edição 49 - revista de agronegócios - agosto/2010

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1 AGO 2010

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Edição 49 - Revista de Agronegócios - Agosto/2010

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(16) 3025-2486(16) 3025-2486

TELEFONE

E-MAILS

JOSÉ SOTÉ DA SILVAVeterinário, Empresário (NAFAZENDA Agronegócios) e Professor na Escola Técnica Dona Indaiá de Alpinópolis/MG. Carmo do Rio Claro (MG). “Olá, recebo a revista desde o primeiro número e alegro-me quando a recebo todo mês. A cada edição a revista foi fi cando com um visual mais bonito e com matgérias que trazem conhecimento a todos ligados ao agronegócio. Gostaria de indicá-la ao meu amigo Paulo Pedro de Lima.

ROBERTO RIBEIRO DE PÁDUAPosto de Combustível Pratápolis. Pra-tápolis (MG). “Desejo receber gratuita-mente a Revista Attalea Agronegócios.

ALFREDO ALMEIDA JÚNIORProdutor Rural. Campinas (SP). “Sou cafeicultor na região de Jeriquara (SP) e gostaria de receber esta ótima revista. Parabéns pela iniciativa”.

HILDEU NASCIMENTOVeterinário. Pedregulho (SP). “Gostaria de receber a revista em minha casa”.

MARLON CEZARINI DE SÁTécnico Agrícola - Cooparaíso - São Sebastião do Paraíso (MG). “Gostaria de assinar a revista”.

JOSÉ AUGUSTO P. DE CASTROAgropecuarista. Rio de Janeiro (RJ). “Gostaria de receber gratuitamente esta revista”.

ELINGTON ALESSANDRO SILVERIOConsultor de Agronegócios do SE-BRAE. Ribeirão Preto (SP). “Parabéns pela revista. Sou gestor do antigo Pro-grama SAI e gostaria de recebê-la.”

Começa o novo Ano Agrícola

CONTATOSITE

www.revistadeagronegocios.com.br

CARTASRua Profª Amália Pimentel, 2394

Bairro São JoséCEP 14.403-440 - Franca (SP)

[email protected]@netsite.com.br

[email protected]

EDITORIAL

Agosto é um dos meses mais se-cos em toda a região da Alta Mogiana, além do Triângulo,

Sul e Sudoeste Mineiro. Com raras ex-ceções onde a precipitação veio forte e chegou a antecipar fl oradas em lavou-ras de café em Minas Gerais, o mês de agosto é o de fi nalização da colheita de café e principalmente dos preparativos para o novo Ano Agrícola que vem por aí.

Abordando temas que envolvem este período do ano, apresentamos como destaque a produção de tomate de mesa no município de Cristais Pau-lista (SP). Sob a orientação de Fernan-do Jardine, profi ssional da Nutriplant/Casa das Sementes, Luis Fernando Be-loti se destaca na produção de tomate da variedade ‘Débora”.

Destacamos também números da colheita de café na propriedade de Toninho David, alvo de reportagens desta revista em três oportunidades, e que comprovam que a técnica adotada por ele merece ser analisada com aten-ção por engenheiros agrônomos e ca-feicultores de todo o país.

Em artigo do pesquisador Mau-rício Domingos Nasser (APTA - Ada-mantina/SP) mostramos a importância da escolha/produção correta de mudas de café, evitando a contaminação e dis-seminação de nematóides nas lavouras.

Na atividade leiteira, orientamos o criador sobre qual técnica melhor se ajusta à sua atividade: confi namento

total, parcial ou pastejo rotacionado. Destacamos também o Pró-Milho 15%, lançamento da PREMIX como suplemento protêico para bovinos du-rante o período seco.

Entre os eventos. Destacamos a realização da 2ª EXPOVERDE (21 a 26 setembro), a 8ª edição do Concurso de Cafés Especiais da AMSC (17 e 18 setembro), o 1º Concurso de Quali-dade Blend Santoro (15 setembro) e as comemorações do Jubileu de Prata da Cocapec.

No cultivo de Eucalipto, des-tacamos o interesse de agricultores paulistas no plantio mecanizado de eu-calipto na Alta Mogiana.

Boa leitura a todos!

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FERTILIZANTES

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Confi namento total, parcial ou pastejo rotacionado?

Um dos assuntos que mais acirram os ânimos de pecuaristas é sobre suas preferências nos sistemas de produção na exploração da atividade leiteira. Discussão acalorada a respeito do tema é bem co-

mum. Em um país de condições climáticas variadas e preço de insumos elevados, a preferência por um ou outro está mais ligado às condições de planejamento de objetivos da propriedade do que propriamente da efi cácia superior de um ou de outro.

Confi namento total, parcial ou pastejo rotacionado são efi cientes, cada um de acordo com suas necessidades. Dependendo mesmo dos objetivos propostos, defi nidos no planejamento de cada propriedade, como condição racial do rebanho, disponibilidade de terras, topografi a, disponibili-dade de capital para investimentos e muitos outros pontos de referência.

Tratando o assunto, abordando vantagens do confi na-mento, quando este sistema seja o mais ade-quado às condições do planejamento da ativi-dade.

Assim algumas questões que teorica-mente justifi cam a prática do confi namento de rebanho leiteiro no Brasil e que, via de regra, não são as mesmas que justifi caram um cresci-mento expressivo no número de rebanhos confi nados nos países desenvolvidos, serão abordadas.

Com o desenvolvimento crescente da pecuária de leite no país, o confi namento do rebanho é uma opção recheada de característi-cas importantes para quem pretende explorar da atividade em moldes mais tecnifi cados, so-bretudo, em tempo de crescente valorização de terras férteis de regiões notadamente produti-vas e com infra-estrutura, por exemplo.

Como o leite é um produto perecível, é desejável que sua produção esteja sendo rea-lizada próximo de centros de consumo urbano, uma questão de logística, para que a produção seja competitiva. O confi namento, que de-manda menor espaço na propriedade para se produzir leite em escala (e é aí que entra o preço valorizado da terra), é uma resposta de competitividade do produto produzido, frente a outras culturas. Dá para se produzir leite com rebanho confi nado em áreas menores, barate-ando o custo de implantação do projeto em termos de terra, por exemplo.

Há outras questões que apontam para o confi namento de vacas leiteiras, as quais serão relacionadas.

CONFINAMENTO x LIMITAÇÃO DE PASTAGENS - A atividade de exploração lei-teira tem característica de escala econô-

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LEITEmica, ou seja, quanto mais se produz, mais se aumenta a receita e, conse-quentemente, o poder de investimento para se produzir mais. Assim, é natural que os produtores desejem aumentar suas produções ano a ano. Isso eviden-cia a necessidade de se aumentar os módulos de produção.

Em sistemas de pastagens, algu-mas dificuldades começam a surgir neste cenário, seja pela dificuldade no manejo, pelas limitações da utilização de pastos para vacas de alta produção ou mesmo pelo gasto de energia dos animais, em percorrer grandes distân-cias enquanto se alimentam.

Soma-se a estes, a disponibilidade de terras agricultáveis disponíveis para a formação de novas pastagens para a expansão dos rebanhos e sua relação com o preço do ativo ou ainda a capaci-dade do produtor em investir em novas áreas, seja por compra ou por arrenda-mento de terceiros.

Neste cenário, quando já se pra-tica o sistema de confinamento total ou parcial, fica mais fácil a operação para se aumentar os módulos de produção. Isto, levando-se em conta a inexistên-cia de oferta de terras na propriedade para formação de novas pastagens em sistemas extensivos.

CONDIÇÃO CLIMÁTICA: AM-BIENTE E PRODUTIVIDADE - Em se tratando de confinamento de rebanhos leiteiros, não consideraremos o fator climático como impedimento para se obter altos níveis produtivos, uma vez que muitos países produtores de leite convivem com adversidades climáti-cas, justamente por usarem alternativa do confinamento total ou em determi-nadas épocas do ano.

O confinamento permite o uso de tecnologias capazes de propiciar o controle do ambiente, faça frio ou ca-lor. Essa condição permite ao rebanho instalado demonstrar seu vigor produ-tivo, uso mais racional da mão de obra, controlar a dieta de todo o rebanho de forma mais homogênea, além de propiciar a melhoria da mecanização disponível na propriedade.

A observação dos animais tam-bém fica mais fácil e o programa re-produtivo mais eficiente. Controle do sistema mais apurado é uma caracte-rística do confinamento, propiciando controle mais efetivo das condições para o rebanho, seja na temperatura ou na sanidade do ambiente, através de uso de recursos tecnológicos.

PRODUÇÃO PLANEJADA E PERENE x RENTABILIDADE - A propriedade que consegue manter o fornecimento de leite com uma de-terminada uniformidade durante todo o ano consegue realizar um planeja-mento financeiro melhor da atividade, além, é claro, conseguir melhor preço no produto pelo sistema de cotas das indústrias.

Com o confinamento, dá para se articular melhor a qualidade do produ-to produzido, realizar intervenções nas dietas em busca de melhores índices de produção de leite ou sólidos e, ainda, propicia um melhor controle biológico de todo o sistema. Essas características acabam por impactar na rentabilidade,

uma vez que o manejo fica mais fa-cilitado e com ele as intervenções e o planejamento.

SISTEMA DE CONFINAMEN-TO DE GADO DE ALTA PRODUÇÃO - O confinamento não é visto como um sistema unânime. Seja no confinamen-to ou no pastejo, os sistemas possuem determinadas facilidades, demandas e desafios a serem considerados e su-perados.

Para se produzir leite e obter sucesso na atividade é preciso plane-jamento prévio das ações, desde a es-colha do sistema produtivo até a sua efetiva implantação.

USO DE VACASDE ALTA PRODUÇÃOE GENÉTICA

EFICIÊNCIA NA PRODUÇÃO AGRÍCOLA

MÃO DE OBRA

CONTROLE DE DADOS / CONHECIMENTO TÉCNICO

CAPITAL DEINVESTIMENTO E MANUTENÇÃO

A intensificação da produção gera aumento de custo, o que determina necessidade de se usar rebanho de alto padrão produtivo.

No confinamento, toda a dieta de qualidade deve estar disponível no cocho. Assim, o produtor deve também ser um bom agricultor. Grande parte da matéria-seca ingerida pelos animais é oriunda de silagem de milho ou sorgo ou grãos úmidos.

Treinamento e manutenção da mão de obra. Requer pes-soal treinado para manejar os animais e operar máquinas e equipamentos mais sofisticados.

Gerir e atualizar o fluxo de dados para manter a produ-tividade. Necessário o emprego de pessoal técnico e consultorias de alto padrão. No confinamento é mister ter todo controle dos índices para o estabelecimento de metas e controle dos fatores.É necessário conhecer os custos do sistema antes, du-rante e depois da implantação. Por ser um sistema que demanda maior tecnificação, conhecer os custos é de vital importância.

NECESSIDADE /DEMANDA

POR QUE ?

Vacas em piquete rotacionado em propriedade de Itirapuã (SP), atendida pelo pelo Programa CATI - Leite, do Escritório de Desenvolvimento Rural de Franca (SP)..

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Assim como na propriedade, cada dose conta na Semex. Trabalhamos duro para assegurar que toda e qualquer dose com o código 200 seja o melhor produto disponível, do touro até o botijão da fazenda. A focada equipe da Se-mex orgulha-se em exceder os padrões da indústria no cuidado dos touros, nos processos de laboratório e estocagem e nos serviços de transporte. Este com-prometimento com a excelência e a crença de que cada dose conta, garante que os touros da Semex sejam os mais confi áveis, férteis e lucrativos para os produtores de todas as partes do mundo.

Conheça os programas reais da Semex que auxiliam o produtor a aumen-tar a efi ciência reprodutiva do seu rebanho.

Semex lança sua nova campanha “Cada Dose Conta”, com foco em fertilidade

Reuel Luiz Gonçalves 1

Para entender o panorama das propriedades pecuárias brasileiras é preciso observar alguns pontos importantes

como fertilidade, manejo, mão-de-ob-ra, logística, informação, tecnologias, assistência e muitos outros fatores.

Sobre a fertilidade, que é a capa-cidade do animal em reproduzir crias vivas. Este fenômeno pode ser infl u-enciado por vários fatores e afetar a efi ciência reprodutiva dos rebanhos. Em resposta à inúmeras causas eti-ológicas, a fêmea bovina pode apre-sentar uma das três síndromes: anestro (ausência do ciclo estral), repetição de estro após cobertura ou IA, ou ainda, aborto (ou parto prematuro).

Problemas reprodutivos , elevada idade no primeiro parto e longo inter-valo entre partos são fatores limitantes à expansão da pecuária bovina. Neste contexto, a fertilidade é um sinal clíni-co (ou sintoma) e não uma enfermi-dade e resulta em inúmeros distúrbios incidentes sobre a fêmea.

Inúmeras vantagens são obtidas com a adoção da inseminação artifi -cial em rebanhos bovinos. No entanto, a baixa taxa de serviço, seja pela ine-fi ciência na detecção do cio ou pelo alto grau de anestro no período pós –parto, consiste em um dos principais fatores que compromete a efi ciência dessa biotecnologia. Desta forma, a inseminação artifi cial em tempo fi xo

A importância da inseminação artifi cial nas propriedades rurais brasileiras

(AITF) apresenta-se como uma al-ternativa para superar estes entraves. Quando a IATF é utilizada adequa-damente, aproximadamente 50% das fêmeas sincronizadas emprenham com apenas uma inseminação realizada no período pós-parto recente (menos de 70 dias). As matrizes que não conce-beram a essa inseminação podem ser novamente inseminadas como uso da observação estratégica de cios (dos 18 aos 25 dias após o uso do IATF) ou co-locadas com touros para repasse. Dessa forma, podemos aumentar o número de vacas prenhes no primeiro mês da estação de monta.

Também vale lembrar que as va-1 - médico veterinário e Gerente Técnico da Bio-génesis-Bagó Saúde Animal

cas tratadas com dispositivos de pro-gesterona as quais não se tornaram ges-tantes após a IATF apresentam maior taxa de serviço (aumenta o número de vacas que manifestam cio) e de pre-nhez durante a estação de monta em comparação com vacas não tratadas, antecipando a concepção e aumentan-do a efi ciência reprodutiva do rebanho.

Deste modo, utilizando as fer-ramentas corretas, aliadas a um bom manejo sanitário e nutricional, pode-mos introduzir a IA através da IATF e por meio de uma estação de monta organizada, potencializar o ganho genético na produção de animais mais precoces e melhorados. A

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PECUÁRIA

Levedura da fermentação da cana-de-açúcar para alimentação animal

Hamilton Hisano 1

O Brasil vive uma fase de expansão da cultura da cana de açúcar, que atravessou as fronteiras

de regiões produtoras tradicionais (interior de São Paulo e Nordeste), em busca de novas áreas, como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Minas Gerais. Esse crescimento está sendo impulsio-nado pela tecnologia dos motores bicombustíveis, aliada às mudanças estratégicas de matrizes energé-ticas menos poluentes.

Atualmente, nosso país des-taca-se como um dos maiores produtores de etanol (álcool com-bustível) do mundo. Para produção do etanol é necessária a utilização de levedura, um microorganismo que fermenta o caldo de cana. Essa levedura utilizada para fermenta-ção nas usinas sucroalcoleiras pode ser posteriormente recuperada e seca para ser destinada à alimentação animal.

No início da década de 80, com a melhoria da qualidade e o cresci-

1 - Pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rod. BR 163, km 253,6, Caixa Postal 661, CEP 79804-970 Dourados, MS. E-mail: [email protected].

mento da produção de levedura, foram geradas inúmeras pesquisas no Brasil a partir do uso desse microorganismo como fonte de proteínas e vitaminas. A levedura é considerada um alimento adequado para compor rações para di-versas espécies de animais, no entanto, estudos demonstram que as altas in-

Pequenos e médios criadores mi-neiros de Pratinha (MG) e outras

cidades vizinhas puderam adquirir touros da raça Girolando utilizando recursos de linhas do crédito rural. As compras aconteceram durante a Feira de Touros do Pró-Genética, realizada no último dia 07 de agosto pelo Sin-dicato dos Produtores Rurais de Pra-tinha, em parceria com a Emater-MG e o Governo de Minas. Os criadores de Girolando Roberto Melo Carva-lho, de Cássia (MG) e Udelson Nunes Franco, de Campina Verde (MG) par-ticiparam da feira, ofertando reprodu-tores da raça.

clusões podem ocasionar distúrbios hepáticos e renais, prejudicando o desempenho produtivo.

Nos últimos anos, menores níveis de inclusão de levedura em rações estão sendo avaliados com resultados benéfi cos para o cresci-mento e saúde do animal, merecen-do destaque, por se tratar de produ-to natural, que não gera resíduos ao animal, ser humano e meio am-biente. Além disso, a utilização da levedura vem ao encontro do contexto atual da nutrição animal, que visa substituir grande parte de antibióticos e quimioterápicos por aditivos orgânicos com efi ciência comprovada. Outro ponto impor-tante diz respeito à proibição do uso de alimentos de origem animal para ruminantes (bovinos, bubali-nos, ovinos e caprinos) no Brasil e em diversos países, assim como res-trições pela União Européia do uso desse tipo de ingrediente também para espécies monogástricas, como

aves, suínos e peixes.Considerando essas questões, o

cenário atual é favorável para o au-mento da produção de biomassa de levedura das usinas sucroalcoleiras e incremento de sua utilização em ra-ções para diversas espécies de animais de interesse zootécnico.

Feira Pró-Genética comercializa touros de alto valor genético em Pratinha (MG)

O objetivo do evento é demo-cratizar a genética de ponta, fazendo com que pequenos e médios criadores também tenham condições de adquirir animais de alto valor genético para melhorar a produção de carne e leite de suas propriedades.

As vendas podem ser fi nanciadas com juros baixos e período de carência e pagamento mais longo, que outros fi -nanciamentos. Na hora da compra, os criadores contam com a assistência de técnicos da Emater e das associações de criadores.

Segundo o superintendente Téc-nico da Associação Brasileira dos Cria-

dores de Girolando, Leandro Paiva, todos os animais colocados à venda atendem os requisitos exigidos pelas associações. “No caso dos touros Gi-rolando, só podem participar da feira animais com Registro Genealógico Defi nitivo na categoria de Puro Sin-tético da Raça Girolando, avaliação genética positiva para produção de leite, controle leiteiro da mãe, entre outras exigências”, explica Paiva, que participou da feira do Pró-Genética em Pratinha.

Outras feiras do Pró-Genética serão realizadas este ano. O calen-dário será divulgado pela Emater. A

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PECUÁRIA

Durante a época da seca, a nu-trição animal fi ca compro-metida porque a oferta de alimentos é escassa e pobre

em nutrientes necessários à boa dieta do rebanho. Um dos principais nutri-entes comprometidos é a proteína, que é fundamental para o desenvolvimento e ganho de peso dos ruminantes. Para tentar suprir esta demanda, está sendo lançado no mercado um novo suple-mento para nutrição animal que é rico em proteína e deve ser misturado ao milho integral na proporção de 15% de ração para 85% de milho e pode ser ofertado durante 30 a 90 dias, depen-dendo da necessidade do produtor.

O diretor e coordenador da área de pesquisa e desenvolvimento de produtos da Premix Nutrição de Re-sultados, Lauriston Bertelli Fernandes, diz que é importante não só o ganho de peso vivo, mas também o aumento do rendimento de carcaça. O Pró-Milho 15% é indicado, principalmente, para bovinos de corte e promete aumentar o peso vivo do animal de 1,2kg a 1,8kg e o rendimento de carcaça em cerca de 1,5kg por dia. Fernandes diz que neste tipo de dieta, o animal tem um volume ruminal muito pequeno e que, por isso, o peso vivo em relação ao peso pós-abate é muito interessante.

Na época da seca, além de haver a queda na produção de nutrientes for-necidas pela forragem, algumas pro-priedades não têm estoque de forragem sufi ciente pra enfrentar este período para isto surgiram as alter-nativas como a silagem, mas nem todos fazem isso por questão de manejo, questões operacionais, planejamento. O Pró-Milho é utilizado quando nós podemos abrir mão destes volumosos de pastagem, nesta condição o produtor vai utilizar o milho integral sem moer acrescido de 15% deste núcleo e for-necer aos animais à vontade e os animais não vão pre-cisar de outros alimentos

na sua dieta. Isso se torna viável nesta condição de baixo estoque de pasta-gem, onde nós vamos aplicar este ma-terial, ou em regiões em que há uma alta produtividade de milho e o preço está baixo e torna-se muito viável pro-duzir carne. O principal nutriente que é reduzido nas forragens é a proteína, o que compromete todo o processo desde o consumo de alimentos diários até a digestibilidade do alimento — explica.

Fernandes diz que o Pró-Milho 15% não deve ser utilizado por mais de 90 dias e que a receita de proporção dos materiais deve ser respeitada para que o resultado seja o melhor possível. Para cada 10 quilos de alimentos, o produtor deve utilizar 1,5 quilos da ração e 8,5 quilos de milho e fornecer uma dosa-

Premix apresenta novo suplementoprotêico para bovinos na seca

gem de até 2,3% do peso médio de cada bovino. Ele diz que a mistura pode ser feita no próprio cocho, tanto manual-mente quanto por uma máquina que distribua os alimentos. Os interessados podem entrar em contato diretamente com a empresa para se informarem so-bre a compra do material e terem de-talhes mais específi cos dos cuidados de manejo necessários.

Este material traz para o produ-tor uma nova fl exibilização no sistema de realização de produtor e temos al-gumas situações em que fi zemos este tratamento no período das águas e ele funcionou também muito bem. Com relação à mistura, ela pode ser feita no próprio cocho, onde despeja-se o milho e o produto, que tem a mesma

Tecnologia promete aumentar o peso vivo em até 1,8kg por dia e o rendimento de carcaça em 1,5kg/dia

densidade do milho, e é feita a mistura manualmente ou em carretas que distribuem ali-mentos. Outra característica é que podemos fechar estes animais em piquetes, em uma relação de 20 a 40 animais por hectare, colocarmos os cochos lá e fazermos a adap-tação nestes piquetes, onde em 15 dias os animais já estão adaptados e passam a comer nestes piquetes. Este processo não requer estrutura fi xa para fechar boi — destaca. A

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EVENTOS

A Associação dos Produtores Rurais do Bom Jardim rea-lizará, de 21 a 26 de setem-bro, no recinto do Parque de

Exposições “Fernando Costa”, a 2ª EX-POVERDE - (Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Nativas, Ornamen-tais e Medicinais; Insumos, Máquinas e Implementos Agrícolas). A feira acon-tecerá das 9 às 19 horas, com entrada gratuita e contará com o apoio da Pre-feitura de Franca (através da secretaria de Desenvolvimento e da secretaria de Serviço e Meio Ambiente), bem como do Meliponário Abelha Brasil, Sebrae, Embrapa e vários órgãos ambientais.

A Revista Attalea Agronegócios também fi rmou parceria para apoiar o evento e estará presente com estande próprio.

De acordo com José Adolfo Pi-nho, presidente da Associação, um dos objetivos da feira é a promoção de negócios, nos diversos setores da agri-cultura, como horticultura, fruticul-tura, fl oricultura, silvicultura e cultivo de grãos em geral. Além disso, oferecer aos produtores a atualização, através de cursos e palestras, aproximar produ-tores do público consumidor, promo-ver o desenvolvimento da economia de base, criar novos mecanismos de comercialização e fomentar o turismo de negócios.

“A EXPOVERDE propõe ser um espaço diferenciado, no qual será per-

2ª EXPOVERDE acontece em setembro, no Parque ‘Fernando Costa’

mitido mostrar os produtos aos clien-tes fi nais, num grande showroom do setor agrícola de Franca e região, com possibilidade de conhecer e comer-cializar máquinas, equipamentos, in-sumos e implementos agrícolas, além da área paisagística, com orquídeas, fl ores, gramas, plantas ornamentais e outros produtos e equipamentos paisa-gísticos”, observa Alexandre Ferreira, Secretário Municipal de Desenvolvi-mento.

PROGRAMAÇÃO - Além dos estandes de expositores e empresas comerciais dos diversos segmentos en-volvidos, a 2ª EXPOVERDE abrigará ainda três atividades importantes.

As Comemorações da Semana da Árvore acontecerão de 21 a 24 de setembro, com inúmeras ações ambi-entais do município promovidas pela Secretaria de Serviços e de Meio Am-

biente. “Serão várias as atividades pre-vistas para este ano, como por exemplo a Caminhada Ecológica e a Visitação à Casa Ecológica instalada no Parque Fernando Costa”, afi rma Ismar Tava-res, Secretário Municipal de Serviços e Meio Ambiente.

Com o apoio do SEBRAE - Es-critório Regional de Franca e da As-sociação de Produtores Orgânicos da Região de Franca, também será rea-lizado no dia 22 de setembro o 4º Semi-nário de Agricultura Orgânica.

Já o 1º Seminário de Meliponi-cultura é uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento e do Meliponário Abelha Brasil, contando com o apoio da EMBRAPA Meio Ambiente. O evento será realizado de 24 a 26 de setembro, no auditório “Fábio de Salles Meire-lles” e consistirá em palestras técnicas com os maiores especialistas brasileiros no assunto (Meliponicultura = cria-ção de abelhas nativas sem-ferrão) e dois cursos (teóricos e práticos) sobre a atividade. As aulas práticas serão re-alizadas no Meliponário Abelha Brasil, instalado no Parque Universitário.

A 1ª EDIÇÃO - Com um pú-blico estimado de 15 mil visitantes, a primeira edição da EXPOVERDE foi realizada em 2008 e reuniu cerca de 54 empresas comerciais e instituições de ensino e de apoio ao agronegócio espa-ços de exposição.

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HORTICULTURA

Fernando Jardine 1

O conceito moderno de agri-cultura sustentável pres-supõe basicamente, entre outros, a aplicação racio-

nal de fertilizantes para a preservação do meio ambiente. Diante disso, para maximizar a produção de tomate com sustentabilidade, é necessário que se conheça todos os fatores que infl uenci-am o crescimento, o desenvolvimento e a composição da planta do tomateiro. Tais fatores são a água, luz, CO2, tem-peratura, genótipo, nutrição e manejo cultural.

Com conhecimentos de nutrição é possível melhorar a produção e a qualidade do produto para a saúde hu-mana. Para atingir tal objetivo é pre-ciso conhecer as funções e sintomas de defi ciência nutricional na planta, os níveis de extração pela planta, o com-portamento dos nutrientes no solo, a mobilidade dos nutrientes na planta e no solo, além das formas químicas que são absorvidas pela planta.

Atenta a estes fatores a Nutri-plant, pioneira no uso de micronutri-entes no Brasil, desenvolveu produtos tanto para aplicação via fertirrigação e para aplicação via folha, aplicados de maneira coerente às necessidades da cultura do tomate, desde do plantio até a colheita.

PRODUTIVIDADE - Recebendo a assessoria da Nutriplant, o agricultor Luis Fernando Beloti (Fazenda Capoei-ra dos Palmitos, em Cristais Paulista /SP) obteve excelente produtividade no cultivo do tomate ‘Débora PTO’.

Com 500 caixas por mil pés, Belo-ti confi rma a importância dos produtos Nutriplant durante o desenvolvimento da cultura.

Para a tomaticultura, descatamos os seguintes produtos:-

Humic-Nutri:- produto à base de substâncias húmicas, base Leonardita, para fornecimento de ácidos húmicos e fúlvicos, os quais melhoram as ca-racterísticas fi sico-químicas do solo, aumentando a disponibilidade de nu-trientes. Pode ser utilizado em fertir-rigação ou pulverizado no solo.

Kelplant:- produto à base da alga-marinha Ascophillum nodosum. Importante para formação de raízes e

pegamento de fruto quando aplicado via foliar. Possue uma boa sinergia quando associado a fertilizantes foli-ares. Utilizado também na maturação dos frutos.

Complex 151:- fertilizante foliar completo, contendo macro e micronu-trientes, ideal para aplicação no desen-volvimento vegetativo.

CAB 2031:- aplicado no fl oresci-mento. Caracteriza-se pelo seu alto teor de Cálcio (Ca).

Aminonutri:- atua no vigor de planta, principalmente quando apli-cado no início do desenvolvimento vegetativo associado ao Complex 151.

RECOMENDAÇÕES - Como forma de orientação aos produtores de tomate, recomendamos:-

1º) - Transplante até 30 dias:-a) - Humic Nutri (4,8 % Potássio,

15 % Carbono Orgânico, d – 1,10);b) - Complex 151 (5% Ni-

trogênio, 12 % Fósforo, 18% Potássio, 2% Cálcio, 2,5% Magnésio, 5% Enxo-fre, 1,5% Boro, 0,5 % Cobre, 0,1% Fer-ro, 0,5% Manganês, 0,2% Molibdênio, 4% Zinco);

c) - Kelplant (5,3% Potássio, 6% Carbono Orgânico, d – 1,16)

Agricultor de Cristais Paulista se destaca na produção de tomate ‘Débora’

Aspecto da área de cultivo de tomate da Fazenda Capoeira dos Palmitos, em Cristais Paulista (SP).

Tomateiros saudáveis, com frutos perfeitos e bem formados, graças à nutrição adequada em todas as fases da planta.

1 - Engenheiro Agrônomo, supervisor de vendas da Nutriplant Ind. e Com. S/A. Tel. (19) 9842-6762. www.nutriplant.com.br

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HORTICULTURA

2º) - Desenvolvimento:-a) - Complex 151 (5% Nitrogênio, 12 % Fósforo, 18% Po-

tássio, 2% Cálcio, 2,5% Magnésio, 5% Enxofre, 1,5% Boro, 0,5 % Cobre, 0,1% Ferro, 0,5% Manganês, 0,2% Molibdênio, 4% Zinco);

b) - Aminonutri (9% Nitrogênio, 2% Fósforo, 1% Potás-sio, 8,5% Carbono Orgânico, d – 1,25);

3º) - Inicio do Florescimento:-a) - Cab 2031 (20% Cálcio, 1% Magnésio, 3% Boro);b) - Kelplant (5,3% Potássio, 6% Carbono Orgânico, d –

1,16);

4º) - Desenvolvimento:-a) - Complex 151 (5% Nitrogênio, 12 % Fósforo, 18% Po-

tássio, 2% Cálcio, 2,5% Magnésio, 5% Enxofre, 1,5% Boro, 0,5 % Cobre, 0,1% Ferro, 0,5% Manganês, 0,2% Molib-dênio, 4% Zinco);

5º) - Maturação:-a) - Complex 151 (5% Nitrogênio, 12 % Fósforo, 18%

Potássio, 2% Cálcio, 2,5% Magnésio, 5% Enxofre, 1,5% Boro, 0,5 % Cobre, 0,1% Ferro, 0,5% Manganês, 0,2% Mo-libdênio, 4% Zinco);

b) - Kelplant (5,3% Potássio, 6% Carbono Orgânico, d – 1,16);

Recomendamos, ainda, que em todas as aplicações seja usado o Foskalium (linha de fosfi tos ).

Fernando Jardine (Nutriplant) e o agricultor Luis Fernando Beloti.

Frutos uniformes, sadios e com excelente padrão comercial.

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8º Concurso de Qualidade de Café AMSC traz novidades

Tendo como homenageado o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, a 8ª edição do Concurso de Qualidade de

Café da Alta Mogiana Safra 2010/2011 inscreve até o dia 15 de setembro as amostras dos cafeicultores cujas pro-priedades estejam estalecidas nos mu-nicípios paulistas de Altinópolis, Bata-tais, Buritizal, Cajuru, Cristais Paulista, Franca, Itirapuã, Jeriquara, Nuporan-ga, Patrocínio Paulista, Pedregulho, Restinga, Ribeirão Corrente, Santo Antônio da Alegria e São José da Bela Vista. A Comissão Organizadora lem-bra que os cafés inscritos devem estar depositados em armazém do município do produtor.

A grande novidade para este ano é o local de realização do júri e da seleção. Acontecerá no Santoro Café (Rua Marrey Junior, 2381, Cen-tro, Franca/SP) entre os dias 17 e 18 de setembro.

Já a festa de premiação acontecerá no dia 24 de setembro, às 19h30, no Clube de Campo de Franca, onde tam-bém será realizado o 3º Leilão AMSC , para o qual foram convidadas empresas que valorizam e apreciam a qualidade do café da Alta Mogiana.

De acordo com Milton Pucci, presidente da AMSC - Associação de Cafés Especiais da Alta Mogiana, as amostras de café deverão corresponder aqueles produzidos em suas próprias

O presidente da AMSC, Milton Pucci e sua es-posa Luisa Léia.

Gabriel Afonso Mei Oliveira e sua esposa Flávia Lancha Olivitto (AMSC e Fazenda Labareda).

Mário Cesar Simão (EISA) premia Verci Ferrero (1º lugar na categoria Cereja Descascado).

fazendas, obrigatoriamente nos mu-nicípios da Alta Mogiana. “Somente serão aceitos cafés arábicas (espécie Coffea arabica), de bebida fi na, pre-parado por via seca (café natural) ou por via úmida (cereja descascado)”, afi rma Pucci.

O objetivo do concurso é selecio-nar os melhores cafés desta renomada região e incentivar os produtores na melhoria continuada da qualidade de seus cafés.

A Comissão Julgadora será in-tegrada por classifi cadores de café de reputação nacional, que julgarão as amostras quanto à qualidade de bebi-da, utilizando os atributos da folha de prova da SCAA - Specialty Coffee As-sociation of America para selecionar os lotes vencedores.

No ano passado, em brilhante festa organizada no Clube de Campo de Franca, a AMSC premiou Gabriel Queiroz Limonti (Sitio Mano Véio, de São José da Bela Vista/SP) como o melhor Café Natural do concurso Safra 2009/2010. No leilão, a COCAPEC ad-quiriu cada saca do lote do cafeicultor por R$ 800,00.

Na categoria Cereja Descascado, o vencedor foi Verci C. Ferrero, do Sítio Cachoeira, de Santo Antônio da Alegria (SP), que alcançou a expressiva marca de R$ 1.000,00 por saca, sendo adquirido no leição pela EISA - Em-presa Interagrícola S/A, dos irmãos es-panhóis Esteve. A

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CAFEICULTURA

Técnica diferenciada faz cafeicultor francano aumentar produção e reduzir custos

O assunto já foi tema de muito debate (alguns deles acalo-rados) entre engenheiros agrônomos, pesquisadores e

cafeicultores da região de Franca (SP). Mas a técnica adotada pelo cafeicul-tor Antônio David (Sítio Santa Izabel, Franca/SP) se destaca pelo aumento na produção e pela redução nos custos de produção de café.

O assunto foi tema das edições nº 35 (junho/2009), nº 40 (novem-bro/2010) e nº 45 (abril/2010). Após estas públicações, o tema foi motivo da visita do Dr. Hélio Casale e de duas caravanas de cafeicultores do Cerrado Mineiro (Araguari, Monte Carmelo e Araxá) à propriedade de David.

A técnica adotada pelo cafeicul-tor consiste em:- plantio de mudas de café de qualidade; o plantio e o manejo da braquiária na entrelinha do cafezal; e a aplicação de Bokashi.

Com a colheita da safra deste ano praticamente concluída, Toninho Da-vid apresenta números incomparáveis e que ressaltam a importância da téc-nica adotada por ele. “Plantei mudas de Catuaí Vermelho-99 em dezembro de 2007. Na colheita de junho de 2009, ele produziu 22 sacas/hectare, enquanto a testemunha produziu apenas 9 sacas. Na colheita de junho deste ano, ele produziu 92 sacas/hectare, enquanto a testemunha produziu 48 sacas. Em uma colheita normal da catação de

2009 mais a colheita de 2 anos e meio - que é a primeira carga - o normal de produção seria 57 sacas/hectare. Com o uso do Bokashi e o manejo da bra-quiária, meu café produziu 114 sacas/hectare. É uma diferença enorme. Sem falar ainda que reduzi meus custos em 30%”, explica Toninho.

Em sua propriedade, o cafeicul-tor ainda não adotou a irrigação. Se-gundo ele, mesmo reconhecendo a importância da irrigação na cafeicul-tura para a região da Alta Mogiana, a decomposição da braquiária pelo Bo-kashi produz mais que café irrigado. “Acompanhei a reportagem da lavoura

do Rodrigo Freitas (edição nº 48), co-nheço a lavoura dele e reconheço que já é muito café o que ele produziu com a irrigação (79 sacas/hectare). Mas a minha lavoura, com a mesma idade e variedade, produziu 92 sacas/hectare, sem irrigação”, analisa Toninho.

MECANIZAÇÃO - Com o retor-no obtido com a adoção desta técnica, o cafeicultor passou a focar outro item extremamente importante no que diz respeito a custo de produção: o custo com a mão-de-obra na colheita.

Cansado com as despesas e a difi -culdade de encontrar mão-de-obra qualifi cada para a colheita manual, Toninho adquiriu no fi nal do ano pas-sado uma colheitadeira de café. “Fiz os cálculos e consegui reduzir meus custos com mão-de-obra em até 50%. Valeu o investimento”, fi naliza. A

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20AGO 2010

EVENTOS

Comissão Organizadora do 20º Encontro de Engº Agrônomos promoverá novidades

P rofi ssionalismo: esta é meta a ser superada a cada ano.

Com uma equipe de Engenhei-ros Agrônomos voluntários e renovada a cada ano, a Comissão Organizadora do Encontro Anual de Engenheiros Agrônomos (que este ano chega a sua 20ª edição) traz todos os anos novidades para o evento, que reúne os profi ssionais da agronomia numa festa de con-fraternização, sempre realizada no mês de outubro; mês em que se comemora o Dia do Engenheiro Agrônomo.

Para este ano, a Comissão Organizadora já defi niu novidades interessantes para o evento, que acontecerá no dia 23 de outubro, sábado, no Salão do Agabê, em parceria com o Buffet Companhia da Folia.

Além das tradicionais parce-rias com empresas envolvidas com o agronegócio regionalizado, o evento será abrilhantado este ano com a apresentação de uma banda. “Decidimos inovar. Fazer a apre-sentação de uma banda prestigia a todos os participantes, marcando defi nitivamente no calendário de Franca e região este evento”, afi r-ma Carlos Arantes Corrêa, diretor da Revista Attalea Agronegócios e membro da Comissão Organiza-dora.

Cerca de 30 empresas já ga-rantiram participação no evento. As empresas interessadas em par-

No 19º Encontro de Engº Agrônomos (2009): Edson Castro do Couto Rosa, Geraldo do Nascimento Ju-nior e Luis Fernando Puccineli.

ticipar do evento poderão escolher uma das cotas do Plano de Mídia, onde cada cota de patrocínio dá direito a determi-nadas ações. “A idéia das cotas foi outra inovação introduzida para premiar todos os tipos e tamanhos de empresas, dando direito desde a participação no evento até mesmo participação em publicidade na cidade (outdoors)”, explica Roberto Mae-gawa, agrônomo da Cocapec.

Para este ano, além de Carlos Aran-tes e Roberto Maegawa, fazem parte da Comissão Organizadora: Daniel Figueire-do (Santander), Antônio Rigolin Jr. (Casa das Sementes), Eder Carvalho Sandy (Co-capec), Márcio Andrade (CATI), Mar-celo Ferreira (Cocapec), Luciano Ferreira (Coonai), Antônio Carlos (Embrapa), Enéias Cordeiro (Mosaic), Ricardo Ravag-nani (Cocapec) e Danielle Silva (Dedea-gro).

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Limeira sedia ExpoAgroRevendaem setembro

O setor das agrorevendas estará em evidência nos dias 13 e 14 de

setembro, no Centro de Eventos de Limeira (SP), entre 14h e 22h, com a realização da ExpoAgroRevenda’ 2010. Com entrada gratuita, a mostra vai re-unir representantes da indústria de in-sumos, lojistas agropecuários e coope-rativistas.

Ao contrário do que ocorre em outros eventos do agronegócio, nos quais produtores e pecuaristas são o público-alvo, a programação da Expo AgroRevenda é toda voltada ao setor varejista, com foco no lojista agro-pecuário. Esse perfi l de investidor contribui diretamente com a evolução da atividade agropecuária, repassando tecnologias e prestando assessoria téc-nica ao campo.

As lojas agropecuárias (agrore-vendas), são fundamentais ao desen-volvimento do agronegócio. Assim como em qualquer mercado, essa atividade conta com ampla estrutura de canais de distribuição para colocar seus produtos nas mãos do produtor rural. Estima-se a existência de 8,5 mil agrorevendas pelo país, que chegam a movimentar mais de R$ 31 bilhões por ano, com a venda de medicamentos, sementes, suplementos, equipamentos e insumos. A

Expectativa para o 1º Concurso Blend SantoroMarcado para o próximo dia 17 e

18 de setembro, no Santoro Café, a divulgação o 1º Concurso de Quali-dade Blend Santoro causou expectativa positiva em toda a região de Franca/SP.

A entrega das amostras acontece até o dia 15 de setembro na Rua Dr. Marrey Jr. 2381 e o concurso apresenta dois destaques. Primeiro, a garantia de ágil de 30% acima do mercado para o leilão do lote vencedor. Mas a inovação maior vem da participação de clientes, convidados e produtores provarão e defi nirão os 10 lotes fi nalistas já como produto fi nal.

Tom, Kakalo, Marcelo Diniz e João Guilherme convidam os interes-sados a se inscreverem no concurso. A

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CAFEICULTURA

O café brasileiro pode virar referência nos contratos negocia-dos em bolsas internacionais. Produtores e exportadores do Brasil vêm negociando duas alternativas: uma delas seria incluir o café do Brasil no contrato C da Bolsa de Nova York; outra seria criar um modelo especifi co para o grão nacional na Bolsa de Chicago.

Para se proteger contra as oscilações no preço, os brasileiros negociam na Bolsa de Nova York. O problema é que lá fora não e-xiste um contrato especifi co para o café brasileiro, a referência são outros paises produtores, como a Colômbia. O setor acredita que a situação acaba distorcendo os preços.

Uma das propostas em debate há cinco anos é a inclusão do café brasileiro no contrato de Nova York. A iniciativa foi do Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé). Na época, a pressão dos concor-rentes, principalmente os colombianos, foi mais forte e o projeto foi arquivado. Agora, a situação é diferente: a própria bolsa retomou a discussão.

– A bolsa parece mais interessada em ter o café brasileiro no seu rol de origens, na medida em que as quedas de produção de café na Colômbia e a estabilidade em outros países estão dando um perfi l não muito favorável na relação entre o grande movimento que a bolsa tem e o nível de produção – explica o diretor geral do Cecafé, Guilherme Braga.

Café brasileiro pode virar referência em contratos internacionais

De acordo com a entidade, o Brasil produz cerca de 3,5 milhões sacas de café despolpado, a referência para Nova York. Há seis anos, esse vo-lume não passava de 500 mil sacas. Por isso, na opi-nião do diretor do conselho, a situação atual dá mais condições ao Brasil de ser incluído no contrato C.

O superintendente da Cooxupé, a maior coo-perativa produtora de café do mundo, com sede em Minas Gerais, Lúcio Dias, avalia que a mudança se-ria mais uma alternativa de mercado.

– No momento, ele não é vantajoso porque os diferenciais que a gente está trabalhando para esse produto estão acima do preço de Nova York, mas para o futuro é uma garantia a mais, é um mercado a mais que o produtor passa a ter.

Produtores e exportadores reconhecem que o simples fato de estar no contrato de Nova York não é uma garantia de lucro. Mas consideram que ter uma opção a mais para negociar faz muita diferença.

– O produtor terá uma condição muito mais precisa para a precifi cação do seu café. Ele vai estar acompanhando a bolsa. Ele vai poder comparar o comportamento do mercado interno aos preços do mercado internacional e, portanto, ter uma noção mais precisa do valor da sua mercadoria – afi rma Guilherme Braga, do Cecafé.

No entanto, nem todos os produtores apoiam a inclusão do Brasil em Nova York. Representantes do setor avaliam que o contrato C não corresponde à realidade da produção brasileira, dominada pelo café natural e não pelo despolpado. A idéia, então, seria ter um contrato para esse tipo produzido no Brasil na bolsa de Chicago. A avaliação é a de que, como a instituição é sócia da BM&F Bovespa, as ne-gociações fi cariam mais fáceis. Mas ainda não foi feita uma proposta ofi cial para a bolsa americana. (FONTE: Canal Rural)

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Cooparaíso realiza palestra com o pesquisador Roberto Thomaziello

Convidado pela equipe do Café Brasil, o pesquisador Roberto Thomaziello esteve na COOPARAÍSO no último

dia 11 de agosto para proferir a palestra “Podas e Renovação das Lavouras” para técnicos agrícolas, parceiros da coo-perativa e produtores rurais. A prática é de grande importância para o preparo da lavoura para safras futuras e carece de técnicas específi cas. Segundo o pes-quisador do IAC, de Campinas, “a poda é um manejo de lavoura. O produtor não pode errar o momento certo de fazer e não pode errar o tipo de poda a ser feita. Cada lavoura é um caso es-pecial, tem que se conhecer a fi siologia da planta, não é como uma “receita de bolo””, ressalta Thomaziello.

Marcelo Almeida, Gerente do setor de Gestão do Agronegócio da COOPARAÍSO, ressalta que a sa-fra 2010/2011 deu bons retornos ao produtor e que, por isso, um estudo especializado para optar, ou não, pela poda neste momento pode garantir resultados tão bons quanto estes nos próximos anos. “Sempre que a gente sai de uma safra alta, algumas lavouras de-pauperam por conta do grande volume de café que elas produziram, então é importante que se faça uma renovação da parte aérea delas, como também da parte das raízes, através da poda”, ex-plica o técnico agrícola.

Para quem julga que a poda au-menta a produtividade da lavoura, o Roberto Thomaziello prefere outra ex-plicação dizendo que a “poda recupera o potencial produtivo que o cafeicul-

CAFEICULTURA

tor perdeu na lavoura”. O pesquisador do IAC diz que há algum tempo mui-tos produtores, e até mesmo técnicos, apresentavam um pouco de resistência com esta prática, mas que, ultima-mente, ela tem sido bastante aplicada nas lavouras.

Contudo, o produtor precisa fi car atento para que realize o processo da maneira mais adequada à sua neces-sidade. “As vezes você tem, em uma mesma propriedade, diferentes situa-ções de lavouras em que é preciso po-dar determinados talhões ou quadras e outros não. A presença de um agrôno-mo é extremamente importante para que o produtor não faça algo errado”, recomenda o pesquisador. A A

Falta de café de qualidade faz segurar preços fi rmes

Em mais uma semana de altas no mercado internacional, o café

subiu forte na Bolsa de Nova York e a saca corrige valores no mercado físico brasileiro. Café natural tipo 6 já vale R$ 315,00, enquanto o cereja descascado, grande surpresa des-ta nova safra, bate em R$ 400,00. O refl exo no Brasil pode ser visto como efeito cascata no crescimento econômico das regiões produtoras.

Marlon Braga Petrus, trader na COOPARAÍSO, aconselha ao produtor a começar a realizar seus negócios a fi m de aproveitar o valor atual remunerador para seu custo de produção, no entanto, é importante estar atento às previsões do mer-cado que se divide em dois cenário: o primeiro é manter as vendas na expectativa de que as cotações per-maneçam em elevação, mas por outro lado, ele pode segurar seu produto e correr o risco de o mer-cado cair, aí não terá suporte fi nan-ceiro para programar próxima safra.

Petrus avalia que o mercado está em um constante processo de alta e as estimativas sugerem que os estoques mundiais de cafés de qualidade estejam apertados pelos próximos cinco anos. Assim, apesar de que durante esse período exista o risco de declínio nos preços, a pre-visão que fi ca é de que os preços se sustentem pelo menos por mais quatro safras.

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Ousadia que chama atenção em Varginha. A UNIPCAFEM - União de Pequenos Produtores de Cafés Especiais dos Martins decidiu se unir

em uma cooperativa independente. Segundo o presidente da associação, Guido Reghim, a idéia inicial é a de apenas começar o cooperativismo, sem, necessariamente, ter que construir galpões ou armazéns. Tudo a fi m de conseguirem a emissão de nota fi scal para facilitar os processos de comercialização e terceirização do armazém.

Com 42 associados, a UNIPCAFEM produz em média seis mil sacas de café fair trade ao ano. Dessas, mais de 4.460 sacas são comercializadas em média a R$ 360 cada uma. A previsão é que a cooperativa comece a funcionar em julho do ano que vem. E a expectativa, de acordo com Guido, é que com o cooperativismo haja fi de-

Unipcafem pretende criar cooperativa paraaumentar comercialização de café fair trade

lização de novos clientes, tendo em vista a possibilidade de amplia-ção das negociações, tanto de venda como de compra. “Consequen-temente, esperamos um crescimento entre 20 e 30% em relação ao que é negociado hoje”.

O presidente da UNIPCA-FEM deixa claro que uma en-tidade não vai anular a outra. Ele ressalta que a associação vai continuar com a fi nalidade de atender às demandas sociais e desenvolvimento dos associados nas áreas ambientais e técnicas, por exemplo. A cooperativa, por sua vez, vai poder proporcionar facilidade na compra e venda do café fair trade, diminuindo custo e agregando valor, respectiva-mente. “A comunidade ganha desenvolvimento, pois quanto mais vendemos, mais premiados somos. E o prêmio da venda é revertido em obras sociais, am-

bientais”.Ainda segundo Guido, a necessidade de a

UNIPCAFEM formar uma cooperativa surgiu à me-dida que iniciaram a comercialização de café, uma vez que associação não pode emitir nota conforme lei federal. Além disso, a Flo-Cert, responsável pelo atestado Fairtrade etiquetado, não certifi ca grandes cooperativas como a MINASUL - Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Varginha.

Guido explica que a cooperativa não tem a fun-ção principal de rebenefício ou preparo de café. Por isso, ela não tem a obrigação de disponibilizar tais serviços em todos os momentos em que a Unipca-fem precisa. E outro armazém, com esta especiali-dade, pode atender a associação nesses casos. O café fair trade não é comercializado no Brasil. De acordo com Guido, o produto estará nas gôndolas dos su-permercados assim que for emitida a licença pelo selo Fairtrade para o Brasil.

A Unipcafem é um exemplo de associação. Por se tratar de uma entidade muito bem organizada, são desenvolvidos muitos projetos sociais, visando sempre a conscientização para preservação do meio ambiente. Para começar, no cultivo do café fair trade não são usados insumos e suprimentos que podem agredir diretamente solo, água e vegetação. Produ-tos certifi cados, geralmente, são manejados da forma mais natural possível.

Além disso, na comunidade dos Martins é tra-balhada a coleta seletiva de lixo com os alunos da Escola Municipal Pedro Reghim. Todo o dinheiro adquirido com a reciclagem é revertido para a es-cola, para que a instituição aplique-o em projetos pe-dagógicos e na compra de materiais que faltam.

Na comunidade foram construídas também ba-cias para contenção de água da chuva, a fi m de preser-var nascentes. A intenção é evitar assoreamento das minas, podendo diminuir o fl uxo de água, propiciar contaminação e retenção da água do solo. A

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Importância na escolha da área de plantio e das mudas na formação da lavoura cafeeira

Mauricio Dominguez Nasser 1

Na formação e renovação do cafezal, o produtor deve investir em mudas de alta qualidade genética e sanitária, pois o sucesso da lavoura se inicia na escolha

de uma boa muda. As tecnologias para isso existem e são empregadas nas diversas regiões brasileiras produtoras de café. Na medida que a ciência avan-ça com seus trabalhos experimentais, as técnicas de produção de mudas são aperfeiçoadas e aplicadas em viveiros e posteriormente no próprio plantio.

Para o café arábica, Coffea arabica, a renova-ção do cafezal pode ser de duas formas: a primeira seria a utilização de podas para recuperar o cafezal depauperado, produtividade média em declínio, porém não há mortalidade das plantas. A segunda situação de renovação do cafezal seria a realização de um novo plantio devido à mortalidade das plan-tas a partir de 20% da população inicial.

Caso a condução da lavoura cafeeira seja ade-quada ao longo de seu ciclo produtivo, com pouca ou nenhuma mortalidade de plantas, a renovação da lavoura será em média de 15 a 20 anos. Vale lembrar que não é difícil encontrar lavouras de café plantadas a mais de 40 anos, e que foram renovadas por podas, mas não foi realizado um novo plantio.

Para formação de um novo cafezal, vários aspectos terão que ser avaliados com muito crité-rio tais como: clima favorável ao desenvolvimento produtivo do cafeeiro e também para qualidade da bebida, solo com profundidade mínima de 1

metro e boa drenagem para o bom desenvolvimento do sistema ra-dicular.Evitar solos excessivamente arenosos ou argilosos, para esse parâmetro recomenda-se uma análise física do solo expedida por um laboratório de fertilidade de solo com avaliação feita por engenheiro agrônomo.

Para renovação do cafezal através da realização de um novo plantio na mesma área antes plantada com café, adotar descanso, pou-sio ou rotação de culturas com leguminosas de baixa suscetibilidade aos nematóides: Meloidogyne incógnita, M. paranaensis e M. exígua, por pelo menos dois anos.

Um exemplo seria o uso da leguminosa Mucuna-Preta (Stizolo-bium aterrimum), para assim diminuir o crescimento da população dessa terrível praga de solo, porque no momento que é constatado a presença do nematóide na área, a planta do cafeeiro vai conviver com a praga durante toda sua vida produtiva. Além disso, mesmo após a rotação de culturas, em áreas com nematóides, é obrigatório o uso de mudas enxertadas, o material utilizado e recomendado para porta-enxerto é o cultivar Apoatã (IAC 2258).

As áreas de plantio devem ser preferivelmente mecanizáveis, pois os tratos culturais sendo realizados de forma mecanizada, geral-mente reduzem signifi cativamente o custo de produção do

1 - Engenheiro Agrônomo e Pesquisador Científi co da APTA Polo Alta Paulista com sede em Adamantina-SP, possui graduação em Agronomia pela Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP - Botucatu (1999). Contato: [email protected]. Nextel (19) 7811-7442 - ID: 99*10452. www.infobibos.com

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CAFEICULTURAradicular e da parte aérea da planta.

Além de todos os fatores citados anteriormente, recomenda-se sempre uma análise química de solo para cor-rigir quimicamente a fertilidade do solo, efetuando-se um bom preparo, correção e fertilização ou adubação do mesmo.

Todas as recomendações acima determinarão o vigor e a produtividade que a planta pode demonstrar no cam-po. É importante que no momento de escolha de área para o plantio de café, procure um engenheiro agrônomo de confiança, pois a cafeicultura é uma atividade que exige investimentos du-rante os três primeiros anos com retor-no financeiro de médio a longo prazo.

No momento do plantio, as mudas de café devem apresentar as seguintes características:

- mudas contendo de 3 a 5 pares de folhas (sem contar o par vulgar-mente chamado de orelha-de-onça), com parte aérea bem formada, ausên-cia de bifurcação e plantas tipo “ma-cho”, caule torto e estiolamento. Esse porte da muda ajuda a diminuir os problemas de pós-plantio como sen-sibilidade a seca, e prejuízos provoca-dos pelo vento que podem ocasionar tumores e tombamento das mudas, o que exige estaqueamento individual, onerando os custos de produção;

- ausência de pragas e doenças tanto na parte aérea como no sistema radicular,

- ausência de deficiências mine-rais,

- mudas aclimatadas a pleno Sol por pelo menos 20 dias,

- mudas originadas de semen-tes certificadas oriundas de produtores registrados nas entidades fiscalizado-ras,

- presença da orelha-de-onça in-tacta e sadia (primeiro par de folhas que surge após a germinação),

- sistema radicular bem formado

com raíz principal reta sem enovela-mento e as demais radicelas bem dis-tribuídas ao longo do substrato,

- parte aérea da muda com desen-volvimento vegetativo proporcional ao sistema radicular.

- ausência de plantas invasoras.

Com relação à produção da muda cafeeira, cuidados devem ser tomados para que essa tenha ótima qualidade. Inicialmente na instalação do viveiro, evitar locais próximo às lavouras de café adulta, pois favorecem a entrada de doenças como a cercosporiose e pra-gas como o bicho mineiro.

Utilizar substrato com ausência de plantas invasoras e nematóides, apesar que a primeira pode ocorrer durante a formação da muda devido a presença de pássaros, ventos e pelos trabalhos manuais diários.

Aperfeiçoar ou buscar mão-de-obra especializada para enchimento dos recipientes, semeadura e também no processo de enxertia caso deseja produzir mudas enxertadas.

Durante o manejo empregado na formação das mudas cafeeiras é impor-tante e necessário a realização de capi-nas, controle de irrigação, adubações, desbaste, controle de pragas, controle de doenças e aclimatação das mudas.

Os cuidados fitossanitários em mudas cafeeiras também são de grande importância. Pois o maior veículo de propagação dos nematóides nocivos ao cafeeiro é a própria muda de café. Os nematóides são pequenos vermes que atacam as raízes das mudas formando galhas, e apresentando sintomas de baixo desenvolvimento e amareleci-mento com ataques em forma de rebo-leira na área de produção de mudas e também em lavouras adultas.

O controle para essa praga de solo tanto pelo substrato empregado ou pela água de irrigação deve ser rigoro-so, pois a presença dos nematóides

café quando comparado com as opera-ções manuais. Devem-se buscar facili-dades no acesso e suprimento de água, isso favorece todo o deslocamento de insumos para a lavoura; e na colheita facilita o transporte dos grãos para as instalações de lavador, terreiro e seca-dor.

Coletar água de chuva, sem mis-turar com o solo, próximo às lavouras cafeeiras seria um ponto interes-sante para refletir, mas ainda deman-da pesquisas nesse assunto. A água é importante para os tratamentos de pul-verização com herbicidas, fungicidas e adubos foliares, lavagem do café do pano e da varreção, além da disponibi-lidade para o uso de irrigação, tornan-do-se um fator relevante para lavouras instaladas em áreas com problema de déficit hídrico.

Outro ponto positivo é instalar o cafezal em áreas com infra-estrutu-ra regional direcionadas realmente à cafeicultura, e que possua insumos, mão-de-obra especializada, prestação de serviços como colheita e podas me-canizadas, beneficiamento e comer-cialização dos grãos. Caso a opção seja em áreas distantes dos “polos” de ca-feicultura, recomenda-se procurar ter-ras com valores mais acessíveis, e com maior disponibilidade de água, mão-de-obra e facilidades de crédito de for-mação e custeio de produção de café, pois geralmente haverá investimentos em infra-estrutura própria.

Sempre adotar espaçamento de plantio adequado às estruturas da pro-priedade e ao nível do produtor rural, nunca esquecendo de que independen-te do material genético presente nas mudas de café, o importante é adquirir mudas de qualidade provenientes de viveiros idôneos. Somente a muda de boa qualidade é capaz de expressar todo o potencial genético que influen-ciará diretamente na formação ou de-senvolvimento da estrutura do sistema

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27AGO 2010

CAFEICULTURAMeloidogyne incógnita, M. pa-ranaensis, M. exígua e M. coffeicola nas mudas de café já é motivo de con-denação imediata do viveiro, proibin-do a comercialização das mesmas.

Além dessa praga, existem ou-tras que necessitam de controle: bicho mineiro, lagartas, formigas cortadeiras, cupins, cochonilhas, grilos, lesmas e ácaros.

Para o controle de doenças, as mais comuns nos viveiros são o tom-bamento e a cercosporiose, podendo ocorrer ainda em períodos frios, a mancha aureolada e phoma.

Para o viveiro, recomenda-se adotar um planejamento ou um pro-grama preventivo de controle fitossan-itário. E sempre observar as condições ambientais favoráveis às doenças (umi-dade, vento) e adequar o manejo, au-mentando insolação, proteção lateral contra ventos e redução da irrigação.

É importante enfatizar que vi-veiros idôneos dão garantia de quali-dade da muda; e se depois de realizado o plantio das mudas, a planta não for bem conduzida, nunca poderemos ga-rantir a boa produtividade da lavoura.

Viveiros idôneos adquirem se-mentes certificadas, ou seja, são se-mentes oriundas de produtores cre-denciados nas entidades fiscalizadoras, não ocorrendo mistura varietal num mesmo lote de produção de mudas, controle de pureza e germinação.

Normalmente os viveiros são cre-denciados ou registrados em Órgãos de Defesa Sanitária Vegetal, como por exemplo, a Coordenadoria de Defesa Agropecuária de São Paulo que possui atualmente 70 viveiros de produção e comercialização de mudas de café de-vidamente registrados e fiscalizados.

Os viveiros aptos e competentes trabalham com mudas formadas pelo processo de semeadura direta para evi-tar problemas de entortamento de raiz, “pião da raiz torto”, e trabalham com

rigoroso controle de pragas e doenças. Seguem uma adequada adubação para não favorecer a produção de mudas com parte aérea vigorosa e baixo de-senvolvimento das raízes.

Além dos viveiros idôneos pos-suírem mão-de-obra especializada na produção de mudas, também apresen-tam um eficiente controle de irrigação, e de mato ou plantas invasoras no lo-cal de produção. Alguns por iniciativa própria podem até oferecer o serviço de transporte das mudas do viveiro para o local de plantio.

No caso de produção de mudas de café enxertadas, os viveiros trabalham com o processo de semeadura indireta para assim facilitar a operação da en-xertia hipocotiledonar.

Com relação aos valores das mu-das no custo total de produção, pode-se dizer que da semente até a primeira colheita significativa de café são ne-cessários no mínimo 3 anos; durante esse período o cafezal ou a lavoura cafeeira está na fase de formação, o custo com a aquisição das mudas nesse período citado é de aproximadamente 15%, lembrando que após o plantio, es-sas mudas se transformarão em plantas que poderão produzir por mais 15 anos dependendo da tecnologia empregada, o que dilui o custo da muda a cada ano de produção.

Portanto, não compensa econo-mizar nessa etapa, e sim procurar vi-veiros idôneos e negociar bons preços ou conseguir facilidades de pagamento na hora de comprar essas mudas.

Mudas de baixa qualidade levam a um aumento no custo de produção por vários motivos:

- aumento de gastos na operação de replantio devido a maior aquisição no número de mudas e aumenta o cus-to de transporte até o local de plantio,

- necessidade de mais capinas ou controle de mato durante a fase de for-mação do cafeeiro porque diminui o

desenvolvimento inicial das plantas, o que pode levar a fase de formação para 4 anos ou mais em vez de 3 anos para a primeira colheita significativa,

- aumenta o número de aplica-ções de defensivos agrícolas ou agro-químicos para o controle de doenças e pragas visto que as mudas não estão totalmente sadias,

- pela má formação do sistema radicular e da parte aérea a absorção de água, nutrientes e luz será afetada o que resultará em baixas produtividades ao longo dos anos de produção, encare-cendo a atividade, e desestimulando o produtor rural a continuar investindo na cafeicultura.

É importante ressaltar que vi-veiros de mudas trabalham normal-mente com 2 tipos de recipientes:

MUDAS DE SAQUINHOS = O primeiro e mais utilizado são sacos plásticos pretos perfurados da metade para o fundo com dimensões de 9 a 11cm de largura x 18 a 20cm de altura x 0,006 cm de espessura do plástico, o que alcança um volume aproximado de 600ml com substrato.

TUBETES = O outro tipo de re-cipiente muito utilizado são pequenos tubos de plástico duro de cor preta, tendo uma extremidade superior com cerca de 4 cm de diâmetro e a parte inferior com uma abertura menor para permitir a retenção do substrato den-tro do tubo. Apresentam 14 a 15 cm de comprimento e volume de aproxima-damente 120ml com substrato.

Convém alertar que apesar de se trabalhar com mudas de alta qualidade é normal ocorrer de 5 a 10% de replan-tio na implantação de um cafezal. Para mudas enxertadas esse valor pode ser maior.

Para maiores informações pro-cure sempre um engenheiro agrônomo de sua confiança. A

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28AGO 2010

SENAR-MG incentiva ruralista a abrirmicroempresa de doces em São José da Barra

O aprendizado no curso gratuito de “Derivados do Leite” do SENAR MINAS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) já está dando frutos para a comerciante Rosângela Borges da Silva, da Comu-

nidade Rural de Bela Vista, em São José da Barra (MG). Ela sen-tiu-se incentivada a abrir uma microempresa para diversifi car a produção ao fabricar artesanalmente doce de leite e queij o fresco.

O curso foi realizado na comunidade pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Alpinópolis (MG), em parceria com o SENAR há cerca de dois meses. Vendedora de biscoitos, Rosân-gela resolveu diversifi car a sua venda com os doces e queij os, já que produz leite no Sítio Primavera. A aposta nos produtos fez com que a produtora abrisse uma microempresa alimentícia com alvará de funcionamento da Visa (Vigilância Sanitária).

“Já conhecia o trabalho do SENAR porque eu e meu marido fi zemos um curso de “Inseminação Artifi cial” antes e

achei ótimo. Com o Derivados do Leite, vi uma oportuni-dade para crescer como empresa. Acreditei nisso e estou caminhando no mercado. Meus doces estão superando os da concorrência”, lembrou, explicando que na região há muitas fábricas de doce de leite e queij os.

Tudo é feito no sítio da família. Quando terminou o treinamento, Rosângela começou produzindo com 10 litros de leite, o que renderam 5,5kg de doce de leite pas-toso. Um mês depois, duplicou a fabricação. Mas ela quer mais e já faz projetos a curto prazo.

“Até o fi nal do ano, quero produzir de 10 a 12kg de doces. Mas já pretendo fazer 30kg de doces/dia. Temos toda a matéria prima aqui no sítio”, contou. “Nunca tinha produzido doce, nem para consumo próprio. Com o cur-so, quis tirar algo de proveito, pois o SENAR é aprender fazendo”, completou.

O doce de leite é vendido em embalagens de 500g e 1kg ao preço médio de R$ 10,00/kg. Ainda pensando na diversifi cação da produção, ela já fez outro curso do SENAR de doces cristalizados.

De início, são fabricados os de abóbora e mamão, também plantados na fazenda. Além disso, ela pensa em contratar três ajudantes, gerando emprego na comuni-dade rural e vender seus produtos em cidades vizinhas, como Passos.

Muito do que Rosângela conseguiu, ela credita à fi losofi a do SENAR MINAS. “Penso em expandir minhas vendas. Comecei a vender de porta-em-porta, boca-a-boca e depois os próprios clientes começaram a me procurar. O SENAR me ajudou muito, porque os cursos são ótimos, com bom material didático e instrutores que nos fazem pôr a mão na massa para aprender mesmo. Se tivesse que pagar ao SENAR, pagaria tranquilamente. Tudo que essa entidade nos dá não tem preço”, diz.

A doceira Rosângela com a produção de doce de leite que está sendo fabricada no próprio sítio na comunidade rural de Bela Vista, em São José da Barra (MG)

INFORMAÇÕESSindicato dos Produtores Rurais de Alpinópolis (MG): (35) 3523-1433 ou (35) 3523-1433

A

TECNOLOGIAFO

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29AGO 2010

Em busca de alternativas de renda, produ-tores de São Paulo estão investindo no plantio do eucalipto. O cultivo mecanizado facilitou o processo.

A cana-de-açúcar é a principal atividade na fazenda do agricultor Maurílio Cristofani, em Altinópolis (SP). A propriedade tem 250 hectares e a lavoura substituiu a pecuária há cinco anos. “No início a gente trabalhou com pecuária. Depois de um tempo, passamos a plantar cana. Mas nas áreas que a usina achou que não era de inviabilidade de me-canização nós optamos por plantar eucalipto”, justi-fi cou Cristofani.

Em 30 hectares foram cultivadas 40 mil mudas de eucalipto. O plantio foi feito por uma empresa es-pecializada que cuida do preparo do solo, controla as formigas e levou agilidade ao processo.

O cultivo está sendo feito com o auxílio da máquina chamada de tanque de aplicação de gel. As mudas são injetadas e em seguida o gel é despejado. O produto tem a capacidade de reter a água e liberá-la lentamente no solo. Com isso, é possível diminuir o número de irrigações após o plantio. A máquina também aumenta a velocidade do serviço. No plan-tio convencional um trabalhador é capaz de colocar as mudas em meio hectare por dia. Com estes siste-mas, são dois hectares por dia.

Em áreas degradadas ou em regiões onde o

Produtores paulistas investem no plantio de Eucalipto. Cultivo mecanizado facilita o processo.

solo tem baixa fertilidade seria necessário investimento para a ma-nutenção das lavouras com colheita anual, os produtores preferem plantar o eucalipto porque o custo de manutenção da fl oresta pode ser menor. “É uma cultura que vai exigir no máximo glifosato, para fazer um herbicida seletivo, e isca formicida para matar formiga”, disse Fabrício Máscaro, técnico fl orestal.

Os bons resultados na vizinhança incentivaram o seu Gláuber Moraes, agricultor que mora em Cajuru (SP), município próximo da região. Ele queria substituir a cana em razão do alto custo de produção e transporte. Pesquisou a soja, o milho e a laranja. Depois de fazer as contas, optou pelo eucalipto em 40 hectares. “O euca-lipto tem várias fi nalidades, como papel, celulose, energia, móveis e carvão. Então, tem uma gama de oportunidades para encaixar essa madeira”, justifi cou.

O Ministério da Agricultura divulgou, em julho, as regras do zoneamento agrícola para o eucalipto . O documento aponta as áreas adequadas para o plantio com menor risco climático em oito esta-dos. (FONTE: Globo Rural).

SILVICULTURA

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Page 30: Edição 49 - Revista de Agronegócios - Agosto/2010

30AGO 2010

A

O Brasil orgulha-se hoje de ser uma economia es-tável e forte, que consegue crescer de modo sustentável a taxas elevadas e ao mesmo tempo distribuir renda, incorporando largos contingen-

tes de população ao mercado de consumo e a padrões mais civilizados de bem-estar material. Olhando para trás, para tantas décadas de instabilidade, de surtos breves e logo frus-trados de crescimento, temos de reconhecer que vivemos uma grande transformação.

O que tornou possível essa transformação? Tivemos vários momentos de crescimento, que não duravam muito. Após poucos anos, o crescimento provocava infl ação, pois a oferta interna, especialmente de alimentos, não era capaz de acompanhar o aumento da demanda induzida pelo cresci-mento da renda. Mais grave era o outro problema, o cambial.

Diante da infl ação sem controle e do desequilíbrio cambial, a única política possível era conter o processo de crescimento, para aliviar as pressões sobre os preços e sobre o défi cit externo. Assim, voltávamos à estagnação econômi-ca, embora a população continuasse crescendo e a imensa maioria vivesse na pobreza.

Para crescer sem interrupções seria necessário superar o limite de nossa capacidade para importar. Financiar in-defi nidamente o défi cit cambial com fi nanciamento externo não seria sustentável. Por termos tentado este caminho, in-corremos em várias crises de endividamento e chegamos à moratória. Era preciso encontrar um meio realista de elevar a receita cambial.

Como sabemos hoje, no Brasil só a agricultura e a PECUÁRIA podiam realizar essa tarefa. Mas ninguém pen-sava nisso seriamente. Afi nal, a produção rural brasileira crescia pouco e não éramos, de fato, até 1970, sequer ca-pazes de atender ao abastecimento interno. Além do mais, a sabedoria convencional de então ditava que o desenvolvi-mento econômico signifi cava o aumento da produção indus-trial e o encolhimento relativo da produção rural.

Apesar disso, a partir dos anos 70, teve início uma si-lenciosa revolução no campo brasileiro. Novas gerações de produtores rurais começaram a emergir, muitos deles abrin-do novas fronteiras agrícolas ou transformando os modos de produzir nas fronteiras já estabelecidas. Esses novos agri-cultores romperam com as formas tradicionais de produção, apropriaram-se do conhecimento acumulado nas univer-sidades rurais e na nova Empresa Brasileira de Pesquisa A-gropecuária (Embrapa) e trouxeram para a produção rural a disposição de assumir riscos e a compulsão do crescimento.

A ação destes novos empreendedores transformou em pouco tempo a produção rural brasileira, tornando-a em poucas décadas a segunda maior do mundo em escala e di-versidade de produção e a primeira e única grande agricul-tura em área tropical.

Os números dessa revolução são impressionantes. Em 1965, antes do início desse processo, a produção brasileira

“O que houve de novo com o Brasil”ARTIGO

Kátia Abreu - Senadora e Presidente da CNA

de grãos era de 20 milhões de toneladas, para uma popula-ção de 80 milhões de habitantes, portanto, uma produção de 250 kg de grãos por habitante. Em 2008 a produção de grãos chegou a 144 milhões de toneladas, para uma população de 190 milhões de habitantes, o que representa uma produção per capita de 758 kg. A produção total cresceu 7 vezes, mas a área de plantio, que era de 21 milhões de hectares em 1965, passou para apenas 48 milhões de hectares em 2008, apenas 2,5 vezes mais. A produção de carnes, em 1965, era de 2,1 milhões de toneladas, o equivalente a 25 kg por habitante por ano. Em 2006 a produção alcançou 20 milhões de tone-ladas, o equivalente a algo como 100 kg por habitante/ano. A produção total aumentou dez vezes, mas as áreas de pasta-gens cresceram apenas 15%.

Esses gigantescos aumentos de produção e de produ-tividade mudaram a história da economia brasileira. Essa a-gricultura altamente produtiva e de grande escala conquis-tou os mercados externos e passou a gerar grandes superávits no balanço de pagamentos, dada a sua pequena dependência de importações. Entre 1994 e 2009, o agronegócio acumu-lou um saldo comercial com o exterior de US$ 453 bilhões. No mesmo período, o saldo comercial total do Brasil foi de US$ 255 bilhões. Signifi ca que, sem a contribuição das ex-portações do agronegócio, o Brasil teria incorrido num dé-fi cit comercial de US$ 198 bilhões, praticamente o valor das reservas cambiais do País no fi nal do ano passado. Não fora a contribuição do agronegócio, o País estaria vivendo gravís-sima crise cambial e a história do nosso crescimento recente teria sido muito diferente.

Outro efeito dessa revolução no campo foi a persis-tente queda no custo da alimentação no mercado interno. Os professores José Roberto Mendonça de Barros e Juarez Rizzieri mostraram, em pesquisa, que o custo no varejo de uma ampla cesta de alimentos na cidade de São Paulo caiu pouco mais de 5% ao ano, em termos reais, entre 1975 e 2005. Uma queda dessa dimensão só foi possível pelos au-mentos impressionantes da produção e da produtividade no campo. E, em decorrência, as classes de renda média e baixa não apenas puderam consumir mais e melhores ali-mentos, como elevaram seu poder de compra de produtos industriais. Assim, o efeito da queda dos preços agrícolas é mais importante que as transferências de renda para explicar a melhoria do padrão de vida das populações mais pobres.

O Brasil que se desenvolve hoje e se projeta no mundo como uma economia dinâmica e moderna é um País con-struído a partir da agricultura e da PECUÁRIA. E continuará sendo, no futuro, sem estar por isso condenado ao atraso e à pobreza, como vaticinavam no passado.

Mas para isso é necessário que o Brasil valorize o agri-cultor e o pecuarista, que foram os agentes dessas transfor-mações, dando-lhes o realce merecido e poupando-os dos preconceitos que sobrevivem às evidências da realidade. (FONTE: Jornal O Estado de SP)

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31AGO 2010

Pesquisadores importam inimigo natural para controle do percevejo bronzeado do Eucalipto

O pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jagua-riúna/SP) Luiz Alexandre Nogueira de Sá visitou as

instalações do Laboratório de Quaren-tena do The New Zealand Institute for Plant & Food Research Limited, em Sandringham, Nova Zelândia de 4 a 19 de junho de 2010. Este intercâmbio com possibilidades de futuros projetos de pesquisa buscou também as possibi-lidades da utilização dos bioagentes de controle entre os países.

Além disso, contatou pesquisa-dores do Plant & Food Research (de Auckland, NZ) e realizou videoconfe-rência no tema pragas de eucalipto e o controle biológico de pragas no Brasil, no Instituto SCION Next Generation Biomaterials, de Rotorua (NZ).

Em Rotorua, o pesquisador visitou também o Laboratório Ofi cial de Qua-rentena Vegetal e Animal. Em Christ-church (NZ) visitou o recém-inau-

gurado e mais moderno Laboratório de Quarentena de Invertebrados (New Invertebrate Containment Facility) da Nova Zelândia, composto por salas qua-rentenadas de criação de insetos.

Nos arredores de New South Wales, em Sydney, na Austrália rea-lizou viagem exploratória com o apoio da Queensland Government pelo De-partment of Primary Industries and Fisheries com pesquisadores especia-listas na busca de inimigos naturais das pragas de eucalipto. Foi encontrado e coletado o parasitóide Cleruchoides noackae (Hymenoptera: Mymaridae) em subúrbios nos arredores de Sydney, para posterior utilização no controle biológico da praga exótica australiana, (o percevejo bronzeado) em hortos fl o-restais de eucalipto no Brasil.

Na equipe estava o professor Car-los Frederico Wilcken, da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - Unesp Campus de Botucatu

(SP), atual coordenador do Programa de Proteção Florestal do IPEF - Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais de Pi-racicaba (SP).

“Também percorremos cerca de 500 km pelo interior do país na direção oeste, pela região de Queensland em direção a Brisbane para coleta do para-sitóide, que já emergiu dos ovos para-sitados nas nossas condições de labo-ratório.

Nossa importação está sendo um sucesso”, comemora Sá. “Durante a via-gem, verifi camos que não há criação em laboratório estabelecida na Austrália e as informações sobre biologia e técni-cas de criação foram escassas ou ine-xistentes. Portanto, estamos começando os estudos do zero”, informa Wilcken. Além disso, diz o professor, nosso cro-nograma está sendo cumprido, com previsão de ter parasitóides para libera-ção em setembro desse ano.” (FONTE: EBRAPA Meio Ambiente)

SILVICULTURA

A

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32AGO 2010

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

268,41269,34262,48260,10268,02256,64247,50255,34254,29262,20272,55281,57

2009

Média Mensal dos Preços Recebidos pelos Produtores 1

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq/BM&F e Boletim do Café - Centro do Comércio de Café do Rio de Janeiro - 1 - Em R$/saca de 60kg, posto, com Funrural e sem ICMS

280,75278,68279,70282,18289,46305,13302,36

2010

PAÍS

BrasilVietnãColômbiaIndonésiaEtiópiaÍndiaMéxicoGuatemalaPeruHondurasC. MarfimNicaráguaEl SalvadorOutros

39.47018.0009.000

10.7004.5004.8274.2003.5003.7503.8701.8501.4181.115

15.751

PRODUÇÃO MUNDIAL

FONTE: MAPA / SPAE / CONAB e OIC.

2009Prod

ANO

19961997199819992000200120022003200420052006200720082009

CONSUMO(milhões sc)

Evolução do Consumo Interno

FONTE: ABIC. Período = novembro a outubro, sacas de 60kg

3,333,443,613,733,813,913,863,724,014,114,274,424,514,65

4,164,304,514,674,764,884,834,655,015,145,345,535,645,81

11,011,512,212,713,213,614,013,714,915,516,317,117,718,4

inclusivesolúvel

kg caféverde

kg cafétorrado

ARÁBICATipo 6 BC-Duro

(Base Cepea-Esalq)

ARÁBICATipo C Int. 500

(Base Varginha-MG)

ARÁBICATipo C Int. 500

(Base Vitória-ES)

CONILLONTipo 6-Pen.13

(Base Cepea-Esalq)

CONILLONTipo 7 BC

(Base Vitória-ES)

227,66224,07212,57200,20197,13188,45180,09186,13188,89180,77161,61176,41

2009

173,51168,47173,67158,23160,51167,57171,50

2010

184,25193,33196,77198,30204,75196,43191,04194,52190,95182,62180,00185,75

2009

189,50191,39186,52190,00200,00230,00220,00

2010

230,00233,33233,41230,85235,05228,10225,35230,24221,90226,67229,75232,25

2009

233,75227,78221,52225,50238,00255,00235,00

2010

205,50212,22208,46203,55201,45191,43184,57188,10184,76181,43180,50187,00

2009

185,00172,78166,52174,00190,00200,00195,00

2010

CONSUMO(kg/hab.ano)

torrado emoído

-10,611,012,212,613,013,312,914,114,615,416,116,717,4

(%)

32,3714,767,388,773,693,963,442,873,083,171,521,160,91

12,92

2008 2007 2006Prod (%)

45,99218.5008.6649.3504.3504.3714.6513.7853.8723.4502.3531.6151.547

15.588

35,9114,446,767,303,403,413,632,953,022,691,841,261,21

12,17

Prod (%)

36.07016.46712.5047.7774.9064.4604.1504.1003.0633.8422.5981.7001.621

16.138

30,2113,7910,476,514,113,743,483,432,573,222,181,421,36

13,52

Prod (%)

42.51219.34012.5417.4834.6365.1584.2003.9504.3193.4612.8471.3001.371

16.020

32,9214,989,715,793,593,993,253,063,342,682,201,011,06

12,41

PAÍS

BrasilVietnãColômbiaIndonésiaEtiópiaÍndiaMéxicoGuatemalaPeruHondurasC. MarfimNicaráguaEl SalvadorOutros

30.48117.0907.8946.5191.8513.1082.8383.5083.0743.0841.8841.3711.307

10.749

EXPORTAÇÃO MUNDIAL2009

Prod (%)

32,1718,048,336,881,953,282,993,703,243,251,991,451,38

11,34

2008 2007 2006Prod (%)

29.72816.10111.0855.7412.8523.3782.4483.7783.7333.2591.5851.6251.438

10.915

30,4416,4911,355,882,923,462,513,873,823,341,621,661,47

11,18

Prod (%)

28.39817.93611.5572.9453.0732.7181.9503.8002.8433.3821.8331.5101.396

13.232

29,4118,5711,973,053,182,812,023,932,943,501,901,561,45

13,70

Prod (%)

27.97813.90410.936

4.1172.8033.7422.2003.6504.0993.2312.5311.1101.149

10.829

30,3215,0711,854,463,044,062,383,964,443,502,741,201,25

11,74

FONTE: MIDC / SECEX e OIC.

TOTAL 94.758 97.666 96.573 92.279 TOTAL 121.951 128.088 119.396 129.138

TOTAL 263,20 280,33 229,74 227,14 191,56 189,35 193,67 168,47 194,08 174,58

O MERCADO DO CAFÉ

MÊS1. Produção (milhões/saca) (1)

1.1. Área em produção (milhões/hectare) 1.2. Produtividade (sacas/hectare)2. Exportação (verde, solúvel e torrado) (2)

2.1. Quantidade (milhões/saca) 2.2. Valor (mlhões/US$) 2.3. Preço Médio (US$/saca)3. Consumo Interno (T, M e solúvel) 3.1 Consumo per capita (kg/hab.ano)4. Estoques do Funcafé (milhões/sacas)5. Orçamento aprovado Funcafé (milhões R$) 5.1. Financiamentos 5.2. Publicidade e Promoção do Cafés do Brasil 5.3. Pesquisa Cafeeira6. Participação das exportações brasileiras em relação às exportações mundiais (em sc) (%) (4)

7. Participação do café nas exportações do agronegócio (em US$) (%) (5

201047,02,1

22,1

10,01,6

156,2719,35,90,5

2.8462.67315,015,0

31,9

7,5

INDICADORES DE DESEMPENHO DA CAFEICULTURA BRASILEIRA

FONTE: DCAF, CONAB, ABIC, MDIC/SECEX, OIC, CEPEA/Esalq/BM&F. // (1) - 2010, com base no 2º Levantamento de Safra da CONAB (maio/10); // (2) - 2010, de janeiro a abril; // (3) - 2010, estimativa; // (4) 2010 - de janeiro a março.

200939,52,1

18,9

30,54,3

140,3818,45,80,5

2.8442.67315,015,3

32,2

6,6

200846,02,2

21,2

29,74,8

160,2017,75,60,5

2.5612.44113,012,0

30,4

6,6

200736,12,2

21,2

29,74,8

160,2017,75,60,7

2.1472.02613,012,0

30,4

6,6

200642,52,2

19,8

28,03,4

137,0317,15,51,9

1.6801.579

5,67,5

30,3

6,8

200532,92,2

14,9

26,42,9

110,8015,55,13,2

1.2821.249

8,412,0

30,2

6,6

200439,32,2

17,8

26,72,0

76,3014,95,04,3

1.2261.201

5,08,0

29,3

5,2

200328,82,2

13,1

25,71,5

59,5913,74,75,15505243,58,0

29,9

5,0

200248,52,3

21,0

28,41,4

48,1714,04,85,48246931,65,1

32,0

5,5

200131,32,2

14,4

23,31,4

59,8813,64,95,68988558,0

16,0

25,8

5,9

Page 33: Edição 49 - Revista de Agronegócios - Agosto/2010

33AGO 2010

MÊS

JFMAMJJASOND

0,4910,4720,5100,5200,5380,5340,5160,4380,4480,4480,4010,310

2005 2006ESTADO DE SP - REGIÃO DE FRANCA (SP)

LEITE C 1

0,3730,3870,440

-0,4760,4730,5050,5080,4760,5080,5000,537

0,5350,5350,5600,5350,5890,5800,6500,7800,7750,7750,6550,640

2007 20080,6350,6150,5850,6700,7600,7390,7330,7030,6960,6060,5770,588

0,5990,5500,5530,5620,6000,6410,6830,6890,6720,6350,6020,532

2009 20100,5240,5230,5190,6550,7340,6850,700

FONTE: FAESP / AEX Consultoria - 1 - Em R$/litro.

O MERCADO DO LEITE

UFJUL/2010

0,68500,63380,72860,76400,76230,68100,68700,72180,64760,57420,66510,69650,63000,75410,66470,68840,64030,7077

PREÇOS PAGOS PELOS LATICÍNIOS (brutos) e RECEBIDO PELOS PRODUTORES (líquidos) 1

FONTE: CEPEA-Esalq/USP. - 1 - Preços pagos no mês, referentes ao leite entregue no mês anterior. - 2 - Preço Bruto Médio Incluso frete e CESSR (ex-Funrural)

REGIÃO

SP

FrancaSão José Rio PretoMacroMetropolitana SPVale do ParaíbaTriângulo Mineiro / Alto ParanaíbaSul / Sudoeste de MinasVale do Rio DoceCentro GoianoSul GoianoNoroesteMetropolitana Porto AlegreOeste CatarinenseVale do ItajaíCentro Oriental ParanaenseOeste ParanaenseNorte Central ParanaenseCentro Sul BaianoSul Baiano

MG

RS

PR

GO

SC

BA

prod. latic.2

-0,68490,75580,81410,82260,70970,71640,79170,67410,61810,70880,74930,65190,79010,71110,74750,65750,7626

JUN/2010

0,73400,68560,81230,77640,83280,76620,75730,75720,71440,64010,74490,75000,64000,79760,68950,73520,62530,7387

prod. latic.2

-0,73410,85020,82170,88750,79130,80350,81340,74150,67470,78690,80620,67000,82440,73570,78970,64000,7969

MAI/2010

0,65500,67570,81000,76420,84440,75530,73470,79160,77660,68840,74370,76950,65000,79680,71290,79580,60410,7492

prod. latic.2

-0,73350,86000,81440,88510,78970,77530,84690,80600,73150,80120,82790,68000,83350,75630,84670,61840,8109

ABR/2010

0,51900,67100,78000,74250,77040,73310,71080,72740,71250,68400,73440,71870,63500,76320,66760,71720,56790,7034

prod. latic.2

-0,71330,83000,79270,83120,77850,75900,78540,75620,72090,79010,77660,65000,80040,70320,77650,58140,7624

MAR/2010

0,52300,56900,66550,71930,64590,70890,64350,66400,63290,61390,67260,65320,58620,68620,59810,66410,56000,6253

prod. latic.2

-0,58220,71000,76940,68840,76120,68700,71390,66370,63140,72220,71250,60000,71200,62980,72090,57320,6400

2.795,635,549,244,714,755,431,57,81,6

45,943,631,62,4

LITROS DE LEITE NECESSÁRIOS PARA COMPRAR INSUMOS E SERVIÇOS NA PECUÁRIA DE LEITE 1

FONTE: EMBRAPA / CNPGL - Alziro Vasconcelos Carneiro e Jacqueline Dias Alves. - a - Preço médio do leite tipo C, pago ao produtor.

INSUMO / SERVIÇOS

Vaca em Lactação (+ 12 litros)DiaristaRação para Vaca em Lactação (sc 50kg)Farelo de Algodão (sc 50kg)Sal Comum (sc 25kg)NeguvonTintura de Iodo a 10% (litro)Remédio para Mastite (Mastilac)Vacina Aftosa (dose)Uréia PecuáriaSulfato de Amônia (sc 50kg)Detergente alcalino (limpeza ordenha)Óleo Diesel (litro)

R$ 0,812a

Jun/10

2.937,035,049,046,015,055,032,08,11,6

45,044,032,02,4

R$ 0,813Mai/10

2.950,035,051,049,015,058,033,08,21,6

48,049,035,02,5

R$ 0,780Abr/10

3.044,039,061,054,017,067,037,09,41,8

54,054,041,02,8

R$ 0,700Mar/10

2.960,044,068,062,018,074,041,010,21,9

60,056,044,03,0

R$ 0,643Fev/10

3.197,043,067,067,019,071,045,09,32,0

61,054,042,03,2

R$ 0,609Jan/10

3.224,043,064,065,019,077,043,07,22,0

58,055,047,03,1

R$ 0,620Dez/09

2.917,036,060,058,017,070,043,06,71,9

49,047,043,02,8

R$ 0,690Nov/09

2.752,036,059,056,016,063,042,06,61,8

47,048,049,02,7

R$ 0,710Out/09

2.834,034,058,055,014,055,038,06,31,7

48,049,051,02,6

R$ 0,740Set/09

Page 34: Edição 49 - Revista de Agronegócios - Agosto/2010

34AGO 2010

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

0,31520,30280,30890,32170,26320,22990,22430,22680,22610,21740,23700,2418

20070,24020,25290,26280,25380,25060,23850,24930,24980,26850,29200,30150,3116

0,32380,33940,32110,29780,28020,27490,29930,30840,33750,36760,37440,3886

0,43910,47260,43070,38880,34860,32530,3374

2008 2009 2010MENSAL 1

38,2937,9037,6335,1331,6529,3428,0527,3626,9126,4226,3826,46

200726,4626,5526,7427,7127,5326,9326,9727,0227,4128,0228,5428,97

29,4429,9830,3832,5231,4930,8831,3331,8132,7133,8734,7835,67

36,9138,0238,1342,4540,3638,5237,96

2008 2009 2010CAMPO 2

42,7742,3442,0339,2435,3632,7731,3330,5730,0629,5229,4729,55

200729,5529,6629,8730,9530,7530,0830,1330,1930,6131,3031,8832,36

32,8833,4933,9336,3235,1834,4934,9935,5336,5437,8338,8539,85

41,2242,4742,5947,4245,0843,0342,41

2008 2009 2010ESTEIRA 3

CANA-DE-AÇÚCAR

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

74,6174,8576,1977,2480,5291,5392,7992,0588,8290,7988,3982,20

vist75,4175,6077,0278,1181,5292,6193,8993,0089,9492,1589,5783,41

84,0181,5477,5480,0379,4780,8581,3977,9277,2577,1874,3576,64

85,3582,5478,5180,9380,3281,6882,2878,9878,5878,6175,7175,66

praz2008

BOI GORDO / SP 1

vist praz vist praz75,7077,0379,0382,3380,8182,1683,73

76,9778,1279,8883,3481,6883,0184,56

2009 2010 MÊS

JFMAMJJASOND

493,19504,14517,13551,69623,64712,18751,18740,16726,05716,86702,55659,71

vist1 pes2

2008

BEZERRO / Mato Grosso Sul 1

2009 2010

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

LIMA TAHITI 1

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

LARANJA POSTA INDÚSTRIA 1

MÊS

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

LARANJA PERA 1

186,40186,20187,01187,22187,11187,44187,03185,83185,61185,55185,28186,17

636,23627,96634,15651,69633,71648,49638,08615,85607,08596,24592,23593,97

vist1 pes2

186,21186,22186,82188,46188,39191,75191,75187,65194,29186,79187,09185,99

601,17608,98649,59705,26722,07722,78679,96

vist1 pes2

182,58190,86190,77190,61191,01195,16193,76

MÊS

JFMAMJJASOND

183,62137,77142,15135,18128,71126,00126,98120,90120,84122,18116,26112,22

vist1 praz2

ALGODÃO 1

140,98142,39146,94139,81133,05130,14131,50125,09124,87126,46120,51116,14

116,56115,17111,87111,39124,70119,79117,10116,21115,22116,94124,43132,71

119,75118,12114,73114,24127,88122,86120,10119,22118,22119,99127,67136,16

141,27141,72148,62160,56155,96156,80164,49

144,95145,42152,50164,74160,04160,91168,75

SOJA 1

2006

MILHO 1

17,5516,5214,6214,4415,2516,4716,6916,8617,9421,0922,9324,96

30,9327,7927,1926,6227,4326,8827,7624,5623,7822,3220,5120,75

2007 2008

23,6722,2620,6221,2922,2522,2420,5519,4219,1320,6020,4120,02

2009 2010

19,6618,3518,4718,1618,6719,4318,74

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

MÊS

25,0222,0220,2019,2018,9319,5818,9722,1326,9527,3631,7233,80

2006

29,2527,5325,7024,9126,4627,5927,7327,3028,1130,5433,0631,93

46,2347,7145,8344,3344,7049,9950,5844,7046,0844,6345,1344,61

2007 2008

49,2147,5645,3547,9550,3949,8947,8348,2046,0744,6746,0742,87

2009 2010

39,8035,7334,1434,4935,5936,0938,58

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

MÊS

32,0032,5831,8030,0130,0830,7131,3434,5638,6739,9142,0743,98

2006

3,092,182,282,825,526,50

11,3828,8735,7644,6026,585,78

4,745,157,845,244,775,979,61

20,1038,9551,7846,6416,26

2007 2008

6,195,034,944,224,794,896,62

26,5231,4722,2821,53

9,83

2009

2,922,343,87

10,7016,4918,8517,9714,8219,0320,9914,9210,16

2005

9,139,78

12,6411,669,368,798,979,139,73

11,0412,5113,85

15,0817,1019,0216,6013,8211,2810,9811,0610,4811,4813,4514,10

2006 2007

15,3816,9517,0314,6512,0411,3911,3811,0110,6410,8310,249,70

2008 2009

10,009,82

11,1310,469,137,666,486,477,047,588,488,94

15,6819,5319,0813,7210,689,38

10,1211,4712,5112,6012,7613,48

2005

7,086,836,015,856,107,148,718,447,947,869,70

15,4615,5013,688,797,887,97

10,9310,169,789,89

11,7712,61

2006 2007

13,4612,399,668,388,279,72

10,959,719,339,578,637,27

2008 2009

6,805,924,954,504,053,683,655,045,665,866,416,95

12,139,908,667,587,218,10

10,0610,7611,0411,5212,5114,26

2005

4,762,712,372,153,818,36

17,6421,9516,8611,879,986,41

FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em R$/arroba (15kg) FONTE: CEPEA/Esalq. Para M. Grosso Sul - 1 - Em R$/cab - 2 - Em R$/kg

FONTE: UDOP - 1 - Em R$/kg ATR // 2 - 109,19 kg ATR // 3 - 121,97 kg ATR

FONTE: FAESP / AEX Consultoria - 1 - Em R$/litro. FONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em R$/saca de 60kgFONTE: Indicador Esalq/BM&F Bovespa - 1 - Em R$/saca de 60kg

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, a prazo, entregue no portão, sem contrato.

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 40,8kg, mercado interno, na árvore.

FONTE: Indicador CEPEA/Esalq // 1 - Valores médios em R$/cx de 27,0kg, mercado interno, colhido.

2010

7,709,77

10,178,24

13,0014,7014,88

2010

10,8917,2219,1716,5014,4915,1314,90

2010

7,028,829,53

11,1214,2518,9621,49

BEZERRO / São Paulo 1

2006

341,01341,89341,69347,65364,42370,14361,67365,51369,08374,37370,13366,08

492,82503,88518,07553,43624,51713,33752,17740,02724,67717,00703,33660,14

2007 2008

636,50629,36635,79657,06661,06656,90641,71618,36604,06597,02585,92592,25

2009 2010

599,80614,68647,90699,60718,62721,53684,39

JANFEVMARABRMAIJUNJULAGOSETOUTNOVDEZ

MÊS

366,38377,36394,33408,47419,30427,29434,89452,92462,15466,46473,66480,86

FONTE: CEPEA - 1 Em R$/cabeça, descontado prazo de pagamento pela NPR

2008vist1 praz2

2009vist1 praz2

2010

Page 35: Edição 49 - Revista de Agronegócios - Agosto/2010

35AGO 2010

LIVROSAGENDA DE EVENTOS

3º WORKSHOP NUTRIÇÃO SUÍNOSDia: 27/08. IZ-APTA. Local: Instituto de Zootecnia, Nova Odessa (SP). Tel: (19) 3466-9413. Contato: www.iz.sp.gov.br

Curso Cogumelos Comestíveis Shii-take, Shimeji e PleurotusDia: 29/08. AAO. Local: Parque da Água Branca, São Paulo (SP). Tel: (11) 3875-2625. Contato: www.aao.org.br.

8ª AGROCANA - Feira de Negócios e Tecnologia da Agricultura da Cana-de-AçúcarDias: 30/08 a 03/09. CEISE-BR. Local: Centro de Exposições Zanini, Sertão-zinho (SP). Tel: (16) 2132-8936. Conta-to: www.fenasucroeagrocana.com.br.

25ª EXPUÃ - Expos. Agrop. de IpuãDias: 02 a 05/09. PREFEITURA. Local: Parque de Exposições, Ipuã (SP). Tel: (16) 3832-0100.

23ª EXPOGALEDias: 04 a 09/09. PREFEITURA. Lo-cal: Parque de Exposições Buritis, Buri-tizal (SP). Tel: (16) 3751-1145. Contato: www.expogale.com.br.

AGROREVENDA 2010Dias: 13 a 14/09. GLOBAL PECUS. Lo-cal: Centro Municipal de Eventos, Limei-ra (SP). Tel: (11) 5683-2717. Contato: www.expoagrorevenda.com.br.

25ª EXPOGALDias: 14 a 22/09. PREFEITURA. Local: Parque de Exposições, Cajuru (SP). Tel: (16) 3667-3011.

18º SEMINÁRIO DO CAFÉ DO CER-RADODias: 20 a 24/09. ACARPA PATROCÍNIO. Local: Espaço Cultural Joaquim Con-stantino Neto, Patrocínio (MG). Tel: (34) 3831-8080. Email:- [email protected]. Site:-www.acarpa.com.br.

39ª EXPOINEL - Exposição Interna-cional do NeloreDias: 20/09 a 02/10. ACNB. Local: Parque Exposições Fernando Costa, Uberaba (MG). Tel: (11) 3293-8900. Email:- [email protected]. Site:-www.nelore.org.br.

2ª EXPOVERDE - Feira de Flores, Frutas, Hortaliças, Plantas Nativas, Medicinais, Ornamentais, Agricultura Orgânica, Insumos, Máquinas e Im-plementos da Região de Franca.

OUTUBRO

Dias: 21 a 26/09. ASSOC. PROD. RU-RAIS BOM JARDIM. Local: Parque de Exposições Fernando Costa, Franca (SP). Tel: (16) 3724-7080. Email:- [email protected]. Site:-www.franca.sp.gov.br.

1º SEMINÁRIO DE MELIPONICUL-TURA DA REGIÃO DE FRANCADias: 24 a 26/09. ASSOC. PROD. RU-RAIS BOM JARDIM. Local: Parque de Exposições Fernando Costa, Franca (SP). Tel: (16) 3724-7080. Email:- [email protected]. Site:-www.franca.sp.gov.br.

Simpósio sobre Tecnologias Avança-das no Cultivo do CafeeiroDias: 22 a 24/09. FEALQ. Local: Anfite-atro Dr. Urgel de Almeida Lima, Esalq/USP, Piracicaba (SP). Tel: (19) 3417-6604. Email:- [email protected]. Site:-www.fealq.org.br

13ª FIAFLORA EXPOGARDEN - Feira Internacional de Negócios de Paisa-gismo, Jardinagem, Lazer e Floricul-tura.Dias: 23 a 26/09. T&T Feiras e Ex-posições. Local: Parque de Exposições, Anhembi (SP). Tel: (11) 3845-0828. Email:- [email protected]. Site:-www.fiaflora.com.br

AGROTEC-FRUTICULTURA 2010 - Feira de Projetos e ProdutosDias: 24 a 26/09. CATI, IAC, APTA. Lo-cal: Centro APTA de Engenharia e Au-tomação, Jundiaí (SP). Tel: (11) 4582-8155. Email:- [email protected]

CONBAP - CONGRESSO BRASILEI-RO DE AGRICULTURA DE PRECISÃODias: 27 a 29/09. SBEA. Local: Hotel JP, Ribeirão Preto (SP). Tel: (16) 3203-3341. Site: www.sbea.org.br Email:- [email protected]

FRUIT & TECH - Feira Internacional de Frutas, Legumes, Derivados, Tecnolo-gia e Logística.Dias: 27 a 29/09. FRANCAL FEIRAS. Local: ExpoCenter Norte - Pav. Amarelo, São Paulo (SP). Tel: (11) 2226-3161. Site: www.fruitetech.com.br Email:- [email protected]

4º SIMPÓSIO BRASILEIRO DE CITRI-CULTURADias: 14 e 15/09. FEALQ. Local: An-fiteatro do Pavilhão da Engenharia, Pi-racicaba (SP). Tel: (19) 3417-6604. Site: www.fealq.org.br Email:- [email protected].

AS MELHORES RECEITAS DE CARNE DE CORDEIRO

AUTORASPACOEDITORAASPACOCONTATOwww.aspaco.org.brTel. (14) 9101-6262

SETEMBRO

AGOSTO

DOENÇASDO ALFACE

AUTORCarlos A. Lopes, Al-ice Maria Quezado-Duval e Ailton ReisEDITORAEMBRAPA)CONTATOwww.embrapa.br

A ASPACO – Associação Paulista de Criadores de Ovinos, em comemo-ração aos 50 anos de fundação, irá edi-tar um livro com as melhores receitas do Jornal “O Ovelheiro”, projeto que visa elevar o consumo de carne ovina e apresentar seus diferenciais (valores nutritivos); incrementar a divulgação do produto; motivar um maior compro-metimento do produtor, etc. A iniciativa deriva da própria missão da ASPACO, que trabalha no sentido da promoção e do fomento da ovinocultura no Estado de São Paulo. O livro apresentará, além das melhores receitas de cordeiro do “O Ovelheiro”, informações sobre a carne de cordeiro e seus cortes, curiosidades.

O livro descreve e apresenta fo-tos dos sintomas das principais doen-ças da cultura e ainda traz informações sobre medidas de controle. Distúrbios causados pelo ambiente e cuidados pós-colheita também são abordados na publicação. A alface é a hortaliça folhosa mais consumida do Brasil. Es-tima-se que ela seja cultivada em 30 mil hectares, na maioria dos casos, em pequenas propriedades em áreas peri-urbanas ou nos cinturões verdes dos grandes centros. Agora, produtores e técnicos da extensão rural que traba-lham com essa cultura têm uma nova fonte de informação e consulta para melhorar a qualidade da produção. De acordo com Ailton Reis, o livro é o primeiro manual técnico sobre doen-ças de alface editado no Brasil.

Page 36: Edição 49 - Revista de Agronegócios - Agosto/2010

36AGO 2010