jbg agosto 2012

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 12 - Nº147 AGOSTO 2012 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADO DE PLÁSTICO OU PAPEL PODE ABRIR-SE PARA VERIFICAÇÃO POSTAL DE 01132011 SNS/GSCS TAXA PAGA PORTUGAL CEM NORTE NO MESMO DIA, E PRATICAMENTE À MESMA HORA, DEFLAGRARAM DOIS INCÊNDIOS EM CASTRO MARIM. UM NA LOCALIDADE DE VALE DAS ZORRAS, MAS QUE AFETOU TAMBÉM MONTE FRANCISCO E JUNQUEIRA, E OUTRO EM ALMADA D’OURO QUE CHEGOU AO AZINHAL. CHEGARAM A ESTAR NO TERRENO, PARA ALÉM DOS MEIOS TERRESTRES, CINCO MEIOS AÉREOS QUE FORAM DESMOBILIZADOS DO GRANDE INCÊNDIO QUE LAVRAVA HÁ MAIS DE 24 HORAS EM TAVIRA. ESTIVERAM EM PERIGO HABITAÇÕES E FORAM CONSUMIDOS PELAS CHAMAS 500 HECTARES DE SERRA, ENTRE ELES SUSTENTO. A PROTEÇÃO CIVIL DE CASTRO MARIM CRITICA “DESORIENTAÇÃO DO COMANDO DISTRITAL”, ENALTECENDO O “ESTOICISMO” DE POPU- LARES, ASSOCIAÇÕES DE CAÇADORES E EQUIPA DE SAPADORES FLORESTAIS. O MUNICÍPIO AINDA ESTÁ A FAZER AS CONTAS AOS PREJUÍZOS CAUSADOS. JÁ NO EMPREENDIMENTO «CASTRO MARIM GOLFE» O JBG SABE QUE O FOGO CAUSOU DANOS A RONDAR OS 150 MIL EUROS. A ARQUITETURA ARTE NOVA DE «A CASA DE ODELEITE» DEMARCA NA ALDEIA UM LUGAR QUE NO INÍCIO DO SÉCULO XX FOI UM IMPORTANTÍSSIMO ENTREPOSTO COMERCIAL. A CÂMARA MUNICIPAL DE CASTRO MARIM QUIS PRESERVAR A MEMÓRIA DESTA IMPORTANTE MORADIA PORQUE POR SI SÓ REPRESENTA A MEMÓRIA COLETIVA DA VIDA DOS HABITANTES DA FREGUESIA. COUBE À ANTROPÓLOGA EGLANTINA MONTEIRO DAR SENTIDO, ATRAVÉS DE UM OLHAR CONTEMPORÂNEO, A TODA UMA HISTÓRIA. AGORA, PARA ALÉM DE CONHECERMOS MELHOR «A CASA DE ODELEITE», SABEMOS QUE O OBJETIVO É QUE RECUPERE A CENTRALIDADE DE OUTRO TEMPO, ENQUADRADA EM NOVAS DINÂMICAS; PROMETENDO AGITAR A PACATA ALDEIA DEBRUÇADA SOBRE O RIO GUADIANA. FOGO CONSUMIU 500 ha EM CASTRO MARIM

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Reportagem, entrevista, atualidade, juventude, sociedade, cultura, crónicas

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Page 1: JBG AGOSTO 2012

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 12 - Nº147

AGOSTO 2012

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

AUTORIZADO A CIRCULAR EM INVÓLUCRO FECHADODE PLÁSTICO OU PAPELPODE ABRIR-SE PARAVERIFICAÇÃO POSTALDE 01132011 SNS/GSCS

TAXA PAGAPORTUGALCEM NORTE

NO meSmO diA, e prATicAmeNTe à meSmA hOrA, deflAGrArAm dOiS iNcêNdiOS em cASTrO mArim. Um NA lOcAlidAde de VAle dAS ZOrrAS, mAS qUe AfeTOU TAmbém mONTe frANciScO e JUNqUeirA, e OUTrO em AlmAdA d’OUrO qUe cheGOU AO AZiNhAl. cheGArAm A eSTAr NO TerreNO, pArA Além dOS meiOS TerreSTreS, ciNcO meiOS AéreOS qUe fOrAm deSmObiliZAdOS dO GrANde iNcêNdiO qUe lAVrAVA há mAiS de 24 hOrAS em TAVirA. eSTiVerAm em periGO hAbiTAçõeS e fOrAm cONSUmidOS pelAS chAmAS 500 hecTAreS de SerrA, eNTre eleS SUSTeNTO. A prOTeçãO ciVil de cASTrO mArim criTicA “deSOrieNTAçãO dO cOmANdO diSTriTAl”, eNAlTeceNdO O “eSTOiciSmO” de pOpU-lAreS, ASSOciAçõeS de cAçAdOreS e eqUipA de SApAdOreS flOreSTAiS. O mUNicípiO AiNdA eSTá A fAZer AS cONTAS AOS preJUíZOS cAUSAdOS. Já NO empreeNdimeNTO «cASTrO mArim GOlfe» O JbG SAbe qUe O fOGO cAUSOU dANOS A rONdAr OS 150 mil eUrOS.

A ArqUiTeTUrA ArTe NOVA de «A cASA de OdeleiTe» demArcA NA AldeiA Um lUGAr qUe NO iNíciO dO SécUlO XX fOi Um impOrTANTíSSimO eNTrepOSTO cOmerciAl. A cÂmArA mUNicipAl de cASTrO mArim qUiS preSerVAr A memÓriA deSTA impOrTANTe mOrAdiA pOrqUe pOr Si SÓ repreSeNTA A memÓriA cOleTiVA dA VidA dOS hAbiTANTeS dA freGUeSiA.cOUbe à ANTrOpÓlOGA eGlANTiNA mONTeirO dAr SeNTidO, ATrAVéS de Um OlhAr cONTempOrÂNeO, A TOdA UmA hiSTÓriA. AGOrA, pArA Além de cONhecermOS melhOr «A cASA de OdeleiTe», SAbemOS qUe O ObJeTiVO é qUe recUpere A ceNTrAlidAde de OUTrO TempO, eNqUAdrAdA em NOVAS diNÂmicAS; prOmeTeNdO AGiTAr A pAcATA AldeiA debrUçAdA SObre O riO GUAdiANA.

fOGO cONsUmIU 500 ha em cAstRO mARIm

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2012

JBGJornal do Baixo Guadiana

Editorial

Vox Pop

R: pela proximidade acompanhei mais o que se passava na Serra do caldeirão, embora espreitasse, sempre que podia, o que ia acon-tecendo na madeira. Se por um lado sou algarvio nado e criado, por outro vivi um ano na pérola do Atlântico. feito o registo de interesses resta-me lamentar os avultados prejuízos que em ambas as regiões afeta-ram populações de fraco poder económico e, também, não esqueço as críticas dirigidas à péssima coordenação verificada no combate aos fogos. Acredito no que os especialistas dizem: que com melhor coordenação os fogos no Algarve tinham durado muito menos tempo e queimado muito menos área.

Nome: António BoronhaProfissão: Reformado

R: com bastante tristeza e revolta. Acredito que todos os meios são poucos para situações de tamanha dimensão e acredito também que todos os operacionais deram o seu melhor.

Nome: Ana NovaisProfissão: Conferência faturas de receituário médico

Diretor:Carlos Luis Figueira

Sub-Diretor:Vítor Madeira

Chefe de Redação:Susana de Sousa

Redação:Antónia-Maria,Carlos Brito,Joana Germano,José CruzVictoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana Amorim DiasAna BrásEusébio CostaFernando PessanhaHumberto FernandesJoão RaimundoMiguel GodinhoOsvaldo PiresPedro PiresRui RosaAssociação AlcanceAssociação GUADIAssociação Rodactiva-DECOEurope Direct Algarve - CCDRAlge Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]/[email protected]

Sede e Redação:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva: 504 408 755

Direção Executiva:Associação Odiana

Design e Paginação:Daniela VazRui Rosa

Impressão:Postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:3.000 exemplares

Registo no ICS: 123554

Depósito legal: 150617/00

JBG ONLINEhttp://issuu.com/jornalbaixoguadianaeFacebook

NIB: 00350 234 0000 586 353 080 Caixa Geral de Depósitos

A tragédia dos fogos florestais mais uma vez atingiu com particular violên-cia a Serra do caldeirão, envolvendo três concelhos: S. brás de Alportel, Tavira e castro marim; transformando, como já é sublinhado, a rota da cortiça, num roteiro de cinzas. Os prejuízos são altíssimos em bens e vidas destruídas. O interior e a sua já débil actividade económica vai ficar mais deserto. Na sua origem pode estar qualquer acto de negligência humana ou mesmo mão criminosa. Ao combate aos fogos apontam-se responsabilidades a quem comandou a utilização de meios e as

forças em presença. descoordenação, subestimação da dimensão que em pouco tempo as várias frentes de fogos atingiram, serão algumas das causas a juntar seguramente ao consecutivo abandono humano do interior e o que a sua presença poderia significar na limpeza de matas, no pastoreio, numa actividade económica regular. pelo que se descreve, importante foi a partici-pação de populares e, de entre eles, membros de associações de caçado-res, pelo conhecimento que têm do terreno. Significativo quanto à deter-minação das causas.

recordo os fogos de 2004 e o que constituíram de dantesco numa vasta zona da serra. Voltei este ano, oito anos após, a fazer tal percurso movido pela curiosidade em observar o que se havia modificado. O panorama não é muito animador, a recomposição é lenta, num movimento em relação ao qual não será indiferente a falta de presença humana e a insuficiência de medidas destinadas a apoiar políticas florestais melhor ordenadas de forma a mini-mizar a ocorrência de tais incidentes e a garantir maior sustentabilidade à

economia que podem gerar.O Governo respondeu à tragédia

com a formação de uma comissão para avaliar a dimensão dos prejuí-zos e a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades, suponho que para determinar a origem e os meios empregues no combate aos fogos. São questões importantes que importa avaliar. mas quem foi atingido nos seus bens com habitações destruídas e economias desfeitas, necessita com urgência de respostas que lhes permi-tam recompor percursos de vida. para que o desastre não assuma dimensões ainda maiores.

A recuperação da «casa de Odeleite» e o projecto que lhes está associado, o alojamento turístico em habitações da aldeia mobilizadas para tal efeito, a valorização da gastronomia local a partir da própria casa, local museo-lógico que retrata um período prós-pero da actividade económica que aí se realizava, associada ao rio e à serra, constitui um bom exemplo do que pode ocorrer com a manutenção e valorização do nosso património. é um novo caminho que traduz também

uma vontade de não se render às difi-culdades do presente.

O mês de Agosto é por excelência o grande mês de férias dos portugueses e de quem nos escolhe como destino. é também o mês em que o Algarve apresenta a sua maior taxa de ocupa-ção. As preocupações expressas por empresários, sindicatos, responsá-veis autárquicos, região de Turismo quanto ao valor que representa para o Algarve a actividade do turismo, traduz de alguma forma a incerteza que se vive quanto ao saldo final a atingir este ano, em tempos marcados por dificuldades acrescidas impostas à própria actividade, com o aumento da carga fiscal, e sobre a maioria dos por-tugueses fortemente penalizados nas suas condições de vida, factores que seguramente influenciarão o resultado final, numa região que apresenta um dos maiores índices de desemprego do país.

[email protected] Luis Figueira

R: A falta de coordenação dos meios foi a mais notória… os meios chegaram tarde, e insuficientes e esse foi, quanto a mim, o principal motivo de o incidente tomar tais dimensões…

mas antes de tudo está a falta de pre-venção. para acontecer um incêndio tem de haver comburente, combustível e uma fonte de ignição. basta retirar um destes elementos para não haver fogo. Aproveito para lembrar a importância de retirar o combustível, limpando o mato a volta das suas propriedades, e de criar aceiros e que as queimadas têm de ser autorizadas e vigiadas, bem como as fogueiras. Atenção aos cigarros e máquinas.

de louvar também a massa humana que se uniu para ajudar os bombeiros, que cum-priram o seu dever e hoje são chamados de heróis. espero, sinceramente, que não o sejam só por uns dias, porque temos bom-beiros 365 dias por ano.

Nome: Maria BartolomeuProfissão: Radialista

R: quanto a mim a maior culpa é dos pro-prietários que não limpam devidamente os terrenos e depois acontecem destas coisas; e quando limpam alguma coisa ficam os restos das limpezas no terreno.

Nome: António MadeiraProfissão: Bombeiro Voluntário Alcoutim

ABERTURA

«como encarou a evolução dos incêndios que deflagraram com maior intensidade no Algarve e na madeira?»

Na passada edição de julho, por lapso, indicámos «Uma castromarinense» como autora do artigo de opinião «A Ocasião faz o Ladrão». No entanto, o autor é António mestre, nosso também habitual colaborador. Pelo lapso, pedimos desculpa aos visados e nossos leitores.

ERRATA:

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 3

CRÓNICAS

desde 1906, data da sua construção, até à década de 70, o caminho- de -ferro em Vila real de Santo António – a linha do Sul de faro a Vila real de Santo António - constituiu um factor de modernidade e desenvolvimento económico do conce-lho raiano. A prová-lo, o elevado volume de mercadorias que chegavam por via marítima aquele porto comercial, e que eram transportadas através do comboio a toda a região e ao país, mas também os produtos agrícolas que eram comercia-lizados nos mercados do sotavento, sem esquecer a importância que este meio de transporte desempenhava na mobilidade das pessoas, particularmente dos alunos do baixo Guadiana que realizavam os seus estudos no liceu de faro.

A decadência da indústria conser-veira, a perda de importância do porto marítimo e o desinvestimento dos suces-sivos governos na ferrovia fizeram com que a linha férrea do troço Vila real de Santo António/faro se tornasse obsoleta e arcaica, deixando de responder às exi-gências e à modernidade de uma rede ferroviária, que possibilite aos seus pas-sageiros boas condições de segurança e rapidez nas deslocações.

O exemplo mais acabado daquilo que descrevo é o estado caótico da linha, onde uma viagem de Vila real de Santo António a faro, que deveria demorar 30 a 40 minutos, demora em média 1 hora e 10 minutos. A acrescentar a este facto, temos a desadequação dos

edifícios das estações às novas exigên-cias, a pouca higiene das carruagens e a descoordenação dos horários em viagens de longo curso.

há cerca de dez anos atrás, a rede ferroviária Nacional (refer) que é a empresa gestora da rede ferroviária e das estações, deu a primeira machadada no caminho-de-ferro em Vila real de Santo António, ao encerrar o Apeadeiro, junto à antiga Alfândega, prejudicando enormemente os passageiros e os vila-realenses, que assim viram o comboio afastado do coração da cidade pomba-lina.

Nos últimos três anos, a cp, que é o operador ferroviário e utiliza a linha gerida pela refer, deu o xeque-mate ao

comboio em Vila real de Santo António, quando deixou de cumprir os horários afixados na estação para a venda de títu-los de transporte (vulgo bilhetes) aos clientes, permitindo assim que o caos se instale junto de quem pretenda viajar e comprar o seu bilhete em tempo útil. quando os passageiros batem com o nariz na bilheteira, para obter o título de transporte, são invariavelmente, informados que a abertura da mesma é consoante as disponibilidades de pes-soal, visto que os operadores de revisão e venda passaram a vender bilhetes dentro do comboio.

considerando o pouco respeito e a atitude indigna da cp para com os seus clientes, importa questionar se será

por causa dos operadores de revisão e venda que esta empresa pública fechou o ano de 2011 com um prejuízo de 289 milhões de euros.

face a esta desfaçatez que está acon-tecer na estação ferroviária fronteiriça de Vila real de Santo António, como é possível alguém minimamente sério falar em coesão europeia e nas redes transeuropeias de alta velocidade e de mercadorias que são importantes para portugal, quando não se faz um investimento efectivo na rede ferroviá-ria convencional, à semelhança do que há alguns anos atrás os nossos vizinhos espanhóis fizeram?

porque os passageiros em geral e os vilarealenses em particular não têm que tolerar o mau serviço da cp na estação de Vila real de Santo António, pede-se uma intervenção rápida do Governo através da direcção regional de eco-nomia do Algarve, na resolução deste problema.

Vítor madeira

O insubmisso

para que fique bem claro, sou daque-las pessoas que acreditam, com toda a força, no valor indizível dos professo-res. Aplaudo-os de pé e durante muito, muito, tempo.

confirmo com a boca toda (como dizem os meus filhos), que uma socie-dade sã e próspera só pode existir se se derem aos professores todas as ferra-

bado de profissionais-heróis. é isso: professores são heróis, verdadeiros herÓiS, a meu ver. mas isto já era assim antes das coisas terem chegado ao ponto em que estão, cuja ponta do fio nem me atrevo a puxar. Se antes eram heróis, agora são Semi-deuses. quando lhes tiram todas as condições, autonomia, credibilidade, estatuto,

dignidade, esperança e meios de subsistência, como podem não lhes tirar também a vocação e a motiva-ção? malditos e cegos governantes e legisladores! Será que não vêem o crime que estão a cometer perante a nobreza destes heróis? Será que o seu entendimento não alcança as dramáti-cas repercussões que cada vez mais se

fazem sentir nas crianças e jovens que este país (não?) está a preparar para o futuro??? Não escrevi esta crónica para mudar a atitude dos cegos gover-nantes e ignóbeis legisladores pois sou sonhadora, mas não utópica. escrevi esta crónica para vocês, prOfeSSO-reS-herÓiS, para que cada um de vocês não se esqueça da missão linda que tem. Sei que peço demais, mas também sei que me entendem: tentem não perder a esperança; tentem não perder a motivação. Tentem continuar a iluminar, com os brilhantes raios do sol do vosso conhecimento, as mentes dos inocentes que todos os dias vos esperam depois do toque de entrada… mesmo que nem eles, por enquanto, vos saibam reconhecer o valor.

A todos deixo o meu sentido abraço.

mentas de que precisam e todo o valor que merecem que lhes seja atribuído. professores são Sóis que iluminam mentes; são guerreiros abnegados em cenários de “guerra” hostis, que não se intimidam com nada e continuam a sua missão. professores são a água e o oxigénio do conhecimento dos seus discípulos; são o exemplo mais aca-

Ana Amorim dias

O mau serviço da CP na Estação de Vila Real de Santo António

Agora que penso nisso, acho que posso dizer sem hesitações que o Sr. manuel é um dos nossos maio-res patrimónios locais. A «verdade» contida nas suas palavras quando lhe pedi para explicar, no decorrer de uma plantação de ervas aromá-ticas que teve lugar há tempos nas escolas do concelho, no âmbito de um projecto educativo sobre dos usos antigos da flora, as necessida-des que as plantas têm para se ali-mentar, o sol e a água, os nutrientes que a terra fornece. A humildade com que ele demonstrou às crianças que as plantas são como as pessoas, que elas crescem mais frondosas no meio que lhes dá mais amor, pôs-me a pensar, fez-me surgir várias ques-tões: quem é afinal «o doutor», o «douto», «aquele que sabe», aquele

que aprende nos livros ou o que aprende com a vida? que conhe-cimentos têm os doutores das uni-versidades acerca das plantas (e da vida) que o Sr. manuel não tenha há muitos anos, desde sempre? Afinal, quem sabe tudo acerca da vida das plantas? Aqueles que pro-vavelmente nunca saíram de seus gabinetes, ou o Sr. manuel que toda a vida viveu no meio delas? às vezes penso que ele próprio é uma planta com aspecto de gente, de tão bem que as conhece, de tão bem que se sente no meio delas.

Aprende-se nas universidades – instituições superiores, não é como lhes chamam?, dizia-me ele – os segredos que só os iluminados que passaram por tão ilustres institui-ções podem transmitir. durante os anos que por lá se anda tem-se a oportunidade de adquirir ideias

provenientes de vários e sapientes didactas, cujo percurso, de tonela-das e toneladas de livros, horas e horas de leituras, muitos quilóme-tros de intrincados termos e comple-xos palavreados, não se comparam ao rude percurso que o Sr. manuel trilhou. Nunca o Sr. manuel poderia aspirar a passar por tal processo e, como tal, nunca poderia ele atingir um conhecimento tão vasto quanto o dos senhores doutores. é por isso que o Sr. manuel não habita hoje, diariamente, um gabinete deco-rado com quadros caros de artistas românticos, cadeiras reclináveis e extremamente confortáveis, nem sabe usar computadores portáteis de última geração, nem conduz um carro de último modelo com ar con-dicionado e GpS, nem se interessa por poesia moderna com menções à flora ou usa uma linguagem que só

os altos quadros reconhecem. em compensação, o Sr. manuel sabe tudo sobre as plantas. conhece-lhes os nomes, sabe para que servem, como tratá-las. A vida do Sr. manuel são as plantas. A sua poesia é isso mesmo. Ver as plantas a crescer, ser capaz de lhes curar as malei-tas. Sente um prazer inexplicável em levantar-se todos os dias às seis para regar as camomilas, com muito cuidado, para não encharcar a terra, ou ver se o alecrim recebe a luz do sol em quantidades sufi-cientes para se desenvolver em perfeitas condições. calculo que goste, à sua maneira, de explicar aos netos, sempre que pode, a razão pela qual as palmeira-anãs precisam de espaço entre si, para que cresçam bonitas, sem se per-turbarem umas às outras. Não sei se o Sr. manuel tem netos mas pela

maneira como transmitiu naquele dia às crianças os seus conhecimen-tos só pode tê-los. Se não os tem, sentirá por certo um enorme prazer em oferecer aos mais novos os seus preciosos conhecimentos. Viu-se nos olhos, nas suas palavras, que continham elas próprias muito de poético, muito de biológico, muito de verdadeiro.

Apercebi-me naquele momento, de uma maneira muito mais clara, que a educação para o património passa muito por ali, pelo aproveita-mento da sabedoria destas pessoas, dos seus saberes desinteressados, autênticos, pelo valor humano, pela sapiência que ultrapassa em muito a vocação de alguém que, a deter-minado momento da sua vida, deci-diu seguir um caminho que muito facilmente poderia ter sido outro, completamente diferente. foi essa a lição que, o Sr. manuel, sem se aperceber, naquele dia, me propor-cionou. muito mais valiosa do que um semestre inteiro de aulas. As plantas e o Sr. manuel: uma única coisa, fundida e explicada em três palavras que se completam: amor, verdade, modéstia. espero que nunca falte água ao Sr. manuel.

miguel Godinho

Lição

Uma carta aos professores

* Os autores não escrevem ao abrigo do acordo ortográfico

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4 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2012

melhores alunos emGuimarães

Reutilização de materiais escolares na biblioteca

Jovens castro-marinenses foram a Bruxelas depois de vencerem «entre Palavras»

EDUCAÇÃO/JUVENTUDE

A câmara municipal de castro marim distinguiu os melhores alunos da escola eb/2,3 do conce-lho com uma viagem à cidade de Guimarães, «capital europeia da cultura 2012». Nesta deslocação, no último fim-de-semana de junho os 15 melhores alunos de cada uma das turmas da escola eb/2,3 de castro marim, foram acompa-nhados pelo Vereador da câmara municipal, Nuno pereira, pela fun-cionária da autarquia, fátima faria e pelos professores Ângelo Graça e rosa Teixeira Nunes.

durante os três dias da estadia em Guimarães, os alunos, em ambiente de festa e grande euforia, visitaram as principais praças e ruas do centro histórico da cidade, incluindo o cas-telo e o paço dos duques de bra-gança. A viagem de teleférico, na subida ao monte da penha, foi con-tagiante para os jovens castromari-nenses. Outro dos momentos altos da sua passagem por esta cidade, foi a visita à exposição José de Guima-rães que apresenta o valioso acervo deste artista plástico da cidade. esta é uma mostra que, segundo a crítica, é considerada como um dos ícones da «capital europeia da cultura». Também o concerto de música de paula Teixeira, no centro cultural Vila flor, conquistou os alunos com um espetáculo dedicado à inclusão, onde além da audição da música, os alunos puderam participar ati-vamente no mesmo, recorrendo à linguagem gestual.

apelo é massivo para que todas as famílias participem nesta ideia de reutilização; a meta é que sejam beneficiados os alunos naturais de VrSA ou frequentadores de escolas do concelho.

Até ao passado dia 31 de julho decorreu a entrega de livros, manuais e gramáticas escolares para este banco simultaneamente solidário e ecológico.

A biblioteca municipal de Vila real de Santo António quer «dar de Volta» a quem, por necessidade ou convicção, aposte na reutili-zação dos manuais, gramáticas e dicionários escolares. Uma medida não apenas anticrise, mas também ecológica.A partir do próximo dia 13 de agosto, a biblioteca municipal Vicente campinas estará em con-dições de receber pedidos para a aquisição gratuita de manuais, dicionários e gramáticas de uso escolar. Um banco disponível para todos os que optem pela reutiliza-ção. de acordo com as promotoras desta iniciativa “vai ser dada priori-dade a quem contribua na entrega”. Assunção constantino e mariana rego são as coordenadoras desta biblioteca em Vila real de Santo António e lembram que a inicia-tiva permitirá “uma economia de recursos, decerto bem-vinda para as famílias, em especial nos tempos que correm, assim como, uma pou-pança de papel, ecologicamente louvável”.

Os materiais escolares em causa estão a ser integrados numa base de dados, podendo ser solicitados na biblioteca para que estejam disponíveis para requisição. O

Na bagagem André Torrinha, Gonçalo pereira, inês André e Vanessa pereira, do Agrupamento de escolas de castro marim, leva-ram muita expetativa e trouxeram novas experiências. A ida até bru-xelas foi «suada» já que a ganharam num concurso de âmbito nacional, depois da elaboração de uma tese sobre a criatividade.

O percurso que se mostrava risonho começou a desenhar-se na eliminatória distrital do «entre palavras – fórum de leitura e debate de ideias», que decorreu no concelho de Albufeira. Na final, em braga, o júri rendeu-se à tese que os alunos castro-marinenses defenderam sobre a criatividade. O «entre palavras» é um concurso promovido pelo Jornal de Notícias, com os apoios da rádio e Televi-são de portugal (rTp), do plano

Nacional de leitura e do parla-mento europeu e que leva a cabo dois campeonatos: um de debate e outro de escrita. “Se na fase de debate não nos saímos tão bem, o trabalho escrito acerca de um dos temas do concurso – a criatividade – agradou bastante o júri”, conta o professor pedro Tavares em entre-vista ao JbG, enquanto os alunos já estavam a gozar as merecidas férias. O docente recorda que a eb 2,3 de castro marim já participa neste concurso há três anos e nos anos anteriores conseguiu sempre chegar à final no campeonato do debate. desta vez foi a escrita que levou a equipa castro-marinense à vitória depois de uma final dispu-tada por 35 escolas.

Os alunos de castro marim ela-boraram uma tese onde se procura saber o que pesa mais para o ser

humano ser criativo: se a motiva-ção se as capacidades cognitivas. A conclusão a que chegaram é que ambas são importantes dependendo da pessoa; “se for uma pessoa com mais capacidades cognitivas tem de estar motivada, mas se por sua vez já for uma pessoa motivada tem de estimular as capacidades cogniti-vas”, explica o professor. Ou seja, a

criatividade não é algo espontâneo; tem que ser trabalhada. A própria apresentação da tese foi criativa, já que os jovens começaram e ter-minaram-na com a leitura do texto em hip-hop.

A viagem

A equipa vencedora seguiu para

bruxelas a 25 de junho e regres-sou a 27 do mesmo mês. realizou a viagem com as duas restantes equipas vencedoras - do colégio de Vizela e da e.b. 2,3 Alfredo Silveira, Seixal, Setúbal. esta experiência permitiu a vivência de momen-tos ímpares e o conhecimento de novas culturas e modos de vida. Os alunos premiados mostraram-se radiantes pela multiculturalidade que vivenciaram na visita ao parla-mento europeu, à capital belga e à cidade de bruges, aguçando o espí-rito para conhecer outros países e outras culturas, com o mesmo empenho e dedicação com os quais defenderam as suas ideias.

A participação neste concurso anual conta com o apoio da dire-ção do agrupamento de escolas e da câmara municipal de castro marim.

Castro Marim

Iniciativa é económica e ecológica

Prémio foi atribuído aos melhores alunos de Alcoutim

Quatro alunos ganharam viagem com tese sobre criatividade

Quatro alunos de 14 anos foram até Bruxelas, na Bélgica, numa visita ganha no concurso nacional «entre Palavras». Partiram de castro marim a 25 e regressaram a 27 de junho.

VRSA

A Junta de freguesia alcouteneja, após a atribuição dos prémios do melhor aluno de cada ano da escola básica integrada de Alcoutim, em vales no valor de 25 a 50 euros (1º ao 9º anos). Ofereceu complemen-tarmente aos citados alunos uma atividade aquática, que decorreu no dia 13 de julho no parque aquá-tico «Aqualand» em Alcantarilha. Os alunos desfrutaram de todos os equipamentos e do almoço.

Acompanharam os alunos neste passeio, o secretário e tesoureira da junta de freguesia respetivamente epifânio Vicente e Vera Afonso que zelaram pela segurança e bem-estar destes alunos premiados.

Os alunos premiados e partici-pantes foram os seguintes: 1º ano – edgar rodrigues; 2º ano – maya; 3º ano – Ana lúcia; 4º ano – daniela mestre; 6º ano - Ana filipa; 7º ano – elisa faro; 9º ano – pedro Vicente.

Junta de freguesia leva jovens ao «Aqualand»

Alcoutim

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 5

casas podem ser arrendadas mais baratas até 30%

LOCAL

A câmara municipal de Vila real de Santo António aderiu ao mer-cado Social de Arrendamento. A iniciativa destina-se a superar a crise. entre os 60 municípios que aderiram à iniciativa do ministério de Segurança e Solidariedade Social está Vila real de Santo António. A medida arrancou a 26 de junho e na globalidade o programa vai colocar no mercado mais de 800 imóveis, através de um fundo de arrenda-mento superior a 100 milhões de euros.

Os agregados compostos ou que tenham a seu cargo pessoas com deficiência idosos e filhos depen-dentes, têm prioridade no acesso a rendas até 30 por cento abaixo

do valor de mercado. O objetivo é que algumas das casas que acabam por ser entregues aos bancos, por falta de pagamento de empréstimo, passem a ser disponibilizadas a jovens casais ou famílias de classe média que não estão em condições de aceder à habitação social, mas também não auferem rendimentos para pagar uma renda no mercado livre.

para luís Gomes, presidente da câmara municipal de Vila real de Santo António, “as medidas vêm ainda introduzir um critério de jus-tiça social, ao facilitarem acesso a um bem fundamental como a habi-tação, ao mesmo tempo que dão um impulso ao já debilitado setor

da construção”.de referir que o mercado social de

arrendamento resulta de uma parce-ria entre o estado e sete instituições bancárias, associadas ao instituto de Gestão financeira da Segurança

Social e ao instituto da habitação e da reabilitação Urbana (ihrU). A medida está inscrita no programa de emergência Social, apresentado em agosto, do ano passado, pelo ministro pedro mota Soares.

Vila Real de Santo António aderiu a nova medida do Governo

IefP e câmara lançam nova estratégia para combater desemprego

Na cerimónia de apresentação do «plano local de emprego» de VrSA esteve presente o secretário de estado do emprego, pedro Silva martins. O governante, foi, de resto, vaiado por vários manifestantes que, à porta da biblioteca municipal Vicente campi-nas, se concentraram para mostrar o seu desagrado sobre o constante aumento de desemprego, cuja taxa em Vila real de Santo António apro-xima-se dos 20%.

Já na cerimónia, luís Gomes, pre-sidente da câmara municipal de Vila real de Santo António, sublinhou que “mais do que um conjunto de ideias no papel, o plano apresen-tado assenta numa vertente prática e tem objetivos claros: a redução do desemprego em VrSA, o aumento da formação e a diversificação dos setores de atividade local com vista a criar novos postos de trabalho”.

Adiantou que duas das várias medidas projetadas para fomentar o emprego estão já a ser levadas a cabo, enumerando um curso de formação de animação turística para jovens à procura do primeiro emprego, e os quiosques no centro histórico que procuram dar oportu-nidade de venda a produtos varia-dos em pleno centro comercial a céu aberto.

Aposta na formação e recursos locais

A estratégia apresentada integra e valoriza recursos locais e aposta na formação como ferramenta para aumentar emprego qualificado. depois de protocolado em 2011, entre o município vila-realense e o instituto de emprego e formação profissional (iefp), este plano foi

elaborado por uma equipa do insti-tuto de estudos regionais e Urbanos da Universidade de coimbra (ierU), liderada pelo professor henrique Albergaria, que começou por efetuar um diagnóstico completo às carac-terísticas económicas e territoriais do concelho de VrSA e as cruzou com a situação atual do mercado de trabalho. depois foram realizadas sessões abertas à sociedade civil, às ipSS’s, aos agentes económicos e aos decisores políticos, através das quais foi estabelecido um plano de trabalho, cuja versão final foi, a 6 de julho, apresentada ao Secretário de estado do emprego, pedro Silva mar-tins. “de forma a garantir soluções práticas e não apenas académicas, o plano local de emprego adapta-se à realidade de Vila real de Santo António, mas não deixa de estar em linha com as políticas nacionais para o crescimento económico e do emprego”, garante luís Gomes, que assegura que “a autarquia, tendo em conta a sua matriz social, não pode-ria limitar-se a assistir ao aumento das estatísticas do desemprego local, cujas causas não são alheias à crise nacional e europeia”. por sua vez, o secretário de estado lembrou que “apesar do programa de assistência financeira a portugal, verificamos que existe uma rede de bons exem-plos baseados numa vertente prática e que há motivação por parte dos municípios para vencer os desafios com que se confrontam”. Na mesma sequência, o governante afirmou que o Algarve é a terceira zona do país com mais beneficiários da medida «estímulo 2012» [apoio financeiro do estado a empresas que contratem desempregados em situação vulnerá-vel], ao abrigo da qual já se criaram

800 postos de trabalho.

Valorizar os recursos endógenos

para se adaptar à realidade conce-

lhia, o plano de emprego identifica os principais setores estratégicos locais – o turismo, a pesca e a indústria – e sugere um conjunto de medidas para os valorizar. Numa outra ótica, faz um levantamento dos recursos endógenos e materiais existentes, tendo as antigas fábricas e armazéns, o complexo desportivo, a marina, o parque de campismo, o porto de pesca, as praias, o rio Guadiana, os estaleiros navais e a baixa comercial sido considerados como os itens com maior potencial a explorar nos próximos anos.

Outras das metas apontadas é o aumento das relações fronteiriças e comerciais com espanha e com o importante mercado da Andalu-zia.

PS e PSD esgrimem

argumentos à volta da iniciativa

depois de apresentado o «plano local de emprego» o partido Socia-lista lançou um comunicado de imprensa onde se congratula com o seguimento dado ao mesmo, lem-brando que a ideia de sua criação é da autoria da concelhia rosa. contudo, considera que este plano “peca por vir tarde demais”, acres-centando que “ o executivo de luís Gomes preferiu ignorar a proposta do pS, preferindo deixar o concelho chegar a este estado lastimoso”.

por seu lado, o pSd não deixou o pS sem resposta, lançando um comunicado de imprensa, consi-derando “ infundadas e falsas as declarações da concelhia do pS de VrSA que “incompreensivelmente, vem acusar a autarquia pelos níveis de desemprego no concelho, esquecendo a pesada herança que a governação socialista deixou e que obrigou o país a um pedido de assistência financeira.

VRSA

Plano de Emprego aposta nos recursos endógenos e formação

No dia 6 de julho foi apresentado em Vila Real de santo António uma medida que a autarquia considera “pioneira”. criar emprego é a meta ambiciosa do «Plano Local de emprego».

em maio de 2011 o provedor da Santa casa da misericórdia de castro marim, José cabrita, lamen-tava em entrevista ao JbG facto de a Segurança Social não ter estabe-lecido nenhum protocolo com esta instituição particular de Solidarie-dade Social (ipSS) que lidera para que disponibilizasse uma majoração para prestação de apoio domiciliário aos fins-de-semana e feriados.

entretanto, o provedor e a mesa Administrativa entenderam que a situação era insustentável e em articulação com os utentes reajusta-ram-se os valores pagos e este apoio já é dado naqueles períodos. “Não temos o apoio da Segurança Social, mas os utentes também vivem aos fins-de-semana e feriados e não podíamos manter esta situação”, refere o provedor que considera esta uma “conquista importante”.

Refeitório Social

A pobreza tem aumentado também no concelho de castro marim, o que tem levado a um aumento do número de pessoas a recorrer a refeições. “A Santa casa da misericórdia de castro marim está a fornecer a número signifi-cativo de pessoas refeições e isso tem custos”, lembra o provedor António cabrita que promete não baixar os braços para “ajudar os castro-marinenses”.

santa casacom apoio domiciliário ao fim de semana

Castro Marim

Alcoutim

cais de Laranjeiras em construção A povoação de laranjeiras, na fre-guesia de Alcoutim, vai ter um novo cais. A obra é da câmara municipal de Alcoutim e foi adjudicada por cerca de 100 mil euros.

A obra vai transformar o espaço do cais num local de lazer e convívio, com mais conforto e modernidade, à semelhança da intervenção já concluída no cais de Guerreiros do rio.

O arranjo paisagístico contem-pla a criação de mais zonas de sombra, de um percurso pedo-nal e zona de campo de jogos e a instalação de um quiosque, com sanitários, esplanada e parque de merendas (equipado com foga-reiros).

A infraestrutura deverá estar concluída até ao final de 2012.

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LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

La banda musical de la ciudad de Isla cristina

Del fado y la copla…

La Hortensia Por un millon de pasos

Aclaracion

numerosos eventos y festivales de carácter nacional e internacional como el festival de bandas de Aza-ruja en évora, en la inauguración de la expo92 en Sevilla, en fran-cia, en el certamen de bandas de música de ronda, en la provincia de málaga, y en los tradicionales desfiles procesionales de Semana Santa en numerosas localidades como dos hermanas, Almonte, Ayamonte, Valverde del camino, San roque, en la provincia de cádiz etc…

en 2009 obtuvieron el primer premio en el prestigioso certamen internacional de música “ciudad de Valencia”.

También en portugal, actuaron en el centro cultural “Antonio Aleixo” de la ciudad fronteriza de Vila real de Sto.Antonio.

felicitaciones a esta fantás-tica banda y a su director, por su brillante recorrido, por los éxitos alcanzados y sobre todo, por esa maravillosa pasión que los une a todos: el amor por la música.

en la ciudad vecina de isla cristina, en la comarca de la costa Occiden-tal, fue creada en 1985 la banda musical de esta ciudad.

Ofrecieron su primer concierto en 1987 y, en la actualidad, cuenta con 65 miembros, siendo su director francisco Andrés de la poza, que dirige esta banda desde 1988, aunque ocupando, al mismo tiempo, plaza en la banda Sinfónica municipal de huelva, capital.

A lo largo de estos años, y bajo su dirección han participado en

durante el verano y con ocasión del buen tiempo, se organizan nume-rosos eventos a un lado y otro de las comunidades de la frontera hispano-lusa y, por extensión, en otras ciudades,donde se dan cita estas dos manifestaciones artísticas tan conocidas: el fado y la copla.

el fado representa por unanimi-dad al país vecino, portugal y la copla está identificada con el Sur de españa.

Sin embargo, el origen de cada uno, es muy diferente y nada tiene en común. Salvo que son dos expre-siones típicamente ibéricas.

el fado, aunque su origen sea incierto, aparece en los ambientes marginales de la ciudad de lisboa, donde la delincuencia y la holganza era frecuente, y en los barrios mas característicos de esta urbe como

la hortensia es una planta originaria del sur y este de Asia, e incluye mas de cien especies de variedades. producen flores desde el inicio de la primavera hasta finales de otoño.

la hortensia es conocida por la “amante del agua” debido a que necesita grandes cantidades de ésta, para desarrollarse. Se debe quitar las hojas que amarillean y las partes que no florezcan para evitar el gasto de energías. las ramas se deben cortar, siempre, por encima de los brotes, que, en ésta planta, crecen de dos en dos.

la Junta de Andalucía ha desar-rollado un programa de promo-ción de la actividad física titulado “por un millón de pasos”, con la participación de diversos colec-tivos, asociaciones o grupos. es una iniciativa de la consejería de Salud de Junta de Andalucía y se lleva a cabo, desde 2008, en mas 100 localidades andaluzas con un excelente resultado. el programa consiste en conseguir este reto de pasos durante un mes, caminando en grupos por los senderos y cami-nos de su municipio. los pasos son medidos con un podómetro u otro medio. el municipio de Ayamonte también se adhirió a este programa y ha organizado numerosas rutas como la ruta de los monumentos, la de las iglesias, las marismas…; la próxima será la ruta nocturna en las salinas del duque, el 2 de Agosto en la barriada de punta del moral con un recorrido de 6

Es obligado desde esta página del Andévalo Occidental, pedir disculpas al amigo Fernando Pessanha, colabo-rador de este Jornal, por el

“lapsus”cometido en su iden-tidad. Error que, a partir de ahora, sera mas difícil cometer, gracias al envío y la corrección anticipada

por parte de la redacción del Jornal. Reitero mis dis-culpas.

Km.esta iniciativa persigue mejo-rar las relaciones sociales de los participantes y un mayor incre-mento de la autonomía en estas caminadas y concienciarse de los beneficios del senderismo.

la Asociación de los “Amigos de la Villa”, en este municipio, consi-guieron 2,077.211 pasos.

en un acto publico se entregan diplomas de reconocimiento a los grupos o personas participantes.

Se puede podar a finales de invierno, cuando hayan pasado los fríos y la planta esté preparada para salir del periodo de “dormancia”, es decir mientras permanezca inac-tiva.

producen flores desde el inicio de la primavera hasta finales de otoño que se encuentran agrupadas en ramas.

las flores pueden ser de muy diver-sas coloraciones…azules, anaranja-das, rosáceas … según el abono o fertilizante que reciban y la cualidad d la tierra; sobre todo si son ricos en nitrogeno y fósforo.

Alfama, barrio Alto…, hasta que el público urbano los descubre como originalidad y lo van convirtiendo, a lo largo de los años, en la “quinta esencia” del alma popular y nacio-nal; como sucedió en Grecia, con el rebético y al otro lado del Atlán-tico, en la Argentina, con el tango, siempre asociado a los bajos fondos arrabaleros de la ciudad de buenos Aires.

la copla, en cambio, nace en los teatros, de la mano de cantan-tes, ya, consagradas por el gran publico burgués, que acudía a estos; su antecedente es el cuplé importado de francia que, se fue naturalizando, poco a poco, y per-diendo su aire de origen afrance-sado. la palabra copla procede del francés “couplet”, que se aplica a una canción corta y ligera.

las primeras artistas conocidas que la interpretaron fueron las gran-des divas como raquel meyer, la bella “lulú”, la mítica “fornarina”, pastora imperio, la Argentinita y un buen número más de ellas.

Sus atuendos o trajes, pasaron, a primeros del siglo XX, a ser de inspiración andaluza: volantes, mantillas de blonda cubriéndole la cabeza, mantón de manila, flores…

después de la guerra civil española, en 1936, y una fuerte censura en las letras de las cancio-nes, surge la figura de la “tonadil-lera” o folclórica con “bata de cola”, peineta y clavel rojo en el pelo.

la copla es totalmente de natura-leza andaluza, y sus compositores y letristas, también lo son, tal es el caso de rafael de león, autor

de numerosos éxitos inolvidables, quiroga, XandroValerio, poeta y compositor, nacido de moguer, huelva, en 1886.

Actualmente este género, evo-luciona con fusiones hacia otras

corrientes musicales como el jazz, pop-rock o el tango, con figuras tan conocidas e internacionales como la polifacética “martirio”, cantante nacida de huelva, o las malagueñas pasión Vega y diana Navarro.

La visita transcurrió por los lugares mas emblemáticos de Ayamonte

Durante el verano y con ocasión del buen tiempo, se organizan numerosos eventos a un lado y otro de las comunidades de la frontera hispano-lusa

Caminata integrada en el programa Por un millon de pasos

La hortensia es una planta originaria del sur y este de Asia

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 7

LOCAL

Excursão juntou cerca de 40 pessoas de ambos os lados do Guadiana

Associação espanhola foi criada em dezembro de 2011

A Associação Transfronteiriça Alcou-tim Sanlúcar (ATAS) organizou no dia 30 de junho, em parceria com o município de Alcoutim, uma «excur-são Transfronteiriça» ao patrimó-nio histórico, natural e cultural de faro.

cerca de 40 pessoas, de ambos os lados do rio, maioritariamente de espanha, aderiram a esta iniciativa. foi um dia de partilha e experiência intercultural que começou com a visita à zona histórica da cidade, à Sé catedral e ao seu museu. realizou-se uma visita guiada ao museu municipal de faro, cujas exposições de arqueologia muito interessaram os participantes espa-nhóis, que não hesitaram em fazer perguntas aos guias. Ao almoço de confraternização seguiu-se uma ida

A proximidade cria laços muito fortes entre os habitantes das vilas raianas de Alcoutim e Sanlúcar do Guadiana. Ambos os povoados ambicionam maior acessibilidade, reivindicando há muitos anos a construção de uma ponte que ligue as duas margens. Uma vez que essa infraestrutura não parece estar nos planos dos Governos de ambos os países tem cabido às populações elevar essa proximidade, não dei-xando cair a relação que desde sempre uniu povos vizinhos que se cruzam em muitas situações, entre elas o estabelecimento de laços afe-tivos e familiares.

mais recentemente surgiu do lado de lá a associação «la Viñavilla» que tem como grande objetivo ajudar ao desenvolvimento das zonas rurais. Tal como explica Júlio cardoso, “a atividade da associação dedicar-se-á inicialmente ao povoado de San lúcar”. Aos poucos a asso-ciação vai-se desenvolvendo e aos poucos também vai cativando os vizinhos alcoutenejos para as suas atividades. “queremos ser um polo dinamizador também da vila-irmã de Alcoutim”, avança, assim, Júlio cardoso a ambição da associação que ajudou a fundar. profundo conhecedor das duas realidades ribeirinhas [vive em Sanlúcar e trabalha em Alcoutim há 15 anos], está empenhado, em conjunto com os restantes dirigentes da associa-ção, em aproximar mais espanhóis

e portugueses envolta de ativida-des que não só desenvolvam, mas também promovam e cativem aten-ções, de turistas e não só.

Júlio cardoso observa que as relações entre os alcoutenejos e os sanluqueños têm-se esmore-cido ao longo dos anos. “há 15 anos atrás o tráfego que havia no rio era bem maior; antes as pes-soas partilhavam mais momentos juntos e agora isso já não acontece”. este lisboeta que optou por mudar a sua vida para o baixo Guadiana nota que “são cada vez menos as pessoas de Alcoutim que vão às festas de Sanlúcar, e também de espanha vêm menos às festas do lado português”. Ora a associação

que dirige pretende inverter o rumo dos factos e já estabeleceu contacto com a Associação Transfrontei-riça Alcoutim-San lúcar (ATAS), sedeada em Alcoutim, nesse sen-tido

Guadiana é elemento comum

O rio Guadiana é o elemento comum que une Sanlúcar e Alcou-tim. Uma das atividades que a asso-ciação espanhola está a levar a cabo é a prática de aulas de canoagem de jovens saluqueños no Grupo desportivo de Alcoutim (GdA). O protocolo entre as duas entidades é generoso, já que não acarreta qual-

quer custo para os praticantes. “esta é também uma forma de promover-mos a relação entre os jovens das duas margens do rio”, explica.

Uma das primeiras atividades de «la Viñavila», que para já não conta com qualquer apoio, foi a produção de um calendário para 2012 repleto de fotografias antigas da população, sendo que muitas delas mostram os vizinhos espanhóis nas festas de Alcoutim.

O desenvolvimento sustentável é um dos pontos-chaves da atividade da associação «la Viñavilla» e por isso a entidade está empenhada em levar a cabo ações que promovam turisticamente a vila. em fecho da edição do JbG Júlio cardoso e a

equipa estavam a preparar a candi-datura para que Sanlúcar do Gua-diana fosse selecionada no âmbito da campanha «pueblos Adotivos», da marca «Aquarius». Uma cam-panha de promoção que pretende dar como destinos adotivos lugares que acolherão da melhor maneira e com promoções os «órfãos» que não têm terra para ir passar o fim-de-semana ou as férias.de referir que Sanlúcar tem cerca de 300 habi-tantes e muitos são imigrantes que escolheram esta terra para viver. e por isso a atividade da «Viñavilla», criada em dezembro de 2011 passa por cativar também os estrangei-ros que aqui residem”, remata Júlio cardoso.

à ilha de faro, que muitos ainda não conheciam.

Procissão no Rio Guadiana (Alcoutim –Sanlúcar)

entretanto, a ATAS continua com a sua dinâmica e já no próximo dia 15 de Agosto pelas 18h vai realizar-se a «procissão de Nossa Senhora do carmo, Virgem dos marinheiros». A travessia desta procissão tem sido organizada pela Associação Transfronteiriça Alcoutim San-lúcar (ATAS) e é considerada um momento de união religiosa e cul-tural entre as duas comunidades transfronteiriças.Na sequência da Semana cultural de Sanlúcar, este ano o dia dedicado a portugal será na 5ª-feira 16 de

AtAs organizou excursão transfronteiriçae prepara procissão no Guadiana

«La Viñavilla» quer melhorar relações entre Alcoutim e sanLúcar «La Viñavila» nasceu do outro lado do rio Guadiana. trata-se de uma associação para o desenvolvimento sociocultural e para a promoção de zonas rurais. O seu objetivo não passa apenas por espanha, mas também por ajudar à promoção da terra raiana portuguesa de Alcoutim.

Agosto. para comemorar este dia haverá a actuação do rancho fol-clórico de martinlongo pelas 21.30 (hora portuguesa) na praça em San-lúcar de Guadiana.

A Associação ATAS existe desde 1999 e teve na sua génese a demonstração às autoridades de lisboa, madrid e Sevilha de que a ponte Alcoutim-Sanlúcar é uma aspiração da população das duas vilas banhadas pela Guadiana. O contexto político mudou e outras pontes culturais foram tomando forma. desde 2009 que a ATAS tem desenvolvido atividades com maior frequência no sentido de aproximar cultural e socialmente Alcoutim e Sanlúcar de Guadiana.

Saiba mais em: www.atas-iberia.com

Alcoutim

«La Viñavilla» quer integrar estrangeiros residente em Sanlúcar

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GRANDE REPORTAGEM

fogo consumiu 500 hectares de terrenos entre Almada D’Ouro e Vale das Zorras No mesmo dia, e praticamente à mesma hora, deflagraram dois incêndios em castro marim. Um na localidade de Vale das Zorras, mas que afetou também monte francisco e Junqueira, e outro em Almada D’Ouro que chegou ao Azinhal. chegaram a estar no terreno, para além dos meios terrestres, cinco meios aéreos que foram desmobilizados do grande incêndio que lavrava há mais de 24 horas em tavira. estiveram em perigo habitações e foram consumidos pelas chamas 500 hectares de serra, entre eles sustento. A Proteção civil de castro marim critica “desorientação do comando distrital”, enaltecendo o “estoicismo” de populares, associações de caçadores e equipa de sapadores florestais. O município ainda está a fazer as contas aos prejuízos causados. Já no empreendimento «castro marim Golfe» o JBG sabe que o fogo causou danos a rondar os 150 mil euros.

Susana de Sousa

facto de a zona ser de enorme densi-dade de combustível, levaram a que não tivesse sido possível controlar de início e, portanto, o fogo tivesse ganho grandes dimensões. Aqui as casas estiveram em risco e valeu a pronta atuação dos caçadores, sapadores “que chegaram a estar acompanhados por apenas um bom-beiro e sem meios”, relata o autarca castro-marinense.

Simultaneamente, e a cerca de 12 quilómetros, no sítio de Vale das Zorras deflagrou o outro incêndio com aglomerados por perto, onde as pessoas lutaram para que o fogo não afetasse as suas casas. Também aqui “os meios colocados à disposi-ção foram largamente insuficientes”, acusa o responsável pela proteção civil castro-marinense. mais uma vez a força da população foi fun-damental.

Enfrentar o fogo no concelho vizinho

foram dois dias de muita luta contra os incêndios, já que para além dos fogos que surgiram no concelho a 19 de julho, no dia seguinte, pelas 17 horas, às portas do concelho lavrava outro fogo, desta vez na localidade tavirense de portela das corcha, tendo a equipa de sapadores de castro marim estado nesta frente de fogo. é que a escassos 12 quilómetros o fogo ameaçava entrar pelo concelho de castro marim. José estevens relata que naquela frente não havia qualquer meio de combate ao incêndio da parte do comando distrital. Garante que estiveram ali cerca de 80 homens sob a coordenação da proteção civil do concelho que tiveram uma intervenção de ajuda às populações de Tafe e de portela da corcha. esta frente por momentos ganhou enormes dimensões e, caso as condições de vento não se alterassem o fogo rapidamente entraria pelo

concelho castromarinense. estes homens ali estiveram desde o fim de sexta-feira e madrugada de sábado, tendo conseguido estancar o fogo sem que este entrasse no concelho castro-marinense. “Apesar dos cerca de mil homens que estavam no terreno a tentar apagar o fogo em Tavira e São brás de Alportel [onde ardeu cerca de um terço de cada concelho]ali chegaram alguns bombeiros em número suficiente, mas numa fase de rescaldo. Antes os bombeiros eram em número insuficiente e sem meios”, indigna-se José estevens depois de dois dias de grandes dificuldades para combater os incêndios que surgiam em catadupa.

Pronta atuação das Associações de Caça

em castro marim, no seguimento dos dois incêndios que deflagraram a 19 de Julho passado, e com apenas meia hora de hiato, chegou-se a temer o pior, lembrando 2004; ano último dos piores registos. As populações de Vale das Zorras, Jun-queira, monte francisco, Azinhal e Almada d’Ouro viram as labaredas chegar até perto das suas casas e, já impressionadas com as notícias que vinham do concelho vizinho de Tavira, começaram a entrar em pânico. O JbG esteve em contacto permanente com a proteção civil dos concelhos de castro marim e Vila real de Santo António (VrSA) e sabe que, por outras localidades por onde o fumo se alastrava, os populares estavam convictos que o fogo também estaria, descontrola-damente, a chegar às suas portas. eduardo bonança, coordenador da proteção civil de VrSA, com o vento a trazer para estes lados o fumo e as cinzas das chamas que lavraram na serra do caldeirão [concelhos de Tavira e São brás de Alportel], dava-nos conta das muitas chama-das de aflição em que as populações temiam que o fogo estivesse a chegar a VrSA e castro marim.

No segundo dia do devastador incêndio de Tavira, onde no total arderam cerca de 21 mil hectares de serra, castro marim era um con-celho também em chamas. primeiro o fogo começou em Almada d’Ouro, freguesia do Azinhal, por volta das 14h30, e depois, passada cerca de meia hora, deflagrou na localidade de Vale das Zorras, freguesia de castro marim. de vários pontos do concelho era visível o fogo a alas-trar em Tavira e a ganhar dimensão por aqui. mas com um incêndio tão grande na serra do caldeirão não era previsível que dois focos dis-tintos e simultâneos surgissem em castro marim. Várias são as pessoas que não têm dúvidas em apontar o dedo a mão criminosa, embora nada

esteja ainda provado. em Almada d’Ouro arderam

cerca de 400 hectares de floresta em terreno muito acidentado e com grande densidade. muitas azi-nheiras, oliveiras e alfarrobeiras, também muito mato na zona das ribeiras e barrancos e muitas canas. José estevens, presidente da câmara municipal de castro marim, e res-ponsável máximo da proteção civil no concelho, lembra as “dimensões dantescas” que o fogo ganhou rapi-damente.

inicialmente o incêndio foi ata-cado de forma pronta e intensa por dois helicópteros e três aviões que estavam a operar em Tavira e que foram deslocados para o local. mas viriam a manifestar-se insuficientes para travar as chamas, valendo a alteração do vento e muita dispo-sição de locais e de associações de caçadores que, munidos com algu-mas ferramentas, conseguiram, numa primeira fase, controlar o fogo e posteriormente dominá-lo. “quando o fogo começou a amea-çar as primeiras casas em Almada d’Ouro os meios aéreos foram reti-rados, tendo chegado mais tarde e com pouca coordenação meios ter-restres que depois apenas tiveram intervenção na fase de rescaldo; porque enquanto se alinharam e reabasteceram foi a população local, juntamente com bombeiros e os sapadores de castro marim que controlaram o fogo”. José estevens critica a atuação do comando distri-tal da proteção civil; esperava “mais dos bombeiros no terreno”, tendo sentido que “havia alguma deso-rientação” e que “falhava contacto com comando distrital”. O autarca enaltece “o enorme voluntarismo da população que juntamente com os bombeiros no terreno e os sapadores florestais de castro marim travaram abnegadamente o fogo”.

em Almada d’Ouro as condições de fogo e de vento, bem como o

“Havia alguma desorientação [...] falhava contacto com comando distrital” José Estevens, edil Castro Marim

Não há memória [em Almada D’Ouro] de um incêndio assim”

Damião Fernandes, residente

“150 mil euros [de prejuízo] – entre zonas de campo que arderam, replantação, materiais que se perderam, bombas de água, tubagens, buggies e água”

Ricardo Cipriano, diretor-geral

«Castro Marim Golfe»,

Damião fernandes (na primeira foto em cima) apanhou um grande susto quando viu o fogo chegar bem perto das casas em Almada D’Ouro. em 81 anos de vida não se lembra de um cenário tão assustador. Para Ricardo cipriano, diretor-geral do «castro marim Golfe (quinta fotografia, a contar de cima), valeu o avião canadair para ajudar que o incêndio no Vale das Zorras não tomasse maiores proporções, lembrando que o sentido do vento também se mostrou favorável para que o fogo não se dirigisse para as moradfias. A equipa de sapadores florestais de castro marim foi fundamental num terreno que conhece bem. chegou também a atacar o fogo em Portela da corcha, em tavira, para que não irrompesse pelo concelho castromarinense.

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GRANDE REPORTAGEM

fogo consumiu 500 hectares de terrenos entre Almada D’Ouro e Vale das Zorras

O elogio deste autarca vai clara-mente para a pronta atuação das associações de caça do concelho. “Os caçadores conhecem o terreno como ninguém e têm uma grande relação de afeto com o território, tendo agido de um modo verdadei-ramente abnegado, o que fez com que o fogo tivesse ficado controlado numa importante cintura”, refere o responsável, dando conta que o que mais se temeu foi que o fogo entrasse nas matas das «Terras da Ordem», onde os danos poderiam ser muito maiores. de referir que há alguns anos atrás a câmara municipal de castro marim cedeu às associações de caça concelhias equipamento onde se inclui um depósito, uma auto-bomba e man-gueiras que, no caso do fogo regis-

tado nos últimos dias de julho, se mostraram determinantes.

Aposta nos meios locais

Os incêndios de 19 e 20 de Julho foram combatidos por cerca de 50 homens da autarquia apoiados por diversas viaturas que foram refor-çadas nesses dias. José estevens não tem dúvidas em afirmar que o caminho é apostar cada vez mais nos meios locais; desde logo num reforço do equipamento às associa-ções de caça e na equipa de sapa-dores florestais que no Verão está em prevenção 24 sobre 24 horas. “Já que estas equipas conhecem bem o território a que estão liga-dos afetivamente também, sendo que a proximidade permite uma operacionalização muito rápida”,

evidencia. de referir que este ano já tinham sido registados outros focos de incêndio em castro marim, mas que rapidamente foram controla-dos, nomeadamente na localidade de Vale das Zorras, em meados de julho, onde foi chamado a intervir o helicóptero da proteção civil esta-cionado em cachopo.

quanto aos prejuízos causados no município ainda não foram avan-çados valores da parte da câmara municipal.

Não há memória de um incêndio assim

em Almada d’Ouro moram no máximo 30 pessoas de idades já bem avançadas. damião fernandes tem 81 anos e foi um dos habitantes que, apoiado pela GNr, saiu da sua casa

que estava em perigo e veio para a rua em sobressalto com medo que as chamas consumissem as habitações e colocassem a sua vida e dos conter-râneos em risco. Garante que não se lembra de um fogo desta dimensão naquela aldeia. do fogo que ganhou proporções dantescas a 19 de julho fica o trauma e o medo que se repita. “é triste olhar para esta paisagem agora”, testemunha entristecido por agora a paisagem ser escura, mesmo durante o dia. A habitante da primeira casa à entrada da loca-lidade estava a descansar quando uma prima a acordou, falando do fumo intenso de um incêndio que estaria por perto. fechou as portas e as janelas e correu para a rua. foi por uns escassos dois metros que o fogo não entrou na sua casa. Também esta octogenária garante

que incêndio de tal tamanho nunca tinha passado por ali.

Os idosos com quem o JbG esteve uma semana depois do incêndio garantem que os homens que estive-ram no terreno de tudo fizeram para que o fogo não chegasse às casas. e conseguiram. quando anoitece a humidade ainda traz consigo o cheiro do fogo que ficou entranhado na memória destes habitantes de Almada d’Ouro.

Castro Marim Golfe contabiliza 150 mil euros de prejuízo

O empreendimento «castro marim Golfe» fez as contas e num balanço preliminar estima que os prejuízos rondem os 150 mil euros – entre zonas de campo que arde-ram, replantação, de materiais que se perderam, bombas de água, tubagens, buggies e gastos com a água.

No total terão ardido pelo menos 10 dos 224 hectares da área deste empreendimento. foram afetados 15 buracos dos três campos de golfe. ricardo cipriano, diretor-geral do «castro marim Golfe» assegura que “teria sido muito mais a área ardida caso não tivesse intervido um avião Canadair logo no início do fogo”. foi no campo nº 1 que se iniciou “mis-teriosamente” o incêndio que afetou a localidade de Vale das Zorras e que galgou o ic27 passando para a Junqueira.

Os funcionários do empreendi-mento não tiveram meios a medir para atacar o fogo, sendo que para além de vários tanques em carros, cerca de 40 bocas de incêndios e máquinas de corta-fogo socor-reram-se do carro de combate a incêndios da propriedade do empre-endimento e que se mostrou pre-cioso naquelas circunstâncias.

Aqui o fogo deflagrou pelas 15h e foi controlado por volta das 20h, tendo havido reacendimentos durante a noite. foram reacendi-mentos que requereram cuidados redobrados, “até porque o vento estava de norte e a soprar a cerca de 40 km/hora”, ameaçando levar o fogo para a área mais temida: a das moradias. Os funcionários fica-ram de prevenção até por volta das 06h da manhã do dia seguinte; de resto o único dia em que o campo esteve fechado. Também os clientes que estavam alojados nas moradias ajudaram no ataque ao fogo. “Valeu-nos a solidariedade, a coragem, a força e a prontidão dos trabalhado-res do «castro marim Golfe» que se encontravam de serviço e aqueles que em folga, ou em férias, e ainda alguns amigos, se juntaram a nós para combater o fogo”, enaltece ricardo cipriano.

entretanto já está a ser feito um estudo para a reflorestação da área ardida. e o empreendimento fun-ciona com normalidade.

Damião fernandes (na primeira foto em cima) apanhou um grande susto quando viu o fogo chegar bem perto das casas em Almada D’Ouro. em 81 anos de vida não se lembra de um cenário tão assustador. Para Ricardo cipriano, diretor-geral do «castro marim Golfe (quinta fotografia, a contar de cima), valeu o avião canadair para ajudar que o incêndio no Vale das Zorras não tomasse maiores proporções, lembrando que o sentido do vento também se mostrou favorável para que o fogo não se dirigisse para as moradfias. A equipa de sapadores florestais de castro marim foi fundamental num terreno que conhece bem. chegou também a atacar o fogo em Portela da corcha, em tavira, para que não irrompesse pelo concelho castromarinense.

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LOCAL

foi inaugurada com a presença do presidente da câmara de Alcoutim, francisco Amaral, e do presidente do conselho da empresa águas do Algarve, Artur ribeiro, a con-duta de água entre martinlongo e Vaqueiros.

financiada pelo programa Ope-racional Temático Valorização do Território (pOVT) e integrada no quadro de referência Nacio-nal (qreN) esta obra implicou um investimento autárquico de 495.000 euros.

com esta obra, o município de Alcoutim faz chegar água de quali-dade a todas as freguesias do con-celho. A “água de maior qualidade do país”, disse Artur ribeiro na sua intervenção. francisco Amaral congratulou-se com a realização

A autarquia de Alcoutim já arran-cou com as obras de construção da conduta de abastecimento de água à barrada (freguesia de martinlongo), que vai ligar esta povoação ao Sis-tema multimunicipal de Abasteci-mento de água do Algarve.

A conduta, com 3500 metros, será ligada ao depósito de abastecimento de água da aldeia de martinlongo, construído recentemente pela autar-quia alcouteneja. esta conduta está projetada para posteriormente per-mitir também a ligação às povoa-ções do pessegueiro, Azinhal, diogo dias e Tremelgo.

A obra foi adjudicada pela autar-quia por cerca de 210.000 euros, sendo 85% deste valor financiado pelo programa Operacional Valo-rização do Território (pOVT), e deverá estar concluída até ao final de 2012.

A câmara municipal de Alcoutim adjudicou a limpeza e corte de ervas dos arruamentos e estradas das povoações do concelho. Os tra-balhos estão avaliados em cerca de 20.000 euros e já foram iniciados, devendo estar concluídos até ao mês de agosto. remover as ervas e arbustos infestantes das zonas pavimentadas e limpar bermas e valetas em estradas de acesso e nas localidades, são os principais trabalhos a desenvolver.

A meta é evitar problemas maio-res no caso de incêndio ou na época das chuvas.

de mais uma obra, referindo ser mais um fator que contribui para um aumento de qualidade de vida no nordeste do Algarve.

foram recentemente ultimados mais dois projetos que farão a ligação de outras povoações da freguesia de Vaqueiros a condu-

tas vindas do concelho vizinho de castro marim, através das povo-ações de furnazinhas e cabaci-nhos.

Água de qualidade chega à freguesia de Vaqueiros

Limpeza em Alcoutim contra catástrofes

Barrada vai ter conduta de água

Alcoutim

Conduta de água entre Martinlongo e Vaqueiros contribui para a qualidade de vida do nordeste algarvio

Os cerca de 200 formandos que frequentaram a UTl de castro marim poderão contar no ano letivo 2012/2013 com a continuidade desta escola. A garantia é deixada pelo edil castro-marinense que adianta que “vai haver racionalização dos custos”, mas a essência desta instituição não será desvirtuada, sendo as inscrições serão abertas a toda a comunidade.

O autarca lembra a importância que a UTl tem em castro marim, nomeadamente “na socialização, for-mação e cidadania”. Assim, a UTl terá continuidade, depois de nos últi-mos três anos ter sido coordenada pela Associação Odiana, no âmbito do cldS.

O âmbito da UTL

recorde-se que a UTl levou a cabo a dinamização em todo o território de diversos cursos sócio-educativos no âmbito da ocupação de tempos livres, mas também da valorização dos saberes, artes e ofícios tradicio-nais. Um projeto de carácter sócio educativo que visou criar e dinami-zar regularmente atividades sociais, culturais, educacionais e de convívio, preferencialmente, para maiores de 50 anos.

por todo o concelho foram cria-dos vários polos, nomeadamente em Altura, S. bartolomeu, rio Seco, castro marim, monte fran-cisco, Junqueira, Azinhal, Odeleite, furnazinhas e Alta mora. No geral a UTl teve em funcionamento 21 cursos, contando com cerca de 200 participantes.

da UTl nasceram dois ateliês, o «Atelier medieval», no âmbito do

qual foram confecionados Trajes medievais, contribuindo para os «dias medievais de castro marim»; e os ateliês de canto, promovidos em Altura e em castro marim, e no seio dos quais nasceram dois Grupos etnográficos que fazem um trabalho singular de recolha e reprodução do cancioneiro tradicional do concelho. paralelamente foram desenvolvidas atividades “extra-curriculares” como:

a participação no concurso «maios da minha Aldeia», promovido pela Junta de freguesia de Odeleite; a marcha passeio nas furnazinhas; a partici-pação nos Jogos do baixo Guadiana; e na feira de Artesanato de Altura; duas «expo UTl» e mostra etnográ-fica; e as participações diversas dos Grupos etnográficos em espetácu-los promovidos pelo conservatório regional de VrSA.

José estevens, presidente da câmara municipal de castro marim, adiantou ao Jornal do Baixo Guadiana que a Universidade do tempo Livre (UtL) de castro marim vai ter continuidade. Recorde-se que esta UtL surgiu no âmbito do contrato Local de Desenvolvimento social (cLDs) que, entretanto, terminou.

Universidade do tempo Livre em castro marim tem continuidade

UTL foi criada em 2009 e já formou cerca de 200 pessoas em diversos polos no concelho

centro pombalino mais limpoA câmara municipal de Vila real de Santo António tem levado a cabo a limpeza da zona histórica pombalina numa ótica de irradi-cação da sujidade, mas também de revitalização deste perímetro salvaguardado. A medida está a ser levada a cabo pela câmara municipal e pela empresa muni-cipal SGU, lembrando o potencial socioeconómico deste espaço.

Os responsáveis autárquicos estão recetivos a críticas e suges-tões no sentido de melhorar a imagem do concelho “para que, com uma gestão de proximidade, possamos trabalhar no desenvolvi-mento da nossa terra e revitalizar as nossas áreas comerciais”, pode ler-se num comunicado enviado às redações.

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LOCAL

carlos Nóbrega promete “desafogo económico-financeiro” para castro marim

Carlos Nóbrega quer fixar e aumentar população em Castro Marim

socialistas opõem-se a taxa hoteleira municipal

que a situação “é responsabilidade única e exclusiva da forma de gestão descontrolada do seu presidente, luís Gomes”.

O pS lamenta “que esta medida tivesse sido apresentada por luís Gomes à revelia dos hoteleiros e empresários locais, já que os mesmos não foram consultados, relegando-os somente para o perí-odo de consulta pública da pro-posta”.

de referir que, em entrevista cedida ao JbG na edição passada de julho, o presidente da câmara, luís Gomes, garantiu que tem estado em

conversação com os hoteleiros e que a medida será posta em prática em concertação com os mesmos.

AHETA também se opõe

por sua vez a Associação dos hoteleiros e empreendimentos Turísticos do Algarve (AheTA) já se manifestou em relação a este tipo de taxas e o comunicado foi enviado às redações pouco tempo depois de se conhecer a proposta do executivo vila-realense. No con-texto de crise elidérico Viegas, pre-sidente da AheTA, apela “ao bom

senso dos responsáveis autárquicos para resistirem à tentação de resol-verem os seus graves problemas financeiros, através de uma corrida ao aumento e à criação de novos impostos e taxas municipais”.

O responsável lembra que “a perda de competitividade da economia do turismo é a conse-quência direta, entre outros fato-res, de uma fiscalidade elevada comparativamente aos nossos con-correntes, nomeadamente taxas e impostos municipais”, assegu-rando que “o crescimento desme-surado e algo descontrolado que

se vem verificando nos últimos tempos destas taxas e impostos, tem agravado ainda mais a com-petitividade do turismo regional, criando dificuldades acrescidas às nossas empresas”.

por outro lado, a AheTA reitera “mais uma vez a necessidade das autarquias harmonizarem muitas destas taxas e impostos, atendendo à diversidade de preços praticados de município para município, de forma a evitar situações de con-corrência desleal entre empresas do mesmo ramo de actividade e a operar nos mesmos mercados”.

Os socialistas de Vila real de Santo António, liderados por célia paz, consideram que se trata de “uma medida negativa para o setor eco-nómico no concelho. referem ainda que VrSA irá perder competitivi-dade face aos concelhos limítro-fes”, considerando que “qualquer turista (nacional ou estrangeiro) é abrangido pela crise atual, vive em tempos conturbados e a aplicação desta nova taxa pode ter o efeito de fuga para outros destinos”.

Sem rodeios, o pS fala em “desca-labro financeiro em que está mergu-lhada a câmara de VrSA”, acusando

O Partido socialista (Ps) de Vila Real de santo António votou contra a taxa de um euro por dormida a que os turistas poderão ficar sujeitos já no final deste verão. A proposta, recorde-se, foi apresentada pela câmara municipal de vila-realense durante o mês de junho.

O candidato independente apoiado pelo Partido socialista já apresentou formalmente a sua candidatura à câmara municipal de castro marim. Num discurso de confiança e otimismo promete empenhar-se na política com um espírito empreendedor.

VRSA

Tito Soeiro, diretor-executivo da Associação de proprietários da praia Verde, no concelho de castro marim, já começou a mos-trar a vontade que tem em ser candidato independente à câmara municipal de castro marim. No passado dia 22 de julho as praias do concelho foram sobrevoadas por uma avioneta com o slogan «bonito, bonito é apoiar o Tito» e o potencial candidato indepen-dente garante que esta é uma candidatura que está “bem pon-derada” e que será “formalizada logo que a lei autárquica seja conhecida”.

Natural de Setúbal, está em castro marim desde 2002 e asse-gura que a candidatura tem sido impulsionada “pelos cidadãos que cada vez mais dão o seu apoio nas ruas”. convicto que a democracia não se esgota nos partidos polí-ticos, afirma que tem “reunidas todas as condições para avan-çar, nomeadamente o apoio de

As autárquicas 2013 já mexem e há sinais de um partido Socia-lista que tem as portas abertas a uma coligação mais à esquerda. depois de luís Graça, presidente da comissão política concelhia de faro, ter admitido em entrevista ao jornal «barlavento», que não fecha as portas a uma coligação

pS/pSd, António costa, a come-morar cinco anos de liderança na câmara municipal de lisboa mos-trou, numa entrevista à agência lusa, abertura a uma participação do pcp. São movimentos em torno das próximas eleições autárquicas que apontam mudanças na vida política portuguesa.

A 30 de Julho carlos Nóbrega rodeou-se de apoiantes e amigos para dar a conhecer os seus pro-pósitos para o concelho de castro marim numa candidatura às autár-quicas de 2013 caracterizada pelo “otimismo” e “confiança”. este can-didato independente promete “fazer obra”, “gerir melhor o património cultural”, dar “desafogo económico e financeiro”, bem como “prestígio e credibilidade [de castro marim]no país”. Já definiu as prioridades, sendo que a sua política assentará no desenvolvimento económico baseado em quatro pilares prioritá-rios: planeamento e Ordenamento, castelo de castro marim e centro histórico, Zonas Turísticas e Apoio às empresas. em declarações aos jornalistas carlos Nóbrega indicou que tem em mente criar um gabi-nete de apoio às empresas de modo a estimular e cimentar o investi-mento privado, acreditando que um concelho planeado e ordenado será mais credível também aos olhos dos investidores, considerando que o castelo de castro marim é priori-dade no que diz respeito ao desen-volvimento do património cultural concelhio.O candidato independente pro-mete “lutar” para “fixar população no concelho, aumentar o emprego [através de investimento público e privado], e melhorar a qualidade de vida dos castro-marinenses”. A competitividade do concelho vai ser um objetivo de trabalho de carlos Nóbrega e a sua equipa. O candi-dato promete “não cobrar taxa de

derramas às empresas sedeadas no concelho; dar apoio à natalidade através de um incentivo financeiro até ao terceiro filho e a todas as famílias”; por sua vez a associa-ção Odiana vai ser apoiada para que “seja um polo de promoção e desenvolvimento económico para castro marim e baixo Guadiana, no turismo, cultura, saneamento básico, ordenamento do território, ambiente e desporto” e às juntas de freguesia vão ser dadas ferra-mentas para que “promovam uma forte política de apoio social”. As associações do concelho vão ser, afirma, “fortalecidas com apoio técnico e financeiro da câmara e vai ser incrementada a política e ação cultural”. carlos Nóbrega quer aumentar a densidade populacio-nal do concelho, prometendo que “castro marim vai ser dos melhores municípios ao nível da eficiência financeira e o que apresentará os melhores resultados económicos por habitante”.

Federação socialista apoia

Na sessão de apresentação de carlos Nóbrega esteve o presidente da fede-ração socialista, António eusébio. O autarca de São brás de Alportel enalteceu o candidato por ser “um homem independente que decidiu dar anos de vida à causa pública, através de um olhar empreende-dor”. Também o discurso de célia brito, presidente da concelhia socia-lista castro-marinense, foi de entu-siasmo. Garantiu que este candidato “foi sempre a primeira escolha”, pro-metendo com carlos Nóbrega um verdadeiro “tsunami [autárquico] para 2013 com ambição para dar competitividade ao território”. carlos Nóbrega tem 51 anos, natu-ral de Alverca do ribatejo, reside há cerca de 20 anos em Altura, concelho de castro marim. é líder do grupo «Turmuge» que no Sota-vento dinamiza negócios nas áreas do imobiliário e hotelaria.

empresas estrangeiras ligadas à área eleitoral”.

faz “tudo para ganhar” e consi-dera saudável que castro marim tenha pelo menos mais dois can-didatos às autárquicas [fran-cisco Amaral pelo pSd e carlos Nóbrega pelo pS]. Tito Soeiro traz no pensamento o século XXi ambicionando posicionar a edilidade castro-marinense “a funcionar como uma empresa”, considerando que as autarquias em portugal não deveriam ser apenas elementos de solidarie-dade, mas também como gerado-res de riqueza.

Tito Soeiro lamenta que muitos dos cidadãos estejam “alheados dos problemas da sociedade”, considerando que a insuficiente modernização do sistema autár-quico “contribua muito para essa alienação”.

O programa eleitoral deste can-didato será conhecido quando for formalizada a candidatura.

tito soeiro é candidato à câmara de castro marim

Ps encara coligação com PcP

Candidato Independente quer modernizar poder autárquicoSusana de Sousa Susana de Sousa

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LOCAL

Rodactiva gemina-se com «Leões de Olhão»

Baixo Guadiana assume-se como zona desportiva de excelência

Associações desportivas de Castro Marim e Olhão promovem-se através do BTT

O projeto criou e realizou melhoramentos nas várias infraestruturas desportivas da região luso-espanhola

os amantes do bTT. No dia 11 de agosto a rodactiva vai dar apoio ao instituto de conservação da Natu-reza e da biodiversidade (icNb), realizando um passeio pelas zonas cicláveis da reserva Natural de castro marim e de VrSA. depois, a 18 de agosto, vai realizar-se um «passeio familiar» com partida de Altura. m percurso de cerca de três horas que promete dar a conhecer

âmbito e apesar de não ter ainda uma sede a «rodactiva» conta com o apoio da banda musical castro-marinense, podendo realizar na sede da banda as reuniões e tra-balhos de grupo.

Atividades previstas

para os próximos tempos existem já várias atividades previstas para

o património que se prolonga entre Altura e castro marim.

O passeio começa às 18 horas junto ao campo de futebol 11 de Altura e pelas 21h terá lugar um jantar convívio com animação no clube recreativo Alturense.

O passeio está aberto para par-ticipantes a partir dos 14 anos e para inscrição está disponível o contacto: 968043910.

A associação «Rodactiva», que promove a prática de Btt em castro marim e concelhos limítrofes, está empenhada em elevar a promoção do concelho castro-marinense e do território do Baixo Guadiana. Geminação foi novo passo dado nesse sentido.

terminou a 30 de junho o projeto «BG Desporto» que nos últimos quatro anos levou a cabo diversas ações, entre elas a infraestruturação no Baixo Guadiana de espaços dedicados ao desporto e ao lazer e mega-evento «Jogos do Baixo Guadiana».

José Valentim, presidente da «rodactiva», Associação despor-tiva, recreativa, cultural e Social do Sotavento, revela que o grande empenho desta entidade, que tem a sua impressão digital através do bTT, é elevar a promoção do con-celho de castro marim, onde têm a sua sede, e também do território do baixo Guadiana – onde se incluem também os concelhos de Alcoutim e Vila real de Santo António. Ou seja, a prática da modalidade de bicicleta Todo-o-Terreno revela-se mais do que desportiva, extrava-sando para as áreas recreativa, social e cultural. Nesse sentido foi dado um novo passo para que os objetivos propostos se cumpram e recentemente teve início a gemi-nação com a associação de bTT «leões de Olhão» .

O grande objetivo passa por organizar atividades conjuntas, trazendo as gentes de Olhão até ao baixo Guadiana. “Acreditamos que estas geminações poderão trazer mais visitantes a castro marim e concelhos limítrofes, até porque estamos empenhados em realizar

A atividade «Jogos do baixo Gua-diana» que teve lugar em três dis-tintas edições foi, talvez, o evento desportivo mais mediático de um projeto bem mais alargado dedi-cado ao desporto. O «bG desporto» iniciou-se em 2008 e terminou em 2012, tendo como principal obje-tivo transformar o baixo Guadiana português e espanhol numa zona desportiva de excelência.

As entidades envolvidas no projeto e que se espalham entre portugal – mértola, Alcoutim, castro marim e Vila real de Santo António – e espa-nha – Ayamonte, mancomunidad de beturia e cartaya – conseguiram uma execução de quase 100% do projeto, significando isso que foram realizadas praticamente todas as ações previstas, sob a coordenação da associação OdiANA - chefe de fila do projeto.

Os produtos mais recentes do pro-jeto são um vídeo e uma brochura

trilingue [em português, espanhol e inglês] cujo objetivo é promover as condições naturais e edificadas para a prática do desporto e lazer no território transfronteiriço. estes produtos vão ser apresentados em feiras e disponibilizados a profissio-nais do setor.

para além da criação de infraes-truturas e eventos para a mobiliza-ção da comunidade para a prática desportiva e de lazer, foi grande objetivo do projeto criar redes complementares e dar a conhecer as instalações e condições naturais de excelências existentes para o des-porto no baixo Guadiana.

Outra das metas foi o estabeleci-mento de redes transnacionais ao nível de infraestruturas e de afetos. isto porque os vários clubes despor-tivos e de lazer da região, bem como e cidadãos de todas as idades foram participantes ativos no projeto «bG desporto».

Equipamentos criados

foi levado a cabo a criação ou melhoramento de vários equipa-mentos, entre eles a colocação de pisos Sintéticos e cobertura de campos [Vila real de Santo Antó-

nio]; parque Aventura do baixo Guadiana [Odeleite], centro de Atividades Náuticas do baixo Guadiana [Ayamonte], colocação de bancada e iluminação campo Sintético [Alcoutim], campos de padel [Ayamonte], Zona Náutica

[Ayamonte], colocação de rede e Grades [cartaya], controlo Acesso complexo desportivo [cartaya], pistas de padel [mancomunidad de beturia], melhoramento piscina / controlo Acesso [cartaya], parque desportivo beturia, entre outros.

atividades por aqui, cativando os colegas do «leões de Olhão» para visitar toda a nossa cultura”, revela o presidente. O início desta gemi-nação aconteceu no fim-de-semana de 30 de junho e 1 de julho passado onde em Olhão se juntaram cerca de 40 pessoas. para dezembro está a ser preparado um fim-de-semana entre os dois clubes no concelho de castro marim.

60 sócios em menos de um ano

mobilizar para o bTT, pro-movendo o baixo Guadiana é a proposta maior da rodactiva. constituída em setembro de 2011 esta jovem associação conta já com 60 sócios “ativos e bastantes parti-cipativos nas atividades organiza-das”. José Valentim refere também que para o “sucesso” da associação têm contribuído as várias parcerias “que têm sido possíveis realizar com várias entidades do territó-rio”.

As atividades realizadas foram já várias e diversificadas no seu

BTT

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 13

A ARqUITETURA ARTE NOVA D’ «A CASA DE ODELEITE» DEMARCA NA ALDEIA UM LUGAR qUE NO INíCIO DO SéCULO XX FOI UM IMPORTANTíS-SIMO ENTREPOSTO COMERCIAL. A CâMARA MUNICIPAL DE CASTRO MARIM qUIS PRESERVAR A MEMóRIA DESTA IMPORTANTE MORADIA PORqUE POR SI Só REPRESENTA A MEMóRIA COLETIVA DA VIDA DOS HABITANTES DA FREGUESIA. COUBE à ANTROPóLOGA EGLANTINA MONTEIRO DAR SENTIDO, ATRAVéS DE UM OLHAR CONTEMPORâNEO, A TODA UMA HISTóRIA. AGORA, PARA ALéM DE CONHECERMOS MELHOR «A CASA DE ODELEITE», SABEMOS qUE O OBJETIVO é RECUPERAR A CENTRALI-DADE DE OUTRO TEMPO, ENqUADRADA EM NOVAS DINâMICAS; PROMETENDO AGITAR A PACATA ALDEIA DEBRUçADA SOBRE O RIO GUADIANA.

A CASA DE ODELEITE

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No passado dia 24 de junho foi inaugurada «A casa de Odeleite». A cerimónia aconte-ceu em dia de cele-

bração de feriado municipal em castro marim, mas um dia antes já tinham sido abertas as portas deste lugar, especialmente para as gentes da aldeia que ansiavam por ver o que lá dentro se pas-sava agora, tantos anos depois de «fechadas» as portas e jane-las daquela que não é uma casa qualquer. Aliás, é denominada «A casa de Odeleite», precisamente, porque era ali que se fomentava grande parte da atividade econó-mica, tendo sido um importante entreposto comercial no início do século XX; ponto de sustento da freguesia.

eglantina monteiro foi respon-sável pela investigação de todo o espólio deste edifício, bem como conceção e coordenação geral do livro a ele dedicado. A antro-póloga conta-nos que o material existente neste espaço era bas-tante numeroso [cerca de 3000 elementos entre cultura material – mobiliário e objectos de origem vária - e o acervo documental], que fundamentou a construção da história d’ «A casa de Ode-

leite», a partir de um olhar con-temporâneo, ou seja que interpela e questiona algumas das ideias feitas acerca do mundo rural e em particular do interior algarvio; tal como explica a antropóloga, fez-se de acordo com as técnicas da antropologia, mas também com as perceções mais ou menos subtis de quem está no terreno. e a verdade é que eglantina m. tinha a intuição necessária para perceber o valor das descobertas que ia realizando. muita da sua pesquisa foi feita com base nos testemunhos vivos das populações da freguesia. A esses depoimen-tosjuntou todo o acervo documen-tal e a cultura material de grandes dimensões e densidade que per-mitiram desvelar alguns aspectos pertinentes sobre este ecossistema e o modo como é habitado, com parcimónia, ou como agora se diz de uma forma sustentada, con-tinuada, tendo contado com “o grande contributo” de Veralisa brandão, como salienta, para o tratamento do acervo existente.

“A casa de Odeleite revela-se particularmente importante por um imenso acervo documental”, aponta, desde logo, a antropóloga que afirma que a narrativa que foi possível ser ali escrita deve-se ao importante material que estava guardado na casa, permitindo

construir uma casa-museu ori-ginal – não ficando «A casa de Odeleite» circunscrita à vida dos proprietários. “esta era, antes de mais, uma casa que estava articu-lada com o entorno, com o territó-rio”, tendo sido esta conclusão de grande relevância para o enten-dimento do seu funcionamento e importância. “[A casa] existe naquela configuração porque houve capacidade de valorizar os produtos da serra: o que inverte as ideias feitas acerca do interior, neste caso a serra, entendendo a riqueza não com base no para-digma da forma moderna - com a acumulação, a stocagem - mas de uma economia redistributiva, com base na produção de fruto seco – sobretudo da amêndoa para exportação, mas também e a alfar-roba”.. e foi, igualmente, impor-tante perceber que a capacidade de produção para a exportação da amêndoa deve-se ao facto de ali existir um ecossistema particu-lar, em que os amendoais subiam pela serra devido à humidade que advinha do rio Guadiana. “João Xavier de Almeida, [proprietário da casa e comerciante], na senda de outros produtores e comercian-tes da serra, articula as riquezas da serra com o barrocal e o litoral Nesta altura, em que temos que repensar a terra que nos foi dada,

esta casa pode ajudar a pensar”, destaca eglantina monteiro, evi-denciando a necessidade de olhar para estas realidades a partir de um olhar contemporâneo, subver-tendo as heranças do pensamento moderno de hierarquização/domí-nio do urbano sobre o rural.

A documentação encontrada data desde o final do século XiX até aos anos 80 do século XX. “reporta-nos à casa comercial que era, com muita informação acerca das compras e das vendas, do pagamento dos trabalhadores – sendo boa parte desse paga-mento feito em géneros. há uma documentação pessoal; trocas de cartas dos diferentes habitantes daquela casa. e temos fotogra-fias”. A investigação levada a cabo cruzou informação com pesquisas nos jornais, demogra-fias, com valores de exportação da amêndoa, bem como com a informação acerca do que o país produzia e exportava e as relações transfronteiriças estabelecidas. “percebemos uma rede de relações bastante complexa e que permite desmontar preconceitos”, insiste a antropóloga. A investigação n’ «A casa de Odeleite» deu também a ler “questões políticas; as lutas populares pela posse da terra e as lutas entre monárquicos e repu-blicanos”, momentos históricos

da época.

História local que “deve ser disponibilizada”

Já está digitalizada e arqui-vada toda a documentação e a antropóloga defende que face à importância que acarreta para o entendimento da história local deveria ser disponibilizada para historiadores. “em portugal não é suficientemente valorizado este tipo de documentação; e só podemos fazer a história da nossa contemporaneidade recolhendo e trabalhando estes materiais: cartas, fotografias, publicações”, observa a antropóloga que iniciou a sua relação com esta casa atra-vés de um contrato estabelecido com a câmara municipal de castro marim em 2004. Não sabia o que viria a encontrar e hoje, depois de todo o trabalho de campo reali-zado, tem a forte convicção que “a recolha de material e investiga-ção d’ «A casa de Odeleite» carece de ser continuada”. propõe, por isso, um programa para esta casa que dê continuidade à investiga-ção, nomeadamente num con-tacto direto com a população. “As pessoas mostraram-se muito empenhadas em disponibilizar informação”, garante, enaltecendo fortemente “a generosidade e

Susana de Sousa

“A pRiMA GlóRiA lEvAvA O sERãO A COlAR As sENHAs NO livRO DE RACiONA-

MENtO, ONDE CADA FAMíliA tiNHA DiREitO A uMA pORçãO pOR CADA

MEMbRO… A MARGARiNA viNHA EM pACOtEs DE 125 G EMbAlADA EM pApEl

DE EstANHO COM uNs DizEREs NO lADO DE FORA EM COREs EsvERDEADAs –

FábRiCA NACiONAl DE MARGARiNA. QuEM NãO tiNHA bANHA tENtAvA usAR A

MARGARiNA COM pOuCO suCEssO, DiGA-sE. QuAsE NA MEsMA AltuRA ApARECEu

O ólEO AliMENtAR pARA substituiR O AzEitE, CARO E EsCAssO. A MANtEiGA DE

vACA NãO sE sAbiA O QuE ERA!”

ALbertO CAvACO, OdeLeite, 5/06/2006

in «A CASA de OdeLeite», egLAntinA MOnteirO/ed.

“COM A EstRADA O bARCO pARAlisOu, pORQuE O MAtERiAl DE CONstRuçãO

EM EspECiAl viNHA tODO DiREitiNHO à ObRA, Já pERtO, pElO MENOs, NEssAs

pROxiMiDADEs, E pORtANtO O QuE iA DAQui E sE ExpORtAvA tAMbéM Já pAssOu

A iR COM uMA CARROçA: O pEssOAl AQui DE ODElEitE ARRANJOu uM CAR-

RiNHO puxADO pOR uMA MuAR E puNHAM Os CEstOs EM CiMA DElE E lá iAM A

vRsA; sAíAM DAQui à uMA, DuAs DA MANHã E CHEGAvAM lá AO NAsCER DO sOl,

EM vilA REAl, pARA vENDER. MAs AiNDA FOi O MEu pAi, E Eu A AJuDá-lO, QuE

tRANspORtáMOs AREiA Ali DO bARCO, pERtO DO AMEixAl pARA CONstRuiR A

EstRADA”

AntóniO brAnCO, OdeLeite, 1/08/2006

in «A CASA de OdeLeite», egLAntinA MOnteirO/ed.

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empenho das populações de Ode-leite, Tenência e corte Velha”. A antropóloga refere, ainda, que «A casa de Odeleite» servirá também de «arquivo gastronómico» porque pelo acervo existente, e através dos testemunhos vivos com que contactou, há toda uma informa-ção da tradição alimentar da serra. “mas falamos da tradição alimen-tar do dia-a-dia, com produtos locais de excelente qualidade”, sublinha, considerando, por isso, “muito ajustado vincular «A casa de Odeleite a uma dimensão gas-tronómica que era parcimoniosa e que vai, precisamente, conjugar com cozinha e dieta contempo-râneas”. refere, também, a exis-tência de uma horta de qualidade na casa [espaço que atualmente foi convertido num terraço com esplanada], lembrando que “as melhores melancias e os melho-res melões vinham das várzeas da ribeira de Odeleite, precisamente, porque a água que havia era /é usada com parcimónia, o que torna os frutos muito suculentos”, destaca. Também a cestaria está bastante evidenciada na história deste lugar. “Odeleite era a capi-tal dos canastros. Toda a aldeia era uma grande manufatura de cestos e a grande parte era ven-dida através desta casa”, enfatiza a antropóloga.

Casa ocupada pela genuinidade

eglantina monteiro “gostaria de ver esta casa ocupada pelo que é genuíno, no que diz respeito aos produtos e à documentação que recuperam a sua memória e dão um sentido à sua história”, evi-denciando «A casa de Odeleite» sempre numa grande relação com o entorno. “Odeleite hoje não é um lugar parado no tempo, nem tão pouco as tradições podem ser encaradas como algo atá-vico”, defende a antropóloga para também explicar que foi através de uma perspetiva criativa e con-temporânea que se fez a leitura de um lugar que estabelece intensas relações afetivas com a população local que agora é chamada a par-ticipar na sua dinâmica, devolven-do-lhe o estatuto de centralidade da freguesia.

Autarquia quer que esta casa devolva agitação à freguesia

A obra de reabilitação d’ «A casa de Odeleite» foi da respon-sabilidade da câmara municipal que adquiriu o espaço no ano de 1999. As obras de requalificação foram sendo atrasadas devido a diversos contratempos, provoca-

dos, nomeadamente, por falências de empreiteiros.

Agora, no ano de 2012, a inau-guração deste conjunto arquite-tónico, cuja fachada denota a «Arte Nova», enaltece a história e devolve à população muitas memórias e afetos.

José estevens, edil da câmara municipal de castro marim, par-tilha o futuro que desenhou para aquele lugar. desde logo, a grande pretensão é que esta casa volte a agitar a pacata aldeia de Odeleite e, correndo bem a dinamização projetada para ali, muitos poderão nesta casa encontrar um ponto de interesse para o seu negócio.

“A nossa ideia é utilizar essa casa com um objetivo idêntico [ao que teve no início do século passado], naturalmente com as devidas adaptações aos tempos que correm”. Ou seja, «A casa de Odeleite» será muito mais que um lugar a visitar e recolher a história; “vão ser dadas várias utilidades”, adianta José estevens. desde logo estão projetadas sessões gastro-nómicas com o «saber fazer» das gentes da freguesia. “Uma gastro-nomia que é típica do nordeste algarvio e que queremos preservar e que tem muito que ver com o pão, as sopas, a caça e o azeite”. As sessões de confeção gastronó-mica pretendem reavivar a memó-

ria e perpetuar o conhecimento genuíno das pessoas daquele lugar. porém, o objetivo maior é que «A casa de Odeleite» “funcione como a receção e serviços comuns de um hotel de aldeia cujos quartos estão dispersos pelas casas de Odeleite”, adianta J. estevens. Naquela casa central os turistas farão check in, tomarão o pequeno-almoço ou outras refeições.

A partir d’ «A casa de Odeleite» será oferecido, também, um con-junto de produtos associados e que existem à disposição na fre-guesia. desde percursos pedestres, o parque aventura, a ribeira entre Odeleite e foz de Odeleite, a albu-feira da barragem de Odeleite até ao moinho das pernadas.

caberá à empresa municipal de castro marim «Novbaesuris» gerir «A casa de Odeleite» que “funcio-nará como núcleo aglutinador de todos esses produtos, promovendo a pacata aldeia e zona envolvente, bem como os produtores locais”. O presidente da câmara e, simul-taneamente, presidente do conse-lho de administração da empresa municipal, frisa também que a intenção da dinâmica projetada “é gerar postos de trabalho e estimu-lar a economia da aldeia”, ao nível hoteleiro, turistico e de lazer, bem como na venda de produtos locais. Atualmente já estão à venda pro-

dutos na loja que existe naquele espaço e a expectativa gerada à sua volta é que instigue mais o cultivo e produção local.

caso esta dinâmica extravase a freguesia tanto melhor. A este projeto poderão e deverão estar atentos os produtores ou empre-sários do concelho ligados às ati-vidades aqui desenvolvidas. “O que mais queremos é estimular a economia e acreditamos que através desta iniciativa poderá ser dado um importante passo nesse sentido”, enfatiza o autarca castro-marinense.

Casa aberta diariamente

com exceção da segunda-feira «A casa de Odeleite» está aberta diariamente. Aqui é possível o visi-tante conhecer todo o edifício, e a sua história, bem como o terri-tório envolvente. Socorrendo-se de novas tecnologias, nomeada-mente, ecrãs táteis é mais fácil ter um contacto direto com o projeto.

existe aqui um bar e uma apre-ciável esplanada sobre a aldeia. e a loja com produtos locais está na receção, à chegada, onde se encontram à venda, entre outros produtos locais, compotas, lico-res, sal e flor de castro marim e cestaria.

“A NOssA iDEiA é utilizAR EssA CAsA COM uM ObJEtivO iDêNtiCO [AO QuE

tEvE NO iNíCiO DO séCulO pAssADO], NAtuRAlMENtE COM As DEviDAs

ADAptAçõEs AOs tEMpOs QuE CORREM […]O ObJEtivO MAiOR é QuE «A CAsA

DE ODElEitE» “FuNCiONE COMO A RECEçãO E sERviçOs COMuNs DE uM HOtEl

DE AlDEiA CuJOs QuARtOs EstãO DispERsOs pElAs CAsAs DE ODElEitE”

JOSé eStevenS, ediL CAStrOMArinenSe

“REvElA-sE uMA CAsA pARtiCulARMENtE iMpORtANtE pOR uM iMENsO ACERvO

DOCuMENtAl […]GOstARiA DE vER EstA CAsA OCupADA pElO QuE é GENuíNO

NO QuE Diz REspEitO AOs pRODutOs E à DOCuMENtAçãO QuE RECupERAM A

suA MEMóRiA E DãO uM sENtiDO à suA HistóRiA, EviDENCiANDO «A CAsA DE

ODElEitE» sEMpRE NuMA GRANDE RElAçãO COM O ENtORNO”

egLAntinA MOnteirO, AntrOpóLOgA

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LOCAL

A companhia de dança vila-rea-lense «Splash» já tem uma sede cedida pela câmara municipal, e fica no primeiro andar do edifício situado em frente à Santa casa da misericórdia, junto ao campo de Jogos francisco Gomes Socorro, em VrSA.

Anna Avramenko, uma das men-toras do grupo, não cabia em si de contente no dia da inaugura-ção, a 29 de junho. A cerimónia contou com a atuação dos alunos da escola, alguns deles pertencen-tes à companhia de dança homó-nima que não há muito tempo ganhou um festival de dança na Ucrânia.

“Desde que formámos o grupo que sonhamos com um espaço assim”

Até aqui as aulas da escola e os ensaios do grupo eram minis-

trados nas instalações da Univer-sidade de Tempos livres (UTl), tendo antes funcionado também nas instalações da companhia de teatro vila-realense «fech’Ó pano». “desde que formámos o grupo que sonhamos com um espaço assim”, desabafa Anna Avramenko.

Projeto ajuda muitas crianças

O presidente da câmara munici-pal de VrSA, luís Gomes, também se mostrou satisfeito por ajudar esta escola de dança que abrange diversas crianças. “A cedência deste espaço é a prova de que, apesar dos tempos difíceis em que vivemos, é possível ajudar”, considerou o autarca, revelando que a outra parte do edifício “será utilizada, no futuro, para acolher um centro incubador de empre-sas”.

A escola de dança tem atual-mente 50 alunos, entre crianças e jovens dos os 3 aos 18 anos. A mensalidade é de 25 euros e dá lugar à aprendizagem de todas as modalidades de dança dispo-níveis (clássica, hip-hop, danças

tradicionais, entre outras). para os adultos o valor da mensalidade é de 20 euros por mês e por cada modalidade escolhida. A 31 de Agosto, entre as 10h e as 12h, vão realizar-se audições pata o ano letivo 2012/2013.

No dia 29 de junho teve lugar a inauguração da sede da companhia de Dança vila-realense «splash» onde funciona, simultaneamente, a escola. Agora numa casa própria com mais asas para voar e com o apoio da câmara municipal de Vila Real de santo António (VRsA).

Autarquia atribui sede a companhia de dança

monte Gordo no top das favoritas

de acordo com um estudo da Homelidays, uma agência de alo-jamento para férias, a região do Algarve continua a constar no top dos destinos preferidos dos estran-geiros, adiantando que no top 10 das cidades portuguesas preferidas dos portugueses, sete são algarvias. Um dado importante para o baixo Guadiana é que a localidade de monte Gordo, em VrSA, é das mais procuradas pelos portugueses, tendo crescido 15% a procura deste des-tino. Vilamoura constata ainda um crescimento de procura de 10% por parte de turistas nacionais. com um incremento de 11% de turistas estran-geiros, as localidades portuguesas com maior crescimento na procura para o verão de 2012 são a cidade do porto com 48%, seguindo-se de lisboa 36% e Algarve.

O mais recente estudo desenvol-vido pela Homelidays revela que neste verão os portugueses vão aproveitar o período de descanso para fazerem férias perto de casa, preferindo o alu-guer de alojamentos particulares às estadias em hotéis.

reduzir os custos nas viagens de avião, em combustível e portagens são os fatores mais referidos. As regi-ões que registam maior crescimento na procura por parte dos turistas nacionais são o Norte do país, com destaque para a região do douro, e ainda o Alentejo e a ilha da madeira. A região do Algarve mantém a posi-ção de destino de eleição, apesar de constatar uma quebra na ordem dos 17%.

Sofia dias, responsável da Home-lidays, para o mercado português afirma que, “desde o início do ano registou-se em portugal um cresci-mento de 23% em novos anúncios de imóveis para arrendar, em com-paração com igual período do ano passado.

Localidade do concelho de VRSA tem visto crescer procura

A sede funciona também como escola de dança para todas as idades

A praia «Adão e eva» na retur, con-celho de castro marim, tem até ao final de agosto aulas de hidroginás-tica no mar a um euro. Trata-se de uma iniciativa do «camaleão bea-chbar fitness» que este ano promete um verão quente, mas em boa forma física.

As aulas de hidroginástica na praia decorrem aos sábados e domingos das 11h às 12h e estão abertas a

todos os que se sintam à vontade dentro de água.

mas a dinâmica da organização mostra-se mais vasta, entre aulas várias para manter a boa forma, bem como festas ao final do dia sempre a pensar num corpo com saúde. e há momentos a pensar nas crianças.

Saiba mais através do facebook http://www.facebook.com/beachbar.camaleao

Aulas de hidroginástica em plena praia

Mês de Agosto

durante os meses de julho e agosto, e pelo 14º ano consecutivo, a câmara municipal de castro marim apresenta «As Noites de cinema», nas quais os amantes da 7ª arte vão poder assistir a grandes sucessos de bilheteira.

do cartaz fazem parte filmes como «Jack e Jill», «homens de Negro 3», «As Aventuras de Tintin: O Segredo do licorne» ou «O que se espera enquanto se está à espera». O leque das películas é bastante diversificado, desde a aventura à ficção, passando pelo romance até à animação infantil.

Na tela da praça 1º de maio, em castro marim, ao luar e na com-panhia das estrelas, as exibições acontecem às segundas e às quin-tas-feiras, sempre às 21 horas. No cine-estúdio em Altura, as sessões cinematográficas realizam-se às terças-feiras e aos sábados pelas 21h30.

Tendo em vista propiciar momen-tos de fruição cultural e convívio a todos aqueles que procuram o con-celho de castro marim para gozar as suas férias, nomeadamente em Altura, a câmara municipal orga-nizou nos meses de julho, agosto e setembro um programa de «Ani-mação de Verão» na zona de lazer junto à Avenida 24 de Junho.

A animação acontece às quartas-feiras a partir das 22h. O programa contempla um conjunto de espetá-culos musicais variados, cujos géne-ros contemplam o folclore, a música tradicional portuguesa, o fado e as danças sevilhanas.

A iniciativa tem a realização da câmara municipal de castro marim e colaboração do clube recreativo

Programa:

Castro Marim – Praça 1º de Maio

02 agosto –homens de Negro 306 agosto – O que se espera enquanto se está à espera09 agosto – branca de Neve e o caçador 13 agosto – O Gato das botas 16 de agosto – Os Smurfs

Altura – Cine-Estúdio Alagoa Praia

04 agosto –homens de Negro 307 agosto – O que se espera enquanto se está à espera11 agosto – branca de Neve e o caçador 18 agosto – O Gato das botas 21 agosto – Os Smurfs

Alturense.

Programa:

01 de agosto – rancho folclórico do Azinhal e rancho folclórico de Santa catarina08 de agosto – música Tradicional portuguesa com o «cante Andari-lho»17 de agosto – fado com márcio Gonçalves, Aníbal Vinhas e ricardo martins22 de agosto – música Tradicio-nal portuguesa com os «cantares da meia Noite»29 de agosto – banda musical castromarinense 05 de setembro – música popular com Ângelo correia

Ao fim de semana na praia «Adão e Eva» das 11h às 12h

cinema ao ar livre em castro marim

Animação de Verão em Altura

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LOCAL

Apoio domiciliário garante fisioterapia

famílias de alcoólicos mais informadas

A câmara municipal de Alcoutim e a Associação humanitária dos bombeiros Voluntários (AhbVA) daquela localidade, estabeleceram um protocolo que garante o apoio domiciliário de fisioterapia a idosos em grande situação de dependência. O protocolo contempla o desenvol-vimento, pela AhbVA, de sessões de fisioterapia, com dois fisiotera-

realizou-se a 20 de julho, no Salão paroquial de martinlongo, uma sessão informativa, seguida de debate, sobre o tema «como lidar com o Alcoolismo». foram orado-res álvaro pereira e António pinto, médico e psicólogo, respetivamente, do centro de Atendimento a Toxi-codependentes (cAT) de Olhão. moderou a mesa o médico e autarca francisco Amaral.

Após o debate, muito participado, foi ideia assente que o alcoolismo tem solução e vale a pena tentar. foram também concluídas algu-mas ideias-chave, a trabalhar quer social quer familiarmente, como: o alcoolismo deve ser encarado com racionalidade e conheci-mento, devendo ser marginali-zada qualquer resposta impositiva ou violenta; cada caso é um caso,

não se adequando uma resposta a todos os alcoólicos; Os técni-cos do cAT disponibilizaram-se para, a qualquer altura, ensinar familiares e amigos a lidar com a situação.

O edil de Alcoutim marcou novo encontro para o mês de outubro, para sensibilizar novos familiares e amigos, “porque vale a pena, todos ganhamos”.

peutas, terapia ocupacional e apoio psicossocial, dirigidas à população idosa. As sessões decorrem em todas as ipSS’s do concelho com valências de apoio domiciliário, quatro cen-tros de dia e lar de idosos.

Ainda no mesmo protocolo foi acordado o desenvolvimento de sessões de esclarecimento junto da população escolar, nomeadamente

sobre a postura e o apoio às asso-ciações juvenis na prática das várias modalidades desportivas, visando a prevenção de lesões.

“era uma situação preocupante e frequente, que carecia de solução prática e funcional e conseguimo-la”, garante o médico e autarca francisco Amaral. Nesta iniciativa, a autarquia investe cerca de 19 mil euros anuais.

600 mil euros para recuperar habitações em s. Brás de Alportel e tavira

No total, e para já, os municípios de São brás de Alportel e Tavira vão receber 600 mil euros para a recu-peração das habitações e explora-ções agrícolas. A medida tomada

pelo ministério da Segurança e Solidariedade Social, liderado, por pedro mota Soares, aconteceu após uma reunião em lisboa com os respetivos edis dos municípios

que perderam, cada um, um terço do concelho entre as chamas. A verba vem canalizada através da protocolização de dois contratos locais de desenvolvimento Social estabelecidos como “resposta ime-diata”. recorde-se que os autarcas, numa primeira estimativa, avalia-ram os prejuízos em mais de 24 milhões de euros. A verba de 300 mil euros não é suficiente para fazer face aos prejuízos, “mas é uma primeira ajuda”, reconhecem

os autarcas socialistas. A medida tomada pelo ministé-rio da Segurança e Solidariedade Social, liderado, por pedro mota Soares, aconteceu após uma reu-nião em lisboa com os respetivos edis dos municípios que perderam, cada um, um terço do concelho entre as chamas. A verba vem cana-lizada através da protocolização de dois contratos locais de desenvol-vimento Social estabelecidos como “resposta imediata”.

Autarquia investe 19 mil euros por ano no apoio domiciliário de fisioterapia

Sessões de esclarecimento e sensibilização voltam em outubro

Ministro da Solidariedade deu “resposta imediata” aos incêndios

A festa de solidariedade que acon-teceu no passado dia 4 de julho no centro cultural António Aleixo, a favor de João miguel e família, con-seguiu angariar 2518 euros. Valor que foi possível angariar graças à solidariedade de quem assistiu ao espetáculo de música e dança, bem como os que doaram dinheiro pela causa de João miguel que está doente e cuja família o acompanha no hospital em coimbra.

solidariedade angaria mais de 2500 euros

Alcoutim

VRSA

Os devastadores incêndios que deflagraram na serra do caldeirão causaram danos irreparáveis. estimativas apontam para prejuízos na ordem dos 24 milhões de euros nos dois concelhos. O Governo, para já, avança com 600 mil euros para a recuperação de habitações ao abrigo do contrato Local de Desenvolvimento social.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 19

DESENVOLVIMENTO

PO Algarve 21 está a apoiar a requalificação do turismo

PcP defende atividade portuária em VRsA

turismo, a equipa de docentes e investigadores avaliou a eficiência destes investimentos que totalizam 32,8 milhões de euros no contributo para a concretização dos objetivos definidos para o sector na estraté-gia de desenvolvimento regional do Algarve 2007-13. mais do que o desempenho em absoluto, ou graus de execução financeira quantitati-vos, está sobretudo em causa em que medida o conteúdo dessa execução adere às prioridades estratégicas definidas para a região em termos de diversificar e qualificar o cluster turismo/lazer.

Os primeiros resultados demons-tram que a performance do pO Algarve 21, em termos turísticos possui, à data de dezembro de 2011, um grau de ajustamento à estraté-gia de desenvolvimento definida

para região no horizonte temporal em análise de 60,8 pontos (num máximo de 100). para este resultado contribuem os desempenhos rela-tivos dos investimentos diretos ou indiretos em turismo em domínios como o emprego (criação de postos de trabalho), a produtividade do tra-balho (relação postos de trabalho criados e volume de negócios), as exportações (internacionalização do volume de negócios) e a gestão (capacidade de executar o investi-mento aprovado).

Ao longo dos três eixos do pO Algarve 21 salientam-se, entre outros, os contributos positivos do Sistema de incentivos à inovação, das Ações de Valorização do litoral e da rede de equipamentos cultu-rais, respetivamente nos eixos i, ii e iii.

O partido comunista português vai apresentar uma iniciativa legislativa em defesa da atividade portuária na região algarvia, depois de uma dele-gação comunista com responsáveis locais e o deputado paulo Sá, eleito pelo círculo de faro, ter visitado quatro portos algarvios, entre eles o de Vila real de Santo António.

dirigentes da direção da Organi-zação regional do Algarve do pcp e das comissões concelhias de Vila real de Santo António, Olhão, por-timão e faro, em conjunto com o parlamentar, visitaram, entre 2 e 9 de julho, os portos de VrSA, Olhão, portimão e faro, acompanhados por representantes do instituto portu-ário e dos Transportes marítimos (ipTm).

As visitas visaram o aprofunda-mento do conhecimento sobre a situação e atividade portuária no Algarve e a recolha de elementos

com vista à preparação de uma ini-ciativa legislativa sobre a dinami-zação da atividade portuária como “instrumento de desenvolvimento económico da região algarvia”.

A iniciativa parte do “reconheci-mento das vastas potencialidades que a atividade marítima e portu-ária tem no Algarve”. Transporte marítimo de mercadorias e passa-geiros, pescas, turismo, atividade produtiva, construção e reparação naval, são algumas das áreas citadas pelos comunistas. dar expressão à necessidade de um novo rumo para a região que responda às crescentes dificuldades económicas e sociais a que a política de sucessivos gover-nos conduziu, rompendo com a “inevitabilidade” da política de direita e afirmando a exigência de uma outra política, patriótica e de esquerda, é o que o pcp propõe ao povo e ao país.

O cOmpeTiTiVTUr, é um estudo encomendado à Universidade do Algarve de suporte ao planeamento e decisão das políticas públicas com influência na competitividade do turismo e das diversas actividades que lhe estão associadas. A primeira parte do trabalho foi apresentado em junho no decorrer da reunião da comissão de Acompanhamento do programa Operacional do Algarve (pO Algarve 21), como parte inte-grante da monitorização em curso ao programa, que decorre sensivelmente a meio da execução do qreN.

A segunda parte do estudo abrange uma análise da competi-tividade do Algarve face a outras regiões da bacia do mediterrâneo. esta abrange as 14 regiões da costa de espanha incluído a ilhas balea-res. Segundo o professor fernando perna, coordenador do estudo desen-volvido pelo centro internacional de investigação em Território e Turismo da Universidade do Algarve, para o aumento da eficiência do pO Algarve 21 e adequação deste à estratégia regional, o foco deverá estar concentrado nas áreas de forte potencial de base de competitividade e diversificação turística da região. recomenda-se assim, entre outros aspetos, a programação de investi-mentos em operações no domínio da Gestão Activa de espaços pro-tegidos e classificados (eixo ii), o início da execução de investimentos no incentivo ao reordenamento das Actividades económicas (eixo i) e

o aprofundar dos investimentos no património cultural (eixo iii).

para além destas operações especí-ficas, sugere-se ainda de forma trans-versal ao pO Algarve 21 um maior incentivo à atração/criação de postos de trabalho qualificados no turismo, a análise do retorno dos investimen-tos privados em função da dimensão (genericamente o investimento em turismo surge mais fragmentado que a média do pO Algarve 21) e, final-mente, a monitorização da consis-tência e sustentabilidade no tempo dos investimentos na qualificação do território turístico, como são os casos do litoral, da mobilidade ou da dimensão cultural.

com cerca de 275 projetos apoia-dos pelo pO Algarve 21 até final de 2011, dos quais 39,6% têm relação direta ou indireta com o setor do

Estudo encomendado à UAlg serve de suporte à competitividade do setor turístico no Algarve

AHETA defende mais fiscalização, nomeadamente por parte das câmaras muncipais

A quercus (Associação Nacional de conservação da Natureza) distin-guiu as praias de castro marim com «qualidade de ouro». de acordo com a informação fornecida pela Agência portuguesa do Ambiente, a quercus atribui a classificação de «praias com qualidade de ouro» às zonas balneares do país cuja água apresenta os melhores parâmetros em termos de qualidade. O selo de qualidade às praias do concelho tem vindo a ser atribuído, sucessi-vamente, desde 2005. para o efeito, as praias têm de cumprir os seguin-tes critérios: ter obtido qualidade boa entre 2007 e 2009, qualidade excelente em 2010 e 2011 e ter um desempenho excelente em todas as análises realizadas na última época balnear.

Outra das componentes que atesta a excelência e a qualidade das praias de castro marim é o facto de receberem o galardão «praia Acessível – praia para Todos», garantido a pessoas com mobilidade reduzida/condicionada o acesso à praia em condições de segurança.

Praias de castro marim são «Ouro»

AHetA quer maior fiscalização ao alojamento paraleloA Associação dos hóteis e dos empreendimentos Turísticos do Algarve (AheTA) pretende uma maior fiscalização por parte das entidades competentes. Tratam-se de medidas de fiscalização mais ativas, firmes e empenhadas para esbater o fenómeno que envolve a exploração turística ilegal do alo-jamento paralelo no Algarve.

este tipo de alojamento, cons-tituído por apartamentos e mora-dias particulares de propriedade privada, localiza-se normalmente fora dos empreendimentos turísti-cos classificados ou registados ofi-cialmente, concorrendo de forma desleal com a oferta legalizada, quer porque não paga impos-tos, quer porque não satisfaz os requisitos mínimos de segurança e outros.

A AheTA alerta os potenciais consumidores deste alojamento para a necessidade de confir-marem junto das autarquias se o alojamento se encontra devi-damente registado, devendo as

autarquias, para o efeito, dispo-nibilizarem online, e através dos serviços de atendimento, infor-mação atualizada sobre as habi-tações legalmente inscritas e, por conseguinte, autorizadas a serem exploradas comercialmente.

Selo de qualidade é atribuído suces-sivamente desde 2005

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20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2012

DESENVOLVIMENTO

Municípios consideram que nova lei transformou dia-a-dia em agonia

Trabalhadores necessitam agora de apenas 12 meses de descontos, e não 15, para aceder ao subsídio de desemprego

Férias: dicas úteis para um verão

descansado

com o início da temporada de férias e milhões

de pessoas a viajar dentro e fora da União euro-

peia, convém relembrar algumas considerações

que os europeus devem ter em conta. quer se

trate de subscrever um seguro de saúde, resolver

litígios de viagem com um operador ou viajar com

animais de estimação, as dicas que se seguem

constituem informações úteis sobre a forma como

a Ue está a trabalhar para ajudar os viajantes

europeus. A quem pode recorrer em caso de

emergência médica?

está a pensar viajar na Ue, na islândia, no

liechtenstein, na Noruega ou na Suíça? Se assim

for, não se esqueça do seu cartão europeu de

Seguro de doença (ceSd). O cartão pode ajudar

a poupar tempo, problemas e dinheiro se adoecer

ou sofrer um acidente no estrangeiro. O cartão

está disponível – gratuitamente – junto das auto-

ridades de saúde nacionais e garante o acesso a

tratamentos urgentes nas mesmas condições e ao

mesmo custo (em alguns países, gratuitamente)

que as pessoas cobertas pelo sistema de saúde

público desse país. A quem telefonar em caso

de emergência?

O 112 é o número de emergência único na

europa, acessível gratuitamente em todo o terri-

tório da Ue, a partir de telefones fixos ou móveis.

O 112 liga o autor da chamada ao serviço de

emergência pertinente (polícia local, bombeiros

ou serviços médicos) e está disponível 24 horas

por dia. durante as minhas férias, tive problemas

com uma companhia aérea, uma empresa de

aluguer de automóveis ou um operador turístico.

Junto de quem posso obter ajuda?

em caso de cancelamento ou atraso dos meus

voos ou viagens de comboio…

Se tiver problemas com um voo regular ou

charter (por exemplo, cancelamentos ou atra-

sos), assistem-lhe direitos específicos no âmbito

do regulamento da Ue relativo aos direitos dos

passageiros aéreos.

Crianças com necessidades especiais

e de adultos portadores de deficiência:

relatório revela inadequação dos siste-

mas de ensino

de acordo com um relatório publicado hoje

pela comissão europeia, não obstante os com-

promissos assumidos pelos estados-membros

para promoverem uma educação inclusiva, os

sistemas de ensino ainda não oferecem um tra-

tamento adequado às crianças com necessidades

educativas especiais e aos adultos portadores de

deficiência. muitos são colocados em institui-

ções segregadas e os alunos integrados no ensino

regular carecem frequentemente de um apoio

adequado, afirma o relatório. O relatório solicita

aos estados-membros que redobrem esforços

no sentido de desenvolver sistemas de ensino

inclusivos e eliminar os obstáculos que limitam

a participação e o sucesso dos grupos vulneráveis

na educação, na formação e no emprego.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

Doze serviços de Urgência Básica podem encerrar

municípios do Algarve contra «Lei dos compromissos»

subsídio de Desemprego com 12 meses de descontos

No Algarve serão afetados dois SUb; um em loulé e outro em lagos. A dedução é feita a partir de um estudo concluído em fevereiro deste ano, mas só agora conhecido pelos portugueses. de acordo com notícias veiculadas, a partir da agência noti-ciosa lusa, o documento foi entregue ao ministro da Saúde em fevereiro, mas só agora foi divulgado, e após o mesmo ministro ter garantido aos jornalistas que vai defender no Governo que “não deve haver mais cortes na Saúde”.

A 2 de julho os municípios algar-vios, reunidos em sede da comu-nidade intermunicipal do Algarve (AmAl), deliberaram manifestar publicamente a sua discordância relativamente à aplicação da «lei dos compromissos», afirmando que com o cenário de crise atual esta lei “vem acentuar ainda mais as dificuldades”.

A «lei dos compromissos» vem transformar a atividade diária dos municípios numa “agonia” para os autarcas. A afirmação é feita em comunicado pela AmAl, liderada pelo edil farense macário correia, que lembra que com a atual crise os municípios “sentem grandes

desde o início do mês de julho que quem ficar sem emprego basta ter 12 meses de desconto para aceder ao subsídio de desem-prego. A prestação vai chegar a contratados que trabalharam (e descontaram) durante cerca de 12 meses quando, até aqui, eram necessários 15 meses de contri-buições. de acordo com a notícia, desde logo avançada pelo jornal nacional «diário económico», esta regra também inclui pessoas que perderam o posto de trabalho.

portanto, os desempregados que descontaram para a Segu-rança Social durante um período que varia entre 360 e 450 dias (nos últimos 24 meses anteriores ao desemprego), também podem receber a prestação.

O “novo prazo de garantia só se aplica aos requerimentos apre-sentados a partir de 1 de julho de 2012, ainda que o desemprego tenha ocorrido em data anterior”, explicou o ministério da Solidarie-dade e da Segurança Social. e dá o exemplo: “o beneficiário ficou desempregado em abril e, nessa data, tinha registo de remunera-ções igual ou superior a 360 dias e inferior a 450 dias; se apresentar o requerimento após o dia 1 de julho tem direito ao subsídio de desemprego se satisfizer as demais condições.” Um dos outros requisi-tos exigidos, por exemplo, é estar inscrito no centro de emprego.O subsídio para este novo grupo de beneficiários vai ter uma duração que varia entre cinco e nove meses,

consoante a idade. O subsídio de desemprego está,

para já, restrito a trabalhadores por conta de outrém. mas em

2013, começará a vigorar um novo regime para alguns trabalhadores independentes, com regras pró-prias.

Ao que indica o estudo os cortes vão afetar doze cidades. entre-tanto o jornal nacional «correio da manhã» publicou a lista das cidades onde constam duas algarvias: fafe, Santo Tirso, macedo de cavaleiros, Valongo, Oliveira de Azeméis, peni-che, Tomar, montijo, Serpa, monte-mor-o-Novo, lagos e loulé. estes concelhos devem perder os SUb se a proposta tiver luz verde do minis-tério. A proposta recomenda ainda a abertura desse serviço em coruche e na Sertã.

dificuldades em dar respostas às necessidades básicas da população residente”, referindo-se às refei-ções e transportes escolares.

A AmAl refere também que os cerca de um milhão de turistas que se deslocam ao Algarve no verão “poderão sentir os efeitos desta lei, que condiciona várias atividades com impacto direto na imagem da principal região turís-tica do país”, dando o exemplo da limpeza e recolha de resíduos urbanos, limpeza de praia, prote-ção e socorro.

Os municípios mostram-se desagradados com o programa de Apoio à economia local, refe-

Reconversões de urgências hospitalares

mas este estudo não se fica pelos cortes nos SUb, prevendo a recon-versão de urgências hospitalares. Neste caso não estará em causa qualquer urgência algarvia. exis-tem casos em que se propõe o fim da atividade cirúrgica no Serviço de Urgência básica: em barcelos, Ama-rante, lamego, águeda e elvas. Na figueira da foz e póvoa de Varzim o serviço é despromovido a Urgên-

rindo que “esta abrange 2/3 dos municípios e a adesão ao mesmo vem impor regras ainda mais limi-

cia básica com atendimento pediá-trico, o mesmo que passa a existir em Torres Novas. A comissão de reavaliação da rede Nacional de emergência/Urgência, nomeada pelo ministério da Saúde, considera que são suficientes 73 urgências hos-pitalares, em vez das 89 classificadas por despacho em 2008. A proposta foi elaborada por 11 peritos.

este estudo já foi alvo das mais variadas contestações por parte dos autarcas afetados pelos possíveis encerramentos.

tadoras da atividade autárquica e penalizadora para as respetivas populações”.

em meados de julho foi divulgado um estudo em que o Governo prevê o corte de 12 serviços de Urgência Básica (sUB) e a reconversão de diversas urgências hospitalares.

Estudo encomendado aponta

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 21

CULTURA

O dia 4 de Agosto de 2012 assinala os 434 anos de um dos episódios mais catastróficos da his-tória de portugal: a batalha de Alcácer quibir, conhecida em marrocos como batalha dos Três reis (em árabe: ثالثلا ك). com a obsessiva ideia de d. Sebastião para a conquista de marrocos – ideia já abandonada desde a reformulação da estratégia norte africana de d. João iii - o Algarve volta a captar as atenções da coroa portuguesa. com efeito, a “relação da jornada de el-rei d. Sebastião quando partiu da cidade de évora – feita pelo cronista João cascão”, dá-nos conta da primeira viagem de d. Sebastião ao Algarve, em 1573. O monarca não só inspeccionou as obras das fortificações para a defesa das costas algar-vias contra a pirataria magrebina, como também estudou as condições estratégicas, geopolíticas e militares que permitissem uma campanha militar em marrocos, onde portugal conservava ceuta e Tânger, a norte, e mazagão, a sul. Já nas cortes de 1562-1563 se determinava “que no Algarve se fação fortalezas, onde parecem necessárias” e, de facto, a região do baixo Guadiana recebeu a visita do jovem monarca português uma década depois, verificando in loco o estado das fortalezas. Segundo o cronista João cascão, d. Sebastião “veio ao longo da praia ver uma fortaleza, que está pegada com o mar, a duas léguas de Tavira, chama-se esta fortaleza cacela”, passando depois a castro marim, onde visitou o castelo na com-panhia do Alcaide-mor da Vila, António melo (d. Sebastião visitou também Santo António de Arenilha e Ayamonte).

No entanto, um outro objectivo se prendia com a visita do desejado: verificar como se cumpria o sistema das ordenanças no que se referia ao treino e serviço militar dos homens que as com-punham, pois segundo a legislação em vigor a partir de 1569 – 1570, cada concelho deveria apresentar uma companhia de ordenanças, sob o comando de um capitão-mor. de facto, para além dos estrangeiros e dos mercenários contratados, foi exactamente do sul alentejano e do Algarve que saíram os principais contingentes destinados à malograda expedição de Alcácer quibir. Nas ordenanças apresentadas a d. Sebastião aquando da sua visita ao baixo Guadiana, castro marim apresentou “duas bandeiras de Ordenança”(400 homens), tal como Alcoutim, que apresentou “duas bandeiras de Ordenança, as quais chegan-do-se a el-rei fizeram uma salva de arcabuzaria”. Ora, este acaba por ser um número considerável se tivermos em consideração que castro marim, por exemplo, apresentava por essa altura uma população que rondava os duzentos e cinquenta “vizinhos”, ou seja: por volta de 1000 habitantes! postos estes números podemos tirar uma de duas conclusões: ou o cronista João cascão exagerou no número de homens de armas apresentados ao rei, ou praticamente todos os homens capazes de pegar em armas estavam integrados nas compa-nhias de ordenanças! Se assim o é resta-nos uma última questão de difícil resposta: dos cerca de 9000 homens que perderam a vida na desastrosa batalha de Alcácer quibir, quantos seriam prove-nientes da região do baixo Guadiana?

O Baixo Guadiana e Alcácer Quibir

Fernando PessanhaFormador «História Local»- CEPHA/UALG

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Teresa rita lopes orientou no «hotel de Guerreiros do rio», em Alcoutim, uma tertúlia literária sobre o uso da língua portuguesa na escrita e na leitura.

O evento foi organizado pelo Grupo de Amigos «pró-futuro de Alcoutim», formado em janeiro de 2012 e onde participam figuras de relevo nacional como Teresa rita lopes, carlos brito e mário Zambu-jal, bem como muita gente amiga daquele concelho do nordeste algar-vio.

O grupo tem vindo a pugnar pela melhoria das condições de receção da televisão terrestre digital, de sigla TdT, pela valorização do rio Gua-diana, a construção de uma nova ponte na localização de Alcoutim-San lúcar e pelo prolongamento do ic 27, como condições indispensá-veis para o desenvolvimento e fixa-ção de novos habitantes.

A iniciativa sobre a língua portu-guesa, pelo local onde decorreu, o hotel de Guerreiros do rio, chamou a atenção para a hotelaria local. Sob o lema, «ler para bem escrever», os participantes trocaram impressões sobre os aspetos culturais da língua portuguesa, o acordo ortográfico, a edição de livros, o livro eletrónico e as novas formas de leitura.

Teresa rita lopes leu alguns textos

O cenário natural de cacela Velha, entre os dias 27 e 29 de julho foi palco do ciclo de músicas das três grandes culturas do mediterrâneo: árabe-andalusi, judaica-sefardita e medieval cristã. esta antiga vila, que foi entre os séculos X e Xiii um porto costeiro e um importante núcleo urbano no Garb al-Andalus, com valiosos testemunhos da presença islâmica, recebeu ao longo de três noites grupos musicais que teste-munham antigas heranças musicais do al-Andalus numa altura em que muçulmanos, cristãos e sefarditas coexistiam e partilhavam elementos relevantes da sua cultura. com este ciclo, pretendeu-se mostrar como as tradições musicais antigas e contem-porâneas no Sul da península ibérica e Norte de áfrica evidenciam ao nível dos instrumentos, textos e técnicas

vocais uma cultura partilhada ao longo de séculos. foi proporcionar ao espetador um encontro cultural diferente e sugestivo, da mesma forma que a riqueza da música do Al-Andalus reúne tanta diversi-dade de povos e culturas. Assim, no dia 27 de julho, subiu ao palco o grupo «Sefardim», com as cores da música judaica sefardita. No dia seguinte, o programa esteve a cargo dos «Aquitania» e da sua música de origem medieval cristã. O festival encerrou no dia 29 de julho com o grupo «iman Al Kandousi» e os ritmos árabe-andalusí. Os concertos do «ciclo de música Três culturas» aconteceram no cemitério antigo de cacela Velha e foram coorga-nizados pela ibérica – eventos & espetáculos e pela câmara munici-pal de Vila real de Santo António.

A especialista em Fernando Pessoa ministrou uma «aula» de bom português oral e escrito

Tertúlia literária para o bom uso da língua

portuguesa

Músicas das três culturas do mediterrâneo encontraram-se

em Cacela Velha

da sua já larga bibliografia. Aprovei-tou também a oportunidade para tecer algumas críticas à biografia de fernando pessoa, recentemente publicada em portugal, da autoria do brasileiro José paulo cavalcanti filho.

cláudio Torres apresentou a sua visão do papel de portugal na cultura mediterrânica, onde tenta provar que a antiga Atlântida era a península ibérica, que a navegação primitiva interpretava como uma ilha, para quem as suas costas eram todas navegáveis. Os povos do medi-terrâneo olham para o ocidente com a mística do pôr-do-sol, cuja cor se assemelha à abundância do ouro.

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

«Um leitor meu, e tenho alguns que têm os livros todos, tem a expectativa de um divertimento suave e reflectido e não do “está aqui uma coisa filosófica” ou terrivelmente trágica.» - foi esta a resposta de mário Zambujal à pergunta sobre o estilo dos seus livros, na entre-vista que deu, em maio, à «Notícias magazine».

há aqui pista para se compreender a sua obra, mas muito marcada pela conhecida modéstia deste autor.

é claro que os leitores de Zambujal, falo por mim e pelo que ouço, vão à procura de uns agradáveis momentos de leitura proporcionados pelos temas que escolhe e pela maneira cativante como escreve. Não procuram o simples divertimento. procuram as perspicazes observações com que olha a natureza humana e os seus tiques, especialmente as fraquezas humanas e comportamen-tos desviantes.

A sua maior originalidade reside, quanto a mim, no humanismo desse olhar perscrutador.

Não é só o oposto da severidade hipócrita do diácono remédios ou do conselheiro Acácio, seu antecessor. é um tratamento envolto em compreen-são muitas vezes risonha, realçando o lado caricatural, mas fugindo ao burlesco.

Tudo isto está bem presente no último livro de mário Zambujal inti-tulado «lONGe é Um bOm lUGAr (O reSTO SãO hiSTÓriAS)», numa edição de «clube do Autor».

A Tânia dulce e o dr. Ângelo, per-sonagens da novela que inicia livro, raquelina Vilas – lúcia Alexandra, pedro - Joana, paulo Agá - rute luísa, Antonieta montes – Ana rute e outros, das pequenas ficções, não são propriamente figuras exemplares, são seres humanos, aparentemente muito singulares, no fundo iguais a tantos que conhecemos, procurando desesperadamente ser felizes, uns com desenvolta perversidade, outros com tocante ingenuidade, todos olhados com compaixão. movimentam-se em meios e ambientes pouco frequenta-dos pela literatura, mas inegavelmente característicos do país.

A inserção social das personagens e ambientes nunca é forçada, mas está sempre presente num autor que se manifesta com tanta acutilância, como na citada entrevista, ao afirmar:

«No dia em que extinguirem o estado Social também acabam com a paz social.»

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

Mário Zambujal«Longe é um bom lugar»

L I V R O Spor Carlos Brito

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22 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2012

CULTURA

«À Descoberta das Fortalezas da Raia»

Até 8 de agosto, a câmara munici-pal de castro marim e a Associação Odiana promovem a exposição «à descoberta das fortalezas da raia», do artista plástico e pintor José Alberto Gomes pereira, na igreja do castelo da vila, patente ao público, de segunda a domingo, das 09h às 19 h.

Tal como no século XVi, nesta exposição o visitante é convidado a observar 12 quadros que retratam as primeiras 12 fortalezas implantadas no país, de castro marim a Jurome-nha, passando por moura, recriando a viagem épica de duarte d’Armas, considerado pintor por damião de Góis, como é descrito nas crónicas de el-rei de portugal d. manuel i.

«à descoberta das fortalezas da raia» é da autoria do artista plástico José Alberto Gomes pereira, conhe-

cido pela singularidade da sua pin-tura, revelando-se com o seu traço a nanquim, tendo sido premiado logo na sua primeira exposição coletiva com a obra «balada de breu», inspi-rada nas baladas de Zeca Afonso.

é também o autor da exposição «Um Olhar sobre fernando pessoa», produzida no âmbito da comemora-ção dos 120 anos do nascimento do poeta, da obra «The clock of The long Now» a pedido da fundação norte-americana «long Now foun-dation» e de muitas outras obras pre-sentes em coleções particulares em portugal, frança, Suíça, moçambi-

que, Africa do Sul, brasil ou estados Unidos da América.

A presente exposição tem como finalidade contribuir para o reforço da oferta cultural do território do baixo Guadiana e, ao mesmo tempo, promover e divulgar o património histórico edificado desta sub-re-gião.

esta iniciativa insere-se no projeto GUAdiTer – itinerários do baixo Guadiana, uma iniciativa de coope-ração entre Algarve, Alentejo e Anda-luzia do programa de cooperação Transfronteiriça portugal – espanha, cofinanciado a 75% pelo feder.

No passado dia 28 de julho decor-reu no centro multiusos do Azinhal a XViii edição do festival de folclore do Azinhal. A organização foi da casa do povo do Azinhal e do rancho folclórico do Azinhal.

A jornada de folclore nacional no Azinhal contou com as atuações ao longo de mais de cinco horas no palco do centro multiusos, dos ran-chos convidados que apresentaram o melhor do folclore e etnografia lusa: rancho folclórico de elvas, Grupo de dança Típica da queimada de melides, Grupo de danças e cantares dos pioneiros de Vendas Novas e o rancho regional das lavadeiras de carreço de Viana do castelo.

POR CÁ ACONTECE A G E N D A

e V e N t O s

castelhanos - 11 AgostoSanta Justa - 17, 18 e 19 Agostofarelos - 18 AgostoTacões - 18 AgostoVaqueiros - 25 e 26 Agostomartinlongo - 31 de agosto a 02 de setembro

Feira de Verão 17 Agostomartinlongo

Marchas/Passeios NoturnosAlcoutim - 17 Agosto, 21h30pereiro – 31 AgostoAlcoutim – 31 Agosto

Tertúlia «Memórias do Rio»31 AgostoAlcoutim

Castro MarimXVIII Festa do Emigrante3, 4 e 5 de agostomonte francisco

Exposição «À Descoberta das Fortalezas da Raia»Até 8 de Agosto, castelo castro marim

Serões de Acordeão:Alcaria de Odeleite- 4 agosto, 21h30corte Gago - 8 agosto, 21h30

Noites do RevelimdJ Nelymoon e miss Sheila - 10 de agosto dJ Gustavo Vera e dJ christian f - 17 de agosto colina do revelim de Santo António em castro marim - 21h30

Festas Nossa Senhora dos Mártires14 e 15 de Agosto concerto com o emANUel (15/08, às 22h30)

15º «Dias Medievais»23 a 26 de agostowww.cm-castromarim.pt

Animação de Verão em Altura01 agosto – ranchos folclóricos do Azi-nhal e Santa catarina08 agosto – música Tradicional portu-guesa «cante Andarilho»17 agosto – fado com márcio Gonçalves, Aníbal Vinhas e ricardo martins22 agosto – música Tradicional portu-guesa «cantares da meia Noite»29 agosto – banda musical castroma-rinenseZona de lazer Junto à Av. 24 de Junho – 22h

Noites de Cinema em Castro Marim e Alturahomens de Negro 3 - 02 de agosto (castro marim) e 04 de agosto (Altura)O que se espera enquanto se está à espera - 06 de agosto (castro marim) 07 de agosto (Altura)

branca de Neve e o caçador - 09 de agosto (castro marim) 11 de agosto (Altura)O Gato das botas - 13 de agosto (castro marim) 18 de agosto (Altura)Os Smurfs - 16 de agosto (castro marim) e 21 de agosto (Altura)castro marim – praça 1º de maio / Altura – cine-estúdio Alagoa praia – 21h30Org.: câmara municipal de castro marim

Feira do Livro em Altura09 a 19 de agosto, 20h às 24hZona de lazer Junto à Av. 24 de Junho

VRSAFeira do Livro e Stockout Monte Gordo5 de Agosto a 9 SetembroZona poente do casino de monte Gordo

Manta Books – Feira do LivroAté 27 Agostocentro de Artes da manta rota

Praça do Livro –II Edição3 de Agosto a 2 de Setembropraça marquês de pombal

Concerto Banda Filarmónica VRSA11 Agosto, 22hpraça marquês de pombal

Ciclo de concertos «Clássica em Cacela Velha»

dia 9 – igreja de Nossa Senhora da Assunção dia 16 – cemitério Antigodia 23 – igreja de Nossa Senhora da Assunção

Festival de Folclore 18 Agosto, 21h30praça marquês de pombal

Dois Olhares – Pintura e Fotogra-fiade 3 a 26 de Agostocentro cultural António Aleixo

Encontro de Cultura Cubanade 17 de Agosto a 22 de SetembroArquivo histórico municipal

«Passos Contados 2012»4 Agosto, 21hSimbolismo, crenças e superstições na tradição popular portuguesa Santa rita

«Livros Mexidos» Clube de Lei-turaAutor Gonçalo m. Tavaresdia 30 Agosto, 18h

Ciclo de cinema «Sob as estrelas em Cacela Velha»28 e 31 de Agosto, 22hcemitério Antigo de cacela Velha

Festas do São João da Degolade 25 a 29, 21h30manta rota

AlcoutimExposição «White Jug», com escul-tura de madeira por Peter Dolby e Pintura de Manda Beeching1 a 30 Agostocasa dos condes Alcoutim

Festa de Santa Marta 4 Agosto

Bailes de acordeão (22h): balurcos de baixo - 04 AgostoVelhas – 11 Agostolaranjeiras - 11 Agostomontinho das laranjeiras - 18 AgostoAzinhal - 18 Agosto

Feira de Giões 4 AgostoGiões

Feira do Livro 6 a 12 Agostopraia fluvial do pego fundoAlcoutim

Procissão Sra. do CarmoAlcoutim – San lúcar15 agosto, 18h

Festas tradicionaisSão bento - 09 AgostoGiões - 10 e 11 Agosto

«À Descoberta das Fortalezas da Raia» é a mais recente exposição do artista plástico José Alberto Gomes Pereira Certame aconteceu ao longo de cinco horas

Festival de

Folclore do

Azinhal

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 23

COLABORADORES

Decerto já disseste: “sou um zero” O zero simboliza o vazio, que só por si não designa valor. Muitos dizem: Comecei do zero e, esse zero colocado à direita duplica o valor dos algarismos à sua esquerda. Há os indignados, nunca foram a lado nenhum. Que deves fazer? O pensamento é o único poder, tudo se pensa: Agora vou conseguir, vou prosperar, não estou hipotecado, que tenho de bom? Que posso oferecer? tenho riqueza interior e mental. A mudança de atitude vai produzir maravilhas, o génio interior pode triunfar.A luta deverá ser de esta forma, tal como se estuda a matéria para o exame, estuda-se como enriquecer a mente na procura do sucesso, o importante é saber onde vamos e como vamos. Jogo duplo? Não! ser psicólogo, estudar tudo que te rodeia quando fores a uma entrevista, saber o que querem, estar bem preparado, sem te alarga-res. Depois entra a filosofia, dar a entender que tens condições de ocupar o cargo sem se referir a esse especificamente, de vez em quando referir o que fazes de melhor, o “cargo” mas dito com outras palavras. Há causa efeito para tudo, temos de esquecer os princípios. Nasceste para vencer, para te sobrepores aos obstáculos, nada de pensamentos negativos, segue estas etapas e prosperarás, vai ser notável. Há abundância de oportunidades, inúmeras: A eletrónica, o domínio da ciência, as artes, os computadores estão ainda na infância, a robótica e outras. A enorme quantidade de ideias, não se esgotam.

Esta vedeta da criseagarra-se ao “zé” a berrar:

Enquanto de ti precise,nunca mais te vou largar.

sou filha de zebedeu,com belzebu fui casar,a todos prometo o céu,

mas para o inferno os vou levar.

teu destino está traçado,mesmo que o queiras ou não,

é um fardo bem pesado,à medida do vilão.

toda a vida o hás-de carregare não tenhas ilusões;só dele te vais livrar

no império dos torrões.

Dormes então descansado,não há crise que te apoquente,

pois já cumpriste o teu fadoe vais conhecer melhor gente

Qualquer que seja o espaçoNo cansaço do meu viverHá sempre o embaraço

De não ter nada que fazer

só se cansa quem fazMas também cansado por não fazer

Fica, e a ninguém satisfazpois só fazendo dá prazer

é um alívio quando feitoO dever que há a cumprir

Em cada tarefa e obrigação

sem trabalho dá dor no peitoE o orgulho de feito, traz sorrir

Muito prazer e satisfação.

CONFIA EM TI

Dever Cumprido

A BRUXA CRISE ESTRAFEGA O “ZÉ”

A depressão é uma doença mental que afecta pessoas de todas as idades. de um modo geral, a preva-lência da depressão tende a aumen-tar com o avançar da idade e é, por isso, nas pessoas mais idosas que ela atinge os índices mais elevados de morbilidade e mortalidade.

A depressão major, a mais fre-quente, define-se como uma pertur-bação mental que apresenta cinco sintomas principais com duração de pelo menos duas semanas. estes sintomas englobam tristeza intensa e/ou profunda falta de interesse nas actividades que habitualmente dão prazer, dificuldades no sono, alterações do apetite/peso, fadiga ou perda de energia, lentificação/agitação, sentimentos de desvalo-rização ou culpa, dificuldade em tomar decisões e pensamentos de

suicídio. contudo, há que salientar que a depressão pode manifestar-se de modo diferente, de pessoa para pessoa.

As suas causas podem ter vários factores, sendo eles: sociais, bioló-gicos, físicos e/ou psicológicos. Os factores sociais podem estar liga-dos: à falta de suporte familiar que se intensifica pela perda de entes queridos, ao isolamento, a restri-ções financeiras e também à falta de ocupação de tempos livres. Já os factores biológicos podem estar relacionados com perdas senso-riais e cognitivas, com alterações do ritmo cardíaco, do sono, altera-ções da linguagem e memória. Os factores físicos podem estar liga-dos a: polimedicação, problemas de visão, audição, incapacidade para realizar as tarefas da vida diária e à existência de outras doenças. por fim, os factores psicológicos podem encontrar-se associados a uma baixa auto-estima, à auto-percepção incorrecta do estado de saúde, às mudanças de vida percepcionadas como negativas, a alterações cog-nitivas e também à ansiedade ou frustração.

quando se fala da depressão no idoso torna-se muito impor-

tante estabelecer um correcto diagnóstico do problema, uma vez que coexistem outras patologias, nomeadamente, físicas ou psiquiá-tricas. por exemplo, podem ocorrer casos em que a sintomatologia de um quadro de demência inicial é semelhante à da depressão. deve também ser verificado se o idoso possui alguma doença clínica que esteja relacionada com depressão ou se utiliza algum medicamento que esteja a desencadear sintomas depressivos. Alguns idosos podem expressar a depressão através de sintomas físicos como, por exem-plo, cefaleias ou dor crónica em vez de sintomas emocionais mais vulgares. em consequência, existe alguma dificuldade em elaborar um correcto diagnóstico deste quadro clínico na medida em que assume formas incaracterísticas, muitas vezes, difíceis de diagnosticar e, consequentemente, de tratar.

O tratamento da depressão tem como finalidade reduzir o sofrimento psíquico causado pela doença, diminuir o risco de sui-cídio, melhorar o estado geral do paciente e garantir-lhe uma melhor qualidade de vida dentro das suas capacidades. Uma das estratégias de

intervenção utilizadas é a psicotera-pia. é importante que se identifique o ou os factores que estão a desen-cadear o processo depressivo ou, em certos casos, até mesmo agravando a depressão. Além disso deve-se ainda orientar os familiares, os cuidadores e o próprio doente. por vezes, torna-se necessária também uma intervenção ao nível da farma-cologia. esta é recorrida quando os sintomas de depressão colocam em risco a condição clínica do doente e quando o sofrimento psíquico é significativo. é de salientar que, em muitos casos, os idosos tendem a negar a sua depressão por não se quererem sentir “farrapos velhos” ou nem “um peso para os outros”. Não procuram tratamento por nega-rem estar deprimidos, apesar de se sentirem dessa forma, ou simples-mente por não reconhecerem ter um problema. A adaptação indi-vidual ao processo de envelheci-mento pode tornar a pessoa mais vulnerável à depressão comprome-tendo toda a sua qualidade de vida. Além disso existe ainda um risco acrescido deste vir a desenvolver um processo demencial. As socie-dades ditas civilizadas e modernas privilegiam a juventude em relação

à velhice e os idosos acabam por ser excluídos da produção/activi-dade, muitas vezes contra a sua própria vontade, ficando isola-dos, com carências económicas e adoecendo por falta de recursos para a saúde. A situação torna-se ainda mais grave no caso dos resi-dentes em instituições uma vez que se encontram afastados do seu ambiente familiar habitual e, por vezes, isolados da actualidade cultural, experimentando a sensa-ção de abandono, de dependência e inutilidade.

As queixas e os pequenos sinais dos idosos devem ser mais valo-rizadas pois, é muito frequente, aqueles que os rodeiam e com quem convivem associem o seu estado de melancolia e tristeza à sua idade avançada e a outros factores considerados comuns.

A Depressão no Idoso

neip (núcleo de estudos e investigação psicológica) – Ana Ximenes, Catarina Clemente, dorisa peres,

Fabrícia gonçalves, patrí-cia Santos, pedro Costa,

Sílvia Cardoso, Sofia Ferreira

O panorama museológico do baixo Guadiana é composto por um conjunto de museus e núcleos museológicos, que incorporam colecções de diversas áreas dis-ciplinares. porém, os “museus” existentes no baixo Guadiana não correspondem ao conceito deter-minado internacionalmente pelo icOm (conselho internacional de museus), ou pela lei quadro dos museus portugueses (lei n.º 47/2004, de 19 de Agosto), por incumprimento da globalidade das funções museológicas.

maior parte dos espaços cul-turais presentes neste território são núcleos museológicos que resultaram da recuperação de construções tradicionais, ou da valorização de espaços associa-dos a monumentos, pelo que não dispõem de áreas técnicas,

reservas, laboratórios, ou gabi-netes para actividades educati-vas. Se, em termos conceptuais a designação de “núcleo” equivale a uma extensão territorialmente descentralizada de um museu, a ausência de museus municipais no baixo Guadiana, remete-nos para um conceito distinto de gestão museológica. desta forma, compete aos técnicos dos serviços culturais de cada autarquia asse-gurar a adequada manutenção e cumprimento das práticas museo-lógicas indispensáveis: investigar, preservar, comunicar e educar.

Os núcleos museológicos deviam ser entendidos como locais de múltiplas actividades, com uma adequada programação cultural que possibilitasse fortale-cer os vínculos com a população local, estabelecimentos de ensino e agentes responsáveis pela acti-vidade turística da região. No fundo, trata-se apenas de cumprir o propósito da sua existência, caso contrário a sua intervenção no ter-ritório continuará a apresentar-se bastante limitada.

muitas vezes, acontece que a constituição das colecções pre-sentes nos núcleos, o seu estudo, documentação e exposição, deri-

museus do Baixo GuadianaRUBRICA DE PATRIMóNIO

vam da colaboração pontual de técnicos externos que durante um determinado período de tempo trabalha com o objectivo princi-pal de abrir as portas ao público. Terminado o trabalho, os espaços ficam sem uma equipa técnica qua-lificada que assegure a sua posterior dinamização, função social, cultu-ral e educativa, pondo em causa a sustentabilidade desses projectos. como exemplo dessas práticas temos a casa de Odeleite e o Núcleo museológico do castelo de castro marim.

No baixo Guadiana são vários os núcleos que só abrem ao público pontualmente ou mediante marca-ção prévia. O município de Alcou-tim, por exemplo, possui um total de 8 núcleos museológicos, dos quais apenas metade se encontram aber-tos diariamente. estas situações levantam algumas dúvidas sobre a política cultural e gestão museoló-gica praticada no território.

Osvaldo PiresTécnico de Património Cultural. Centro de Estudos de Património e História do Algarve da Universidade do Algarve CEPHA/UAlg

MANUEL TOMAzMANUEL GOMES

MANUEL PALMA

* O autor não escreve ao abrigo do acordo ortográfico

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24 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2012

PASSATEMPOS&LAZER

u m a s l i n h a s p a r a a a l m a . . .

Ajude-nos a Ajudá-los!

GUADI Centro de Animais Rua D. Pedro V, Nº 38 – 2º andar 8900 – 283

Vila Real de Santo António Contribuinte Nº 507 534 328

Contactos: 964773101 e [email protected]/

http://associacaoguadi.blogspot.comFACEBOOK

Alice - Cadela com cerca de 2/3 anos, bastante meiga, brincalhona e sociável com outros cães.

Justin - Cão com cerca de 1/2 anos -Porte grande, arraçado de labrador, super meigo e sóciavel com cadelas.

A DECO INFORMA…

Com a chegada do Verão, as viagens pela Europa tornam-se mais frequen-tes, pelo que se torna importante conhecer as tarifas em vigor relativas ao roaming.

A partir de julho de 2012 teremos novas tarifas mais baixas nas comuni-cações em roaming. Assim, cada chamada efectuada custará € 0,35, por minuto, e as recebidas, € 0,09, por minuto. As mensagens de texto passarão a custar € 0,11. Todos estes valores com IVA incluído a 23%. Acresce que, serão cobrados, também, € 0,86, por megabyte na transferência de dados ou navegação na internet no estrangeiro, cobrados por kilobyte utilizado.

De acordo com as regras fixadas em julho de 2011, manter-se-á a factura-ção ao segundo após os primeiros 30 segundos para chamadas efectuadas e após o primeiro segundo para as chamadas recebidas.

A Comissão Europeia definiu também meios para informar melhor sobre os limites nas ligações à internet a partir do telemóvel ou computador quando nos encontremos noutro país da União Europeia, impondo o aviso por SMS, correio electrónico ou janela instantânea do ecrã, quando a despesa se aproximar do limite definido, que serão de € 61,50 com IVA, a não ser que tenha escolhido um limite mais alto ou mais baixo.

A partir de 1 de julho de 2014, será ainda possível contratar um operador em separado para as comunicações móveis no estrangeiro, mantendo o mesmo número de telefone.

Para evitar gastos imprevistos com roaming a DECO aconselha:

• Avisar familiares e amigos da sua estada, para evitar chamadas desnecessárias;

• Se for possível evite as chamadas de voz, optando por sms, pois são mais baratas, e no caso das recebidas não terá de pagar o roaming.

• No destino escolhido, verifique se foi seleccionada automatica-mente a rede da operadora com protocolo com a sua. Caso contrário, faça-o manualmente.

a GUADI apela

Susana Correiajurista

«Roaming na Europa»

“Ouvi dizer que os preços das chamadas e sms

em roaming iam descer. Essa informação é

verdadeira?”

Número solidário: 760 300 012

Garfo1. colher2. faca3. Tacho4. panela5.

frigideira6. Acendedor7. prato8. chávena9. copo10.

Quadratim - n.º98

Auto

r: Jo

ão R

aim

undo

Jogo da Paciência n.º 104

“UTENSÍLIOS DE COZINHA”

Não podemos deixar encerrar as micro e as peque-nas e médias empresas (pme’s), e outras, para não aumentar o desemprego. há setores, ou quase todos, onde se sente mais este flagelo. é obrigatório baixar as taxas de iVA e outras na restauração e similares para 6% e a taxa máxima para 17%. este setor não consegue repercutir nos preços a cobrar aos clientes (com as atuais taxas), sendo suportadas pelos seus magros lucros (quando os têm), e assim acentua-se a dificuldade em manter os postos de trabalho, bem como a sobrevivência das empresas.pelo caminho correto do quadratim vá ao encontro de bAiXAr A TAXA dO iVA.

Soluções Jogo da Paciência - n.º103

pires11. raspador12. Tábua13. Toalha14. Guardanapo15. Jarro16. Garrafa17. fruteira18. Guarda-pão19. Tabuleiro20.

Nasceu na data 29/09/2011 e foi criada por um grupo de amigos que partilham o mesmo gosto pela prática de bTT e ciclismo de estrada. Apesar das adversidades destes tempos que correm deci-diram criar esta Associação para desenvolver varias atividades, na região do baixo Guadiana. O quartel-general deste grupo, encontra-se sediado em castro marim, visto que é um concelho onde a prática do ciclismo, quer na versão de bTT como ciclismo de estrada, tem vindo a aumentar. O concelho de castro marim tem condições excelentes para a execução destas modalidades, tanto pela qualidade dos seus caminhos serranos, quer pelas estradas asfaltadas, nunca esquecendo o relevo próprio do Sota-vento Algarvio, a beleza da sua cultura e património.

Os objectivos da rOdAcTiVA consistem em desenvolver a prática do desporto no concelho de castro marim. motivar a proteger, defender, promover e divulgar o património cultural, artístico, paisagístico e ambiental no concelho de castro marim; organizar eventos de várias atividades desportivas, educati-vas e culturais para todas as idades; marcar novos roteiros no concelho para uma melhor divulgação do mesmo, quer a nível recreativo, desportivo e turístico; auxiliar outras Associações e clubes do concelho, apoiando e promovendo a sua divulgação, proporcionando melhorias nas mesmas. Os eventos agendados, ainda para 2012, são:1º passeio Férias de Altura data: agosto 2012 -passeio de bTT com guias da rOdAcTiVA pelas freguesias de Altura e castro marim com Jantar em Altura.

1 º prova de btt no Aniversário do clube data: setembro 2012 -prova de bTT no concelho de castro marim com 2 trajetos marcados, almoço e entrega de prémios

1 º passeio Halloween - noturno data: outubro 2012 -passeio noturno no concelho de castro marim com ceia e música portuguesa.

Workshop de nutrição no desporto data: dezembro 2012 - No pavilhão polidesportivo de castro marim

RODACTIVA Associação Desportiva, Recreativa, Cultura e Social do Sotavento

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DESPORTO

Futebolândia

Olá! Sejam bem-vindos a mais uma edição do «futebolândia»!

Aí está o “querido mês de agosto” como diria o Nel monteiro - «Tom Jones» de portugal, salvo as res-petivas diferenças; um tem o «Sex bomb» o outro «bronca na disco-teca» e «Tira o biquíni amor». coisas da música...! mês de agosto, mês dos emigrantes, vêm de todos os lados e desejando falar e ouvir a língua portuguesa, à exceção, claro, dos emigrantes em frança. lá temos nós que ouvir o “la pan” e o “la fiam-bre”. é um enigma; só os emigrantes em frança é que fazem questão de falar a língua do país onde estão emigrados. mês de agosto, mês das filas até para pagar um café, mês do vento norte, mês dos encontrões e das praias lotadas… é por estas, e por outras, que prefiro setembro.

mas o mês de agosto é também o mês do regresso do campeonato português, considerado pela fede-ração internacional de história e estatísticas do futebol, o vigésimo campeonato a nível mundial. Até os olhos em bico dos coreanos são melhores que nós. Grande emoção deve ser ver um jogo entre o Jeon-buk motors e o busan. qual benfica-porto ou Sporting-benfica…início de campeonato em agosto e, como sempre, três eternos candidatos ao título: benfica, Sporting e porto. O porto, campeão em título e sempre com três reforços de peso, pinto da costa, “bobby” e “Tareco”; prontos a atacar qualquer baliza ou árbitro. O benfica, ainda com Jesus a tentar mais uma vez ser campeão, coisa escassa nos últimos anos. Vamos ver quanto tempo dura a permanente do treinador do benfica (se não é permanente pelo menos gasta uma lata de laca por semana, porque não será fácil manter aquele cabelo sedoso).

O Sporting, por sua vez, mais escasso ainda, novos reforços e a mesma lenga-lenga de sempre: que têm equipa para ser campeões e o leão vai rugir e o presidente a dizer que tem uma equipa fantástica... mas digo, se o miguel relvas tirou a licenciatura num ano, acredito que o Sporting possa ser campeão.

Antes de terminar, digo que ainda estou a recuperar de ter visto a mãe do cristiano ronaldo em biquíni, logo agora que já tinha ultrapas-sado o trauma de vê-la em fato-de-treino rosa... e que por culpa de alguns, o «Troféu internacional do Guadiana» este ano deveria ter-se chamado «Troféu da A22»; qualquer dia nem sei onde zona do país estará o “nosso” rio Guadiana…

Eusébio Costa, radialista e licenciado em ciên-

cias da comunicaçã[email protected]

Os jogadores do padel clube de VrSA tiveram uma excelente par-ticipação no «ii Open ibérico de padel menores», na cidade espa-nhola de mérida, nos dias 29 e 30 de junho e 1 de julho, chegando a várias finais.

laura martins e marta Salva-dor sagraram-se campeãs de pares femininos, na categoria infantil, ao derrotar na final a dupla mendez / iglesias (badajoz) pelos parciais de 6/3, 6/1. Já os atletas Vasco martins / pedro Sousa, em pares masculinos na categoria benjamin, foram vice-campeões ao perderem na final com pedro /lucas (mérida) pelos parciais de 6/7, 4/6. foram também vice-campeões os atletas Joaquim campos / Antonio mas-carenhas em pares masculinos, na categoria cadete, ao perder na final

mais uma vez os atletas do Grupo desportivo de Alcoutim (GdA) orgulharam a sua terra com resul-tados de destaque, conseguindo 13 finais com 16 atletas presentes. O destaque destes quatro dias vai para o K2 infantil de rodrigo romão e pedro Jeremias que se sagraram vice-campeões Nacionais de 1000mt e que nos 500mt, quando lideravam a prova a cerca de 10mt da meta, devido a uma desconcentração acabaram por virar. O K4 cadete de hugo carmo, mikael marques, Jorge palma e Alejandro Villegas ramirez também andaram na frente

mas acabariam na 4º posição. Aqui ficam os restantes resultados de des-taque: 1000mt - K4 infantil bruno ramos, ricardo martins, rodrigo romão, Andre madeira 6º, K2 cadete mikael marques, Alejan-dro Villegas 8º, 500mt - K1 hugo carmo - 7º, K2 iniciado pedro pedro lourenco, luís Simao 6º, c1 Junior João Simão 7º, e K2 cadete hugo, Alejandro 6º.

de destacar também os restan-tes atletas que ficaram dignamente pelas semi-finais: Joana mestre, inês Vilão, márcia Jacob e João rodrigues.

Terminada a época desportiva de futebol 2011/2012, o clube des-portivo de Vaqueiros organizou uma festa convívio entre atletas, pais, patrocinadores e voluntários.

No dia 8 de julho, o grupo des-portivo reuniu-se para um almoço na sede do clube, onde foi homena-geado o bom trabalho desenvolvido e delineadas metas para a próxima

época. Já no dia 1 de julho, atletas e trei-

nadores juntaram-se para uma visita à mina de São domingos, em mér-tola. O desporto não podia faltar, mesmo na vertente recreativa, e o grupo divertiu-se no paintball, orientação, canoagem, passeio de gaivota e natação na praia fluvial da mina.

com franco / Tejeda (caceres) pelos parciais de 2/6, 2/6. este torneio destacou-se pela excelente convi-vência e pelos laços de amizade criados entre os atletas dos dois

Baixo Guadiana sobre rodas

crónicas

ricardo mestre mostrou no passado dia 15 de julho ser um dos melhores e mais completos ciclistas portugueses da atualidade, ao vencer de forma imponente a 35.ª edição do «Grande prémio Joaquim Agostinho». O natural de castro marim faz assim história ao ser o primeiro ciclista a ganhar esta prova pela segunda vez consecutiva, impondo-se a toda a concorrência na última e derradeira etapa que ligava Atouguia da baleia a carvoeira (163.3 km) em terras do município de Torres Vedras. Numa etapa dura, e com várias contagens

de montanha, a equipa de mestre, carmim-prio-Tavira, endureceu a corrida para desgastar os adversá-rios e assim jogar o seu trunfo ao ataque, que começou a desenhar a vitória a cerca de 40 quilómetros da meta, onde apenas dois corredores conseguiram aguentar o ataque na serra de montejunto (1º categoria). Já nos últimos 3 quilómetros da etapa ricardo mestre conseguiu fazer descolar da sua roda os adversários, conseguindo cortar a meta isolado com 20 segundos de vantagem sobre José Gonçalves (Onda-boavista) e 26 segundos sobre o corredor da

equipa efapel-Glassdrive-Gaia, Sérgio ribeiro que foi terceiro. Na geral final, atrás do homem da cor-telha ficou na segunda posição o espanhol, iker camaño (endura) a 20 segundos, e em terceiro o jovem José Gonçalves (Onda-boavista) a 27 segundos.

Sete vencedores do «Troféu Joa-quim Agostinho» já ganharam a Volta a portugal tendo sido o último, o pró-prio ricardo mestre.

Se a história do ano transacto se mantiver pode ser que venha mais uma «Volta a portugal» para castro marim. A «Volta» corre-se entre 15

e 26 de agosto, começando em cas-telo branco e terminando em lisboa. ricardo mestre diz estar a prepa-rar-se o melhor possível e que esta vitória passava pelos seus objetivos, dando-lhe motivação e garantindo-lhe que está no bom caminho, no que diz respeito ao seu estado de forma. “Senti-me bem e acabei por fechar com chave de ouro o bom trabalho dos meus colegas; agora resta-me continuar a trabalhar para chegar o melhor possível à «Volta a portugal»”, disse o natural da cortelha.

O ciclista mostrou ser também uma pessoa bastante sensível e soli-dária. Não sendo indiferente à tre-menda devastação provocada pelos incêndios que se abateram nas serras onde habitualmente treina, mobili-zou uma série de abastecimentos e barras energéticas que dispunha para entregar ao bombeiros, prestando assim o seu pequeno contributo e gesto de solidariedade.

Humberto Fernandes

RICARDO MESTRE CAMPEÃO E SOLIDÁRIO

Jogadores do Padel Clube VRSA destacaram-se em Mérida

GDA em 13 finais Vaqueiros encerra época de futebol com festa

«II Open Ibérico de Padel Menores» aconteceu a 29 e 30 de junho

Festa convívio juntou pais, patrocinadores e voluntáriosGDA presta provas e regressa a Alcoutim com medalhas e campeões

países, ao longo de três dias. Na cerimónia de entrega de pré-

mios estiveram presentes o gerente da All padel, manuel Soler, e o Secretário da federação extreme-

nha de padel, Jose pintado. A fede-ração portuguesa foi representada por Octavio Salvador, enquanto o padel merida foi representado por miguel pizarro.

Canoagem

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | AGOSTO 2012 | 27

DESPORTO

integrada no XX circuito de Natação de mar do Algarve, vai ter lugar no dia 12 de agosto, na praia da Alagoa - Altura, a 11ª. prova de Natação de mar «Vila de castro marim».

O evento, ininterrupto, que vai na 11ª. edição, é organizado pelo Grupo desportivo, recreativo e cul-tural «leões do Sul futebol clube», coletividade de S. bartolomeu do Sul, concelho de castro marim. A prova tem início previsto para as 11h30 com partida em frente ao eurotel Altura e chegada à zona de animação/Secretariado.

A prova, na distância de 1500 metros, contempla a competição onde só podem participar atletas federados e é integrada no circuito de águas Abertas (prova oficial) e a de divulgação, na distância de 800 metros para atletas popula-res.

As inscrições podem ser feitas até 5 dias antes da realização da prova através de: Telefone e Fax: 281 957 115, Email: [email protected]

No local: Até às 10h para atle-tas individuais com mais de 16 anos.

Contactos: 961 369 307 - 962 349 053 - 964 579 217

Natação de Mar em Altura

O evento vai na 11ª. edição e é organizado pelo «Leões do Sul Futebol Clube»

CanoagemPUB

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28 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |AGOSTO 2012

por dia gastam-se muitos litros de água; 10 litros numa descarga de autoclismo, 80 litros num banho rápido, 100 litros numa lavagem de roupa na máquina e 50 litros numa lavagem de louça na máquina. O esforço para poupar água é uma obrigação.

Uma torneira a pingar durante 24 horas, de 5 em 5 segundos, perde 3 litros de água, o que corresponde a mais 1000 litros de água por ano. Verifique as tor-neiras e repare as fugas de água.

A animação no baixo Guadiana já começou a marcar presença este verão. O calendário dos eventos vai-se completando e as autarquias apoiam, ou organizam mesmo, eventos que consideram estruturantes para um verão demarcado e que serve de chamariz aos turistas. em Vila real de Santo António o spot de verão «manta beach» está de regresso. este ano sob a produção da equipa de ricardo Tavares, do grupo «fiéis», que já esteve a trabalhar neste spot em 2010, na altura com a taróloga maya (que este ano não marca presença no concelho). A praia da manta rota volta a ser, assim, destino de férias e de animação nos meses de julho e agosto. A concessão do espaço da manta rota valeu à autarquia 12.500,00 euros.

No concelho de castro marim as «Noites do revelim» vão ser animadas pelo som de dj’s vários que desde o passado dia 20 de julho começaram a ecoar a sua performance. Três noites de muita música, que se pro-longam a 10 e 17 de agosto num espaço privilegiado para se viverem momentos diferentes.

por sua vez, a vila de Alcoutim tem de volta a inicia-tiva «música na praça». Até ao final do mês de agosto a animação promete agitar as noites de quarta-feira em Alcoutim. No quarto ano de vida, e mais uma vez na praça da república, coração da vila alcouteneja, a organização promete muita música e dança. em agosto promete-se muita música rock, pop, brasileira e popular.

estes, entres outros eventos, de cariz público e pri-vado, são exemplo da vontade de proporcionar um baixo Guadiana que, a par da beleza e qualidades naturais, está também mais animado neste verão.

Noites do Revelim, Música na Praça e Manta Beach estão de volta

CartoonecOdica

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«Casa de Odeleite» devolve memórias aos habitantes da freguesia

Programa Localde Emprego em Vila Real de Santo António está em curso

Descoordenação do comando distrital da proteção civil poderá estar na origem das dimensões de incêndios no Algarve

Sotavento Algarvio