugam a automação do processamento de transações comerciais com a

facilidade de acesso provida por redes de comunicação como a Internet (MEIRA JR et al., 2002).

Como exemplo de aplicações de comércio eletrônico, pode-se citar: bibliotecas digitais, livrarias

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virtuais, sites de leilão, floriculturas, supermercados, bancos, entre outros.

Considerando a necessidade atual de se disponibilizar um "espaço" comercial on-line com produtos

personalizados e direcionados para os vários públicos de uma empresa, a utilização de lojas virtuais

representa uma forma de agregar conforto e agilidade nas escolhas, criando uma relação de proximidade e

fidelidade com os clientes.

Acadêmicos de um curso superior de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas devem

estar aptos a desenvolver ambientes virtuais como esses, visto que possuem na grade curricular de seu curso

três disciplinas que trabalham conjuntamente com o desenvolvimento de aplicações para Internet. Assim,

visando formar profissionais preparados para essa realidade, optou-se pela realização de um projeto

interdisciplinar relacionado ao desenvolvimento de um sistema de comércio eletrônico.

Assim, a interdisciplinaridade surge em decorrência da diversidade de várias disciplinas,

aproveitando sua identidade individual e suas ideias, que são aceitas como enriquecimento e

complementaridade de aquisições e concepções coletivas (FAVARÃO e ARAÚJO, 2004).

2. Procedimentos Metodológicos

A matriz curricular do sexto período de um curso de graduação em Tecnologia em Análise e

Desenvolvimento de Sistemas compreende três disciplinas que trabalham com conceitos semelhantes, são

elas: Aplicações para Internet e Comércio Eletrônico, Aplicações Cliente-Servidor e Web Design. Os

professores dessas disciplinas se uniram e definiram como avaliação parcial do semestre, a realização de um

projeto que deveria integrar os conhecimentos obtidos nas três disciplinas. Neste contexto, a

interdisciplinaridade surge não como uma técnica didática, mas como elemento teórico-metodológico da

diversidade e da criatividade, exigindo, portanto, encontros, trabalhos e/ou contatos entre grupos de

professores, e entre professores e alunos.

Considera-se adequado que as ações do professor ou as estratégias interativas de sala de aula por ele

mediadas garantam a sobreposição entre a estruturação do conteúdo e a estruturação da participação.

Segundo Coll e Sole (1996, p. 295), a estruturação de participação (ou estrutura social), se refere ao que se

espera que seja feito pelo professor e pelos alunos, a seus direitos e obrigações no transcurso das atividades;

e a estrutura de conteúdo (ou estrutura acadêmica) se refere ao conteúdo da atividade escolar e à sua

organização.

Na atividade relatada neste trabalho, a estruturação da participação foi feita por meio da criação de

grupos de trabalhos que ficaram responsáveis por desenvolver um sistema de comércio eletrônico do ramo

de atuação que julgassem interessante. O objetivo foi formar grupos de até três alunos, considerado um

número adequado para trabalhar com um computador, de forma que todos pudessem participar do

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desenvolvimento das atividades, além de motivar a cooperação entre si. Foram estipulados alguns encontros

em sala de aula para acompanhar o desenvolvimento dos sistemas criados, um encontro para apresentação

dos resultados gerados pelos grupos aos colegas e o restante do tempo necessário deveria ser realizado em

período extraclasse.

A disciplina de Aplicações para Internet e Comércio Eletrônico, utiliza-se da linguagem de

programação PHP, e para tanto, requisitou o desenvolvimento de um sistema de comércio eletrônico, que

deveria empregar os conceitos de design estudados na disciplina de Web Design, utilizando PHP para

manipular a parte dinâmica do site, ou seja, realizar a programação que seria interpretada no servidor. Foi

solicitado o desenvolvimento da parte visual do sistema, ou seja, a loja virtual que é acessada pelos

usuários/clientes, incluindo catálogo de produtos, cadastro de clientes, carrinho de compras e finalização do

pedido.

A disciplina de Aplicações Cliente-Servidor utiliza-se da linguagem de programação Java (J2EE), e

também solicitou o desenvolvimento de um sistema de comércio eletrônico para o mesmo ramo de atuação

que seria desenvolvido para a outra disciplina, utilizando, contudo, a linguagem Java para manipular a parte

dinâmica do site, fazendo consultas e alterações nas informações contidas na base de dados do sistema. Para

este trabalho foi requisitado além da loja virtual, o desenvolvimento de um painel de administração, que iria

facilitar a manutenção do site por parte de seu administrador, permitindo cadastrar novos produtos,

categorias e controlar a situação dos pedidos.

A disciplina de Web Design considerou como requisito para o projeto solicitado, a aplicação dos

conceitos sobre estruturação visual do sistema de comércio eletrônico, para isso foram consideradas a

utilização das boas práticas de trabalho em desenvolvimento Web, bem como o uso de padrões estabelecidos

pelo W3C1. Algumas das páginas criadas internamente passaram pelo teste disponível no próprio site para

verificar se estavam construídas de acordo com a versão 5 do HTML, o validador do W3C2. Para definição

da camada de aparência (interface) foi utilizado a linguagem CSS na versão 3. Foi avaliada a forma de

integração entre as linguagens HTML e CSS com o lado servidor escrito em PHP/Java. Por fim, foi também

avaliado o uso de linguagem JavaScript para verificar e manipular as interações com usuários. Ficou a cargo

de cada aluno usar ou não um framework javascript, como Jquery por exemplo.

A solicitação de sistemas feitos em duas linguagens de programação permitiu a acadêmicos que não

estavam matriculados nas três disciplinas, participar, mesmo que parcialmente, do projeto proposto.

Antes de iniciar o desenvolvimento do sistema especificado, cada professor realizou a explicitação

dos objetivos e das condições gerais do projeto solicitado aos alunos, destacando os requisitos que seriam

1 Consórcio de empresas e entidades que determinam os padrões de linguagem web. 2 <http://validator.w3.org/> Acesso em Setembro de 2013

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cobrados em cada disciplina. Esperando desta forma que uma maior competência na estruturação de

atividades pudesse direcionar as atividades para configurações interativas entre os alunos, díades ou grupos.

Com relação à estruturação do conteúdo, buscou-se vincular cada requisito solicitado para

desenvolvimento no sistema, com os conteúdos repassados em sala de aula, como definição de domínio,

práticas de publicidade, modelo de negócio, criação de marca, definição de catálogo de produtos,

paradigmas empresariais, usabilidade, boas práticas de programação, entre outros.

A atuação dos professores durante as aulas consistiu em acompanhar e auxiliar nas dificuldades

encontradas para desenvolver os requisitos solicitados. Os professores também se responsabilizaram por

buscar alternativas e recursos propostos pelos grupos para melhorar o resultado final dos sistemas

desenvolvidos.

Após a finalização do desenvolvimento do projeto, foi realizado um pequeno seminário, para que

cada grupo de trabalho pudesse apresentar o sistema criado para todos os acadêmicos da turma.

Esse método de aprendizagem foi empregado em pelo menos três semestres consecutivos, sendo que

no último semestre, após encerrado o seminário, foi repassado aos alunos um questionário de avaliação da

atividade, a fim de que os alunos pudessem expor suas considerações sobre a experiência vivenciada durante

o desenvolvimento do projeto.

Dentre os grupos de trabalho, foram criados sistemas de ramos diversos, variando entre sistemas para

comercialização de papéis de parede, lanches, doces, livros usados, acessórios para carros, bebidas, entre

outros. Neste documento, serão apresentadas algumas imagens dos sistemas desenvolvidos nos semestres

letivos 2012/2 e 2013/1.

As figuras apresentadas a seguir, mostram o layout principal de alguns dos sistemas que foram

criados e apresentados para as disciplinas de Web Design e Aplicações para Internet e Comércio Eletrônico.

A Figura 1 apresenta um sistema de comércio eletrônico de livros usados, e a Figura 2 apresenta um sistema

de comércio eletrônico para comercialização de doces.

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Figura 1: Sistema de CE de livros usados

Figura 2: Sistema de CE para comercialização de doces diversos

A Figura 3 apresenta um sistema de CE de lanches, e a Figura 4 apresenta um sistema de CE para

comercialização de papel de parede.

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Figura 3: Sistema de CE para comercialização de lanches

Figura 4: Sistema de CE de papel de parede

A Figura 5 apresenta o painel administrativo de um sistema de CE de jogos para computador, e a

Figura 6 apresenta o painel administrativo de um sistema de CE para acessórios automotivos. Estes sistemas

foram apresentados para a disciplina de Aplicações Cliente-Servidor e Web Design.

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Figura 5: Painel administrativo de um Sistema de CE de jogos para computador

Figura 6: Painel administrativo de um Sistema de CE para acessórios automotivos

3. Justificativa do eixo escolhido

A interdisciplinaridade constitui condição para a melhoria da qualidade do ensino, mediante a

superação contínua da sua já clássica fragmentação, uma vez que orienta a formação global do homem.

Portanto, considera-se fundamental a aplicação de procedimentos metodológicos que contemplem a

perspectiva interdisciplinar.

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Ferreira (2000) considera que, na educação, a parceria é aspecto indispensável para que ocorra a

interdisciplinaridade. Ainda, na opinião do autor, a ideia de construção da aprendizagem e o gosto pela

pesquisa são fatores imprescindíveis.

Além disso, Arendt (1979) alerta que a validade de uma doutrina é determinada por seu bom êxito

prático. As teorias modernas em relação à aprendizagem têm como um dos pressupostos básicos a ideia de

que só é possível conhecer e compreender aquilo que se faz e o que consiste, na medida do possível, no

aprender fazendo.

Com o projeto proposto, os acadêmicos puderam empregar na prática conhecimentos adquiridos em

três disciplinas de sua grade curricular, empregando uma alternativa de interação que possibilita ao aluno ser

agente de sua própria aprendizagem.

4. Considerações finais

A interdisciplinaridade representa a possibilidade de promover a superação da dissociação das

experiências escolares entre si. Não é intenção desvalorizar as disciplinas, mas sim desenvolvê-las o

suficiente para articularem-se umas com as outras. Conforme Piletti (1986), a formação integral somente

pode ocorrer se os educadores estabelecerem diálogo entre suas disciplinas, eliminando as barreiras e

relacionando a realidade concreta e as expressões de vida com todas as áreas de conhecimento.

Com base no feedback obtido das respostas de 11 alunos que responderam ao questionário aplicado,

foi possível destacar algumas questões interessantes:

A) Participação efetiva de todos os integrantes dos grupos: a grande maioria respondeu que foi

possível proporcionar a participação de todos os integrantes da equipe, com exceção de um aluno

que alegou ter sido necessário realizar divisão de tarefas de acordo com as afinidades de cada

integrante.

B) Maior produtividade com esse formato de trabalho: a maioria dos grupos afirmou ter percebido

maior produtividade em projetos feitos nesse formato, sendo que um aluno afirmou demandar

mais tempo para realizar a atividade.

C) Reaproveitamento do design desenvolvido para os sistemas desenvolvidos para as duas

linguagens utilizadas (Java e PHP): a maioria afirmou que foi possível reutilizar, sendo que

alguns grupos não o fizeram por opção.

D) Aumentar a similaridade nos requisitos solicitados pelas disciplinas de programação: a maioria

dos grupos afirmou que seria positivo se os trabalhos solicitados tivessem exatamente os mesmos

requisitos.

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E) Sobre a importância do que foi solicitado: de um modo geral, os alunos afirmaram que tudo o que

foi solicitado tinha importância para praticar os conhecimentos estudados.

F) Aptidão para desenvolver novos sistemas de CE ou sistemas para Internet: alguns grupos

afirmaram se sentirem aptos para desenvolver sistemas para utilização no mercado virtual ou na

Internet de um modo geral, enquanto outros consideraram que seria necessário estudar mais

detalhes, principalmente com relação a formas de pagamento, questões de desempenho e

segurança.

G) Sugestões apontadas: dentre as várias sugestões informadas, destaca-se a necessidade de maior

tempo para desenvolver os projetos, o uso das duas linguagens de programação em um projeto

único, empregar o uso de algum framework, e ainda, realizar mais estudos de caso antes de

iniciar a atividade.

H) Alcance dos objetivos: todos os grupos afirmaram que os objetivos propostos foram alcançados

em todas as disciplinas.

A Figura 7 apresenta os resultados obtidos com base no questionário aplicado, com relação ao nível

de conhecimento adquirido pelos alunos com a realização do projeto proposto.

Figura 7: Gráfico do nível de conhecimento adquirido pelos

alunos com a realização da atividade

E por fim, a Figura 8 apresenta os resultados obtidos com relação à avaliação geral dos alunos sobre

a proposta.

Nível de Conhecimento Adquirido

Excelente

Boa

Regular

Ruim54.55%

36.36%

9.09%

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Figura 8: Gráfico da avaliação geral dos alunos sobre a

atividade

De um modo geral, percebe-se que a interdisciplinaridade é algo que precisa ser construído aos

poucos, e melhorado de acordo com as percepções obtidas pelos alunos e professores. Assim, com encontros

e desencontros, espera-se fazer com que todos os envolvidos sintam-se partícipes de uma equipe com o

objetivo de se avançar na resolução de problemas ou tópicos.

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DENCKER, A. F. M. Pesquisa e interdisciplinaridade no Ensino Superior: uma experiência no curso de

turismo. São Paulo, Aleph, 2002.

Avaliação geral do desenvolvimento do

trabalho?

Excelente

Boa

Regular

Ruim72.73%

27.27%

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FAVARÃO, N. R. L.; ARAÚJO. C. S. A. Importância da Interdisciplinaridade no Ensino Superior.

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