jbg dezembro 2010

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Director: Carlos Luis Figueira Propriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000 Jornal Mensal Ano 10 - Nº127 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS Autorizado a circular em invólucro fechado de plástico ou papel Pode abrir-se para verificação postal DEZEMBRO 2010 PREÇO: 0,85 EUROS Guadiana Baixo Baixo Guadiana JORNAL DO PUB Núcleo de psicologia em VRSA ganha confiança da população O atendimento é feito em sede de Juntas de Freguesia e os públicos abrangidos vão desde as crianças aos idosos. P 19/ 21 «Ser Feliz é Possível...» Workshop gratuito aconteceu em Alcoutim. Foi promovido pela câmara municipal e coube ao «Clube do Optimismo» animar os cerca de 30 participantes que se sentiram revigorados. ALCANCE intensifica vida associativa e mostra resistência à crise e às incertezas do actual QREN Está em vias de aprovação o Plano de Pormenor da Área de Negócios do Sotavento Algarvio Edilidade aderiu à rede «Cidades Europeias Contra a Droga». Foi a primeira ao nível ibérico a fazê-lo > P 8 e 9 P 07 OFERTA

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Page 1: JBG Dezembro 2010

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 1

Director: Carlos Luis FigueiraPropriedade da Associação ODIANA Fundado pela Associação Alcance em 2000

Jornal Mensal

Ano 10 - Nº127PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS

Autorizado a circular em invólucrofechado de plástico ou papel

Pode abrir-se para verificação postal

DEZEMBRO 2010

PREÇO: 0,85 EUROS

GuadianaBaixoBaixo

Guadiana

JORNALDO

pub

Núcleo de psicologia em VRSAganha confiança da população O atendimento é feito em sede de Juntas de Freguesia e os públicos abrangidos vão desde as crianças aos idosos.

P 19/ 21

«Ser Feliz é Possível...»Workshop gratuito aconteceu em Alcoutim. Foi promovido pela câmara municipal e coube ao «Clube do Optimismo» animar os cerca de 30 participantes que se sentiram revigorados.

ALCANCE intensifica vida associativa e mostra

resistência à crise e às incertezas do actual QREN

Está em vias de aprovação o Plano de Pormenor da Área de Negócios do Sotavento

Algarvio

Edilidade aderiu à rede «Cidades Europeias Contra a Droga». Foi a primeira ao

nível ibérico a fazê-lo

> P 8 e 9

P 07

O F E R T A

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2 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

O Sabor Amargo

Director:Carlos Luis Figueira

Sub-Director:Vítor Madeira

Chefe de Redacção:Susana de Sousa

Redacção:Antónia-Maria,Carlos brito,Joana Germano,Victoria Cassinello

Colaboradores da Edição:Ana brásAna Lúcia GonçalvesClaudio Natario João RaimundoMário ZambujalÓscar Reispedro GormanRui RosaAssociação Alcancee Associação Odiana

Departamento Comercial:[email protected]

Sede:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21 8950-909Castro MarimTel: 281 531 171Fax: 281 531 080

Redacção:Rua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIM281 531 171966 902 [email protected]

Propriedade:Associação OdianaRua 25 de Abril, N.º 1Apartado 21,8950-909 CASTRO MARIMTel: 281 531 171Fax: 281 531 [email protected]

Pessoa Colectiva:504 408 755

Direcção Executiva:Associação Odiana

Design:Daniela VazLaura Silva Rui Rosa

Paginação:Daniela VazLaura Silva Rui Rosa

Impressão:postal do Algarve, LdaRua Dr. Silvestre Falcão,nº 13 C8800-412 TAVIRATel: 281 320 900

Tiragem desta edição:4.000 exemplares

Registo no ICS:n.º 123554

Depósito legal:n.º 150617/00

O ano que finda tem um sabor amargo para a maioria dos por-tugueses. É impossível negá-lo! Destruição de vidas, incertezas, amarguras, empobrecimen-tos, marcam, de uma maneira ou de outra, os dias de muitos, surpreendidos que foram bastan-tes, pelo que lhes estava batendo à porta. De novo, para outros como nós, volta a colocar-se como alter-nativa buscar longe o que não temos perto. E sendo certo que se trata de uma nova e mais qua-lificada emigração, tal facto não deixa de constituir um sinal de descrença e desilusão em relação ao que o seu país lhes oferece. Porque ninguém emigra por opção de vida e é disso que se trata.Não há optimismo que resista ao facto de termos jovens licenciados que escondem a sua qualificação para poderem concorrer a um posto de trabalho desqualificado, em igualdade de circunstâncias, com outros menos qualificados. E o tempo passa. O que significa que perdida a oportunidade de ter emprego no tempo certo e de

acordo com a sua formação, corre-se o risco de não se repetir tal possibilidade e, por conseguinte, o investimento na sua formação não ter retorno, nem no plano econó-mico, nem nas aspirações pessoais que justamente alimentou. Que modelo de sociedade criámos ao longo destes anos que coloca a impossibilidade de conseguir um posto de trabalho a quem caia no desemprego em plena idade activa acima dos trinta e cinco ou qua-renta anos? Para onde caminhamos na senda dos sucessivos desgovernos que reverentes aceitam submissos as novas ordens de Bruxelas, cujas últimas directivas anunciam mais sacrifícios e perdas de direitos ao mundo do trabalho. Para onde caminhamos, que projecto nos propõem?É um facto que a consciência social está ainda muito distante da gravidade da situação que enfren-tamos e os seus representantes evidenciam o mesmo atraso nas propostas, acções e movimentos que decidem.

É por tal curioso verificar que o amplo movimento de solidarie-dade que decorre na sociedade portuguesa em resposta à crise e ao empobrecimento que se veri-fica, reflecte exactamente essa contradição. É mais fácil ser caridoso do que contribuir para alterar o paradigma do modelo de sociedade que nos querem impôr.Reiterando o que por demais foi sendo assinalado ao longo deste terrível ano e tendo presente as

incertezas que nos envolvem no dealbar de um novo ano, perma-nece colocada a enorme questão de como resolver a representa-tividade dos cidadãos nas insti-tuições democráticas do regime. Porque a solução mais justa estará sempre no lado da cidadania e da liberdade.

Carlos Luis [email protected]

JBGJornal do Baixo Guadiana

EDITORIAL

Acredita na Felicidade?

Vox Pop

R: Acredito no poder que temos para encarar a nossa vida de forma positiva... A felicidade, não é mais que uma consequência disso. Uma pessoa pode ser feliz, apenas com pouco... ou infeliz com muito. Disso depende a “fasquia” a que nos propomos.

R: Acredito! Claro que acredito! Acho que quando não acreditamos na felicidade a vida não faz sentido. Não acredito numa felicidade plena porque haverá sempre momentos bons e momentos menos bons, mas se assim não fosse a vida não tinha graça nenhuma. Vivo a vida da forma mais feliz que posso e construo degrau a degrau a minha história feliz.

Nome: João LopesProfissão: Estudante de Teatro

Nome: Paulo LourençoProfissão: Operador de Câmera

Nome: Joana LançaProfissão: Relações Públicas

R: Acredito na felicidade porque acre-dito na vida, nas pessoas, no amor, nos valores; acredito na realidade em que vivemos e que todos os dias e a qualquer hora pode ser mudada cada vez para melhor. Penso que quem tem fé em si mesmo crê na felicidade.

Nome: Bernardina SebastiãoProfissão: Técnica Administrativa

R: Felicidade é um conceito relativo. Felicidade é lutar pelo que se gosta. É fazer o bem, estar bem e estar bem com os outros. É ter um sentido positivo da vida, apesar das dificuldades. Felici-dade podem ser momentos interruptos e não há felicidade sem solidariedade e justiça em sociedade. Nunca se deve desistir de ser feliz.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 3

Impelidos pela máquina do tempo, o calendário anuncia-nos que estamos a chegar ao fim de mais um ano, e que por isso é o momento para uma leitura tanto quanto possível descomprometida e descomplexada da realidade sócio-económica.

Quando a Assembleia da Repú-blica acaba de aprovar na especia-lidade a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2011, a dívida pública aproxima-se perigosamente dos cento e vinte cinco mil milhões de euros, qualquer coisa como 76% do Produto Interno Bruto (PIB), aumenta cerca de 50 milhões de euros por cada dia que passa, a taxa de desemprego atinge o valor recorde de 10,5%, e o crescimento económico não deverá ultrapassar os 0,6% em 2010. Portugal está na mira dos mercados internacio-nais e das agências de rating, que amiudadamente vão acenando com o fantasma da entrada do Fundo Monetário Internacional (FMI), para pôr na ordem as nossas finanças.

Diz-se à boca cheia que está para breve uma remodelação gover-namental. E porque motivo se diz semelhante coisa? Por causa das palavras. Algum membro do governo terá dito o que não era suposto dizerem e em sentidos contrários uns dos outros. Falar é perigoso. Não sei se algum outro povo terá provérbio tão expressivo como «pela boca morre o peixe», mas essa é uma boa metáfora para o que se passa em Portugal.

Da política ao futebol, da jus-tiça às artes, um imenso rol de situações conflituosas come-çou com uma frase. A frase, por mal pensada ou inconveniente, dispara outras zangadas frases e aí temos a polémica. Quando boas e inteligentes, as polémicas até são louváveis expressões de debate. Mas as mais correntes são as polé-

Em função do retrato a negro da dimensão da crise económica em Portugal aqui espelhada, o leitor perguntará: como foi possível chegar a esta situação?

Bem, as caudas são inúmeras e substantivas, contudo há uma que é insofismável, a incapacidade de José Sócrates para nos governar.

Quem pode entender que durante quatro anos, o governo do Partido Socialista tenha vindo sistematica-mente a pedir sacrifícios aos por-tugueses em nome do país, para tão enorme falhanço político?

Podendo ou não ter simpatia política por Manuela Ferreira Leite, humildemente, temos que admitir que a ex-líder do Partido Social

micas mesquinhas que não passam de uma sequência de recíprocos arranhões.

Os senhores ministros agora apontados a dedo como tontos faladores, apenas visaram um direito comum: a liberdade de expressão. Simplesmente, quanto mais alto é o poiso maior tem de ser o cuidado com a língua. E essas palavras são analisadas à lupa, a ver se contêm perversidades ou intenções que sobressaltem a gale-ria dos calados.

Temos, pelas palavras, uma

Democrata tinha razão, quando apontou as políticas erráticas do Governo, dizendo que nos iriam conduzir ao abismo “a história e os portugueses encarregar-se-ão de julgar quem cegamente nos condu-ziu a este ponto”.

Depois, e na sequência do Orça-mento do Estado para 2010, o Governo aprovou em Março último o Programa de Estabilidade e Cres-cimento (PEC) para o período de 2010-2013, justificando a existência do mesmo com os efeitos da crise financeira e económica internacio-nal na nossa economia. Garantindo assim, que estávamos na presença de um processo sério e consistente de consolidação orçamental, que iria

elevada consideração. Estamos atentos ao que diz ou deixou de dizer do que aos actos objectivos e silenciosos.

Neste crescente falatório acerca da remodelação do Executivo, o que devia estar em causa era o que cada um e cada uma dos senho-res ministros e senhoras ministras executou e deixou por executar. A obra, em vez do palavreado. Mas parece que não. Comentadores felinos e loquazes agarram-se mais às palavras ditas por responsáveis que desalinham do coro oficial

reduzir o défice público para 2,8% do PIB até 2013 e de controlar o crescimento da dívida pública.

Em Maio, os portugueses foram brindados com o segundo Programa de Estabilidade e Crescimento, fruto da inconsistência e do falhanço das políticas económicas empreendidas pelo Governo Socialista. No mês de Outubro, conjuntamente, com a pro-posta de Orçamento para 2011, José Sócrates de supetão serve-nos o PEC 3, distribuindo pelos portugueses mais impostos, mais sacrifícios, mais desemprego - em suma, a austeri-dade em todo o seu esplendor. E para que não subsistissem quaisquer dúvidas, foi logo ameaçando que se o Orçamento de Estado para 2011

para identificaram os prováveis atingidos pela reforma.

A vida em sociedade, porém, é fértil em contradições. Levar à letra um provérbio — «O silên-cio é de ouro» — seria aceitar e defender uma governação muda ou resumida às satisfações que tem de prestar ao Parlamento. Naturalmente, esta grande massa que somos os governados, tem o direito de saber como vão as coisas. Precisa, pois, de informa-ção, e informações são palavras e números. Menos lhe interessam as

não fosse aprovado, quem “provo-car uma crise orçamental provocará uma crise política e terá de ser res-ponsabilizado por isso, ainda por cima tratando-se do primeiro Orça-mento do Plano de Estabilidade e Crescimento”.

Hoje, mais do que nunca, os portugueses estão a tomar consciência da gravidade em que o país se encontra e da inevitabilidade do orçamento agora aprovado, para evitar que vamos para a banca rota, com a certeza porém de que o nosso endividamento não se vai resolver até 2013, tornando-se necessário que os pesados sacrifícios que os portugueses vão ter que fazer não sejam desperdiçados em manobras de tacticismo político, sob pena de Portugal caminhar inexoravelmente para a pobreza.

A terminar, gostaria que o leitor atentasse no registo que o Jornal Le Monde faz numa reportagem acerca do estado do país: “Em Portugal, José Sócrates não governa senão por defeito, e a vitória de 2009 foi conseguida apenas pelo aumento da função pública, um aumento que agora se transforma em congela-mento, mais subidas de impostos e cortes nas prestações sociais”.

ministeriais divagações pela ciên-cia política quando o que está em causa é a situação em que vive no seu dia-a-dia. Palavras que o vento não leve.

Continuamos, contudo, a ver políticos mais empenhados em ima-ginar frases “bem apanhadas”, que os jornais aproveitam para títulos, e as televisões reproduzem, numa escolha mais ditada pela contun-dência que pela informação. É a primazia do espectáculo.

No momento em que alinhavo estas considerações não estou certo que se efective a propalada remodelação. Acredito que seja necessária. Não pelo que dizem alguns ministros —mas pelo que não fazem ou fazem mal. Há-de existir gente mais capaz.

Vítor Madeira

Mário Zambujal

O Insubmisso

2010 – O Ano do Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) e da inevitável austeridade

“Será que somos capazes de resolver esta crise em democracia ou será que tudo vai terminar sob um regime autoritário” - António Barreto

Palavra puxa palavra

CRÓNICAS

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EDUCAÇÃO

No ano do Centenário da República, os autores do romance histórico «Amanhecer na Rotunda», dedicado à implantação da República, estiveram presentes no auditório do Agrupamento de Escolas de Castro Marim.

Cerca de duas dezenas de alunos, entre os 10 e os 16 anos da EB 2.3 de Castro Marim, viram premiada a sua dedicação aos estudos com uma viagem à cidade das Luzes.

Alunos partilham a República com autores de «Amanhecer na Rotunda»

Viagem a Paris foi prémio para os melhores alunos

«Pais em Rede» cativa VRSAOs melhores alunos do ano lectivo

de 2009/2010, acompanhados por dois professores, pela chefe de Divisão da Educação e Acção Social da Autarquia, Tina Castro e pelo edil José Estevens, visita-ram Paris. Estudar traz frutos e

O encontro entre autores, alunos e professores foi uma iniciativa da Biblioteca Escolar e do Departamento de Ciências Sociais e Humanas do Agrupamento de Escolas de Castro Marim, que contou com o apoio da Direcção e da câmara municipal local. A turma 7ºA, cantou «A Portuguesa»; a turma SM2 serviu o chá da Repú-blica; e a turma HOT2 levou a cabo a exposição das bandeiras da Monar-quia e da República. Já os professores e alunos das turmas do 6º e 9º anos analisaram a obra e participaram no debate com os autores de «Amanhecer na Rotunda». Todos eles colaboraram numa organização que pretendeu ofe-recer mais República aos jovens.

“Sentir o cheiro de 1910”

Desta forma, durante a sessão, o

escritor José Sequeira Gonçalves confessou que “foi a própria Repú-blica que me inspirou a escrever este romance histórico”. O autor estabeleceu uma interessante relação entre personagens histó-ricas e personagens criadas por si. José Sequeira Gonçalves é mestre em História Contemporânea de Portugal, com tese sobre Sidónio Pais e a participação de Portu-gal na Primeira Guerra Mundial e revelou “quase sentir o cheiro de 1910”.

Por outro lado, o ilustrador João Espada, licenciado em Edu-cação Visual e Tecnológica, autor de várias exposições colectivas e individuais, abordou a necessi-dade de existir uma harmonia entre o texto e as ilustrações. “As ilustrações devem transmitir sen-timentos”, afirmou. Para o artista plástico, esta obra retrata, através de doze capítulos ilustrados, os dias 4 e 5 de Outubro de 1910 que transformaram Portugal numa República.

Os autores destacaram também

o facto de «Amanhecer na Rotunda» estar neste momento em cena, numa adaptação teatral, levada a cabo pelo Teatro Análise de Loulé. As mais de 40 persona-gens do romance celebram, agora, o 5 de Outubro pelos palcos do Algarve.

Música e teatro «da casa» homenagearam

A terminar, houve ainda oportu-nidade para a «TeaTroTeca», grupo de teatro escolar, e o Clube de Música dedicarem um texto dito e cantado a José Sequeira Gonçalves e João Espada. O escritor, asso-ciando-se ao agradável ambiente vivido no auditório, presenteou a plateia com uma excelente interpretação de «Pedra Filoso-fal», de António Gedeão. Este foi um encontro muito interessante e que, neste ano do Centenário, conduziu mais de 120 alunos e professores numa bela viagem até ao emocionante mês de Outubro de 1910.

também traz prémios em Castro Marim e aqui a recompensa foi uma viagem de quatro dias à capi-tal francesa. Para começar, uma ida ao imaginário da infância, a Eurodisney, que maravilhou os jovens estudantes e foi o ponto

marcante da viagem a uma das mais visitadas capitais europeias. Enveredando por marcos da cul-tura no mundo visitaram o Museu do Louvre, Arco do Triunfo, Cate-dral de Notre Dame, Praça da Concórdia, entre outros locais.

A visita acabou em grande com um passeio de barco pelo rio Sena com vista para toda a cidade e para os inúmeros tesouros artís-ticos e arquitectónicos oferecidos por Paris.

Recorde-se que a câmara muni-cipal castromarinense premeia os mais brilhantes alunos da Escola EB 2.3 do concelho desde 1998, sendo que da mesma já constam prémios à Expo 98, Madrid, Paris, Madeira, entre outros. Segundo a autarquia a premiação dos alunos com boas notas “além de cons-tituir um excelente incentivo ao estudo, reconhece em simultâneo o mérito e esforço dos jovens estu-dantes”.

Alunos ouviram a história da República e partilharam pensamentos

Viagem a Paris foi prémio para os mais estudiosos em Castro Marim

No Agrupamento escolar de Castro Marim

O núcleo da Associação «Pais em Rede» de Castro Marim está a con-seguir cativar a adesão de pais do concelho vizinho de Vila Real de Santo António. Ainda recente, este núcleo acredita que “a união faz a força” e com um objectivo claro de ajudar os filhos com deficiência a integrarem-se na sociedade, estão a recolher experiências várias, junto da entidade-mãe e também outras que trabalham no mesmo sentido.

Em crescimento a «Pais em Rede» quer em dez anos construir um espaço onde os filhos possam desenvolver-se com acompanha-mento à sua medida. Uma institui-ção que será edificada com o esforço de todos, sobretudo daqueles que vivem lutando contra as adversi-dades.

Actualmente estão a realizar diversas inciativas de divulgação

do projecto para a melhor sensibi-lização da população.

Recentemente, na biblioteca esco-lar de Castro Marim, a tertúlia do JBG dedicou-se à causa e o debate foi transversal desde as dificulda-des até às soluções. “Sabemos que o caminho é muito árduo, mas não podemos abandonar os nossos filhos”, diz-nos Fabienne Corre, presidente do núcleo castromari-nense. A maior inquietude destes pais passa por perspectivar um nível de qualidade de vida futura irrepre-ensível para os seus filhos. “Muitas vezes pensamos: o que vai ser deles quando nós partirmos?” desabafa a responsável.

Para mais informações sobre o tra-balho que está a ser desenvolvido pela «Pais em Rede» pode contactar 91 640 27 79 ou consultar: www.pais-em-rede.com

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 5

JUVENTUDE

O jovem fundador da asso-ciação juvenil «Ganda Cena», Miguel Gomes, deixou recen-temente a presidência desta estrutura por considerar que a sua carreira política pode-ria colocar em causa o papel da associação. Em comuni-cado, Miguel Gomes escreve que desde cedo está ligado ao PSD e considera que esse facto serviu diversas vezes para “ser atacado por certas entidades ou personalidades da região”.

Miguel G. participou no último escrutínio da JSD Algarve para vogal da Comisão Política distrital e é recém-eleito membro do Conselho Regional da JSD/Algarve. Face ao seu percurso político actual viu-se confrontado com a necessidade de “colocar à disposição o lugar” que ocu-pava no associativismo juve-nil. Diz que na política segue para o desenvolvimento de um bem comum, para uma melhor sociedade.

Despedindo-se “não de uma associação, mas de uma função”, diz que é hora de apoiar uma nova “lufada de ar fresco”. A prioridade é, garante o jovem social-democrata, “salvaguardar esta associação de qualquer crítica indesejada ou de má fé sobre a posição partidária, que nunca foi colocada em causa pela minha posição política”.

Recorde-se que a associa-ção juvenil «Ganda Cena» nasceu em 2008 e desde então têm vindo a formar diversos núcleos culturais e artísticos com a adesão dos jovens, sobretudo, de VRSA.

Miguel Gomes promete ,no entanto, novidades para breve.

Fica aqui uma palavra de agradecimento ao Miguel Gomes que enquanto foi presidente da «Ganda Cena» foi colaborador assíduo do JBG.

Miguel Gomes deixa a «Ganda Cena»

Com quatro anos de existência e no decorrer da segunda geração, o projecto «Escolhas Vivas» de Vila Real de Santo António intervem agora directamente nas escolas, nomeadamente na secundária e ensino básico de Manta Rota e Cacela.

«Escolhas Vivas» dá apoio nas escolas

A segunda geração do projecto «Esco-lhas Vivas» de Vila Real de Santo António trouxe novidades para a comunidade que o preenche, vindo a ter este projecto também a oportu-

«Jornal Escolhas Vivas» existe desde o início do ano e conta com a boa adesão de crianças e jovens

Já na segunda geração

nidade de ocupar um lugar de relevo em mais espaços do concelho. Origi-nalmente fixado num pré-fabricado no bairro de Santo António, na cidade pombalina, o âmbito de intervenção foi

alargado às escolas. Descentralizado, o projecto viaja diariamente até às esco-las do ensino básico de Manta Rota e Cacela e secundária em VRSA. Aí são realizadas actividades várias com os alunos. Como por exemplo «A Hora do Conto».

Vânia Serrano, assistente social neste projecto, refere que a maior abrangência compreende maior empenho e torna o projecto ainda mais intervencionista na comunidade. As carências sociais espalham-se geografi-camente pelo concelho e há que tentar chegar a cada vez mais lugares. “Na escola secundária trabalhamos com os Cursos de Educação e Formação (CEF) de Informática; nas primárias estamos junto de todas as turmas”. Satisfeita por aqui trabalhar Vânia Serrano mostra-se orgulhosa de uma intervenção social desta dimensão.

«Jornal Escolhas Vivas»

Actualmente só no Bairro de Santo

António dão apoio a 40 crianças e jovens. E as actividades são inúmeras. Para além do flamenco e das artes cir-censes há a destacar o «Jornal Escolhas Vivas» que desde Fevereiro é publicado mensalmente com uma média de 22 páginas. Não tem tiragem porque não há verba para tal, mas a vontade tem colocado esta publicação via on-line “e a aceitação e divulgação tem sido muito boa”. Vânia Serrano fala-nos também do «Destaque do Jornal Esco-lhas Vivas» que consiste numa página A4 a preto-e-branco “devidamente dobrada em quatro” onde são apresen-tados os destaques de cada edição. O «Destaque» é distribuído no concelho para informação ao público.

Todos participam

Esta publicação do «Escolhas Vivas» é produzida na disciplina de Informá-tica no bairro de Santo António. Cada criança ou jovem escreve sobre as actividades em que participa. A coor-denação é feita por Patrícia Cardoso, monitora da actividade.

O jornal on-line está na morada: http://issuu.com/escolhas

No bairro de Santo António as crian-ças e jovens realizam actividades, são acompanhadas nos trabalhos de casa e têm um apoio social diariamente entre as 17h e 21h; aos sábados das 10h à 13h e das 14h as 18h.

No total estão envolvidos cerca de 40 jovens estudantes do concelho de Vila Real de Santo António. A comemorar um ano de vida em Janeiro o coro infanto-juvenil «Solus Vox» sobe cada vez mais ao palco para abrilhantar momentos especiais.

Solus Vox é “a alegria de fazer música”

São dois professores à frente de um grupo de jovens que em comum têm o amor pela música e o facto de per-tencerem ao concelho de Vila Real de Santo António. São miúdos de Monte Gordo e Vila Real de Santo António. “Infelizmente não temos capacidade de transporte para podermos movimentar crianças de Cacela, que era um dos nossos objectivos iniciais”, conta-nos o professor José António Rosa.

O projecto nasceu integrado na asso-ciação juvenil «Ganda Cena» e ganhou pernas para andar. Não têm actuado tanto quanto gostariam, mas acredi-tam que aos poucos vão-se dando a conhecer e ter mais solicitações.

Recentemente actuaram na inau-guração das iluminações de Natal de Vila Real de Santo António, na Praça Marquês de Pombal.

Desde o início que querem ir mais longe, até porque como afirma o pro-

fessor José António Rosa “o Solus Vox é a alegria de fazer música”.

Dos 6 aos 18 anos

E o gosto pela música junta jovens entre os 6 e os 18 anos, precisamente cumprindo as diversas metas etárias do percurso escolar. E é vê-los; os mais pequenos à frente e os mais cresci-dos atrás com pompa e circunstância a interpretar músicas do panorama musical português.

Muitos são ainda pequenos na idade, mas grandes no palco. A postura artís-tica reflecte a disciplina dos ensaios e a vontade de se “fazer sempre mais e melhor”.

Ensaiam uma vez por semana e das aparições em palco vão tendo “um bom feedback”, garantem os coordenadores. “Também é muito positivo verificar que a maioria dos jovens participa nos

Grupo Coral cantou músicas da República no Centro Cultural António Aleixo

Canto coral Infanto-juvenil

ensaios; denota que tanto eles como os pais dão valor a esta actividade”, reflecte José A. Rosa.

Intervenção social

Um dos âmbitos da constituição deste coro foi também o apoio social. De certa forma um dos objectivos do projecto passava por unir as crianças e jovens de todo o concelho, “quebrando a barreira que às vezes separa os de Monte Gordo dos de Vila Real”, explica o professor responsável. E esta tarefa está a ser conseguida.

Os responsáveis pelo «Solus Vox» gostariam de ver integrados no grupo coral jovens que precisem de um maior acompanhamento social, para os ajudar a fazer ganhar gosto por actividades mais salutares para o seu crescimento. “Mas não sendo o coro uma actividade de carácter obrigatório há sempre aqueles que não vêem e aos quais não podemos prestar o nosso apoio”, lamenta José A. Rosa

Próximas actuações

Até ao final do ano de 2010 estão agendadas para já duas actuações do grupo de canto coral infanto-juvenil «Solus Vox». A dia 11 de Dezembro com banda filarmónica de VRSA e a 19 na festa dos trabalhadores da câmara municipal.

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6 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

LOCAL | EL ANDEVALO SUR-OCCIDENTAL * ESPANHA

por Antónia-Maria

La Isla de Saltés

El Grupo de Teatro “Aula Doce” de Ayamonte ha puesto en escena con gran éxito, en el teatro Carde-nio de la Ciudad, la pieza teatral “La venganza de Don Mendo” del autor Pedro Muñoz Seca, obra de género cómico, ambientada en la época medieval con un elenco de más de treinta actores.

Este grupo, dirigido por el profesor Jacinto Oñiveti, inició su aventura teatral en 1996, con representaciones de los propios alumnos del Centro Escolar “Mo-reno y Chacón”, participando en concursos provinciales donde ob-tuvieron primeros premios.

Más tarde creó un grupo de padres de alumnos, y represen-taron obras como “Tres papás para Totó”,comedia de Jan Letraz o “Anacleto se divorcia” también, del autor Pedro Muñoz Seca.

Iniciaron, de nuevo, su acti-vidad, en 2009, con la pieza”La dama de Alba” del dramaturgo Alejandro Casona, siempre con gran aceptación por parte del público.

La actual pieza en escena “La venganza de D. Mendo” fue re-presentada en Cartaya, y próxi-mamente será representada en las localidades de Lepe y Moguer.

Las XV Jornadas de Historia de Ayamonte

Andalusian Chabolas

Grupo de Teatro “Aula Doce” de Ayamonte

Dentro del paraje Natural Marismas del Odiel, y entre los ríos Tinto y Odiel, se encuentra la isla de Saltés, relacionada por muchos autores y arqueólogos con la mítica ciudad de Tartessos.

El geógrafo Estrabón ya hablaba de los viajes de fenicios a la zona y se refería a ella como “la isla entre ríos”. Existen restos romanos como factorías de pesca y piletas para sa-lazón.

Siglos más tarde, escribió de ella Al-Idrissi, geógrafo y viajero nacido en Ceuta “el mar rodea la isla de Salthish por todas partes; en una de ellas, sólo está separada del conti-nente por un brazo de mar de escasa anchura…por allí pasan sus habitan-tes a buscar el agua. Hay pozos de agua dulce de donde se puede sacar

en abundancia y también hermosos jardines…Esta isla posee las especies más bellas de pinos. Los frutos y las leguminosas son excelentes.

Fue parte de la Taifa de Huelva en los siglos X y XI, con la dinastía de los Bakríes y, a partir de 1052, es abandonada lentamente cuando el rey Al-Mutamid conquista esta taifa, dándole muerte a Al-Bakri.

Las viviendas tenían pozos de agua dulce con brocal adornados de cerámica, y estaban rodeadas de grandes jardines. También es famo-sa por otros hechos: En los esteros que rodean esta isla, tuvo lugar en Julio de 1381 la batalla de Saltes, entre una escuadra portuguesa y otra castellana durante las “guerras fernandinas”.

Se enfrentaron en éste lugar 23

galeras del país vecino, Portugal, y 17 por Castilla regidas por Juan Afonso Telo, conde de Barcelos y Fernando Sánchez de Tovar, respec-tivamente.

Se cuenta que el almirante luso era valiente y decidido, pero vani-doso y con poca experiencia naval. El castellano, todo lo contrario, era un viejo lobo de mar, curtido en otras hazañas navales. Después de un largo día de hostilidades y gran crueldad de uno y otro bando, la escuadra castellana tuvo 350 bajas contra los 3200 del país vecino que acabó derrotado.

Con la victoria de los castella-nos, Fernando I de Portugal, se vio obligado a firmar la paz con Juan I, mediante el históricoTratado de Elvas.

Las decimoquintas Jornadas de Historia de Ayamonte se desar-rollaron durante los días 16 y 20 del mes de Noviembre y, este año, estuvieron dedicadas a una etapa de gran transcendencia para Es-paña: la guerra de la Independen-cia, un periodo histórico en que los únicos órganos de gobierno que no estuvieron bajo el poder de los franceses fueron las Cortes de Cádiz y la Junta Suprema, es-tablecida durante un tiempo en la isla de Canela.

Existen restos romanos como factorías de pesca y piletas para salazón

Obra de género cómico, ambientada en la época medieval con un elenco de más de treinta actores

Como broche final, en la clausura de las dichas jornadas, la pianista Mie Matsumara interpretó, en la Casa Grande, la «Goyescas» del compositor español Granados

Los imigrantes viven en ínfimas condiciones

También hay que señalar las exposiciones “Ayamonte, una ciu-dad de ojos oceánicos” donde se expondrán restos arqueológicos procedentes de los yacimientos locales recientemente encontra-dos en la zona antigua de la Villa, como la necrópolis fenicia.

Entre las diversas e interesan-tes ponencias presentadas hay de destacar “La guerra de la Indepen-dencia en el Algarve”, presentada por el profesor algarvío António Rosa Mendes.

Andalusian Chabolas es un intere-sante trabajo fotográfico del cono-cido fotógrafo alemán Rainer Vier-tlböck, especializado en fotografía arquitectónica.

Recoge en esta exposición, reali-zada en Ayamonte, la realidad de los inmigrantes africanos viviendo en ínfimas condiciones en los alre-dedores de los campos de fresas en la región de Huelva occidental.

La crisis económica y el regreso al trabajo del campo de la pobla-ción, los ha llevado a vivir gracias a las ayudas humanitarias de las diferentes ONG, y a un futuro sin salida.

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LOCAL

Para José Estevens o Plano de Ordenamento (PO) da Albufeira da Barragem de Odeleite vem saldar dívida que o Instituto Nacional da Água (INAG) tinha para com o município de Castro Marim.

Num total de 70 hectares a Área de Negócios do Sotavento Algarvio vai constituir-se num pólo atractivo de investimento de empresas, para onde está previsto um centro de formação e espaço para feiras e congressos.

sia e do concelho”.

Plano começou em 2008

A elaboração deste plano começou em 2008 e após dois anos está em condições de ser apresentado. A Albu-feira de Odeleite é uma área protegida que foi reclassificada recentemente. A área total cobre 2636 hectares. Res-tringida a quaisquer actividades fica

a zona a montante. Clarines, Cerro do Pocinho e Odeleite são as zonas com maior potencial para o desen-volvimento sócio-económico.

Investimentos para turismo e lazer

Depois a aprovação estão deli-

mitados os espaços também para investimentos, nomeadamente relacionados com o turismo e lazer. “Oxalá apareçam os investi-dores porque estamos a falar de um espaço onde se podem desenvolver projectos muito positvos para con-tribuir para a inversão do despovo-amento”, diz o edil.

Esteve em discussão pública até meados do mês de Novembro o Plano de Ordenamento (PO) da Albufeira da Barragem de Odeleite, um instrumento de regulamentação muito aguardado pela população e entidades governativas locais que esperam agora poder levar a cabo um desenvolvimento sustentável e também virado para a economia do lugar.

Ainda durante a discussão pública, em Castro Marim, José Estevens, presidente da câmara, mostrou-se satisfeito pelo avanço do PO da Barragem de Odeleite, mas criticou fortemente a “demora”. “Foi um plano que tardou; o INAG tinha uma dívida para com Castro Marim”, afirmou, assegurando que este Plano “pode ser um elemento para o desenvolvimento da fregue-

INAG “paga dívida” a Castro Marim

O Plano tardou, acusa a autarquia castromarinense

Área de Negócio do Sotavento vai arrancar no final de 2011

Depois de decorrida a conferência de serviços “estão reunidos todos os elementos para que o plano possa ser aprovado e para que possamos passar à fase seguinte”, adiantou José Estevens à margem da atribuição de subsídios de nata-lidade pela câmara municipal de Castro Marim. Depois de “ultra-passadas as grandes dificuldades” o autarca explica que após apro-vação do Plano de Pormenor (PP) segue-se a consulta pública.

Castro Marim e VRSA

Num total de 70 hectares a Área de Negócios do Sotavento Algar-vio vai permitir a relocalização de empresas, tanto de Castro Marim como de Vila Real de Santo Antó-nio. E haverá espaço para a criação de novas empresas. “Por um lado, pretendemos libertar os espaços urbanos de algumas actividades e, por outro, queremos criar um con-junto de infraestruturas e equipa-mentos que permitam o surgimento de outras iniciativas, por exemplo, relacionadas com a valorização de recursos endógens, transformação de produtos agrícolas e agropecu-ária”. José Estevens avançou ainda que esta Área vai ter espaço para um Centro de Formação e um Centro de Congressos.

Requalificação de Monte Gordo teve «luz verde»

Financiamento misto

A Área de Negócios do Sota-vento Algarvio vai ser financiada por fundos comunitários e pelas empresas que se instalarem ali.

Recorde-se que a localização vai ser entre a Quinta do Sobral e o acesso à Via do Infante.

A gestão vai ser feita por uma

empresa que será constituída pelas câmaras municipais de Castro Marim e VRSA “e eventualmente por outros parceiros para a gerir e administrar”.

Sem avançar valores de investi-mento José Estevens está convicto no impulso que esta Área vai dar ao Baixo Guadiana.

Aprovado PO da Barragem de Odeleite

Área de Negócios do Sotavento Algarvio vai contemplar 70 hectares

“Acreditamos que, com esta renovação, Monte Gordo será um forte pólo de atracção turística e dará um impulso importantíssimo na promoção económica do con-celho” refere Luís Gomes, Presi-dente da câmara municipal de Vila Real de Santo António. O autarca acrescenta ainda que “o projecto torna-se ainda mais importante numa altura tão crítica de crise como a que se vive actualmente, uma vez que permitirá criar cente-nas de postos de trabalho.”

O arquitecto Ricardo Bofill foi o escolhido pelo consórcio para projectar toda a requalificação do espaço, que vai modificar por com-pleto o rosto de umas das zonas turísticas mais importantes da região. Ricardo Bofill, arquitecto de referência mundial, realizou algumas das obras mais emblemá-ticas, como o Palácio Municipal de Congressos de Madrid, o Hotel W em Barcelona, o Edifício Shiseido em Tóquio, entre outras mundial-mente conhecidas.

O município de Vila Real de Santo António teve «luz verde» do Tri-bunal de Contas para avançar com a requalificação ambiental e urbanística da frente marítima de Monte Gordo.

A intervenção totaliza uma área de nove hectares e contempla a construção de parques de estacio-namento subterrâneos com capa-cidade para acolher mais de 800 veículos automóveis e, à superfície, um enorme calçadão para espaços comerciais e de lazer (lojas, res-taurantes e quiosques).

O projecto aprovado ao consór-cio de empresas Adriparte, Casais, Eusébios, ACA e Incanor espera-se que tenha um forte impacto eco-nómico. O investimento previsto é de 40 milhões de euros, sendo que vão ser criados 120 postos de trabalho directos, 150 indirectos e 300 na fase de construção, com um impacto previsto de 0.7 do PIB algarvio.

Prevê-se que a obra se inicie no primeiro semestre de 2011.

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GRANDE REPORTAGEM

Susana de Sousa

em 1985, afirmaram mesmo que o optimismo aumenta a esperança em relação ao futuro e diminui a possibilidade da depressão.

Como podemos ser optimistas?

“A minha vida foi cheia de infor-túnios, a maioria dos quais nunca chegou a acontecer”. Esta frase foi celebrizada por Montaigne. Ora, em Alcoutim os participantes de uma tarde, que acabou com visíveis sen-timentos de alegria e até euforia, tiveram oportunidade para reflectir sobre a postura que assumem no dia-a-dia.

Durante as pausas do workshop foi possível comentarem uns com os outros o que se estava a sentir naquele dia tão diferente do habi-tual. Houve até quem apostasse que a partir daquele dia a vida jamais voltaria a ser a mesma, mas também se ouviam lamentos de quem não encontra nas relações interpesso-ais da sociedade actual mais do que competitividade, individualismo e maldade.

Mas... se não podemos mudar os a viragem. “Quem é optimista tem maior possibilidade de sucesso”, garantiram os oradores que lembra-ram também um provérbio chinês: «Podemos escolher o que semear, mas somos obrigados a colher aquilo que plantamos».

Embora a felicidade comece inte-riormente, ou seja, de dentro para fora, há um «truque», ao alcance da maioria, que ajuda a transpirar felicidade: o exercício físico. A psico-logia do optimismo explica: o cére-bro produz neurotransmissores que contribuem para o nosso sentimento de felicidade. E quando se referem

a exercício físico salvaguardam que nem sequer tem de passar por uma hora de corrida ou no ginásio! “Pode ser algo tão simples como o famoso jogo das almofadas, a dança ao som da música que mais gostamos ou brincadeira com os mais pequenos lá em casa. O importante é fazer-mos o que realmente nos dá prazer”. Maria do Carmo Oliveira lembra que o tempo é relativo e uma boa orga-nização do dia, reservando tempo para si, pode fazer milagres.

Ao lermos diversas teorias sobre a psicologia positiva é fácil ques-tionarmo-nos sobre qual o método mais eficaz para atingir a felicidade. Sem querer escamotear a crise que é mundial, respeitando as dificulda-des individuais, a psicologia positiva apela, sem rodeios, à proactividade. “Muitas vezes é preciso sairmos das nossas zonas de conforto e partir-mos para a acção e avançar com entusiasmo e determinação”, alerta Maria do Carmo Oliveira. Ou seja, ao invés de fecharmos portas ao con-vívio com os outros devemos, pelo contrário, abrirmo-nos às relações interpessoais, partilhar emoções, definir até metas para um mundo melhor e seguir em frente.

A solidariedade, que nos tempos de hoje é extremamente reivin-dicada face aos fossos económi-cos que se estão a criar pode ser “magicamente” uma forma de nos sentirmos melhor e melhorarmos efectivamente a vida do «outro».

Também a definição clara de objectivos poderá ser uma estraté-gia com sucesso para fazer nascer os resultados que se desejam. No workshop foi interiorizado por todos que “é tudo uma questão de pos-tura”.

O Clube do Optimismo já gran-jeou cerca de cinco mil admiradores no facebook e outros que através de worshops, coaching, palestras moti-vacionais e formações vão entusias-mando ao longo do país.

NOTA: A nossa ilustarção contém imagens do workshop e da festa de Magusto último na «Casa do Avô»

Ser Feliz é possível?!É arriscado falarmos de optimismo nos tempos que correm?! Ou será uma ferramenta à qual todos nós nos devemos agarrar para ultrapassar os períodos mais difíceis da vida? Nunca em quatro anos o «Clube do Optimismo» teve tantas solicitações para realizar workshops. E de Norte a Sul do país muitas pessoas estão a sair de «alma» revigorada.

Estavam inscritos num workshop que, a julgar pelo nome, tinha tudo para ser motivador: «Ser feliz é pos-sível». A iniciativa foi promovida pela câmara municipal de Alcoutim e a entrada saiu gratuita a todos. Coube ao «Clube do Optimismo» (CO) fazer o resto.

“Normalmente quem participa neste tipo de workshops acredita que, de alguma forma, é possível ser feliz. Os verdadeiros cépticos não aderem, por norma”, conta-nos Maria do Carmo Oliveira a co-fun-dadora com Manuel de Oliveira do CO. Ambos psicólogos, contam-nos que também eles mudaram e foram motivados a criar este clube depois de uma experiência negativa forte que passaram na vida. E através do workshop daquele dia dedicaram-se a mostrar de que forma é que cada um pode encontrar a felicidade “já que existe dentro de nós”.

Aprendemos que do nosso orga-nismo faz parte o «Sistema de Acti-

No sábado, dia 13 de Novembro, o dia todo, cerca de 30 pessoas abdica-ram da sua rotina de fim-de-semana para se deslocarem até ao auditório do castelo em Alcoutim.

Francisco Amaral, presidente da Câmara Municipal de Alcou-tim, sublinhou a importância da iniciativa num “município onde o número de depressões e suicídios é exagerado” e pretende continuar a desenvolver actividades que vão de encontro ao bem-estar e ao aumento da qualidade de vida de todos os munícipes.

vação Reticular» que filtra o que a determinado momento para nós é importante. “Por exemplo, quando se passa pelo estado de gravidez consideramos que há mais grávidas nessa altura!”. Por isso, se, por outro lado, nos focarmos nas pessoas que nos fazem mal só conseguimos fazer com que tudo pareça mau na nossa vida. “Importante é valorizarmos o que existe de positivo”, defen-dem. Na visão destes psicólogos, que nos cederam uma entrevista após o intenso dia de trabalho, “na sociedade em geral é urgente alterar o paradigma da preocupação, que passa por repararmos apenas nas piores coisas, de forma a construir-mos a excelência no dia-a-dia”.

É defendido por muitos especialis-tas que o optimismo tem grandes vantagens para o indivíduo, estando ligado ao humor positivo, à per-severança, à resolução eficaz de problemas, à saúde, e até mesmo a uma maior longevidade. Há até teorias que arriscam números e garantem que quem encara a vida com um sorriso nos lábios viverá em média mais sete anos.

Estudos realizados ainda na última década pelos especialistas Peterson e Bossio demonstraram que o optimismo influencia a saúde a vários níveis: torna menos prováveis os primeiros sintomas da doença, repercute-se positivamente ao nível da gravidade da doença, faz com que as recaídas sejam menos prová-veis e a recuperação mais rápida . O optimismo é correlacionado até com uma maior resposta do sistema imu-nitário. Por sua vez, Scheier e Carver,

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GRANDE REPORTAGEM

Fernando Pessanha sente-se hoje um «Super-Homem». «Ontem» foram muitos dias, longos meses, em que travou uma luta pela vida depois de lhe ter sido diagnosticado um «Linfoma de Hodgkin», uma espécie de cancro no sistema linfático. Normalmente para se recuperar desta doença, depois de dolorosas sessões de quimioterapia, são necessários entre 6 a 8 meses. “Eu costumo dizer que nem o cancro gosta de mim e por isso safei-me dele logo em seis meses”. Fernando P., músico, estudante de mestrado em «Património Cultural», livreiro, formador em «História Local» e “com muitas outras paixões na vida”, agarrou-se ao amor que tem pela vida para sobreviver a uma partida que a saúde lhe pregou. “A felicidade interior foi metade da cura”. Este jovem de 30 anos ainda tem muitos sonhos por realizar e saiu refortalecido da experiência recente que passou. Teve muita força interior para cumprir à risca os tratamentos a que se tinha de submeter e traçou à partida a meta que queria atingir o mais rapidamente pos-sível: a cura.

Numa conversa prolongada sobre o tema conta-nos que foi “ muito determinado” na sua doença e defende que a determinação “é o primeiro passo para querermos ser felizes”. Criando metas, foi todos os dias ganhando força para travar o cancro e após seis meses partilhar uma experiência digna de um «Super-Herói»!

“O que não nos mata torna-nos mais fortes”. O músico, fundador dos «In Tento Trio», lamenta que a maior parte das pessoas tenha de passar por experiências traumáticas para ganhar amor pela vida. Não foi bem o seu caso, mas reconhece que agora dá valor a coisas que antes nem tanto. “Estar com a família, arranjar tempo para os amigos, para o que noutra altura parecia não haver tempo”. O narcisismo a que a sociedade parece votar cada um de nós parece cair por terra quando “a nossa felicidade é também sentirmos a felicidade dos outros”.

O testemunho de Fernando Pessanha pretende ser “se possível, uma ajuda para quem está a passar por situações semelhantes”. Apela para que “não desistam de lutar e de se agarrar às paixões mais do que nunca”. No seu caso a música foi a sua maior terapia para a cura. Limitado nas saídas à rua aproveitou o tempo para compôr, até que a doença o impos-sibilitou de tocar. Nessa altura aproveitou para ler muito e fazer investigação para o mestrado, outras das suas grandes paixões. “Se não estivermos com a cabeça ocupada matuta-mos no que não faz bem”. Agora tem ainda mais vontade de fazer melhor. “Temos de saber viver, olhar para as coisas boas da vida, procurar ajuda quando é preciso”. A postura pragmática de solucionar os problemas flui no discurso de Fernando Pessanha.

Os «In Tento Trio» são cada vez mais conhecidos e reco-nhecidos no Algarve, mas Fernado Pessanha quer ir bem mais longe. O próximo passo é gravar um disco. Espera por apoios, mas já está à procura de soluções. Com a sede de viver que transmite em breve poderemos ouvir falar de novidades. Para ouvir on-line em:

www.myspace.com/intentotrio

Victória não tem “vergonha” de dar a cara e contar de que forma lutou para recuperar a felicidade, ou pelo menos a tranquilidade na sua vida. Ainda assim é com muita contenção que adjectiva o que sente e o que vive. A vida tem sido “muito ingrata”, disso não tem dúvidas, esta mulher que aos 69 anos não escolhe as forças para resgatar o Manuel de problemas graves de dependência do alcoolismo. O drama do alcoolismo entrou na sua vida há muitos anos atrás. Em 1983 estiveram separados porque Manuel esteve a fazer um tratamento. Daí esteve 11 anos sem beber. Mas há 17 recaiu. “O pai dele já era alcoólico”. Victória sabe que a luta a travar a este nível é dura, muito dura. É, reconhecidamente, uma mulher forte. Não consegue verbalizar toda uma teoria relacionada com algo semelhante à psicologia do optimismo, mas a verdade é que tem todas as características para vencer. Persistência, confiança, vontade, proactividade. Vai à luta; foi à luta. “Lá em casa não há violência”, garante. Mas quando Manuel bebia muito havia “de figuras na rua e desrespeito”.

A verdade é que agora Manuel está muito melhor deste seu problema relacionado com o álcool. Descobrimos este casal na «Casa do Avô» em Monte Gordo. Conhecemos a sua história e percebemos que é um bom exemplo para mostrar como é possível ser-se feliz. Ali Manuel e Victória são felizes. Só de sabermos que as horas que ali passam fazem-no quase esquecer a bebida, é muito sintomático. Antes os 227 euros que aufere de reforma eram gastos todos na bebida quando tanta falta faziam no orçamento familiar.

Victória e Manuel cuidam de um filho doente; têm também consigo um outro filho, que entretanto se divorciou, e o neto de 16 anos. A dona da casa e protectora da família não tem mãos a medir. Todos os dias a alvorada é às seis da manhã para às 09h estar pronta para seguir com o seu Manuel para um dia preenchido na «Casa do Avô». Nada fica por fazer. “Tem que se deitar para trás das costas os problemas e seguir em frente, senão para quê viver?”

Surpreende a motivação de Victória. E é realmente vitoriosa por ao fim de tantos anos de um casamento que se foi debili-tando devido “ao maldito alcool” ter a coragem e a capacidade de cuidar de Manuel e fazer dele um homem novo.

Há um tempo a esta parte que o casal é acompanhado por um psicólogo clínico. A filha é que tratou de tudo, mas Victoria “pensava que não precisava de um psicólogo”, reco-nhecendo que “tem sido uma grande ajuda, sobretudo para o meu marido olhar para a vida de uma maneira diferente depois de tudo o que já passou”. Actualmente as consultas realizam-se de 15 em 15 dias ou semanalmente, depende da necessidade. A Victória sempre gostou de conviver, mas não tinha a vida social que tem hoje. Manuel, que preferiu não ceder entrevista, depositando na mulher a palavra, recuperou uma integração social que lhe fugira. “Temos de dizer o que pensamos e desabafar”, afirma convictamente Victória que ainda tem tempo para cuidar durante a noite de uma senhora de 85 anos que vive só.

“Não vejo a vida como um grande desgosto como as outras pessoas”. E numa frase, sem teorias, diz-nos quase tudo.

Maria Donatila tem 80 anos. Enviuvou há 30, vivendo, então, a sua primeira grande infelicidade. No entanto, conseguiu dar a volta e seguir em frente. “Foi muito difícil, claro, porque eu gostava muito do meu marido e dávamo-nos muito bem”, conta. O grande apoio da sua vida têm sido as filhas que nunca a deixaram sozinha, nem mesmo quando decidiram mudar-se de Lisboa para o Algarve há cerca de três anos. “Nem sequer me perguntaram se eu queria vir, não era preciso perguntar...”. Esta octagenária acredita que a vontade que tem em viver está relacionada com a história de vida numa família sempre muito unida e também ao facto de ter trabalhado com crianças. Antiga professora primária colheu da convivialidade com os mais pequenos a sinceridade e a harmonia de estar bem com o mundo. Diz que teve também o privilégio de se ter cruzado com pessoas muito boas ao longo dos anos.

Está na «Casa do Avô», em Monte Gordo, desde 2008, e ali ajuda nas aulas de alfabetização. “Aqui somos felizes”, garante. Maria Donatila não se imagina parada em casa. Mostra-se muito activa e cheia de força de viver. “Nem me lembro que tenho 80 anos”, afirma, reconhecendo que a convivência faz-lhe muito bem.

«Vencer o Tempo nas 7 Cidades»

A pensar, precisamente, nos mais idosos e na sua felici-dade está a decorrer um programa denominado «Vencer o Tempo nas 7 Cidades». É promovido pela Associação «Vencer o Tempo» e conta com a grande parceria da Direcção Nacional de Saúde.

O principal objectivo é criar mais e, sobretudo, melhores condições de vida aos mais idosos. “Sabemos que muitos são ostracizados, excluídos; é importante mudar essa realidade com medidas efectivas e em conjunto com as autarquias”, afirmou à margem da assinatura do protocolo com a cidade de Vila Real de Santo António Ivone Ferreira, coordenadora do projecto.

«Vencer o Tempo nas 7 Cidades» “porque não vale a pena querermos um oceano quando só conseguimos ter um copo cheio de água; e o copo enche-se com gotas”. Ivone F. explica assim porque este projecto se cinge apenas a sete cidades, neste caso todas elas já com medidas sociais neste sentido. “Tivemos uma adesão enorme ao projecto, mas apenas pode-mos trabalhar com estas sete. São elas: Angra do Heroísmo, Alfândega da Fé, Maia, Vila Nova de Foz Côa, Portimão, VRSA e Póvoa do Lanhoso.

Em Vila Real de Santo António os idosos vão ver diminuídos constrangimentos à mobilidade em prol de uma melhor inte-gração na comunidade. Mas também vão ter maior convívio com os mais novos, vindo a ter até um jovem responsável por si. “Queremos realizar inquéritos à população-alvo, perceber quais as necessidades que apresentam para realizarmos o projecto assertivamente”. Na realidade Ivone Silva espera que este projecto represente um autêntico lobby para que o resto do país se sensibilize para a questão.

A equipa dirigerente do projecto é multidisciplinar, entre psicólogos, arquitectos, juristas e sociólogos. Para além de inquéritos sociológicos de resposta fechada vai haver lugar também para workshops onde os participantes são convidados a falar de si, das suas preocupações, incentivando-se, assim, à opinião de cada um.

Já foi apresentado um projecto de gastos à Direcção Geral de Saúde, que financia o projecto em cerca de 75%. Cada autarquia participa ao longo de dois anos numa quota variável de acordo com a necessidade de gastos apresentados. Ivone Ferreira diz que o projecto não se caracteriza essencialmente por ser caro, “mas antes muito intenso numa altura em que há pessoas a baixar os braços”.

Depois dos próximos dois anos de trabalho a organização espera que a experiência conjunta resulte numa candidatura das sete cidades à «Rede Mundial das Cidades Amigas dos Idosos».

Vencer a dois a luta contra o

alcoolismo

“De bem com a vida”

aos 80 anos

“Sinto-me um

Super--Homem”

Como se consegue...

JOSé FARIAS

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LOCAL

Realidade admitida em 82º aniversário

PSP de VRSA com a maior carência de instalações do Algarve

Ex-inspectores da PJ atacam perigos na Internet

Cerimónia teve início na igreja de VRSA

Gonçalo Amaral e Paulo Pereira Cristóvão encheram o Centro Cultural António Aleixo

PSP que é uma das melhores do país”, frisou. Criminalidade baixou

De acordo com dados oficiais que foram entretanto avançados na cerimónia, a criminalidade no Algarve baixou. Globalmente essa baixa registada fixa-se nos 1,4%.

Foi o sub-intendente do comando distrital de Faro que pormenori-zou os números. Em relação aos furtos de veículos baixaram 18%; já no interior de veículos diminuiu 40%. Há menos 17% de furtos de pessoas nas vias públicas, menos 14% de furtos em estabelecimentos comerciais.

Apesar destes números positivos houve “um pequeno aumento dos crimes mais violentos e graves; ou seja, não fugindo à lógica nacio-nal ,aumentaram os crimes com arma branca, o chamado roubo por

Vítor Frederico Lima, sub-inten-dente do comando da PSP de Faro, à margem da sessão solene de comemorações do 82.º aniver-sário, avançou aos jornalistas que a esquadra da PSP de Vila Real de Santo António “está para breve”. A pouco tempo de ser lançado estará também o concurso para a obra que será levada a cabo num terreno cedido pela câmara muni-cipal, em frente ao tribunal local. O responsável em Faro garante que, apesar das medidas de austeridade para o Orçamento de Estado 2011, a nova esquadra “já consta no plano de investimentos do Minis-tério da Administração Interna” (MAI). Sem mais previsões, mas com a garantia deixada, Vítor F. Lima admitiu também que a PSP de VRSA é, ao nível do Algarve, a que tem maior carência de instala-ções. “Em Lagos foi recentemente inaugurada a nova esquadra da

«esticão» que tem alguma violência associada”, referiu o responsável. Os dados referem-se aos meses de Janeiro a Outubro de 2009.

1000 novos agentes

Apesar da crise há na PSP “entre-ajuda e espírito de missão”. Vítor Frederico Lima adianta que vai ser aberta uma nova escola de alista-dos para mil novos agentes que vão reforçar a segurança do país. “Estamos optimistas para vencer, temos filosofia de planeamento na actuação e aplicamos as estratégias adequadas”, garante, afirmando que o Plano Integrado de Polícia de Proximidade (PIIP) “é a bandeira da PSP”.

Recorde-se que em Vila Real de Santo António este programa surgiu em 2008 e integrou os vários programas dispersos da PSP, como é o caso da «Escola Segura». A aposta

A educação começa em casa

“A educação começa em casa e não na escola, e é em casa que deve-mos transmitir valores e fomentar os pilares de crescimento”, lamen-tando que muitos pais se desres-ponsabilizem. Gonçalo Amaral apela a uma mudança de atitude. “Às meninas fica o recado que eles não falam apenas com uma; falam com muitas e a todas dizem que são bonitas”. Os ex-inspectores não deixaram de frisar que não há só pedófilos, mas também pedófilas “e que o melhor é evitarmos o perigo que cada vez mais a Internet cons-titui.

«Levaram-me»

Nesta ocasião, Paulo Pereira Cristóvão também apresentou o seu mais recente livro «Levaram-me», inspirado em casos reais de crianças desaparecidas.

do comando distrital é incrementar este programa que “representa o futuro”, afirma. “A verdade é que

enquanto houver um crime nunca estamos satisfeitos”, rematou o res-pondável no comando de Faro.

Este ano as comemorações do aniversário do comando distrital da PSP do Algarve fizeram-se em Vila Real de Santo António. Com pompa e circunstância houve um dia dedicado a esta força de segurança. Ficou a garantia de uma esquadra para breve em terras pombalinas.

Sem tabús, nem tão pouco «falinhas mansas», dois dos mais famosos ex- inspectores da Polícia Judiciária (PJ) portuguesa falaram sobre os perigos da Internet e os desafios que constituem. A organização foi da autarquia vilarealense.

“Lá em casa há democracia, mas apenas até aos seis, sete anos”. Foi desta forma que Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ), mais conhecido por ter sido inspec-tor-coordenador da investigação do famoso «Caso Maddie», deu conta, perante um auditório completo no Centro Cultural António Aleixo, que é um “pai atento” que bloqueia o acesso do filhos menores à Internet. A razão “é simples: a Internet é um perigo imenso”. Mas às crianças e jovens foi desde logo dando dicas para caso se deparem com pedófilos na Internet: “quando eles vos perguntarem o que faz o vosso pai digam que é juíz ou ins-pector da PJ; vão ver como eles desa-parecem logo”. Apesar do assunto ser muito sério a dupla Gonçalo Amaral e Paulo P. Cristóvão conseguiu arre-cadar muitos risos da plateia. Aliás, a fórmula foi usar o humor para alertar para os perigos eminentes dos percur-sos cibernéticos.

Sem querer criar alarmismos sociais, mas “abrindo a pestana”, o discurso

seguiu directo para os diferentes alvos, que assumem papéis diferentes: pais e filhos.

Acesso condicionado

“Pensem bem: não é por os vossos filhos menores quererem conduzir que lhes passam a chave do carro para a mão, pois não?!”. Paulo Pereira Cris-tóvão defendeu acerrimamente que os pais devem limitar o acesso dos filhos à Internet. “Se eles não gostam azar, porque o que está em causa é a segu-rança deles”. Aos pais pediu-se que estivessem sempre em alerta, atentos aos sinais. “Cada um de nós conhece bem os nossos flhos”. Focando, igual-mente, que as estatísticas mostram que “a maioria das crianças são abusadas no seio familiar, por aqueles em quem supostamente deveriam confiar”.

Os dois ex-inspectores deixaram muitos alertas e fizeram questão de “pintar tudo de negro, muito negro”, apelando aos pais que conversem sempre com os filhos.

Gonçalo Amaral e Paulo Pereira Cristóvão

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LOCAL

José Estevens entregou em mãos os primeiros nove cheques de apoio

VRSA integra«Cidades Europeias Contra a Droga»

«Cuidar do Idoso»

esclarece dúvidas

em AlcoutimA câmara municipal de Vila Real de Santo António assinou a Declaração que eleva o concelho vilarealense a «Cidade Europeia Contra a Droga».

já deu emprego a mais de uma dezena de pessoas” nestas circunstâncias.

Mas com a integração na rede de «Cidades Europeias contra a Droga» e consequentemente na «Associação para um Portugal Livre de Drogas» o executivo quer “trocar experiências e adop-tar as medidas mais concertadas que melhorem a capacidade de actuação”. A actuação vai preva-lecer tanto no tratamento como na prevenção.

VRSA foi a primeira cidade ibérica a aderir à rede «Cidades Europeias Contra a Droga»

O objectivo é ajudar todos os que necessitam no tratamento e aconse-lhamento para o problema. “Com o número de técnicos que temos a traba-lhar na área não é preciso mais verba, mas sim a vontade e sermos capazes de o fazer”, declarou aos jornalistas Luís Gomes, presidente daquela edi-lidade. O objectivo é executar o pro-jecto num combate eficaz da droga no concelho.

Manuel Pinto Coelho, Presidente da «Associação para um Portugal Livre de Drogas», e Jörgen Svíden, Presidente da «European Cities Against Drugs», apelaram às sinergias. Luís Gomes con-cordou, afirmando, nomeadamente, “a necessária cooperação entre os serviços sociais, as organizações, os serviços de saúde e a polícia para que se consiga concretizar a principal medida preventiva que é o de levar as pessoas a deixarem de se seduzir pela droga”.

Crise pode acentuar dependência

Luís Gomes, mostrou-se na ceri-mónia de assinatura de protocolo, preocupado com o acentuar da crise

“que poderá trazer associada mais problemas relacionados com a toxi-codepência e alcoolismo”.

Numa óptica de prevenção e solução de problemas, a autarquia tem desen-volvido medidas no combate à droga e à toxicodependência “uma vez que em muitas situações esta dependência está associada a situações de pobreza provocada pela crise económico-finan-ceira actual que atinge todas as socie-dades, com consequências ao nível do desemprego, criando situações de extrema dificuldade para as pessoas, famílias e até empresas”, realçando o edil o gabinete «AGARRA» criado em 2009 para o combate à crise.

Dar a «segunda oportunidade»

Luís Gomes assegurou também que a autarquia tem “ao longo do tempo integrado pessoas vítimas de dependência de drogas” por iniciativa própria e em parceria com programas governamentais. O autarca garante que “há sensibilidade para financiar tratamentos, mas também para inte-grar nos nossos quadros pessoas com problemas adictivos”, afirmando que

Primeira cidade ibérica da rede

Subsídio pode ascender aos 1750 euros

Castro Marim subsidia os pais mais desfavorecidos

Pelo primeiro filho o casal recebe 750 euros, pelo segundo 1250 e a partir do terceiro 1750 euros. Verbas

destinadas aos pais mais desfavore-cidas cujo rendimento per capita não atinge o rendimento mínimo. Em

Prevenção com reforço de valores

A prevenção vai ser feita num reforço do papel da família na resistência à droga, na criação de programas preventivos nas escolas e nos locais de trabalho, no desenvol-vimento de actividades anti-droga para os jovens, na reabilitação dos toxicómanos em estado avançado e no apoio à investigação e avaliação da mesma.

dia das primeiras atribuições foram entregues publicamente nove che-ques, estando já na altura a serem

emitidos outros tantos, informou José Estevens, presidente da câmara municipal responsável pela medida de combate à pobreza.

Em tempo de crise, “e consciente das dificuldades económicas que o país atravessa, com reflexos muito negativos na vida das pessoas”, a câmara municipal de Castro Marim não tem mãos a medir no combate à acentuação dos fossos sociais, acreditando que beneficia também o combate à desertificação e ao envelhecimento da população.

Esta medida mais recente do Regulamento Municipal de Acção Social da edilidade castromari-nense começou a ser executada a 12 de Novembro. “Nos dias que correm, este é um sinal muito positivo para Castro Marim, enquanto factor de crescimento e de atractividade do concelho, mas também um ele-mento prioritário da política social

do executivo”, afirmou convicto Estevens.

Apoio escolar

A câmara municipal está também a levar a cabo auxílio financeiro à aqui-sição de material escolar para todos os alunos do 1º, 2º e 3º ciclos do ensino básico e, ainda, a obtenção de licenças de construção e alvarás de utilização para habitação própria.

O executivo, liderado por José Estevens, lembra que “no âmbito do novo regulamento de acção social aprovado, a autarquia tem atribuído diversos apoios aos castromarinenses para fazer face a situações de emer-gência; na habitação, na educação, no acesso a cuidados de saúde e nas questões de mobilidade, que se tra-duzem numa melhoria substantiva no bem-estar social de uma parte significativa da população”.

A palestra «Cuidar do Idoso», que aconteceu recentemente em Alcou-tim, apresentou e esclareceu vários problemas que se apresentam cons-tantemente às famílias com idosos a

seu cuidado. Numa abordagem que focou

não só os problemas físicos, como a desnutrição e a infecção, mas

também os afectivos, relacionados com o isolamento e a solidão, Ana

Maria Lopes, médica internista e Ana Dora Veiga, enfermeira, ambas do Hospital Central de Faro, foram esclarecendo as dúvidas de muitos

profissionais do Lar e centros de dia que encheram a sala à procura de

respostas a um cuidado que querem tornar cada vez melhor.

Apostar na sensibilização do idoso acerca dos cuidados que deve ter

consigo mesmo e criar ao seu redor uma rede social coesa e atenta,

foram ideias mestras que saíram desta palestra.

Francisco Amaral, presidente da câmara municipal de Alcoutim,

fechou o evento com a promessa de trazer ao concelho mais formação

na área, orientada sobretudo para os cuidados ao domicílio, que considera que “resolveriam problemas como a

lotação esgotada de Lares e hospi-tais”.

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12 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

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CARO ASSINANTEO Jornal do Baixo Guadiana informa que as assinaturas do mensário já não são pagas na Associação Alcance em Alcoutim. Para o pagamento de assinatura anual pode dirigir-se à Associação Odiana/JBG em Castro Marim [Rua 25 de Abril nº1, 8950-909 Castro Marim] ou através de cheque, vale postal, depósito e transferência bancária [NIB 00 350 234 0000 586 353 080].Não esqueça que ao fazer a sua transferência bancária deve colocar um descritivo com o nome do assinante ou contactar o JBG através do telefone 281 531 171 ou e-mail: [email protected]

Agradecemos a vossa compreensão.

O Jornal do Baixo Guadiana

VÁLIDO SÓ PARA JOGADORES MEMBROS DA FPG (NECESSÁRIO APRESENTAR CARTÃO VÁLIDO DA FPG)

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 13

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14 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

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Caro amigo(a)

No nosso País, nos dias de hoje, a vida não está fácil!O desemprego, os despedimentos, a baixa dos salários, a redução do nível de vida, a insegurança, são apanágio do dia-a-dia.Costumo dizer que a crise chegou à Serra Algarvia na década de 60 e de cá não saiu. Daí, nós, os algarvios da serra, de há muitos anos a esta parte, temos aprendido a lidar com as dificuldades e as adversidades diárias.Nós, cá na serra, somos um Povo simples, sério, trabalhador, humilde e sem “caganças”, como às vezes também costumo dizer.Daí, talvez a crise internacional e nacional que muitos estranham, a outros amedronta e a outros até desespera, pode vir a ser um estímulo para que os Algarvios da Serra, com a sua experiencia de vida difícil, ultrapassem as maiores dificuldades que nos esperam no próximo ano.Uma palavra para apelar ao espírito de solidariedade que deve existir entre nós todos.Secundarizando o que não é importante, como a maledicência, a intriga e a inveja e valorizando a ajuda ao que mais precisam como os idosos, os doentes, os deficientes, sem esquecer os jovens.No fundo, é esta a atitude que tenho praticado ao longo da minha vida. Espero que todos me ajudem nesta hercúlea tarefa.

Um Feliz Natal para todos e um Ano de 2011 o melhor que possível!

O Presidente da Câmara Municipal de AlcoutimDr. Francisco Augusto Caimoto Amaral

Page 15: JBG Dezembro 2010

Suplemento de Natal

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pATROCINADORES

Page 16: JBG Dezembro 2010

O meu concelho

São cinco as freguesiasDo concelho de AlcoutimVivem as suas alegriasSão mais felizes os diasÉ tão bom viver assim

Giões terra queridaÉ como foi distinguidaPela sua lealdadeVirada para norte e poenteCom o sol dourado e quentePovo de grande amizade

Martinlongo ponto centralMuito honesto e tão lealNão há outra terra assimEla é bem portuguesaGente de grande purezaQue tanto ama Alcoutim

Vaqueiros mais para sulO céu oferece-lhe o brilho e o azulTem consigo a simpatiaMostrando a sua grandezaExpande toda a belezaDa linda serra algarvia

O Pereiro mais a nascenteVisitado por muita genteNo dia do seu mercadoSão pessoas laboriosasTambém muito carinhosasDigo mais: é povo honrado

O concelho e freguesiaRecebe a grande poesiaOferecida pelo seu povoEu também aqui pertençoA todos digo o que pensoAlcoutim é sempre novo

Aos seus filhos dá valorDedica-lhe o seu amorTem muito para nos darAinda há alguns afastadosMas depois de aposentadosTodos vamos regressar

Sinto o que vou dizerE digo tudo o que souVenho cumprir um deverQue nunca posso esquecerÉ por isso que aqui estou.

Henrique Roberto

Dizer adeus

O tempo que perco todos os diasO tempo a todos vai passandoQuantos mais dias passarem mais sofroPara todos os amigos vai-se acabando

É difícil dizer adeusQuando se quer ficarÉ difícil quando sonho sorrirQuando se quer chorar

Nunca me dei por vencidoE até hoje pensei não o fazerHá vezes que ando perdidoPorque ainda não o encontrei

Já não sei como acreditarDoença fatal que me roubou Na doença dos meus olhosAflito na dor me abraçou.

Severo Martins

O Bilui tem jeito! O rapaz faz-se!

Já lá vão uns anitos. Jogava o Lusitano em Santa Maria de Lamas.Uma eliminatória para a Taça de Portugal.

Fomos de abalada até Lamas. A Rádio Guadiana realizou esse relato.Um relato, fora de portas, de tão longe foi um acontecimento.

Para a Rádio e para a nossa Terra.

Pernoitámos no Luso. Na Pousada. Aqui começa a saga, o humor, protagonizado pelo nosso companheiro.

- Vítor? Diga-me lá?A água que usamos, no autoclismo, no chuveiro, também é do Luso?

Igual à que bebemos lá em baixo em garrafa?

Depois, foi o relato em Lamas.Pegou no microfone - engatou em prise - não mais parou!

Na euforia da palavra, do relato, falou, falou... o gajo estava roxo!O rapaz tem jeito! O rapaz faz-se!

Este nosso companheiro, o protagonista desta crónica recheada de humor, um dia relatou o seu Beira-Mar contra o Lusitano.

Numa jogada, numa perdida incrível,de baliza aberta, frente ao guarda-redes.

relatando eufórico, exclamou numa explosão de desânimo:-Essa, essa a metia eu, Mó! A metia com a barriga!

Este nosso companheiro foi à Madeira com o Beira-Mar,De novo, eufórico, com entusiasmo invulgar, relata:

-Daqui, aonde já chegamos, do Aeroporto das Lajes, nos Açores...ouviu e decorou tantas vezes Jorge Perestrêlo, o seu estilo de relatar

desafios de futebol que hoje o imita à perfeição e pormenor.De, quase, igual fraseado.

Meu caro Rui Santos, Estas lides radiofónicas e já lá vão uns anitos, cimentam amizades.

Permitem estes desatinos.Contudo, por essa, essa de a meteres - assim de fácil - com a barriga, só por essa merecias uma

estátua... uma estátua...

uma estátua. Em Monte Gordo.Manuel do Rio

A última edição do ano tem a marca e a presença dos nossos múltiplos colaboradores. É também por estas pequenas grandes questões que o Jornal Baixo Guadiana se diferen-cia. Desculpem a imodéstia mas é assim !

Decidimos retirar da nossa arca de textos, produto da intensa e anónima colaboração que conti- nuamente recebemos e para as quais não temos mensalmente campo para lhes dar expressão, reservar-lhe um espaço particular nesta última edição de 2010.

Tivemos presente quanto solitá-ria é a expressão do verbo se a sua difusão não tem o alcance que lhes é devido. Quanto o sufoco da pala-vra ou a alegria do texto se sente defraudada quando não atinge o imaginário que lhe foi proposto dar. Quanta divida existia para pagar à generosidade dos nossos leitores e colaboradores.

Era para nós obrigação maior ofe-recer-lhe essa possibilidade.

E aqui está agora, neste singu-lar suplemento que só foi possível publicar, graças também à solidária participação dos nossos anunciantes, a reposição de uma injustiça que sen-tíamos tinha de ser reparada.

A todos o nosso obrigado.

Carlos Luis Figueira

Como é bom escrever

Umas pessoas escrevem por gostoOutras para estarem distraídasHá quem escreva para aliviarAs mágoas da sua vida

As lindas flores do campoOnde as borboletas poisamMuitas vezes o silêncioQuer dizer tantas coisas!...

Escrever é um prazerQue muitas pessoas têmUma maneira de dizerO que não dizem a ninguém

EDITORIAL

Suplemento de Natal colaboradores

A escrita é um refúgioE uma amiga fielQue bem que faz à almaConversar com o papel

É muito bom escreverUm genial passatempoMas é melhor aindaPara aliviar o tormento.

Uma Castromarinense

Page 17: JBG Dezembro 2010

Caminhando Caminho por um mundo sem razão Onde a mentira, é tida por verdade A violência impera por maldadeE a indiferença, ao ódio dá a mão.

Onde a riqueza é fome da miséria O pão, falta nos lares esquecidos A liberdade é sonho de vencidos E o sonho não é sonho mas matéria.

Princípios e valores aonde estão Que à nossa vida dão maior sentido? Como é viver sem nunca ter vividoA alegria de amar o nosso irmão?

Maria Felicidade Viegas

Lágrima de Amor

Pedi uma lágrima sofridaNem empréstimo gratuitoCom esta oferta solto o gritoPorque é um farrapo de vida

Exprimia sofrimentoNum doer desmedidoNão era apenas lamentoEra um sofrer sentido

Essa lágrima que insisteIdentificada no sentirE na aflição com muita dor

Deixa lá não fiques tristeDiz a lágrima que vem fugindoSer uma lágrima de amor.

Manuel Gomes

Soalheiro,radiante,e sorridenteEste verão de São MartinhoJá se fala em aguardenteE na prova do bom vinho.

Em Lisboa, o assador fumegaÉ o fumo da castanha assadaHá quem tenha na adegaUma água-pé bem rosada.Um copinho de água -péUma boa castanha assadaUm pequeno magusto é:Pequeno melhor que nada.

Das árvores cai a folhaO que a natureza se deveE o homem faz a recolhaE ainda aduba o alqueve

As folhas em decomposição Bom adubo, elas darão.

O musgo, já verdeja no muroVerde, aveludado sobressaiA couve, não tem futuroSe a geada, na noite caiAnda a lesma surrateiraSussurrando ali à beira

Fazendo de Poeta Público

Acabada a faenaDe quem ainda apanha farrôba na serra e barrocalRoubam-na em carrinha ou camiãoDebaixo da árvore ou do alpendreEntre a meia-noite e o cantar do passarinho

Passa-se um dia em declaraçõesE meses depois o tribunal esclarece que não se sabeNada. Tudo funcionaA fazer de conta, como se, and so on. InvestigarAinda não ocorreu. A imprensa paroquialIgnora um assunto de todo o Algarve - seus últimosAgricultores. Do governo civilNada se soube. Ano a anoDesde a seca Que assim acontece

Nesta esquina, sol entre dois mares,Águas piscosas, saiHorta e pomares, chibo e griséuAzeite, vinho e pão nos assinalam

Quem fez de nósO miserável rectângulo de lavoira e artes proibidas Incinerando barcos e arrancando olivos?

Para nós, conhecerÉ ocultar?

GovernoÉ quinta coluna? PerguntarÉ preciso.

F.M. Palma-Dias Fazenda, 07/08

Anda feliz o caracolTrepa as ervas orvalhadasEsconde-se quando há solSe chove até faz noitadas

Anda sempre com lentidãoQuem sabe se tem razãoSe muito depressa andarNa casa pode tropeçarNestes tempos tão conturbadosAté os crustáceos são ponderados.

Anjos P.S

Suplemento de Natal colaboradores

Viagem de Bento XVI ao Reino Unido

De 16 a 19 deste mês, o Santo Padre Bento XVI desloca-se em viagem de Estado ao Reino Unido a con-vite da Rainha Isabel. João Paulo II já lá estivera em 1982, mas em visita particular, e com ela marcou o restabelecimento completo das relações diplomáticas entre a Santa Sé e o Reino Unido.

O Santo Padre escolheu para lema da sua visita: Cor ad cor loquitur (O coração fala ao coração). Este foi o lema do Cardeal Newman, que o Santo Padre beatificará no dia 19.

O anúncio desta beatificação começou logo a levantar polémicas pois, quer os liberais quer os conser-vadores, querem chamá-la a si, penso que não me engano ao dizer que por motivos políticos.

A comunidade católica do Reino Unido tem mostrado entusiasmo na preparação desta visita, se bem que alguma comunicação social, digo eu, de segunda categoria, queira fazer crer que os britânicos olham com indiferença para a visita.

O Presidente da Conferência Episcopal, Arcebispo Vicent Nichols quer “que a visita sirva para despertar uma nova vitalidade espiritual (…)”. Parece-nos que estas palavras querem fazer referência às inúmeras conversões de anglicanos para a Igreja Católica. A causa desta clivagem no seio da Igreja Anglicana, deve-se em boa parte, por grande número de membros da hierarquia anglicana à ordenação de mulheres já consumada e pela tentativa recente de elevar ao episcopado algumas das mulheres ordenadas.

Aquilo que parecia aos anglicanos ser a solução para a falta de sacerdotes, redundou num fracasso – numerosos bispos e sacerdotes anglicanos assinaram uma declaração em como aceitavam a plena

autoridade da Igreja Católica Romana. Alguns sacerdotes anglicanos contrários à ordenação de mulheres, manifestam o desejo que

o seu funeral seja presidido por um sacerdote varão. Outros chegam a trazer consigo um cartão que diz: “Em caso de acidente ou numa emergência que necessite a assistência de um sacer-dote, por favor, avisem um sacerdote varão”, isto porque algumas capelanias estão entregues a sacerdotisas.

Os britânicos têm na sua génese o saber receber bem. Estou certa que com Bento XVI se vai passar isso mesmo. Não só por convicção, mas porque o Papa tem-se mostrado extremamente afável no convívio com as pessoas. Quem quer opôr o saudoso e querido Papa João Paulo II a Bento XVI, está a perder o tempo: dois temperamentos, dois modos de ser: o primeiro um desportista, o segundo um artista. João Paulo II, enquanto pôde, levava para férias os esquis; Bento XVI, quis no local de férias um piano!

Mas ambos uns santos e os homens certos para cada uma das épocas em que viveram, isto porque a sua eleição não se faz de braço no ar, nem por partidos, mas por inspiração do Espírito Santo.

VRSA

Vila Real é um concelhoDe apenas três freguesiasMas onde nunca faltam

As festas e romarias

Temos a Feira da PraiaTemos as festas de verão

Um Carnaval muito alegreE os bailes de S. João

Vila Real tem atractivosQue lhe dão muito valor

Graças ao Marquês de PombalQue foi seu fundador

Era uma vila pequenaQue nasceu na foz de um rio

Cresceu e fez-se cidadeE sempre com muito brio

Havia nesta cidadeMuitos barcos a pescar

Uma indústria conserveiraE muita gente a trabalhar

Vila Real hoje é cidadeE bem o merecia serPela sua arquitecturaQue é digna de se ver

Quem nos quiser visitarSempre o pode fazerEu posso-lhe garantir

Que não se vai arrepender

Vila Real é uma cidadeBonita e muito feliz

Para aqueles que não sabemFica no sul do país.

Celísia Peres

Maria Fernanda Barroca (por ocasião da visita do Papa ao Reino Unido)

O Outono

Page 18: JBG Dezembro 2010

Suplemento de Natal colaboradores

A Falar da água

Os romanos fizeram grandes obras, poderemos considerá-las belas e com téc-nica.

Arquimedes disse que todo corpo mergulhado num fluído sofre um repuxo vertical dirigido de baixo para cima; «O principio de Arquimedes» é o sistema hoje utilizado. As águas nas condutas, seguem o declive dos terrenos e depois de paradas seja a que distância for, ficam ao mesmo nível, foi isto que Arquimedes verificou.

Mas no tempo dos Romanos, que também era o tempo dele, e mesmo há pouco tempo atrás, não era assim tão fácil; primeiro não havia condutas com condições de serem enterradas. E então o que fazer?!

Em Espanha, não muito longe, existem condutas romanas, para o transporte de água. Para que saibam do que estamos a falar damos o exemplo: das Condutas das Águas livres em Lisboa, das condutas de rega no Alentejo e Algarve.

Que declive deve ser dado a essas condutas, para que a água não se esgote antes do tempo? Como satisfazer determinadas necessidades e que corra de medida, puramente a ideal para determinados regrantes e determinados hectares de regadio?

A conduta que falamos em Espanha, tem o declive de 5cm num quilómetro. Tem a ver, também com a largura e a altura da conduta ou, neste caso “caleira”. Este declive compreende-se; a população não deveria ser muito grande, as necessidades eram satisfeitas com esta pouca corrente.

Hoje temos valvular e torneiras. As condutas são na forma cilíndrica “tubos” e estanques. Como são estanques criam-se vários problemas. O ar dentro das condutas provoca choques, como? A água vem a correr e com velocidade dentro das condutas

e arrasta o ar na sua frente, quando chega a uma válvula fechada o ar tenta recuar e provoca um grande choque, chamado “choque de aríete” e pode rebentar a conduta. Por isso os engenheiros colocam respiradouros (ventosas) nos pontos mais altos porque o ar sobe e assim sai. Também é prevista a resistência das condutas, pois elas suportam a pressão da água bombada nas suas paredes e também o próprio peso no seu interior. E como? Sabemos que, por exemplo num reservatório a determinada altura e ponto de utilização, numa cota de menos 10 metros, temos um quilo de pressão. Efectivamente, os problemas são variáveis pois dependem de diferentes tipos de conduta.

Para determinar a secção de uma conduta, precisamos previamente conhecer. Não se pode pois escolher à priori, por palpite, aquele que deve servir, quanta água deverá receber, quanta vai esgotar num determinado tempo.

Sabemos que os diâmetros dão vazão de X litros por minuto, assim basta empregar o cano certo.

No tempo dos romanos, não havia torneiras, no entanto era tudo calculado; declives e diâmetros, para que não houvesse desperdícios.

Tudo isto vem a propósito de que temos mesmo de poupar água. Somos nós que temos o dever de a poupar, tal corno dizia o rio que ia morrer.

Vamos fazer para que ele não morra, vamos fazer que ele demore mais tempo a percorrer o seu trajecto para que, possamos tirar muito mais proveito dele e que morra muito, mas mesmo muito mais tarde.

Manuel Tomás

Bodas de Ouro

Maria e Manuel6-11-196 a 06-11-2010

Meio século, tantos anos! Deus quis e a gente fez; fizemos muitos planos, mas cinquenta anos, uma só vez.

Aos que estão na Eterna Glória mas viveram este dia com a gente, perante a sua memória, curvo-me respeitosamente.

E a todos vós, que hoje estais, aqui ao nosso lado, e do nosso júbilo participais, pela vossa pre-sença, obrigado.

Dei o meu braço à Maria, e lá fomos, para a caminhada; num passe de magia acertámos a passada.

Ao bater do coração, degrau a degrau, devagarinho, subimos ao farol da razão, que nos iluminou o caminho.

Desabrocharam nestes anos os mais belos botões de rosas, mas sofremos alguns danos nas suas teias perigosas.

Em plena estrada da vida abraçámos o desafio; e de cabeça bem erguida fomos em frente, com brio.

À terra foram lançadas e garantem produção; as sementes germinadas que depois, frutos nos dão.

Nem tudo nos saiu bem, mas nunca perdemos a fé, nem o bom senso, porém, errar humano é.

Estamos hoje a comemorar, cinquenta anos. Senhor e se há algum tributo a pagar, aqui esta-mos nós. Redentor!...

Manuel Palma

O Jornal do Baixo Guadiana

Dos maiores rios do paísFaz fronteira com Espanha

Com uma extensão tamanhaA geografia assim diz

Próximo vivi enquanto petizNessa zona raiana

Perto da terra alentejanaAgora vivo afastado

Mas aí fui criadoNo Baixo Guadiana

Com dez anos de existênciaO JBG aí é editado

Foi um título bem dadoTem alguma transparênciaProveniente da experiência

De todo aquele pessoalQue de forma divinal

Nisso tem opiniãoPois nessa região

É impresso um jornal

Como alcoutenejo que souNão deixo de o felicitarE quem nele trabalharA todos louvores dou

Desde aquele que o fundouAos colaboradores também

Todos trabalham bemPois esse jornal surgiuPara orgulho Algarvio

Um dos que mais fama tem

Fala de turismo e turistasDesporto, cultura e lazerMuito mais tem para ler

Não esquecendo os artistasEscrito por repórteres e cronistas

Sua publicação é mensalNa imprensa regional

Pois os seus exemplaresTêm tiragem aos milhares

Ao sul de Portugal.

Vitorino da Palma Cavaco

Aquele Encosto

Encostei meu peito ao teuE como me senti confortado

Com o calor que o teu me deu Fiquei p’ra sempre a teu lado,

Não sei como explicarO calor desse encosto

Que mesmo sem com ele contarEu fiquei tão bem disposto.

Já lá vai o tempo, outroraQue tal encosto aconteceuLembro como fosse agora

Encostando meu peito ao teu.

Quando o encosto tem chamaE produz algum calor É sinal de que se ama!

E renova-se a cada instanteCom a força de quem ama

Como um verdadeiro amante.

Relógio

Castro Marim rodeadaDe salinas e viveirosEstá toda amuralhadaMesmo até ao Enterreiro

Fortalezas tão antigasOnde governava um MouroUm mourinho das cantigasGuardava o seu tesouro

Eis o Forte e o CasteloE o Alto da BoavistaE esse Largo e SingeloDa ribeira Miguelista

Desde a ponta da calçadaAté à Rua do PoçoFoi na Rua do LoureiroOnde namorei um moço

Castro, Castro te chamaramDepois lá veio o MarimNunca te modificaramPorque és bonita assim

Tuas reais marinhasFamosas pelo seu salFlores raras e avezinhasProtegidas no sapal

Lendas da minha infânciaMemórias que o tempo trazRecordo passar com ânsia O caminho do Morvaz

Brinquei na rua do PoçoEntretida ao luarO Mourinho era moçoLevava a noite a chorar

Quando vinham as lavadeirasDesta serra tão belaPor os burros às fileirasNa Travessa da Cancela

Castelo saudades minhasSentinela vigiandoGuardaste Reis e RainhasP’ró Guadina espreitando

Rio bonito sem vaidadeDo meu querido PortugalAo longe quanta saudadeDa minha terra natal

Castro Marim, já te disseAquilo que sei e sintoSe eu morrer de velhiceCartar-te-ei com afinco!...

Castro , Castro, te chamaram

Maria Emília, Paris 2009

Idoso (Feliz)

Eu já sou um feliz idosoAté vou aos bailaricos dançar

Danço sempre, até me sinto orgulhosoDanço até nunca mais parar

Eu vou a todas as festasA todos os bailaricos de Verão

Não há festas como estasDançam todos com consolação

Já não tenho nada a passarPorque eu sou um homem de sorte

Penso em ir para todos os bailaricos dançarA ver se um dia me sinto mais forte

Ainda bem que já sou um idosoJá cheguei à terceira idade

Tenho esta idade, todo vaidosoPor isso a vivo com humildade

Sou sempre aquele idoso brincalhãoNão quero recordar os tempos passados

Os tempos que me restam queiram ou nãoPor isso nunca são tempos recordados

O idoso vai-se despedirFaço com muita alegria

Desta passagem quero subirPorque ele é uma simpatia.

A. Mestre

Page 19: JBG Dezembro 2010

JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 19

ENTREVISTA

Co-autor da rubrica radiofónica semanal «Se Dúvidas Existem» sobre psicologia

Psicólogo delegado na Junta de Freguesia de Cacela

Licenciado em Psicólogia clínica Coordenador do NEIP VRSA

Temos desenvolvido

um sistema de cumplicidade e de

«porta aberta» com os nossos

utentes

Pedro Costa

Page 20: JBG Dezembro 2010

20 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

ENTREVISTA

Jornal do Baixo Guadiana: O NEIP tem seis psicólogos e é uma iniciativa da câmara municipal de VRSA. Há muitas situações para cuidar neste concelho? Pedro Costa: Existem imensas situações e diversos tipos de proble-máticas onde a psicologia tem uma palavra a dizer e que actualmente percorrem e enchem as agendas de todos os técnicos. Somos seis téc-nicos a desempenhar funções prá-ticas em diversos contextos sociais do nosso concelho e actuando, ou seja criando respostas, simulta- neamente em várias valências/neces- sidades. Especificamente falando, essas valências vão desde a con-sulta clínica individual, familiar ou de casal, passando pela elaboração de artigos de opinião, workshops e debates junto da comunidade.

JBG: O grupo é constituído por pessoas especializadas em que áreas da psicologia?PC: Essencialmente da área clínica, embora tenhamos também repre-sentado no nosso núcleo a psicolo-gia educacional. Eu pessoalmente prefiro defender e incutir uma filo-sofia de que todos somos Psicólogos ao serviço da comunidade e, como tal, dentro dessa filosofia de serviço público e de cumplicidade com as instituições e utentes, abraçar todos os desafios onde possamos criar res-postas que melhorem a qualidade de vida e saúde mental da comu-nidade.

JBG: Assumiu a coorde-nação do NEIP no início do ano. Introduziu, de alguma forma, uma nova dinâmica ao núcleo?PC: É um bebé ainda pequenino... Foi exactamente a partir do mês de Maio que assumi funções de coor-denador do NEIP, sentindo o reco-nhecimento e confiança de todos os intervenientes neste processo de passagem de testemunho do nosso antigo coordenador Dr. Eduardo Moos. Essa confiança, eu tive-a que sentir por parte não só do executivo camarário, como pelo próprio Dr. Eduardo, e principalmente pelas minhas colegas do NEIP. Só assim se reuniram as condições para eu assumir este desafio profissional

com um enorme sentimento de prazer e gratidão.

Respondendo especificamente à sua questão, claro que cada um de nós, devido às suas idiossincrasias, acaba por ter um estilo próprio de raciocínio e de atitudes, embora sinta que a base e o método de trabalho deixado pelo Dr. Eduardo é para ser usado e respeitado e a partir daí termos o ímpeto de evo-luirmos para um nível cada vez mais próximo da excelência pro-fissional. Existem certos valores na consciência de trabalho de equipa pelos quais luto, pelo menos naque-les que trabalham comigo, que devem estar sempre presentes: ética, brio profissional, maturidade, respeito pelos utentes e sentimento permanente da responsabilidade pessoal que acarreta ser-se psicó-logo.

JBG: Estão distribuídos pelas três freguesias do con-celho. Qual vosso sistema de actuação; ou seja, as pessoas dirigem-se até vós ou há cana-lização de pacientes?PC: Temos desenvolvido um sis-tema de cumplicidade e de «porta aberta» com os nossos utentes. As crianças chegam-nos à consulta essencialmente pelos agrupamentos de escolas e respectivos canais de comunicação que temos privilegiado junto dos professores. Todavia as famílias e todas as crianças, jovens e adultos residentes no concelho podem (e devem) procurar os téc-nicos directamente nos serviços de psicologia que funcionam a partir das Juntas de Freguesia.

JBG: E já procuram mais?

PC: Felizmente podemo-nos gabar um bocadinho que a popula-ção em geral já nos procura direc-tamente. Há o conhecimento da nossa intervenção e estabelece-se uma confiança mútua, que se vai fortalecendo. As pessoas sabem que há um serviço de apoio psi-cológico gratuito e que só têm que trazer vontade de mudar e disponibilidade para trabalhar os aspectos da sua vida que estão menos bem e que as estejam a afectar psicologicamente.

Mas em relação a esta dinâmica da saúde escolar temos uma liga-ção preferencial com as escolas. Existe um contacto regular com

«Felizmente podemo-nos gabar um bocadinho que a população em geral já nos procura directamente. Há o conhecimento da nossa intervenção e estabelece-se uma confiança mútua, que se vai fortalecendo»

os professores, com os directores de turma, com a equipa de saúde escolar, com a equipa dos apoios educativos em que as sinalizações clínicas de crianças e jovens che-gam-nos muito por essa via. Em seguida contactamos as famílias, temos sessões familiares com uma certa rotina e depois fazemos o atendimento individualizado o tempo que for necessário para criarmos respostas às necessida-des.

Nos adolescentes as questões estão mais relacionadas com a auto-estima, questões relacionais, dúvidas existenciais que se trans-formam em angústia e que podem originar depressões. Há nesta fase de crescimento questões que nos aparecem relacionadas com per-turbações alimentares.

JBG:Especificando; quais as problemáticas que vos chegam sobre crianças/jovens?PC: Em qualquer um dos serviços de psicologia que estão espalha-dos no concelho estamos a aten-der crianças/jovens e adultos. As problemáticas que nos chegam de

crianças/jovens vêm sinalizadas pelas escolas. De alguma forma as peocupações estão relacionadas a esse contexto escolar: défices de atenção, questões comportamen-tais dificuldades de aprendizagem, hiperactividade. Mas também sabemos que a escola espelha sempre um bocadinho aquilo que se passa no seio familiar, questões relacionais e perturbações afecti-vas, e também temos que intervir bastante nessa área.

JBG: Apesar das diversas problemáticas que se vão registando é necessário tranquilizar os pais para não entrarem em alarmis-mos sociais!?

PC: Sem dúvida. E em caso de processos de tratamento é muito necessário termos a perspectiva de mudança como algo traquilo, seja qual for a temática; mais clí-nica ou mais pedagógica. Quando estamos a falar de um défice de atenção, de aprendizagem, os casos de dislexia da leitura e da escrita, por exemplo, estamos a falar de uma dinâmica que está mais relacionada com a esfera escolar. Temos todos de enqua-drar da forma mais harmoniosa possível o percurso escolar da criança ou jovem para que o faça da forma mais feliz. Essa é pre-missa principal. E isto serve tanto para crianças jovens ou adultos. O processo de mudança tem que ser um processo interessante, que motive não pode ser um sacrifí-cio; tem que dar prazer às pessoas fazerem. A ansiedade é algo que é contagiante e quando falamos de crianças e jovens os pais têm de se responsabilizar para que o processo decorra da melhor maneira possível.

JBG: A violência escolar que está na ordem do dia também se verifica neste concelho?

PC: Eu acho que no concelho de VRSA os casos vão surgindo, mas eu não diria que seja a principal fatia do bolo. Os casos de bullying, que está um bocadinho na moda aparecem, mas são esporádicos e mais ligeiros do que outros. Isso nao quer dizer que não tenhamos que estar atentos.

Susana de Sousa

Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica ganhou a confiança da população Há cinco anos que o município de Vila Real de Santo António criou o Núcleo de Estudo e Intervenção Psicológica (NEIP). É um serviço gratuito aberto a toda a população e distribuído pelas três freguesias. O atendimento é feito em sede de Juntas de Freguesia e os públicos abrangidos vão desde as crianças aos idosos. A felicidade é apontada como a premissa-chave para o sucesso de qualquer tratamento.

Coordenador entusiasmado com a adesão populacional

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 21

ENTREVISTA

JBG: O vosso acompanha-mento tem tido também um papel dissuador...

PC: E o próprio discurso dos professores e família é muito mais coerente. Nos últimos cinco anos tenho-me apercebido disso. Quando começámos tivemos uma enorme dificuldade. Foi um processo moroso este de dar a perceber à comunidade o nosso trabalho e o nosso esforço. É importante a forte relação que se construiu entre escola, familia e técni-cos. Há, na realidade, uma avaliação redobrada de todos os intervenien-tes. Quando há uma situação fora do comum rapidamente os mecanismos são postos em prática.

JBG: Actuam junto dos ado-lescentes, no gabinete «Sei Lá», na escola secundária local. Qual a adesão dos alunos?

PC: A adesão é óptima e con-seguida através de uma dinâmica muito interessante de envolvimento responsável de todos os interessados (alunos, encarregados de educação, professores e técnicos). Actuamos há mais tempo e de uma forma também ela bem estruturada com os “antiga-mente chamados” agrupamentos de escolas de V.N. de Cacela e de Monte Gordo, actualmente inseridos nos Mega-agrupamentos de escolas exis-tentes no concelho. Esta mudança de enquadramento educativo das insti-tuições obriga a uma nova exigência nos processos onde me parece que o desafio se encontra em conseguir-mos trabalhar em equipa com um

«Eu não quero ser pessimista, nem retrógado na questão das ferramentas que as pessoas têm para trabalhar, mas convinha reflectir no uso das novas tecnologias. A verdade é que hoje em dia as pessoas trabalham muito em frente do computador e há muito menos relações interpessoais»

“discurso” que seja correctamente decifrado e atraente para os alunos e respectivas famílias.

JBG: Mais uma vez, quem procura quem?

PC: O processo de sinalização dos casos clínicos é sempre feito pelos directores de turma, professores titulares ou educadores que enca-minham as suas preocupações para a docente responsável pela Saúde Escolar e esta por sua vez entra em contacto connosco para estudarmos as situações e dar início ao acompa-nhamento dos respectivos alunos.

No que respeita à consulta de adultos, a sua maioria passa por uma marcação directa nos serviços de psicologia das Juntas de Fregue-sia, sem qualquer tipo de processo intermediário, por assim dizer...

JBG: Quanto aos adultos quais os problemas que mais afectam e que os traz até às vossas consultas?

PC: Talvez devido à fase que estamos a atravessar as perturba-ções de humor são as que cobrem a maior percentagem dos atendi-mentos . Depois tudo o que tenha a ver com as questões relacionais, a autoconfiança. Temos imensas situações de conflitos conjugais e por isso estamos a acompanhar diversos casais. Acompanhamos também pacientes bipolares e outros com esquizofrenia. Aqui tratam-se de quadros com um grau superior de gravidade clínica superior, mas que também estão a ser acompa-nhados no nossos serviços.

JBG: Mais casos é também sinal de maior adesão!... Podemos falar em mudança de mentalidade?

PC: Como disse no início da entrevista, as agendas estão cheias e os acompanhamentos vão-se mul-tiplicando. Penso que tem que ver com uma mudança de mentalidade, onde actualmente as pessoas per-cebem com outra qualidade crítica a importância e o bem que pode transmitir para a organização das suas vidas, um processo terapêu-tico de mudança que é trabalhado especificamente na consulta de psi-cologia. Eu encontro-me associado a este projecto desde Setembro de 2005, e essa mudança de mentali-dades tem sido de facto muito visí-vel e trabalhada pedagogicamente junto da nossa comunidade. Penso que essa proximidade e empatia junto dos utentes constituem a principal arma de sucesso deste projecto.

JBG: Recentemente o muni-cipio de VRSA assinou um pro-tocolo de integração da «Rede Europeia Contra a Droga».

Existem muitos casos que vos chegam no que diz respeito a dependência alcoólica ou de outras drogas?

PC: O alcoolismo atendemos em caso de adultos mais maduros. Os comportamentos aditivos, os casos de dependências de substâncias não são com os quais mais lidamos. Apesar de não ser o nosso dia a dia temos de trabalhar a este nível também no âmbito da prevenção. E com este género de protocolo estamos a ganhar tempo e a pensar no futuro. Sabemos que há pessoas que substituem o mal-estar que possam sentir com dinâmicas de uma forma saudável, mas há outras que optam por escapes mais inten-sos, que criem sensações de prazer momentâneo e aí as drogas têm um papel preponderante.

JBG: Ainda há pouco refe-

riu as questões relacionais. Pode afirmar-se que a violên-cia doméstica atinge maior dimensão?

PC: A verdade é que quando estamos perante quadros depres-

sivos vamo-nos aperecebendo que estamos perante questões afectivas relacionais no seio do casal que não esta a funcionar bem, e que por vezes chegam a «vias de facto». A violência doméstica é um tema sobre o qual é importante reflectir no âmbito da consulta de adultos. O truque para tentarmos melhorar o nosso bem-estar a vários níveis passa pela partilha do que estamos a sentir.

JBG: Numa vida que parece passar cada vez mais rápido, os adultos denunciam défice de trabalho em grupo? Que os possa prejudicar aos vários níveis?

PC: Eu não quero ser pessimista, nem retrógado na questão das fer-ramentas que as pessoas têm para trabalhar, mas convinha reflectir no uso das novas tecnologias. A verdade é que hoje em dia as pes-soas trabalham muito em frente do computador e há muito menos rela-ções interpessoais, nomeadamente ao nível do trabalho. As pessoas encaram muito a critica como um ataque pessoal e não percebem que também ela pode ser uma dinâmica construtiva e evolutiva; e esse é um sinal negativo.

JBG: A sensação que existe é que há cada vez maior difi-culdade nas relações inter-pessoais... É possível dizer onde começa essa crise?

PC: Sinceramente, na minha opinião existe uma enorme crise de valores sociais e humanos nas relações. No geral, por vezes sinto que estamos com dificuldades e a tornar-nos ineficazes na partilha de afectos e emoções! Esta dinâmica tornando-se contagiante origina uma tendência masoquista para o isolamento e para a destruição de laços afectivos íntimos já estrutu-rados.

Todavia penso que as crises são cíclicas e geram obrigatoriamente desenvolvimento se forem bem trabalhadas. Logo esta frieza exis-tencial pode ser combatida atra-vés de uma psicologia positiva sobre a vida e uma reflexão sobre a nossa própria identidade, sendo que devemos identificar e encon-trar o nosso lugar seguro com o qual nos identificamos, se possível mantendo um olhar bem atento e cúmplice num outro ser!

JBG: E os problemas de inte-gração no seio profissional afectam as restantes esferas da vida...

PC: Mas eu gostaria de dividir em dois grandes grupos: aqueles indivíduos que têm uma queixa real, e que são alvos de assédio moral em contexto de trabalho. O

que vai modificar a sua estrutura sentimental e algumas caracteris-ticas da personalidade. Por outro lado, existe a atitude de queixa, vitimização.

Temos de conseguir distinguir situações. A verdade é que vamos tendo cada vez mais casos de pes-soas vítimas de assédio moral, que é preciso ter em conta.

JBG: A autarquia de VRSA integrou o projecto pioneiro «Vencer o Tempo nas Sete Cidades» para melhorar a qualidade de vida dos mais idosos. É cada vez mais neces-sário investir nesta faixa etária?

P.C: Sem dúvida. Há que respeitar essa esfera da vida humana, com-preendê-la e mantê-la integrada em toda as dinâmicas da sociedade. Os mais idosos têm de sentir que são muito úteis, com outras competên-cias igualmente válidas.

JBG: A «Casa do Avô» tem tido um papel fundamental a esse nível?

PC: Tem tido e o projecto que referiu vem fortalecer essa dinâmica a toda a comuniddade, o que pode ser bastante positivo. São iniciativas que têm muita importância no con-texto de uma evolução construtiva. A sociedade precisa estar sensibili-zada para estas pessoas.

JBG: Que iniciativas tem o NEIP desenvolvido para pro-mover a actuação na comuni-dade em que se insere?

PC: Temos desenvolvido e que-remos continuar a desenvolver algumas acções de intervenção na cidadania e de formação cívica através de temáticas que explorem assuntos actuais que cativem o público e que façam a ponte prá-tica com a Psicologia. Como são: debates e comunicações sobre a ado-lescência, separação e divórcio, luto, novas tecnologias, comportamentos desviantes, fobias e medos...

Além destas dinâmicas de grupo, queremos dar continuidade ao programa semanal de rádio «Se Dúvidas Existem...» transmitido na Rádio Guadiana e apresentar regularmente artigos de opinião na imprensa regional.

JBG: Há uma articulação sau-dável com as diversas organi-zações do concelho?

PC: Sem dúvida... existe actual-mente uma rotina harmoniosa de processos de diálogo com diversos serviços de âmbito público (CPCJ, Centros de Saúde, Escolas e Policias) em que tentamos, nós NEIP, sempre que necessário ser mais um elemento em busca dos sucessos e respostas que a população necessite.

Núcleo de Estudos e Intervenção Psicológica ganhou a confiança da população

«É importante a forte relação que se construiu entre escola, familia e técnicos. Há, na realidade, uma avaliação redobrada de todos os intervenientes»

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DESENVOLVIMENTO

A organização foi da REAP e contou com as presenças de responsáveis do Instituto de Emprego e Formação Pro-fissional do Algarve, do centro distrital de Segurança Social, da Universidade do Algarve e Associação Odiana, Pro-motora do «+ Inclusão» - Contrato Local de Desenvolvimento Social, entre outros.

Enquanto o número de pobres e pes-soas com inúmeras dificuldades sociais e económicas dispara, a REAP trouxe a público um debate que tentou decifrar o importante papel da economia social e do Terceiro Sector vislumbrando os desafios do futuro. Um dos grandes temas do debate desde logo assume-se como o Rendimento Social de Inserção (RSI).

RSI – Uma medida transitória que perdura

Muito se fala do Rendimento Social de Inserção, há quem concorde, quem discorde, mas o subsídio desde a sua criação tem levantado polémica, e de acordo com muito técnicos sociais no terreno a medida que deveria ser transitória estende-se ilimitadamente o que não funciona a longo-prazo

como medida de inclusão. O RSI é um apoio para os indivíduos e famí-lias mais pobres, constituído por uma prestação em dinheiro para satisfação das suas necessidades básicas e um programa de inserção para os ajudar a integrar-se social e profissionalmente. No entanto, parecem haver variáveis que não funcionam. “Há pessoas que dificilmente conseguem sair do ciclo de exclusão e apesar de estarmos perante uma medida transitória, há famílias a beneficiar desse subsídio há vários anos”, disse Iola Fernandes da Associação Odiana. A coordenadora do CLDS «+ Inclusão» refere que a exclusão é um rótulo social invisível e manifesta a dificuldade em quebrar este ciclo vicioso. “Queremos inserir pessoas no mercado de trabalho mas é mesmo muito difícil, pois o mercado de trabalho não é inclusivo, muito também devido ao baixo nível de escolaridade e formação”.

Arnaldo Oliveira, delegado distrital da Segurança Social de Faro, confirma o RSI como uma política de inclusão activa e recorda para os mais contes-tatários do mesmo, do rigor de que a medida é alvo. “Não há nenhum sub-sídio atribuído pelo Estado que seja

tão passível de controlo e rigor quanto este”; no entanto ao cair na realidade o dirigente é peremptório. “Há uma margem de pessoas que não sairão desta situação de exclusão e pobreza e o que queremos é minimizar essa situação e dotá-los com maior forma-ção e empregabilidade”, diz Arnaldo Oliveira que acrescenta ainda o Com-plemento Solidário Para Idosos (CSI) como mais uma medida do Estado dirigida à pobreza mais intensa que permite uma vida com dignidade e satisfação de necessidades básicas.

Crise, uma oportunidade ou ameaça?

De acordo com os dados estatísticos do IEFP do Algarve, passou-se de uma média mensal de 12 mil desemprega-dos para os 20 mil em 2009. Actual-mente a taxa ronda os 25 mil Alberto Melo, da Universidade do Algarve, crê que a crise pode ser vista como ameaça, mas também como uma oportunidade e fundamenta o seu testemunho. “É ameaça porque temos, e vamos ter, mais problemas a nível social e infeliz-mente na Europa não há solidariedade em momentos de crise” diz, referindo

Guadiana e Arade contaminados por medicamentos

A importância do «Terceiro Sector» no combate à crise

Rio transfronteiriço do Guadiana apresenta contaminação por medicamen-tos causada pela ausência de tratamentos de águas residuais

Encontro na UAlg foi oportunidade para se apontarem falhas e soluções

A informação chegou ao público veiculada pela Universidade do Algarve no início de Novembro. O Rio Guadiana, no Baixo Guadiana e o Arade em Portimão, estão contaminados e os vestígios detectados correspondem a medicamentos.

Qual é o impacto da crise na economia social? Este foi o título do debate promovido pela Rede Europeia Anti-Pobreza (REAP) e a questão colocada em plena crise económica e política no país.

res colocados na água, detectaram a presença de vestígios de anti-inflamatórios, anti-histamínicos, anti-depressivos, analgésicos, anti-colesterol e alcalóide como a cafe-ína, revelou a equipa que adiantou que algumas análises demonstram a presença de outras substâncias em espécies piscícolas, nomeadamente o robalo selvagem e de aquacultura. A descoberta foi feita ao abrigo de um projecto que envolve a Univer-sidade francesa de Bordéus, que cedeu os sensores para a detecção da contaminação fluvial.

Os fármacos ingeridos e elimina-dos através da urina e das fezes são encaminhados como esgotos para as ETAR e escoados para os mares ou rios depois de tratados, contudo

Pode parecer bizarro e a uma primeira leitura não se entender como estão dois rios de tão extrema importância contaminados com medicamentos; mas a explicação é simples. A origem está nas fezes das populações que não são devi-damente tratadas.

A equipa da universidade algarvia remete o problema para a ausência de tecnologia aplicada aos trata-mentos de águas residuais. Apesar desta ser uma situação que só agora começa a ser trabalhada a nível internacional, os estudos no Algarve já têm resultados que comprovam a necessidade de actuar quem o con-firma é o Centro de Investigação Marinha e Ambiental (CIMA). Os investigadores, através de senso-

que “a economia é servida pelas finan-ças se colocam e em Portugal temos umas finanças destruidoras da eco-nomia”. O ex delegado distrital do IEFP assegura uma pobreza crescente e que se caminha para a fragilidade do capital social em Portugal. Existe no entanto, a outra face da moeda: as oportunidades. “A própria História recorda que em momentos de crise a economia tem-se tornado mais cria-tiva, com inovações em momentos de emergência; trata-se de uma tomada de consciência forte dos cidadãos; temos que deixar o conforto do nosso

os compostos químicos não desa-parecem. De acordo com o CIMA o problema é recorrente e deve-se ao facto de as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) não dis-porem de tecnologia que permita o tratamento dos componentes. Os investigadores apontam como possível causa o envelhecimento da população e o aumento do consumo de medicamentos. Acrescenta ainda o CIMA que também os fármacos administrados a animais podem contribuir para o aumento da con-centração destes contaminantes na água.

De momento não é conhecido o impacto na saúde pública, os pri-meiros resultados deverão estar disponíveis no início de 2011. O

estudo entrou numa segunda fase que consiste na análise das amos-tras recolhidas na época alta para perceber se existe uma relação proporcional entre a concentração

destes vestígios e o aumento da população resultante do turismo, nomeadamente na época bal-near.

comodismo e procurar soluções”, diz, acrescentando, em tom de crítica que “há que apostar numa alfabetização económica e inventar uma democra-cia que esteja ao serviço das pessoas”. Alberto Melo mostrou-se descontente com a crise vivida, aponta culpados e condenando o comodismo populacio-nal e do governo dizendo que “numa economia social ninguém precisa de dinheiro, é apenas uma mera troca, o que realmente se precisa é de bens e de serviços”. O antigo delegado IEFP face à fome, que já começa a haver no Algarve, e face ao abandono da agricultura, deixa o recado, “há muitos solos para plantar no Algarve, criando circuitos de proximidade entre produ-ção e consumo; não podemos conti-nuar a inventar desculpas”.

Desconhecido o impacto na saúde pública

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DESENVOLVIMENTO

«ALCANCE» de Alcoutim intensifica actividade

entidades participantes, no campo da preservação dos Arquivos Históri-cos, incluindo a gestão e reabilitação dos mesmos».

O Encontro foi um sucesso, mas seria um sucesso efémero se os seus trabalhos não tivessem registo e publicitação. Foi disto que a ALCANCE também se ocupou ao organizar e trazer agora a público as actas do Encontro em livro, numa edição simpática e rigorosa.

A sua apresentação, no passado dia 25 de Novembro, nas instalações do Arquivo Distrital de Faro foi mais um importante acto de cultura, bem participada pelo público, e não um conclave fechado de especialistas, pois como salientou o apresentador, Dr. Gonçalo Couceiro, ex-Director Regional de Cultura do Algarve: «Com os arquivos, o passado pode interagir com a nossa consciência do momento e através do melhor conhecimento da história podemos entender a nossa sociedade e as suas transformações.»

A Casa do Ferreiro

A arte de trabalhar o ferro tem uma longuíssima tradição no ter-ritório onde é hoje o concelho de Alcoutim. De modo mais concreto, «os registos da existência de forjas na aldeia do Pereiro perdem-se no tempo», como se diz

na brochura «Casa do Ferreiro», que a ALCANCE elaborou e que em breve começará a ser tornada pública.

A ideia de recuperar uma oficina de ferreiro, como memória de um passado que ajuda a compreender o que somos hoje, tem pois per-feito cabimento. Fazê-lo na aldeia do Pereiro onde, além do que já dissemos, existiu um dos últimos ferreiros, Francisco Romba, parece também plenamente justificado.

Foi a Câmara de Alcoutim que deitou mão à concretização deste projecto. Mas a ALCANCE que esteve na sua origem encarregou-se dos aspectos especializados da museologia: recolha de materiais e organização da exposição perma-nente e elaboração das publicações explicativas - a já referida brochura, o Catálogo da Exposição e um des-dobrável.

Todos estes trabalhos estão con-cluídos, dependendo a inaugura-ção da Casa do Ferreiro de aspectos técnicos que não são da alçada da

O facto é merecedor de especial realce por traduzir uma notável capacidade de resistir com inicia-tiva à crise económica e financeira que avassala o país e também às incertezas que tem caracterizado o presente quadro comunitário.

Neste momento, a ALCANCE trouxe a público o livro de actas do I Encontro de Arquivos do Algarve, de que foi a principal organizadora; tem em fase de conclusão a parte por que responde no Projecto Casa do Ferreiro, da responsabilidade da Câmara Municipal de Alcou-tim; tem recolhida uma vasta informação para um livro de home-nagem ao Dr. João Dias e valiosos elementos para uma iniciativa museológica em torno da sua figura; é parceira da Câmara no Projecto sobre a Caça e no Contrato Local de Desenvolvimento Social, regendo vários cursos sócio-educativos; desenvolve esforços para reactivar a olaria de Martinlongo, cuja recu-peração foi por ela liderada e que tem sido mantido sob a sua respon-sabilidade.

Vale a pena detalhar, para melhor avaliação, alguns aspectos desta intensa actividade.

O livro de actasdo I Encontro de Arquivos

do Algarve

Como o Jornal do Baixo Gua-diana largamente noticiou, este encontro realizou-se em Alcoutim, a 15 e 16 de Maio de 2009, com a participação dos mais destaca-dos especialistas do Algarve como, entre outros, os três conferencista: Romero de Magalhães, João Sabóia, Hugo Cavaco.

Na altura, Victória Cassinello, vice-presidente da ALCANCE, expli-cou os objectivos do Encontro com as palavras seguintes:

«Estas Primeiras Jornadas de Arquivos Históricos têm como objec-tivo o debate de ideias e experiências sobre diversos aspectos relaciona-dos com o desenvolvimento deste importante Património Histórico. Pretende-se aprofundar as áreas de informação e investigação científica em torno dos Arquivos Históricos existentes no Algarve. Fomentar a cooperação entre os organismos e

Associação.

À memória do Dr. João Dias

A ideia de uma obra escrita e de um pequeno museu que conservem e enalteçam a memória do Dr. João Dias, falecido em 1955, é desde essa data uma aspiração dos alcoutenejos agradecidos ao médico excepcional e ao homem generoso que ele foi em vida.

É conhecida a posição positiva que a Câmara e a Misericórdia de Alcoutim têm mantido a este res-peito. Também a ALCANCE tomou a seu cargo e tem concluída uma vasta recolha de informação para a organização do livro e de algum material de interesse museológico. Conta, por isso, como nos disse o Presidente da Direcção, José Manuel Simão, actuar como parceira daque-las duas entidades quando o respec-tivo projecto arrancar.

O presente e o futuro

Não se pense, pelo que dissemos atrás, que a actividade da ALCANCE está neste momento apenas virada para o passado e a memória.

Nada disso, está a colaborar inten-samente em projectos bem virados para o presente e o futuro, como o projecto «A Caça – Passado, Pre-sente e Futuro», tratando de uma actividade económica que é hoje do maior interesse para o conce-lho. Neste projecto, a intervenção da ALCANCE cobre várias componentes de que destaco as duas seguintes:

- «Fomentar informação e sensibi-lização constante junto das entida-des gestoras da caça e dos caçadores sobre a defesa do ambiente e defesa da biodiversidade, inclusive para bem das próprias zonas de caça»;

- «Promoção da região através da divulgação das actividades cinegéti-cas das zonas de caça do concelho de Alcoutim.»

Do maior interesse para a popu-lação alcouteneja são, evidente-mente, os cursos sócio-educativos que a ALCANCE está a reger. Foi a responsável na Direcção pela sua condução, Telma Marques, que nos indicou a grande diversidade de matérias e especializações que estes cursos abordam. Basta nomeá-las para se ver a sua importância: - Rentabilização de Recursos Natu-rais; Artes Decorativas; Tecelagem;

Olaria; Macramé; Teatro; Pintura de Azulejos; Arraiolos.

Assim vai a ALCANCE, demons-trando com a sua actividade o papel

Vida associativa

que as associações de desenvolvi-mento podem assumir na resposta à crise, especialmente, na luta contra o desemprego.

A brochura «Casa do Ferreiro» fala da tradição e arte de trabalhar o ferro do concelho de Alcoutim

Os cursos sócio-educativos têm sido uma aposta da ALCANCE

A Associação para o Desenvolvimento do Nordeste Algarvio, ALCANCE, sedeada em Alcoutim, está a intensificar, com muita determinação, a sua actividade.

Carlos Brito

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LOCAL

O VII Encontro da AICEI

Encontro reflectiu sobre a conservação dos núcleos históricos

Decorreu esta semana na cidade de S. Fernando, Província de Cadiz, o VII Encontro da AICEI (Associação Internacional de Cidades e Enti-dades do Iluminismo) da qual o

município de VRSA faz parte. O Encontro foi, e bem, integrado no quadro das comemorações nacio-nais que celebravam o bicentenário das Cortes de Espanha, ocorrido em S. Fernando, então chamada Real Isla de Leon, local no qual, ao longo de vários meses, se estabele-

ceram os acordos que dariam corpo à primeira constituição de Espa-nha, aprovada dois anos depois em Cadiz. Texto constitucional, que incorporando o movimento iluminista que marcava a época, jurado em 1812, estabelece pela primeira vez a divisão de poderes,

entre o monarca e o parlamento, a liberdade de imprensa, a sobe-rania nacional, num acto tomado num quadro da guerra pela inde-pendência contra a invasão das tropas francesas de Napoleão. Como adequadamente o slogan das comemorações o evidência, a Espanha foi nesses momentos uma Ilha, a agora chamada cidade de S. Fernando.

Esta cidade que se integra uma área metropolitana da qual fazem parte Cadiz, Puerto de Santa Maria e Jerez de la Frontera, para além de outras povoações de menor expressão, com uma população que ultrapassa largamente os seis-centos mil habitantes, dispondo de uma actividade económica que se inter-liga, com particular relevo para a indústria pesqueira e trans-formadora, a agricultura e nesta a produção de vinho, o turismo que para além de uma oferta de sol e praia, dispõe de um patrimó-nio cultural edificado de notável beleza e uma oferta gastronómica diversa e de enorme qualidade, o que lhes permite enfrentar o desa-fio imposto por um mercado com-petitivo e aberto como aquele em

que hoje nos inserimos.As preocupações que hoje se colo-

cam à organização das cidades e a importância que se observa para cuidar devidamente os espaços públi-cos e a conservação e dinamização dos núcleos históricos que nelas per-manecem representados como sinais de memória, de cultura, de passado, que tem de marcar o presente; consti- tuíram-se aspectos dominantes deste VII Encontro que para VRSA tinha a importância maior de lhe ser delegada a Presidência da Asso-ciação porque se tinha assumido o compromisso de realizar no pró-ximo ano, em finais de Setembro ou princípio de Outubro, o VIII Encontro, justamente sob o tema dos Centros Históricos: Preservar para quê? Que obstáculos permanecem? Que novas actividades económicas podem renascer? Que contributo e espaço reservado ao público e ao privado.

Esperemos então que o próximo encontro permita esclarecer sobre as boas ou más práticas que hoje se executam na gestão do património histórico existente, que sendo de cada um faz parte de um todo do qual todos fazemos parte.

A Associação Alcance lançou no dia 25 de Novembro no Arquivo Distrital de Faro um livro de Actas que regista a memoria do primeiro Encontro do género na região

sável pela publicação e revelou o árduo trabalho levado a cabo ao longo de um ano para materiali-zar e assim registar o encontro de arquivistas. “O encontro foi um sucesso, mas seria efémero se não tivesse um registo e uma publicação, modesta, mas rigo-rosa”, certifica a responsável que garante continuar a trabalhar pela continuidade dos encon-tros e trabalhos, pela cooperação entre organismos e pela dinâ-mica sociocultural estabelecida, nomeadamente a transfronteiriça. “Assim podemos continuar a ter um melhor conhecimento mútuo dos nossos documentos históricos e estimar a importância da pre-servação dos arquivos”. Vitória Cassinello assumiu a publicação como um apelo e direito ao patri-mónio cultural como o de cida-dania activa.O próximo Encontro de Arquivos regional é em Portimão ainda em data a designar.

O evento ocorrido em Maio de 2009 em Alcoutim reuniu arqui-vistas de todo o Algarve e reuniu apoio da Associação Alcance, autarquia local, arquivo distrital e direcção regional da cultura. O resultado mais visível foi uma publicação. O livro concerne a uma reflexão de todo o trabalho advindo do 1º encontro de arqui-vos realizado no Algarve. Gonçalo Couceiro, antigo responsável pela Direcção Regional da Cultura, e actual presidente do Instituto de Gestão do Património Arquitectó-nico e Arqueológico (IGESPAR), presidiu à apresentação e con-gratulou o trabalho «invisível» dos arquivistas. “O trabalho de arquivo é silencioso, recatado, não brilha e não é mediático, mas é na realidade um trabalho importante de organização e levantamento de espólios que determinam a his-tória e o percurso da sociedade”, diz G. Couceiro que atesta que a publicação agora lançada pela

ALCANCE testemunha o trabalho de três dias e permite a discussão de questões como a documentação e preservação. O antigo director regional da cultura, cargo agora ocupado por Dália Paulo, revela que a sociedade moderna faz um trabalho arquivista, embora muitas vezes de material supér-fluo. “Os arquivos electrónicos são uma realidade cada vez mais presente e que se deve ao desenvolvimento acelerado de mudança de que todos opera-mos”, fundamenta, revelando que “actualmente cada cidadão tornou-se um potencial produ-tor de comunicação, muitos no entanto, para consumo imediato e não para os aspectos futuros”. O dirigente atesta que a publicação é um testemunho de um trabalho sério que não acaba e está directa-mente relacionado com as raízes da sociedade.Vitória Cassinello representou a Associação alcouteneja respon-

Apresentado livro de Actas do «I Encontro de Arquivos no Algarve»

Depois da apresentação da publicação realizou-se uma visita pelo arquivo distrital pelo director João Sabóia

Livro dá maior visibilidade ao primeiro Encontro de arquivos algarvios

Carlos Luis Figueira

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 25

DESENVOLVIMENTO

A câmara municipal de VRSA apro-vou por unanimidade uma proposta do Partido Socialista no sentido de, concomitantemente com o Orçamento e Plano de Actividades para 2011, ser elaborado um Documento de Respon-sabilidade Geracional onde se expo-nham todas as responsabilidades e compromissos financeiros de curto, médio e longo prazo, da Câmara Muni-cipal e da Empresa Municipal (SGU), bem como a prospectiva de impacto que têm no quadro orçamental do município. A proposta, subscrita por todos os membros da câmara munici-pal, inclui uma sugestão no sentido de tal compromisso ser igualmente assu-mido pelo Governo e pelo conjunto dos serviços públicos e organismos desconcentrados da Administração Central na Região.

PS contra os aumentos das taxas

Depois deste consenso surgem acusações entre os dois partidos. PS vilarealense acusou de “falta de

O encerramento da ligação das 23h25 da CP entre Faro e VRSA indignou a Juventude Social Democrata (JSD) em Vila Real de Santo António, que considera que a medida tomada repre-senta um “total desrespeito para com as populações do sotavento algarvio e, acima de tudo, para com os jovens vilarealenses que estudam e traba-lham noutros pontos do Algarve”. A JSD pombalina acusa mesmo a CP de “desinvestimento”, considerando “urgente um Plano Estratégico de Desenvolvimento para o Transporte Ferroviário Algarvio”.

A retirada das tropas do Afeganistão até 2014 é uma das grandes manche-tes da Cimeira da Nato que decorreu em Lisboa. Esta questão prevaleceu e os líderes chegaram a consenso.

Outro passo importante foi a adop-ção pela NATO de um novo conceito estratégico, havendo maior união dos países que a compõem, uma vez que um ataque contra um dos Estados membros é um ataque contra todos; na adopção da noção de alargamento da área de intervenção da NATO e o seu âmbito. Ou seja, a NATO passa a poder entrar na guerra ao terrorismo, ao nar-cotráfico e à pirataria. O escudo anti míssil foi aprovado e aceite também pela Rússia, mas ainda não se conhe-cem quais os custos associados.

Contra-Cimeira foi “enorme sucesso”

O evento contra-cimeira da NATO foi “um sucesso”, mas poucos portugueses aderiram, acusam os organizadores da contra-cimeira da NATO.

transparência”a transferência da gestão do saneamento e consumo de água da autarquia para a empresa municipal SGU “que implica a duplica-ção de serviços e a dispersão de recur-sos humanos, bem como um pesado encargo para os munícipes, em geral, e para as pequenas e médias empresas, em particular, uma vez que os esgotos aumentam, em média, 457 por cento e a água 138 por cento, subindo a taxa fixa dos esgotos em 770 por cento e da água em 210 por cento”, pode ler-se em comunicado. O PS continua, dizendo que “apesar da justificação dada pela edilidade para os aumentos agora aprovados – a de que a lei obriga a tal medida – a água fornecida pela «Águas do Algarve» ao município vila-realense é a segunda mais barata do País”, continua a secção de VRSA do PS, liderada por Jovita Ladeira.

O PS de VRSA acusa também a autarquia liderada por Luís Gomes de não ter liquidado “uma dívida superior aos três milhões de euros à «Águas do Algarve»” e “por outro lado, continua-se a assistir à descarga de esgotos para o Rio Guadiana, apesar de concluída a Estação de Tratamento de Águas Resi-duais (ETAR) de VRSA, tudo porque o

município ainda não realizou as obras de ligação ao interceptor”.

“PS contra o desenvolvimento”

Na mesma semana o líder do executivo em funções disse estar “perplexo com a tomada de posição levada a cabo pelo PS em reunião de Câmara” que “votou contra a venda de terrenos, em hasta pública, que per-mitem à autarquia a obtenção de receitas e, simultaneamente, con-tribuir para o processo de desen-volvimento económico e criação de postos de trabalho”, frisando que parte dessas receitas contribuiriam para a participação da autarquia no processo de requalificação da frente de mar de Monte Gordo, no âmbito da parceria público-privada criada para o efeito, constituindo-se assim como investimento e imediato reflexo na criação de emprego”. Luís Gomes acusou, por isso, “o PS de estar contra o desenvolvimento do concelho, a empregabilidade e a angariação de receitas que não seja por via da sobrecarga dos vila-realenses com mais impostos municipais”.

Sindicatos pedem recuo após “a maior greve geral de sempre”

Depois de consenso vem a discórdia entre PS/VRSA e Executivo Municipal

Jovens sociais democratas contestam encerramento na CP

Cimeira da Nato em Lisboa deu passos históricos

As centrais sindicais afirmam que aderiram à greve 3 milhões de portugueses

A adesão à greve geral que decorreu a 24 de Novembro juntou num protesto silencioso, mas revelador, três milhões de portugueses, de acordo com os dados avançados pelos sindicatos.

3 milhões aderiram

De acordo com os dados dos sindi-catos foram mais de três milhões de portugueses a aderir à Greve Geral que juntou, depois de mais de 22 anos, as duas Centrais Sindicais do país: UGT e CGTP. O Governo con-testa os números, mas admite que “sabe fazer a leitura do protesto”.

Para Carvalho da Silva esta foi a “greve geral com mais impacto até hoje”. O líder da CGTP reivindicou o cumprimento do acordo, assinado em 2006, para fazer chegar o salário mínimo a 500 euros em 2011 e na

reposição dos apoios sociais corta-dos nos últimos meses. Os sindica-tos reivindicam legitimidade para a exigência após a adesão.

Mas a ministra do Trabalho, Helena André, confirmou à TSF que a margem de manobra para alterar as políticas que estiveram na origem da greve “é nula”.

O País não parou

Os números do Governo falam numa adesão de 28,6 por cento na

administração central. A ministra disse que, se três milhões fizessem greve, o país teria parado e acrescen-tou: “Todos pudemos observar, com algumas excepções, que não esteve parado.”

Os sindicalistas “muito satisfeitos” com a greve que afectou, sobretudo, os transportes, educação, saúde, autarquias e empresas do sector público acreditam que vai contribuir para mudar as políticas.

“Vai ter efeitos no imediato e no futuro”, disse o líder da CGTP, que destacou a “transversalidade” do pro-testo e a adesão de muitos “sectores e camadas de trabalhadores com qua-lificações diversas”. “Não podem ser só os trabalhadores a pagar a factura. Assim, não. Não é por este caminho”, reforçou o secretário-geral da UGT.

O “combate ao desemprego” é a principal luta. “As opções toma-das pelo Governo destinam-se em grande parte a fazer algo que é um dos objectivos desta greve: defen-der o emprego”, afirmou a Helena André.

Na oposição, os partidos à direita manifestaram compreensão por quem aderiu à greve e os de esquerda consideram que o protesto vai ter consequências.

Comissão Europeia lança consulta pública sobre o financiamento futuro de medidas destinada a dinamizar a competitividade e a inovação da UE

A Comissão Europeia lançou uma con-sulta pública sobre o programa que deverá suceder ao programa-quadro 2007-2013 para a competitividade e a inovação. Este é o principal instrumento orçamental da UE dirigido à competitividade fora dos domí-nios da investigação e das competências. As principais prioridades são as PME, o acesso ao financiamento, a inovação, a adopção e utilização das tecnologias da informação e da comunicação, a eficácia energética e as energias renováveis. A consulta está aberta até 4 de Fevereiro de 2011.

África-Europa: 80 países, 2 conti-nentes em parceria para um futuro melhor

Tendo em vista a Cimeira África-UE, que terá lugar a 29 e 30 de Novembro na Líbia, a Comissão apresenta as suas propostas para a consolidação das relações entre a União Europeia e a África. Com base na actual Estratégia Conjunta África-UE lançada em 2007, a Comissão enumera os desafios comuns onde se registaram progressos mas que, mesmo assim, necessitam de ser abordados em conjunto, nomeadamente a erradicação da pobreza, a paz e a segu-rança, a democracia e os direitos humanos, a governação global e as alterações climá-ticas. A Comissão reconhece a necessidade de um apoio a África para fortalecer a sua governação política e económica de modo a permitir uma mobilização mais sustentável dos recursos do continente. Neste espírito, a Comissão propõe centrar-se nas iniciati-vas que poderiam ajudar a despoletar um desenvolvimento inclusivo e sustentável a longo prazo. Estas propostas contribuirão para a elaboração do Plano de Acção sobre a execução da Estratégia Conjunta África-UE que será adoptado durante a Cimeira.

Alterações climáticas: Comissão Europeia lança importante pro-grama de investimento em tecnolo-gias hipocarbónicas inovadoras.

A Comissão Europeia lança o primeiro convite à apresentação de propostas para o maior programa mundial de investimento em projectos de demonstração de tecnolo-gias hipocarbónicas e energias renováveis. A iniciativa, conhecida sob o nome NER300, dará um apoio financeiro substancial a pro-jectos ligados a tecnologias inovadoras no domínio das energias renováveis. O objec-tivo é promover o desenvolvimento de uma economia hipocarbónica na Europa, criando novos empregos «verdes» e contribuindo para a realização dos ambiciosos objectivos da UE no domínio das alterações climáticas. O Banco Europeu de Investimento (BEI) está a colaborar com a Comissão na execução do programa. As empresas têm 3 meses para apresentar propostas a nível nacional.

«Perto da

Europa»

Centro de Informação Europe Direct do AlgarveComissão de Coordenação e Desenvolvimento

Regional - CCDR Algarve Rua do Lethes nº 32, 8000-387 Faro tel: (+351) 289 895 272 fax: (+351) 289 895 279 [email protected]

www.ccdr-alg.pt/europedirect

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26 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

Pelo Governo Civil de Faro

CULTURA & TRADIÇÃO

POR CÁ ACONTECE A G E N D A C U LT U R A L

Nomes de antes e de hoje homenageados A obra dá pelo nome «Algarve-100 Anos de República, 100 Persona-lidades (1910-2010)» e foi elabo-rado pelo jornalista Neto Gomes e pelo historiador António Rosa Mendes. “Os cidadãos são o que temos de melhor e os que têm construído este Algarve merecem de todos nós um profundo res-peito e uma profunda admiração”, disse Isilda Gomes, promotora da publicação em noite de apresen-tação.A obra assinala comemorações do Centenário da República e representa uma verdadeira home-nagem a todos quanto, de uma forma ou de outra, contribuíram para a afirmação do Algarve no contexto nacional. “Não é fácil encontrarmos uma compilação onde estejam reunidos cidadãos de todos os quadrantes da socie-dade em perfeita harmonia e isto significa que todos nós temos um

lugar na história e um papel fun-damental na construção de uma sociedade”, aludiu Isilda Gomes, axaltando a publicação como um estímulo para ultrapassar momen-tos de crise como os que atraves-samos.

Co-autoria

Na noite de apresentação os auto-res que trabalharam a «duas mãos» apresentaram as personalidades homenageadas e a abrangência de individualidades revelou-se muito elevada. Desde pescadores a médicos, passando por políticos, militares, pescadores, desportistas entre muitos outros.Tanto Neto Gomes como António Rosa Mendes admitiram que ficaram de foram muitas personalidades de um Algarve; “uma região que não é tão pobre como por vezes querem dar a entender”, disse Rosa Mendes. A obra recupera nomes e actividades, mas também nos focaliza nas

personalidades que hoje marcam presença entre todos

Exposição Exposição «Alcoutim, Terra de Fronteira Exposição exterior no centro de AlcoutimOrg: RMA e CM Alcoutim

Exposição dos trabalhos do Concurso de PresépiosAté 06 JaneiroCasa dos Condes

Mostra de Artesanato Natalícia6, 7 e 8 Dezembro, 10h às 18hPraça Marquês de Pombal

Espectáculo de Natal do Coro da Associação Juvenil Ganda Cena9 Dezembro, 21hCentro Cultural António Aleixo

Audição de Natal do Conservatório Regional de VRSA10 Dezembro, 21hCentro Cultural António Aleixo

Concerto de Natal da Banda Filarmónica da Associação Cultural de VRSA 11 Dezembro, 21hCentro Cultural António Aleixo

Mercadinho de Natal12 Dezembro, 10h às 17hCacela Velha

III Abraço de Natal15 Dezembro, 16h/21hDemonstração de canto, música e representação dos alunos da escola E.B. 2,3 de Monte GordoCentro Cultural António Aleixo

Presépio Gigante6 Dezembro a 6 Janeiro 2011Centro Cultural António Aleixo

Animação de Natal27 Novembro a 24 DezembroÁrvore de Natal Gigante, Casa do Pai Natal, Insufláveis, CarrosséisPraça Marquês de Pombal

Alcoutim

E V E N T O S

Excursão: Córdoba - Espanha04 e 05 DezembroFreguesias de Castro Marim, Odeleite, Altura, AzinhalInscrições no GAMOrg: Câmara Municipal

Exposição «Castro Marim Baluarte Defensivo do Algarve»Exposição exterior. Org: RMA e CM Castro Marim

Palestra «Falando de Menopausa»15 Dezembro, 21hBiblioteca Municipal Vicente CampinasOrg: UCC Santo António Arenilha – Centro de Saúde VRSA

Concerto de Natal Banda Filarmónica da Associação Cultural VRSA18 Dezembro, 19hIgreja Paroquial de Vila Real de Santo António

Passagem Ano 2010/201130, 31 Dezembro e 1 de Janeiro 2011Monte GordoDia 3022h00 – The Vide Versus23h00 – Klepht01h00 – DJ Pedro Cazanova

Dia 3121h30 – Electrik Experiment22h45 – Allmariados00h00 – Fogo de Artifício00h00 – Angélico feat Dayran02h00 – DJ Nuno Dourado

Dia 122h00 – Uns & Outros23h00 – Los Angeles de la Habana

Castro Marim

VRSA

Concurso de PresépiosAté 03 Dezembro, Alcoutim

Presépio na Vila de Alcoutim e VaqueirosMês Dezembro

Jantar de NatalMês DezembroOrg: Associação Grito d’Alegria, Giões

Concertos de Natal- 12 Dezembro: Altura – Orquestra do Algarve-18 Dezembro – Castro Marim – Banda Musical Castromarinense

Festa de Fim de Ano31 DezembroOrg: Associação Grito d’Alegria, Giões

Mercado do Pereiro26 Dezembro

Exposição de Fotografia de Márcia HouAté 10 DezembroCasa dos Condes

A nossa tertúlia «Que Crise Vivemos Hoje?!» levou até à biblioteca municipal Vicente Campinas, em VRSA, a 19 de Novembro importantíssimas visões. A crise é multidisciplinar. Os tertulianos não se escusaram a dar a sua opinião. Há muito para alterar na nossa sociedade. Aliás, no editorial deste mês vimos reflectidas as preocupações que estive-ram na sempre agradável tarde em tertúlia. Vamos fazer melhor o mundo? Juntos vamos con-tribuir para um mundo melhor? Vamos. Continu-aremos também com estas tertúlias que ganham cada vez mais adeptos valiosíssimos. Obrigada a todos os que se juntam a nós. Desafiamos mais a estarem connsoco todos os meses no Baixo Guadiana.

«Que Crise Vivemos Hoje?!»

Tertulias JBG

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 27

A fotografia da Barragem de Odeleite, de Paulo Batista foi a distinta merece-dora do 1º lugar

Uma tradição que recupera tradição e fortalece laços entre Portugal e Espanha

Quarto poder foi criticado bem como a ausência de formação de públicos

CULTURA

Concurso de Fotografia já tem vencedores

Magusto Transfronteiriço em Alcoutim

Em debate: Produção Cultural e os Media

Já são conhecidos os vencedores do concurso fotográfico «Três Municípios por Uma Região» orga-nizado pela Odiana e os municí-pios do Baixo Guadiana, sendo que muitos dos prémios ficaram pela cidade pombalina.

A concurso estiveram 92 foto-grafias apresentadas por 19 con-correntes relativas ao património natural e construído dos conce-lhos de Alcoutim, Castro Marim e Vila Real de Santo António. Foram seleccionadas 31 fotografias que serão expostas numa exposição itinerante que vai percorrer os três concelhos durante três meses, no entanto ainda sem data a designar pela ausência de espaços cultu-

No passado dia 5 de Novembro, pelas 17h30, realizou-se no Quios-que de Alcoutim, local de lindas vistas sobre o Guadiana e a vila espanhola de Sanlúcar, um animado magusto transfronteiriço para cele-brar o S. Martinho.

Foi uma organização da Asso-ciação Transfronteiriça Alcoutim-Sanlúcar (ATAS) e o seu objectivo, como é próprio desta associação, foi promover a aproximação, o convívio e a confraternização entre portugueses e espanhóis, o que foi bastante conseguido, mas o carácter transfronteiriço da festa foi felizmente muito alargado, pois a ela também se juntaram ingleses, holandeses, irlandeses e gentes de outras nacionalidades «moradores»

rais disponíveis em plena época natalícia.

Foram três os vencedores: Paulo Batista, Sebal (1º lugar), Ana Lopes, VRSA (2º lugar) e Paulo Cavaco, VRSA (3º lugar). O júri decidiu ainda nomear duas men-ções honrosas a Maria de Fátima Afonso, VRSA e Ana Oliveira de Condeixa. O júri foi constituído por Carlos Afonso e Agostinho Gomes, nomeadamente Presi-dente e Secretário da Associação de Fotógrafos «umquartoescuro» Amadores de VRSA e por Júlio Cardoso, técnico da autarquia alcouteneja.

nos barcos ancorados no rio entre as duas vilas.

O acordeonista António Manuel imprimiu com sua música um gosto especial às castanhas e água-pé. Claro que houve quem enriquecesse este «menú» com outras iguarias e bebidas. Com mais ou menos gra-duação, a alegria espalhou-se ao mesmo tempo que aconteciam os primeiros passos de dança. Às nove da noite ainda se dançava e às dez ainda havia quem resistisse e desse vivas ao S. Martinho!

Numa iniciativa da Direcção Regio-nal de Cultura, organizada pela Uni-versidade do Algarve no âmbito do Plano Estratégico de Cultura para o Algarve (PECALG) o debate teve lugar no dia 19 de Novembro em Querença, concelho de Loulé, na Fundação Manuel Viegas Guerreiro. O tema foi «Produção Cultural/Relação com os Media/Público». Os participantes não eram muitos, mas a conversa alongou-se e muitas reflexões ficaram.

Nuno Ricou Salgado, produtor cultural brasileiro a trabalhar em Portugal, fez as honras da casa e focou a importante relação com os públicos dos diferentes espectácu-los. “Há que aprofundar uma relação

de conhecimento com os decisores da comunidade, como que um «namoro» para que a estratégia seja eficaz e traga sala cheia ao espec-táculo”. Luís Vicente, director d’«A Companhia de Teatro do Algarve», (ACTA) foi crítico relativamente às «salas cheias». “Por vezes a criação artística é cilindrada pelos prazos e objectivos da produção”, disse, relembrando que uma sala cheia não tem que ser sinónimo de um espectáculo de sucesso.

Alexandre Barata, professor da Universidade do Algarve e artista plástico manifesta a primordialidade da vertente artística face à produção. “Existe o Homem que se diferencia pela criatividade e quando se torna negócio surgem os produtores”, evi-denciando o seu descontentamento por aquilo que diz ser “um modelo actual onde os artistas são atirados

para um canto quando é neles que reside a essência da arte”.

Aposta na formação de públicos

Nuno Faria da Câmara Municipal de Loulé revelou por último que o meio artístico no Algarve encontra-se fragilizado e que a relação com os media “é uma porta aberta à refle-xão”. O orador manifestou ainda a falta de dinamismo do apelidado quarto poder. “Os media algarvios são pouco dinâmicos sem esquecer que ao público falta formação”, disse, elucidando a importância da educação e formação de públi-cos para a identificação da região como uma plataforma cultural. “Um espectáculo não necessita de uma sala cheia, precisa sim de especta-dores de qualidade”, disse em jeito de conclusão.

Debater o mundo artístico e cultural algarvio e promover uma reflexão sobre as dificuldades e oportunidades dos agentes culturais foi o mote para uma conversa entre artistas, produtores e jornalistas algarvios.

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AMBIENTE

ERP esteve em parceria com JBG na praia de Altura para sensibilização

Mães levaram para casa fraldas que representam uma poupança de 500 euros

«Vaivém Oceanário» é um projecto de educação ambiental

ERP recolhe 1 milhão de toneladas de resíduos poluídores

ALGAR distribuiu fraldas reutilizáveis

«Vaivém Oceanário» em Alcoutim

A «ERP- European Recycling Pla-taform», alcançou 1 milhão de toneladas de resíduos eléctricos e electrónicos recolhidos e reci-clados.

Esta entidade está presente em Portugal desde 2006 com a ERP Portugal (www.erp-portu-gal.pt) que possui no nosso país uma alargada rede nacional de 600 pontos de recolha (DEPOSI-TRÕES), e leva anualmente a cabo diversas acções de sensibilização dos cidadãos para as boas práti-cas ambientais (entre as quais se conta, e entre outras, os projectos GERAÇÃO DEPOSITRÃO – junto da comunidade escolar; Portugal Depositrão – junto dos Muníci-pios; CAMPANHA PRAIAS ERP PORTUGAL e NESTE NATAL DÊ UM PRESENTE AO AMBIENTE!), que privilegiam a comunicação com as crianças e os jovens, bem como com as comunidades envol-ventes.

Para além de Portugal está

A ALGAR, empresa responsável pela gestão do sistema multimunicipal de recolha selectiva, triagem, valoriza-ção e tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) do Algarve, distribuiu na Maternidade do Hospital de Faro fraldas reutilizáveis.

No âmbito da Semana de Prevenção de Resíduos, que decorreu entre 20 a 28 de Novembro, a ALGAR promoveu, juntamente com a EGF e a Quercus, o projecto «Fraldinhas». Um projecto que nasceu da necessidade de sensibilizar a população para a enorme quantidade de resíduos provenientes de fraldas descartáveis, que estão a aumentar todos os anos a um ritmo acelerado.

Assim, os bebés nascidos durante esta semana receberam Kit’s de fraldas reutilizáveis, para conhecerem e expe-rimentarem esta solução, enquanto alternativa às fraldas descartáveis.

No total, foram distribuídos 110 kits na Maternidade do Hospital de Faro, mas esta acção não se confina ao

presente em mais 10 países euro-peus (Áustria, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Polónia, Espanha, Inglaterra, Dinamarca e Finlân-dia), e que está a comemorar em toda a Europa um marco histórico e decisivo na sua história.

Poupança de 11,2 milhões de toneladas de CO2

A recolha de mais de 1 milhão de toneladas de REEES na Europa por parte da ERP é equivalente a uma poupança de 11.2 milhões de toneladas de emissões de CO2, equivalente a retirar das estra-das dos vários países da Europa 4 milhões de carros durante 1 ano.

Deste 1 milhão de toneladas recicladas de resíduos de equipa-mentos eléctricos e electrónicos, a ERP recuperou: 8 toneladas de ouro + 65 toneladas de prata + 40.000 toneladas de metais não ferrosos como o cobre, materiais

Algarve já que abrange 24 hospitais e maternidades públicas de norte a sul do país, permitindo que através dos pais, cerca de 1800 bebés comecem de imediato a cuidar do planeta.

Estas fraldas foram buscar a inspi-ração às tradicionais fraldas de pano, preparadas com cuidado e dedicação pelas pré-mamãs. Mas as de agora acompanham o ritmo das gerações actuais: são laváveis, amigas do ambiente, económicas e saudáveis, podendo ajudar a prevenir algumas alergias.

Investimento com retorno em quatro meses

Representam um investimento ini-cial um pouco superior, mas pagam-se a si mesmas em quatro meses. A longo prazo, se tivermos em conta os 2 anos e meio que um bebé habitualmente usa fraldas, significa uma poupança de cerca de 500 €uros. Como as

que são utilizados para produzir novos equipamentos eléctricos.

A ERP conseguiu com este feito travar a libertação de outros gases de efeito de estufa provenientes dos aparelhos de refrigeração, bem como eliminar 1500 tonela-das de substâncias destruidoras da camada de ozono.

1 milhão de toneladas recicla-das de resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos pela ERP possibilitou a poupança de 9 mil milhões de KiloWatts/hora de energia primária, o que corres-ponde ao consumo de meio milhão de casas, durante um ano!

Material recolhido

Neste milhão de toneladas de REEE, a ERP recolheu 14 milhões de televisões, 43 milhões de pequenos electrodomésticos, 5 milhões e meio de grandes elec-trodomésticos e 4 milhões e meio de equipamentos de refrigeração,

fraldas reutilizáveis suportam cerca de 800 lavagens e podem passar de filho para filho, é fácil fazer as contas à poupança de dinheiro e de recursos ambientais.

O uso de fraldas reutilizáveis é uma das medidas previstas no Plano de

A vila de Alcoutim recebeu em Novem-bro a visita do «Vaivém Oceanário», um projecto de educação ambiental em movimento do Oceanário de Lisboa.

A iniciativa, inserida no programa de actividades de educação ambien-tal desenvolvidas pelo, município de Alcoutim, é fruto de uma parceria entre esta autarquia e o Oceanário de Lisboa.

Dirigindo-se a públicos de todas as

e com isso ajudou a criar 2500 postos de trabalho!

Recorde-se que a ERP Portugal e o Jornal do Baixo Guadiana estiveram

juntos na Praia de Altura para uma acção de sensibilização no território do Baixo Guadiana.

idades, o “Vaivém Oceanário” é com-posto por uma viatura dotada dos mais modernos equipamentos áudio, vídeo e de um quiosque multimédia que recria os ambientes marinhos e transporta a cultura do Oceanário à população, com o objectivo de o dar a conhecer e sensibilizar para a protecção dos oceanos.

O Vaivém Oceanário esteve estacio-nado no Cais de Alcoutim.

Prevenção de Resíduos Urbanos. Em Portugal, é encaminhada para aterro sanitário (74%) e para incineração (26%) uma tonelada de fraldas por cada bebé. Só na ALGAR, são proces-sadas a cada hora 1,62 toneladas de fraldas, com grandes custos ambien-tais.

Nota de Redacção:

Na edição passada ilustrámos a peça «Algar Qualidade de Serviço em Água e Resíduos 2010» com uma fotografia que não dizia res-peito à equipa em questão.

Pelo lapso pedimos desculpa aos visados e aos nossos leitores e apro-veitamos para publicar a fotografia correcta.

A redacção

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 29

PASSATEMPOS & LAZER

1) Pneus2) Jantes3) Volante4) Velas

5) Radiador6) Faróis7) Portas8) Travões9) Pedais10) Bancos11) Chapas (de matrícula)12) Antenas

13) Rádio14) Leitor (de CD’s)15) Tapetes16) Chaves17) Macaco18) Ferramentas19) Vidros20) Limpa (Pára-Brisas)

Quadratim - n.º78

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Jogo da Paciência n.º 84

“Peças e Acessórios Auto”Natal - Quadra Festiva dedicada ao nascimento de Jesus Cristo que deve ser vivida com amor e em família. O Natal não deve ser só vivido e sentido em Dezembro de cada ano, mas sim todo o ano. Nesta quadra é hábito aparecerem imensas instituições, umas já conhecidas pela sua digna actividade, outras nunca ouvidas, desconhecendo-se a sua realidade, a solicitarem apoios de toda a ordem, sempre com a missão de socorrer os mais necessitados. Então e é só no Natal que os mais necessitados precisam de ajuda? E durante todo o ano já não os há? Não precisam de ajuda ou são esquecidos? Reparta durante todo o ano com aqueles que realmente necessitam, mesmo por pouco que seja. Como diz o ditado português: «Mais vale pouco que nada».Pelo caminho correcto do Quadratim vá ao encontro de «Feliz Natal», mesmo que o caminho seja longo e sinu-oso.Feliz Natal e Óptimo 2011 para todos os leitores, familiares e amigos!

Olá, mais um mês mais Outono/ Inverno, este vou dar especial destaque a duas marcas que adoro H&M e LANVIN, melhor ainda quando as duas se unem:

A H&M tem o orgu-lho de anunciar que a sua próxima colaboração de designer convidado será com a Lanvin, uma das

marcas mais influentes do século XXI. Desenhada pelo director artístico da Lanvin Albert Elbaz, e pelo desenhador de roupa masculina, Lucas Ossendrijver, a colecção estreia-se em 200 lojas H&M de todo o mundo a 23 de Novembro. A coleção H&M de moda para senhora e homem será revelada ao mundo a 2 de Novembro, três semanas antes de as roupas chegarem às lojas, fazendo do lançamento da coleção “Lanvin for H&M” um dos eventos de moda mais esperado do ano.

Desde que em 2001 se juntou a Lanvin como Director artístico, Alber Elbaz transformou a marca sedeada em Paris, fundada em 1889 por Jeanne Lanvin, numa Fashion House poderosa e explosiva de novas ideias e criatividade. Foi aqui que Alber Elbaz introduziu pela primeira vez algumas das maiores tendências da última década – fitas, laços, pérolas, bainhas em bruto, cores sumptuosas e ornamentos de metal, entre muitas outras. Alber Elbaz é um mestre no corte e detém um instinto natural para a roupa que deixa uma assinatura pes-soal no seu trabalho e que torna as peças Lanvin reconhecidas instantaneamente. Desde a introdução da nova linha masculina em 2006, Alber Elbaz também renovou o vestuário de homem que se tornou tão especial quanto a linha feminina.

Lanvin é a última marca a colaborar com a H&M, cujas ante-riores colecções foram desenhadas ao gosto de Karl Lagerfeld, Stella McCartney, Comme des Garçons e Sonia Rykiel. Como novidade engraçada, a coleção Lanvin será revelada ao público através de um filme especial lançado a 2 de Novembro. O filme poderá ser visto pelo público em geral online em www.hm.com. Depois do lançamento do filme, restarão apenas três semanas até os clientes poderem segurar nas suas mãos uma muito apetecível peça “Lanvin for H&M”.

Com maior ou menor requinte, dedicação ou can-seira, o certo é que a época que se aproxima é um autêntico apanágio às sofisticadas iguarias gas-tronómicas. Esses excessos alimentares podem de facto ser bem contornados. O bacalhau com couves e batatas está muito bem, mas ainda melhor se puder utilizar a batata-doce, que tem mais fibra e um índice de glicemia mais baixo, assim como a aletria e o arroz-doce. Substituir o sal e a margarina do peru, cabrito ou borrego por ervas aromáticas e azeite. Fazer rabanadas com pão de mistura (sem farelo) – a farinha refinada apresenta índice de gli-cemia muito alto; diminuir a quantidade de açúcar (sendo que o melhor é o mascavado ou “açúcar mais escuro”) e de ovos; fritar em azeite. Fazer filhós com bastante abóbora (tem mais fibra). Não exagerar de frutos secos, apesar de ricos em vita-mina E, são muitíssimos calóricos. Pode comer mas variado. E não fique parado em frente à televisão. Bolo-rei: não abuse das frutas cristalizadas. Insiste-se na regra: movimente-se bastante.

Boas Festas!

Dicas para um Natal mais saudável

para ele e ela

glamour

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Soluções Jogo da Paciência - n.º83

Ana Brásdietista

Óscar Reisprodutor de moda

CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia vinte e quatro de Novembro de dois mil e dez foi lavrada neste Cartório, de folhas cinquenta e nove a folhas sessenta e um do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Catorze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: José António Cavaco e mulher, Angelina Cavaco Martins, casados sob o regime da comunhão geral de bens, naturais, ele da freguesia do Pereiro, ela da freguesia de Alcoutim, ambos do concelho de Alcoutim, residentes na Rua Luís de Camões, n.º 14, 1º esquerdo, em Tavira, portadores dos bilhetes de identidade números 2110208 e 196323, emitidos vitaliciamente a 30 de Outubro de 2002 e 29 de Março de 1999, ambos pelos Serviços de Identificação Civil de Lisboa, contribuintes fiscais números 159 121 027 e 159 121 035, e pelos outorgantes foi dito, serem donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, ambos localizados na freguesia e concelho de Alcoutim, e não descritos na Conservatória do Registo Predial daquele concelho: a) Prédio rústico, sito em Santa Marta, composto por amendoeiras e cultura ar-vense de sequeiro, com a área de mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com Maria Bárbara, a Sul, a Nascente e a Poente com Via Pública, inscrito na matriz cadastral rústica sob o artigo 38, da secção 017, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de 74,88 euros, igual ao atribuído; b) Prédio rústico, sito em Cunhada Grossa, composto por amendoeiras e cultura arvense, com a área de seiscentos e quarenta metros quadrados, a confrontar a Norte com António Vicente Dias, a Sul com Custódia Cavaco, a Nascente com António Gomes Heitor e a Poente com Via Pública, inscrito na matriz cadastral rústica sob o artigo 135, da secção 017, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de 34,25 euros, igual ao atribuído. Que os referidos prédios entraram na posse dos primeiros outorgantes, em data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta, por compra verbal e nunca reduzida a escrito, feita a Custódia Cavaco, viúva, residente que foi em Santa Marta, na dita freguesia de Alcoutim relativamente ao prédio identificado em a), e feita a Maria Bárbara, viúva, residente que foi em Coito, na freguesia do Pereiro, Alcoutim rela-tivamente ao prédio identificado em b), ambas já falecidas. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse dos referidos prédios, cuidando da sua manutenção, colhendo os seus frutos, pagando contribuições e impostos, enfim usufruindo-os no gozo pleno de todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os justificantes adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito. Está conforme o original.

Castro Marim, 24 de Novembro de 2010. A Colaboradora,

(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)Colaboradora administrativa deste Cartório, no uso dos poderes de delegação

conferidos nos termos do nº1 do artigo 8.º do Decreto de Lei n.º 26/2004 de 4 de Fevereiro

Conta registada sob o n.º 68/11Factura / Recibo n.º 1799

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

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30 | JORNAL DO BAIXO GUADIANA |DEZEMBRO 2010

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CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIMA CARGO DA NOTÁRIA

MARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.° 100, n.° 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dezanove de Novembro de dois mil e dez foi lavrada neste Cartório, de folhas trinta e nove a folhas quarenta verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Catorze - A, uma escritura de justificação, na qual compareceram: Lino Custódio Alberto e mulher, Ilarina da Conceição Cipriano, casados sob o regi-me da comunhão geral de bens, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes no Bairro do Matadouro, Rua H, n.° 3, nas Hortas, Vila Real de Santo António, portadores dos bilhetes de identidade números 256327 e 4659008, emitidos vitaliciamente a 18 de Outubro de 2000 e 11 de Junho de 1985, pêlos Serviços de Identificação Civil de Lisboa, contribuintes fiscais números 173 516 378 e 191 052 477, e pelos outorgantes foi dito, serem donos e legítimos pos-suidores, com exclusão de outrem, do prédio urbano sito na Portela Alta de Cima, na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, composto por edifício térreo destinado a arrecadação e arrumos, com duas divisões susceptíveis de utilização independente, com a área total e de implantação de vinte e oito vírgula setenta e dois metros quadrados, a confrontar a Norte e Nascente com Arsénio Gertrudes Rosa, a Sul com Joaquina Gertrudes Cipriano Madeira e a Poente com rua, não descrito na competente Conservatória do Registo Predial, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 2679, com o valor patrimonial tributável de oitocentos e sessenta euros, igual ao atribuído.Que o referido prédio lhes pertence, por a primeira outorgante mulher o ter adquirido por doação verbal, e nunca reduzida a escrito, em data imprecisa do ano de mil no-vecentos e trinta e seis, feita por sua avó Maria Cipriana, viúva, residente que foi na Portela Alta de Cima, freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, já falecida. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado os justificantes na posse e fruição do referido prédio, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, suportando os encargos de obras de conservação, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que os primeiros outorgantes adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, títulos extrajudiciais normais capazes de provar o seu direito.

Está conforme o original.Castro Marim, 19 de Novembro de 2010.

A Colaboradora,(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

Colaboradora administrativa deste Cartório, no uso dos poderes de delegação conferidos nos termos do nº1 do artigo 8º do Decreto de Lei nº 26/2004 de 4 de

Fevereiro

Conta registada sob o nº 43/11Factura / Recibo nº 1786

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHAORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,Notário Lic: António Jorge Miquelino da

Silva Certifico narrativa mente para efeitos de publicação que por escritura de 20 de Outubro de 2010, exarada a folhas 75 do livro de notas deste Cartório número 76 - A, Gervásio Albino dos Santos e mulher Margarida Vicente dos Santos, casados sob o regime da comunhão geral, naturais da freguesia e concelho de Alcoutim, residentes na Rua António Capa, n.º 54, em Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 111 616 565 e 110 982 550, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, dos seguintes imóveis, sitos na freguesia e concelho de Alcoutim; Um - Rústico, sito em Água Fria, composto por cultura arvense e vinha, com a área de quatrocentos e oitenta metros quadrados, que confronta do Norte com Albert Don, do Sul com António Vicente João (Cab. de casal de herança), do Nascente com Rio Guadia-na e do Poente com Maria Isabel Domingos Bias Lopes, inscrito na matriz sob o artigo número 183, secção 114, com o valor patrimonial tributável de oitenta e sete euros e vinte e três cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.Dois - Rústico, sito em Esteiro dos Guerreiros, composto por olival, com a área de oitenta metros quadrados, que confronta do Norte com via pública, do Sul com Francisco Ribeiros, do Nascente com António José Galrito e do Poente com Gervásio Albino dos Santos, inscrito na matriz sob o artigo número 141, secção 114, com o valor patrimonial tributável de dois euros e oitenta e três cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Três - Rústico, sito em Esteiro dos Guerreiros, composto por cultura arvense, citrinos e oliveiras, com a área de trezentos e vinte metros quadrados, que confronta do Norte com Eugenia Maria, do Sul e do Nascente com Gervásio Albino dos Santos e do Poente com Francisco Basílio Pedro, inscrito na matriz sob o artigo número 117, secção 114, com o valor patrimonial tributável de cento e vinte e seis euros e oito cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim. Quatro - Rústico, sito em Barranco do Esteiro, composto por pomar de citrinos, com a área de sessenta metros quadrados, que confronta do Norte com Odete da Piedade dos Santos, do Sul e do Nascente com Carlos da Luz Godinho Pisa (Herdeiros) e do Poente com Francisco Henriques Dias Pedro, inscrito na matriz sob o artigo número 112, secção 114, com o valor patrimonial tributável de trinta e cinco euros e trinta e um cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.Que os prédios encontram-se inscritos na matriz em nome do antepossuidor Manuel Gervásio Colaço.Que entraram na posse dos prédios por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados em data incerta do ano de mil novecentos e noventa e nove por óbito de seus pais e sogros, Manuel Gervásio Colaço e mulher Francisca Rosa, casados sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Guerreiros do Rio, em Alcoutim, falecidos respectivamente aos dez de Junho de mil novecentos e noventa e oito e vinte de Janeiro de mil novecentos e ‘noventa e nove, e que estes por sua vez entraram na posse dos referidos prédios, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados em data incerta do ano de mil novecentos e oitenta, por óbito da mãe dele, Maria Lourenço, falecida no estado de viúva de Gervásio dos Santos Colaço, residente que foi em Guerreiros do Rio; e que sem qualquer interrupção no tempo desde a mais antiga daquelas datas, portanto há mais de vinte anos, têm estado, primeiro os antepossuidores Manuel Gervásio Colaço e mulher Francisca Rosa, e posteriormente eles, justificantes, na posse dos referidos prédios, colhendo os frutos, cuidando e amanhando as terras, enfim, extraindo todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que invocando expressamente aquela posse iniciada há mais de vinte anos pêlos referidos Manuel Gervásio Colaço e mulher Francisca Rosa, adquiriram os referidos prédios por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 20 de Outubro de 2010

O Colaborador com competência delegadaAo abrigo do art° 8 do Dec. Lei n° 26/2004 de 4/02

(Carlos Eduardo Mendonça Viegas)Conta Registada sob o nº 2394/2010

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010CARTÓRIO NOTARIAL DE CASTRO MARIM

A CARGO DA NOTÁRIAMARIA DO CARMO CORREIA CONCEIÇÃO

Nos termos do art.º 100, n.º 1, do Código do Notariado, certifico que no dia dois de Novembro de dois mil e dez foi lavrada neste Cartório, de folhas dezoito a folhas dezanove verso do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Catorz A, urna escritura de justificação, na qual compareceu:GUNDRUN ASTA EMMA WEBER - LINKE, viúva, natural da República Federal da Alemanha, de nacionalidade Alemã, residente em Goerlitzer Str. 2, 22045, Hamburg, Alemanha, contribuinte fiscal número 267 258 380. Que declarou ser dona e legítima possuidora, com exclusão de outrém, do prédio rústico designado por lote número trinta e um, sito no Cerro dos Guisos, na Espragosa, Quarto Homem e Come Bichos, também designado por Vista Real, na freguesia e concelho de Castro Marim, com a área de quatro mil setecentos e sessenta metros quadrados, que se encontra registado na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim sob o número cinco mil duzentos e seis, a favor de José Guerreiro Gomes e mulher, Maria Vivina Cabrita Matias Guerreiro Gomes, conforme inscrições AP. cinco, de três de Junho de mil novecentos e sessenta e oito e AP. cinco, de dezoito de Maio de mil novecentos e oitenta e um, actualmente inscrito na matriz rústica sob artigo 11, da secção AR, com o valor patrimonial tributável, para efeitos de IMT e de Imposto do Selo, de trinta e um euros e sessenta e oito cêntimos, igual ao atribuído.Que o referido prédio lhe pertence, por o ter adquirido por sucessão por óbito do seu marido, Gotz Herman Jutius Weber, de quem foi declarada a única herdeira, o qual, por sua vez, o havia adquirido por escritura pública de compra e venda outorgada em cartório que não sabe identificar, em data imprecisa entre os anos de mil novecentos e setenta e mil novecentos e setenta e três, feita aos referidos José Guerreiro Gomes e mulher, Maria Vivina Cabrita Matias Guerreiro Gomes, casados sob o regime da comunhão geral de bens, com última residência conhecida na Rua Actor Nascimento Fernandes, número 55, na freguesia de Faro (Sé), concelho de Faro. E que, sem qualquer interrupção no tempo, desde a mais antiga daquelas datas, portanto há mais de vinte anos, têm estado, primeiro o antepossuidor, e depois a justificante, na posse do referido prédio, sem qualquer oposição, cuidando da sua manutenção, pagando contribuições e impostos, colhendo os seus frutos, enfim usufruindo-o no gozo pleno de todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorar lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e continua, pelo que a justificante, invocando expressamente aquelas posses sucessivas, que tiveram início há mais de vinte anos, adquiriu o referido prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito.Está conforme o original.

Castro Marim, aos 2 de Novembro de 2010.

A Colaboradora,(Ana Rita Guerreiro Rodrigues)

Colaboradora administrativa deste Cartório, no uso dos poderes de de-legação conferidos nos termos do n°1 do artigo 8.°do Decreto de Lei n.°

26/2004 de 4 de Fevereiro

Conta registada sob o nº 6/11 Factura / Recibo nº 1761

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

Cartório Notarial em TaviraBruno Torres Marcos

Notário CERTIDÃO DE JUSTIFICAÇÃO

CERTIFICO, para efeitos de publicação, nos termos do artigo 100. ° do Código do Notariado que por escritura pública de Justificação outorgada em dezasseis de Novembro de dois mil e dez, exarada a folhas noventa e cinco do Livro de Notas para Escrituras Diversas número Quinze-A, do Cartório Notarial em Tavira do No-tário privado Bruno Filipe Torres Marcos, sito na Rua da Silva, n° 17-A, freguesia de Tavira (Santa Maria), concelho de Tavira: ALDINA MARIA DIAS, contribuinte fiscal número 118 800 070, e marido ABÍLIO FRANCISCO VIEGAS, contribuinte fiscal número 102 319 774, ambos naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua Dr. Joaquim Magalhães, número 6, em Tavira, declaram:Que são donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos seguintes prédios rústicos, todos sitos na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, não descritos na respectiva Conservatória do Registo Predial e inscritos na matriz predial em nome da herança aberta por óbito de Manuel António:

Verba UmPrédio rústico composto de cultura arvense, com a área de sete mil setecentos e sessenta metros quadrados, sito em Barranco das Figueiras, a confrontar de Norte cora herdeiros de Alberto Manuel Francisco, do Sul e Poente com herdeiros de Manuel Francisco e Nascente corn barranco, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 43 da secção CC, com o valor patrimonial tributário de l 58,48 €, igual ao atribuído;

Verba DoisPrédio rústico composto por mato e cultura arvense, com a área de dezoito mil novecentos e sessenta melros quadrados, sito no Sítio da Caldeira, a confrontar do Norte com Ribeira de Odeleite do Sul e Nascente com António Sebastião e a Poente com herdeiros de Casimiro Gonçalves, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 230 da secção BZ, com o valor patrimonial tributário de 226,58€ a que atribuem igual valor;

Verba TrêsPrédio rústico composto por cultura arvense e oliveiras, com a área de setecentos e vinte metros quadrados, silo em Cerca Nova, a confrontar do Norte e Poente com António Sebastião, a Sul com herdeiros de Casimiro Gonçalves e a Nascente com herdeiros de António Marta, inscrito na respectiva matriz predial sob o artigo 166 da secção BZ, com o valor patrimonial tributário de 61,78 e, a que atribuem igual valor;Que os referidos prédios, com a indicada composição e área, chegaram à posse deles justificantes, data imprecisa do ano de mil novecentos e oitenta e oito, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura pública, feita com os demais interessados, por óbito do pai da justificante mulher Manuel António, no estado de viúvo de Maria Isabel, residentes que foram no Sítio do Forte, Odeleite, Castro Marim. Que, assim sendo, não têm titulo suficiente da aquisição dos referidos prédios, estando por isso impossibilitados de comprovar a referida aquisição pelos meios extrajudiciais normais e de efectuar o registo dos prédios a seu favor.Que, porém, desde essa data, portanto, há mais de vinte anos, de forma pública, pacífica, contínua e de boa fé, ou seja, com o conhecimento de toda a gente, sem violência nem oposição de ninguém, reiterada e ininterruptamente, na convicção de não lesarem quaisquer direitos de outrem e ainda convencidos de serem titulares do respectivo direito de propriedade e assim o julgando as demais pessoas, têm possuído aqueles prédios - cultivando-os, amanhando a terra, tratando das árvores, colhendo os seus frutos e pagando os devidos impostos ao Estado e iodos os outros encargos inerentes -pelo que, tendo em consideração as referidas características de tal posse, adquiriram os referidos prédios por USUCAPIÃO, o que invocam.

Tavira, 16 de Novembro de 2010.A colaboradora com competência delegada,

(Renata Batista Pinheiro)Conta registada sob o nº 2/1165

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃORua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,

Notário Lic: António Jorge Miquelino da Silva

Certifico narrativamente para efeitos de publicação que por escritura de 20 de Outubro de 2010, exarada a folhas 72 do livro de notas deste Cartório número 76 - A, Alfredo Faustino Ferreira Teixeira e mulher Ermelinda Maria do Patrocínio Tristão Teixeira, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim, residentes na Rua José Barão, n.º 54, em Vila Real de Santo António, contribuintes fiscais números 100 169 724 e 168 948 664, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, dos seguintes imóveis, sitos na freguesia de Odeleite, concelho de Castro Marim: Um - Rústico, sito em Barranco Grande, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de sete mil quatrocentos e oitenta metros quadrados, que confronta do Norte com António Gonçalves Mestre, do Sul com Maria Luísa Costa, do Nascente com Alfre-do Teixeira e do Poente com Palmira Gonçalves Pereira, inscrito na matriz sob o artigo número 463, secção BH, com o valor patrimonial tributável de quarenta e nove euros e sessenta e seis cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim. Dois - Rústico, sito em Barranco Grande, composto por cultura arvense de sequeiro, com a área de oito mil quinhentos e sessenta metros quadrados, que confronta do Norte com Manuel Sebastião, do Sul e do Nascente com via pública e do Poente com Alfredo Teixeira, inscrito na matriz sob o artigo número 464, secção BH, com o valor patrimonial tributável de cinquenta e seis euros e oitenta e três cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim.Três - O direito a metade do prédio rústico, sito em Espinhais, composto por amendoeiras e mato, com a área de dezasseis mil metros quadrados, que confronta do Norte com António Manuel Palma e outros, do Sul com Francisco Estêvão Pereira e outros, do Nascente com António Manuel Palma e do Poente com José Pereira Rodrigues e outro, inscrito na matriz sob o artigo número 33, secção CV, com o valor patrimonial tributável correspondente ao direito de setenta e três euros e dezanove cêntimos, igual ao atribuído, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Castro Marim. Que os prédios identificados em um e três, encontram-se inscritos na matriz em nome da antepossuidora Maria Faustina - Cabeça de casal da herança de, e que o prédio identificado na verba dois, encontra-se inscrito na matriz em nome do antepossuidor Filipe Ribeiros - Cabeça de casal da herança de.Que entraram na posse dos imóveis, já no estado de casados, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados em data incerta do ano de mil novecentos e noventa e oito por óbito de seus pais e sogros, Almerinda Faustina Ferreira e marido Clementino José, casados que foram sob o regime da comunhão geral, residentes que foram em Odeleite, falecidos respectivamente aos cinco de Novembro de mil novecentos e noventa e seis e um de Novembro de mil novecentos e noventa e sete, e que estes por sua vez entraram na posse dos referidos bens, por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados em data incerta do ano de mil novecentos e oitenta e sete, por óbito dos pais dela Filipe Rodrigues Ferreira, também conhecido por Filipe Ribeiros, e mulher Maria Faustina, já falecidos e residentes que foram em Odeleite; e que sem qualquer interrupção no tempo desde a mais antiga daquelas datas, portanto há mais de vinte anos, têm estado, primeiro os antepossuidores Almerinda Faustino Ferreira e marido Clementino José, e posteriormente eles, justificantes, na posse dos referidos bens (o da verba três com os demais comproprietários, José Faus-tino Rodrigues, viúvo, João Manuel”Rodrigues Madeira, casado e José Carlos Rodrigues Madeira, casado, residentes em Faro), colhendo os frutos, cuidando e amanhando as terras, pagando contribuições e impostos, enfim, extraindo todas as utilidades por eles proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que, invocando expressamente aquela posse iniciada há mais de vinte anos pêlos referidos Almerinda Faustina Ferreira e marido Clementino José, adquiriram os referidos imóveis por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme:Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 20 de Outubro de 2010

O Colaborador com competência delegadaAo abrigo do art° 8 do Dec.Lei nº 26/2004 de 4/02

(Carlos Eduardo Mendonça Viegas)

Conta registada sob o n° 2393/2010

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

CARTÓRIO NOTARIAL DE OLHÃO

Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c,Notário Lic: António Jorge Miquelino

da Silva Certifico narrativa mente para efeitos de publicação que por escritura de 20 de Outubro de 2010, exarada a folhas 70 do livro de notas deste Cartório número 76 - A, Alfredo Pedro e mulher Zélia de Jesus Silva, casados sob o regime da comunhão geral, ele natural da freguesia e concelho de Alcoutim, e ela da freguesia de Algoz, concelho de Silves, residentes na Avenida Embaixador Augusto de Castro, n.º 12, 3º frente, em Oeiras, contribuintes fiscais números 125 162 430 e 125 162 421, declaram-se donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do prédio rústico sito em Porto do Álamo, freguesia e concelho de Alcoutim, composto por cultura arvense, figueiras e oliveiras, com a área de setecentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com Maria de Lurdes Dias Pedro, do Sul com Herdeiros de Isabel Mariana, do Nascente com Rio Guadiana e do Poente com via pública inscrito na matriz, em nome da antepossuidor Basílio Pedro, sob o artigo 108, secção 128, com o valor patrimonial tributável de cento e quarenta e sete euros e sessenta e dois cêntimos, a que atribuem igual valor, não descrito na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim.Que entraram na posse do prédio por partilha meramente verbal e nunca reduzida a escritura, feita com os demais interessados em data incerta do ano de mil novecentos e oitenta e nove por óbito de seus, respectivamente, pais e sogros, Basílio Pedro, viúvo, residente que foi em Guerreiros do Rio, freguesia e concelho de Alcoutim; e que sem qualquer interrupção no tempo desde então, portanto há mais de vinte anos, têm estado, eles, justificantes, na posse do referido prédio, colhendo os frutos e amanhando a terra, enfim, extraindo todas as utilidades por ele proporcionadas, sempre com ânimo de quem exerce direito próprio, posse essa exercida de boa-fé, por ignorarem lesar direito alheio, de modo público, porque com conhecimento de toda a gente e sem oposição de ninguém, pacífica, porque sem violência, e contínua, pelo que adquiriram o prédio por usucapião, não tendo, todavia, dado o modo de aquisição, título extrajudicial normal capaz de provar o seu direito. Está conforme:Cartório Notarial de Olhão, sito na Rua Patrão Joaquim Casaca, lote 1, r/c, aos 20 de Outubro de 2010

O Colaborador com competência delegadaAo abrigo do art° 8 do Dec.Lei nº 26/2004 de 4/02

(Carlos Eduardo Mendonça Viegas)

Conta registada sob o n° 2392/2010

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

A família de Arminda Rosalia Pereira agradece ao Lar de Alcoutim os cuidados que lhe dispensou, bem como a todas as pessoas que a acompanharam à sua última morada.

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JORNAL DO BAIXO GUADIANA | DEZEMBRO 2010 | 31

DESPORTO

Alturense leva três ao pódio das «X Milhas do Guadiana»

Juventude Basquetebol Clube em risco

Atletas da Academia de Ju-Jitsu Integram Selecção Nacional

O nome do Clube Recreativo Altu-rense foi longe na edição de 2010 das «X Milhas do Guadiana». Os três primeiros lugares foram arrecadados por corredores que vestiram a cami-sola do clube.

Em primeiro lugar nesta competi-ção de atletismo, que liga Ayamonte a VRSA, ficou Manuel Ferraz, pelo segundo ano consecutivo. No total o grande vencedor levou 54.56 minu-tos para percorrer os cerca de 17,5 quilómetros da prova.

Em segundo lugar ficou o colega Jorge Varela, com mais 02.12 e em ter-ceiro ficou Emilio Martin Romero.

O Juventude Basquetebol Clube está em risco de ter continui-dade devido à falta de dinheiro. A questão foi mediatizada durante o mês de Novembro via facebook e imprensa nacional. Ao longo do mês os pedidos de ajuda do clube sucederam-se numa corrente de amigos que alertaram para a situação. O presidente Francisco Reis, depois de 25 anos de tradi-ção, deixa o clube “por questões pessoais”, mas também por se sentir “cansado, ultrapassado e

Nos dias 30 e 31 de Outubro realizou-se o Campeonato da Europa «Open» de Ju-Jitsu, em Ghent, Bélgica. A selecção nacional, orientada pelo Mestre Luís Martin Galache, fez-se representar por 5 atletas, 3 dos quais da Academia de Artes Marciais do Guadiana, sendo os restantes selec-cionados de Coimbra e Leiria.

No primeiro dia de competição esti-veram em acção Ricardo Cavaco, em -69 kg, e A. André Alves, em -85 kg. Ricardo Cavaco começou por defron-tar um atleta russo, tendo iniciado o seu combate em clara vantagem, no entanto, no decorrer do mesmo, veio ao de cima a maior experiên-cia do atleta russo. No seu segundo combate defrontou um experiente atleta belga, que viria a vencer este combate e a alcançar o quinto lugar nesta prova.

Por sua vez André Alves defrontou no seu primeiro combate um atleta russo, já várias vezes medalhado em campeonatos da Europa e do Mundo,

sem ideias novas”. Luís Gomes, presidente da

câmara municipal de VRSA, teve oportunidade de informar que “o clube não está a cumprir o protocolo”, embora o Juventude tenha acusado a editilidade de uma dívida que já ultrapassa os 40 mil euros.

Uma comissão administrativa procura agora outros apoios e apela a patrocinadores. “O Juven-tude BC corre o real risco de encer-rar portas e deixar cerca de uma

centena de atletas sem praticarem o seu desporto favorito. A equipa Sub-16 Femininos é actualmente Vice-Campeã Nacional. Percorre o país para participar em vários jogos. É extremamente urgente encontrar quem possa patrocinar o clube. O clube precisa de patro-cinadores, o concelho precisa do Juventude BC. Divulguem. É urgente salvar o Juventude BC. Os nossos jovens agradecem”, pode ler-se em comunicado do clube.

Futebolândia

Olá bem-vindos a mais uma edição do «Futebolândia»!Hoje vou falar exclusivamente da goleada imposta por Portugal a Espanha, porque não é todos os dias que se dá uma «cornada ibérica» como disseram na altura os jornais espanhóis. Diga-se em abono da verdade que não eram quatro, mas cinco. Afinal não é só em Portugal que os «homens do apito» vêem mal e precisam de óculos graduados.Há por aí muita boa gente a necessitar do mesmo, como o árbitro do Portugal /Espanha; naquela jogada do Cristiano, a bola entrou e bem dentro da baliza de Casillas.Os espanhóis vieram a Portugal numa de campeões do Mundo e da Europa e depois foi o que se viu, uma exibição que há muito não se via. Paulo Bento afinal é bom treinador ao contrário do pensamento de alguns (na segunda circular antes do estádio da Luz, não sei se me faço entender!).Na análise ao jogo: fico estupefacto como os espanhóis são cam-peões do mundo e da Europa. Faz-me confusão, a sério! O futebol dos espanhóis é «passa para ti, passa para mim», dão mais de cinquenta toques antes de chegar à baliza contrária... Só faltava o roupeiro e o massagista entrarem na sequência de toques.De salientar a maldade de Busquets numas entradas «assassinas» sobre o Cristiano Ronaldo. Há jogadores que não merecem vestir a camisola que vestem. É por estas e por outras que se dá cabo da carreira de um jogador. Mantorras que o diga.Assim dá gosto ser português, «Olé».

Eusébio Costa, radialista e estudante de ciências da comunicação

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crónica

Manuel Ferraz foi o grande vencedor

Jovens não conquistaram vitória, mas marcaram pontos na carreira

NOTARIADO PORTUGUÊSJOAQUIM AUGUSTO LUCAS DA SILVA

NOTÁRIO em TAVIRA

Nos termos do Art°. 100, n°1 do Código do Notariado, na redacção que lhe foi dada pelo Dec-Lei n°. 207/95, de 14 de Agosto, faço saber que no dia dezoito de Novembro de dois mil e dez, de folhas cinco a folhas seis do livro de notas para escrituras diversas número cento e quarenta e oito - A, deste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, na qual: FERNANDA MARIA BARÃO FRANCISCO, NIF 124.847.870 e marido MANUEL FRANCISCO, NIF 124.847.862, ambos naturais da freguesia de Martim Longo, concelho de Alcoutim, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, residentes no sitio da Arrizada, Martim Longo, Alcoutim, declararam:Que, com exclusão de outrem, a outorgante mulher é dona e legítima possuidora de dois prédios, ambos sitos em Telheiro, freguesia de Vaqueiros, concelho de Alcoutim e não descritos na Conservatória do Registo Predial de Alcoutim, a saber:a) Prédio rústico, composto por mato, cultura arvense e leito c curso de água, a confrontar do norte com Custódio Afonso, do sul com Maria das Dores, do nascente com Manuel Ramos e do poente com ribeira da Foupana, com a área de nove mil quatrocentos e quarenta metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número l da secção 11, com o valor patrimonial tributário e atribuído de NOVENTA E DOIS EUROS E CINQUENTA E DOIS CÊNTIMOS;b) Prédio rústico, composto por cultura arvense, a confrontar do norte com Custódio Afonso e Manuel Ramos, do sul com Alberto Barradas, do nascente comCustódio Afonso e do poente com Custódio Afonso e Maria Dolores, com a área de quinze mil oitocentos e vinte metros quadrados, inscrito na matriz sob o artigo número 23 da secção 11, com o valor patrimonial tributário e atribuído de DUZENTOS E VINTE E NOVE EUROS E VINTE CÊNTIMOS.Que adquiriu os prédios por doação não titulada por escritura pública, feita ainda no estado de solteira, maior, por seus pais, José Joaquim, que também usava e era conhecido por José Joaquim Barão e Perpétua Maria, casados sob o regime da comunhão geral de bens, residentes que foram em Martim Longo, Alcoutim, cm data imprecisa do ano de mil novecentos e setenta; não dispondo ela justificante de título formalmente válido que comprove tal doação. Que desde esse ano possui os prédios em nome próprio, cuidando e cultivando a terra, fazendo as respectivas sementeiras, colhendo os frutos, pagando os impostos e contribuições devidos, sem a menor oposição de quem quer que seja desde o seu início, posse que sempre exerceu sem interrupção e ostensivamente, com o conhecimento de toda a gente, sendo por isso uma posse pacífica, contínua e pública, pelo que adquiriu os prédios por usucapião.Que os bens têm a natureza de bens próprios seus.

Vai conforme o original.

Tavira aos 18 de Novembro de 2010 A funcionária por delegação de poderes; (Ana Margarida Silvestre Francisco)Conta registada sob o n° PAO2242/201 Factura nº 02265

Jornal do Baixo Guadiana, 01 Dezembro 2010

A competição feminina foi com-pletamente dominada por atletas espanholas, com a vitória a sorrir a Concha Castillejo (Sevilla Abierta), seguida de Raquel Lopez (Carmona Paez) e de Josefa Alijo (Amigos de La Tosta).

Exemplo para os mais novos

À margem da entrega de prémios Manuel Ferraz, o grande vencedor, apelou aos jovens para que practi-quem mais desporto.

que viria a sagrar-se vencedor desta prova. Já no segundo combate o atleta da Academia viria a defron-tar outro atleta russo, que se viria a classificar em 3º lugar.

No segundo dia de competição entrou em acção Bruno Machado, nos – 62 kg, jovem promessa deste clube. Iniciou um combate muito renhido com um atleta austríaco, no qual, caso a arbitragem tivesse corrido pela melhor forma, certamente teria um rumo bem diferente para o atleta português. Já no segundo combate defrontou um atleta holandês que se superiorizou pela sua experiência.

Apesar de nenhum elemento da comitiva portuguesa ter conquis-tado uma vitória ficou um boa imagem desta selecção, em especial dos jovens Ricardo Cavaco e Bruno Machado, ainda atletas juniores, na sua primeira participação em provas internacionais da modalidade, e logo numa prova de seniores.

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Centro Comercial “a céu aberto” combate concorrência e dá vida ao Centro Histórico

CartoonECOdica

Sotavento Algarvio

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«Algarve 100 Anos de República, 100 Personalidades: 1910-2010» apresenta-se como uma obra de homenagem a todo o Algarve. Uma edição do Governo Civil do Distrito de Faro.

Guadiana e Arade apresentam contaminação. Investigadores descobriram vestígios de medicamentos com origem nas fezes das populações. A causa está no tratamento indevido das águas residuais.

Casais carenciados de Castro Marim recebem 1750 euros a partir do terceiro filho. Um apoio à natalidade que não se esgota com a crise económico-financeira.

Por dia gastam-se muitos litros de água; 10 litros numa descarga de autoclismo, 80 litros num banho rápido, 100 litros numa lavagem de roupa na máquina e 50 litros numa lavagem de louça na máquina. O esforço para poupar água é uma obriga-ção.De cada vez que utiliza o autoclismo desperdiça água desnecessariamente. Tente regulá-lo de forma a poupar água. Se não consegue baixar a bóia pode pôr um objecto que não flutue no depósito e os gastos de água serão reduzidos.

Em Vila Real de Santo António entre 2007 e 2010 abriram 71 novos espaços comerciais, mais do que os 66 que abriram ao longo da década anterior (1997 a 2007). Os números são avançados pela Associação de Desenvolvimento da Baixa de VRSA (ADB-VRSA). Emboram não sejam dados novos, até porque foram apresentados o ano passado, dão estímulo em época de crise, e em vésperas de Natal, quando os comerciantes dão o «tudo por tudo».

Na perspectiva de José Lança, gestor da ADB-VRSA, “a requali-ficação e dinamização da baixa da cidade estão a resultar, sendo que a animação é uma parte muito importante da estratégia”. É de realçar que VRSA tem dois centros comerciais vizinhos o «Gran-Plaza», em Tavira e outro em Ayamonte, Espanha. Logo “há muita concorrência, mas a verdade é que em dois anos vimos o número de visitantes duplicar durante a época de Natal”. Estes números são baseados nas visitas ao presépio gigante que está patente ao público anualmente. “Em 2007 foram 30 mil e em 2009 ascenderam aos 60 mil”, contabiliza. Também no resto do ano, mas embora sem números concretos, a associação garante que “houve um aumento de visitantes ao centro histórico.

José Lança fala até na “fórmula de sucesso” que acredita que tem contribuído muito para atrair visitantes no Natal. Dessa fórmula o sucesso sobressai pelo “carácter de permanência e de concentração e diversidade no espaço”.

Ao que indicam os dados da ADB-VRSA há cada vez maior procura de privados e grupos empresariais para se instalarem no centro da cidade. José Lança diz que surgiu já a inflacção no preços dos espaços porque “há mais procura que oferta” o que, segundo diz, “contrasta com a vizinha Ayamonte, onde há muitos espaços vazios”, conta.

Actualmente com 80 sócios, num total de 200 comerciantes na baixa comercial vilarealense, a ADB-VRSA promete continuar a apostar na animação “até porque o sector do comércio e serviços é o que se tem aguentado melhor nesta crise”.

Neste autêntico centro comercial a céu aberto as promoções vão seguir o ritmo nacional de antecipação para tentar recuperar as contas de 2010.